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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PANORAMA DAS EXPORTAÇÕES DO MILHO BRASILEIRO VIA PORTO DE SANTOS/SP: UM ESTUDO EM UM TERMINAL LOGÍSTICO DE GRÃOS AGUINALDO EDUARDO DE SOUZA SÃO PAULO 2018

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Page 1: Dissertação - Aguinaldo Eduardo de Souza - Programa de ...repositorio.unip.br/.../eng_aguinaldoeduardodesouza.pdfDissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Engenharia de

UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO

PANORAMA DAS EXPORTACcedilOtildeES DO MILHOBRASILEIRO VIA PORTO DE SANTOSSP UMESTUDO EM UM TERMINAL LOGIacuteSTICO DE

GRAtildeOS

AGUINALDO EDUARDO DE SOUZA

SAtildeO PAULO

2018

UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO

PANORAMA DAS EXPORTACcedilOtildeES DO MILHOBRASILEIRO VIA PORTO DE SANTOSSP UMESTUDO EM UM TERMINAL LOGIacuteSTICO DE

GRAtildeOS

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Mestradoem Engenharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista- UNIP

Orientador Dr Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis

Aacuterea de Concentraccedilatildeo Gestatildeo de Sistemas deOperaccedilatildeo

Linha de Pesquisa Redes de Empresas e Planeja-mento da Produccedilatildeo

Projeto de Pesquisa Logiacutestica nas Cadeias Agroin-dustriais

AGUINALDO EDUARDO DE SOUZA

SAtildeO PAULO

2018

Ficha elaborada pelo Bibliotecaacuterio Rodney Eloy CRB8-6450

Souza Aguinaldo Eduardo de Panorama das exportaccedilotildees do milho brasileiro via Porto de SantosSP um estudo em um terminal logiacutestico de gratildeos Aguinaldo Eduardo de Souza - 2018 113 f il color + CD-ROM

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista Satildeo Paulo 2018

Aacuterea de concentraccedilatildeo Gestatildeo de Sistemas de Operaccedilatildeo

Orientador Prof Dr Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis

1 Milho 2 Agronegoacutecio 3 Exportaccedilatildeo 4 Logiacutestica 5 Portos I Reis Joatildeo Gilberto Mendes dos (orientador) II Tiacutetulo

AGUINALDO EDUARDO DE SOUZA

PANORAMA DAS EXPORTACcedilOtildeES DO MILHOBRASILEIRO VIA PORTO DE SANTOSSP UMESTUDO EM UM TERMINAL LOGIacuteSTICO DE

GRAtildeOS

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo da Universi-dade Paulista - UNIP para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mes-tre em Engenharia de Produccedilatildeo

Aprovado em

Banca Examinadora

Dr Joatildeo Gilberto Mendes dos ReisUniversidade Paulista - UNIP

Dr Oduvaldo VendramettoUniversidade Paulista - UNIP

Dr Adriano Maniccediloba da SilvaInstituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia de Satildeo Paulo - IFSP

i

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho ao meu avocirc paterno Antonio Gomes (in memoriam) e seusincontaacuteveis conselhos dominicais

A Mariah Eduarda Mazza Cunha de Souza filha amada e eterna companheira

ii

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pelas oportunidades por tudo que sou e tudo que tenhoAo professor orientador Dr Joatildeo Gilberto Mendes do Reis pela confianccedila e

dedicaccedilatildeo Pelos seus conhecimentos disseminados e acima de tudo pelo respeitoque pautaram nossos encontros

A Roberta Sobral Pinto pela compreensatildeo e carinhoA toda a minha famiacutelia Ao meu pai Aguinaldo Eduardo Gomes A minha que-

rida matildee Maria de Lourdes de Souza exemplo de feacute perseveranccedila e dignidadeAos professores do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo

sob a sabia orientaccedilatildeo do professor Dr Oduvaldo Vendrametto que permite um am-biente humanizado

Aos colegas do mestrado pelas manifestaccedilotildees de carinho traduzidas em incon-dicional colaboraccedilatildeo e acolhimento do amigos Emerson Rodolfo Abraham e AtaiacutedePereira Cardoso Junior

Ao Marcos Tokimatsu Khalil pelo apoio permitindo o acesso a suas operaccedilotildeeslogiacutesticas

Ao amigo Juacutelio Cesar Raymundo pelo incentivoAo apoio financeiro da Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel

Superior (CAPES)Por fim a todos que direta e indiretamente experienciaram esta jornada comigo

eterna gratidatildeo

iii

EPIacuteGRAFE

O bem que fizerdes nalgum lugar seraacute teu advogadoem toda parte

Emmanuel

iv

RESUMO

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de commo-dities agriacutecolas A cultura do milho tem contribuiacutedo para o destaque do agronegoacuteciona economia nacional visto que o cereal eacute segundo gratildeo mais cultivado e exportadopelo Brasil No ranking mundial no ano de 2017 o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo demaior produtor de milho e o segundo maior exportador Os aumentos de produtividadeno cultivo do gratildeo ao longo dos uacuteltimos 41 anos no momento do seu escoamentoobservam-se entraves operacionais e uma logiacutestica deficitaacuteria nos portos brasileirosO objetivo deste trabalho consistiu em investigar as exportaccedilotildees do milho brasileiro eanalisar a capacidade do porto de Santos de escoar o milho com base em um termi-nal logiacutestico Como metodologia utilizou-se uma abordagem descritiva exploratoacuteria equantitativa aleacutem de aplicar um modelo de simulaccedilatildeo com vista a dimensionar a capa-cidade operacional do porto Os resultados observados apresentaram um panoramade contiacutenuo crescimento na produccedilatildeo nacional A simulaccedilatildeo apontou eventuais gar-galos na operaccedilatildeo no terminal logiacutestico caso se concretizem o aumento da demandadas exportaccedilotildees do milho

Palavras-chave Milho agronegoacutecio exportaccedilatildeo logiacutestica portos

v

ABSTRACT

Brazil is one of the worldrsquos leading producers and exporters of agricultural commoditiesThe corn crop in turn has contributed to the importance of agribusiness in the nationaleconomy since cereal is the second most cultivated and exported grain in Brazil Inthe world ranking in 2017 Brazil was the third largest producer of maize and the se-cond largest exporter Despite significant increases in productivity in the cultivation ofgrain over the last 41 years at the time of its disposal there are operational obstaclesand a logistics that are still deficient in Brazilian ports In this context the objective ofthis work was to investigate Brazilian corn exports and analyze the capacity of the Portof Santos to dispose of maize based on a logistics terminal For this as a methodo-logy a descriptive exploratory and quantitative approach was used besides applyinga simulation model with the purpose of dimensioning the operational capacity of theport The observed results showed a panorama of continuous growth in the nationalproduction In addition the simulation pointed out eventual bottlenecks in the logisticterminal operation in case the demand for grain exports increases

Keywords Maize agribusiness export logistics ports

vi

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor 42 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006) 63 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617

Fonte CONAB (2018) 84 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB

(2018) 95 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte

CONAB (2018) 96 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-

201677 Fonte CONAB (2018) 117 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018) 118 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 139 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 1310 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b) 1411 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b) 1712 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012) 2013 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016) 3014 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte AN-

TAQ (2018a) 3215 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3416 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b) 3517 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3618 Revista SADSJ 4019 APMS 2017 Hamburg 5420 NETLOG 2018 65

vii

LISTA DE TABELAS

1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b) 162 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007) 223 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a) 264 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003 275 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a) 316 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte

MTPAC (2018a) 327 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a) 338 Artigos publicados do autor 38

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Acre

ADHOC Administradora Hidroviaacuteria Docas Catarinense

AGRAER Agecircncia Regional de Dourados

ANTAQ Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterios

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APMS International Conference Advances in Production

APPA Administraccedilatildeo dos Portos de Paranaguaacute e Antonina

APSFS Autoridade Portuaacuteria Porto Satildeo Francisco do Sul

BA Bahia

CADE Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica

CDC Companhia Docas do Cearaacute

CDC Companhia Docas do Paraacute

CDRJ Companhia Docas do Rio de Janeiro

CDSA Companhia Docas de Santana

CODEBA Companhia Docas da Bahia

CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte

CODESA Companhia Docas do Espirito Santo

CODESP Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo

CODOMAR Companhia Docas do Maranhatildeo

COMAP Companhia Municipal de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

CSCMP Council of Supply Chain Management Professional

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econocircmico

ix

DERSA Desenvolvimento Rodoviaacuterio SA

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DOCAS-PB Companhia Docas da Paraiacuteba

EMAP Empresa Maranhense de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

FIESP Federaccedilatildeo das Induacutestria de Satildeo Paulo

HA Hectare

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IP4 Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pequeno Porte

ITC Trade statistics for international business development

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MS Mato Grosso do Sul

MT Mato Grosso

MTPAC Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil

ONU Organizaccedilatildeo da Naccedilotildees Unidas

PA Paraacute

PIB Produto Interno Bruto

PR Paranaacute

RFB Receita Federal do Brasil

RO Roraima

RS Rio Grande do Sul

SCM Supply Chain Management

SCPAR Santa Catarina Parcerias SA

SDEC-PE Secretaacuteria de Desenvolvimento Econocircmico de Pernambuco

SEP-PR Secretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica

x

SOPH Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondocircnia

SP Satildeo Paulo

SPH Superintendecircncia de Portos e Hidrovias

SUPRG Superintendecircncia do Porto de Rio Grande

T Tonelada

UNCTAD Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento

USDA Departamento de Agricultura dos Estados

xi

SUMAacuteRIO

RESUMO iv

ABSTRACT v

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES vi

LISTA DE TABELAS vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS viii

1 Introduccedilatildeo 111 Motivaccedilatildeo 212 Objetivos 3

121 Objetivo Geral 3122 Objetivos Especiacuteficos 3

13 Organizaccedilatildeo do trabalho 4

2 Revisatildeo da Literatura 521 Origem do milho 522 Produccedilatildeo nacional 723 Regiotildees produtoras 724 Estados produtores 1025 Exportaccedilatildeo do milho 12

251 Panorama nacional 12252 Panorama mundial 15

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito 17261 Histoacuteria 18262 Conceito 18

27 Logiacutestica nas empresas 1928 Atividades logiacutesticas 2229 Portos 23210 Serviccedilos Portuaacuterios 25211 Tipos de portos 26212 Terminais portuaacuterios 29213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro 30214 Porto de SantosSP 34

xii

3 Metodologia 37

4 Artigos 4041 1ordm Artigo 4042 2ordm Artigo 5443 3ordm Artigo 6444 4ordm Artigo 65

5 Discussatildeo (Artigos) 76

6 Propostas para Trabalhos Futuros 78

1

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio ocupa posiccedilatildeo de destaque na economia do Brasil Segundoo Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA (2018) o agronegoacutecioeacute o segmento de maior importacircncia para a economia nacional representando apro-ximadamente 25 do Produto Interno Bruto - PIB O Instituto Brasileiro de Geografiae Estatiacutestica - IBGE (2018a) assevera que houve um crescimento de 10 apoacutes doisanos de queda consecutiva de 35 no PIB nacional fechando o ano de 2017 comR$ 66 trilhotildees

A expansatildeo do agronegoacutecio de 13 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 foi fator de-terminante para a alavancagem do PIB em 2017 IBGE (2018a) Dados estatiacutesticosdo Ministeacuterio da Agricultura evidenciam a relevacircncia do agronegoacutecio para comeacutercioexterior brasileiro Considerando os uacuteltimos 21 anos (1997-2017) sua participaccedilatildeo nabalanccedila comercial brasileira foi de 406 Em 2017 as exportaccedilotildees do agronegoacuteciosomaram US$ 96 bilhotildees ou seja 441 do total da exportaccedilotildees do Brasil encer-rando o ano com US$ 2177 bilhotildees (MAPA 2018)

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo de soja e milho con-sequentemente um dos principais exportadores mundiais de commodities agriacutecolas(Lourenccedilo amp Lima 2009) A implementaccedilatildeo de poliacuteticas governamentais oferta derecursos hiacutedricos condiccedilotildees de clima e solo e pesquisas e tecnologia contribuiacuterampara o destaque da agricultura brasileira no cenaacuterio internacional (Bolfe et al 2016)

Natildeo obstante a soja ser o gratildeo mais cultivado e exportado pelo Brasil a culturado milho vem ganhando espaccedilo no cenaacuterio nacional e no mercado internacional poiseacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil O cereal eacute um dos principais compo-nentes da cadeia alimentar mundial (Reis et al 2016) Em 2017 o Brasil registrou amaior produccedilatildeo do cereal 97 milhotildees t um crescimento de 552 frente ao ano de2016 com 67 milhotildees t (CONAB 2018 IBGE 2018b)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Esta-dos Unidos ndash USDA o milho eacute o gratildeo mais cultivado no mundo Na safra de 201617a produccedilatildeo mundial atingiu 107 bilhotildees t No ranking dos principais produtores mun-diais o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo com 98 milhotildees t atraacutes da China e EstadosUnidos com 219 milhotildees e 384 milhotildees t respectivamente (USDA 2018)

Estudos da USDA (2018) projetam uma produccedilatildeo global de 103 bilhatildeo t parasafra de 201718 e 105 bilhatildeo t para a de 201819 Conforme projeccedilotildees do oacutergatildeoamericano os Estados Unidos permaneceratildeo na lideranccedila absoluta com expectativade produccedilatildeo de 370 e 356 milhotildees t seguido pela China com 215 e 225 milhotildees t e oBrasil com 85 e 96 milhotildees t (201718-201819)

2

Em que pese a produccedilatildeo nacional do milho ter alcanccedilado iacutendices de excelecircncianos uacuteltimos 41 anos apontando crescimento aproximado de 408 na produccedilatildeo 335na produtividade e 49 as aacutereas de plantio o milho eacute uma commodity de baixo valoragregado e depende fundamentalmente de um alto potencial logiacutestico (CONAB 2018)

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas a cultivares de alto poten-cial geneacutetico e transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maiordensidade de plantio tem contribuiacutedo significativamente a cultura do milho no Brasile sua capacidade produtiva (EMBRAPA 2018) Quando a produccedilatildeo ultrapassa asfronteiras do campo e inicia o processo de escoamento os gratildeos se defrontam comos gargalos logiacutesticos produzindo assim impactos negativos na competitividade dosprodutos agriacutecolas brasileiros no mercado internacional (Dubke 2006 Wanke amp Hijjar2009 Hilsdorf amp Nogueira Neto 2015 CNT 2017)

O Brasil tem aproveitado a crescente demanda do mercado global O paiacuteseacute o segundo maior exportador mundial de milho ficando atraacutes apenas do EstadosUnidos (USDA 2018) O volume de milho exportado foi de 292 milhotildees t em 2017alcanccedilando seu maior iacutendice em toda seacuterie histoacuterica de exportaccedilatildeo jaacute registrado desdedo ano de 1997 (COMEXSTAT 2018)

Contudo os portos mariacutetimos principal plataforma de escoamento do milhoainda que seja evidenciadas significativas melhorias na sua eficiecircncia operacionalnas uacuteltimas duas deacutecadas observa-se entraves operacionais e uma logiacutestica aindadeficitaacuteria (Souza et al 2017)

Com o aperfeiccediloamento de algumas atividades logiacutesticas de exportaccedilatildeo ndash rece-bimento armazenagem e embarque ndash mais eficientes as mesmas poderatildeo promoverum ganho de competitividade para o cereal brasileiro no comeacutercio global

Sendo assim o presente estudo visa analisar a capacidade operacional deescoamento do gratildeo em portos brasileiros tendo como campo de estudo o Porto deSantosSP considerando que 93 das exportaccedilotildees do milho brasileiro se daacute por viasmariacutetima (COMEXSTAT 2018)

11 Motivaccedilatildeo

A demanda mundial por alimento eacute um desafio para a comunidade internacio-nal Estudos da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas ndash ONU estimam que a populaccedilatildeomundial chegue a 86 bilhotildees em 2030 98 bilhotildees em 2050 e ultrapasse os 112 bi-lhotildees em 2100 (ONU 2018) O crescimento da populaccedilatildeo mundial implica em umgrande desafio aos liacutederes globais para o aumento da produccedilatildeo de alimentos de ma-neira sustentaacutevel

O Brasil se destaca como importante produtor de commodities agriacutecolas Aleacutemdisso protagoniza um papel importante de fornecedor na cadeia alimentar mundial

3

cuja exportaccedilotildees do milho tiveram um crescimento exponencial Se comparado o anode 1997 a 2017 o volume do milho com destino ao comeacutercio exterior cresceu 8300sendo exportado 348 mil t em 1997 e 29 milhotildees t em 2017 (COMEXSTAT 2018)

No caso do milho as projeccedilotildees de exportaccedilatildeo do gratildeo tecircm alcanccedilado pata-mares elevados (MAPA 2018) Os estudos da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estadode Satildeo Paulo ndash FIESP asseguram uma variaccedilatildeo positiva de 75 nas exportaccedilotildees docereal para a safra de 202627 em relaccedilatildeo agrave safra 201617 (FIESP 2018)

A relevacircncia da pesquisa justifica-se pelo aumento da demanda global por ali-mentos em decorrecircncia do crescimento demograacutefico mundial USDA (2018) e a opor-tunidade de expansatildeo do cereal nacional no mercado internacional (FIESP 2018)

O presente estudo propotildee uma investigaccedilatildeo no Porto de SantosSP quantoa sua capacidade operacional de exportaccedilatildeo considerando as projeccedilotildees de cresci-mento da demanda internacional pelo milho (MAPA 2017 FIESP 2018)

Para tanto optou-se por delimitar a pesquisa em um terminal portuaacuterio de ex-portaccedilatildeo aqui denominado Terminal A do porto santista cujo complexo portuaacuterio eacuteo principal responsaacutevel pelo fluxo de escoamento do milho brasileiro para o mercadomundial (COMEXSTAT 2018)

12 Objetivos

121 Objetivo Geral

Analisar os fluxos de exportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica doporto de Santos em atender esses fluxos com base na movimentaccedilatildeo de um terminalexportador de gratildeos de milho

122 Objetivos Especiacuteficos

1 Analisar a produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees produtoras

2 Identificar o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasileiro principal porto de escoa-mento e principais mercados compradores

3 Avaliar se a capacidade estaacutetica de armazenagem no Porto de Santos eacute compa-tiacutevel com as crescente demandas de exportaccedilatildeo por meio do Terminal A

4 Simular um processo de operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento de gratildeosde milho visando avaliar a capacidade operacional do terminal

4

13 Organizaccedilatildeo do trabalho

Este trabalho estaacute organizado conforme demonstrado pela Figura 1

Figura 1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor

5

2 Revisatildeo da Literatura

21 Origem do milho

O milho eacute uma das culturas agriacutecolas mais importante para a sociedade tantonas bases econocircmicas do agronegoacutecio como sociais pois eacute um dos produtos demaior versatilidade na cadeia alimentar mundial Aleacutem de ser utilizado como insumopara alimentaccedilatildeo humana e animal eacute fonte de mateacuterias primas para a agroinduacutestria eproduccedilatildeo de etanol (Diogenes 2011)

Cultivado em quase todas as regiotildees temperadas e tropicais do mundo O milhose adapta em condiccedilotildees abaixo do niacutevel do mar e ateacute 3 mil metros acima do niacutevel domar (CME 2018) As temperaturas adequadas para seu cultivo devem apresentarmeacutedia noturna acima de 128 degC e meacutedia diurna superior a 19 degC Agecircncia Regional deDourados (AGRAER 2018)

Considine (2005) Bernardi et al (2014) Dyer et al (2014) destacam atraveacutesde evidencias cientificas que o milho eacute uma planta de origem mexicana cuja domes-ticaccedilatildeo tem iniacutecio em 7500 a 12000 anos atraacutes na aacuterea central da Mesoameacuterica

Segundo Lerayer (2006) o Meacutexico e a Guatemala satildeo considerados paiacuteses quederam origem ao milho A autora assegura que no vale do Tehucan onde atualmentese localiza o Meacutexico foi encontrada a primeira espiga de milho datada de 7000 aC

O milho (Zea mays L) eacute uma graminea anual membro da famiacutelia das gramiacuteneas(Poaceae) Tem importacircncia secular para cultura alimentar desde a antiguidade e eacutemuito apreciado entre os povos da Ameacuterica Central e do Sul (Vincent 2012)

Para Perry et al (2006) encontraram-se vestiacutegios do cultivo do milho na Ameacute-rica do Sul haacute pelo menos 4000 anos Os iacutendios americanos cultivavam-no em mon-tes Existia uma variaccedilatildeo de espeacutecies plantadas conforme seu uso Com o passar dotempo o meacutetodo foi substituiacutedo por plantio de uma soacute espeacutecie

Atraveacutes de um processo natural de seleccedilatildeo os nativos (astecas e maias) esco-lhiam as espigas de maior vigor mais produtivas e faacuteceis de serem colhidas e arma-zenadas (Lerayer 2006) A Figura 2 ilustra a transformaccedilatildeo da espeacutecie ateacute os dias dehoje

6

Figura 2 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006)

A Figura 2 destaca as alteraccedilotildees importantes que ocorreram ao longo da do-mesticaccedilatildeo do milho De uma gramiacutenea com espigas de poucos gratildeos cobertos comuma casca dura para espigas com maior nuacutemero de gratildeos e maiores Com isso aespeacutecie se desenvolveu para variedades com grande capacidade de adaptaccedilatildeo emdiversas altitudes de acordo com o relevo da Ameacuterica Central (Lerayer 2006)

Haacute mais de 300 espeacutecies de milho identificadas no mundo Praticamente todasestas espeacutecies derivam direta ou indiretamente dos trabalhos desenvolvidos pelascivilizaccedilotildees preacute-colombianas (Lerayer 2006)

De acordo com Smith et al (2004) o cereal foi difundido para o hemisfeacuterionorte no final do seacuteculo XV com a chegada dos exploradores europeus em terrasamericanas A partir daiacute iniciou-se um processo de disseminaccedilatildeo inicialmente parao sul da Franccedila e Itaacutelia em 1494 Egito em 1517 Espanha e Portugal em 1575

No final do seacuteculo XVI o milho se encontrava estabelecido em todos os conti-nentes adaptado nos mais variados climas e ambientes (Lerayer 2006)

No Brasil estudos apontam que o cultivo do milho jaacute era praticado antes dachegada dos colonizadores portugueses pelos iacutendios Guaranis que tinham o cerealcom fonte principal de sua dieta alimentar Com a chegada dos portugueses o con-sumo pelo cereal aumentou e foi introduzido nos haacutebitos alimentares dos brasileiros(Bernardi et al 2014)

7

22 Produccedilatildeo nacional

O calendaacuterio agriacutecola do milho eacute composto por duas safras A primeira safra deveratildeo o plantio varia de agosto a dezembro A segunda safra de inverno com plantiode janeiro a marccedilo geralmente cultivada apoacutes a colheita da soja na regiatildeo Centro-Sul(DEPEC 2017)

O cereal eacute o principal micronutriente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal As ati-vidades de avicultura e suinocultura satildeo as principais cadeias responsaacuteveis pelo con-sumo da produccedilatildeo nacional e tem importacircncia fundamental na corrente de comeacutercioexterior brasileira (Caldarelli amp Bacchi 2012)

Reis et al (2016) corroboram com Caldarelli amp Bacchi (2012) em seus estu-dos Os autores afirma que o cultivo do milho no Brasil eacute destinado para o consumointerno com duas finalidades produccedilatildeo de raccedilatildeo animal (bovino suiacuteno e frango) eindustrializaccedilatildeo para consumo humano

A produccedilatildeo nacional do milho tem logrado ecircxito e alcanccedilado iacutendices elevadosde crescimento Enquanto as aacutereas destinadas ao cultivo milho obtiveram uma ex-pansatildeo 49 ao longo dos 41 anos saindo de 11 milhotildees de hectares na safra de197677 para 17 milhotildees de hectares para a safra de 20162017

Os registros apontam uma colheita 19 milhotildees t na safra de 197677 Se com-parado com a safra de 201617 com 97 milhotildees t produzidas a produccedilatildeo nacionalcresceu 408 nos uacuteltimos 41 anos

Em termos de produtividade houve um acreacutescimo de 335 no mesmo periacuteodoOs estudos registram na safra de 197677 uma produtividade 12 tonelada por hec-tare contra 55 toneladas por hectare na uacuteltima safra (201617)

O crescimento mais acentuado foi a partir da deacutecada da safra de 199192 Como aumento de demanda pelo cereal e oferta de terras mais baratas propiciaram aexpansatildeo de novas fronteiras agriacutecolas

Diante desta conjuntura pode-se notar um migraccedilatildeo da produccedilatildeo sentido aonorte do pais que ateacute entatildeo concentrava-se nas regiotildees Sul e Sudeste Tendo comodestaque o Centro-Oeste principal regiatildeo produtora do milho (Souza et al 2017)

Outras variaacuteveis contribuiacuteram para a promoccedilatildeo do crescimento da produccedilatildeonacional do milho conforme observa Caldarelli amp Bacchi (2012) acordos internacio-nais desregulamentaccedilatildeo da economia aumento da rentabilidade do produtor com avalorizaccedilatildeo do gratildeo e a pesquisa e novas tecnologias

23 Regiotildees produtoras

O cultivo do milho no Brasil abrange praticamente todas as regiotildees do BrasilEntretanto a maior concentraccedilatildeo estaacute na macrorregiatildeo Centro-Sul (CONAB 2018)

8

Um fator importante a ser destacado eacute a contribuiccedilatildeo da segunda safra para aproduccedilatildeo nacional A safrinha como tambeacutem eacute conhecida tem alcanccedilado iacutendices deprodutividade significativos Centro-Oeste (Figura 3)

A alta produccedilatildeo da 2 ordfsafra na regiatildeo Centro-Oeste justifica-se pelo fato de aprodutividade estar associada ao aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes

O cultivo do milho da 2 ordfsafra eacute plantado no local onde eacute colhida a soja elevandoassim seu potencial produtivo (Reis et al 2016)

Figura 3 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617 FonteCONAB (2018)

A regiatildeo Centro-Oeste eacute a maior produtora de milho do Brasil A regiatildeo teve umcrescimento de aproximadamente 980 se comparado a safra de 199091 e 201617com a produccedilatildeo de 45 milhotildees t e 488 milhotildees t respectivamente (CONAB 2018)

O estado do Mato Grosso eacute o principal responsaacutevel pelo protagonismo da ma-crorregiatildeo Centro-Sul na produccedilatildeo nacional

No ranking das regiotildees produtoras em ordem de grandeza Centro-Oeste pro-duziu 48 milhotildees t Sul 27 milhotildees t Sudeste 13 milhotildees t Nordeste 6 milhotildees t e oNorte 2 milhotildees t tendo como base a safra 201617 (Figura 4)

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Figura 4 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB (2018)

Conforme ilustrado na Figura 4 apesar da regiatildeo Norte ser a regiatildeo de menorpotencial produtivo foi a de maior elevaccedilatildeo na produccedilatildeo com aumento de 2183ficando atraacutes do Centro-Oeste com 2417 Em terceiro lugar a regiatildeo Nordeste304 seguida pela Sul 171 Sudeste com 123 considerando os 41 anos de seacuteriehistoacuterica (CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo agrave produtividade ainda que a regiatildeo Centro-Oeste tenha apresen-tado o maior crescimento em termos de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maioreficiecircncia (Figura 5)

Figura 5 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte CO-NAB (2018)

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Conforme ilustrado na Figura 5 a regiatildeo Sul apresenta maior eficiecircncia na pro-dutividade (safra de 201617) com rendimento de 6583 kgha seguida pelo Centro-Oeste Sudeste Norte e Nordeste com 6098 kgha 5820 kgha 3790 kgha e 2557kgha respectivamente A anaacutelise de produtividade considerada a partir da safra de199091 periacuteodo que inicia o grande desenvolvimento no cultivo do milho no Brasil

24 Estados produtores

O cultivo do milho eacute disperso no Brasil podendo ser encontrado nos 26 estadose no distrito federal (Reis et al 2016) Estudos analisados atraveacutes da seacuterie histoacuterica 41anos indicam que o acumulado de produccedilatildeo do cereal no Brasil alcanccedilou 16 bilhatildeo t(CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo ao acumulado da produccedilatildeo por estados dos sete estados brasi-leiros com produccedilatildeo acima de 100 milhotildees t seis estatildeo na macrorregiatildeo Centro-Sul(PR MT MG RS GO e SP) Na macrorregiatildeo Norte-Nordeste apenas o estado daBahia alcanccedilou os 100 milhotildees t produzidas (CONAB 2018)

A macrorregiatildeo Centro-Sul desponta como principal cinturatildeo produtivo do mi-lho no Brasil

O estado da Bahia eacute o principal produtor da macrorregiatildeo Norte-Nordeste com19 milhotildees t produzidas na safra 201617 No acumulado da seacuterie a Bahia foi respon-saacutevel por aproximadamente 28 dos 149 milhotildees t produzidas pelo Norte-Nordesteconsiderando os uacuteltimos 41 anos O estado do Maranhatildeo representou 13 seguidopelo Paraacute 10 Piauiacute e Cearaacute 8 Rondocircnia 7 Sergipe 6 e Tocantins 5 Osestados restantes representaram 23 O Amapaacute eacute o estado com o menor volume003 da produccedilatildeo

As aacutereas de cultivo cresceram 27 no Norte-Nordeste Na safra de 19767726 milhotildees ha eram destinados ao plantio do milho Na uacuteltima safra foi registrado 33milhotildees ha

A macrorregiatildeo Centro-Sul alcanccedilou o 14 bilhatildeo t produzidas no acumulado daseacuterie histoacuterica 41 anos Considerando o ranking dos principais estados produtores oParanaacute se destaca com uma representatividade de 25 da produccedilatildeo total da regiatildeo

Em seguida o Mato Grosso 13 Minas Gerais 12 Rio Grande do Sul 11Goiaacutes e Satildeo Paulo 10 Santa Catarina e Mato Grosso do Sul 6 Os estados commenor representatividade satildeo Distrito Federal e Espirito Santo 04 e Rio de Janeirocom 01

As aacutereas de cultivos no Centro-Sul tiveram uma expansatildeo de 55 entre assafras de 197677 a 201617 Saindo da ordem de 9 milhotildees ha para 14 milhotildees ha

O estado do Paranaacute permaneceu na lideranccedila da produccedilatildeo do gratildeo no Brasilateacute a safra de 199192 Entretanto na deacutecada 1990 Mato Grosso inicia um processo

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de crescimento sem precedentes na produccedilatildeo do milho (Figura 6)

Figura 6 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-201677 Fonte CONAB (2018)

Na safra 201213 Mato Grosso ultrapassa o Paranaacute e assume isoladamente oprimeiro lugar mantendo-se como maior produtor nacional de milho Na uacuteltima safraMato Grosso aferiu 28 milhotildees t produzidas O Paranaacute por sua vez 17 milhotildees t

Figura 7 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018)

A Figura 7 indica que 2 ordfsafra (200405) o estado de Mato Grosso assume alideranccedila de maior produtor com 35 milhotildees t seguido pelo Paranaacute com 34 milhotildeest Na 1 ordfsafra (201617) Mato Grosso produziu 256 mil t e Paranaacute 4 milhotildees t Na 2

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ordfsafra (201617) Mato Grosso foi responsaacutevel por 28 milhotildees t sendo o Paranaacute por13 milhotildees t

No tocante a produtividade o Paranaacute elevou sua produtividade em 184 nosuacuteltimos 41 anos saindo de 2150 kgha (197677) para 6115 kgha (201617) Oestado de Mato Grosso registrou uma elevaccedilatildeo de 437 em sua produtividade nomesmo periacuteodo A CONAB (2018) registrou a produtividade do estado do Mato Grossode 1558 kgha (197677) e 6223 kgha (201617)

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas de plantio na safra de 197677 o Paranaacute dispunha de2153 milhotildees ha e Mato Grosso apenas 247 mil ha Na safra 201617 o Paranaacutedestinou 2917 milhotildees ha apontando um crescimento de 35 Na mesma safraMato Grosso destinou 4639 milhotildees ha para cultura do milho obtendo um acreacutescimode 1776 (CONAB 2018)

A produtividade natildeo resulta somente da disponibilidade de terras agricultaacuteveisNo caso da produccedilatildeo nacional a implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas acultivares de alto potencial geneacutetico correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas emaior densidade de plantio contribuiacuteram para o incremento da produtividade do milho(EMBRAPA 2018)

25 Exportaccedilatildeo do milho

251 Panorama nacional

Com o consecutivo aumento da produccedilatildeo brasileira do gratildeo de milho obser-vado nas uacuteltimas deacutecadas IBGE (2018b) o Brasil tem aproveitado o excedente doconsumo interno para abastecer o mercado internacional A exportaccedilotildees brasileirasde milho tem levado o Brasil a ocupar um lugar de destaque no ranking dos maioresexportadores mundiais de milho (USDA 2018)

Observa-se a relevacircncia das exportaccedilotildees do milho para a balanccedila comercialbrasileira O milho e a soja satildeo os principais produtos agriacutecolas comercializados peloBrasil Juntos representam 80 das exportaccedilotildees brasileiras

Dados estatiacutesticos MAPA (2018) revelam que nos uacuteltimos 20 anos a partici-paccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial representou em meacutedia 40 das expor-taccedilotildees brasileiras (Figura 8)

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Figura 8 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

As exportaccedilotildees do Brasil em 2017 atingiram US$ 217 bilhotildees 18 a mais doano anterior contabilizando US$ 185 bilhotildees O agronegoacutecio foi responsaacutevel em 2017por 44 das exportaccedilotildees fechando o ano com US$ 96 bilhotildees Em relaccedilatildeo ao anode 2016 o agronegoacutecio foi responsaacutevel por 46 das exportaccedilotildees brasileiras ou sejaUS$ 84 bilhotildees conforme ilustrado na (Figura 8)

As exportaccedilotildees do milho nacional alcanccedilaram 29 milhotildees t no ano de 201733 a mais do que o ano anterior que alcanccedilou o volume de 21 milhotildees t como podeser visto na Figura 9 representando US$ 45 bilhotildees

Figura 9 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

No ano de 2017 o Brasil registrou seu maior iacutendice de exportaccedilatildeo do gratildeo como crescimento de 8300 em relaccedilatildeo ao ano de 1997

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Como pode ser visto na Figura 9 a alavancagem das exportaccedilotildees tiveram doisdestaques que valem a pena ser ressaltados o ano de 2001 e 2013 Considerandoque a deacutecada de 1990 as exportaccedilotildees do gratildeo natildeo ultrapassavam o patamar 500mil t a exportaccedilatildeo de 2001 atingiu 5 milhotildees t foi um marco para a seacuterie histoacutericasobretudo por dar iniacutecio a um processo de crescimento efetivo da cultura do milho noBrasil

No ano de 2013 face ao iniacutecio da lideranccedila do Mato Grosso como maior pro-dutor nacional do milho o Brasil registrou o volume de 26 milhotildees t exportadas

Na Figura 10 pode ser visto os dez principais mercados importadores do milhonacional em 2017

Figura 10 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b)

O Iratilde eacute o principal destino das exportaccedilotildees brasileiras com 48 milhotildees t im-portadas O Egito foi o segundo maior importador com 32 milhotildees t em seguidaobserva-se o Japatildeo 29 milhotildees t Espanha 28 milhotildees t Vietnatilde 26 milhotildees t China17 milhatildeo t Coreacuteia do Sul 17 milhatildeo t Malaacutesia 14 milhatildeo t Bangladesh 10 milhatildeo te Holanda com 800 mil t

A Tabela 1 apresenta o rol dos principais paiacuteses compradores do gratildeo brasileirono ano de 2017 Em relaccedilatildeo as cifras agraves exportaccedilotildees do gratildeo atingiram US$ 46bilhotildees

Quanto ao fluxo de comeacutercio por continente a Aacutesia foi o maior parceiro comer-cial do Brasil no ano de 2017 Observa-se por ordem de grandeza a representatividade

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de cada continente nas transaccedilotildees com o Brasil conforme descrito abaixo

bull Aacutesia 56

bull Europa 17

bull Aacutefrica 15

bull Ameacuterica 7

bull Oriente Meacutedio 5

Tambeacutem se verificou na Tabela 1 os trecircs principais paiacuteses compradores porcontinente em ordem de grandeza

bull Aacutesia (Iratilde 29 Japatildeo 18 e Vietnatilde 16)

bull Europa (Espanha 58 Holanda 16 e Portugal 13)

bull Aacutefrica (Egito 75 Argeacutelia 12 e Marrocos 11)

bull Ameacuterica (Repuacuteblica Dominicana 32 Meacutexico 26 e Boliacutevia 8)

bull Oriente Meacutedio (Araacutebia Saudita 48 Israel 23 e Jordacircnia 11)

252 Panorama mundial

Dentre os cinco principais exportadores mundiais do milho em 2017 os Esta-dos Unidos lideraram o ranking com 53 milhotildees t seguido pelo Brasil 29 milhotildees tArgentina 23 milhotildees t Ucracircnia 19 milhotildees t e Ruacutessia 5 milhotildees t (ITC 2018a)

Referente a participaccedilatildeo no mercado global os Estados Unidos detiveram em2017 32 seguido pelo Brasil 16 Argentina 13 Ucracircnia 10 e Ruacutessia com 3(ITC 2018a)

A Figura 11 apresenta os principais importadores globais de milho sendo oJapatildeo o maior comprador mundial em 2017 As importaccedilotildees mundiais no mesmo anoalcanccedilaram 154 milhotildees t representando cerca de US$ 32 bilhotildees

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Tabela 1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b)

Importadores Bilhotildees US$ Milhotildees (t)Crescimento 20132017 (pa)

Mundo 4631046 29266361 2Iratilde 782609 4832976 18Egito 501040 3226017 17Japatildeo 451951 2945944 2Espanha 436927 2868390 36Vietnatilde 412219 2637305 16Taipei 270286 1760043 -5Coreacuteia do Sul 264914 1716964 -15Malaacutesia 232869 1494622 11Bangladesh 158604 1016715 -Paiacuteses Baixos 121940 801673 9Repuacuteblica Dominicana 108546 694240 7Araacutebia Saudita 106663 680764 -10Portugal 99985 643886 15Meacutexico 90430 562833 70Argeacutelia 78619 493866 -11Marrocos 75963 484981 -25Israel 50411 320661 13Irlanda 50349 329080 48Itaacutelia 34582 235049 31Paraguai 29441 8744 12Estados Unidos da Ameacuterica 29370 124983 -17Venezuela 27708 179454 -17Jordacircnia 24797 163565 2Guatemala 20279 131678 4Cuba 17974 110700 -10Indoneacutesia 17731 111026 -42Emirados Aacuterabes Unidos 16273 81401 -8Nicaraacutegua 13202 86940 7El Salvador 11692 78049 20Reino Unido 9811 59006 14Costa Rica 9486 61415 3Liacutebano 9386 62287 265Tuniacutesia 9141 58392 -65Omatilde 9001 57762 16Colocircmbia 7535 2272 -66Argentina 7369 2335 13Filipinas 5486 33110 126Kuwait 4567 31596 -27Peru 3745 11098 -39Angola 3286 17886 -35China 2707 17190 -1Boliacutevia 2368 4487 5Equador 2237 824 -67

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Figura 11 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b)

A Figura 11 aponta que as importaccedilotildees do Japatildeo somaram US$ 308 bilhotildeesseguida pelo Meacutexico US$ 285 bilhotildees Coreacuteia do Sul US$ 178 bilhatildeo Egito US$ 172bilhatildeo Espanha US$ 148 bilhatildeo Vietnatilde US$ 130 bilhatildeo Holanda US$ 118 bilhatildeoItaacutelia US$ 110 bilhatildeo e Iratilde US$ 108 bilhatildeo

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito

Com o advento da globalizaccedilatildeo os mercados tornaram-se cada vez mais di-nacircmicos e competitivos A concorrecircncia eacute global um cenaacuterio constante e irreversiacutevelcolocando as organizaccedilotildees em permanente risco de sobrevivecircncia

Embora a produccedilatildeo de commodities agriacutecolas tenha suas especificidades e de-penda exclusivamente de terras disponiacuteveis diminuindo o surgimento de novos com-petidores a busca por eficiecircncia operacional tem sido um objetivo contiacutenuo das orga-nizaccedilotildees que atuam no agronegoacutecio

O milho eacute uma commodity e distinguem-se por ser um produto de alta volatili-dade baixo valor agregado e margens apertadas Portanto a busca por uma logiacutesticade escoamento eficiente agregando valor ao produto eacute requisito fundamental para oscompetidores do setor

No caso do Brasil importante fornecedor mundial o desempenho da logiacutesticaportuaacuteria eacute corresponsaacutevel por manter a competitividade do milho brasileiro no co-meacutercio internacional

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261 Histoacuteria

A logiacutestica remonta os primoacuterdios da humanidade muito antes do termo sercriado Atividades logiacutestica satildeo observadas em relatos biacuteblicos quando o faraoacute exigiaque fosse feita a armazenagem de alimentos em decorrecircncia de um sonho sobrevacas magras e gordas interpretado por Joseacute em que haveria sete anos de fartura esete anos de escassez alimentar (Reis et al 2015)

Outra evidecircncia satildeo as piracircmides do Egito Inconcebiacutevel acreditar que umaobra de tal magnitude pudesse ser concluiacuteda sem atividades que administrassem amovimentaccedilatildeo armazenagem e transporte de blocos de pedras aleacutem de alocar ossuprimentos para milhares de escravos encarregados da sua construccedilatildeo

No acircmbito militar a logiacutestica tem sido estrateacutegica e a histoacuteria tem comprovadoisso Eacute bem provaacutevel que expansatildeo do impeacuterio de Alexandre o Grande se invia-bilizasse caso natildeo houvesse uma logiacutestica que garantissem os suprimentos a suastropas

As grandes navegaccedilotildees entre os seacuteculos XV e XVII tambeacutem foram beneficiadaspelos conceitos logiacutesticos Impossiacutevel imaginar as caravelas mar adentro em buscade novas terras sem viacuteveres que pudessem suprir as necessidades da tripulaccedilatildeo Dealguma forma naquela eacutepoca jaacute havia planejamento de suprimentos para as viagensem busca de terras novas

A origem da expressatildeo logiacutestica eacute uma evoluccedilatildeo do verbo loger que significaalojar Termo militar usado para definir a arte de transportar abastecer e alojar tropasem campanha (Rodrigues 2014)

Segundo Rodrigues (2014) a primeira definiccedilatildeo de logiacutestica foi cunhada pelogeneral francecircs das tropas de Napoleatildeo Bonaparte Baratildeo Antonie Henri de Jomini(1789-1869) Para Jomini a palavra logistique deriva de um posto existente no exeacuter-cito francecircs ocupado pelo Marechal des Logis encarregado das atividades de deslo-camento alojamento e acampamento das tropas em combate

Posteriormente o termo logiacutestico tomou um significado mais amplo no usomilitar principalmente pelos norte-americanos na Segunda Guerra Mundial e segui-damente pela induacutestria

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica foi empregada muito tempo no con-texto militar atribuindo-se a derrota dos britacircnicos na Guerra de Independecircncia norte-americana pela ineficiecircncia de abastecimento de suprimentos agraves tropas britacircnicas

262 Conceito

Apesar da logiacutestica estar bastante disseminada no acircmbito organizacional e aca-decircmico ainda eacute do senso comum reduzi-la somente a atividade de transporte (Re-zende et al 2005)

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Haacute muita desinformaccedilatildeo a respeito da logiacutestica Mais que uma atividade detransporte a logiacutestica eacute o gerenciamento do fluxo de mercadoria desde o ponto deorigem ateacute o ponto de consumo (Ludovico 2010)

Ao longo dos anos vaacuterios estudos corroboraram para o entendimento do con-ceito de logiacutestica Para Ballou (2007) a logiacutestica deve prover serviccedilos de forma adiminuir a lacuna entre o ponto de produccedilatildeo e ponto de consumo de modo que osconsumidores tenham disponiacuteveis produtos e serviccedilos nas condiccedilotildees que desejamquando e onde quiserem

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica eacute um processo de gestatildeo estrateacutegicaque contribui para maximizaccedilatildeo da rentabilidade visando custo benefiacutecio atraveacutes dasatividades de movimentaccedilatildeo e armazenagem de materiais gerenciamento de esto-ques por meio dos fluxos de informaccedilotildees relacionados

Para Donato (2012) a logiacutestica eacute uma aacuterea de gestatildeo tendo o objetivo de prevere prover recursos para a execuccedilatildeo de todas as atividades organizacionais O autorassevera a gestatildeo de suprimentos transportes movimentaccedilatildeo e armazenamento demateriais processamento de pedidos e gerenciamento de informaccedilotildees e retorno deprodutos como atividades da logiacutestica

Reis et al (2015) apontam a logiacutestica como atividades que visam atender re-quisitos de pontualidade disponibilidade e qualidade de produtos e serviccedilos aliadosao preccedilo justo e competitivo

Para o Conselho de Profissionais da Cadeia de Suprimentos CSCMP (2018)entidade de renome mundial a logiacutestica eacute a atividade voltada ao planejamento imple-mentaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e efetivo de armazenamento de mercadoriasserviccedilos e informaccedilotildees relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumovisando suprir os requisitos dos clientes

Percebe-se um consenso nas obras analisadas De modo geral os autoresafirmam que os objetivos da logiacutestica eacute prover ao cliente final produtos e serviccedilos comqualidade na quantidade e no tempo certo com o menor preccedilo possiacutevel

27 Logiacutestica nas empresas

A logiacutestica interfere em vaacuterias atividades do cotidiano da sociedade e das em-presas quanto a custos tempo e eficiecircncia

Existe uma vasta literatura a respeito da logiacutestica empresarial e sua evoluccedilatildeo(Rezende et al 2005 Ballou 2007 Vantine 2012 Bowersox et al 2014 Novaes2015 Pires 2016) Por questotildees didaacuteticas optou-se por elencar cinco fases evolutivasda logiacutestica nas empresas como pode ser visto na Figura 12

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Figura 12 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012)

A partir da deacutecada de 1950 com os avanccedilos tecnoloacutegicos desenvolvimentode novos produtos mudanccedila de comportamento dos consumidores e consequente-mente uma maior necessidade de distribuiccedilatildeo de produtos exigiram o aumento danecessidade da logiacutestica nas empresas

Ballou (2007) classifica as deacutecadas de 1950 ateacute 1970 como o periacuteodo de de-senvolvimento Em sua obra o autor destaca quatro pilares de estudo para o de-senvolvimento da logiacutestica empresarial alteraccedilotildees e novos padrotildees de demanda doconsumidor pressatildeo custos nas induacutestrias evoluccedilatildeo na tecnologia de computadorese influecircncia dos estudos da logiacutestica militar

No final desses anos as universidades comeccedilavam a ofertar cursos na aacutereasurgem as primeiras literaturas com abordagem do tema empresas iniciam os primei-ros testes de implantaccedilatildeo das novas ideias e surge o primeiro Conselho de Adminis-traccedilatildeo da Distribuiccedilatildeo Fiacutesica (Ballou 2007)

Em 1970 evidencia-se o desenvolvimento de estrateacutegias com foco na adminis-traccedilatildeo de materiais e distribuiccedilatildeo fiacutesica Graccedilas aos processos flexiacuteveis de produccedilatildeoconforme Novaes (2015) foi possiacutevel a oferta de novos produtos com variadas corestipos e tamanhos Com um vasto leque de oferta de novos produtos aos consumido-res houve um aumento significativo nos estoques ao longo da cadeia de produtivaCom isso passou a ser necessaacuterio uma maior racionalizaccedilatildeo com vista ao menorcustos e maior eficiecircncia

Outros apontamentos ressaltados por Novaes (2015) foram os custos de trans-ferecircncia e distribuiccedilatildeo Com a crise do petroacuteleo em 1970 os combustiacuteveis sofreramum aumento abrupto O aumento populacional nos centros urbanos expansatildeo defrotas de veiacuteculos crescimento territoriais das cidades elevaram potencialmente oscongestionamentos Esses fatores aliados com as limitaccedilotildees de movimentaccedilatildeo de

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caminhotildees em horaacuterio comerciais resultaram no aumento dos custos de transporte edistribuiccedilatildeo

A deacutecada de 1980 com a explosatildeo de novas tecnologias propicia a integraccedilatildeodos processos surgindo o conceito de logiacutestica integrada Essa deacutecada foi caracte-rizada pelo emprego de tecnologias de informaccedilatildeo e sistema de comunicaccedilatildeo quepromoveram uma forte integraccedilatildeo da logiacutestica (Rezende et al 2005)

A efetiva integraccedilatildeo foi favorecida pela implantaccedilatildeo do EDI - Intercacircmbio Ele-trocircnico de Dados essencial para a atualizaccedilatildeo de dados em tempo real e troca dedocumento em toda a cadeia Outro fato relevante foi a introduccedilatildeo do coacutedigo de barraspara controle de estoque

A coleta de dados e o fluxo de informaccedilotildees que eram realizadas manualmentepassaram a ser realizadas de forma automaacutetica com o emprego de tecnologias decaptura de dados (radiofrequecircncia) eliminando a morosidade nos processos e miti-gando fontes de erro (Bowersox et al 2014)

Apoacutes os anos de 1990 com a integraccedilatildeo e maior comunicaccedilatildeo entre fornecedo-res distribuidores e clientes surge entatildeo de maneira mais disseminada o conceito deSCM (Supply Chain Management) ou seja gerenciamento da cadeia de suprimentos

Apesar de alguns autores asseverarem que o termo SCM jaacute era aplicado deforma rudimentar nos anos 1970 e 1980 o interesse pelo SCM foi fortemente difundidonas empresas a partir dos anos 1990 (Pires 2016)

Com o advento da globalizaccedilatildeo emergem mercados e competidores globaise o desempenho das organizaccedilotildees em termos de custos e eficiecircncia tornou-se umaquestatildeo de sobrevivecircncia A gestatildeo da cadeia de suprimentos eacute uma estrutura estra-teacutegica e consiste na colaboraccedilatildeo entre empresas com intuito a melhorar a eficiecircnciaoperacional gerando condiccedilotildees de maior grau de competitividade das organizaccedilotildees(Bowersox et al 2014)

A finalidade da cadeia de suprimento eacute maximizar o valor gerado Chopra ampMeindl (2011) destacam o valor como o excedente gerado pela cadeia de suprimentoPara os autores valor eacute a diferenccedila entre o que o produto entregue vale para o clientee o custo total incidente em todas as atividades da cadeia de suprimento em levaro produto ateacute o cliente O sucesso de uma cadeia de suprimentos estaacute diretamenteligado agrave sua lucratividade quanto maior a lucratividade mais bem-sucedida a cadeiaeacute

Por fim apoacutes os anos 2000 intensifica-se o crescimento nas parcerias entre asempresas para execuccedilatildeo dos processos produtivos com vista ao aumento da eficiecircn-cia operacional e o uso intensivo da internet para comercializaccedilatildeo eletrocircnica

Os relacionamentos interorganizacionais eacute a chave de sucesso para uma ca-deia de suprimentos sustentaacutevel Quando as empresas compreendem e reconhecema dependecircncia entre fornecedores eou clientes estabelece-se entatildeo um ambiente

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para colaboraccedilatildeo (Bowersox et al 2014) A ideia eacute o trabalho compartilhado intelec-tual e operacionalmente O eixo central das relaccedilotildees colaborativas eacute a integraccedilatildeo dosrecursos humanos financeiros e teacutecnicos visando o aumento da eficiecircncia e o niacutevelde serviccedilos ao cliente

28 Atividades logiacutesticas

Com vistas a atingir os objetivos logiacutesticos de custos e niacutevel de serviccedilo Ballou(2007) elenca trecircs atividades fundamentais da logiacutestica empresarial conforme podeser visto na Tabela 2

Tabela 2 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007)

ATIVIDADES

Primaacuteria Apoio

TransporteManuseio de materiaisEmbalagem e proteccedilatildeo

Manutenccedilatildeo de estoqueProgramaccedilatildeo do produtoManutenccedilatildeo de informaccedilotildees

Processamento de pedidosArmazenamentoObtenccedilatildeo

Atividade de transporte ndash Eacute essencial para a logiacutestica empresarial Aleacutem derepresentar em meacutedia dois terccedilos de todos custos logiacutesticos nenhuma empresa eacutecapaz de operar sem movimentar suas mateacuterias-primas e seus produtos acabados

Transporte entende-se como vaacuterios recursos para a o deslocamento de car-gas O gerenciamento estaacute ligado ao processo decisoacuterio de escolha do modo detransporte utilizaccedilatildeo da capacidade de veiacuteculos e definiccedilatildeo de roteiros O rodoviaacuterioaeacutereo aquaviaacuterio e ferroviaacuterio satildeo os modos de transporte mais conhecidos (Ballou2007)

Ballou (2007) designa duas atividades de apoio agrave atividade de transporte ma-nuseio de materiais embalagem de proteccedilatildeo A primeira estaacute relacionada com aarmazenagem e manutenccedilatildeo de estoques Essa atividade eacute desenvolvida no localde estocagem tendo como principais processos seleccedilatildeo de equipamento de movi-mentaccedilatildeo procedimentos de formaccedilatildeo de pedidos transferecircncia de mercadoria ateacuteo ponto de recebimento daiacute vai para o deposito ateacute ponto de estocagem e da esto-cagem para despacho etc A segunda atividade embalagem de proteccedilatildeo tem comoobjetivo garantir a integridade dos produtos Um bom projeto de embalagem permitea movimentaccedilatildeo sem quebras e com maior eficiecircncia

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Manutenccedilatildeo de estoques ndash O gerenciamento de estoque corresponde a umaparcela significativa dos custos logiacutesticos As empresas almejam a entrega dos produ-tos aos seus clientes imediatamente agrave produccedilatildeo eliminaccedilatildeo dos custos de estoquesContudo na praacutetica isto eacute inviaacutevel natildeo raro os estoques atuam como amortecedoresentre a oferta e a demanda tornando a manutenccedilatildeo de estoques uma atividade-chaveda logiacutestica

Para o desenvolvimento dessa atividade Ballou (2007) aponta como premis-sas a programaccedilatildeo do produto volume lugar e onde devem ser produzidos tendocomo enfoque a distribuiccedilatildeo ou seja o fluxo de saiacuteda Outra atividade de apoio eacute amanutenccedilatildeo da informaccedilatildeo As informaccedilotildees de localizaccedilatildeo de cliente volume de ven-das estoques apoiam as atividades primaacuterias satildeo essenciais para a gestatildeo e controlelogiacutestico

Processamento de pedidos ndash Essa atividade tem em vista o tempo neces-saacuterio em levar bens e serviccedilos aos clientes O gerenciamento do lead time eacute umdos fatores mais importantes do processamento de pedidos pois contribui para o au-mento do niacutevel de serviccedilos oferecido pelas empresas considerando que o lead timeeacute tempo computado entre o momento do pedido do cliente ateacute a chegada do produtono mesmo

A armazenagem e suas atividades (configuraccedilatildeo do armazeacutem localizaccedilatildeo di-mensionamento de aacuterea arranjo fiacutesico projeto de docas etc) eacute uma atividade deapoio ao processamento de pedidos Outra atividade de apoio importante para osobjetivos do processamento de pedidos eacute a obtenccedilatildeo Essa atividade diz respeitoa fontes de suprimentos modelo de programaccedilatildeo de compras e da forma como osprodutos satildeo comprados

O autor adverte que a obtenccedilatildeo se difere de compras pois compras envolvematividades muito mais detalhadas como por exemplo negociaccedilatildeo de preccedilos avaliaccedilatildeode vendedores etc A obtenccedilatildeo refere-se aos processos exclusivamente relacionadosa tarefas de logiacutestica Por essa razatildeo substitui o termo compras por obtenccedilatildeo

As operaccedilotildees de logiacutestica visam atender as necessidades das empresas emprover produtos aos seus clientes quando e onde eles quiserem Dessa maneira astrecircs atividades satildeo centrais para as organizaccedilotildees por isso satildeo classificadas comoatividades primaacuterias (Ballou 2007)

29 Portos

O porto se caracteriza como uma aacuterea abrigada das ondas e correntes mariacute-tima e dependendo da sua localizaccedilatildeo situa-se agrave beira de oceanos lagos e rios Pos-sui uma estrutura intermodal oferecendo condiccedilotildees para operaccedilotildees de transbordo decargas de vaacuterios tipos O transbordo pode ser definido como operaccedilotildees de transferecircn-

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cia entre modos de transportes ou natildeo Por exemplo uma movimentaccedilatildeo de cargasde uma navio para outro de um navio para um trem de um navio para um caminhatildeoou vice-versa (Rojas 2014)

Uma estrutura portuaacuteria se caracteriza como terminal multimodal em que existeuma conexatildeo de vaacuterios modos de transporte para a movimentaccedilatildeo e armazenagem decargas importadas ou destinadas agrave exportaccedilatildeo A eficiecircncia operacional do porto estaacutediretamente relacionada agrave abrigo profundidade e acessibilidade canal de acessobacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ouaquaviaacuterios (Alfredini amp Arasaki 2009)

Cruz et al (2014) e Carvalho (2009) apud Silva (2010) atribuem as principaisfunccedilotildees de um porto a) oferecer condiccedilotildees adequadas para a efetividade operacionaldo escoamento das cargas b) garantir a acessibilidade mariacutetima aos navios comvista a atender ao mais eficiente ciclo operacional dos mesmos c) prover a seguranccedilados navios na entrada e saiacuteda do porto no interior da bacia portuaacuteria garantindo aseguranccedila da vida dentro dos limites do porto d) assegurar a eficiente proteccedilatildeo aomeio ambiente

No tocante ao perfeito funcionamento de um complexo portuaacuterio trecircs fatoresdevem ser considerados responsaacuteveis pela sua eficiecircncia operacional infraestruturaportuaacuteria infraestrutura fiacutesica e superestrutura e processo aduaneiro

Infraestrutura portuaacuteria compreende vaacuterios elementos conectados que im-pactam diretamente no tipo de navio que atracara em determinado porto e as carac-teriacutesticas das cargas a serem movimentas (David amp Stewart 2010)

O primeiro elemento relacionado agrave infraestrutura portuaacuteria eacute a profundidade daaacutegua dos portos tanto no canal de acesso ndash trecho de hidrovia que liga o porto aomar aberto - quanto ao berccedilo de atracaccedilatildeo Navios cada vez maiores voltados paraoperaccedilotildees de larga escala exigem portos com profundidade de aacutegua compatiacutevel comas dimensotildees das embarcaccedilotildees (David amp Stewart 2010)

Outros desdobramentos referente agrave infraestrutura portuaacuteria satildeo apontados porAlfredini amp Arasaki (2009) tais como bacia de evoluccedilatildeo aacutereas destinadas a manobradas embarcaccedilotildees dentro do porto para atracaccedilatildeo e desatracaccedilatildeo As bacias de evo-luccedilatildeo devem estar protegidas de ondas fortes correntes e ventos bem como livre depassagens de dutos e cabos submarinos e outras obstruccedilotildees

As operaccedilotildees de dragagem tambeacutem satildeo elementos necessaacuterios para uma boainfraestrutura portuaacuteria A dragagem permite o aprofundamento dos canais e berccedilosde atracaccedilatildeo por meio de remoccedilatildeo de materiais do fundo submersos Existem basi-camente dois tipos de dragagem a) aprofundamento visa aumentar a profundidadee ou largura dos canais de acesso e bacias dos portos e b) ambiental para retiradade sedimentos contaminados Por fim obras de abrigos portuaacuterios guias correntesquebra-mares molhes etc (Ludovico 2010)

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Infraestrutura fiacutesica - compreende as instalaccedilotildees portuaacuterias em si Ancora-douros docas cais piacuteeres de acostagem e atracaccedilatildeo edifiacutecios e vias de circulaccedilatildeointerna (Ludovico 2010) A superestrutura satildeo os equipamentos destinados as ope-raccedilotildees de embarque e descarga Via de regra os equipamentos de movimentaccedilatildeoportuaacuteria satildeo classificados como equipamento de movimentaccedilatildeo de cais de paacutetio ede transferecircncia (Patriacutecio 2015)

Os equipamentos de movimentaccedilatildeo de cais tambeacutem conhecidos como equi-pamentos de costado tem como principal funccedilatildeo movimentaccedilatildeo de cargas nas ope-raccedilotildees de embarque e descarga de navios Os equipamentos de paacutetios usualmentesatildeo destinados a movimentaccedilatildeo de cargas de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo Jaacute os equipa-mentos de transferecircncias servem para movimentar cargas de transferecircncia do naviopara o paacutetio ou vice-versa

Processo aduaneiro - refere-se agraves condiccedilotildees necessaacuterias para o tratamentoadministrativo de exportaccedilatildeo ou importaccedilatildeo Diz respeito aos tracircmites que as merca-dorias devem obedecer ao sair ou entrar em territoacuterio nacional (Souza 2014) Outrofator a considerar satildeo os entraves burocraacuteticos e o tempo de respostas da aduana eoutros oacutergatildeos intervenientes do comeacutercio exterior

210 Serviccedilos Portuaacuterios

Segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica - CADE o complexoportuaacuterio eacute fundamental para a cadeia logiacutestica e a eficiecircncia de seus serviccedilos Adinacircmica de como o porto se integra e sua capacidade de gerar valor para a cadeia eacutefator decisoacuterio para escolha do porto pelas companhias de navegaccedilatildeo (CADE 2013)

Para ANTAQ (2018a) os serviccedilos prestados por um porto satildeo classificados emtrecircs categorias serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios serviccedilos de movimentaccedilatildeode cargas e serviccedilos complementares aos armadores e aos donos de mercadorias

Serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios ndash a funccedilatildeo desses serviccedilos eacuteatender as necessidades dos armadores e seus navios Existe uma gama de presta-dores de serviccedilos administraccedilatildeo do porto instituiccedilotildees puacuteblicas e empresas privadasconforme Tabela 3

Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas ndash a funccedilatildeo diz respeito a manuseio decargas a bordo do navio com atividade de estiva (transbordo embarque descargapeaccedilatildeo despeaccedilatildeo conferencia) atividades de terra ou capatazia (transporte internoconferecircncia das mercadorias etc)

Comumente satildeo serviccedilos demandados pelos armadores e donos das mercado-rias providos pelo operador portuaacuterio e ou pela administraccedilatildeo do porto Os serviccedilosoferecidos pelos operadores portuaacuterios aos armadores que repassam esses custosaos donos das mercadorias (exportadores e importadores) em forma de taxa handling

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Tabela 3 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a)

SERVICcedilO PRESTADOR DE SERVICcedilO

Agenciamento de navio Agecircncia MariacutetimaAuxilio a navegaccedilatildeo e uso defaroacuteis

Marinha do Brasil

Inspeccedilatildeo sanitaacuterio nos na-vios

ANVISA ndash Agecircncia Nacionalde Vigilacircncia Sanitaacuteria

Controle de entrada e saiacutedade estrangeiros

Policia Federal

Inspeccedilatildeo Aduaneira RFB ndash Receita Federal doBrasil

Praticagem Associaccedilatildeo dos PraacuteticosRebocagem Empresa de rebocadores

portuaacuteriosVigias portuaacuterios Trabalhadores portuaacuteriosAtracaccedilatildeo Operador do terminal ou ad-

ministraccedilatildeo do porto

incluiacutedo nos custos do frete mariacutetimoServiccedilos complementares ndash serviccedilos especiacuteficos aos armadores preacute estiva-

gem conferecircncia de lacre transbordo movimentaccedilatildeo de contecircineres vazios rechegoou serviccedilos prestados aos donos de cargas ova e desova de contecircineres transportede contecirciner vazio pesagem etc

211 Tipos de portos

Nos primoacuterdios os portos eram apenas porta de acesso aos continentes oupaiacuteses separados pelos oceanos Para a concepccedilatildeo de um porto bastava estar pro-tegido dos ventos localizados em aacuteguas tranquilas protegido muitas vezes de baixaprofundidade localizados em margens de baia ou em foz de rios (Rodrigues 2007)

O porto dispunha de trapiches de madeiras ou de pedras solidificadas por ar-gamassa de oacuteleo de baleia A partir das deacutecadas de 1950 e 1960 evidencia-se umprocesso de evoluccedilatildeo Os portos tradicionais esboccedilam uma trajetoacuteria de melhora-mento transformam-se em centros de serviccedilos comerciais e industriais (Rodrigues2007)

A Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento - UNC-TAD em seu relatoacuterio classifica os portos em trecircs categorias de geraccedilotildees baseadasem trecircs criteacuterios ldquoPoliacutetica de desenvolvimento portuaacuterio estrateacutegia e atitude Exten-satildeo e alcance das atividades portuaacuterias Integraccedilatildeo das atividades e organizaccedilotildeesportuaacuteriasrdquo (UNCTAD 1992)

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Tabela 4 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003

1ordfGERACcedilAtildeO 2ordfGERACcedilAtildeO 3 ordfGERACcedilAtildeO

Antes dos Anos 1960 Apoacutes os anos 1960 Apoacutes os anos 1980

Atitude e Es-trateacutegia de De-senvolvimento

ConservadoraInterface dos modosde transporte

ExpansionistaCentro de Trans-porte Comercial eIndustrial

Transporte Inte-grado e PlataformaLogiacutestica para oComeacutercio Internaci-onal

Atividades Carga DescargaArmazenagem Ser-viccedilos de Navegaccedilatildeo

Atividades da 1 ordfaGeraccedilatildeo Transfor-maccedilatildeo da CargaServiccedilos Comer-ciais e Industriaisvinculados aosNavios

Atividades da 1 ordfe 2ordfgeraccedilatildeo Distribui-ccedilatildeo de Informaccedilotildeese Carga AtividadesLogiacutesticas

Caracteriacutesticasda Organiza-ccedilatildeo

Baixa relaccedilatildeo en-tre o Porto e seusUsuaacuterios

Relaccedilatildeo proacuteximaPorto e UsuaacuterioBaixa integraccedilatildeoentre atividades noPorto

Integraccedilatildeo comuni-dade portuaacuteriaIntegraccedilatildeo do PortoRede de Comeacutercioe Transporte

CaracteriacutesticasdaProduccedilatildeo deServiccedilo

Foco no Fluxo deCargasBaixo valor agre-gado

Fluxo de CargaServiccedilos IntegradosValor Agregado Meacute-dio

Fluxo e Distribuiccedilatildeode Carga e Informa-ccedilotildeesServiccedilos Muacuteltiplos

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Para UNCTAD (1992) conforme ilustrado na Tabela 4 na 1ordfgeraccedilatildeo observa-seportos isolados das atividades de transporte e comeacutercio Nesse estaacutegio havia poucaatenccedilatildeo agraves necessidades dos usuaacuterios do porto e a promoccedilatildeo do marketing portuaacuterioraramente era considerada O porto possuiacutea seus proacuteprios sistemas de informaccedilatildeoestatiacutestica e documental sem compatibilidade com sistemas dos usuaacuterios do porto

Observa-se tambeacutem um porto independente e com uma forte atuaccedilatildeo de po-der em relaccedilatildeo agraves outras atividades econocircmicas A relaccedilatildeo do porto com o municiacutepioeacute praticamente nula e o niacutevel de cooperaccedilatildeo eacute inexistente tendo como consequecircnciaplanos de desenvolvimentos separados

As atividades portuaacuterias e as empresas portuaacuterias eram isoladas uma dasoutras tomando decisotildees independentes A movimentaccedilatildeo era lenta produtividadebaixa e as atividades com os usuaacuterios eram isoladas e natildeo com o porto como todo

Na 2 ordfgeraccedilatildeo segundo UNCTAD (1992) os usuaacuterios governos autoridadesportuaacuterias e prestadores de serviccedilos portuaacuterios jaacute tinham uma compreensatildeo maisampla das funccedilotildees dos portos mariacutetimos

Nessa geraccedilatildeo o porto comeccedila a ofertar aos usuaacuterios atividades aleacutem de cargae descarga que ateacute entatildeo estavam condicionados a atividades tradicional do portoInicia-se um processo de implantaccedilatildeo de gestatildeo e poliacuteticas portuaacuterias

Dentro das atividades portuaacuterias satildeo ofertados outros tipos de serviccedilos mais re-levantes embalagens de cargas separaccedilatildeo serviccedilos industriais como transformaccedilatildeode cargas etc O porto se desenvolve e expande sua atuaccedilatildeo com aacutereas de influecircnciacomo por exemplo induacutestrias de ferro e accedilo metalurgia pesada refinarias atividadesagroindustriais etc

Os portos de 2 ordfgeraccedilatildeo deixam de ser apenas centros de transporte passandoa ser tambeacutem industriais e centros comerciais Surgiram por volta dos anos sessentacom um aumento na quantidade de mateacuterias-primas importadas em paiacuteses industria-lizados Estes portos satildeo comumente usados como porto induacutestria (UNCTAD 1992)

Na 3 ordfgeraccedilatildeo um fato marcante que impulsionou essa geraccedilatildeo foi o conteine-rizaccedilatildeo das cargas a multimodalidade e o aumento de demanda do comeacutercio interna-cional

Nota-se uma perspectiva desenvolvimentista do porto pelos gestores e opera-dores portuaacuterios O porto eacute considerado um noacute na complexa rede internacional deproduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Esse pensamento permite uma proposta de gestatildeo voltadaas necessidades do comeacutercio global

Diferentemente do passado ressalta UNCTAD (1992) quando os portos acre-ditavam que as cargas viriam com os navios a partir da deacutecada 1980 os esforccedilos satildeovoltados para ganhar e manter as cargas no porto Esses esforccedilos satildeo direcionadospara promoccedilatildeo de atividades de comeacutercio e transporte com vistas agrave geraccedilatildeo de recei-tas e agregaccedilatildeo de valor Desde entatildeo os portos vecircm se transformando em centros

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de transportes integrados e plataformas logiacutesticas para o comeacutercio globalAs atividades e serviccedilos nesses portos de terceira geraccedilatildeo satildeo especializadas

variaacuteveis e integradas Satildeo subdivididos em quatro categorias diferentes serviccedilosportuaacuterios tradicionais serviccedilos industriais e ambientais serviccedilos comerciais e admi-nistrativos e serviccedilos de logiacutestica e distribuiccedilatildeo (UNCTAD 1992)

212 Terminais portuaacuterios

A relevacircncia dos terminais portuaacuterios na cadeia logiacutestica mundial reside nofato de que o transporte mariacutetimo eacute o modo de transporte que movimenta a maiorquantidade de cargas Sendo assim os portos atuam como grandes concentradoresde cargas e essenciais para ganhos de economias de escala tatildeo importantes para asatividades comerciais e industriais (UNCTAD 1992)

Os terminais portuaacuterios satildeo estrateacutegicos para a cadeia de transporte mundiale nas operaccedilotildees portuaacuterias haja vista que as principais atividades portuaacuterias satildeo exe-cutadas pelos terminais portuaacuterios e contribuem para os fatores de produccedilatildeo quantoao fluxo de materiais primas insumos maquinaacuterios e produtos acabados

Os terminais podem ser definidos como elos de uma cadeia de transportesonde ocorrem entrada e saiacuteda de cargas e veiacuteculos neste sistema Nesse ambientesatildeo executados transbordo de cargas entre modos de transporte (Souza et al 2018)

O conceito de terminal mariacutetimo para Magalhatildees (2016) refere-se a instala-ccedilotildees voltadas ao atendimento especializado de navios e cargas podendo ser instala-ccedilotildees isoladas ou parte de um porto comercial Na perspectiva contemporacircnea portocomercial concentra diversos terminais especializados para atender vaacuterios fluxos decargas e de passageiros

Para Dubke (2006) terminais especializados satildeo unidades logiacutesticas capazesde realizar serviccedilos de agregar valor de menor ou maior grau em instalaccedilotildees portuaacute-rias Os terminais especializados efetuam serviccedilos de centralizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo decargas utilizando um ou mais modalidades de transportes conforme demonstrado emFigura 13

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Figura 13 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016)

Como se observa na Figura 13 cada terminal portuaacuterio deve possuir instala-ccedilotildees adequadas agraves operaccedilotildees de embarque e descarga especializadas considerandotipos de navios e tipos de cargas Os terminais se tornam especializados e deman-daratildeo estruturas especificas de atracaccedilatildeo transferecircncia de cargas de estocagemde distribuiccedilatildeo e de recepccedilatildeo ou entrega aos demais modos de transportes (Patriacutecio2015 Magalhatildees 2016)

213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro

A logiacutestica portuaacuteria tecircm papel fundamental na ordem econocircmica brasileirasobretudo nas operaccedilotildees de comeacutercio exterior Conforme Rodrigues (2007) em seusestudos ldquoOs portos satildeo estrateacutegicos para o exerciacutecio da soberania nacional servindocomo locais de aplicaccedilatildeo da politica tributaacuteria governamental para viabilizar o modeloeconocircmico adotado pelo paiacutesrdquo (p 165)

No Brasil cerca de 97 do fluxo de mercadoria do comercio exterior satildeo porvias mariacutetimas evidenciando assim o papel dos portos na economia nacional cabe aSecretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica - SEPPR nas atribuiccedilotildees inerentesa sua esfera de competecircncia o planejamento estrateacutegico portuaacuterio e a formulaccedilatildeo depoliacuteticas com vista ao desenvolvimento da infraestrutura portuaacuteria Por sua vez a SEPestaacute vinculada ao Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil (MTPAC 2018b)

Segundo a Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterio ndash ANTAQ no Brasil

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existem 235 instalaccedilotildees portuaacuterias puacuteblicas e privadas tanto mariacutetima como fluvial(ANTAQ 2018a)

De acordo com MTPAC (2018b) existem 37 portos puacuteblicos organizados noBrasil Nessa categoria estatildeo os principais portos nacionais Dezenove satildeo adminis-trados pela UniatildeoCompanhias Docas (Tabela 5) incluiacutedo o Porto de Santos o maisimportante porto do sistema portuaacuterio brasileiro e dezoito foram delegados a municiacute-pios estados e consoacutercios (Tabela 6)

Tabela 5 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria

Porto de MANAUS AM CODOMARPorto de LAGUNA SC CODESPPorto de SANTOS SP CODESPPorto de ANGRA DOS REIS RJ CDRJPorto de ITAGUAIacute RJ CDRJPorto do RIO DE JANEIRO RJ CDRJPorto de NITEROacuteI RJ CDRJPorto de VITOacuteRIA ES CODESAPorto de BARRA DO RIACHO ES CODESAPorto de ILHEacuteUS BA CODEBAPorto de ARATU BA CODEBAPorto de SALVADOR BA CODEBAPorto de MACEIOacute AL CODERNPorto de NATAL RN CODERNPorto de AREIA BRANCA RN CODERNPorto de FORTALEZA CE CDCPorto de VILA DO CONDE PA CDPPorto de BELEacuteM PA CDPPorto de SANTAREacuteM PA CDP

Para a SEP os portos fluviais satildeo definidos como Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pe-queno Porte ndash IP4 voltados para favorecer a movimentaccedilatildeo de cargas e passageirosem aacutereas distantes Sob a competecircncia do Departamento Nacional de Infraestruturade Transportes ndash DNIT estatildeo 122 instalaccedilotildees IP4 (MTPAC 2018a)

A existecircncia de 39 portos puacuteblicos fluviais sob a competecircncia SEP emborasejam portos fluviais estatildeo excluiacutedos da categoria IP4 (Tabela 7)

O complexo portuaacuterio brasileiro eacute estrateacutegico para o Brasil pelo fato de seruma das principais infraestruturas de apoio ao comeacutercio exterior Cerca de 90 detoda carga comercializada no mercado internacional passam pelos portos brasileiros

A movimentaccedilatildeo dos portos em 2017 atingiu 1087 bilhatildeo t com 61812 atra-caccedilotildees de navios no mesmo periacuteodo Quando analisado o perfil de cargas movimen-tadas em 2017 as estatiacutesticas apontam os graneis soacutelidos como a principal carga com

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Tabela 6 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte MT-PAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria Tipo

Porto de SUAPE PE SDEC-PE MariacutetimoPorto de IMBITUBA SC SCPAR MariacutetimoPorto de SAtildeO FRANC SUL SC APSFS MariacutetimoPorto de ITAQUI MA EMAP MariacutetimoPorto de CABEDELO PB DOCAS-PB MariacutetimoPorto do RECIFE PE PORTO DO RECIFE SA MariacutetimoPorto de SAtildeO SEBASTIAtildeO SP DERSA MariacutetimoPorto de ANTONINA PR APPA MariacutetimoPorto de PARANAGUAacute PR APPA MariacutetimoPorto de PELOTAS RS SPH MariacutetimoPorto de PORTO ALEGRE RS SPH MariacutetimoPorto de ESTRELA RS SPH FluvialPorto de CACHOEIRA DO SUL RS SPH FluvialPorto de RIO GRANDE RS SUPRG MariacutetimoPorto de PORTO VELHO RO SOPH-RO FluvialPorto de ITAJAIacute SC ADHOC MariacutetimoPorto de MACAPAacute AP CDSA MariacutetimoPorto do FORNO RJ COMAP Mariacutetimo

64 seguida de graneis liacutequidos 212 contecirciner 99 e carga geral 5 (MTPAC2018b ANTAQ 2018b) Na Figura 14 pode ser observada a evoluccedilatildeo no movimentototal dos portos brasileiros a partir de 2010

Figura 14 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte ANTAQ(2018a)

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Tabela 7 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado

Cruzeiro do Sul ACPorto Acre AC

Porto Walter ACIbotirama BACorumbaacute MS

Ladaacuterio MSMundo Novo MS

Caacuteceres MTAlmeirim PAAltamira PAGurupaacute PAItaituba PA

Juruti PAMonte Alegre PA

Oacutebidos PAOriximinaacute PA

Porto de Moz PAPrainha PA

Senador Joseacute Porfiacuterio PAVitoacuteria de Xingu PASanta Terezinha PR

Terra Roxa PRPorto velho RO

Estrela RSCachoeira do Sul RS

Charqueadas RSJaguaratildeo RS

Santa Vitoacuteria do Palmar RSAnhembi SP

Jauacute SPPanorama SP

Pederneiras SPTerminal Floresta SP

Terminal Satildeo Miguel SPTerminal Fazenda Satildeo Joaquim SP

Eclusa Tiete Montante SPUsina Diamante SPUsina Pioneiros SP

Satildeo Pedro SP

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Em 2018 houve um crescimento de 849 do volume movimentado em 2018em relaccedilatildeo ao ano anterior Se comparado o ano de 2017 e 2010 o fluxo de cargasnos portos brasileiros aumentaram 295 Neste mesmo periacuteodo observou-se umcrescimento continuo com exceccedilatildeo ao ano de 2016 que registrou uma queda de 05em relaccedilatildeo ao ano de 2015

No quesito natureza da carga a Figura 15 destaca a participaccedilatildeo do grupo decarga na seacuterie histoacuterica

Figura 15 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

No ano de 2017 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 os graneis soacutelidos cresceram1041 graneis liacutequidos 378 contecirciner 317 e carga solta 776 conforme ilus-trado na Figura 15 Embora o ano de 2016 tenha apresentado uma ligeira queda de05 em relaccedilatildeo ao ano anterior a carga geral apontou um crescimento de 53

214 Porto de SantosSP

Localizado no litoral do Estado de Satildeo Paulo o Porto de Santos eacute puacuteblico eadministrado pela Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo - CODESP Conside-rado o mais importante porto nacional tem aproximadamente 15 km de extensatildeo 55terminais mariacutetimos e retro portuaacuterios e 65 berccedilos de atracaccedilatildeo

O complexo portuaacuterio santista em 2017 contabilizou 5597 atracaccedilotildees de na-vios movimentando 125 milhotildees t ANTAQ (2018b) No ranking da movimentaccedilatildeonacional o Porto de Santos ocupou o terceiro lugar ficando atraacutes de Terminal pontada Madeira e Terminal Tubaratildeo que operam mineacuterio de ferro (ANTAQ 2018b)

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Um dos principais fatores para atraccedilatildeo de cargas no Porto de Santos eacute a suaacessibilidade e zona de influecircncia Conectado com as principais rodovias de acessodo paiacutes o porto santista tem como aacuterea de influecircncia primaacuteria os estados de SatildeoPaulo Minas Gerais Mato Grosso Mato Grosso do Sul Goiaacutes e o Distrito Federalque juntos representam 67 do PIB

Aleacutem disso o porto tem acesso agrave hidrovia Tiete-Paranaacute principal hidrovia deescoamento de gratildeos e importantes linhas feacuterreas que facilitam a movimentaccedilatildeo dasmercadorias em grande escala em especial as commodities agriacutecolas (Souza et al2017)

Ainda que a zona de influecircncia e a acessibilidade seja determinante para oporto santista devido agrave sua topografia torna-se impossivel sua expansatildeo

Para melhor entendimento a Figura 16 ilustra o histoacuterico de movimentaccedilatildeo decargas no Porto de Santos no periacuteodo de 2010 a 2017 conforme dados da (ANTAQ2018b)

Figura 16 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b)

Conforme destacado na Figura 16 a somatoacuteria da movimentaccedilatildeo geral do portocresceu 85 em 2017 o complexo portuaacuterio de Santos apontou uma alta de 135no mesmo periacuteodo em relaccedilatildeo a 2016

Comparando com a movimentaccedilatildeo dos portos o Porto de Santos apresentaoscilaccedilotildees do volume movimentado Em 2011 foi registrado uma queda de 4 emrelaccedilatildeo a 2010 no ano de 2014 uma reduccedilatildeo de 29 comparado com 2013 e final-mente em 2016 o fluxo movimentado diminui 47 em relaccedilatildeo ao ano anterior

Referente agrave natureza da carga movimentada no Porto de Santos o granel soacutelidotambeacutem aparece como a principal carga movimentada em todos os anos observado

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na Figura 17

Figura 17 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

Em meacutedia o granel soacutelido representou 49 da movimentaccedilatildeo do Porto de San-tos comparando o periacuteodo 2010 a 2017 (Figura 17) O contecirciner aparece em segundolugar no mesmo periacuteodo com uma meacutedia de 33 Em 2017 o granel soacutelido regis-trou 506 seguido pelo contecirciner 333 granel liquido 12 e carga geral 38 Ofluxo de cargas movimentadas no complexo santista em 2017 representou aproxima-damente 12 do movimento dos portos brasileiros

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3 Metodologia

Para a execuccedilatildeo deste estudo foram realizadas pesquisas quantitativas de ca-raacuteter exploratoacuteria descritiva e bibliograacutefica

O meacutetodo de pesquisa bibliograacutefica propotildee uma anaacutelise de estudo sobre diver-sos posicionamentos acerca de trabalhos jaacute desenvolvidos (Gil 2010)

Para revisatildeo sistemaacutetica de literatura utilizaram-se as principais bases de con-sultas tais como ScienceDirect Scopus IEEE Scielo Google Acadecircmico Portal dePerioacutedicos da CAPES teses e dissertaccedilotildees livros impressos e eletrocircnicos alinhadosao tema

A pesquisa descritiva segundo Cervo et al (2007) busca descobrir de formaprecisa a frequecircncia com que um fenocircmeno ocorre e sua relaccedilatildeo com outros A coletade dados eacute uma das principais caracteriacutesticas da pesquisa descritiva pois observaregistra e analisa fatos e fenocircmenos Os dados quantitativos coletados para estetrabalho foram extraiacutedos dos principais portais do Governo Federal observando asseacuteries temporais

Para desenvolvimento do presente estudo foram realizados quatro artigos ci-entiacuteficos a fim de atender ao regulamento do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enge-nharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista ndash UNIP que eacute estruturado no formatode Dissertaccedilatildeo por artigo Dessa maneira os artigos satildeo apresentados no capiacutetuloquatro no formato original conforme a publicaccedilatildeo agrave qual foi submetido e aprovado

Na Tabela 8 a ordem de apresentaccedilatildeo dos artigos natildeo segue a ordem depublicaccedilatildeo dos mesmos No entanto para facilitar a compreensatildeo da dissertaccedilatildeoos artigos estatildeo apresentados por sequecircncia loacutegica de entendimento da pesquisaconforme os apontamentos de cada artigo a seguir

Artigo I - Este artigo teve como objetivo analisar a produccedilatildeo do milho brasileiroe o papel das regiotildees produtoras Os resultados indicaram um crescimento de mais de245 na produccedilatildeo nacional entre os anos de 1976 e 2016 Referente agrave produtividadeo estudo identificou um incremento de 250 nos mesmos periacuteodos Quanto as aacutereasde cultivo houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 nos uacuteltimos 40 anos (19762016)Quanto as regiotildees produtoras houve um deslocamento da regiatildeo Sul e Sudeste sen-tido Norte Nordeste e Centro-Oeste do paiacutes a partir deacutecada de 1980 Entre as novasregiotildees de cultivo o Centro-Oeste apresentou o maior ganho de produccedilatildeo com 520de aumento sendo a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo O es-tudo tambeacutem identificou os cinco principais estados produtores Paranaacute Mato GrossoMinas Gerais Bahia e Paraacute No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grossoassumiu a lideranccedila como maior produtor de milho Se comparado os principais esta-

38

Tabela 8 Artigos publicados do autor

ORDEM PUBLICACcedilAtildeO TEMA IDIOMA

Artigo I South American Development SocietyJournal

Estudo da pro-duccedilatildeo do milhono Brasil re-giotildees produtorasexportaccedilatildeo eperspectivas

Portuguecircs

Artigo II APMS -International ConferenceAdvances in ProductionManagement Systems - Hamburgo ndashAlemanha 2017

Brazilian Corn Ex-ports An Analysisof Cargo Flow

Inglecircs

Artigo III International Journal of Shipping andTransport Logistics

Forecasting CornStorage Capacityin Santos PortTerminal in Brazil

Inglecircs

Artigo IV International Conference on NetworkEnterprises amp Logistics Management ndashSatildeo Paulo ndash Brazil 2018

Simulaccedilatildeo de ope-raccedilotildees de gratildeos emum terminal portuaacute-rio

Portuguecircs

dos produtores o Paranaacute teve uma expansatildeo de 213 ao longo do periacuteodo estudado(19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um crescimento exponencial 14366 nomesmo periacuteodo

Artigo II ndash Nesse artigo identificou-se o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasi-leiro principal porto de escoamento e principais mercados compradores O resultadosapontaram os portos de Santos e Paranaguaacute como os principais escoadores do mi-lho para o mercado internacional Ambos movimentaram entre os anos 2012 e 2016cerca de 665 milhotildees t do gratildeo oriundo dos estados Mato Grosso Mato Grosso doSul Goiaacutes Paranaacute Minas Gerais Satildeo Paulo e Rio Grande do Sul O Porto de San-tos eacute a principal porta de saiacuteda do cereal e foi responsaacutevel por 8148 do volumeenquanto o Porto de Paranaguaacute 1852 no periacuteodo observado No ano de 2016 oPorto de Santos escoou 21 milhotildees t do gratildeo e os principais estados exportadoresvia Santos foram Mato Grosso (7498) seguidos por Goiaacutes (1282) Mato Grossodo Sul (609) Satildeo Paulo (428) Paranaacute (118) e Minas Gerais (066) 6085do milho escoado por Santos teve como destino o continente asiaacutetico e 2903 oMeacutedio Oriente O Porto de Paranaguaacute em 2016 exportou 24 milhotildees t Referenteaos estados que exportaram por Paranaguaacute o estado do Paranaacute liderou as exporta-ccedilotildees (4570) seguido por Mato Grosso do Sul (3657) Mato Grosso (1307) Oestudo apresenta como destaque Vietnatilde (2429) e Japatildeo (1871) entre os 16 prin-cipais importadores do gratildeo O restante representaram 570 das importaccedilotildees Em

39

relaccedilatildeo aos continentes os mais importantes foram a Aacutesia (6562) seguida Europa(1175) Oriente Meacutedio (1173) Aacutefrica (945) e Ameacuterica (144)

Artigo III - O estudo buscou avaliar se a capacidade estaacutetica eacute compatiacutevel comas crescente demandas de exportaccedilatildeo do milho no Porto de Santos por meio deum terminal portuaacuterio aqui denominado Terminal A Para tanto elaborou-se um es-tudo de previsatildeo de demanda comparativa das exportaccedilotildees do milho Brasil e Portode Santos visando um horizonte dos proacuteximos cinco anos (20172021) Em vistadisso houve uma discussatildeo sobre eventuais gargalos logiacutesticos no terminal portuaacuteriosantista Apoacutes aplicaccedilatildeo de meacutetodos de previsatildeo que o Terminal A responsaacutevel por37 do milho exportado pelo porto santista experimentaraacute significativo aumento dedemanda O estudo identificou acreacutescimo meacutedio de 40 nas operaccedilotildees do terminalquanto ao gratildeo de milho para os proacuteximos cinco anos Baseado em anaacutelises pre-ditivas foi possiacutevel identificar gargalos logiacutesticos caso as previsotildees de demanda seconfirmem O maior gargalo observado reside na estocagem do cereal para posteriorembarque As previsotildees puderam mensurar a capacidade estaacutetica de armazenagemdeficitaacuteria em relaccedilatildeo agraves previsotildees a partir do primeiro ano O estudo aponta 39 dedeacuteficit no primeiro ano (2017) seguido para os proacuteximos anos com 57 75 94 e115 (2018201920202021)

Artigo IV ndash O presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimentoe armazenamento de gratildeos de milho no Terminal A com vistas a testar qual o modaleacute mais eficiente considerado dois processos distintos rodovia e ferrovia A Para issooptou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENA copyRockwell Software Inc 110versatildeo acadecircmica Como resultado dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute aoperaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Emque pese na operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34moega 1 e 68 moega 2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel agargalos O estudo identificou na operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos re-cursos de 67 no gate e 47 nos tombadores Dessa maneira pode-se concluir queapesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do terminal se as perspectivasde aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o Terminal A estaraacutediante de um iminente gargalo operacional Os resultados indicam a necessidade deinvestimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o aumentocrescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

40

4 Artigos

41 1ordm Artigo

Artigo aceito para publicaccedilatildeo no South American Development Society Journal(Figura 18) Submetido em 07062018 e publicado em 24082018

Figura 18 Revista SADSJ

pag 182

South American Development Society Journal

Vol 04 | Nordm 11 | Ano 2018 | ISSN 2446-5763 | DOI 1024325issn2446-5763v4i11p182-194

Data de Submissatildeo 07062018 | Data de Publicaccedilatildeo 24082018

ESTUDO DA PRODUCcedilAtildeO DO MILHO NO BRASIL REGIOtildeES PRODUTORAS

EXPORTACcedilAtildeO E PERSPECTIVAS

STUDY OF CORN PRODUCTION IN BRAZIL PRODUCTION REGIONS EXPORTATION

AND OUTLOOK

Aguinaldo Eduardo de Souza - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

souzaeduaguinaldogmailcom

Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

betomendesresusmsmcom

Julio Cezar Raymundo - Universidade Paulista - UNIP PPGEP

juliocesarunipbr

Roberta Sobral Pinto - Universidade de Franca ndash UNIFRAN

robertasobralpintogmailcom

Resumo

O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia nacional e de vital

importacircncia para a balanccedila comercial brasileira O milho eacute o segundo gratildeo mais cultivado e

exportado perdendo apenas para a soja Aleacutem disso o cereal eacute o principal componente

para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal voltado para um dos principais segmentos do comeacutercio

exterior do Brasil a cadeia produtiva de carne animal Sendo assim o objetivo deste artigo eacute

investigar a produccedilatildeo nacional do milho bem como principais regiotildees e estados produtores

produtividade e aacutereas de plantio Para tanto foram coletados dados na Companhia Nacional

de Abastecimento (CONAB) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Os

resultados mostram as duas principais regiotildees produtoras Sul e Centro-Oeste e que a 2ordf

safra chamada de safrinha eacute a responsaacutevel pelo incremento da produccedilatildeo nacional do gratildeo

em especial o estado do Mato Grosso destaque como maior produtor nas uacuteltimas safras

41

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 183

Palavras-chave Agronegoacutecio Milho Produccedilatildeo Agriacutecola Exportaccedilatildeo

Abstract

Agribusiness is one of the main activities to the Brazilian economy and it has

vital importance for the trade balance Strictly speaking corn is one of the most

important product in Brazils agriculture where it is the second most cultivated and

exported grain losing only to soybeans In addition the cereal is the main component

to produce animal feedstuff focused on one of the main segments of Brazils foreign

trade the animal meat production chain Therefore the objective of this article is to

investigate the national production of corn as well as the main producing regions and

states productivity and planting areas For that data were collected from the National

Supply Company (CONAB) and the Brazilian Institute of Geography and Statistics

(IBGE) The results show the two main producing regions South and Center-West and

that the second crop called safrinha is responsible for increasing national grain

production especially the state of Mato Grosso which is the largest producer of the last

crops

Keywords Agribusiness Corn Agriculture Production Export

Introduccedilatildeo

O Agribusiness brasileiro eacute um dos principais setores da economia nacional e de

fundamental importacircncia para a balanccedila comercial brasileira segundo Souza et al

(2017) As exportaccedilotildees do agronegoacutecio brasileiro no ano de 2016 representaram US$

850 bilhotildees Seu principal mercados foi a Aacutesia com US$ 374 bilhotildees Os compradores

mais importantes foram a China com US$ 208 bilhotildees Uniatildeo Europeia (28 paiacuteses)

com US$ 167 bilhotildees seguida pelos EUA que importaram US$ 63 bilhotildees (DEAGRO

2016)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos USDA (2017) o milho eacute o gratildeo mais cultivado A produccedilatildeo mundial do gratildeo

atingiu 968 milhotildees (t) em 2016 No Brasil o cultivo do milho vem ganhando espaccedilo e

se apresenta como um dos principais segmentos econocircmicos do agronegoacutecio brasileiro

42

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 184

sendo o segundo gratildeo mais exportado Em 2016 os EUA lideraram o ranking mundial

dos principais produtores de milho com 345 milhotildees (t) seguido pela China com 224

milhotildees (t) e o Brasil com 67 milhotildees (t) (DEAGRO 2016) (USDA 2017)

O Brasil tem aproveitado o crescente aumento da demanda mundial pelo milho

visto que o maior produtor mundial os EUA tem destinado parte da sua colheita para

produccedilatildeo de etanol Outro fato que contribui para uma maior participaccedilatildeo do Brasil no

mercado internacional eacute implementaccedilatildeo de novas tecnologias no plantio expansatildeo de

aacutereas plantadas e o aumento da produtividade tem permitido ao Brasil maior

participaccedilatildeo no mercado internacional (CONAB 2017)

Diante deste contexto o presente estudo tem como objetivo invesrtigar a

evoluccedilatildeo da produccedilatildeo brasileira do milho no Brasil principais regiotildees e estados

produtores visando contribuir para para um melhor planejamento logistico de

exportaccedilatildeo tendo as projeccedilotildees de crescimento das exportaccedilotildees do gratildeo no mercado

internacional conforme projeccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura (MAPA 2016)

Para compreender o panorama da produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees

produtoras optou-se por uma pesquisa quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio Para tal

utilizou-se a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutetica (IBGE) e da

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) observando as seacuteries histoacutericas

A produccedilatildeo do milho no brasil

No Brasil o milho eacute cultivado em duas etapas 1ordm e 2ordf safra A regiatildeo Centro-Oeste eacute a

grande responsaacutevel pela produccedilatildeo da segunda safra

Tabela 1 ndash Calendaacuterio agriacutecola milho

Safras Plantio Colheita Produccedilatildeo Nacional

1ordf agosto a dezembro

marccedilo a junho 40

2ordf janeiro a marccedilo junho a setembro

60

43

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 185

Fonte (DEPEC 2017)

Observa-se na tabela 1 a importacircncia da segunda safra tambeacutem conhecida

como safrinha para o calendaacuterio nacional agriacutecola do milho Enquanto que a primeira

safra representa 40 da produccedilatildeo nacional segunda safra eacute responsaacutevel por 60 de

toda a produccedilatildeo brasileira

O fato do plantio da segunda safra ser efetuado logo apoacutes a colheita da soja e no

mesmo local tem permitido uma maior produtividade da safrinha do milho em virtude

do aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes no solo dessas aacutereas de plantio (REIS

et al 2016)

Segundo a CONAB (2017) atraveacutes do acompanhamento da seacuterie histoacuterica da

produccedilatildeo de gratildeos brasileiros iniciado na deacutecada de 70 registram um aumento de

mais de 245 na produccedilatildeo do milho nos uacuteltimos 39 anos Os estudos consideram as

safras de 197677 a 201516 (Fig 1)

Figura 1 - Evoluccedilatildeo produccedilatildeo x aacuterea plantada

Fonte CONAB (2017)

Observa-se na Figura 1 o primeiro registro de produccedilatildeo do gratildeo na safra

197677 com 19 milhotildees (t) produzidas Na safra de 198687 os dados apontam 26

milhotildees (t) Na deacutecada de 90 em especial a safra de 199697 o volume foi de 35

44

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 186

milhotildees (t) Jaacute a safra de 20062007 51 milhotildees (t) apontando um crescimento

exponencial na produccedilatildeo nacional do cereal

Em que pese uma significativa queda na produccedilatildeo da safra 201516 com 214

com 66 milhotildees (t) em comparaccedilatildeo com a safra de 201415 de 84 milhotildees (t) as

estimativas da CONAB indicam uma colheita recorde em torno de 91 milhotildees (t) para

safra 201617

Referente as aacutereas de plantio poucas foram as alteraccedilotildees Os estudos

evidenciaram que no ano de 1976 117 milhotildees hectares eram destinados a plantaccedilatildeo

da cultura do milho no Brasil Comparando com a safra de 201516 houve uma

expansatildeo de 3497 considerando uma aacuterea para cultivo de 159 milhotildees de hectares

Uma meacutedia de 132 milhotildees de hectares disponiacuteveis para o cultivo ao longo da seacuterie

histoacuterica de 40 anos

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias tem contribuido para significativos

patamares de produtividade no Brasil que comprovam que o setor vem se

profissionalizado (Figura 2) As novas tecnologias estatildeo associadas a cultivares de alto

potencial geneacutetico (hiacutebridos simples e triplos) e transgecircnicas espaccedilamento reduzido

associando agrave maior densidade de plantio melhoria na qualidade de sementes controle

quiacutemico de doenccedilas correccedilatildeo de solos (EMBRAPA 2017)

Figura 2 ndash Evoluccedilatildeo produccedilatildeo nacional x produtividade

Fonte CONAB (2017)

Como ilustra a Fig 2 em termos comparativos a safra de 201516 teve uma

produtividade de 4178 kgha cerca de 250 a mais que agrave safra de 197677 onde o

Brasil colheu 1632 kgha As duas safras de maior destaque ao longo da seacuterie histoacuterica

45

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 187

foram a de 201415 com 5396 kgha e de 201213 com 5149 kgha Na meacutedia da seacuterie

histoacuterica houve uma variaccedilatildeo de mais de 33 no aumento da produtividade ao logo

dos 39 anos (Fig 3)

Figura 3 ndash Produtividade nacional por hectare

Fonte CONAB (2017)

Para o IBGE (2017) que pesquisa o ano civil a projeccedilatildeo de colheita da

commodity do milho eacute de 96 milhotildees (t) para o ano de 2017 um crescimento de 52

em relaccedilatildeo a produccedilatildeo do ano 2016 que foi de 63 milhotildees (t) como pode ser

observado na Quadro1

Quadro 1 ndash Produccedilatildeo por regiotildees em milhotildees (t) Estimativas

Regiatildeo 1ordf Safra 2ordf Safra

2016 2017 Var 2016 2017 Var

Norte 946950 1049977 11 938343 1479632 58

Nordeste 2546636 4504929 77 577738 2034857 252

Sudeste 7803609 8545800 10 2263889 3604832 59

Sul 10650820 13866157 30

1049659

4

1382707

3 32

Centro-oeste 2432227 3027537 25

2498661

7

4501634

7 80

1ordf e 2ordf Safra

46

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 188

2016 2017 Var

Brasil 63643423 96957141 523

Fonte IBGE (2017)

Regiotildees produtoras

De acordo com a CONAB (2017) a produccedilatildeo nacional do milho estaacute nas

Regiotildees Sul Centro-Oeste e Sudeste Os cinco principais Estados produtores satildeo por

ordem de grandeza Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais Bahia e Paraacute

Ao longo das quatro deacutecadas a expansatildeo territorial agriacutecola no Brasil tem crescido

significativamente Ateacute as deacutecadas de 1980 e 1990 a produccedilatildeo agriacutecola nacional era

realizada especificamente na regiatildeo Sul do paiacutes

O aumento de demanda pelo gratildeo nacional e a disponibilidade de terras mais

baratas propiciaram o deslocamento da produccedilatildeo da regiatildeo Sul para o norte do Brasil

com destaque regiatildeo Centro-Oeste

Para Caldarelli e Bacchi (2012) outros fatores alavancaram a expansatildeo da

cultura do milho em terras brasileiras Maior rentabilidade do agricultor com a

valorizaccedilatildeo do gratildeo desregulamentaccedilatildeo da economia acordos internacionais com

reduccedilatildeo das tarifas de importaccedilatildeo impulsionaram a produccedilatildeo nacional de gratildeos

colocando o paiacutes a um patamar de maior competitividade

Desse modo pode-se observar uma nova configuraccedilatildeo na produccedilatildeo nacional

bem como nas regiotildees produtoras (Figura 4)

