diversidade da flora apícola no município de são joão do piauí

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Universidade Federal do Piauí Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí Teresina 2014

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Page 1: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

Universidade Federal do Piauí

Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

Teresina 2014

Page 2: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

Universidade Federal do Piauí

Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

Joseane Inácio da Silva

Dissertação apresentada à Universidade Federal do Piauí como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento para obtenção do título de “Mestre”.

Teresina 2014

Page 3: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

Universidade Federal do Piauí

Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

Orientadora: Pof

a. Dr

a. REGINA LUCIA FERREIRA GOMES

Co-orientadoras: Dr

a. MARIA TERESA DO REGO LOPES

Profa. Dr

a. ÂNGELA CELIS DE ALMEIDA LOPES

Dissertação apresentada à Universidade Federal do Piauí como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento para obtenção do título de “Mestre”.

Teresina 2014

Page 4: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

FICHA CATALOGRÁFICA Universidade Federal do Piauí

Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Agrárias Serviço de Processamento Técnico

S586d Silva, Joseane Inácio da

Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí. / Joseane Inácio da Silva - 2014 61 f. : il.

Dissertação ( Mestrado em Genética e Melhoramento) – Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2014. Orientação: Profª. Drª. Regina Lucia Ferreira Gomes

1. Apicultura 2. Nectar 3.Pólen 4.Recursos florais.I Título

CDD 638.1

Page 5: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

Joseane Inácio da Silva

Licenciada em Ciências Biológicas

Aprovada em: 30/ 06/ 2014

Comissão Julgadora:

Prof. Dr. Carlos Alfredo Lopes de Carvalho - UFRB

Profa. Dra. Clarissa Gomes Reis Lopes – UFPI/CCN

Dra Maria Teresa do Rego Lopes – Embrapa Meio Norte (Co-orientadora)

Profa. Dra. Regina Lucia Ferreira Gomes – UFPI/CCA (Orientadora)

Page 6: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

À minha mãe pelo amor incondicional, estímulo e bondade,

ao meu pai por sempre acreditar nos meus sonhos,

à minha irmã pelo carinho

Dedico.

Page 7: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida, por me trazer sabedoria e perseverança;

À Universidade Federal do Piauí e ao Programa de Pós-Graduação em

Genética e Melhoramento pela oportunidade de adquirir mais conhecimento;

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),

pela concessão da bolsa;

À Embrapa Meio-Norte pela infraestrutura e recursos humanos para realização

deste estudo o qual não teria sido possível sem esse apoio;

À professora Dra Regina Lúcia Ferreira Gomes, pela confiança depositada,

pelos conhecimentos e ensinamentos transmitidos;

À pesquisadora Dra Maria Teresa do Rêgo Lopes, pelo exemplo de

simplicidade, pelos ensinamentos transmitidos, pela paciência e por estar

sempre disponível para me orientar;

Á professora Dra Ângela Celis de Almeida Lopes, pelo incentivo durante todo o

período do mestrado, pelo carinho e pelos momentos de compreensão;

Aos pesquisadores Dra Fábia de Mello Pereira e Dr. Bruno de Almeida Souza

por estarem sempre disponíveis para ajudar, orientar e aconselhar,

contribuindo para o enriquecimento de minha caminhada profissional;

A Técnica de laboratório da UFPI – Floriano Leudimar Aires Pereira, pela ajuda

na identificação das plantas;

A pesquisadora Dra Ranyse Barbosa Querino da Silva (Embrapa Meio-Norte) e

ao Professor Dr. Fernando A. Silveira pela identificação das abelhas;

Aos Professores Dr° Carlos Tadeu dos Santos Dias e Dr° João Batista Lopes

pela realização das análises estatísticas.

Às técnicas de laboratório da Embrapa Meio-Norte, Rosângela Severo Diniz e

Ieda Baad dos Santos, pela ajuda, ensinamentos e pelos momentos de

descontração;

Ao senhor Antônio Gonçalves de Moura e à Beatriz de Mello Pereira, por todo

apoio e ajuda durante as viagens e pelos momentos de alegria compartilhados;

Ao meu noivo Elizeu Alves de Moraes pelo amor, incentivo e compreensão;

À todos os professores do Mestrado em Genética e Melhoramento pelas

disciplinas ministradas e pelos ensinamentos transmitidos;

Page 8: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

Á todos os colegas de turma em especial Rosimere Xavier Amaral, Rafael da

Costa Almeida, Jessica Daniele Lustosa da Silva, Polyanna Araújo Barcelar,

Iolly Tábata Oliveira Marques, Sérgio Ewerton Menezes dos Santos, Larrone da

Silva Sousa e Josilane Souza da Penha pelos momentos que passamos juntos

estudando, pelos momentos de descontração e pelas amizades conquistadas;

A todos os estagiários da apicultura, que contribuíram de alguma forma durante

o andamento deste estudo;

Aos demais amigos que me acompanham desde outras etapas da minha vida;

A todos os familiares pela compreensão e amor;

A todos que contribuíram direta ou indiretamente para minha formação

acadêmica e realização deste trabalho.

Page 9: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

SUMÁRIO

RESUMO ........................................................................................................... 8

ABSTRACT ........................................................................................................ 9

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................ 10

LISTA DE TABELAS ........................................................................................ 10

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 12

2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 14

2.1 Produção apícola ....................................................................................... 14

2.2 Flora Apícola .............................................................................................. 19

2.3 Apifauna ..................................................................................................... 22

2.4 Influência dos elementos climáticos na apicultura ...................................... 24

3 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 28

3.1 Caracterização da área de estudo ............................................................. 28

3.2 Levantamento da flora apícola ................................................................... 30

3.3 Levantamento da fauna apícola ................................................................. 32

3.4 Preparação das lâminas de pólen .............................................................. 32

3.5 Análises melissopalinológicas .................................................................... 34

3.6 Análises estatísticas ....................................................................................34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 35

5 CONCLUSÕES ............................................................................................. 51

6 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 52

ANEXO ............................................................................................................. 59

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Page 11: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

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RESUMO

SILVA, J. I. Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí. Dissertação (Mestrado/Genética e Melhoramento) – UFPI, Teresina, 2014.

A flora apícola de uma região é constituída pelo conjunto de plantas que fornecem os recursos essenciais à sobrevivência das abelhas. Assim, para que o apicultor possa desenvolver sua atividade de forma sustentável é de fundamental importância que ele tenha conhecimento das espécies que compõem o pasto apícola. Dessa forma, ele poderá preservá-las e multiplicá-las, contribuindo também para a preservação do meio ambiente. O presente trabalho teve como objetivo, estudar a diversidade de flora melitófila no município de São João do Piauí, região do semiárido piauiense, buscando informações que possam subsidiar os apicultores na escolha das áreas a serem exploradas e na escolha das técnicas e estratégias de manejo produtivo a serem adotadas. Durante o período de abril de 2012 a setembro de 2013 foram realizadas coletas de material botânico em florescimento e das espécies de abelhas que foram observadas coletando recursos florais na Fazenda experimental da Embrapa Meio-Norte, no município de São João do Piauí. Foram feitas 222 observações, sendo que em 11,26% das espécies vegetais foram observadas abelhas coletando néctar, em 10,81% abelhas coletando pólen, em 4,05% coletando tanto néctar quanto pólen. O horário em que houve um maior número de visitantes florais coletando algum tipo de recurso foi entre 8h00 e 10h00 no período da manhã. As abelhas Apis mellifera foram as mais representativas da região amostrada, sendo observadas visitando 11 famílias botânicas. Euphobiaceae, Fabaceae e Malvaceae foram as mais visitadas por esta espécie coletando preferencialmente néctar. A análise de agrupamento método vizinho mais próximo classificou as espécies botânicas em seis grupos distintos e o índice de correlação de Spearman indicou que há especificidade entre a abelha e o recurso coletado para a área estudada.

Palavras-chave: Abelhas, Néctar, Pólen, Recursos florais

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9

ABSTRACT

SILVA, J. I. Diversity of bee flora in São João do Piauí. Dissertation (Master /Genetics and Breeding) – UFPI, Teresina, 2014. The bee flora of a region consists of a set of plants that provide essential resources for the survival of bees. To develop sustainable activities, knowledge of the beekeepers about the species that make up the bee pasture is fundamental. Thus, apiculturists can preserve and propagate these species, thereby also contributing to environmental preservation. The aim of this study was to assess the diversity of the melitophylous flora in São João do Piauí, in the semiarid region of Piauí, collecting information that would support beekeepers in selecting areas to be explored as well as appropriate management techniques and strategies. From April 2012 to September 2013, sampling was performed of flourishing botanical material and of the bee species observed collecting floral resources, on the experimental farm of Embrapa Meio-Norte, in São João do Piauí. In 222 observations, bees were observed collecting nectar from 11.26% of the species, pollen from 10.81%, and nectar as well as pollen from 4.05%. The time when there was a greater number of pollinators collecting some kind of resource was between 8.00 and 10.00 AM. The most representative bees of the sampled region were Apis mellifera, which were observed visiting 11 botanical families. Euphorbiaceae, Fabaceae and Malvaceae were the most visited by this species, collecting preferentially nectar. The nearest neighbor cluster analysis classified the plant species in six groups and the Spearman correlation coefficient indicated specificity between the bees and collected resource in the study area. Keywords: Bees, nectar, pollen, floral resources

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Dados da produção total de mel (kg) por região, no Brasil, no

período de 01.01 a 31.12 de 2012................................................ 15

Figura 2. Média da produção de mel (Kg) no Piauí, nos últimos dez anos,

destacando as microrregiões mais produtoras do Estado............ 18

Figura 3. Localização do município de São João do Piauí no mapa do

Piauí.............................................................................................. 28

Figura 4. Vista de vegetação da área de estudo na fazenda experimental

da Embrapa Meio-Norte, nos meses de setembro de 2012 e

fevereiro de 2013......................................................................... 29

Figura 5. Médias de temperatura e umidade relativa do ar (1) e do

acúmulo de precipitação pluviométrica (2) da fazenda

experimental da Embrapa Meio-Norte, em São João do Piauí,

no período de 2010 a 2013........................................................... 30

Figura 6. Distribuição das espécies botânicas coletadas em relação ao

hábito de crescimento................................................................... 38

Figura 7. Índices de precipitação pluviométrica e número de espécies de

plantas floridas na fazenda experimental da Embrapa Meio-

Norte, em São João do Piauí, no período de abril de 2012 a

setembro de 2013......................................................................... 41

Figura 8. Dendrograma de dissimilaridades genéticas entre 21 espécies

consideradas apícolas para o município de São João do Piauí,

gerado pelo método de agrupamento hierárquico do vizinho

mais próximo, com base no recurso coletado pelas abelhas, tipo

de abelha visitante e período de florescimento das espécies

vegetais, em 2012/2013................................................................ 46

