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Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 9 - nº 83 - Setembro/2008
Livros: Urgência; Bezerra de Menezes Médico dos Pobres
Instruções dos Espíritos: Advento do Espírito de Verdade
Nossas Responsabilidades no Serviço com o Cristo
, o
Namorar, Ficar ou ...
Nesta edição:
Honoré de Balzac
EditorialSeareiroeditorial
A Suprema Corte brasileira vem realizando audiências públicas no sentido de julgara possibilidade de se fazer abortos, em casos de constatação de anencefalia, ou seja,em fetos desprovidos de massa cerebral.
Busquemos analisar o assunto à luz da Doutrina Espírita, e veremos uma situaçãobastante preocupante e alarmante, já que autorizar legalmente tal procedimento,meramente por uma constatação física de anencefalia (lembremos que: aos olhos daciência), é um modo simplista de a criatura supostamente “se livrar do problema”,esquecendo-se das responsabilidades perante o Pai Celestial.
Não existe nenhuma fecundação e, consequentemente, nenhuma gravidez que nãohaja sido autorizada e, ainda mais, abençoada por Deus, que não tenha uma razão deser.
Portanto, encaramos esta situação com um conhecimento ainda bastante superficialde nossa ciência, quando ainda alguns médicos ouvidos nessas audiênciasdeclararam que não se pode constatar plenamente tal diagnóstico, estando ainda o fetono útero.
Basta estudarmos, principalmente as obras de Kardec e de André Luiz, e obteremosos possíveis motivos de espíritos estarem nessa condição. Mesmo que nãosobrevivam muito tempo após o parto, os meses que permanecerem no ventrematerno, sendo amados e esperados, possibilitar-lhes-ão se recompor dos desviosmorais do passado que ocasionaram tais lesões – tão sérias no perispírito – quenecessitarão de diversos processos de gravidez em que, a cada vez, irão superandosuas deficiências instaladas, havendo a recomposição gradativa do corpo cerebral, atéque possam ter uma reencarnação mais equilibrada e com novas oportunidadesevolutivas.
Deus, em Sua Infinita Misericórdia, utiliza todas as possibilidades de aprendermos aamar aqueles a quem prejudicamos num passado que, normalmente, nos condena emnossos erros, ainda arraigados em nosso espírito.
É um ensejo para os pais poderem ter uma visão mais ampla de eternidade etambém vislumbrar os processos reencarnatórios que nos posicionam, a cadamomento, em oportunidades abençoadas para exercitarmos o amor ao próximo, talcomo exemplificado pelo nosso Mestre Jesus.
Sabemos que as leis que fazemos são reflexos de nosso próprio interior e, por isso,vemos criaturas defendendo a morte, quando Deus nos defende a vida.
Acautelai-vos, nos diz o Evangelho, e temos mesmo que nos acautelar diante deinteresses egoísticos de uns e de outros, destruindo possibilidades imensas paraelevarmos nossa Terra a um plano mais evoluído, coletivamente.
Enquanto discutimos a destruição, deixamos de lado o que de mais sublime Deusnos ofereceu em Sua Criação: o sentimento. O amor verdadeiro, no ápice desteprocesso, deveria ser a nossa meta, como criaturas em evolução, não nos esquecendodo Cristo, descartando o que não nos convém e que é alimentado pelo nosso orgulho epelo nosso egoísmo.
Não acreditar que existam espíritos nesses fetos, ditos anencefálicos, é colocar emdúvida a Criação Divina. Por que Deus permitiria tal fecundação sem que espíritoshabitassem naqueles corpos?
A própria mídia nos tem informado sobre muitos fetos, com diagnóstico deanencefalia, cujas mães quiseram manter a gravidez, e que hoje, após o diagnósticoerrado, estão com seus filhos já em idade infantil e outros, adultos. Se tivessem tomadoa decisão de abortarem não estariam com seus filhos junto de si, aceitando a vontadedo Pai Celestial.
O ser humano precisa abrandar o seu coração e deixar de querer ser deus!Equipe Seareiro
SeareiroSeareiro2
Grandes Pioneiros:Família:Atualidade:
Canal Aberto:
Pegadas de Chico Xavier:
Clube do Livro:,
Kardec em Estudo:
Cantinho do Verso e Prosa:
Contos:
Livro em Foco:
Honoré de Balzac - Pág. 3Namorar, Ficar ou ... - Pág. 9
Nossas Responsabilidades noServiço com o Cristo - Pág. 10; Entre nós -Pág. 11; Na Evolução - Pág. 11
Egoísmo - Pág. 12; O Amor -Pág. 12; Teresa de Calcutá, Chico do Brasil...- Pág. 13
Campanhas -Pág.14
Bezerra deMenezes o Médico dos Pobres -Pág. 15
Instruçõesdos Espír i tos: Advento doEspírito de Verdade - Pág. 16
Acusados - Pág. 17As Artes do Egoísmo -
Pág. 18Urgência - Pág. 19
ÍNDICE
Publicação MensalDoutrinária-espírita
Direção e Redação
Endereço para correspondência
Conselho Editorial
Revisão
Jornalista Responsável
Diagramação e Arte
Imagens da Capa
Impressão
Tiragem
Ano 9 - nº 83 - Setembro/2008Órgão divulgador do Núcleo de
Estudos Espíritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40
CCM: 39.737
Seareiro é uma publicação mensal,destinada a expandir a divulgação daDoutrina Espírita e manter o intercâmbioentre os interessados em âmbitomundial. Ninguém está autorizado aarrecadar materiais em nosso nome, aqualquer título. Conceitos emitidos nosartigos assinados refletem a opinião deseu respectivo autor. Todas as matériaspodem ser reproduzidas, desde quecitada a fonte.
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Eduardo PereiraFátima Maria Gambaroni
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Desde a criação dos diferentes mundos habitados por espíritosencarnados ou desencarnados, concede Deus a evolução, que seprocessa na Terra constantemente, de espíritos que, através demuitas existências físicas, adquiriram conhecimentos em várias áreas,contribuindo ao crescimento da inteligência humana.
Com a vinda do Cristo à Terra, programou Deus o despertar da féraciocinada.
Várias religiões surgiram, após a vinda do Cristo, e muitos foram osespíritos que reencarnaram para dar continuidade à obra elaboradapeloAlto.
Cada Espírito Superior, reencarnado no campo físico, traziacrescimento para os seres terrenos através de seus ideais, com odesenvolvimento do gosto pela música, pela pintura, poesia, literaturae tantas outras artes de elevado teor. Com isso, grandes vultosreencarnaram, oferecendo suas vidas em prol desse processoevolutivo, entre lágrimas, renúncias e sacrifícios, para dar origem adiferentes formas de existir e progredir.
Em 20 de maio de 1799, em Tours, retorna à vida física um meninoque, recebendo o nome de Honoré de Balzac, influenciaria o mundocom modernidade e realismo no futuro campo literário e mostraria,através dos tempos, sua visão sobre o Ocultismo, isto é, sua crença avida no além-túmulo.
Localizada às margens do rio Loire, Tours, dentro do territóriofrancês, traz bucólica paisagem: uma catedral, uma ponte rústica,casas antigas, a maioria construída com pedras brancas, algumas,cercadas por arvoredos que, durante o inverno, se despem das belasfolhas, deixando seus galhos repousando, para sentirem o retorno davida em meio o verão. Mas ouvem-se constantemente as levesondulações do rio, convidando os transeuntes a uma breve pausa,para sentir o hálito da abençoada Natureza, com leves aromassilvestres. Nas encostas do rio Loire, seus habitantes cultivam asvideiras, para produzirem o néctar retirado dos grãos das uvas, que setransformam em delicioso vinho, muito apreciado pelo povo francês.
O rio Loire também era usado nas navegações comerciais, queforam prósperas até o final do século XX.
Nesse local, vivia a família de Honoré modestamente.Seus pais também eram de família simples; por isso o senhor
Bernard François Balssa, filho de camponeses, cujo sobrenome eraBalssa — e que durante os tempos difíceis da Revolução Francesa,
seus documentos perdidos no ajuste final, ao dar o nomede nascimento a seu filho Honoré, registrou-o como Balzac, assimcomo os seus outros filhos.
A mãe de Honoré era Anne-Charlotte Laure Sallambier, filha de umadministrador de hospícios em Paris. Era muito jovem, com 19 anos,casando-se com Bernard, de 52 anos. Talvez fosse esse o motivo peloqual tornou-se revoltada e amarga com a vida. Vivia de mau humor,dizendo-se incompreendida pelo esposo.
Honoré não foi o primogênito. Antes de seu nascimento, a senhoraAnne dera à luz a um menino, de nome Louis Daniel, que desencarnouapós 33 dias de vida.
O pai de Honoré só passou a desculpar a esposa, após onascimento do segundo filho, Honoré. Segundo Bernard, Anne foradisplicente com o primeiro filho, deixando de alimentá-lo com oscuidados necessários. Com a vinda de outro menino, seu instinto dehomem fê-lo feliz. As dificuldades cresciam, junto com a família queaumentava.Após Honoré, vieram Laure, Laurence e Henri.
ComoAnne pouco ligava para a família, com exceção do último, quefoi Henri, a quem ela amou intensamente, os outros foram relegados a
uma ama de leite, nos arredores de Tours; naverdade, por essa época, Henri ainda não havianascido, mas ela não sentia afeto maternal, tantoque pediu a Bernard que mandasse Honoré para ocolégio interno dos Oratoriens, de Vendôme, paraque estudasse e recebesse educação adequada aum menino. Para Honoré, isso representou umagrande frustração, pois amava suas irmãs,principalmente Laure, pois ambos não selargavam. Quando seu pai Bernard veio buscá-lo,pensou que voltaria para casa, para o convíviofamiliar, no entanto iria morar num colégio interno.Adespedida à pequena Laure foi dramática.
Honoré, naquele instante, odiouAnne, sua mãe.Ela nem tomou conhecimento de sua partida.Entre lágrimas, Honoré imaginava como seria bomse pudesse sentir o afago e o regaço acolhedor deuma mãe.
Instalado no colégio de Vendôme, Honoré,olhando pela janela de seu pequenino quarto,deixa as lágrimas rolarem de seus olhos. Aquelelocal frio e desolador em nada lembrava aspaisagens de sua querida Tours.
Voltando para os livros que eram, mais do quenunca, seus conselheiros e professores doassunto que mais amava que era a Literatura,toma de uma folha de caderno e escreve para suairmã Laure, contando de sua dor interna, por sentirtanto a falta de seu carinho. Laure e ele secorrespondiam, trocavam idéias, enquanto queLaure o colocava a par de todos osacontecimentos e desavenças familiares. Numacerta ocasião, através de uma de suas cartas,Laure comunica a Honoré a chegada de mais ummembro na família, o menino Henri.
A expressão no rosto de Honoré tornou-se maisséria quando Laure confidencia que Henri nãoera filho de Bernard e sim de um amigo de Anne,
tivera os —
lhe
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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 3
Honoré de BalzacHonoré de Balzac
q u e v i s i t a v aconstantemente. Seguindocom a narrativa, Laure pedia aHonoré que não se sentissetriste pelo fato, pois fora opróprio pai, o senhor Bernard,que fizera questão de contar osucedido a ela e irmãLaurence. Após esse fato,continuava Laure, é que elaentendeu as brigas freq entesque se passavam entre ospais. Mas o nascimento deHenr não iria modificar emnada os hábitos da família. Omenino teria o sobrenome dosBalzac e o senhor Margonne, o verdadeiro pai de Henri,continuaria a freq entar a casa sem que ninguém viesse adesconfiar do caso. Honoré embora a pouca idade, masmaduro espiritualmente, entendeu o orgulho ferido do velhoBernard e sentiu profunda piedade p o pai. Fosse comofosse, pensava Honoré, seria muito difícil essa farsa, olharpara o menino todas as horas e lembrar-se da traição daesposa, com o melhor amigo da família! E Honoré deu cursoaos soluços que saíram do fundo de sua alma. Sabianaquele instante que não era só ele o enjeitado, mas todos
da família Balzac apenas Henri era o contemplado em tero carinho de uma mãe. E isso ficou provado após o términodo currículo escolar no colégio interno de Vendôme, hoje"Liceu Ronsard"
O senhor Bernard chegara pela manhã. Já havia secomunicado com a diretora do colégio e, por isso, Honoréesperava pelo pai. Meio constrangido e abraçando-o, omenino ficou lembrando o ocorrido, com a chegada do "meioirmãozinho". O senhor Bernard, pegando a pequena maletae a mão de Honoré, dizia-lhe:
— Vamos filho, você irá conhecer seu irmão Henri. Sei queLaure já deve haver-lhe contado tudo, portanto, você terá porHenri o mesmo afeto que tem para com suas irmãs. Está meentendendo?