Para CONAB (2017) o aumento da produccedilatildeo estaacute diretamente relacionado a

dois fatores a utilizaccedilatildeo de novas aacutereas agricultaacuteveis em novas fronteiras agriacutecolas e a

implementaccedilatildeo de tecnologias voltadas a promover maior produtividade nas tradicionais

aacutereas de cultivo (Sul e Sudeste)

47

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 189

Figura 4 ndash Produccedilatildeo nacional do milho por regiatildeo

Fonte IBGE (2017)

Conforme ilustrado na Figura 4 a partir de meados da deacutecada de 1980

configura-se uma nova dinacircmica de produccedilatildeo do milho em regiotildees brasileiras

Dados analisados com base no periacuteodo das safras de 199091 a 201516

indicam a regiatildeo Centro-Oeste como maior produtora do gratildeo com crescimento de

520 Em segundo lugar a regiatildeo Norte com 215 de expansatildeo seguida pela Sul

Nordeste e Sudeste com 164 69 e 19 respectivamente

Apesar da regiatildeo Centro-Oeste tem apresentado o maior crescimento em termos

de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maior eficiecircncia em produtividade como

pode ser observado na Figura 5

Figura 5 ndash Produtividade do milho por regiatildeo

48

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 190

Fonte CONAB (2017)

Os estudos observados na Figura 5 indicam a regiatildeo Sul como a maior

produtividade do Brasil foram colhidos 6068 kgha na safra de 201516 Em segundo

lugar no ranking maior produtividade do cereal encontra-se a regiatildeo Sudeste com 4775

kgha seguida pelo Centro-Oeste com 3996 kgha Com exceccedilatildeo a safra de 201112

onde foram colhidos 4953 kgha a regiatildeo Sul se apresenta com o maior iacutendice de

produtividade entre as regiotildees considerando as safras de 200607 a 201516

Principais estados produtores

No que concerne aos principais estados produtores o Paranaacute aparece como o

maior produtor do gratildeo ateacute a safra de 201112 Entretanto a partir da safras seguintes

conforme seacuterie histoacuterica (Fig 6) o Mato Grosso assume o protagonismo no raking dos

maiores produtores do gratildeo com os volumes de 19 18 20 e 15 milhotildees (t) produzidas

nas uacuteltimas quatro safras O que permitiu o impulso da produccedilatildeo no Mato Grosso aleacutem

do aproveitamente das terras produtoras de soja (2ordf safra) a expansatildeo de terras

agricultaacuteveis

Ao longo do acompanhamento da serie historica eacute possivel notar que Paranaacute

dispunha de 2153 milha (197677) contra 2612 milha (201516) uma expansatildeo de

terras de 213 Jaacute o Mato Grosso teve uma expansatildeo de 14366 no mesmo

periacuteodo Suas primeiras terras disponiveis para a cultura do milho era de 542 milha

(197677) contra as atuais 3800 milha (201516)

Figura 6 ndash Principais estados produtores

49

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 191

Fonte CONAB (2017)

Os estudos tambeacutem evidenciaram queda na produtividade dos dois principais

estados produtores considerando a safra de 201516 em relaccedilatildeo a 201415 O Paranaacute

registrou uma queda de 141 contra 339 de estado do Mato Grosso Contudo ao

longo da seacuterie histoacuterica o estado do Paranaacute deteacutem a maior participaccedilatildeo de

produtividade entre os estados produtores

Exportaccedilatildeo

O milho eacute o principal macro ingrediente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal A

suinocultura e a avicultura de corte satildeo os grandes propulsores do consumo nacional

do milho Para Reis et al (2016) o cultivo do milho tem como destino atender a

demanda interna voltada a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal Aleacutem do que o gratildeo supri

tambeacutem a induacutestria alimentiacutecia para consumo humano e outros produtos em gerais O

excedente da produccedilatildeo eacute absorvido pelo mercado internacional

Ainda que os aumentos da produtividade do gratildeo seja expressivo o Brasil natildeo eacute

um exportador tradicional do gratildeo Desse modo a produccedilatildeo brasileira segue a

tendecircncia determinada pelas demandas do mercado domeacutestico apresentando pouca

interaccedilatildeo com o mercado internacional (CALDARELLI e BACCHI 2012)

Dados coletados no portal da Aliceweb apontam que natildeo obstante a queda de

244 nas exportaccedilotildees em relaccedilatildeo ao ano anterior no ano de 2016 o Brasil exportou

21 milhotildees (t) de milho (MDIC 2017)

Figura 7 ndash Dez principais mercados do milho brasileiro

50

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 192

Fonte Trade Map - Trade statistics for international business development (2017)

A Figura 7 ilustra os cinco principais destinos do cereal no ano de 2016 Entre os

principais compradores estatildeo o Iratilde na lideranccedila do ranking com 21 das exportaccedilotildees

Em segundo lugar aparece o Vietnatilde com 13 seguido por Japatildeo Malaacutesia e Coreacuteia do

Sul com 12 7 e 6 respectivamente

Conclusotildees e Perspectivas

Visando descrever o panorama do plantio do milho brasileiro o presente estudo

conclui que de acordo com a seacuterie histoacuterica de 197677 a 201516 a produccedilatildeo nacional

do gratildeo cresceu 2455 Observou-se um incremento de 250 na produtividade no

mesmo periacuteodo tendo uma variaccedilatildeo de aproximadamente de 33 na meacutedia da seacuterie

histoacuterica comparado entre as deacutecadas de colheita Referente as aacutereas de cultivo

houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 saltando de 117 para 159 milhotildees de

hectares de aacutereas destinadas ao cultivo do cereal Aleacutem disso a partir de meado da

deacutecada de 1980 o cultivo do milho se deslocou da regiatildeo Sul e Sudeste para as

regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste Das principais novas fronteiras produtoras do

milho o destaque ficou para a regiatildeo Centro-Oeste com ganhos de produccedilatildeo de 520

Evidentemente a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo No ranking

dos cinco principais estados produtores estatildeo o Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais

Bahia e Paraacute O Paranaacute ateacute a safra de 201112 manteve a lideranccedila absoluta do maior

51

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 193

produtor nacional do gratildeo No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grosso

assumiu a lideranccedila O crescimento das aacutereas disponiveis para plantio justificam a

produccedilatildeo dos dois principais estados produtores O Paranaacute teve uma expansatildeo de

213 ao longo do periodo estudado (19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um

crescimento exponencial 14366 no mesmo periacuteodo Por uacuteltimo o crescimento da

produccedilatildeo da proteina animal e o aumento da demanda mundial pelo milho que nortearaacute

a cadeia produtiva nacional do milho Deste modo os proacuteximos estudos poderatildeo se

concentrar na melhora logiacutestica das principais regiotildees produtoras

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54

42 2ordm Artigo

Artigo aprovado no IFIP Advances in Information and Communication Techno-logy 2017 (Figura 19) Apresentado em Hamburgo (Alemanha) em setembro de 2017

Figura 19 APMS 2017 Hamburg

Brazilian Corn Exports An Analysis of Cargo Flowin Santos and Paranagua Port

Aguinaldo Eduardo de Souza lowast12 Joao Gilberto Mendes dos Reis 13 EmersonRodolfo Abraham 14 and Sivanilza Teixeira Machado 5

1 Paulista University - UNIP PPGEP Sao Paulo Brazil2 UNIBR Sao Vicente Brazil

3 UFGD PPGA Dourados Brazil4 Metodista University Sao Bernardo do Campo Brazil

5 Federal Institute of Sao Paulo Suzano BrazillowastCorresponding author souzaeduaguinaldogmailcom

Abstract The worldrsquos population is projected to increase to 9 billion till2050 increasing feed demand Corn is one of the most important grains infood supply chains (FSC) and growers have an essential role This articleaims to investigate the flow of Brazilian corn among origin main portsand international markets to address a panorama of corn production inBrazil With this objective we collected data from the Brazilian Ministryof Industry and Foreign Trade and we analyzed this data using SocialNetwork Analysis (SNA) tools The results showed that corn exports inBrazil use two main ports with Santos being the most important one

Keywords Logistics middot Corn production middot Exports middot International market

1 Introduction

It is forecasted that the world trade of corn will reach newer heights boostedby a stronger demand for feed Currently the United States and China are themain growers but Brazil has been considered a new frontier and occupies thethird place [1] Despite the important role of China in production over the lastfive years around 83 of export was associated with the US Brazil Argentinaand Ukraine This distinctly indicates a huge internal market in China and thepotential business opportunities for producers in the US and Brazil

The United Nations expects the world population to increase to 9725 bil-lion by 2050 [2] this implies a challenge for the global leaders to raise foodproduction and at the same time to preserve the environment and local marketproduction In this manner Brazil appears to be a major player in commodityproduction to feed the world In case of corn for instance projections show anincrease in Brazilian exports of 524 until 2026 In numbers the country isexpected to reach 463 million metric tonnes (mt) per year [3]

Although Brazil has high productivity and a high quantity of available landthe flow of commodities export depends on few routes and ports that entail

55

2 Souza et al

logistics bottlenecks For example Reis et al [2] argue that poor logistics ofBrazilian infrastructure increases the inland freight of soybean in comparisonwith the US by 146 Moreover Galvao et al [4] [5] showed that Brazilianports cargo flow grew significantly around 42 from 2001 to 2011 reaching886 million (mt) in 2011 this was mainly solid bulk cargo

Regarding Brazilian ports Santos (Sao Paulo) and Paranagua (Parana) arethe major corn exporters with 665 million (mt) between 2012 and 2016 Thecorn flow concentration creates logistics bottlenecks such as extensive trucklines to unload cargo and low static storage capacity Rodrigues [6] affirms thatlogistics management adopts a systematic cost approach based on parameterssuch as cost time and service quality level Therefore analyzing the flow ofcorn production is very important for developing a plan to improve the logisticsinfrastructure of major corridors

This article aims to analyze the Brazilian corn routes and exports for un-derstanding the current scenario and for providing knowledge to develop fu-ture plans for improving logistics operation Thus we address the flows of cornamong the six main growers of the country to two main ports of Brazil and tothe international market

2 Brazilian Ports

Brazil has a continental dimension with an extensive coastline for this reasonsea shipping is relevant to the social and economic development of the coun-try [4] Brazilian port sector is divided into two categories first the port sectorthat is composed of 37 seaports managed by the federal government the sec-ond category that is composed of 122 inland port facilities management by theMinistry of Transport [7]

The cargo flow in Brazilrsquos seaports in 2016 was 998068 million (mt) wherethe main international traffic was dry bulk of upto 628700 million (mt) liquidbulk of upto 218000 with million (mt) general cargo of upto 51300 million(t) and containers of upto 100100 million (mt) [9]

21 Santos Port

Santos is Brazilrsquos larger port In 2006 it represented around 285 of the bal-ance of trade of the country Its operations reached 1138 million (mt) [10] TheFig 1 shows the numbers of Santos Port (Price FOB in US billion dollars)

The illustrative evidence in Fig 2 suggests the great relevance of SantosPort among the 37 Brazilian ports Nowadays it is the main port of the countrywith 4520 ships being docked in 2016 Furthermore this port is considered asbeing one of the biggest ports in Latin America in terms of container flow in2015 [11]

Accessibility is the main factor that attracts cargo to the Santos Port Theport has a link with the main roadways Moreover it is connected to Tiete-Parana inland waterways by railway that facilitates a large-scale movement ofcommodities

56

Brazilian Corn Exports 3

Fig 1 Participation of Santos Port in Brazilian Balance of Trade (SourceAdapted of [10])

In addition the areas dependent on Santos Port represents 67 of Brazil-ian GDP including states such as Sao Paulo Minas Gerais Mato Grosso MatoGrosso do Sul and Goias e o Distrito Federal These states are responsible for56 of Brazilian balance of trade [10]

22 Paranagua Port

According to the Administration of Paranagua Port and Antonina - APPA [12]the Paranagua Port has 3581 meters of wharfs and 23 berths It is among thefive main Brazilian ports in relation to the flow of goods The port in 2016moved 45045 million (mt) and it has the capacity to receive 1909 vessels Thethree main cargo were as follows containers (8231 million (mt)) fertilizers(8227 million (mt)) and soybean (7950 million (mt)) [9]

Additionally the Paranagua portrsquos balance of trade was around 76 im-mediately after Santos which as mentioned earlier lead the ranking with astriking difference of 285 [10] Fig 2 demonstrates the flow in the port be-tween 2012 and 2016 (Price FOB in US million dollars)

3 Methodology

For understanding the flow of Brazilrsquos corn exports and the role of Santos Port(Sao Paulo state) we conducted an exploratory research and comparison be-tween the Santos Port and the major Brazilian port competitor Paranagua TheFig 3 displays the location of these ports and the main origin routes

Santos and Paranagua were chosen because they represent around 50 ofvolume exported by the country To perform this study we follow the followingthree steps

57

4 Souza et al

Fig 2 Participation of Paranagua Port in the Brazilian balance of trade (SourceAdapted of [10])

Fig 3 Main Corn Corridors 2016

First Data Collection Data were collected from the Brazilian Ministry of In-dustry and Foreign Trade using the Foreign Trade Information Analysis System(ALICEWEB) The Aliceweb provided us information regarding the volume ofcorn exported by grower states such as Goias Parana Sao Paulo Minas GeraisMato Grosso do Sul Rio Grande do Sul and Mato GrossoSecond database procedure We selected ten major destinations for Brazilrsquoscorn as per the state of origin This allowed us to observe 38 relations amongplayers The data were organized considering the state of origin the port of ori-gin and the country of destination The relationships were created consideringthe corn flow of growers to the ports and them to countriesThird Analysis Using the Social Network Analysis (SNA) tools Ucinet 60 andNetdraw plotted the graphs of the corn networks considering exports flow us-

58

Brazilian Corn Exports 5

ing Santos Port Paranagua Port and both of them together This helped us tocreate a flow map regarding the corridors of exportations and also to analyzecorn traffic

4 Results

Santos and Paranagua ports are established as major corridors for corn exportsin Brazil Both moved around 665 million (mt) between 2012 and 2016 (Fig 4)Together Santos and Paranagua Ports deal with 8148 and 1852 of Brazilrsquoscorn respectively

Fig 4 Cargo Flow in Million of Metric Tonnes to Santos and Paranagua Ports(Source Adapted of [13])

The origin of cargo flow can be observed in Mato Grosso Mato Grosso doSul Goias Parana Minas Gerais and Sao Paulo e Rio Grande do Sul As men-tioned earlier in the methodology section the volume of corn among thesestates and Ports of Santos and Paranagua are organized in Microsoft Excel andare entered in the Ucinet 60 software Using the module Netdraw was possibleto provide that networks to infer some analysis presented in the next subsec-tions

41 International Traffic Considering Both Ports

The Fig 5 depict the corn flow considering the network as a whole including allthe states ports and destination Herein we gather the countries of destinationin the continents to facilitate visualization

As can be seen in Fig 5 Mato Grosso is the main grower with 8285 million(mt) flowing to Santos and Paranagua The distance that needs to be covered toreach both ports is almost the same but the Santos route especially the railroadservice is more developed than the Paranagua route As a result this is directlyresponsible for the highest cargo flow to Santos

59

6 Souza et al

Fig 5 Corn Flow among Brazilian States Ports of Santos and Paranagua andContinents of Destination

On the other hand Mato Grosso do Sul represents the second volume ofcorn to be exported with 1530 million (mt) distributed equitably between bothports The geographical position of the state with a dependence of roadwaytransportation allows Mato Grosso do Sul to use the ports indistinctly They arelocated at the same distance of about 1100 kilometers

The destination of Brazilian corn as per continent was also analyzed Our re-sults indicate the following percentages Asia (6173) Middle-East (2988)Africa (594) Europe (218) and America (027) Vietnam boosted theflow in Asia while the Middle-East distinctly depended on import of agricul-tural products both constituting the most important markets of Brazil

42 Santos

The Fig 6 depicts the corn flow considering the network of Santos PortAs illustrated in Fig 1 Santos moved 10629 million (mt) of corn in 2016

The main exporters via Santos were Mato Grosso (7498) followed by Goias(1282) Mato Grosso do Sul (609) Sao Paulo (428) Parana (118) andMinas Gerais (066) It is possible to note that despite 6085 of the vol-ume being exported to the Asian continent (Taiwan Indonesia Japan VietnamSouth Korea and Bangladesh) Iran and Middle-East were highlighted within2903 of the volume of corn exported by Santos

43 Paranagua

The Fig 7 depicts the corn flow considering the network of Paranagua Port

60

Brazilian Corn Exports 7

Fig 6 Corn Flow by Santos Corridor

Fig 7 Corn Flow by Paranagua Corridor

Based on Fig 7 it is noticeable that Paranagua in 2016 exported 2415million (mt) The state of Parana (4570) lead the export followed by MatoGrosso do Sul (3657) and Mato Grosso (1307) Among the 16 main buyershighlighted were Vietnam (2429) and Japan (1871) Other states repre-sent 570 of imports In relation to continents the most important were Asia(6562) followed by Europe (1175) Middle-East (1173) Africa (945)and America (144)

61

8 Souza et al

5 Discussion

We found that Santos Port is the major corridor that exports Brazilian cornproduction with a cargo volume that is almost three times more than that ofParanagua Santos is undoubtedly the biggest port of Latin America and it hasthe largest infrastructure associated with the main Brazilian corridors of com-modities exports

However despite the advancement of the Port Modernization Act (8630of 1993) and the new regulatory framework of the port sector (12815 of 2013)that have the objective of providing more agility and modernizing the sector re-ducing the costs of transactions [45] port infrastructure and the quality of ser-vices remain issues that affect the agricultural production of the country [14]According to data by the World Economic Forum pertaining to the Brazilianport infrastructure compared with the main exporters of corn and soybeansBrazil was the 122nd position among 144 evaluated countries [14]

Our current findings expand previous work regarding the Brazilian agri-business sector and logistics infrastructure this allows the identification of thecorn flow to the main international markets of Brazil using quantitative data

In spite of this article being an exploratory analysis it permits the identi-fication of a pathway for future studies to improve the bulk of cargo flow Theresults showed that Santos and Paranagua are the main routes of corn exportsand constitute a logistics operations bottleneck for the international traffic ofthis important feed This is especially true for Santos because it is the major ex-porter of commodities and many other products It is also Brazilrsquos main accessto the international market

Some authors such as Marlow and Casaca [15] Vieira et al [16] and theBrazilian National Transport Confederation [14] identified many issues thatmake exporting difficult further they provided the following aspects and op-portunities to improve Santos Port

ndash Maritime access Lack of dredging and overthrow of access channels anddocking berths making access of large ships difficult

ndash Territorial Access Traffic jam and limited availability of railroadsndash Low productivity Obsolete equipment and lack of availability of equipment

and facilitiesndash Burocracy Greater agility in cargo clearance at ports mooring single win-

dow paperless port to boost delivery of documentsndash Information flow Multiple systems to manage the operations loss-making

media channel hindering the customer response time

6 Conclusions and Outlook

The objective of this study was to describe the logistical corn flow of exportsmoreover it was possible to conclude that the Midwestern region was the maincorn export region of Brazil Additionally it was noticeable that the flow of

62

Brazilian Corn Exports 9

grain to the international market is concentrated in Santos and Paranagua Itwas also found that Asia is the main destination for exports of corn followedby the Middle East However Iran is the largest purchaser of Brazilian cornfollowed by Vietnam

Finally the concentration of two routes generates logistics bottlenecks inboth ports creating a traffic jam low static capacity and overuse of the portcapacity Thus the subsequent studies will concentrate on simulating the ca-pacity of Santos and Paranagua Ports to lead with commodities exports andopportunities to improve Brazilian logistics infrastructure

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63

64

43 3ordm Artigo

Artigo submetido na revista International Journal of Shipping and Transport Lo-gistics O artigo natildeo estaacute apresentado pois se encontra em avaliaccedilatildeo

65

44 4ordm Artigo

Artigo aprovado na Logistics Challenges in the n the New Economy Sharingand Interconnected Industry ndash NETLOG 2018 (20) Apresentado em Satildeo Paulo (Brasil)nos dias 05 a 06 de junho de 2018

Figura 20 NETLOG 2018

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

SIMULACcedilAtildeO DE OPERACcedilOtildeES DE GRAtildeOS EM UM

TERMINAL PORTUAacuteRIO

Aguinaldo Eduardo de Souzasup1 Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis sup2 Emerson Rodolfo Abrahamsup3 Renato

Maacutercio dos Santos 4 Matheus Palmieri Gobbetti5

sup1 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil souzaeduaguinaldogmailcom

sup2 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil joaoreisdocenteunipbr

3 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil emersonabrahamstrictounipbr

4 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil renatodnadosabercombr

5 FATEC RUBENS LARA Santos Brasil gobbettimatheusgmailcom

Resumo O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia no Brasil e de suma importacircncia para a

balanccedila comercial brasileira Neste cenaacuterio a exportaccedilatildeo de gratildeos coloca o Brasil em uma posiccedilatildeo privilegiada no

comeacutercio internacional de commodities agriacutecolas Em 2017 o milho foi o principal responsaacutevel pela alta

performance do setor com o crescimento de 13 O gratildeo protagonizou no ano de 2017 a produccedilatildeo de 97 milhotildees

(t) O objetivo deste artigo eacute investigar eventuais gargalos logiacutesticos na operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento

do milho no complexo portuaacuterio de Santos Para tanto optou-se por estudar os referidos processos em um terminal

portuaacuterio de exportaccedilatildeo aqui denominado Terminal A utilizando-se de simulaccedilatildeo Os resultados apresentam duas

operaccedilotildees distintas a chegada do gratildeo no terminal por ferrovia (vagatildeo) e a chegada por rodovia (caminhatildeo) e

apontam potenciais gargalos operacionais

Palavra-chave Simulaccedilatildeo Terminal Portuaacuterio Armazenagem Ferrovia Rodovia e Milho

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro se destaca como o segmento que mais contribui para a economia

nacional respondendo por frac14 do Produto Interno Bruto - PIB (Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA 2018) Dados estatiacutesticos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica - IBGE revelam um crescimento no segmento de 13 no ano de 2017

Os gratildeos foram os principais responsaacuteveis pelo desempenho do setor com destaque absoluto

para a cultura do milho Em 2017 a colheita nacional do cereal atingiu o volume de 97 milhotildees

(t) um extraordinaacuterio aumento de 552 em relaccedilatildeo ao ano anterior que fechou com 67 milhotildees

(t) produzidas (IBGE 2018a) (Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior

MDIC 2018a)

O Brasil tem ocupado posiccedilatildeo de destaque na produccedilatildeo mundial do milho (Reis et al 2016)

Para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos ndash USDA na safra de 201617 o paiacutes

ocupou a terceira posiccedilatildeo no ranking mundial dos maiores produtores com a colheita de 98

milhotildees (t) atraacutes da China 219 milhotildees (t) e Estados Unidos 384 milhotildees (t) (USDA 2018)

De fato o uso de novas tecnologias associadas a cultivares de alto potencial geneacutetico e

transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maior densidade de plantio

66

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

contribuiacuteram para o incremento da produccedilatildeo brasileira do milho (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA 2018) Contudo por vezes a eficiecircncia produtiva

alcanccedilada traduzida em competitividade eacute comprometida no momento do escoamento do gratildeo

Alguns estudos observam os impactos negativos a competitividade dos produtos brasileiros

relacionados aos gargalos logiacutesticos devido a ineficiecircncia operacional e infraestrutura

deficitaacuteria (Dubke 2006 Wanke e Hijjar 2009 Hilsdorf e Nogueira Neto 2015 Confederaccedilatildeo

Nacional dos Transportes ndash CNT 2018)

Considerando o estudo do Departamento de Agronegoacutecio - DEAGRO que projeta um

crescimentos de 75 para safra de 20262027 nas exportaccedilotildees do milho nacional (FIESP

2017) os terminais portuaacuterios principal porta de saiacuteda das commodities agriacutecolas em especial

o milho objeto deste estudo estatildeo preparados para responderem as crescentes demandas do

mercado internacional Neste sentido observa-se que a pesquisa operacional e a simulaccedilatildeo

podem auxiliar no processo decisoacuterio das organizaccedilotildees A pesquisa operacional lida com

problemas de como conduzir e coordenar certas operaccedilotildees (Moreira 2017) Enquanto que a

aplicaccedilatildeo de simulaccedilatildeo em um evento operacional permite analisar teorias e hipoacuteteses em

relaccedilatildeo a vaacuterios cenaacuterios (Filho 2008)

Diante do exposto o presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento de gratildeos de milho Decidiu-se pela escolha de um terminal mariacutetimo de

exportaccedilatildeo no Porto de Santos aqui denominado Terminal A O objetivo da simulaccedilatildeo eacute

dimensionar a capacidade operacional do Terminal A no que concerne recebimento e

armazenagem

Em razatildeo disso realizou-se uma pesquisa exploratoacuteria e quantitativa atraveacutes de coleta de dados

no proacuteprio terminal Em seguida optou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica

2 Referencial teoacuterico

21 Transporte Mariacutetimo

O transporte eacute considerado fator fundamental para a logiacutestica internacional A logiacutestica sendo

um processo que coordena o fluxo de bens em uma cadeia de suprimentos sem a existecircncia do

transportes o fluxo de bens seria inviabilizados (Reis et al 2015)

Responsaacutevel por mais de 90 do fluxo de cargas do comeacutercio internacional o transporte

mariacutetimo eacute a chave para economia global (Keedi 2010 David e Stewart 2010) No Brasil devido

a suas dimensotildees continentais e o extenso litoral o transporte mariacutetimo eacute de vital importacircncia

para o desenvolvimento social do paiacutes (Souza et al 2017) Deste modo os terminais portuaacuterios

juntamente e as estruturas portuaacuterias exercem papel fundamental no comeacutercio internacional

principalmente no que concerne ao escoamento do agronegoacutecio brasileiro tendo em vista que

o Brasil eacute um dos principais exportadores mundiais de gratildeos (IBGE 2018b)

A infraestrutura do sistema portuaacuterio compreende vaacuterios subsistemas que por vezes estatildeo

interconectados tendo relaccedilatildeo com o tipo de navios e cargas movimentas por ele (David e

Stewart 2010)

67

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

A existecircncia dos portos estaacute diretamente ligada a atender demandas do serviccedilo de transporte

(frete armazenagem movimentaccedilatildeo transbordo etc) e navios (piacuteeres abastecimento reparos

etc) O porto atua como interface entre o transporte internacional e o transporte domeacutestico

Handabaka (1994) e Barros (2013) considerada que os portos satildeos instalaccedilotildees fiacutesicas que

desempenham o papel de movimentaccedilatildeo de cargas transbordo de cargas entre modais e

consolidaccedilatildeo de cargas

Para Alfredini e Arasaki (2009) o porto eacute um elo importante na cadeia logiacutestica e pode ser

caracterizado como terminal multimodal ligado a abrigo profundidade e acessibilidade canal

de acesso bacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ou

aquaviaacuterios

22 Terminal Portuaacuterio

Terminais satildeo pontos nodais de um sistema de transportes onde ocorrem entrada e saiacuteda de

cargas e veiacuteculos neste sistema (Fig 1) Neste ambiente se processam transferecircncias entre

modais Um terminal pode ter atividades voltada a um ou mais tipo especiacutefico de carga

chamado terminais multiuso

De acordo com Magalhatildees (2016) na perspectiva de engenharia de transportes o conceito de

terminal engloba todas as instalaccedilotildees onde inicia ou se encerra um processo de transporte Jaacute o

terminal portuaacuterio o autor conceitua como instalaccedilotildees voltada para atendimento de navios e

cargas especializadas podendo ser instalaccedilotildees isoladas ou natildeo Ainda Magalhatildees (2016)

terminal portuaacuterio deve dispor de infraestrutura especiacutefica considerando tipos de embarcaccedilatildeo e

tipos de carga demandando assim estrutura adequada para embarquedesembarque estocagem

recebimento entrega etc

Dentre os tipos de carga movimentada por um terminal portuaacuterio pode-se destacar contecircineres

roll-on roll-off carga geral solta e unitizada graneacuteis liacutequidos e soacutelidos etc (Barros 2013)

Figura 1 ndash Processo de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo em um terminal portuaacuterio

Fonte Adaptado (Kim e Guumlnther 2007)

Exterior Navio

Embarque

Descarga

Pre-stacking Armazenagem

Ferrovia

Rodovia

Interior

68

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

23 Simulaccedilatildeo

Em computaccedilatildeo um modelo de simulaccedilatildeo eacute uma abstraccedilatildeo simplificada da realidade utilizado

para representar o funcionamento de algum sistema (Varajatildeo et al 2010 Cauchick e Fleury

2012 Chwif e Medina 2015) Os sistemas satildeo compostos por partes componentes que

interagem entre si no intuito de se atingir algum propoacutesito (Varajatildeo et al 2010) esses podem

ser naturais ou elaborados pelo ser humano tais como sistemas logiacutesticos processos

produtivos redes de empresas entre outros

Embora um modelo ser uma abstraccedilatildeo simplificada deve conter os elementos necessaacuterios para

se representar o sistema real pois serviraacute para a auxiliar nas tomadas de decisotildees compreender

os ambientes estudados e identificar problemas (Cauchick e Fleury 2012)

Apesar de sua grande importacircncia e utilizaccedilatildeo em diversos campos do conhecimento Chwif e

Medina (2015) esclarecem que a simulaccedilatildeo natildeo pode prever o futuro e sim o comportamento

de um sistema desse modo natildeo substitui o pensamento inteligente aleacutem disso a simulaccedilatildeo eacute

uma ferramenta de anaacutelise de cenaacuterios e pode ser utilizada em conjunto com recursos de

otimizaccedilatildeo mas natildeo eacute em si mesma uma ferramenta de otimizaccedilatildeo

Entre as diversas aplicaccedilotildees da simulaccedilatildeo na logiacutestica em geral pode-se verificar qual a melhor

poliacutetica de transporte distribuiccedilatildeo e estocagem em toda a cadeia desde a produccedilatildeo ateacute o

consumidor final Mais especificamente em uma operaccedilatildeo portuaacuteria se o nuacutemero de

equipamentos e homens eacute necessaacuterio para carregar e descarregar navios entre outras aplicaccedilotildees

(Chwif e Medina 2015)

3 Metodologia

Com objetivo de compreender eventuais gargalos logiacutesticos em um terminal portuaacuterio optou-

se por aplicar um modelo de simulaccedilatildeo visando dimensionar a capacidade operacional e o niacutevel

de resposta para futuras demandas Portanto decidiu-se pelo modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica O presente estudo foi realizado em trecircs

etapas

Primeira Coleta de Dados Os dados foram extraiacutedos do sistema de controle do proacuteprio

Terminal A disponibilizado pela gerecircncia de operaccedilotildees Nestes dados estatildeo contidas

informaccedilotildees acerca das operaccedilotildees no terminal

Segunda Tratamento de dados Os dados foram selecionados por tipo de evento rodoviaacuterio e

ferroviaacuterio levando em consideraccedilatildeo trecircs meses de maior pico de demanda do milho (agosto

setembro e outubro) Em seguida realizou-se o levantamento de tempo de operaccedilatildeo de cada

evento (Fig 3 e Fig 4) considerando e meacutedia ponderada e o desvio padratildeo

Terceira Processo de simulaccedilatildeo Apoacutes aferimento de tempo de cada processo aplicou-se o

modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg considerando o horizonte de cenaacuterio de um ano

69

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

Figura 2 - Evento completo - Ferroviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

Figura 3 - Evento completo - Rodoviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

4 Estudo de Caso

O Terminal A eacute um terminal portuaacuterio especializado em granel soacutelido que opera no Porto de

Santos Possui uma aacuterea de mais de 300 mil m2 composta por acesso rodoferroviaacuterio dois gates

uma entrada e outro saiacuteda duas moegas ferroviaacuterias dois tombadores para descarga de

caminhotildees piacuteer de atracaccedilatildeo para navios correia transportadora e dois armazeacutens graneleiros

com capacidade estaacutetica de 108 mil (t) cada um Sua infraestrutura eacute voltada para embarque de

commodities agriacutecolas com destaque para o milho objeto de estudo desta pesquisa de

simulaccedilatildeo

Dados coletados atraveacutes da gerecircncia de operaccedilatildeo do Terminal A atestam que para estocagem

mensal do milho eacute necessaacuterio frac34 da capacidade estaacutetica total ou seja 162 mil (t) tendo em vista

a capacidade total de armazenagem do terminal eacute de 216 mil (t)

Em 2016 observou-se que 52 dos 218 milhotildees (t) milho nacional exportado foi escoado pelo

Porto de Santos 112 milhotildees (t) (MDIC 2018b) Deste montante cerca de 20 de todo volume

escoado pelo porto santista foi movimentado pelo Terminal A cerca de 22 milhotildees (t)

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

1ordf Processo ldquoChegada no terminalmoega (2) coleta de

amostras pesagem e descargardquo

3ordf Processo ldquoSaiacuteda coleta de

amostras chegada descarga

tombador (2)rdquo

1ordf Processo ldquoSaiacuteda paacutetio

regulador chegada

terminalrdquo

2ordf Processo ldquoSaiacuteda gate in

pesado chegada para coleta

de amostrasrdquo

70

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

5 Discussatildeo e Resultados

51 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Vagotildees

No montante total de recebimento e armazenamento do milho a operaccedilatildeo de vagatildeo representa

80 de toda movimentaccedilatildeo do terminal Nesta operaccedilatildeo (Fig 2) denominado ldquoeventordquo para

efeito da simulaccedilatildeo no ARENAreg (Fig 4) observa-se apenas um processo

O processo inicia-se com a chegada das composiccedilotildees no terminal que satildeo enviadas diretamente

para a moegas para o descarregamento dos vagotildees Vale ressaltar que os processos de pesagem

e a coleta de amostras satildeo efetuados simultaneamente com a descarga

Figura 4 ndash Simulaccedilatildeo vagotildees

Fonte ARENAreg

Tabela 1 - Indicadores de Performance

Vagotildees Utilizaccedilatildeo

recurso Vagotildees na fila

Tempo vagotildees na fila

(horas)

Total

vagotildees

Entrada Saiacuteda Moega

1

Moega

2

Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo 6

60

62

2718 2717 34 68 002 000 300 007 000 429

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Como ilustra a Tabela 1 os resultados da simulaccedilatildeo indicaram a saiacuteda de 2717 vagotildees A taxa

de ocupaccedilatildeo meacutedia das moegas foram de 34 na moega 1 e 68 na moega 2 Pocircde-se observar

ainda que apesar de vaacuterios vagotildees entrarem direto para descarga sem espera em meacutedia 002

vagatildeo aguardou na fila alcanccedilando assim a meacutedia maacutexima de 3 vagotildees na fila de espera Acerca

do tempo de espera a meacutedia ficou em 007 horas com maacuteximo de 429 horas de espera No

periacuteodo simulado (1 ano) foi registrado 66062 vagotildees descarregados

52 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Caminhotildees

Enquanto 80 das operaccedilotildees do terminal tem sua origem na ferrovia os caminhotildees

representam 20 de toda a operaccedilatildeo sendo que 70 deste volume eacute composto pelo veiacuteculo

bitrem (2 semi rebocadores acoplados entre si) A operaccedilatildeo completa deste ldquoeventordquo para efeito

71

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da simulaccedilatildeo (Fig5) no ARENAreg eacute composta por trecircs processos a) saiacuteda paacutetio

reguladorchegada no terminal (gate) b) saiacuteda gatechegada de coleta amostras c) saiacuteda coletas

de amostraschegada nos tombadores para descarga (Fig 3)

Figura 5 ndash Simulaccedilatildeo caminhatildeo

Fonte ARENAreg

Tabela 2 - Indicadores de Performance

Caminhotildees Utilizaccedilatildeo recursos Caminhotildees na fila Tempo caminhotildees

na fila (horas) Total

Entrada Saiacuteda Tombadores Pessoas Gate Meacutedia Min Maacutex Meacutedia Min Maacutex

63

39

2735 2734 47 2 67 007 000 400 016 000 575

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Os resultados observados na Tabela 2 indicam que dos 2735 veiacuteculos que entraram 2734

saiacuteram ficando em meacutedia 007 caminhotildees aguardando na fila chegando a 4 caminhotildees na

meacutedia maacutexima No que se refere aos recursos os resultados apontaram que o gate eacute o recurso

mais exigidos na operaccedilatildeo com taxa de uso de mais de 67 seguido pelos tombadores que

juntos representaram uma taxa de uso de 47 Jaacute o uso do recurso pessoas ficou em 2 No

que se refere ao tempo de espera 016 horas a meacutedia chegando a 575 horas maacutexima de espera

por caminhatildeo Um total de 6339 veiacuteculos foram descarregados no final da simulaccedilatildeo (1 ano)

sendo 5330 bitrem e 1069 caminhotildees

6 CONCLUSOtildeES

O presente estudo teve como objetivo principal simular uma operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento do milho de modo a mapear eventuais gargalos operacionais deste processo

no Terminal A Com isso foi possiacutevel observar que dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute

a operaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Em que pese na

operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34 moega 1 e 68 moega

72

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel a gargalos O estudo identificou na

operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos recursos de 67 no gate e 47 nos tombadores

Desta maneira pode-se concluir que apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do

terminal se as perspectivas de aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o

Terminal A estaraacute diante de um iminente gargalo operacional Portanto os resultados indicam

a necessidade de investimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o

aumento crescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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75

76

5 Discussatildeo (Artigos)

Os quatro artigos dessa dissertaccedilatildeo buscaram atender os objetivos especiacuteficosapresentados no capiacutetulo 1 O objetivo geral da dissertaccedilatildeo de analisar os fluxos deexportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica do Porto de Santos com basena movimentaccedilatildeo de um terminal exportador de gratildeos de milho eacute verificado pelosquatro artigos cujo a soma busca responder o objetivo Os resultados foram discutidosde forma ampla no conjunto deste trabalho

O primeiro artigo teve caraacuteter exploratoacuterio ou seja buscou apresentar um pa-norama da produccedilatildeo de milho no Brasil de modo a permitir entender a importacircncia dacultura e o seu impacto para o paiacutes Essa anaacutelise eacute relevante pois permite ao pesqui-sador um conhecimento da aacuterea de estudo O artigo foi essencialmente bibliograacuteficocom base em estudos anteriores

Essa pesquisa contribuiu para a justificativa do presente estudo em que seconstatou a relevacircncia da produccedilatildeo nacional e o destaque do cereal para o comeacutercioexterior brasileiro visto que eacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil

O segundo artigo da dissertaccedilatildeo permitiu constatar a importacircncia da do Portode Santos para a logiacutestica de exportaccedilatildeo do cereal tendo como principal exportadoro estado do Mato Grosso maior produtor nacional do milho

Verificou-se a Aacutesia e Oriente Meacutedio como os principais mercados do milhomato-grossense justificando o maior volume de movimentaccedilatildeo do milho na plataformaportuaacuteria de Santos natildeo soacute devido a sua capacidade operacional por possuir seteterminais especifico que operam gratildeos mas tambeacutem pela disponibilidade de rotasmariacutetimas que o porto oferece

O artigo permitiu ainda evidenciar o papel do Porto de Santos bem superior aosegundo lugar o Porto de Paranaguaacute Esses resultados permitiram concluir que umaumento no volume de exportaccedilotildees necessariamente passariam por Santos e umaanaacutelise mais detalhada deste seria necessaacuteria

O proacuteximo passo da pesquisa constitui em encontrar uma forma de mensurar opapel do porto de Santos e sua capacidade de atender uma demanda maior Assimutilizaram-se dados oficiais e modelos de previsatildeo para estabelecer uma tendecircncia decrescimento das exportaccedilotildees do milho brasileiro e seu respectivo volume no Porto deSantos Para capacidade estaacutetica em atender essas flutuaccedilotildees utilizou-se de dadosde um dos principais terminais de gratildeos do porto que disponibilizou as informaccedilotildeesnecessaacuterias para o estudo

Esta pesquisa foi de caraacuteter quantitativo permitindo analisar se o Terminal Atem capacidade operacional para atender as novas demandas de crescimento no fluxo

77

de exportaccedilatildeo do milhoAs previsotildees apresentadas no artigo sinalizaram um deacuteficit na capacidade es-

taacutetica de armazenagem para os proacuteximos cinco anos (20172021) com 39 5775 94 e 115 respectivamente no Terminal A e um consequentemente deacuteficit noPorto de Santos

Por fim uma ultima anaacutelise complementar foi realizada para verificar os impac-tos da entrada desse milho nas operaccedilotildees do terminal A A anaacutelise se concentrou nasoperaccedilotildees de recebimento e armazenagem do milho para posterior embarque E entreas duas operaccedilotildees (rodoviaacuterioferroviaacuterio) a taxa de uso dos recursos dos caminhotildeeseacute mais elevada do que dos vagotildees apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representarapenas 20 do terminal

Os resultados dos artigos III e IV indicaram que caso se concretize a projeccedilatildeodo aumento de demanda internacional pelo milho brasileiro o Porto de Santos e oTerminal A estaratildeo diante de eventuais gargalos operacionais Desta maneira haacute ne-cessidade de ampliar a estrutura de capacidade estaacutetica de armazenagem bem comoos recursos utilizados para o recebimento do milho atraveacutes do modal rodoviaacuterio

78

6 Propostas para Trabalhos Futuros

Com advento da globalizaccedilatildeo da economia o niacutevel competitivo de um paiacutes estaacutena sua capacidade em escoar mateacuterias-primas e produtos Dessa maneira as plata-formas portuaacuterias satildeo fundamentais para a cadeia logiacutestica como para a eficiecircncia deseus serviccedilos As praacuteticas de como o porto se integra e sua a capacidade de gerarvalor para a cadeia eacute fator decisoacuterio para a competitividade dos paiacuteses no mercadointernacional

As commodities agriacutecolas se caracterizam por produtos de alta volatilidadebaixo valor agregado margens apertadas e transporte ineficiente Isso evidencia aindamais a importacircncia da logiacutestica portuaacuteria para ganho de valor competitivo O sistemaportuaacuterio brasileiro tem papel fundamental na ordem econocircmica do Brasil sobretudonas operaccedilotildees de exportaccedilatildeo dos produtos agriacutecolas

Diante do exposto o presente estudo poderaacute subsidiar novas pesquisas quecontribuiratildeo para o aumento da competitividade do milho brasileiro no mercado glo-bal Recomenda-se um estudo voltado para o desenvolvimento de indicadores dedesempenho operacional portuaacuterio para auxiliar o exportador brasileiro na tomada dedecisatildeo no momento da escolha do porto mais eficiente para escoamento do gratildeo

79

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Page 2: Dissertação - Aguinaldo Eduardo de Souza - Programa de ...repositorio.unip.br/.../eng_aguinaldoeduardodesouza.pdfDissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Engenharia de

UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO

PANORAMA DAS EXPORTACcedilOtildeES DO MILHOBRASILEIRO VIA PORTO DE SANTOSSP UMESTUDO EM UM TERMINAL LOGIacuteSTICO DE

GRAtildeOS

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Mestradoem Engenharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista- UNIP

Orientador Dr Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis

Aacuterea de Concentraccedilatildeo Gestatildeo de Sistemas deOperaccedilatildeo

Linha de Pesquisa Redes de Empresas e Planeja-mento da Produccedilatildeo

Projeto de Pesquisa Logiacutestica nas Cadeias Agroin-dustriais

AGUINALDO EDUARDO DE SOUZA

SAtildeO PAULO

2018

Ficha elaborada pelo Bibliotecaacuterio Rodney Eloy CRB8-6450

Souza Aguinaldo Eduardo de Panorama das exportaccedilotildees do milho brasileiro via Porto de SantosSP um estudo em um terminal logiacutestico de gratildeos Aguinaldo Eduardo de Souza - 2018 113 f il color + CD-ROM

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista Satildeo Paulo 2018

Aacuterea de concentraccedilatildeo Gestatildeo de Sistemas de Operaccedilatildeo

Orientador Prof Dr Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis

1 Milho 2 Agronegoacutecio 3 Exportaccedilatildeo 4 Logiacutestica 5 Portos I Reis Joatildeo Gilberto Mendes dos (orientador) II Tiacutetulo

AGUINALDO EDUARDO DE SOUZA

PANORAMA DAS EXPORTACcedilOtildeES DO MILHOBRASILEIRO VIA PORTO DE SANTOSSP UMESTUDO EM UM TERMINAL LOGIacuteSTICO DE

GRAtildeOS

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo da Universi-dade Paulista - UNIP para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mes-tre em Engenharia de Produccedilatildeo

Aprovado em

Banca Examinadora

Dr Joatildeo Gilberto Mendes dos ReisUniversidade Paulista - UNIP

Dr Oduvaldo VendramettoUniversidade Paulista - UNIP

Dr Adriano Maniccediloba da SilvaInstituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia de Satildeo Paulo - IFSP

i

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho ao meu avocirc paterno Antonio Gomes (in memoriam) e seusincontaacuteveis conselhos dominicais

A Mariah Eduarda Mazza Cunha de Souza filha amada e eterna companheira

ii

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pelas oportunidades por tudo que sou e tudo que tenhoAo professor orientador Dr Joatildeo Gilberto Mendes do Reis pela confianccedila e

dedicaccedilatildeo Pelos seus conhecimentos disseminados e acima de tudo pelo respeitoque pautaram nossos encontros

A Roberta Sobral Pinto pela compreensatildeo e carinhoA toda a minha famiacutelia Ao meu pai Aguinaldo Eduardo Gomes A minha que-

rida matildee Maria de Lourdes de Souza exemplo de feacute perseveranccedila e dignidadeAos professores do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo

sob a sabia orientaccedilatildeo do professor Dr Oduvaldo Vendrametto que permite um am-biente humanizado

Aos colegas do mestrado pelas manifestaccedilotildees de carinho traduzidas em incon-dicional colaboraccedilatildeo e acolhimento do amigos Emerson Rodolfo Abraham e AtaiacutedePereira Cardoso Junior

Ao Marcos Tokimatsu Khalil pelo apoio permitindo o acesso a suas operaccedilotildeeslogiacutesticas

Ao amigo Juacutelio Cesar Raymundo pelo incentivoAo apoio financeiro da Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel

Superior (CAPES)Por fim a todos que direta e indiretamente experienciaram esta jornada comigo

eterna gratidatildeo

iii

EPIacuteGRAFE

O bem que fizerdes nalgum lugar seraacute teu advogadoem toda parte

Emmanuel

iv

RESUMO

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de commo-dities agriacutecolas A cultura do milho tem contribuiacutedo para o destaque do agronegoacuteciona economia nacional visto que o cereal eacute segundo gratildeo mais cultivado e exportadopelo Brasil No ranking mundial no ano de 2017 o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo demaior produtor de milho e o segundo maior exportador Os aumentos de produtividadeno cultivo do gratildeo ao longo dos uacuteltimos 41 anos no momento do seu escoamentoobservam-se entraves operacionais e uma logiacutestica deficitaacuteria nos portos brasileirosO objetivo deste trabalho consistiu em investigar as exportaccedilotildees do milho brasileiro eanalisar a capacidade do porto de Santos de escoar o milho com base em um termi-nal logiacutestico Como metodologia utilizou-se uma abordagem descritiva exploratoacuteria equantitativa aleacutem de aplicar um modelo de simulaccedilatildeo com vista a dimensionar a capa-cidade operacional do porto Os resultados observados apresentaram um panoramade contiacutenuo crescimento na produccedilatildeo nacional A simulaccedilatildeo apontou eventuais gar-galos na operaccedilatildeo no terminal logiacutestico caso se concretizem o aumento da demandadas exportaccedilotildees do milho

Palavras-chave Milho agronegoacutecio exportaccedilatildeo logiacutestica portos

v

ABSTRACT

Brazil is one of the worldrsquos leading producers and exporters of agricultural commoditiesThe corn crop in turn has contributed to the importance of agribusiness in the nationaleconomy since cereal is the second most cultivated and exported grain in Brazil Inthe world ranking in 2017 Brazil was the third largest producer of maize and the se-cond largest exporter Despite significant increases in productivity in the cultivation ofgrain over the last 41 years at the time of its disposal there are operational obstaclesand a logistics that are still deficient in Brazilian ports In this context the objective ofthis work was to investigate Brazilian corn exports and analyze the capacity of the Portof Santos to dispose of maize based on a logistics terminal For this as a methodo-logy a descriptive exploratory and quantitative approach was used besides applyinga simulation model with the purpose of dimensioning the operational capacity of theport The observed results showed a panorama of continuous growth in the nationalproduction In addition the simulation pointed out eventual bottlenecks in the logisticterminal operation in case the demand for grain exports increases

Keywords Maize agribusiness export logistics ports

vi

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor 42 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006) 63 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617

Fonte CONAB (2018) 84 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB

(2018) 95 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte

CONAB (2018) 96 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-

201677 Fonte CONAB (2018) 117 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018) 118 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 139 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 1310 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b) 1411 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b) 1712 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012) 2013 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016) 3014 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte AN-

TAQ (2018a) 3215 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3416 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b) 3517 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3618 Revista SADSJ 4019 APMS 2017 Hamburg 5420 NETLOG 2018 65

vii

LISTA DE TABELAS

1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b) 162 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007) 223 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a) 264 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003 275 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a) 316 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte

MTPAC (2018a) 327 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a) 338 Artigos publicados do autor 38

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Acre

ADHOC Administradora Hidroviaacuteria Docas Catarinense

AGRAER Agecircncia Regional de Dourados

ANTAQ Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterios

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APMS International Conference Advances in Production

APPA Administraccedilatildeo dos Portos de Paranaguaacute e Antonina

APSFS Autoridade Portuaacuteria Porto Satildeo Francisco do Sul

BA Bahia

CADE Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica

CDC Companhia Docas do Cearaacute

CDC Companhia Docas do Paraacute

CDRJ Companhia Docas do Rio de Janeiro

CDSA Companhia Docas de Santana

CODEBA Companhia Docas da Bahia

CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte

CODESA Companhia Docas do Espirito Santo

CODESP Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo

CODOMAR Companhia Docas do Maranhatildeo

COMAP Companhia Municipal de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

CSCMP Council of Supply Chain Management Professional

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econocircmico

ix

DERSA Desenvolvimento Rodoviaacuterio SA

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DOCAS-PB Companhia Docas da Paraiacuteba

EMAP Empresa Maranhense de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

FIESP Federaccedilatildeo das Induacutestria de Satildeo Paulo

HA Hectare

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IP4 Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pequeno Porte

ITC Trade statistics for international business development

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MS Mato Grosso do Sul

MT Mato Grosso

MTPAC Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil

ONU Organizaccedilatildeo da Naccedilotildees Unidas

PA Paraacute

PIB Produto Interno Bruto

PR Paranaacute

RFB Receita Federal do Brasil

RO Roraima

RS Rio Grande do Sul

SCM Supply Chain Management

SCPAR Santa Catarina Parcerias SA

SDEC-PE Secretaacuteria de Desenvolvimento Econocircmico de Pernambuco

SEP-PR Secretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica

x

SOPH Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondocircnia

SP Satildeo Paulo

SPH Superintendecircncia de Portos e Hidrovias

SUPRG Superintendecircncia do Porto de Rio Grande

T Tonelada

UNCTAD Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento

USDA Departamento de Agricultura dos Estados

xi

SUMAacuteRIO

RESUMO iv

ABSTRACT v

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES vi

LISTA DE TABELAS vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS viii

1 Introduccedilatildeo 111 Motivaccedilatildeo 212 Objetivos 3

121 Objetivo Geral 3122 Objetivos Especiacuteficos 3

13 Organizaccedilatildeo do trabalho 4

2 Revisatildeo da Literatura 521 Origem do milho 522 Produccedilatildeo nacional 723 Regiotildees produtoras 724 Estados produtores 1025 Exportaccedilatildeo do milho 12

251 Panorama nacional 12252 Panorama mundial 15

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito 17261 Histoacuteria 18262 Conceito 18

27 Logiacutestica nas empresas 1928 Atividades logiacutesticas 2229 Portos 23210 Serviccedilos Portuaacuterios 25211 Tipos de portos 26212 Terminais portuaacuterios 29213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro 30214 Porto de SantosSP 34

xii

3 Metodologia 37

4 Artigos 4041 1ordm Artigo 4042 2ordm Artigo 5443 3ordm Artigo 6444 4ordm Artigo 65

5 Discussatildeo (Artigos) 76

6 Propostas para Trabalhos Futuros 78

1

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio ocupa posiccedilatildeo de destaque na economia do Brasil Segundoo Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA (2018) o agronegoacutecioeacute o segmento de maior importacircncia para a economia nacional representando apro-ximadamente 25 do Produto Interno Bruto - PIB O Instituto Brasileiro de Geografiae Estatiacutestica - IBGE (2018a) assevera que houve um crescimento de 10 apoacutes doisanos de queda consecutiva de 35 no PIB nacional fechando o ano de 2017 comR$ 66 trilhotildees

A expansatildeo do agronegoacutecio de 13 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 foi fator de-terminante para a alavancagem do PIB em 2017 IBGE (2018a) Dados estatiacutesticosdo Ministeacuterio da Agricultura evidenciam a relevacircncia do agronegoacutecio para comeacutercioexterior brasileiro Considerando os uacuteltimos 21 anos (1997-2017) sua participaccedilatildeo nabalanccedila comercial brasileira foi de 406 Em 2017 as exportaccedilotildees do agronegoacuteciosomaram US$ 96 bilhotildees ou seja 441 do total da exportaccedilotildees do Brasil encer-rando o ano com US$ 2177 bilhotildees (MAPA 2018)

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo de soja e milho con-sequentemente um dos principais exportadores mundiais de commodities agriacutecolas(Lourenccedilo amp Lima 2009) A implementaccedilatildeo de poliacuteticas governamentais oferta derecursos hiacutedricos condiccedilotildees de clima e solo e pesquisas e tecnologia contribuiacuterampara o destaque da agricultura brasileira no cenaacuterio internacional (Bolfe et al 2016)

Natildeo obstante a soja ser o gratildeo mais cultivado e exportado pelo Brasil a culturado milho vem ganhando espaccedilo no cenaacuterio nacional e no mercado internacional poiseacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil O cereal eacute um dos principais compo-nentes da cadeia alimentar mundial (Reis et al 2016) Em 2017 o Brasil registrou amaior produccedilatildeo do cereal 97 milhotildees t um crescimento de 552 frente ao ano de2016 com 67 milhotildees t (CONAB 2018 IBGE 2018b)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Esta-dos Unidos ndash USDA o milho eacute o gratildeo mais cultivado no mundo Na safra de 201617a produccedilatildeo mundial atingiu 107 bilhotildees t No ranking dos principais produtores mun-diais o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo com 98 milhotildees t atraacutes da China e EstadosUnidos com 219 milhotildees e 384 milhotildees t respectivamente (USDA 2018)

Estudos da USDA (2018) projetam uma produccedilatildeo global de 103 bilhatildeo t parasafra de 201718 e 105 bilhatildeo t para a de 201819 Conforme projeccedilotildees do oacutergatildeoamericano os Estados Unidos permaneceratildeo na lideranccedila absoluta com expectativade produccedilatildeo de 370 e 356 milhotildees t seguido pela China com 215 e 225 milhotildees t e oBrasil com 85 e 96 milhotildees t (201718-201819)

2

Em que pese a produccedilatildeo nacional do milho ter alcanccedilado iacutendices de excelecircncianos uacuteltimos 41 anos apontando crescimento aproximado de 408 na produccedilatildeo 335na produtividade e 49 as aacutereas de plantio o milho eacute uma commodity de baixo valoragregado e depende fundamentalmente de um alto potencial logiacutestico (CONAB 2018)

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas a cultivares de alto poten-cial geneacutetico e transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maiordensidade de plantio tem contribuiacutedo significativamente a cultura do milho no Brasile sua capacidade produtiva (EMBRAPA 2018) Quando a produccedilatildeo ultrapassa asfronteiras do campo e inicia o processo de escoamento os gratildeos se defrontam comos gargalos logiacutesticos produzindo assim impactos negativos na competitividade dosprodutos agriacutecolas brasileiros no mercado internacional (Dubke 2006 Wanke amp Hijjar2009 Hilsdorf amp Nogueira Neto 2015 CNT 2017)

O Brasil tem aproveitado a crescente demanda do mercado global O paiacuteseacute o segundo maior exportador mundial de milho ficando atraacutes apenas do EstadosUnidos (USDA 2018) O volume de milho exportado foi de 292 milhotildees t em 2017alcanccedilando seu maior iacutendice em toda seacuterie histoacuterica de exportaccedilatildeo jaacute registrado desdedo ano de 1997 (COMEXSTAT 2018)

Contudo os portos mariacutetimos principal plataforma de escoamento do milhoainda que seja evidenciadas significativas melhorias na sua eficiecircncia operacionalnas uacuteltimas duas deacutecadas observa-se entraves operacionais e uma logiacutestica aindadeficitaacuteria (Souza et al 2017)

Com o aperfeiccediloamento de algumas atividades logiacutesticas de exportaccedilatildeo ndash rece-bimento armazenagem e embarque ndash mais eficientes as mesmas poderatildeo promoverum ganho de competitividade para o cereal brasileiro no comeacutercio global

Sendo assim o presente estudo visa analisar a capacidade operacional deescoamento do gratildeo em portos brasileiros tendo como campo de estudo o Porto deSantosSP considerando que 93 das exportaccedilotildees do milho brasileiro se daacute por viasmariacutetima (COMEXSTAT 2018)

11 Motivaccedilatildeo

A demanda mundial por alimento eacute um desafio para a comunidade internacio-nal Estudos da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas ndash ONU estimam que a populaccedilatildeomundial chegue a 86 bilhotildees em 2030 98 bilhotildees em 2050 e ultrapasse os 112 bi-lhotildees em 2100 (ONU 2018) O crescimento da populaccedilatildeo mundial implica em umgrande desafio aos liacutederes globais para o aumento da produccedilatildeo de alimentos de ma-neira sustentaacutevel

O Brasil se destaca como importante produtor de commodities agriacutecolas Aleacutemdisso protagoniza um papel importante de fornecedor na cadeia alimentar mundial

3

cuja exportaccedilotildees do milho tiveram um crescimento exponencial Se comparado o anode 1997 a 2017 o volume do milho com destino ao comeacutercio exterior cresceu 8300sendo exportado 348 mil t em 1997 e 29 milhotildees t em 2017 (COMEXSTAT 2018)

No caso do milho as projeccedilotildees de exportaccedilatildeo do gratildeo tecircm alcanccedilado pata-mares elevados (MAPA 2018) Os estudos da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estadode Satildeo Paulo ndash FIESP asseguram uma variaccedilatildeo positiva de 75 nas exportaccedilotildees docereal para a safra de 202627 em relaccedilatildeo agrave safra 201617 (FIESP 2018)

A relevacircncia da pesquisa justifica-se pelo aumento da demanda global por ali-mentos em decorrecircncia do crescimento demograacutefico mundial USDA (2018) e a opor-tunidade de expansatildeo do cereal nacional no mercado internacional (FIESP 2018)

O presente estudo propotildee uma investigaccedilatildeo no Porto de SantosSP quantoa sua capacidade operacional de exportaccedilatildeo considerando as projeccedilotildees de cresci-mento da demanda internacional pelo milho (MAPA 2017 FIESP 2018)

Para tanto optou-se por delimitar a pesquisa em um terminal portuaacuterio de ex-portaccedilatildeo aqui denominado Terminal A do porto santista cujo complexo portuaacuterio eacuteo principal responsaacutevel pelo fluxo de escoamento do milho brasileiro para o mercadomundial (COMEXSTAT 2018)

12 Objetivos

121 Objetivo Geral

Analisar os fluxos de exportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica doporto de Santos em atender esses fluxos com base na movimentaccedilatildeo de um terminalexportador de gratildeos de milho

122 Objetivos Especiacuteficos

1 Analisar a produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees produtoras

2 Identificar o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasileiro principal porto de escoa-mento e principais mercados compradores

3 Avaliar se a capacidade estaacutetica de armazenagem no Porto de Santos eacute compa-tiacutevel com as crescente demandas de exportaccedilatildeo por meio do Terminal A

4 Simular um processo de operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento de gratildeosde milho visando avaliar a capacidade operacional do terminal

4

13 Organizaccedilatildeo do trabalho

Este trabalho estaacute organizado conforme demonstrado pela Figura 1

Figura 1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor

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2 Revisatildeo da Literatura

21 Origem do milho

O milho eacute uma das culturas agriacutecolas mais importante para a sociedade tantonas bases econocircmicas do agronegoacutecio como sociais pois eacute um dos produtos demaior versatilidade na cadeia alimentar mundial Aleacutem de ser utilizado como insumopara alimentaccedilatildeo humana e animal eacute fonte de mateacuterias primas para a agroinduacutestria eproduccedilatildeo de etanol (Diogenes 2011)

Cultivado em quase todas as regiotildees temperadas e tropicais do mundo O milhose adapta em condiccedilotildees abaixo do niacutevel do mar e ateacute 3 mil metros acima do niacutevel domar (CME 2018) As temperaturas adequadas para seu cultivo devem apresentarmeacutedia noturna acima de 128 degC e meacutedia diurna superior a 19 degC Agecircncia Regional deDourados (AGRAER 2018)

Considine (2005) Bernardi et al (2014) Dyer et al (2014) destacam atraveacutesde evidencias cientificas que o milho eacute uma planta de origem mexicana cuja domes-ticaccedilatildeo tem iniacutecio em 7500 a 12000 anos atraacutes na aacuterea central da Mesoameacuterica

Segundo Lerayer (2006) o Meacutexico e a Guatemala satildeo considerados paiacuteses quederam origem ao milho A autora assegura que no vale do Tehucan onde atualmentese localiza o Meacutexico foi encontrada a primeira espiga de milho datada de 7000 aC

O milho (Zea mays L) eacute uma graminea anual membro da famiacutelia das gramiacuteneas(Poaceae) Tem importacircncia secular para cultura alimentar desde a antiguidade e eacutemuito apreciado entre os povos da Ameacuterica Central e do Sul (Vincent 2012)

Para Perry et al (2006) encontraram-se vestiacutegios do cultivo do milho na Ameacute-rica do Sul haacute pelo menos 4000 anos Os iacutendios americanos cultivavam-no em mon-tes Existia uma variaccedilatildeo de espeacutecies plantadas conforme seu uso Com o passar dotempo o meacutetodo foi substituiacutedo por plantio de uma soacute espeacutecie

Atraveacutes de um processo natural de seleccedilatildeo os nativos (astecas e maias) esco-lhiam as espigas de maior vigor mais produtivas e faacuteceis de serem colhidas e arma-zenadas (Lerayer 2006) A Figura 2 ilustra a transformaccedilatildeo da espeacutecie ateacute os dias dehoje

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Figura 2 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006)

A Figura 2 destaca as alteraccedilotildees importantes que ocorreram ao longo da do-mesticaccedilatildeo do milho De uma gramiacutenea com espigas de poucos gratildeos cobertos comuma casca dura para espigas com maior nuacutemero de gratildeos e maiores Com isso aespeacutecie se desenvolveu para variedades com grande capacidade de adaptaccedilatildeo emdiversas altitudes de acordo com o relevo da Ameacuterica Central (Lerayer 2006)

Haacute mais de 300 espeacutecies de milho identificadas no mundo Praticamente todasestas espeacutecies derivam direta ou indiretamente dos trabalhos desenvolvidos pelascivilizaccedilotildees preacute-colombianas (Lerayer 2006)

De acordo com Smith et al (2004) o cereal foi difundido para o hemisfeacuterionorte no final do seacuteculo XV com a chegada dos exploradores europeus em terrasamericanas A partir daiacute iniciou-se um processo de disseminaccedilatildeo inicialmente parao sul da Franccedila e Itaacutelia em 1494 Egito em 1517 Espanha e Portugal em 1575

No final do seacuteculo XVI o milho se encontrava estabelecido em todos os conti-nentes adaptado nos mais variados climas e ambientes (Lerayer 2006)

No Brasil estudos apontam que o cultivo do milho jaacute era praticado antes dachegada dos colonizadores portugueses pelos iacutendios Guaranis que tinham o cerealcom fonte principal de sua dieta alimentar Com a chegada dos portugueses o con-sumo pelo cereal aumentou e foi introduzido nos haacutebitos alimentares dos brasileiros(Bernardi et al 2014)

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22 Produccedilatildeo nacional

O calendaacuterio agriacutecola do milho eacute composto por duas safras A primeira safra deveratildeo o plantio varia de agosto a dezembro A segunda safra de inverno com plantiode janeiro a marccedilo geralmente cultivada apoacutes a colheita da soja na regiatildeo Centro-Sul(DEPEC 2017)

O cereal eacute o principal micronutriente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal As ati-vidades de avicultura e suinocultura satildeo as principais cadeias responsaacuteveis pelo con-sumo da produccedilatildeo nacional e tem importacircncia fundamental na corrente de comeacutercioexterior brasileira (Caldarelli amp Bacchi 2012)

Reis et al (2016) corroboram com Caldarelli amp Bacchi (2012) em seus estu-dos Os autores afirma que o cultivo do milho no Brasil eacute destinado para o consumointerno com duas finalidades produccedilatildeo de raccedilatildeo animal (bovino suiacuteno e frango) eindustrializaccedilatildeo para consumo humano

A produccedilatildeo nacional do milho tem logrado ecircxito e alcanccedilado iacutendices elevadosde crescimento Enquanto as aacutereas destinadas ao cultivo milho obtiveram uma ex-pansatildeo 49 ao longo dos 41 anos saindo de 11 milhotildees de hectares na safra de197677 para 17 milhotildees de hectares para a safra de 20162017

Os registros apontam uma colheita 19 milhotildees t na safra de 197677 Se com-parado com a safra de 201617 com 97 milhotildees t produzidas a produccedilatildeo nacionalcresceu 408 nos uacuteltimos 41 anos

Em termos de produtividade houve um acreacutescimo de 335 no mesmo periacuteodoOs estudos registram na safra de 197677 uma produtividade 12 tonelada por hec-tare contra 55 toneladas por hectare na uacuteltima safra (201617)

O crescimento mais acentuado foi a partir da deacutecada da safra de 199192 Como aumento de demanda pelo cereal e oferta de terras mais baratas propiciaram aexpansatildeo de novas fronteiras agriacutecolas

Diante desta conjuntura pode-se notar um migraccedilatildeo da produccedilatildeo sentido aonorte do pais que ateacute entatildeo concentrava-se nas regiotildees Sul e Sudeste Tendo comodestaque o Centro-Oeste principal regiatildeo produtora do milho (Souza et al 2017)

Outras variaacuteveis contribuiacuteram para a promoccedilatildeo do crescimento da produccedilatildeonacional do milho conforme observa Caldarelli amp Bacchi (2012) acordos internacio-nais desregulamentaccedilatildeo da economia aumento da rentabilidade do produtor com avalorizaccedilatildeo do gratildeo e a pesquisa e novas tecnologias

23 Regiotildees produtoras

O cultivo do milho no Brasil abrange praticamente todas as regiotildees do BrasilEntretanto a maior concentraccedilatildeo estaacute na macrorregiatildeo Centro-Sul (CONAB 2018)

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Um fator importante a ser destacado eacute a contribuiccedilatildeo da segunda safra para aproduccedilatildeo nacional A safrinha como tambeacutem eacute conhecida tem alcanccedilado iacutendices deprodutividade significativos Centro-Oeste (Figura 3)

A alta produccedilatildeo da 2 ordfsafra na regiatildeo Centro-Oeste justifica-se pelo fato de aprodutividade estar associada ao aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes

O cultivo do milho da 2 ordfsafra eacute plantado no local onde eacute colhida a soja elevandoassim seu potencial produtivo (Reis et al 2016)

Figura 3 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617 FonteCONAB (2018)

A regiatildeo Centro-Oeste eacute a maior produtora de milho do Brasil A regiatildeo teve umcrescimento de aproximadamente 980 se comparado a safra de 199091 e 201617com a produccedilatildeo de 45 milhotildees t e 488 milhotildees t respectivamente (CONAB 2018)

O estado do Mato Grosso eacute o principal responsaacutevel pelo protagonismo da ma-crorregiatildeo Centro-Sul na produccedilatildeo nacional

No ranking das regiotildees produtoras em ordem de grandeza Centro-Oeste pro-duziu 48 milhotildees t Sul 27 milhotildees t Sudeste 13 milhotildees t Nordeste 6 milhotildees t e oNorte 2 milhotildees t tendo como base a safra 201617 (Figura 4)

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Figura 4 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB (2018)

Conforme ilustrado na Figura 4 apesar da regiatildeo Norte ser a regiatildeo de menorpotencial produtivo foi a de maior elevaccedilatildeo na produccedilatildeo com aumento de 2183ficando atraacutes do Centro-Oeste com 2417 Em terceiro lugar a regiatildeo Nordeste304 seguida pela Sul 171 Sudeste com 123 considerando os 41 anos de seacuteriehistoacuterica (CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo agrave produtividade ainda que a regiatildeo Centro-Oeste tenha apresen-tado o maior crescimento em termos de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maioreficiecircncia (Figura 5)

Figura 5 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte CO-NAB (2018)

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Conforme ilustrado na Figura 5 a regiatildeo Sul apresenta maior eficiecircncia na pro-dutividade (safra de 201617) com rendimento de 6583 kgha seguida pelo Centro-Oeste Sudeste Norte e Nordeste com 6098 kgha 5820 kgha 3790 kgha e 2557kgha respectivamente A anaacutelise de produtividade considerada a partir da safra de199091 periacuteodo que inicia o grande desenvolvimento no cultivo do milho no Brasil

24 Estados produtores

O cultivo do milho eacute disperso no Brasil podendo ser encontrado nos 26 estadose no distrito federal (Reis et al 2016) Estudos analisados atraveacutes da seacuterie histoacuterica 41anos indicam que o acumulado de produccedilatildeo do cereal no Brasil alcanccedilou 16 bilhatildeo t(CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo ao acumulado da produccedilatildeo por estados dos sete estados brasi-leiros com produccedilatildeo acima de 100 milhotildees t seis estatildeo na macrorregiatildeo Centro-Sul(PR MT MG RS GO e SP) Na macrorregiatildeo Norte-Nordeste apenas o estado daBahia alcanccedilou os 100 milhotildees t produzidas (CONAB 2018)

A macrorregiatildeo Centro-Sul desponta como principal cinturatildeo produtivo do mi-lho no Brasil

O estado da Bahia eacute o principal produtor da macrorregiatildeo Norte-Nordeste com19 milhotildees t produzidas na safra 201617 No acumulado da seacuterie a Bahia foi respon-saacutevel por aproximadamente 28 dos 149 milhotildees t produzidas pelo Norte-Nordesteconsiderando os uacuteltimos 41 anos O estado do Maranhatildeo representou 13 seguidopelo Paraacute 10 Piauiacute e Cearaacute 8 Rondocircnia 7 Sergipe 6 e Tocantins 5 Osestados restantes representaram 23 O Amapaacute eacute o estado com o menor volume003 da produccedilatildeo

As aacutereas de cultivo cresceram 27 no Norte-Nordeste Na safra de 19767726 milhotildees ha eram destinados ao plantio do milho Na uacuteltima safra foi registrado 33milhotildees ha

A macrorregiatildeo Centro-Sul alcanccedilou o 14 bilhatildeo t produzidas no acumulado daseacuterie histoacuterica 41 anos Considerando o ranking dos principais estados produtores oParanaacute se destaca com uma representatividade de 25 da produccedilatildeo total da regiatildeo

Em seguida o Mato Grosso 13 Minas Gerais 12 Rio Grande do Sul 11Goiaacutes e Satildeo Paulo 10 Santa Catarina e Mato Grosso do Sul 6 Os estados commenor representatividade satildeo Distrito Federal e Espirito Santo 04 e Rio de Janeirocom 01

As aacutereas de cultivos no Centro-Sul tiveram uma expansatildeo de 55 entre assafras de 197677 a 201617 Saindo da ordem de 9 milhotildees ha para 14 milhotildees ha

O estado do Paranaacute permaneceu na lideranccedila da produccedilatildeo do gratildeo no Brasilateacute a safra de 199192 Entretanto na deacutecada 1990 Mato Grosso inicia um processo

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de crescimento sem precedentes na produccedilatildeo do milho (Figura 6)

Figura 6 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-201677 Fonte CONAB (2018)

Na safra 201213 Mato Grosso ultrapassa o Paranaacute e assume isoladamente oprimeiro lugar mantendo-se como maior produtor nacional de milho Na uacuteltima safraMato Grosso aferiu 28 milhotildees t produzidas O Paranaacute por sua vez 17 milhotildees t

Figura 7 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018)

A Figura 7 indica que 2 ordfsafra (200405) o estado de Mato Grosso assume alideranccedila de maior produtor com 35 milhotildees t seguido pelo Paranaacute com 34 milhotildeest Na 1 ordfsafra (201617) Mato Grosso produziu 256 mil t e Paranaacute 4 milhotildees t Na 2

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ordfsafra (201617) Mato Grosso foi responsaacutevel por 28 milhotildees t sendo o Paranaacute por13 milhotildees t

No tocante a produtividade o Paranaacute elevou sua produtividade em 184 nosuacuteltimos 41 anos saindo de 2150 kgha (197677) para 6115 kgha (201617) Oestado de Mato Grosso registrou uma elevaccedilatildeo de 437 em sua produtividade nomesmo periacuteodo A CONAB (2018) registrou a produtividade do estado do Mato Grossode 1558 kgha (197677) e 6223 kgha (201617)

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas de plantio na safra de 197677 o Paranaacute dispunha de2153 milhotildees ha e Mato Grosso apenas 247 mil ha Na safra 201617 o Paranaacutedestinou 2917 milhotildees ha apontando um crescimento de 35 Na mesma safraMato Grosso destinou 4639 milhotildees ha para cultura do milho obtendo um acreacutescimode 1776 (CONAB 2018)

A produtividade natildeo resulta somente da disponibilidade de terras agricultaacuteveisNo caso da produccedilatildeo nacional a implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas acultivares de alto potencial geneacutetico correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas emaior densidade de plantio contribuiacuteram para o incremento da produtividade do milho(EMBRAPA 2018)

25 Exportaccedilatildeo do milho

251 Panorama nacional

Com o consecutivo aumento da produccedilatildeo brasileira do gratildeo de milho obser-vado nas uacuteltimas deacutecadas IBGE (2018b) o Brasil tem aproveitado o excedente doconsumo interno para abastecer o mercado internacional A exportaccedilotildees brasileirasde milho tem levado o Brasil a ocupar um lugar de destaque no ranking dos maioresexportadores mundiais de milho (USDA 2018)

Observa-se a relevacircncia das exportaccedilotildees do milho para a balanccedila comercialbrasileira O milho e a soja satildeo os principais produtos agriacutecolas comercializados peloBrasil Juntos representam 80 das exportaccedilotildees brasileiras

Dados estatiacutesticos MAPA (2018) revelam que nos uacuteltimos 20 anos a partici-paccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial representou em meacutedia 40 das expor-taccedilotildees brasileiras (Figura 8)

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Figura 8 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

As exportaccedilotildees do Brasil em 2017 atingiram US$ 217 bilhotildees 18 a mais doano anterior contabilizando US$ 185 bilhotildees O agronegoacutecio foi responsaacutevel em 2017por 44 das exportaccedilotildees fechando o ano com US$ 96 bilhotildees Em relaccedilatildeo ao anode 2016 o agronegoacutecio foi responsaacutevel por 46 das exportaccedilotildees brasileiras ou sejaUS$ 84 bilhotildees conforme ilustrado na (Figura 8)

As exportaccedilotildees do milho nacional alcanccedilaram 29 milhotildees t no ano de 201733 a mais do que o ano anterior que alcanccedilou o volume de 21 milhotildees t como podeser visto na Figura 9 representando US$ 45 bilhotildees

Figura 9 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

No ano de 2017 o Brasil registrou seu maior iacutendice de exportaccedilatildeo do gratildeo como crescimento de 8300 em relaccedilatildeo ao ano de 1997

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Como pode ser visto na Figura 9 a alavancagem das exportaccedilotildees tiveram doisdestaques que valem a pena ser ressaltados o ano de 2001 e 2013 Considerandoque a deacutecada de 1990 as exportaccedilotildees do gratildeo natildeo ultrapassavam o patamar 500mil t a exportaccedilatildeo de 2001 atingiu 5 milhotildees t foi um marco para a seacuterie histoacutericasobretudo por dar iniacutecio a um processo de crescimento efetivo da cultura do milho noBrasil

No ano de 2013 face ao iniacutecio da lideranccedila do Mato Grosso como maior pro-dutor nacional do milho o Brasil registrou o volume de 26 milhotildees t exportadas

Na Figura 10 pode ser visto os dez principais mercados importadores do milhonacional em 2017

Figura 10 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b)

O Iratilde eacute o principal destino das exportaccedilotildees brasileiras com 48 milhotildees t im-portadas O Egito foi o segundo maior importador com 32 milhotildees t em seguidaobserva-se o Japatildeo 29 milhotildees t Espanha 28 milhotildees t Vietnatilde 26 milhotildees t China17 milhatildeo t Coreacuteia do Sul 17 milhatildeo t Malaacutesia 14 milhatildeo t Bangladesh 10 milhatildeo te Holanda com 800 mil t

A Tabela 1 apresenta o rol dos principais paiacuteses compradores do gratildeo brasileirono ano de 2017 Em relaccedilatildeo as cifras agraves exportaccedilotildees do gratildeo atingiram US$ 46bilhotildees

Quanto ao fluxo de comeacutercio por continente a Aacutesia foi o maior parceiro comer-cial do Brasil no ano de 2017 Observa-se por ordem de grandeza a representatividade

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de cada continente nas transaccedilotildees com o Brasil conforme descrito abaixo

bull Aacutesia 56

bull Europa 17

bull Aacutefrica 15

bull Ameacuterica 7

bull Oriente Meacutedio 5

Tambeacutem se verificou na Tabela 1 os trecircs principais paiacuteses compradores porcontinente em ordem de grandeza

bull Aacutesia (Iratilde 29 Japatildeo 18 e Vietnatilde 16)

bull Europa (Espanha 58 Holanda 16 e Portugal 13)

bull Aacutefrica (Egito 75 Argeacutelia 12 e Marrocos 11)

bull Ameacuterica (Repuacuteblica Dominicana 32 Meacutexico 26 e Boliacutevia 8)

bull Oriente Meacutedio (Araacutebia Saudita 48 Israel 23 e Jordacircnia 11)

252 Panorama mundial

Dentre os cinco principais exportadores mundiais do milho em 2017 os Esta-dos Unidos lideraram o ranking com 53 milhotildees t seguido pelo Brasil 29 milhotildees tArgentina 23 milhotildees t Ucracircnia 19 milhotildees t e Ruacutessia 5 milhotildees t (ITC 2018a)

Referente a participaccedilatildeo no mercado global os Estados Unidos detiveram em2017 32 seguido pelo Brasil 16 Argentina 13 Ucracircnia 10 e Ruacutessia com 3(ITC 2018a)

A Figura 11 apresenta os principais importadores globais de milho sendo oJapatildeo o maior comprador mundial em 2017 As importaccedilotildees mundiais no mesmo anoalcanccedilaram 154 milhotildees t representando cerca de US$ 32 bilhotildees

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Tabela 1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b)

Importadores Bilhotildees US$ Milhotildees (t)Crescimento 20132017 (pa)

Mundo 4631046 29266361 2Iratilde 782609 4832976 18Egito 501040 3226017 17Japatildeo 451951 2945944 2Espanha 436927 2868390 36Vietnatilde 412219 2637305 16Taipei 270286 1760043 -5Coreacuteia do Sul 264914 1716964 -15Malaacutesia 232869 1494622 11Bangladesh 158604 1016715 -Paiacuteses Baixos 121940 801673 9Repuacuteblica Dominicana 108546 694240 7Araacutebia Saudita 106663 680764 -10Portugal 99985 643886 15Meacutexico 90430 562833 70Argeacutelia 78619 493866 -11Marrocos 75963 484981 -25Israel 50411 320661 13Irlanda 50349 329080 48Itaacutelia 34582 235049 31Paraguai 29441 8744 12Estados Unidos da Ameacuterica 29370 124983 -17Venezuela 27708 179454 -17Jordacircnia 24797 163565 2Guatemala 20279 131678 4Cuba 17974 110700 -10Indoneacutesia 17731 111026 -42Emirados Aacuterabes Unidos 16273 81401 -8Nicaraacutegua 13202 86940 7El Salvador 11692 78049 20Reino Unido 9811 59006 14Costa Rica 9486 61415 3Liacutebano 9386 62287 265Tuniacutesia 9141 58392 -65Omatilde 9001 57762 16Colocircmbia 7535 2272 -66Argentina 7369 2335 13Filipinas 5486 33110 126Kuwait 4567 31596 -27Peru 3745 11098 -39Angola 3286 17886 -35China 2707 17190 -1Boliacutevia 2368 4487 5Equador 2237 824 -67

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Figura 11 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b)

A Figura 11 aponta que as importaccedilotildees do Japatildeo somaram US$ 308 bilhotildeesseguida pelo Meacutexico US$ 285 bilhotildees Coreacuteia do Sul US$ 178 bilhatildeo Egito US$ 172bilhatildeo Espanha US$ 148 bilhatildeo Vietnatilde US$ 130 bilhatildeo Holanda US$ 118 bilhatildeoItaacutelia US$ 110 bilhatildeo e Iratilde US$ 108 bilhatildeo

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito

Com o advento da globalizaccedilatildeo os mercados tornaram-se cada vez mais di-nacircmicos e competitivos A concorrecircncia eacute global um cenaacuterio constante e irreversiacutevelcolocando as organizaccedilotildees em permanente risco de sobrevivecircncia

Embora a produccedilatildeo de commodities agriacutecolas tenha suas especificidades e de-penda exclusivamente de terras disponiacuteveis diminuindo o surgimento de novos com-petidores a busca por eficiecircncia operacional tem sido um objetivo contiacutenuo das orga-nizaccedilotildees que atuam no agronegoacutecio

O milho eacute uma commodity e distinguem-se por ser um produto de alta volatili-dade baixo valor agregado e margens apertadas Portanto a busca por uma logiacutesticade escoamento eficiente agregando valor ao produto eacute requisito fundamental para oscompetidores do setor

No caso do Brasil importante fornecedor mundial o desempenho da logiacutesticaportuaacuteria eacute corresponsaacutevel por manter a competitividade do milho brasileiro no co-meacutercio internacional

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261 Histoacuteria

A logiacutestica remonta os primoacuterdios da humanidade muito antes do termo sercriado Atividades logiacutestica satildeo observadas em relatos biacuteblicos quando o faraoacute exigiaque fosse feita a armazenagem de alimentos em decorrecircncia de um sonho sobrevacas magras e gordas interpretado por Joseacute em que haveria sete anos de fartura esete anos de escassez alimentar (Reis et al 2015)

Outra evidecircncia satildeo as piracircmides do Egito Inconcebiacutevel acreditar que umaobra de tal magnitude pudesse ser concluiacuteda sem atividades que administrassem amovimentaccedilatildeo armazenagem e transporte de blocos de pedras aleacutem de alocar ossuprimentos para milhares de escravos encarregados da sua construccedilatildeo

No acircmbito militar a logiacutestica tem sido estrateacutegica e a histoacuteria tem comprovadoisso Eacute bem provaacutevel que expansatildeo do impeacuterio de Alexandre o Grande se invia-bilizasse caso natildeo houvesse uma logiacutestica que garantissem os suprimentos a suastropas

As grandes navegaccedilotildees entre os seacuteculos XV e XVII tambeacutem foram beneficiadaspelos conceitos logiacutesticos Impossiacutevel imaginar as caravelas mar adentro em buscade novas terras sem viacuteveres que pudessem suprir as necessidades da tripulaccedilatildeo Dealguma forma naquela eacutepoca jaacute havia planejamento de suprimentos para as viagensem busca de terras novas

A origem da expressatildeo logiacutestica eacute uma evoluccedilatildeo do verbo loger que significaalojar Termo militar usado para definir a arte de transportar abastecer e alojar tropasem campanha (Rodrigues 2014)

Segundo Rodrigues (2014) a primeira definiccedilatildeo de logiacutestica foi cunhada pelogeneral francecircs das tropas de Napoleatildeo Bonaparte Baratildeo Antonie Henri de Jomini(1789-1869) Para Jomini a palavra logistique deriva de um posto existente no exeacuter-cito francecircs ocupado pelo Marechal des Logis encarregado das atividades de deslo-camento alojamento e acampamento das tropas em combate

Posteriormente o termo logiacutestico tomou um significado mais amplo no usomilitar principalmente pelos norte-americanos na Segunda Guerra Mundial e segui-damente pela induacutestria

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica foi empregada muito tempo no con-texto militar atribuindo-se a derrota dos britacircnicos na Guerra de Independecircncia norte-americana pela ineficiecircncia de abastecimento de suprimentos agraves tropas britacircnicas

262 Conceito

Apesar da logiacutestica estar bastante disseminada no acircmbito organizacional e aca-decircmico ainda eacute do senso comum reduzi-la somente a atividade de transporte (Re-zende et al 2005)

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Haacute muita desinformaccedilatildeo a respeito da logiacutestica Mais que uma atividade detransporte a logiacutestica eacute o gerenciamento do fluxo de mercadoria desde o ponto deorigem ateacute o ponto de consumo (Ludovico 2010)

Ao longo dos anos vaacuterios estudos corroboraram para o entendimento do con-ceito de logiacutestica Para Ballou (2007) a logiacutestica deve prover serviccedilos de forma adiminuir a lacuna entre o ponto de produccedilatildeo e ponto de consumo de modo que osconsumidores tenham disponiacuteveis produtos e serviccedilos nas condiccedilotildees que desejamquando e onde quiserem

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica eacute um processo de gestatildeo estrateacutegicaque contribui para maximizaccedilatildeo da rentabilidade visando custo benefiacutecio atraveacutes dasatividades de movimentaccedilatildeo e armazenagem de materiais gerenciamento de esto-ques por meio dos fluxos de informaccedilotildees relacionados

Para Donato (2012) a logiacutestica eacute uma aacuterea de gestatildeo tendo o objetivo de prevere prover recursos para a execuccedilatildeo de todas as atividades organizacionais O autorassevera a gestatildeo de suprimentos transportes movimentaccedilatildeo e armazenamento demateriais processamento de pedidos e gerenciamento de informaccedilotildees e retorno deprodutos como atividades da logiacutestica

Reis et al (2015) apontam a logiacutestica como atividades que visam atender re-quisitos de pontualidade disponibilidade e qualidade de produtos e serviccedilos aliadosao preccedilo justo e competitivo

Para o Conselho de Profissionais da Cadeia de Suprimentos CSCMP (2018)entidade de renome mundial a logiacutestica eacute a atividade voltada ao planejamento imple-mentaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e efetivo de armazenamento de mercadoriasserviccedilos e informaccedilotildees relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumovisando suprir os requisitos dos clientes

Percebe-se um consenso nas obras analisadas De modo geral os autoresafirmam que os objetivos da logiacutestica eacute prover ao cliente final produtos e serviccedilos comqualidade na quantidade e no tempo certo com o menor preccedilo possiacutevel

27 Logiacutestica nas empresas

A logiacutestica interfere em vaacuterias atividades do cotidiano da sociedade e das em-presas quanto a custos tempo e eficiecircncia

Existe uma vasta literatura a respeito da logiacutestica empresarial e sua evoluccedilatildeo(Rezende et al 2005 Ballou 2007 Vantine 2012 Bowersox et al 2014 Novaes2015 Pires 2016) Por questotildees didaacuteticas optou-se por elencar cinco fases evolutivasda logiacutestica nas empresas como pode ser visto na Figura 12

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Figura 12 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012)

A partir da deacutecada de 1950 com os avanccedilos tecnoloacutegicos desenvolvimentode novos produtos mudanccedila de comportamento dos consumidores e consequente-mente uma maior necessidade de distribuiccedilatildeo de produtos exigiram o aumento danecessidade da logiacutestica nas empresas

Ballou (2007) classifica as deacutecadas de 1950 ateacute 1970 como o periacuteodo de de-senvolvimento Em sua obra o autor destaca quatro pilares de estudo para o de-senvolvimento da logiacutestica empresarial alteraccedilotildees e novos padrotildees de demanda doconsumidor pressatildeo custos nas induacutestrias evoluccedilatildeo na tecnologia de computadorese influecircncia dos estudos da logiacutestica militar

No final desses anos as universidades comeccedilavam a ofertar cursos na aacutereasurgem as primeiras literaturas com abordagem do tema empresas iniciam os primei-ros testes de implantaccedilatildeo das novas ideias e surge o primeiro Conselho de Adminis-traccedilatildeo da Distribuiccedilatildeo Fiacutesica (Ballou 2007)

Em 1970 evidencia-se o desenvolvimento de estrateacutegias com foco na adminis-traccedilatildeo de materiais e distribuiccedilatildeo fiacutesica Graccedilas aos processos flexiacuteveis de produccedilatildeoconforme Novaes (2015) foi possiacutevel a oferta de novos produtos com variadas corestipos e tamanhos Com um vasto leque de oferta de novos produtos aos consumido-res houve um aumento significativo nos estoques ao longo da cadeia de produtivaCom isso passou a ser necessaacuterio uma maior racionalizaccedilatildeo com vista ao menorcustos e maior eficiecircncia

Outros apontamentos ressaltados por Novaes (2015) foram os custos de trans-ferecircncia e distribuiccedilatildeo Com a crise do petroacuteleo em 1970 os combustiacuteveis sofreramum aumento abrupto O aumento populacional nos centros urbanos expansatildeo defrotas de veiacuteculos crescimento territoriais das cidades elevaram potencialmente oscongestionamentos Esses fatores aliados com as limitaccedilotildees de movimentaccedilatildeo de

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caminhotildees em horaacuterio comerciais resultaram no aumento dos custos de transporte edistribuiccedilatildeo

A deacutecada de 1980 com a explosatildeo de novas tecnologias propicia a integraccedilatildeodos processos surgindo o conceito de logiacutestica integrada Essa deacutecada foi caracte-rizada pelo emprego de tecnologias de informaccedilatildeo e sistema de comunicaccedilatildeo quepromoveram uma forte integraccedilatildeo da logiacutestica (Rezende et al 2005)

A efetiva integraccedilatildeo foi favorecida pela implantaccedilatildeo do EDI - Intercacircmbio Ele-trocircnico de Dados essencial para a atualizaccedilatildeo de dados em tempo real e troca dedocumento em toda a cadeia Outro fato relevante foi a introduccedilatildeo do coacutedigo de barraspara controle de estoque

A coleta de dados e o fluxo de informaccedilotildees que eram realizadas manualmentepassaram a ser realizadas de forma automaacutetica com o emprego de tecnologias decaptura de dados (radiofrequecircncia) eliminando a morosidade nos processos e miti-gando fontes de erro (Bowersox et al 2014)

Apoacutes os anos de 1990 com a integraccedilatildeo e maior comunicaccedilatildeo entre fornecedo-res distribuidores e clientes surge entatildeo de maneira mais disseminada o conceito deSCM (Supply Chain Management) ou seja gerenciamento da cadeia de suprimentos

Apesar de alguns autores asseverarem que o termo SCM jaacute era aplicado deforma rudimentar nos anos 1970 e 1980 o interesse pelo SCM foi fortemente difundidonas empresas a partir dos anos 1990 (Pires 2016)

Com o advento da globalizaccedilatildeo emergem mercados e competidores globaise o desempenho das organizaccedilotildees em termos de custos e eficiecircncia tornou-se umaquestatildeo de sobrevivecircncia A gestatildeo da cadeia de suprimentos eacute uma estrutura estra-teacutegica e consiste na colaboraccedilatildeo entre empresas com intuito a melhorar a eficiecircnciaoperacional gerando condiccedilotildees de maior grau de competitividade das organizaccedilotildees(Bowersox et al 2014)

A finalidade da cadeia de suprimento eacute maximizar o valor gerado Chopra ampMeindl (2011) destacam o valor como o excedente gerado pela cadeia de suprimentoPara os autores valor eacute a diferenccedila entre o que o produto entregue vale para o clientee o custo total incidente em todas as atividades da cadeia de suprimento em levaro produto ateacute o cliente O sucesso de uma cadeia de suprimentos estaacute diretamenteligado agrave sua lucratividade quanto maior a lucratividade mais bem-sucedida a cadeiaeacute

Por fim apoacutes os anos 2000 intensifica-se o crescimento nas parcerias entre asempresas para execuccedilatildeo dos processos produtivos com vista ao aumento da eficiecircn-cia operacional e o uso intensivo da internet para comercializaccedilatildeo eletrocircnica

Os relacionamentos interorganizacionais eacute a chave de sucesso para uma ca-deia de suprimentos sustentaacutevel Quando as empresas compreendem e reconhecema dependecircncia entre fornecedores eou clientes estabelece-se entatildeo um ambiente

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para colaboraccedilatildeo (Bowersox et al 2014) A ideia eacute o trabalho compartilhado intelec-tual e operacionalmente O eixo central das relaccedilotildees colaborativas eacute a integraccedilatildeo dosrecursos humanos financeiros e teacutecnicos visando o aumento da eficiecircncia e o niacutevelde serviccedilos ao cliente

28 Atividades logiacutesticas

Com vistas a atingir os objetivos logiacutesticos de custos e niacutevel de serviccedilo Ballou(2007) elenca trecircs atividades fundamentais da logiacutestica empresarial conforme podeser visto na Tabela 2

Tabela 2 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007)

ATIVIDADES

Primaacuteria Apoio

TransporteManuseio de materiaisEmbalagem e proteccedilatildeo

Manutenccedilatildeo de estoqueProgramaccedilatildeo do produtoManutenccedilatildeo de informaccedilotildees

Processamento de pedidosArmazenamentoObtenccedilatildeo

Atividade de transporte ndash Eacute essencial para a logiacutestica empresarial Aleacutem derepresentar em meacutedia dois terccedilos de todos custos logiacutesticos nenhuma empresa eacutecapaz de operar sem movimentar suas mateacuterias-primas e seus produtos acabados

Transporte entende-se como vaacuterios recursos para a o deslocamento de car-gas O gerenciamento estaacute ligado ao processo decisoacuterio de escolha do modo detransporte utilizaccedilatildeo da capacidade de veiacuteculos e definiccedilatildeo de roteiros O rodoviaacuterioaeacutereo aquaviaacuterio e ferroviaacuterio satildeo os modos de transporte mais conhecidos (Ballou2007)

Ballou (2007) designa duas atividades de apoio agrave atividade de transporte ma-nuseio de materiais embalagem de proteccedilatildeo A primeira estaacute relacionada com aarmazenagem e manutenccedilatildeo de estoques Essa atividade eacute desenvolvida no localde estocagem tendo como principais processos seleccedilatildeo de equipamento de movi-mentaccedilatildeo procedimentos de formaccedilatildeo de pedidos transferecircncia de mercadoria ateacuteo ponto de recebimento daiacute vai para o deposito ateacute ponto de estocagem e da esto-cagem para despacho etc A segunda atividade embalagem de proteccedilatildeo tem comoobjetivo garantir a integridade dos produtos Um bom projeto de embalagem permitea movimentaccedilatildeo sem quebras e com maior eficiecircncia

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Manutenccedilatildeo de estoques ndash O gerenciamento de estoque corresponde a umaparcela significativa dos custos logiacutesticos As empresas almejam a entrega dos produ-tos aos seus clientes imediatamente agrave produccedilatildeo eliminaccedilatildeo dos custos de estoquesContudo na praacutetica isto eacute inviaacutevel natildeo raro os estoques atuam como amortecedoresentre a oferta e a demanda tornando a manutenccedilatildeo de estoques uma atividade-chaveda logiacutestica

Para o desenvolvimento dessa atividade Ballou (2007) aponta como premis-sas a programaccedilatildeo do produto volume lugar e onde devem ser produzidos tendocomo enfoque a distribuiccedilatildeo ou seja o fluxo de saiacuteda Outra atividade de apoio eacute amanutenccedilatildeo da informaccedilatildeo As informaccedilotildees de localizaccedilatildeo de cliente volume de ven-das estoques apoiam as atividades primaacuterias satildeo essenciais para a gestatildeo e controlelogiacutestico

Processamento de pedidos ndash Essa atividade tem em vista o tempo neces-saacuterio em levar bens e serviccedilos aos clientes O gerenciamento do lead time eacute umdos fatores mais importantes do processamento de pedidos pois contribui para o au-mento do niacutevel de serviccedilos oferecido pelas empresas considerando que o lead timeeacute tempo computado entre o momento do pedido do cliente ateacute a chegada do produtono mesmo

A armazenagem e suas atividades (configuraccedilatildeo do armazeacutem localizaccedilatildeo di-mensionamento de aacuterea arranjo fiacutesico projeto de docas etc) eacute uma atividade deapoio ao processamento de pedidos Outra atividade de apoio importante para osobjetivos do processamento de pedidos eacute a obtenccedilatildeo Essa atividade diz respeitoa fontes de suprimentos modelo de programaccedilatildeo de compras e da forma como osprodutos satildeo comprados

O autor adverte que a obtenccedilatildeo se difere de compras pois compras envolvematividades muito mais detalhadas como por exemplo negociaccedilatildeo de preccedilos avaliaccedilatildeode vendedores etc A obtenccedilatildeo refere-se aos processos exclusivamente relacionadosa tarefas de logiacutestica Por essa razatildeo substitui o termo compras por obtenccedilatildeo

As operaccedilotildees de logiacutestica visam atender as necessidades das empresas emprover produtos aos seus clientes quando e onde eles quiserem Dessa maneira astrecircs atividades satildeo centrais para as organizaccedilotildees por isso satildeo classificadas comoatividades primaacuterias (Ballou 2007)

29 Portos

O porto se caracteriza como uma aacuterea abrigada das ondas e correntes mariacute-tima e dependendo da sua localizaccedilatildeo situa-se agrave beira de oceanos lagos e rios Pos-sui uma estrutura intermodal oferecendo condiccedilotildees para operaccedilotildees de transbordo decargas de vaacuterios tipos O transbordo pode ser definido como operaccedilotildees de transferecircn-

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cia entre modos de transportes ou natildeo Por exemplo uma movimentaccedilatildeo de cargasde uma navio para outro de um navio para um trem de um navio para um caminhatildeoou vice-versa (Rojas 2014)

Uma estrutura portuaacuteria se caracteriza como terminal multimodal em que existeuma conexatildeo de vaacuterios modos de transporte para a movimentaccedilatildeo e armazenagem decargas importadas ou destinadas agrave exportaccedilatildeo A eficiecircncia operacional do porto estaacutediretamente relacionada agrave abrigo profundidade e acessibilidade canal de acessobacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ouaquaviaacuterios (Alfredini amp Arasaki 2009)

Cruz et al (2014) e Carvalho (2009) apud Silva (2010) atribuem as principaisfunccedilotildees de um porto a) oferecer condiccedilotildees adequadas para a efetividade operacionaldo escoamento das cargas b) garantir a acessibilidade mariacutetima aos navios comvista a atender ao mais eficiente ciclo operacional dos mesmos c) prover a seguranccedilados navios na entrada e saiacuteda do porto no interior da bacia portuaacuteria garantindo aseguranccedila da vida dentro dos limites do porto d) assegurar a eficiente proteccedilatildeo aomeio ambiente

No tocante ao perfeito funcionamento de um complexo portuaacuterio trecircs fatoresdevem ser considerados responsaacuteveis pela sua eficiecircncia operacional infraestruturaportuaacuteria infraestrutura fiacutesica e superestrutura e processo aduaneiro

Infraestrutura portuaacuteria compreende vaacuterios elementos conectados que im-pactam diretamente no tipo de navio que atracara em determinado porto e as carac-teriacutesticas das cargas a serem movimentas (David amp Stewart 2010)

O primeiro elemento relacionado agrave infraestrutura portuaacuteria eacute a profundidade daaacutegua dos portos tanto no canal de acesso ndash trecho de hidrovia que liga o porto aomar aberto - quanto ao berccedilo de atracaccedilatildeo Navios cada vez maiores voltados paraoperaccedilotildees de larga escala exigem portos com profundidade de aacutegua compatiacutevel comas dimensotildees das embarcaccedilotildees (David amp Stewart 2010)

Outros desdobramentos referente agrave infraestrutura portuaacuteria satildeo apontados porAlfredini amp Arasaki (2009) tais como bacia de evoluccedilatildeo aacutereas destinadas a manobradas embarcaccedilotildees dentro do porto para atracaccedilatildeo e desatracaccedilatildeo As bacias de evo-luccedilatildeo devem estar protegidas de ondas fortes correntes e ventos bem como livre depassagens de dutos e cabos submarinos e outras obstruccedilotildees

As operaccedilotildees de dragagem tambeacutem satildeo elementos necessaacuterios para uma boainfraestrutura portuaacuteria A dragagem permite o aprofundamento dos canais e berccedilosde atracaccedilatildeo por meio de remoccedilatildeo de materiais do fundo submersos Existem basi-camente dois tipos de dragagem a) aprofundamento visa aumentar a profundidadee ou largura dos canais de acesso e bacias dos portos e b) ambiental para retiradade sedimentos contaminados Por fim obras de abrigos portuaacuterios guias correntesquebra-mares molhes etc (Ludovico 2010)