Figura 9. Imagens microscópicas do pólen presente no mel de Apis

mellifera coletado na fazenda experimental da Embrapa Meio-

Norte, no município de São João do Piauí.................................... 49

Page 14: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Relação das espécies em florescimento e o recurso coletado,

representativas da área da fazenda experimental da Embrapa

Meio-Norte, no município de São João do Piauí, no período de

abril de 2012 a setembro de 2013............................................. 35

Tabela 2. Calendário de florescimento das plantas consideradas apícolas,

inventariadas na fazenda experimental da Embrapa Meio-

Norte, em São João do Piauí, no período de abril de 2012 a

setembro de 2013....................................................................... 43

Tabela 3. Horário de visitação das abelhas às espécies vegetais

identificadas e o recurso por elas coletado................................ 44

Tabela 4. Estimativas dos coeficientes de correlação de Spearman entre a

espécie de abelha, recurso coletado pelas abelhas, visitação

de abelhas e horário de visitação com os elementos

climáticos: temperatura (T), umidade relativa do ar (UR) e

precipitação pluviométrica (PP), avaliados em São João do

Piauí,

2012/2013................................................................................... 47

Tabela 5. Estimativas dos coeficientes de correlação de Spearman entre a

espécie de abelha (TA), recurso coletado pelas abelhas (RC)

e horário de visitação das abelhas (HV) avaliados em São

João do Piauí, 2012/2013........................................................... 48

Tabela 6. - Porcentagem de tipos polínicos presentes nas amostras de

méis de Apis mellifera coletadas nos anos de 2013 e 2014 na

fazenda experimental da Embrapa Meio-Norte, no município

de São João do Piauí................................................................. 50

Page 15: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

12

1 INTRODUÇÃO

A apicultura é uma atividade que vem conquistando cada vez mais

espaço no agronegócio brasileiro, destacando-se também em cenário

internacional. Desde a antiguidade se tem relatos da criação de abelhas, sendo

uma atividade que beneficia não só o apicultor, mas às próprias abelhas e

principalmente as espécies vegetais que dependem desses insetos para se

reproduzirem. Atualmente, é a atividade que mais realiza a inclusão social,

além de propiciar ganhos econômicos (FREITAS E SILVA, 2006; RANGEL

2010).

Para que se desenvolva a atividade apícola de forma sustentável é

fundamental, entre outras coisas, que se conheça a flora que fornece recurso

às abelhas. Esse conhecimento permite identificar as espécies vegetais

visitadas pelas abelhas e indicar aos apicultores as fontes adequadas de

suprimentos de pólen e néctar para a formação do mel produzido na localidade

(SODRÉ et al., 2008).

Na região Nordeste, pesquisas têm sido realizadas visando

principalmente a identificação dessas espécies. Em levantamentos realizados

no semiárido já foram identificadas algumas espécies apícolas mais frequentes,

cuja importância varia de acordo com a densidade em cada área, como,

Campomanesia aromatica (Aubl.) Griseb. (guabiraba), Pterocarpus vilosus

Mart. (pau-sangue), Borreria verticillata (L.) G. Mey (vassourinha-de-botão),

Mimosa pudica L. (sensitiva), Hyptis suaveolens (L.) Poit (bamburral) e Melissa

officinalis L. (erva cidreira) dentre outras (CHAVES et al., 2007; MARQUES et

al., 2007; VIDAL et al., 2008). No entanto, essas pesquisam precisam ser mais

abrangentes possibilitando entre outras a elaboração de um calendário

ecossistemático, indicando o período de florescimento das espécies melíferas

em cada bioma ou região.

Nos últimos anos, o Piauí tem se destacado por apresentar uma

significativa produção de mel, principalmente o mel orgânico (VILELA, 2000).

Apesar do potencial produtivo das colônias ser elevado, pela disponibilidade de

florada local, são escassos os estudos relacionados à diversidade de flora

apícola da região.

Page 16: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

13

Diante do exposto, constata-se a necessidade de estudos de diversidade

de flora apícola local visando à identificação das espécies de referência para a

alimentação das abelhas. Portanto, o objetivo deste trabalho foi estudar a

diversidade genética da flora apícola e realizar levantamento das espécies de

abelha ocorrentes na fazenda experimental da Embrapa Meio-Norte no

município de São João do Piauí, região do semiárido piauiense. Buscando,

desta forma, informações que possam subsidiar os apicultores na escolha das

áreas a serem exploradas ou na otimização das que já estão sendo utilizadas,

bem como na escolha das técnicas e estratégias de manejo produtivo a serem

adotadas.

Os métodos estatísticos utilizados foram Correlação de Spermam e o

método de estatística multivariada Análise de Agrupamento do vizinho mais

próximo. Foram ainda realizadas análises melissopalinológicas do mel presente

no apiário da região com o objetivo de comparar o pólen presente no mel com

o pólen das espécies vegetais que foram observadas/coletadas sendo visitadas

pelas abelhas durante o período de realização do estudo.

Page 17: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

14

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Produção apícola

A apicultura é uma das atividades mais antigas e importantes do mundo,

contribuindo para o homem com a produção de mel, pólen, própolis, cera,

geléia real, apitoxina e ainda participando da preservação do meio ambiente,

mediante a polinização, perpetuando, assim, um grande número de espécies

vegetais e ampliando a produção de frutos e sementes (GONÇALVES, 2004;

LEITE et al., 2002).

De acordo com Winston (2003), as abelhas são insetos sociais da ordem

Hymenoptera que apresentam uma combinação de características individuais e

de cooperação não encontrada em nenhum outro representante do reino

animal.

Tanto a apicultura como a meliponicultura são atividades que envolvem

a criação de abelhas de forma racional. Enquanto a apicultura está relacionada

à criação das abelhas do gênero Apis, as mais utilizadas comercialmente, a

meliponicultura se ocupa da criação de abelhas do gênero Melipona

(VENTURIERI, 2003). No entanto, são as abelhas Apis mellifera, responsáveis

pela produção apícola do país (MARTINEZ; SOARES, 2012).

Os relatos sobre a criação de abelhas Apis de forma racional datam de

muito tempo, sendo realizada desde as civilizações mais antigas (GONZAGA,

1998).

O Brasil é considerado um país com alto potencial para produção

apícola. Os fatores que contribuem para isso estão relacionados às

características apresentadas por sua flora, que se apresenta em grande

quantidade e diversidade distribuída por todas as regiões e, também, às

diferentes condições climáticas aqui encontradas, fazendo com que se tenha

produção praticamente durante todos os meses do ano (SABBAG;

NICODEMO, 2011; LENGLER, 2007; OLIVEIRA, 2006).

A apicultura brasileira vem aos poucos se consolidando e ganhando

espaço no cenário mundial. Além disso, o desenvolvimento da atividade

apícola possibilita a utilização dos recursos naturais apresentando um

significativo retorno financeiro sem causar impacto ambiental (OLIVEIRA et al.,

2010; SILVA, 2010).

Page 18: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

15

Dos produtos apícolas, o que tem maior destaque no mercado é o mel,

principalmente por ser produzido em maior quantidade pelas abelhas, seguido

da cera, do pólen e da própolis, e, em quantidades não tão expressivas, a

geleia real e a apitoxina (PAULA-NETO; ALMEIDA-NETO, 2006).

As regiões Sul e Nordeste são as que apresentam dados de maior

produção de mel (Figura 1), seguidas das regiões Sudeste, Centro-Oeste e

Norte. Na região Nordeste, Ceará, Piauí, Bahia e Pernambuco destacam-se

como os Estados com maiores índices de produção (IBGE, 2014).

Figura 1 - Dados da produção total de mel (kg) por região, no Brasil, no período de 01.01 a 31.12 de 2012 (IBGE, 2014a).

Praticamente em todos os Estados brasileiros há quem desenvolva

alguma atividade apícola em maior ou menor grau, sendo predominantemente

uma atividade característica de pequenos produtores, para complementação da

renda familiar. No entanto, nos últimos anos, o país vem conquistando cada

vez mais o mercado, tanto interno, quanto externo (PAULA-NETO; ALMEIDA-

NETO, 2006).

O desenvolvimento dessa atividade envolve cerca de 350 mil

apicultores, gerando aproximadamente 450 mil ocupações no campo e cerca

Page 19: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

16

de 16 mil empregos diretos no setor industrial, relacionados a serviços desde a

manutenção de apiários até a produção de equipamento e manejo dos

produtos (CBA, 2013).

O mel brasileiro começou a ganhar espaço no mercado internacional

somente a partir do ano 2000. Esse fato ocorreu porque a China, principal país

produtor, perdeu espaço no mercado devido ao uso de produtos químicos em

suas colmeias para o controle de doenças, e a Argentina sofreu uma redução

nas suas exportações devido às medidas anti-duping implantadas pelos

Estados Unidos (PAULA-NETO; ALMEIDA-NETO, 2006; PINATTI et al., 2006;

PAULA, 2008).

A apicultura apresenta-se em estágio de expansão considerável, de

forma que hoje o Brasil é considerado como 11° (décimo primeiro) produtor

mundial e o 5° (quinto) maior país exportador de mel. No entanto, em 2012

houve uma redução na produção de mel em torno de 19%, principalmente

devido à severa estiagem enfrentada pelos Estados nordestinos. A região

Nordeste foi a mais afetada com baixa, principalmente, nos estados do Piauí,

Ceará, Pernambuco e Bahia (RESENDE, 2008; CBA, 2013; IBGE, 2014a).

A produção estimada de mel no país em 2012 foi de 34.000 toneladas.

Os Estados que obtiveram as maiores produções nesse ano foram Rio Grande

do Sul, Paraná e Santa Catarina, ocupando respectivamente as três primeiras

colocações no ranking. Nesse mesmo ano, o Piauí ocupou o oitavo lugar no

ranking nacional (IBGE, 2014a). Comparado aos anos anteriores, pode-se

inferir que houve uma queda considerável na produção do estado piauiense.

Em nível regional, o Nordeste apresenta-se em constante ascensão na

produção de mel. Dentre os fatores que contribuem para tal expansão

destacam-se a comercialização do mel orgânico, a comercialização do mel de

espécies nativas e a produção de preparações aromáticas e terapêuticas

(PAULA-NETO; ALMEIDA-NETO, 2006). Nas ultimas décadas, houve um

aumento de cerca de 370% na produção devido, principalmente, aos incentivos

financeiros aplicados na região e a inclusão do mel produzido no programa da

Agencia de Promoção de Exportações (APEX). Os principais Estados

produtores são Piauí, Ceará, Bahia e Pernambuco (IBGE 2014b; PASIN, et al.,

2012).

Page 20: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

17

O Piauí tem conquistado seu espaço no mercado por apresentar uma

significativa produção de mel, principalmente o mel orgânico (VILELA, 2000),

livre de substâncias químicas. A produção do Estado concentra-se

principalmente nos municípios da região semiárida, abrangendo as

microrregiões de Picos, Simplício Mendes e São Raimundo Nonato.

Nos últimos dez anos, o aumento da produção de mel chegou a cerca de

170%. Em 2010, um dos anos de maior produção, o Estado chegou a destacar-

se como o 4° (quarto) principal produtor do país e 2° (segundo) em relação à

exportação. Os municípios que apresentaram as maiores produções (figura 2)

foram Simplício Mendes, Picos e São Raimundo Nonato (PASIN, et al., 2012;

IBGE, 2011; IBGE, 2014).