O menino timidamente fez um aceno com a cabeça,confirmando que entendera, perfeitamente, o pedido feitopor seu pai.
O senhor Bernard, em meio do caminho de volta paracasa, informava a Honoré que a família estava de mudançapara Paris. E isso se dera porque o pai, o senhor Bernard,fora convocado para trabalhar como diretor de mantimentosdas Forças Armadas. Como ele fora escrevente de tabelião(profissão a qual ele queria que Honoré exercesse após osestudos) e, após ter sido secretário de um ministro daMarinha, ainda em Tours, teria agora de mudar-se para aRue du Temple, para dar continuidade ao seu ganha-pão.Honoré ouviu tudo, muito silencioso. No seu interior, já sentia
saudades das belas planíciesde Tours.
A chegada ao novo lar deu-se na alegria de Laure, aabraçá-lo e pegá-lo pelasmãos para conhecer a casa e oirmãozinho, Henri. Honoréparecia estar meio diferente,ao adentrar o quarto de suamãe e vê-la amamentando obebê. Em seu íntimo, chegou asentir ciúme. Não adiantava,pensava consigo mesmo, asua revolta era toda voltadap a r a s u a m ã e . E s t a ,levantando os olhos para ver
quem chegava, ao rever Honoré, demonstrou leve sorriso,sem dizer uma palavra. Laure quis dizer algo, mas Honoré,num gesto brusco, solta a mão da irmã e sai rapidamente doquarto. Laure compreendeu a atitude do irmão, saiudevagarinho, fechando a porta do quarto, indo ao encontrode Honoré, que procurava um lugar isolado para dar vazão àssuas lágrimas.
Os dias seguiram sem novidades, porém, na famíliaBalzac, cada um vivia o seu mundo. Laure preocupava-semuito com Honoré, ela compreendia a sensibilidade interiordele e o seu recolhimento, entendido por todos como timidez.Honoré vivia com a Literatura. Através dos livros, ele sentia asua realidade que, para o seu pai, era uma perda de tempo.
O senhor Bernard comunica a Honoré,após algum tempode sua volta, que ele já havia providenciado uma pensãoconhecida como Lepêtre, destinada aos estudantes dosegundo grau, para conclusão do curso.
Novamente, Honoré despede-se de Laure e estaprometeu continuar a lhe escrever, visto que o InstitutoGanser ficava distante de Paris.
Sem grande entusiasmo pelos estudos, Honoré conclui ocurso no Liceu Charlemagne para, logo depois, começarseus estudos de Direito. O senhor Bernard queria vê-loformado em advocacia. Tinha ele muito interesse em que ofilho fosse advogado, para ajudá-lo em seus negócios junto àMarinha.
Passados alguns anos, Honoré, completamente dedicadoà Filosofia e à Literatura, vem a formar-se em bacharel deDireito sem nenhuma honra, pois era considerado umpéssimo aluno. Mas, em Filosofia, ninguém passava à frentede Honoré. Ele discutia os assuntos de Filosofia e Literaturacom os maiores professores da matéria, que ficavamespantados com as referências que Honoré fazia sobre oslivros dos considerados grandes mestres.
O senhor Bernard, apesar de não aceitar a ideia do filhoem querer ser escritor, deixava-o sonhar com o que definia de"ideia absurda". Para ver se conseguia tirá-lo dessa
absurdidade, consegue empregá-lo comoescrevente de tabelião, no cartório dosenhor Derville. Esse emprego faz com queos ideais romancistas, que persistiam emsua mente, fossem transformados, aospoucos, por personagens dos dramas a queele assistia diariamente no cartório. Brigaspor heranças, casamentos desfeitos, atritosfamiliares, desastres de todos os tipos,vividos por pessoas de todas as raças. EHonoré via na pessoa de seu patrão, osenhor Derville, o principal personagem deum futuro romance que, como título, seria:
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Ponte Wilson sobre o rio Loire em Tours, França
Mansão de Balzac, rue Fortunée, por Paul-Joseph-Victor Dargaud, 1880
"A Comédia Humana".Porém, enquanto esseromance que seria, nofuturo, uma das principaisobras literárias de Balzac,não se in ic iava, e lecomeçou a escrever muitasobras populares, comvá r i os pseudôn imos ,artigos para jornais econtactou-se com editoraspara sentir o impacto deseus escritos ante o povo.Mas nada aconteceu;poucos se interessavampelas suas ideias, nosartigos jornalísticos que ocriticavam pelos ideais queachavam fantasiosos.
Nesses artigos, Balzaccolocava seu coraçãoporque, como advogado e defensor do Ocultismo, matériaque o fazia pensar muito na continuidade da vida, acreditavanuma política mais justa, em que a aristocracia feudal fosseconstituída de poderes mais humanitários. Acreditava eescrevia que o poder total não pertencia ao homem comum,por mais intelectual que fosse, porque a maior lei que rege aTerra pertence a um Ser Único e Poderoso, Deus.
Talvez esse tivesse sido o primeiro passo para Honorécontinuar escrevendo e se aprofundando no estudo sobreOcultismo. Era a palavra que, no século XIX, designava oque não pudesse ser explicado pelas leis naturais mas, dametade do século XX em diante, esses estudos começarama ser conhecidos como prática de "artes divinas". E, maistarde, a palavra "espírita" surgiu com o aparecimento dasobras básicas do Espiritismo, pelo codificador da doutrinaEspírita, Allan Kardec. Balzac sabia que a vida não seresumia só em haveres materiais. Dentro dele, algo lhe davaa certeza de que o sofrimento físico tinha uma razão séria, devidas passadas.
Balzac, sem o saber, era um médium em potencial.Seus escritos sobre o Ocultismo deixavam os sábios,
médicos, advogados, filósofos, magistrados com grandeinfluência sobre o povo, sem respostas, ante a facilidadecom que Balzac escrevia e falava sobre o assunto. Foi eleum dos primeiros a ter contacto com o aparecimento dasmesas girantes. Através do estudioso Swendenborg e comoseu discípulo, Balzac foi o maior defensor do movimentoespírita kardequiano, quando começaram os eruditos a criarobstáculos, ajudados pelo clero, a chamar a atenção dosindecisos para terem cuidado com os "demoníacos".
A essa altura dos acontecimentos, Honoré inicia umadifícil guerra familiar; sentia necessidade de libertar-se paraseguir o que seu coração pedia. Ele precisava escrever,dedicar-se aos romances, cujas cenas tomavam conta desua mente. E, numa decisão firme, largou o emprego docartório e comunicou-a ao velho Bernard, seu pai, que o
injuriou e o chamou de filhoingrato.
Anne, sua mãe, juntou-se aos seus pensamentos eacabou por recriminarHonoré. Este, tomado deprofundo ressentimentop e l a m ã e , n u m a t oimpulsivo, assim falou:
— Admiro-me com asenhora em querer emitirsua opinião com respeito àminha vida. Respeito apreocupação de meu pai,por não concordar que eudeixe meu emprego notabelionato por algo que eleconsidera incerto, masquanto ao seu modo depensar eu ignoro, poisnunca a vi olhar-me ou
dirigir-me um gesto de carinho. Mas, nesse ponto, até que lhefico agradecido, senão estaria perdido como Henri, quesempre foi mimado pela senhora e tornou-se um inútil, aindajovem, vivendo às custas de uma viúva com um filho, quasecom a mesma idade de le.
Diante desse impasse, o senhor Bernard pediu paraHonoré que fizesse o que quisesse. Finda a desavença edeixando sua mãe aos prantos, nos quais Honoré nãoacredita haver sinceridade, vai ao seu quarto arrumar seuspertences, acompanhado por Laure, que ouviu e viu tudosilenciosamente.
Ajudando o irmão, ela lhe pergunta se ele já sabia paraonde ir. Este, virando-se para Laure e pegando em suasmãos, confidencia-lhe:
Sim, minha irmã, vou explicar-lhe onde estareimorando, pois quero vê-la sempre. Anote: Rue deLesdiguières; é uma ruela que atravessa a Rue Saint-Antoine, perto da Bastilha e, descendo pelas margens do rioSena, estaremos chegando à biblioteca do Arsenal. E vocêsabe, querida Laure, que é lá que estarei buscando maisconhecimentos filosóficos. Passarei meus dias estudandomuito, porque quero escrever livros que sirvam para o futurodesses jovens.
Laure, rindo do entusiasmo do irmão, responde-lhelisonjeira:
Ambos riram. Honoré fecha a única mala com seus poucostrajes e, pegando os dois pacotes que continham livros epapéis com seus originais, saiu dando adeus à casa paternaonde pouca vivência tivera. Laure abraçou-o chorando,prometendo, em breve, vê-lo. O senhor Bernard ficou em seuquarto.
Ao chegar ao novo lar, Honoré sentiu-se só. Deixandoseus pertences sobre uma mesa rústica, olhou o restante dosmóveis, uma cadeira, uma cama e alguns objetos de uso
como louça e alguns talheres colocados em cimade um velho fogão. Sentando-se na cama, olhou asparedes amareladas e sujas que davam umapéssima visão. Além disso, o cheiro de mofo. Noalto, as telhas desencaixadas deixavam à mostra océu. Não fosse pelas goteiras, no caso de chuva,até que seria bonito ver os reflexos do luar e osraios do sol, pensava Honoré, em meio à suatristeza. Mas, em breve tempo, ele procura se
—
— Meu Deus... quem diria... as pretensões do jovemHonoré de Balzac é o de ser famoso literato...
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Informe-se através:E-mail: [email protected](11) 4044-5889 (com Eloísa)Caixa Postal 42 - CEP 09910-970 - Diadema - SP
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Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”
Balzac em “A Comédia Humana” reúne oitenta e oitoobras, que procuram retratar a realidade da vida burguesada França, em sua época. Acima 2 obras publicadas pela
Ilusões Perdidas”.Editora L&PM, “Eugénie Grandet” e “
recompor e diz para si mesmo: "Eraisso o que eu queria, portanto, mãosà obra, limpeza no local e lápis epapel para a produção de futurosromances".
Honoré se dividia entre abiblioteca e seus originais, ondeescrevia de 14 a 16 horas, para darvazão às inspirações. O Altobalsamizara sua mente. Honoréviera para a vida física trazer,através de seus romances, o alertapara um povo sofrido lembrar-se daexistência de Deus. Para manter-seacordado, ele ingeria grandequantidade de café.
Laure, quando o visitava,chamava-o para alertá-lo quanto àsaúde. Porém ele dizia obedecer auma força interior que o fazia obedecer por sabê-lasuperior às suas forças físicas.