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Infraestrutura fiacutesica - compreende as instalaccedilotildees portuaacuterias em si Ancora-douros docas cais piacuteeres de acostagem e atracaccedilatildeo edifiacutecios e vias de circulaccedilatildeointerna (Ludovico 2010) A superestrutura satildeo os equipamentos destinados as ope-raccedilotildees de embarque e descarga Via de regra os equipamentos de movimentaccedilatildeoportuaacuteria satildeo classificados como equipamento de movimentaccedilatildeo de cais de paacutetio ede transferecircncia (Patriacutecio 2015)

Os equipamentos de movimentaccedilatildeo de cais tambeacutem conhecidos como equi-pamentos de costado tem como principal funccedilatildeo movimentaccedilatildeo de cargas nas ope-raccedilotildees de embarque e descarga de navios Os equipamentos de paacutetios usualmentesatildeo destinados a movimentaccedilatildeo de cargas de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo Jaacute os equipa-mentos de transferecircncias servem para movimentar cargas de transferecircncia do naviopara o paacutetio ou vice-versa

Processo aduaneiro - refere-se agraves condiccedilotildees necessaacuterias para o tratamentoadministrativo de exportaccedilatildeo ou importaccedilatildeo Diz respeito aos tracircmites que as merca-dorias devem obedecer ao sair ou entrar em territoacuterio nacional (Souza 2014) Outrofator a considerar satildeo os entraves burocraacuteticos e o tempo de respostas da aduana eoutros oacutergatildeos intervenientes do comeacutercio exterior

210 Serviccedilos Portuaacuterios

Segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica - CADE o complexoportuaacuterio eacute fundamental para a cadeia logiacutestica e a eficiecircncia de seus serviccedilos Adinacircmica de como o porto se integra e sua capacidade de gerar valor para a cadeia eacutefator decisoacuterio para escolha do porto pelas companhias de navegaccedilatildeo (CADE 2013)

Para ANTAQ (2018a) os serviccedilos prestados por um porto satildeo classificados emtrecircs categorias serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios serviccedilos de movimentaccedilatildeode cargas e serviccedilos complementares aos armadores e aos donos de mercadorias

Serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios ndash a funccedilatildeo desses serviccedilos eacuteatender as necessidades dos armadores e seus navios Existe uma gama de presta-dores de serviccedilos administraccedilatildeo do porto instituiccedilotildees puacuteblicas e empresas privadasconforme Tabela 3

Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas ndash a funccedilatildeo diz respeito a manuseio decargas a bordo do navio com atividade de estiva (transbordo embarque descargapeaccedilatildeo despeaccedilatildeo conferencia) atividades de terra ou capatazia (transporte internoconferecircncia das mercadorias etc)

Comumente satildeo serviccedilos demandados pelos armadores e donos das mercado-rias providos pelo operador portuaacuterio e ou pela administraccedilatildeo do porto Os serviccedilosoferecidos pelos operadores portuaacuterios aos armadores que repassam esses custosaos donos das mercadorias (exportadores e importadores) em forma de taxa handling

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Tabela 3 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a)

SERVICcedilO PRESTADOR DE SERVICcedilO

Agenciamento de navio Agecircncia MariacutetimaAuxilio a navegaccedilatildeo e uso defaroacuteis

Marinha do Brasil

Inspeccedilatildeo sanitaacuterio nos na-vios

ANVISA ndash Agecircncia Nacionalde Vigilacircncia Sanitaacuteria

Controle de entrada e saiacutedade estrangeiros

Policia Federal

Inspeccedilatildeo Aduaneira RFB ndash Receita Federal doBrasil

Praticagem Associaccedilatildeo dos PraacuteticosRebocagem Empresa de rebocadores

portuaacuteriosVigias portuaacuterios Trabalhadores portuaacuteriosAtracaccedilatildeo Operador do terminal ou ad-

ministraccedilatildeo do porto

incluiacutedo nos custos do frete mariacutetimoServiccedilos complementares ndash serviccedilos especiacuteficos aos armadores preacute estiva-

gem conferecircncia de lacre transbordo movimentaccedilatildeo de contecircineres vazios rechegoou serviccedilos prestados aos donos de cargas ova e desova de contecircineres transportede contecirciner vazio pesagem etc

211 Tipos de portos

Nos primoacuterdios os portos eram apenas porta de acesso aos continentes oupaiacuteses separados pelos oceanos Para a concepccedilatildeo de um porto bastava estar pro-tegido dos ventos localizados em aacuteguas tranquilas protegido muitas vezes de baixaprofundidade localizados em margens de baia ou em foz de rios (Rodrigues 2007)

O porto dispunha de trapiches de madeiras ou de pedras solidificadas por ar-gamassa de oacuteleo de baleia A partir das deacutecadas de 1950 e 1960 evidencia-se umprocesso de evoluccedilatildeo Os portos tradicionais esboccedilam uma trajetoacuteria de melhora-mento transformam-se em centros de serviccedilos comerciais e industriais (Rodrigues2007)

A Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento - UNC-TAD em seu relatoacuterio classifica os portos em trecircs categorias de geraccedilotildees baseadasem trecircs criteacuterios ldquoPoliacutetica de desenvolvimento portuaacuterio estrateacutegia e atitude Exten-satildeo e alcance das atividades portuaacuterias Integraccedilatildeo das atividades e organizaccedilotildeesportuaacuteriasrdquo (UNCTAD 1992)

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Tabela 4 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003

1ordfGERACcedilAtildeO 2ordfGERACcedilAtildeO 3 ordfGERACcedilAtildeO

Antes dos Anos 1960 Apoacutes os anos 1960 Apoacutes os anos 1980

Atitude e Es-trateacutegia de De-senvolvimento

ConservadoraInterface dos modosde transporte

ExpansionistaCentro de Trans-porte Comercial eIndustrial

Transporte Inte-grado e PlataformaLogiacutestica para oComeacutercio Internaci-onal

Atividades Carga DescargaArmazenagem Ser-viccedilos de Navegaccedilatildeo

Atividades da 1 ordfaGeraccedilatildeo Transfor-maccedilatildeo da CargaServiccedilos Comer-ciais e Industriaisvinculados aosNavios

Atividades da 1 ordfe 2ordfgeraccedilatildeo Distribui-ccedilatildeo de Informaccedilotildeese Carga AtividadesLogiacutesticas

Caracteriacutesticasda Organiza-ccedilatildeo

Baixa relaccedilatildeo en-tre o Porto e seusUsuaacuterios

Relaccedilatildeo proacuteximaPorto e UsuaacuterioBaixa integraccedilatildeoentre atividades noPorto

Integraccedilatildeo comuni-dade portuaacuteriaIntegraccedilatildeo do PortoRede de Comeacutercioe Transporte

CaracteriacutesticasdaProduccedilatildeo deServiccedilo

Foco no Fluxo deCargasBaixo valor agre-gado

Fluxo de CargaServiccedilos IntegradosValor Agregado Meacute-dio

Fluxo e Distribuiccedilatildeode Carga e Informa-ccedilotildeesServiccedilos Muacuteltiplos

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Para UNCTAD (1992) conforme ilustrado na Tabela 4 na 1ordfgeraccedilatildeo observa-seportos isolados das atividades de transporte e comeacutercio Nesse estaacutegio havia poucaatenccedilatildeo agraves necessidades dos usuaacuterios do porto e a promoccedilatildeo do marketing portuaacuterioraramente era considerada O porto possuiacutea seus proacuteprios sistemas de informaccedilatildeoestatiacutestica e documental sem compatibilidade com sistemas dos usuaacuterios do porto

Observa-se tambeacutem um porto independente e com uma forte atuaccedilatildeo de po-der em relaccedilatildeo agraves outras atividades econocircmicas A relaccedilatildeo do porto com o municiacutepioeacute praticamente nula e o niacutevel de cooperaccedilatildeo eacute inexistente tendo como consequecircnciaplanos de desenvolvimentos separados

As atividades portuaacuterias e as empresas portuaacuterias eram isoladas uma dasoutras tomando decisotildees independentes A movimentaccedilatildeo era lenta produtividadebaixa e as atividades com os usuaacuterios eram isoladas e natildeo com o porto como todo

Na 2 ordfgeraccedilatildeo segundo UNCTAD (1992) os usuaacuterios governos autoridadesportuaacuterias e prestadores de serviccedilos portuaacuterios jaacute tinham uma compreensatildeo maisampla das funccedilotildees dos portos mariacutetimos

Nessa geraccedilatildeo o porto comeccedila a ofertar aos usuaacuterios atividades aleacutem de cargae descarga que ateacute entatildeo estavam condicionados a atividades tradicional do portoInicia-se um processo de implantaccedilatildeo de gestatildeo e poliacuteticas portuaacuterias

Dentro das atividades portuaacuterias satildeo ofertados outros tipos de serviccedilos mais re-levantes embalagens de cargas separaccedilatildeo serviccedilos industriais como transformaccedilatildeode cargas etc O porto se desenvolve e expande sua atuaccedilatildeo com aacutereas de influecircnciacomo por exemplo induacutestrias de ferro e accedilo metalurgia pesada refinarias atividadesagroindustriais etc

Os portos de 2 ordfgeraccedilatildeo deixam de ser apenas centros de transporte passandoa ser tambeacutem industriais e centros comerciais Surgiram por volta dos anos sessentacom um aumento na quantidade de mateacuterias-primas importadas em paiacuteses industria-lizados Estes portos satildeo comumente usados como porto induacutestria (UNCTAD 1992)

Na 3 ordfgeraccedilatildeo um fato marcante que impulsionou essa geraccedilatildeo foi o conteine-rizaccedilatildeo das cargas a multimodalidade e o aumento de demanda do comeacutercio interna-cional

Nota-se uma perspectiva desenvolvimentista do porto pelos gestores e opera-dores portuaacuterios O porto eacute considerado um noacute na complexa rede internacional deproduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Esse pensamento permite uma proposta de gestatildeo voltadaas necessidades do comeacutercio global

Diferentemente do passado ressalta UNCTAD (1992) quando os portos acre-ditavam que as cargas viriam com os navios a partir da deacutecada 1980 os esforccedilos satildeovoltados para ganhar e manter as cargas no porto Esses esforccedilos satildeo direcionadospara promoccedilatildeo de atividades de comeacutercio e transporte com vistas agrave geraccedilatildeo de recei-tas e agregaccedilatildeo de valor Desde entatildeo os portos vecircm se transformando em centros

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de transportes integrados e plataformas logiacutesticas para o comeacutercio globalAs atividades e serviccedilos nesses portos de terceira geraccedilatildeo satildeo especializadas

variaacuteveis e integradas Satildeo subdivididos em quatro categorias diferentes serviccedilosportuaacuterios tradicionais serviccedilos industriais e ambientais serviccedilos comerciais e admi-nistrativos e serviccedilos de logiacutestica e distribuiccedilatildeo (UNCTAD 1992)

212 Terminais portuaacuterios

A relevacircncia dos terminais portuaacuterios na cadeia logiacutestica mundial reside nofato de que o transporte mariacutetimo eacute o modo de transporte que movimenta a maiorquantidade de cargas Sendo assim os portos atuam como grandes concentradoresde cargas e essenciais para ganhos de economias de escala tatildeo importantes para asatividades comerciais e industriais (UNCTAD 1992)

Os terminais portuaacuterios satildeo estrateacutegicos para a cadeia de transporte mundiale nas operaccedilotildees portuaacuterias haja vista que as principais atividades portuaacuterias satildeo exe-cutadas pelos terminais portuaacuterios e contribuem para os fatores de produccedilatildeo quantoao fluxo de materiais primas insumos maquinaacuterios e produtos acabados

Os terminais podem ser definidos como elos de uma cadeia de transportesonde ocorrem entrada e saiacuteda de cargas e veiacuteculos neste sistema Nesse ambientesatildeo executados transbordo de cargas entre modos de transporte (Souza et al 2018)

O conceito de terminal mariacutetimo para Magalhatildees (2016) refere-se a instala-ccedilotildees voltadas ao atendimento especializado de navios e cargas podendo ser instala-ccedilotildees isoladas ou parte de um porto comercial Na perspectiva contemporacircnea portocomercial concentra diversos terminais especializados para atender vaacuterios fluxos decargas e de passageiros

Para Dubke (2006) terminais especializados satildeo unidades logiacutesticas capazesde realizar serviccedilos de agregar valor de menor ou maior grau em instalaccedilotildees portuaacute-rias Os terminais especializados efetuam serviccedilos de centralizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo decargas utilizando um ou mais modalidades de transportes conforme demonstrado emFigura 13

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Figura 13 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016)

Como se observa na Figura 13 cada terminal portuaacuterio deve possuir instala-ccedilotildees adequadas agraves operaccedilotildees de embarque e descarga especializadas considerandotipos de navios e tipos de cargas Os terminais se tornam especializados e deman-daratildeo estruturas especificas de atracaccedilatildeo transferecircncia de cargas de estocagemde distribuiccedilatildeo e de recepccedilatildeo ou entrega aos demais modos de transportes (Patriacutecio2015 Magalhatildees 2016)

213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro

A logiacutestica portuaacuteria tecircm papel fundamental na ordem econocircmica brasileirasobretudo nas operaccedilotildees de comeacutercio exterior Conforme Rodrigues (2007) em seusestudos ldquoOs portos satildeo estrateacutegicos para o exerciacutecio da soberania nacional servindocomo locais de aplicaccedilatildeo da politica tributaacuteria governamental para viabilizar o modeloeconocircmico adotado pelo paiacutesrdquo (p 165)

No Brasil cerca de 97 do fluxo de mercadoria do comercio exterior satildeo porvias mariacutetimas evidenciando assim o papel dos portos na economia nacional cabe aSecretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica - SEPPR nas atribuiccedilotildees inerentesa sua esfera de competecircncia o planejamento estrateacutegico portuaacuterio e a formulaccedilatildeo depoliacuteticas com vista ao desenvolvimento da infraestrutura portuaacuteria Por sua vez a SEPestaacute vinculada ao Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil (MTPAC 2018b)

Segundo a Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterio ndash ANTAQ no Brasil

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existem 235 instalaccedilotildees portuaacuterias puacuteblicas e privadas tanto mariacutetima como fluvial(ANTAQ 2018a)

De acordo com MTPAC (2018b) existem 37 portos puacuteblicos organizados noBrasil Nessa categoria estatildeo os principais portos nacionais Dezenove satildeo adminis-trados pela UniatildeoCompanhias Docas (Tabela 5) incluiacutedo o Porto de Santos o maisimportante porto do sistema portuaacuterio brasileiro e dezoito foram delegados a municiacute-pios estados e consoacutercios (Tabela 6)

Tabela 5 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria

Porto de MANAUS AM CODOMARPorto de LAGUNA SC CODESPPorto de SANTOS SP CODESPPorto de ANGRA DOS REIS RJ CDRJPorto de ITAGUAIacute RJ CDRJPorto do RIO DE JANEIRO RJ CDRJPorto de NITEROacuteI RJ CDRJPorto de VITOacuteRIA ES CODESAPorto de BARRA DO RIACHO ES CODESAPorto de ILHEacuteUS BA CODEBAPorto de ARATU BA CODEBAPorto de SALVADOR BA CODEBAPorto de MACEIOacute AL CODERNPorto de NATAL RN CODERNPorto de AREIA BRANCA RN CODERNPorto de FORTALEZA CE CDCPorto de VILA DO CONDE PA CDPPorto de BELEacuteM PA CDPPorto de SANTAREacuteM PA CDP

Para a SEP os portos fluviais satildeo definidos como Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pe-queno Porte ndash IP4 voltados para favorecer a movimentaccedilatildeo de cargas e passageirosem aacutereas distantes Sob a competecircncia do Departamento Nacional de Infraestruturade Transportes ndash DNIT estatildeo 122 instalaccedilotildees IP4 (MTPAC 2018a)

A existecircncia de 39 portos puacuteblicos fluviais sob a competecircncia SEP emborasejam portos fluviais estatildeo excluiacutedos da categoria IP4 (Tabela 7)

O complexo portuaacuterio brasileiro eacute estrateacutegico para o Brasil pelo fato de seruma das principais infraestruturas de apoio ao comeacutercio exterior Cerca de 90 detoda carga comercializada no mercado internacional passam pelos portos brasileiros

A movimentaccedilatildeo dos portos em 2017 atingiu 1087 bilhatildeo t com 61812 atra-caccedilotildees de navios no mesmo periacuteodo Quando analisado o perfil de cargas movimen-tadas em 2017 as estatiacutesticas apontam os graneis soacutelidos como a principal carga com

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Tabela 6 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte MT-PAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria Tipo

Porto de SUAPE PE SDEC-PE MariacutetimoPorto de IMBITUBA SC SCPAR MariacutetimoPorto de SAtildeO FRANC SUL SC APSFS MariacutetimoPorto de ITAQUI MA EMAP MariacutetimoPorto de CABEDELO PB DOCAS-PB MariacutetimoPorto do RECIFE PE PORTO DO RECIFE SA MariacutetimoPorto de SAtildeO SEBASTIAtildeO SP DERSA MariacutetimoPorto de ANTONINA PR APPA MariacutetimoPorto de PARANAGUAacute PR APPA MariacutetimoPorto de PELOTAS RS SPH MariacutetimoPorto de PORTO ALEGRE RS SPH MariacutetimoPorto de ESTRELA RS SPH FluvialPorto de CACHOEIRA DO SUL RS SPH FluvialPorto de RIO GRANDE RS SUPRG MariacutetimoPorto de PORTO VELHO RO SOPH-RO FluvialPorto de ITAJAIacute SC ADHOC MariacutetimoPorto de MACAPAacute AP CDSA MariacutetimoPorto do FORNO RJ COMAP Mariacutetimo

64 seguida de graneis liacutequidos 212 contecirciner 99 e carga geral 5 (MTPAC2018b ANTAQ 2018b) Na Figura 14 pode ser observada a evoluccedilatildeo no movimentototal dos portos brasileiros a partir de 2010

Figura 14 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte ANTAQ(2018a)

33

Tabela 7 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado

Cruzeiro do Sul ACPorto Acre AC

Porto Walter ACIbotirama BACorumbaacute MS

Ladaacuterio MSMundo Novo MS

Caacuteceres MTAlmeirim PAAltamira PAGurupaacute PAItaituba PA

Juruti PAMonte Alegre PA

Oacutebidos PAOriximinaacute PA

Porto de Moz PAPrainha PA

Senador Joseacute Porfiacuterio PAVitoacuteria de Xingu PASanta Terezinha PR

Terra Roxa PRPorto velho RO

Estrela RSCachoeira do Sul RS

Charqueadas RSJaguaratildeo RS

Santa Vitoacuteria do Palmar RSAnhembi SP

Jauacute SPPanorama SP

Pederneiras SPTerminal Floresta SP

Terminal Satildeo Miguel SPTerminal Fazenda Satildeo Joaquim SP

Eclusa Tiete Montante SPUsina Diamante SPUsina Pioneiros SP

Satildeo Pedro SP

34

Em 2018 houve um crescimento de 849 do volume movimentado em 2018em relaccedilatildeo ao ano anterior Se comparado o ano de 2017 e 2010 o fluxo de cargasnos portos brasileiros aumentaram 295 Neste mesmo periacuteodo observou-se umcrescimento continuo com exceccedilatildeo ao ano de 2016 que registrou uma queda de 05em relaccedilatildeo ao ano de 2015

No quesito natureza da carga a Figura 15 destaca a participaccedilatildeo do grupo decarga na seacuterie histoacuterica

Figura 15 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

No ano de 2017 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 os graneis soacutelidos cresceram1041 graneis liacutequidos 378 contecirciner 317 e carga solta 776 conforme ilus-trado na Figura 15 Embora o ano de 2016 tenha apresentado uma ligeira queda de05 em relaccedilatildeo ao ano anterior a carga geral apontou um crescimento de 53

214 Porto de SantosSP

Localizado no litoral do Estado de Satildeo Paulo o Porto de Santos eacute puacuteblico eadministrado pela Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo - CODESP Conside-rado o mais importante porto nacional tem aproximadamente 15 km de extensatildeo 55terminais mariacutetimos e retro portuaacuterios e 65 berccedilos de atracaccedilatildeo

O complexo portuaacuterio santista em 2017 contabilizou 5597 atracaccedilotildees de na-vios movimentando 125 milhotildees t ANTAQ (2018b) No ranking da movimentaccedilatildeonacional o Porto de Santos ocupou o terceiro lugar ficando atraacutes de Terminal pontada Madeira e Terminal Tubaratildeo que operam mineacuterio de ferro (ANTAQ 2018b)

35

Um dos principais fatores para atraccedilatildeo de cargas no Porto de Santos eacute a suaacessibilidade e zona de influecircncia Conectado com as principais rodovias de acessodo paiacutes o porto santista tem como aacuterea de influecircncia primaacuteria os estados de SatildeoPaulo Minas Gerais Mato Grosso Mato Grosso do Sul Goiaacutes e o Distrito Federalque juntos representam 67 do PIB

Aleacutem disso o porto tem acesso agrave hidrovia Tiete-Paranaacute principal hidrovia deescoamento de gratildeos e importantes linhas feacuterreas que facilitam a movimentaccedilatildeo dasmercadorias em grande escala em especial as commodities agriacutecolas (Souza et al2017)

Ainda que a zona de influecircncia e a acessibilidade seja determinante para oporto santista devido agrave sua topografia torna-se impossivel sua expansatildeo

Para melhor entendimento a Figura 16 ilustra o histoacuterico de movimentaccedilatildeo decargas no Porto de Santos no periacuteodo de 2010 a 2017 conforme dados da (ANTAQ2018b)

Figura 16 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b)

Conforme destacado na Figura 16 a somatoacuteria da movimentaccedilatildeo geral do portocresceu 85 em 2017 o complexo portuaacuterio de Santos apontou uma alta de 135no mesmo periacuteodo em relaccedilatildeo a 2016

Comparando com a movimentaccedilatildeo dos portos o Porto de Santos apresentaoscilaccedilotildees do volume movimentado Em 2011 foi registrado uma queda de 4 emrelaccedilatildeo a 2010 no ano de 2014 uma reduccedilatildeo de 29 comparado com 2013 e final-mente em 2016 o fluxo movimentado diminui 47 em relaccedilatildeo ao ano anterior

Referente agrave natureza da carga movimentada no Porto de Santos o granel soacutelidotambeacutem aparece como a principal carga movimentada em todos os anos observado

36

na Figura 17

Figura 17 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

Em meacutedia o granel soacutelido representou 49 da movimentaccedilatildeo do Porto de San-tos comparando o periacuteodo 2010 a 2017 (Figura 17) O contecirciner aparece em segundolugar no mesmo periacuteodo com uma meacutedia de 33 Em 2017 o granel soacutelido regis-trou 506 seguido pelo contecirciner 333 granel liquido 12 e carga geral 38 Ofluxo de cargas movimentadas no complexo santista em 2017 representou aproxima-damente 12 do movimento dos portos brasileiros

37

3 Metodologia

Para a execuccedilatildeo deste estudo foram realizadas pesquisas quantitativas de ca-raacuteter exploratoacuteria descritiva e bibliograacutefica

O meacutetodo de pesquisa bibliograacutefica propotildee uma anaacutelise de estudo sobre diver-sos posicionamentos acerca de trabalhos jaacute desenvolvidos (Gil 2010)

Para revisatildeo sistemaacutetica de literatura utilizaram-se as principais bases de con-sultas tais como ScienceDirect Scopus IEEE Scielo Google Acadecircmico Portal dePerioacutedicos da CAPES teses e dissertaccedilotildees livros impressos e eletrocircnicos alinhadosao tema

A pesquisa descritiva segundo Cervo et al (2007) busca descobrir de formaprecisa a frequecircncia com que um fenocircmeno ocorre e sua relaccedilatildeo com outros A coletade dados eacute uma das principais caracteriacutesticas da pesquisa descritiva pois observaregistra e analisa fatos e fenocircmenos Os dados quantitativos coletados para estetrabalho foram extraiacutedos dos principais portais do Governo Federal observando asseacuteries temporais

Para desenvolvimento do presente estudo foram realizados quatro artigos ci-entiacuteficos a fim de atender ao regulamento do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enge-nharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista ndash UNIP que eacute estruturado no formatode Dissertaccedilatildeo por artigo Dessa maneira os artigos satildeo apresentados no capiacutetuloquatro no formato original conforme a publicaccedilatildeo agrave qual foi submetido e aprovado

Na Tabela 8 a ordem de apresentaccedilatildeo dos artigos natildeo segue a ordem depublicaccedilatildeo dos mesmos No entanto para facilitar a compreensatildeo da dissertaccedilatildeoos artigos estatildeo apresentados por sequecircncia loacutegica de entendimento da pesquisaconforme os apontamentos de cada artigo a seguir

Artigo I - Este artigo teve como objetivo analisar a produccedilatildeo do milho brasileiroe o papel das regiotildees produtoras Os resultados indicaram um crescimento de mais de245 na produccedilatildeo nacional entre os anos de 1976 e 2016 Referente agrave produtividadeo estudo identificou um incremento de 250 nos mesmos periacuteodos Quanto as aacutereasde cultivo houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 nos uacuteltimos 40 anos (19762016)Quanto as regiotildees produtoras houve um deslocamento da regiatildeo Sul e Sudeste sen-tido Norte Nordeste e Centro-Oeste do paiacutes a partir deacutecada de 1980 Entre as novasregiotildees de cultivo o Centro-Oeste apresentou o maior ganho de produccedilatildeo com 520de aumento sendo a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo O es-tudo tambeacutem identificou os cinco principais estados produtores Paranaacute Mato GrossoMinas Gerais Bahia e Paraacute No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grossoassumiu a lideranccedila como maior produtor de milho Se comparado os principais esta-

38

Tabela 8 Artigos publicados do autor

ORDEM PUBLICACcedilAtildeO TEMA IDIOMA

Artigo I South American Development SocietyJournal

Estudo da pro-duccedilatildeo do milhono Brasil re-giotildees produtorasexportaccedilatildeo eperspectivas

Portuguecircs

Artigo II APMS -International ConferenceAdvances in ProductionManagement Systems - Hamburgo ndashAlemanha 2017

Brazilian Corn Ex-ports An Analysisof Cargo Flow

Inglecircs

Artigo III International Journal of Shipping andTransport Logistics

Forecasting CornStorage Capacityin Santos PortTerminal in Brazil

Inglecircs

Artigo IV International Conference on NetworkEnterprises amp Logistics Management ndashSatildeo Paulo ndash Brazil 2018

Simulaccedilatildeo de ope-raccedilotildees de gratildeos emum terminal portuaacute-rio

Portuguecircs

dos produtores o Paranaacute teve uma expansatildeo de 213 ao longo do periacuteodo estudado(19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um crescimento exponencial 14366 nomesmo periacuteodo

Artigo II ndash Nesse artigo identificou-se o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasi-leiro principal porto de escoamento e principais mercados compradores O resultadosapontaram os portos de Santos e Paranaguaacute como os principais escoadores do mi-lho para o mercado internacional Ambos movimentaram entre os anos 2012 e 2016cerca de 665 milhotildees t do gratildeo oriundo dos estados Mato Grosso Mato Grosso doSul Goiaacutes Paranaacute Minas Gerais Satildeo Paulo e Rio Grande do Sul O Porto de San-tos eacute a principal porta de saiacuteda do cereal e foi responsaacutevel por 8148 do volumeenquanto o Porto de Paranaguaacute 1852 no periacuteodo observado No ano de 2016 oPorto de Santos escoou 21 milhotildees t do gratildeo e os principais estados exportadoresvia Santos foram Mato Grosso (7498) seguidos por Goiaacutes (1282) Mato Grossodo Sul (609) Satildeo Paulo (428) Paranaacute (118) e Minas Gerais (066) 6085do milho escoado por Santos teve como destino o continente asiaacutetico e 2903 oMeacutedio Oriente O Porto de Paranaguaacute em 2016 exportou 24 milhotildees t Referenteaos estados que exportaram por Paranaguaacute o estado do Paranaacute liderou as exporta-ccedilotildees (4570) seguido por Mato Grosso do Sul (3657) Mato Grosso (1307) Oestudo apresenta como destaque Vietnatilde (2429) e Japatildeo (1871) entre os 16 prin-cipais importadores do gratildeo O restante representaram 570 das importaccedilotildees Em

39

relaccedilatildeo aos continentes os mais importantes foram a Aacutesia (6562) seguida Europa(1175) Oriente Meacutedio (1173) Aacutefrica (945) e Ameacuterica (144)

Artigo III - O estudo buscou avaliar se a capacidade estaacutetica eacute compatiacutevel comas crescente demandas de exportaccedilatildeo do milho no Porto de Santos por meio deum terminal portuaacuterio aqui denominado Terminal A Para tanto elaborou-se um es-tudo de previsatildeo de demanda comparativa das exportaccedilotildees do milho Brasil e Portode Santos visando um horizonte dos proacuteximos cinco anos (20172021) Em vistadisso houve uma discussatildeo sobre eventuais gargalos logiacutesticos no terminal portuaacuteriosantista Apoacutes aplicaccedilatildeo de meacutetodos de previsatildeo que o Terminal A responsaacutevel por37 do milho exportado pelo porto santista experimentaraacute significativo aumento dedemanda O estudo identificou acreacutescimo meacutedio de 40 nas operaccedilotildees do terminalquanto ao gratildeo de milho para os proacuteximos cinco anos Baseado em anaacutelises pre-ditivas foi possiacutevel identificar gargalos logiacutesticos caso as previsotildees de demanda seconfirmem O maior gargalo observado reside na estocagem do cereal para posteriorembarque As previsotildees puderam mensurar a capacidade estaacutetica de armazenagemdeficitaacuteria em relaccedilatildeo agraves previsotildees a partir do primeiro ano O estudo aponta 39 dedeacuteficit no primeiro ano (2017) seguido para os proacuteximos anos com 57 75 94 e115 (2018201920202021)

Artigo IV ndash O presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimentoe armazenamento de gratildeos de milho no Terminal A com vistas a testar qual o modaleacute mais eficiente considerado dois processos distintos rodovia e ferrovia A Para issooptou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENA copyRockwell Software Inc 110versatildeo acadecircmica Como resultado dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute aoperaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Emque pese na operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34moega 1 e 68 moega 2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel agargalos O estudo identificou na operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos re-cursos de 67 no gate e 47 nos tombadores Dessa maneira pode-se concluir queapesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do terminal se as perspectivasde aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o Terminal A estaraacutediante de um iminente gargalo operacional Os resultados indicam a necessidade deinvestimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o aumentocrescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

40

4 Artigos

41 1ordm Artigo

Artigo aceito para publicaccedilatildeo no South American Development Society Journal(Figura 18) Submetido em 07062018 e publicado em 24082018

Figura 18 Revista SADSJ

pag 182

South American Development Society Journal

Vol 04 | Nordm 11 | Ano 2018 | ISSN 2446-5763 | DOI 1024325issn2446-5763v4i11p182-194

Data de Submissatildeo 07062018 | Data de Publicaccedilatildeo 24082018

ESTUDO DA PRODUCcedilAtildeO DO MILHO NO BRASIL REGIOtildeES PRODUTORAS

EXPORTACcedilAtildeO E PERSPECTIVAS

STUDY OF CORN PRODUCTION IN BRAZIL PRODUCTION REGIONS EXPORTATION

AND OUTLOOK

Aguinaldo Eduardo de Souza - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

souzaeduaguinaldogmailcom

Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

betomendesresusmsmcom

Julio Cezar Raymundo - Universidade Paulista - UNIP PPGEP

juliocesarunipbr

Roberta Sobral Pinto - Universidade de Franca ndash UNIFRAN

robertasobralpintogmailcom

Resumo

O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia nacional e de vital

importacircncia para a balanccedila comercial brasileira O milho eacute o segundo gratildeo mais cultivado e

exportado perdendo apenas para a soja Aleacutem disso o cereal eacute o principal componente

para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal voltado para um dos principais segmentos do comeacutercio

exterior do Brasil a cadeia produtiva de carne animal Sendo assim o objetivo deste artigo eacute

investigar a produccedilatildeo nacional do milho bem como principais regiotildees e estados produtores

produtividade e aacutereas de plantio Para tanto foram coletados dados na Companhia Nacional

de Abastecimento (CONAB) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Os

resultados mostram as duas principais regiotildees produtoras Sul e Centro-Oeste e que a 2ordf

safra chamada de safrinha eacute a responsaacutevel pelo incremento da produccedilatildeo nacional do gratildeo

em especial o estado do Mato Grosso destaque como maior produtor nas uacuteltimas safras

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Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 183

Palavras-chave Agronegoacutecio Milho Produccedilatildeo Agriacutecola Exportaccedilatildeo

Abstract

Agribusiness is one of the main activities to the Brazilian economy and it has

vital importance for the trade balance Strictly speaking corn is one of the most

important product in Brazils agriculture where it is the second most cultivated and

exported grain losing only to soybeans In addition the cereal is the main component

to produce animal feedstuff focused on one of the main segments of Brazils foreign

trade the animal meat production chain Therefore the objective of this article is to

investigate the national production of corn as well as the main producing regions and

states productivity and planting areas For that data were collected from the National

Supply Company (CONAB) and the Brazilian Institute of Geography and Statistics

(IBGE) The results show the two main producing regions South and Center-West and

that the second crop called safrinha is responsible for increasing national grain

production especially the state of Mato Grosso which is the largest producer of the last

crops

Keywords Agribusiness Corn Agriculture Production Export

Introduccedilatildeo

O Agribusiness brasileiro eacute um dos principais setores da economia nacional e de

fundamental importacircncia para a balanccedila comercial brasileira segundo Souza et al

(2017) As exportaccedilotildees do agronegoacutecio brasileiro no ano de 2016 representaram US$

850 bilhotildees Seu principal mercados foi a Aacutesia com US$ 374 bilhotildees Os compradores

mais importantes foram a China com US$ 208 bilhotildees Uniatildeo Europeia (28 paiacuteses)

com US$ 167 bilhotildees seguida pelos EUA que importaram US$ 63 bilhotildees (DEAGRO

2016)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos USDA (2017) o milho eacute o gratildeo mais cultivado A produccedilatildeo mundial do gratildeo

atingiu 968 milhotildees (t) em 2016 No Brasil o cultivo do milho vem ganhando espaccedilo e

se apresenta como um dos principais segmentos econocircmicos do agronegoacutecio brasileiro

42

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 184

sendo o segundo gratildeo mais exportado Em 2016 os EUA lideraram o ranking mundial

dos principais produtores de milho com 345 milhotildees (t) seguido pela China com 224

milhotildees (t) e o Brasil com 67 milhotildees (t) (DEAGRO 2016) (USDA 2017)

O Brasil tem aproveitado o crescente aumento da demanda mundial pelo milho

visto que o maior produtor mundial os EUA tem destinado parte da sua colheita para

produccedilatildeo de etanol Outro fato que contribui para uma maior participaccedilatildeo do Brasil no

mercado internacional eacute implementaccedilatildeo de novas tecnologias no plantio expansatildeo de

aacutereas plantadas e o aumento da produtividade tem permitido ao Brasil maior

participaccedilatildeo no mercado internacional (CONAB 2017)

Diante deste contexto o presente estudo tem como objetivo invesrtigar a

evoluccedilatildeo da produccedilatildeo brasileira do milho no Brasil principais regiotildees e estados

produtores visando contribuir para para um melhor planejamento logistico de

exportaccedilatildeo tendo as projeccedilotildees de crescimento das exportaccedilotildees do gratildeo no mercado

internacional conforme projeccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura (MAPA 2016)

Para compreender o panorama da produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees

produtoras optou-se por uma pesquisa quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio Para tal

utilizou-se a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutetica (IBGE) e da

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) observando as seacuteries histoacutericas

A produccedilatildeo do milho no brasil

No Brasil o milho eacute cultivado em duas etapas 1ordm e 2ordf safra A regiatildeo Centro-Oeste eacute a

grande responsaacutevel pela produccedilatildeo da segunda safra

Tabela 1 ndash Calendaacuterio agriacutecola milho

Safras Plantio Colheita Produccedilatildeo Nacional

1ordf agosto a dezembro

marccedilo a junho 40

2ordf janeiro a marccedilo junho a setembro

60

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Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 185

Fonte (DEPEC 2017)

Observa-se na tabela 1 a importacircncia da segunda safra tambeacutem conhecida

como safrinha para o calendaacuterio nacional agriacutecola do milho Enquanto que a primeira

safra representa 40 da produccedilatildeo nacional segunda safra eacute responsaacutevel por 60 de

toda a produccedilatildeo brasileira

O fato do plantio da segunda safra ser efetuado logo apoacutes a colheita da soja e no

mesmo local tem permitido uma maior produtividade da safrinha do milho em virtude

do aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes no solo dessas aacutereas de plantio (REIS

et al 2016)

Segundo a CONAB (2017) atraveacutes do acompanhamento da seacuterie histoacuterica da

produccedilatildeo de gratildeos brasileiros iniciado na deacutecada de 70 registram um aumento de

mais de 245 na produccedilatildeo do milho nos uacuteltimos 39 anos Os estudos consideram as

safras de 197677 a 201516 (Fig 1)

Figura 1 - Evoluccedilatildeo produccedilatildeo x aacuterea plantada

Fonte CONAB (2017)

Observa-se na Figura 1 o primeiro registro de produccedilatildeo do gratildeo na safra

197677 com 19 milhotildees (t) produzidas Na safra de 198687 os dados apontam 26

milhotildees (t) Na deacutecada de 90 em especial a safra de 199697 o volume foi de 35

44

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 186

milhotildees (t) Jaacute a safra de 20062007 51 milhotildees (t) apontando um crescimento

exponencial na produccedilatildeo nacional do cereal

Em que pese uma significativa queda na produccedilatildeo da safra 201516 com 214

com 66 milhotildees (t) em comparaccedilatildeo com a safra de 201415 de 84 milhotildees (t) as

estimativas da CONAB indicam uma colheita recorde em torno de 91 milhotildees (t) para

safra 201617

Referente as aacutereas de plantio poucas foram as alteraccedilotildees Os estudos

evidenciaram que no ano de 1976 117 milhotildees hectares eram destinados a plantaccedilatildeo

da cultura do milho no Brasil Comparando com a safra de 201516 houve uma

expansatildeo de 3497 considerando uma aacuterea para cultivo de 159 milhotildees de hectares

Uma meacutedia de 132 milhotildees de hectares disponiacuteveis para o cultivo ao longo da seacuterie

histoacuterica de 40 anos

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias tem contribuido para significativos

patamares de produtividade no Brasil que comprovam que o setor vem se

profissionalizado (Figura 2) As novas tecnologias estatildeo associadas a cultivares de alto

potencial geneacutetico (hiacutebridos simples e triplos) e transgecircnicas espaccedilamento reduzido

associando agrave maior densidade de plantio melhoria na qualidade de sementes controle

quiacutemico de doenccedilas correccedilatildeo de solos (EMBRAPA 2017)

Figura 2 ndash Evoluccedilatildeo produccedilatildeo nacional x produtividade

Fonte CONAB (2017)

Como ilustra a Fig 2 em termos comparativos a safra de 201516 teve uma

produtividade de 4178 kgha cerca de 250 a mais que agrave safra de 197677 onde o

Brasil colheu 1632 kgha As duas safras de maior destaque ao longo da seacuterie histoacuterica

45

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 187

foram a de 201415 com 5396 kgha e de 201213 com 5149 kgha Na meacutedia da seacuterie

histoacuterica houve uma variaccedilatildeo de mais de 33 no aumento da produtividade ao logo

dos 39 anos (Fig 3)

Figura 3 ndash Produtividade nacional por hectare

Fonte CONAB (2017)

Para o IBGE (2017) que pesquisa o ano civil a projeccedilatildeo de colheita da

commodity do milho eacute de 96 milhotildees (t) para o ano de 2017 um crescimento de 52

em relaccedilatildeo a produccedilatildeo do ano 2016 que foi de 63 milhotildees (t) como pode ser

observado na Quadro1

Quadro 1 ndash Produccedilatildeo por regiotildees em milhotildees (t) Estimativas

Regiatildeo 1ordf Safra 2ordf Safra

2016 2017 Var 2016 2017 Var

Norte 946950 1049977 11 938343 1479632 58

Nordeste 2546636 4504929 77 577738 2034857 252

Sudeste 7803609 8545800 10 2263889 3604832 59

Sul 10650820 13866157 30

1049659

4

1382707

3 32

Centro-oeste 2432227 3027537 25

2498661

7

4501634

7 80

1ordf e 2ordf Safra

46

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 188

2016 2017 Var

Brasil 63643423 96957141 523

Fonte IBGE (2017)

Regiotildees produtoras

De acordo com a CONAB (2017) a produccedilatildeo nacional do milho estaacute nas

Regiotildees Sul Centro-Oeste e Sudeste Os cinco principais Estados produtores satildeo por

ordem de grandeza Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais Bahia e Paraacute

Ao longo das quatro deacutecadas a expansatildeo territorial agriacutecola no Brasil tem crescido

significativamente Ateacute as deacutecadas de 1980 e 1990 a produccedilatildeo agriacutecola nacional era

realizada especificamente na regiatildeo Sul do paiacutes

O aumento de demanda pelo gratildeo nacional e a disponibilidade de terras mais

baratas propiciaram o deslocamento da produccedilatildeo da regiatildeo Sul para o norte do Brasil

com destaque regiatildeo Centro-Oeste

Para Caldarelli e Bacchi (2012) outros fatores alavancaram a expansatildeo da

cultura do milho em terras brasileiras Maior rentabilidade do agricultor com a

valorizaccedilatildeo do gratildeo desregulamentaccedilatildeo da economia acordos internacionais com

reduccedilatildeo das tarifas de importaccedilatildeo impulsionaram a produccedilatildeo nacional de gratildeos

colocando o paiacutes a um patamar de maior competitividade

Desse modo pode-se observar uma nova configuraccedilatildeo na produccedilatildeo nacional

bem como nas regiotildees produtoras (Figura 4)

Para CONAB (2017) o aumento da produccedilatildeo estaacute diretamente relacionado a

dois fatores a utilizaccedilatildeo de novas aacutereas agricultaacuteveis em novas fronteiras agriacutecolas e a

implementaccedilatildeo de tecnologias voltadas a promover maior produtividade nas tradicionais

aacutereas de cultivo (Sul e Sudeste)

47

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 189

Figura 4 ndash Produccedilatildeo nacional do milho por regiatildeo

Fonte IBGE (2017)

Conforme ilustrado na Figura 4 a partir de meados da deacutecada de 1980

configura-se uma nova dinacircmica de produccedilatildeo do milho em regiotildees brasileiras

Dados analisados com base no periacuteodo das safras de 199091 a 201516

indicam a regiatildeo Centro-Oeste como maior produtora do gratildeo com crescimento de

520 Em segundo lugar a regiatildeo Norte com 215 de expansatildeo seguida pela Sul

Nordeste e Sudeste com 164 69 e 19 respectivamente

Apesar da regiatildeo Centro-Oeste tem apresentado o maior crescimento em termos

de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maior eficiecircncia em produtividade como

pode ser observado na Figura 5

Figura 5 ndash Produtividade do milho por regiatildeo

48

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 190

Fonte CONAB (2017)

Os estudos observados na Figura 5 indicam a regiatildeo Sul como a maior

produtividade do Brasil foram colhidos 6068 kgha na safra de 201516 Em segundo

lugar no ranking maior produtividade do cereal encontra-se a regiatildeo Sudeste com 4775

kgha seguida pelo Centro-Oeste com 3996 kgha Com exceccedilatildeo a safra de 201112

onde foram colhidos 4953 kgha a regiatildeo Sul se apresenta com o maior iacutendice de

produtividade entre as regiotildees considerando as safras de 200607 a 201516

Principais estados produtores

No que concerne aos principais estados produtores o Paranaacute aparece como o

maior produtor do gratildeo ateacute a safra de 201112 Entretanto a partir da safras seguintes

conforme seacuterie histoacuterica (Fig 6) o Mato Grosso assume o protagonismo no raking dos

maiores produtores do gratildeo com os volumes de 19 18 20 e 15 milhotildees (t) produzidas

nas uacuteltimas quatro safras O que permitiu o impulso da produccedilatildeo no Mato Grosso aleacutem

do aproveitamente das terras produtoras de soja (2ordf safra) a expansatildeo de terras

agricultaacuteveis

Ao longo do acompanhamento da serie historica eacute possivel notar que Paranaacute

dispunha de 2153 milha (197677) contra 2612 milha (201516) uma expansatildeo de

terras de 213 Jaacute o Mato Grosso teve uma expansatildeo de 14366 no mesmo

periacuteodo Suas primeiras terras disponiveis para a cultura do milho era de 542 milha

(197677) contra as atuais 3800 milha (201516)

Figura 6 ndash Principais estados produtores

49

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 191

Fonte CONAB (2017)

Os estudos tambeacutem evidenciaram queda na produtividade dos dois principais

estados produtores considerando a safra de 201516 em relaccedilatildeo a 201415 O Paranaacute

registrou uma queda de 141 contra 339 de estado do Mato Grosso Contudo ao

longo da seacuterie histoacuterica o estado do Paranaacute deteacutem a maior participaccedilatildeo de

produtividade entre os estados produtores

Exportaccedilatildeo

O milho eacute o principal macro ingrediente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal A

suinocultura e a avicultura de corte satildeo os grandes propulsores do consumo nacional

do milho Para Reis et al (2016) o cultivo do milho tem como destino atender a

demanda interna voltada a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal Aleacutem do que o gratildeo supri

tambeacutem a induacutestria alimentiacutecia para consumo humano e outros produtos em gerais O

excedente da produccedilatildeo eacute absorvido pelo mercado internacional

Ainda que os aumentos da produtividade do gratildeo seja expressivo o Brasil natildeo eacute

um exportador tradicional do gratildeo Desse modo a produccedilatildeo brasileira segue a

tendecircncia determinada pelas demandas do mercado domeacutestico apresentando pouca

interaccedilatildeo com o mercado internacional (CALDARELLI e BACCHI 2012)

Dados coletados no portal da Aliceweb apontam que natildeo obstante a queda de

244 nas exportaccedilotildees em relaccedilatildeo ao ano anterior no ano de 2016 o Brasil exportou

21 milhotildees (t) de milho (MDIC 2017)

Figura 7 ndash Dez principais mercados do milho brasileiro

50

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 192

Fonte Trade Map - Trade statistics for international business development (2017)

A Figura 7 ilustra os cinco principais destinos do cereal no ano de 2016 Entre os

principais compradores estatildeo o Iratilde na lideranccedila do ranking com 21 das exportaccedilotildees

Em segundo lugar aparece o Vietnatilde com 13 seguido por Japatildeo Malaacutesia e Coreacuteia do

Sul com 12 7 e 6 respectivamente

Conclusotildees e Perspectivas

Visando descrever o panorama do plantio do milho brasileiro o presente estudo

conclui que de acordo com a seacuterie histoacuterica de 197677 a 201516 a produccedilatildeo nacional

do gratildeo cresceu 2455 Observou-se um incremento de 250 na produtividade no

mesmo periacuteodo tendo uma variaccedilatildeo de aproximadamente de 33 na meacutedia da seacuterie

histoacuterica comparado entre as deacutecadas de colheita Referente as aacutereas de cultivo

houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 saltando de 117 para 159 milhotildees de

hectares de aacutereas destinadas ao cultivo do cereal Aleacutem disso a partir de meado da

deacutecada de 1980 o cultivo do milho se deslocou da regiatildeo Sul e Sudeste para as

regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste Das principais novas fronteiras produtoras do

milho o destaque ficou para a regiatildeo Centro-Oeste com ganhos de produccedilatildeo de 520

Evidentemente a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo No ranking

dos cinco principais estados produtores estatildeo o Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais

Bahia e Paraacute O Paranaacute ateacute a safra de 201112 manteve a lideranccedila absoluta do maior

51

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 193

produtor nacional do gratildeo No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grosso

assumiu a lideranccedila O crescimento das aacutereas disponiveis para plantio justificam a

produccedilatildeo dos dois principais estados produtores O Paranaacute teve uma expansatildeo de

213 ao longo do periodo estudado (19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um

crescimento exponencial 14366 no mesmo periacuteodo Por uacuteltimo o crescimento da

produccedilatildeo da proteina animal e o aumento da demanda mundial pelo milho que nortearaacute

a cadeia produtiva nacional do milho Deste modo os proacuteximos estudos poderatildeo se

concentrar na melhora logiacutestica das principais regiotildees produtoras

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52

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

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53

54

42 2ordm Artigo

Artigo aprovado no IFIP Advances in Information and Communication Techno-logy 2017 (Figura 19) Apresentado em Hamburgo (Alemanha) em setembro de 2017

Figura 19 APMS 2017 Hamburg

Brazilian Corn Exports An Analysis of Cargo Flowin Santos and Paranagua Port

Aguinaldo Eduardo de Souza lowast12 Joao Gilberto Mendes dos Reis 13 EmersonRodolfo Abraham 14 and Sivanilza Teixeira Machado 5

1 Paulista University - UNIP PPGEP Sao Paulo Brazil2 UNIBR Sao Vicente Brazil

3 UFGD PPGA Dourados Brazil4 Metodista University Sao Bernardo do Campo Brazil

5 Federal Institute of Sao Paulo Suzano BrazillowastCorresponding author souzaeduaguinaldogmailcom

Abstract The worldrsquos population is projected to increase to 9 billion till2050 increasing feed demand Corn is one of the most important grains infood supply chains (FSC) and growers have an essential role This articleaims to investigate the flow of Brazilian corn among origin main portsand international markets to address a panorama of corn production inBrazil With this objective we collected data from the Brazilian Ministryof Industry and Foreign Trade and we analyzed this data using SocialNetwork Analysis (SNA) tools The results showed that corn exports inBrazil use two main ports with Santos being the most important one

Keywords Logistics middot Corn production middot Exports middot International market

1 Introduction

It is forecasted that the world trade of corn will reach newer heights boostedby a stronger demand for feed Currently the United States and China are themain growers but Brazil has been considered a new frontier and occupies thethird place [1] Despite the important role of China in production over the lastfive years around 83 of export was associated with the US Brazil Argentinaand Ukraine This distinctly indicates a huge internal market in China and thepotential business opportunities for producers in the US and Brazil

The United Nations expects the world population to increase to 9725 bil-lion by 2050 [2] this implies a challenge for the global leaders to raise foodproduction and at the same time to preserve the environment and local marketproduction In this manner Brazil appears to be a major player in commodityproduction to feed the world In case of corn for instance projections show anincrease in Brazilian exports of 524 until 2026 In numbers the country isexpected to reach 463 million metric tonnes (mt) per year [3]

Although Brazil has high productivity and a high quantity of available landthe flow of commodities export depends on few routes and ports that entail

55

2 Souza et al

logistics bottlenecks For example Reis et al [2] argue that poor logistics ofBrazilian infrastructure increases the inland freight of soybean in comparisonwith the US by 146 Moreover Galvao et al [4] [5] showed that Brazilianports cargo flow grew significantly around 42 from 2001 to 2011 reaching886 million (mt) in 2011 this was mainly solid bulk cargo

Regarding Brazilian ports Santos (Sao Paulo) and Paranagua (Parana) arethe major corn exporters with 665 million (mt) between 2012 and 2016 Thecorn flow concentration creates logistics bottlenecks such as extensive trucklines to unload cargo and low static storage capacity Rodrigues [6] affirms thatlogistics management adopts a systematic cost approach based on parameterssuch as cost time and service quality level Therefore analyzing the flow ofcorn production is very important for developing a plan to improve the logisticsinfrastructure of major corridors

This article aims to analyze the Brazilian corn routes and exports for un-derstanding the current scenario and for providing knowledge to develop fu-ture plans for improving logistics operation Thus we address the flows of cornamong the six main growers of the country to two main ports of Brazil and tothe international market

2 Brazilian Ports

Brazil has a continental dimension with an extensive coastline for this reasonsea shipping is relevant to the social and economic development of the coun-try [4] Brazilian port sector is divided into two categories first the port sectorthat is composed of 37 seaports managed by the federal government the sec-ond category that is composed of 122 inland port facilities management by theMinistry of Transport [7]

The cargo flow in Brazilrsquos seaports in 2016 was 998068 million (mt) wherethe main international traffic was dry bulk of upto 628700 million (mt) liquidbulk of upto 218000 with million (mt) general cargo of upto 51300 million(t) and containers of upto 100100 million (mt) [9]

21 Santos Port

Santos is Brazilrsquos larger port In 2006 it represented around 285 of the bal-ance of trade of the country Its operations reached 1138 million (mt) [10] TheFig 1 shows the numbers of Santos Port (Price FOB in US billion dollars)

The illustrative evidence in Fig 2 suggests the great relevance of SantosPort among the 37 Brazilian ports Nowadays it is the main port of the countrywith 4520 ships being docked in 2016 Furthermore this port is considered asbeing one of the biggest ports in Latin America in terms of container flow in2015 [11]

Accessibility is the main factor that attracts cargo to the Santos Port Theport has a link with the main roadways Moreover it is connected to Tiete-Parana inland waterways by railway that facilitates a large-scale movement ofcommodities

56

Brazilian Corn Exports 3

Fig 1 Participation of Santos Port in Brazilian Balance of Trade (SourceAdapted of [10])

In addition the areas dependent on Santos Port represents 67 of Brazil-ian GDP including states such as Sao Paulo Minas Gerais Mato Grosso MatoGrosso do Sul and Goias e o Distrito Federal These states are responsible for56 of Brazilian balance of trade [10]

22 Paranagua Port

According to the Administration of Paranagua Port and Antonina - APPA [12]the Paranagua Port has 3581 meters of wharfs and 23 berths It is among thefive main Brazilian ports in relation to the flow of goods The port in 2016moved 45045 million (mt) and it has the capacity to receive 1909 vessels Thethree main cargo were as follows containers (8231 million (mt)) fertilizers(8227 million (mt)) and soybean (7950 million (mt)) [9]

Additionally the Paranagua portrsquos balance of trade was around 76 im-mediately after Santos which as mentioned earlier lead the ranking with astriking difference of 285 [10] Fig 2 demonstrates the flow in the port be-tween 2012 and 2016 (Price FOB in US million dollars)

3 Methodology

For understanding the flow of Brazilrsquos corn exports and the role of Santos Port(Sao Paulo state) we conducted an exploratory research and comparison be-tween the Santos Port and the major Brazilian port competitor Paranagua TheFig 3 displays the location of these ports and the main origin routes

Santos and Paranagua were chosen because they represent around 50 ofvolume exported by the country To perform this study we follow the followingthree steps

57

4 Souza et al

Fig 2 Participation of Paranagua Port in the Brazilian balance of trade (SourceAdapted of [10])

Fig 3 Main Corn Corridors 2016

First Data Collection Data were collected from the Brazilian Ministry of In-dustry and Foreign Trade using the Foreign Trade Information Analysis System(ALICEWEB) The Aliceweb provided us information regarding the volume ofcorn exported by grower states such as Goias Parana Sao Paulo Minas GeraisMato Grosso do Sul Rio Grande do Sul and Mato GrossoSecond database procedure We selected ten major destinations for Brazilrsquoscorn as per the state of origin This allowed us to observe 38 relations amongplayers The data were organized considering the state of origin the port of ori-gin and the country of destination The relationships were created consideringthe corn flow of growers to the ports and them to countriesThird Analysis Using the Social Network Analysis (SNA) tools Ucinet 60 andNetdraw plotted the graphs of the corn networks considering exports flow us-

58

Brazilian Corn Exports 5

ing Santos Port Paranagua Port and both of them together This helped us tocreate a flow map regarding the corridors of exportations and also to analyzecorn traffic

4 Results

Santos and Paranagua ports are established as major corridors for corn exportsin Brazil Both moved around 665 million (mt) between 2012 and 2016 (Fig 4)Together Santos and Paranagua Ports deal with 8148 and 1852 of Brazilrsquoscorn respectively

Fig 4 Cargo Flow in Million of Metric Tonnes to Santos and Paranagua Ports(Source Adapted of [13])

The origin of cargo flow can be observed in Mato Grosso Mato Grosso doSul Goias Parana Minas Gerais and Sao Paulo e Rio Grande do Sul As men-tioned earlier in the methodology section the volume of corn among thesestates and Ports of Santos and Paranagua are organized in Microsoft Excel andare entered in the Ucinet 60 software Using the module Netdraw was possibleto provide that networks to infer some analysis presented in the next subsec-tions

41 International Traffic Considering Both Ports

The Fig 5 depict the corn flow considering the network as a whole including allthe states ports and destination Herein we gather the countries of destinationin the continents to facilitate visualization

As can be seen in Fig 5 Mato Grosso is the main grower with 8285 million(mt) flowing to Santos and Paranagua The distance that needs to be covered toreach both ports is almost the same but the Santos route especially the railroadservice is more developed than the Paranagua route As a result this is directlyresponsible for the highest cargo flow to Santos

59

6 Souza et al

Fig 5 Corn Flow among Brazilian States Ports of Santos and Paranagua andContinents of Destination

On the other hand Mato Grosso do Sul represents the second volume ofcorn to be exported with 1530 million (mt) distributed equitably between bothports The geographical position of the state with a dependence of roadwaytransportation allows Mato Grosso do Sul to use the ports indistinctly They arelocated at the same distance of about 1100 kilometers

The destination of Brazilian corn as per continent was also analyzed Our re-sults indicate the following percentages Asia (6173) Middle-East (2988)Africa (594) Europe (218) and America (027) Vietnam boosted theflow in Asia while the Middle-East distinctly depended on import of agricul-tural products both constituting the most important markets of Brazil

42 Santos

The Fig 6 depicts the corn flow considering the network of Santos PortAs illustrated in Fig 1 Santos moved 10629 million (mt) of corn in 2016

The main exporters via Santos were Mato Grosso (7498) followed by Goias(1282) Mato Grosso do Sul (609) Sao Paulo (428) Parana (118) andMinas Gerais (066) It is possible to note that despite 6085 of the vol-ume being exported to the Asian continent (Taiwan Indonesia Japan VietnamSouth Korea and Bangladesh) Iran and Middle-East were highlighted within2903 of the volume of corn exported by Santos

43 Paranagua

The Fig 7 depicts the corn flow considering the network of Paranagua Port

60

Brazilian Corn Exports 7

Fig 6 Corn Flow by Santos Corridor

Fig 7 Corn Flow by Paranagua Corridor

Based on Fig 7 it is noticeable that Paranagua in 2016 exported 2415million (mt) The state of Parana (4570) lead the export followed by MatoGrosso do Sul (3657) and Mato Grosso (1307) Among the 16 main buyershighlighted were Vietnam (2429) and Japan (1871) Other states repre-sent 570 of imports In relation to continents the most important were Asia(6562) followed by Europe (1175) Middle-East (1173) Africa (945)and America (144)

61

8 Souza et al

5 Discussion

We found that Santos Port is the major corridor that exports Brazilian cornproduction with a cargo volume that is almost three times more than that ofParanagua Santos is undoubtedly the biggest port of Latin America and it hasthe largest infrastructure associated with the main Brazilian corridors of com-modities exports

However despite the advancement of the Port Modernization Act (8630of 1993) and the new regulatory framework of the port sector (12815 of 2013)that have the objective of providing more agility and modernizing the sector re-ducing the costs of transactions [45] port infrastructure and the quality of ser-vices remain issues that affect the agricultural production of the country [14]According to data by the World Economic Forum pertaining to the Brazilianport infrastructure compared with the main exporters of corn and soybeansBrazil was the 122nd position among 144 evaluated countries [14]

Our current findings expand previous work regarding the Brazilian agri-business sector and logistics infrastructure this allows the identification of thecorn flow to the main international markets of Brazil using quantitative data

In spite of this article being an exploratory analysis it permits the identi-fication of a pathway for future studies to improve the bulk of cargo flow Theresults showed that Santos and Paranagua are the main routes of corn exportsand constitute a logistics operations bottleneck for the international traffic ofthis important feed This is especially true for Santos because it is the major ex-porter of commodities and many other products It is also Brazilrsquos main accessto the international market

Some authors such as Marlow and Casaca [15] Vieira et al [16] and theBrazilian National Transport Confederation [14] identified many issues thatmake exporting difficult further they provided the following aspects and op-portunities to improve Santos Port

ndash Maritime access Lack of dredging and overthrow of access channels anddocking berths making access of large ships difficult

ndash Territorial Access Traffic jam and limited availability of railroadsndash Low productivity Obsolete equipment and lack of availability of equipment

and facilitiesndash Burocracy Greater agility in cargo clearance at ports mooring single win-

dow paperless port to boost delivery of documentsndash Information flow Multiple systems to manage the operations loss-making

media channel hindering the customer response time

6 Conclusions and Outlook

The objective of this study was to describe the logistical corn flow of exportsmoreover it was possible to conclude that the Midwestern region was the maincorn export region of Brazil Additionally it was noticeable that the flow of

62

Brazilian Corn Exports 9

grain to the international market is concentrated in Santos and Paranagua Itwas also found that Asia is the main destination for exports of corn followedby the Middle East However Iran is the largest purchaser of Brazilian cornfollowed by Vietnam

Finally the concentration of two routes generates logistics bottlenecks inboth ports creating a traffic jam low static capacity and overuse of the portcapacity Thus the subsequent studies will concentrate on simulating the ca-pacity of Santos and Paranagua Ports to lead with commodities exports andopportunities to improve Brazilian logistics infrastructure

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infografiasranking-puertos-top-20-america-latina-caribe-201512 Administracao dos Portos de Paranagua e Antonina Porto em numeros

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63

64

43 3ordm Artigo

Artigo submetido na revista International Journal of Shipping and Transport Lo-gistics O artigo natildeo estaacute apresentado pois se encontra em avaliaccedilatildeo

65

44 4ordm Artigo

Artigo aprovado na Logistics Challenges in the n the New Economy Sharingand Interconnected Industry ndash NETLOG 2018 (20) Apresentado em Satildeo Paulo (Brasil)nos dias 05 a 06 de junho de 2018

Figura 20 NETLOG 2018

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

SIMULACcedilAtildeO DE OPERACcedilOtildeES DE GRAtildeOS EM UM

TERMINAL PORTUAacuteRIO

Aguinaldo Eduardo de Souzasup1 Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis sup2 Emerson Rodolfo Abrahamsup3 Renato

Maacutercio dos Santos 4 Matheus Palmieri Gobbetti5

sup1 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil souzaeduaguinaldogmailcom

sup2 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil joaoreisdocenteunipbr

3 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil emersonabrahamstrictounipbr

4 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil renatodnadosabercombr

5 FATEC RUBENS LARA Santos Brasil gobbettimatheusgmailcom

Resumo O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia no Brasil e de suma importacircncia para a

balanccedila comercial brasileira Neste cenaacuterio a exportaccedilatildeo de gratildeos coloca o Brasil em uma posiccedilatildeo privilegiada no

comeacutercio internacional de commodities agriacutecolas Em 2017 o milho foi o principal responsaacutevel pela alta

performance do setor com o crescimento de 13 O gratildeo protagonizou no ano de 2017 a produccedilatildeo de 97 milhotildees

(t) O objetivo deste artigo eacute investigar eventuais gargalos logiacutesticos na operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento

do milho no complexo portuaacuterio de Santos Para tanto optou-se por estudar os referidos processos em um terminal

portuaacuterio de exportaccedilatildeo aqui denominado Terminal A utilizando-se de simulaccedilatildeo Os resultados apresentam duas

operaccedilotildees distintas a chegada do gratildeo no terminal por ferrovia (vagatildeo) e a chegada por rodovia (caminhatildeo) e

apontam potenciais gargalos operacionais

Palavra-chave Simulaccedilatildeo Terminal Portuaacuterio Armazenagem Ferrovia Rodovia e Milho

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro se destaca como o segmento que mais contribui para a economia

nacional respondendo por frac14 do Produto Interno Bruto - PIB (Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA 2018) Dados estatiacutesticos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica - IBGE revelam um crescimento no segmento de 13 no ano de 2017

Os gratildeos foram os principais responsaacuteveis pelo desempenho do setor com destaque absoluto

para a cultura do milho Em 2017 a colheita nacional do cereal atingiu o volume de 97 milhotildees

(t) um extraordinaacuterio aumento de 552 em relaccedilatildeo ao ano anterior que fechou com 67 milhotildees

(t) produzidas (IBGE 2018a) (Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior

MDIC 2018a)

O Brasil tem ocupado posiccedilatildeo de destaque na produccedilatildeo mundial do milho (Reis et al 2016)

Para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos ndash USDA na safra de 201617 o paiacutes

ocupou a terceira posiccedilatildeo no ranking mundial dos maiores produtores com a colheita de 98

milhotildees (t) atraacutes da China 219 milhotildees (t) e Estados Unidos 384 milhotildees (t) (USDA 2018)

De fato o uso de novas tecnologias associadas a cultivares de alto potencial geneacutetico e

transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maior densidade de plantio

66

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

contribuiacuteram para o incremento da produccedilatildeo brasileira do milho (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA 2018) Contudo por vezes a eficiecircncia produtiva

alcanccedilada traduzida em competitividade eacute comprometida no momento do escoamento do gratildeo

Alguns estudos observam os impactos negativos a competitividade dos produtos brasileiros

relacionados aos gargalos logiacutesticos devido a ineficiecircncia operacional e infraestrutura

deficitaacuteria (Dubke 2006 Wanke e Hijjar 2009 Hilsdorf e Nogueira Neto 2015 Confederaccedilatildeo

Nacional dos Transportes ndash CNT 2018)

Considerando o estudo do Departamento de Agronegoacutecio - DEAGRO que projeta um

crescimentos de 75 para safra de 20262027 nas exportaccedilotildees do milho nacional (FIESP

2017) os terminais portuaacuterios principal porta de saiacuteda das commodities agriacutecolas em especial

o milho objeto deste estudo estatildeo preparados para responderem as crescentes demandas do

mercado internacional Neste sentido observa-se que a pesquisa operacional e a simulaccedilatildeo

podem auxiliar no processo decisoacuterio das organizaccedilotildees A pesquisa operacional lida com

problemas de como conduzir e coordenar certas operaccedilotildees (Moreira 2017) Enquanto que a

aplicaccedilatildeo de simulaccedilatildeo em um evento operacional permite analisar teorias e hipoacuteteses em

relaccedilatildeo a vaacuterios cenaacuterios (Filho 2008)

Diante do exposto o presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento de gratildeos de milho Decidiu-se pela escolha de um terminal mariacutetimo de

exportaccedilatildeo no Porto de Santos aqui denominado Terminal A O objetivo da simulaccedilatildeo eacute

dimensionar a capacidade operacional do Terminal A no que concerne recebimento e

armazenagem

Em razatildeo disso realizou-se uma pesquisa exploratoacuteria e quantitativa atraveacutes de coleta de dados

no proacuteprio terminal Em seguida optou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica

2 Referencial teoacuterico

21 Transporte Mariacutetimo

O transporte eacute considerado fator fundamental para a logiacutestica internacional A logiacutestica sendo

um processo que coordena o fluxo de bens em uma cadeia de suprimentos sem a existecircncia do

transportes o fluxo de bens seria inviabilizados (Reis et al 2015)

Responsaacutevel por mais de 90 do fluxo de cargas do comeacutercio internacional o transporte

mariacutetimo eacute a chave para economia global (Keedi 2010 David e Stewart 2010) No Brasil devido

a suas dimensotildees continentais e o extenso litoral o transporte mariacutetimo eacute de vital importacircncia

para o desenvolvimento social do paiacutes (Souza et al 2017) Deste modo os terminais portuaacuterios

juntamente e as estruturas portuaacuterias exercem papel fundamental no comeacutercio internacional

principalmente no que concerne ao escoamento do agronegoacutecio brasileiro tendo em vista que

o Brasil eacute um dos principais exportadores mundiais de gratildeos (IBGE 2018b)

A infraestrutura do sistema portuaacuterio compreende vaacuterios subsistemas que por vezes estatildeo

interconectados tendo relaccedilatildeo com o tipo de navios e cargas movimentas por ele (David e

Stewart 2010)

67

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

A existecircncia dos portos estaacute diretamente ligada a atender demandas do serviccedilo de transporte

(frete armazenagem movimentaccedilatildeo transbordo etc) e navios (piacuteeres abastecimento reparos

etc) O porto atua como interface entre o transporte internacional e o transporte domeacutestico

Handabaka (1994) e Barros (2013) considerada que os portos satildeos instalaccedilotildees fiacutesicas que

desempenham o papel de movimentaccedilatildeo de cargas transbordo de cargas entre modais e

consolidaccedilatildeo de cargas

Para Alfredini e Arasaki (2009) o porto eacute um elo importante na cadeia logiacutestica e pode ser

caracterizado como terminal multimodal ligado a abrigo profundidade e acessibilidade canal

de acesso bacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ou

aquaviaacuterios

22 Terminal Portuaacuterio

Terminais satildeo pontos nodais de um sistema de transportes onde ocorrem entrada e saiacuteda de

cargas e veiacuteculos neste sistema (Fig 1) Neste ambiente se processam transferecircncias entre

modais Um terminal pode ter atividades voltada a um ou mais tipo especiacutefico de carga

chamado terminais multiuso

De acordo com Magalhatildees (2016) na perspectiva de engenharia de transportes o conceito de

terminal engloba todas as instalaccedilotildees onde inicia ou se encerra um processo de transporte Jaacute o

terminal portuaacuterio o autor conceitua como instalaccedilotildees voltada para atendimento de navios e

cargas especializadas podendo ser instalaccedilotildees isoladas ou natildeo Ainda Magalhatildees (2016)

terminal portuaacuterio deve dispor de infraestrutura especiacutefica considerando tipos de embarcaccedilatildeo e

tipos de carga demandando assim estrutura adequada para embarquedesembarque estocagem

recebimento entrega etc

Dentre os tipos de carga movimentada por um terminal portuaacuterio pode-se destacar contecircineres

roll-on roll-off carga geral solta e unitizada graneacuteis liacutequidos e soacutelidos etc (Barros 2013)

Figura 1 ndash Processo de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo em um terminal portuaacuterio

Fonte Adaptado (Kim e Guumlnther 2007)

Exterior Navio

Embarque

Descarga

Pre-stacking Armazenagem

Ferrovia

Rodovia

Interior

68

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23 Simulaccedilatildeo

Em computaccedilatildeo um modelo de simulaccedilatildeo eacute uma abstraccedilatildeo simplificada da realidade utilizado

para representar o funcionamento de algum sistema (Varajatildeo et al 2010 Cauchick e Fleury

2012 Chwif e Medina 2015) Os sistemas satildeo compostos por partes componentes que

interagem entre si no intuito de se atingir algum propoacutesito (Varajatildeo et al 2010) esses podem

ser naturais ou elaborados pelo ser humano tais como sistemas logiacutesticos processos

produtivos redes de empresas entre outros

Embora um modelo ser uma abstraccedilatildeo simplificada deve conter os elementos necessaacuterios para

se representar o sistema real pois serviraacute para a auxiliar nas tomadas de decisotildees compreender

os ambientes estudados e identificar problemas (Cauchick e Fleury 2012)

Apesar de sua grande importacircncia e utilizaccedilatildeo em diversos campos do conhecimento Chwif e

Medina (2015) esclarecem que a simulaccedilatildeo natildeo pode prever o futuro e sim o comportamento

de um sistema desse modo natildeo substitui o pensamento inteligente aleacutem disso a simulaccedilatildeo eacute

uma ferramenta de anaacutelise de cenaacuterios e pode ser utilizada em conjunto com recursos de

otimizaccedilatildeo mas natildeo eacute em si mesma uma ferramenta de otimizaccedilatildeo

Entre as diversas aplicaccedilotildees da simulaccedilatildeo na logiacutestica em geral pode-se verificar qual a melhor

poliacutetica de transporte distribuiccedilatildeo e estocagem em toda a cadeia desde a produccedilatildeo ateacute o

consumidor final Mais especificamente em uma operaccedilatildeo portuaacuteria se o nuacutemero de

equipamentos e homens eacute necessaacuterio para carregar e descarregar navios entre outras aplicaccedilotildees

(Chwif e Medina 2015)

3 Metodologia

Com objetivo de compreender eventuais gargalos logiacutesticos em um terminal portuaacuterio optou-

se por aplicar um modelo de simulaccedilatildeo visando dimensionar a capacidade operacional e o niacutevel

de resposta para futuras demandas Portanto decidiu-se pelo modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica O presente estudo foi realizado em trecircs

etapas

Primeira Coleta de Dados Os dados foram extraiacutedos do sistema de controle do proacuteprio

Terminal A disponibilizado pela gerecircncia de operaccedilotildees Nestes dados estatildeo contidas

informaccedilotildees acerca das operaccedilotildees no terminal

Segunda Tratamento de dados Os dados foram selecionados por tipo de evento rodoviaacuterio e

ferroviaacuterio levando em consideraccedilatildeo trecircs meses de maior pico de demanda do milho (agosto

setembro e outubro) Em seguida realizou-se o levantamento de tempo de operaccedilatildeo de cada

evento (Fig 3 e Fig 4) considerando e meacutedia ponderada e o desvio padratildeo

Terceira Processo de simulaccedilatildeo Apoacutes aferimento de tempo de cada processo aplicou-se o

modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg considerando o horizonte de cenaacuterio de um ano

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Figura 2 - Evento completo - Ferroviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

Figura 3 - Evento completo - Rodoviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

4 Estudo de Caso

O Terminal A eacute um terminal portuaacuterio especializado em granel soacutelido que opera no Porto de

Santos Possui uma aacuterea de mais de 300 mil m2 composta por acesso rodoferroviaacuterio dois gates

uma entrada e outro saiacuteda duas moegas ferroviaacuterias dois tombadores para descarga de

caminhotildees piacuteer de atracaccedilatildeo para navios correia transportadora e dois armazeacutens graneleiros

com capacidade estaacutetica de 108 mil (t) cada um Sua infraestrutura eacute voltada para embarque de

commodities agriacutecolas com destaque para o milho objeto de estudo desta pesquisa de

simulaccedilatildeo

Dados coletados atraveacutes da gerecircncia de operaccedilatildeo do Terminal A atestam que para estocagem

mensal do milho eacute necessaacuterio frac34 da capacidade estaacutetica total ou seja 162 mil (t) tendo em vista

a capacidade total de armazenagem do terminal eacute de 216 mil (t)

Em 2016 observou-se que 52 dos 218 milhotildees (t) milho nacional exportado foi escoado pelo

Porto de Santos 112 milhotildees (t) (MDIC 2018b) Deste montante cerca de 20 de todo volume

escoado pelo porto santista foi movimentado pelo Terminal A cerca de 22 milhotildees (t)

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

1ordf Processo ldquoChegada no terminalmoega (2) coleta de

amostras pesagem e descargardquo

3ordf Processo ldquoSaiacuteda coleta de

amostras chegada descarga

tombador (2)rdquo

1ordf Processo ldquoSaiacuteda paacutetio

regulador chegada

terminalrdquo

2ordf Processo ldquoSaiacuteda gate in

pesado chegada para coleta

de amostrasrdquo

70

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

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5 Discussatildeo e Resultados

51 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Vagotildees

No montante total de recebimento e armazenamento do milho a operaccedilatildeo de vagatildeo representa

80 de toda movimentaccedilatildeo do terminal Nesta operaccedilatildeo (Fig 2) denominado ldquoeventordquo para

efeito da simulaccedilatildeo no ARENAreg (Fig 4) observa-se apenas um processo

O processo inicia-se com a chegada das composiccedilotildees no terminal que satildeo enviadas diretamente

para a moegas para o descarregamento dos vagotildees Vale ressaltar que os processos de pesagem

e a coleta de amostras satildeo efetuados simultaneamente com a descarga

Figura 4 ndash Simulaccedilatildeo vagotildees

Fonte ARENAreg

Tabela 1 - Indicadores de Performance

Vagotildees Utilizaccedilatildeo

recurso Vagotildees na fila

Tempo vagotildees na fila

(horas)

Total

vagotildees

Entrada Saiacuteda Moega

1

Moega

2

Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo 6

60

62

2718 2717 34 68 002 000 300 007 000 429

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Como ilustra a Tabela 1 os resultados da simulaccedilatildeo indicaram a saiacuteda de 2717 vagotildees A taxa

de ocupaccedilatildeo meacutedia das moegas foram de 34 na moega 1 e 68 na moega 2 Pocircde-se observar

ainda que apesar de vaacuterios vagotildees entrarem direto para descarga sem espera em meacutedia 002

vagatildeo aguardou na fila alcanccedilando assim a meacutedia maacutexima de 3 vagotildees na fila de espera Acerca

do tempo de espera a meacutedia ficou em 007 horas com maacuteximo de 429 horas de espera No

periacuteodo simulado (1 ano) foi registrado 66062 vagotildees descarregados

52 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Caminhotildees

Enquanto 80 das operaccedilotildees do terminal tem sua origem na ferrovia os caminhotildees

representam 20 de toda a operaccedilatildeo sendo que 70 deste volume eacute composto pelo veiacuteculo

bitrem (2 semi rebocadores acoplados entre si) A operaccedilatildeo completa deste ldquoeventordquo para efeito

71

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da simulaccedilatildeo (Fig5) no ARENAreg eacute composta por trecircs processos a) saiacuteda paacutetio

reguladorchegada no terminal (gate) b) saiacuteda gatechegada de coleta amostras c) saiacuteda coletas

de amostraschegada nos tombadores para descarga (Fig 3)

Figura 5 ndash Simulaccedilatildeo caminhatildeo

Fonte ARENAreg

Tabela 2 - Indicadores de Performance

Caminhotildees Utilizaccedilatildeo recursos Caminhotildees na fila Tempo caminhotildees

na fila (horas) Total

Entrada Saiacuteda Tombadores Pessoas Gate Meacutedia Min Maacutex Meacutedia Min Maacutex

63

39

2735 2734 47 2 67 007 000 400 016 000 575

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Os resultados observados na Tabela 2 indicam que dos 2735 veiacuteculos que entraram 2734

saiacuteram ficando em meacutedia 007 caminhotildees aguardando na fila chegando a 4 caminhotildees na

meacutedia maacutexima No que se refere aos recursos os resultados apontaram que o gate eacute o recurso

mais exigidos na operaccedilatildeo com taxa de uso de mais de 67 seguido pelos tombadores que

juntos representaram uma taxa de uso de 47 Jaacute o uso do recurso pessoas ficou em 2 No

que se refere ao tempo de espera 016 horas a meacutedia chegando a 575 horas maacutexima de espera

por caminhatildeo Um total de 6339 veiacuteculos foram descarregados no final da simulaccedilatildeo (1 ano)

sendo 5330 bitrem e 1069 caminhotildees

6 CONCLUSOtildeES

O presente estudo teve como objetivo principal simular uma operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento do milho de modo a mapear eventuais gargalos operacionais deste processo

no Terminal A Com isso foi possiacutevel observar que dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute

a operaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Em que pese na

operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34 moega 1 e 68 moega

72

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel a gargalos O estudo identificou na

operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos recursos de 67 no gate e 47 nos tombadores

Desta maneira pode-se concluir que apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do

terminal se as perspectivas de aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o

Terminal A estaraacute diante de um iminente gargalo operacional Portanto os resultados indicam

a necessidade de investimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o

aumento crescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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ampp_p_col_id=column-2ampp_p_col_count=1ampp_r_p_-

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75

76

5 Discussatildeo (Artigos)

Os quatro artigos dessa dissertaccedilatildeo buscaram atender os objetivos especiacuteficosapresentados no capiacutetulo 1 O objetivo geral da dissertaccedilatildeo de analisar os fluxos deexportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica do Porto de Santos com basena movimentaccedilatildeo de um terminal exportador de gratildeos de milho eacute verificado pelosquatro artigos cujo a soma busca responder o objetivo Os resultados foram discutidosde forma ampla no conjunto deste trabalho

O primeiro artigo teve caraacuteter exploratoacuterio ou seja buscou apresentar um pa-norama da produccedilatildeo de milho no Brasil de modo a permitir entender a importacircncia dacultura e o seu impacto para o paiacutes Essa anaacutelise eacute relevante pois permite ao pesqui-sador um conhecimento da aacuterea de estudo O artigo foi essencialmente bibliograacuteficocom base em estudos anteriores

Essa pesquisa contribuiu para a justificativa do presente estudo em que seconstatou a relevacircncia da produccedilatildeo nacional e o destaque do cereal para o comeacutercioexterior brasileiro visto que eacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil

O segundo artigo da dissertaccedilatildeo permitiu constatar a importacircncia da do Portode Santos para a logiacutestica de exportaccedilatildeo do cereal tendo como principal exportadoro estado do Mato Grosso maior produtor nacional do milho

Verificou-se a Aacutesia e Oriente Meacutedio como os principais mercados do milhomato-grossense justificando o maior volume de movimentaccedilatildeo do milho na plataformaportuaacuteria de Santos natildeo soacute devido a sua capacidade operacional por possuir seteterminais especifico que operam gratildeos mas tambeacutem pela disponibilidade de rotasmariacutetimas que o porto oferece

O artigo permitiu ainda evidenciar o papel do Porto de Santos bem superior aosegundo lugar o Porto de Paranaguaacute Esses resultados permitiram concluir que umaumento no volume de exportaccedilotildees necessariamente passariam por Santos e umaanaacutelise mais detalhada deste seria necessaacuteria

O proacuteximo passo da pesquisa constitui em encontrar uma forma de mensurar opapel do porto de Santos e sua capacidade de atender uma demanda maior Assimutilizaram-se dados oficiais e modelos de previsatildeo para estabelecer uma tendecircncia decrescimento das exportaccedilotildees do milho brasileiro e seu respectivo volume no Porto deSantos Para capacidade estaacutetica em atender essas flutuaccedilotildees utilizou-se de dadosde um dos principais terminais de gratildeos do porto que disponibilizou as informaccedilotildeesnecessaacuterias para o estudo

Esta pesquisa foi de caraacuteter quantitativo permitindo analisar se o Terminal Atem capacidade operacional para atender as novas demandas de crescimento no fluxo

77

de exportaccedilatildeo do milhoAs previsotildees apresentadas no artigo sinalizaram um deacuteficit na capacidade es-

taacutetica de armazenagem para os proacuteximos cinco anos (20172021) com 39 5775 94 e 115 respectivamente no Terminal A e um consequentemente deacuteficit noPorto de Santos

Por fim uma ultima anaacutelise complementar foi realizada para verificar os impac-tos da entrada desse milho nas operaccedilotildees do terminal A A anaacutelise se concentrou nasoperaccedilotildees de recebimento e armazenagem do milho para posterior embarque E entreas duas operaccedilotildees (rodoviaacuterioferroviaacuterio) a taxa de uso dos recursos dos caminhotildeeseacute mais elevada do que dos vagotildees apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representarapenas 20 do terminal

Os resultados dos artigos III e IV indicaram que caso se concretize a projeccedilatildeodo aumento de demanda internacional pelo milho brasileiro o Porto de Santos e oTerminal A estaratildeo diante de eventuais gargalos operacionais Desta maneira haacute ne-cessidade de ampliar a estrutura de capacidade estaacutetica de armazenagem bem comoos recursos utilizados para o recebimento do milho atraveacutes do modal rodoviaacuterio

78

6 Propostas para Trabalhos Futuros

Com advento da globalizaccedilatildeo da economia o niacutevel competitivo de um paiacutes estaacutena sua capacidade em escoar mateacuterias-primas e produtos Dessa maneira as plata-formas portuaacuterias satildeo fundamentais para a cadeia logiacutestica como para a eficiecircncia deseus serviccedilos As praacuteticas de como o porto se integra e sua a capacidade de gerarvalor para a cadeia eacute fator decisoacuterio para a competitividade dos paiacuteses no mercadointernacional

As commodities agriacutecolas se caracterizam por produtos de alta volatilidadebaixo valor agregado margens apertadas e transporte ineficiente Isso evidencia aindamais a importacircncia da logiacutestica portuaacuteria para ganho de valor competitivo O sistemaportuaacuterio brasileiro tem papel fundamental na ordem econocircmica do Brasil sobretudonas operaccedilotildees de exportaccedilatildeo dos produtos agriacutecolas

Diante do exposto o presente estudo poderaacute subsidiar novas pesquisas quecontribuiratildeo para o aumento da competitividade do milho brasileiro no mercado glo-bal Recomenda-se um estudo voltado para o desenvolvimento de indicadores dedesempenho operacional portuaacuterio para auxiliar o exportador brasileiro na tomada dedecisatildeo no momento da escolha do porto mais eficiente para escoamento do gratildeo

79

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Page 3: Dissertação - Aguinaldo Eduardo de Souza - Programa de ...repositorio.unip.br/.../eng_aguinaldoeduardodesouza.pdfDissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Engenharia de

Ficha elaborada pelo Bibliotecaacuterio Rodney Eloy CRB8-6450

Souza Aguinaldo Eduardo de Panorama das exportaccedilotildees do milho brasileiro via Porto de SantosSP um estudo em um terminal logiacutestico de gratildeos Aguinaldo Eduardo de Souza - 2018 113 f il color + CD-ROM

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista Satildeo Paulo 2018

Aacuterea de concentraccedilatildeo Gestatildeo de Sistemas de Operaccedilatildeo

Orientador Prof Dr Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis

1 Milho 2 Agronegoacutecio 3 Exportaccedilatildeo 4 Logiacutestica 5 Portos I Reis Joatildeo Gilberto Mendes dos (orientador) II Tiacutetulo

AGUINALDO EDUARDO DE SOUZA

PANORAMA DAS EXPORTACcedilOtildeES DO MILHOBRASILEIRO VIA PORTO DE SANTOSSP UMESTUDO EM UM TERMINAL LOGIacuteSTICO DE

GRAtildeOS

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo da Universi-dade Paulista - UNIP para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mes-tre em Engenharia de Produccedilatildeo

Aprovado em

Banca Examinadora

Dr Joatildeo Gilberto Mendes dos ReisUniversidade Paulista - UNIP

Dr Oduvaldo VendramettoUniversidade Paulista - UNIP

Dr Adriano Maniccediloba da SilvaInstituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia de Satildeo Paulo - IFSP

i

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho ao meu avocirc paterno Antonio Gomes (in memoriam) e seusincontaacuteveis conselhos dominicais

A Mariah Eduarda Mazza Cunha de Souza filha amada e eterna companheira

ii

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pelas oportunidades por tudo que sou e tudo que tenhoAo professor orientador Dr Joatildeo Gilberto Mendes do Reis pela confianccedila e

dedicaccedilatildeo Pelos seus conhecimentos disseminados e acima de tudo pelo respeitoque pautaram nossos encontros

A Roberta Sobral Pinto pela compreensatildeo e carinhoA toda a minha famiacutelia Ao meu pai Aguinaldo Eduardo Gomes A minha que-

rida matildee Maria de Lourdes de Souza exemplo de feacute perseveranccedila e dignidadeAos professores do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo

sob a sabia orientaccedilatildeo do professor Dr Oduvaldo Vendrametto que permite um am-biente humanizado

Aos colegas do mestrado pelas manifestaccedilotildees de carinho traduzidas em incon-dicional colaboraccedilatildeo e acolhimento do amigos Emerson Rodolfo Abraham e AtaiacutedePereira Cardoso Junior

Ao Marcos Tokimatsu Khalil pelo apoio permitindo o acesso a suas operaccedilotildeeslogiacutesticas

Ao amigo Juacutelio Cesar Raymundo pelo incentivoAo apoio financeiro da Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel

Superior (CAPES)Por fim a todos que direta e indiretamente experienciaram esta jornada comigo

eterna gratidatildeo

iii

EPIacuteGRAFE

O bem que fizerdes nalgum lugar seraacute teu advogadoem toda parte

Emmanuel

iv

RESUMO

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de commo-dities agriacutecolas A cultura do milho tem contribuiacutedo para o destaque do agronegoacuteciona economia nacional visto que o cereal eacute segundo gratildeo mais cultivado e exportadopelo Brasil No ranking mundial no ano de 2017 o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo demaior produtor de milho e o segundo maior exportador Os aumentos de produtividadeno cultivo do gratildeo ao longo dos uacuteltimos 41 anos no momento do seu escoamentoobservam-se entraves operacionais e uma logiacutestica deficitaacuteria nos portos brasileirosO objetivo deste trabalho consistiu em investigar as exportaccedilotildees do milho brasileiro eanalisar a capacidade do porto de Santos de escoar o milho com base em um termi-nal logiacutestico Como metodologia utilizou-se uma abordagem descritiva exploratoacuteria equantitativa aleacutem de aplicar um modelo de simulaccedilatildeo com vista a dimensionar a capa-cidade operacional do porto Os resultados observados apresentaram um panoramade contiacutenuo crescimento na produccedilatildeo nacional A simulaccedilatildeo apontou eventuais gar-galos na operaccedilatildeo no terminal logiacutestico caso se concretizem o aumento da demandadas exportaccedilotildees do milho

Palavras-chave Milho agronegoacutecio exportaccedilatildeo logiacutestica portos

v

ABSTRACT

Brazil is one of the worldrsquos leading producers and exporters of agricultural commoditiesThe corn crop in turn has contributed to the importance of agribusiness in the nationaleconomy since cereal is the second most cultivated and exported grain in Brazil Inthe world ranking in 2017 Brazil was the third largest producer of maize and the se-cond largest exporter Despite significant increases in productivity in the cultivation ofgrain over the last 41 years at the time of its disposal there are operational obstaclesand a logistics that are still deficient in Brazilian ports In this context the objective ofthis work was to investigate Brazilian corn exports and analyze the capacity of the Portof Santos to dispose of maize based on a logistics terminal For this as a methodo-logy a descriptive exploratory and quantitative approach was used besides applyinga simulation model with the purpose of dimensioning the operational capacity of theport The observed results showed a panorama of continuous growth in the nationalproduction In addition the simulation pointed out eventual bottlenecks in the logisticterminal operation in case the demand for grain exports increases

Keywords Maize agribusiness export logistics ports

vi

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor 42 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006) 63 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617

Fonte CONAB (2018) 84 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB

(2018) 95 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte

CONAB (2018) 96 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-

201677 Fonte CONAB (2018) 117 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018) 118 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 139 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 1310 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b) 1411 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b) 1712 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012) 2013 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016) 3014 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte AN-

TAQ (2018a) 3215 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3416 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b) 3517 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3618 Revista SADSJ 4019 APMS 2017 Hamburg 5420 NETLOG 2018 65

vii

LISTA DE TABELAS

1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b) 162 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007) 223 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a) 264 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003 275 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a) 316 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte

MTPAC (2018a) 327 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a) 338 Artigos publicados do autor 38

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Acre

ADHOC Administradora Hidroviaacuteria Docas Catarinense

AGRAER Agecircncia Regional de Dourados

ANTAQ Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterios

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APMS International Conference Advances in Production

APPA Administraccedilatildeo dos Portos de Paranaguaacute e Antonina

APSFS Autoridade Portuaacuteria Porto Satildeo Francisco do Sul

BA Bahia

CADE Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica

CDC Companhia Docas do Cearaacute

CDC Companhia Docas do Paraacute

CDRJ Companhia Docas do Rio de Janeiro

CDSA Companhia Docas de Santana

CODEBA Companhia Docas da Bahia

CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte

CODESA Companhia Docas do Espirito Santo

CODESP Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo

CODOMAR Companhia Docas do Maranhatildeo

COMAP Companhia Municipal de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

CSCMP Council of Supply Chain Management Professional

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econocircmico

ix

DERSA Desenvolvimento Rodoviaacuterio SA

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DOCAS-PB Companhia Docas da Paraiacuteba

EMAP Empresa Maranhense de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

FIESP Federaccedilatildeo das Induacutestria de Satildeo Paulo

HA Hectare

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IP4 Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pequeno Porte

ITC Trade statistics for international business development

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MS Mato Grosso do Sul

MT Mato Grosso

MTPAC Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil

ONU Organizaccedilatildeo da Naccedilotildees Unidas

PA Paraacute

PIB Produto Interno Bruto

PR Paranaacute

RFB Receita Federal do Brasil

RO Roraima

RS Rio Grande do Sul

SCM Supply Chain Management

SCPAR Santa Catarina Parcerias SA

SDEC-PE Secretaacuteria de Desenvolvimento Econocircmico de Pernambuco

SEP-PR Secretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica

x

SOPH Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondocircnia

SP Satildeo Paulo

SPH Superintendecircncia de Portos e Hidrovias

SUPRG Superintendecircncia do Porto de Rio Grande

T Tonelada

UNCTAD Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento

USDA Departamento de Agricultura dos Estados

xi

SUMAacuteRIO

RESUMO iv

ABSTRACT v

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES vi

LISTA DE TABELAS vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS viii

1 Introduccedilatildeo 111 Motivaccedilatildeo 212 Objetivos 3

121 Objetivo Geral 3122 Objetivos Especiacuteficos 3

13 Organizaccedilatildeo do trabalho 4

2 Revisatildeo da Literatura 521 Origem do milho 522 Produccedilatildeo nacional 723 Regiotildees produtoras 724 Estados produtores 1025 Exportaccedilatildeo do milho 12

251 Panorama nacional 12252 Panorama mundial 15

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito 17261 Histoacuteria 18262 Conceito 18

27 Logiacutestica nas empresas 1928 Atividades logiacutesticas 2229 Portos 23210 Serviccedilos Portuaacuterios 25211 Tipos de portos 26212 Terminais portuaacuterios 29213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro 30214 Porto de SantosSP 34

xii

3 Metodologia 37

4 Artigos 4041 1ordm Artigo 4042 2ordm Artigo 5443 3ordm Artigo 6444 4ordm Artigo 65

5 Discussatildeo (Artigos) 76

6 Propostas para Trabalhos Futuros 78

1

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio ocupa posiccedilatildeo de destaque na economia do Brasil Segundoo Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA (2018) o agronegoacutecioeacute o segmento de maior importacircncia para a economia nacional representando apro-ximadamente 25 do Produto Interno Bruto - PIB O Instituto Brasileiro de Geografiae Estatiacutestica - IBGE (2018a) assevera que houve um crescimento de 10 apoacutes doisanos de queda consecutiva de 35 no PIB nacional fechando o ano de 2017 comR$ 66 trilhotildees

A expansatildeo do agronegoacutecio de 13 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 foi fator de-terminante para a alavancagem do PIB em 2017 IBGE (2018a) Dados estatiacutesticosdo Ministeacuterio da Agricultura evidenciam a relevacircncia do agronegoacutecio para comeacutercioexterior brasileiro Considerando os uacuteltimos 21 anos (1997-2017) sua participaccedilatildeo nabalanccedila comercial brasileira foi de 406 Em 2017 as exportaccedilotildees do agronegoacuteciosomaram US$ 96 bilhotildees ou seja 441 do total da exportaccedilotildees do Brasil encer-rando o ano com US$ 2177 bilhotildees (MAPA 2018)

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo de soja e milho con-sequentemente um dos principais exportadores mundiais de commodities agriacutecolas(Lourenccedilo amp Lima 2009) A implementaccedilatildeo de poliacuteticas governamentais oferta derecursos hiacutedricos condiccedilotildees de clima e solo e pesquisas e tecnologia contribuiacuterampara o destaque da agricultura brasileira no cenaacuterio internacional (Bolfe et al 2016)

Natildeo obstante a soja ser o gratildeo mais cultivado e exportado pelo Brasil a culturado milho vem ganhando espaccedilo no cenaacuterio nacional e no mercado internacional poiseacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil O cereal eacute um dos principais compo-nentes da cadeia alimentar mundial (Reis et al 2016) Em 2017 o Brasil registrou amaior produccedilatildeo do cereal 97 milhotildees t um crescimento de 552 frente ao ano de2016 com 67 milhotildees t (CONAB 2018 IBGE 2018b)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Esta-dos Unidos ndash USDA o milho eacute o gratildeo mais cultivado no mundo Na safra de 201617a produccedilatildeo mundial atingiu 107 bilhotildees t No ranking dos principais produtores mun-diais o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo com 98 milhotildees t atraacutes da China e EstadosUnidos com 219 milhotildees e 384 milhotildees t respectivamente (USDA 2018)

Estudos da USDA (2018) projetam uma produccedilatildeo global de 103 bilhatildeo t parasafra de 201718 e 105 bilhatildeo t para a de 201819 Conforme projeccedilotildees do oacutergatildeoamericano os Estados Unidos permaneceratildeo na lideranccedila absoluta com expectativade produccedilatildeo de 370 e 356 milhotildees t seguido pela China com 215 e 225 milhotildees t e oBrasil com 85 e 96 milhotildees t (201718-201819)

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Em que pese a produccedilatildeo nacional do milho ter alcanccedilado iacutendices de excelecircncianos uacuteltimos 41 anos apontando crescimento aproximado de 408 na produccedilatildeo 335na produtividade e 49 as aacutereas de plantio o milho eacute uma commodity de baixo valoragregado e depende fundamentalmente de um alto potencial logiacutestico (CONAB 2018)

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas a cultivares de alto poten-cial geneacutetico e transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maiordensidade de plantio tem contribuiacutedo significativamente a cultura do milho no Brasile sua capacidade produtiva (EMBRAPA 2018) Quando a produccedilatildeo ultrapassa asfronteiras do campo e inicia o processo de escoamento os gratildeos se defrontam comos gargalos logiacutesticos produzindo assim impactos negativos na competitividade dosprodutos agriacutecolas brasileiros no mercado internacional (Dubke 2006 Wanke amp Hijjar2009 Hilsdorf amp Nogueira Neto 2015 CNT 2017)

O Brasil tem aproveitado a crescente demanda do mercado global O paiacuteseacute o segundo maior exportador mundial de milho ficando atraacutes apenas do EstadosUnidos (USDA 2018) O volume de milho exportado foi de 292 milhotildees t em 2017alcanccedilando seu maior iacutendice em toda seacuterie histoacuterica de exportaccedilatildeo jaacute registrado desdedo ano de 1997 (COMEXSTAT 2018)

Contudo os portos mariacutetimos principal plataforma de escoamento do milhoainda que seja evidenciadas significativas melhorias na sua eficiecircncia operacionalnas uacuteltimas duas deacutecadas observa-se entraves operacionais e uma logiacutestica aindadeficitaacuteria (Souza et al 2017)

Com o aperfeiccediloamento de algumas atividades logiacutesticas de exportaccedilatildeo ndash rece-bimento armazenagem e embarque ndash mais eficientes as mesmas poderatildeo promoverum ganho de competitividade para o cereal brasileiro no comeacutercio global

Sendo assim o presente estudo visa analisar a capacidade operacional deescoamento do gratildeo em portos brasileiros tendo como campo de estudo o Porto deSantosSP considerando que 93 das exportaccedilotildees do milho brasileiro se daacute por viasmariacutetima (COMEXSTAT 2018)

11 Motivaccedilatildeo

A demanda mundial por alimento eacute um desafio para a comunidade internacio-nal Estudos da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas ndash ONU estimam que a populaccedilatildeomundial chegue a 86 bilhotildees em 2030 98 bilhotildees em 2050 e ultrapasse os 112 bi-lhotildees em 2100 (ONU 2018) O crescimento da populaccedilatildeo mundial implica em umgrande desafio aos liacutederes globais para o aumento da produccedilatildeo de alimentos de ma-neira sustentaacutevel

O Brasil se destaca como importante produtor de commodities agriacutecolas Aleacutemdisso protagoniza um papel importante de fornecedor na cadeia alimentar mundial

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cuja exportaccedilotildees do milho tiveram um crescimento exponencial Se comparado o anode 1997 a 2017 o volume do milho com destino ao comeacutercio exterior cresceu 8300sendo exportado 348 mil t em 1997 e 29 milhotildees t em 2017 (COMEXSTAT 2018)

No caso do milho as projeccedilotildees de exportaccedilatildeo do gratildeo tecircm alcanccedilado pata-mares elevados (MAPA 2018) Os estudos da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estadode Satildeo Paulo ndash FIESP asseguram uma variaccedilatildeo positiva de 75 nas exportaccedilotildees docereal para a safra de 202627 em relaccedilatildeo agrave safra 201617 (FIESP 2018)

A relevacircncia da pesquisa justifica-se pelo aumento da demanda global por ali-mentos em decorrecircncia do crescimento demograacutefico mundial USDA (2018) e a opor-tunidade de expansatildeo do cereal nacional no mercado internacional (FIESP 2018)

O presente estudo propotildee uma investigaccedilatildeo no Porto de SantosSP quantoa sua capacidade operacional de exportaccedilatildeo considerando as projeccedilotildees de cresci-mento da demanda internacional pelo milho (MAPA 2017 FIESP 2018)

Para tanto optou-se por delimitar a pesquisa em um terminal portuaacuterio de ex-portaccedilatildeo aqui denominado Terminal A do porto santista cujo complexo portuaacuterio eacuteo principal responsaacutevel pelo fluxo de escoamento do milho brasileiro para o mercadomundial (COMEXSTAT 2018)

12 Objetivos

121 Objetivo Geral

Analisar os fluxos de exportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica doporto de Santos em atender esses fluxos com base na movimentaccedilatildeo de um terminalexportador de gratildeos de milho