No entanto, devido à severa estiagem ocorrida em 2012, houve um

decréscimo acentuado na produção de mel do Estado. A microrregião do Alto

Médio Canindé foi uma das mais afetadas, obtendo queda na produção de

mais de uma tonelada de mel (IBGE, 2014a e b).

Page 21: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

18

Figura 2 - Média da produção de mel (Kg) no Piauí, nos últimos dez anos, destacando as microrregiões mais produtoras do Estado (IBGE, 2014b).

A própolis brasileira também tem conquistado cada vez mais espaço no

mercado internacional. No Piauí, são poucas as informações existentes sobre a

produção e a qualidade deste produto. Em 2009, a Embrapa Meio-Norte deu

início a um projeto apoiado pelo Banco do Nordeste do Brasil, para a realização

de um levantamento da produção de própolis em dois municípios do Estado

com vegetação de transição cerrado-caatinga (EMBRAPA MEIO-NORTE,

2012).

Apesar do alto potencial do mercado brasileiro relacionado a produtos

como o mel e a própolis, o país ainda apresenta-se deficiente quanto à

Page 22: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

19

produção de outros produtos como o pólen, geléia real e a apitoxina, por

exemplo. Mesmo apresentando cada vez mais demanda, tanto pelo mercado

interno, quanto externo, devido ao aumento do consumo de produtos naturais

pela população, estes produtos ainda apresentam produção insuficiente para

atender a demanda do mercado consumidor, sendo encontrados poucos

registros de sua produção.

Outro aspecto importante que atrai atenção de um seleto grupo para a

apicultura brasileira é a produção de produtos de origem orgânica. O

desenvolvimento de produtos livres de agentes contaminantes permite a

abertura de novos mercados consumidores, a agregação de valor ao produto,

aumentando assim os ganhos com a produção e consequentemente um

incremento da economia do país.

2.2 Flora Apícola

A flora apícola de uma região é constituída pelo conjunto de plantas que

desempenham papel importante para sobrevivência das abelhas (BARTH,

2005). É composta por espécies com diferentes graus de importância, que vão

desde o número de plantas existentes até a concentrações diferentes de

açúcar presente no néctar ofertado (LIMA, 2003).

O conhecimento da flora apícola é de extrema importância para o

sucesso da apicultura, pois o néctar e o pólen constituem basicamente a única

fonte de alimentos das abelhas durante suas etapas de desenvolvimento,

desde a fase larval até a idade adulta (MEYER, 1985).

Conhecer a flora permite ainda que o produtor obtenha maiores ganhos

em sua produção, pois a quantidade de pólen e néctar disponíveis pode

interferir no desenvolvimento da colônia, causando problemas como a redução

da quantidade de cria e interferir nas atividades dos indivíduos adultos dentro

da colméia (MICHENER, 1979).

De acordo com Barth (2005), as plantas podem ser classificadas em três

grupos, de acordo com a oferta de recursos disponibilizados às abelhas:

plantas nectaríferas, plantas poliníferas e plantas nectaríferas-poliníferas.

Apesar do potencial produtivo dos enxames ser expresso pela

disponibilidade de florada local, são escassos os estudos relacionados à

diversidade de flora apícola na região piauiense. Os apicultores ainda

Page 23: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

20

enfrentam dificuldades relacionadas à constantes mudanças da flora de

interesse apícola, ocorridas devida as mudanças climáticas nos últimos anos,

o que afeta principalmente o período de florescimento das espécies botânicas.

Segundo Freitas (1999), conhecer a disponibilidade da flora de uma

região é importante, pois permite identificar as espécies vegetais visitadas

pelas abelhas e assim indicar aos apicultores as fontes adequadas e

abundantes de suprimentos de pólen e néctar para a formação do mel

produzido na localidade (Hower, 1953). Essas informações possibilitam ainda a

preservação e a multiplicação das plantas de potencial melífero, aumentando

os recursos ofertados por estas espécies e auxiliam o estabelecimento de uma

apicultura sustentável (SODRÉ et al., 2008).

Assim, para aproveitamento do potencial existente, é necessário não só

que o produtor tenha conhecimento sobre ocorrência da flora favorável, mas

também de seu período de florescimento (ROBISON; OERTEL, 1979). Essas

informações são, portanto, essenciais para o estabelecimento da atividade

apícola, uma vez que será a partir desses dados que serão estabelecidas

metas para a exploração racional da atividade.

A flora apícola constitui-se num importante fator para o progresso das

atividades de apicultura, de onde o produtor deve ter conhecimento referente

aos recursos oferecidos às abelhas, bem como do período em que esses

recursos encontram-se disponíveis (SANTOS, 2009).

Um fato que pode afetar negativamente a atividade apícola no Brasil é

que muito da flora nativa nos últimos anos vem sendo perdida, devido

principalmente aos desmatamentos provocados pela ação humana voltados

para exploração de madeira e implantação de grandes campos agrícolas.

Ferreira (1981) afirma que os estudos de diversidade de flora apícola

devem ser regionais, isso porque, devido às condições edafoclimáticas, as

espécies que apresentam uma excelente produção de néctar em uma região

podem não apresentar a mesma produção significativa em outra.

Devido à necessidade de aproveitamento dos recursos apícolas

oferecidos pela flora, alguns levantamentos das espécies visitadas pelas

abelhas vêm sendo realizados nas diferentes regiões brasileiras. Esses

estudos fazem-se cada vez mais necessários, tendo em vista as interferências

climáticas no fornecimento desses recursos florais.

Page 24: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

21

Para a região Centro-Oeste são encontrados os estudos de composição

de flora apícola de Vieira et al. (2008), Araújo et al. (2006), e Mendonça et al.

(2008) que identificaram as famílias Malpighiaceae, Melastomataceae,

Fabaceae, Asteraceae e Bignoniaceae, como sendo as mais ocorrentes e

importantes da região.

Na região Nordeste, algumas pesquisas têm sido realizadas visando à

identificação de espécies de interesse para a apicultura, sendo o trabalho de

Barth (1971) o pioneiro sobre as espécies vegetais do Nordeste que fornecem

néctar para as abelhas. Em levantamentos realizados no semiárido, já foram

identificadas algumas espécies mais freqüentes, cuja importância varia de

acordo com a densidade em cada área, como Campomanesia aromatica

(Aubl.) Griseb. (guabiraba), Pterocarpus vilosus Mart. (pau-sangue), Borreria

verticillata (L.) G. Mey (vassourinha-de-botão), Mimosa pudica L. (sensitiva),

Hyptis suaveolens (L.) Poit (bamburral) e Melissa officinalis L. (erva cidreira),

Croton sonderianus (Marmeleiro) dentre outras (CHAVES et al., 2007;

MARQUES et al., 2007; VIDAL et al., 2008; ALCOFORADO-FILHO e

GONÇALVES, 2000).

No Piauí, alguns levantamentos realizados incluem os de Alcoforado

Filho (1996), Alcoforado Filho e Gonçalves (2000), Lorenzon et al., (2003)

Chaves et al. (2007), Lopes et al. (2010), Pereira et al. (2010).

A caracterização ambiental, o mapeamento das áreas apícolas e o

potencial produtivo dessas áreas são ferramentas para o desenvolvimento e

exploração da atividade apícola de forma sustentável (BARROS et al., 2008).

A identificação das espécies que são fonte de alimento às abelhas é o

principal objetivo, quando se pretende realizar tais levantamentos, no entanto,

é importante ressaltar que apesar da flora constituir-se em uma fonte essencial

de suplementação para elas, esta também pode, em alguns casos, representar

fonte de perigo, uma vez que, algumas plantas são consideradas tóxicas, o que

pode vir a ocasionar a mortalidade da cria e dos indivíduos adultos (PEREIRA

et al., 2006), sendo também importante a realização de estudos nesse sentido.

As pesquisas a respeito da flora apícola do semiárido contribuem para

suprir as necessidades das abelhas, entretanto, precisam ser mais

abrangentes, possibilitando a realização de zoneamentos apibotânicos e a

elaboração de calendários ecossistemáticos das espécies melíferas e

Page 25: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

22

poliníferas, indicando seu período de floração em cada bioma, dados que ainda

não se encontram disponíveis ao apicultor/meliponicultor. Estas informações

podem subsidiar os produtores na escolha das áreas a serem exploradas ou na

otimização das que já estão sendo utilizadas, bem como na escolha das

técnicas e estratégias de manejo produtivo a serem adotadas.

2.3 Apifauna

As abelhas são notadamente um grupo de insetos que possuem grande

importância econômica, pois disponibilizam ao homem os seus produtos como

o mel, o pólen a geleia real, a própolis e ainda possuem importância ecológica,

tendo em vista que possuem contribuição fundamental para a reprodução de

muitas espécies vegetais.

Este grupo de insetos destaca-se como principais polinizadores porque

possuem adaptações morfológicas para a coleta do pólen e néctar e precisam

visitar uma grande quantidade de flores para obtenção de alimento, muitas

vezes sendo fiéis às espécies visitadas. É através da polinização realizada

pelas abelhas que muitas espécies vegetais se reproduzem e produzem

melhores e maiores quantidades de frutos e sementes. Muitas vezes a relação

entre abelha e a espécie polinizada é tão específica que não pode ser

substituída por outro polinizador. Outro grande benefício da polinização é

permitir o fluxo gênico entre as muitas espécies vegetais existentes na área,

promovendo, assim, o aumento da diversidade existente entre elas (FREE,

1993; LEITE et al., 2002; D’AVILA; MARCHINI, 2008; PEREIRA et. al., 2009).

Freitas (1999) afirma que as abelhas são importantes agentes da

manutenção biológica, sendo indicadores biológicos do equilíbrio ambiental, útil

no esforço de conservação da biodiversidade. Devido ao fato dessas espécies

serem suscetíveis a extinção justamente por participarem de interações

ecológicas e, na maioria das vezes, ocorrerem em populações com um número

reduzido, a extinção de uma espécie que mantém relação de dependência com

outra, pode ocasionar o desaparecimento de várias outras com as quais ela

interage (MOUGA; KRUG, 2010).

É notória a importância de se avaliar a diversidade, tanto de fauna, como

de flora de uma região para o conhecimento das relações existentes entre os

seres vivos. No entanto, apesar da importância não só das abelhas, mas

Page 26: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

23

também de outros artrópodes, raramente essa fauna é considerada em estudos

de conservação (MYERS, 1987; DANTAS et al., 1998; MARJER, 1997).

Com o crescente aumento do número de áreas degradadas nos últimos

anos, principalmente devido à necessidade de expansão da agricultura e

desmatamento de florestas, tornam-se cada vez mais necessários estudos

para a preservação das espécies de abelhas, bem como das interações

existentes entre as plantas e estas espécies, no sentido de conservar a

biodiversidade (VIEIRA, 2008).

A realização de um levantamento e a identificação das espécies de

abelhas existentes em uma área ou região constitui a maneira mais eficaz para

que se conheçam os potenciais polinizadores e, dessa forma, sejam definidas

as estratégias de conservação e exploração racional dos recursos biológicos

existentes (LOPES et al., 2010; SANTOS et al., 2004).