Tanto isso era verídico que, certo dia, voltando Laure àcasa do irmão, viu-o tão embevecido em seus escritos quenão percebeu sua chegada e, repentinamente, ele selevanta da cadeira e, parecendo assustado, grita:
— Meu Deus... ela se suicidou.Laure, também assustada, pergunta-lhe:— Quem, meu irmão, quem se suicidou?E foi aí que Honoré saiu da cena de seu romance, dando
com a presença de Laure, respondendo-lhe com maiscalma:
— Perdoe-me, Laure, é apenas o desenrolar do romance“Eugénie Grandet”, que estou escrevendo.
Laure abraça Honoré e, comovida, fala ao seu coração:— Agora eu entendo sua relação com o fictício e o mundo
real. Você busca, através dos seus personagens, a vida decada ser em sua existência.
Honoré, ao escrever “A Comédia Humana”, ressaltou emvários temas o Ocultismo e o Espiritismo, como exemplo emLouis Lambert, Seraphitus Seraphita. Nessas passagensfalam os personagens em reencarnações, aparições etc.Tanto é que esses romances causaram muitos protestos.Mas para os críticos estudiosos, como Dr. Cabanès, Honoréera um dos primeiros adeptos interessados em mostrar averacidade, nos fenômenos das mesas girantes. Nesseromance, continuava o Dr. Cabanès, Honoré explica atransmissão do pensamento de um cérebro a outro, sempalavras e sem manifestações grosseiras, pois o médium équem dirige os gestos corporais. Balzac não ficava só emteorias, ele queria ver o resultado prático desses fenômenos,diziam outros, interessados na novidade que estavacrescendo no meio social, que era o Espiritismo.
Honoré de Balzac, com seu potencial mediúnico, foi overdadeiro precursor dos assuntos científicos. Através deHonoré, médicos psiquiátricos da época, levados pelosromances tão reais nas fixações mentais, deram novosrumos aos tratamentos neurológicos da neurastenia e dadegeneração mental. Assuntos esses foram tão bemtratados por Honoré em sua obra: Le Lys dans la Vallée.
Foi aí que o Dr. Nass definiu a "neuropatia", tendo como
causa principal: “problemas devidas passadas”. Outro livro deBalzac que causou espanto aosc i e n t i s t a s f o i : M e l m o t hReconci l iado, onde Honorédescreve os fenômenos de asfixiapelo óxido de carbono. Esseassunto ainda trazia muitasversões diferentes e o escritordescreve o lado obsessivo atravésdo romance “À Procura doAbsoluto”, onde ele enfoca o papeldo fósforo na fisiologia nervosa efoi esse o começo dos estudospsiquiátricos feitos pelo Dr. Nass,que o levaram a desenvolveroutras formas de tratamenton e u r o p s i q u i á t r i c o , p e l acomposição radioativa do isótopo
contido no fósforo. Deu origem à descoberta de tumores.Tudo isso contribuiu para que os intelectuais notassem
que Honoré de Balzac trouxera novos conhecimentos, comsuas obras, ao campo das ciências naturais e biológicas, quelevaram a uma revolução sobre a ação dopensamento e o seu domínio.
A cada momento de sua vida, com parcos recursos,Honoré deixava os "grandes pensadores" da épocaperplexos. Como ele havia adquirido tanto conhecimento?Em todas as áreas, até as mais restritas, ele sabia defórmulas com resultados sobre as quais jamais alguém tiveraacesso! E todo esse cabedal de conhecimentos ele trouxerade vidas passadas!
Eram reminiscências de seu patrimônio que não ficaramperdidas e que foram sendo trabalhadas de reencarnaçõesem reencarnações, com o objetivo de melhoria dosconhecimentos filosóficos, literários e científicos e o seuacatamento pelos sábios. E, entre todos os episódios da vidade Honoré de Balzac, os dramas familiares continuaram.Honoré assiste entre tristeza e alegria, ao casamento deLaure com um jovem simpático, mas pobre, o que nãoagradou aos pais. Porém, Laure não se prendeu ao quefalaram e, ajudada por Honoré, casa-se numa bela manhã desol, princípio de verão em Paris. Honoré deseja-lhe toda afelicidade e diz que estará sempre a ampará-la. Laure,abraçada ao irmão, beija-lhe as faces, reconhecida. Agora,ela é a senhora Laure, esposa de Eugène-Auguste LouisSurville. Ela passa a residir em Villeparisis, numa pequena,mas confortável residência, seu ninho de amor.
No ano seguinte, é a vez de Laurence, porém seucasamento que fora bem aceito pelos pais, pelos agradosfeitos pelo senhor Montzaigle para conquistar a família,pouco tempo durou. Nos meses seguintes ao casamento, elemostrou a verdadeira face, a de um jogador irrecuperável,que, tudo perdendo no jogo e vendendo todos os pertencesde Laurence para pagar as dívidas, deixou-a triste e tãoabatida que, por passar fome e escondendo da família suavida, veio a contrair tuberculose. Quando os familiaressouberam do acontecido, Laurence confessa que já háalgum tempo tinha sido abandonada pelo infeliz jogador,trocando-a por uma rica dama da sociedade parisiense.
os estudiosos
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Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Jardim Donini - Diadema - SP
Tratamento Espiritual: 2ª e às 19h453 e às 14h45
4ªª 6ªAtendimento às Gestantes: 2ª às 15 horas
Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniõesReuniões: 2ª, 4 e 5 às 20 horas3 e 6 às 15 horas
Domingo às 10 horas
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Artesanato: Sábado das 10 às 16 horas
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Honoré fica abaladoc o m e s s e t r i s t eacontecimento e nacompanhia de Laure ainternam num hospital.Apesar de estar sendotratada, a junta médicada área de isolamentoatesta a gravidade doestado da doente. E,aos 23 anos, Laurencevem a morrer, deixandos e u s f a m i l i a r e sarrasados pela dor.Honoré, abraçado aL a u r e , c h o r aconvulsivamente.
Os anos transcorrem e, já maduro, Honoré vem aconhecer uma senhora mais velha do que ele, viúva, mãe denove filhos, já adultos, que admira profundamente as obrasde Honoré. Sempre juntos, ambos acabam se relacionando.Para ele, a senhora Berny representava o amor maternal eprotetor. Ela o ajudara a descobrir os aspectos físicos esensuais do amor, dos quais ele pouco se dera conta, pelasenergias revertidas em suas obras. Mas a senhora Berny ohavia despertado para esse outro lado da vida, até quando,alguns anos depois, ela sofre um acidente doméstico e, nãoresistindo às fraturas internas, vem a falecer, deixando-onovamente na solidão.
Honoré entrega-se aos pensamentos de revolta,achando-se um ser desprezível. Laure procura trazê-lo devolta à realidade e o ajuda no retorno ao trabalho. Parareanimá-lo, ela o convida para um passeio, onde ele poderiasentir a beleza parisiense.
Passados alguns dias, Laure pede a Honoré que almocecom ela e o esposo, convite esse aceito por ele, pois achavao local em que sua irmã morava, ser uma beleza além daTerra, Versailles. E é aí que ele vem a conhecer a duquesad´Abrantès, vizinha de Laure. Feitas as apresentações,Honoré sente-se atraído por essa mulher, bela e eleganteem seus gestos. Mais uma vez, ele via a meiguice naqueleolhar, como se fora o olhar carinhoso de um coraçãomaterno.
A duquesa d´Abrantès era viúva, mais velha que Honoré.Estando, a passeio, em Paris, conta a Honoré que seumarido era o duque d´Abrantès, título esse conquistado porter sido ajudante de campo de Bonaparte, e por ter sido útilna campanha desenvolvida junto a Napoleão Bonaparte, napenínsula Ibérica. Com tantas batalhas e por assistir a tantaslutas sanguinolentas, entrou ele em depressão e acabou sesuicidando. Por esse trágico final, a duquesa d´Abrantèschora baixinho. Honoré sente-se emocionado e, tomando-lhe as mãos, beija-as, enxugando-lhe os olhos com carinhoprotetor.
Após alguns meses, a duquesa volta à sua residência,uma mansão distante de Paris, no interior, rodeada de belasárvores e flores silvestres. Nesse período, Honoré haviaproduzido obras em opúsculos, ressaltando o sobrenatural,onde os reencontros através das reencarnaçõesacontecem, trazendo-lhe uma alegria sem explicação.
Esse romance entre Balzac e a duquesa d´Abrantès deu-lhe coragem. Renovou seu estilo de escritor, tanto quechegou a editar uma obra desconhecida, com o título de“Jesus Cristo em Flandres”, que não obteve o sucessodesejado por Honoré. Mas isso não o abateu.
A vida de Honoré prossegue entre altos e baixos. Através
de viagens a quese p rog ramoupara poder termais elementospara suas obras,chega à Suíça e,no encontro comeditores, vem ac o n h e c e r asenhora EvelyneH a n s k a ,nascendo entrea m b o s u m aalucinante paixão.Correspondem-sepor longo tempo,porque Honoré se
compromete em estar presente com editores de váriospaíses, para se tornar mais conhecido com seus livros.
Honoré vai para uma temporada na Itália e chega acomprar uma casinha entre Sèure e Ville-d´Avray, um lugarchamado Jardies. Aí nessa propriedade, e com amor nocoração pela senhora Hanska, ele escreve os romances:“Ilusões perdidas”, “A solteirona”, “Os funcionários”,“Gambara” e “César Birotteau”.
Assinando um contrato com Fresne & Cia., conseguepublicar a edição completa de “A Comédia Humana” e osromances: “Memórias de duas jovens esposas”, “UrsulaMirouët”, “Um aconchego de solteirão” e “Um casotenebroso”. Nesse ínterim, ele recebe uma carta da senhoraHanska, contando que ficara viúva, seu esposo morrera. E,cheia de esperança, diz querer encontrá-lo em SãoPetersburgo, porque agora está livre para viverem umgrande amor.
De imediato, Honoré vai para São Petesburgo. O encontrotrouxe ao coração dele o despertar de um amor diferentedaqueles de outrora, onde a imagem materna estava semprepresente. Mas Evelyne Hanska, embora já tendo umaexperiência de um casamento mal sucedido, era jovem,diferente dos outros casos havidos em sua tão complicadaexistência.
Vivendo algum tempo juntos e Honoré, sabendo dagravidez de Evelyne, vende a pequena casinha de Jardies ecompra um palacete na rue Fortunée, em Paris. Estavamfelizes, mas a saúde de Honoré começa a demonstrar algo,num processo inflamatório das meninges. Evelyne tambémpassa a ter uma gravidez de risco e, aos cinco meses degestação, ela aborta o bebê. Isso trouxe profunda tristezapara o casal e ambos decidem passar algum tempo nocastelo de Wierzchownia, na Ucrânia, herança do casamentode Evelyne. Mesmo abatido, porém guardando sua crençana continuidade da vida, ele passa para Evelyne o consolo deque, embora o bebê não tivesse completado seu tempo paravir ao mundo, Deus lhe enviara a verdadeira união voltadapara uma vida que seguiria seu rumo, por trazer momentosde paz ao coração tão amargurado como o dele, Honoré.
Após algum tempo, o casal volta a Paris. Honoré temprojetos de lançar peças de teatro. Mas, ao retornarem,encontram Paris em plena guerra, com barricadas pelasruas, pessoas gritando “vivas” à República. No dia seguinte,Louis Philippe abdica, deixando Paris e a nova Repúblicainstaurada. Honoré fica inseguro e apavorado, porque arevolução operária prega para que os operários trabalhemmenos e venham a ganhar mais. As lutas sanguinolentascontinuam e ele escreve a peça “Os camponeses”, quefracassa e, logo após, “A madrasta”, que embora fosse
Victor HugoVictor HugoEvelyne Hanska por Holz Sowgen, 1825Evelyne Hanska por Holz Sowgen, 1825
O Avesso de um BalzacContemporâneo - Editora
Lachâtre
Cristo Espera por TiEditora IDE
SeareiroSeareiro8
elogiada pela critica, novamentefracassa no teatro.
