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Diretora Responsável: Vera Alves 2011 Número 38 Espaço Arterial da Hora Jornal Distribuição Gratuita Escravas, mordomos seguem, como um rio, a dona do dono do Serro do Frio. (Doze negras em redor, - como as horas, nos relógios. Ela, no meio, era o sol!) Entrevista com Marilda Castanha autora de Agbalá e Nelson Cruz autor de Chica e João Bloco das Emílias e Viscondes Um rio que, altiva, dirige e comanda a Chica da Silva, a Chica-que-manda. (Cecília Meireles - Romanceiro da Inconfidência - Da Chica da Silva)

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Diretora Responsável: Vera Alves

2 0 1 1N ú m e r o 3 8 E s p a ç o A r t e r i a l

da HoraJornal D i s t r i b u i ç ã o G r a t u i t a

Escravas, mordomosseguem, como um rio,a dona do donodo Serro do Frio.

(Doze negras em redor,- como as horas, nos relógios.Ela, no meio, era o sol!)

Entrevista com Marilda Castanhaautora de Agbaláe Nelson Cruzautor de Chica e João

Bloco das Emílias e Viscondes

Um rio que, altiva,dirige e comandaa Chica da Silva,a Chica-que-manda. (Cecília Meireles - Romanceiro da Inconfidência - Da Chica da Silva)

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Jornal da Hora 2São paulo, 2011

O livro de Marilda Castanha aborda a cultura africana desde a chegada dos escravos africanos ao Brasil, suas religiões e cultos, revela os hábitos e costumes desse povo que, quando mantidos como escravos, eram forçados a mudarem de religião para a católica. Com ilustrações de forte influência da arte afro-brasileira, “Agbalá: um lugar-continente” mostra também através das imagens os costumes do povo africano e as modificações a que foram obrigados pelos europeus senhores de escravos, que não aceitavam seus cultos e religiões. Retrata a mistura cultural dos europeus, africanos e indígenas, e mostra o resultado: a formação do povo brasileiro. É um ótimo livro para se estudar e também para matar curiosidades dos tempos da escravidão e dos costumes e cultos afro-brasileiros. O outro livro de Marilda dessa série se chama “Pindorama: terra das Palmeiras”.

AgbAlá : um lugar-continente

O livro “Chica e João” é a história do encontro de duas pessoas tão diferentes, Chica da Silva era negra e escrava, João Fernandes, branco e senhor de escravos. Se apaixonaram, casaram, tiveram filhos. Uma história real que mais parece fantasia e que aconteceu no Brasil em Minas Gerais, no século XVIII, em plena época da escravidão. Muito curioso, Nelson Cruz foi pesquisar, buscar informações sobre essa história e escreveu esse belo livro, ganhador do Prêmio Jabuti em 2001. Além de “Chica e João”, Nelson também escreveu sobre outros casais que fazem parte da História da Inconfidência Mineira, como “Bárbara e Alvarenga” e “Dirceu e Marília”.

ChiCA e João uma história de amor

Dicas de Leitura

Peixe ViVosempre pequeno pois não teria muito espaço para nadar. O peixe-dourado

ficou grande no rio, pois ficou bastante tempo lá. Quando os pescadores o pegavam, ele sempre

estourava a isca e escapava. Os pescadores contavam vários causos dizendo que tinham conseguido pegá-lo, mas ele sempre voltava pro rio. Eu gostei da peça, fiquem atentos para quando ela estiver novamente em algum teatro da cidade.

“Peixe Vivo – cantos e causos da beira do rio” é uma peça de teatro do grupo Pasárgada com texto e direção de José Geraldo Rocha, esteve em cartaz no Teatro Stúdio, aqui na cidade de São Paulo.A história se passa no campo, conta histórias da vida caipira, na beira de um rio. Uma menina tem um peixe dourado, mas sua madrinha acaba pegando de propósito o peixe; ela falava pro peixe que no rio ele cresceria bastante e que preso no aquário ele ficaria

Bruno Costa, 14 anos

Mariana Fernandes, 11 anos

Nossas dicas de leitura são dois livros da série “Histórias Para Contar História” da editora Cosac Naify. A série toda é composta por 5 livros, três de autoria de Nelson Cruz sobre a Inconfidência Mineira e dois de Marilda Castanha, que conta um pouco sobre a diversidade cultural do povo brasileiro.

PassatempoEstude o código morse e descubra o convite que o Jornal da Hora quer fazer pra você

Texto:Victor Souza, 10 anosIlustração: Luana Maria, 13 anos

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Jornal da Hora 3São paulo, 2011

Jornal Da Hora: Como descobriu a paixão por desenhar?

Nelson: Olha, eu acho que foi quando eu vi o primeiro lápis, porque eu só lembro de mim desenhando, desde pequeno. Desenhava em papel de pão, em saquinhos de embrulho de mercearia, depois em cadernos...

JDH: Como começou o desejo de escrever e desenhar para as crianças?

Marilda: Aí já foi depois. Eu fiz faculdade de Belas Artes e descobri que eu podia desenhar livros, fui tendo essa vontade e contar histórias veio depois. De tanto desenhar, eu via que os desenhos têm narrativa, aí foi um pulo. Eu também sempre gostei de desenhos de criança, de literatura infantil.

Nelson: Como desenhista, tem umas histórias que eu conto desenhando, conto com a imagem, mas tem histórias que a narrativa não cabe só com a ilustração, aí eu tenho que colocar palavras. Por isso eu tenho livros cuja narrativa é contada só com imagens e outras com imagem e texto.

JDH: Quais são os autores, ilustradores e escritores, que mais gosta?