122 Objetivos Especiacuteficos

1 Analisar a produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees produtoras

2 Identificar o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasileiro principal porto de escoa-mento e principais mercados compradores

3 Avaliar se a capacidade estaacutetica de armazenagem no Porto de Santos eacute compa-tiacutevel com as crescente demandas de exportaccedilatildeo por meio do Terminal A

4 Simular um processo de operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento de gratildeosde milho visando avaliar a capacidade operacional do terminal

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13 Organizaccedilatildeo do trabalho

Este trabalho estaacute organizado conforme demonstrado pela Figura 1

Figura 1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor

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2 Revisatildeo da Literatura

21 Origem do milho

O milho eacute uma das culturas agriacutecolas mais importante para a sociedade tantonas bases econocircmicas do agronegoacutecio como sociais pois eacute um dos produtos demaior versatilidade na cadeia alimentar mundial Aleacutem de ser utilizado como insumopara alimentaccedilatildeo humana e animal eacute fonte de mateacuterias primas para a agroinduacutestria eproduccedilatildeo de etanol (Diogenes 2011)

Cultivado em quase todas as regiotildees temperadas e tropicais do mundo O milhose adapta em condiccedilotildees abaixo do niacutevel do mar e ateacute 3 mil metros acima do niacutevel domar (CME 2018) As temperaturas adequadas para seu cultivo devem apresentarmeacutedia noturna acima de 128 degC e meacutedia diurna superior a 19 degC Agecircncia Regional deDourados (AGRAER 2018)

Considine (2005) Bernardi et al (2014) Dyer et al (2014) destacam atraveacutesde evidencias cientificas que o milho eacute uma planta de origem mexicana cuja domes-ticaccedilatildeo tem iniacutecio em 7500 a 12000 anos atraacutes na aacuterea central da Mesoameacuterica

Segundo Lerayer (2006) o Meacutexico e a Guatemala satildeo considerados paiacuteses quederam origem ao milho A autora assegura que no vale do Tehucan onde atualmentese localiza o Meacutexico foi encontrada a primeira espiga de milho datada de 7000 aC

O milho (Zea mays L) eacute uma graminea anual membro da famiacutelia das gramiacuteneas(Poaceae) Tem importacircncia secular para cultura alimentar desde a antiguidade e eacutemuito apreciado entre os povos da Ameacuterica Central e do Sul (Vincent 2012)

Para Perry et al (2006) encontraram-se vestiacutegios do cultivo do milho na Ameacute-rica do Sul haacute pelo menos 4000 anos Os iacutendios americanos cultivavam-no em mon-tes Existia uma variaccedilatildeo de espeacutecies plantadas conforme seu uso Com o passar dotempo o meacutetodo foi substituiacutedo por plantio de uma soacute espeacutecie

Atraveacutes de um processo natural de seleccedilatildeo os nativos (astecas e maias) esco-lhiam as espigas de maior vigor mais produtivas e faacuteceis de serem colhidas e arma-zenadas (Lerayer 2006) A Figura 2 ilustra a transformaccedilatildeo da espeacutecie ateacute os dias dehoje

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Figura 2 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006)

A Figura 2 destaca as alteraccedilotildees importantes que ocorreram ao longo da do-mesticaccedilatildeo do milho De uma gramiacutenea com espigas de poucos gratildeos cobertos comuma casca dura para espigas com maior nuacutemero de gratildeos e maiores Com isso aespeacutecie se desenvolveu para variedades com grande capacidade de adaptaccedilatildeo emdiversas altitudes de acordo com o relevo da Ameacuterica Central (Lerayer 2006)

Haacute mais de 300 espeacutecies de milho identificadas no mundo Praticamente todasestas espeacutecies derivam direta ou indiretamente dos trabalhos desenvolvidos pelascivilizaccedilotildees preacute-colombianas (Lerayer 2006)

De acordo com Smith et al (2004) o cereal foi difundido para o hemisfeacuterionorte no final do seacuteculo XV com a chegada dos exploradores europeus em terrasamericanas A partir daiacute iniciou-se um processo de disseminaccedilatildeo inicialmente parao sul da Franccedila e Itaacutelia em 1494 Egito em 1517 Espanha e Portugal em 1575

No final do seacuteculo XVI o milho se encontrava estabelecido em todos os conti-nentes adaptado nos mais variados climas e ambientes (Lerayer 2006)

No Brasil estudos apontam que o cultivo do milho jaacute era praticado antes dachegada dos colonizadores portugueses pelos iacutendios Guaranis que tinham o cerealcom fonte principal de sua dieta alimentar Com a chegada dos portugueses o con-sumo pelo cereal aumentou e foi introduzido nos haacutebitos alimentares dos brasileiros(Bernardi et al 2014)

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22 Produccedilatildeo nacional

O calendaacuterio agriacutecola do milho eacute composto por duas safras A primeira safra deveratildeo o plantio varia de agosto a dezembro A segunda safra de inverno com plantiode janeiro a marccedilo geralmente cultivada apoacutes a colheita da soja na regiatildeo Centro-Sul(DEPEC 2017)

O cereal eacute o principal micronutriente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal As ati-vidades de avicultura e suinocultura satildeo as principais cadeias responsaacuteveis pelo con-sumo da produccedilatildeo nacional e tem importacircncia fundamental na corrente de comeacutercioexterior brasileira (Caldarelli amp Bacchi 2012)

Reis et al (2016) corroboram com Caldarelli amp Bacchi (2012) em seus estu-dos Os autores afirma que o cultivo do milho no Brasil eacute destinado para o consumointerno com duas finalidades produccedilatildeo de raccedilatildeo animal (bovino suiacuteno e frango) eindustrializaccedilatildeo para consumo humano

A produccedilatildeo nacional do milho tem logrado ecircxito e alcanccedilado iacutendices elevadosde crescimento Enquanto as aacutereas destinadas ao cultivo milho obtiveram uma ex-pansatildeo 49 ao longo dos 41 anos saindo de 11 milhotildees de hectares na safra de197677 para 17 milhotildees de hectares para a safra de 20162017

Os registros apontam uma colheita 19 milhotildees t na safra de 197677 Se com-parado com a safra de 201617 com 97 milhotildees t produzidas a produccedilatildeo nacionalcresceu 408 nos uacuteltimos 41 anos

Em termos de produtividade houve um acreacutescimo de 335 no mesmo periacuteodoOs estudos registram na safra de 197677 uma produtividade 12 tonelada por hec-tare contra 55 toneladas por hectare na uacuteltima safra (201617)

O crescimento mais acentuado foi a partir da deacutecada da safra de 199192 Como aumento de demanda pelo cereal e oferta de terras mais baratas propiciaram aexpansatildeo de novas fronteiras agriacutecolas

Diante desta conjuntura pode-se notar um migraccedilatildeo da produccedilatildeo sentido aonorte do pais que ateacute entatildeo concentrava-se nas regiotildees Sul e Sudeste Tendo comodestaque o Centro-Oeste principal regiatildeo produtora do milho (Souza et al 2017)

Outras variaacuteveis contribuiacuteram para a promoccedilatildeo do crescimento da produccedilatildeonacional do milho conforme observa Caldarelli amp Bacchi (2012) acordos internacio-nais desregulamentaccedilatildeo da economia aumento da rentabilidade do produtor com avalorizaccedilatildeo do gratildeo e a pesquisa e novas tecnologias

23 Regiotildees produtoras

O cultivo do milho no Brasil abrange praticamente todas as regiotildees do BrasilEntretanto a maior concentraccedilatildeo estaacute na macrorregiatildeo Centro-Sul (CONAB 2018)

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Um fator importante a ser destacado eacute a contribuiccedilatildeo da segunda safra para aproduccedilatildeo nacional A safrinha como tambeacutem eacute conhecida tem alcanccedilado iacutendices deprodutividade significativos Centro-Oeste (Figura 3)

A alta produccedilatildeo da 2 ordfsafra na regiatildeo Centro-Oeste justifica-se pelo fato de aprodutividade estar associada ao aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes

O cultivo do milho da 2 ordfsafra eacute plantado no local onde eacute colhida a soja elevandoassim seu potencial produtivo (Reis et al 2016)

Figura 3 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617 FonteCONAB (2018)

A regiatildeo Centro-Oeste eacute a maior produtora de milho do Brasil A regiatildeo teve umcrescimento de aproximadamente 980 se comparado a safra de 199091 e 201617com a produccedilatildeo de 45 milhotildees t e 488 milhotildees t respectivamente (CONAB 2018)

O estado do Mato Grosso eacute o principal responsaacutevel pelo protagonismo da ma-crorregiatildeo Centro-Sul na produccedilatildeo nacional

No ranking das regiotildees produtoras em ordem de grandeza Centro-Oeste pro-duziu 48 milhotildees t Sul 27 milhotildees t Sudeste 13 milhotildees t Nordeste 6 milhotildees t e oNorte 2 milhotildees t tendo como base a safra 201617 (Figura 4)

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Figura 4 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB (2018)

Conforme ilustrado na Figura 4 apesar da regiatildeo Norte ser a regiatildeo de menorpotencial produtivo foi a de maior elevaccedilatildeo na produccedilatildeo com aumento de 2183ficando atraacutes do Centro-Oeste com 2417 Em terceiro lugar a regiatildeo Nordeste304 seguida pela Sul 171 Sudeste com 123 considerando os 41 anos de seacuteriehistoacuterica (CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo agrave produtividade ainda que a regiatildeo Centro-Oeste tenha apresen-tado o maior crescimento em termos de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maioreficiecircncia (Figura 5)

Figura 5 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte CO-NAB (2018)

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Conforme ilustrado na Figura 5 a regiatildeo Sul apresenta maior eficiecircncia na pro-dutividade (safra de 201617) com rendimento de 6583 kgha seguida pelo Centro-Oeste Sudeste Norte e Nordeste com 6098 kgha 5820 kgha 3790 kgha e 2557kgha respectivamente A anaacutelise de produtividade considerada a partir da safra de199091 periacuteodo que inicia o grande desenvolvimento no cultivo do milho no Brasil

24 Estados produtores

O cultivo do milho eacute disperso no Brasil podendo ser encontrado nos 26 estadose no distrito federal (Reis et al 2016) Estudos analisados atraveacutes da seacuterie histoacuterica 41anos indicam que o acumulado de produccedilatildeo do cereal no Brasil alcanccedilou 16 bilhatildeo t(CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo ao acumulado da produccedilatildeo por estados dos sete estados brasi-leiros com produccedilatildeo acima de 100 milhotildees t seis estatildeo na macrorregiatildeo Centro-Sul(PR MT MG RS GO e SP) Na macrorregiatildeo Norte-Nordeste apenas o estado daBahia alcanccedilou os 100 milhotildees t produzidas (CONAB 2018)

A macrorregiatildeo Centro-Sul desponta como principal cinturatildeo produtivo do mi-lho no Brasil

O estado da Bahia eacute o principal produtor da macrorregiatildeo Norte-Nordeste com19 milhotildees t produzidas na safra 201617 No acumulado da seacuterie a Bahia foi respon-saacutevel por aproximadamente 28 dos 149 milhotildees t produzidas pelo Norte-Nordesteconsiderando os uacuteltimos 41 anos O estado do Maranhatildeo representou 13 seguidopelo Paraacute 10 Piauiacute e Cearaacute 8 Rondocircnia 7 Sergipe 6 e Tocantins 5 Osestados restantes representaram 23 O Amapaacute eacute o estado com o menor volume003 da produccedilatildeo

As aacutereas de cultivo cresceram 27 no Norte-Nordeste Na safra de 19767726 milhotildees ha eram destinados ao plantio do milho Na uacuteltima safra foi registrado 33milhotildees ha

A macrorregiatildeo Centro-Sul alcanccedilou o 14 bilhatildeo t produzidas no acumulado daseacuterie histoacuterica 41 anos Considerando o ranking dos principais estados produtores oParanaacute se destaca com uma representatividade de 25 da produccedilatildeo total da regiatildeo

Em seguida o Mato Grosso 13 Minas Gerais 12 Rio Grande do Sul 11Goiaacutes e Satildeo Paulo 10 Santa Catarina e Mato Grosso do Sul 6 Os estados commenor representatividade satildeo Distrito Federal e Espirito Santo 04 e Rio de Janeirocom 01

As aacutereas de cultivos no Centro-Sul tiveram uma expansatildeo de 55 entre assafras de 197677 a 201617 Saindo da ordem de 9 milhotildees ha para 14 milhotildees ha

O estado do Paranaacute permaneceu na lideranccedila da produccedilatildeo do gratildeo no Brasilateacute a safra de 199192 Entretanto na deacutecada 1990 Mato Grosso inicia um processo

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de crescimento sem precedentes na produccedilatildeo do milho (Figura 6)

Figura 6 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-201677 Fonte CONAB (2018)

Na safra 201213 Mato Grosso ultrapassa o Paranaacute e assume isoladamente oprimeiro lugar mantendo-se como maior produtor nacional de milho Na uacuteltima safraMato Grosso aferiu 28 milhotildees t produzidas O Paranaacute por sua vez 17 milhotildees t

Figura 7 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018)

A Figura 7 indica que 2 ordfsafra (200405) o estado de Mato Grosso assume alideranccedila de maior produtor com 35 milhotildees t seguido pelo Paranaacute com 34 milhotildeest Na 1 ordfsafra (201617) Mato Grosso produziu 256 mil t e Paranaacute 4 milhotildees t Na 2

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ordfsafra (201617) Mato Grosso foi responsaacutevel por 28 milhotildees t sendo o Paranaacute por13 milhotildees t

No tocante a produtividade o Paranaacute elevou sua produtividade em 184 nosuacuteltimos 41 anos saindo de 2150 kgha (197677) para 6115 kgha (201617) Oestado de Mato Grosso registrou uma elevaccedilatildeo de 437 em sua produtividade nomesmo periacuteodo A CONAB (2018) registrou a produtividade do estado do Mato Grossode 1558 kgha (197677) e 6223 kgha (201617)

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas de plantio na safra de 197677 o Paranaacute dispunha de2153 milhotildees ha e Mato Grosso apenas 247 mil ha Na safra 201617 o Paranaacutedestinou 2917 milhotildees ha apontando um crescimento de 35 Na mesma safraMato Grosso destinou 4639 milhotildees ha para cultura do milho obtendo um acreacutescimode 1776 (CONAB 2018)

A produtividade natildeo resulta somente da disponibilidade de terras agricultaacuteveisNo caso da produccedilatildeo nacional a implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas acultivares de alto potencial geneacutetico correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas emaior densidade de plantio contribuiacuteram para o incremento da produtividade do milho(EMBRAPA 2018)

25 Exportaccedilatildeo do milho

251 Panorama nacional

Com o consecutivo aumento da produccedilatildeo brasileira do gratildeo de milho obser-vado nas uacuteltimas deacutecadas IBGE (2018b) o Brasil tem aproveitado o excedente doconsumo interno para abastecer o mercado internacional A exportaccedilotildees brasileirasde milho tem levado o Brasil a ocupar um lugar de destaque no ranking dos maioresexportadores mundiais de milho (USDA 2018)

Observa-se a relevacircncia das exportaccedilotildees do milho para a balanccedila comercialbrasileira O milho e a soja satildeo os principais produtos agriacutecolas comercializados peloBrasil Juntos representam 80 das exportaccedilotildees brasileiras

Dados estatiacutesticos MAPA (2018) revelam que nos uacuteltimos 20 anos a partici-paccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial representou em meacutedia 40 das expor-taccedilotildees brasileiras (Figura 8)

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Figura 8 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

As exportaccedilotildees do Brasil em 2017 atingiram US$ 217 bilhotildees 18 a mais doano anterior contabilizando US$ 185 bilhotildees O agronegoacutecio foi responsaacutevel em 2017por 44 das exportaccedilotildees fechando o ano com US$ 96 bilhotildees Em relaccedilatildeo ao anode 2016 o agronegoacutecio foi responsaacutevel por 46 das exportaccedilotildees brasileiras ou sejaUS$ 84 bilhotildees conforme ilustrado na (Figura 8)

As exportaccedilotildees do milho nacional alcanccedilaram 29 milhotildees t no ano de 201733 a mais do que o ano anterior que alcanccedilou o volume de 21 milhotildees t como podeser visto na Figura 9 representando US$ 45 bilhotildees

Figura 9 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

No ano de 2017 o Brasil registrou seu maior iacutendice de exportaccedilatildeo do gratildeo como crescimento de 8300 em relaccedilatildeo ao ano de 1997

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Como pode ser visto na Figura 9 a alavancagem das exportaccedilotildees tiveram doisdestaques que valem a pena ser ressaltados o ano de 2001 e 2013 Considerandoque a deacutecada de 1990 as exportaccedilotildees do gratildeo natildeo ultrapassavam o patamar 500mil t a exportaccedilatildeo de 2001 atingiu 5 milhotildees t foi um marco para a seacuterie histoacutericasobretudo por dar iniacutecio a um processo de crescimento efetivo da cultura do milho noBrasil

No ano de 2013 face ao iniacutecio da lideranccedila do Mato Grosso como maior pro-dutor nacional do milho o Brasil registrou o volume de 26 milhotildees t exportadas

Na Figura 10 pode ser visto os dez principais mercados importadores do milhonacional em 2017

Figura 10 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b)

O Iratilde eacute o principal destino das exportaccedilotildees brasileiras com 48 milhotildees t im-portadas O Egito foi o segundo maior importador com 32 milhotildees t em seguidaobserva-se o Japatildeo 29 milhotildees t Espanha 28 milhotildees t Vietnatilde 26 milhotildees t China17 milhatildeo t Coreacuteia do Sul 17 milhatildeo t Malaacutesia 14 milhatildeo t Bangladesh 10 milhatildeo te Holanda com 800 mil t

A Tabela 1 apresenta o rol dos principais paiacuteses compradores do gratildeo brasileirono ano de 2017 Em relaccedilatildeo as cifras agraves exportaccedilotildees do gratildeo atingiram US$ 46bilhotildees

Quanto ao fluxo de comeacutercio por continente a Aacutesia foi o maior parceiro comer-cial do Brasil no ano de 2017 Observa-se por ordem de grandeza a representatividade

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de cada continente nas transaccedilotildees com o Brasil conforme descrito abaixo

bull Aacutesia 56

bull Europa 17

bull Aacutefrica 15

bull Ameacuterica 7

bull Oriente Meacutedio 5

Tambeacutem se verificou na Tabela 1 os trecircs principais paiacuteses compradores porcontinente em ordem de grandeza

bull Aacutesia (Iratilde 29 Japatildeo 18 e Vietnatilde 16)

bull Europa (Espanha 58 Holanda 16 e Portugal 13)

bull Aacutefrica (Egito 75 Argeacutelia 12 e Marrocos 11)

bull Ameacuterica (Repuacuteblica Dominicana 32 Meacutexico 26 e Boliacutevia 8)

bull Oriente Meacutedio (Araacutebia Saudita 48 Israel 23 e Jordacircnia 11)

252 Panorama mundial

Dentre os cinco principais exportadores mundiais do milho em 2017 os Esta-dos Unidos lideraram o ranking com 53 milhotildees t seguido pelo Brasil 29 milhotildees tArgentina 23 milhotildees t Ucracircnia 19 milhotildees t e Ruacutessia 5 milhotildees t (ITC 2018a)

Referente a participaccedilatildeo no mercado global os Estados Unidos detiveram em2017 32 seguido pelo Brasil 16 Argentina 13 Ucracircnia 10 e Ruacutessia com 3(ITC 2018a)

A Figura 11 apresenta os principais importadores globais de milho sendo oJapatildeo o maior comprador mundial em 2017 As importaccedilotildees mundiais no mesmo anoalcanccedilaram 154 milhotildees t representando cerca de US$ 32 bilhotildees

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Tabela 1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b)

Importadores Bilhotildees US$ Milhotildees (t)Crescimento 20132017 (pa)

Mundo 4631046 29266361 2Iratilde 782609 4832976 18Egito 501040 3226017 17Japatildeo 451951 2945944 2Espanha 436927 2868390 36Vietnatilde 412219 2637305 16Taipei 270286 1760043 -5Coreacuteia do Sul 264914 1716964 -15Malaacutesia 232869 1494622 11Bangladesh 158604 1016715 -Paiacuteses Baixos 121940 801673 9Repuacuteblica Dominicana 108546 694240 7Araacutebia Saudita 106663 680764 -10Portugal 99985 643886 15Meacutexico 90430 562833 70Argeacutelia 78619 493866 -11Marrocos 75963 484981 -25Israel 50411 320661 13Irlanda 50349 329080 48Itaacutelia 34582 235049 31Paraguai 29441 8744 12Estados Unidos da Ameacuterica 29370 124983 -17Venezuela 27708 179454 -17Jordacircnia 24797 163565 2Guatemala 20279 131678 4Cuba 17974 110700 -10Indoneacutesia 17731 111026 -42Emirados Aacuterabes Unidos 16273 81401 -8Nicaraacutegua 13202 86940 7El Salvador 11692 78049 20Reino Unido 9811 59006 14Costa Rica 9486 61415 3Liacutebano 9386 62287 265Tuniacutesia 9141 58392 -65Omatilde 9001 57762 16Colocircmbia 7535 2272 -66Argentina 7369 2335 13Filipinas 5486 33110 126Kuwait 4567 31596 -27Peru 3745 11098 -39Angola 3286 17886 -35China 2707 17190 -1Boliacutevia 2368 4487 5Equador 2237 824 -67

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Figura 11 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b)

A Figura 11 aponta que as importaccedilotildees do Japatildeo somaram US$ 308 bilhotildeesseguida pelo Meacutexico US$ 285 bilhotildees Coreacuteia do Sul US$ 178 bilhatildeo Egito US$ 172bilhatildeo Espanha US$ 148 bilhatildeo Vietnatilde US$ 130 bilhatildeo Holanda US$ 118 bilhatildeoItaacutelia US$ 110 bilhatildeo e Iratilde US$ 108 bilhatildeo

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito

Com o advento da globalizaccedilatildeo os mercados tornaram-se cada vez mais di-nacircmicos e competitivos A concorrecircncia eacute global um cenaacuterio constante e irreversiacutevelcolocando as organizaccedilotildees em permanente risco de sobrevivecircncia

Embora a produccedilatildeo de commodities agriacutecolas tenha suas especificidades e de-penda exclusivamente de terras disponiacuteveis diminuindo o surgimento de novos com-petidores a busca por eficiecircncia operacional tem sido um objetivo contiacutenuo das orga-nizaccedilotildees que atuam no agronegoacutecio

O milho eacute uma commodity e distinguem-se por ser um produto de alta volatili-dade baixo valor agregado e margens apertadas Portanto a busca por uma logiacutesticade escoamento eficiente agregando valor ao produto eacute requisito fundamental para oscompetidores do setor

No caso do Brasil importante fornecedor mundial o desempenho da logiacutesticaportuaacuteria eacute corresponsaacutevel por manter a competitividade do milho brasileiro no co-meacutercio internacional

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261 Histoacuteria

A logiacutestica remonta os primoacuterdios da humanidade muito antes do termo sercriado Atividades logiacutestica satildeo observadas em relatos biacuteblicos quando o faraoacute exigiaque fosse feita a armazenagem de alimentos em decorrecircncia de um sonho sobrevacas magras e gordas interpretado por Joseacute em que haveria sete anos de fartura esete anos de escassez alimentar (Reis et al 2015)

Outra evidecircncia satildeo as piracircmides do Egito Inconcebiacutevel acreditar que umaobra de tal magnitude pudesse ser concluiacuteda sem atividades que administrassem amovimentaccedilatildeo armazenagem e transporte de blocos de pedras aleacutem de alocar ossuprimentos para milhares de escravos encarregados da sua construccedilatildeo

No acircmbito militar a logiacutestica tem sido estrateacutegica e a histoacuteria tem comprovadoisso Eacute bem provaacutevel que expansatildeo do impeacuterio de Alexandre o Grande se invia-bilizasse caso natildeo houvesse uma logiacutestica que garantissem os suprimentos a suastropas

As grandes navegaccedilotildees entre os seacuteculos XV e XVII tambeacutem foram beneficiadaspelos conceitos logiacutesticos Impossiacutevel imaginar as caravelas mar adentro em buscade novas terras sem viacuteveres que pudessem suprir as necessidades da tripulaccedilatildeo Dealguma forma naquela eacutepoca jaacute havia planejamento de suprimentos para as viagensem busca de terras novas

A origem da expressatildeo logiacutestica eacute uma evoluccedilatildeo do verbo loger que significaalojar Termo militar usado para definir a arte de transportar abastecer e alojar tropasem campanha (Rodrigues 2014)

Segundo Rodrigues (2014) a primeira definiccedilatildeo de logiacutestica foi cunhada pelogeneral francecircs das tropas de Napoleatildeo Bonaparte Baratildeo Antonie Henri de Jomini(1789-1869) Para Jomini a palavra logistique deriva de um posto existente no exeacuter-cito francecircs ocupado pelo Marechal des Logis encarregado das atividades de deslo-camento alojamento e acampamento das tropas em combate

Posteriormente o termo logiacutestico tomou um significado mais amplo no usomilitar principalmente pelos norte-americanos na Segunda Guerra Mundial e segui-damente pela induacutestria

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica foi empregada muito tempo no con-texto militar atribuindo-se a derrota dos britacircnicos na Guerra de Independecircncia norte-americana pela ineficiecircncia de abastecimento de suprimentos agraves tropas britacircnicas

262 Conceito

Apesar da logiacutestica estar bastante disseminada no acircmbito organizacional e aca-decircmico ainda eacute do senso comum reduzi-la somente a atividade de transporte (Re-zende et al 2005)

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Haacute muita desinformaccedilatildeo a respeito da logiacutestica Mais que uma atividade detransporte a logiacutestica eacute o gerenciamento do fluxo de mercadoria desde o ponto deorigem ateacute o ponto de consumo (Ludovico 2010)

Ao longo dos anos vaacuterios estudos corroboraram para o entendimento do con-ceito de logiacutestica Para Ballou (2007) a logiacutestica deve prover serviccedilos de forma adiminuir a lacuna entre o ponto de produccedilatildeo e ponto de consumo de modo que osconsumidores tenham disponiacuteveis produtos e serviccedilos nas condiccedilotildees que desejamquando e onde quiserem

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica eacute um processo de gestatildeo estrateacutegicaque contribui para maximizaccedilatildeo da rentabilidade visando custo benefiacutecio atraveacutes dasatividades de movimentaccedilatildeo e armazenagem de materiais gerenciamento de esto-ques por meio dos fluxos de informaccedilotildees relacionados

Para Donato (2012) a logiacutestica eacute uma aacuterea de gestatildeo tendo o objetivo de prevere prover recursos para a execuccedilatildeo de todas as atividades organizacionais O autorassevera a gestatildeo de suprimentos transportes movimentaccedilatildeo e armazenamento demateriais processamento de pedidos e gerenciamento de informaccedilotildees e retorno deprodutos como atividades da logiacutestica

Reis et al (2015) apontam a logiacutestica como atividades que visam atender re-quisitos de pontualidade disponibilidade e qualidade de produtos e serviccedilos aliadosao preccedilo justo e competitivo

Para o Conselho de Profissionais da Cadeia de Suprimentos CSCMP (2018)entidade de renome mundial a logiacutestica eacute a atividade voltada ao planejamento imple-mentaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e efetivo de armazenamento de mercadoriasserviccedilos e informaccedilotildees relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumovisando suprir os requisitos dos clientes

Percebe-se um consenso nas obras analisadas De modo geral os autoresafirmam que os objetivos da logiacutestica eacute prover ao cliente final produtos e serviccedilos comqualidade na quantidade e no tempo certo com o menor preccedilo possiacutevel

27 Logiacutestica nas empresas

A logiacutestica interfere em vaacuterias atividades do cotidiano da sociedade e das em-presas quanto a custos tempo e eficiecircncia

Existe uma vasta literatura a respeito da logiacutestica empresarial e sua evoluccedilatildeo(Rezende et al 2005 Ballou 2007 Vantine 2012 Bowersox et al 2014 Novaes2015 Pires 2016) Por questotildees didaacuteticas optou-se por elencar cinco fases evolutivasda logiacutestica nas empresas como pode ser visto na Figura 12

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Figura 12 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012)

A partir da deacutecada de 1950 com os avanccedilos tecnoloacutegicos desenvolvimentode novos produtos mudanccedila de comportamento dos consumidores e consequente-mente uma maior necessidade de distribuiccedilatildeo de produtos exigiram o aumento danecessidade da logiacutestica nas empresas

Ballou (2007) classifica as deacutecadas de 1950 ateacute 1970 como o periacuteodo de de-senvolvimento Em sua obra o autor destaca quatro pilares de estudo para o de-senvolvimento da logiacutestica empresarial alteraccedilotildees e novos padrotildees de demanda doconsumidor pressatildeo custos nas induacutestrias evoluccedilatildeo na tecnologia de computadorese influecircncia dos estudos da logiacutestica militar

No final desses anos as universidades comeccedilavam a ofertar cursos na aacutereasurgem as primeiras literaturas com abordagem do tema empresas iniciam os primei-ros testes de implantaccedilatildeo das novas ideias e surge o primeiro Conselho de Adminis-traccedilatildeo da Distribuiccedilatildeo Fiacutesica (Ballou 2007)

Em 1970 evidencia-se o desenvolvimento de estrateacutegias com foco na adminis-traccedilatildeo de materiais e distribuiccedilatildeo fiacutesica Graccedilas aos processos flexiacuteveis de produccedilatildeoconforme Novaes (2015) foi possiacutevel a oferta de novos produtos com variadas corestipos e tamanhos Com um vasto leque de oferta de novos produtos aos consumido-res houve um aumento significativo nos estoques ao longo da cadeia de produtivaCom isso passou a ser necessaacuterio uma maior racionalizaccedilatildeo com vista ao menorcustos e maior eficiecircncia

Outros apontamentos ressaltados por Novaes (2015) foram os custos de trans-ferecircncia e distribuiccedilatildeo Com a crise do petroacuteleo em 1970 os combustiacuteveis sofreramum aumento abrupto O aumento populacional nos centros urbanos expansatildeo defrotas de veiacuteculos crescimento territoriais das cidades elevaram potencialmente oscongestionamentos Esses fatores aliados com as limitaccedilotildees de movimentaccedilatildeo de

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caminhotildees em horaacuterio comerciais resultaram no aumento dos custos de transporte edistribuiccedilatildeo

A deacutecada de 1980 com a explosatildeo de novas tecnologias propicia a integraccedilatildeodos processos surgindo o conceito de logiacutestica integrada Essa deacutecada foi caracte-rizada pelo emprego de tecnologias de informaccedilatildeo e sistema de comunicaccedilatildeo quepromoveram uma forte integraccedilatildeo da logiacutestica (Rezende et al 2005)

A efetiva integraccedilatildeo foi favorecida pela implantaccedilatildeo do EDI - Intercacircmbio Ele-trocircnico de Dados essencial para a atualizaccedilatildeo de dados em tempo real e troca dedocumento em toda a cadeia Outro fato relevante foi a introduccedilatildeo do coacutedigo de barraspara controle de estoque

A coleta de dados e o fluxo de informaccedilotildees que eram realizadas manualmentepassaram a ser realizadas de forma automaacutetica com o emprego de tecnologias decaptura de dados (radiofrequecircncia) eliminando a morosidade nos processos e miti-gando fontes de erro (Bowersox et al 2014)

Apoacutes os anos de 1990 com a integraccedilatildeo e maior comunicaccedilatildeo entre fornecedo-res distribuidores e clientes surge entatildeo de maneira mais disseminada o conceito deSCM (Supply Chain Management) ou seja gerenciamento da cadeia de suprimentos

Apesar de alguns autores asseverarem que o termo SCM jaacute era aplicado deforma rudimentar nos anos 1970 e 1980 o interesse pelo SCM foi fortemente difundidonas empresas a partir dos anos 1990 (Pires 2016)

Com o advento da globalizaccedilatildeo emergem mercados e competidores globaise o desempenho das organizaccedilotildees em termos de custos e eficiecircncia tornou-se umaquestatildeo de sobrevivecircncia A gestatildeo da cadeia de suprimentos eacute uma estrutura estra-teacutegica e consiste na colaboraccedilatildeo entre empresas com intuito a melhorar a eficiecircnciaoperacional gerando condiccedilotildees de maior grau de competitividade das organizaccedilotildees(Bowersox et al 2014)

A finalidade da cadeia de suprimento eacute maximizar o valor gerado Chopra ampMeindl (2011) destacam o valor como o excedente gerado pela cadeia de suprimentoPara os autores valor eacute a diferenccedila entre o que o produto entregue vale para o clientee o custo total incidente em todas as atividades da cadeia de suprimento em levaro produto ateacute o cliente O sucesso de uma cadeia de suprimentos estaacute diretamenteligado agrave sua lucratividade quanto maior a lucratividade mais bem-sucedida a cadeiaeacute

Por fim apoacutes os anos 2000 intensifica-se o crescimento nas parcerias entre asempresas para execuccedilatildeo dos processos produtivos com vista ao aumento da eficiecircn-cia operacional e o uso intensivo da internet para comercializaccedilatildeo eletrocircnica

Os relacionamentos interorganizacionais eacute a chave de sucesso para uma ca-deia de suprimentos sustentaacutevel Quando as empresas compreendem e reconhecema dependecircncia entre fornecedores eou clientes estabelece-se entatildeo um ambiente

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para colaboraccedilatildeo (Bowersox et al 2014) A ideia eacute o trabalho compartilhado intelec-tual e operacionalmente O eixo central das relaccedilotildees colaborativas eacute a integraccedilatildeo dosrecursos humanos financeiros e teacutecnicos visando o aumento da eficiecircncia e o niacutevelde serviccedilos ao cliente

28 Atividades logiacutesticas

Com vistas a atingir os objetivos logiacutesticos de custos e niacutevel de serviccedilo Ballou(2007) elenca trecircs atividades fundamentais da logiacutestica empresarial conforme podeser visto na Tabela 2

Tabela 2 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007)

ATIVIDADES

Primaacuteria Apoio

TransporteManuseio de materiaisEmbalagem e proteccedilatildeo

Manutenccedilatildeo de estoqueProgramaccedilatildeo do produtoManutenccedilatildeo de informaccedilotildees

Processamento de pedidosArmazenamentoObtenccedilatildeo

Atividade de transporte ndash Eacute essencial para a logiacutestica empresarial Aleacutem derepresentar em meacutedia dois terccedilos de todos custos logiacutesticos nenhuma empresa eacutecapaz de operar sem movimentar suas mateacuterias-primas e seus produtos acabados

Transporte entende-se como vaacuterios recursos para a o deslocamento de car-gas O gerenciamento estaacute ligado ao processo decisoacuterio de escolha do modo detransporte utilizaccedilatildeo da capacidade de veiacuteculos e definiccedilatildeo de roteiros O rodoviaacuterioaeacutereo aquaviaacuterio e ferroviaacuterio satildeo os modos de transporte mais conhecidos (Ballou2007)

Ballou (2007) designa duas atividades de apoio agrave atividade de transporte ma-nuseio de materiais embalagem de proteccedilatildeo A primeira estaacute relacionada com aarmazenagem e manutenccedilatildeo de estoques Essa atividade eacute desenvolvida no localde estocagem tendo como principais processos seleccedilatildeo de equipamento de movi-mentaccedilatildeo procedimentos de formaccedilatildeo de pedidos transferecircncia de mercadoria ateacuteo ponto de recebimento daiacute vai para o deposito ateacute ponto de estocagem e da esto-cagem para despacho etc A segunda atividade embalagem de proteccedilatildeo tem comoobjetivo garantir a integridade dos produtos Um bom projeto de embalagem permitea movimentaccedilatildeo sem quebras e com maior eficiecircncia

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Manutenccedilatildeo de estoques ndash O gerenciamento de estoque corresponde a umaparcela significativa dos custos logiacutesticos As empresas almejam a entrega dos produ-tos aos seus clientes imediatamente agrave produccedilatildeo eliminaccedilatildeo dos custos de estoquesContudo na praacutetica isto eacute inviaacutevel natildeo raro os estoques atuam como amortecedoresentre a oferta e a demanda tornando a manutenccedilatildeo de estoques uma atividade-chaveda logiacutestica

Para o desenvolvimento dessa atividade Ballou (2007) aponta como premis-sas a programaccedilatildeo do produto volume lugar e onde devem ser produzidos tendocomo enfoque a distribuiccedilatildeo ou seja o fluxo de saiacuteda Outra atividade de apoio eacute amanutenccedilatildeo da informaccedilatildeo As informaccedilotildees de localizaccedilatildeo de cliente volume de ven-das estoques apoiam as atividades primaacuterias satildeo essenciais para a gestatildeo e controlelogiacutestico

Processamento de pedidos ndash Essa atividade tem em vista o tempo neces-saacuterio em levar bens e serviccedilos aos clientes O gerenciamento do lead time eacute umdos fatores mais importantes do processamento de pedidos pois contribui para o au-mento do niacutevel de serviccedilos oferecido pelas empresas considerando que o lead timeeacute tempo computado entre o momento do pedido do cliente ateacute a chegada do produtono mesmo

A armazenagem e suas atividades (configuraccedilatildeo do armazeacutem localizaccedilatildeo di-mensionamento de aacuterea arranjo fiacutesico projeto de docas etc) eacute uma atividade deapoio ao processamento de pedidos Outra atividade de apoio importante para osobjetivos do processamento de pedidos eacute a obtenccedilatildeo Essa atividade diz respeitoa fontes de suprimentos modelo de programaccedilatildeo de compras e da forma como osprodutos satildeo comprados

O autor adverte que a obtenccedilatildeo se difere de compras pois compras envolvematividades muito mais detalhadas como por exemplo negociaccedilatildeo de preccedilos avaliaccedilatildeode vendedores etc A obtenccedilatildeo refere-se aos processos exclusivamente relacionadosa tarefas de logiacutestica Por essa razatildeo substitui o termo compras por obtenccedilatildeo

As operaccedilotildees de logiacutestica visam atender as necessidades das empresas emprover produtos aos seus clientes quando e onde eles quiserem Dessa maneira astrecircs atividades satildeo centrais para as organizaccedilotildees por isso satildeo classificadas comoatividades primaacuterias (Ballou 2007)

29 Portos

O porto se caracteriza como uma aacuterea abrigada das ondas e correntes mariacute-tima e dependendo da sua localizaccedilatildeo situa-se agrave beira de oceanos lagos e rios Pos-sui uma estrutura intermodal oferecendo condiccedilotildees para operaccedilotildees de transbordo decargas de vaacuterios tipos O transbordo pode ser definido como operaccedilotildees de transferecircn-

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cia entre modos de transportes ou natildeo Por exemplo uma movimentaccedilatildeo de cargasde uma navio para outro de um navio para um trem de um navio para um caminhatildeoou vice-versa (Rojas 2014)

Uma estrutura portuaacuteria se caracteriza como terminal multimodal em que existeuma conexatildeo de vaacuterios modos de transporte para a movimentaccedilatildeo e armazenagem decargas importadas ou destinadas agrave exportaccedilatildeo A eficiecircncia operacional do porto estaacutediretamente relacionada agrave abrigo profundidade e acessibilidade canal de acessobacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ouaquaviaacuterios (Alfredini amp Arasaki 2009)

Cruz et al (2014) e Carvalho (2009) apud Silva (2010) atribuem as principaisfunccedilotildees de um porto a) oferecer condiccedilotildees adequadas para a efetividade operacionaldo escoamento das cargas b) garantir a acessibilidade mariacutetima aos navios comvista a atender ao mais eficiente ciclo operacional dos mesmos c) prover a seguranccedilados navios na entrada e saiacuteda do porto no interior da bacia portuaacuteria garantindo aseguranccedila da vida dentro dos limites do porto d) assegurar a eficiente proteccedilatildeo aomeio ambiente

No tocante ao perfeito funcionamento de um complexo portuaacuterio trecircs fatoresdevem ser considerados responsaacuteveis pela sua eficiecircncia operacional infraestruturaportuaacuteria infraestrutura fiacutesica e superestrutura e processo aduaneiro

Infraestrutura portuaacuteria compreende vaacuterios elementos conectados que im-pactam diretamente no tipo de navio que atracara em determinado porto e as carac-teriacutesticas das cargas a serem movimentas (David amp Stewart 2010)

O primeiro elemento relacionado agrave infraestrutura portuaacuteria eacute a profundidade daaacutegua dos portos tanto no canal de acesso ndash trecho de hidrovia que liga o porto aomar aberto - quanto ao berccedilo de atracaccedilatildeo Navios cada vez maiores voltados paraoperaccedilotildees de larga escala exigem portos com profundidade de aacutegua compatiacutevel comas dimensotildees das embarcaccedilotildees (David amp Stewart 2010)

Outros desdobramentos referente agrave infraestrutura portuaacuteria satildeo apontados porAlfredini amp Arasaki (2009) tais como bacia de evoluccedilatildeo aacutereas destinadas a manobradas embarcaccedilotildees dentro do porto para atracaccedilatildeo e desatracaccedilatildeo As bacias de evo-luccedilatildeo devem estar protegidas de ondas fortes correntes e ventos bem como livre depassagens de dutos e cabos submarinos e outras obstruccedilotildees

As operaccedilotildees de dragagem tambeacutem satildeo elementos necessaacuterios para uma boainfraestrutura portuaacuteria A dragagem permite o aprofundamento dos canais e berccedilosde atracaccedilatildeo por meio de remoccedilatildeo de materiais do fundo submersos Existem basi-camente dois tipos de dragagem a) aprofundamento visa aumentar a profundidadee ou largura dos canais de acesso e bacias dos portos e b) ambiental para retiradade sedimentos contaminados Por fim obras de abrigos portuaacuterios guias correntesquebra-mares molhes etc (Ludovico 2010)

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Infraestrutura fiacutesica - compreende as instalaccedilotildees portuaacuterias em si Ancora-douros docas cais piacuteeres de acostagem e atracaccedilatildeo edifiacutecios e vias de circulaccedilatildeointerna (Ludovico 2010) A superestrutura satildeo os equipamentos destinados as ope-raccedilotildees de embarque e descarga Via de regra os equipamentos de movimentaccedilatildeoportuaacuteria satildeo classificados como equipamento de movimentaccedilatildeo de cais de paacutetio ede transferecircncia (Patriacutecio 2015)

Os equipamentos de movimentaccedilatildeo de cais tambeacutem conhecidos como equi-pamentos de costado tem como principal funccedilatildeo movimentaccedilatildeo de cargas nas ope-raccedilotildees de embarque e descarga de navios Os equipamentos de paacutetios usualmentesatildeo destinados a movimentaccedilatildeo de cargas de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo Jaacute os equipa-mentos de transferecircncias servem para movimentar cargas de transferecircncia do naviopara o paacutetio ou vice-versa

Processo aduaneiro - refere-se agraves condiccedilotildees necessaacuterias para o tratamentoadministrativo de exportaccedilatildeo ou importaccedilatildeo Diz respeito aos tracircmites que as merca-dorias devem obedecer ao sair ou entrar em territoacuterio nacional (Souza 2014) Outrofator a considerar satildeo os entraves burocraacuteticos e o tempo de respostas da aduana eoutros oacutergatildeos intervenientes do comeacutercio exterior

210 Serviccedilos Portuaacuterios

Segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica - CADE o complexoportuaacuterio eacute fundamental para a cadeia logiacutestica e a eficiecircncia de seus serviccedilos Adinacircmica de como o porto se integra e sua capacidade de gerar valor para a cadeia eacutefator decisoacuterio para escolha do porto pelas companhias de navegaccedilatildeo (CADE 2013)

Para ANTAQ (2018a) os serviccedilos prestados por um porto satildeo classificados emtrecircs categorias serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios serviccedilos de movimentaccedilatildeode cargas e serviccedilos complementares aos armadores e aos donos de mercadorias

Serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios ndash a funccedilatildeo desses serviccedilos eacuteatender as necessidades dos armadores e seus navios Existe uma gama de presta-dores de serviccedilos administraccedilatildeo do porto instituiccedilotildees puacuteblicas e empresas privadasconforme Tabela 3

Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas ndash a funccedilatildeo diz respeito a manuseio decargas a bordo do navio com atividade de estiva (transbordo embarque descargapeaccedilatildeo despeaccedilatildeo conferencia) atividades de terra ou capatazia (transporte internoconferecircncia das mercadorias etc)

Comumente satildeo serviccedilos demandados pelos armadores e donos das mercado-rias providos pelo operador portuaacuterio e ou pela administraccedilatildeo do porto Os serviccedilosoferecidos pelos operadores portuaacuterios aos armadores que repassam esses custosaos donos das mercadorias (exportadores e importadores) em forma de taxa handling

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Tabela 3 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a)

SERVICcedilO PRESTADOR DE SERVICcedilO

Agenciamento de navio Agecircncia MariacutetimaAuxilio a navegaccedilatildeo e uso defaroacuteis

Marinha do Brasil

Inspeccedilatildeo sanitaacuterio nos na-vios

ANVISA ndash Agecircncia Nacionalde Vigilacircncia Sanitaacuteria

Controle de entrada e saiacutedade estrangeiros

Policia Federal

Inspeccedilatildeo Aduaneira RFB ndash Receita Federal doBrasil

Praticagem Associaccedilatildeo dos PraacuteticosRebocagem Empresa de rebocadores

portuaacuteriosVigias portuaacuterios Trabalhadores portuaacuteriosAtracaccedilatildeo Operador do terminal ou ad-

ministraccedilatildeo do porto

incluiacutedo nos custos do frete mariacutetimoServiccedilos complementares ndash serviccedilos especiacuteficos aos armadores preacute estiva-

gem conferecircncia de lacre transbordo movimentaccedilatildeo de contecircineres vazios rechegoou serviccedilos prestados aos donos de cargas ova e desova de contecircineres transportede contecirciner vazio pesagem etc

211 Tipos de portos

Nos primoacuterdios os portos eram apenas porta de acesso aos continentes oupaiacuteses separados pelos oceanos Para a concepccedilatildeo de um porto bastava estar pro-tegido dos ventos localizados em aacuteguas tranquilas protegido muitas vezes de baixaprofundidade localizados em margens de baia ou em foz de rios (Rodrigues 2007)

O porto dispunha de trapiches de madeiras ou de pedras solidificadas por ar-gamassa de oacuteleo de baleia A partir das deacutecadas de 1950 e 1960 evidencia-se umprocesso de evoluccedilatildeo Os portos tradicionais esboccedilam uma trajetoacuteria de melhora-mento transformam-se em centros de serviccedilos comerciais e industriais (Rodrigues2007)

A Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento - UNC-TAD em seu relatoacuterio classifica os portos em trecircs categorias de geraccedilotildees baseadasem trecircs criteacuterios ldquoPoliacutetica de desenvolvimento portuaacuterio estrateacutegia e atitude Exten-satildeo e alcance das atividades portuaacuterias Integraccedilatildeo das atividades e organizaccedilotildeesportuaacuteriasrdquo (UNCTAD 1992)

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Tabela 4 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003

1ordfGERACcedilAtildeO 2ordfGERACcedilAtildeO 3 ordfGERACcedilAtildeO

Antes dos Anos 1960 Apoacutes os anos 1960 Apoacutes os anos 1980

Atitude e Es-trateacutegia de De-senvolvimento

ConservadoraInterface dos modosde transporte

ExpansionistaCentro de Trans-porte Comercial eIndustrial

Transporte Inte-grado e PlataformaLogiacutestica para oComeacutercio Internaci-onal

Atividades Carga DescargaArmazenagem Ser-viccedilos de Navegaccedilatildeo

Atividades da 1 ordfaGeraccedilatildeo Transfor-maccedilatildeo da CargaServiccedilos Comer-ciais e Industriaisvinculados aosNavios

Atividades da 1 ordfe 2ordfgeraccedilatildeo Distribui-ccedilatildeo de Informaccedilotildeese Carga AtividadesLogiacutesticas

Caracteriacutesticasda Organiza-ccedilatildeo

Baixa relaccedilatildeo en-tre o Porto e seusUsuaacuterios

Relaccedilatildeo proacuteximaPorto e UsuaacuterioBaixa integraccedilatildeoentre atividades noPorto

Integraccedilatildeo comuni-dade portuaacuteriaIntegraccedilatildeo do PortoRede de Comeacutercioe Transporte

CaracteriacutesticasdaProduccedilatildeo deServiccedilo

Foco no Fluxo deCargasBaixo valor agre-gado

Fluxo de CargaServiccedilos IntegradosValor Agregado Meacute-dio

Fluxo e Distribuiccedilatildeode Carga e Informa-ccedilotildeesServiccedilos Muacuteltiplos

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Para UNCTAD (1992) conforme ilustrado na Tabela 4 na 1ordfgeraccedilatildeo observa-seportos isolados das atividades de transporte e comeacutercio Nesse estaacutegio havia poucaatenccedilatildeo agraves necessidades dos usuaacuterios do porto e a promoccedilatildeo do marketing portuaacuterioraramente era considerada O porto possuiacutea seus proacuteprios sistemas de informaccedilatildeoestatiacutestica e documental sem compatibilidade com sistemas dos usuaacuterios do porto

Observa-se tambeacutem um porto independente e com uma forte atuaccedilatildeo de po-der em relaccedilatildeo agraves outras atividades econocircmicas A relaccedilatildeo do porto com o municiacutepioeacute praticamente nula e o niacutevel de cooperaccedilatildeo eacute inexistente tendo como consequecircnciaplanos de desenvolvimentos separados

As atividades portuaacuterias e as empresas portuaacuterias eram isoladas uma dasoutras tomando decisotildees independentes A movimentaccedilatildeo era lenta produtividadebaixa e as atividades com os usuaacuterios eram isoladas e natildeo com o porto como todo

Na 2 ordfgeraccedilatildeo segundo UNCTAD (1992) os usuaacuterios governos autoridadesportuaacuterias e prestadores de serviccedilos portuaacuterios jaacute tinham uma compreensatildeo maisampla das funccedilotildees dos portos mariacutetimos

Nessa geraccedilatildeo o porto comeccedila a ofertar aos usuaacuterios atividades aleacutem de cargae descarga que ateacute entatildeo estavam condicionados a atividades tradicional do portoInicia-se um processo de implantaccedilatildeo de gestatildeo e poliacuteticas portuaacuterias

Dentro das atividades portuaacuterias satildeo ofertados outros tipos de serviccedilos mais re-levantes embalagens de cargas separaccedilatildeo serviccedilos industriais como transformaccedilatildeode cargas etc O porto se desenvolve e expande sua atuaccedilatildeo com aacutereas de influecircnciacomo por exemplo induacutestrias de ferro e accedilo metalurgia pesada refinarias atividadesagroindustriais etc

Os portos de 2 ordfgeraccedilatildeo deixam de ser apenas centros de transporte passandoa ser tambeacutem industriais e centros comerciais Surgiram por volta dos anos sessentacom um aumento na quantidade de mateacuterias-primas importadas em paiacuteses industria-lizados Estes portos satildeo comumente usados como porto induacutestria (UNCTAD 1992)

Na 3 ordfgeraccedilatildeo um fato marcante que impulsionou essa geraccedilatildeo foi o conteine-rizaccedilatildeo das cargas a multimodalidade e o aumento de demanda do comeacutercio interna-cional

Nota-se uma perspectiva desenvolvimentista do porto pelos gestores e opera-dores portuaacuterios O porto eacute considerado um noacute na complexa rede internacional deproduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Esse pensamento permite uma proposta de gestatildeo voltadaas necessidades do comeacutercio global

Diferentemente do passado ressalta UNCTAD (1992) quando os portos acre-ditavam que as cargas viriam com os navios a partir da deacutecada 1980 os esforccedilos satildeovoltados para ganhar e manter as cargas no porto Esses esforccedilos satildeo direcionadospara promoccedilatildeo de atividades de comeacutercio e transporte com vistas agrave geraccedilatildeo de recei-tas e agregaccedilatildeo de valor Desde entatildeo os portos vecircm se transformando em centros

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de transportes integrados e plataformas logiacutesticas para o comeacutercio globalAs atividades e serviccedilos nesses portos de terceira geraccedilatildeo satildeo especializadas

variaacuteveis e integradas Satildeo subdivididos em quatro categorias diferentes serviccedilosportuaacuterios tradicionais serviccedilos industriais e ambientais serviccedilos comerciais e admi-nistrativos e serviccedilos de logiacutestica e distribuiccedilatildeo (UNCTAD 1992)

212 Terminais portuaacuterios

A relevacircncia dos terminais portuaacuterios na cadeia logiacutestica mundial reside nofato de que o transporte mariacutetimo eacute o modo de transporte que movimenta a maiorquantidade de cargas Sendo assim os portos atuam como grandes concentradoresde cargas e essenciais para ganhos de economias de escala tatildeo importantes para asatividades comerciais e industriais (UNCTAD 1992)

Os terminais portuaacuterios satildeo estrateacutegicos para a cadeia de transporte mundiale nas operaccedilotildees portuaacuterias haja vista que as principais atividades portuaacuterias satildeo exe-cutadas pelos terminais portuaacuterios e contribuem para os fatores de produccedilatildeo quantoao fluxo de materiais primas insumos maquinaacuterios e produtos acabados

Os terminais podem ser definidos como elos de uma cadeia de transportesonde ocorrem entrada e saiacuteda de cargas e veiacuteculos neste sistema Nesse ambientesatildeo executados transbordo de cargas entre modos de transporte (Souza et al 2018)

O conceito de terminal mariacutetimo para Magalhatildees (2016) refere-se a instala-ccedilotildees voltadas ao atendimento especializado de navios e cargas podendo ser instala-ccedilotildees isoladas ou parte de um porto comercial Na perspectiva contemporacircnea portocomercial concentra diversos terminais especializados para atender vaacuterios fluxos decargas e de passageiros

Para Dubke (2006) terminais especializados satildeo unidades logiacutesticas capazesde realizar serviccedilos de agregar valor de menor ou maior grau em instalaccedilotildees portuaacute-rias Os terminais especializados efetuam serviccedilos de centralizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo decargas utilizando um ou mais modalidades de transportes conforme demonstrado emFigura 13

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Figura 13 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016)

Como se observa na Figura 13 cada terminal portuaacuterio deve possuir instala-ccedilotildees adequadas agraves operaccedilotildees de embarque e descarga especializadas considerandotipos de navios e tipos de cargas Os terminais se tornam especializados e deman-daratildeo estruturas especificas de atracaccedilatildeo transferecircncia de cargas de estocagemde distribuiccedilatildeo e de recepccedilatildeo ou entrega aos demais modos de transportes (Patriacutecio2015 Magalhatildees 2016)

213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro

A logiacutestica portuaacuteria tecircm papel fundamental na ordem econocircmica brasileirasobretudo nas operaccedilotildees de comeacutercio exterior Conforme Rodrigues (2007) em seusestudos ldquoOs portos satildeo estrateacutegicos para o exerciacutecio da soberania nacional servindocomo locais de aplicaccedilatildeo da politica tributaacuteria governamental para viabilizar o modeloeconocircmico adotado pelo paiacutesrdquo (p 165)

No Brasil cerca de 97 do fluxo de mercadoria do comercio exterior satildeo porvias mariacutetimas evidenciando assim o papel dos portos na economia nacional cabe aSecretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica - SEPPR nas atribuiccedilotildees inerentesa sua esfera de competecircncia o planejamento estrateacutegico portuaacuterio e a formulaccedilatildeo depoliacuteticas com vista ao desenvolvimento da infraestrutura portuaacuteria Por sua vez a SEPestaacute vinculada ao Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil (MTPAC 2018b)

Segundo a Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterio ndash ANTAQ no Brasil

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existem 235 instalaccedilotildees portuaacuterias puacuteblicas e privadas tanto mariacutetima como fluvial(ANTAQ 2018a)

De acordo com MTPAC (2018b) existem 37 portos puacuteblicos organizados noBrasil Nessa categoria estatildeo os principais portos nacionais Dezenove satildeo adminis-trados pela UniatildeoCompanhias Docas (Tabela 5) incluiacutedo o Porto de Santos o maisimportante porto do sistema portuaacuterio brasileiro e dezoito foram delegados a municiacute-pios estados e consoacutercios (Tabela 6)

Tabela 5 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria

Porto de MANAUS AM CODOMARPorto de LAGUNA SC CODESPPorto de SANTOS SP CODESPPorto de ANGRA DOS REIS RJ CDRJPorto de ITAGUAIacute RJ CDRJPorto do RIO DE JANEIRO RJ CDRJPorto de NITEROacuteI RJ CDRJPorto de VITOacuteRIA ES CODESAPorto de BARRA DO RIACHO ES CODESAPorto de ILHEacuteUS BA CODEBAPorto de ARATU BA CODEBAPorto de SALVADOR BA CODEBAPorto de MACEIOacute AL CODERNPorto de NATAL RN CODERNPorto de AREIA BRANCA RN CODERNPorto de FORTALEZA CE CDCPorto de VILA DO CONDE PA CDPPorto de BELEacuteM PA CDPPorto de SANTAREacuteM PA CDP

Para a SEP os portos fluviais satildeo definidos como Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pe-queno Porte ndash IP4 voltados para favorecer a movimentaccedilatildeo de cargas e passageirosem aacutereas distantes Sob a competecircncia do Departamento Nacional de Infraestruturade Transportes ndash DNIT estatildeo 122 instalaccedilotildees IP4 (MTPAC 2018a)

A existecircncia de 39 portos puacuteblicos fluviais sob a competecircncia SEP emborasejam portos fluviais estatildeo excluiacutedos da categoria IP4 (Tabela 7)

O complexo portuaacuterio brasileiro eacute estrateacutegico para o Brasil pelo fato de seruma das principais infraestruturas de apoio ao comeacutercio exterior Cerca de 90 detoda carga comercializada no mercado internacional passam pelos portos brasileiros

A movimentaccedilatildeo dos portos em 2017 atingiu 1087 bilhatildeo t com 61812 atra-caccedilotildees de navios no mesmo periacuteodo Quando analisado o perfil de cargas movimen-tadas em 2017 as estatiacutesticas apontam os graneis soacutelidos como a principal carga com

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Tabela 6 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte MT-PAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria Tipo

Porto de SUAPE PE SDEC-PE MariacutetimoPorto de IMBITUBA SC SCPAR MariacutetimoPorto de SAtildeO FRANC SUL SC APSFS MariacutetimoPorto de ITAQUI MA EMAP MariacutetimoPorto de CABEDELO PB DOCAS-PB MariacutetimoPorto do RECIFE PE PORTO DO RECIFE SA MariacutetimoPorto de SAtildeO SEBASTIAtildeO SP DERSA MariacutetimoPorto de ANTONINA PR APPA MariacutetimoPorto de PARANAGUAacute PR APPA MariacutetimoPorto de PELOTAS RS SPH MariacutetimoPorto de PORTO ALEGRE RS SPH MariacutetimoPorto de ESTRELA RS SPH FluvialPorto de CACHOEIRA DO SUL RS SPH FluvialPorto de RIO GRANDE RS SUPRG MariacutetimoPorto de PORTO VELHO RO SOPH-RO FluvialPorto de ITAJAIacute SC ADHOC MariacutetimoPorto de MACAPAacute AP CDSA MariacutetimoPorto do FORNO RJ COMAP Mariacutetimo

64 seguida de graneis liacutequidos 212 contecirciner 99 e carga geral 5 (MTPAC2018b ANTAQ 2018b) Na Figura 14 pode ser observada a evoluccedilatildeo no movimentototal dos portos brasileiros a partir de 2010

Figura 14 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte ANTAQ(2018a)

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Tabela 7 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado

Cruzeiro do Sul ACPorto Acre AC

Porto Walter ACIbotirama BACorumbaacute MS

Ladaacuterio MSMundo Novo MS

Caacuteceres MTAlmeirim PAAltamira PAGurupaacute PAItaituba PA

Juruti PAMonte Alegre PA

Oacutebidos PAOriximinaacute PA

Porto de Moz PAPrainha PA

Senador Joseacute Porfiacuterio PAVitoacuteria de Xingu PASanta Terezinha PR

Terra Roxa PRPorto velho RO

Estrela RSCachoeira do Sul RS

Charqueadas RSJaguaratildeo RS

Santa Vitoacuteria do Palmar RSAnhembi SP

Jauacute SPPanorama SP

Pederneiras SPTerminal Floresta SP

Terminal Satildeo Miguel SPTerminal Fazenda Satildeo Joaquim SP

Eclusa Tiete Montante SPUsina Diamante SPUsina Pioneiros SP

Satildeo Pedro SP

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Em 2018 houve um crescimento de 849 do volume movimentado em 2018em relaccedilatildeo ao ano anterior Se comparado o ano de 2017 e 2010 o fluxo de cargasnos portos brasileiros aumentaram 295 Neste mesmo periacuteodo observou-se umcrescimento continuo com exceccedilatildeo ao ano de 2016 que registrou uma queda de 05em relaccedilatildeo ao ano de 2015

No quesito natureza da carga a Figura 15 destaca a participaccedilatildeo do grupo decarga na seacuterie histoacuterica

Figura 15 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

No ano de 2017 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 os graneis soacutelidos cresceram1041 graneis liacutequidos 378 contecirciner 317 e carga solta 776 conforme ilus-trado na Figura 15 Embora o ano de 2016 tenha apresentado uma ligeira queda de05 em relaccedilatildeo ao ano anterior a carga geral apontou um crescimento de 53

214 Porto de SantosSP

Localizado no litoral do Estado de Satildeo Paulo o Porto de Santos eacute puacuteblico eadministrado pela Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo - CODESP Conside-rado o mais importante porto nacional tem aproximadamente 15 km de extensatildeo 55terminais mariacutetimos e retro portuaacuterios e 65 berccedilos de atracaccedilatildeo

O complexo portuaacuterio santista em 2017 contabilizou 5597 atracaccedilotildees de na-vios movimentando 125 milhotildees t ANTAQ (2018b) No ranking da movimentaccedilatildeonacional o Porto de Santos ocupou o terceiro lugar ficando atraacutes de Terminal pontada Madeira e Terminal Tubaratildeo que operam mineacuterio de ferro (ANTAQ 2018b)

35

Um dos principais fatores para atraccedilatildeo de cargas no Porto de Santos eacute a suaacessibilidade e zona de influecircncia Conectado com as principais rodovias de acessodo paiacutes o porto santista tem como aacuterea de influecircncia primaacuteria os estados de SatildeoPaulo Minas Gerais Mato Grosso Mato Grosso do Sul Goiaacutes e o Distrito Federalque juntos representam 67 do PIB

Aleacutem disso o porto tem acesso agrave hidrovia Tiete-Paranaacute principal hidrovia deescoamento de gratildeos e importantes linhas feacuterreas que facilitam a movimentaccedilatildeo dasmercadorias em grande escala em especial as commodities agriacutecolas (Souza et al2017)

Ainda que a zona de influecircncia e a acessibilidade seja determinante para oporto santista devido agrave sua topografia torna-se impossivel sua expansatildeo

Para melhor entendimento a Figura 16 ilustra o histoacuterico de movimentaccedilatildeo decargas no Porto de Santos no periacuteodo de 2010 a 2017 conforme dados da (ANTAQ2018b)

Figura 16 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b)

Conforme destacado na Figura 16 a somatoacuteria da movimentaccedilatildeo geral do portocresceu 85 em 2017 o complexo portuaacuterio de Santos apontou uma alta de 135no mesmo periacuteodo em relaccedilatildeo a 2016

Comparando com a movimentaccedilatildeo dos portos o Porto de Santos apresentaoscilaccedilotildees do volume movimentado Em 2011 foi registrado uma queda de 4 emrelaccedilatildeo a 2010 no ano de 2014 uma reduccedilatildeo de 29 comparado com 2013 e final-mente em 2016 o fluxo movimentado diminui 47 em relaccedilatildeo ao ano anterior

Referente agrave natureza da carga movimentada no Porto de Santos o granel soacutelidotambeacutem aparece como a principal carga movimentada em todos os anos observado

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na Figura 17

Figura 17 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

Em meacutedia o granel soacutelido representou 49 da movimentaccedilatildeo do Porto de San-tos comparando o periacuteodo 2010 a 2017 (Figura 17) O contecirciner aparece em segundolugar no mesmo periacuteodo com uma meacutedia de 33 Em 2017 o granel soacutelido regis-trou 506 seguido pelo contecirciner 333 granel liquido 12 e carga geral 38 Ofluxo de cargas movimentadas no complexo santista em 2017 representou aproxima-damente 12 do movimento dos portos brasileiros

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3 Metodologia

Para a execuccedilatildeo deste estudo foram realizadas pesquisas quantitativas de ca-raacuteter exploratoacuteria descritiva e bibliograacutefica

O meacutetodo de pesquisa bibliograacutefica propotildee uma anaacutelise de estudo sobre diver-sos posicionamentos acerca de trabalhos jaacute desenvolvidos (Gil 2010)

Para revisatildeo sistemaacutetica de literatura utilizaram-se as principais bases de con-sultas tais como ScienceDirect Scopus IEEE Scielo Google Acadecircmico Portal dePerioacutedicos da CAPES teses e dissertaccedilotildees livros impressos e eletrocircnicos alinhadosao tema

A pesquisa descritiva segundo Cervo et al (2007) busca descobrir de formaprecisa a frequecircncia com que um fenocircmeno ocorre e sua relaccedilatildeo com outros A coletade dados eacute uma das principais caracteriacutesticas da pesquisa descritiva pois observaregistra e analisa fatos e fenocircmenos Os dados quantitativos coletados para estetrabalho foram extraiacutedos dos principais portais do Governo Federal observando asseacuteries temporais

Para desenvolvimento do presente estudo foram realizados quatro artigos ci-entiacuteficos a fim de atender ao regulamento do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enge-nharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista ndash UNIP que eacute estruturado no formatode Dissertaccedilatildeo por artigo Dessa maneira os artigos satildeo apresentados no capiacutetuloquatro no formato original conforme a publicaccedilatildeo agrave qual foi submetido e aprovado

Na Tabela 8 a ordem de apresentaccedilatildeo dos artigos natildeo segue a ordem depublicaccedilatildeo dos mesmos No entanto para facilitar a compreensatildeo da dissertaccedilatildeoos artigos estatildeo apresentados por sequecircncia loacutegica de entendimento da pesquisaconforme os apontamentos de cada artigo a seguir

Artigo I - Este artigo teve como objetivo analisar a produccedilatildeo do milho brasileiroe o papel das regiotildees produtoras Os resultados indicaram um crescimento de mais de245 na produccedilatildeo nacional entre os anos de 1976 e 2016 Referente agrave produtividadeo estudo identificou um incremento de 250 nos mesmos periacuteodos Quanto as aacutereasde cultivo houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 nos uacuteltimos 40 anos (19762016)Quanto as regiotildees produtoras houve um deslocamento da regiatildeo Sul e Sudeste sen-tido Norte Nordeste e Centro-Oeste do paiacutes a partir deacutecada de 1980 Entre as novasregiotildees de cultivo o Centro-Oeste apresentou o maior ganho de produccedilatildeo com 520de aumento sendo a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo O es-tudo tambeacutem identificou os cinco principais estados produtores Paranaacute Mato GrossoMinas Gerais Bahia e Paraacute No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grossoassumiu a lideranccedila como maior produtor de milho Se comparado os principais esta-

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Tabela 8 Artigos publicados do autor

ORDEM PUBLICACcedilAtildeO TEMA IDIOMA

Artigo I South American Development SocietyJournal

Estudo da pro-duccedilatildeo do milhono Brasil re-giotildees produtorasexportaccedilatildeo eperspectivas

Portuguecircs

Artigo II APMS -International ConferenceAdvances in ProductionManagement Systems - Hamburgo ndashAlemanha 2017

Brazilian Corn Ex-ports An Analysisof Cargo Flow

Inglecircs

Artigo III International Journal of Shipping andTransport Logistics

Forecasting CornStorage Capacityin Santos PortTerminal in Brazil

Inglecircs

Artigo IV International Conference on NetworkEnterprises amp Logistics Management ndashSatildeo Paulo ndash Brazil 2018

Simulaccedilatildeo de ope-raccedilotildees de gratildeos emum terminal portuaacute-rio

Portuguecircs

dos produtores o Paranaacute teve uma expansatildeo de 213 ao longo do periacuteodo estudado(19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um crescimento exponencial 14366 nomesmo periacuteodo

Artigo II ndash Nesse artigo identificou-se o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasi-leiro principal porto de escoamento e principais mercados compradores O resultadosapontaram os portos de Santos e Paranaguaacute como os principais escoadores do mi-lho para o mercado internacional Ambos movimentaram entre os anos 2012 e 2016cerca de 665 milhotildees t do gratildeo oriundo dos estados Mato Grosso Mato Grosso doSul Goiaacutes Paranaacute Minas Gerais Satildeo Paulo e Rio Grande do Sul O Porto de San-tos eacute a principal porta de saiacuteda do cereal e foi responsaacutevel por 8148 do volumeenquanto o Porto de Paranaguaacute 1852 no periacuteodo observado No ano de 2016 oPorto de Santos escoou 21 milhotildees t do gratildeo e os principais estados exportadoresvia Santos foram Mato Grosso (7498) seguidos por Goiaacutes (1282) Mato Grossodo Sul (609) Satildeo Paulo (428) Paranaacute (118) e Minas Gerais (066) 6085do milho escoado por Santos teve como destino o continente asiaacutetico e 2903 oMeacutedio Oriente O Porto de Paranaguaacute em 2016 exportou 24 milhotildees t Referenteaos estados que exportaram por Paranaguaacute o estado do Paranaacute liderou as exporta-ccedilotildees (4570) seguido por Mato Grosso do Sul (3657) Mato Grosso (1307) Oestudo apresenta como destaque Vietnatilde (2429) e Japatildeo (1871) entre os 16 prin-cipais importadores do gratildeo O restante representaram 570 das importaccedilotildees Em

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relaccedilatildeo aos continentes os mais importantes foram a Aacutesia (6562) seguida Europa(1175) Oriente Meacutedio (1173) Aacutefrica (945) e Ameacuterica (144)

Artigo III - O estudo buscou avaliar se a capacidade estaacutetica eacute compatiacutevel comas crescente demandas de exportaccedilatildeo do milho no Porto de Santos por meio deum terminal portuaacuterio aqui denominado Terminal A Para tanto elaborou-se um es-tudo de previsatildeo de demanda comparativa das exportaccedilotildees do milho Brasil e Portode Santos visando um horizonte dos proacuteximos cinco anos (20172021) Em vistadisso houve uma discussatildeo sobre eventuais gargalos logiacutesticos no terminal portuaacuteriosantista Apoacutes aplicaccedilatildeo de meacutetodos de previsatildeo que o Terminal A responsaacutevel por37 do milho exportado pelo porto santista experimentaraacute significativo aumento dedemanda O estudo identificou acreacutescimo meacutedio de 40 nas operaccedilotildees do terminalquanto ao gratildeo de milho para os proacuteximos cinco anos Baseado em anaacutelises pre-ditivas foi possiacutevel identificar gargalos logiacutesticos caso as previsotildees de demanda seconfirmem O maior gargalo observado reside na estocagem do cereal para posteriorembarque As previsotildees puderam mensurar a capacidade estaacutetica de armazenagemdeficitaacuteria em relaccedilatildeo agraves previsotildees a partir do primeiro ano O estudo aponta 39 dedeacuteficit no primeiro ano (2017) seguido para os proacuteximos anos com 57 75 94 e115 (2018201920202021)

Artigo IV ndash O presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimentoe armazenamento de gratildeos de milho no Terminal A com vistas a testar qual o modaleacute mais eficiente considerado dois processos distintos rodovia e ferrovia A Para issooptou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENA copyRockwell Software Inc 110versatildeo acadecircmica Como resultado dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute aoperaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Emque pese na operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34moega 1 e 68 moega 2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel agargalos O estudo identificou na operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos re-cursos de 67 no gate e 47 nos tombadores Dessa maneira pode-se concluir queapesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do terminal se as perspectivasde aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o Terminal A estaraacutediante de um iminente gargalo operacional Os resultados indicam a necessidade deinvestimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o aumentocrescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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4 Artigos

41 1ordm Artigo

Artigo aceito para publicaccedilatildeo no South American Development Society Journal(Figura 18) Submetido em 07062018 e publicado em 24082018

Figura 18 Revista SADSJ

pag 182

South American Development Society Journal

Vol 04 | Nordm 11 | Ano 2018 | ISSN 2446-5763 | DOI 1024325issn2446-5763v4i11p182-194

Data de Submissatildeo 07062018 | Data de Publicaccedilatildeo 24082018

ESTUDO DA PRODUCcedilAtildeO DO MILHO NO BRASIL REGIOtildeES PRODUTORAS

EXPORTACcedilAtildeO E PERSPECTIVAS

STUDY OF CORN PRODUCTION IN BRAZIL PRODUCTION REGIONS EXPORTATION

AND OUTLOOK

Aguinaldo Eduardo de Souza - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

souzaeduaguinaldogmailcom

Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

betomendesresusmsmcom

Julio Cezar Raymundo - Universidade Paulista - UNIP PPGEP

juliocesarunipbr

Roberta Sobral Pinto - Universidade de Franca ndash UNIFRAN

robertasobralpintogmailcom

Resumo

O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia nacional e de vital

importacircncia para a balanccedila comercial brasileira O milho eacute o segundo gratildeo mais cultivado e

exportado perdendo apenas para a soja Aleacutem disso o cereal eacute o principal componente

para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal voltado para um dos principais segmentos do comeacutercio

exterior do Brasil a cadeia produtiva de carne animal Sendo assim o objetivo deste artigo eacute

investigar a produccedilatildeo nacional do milho bem como principais regiotildees e estados produtores

produtividade e aacutereas de plantio Para tanto foram coletados dados na Companhia Nacional

de Abastecimento (CONAB) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Os

resultados mostram as duas principais regiotildees produtoras Sul e Centro-Oeste e que a 2ordf

safra chamada de safrinha eacute a responsaacutevel pelo incremento da produccedilatildeo nacional do gratildeo

em especial o estado do Mato Grosso destaque como maior produtor nas uacuteltimas safras

41

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 183

Palavras-chave Agronegoacutecio Milho Produccedilatildeo Agriacutecola Exportaccedilatildeo

Abstract

Agribusiness is one of the main activities to the Brazilian economy and it has

vital importance for the trade balance Strictly speaking corn is one of the most

important product in Brazils agriculture where it is the second most cultivated and

exported grain losing only to soybeans In addition the cereal is the main component

to produce animal feedstuff focused on one of the main segments of Brazils foreign

trade the animal meat production chain Therefore the objective of this article is to

investigate the national production of corn as well as the main producing regions and

states productivity and planting areas For that data were collected from the National

Supply Company (CONAB) and the Brazilian Institute of Geography and Statistics

(IBGE) The results show the two main producing regions South and Center-West and

that the second crop called safrinha is responsible for increasing national grain

production especially the state of Mato Grosso which is the largest producer of the last

crops

Keywords Agribusiness Corn Agriculture Production Export

Introduccedilatildeo

O Agribusiness brasileiro eacute um dos principais setores da economia nacional e de

fundamental importacircncia para a balanccedila comercial brasileira segundo Souza et al

(2017) As exportaccedilotildees do agronegoacutecio brasileiro no ano de 2016 representaram US$

850 bilhotildees Seu principal mercados foi a Aacutesia com US$ 374 bilhotildees Os compradores

mais importantes foram a China com US$ 208 bilhotildees Uniatildeo Europeia (28 paiacuteses)

com US$ 167 bilhotildees seguida pelos EUA que importaram US$ 63 bilhotildees (DEAGRO

2016)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos USDA (2017) o milho eacute o gratildeo mais cultivado A produccedilatildeo mundial do gratildeo

atingiu 968 milhotildees (t) em 2016 No Brasil o cultivo do milho vem ganhando espaccedilo e

se apresenta como um dos principais segmentos econocircmicos do agronegoacutecio brasileiro

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Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 184

sendo o segundo gratildeo mais exportado Em 2016 os EUA lideraram o ranking mundial

dos principais produtores de milho com 345 milhotildees (t) seguido pela China com 224

milhotildees (t) e o Brasil com 67 milhotildees (t) (DEAGRO 2016) (USDA 2017)

O Brasil tem aproveitado o crescente aumento da demanda mundial pelo milho

visto que o maior produtor mundial os EUA tem destinado parte da sua colheita para

produccedilatildeo de etanol Outro fato que contribui para uma maior participaccedilatildeo do Brasil no

mercado internacional eacute implementaccedilatildeo de novas tecnologias no plantio expansatildeo de

aacutereas plantadas e o aumento da produtividade tem permitido ao Brasil maior

participaccedilatildeo no mercado internacional (CONAB 2017)

Diante deste contexto o presente estudo tem como objetivo invesrtigar a

evoluccedilatildeo da produccedilatildeo brasileira do milho no Brasil principais regiotildees e estados

produtores visando contribuir para para um melhor planejamento logistico de

exportaccedilatildeo tendo as projeccedilotildees de crescimento das exportaccedilotildees do gratildeo no mercado

internacional conforme projeccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura (MAPA 2016)

Para compreender o panorama da produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees

produtoras optou-se por uma pesquisa quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio Para tal

utilizou-se a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutetica (IBGE) e da

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) observando as seacuteries histoacutericas

A produccedilatildeo do milho no brasil

No Brasil o milho eacute cultivado em duas etapas 1ordm e 2ordf safra A regiatildeo Centro-Oeste eacute a

grande responsaacutevel pela produccedilatildeo da segunda safra

Tabela 1 ndash Calendaacuterio agriacutecola milho

Safras Plantio Colheita Produccedilatildeo Nacional

1ordf agosto a dezembro

marccedilo a junho 40

2ordf janeiro a marccedilo junho a setembro

60

43

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 185

Fonte (DEPEC 2017)

Observa-se na tabela 1 a importacircncia da segunda safra tambeacutem conhecida

como safrinha para o calendaacuterio nacional agriacutecola do milho Enquanto que a primeira

safra representa 40 da produccedilatildeo nacional segunda safra eacute responsaacutevel por 60 de

toda a produccedilatildeo brasileira

O fato do plantio da segunda safra ser efetuado logo apoacutes a colheita da soja e no

mesmo local tem permitido uma maior produtividade da safrinha do milho em virtude

do aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes no solo dessas aacutereas de plantio (REIS

et al 2016)

Segundo a CONAB (2017) atraveacutes do acompanhamento da seacuterie histoacuterica da

produccedilatildeo de gratildeos brasileiros iniciado na deacutecada de 70 registram um aumento de

mais de 245 na produccedilatildeo do milho nos uacuteltimos 39 anos Os estudos consideram as

safras de 197677 a 201516 (Fig 1)

Figura 1 - Evoluccedilatildeo produccedilatildeo x aacuterea plantada

Fonte CONAB (2017)

Observa-se na Figura 1 o primeiro registro de produccedilatildeo do gratildeo na safra

197677 com 19 milhotildees (t) produzidas Na safra de 198687 os dados apontam 26

milhotildees (t) Na deacutecada de 90 em especial a safra de 199697 o volume foi de 35

44

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 186

milhotildees (t) Jaacute a safra de 20062007 51 milhotildees (t) apontando um crescimento

exponencial na produccedilatildeo nacional do cereal

Em que pese uma significativa queda na produccedilatildeo da safra 201516 com 214

com 66 milhotildees (t) em comparaccedilatildeo com a safra de 201415 de 84 milhotildees (t) as

estimativas da CONAB indicam uma colheita recorde em torno de 91 milhotildees (t) para

safra 201617

Referente as aacutereas de plantio poucas foram as alteraccedilotildees Os estudos

evidenciaram que no ano de 1976 117 milhotildees hectares eram destinados a plantaccedilatildeo

da cultura do milho no Brasil Comparando com a safra de 201516 houve uma

expansatildeo de 3497 considerando uma aacuterea para cultivo de 159 milhotildees de hectares

Uma meacutedia de 132 milhotildees de hectares disponiacuteveis para o cultivo ao longo da seacuterie

histoacuterica de 40 anos

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias tem contribuido para significativos

patamares de produtividade no Brasil que comprovam que o setor vem se

profissionalizado (Figura 2) As novas tecnologias estatildeo associadas a cultivares de alto

potencial geneacutetico (hiacutebridos simples e triplos) e transgecircnicas espaccedilamento reduzido

associando agrave maior densidade de plantio melhoria na qualidade de sementes controle

quiacutemico de doenccedilas correccedilatildeo de solos (EMBRAPA 2017)

Figura 2 ndash Evoluccedilatildeo produccedilatildeo nacional x produtividade

Fonte CONAB (2017)

Como ilustra a Fig 2 em termos comparativos a safra de 201516 teve uma

produtividade de 4178 kgha cerca de 250 a mais que agrave safra de 197677 onde o

Brasil colheu 1632 kgha As duas safras de maior destaque ao longo da seacuterie histoacuterica

45

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 187

foram a de 201415 com 5396 kgha e de 201213 com 5149 kgha Na meacutedia da seacuterie

histoacuterica houve uma variaccedilatildeo de mais de 33 no aumento da produtividade ao logo

dos 39 anos (Fig 3)

Figura 3 ndash Produtividade nacional por hectare

Fonte CONAB (2017)

Para o IBGE (2017) que pesquisa o ano civil a projeccedilatildeo de colheita da

commodity do milho eacute de 96 milhotildees (t) para o ano de 2017 um crescimento de 52

em relaccedilatildeo a produccedilatildeo do ano 2016 que foi de 63 milhotildees (t) como pode ser

observado na Quadro1

Quadro 1 ndash Produccedilatildeo por regiotildees em milhotildees (t) Estimativas

Regiatildeo 1ordf Safra 2ordf Safra

2016 2017 Var 2016 2017 Var

Norte 946950 1049977 11 938343 1479632 58

Nordeste 2546636 4504929 77 577738 2034857 252

Sudeste 7803609 8545800 10 2263889 3604832 59

Sul 10650820 13866157 30

1049659

4

1382707

3 32

Centro-oeste 2432227 3027537 25

2498661

7

4501634

7 80

1ordf e 2ordf Safra

46

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 188

2016 2017 Var

Brasil 63643423 96957141 523

Fonte IBGE (2017)

Regiotildees produtoras

De acordo com a CONAB (2017) a produccedilatildeo nacional do milho estaacute nas

Regiotildees Sul Centro-Oeste e Sudeste Os cinco principais Estados produtores satildeo por

ordem de grandeza Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais Bahia e Paraacute

Ao longo das quatro deacutecadas a expansatildeo territorial agriacutecola no Brasil tem crescido

significativamente Ateacute as deacutecadas de 1980 e 1990 a produccedilatildeo agriacutecola nacional era

realizada especificamente na regiatildeo Sul do paiacutes

O aumento de demanda pelo gratildeo nacional e a disponibilidade de terras mais

baratas propiciaram o deslocamento da produccedilatildeo da regiatildeo Sul para o norte do Brasil

com destaque regiatildeo Centro-Oeste

Para Caldarelli e Bacchi (2012) outros fatores alavancaram a expansatildeo da

cultura do milho em terras brasileiras Maior rentabilidade do agricultor com a

valorizaccedilatildeo do gratildeo desregulamentaccedilatildeo da economia acordos internacionais com

reduccedilatildeo das tarifas de importaccedilatildeo impulsionaram a produccedilatildeo nacional de gratildeos

colocando o paiacutes a um patamar de maior competitividade

Desse modo pode-se observar uma nova configuraccedilatildeo na produccedilatildeo nacional

bem como nas regiotildees produtoras (Figura 4)

Para CONAB (2017) o aumento da produccedilatildeo estaacute diretamente relacionado a

dois fatores a utilizaccedilatildeo de novas aacutereas agricultaacuteveis em novas fronteiras agriacutecolas e a

implementaccedilatildeo de tecnologias voltadas a promover maior produtividade nas tradicionais

aacutereas de cultivo (Sul e Sudeste)

47

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 189

Figura 4 ndash Produccedilatildeo nacional do milho por regiatildeo

Fonte IBGE (2017)

Conforme ilustrado na Figura 4 a partir de meados da deacutecada de 1980

configura-se uma nova dinacircmica de produccedilatildeo do milho em regiotildees brasileiras

Dados analisados com base no periacuteodo das safras de 199091 a 201516

indicam a regiatildeo Centro-Oeste como maior produtora do gratildeo com crescimento de

520 Em segundo lugar a regiatildeo Norte com 215 de expansatildeo seguida pela Sul

Nordeste e Sudeste com 164 69 e 19 respectivamente

Apesar da regiatildeo Centro-Oeste tem apresentado o maior crescimento em termos

de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maior eficiecircncia em produtividade como

pode ser observado na Figura 5

Figura 5 ndash Produtividade do milho por regiatildeo

48

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 190

Fonte CONAB (2017)

Os estudos observados na Figura 5 indicam a regiatildeo Sul como a maior

produtividade do Brasil foram colhidos 6068 kgha na safra de 201516 Em segundo

lugar no ranking maior produtividade do cereal encontra-se a regiatildeo Sudeste com 4775

kgha seguida pelo Centro-Oeste com 3996 kgha Com exceccedilatildeo a safra de 201112

onde foram colhidos 4953 kgha a regiatildeo Sul se apresenta com o maior iacutendice de

produtividade entre as regiotildees considerando as safras de 200607 a 201516

Principais estados produtores

No que concerne aos principais estados produtores o Paranaacute aparece como o

maior produtor do gratildeo ateacute a safra de 201112 Entretanto a partir da safras seguintes

conforme seacuterie histoacuterica (Fig 6) o Mato Grosso assume o protagonismo no raking dos

maiores produtores do gratildeo com os volumes de 19 18 20 e 15 milhotildees (t) produzidas

nas uacuteltimas quatro safras O que permitiu o impulso da produccedilatildeo no Mato Grosso aleacutem

do aproveitamente das terras produtoras de soja (2ordf safra) a expansatildeo de terras

agricultaacuteveis

Ao longo do acompanhamento da serie historica eacute possivel notar que Paranaacute

dispunha de 2153 milha (197677) contra 2612 milha (201516) uma expansatildeo de

terras de 213 Jaacute o Mato Grosso teve uma expansatildeo de 14366 no mesmo

periacuteodo Suas primeiras terras disponiveis para a cultura do milho era de 542 milha

(197677) contra as atuais 3800 milha (201516)

Figura 6 ndash Principais estados produtores

49

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 191

Fonte CONAB (2017)

Os estudos tambeacutem evidenciaram queda na produtividade dos dois principais

estados produtores considerando a safra de 201516 em relaccedilatildeo a 201415 O Paranaacute

registrou uma queda de 141 contra 339 de estado do Mato Grosso Contudo ao

longo da seacuterie histoacuterica o estado do Paranaacute deteacutem a maior participaccedilatildeo de

produtividade entre os estados produtores

Exportaccedilatildeo

O milho eacute o principal macro ingrediente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal A

suinocultura e a avicultura de corte satildeo os grandes propulsores do consumo nacional

do milho Para Reis et al (2016) o cultivo do milho tem como destino atender a

demanda interna voltada a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal Aleacutem do que o gratildeo supri

tambeacutem a induacutestria alimentiacutecia para consumo humano e outros produtos em gerais O

excedente da produccedilatildeo eacute absorvido pelo mercado internacional

Ainda que os aumentos da produtividade do gratildeo seja expressivo o Brasil natildeo eacute

um exportador tradicional do gratildeo Desse modo a produccedilatildeo brasileira segue a

tendecircncia determinada pelas demandas do mercado domeacutestico apresentando pouca

interaccedilatildeo com o mercado internacional (CALDARELLI e BACCHI 2012)

Dados coletados no portal da Aliceweb apontam que natildeo obstante a queda de

244 nas exportaccedilotildees em relaccedilatildeo ao ano anterior no ano de 2016 o Brasil exportou

21 milhotildees (t) de milho (MDIC 2017)

Figura 7 ndash Dez principais mercados do milho brasileiro

50

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 192

Fonte Trade Map - Trade statistics for international business development (2017)

A Figura 7 ilustra os cinco principais destinos do cereal no ano de 2016 Entre os

principais compradores estatildeo o Iratilde na lideranccedila do ranking com 21 das exportaccedilotildees

Em segundo lugar aparece o Vietnatilde com 13 seguido por Japatildeo Malaacutesia e Coreacuteia do

Sul com 12 7 e 6 respectivamente

Conclusotildees e Perspectivas

Visando descrever o panorama do plantio do milho brasileiro o presente estudo

conclui que de acordo com a seacuterie histoacuterica de 197677 a 201516 a produccedilatildeo nacional

do gratildeo cresceu 2455 Observou-se um incremento de 250 na produtividade no

mesmo periacuteodo tendo uma variaccedilatildeo de aproximadamente de 33 na meacutedia da seacuterie

histoacuterica comparado entre as deacutecadas de colheita Referente as aacutereas de cultivo

houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 saltando de 117 para 159 milhotildees de

hectares de aacutereas destinadas ao cultivo do cereal Aleacutem disso a partir de meado da

deacutecada de 1980 o cultivo do milho se deslocou da regiatildeo Sul e Sudeste para as

regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste Das principais novas fronteiras produtoras do

milho o destaque ficou para a regiatildeo Centro-Oeste com ganhos de produccedilatildeo de 520

Evidentemente a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo No ranking

dos cinco principais estados produtores estatildeo o Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais

Bahia e Paraacute O Paranaacute ateacute a safra de 201112 manteve a lideranccedila absoluta do maior

51

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 193

produtor nacional do gratildeo No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grosso

assumiu a lideranccedila O crescimento das aacutereas disponiveis para plantio justificam a

produccedilatildeo dos dois principais estados produtores O Paranaacute teve uma expansatildeo de

213 ao longo do periodo estudado (19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um

crescimento exponencial 14366 no mesmo periacuteodo Por uacuteltimo o crescimento da

produccedilatildeo da proteina animal e o aumento da demanda mundial pelo milho que nortearaacute

a cadeia produtiva nacional do milho Deste modo os proacuteximos estudos poderatildeo se

concentrar na melhora logiacutestica das principais regiotildees produtoras

Referecircncias Biliograacuteficas

CALDARELLI C E BACCHI M R P Fatores de influecircncia no preccedilo do milho no

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CONAB Seacuteries Histoacutericas de Aacuterea Plantada Produtividade e Produccedilatildeo Relativas agraves

Safras 197677 a 201516 de Gratildeos 2001 a 2016 de Cafeacute 200506 a 201617 de

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52

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

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53

54

42 2ordm Artigo

Artigo aprovado no IFIP Advances in Information and Communication Techno-logy 2017 (Figura 19) Apresentado em Hamburgo (Alemanha) em setembro de 2017

Figura 19 APMS 2017 Hamburg

Brazilian Corn Exports An Analysis of Cargo Flowin Santos and Paranagua Port

Aguinaldo Eduardo de Souza lowast12 Joao Gilberto Mendes dos Reis 13 EmersonRodolfo Abraham 14 and Sivanilza Teixeira Machado 5

1 Paulista University - UNIP PPGEP Sao Paulo Brazil2 UNIBR Sao Vicente Brazil

3 UFGD PPGA Dourados Brazil4 Metodista University Sao Bernardo do Campo Brazil

5 Federal Institute of Sao Paulo Suzano BrazillowastCorresponding author souzaeduaguinaldogmailcom

Abstract The worldrsquos population is projected to increase to 9 billion till2050 increasing feed demand Corn is one of the most important grains infood supply chains (FSC) and growers have an essential role This articleaims to investigate the flow of Brazilian corn among origin main portsand international markets to address a panorama of corn production inBrazil With this objective we collected data from the Brazilian Ministryof Industry and Foreign Trade and we analyzed this data using SocialNetwork Analysis (SNA) tools The results showed that corn exports inBrazil use two main ports with Santos being the most important one

Keywords Logistics middot Corn production middot Exports middot International market

1 Introduction

It is forecasted that the world trade of corn will reach newer heights boostedby a stronger demand for feed Currently the United States and China are themain growers but Brazil has been considered a new frontier and occupies thethird place [1] Despite the important role of China in production over the lastfive years around 83 of export was associated with the US Brazil Argentinaand Ukraine This distinctly indicates a huge internal market in China and thepotential business opportunities for producers in the US and Brazil

The United Nations expects the world population to increase to 9725 bil-lion by 2050 [2] this implies a challenge for the global leaders to raise foodproduction and at the same time to preserve the environment and local marketproduction In this manner Brazil appears to be a major player in commodityproduction to feed the world In case of corn for instance projections show anincrease in Brazilian exports of 524 until 2026 In numbers the country isexpected to reach 463 million metric tonnes (mt) per year [3]

Although Brazil has high productivity and a high quantity of available landthe flow of commodities export depends on few routes and ports that entail

55

2 Souza et al

logistics bottlenecks For example Reis et al [2] argue that poor logistics ofBrazilian infrastructure increases the inland freight of soybean in comparisonwith the US by 146 Moreover Galvao et al [4] [5] showed that Brazilianports cargo flow grew significantly around 42 from 2001 to 2011 reaching886 million (mt) in 2011 this was mainly solid bulk cargo

Regarding Brazilian ports Santos (Sao Paulo) and Paranagua (Parana) arethe major corn exporters with 665 million (mt) between 2012 and 2016 Thecorn flow concentration creates logistics bottlenecks such as extensive trucklines to unload cargo and low static storage capacity Rodrigues [6] affirms thatlogistics management adopts a systematic cost approach based on parameterssuch as cost time and service quality level Therefore analyzing the flow ofcorn production is very important for developing a plan to improve the logisticsinfrastructure of major corridors

This article aims to analyze the Brazilian corn routes and exports for un-derstanding the current scenario and for providing knowledge to develop fu-ture plans for improving logistics operation Thus we address the flows of cornamong the six main growers of the country to two main ports of Brazil and tothe international market

2 Brazilian Ports

Brazil has a continental dimension with an extensive coastline for this reasonsea shipping is relevant to the social and economic development of the coun-try [4] Brazilian port sector is divided into two categories first the port sectorthat is composed of 37 seaports managed by the federal government the sec-ond category that is composed of 122 inland port facilities management by theMinistry of Transport [7]

The cargo flow in Brazilrsquos seaports in 2016 was 998068 million (mt) wherethe main international traffic was dry bulk of upto 628700 million (mt) liquidbulk of upto 218000 with million (mt) general cargo of upto 51300 million(t) and containers of upto 100100 million (mt) [9]

21 Santos Port

Santos is Brazilrsquos larger port In 2006 it represented around 285 of the bal-ance of trade of the country Its operations reached 1138 million (mt) [10] TheFig 1 shows the numbers of Santos Port (Price FOB in US billion dollars)

The illustrative evidence in Fig 2 suggests the great relevance of SantosPort among the 37 Brazilian ports Nowadays it is the main port of the countrywith 4520 ships being docked in 2016 Furthermore this port is considered asbeing one of the biggest ports in Latin America in terms of container flow in2015 [11]

Accessibility is the main factor that attracts cargo to the Santos Port Theport has a link with the main roadways Moreover it is connected to Tiete-Parana inland waterways by railway that facilitates a large-scale movement ofcommodities

56

Brazilian Corn Exports 3

Fig 1 Participation of Santos Port in Brazilian Balance of Trade (SourceAdapted of [10])

In addition the areas dependent on Santos Port represents 67 of Brazil-ian GDP including states such as Sao Paulo Minas Gerais Mato Grosso MatoGrosso do Sul and Goias e o Distrito Federal These states are responsible for56 of Brazilian balance of trade [10]

22 Paranagua Port

According to the Administration of Paranagua Port and Antonina - APPA [12]the Paranagua Port has 3581 meters of wharfs and 23 berths It is among thefive main Brazilian ports in relation to the flow of goods The port in 2016moved 45045 million (mt) and it has the capacity to receive 1909 vessels Thethree main cargo were as follows containers (8231 million (mt)) fertilizers(8227 million (mt)) and soybean (7950 million (mt)) [9]

Additionally the Paranagua portrsquos balance of trade was around 76 im-mediately after Santos which as mentioned earlier lead the ranking with astriking difference of 285 [10] Fig 2 demonstrates the flow in the port be-tween 2012 and 2016 (Price FOB in US million dollars)

3 Methodology

For understanding the flow of Brazilrsquos corn exports and the role of Santos Port(Sao Paulo state) we conducted an exploratory research and comparison be-tween the Santos Port and the major Brazilian port competitor Paranagua TheFig 3 displays the location of these ports and the main origin routes

Santos and Paranagua were chosen because they represent around 50 ofvolume exported by the country To perform this study we follow the followingthree steps

57

4 Souza et al

Fig 2 Participation of Paranagua Port in the Brazilian balance of trade (SourceAdapted of [10])

Fig 3 Main Corn Corridors 2016

First Data Collection Data were collected from the Brazilian Ministry of In-dustry and Foreign Trade using the Foreign Trade Information Analysis System(ALICEWEB) The Aliceweb provided us information regarding the volume ofcorn exported by grower states such as Goias Parana Sao Paulo Minas GeraisMato Grosso do Sul Rio Grande do Sul and Mato GrossoSecond database procedure We selected ten major destinations for Brazilrsquoscorn as per the state of origin This allowed us to observe 38 relations amongplayers The data were organized considering the state of origin the port of ori-gin and the country of destination The relationships were created consideringthe corn flow of growers to the ports and them to countriesThird Analysis Using the Social Network Analysis (SNA) tools Ucinet 60 andNetdraw plotted the graphs of the corn networks considering exports flow us-

58

Brazilian Corn Exports 5

ing Santos Port Paranagua Port and both of them together This helped us tocreate a flow map regarding the corridors of exportations and also to analyzecorn traffic

4 Results

Santos and Paranagua ports are established as major corridors for corn exportsin Brazil Both moved around 665 million (mt) between 2012 and 2016 (Fig 4)Together Santos and Paranagua Ports deal with 8148 and 1852 of Brazilrsquoscorn respectively

Fig 4 Cargo Flow in Million of Metric Tonnes to Santos and Paranagua Ports(Source Adapted of [13])

The origin of cargo flow can be observed in Mato Grosso Mato Grosso doSul Goias Parana Minas Gerais and Sao Paulo e Rio Grande do Sul As men-tioned earlier in the methodology section the volume of corn among thesestates and Ports of Santos and Paranagua are organized in Microsoft Excel andare entered in the Ucinet 60 software Using the module Netdraw was possibleto provide that networks to infer some analysis presented in the next subsec-tions

41 International Traffic Considering Both Ports

The Fig 5 depict the corn flow considering the network as a whole including allthe states ports and destination Herein we gather the countries of destinationin the continents to facilitate visualization

As can be seen in Fig 5 Mato Grosso is the main grower with 8285 million(mt) flowing to Santos and Paranagua The distance that needs to be covered toreach both ports is almost the same but the Santos route especially the railroadservice is more developed than the Paranagua route As a result this is directlyresponsible for the highest cargo flow to Santos

59

6 Souza et al

Fig 5 Corn Flow among Brazilian States Ports of Santos and Paranagua andContinents of Destination

On the other hand Mato Grosso do Sul represents the second volume ofcorn to be exported with 1530 million (mt) distributed equitably between bothports The geographical position of the state with a dependence of roadwaytransportation allows Mato Grosso do Sul to use the ports indistinctly They arelocated at the same distance of about 1100 kilometers

The destination of Brazilian corn as per continent was also analyzed Our re-sults indicate the following percentages Asia (6173) Middle-East (2988)Africa (594) Europe (218) and America (027) Vietnam boosted theflow in Asia while the Middle-East distinctly depended on import of agricul-tural products both constituting the most important markets of Brazil

42 Santos

The Fig 6 depicts the corn flow considering the network of Santos PortAs illustrated in Fig 1 Santos moved 10629 million (mt) of corn in 2016

The main exporters via Santos were Mato Grosso (7498) followed by Goias(1282) Mato Grosso do Sul (609) Sao Paulo (428) Parana (118) andMinas Gerais (066) It is possible to note that despite 6085 of the vol-ume being exported to the Asian continent (Taiwan Indonesia Japan VietnamSouth Korea and Bangladesh) Iran and Middle-East were highlighted within2903 of the volume of corn exported by Santos

43 Paranagua

The Fig 7 depicts the corn flow considering the network of Paranagua Port

60

Brazilian Corn Exports 7

Fig 6 Corn Flow by Santos Corridor

Fig 7 Corn Flow by Paranagua Corridor

Based on Fig 7 it is noticeable that Paranagua in 2016 exported 2415million (mt) The state of Parana (4570) lead the export followed by MatoGrosso do Sul (3657) and Mato Grosso (1307) Among the 16 main buyershighlighted were Vietnam (2429) and Japan (1871) Other states repre-sent 570 of imports In relation to continents the most important were Asia(6562) followed by Europe (1175) Middle-East (1173) Africa (945)and America (144)

61

8 Souza et al

5 Discussion

We found that Santos Port is the major corridor that exports Brazilian cornproduction with a cargo volume that is almost three times more than that ofParanagua Santos is undoubtedly the biggest port of Latin America and it hasthe largest infrastructure associated with the main Brazilian corridors of com-modities exports

However despite the advancement of the Port Modernization Act (8630of 1993) and the new regulatory framework of the port sector (12815 of 2013)that have the objective of providing more agility and modernizing the sector re-ducing the costs of transactions [45] port infrastructure and the quality of ser-vices remain issues that affect the agricultural production of the country [14]According to data by the World Economic Forum pertaining to the Brazilianport infrastructure compared with the main exporters of corn and soybeansBrazil was the 122nd position among 144 evaluated countries [14]