No Brasil, a realização de levantamentos sistematizados relacionados à

identificação da fauna apícola teve início com os estudos de Sakagami et al.

(1967), em São José dos Pinhais, Paraná, e tinha por objetivo estudar a

riqueza em espécies, sua distribuição geográfica e abundância relativa das

comunidades. A partir desse estudo, vários outros têm sido realizados,

seguindo basicamente a mesma metodologia, com apenas algumas

adaptações.

Na região Nordeste, esses inventários tiveram início com os estudos de

Duck (WESTERKAMP et al., 2007), estando entre os mais recentes os de

Aguiar et al. (2005) na Bahia, de Millet-Pinheiro et al. (2008) em Pernambuco, e

os de Lopes et al. (2010) no Piauí.

A realização desses levantamentos exige a permanência em

determinada localidade por um grande período de tempo, pois as abelhas

precisam ser localizadas e capturadas nas plantas que estão em período de

florescimento, devendo ser levado em conta a sazonalidade (SAKAGAMI et al.,

1967).

Apesar da grande importância dos levantamentos destinados a

identificação da diversidade existente e de suas relações com a comunidade,

muitos desses estudos, no entanto, ainda são concentrados nas abelhas que

polinizam uma espécie determinada de planta, geralmente de interesse

econômico, como os de Carvalho Neto (2010), Milfonte et al. (2009), Cruz e

Page 27: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

24

Freitas (2013), que estudaram a polinização do café, da mamona, do gergelim

e do algodão, respectivamente.

De acordo com Silveira et al. (2002), a apifauna brasileira é constituída

por cinco famílias: Andrenidae, Colletidae, Helictidae, Megachilidae e Apidae,

com 232 gêneros e 880 espécies e muitas ainda a serem identificadas.

Para a região de Caatinga, que apresenta uma fauna consideravelmente

baixa de espécies quando comparada a outros biomas, são conhecidas cerca

de 200 espécies, apresentando uma fauna significativa de abelhas sem ferrão

e abelhas melíferas com uma grande parte de abelhas não sociais. Estima-se

ainda que haja um alto potencial de espécies consideradas endêmicas

(ZANELLA, 2012).

O conhecimento da apifauna de uma região é importante, pois permite a

identificação da diversidade existente em cada bioma ou localidade, bem como

as suas interações com a comunidade a qual pertencem e assim o

desenvolvimento de estratégias de manejo e conservação. Permite ainda

estudos relacionados a impactos ambientais, uma vez que o declínio dessas

abelhas permite inferir em degradação ambiental, tendo em vista que a

destruição das matas nativas destrói o habitat natural desses insetos.

Embora se conheça grande número de espécies existentes e sua

variabilidade dentro do grupo ao qual pertencem, ainda existem poucas

informações sobre as alterações causadas por impactos devido à ação

antrópica nos habitats naturais dessas espécies.

2.4 Influência dos elementos climáticos na apicultura

A atividade apícola sofre grande influência de condições ambientais, isto

porque, tanto a fauna quanto a flora são afetadas diretamente por esses

fatores. Alterações climáticas têm impacto no desenvolvimento das abelhas,

podendo causar desde o abandono de enxames até mesmo a morte delas no

caso de alterações drásticas. Com relação à flora, influenciam diretamente na

produção dos recursos florais, pólen e néctar, que são essenciais ao

desenvolvimento e sobrevivência das abelhas.

Um dos aspectos mais visíveis das alterações que vêm acontecendo no

clima nos últimos anos é o aquecimento global, ocasionando um aumento

Page 28: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

25

gradual nas temperaturas e irregularidades na distribuição das chuvas. Esse

aumento de temperatura afeta a vida das abelhas dentro das colônias, uma vez

que essas alterações acarretarão em redução ou aumento das áreas de

alimento disponível. Elas, portanto, irão abandonar as áreas que são afetadas

pela seca à procura de áreas com as condições ideais de sobrevivência (LE

CONTE; NAVAJAS, 2008).

A temperatura dentro das colmeias, principalmente na área de cria deve

ser mantida entre 34 °C e 35 °C, pois temperaturas mais elevadas ou mais

baixas afetam o desenvolvimento, provocando a mortalidade das crias ou um

desenvolvimento deficiente. Para resfriar a colônia, as abelhas batem as asas e

espalham gotas de água pelos favos; já para aquecê-las, em épocas de baixas

temperaturas, elas aglomeram-se em cachos e vibram o corpo gerando calor

(BARBOSA et.al., 2007).

O simples aumento de 2°C na temperatura ambiente faz com que as

abelhas migrem para fora de sua área de distribuição em busca de

temperaturas mais amenas, dificultando assim a manutenção da atividade.

Assim, é necessário também que os apicultores mudem seus métodos de

desenvolvimento da atividade, e, como alternativa, eles movem seus enxames

para novas áreas (LE CONTE; NAVAJAS, 2008).

Na tentativa de amenizar os efeitos do ambiente é necessário que o

apiário esteja localizado em áreas que não sejam muito expostas ao sol, pois o

calor demais ou frio em excesso prejudica o desenvolvimento das crias

(BARBOSA et al., 2007). Deve-se ainda disponibilizar água próximo à colmeia,

para que as abelhas não necessitem se deslocar a longas distâncias à sua

procura, evitando também o gasto desnecessário de energia.

Para que se tenha uma boa produção melífera, entre outras coisas, é

importante também que haja um solo com adequado suprimento de água para

que a vegetação possa se desenvolver de forma adequada, pois a secreção de

néctar pelas plantas é influenciada não só pela temperatura, mas também por

outros fatores externos como a umidade do ar, radiação solar e solo. Em solos

secos, o número de flores e a produção de pólen e néctar podem ser reduzidos

(BRAGA, 1998). Esse fato explica porque muitas plantas que são consideradas

apícolas em uma região podem não apresentar-se como sendo de interesse

para a atividade em outras regiões.

Page 29: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

26

Algumas flores que ofertam grandes quantidades de néctar às abelhas,

quando são expostas a períodos de intensidade chuvosa, não são mais

atraentes, pois o néctar presente é lavado pela água da chuva. De forma

semelhante, flores que são expostas a climas excessivamente secos reduzem

ou não produzem nenhum néctar. Quando esses fatos ocorrem de maneira

extrema, as abelhas podem chegar a morrer de fome se o apicultor não

oferecer-lhes alimentos alternativos que permitam a sobrevivência (LE CONTE,

2008).

No Nordeste brasileiro, durante o período em que não há ocorrência de

chuvas ou estação “seca”, é perceptível a escassez de pasto apícola

ocasionando uma redução acentuada na quantidade de alimento disponível.

Como resultado, muitas abelhas abandonam os apiários e enxameiam para

outras regiões onde encontrem condições de sobrevivência (LE CONTE, 2008;

FREITAS, 1991; LIMA, 1995).

O percentual de abandono ou a chegada de novos enxames na região

semiárida está intimamente relacionado com os registros de precipitação

pluviométrica (FREITAS, 2007).

De acordo com Le Conte (2008), as abelhas ajustam seu

comportamento às condições meteorológicas. Fazem isso não só quando

chove, mas, em clima extremamente quente, pois possuem grande capacidade

de adaptar-se, apresentando grande variabilidade genética. Essas mudanças

climáticas prejudicam o desenvolvimento da atividade apícola, uma vez que

causa a redução das áreas de alimento disponível e, em conseqüência, a

redução da produção de pólen, mel e dos outros produtos derivados da

atividade. Entretanto, essas alterações, poderiam trazer benefícios à atividade

apícola em outras regiões como, por exemplo, em regiões de clima frio, uma

vez que o aquecimento global é propício para a expansão da abelha fora da

sua atual área de distribuição e a atividade possa começar a ser desenvolvida

em ambientes em que antes não era possível.

Da mesma forma, essas alterações também podem causar danos

maiores, como por exemplo, em espécies de abelhas sem ferrão que são

consideradas endêmicas de uma determinada área ou região, prejudicando

ainda a reprodução de algumas espécies de plantas, uma vez que estas

Page 30: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

27

podem depender da polinização realizada exclusivamente por algumas ou até

mesmo uma única espécie de abelha (KUHLMANN, 2012).

Page 31: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

28

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização da área de estudo

O estudo foi conduzido na Fazenda Experimental do Centro de Pesquisa

Agropecuária do Meio-Norte da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

(Embrapa Meio-Norte), localizada em São João do Piauí (Figura 3), na região

sul do estado do Piauí, durante o período de abril de 2012 a setembro de 2013.

O município de São João do Piauí está localizado a 08º21’29” S de

latitude e 42º14’48” W de longitude, apresentando altitude média de 222m

acima do nível do mar e distância de aproximadamente 460 km da capital do

estado, Teresina (CEPRO, 1990, 1992).

Figura 3 - Localização do município de São João do Piauí no mapa do Piauí (IBGE, 2014c, d).

O clima predominante da região é o semiárido, com vegetação de

caatinga arbustiva e arbórea com densidades variadas. Os solos são de origem

sedimentar e predominantemente arenosos. O clima semiárido é caracterizado

pela presença de temperaturas elevadas e chuvas irregulares, com

Teresina

São João do Piauí

Page 32: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

29

predominância de longos períodos de estiagem (CARACTERÍSTICAS, 2012). A

precipitação pluvial média anual da região chega a ser menor que 900 mm,

com distribuição entre os meses de novembro e abril, com maior concentração

em quatro meses (LIMA, 1982). Na figura 4 é possível observar o contraste

apresentado entre o período seco e o período chuvoso na região.

Fonte: SILVA, J. I (2012/2013).

Figura 4 - Vista de vegetação da área de estudo na fazenda experimental da Embrapa Meio-Norte, nos meses de setembro (1) de 2012 e fevereiro (2) de 2013.

Durante todo o período de condução do estudo foram registrados os

dados de variação de temperatura, umidade relativa do ar e precipitação

pluviométrica (Figura 5), por meio de uma estação meteorológica automática

instalada na fazenda experimental.

As médias de temperatura, umidade relativa dor ar e o acumulado de

precipitação pluviométrica no período de 2010 a 2013 podem ser observados

na Figura 5. Os dados de temperatura e umidade relativa do ar

correspondentes aos meses de novembro e dezembro do ano de 2010 não

foram coletados devido a problemas ocorridos com a estação meteorológica

nesse período.

A temperatura média durante o período em que se realizou o estudo foi

de 28,8°C, com mínima de 22,9°C e máxima de 35,7°C. Já a umidade média

do ar foi de 51,5%, com mínima de 24,8% e máxima de 53,3%.

1 2

Page 33: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

30

Figuras 5 - Médias de temperatura e umidade relativa do ar (1) e do acúmulo de precipitação pluviométrica (2) da fazenda experimental da Embrapa Meio-Norte, em São João do Piauí, no período de 2010 a 2013.

3.2 Levantamento da flora apícola

Para o estudo da composição da flora apícola da região, inicialmente foi

feita a definição da trilha na qual as espécies botânicas e as abelhas deveriam

ser coletadas, de forma que a mesma contornasse o apiário da fazenda

experimental, apresentando esta, uma extensão de aproximadamente 2.500m.