Profundamente abalado e vendo aRepública burguesa virar-se ferozmentecontra os operários, aconselhado pelaesposa, preocupada com sua saúde,voltam para o castelo na Ucrânia. Honoréaceita, dizendo que a França não maislhe interessa. E lá, na Ucrânia, ele tentanovos projetos, novos romances, masseu físico está muito debilitado.Pensando no amor que o uniu a Evelyne,convence-a a se casarem para que elepossa deixá-la numa situação legal,perante a sociedade, como esposa e nãosendo apontada como a "amante" deHonoré de Balzac.
As bodas são realizadas na IgrejaSainte Barbe de Berditcheff. Após tantosanos de união, Evelyne não sabe se essemomento é o melhor de sua vida.
Honoré luta, ajudado por Victor Hugopara ser eleito a ocupar algum cargo naAcademia Francesa, mas, por duas vezes, seunome é rejeitado. Ele gostaria de dar isso comopresente de casamento a Evelyne. Esta se sentiacansada em pagar as dívidas de Honoré, com ofracasso de suas peças teatrais.
A saúde de Honoré piora, seu coração estáseriamente comprometido com o nível dapressão alta. O fôlego curto, respiração cansadademonstrada pela dificuldade ao caminhar. Avisão deficiente. Os médicos atestam hipertrofiado coração, hidropisia, bronquite e problemasoftálmicos. Evelyne acha que o melhor seriaretornar a Paris. Honoré aceita o retorno porque otratamento médico seria menos dispendioso.
A viagem, longa, se torna um pesadelo paraHonoré, mas ele se mostra forte para nãopreocupar a esposa.
Victor Hugo, ao tomar conhecimento do estadode saúde do amigo Balzac, apressa-se em visitá-lo. Ao ser recebido pela esposa de Honoré, ficaperplexo com o que vê. Os médicos haviam pedidopara que Evelyne colocasse produtosdesinfetantes a fim de que o ar fosse purificado,retirando o odor emanado da gangrena quetomara conta de uma das pernas de Honoré,acamado, magro, com a respiração ofegante.Victor Hugo não consegue ficar ali naquele quartoempestado pela dor. Tomando o ar fresco da noite,na porta da casa, Victor Hugo, chorando, pensava:a Europa irá perder um grande Espírito que veio trazer oprogresso filosófico de uma arte literária, pura e séria.Quanto Honoré de Balzac tentou mostrar, através de seusromances, a reencarnação de seus personagens, tão reais!Honoré de Balzac foi e será sempre um gênio.
No amanhecer do dia 18 de agosto de1850, Honoré de Balzac deixa o mundofísico para retornar à pátria de origem,deixando Evelyne aos prantos, após seismeses de seu enlace matrimonial comele. A notícia da morte de Honoré abalouParis.
O enterro seguiu para o cemitérioPère-Lachaise, onde muitos amigos,representantes do governo, jornalistas eescritores se fizeram presentes. VictorHugo, emocionado, antes de o caixãodescer ao túmulo, falou:
— Amigos, partiu para o Além, otrabalhador poderoso e incansável quepermitiu Deus que viesse a Terra.Filósofo, pensador, poeta, um gênio queviveu entre nós, numa luta constante quefoi sua vida física. Hoje retorna e, temoscerteza, em paz pelo dever cumprido,embora tentando vencer os ódios e ascalúnias que quiseram impedi-lo de
caminhar pelas trilhas deixadas por Jesus.Em seu jazigo, ergueu-se uma estátua, feita por
Auguste Rodin.Honoré de Balzac, no mundo espiritual:Através do médium Waldo Vieira, Honoré de
Balzac retorna e nos traz um belo romance, comosempre verídico, mas agora sob o prismaespiritual. O romance “Cristo Espera Por Ti” abordacom fluidez as verdades sentidas por um espíritofeminino, tendo que reencarnar num corpomasculino.
Nesse romance, Balzac deixa perceber queatravés dos personagens ali descritos, há muito desuas reencarnações passadas. Há ainda umajunção de personagens de outras obras, onde nelepróprio, talvez por sua mediunidade, afloram lancesdas vidas pregressas.
Na obra de Osmar Ramos Filho, um profundoconhecedor da literatura de Balzac, encontramosuma análise do romance “Cristo Espera Por Ti”. Nãosendo espírita e informado de ser um romancemediúnico, teve impressão de se tratar de algoleviano, pois até o título lhe pareceu ridículo.
Por mera curiosidade, começou a tomar sentidoda obra e não parou a leitura, que passou a serminuciosamente investigada. Essa investigaçãofeita por Osmar Ramos, levou sete anos. Dissoresultou sua obra “O Avesso de um BalzacContemporâneo”. Concluindo a tarefa a que elemesmo se propôs para saber se, realmente, era de
Balzac, ele declara: “Romance complexo, perturbador,contraditório, que nos traz a insatisfação e, ao mesmo tempo,nos deixa perplexos. Não conheço Waldo Vieira, mas atestoser esse romance autêntico, de Honoré de Balzac”.
Eloísa
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Balzac
Cristo espera por Ti
Grandes Vultos da Humanidade
O Avesso de um Balzac Contemporâneo
Os Pioneiros do Espiritismo
- François Taillandier, Editora LEPM - Pocket, 1ª ed., 1955.- Waldo Vieira, Editora IDE, 1ª ed.,1983.
- Sílvio Brito Soares, Editora FEB, 2ª ed., 1975.- Osmar Ramos Filho, Editora
Lachâtre, 1ª ed., 1995.- J. Malgras, Editora DPL, 1ª Ed., 2002.
Imagens:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d1/HBalzac.jpghttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/29/Tourswilson.jpg
http://www.balzac-etudes.paris4.sorbonne.fr/balzac/imgBio/Illustration.php?image=28http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/09/ H a n s k a _ H o l z _ S o w g e n _ 1 8 2 5 . j p g / 5 1 9 p x -Hanska_Holz_Sowgen_1825.jpghttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/25/Victor_Hugo_001.jpghttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b4/477px-Balzac_bust_by_Rodin1892.jpg
Busto em bronze de Honoré de Balzac porAuguste Rodin, em exposição no Museu
Vitória e Alberto (V&A), Londres
Busto em bronze de Honoré de Balzac porAuguste Rodin, em exposição no Museu
Vitória e Alberto (V&A), Londres
Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 9
Deus, a Sabedoria Suprema, ao enviar Jesus para a Terra,não o colocou em cestinha enfeitada na porta de algumafamília.
Trouxe-o através de uma família. Inicia-se então a grandelição.
Quis o Pai que a responsabilidade sobre a geração de umfilho não fosse apenas da mulher ou só do homem.
Para que essa realização fosse divina, concedeu tambémum período muito especial que conhecemos como “namoro”.
Esse período sagrado é iniciado através de um olhar, umapalavra, um encontro casual, brotando um sentimentograndioso, impossível de ser transferido ou cancelado.Podemos também, neste mesmo período, reconhecer apaixão.
Deus entende como necessário essa aproximação paraque possamos conhecer o caráter, a personalidade, asvirtudes, defeitos, os amigos comuns, a família, enfim, paraque possamos aprender a respeitar a pessoa amada, conteros impulsos sexuais — que levam a comprometimentosindesejados — e transformar a paixão em um sentimentomais nobre. Lembremos que o sentimento de união é bençãode Deus; no entanto nossas atitudes, nesse romance, só anós pertencem, ficando excluído que o amoré cego.
Mas esse nobre período foi banido denossa sociedade, sendo substituído pelo“ficar”.
Traduzindo, significa:Não quero responsabilidade!Não quero respeitar nada!Não quero compromissos!Quero sexo à hora que eu quiser!Saio com quantas pessoas eu quiser!
Quando chegam ao casamento, meses,horas e minutos antes de jurarem fidelidadeaos seus parceiros, têm no pensamento:“Se não der certo, separa!”.
Não estamos falando dos jovensabandonados pelos seus pais, sendocriados nas drogas e jogados pelas ruas.
Não! Estamos falando de jovens de todosos níveis sociais, cujos pais fazem, de seuslares, pequenos “antros de prostituição”,permitindo que tudo aconteça diante deseus olhos, a bem da “segurança de seus filhos”.
Qual a diferença de uma casa de prostituição?! Nãocobram pelo uso de seus filhos!
Quando surpreendidos pelas doenças sexualmentetransmissíveis ou pela gravidez indesejada, se perguntam:— Onde erramos?
Erraram sim, pois deixaram de trazer o respeito aos seuslares, esqueceram as necessárias lições do Evangelho deJesus que, há 2000 anos, nos orienta, passo-a-passo, comoagir no caminho do Bem.
Emmamuel no livro “Religião dos Espíritos”, na lição “Sexoe Amor”, inicia:
“Ignorar o sexo em nossa edificação espiritual seria
ignorar-nos.Urge, no entanto, situá-lo a serviço do amor,
sem que o amor se lhe subordine”.Mais adiante, complementa:
“Igualmente, o sexo é a energia criativa, mas o amornecessita estar junto dele, a funcionar por leme seguro.
Se a simpatia sexual prenuncia a dissolução de obrasmorais respeitáveis, é imprescindível que o amor lhe norteieos recursos para manifestações mais altas, porquanto,sempre que a atração genésica é mais poderosa que o amor,surgem crises de longo curso, retardando o progresso e oaperfeiçoamento da alma, quando não lhe embargam ospassos na loucura ou na frustração, na enfermidade ou nocrime”.
Temos, como obrigação, a orientação sexual de nossosfilhos, com o respeito e a compreensão que o assuntomerece, saindo da acomodação de que a própria vida lhesensinará, o que os faz buscar tais informações através deamigos que, como eles, nada sabem, desviando-os para adegradação total. Orientá-los moralmente para saberemrespeitar o próximo, não olhando para o parceiro(a) somentecom vontade da satisfação dos desejos sexuais. Lembrá-losde que todos têm sentimentos que devem ser respeitados.
Queremos a segurança para os nossos filhos, masdeixamos que eles usem os filhos dos outros para a suasatisfação, nos furtando do compromisso assumido ao
recebermos, como fiéis depositários,o s f i l h o s d e D e u s , c o m aresponsabilidade de seu crescimentomoral, preparando-os para um futuroalicerçado no respeito ao próximo.
É tempo de reflexão e mudança deatitude! Busquemos auxílio em “OEvangelho segundo o Espiritismo”,em livros edificantes, cujas lições sãofachos de luzes que virão ao encontrode cada família. Pratiquemos o Cultodo Evangelho no Lar, para que aEspiritualidade Superior leve ai n s p i r a ç ã o n e c e s s á r i a àtransformação de nossa casa em umtemplo de Jesus e para que os jovenspossam ser orientados com as liçõesdo Mestre.
Lutemos contra esse inimigoinvisível chamado: “tudo é normal,tudo é aceito, todos fazem”. Nãoforam essas as lições ensinadas
pelos nossos amados pais. Não fazem parte da Lei imutávelde Deus. Saibamos respeitá-la em sua íntegra.
Jesus, nesse momento especial, rogamo-lhe Suamisericórdia para todas as famílias, para que possamos olhá-las com os Seus olhos, que o respeito e o amor sejam ossentimentos que as alimentarão! Fortaleça nos jovens orespeito aos seus pais para que, juntos, possam escrever noLivro da Vida, a verdadeira finalidade de um lar.
Obrigada, Mestre!Anna
Bibliografia: Religião dos Espíritos - Francisco Cândido Xavier peloespírito Emmamuel, Editora FEB,17ª ed.Imagem: http://oglobo.globo.com/fotos/2007/05/04/04_MVG_edu_namoro1.jpg
Famíliafamilia
Namorar, Ficar ou ...
atualidadeAtualidade
Amigos, que a paz do Divino Mestre nosalcance!
Peço que não se assustem com a palavrafranca do amigo que comunga com vocês a tarefado intercâmbio espiritual.