Marilda: Hoje é difícil dizer, porque são vários. Eu curti muito Monteiro Lobato, gosto muito de Ítalo Calvino, ele tem histórias fantásticas, que são cheias de imagens. Eu gosto muito de livros que têm imagens, o Guimarães Rosa é uma profusão de imagens. Eu gosto muito de livro que me remetem a imagens, Machado de Assis, também... Na verdade, a gente tem sempre que ler, tanto para desenhar quanto para escrever, é preciso ler sempre e muito.

Nelson: Eu gosto muito das ilustrações do meu compadre, que é o Odilon Moraes. Gosto muito e admiro muito. Admiro também a Marilda Castanha, que além de ser casado com ela, ela tem um trabalho completamente diferente do meu e essa diferença faz com que eu admire porque ela tem soluções e idéias que eu nunca vou ter.

JDH: Você tem algum recadinho para os leitores do jornal?

Marilda: Meu recado é que a leitura seja também uma brincadeira. Seja mais uma brincadeira, do dia a dia. Assim como é atraente o vídeo game, o futebol, descobrir que a leitura também pode ser tão atraente quanto as outras brincadeiras. É mais solitária, mas é necessária sim, sempre!

Nelson: Leiam o Jornal Da Hora. Leiam livros, revistas, leiam tudo que tiver pela frente. Informação é tudo que a gente precisa ter para poder se guiar na vida e informação com poesia, porque a gente precisa de poesia e informação para viver.

Marildae Nelson

Marilda: Desde menina.

Nelson Cruz e Marilda Castanha são escritores e ilustradores de literatura infanto-juvenil. Nascidos em Minas Gerais, onde vivem até hoje, vieram a São Paulo para participar de um evento promovido pela Editora Cosac Naify em parceria com a Biblioteca Monteiro Lobato. Nós do jornal não poderíamos perder a oportunidade de entrevistar esses dois importantes autores da literatura infanto-juvenil (nossa favorita).

Nelson Cruz, Pedro Raylson e Matheus Spagnolo - esquerda para direita

Pedro Raylson e Marilda Castanha - esquerda para direita

Texto:Victor Souza, 10 anosIlustração: Luana Maria, 13 anos

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Jornal da Hora4São paulo, 2011 E

XPED

IENT

E Entrevista e Redação Ilustrações

Xamã VM Editora e Gráfica Ltda

Instituto Espaço ArterialRua General Jardim, 5563256-3057

[email protected]

CEP 01223010

Realização

Rua Itaoca, 130CEP: 04140-090

Iniciativa Vencedora dos prêmios Ludicidade/ Pontinhos de Cultura

e Ponto Mídia Livre

Gráfica

http://espacojornaldahora.blogspot.com/

[email protected]

Direção

Vera Alves

Diagramação

Bruno Costa

Pedro Raylson

Fotografia

Niti Merhej

Agradecimentos

Marilda CastanhaNelson Cruz

Equipe Jornal da Hora

CapaBruno CostaVictor Souza

Matheus SpagnoloBruno Costa

Passatempo

Valéria Silva

Bloco

Emílias e Viscondes

Bloco

dasEmílias

e Viscondes

Esse ano o Bloco das Emílias e Viscondes, parceria da Bliblioteca Monteiro Lobato e o

Instituto Espaço Arterial, homenageia o personagem Pedrinho, do Sítio do Picapau Amarelo. Como todos os anos, desde 2006, várias oficinas serão oferecidas para que possamos colocar o Bloco na rua.Continuando a tradição, na sexta-feira de carnaval dia 17 de fevereiro, estaremos brincando nas ruas da Vila Buarque.

Ensaio da bateriaInstrumentos: caixa, surdo, xequerê, agogô, tamborim, chocalho (ganzá) e repinique.Dias 10, 12, 17, 19, 24, 26 e 31 de janeiro e 2, 7, 9, 14 e 16 de fevereiro.Terças e quintas, das 14h30 às 17h.

Confecção de fantasias e adereçosConfecção de adereços relacionados aos personagens do Sítio do Picapau Amarelo.Dias 11, 13, 18, 20 e 27 de janeiro e 1, 3, 8, 10 e 15 de fevereiro.Quartas e sextas, das 15 às 17h.

Lendo LobatoNarrativas e leituras dos livros infantis de Monteiro Lobato.Dias 11, 13, 18, 20 e 27 de janeiro e 1, 3, 8, 10 e 15 de fevereiro. Quartas e sextas, das 14 às 15h.

BOLA DE MEIA, BOLA DE GUDEPEGA- PEGA, ESCONDE- ESCONDESÓ QUER SABER DE BRINCARBOLA DE MEIA, BOLA DE GUDEPEGA- PEGA, ESCONDE- ESCONDEÉ HORA É HORA DE PULAR

PIRLIMPIMPIM PIM PIM PIRLIMPIMPIM PIM PIM PRÁ CRIANÇADA A FESTA NÃO TEM FIMPIRLIMPIMPIM PIM PIM PIRLIMPIMPIM PIM PIM MUITA ALEGRIA, O NOSSO BLOCO É ASSIM

PEDRINHO MOLEQUE SABIDOFEZ UMA CAÇADA NO SÍTIO DO PICA-PAUDEU DE CARA COM UMA ONÇA PINTADATODA ENFEITADA, PRONTINHA PRO CARNAVAL

PEDRINHO REFEITO DO CHOQUELARGOU O BODOQUEPULA NAS PERNAS-DE PAU

Todas as oficinas são

GráTis! não precisa Trazer nada, só você e seus amiGos.

Biblioteca Monteiro Lobato

Rua General Jardim, 485

Vila Buarque Telefone: 3256 4122

aprenda a marchinha desse

ano!

Brincadeiras de Pedrinho

JICA Y TURCÃO

Luana Maria

Ilustrações Bloco das Emílias e Viscondes

Niti Merhej

Colaboração Mariana Fernandes