Our current findings expand previous work regarding the Brazilian agri-business sector and logistics infrastructure this allows the identification of thecorn flow to the main international markets of Brazil using quantitative data

In spite of this article being an exploratory analysis it permits the identi-fication of a pathway for future studies to improve the bulk of cargo flow Theresults showed that Santos and Paranagua are the main routes of corn exportsand constitute a logistics operations bottleneck for the international traffic ofthis important feed This is especially true for Santos because it is the major ex-porter of commodities and many other products It is also Brazilrsquos main accessto the international market

Some authors such as Marlow and Casaca [15] Vieira et al [16] and theBrazilian National Transport Confederation [14] identified many issues thatmake exporting difficult further they provided the following aspects and op-portunities to improve Santos Port

ndash Maritime access Lack of dredging and overthrow of access channels anddocking berths making access of large ships difficult

ndash Territorial Access Traffic jam and limited availability of railroadsndash Low productivity Obsolete equipment and lack of availability of equipment

and facilitiesndash Burocracy Greater agility in cargo clearance at ports mooring single win-

dow paperless port to boost delivery of documentsndash Information flow Multiple systems to manage the operations loss-making

media channel hindering the customer response time

6 Conclusions and Outlook

The objective of this study was to describe the logistical corn flow of exportsmoreover it was possible to conclude that the Midwestern region was the maincorn export region of Brazil Additionally it was noticeable that the flow of

62

Brazilian Corn Exports 9

grain to the international market is concentrated in Santos and Paranagua Itwas also found that Asia is the main destination for exports of corn followedby the Middle East However Iran is the largest purchaser of Brazilian cornfollowed by Vietnam

Finally the concentration of two routes generates logistics bottlenecks inboth ports creating a traffic jam low static capacity and overuse of the portcapacity Thus the subsequent studies will concentrate on simulating the ca-pacity of Santos and Paranagua Ports to lead with commodities exports andopportunities to improve Brazilian logistics infrastructure

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63

64

43 3ordm Artigo

Artigo submetido na revista International Journal of Shipping and Transport Lo-gistics O artigo natildeo estaacute apresentado pois se encontra em avaliaccedilatildeo

65

44 4ordm Artigo

Artigo aprovado na Logistics Challenges in the n the New Economy Sharingand Interconnected Industry ndash NETLOG 2018 (20) Apresentado em Satildeo Paulo (Brasil)nos dias 05 a 06 de junho de 2018

Figura 20 NETLOG 2018

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

SIMULACcedilAtildeO DE OPERACcedilOtildeES DE GRAtildeOS EM UM

TERMINAL PORTUAacuteRIO

Aguinaldo Eduardo de Souzasup1 Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis sup2 Emerson Rodolfo Abrahamsup3 Renato

Maacutercio dos Santos 4 Matheus Palmieri Gobbetti5

sup1 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil souzaeduaguinaldogmailcom

sup2 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil joaoreisdocenteunipbr

3 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil emersonabrahamstrictounipbr

4 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil renatodnadosabercombr

5 FATEC RUBENS LARA Santos Brasil gobbettimatheusgmailcom

Resumo O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia no Brasil e de suma importacircncia para a

balanccedila comercial brasileira Neste cenaacuterio a exportaccedilatildeo de gratildeos coloca o Brasil em uma posiccedilatildeo privilegiada no

comeacutercio internacional de commodities agriacutecolas Em 2017 o milho foi o principal responsaacutevel pela alta

performance do setor com o crescimento de 13 O gratildeo protagonizou no ano de 2017 a produccedilatildeo de 97 milhotildees

(t) O objetivo deste artigo eacute investigar eventuais gargalos logiacutesticos na operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento

do milho no complexo portuaacuterio de Santos Para tanto optou-se por estudar os referidos processos em um terminal

portuaacuterio de exportaccedilatildeo aqui denominado Terminal A utilizando-se de simulaccedilatildeo Os resultados apresentam duas

operaccedilotildees distintas a chegada do gratildeo no terminal por ferrovia (vagatildeo) e a chegada por rodovia (caminhatildeo) e

apontam potenciais gargalos operacionais

Palavra-chave Simulaccedilatildeo Terminal Portuaacuterio Armazenagem Ferrovia Rodovia e Milho

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro se destaca como o segmento que mais contribui para a economia

nacional respondendo por frac14 do Produto Interno Bruto - PIB (Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA 2018) Dados estatiacutesticos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica - IBGE revelam um crescimento no segmento de 13 no ano de 2017

Os gratildeos foram os principais responsaacuteveis pelo desempenho do setor com destaque absoluto

para a cultura do milho Em 2017 a colheita nacional do cereal atingiu o volume de 97 milhotildees

(t) um extraordinaacuterio aumento de 552 em relaccedilatildeo ao ano anterior que fechou com 67 milhotildees

(t) produzidas (IBGE 2018a) (Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior

MDIC 2018a)

O Brasil tem ocupado posiccedilatildeo de destaque na produccedilatildeo mundial do milho (Reis et al 2016)

Para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos ndash USDA na safra de 201617 o paiacutes

ocupou a terceira posiccedilatildeo no ranking mundial dos maiores produtores com a colheita de 98

milhotildees (t) atraacutes da China 219 milhotildees (t) e Estados Unidos 384 milhotildees (t) (USDA 2018)

De fato o uso de novas tecnologias associadas a cultivares de alto potencial geneacutetico e

transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maior densidade de plantio

66

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

contribuiacuteram para o incremento da produccedilatildeo brasileira do milho (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA 2018) Contudo por vezes a eficiecircncia produtiva

alcanccedilada traduzida em competitividade eacute comprometida no momento do escoamento do gratildeo

Alguns estudos observam os impactos negativos a competitividade dos produtos brasileiros

relacionados aos gargalos logiacutesticos devido a ineficiecircncia operacional e infraestrutura

deficitaacuteria (Dubke 2006 Wanke e Hijjar 2009 Hilsdorf e Nogueira Neto 2015 Confederaccedilatildeo

Nacional dos Transportes ndash CNT 2018)

Considerando o estudo do Departamento de Agronegoacutecio - DEAGRO que projeta um

crescimentos de 75 para safra de 20262027 nas exportaccedilotildees do milho nacional (FIESP

2017) os terminais portuaacuterios principal porta de saiacuteda das commodities agriacutecolas em especial

o milho objeto deste estudo estatildeo preparados para responderem as crescentes demandas do

mercado internacional Neste sentido observa-se que a pesquisa operacional e a simulaccedilatildeo

podem auxiliar no processo decisoacuterio das organizaccedilotildees A pesquisa operacional lida com

problemas de como conduzir e coordenar certas operaccedilotildees (Moreira 2017) Enquanto que a

aplicaccedilatildeo de simulaccedilatildeo em um evento operacional permite analisar teorias e hipoacuteteses em

relaccedilatildeo a vaacuterios cenaacuterios (Filho 2008)

Diante do exposto o presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento de gratildeos de milho Decidiu-se pela escolha de um terminal mariacutetimo de

exportaccedilatildeo no Porto de Santos aqui denominado Terminal A O objetivo da simulaccedilatildeo eacute

dimensionar a capacidade operacional do Terminal A no que concerne recebimento e

armazenagem

Em razatildeo disso realizou-se uma pesquisa exploratoacuteria e quantitativa atraveacutes de coleta de dados

no proacuteprio terminal Em seguida optou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica

2 Referencial teoacuterico

21 Transporte Mariacutetimo

O transporte eacute considerado fator fundamental para a logiacutestica internacional A logiacutestica sendo

um processo que coordena o fluxo de bens em uma cadeia de suprimentos sem a existecircncia do

transportes o fluxo de bens seria inviabilizados (Reis et al 2015)

Responsaacutevel por mais de 90 do fluxo de cargas do comeacutercio internacional o transporte

mariacutetimo eacute a chave para economia global (Keedi 2010 David e Stewart 2010) No Brasil devido

a suas dimensotildees continentais e o extenso litoral o transporte mariacutetimo eacute de vital importacircncia

para o desenvolvimento social do paiacutes (Souza et al 2017) Deste modo os terminais portuaacuterios

juntamente e as estruturas portuaacuterias exercem papel fundamental no comeacutercio internacional

principalmente no que concerne ao escoamento do agronegoacutecio brasileiro tendo em vista que

o Brasil eacute um dos principais exportadores mundiais de gratildeos (IBGE 2018b)

A infraestrutura do sistema portuaacuterio compreende vaacuterios subsistemas que por vezes estatildeo

interconectados tendo relaccedilatildeo com o tipo de navios e cargas movimentas por ele (David e

Stewart 2010)

67

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

A existecircncia dos portos estaacute diretamente ligada a atender demandas do serviccedilo de transporte

(frete armazenagem movimentaccedilatildeo transbordo etc) e navios (piacuteeres abastecimento reparos

etc) O porto atua como interface entre o transporte internacional e o transporte domeacutestico

Handabaka (1994) e Barros (2013) considerada que os portos satildeos instalaccedilotildees fiacutesicas que

desempenham o papel de movimentaccedilatildeo de cargas transbordo de cargas entre modais e

consolidaccedilatildeo de cargas

Para Alfredini e Arasaki (2009) o porto eacute um elo importante na cadeia logiacutestica e pode ser

caracterizado como terminal multimodal ligado a abrigo profundidade e acessibilidade canal

de acesso bacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ou

aquaviaacuterios

22 Terminal Portuaacuterio

Terminais satildeo pontos nodais de um sistema de transportes onde ocorrem entrada e saiacuteda de

cargas e veiacuteculos neste sistema (Fig 1) Neste ambiente se processam transferecircncias entre

modais Um terminal pode ter atividades voltada a um ou mais tipo especiacutefico de carga

chamado terminais multiuso

De acordo com Magalhatildees (2016) na perspectiva de engenharia de transportes o conceito de

terminal engloba todas as instalaccedilotildees onde inicia ou se encerra um processo de transporte Jaacute o

terminal portuaacuterio o autor conceitua como instalaccedilotildees voltada para atendimento de navios e

cargas especializadas podendo ser instalaccedilotildees isoladas ou natildeo Ainda Magalhatildees (2016)

terminal portuaacuterio deve dispor de infraestrutura especiacutefica considerando tipos de embarcaccedilatildeo e

tipos de carga demandando assim estrutura adequada para embarquedesembarque estocagem

recebimento entrega etc

Dentre os tipos de carga movimentada por um terminal portuaacuterio pode-se destacar contecircineres

roll-on roll-off carga geral solta e unitizada graneacuteis liacutequidos e soacutelidos etc (Barros 2013)

Figura 1 ndash Processo de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo em um terminal portuaacuterio

Fonte Adaptado (Kim e Guumlnther 2007)

Exterior Navio

Embarque

Descarga

Pre-stacking Armazenagem

Ferrovia

Rodovia

Interior

68

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

23 Simulaccedilatildeo

Em computaccedilatildeo um modelo de simulaccedilatildeo eacute uma abstraccedilatildeo simplificada da realidade utilizado

para representar o funcionamento de algum sistema (Varajatildeo et al 2010 Cauchick e Fleury

2012 Chwif e Medina 2015) Os sistemas satildeo compostos por partes componentes que

interagem entre si no intuito de se atingir algum propoacutesito (Varajatildeo et al 2010) esses podem

ser naturais ou elaborados pelo ser humano tais como sistemas logiacutesticos processos

produtivos redes de empresas entre outros

Embora um modelo ser uma abstraccedilatildeo simplificada deve conter os elementos necessaacuterios para

se representar o sistema real pois serviraacute para a auxiliar nas tomadas de decisotildees compreender

os ambientes estudados e identificar problemas (Cauchick e Fleury 2012)

Apesar de sua grande importacircncia e utilizaccedilatildeo em diversos campos do conhecimento Chwif e

Medina (2015) esclarecem que a simulaccedilatildeo natildeo pode prever o futuro e sim o comportamento

de um sistema desse modo natildeo substitui o pensamento inteligente aleacutem disso a simulaccedilatildeo eacute

uma ferramenta de anaacutelise de cenaacuterios e pode ser utilizada em conjunto com recursos de

otimizaccedilatildeo mas natildeo eacute em si mesma uma ferramenta de otimizaccedilatildeo

Entre as diversas aplicaccedilotildees da simulaccedilatildeo na logiacutestica em geral pode-se verificar qual a melhor

poliacutetica de transporte distribuiccedilatildeo e estocagem em toda a cadeia desde a produccedilatildeo ateacute o

consumidor final Mais especificamente em uma operaccedilatildeo portuaacuteria se o nuacutemero de

equipamentos e homens eacute necessaacuterio para carregar e descarregar navios entre outras aplicaccedilotildees

(Chwif e Medina 2015)

3 Metodologia

Com objetivo de compreender eventuais gargalos logiacutesticos em um terminal portuaacuterio optou-

se por aplicar um modelo de simulaccedilatildeo visando dimensionar a capacidade operacional e o niacutevel

de resposta para futuras demandas Portanto decidiu-se pelo modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica O presente estudo foi realizado em trecircs

etapas

Primeira Coleta de Dados Os dados foram extraiacutedos do sistema de controle do proacuteprio

Terminal A disponibilizado pela gerecircncia de operaccedilotildees Nestes dados estatildeo contidas

informaccedilotildees acerca das operaccedilotildees no terminal

Segunda Tratamento de dados Os dados foram selecionados por tipo de evento rodoviaacuterio e

ferroviaacuterio levando em consideraccedilatildeo trecircs meses de maior pico de demanda do milho (agosto

setembro e outubro) Em seguida realizou-se o levantamento de tempo de operaccedilatildeo de cada

evento (Fig 3 e Fig 4) considerando e meacutedia ponderada e o desvio padratildeo

Terceira Processo de simulaccedilatildeo Apoacutes aferimento de tempo de cada processo aplicou-se o

modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg considerando o horizonte de cenaacuterio de um ano

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Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

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Figura 2 - Evento completo - Ferroviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

Figura 3 - Evento completo - Rodoviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

4 Estudo de Caso

O Terminal A eacute um terminal portuaacuterio especializado em granel soacutelido que opera no Porto de

Santos Possui uma aacuterea de mais de 300 mil m2 composta por acesso rodoferroviaacuterio dois gates

uma entrada e outro saiacuteda duas moegas ferroviaacuterias dois tombadores para descarga de

caminhotildees piacuteer de atracaccedilatildeo para navios correia transportadora e dois armazeacutens graneleiros

com capacidade estaacutetica de 108 mil (t) cada um Sua infraestrutura eacute voltada para embarque de

commodities agriacutecolas com destaque para o milho objeto de estudo desta pesquisa de

simulaccedilatildeo

Dados coletados atraveacutes da gerecircncia de operaccedilatildeo do Terminal A atestam que para estocagem

mensal do milho eacute necessaacuterio frac34 da capacidade estaacutetica total ou seja 162 mil (t) tendo em vista

a capacidade total de armazenagem do terminal eacute de 216 mil (t)

Em 2016 observou-se que 52 dos 218 milhotildees (t) milho nacional exportado foi escoado pelo

Porto de Santos 112 milhotildees (t) (MDIC 2018b) Deste montante cerca de 20 de todo volume

escoado pelo porto santista foi movimentado pelo Terminal A cerca de 22 milhotildees (t)

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

1ordf Processo ldquoChegada no terminalmoega (2) coleta de

amostras pesagem e descargardquo

3ordf Processo ldquoSaiacuteda coleta de

amostras chegada descarga

tombador (2)rdquo

1ordf Processo ldquoSaiacuteda paacutetio

regulador chegada

terminalrdquo

2ordf Processo ldquoSaiacuteda gate in

pesado chegada para coleta

de amostrasrdquo

70

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

5 Discussatildeo e Resultados

51 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Vagotildees

No montante total de recebimento e armazenamento do milho a operaccedilatildeo de vagatildeo representa

80 de toda movimentaccedilatildeo do terminal Nesta operaccedilatildeo (Fig 2) denominado ldquoeventordquo para

efeito da simulaccedilatildeo no ARENAreg (Fig 4) observa-se apenas um processo

O processo inicia-se com a chegada das composiccedilotildees no terminal que satildeo enviadas diretamente

para a moegas para o descarregamento dos vagotildees Vale ressaltar que os processos de pesagem

e a coleta de amostras satildeo efetuados simultaneamente com a descarga

Figura 4 ndash Simulaccedilatildeo vagotildees

Fonte ARENAreg

Tabela 1 - Indicadores de Performance

Vagotildees Utilizaccedilatildeo

recurso Vagotildees na fila

Tempo vagotildees na fila

(horas)

Total

vagotildees

Entrada Saiacuteda Moega

1

Moega

2

Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo 6

60

62

2718 2717 34 68 002 000 300 007 000 429

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Como ilustra a Tabela 1 os resultados da simulaccedilatildeo indicaram a saiacuteda de 2717 vagotildees A taxa

de ocupaccedilatildeo meacutedia das moegas foram de 34 na moega 1 e 68 na moega 2 Pocircde-se observar

ainda que apesar de vaacuterios vagotildees entrarem direto para descarga sem espera em meacutedia 002

vagatildeo aguardou na fila alcanccedilando assim a meacutedia maacutexima de 3 vagotildees na fila de espera Acerca

do tempo de espera a meacutedia ficou em 007 horas com maacuteximo de 429 horas de espera No

periacuteodo simulado (1 ano) foi registrado 66062 vagotildees descarregados

52 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Caminhotildees

Enquanto 80 das operaccedilotildees do terminal tem sua origem na ferrovia os caminhotildees

representam 20 de toda a operaccedilatildeo sendo que 70 deste volume eacute composto pelo veiacuteculo

bitrem (2 semi rebocadores acoplados entre si) A operaccedilatildeo completa deste ldquoeventordquo para efeito

71

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da simulaccedilatildeo (Fig5) no ARENAreg eacute composta por trecircs processos a) saiacuteda paacutetio

reguladorchegada no terminal (gate) b) saiacuteda gatechegada de coleta amostras c) saiacuteda coletas

de amostraschegada nos tombadores para descarga (Fig 3)

Figura 5 ndash Simulaccedilatildeo caminhatildeo

Fonte ARENAreg

Tabela 2 - Indicadores de Performance

Caminhotildees Utilizaccedilatildeo recursos Caminhotildees na fila Tempo caminhotildees

na fila (horas) Total

Entrada Saiacuteda Tombadores Pessoas Gate Meacutedia Min Maacutex Meacutedia Min Maacutex

63

39

2735 2734 47 2 67 007 000 400 016 000 575

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Os resultados observados na Tabela 2 indicam que dos 2735 veiacuteculos que entraram 2734

saiacuteram ficando em meacutedia 007 caminhotildees aguardando na fila chegando a 4 caminhotildees na

meacutedia maacutexima No que se refere aos recursos os resultados apontaram que o gate eacute o recurso

mais exigidos na operaccedilatildeo com taxa de uso de mais de 67 seguido pelos tombadores que

juntos representaram uma taxa de uso de 47 Jaacute o uso do recurso pessoas ficou em 2 No

que se refere ao tempo de espera 016 horas a meacutedia chegando a 575 horas maacutexima de espera

por caminhatildeo Um total de 6339 veiacuteculos foram descarregados no final da simulaccedilatildeo (1 ano)

sendo 5330 bitrem e 1069 caminhotildees

6 CONCLUSOtildeES

O presente estudo teve como objetivo principal simular uma operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento do milho de modo a mapear eventuais gargalos operacionais deste processo

no Terminal A Com isso foi possiacutevel observar que dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute

a operaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Em que pese na

operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34 moega 1 e 68 moega

72

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel a gargalos O estudo identificou na

operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos recursos de 67 no gate e 47 nos tombadores

Desta maneira pode-se concluir que apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do

terminal se as perspectivas de aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o

Terminal A estaraacute diante de um iminente gargalo operacional Portanto os resultados indicam

a necessidade de investimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o

aumento crescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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75

76

5 Discussatildeo (Artigos)

Os quatro artigos dessa dissertaccedilatildeo buscaram atender os objetivos especiacuteficosapresentados no capiacutetulo 1 O objetivo geral da dissertaccedilatildeo de analisar os fluxos deexportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica do Porto de Santos com basena movimentaccedilatildeo de um terminal exportador de gratildeos de milho eacute verificado pelosquatro artigos cujo a soma busca responder o objetivo Os resultados foram discutidosde forma ampla no conjunto deste trabalho

O primeiro artigo teve caraacuteter exploratoacuterio ou seja buscou apresentar um pa-norama da produccedilatildeo de milho no Brasil de modo a permitir entender a importacircncia dacultura e o seu impacto para o paiacutes Essa anaacutelise eacute relevante pois permite ao pesqui-sador um conhecimento da aacuterea de estudo O artigo foi essencialmente bibliograacuteficocom base em estudos anteriores

Essa pesquisa contribuiu para a justificativa do presente estudo em que seconstatou a relevacircncia da produccedilatildeo nacional e o destaque do cereal para o comeacutercioexterior brasileiro visto que eacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil

O segundo artigo da dissertaccedilatildeo permitiu constatar a importacircncia da do Portode Santos para a logiacutestica de exportaccedilatildeo do cereal tendo como principal exportadoro estado do Mato Grosso maior produtor nacional do milho

Verificou-se a Aacutesia e Oriente Meacutedio como os principais mercados do milhomato-grossense justificando o maior volume de movimentaccedilatildeo do milho na plataformaportuaacuteria de Santos natildeo soacute devido a sua capacidade operacional por possuir seteterminais especifico que operam gratildeos mas tambeacutem pela disponibilidade de rotasmariacutetimas que o porto oferece

O artigo permitiu ainda evidenciar o papel do Porto de Santos bem superior aosegundo lugar o Porto de Paranaguaacute Esses resultados permitiram concluir que umaumento no volume de exportaccedilotildees necessariamente passariam por Santos e umaanaacutelise mais detalhada deste seria necessaacuteria

O proacuteximo passo da pesquisa constitui em encontrar uma forma de mensurar opapel do porto de Santos e sua capacidade de atender uma demanda maior Assimutilizaram-se dados oficiais e modelos de previsatildeo para estabelecer uma tendecircncia decrescimento das exportaccedilotildees do milho brasileiro e seu respectivo volume no Porto deSantos Para capacidade estaacutetica em atender essas flutuaccedilotildees utilizou-se de dadosde um dos principais terminais de gratildeos do porto que disponibilizou as informaccedilotildeesnecessaacuterias para o estudo

Esta pesquisa foi de caraacuteter quantitativo permitindo analisar se o Terminal Atem capacidade operacional para atender as novas demandas de crescimento no fluxo

77

de exportaccedilatildeo do milhoAs previsotildees apresentadas no artigo sinalizaram um deacuteficit na capacidade es-

taacutetica de armazenagem para os proacuteximos cinco anos (20172021) com 39 5775 94 e 115 respectivamente no Terminal A e um consequentemente deacuteficit noPorto de Santos

Por fim uma ultima anaacutelise complementar foi realizada para verificar os impac-tos da entrada desse milho nas operaccedilotildees do terminal A A anaacutelise se concentrou nasoperaccedilotildees de recebimento e armazenagem do milho para posterior embarque E entreas duas operaccedilotildees (rodoviaacuterioferroviaacuterio) a taxa de uso dos recursos dos caminhotildeeseacute mais elevada do que dos vagotildees apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representarapenas 20 do terminal

Os resultados dos artigos III e IV indicaram que caso se concretize a projeccedilatildeodo aumento de demanda internacional pelo milho brasileiro o Porto de Santos e oTerminal A estaratildeo diante de eventuais gargalos operacionais Desta maneira haacute ne-cessidade de ampliar a estrutura de capacidade estaacutetica de armazenagem bem comoos recursos utilizados para o recebimento do milho atraveacutes do modal rodoviaacuterio

78

6 Propostas para Trabalhos Futuros

Com advento da globalizaccedilatildeo da economia o niacutevel competitivo de um paiacutes estaacutena sua capacidade em escoar mateacuterias-primas e produtos Dessa maneira as plata-formas portuaacuterias satildeo fundamentais para a cadeia logiacutestica como para a eficiecircncia deseus serviccedilos As praacuteticas de como o porto se integra e sua a capacidade de gerarvalor para a cadeia eacute fator decisoacuterio para a competitividade dos paiacuteses no mercadointernacional

As commodities agriacutecolas se caracterizam por produtos de alta volatilidadebaixo valor agregado margens apertadas e transporte ineficiente Isso evidencia aindamais a importacircncia da logiacutestica portuaacuteria para ganho de valor competitivo O sistemaportuaacuterio brasileiro tem papel fundamental na ordem econocircmica do Brasil sobretudonas operaccedilotildees de exportaccedilatildeo dos produtos agriacutecolas

Diante do exposto o presente estudo poderaacute subsidiar novas pesquisas quecontribuiratildeo para o aumento da competitividade do milho brasileiro no mercado glo-bal Recomenda-se um estudo voltado para o desenvolvimento de indicadores dedesempenho operacional portuaacuterio para auxiliar o exportador brasileiro na tomada dedecisatildeo no momento da escolha do porto mais eficiente para escoamento do gratildeo

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Page 4: Dissertação - Aguinaldo Eduardo de Souza - Programa de ...repositorio.unip.br/.../eng_aguinaldoeduardodesouza.pdfDissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Engenharia de

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PANORAMA DAS EXPORTACcedilOtildeES DO MILHOBRASILEIRO VIA PORTO DE SANTOSSP UMESTUDO EM UM TERMINAL LOGIacuteSTICO DE

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Aprovado em

Banca Examinadora

Dr Joatildeo Gilberto Mendes dos ReisUniversidade Paulista - UNIP

Dr Oduvaldo VendramettoUniversidade Paulista - UNIP

Dr Adriano Maniccediloba da SilvaInstituto Federal de Educaccedilatildeo Ciecircncia e Tecnologia de Satildeo Paulo - IFSP

i

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho ao meu avocirc paterno Antonio Gomes (in memoriam) e seusincontaacuteveis conselhos dominicais

A Mariah Eduarda Mazza Cunha de Souza filha amada e eterna companheira

ii

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pelas oportunidades por tudo que sou e tudo que tenhoAo professor orientador Dr Joatildeo Gilberto Mendes do Reis pela confianccedila e

dedicaccedilatildeo Pelos seus conhecimentos disseminados e acima de tudo pelo respeitoque pautaram nossos encontros

A Roberta Sobral Pinto pela compreensatildeo e carinhoA toda a minha famiacutelia Ao meu pai Aguinaldo Eduardo Gomes A minha que-

rida matildee Maria de Lourdes de Souza exemplo de feacute perseveranccedila e dignidadeAos professores do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo

sob a sabia orientaccedilatildeo do professor Dr Oduvaldo Vendrametto que permite um am-biente humanizado

Aos colegas do mestrado pelas manifestaccedilotildees de carinho traduzidas em incon-dicional colaboraccedilatildeo e acolhimento do amigos Emerson Rodolfo Abraham e AtaiacutedePereira Cardoso Junior

Ao Marcos Tokimatsu Khalil pelo apoio permitindo o acesso a suas operaccedilotildeeslogiacutesticas

Ao amigo Juacutelio Cesar Raymundo pelo incentivoAo apoio financeiro da Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel

Superior (CAPES)Por fim a todos que direta e indiretamente experienciaram esta jornada comigo

eterna gratidatildeo

iii

EPIacuteGRAFE

O bem que fizerdes nalgum lugar seraacute teu advogadoem toda parte

Emmanuel

iv

RESUMO

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de commo-dities agriacutecolas A cultura do milho tem contribuiacutedo para o destaque do agronegoacuteciona economia nacional visto que o cereal eacute segundo gratildeo mais cultivado e exportadopelo Brasil No ranking mundial no ano de 2017 o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo demaior produtor de milho e o segundo maior exportador Os aumentos de produtividadeno cultivo do gratildeo ao longo dos uacuteltimos 41 anos no momento do seu escoamentoobservam-se entraves operacionais e uma logiacutestica deficitaacuteria nos portos brasileirosO objetivo deste trabalho consistiu em investigar as exportaccedilotildees do milho brasileiro eanalisar a capacidade do porto de Santos de escoar o milho com base em um termi-nal logiacutestico Como metodologia utilizou-se uma abordagem descritiva exploratoacuteria equantitativa aleacutem de aplicar um modelo de simulaccedilatildeo com vista a dimensionar a capa-cidade operacional do porto Os resultados observados apresentaram um panoramade contiacutenuo crescimento na produccedilatildeo nacional A simulaccedilatildeo apontou eventuais gar-galos na operaccedilatildeo no terminal logiacutestico caso se concretizem o aumento da demandadas exportaccedilotildees do milho

Palavras-chave Milho agronegoacutecio exportaccedilatildeo logiacutestica portos

v

ABSTRACT

Brazil is one of the worldrsquos leading producers and exporters of agricultural commoditiesThe corn crop in turn has contributed to the importance of agribusiness in the nationaleconomy since cereal is the second most cultivated and exported grain in Brazil Inthe world ranking in 2017 Brazil was the third largest producer of maize and the se-cond largest exporter Despite significant increases in productivity in the cultivation ofgrain over the last 41 years at the time of its disposal there are operational obstaclesand a logistics that are still deficient in Brazilian ports In this context the objective ofthis work was to investigate Brazilian corn exports and analyze the capacity of the Portof Santos to dispose of maize based on a logistics terminal For this as a methodo-logy a descriptive exploratory and quantitative approach was used besides applyinga simulation model with the purpose of dimensioning the operational capacity of theport The observed results showed a panorama of continuous growth in the nationalproduction In addition the simulation pointed out eventual bottlenecks in the logisticterminal operation in case the demand for grain exports increases

Keywords Maize agribusiness export logistics ports

vi

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor 42 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006) 63 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617

Fonte CONAB (2018) 84 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB

(2018) 95 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte

CONAB (2018) 96 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-

201677 Fonte CONAB (2018) 117 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018) 118 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 139 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 1310 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b) 1411 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b) 1712 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012) 2013 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016) 3014 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte AN-

TAQ (2018a) 3215 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3416 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b) 3517 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3618 Revista SADSJ 4019 APMS 2017 Hamburg 5420 NETLOG 2018 65

vii

LISTA DE TABELAS

1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b) 162 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007) 223 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a) 264 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003 275 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a) 316 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte

MTPAC (2018a) 327 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a) 338 Artigos publicados do autor 38

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Acre

ADHOC Administradora Hidroviaacuteria Docas Catarinense

AGRAER Agecircncia Regional de Dourados

ANTAQ Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterios

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APMS International Conference Advances in Production

APPA Administraccedilatildeo dos Portos de Paranaguaacute e Antonina

APSFS Autoridade Portuaacuteria Porto Satildeo Francisco do Sul

BA Bahia

CADE Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica

CDC Companhia Docas do Cearaacute

CDC Companhia Docas do Paraacute

CDRJ Companhia Docas do Rio de Janeiro

CDSA Companhia Docas de Santana

CODEBA Companhia Docas da Bahia

CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte

CODESA Companhia Docas do Espirito Santo

CODESP Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo

CODOMAR Companhia Docas do Maranhatildeo

COMAP Companhia Municipal de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

CSCMP Council of Supply Chain Management Professional

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econocircmico

ix

DERSA Desenvolvimento Rodoviaacuterio SA

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DOCAS-PB Companhia Docas da Paraiacuteba

EMAP Empresa Maranhense de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

FIESP Federaccedilatildeo das Induacutestria de Satildeo Paulo

HA Hectare

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IP4 Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pequeno Porte

ITC Trade statistics for international business development

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MS Mato Grosso do Sul

MT Mato Grosso

MTPAC Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil

ONU Organizaccedilatildeo da Naccedilotildees Unidas

PA Paraacute

PIB Produto Interno Bruto

PR Paranaacute

RFB Receita Federal do Brasil

RO Roraima

RS Rio Grande do Sul

SCM Supply Chain Management

SCPAR Santa Catarina Parcerias SA

SDEC-PE Secretaacuteria de Desenvolvimento Econocircmico de Pernambuco

SEP-PR Secretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica

x

SOPH Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondocircnia

SP Satildeo Paulo

SPH Superintendecircncia de Portos e Hidrovias

SUPRG Superintendecircncia do Porto de Rio Grande

T Tonelada

UNCTAD Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento

USDA Departamento de Agricultura dos Estados

xi

SUMAacuteRIO

RESUMO iv

ABSTRACT v

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES vi

LISTA DE TABELAS vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS viii

1 Introduccedilatildeo 111 Motivaccedilatildeo 212 Objetivos 3

121 Objetivo Geral 3122 Objetivos Especiacuteficos 3

13 Organizaccedilatildeo do trabalho 4

2 Revisatildeo da Literatura 521 Origem do milho 522 Produccedilatildeo nacional 723 Regiotildees produtoras 724 Estados produtores 1025 Exportaccedilatildeo do milho 12

251 Panorama nacional 12252 Panorama mundial 15

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito 17261 Histoacuteria 18262 Conceito 18

27 Logiacutestica nas empresas 1928 Atividades logiacutesticas 2229 Portos 23210 Serviccedilos Portuaacuterios 25211 Tipos de portos 26212 Terminais portuaacuterios 29213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro 30214 Porto de SantosSP 34

xii

3 Metodologia 37

4 Artigos 4041 1ordm Artigo 4042 2ordm Artigo 5443 3ordm Artigo 6444 4ordm Artigo 65

5 Discussatildeo (Artigos) 76

6 Propostas para Trabalhos Futuros 78

1

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio ocupa posiccedilatildeo de destaque na economia do Brasil Segundoo Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA (2018) o agronegoacutecioeacute o segmento de maior importacircncia para a economia nacional representando apro-ximadamente 25 do Produto Interno Bruto - PIB O Instituto Brasileiro de Geografiae Estatiacutestica - IBGE (2018a) assevera que houve um crescimento de 10 apoacutes doisanos de queda consecutiva de 35 no PIB nacional fechando o ano de 2017 comR$ 66 trilhotildees

A expansatildeo do agronegoacutecio de 13 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 foi fator de-terminante para a alavancagem do PIB em 2017 IBGE (2018a) Dados estatiacutesticosdo Ministeacuterio da Agricultura evidenciam a relevacircncia do agronegoacutecio para comeacutercioexterior brasileiro Considerando os uacuteltimos 21 anos (1997-2017) sua participaccedilatildeo nabalanccedila comercial brasileira foi de 406 Em 2017 as exportaccedilotildees do agronegoacuteciosomaram US$ 96 bilhotildees ou seja 441 do total da exportaccedilotildees do Brasil encer-rando o ano com US$ 2177 bilhotildees (MAPA 2018)

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo de soja e milho con-sequentemente um dos principais exportadores mundiais de commodities agriacutecolas(Lourenccedilo amp Lima 2009) A implementaccedilatildeo de poliacuteticas governamentais oferta derecursos hiacutedricos condiccedilotildees de clima e solo e pesquisas e tecnologia contribuiacuterampara o destaque da agricultura brasileira no cenaacuterio internacional (Bolfe et al 2016)

Natildeo obstante a soja ser o gratildeo mais cultivado e exportado pelo Brasil a culturado milho vem ganhando espaccedilo no cenaacuterio nacional e no mercado internacional poiseacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil O cereal eacute um dos principais compo-nentes da cadeia alimentar mundial (Reis et al 2016) Em 2017 o Brasil registrou amaior produccedilatildeo do cereal 97 milhotildees t um crescimento de 552 frente ao ano de2016 com 67 milhotildees t (CONAB 2018 IBGE 2018b)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Esta-dos Unidos ndash USDA o milho eacute o gratildeo mais cultivado no mundo Na safra de 201617a produccedilatildeo mundial atingiu 107 bilhotildees t No ranking dos principais produtores mun-diais o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo com 98 milhotildees t atraacutes da China e EstadosUnidos com 219 milhotildees e 384 milhotildees t respectivamente (USDA 2018)

Estudos da USDA (2018) projetam uma produccedilatildeo global de 103 bilhatildeo t parasafra de 201718 e 105 bilhatildeo t para a de 201819 Conforme projeccedilotildees do oacutergatildeoamericano os Estados Unidos permaneceratildeo na lideranccedila absoluta com expectativade produccedilatildeo de 370 e 356 milhotildees t seguido pela China com 215 e 225 milhotildees t e oBrasil com 85 e 96 milhotildees t (201718-201819)

2

Em que pese a produccedilatildeo nacional do milho ter alcanccedilado iacutendices de excelecircncianos uacuteltimos 41 anos apontando crescimento aproximado de 408 na produccedilatildeo 335na produtividade e 49 as aacutereas de plantio o milho eacute uma commodity de baixo valoragregado e depende fundamentalmente de um alto potencial logiacutestico (CONAB 2018)

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas a cultivares de alto poten-cial geneacutetico e transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maiordensidade de plantio tem contribuiacutedo significativamente a cultura do milho no Brasile sua capacidade produtiva (EMBRAPA 2018) Quando a produccedilatildeo ultrapassa asfronteiras do campo e inicia o processo de escoamento os gratildeos se defrontam comos gargalos logiacutesticos produzindo assim impactos negativos na competitividade dosprodutos agriacutecolas brasileiros no mercado internacional (Dubke 2006 Wanke amp Hijjar2009 Hilsdorf amp Nogueira Neto 2015 CNT 2017)

O Brasil tem aproveitado a crescente demanda do mercado global O paiacuteseacute o segundo maior exportador mundial de milho ficando atraacutes apenas do EstadosUnidos (USDA 2018) O volume de milho exportado foi de 292 milhotildees t em 2017alcanccedilando seu maior iacutendice em toda seacuterie histoacuterica de exportaccedilatildeo jaacute registrado desdedo ano de 1997 (COMEXSTAT 2018)

Contudo os portos mariacutetimos principal plataforma de escoamento do milhoainda que seja evidenciadas significativas melhorias na sua eficiecircncia operacionalnas uacuteltimas duas deacutecadas observa-se entraves operacionais e uma logiacutestica aindadeficitaacuteria (Souza et al 2017)

Com o aperfeiccediloamento de algumas atividades logiacutesticas de exportaccedilatildeo ndash rece-bimento armazenagem e embarque ndash mais eficientes as mesmas poderatildeo promoverum ganho de competitividade para o cereal brasileiro no comeacutercio global

Sendo assim o presente estudo visa analisar a capacidade operacional deescoamento do gratildeo em portos brasileiros tendo como campo de estudo o Porto deSantosSP considerando que 93 das exportaccedilotildees do milho brasileiro se daacute por viasmariacutetima (COMEXSTAT 2018)

11 Motivaccedilatildeo

A demanda mundial por alimento eacute um desafio para a comunidade internacio-nal Estudos da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas ndash ONU estimam que a populaccedilatildeomundial chegue a 86 bilhotildees em 2030 98 bilhotildees em 2050 e ultrapasse os 112 bi-lhotildees em 2100 (ONU 2018) O crescimento da populaccedilatildeo mundial implica em umgrande desafio aos liacutederes globais para o aumento da produccedilatildeo de alimentos de ma-neira sustentaacutevel

O Brasil se destaca como importante produtor de commodities agriacutecolas Aleacutemdisso protagoniza um papel importante de fornecedor na cadeia alimentar mundial

3

cuja exportaccedilotildees do milho tiveram um crescimento exponencial Se comparado o anode 1997 a 2017 o volume do milho com destino ao comeacutercio exterior cresceu 8300sendo exportado 348 mil t em 1997 e 29 milhotildees t em 2017 (COMEXSTAT 2018)

No caso do milho as projeccedilotildees de exportaccedilatildeo do gratildeo tecircm alcanccedilado pata-mares elevados (MAPA 2018) Os estudos da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estadode Satildeo Paulo ndash FIESP asseguram uma variaccedilatildeo positiva de 75 nas exportaccedilotildees docereal para a safra de 202627 em relaccedilatildeo agrave safra 201617 (FIESP 2018)

A relevacircncia da pesquisa justifica-se pelo aumento da demanda global por ali-mentos em decorrecircncia do crescimento demograacutefico mundial USDA (2018) e a opor-tunidade de expansatildeo do cereal nacional no mercado internacional (FIESP 2018)

O presente estudo propotildee uma investigaccedilatildeo no Porto de SantosSP quantoa sua capacidade operacional de exportaccedilatildeo considerando as projeccedilotildees de cresci-mento da demanda internacional pelo milho (MAPA 2017 FIESP 2018)

Para tanto optou-se por delimitar a pesquisa em um terminal portuaacuterio de ex-portaccedilatildeo aqui denominado Terminal A do porto santista cujo complexo portuaacuterio eacuteo principal responsaacutevel pelo fluxo de escoamento do milho brasileiro para o mercadomundial (COMEXSTAT 2018)

12 Objetivos

121 Objetivo Geral

Analisar os fluxos de exportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica doporto de Santos em atender esses fluxos com base na movimentaccedilatildeo de um terminalexportador de gratildeos de milho

122 Objetivos Especiacuteficos

1 Analisar a produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees produtoras

2 Identificar o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasileiro principal porto de escoa-mento e principais mercados compradores

3 Avaliar se a capacidade estaacutetica de armazenagem no Porto de Santos eacute compa-tiacutevel com as crescente demandas de exportaccedilatildeo por meio do Terminal A

4 Simular um processo de operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento de gratildeosde milho visando avaliar a capacidade operacional do terminal

4

13 Organizaccedilatildeo do trabalho

Este trabalho estaacute organizado conforme demonstrado pela Figura 1

Figura 1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor

5

2 Revisatildeo da Literatura

21 Origem do milho

O milho eacute uma das culturas agriacutecolas mais importante para a sociedade tantonas bases econocircmicas do agronegoacutecio como sociais pois eacute um dos produtos demaior versatilidade na cadeia alimentar mundial Aleacutem de ser utilizado como insumopara alimentaccedilatildeo humana e animal eacute fonte de mateacuterias primas para a agroinduacutestria eproduccedilatildeo de etanol (Diogenes 2011)

Cultivado em quase todas as regiotildees temperadas e tropicais do mundo O milhose adapta em condiccedilotildees abaixo do niacutevel do mar e ateacute 3 mil metros acima do niacutevel domar (CME 2018) As temperaturas adequadas para seu cultivo devem apresentarmeacutedia noturna acima de 128 degC e meacutedia diurna superior a 19 degC Agecircncia Regional deDourados (AGRAER 2018)

Considine (2005) Bernardi et al (2014) Dyer et al (2014) destacam atraveacutesde evidencias cientificas que o milho eacute uma planta de origem mexicana cuja domes-ticaccedilatildeo tem iniacutecio em 7500 a 12000 anos atraacutes na aacuterea central da Mesoameacuterica

Segundo Lerayer (2006) o Meacutexico e a Guatemala satildeo considerados paiacuteses quederam origem ao milho A autora assegura que no vale do Tehucan onde atualmentese localiza o Meacutexico foi encontrada a primeira espiga de milho datada de 7000 aC

O milho (Zea mays L) eacute uma graminea anual membro da famiacutelia das gramiacuteneas(Poaceae) Tem importacircncia secular para cultura alimentar desde a antiguidade e eacutemuito apreciado entre os povos da Ameacuterica Central e do Sul (Vincent 2012)

Para Perry et al (2006) encontraram-se vestiacutegios do cultivo do milho na Ameacute-rica do Sul haacute pelo menos 4000 anos Os iacutendios americanos cultivavam-no em mon-tes Existia uma variaccedilatildeo de espeacutecies plantadas conforme seu uso Com o passar dotempo o meacutetodo foi substituiacutedo por plantio de uma soacute espeacutecie

Atraveacutes de um processo natural de seleccedilatildeo os nativos (astecas e maias) esco-lhiam as espigas de maior vigor mais produtivas e faacuteceis de serem colhidas e arma-zenadas (Lerayer 2006) A Figura 2 ilustra a transformaccedilatildeo da espeacutecie ateacute os dias dehoje

6

Figura 2 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006)

A Figura 2 destaca as alteraccedilotildees importantes que ocorreram ao longo da do-mesticaccedilatildeo do milho De uma gramiacutenea com espigas de poucos gratildeos cobertos comuma casca dura para espigas com maior nuacutemero de gratildeos e maiores Com isso aespeacutecie se desenvolveu para variedades com grande capacidade de adaptaccedilatildeo emdiversas altitudes de acordo com o relevo da Ameacuterica Central (Lerayer 2006)

Haacute mais de 300 espeacutecies de milho identificadas no mundo Praticamente todasestas espeacutecies derivam direta ou indiretamente dos trabalhos desenvolvidos pelascivilizaccedilotildees preacute-colombianas (Lerayer 2006)

De acordo com Smith et al (2004) o cereal foi difundido para o hemisfeacuterionorte no final do seacuteculo XV com a chegada dos exploradores europeus em terrasamericanas A partir daiacute iniciou-se um processo de disseminaccedilatildeo inicialmente parao sul da Franccedila e Itaacutelia em 1494 Egito em 1517 Espanha e Portugal em 1575

No final do seacuteculo XVI o milho se encontrava estabelecido em todos os conti-nentes adaptado nos mais variados climas e ambientes (Lerayer 2006)

No Brasil estudos apontam que o cultivo do milho jaacute era praticado antes dachegada dos colonizadores portugueses pelos iacutendios Guaranis que tinham o cerealcom fonte principal de sua dieta alimentar Com a chegada dos portugueses o con-sumo pelo cereal aumentou e foi introduzido nos haacutebitos alimentares dos brasileiros(Bernardi et al 2014)

7

22 Produccedilatildeo nacional

O calendaacuterio agriacutecola do milho eacute composto por duas safras A primeira safra deveratildeo o plantio varia de agosto a dezembro A segunda safra de inverno com plantiode janeiro a marccedilo geralmente cultivada apoacutes a colheita da soja na regiatildeo Centro-Sul(DEPEC 2017)

O cereal eacute o principal micronutriente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal As ati-vidades de avicultura e suinocultura satildeo as principais cadeias responsaacuteveis pelo con-sumo da produccedilatildeo nacional e tem importacircncia fundamental na corrente de comeacutercioexterior brasileira (Caldarelli amp Bacchi 2012)

Reis et al (2016) corroboram com Caldarelli amp Bacchi (2012) em seus estu-dos Os autores afirma que o cultivo do milho no Brasil eacute destinado para o consumointerno com duas finalidades produccedilatildeo de raccedilatildeo animal (bovino suiacuteno e frango) eindustrializaccedilatildeo para consumo humano

A produccedilatildeo nacional do milho tem logrado ecircxito e alcanccedilado iacutendices elevadosde crescimento Enquanto as aacutereas destinadas ao cultivo milho obtiveram uma ex-pansatildeo 49 ao longo dos 41 anos saindo de 11 milhotildees de hectares na safra de197677 para 17 milhotildees de hectares para a safra de 20162017

Os registros apontam uma colheita 19 milhotildees t na safra de 197677 Se com-parado com a safra de 201617 com 97 milhotildees t produzidas a produccedilatildeo nacionalcresceu 408 nos uacuteltimos 41 anos

Em termos de produtividade houve um acreacutescimo de 335 no mesmo periacuteodoOs estudos registram na safra de 197677 uma produtividade 12 tonelada por hec-tare contra 55 toneladas por hectare na uacuteltima safra (201617)

O crescimento mais acentuado foi a partir da deacutecada da safra de 199192 Como aumento de demanda pelo cereal e oferta de terras mais baratas propiciaram aexpansatildeo de novas fronteiras agriacutecolas

Diante desta conjuntura pode-se notar um migraccedilatildeo da produccedilatildeo sentido aonorte do pais que ateacute entatildeo concentrava-se nas regiotildees Sul e Sudeste Tendo comodestaque o Centro-Oeste principal regiatildeo produtora do milho (Souza et al 2017)

Outras variaacuteveis contribuiacuteram para a promoccedilatildeo do crescimento da produccedilatildeonacional do milho conforme observa Caldarelli amp Bacchi (2012) acordos internacio-nais desregulamentaccedilatildeo da economia aumento da rentabilidade do produtor com avalorizaccedilatildeo do gratildeo e a pesquisa e novas tecnologias

23 Regiotildees produtoras

O cultivo do milho no Brasil abrange praticamente todas as regiotildees do BrasilEntretanto a maior concentraccedilatildeo estaacute na macrorregiatildeo Centro-Sul (CONAB 2018)

8

Um fator importante a ser destacado eacute a contribuiccedilatildeo da segunda safra para aproduccedilatildeo nacional A safrinha como tambeacutem eacute conhecida tem alcanccedilado iacutendices deprodutividade significativos Centro-Oeste (Figura 3)

A alta produccedilatildeo da 2 ordfsafra na regiatildeo Centro-Oeste justifica-se pelo fato de aprodutividade estar associada ao aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes

O cultivo do milho da 2 ordfsafra eacute plantado no local onde eacute colhida a soja elevandoassim seu potencial produtivo (Reis et al 2016)

Figura 3 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617 FonteCONAB (2018)

A regiatildeo Centro-Oeste eacute a maior produtora de milho do Brasil A regiatildeo teve umcrescimento de aproximadamente 980 se comparado a safra de 199091 e 201617com a produccedilatildeo de 45 milhotildees t e 488 milhotildees t respectivamente (CONAB 2018)

O estado do Mato Grosso eacute o principal responsaacutevel pelo protagonismo da ma-crorregiatildeo Centro-Sul na produccedilatildeo nacional

No ranking das regiotildees produtoras em ordem de grandeza Centro-Oeste pro-duziu 48 milhotildees t Sul 27 milhotildees t Sudeste 13 milhotildees t Nordeste 6 milhotildees t e oNorte 2 milhotildees t tendo como base a safra 201617 (Figura 4)

9

Figura 4 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB (2018)

Conforme ilustrado na Figura 4 apesar da regiatildeo Norte ser a regiatildeo de menorpotencial produtivo foi a de maior elevaccedilatildeo na produccedilatildeo com aumento de 2183ficando atraacutes do Centro-Oeste com 2417 Em terceiro lugar a regiatildeo Nordeste304 seguida pela Sul 171 Sudeste com 123 considerando os 41 anos de seacuteriehistoacuterica (CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo agrave produtividade ainda que a regiatildeo Centro-Oeste tenha apresen-tado o maior crescimento em termos de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maioreficiecircncia (Figura 5)

Figura 5 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte CO-NAB (2018)

10

Conforme ilustrado na Figura 5 a regiatildeo Sul apresenta maior eficiecircncia na pro-dutividade (safra de 201617) com rendimento de 6583 kgha seguida pelo Centro-Oeste Sudeste Norte e Nordeste com 6098 kgha 5820 kgha 3790 kgha e 2557kgha respectivamente A anaacutelise de produtividade considerada a partir da safra de199091 periacuteodo que inicia o grande desenvolvimento no cultivo do milho no Brasil

24 Estados produtores

O cultivo do milho eacute disperso no Brasil podendo ser encontrado nos 26 estadose no distrito federal (Reis et al 2016) Estudos analisados atraveacutes da seacuterie histoacuterica 41anos indicam que o acumulado de produccedilatildeo do cereal no Brasil alcanccedilou 16 bilhatildeo t(CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo ao acumulado da produccedilatildeo por estados dos sete estados brasi-leiros com produccedilatildeo acima de 100 milhotildees t seis estatildeo na macrorregiatildeo Centro-Sul(PR MT MG RS GO e SP) Na macrorregiatildeo Norte-Nordeste apenas o estado daBahia alcanccedilou os 100 milhotildees t produzidas (CONAB 2018)

A macrorregiatildeo Centro-Sul desponta como principal cinturatildeo produtivo do mi-lho no Brasil

O estado da Bahia eacute o principal produtor da macrorregiatildeo Norte-Nordeste com19 milhotildees t produzidas na safra 201617 No acumulado da seacuterie a Bahia foi respon-saacutevel por aproximadamente 28 dos 149 milhotildees t produzidas pelo Norte-Nordesteconsiderando os uacuteltimos 41 anos O estado do Maranhatildeo representou 13 seguidopelo Paraacute 10 Piauiacute e Cearaacute 8 Rondocircnia 7 Sergipe 6 e Tocantins 5 Osestados restantes representaram 23 O Amapaacute eacute o estado com o menor volume003 da produccedilatildeo

As aacutereas de cultivo cresceram 27 no Norte-Nordeste Na safra de 19767726 milhotildees ha eram destinados ao plantio do milho Na uacuteltima safra foi registrado 33milhotildees ha

A macrorregiatildeo Centro-Sul alcanccedilou o 14 bilhatildeo t produzidas no acumulado daseacuterie histoacuterica 41 anos Considerando o ranking dos principais estados produtores oParanaacute se destaca com uma representatividade de 25 da produccedilatildeo total da regiatildeo

Em seguida o Mato Grosso 13 Minas Gerais 12 Rio Grande do Sul 11Goiaacutes e Satildeo Paulo 10 Santa Catarina e Mato Grosso do Sul 6 Os estados commenor representatividade satildeo Distrito Federal e Espirito Santo 04 e Rio de Janeirocom 01

As aacutereas de cultivos no Centro-Sul tiveram uma expansatildeo de 55 entre assafras de 197677 a 201617 Saindo da ordem de 9 milhotildees ha para 14 milhotildees ha

O estado do Paranaacute permaneceu na lideranccedila da produccedilatildeo do gratildeo no Brasilateacute a safra de 199192 Entretanto na deacutecada 1990 Mato Grosso inicia um processo

11

de crescimento sem precedentes na produccedilatildeo do milho (Figura 6)

Figura 6 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-201677 Fonte CONAB (2018)

Na safra 201213 Mato Grosso ultrapassa o Paranaacute e assume isoladamente oprimeiro lugar mantendo-se como maior produtor nacional de milho Na uacuteltima safraMato Grosso aferiu 28 milhotildees t produzidas O Paranaacute por sua vez 17 milhotildees t

Figura 7 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018)

A Figura 7 indica que 2 ordfsafra (200405) o estado de Mato Grosso assume alideranccedila de maior produtor com 35 milhotildees t seguido pelo Paranaacute com 34 milhotildeest Na 1 ordfsafra (201617) Mato Grosso produziu 256 mil t e Paranaacute 4 milhotildees t Na 2

12

ordfsafra (201617) Mato Grosso foi responsaacutevel por 28 milhotildees t sendo o Paranaacute por13 milhotildees t

No tocante a produtividade o Paranaacute elevou sua produtividade em 184 nosuacuteltimos 41 anos saindo de 2150 kgha (197677) para 6115 kgha (201617) Oestado de Mato Grosso registrou uma elevaccedilatildeo de 437 em sua produtividade nomesmo periacuteodo A CONAB (2018) registrou a produtividade do estado do Mato Grossode 1558 kgha (197677) e 6223 kgha (201617)

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas de plantio na safra de 197677 o Paranaacute dispunha de2153 milhotildees ha e Mato Grosso apenas 247 mil ha Na safra 201617 o Paranaacutedestinou 2917 milhotildees ha apontando um crescimento de 35 Na mesma safraMato Grosso destinou 4639 milhotildees ha para cultura do milho obtendo um acreacutescimode 1776 (CONAB 2018)

A produtividade natildeo resulta somente da disponibilidade de terras agricultaacuteveisNo caso da produccedilatildeo nacional a implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas acultivares de alto potencial geneacutetico correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas emaior densidade de plantio contribuiacuteram para o incremento da produtividade do milho(EMBRAPA 2018)

25 Exportaccedilatildeo do milho

251 Panorama nacional

Com o consecutivo aumento da produccedilatildeo brasileira do gratildeo de milho obser-vado nas uacuteltimas deacutecadas IBGE (2018b) o Brasil tem aproveitado o excedente doconsumo interno para abastecer o mercado internacional A exportaccedilotildees brasileirasde milho tem levado o Brasil a ocupar um lugar de destaque no ranking dos maioresexportadores mundiais de milho (USDA 2018)

Observa-se a relevacircncia das exportaccedilotildees do milho para a balanccedila comercialbrasileira O milho e a soja satildeo os principais produtos agriacutecolas comercializados peloBrasil Juntos representam 80 das exportaccedilotildees brasileiras

Dados estatiacutesticos MAPA (2018) revelam que nos uacuteltimos 20 anos a partici-paccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial representou em meacutedia 40 das expor-taccedilotildees brasileiras (Figura 8)

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Figura 8 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

As exportaccedilotildees do Brasil em 2017 atingiram US$ 217 bilhotildees 18 a mais doano anterior contabilizando US$ 185 bilhotildees O agronegoacutecio foi responsaacutevel em 2017por 44 das exportaccedilotildees fechando o ano com US$ 96 bilhotildees Em relaccedilatildeo ao anode 2016 o agronegoacutecio foi responsaacutevel por 46 das exportaccedilotildees brasileiras ou sejaUS$ 84 bilhotildees conforme ilustrado na (Figura 8)

As exportaccedilotildees do milho nacional alcanccedilaram 29 milhotildees t no ano de 201733 a mais do que o ano anterior que alcanccedilou o volume de 21 milhotildees t como podeser visto na Figura 9 representando US$ 45 bilhotildees

Figura 9 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

No ano de 2017 o Brasil registrou seu maior iacutendice de exportaccedilatildeo do gratildeo como crescimento de 8300 em relaccedilatildeo ao ano de 1997

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Como pode ser visto na Figura 9 a alavancagem das exportaccedilotildees tiveram doisdestaques que valem a pena ser ressaltados o ano de 2001 e 2013 Considerandoque a deacutecada de 1990 as exportaccedilotildees do gratildeo natildeo ultrapassavam o patamar 500mil t a exportaccedilatildeo de 2001 atingiu 5 milhotildees t foi um marco para a seacuterie histoacutericasobretudo por dar iniacutecio a um processo de crescimento efetivo da cultura do milho noBrasil

No ano de 2013 face ao iniacutecio da lideranccedila do Mato Grosso como maior pro-dutor nacional do milho o Brasil registrou o volume de 26 milhotildees t exportadas

Na Figura 10 pode ser visto os dez principais mercados importadores do milhonacional em 2017

Figura 10 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b)

O Iratilde eacute o principal destino das exportaccedilotildees brasileiras com 48 milhotildees t im-portadas O Egito foi o segundo maior importador com 32 milhotildees t em seguidaobserva-se o Japatildeo 29 milhotildees t Espanha 28 milhotildees t Vietnatilde 26 milhotildees t China17 milhatildeo t Coreacuteia do Sul 17 milhatildeo t Malaacutesia 14 milhatildeo t Bangladesh 10 milhatildeo te Holanda com 800 mil t

A Tabela 1 apresenta o rol dos principais paiacuteses compradores do gratildeo brasileirono ano de 2017 Em relaccedilatildeo as cifras agraves exportaccedilotildees do gratildeo atingiram US$ 46bilhotildees

Quanto ao fluxo de comeacutercio por continente a Aacutesia foi o maior parceiro comer-cial do Brasil no ano de 2017 Observa-se por ordem de grandeza a representatividade

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de cada continente nas transaccedilotildees com o Brasil conforme descrito abaixo

bull Aacutesia 56

bull Europa 17

bull Aacutefrica 15

bull Ameacuterica 7

bull Oriente Meacutedio 5

Tambeacutem se verificou na Tabela 1 os trecircs principais paiacuteses compradores porcontinente em ordem de grandeza

bull Aacutesia (Iratilde 29 Japatildeo 18 e Vietnatilde 16)

bull Europa (Espanha 58 Holanda 16 e Portugal 13)

bull Aacutefrica (Egito 75 Argeacutelia 12 e Marrocos 11)

bull Ameacuterica (Repuacuteblica Dominicana 32 Meacutexico 26 e Boliacutevia 8)

bull Oriente Meacutedio (Araacutebia Saudita 48 Israel 23 e Jordacircnia 11)

252 Panorama mundial

Dentre os cinco principais exportadores mundiais do milho em 2017 os Esta-dos Unidos lideraram o ranking com 53 milhotildees t seguido pelo Brasil 29 milhotildees tArgentina 23 milhotildees t Ucracircnia 19 milhotildees t e Ruacutessia 5 milhotildees t (ITC 2018a)

Referente a participaccedilatildeo no mercado global os Estados Unidos detiveram em2017 32 seguido pelo Brasil 16 Argentina 13 Ucracircnia 10 e Ruacutessia com 3(ITC 2018a)

A Figura 11 apresenta os principais importadores globais de milho sendo oJapatildeo o maior comprador mundial em 2017 As importaccedilotildees mundiais no mesmo anoalcanccedilaram 154 milhotildees t representando cerca de US$ 32 bilhotildees

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Tabela 1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b)

Importadores Bilhotildees US$ Milhotildees (t)Crescimento 20132017 (pa)

Mundo 4631046 29266361 2Iratilde 782609 4832976 18Egito 501040 3226017 17Japatildeo 451951 2945944 2Espanha 436927 2868390 36Vietnatilde 412219 2637305 16Taipei 270286 1760043 -5Coreacuteia do Sul 264914 1716964 -15Malaacutesia 232869 1494622 11Bangladesh 158604 1016715 -Paiacuteses Baixos 121940 801673 9Repuacuteblica Dominicana 108546 694240 7Araacutebia Saudita 106663 680764 -10Portugal 99985 643886 15Meacutexico 90430 562833 70Argeacutelia 78619 493866 -11Marrocos 75963 484981 -25Israel 50411 320661 13Irlanda 50349 329080 48Itaacutelia 34582 235049 31Paraguai 29441 8744 12Estados Unidos da Ameacuterica 29370 124983 -17Venezuela 27708 179454 -17Jordacircnia 24797 163565 2Guatemala 20279 131678 4Cuba 17974 110700 -10Indoneacutesia 17731 111026 -42Emirados Aacuterabes Unidos 16273 81401 -8Nicaraacutegua 13202 86940 7El Salvador 11692 78049 20Reino Unido 9811 59006 14Costa Rica 9486 61415 3Liacutebano 9386 62287 265Tuniacutesia 9141 58392 -65Omatilde 9001 57762 16Colocircmbia 7535 2272 -66Argentina 7369 2335 13Filipinas 5486 33110 126Kuwait 4567 31596 -27Peru 3745 11098 -39Angola 3286 17886 -35China 2707 17190 -1Boliacutevia 2368 4487 5Equador 2237 824 -67

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Figura 11 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b)

A Figura 11 aponta que as importaccedilotildees do Japatildeo somaram US$ 308 bilhotildeesseguida pelo Meacutexico US$ 285 bilhotildees Coreacuteia do Sul US$ 178 bilhatildeo Egito US$ 172bilhatildeo Espanha US$ 148 bilhatildeo Vietnatilde US$ 130 bilhatildeo Holanda US$ 118 bilhatildeoItaacutelia US$ 110 bilhatildeo e Iratilde US$ 108 bilhatildeo

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito

Com o advento da globalizaccedilatildeo os mercados tornaram-se cada vez mais di-nacircmicos e competitivos A concorrecircncia eacute global um cenaacuterio constante e irreversiacutevelcolocando as organizaccedilotildees em permanente risco de sobrevivecircncia

Embora a produccedilatildeo de commodities agriacutecolas tenha suas especificidades e de-penda exclusivamente de terras disponiacuteveis diminuindo o surgimento de novos com-petidores a busca por eficiecircncia operacional tem sido um objetivo contiacutenuo das orga-nizaccedilotildees que atuam no agronegoacutecio

O milho eacute uma commodity e distinguem-se por ser um produto de alta volatili-dade baixo valor agregado e margens apertadas Portanto a busca por uma logiacutesticade escoamento eficiente agregando valor ao produto eacute requisito fundamental para oscompetidores do setor

No caso do Brasil importante fornecedor mundial o desempenho da logiacutesticaportuaacuteria eacute corresponsaacutevel por manter a competitividade do milho brasileiro no co-meacutercio internacional

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261 Histoacuteria

A logiacutestica remonta os primoacuterdios da humanidade muito antes do termo sercriado Atividades logiacutestica satildeo observadas em relatos biacuteblicos quando o faraoacute exigiaque fosse feita a armazenagem de alimentos em decorrecircncia de um sonho sobrevacas magras e gordas interpretado por Joseacute em que haveria sete anos de fartura esete anos de escassez alimentar (Reis et al 2015)

Outra evidecircncia satildeo as piracircmides do Egito Inconcebiacutevel acreditar que umaobra de tal magnitude pudesse ser concluiacuteda sem atividades que administrassem amovimentaccedilatildeo armazenagem e transporte de blocos de pedras aleacutem de alocar ossuprimentos para milhares de escravos encarregados da sua construccedilatildeo

No acircmbito militar a logiacutestica tem sido estrateacutegica e a histoacuteria tem comprovadoisso Eacute bem provaacutevel que expansatildeo do impeacuterio de Alexandre o Grande se invia-bilizasse caso natildeo houvesse uma logiacutestica que garantissem os suprimentos a suastropas

As grandes navegaccedilotildees entre os seacuteculos XV e XVII tambeacutem foram beneficiadaspelos conceitos logiacutesticos Impossiacutevel imaginar as caravelas mar adentro em buscade novas terras sem viacuteveres que pudessem suprir as necessidades da tripulaccedilatildeo Dealguma forma naquela eacutepoca jaacute havia planejamento de suprimentos para as viagensem busca de terras novas

A origem da expressatildeo logiacutestica eacute uma evoluccedilatildeo do verbo loger que significaalojar Termo militar usado para definir a arte de transportar abastecer e alojar tropasem campanha (Rodrigues 2014)

Segundo Rodrigues (2014) a primeira definiccedilatildeo de logiacutestica foi cunhada pelogeneral francecircs das tropas de Napoleatildeo Bonaparte Baratildeo Antonie Henri de Jomini(1789-1869) Para Jomini a palavra logistique deriva de um posto existente no exeacuter-cito francecircs ocupado pelo Marechal des Logis encarregado das atividades de deslo-camento alojamento e acampamento das tropas em combate

Posteriormente o termo logiacutestico tomou um significado mais amplo no usomilitar principalmente pelos norte-americanos na Segunda Guerra Mundial e segui-damente pela induacutestria

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica foi empregada muito tempo no con-texto militar atribuindo-se a derrota dos britacircnicos na Guerra de Independecircncia norte-americana pela ineficiecircncia de abastecimento de suprimentos agraves tropas britacircnicas

262 Conceito

Apesar da logiacutestica estar bastante disseminada no acircmbito organizacional e aca-decircmico ainda eacute do senso comum reduzi-la somente a atividade de transporte (Re-zende et al 2005)

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Haacute muita desinformaccedilatildeo a respeito da logiacutestica Mais que uma atividade detransporte a logiacutestica eacute o gerenciamento do fluxo de mercadoria desde o ponto deorigem ateacute o ponto de consumo (Ludovico 2010)

Ao longo dos anos vaacuterios estudos corroboraram para o entendimento do con-ceito de logiacutestica Para Ballou (2007) a logiacutestica deve prover serviccedilos de forma adiminuir a lacuna entre o ponto de produccedilatildeo e ponto de consumo de modo que osconsumidores tenham disponiacuteveis produtos e serviccedilos nas condiccedilotildees que desejamquando e onde quiserem

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica eacute um processo de gestatildeo estrateacutegicaque contribui para maximizaccedilatildeo da rentabilidade visando custo benefiacutecio atraveacutes dasatividades de movimentaccedilatildeo e armazenagem de materiais gerenciamento de esto-ques por meio dos fluxos de informaccedilotildees relacionados

Para Donato (2012) a logiacutestica eacute uma aacuterea de gestatildeo tendo o objetivo de prevere prover recursos para a execuccedilatildeo de todas as atividades organizacionais O autorassevera a gestatildeo de suprimentos transportes movimentaccedilatildeo e armazenamento demateriais processamento de pedidos e gerenciamento de informaccedilotildees e retorno deprodutos como atividades da logiacutestica

Reis et al (2015) apontam a logiacutestica como atividades que visam atender re-quisitos de pontualidade disponibilidade e qualidade de produtos e serviccedilos aliadosao preccedilo justo e competitivo

Para o Conselho de Profissionais da Cadeia de Suprimentos CSCMP (2018)entidade de renome mundial a logiacutestica eacute a atividade voltada ao planejamento imple-mentaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e efetivo de armazenamento de mercadoriasserviccedilos e informaccedilotildees relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumovisando suprir os requisitos dos clientes

Percebe-se um consenso nas obras analisadas De modo geral os autoresafirmam que os objetivos da logiacutestica eacute prover ao cliente final produtos e serviccedilos comqualidade na quantidade e no tempo certo com o menor preccedilo possiacutevel

27 Logiacutestica nas empresas

A logiacutestica interfere em vaacuterias atividades do cotidiano da sociedade e das em-presas quanto a custos tempo e eficiecircncia

Existe uma vasta literatura a respeito da logiacutestica empresarial e sua evoluccedilatildeo(Rezende et al 2005 Ballou 2007 Vantine 2012 Bowersox et al 2014 Novaes2015 Pires 2016) Por questotildees didaacuteticas optou-se por elencar cinco fases evolutivasda logiacutestica nas empresas como pode ser visto na Figura 12

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Figura 12 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012)

A partir da deacutecada de 1950 com os avanccedilos tecnoloacutegicos desenvolvimentode novos produtos mudanccedila de comportamento dos consumidores e consequente-mente uma maior necessidade de distribuiccedilatildeo de produtos exigiram o aumento danecessidade da logiacutestica nas empresas

Ballou (2007) classifica as deacutecadas de 1950 ateacute 1970 como o periacuteodo de de-senvolvimento Em sua obra o autor destaca quatro pilares de estudo para o de-senvolvimento da logiacutestica empresarial alteraccedilotildees e novos padrotildees de demanda doconsumidor pressatildeo custos nas induacutestrias evoluccedilatildeo na tecnologia de computadorese influecircncia dos estudos da logiacutestica militar

No final desses anos as universidades comeccedilavam a ofertar cursos na aacutereasurgem as primeiras literaturas com abordagem do tema empresas iniciam os primei-ros testes de implantaccedilatildeo das novas ideias e surge o primeiro Conselho de Adminis-traccedilatildeo da Distribuiccedilatildeo Fiacutesica (Ballou 2007)

Em 1970 evidencia-se o desenvolvimento de estrateacutegias com foco na adminis-traccedilatildeo de materiais e distribuiccedilatildeo fiacutesica Graccedilas aos processos flexiacuteveis de produccedilatildeoconforme Novaes (2015) foi possiacutevel a oferta de novos produtos com variadas corestipos e tamanhos Com um vasto leque de oferta de novos produtos aos consumido-res houve um aumento significativo nos estoques ao longo da cadeia de produtivaCom isso passou a ser necessaacuterio uma maior racionalizaccedilatildeo com vista ao menorcustos e maior eficiecircncia

Outros apontamentos ressaltados por Novaes (2015) foram os custos de trans-ferecircncia e distribuiccedilatildeo Com a crise do petroacuteleo em 1970 os combustiacuteveis sofreramum aumento abrupto O aumento populacional nos centros urbanos expansatildeo defrotas de veiacuteculos crescimento territoriais das cidades elevaram potencialmente oscongestionamentos Esses fatores aliados com as limitaccedilotildees de movimentaccedilatildeo de

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caminhotildees em horaacuterio comerciais resultaram no aumento dos custos de transporte edistribuiccedilatildeo

A deacutecada de 1980 com a explosatildeo de novas tecnologias propicia a integraccedilatildeodos processos surgindo o conceito de logiacutestica integrada Essa deacutecada foi caracte-rizada pelo emprego de tecnologias de informaccedilatildeo e sistema de comunicaccedilatildeo quepromoveram uma forte integraccedilatildeo da logiacutestica (Rezende et al 2005)

A efetiva integraccedilatildeo foi favorecida pela implantaccedilatildeo do EDI - Intercacircmbio Ele-trocircnico de Dados essencial para a atualizaccedilatildeo de dados em tempo real e troca dedocumento em toda a cadeia Outro fato relevante foi a introduccedilatildeo do coacutedigo de barraspara controle de estoque

A coleta de dados e o fluxo de informaccedilotildees que eram realizadas manualmentepassaram a ser realizadas de forma automaacutetica com o emprego de tecnologias decaptura de dados (radiofrequecircncia) eliminando a morosidade nos processos e miti-gando fontes de erro (Bowersox et al 2014)

Apoacutes os anos de 1990 com a integraccedilatildeo e maior comunicaccedilatildeo entre fornecedo-res distribuidores e clientes surge entatildeo de maneira mais disseminada o conceito deSCM (Supply Chain Management) ou seja gerenciamento da cadeia de suprimentos

Apesar de alguns autores asseverarem que o termo SCM jaacute era aplicado deforma rudimentar nos anos 1970 e 1980 o interesse pelo SCM foi fortemente difundidonas empresas a partir dos anos 1990 (Pires 2016)

Com o advento da globalizaccedilatildeo emergem mercados e competidores globaise o desempenho das organizaccedilotildees em termos de custos e eficiecircncia tornou-se umaquestatildeo de sobrevivecircncia A gestatildeo da cadeia de suprimentos eacute uma estrutura estra-teacutegica e consiste na colaboraccedilatildeo entre empresas com intuito a melhorar a eficiecircnciaoperacional gerando condiccedilotildees de maior grau de competitividade das organizaccedilotildees(Bowersox et al 2014)

A finalidade da cadeia de suprimento eacute maximizar o valor gerado Chopra ampMeindl (2011) destacam o valor como o excedente gerado pela cadeia de suprimentoPara os autores valor eacute a diferenccedila entre o que o produto entregue vale para o clientee o custo total incidente em todas as atividades da cadeia de suprimento em levaro produto ateacute o cliente O sucesso de uma cadeia de suprimentos estaacute diretamenteligado agrave sua lucratividade quanto maior a lucratividade mais bem-sucedida a cadeiaeacute

Por fim apoacutes os anos 2000 intensifica-se o crescimento nas parcerias entre asempresas para execuccedilatildeo dos processos produtivos com vista ao aumento da eficiecircn-cia operacional e o uso intensivo da internet para comercializaccedilatildeo eletrocircnica

Os relacionamentos interorganizacionais eacute a chave de sucesso para uma ca-deia de suprimentos sustentaacutevel Quando as empresas compreendem e reconhecema dependecircncia entre fornecedores eou clientes estabelece-se entatildeo um ambiente

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para colaboraccedilatildeo (Bowersox et al 2014) A ideia eacute o trabalho compartilhado intelec-tual e operacionalmente O eixo central das relaccedilotildees colaborativas eacute a integraccedilatildeo dosrecursos humanos financeiros e teacutecnicos visando o aumento da eficiecircncia e o niacutevelde serviccedilos ao cliente

28 Atividades logiacutesticas

Com vistas a atingir os objetivos logiacutesticos de custos e niacutevel de serviccedilo Ballou(2007) elenca trecircs atividades fundamentais da logiacutestica empresarial conforme podeser visto na Tabela 2

Tabela 2 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007)

ATIVIDADES

Primaacuteria Apoio

TransporteManuseio de materiaisEmbalagem e proteccedilatildeo

Manutenccedilatildeo de estoqueProgramaccedilatildeo do produtoManutenccedilatildeo de informaccedilotildees

Processamento de pedidosArmazenamentoObtenccedilatildeo

Atividade de transporte ndash Eacute essencial para a logiacutestica empresarial Aleacutem derepresentar em meacutedia dois terccedilos de todos custos logiacutesticos nenhuma empresa eacutecapaz de operar sem movimentar suas mateacuterias-primas e seus produtos acabados

Transporte entende-se como vaacuterios recursos para a o deslocamento de car-gas O gerenciamento estaacute ligado ao processo decisoacuterio de escolha do modo detransporte utilizaccedilatildeo da capacidade de veiacuteculos e definiccedilatildeo de roteiros O rodoviaacuterioaeacutereo aquaviaacuterio e ferroviaacuterio satildeo os modos de transporte mais conhecidos (Ballou2007)

Ballou (2007) designa duas atividades de apoio agrave atividade de transporte ma-nuseio de materiais embalagem de proteccedilatildeo A primeira estaacute relacionada com aarmazenagem e manutenccedilatildeo de estoques Essa atividade eacute desenvolvida no localde estocagem tendo como principais processos seleccedilatildeo de equipamento de movi-mentaccedilatildeo procedimentos de formaccedilatildeo de pedidos transferecircncia de mercadoria ateacuteo ponto de recebimento daiacute vai para o deposito ateacute ponto de estocagem e da esto-cagem para despacho etc A segunda atividade embalagem de proteccedilatildeo tem comoobjetivo garantir a integridade dos produtos Um bom projeto de embalagem permitea movimentaccedilatildeo sem quebras e com maior eficiecircncia

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Manutenccedilatildeo de estoques ndash O gerenciamento de estoque corresponde a umaparcela significativa dos custos logiacutesticos As empresas almejam a entrega dos produ-tos aos seus clientes imediatamente agrave produccedilatildeo eliminaccedilatildeo dos custos de estoquesContudo na praacutetica isto eacute inviaacutevel natildeo raro os estoques atuam como amortecedoresentre a oferta e a demanda tornando a manutenccedilatildeo de estoques uma atividade-chaveda logiacutestica

Para o desenvolvimento dessa atividade Ballou (2007) aponta como premis-sas a programaccedilatildeo do produto volume lugar e onde devem ser produzidos tendocomo enfoque a distribuiccedilatildeo ou seja o fluxo de saiacuteda Outra atividade de apoio eacute amanutenccedilatildeo da informaccedilatildeo As informaccedilotildees de localizaccedilatildeo de cliente volume de ven-das estoques apoiam as atividades primaacuterias satildeo essenciais para a gestatildeo e controlelogiacutestico

Processamento de pedidos ndash Essa atividade tem em vista o tempo neces-saacuterio em levar bens e serviccedilos aos clientes O gerenciamento do lead time eacute umdos fatores mais importantes do processamento de pedidos pois contribui para o au-mento do niacutevel de serviccedilos oferecido pelas empresas considerando que o lead timeeacute tempo computado entre o momento do pedido do cliente ateacute a chegada do produtono mesmo

A armazenagem e suas atividades (configuraccedilatildeo do armazeacutem localizaccedilatildeo di-mensionamento de aacuterea arranjo fiacutesico projeto de docas etc) eacute uma atividade deapoio ao processamento de pedidos Outra atividade de apoio importante para osobjetivos do processamento de pedidos eacute a obtenccedilatildeo Essa atividade diz respeitoa fontes de suprimentos modelo de programaccedilatildeo de compras e da forma como osprodutos satildeo comprados

O autor adverte que a obtenccedilatildeo se difere de compras pois compras envolvematividades muito mais detalhadas como por exemplo negociaccedilatildeo de preccedilos avaliaccedilatildeode vendedores etc A obtenccedilatildeo refere-se aos processos exclusivamente relacionadosa tarefas de logiacutestica Por essa razatildeo substitui o termo compras por obtenccedilatildeo

As operaccedilotildees de logiacutestica visam atender as necessidades das empresas emprover produtos aos seus clientes quando e onde eles quiserem Dessa maneira astrecircs atividades satildeo centrais para as organizaccedilotildees por isso satildeo classificadas comoatividades primaacuterias (Ballou 2007)

29 Portos

O porto se caracteriza como uma aacuterea abrigada das ondas e correntes mariacute-tima e dependendo da sua localizaccedilatildeo situa-se agrave beira de oceanos lagos e rios Pos-sui uma estrutura intermodal oferecendo condiccedilotildees para operaccedilotildees de transbordo decargas de vaacuterios tipos O transbordo pode ser definido como operaccedilotildees de transferecircn-

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cia entre modos de transportes ou natildeo Por exemplo uma movimentaccedilatildeo de cargasde uma navio para outro de um navio para um trem de um navio para um caminhatildeoou vice-versa (Rojas 2014)

Uma estrutura portuaacuteria se caracteriza como terminal multimodal em que existeuma conexatildeo de vaacuterios modos de transporte para a movimentaccedilatildeo e armazenagem decargas importadas ou destinadas agrave exportaccedilatildeo A eficiecircncia operacional do porto estaacutediretamente relacionada agrave abrigo profundidade e acessibilidade canal de acessobacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ouaquaviaacuterios (Alfredini amp Arasaki 2009)

Cruz et al (2014) e Carvalho (2009) apud Silva (2010) atribuem as principaisfunccedilotildees de um porto a) oferecer condiccedilotildees adequadas para a efetividade operacionaldo escoamento das cargas b) garantir a acessibilidade mariacutetima aos navios comvista a atender ao mais eficiente ciclo operacional dos mesmos c) prover a seguranccedilados navios na entrada e saiacuteda do porto no interior da bacia portuaacuteria garantindo aseguranccedila da vida dentro dos limites do porto d) assegurar a eficiente proteccedilatildeo aomeio ambiente

No tocante ao perfeito funcionamento de um complexo portuaacuterio trecircs fatoresdevem ser considerados responsaacuteveis pela sua eficiecircncia operacional infraestruturaportuaacuteria infraestrutura fiacutesica e superestrutura e processo aduaneiro

Infraestrutura portuaacuteria compreende vaacuterios elementos conectados que im-pactam diretamente no tipo de navio que atracara em determinado porto e as carac-teriacutesticas das cargas a serem movimentas (David amp Stewart 2010)

O primeiro elemento relacionado agrave infraestrutura portuaacuteria eacute a profundidade daaacutegua dos portos tanto no canal de acesso ndash trecho de hidrovia que liga o porto aomar aberto - quanto ao berccedilo de atracaccedilatildeo Navios cada vez maiores voltados paraoperaccedilotildees de larga escala exigem portos com profundidade de aacutegua compatiacutevel comas dimensotildees das embarcaccedilotildees (David amp Stewart 2010)

Outros desdobramentos referente agrave infraestrutura portuaacuteria satildeo apontados porAlfredini amp Arasaki (2009) tais como bacia de evoluccedilatildeo aacutereas destinadas a manobradas embarcaccedilotildees dentro do porto para atracaccedilatildeo e desatracaccedilatildeo As bacias de evo-luccedilatildeo devem estar protegidas de ondas fortes correntes e ventos bem como livre depassagens de dutos e cabos submarinos e outras obstruccedilotildees

As operaccedilotildees de dragagem tambeacutem satildeo elementos necessaacuterios para uma boainfraestrutura portuaacuteria A dragagem permite o aprofundamento dos canais e berccedilosde atracaccedilatildeo por meio de remoccedilatildeo de materiais do fundo submersos Existem basi-camente dois tipos de dragagem a) aprofundamento visa aumentar a profundidadee ou largura dos canais de acesso e bacias dos portos e b) ambiental para retiradade sedimentos contaminados Por fim obras de abrigos portuaacuterios guias correntesquebra-mares molhes etc (Ludovico 2010)

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Infraestrutura fiacutesica - compreende as instalaccedilotildees portuaacuterias em si Ancora-douros docas cais piacuteeres de acostagem e atracaccedilatildeo edifiacutecios e vias de circulaccedilatildeointerna (Ludovico 2010) A superestrutura satildeo os equipamentos destinados as ope-raccedilotildees de embarque e descarga Via de regra os equipamentos de movimentaccedilatildeoportuaacuteria satildeo classificados como equipamento de movimentaccedilatildeo de cais de paacutetio ede transferecircncia (Patriacutecio 2015)

Os equipamentos de movimentaccedilatildeo de cais tambeacutem conhecidos como equi-pamentos de costado tem como principal funccedilatildeo movimentaccedilatildeo de cargas nas ope-raccedilotildees de embarque e descarga de navios Os equipamentos de paacutetios usualmentesatildeo destinados a movimentaccedilatildeo de cargas de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo Jaacute os equipa-mentos de transferecircncias servem para movimentar cargas de transferecircncia do naviopara o paacutetio ou vice-versa

Processo aduaneiro - refere-se agraves condiccedilotildees necessaacuterias para o tratamentoadministrativo de exportaccedilatildeo ou importaccedilatildeo Diz respeito aos tracircmites que as merca-dorias devem obedecer ao sair ou entrar em territoacuterio nacional (Souza 2014) Outrofator a considerar satildeo os entraves burocraacuteticos e o tempo de respostas da aduana eoutros oacutergatildeos intervenientes do comeacutercio exterior

210 Serviccedilos Portuaacuterios

Segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica - CADE o complexoportuaacuterio eacute fundamental para a cadeia logiacutestica e a eficiecircncia de seus serviccedilos Adinacircmica de como o porto se integra e sua capacidade de gerar valor para a cadeia eacutefator decisoacuterio para escolha do porto pelas companhias de navegaccedilatildeo (CADE 2013)

Para ANTAQ (2018a) os serviccedilos prestados por um porto satildeo classificados emtrecircs categorias serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios serviccedilos de movimentaccedilatildeode cargas e serviccedilos complementares aos armadores e aos donos de mercadorias

Serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios ndash a funccedilatildeo desses serviccedilos eacuteatender as necessidades dos armadores e seus navios Existe uma gama de presta-dores de serviccedilos administraccedilatildeo do porto instituiccedilotildees puacuteblicas e empresas privadasconforme Tabela 3

Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas ndash a funccedilatildeo diz respeito a manuseio decargas a bordo do navio com atividade de estiva (transbordo embarque descargapeaccedilatildeo despeaccedilatildeo conferencia) atividades de terra ou capatazia (transporte internoconferecircncia das mercadorias etc)

Comumente satildeo serviccedilos demandados pelos armadores e donos das mercado-rias providos pelo operador portuaacuterio e ou pela administraccedilatildeo do porto Os serviccedilosoferecidos pelos operadores portuaacuterios aos armadores que repassam esses custosaos donos das mercadorias (exportadores e importadores) em forma de taxa handling

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Tabela 3 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a)

SERVICcedilO PRESTADOR DE SERVICcedilO

Agenciamento de navio Agecircncia MariacutetimaAuxilio a navegaccedilatildeo e uso defaroacuteis

Marinha do Brasil

Inspeccedilatildeo sanitaacuterio nos na-vios

ANVISA ndash Agecircncia Nacionalde Vigilacircncia Sanitaacuteria

Controle de entrada e saiacutedade estrangeiros

Policia Federal

Inspeccedilatildeo Aduaneira RFB ndash Receita Federal doBrasil

Praticagem Associaccedilatildeo dos PraacuteticosRebocagem Empresa de rebocadores

portuaacuteriosVigias portuaacuterios Trabalhadores portuaacuteriosAtracaccedilatildeo Operador do terminal ou ad-

ministraccedilatildeo do porto

incluiacutedo nos custos do frete mariacutetimoServiccedilos complementares ndash serviccedilos especiacuteficos aos armadores preacute estiva-

gem conferecircncia de lacre transbordo movimentaccedilatildeo de contecircineres vazios rechegoou serviccedilos prestados aos donos de cargas ova e desova de contecircineres transportede contecirciner vazio pesagem etc

211 Tipos de portos

Nos primoacuterdios os portos eram apenas porta de acesso aos continentes oupaiacuteses separados pelos oceanos Para a concepccedilatildeo de um porto bastava estar pro-tegido dos ventos localizados em aacuteguas tranquilas protegido muitas vezes de baixaprofundidade localizados em margens de baia ou em foz de rios (Rodrigues 2007)

O porto dispunha de trapiches de madeiras ou de pedras solidificadas por ar-gamassa de oacuteleo de baleia A partir das deacutecadas de 1950 e 1960 evidencia-se umprocesso de evoluccedilatildeo Os portos tradicionais esboccedilam uma trajetoacuteria de melhora-mento transformam-se em centros de serviccedilos comerciais e industriais (Rodrigues2007)

A Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento - UNC-TAD em seu relatoacuterio classifica os portos em trecircs categorias de geraccedilotildees baseadasem trecircs criteacuterios ldquoPoliacutetica de desenvolvimento portuaacuterio estrateacutegia e atitude Exten-satildeo e alcance das atividades portuaacuterias Integraccedilatildeo das atividades e organizaccedilotildeesportuaacuteriasrdquo (UNCTAD 1992)

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Tabela 4 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003

1ordfGERACcedilAtildeO 2ordfGERACcedilAtildeO 3 ordfGERACcedilAtildeO

Antes dos Anos 1960 Apoacutes os anos 1960 Apoacutes os anos 1980

Atitude e Es-trateacutegia de De-senvolvimento

ConservadoraInterface dos modosde transporte

ExpansionistaCentro de Trans-porte Comercial eIndustrial

Transporte Inte-grado e PlataformaLogiacutestica para oComeacutercio Internaci-onal

Atividades Carga DescargaArmazenagem Ser-viccedilos de Navegaccedilatildeo

Atividades da 1 ordfaGeraccedilatildeo Transfor-maccedilatildeo da CargaServiccedilos Comer-ciais e Industriaisvinculados aosNavios

Atividades da 1 ordfe 2ordfgeraccedilatildeo Distribui-ccedilatildeo de Informaccedilotildeese Carga AtividadesLogiacutesticas

Caracteriacutesticasda Organiza-ccedilatildeo

Baixa relaccedilatildeo en-tre o Porto e seusUsuaacuterios

Relaccedilatildeo proacuteximaPorto e UsuaacuterioBaixa integraccedilatildeoentre atividades noPorto

Integraccedilatildeo comuni-dade portuaacuteriaIntegraccedilatildeo do PortoRede de Comeacutercioe Transporte

CaracteriacutesticasdaProduccedilatildeo deServiccedilo

Foco no Fluxo deCargasBaixo valor agre-gado

Fluxo de CargaServiccedilos IntegradosValor Agregado Meacute-dio

Fluxo e Distribuiccedilatildeode Carga e Informa-ccedilotildeesServiccedilos Muacuteltiplos

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Para UNCTAD (1992) conforme ilustrado na Tabela 4 na 1ordfgeraccedilatildeo observa-seportos isolados das atividades de transporte e comeacutercio Nesse estaacutegio havia poucaatenccedilatildeo agraves necessidades dos usuaacuterios do porto e a promoccedilatildeo do marketing portuaacuterioraramente era considerada O porto possuiacutea seus proacuteprios sistemas de informaccedilatildeoestatiacutestica e documental sem compatibilidade com sistemas dos usuaacuterios do porto

Observa-se tambeacutem um porto independente e com uma forte atuaccedilatildeo de po-der em relaccedilatildeo agraves outras atividades econocircmicas A relaccedilatildeo do porto com o municiacutepioeacute praticamente nula e o niacutevel de cooperaccedilatildeo eacute inexistente tendo como consequecircnciaplanos de desenvolvimentos separados

As atividades portuaacuterias e as empresas portuaacuterias eram isoladas uma dasoutras tomando decisotildees independentes A movimentaccedilatildeo era lenta produtividadebaixa e as atividades com os usuaacuterios eram isoladas e natildeo com o porto como todo

Na 2 ordfgeraccedilatildeo segundo UNCTAD (1992) os usuaacuterios governos autoridadesportuaacuterias e prestadores de serviccedilos portuaacuterios jaacute tinham uma compreensatildeo maisampla das funccedilotildees dos portos mariacutetimos

Nessa geraccedilatildeo o porto comeccedila a ofertar aos usuaacuterios atividades aleacutem de cargae descarga que ateacute entatildeo estavam condicionados a atividades tradicional do portoInicia-se um processo de implantaccedilatildeo de gestatildeo e poliacuteticas portuaacuterias

Dentro das atividades portuaacuterias satildeo ofertados outros tipos de serviccedilos mais re-levantes embalagens de cargas separaccedilatildeo serviccedilos industriais como transformaccedilatildeode cargas etc O porto se desenvolve e expande sua atuaccedilatildeo com aacutereas de influecircnciacomo por exemplo induacutestrias de ferro e accedilo metalurgia pesada refinarias atividadesagroindustriais etc

Os portos de 2 ordfgeraccedilatildeo deixam de ser apenas centros de transporte passandoa ser tambeacutem industriais e centros comerciais Surgiram por volta dos anos sessentacom um aumento na quantidade de mateacuterias-primas importadas em paiacuteses industria-lizados Estes portos satildeo comumente usados como porto induacutestria (UNCTAD 1992)

Na 3 ordfgeraccedilatildeo um fato marcante que impulsionou essa geraccedilatildeo foi o conteine-rizaccedilatildeo das cargas a multimodalidade e o aumento de demanda do comeacutercio interna-cional

Nota-se uma perspectiva desenvolvimentista do porto pelos gestores e opera-dores portuaacuterios O porto eacute considerado um noacute na complexa rede internacional deproduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Esse pensamento permite uma proposta de gestatildeo voltadaas necessidades do comeacutercio global

Diferentemente do passado ressalta UNCTAD (1992) quando os portos acre-ditavam que as cargas viriam com os navios a partir da deacutecada 1980 os esforccedilos satildeovoltados para ganhar e manter as cargas no porto Esses esforccedilos satildeo direcionadospara promoccedilatildeo de atividades de comeacutercio e transporte com vistas agrave geraccedilatildeo de recei-tas e agregaccedilatildeo de valor Desde entatildeo os portos vecircm se transformando em centros

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de transportes integrados e plataformas logiacutesticas para o comeacutercio globalAs atividades e serviccedilos nesses portos de terceira geraccedilatildeo satildeo especializadas

variaacuteveis e integradas Satildeo subdivididos em quatro categorias diferentes serviccedilosportuaacuterios tradicionais serviccedilos industriais e ambientais serviccedilos comerciais e admi-nistrativos e serviccedilos de logiacutestica e distribuiccedilatildeo (UNCTAD 1992)

212 Terminais portuaacuterios

A relevacircncia dos terminais portuaacuterios na cadeia logiacutestica mundial reside nofato de que o transporte mariacutetimo eacute o modo de transporte que movimenta a maiorquantidade de cargas Sendo assim os portos atuam como grandes concentradoresde cargas e essenciais para ganhos de economias de escala tatildeo importantes para asatividades comerciais e industriais (UNCTAD 1992)

Os terminais portuaacuterios satildeo estrateacutegicos para a cadeia de transporte mundiale nas operaccedilotildees portuaacuterias haja vista que as principais atividades portuaacuterias satildeo exe-cutadas pelos terminais portuaacuterios e contribuem para os fatores de produccedilatildeo quantoao fluxo de materiais primas insumos maquinaacuterios e produtos acabados

Os terminais podem ser definidos como elos de uma cadeia de transportesonde ocorrem entrada e saiacuteda de cargas e veiacuteculos neste sistema Nesse ambientesatildeo executados transbordo de cargas entre modos de transporte (Souza et al 2018)

O conceito de terminal mariacutetimo para Magalhatildees (2016) refere-se a instala-ccedilotildees voltadas ao atendimento especializado de navios e cargas podendo ser instala-ccedilotildees isoladas ou parte de um porto comercial Na perspectiva contemporacircnea portocomercial concentra diversos terminais especializados para atender vaacuterios fluxos decargas e de passageiros

Para Dubke (2006) terminais especializados satildeo unidades logiacutesticas capazesde realizar serviccedilos de agregar valor de menor ou maior grau em instalaccedilotildees portuaacute-rias Os terminais especializados efetuam serviccedilos de centralizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo decargas utilizando um ou mais modalidades de transportes conforme demonstrado emFigura 13

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Figura 13 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016)

Como se observa na Figura 13 cada terminal portuaacuterio deve possuir instala-ccedilotildees adequadas agraves operaccedilotildees de embarque e descarga especializadas considerandotipos de navios e tipos de cargas Os terminais se tornam especializados e deman-daratildeo estruturas especificas de atracaccedilatildeo transferecircncia de cargas de estocagemde distribuiccedilatildeo e de recepccedilatildeo ou entrega aos demais modos de transportes (Patriacutecio2015 Magalhatildees 2016)

213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro

A logiacutestica portuaacuteria tecircm papel fundamental na ordem econocircmica brasileirasobretudo nas operaccedilotildees de comeacutercio exterior Conforme Rodrigues (2007) em seusestudos ldquoOs portos satildeo estrateacutegicos para o exerciacutecio da soberania nacional servindocomo locais de aplicaccedilatildeo da politica tributaacuteria governamental para viabilizar o modeloeconocircmico adotado pelo paiacutesrdquo (p 165)

No Brasil cerca de 97 do fluxo de mercadoria do comercio exterior satildeo porvias mariacutetimas evidenciando assim o papel dos portos na economia nacional cabe aSecretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica - SEPPR nas atribuiccedilotildees inerentesa sua esfera de competecircncia o planejamento estrateacutegico portuaacuterio e a formulaccedilatildeo depoliacuteticas com vista ao desenvolvimento da infraestrutura portuaacuteria Por sua vez a SEPestaacute vinculada ao Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil (MTPAC 2018b)

Segundo a Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterio ndash ANTAQ no Brasil

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existem 235 instalaccedilotildees portuaacuterias puacuteblicas e privadas tanto mariacutetima como fluvial(ANTAQ 2018a)

De acordo com MTPAC (2018b) existem 37 portos puacuteblicos organizados noBrasil Nessa categoria estatildeo os principais portos nacionais Dezenove satildeo adminis-trados pela UniatildeoCompanhias Docas (Tabela 5) incluiacutedo o Porto de Santos o maisimportante porto do sistema portuaacuterio brasileiro e dezoito foram delegados a municiacute-pios estados e consoacutercios (Tabela 6)

Tabela 5 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria

Porto de MANAUS AM CODOMARPorto de LAGUNA SC CODESPPorto de SANTOS SP CODESPPorto de ANGRA DOS REIS RJ CDRJPorto de ITAGUAIacute RJ CDRJPorto do RIO DE JANEIRO RJ CDRJPorto de NITEROacuteI RJ CDRJPorto de VITOacuteRIA ES CODESAPorto de BARRA DO RIACHO ES CODESAPorto de ILHEacuteUS BA CODEBAPorto de ARATU BA CODEBAPorto de SALVADOR BA CODEBAPorto de MACEIOacute AL CODERNPorto de NATAL RN CODERNPorto de AREIA BRANCA RN CODERNPorto de FORTALEZA CE CDCPorto de VILA DO CONDE PA CDPPorto de BELEacuteM PA CDPPorto de SANTAREacuteM PA CDP

Para a SEP os portos fluviais satildeo definidos como Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pe-queno Porte ndash IP4 voltados para favorecer a movimentaccedilatildeo de cargas e passageirosem aacutereas distantes Sob a competecircncia do Departamento Nacional de Infraestruturade Transportes ndash DNIT estatildeo 122 instalaccedilotildees IP4 (MTPAC 2018a)

A existecircncia de 39 portos puacuteblicos fluviais sob a competecircncia SEP emborasejam portos fluviais estatildeo excluiacutedos da categoria IP4 (Tabela 7)

O complexo portuaacuterio brasileiro eacute estrateacutegico para o Brasil pelo fato de seruma das principais infraestruturas de apoio ao comeacutercio exterior Cerca de 90 detoda carga comercializada no mercado internacional passam pelos portos brasileiros

A movimentaccedilatildeo dos portos em 2017 atingiu 1087 bilhatildeo t com 61812 atra-caccedilotildees de navios no mesmo periacuteodo Quando analisado o perfil de cargas movimen-tadas em 2017 as estatiacutesticas apontam os graneis soacutelidos como a principal carga com

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Tabela 6 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte MT-PAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria Tipo

Porto de SUAPE PE SDEC-PE MariacutetimoPorto de IMBITUBA SC SCPAR MariacutetimoPorto de SAtildeO FRANC SUL SC APSFS MariacutetimoPorto de ITAQUI MA EMAP MariacutetimoPorto de CABEDELO PB DOCAS-PB MariacutetimoPorto do RECIFE PE PORTO DO RECIFE SA MariacutetimoPorto de SAtildeO SEBASTIAtildeO SP DERSA MariacutetimoPorto de ANTONINA PR APPA MariacutetimoPorto de PARANAGUAacute PR APPA MariacutetimoPorto de PELOTAS RS SPH MariacutetimoPorto de PORTO ALEGRE RS SPH MariacutetimoPorto de ESTRELA RS SPH FluvialPorto de CACHOEIRA DO SUL RS SPH FluvialPorto de RIO GRANDE RS SUPRG MariacutetimoPorto de PORTO VELHO RO SOPH-RO FluvialPorto de ITAJAIacute SC ADHOC MariacutetimoPorto de MACAPAacute AP CDSA MariacutetimoPorto do FORNO RJ COMAP Mariacutetimo

64 seguida de graneis liacutequidos 212 contecirciner 99 e carga geral 5 (MTPAC2018b ANTAQ 2018b) Na Figura 14 pode ser observada a evoluccedilatildeo no movimentototal dos portos brasileiros a partir de 2010

Figura 14 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte ANTAQ(2018a)

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Tabela 7 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado

Cruzeiro do Sul ACPorto Acre AC

Porto Walter ACIbotirama BACorumbaacute MS

Ladaacuterio MSMundo Novo MS

Caacuteceres MTAlmeirim PAAltamira PAGurupaacute PAItaituba PA

Juruti PAMonte Alegre PA

Oacutebidos PAOriximinaacute PA

Porto de Moz PAPrainha PA

Senador Joseacute Porfiacuterio PAVitoacuteria de Xingu PASanta Terezinha PR

Terra Roxa PRPorto velho RO

Estrela RSCachoeira do Sul RS

Charqueadas RSJaguaratildeo RS

Santa Vitoacuteria do Palmar RSAnhembi SP

Jauacute SPPanorama SP

Pederneiras SPTerminal Floresta SP

Terminal Satildeo Miguel SPTerminal Fazenda Satildeo Joaquim SP

Eclusa Tiete Montante SPUsina Diamante SPUsina Pioneiros SP

Satildeo Pedro SP

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Em 2018 houve um crescimento de 849 do volume movimentado em 2018em relaccedilatildeo ao ano anterior Se comparado o ano de 2017 e 2010 o fluxo de cargasnos portos brasileiros aumentaram 295 Neste mesmo periacuteodo observou-se umcrescimento continuo com exceccedilatildeo ao ano de 2016 que registrou uma queda de 05em relaccedilatildeo ao ano de 2015