Alguns dos confrades aqui presentes meconhecem a franqueza e a disposição de serdireto ao assunto e, por isso mesmo, hoje,trouxe algumas considerações para as nossasmeditações, para os nossos pensamentos emtorno de nossas responsabilidades pessoais, noserviço com o Cristo.
Eu mesmo, partindo daí há mais de cincodécadas, cheguei aqui em condição um tantoquanto necessitada. Pensei e analisei o que vivi,as bênçãos que tive aí na Terra, as oportunidadesperdidas e me lamentei de não ter aproveitado otempo mais proficuamente, a dedicar-me mais àstarefas a que o Espiritismo me convocou.
Amigos, a decepção da chegada dos espíritas-cristãos, aqui na vida espiritual, é grande.Tenham isto em mente! Lembrem-se da palavrado Cristo de que "muito será pedido a quem muitofoi dado".
A grande maioria de nós se esquece decompulsar as obras da Codificação kardequiana.Não apenas me refiro à leitura obrigatória, masàquele compulsar de suas páginas no sentido doestudo, da meditação, do conhecimento sobre opensamento lúcido de nosso Codificador.
Recomendamos a todos vocês que sedediquem mais ao estudo. Não é possívelatingirmos qualquer construção espiritual, semnos dedicarmos ao preparo justo e digno denossos sentimentos e de nosso conhecimentocom Jesus e Kardec.
Recomendamos especialmente a, constante em
" " e o muito esquecido "", obra necessária a todos
nós que nos dedicamos ao intercâmbio espiritual.Infelizmente, meus amigos, é obra a que se dápouca importância, em nossas casas espíritas einstituições doutrinárias. Todos estes tesourosque a Espiritualidade nos legou são tesouros deluz em nossos caminhos. E o que nós estamosfazendo com eles, meus amigos?
Vou me permitir a referência ao livro "", mais precisamente ao penúltimo
capítulo da primeira parte, que Allan Kardecdesignou como " ". Nósprecisamos estudar esta página e meditar nosseus ensinamentos. E o curioso é que AllanKardec não se refere, de modo explícito, somente
àqueles qued e i x a m a n o s s aconvivência nas lidesdoutrinárias. Não, eles e r e f e r e a o sdese r to res doideal, àquelesque continuampresen tes decorpo nas nossasr e u n i õ e s d ee s t u d o eintercâmbio, mascuja alma está láfora, presa aosi n t e r e s s e smesqu inhos , aosinteresses imediatistas do mundo terrestre. Com toda sinceridade,meus irmãos, isto é coisa muito séria! Allan Kardec se refere, emdeterminado ponto, a estes irmãos de maneira que até nos assusta.São, segundo ele, os " ". Pensemos nistoum pouco. Ele se refere àqueles que preferem mercadejar com asbênçãos espirituais, àqueles que preferem dar mais importância aosresultados imediatos da vida terrestre do que às bênçãos espirituaisda vida sem fim, mais além. São aqueles que não conseguem sedesgarrar dos interesses mesquinhos da vida humana ecomparecem às nossas reuniões, muitas vezes, com o coraçãodistante das reais necessidades que nos competem dar conta.
Nós não estamos aqui, com toda a minha sinceridade, para tirar acarga pesada de nossos ombros, como muitos pensam. Nósestamos aqui para o serviço da fraternidade pura, para abraçar osirmãos sofredores e aflitos como irmãos queridos, os quais Jesusnos destina por acréscimo de misericórdia.
Devemos nos preparar mais para as tarefas de intercâmbio.Precisamos estudar mais as questões ligadas à mediunidade comJesus e, antes de mais nada, abrir os nossos corações ao Amor quehaverá de nos libertar de nossas limitações.
Jesus é o Mestre Divino que se apieda de nossa ignorância, denossa pequenez e nos oferece redobradas e renovadas
Introduçãoao Estudo da Doutrina Espírita
Os Desertores
O Livro dos Espíritos , OLivro dos Médiuns
- ObrasPóstumas
espíritas de contrabando ,
Nossas Responsabilidades noServiço com o Cristo
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O Livro dos EspíritosEditora FEB
O Livro dos MédiunsEditora FEB
Obras PóstumasEditora FEB
Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 11
Entre os que se matriculam na escola terrena, envergandoo complexo uniforme orgânico, como que se nivelando noambiente comum, encontramos:
os que oram em silêncio, pelos seus desafetosgratuitos;os que realizam a sua própria reforma íntima, apagandodefeitos que traziam de longas eras;os que não se comprazem com o mundo, abandonandohábitos e vícios tidos por elegantes e que são apenasdeficiências de caráter;os que não se deixam abater pelas visitas dasprovações e expiações lancinantes;os que apagam, discretamente, as lágrimas dospróprios olhos quando se defrontam com as dores deseus semelhantes, mas nunca passam a largo dosofrimento e sabem, sempre, oferecer o seu apoiosilencioso;os que amam, sem alardear o próprio sentimento, etraçam roteiros luminosos com os seus exemplos,socorrendo os que seguem à retaguarda;
os que oferecem o pão ao faminto e não se eximem deofertar-lhes a luz da orientação que lhes promoverá oreequilíbrio indispensável;os que entregam as suas horas de lazer, no socorro aosemelhante;os que sustentam conversação edificante, mesmoquando convocados às finalidades deste mundo, sem,contudo, levar constrangimento a quantos os cercam...
Esses, evidentemente, não estarão isentos de cometerenganos, no curso de sua caminhada. Poderão, inclusive,repetir-se nas pequenas falhas de suas anterioresexistências. Não são, portanto, anjos ou Espíritos puros, naexpressão sublime do termo. Mas são, embora os seus rarosenganos, bons Espíritos morando entre nós, em cuja esteiraluminosa poderemos tomar o rumo da esperança, edificandoos primeiros fundamentos do Reino de Deus em nossa alma.
Procuremos identificá-los no cotidiano.Debaixo da roupagem de um homem vulgar,
descobriremos esses traços inconfundíveis, onde lampejamos clarões do próprio Mestre Jesus e, desse momento emdiante, deveremos ampará-los e segui-los, dignificando-nosna sua companhia.
Roque Jacintho
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Entre nós
O caminho da evolução é longo.Inicia-se, porém, na intimidade do próprio ser e estende
suas radiais através dos séculos, conduzindo-nos à direçãode Planos Espirituais Superiores.
É um crescimento gradativo.Não se realiza aos saltos e nem com interrupções
subitâneas e estranhas aos quadros das Leis Naturais.Assim como ninguém atinge a santificação no curso de dias,ninguém permanece estacionado indefinidamente.
Aí o apelo à persistência no campo do Bem.As hesitações e as quedas, as aspirações e os sonhos
nascem e crescem no átrio de nossa consciência, pedindosempre a nossa permanência ativa no plano da Caridade, afim de que o amor nos permita ultrapassar os horizontes denossas limitações individuais.
Se não nos podemos apressar, embora a premência denossa reforma íntima, também não deveremos exigirdaqueles que partilham conosco dessa caminhada rumo aoInfinito que, num átimo, se transportem da lama ao Céu.
Eles também contam com o favor do tempo.Tal qual rogamos a compreensão divina para os nossos
desvarios, compreensão que nos aquece na luz da amizadede nossos companheiros terrenos, ofertemos, por nossolado, aos que nos ofendem, ou que se entrecruzam no roteirode nossa caminhada, a mesma medida de compreensão ecarinho que rogamos para nós.
Não poderemos obrigá-los a incorporar, no seu patrimônioíntimo, virtudes que só agora se despontam na nebulosa denossas paixões, mal refeitos ainda dos desequilibrantespropósitos que inda ontem compunham os quadros denossos atos cotidianos.
Iluminemos os hesitantes, sem impaciência...Amparemos os que caem, sem azedume...Sustentemos as aspirações iniciantes, sem exigências
maiores...Respeitemos os sonhos, por preâmbulo de ideais…O amor em nós se faça luz a clarear aquele que se
ombreia conosco, seja na condição de parenteconsanguíneo, de amigo, de companheiro, de opositor, decaluniador ou de inimigo, sem lhe pedir que apresente asasas de umAnjo para fazer-se credor de nosso carinho.
J. Alexandre
Na Evolução
oportunidades e lições, para queestejamos com Ele, junto do povo,contribuindo para o esclarecimento ea consolação, hoje e sempre.
Que os amigos nos recebam apalavra sem susto porque reflete,meus caros, a realidade de nossoPlano.
Fiquem com a Paz de Deus, hoje esempre.
Efigênio Sales VictorMensagem psicofônica recebida em28/5/2008, em Belo Horizonte - MG, pelomédium Geraldo Lemos Neto - Grupo deIntercâmbio Espiritual Efigênio SalesVictorImagem: R. Matias
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Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.Agradecemos por todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.
“Egoísmo é o amor exagerado aos próprios valores einteresses, a despeito dos de outrem; é um exclusivismo queleva uma pessoa a se tornar como referência a tudo; vaidadeexcessiva, pretensão, orgulho, presunção”
"Que se procurem, pois, emtodas as partes do organismo social, desde a família até ospovos, desde a cabana até o palácio, todas as causas, todasas influências, patentes ou ocultas, que excitam, entretêm edesenvolvem o sentimento do egoísmo. Uma vezconhecidas as causas, o remédio se mostrará por si mesmo.Não se tratará senão de as combater, senão todas de umavez, pelos menos parcialmente e, pouco a pouco, o venenoserá extirpado. A cura poderá ser demorada, porque ascausas são numerosas, mas não é impossível"
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.O egoísmo é — como o orgulho — um dos vícios e uma
das chagas mais radicais da Humanidade, isto é, a de maisdifícil erradicação, dele derivando todo o mal que aflige asociedade.
O egoísmo se funda sobre a importância que cada um dá àsua personalidade.
O egoísmo se prende à influência da matéria, da qual ohomem, muito próximo de sua origem, não pode se libertar eessa influência prejudica, enormemente, suas leis, suaorganização social e sua educação.
O egoísmo é incompatível com a justiça, o amor e acaridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades.
O egoísmo é um mal que recai sobre todo o mundo e doqual cada um é, mais ou menos, vítima.
O egoísmo, para ser extirpado, deve ser atacado em suaraiz e destruída a sua causa. Somente será destruído, ouatenuado, na medida em que o homem for se esclarecendosobre as coisas espirituais, quando der menos valor àscoisas materiais, quando a vida moral predominar sobre avida material. Isto se fará com a reforma das instituiçõeshumanas, com reflexos em sua educação. Não a educaçãoque faz homens instruídos, mas a que tende a fazer homensde bem.
O egoísmo se prende à inferioridade dos Espíritosencarnados na Terra e não à Humanidade em si mesma. OsEspíritos vão se depurando pelas encarnações sucessivas,perdendo o egoísmo como, também, outras impurezas docaráter. Não vemos, na Terra, seres desprovidos de egoísmoe praticando a caridade? São seres que já evoluíram. Seexistem alguns, por que não existiriam cem, mil?Conhecemos muito poucos desses seres porque a virtudedeles não os deixa se porem em evidência. E, quandoacontece, a mídia não explora, não dá IBOPE, como dizem.
O egoísmo — parece — longe de diminuir, aumenta com acivilização que o excita. Quando o mesmo estiver em níveisinsuportáveis, virá a necessidade de extirpá-lo. É o que estácomeçando a se esboçar, ainda de maneira bastante fraca,
n o s o r g a n i s m o sinternacionais, como s d e s n í v e i sc l a m o r o s a m e n t eapresentados entrep a i s e s r i c o s d oOcidente e os pobrese mise ráve i s daÁfrica.