1

2

Page 34: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

31

Durante o período de um ano e cinco meses (abril de 2012 a setembro

de 2013), foram realizadas viagens ao município para a coleta do material de

interesse. Em função da severa estiagem ocorrida durante os meses de abril

de 2012 a janeiro de 2013 (Período 1), foram realizadas viagens mensais, visto

que havia pouco recurso a coletar na vegetação que se encontrava bastante

seca. No período subsequente, quando ocorreu um maior volume de

precipitação e, consequentemente, maior número de plantas em florescimento,

(fevereiro a setembro de 2013, período 2), foram realizadas viagens

quinzenais. A trilha foi percorrida em zig-zag nos períodos da manhã e tarde do

mesmo dia ou em dois dias, de forma a possibilitar a observação dos horários

em que os recursos eram ofertados às abelhas pelas espécies vegetais.

Foram coletadas todas as espécies que apresentaram material

reprodutivo pelo Método de Coletas Preferenciais (MCP), segundo Castro

(1994), considerando um número de cinco amostras por espécie. Durante todo

o processo de coleta, foram observadas e anotadas as espécies que se

encontravam em floração, as espécies visitadas por abelhas, assim como o

comportamento das abelhas em contato com o vegetal.

As amostras vegetais foram processadas seguindo as técnicas usuais

de acondicionamento, prensagem e herborização de material botânico, para

serem incorporadas ao herbário da Embrapa Meio-Norte.

Para a prensagem das plantas, estas foram colocadas entre jornais,

papelão e prensas de madeira; em seguida, colocadas em estufa à

temperatura de 52°C por 48h.

A identificação das espécies botânicas, bem como o recurso que a

mesmas ofertam as abelhas, foi realizada através de observações (no campo e

no laboratório), e em comparações com materiais similares já identificados,

assim como com a utilização da metodologia usual em taxonomia, com o

auxílio de estereomicroscópios (lupas), chaves analíticas e bibliografias

especializadas.

Após esses procedimentos, os exemplares que apresentaram

dificuldade para identificação tiveram suas duplicatas enviadas para o

Laboratório de Botânica da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus

Amilcar Ferreira Sobral, no município de Floriano, PI, para identificação por

especialistas da área. A identificação dos exemplares também foi

Page 35: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

32

complementada por meio de comparações com material já identificado do

Herbário Graziela Barroso da UFPI, Campus Ministro Petrônio Portela, em

Teresina.

3.3 Levantamento da fauna apícola

Ao tempo em que foi realizado o levantamento da flora apícola, foi

realizado também o levantamento da apifauna na área amostral. A coleta das

abelhas foi realizada com auxílio de uma rede entomológica, seguindo-se

basicamente a metodologia proposta por Sakagami et al. (1967), com algumas

adaptações. Após serem capturadas, as abelhas foram colocadas em câmara

mortífera contendo acetato de etila, separadas em recipientes etiquetados com

nome ou número da planta, data e horário de coleta, sendo acondicionadas em

freezer para posterior identificação. A identificação das abelhas foi realizada

pela Dra. Ranyse B. Querino da Silva, da Embrapa Meio-Norte, e pelo

Professor Dr. Fernando A. Silveira do Departamento de Zootecnia da

Universidade Federal de Minas Gerais.

3.4 Preparação das lâminas de pólen

Para o preparo das lâminas palinológicas durante o levantamento

botânico, foram coletadas amostras das flores, que foram estocadas em tubos

tipo Eppendorf com álcool na proporção 70% e posteriormente acondicionadas

em geladeira. No Laboratório de Controle de Qualidade de produtos Apícolas

da Embrapa Meio-Norte, os grãos de pólen foram retirados das inflorescências

para o preparo de lâminas, de acordo com a metodologia de Barth (1970 a, b,

c, d), com algumas adaptações. Essas lâminas constituirão o laminário de

referência para a área estudada, sendo incorporadas à palinoteca da Embrapa

Meio-Norte.

Para o preparo das lâminas, as inflorescências foram retiradas dos tubos

onde se encontravam acondicionadas e colocadas em placas de petri. Com o

auxílio de lupas, os grãos de pólen foram retirados das anteras e colocados

sobre as lâminas. Nesse processo, foram utilizados pinças e estiletes,

esterilizados sob a chama de uma lamparina a álcool. Durante o processo,

Page 36: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

33

foram tomados os cuidados necessários para evitar contaminação da lâmina

com pólen oriundo de outras espécies.

Sobre a lâmina foram colocados apenas os grãos de pólen; após isso,

esta foi posicionada sobre uma placa aquecedora para secagem; acrescentou-

se, então, a gelatina glicerinada com fucsina. A lâmina foi novamente

posicionada na placa aquecedora para que a gelatina derretesse a uma

temperatura de aproximadamente 40°C. Essa temperatura não pode ser muito

alta, para evitar que a gelatina forme bolhas e que os grãos de pólen sofram

alterações. Após montada, a lâmina foi visualizada ao microscópio óptico e,

estando em perfeito estado, a mesma foi vedada com o auxílio de parafina.

3.5 Análise melissopalinológica

Para identificar os tipos polínicos presentes no mel (análises

melissopalinológicas), foram coletadas duas amostras de mel centrifugado

produzido no apiário da área avaliada nos meses de maio de 2013 e maio de

2014, período em que ocorre a colheita de mel na fazenda experimental, com o

objetivo de comparar o pólen presente no mel com o pólen das espécies

botânicas inventariadas. As amostras foram acondicionadas em tubos de

Eppendorf e encaminhadas ao Laboratório de Controle de Qualidade de

Produtos Apícolas da Embrapa Meio-Norte.

As lâminas foram preparadas seguindo metodologia proposta por Barth

(1989). Inicialmente pesou-se 10g de mel, que foi, em seguida, diluído em 20

mL de água destilada e agitado por 15 minutos. A mistura (mel e água

destilada) foi colocada em dois frascos Eppendorf e centrifugada durante 15

minutos com rotação de 600 rpm. Retirou-se o sobrenadante, preencheu-se

novamente o frasco Eppendorf com outra porção da mistura que foi novamente

levada à centrífuga. Após esse processo, o sobrenadante foi novamente

descartado e, com o auxílio de seringa e agulha, esfregou-se dois pequenos

pedaços de gelatina com fucsina nos resíduos restantes no fundo do

Eppendorf. Colocou-se cada um dos pedaços de gelatina nas duas

extremidade das lâminas, previamente identificada. A lâmina foi aquecida a

uma temperatura aproximada de 40°C, para que a gelatina derretesse. Após

esse processo, colocou-se uma lamínula em cada lado da lâmina. Após a

Page 37: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

34

visualização ao microscópio óptico, estando em perfeito estado, a lâmina foi

vedada com o auxílio de esmalte incolor.

Os tipos polínicos foram analisados qualitativamente, por meio de

comparações com as lâminas de pólen das espécies botânicas coletadas na

área estudada e auxílio de literatura especializada. A análise quantitativa foi

realizada mediante a contagem de 200 grãos de pólen por amostra

determinando-se as classes de ocorrência, que segundo Louveaux et al.

(1978), são: pólen dominante (PD - > 45% do total de grãos), pólen acessório

(PA-16 a 45%), pólen isolado importante (PII - 3 a 15%) e pólen isolado

ocasional (PIO - < 3%).

As lâminas de pólen foram fotografadas por meio de câmera fotográfica

digital acoplada ao microscópio óptico, em aumento de 40x.

3.6 Análises estatísticas

Na análise dos dados utilizou-se o teste de associação não paramétrico

Qui-Quadrado (X2), não havendo dependência dos parâmetros populacionais,

como média e variância. O princípio básico deste método é comparar

proporções, isto é, as possíveis divergências entre as frequências observadas

e esperadas para um certo evento (RAMALHO et al., 2012).

A divergência entre as espécies foi determinada pelo método de

agrupamento hierárquico do vizinho mais próximo (MANLEY, 2008), com base

nas variáveis multicategóricas: recurso ofertado pelas plantas consideradas

apícolas, seu período de florescimento e a espécie de abelha visitante,

utilizando-se a matriz de dissimilaridades gerada com a moda de cada variável

por espécie, sem repetição.

Para verificar como as variáveis analisadas estavam correlacionadas,

estimou-se os coeficientes de correlação de Spearman entre tipo de abelha,

recurso coletado pelas abelhas, visitação de abelhas e horário de visitação com

os elementos climáticos: temperatura média, umidade relativa do ar e

precipitação pluviométrica.

As análises estatístico-genéticas foram realizadas com o auxílio do

programa computacional SAS (SAS INSTITUTE INC, 2002).

Page 38: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

35

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante a realização do estudo, foram identificadas e catalogadas na

área da fazenda experimental 67 espécies em floração, distribuídas em 21

famílias e 47 gêneros (Tabela 1). Entre as espécies identificadas, apenas 22

(32,8%) foram consideradas apícolas, por ter sido observada coleta de

recursos (néctar, pólen ou resina) nas mesmas. As famílias botânicas

Malvaceae, Fabaceae e Euphobiaceae foram as que apresentaram o maior

número de representantes.

Em levantamentos realizados, no Piauí, Lorezon et al. (2003)

identificaram as famílias Mimosaceae, Fabaceae, Acanthaceae e Lamiaceae

como as mais representativas em São Raimundo Nonato; Chaves et al. (2007),

as famílias Bignoniaceae, Euphorbiaceae e Lamiaceae no município de Cocal e

Lopes et al (2010), a família Mimosaceae em Teresina.

Tabela 1 - Relação das espécies em florescimento e o recurso coletado, representativas da área da fazenda experimental da Embrapa Meio-Norte, no município de São João do Piauí, no período de abril de 2012 a setembro de 2013.

Família / Espécie Recurso coletado

Amaranthaceae Alternanthera philoxeroides (Mart.) Griseb. Alternanthera tenella Colla.

Néctar --

Anacardiaceae

Myracrodruon urundeuva Allemão.

Spondias tuberosa Arruda.

Pólen e Néctar --

Apocynaceae Calotropis procera W.T. Aiton.

Néctar e Pólen

Bignoniaceae Clytostoma campanulatum Bureau & K. Schum. Cuspidaria sp Fridericia dichotoma (Jacq.) L.G. Lohmann. Neojobertia candolleana Mart. ex DC.) Bureau & K. Schum.

-- -- -- --

Boraginaceae Heliotropium indicum L. Euploca procumbens (Mill) Diane & Higer.

-- --

Page 39: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

36

Tabela 1 – Continuação.

Família / Espécie Recurso coletado

Bombacaceae

Pachira aquatica Aubl.

--

Burseraceae

Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett

Néctar e pólen

Combretaceae Combretum leprosum Mart.

Néctar e Pólen

Commelinaceae Commelina obliqua Vahl.

--

Convolvulaceae Evolvulus brevifolius (Meish.) Ooststr. Evolvulus sp Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. & Schult

Ipomoea glabra (Aubl.) Choisy

Ipomoea bahiensis Willd. Ex. Roem. & Schult. Ipomoea wrightii A. Gray. Jacquemontia sphaerostigma (Cav.) Rusby.