No quesito natureza da carga a Figura 15 destaca a participaccedilatildeo do grupo decarga na seacuterie histoacuterica

Figura 15 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

No ano de 2017 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 os graneis soacutelidos cresceram1041 graneis liacutequidos 378 contecirciner 317 e carga solta 776 conforme ilus-trado na Figura 15 Embora o ano de 2016 tenha apresentado uma ligeira queda de05 em relaccedilatildeo ao ano anterior a carga geral apontou um crescimento de 53

214 Porto de SantosSP

Localizado no litoral do Estado de Satildeo Paulo o Porto de Santos eacute puacuteblico eadministrado pela Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo - CODESP Conside-rado o mais importante porto nacional tem aproximadamente 15 km de extensatildeo 55terminais mariacutetimos e retro portuaacuterios e 65 berccedilos de atracaccedilatildeo

O complexo portuaacuterio santista em 2017 contabilizou 5597 atracaccedilotildees de na-vios movimentando 125 milhotildees t ANTAQ (2018b) No ranking da movimentaccedilatildeonacional o Porto de Santos ocupou o terceiro lugar ficando atraacutes de Terminal pontada Madeira e Terminal Tubaratildeo que operam mineacuterio de ferro (ANTAQ 2018b)

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Um dos principais fatores para atraccedilatildeo de cargas no Porto de Santos eacute a suaacessibilidade e zona de influecircncia Conectado com as principais rodovias de acessodo paiacutes o porto santista tem como aacuterea de influecircncia primaacuteria os estados de SatildeoPaulo Minas Gerais Mato Grosso Mato Grosso do Sul Goiaacutes e o Distrito Federalque juntos representam 67 do PIB

Aleacutem disso o porto tem acesso agrave hidrovia Tiete-Paranaacute principal hidrovia deescoamento de gratildeos e importantes linhas feacuterreas que facilitam a movimentaccedilatildeo dasmercadorias em grande escala em especial as commodities agriacutecolas (Souza et al2017)

Ainda que a zona de influecircncia e a acessibilidade seja determinante para oporto santista devido agrave sua topografia torna-se impossivel sua expansatildeo

Para melhor entendimento a Figura 16 ilustra o histoacuterico de movimentaccedilatildeo decargas no Porto de Santos no periacuteodo de 2010 a 2017 conforme dados da (ANTAQ2018b)

Figura 16 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b)

Conforme destacado na Figura 16 a somatoacuteria da movimentaccedilatildeo geral do portocresceu 85 em 2017 o complexo portuaacuterio de Santos apontou uma alta de 135no mesmo periacuteodo em relaccedilatildeo a 2016

Comparando com a movimentaccedilatildeo dos portos o Porto de Santos apresentaoscilaccedilotildees do volume movimentado Em 2011 foi registrado uma queda de 4 emrelaccedilatildeo a 2010 no ano de 2014 uma reduccedilatildeo de 29 comparado com 2013 e final-mente em 2016 o fluxo movimentado diminui 47 em relaccedilatildeo ao ano anterior

Referente agrave natureza da carga movimentada no Porto de Santos o granel soacutelidotambeacutem aparece como a principal carga movimentada em todos os anos observado

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na Figura 17

Figura 17 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

Em meacutedia o granel soacutelido representou 49 da movimentaccedilatildeo do Porto de San-tos comparando o periacuteodo 2010 a 2017 (Figura 17) O contecirciner aparece em segundolugar no mesmo periacuteodo com uma meacutedia de 33 Em 2017 o granel soacutelido regis-trou 506 seguido pelo contecirciner 333 granel liquido 12 e carga geral 38 Ofluxo de cargas movimentadas no complexo santista em 2017 representou aproxima-damente 12 do movimento dos portos brasileiros

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3 Metodologia

Para a execuccedilatildeo deste estudo foram realizadas pesquisas quantitativas de ca-raacuteter exploratoacuteria descritiva e bibliograacutefica

O meacutetodo de pesquisa bibliograacutefica propotildee uma anaacutelise de estudo sobre diver-sos posicionamentos acerca de trabalhos jaacute desenvolvidos (Gil 2010)

Para revisatildeo sistemaacutetica de literatura utilizaram-se as principais bases de con-sultas tais como ScienceDirect Scopus IEEE Scielo Google Acadecircmico Portal dePerioacutedicos da CAPES teses e dissertaccedilotildees livros impressos e eletrocircnicos alinhadosao tema

A pesquisa descritiva segundo Cervo et al (2007) busca descobrir de formaprecisa a frequecircncia com que um fenocircmeno ocorre e sua relaccedilatildeo com outros A coletade dados eacute uma das principais caracteriacutesticas da pesquisa descritiva pois observaregistra e analisa fatos e fenocircmenos Os dados quantitativos coletados para estetrabalho foram extraiacutedos dos principais portais do Governo Federal observando asseacuteries temporais

Para desenvolvimento do presente estudo foram realizados quatro artigos ci-entiacuteficos a fim de atender ao regulamento do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enge-nharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista ndash UNIP que eacute estruturado no formatode Dissertaccedilatildeo por artigo Dessa maneira os artigos satildeo apresentados no capiacutetuloquatro no formato original conforme a publicaccedilatildeo agrave qual foi submetido e aprovado

Na Tabela 8 a ordem de apresentaccedilatildeo dos artigos natildeo segue a ordem depublicaccedilatildeo dos mesmos No entanto para facilitar a compreensatildeo da dissertaccedilatildeoos artigos estatildeo apresentados por sequecircncia loacutegica de entendimento da pesquisaconforme os apontamentos de cada artigo a seguir

Artigo I - Este artigo teve como objetivo analisar a produccedilatildeo do milho brasileiroe o papel das regiotildees produtoras Os resultados indicaram um crescimento de mais de245 na produccedilatildeo nacional entre os anos de 1976 e 2016 Referente agrave produtividadeo estudo identificou um incremento de 250 nos mesmos periacuteodos Quanto as aacutereasde cultivo houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 nos uacuteltimos 40 anos (19762016)Quanto as regiotildees produtoras houve um deslocamento da regiatildeo Sul e Sudeste sen-tido Norte Nordeste e Centro-Oeste do paiacutes a partir deacutecada de 1980 Entre as novasregiotildees de cultivo o Centro-Oeste apresentou o maior ganho de produccedilatildeo com 520de aumento sendo a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo O es-tudo tambeacutem identificou os cinco principais estados produtores Paranaacute Mato GrossoMinas Gerais Bahia e Paraacute No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grossoassumiu a lideranccedila como maior produtor de milho Se comparado os principais esta-

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Tabela 8 Artigos publicados do autor

ORDEM PUBLICACcedilAtildeO TEMA IDIOMA

Artigo I South American Development SocietyJournal

Estudo da pro-duccedilatildeo do milhono Brasil re-giotildees produtorasexportaccedilatildeo eperspectivas

Portuguecircs

Artigo II APMS -International ConferenceAdvances in ProductionManagement Systems - Hamburgo ndashAlemanha 2017

Brazilian Corn Ex-ports An Analysisof Cargo Flow

Inglecircs

Artigo III International Journal of Shipping andTransport Logistics

Forecasting CornStorage Capacityin Santos PortTerminal in Brazil

Inglecircs

Artigo IV International Conference on NetworkEnterprises amp Logistics Management ndashSatildeo Paulo ndash Brazil 2018

Simulaccedilatildeo de ope-raccedilotildees de gratildeos emum terminal portuaacute-rio

Portuguecircs

dos produtores o Paranaacute teve uma expansatildeo de 213 ao longo do periacuteodo estudado(19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um crescimento exponencial 14366 nomesmo periacuteodo

Artigo II ndash Nesse artigo identificou-se o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasi-leiro principal porto de escoamento e principais mercados compradores O resultadosapontaram os portos de Santos e Paranaguaacute como os principais escoadores do mi-lho para o mercado internacional Ambos movimentaram entre os anos 2012 e 2016cerca de 665 milhotildees t do gratildeo oriundo dos estados Mato Grosso Mato Grosso doSul Goiaacutes Paranaacute Minas Gerais Satildeo Paulo e Rio Grande do Sul O Porto de San-tos eacute a principal porta de saiacuteda do cereal e foi responsaacutevel por 8148 do volumeenquanto o Porto de Paranaguaacute 1852 no periacuteodo observado No ano de 2016 oPorto de Santos escoou 21 milhotildees t do gratildeo e os principais estados exportadoresvia Santos foram Mato Grosso (7498) seguidos por Goiaacutes (1282) Mato Grossodo Sul (609) Satildeo Paulo (428) Paranaacute (118) e Minas Gerais (066) 6085do milho escoado por Santos teve como destino o continente asiaacutetico e 2903 oMeacutedio Oriente O Porto de Paranaguaacute em 2016 exportou 24 milhotildees t Referenteaos estados que exportaram por Paranaguaacute o estado do Paranaacute liderou as exporta-ccedilotildees (4570) seguido por Mato Grosso do Sul (3657) Mato Grosso (1307) Oestudo apresenta como destaque Vietnatilde (2429) e Japatildeo (1871) entre os 16 prin-cipais importadores do gratildeo O restante representaram 570 das importaccedilotildees Em

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relaccedilatildeo aos continentes os mais importantes foram a Aacutesia (6562) seguida Europa(1175) Oriente Meacutedio (1173) Aacutefrica (945) e Ameacuterica (144)

Artigo III - O estudo buscou avaliar se a capacidade estaacutetica eacute compatiacutevel comas crescente demandas de exportaccedilatildeo do milho no Porto de Santos por meio deum terminal portuaacuterio aqui denominado Terminal A Para tanto elaborou-se um es-tudo de previsatildeo de demanda comparativa das exportaccedilotildees do milho Brasil e Portode Santos visando um horizonte dos proacuteximos cinco anos (20172021) Em vistadisso houve uma discussatildeo sobre eventuais gargalos logiacutesticos no terminal portuaacuteriosantista Apoacutes aplicaccedilatildeo de meacutetodos de previsatildeo que o Terminal A responsaacutevel por37 do milho exportado pelo porto santista experimentaraacute significativo aumento dedemanda O estudo identificou acreacutescimo meacutedio de 40 nas operaccedilotildees do terminalquanto ao gratildeo de milho para os proacuteximos cinco anos Baseado em anaacutelises pre-ditivas foi possiacutevel identificar gargalos logiacutesticos caso as previsotildees de demanda seconfirmem O maior gargalo observado reside na estocagem do cereal para posteriorembarque As previsotildees puderam mensurar a capacidade estaacutetica de armazenagemdeficitaacuteria em relaccedilatildeo agraves previsotildees a partir do primeiro ano O estudo aponta 39 dedeacuteficit no primeiro ano (2017) seguido para os proacuteximos anos com 57 75 94 e115 (2018201920202021)

Artigo IV ndash O presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimentoe armazenamento de gratildeos de milho no Terminal A com vistas a testar qual o modaleacute mais eficiente considerado dois processos distintos rodovia e ferrovia A Para issooptou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENA copyRockwell Software Inc 110versatildeo acadecircmica Como resultado dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute aoperaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Emque pese na operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34moega 1 e 68 moega 2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel agargalos O estudo identificou na operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos re-cursos de 67 no gate e 47 nos tombadores Dessa maneira pode-se concluir queapesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do terminal se as perspectivasde aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o Terminal A estaraacutediante de um iminente gargalo operacional Os resultados indicam a necessidade deinvestimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o aumentocrescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

40

4 Artigos

41 1ordm Artigo

Artigo aceito para publicaccedilatildeo no South American Development Society Journal(Figura 18) Submetido em 07062018 e publicado em 24082018

Figura 18 Revista SADSJ

pag 182

South American Development Society Journal

Vol 04 | Nordm 11 | Ano 2018 | ISSN 2446-5763 | DOI 1024325issn2446-5763v4i11p182-194

Data de Submissatildeo 07062018 | Data de Publicaccedilatildeo 24082018

ESTUDO DA PRODUCcedilAtildeO DO MILHO NO BRASIL REGIOtildeES PRODUTORAS

EXPORTACcedilAtildeO E PERSPECTIVAS

STUDY OF CORN PRODUCTION IN BRAZIL PRODUCTION REGIONS EXPORTATION

AND OUTLOOK

Aguinaldo Eduardo de Souza - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

souzaeduaguinaldogmailcom

Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

betomendesresusmsmcom

Julio Cezar Raymundo - Universidade Paulista - UNIP PPGEP

juliocesarunipbr

Roberta Sobral Pinto - Universidade de Franca ndash UNIFRAN

robertasobralpintogmailcom

Resumo

O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia nacional e de vital

importacircncia para a balanccedila comercial brasileira O milho eacute o segundo gratildeo mais cultivado e

exportado perdendo apenas para a soja Aleacutem disso o cereal eacute o principal componente

para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal voltado para um dos principais segmentos do comeacutercio

exterior do Brasil a cadeia produtiva de carne animal Sendo assim o objetivo deste artigo eacute

investigar a produccedilatildeo nacional do milho bem como principais regiotildees e estados produtores

produtividade e aacutereas de plantio Para tanto foram coletados dados na Companhia Nacional

de Abastecimento (CONAB) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Os

resultados mostram as duas principais regiotildees produtoras Sul e Centro-Oeste e que a 2ordf

safra chamada de safrinha eacute a responsaacutevel pelo incremento da produccedilatildeo nacional do gratildeo

em especial o estado do Mato Grosso destaque como maior produtor nas uacuteltimas safras

41

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 183

Palavras-chave Agronegoacutecio Milho Produccedilatildeo Agriacutecola Exportaccedilatildeo

Abstract

Agribusiness is one of the main activities to the Brazilian economy and it has

vital importance for the trade balance Strictly speaking corn is one of the most

important product in Brazils agriculture where it is the second most cultivated and

exported grain losing only to soybeans In addition the cereal is the main component

to produce animal feedstuff focused on one of the main segments of Brazils foreign

trade the animal meat production chain Therefore the objective of this article is to

investigate the national production of corn as well as the main producing regions and

states productivity and planting areas For that data were collected from the National

Supply Company (CONAB) and the Brazilian Institute of Geography and Statistics

(IBGE) The results show the two main producing regions South and Center-West and

that the second crop called safrinha is responsible for increasing national grain

production especially the state of Mato Grosso which is the largest producer of the last

crops

Keywords Agribusiness Corn Agriculture Production Export

Introduccedilatildeo

O Agribusiness brasileiro eacute um dos principais setores da economia nacional e de

fundamental importacircncia para a balanccedila comercial brasileira segundo Souza et al

(2017) As exportaccedilotildees do agronegoacutecio brasileiro no ano de 2016 representaram US$

850 bilhotildees Seu principal mercados foi a Aacutesia com US$ 374 bilhotildees Os compradores

mais importantes foram a China com US$ 208 bilhotildees Uniatildeo Europeia (28 paiacuteses)

com US$ 167 bilhotildees seguida pelos EUA que importaram US$ 63 bilhotildees (DEAGRO

2016)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos USDA (2017) o milho eacute o gratildeo mais cultivado A produccedilatildeo mundial do gratildeo

atingiu 968 milhotildees (t) em 2016 No Brasil o cultivo do milho vem ganhando espaccedilo e

se apresenta como um dos principais segmentos econocircmicos do agronegoacutecio brasileiro

42

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 184

sendo o segundo gratildeo mais exportado Em 2016 os EUA lideraram o ranking mundial

dos principais produtores de milho com 345 milhotildees (t) seguido pela China com 224

milhotildees (t) e o Brasil com 67 milhotildees (t) (DEAGRO 2016) (USDA 2017)

O Brasil tem aproveitado o crescente aumento da demanda mundial pelo milho

visto que o maior produtor mundial os EUA tem destinado parte da sua colheita para

produccedilatildeo de etanol Outro fato que contribui para uma maior participaccedilatildeo do Brasil no

mercado internacional eacute implementaccedilatildeo de novas tecnologias no plantio expansatildeo de

aacutereas plantadas e o aumento da produtividade tem permitido ao Brasil maior

participaccedilatildeo no mercado internacional (CONAB 2017)

Diante deste contexto o presente estudo tem como objetivo invesrtigar a

evoluccedilatildeo da produccedilatildeo brasileira do milho no Brasil principais regiotildees e estados

produtores visando contribuir para para um melhor planejamento logistico de

exportaccedilatildeo tendo as projeccedilotildees de crescimento das exportaccedilotildees do gratildeo no mercado

internacional conforme projeccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura (MAPA 2016)

Para compreender o panorama da produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees

produtoras optou-se por uma pesquisa quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio Para tal

utilizou-se a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutetica (IBGE) e da

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) observando as seacuteries histoacutericas

A produccedilatildeo do milho no brasil

No Brasil o milho eacute cultivado em duas etapas 1ordm e 2ordf safra A regiatildeo Centro-Oeste eacute a

grande responsaacutevel pela produccedilatildeo da segunda safra

Tabela 1 ndash Calendaacuterio agriacutecola milho

Safras Plantio Colheita Produccedilatildeo Nacional

1ordf agosto a dezembro

marccedilo a junho 40

2ordf janeiro a marccedilo junho a setembro

60

43

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SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 185

Fonte (DEPEC 2017)

Observa-se na tabela 1 a importacircncia da segunda safra tambeacutem conhecida

como safrinha para o calendaacuterio nacional agriacutecola do milho Enquanto que a primeira

safra representa 40 da produccedilatildeo nacional segunda safra eacute responsaacutevel por 60 de

toda a produccedilatildeo brasileira

O fato do plantio da segunda safra ser efetuado logo apoacutes a colheita da soja e no

mesmo local tem permitido uma maior produtividade da safrinha do milho em virtude

do aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes no solo dessas aacutereas de plantio (REIS

et al 2016)

Segundo a CONAB (2017) atraveacutes do acompanhamento da seacuterie histoacuterica da

produccedilatildeo de gratildeos brasileiros iniciado na deacutecada de 70 registram um aumento de

mais de 245 na produccedilatildeo do milho nos uacuteltimos 39 anos Os estudos consideram as

safras de 197677 a 201516 (Fig 1)

Figura 1 - Evoluccedilatildeo produccedilatildeo x aacuterea plantada

Fonte CONAB (2017)

Observa-se na Figura 1 o primeiro registro de produccedilatildeo do gratildeo na safra

197677 com 19 milhotildees (t) produzidas Na safra de 198687 os dados apontam 26

milhotildees (t) Na deacutecada de 90 em especial a safra de 199697 o volume foi de 35

44

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 186

milhotildees (t) Jaacute a safra de 20062007 51 milhotildees (t) apontando um crescimento

exponencial na produccedilatildeo nacional do cereal

Em que pese uma significativa queda na produccedilatildeo da safra 201516 com 214

com 66 milhotildees (t) em comparaccedilatildeo com a safra de 201415 de 84 milhotildees (t) as

estimativas da CONAB indicam uma colheita recorde em torno de 91 milhotildees (t) para

safra 201617

Referente as aacutereas de plantio poucas foram as alteraccedilotildees Os estudos

evidenciaram que no ano de 1976 117 milhotildees hectares eram destinados a plantaccedilatildeo

da cultura do milho no Brasil Comparando com a safra de 201516 houve uma

expansatildeo de 3497 considerando uma aacuterea para cultivo de 159 milhotildees de hectares

Uma meacutedia de 132 milhotildees de hectares disponiacuteveis para o cultivo ao longo da seacuterie

histoacuterica de 40 anos

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias tem contribuido para significativos

patamares de produtividade no Brasil que comprovam que o setor vem se

profissionalizado (Figura 2) As novas tecnologias estatildeo associadas a cultivares de alto

potencial geneacutetico (hiacutebridos simples e triplos) e transgecircnicas espaccedilamento reduzido

associando agrave maior densidade de plantio melhoria na qualidade de sementes controle

quiacutemico de doenccedilas correccedilatildeo de solos (EMBRAPA 2017)

Figura 2 ndash Evoluccedilatildeo produccedilatildeo nacional x produtividade

Fonte CONAB (2017)

Como ilustra a Fig 2 em termos comparativos a safra de 201516 teve uma

produtividade de 4178 kgha cerca de 250 a mais que agrave safra de 197677 onde o

Brasil colheu 1632 kgha As duas safras de maior destaque ao longo da seacuterie histoacuterica

45

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 187

foram a de 201415 com 5396 kgha e de 201213 com 5149 kgha Na meacutedia da seacuterie

histoacuterica houve uma variaccedilatildeo de mais de 33 no aumento da produtividade ao logo

dos 39 anos (Fig 3)

Figura 3 ndash Produtividade nacional por hectare

Fonte CONAB (2017)

Para o IBGE (2017) que pesquisa o ano civil a projeccedilatildeo de colheita da

commodity do milho eacute de 96 milhotildees (t) para o ano de 2017 um crescimento de 52

em relaccedilatildeo a produccedilatildeo do ano 2016 que foi de 63 milhotildees (t) como pode ser

observado na Quadro1

Quadro 1 ndash Produccedilatildeo por regiotildees em milhotildees (t) Estimativas

Regiatildeo 1ordf Safra 2ordf Safra

2016 2017 Var 2016 2017 Var

Norte 946950 1049977 11 938343 1479632 58

Nordeste 2546636 4504929 77 577738 2034857 252

Sudeste 7803609 8545800 10 2263889 3604832 59

Sul 10650820 13866157 30

1049659

4

1382707

3 32

Centro-oeste 2432227 3027537 25

2498661

7

4501634

7 80

1ordf e 2ordf Safra

46

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 188

2016 2017 Var

Brasil 63643423 96957141 523

Fonte IBGE (2017)

Regiotildees produtoras

De acordo com a CONAB (2017) a produccedilatildeo nacional do milho estaacute nas

Regiotildees Sul Centro-Oeste e Sudeste Os cinco principais Estados produtores satildeo por

ordem de grandeza Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais Bahia e Paraacute

Ao longo das quatro deacutecadas a expansatildeo territorial agriacutecola no Brasil tem crescido

significativamente Ateacute as deacutecadas de 1980 e 1990 a produccedilatildeo agriacutecola nacional era

realizada especificamente na regiatildeo Sul do paiacutes

O aumento de demanda pelo gratildeo nacional e a disponibilidade de terras mais

baratas propiciaram o deslocamento da produccedilatildeo da regiatildeo Sul para o norte do Brasil

com destaque regiatildeo Centro-Oeste

Para Caldarelli e Bacchi (2012) outros fatores alavancaram a expansatildeo da

cultura do milho em terras brasileiras Maior rentabilidade do agricultor com a

valorizaccedilatildeo do gratildeo desregulamentaccedilatildeo da economia acordos internacionais com

reduccedilatildeo das tarifas de importaccedilatildeo impulsionaram a produccedilatildeo nacional de gratildeos

colocando o paiacutes a um patamar de maior competitividade

Desse modo pode-se observar uma nova configuraccedilatildeo na produccedilatildeo nacional

bem como nas regiotildees produtoras (Figura 4)

Para CONAB (2017) o aumento da produccedilatildeo estaacute diretamente relacionado a

dois fatores a utilizaccedilatildeo de novas aacutereas agricultaacuteveis em novas fronteiras agriacutecolas e a

implementaccedilatildeo de tecnologias voltadas a promover maior produtividade nas tradicionais

aacutereas de cultivo (Sul e Sudeste)

47

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 189

Figura 4 ndash Produccedilatildeo nacional do milho por regiatildeo

Fonte IBGE (2017)

Conforme ilustrado na Figura 4 a partir de meados da deacutecada de 1980

configura-se uma nova dinacircmica de produccedilatildeo do milho em regiotildees brasileiras

Dados analisados com base no periacuteodo das safras de 199091 a 201516

indicam a regiatildeo Centro-Oeste como maior produtora do gratildeo com crescimento de

520 Em segundo lugar a regiatildeo Norte com 215 de expansatildeo seguida pela Sul

Nordeste e Sudeste com 164 69 e 19 respectivamente

Apesar da regiatildeo Centro-Oeste tem apresentado o maior crescimento em termos

de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maior eficiecircncia em produtividade como

pode ser observado na Figura 5

Figura 5 ndash Produtividade do milho por regiatildeo

48

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 190

Fonte CONAB (2017)

Os estudos observados na Figura 5 indicam a regiatildeo Sul como a maior

produtividade do Brasil foram colhidos 6068 kgha na safra de 201516 Em segundo

lugar no ranking maior produtividade do cereal encontra-se a regiatildeo Sudeste com 4775

kgha seguida pelo Centro-Oeste com 3996 kgha Com exceccedilatildeo a safra de 201112

onde foram colhidos 4953 kgha a regiatildeo Sul se apresenta com o maior iacutendice de

produtividade entre as regiotildees considerando as safras de 200607 a 201516

Principais estados produtores

No que concerne aos principais estados produtores o Paranaacute aparece como o

maior produtor do gratildeo ateacute a safra de 201112 Entretanto a partir da safras seguintes

conforme seacuterie histoacuterica (Fig 6) o Mato Grosso assume o protagonismo no raking dos

maiores produtores do gratildeo com os volumes de 19 18 20 e 15 milhotildees (t) produzidas

nas uacuteltimas quatro safras O que permitiu o impulso da produccedilatildeo no Mato Grosso aleacutem

do aproveitamente das terras produtoras de soja (2ordf safra) a expansatildeo de terras

agricultaacuteveis

Ao longo do acompanhamento da serie historica eacute possivel notar que Paranaacute

dispunha de 2153 milha (197677) contra 2612 milha (201516) uma expansatildeo de

terras de 213 Jaacute o Mato Grosso teve uma expansatildeo de 14366 no mesmo

periacuteodo Suas primeiras terras disponiveis para a cultura do milho era de 542 milha

(197677) contra as atuais 3800 milha (201516)

Figura 6 ndash Principais estados produtores

49

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 191

Fonte CONAB (2017)

Os estudos tambeacutem evidenciaram queda na produtividade dos dois principais

estados produtores considerando a safra de 201516 em relaccedilatildeo a 201415 O Paranaacute

registrou uma queda de 141 contra 339 de estado do Mato Grosso Contudo ao

longo da seacuterie histoacuterica o estado do Paranaacute deteacutem a maior participaccedilatildeo de

produtividade entre os estados produtores

Exportaccedilatildeo

O milho eacute o principal macro ingrediente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal A

suinocultura e a avicultura de corte satildeo os grandes propulsores do consumo nacional

do milho Para Reis et al (2016) o cultivo do milho tem como destino atender a

demanda interna voltada a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal Aleacutem do que o gratildeo supri

tambeacutem a induacutestria alimentiacutecia para consumo humano e outros produtos em gerais O

excedente da produccedilatildeo eacute absorvido pelo mercado internacional

Ainda que os aumentos da produtividade do gratildeo seja expressivo o Brasil natildeo eacute

um exportador tradicional do gratildeo Desse modo a produccedilatildeo brasileira segue a

tendecircncia determinada pelas demandas do mercado domeacutestico apresentando pouca

interaccedilatildeo com o mercado internacional (CALDARELLI e BACCHI 2012)

Dados coletados no portal da Aliceweb apontam que natildeo obstante a queda de

244 nas exportaccedilotildees em relaccedilatildeo ao ano anterior no ano de 2016 o Brasil exportou

21 milhotildees (t) de milho (MDIC 2017)

Figura 7 ndash Dez principais mercados do milho brasileiro

50

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 192

Fonte Trade Map - Trade statistics for international business development (2017)

A Figura 7 ilustra os cinco principais destinos do cereal no ano de 2016 Entre os

principais compradores estatildeo o Iratilde na lideranccedila do ranking com 21 das exportaccedilotildees

Em segundo lugar aparece o Vietnatilde com 13 seguido por Japatildeo Malaacutesia e Coreacuteia do

Sul com 12 7 e 6 respectivamente

Conclusotildees e Perspectivas

Visando descrever o panorama do plantio do milho brasileiro o presente estudo

conclui que de acordo com a seacuterie histoacuterica de 197677 a 201516 a produccedilatildeo nacional

do gratildeo cresceu 2455 Observou-se um incremento de 250 na produtividade no

mesmo periacuteodo tendo uma variaccedilatildeo de aproximadamente de 33 na meacutedia da seacuterie

histoacuterica comparado entre as deacutecadas de colheita Referente as aacutereas de cultivo

houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 saltando de 117 para 159 milhotildees de

hectares de aacutereas destinadas ao cultivo do cereal Aleacutem disso a partir de meado da

deacutecada de 1980 o cultivo do milho se deslocou da regiatildeo Sul e Sudeste para as

regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste Das principais novas fronteiras produtoras do

milho o destaque ficou para a regiatildeo Centro-Oeste com ganhos de produccedilatildeo de 520

Evidentemente a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo No ranking

dos cinco principais estados produtores estatildeo o Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais

Bahia e Paraacute O Paranaacute ateacute a safra de 201112 manteve a lideranccedila absoluta do maior

51

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 193

produtor nacional do gratildeo No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grosso

assumiu a lideranccedila O crescimento das aacutereas disponiveis para plantio justificam a

produccedilatildeo dos dois principais estados produtores O Paranaacute teve uma expansatildeo de

213 ao longo do periodo estudado (19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um

crescimento exponencial 14366 no mesmo periacuteodo Por uacuteltimo o crescimento da

produccedilatildeo da proteina animal e o aumento da demanda mundial pelo milho que nortearaacute

a cadeia produtiva nacional do milho Deste modo os proacuteximos estudos poderatildeo se

concentrar na melhora logiacutestica das principais regiotildees produtoras

Referecircncias Biliograacuteficas

CALDARELLI C E BACCHI M R P Fatores de influecircncia no preccedilo do milho no

Brasil Nova economia p 141-164 2012

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52

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 194

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53

54

42 2ordm Artigo

Artigo aprovado no IFIP Advances in Information and Communication Techno-logy 2017 (Figura 19) Apresentado em Hamburgo (Alemanha) em setembro de 2017

Figura 19 APMS 2017 Hamburg

Brazilian Corn Exports An Analysis of Cargo Flowin Santos and Paranagua Port

Aguinaldo Eduardo de Souza lowast12 Joao Gilberto Mendes dos Reis 13 EmersonRodolfo Abraham 14 and Sivanilza Teixeira Machado 5

1 Paulista University - UNIP PPGEP Sao Paulo Brazil2 UNIBR Sao Vicente Brazil

3 UFGD PPGA Dourados Brazil4 Metodista University Sao Bernardo do Campo Brazil

5 Federal Institute of Sao Paulo Suzano BrazillowastCorresponding author souzaeduaguinaldogmailcom

Abstract The worldrsquos population is projected to increase to 9 billion till2050 increasing feed demand Corn is one of the most important grains infood supply chains (FSC) and growers have an essential role This articleaims to investigate the flow of Brazilian corn among origin main portsand international markets to address a panorama of corn production inBrazil With this objective we collected data from the Brazilian Ministryof Industry and Foreign Trade and we analyzed this data using SocialNetwork Analysis (SNA) tools The results showed that corn exports inBrazil use two main ports with Santos being the most important one

Keywords Logistics middot Corn production middot Exports middot International market

1 Introduction

It is forecasted that the world trade of corn will reach newer heights boostedby a stronger demand for feed Currently the United States and China are themain growers but Brazil has been considered a new frontier and occupies thethird place [1] Despite the important role of China in production over the lastfive years around 83 of export was associated with the US Brazil Argentinaand Ukraine This distinctly indicates a huge internal market in China and thepotential business opportunities for producers in the US and Brazil

The United Nations expects the world population to increase to 9725 bil-lion by 2050 [2] this implies a challenge for the global leaders to raise foodproduction and at the same time to preserve the environment and local marketproduction In this manner Brazil appears to be a major player in commodityproduction to feed the world In case of corn for instance projections show anincrease in Brazilian exports of 524 until 2026 In numbers the country isexpected to reach 463 million metric tonnes (mt) per year [3]

Although Brazil has high productivity and a high quantity of available landthe flow of commodities export depends on few routes and ports that entail

55

2 Souza et al

logistics bottlenecks For example Reis et al [2] argue that poor logistics ofBrazilian infrastructure increases the inland freight of soybean in comparisonwith the US by 146 Moreover Galvao et al [4] [5] showed that Brazilianports cargo flow grew significantly around 42 from 2001 to 2011 reaching886 million (mt) in 2011 this was mainly solid bulk cargo

Regarding Brazilian ports Santos (Sao Paulo) and Paranagua (Parana) arethe major corn exporters with 665 million (mt) between 2012 and 2016 Thecorn flow concentration creates logistics bottlenecks such as extensive trucklines to unload cargo and low static storage capacity Rodrigues [6] affirms thatlogistics management adopts a systematic cost approach based on parameterssuch as cost time and service quality level Therefore analyzing the flow ofcorn production is very important for developing a plan to improve the logisticsinfrastructure of major corridors

This article aims to analyze the Brazilian corn routes and exports for un-derstanding the current scenario and for providing knowledge to develop fu-ture plans for improving logistics operation Thus we address the flows of cornamong the six main growers of the country to two main ports of Brazil and tothe international market

2 Brazilian Ports

Brazil has a continental dimension with an extensive coastline for this reasonsea shipping is relevant to the social and economic development of the coun-try [4] Brazilian port sector is divided into two categories first the port sectorthat is composed of 37 seaports managed by the federal government the sec-ond category that is composed of 122 inland port facilities management by theMinistry of Transport [7]

The cargo flow in Brazilrsquos seaports in 2016 was 998068 million (mt) wherethe main international traffic was dry bulk of upto 628700 million (mt) liquidbulk of upto 218000 with million (mt) general cargo of upto 51300 million(t) and containers of upto 100100 million (mt) [9]

21 Santos Port

Santos is Brazilrsquos larger port In 2006 it represented around 285 of the bal-ance of trade of the country Its operations reached 1138 million (mt) [10] TheFig 1 shows the numbers of Santos Port (Price FOB in US billion dollars)

The illustrative evidence in Fig 2 suggests the great relevance of SantosPort among the 37 Brazilian ports Nowadays it is the main port of the countrywith 4520 ships being docked in 2016 Furthermore this port is considered asbeing one of the biggest ports in Latin America in terms of container flow in2015 [11]

Accessibility is the main factor that attracts cargo to the Santos Port Theport has a link with the main roadways Moreover it is connected to Tiete-Parana inland waterways by railway that facilitates a large-scale movement ofcommodities

56

Brazilian Corn Exports 3

Fig 1 Participation of Santos Port in Brazilian Balance of Trade (SourceAdapted of [10])

In addition the areas dependent on Santos Port represents 67 of Brazil-ian GDP including states such as Sao Paulo Minas Gerais Mato Grosso MatoGrosso do Sul and Goias e o Distrito Federal These states are responsible for56 of Brazilian balance of trade [10]

22 Paranagua Port

According to the Administration of Paranagua Port and Antonina - APPA [12]the Paranagua Port has 3581 meters of wharfs and 23 berths It is among thefive main Brazilian ports in relation to the flow of goods The port in 2016moved 45045 million (mt) and it has the capacity to receive 1909 vessels Thethree main cargo were as follows containers (8231 million (mt)) fertilizers(8227 million (mt)) and soybean (7950 million (mt)) [9]

Additionally the Paranagua portrsquos balance of trade was around 76 im-mediately after Santos which as mentioned earlier lead the ranking with astriking difference of 285 [10] Fig 2 demonstrates the flow in the port be-tween 2012 and 2016 (Price FOB in US million dollars)

3 Methodology

For understanding the flow of Brazilrsquos corn exports and the role of Santos Port(Sao Paulo state) we conducted an exploratory research and comparison be-tween the Santos Port and the major Brazilian port competitor Paranagua TheFig 3 displays the location of these ports and the main origin routes

Santos and Paranagua were chosen because they represent around 50 ofvolume exported by the country To perform this study we follow the followingthree steps

57

4 Souza et al

Fig 2 Participation of Paranagua Port in the Brazilian balance of trade (SourceAdapted of [10])

Fig 3 Main Corn Corridors 2016

First Data Collection Data were collected from the Brazilian Ministry of In-dustry and Foreign Trade using the Foreign Trade Information Analysis System(ALICEWEB) The Aliceweb provided us information regarding the volume ofcorn exported by grower states such as Goias Parana Sao Paulo Minas GeraisMato Grosso do Sul Rio Grande do Sul and Mato GrossoSecond database procedure We selected ten major destinations for Brazilrsquoscorn as per the state of origin This allowed us to observe 38 relations amongplayers The data were organized considering the state of origin the port of ori-gin and the country of destination The relationships were created consideringthe corn flow of growers to the ports and them to countriesThird Analysis Using the Social Network Analysis (SNA) tools Ucinet 60 andNetdraw plotted the graphs of the corn networks considering exports flow us-

58

Brazilian Corn Exports 5

ing Santos Port Paranagua Port and both of them together This helped us tocreate a flow map regarding the corridors of exportations and also to analyzecorn traffic

4 Results

Santos and Paranagua ports are established as major corridors for corn exportsin Brazil Both moved around 665 million (mt) between 2012 and 2016 (Fig 4)Together Santos and Paranagua Ports deal with 8148 and 1852 of Brazilrsquoscorn respectively

Fig 4 Cargo Flow in Million of Metric Tonnes to Santos and Paranagua Ports(Source Adapted of [13])

The origin of cargo flow can be observed in Mato Grosso Mato Grosso doSul Goias Parana Minas Gerais and Sao Paulo e Rio Grande do Sul As men-tioned earlier in the methodology section the volume of corn among thesestates and Ports of Santos and Paranagua are organized in Microsoft Excel andare entered in the Ucinet 60 software Using the module Netdraw was possibleto provide that networks to infer some analysis presented in the next subsec-tions

41 International Traffic Considering Both Ports

The Fig 5 depict the corn flow considering the network as a whole including allthe states ports and destination Herein we gather the countries of destinationin the continents to facilitate visualization

As can be seen in Fig 5 Mato Grosso is the main grower with 8285 million(mt) flowing to Santos and Paranagua The distance that needs to be covered toreach both ports is almost the same but the Santos route especially the railroadservice is more developed than the Paranagua route As a result this is directlyresponsible for the highest cargo flow to Santos

59

6 Souza et al

Fig 5 Corn Flow among Brazilian States Ports of Santos and Paranagua andContinents of Destination

On the other hand Mato Grosso do Sul represents the second volume ofcorn to be exported with 1530 million (mt) distributed equitably between bothports The geographical position of the state with a dependence of roadwaytransportation allows Mato Grosso do Sul to use the ports indistinctly They arelocated at the same distance of about 1100 kilometers

The destination of Brazilian corn as per continent was also analyzed Our re-sults indicate the following percentages Asia (6173) Middle-East (2988)Africa (594) Europe (218) and America (027) Vietnam boosted theflow in Asia while the Middle-East distinctly depended on import of agricul-tural products both constituting the most important markets of Brazil

42 Santos

The Fig 6 depicts the corn flow considering the network of Santos PortAs illustrated in Fig 1 Santos moved 10629 million (mt) of corn in 2016

The main exporters via Santos were Mato Grosso (7498) followed by Goias(1282) Mato Grosso do Sul (609) Sao Paulo (428) Parana (118) andMinas Gerais (066) It is possible to note that despite 6085 of the vol-ume being exported to the Asian continent (Taiwan Indonesia Japan VietnamSouth Korea and Bangladesh) Iran and Middle-East were highlighted within2903 of the volume of corn exported by Santos

43 Paranagua

The Fig 7 depicts the corn flow considering the network of Paranagua Port

60

Brazilian Corn Exports 7

Fig 6 Corn Flow by Santos Corridor

Fig 7 Corn Flow by Paranagua Corridor

Based on Fig 7 it is noticeable that Paranagua in 2016 exported 2415million (mt) The state of Parana (4570) lead the export followed by MatoGrosso do Sul (3657) and Mato Grosso (1307) Among the 16 main buyershighlighted were Vietnam (2429) and Japan (1871) Other states repre-sent 570 of imports In relation to continents the most important were Asia(6562) followed by Europe (1175) Middle-East (1173) Africa (945)and America (144)

61

8 Souza et al

5 Discussion

We found that Santos Port is the major corridor that exports Brazilian cornproduction with a cargo volume that is almost three times more than that ofParanagua Santos is undoubtedly the biggest port of Latin America and it hasthe largest infrastructure associated with the main Brazilian corridors of com-modities exports

However despite the advancement of the Port Modernization Act (8630of 1993) and the new regulatory framework of the port sector (12815 of 2013)that have the objective of providing more agility and modernizing the sector re-ducing the costs of transactions [45] port infrastructure and the quality of ser-vices remain issues that affect the agricultural production of the country [14]According to data by the World Economic Forum pertaining to the Brazilianport infrastructure compared with the main exporters of corn and soybeansBrazil was the 122nd position among 144 evaluated countries [14]

Our current findings expand previous work regarding the Brazilian agri-business sector and logistics infrastructure this allows the identification of thecorn flow to the main international markets of Brazil using quantitative data

In spite of this article being an exploratory analysis it permits the identi-fication of a pathway for future studies to improve the bulk of cargo flow Theresults showed that Santos and Paranagua are the main routes of corn exportsand constitute a logistics operations bottleneck for the international traffic ofthis important feed This is especially true for Santos because it is the major ex-porter of commodities and many other products It is also Brazilrsquos main accessto the international market

Some authors such as Marlow and Casaca [15] Vieira et al [16] and theBrazilian National Transport Confederation [14] identified many issues thatmake exporting difficult further they provided the following aspects and op-portunities to improve Santos Port

ndash Maritime access Lack of dredging and overthrow of access channels anddocking berths making access of large ships difficult

ndash Territorial Access Traffic jam and limited availability of railroadsndash Low productivity Obsolete equipment and lack of availability of equipment

and facilitiesndash Burocracy Greater agility in cargo clearance at ports mooring single win-

dow paperless port to boost delivery of documentsndash Information flow Multiple systems to manage the operations loss-making

media channel hindering the customer response time

6 Conclusions and Outlook

The objective of this study was to describe the logistical corn flow of exportsmoreover it was possible to conclude that the Midwestern region was the maincorn export region of Brazil Additionally it was noticeable that the flow of

62

Brazilian Corn Exports 9

grain to the international market is concentrated in Santos and Paranagua Itwas also found that Asia is the main destination for exports of corn followedby the Middle East However Iran is the largest purchaser of Brazilian cornfollowed by Vietnam

Finally the concentration of two routes generates logistics bottlenecks inboth ports creating a traffic jam low static capacity and overuse of the portcapacity Thus the subsequent studies will concentrate on simulating the ca-pacity of Santos and Paranagua Ports to lead with commodities exports andopportunities to improve Brazilian logistics infrastructure

References

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2 Reis JGMd Vendrametto O Naas IdA Costabile LT Machado STAvaliacao das estrategias de comercializacao do milho em ms aplicando o analytichierarchy process (ahp) Revista de Economia e Sociologia Rural 54(1) 131ndash146(2016)

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4 Galvao CB Robles LT Guerise LC The Brazilian seaport system A post-1990institutional and economic review Research in Transportation Business amp Manage-ment 8 17ndash29 (2013)

5 Farranha AC da Silveira Frezza C de Oliveira Barbosa F Nova lei dos portosdesafios jurıdicos e perspectivas de investimentos Revista Direito GV 11(1) 089(2015)

6 Rodrigues PRA Introducao aos sistemas de transporte no Brasil e a logıstica in-ternacional Edicoes Aduaneiras Sao Paulo (2008)

7 Ministerio dos Transportes Portos e Aviacao Civil httpwwwportosdobrasilgovbrassuntos-1sistema-portuario-nacional

8 INOPLAN httpwwwnitdeskcombrportsabout9 Agencia Nacional de Transporte Aquaviario Desempenho do setor aquaviario 2016

oportunidades e melhorias portuarias Tech rep Brasılia (2016)10 Companhia Docas do Estado de Sao Paulo Analise do movimento fısico do porto de

santos Tech rep Sao Paulo (2016)11 Comissao Economica para America Latina e Caribe httpwwwcepalorges

infografiasranking-puertos-top-20-america-latina-caribe-201512 Administracao dos Portos de Paranagua e Antonina Porto em numeros

administracao dos portos de paranagua e antonina 2011-2015 Tech repParanagua (2016)

13 ALICEWEB httpalicewebmdicgovbrconsulta-ncmindextypeexportacaoNcm

14 Confederacao Nacional do Transporte Transporte e desenvolvimento entraveslogısticos ao escoamento de soja e milho (2015)

15 Marlow PB Casaca ACP Measuring lean ports performance International jour-nal of transport management 1(4) 189ndash202 (2003)

16 Vieira GBB Neto FJK Ribeiro JLD The rationalization of port logistics ac-tivities A study at port of santos (Brazil) International Journal of e-Navigation andMaritime Economy 2 73ndash86 (2015)

63

64

43 3ordm Artigo

Artigo submetido na revista International Journal of Shipping and Transport Lo-gistics O artigo natildeo estaacute apresentado pois se encontra em avaliaccedilatildeo

65

44 4ordm Artigo

Artigo aprovado na Logistics Challenges in the n the New Economy Sharingand Interconnected Industry ndash NETLOG 2018 (20) Apresentado em Satildeo Paulo (Brasil)nos dias 05 a 06 de junho de 2018

Figura 20 NETLOG 2018

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Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

SIMULACcedilAtildeO DE OPERACcedilOtildeES DE GRAtildeOS EM UM

TERMINAL PORTUAacuteRIO

Aguinaldo Eduardo de Souzasup1 Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis sup2 Emerson Rodolfo Abrahamsup3 Renato

Maacutercio dos Santos 4 Matheus Palmieri Gobbetti5

sup1 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil souzaeduaguinaldogmailcom

sup2 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil joaoreisdocenteunipbr

3 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil emersonabrahamstrictounipbr

4 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil renatodnadosabercombr

5 FATEC RUBENS LARA Santos Brasil gobbettimatheusgmailcom

Resumo O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia no Brasil e de suma importacircncia para a

balanccedila comercial brasileira Neste cenaacuterio a exportaccedilatildeo de gratildeos coloca o Brasil em uma posiccedilatildeo privilegiada no

comeacutercio internacional de commodities agriacutecolas Em 2017 o milho foi o principal responsaacutevel pela alta

performance do setor com o crescimento de 13 O gratildeo protagonizou no ano de 2017 a produccedilatildeo de 97 milhotildees

(t) O objetivo deste artigo eacute investigar eventuais gargalos logiacutesticos na operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento

do milho no complexo portuaacuterio de Santos Para tanto optou-se por estudar os referidos processos em um terminal

portuaacuterio de exportaccedilatildeo aqui denominado Terminal A utilizando-se de simulaccedilatildeo Os resultados apresentam duas

operaccedilotildees distintas a chegada do gratildeo no terminal por ferrovia (vagatildeo) e a chegada por rodovia (caminhatildeo) e

apontam potenciais gargalos operacionais

Palavra-chave Simulaccedilatildeo Terminal Portuaacuterio Armazenagem Ferrovia Rodovia e Milho

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro se destaca como o segmento que mais contribui para a economia

nacional respondendo por frac14 do Produto Interno Bruto - PIB (Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA 2018) Dados estatiacutesticos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica - IBGE revelam um crescimento no segmento de 13 no ano de 2017

Os gratildeos foram os principais responsaacuteveis pelo desempenho do setor com destaque absoluto

para a cultura do milho Em 2017 a colheita nacional do cereal atingiu o volume de 97 milhotildees

(t) um extraordinaacuterio aumento de 552 em relaccedilatildeo ao ano anterior que fechou com 67 milhotildees

(t) produzidas (IBGE 2018a) (Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior

MDIC 2018a)

O Brasil tem ocupado posiccedilatildeo de destaque na produccedilatildeo mundial do milho (Reis et al 2016)

Para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos ndash USDA na safra de 201617 o paiacutes

ocupou a terceira posiccedilatildeo no ranking mundial dos maiores produtores com a colheita de 98

milhotildees (t) atraacutes da China 219 milhotildees (t) e Estados Unidos 384 milhotildees (t) (USDA 2018)

De fato o uso de novas tecnologias associadas a cultivares de alto potencial geneacutetico e

transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maior densidade de plantio

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Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

contribuiacuteram para o incremento da produccedilatildeo brasileira do milho (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA 2018) Contudo por vezes a eficiecircncia produtiva

alcanccedilada traduzida em competitividade eacute comprometida no momento do escoamento do gratildeo

Alguns estudos observam os impactos negativos a competitividade dos produtos brasileiros

relacionados aos gargalos logiacutesticos devido a ineficiecircncia operacional e infraestrutura

deficitaacuteria (Dubke 2006 Wanke e Hijjar 2009 Hilsdorf e Nogueira Neto 2015 Confederaccedilatildeo

Nacional dos Transportes ndash CNT 2018)

Considerando o estudo do Departamento de Agronegoacutecio - DEAGRO que projeta um

crescimentos de 75 para safra de 20262027 nas exportaccedilotildees do milho nacional (FIESP

2017) os terminais portuaacuterios principal porta de saiacuteda das commodities agriacutecolas em especial

o milho objeto deste estudo estatildeo preparados para responderem as crescentes demandas do

mercado internacional Neste sentido observa-se que a pesquisa operacional e a simulaccedilatildeo

podem auxiliar no processo decisoacuterio das organizaccedilotildees A pesquisa operacional lida com

problemas de como conduzir e coordenar certas operaccedilotildees (Moreira 2017) Enquanto que a

aplicaccedilatildeo de simulaccedilatildeo em um evento operacional permite analisar teorias e hipoacuteteses em

relaccedilatildeo a vaacuterios cenaacuterios (Filho 2008)

Diante do exposto o presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento de gratildeos de milho Decidiu-se pela escolha de um terminal mariacutetimo de

exportaccedilatildeo no Porto de Santos aqui denominado Terminal A O objetivo da simulaccedilatildeo eacute

dimensionar a capacidade operacional do Terminal A no que concerne recebimento e

armazenagem

Em razatildeo disso realizou-se uma pesquisa exploratoacuteria e quantitativa atraveacutes de coleta de dados

no proacuteprio terminal Em seguida optou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica

2 Referencial teoacuterico

21 Transporte Mariacutetimo

O transporte eacute considerado fator fundamental para a logiacutestica internacional A logiacutestica sendo

um processo que coordena o fluxo de bens em uma cadeia de suprimentos sem a existecircncia do

transportes o fluxo de bens seria inviabilizados (Reis et al 2015)

Responsaacutevel por mais de 90 do fluxo de cargas do comeacutercio internacional o transporte

mariacutetimo eacute a chave para economia global (Keedi 2010 David e Stewart 2010) No Brasil devido

a suas dimensotildees continentais e o extenso litoral o transporte mariacutetimo eacute de vital importacircncia

para o desenvolvimento social do paiacutes (Souza et al 2017) Deste modo os terminais portuaacuterios

juntamente e as estruturas portuaacuterias exercem papel fundamental no comeacutercio internacional

principalmente no que concerne ao escoamento do agronegoacutecio brasileiro tendo em vista que

o Brasil eacute um dos principais exportadores mundiais de gratildeos (IBGE 2018b)

A infraestrutura do sistema portuaacuterio compreende vaacuterios subsistemas que por vezes estatildeo

interconectados tendo relaccedilatildeo com o tipo de navios e cargas movimentas por ele (David e

Stewart 2010)

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A existecircncia dos portos estaacute diretamente ligada a atender demandas do serviccedilo de transporte

(frete armazenagem movimentaccedilatildeo transbordo etc) e navios (piacuteeres abastecimento reparos

etc) O porto atua como interface entre o transporte internacional e o transporte domeacutestico

Handabaka (1994) e Barros (2013) considerada que os portos satildeos instalaccedilotildees fiacutesicas que

desempenham o papel de movimentaccedilatildeo de cargas transbordo de cargas entre modais e

consolidaccedilatildeo de cargas

Para Alfredini e Arasaki (2009) o porto eacute um elo importante na cadeia logiacutestica e pode ser

caracterizado como terminal multimodal ligado a abrigo profundidade e acessibilidade canal

de acesso bacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ou

aquaviaacuterios

22 Terminal Portuaacuterio

Terminais satildeo pontos nodais de um sistema de transportes onde ocorrem entrada e saiacuteda de

cargas e veiacuteculos neste sistema (Fig 1) Neste ambiente se processam transferecircncias entre

modais Um terminal pode ter atividades voltada a um ou mais tipo especiacutefico de carga

chamado terminais multiuso

De acordo com Magalhatildees (2016) na perspectiva de engenharia de transportes o conceito de

terminal engloba todas as instalaccedilotildees onde inicia ou se encerra um processo de transporte Jaacute o

terminal portuaacuterio o autor conceitua como instalaccedilotildees voltada para atendimento de navios e

cargas especializadas podendo ser instalaccedilotildees isoladas ou natildeo Ainda Magalhatildees (2016)

terminal portuaacuterio deve dispor de infraestrutura especiacutefica considerando tipos de embarcaccedilatildeo e

tipos de carga demandando assim estrutura adequada para embarquedesembarque estocagem

recebimento entrega etc

Dentre os tipos de carga movimentada por um terminal portuaacuterio pode-se destacar contecircineres

roll-on roll-off carga geral solta e unitizada graneacuteis liacutequidos e soacutelidos etc (Barros 2013)

Figura 1 ndash Processo de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo em um terminal portuaacuterio

Fonte Adaptado (Kim e Guumlnther 2007)

Exterior Navio

Embarque

Descarga

Pre-stacking Armazenagem

Ferrovia

Rodovia

Interior

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23 Simulaccedilatildeo

Em computaccedilatildeo um modelo de simulaccedilatildeo eacute uma abstraccedilatildeo simplificada da realidade utilizado

para representar o funcionamento de algum sistema (Varajatildeo et al 2010 Cauchick e Fleury

2012 Chwif e Medina 2015) Os sistemas satildeo compostos por partes componentes que

interagem entre si no intuito de se atingir algum propoacutesito (Varajatildeo et al 2010) esses podem

ser naturais ou elaborados pelo ser humano tais como sistemas logiacutesticos processos

produtivos redes de empresas entre outros

Embora um modelo ser uma abstraccedilatildeo simplificada deve conter os elementos necessaacuterios para

se representar o sistema real pois serviraacute para a auxiliar nas tomadas de decisotildees compreender

os ambientes estudados e identificar problemas (Cauchick e Fleury 2012)

Apesar de sua grande importacircncia e utilizaccedilatildeo em diversos campos do conhecimento Chwif e

Medina (2015) esclarecem que a simulaccedilatildeo natildeo pode prever o futuro e sim o comportamento

de um sistema desse modo natildeo substitui o pensamento inteligente aleacutem disso a simulaccedilatildeo eacute

uma ferramenta de anaacutelise de cenaacuterios e pode ser utilizada em conjunto com recursos de

otimizaccedilatildeo mas natildeo eacute em si mesma uma ferramenta de otimizaccedilatildeo

Entre as diversas aplicaccedilotildees da simulaccedilatildeo na logiacutestica em geral pode-se verificar qual a melhor

poliacutetica de transporte distribuiccedilatildeo e estocagem em toda a cadeia desde a produccedilatildeo ateacute o

consumidor final Mais especificamente em uma operaccedilatildeo portuaacuteria se o nuacutemero de

equipamentos e homens eacute necessaacuterio para carregar e descarregar navios entre outras aplicaccedilotildees

(Chwif e Medina 2015)

3 Metodologia

Com objetivo de compreender eventuais gargalos logiacutesticos em um terminal portuaacuterio optou-

se por aplicar um modelo de simulaccedilatildeo visando dimensionar a capacidade operacional e o niacutevel

de resposta para futuras demandas Portanto decidiu-se pelo modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica O presente estudo foi realizado em trecircs

etapas

Primeira Coleta de Dados Os dados foram extraiacutedos do sistema de controle do proacuteprio

Terminal A disponibilizado pela gerecircncia de operaccedilotildees Nestes dados estatildeo contidas

informaccedilotildees acerca das operaccedilotildees no terminal

Segunda Tratamento de dados Os dados foram selecionados por tipo de evento rodoviaacuterio e

ferroviaacuterio levando em consideraccedilatildeo trecircs meses de maior pico de demanda do milho (agosto

setembro e outubro) Em seguida realizou-se o levantamento de tempo de operaccedilatildeo de cada

evento (Fig 3 e Fig 4) considerando e meacutedia ponderada e o desvio padratildeo

Terceira Processo de simulaccedilatildeo Apoacutes aferimento de tempo de cada processo aplicou-se o

modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg considerando o horizonte de cenaacuterio de um ano

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Figura 2 - Evento completo - Ferroviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

Figura 3 - Evento completo - Rodoviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

4 Estudo de Caso

O Terminal A eacute um terminal portuaacuterio especializado em granel soacutelido que opera no Porto de

Santos Possui uma aacuterea de mais de 300 mil m2 composta por acesso rodoferroviaacuterio dois gates

uma entrada e outro saiacuteda duas moegas ferroviaacuterias dois tombadores para descarga de

caminhotildees piacuteer de atracaccedilatildeo para navios correia transportadora e dois armazeacutens graneleiros

com capacidade estaacutetica de 108 mil (t) cada um Sua infraestrutura eacute voltada para embarque de

commodities agriacutecolas com destaque para o milho objeto de estudo desta pesquisa de

simulaccedilatildeo

Dados coletados atraveacutes da gerecircncia de operaccedilatildeo do Terminal A atestam que para estocagem

mensal do milho eacute necessaacuterio frac34 da capacidade estaacutetica total ou seja 162 mil (t) tendo em vista

a capacidade total de armazenagem do terminal eacute de 216 mil (t)

Em 2016 observou-se que 52 dos 218 milhotildees (t) milho nacional exportado foi escoado pelo

Porto de Santos 112 milhotildees (t) (MDIC 2018b) Deste montante cerca de 20 de todo volume

escoado pelo porto santista foi movimentado pelo Terminal A cerca de 22 milhotildees (t)

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

1ordf Processo ldquoChegada no terminalmoega (2) coleta de

amostras pesagem e descargardquo

3ordf Processo ldquoSaiacuteda coleta de

amostras chegada descarga

tombador (2)rdquo

1ordf Processo ldquoSaiacuteda paacutetio

regulador chegada

terminalrdquo

2ordf Processo ldquoSaiacuteda gate in

pesado chegada para coleta

de amostrasrdquo

70

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Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

5 Discussatildeo e Resultados

51 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Vagotildees

No montante total de recebimento e armazenamento do milho a operaccedilatildeo de vagatildeo representa

80 de toda movimentaccedilatildeo do terminal Nesta operaccedilatildeo (Fig 2) denominado ldquoeventordquo para

efeito da simulaccedilatildeo no ARENAreg (Fig 4) observa-se apenas um processo

O processo inicia-se com a chegada das composiccedilotildees no terminal que satildeo enviadas diretamente

para a moegas para o descarregamento dos vagotildees Vale ressaltar que os processos de pesagem

e a coleta de amostras satildeo efetuados simultaneamente com a descarga

Figura 4 ndash Simulaccedilatildeo vagotildees

Fonte ARENAreg

Tabela 1 - Indicadores de Performance

Vagotildees Utilizaccedilatildeo

recurso Vagotildees na fila

Tempo vagotildees na fila

(horas)

Total

vagotildees

Entrada Saiacuteda Moega

1

Moega

2

Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo 6

60

62

2718 2717 34 68 002 000 300 007 000 429

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Como ilustra a Tabela 1 os resultados da simulaccedilatildeo indicaram a saiacuteda de 2717 vagotildees A taxa

de ocupaccedilatildeo meacutedia das moegas foram de 34 na moega 1 e 68 na moega 2 Pocircde-se observar

ainda que apesar de vaacuterios vagotildees entrarem direto para descarga sem espera em meacutedia 002

vagatildeo aguardou na fila alcanccedilando assim a meacutedia maacutexima de 3 vagotildees na fila de espera Acerca

do tempo de espera a meacutedia ficou em 007 horas com maacuteximo de 429 horas de espera No

periacuteodo simulado (1 ano) foi registrado 66062 vagotildees descarregados

52 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Caminhotildees

Enquanto 80 das operaccedilotildees do terminal tem sua origem na ferrovia os caminhotildees

representam 20 de toda a operaccedilatildeo sendo que 70 deste volume eacute composto pelo veiacuteculo

bitrem (2 semi rebocadores acoplados entre si) A operaccedilatildeo completa deste ldquoeventordquo para efeito

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Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

da simulaccedilatildeo (Fig5) no ARENAreg eacute composta por trecircs processos a) saiacuteda paacutetio

reguladorchegada no terminal (gate) b) saiacuteda gatechegada de coleta amostras c) saiacuteda coletas

de amostraschegada nos tombadores para descarga (Fig 3)

Figura 5 ndash Simulaccedilatildeo caminhatildeo

Fonte ARENAreg

Tabela 2 - Indicadores de Performance

Caminhotildees Utilizaccedilatildeo recursos Caminhotildees na fila Tempo caminhotildees

na fila (horas) Total

Entrada Saiacuteda Tombadores Pessoas Gate Meacutedia Min Maacutex Meacutedia Min Maacutex

63

39

2735 2734 47 2 67 007 000 400 016 000 575

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Os resultados observados na Tabela 2 indicam que dos 2735 veiacuteculos que entraram 2734

saiacuteram ficando em meacutedia 007 caminhotildees aguardando na fila chegando a 4 caminhotildees na

meacutedia maacutexima No que se refere aos recursos os resultados apontaram que o gate eacute o recurso

mais exigidos na operaccedilatildeo com taxa de uso de mais de 67 seguido pelos tombadores que

juntos representaram uma taxa de uso de 47 Jaacute o uso do recurso pessoas ficou em 2 No

que se refere ao tempo de espera 016 horas a meacutedia chegando a 575 horas maacutexima de espera

por caminhatildeo Um total de 6339 veiacuteculos foram descarregados no final da simulaccedilatildeo (1 ano)

sendo 5330 bitrem e 1069 caminhotildees

6 CONCLUSOtildeES

O presente estudo teve como objetivo principal simular uma operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento do milho de modo a mapear eventuais gargalos operacionais deste processo

no Terminal A Com isso foi possiacutevel observar que dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute

a operaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Em que pese na

operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34 moega 1 e 68 moega

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Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel a gargalos O estudo identificou na

operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos recursos de 67 no gate e 47 nos tombadores

Desta maneira pode-se concluir que apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do

terminal se as perspectivas de aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o

Terminal A estaraacute diante de um iminente gargalo operacional Portanto os resultados indicam

a necessidade de investimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o

aumento crescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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5 Discussatildeo (Artigos)

Os quatro artigos dessa dissertaccedilatildeo buscaram atender os objetivos especiacuteficosapresentados no capiacutetulo 1 O objetivo geral da dissertaccedilatildeo de analisar os fluxos deexportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica do Porto de Santos com basena movimentaccedilatildeo de um terminal exportador de gratildeos de milho eacute verificado pelosquatro artigos cujo a soma busca responder o objetivo Os resultados foram discutidosde forma ampla no conjunto deste trabalho

O primeiro artigo teve caraacuteter exploratoacuterio ou seja buscou apresentar um pa-norama da produccedilatildeo de milho no Brasil de modo a permitir entender a importacircncia dacultura e o seu impacto para o paiacutes Essa anaacutelise eacute relevante pois permite ao pesqui-sador um conhecimento da aacuterea de estudo O artigo foi essencialmente bibliograacuteficocom base em estudos anteriores

Essa pesquisa contribuiu para a justificativa do presente estudo em que seconstatou a relevacircncia da produccedilatildeo nacional e o destaque do cereal para o comeacutercioexterior brasileiro visto que eacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil

O segundo artigo da dissertaccedilatildeo permitiu constatar a importacircncia da do Portode Santos para a logiacutestica de exportaccedilatildeo do cereal tendo como principal exportadoro estado do Mato Grosso maior produtor nacional do milho

Verificou-se a Aacutesia e Oriente Meacutedio como os principais mercados do milhomato-grossense justificando o maior volume de movimentaccedilatildeo do milho na plataformaportuaacuteria de Santos natildeo soacute devido a sua capacidade operacional por possuir seteterminais especifico que operam gratildeos mas tambeacutem pela disponibilidade de rotasmariacutetimas que o porto oferece

O artigo permitiu ainda evidenciar o papel do Porto de Santos bem superior aosegundo lugar o Porto de Paranaguaacute Esses resultados permitiram concluir que umaumento no volume de exportaccedilotildees necessariamente passariam por Santos e umaanaacutelise mais detalhada deste seria necessaacuteria

O proacuteximo passo da pesquisa constitui em encontrar uma forma de mensurar opapel do porto de Santos e sua capacidade de atender uma demanda maior Assimutilizaram-se dados oficiais e modelos de previsatildeo para estabelecer uma tendecircncia decrescimento das exportaccedilotildees do milho brasileiro e seu respectivo volume no Porto deSantos Para capacidade estaacutetica em atender essas flutuaccedilotildees utilizou-se de dadosde um dos principais terminais de gratildeos do porto que disponibilizou as informaccedilotildeesnecessaacuterias para o estudo

Esta pesquisa foi de caraacuteter quantitativo permitindo analisar se o Terminal Atem capacidade operacional para atender as novas demandas de crescimento no fluxo

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de exportaccedilatildeo do milhoAs previsotildees apresentadas no artigo sinalizaram um deacuteficit na capacidade es-

taacutetica de armazenagem para os proacuteximos cinco anos (20172021) com 39 5775 94 e 115 respectivamente no Terminal A e um consequentemente deacuteficit noPorto de Santos

Por fim uma ultima anaacutelise complementar foi realizada para verificar os impac-tos da entrada desse milho nas operaccedilotildees do terminal A A anaacutelise se concentrou nasoperaccedilotildees de recebimento e armazenagem do milho para posterior embarque E entreas duas operaccedilotildees (rodoviaacuterioferroviaacuterio) a taxa de uso dos recursos dos caminhotildeeseacute mais elevada do que dos vagotildees apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representarapenas 20 do terminal

Os resultados dos artigos III e IV indicaram que caso se concretize a projeccedilatildeodo aumento de demanda internacional pelo milho brasileiro o Porto de Santos e oTerminal A estaratildeo diante de eventuais gargalos operacionais Desta maneira haacute ne-cessidade de ampliar a estrutura de capacidade estaacutetica de armazenagem bem comoos recursos utilizados para o recebimento do milho atraveacutes do modal rodoviaacuterio

78

6 Propostas para Trabalhos Futuros

Com advento da globalizaccedilatildeo da economia o niacutevel competitivo de um paiacutes estaacutena sua capacidade em escoar mateacuterias-primas e produtos Dessa maneira as plata-formas portuaacuterias satildeo fundamentais para a cadeia logiacutestica como para a eficiecircncia deseus serviccedilos As praacuteticas de como o porto se integra e sua a capacidade de gerarvalor para a cadeia eacute fator decisoacuterio para a competitividade dos paiacuteses no mercadointernacional

As commodities agriacutecolas se caracterizam por produtos de alta volatilidadebaixo valor agregado margens apertadas e transporte ineficiente Isso evidencia aindamais a importacircncia da logiacutestica portuaacuteria para ganho de valor competitivo O sistemaportuaacuterio brasileiro tem papel fundamental na ordem econocircmica do Brasil sobretudonas operaccedilotildees de exportaccedilatildeo dos produtos agriacutecolas

Diante do exposto o presente estudo poderaacute subsidiar novas pesquisas quecontribuiratildeo para o aumento da competitividade do milho brasileiro no mercado glo-bal Recomenda-se um estudo voltado para o desenvolvimento de indicadores dedesempenho operacional portuaacuterio para auxiliar o exportador brasileiro na tomada dedecisatildeo no momento da escolha do porto mais eficiente para escoamento do gratildeo

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Page 5: Dissertação - Aguinaldo Eduardo de Souza - Programa de ...repositorio.unip.br/.../eng_aguinaldoeduardodesouza.pdfDissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Engenharia de

i

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho ao meu avocirc paterno Antonio Gomes (in memoriam) e seusincontaacuteveis conselhos dominicais

A Mariah Eduarda Mazza Cunha de Souza filha amada e eterna companheira

ii

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pelas oportunidades por tudo que sou e tudo que tenhoAo professor orientador Dr Joatildeo Gilberto Mendes do Reis pela confianccedila e

dedicaccedilatildeo Pelos seus conhecimentos disseminados e acima de tudo pelo respeitoque pautaram nossos encontros

A Roberta Sobral Pinto pela compreensatildeo e carinhoA toda a minha famiacutelia Ao meu pai Aguinaldo Eduardo Gomes A minha que-

rida matildee Maria de Lourdes de Souza exemplo de feacute perseveranccedila e dignidadeAos professores do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo

sob a sabia orientaccedilatildeo do professor Dr Oduvaldo Vendrametto que permite um am-biente humanizado

Aos colegas do mestrado pelas manifestaccedilotildees de carinho traduzidas em incon-dicional colaboraccedilatildeo e acolhimento do amigos Emerson Rodolfo Abraham e AtaiacutedePereira Cardoso Junior

Ao Marcos Tokimatsu Khalil pelo apoio permitindo o acesso a suas operaccedilotildeeslogiacutesticas

Ao amigo Juacutelio Cesar Raymundo pelo incentivoAo apoio financeiro da Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel

Superior (CAPES)Por fim a todos que direta e indiretamente experienciaram esta jornada comigo

eterna gratidatildeo

iii

EPIacuteGRAFE

O bem que fizerdes nalgum lugar seraacute teu advogadoem toda parte

Emmanuel

iv

RESUMO

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de commo-dities agriacutecolas A cultura do milho tem contribuiacutedo para o destaque do agronegoacuteciona economia nacional visto que o cereal eacute segundo gratildeo mais cultivado e exportadopelo Brasil No ranking mundial no ano de 2017 o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo demaior produtor de milho e o segundo maior exportador Os aumentos de produtividadeno cultivo do gratildeo ao longo dos uacuteltimos 41 anos no momento do seu escoamentoobservam-se entraves operacionais e uma logiacutestica deficitaacuteria nos portos brasileirosO objetivo deste trabalho consistiu em investigar as exportaccedilotildees do milho brasileiro eanalisar a capacidade do porto de Santos de escoar o milho com base em um termi-nal logiacutestico Como metodologia utilizou-se uma abordagem descritiva exploratoacuteria equantitativa aleacutem de aplicar um modelo de simulaccedilatildeo com vista a dimensionar a capa-cidade operacional do porto Os resultados observados apresentaram um panoramade contiacutenuo crescimento na produccedilatildeo nacional A simulaccedilatildeo apontou eventuais gar-galos na operaccedilatildeo no terminal logiacutestico caso se concretizem o aumento da demandadas exportaccedilotildees do milho

Palavras-chave Milho agronegoacutecio exportaccedilatildeo logiacutestica portos

v

ABSTRACT

Brazil is one of the worldrsquos leading producers and exporters of agricultural commoditiesThe corn crop in turn has contributed to the importance of agribusiness in the nationaleconomy since cereal is the second most cultivated and exported grain in Brazil Inthe world ranking in 2017 Brazil was the third largest producer of maize and the se-cond largest exporter Despite significant increases in productivity in the cultivation ofgrain over the last 41 years at the time of its disposal there are operational obstaclesand a logistics that are still deficient in Brazilian ports In this context the objective ofthis work was to investigate Brazilian corn exports and analyze the capacity of the Portof Santos to dispose of maize based on a logistics terminal For this as a methodo-logy a descriptive exploratory and quantitative approach was used besides applyinga simulation model with the purpose of dimensioning the operational capacity of theport The observed results showed a panorama of continuous growth in the nationalproduction In addition the simulation pointed out eventual bottlenecks in the logisticterminal operation in case the demand for grain exports increases

Keywords Maize agribusiness export logistics ports

vi

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor 42 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006) 63 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617

Fonte CONAB (2018) 84 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB

(2018) 95 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte

CONAB (2018) 96 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-

201677 Fonte CONAB (2018) 117 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018) 118 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 139 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 1310 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b) 1411 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b) 1712 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012) 2013 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016) 3014 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte AN-

TAQ (2018a) 3215 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3416 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b) 3517 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3618 Revista SADSJ 4019 APMS 2017 Hamburg 5420 NETLOG 2018 65

vii

LISTA DE TABELAS

1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b) 162 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007) 223 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a) 264 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003 275 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a) 316 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte

MTPAC (2018a) 327 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a) 338 Artigos publicados do autor 38

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Acre

ADHOC Administradora Hidroviaacuteria Docas Catarinense

AGRAER Agecircncia Regional de Dourados

ANTAQ Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterios

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APMS International Conference Advances in Production

APPA Administraccedilatildeo dos Portos de Paranaguaacute e Antonina

APSFS Autoridade Portuaacuteria Porto Satildeo Francisco do Sul

BA Bahia

CADE Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica

CDC Companhia Docas do Cearaacute

CDC Companhia Docas do Paraacute

CDRJ Companhia Docas do Rio de Janeiro

CDSA Companhia Docas de Santana

CODEBA Companhia Docas da Bahia

CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte

CODESA Companhia Docas do Espirito Santo

CODESP Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo

CODOMAR Companhia Docas do Maranhatildeo

COMAP Companhia Municipal de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

CSCMP Council of Supply Chain Management Professional

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econocircmico

ix

DERSA Desenvolvimento Rodoviaacuterio SA

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DOCAS-PB Companhia Docas da Paraiacuteba

EMAP Empresa Maranhense de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

FIESP Federaccedilatildeo das Induacutestria de Satildeo Paulo

HA Hectare

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IP4 Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pequeno Porte

ITC Trade statistics for international business development

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MS Mato Grosso do Sul

MT Mato Grosso

MTPAC Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil

ONU Organizaccedilatildeo da Naccedilotildees Unidas

PA Paraacute

PIB Produto Interno Bruto

PR Paranaacute

RFB Receita Federal do Brasil

RO Roraima

RS Rio Grande do Sul

SCM Supply Chain Management

SCPAR Santa Catarina Parcerias SA

SDEC-PE Secretaacuteria de Desenvolvimento Econocircmico de Pernambuco

SEP-PR Secretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica

x

SOPH Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondocircnia

SP Satildeo Paulo

SPH Superintendecircncia de Portos e Hidrovias

SUPRG Superintendecircncia do Porto de Rio Grande

T Tonelada

UNCTAD Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento

USDA Departamento de Agricultura dos Estados

xi

SUMAacuteRIO

RESUMO iv

ABSTRACT v

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES vi

LISTA DE TABELAS vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS viii

1 Introduccedilatildeo 111 Motivaccedilatildeo 212 Objetivos 3

121 Objetivo Geral 3122 Objetivos Especiacuteficos 3

13 Organizaccedilatildeo do trabalho 4

2 Revisatildeo da Literatura 521 Origem do milho 522 Produccedilatildeo nacional 723 Regiotildees produtoras 724 Estados produtores 1025 Exportaccedilatildeo do milho 12

251 Panorama nacional 12252 Panorama mundial 15

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito 17261 Histoacuteria 18262 Conceito 18

27 Logiacutestica nas empresas 1928 Atividades logiacutesticas 2229 Portos 23210 Serviccedilos Portuaacuterios 25211 Tipos de portos 26212 Terminais portuaacuterios 29213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro 30214 Porto de SantosSP 34

xii

3 Metodologia 37

4 Artigos 4041 1ordm Artigo 4042 2ordm Artigo 5443 3ordm Artigo 6444 4ordm Artigo 65

5 Discussatildeo (Artigos) 76

6 Propostas para Trabalhos Futuros 78

1

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio ocupa posiccedilatildeo de destaque na economia do Brasil Segundoo Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA (2018) o agronegoacutecioeacute o segmento de maior importacircncia para a economia nacional representando apro-ximadamente 25 do Produto Interno Bruto - PIB O Instituto Brasileiro de Geografiae Estatiacutestica - IBGE (2018a) assevera que houve um crescimento de 10 apoacutes doisanos de queda consecutiva de 35 no PIB nacional fechando o ano de 2017 comR$ 66 trilhotildees

A expansatildeo do agronegoacutecio de 13 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 foi fator de-terminante para a alavancagem do PIB em 2017 IBGE (2018a) Dados estatiacutesticosdo Ministeacuterio da Agricultura evidenciam a relevacircncia do agronegoacutecio para comeacutercioexterior brasileiro Considerando os uacuteltimos 21 anos (1997-2017) sua participaccedilatildeo nabalanccedila comercial brasileira foi de 406 Em 2017 as exportaccedilotildees do agronegoacuteciosomaram US$ 96 bilhotildees ou seja 441 do total da exportaccedilotildees do Brasil encer-rando o ano com US$ 2177 bilhotildees (MAPA 2018)

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo de soja e milho con-sequentemente um dos principais exportadores mundiais de commodities agriacutecolas(Lourenccedilo amp Lima 2009) A implementaccedilatildeo de poliacuteticas governamentais oferta derecursos hiacutedricos condiccedilotildees de clima e solo e pesquisas e tecnologia contribuiacuterampara o destaque da agricultura brasileira no cenaacuterio internacional (Bolfe et al 2016)

Natildeo obstante a soja ser o gratildeo mais cultivado e exportado pelo Brasil a culturado milho vem ganhando espaccedilo no cenaacuterio nacional e no mercado internacional poiseacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil O cereal eacute um dos principais compo-nentes da cadeia alimentar mundial (Reis et al 2016) Em 2017 o Brasil registrou amaior produccedilatildeo do cereal 97 milhotildees t um crescimento de 552 frente ao ano de2016 com 67 milhotildees t (CONAB 2018 IBGE 2018b)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Esta-dos Unidos ndash USDA o milho eacute o gratildeo mais cultivado no mundo Na safra de 201617a produccedilatildeo mundial atingiu 107 bilhotildees t No ranking dos principais produtores mun-diais o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo com 98 milhotildees t atraacutes da China e EstadosUnidos com 219 milhotildees e 384 milhotildees t respectivamente (USDA 2018)

Estudos da USDA (2018) projetam uma produccedilatildeo global de 103 bilhatildeo t parasafra de 201718 e 105 bilhatildeo t para a de 201819 Conforme projeccedilotildees do oacutergatildeoamericano os Estados Unidos permaneceratildeo na lideranccedila absoluta com expectativade produccedilatildeo de 370 e 356 milhotildees t seguido pela China com 215 e 225 milhotildees t e oBrasil com 85 e 96 milhotildees t (201718-201819)

2

Em que pese a produccedilatildeo nacional do milho ter alcanccedilado iacutendices de excelecircncianos uacuteltimos 41 anos apontando crescimento aproximado de 408 na produccedilatildeo 335na produtividade e 49 as aacutereas de plantio o milho eacute uma commodity de baixo valoragregado e depende fundamentalmente de um alto potencial logiacutestico (CONAB 2018)

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas a cultivares de alto poten-cial geneacutetico e transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maiordensidade de plantio tem contribuiacutedo significativamente a cultura do milho no Brasile sua capacidade produtiva (EMBRAPA 2018) Quando a produccedilatildeo ultrapassa asfronteiras do campo e inicia o processo de escoamento os gratildeos se defrontam comos gargalos logiacutesticos produzindo assim impactos negativos na competitividade dosprodutos agriacutecolas brasileiros no mercado internacional (Dubke 2006 Wanke amp Hijjar2009 Hilsdorf amp Nogueira Neto 2015 CNT 2017)

O Brasil tem aproveitado a crescente demanda do mercado global O paiacuteseacute o segundo maior exportador mundial de milho ficando atraacutes apenas do EstadosUnidos (USDA 2018) O volume de milho exportado foi de 292 milhotildees t em 2017alcanccedilando seu maior iacutendice em toda seacuterie histoacuterica de exportaccedilatildeo jaacute registrado desdedo ano de 1997 (COMEXSTAT 2018)

Contudo os portos mariacutetimos principal plataforma de escoamento do milhoainda que seja evidenciadas significativas melhorias na sua eficiecircncia operacionalnas uacuteltimas duas deacutecadas observa-se entraves operacionais e uma logiacutestica aindadeficitaacuteria (Souza et al 2017)

Com o aperfeiccediloamento de algumas atividades logiacutesticas de exportaccedilatildeo ndash rece-bimento armazenagem e embarque ndash mais eficientes as mesmas poderatildeo promoverum ganho de competitividade para o cereal brasileiro no comeacutercio global

Sendo assim o presente estudo visa analisar a capacidade operacional deescoamento do gratildeo em portos brasileiros tendo como campo de estudo o Porto deSantosSP considerando que 93 das exportaccedilotildees do milho brasileiro se daacute por viasmariacutetima (COMEXSTAT 2018)

11 Motivaccedilatildeo

A demanda mundial por alimento eacute um desafio para a comunidade internacio-nal Estudos da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas ndash ONU estimam que a populaccedilatildeomundial chegue a 86 bilhotildees em 2030 98 bilhotildees em 2050 e ultrapasse os 112 bi-lhotildees em 2100 (ONU 2018) O crescimento da populaccedilatildeo mundial implica em umgrande desafio aos liacutederes globais para o aumento da produccedilatildeo de alimentos de ma-neira sustentaacutevel

O Brasil se destaca como importante produtor de commodities agriacutecolas Aleacutemdisso protagoniza um papel importante de fornecedor na cadeia alimentar mundial

3

cuja exportaccedilotildees do milho tiveram um crescimento exponencial Se comparado o anode 1997 a 2017 o volume do milho com destino ao comeacutercio exterior cresceu 8300sendo exportado 348 mil t em 1997 e 29 milhotildees t em 2017 (COMEXSTAT 2018)

No caso do milho as projeccedilotildees de exportaccedilatildeo do gratildeo tecircm alcanccedilado pata-mares elevados (MAPA 2018) Os estudos da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estadode Satildeo Paulo ndash FIESP asseguram uma variaccedilatildeo positiva de 75 nas exportaccedilotildees docereal para a safra de 202627 em relaccedilatildeo agrave safra 201617 (FIESP 2018)

A relevacircncia da pesquisa justifica-se pelo aumento da demanda global por ali-mentos em decorrecircncia do crescimento demograacutefico mundial USDA (2018) e a opor-tunidade de expansatildeo do cereal nacional no mercado internacional (FIESP 2018)

O presente estudo propotildee uma investigaccedilatildeo no Porto de SantosSP quantoa sua capacidade operacional de exportaccedilatildeo considerando as projeccedilotildees de cresci-mento da demanda internacional pelo milho (MAPA 2017 FIESP 2018)

Para tanto optou-se por delimitar a pesquisa em um terminal portuaacuterio de ex-portaccedilatildeo aqui denominado Terminal A do porto santista cujo complexo portuaacuterio eacuteo principal responsaacutevel pelo fluxo de escoamento do milho brasileiro para o mercadomundial (COMEXSTAT 2018)

12 Objetivos

121 Objetivo Geral

Analisar os fluxos de exportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica doporto de Santos em atender esses fluxos com base na movimentaccedilatildeo de um terminalexportador de gratildeos de milho

122 Objetivos Especiacuteficos

1 Analisar a produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees produtoras

2 Identificar o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasileiro principal porto de escoa-mento e principais mercados compradores

3 Avaliar se a capacidade estaacutetica de armazenagem no Porto de Santos eacute compa-tiacutevel com as crescente demandas de exportaccedilatildeo por meio do Terminal A

4 Simular um processo de operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento de gratildeosde milho visando avaliar a capacidade operacional do terminal

4

13 Organizaccedilatildeo do trabalho

Este trabalho estaacute organizado conforme demonstrado pela Figura 1

Figura 1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor

5

2 Revisatildeo da Literatura

21 Origem do milho

O milho eacute uma das culturas agriacutecolas mais importante para a sociedade tantonas bases econocircmicas do agronegoacutecio como sociais pois eacute um dos produtos demaior versatilidade na cadeia alimentar mundial Aleacutem de ser utilizado como insumopara alimentaccedilatildeo humana e animal eacute fonte de mateacuterias primas para a agroinduacutestria eproduccedilatildeo de etanol (Diogenes 2011)

Cultivado em quase todas as regiotildees temperadas e tropicais do mundo O milhose adapta em condiccedilotildees abaixo do niacutevel do mar e ateacute 3 mil metros acima do niacutevel domar (CME 2018) As temperaturas adequadas para seu cultivo devem apresentarmeacutedia noturna acima de 128 degC e meacutedia diurna superior a 19 degC Agecircncia Regional deDourados (AGRAER 2018)

Considine (2005) Bernardi et al (2014) Dyer et al (2014) destacam atraveacutesde evidencias cientificas que o milho eacute uma planta de origem mexicana cuja domes-ticaccedilatildeo tem iniacutecio em 7500 a 12000 anos atraacutes na aacuterea central da Mesoameacuterica

Segundo Lerayer (2006) o Meacutexico e a Guatemala satildeo considerados paiacuteses quederam origem ao milho A autora assegura que no vale do Tehucan onde atualmentese localiza o Meacutexico foi encontrada a primeira espiga de milho datada de 7000 aC

O milho (Zea mays L) eacute uma graminea anual membro da famiacutelia das gramiacuteneas(Poaceae) Tem importacircncia secular para cultura alimentar desde a antiguidade e eacutemuito apreciado entre os povos da Ameacuterica Central e do Sul (Vincent 2012)

Para Perry et al (2006) encontraram-se vestiacutegios do cultivo do milho na Ameacute-rica do Sul haacute pelo menos 4000 anos Os iacutendios americanos cultivavam-no em mon-tes Existia uma variaccedilatildeo de espeacutecies plantadas conforme seu uso Com o passar dotempo o meacutetodo foi substituiacutedo por plantio de uma soacute espeacutecie

Atraveacutes de um processo natural de seleccedilatildeo os nativos (astecas e maias) esco-lhiam as espigas de maior vigor mais produtivas e faacuteceis de serem colhidas e arma-zenadas (Lerayer 2006) A Figura 2 ilustra a transformaccedilatildeo da espeacutecie ateacute os dias dehoje

6

Figura 2 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006)

A Figura 2 destaca as alteraccedilotildees importantes que ocorreram ao longo da do-mesticaccedilatildeo do milho De uma gramiacutenea com espigas de poucos gratildeos cobertos comuma casca dura para espigas com maior nuacutemero de gratildeos e maiores Com isso aespeacutecie se desenvolveu para variedades com grande capacidade de adaptaccedilatildeo emdiversas altitudes de acordo com o relevo da Ameacuterica Central (Lerayer 2006)

Haacute mais de 300 espeacutecies de milho identificadas no mundo Praticamente todasestas espeacutecies derivam direta ou indiretamente dos trabalhos desenvolvidos pelascivilizaccedilotildees preacute-colombianas (Lerayer 2006)

De acordo com Smith et al (2004) o cereal foi difundido para o hemisfeacuterionorte no final do seacuteculo XV com a chegada dos exploradores europeus em terrasamericanas A partir daiacute iniciou-se um processo de disseminaccedilatildeo inicialmente parao sul da Franccedila e Itaacutelia em 1494 Egito em 1517 Espanha e Portugal em 1575

No final do seacuteculo XVI o milho se encontrava estabelecido em todos os conti-nentes adaptado nos mais variados climas e ambientes (Lerayer 2006)

No Brasil estudos apontam que o cultivo do milho jaacute era praticado antes dachegada dos colonizadores portugueses pelos iacutendios Guaranis que tinham o cerealcom fonte principal de sua dieta alimentar Com a chegada dos portugueses o con-sumo pelo cereal aumentou e foi introduzido nos haacutebitos alimentares dos brasileiros(Bernardi et al 2014)

7

22 Produccedilatildeo nacional

O calendaacuterio agriacutecola do milho eacute composto por duas safras A primeira safra deveratildeo o plantio varia de agosto a dezembro A segunda safra de inverno com plantiode janeiro a marccedilo geralmente cultivada apoacutes a colheita da soja na regiatildeo Centro-Sul(DEPEC 2017)

O cereal eacute o principal micronutriente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal As ati-vidades de avicultura e suinocultura satildeo as principais cadeias responsaacuteveis pelo con-sumo da produccedilatildeo nacional e tem importacircncia fundamental na corrente de comeacutercioexterior brasileira (Caldarelli amp Bacchi 2012)

Reis et al (2016) corroboram com Caldarelli amp Bacchi (2012) em seus estu-dos Os autores afirma que o cultivo do milho no Brasil eacute destinado para o consumointerno com duas finalidades produccedilatildeo de raccedilatildeo animal (bovino suiacuteno e frango) eindustrializaccedilatildeo para consumo humano

A produccedilatildeo nacional do milho tem logrado ecircxito e alcanccedilado iacutendices elevadosde crescimento Enquanto as aacutereas destinadas ao cultivo milho obtiveram uma ex-pansatildeo 49 ao longo dos 41 anos saindo de 11 milhotildees de hectares na safra de197677 para 17 milhotildees de hectares para a safra de 20162017

Os registros apontam uma colheita 19 milhotildees t na safra de 197677 Se com-parado com a safra de 201617 com 97 milhotildees t produzidas a produccedilatildeo nacionalcresceu 408 nos uacuteltimos 41 anos

Em termos de produtividade houve um acreacutescimo de 335 no mesmo periacuteodoOs estudos registram na safra de 197677 uma produtividade 12 tonelada por hec-tare contra 55 toneladas por hectare na uacuteltima safra (201617)

O crescimento mais acentuado foi a partir da deacutecada da safra de 199192 Como aumento de demanda pelo cereal e oferta de terras mais baratas propiciaram aexpansatildeo de novas fronteiras agriacutecolas

Diante desta conjuntura pode-se notar um migraccedilatildeo da produccedilatildeo sentido aonorte do pais que ateacute entatildeo concentrava-se nas regiotildees Sul e Sudeste Tendo comodestaque o Centro-Oeste principal regiatildeo produtora do milho (Souza et al 2017)

Outras variaacuteveis contribuiacuteram para a promoccedilatildeo do crescimento da produccedilatildeonacional do milho conforme observa Caldarelli amp Bacchi (2012) acordos internacio-nais desregulamentaccedilatildeo da economia aumento da rentabilidade do produtor com avalorizaccedilatildeo do gratildeo e a pesquisa e novas tecnologias

23 Regiotildees produtoras

O cultivo do milho no Brasil abrange praticamente todas as regiotildees do BrasilEntretanto a maior concentraccedilatildeo estaacute na macrorregiatildeo Centro-Sul (CONAB 2018)

8

Um fator importante a ser destacado eacute a contribuiccedilatildeo da segunda safra para aproduccedilatildeo nacional A safrinha como tambeacutem eacute conhecida tem alcanccedilado iacutendices deprodutividade significativos Centro-Oeste (Figura 3)

A alta produccedilatildeo da 2 ordfsafra na regiatildeo Centro-Oeste justifica-se pelo fato de aprodutividade estar associada ao aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes

O cultivo do milho da 2 ordfsafra eacute plantado no local onde eacute colhida a soja elevandoassim seu potencial produtivo (Reis et al 2016)

Figura 3 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617 FonteCONAB (2018)

A regiatildeo Centro-Oeste eacute a maior produtora de milho do Brasil A regiatildeo teve umcrescimento de aproximadamente 980 se comparado a safra de 199091 e 201617com a produccedilatildeo de 45 milhotildees t e 488 milhotildees t respectivamente (CONAB 2018)

O estado do Mato Grosso eacute o principal responsaacutevel pelo protagonismo da ma-crorregiatildeo Centro-Sul na produccedilatildeo nacional

No ranking das regiotildees produtoras em ordem de grandeza Centro-Oeste pro-duziu 48 milhotildees t Sul 27 milhotildees t Sudeste 13 milhotildees t Nordeste 6 milhotildees t e oNorte 2 milhotildees t tendo como base a safra 201617 (Figura 4)

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Figura 4 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB (2018)

Conforme ilustrado na Figura 4 apesar da regiatildeo Norte ser a regiatildeo de menorpotencial produtivo foi a de maior elevaccedilatildeo na produccedilatildeo com aumento de 2183ficando atraacutes do Centro-Oeste com 2417 Em terceiro lugar a regiatildeo Nordeste304 seguida pela Sul 171 Sudeste com 123 considerando os 41 anos de seacuteriehistoacuterica (CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo agrave produtividade ainda que a regiatildeo Centro-Oeste tenha apresen-tado o maior crescimento em termos de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maioreficiecircncia (Figura 5)

Figura 5 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte CO-NAB (2018)

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Conforme ilustrado na Figura 5 a regiatildeo Sul apresenta maior eficiecircncia na pro-dutividade (safra de 201617) com rendimento de 6583 kgha seguida pelo Centro-Oeste Sudeste Norte e Nordeste com 6098 kgha 5820 kgha 3790 kgha e 2557kgha respectivamente A anaacutelise de produtividade considerada a partir da safra de199091 periacuteodo que inicia o grande desenvolvimento no cultivo do milho no Brasil

24 Estados produtores

O cultivo do milho eacute disperso no Brasil podendo ser encontrado nos 26 estadose no distrito federal (Reis et al 2016) Estudos analisados atraveacutes da seacuterie histoacuterica 41anos indicam que o acumulado de produccedilatildeo do cereal no Brasil alcanccedilou 16 bilhatildeo t(CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo ao acumulado da produccedilatildeo por estados dos sete estados brasi-leiros com produccedilatildeo acima de 100 milhotildees t seis estatildeo na macrorregiatildeo Centro-Sul(PR MT MG RS GO e SP) Na macrorregiatildeo Norte-Nordeste apenas o estado daBahia alcanccedilou os 100 milhotildees t produzidas (CONAB 2018)

A macrorregiatildeo Centro-Sul desponta como principal cinturatildeo produtivo do mi-lho no Brasil

O estado da Bahia eacute o principal produtor da macrorregiatildeo Norte-Nordeste com19 milhotildees t produzidas na safra 201617 No acumulado da seacuterie a Bahia foi respon-saacutevel por aproximadamente 28 dos 149 milhotildees t produzidas pelo Norte-Nordesteconsiderando os uacuteltimos 41 anos O estado do Maranhatildeo representou 13 seguidopelo Paraacute 10 Piauiacute e Cearaacute 8 Rondocircnia 7 Sergipe 6 e Tocantins 5 Osestados restantes representaram 23 O Amapaacute eacute o estado com o menor volume003 da produccedilatildeo

As aacutereas de cultivo cresceram 27 no Norte-Nordeste Na safra de 19767726 milhotildees ha eram destinados ao plantio do milho Na uacuteltima safra foi registrado 33milhotildees ha

A macrorregiatildeo Centro-Sul alcanccedilou o 14 bilhatildeo t produzidas no acumulado daseacuterie histoacuterica 41 anos Considerando o ranking dos principais estados produtores oParanaacute se destaca com uma representatividade de 25 da produccedilatildeo total da regiatildeo

Em seguida o Mato Grosso 13 Minas Gerais 12 Rio Grande do Sul 11Goiaacutes e Satildeo Paulo 10 Santa Catarina e Mato Grosso do Sul 6 Os estados commenor representatividade satildeo Distrito Federal e Espirito Santo 04 e Rio de Janeirocom 01

As aacutereas de cultivos no Centro-Sul tiveram uma expansatildeo de 55 entre assafras de 197677 a 201617 Saindo da ordem de 9 milhotildees ha para 14 milhotildees ha

O estado do Paranaacute permaneceu na lideranccedila da produccedilatildeo do gratildeo no Brasilateacute a safra de 199192 Entretanto na deacutecada 1990 Mato Grosso inicia um processo

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de crescimento sem precedentes na produccedilatildeo do milho (Figura 6)

Figura 6 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-201677 Fonte CONAB (2018)

Na safra 201213 Mato Grosso ultrapassa o Paranaacute e assume isoladamente oprimeiro lugar mantendo-se como maior produtor nacional de milho Na uacuteltima safraMato Grosso aferiu 28 milhotildees t produzidas O Paranaacute por sua vez 17 milhotildees t

Figura 7 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018)

A Figura 7 indica que 2 ordfsafra (200405) o estado de Mato Grosso assume alideranccedila de maior produtor com 35 milhotildees t seguido pelo Paranaacute com 34 milhotildeest Na 1 ordfsafra (201617) Mato Grosso produziu 256 mil t e Paranaacute 4 milhotildees t Na 2

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ordfsafra (201617) Mato Grosso foi responsaacutevel por 28 milhotildees t sendo o Paranaacute por13 milhotildees t

No tocante a produtividade o Paranaacute elevou sua produtividade em 184 nosuacuteltimos 41 anos saindo de 2150 kgha (197677) para 6115 kgha (201617) Oestado de Mato Grosso registrou uma elevaccedilatildeo de 437 em sua produtividade nomesmo periacuteodo A CONAB (2018) registrou a produtividade do estado do Mato Grossode 1558 kgha (197677) e 6223 kgha (201617)

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas de plantio na safra de 197677 o Paranaacute dispunha de2153 milhotildees ha e Mato Grosso apenas 247 mil ha Na safra 201617 o Paranaacutedestinou 2917 milhotildees ha apontando um crescimento de 35 Na mesma safraMato Grosso destinou 4639 milhotildees ha para cultura do milho obtendo um acreacutescimode 1776 (CONAB 2018)

A produtividade natildeo resulta somente da disponibilidade de terras agricultaacuteveisNo caso da produccedilatildeo nacional a implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas acultivares de alto potencial geneacutetico correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas emaior densidade de plantio contribuiacuteram para o incremento da produtividade do milho(EMBRAPA 2018)

25 Exportaccedilatildeo do milho

251 Panorama nacional

Com o consecutivo aumento da produccedilatildeo brasileira do gratildeo de milho obser-vado nas uacuteltimas deacutecadas IBGE (2018b) o Brasil tem aproveitado o excedente doconsumo interno para abastecer o mercado internacional A exportaccedilotildees brasileirasde milho tem levado o Brasil a ocupar um lugar de destaque no ranking dos maioresexportadores mundiais de milho (USDA 2018)

Observa-se a relevacircncia das exportaccedilotildees do milho para a balanccedila comercialbrasileira O milho e a soja satildeo os principais produtos agriacutecolas comercializados peloBrasil Juntos representam 80 das exportaccedilotildees brasileiras

Dados estatiacutesticos MAPA (2018) revelam que nos uacuteltimos 20 anos a partici-paccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial representou em meacutedia 40 das expor-taccedilotildees brasileiras (Figura 8)

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Figura 8 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

As exportaccedilotildees do Brasil em 2017 atingiram US$ 217 bilhotildees 18 a mais doano anterior contabilizando US$ 185 bilhotildees O agronegoacutecio foi responsaacutevel em 2017por 44 das exportaccedilotildees fechando o ano com US$ 96 bilhotildees Em relaccedilatildeo ao anode 2016 o agronegoacutecio foi responsaacutevel por 46 das exportaccedilotildees brasileiras ou sejaUS$ 84 bilhotildees conforme ilustrado na (Figura 8)

As exportaccedilotildees do milho nacional alcanccedilaram 29 milhotildees t no ano de 201733 a mais do que o ano anterior que alcanccedilou o volume de 21 milhotildees t como podeser visto na Figura 9 representando US$ 45 bilhotildees

Figura 9 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

No ano de 2017 o Brasil registrou seu maior iacutendice de exportaccedilatildeo do gratildeo como crescimento de 8300 em relaccedilatildeo ao ano de 1997

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Como pode ser visto na Figura 9 a alavancagem das exportaccedilotildees tiveram doisdestaques que valem a pena ser ressaltados o ano de 2001 e 2013 Considerandoque a deacutecada de 1990 as exportaccedilotildees do gratildeo natildeo ultrapassavam o patamar 500mil t a exportaccedilatildeo de 2001 atingiu 5 milhotildees t foi um marco para a seacuterie histoacutericasobretudo por dar iniacutecio a um processo de crescimento efetivo da cultura do milho noBrasil

No ano de 2013 face ao iniacutecio da lideranccedila do Mato Grosso como maior pro-dutor nacional do milho o Brasil registrou o volume de 26 milhotildees t exportadas

Na Figura 10 pode ser visto os dez principais mercados importadores do milhonacional em 2017

Figura 10 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b)

O Iratilde eacute o principal destino das exportaccedilotildees brasileiras com 48 milhotildees t im-portadas O Egito foi o segundo maior importador com 32 milhotildees t em seguidaobserva-se o Japatildeo 29 milhotildees t Espanha 28 milhotildees t Vietnatilde 26 milhotildees t China17 milhatildeo t Coreacuteia do Sul 17 milhatildeo t Malaacutesia 14 milhatildeo t Bangladesh 10 milhatildeo te Holanda com 800 mil t

A Tabela 1 apresenta o rol dos principais paiacuteses compradores do gratildeo brasileirono ano de 2017 Em relaccedilatildeo as cifras agraves exportaccedilotildees do gratildeo atingiram US$ 46bilhotildees

Quanto ao fluxo de comeacutercio por continente a Aacutesia foi o maior parceiro comer-cial do Brasil no ano de 2017 Observa-se por ordem de grandeza a representatividade