Quando os homenstiverem se despojadodo egoísmo que osdomina, eles viverãocomo irmãos, não secombatendo mais,procurando ajudar-sereciprocamente, coma p l i c a ç ã o d os e n t i m e n t o d esolidariedade mútua.E, aí, teremos umanova Humanidade,onde o forte será oapoio do fraco, não se
constatando mais o homem sofrer necessidades físicas esanitárias mínimas de sobrevivência porque, então, todos,ou quase todos, estarão praticando a Lei de Justiça.
É preciso combater o egoísmo como se combate umadoença epidêmica: ir à fonte.
. E istosomente será possível pela educação, pois esta, se bementendida, é a chave do progresso moral.
José Venício de Azevedo - São Bernardo do Campo - SPBibliografia: , EditoraObjetiva, 2OO1.
AIlan Kardec, Editora IDE, 166ª ed., 2OO6.Imagem: www.freefotolog.net/fotos/1465514595.jpeg
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Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
O Livro dos Espíritos -
Egoísmo
Esse tema serve de balizamento para o nosso progressomoral e espiritual.
Peço licença, a vocês, para falar desse assunto deextrema importância que, por motivos vários, estamosdeixando passar despercebido, muitas das vezesbanalizando-o, confundindo-o com outros sentimentos,causando em nós o entorpecimento e a cegueira,atravancando a nossa caminhada em direção à Luz.
O Amor é o sentimento mais nobre e puro por excelênciaporque vem de Deus. Só o Amor conduz o ser humano a umalto padrão vibratório e “cobre a multidão de pecados”, comojá nos foi dito.
Lembremo-nos de Jesus e o quanto era grande o Seu
Amor por nós e ainda o é. Não nos apeguemos à figura doMestre, preso à cruz, dando-nos a impressão de sofrimento edor; devemos, sim, visualizar Sua fisionomia serena,radiante, no Seu olhar compassivo e penetrante como sefosse um farol a iluminar a nossa estrada.
Jesus nos ensinou, através de Seus exemplos, como,quando, e por quê nós devemos amar. Simplificou a vida emduas atitudes: “Amar a Deus sobre todas as coisas e aopróximo como a nós mesmos”...
Quando a Humanidade fizer uso deste sentimentouniversal, muito se adiantará na escala evolutiva. Quando oser humano enxergar, no outro, um irmão, filho de um mesmoPai, muitas dores se acalmarão, muitas guerras serãoevitadas, reinando a paz nos corações.
Que possamos fazer germinar a semente do Bem que estáem nós, para que venhamos a colher frutos ditosos no porvir.Seguindo os passos do Cristo, usando de caridade,
O Amor
Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 13
Ambos nasceram em1910, ela, Teresa deCalcutá; ele, Chico dePedro Leopoldo. Ela, umamulher valente, ele, umhomem corajoso. Ela,católica, ele, espírita; noentanto, ambos portavam-se como verdadei rosintegrantes da famíliauniversal. Tinham muitomais em comum do quea p e n a s o a n o d enascimento. Seguiam omesmo professor: Jesus;t i n h a m o m e s m osobrenome: amor; viverampara o mesmo objetivo:servir.
Ela recebeu o prêmioNobel da Paz; ele viveupacificamente toda a vida.
Teresa de Calcutá viveu para os menos favorecidos,queria ser pobre, nunca conseguiu. Seu coraçãotransbordava riquezas; a nobreza da generosidade, aspérolas da fraternidade, os diamantes da solidariedade. DiziaTeresa, em toda sua simplicidade, que a felicidade humana éimpossível de ser mensurada. Como controlar, em planilhasestatísticas, a felicidade de um faminto que encontra oalimento? Teresa tinha razão. Impossível mensurar afelicidade humana! Por isso, trabalhava sem estatísticas,mas em prol da felicidade e dignidade de seus irmãos decaminhada.
Chico Xavier, o Chico de Pedro Leopoldo, o Mineiro doSéculo, também queria ser pobre, sem sucesso. Doou osdireitos autorais de seus mais de quatrocentos livrospsicografados, que venderam e vendem milhares deexemplares em todo o mundo. Poderia ter polpuda contabancária, no entanto, preferiu a simplicidade, mas nunca foipobre: sua vida foi repleta de amigos dos dois planos. Chicoera e será, onde estiver, um milionário, um magnata dasletras, um ícone da humildade, um pobre de moedas, masrico de amor...
Assim eram Teresa e Chico... franzinos fisicamente, mascolossais, espiritualmente. Narram as páginas da literatura
que quem se aproximava de Teresa, a Madre Teresa deCalcutá, não conseguia conter a emoção, devido à irradiaçãode sua serenidade e sua intensa energia espiritual.
O que a literatura diz de Teresa, se reafirma com Chico.Aqueles que gozaram de sua convivência afirmam que suapresença iluminava, acalmava, tranqüilizava...
Chico e Teresa, Teresa e Chico... É como se falássemos deamigos: “Oi, Teresa!”, “Bom dia, Chico!” Embora não os tenhaconhecido, falar deles, de suas conquistas, realizações eaventuras é como falar de amigos, porque com os amigosnão há barreiras, não há inquietações, inexistemconstrangimentos. Os amigos deixam-nos à vontade; sinto-me, pois, à vontade para escrever sobre Teresa e Chico, osquais considero amigos, amigos do mundo, dos ricos, dospobres, dos brasileiros, indianos, nigerianos, amigos detodos...
Teresa e Chico, Chico e Teresa: duas figuras quepraticavam o amor, deixaram marcas inesquecíveis eindeléveis, a nos convidar para, dentro de nossaspossibilidades, obviamente, viver como eles, servindo eamando para a construção de um mundo fraterno e justo.
Pensemos nisso.Wellington Balbo - Bauru - SP
Imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8e/MotherTeresa_090.jpg/225px-MotherTeresa_090.jpghttp://www.universoespirita.org.br/chicoxavier/chico_fotos/foto289.jpg
Teresa de Calcutá, Chico do Brasil...
benevolência e indulgência para com todos...E para que não nos desviássemos do caminho reto, Jesus
pediu ao Pai que nos enviasse um outro Consolador, e assimfoi feito. Temos hoje a Doutrina Espírita, uma obra elaboradapelos Espíritos Superiores e que foi codificada por AllanKardec. O Espiritismo é um manual de bem viver, queesclarece, consola e liberta...
Façamos valer nossa postura de espíritas-cristãos,abraçando o estandarte do Amor, da caridade, introduzindoem nós o Evangelho, educando os nossos sentimentos, osnossos pensamentos, reformando-nos moralmente, atravésdas diretrizes do Bem.
Sabemos que seguir as pegadas do Divino Mestre não énada fácil, requer vontade firme no propósito desejado. Paraque possamos seguir a Jesus, é necessário que mudemos de
atitudes. Que deixemos de lado os velhos costumes. Tarefaárdua, mas não impossível. Não precisamos usar deviolência para tal, apenas fazermos bom uso da inteligência,da razão. Devemos valorizar mais o nosso lado espiritual,que o mais virá por acréscimo.
Nesta hora e a cada momento, peçamos a Deus força ecoragem para atravessarmos o imenso mar da vida, sem quevenhamos a naufragar.
Se a dor por ora nos assola, lembremo-nos de Jesus quecura e consola.
Guardemos a certeza de que nunca estaremos sozinhos,pois Deus está no controle.
Graças a Deus!Carlo Augusto Sobrinho - Rio de Janeiro - RJ
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Diante de inúmeras pessoas que visitavam Chico, naComunhão Espírita Cristã, em Uberaba, comentava-se adificuldade que era encontrada para realizar-se uma obrade benemerência, fosse ela qual fosse.
E as pessoas enfatizavam que era só começar acampanha para determinada obra que a pancadariacomeçava. Chico ouvia atentamente e, participando daconversa, aditou:
— Nessa hora, deveremos começar pelos amigos.Esses que estão conosco, à frente do movimento da uniãofraterna com Jesus. Esse é o princípio de uma boacampanha! Sem essa união com Deus, como falar emcampanha de uma obra “Espírita”?
E deixando o tom sério com que expunha o assunto,continuou em sorrisos:
— Mas, claro que as pancadas chegam — e chegam detodos os lados, mas, e daí? Se fosse fácil trabalhar na searado Cristo, a Doutrina estaria repleta de voluntários. Sequeremos entender melhor, vejamos os acontecimentos.Primeiro, vem alguém e nos dá um beliscão. Em seguida, vêmoutros e nos criticam e, por fim, chegam pessoas, insatisfeitascom o nosso procedimento, e nos desferem alguns tapas;mas Deus nos confere amigos e esses nos abraçam,abraçando a gloriosa campanha de irmos em frente,acompanhando Jesus. Não importam os tapas, o mais quepode acontecer é ficarmos com a cara inchada, porém nãoabandonamos a boa causa. Por mais difícil sejam ascampanhas, para a realização de obras doutrinárias, oimportante é semear a fé e a união, para que o caminho não setorne tão árido. E devemos nos lembrar sempre das palavrasdo Senhor, em qualquer campanha que leve seu nome: “Forada Caridade não há salvação”.
A conversa continuou, após essas maravilhosas e sábiaspalavras de Chico, quando alguém perguntou:
— Chico, o que é o amor... e o que é paixão?Sempre calmo e paciente, ele respondeu...— O amor é como o fogo que ferve a água para lavar as
roupas de um bebê, que esquenta o leite da mamadeira, quecozinha o alimento para fazer a papinha e que vem a dar overdadeiro carinho, na realização dos acontecimentossalutares. Mas a paixão é o fogo destruidor, é o resultado dasmás tendências existentes nos espíritos infelizes.
***No livro “No mundo de Chico Xavier”, Elias Barbosa tece
perguntas e Chico as responde. Tiramos algumas, dessemesmo livro, editado pela IDE, com algumas alterações feitaspor nós, para facilitar o texto.
— Chico, qual a sua missão para com o Espiritismo?— Corrigir meus defeitos e fazer aos outros o que desejo
para mim mesmo.Elias segue, perguntando:—Ama a vida? E como encara a morte?— Como não amar a vida? Ela é a Presença Divina em toda
parte.Com respeito à morte, é uma mudança completa de casa
sem mudança essencial da pessoa.Pergunta Elias:— Como recebe os ataques que lhe são feitos?— Como avisos preciosos contra as imperfeições que eu
carrego, responde Chico.Elias, procurando a objetividade e grande proveito nas
perguntas, que sabemos surgirem respostas instrutivas,pelas sábias lições de Chico, inquiriu:
— Chico, por favor, nos defina o que é um médium, o que épsicografia e como se explica a existência de Deus?
— Meu caro Elias, acreditamos que, para melhoresesclarecimentos sobre médiuns e mediunidades, as obras deAllan Kardec devem ser consultadas e estudadas.
E, com todo nosso respeito ao entrevistador, devemosdizer que solicitar de nós uma explicação sobre Deus é omesmo que pedir a um verme para que se pronuncie quanto àglória e à natureza do Sol, embora o verme, se pudesse falar,diria com toda certeza da veneração e do amor que consagraao Sol, que lhe garante a vida.
Martins Peralva pergunta a Chico Xavier:— Chico, a que espírita, do Brasil, devemos o lançamento
do seu primeiro livro mediúnico?Chico: — Tivemos em Manuel Quintão, o nosso
inesquecível amigo da Federação Espírita Brasileira, o apoiodecisivo para o lançamento de “Parnaso de Além-Túmulo”, oprimeiro livro de nossas modestas faculdades mediúnicas,em 1932. Desde o início de nossas atividades na searaespírita, encontrei nele um orientador, cuja dedicação nãoposso esquecer. De uma bondade infatigável e de umapaciência sem limites para comigo, Manuel Quintão foi paramim, desde o nosso primeiro contato, um mentor amigo e umguia paternal, que vive constantemente em meu culto pessoalde carinho e gratidão.