-- -- -- Néctar -- -- --

Euphorbiaceae Manihot sp Croton betaceus Baill. Croton campestris A. St-Hil. Croton mucronifolius Mull. Arg. Croton sonderianus Müll. Arg. Croton zehntneri Pax e K.Hoffm. Jatropha pohliana Müll. Arg.

-- Néctar Néctar e Pólen Néctar Néctar e Pólen -- --

Fabaceae Bauhinia forficata Link. Caesalpinia microphylla Mart. ex G. Don. Chamaecrista supplex (Mart. Ex Benth.) Britton & Rose ex Britton & Killip. Macroptilium lathyroides (L.) Urb. Mimosa cf. arenosa (Wild.) Poir. Mimosa sp Mimosa quadrivalvis L. Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Neptunia oleracea Lour.

Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz

Schrankia leptocarpa DC. Senna lechriosperma H. S. Irwin & Barneby. Senna obtusifolia (L.) H. S.Irwin & Barneby. Stylosanthes guianensis (Aubl.) SW.

-- -- -- -- Pólen -- Pólen Pólen -- Pólen Néctar -- -- --

Page 40: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

37

Tabela 1 – Continuação.

Família / Espécie Recurso coletado

Hydroleaceae Hydrolea spinosa L.

--

Lamiaceae Hyptis suaveolens (L.) Poit.

Néctar

Malvaceae Herissantia crispa (L.) Brizichy. Herissantia tiubae (K.Schum.) Brizicky. Pavonia cancellata Huber. Sida cordifolia L. Sida cf. rhombifolia L. Sida cf. urens L. Waltheria indica L.

Néctar Néctar Néctar Pólen -- -- --

Malpighiaceae Banisteriopsis sp Banisteriopsis stellaris (Griseb) B. Gates. Stigmaphyllon sp Stigmaphyllon tomentosum A. Juss.

-- -- -- --

Nyctaginaceae Boerhavia coccinea Mill.

Néctar e Pólen

Polygalaceae Polygala paniculata DC.

--

Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart.

Néctar, Pólen e Resina

Rubiaceae Borreria verticillata (L.) Mey. Diodia teres Steyerm. Staelia sp

-- -- --

Oxalidaceae Oxalis corniculata L. Oxalis divaricata Zucc.

Néctar --

Turneraceae Piriqueta rosea Urb Turnera pumilea L. Turnera ulmifolia L.

-- Pólen Néctar

(--) Espécies em que não foi observada a visita de abelhas

Page 41: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

38

Segundo Silva et al. (2008), a presença das famílias Anacardiaceae e

Burseraceae em determinada área pode indicar que naquele local há pouca

interferência humana, pois as espécies pertencentes a essas famílias

geralmente são encontradas em áreas cujas matas permanecem mais

conservadas e, raramente, são encontradas em áreas degradadas.

Em relação ao estrato da vegetação (Figura 6), a área estudada

apresentou-se predominantemente com espécies herbáceas (26), arbustivas

(13) e trepadeiras (11), seguida dos subarbustos (10) e das espécies arbóreas

(7) com quase nenhuma predominância de plantas cultivadas (Tabela 1). Esse

fato pode indicar que há uma boa preservação da vegetação nativa da região.

As espécies herbáceas e arbustivas florescem mais intensamente no

período chuvoso e seco, respectivamente. A importância das herbáceas em

períodos chuvosos deve-se principalmente ao numero considerável de

espécies em florescimento durante esse período e a presença de flores mais

próximas as colmeias (RODARTE et al., 2008).

Ainda, de acordo com Freitas (1996), o estrato herbáceo constitui a

principal fonte de pólen e néctar, principalmente no período das chuvas e na

transição chuva-seca.

10%

40%

19%

16%

15%

Abóreo Herbáceo Arbusto Trepadeira Subarbusto

Figura 6 – Distribuição das espécies botânicas coletadas em relação ao hábito de crescimento.

Durante todo o período de realização do inventário, foram realizadas 222

observações de espécies botânicas em florescimento. Quanto à coleta de

algum tipo de recurso floral, em 11,26% das observações verificou-se abelhas

Page 42: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

39

coletando néctar nas espécies vegetais; em 10,81%, abelhas coletando pólen;

em 4,05%, as abelhas estavam coletando tanto néctar quanto pólen e uma

apenas uma espécie foi observado abelha coletando resina. Esses resultados

demonstram que em 72,97% das espécies que se encontravam em floração

não se observou a presença de abelhas coletando qualquer tipo de recurso

(Anexo A).

Essa frequência pode ser considerada alta, uma vez que, Pereira et al.

(dados não publicados), em levantamento realizado no município de Castelo

do Piauí, verificaram que, de 408 observações, em apenas 0,74% das espécies

botânicas não foi observada a presença de abelhas coletando qualquer tipo de

recurso. Ainda na realização desse estudo foi constatado que 7,84% das

espécies ofertaram néctar, em 4,90% foi observada a oferta de pólen, em

1,72% oferta de resina e em 74,51% oferta de pólen e néctar.

Comparando-se, portanto, os resultados obtidos, com dados disponíveis

na literatura sobre plantas apícolas no Nordeste do Brasil, foi verificado que

algumas espécies classificadas como plantas apícolas, como por exemplo,

Spondias tuberosa, Stylosanthes guianensis, Waltheria indica, Borreria

verticillata, Heliotropium indicum, Jatropha pohliana, Senna obtusifolia,

Alternanthera tenella e Commiphora leptophloeos (LORENZON et al., 2003;

PEREIRA et al., 2006, MUNIZ; BRITO, 2007; SILVA et al., 2008; PEREIRA et

al, 2010), não apresentaram visitação de abelhas nesse estudo.

No entanto, as espécies classificadas como apícolas por outros autores

e que nesse estudo não foram observadas recebendo visitação de abelhas,

não deixam de ser importantes, uma vez que as condições climáticas atípicas

ocorridas no período de realização do inventário pode ter interferido na

produção de pólen e néctar pelas plantas. Ferreira (1981) afirma que, as

diferentes condições de clima influenciam a produção de recursos pelas

espécies vegetais que podem apresentar uma excelente produção de néctar

em uma região e não apresentar produção significativa em outra.

As abelhas podem ainda, ter realizado a coleta de alimento em horários

diferentes, visto que, com a seca as flores podem abrir mais cedo. Durante o

período do estudo os índices de precipitação pluviométrica foram baixos, sendo

que, o maior volume de chuvas observado ocorreu no mês de janeiro de 2013

Page 43: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

40

(221 mm) chegando a zero nos meses de abril a setembro de 2012, e zero nos

meses de junho a setembro de 2013 (Figura 5).

Levi (1998) e Alcoforado Filho e Gonçalves (2000) afirmam que a

ocorrência de períodos prolongados de seca com consequente baixa de

precipitação pluviométrica prejudicam a produção apícola, pois esse fator afeta

as espécies vegetais que muitas vezes abortam seus botões florais devido a

falta de continuidade das chuvas, aumentando, assim, o período em que não

irá ocorrer a produção de recursos alimentares essenciais às abelhas. Logo,

fica claro que, não só a presença das chuvas, mas sua regularidade, são

considerados fatores essenciais para que se tenha uma boa produção apícola.

Constatou-se ainda que a espécie S. guianensis teve florescimento em

um único mês, enquanto que, em estudo realizado por Lorezon et al. (2003)

esta mesma espécie foi observada florescendo por um período de

aproximadamente quatro meses. A diferença no período de florescimento da

espécie provavelmente foi ocasionada devido aos fatores acima mencionados.

O número de espécies em floração aumentou significativamente com o

aumento da precipitação, principalmente no período de janeiro a abril (Figura

7). Nenhuma das espécies catalogadas apresentou floração durante todo o

período de condução do experimento, o que de certa forma contribui para a

formação do mel heterofloral da região.

Observou-se também que mesmo no período em que não há registro de

precipitação pluviométrica há espécies em florescimento, como por exemplo,

M. urundeuva e Z. joazeiro, que são consideradas excelentes fontes de

recursos para abelhas (Tabela 2). A primeira floresceu no final do período

chuvoso e a segunda no final do período seco. Assim pode-se afirmar que, não

só essas, mas outras espécies que também florescem nesse período são

importantes para a manutenção dos enxames, pois ocorrem em uma época

que é considerada crítica para as abelhas na região do semiárido

(ALCOFORADO FILHO; GONÇALVES, 2000; PEREIRA et al., 2006).

Já a espécie M. tenuiflora floresce em diferentes épocas do ano,

disponibilizando recursos florais às abelhas, tanto no período seco, como no

período chuvoso.

Portanto, é importante que o apicultor preserve, conserve e até mesmo

promova a multiplicação dessas espécies, assim, poderá evitar o abandono de

Page 44: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

41

seus enxames durante a estação seca e até mesmo evitar gastos com o uso de

alimentação artificial em períodos em que a oferta de recursos florais às

abelhas decresce acentuadamente.

As diferenças observadas no período de florescimento entre as espécies

são importantes, pois dessa maneira as abelhas têm disponível a produção de

alimento em diferentes épocas do ano. As espécies Z. joazeiro, C. procera, M.

urundeuva e M. tenuiflora estão entre as espécies que apresentaram um maior

período de florescimento. Das espécies listadas apenas C. procera recebeu

visitas apenas de abelhas do gênero Trigona.

0

50

100

150

200

250

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25

30

35

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ção

Precipitação (mm) N° de espécies em floração

Figura 7 - Índices de precipitação pluviométrica e número de espécies de plantas floridas na fazenda experimental da Embrapa Meio-Norte, em São João do Piauí, no período de abril de 2012 a setembro de 2013.

As espécies de abelhas que foram coletadas e/ou observadas coletando

algum recurso nas espécies vegetais em florescimento (Tabela 3) foram: Apis

mellifera (Linnaeus, 1758), Melipona asilvai (Moure, J. S. 1971), Centris

(Hemisiella) tarsata (Smith,1874), Epicharis flava (Friese, 1900), Plebeia

droryana (FRIESE, 1900) e espécies do gênero Trigona, grupo amalthea

(Olivier, 1789).

As abelhas do gênero Apis foram as mais representativas da região

amostrada, sendo observadas visitando 11 famílias botânicas, que corresponde

a 78,5% do total das plantas consideradas apícolas. As famílias Euphobiaceae,

Fabaceae e Malvaceae foram as mais visitadas, nas quais as abelhas

coletaram preferencialmente néctar. Lorezon et al. (2003), observaram visita de

Page 45: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

42

abelhas do gênero Apis em 12 famílias, sendo as mais visitadas Acanthaceae e

Lamiaceae. D’Avila e Marchini (2008) também identificaram esta espécie de

abelha como a mais predominante em seu estudo. Esses resultados confirmam

o que já existe disponível na literatura sobre o hábito generalista desse gênero,

se alimentando conforme a oferta de recurso disponível.

Já as abelhas do gênero Trigona visitaram seis famílias e coletaram

tanto néctar quanto pólen.