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de cada continente nas transaccedilotildees com o Brasil conforme descrito abaixo

bull Aacutesia 56

bull Europa 17

bull Aacutefrica 15

bull Ameacuterica 7

bull Oriente Meacutedio 5

Tambeacutem se verificou na Tabela 1 os trecircs principais paiacuteses compradores porcontinente em ordem de grandeza

bull Aacutesia (Iratilde 29 Japatildeo 18 e Vietnatilde 16)

bull Europa (Espanha 58 Holanda 16 e Portugal 13)

bull Aacutefrica (Egito 75 Argeacutelia 12 e Marrocos 11)

bull Ameacuterica (Repuacuteblica Dominicana 32 Meacutexico 26 e Boliacutevia 8)

bull Oriente Meacutedio (Araacutebia Saudita 48 Israel 23 e Jordacircnia 11)

252 Panorama mundial

Dentre os cinco principais exportadores mundiais do milho em 2017 os Esta-dos Unidos lideraram o ranking com 53 milhotildees t seguido pelo Brasil 29 milhotildees tArgentina 23 milhotildees t Ucracircnia 19 milhotildees t e Ruacutessia 5 milhotildees t (ITC 2018a)

Referente a participaccedilatildeo no mercado global os Estados Unidos detiveram em2017 32 seguido pelo Brasil 16 Argentina 13 Ucracircnia 10 e Ruacutessia com 3(ITC 2018a)

A Figura 11 apresenta os principais importadores globais de milho sendo oJapatildeo o maior comprador mundial em 2017 As importaccedilotildees mundiais no mesmo anoalcanccedilaram 154 milhotildees t representando cerca de US$ 32 bilhotildees

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Tabela 1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b)

Importadores Bilhotildees US$ Milhotildees (t)Crescimento 20132017 (pa)

Mundo 4631046 29266361 2Iratilde 782609 4832976 18Egito 501040 3226017 17Japatildeo 451951 2945944 2Espanha 436927 2868390 36Vietnatilde 412219 2637305 16Taipei 270286 1760043 -5Coreacuteia do Sul 264914 1716964 -15Malaacutesia 232869 1494622 11Bangladesh 158604 1016715 -Paiacuteses Baixos 121940 801673 9Repuacuteblica Dominicana 108546 694240 7Araacutebia Saudita 106663 680764 -10Portugal 99985 643886 15Meacutexico 90430 562833 70Argeacutelia 78619 493866 -11Marrocos 75963 484981 -25Israel 50411 320661 13Irlanda 50349 329080 48Itaacutelia 34582 235049 31Paraguai 29441 8744 12Estados Unidos da Ameacuterica 29370 124983 -17Venezuela 27708 179454 -17Jordacircnia 24797 163565 2Guatemala 20279 131678 4Cuba 17974 110700 -10Indoneacutesia 17731 111026 -42Emirados Aacuterabes Unidos 16273 81401 -8Nicaraacutegua 13202 86940 7El Salvador 11692 78049 20Reino Unido 9811 59006 14Costa Rica 9486 61415 3Liacutebano 9386 62287 265Tuniacutesia 9141 58392 -65Omatilde 9001 57762 16Colocircmbia 7535 2272 -66Argentina 7369 2335 13Filipinas 5486 33110 126Kuwait 4567 31596 -27Peru 3745 11098 -39Angola 3286 17886 -35China 2707 17190 -1Boliacutevia 2368 4487 5Equador 2237 824 -67

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Figura 11 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b)

A Figura 11 aponta que as importaccedilotildees do Japatildeo somaram US$ 308 bilhotildeesseguida pelo Meacutexico US$ 285 bilhotildees Coreacuteia do Sul US$ 178 bilhatildeo Egito US$ 172bilhatildeo Espanha US$ 148 bilhatildeo Vietnatilde US$ 130 bilhatildeo Holanda US$ 118 bilhatildeoItaacutelia US$ 110 bilhatildeo e Iratilde US$ 108 bilhatildeo

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito

Com o advento da globalizaccedilatildeo os mercados tornaram-se cada vez mais di-nacircmicos e competitivos A concorrecircncia eacute global um cenaacuterio constante e irreversiacutevelcolocando as organizaccedilotildees em permanente risco de sobrevivecircncia

Embora a produccedilatildeo de commodities agriacutecolas tenha suas especificidades e de-penda exclusivamente de terras disponiacuteveis diminuindo o surgimento de novos com-petidores a busca por eficiecircncia operacional tem sido um objetivo contiacutenuo das orga-nizaccedilotildees que atuam no agronegoacutecio

O milho eacute uma commodity e distinguem-se por ser um produto de alta volatili-dade baixo valor agregado e margens apertadas Portanto a busca por uma logiacutesticade escoamento eficiente agregando valor ao produto eacute requisito fundamental para oscompetidores do setor

No caso do Brasil importante fornecedor mundial o desempenho da logiacutesticaportuaacuteria eacute corresponsaacutevel por manter a competitividade do milho brasileiro no co-meacutercio internacional

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261 Histoacuteria

A logiacutestica remonta os primoacuterdios da humanidade muito antes do termo sercriado Atividades logiacutestica satildeo observadas em relatos biacuteblicos quando o faraoacute exigiaque fosse feita a armazenagem de alimentos em decorrecircncia de um sonho sobrevacas magras e gordas interpretado por Joseacute em que haveria sete anos de fartura esete anos de escassez alimentar (Reis et al 2015)

Outra evidecircncia satildeo as piracircmides do Egito Inconcebiacutevel acreditar que umaobra de tal magnitude pudesse ser concluiacuteda sem atividades que administrassem amovimentaccedilatildeo armazenagem e transporte de blocos de pedras aleacutem de alocar ossuprimentos para milhares de escravos encarregados da sua construccedilatildeo

No acircmbito militar a logiacutestica tem sido estrateacutegica e a histoacuteria tem comprovadoisso Eacute bem provaacutevel que expansatildeo do impeacuterio de Alexandre o Grande se invia-bilizasse caso natildeo houvesse uma logiacutestica que garantissem os suprimentos a suastropas

As grandes navegaccedilotildees entre os seacuteculos XV e XVII tambeacutem foram beneficiadaspelos conceitos logiacutesticos Impossiacutevel imaginar as caravelas mar adentro em buscade novas terras sem viacuteveres que pudessem suprir as necessidades da tripulaccedilatildeo Dealguma forma naquela eacutepoca jaacute havia planejamento de suprimentos para as viagensem busca de terras novas

A origem da expressatildeo logiacutestica eacute uma evoluccedilatildeo do verbo loger que significaalojar Termo militar usado para definir a arte de transportar abastecer e alojar tropasem campanha (Rodrigues 2014)

Segundo Rodrigues (2014) a primeira definiccedilatildeo de logiacutestica foi cunhada pelogeneral francecircs das tropas de Napoleatildeo Bonaparte Baratildeo Antonie Henri de Jomini(1789-1869) Para Jomini a palavra logistique deriva de um posto existente no exeacuter-cito francecircs ocupado pelo Marechal des Logis encarregado das atividades de deslo-camento alojamento e acampamento das tropas em combate

Posteriormente o termo logiacutestico tomou um significado mais amplo no usomilitar principalmente pelos norte-americanos na Segunda Guerra Mundial e segui-damente pela induacutestria

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica foi empregada muito tempo no con-texto militar atribuindo-se a derrota dos britacircnicos na Guerra de Independecircncia norte-americana pela ineficiecircncia de abastecimento de suprimentos agraves tropas britacircnicas

262 Conceito

Apesar da logiacutestica estar bastante disseminada no acircmbito organizacional e aca-decircmico ainda eacute do senso comum reduzi-la somente a atividade de transporte (Re-zende et al 2005)

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Haacute muita desinformaccedilatildeo a respeito da logiacutestica Mais que uma atividade detransporte a logiacutestica eacute o gerenciamento do fluxo de mercadoria desde o ponto deorigem ateacute o ponto de consumo (Ludovico 2010)

Ao longo dos anos vaacuterios estudos corroboraram para o entendimento do con-ceito de logiacutestica Para Ballou (2007) a logiacutestica deve prover serviccedilos de forma adiminuir a lacuna entre o ponto de produccedilatildeo e ponto de consumo de modo que osconsumidores tenham disponiacuteveis produtos e serviccedilos nas condiccedilotildees que desejamquando e onde quiserem

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica eacute um processo de gestatildeo estrateacutegicaque contribui para maximizaccedilatildeo da rentabilidade visando custo benefiacutecio atraveacutes dasatividades de movimentaccedilatildeo e armazenagem de materiais gerenciamento de esto-ques por meio dos fluxos de informaccedilotildees relacionados

Para Donato (2012) a logiacutestica eacute uma aacuterea de gestatildeo tendo o objetivo de prevere prover recursos para a execuccedilatildeo de todas as atividades organizacionais O autorassevera a gestatildeo de suprimentos transportes movimentaccedilatildeo e armazenamento demateriais processamento de pedidos e gerenciamento de informaccedilotildees e retorno deprodutos como atividades da logiacutestica

Reis et al (2015) apontam a logiacutestica como atividades que visam atender re-quisitos de pontualidade disponibilidade e qualidade de produtos e serviccedilos aliadosao preccedilo justo e competitivo

Para o Conselho de Profissionais da Cadeia de Suprimentos CSCMP (2018)entidade de renome mundial a logiacutestica eacute a atividade voltada ao planejamento imple-mentaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e efetivo de armazenamento de mercadoriasserviccedilos e informaccedilotildees relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumovisando suprir os requisitos dos clientes

Percebe-se um consenso nas obras analisadas De modo geral os autoresafirmam que os objetivos da logiacutestica eacute prover ao cliente final produtos e serviccedilos comqualidade na quantidade e no tempo certo com o menor preccedilo possiacutevel

27 Logiacutestica nas empresas

A logiacutestica interfere em vaacuterias atividades do cotidiano da sociedade e das em-presas quanto a custos tempo e eficiecircncia

Existe uma vasta literatura a respeito da logiacutestica empresarial e sua evoluccedilatildeo(Rezende et al 2005 Ballou 2007 Vantine 2012 Bowersox et al 2014 Novaes2015 Pires 2016) Por questotildees didaacuteticas optou-se por elencar cinco fases evolutivasda logiacutestica nas empresas como pode ser visto na Figura 12

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Figura 12 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012)

A partir da deacutecada de 1950 com os avanccedilos tecnoloacutegicos desenvolvimentode novos produtos mudanccedila de comportamento dos consumidores e consequente-mente uma maior necessidade de distribuiccedilatildeo de produtos exigiram o aumento danecessidade da logiacutestica nas empresas

Ballou (2007) classifica as deacutecadas de 1950 ateacute 1970 como o periacuteodo de de-senvolvimento Em sua obra o autor destaca quatro pilares de estudo para o de-senvolvimento da logiacutestica empresarial alteraccedilotildees e novos padrotildees de demanda doconsumidor pressatildeo custos nas induacutestrias evoluccedilatildeo na tecnologia de computadorese influecircncia dos estudos da logiacutestica militar

No final desses anos as universidades comeccedilavam a ofertar cursos na aacutereasurgem as primeiras literaturas com abordagem do tema empresas iniciam os primei-ros testes de implantaccedilatildeo das novas ideias e surge o primeiro Conselho de Adminis-traccedilatildeo da Distribuiccedilatildeo Fiacutesica (Ballou 2007)

Em 1970 evidencia-se o desenvolvimento de estrateacutegias com foco na adminis-traccedilatildeo de materiais e distribuiccedilatildeo fiacutesica Graccedilas aos processos flexiacuteveis de produccedilatildeoconforme Novaes (2015) foi possiacutevel a oferta de novos produtos com variadas corestipos e tamanhos Com um vasto leque de oferta de novos produtos aos consumido-res houve um aumento significativo nos estoques ao longo da cadeia de produtivaCom isso passou a ser necessaacuterio uma maior racionalizaccedilatildeo com vista ao menorcustos e maior eficiecircncia

Outros apontamentos ressaltados por Novaes (2015) foram os custos de trans-ferecircncia e distribuiccedilatildeo Com a crise do petroacuteleo em 1970 os combustiacuteveis sofreramum aumento abrupto O aumento populacional nos centros urbanos expansatildeo defrotas de veiacuteculos crescimento territoriais das cidades elevaram potencialmente oscongestionamentos Esses fatores aliados com as limitaccedilotildees de movimentaccedilatildeo de

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caminhotildees em horaacuterio comerciais resultaram no aumento dos custos de transporte edistribuiccedilatildeo

A deacutecada de 1980 com a explosatildeo de novas tecnologias propicia a integraccedilatildeodos processos surgindo o conceito de logiacutestica integrada Essa deacutecada foi caracte-rizada pelo emprego de tecnologias de informaccedilatildeo e sistema de comunicaccedilatildeo quepromoveram uma forte integraccedilatildeo da logiacutestica (Rezende et al 2005)

A efetiva integraccedilatildeo foi favorecida pela implantaccedilatildeo do EDI - Intercacircmbio Ele-trocircnico de Dados essencial para a atualizaccedilatildeo de dados em tempo real e troca dedocumento em toda a cadeia Outro fato relevante foi a introduccedilatildeo do coacutedigo de barraspara controle de estoque

A coleta de dados e o fluxo de informaccedilotildees que eram realizadas manualmentepassaram a ser realizadas de forma automaacutetica com o emprego de tecnologias decaptura de dados (radiofrequecircncia) eliminando a morosidade nos processos e miti-gando fontes de erro (Bowersox et al 2014)

Apoacutes os anos de 1990 com a integraccedilatildeo e maior comunicaccedilatildeo entre fornecedo-res distribuidores e clientes surge entatildeo de maneira mais disseminada o conceito deSCM (Supply Chain Management) ou seja gerenciamento da cadeia de suprimentos

Apesar de alguns autores asseverarem que o termo SCM jaacute era aplicado deforma rudimentar nos anos 1970 e 1980 o interesse pelo SCM foi fortemente difundidonas empresas a partir dos anos 1990 (Pires 2016)

Com o advento da globalizaccedilatildeo emergem mercados e competidores globaise o desempenho das organizaccedilotildees em termos de custos e eficiecircncia tornou-se umaquestatildeo de sobrevivecircncia A gestatildeo da cadeia de suprimentos eacute uma estrutura estra-teacutegica e consiste na colaboraccedilatildeo entre empresas com intuito a melhorar a eficiecircnciaoperacional gerando condiccedilotildees de maior grau de competitividade das organizaccedilotildees(Bowersox et al 2014)

A finalidade da cadeia de suprimento eacute maximizar o valor gerado Chopra ampMeindl (2011) destacam o valor como o excedente gerado pela cadeia de suprimentoPara os autores valor eacute a diferenccedila entre o que o produto entregue vale para o clientee o custo total incidente em todas as atividades da cadeia de suprimento em levaro produto ateacute o cliente O sucesso de uma cadeia de suprimentos estaacute diretamenteligado agrave sua lucratividade quanto maior a lucratividade mais bem-sucedida a cadeiaeacute

Por fim apoacutes os anos 2000 intensifica-se o crescimento nas parcerias entre asempresas para execuccedilatildeo dos processos produtivos com vista ao aumento da eficiecircn-cia operacional e o uso intensivo da internet para comercializaccedilatildeo eletrocircnica

Os relacionamentos interorganizacionais eacute a chave de sucesso para uma ca-deia de suprimentos sustentaacutevel Quando as empresas compreendem e reconhecema dependecircncia entre fornecedores eou clientes estabelece-se entatildeo um ambiente

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para colaboraccedilatildeo (Bowersox et al 2014) A ideia eacute o trabalho compartilhado intelec-tual e operacionalmente O eixo central das relaccedilotildees colaborativas eacute a integraccedilatildeo dosrecursos humanos financeiros e teacutecnicos visando o aumento da eficiecircncia e o niacutevelde serviccedilos ao cliente

28 Atividades logiacutesticas

Com vistas a atingir os objetivos logiacutesticos de custos e niacutevel de serviccedilo Ballou(2007) elenca trecircs atividades fundamentais da logiacutestica empresarial conforme podeser visto na Tabela 2

Tabela 2 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007)

ATIVIDADES

Primaacuteria Apoio

TransporteManuseio de materiaisEmbalagem e proteccedilatildeo

Manutenccedilatildeo de estoqueProgramaccedilatildeo do produtoManutenccedilatildeo de informaccedilotildees

Processamento de pedidosArmazenamentoObtenccedilatildeo

Atividade de transporte ndash Eacute essencial para a logiacutestica empresarial Aleacutem derepresentar em meacutedia dois terccedilos de todos custos logiacutesticos nenhuma empresa eacutecapaz de operar sem movimentar suas mateacuterias-primas e seus produtos acabados

Transporte entende-se como vaacuterios recursos para a o deslocamento de car-gas O gerenciamento estaacute ligado ao processo decisoacuterio de escolha do modo detransporte utilizaccedilatildeo da capacidade de veiacuteculos e definiccedilatildeo de roteiros O rodoviaacuterioaeacutereo aquaviaacuterio e ferroviaacuterio satildeo os modos de transporte mais conhecidos (Ballou2007)

Ballou (2007) designa duas atividades de apoio agrave atividade de transporte ma-nuseio de materiais embalagem de proteccedilatildeo A primeira estaacute relacionada com aarmazenagem e manutenccedilatildeo de estoques Essa atividade eacute desenvolvida no localde estocagem tendo como principais processos seleccedilatildeo de equipamento de movi-mentaccedilatildeo procedimentos de formaccedilatildeo de pedidos transferecircncia de mercadoria ateacuteo ponto de recebimento daiacute vai para o deposito ateacute ponto de estocagem e da esto-cagem para despacho etc A segunda atividade embalagem de proteccedilatildeo tem comoobjetivo garantir a integridade dos produtos Um bom projeto de embalagem permitea movimentaccedilatildeo sem quebras e com maior eficiecircncia

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Manutenccedilatildeo de estoques ndash O gerenciamento de estoque corresponde a umaparcela significativa dos custos logiacutesticos As empresas almejam a entrega dos produ-tos aos seus clientes imediatamente agrave produccedilatildeo eliminaccedilatildeo dos custos de estoquesContudo na praacutetica isto eacute inviaacutevel natildeo raro os estoques atuam como amortecedoresentre a oferta e a demanda tornando a manutenccedilatildeo de estoques uma atividade-chaveda logiacutestica

Para o desenvolvimento dessa atividade Ballou (2007) aponta como premis-sas a programaccedilatildeo do produto volume lugar e onde devem ser produzidos tendocomo enfoque a distribuiccedilatildeo ou seja o fluxo de saiacuteda Outra atividade de apoio eacute amanutenccedilatildeo da informaccedilatildeo As informaccedilotildees de localizaccedilatildeo de cliente volume de ven-das estoques apoiam as atividades primaacuterias satildeo essenciais para a gestatildeo e controlelogiacutestico

Processamento de pedidos ndash Essa atividade tem em vista o tempo neces-saacuterio em levar bens e serviccedilos aos clientes O gerenciamento do lead time eacute umdos fatores mais importantes do processamento de pedidos pois contribui para o au-mento do niacutevel de serviccedilos oferecido pelas empresas considerando que o lead timeeacute tempo computado entre o momento do pedido do cliente ateacute a chegada do produtono mesmo

A armazenagem e suas atividades (configuraccedilatildeo do armazeacutem localizaccedilatildeo di-mensionamento de aacuterea arranjo fiacutesico projeto de docas etc) eacute uma atividade deapoio ao processamento de pedidos Outra atividade de apoio importante para osobjetivos do processamento de pedidos eacute a obtenccedilatildeo Essa atividade diz respeitoa fontes de suprimentos modelo de programaccedilatildeo de compras e da forma como osprodutos satildeo comprados

O autor adverte que a obtenccedilatildeo se difere de compras pois compras envolvematividades muito mais detalhadas como por exemplo negociaccedilatildeo de preccedilos avaliaccedilatildeode vendedores etc A obtenccedilatildeo refere-se aos processos exclusivamente relacionadosa tarefas de logiacutestica Por essa razatildeo substitui o termo compras por obtenccedilatildeo

As operaccedilotildees de logiacutestica visam atender as necessidades das empresas emprover produtos aos seus clientes quando e onde eles quiserem Dessa maneira astrecircs atividades satildeo centrais para as organizaccedilotildees por isso satildeo classificadas comoatividades primaacuterias (Ballou 2007)

29 Portos

O porto se caracteriza como uma aacuterea abrigada das ondas e correntes mariacute-tima e dependendo da sua localizaccedilatildeo situa-se agrave beira de oceanos lagos e rios Pos-sui uma estrutura intermodal oferecendo condiccedilotildees para operaccedilotildees de transbordo decargas de vaacuterios tipos O transbordo pode ser definido como operaccedilotildees de transferecircn-

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cia entre modos de transportes ou natildeo Por exemplo uma movimentaccedilatildeo de cargasde uma navio para outro de um navio para um trem de um navio para um caminhatildeoou vice-versa (Rojas 2014)

Uma estrutura portuaacuteria se caracteriza como terminal multimodal em que existeuma conexatildeo de vaacuterios modos de transporte para a movimentaccedilatildeo e armazenagem decargas importadas ou destinadas agrave exportaccedilatildeo A eficiecircncia operacional do porto estaacutediretamente relacionada agrave abrigo profundidade e acessibilidade canal de acessobacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ouaquaviaacuterios (Alfredini amp Arasaki 2009)

Cruz et al (2014) e Carvalho (2009) apud Silva (2010) atribuem as principaisfunccedilotildees de um porto a) oferecer condiccedilotildees adequadas para a efetividade operacionaldo escoamento das cargas b) garantir a acessibilidade mariacutetima aos navios comvista a atender ao mais eficiente ciclo operacional dos mesmos c) prover a seguranccedilados navios na entrada e saiacuteda do porto no interior da bacia portuaacuteria garantindo aseguranccedila da vida dentro dos limites do porto d) assegurar a eficiente proteccedilatildeo aomeio ambiente

No tocante ao perfeito funcionamento de um complexo portuaacuterio trecircs fatoresdevem ser considerados responsaacuteveis pela sua eficiecircncia operacional infraestruturaportuaacuteria infraestrutura fiacutesica e superestrutura e processo aduaneiro

Infraestrutura portuaacuteria compreende vaacuterios elementos conectados que im-pactam diretamente no tipo de navio que atracara em determinado porto e as carac-teriacutesticas das cargas a serem movimentas (David amp Stewart 2010)

O primeiro elemento relacionado agrave infraestrutura portuaacuteria eacute a profundidade daaacutegua dos portos tanto no canal de acesso ndash trecho de hidrovia que liga o porto aomar aberto - quanto ao berccedilo de atracaccedilatildeo Navios cada vez maiores voltados paraoperaccedilotildees de larga escala exigem portos com profundidade de aacutegua compatiacutevel comas dimensotildees das embarcaccedilotildees (David amp Stewart 2010)

Outros desdobramentos referente agrave infraestrutura portuaacuteria satildeo apontados porAlfredini amp Arasaki (2009) tais como bacia de evoluccedilatildeo aacutereas destinadas a manobradas embarcaccedilotildees dentro do porto para atracaccedilatildeo e desatracaccedilatildeo As bacias de evo-luccedilatildeo devem estar protegidas de ondas fortes correntes e ventos bem como livre depassagens de dutos e cabos submarinos e outras obstruccedilotildees

As operaccedilotildees de dragagem tambeacutem satildeo elementos necessaacuterios para uma boainfraestrutura portuaacuteria A dragagem permite o aprofundamento dos canais e berccedilosde atracaccedilatildeo por meio de remoccedilatildeo de materiais do fundo submersos Existem basi-camente dois tipos de dragagem a) aprofundamento visa aumentar a profundidadee ou largura dos canais de acesso e bacias dos portos e b) ambiental para retiradade sedimentos contaminados Por fim obras de abrigos portuaacuterios guias correntesquebra-mares molhes etc (Ludovico 2010)

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Infraestrutura fiacutesica - compreende as instalaccedilotildees portuaacuterias em si Ancora-douros docas cais piacuteeres de acostagem e atracaccedilatildeo edifiacutecios e vias de circulaccedilatildeointerna (Ludovico 2010) A superestrutura satildeo os equipamentos destinados as ope-raccedilotildees de embarque e descarga Via de regra os equipamentos de movimentaccedilatildeoportuaacuteria satildeo classificados como equipamento de movimentaccedilatildeo de cais de paacutetio ede transferecircncia (Patriacutecio 2015)

Os equipamentos de movimentaccedilatildeo de cais tambeacutem conhecidos como equi-pamentos de costado tem como principal funccedilatildeo movimentaccedilatildeo de cargas nas ope-raccedilotildees de embarque e descarga de navios Os equipamentos de paacutetios usualmentesatildeo destinados a movimentaccedilatildeo de cargas de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo Jaacute os equipa-mentos de transferecircncias servem para movimentar cargas de transferecircncia do naviopara o paacutetio ou vice-versa

Processo aduaneiro - refere-se agraves condiccedilotildees necessaacuterias para o tratamentoadministrativo de exportaccedilatildeo ou importaccedilatildeo Diz respeito aos tracircmites que as merca-dorias devem obedecer ao sair ou entrar em territoacuterio nacional (Souza 2014) Outrofator a considerar satildeo os entraves burocraacuteticos e o tempo de respostas da aduana eoutros oacutergatildeos intervenientes do comeacutercio exterior

210 Serviccedilos Portuaacuterios

Segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica - CADE o complexoportuaacuterio eacute fundamental para a cadeia logiacutestica e a eficiecircncia de seus serviccedilos Adinacircmica de como o porto se integra e sua capacidade de gerar valor para a cadeia eacutefator decisoacuterio para escolha do porto pelas companhias de navegaccedilatildeo (CADE 2013)

Para ANTAQ (2018a) os serviccedilos prestados por um porto satildeo classificados emtrecircs categorias serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios serviccedilos de movimentaccedilatildeode cargas e serviccedilos complementares aos armadores e aos donos de mercadorias

Serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios ndash a funccedilatildeo desses serviccedilos eacuteatender as necessidades dos armadores e seus navios Existe uma gama de presta-dores de serviccedilos administraccedilatildeo do porto instituiccedilotildees puacuteblicas e empresas privadasconforme Tabela 3

Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas ndash a funccedilatildeo diz respeito a manuseio decargas a bordo do navio com atividade de estiva (transbordo embarque descargapeaccedilatildeo despeaccedilatildeo conferencia) atividades de terra ou capatazia (transporte internoconferecircncia das mercadorias etc)

Comumente satildeo serviccedilos demandados pelos armadores e donos das mercado-rias providos pelo operador portuaacuterio e ou pela administraccedilatildeo do porto Os serviccedilosoferecidos pelos operadores portuaacuterios aos armadores que repassam esses custosaos donos das mercadorias (exportadores e importadores) em forma de taxa handling

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Tabela 3 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a)

SERVICcedilO PRESTADOR DE SERVICcedilO

Agenciamento de navio Agecircncia MariacutetimaAuxilio a navegaccedilatildeo e uso defaroacuteis

Marinha do Brasil

Inspeccedilatildeo sanitaacuterio nos na-vios

ANVISA ndash Agecircncia Nacionalde Vigilacircncia Sanitaacuteria

Controle de entrada e saiacutedade estrangeiros

Policia Federal

Inspeccedilatildeo Aduaneira RFB ndash Receita Federal doBrasil

Praticagem Associaccedilatildeo dos PraacuteticosRebocagem Empresa de rebocadores

portuaacuteriosVigias portuaacuterios Trabalhadores portuaacuteriosAtracaccedilatildeo Operador do terminal ou ad-

ministraccedilatildeo do porto

incluiacutedo nos custos do frete mariacutetimoServiccedilos complementares ndash serviccedilos especiacuteficos aos armadores preacute estiva-

gem conferecircncia de lacre transbordo movimentaccedilatildeo de contecircineres vazios rechegoou serviccedilos prestados aos donos de cargas ova e desova de contecircineres transportede contecirciner vazio pesagem etc

211 Tipos de portos

Nos primoacuterdios os portos eram apenas porta de acesso aos continentes oupaiacuteses separados pelos oceanos Para a concepccedilatildeo de um porto bastava estar pro-tegido dos ventos localizados em aacuteguas tranquilas protegido muitas vezes de baixaprofundidade localizados em margens de baia ou em foz de rios (Rodrigues 2007)

O porto dispunha de trapiches de madeiras ou de pedras solidificadas por ar-gamassa de oacuteleo de baleia A partir das deacutecadas de 1950 e 1960 evidencia-se umprocesso de evoluccedilatildeo Os portos tradicionais esboccedilam uma trajetoacuteria de melhora-mento transformam-se em centros de serviccedilos comerciais e industriais (Rodrigues2007)

A Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento - UNC-TAD em seu relatoacuterio classifica os portos em trecircs categorias de geraccedilotildees baseadasem trecircs criteacuterios ldquoPoliacutetica de desenvolvimento portuaacuterio estrateacutegia e atitude Exten-satildeo e alcance das atividades portuaacuterias Integraccedilatildeo das atividades e organizaccedilotildeesportuaacuteriasrdquo (UNCTAD 1992)

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Tabela 4 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003

1ordfGERACcedilAtildeO 2ordfGERACcedilAtildeO 3 ordfGERACcedilAtildeO

Antes dos Anos 1960 Apoacutes os anos 1960 Apoacutes os anos 1980

Atitude e Es-trateacutegia de De-senvolvimento

ConservadoraInterface dos modosde transporte

ExpansionistaCentro de Trans-porte Comercial eIndustrial

Transporte Inte-grado e PlataformaLogiacutestica para oComeacutercio Internaci-onal

Atividades Carga DescargaArmazenagem Ser-viccedilos de Navegaccedilatildeo

Atividades da 1 ordfaGeraccedilatildeo Transfor-maccedilatildeo da CargaServiccedilos Comer-ciais e Industriaisvinculados aosNavios

Atividades da 1 ordfe 2ordfgeraccedilatildeo Distribui-ccedilatildeo de Informaccedilotildeese Carga AtividadesLogiacutesticas

Caracteriacutesticasda Organiza-ccedilatildeo

Baixa relaccedilatildeo en-tre o Porto e seusUsuaacuterios

Relaccedilatildeo proacuteximaPorto e UsuaacuterioBaixa integraccedilatildeoentre atividades noPorto

Integraccedilatildeo comuni-dade portuaacuteriaIntegraccedilatildeo do PortoRede de Comeacutercioe Transporte

CaracteriacutesticasdaProduccedilatildeo deServiccedilo

Foco no Fluxo deCargasBaixo valor agre-gado

Fluxo de CargaServiccedilos IntegradosValor Agregado Meacute-dio

Fluxo e Distribuiccedilatildeode Carga e Informa-ccedilotildeesServiccedilos Muacuteltiplos

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Para UNCTAD (1992) conforme ilustrado na Tabela 4 na 1ordfgeraccedilatildeo observa-seportos isolados das atividades de transporte e comeacutercio Nesse estaacutegio havia poucaatenccedilatildeo agraves necessidades dos usuaacuterios do porto e a promoccedilatildeo do marketing portuaacuterioraramente era considerada O porto possuiacutea seus proacuteprios sistemas de informaccedilatildeoestatiacutestica e documental sem compatibilidade com sistemas dos usuaacuterios do porto

Observa-se tambeacutem um porto independente e com uma forte atuaccedilatildeo de po-der em relaccedilatildeo agraves outras atividades econocircmicas A relaccedilatildeo do porto com o municiacutepioeacute praticamente nula e o niacutevel de cooperaccedilatildeo eacute inexistente tendo como consequecircnciaplanos de desenvolvimentos separados

As atividades portuaacuterias e as empresas portuaacuterias eram isoladas uma dasoutras tomando decisotildees independentes A movimentaccedilatildeo era lenta produtividadebaixa e as atividades com os usuaacuterios eram isoladas e natildeo com o porto como todo

Na 2 ordfgeraccedilatildeo segundo UNCTAD (1992) os usuaacuterios governos autoridadesportuaacuterias e prestadores de serviccedilos portuaacuterios jaacute tinham uma compreensatildeo maisampla das funccedilotildees dos portos mariacutetimos

Nessa geraccedilatildeo o porto comeccedila a ofertar aos usuaacuterios atividades aleacutem de cargae descarga que ateacute entatildeo estavam condicionados a atividades tradicional do portoInicia-se um processo de implantaccedilatildeo de gestatildeo e poliacuteticas portuaacuterias

Dentro das atividades portuaacuterias satildeo ofertados outros tipos de serviccedilos mais re-levantes embalagens de cargas separaccedilatildeo serviccedilos industriais como transformaccedilatildeode cargas etc O porto se desenvolve e expande sua atuaccedilatildeo com aacutereas de influecircnciacomo por exemplo induacutestrias de ferro e accedilo metalurgia pesada refinarias atividadesagroindustriais etc

Os portos de 2 ordfgeraccedilatildeo deixam de ser apenas centros de transporte passandoa ser tambeacutem industriais e centros comerciais Surgiram por volta dos anos sessentacom um aumento na quantidade de mateacuterias-primas importadas em paiacuteses industria-lizados Estes portos satildeo comumente usados como porto induacutestria (UNCTAD 1992)

Na 3 ordfgeraccedilatildeo um fato marcante que impulsionou essa geraccedilatildeo foi o conteine-rizaccedilatildeo das cargas a multimodalidade e o aumento de demanda do comeacutercio interna-cional

Nota-se uma perspectiva desenvolvimentista do porto pelos gestores e opera-dores portuaacuterios O porto eacute considerado um noacute na complexa rede internacional deproduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Esse pensamento permite uma proposta de gestatildeo voltadaas necessidades do comeacutercio global

Diferentemente do passado ressalta UNCTAD (1992) quando os portos acre-ditavam que as cargas viriam com os navios a partir da deacutecada 1980 os esforccedilos satildeovoltados para ganhar e manter as cargas no porto Esses esforccedilos satildeo direcionadospara promoccedilatildeo de atividades de comeacutercio e transporte com vistas agrave geraccedilatildeo de recei-tas e agregaccedilatildeo de valor Desde entatildeo os portos vecircm se transformando em centros

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de transportes integrados e plataformas logiacutesticas para o comeacutercio globalAs atividades e serviccedilos nesses portos de terceira geraccedilatildeo satildeo especializadas

variaacuteveis e integradas Satildeo subdivididos em quatro categorias diferentes serviccedilosportuaacuterios tradicionais serviccedilos industriais e ambientais serviccedilos comerciais e admi-nistrativos e serviccedilos de logiacutestica e distribuiccedilatildeo (UNCTAD 1992)

212 Terminais portuaacuterios

A relevacircncia dos terminais portuaacuterios na cadeia logiacutestica mundial reside nofato de que o transporte mariacutetimo eacute o modo de transporte que movimenta a maiorquantidade de cargas Sendo assim os portos atuam como grandes concentradoresde cargas e essenciais para ganhos de economias de escala tatildeo importantes para asatividades comerciais e industriais (UNCTAD 1992)

Os terminais portuaacuterios satildeo estrateacutegicos para a cadeia de transporte mundiale nas operaccedilotildees portuaacuterias haja vista que as principais atividades portuaacuterias satildeo exe-cutadas pelos terminais portuaacuterios e contribuem para os fatores de produccedilatildeo quantoao fluxo de materiais primas insumos maquinaacuterios e produtos acabados

Os terminais podem ser definidos como elos de uma cadeia de transportesonde ocorrem entrada e saiacuteda de cargas e veiacuteculos neste sistema Nesse ambientesatildeo executados transbordo de cargas entre modos de transporte (Souza et al 2018)

O conceito de terminal mariacutetimo para Magalhatildees (2016) refere-se a instala-ccedilotildees voltadas ao atendimento especializado de navios e cargas podendo ser instala-ccedilotildees isoladas ou parte de um porto comercial Na perspectiva contemporacircnea portocomercial concentra diversos terminais especializados para atender vaacuterios fluxos decargas e de passageiros

Para Dubke (2006) terminais especializados satildeo unidades logiacutesticas capazesde realizar serviccedilos de agregar valor de menor ou maior grau em instalaccedilotildees portuaacute-rias Os terminais especializados efetuam serviccedilos de centralizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo decargas utilizando um ou mais modalidades de transportes conforme demonstrado emFigura 13

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Figura 13 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016)

Como se observa na Figura 13 cada terminal portuaacuterio deve possuir instala-ccedilotildees adequadas agraves operaccedilotildees de embarque e descarga especializadas considerandotipos de navios e tipos de cargas Os terminais se tornam especializados e deman-daratildeo estruturas especificas de atracaccedilatildeo transferecircncia de cargas de estocagemde distribuiccedilatildeo e de recepccedilatildeo ou entrega aos demais modos de transportes (Patriacutecio2015 Magalhatildees 2016)

213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro

A logiacutestica portuaacuteria tecircm papel fundamental na ordem econocircmica brasileirasobretudo nas operaccedilotildees de comeacutercio exterior Conforme Rodrigues (2007) em seusestudos ldquoOs portos satildeo estrateacutegicos para o exerciacutecio da soberania nacional servindocomo locais de aplicaccedilatildeo da politica tributaacuteria governamental para viabilizar o modeloeconocircmico adotado pelo paiacutesrdquo (p 165)

No Brasil cerca de 97 do fluxo de mercadoria do comercio exterior satildeo porvias mariacutetimas evidenciando assim o papel dos portos na economia nacional cabe aSecretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica - SEPPR nas atribuiccedilotildees inerentesa sua esfera de competecircncia o planejamento estrateacutegico portuaacuterio e a formulaccedilatildeo depoliacuteticas com vista ao desenvolvimento da infraestrutura portuaacuteria Por sua vez a SEPestaacute vinculada ao Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil (MTPAC 2018b)

Segundo a Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterio ndash ANTAQ no Brasil

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existem 235 instalaccedilotildees portuaacuterias puacuteblicas e privadas tanto mariacutetima como fluvial(ANTAQ 2018a)

De acordo com MTPAC (2018b) existem 37 portos puacuteblicos organizados noBrasil Nessa categoria estatildeo os principais portos nacionais Dezenove satildeo adminis-trados pela UniatildeoCompanhias Docas (Tabela 5) incluiacutedo o Porto de Santos o maisimportante porto do sistema portuaacuterio brasileiro e dezoito foram delegados a municiacute-pios estados e consoacutercios (Tabela 6)

Tabela 5 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria

Porto de MANAUS AM CODOMARPorto de LAGUNA SC CODESPPorto de SANTOS SP CODESPPorto de ANGRA DOS REIS RJ CDRJPorto de ITAGUAIacute RJ CDRJPorto do RIO DE JANEIRO RJ CDRJPorto de NITEROacuteI RJ CDRJPorto de VITOacuteRIA ES CODESAPorto de BARRA DO RIACHO ES CODESAPorto de ILHEacuteUS BA CODEBAPorto de ARATU BA CODEBAPorto de SALVADOR BA CODEBAPorto de MACEIOacute AL CODERNPorto de NATAL RN CODERNPorto de AREIA BRANCA RN CODERNPorto de FORTALEZA CE CDCPorto de VILA DO CONDE PA CDPPorto de BELEacuteM PA CDPPorto de SANTAREacuteM PA CDP

Para a SEP os portos fluviais satildeo definidos como Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pe-queno Porte ndash IP4 voltados para favorecer a movimentaccedilatildeo de cargas e passageirosem aacutereas distantes Sob a competecircncia do Departamento Nacional de Infraestruturade Transportes ndash DNIT estatildeo 122 instalaccedilotildees IP4 (MTPAC 2018a)

A existecircncia de 39 portos puacuteblicos fluviais sob a competecircncia SEP emborasejam portos fluviais estatildeo excluiacutedos da categoria IP4 (Tabela 7)

O complexo portuaacuterio brasileiro eacute estrateacutegico para o Brasil pelo fato de seruma das principais infraestruturas de apoio ao comeacutercio exterior Cerca de 90 detoda carga comercializada no mercado internacional passam pelos portos brasileiros

A movimentaccedilatildeo dos portos em 2017 atingiu 1087 bilhatildeo t com 61812 atra-caccedilotildees de navios no mesmo periacuteodo Quando analisado o perfil de cargas movimen-tadas em 2017 as estatiacutesticas apontam os graneis soacutelidos como a principal carga com

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Tabela 6 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte MT-PAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria Tipo

Porto de SUAPE PE SDEC-PE MariacutetimoPorto de IMBITUBA SC SCPAR MariacutetimoPorto de SAtildeO FRANC SUL SC APSFS MariacutetimoPorto de ITAQUI MA EMAP MariacutetimoPorto de CABEDELO PB DOCAS-PB MariacutetimoPorto do RECIFE PE PORTO DO RECIFE SA MariacutetimoPorto de SAtildeO SEBASTIAtildeO SP DERSA MariacutetimoPorto de ANTONINA PR APPA MariacutetimoPorto de PARANAGUAacute PR APPA MariacutetimoPorto de PELOTAS RS SPH MariacutetimoPorto de PORTO ALEGRE RS SPH MariacutetimoPorto de ESTRELA RS SPH FluvialPorto de CACHOEIRA DO SUL RS SPH FluvialPorto de RIO GRANDE RS SUPRG MariacutetimoPorto de PORTO VELHO RO SOPH-RO FluvialPorto de ITAJAIacute SC ADHOC MariacutetimoPorto de MACAPAacute AP CDSA MariacutetimoPorto do FORNO RJ COMAP Mariacutetimo

64 seguida de graneis liacutequidos 212 contecirciner 99 e carga geral 5 (MTPAC2018b ANTAQ 2018b) Na Figura 14 pode ser observada a evoluccedilatildeo no movimentototal dos portos brasileiros a partir de 2010

Figura 14 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte ANTAQ(2018a)

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Tabela 7 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado

Cruzeiro do Sul ACPorto Acre AC

Porto Walter ACIbotirama BACorumbaacute MS

Ladaacuterio MSMundo Novo MS

Caacuteceres MTAlmeirim PAAltamira PAGurupaacute PAItaituba PA

Juruti PAMonte Alegre PA

Oacutebidos PAOriximinaacute PA

Porto de Moz PAPrainha PA

Senador Joseacute Porfiacuterio PAVitoacuteria de Xingu PASanta Terezinha PR

Terra Roxa PRPorto velho RO

Estrela RSCachoeira do Sul RS

Charqueadas RSJaguaratildeo RS

Santa Vitoacuteria do Palmar RSAnhembi SP

Jauacute SPPanorama SP

Pederneiras SPTerminal Floresta SP

Terminal Satildeo Miguel SPTerminal Fazenda Satildeo Joaquim SP

Eclusa Tiete Montante SPUsina Diamante SPUsina Pioneiros SP

Satildeo Pedro SP

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Em 2018 houve um crescimento de 849 do volume movimentado em 2018em relaccedilatildeo ao ano anterior Se comparado o ano de 2017 e 2010 o fluxo de cargasnos portos brasileiros aumentaram 295 Neste mesmo periacuteodo observou-se umcrescimento continuo com exceccedilatildeo ao ano de 2016 que registrou uma queda de 05em relaccedilatildeo ao ano de 2015

No quesito natureza da carga a Figura 15 destaca a participaccedilatildeo do grupo decarga na seacuterie histoacuterica

Figura 15 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

No ano de 2017 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 os graneis soacutelidos cresceram1041 graneis liacutequidos 378 contecirciner 317 e carga solta 776 conforme ilus-trado na Figura 15 Embora o ano de 2016 tenha apresentado uma ligeira queda de05 em relaccedilatildeo ao ano anterior a carga geral apontou um crescimento de 53

214 Porto de SantosSP

Localizado no litoral do Estado de Satildeo Paulo o Porto de Santos eacute puacuteblico eadministrado pela Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo - CODESP Conside-rado o mais importante porto nacional tem aproximadamente 15 km de extensatildeo 55terminais mariacutetimos e retro portuaacuterios e 65 berccedilos de atracaccedilatildeo

O complexo portuaacuterio santista em 2017 contabilizou 5597 atracaccedilotildees de na-vios movimentando 125 milhotildees t ANTAQ (2018b) No ranking da movimentaccedilatildeonacional o Porto de Santos ocupou o terceiro lugar ficando atraacutes de Terminal pontada Madeira e Terminal Tubaratildeo que operam mineacuterio de ferro (ANTAQ 2018b)

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Um dos principais fatores para atraccedilatildeo de cargas no Porto de Santos eacute a suaacessibilidade e zona de influecircncia Conectado com as principais rodovias de acessodo paiacutes o porto santista tem como aacuterea de influecircncia primaacuteria os estados de SatildeoPaulo Minas Gerais Mato Grosso Mato Grosso do Sul Goiaacutes e o Distrito Federalque juntos representam 67 do PIB

Aleacutem disso o porto tem acesso agrave hidrovia Tiete-Paranaacute principal hidrovia deescoamento de gratildeos e importantes linhas feacuterreas que facilitam a movimentaccedilatildeo dasmercadorias em grande escala em especial as commodities agriacutecolas (Souza et al2017)

Ainda que a zona de influecircncia e a acessibilidade seja determinante para oporto santista devido agrave sua topografia torna-se impossivel sua expansatildeo

Para melhor entendimento a Figura 16 ilustra o histoacuterico de movimentaccedilatildeo decargas no Porto de Santos no periacuteodo de 2010 a 2017 conforme dados da (ANTAQ2018b)

Figura 16 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b)

Conforme destacado na Figura 16 a somatoacuteria da movimentaccedilatildeo geral do portocresceu 85 em 2017 o complexo portuaacuterio de Santos apontou uma alta de 135no mesmo periacuteodo em relaccedilatildeo a 2016

Comparando com a movimentaccedilatildeo dos portos o Porto de Santos apresentaoscilaccedilotildees do volume movimentado Em 2011 foi registrado uma queda de 4 emrelaccedilatildeo a 2010 no ano de 2014 uma reduccedilatildeo de 29 comparado com 2013 e final-mente em 2016 o fluxo movimentado diminui 47 em relaccedilatildeo ao ano anterior

Referente agrave natureza da carga movimentada no Porto de Santos o granel soacutelidotambeacutem aparece como a principal carga movimentada em todos os anos observado

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na Figura 17

Figura 17 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

Em meacutedia o granel soacutelido representou 49 da movimentaccedilatildeo do Porto de San-tos comparando o periacuteodo 2010 a 2017 (Figura 17) O contecirciner aparece em segundolugar no mesmo periacuteodo com uma meacutedia de 33 Em 2017 o granel soacutelido regis-trou 506 seguido pelo contecirciner 333 granel liquido 12 e carga geral 38 Ofluxo de cargas movimentadas no complexo santista em 2017 representou aproxima-damente 12 do movimento dos portos brasileiros

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3 Metodologia

Para a execuccedilatildeo deste estudo foram realizadas pesquisas quantitativas de ca-raacuteter exploratoacuteria descritiva e bibliograacutefica

O meacutetodo de pesquisa bibliograacutefica propotildee uma anaacutelise de estudo sobre diver-sos posicionamentos acerca de trabalhos jaacute desenvolvidos (Gil 2010)

Para revisatildeo sistemaacutetica de literatura utilizaram-se as principais bases de con-sultas tais como ScienceDirect Scopus IEEE Scielo Google Acadecircmico Portal dePerioacutedicos da CAPES teses e dissertaccedilotildees livros impressos e eletrocircnicos alinhadosao tema

A pesquisa descritiva segundo Cervo et al (2007) busca descobrir de formaprecisa a frequecircncia com que um fenocircmeno ocorre e sua relaccedilatildeo com outros A coletade dados eacute uma das principais caracteriacutesticas da pesquisa descritiva pois observaregistra e analisa fatos e fenocircmenos Os dados quantitativos coletados para estetrabalho foram extraiacutedos dos principais portais do Governo Federal observando asseacuteries temporais

Para desenvolvimento do presente estudo foram realizados quatro artigos ci-entiacuteficos a fim de atender ao regulamento do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enge-nharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista ndash UNIP que eacute estruturado no formatode Dissertaccedilatildeo por artigo Dessa maneira os artigos satildeo apresentados no capiacutetuloquatro no formato original conforme a publicaccedilatildeo agrave qual foi submetido e aprovado

Na Tabela 8 a ordem de apresentaccedilatildeo dos artigos natildeo segue a ordem depublicaccedilatildeo dos mesmos No entanto para facilitar a compreensatildeo da dissertaccedilatildeoos artigos estatildeo apresentados por sequecircncia loacutegica de entendimento da pesquisaconforme os apontamentos de cada artigo a seguir

Artigo I - Este artigo teve como objetivo analisar a produccedilatildeo do milho brasileiroe o papel das regiotildees produtoras Os resultados indicaram um crescimento de mais de245 na produccedilatildeo nacional entre os anos de 1976 e 2016 Referente agrave produtividadeo estudo identificou um incremento de 250 nos mesmos periacuteodos Quanto as aacutereasde cultivo houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 nos uacuteltimos 40 anos (19762016)Quanto as regiotildees produtoras houve um deslocamento da regiatildeo Sul e Sudeste sen-tido Norte Nordeste e Centro-Oeste do paiacutes a partir deacutecada de 1980 Entre as novasregiotildees de cultivo o Centro-Oeste apresentou o maior ganho de produccedilatildeo com 520de aumento sendo a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo O es-tudo tambeacutem identificou os cinco principais estados produtores Paranaacute Mato GrossoMinas Gerais Bahia e Paraacute No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grossoassumiu a lideranccedila como maior produtor de milho Se comparado os principais esta-

38

Tabela 8 Artigos publicados do autor

ORDEM PUBLICACcedilAtildeO TEMA IDIOMA

Artigo I South American Development SocietyJournal

Estudo da pro-duccedilatildeo do milhono Brasil re-giotildees produtorasexportaccedilatildeo eperspectivas

Portuguecircs

Artigo II APMS -International ConferenceAdvances in ProductionManagement Systems - Hamburgo ndashAlemanha 2017

Brazilian Corn Ex-ports An Analysisof Cargo Flow

Inglecircs

Artigo III International Journal of Shipping andTransport Logistics

Forecasting CornStorage Capacityin Santos PortTerminal in Brazil

Inglecircs

Artigo IV International Conference on NetworkEnterprises amp Logistics Management ndashSatildeo Paulo ndash Brazil 2018

Simulaccedilatildeo de ope-raccedilotildees de gratildeos emum terminal portuaacute-rio

Portuguecircs

dos produtores o Paranaacute teve uma expansatildeo de 213 ao longo do periacuteodo estudado(19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um crescimento exponencial 14366 nomesmo periacuteodo

Artigo II ndash Nesse artigo identificou-se o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasi-leiro principal porto de escoamento e principais mercados compradores O resultadosapontaram os portos de Santos e Paranaguaacute como os principais escoadores do mi-lho para o mercado internacional Ambos movimentaram entre os anos 2012 e 2016cerca de 665 milhotildees t do gratildeo oriundo dos estados Mato Grosso Mato Grosso doSul Goiaacutes Paranaacute Minas Gerais Satildeo Paulo e Rio Grande do Sul O Porto de San-tos eacute a principal porta de saiacuteda do cereal e foi responsaacutevel por 8148 do volumeenquanto o Porto de Paranaguaacute 1852 no periacuteodo observado No ano de 2016 oPorto de Santos escoou 21 milhotildees t do gratildeo e os principais estados exportadoresvia Santos foram Mato Grosso (7498) seguidos por Goiaacutes (1282) Mato Grossodo Sul (609) Satildeo Paulo (428) Paranaacute (118) e Minas Gerais (066) 6085do milho escoado por Santos teve como destino o continente asiaacutetico e 2903 oMeacutedio Oriente O Porto de Paranaguaacute em 2016 exportou 24 milhotildees t Referenteaos estados que exportaram por Paranaguaacute o estado do Paranaacute liderou as exporta-ccedilotildees (4570) seguido por Mato Grosso do Sul (3657) Mato Grosso (1307) Oestudo apresenta como destaque Vietnatilde (2429) e Japatildeo (1871) entre os 16 prin-cipais importadores do gratildeo O restante representaram 570 das importaccedilotildees Em

39

relaccedilatildeo aos continentes os mais importantes foram a Aacutesia (6562) seguida Europa(1175) Oriente Meacutedio (1173) Aacutefrica (945) e Ameacuterica (144)

Artigo III - O estudo buscou avaliar se a capacidade estaacutetica eacute compatiacutevel comas crescente demandas de exportaccedilatildeo do milho no Porto de Santos por meio deum terminal portuaacuterio aqui denominado Terminal A Para tanto elaborou-se um es-tudo de previsatildeo de demanda comparativa das exportaccedilotildees do milho Brasil e Portode Santos visando um horizonte dos proacuteximos cinco anos (20172021) Em vistadisso houve uma discussatildeo sobre eventuais gargalos logiacutesticos no terminal portuaacuteriosantista Apoacutes aplicaccedilatildeo de meacutetodos de previsatildeo que o Terminal A responsaacutevel por37 do milho exportado pelo porto santista experimentaraacute significativo aumento dedemanda O estudo identificou acreacutescimo meacutedio de 40 nas operaccedilotildees do terminalquanto ao gratildeo de milho para os proacuteximos cinco anos Baseado em anaacutelises pre-ditivas foi possiacutevel identificar gargalos logiacutesticos caso as previsotildees de demanda seconfirmem O maior gargalo observado reside na estocagem do cereal para posteriorembarque As previsotildees puderam mensurar a capacidade estaacutetica de armazenagemdeficitaacuteria em relaccedilatildeo agraves previsotildees a partir do primeiro ano O estudo aponta 39 dedeacuteficit no primeiro ano (2017) seguido para os proacuteximos anos com 57 75 94 e115 (2018201920202021)

Artigo IV ndash O presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimentoe armazenamento de gratildeos de milho no Terminal A com vistas a testar qual o modaleacute mais eficiente considerado dois processos distintos rodovia e ferrovia A Para issooptou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENA copyRockwell Software Inc 110versatildeo acadecircmica Como resultado dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute aoperaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Emque pese na operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34moega 1 e 68 moega 2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel agargalos O estudo identificou na operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos re-cursos de 67 no gate e 47 nos tombadores Dessa maneira pode-se concluir queapesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do terminal se as perspectivasde aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o Terminal A estaraacutediante de um iminente gargalo operacional Os resultados indicam a necessidade deinvestimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o aumentocrescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

40

4 Artigos

41 1ordm Artigo

Artigo aceito para publicaccedilatildeo no South American Development Society Journal(Figura 18) Submetido em 07062018 e publicado em 24082018

Figura 18 Revista SADSJ

pag 182

South American Development Society Journal

Vol 04 | Nordm 11 | Ano 2018 | ISSN 2446-5763 | DOI 1024325issn2446-5763v4i11p182-194

Data de Submissatildeo 07062018 | Data de Publicaccedilatildeo 24082018

ESTUDO DA PRODUCcedilAtildeO DO MILHO NO BRASIL REGIOtildeES PRODUTORAS

EXPORTACcedilAtildeO E PERSPECTIVAS

STUDY OF CORN PRODUCTION IN BRAZIL PRODUCTION REGIONS EXPORTATION

AND OUTLOOK

Aguinaldo Eduardo de Souza - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

souzaeduaguinaldogmailcom

Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

betomendesresusmsmcom

Julio Cezar Raymundo - Universidade Paulista - UNIP PPGEP

juliocesarunipbr

Roberta Sobral Pinto - Universidade de Franca ndash UNIFRAN

robertasobralpintogmailcom

Resumo

O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia nacional e de vital

importacircncia para a balanccedila comercial brasileira O milho eacute o segundo gratildeo mais cultivado e

exportado perdendo apenas para a soja Aleacutem disso o cereal eacute o principal componente

para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal voltado para um dos principais segmentos do comeacutercio

exterior do Brasil a cadeia produtiva de carne animal Sendo assim o objetivo deste artigo eacute

investigar a produccedilatildeo nacional do milho bem como principais regiotildees e estados produtores

produtividade e aacutereas de plantio Para tanto foram coletados dados na Companhia Nacional

de Abastecimento (CONAB) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Os

resultados mostram as duas principais regiotildees produtoras Sul e Centro-Oeste e que a 2ordf

safra chamada de safrinha eacute a responsaacutevel pelo incremento da produccedilatildeo nacional do gratildeo

em especial o estado do Mato Grosso destaque como maior produtor nas uacuteltimas safras

41

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 183

Palavras-chave Agronegoacutecio Milho Produccedilatildeo Agriacutecola Exportaccedilatildeo

Abstract

Agribusiness is one of the main activities to the Brazilian economy and it has

vital importance for the trade balance Strictly speaking corn is one of the most

important product in Brazils agriculture where it is the second most cultivated and

exported grain losing only to soybeans In addition the cereal is the main component

to produce animal feedstuff focused on one of the main segments of Brazils foreign

trade the animal meat production chain Therefore the objective of this article is to

investigate the national production of corn as well as the main producing regions and

states productivity and planting areas For that data were collected from the National

Supply Company (CONAB) and the Brazilian Institute of Geography and Statistics

(IBGE) The results show the two main producing regions South and Center-West and

that the second crop called safrinha is responsible for increasing national grain

production especially the state of Mato Grosso which is the largest producer of the last

crops

Keywords Agribusiness Corn Agriculture Production Export

Introduccedilatildeo

O Agribusiness brasileiro eacute um dos principais setores da economia nacional e de

fundamental importacircncia para a balanccedila comercial brasileira segundo Souza et al

(2017) As exportaccedilotildees do agronegoacutecio brasileiro no ano de 2016 representaram US$

850 bilhotildees Seu principal mercados foi a Aacutesia com US$ 374 bilhotildees Os compradores

mais importantes foram a China com US$ 208 bilhotildees Uniatildeo Europeia (28 paiacuteses)

com US$ 167 bilhotildees seguida pelos EUA que importaram US$ 63 bilhotildees (DEAGRO

2016)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos USDA (2017) o milho eacute o gratildeo mais cultivado A produccedilatildeo mundial do gratildeo

atingiu 968 milhotildees (t) em 2016 No Brasil o cultivo do milho vem ganhando espaccedilo e

se apresenta como um dos principais segmentos econocircmicos do agronegoacutecio brasileiro

42

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 184

sendo o segundo gratildeo mais exportado Em 2016 os EUA lideraram o ranking mundial

dos principais produtores de milho com 345 milhotildees (t) seguido pela China com 224

milhotildees (t) e o Brasil com 67 milhotildees (t) (DEAGRO 2016) (USDA 2017)

O Brasil tem aproveitado o crescente aumento da demanda mundial pelo milho

visto que o maior produtor mundial os EUA tem destinado parte da sua colheita para

produccedilatildeo de etanol Outro fato que contribui para uma maior participaccedilatildeo do Brasil no

mercado internacional eacute implementaccedilatildeo de novas tecnologias no plantio expansatildeo de

aacutereas plantadas e o aumento da produtividade tem permitido ao Brasil maior

participaccedilatildeo no mercado internacional (CONAB 2017)

Diante deste contexto o presente estudo tem como objetivo invesrtigar a

evoluccedilatildeo da produccedilatildeo brasileira do milho no Brasil principais regiotildees e estados

produtores visando contribuir para para um melhor planejamento logistico de

exportaccedilatildeo tendo as projeccedilotildees de crescimento das exportaccedilotildees do gratildeo no mercado

internacional conforme projeccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura (MAPA 2016)

Para compreender o panorama da produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees

produtoras optou-se por uma pesquisa quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio Para tal

utilizou-se a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutetica (IBGE) e da

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) observando as seacuteries histoacutericas

A produccedilatildeo do milho no brasil

No Brasil o milho eacute cultivado em duas etapas 1ordm e 2ordf safra A regiatildeo Centro-Oeste eacute a

grande responsaacutevel pela produccedilatildeo da segunda safra

Tabela 1 ndash Calendaacuterio agriacutecola milho

Safras Plantio Colheita Produccedilatildeo Nacional

1ordf agosto a dezembro

marccedilo a junho 40

2ordf janeiro a marccedilo junho a setembro

60

43

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 185

Fonte (DEPEC 2017)

Observa-se na tabela 1 a importacircncia da segunda safra tambeacutem conhecida

como safrinha para o calendaacuterio nacional agriacutecola do milho Enquanto que a primeira

safra representa 40 da produccedilatildeo nacional segunda safra eacute responsaacutevel por 60 de

toda a produccedilatildeo brasileira

O fato do plantio da segunda safra ser efetuado logo apoacutes a colheita da soja e no

mesmo local tem permitido uma maior produtividade da safrinha do milho em virtude

do aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes no solo dessas aacutereas de plantio (REIS

et al 2016)

Segundo a CONAB (2017) atraveacutes do acompanhamento da seacuterie histoacuterica da

produccedilatildeo de gratildeos brasileiros iniciado na deacutecada de 70 registram um aumento de

mais de 245 na produccedilatildeo do milho nos uacuteltimos 39 anos Os estudos consideram as

safras de 197677 a 201516 (Fig 1)

Figura 1 - Evoluccedilatildeo produccedilatildeo x aacuterea plantada

Fonte CONAB (2017)

Observa-se na Figura 1 o primeiro registro de produccedilatildeo do gratildeo na safra

197677 com 19 milhotildees (t) produzidas Na safra de 198687 os dados apontam 26

milhotildees (t) Na deacutecada de 90 em especial a safra de 199697 o volume foi de 35

44

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 186

milhotildees (t) Jaacute a safra de 20062007 51 milhotildees (t) apontando um crescimento

exponencial na produccedilatildeo nacional do cereal

Em que pese uma significativa queda na produccedilatildeo da safra 201516 com 214

com 66 milhotildees (t) em comparaccedilatildeo com a safra de 201415 de 84 milhotildees (t) as

estimativas da CONAB indicam uma colheita recorde em torno de 91 milhotildees (t) para

safra 201617

Referente as aacutereas de plantio poucas foram as alteraccedilotildees Os estudos

evidenciaram que no ano de 1976 117 milhotildees hectares eram destinados a plantaccedilatildeo

da cultura do milho no Brasil Comparando com a safra de 201516 houve uma

expansatildeo de 3497 considerando uma aacuterea para cultivo de 159 milhotildees de hectares

Uma meacutedia de 132 milhotildees de hectares disponiacuteveis para o cultivo ao longo da seacuterie

histoacuterica de 40 anos

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias tem contribuido para significativos

patamares de produtividade no Brasil que comprovam que o setor vem se

profissionalizado (Figura 2) As novas tecnologias estatildeo associadas a cultivares de alto

potencial geneacutetico (hiacutebridos simples e triplos) e transgecircnicas espaccedilamento reduzido

associando agrave maior densidade de plantio melhoria na qualidade de sementes controle

quiacutemico de doenccedilas correccedilatildeo de solos (EMBRAPA 2017)

Figura 2 ndash Evoluccedilatildeo produccedilatildeo nacional x produtividade

Fonte CONAB (2017)

Como ilustra a Fig 2 em termos comparativos a safra de 201516 teve uma

produtividade de 4178 kgha cerca de 250 a mais que agrave safra de 197677 onde o

Brasil colheu 1632 kgha As duas safras de maior destaque ao longo da seacuterie histoacuterica

45

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 187

foram a de 201415 com 5396 kgha e de 201213 com 5149 kgha Na meacutedia da seacuterie

histoacuterica houve uma variaccedilatildeo de mais de 33 no aumento da produtividade ao logo

dos 39 anos (Fig 3)

Figura 3 ndash Produtividade nacional por hectare

Fonte CONAB (2017)

Para o IBGE (2017) que pesquisa o ano civil a projeccedilatildeo de colheita da

commodity do milho eacute de 96 milhotildees (t) para o ano de 2017 um crescimento de 52

em relaccedilatildeo a produccedilatildeo do ano 2016 que foi de 63 milhotildees (t) como pode ser

observado na Quadro1

Quadro 1 ndash Produccedilatildeo por regiotildees em milhotildees (t) Estimativas

Regiatildeo 1ordf Safra 2ordf Safra

2016 2017 Var 2016 2017 Var

Norte 946950 1049977 11 938343 1479632 58

Nordeste 2546636 4504929 77 577738 2034857 252

Sudeste 7803609 8545800 10 2263889 3604832 59

Sul 10650820 13866157 30

1049659

4

1382707

3 32

Centro-oeste 2432227 3027537 25

2498661

7

4501634

7 80

1ordf e 2ordf Safra

46

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 188

2016 2017 Var

Brasil 63643423 96957141 523

Fonte IBGE (2017)

Regiotildees produtoras

De acordo com a CONAB (2017) a produccedilatildeo nacional do milho estaacute nas

Regiotildees Sul Centro-Oeste e Sudeste Os cinco principais Estados produtores satildeo por

ordem de grandeza Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais Bahia e Paraacute

Ao longo das quatro deacutecadas a expansatildeo territorial agriacutecola no Brasil tem crescido

significativamente Ateacute as deacutecadas de 1980 e 1990 a produccedilatildeo agriacutecola nacional era

realizada especificamente na regiatildeo Sul do paiacutes

O aumento de demanda pelo gratildeo nacional e a disponibilidade de terras mais

baratas propiciaram o deslocamento da produccedilatildeo da regiatildeo Sul para o norte do Brasil

com destaque regiatildeo Centro-Oeste

Para Caldarelli e Bacchi (2012) outros fatores alavancaram a expansatildeo da

cultura do milho em terras brasileiras Maior rentabilidade do agricultor com a

valorizaccedilatildeo do gratildeo desregulamentaccedilatildeo da economia acordos internacionais com

reduccedilatildeo das tarifas de importaccedilatildeo impulsionaram a produccedilatildeo nacional de gratildeos

colocando o paiacutes a um patamar de maior competitividade

Desse modo pode-se observar uma nova configuraccedilatildeo na produccedilatildeo nacional

bem como nas regiotildees produtoras (Figura 4)

Para CONAB (2017) o aumento da produccedilatildeo estaacute diretamente relacionado a

dois fatores a utilizaccedilatildeo de novas aacutereas agricultaacuteveis em novas fronteiras agriacutecolas e a

implementaccedilatildeo de tecnologias voltadas a promover maior produtividade nas tradicionais

aacutereas de cultivo (Sul e Sudeste)

47

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 189

Figura 4 ndash Produccedilatildeo nacional do milho por regiatildeo

Fonte IBGE (2017)

Conforme ilustrado na Figura 4 a partir de meados da deacutecada de 1980

configura-se uma nova dinacircmica de produccedilatildeo do milho em regiotildees brasileiras

Dados analisados com base no periacuteodo das safras de 199091 a 201516

indicam a regiatildeo Centro-Oeste como maior produtora do gratildeo com crescimento de

520 Em segundo lugar a regiatildeo Norte com 215 de expansatildeo seguida pela Sul

Nordeste e Sudeste com 164 69 e 19 respectivamente

Apesar da regiatildeo Centro-Oeste tem apresentado o maior crescimento em termos

de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maior eficiecircncia em produtividade como

pode ser observado na Figura 5

Figura 5 ndash Produtividade do milho por regiatildeo

48

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 190

Fonte CONAB (2017)

Os estudos observados na Figura 5 indicam a regiatildeo Sul como a maior

produtividade do Brasil foram colhidos 6068 kgha na safra de 201516 Em segundo

lugar no ranking maior produtividade do cereal encontra-se a regiatildeo Sudeste com 4775

kgha seguida pelo Centro-Oeste com 3996 kgha Com exceccedilatildeo a safra de 201112

onde foram colhidos 4953 kgha a regiatildeo Sul se apresenta com o maior iacutendice de

produtividade entre as regiotildees considerando as safras de 200607 a 201516

Principais estados produtores

No que concerne aos principais estados produtores o Paranaacute aparece como o

maior produtor do gratildeo ateacute a safra de 201112 Entretanto a partir da safras seguintes

conforme seacuterie histoacuterica (Fig 6) o Mato Grosso assume o protagonismo no raking dos

maiores produtores do gratildeo com os volumes de 19 18 20 e 15 milhotildees (t) produzidas

nas uacuteltimas quatro safras O que permitiu o impulso da produccedilatildeo no Mato Grosso aleacutem

do aproveitamente das terras produtoras de soja (2ordf safra) a expansatildeo de terras

agricultaacuteveis

Ao longo do acompanhamento da serie historica eacute possivel notar que Paranaacute

dispunha de 2153 milha (197677) contra 2612 milha (201516) uma expansatildeo de

terras de 213 Jaacute o Mato Grosso teve uma expansatildeo de 14366 no mesmo

periacuteodo Suas primeiras terras disponiveis para a cultura do milho era de 542 milha

(197677) contra as atuais 3800 milha (201516)

Figura 6 ndash Principais estados produtores

49

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 191

Fonte CONAB (2017)

Os estudos tambeacutem evidenciaram queda na produtividade dos dois principais

estados produtores considerando a safra de 201516 em relaccedilatildeo a 201415 O Paranaacute

registrou uma queda de 141 contra 339 de estado do Mato Grosso Contudo ao

longo da seacuterie histoacuterica o estado do Paranaacute deteacutem a maior participaccedilatildeo de

produtividade entre os estados produtores

Exportaccedilatildeo

O milho eacute o principal macro ingrediente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal A

suinocultura e a avicultura de corte satildeo os grandes propulsores do consumo nacional

do milho Para Reis et al (2016) o cultivo do milho tem como destino atender a

demanda interna voltada a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal Aleacutem do que o gratildeo supri

tambeacutem a induacutestria alimentiacutecia para consumo humano e outros produtos em gerais O

excedente da produccedilatildeo eacute absorvido pelo mercado internacional

Ainda que os aumentos da produtividade do gratildeo seja expressivo o Brasil natildeo eacute

um exportador tradicional do gratildeo Desse modo a produccedilatildeo brasileira segue a

tendecircncia determinada pelas demandas do mercado domeacutestico apresentando pouca

interaccedilatildeo com o mercado internacional (CALDARELLI e BACCHI 2012)

Dados coletados no portal da Aliceweb apontam que natildeo obstante a queda de

244 nas exportaccedilotildees em relaccedilatildeo ao ano anterior no ano de 2016 o Brasil exportou

21 milhotildees (t) de milho (MDIC 2017)

Figura 7 ndash Dez principais mercados do milho brasileiro

50

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 192

Fonte Trade Map - Trade statistics for international business development (2017)

A Figura 7 ilustra os cinco principais destinos do cereal no ano de 2016 Entre os

principais compradores estatildeo o Iratilde na lideranccedila do ranking com 21 das exportaccedilotildees

Em segundo lugar aparece o Vietnatilde com 13 seguido por Japatildeo Malaacutesia e Coreacuteia do

Sul com 12 7 e 6 respectivamente

Conclusotildees e Perspectivas

Visando descrever o panorama do plantio do milho brasileiro o presente estudo

conclui que de acordo com a seacuterie histoacuterica de 197677 a 201516 a produccedilatildeo nacional

do gratildeo cresceu 2455 Observou-se um incremento de 250 na produtividade no

mesmo periacuteodo tendo uma variaccedilatildeo de aproximadamente de 33 na meacutedia da seacuterie

histoacuterica comparado entre as deacutecadas de colheita Referente as aacutereas de cultivo

houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 saltando de 117 para 159 milhotildees de

hectares de aacutereas destinadas ao cultivo do cereal Aleacutem disso a partir de meado da

deacutecada de 1980 o cultivo do milho se deslocou da regiatildeo Sul e Sudeste para as

regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste Das principais novas fronteiras produtoras do

milho o destaque ficou para a regiatildeo Centro-Oeste com ganhos de produccedilatildeo de 520

Evidentemente a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo No ranking

dos cinco principais estados produtores estatildeo o Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais

Bahia e Paraacute O Paranaacute ateacute a safra de 201112 manteve a lideranccedila absoluta do maior

51

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 193

produtor nacional do gratildeo No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grosso

assumiu a lideranccedila O crescimento das aacutereas disponiveis para plantio justificam a

produccedilatildeo dos dois principais estados produtores O Paranaacute teve uma expansatildeo de

213 ao longo do periodo estudado (19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um

crescimento exponencial 14366 no mesmo periacuteodo Por uacuteltimo o crescimento da

produccedilatildeo da proteina animal e o aumento da demanda mundial pelo milho que nortearaacute

a cadeia produtiva nacional do milho Deste modo os proacuteximos estudos poderatildeo se

concentrar na melhora logiacutestica das principais regiotildees produtoras

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54

42 2ordm Artigo

Artigo aprovado no IFIP Advances in Information and Communication Techno-logy 2017 (Figura 19) Apresentado em Hamburgo (Alemanha) em setembro de 2017

Figura 19 APMS 2017 Hamburg

Brazilian Corn Exports An Analysis of Cargo Flowin Santos and Paranagua Port

Aguinaldo Eduardo de Souza lowast12 Joao Gilberto Mendes dos Reis 13 EmersonRodolfo Abraham 14 and Sivanilza Teixeira Machado 5

1 Paulista University - UNIP PPGEP Sao Paulo Brazil2 UNIBR Sao Vicente Brazil

3 UFGD PPGA Dourados Brazil4 Metodista University Sao Bernardo do Campo Brazil

5 Federal Institute of Sao Paulo Suzano BrazillowastCorresponding author souzaeduaguinaldogmailcom

Abstract The worldrsquos population is projected to increase to 9 billion till2050 increasing feed demand Corn is one of the most important grains infood supply chains (FSC) and growers have an essential role This articleaims to investigate the flow of Brazilian corn among origin main portsand international markets to address a panorama of corn production inBrazil With this objective we collected data from the Brazilian Ministryof Industry and Foreign Trade and we analyzed this data using SocialNetwork Analysis (SNA) tools The results showed that corn exports inBrazil use two main ports with Santos being the most important one

Keywords Logistics middot Corn production middot Exports middot International market

1 Introduction

It is forecasted that the world trade of corn will reach newer heights boostedby a stronger demand for feed Currently the United States and China are themain growers but Brazil has been considered a new frontier and occupies thethird place [1] Despite the important role of China in production over the lastfive years around 83 of export was associated with the US Brazil Argentinaand Ukraine This distinctly indicates a huge internal market in China and thepotential business opportunities for producers in the US and Brazil

The United Nations expects the world population to increase to 9725 bil-lion by 2050 [2] this implies a challenge for the global leaders to raise foodproduction and at the same time to preserve the environment and local marketproduction In this manner Brazil appears to be a major player in commodityproduction to feed the world In case of corn for instance projections show anincrease in Brazilian exports of 524 until 2026 In numbers the country isexpected to reach 463 million metric tonnes (mt) per year [3]

Although Brazil has high productivity and a high quantity of available landthe flow of commodities export depends on few routes and ports that entail

55

2 Souza et al

logistics bottlenecks For example Reis et al [2] argue that poor logistics ofBrazilian infrastructure increases the inland freight of soybean in comparisonwith the US by 146 Moreover Galvao et al [4] [5] showed that Brazilianports cargo flow grew significantly around 42 from 2001 to 2011 reaching886 million (mt) in 2011 this was mainly solid bulk cargo

Regarding Brazilian ports Santos (Sao Paulo) and Paranagua (Parana) arethe major corn exporters with 665 million (mt) between 2012 and 2016 Thecorn flow concentration creates logistics bottlenecks such as extensive trucklines to unload cargo and low static storage capacity Rodrigues [6] affirms thatlogistics management adopts a systematic cost approach based on parameterssuch as cost time and service quality level Therefore analyzing the flow ofcorn production is very important for developing a plan to improve the logisticsinfrastructure of major corridors

This article aims to analyze the Brazilian corn routes and exports for un-derstanding the current scenario and for providing knowledge to develop fu-ture plans for improving logistics operation Thus we address the flows of cornamong the six main growers of the country to two main ports of Brazil and tothe international market

2 Brazilian Ports

Brazil has a continental dimension with an extensive coastline for this reasonsea shipping is relevant to the social and economic development of the coun-try [4] Brazilian port sector is divided into two categories first the port sectorthat is composed of 37 seaports managed by the federal government the sec-ond category that is composed of 122 inland port facilities management by theMinistry of Transport [7]

The cargo flow in Brazilrsquos seaports in 2016 was 998068 million (mt) wherethe main international traffic was dry bulk of upto 628700 million (mt) liquidbulk of upto 218000 with million (mt) general cargo of upto 51300 million(t) and containers of upto 100100 million (mt) [9]

21 Santos Port

Santos is Brazilrsquos larger port In 2006 it represented around 285 of the bal-ance of trade of the country Its operations reached 1138 million (mt) [10] TheFig 1 shows the numbers of Santos Port (Price FOB in US billion dollars)

The illustrative evidence in Fig 2 suggests the great relevance of SantosPort among the 37 Brazilian ports Nowadays it is the main port of the countrywith 4520 ships being docked in 2016 Furthermore this port is considered asbeing one of the biggest ports in Latin America in terms of container flow in2015 [11]

Accessibility is the main factor that attracts cargo to the Santos Port Theport has a link with the main roadways Moreover it is connected to Tiete-Parana inland waterways by railway that facilitates a large-scale movement ofcommodities

56

Brazilian Corn Exports 3

Fig 1 Participation of Santos Port in Brazilian Balance of Trade (SourceAdapted of [10])

In addition the areas dependent on Santos Port represents 67 of Brazil-ian GDP including states such as Sao Paulo Minas Gerais Mato Grosso MatoGrosso do Sul and Goias e o Distrito Federal These states are responsible for56 of Brazilian balance of trade [10]

22 Paranagua Port

According to the Administration of Paranagua Port and Antonina - APPA [12]the Paranagua Port has 3581 meters of wharfs and 23 berths It is among thefive main Brazilian ports in relation to the flow of goods The port in 2016moved 45045 million (mt) and it has the capacity to receive 1909 vessels Thethree main cargo were as follows containers (8231 million (mt)) fertilizers(8227 million (mt)) and soybean (7950 million (mt)) [9]

Additionally the Paranagua portrsquos balance of trade was around 76 im-mediately after Santos which as mentioned earlier lead the ranking with astriking difference of 285 [10] Fig 2 demonstrates the flow in the port be-tween 2012 and 2016 (Price FOB in US million dollars)

3 Methodology

For understanding the flow of Brazilrsquos corn exports and the role of Santos Port(Sao Paulo state) we conducted an exploratory research and comparison be-tween the Santos Port and the major Brazilian port competitor Paranagua TheFig 3 displays the location of these ports and the main origin routes

Santos and Paranagua were chosen because they represent around 50 ofvolume exported by the country To perform this study we follow the followingthree steps

57

4 Souza et al

Fig 2 Participation of Paranagua Port in the Brazilian balance of trade (SourceAdapted of [10])

Fig 3 Main Corn Corridors 2016

First Data Collection Data were collected from the Brazilian Ministry of In-dustry and Foreign Trade using the Foreign Trade Information Analysis System(ALICEWEB) The Aliceweb provided us information regarding the volume ofcorn exported by grower states such as Goias Parana Sao Paulo Minas GeraisMato Grosso do Sul Rio Grande do Sul and Mato GrossoSecond database procedure We selected ten major destinations for Brazilrsquoscorn as per the state of origin This allowed us to observe 38 relations amongplayers The data were organized considering the state of origin the port of ori-gin and the country of destination The relationships were created consideringthe corn flow of growers to the ports and them to countriesThird Analysis Using the Social Network Analysis (SNA) tools Ucinet 60 andNetdraw plotted the graphs of the corn networks considering exports flow us-

58

Brazilian Corn Exports 5

ing Santos Port Paranagua Port and both of them together This helped us tocreate a flow map regarding the corridors of exportations and also to analyzecorn traffic

4 Results

Santos and Paranagua ports are established as major corridors for corn exportsin Brazil Both moved around 665 million (mt) between 2012 and 2016 (Fig 4)Together Santos and Paranagua Ports deal with 8148 and 1852 of Brazilrsquoscorn respectively

Fig 4 Cargo Flow in Million of Metric Tonnes to Santos and Paranagua Ports(Source Adapted of [13])

The origin of cargo flow can be observed in Mato Grosso Mato Grosso doSul Goias Parana Minas Gerais and Sao Paulo e Rio Grande do Sul As men-tioned earlier in the methodology section the volume of corn among thesestates and Ports of Santos and Paranagua are organized in Microsoft Excel andare entered in the Ucinet 60 software Using the module Netdraw was possibleto provide that networks to infer some analysis presented in the next subsec-tions

41 International Traffic Considering Both Ports

The Fig 5 depict the corn flow considering the network as a whole including allthe states ports and destination Herein we gather the countries of destinationin the continents to facilitate visualization

As can be seen in Fig 5 Mato Grosso is the main grower with 8285 million(mt) flowing to Santos and Paranagua The distance that needs to be covered toreach both ports is almost the same but the Santos route especially the railroadservice is more developed than the Paranagua route As a result this is directlyresponsible for the highest cargo flow to Santos

59

6 Souza et al

Fig 5 Corn Flow among Brazilian States Ports of Santos and Paranagua andContinents of Destination

On the other hand Mato Grosso do Sul represents the second volume ofcorn to be exported with 1530 million (mt) distributed equitably between bothports The geographical position of the state with a dependence of roadwaytransportation allows Mato Grosso do Sul to use the ports indistinctly They arelocated at the same distance of about 1100 kilometers

The destination of Brazilian corn as per continent was also analyzed Our re-sults indicate the following percentages Asia (6173) Middle-East (2988)Africa (594) Europe (218) and America (027) Vietnam boosted theflow in Asia while the Middle-East distinctly depended on import of agricul-tural products both constituting the most important markets of Brazil

42 Santos

The Fig 6 depicts the corn flow considering the network of Santos PortAs illustrated in Fig 1 Santos moved 10629 million (mt) of corn in 2016

The main exporters via Santos were Mato Grosso (7498) followed by Goias(1282) Mato Grosso do Sul (609) Sao Paulo (428) Parana (118) andMinas Gerais (066) It is possible to note that despite 6085 of the vol-ume being exported to the Asian continent (Taiwan Indonesia Japan VietnamSouth Korea and Bangladesh) Iran and Middle-East were highlighted within2903 of the volume of corn exported by Santos

43 Paranagua

The Fig 7 depicts the corn flow considering the network of Paranagua Port

60

Brazilian Corn Exports 7

Fig 6 Corn Flow by Santos Corridor

Fig 7 Corn Flow by Paranagua Corridor

Based on Fig 7 it is noticeable that Paranagua in 2016 exported 2415million (mt) The state of Parana (4570) lead the export followed by MatoGrosso do Sul (3657) and Mato Grosso (1307) Among the 16 main buyershighlighted were Vietnam (2429) and Japan (1871) Other states repre-sent 570 of imports In relation to continents the most important were Asia(6562) followed by Europe (1175) Middle-East (1173) Africa (945)and America (144)

61

8 Souza et al

5 Discussion

We found that Santos Port is the major corridor that exports Brazilian cornproduction with a cargo volume that is almost three times more than that ofParanagua Santos is undoubtedly the biggest port of Latin America and it hasthe largest infrastructure associated with the main Brazilian corridors of com-modities exports

However despite the advancement of the Port Modernization Act (8630of 1993) and the new regulatory framework of the port sector (12815 of 2013)that have the objective of providing more agility and modernizing the sector re-ducing the costs of transactions [45] port infrastructure and the quality of ser-vices remain issues that affect the agricultural production of the country [14]According to data by the World Economic Forum pertaining to the Brazilianport infrastructure compared with the main exporters of corn and soybeansBrazil was the 122nd position among 144 evaluated countries [14]

Our current findings expand previous work regarding the Brazilian agri-business sector and logistics infrastructure this allows the identification of thecorn flow to the main international markets of Brazil using quantitative data

In spite of this article being an exploratory analysis it permits the identi-fication of a pathway for future studies to improve the bulk of cargo flow Theresults showed that Santos and Paranagua are the main routes of corn exportsand constitute a logistics operations bottleneck for the international traffic ofthis important feed This is especially true for Santos because it is the major ex-porter of commodities and many other products It is also Brazilrsquos main accessto the international market

Some authors such as Marlow and Casaca [15] Vieira et al [16] and theBrazilian National Transport Confederation [14] identified many issues thatmake exporting difficult further they provided the following aspects and op-portunities to improve Santos Port

ndash Maritime access Lack of dredging and overthrow of access channels anddocking berths making access of large ships difficult

ndash Territorial Access Traffic jam and limited availability of railroadsndash Low productivity Obsolete equipment and lack of availability of equipment

and facilitiesndash Burocracy Greater agility in cargo clearance at ports mooring single win-

dow paperless port to boost delivery of documentsndash Information flow Multiple systems to manage the operations loss-making

media channel hindering the customer response time

6 Conclusions and Outlook

The objective of this study was to describe the logistical corn flow of exportsmoreover it was possible to conclude that the Midwestern region was the maincorn export region of Brazil Additionally it was noticeable that the flow of

62

Brazilian Corn Exports 9

grain to the international market is concentrated in Santos and Paranagua Itwas also found that Asia is the main destination for exports of corn followedby the Middle East However Iran is the largest purchaser of Brazilian cornfollowed by Vietnam

Finally the concentration of two routes generates logistics bottlenecks inboth ports creating a traffic jam low static capacity and overuse of the portcapacity Thus the subsequent studies will concentrate on simulating the ca-pacity of Santos and Paranagua Ports to lead with commodities exports andopportunities to improve Brazilian logistics infrastructure

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63

64

43 3ordm Artigo

Artigo submetido na revista International Journal of Shipping and Transport Lo-gistics O artigo natildeo estaacute apresentado pois se encontra em avaliaccedilatildeo

65

44 4ordm Artigo

Artigo aprovado na Logistics Challenges in the n the New Economy Sharingand Interconnected Industry ndash NETLOG 2018 (20) Apresentado em Satildeo Paulo (Brasil)nos dias 05 a 06 de junho de 2018

Figura 20 NETLOG 2018

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

SIMULACcedilAtildeO DE OPERACcedilOtildeES DE GRAtildeOS EM UM

TERMINAL PORTUAacuteRIO

Aguinaldo Eduardo de Souzasup1 Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis sup2 Emerson Rodolfo Abrahamsup3 Renato

Maacutercio dos Santos 4 Matheus Palmieri Gobbetti5

sup1 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil souzaeduaguinaldogmailcom

sup2 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil joaoreisdocenteunipbr

3 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil emersonabrahamstrictounipbr

4 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil renatodnadosabercombr

5 FATEC RUBENS LARA Santos Brasil gobbettimatheusgmailcom

Resumo O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia no Brasil e de suma importacircncia para a

balanccedila comercial brasileira Neste cenaacuterio a exportaccedilatildeo de gratildeos coloca o Brasil em uma posiccedilatildeo privilegiada no

comeacutercio internacional de commodities agriacutecolas Em 2017 o milho foi o principal responsaacutevel pela alta

performance do setor com o crescimento de 13 O gratildeo protagonizou no ano de 2017 a produccedilatildeo de 97 milhotildees

(t) O objetivo deste artigo eacute investigar eventuais gargalos logiacutesticos na operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento

do milho no complexo portuaacuterio de Santos Para tanto optou-se por estudar os referidos processos em um terminal

portuaacuterio de exportaccedilatildeo aqui denominado Terminal A utilizando-se de simulaccedilatildeo Os resultados apresentam duas

operaccedilotildees distintas a chegada do gratildeo no terminal por ferrovia (vagatildeo) e a chegada por rodovia (caminhatildeo) e

apontam potenciais gargalos operacionais

Palavra-chave Simulaccedilatildeo Terminal Portuaacuterio Armazenagem Ferrovia Rodovia e Milho

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro se destaca como o segmento que mais contribui para a economia

nacional respondendo por frac14 do Produto Interno Bruto - PIB (Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA 2018) Dados estatiacutesticos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica - IBGE revelam um crescimento no segmento de 13 no ano de 2017

Os gratildeos foram os principais responsaacuteveis pelo desempenho do setor com destaque absoluto

para a cultura do milho Em 2017 a colheita nacional do cereal atingiu o volume de 97 milhotildees

(t) um extraordinaacuterio aumento de 552 em relaccedilatildeo ao ano anterior que fechou com 67 milhotildees

(t) produzidas (IBGE 2018a) (Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior

MDIC 2018a)

O Brasil tem ocupado posiccedilatildeo de destaque na produccedilatildeo mundial do milho (Reis et al 2016)

Para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos ndash USDA na safra de 201617 o paiacutes

ocupou a terceira posiccedilatildeo no ranking mundial dos maiores produtores com a colheita de 98

milhotildees (t) atraacutes da China 219 milhotildees (t) e Estados Unidos 384 milhotildees (t) (USDA 2018)

De fato o uso de novas tecnologias associadas a cultivares de alto potencial geneacutetico e

transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maior densidade de plantio

66

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

contribuiacuteram para o incremento da produccedilatildeo brasileira do milho (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA 2018) Contudo por vezes a eficiecircncia produtiva

alcanccedilada traduzida em competitividade eacute comprometida no momento do escoamento do gratildeo

Alguns estudos observam os impactos negativos a competitividade dos produtos brasileiros

relacionados aos gargalos logiacutesticos devido a ineficiecircncia operacional e infraestrutura

deficitaacuteria (Dubke 2006 Wanke e Hijjar 2009 Hilsdorf e Nogueira Neto 2015 Confederaccedilatildeo

Nacional dos Transportes ndash CNT 2018)

Considerando o estudo do Departamento de Agronegoacutecio - DEAGRO que projeta um

crescimentos de 75 para safra de 20262027 nas exportaccedilotildees do milho nacional (FIESP

2017) os terminais portuaacuterios principal porta de saiacuteda das commodities agriacutecolas em especial

o milho objeto deste estudo estatildeo preparados para responderem as crescentes demandas do

mercado internacional Neste sentido observa-se que a pesquisa operacional e a simulaccedilatildeo

podem auxiliar no processo decisoacuterio das organizaccedilotildees A pesquisa operacional lida com

problemas de como conduzir e coordenar certas operaccedilotildees (Moreira 2017) Enquanto que a

aplicaccedilatildeo de simulaccedilatildeo em um evento operacional permite analisar teorias e hipoacuteteses em

relaccedilatildeo a vaacuterios cenaacuterios (Filho 2008)

Diante do exposto o presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento de gratildeos de milho Decidiu-se pela escolha de um terminal mariacutetimo de

exportaccedilatildeo no Porto de Santos aqui denominado Terminal A O objetivo da simulaccedilatildeo eacute

dimensionar a capacidade operacional do Terminal A no que concerne recebimento e

armazenagem

Em razatildeo disso realizou-se uma pesquisa exploratoacuteria e quantitativa atraveacutes de coleta de dados

no proacuteprio terminal Em seguida optou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica

2 Referencial teoacuterico

21 Transporte Mariacutetimo

O transporte eacute considerado fator fundamental para a logiacutestica internacional A logiacutestica sendo

um processo que coordena o fluxo de bens em uma cadeia de suprimentos sem a existecircncia do

transportes o fluxo de bens seria inviabilizados (Reis et al 2015)

Responsaacutevel por mais de 90 do fluxo de cargas do comeacutercio internacional o transporte

mariacutetimo eacute a chave para economia global (Keedi 2010 David e Stewart 2010) No Brasil devido

a suas dimensotildees continentais e o extenso litoral o transporte mariacutetimo eacute de vital importacircncia

para o desenvolvimento social do paiacutes (Souza et al 2017) Deste modo os terminais portuaacuterios

juntamente e as estruturas portuaacuterias exercem papel fundamental no comeacutercio internacional

principalmente no que concerne ao escoamento do agronegoacutecio brasileiro tendo em vista que

o Brasil eacute um dos principais exportadores mundiais de gratildeos (IBGE 2018b)

A infraestrutura do sistema portuaacuterio compreende vaacuterios subsistemas que por vezes estatildeo

interconectados tendo relaccedilatildeo com o tipo de navios e cargas movimentas por ele (David e

Stewart 2010)

67

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

A existecircncia dos portos estaacute diretamente ligada a atender demandas do serviccedilo de transporte

(frete armazenagem movimentaccedilatildeo transbordo etc) e navios (piacuteeres abastecimento reparos

etc) O porto atua como interface entre o transporte internacional e o transporte domeacutestico

Handabaka (1994) e Barros (2013) considerada que os portos satildeos instalaccedilotildees fiacutesicas que

desempenham o papel de movimentaccedilatildeo de cargas transbordo de cargas entre modais e

consolidaccedilatildeo de cargas

Para Alfredini e Arasaki (2009) o porto eacute um elo importante na cadeia logiacutestica e pode ser

caracterizado como terminal multimodal ligado a abrigo profundidade e acessibilidade canal

de acesso bacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ou

aquaviaacuterios

22 Terminal Portuaacuterio

Terminais satildeo pontos nodais de um sistema de transportes onde ocorrem entrada e saiacuteda de

cargas e veiacuteculos neste sistema (Fig 1) Neste ambiente se processam transferecircncias entre

modais Um terminal pode ter atividades voltada a um ou mais tipo especiacutefico de carga

chamado terminais multiuso

De acordo com Magalhatildees (2016) na perspectiva de engenharia de transportes o conceito de

terminal engloba todas as instalaccedilotildees onde inicia ou se encerra um processo de transporte Jaacute o

terminal portuaacuterio o autor conceitua como instalaccedilotildees voltada para atendimento de navios e

cargas especializadas podendo ser instalaccedilotildees isoladas ou natildeo Ainda Magalhatildees (2016)

terminal portuaacuterio deve dispor de infraestrutura especiacutefica considerando tipos de embarcaccedilatildeo e

tipos de carga demandando assim estrutura adequada para embarquedesembarque estocagem

recebimento entrega etc

Dentre os tipos de carga movimentada por um terminal portuaacuterio pode-se destacar contecircineres

roll-on roll-off carga geral solta e unitizada graneacuteis liacutequidos e soacutelidos etc (Barros 2013)

Figura 1 ndash Processo de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo em um terminal portuaacuterio

Fonte Adaptado (Kim e Guumlnther 2007)

Exterior Navio

Embarque

Descarga

Pre-stacking Armazenagem

Ferrovia

Rodovia

Interior

68

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

23 Simulaccedilatildeo

Em computaccedilatildeo um modelo de simulaccedilatildeo eacute uma abstraccedilatildeo simplificada da realidade utilizado

para representar o funcionamento de algum sistema (Varajatildeo et al 2010 Cauchick e Fleury

2012 Chwif e Medina 2015) Os sistemas satildeo compostos por partes componentes que

interagem entre si no intuito de se atingir algum propoacutesito (Varajatildeo et al 2010) esses podem

ser naturais ou elaborados pelo ser humano tais como sistemas logiacutesticos processos

produtivos redes de empresas entre outros

Embora um modelo ser uma abstraccedilatildeo simplificada deve conter os elementos necessaacuterios para

se representar o sistema real pois serviraacute para a auxiliar nas tomadas de decisotildees compreender

os ambientes estudados e identificar problemas (Cauchick e Fleury 2012)

Apesar de sua grande importacircncia e utilizaccedilatildeo em diversos campos do conhecimento Chwif e

Medina (2015) esclarecem que a simulaccedilatildeo natildeo pode prever o futuro e sim o comportamento

de um sistema desse modo natildeo substitui o pensamento inteligente aleacutem disso a simulaccedilatildeo eacute

uma ferramenta de anaacutelise de cenaacuterios e pode ser utilizada em conjunto com recursos de

otimizaccedilatildeo mas natildeo eacute em si mesma uma ferramenta de otimizaccedilatildeo

Entre as diversas aplicaccedilotildees da simulaccedilatildeo na logiacutestica em geral pode-se verificar qual a melhor

poliacutetica de transporte distribuiccedilatildeo e estocagem em toda a cadeia desde a produccedilatildeo ateacute o

consumidor final Mais especificamente em uma operaccedilatildeo portuaacuteria se o nuacutemero de

equipamentos e homens eacute necessaacuterio para carregar e descarregar navios entre outras aplicaccedilotildees

(Chwif e Medina 2015)

3 Metodologia

Com objetivo de compreender eventuais gargalos logiacutesticos em um terminal portuaacuterio optou-

se por aplicar um modelo de simulaccedilatildeo visando dimensionar a capacidade operacional e o niacutevel

de resposta para futuras demandas Portanto decidiu-se pelo modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica O presente estudo foi realizado em trecircs

etapas

Primeira Coleta de Dados Os dados foram extraiacutedos do sistema de controle do proacuteprio

Terminal A disponibilizado pela gerecircncia de operaccedilotildees Nestes dados estatildeo contidas

informaccedilotildees acerca das operaccedilotildees no terminal

Segunda Tratamento de dados Os dados foram selecionados por tipo de evento rodoviaacuterio e

ferroviaacuterio levando em consideraccedilatildeo trecircs meses de maior pico de demanda do milho (agosto

setembro e outubro) Em seguida realizou-se o levantamento de tempo de operaccedilatildeo de cada

evento (Fig 3 e Fig 4) considerando e meacutedia ponderada e o desvio padratildeo

Terceira Processo de simulaccedilatildeo Apoacutes aferimento de tempo de cada processo aplicou-se o

modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg considerando o horizonte de cenaacuterio de um ano

69

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

Figura 2 - Evento completo - Ferroviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

Figura 3 - Evento completo - Rodoviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

4 Estudo de Caso

O Terminal A eacute um terminal portuaacuterio especializado em granel soacutelido que opera no Porto de

Santos Possui uma aacuterea de mais de 300 mil m2 composta por acesso rodoferroviaacuterio dois gates

uma entrada e outro saiacuteda duas moegas ferroviaacuterias dois tombadores para descarga de

caminhotildees piacuteer de atracaccedilatildeo para navios correia transportadora e dois armazeacutens graneleiros

com capacidade estaacutetica de 108 mil (t) cada um Sua infraestrutura eacute voltada para embarque de

commodities agriacutecolas com destaque para o milho objeto de estudo desta pesquisa de

simulaccedilatildeo

Dados coletados atraveacutes da gerecircncia de operaccedilatildeo do Terminal A atestam que para estocagem

mensal do milho eacute necessaacuterio frac34 da capacidade estaacutetica total ou seja 162 mil (t) tendo em vista

a capacidade total de armazenagem do terminal eacute de 216 mil (t)

Em 2016 observou-se que 52 dos 218 milhotildees (t) milho nacional exportado foi escoado pelo

Porto de Santos 112 milhotildees (t) (MDIC 2018b) Deste montante cerca de 20 de todo volume

escoado pelo porto santista foi movimentado pelo Terminal A cerca de 22 milhotildees (t)

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

1ordf Processo ldquoChegada no terminalmoega (2) coleta de

amostras pesagem e descargardquo

3ordf Processo ldquoSaiacuteda coleta de

amostras chegada descarga

tombador (2)rdquo

1ordf Processo ldquoSaiacuteda paacutetio

regulador chegada

terminalrdquo

2ordf Processo ldquoSaiacuteda gate in

pesado chegada para coleta

de amostrasrdquo

70

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

5 Discussatildeo e Resultados

51 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Vagotildees

No montante total de recebimento e armazenamento do milho a operaccedilatildeo de vagatildeo representa

80 de toda movimentaccedilatildeo do terminal Nesta operaccedilatildeo (Fig 2) denominado ldquoeventordquo para

efeito da simulaccedilatildeo no ARENAreg (Fig 4) observa-se apenas um processo

O processo inicia-se com a chegada das composiccedilotildees no terminal que satildeo enviadas diretamente

para a moegas para o descarregamento dos vagotildees Vale ressaltar que os processos de pesagem

e a coleta de amostras satildeo efetuados simultaneamente com a descarga

Figura 4 ndash Simulaccedilatildeo vagotildees

Fonte ARENAreg

Tabela 1 - Indicadores de Performance

Vagotildees Utilizaccedilatildeo

recurso Vagotildees na fila

Tempo vagotildees na fila

(horas)

Total

vagotildees

Entrada Saiacuteda Moega

1

Moega

2

Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo 6

60

62

2718 2717 34 68 002 000 300 007 000 429

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Como ilustra a Tabela 1 os resultados da simulaccedilatildeo indicaram a saiacuteda de 2717 vagotildees A taxa

de ocupaccedilatildeo meacutedia das moegas foram de 34 na moega 1 e 68 na moega 2 Pocircde-se observar

ainda que apesar de vaacuterios vagotildees entrarem direto para descarga sem espera em meacutedia 002

vagatildeo aguardou na fila alcanccedilando assim a meacutedia maacutexima de 3 vagotildees na fila de espera Acerca

do tempo de espera a meacutedia ficou em 007 horas com maacuteximo de 429 horas de espera No

periacuteodo simulado (1 ano) foi registrado 66062 vagotildees descarregados

52 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Caminhotildees

Enquanto 80 das operaccedilotildees do terminal tem sua origem na ferrovia os caminhotildees

representam 20 de toda a operaccedilatildeo sendo que 70 deste volume eacute composto pelo veiacuteculo

bitrem (2 semi rebocadores acoplados entre si) A operaccedilatildeo completa deste ldquoeventordquo para efeito

71

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da simulaccedilatildeo (Fig5) no ARENAreg eacute composta por trecircs processos a) saiacuteda paacutetio

reguladorchegada no terminal (gate) b) saiacuteda gatechegada de coleta amostras c) saiacuteda coletas

de amostraschegada nos tombadores para descarga (Fig 3)

Figura 5 ndash Simulaccedilatildeo caminhatildeo

Fonte ARENAreg

Tabela 2 - Indicadores de Performance

Caminhotildees Utilizaccedilatildeo recursos Caminhotildees na fila Tempo caminhotildees

na fila (horas) Total

Entrada Saiacuteda Tombadores Pessoas Gate Meacutedia Min Maacutex Meacutedia Min Maacutex