Outro confrade, presente a essas entrevistas, perguntou aChico:
—Amediunidade lhe trouxe algum aprendizado?Chico, com toda a serenidade e humildade, responde:— Realmente. A mediunidade para mim tem sido quase
que um sistema de aulas diárias. Principalmente, as primeirasreuniões de materialização, onde várias curas foramrealizadas, as quais os Espíritos Superiores nomeavam comosend: “transfusão de células ”.
E ainda foi perguntado a Chico, por outro entrevistador:— Chico, cabe-nos, os espíritas, defender a obra de Allan
Kardec, em qualquer tempo?
pegadas de chico xavierPegadas de Chico Xavier
Campanhas
Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 15
Francisco AcquaroneEditora Aliança
160 páginas - 5ª edição - 2008
Clube do Livroclube do livro
Os associados do Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves(Jô)”, receberam no mês de junho de 2008 o livro “Bezerra deMenezes, o Médico dos Pobres”, biografia, em forma deromance, deste que foi um dos pioneiros da Doutrina Espírita.
O livro traz relatos de Lêda Acquarone de Sá, filha do autorda obra, Francisco Acquarone, nome consagrado da vidaartística brasileira, onde cita diversas obras de seu pai, alémdo convite da “Aliança Espírita Evangélica” para falar sobre osmotivos que levaram seu pai a escrever este livro, no qual sãoabordados, dentre outros, os seguintes pontos:
Os cinco anos do curso de Medicina e as renúncias esacrifícios, suportados com resignação e serenidade,por Dr. Bezerra;Os primeiros trabalhos de caridade, auxiliando doentesque iam à procura de socorro;Sua passagem pelo Exército e a nomeação paracirurgião-tenente do Exército. O abandono do Exércitopara ingressar em uma carreira política;As primeiras luzes que o intuíram à busca deexplicações sobre o ser;A conversa com diversos amigos e, diante de seuateísmo, o presente do Dr. Travassos, apressando-seem levar-lhe um exemplar de “O Livro dos Espíritos”;
Sua ardorosa tarefa deorganizar diversosg rupos esp í r i t as ,clamando pela união,ordem e regularidadeem seus trabalhos.
Ele sonhava com a uniãointegral da família espírita.Apesar de diversos gruposespíritas — com amigosdiretamente ligados a ele,em diversas tarefas — oabandonarem em seusideais, lutou arduamente pelo que acreditava.
Diante dessa luta e a firmeza de sua postura nacontinuidade dos seus trabalhos e, apesar de todos osacontecimentos, tempos depois, foi considerado a pessoacerta para assumir a Presidência da Federação EspíritaBrasileira. Apesar das dúvidas, intuído por bons Espíritos,resolve aceitar o novo desafio.
Por fim, a obra narra os últimos dias de Bezerra de Menezese o reconhecimento de milhares de cidadãos, aos quaisdemonstrou, na prática, todos os ensinamentos de caridade,mediante seus trabalhos.
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� A surpresa diante de uma sociedade científica quando,no dia 16 de agosto de 1886, Bezerra de Menezescomunicava sua adesão ao Espiritismo;
Marcelo e Rosangela
— Sim, responde Chicoseriamente e continua: osEspíritos Amigos nos dizemque nos compete a obrigaçãode defender os ensinamentosde Allan Kardec, sobretudo,na vivência dessas benditaslições, através de nossasp r ó p r i a s v i d a s .Compreendendo assim,reconheceremos que énecessário sermos fiéis aKardec, em todas as nossasatividades, mas não podemosesquecer que Allan Kardecnos trouxe a Doutrina Espírita,na condição de CristianismoRestaurado, em nome deNosso Senhor Jesus Cristo, e,por isso mesmo, não seriajusto, de nossa parte, repeliros irmãos que desejeme s t u d a r A l l a n K a r d e cconosco, tão-só porque nãodemonstraram, de imediato,uma visão tão ampla damissão kardequiana, comoseria de desejar.
ÉricaBibliografia: - ;
;No Mundo de Chico Xavier Elias Barbosa, Editora IDE, 1ª ed., 1992. Textos adaptados do livro “Encontros com Chico Xavier” - Cezar
Carneiro de Souza, Editora ELCEAA, 4ª ed., 2004. Imagem: http://www.ger.org.br/chico25.jpg
Bezerra de MenezesO Médico dos Pobres
“Sinto-me tocado de compaixão pelas suas misérias, pela sua imensa fraqueza, para deixar de estender amão em socorro aos infelizes extraviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Creiam, amem,
meditem sobre as coisas que lhes são reveladas”. (O Espírito de Verdade, Paris, 1860).
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capitulo VI “O Cristo Consolador” - Item 5
Instruções dos Espíritos:Advento do Espírito de Verdade
kardec em estudoKardec em Estudo
SeareiroSeareiro16
Jesus veio à Terra, encarnado na matéria humana,ensinar ao povo de Israel, através de suas obras, asverdades Divinas.
Mas, nem todas as palavras foram compreendidas eassimiladas. Por isso, o Espiritismo veio trazer a TerceiraRevelação, lembrando que a Primeira foi trazida por Moisése a Segunda pelo Cristo e que Ele se encontra no centro dastrês revelações, como fundamento de toda a luz e de toda asabedoria.
Através do Espiritismo, o Cristo cumpre sua promessa delevar aos homens o conhecimento do que ainda não tínhamcondição de aceitar.
É o Espírito de Verdade revelando os mistérios, veladosintencionalmente por meio das parábolas, sem imagensnem alegorias, a fim de que os que realmente queiram,ouçam e enxerguem, lembrando a frase: “ouçam os que têmouvidos para ouvir”.
Jesus, o Espírito de Verdade, juntamente com suacaravana de Missionários do Alto, veio nos trazer arevelação da Doutrina Divina, por meio das comunicaçõesdos amigos espirituais.
Dispomos de uma gama de livros psicografados, citandoas 417 obras de Chico Xavier e as cinco obras básicas deKardec, entre outras, nas quais é levantado o véu sobreassuntos, outrora ainda incompreensíveis, mas que, agora,temos a capacidade de entender. Basta querermos, pois aCiência caminha a passos largos, ampliando o campo devisão do homem para que ele vislumbre o mundo maior queexiste à sua frente.
A Ciência, a Filosofia e a Religião devemcaminhar lado a lado. As duas primeiras seunem na Sabedoria e a terceira
personifica o Amor. São as asas divinas com que, um dia, aalma humana penetrará nos campos sagrados daEspiritualidade. Mas não nos esqueçamos de uma liçãovaliosa de nosso Mentor Espiritual mais próximo, ChicoXavier, quando disse que o Espiritismo é muito maisEvangelho que qualquer outra coisa, ou seja, o EvangelhoRedivivo, mediante a sua prática.
Como o próprio “O Evangelho Segundo o Espiritismo”dispõe no início da obra, contém a aplicação das máximasmorais do Cristo e as suas aplicações às diversascircunstâncias da vida. Se assim o aplicarmos em nossasvidas, ainda que uma só frase, já teremos obtido um pontode evolução nesta reencarnação.
Todas as comunicações mediúnicas, provindas do Alto,vêm nos alertar que a vida não perece e continua além-túmulo. Para os sofredores, é um alívio e um conforto,sabendo que nada é em vão; que a Justiça Divina existe;que realmente nenhuma folha cai sem que Deus consinta;que todos vivemos dentro de uma Lei de Causa e Efeito, aLei deAção e Reação; e que somos causadores dos nossospróprios sofrimentos e mais ninguém, muito menos Deus.
Para os que persistem nos erros, é a oportunidade demudarem as suas atitudes, porque, a todo segundo, nos éconcedida a chance de regeneração. Ninguém está fadadoao erro, eternamente.
Jesus vem assim nos revelar, com todo amor e piedadeque tem pela Humanidade, que o caminho para a elevaçãomoral e espiritual, e conseqüente felicidade real, éseguirmos o Seu exemplo no trato com osnossos semelhantes. Amá-loscomo a nós mesmos ,
fazendo-lhes aquilo que gostaríamos que nos fizessem.Temos que fazer um esforço e pensarmos nas situações emque nos envolvemos corriqueiramente: — Como eu mesentiria no lugar dele?
Jesus nos suplica, antevendo todo o mal que nós nosinfligimos, para que saiamos do mar de lama e miséria noqual nos envolvemos, uns com os outros, e que utilizemos aprática da caridade: “... sejam vocês os vencedores daimpiedade”.
A piedade é o preâmbulo do Amor, é a irmã da caridadeque nos conduz a Deus. É a virtude exemplificada peloCristo em toda a sua existência.
Através da prática da piedade bem sentida, à medida quenos elevarmos na purificação dos sentimentos, domamosos nossos instintos de orgulho e egoísmo, convertendo anossa alma no sentimento da humildade e dedicação aopróximo, pois assim nos esquecemos de nós mesmos, emprol dos que mais sofrem.
Por tudo isso é tão importante a leitura edificante,colocada à nossa disposição por meio de todas as obrasespíritas-cristãs, publicadas e encontradas nas bibliotecasdas casas espíritas. Elas nos fazem discernir o racional dasfantasias, porque o Cristianismo contém toda a verdade;nós, os homens, é que a adulteramos com o nossopersonalismo.
Quanto aprendemos sobre a nossa existência comKardec, André Luiz e Emmanuel! Como diz Paulo de Tarso,devemos persistir na leitura, para termos condições deanimar os nossos semelhantes. Sem o conhecimento daVerdade, é arriscado enchermos a cabeça, de quem estádesorientado, com mais dúvidas.
Como já foi dito, as asas que nos conduzirão a Deus sãoo Amor e a Sabedoria, e esclarece-nos Emmanuel que:“Todos temos necessidade de instrução e de amor” e“Estudar e servir são rotas inevitáveis na obra de elevação”.Se são inevitáveis, não há como fugir, a não ser quequeiramos adiar a elevação, estagnando-nos no círculo denossas imperfeições, por própria escolha, e não adiantaculpar a ninguém. Afinal, as Revelações Divinas não são
privilégios de alguns, todos são convidados ao banqueteespiritual, nós é que declinamos do convite.
Emmanuel, em “O Consolador”, afirma que: “...em setratando de iluminação espiritual, não existe fonte algumaalém da exemplificação de Jesus, no seu Evangelho deVerdade e Vida” e que os filósofos que vieram à Terra antesdEle, eram emissários de Sua bondade e sabedoria,portanto, “o modelo de Jesus é único e definitivo para arealização da luz e da verdade em cada homem”.
Jesus Cristo, enviado pelo Pai Celestial é, porexcelência, o Educador, Doutrinador e exemplo vivo daVerdade revelada para a evolução do ser humano.
Emmanuel nos alerta que, se compreendermos aexcelsitude dos ensinamentos dos Espíritos eaproveitarmos as suas experiências benditas,interpretaremos fielmente o “Amai-vos uns aos outros”, emsua profunda significação.
Quando nos beneficiamos dos ensinamentos, triunfandono campo da Ciência, para o bem, nossos instrutoresespirituais se regozijam e, pelo esforço demonstrado pelohomem, muito lhe será concedido para o conhecimento dasleis que regem o seu destino.
Com isto, analisemos o quanto emperramos oconhecimento universal, por conta de nosso egocentrismoe sigamos a Luz Divina indicada pelo Mestre.
RosangelaBibliografia: Doutrina e Diálogos
Emmanuel
Jornal da MediunidadeO Consolador
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Pensamento e Vida
Sabedoria de Paulo de Tarso
- Roque Jacintho, Editora Luz noLar, 1ª ed., 1993.
- Francisco Cândido Xavier pelo espírito Emmanuel,Editora FEB, 25ª ed., 2005.