As análises realizadas mostraram ainda que a espécie botânica que

apresentou maior número de visitas por abelhas foi C. procera (Anexo A),

sendo visitada por abelhas do gênero Trigona, sendo que, do total de 24

observações, em 22 delas foi observada a presença de abelhas coletando

algum tipo de recurso, na maioria das vezes pólen.

Segundo Santos (2009), quando o recurso coletado pelos visitantes

florais nas espécies vegetais é o pólen, geralmente a espécie tende a ser

restrita à visitação de polinizadores específicos, uma vez que são exigidas

deles adaptações morfológicas ou comportamentais específicas.

Apesar de C. procera ter apresentado visitação significativa, a densidade

de indivíduos dessa espécie na área estudada era mínima e localizada em uma

região onde o solo permanecia sempre regado e adubado, próximo a um local

de criação de animais. Deve-se levar ainda em consideração que, essa espécie

botânica é considerada invasora, em função da sua grande disseminação de

sementes pelo vento, floresce praticamente durante o ano todo e é bem

adaptada a regiões semiáridas (LÁZARO et al., 2012).

De acordo com o período de florescimento (Tabela 2) e a frequência de

visitação de abelhas (Anexo A), as espécies identificadas que provavelmente

contribuem para a formação do mel e do pólen na região são: Alternanthera

philoxeroides, Myracrodruon urundeuva, Boerhavia coccinea, Poincianella

pyramidalis, Calotropis procera, Combretum leprosum, Croton betaceus, Croton

mucronifolius, Croton sonderianus, Herissantia tiubae, Hyptis suaveolens,

Ipomoae glabra, Mimosa arenosa, Mimosa tenuiflora, Oxalis corniculata,

Schrankia leptocarpa, Sida cordifolia, Sida rhombifolia, Turnera pumilea,

Turnera ulmifolia e Ziziphus joazeiro.

A estação chuvosa apresentou uma maior quantidade de plantas em

florescimento (Figura 7), sendo o período de novembro a maio a época de

Page 46: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

43

maior oferta de alimento. Algumas das espécies que floresceram nessa época

foram: C. leprosum, C. sonderianus, T. ulmifolia, M. tenuiflora e C. betaceus.

Tabela 2 - Calendário de florescimento das plantas consideradas apícolas, inventariadas na fazenda experimental da Embrapa Meio-Norte, em São João do Piauí, no período de abril de 2012 a setembro de 2013.

Espécie Período chuvoso Período seco

Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Alternanthera philoxeroides

Myracrodruon urundeuva Boerhavia coccínea Calotropis procera Combretum leprosum Croton betaceus Cróton mucronifolius Cróton sonderianus Herissantia crispa Herissantia tiubae Hyptis suaveolens Ipomoae glabra Mimosa arenosa Mimosa tenuiflora Myracrodruon urundeuva Oxalis corniculata Poincianella pyramidalis Schrankia leptocarpa Sida cordifolia Sida rhombifolia Turnera pumilea Turnera ulmifolia Ziziphus joazeiro

Foi verificado ainda se a visitação das abelhas às espécies vegetais

apresentava alguma preferência quanto ao horário. Verificou-se que houve um

maior número de visitantes coletando algum tipo de recurso nos horários

correspondentes entre 8h e 10h no período da manhã e entre 15h e 16h, no

período da tarde. Esses resultados foram observados no período de abril de

2012 a setembro de 2013.

Nesses horários também foi observada uma maior oferta de néctar,

principalmente no período entre 08h00 e 09h00. Resultados semelhantes foram

encontrados por Malerbo-Souza e Tasinafo (2012), estudando a sazonalidade

de abelhas africanizadas na coleta de pólen e néctar.

De acordo com Crane (1983), há uma redução nas atividades de vôo

das abelhas ao redor ou logo após o meio dia, pois, principalmente em regiões

tropicais, a secreção de néctar é característica de períodos menos quentes

Page 47: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

44

como o início da manhã ou o final da tarde. Essa autora afirma ainda que,

quando as temperaturas estão muito elevadas, ocorre falha no sistema

direcionado de danças das abelhas nos favos indicando a localização das

fontes de recursos alimentares.

Tabela 3 - Horário de visitação das abelhas às espécies vegetais identificadas e o recurso por elas coletado.

Espécie botânica Espécie de abelha

N*

P*

Horário de visitação

Alternanthera philoxeroides Apis mellifera x 14h às 15h Boerhavia coccínea Apis mellifera x x 7h às 8h

Plebeia droryana x x 7h às 9h Calotropis procera Trigona sp x x 08h01min às 11h /

15h01min às 17h Combretum leprosum Apis mellifera x x 08h01min às 10h

Melipona asilvai x 08h01min às 9h Croton betaceus Apis mellifera x 09h01min às 10h Croton mucronifolius Apis mellifera x 08h01min às 9h Croton sonderianus Apis mellifera x 08h01min às 9h Herissantia crispa Apis mellifera x 08h01min às 09h Herissantia tiubae Apis mellifera x 15h01min às 16h Hyptis suaveolens Apis mellifera x 09h01min às 10h Ipomoae glaba Apis mellifera x 08h01min às 09h Mimosa arenosa Apis mellifera x 15h01min às 16h Mimosa tenuiflora Apis mellifera x x 08h01min às 10h /

15h01min às 16h Melipona asilvai x x 08h01min às 10h Centris tarsata x x 09h01min às 10h Trigona sp x 08h01min às 9h

Myracrodruon urundeuva Apis mellifera x x 08h01min às 11h / 15h01min às 17h

Oxalis corniculata Apis mellifera x 08h01min às 9h Poincianella pyramidalis Epicharis flava x 08h01min às 9h Schrankia leptocarpa Apis mellifera x 08h01min às 9h Sida cardifolia Apis mellifera x 08h01min às 9h Sida rhombifolia Apis mellifera x 09h01min às 10h Ziziphus joazeiro Epicharis flava x x 08h01min às 10h

Trigona sp x x 08h01min às 10h Turnera pumilea Apis mellifera x 08h01min às 9h

Trigona sp x 08h01min às 9h

Page 48: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

45

Tabela 3 – Continuação.

Espécie botânica Espécie de abelha

N*

P*

Horário de visitação

Turnera ulmifolia Epicharis flava x 8h01min às 9h Plebeia droryana x 8h01min às 10h

* P = Pólen, N = Néctar

Durante os dezoito meses de realização do estudo, foi observada a

presença de abelhas em alguma espécie botânica, com exceção do mês de

dezembro em que as espécies que se encontravam em florescimento não

receberam nenhuma visitação. Em estudo semelhante, Lorezon et al. (2003)

não observaram a visitação de abelhas às espécies vegetais nos meses de

agosto e outubro. Os meses que apresentaram maior oferta de recurso floral

foram março e abril enquanto os que apresentaram um menor índice foram

outubro e novembro.

A análise de agrupamento pelo método do vizinho mais próximo é

utilizada para agrupar as observações de acordo com suas semelhanças

(MANLEY, 2008) e, portanto, foi realizada com o objetivo de verificar como

estavam agrupadas as espécies vegetais, com base no recurso ofertado por

essas plantas consideradas apícolas, seu período de florescimento e a espécie

de abelha visitante. Verificou-se a formação de seis grupos distintos (Figura 8).

Assim, a análise separou por grupos as espécies botânicas que

possuem características que mais semelhante ente si, como por exemplo, as

espécies botânicas que recebem visitação das mesmas espécies de abelha e o

tempo em que a espécie permanece florida.

O primeiro grupo foi constituído por 12 espécies, que floresceram por um

período de um a cinco meses, nas quais houve visitação somente de abelhas

A. mellifera coletando néctar. O segundo grupo foi formado por duas espécies

em que as abelhas visitantes foram E. flava coletando pólen e néctar e Trigona

sp coletando pólen, néctar e resina. O terceiro grupo formado reuniu quatro

espécies que ofertaram tanto pólen quanto néctar, no entanto, possuem

períodos de florescimento diferentes variando de um a três meses. As abelhas

que visitaram as espécies vegetais neste grupo foram A. mellifera, M. asilvai,

Trigona sp e C. tarsata. As espécies botânicas C. procera, T. ulmifolia e M.

tenuiflora formaram grupos com um único componente, sendo que esta última

espécie ficou sozinha principalmente por ter recebido um maior e mais

diversificado número de espécies de abelhas visitantes. C. procera e T.

Page 49: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

46

ulmifolia também formaram grupos em função do tipo de abelha visitante e do

período de florescimento.

Figura 8 - Dendrograma de dissimilaridades genéticas entre 21 espécies consideradas apícolas para o município de São João do Piauí, gerado pelo método de agrupamento hierárquico do vizinho mais próximo, com base no recurso coletado pelas abelhas, tipo de abelha visitante e período de florescimento das espécies vegetais, em 2012/2013.

A verificação de como as variáveis analisadas estavam correlacionadas

foi realizada estimando-se os coeficientes de correlação de Spearman entre

tipo de abelha, recurso coletado pelas abelhas, visitação de abelhas e horário

de visitação com dados diários dos elementos climáticos: temperatura média,

umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica (Tabela 4). As estimativas

mostram que não houve correlação significativa entre tipo de abelha, horário de

visitação e recurso coletado com os elementos climáticos: precipitação

pluviométrica, umidade relativa do ar e temperatura. Esses resultados divergem

dos esperados, tendo em vista que autores como Levi (1998) e Alcoforado

Filho e Gonçalves (2000) afirmaram que os índices pluviométricos influenciam

diretamente a oferta de recurso das espécies vegetais às abelhas, e Malerbo-

Page 50: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

47

Souza e Tanisafo (2012) e Crane (1983), que os períodos de coleta ocorrem

em horários em que as temperaturas encontram-se mais amenas.

As correlações entre os fatores analisados pode não ter sido

significativa porque as condições climáticas durante a condução do estudo

foram atípicas para a região e, portanto, não existiu período favorável para o

aumento da visitação das abelhas às espécies vegetais. O período chuvoso

foi muito curto, com distribuição de chuvas irregulares (Figura 7), o que

consequentemente afetou o período de florescimento das espécies apícolas.

Tabela 4 - Estimativas dos coeficientes de correlação de Spearman entre a espécie de abelha, recurso coletado pelas abelhas, visitação de abelhas e horário de visitação com os elementos climáticos: temperatura (T), umidade relativa do ar (UR) e precipitação pluviométrica (PP), avaliados em São João do Piauí, 2012/2013.

Elementos climáticos

T (ºC) UR (%) PP (mm)

Espécie de abelha -0,00962 -0,07613 0,01027

Probabilidade > |t| 0,8867 0,2587 0,8790

Recurso coletado -0,00556 -0,07780 0,00371

Probabilidade > |t| 0,9344 0,2483 0,9561

Visitação de abelhas - 0,0047 - 0,0612 0,0195

Probabilidade > |t| 0,9447 0,3639 0,7728

Horário de visitação -0,04723 -0,03140 -0,02405

Probabilidade > |t| 0,4838 0,6417 0,7216

Pela análise das estimativas dos coeficientes de correlação de

Spearman entre tipo de abelha, recurso coletado pelas abelhas e horário de

visitação (Tabela 5), verifica-se correlação alta (r> 0,7) e significativa (P<

0,0001) entre o tipo de abelha e o recurso por elas coletados. Isto pode ser

observado também na análise de agrupamento realizada (Figura 8), uma vez

que o primeiro grupo formado é constituído somente por espécies botânicas em

que A. mellifera coletou néctar. Ainda no estudo, foi verificado que as abelhas

Trigona Sp. coletaram pólen na maioria das observações.