- Editora LEEPP - Março-Abril/2007.- Francisco Cândido Xavier pelo espírito Emmanuel -
Questões 235, 260 e 271, Editora FEB, 25ª ed., 2004.- Allan Kardec - Tradução de
Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 2004.- Francisco Cândido Xavier pelo espírito
Emmanuel - Lição 4, Editora FEB, 11ª ed., 2000.- J. Manahen e Roque Jacintho -
Editora Luz no Lar, 2ª ed.Imagem: http://abbapai.files.wordpress.com/2007/08/nas-maos-do-senhor-copia.jpg?w=518&h=300
A Lei de Deus é a mais perfeita, diante de todas as injúriasque pode sofrer o ser humano. Traz ela o consolo, aesperança, a renovação diante dos julgamentos, pelos quais,por vezes, passam os seres reencarnados, na abençoadaescola da Terra.
Essa lei nos ensina a não responder às ofensas, acompreender que aquele agressor, por gestos ou palavras,ainda não alcançou o verdadeiro estágio da vida maior.
A evolução espiritual está no atendimento da não-rebeldia,do afastamento das trevas, ajudando os caídos e insuladosno próprio orgulho.
Deus oferece todo auxílio para que os culpados possam seredimir, sem que o julgamento pessoal denigra o espíritodefensor da obra do Bem.
A estrada principal é da paz e o ponto de chegada é oestado do perdão. E é preciso alçar vôo para o País do Amor.Aí, encontrar-se-á o Mestre Jesus.
ElielceBibliografia: -Excursão de Paz Francisco C Xavier / AutoresDiversos, Editora CEU, 1ª. ed., 1990.
Cantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa
AcusadosAcusados, sofrei, seja qual for, a penaQue o mundo vos imponha à dolorosa via,Sofrei, sem revidar, a palavra sombriaDa pancada verbal que vos fere e envenena...
O sarcasmo acolhei, de alma forte e serena,Não resguardeis, convosco, o fel da rebeldia!...ABondade dos Céus vos fortalece e guiaPara longe da treva em que se vos condena!
Deus sabe até que ponto a culpa vos deprime,E, ante as Leis da Justiça equânime e sublime,Exorta-vos ao Bem, no bem que vos descerra...
Calai-vos no perdão e, refazendo a vida,Encontrareis, de novo, a paz indefinidaDe quem constrói no amor a redenção da Terra!
Antero Carvalho
Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 17
Um dia, o Egoísmo se disfarçou de gente.Vestiu uma roupa e, entre gargalhadas, disse:— Vou buscar gente para prendê-las na minha Ilha da
Solidão!Ele foi para uma cidade e batia de porta em porta, pedindo
coisas para descobrir, nos gestos e nos olhos das pessoasque o atendiam, alguém que ele pudesse aprisionar.
Toc... Toc... Toc...A menina Gracinha, segurando uma velha boneca, abriu a
porta, olhando-o, muito ressabiada:— Que quer?— Tenho uma netinha doentinha que está querendo um
brinquedinho, igualzinho a esse que você está carregando,disse, fingindo.
— Pois que continue doente!O Egoísmo estendeu suas garras para pegar a boneca,
mas Gracinha agarrou-sefortemente ao brinquedo,gritando e batendo os pés.
— Você não tem outras? —perguntou o Egoísmo.
— Tenho. Mas são minhas!Minhas, ouviu?
— Você é muito previdente! Am i n h a n e t i n h a , m u i t odescabeçada que é, sempredeu o que era dela para osoutros. Agora, quando elaprecisa, ninguém lhe dá coisaalguma!
O mundo é assim mesmo!Por isso, Gracinha, acho quevocê está certa! O que é seu, éSEU!
— Claro! O que é meu, éMEU!
Ele se afastou e, quando Gracinha fechou a porta, tirou aroupa e ficou invisível.
Quando alguém pedia qualquer coisa para Gracinha, oEgoísmo chegava bem perto do ouvido da menina e lhefalava:
— Não dê! Lembre-se: o que é seu, é SEU!E ela obedecia.As traças comiam as roupas dela que ficavam guardadas
na gaveta, mas ela não as dava para as crianças pobres.Na escola, quando Gracinha tomava o seu lanche, mesmo
quando via uma colega a olhá-la com vontade, dizia:— O lanche é MEU!A mãe de Gracinha lhe chamava a atenção, mas ela não
queria saber do que a mãe lhe falava. Fazia tudo para nãotomar conhecimento da arte de socorrer famintos, da ciênciade repartir, da religião do amor ao próximo.
Ela ficou de coração duro!Depois de um tempo, o Egoísmo se materializou e foi à
casa de Gracinha. Quando ela abriu a porta, ele colocou a
menina dentro de uma velha sacola e levou-apara a Ilha da Solidão, prendendo-a numajaula, cercada por seus ferozes cães.
Passado um tempo, Zito e o Coelho Chimcomeçaram a procurar pela Gracinha.
Chegaram perto da Ilha da Solidão e ficaram espiando comum binóculo para ver se encontravam Gracinha.
De repente, avistaram a menina presa em uma jaula, sendovigiada pelos cães do Egoísmo.
— Acontece, Chim, que a ilha não tem uma só ponte, nadaque a ligue à terra firme!
— Como é que chegaremos lá?— Vamos aproveitar que a ilha está deserta e que os cães
saíram para caçar!Antes, os dois amigos sentaram-se e tomaram um lanche
juntos.Depois, Zito tirou um cabo de aço que jogou do outro lado,
na ilha, e esticou muito bem,amarrando-o em uma árvore.
Subiu no cabo de aço, qualequilibrista e chamou Chim.
No primeiro pulo ... plaft ...caiu de cara no chão. Mas,rápido, se levantou e subiu nocabo de aço, andando atrás deZito.
Tremendo muito, o coelhoestava cai-não-cai, nas águaslá embaixo.
— Coragem, Chim!— Co... ragem... tenho! O que
não consigo... é... é... é andar!Zito, que já descera do cabo
de aço, jogou uns pedaços decarne para os cães e, enquantoeles brigavam para comer,correu em direção à jaula e
quebrou as grades, correndo de volta para o cabo de aço,com Gracinha.
—Auf...Auf...Auf...Os cães já estavam perseguindo Zito e Gracinha, quando
os dois chegaram juntos ao cabo de aço.— De volta Chim, gritou Zito.— Mas... nem cheguei ainda!—Aí vêm os cães!—Auf...Auf...Auf...Chim, ao ver os cães e com medo de ser comido, se pôs a
correr pela corda, passando na frente de Zito e Gracinha,numa velocidade de avião a jato!
Os cães, convencidos de que não conseguiam andar nocabo de aço, mergulharam na água, farejando o rastro dosfugitivos.
Os três já estavam numa clareira, entre as árvores e omato.
—Aqui eles não nos pegarão! Disse Zito.— Estou... enfim... livre!
— Encontrei Gracinha! — falou, feliz, Zito.— Se ela está na Ilha da Solidão, porque ela não dá um jeito
e dá no pé? — perguntou o Coelho Chim.
Contoscontos
As Artes do Egoísmo
SeareiroSeareiro18
Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 19
Francisco Cândido Xavierpelo espírito Emmanuel
Editora GEEM96 páginas - 1ª edição - 1980
livro em focoLivro em Foco
“Que poderemos fazer, deimediato, em favor de nossapróp r ia t ranqü i l i dade?”pergunta-nos Emmanuel,autor espiritual desta valorosae útil obra.Soa estranha a pergunta, poisr e c e b e m o s t a n t a srecomendações dos EspíritosS u p e r i o r e s p a r a n ã ocultivarmos o egocentrismo epensarmos mais em nossosemelhante. Mas há horas em
que precisamos cuidar de nossa segurança íntima, de nossaharmonia na vida interior, para manter nossa sintonia com oCristo de Deus, através da observação e da vivência dosensinamentos que Ele nos deixou.
Quando nos deparamos com situações inusitadas, pelanossa inexperiência e ilusões alimentadas, ficamosdesorientados e, não muito raro, abalados em nossa fé.
Para que não nos deixemos abalar nestes momentos,Emmanuel traz recomendações que muito podem auxiliar,para reencontrarmos a tranquilidade espiritual:
Este trecho é uma síntese do teor das lições deste livro.Se no campo físico, ao vermos um incêndio, tomamos
providências urgentes, nem sempre conseguimos, semlongo esforço, a paz dos grupos sociais ou das equipes detrabalho a que estejamos vinculados, mas, inegavelmente,ser-nos-á sempre possível manter a paz, dentro de nós.
Vitório“Nas dificuldades do lar, reténs a oficina de trabalho em
que resgatas as sombras do passado para o suspiradoacesso à luz;
nos seres amados, que te deixaram a sós, dispões deinstrumentos valiosos que te burilam os sentimentos;
nos empeços orgânicos, possuis agentes preciosos decura e embelezamento do próprio ser;
nas afeições que se transferiram para a Vida Maior, contascom tesouros de amor nos júbilos porvindouros;
nos familiares que modificaram a própria conduta, empadrões menos felizes, tens motivos de ensinamento esublimação;
e no desgaste físico em trabalho incessante, descobresnovas formas de serviço e esperança, preparação efelicidade.
Observa a existência com os olhos do espírito e sublimerenovação se te fará cada vez mais bela, nas sendas em queavanças.”
Urgência
— Como é que você veio parar na Ilha da Solidão? —perguntou o coelho.
— Você nada respondia? — perguntou Chim.
— E daí? — perguntou Zito.
— Mas... alguém ouviu! — assegurou Zito.
— Eu me deixei iludir pelo Egoísmo.Um dia, me apareceu um velhinho pedindo uma boneca
estragada. E eu não a dei, dizendo que era minha e de maisninguém. Desde então, passei a ouvir uma voz que me falavabaixinho: “O que é seu, é SEU. Não deixe ninguém botar amão.” E também me repetia: “O brinquedo é SEU. Não dê aosoutros. A roupa é SUA. Não deixe ninguém usá-la. O pão éSEU e coma só você, sem dar um naco para ninguém.”
— Boba de mim! Achava que estava tudo certo. Não davade empréstimo e nem repartia coisa alguma que era minha.
— Daí, fui perdendo as amiguinhas. Fui ficandoabandonada... Até que, um dia... o tal do Egoísmo meapareceu e me prendeu na jaula, na Ilha da Solidão, ondefiquei a gritar e a gritar, sem que ninguém me ouvisse.
— E quem me ouviu?— Sua mãe, que nunca perdeu a esperança de salvá-la das
garras do Egoísmo. Ela ouviu os seus gritos de dor. E ela mecontou sua história... aliás, uma história de todos os quequerem tudo para si, aceitando as sugestões do Egoísmo.
Ouviram, de novo, os latidos dos cães do Egoísmo e saíramcorrendo.
Corta mato, atravessa mato, arranha que arranha, até quesaíram numa estrada segura, voltando para casa e deixandoos cães e o Egoísmo para trás.
Noutro dia, em casa, Gracinha ouviu bater à porta.Poc... Poc... Poc...Ao abrir a porta, viu um velhinho de longas barbas e longas
orelhas, que lhe suplicou:— Tenho uma netinha doente que está cheia de vontade de
comer cenouras! Ah! Minha boa menina, dizem que na suacasa tem uma bela horta e... quero saber se me socorre!
Gracinha, sorridente, respondeu:— Claro que sim, meu bom “velhinho”... Chim! Pode entrar.— Ora... Como é que me reconheceu?— Porque o meu bom “velhinho” esqueceu de esconder as
orelhas compridas e, também, pelo costume de pedirgulosamente por cenouras!
Zito, atrás da árvore, caiu na gargalhada.Os dois amigos, recebidos gentilmente, encontraram-se
com muitas pessoas que entravam e saíam da casa deGracinha, agradecendo as doações generosas da menina.
Ela aprendera a repartir o que era seu.Texto adaptado por Wilson
Bibliografia: - Roque Jacintho, Editora FEB, 1ªed., 1987; Imagem: Mario da Costa Martins
As Artes do Egoísmo
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