A correlação estimada indica que existe especificidade entre o tipo de

abelha e o recurso coletado, ou seja, em função das necessidades da colônia

Page 51: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

48

determinadas espécies podem ter preferência por coletar néctar em um período

específico, enquanto outras podem coletar preferencialmente pólen ou ainda

coletar ambos.

Tabela 5 - Estimativas dos coeficientes de correlação de Spearman entre a espécie de abelha (TA), recurso coletado pelas abelhas (RC) e horário de visitação das abelhas (HV) avaliados em São João do Piauí, 2012/2013.

RC HV

Espécie de abelha 0,9851 0,1615 Probabilidade > |t| < 0,0001 0,0160

Recurso coletado 0,1813 Probabilidade > |t| 0,0067

Os resultados das análises polínicas são encontrados na Tabela 6 e na

Figura 9.

A análise qualitativa das amostras de mel coletadas na área estudada

demonstrou a diversidade de fontes de néctar visitada pelas abelhas A.

mellifera existentes na área. Os tipos de pólen encontrados confirmam que a

flora da região proporciona um pasto apícola diversificado e um mel com

característica heterofloral.

Foram encontrados 11 tipos polínicos distribuídos em nove famílias

(Tabela 6), sendo que, do total aproximadamente 63% das espécies pertencem

às espécies classificadas como apícolas nesse estudo (Tabela 2). Os outros

37% restante pertencem a espécies botânicas, como já mencionadas

anteriormente, já classificadas como apícolas por outros autores (MUNIZ e

BRITO, 2007; SILVA et al., 2008; PEREIRA et al, 2010), mas que nesse

levantamento não foram observadas recebendo visitação por abelhas, fato este

provavelmente influenciado pelas condições climáticas adversas ocorridas

durante o estudo (Figura 5).

A análise polínica quantitativa demonstrou a importante participação das

espécies C. sonderianus e M. tenuiflora, reiterando o potencial apícola da

espécie C. sonderianus para a região, uma vez que M. tenuiflora é uma

espécie considerada polinífera e o pólen presente no mel provavelmente foi

oriundo de contaminação.

Page 52: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

49

Em nenhuma das amostras foi observada a presença de pólen

dominante. A ocorrência de pólen ocasional foi estimada em 55,5% e em

33,3% pólen acessório. Segundo Barth (1971e), a presença de pólen acessório

nos méis brasileiros ainda é muito frequente em função da atividade apícola

ainda ser realizada de maneira rudimentar quanto ao pasto apícola. O pólen

isolado tem pouca importância quanto à quantidade de néctar fornecido as

abelhas, no entanto, são essenciais para auxiliar na identificação da

composição da flora de importância apícola de uma determinada região.

Fonte: SILVA, J. I (2014).

Figura 9 - Imagens microscópicas do pólen presente no mel de Apis mellifera coletado na fazenda experimental da Embrapa Meio-Norte, no município de São João do Piauí em maio de 2013 (A e B) e de alguns grãos de pólen que compõem a palinoteca de referência: (C) Hyptis suaveolens (Bamburral); (D) Mimosa arenosa (Jurema sem espinho); (E) Combretum leprosum (Mufumbo); (F) Croton sonderianus (Marmeleiro).

Aumento: (40X)

A C B

F D E

Page 53: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

50

Tabela 6 - Porcentagem de tipos polínicos presentes nas amostras de méis de Apis mellifera coletadas nos anos de 2013 e 2014 na fazenda experimental da Embrapa Meio-Norte, no município de São João do Piauí.

Família Tipos polínicos

Porcentagem de classe de ocorrência*

2013 2014 PD PA PII PIO PD PA PII PIO

Amaranthaceae Alternanthera tenella

0,09 0,015

Combretaceae Combretum leprosum

0,06 0,025

Euphorbiaceae Croton sonderianus

0,33

Fabaceae

Mimosa tenuiflora

0,42 0,07

Mimosa arenosa

0,11 0,15

Macroptilium lathyroides

0,04 0,16

Lamiaceae Hyptis suaveolens

0,21 0,13

Malvaceae Sida rhombifolia

0,01 0,05

Oxiladaceae Oxalis divaricata

Passifloraceae Piriqueta rosea

Rubiaceae Borreria verticillata

0,06 0,105

*PD = pólen dominante maior que 45% do total de grão de pólen, PA = pólen acessório de 16 a 45%, PII = pólen isolado importante de 3 a 15% e PIO = pólen isolado ocasional menor que 3%.

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51

5 CONCLUSÕES

A área estudada no município de São João do Piauí apresenta flora

diversificada com presença de espécies características de áreas preservadas e

as famílias Malvaceae, Fabaceae e Euphorbiacea são as mais representativas

da área.

O período chuvoso apresenta uma maior visitação de abelhas,

principalmente Apis mellifera coletando néctar. As espécies botânicas

Combretum leprosum, Croton sonderianus, Mimosa tenuiflora e Croton

betaceus florescem nessa época, enquanto que as espécies M. urundeuva e Z.

joazeiro florescem na estação seca.

M. tenuiflora floresce a cada dois meses na região, e apresenta grande

diversidade de visitantes florais.

O horário de maior visitação das abelhas na região estudada é no inicio

da manha de 8h as 10h, e no final da tarde de 15h às 16h.

A espécie A. mellifera e as abelhas no gênero Trigona são as mais

frequentes na área estudada. A. mellifera coleta principalmente néctar

enquanto que as abelhas do gênero Trigona coletam preferencialmente pólen.

Os méis analisados na região estudada apresentam em sua constituição

principalmente pólens das espécies Croton sonderianus e M. tenuiflora.

Page 55: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

52

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59

ANEXO

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60

Anexo A – Relação das espécies botânicas em florescimento e porcentagem de observações em relação ao recurso coletado, na área da fazenda experimental da Embrapa Meio-Norte, no município de São João do Piauí, no período de abril de 2012 a setembro de 2013.

(continua)

Espécie botânica

Porcentagem de observações em relação ao recurso coletado* Total de

visitações Sem visitação

Néctar Pólen Resina Pólen e

Néctar

Alternanthera philoxeroides 2,70 0,45 0,00 0,00 0,00 7 Myracrodruon urundeuva 2,70 0,00 0,00 0,00 0,00 8 Banisteriopsis stellaris 2,70 0,00 0,00 0,00 0,00 6 Bauhinia forficata 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1 Boerhavia cocciea 0,00 0,45 0,00 0,00 0,45 2 Borreria verticillata 1,80 0,00 0,00 0,00 0,00 4 Calotrois procera 0,90 0,00 9,46 0,00 0,45 24 Chamaecrista supplex 0,90 0,00 0,00 0,00 0,00 2 Clytostoma campanulatum 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1 Combretum leprosum 0,45 0,90 0,00 0,00 0,45 4 Commelina obliqua 0,90 0,00 0,00 0,00 0,00 2 Commiphora leptophloeos 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1 Croton betaceus 0,90 0,45 0,00 0,00 0,00 3

Croton campestris 1,35 0,00 0,00 0,00 0,00 3

Croton mucronifolius 0,00 0,45 0,00 0,00 0,00 1

Crotonsonderianus 0,45 0,45 0,00 0,00 0,00 2

Croton zehntneri 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Cuspidaria sp 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Diodia teres 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Elvolvulus sp cf. 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Euploca procumbens 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Evolvulus sp cf 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Evolvus brevifolium 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Fridericia dichotoma 1,35 0,00 0,00 0,00 0,00 3

Heliotropium indicum 4,50 0,00 0,00 0,00 0,00 10

Herissantia crispa 2,70 0,45 0,00 0,00 0,00 7

Hydroleaspinosa 0,90 0,00 0,00 0,00 0,00 2

Hyptis suaveolens 0,45 0,45 0,00 0,00 0,00 2

Ipomoae glabra 3,45 0,45 0,00 0,00 0,00 8

Ipomoea asarifolia 5,86 0,00 0,00 0,00 0,00 13

Ipomoea bahiensis 0,90 0,00 0,00 0,00 0,00 2

Jacquemontia sphorostigma 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Jatropha pohliana 0,90 0,00 0,00 0,00 0,00 2

Macroptilium lathyroides 2,25 0,00 0,00 0,00 0,00 5

Manihot sp 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Mimosa arenosa 0,45 0,45 0,00 0,00 0,00 2

Mimosa quadrivalvis 1,80 0,00 0,00 0,00 0,00 4

Mimosa sp 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Page 64: Diversidade da flora apícola no município de São João do Piauí

61

Anexo A – Continuação.

Espécie botânica

Porcentagem de observações em relação ao recurso coletado* Total de

visitações Sem visitação

Néctar Pólen Resina Pólen e

Néctar

Mimosa tenuiflora 1,35 1,35 0,00 0,00 0,45 7

Myracrodruon urundeuva 2,70 0,00 0,00 0,00 0,00 8 Não idententificada 0,90 0,00 0,00 0,00 0,00 2

Neojobertia candolleana 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Neptunia oleracea 0,90 0,00 0,00 0,00 0,00 2

Oxalis corniculata 0,45 0,45 0,00 0,00 0,00 2

Oxalis divaricata 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Pachira aquatica 0,90 0,00 0,00 0,00 0,00 2

Pavoniacancellata 1,35 0,00 0,00 0,00 0,00 3

Piriqueta rosea 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Poincianella pyramidalis 2,70 0,00 0,45 0,00 0,00 7 Polygala paniculata 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Schrankia leptocarpa 0,00 0,00 0,45 0,00 0,00 1

Senna obtusifolia 2,25 0,00 0,00 0,00 0,00 5 Senna sechriosperma 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Sida cardifolia 0,00 0,45 0,00 0,00 0,00 1

Sida cardifolia 2,25 0,45 0,00 0,00 0,00 6

Sida rhombifoliarcf. 2,25 0,45 0,00 0,00 0,00 6

Sida urens 0,90 0,00 0,00 0,00 0,00 2

Spondias tuberosa 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Staelia sp 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Stigmaphyllon sp 1,35 0,00 0,00 0,00 0,00 3

Stylosanthes guianensis 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Turnera pumulea 1,35 0,00 0,45 0,00 0,00 4

Turnera ulmifolia 3,60 0,45 0,00 0,00 0,00 9

Varronia leucocephala 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Waltheria indica 2,25 0,00 0,00 0,00 0,00 5

Ziziphus joazeiro 0,00 0,00 0,00 0,90 1,35 5

Total (%)

162,00 25,00 24,00 2,00 9,00 222

72,97 11,26 10,8 0,90 4,05 100,00

* Diferença significativa pelo teste Qui-quadrado (P< 0,001)