63

39

2735 2734 47 2 67 007 000 400 016 000 575

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Os resultados observados na Tabela 2 indicam que dos 2735 veiacuteculos que entraram 2734

saiacuteram ficando em meacutedia 007 caminhotildees aguardando na fila chegando a 4 caminhotildees na

meacutedia maacutexima No que se refere aos recursos os resultados apontaram que o gate eacute o recurso

mais exigidos na operaccedilatildeo com taxa de uso de mais de 67 seguido pelos tombadores que

juntos representaram uma taxa de uso de 47 Jaacute o uso do recurso pessoas ficou em 2 No

que se refere ao tempo de espera 016 horas a meacutedia chegando a 575 horas maacutexima de espera

por caminhatildeo Um total de 6339 veiacuteculos foram descarregados no final da simulaccedilatildeo (1 ano)

sendo 5330 bitrem e 1069 caminhotildees

6 CONCLUSOtildeES

O presente estudo teve como objetivo principal simular uma operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento do milho de modo a mapear eventuais gargalos operacionais deste processo

no Terminal A Com isso foi possiacutevel observar que dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute

a operaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Em que pese na

operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34 moega 1 e 68 moega

72

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel a gargalos O estudo identificou na

operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos recursos de 67 no gate e 47 nos tombadores

Desta maneira pode-se concluir que apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do

terminal se as perspectivas de aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o

Terminal A estaraacute diante de um iminente gargalo operacional Portanto os resultados indicam

a necessidade de investimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o

aumento crescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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75

76

5 Discussatildeo (Artigos)

Os quatro artigos dessa dissertaccedilatildeo buscaram atender os objetivos especiacuteficosapresentados no capiacutetulo 1 O objetivo geral da dissertaccedilatildeo de analisar os fluxos deexportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica do Porto de Santos com basena movimentaccedilatildeo de um terminal exportador de gratildeos de milho eacute verificado pelosquatro artigos cujo a soma busca responder o objetivo Os resultados foram discutidosde forma ampla no conjunto deste trabalho

O primeiro artigo teve caraacuteter exploratoacuterio ou seja buscou apresentar um pa-norama da produccedilatildeo de milho no Brasil de modo a permitir entender a importacircncia dacultura e o seu impacto para o paiacutes Essa anaacutelise eacute relevante pois permite ao pesqui-sador um conhecimento da aacuterea de estudo O artigo foi essencialmente bibliograacuteficocom base em estudos anteriores

Essa pesquisa contribuiu para a justificativa do presente estudo em que seconstatou a relevacircncia da produccedilatildeo nacional e o destaque do cereal para o comeacutercioexterior brasileiro visto que eacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil

O segundo artigo da dissertaccedilatildeo permitiu constatar a importacircncia da do Portode Santos para a logiacutestica de exportaccedilatildeo do cereal tendo como principal exportadoro estado do Mato Grosso maior produtor nacional do milho

Verificou-se a Aacutesia e Oriente Meacutedio como os principais mercados do milhomato-grossense justificando o maior volume de movimentaccedilatildeo do milho na plataformaportuaacuteria de Santos natildeo soacute devido a sua capacidade operacional por possuir seteterminais especifico que operam gratildeos mas tambeacutem pela disponibilidade de rotasmariacutetimas que o porto oferece

O artigo permitiu ainda evidenciar o papel do Porto de Santos bem superior aosegundo lugar o Porto de Paranaguaacute Esses resultados permitiram concluir que umaumento no volume de exportaccedilotildees necessariamente passariam por Santos e umaanaacutelise mais detalhada deste seria necessaacuteria

O proacuteximo passo da pesquisa constitui em encontrar uma forma de mensurar opapel do porto de Santos e sua capacidade de atender uma demanda maior Assimutilizaram-se dados oficiais e modelos de previsatildeo para estabelecer uma tendecircncia decrescimento das exportaccedilotildees do milho brasileiro e seu respectivo volume no Porto deSantos Para capacidade estaacutetica em atender essas flutuaccedilotildees utilizou-se de dadosde um dos principais terminais de gratildeos do porto que disponibilizou as informaccedilotildeesnecessaacuterias para o estudo

Esta pesquisa foi de caraacuteter quantitativo permitindo analisar se o Terminal Atem capacidade operacional para atender as novas demandas de crescimento no fluxo

77

de exportaccedilatildeo do milhoAs previsotildees apresentadas no artigo sinalizaram um deacuteficit na capacidade es-

taacutetica de armazenagem para os proacuteximos cinco anos (20172021) com 39 5775 94 e 115 respectivamente no Terminal A e um consequentemente deacuteficit noPorto de Santos

Por fim uma ultima anaacutelise complementar foi realizada para verificar os impac-tos da entrada desse milho nas operaccedilotildees do terminal A A anaacutelise se concentrou nasoperaccedilotildees de recebimento e armazenagem do milho para posterior embarque E entreas duas operaccedilotildees (rodoviaacuterioferroviaacuterio) a taxa de uso dos recursos dos caminhotildeeseacute mais elevada do que dos vagotildees apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representarapenas 20 do terminal

Os resultados dos artigos III e IV indicaram que caso se concretize a projeccedilatildeodo aumento de demanda internacional pelo milho brasileiro o Porto de Santos e oTerminal A estaratildeo diante de eventuais gargalos operacionais Desta maneira haacute ne-cessidade de ampliar a estrutura de capacidade estaacutetica de armazenagem bem comoos recursos utilizados para o recebimento do milho atraveacutes do modal rodoviaacuterio

78

6 Propostas para Trabalhos Futuros

Com advento da globalizaccedilatildeo da economia o niacutevel competitivo de um paiacutes estaacutena sua capacidade em escoar mateacuterias-primas e produtos Dessa maneira as plata-formas portuaacuterias satildeo fundamentais para a cadeia logiacutestica como para a eficiecircncia deseus serviccedilos As praacuteticas de como o porto se integra e sua a capacidade de gerarvalor para a cadeia eacute fator decisoacuterio para a competitividade dos paiacuteses no mercadointernacional

As commodities agriacutecolas se caracterizam por produtos de alta volatilidadebaixo valor agregado margens apertadas e transporte ineficiente Isso evidencia aindamais a importacircncia da logiacutestica portuaacuteria para ganho de valor competitivo O sistemaportuaacuterio brasileiro tem papel fundamental na ordem econocircmica do Brasil sobretudonas operaccedilotildees de exportaccedilatildeo dos produtos agriacutecolas

Diante do exposto o presente estudo poderaacute subsidiar novas pesquisas quecontribuiratildeo para o aumento da competitividade do milho brasileiro no mercado glo-bal Recomenda-se um estudo voltado para o desenvolvimento de indicadores dedesempenho operacional portuaacuterio para auxiliar o exportador brasileiro na tomada dedecisatildeo no momento da escolha do porto mais eficiente para escoamento do gratildeo

79

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Page 6: Dissertação - Aguinaldo Eduardo de Souza - Programa de ...repositorio.unip.br/.../eng_aguinaldoeduardodesouza.pdfDissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Engenharia de

ii

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pelas oportunidades por tudo que sou e tudo que tenhoAo professor orientador Dr Joatildeo Gilberto Mendes do Reis pela confianccedila e

dedicaccedilatildeo Pelos seus conhecimentos disseminados e acima de tudo pelo respeitoque pautaram nossos encontros

A Roberta Sobral Pinto pela compreensatildeo e carinhoA toda a minha famiacutelia Ao meu pai Aguinaldo Eduardo Gomes A minha que-

rida matildee Maria de Lourdes de Souza exemplo de feacute perseveranccedila e dignidadeAos professores do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo

sob a sabia orientaccedilatildeo do professor Dr Oduvaldo Vendrametto que permite um am-biente humanizado

Aos colegas do mestrado pelas manifestaccedilotildees de carinho traduzidas em incon-dicional colaboraccedilatildeo e acolhimento do amigos Emerson Rodolfo Abraham e AtaiacutedePereira Cardoso Junior

Ao Marcos Tokimatsu Khalil pelo apoio permitindo o acesso a suas operaccedilotildeeslogiacutesticas

Ao amigo Juacutelio Cesar Raymundo pelo incentivoAo apoio financeiro da Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel

Superior (CAPES)Por fim a todos que direta e indiretamente experienciaram esta jornada comigo

eterna gratidatildeo

iii

EPIacuteGRAFE

O bem que fizerdes nalgum lugar seraacute teu advogadoem toda parte

Emmanuel

iv

RESUMO

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de commo-dities agriacutecolas A cultura do milho tem contribuiacutedo para o destaque do agronegoacuteciona economia nacional visto que o cereal eacute segundo gratildeo mais cultivado e exportadopelo Brasil No ranking mundial no ano de 2017 o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo demaior produtor de milho e o segundo maior exportador Os aumentos de produtividadeno cultivo do gratildeo ao longo dos uacuteltimos 41 anos no momento do seu escoamentoobservam-se entraves operacionais e uma logiacutestica deficitaacuteria nos portos brasileirosO objetivo deste trabalho consistiu em investigar as exportaccedilotildees do milho brasileiro eanalisar a capacidade do porto de Santos de escoar o milho com base em um termi-nal logiacutestico Como metodologia utilizou-se uma abordagem descritiva exploratoacuteria equantitativa aleacutem de aplicar um modelo de simulaccedilatildeo com vista a dimensionar a capa-cidade operacional do porto Os resultados observados apresentaram um panoramade contiacutenuo crescimento na produccedilatildeo nacional A simulaccedilatildeo apontou eventuais gar-galos na operaccedilatildeo no terminal logiacutestico caso se concretizem o aumento da demandadas exportaccedilotildees do milho

Palavras-chave Milho agronegoacutecio exportaccedilatildeo logiacutestica portos

v

ABSTRACT

Brazil is one of the worldrsquos leading producers and exporters of agricultural commoditiesThe corn crop in turn has contributed to the importance of agribusiness in the nationaleconomy since cereal is the second most cultivated and exported grain in Brazil Inthe world ranking in 2017 Brazil was the third largest producer of maize and the se-cond largest exporter Despite significant increases in productivity in the cultivation ofgrain over the last 41 years at the time of its disposal there are operational obstaclesand a logistics that are still deficient in Brazilian ports In this context the objective ofthis work was to investigate Brazilian corn exports and analyze the capacity of the Portof Santos to dispose of maize based on a logistics terminal For this as a methodo-logy a descriptive exploratory and quantitative approach was used besides applyinga simulation model with the purpose of dimensioning the operational capacity of theport The observed results showed a panorama of continuous growth in the nationalproduction In addition the simulation pointed out eventual bottlenecks in the logisticterminal operation in case the demand for grain exports increases

Keywords Maize agribusiness export logistics ports

vi

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor 42 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006) 63 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617

Fonte CONAB (2018) 84 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB

(2018) 95 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte

CONAB (2018) 96 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-

201677 Fonte CONAB (2018) 117 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018) 118 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 139 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 1310 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b) 1411 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b) 1712 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012) 2013 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016) 3014 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte AN-

TAQ (2018a) 3215 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3416 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b) 3517 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3618 Revista SADSJ 4019 APMS 2017 Hamburg 5420 NETLOG 2018 65

vii

LISTA DE TABELAS

1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b) 162 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007) 223 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a) 264 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003 275 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a) 316 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte

MTPAC (2018a) 327 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a) 338 Artigos publicados do autor 38

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Acre

ADHOC Administradora Hidroviaacuteria Docas Catarinense

AGRAER Agecircncia Regional de Dourados

ANTAQ Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterios

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APMS International Conference Advances in Production

APPA Administraccedilatildeo dos Portos de Paranaguaacute e Antonina

APSFS Autoridade Portuaacuteria Porto Satildeo Francisco do Sul

BA Bahia

CADE Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica

CDC Companhia Docas do Cearaacute

CDC Companhia Docas do Paraacute

CDRJ Companhia Docas do Rio de Janeiro

CDSA Companhia Docas de Santana

CODEBA Companhia Docas da Bahia

CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte

CODESA Companhia Docas do Espirito Santo

CODESP Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo

CODOMAR Companhia Docas do Maranhatildeo

COMAP Companhia Municipal de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

CSCMP Council of Supply Chain Management Professional

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econocircmico

ix

DERSA Desenvolvimento Rodoviaacuterio SA

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DOCAS-PB Companhia Docas da Paraiacuteba

EMAP Empresa Maranhense de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

FIESP Federaccedilatildeo das Induacutestria de Satildeo Paulo

HA Hectare

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IP4 Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pequeno Porte

ITC Trade statistics for international business development

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MS Mato Grosso do Sul

MT Mato Grosso

MTPAC Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil

ONU Organizaccedilatildeo da Naccedilotildees Unidas

PA Paraacute

PIB Produto Interno Bruto

PR Paranaacute

RFB Receita Federal do Brasil

RO Roraima

RS Rio Grande do Sul

SCM Supply Chain Management

SCPAR Santa Catarina Parcerias SA

SDEC-PE Secretaacuteria de Desenvolvimento Econocircmico de Pernambuco

SEP-PR Secretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica

x

SOPH Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondocircnia

SP Satildeo Paulo

SPH Superintendecircncia de Portos e Hidrovias

SUPRG Superintendecircncia do Porto de Rio Grande

T Tonelada

UNCTAD Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento

USDA Departamento de Agricultura dos Estados

xi

SUMAacuteRIO

RESUMO iv

ABSTRACT v

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES vi

LISTA DE TABELAS vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS viii

1 Introduccedilatildeo 111 Motivaccedilatildeo 212 Objetivos 3

121 Objetivo Geral 3122 Objetivos Especiacuteficos 3

13 Organizaccedilatildeo do trabalho 4

2 Revisatildeo da Literatura 521 Origem do milho 522 Produccedilatildeo nacional 723 Regiotildees produtoras 724 Estados produtores 1025 Exportaccedilatildeo do milho 12

251 Panorama nacional 12252 Panorama mundial 15

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito 17261 Histoacuteria 18262 Conceito 18

27 Logiacutestica nas empresas 1928 Atividades logiacutesticas 2229 Portos 23210 Serviccedilos Portuaacuterios 25211 Tipos de portos 26212 Terminais portuaacuterios 29213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro 30214 Porto de SantosSP 34

xii

3 Metodologia 37

4 Artigos 4041 1ordm Artigo 4042 2ordm Artigo 5443 3ordm Artigo 6444 4ordm Artigo 65

5 Discussatildeo (Artigos) 76

6 Propostas para Trabalhos Futuros 78

1

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio ocupa posiccedilatildeo de destaque na economia do Brasil Segundoo Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA (2018) o agronegoacutecioeacute o segmento de maior importacircncia para a economia nacional representando apro-ximadamente 25 do Produto Interno Bruto - PIB O Instituto Brasileiro de Geografiae Estatiacutestica - IBGE (2018a) assevera que houve um crescimento de 10 apoacutes doisanos de queda consecutiva de 35 no PIB nacional fechando o ano de 2017 comR$ 66 trilhotildees

A expansatildeo do agronegoacutecio de 13 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 foi fator de-terminante para a alavancagem do PIB em 2017 IBGE (2018a) Dados estatiacutesticosdo Ministeacuterio da Agricultura evidenciam a relevacircncia do agronegoacutecio para comeacutercioexterior brasileiro Considerando os uacuteltimos 21 anos (1997-2017) sua participaccedilatildeo nabalanccedila comercial brasileira foi de 406 Em 2017 as exportaccedilotildees do agronegoacuteciosomaram US$ 96 bilhotildees ou seja 441 do total da exportaccedilotildees do Brasil encer-rando o ano com US$ 2177 bilhotildees (MAPA 2018)

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo de soja e milho con-sequentemente um dos principais exportadores mundiais de commodities agriacutecolas(Lourenccedilo amp Lima 2009) A implementaccedilatildeo de poliacuteticas governamentais oferta derecursos hiacutedricos condiccedilotildees de clima e solo e pesquisas e tecnologia contribuiacuterampara o destaque da agricultura brasileira no cenaacuterio internacional (Bolfe et al 2016)

Natildeo obstante a soja ser o gratildeo mais cultivado e exportado pelo Brasil a culturado milho vem ganhando espaccedilo no cenaacuterio nacional e no mercado internacional poiseacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil O cereal eacute um dos principais compo-nentes da cadeia alimentar mundial (Reis et al 2016) Em 2017 o Brasil registrou amaior produccedilatildeo do cereal 97 milhotildees t um crescimento de 552 frente ao ano de2016 com 67 milhotildees t (CONAB 2018 IBGE 2018b)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Esta-dos Unidos ndash USDA o milho eacute o gratildeo mais cultivado no mundo Na safra de 201617a produccedilatildeo mundial atingiu 107 bilhotildees t No ranking dos principais produtores mun-diais o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo com 98 milhotildees t atraacutes da China e EstadosUnidos com 219 milhotildees e 384 milhotildees t respectivamente (USDA 2018)

Estudos da USDA (2018) projetam uma produccedilatildeo global de 103 bilhatildeo t parasafra de 201718 e 105 bilhatildeo t para a de 201819 Conforme projeccedilotildees do oacutergatildeoamericano os Estados Unidos permaneceratildeo na lideranccedila absoluta com expectativade produccedilatildeo de 370 e 356 milhotildees t seguido pela China com 215 e 225 milhotildees t e oBrasil com 85 e 96 milhotildees t (201718-201819)

2

Em que pese a produccedilatildeo nacional do milho ter alcanccedilado iacutendices de excelecircncianos uacuteltimos 41 anos apontando crescimento aproximado de 408 na produccedilatildeo 335na produtividade e 49 as aacutereas de plantio o milho eacute uma commodity de baixo valoragregado e depende fundamentalmente de um alto potencial logiacutestico (CONAB 2018)

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas a cultivares de alto poten-cial geneacutetico e transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maiordensidade de plantio tem contribuiacutedo significativamente a cultura do milho no Brasile sua capacidade produtiva (EMBRAPA 2018) Quando a produccedilatildeo ultrapassa asfronteiras do campo e inicia o processo de escoamento os gratildeos se defrontam comos gargalos logiacutesticos produzindo assim impactos negativos na competitividade dosprodutos agriacutecolas brasileiros no mercado internacional (Dubke 2006 Wanke amp Hijjar2009 Hilsdorf amp Nogueira Neto 2015 CNT 2017)

O Brasil tem aproveitado a crescente demanda do mercado global O paiacuteseacute o segundo maior exportador mundial de milho ficando atraacutes apenas do EstadosUnidos (USDA 2018) O volume de milho exportado foi de 292 milhotildees t em 2017alcanccedilando seu maior iacutendice em toda seacuterie histoacuterica de exportaccedilatildeo jaacute registrado desdedo ano de 1997 (COMEXSTAT 2018)

Contudo os portos mariacutetimos principal plataforma de escoamento do milhoainda que seja evidenciadas significativas melhorias na sua eficiecircncia operacionalnas uacuteltimas duas deacutecadas observa-se entraves operacionais e uma logiacutestica aindadeficitaacuteria (Souza et al 2017)

Com o aperfeiccediloamento de algumas atividades logiacutesticas de exportaccedilatildeo ndash rece-bimento armazenagem e embarque ndash mais eficientes as mesmas poderatildeo promoverum ganho de competitividade para o cereal brasileiro no comeacutercio global

Sendo assim o presente estudo visa analisar a capacidade operacional deescoamento do gratildeo em portos brasileiros tendo como campo de estudo o Porto deSantosSP considerando que 93 das exportaccedilotildees do milho brasileiro se daacute por viasmariacutetima (COMEXSTAT 2018)

11 Motivaccedilatildeo

A demanda mundial por alimento eacute um desafio para a comunidade internacio-nal Estudos da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas ndash ONU estimam que a populaccedilatildeomundial chegue a 86 bilhotildees em 2030 98 bilhotildees em 2050 e ultrapasse os 112 bi-lhotildees em 2100 (ONU 2018) O crescimento da populaccedilatildeo mundial implica em umgrande desafio aos liacutederes globais para o aumento da produccedilatildeo de alimentos de ma-neira sustentaacutevel

O Brasil se destaca como importante produtor de commodities agriacutecolas Aleacutemdisso protagoniza um papel importante de fornecedor na cadeia alimentar mundial

3

cuja exportaccedilotildees do milho tiveram um crescimento exponencial Se comparado o anode 1997 a 2017 o volume do milho com destino ao comeacutercio exterior cresceu 8300sendo exportado 348 mil t em 1997 e 29 milhotildees t em 2017 (COMEXSTAT 2018)

No caso do milho as projeccedilotildees de exportaccedilatildeo do gratildeo tecircm alcanccedilado pata-mares elevados (MAPA 2018) Os estudos da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estadode Satildeo Paulo ndash FIESP asseguram uma variaccedilatildeo positiva de 75 nas exportaccedilotildees docereal para a safra de 202627 em relaccedilatildeo agrave safra 201617 (FIESP 2018)

A relevacircncia da pesquisa justifica-se pelo aumento da demanda global por ali-mentos em decorrecircncia do crescimento demograacutefico mundial USDA (2018) e a opor-tunidade de expansatildeo do cereal nacional no mercado internacional (FIESP 2018)

O presente estudo propotildee uma investigaccedilatildeo no Porto de SantosSP quantoa sua capacidade operacional de exportaccedilatildeo considerando as projeccedilotildees de cresci-mento da demanda internacional pelo milho (MAPA 2017 FIESP 2018)

Para tanto optou-se por delimitar a pesquisa em um terminal portuaacuterio de ex-portaccedilatildeo aqui denominado Terminal A do porto santista cujo complexo portuaacuterio eacuteo principal responsaacutevel pelo fluxo de escoamento do milho brasileiro para o mercadomundial (COMEXSTAT 2018)

12 Objetivos

121 Objetivo Geral

Analisar os fluxos de exportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica doporto de Santos em atender esses fluxos com base na movimentaccedilatildeo de um terminalexportador de gratildeos de milho

122 Objetivos Especiacuteficos

1 Analisar a produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees produtoras

2 Identificar o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasileiro principal porto de escoa-mento e principais mercados compradores

3 Avaliar se a capacidade estaacutetica de armazenagem no Porto de Santos eacute compa-tiacutevel com as crescente demandas de exportaccedilatildeo por meio do Terminal A

4 Simular um processo de operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento de gratildeosde milho visando avaliar a capacidade operacional do terminal

4

13 Organizaccedilatildeo do trabalho

Este trabalho estaacute organizado conforme demonstrado pela Figura 1

Figura 1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor

5

2 Revisatildeo da Literatura

21 Origem do milho

O milho eacute uma das culturas agriacutecolas mais importante para a sociedade tantonas bases econocircmicas do agronegoacutecio como sociais pois eacute um dos produtos demaior versatilidade na cadeia alimentar mundial Aleacutem de ser utilizado como insumopara alimentaccedilatildeo humana e animal eacute fonte de mateacuterias primas para a agroinduacutestria eproduccedilatildeo de etanol (Diogenes 2011)

Cultivado em quase todas as regiotildees temperadas e tropicais do mundo O milhose adapta em condiccedilotildees abaixo do niacutevel do mar e ateacute 3 mil metros acima do niacutevel domar (CME 2018) As temperaturas adequadas para seu cultivo devem apresentarmeacutedia noturna acima de 128 degC e meacutedia diurna superior a 19 degC Agecircncia Regional deDourados (AGRAER 2018)

Considine (2005) Bernardi et al (2014) Dyer et al (2014) destacam atraveacutesde evidencias cientificas que o milho eacute uma planta de origem mexicana cuja domes-ticaccedilatildeo tem iniacutecio em 7500 a 12000 anos atraacutes na aacuterea central da Mesoameacuterica

Segundo Lerayer (2006) o Meacutexico e a Guatemala satildeo considerados paiacuteses quederam origem ao milho A autora assegura que no vale do Tehucan onde atualmentese localiza o Meacutexico foi encontrada a primeira espiga de milho datada de 7000 aC

O milho (Zea mays L) eacute uma graminea anual membro da famiacutelia das gramiacuteneas(Poaceae) Tem importacircncia secular para cultura alimentar desde a antiguidade e eacutemuito apreciado entre os povos da Ameacuterica Central e do Sul (Vincent 2012)

Para Perry et al (2006) encontraram-se vestiacutegios do cultivo do milho na Ameacute-rica do Sul haacute pelo menos 4000 anos Os iacutendios americanos cultivavam-no em mon-tes Existia uma variaccedilatildeo de espeacutecies plantadas conforme seu uso Com o passar dotempo o meacutetodo foi substituiacutedo por plantio de uma soacute espeacutecie

Atraveacutes de um processo natural de seleccedilatildeo os nativos (astecas e maias) esco-lhiam as espigas de maior vigor mais produtivas e faacuteceis de serem colhidas e arma-zenadas (Lerayer 2006) A Figura 2 ilustra a transformaccedilatildeo da espeacutecie ateacute os dias dehoje

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Figura 2 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006)

A Figura 2 destaca as alteraccedilotildees importantes que ocorreram ao longo da do-mesticaccedilatildeo do milho De uma gramiacutenea com espigas de poucos gratildeos cobertos comuma casca dura para espigas com maior nuacutemero de gratildeos e maiores Com isso aespeacutecie se desenvolveu para variedades com grande capacidade de adaptaccedilatildeo emdiversas altitudes de acordo com o relevo da Ameacuterica Central (Lerayer 2006)

Haacute mais de 300 espeacutecies de milho identificadas no mundo Praticamente todasestas espeacutecies derivam direta ou indiretamente dos trabalhos desenvolvidos pelascivilizaccedilotildees preacute-colombianas (Lerayer 2006)

De acordo com Smith et al (2004) o cereal foi difundido para o hemisfeacuterionorte no final do seacuteculo XV com a chegada dos exploradores europeus em terrasamericanas A partir daiacute iniciou-se um processo de disseminaccedilatildeo inicialmente parao sul da Franccedila e Itaacutelia em 1494 Egito em 1517 Espanha e Portugal em 1575

No final do seacuteculo XVI o milho se encontrava estabelecido em todos os conti-nentes adaptado nos mais variados climas e ambientes (Lerayer 2006)

No Brasil estudos apontam que o cultivo do milho jaacute era praticado antes dachegada dos colonizadores portugueses pelos iacutendios Guaranis que tinham o cerealcom fonte principal de sua dieta alimentar Com a chegada dos portugueses o con-sumo pelo cereal aumentou e foi introduzido nos haacutebitos alimentares dos brasileiros(Bernardi et al 2014)

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22 Produccedilatildeo nacional

O calendaacuterio agriacutecola do milho eacute composto por duas safras A primeira safra deveratildeo o plantio varia de agosto a dezembro A segunda safra de inverno com plantiode janeiro a marccedilo geralmente cultivada apoacutes a colheita da soja na regiatildeo Centro-Sul(DEPEC 2017)

O cereal eacute o principal micronutriente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal As ati-vidades de avicultura e suinocultura satildeo as principais cadeias responsaacuteveis pelo con-sumo da produccedilatildeo nacional e tem importacircncia fundamental na corrente de comeacutercioexterior brasileira (Caldarelli amp Bacchi 2012)

Reis et al (2016) corroboram com Caldarelli amp Bacchi (2012) em seus estu-dos Os autores afirma que o cultivo do milho no Brasil eacute destinado para o consumointerno com duas finalidades produccedilatildeo de raccedilatildeo animal (bovino suiacuteno e frango) eindustrializaccedilatildeo para consumo humano

A produccedilatildeo nacional do milho tem logrado ecircxito e alcanccedilado iacutendices elevadosde crescimento Enquanto as aacutereas destinadas ao cultivo milho obtiveram uma ex-pansatildeo 49 ao longo dos 41 anos saindo de 11 milhotildees de hectares na safra de197677 para 17 milhotildees de hectares para a safra de 20162017

Os registros apontam uma colheita 19 milhotildees t na safra de 197677 Se com-parado com a safra de 201617 com 97 milhotildees t produzidas a produccedilatildeo nacionalcresceu 408 nos uacuteltimos 41 anos

Em termos de produtividade houve um acreacutescimo de 335 no mesmo periacuteodoOs estudos registram na safra de 197677 uma produtividade 12 tonelada por hec-tare contra 55 toneladas por hectare na uacuteltima safra (201617)

O crescimento mais acentuado foi a partir da deacutecada da safra de 199192 Como aumento de demanda pelo cereal e oferta de terras mais baratas propiciaram aexpansatildeo de novas fronteiras agriacutecolas

Diante desta conjuntura pode-se notar um migraccedilatildeo da produccedilatildeo sentido aonorte do pais que ateacute entatildeo concentrava-se nas regiotildees Sul e Sudeste Tendo comodestaque o Centro-Oeste principal regiatildeo produtora do milho (Souza et al 2017)

Outras variaacuteveis contribuiacuteram para a promoccedilatildeo do crescimento da produccedilatildeonacional do milho conforme observa Caldarelli amp Bacchi (2012) acordos internacio-nais desregulamentaccedilatildeo da economia aumento da rentabilidade do produtor com avalorizaccedilatildeo do gratildeo e a pesquisa e novas tecnologias

23 Regiotildees produtoras

O cultivo do milho no Brasil abrange praticamente todas as regiotildees do BrasilEntretanto a maior concentraccedilatildeo estaacute na macrorregiatildeo Centro-Sul (CONAB 2018)

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Um fator importante a ser destacado eacute a contribuiccedilatildeo da segunda safra para aproduccedilatildeo nacional A safrinha como tambeacutem eacute conhecida tem alcanccedilado iacutendices deprodutividade significativos Centro-Oeste (Figura 3)

A alta produccedilatildeo da 2 ordfsafra na regiatildeo Centro-Oeste justifica-se pelo fato de aprodutividade estar associada ao aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes

O cultivo do milho da 2 ordfsafra eacute plantado no local onde eacute colhida a soja elevandoassim seu potencial produtivo (Reis et al 2016)

Figura 3 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617 FonteCONAB (2018)

A regiatildeo Centro-Oeste eacute a maior produtora de milho do Brasil A regiatildeo teve umcrescimento de aproximadamente 980 se comparado a safra de 199091 e 201617com a produccedilatildeo de 45 milhotildees t e 488 milhotildees t respectivamente (CONAB 2018)

O estado do Mato Grosso eacute o principal responsaacutevel pelo protagonismo da ma-crorregiatildeo Centro-Sul na produccedilatildeo nacional

No ranking das regiotildees produtoras em ordem de grandeza Centro-Oeste pro-duziu 48 milhotildees t Sul 27 milhotildees t Sudeste 13 milhotildees t Nordeste 6 milhotildees t e oNorte 2 milhotildees t tendo como base a safra 201617 (Figura 4)

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Figura 4 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB (2018)

Conforme ilustrado na Figura 4 apesar da regiatildeo Norte ser a regiatildeo de menorpotencial produtivo foi a de maior elevaccedilatildeo na produccedilatildeo com aumento de 2183ficando atraacutes do Centro-Oeste com 2417 Em terceiro lugar a regiatildeo Nordeste304 seguida pela Sul 171 Sudeste com 123 considerando os 41 anos de seacuteriehistoacuterica (CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo agrave produtividade ainda que a regiatildeo Centro-Oeste tenha apresen-tado o maior crescimento em termos de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maioreficiecircncia (Figura 5)

Figura 5 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte CO-NAB (2018)

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Conforme ilustrado na Figura 5 a regiatildeo Sul apresenta maior eficiecircncia na pro-dutividade (safra de 201617) com rendimento de 6583 kgha seguida pelo Centro-Oeste Sudeste Norte e Nordeste com 6098 kgha 5820 kgha 3790 kgha e 2557kgha respectivamente A anaacutelise de produtividade considerada a partir da safra de199091 periacuteodo que inicia o grande desenvolvimento no cultivo do milho no Brasil

24 Estados produtores

O cultivo do milho eacute disperso no Brasil podendo ser encontrado nos 26 estadose no distrito federal (Reis et al 2016) Estudos analisados atraveacutes da seacuterie histoacuterica 41anos indicam que o acumulado de produccedilatildeo do cereal no Brasil alcanccedilou 16 bilhatildeo t(CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo ao acumulado da produccedilatildeo por estados dos sete estados brasi-leiros com produccedilatildeo acima de 100 milhotildees t seis estatildeo na macrorregiatildeo Centro-Sul(PR MT MG RS GO e SP) Na macrorregiatildeo Norte-Nordeste apenas o estado daBahia alcanccedilou os 100 milhotildees t produzidas (CONAB 2018)

A macrorregiatildeo Centro-Sul desponta como principal cinturatildeo produtivo do mi-lho no Brasil

O estado da Bahia eacute o principal produtor da macrorregiatildeo Norte-Nordeste com19 milhotildees t produzidas na safra 201617 No acumulado da seacuterie a Bahia foi respon-saacutevel por aproximadamente 28 dos 149 milhotildees t produzidas pelo Norte-Nordesteconsiderando os uacuteltimos 41 anos O estado do Maranhatildeo representou 13 seguidopelo Paraacute 10 Piauiacute e Cearaacute 8 Rondocircnia 7 Sergipe 6 e Tocantins 5 Osestados restantes representaram 23 O Amapaacute eacute o estado com o menor volume003 da produccedilatildeo

As aacutereas de cultivo cresceram 27 no Norte-Nordeste Na safra de 19767726 milhotildees ha eram destinados ao plantio do milho Na uacuteltima safra foi registrado 33milhotildees ha

A macrorregiatildeo Centro-Sul alcanccedilou o 14 bilhatildeo t produzidas no acumulado daseacuterie histoacuterica 41 anos Considerando o ranking dos principais estados produtores oParanaacute se destaca com uma representatividade de 25 da produccedilatildeo total da regiatildeo

Em seguida o Mato Grosso 13 Minas Gerais 12 Rio Grande do Sul 11Goiaacutes e Satildeo Paulo 10 Santa Catarina e Mato Grosso do Sul 6 Os estados commenor representatividade satildeo Distrito Federal e Espirito Santo 04 e Rio de Janeirocom 01

As aacutereas de cultivos no Centro-Sul tiveram uma expansatildeo de 55 entre assafras de 197677 a 201617 Saindo da ordem de 9 milhotildees ha para 14 milhotildees ha

O estado do Paranaacute permaneceu na lideranccedila da produccedilatildeo do gratildeo no Brasilateacute a safra de 199192 Entretanto na deacutecada 1990 Mato Grosso inicia um processo

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de crescimento sem precedentes na produccedilatildeo do milho (Figura 6)

Figura 6 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-201677 Fonte CONAB (2018)

Na safra 201213 Mato Grosso ultrapassa o Paranaacute e assume isoladamente oprimeiro lugar mantendo-se como maior produtor nacional de milho Na uacuteltima safraMato Grosso aferiu 28 milhotildees t produzidas O Paranaacute por sua vez 17 milhotildees t

Figura 7 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018)

A Figura 7 indica que 2 ordfsafra (200405) o estado de Mato Grosso assume alideranccedila de maior produtor com 35 milhotildees t seguido pelo Paranaacute com 34 milhotildeest Na 1 ordfsafra (201617) Mato Grosso produziu 256 mil t e Paranaacute 4 milhotildees t Na 2

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ordfsafra (201617) Mato Grosso foi responsaacutevel por 28 milhotildees t sendo o Paranaacute por13 milhotildees t

No tocante a produtividade o Paranaacute elevou sua produtividade em 184 nosuacuteltimos 41 anos saindo de 2150 kgha (197677) para 6115 kgha (201617) Oestado de Mato Grosso registrou uma elevaccedilatildeo de 437 em sua produtividade nomesmo periacuteodo A CONAB (2018) registrou a produtividade do estado do Mato Grossode 1558 kgha (197677) e 6223 kgha (201617)

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas de plantio na safra de 197677 o Paranaacute dispunha de2153 milhotildees ha e Mato Grosso apenas 247 mil ha Na safra 201617 o Paranaacutedestinou 2917 milhotildees ha apontando um crescimento de 35 Na mesma safraMato Grosso destinou 4639 milhotildees ha para cultura do milho obtendo um acreacutescimode 1776 (CONAB 2018)

A produtividade natildeo resulta somente da disponibilidade de terras agricultaacuteveisNo caso da produccedilatildeo nacional a implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas acultivares de alto potencial geneacutetico correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas emaior densidade de plantio contribuiacuteram para o incremento da produtividade do milho(EMBRAPA 2018)

25 Exportaccedilatildeo do milho

251 Panorama nacional

Com o consecutivo aumento da produccedilatildeo brasileira do gratildeo de milho obser-vado nas uacuteltimas deacutecadas IBGE (2018b) o Brasil tem aproveitado o excedente doconsumo interno para abastecer o mercado internacional A exportaccedilotildees brasileirasde milho tem levado o Brasil a ocupar um lugar de destaque no ranking dos maioresexportadores mundiais de milho (USDA 2018)

Observa-se a relevacircncia das exportaccedilotildees do milho para a balanccedila comercialbrasileira O milho e a soja satildeo os principais produtos agriacutecolas comercializados peloBrasil Juntos representam 80 das exportaccedilotildees brasileiras

Dados estatiacutesticos MAPA (2018) revelam que nos uacuteltimos 20 anos a partici-paccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial representou em meacutedia 40 das expor-taccedilotildees brasileiras (Figura 8)

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Figura 8 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

As exportaccedilotildees do Brasil em 2017 atingiram US$ 217 bilhotildees 18 a mais doano anterior contabilizando US$ 185 bilhotildees O agronegoacutecio foi responsaacutevel em 2017por 44 das exportaccedilotildees fechando o ano com US$ 96 bilhotildees Em relaccedilatildeo ao anode 2016 o agronegoacutecio foi responsaacutevel por 46 das exportaccedilotildees brasileiras ou sejaUS$ 84 bilhotildees conforme ilustrado na (Figura 8)

As exportaccedilotildees do milho nacional alcanccedilaram 29 milhotildees t no ano de 201733 a mais do que o ano anterior que alcanccedilou o volume de 21 milhotildees t como podeser visto na Figura 9 representando US$ 45 bilhotildees

Figura 9 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

No ano de 2017 o Brasil registrou seu maior iacutendice de exportaccedilatildeo do gratildeo como crescimento de 8300 em relaccedilatildeo ao ano de 1997

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Como pode ser visto na Figura 9 a alavancagem das exportaccedilotildees tiveram doisdestaques que valem a pena ser ressaltados o ano de 2001 e 2013 Considerandoque a deacutecada de 1990 as exportaccedilotildees do gratildeo natildeo ultrapassavam o patamar 500mil t a exportaccedilatildeo de 2001 atingiu 5 milhotildees t foi um marco para a seacuterie histoacutericasobretudo por dar iniacutecio a um processo de crescimento efetivo da cultura do milho noBrasil

No ano de 2013 face ao iniacutecio da lideranccedila do Mato Grosso como maior pro-dutor nacional do milho o Brasil registrou o volume de 26 milhotildees t exportadas

Na Figura 10 pode ser visto os dez principais mercados importadores do milhonacional em 2017

Figura 10 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b)

O Iratilde eacute o principal destino das exportaccedilotildees brasileiras com 48 milhotildees t im-portadas O Egito foi o segundo maior importador com 32 milhotildees t em seguidaobserva-se o Japatildeo 29 milhotildees t Espanha 28 milhotildees t Vietnatilde 26 milhotildees t China17 milhatildeo t Coreacuteia do Sul 17 milhatildeo t Malaacutesia 14 milhatildeo t Bangladesh 10 milhatildeo te Holanda com 800 mil t

A Tabela 1 apresenta o rol dos principais paiacuteses compradores do gratildeo brasileirono ano de 2017 Em relaccedilatildeo as cifras agraves exportaccedilotildees do gratildeo atingiram US$ 46bilhotildees

Quanto ao fluxo de comeacutercio por continente a Aacutesia foi o maior parceiro comer-cial do Brasil no ano de 2017 Observa-se por ordem de grandeza a representatividade

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de cada continente nas transaccedilotildees com o Brasil conforme descrito abaixo

bull Aacutesia 56

bull Europa 17

bull Aacutefrica 15

bull Ameacuterica 7

bull Oriente Meacutedio 5

Tambeacutem se verificou na Tabela 1 os trecircs principais paiacuteses compradores porcontinente em ordem de grandeza

bull Aacutesia (Iratilde 29 Japatildeo 18 e Vietnatilde 16)

bull Europa (Espanha 58 Holanda 16 e Portugal 13)

bull Aacutefrica (Egito 75 Argeacutelia 12 e Marrocos 11)

bull Ameacuterica (Repuacuteblica Dominicana 32 Meacutexico 26 e Boliacutevia 8)

bull Oriente Meacutedio (Araacutebia Saudita 48 Israel 23 e Jordacircnia 11)

252 Panorama mundial

Dentre os cinco principais exportadores mundiais do milho em 2017 os Esta-dos Unidos lideraram o ranking com 53 milhotildees t seguido pelo Brasil 29 milhotildees tArgentina 23 milhotildees t Ucracircnia 19 milhotildees t e Ruacutessia 5 milhotildees t (ITC 2018a)

Referente a participaccedilatildeo no mercado global os Estados Unidos detiveram em2017 32 seguido pelo Brasil 16 Argentina 13 Ucracircnia 10 e Ruacutessia com 3(ITC 2018a)

A Figura 11 apresenta os principais importadores globais de milho sendo oJapatildeo o maior comprador mundial em 2017 As importaccedilotildees mundiais no mesmo anoalcanccedilaram 154 milhotildees t representando cerca de US$ 32 bilhotildees

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Tabela 1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b)

Importadores Bilhotildees US$ Milhotildees (t)Crescimento 20132017 (pa)

Mundo 4631046 29266361 2Iratilde 782609 4832976 18Egito 501040 3226017 17Japatildeo 451951 2945944 2Espanha 436927 2868390 36Vietnatilde 412219 2637305 16Taipei 270286 1760043 -5Coreacuteia do Sul 264914 1716964 -15Malaacutesia 232869 1494622 11Bangladesh 158604 1016715 -Paiacuteses Baixos 121940 801673 9Repuacuteblica Dominicana 108546 694240 7Araacutebia Saudita 106663 680764 -10Portugal 99985 643886 15Meacutexico 90430 562833 70Argeacutelia 78619 493866 -11Marrocos 75963 484981 -25Israel 50411 320661 13Irlanda 50349 329080 48Itaacutelia 34582 235049 31Paraguai 29441 8744 12Estados Unidos da Ameacuterica 29370 124983 -17Venezuela 27708 179454 -17Jordacircnia 24797 163565 2Guatemala 20279 131678 4Cuba 17974 110700 -10Indoneacutesia 17731 111026 -42Emirados Aacuterabes Unidos 16273 81401 -8Nicaraacutegua 13202 86940 7El Salvador 11692 78049 20Reino Unido 9811 59006 14Costa Rica 9486 61415 3Liacutebano 9386 62287 265Tuniacutesia 9141 58392 -65Omatilde 9001 57762 16Colocircmbia 7535 2272 -66Argentina 7369 2335 13Filipinas 5486 33110 126Kuwait 4567 31596 -27Peru 3745 11098 -39Angola 3286 17886 -35China 2707 17190 -1Boliacutevia 2368 4487 5Equador 2237 824 -67

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Figura 11 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b)

A Figura 11 aponta que as importaccedilotildees do Japatildeo somaram US$ 308 bilhotildeesseguida pelo Meacutexico US$ 285 bilhotildees Coreacuteia do Sul US$ 178 bilhatildeo Egito US$ 172bilhatildeo Espanha US$ 148 bilhatildeo Vietnatilde US$ 130 bilhatildeo Holanda US$ 118 bilhatildeoItaacutelia US$ 110 bilhatildeo e Iratilde US$ 108 bilhatildeo

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito

Com o advento da globalizaccedilatildeo os mercados tornaram-se cada vez mais di-nacircmicos e competitivos A concorrecircncia eacute global um cenaacuterio constante e irreversiacutevelcolocando as organizaccedilotildees em permanente risco de sobrevivecircncia

Embora a produccedilatildeo de commodities agriacutecolas tenha suas especificidades e de-penda exclusivamente de terras disponiacuteveis diminuindo o surgimento de novos com-petidores a busca por eficiecircncia operacional tem sido um objetivo contiacutenuo das orga-nizaccedilotildees que atuam no agronegoacutecio

O milho eacute uma commodity e distinguem-se por ser um produto de alta volatili-dade baixo valor agregado e margens apertadas Portanto a busca por uma logiacutesticade escoamento eficiente agregando valor ao produto eacute requisito fundamental para oscompetidores do setor

No caso do Brasil importante fornecedor mundial o desempenho da logiacutesticaportuaacuteria eacute corresponsaacutevel por manter a competitividade do milho brasileiro no co-meacutercio internacional

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261 Histoacuteria

A logiacutestica remonta os primoacuterdios da humanidade muito antes do termo sercriado Atividades logiacutestica satildeo observadas em relatos biacuteblicos quando o faraoacute exigiaque fosse feita a armazenagem de alimentos em decorrecircncia de um sonho sobrevacas magras e gordas interpretado por Joseacute em que haveria sete anos de fartura esete anos de escassez alimentar (Reis et al 2015)

Outra evidecircncia satildeo as piracircmides do Egito Inconcebiacutevel acreditar que umaobra de tal magnitude pudesse ser concluiacuteda sem atividades que administrassem amovimentaccedilatildeo armazenagem e transporte de blocos de pedras aleacutem de alocar ossuprimentos para milhares de escravos encarregados da sua construccedilatildeo

No acircmbito militar a logiacutestica tem sido estrateacutegica e a histoacuteria tem comprovadoisso Eacute bem provaacutevel que expansatildeo do impeacuterio de Alexandre o Grande se invia-bilizasse caso natildeo houvesse uma logiacutestica que garantissem os suprimentos a suastropas

As grandes navegaccedilotildees entre os seacuteculos XV e XVII tambeacutem foram beneficiadaspelos conceitos logiacutesticos Impossiacutevel imaginar as caravelas mar adentro em buscade novas terras sem viacuteveres que pudessem suprir as necessidades da tripulaccedilatildeo Dealguma forma naquela eacutepoca jaacute havia planejamento de suprimentos para as viagensem busca de terras novas

A origem da expressatildeo logiacutestica eacute uma evoluccedilatildeo do verbo loger que significaalojar Termo militar usado para definir a arte de transportar abastecer e alojar tropasem campanha (Rodrigues 2014)

Segundo Rodrigues (2014) a primeira definiccedilatildeo de logiacutestica foi cunhada pelogeneral francecircs das tropas de Napoleatildeo Bonaparte Baratildeo Antonie Henri de Jomini(1789-1869) Para Jomini a palavra logistique deriva de um posto existente no exeacuter-cito francecircs ocupado pelo Marechal des Logis encarregado das atividades de deslo-camento alojamento e acampamento das tropas em combate

Posteriormente o termo logiacutestico tomou um significado mais amplo no usomilitar principalmente pelos norte-americanos na Segunda Guerra Mundial e segui-damente pela induacutestria

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica foi empregada muito tempo no con-texto militar atribuindo-se a derrota dos britacircnicos na Guerra de Independecircncia norte-americana pela ineficiecircncia de abastecimento de suprimentos agraves tropas britacircnicas

262 Conceito

Apesar da logiacutestica estar bastante disseminada no acircmbito organizacional e aca-decircmico ainda eacute do senso comum reduzi-la somente a atividade de transporte (Re-zende et al 2005)

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Haacute muita desinformaccedilatildeo a respeito da logiacutestica Mais que uma atividade detransporte a logiacutestica eacute o gerenciamento do fluxo de mercadoria desde o ponto deorigem ateacute o ponto de consumo (Ludovico 2010)

Ao longo dos anos vaacuterios estudos corroboraram para o entendimento do con-ceito de logiacutestica Para Ballou (2007) a logiacutestica deve prover serviccedilos de forma adiminuir a lacuna entre o ponto de produccedilatildeo e ponto de consumo de modo que osconsumidores tenham disponiacuteveis produtos e serviccedilos nas condiccedilotildees que desejamquando e onde quiserem

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica eacute um processo de gestatildeo estrateacutegicaque contribui para maximizaccedilatildeo da rentabilidade visando custo benefiacutecio atraveacutes dasatividades de movimentaccedilatildeo e armazenagem de materiais gerenciamento de esto-ques por meio dos fluxos de informaccedilotildees relacionados

Para Donato (2012) a logiacutestica eacute uma aacuterea de gestatildeo tendo o objetivo de prevere prover recursos para a execuccedilatildeo de todas as atividades organizacionais O autorassevera a gestatildeo de suprimentos transportes movimentaccedilatildeo e armazenamento demateriais processamento de pedidos e gerenciamento de informaccedilotildees e retorno deprodutos como atividades da logiacutestica

Reis et al (2015) apontam a logiacutestica como atividades que visam atender re-quisitos de pontualidade disponibilidade e qualidade de produtos e serviccedilos aliadosao preccedilo justo e competitivo

Para o Conselho de Profissionais da Cadeia de Suprimentos CSCMP (2018)entidade de renome mundial a logiacutestica eacute a atividade voltada ao planejamento imple-mentaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e efetivo de armazenamento de mercadoriasserviccedilos e informaccedilotildees relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumovisando suprir os requisitos dos clientes

Percebe-se um consenso nas obras analisadas De modo geral os autoresafirmam que os objetivos da logiacutestica eacute prover ao cliente final produtos e serviccedilos comqualidade na quantidade e no tempo certo com o menor preccedilo possiacutevel

27 Logiacutestica nas empresas

A logiacutestica interfere em vaacuterias atividades do cotidiano da sociedade e das em-presas quanto a custos tempo e eficiecircncia

Existe uma vasta literatura a respeito da logiacutestica empresarial e sua evoluccedilatildeo(Rezende et al 2005 Ballou 2007 Vantine 2012 Bowersox et al 2014 Novaes2015 Pires 2016) Por questotildees didaacuteticas optou-se por elencar cinco fases evolutivasda logiacutestica nas empresas como pode ser visto na Figura 12

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Figura 12 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012)

A partir da deacutecada de 1950 com os avanccedilos tecnoloacutegicos desenvolvimentode novos produtos mudanccedila de comportamento dos consumidores e consequente-mente uma maior necessidade de distribuiccedilatildeo de produtos exigiram o aumento danecessidade da logiacutestica nas empresas

Ballou (2007) classifica as deacutecadas de 1950 ateacute 1970 como o periacuteodo de de-senvolvimento Em sua obra o autor destaca quatro pilares de estudo para o de-senvolvimento da logiacutestica empresarial alteraccedilotildees e novos padrotildees de demanda doconsumidor pressatildeo custos nas induacutestrias evoluccedilatildeo na tecnologia de computadorese influecircncia dos estudos da logiacutestica militar

No final desses anos as universidades comeccedilavam a ofertar cursos na aacutereasurgem as primeiras literaturas com abordagem do tema empresas iniciam os primei-ros testes de implantaccedilatildeo das novas ideias e surge o primeiro Conselho de Adminis-traccedilatildeo da Distribuiccedilatildeo Fiacutesica (Ballou 2007)

Em 1970 evidencia-se o desenvolvimento de estrateacutegias com foco na adminis-traccedilatildeo de materiais e distribuiccedilatildeo fiacutesica Graccedilas aos processos flexiacuteveis de produccedilatildeoconforme Novaes (2015) foi possiacutevel a oferta de novos produtos com variadas corestipos e tamanhos Com um vasto leque de oferta de novos produtos aos consumido-res houve um aumento significativo nos estoques ao longo da cadeia de produtivaCom isso passou a ser necessaacuterio uma maior racionalizaccedilatildeo com vista ao menorcustos e maior eficiecircncia

Outros apontamentos ressaltados por Novaes (2015) foram os custos de trans-ferecircncia e distribuiccedilatildeo Com a crise do petroacuteleo em 1970 os combustiacuteveis sofreramum aumento abrupto O aumento populacional nos centros urbanos expansatildeo defrotas de veiacuteculos crescimento territoriais das cidades elevaram potencialmente oscongestionamentos Esses fatores aliados com as limitaccedilotildees de movimentaccedilatildeo de

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caminhotildees em horaacuterio comerciais resultaram no aumento dos custos de transporte edistribuiccedilatildeo

A deacutecada de 1980 com a explosatildeo de novas tecnologias propicia a integraccedilatildeodos processos surgindo o conceito de logiacutestica integrada Essa deacutecada foi caracte-rizada pelo emprego de tecnologias de informaccedilatildeo e sistema de comunicaccedilatildeo quepromoveram uma forte integraccedilatildeo da logiacutestica (Rezende et al 2005)

A efetiva integraccedilatildeo foi favorecida pela implantaccedilatildeo do EDI - Intercacircmbio Ele-trocircnico de Dados essencial para a atualizaccedilatildeo de dados em tempo real e troca dedocumento em toda a cadeia Outro fato relevante foi a introduccedilatildeo do coacutedigo de barraspara controle de estoque

A coleta de dados e o fluxo de informaccedilotildees que eram realizadas manualmentepassaram a ser realizadas de forma automaacutetica com o emprego de tecnologias decaptura de dados (radiofrequecircncia) eliminando a morosidade nos processos e miti-gando fontes de erro (Bowersox et al 2014)

Apoacutes os anos de 1990 com a integraccedilatildeo e maior comunicaccedilatildeo entre fornecedo-res distribuidores e clientes surge entatildeo de maneira mais disseminada o conceito deSCM (Supply Chain Management) ou seja gerenciamento da cadeia de suprimentos

Apesar de alguns autores asseverarem que o termo SCM jaacute era aplicado deforma rudimentar nos anos 1970 e 1980 o interesse pelo SCM foi fortemente difundidonas empresas a partir dos anos 1990 (Pires 2016)

Com o advento da globalizaccedilatildeo emergem mercados e competidores globaise o desempenho das organizaccedilotildees em termos de custos e eficiecircncia tornou-se umaquestatildeo de sobrevivecircncia A gestatildeo da cadeia de suprimentos eacute uma estrutura estra-teacutegica e consiste na colaboraccedilatildeo entre empresas com intuito a melhorar a eficiecircnciaoperacional gerando condiccedilotildees de maior grau de competitividade das organizaccedilotildees(Bowersox et al 2014)

A finalidade da cadeia de suprimento eacute maximizar o valor gerado Chopra ampMeindl (2011) destacam o valor como o excedente gerado pela cadeia de suprimentoPara os autores valor eacute a diferenccedila entre o que o produto entregue vale para o clientee o custo total incidente em todas as atividades da cadeia de suprimento em levaro produto ateacute o cliente O sucesso de uma cadeia de suprimentos estaacute diretamenteligado agrave sua lucratividade quanto maior a lucratividade mais bem-sucedida a cadeiaeacute

Por fim apoacutes os anos 2000 intensifica-se o crescimento nas parcerias entre asempresas para execuccedilatildeo dos processos produtivos com vista ao aumento da eficiecircn-cia operacional e o uso intensivo da internet para comercializaccedilatildeo eletrocircnica

Os relacionamentos interorganizacionais eacute a chave de sucesso para uma ca-deia de suprimentos sustentaacutevel Quando as empresas compreendem e reconhecema dependecircncia entre fornecedores eou clientes estabelece-se entatildeo um ambiente

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para colaboraccedilatildeo (Bowersox et al 2014) A ideia eacute o trabalho compartilhado intelec-tual e operacionalmente O eixo central das relaccedilotildees colaborativas eacute a integraccedilatildeo dosrecursos humanos financeiros e teacutecnicos visando o aumento da eficiecircncia e o niacutevelde serviccedilos ao cliente

28 Atividades logiacutesticas

Com vistas a atingir os objetivos logiacutesticos de custos e niacutevel de serviccedilo Ballou(2007) elenca trecircs atividades fundamentais da logiacutestica empresarial conforme podeser visto na Tabela 2

Tabela 2 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007)

ATIVIDADES

Primaacuteria Apoio

TransporteManuseio de materiaisEmbalagem e proteccedilatildeo

Manutenccedilatildeo de estoqueProgramaccedilatildeo do produtoManutenccedilatildeo de informaccedilotildees

Processamento de pedidosArmazenamentoObtenccedilatildeo

Atividade de transporte ndash Eacute essencial para a logiacutestica empresarial Aleacutem derepresentar em meacutedia dois terccedilos de todos custos logiacutesticos nenhuma empresa eacutecapaz de operar sem movimentar suas mateacuterias-primas e seus produtos acabados

Transporte entende-se como vaacuterios recursos para a o deslocamento de car-gas O gerenciamento estaacute ligado ao processo decisoacuterio de escolha do modo detransporte utilizaccedilatildeo da capacidade de veiacuteculos e definiccedilatildeo de roteiros O rodoviaacuterioaeacutereo aquaviaacuterio e ferroviaacuterio satildeo os modos de transporte mais conhecidos (Ballou2007)

Ballou (2007) designa duas atividades de apoio agrave atividade de transporte ma-nuseio de materiais embalagem de proteccedilatildeo A primeira estaacute relacionada com aarmazenagem e manutenccedilatildeo de estoques Essa atividade eacute desenvolvida no localde estocagem tendo como principais processos seleccedilatildeo de equipamento de movi-mentaccedilatildeo procedimentos de formaccedilatildeo de pedidos transferecircncia de mercadoria ateacuteo ponto de recebimento daiacute vai para o deposito ateacute ponto de estocagem e da esto-cagem para despacho etc A segunda atividade embalagem de proteccedilatildeo tem comoobjetivo garantir a integridade dos produtos Um bom projeto de embalagem permitea movimentaccedilatildeo sem quebras e com maior eficiecircncia

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Manutenccedilatildeo de estoques ndash O gerenciamento de estoque corresponde a umaparcela significativa dos custos logiacutesticos As empresas almejam a entrega dos produ-tos aos seus clientes imediatamente agrave produccedilatildeo eliminaccedilatildeo dos custos de estoquesContudo na praacutetica isto eacute inviaacutevel natildeo raro os estoques atuam como amortecedoresentre a oferta e a demanda tornando a manutenccedilatildeo de estoques uma atividade-chaveda logiacutestica

Para o desenvolvimento dessa atividade Ballou (2007) aponta como premis-sas a programaccedilatildeo do produto volume lugar e onde devem ser produzidos tendocomo enfoque a distribuiccedilatildeo ou seja o fluxo de saiacuteda Outra atividade de apoio eacute amanutenccedilatildeo da informaccedilatildeo As informaccedilotildees de localizaccedilatildeo de cliente volume de ven-das estoques apoiam as atividades primaacuterias satildeo essenciais para a gestatildeo e controlelogiacutestico

Processamento de pedidos ndash Essa atividade tem em vista o tempo neces-saacuterio em levar bens e serviccedilos aos clientes O gerenciamento do lead time eacute umdos fatores mais importantes do processamento de pedidos pois contribui para o au-mento do niacutevel de serviccedilos oferecido pelas empresas considerando que o lead timeeacute tempo computado entre o momento do pedido do cliente ateacute a chegada do produtono mesmo

A armazenagem e suas atividades (configuraccedilatildeo do armazeacutem localizaccedilatildeo di-mensionamento de aacuterea arranjo fiacutesico projeto de docas etc) eacute uma atividade deapoio ao processamento de pedidos Outra atividade de apoio importante para osobjetivos do processamento de pedidos eacute a obtenccedilatildeo Essa atividade diz respeitoa fontes de suprimentos modelo de programaccedilatildeo de compras e da forma como osprodutos satildeo comprados

O autor adverte que a obtenccedilatildeo se difere de compras pois compras envolvematividades muito mais detalhadas como por exemplo negociaccedilatildeo de preccedilos avaliaccedilatildeode vendedores etc A obtenccedilatildeo refere-se aos processos exclusivamente relacionadosa tarefas de logiacutestica Por essa razatildeo substitui o termo compras por obtenccedilatildeo

As operaccedilotildees de logiacutestica visam atender as necessidades das empresas emprover produtos aos seus clientes quando e onde eles quiserem Dessa maneira astrecircs atividades satildeo centrais para as organizaccedilotildees por isso satildeo classificadas comoatividades primaacuterias (Ballou 2007)

29 Portos

O porto se caracteriza como uma aacuterea abrigada das ondas e correntes mariacute-tima e dependendo da sua localizaccedilatildeo situa-se agrave beira de oceanos lagos e rios Pos-sui uma estrutura intermodal oferecendo condiccedilotildees para operaccedilotildees de transbordo decargas de vaacuterios tipos O transbordo pode ser definido como operaccedilotildees de transferecircn-

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cia entre modos de transportes ou natildeo Por exemplo uma movimentaccedilatildeo de cargasde uma navio para outro de um navio para um trem de um navio para um caminhatildeoou vice-versa (Rojas 2014)

Uma estrutura portuaacuteria se caracteriza como terminal multimodal em que existeuma conexatildeo de vaacuterios modos de transporte para a movimentaccedilatildeo e armazenagem decargas importadas ou destinadas agrave exportaccedilatildeo A eficiecircncia operacional do porto estaacutediretamente relacionada agrave abrigo profundidade e acessibilidade canal de acessobacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ouaquaviaacuterios (Alfredini amp Arasaki 2009)

Cruz et al (2014) e Carvalho (2009) apud Silva (2010) atribuem as principaisfunccedilotildees de um porto a) oferecer condiccedilotildees adequadas para a efetividade operacionaldo escoamento das cargas b) garantir a acessibilidade mariacutetima aos navios comvista a atender ao mais eficiente ciclo operacional dos mesmos c) prover a seguranccedilados navios na entrada e saiacuteda do porto no interior da bacia portuaacuteria garantindo aseguranccedila da vida dentro dos limites do porto d) assegurar a eficiente proteccedilatildeo aomeio ambiente

No tocante ao perfeito funcionamento de um complexo portuaacuterio trecircs fatoresdevem ser considerados responsaacuteveis pela sua eficiecircncia operacional infraestruturaportuaacuteria infraestrutura fiacutesica e superestrutura e processo aduaneiro

Infraestrutura portuaacuteria compreende vaacuterios elementos conectados que im-pactam diretamente no tipo de navio que atracara em determinado porto e as carac-teriacutesticas das cargas a serem movimentas (David amp Stewart 2010)

O primeiro elemento relacionado agrave infraestrutura portuaacuteria eacute a profundidade daaacutegua dos portos tanto no canal de acesso ndash trecho de hidrovia que liga o porto aomar aberto - quanto ao berccedilo de atracaccedilatildeo Navios cada vez maiores voltados paraoperaccedilotildees de larga escala exigem portos com profundidade de aacutegua compatiacutevel comas dimensotildees das embarcaccedilotildees (David amp Stewart 2010)

Outros desdobramentos referente agrave infraestrutura portuaacuteria satildeo apontados porAlfredini amp Arasaki (2009) tais como bacia de evoluccedilatildeo aacutereas destinadas a manobradas embarcaccedilotildees dentro do porto para atracaccedilatildeo e desatracaccedilatildeo As bacias de evo-luccedilatildeo devem estar protegidas de ondas fortes correntes e ventos bem como livre depassagens de dutos e cabos submarinos e outras obstruccedilotildees

As operaccedilotildees de dragagem tambeacutem satildeo elementos necessaacuterios para uma boainfraestrutura portuaacuteria A dragagem permite o aprofundamento dos canais e berccedilosde atracaccedilatildeo por meio de remoccedilatildeo de materiais do fundo submersos Existem basi-camente dois tipos de dragagem a) aprofundamento visa aumentar a profundidadee ou largura dos canais de acesso e bacias dos portos e b) ambiental para retiradade sedimentos contaminados Por fim obras de abrigos portuaacuterios guias correntesquebra-mares molhes etc (Ludovico 2010)

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Infraestrutura fiacutesica - compreende as instalaccedilotildees portuaacuterias em si Ancora-douros docas cais piacuteeres de acostagem e atracaccedilatildeo edifiacutecios e vias de circulaccedilatildeointerna (Ludovico 2010) A superestrutura satildeo os equipamentos destinados as ope-raccedilotildees de embarque e descarga Via de regra os equipamentos de movimentaccedilatildeoportuaacuteria satildeo classificados como equipamento de movimentaccedilatildeo de cais de paacutetio ede transferecircncia (Patriacutecio 2015)

Os equipamentos de movimentaccedilatildeo de cais tambeacutem conhecidos como equi-pamentos de costado tem como principal funccedilatildeo movimentaccedilatildeo de cargas nas ope-raccedilotildees de embarque e descarga de navios Os equipamentos de paacutetios usualmentesatildeo destinados a movimentaccedilatildeo de cargas de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo Jaacute os equipa-mentos de transferecircncias servem para movimentar cargas de transferecircncia do naviopara o paacutetio ou vice-versa

Processo aduaneiro - refere-se agraves condiccedilotildees necessaacuterias para o tratamentoadministrativo de exportaccedilatildeo ou importaccedilatildeo Diz respeito aos tracircmites que as merca-dorias devem obedecer ao sair ou entrar em territoacuterio nacional (Souza 2014) Outrofator a considerar satildeo os entraves burocraacuteticos e o tempo de respostas da aduana eoutros oacutergatildeos intervenientes do comeacutercio exterior

210 Serviccedilos Portuaacuterios

Segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica - CADE o complexoportuaacuterio eacute fundamental para a cadeia logiacutestica e a eficiecircncia de seus serviccedilos Adinacircmica de como o porto se integra e sua capacidade de gerar valor para a cadeia eacutefator decisoacuterio para escolha do porto pelas companhias de navegaccedilatildeo (CADE 2013)

Para ANTAQ (2018a) os serviccedilos prestados por um porto satildeo classificados emtrecircs categorias serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios serviccedilos de movimentaccedilatildeode cargas e serviccedilos complementares aos armadores e aos donos de mercadorias

Serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios ndash a funccedilatildeo desses serviccedilos eacuteatender as necessidades dos armadores e seus navios Existe uma gama de presta-dores de serviccedilos administraccedilatildeo do porto instituiccedilotildees puacuteblicas e empresas privadasconforme Tabela 3

Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas ndash a funccedilatildeo diz respeito a manuseio decargas a bordo do navio com atividade de estiva (transbordo embarque descargapeaccedilatildeo despeaccedilatildeo conferencia) atividades de terra ou capatazia (transporte internoconferecircncia das mercadorias etc)

Comumente satildeo serviccedilos demandados pelos armadores e donos das mercado-rias providos pelo operador portuaacuterio e ou pela administraccedilatildeo do porto Os serviccedilosoferecidos pelos operadores portuaacuterios aos armadores que repassam esses custosaos donos das mercadorias (exportadores e importadores) em forma de taxa handling

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Tabela 3 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a)

SERVICcedilO PRESTADOR DE SERVICcedilO

Agenciamento de navio Agecircncia MariacutetimaAuxilio a navegaccedilatildeo e uso defaroacuteis

Marinha do Brasil

Inspeccedilatildeo sanitaacuterio nos na-vios

ANVISA ndash Agecircncia Nacionalde Vigilacircncia Sanitaacuteria

Controle de entrada e saiacutedade estrangeiros

Policia Federal

Inspeccedilatildeo Aduaneira RFB ndash Receita Federal doBrasil

Praticagem Associaccedilatildeo dos PraacuteticosRebocagem Empresa de rebocadores

portuaacuteriosVigias portuaacuterios Trabalhadores portuaacuteriosAtracaccedilatildeo Operador do terminal ou ad-

ministraccedilatildeo do porto

incluiacutedo nos custos do frete mariacutetimoServiccedilos complementares ndash serviccedilos especiacuteficos aos armadores preacute estiva-

gem conferecircncia de lacre transbordo movimentaccedilatildeo de contecircineres vazios rechegoou serviccedilos prestados aos donos de cargas ova e desova de contecircineres transportede contecirciner vazio pesagem etc

211 Tipos de portos

Nos primoacuterdios os portos eram apenas porta de acesso aos continentes oupaiacuteses separados pelos oceanos Para a concepccedilatildeo de um porto bastava estar pro-tegido dos ventos localizados em aacuteguas tranquilas protegido muitas vezes de baixaprofundidade localizados em margens de baia ou em foz de rios (Rodrigues 2007)

O porto dispunha de trapiches de madeiras ou de pedras solidificadas por ar-gamassa de oacuteleo de baleia A partir das deacutecadas de 1950 e 1960 evidencia-se umprocesso de evoluccedilatildeo Os portos tradicionais esboccedilam uma trajetoacuteria de melhora-mento transformam-se em centros de serviccedilos comerciais e industriais (Rodrigues2007)

A Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento - UNC-TAD em seu relatoacuterio classifica os portos em trecircs categorias de geraccedilotildees baseadasem trecircs criteacuterios ldquoPoliacutetica de desenvolvimento portuaacuterio estrateacutegia e atitude Exten-satildeo e alcance das atividades portuaacuterias Integraccedilatildeo das atividades e organizaccedilotildeesportuaacuteriasrdquo (UNCTAD 1992)

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Tabela 4 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003

1ordfGERACcedilAtildeO 2ordfGERACcedilAtildeO 3 ordfGERACcedilAtildeO

Antes dos Anos 1960 Apoacutes os anos 1960 Apoacutes os anos 1980

Atitude e Es-trateacutegia de De-senvolvimento

ConservadoraInterface dos modosde transporte

ExpansionistaCentro de Trans-porte Comercial eIndustrial

Transporte Inte-grado e PlataformaLogiacutestica para oComeacutercio Internaci-onal

Atividades Carga DescargaArmazenagem Ser-viccedilos de Navegaccedilatildeo

Atividades da 1 ordfaGeraccedilatildeo Transfor-maccedilatildeo da CargaServiccedilos Comer-ciais e Industriaisvinculados aosNavios

Atividades da 1 ordfe 2ordfgeraccedilatildeo Distribui-ccedilatildeo de Informaccedilotildeese Carga AtividadesLogiacutesticas

Caracteriacutesticasda Organiza-ccedilatildeo

Baixa relaccedilatildeo en-tre o Porto e seusUsuaacuterios

Relaccedilatildeo proacuteximaPorto e UsuaacuterioBaixa integraccedilatildeoentre atividades noPorto

Integraccedilatildeo comuni-dade portuaacuteriaIntegraccedilatildeo do PortoRede de Comeacutercioe Transporte

CaracteriacutesticasdaProduccedilatildeo deServiccedilo

Foco no Fluxo deCargasBaixo valor agre-gado

Fluxo de CargaServiccedilos IntegradosValor Agregado Meacute-dio

Fluxo e Distribuiccedilatildeode Carga e Informa-ccedilotildeesServiccedilos Muacuteltiplos

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Para UNCTAD (1992) conforme ilustrado na Tabela 4 na 1ordfgeraccedilatildeo observa-seportos isolados das atividades de transporte e comeacutercio Nesse estaacutegio havia poucaatenccedilatildeo agraves necessidades dos usuaacuterios do porto e a promoccedilatildeo do marketing portuaacuterioraramente era considerada O porto possuiacutea seus proacuteprios sistemas de informaccedilatildeoestatiacutestica e documental sem compatibilidade com sistemas dos usuaacuterios do porto

Observa-se tambeacutem um porto independente e com uma forte atuaccedilatildeo de po-der em relaccedilatildeo agraves outras atividades econocircmicas A relaccedilatildeo do porto com o municiacutepioeacute praticamente nula e o niacutevel de cooperaccedilatildeo eacute inexistente tendo como consequecircnciaplanos de desenvolvimentos separados

As atividades portuaacuterias e as empresas portuaacuterias eram isoladas uma dasoutras tomando decisotildees independentes A movimentaccedilatildeo era lenta produtividadebaixa e as atividades com os usuaacuterios eram isoladas e natildeo com o porto como todo

Na 2 ordfgeraccedilatildeo segundo UNCTAD (1992) os usuaacuterios governos autoridadesportuaacuterias e prestadores de serviccedilos portuaacuterios jaacute tinham uma compreensatildeo maisampla das funccedilotildees dos portos mariacutetimos

Nessa geraccedilatildeo o porto comeccedila a ofertar aos usuaacuterios atividades aleacutem de cargae descarga que ateacute entatildeo estavam condicionados a atividades tradicional do portoInicia-se um processo de implantaccedilatildeo de gestatildeo e poliacuteticas portuaacuterias

Dentro das atividades portuaacuterias satildeo ofertados outros tipos de serviccedilos mais re-levantes embalagens de cargas separaccedilatildeo serviccedilos industriais como transformaccedilatildeode cargas etc O porto se desenvolve e expande sua atuaccedilatildeo com aacutereas de influecircnciacomo por exemplo induacutestrias de ferro e accedilo metalurgia pesada refinarias atividadesagroindustriais etc

Os portos de 2 ordfgeraccedilatildeo deixam de ser apenas centros de transporte passandoa ser tambeacutem industriais e centros comerciais Surgiram por volta dos anos sessentacom um aumento na quantidade de mateacuterias-primas importadas em paiacuteses industria-lizados Estes portos satildeo comumente usados como porto induacutestria (UNCTAD 1992)

Na 3 ordfgeraccedilatildeo um fato marcante que impulsionou essa geraccedilatildeo foi o conteine-rizaccedilatildeo das cargas a multimodalidade e o aumento de demanda do comeacutercio interna-cional

Nota-se uma perspectiva desenvolvimentista do porto pelos gestores e opera-dores portuaacuterios O porto eacute considerado um noacute na complexa rede internacional deproduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Esse pensamento permite uma proposta de gestatildeo voltadaas necessidades do comeacutercio global

Diferentemente do passado ressalta UNCTAD (1992) quando os portos acre-ditavam que as cargas viriam com os navios a partir da deacutecada 1980 os esforccedilos satildeovoltados para ganhar e manter as cargas no porto Esses esforccedilos satildeo direcionadospara promoccedilatildeo de atividades de comeacutercio e transporte com vistas agrave geraccedilatildeo de recei-tas e agregaccedilatildeo de valor Desde entatildeo os portos vecircm se transformando em centros

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de transportes integrados e plataformas logiacutesticas para o comeacutercio globalAs atividades e serviccedilos nesses portos de terceira geraccedilatildeo satildeo especializadas

variaacuteveis e integradas Satildeo subdivididos em quatro categorias diferentes serviccedilosportuaacuterios tradicionais serviccedilos industriais e ambientais serviccedilos comerciais e admi-nistrativos e serviccedilos de logiacutestica e distribuiccedilatildeo (UNCTAD 1992)

212 Terminais portuaacuterios

A relevacircncia dos terminais portuaacuterios na cadeia logiacutestica mundial reside nofato de que o transporte mariacutetimo eacute o modo de transporte que movimenta a maiorquantidade de cargas Sendo assim os portos atuam como grandes concentradoresde cargas e essenciais para ganhos de economias de escala tatildeo importantes para asatividades comerciais e industriais (UNCTAD 1992)

Os terminais portuaacuterios satildeo estrateacutegicos para a cadeia de transporte mundiale nas operaccedilotildees portuaacuterias haja vista que as principais atividades portuaacuterias satildeo exe-cutadas pelos terminais portuaacuterios e contribuem para os fatores de produccedilatildeo quantoao fluxo de materiais primas insumos maquinaacuterios e produtos acabados

Os terminais podem ser definidos como elos de uma cadeia de transportesonde ocorrem entrada e saiacuteda de cargas e veiacuteculos neste sistema Nesse ambientesatildeo executados transbordo de cargas entre modos de transporte (Souza et al 2018)

O conceito de terminal mariacutetimo para Magalhatildees (2016) refere-se a instala-ccedilotildees voltadas ao atendimento especializado de navios e cargas podendo ser instala-ccedilotildees isoladas ou parte de um porto comercial Na perspectiva contemporacircnea portocomercial concentra diversos terminais especializados para atender vaacuterios fluxos decargas e de passageiros

Para Dubke (2006) terminais especializados satildeo unidades logiacutesticas capazesde realizar serviccedilos de agregar valor de menor ou maior grau em instalaccedilotildees portuaacute-rias Os terminais especializados efetuam serviccedilos de centralizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo decargas utilizando um ou mais modalidades de transportes conforme demonstrado emFigura 13

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Figura 13 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016)

Como se observa na Figura 13 cada terminal portuaacuterio deve possuir instala-ccedilotildees adequadas agraves operaccedilotildees de embarque e descarga especializadas considerandotipos de navios e tipos de cargas Os terminais se tornam especializados e deman-daratildeo estruturas especificas de atracaccedilatildeo transferecircncia de cargas de estocagemde distribuiccedilatildeo e de recepccedilatildeo ou entrega aos demais modos de transportes (Patriacutecio2015 Magalhatildees 2016)

213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro

A logiacutestica portuaacuteria tecircm papel fundamental na ordem econocircmica brasileirasobretudo nas operaccedilotildees de comeacutercio exterior Conforme Rodrigues (2007) em seusestudos ldquoOs portos satildeo estrateacutegicos para o exerciacutecio da soberania nacional servindocomo locais de aplicaccedilatildeo da politica tributaacuteria governamental para viabilizar o modeloeconocircmico adotado pelo paiacutesrdquo (p 165)

No Brasil cerca de 97 do fluxo de mercadoria do comercio exterior satildeo porvias mariacutetimas evidenciando assim o papel dos portos na economia nacional cabe aSecretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica - SEPPR nas atribuiccedilotildees inerentesa sua esfera de competecircncia o planejamento estrateacutegico portuaacuterio e a formulaccedilatildeo depoliacuteticas com vista ao desenvolvimento da infraestrutura portuaacuteria Por sua vez a SEPestaacute vinculada ao Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil (MTPAC 2018b)

Segundo a Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterio ndash ANTAQ no Brasil

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existem 235 instalaccedilotildees portuaacuterias puacuteblicas e privadas tanto mariacutetima como fluvial(ANTAQ 2018a)

De acordo com MTPAC (2018b) existem 37 portos puacuteblicos organizados noBrasil Nessa categoria estatildeo os principais portos nacionais Dezenove satildeo adminis-trados pela UniatildeoCompanhias Docas (Tabela 5) incluiacutedo o Porto de Santos o maisimportante porto do sistema portuaacuterio brasileiro e dezoito foram delegados a municiacute-pios estados e consoacutercios (Tabela 6)

Tabela 5 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria

Porto de MANAUS AM CODOMARPorto de LAGUNA SC CODESPPorto de SANTOS SP CODESPPorto de ANGRA DOS REIS RJ CDRJPorto de ITAGUAIacute RJ CDRJPorto do RIO DE JANEIRO RJ CDRJPorto de NITEROacuteI RJ CDRJPorto de VITOacuteRIA ES CODESAPorto de BARRA DO RIACHO ES CODESAPorto de ILHEacuteUS BA CODEBAPorto de ARATU BA CODEBAPorto de SALVADOR BA CODEBAPorto de MACEIOacute AL CODERNPorto de NATAL RN CODERNPorto de AREIA BRANCA RN CODERNPorto de FORTALEZA CE CDCPorto de VILA DO CONDE PA CDPPorto de BELEacuteM PA CDPPorto de SANTAREacuteM PA CDP

Para a SEP os portos fluviais satildeo definidos como Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pe-queno Porte ndash IP4 voltados para favorecer a movimentaccedilatildeo de cargas e passageirosem aacutereas distantes Sob a competecircncia do Departamento Nacional de Infraestruturade Transportes ndash DNIT estatildeo 122 instalaccedilotildees IP4 (MTPAC 2018a)

A existecircncia de 39 portos puacuteblicos fluviais sob a competecircncia SEP emborasejam portos fluviais estatildeo excluiacutedos da categoria IP4 (Tabela 7)

O complexo portuaacuterio brasileiro eacute estrateacutegico para o Brasil pelo fato de seruma das principais infraestruturas de apoio ao comeacutercio exterior Cerca de 90 detoda carga comercializada no mercado internacional passam pelos portos brasileiros

A movimentaccedilatildeo dos portos em 2017 atingiu 1087 bilhatildeo t com 61812 atra-caccedilotildees de navios no mesmo periacuteodo Quando analisado o perfil de cargas movimen-tadas em 2017 as estatiacutesticas apontam os graneis soacutelidos como a principal carga com

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Tabela 6 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte MT-PAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria Tipo

Porto de SUAPE PE SDEC-PE MariacutetimoPorto de IMBITUBA SC SCPAR MariacutetimoPorto de SAtildeO FRANC SUL SC APSFS MariacutetimoPorto de ITAQUI MA EMAP MariacutetimoPorto de CABEDELO PB DOCAS-PB MariacutetimoPorto do RECIFE PE PORTO DO RECIFE SA MariacutetimoPorto de SAtildeO SEBASTIAtildeO SP DERSA MariacutetimoPorto de ANTONINA PR APPA MariacutetimoPorto de PARANAGUAacute PR APPA MariacutetimoPorto de PELOTAS RS SPH MariacutetimoPorto de PORTO ALEGRE RS SPH MariacutetimoPorto de ESTRELA RS SPH FluvialPorto de CACHOEIRA DO SUL RS SPH FluvialPorto de RIO GRANDE RS SUPRG MariacutetimoPorto de PORTO VELHO RO SOPH-RO FluvialPorto de ITAJAIacute SC ADHOC MariacutetimoPorto de MACAPAacute AP CDSA MariacutetimoPorto do FORNO RJ COMAP Mariacutetimo

64 seguida de graneis liacutequidos 212 contecirciner 99 e carga geral 5 (MTPAC2018b ANTAQ 2018b) Na Figura 14 pode ser observada a evoluccedilatildeo no movimentototal dos portos brasileiros a partir de 2010

Figura 14 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte ANTAQ(2018a)

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Tabela 7 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado

Cruzeiro do Sul ACPorto Acre AC

Porto Walter ACIbotirama BACorumbaacute MS

Ladaacuterio MSMundo Novo MS

Caacuteceres MTAlmeirim PAAltamira PAGurupaacute PAItaituba PA

Juruti PAMonte Alegre PA

Oacutebidos PAOriximinaacute PA

Porto de Moz PAPrainha PA

Senador Joseacute Porfiacuterio PAVitoacuteria de Xingu PASanta Terezinha PR

Terra Roxa PRPorto velho RO

Estrela RSCachoeira do Sul RS

Charqueadas RSJaguaratildeo RS

Santa Vitoacuteria do Palmar RSAnhembi SP

Jauacute SPPanorama SP

Pederneiras SPTerminal Floresta SP

Terminal Satildeo Miguel SPTerminal Fazenda Satildeo Joaquim SP

Eclusa Tiete Montante SPUsina Diamante SPUsina Pioneiros SP

Satildeo Pedro SP

34

Em 2018 houve um crescimento de 849 do volume movimentado em 2018em relaccedilatildeo ao ano anterior Se comparado o ano de 2017 e 2010 o fluxo de cargasnos portos brasileiros aumentaram 295 Neste mesmo periacuteodo observou-se umcrescimento continuo com exceccedilatildeo ao ano de 2016 que registrou uma queda de 05em relaccedilatildeo ao ano de 2015

No quesito natureza da carga a Figura 15 destaca a participaccedilatildeo do grupo decarga na seacuterie histoacuterica

Figura 15 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

No ano de 2017 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 os graneis soacutelidos cresceram1041 graneis liacutequidos 378 contecirciner 317 e carga solta 776 conforme ilus-trado na Figura 15 Embora o ano de 2016 tenha apresentado uma ligeira queda de05 em relaccedilatildeo ao ano anterior a carga geral apontou um crescimento de 53

214 Porto de SantosSP

Localizado no litoral do Estado de Satildeo Paulo o Porto de Santos eacute puacuteblico eadministrado pela Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo - CODESP Conside-rado o mais importante porto nacional tem aproximadamente 15 km de extensatildeo 55terminais mariacutetimos e retro portuaacuterios e 65 berccedilos de atracaccedilatildeo

O complexo portuaacuterio santista em 2017 contabilizou 5597 atracaccedilotildees de na-vios movimentando 125 milhotildees t ANTAQ (2018b) No ranking da movimentaccedilatildeonacional o Porto de Santos ocupou o terceiro lugar ficando atraacutes de Terminal pontada Madeira e Terminal Tubaratildeo que operam mineacuterio de ferro (ANTAQ 2018b)

35

Um dos principais fatores para atraccedilatildeo de cargas no Porto de Santos eacute a suaacessibilidade e zona de influecircncia Conectado com as principais rodovias de acessodo paiacutes o porto santista tem como aacuterea de influecircncia primaacuteria os estados de SatildeoPaulo Minas Gerais Mato Grosso Mato Grosso do Sul Goiaacutes e o Distrito Federalque juntos representam 67 do PIB

Aleacutem disso o porto tem acesso agrave hidrovia Tiete-Paranaacute principal hidrovia deescoamento de gratildeos e importantes linhas feacuterreas que facilitam a movimentaccedilatildeo dasmercadorias em grande escala em especial as commodities agriacutecolas (Souza et al2017)

Ainda que a zona de influecircncia e a acessibilidade seja determinante para oporto santista devido agrave sua topografia torna-se impossivel sua expansatildeo

Para melhor entendimento a Figura 16 ilustra o histoacuterico de movimentaccedilatildeo decargas no Porto de Santos no periacuteodo de 2010 a 2017 conforme dados da (ANTAQ2018b)

Figura 16 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b)

Conforme destacado na Figura 16 a somatoacuteria da movimentaccedilatildeo geral do portocresceu 85 em 2017 o complexo portuaacuterio de Santos apontou uma alta de 135no mesmo periacuteodo em relaccedilatildeo a 2016

Comparando com a movimentaccedilatildeo dos portos o Porto de Santos apresentaoscilaccedilotildees do volume movimentado Em 2011 foi registrado uma queda de 4 emrelaccedilatildeo a 2010 no ano de 2014 uma reduccedilatildeo de 29 comparado com 2013 e final-mente em 2016 o fluxo movimentado diminui 47 em relaccedilatildeo ao ano anterior

Referente agrave natureza da carga movimentada no Porto de Santos o granel soacutelidotambeacutem aparece como a principal carga movimentada em todos os anos observado

36

na Figura 17

Figura 17 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

Em meacutedia o granel soacutelido representou 49 da movimentaccedilatildeo do Porto de San-tos comparando o periacuteodo 2010 a 2017 (Figura 17) O contecirciner aparece em segundolugar no mesmo periacuteodo com uma meacutedia de 33 Em 2017 o granel soacutelido regis-trou 506 seguido pelo contecirciner 333 granel liquido 12 e carga geral 38 Ofluxo de cargas movimentadas no complexo santista em 2017 representou aproxima-damente 12 do movimento dos portos brasileiros

37

3 Metodologia

Para a execuccedilatildeo deste estudo foram realizadas pesquisas quantitativas de ca-raacuteter exploratoacuteria descritiva e bibliograacutefica

O meacutetodo de pesquisa bibliograacutefica propotildee uma anaacutelise de estudo sobre diver-sos posicionamentos acerca de trabalhos jaacute desenvolvidos (Gil 2010)

Para revisatildeo sistemaacutetica de literatura utilizaram-se as principais bases de con-sultas tais como ScienceDirect Scopus IEEE Scielo Google Acadecircmico Portal dePerioacutedicos da CAPES teses e dissertaccedilotildees livros impressos e eletrocircnicos alinhadosao tema

A pesquisa descritiva segundo Cervo et al (2007) busca descobrir de formaprecisa a frequecircncia com que um fenocircmeno ocorre e sua relaccedilatildeo com outros A coletade dados eacute uma das principais caracteriacutesticas da pesquisa descritiva pois observaregistra e analisa fatos e fenocircmenos Os dados quantitativos coletados para estetrabalho foram extraiacutedos dos principais portais do Governo Federal observando asseacuteries temporais

Para desenvolvimento do presente estudo foram realizados quatro artigos ci-entiacuteficos a fim de atender ao regulamento do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enge-nharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista ndash UNIP que eacute estruturado no formatode Dissertaccedilatildeo por artigo Dessa maneira os artigos satildeo apresentados no capiacutetuloquatro no formato original conforme a publicaccedilatildeo agrave qual foi submetido e aprovado

Na Tabela 8 a ordem de apresentaccedilatildeo dos artigos natildeo segue a ordem depublicaccedilatildeo dos mesmos No entanto para facilitar a compreensatildeo da dissertaccedilatildeoos artigos estatildeo apresentados por sequecircncia loacutegica de entendimento da pesquisaconforme os apontamentos de cada artigo a seguir

Artigo I - Este artigo teve como objetivo analisar a produccedilatildeo do milho brasileiroe o papel das regiotildees produtoras Os resultados indicaram um crescimento de mais de245 na produccedilatildeo nacional entre os anos de 1976 e 2016 Referente agrave produtividadeo estudo identificou um incremento de 250 nos mesmos periacuteodos Quanto as aacutereasde cultivo houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 nos uacuteltimos 40 anos (19762016)Quanto as regiotildees produtoras houve um deslocamento da regiatildeo Sul e Sudeste sen-tido Norte Nordeste e Centro-Oeste do paiacutes a partir deacutecada de 1980 Entre as novasregiotildees de cultivo o Centro-Oeste apresentou o maior ganho de produccedilatildeo com 520de aumento sendo a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo O es-tudo tambeacutem identificou os cinco principais estados produtores Paranaacute Mato GrossoMinas Gerais Bahia e Paraacute No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grossoassumiu a lideranccedila como maior produtor de milho Se comparado os principais esta-

38

Tabela 8 Artigos publicados do autor

ORDEM PUBLICACcedilAtildeO TEMA IDIOMA

Artigo I South American Development SocietyJournal

Estudo da pro-duccedilatildeo do milhono Brasil re-giotildees produtorasexportaccedilatildeo eperspectivas

Portuguecircs

Artigo II APMS -International ConferenceAdvances in ProductionManagement Systems - Hamburgo ndashAlemanha 2017

Brazilian Corn Ex-ports An Analysisof Cargo Flow

Inglecircs

Artigo III International Journal of Shipping andTransport Logistics

Forecasting CornStorage Capacityin Santos PortTerminal in Brazil

Inglecircs

Artigo IV International Conference on NetworkEnterprises amp Logistics Management ndashSatildeo Paulo ndash Brazil 2018

Simulaccedilatildeo de ope-raccedilotildees de gratildeos emum terminal portuaacute-rio

Portuguecircs

dos produtores o Paranaacute teve uma expansatildeo de 213 ao longo do periacuteodo estudado(19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um crescimento exponencial 14366 nomesmo periacuteodo

Artigo II ndash Nesse artigo identificou-se o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasi-leiro principal porto de escoamento e principais mercados compradores O resultadosapontaram os portos de Santos e Paranaguaacute como os principais escoadores do mi-lho para o mercado internacional Ambos movimentaram entre os anos 2012 e 2016cerca de 665 milhotildees t do gratildeo oriundo dos estados Mato Grosso Mato Grosso doSul Goiaacutes Paranaacute Minas Gerais Satildeo Paulo e Rio Grande do Sul O Porto de San-tos eacute a principal porta de saiacuteda do cereal e foi responsaacutevel por 8148 do volumeenquanto o Porto de Paranaguaacute 1852 no periacuteodo observado No ano de 2016 oPorto de Santos escoou 21 milhotildees t do gratildeo e os principais estados exportadoresvia Santos foram Mato Grosso (7498) seguidos por Goiaacutes (1282) Mato Grossodo Sul (609) Satildeo Paulo (428) Paranaacute (118) e Minas Gerais (066) 6085do milho escoado por Santos teve como destino o continente asiaacutetico e 2903 oMeacutedio Oriente O Porto de Paranaguaacute em 2016 exportou 24 milhotildees t Referenteaos estados que exportaram por Paranaguaacute o estado do Paranaacute liderou as exporta-ccedilotildees (4570) seguido por Mato Grosso do Sul (3657) Mato Grosso (1307) Oestudo apresenta como destaque Vietnatilde (2429) e Japatildeo (1871) entre os 16 prin-cipais importadores do gratildeo O restante representaram 570 das importaccedilotildees Em

39

relaccedilatildeo aos continentes os mais importantes foram a Aacutesia (6562) seguida Europa(1175) Oriente Meacutedio (1173) Aacutefrica (945) e Ameacuterica (144)

Artigo III - O estudo buscou avaliar se a capacidade estaacutetica eacute compatiacutevel comas crescente demandas de exportaccedilatildeo do milho no Porto de Santos por meio deum terminal portuaacuterio aqui denominado Terminal A Para tanto elaborou-se um es-tudo de previsatildeo de demanda comparativa das exportaccedilotildees do milho Brasil e Portode Santos visando um horizonte dos proacuteximos cinco anos (20172021) Em vistadisso houve uma discussatildeo sobre eventuais gargalos logiacutesticos no terminal portuaacuteriosantista Apoacutes aplicaccedilatildeo de meacutetodos de previsatildeo que o Terminal A responsaacutevel por37 do milho exportado pelo porto santista experimentaraacute significativo aumento dedemanda O estudo identificou acreacutescimo meacutedio de 40 nas operaccedilotildees do terminalquanto ao gratildeo de milho para os proacuteximos cinco anos Baseado em anaacutelises pre-ditivas foi possiacutevel identificar gargalos logiacutesticos caso as previsotildees de demanda seconfirmem O maior gargalo observado reside na estocagem do cereal para posteriorembarque As previsotildees puderam mensurar a capacidade estaacutetica de armazenagemdeficitaacuteria em relaccedilatildeo agraves previsotildees a partir do primeiro ano O estudo aponta 39 dedeacuteficit no primeiro ano (2017) seguido para os proacuteximos anos com 57 75 94 e115 (2018201920202021)

Artigo IV ndash O presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimentoe armazenamento de gratildeos de milho no Terminal A com vistas a testar qual o modaleacute mais eficiente considerado dois processos distintos rodovia e ferrovia A Para issooptou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENA copyRockwell Software Inc 110versatildeo acadecircmica Como resultado dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute aoperaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Emque pese na operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34moega 1 e 68 moega 2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel agargalos O estudo identificou na operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos re-cursos de 67 no gate e 47 nos tombadores Dessa maneira pode-se concluir queapesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do terminal se as perspectivasde aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o Terminal A estaraacutediante de um iminente gargalo operacional Os resultados indicam a necessidade deinvestimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o aumentocrescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

40

4 Artigos

41 1ordm Artigo

Artigo aceito para publicaccedilatildeo no South American Development Society Journal(Figura 18) Submetido em 07062018 e publicado em 24082018

Figura 18 Revista SADSJ

pag 182

South American Development Society Journal

Vol 04 | Nordm 11 | Ano 2018 | ISSN 2446-5763 | DOI 1024325issn2446-5763v4i11p182-194

Data de Submissatildeo 07062018 | Data de Publicaccedilatildeo 24082018

ESTUDO DA PRODUCcedilAtildeO DO MILHO NO BRASIL REGIOtildeES PRODUTORAS

EXPORTACcedilAtildeO E PERSPECTIVAS

STUDY OF CORN PRODUCTION IN BRAZIL PRODUCTION REGIONS EXPORTATION

AND OUTLOOK

Aguinaldo Eduardo de Souza - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

souzaeduaguinaldogmailcom

Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

betomendesresusmsmcom

Julio Cezar Raymundo - Universidade Paulista - UNIP PPGEP

juliocesarunipbr

Roberta Sobral Pinto - Universidade de Franca ndash UNIFRAN

robertasobralpintogmailcom

Resumo

O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia nacional e de vital

importacircncia para a balanccedila comercial brasileira O milho eacute o segundo gratildeo mais cultivado e

exportado perdendo apenas para a soja Aleacutem disso o cereal eacute o principal componente

para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal voltado para um dos principais segmentos do comeacutercio

exterior do Brasil a cadeia produtiva de carne animal Sendo assim o objetivo deste artigo eacute

investigar a produccedilatildeo nacional do milho bem como principais regiotildees e estados produtores

produtividade e aacutereas de plantio Para tanto foram coletados dados na Companhia Nacional

de Abastecimento (CONAB) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Os

resultados mostram as duas principais regiotildees produtoras Sul e Centro-Oeste e que a 2ordf

safra chamada de safrinha eacute a responsaacutevel pelo incremento da produccedilatildeo nacional do gratildeo

em especial o estado do Mato Grosso destaque como maior produtor nas uacuteltimas safras

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Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 183

Palavras-chave Agronegoacutecio Milho Produccedilatildeo Agriacutecola Exportaccedilatildeo

Abstract

Agribusiness is one of the main activities to the Brazilian economy and it has

vital importance for the trade balance Strictly speaking corn is one of the most

important product in Brazils agriculture where it is the second most cultivated and

exported grain losing only to soybeans In addition the cereal is the main component

to produce animal feedstuff focused on one of the main segments of Brazils foreign

trade the animal meat production chain Therefore the objective of this article is to

investigate the national production of corn as well as the main producing regions and

states productivity and planting areas For that data were collected from the National

Supply Company (CONAB) and the Brazilian Institute of Geography and Statistics

(IBGE) The results show the two main producing regions South and Center-West and

that the second crop called safrinha is responsible for increasing national grain

production especially the state of Mato Grosso which is the largest producer of the last

crops

Keywords Agribusiness Corn Agriculture Production Export

Introduccedilatildeo

O Agribusiness brasileiro eacute um dos principais setores da economia nacional e de

fundamental importacircncia para a balanccedila comercial brasileira segundo Souza et al

(2017) As exportaccedilotildees do agronegoacutecio brasileiro no ano de 2016 representaram US$

850 bilhotildees Seu principal mercados foi a Aacutesia com US$ 374 bilhotildees Os compradores

mais importantes foram a China com US$ 208 bilhotildees Uniatildeo Europeia (28 paiacuteses)

com US$ 167 bilhotildees seguida pelos EUA que importaram US$ 63 bilhotildees (DEAGRO

2016)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos USDA (2017) o milho eacute o gratildeo mais cultivado A produccedilatildeo mundial do gratildeo

atingiu 968 milhotildees (t) em 2016 No Brasil o cultivo do milho vem ganhando espaccedilo e

se apresenta como um dos principais segmentos econocircmicos do agronegoacutecio brasileiro

42

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 184

sendo o segundo gratildeo mais exportado Em 2016 os EUA lideraram o ranking mundial

dos principais produtores de milho com 345 milhotildees (t) seguido pela China com 224

milhotildees (t) e o Brasil com 67 milhotildees (t) (DEAGRO 2016) (USDA 2017)

O Brasil tem aproveitado o crescente aumento da demanda mundial pelo milho

visto que o maior produtor mundial os EUA tem destinado parte da sua colheita para

produccedilatildeo de etanol Outro fato que contribui para uma maior participaccedilatildeo do Brasil no

mercado internacional eacute implementaccedilatildeo de novas tecnologias no plantio expansatildeo de

aacutereas plantadas e o aumento da produtividade tem permitido ao Brasil maior

participaccedilatildeo no mercado internacional (CONAB 2017)

Diante deste contexto o presente estudo tem como objetivo invesrtigar a

evoluccedilatildeo da produccedilatildeo brasileira do milho no Brasil principais regiotildees e estados

produtores visando contribuir para para um melhor planejamento logistico de

exportaccedilatildeo tendo as projeccedilotildees de crescimento das exportaccedilotildees do gratildeo no mercado

internacional conforme projeccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura (MAPA 2016)

Para compreender o panorama da produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees

produtoras optou-se por uma pesquisa quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio Para tal

utilizou-se a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutetica (IBGE) e da

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) observando as seacuteries histoacutericas

A produccedilatildeo do milho no brasil

No Brasil o milho eacute cultivado em duas etapas 1ordm e 2ordf safra A regiatildeo Centro-Oeste eacute a

grande responsaacutevel pela produccedilatildeo da segunda safra

Tabela 1 ndash Calendaacuterio agriacutecola milho

Safras Plantio Colheita Produccedilatildeo Nacional

1ordf agosto a dezembro

marccedilo a junho 40

2ordf janeiro a marccedilo junho a setembro

60

43

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 185

Fonte (DEPEC 2017)

Observa-se na tabela 1 a importacircncia da segunda safra tambeacutem conhecida

como safrinha para o calendaacuterio nacional agriacutecola do milho Enquanto que a primeira

safra representa 40 da produccedilatildeo nacional segunda safra eacute responsaacutevel por 60 de

toda a produccedilatildeo brasileira

O fato do plantio da segunda safra ser efetuado logo apoacutes a colheita da soja e no

mesmo local tem permitido uma maior produtividade da safrinha do milho em virtude

do aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes no solo dessas aacutereas de plantio (REIS

et al 2016)

Segundo a CONAB (2017) atraveacutes do acompanhamento da seacuterie histoacuterica da

produccedilatildeo de gratildeos brasileiros iniciado na deacutecada de 70 registram um aumento de

mais de 245 na produccedilatildeo do milho nos uacuteltimos 39 anos Os estudos consideram as

safras de 197677 a 201516 (Fig 1)

Figura 1 - Evoluccedilatildeo produccedilatildeo x aacuterea plantada

Fonte CONAB (2017)

Observa-se na Figura 1 o primeiro registro de produccedilatildeo do gratildeo na safra

197677 com 19 milhotildees (t) produzidas Na safra de 198687 os dados apontam 26

milhotildees (t) Na deacutecada de 90 em especial a safra de 199697 o volume foi de 35

44

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 186

milhotildees (t) Jaacute a safra de 20062007 51 milhotildees (t) apontando um crescimento

exponencial na produccedilatildeo nacional do cereal

Em que pese uma significativa queda na produccedilatildeo da safra 201516 com 214

com 66 milhotildees (t) em comparaccedilatildeo com a safra de 201415 de 84 milhotildees (t) as

estimativas da CONAB indicam uma colheita recorde em torno de 91 milhotildees (t) para

safra 201617

Referente as aacutereas de plantio poucas foram as alteraccedilotildees Os estudos

evidenciaram que no ano de 1976 117 milhotildees hectares eram destinados a plantaccedilatildeo

da cultura do milho no Brasil Comparando com a safra de 201516 houve uma

expansatildeo de 3497 considerando uma aacuterea para cultivo de 159 milhotildees de hectares

Uma meacutedia de 132 milhotildees de hectares disponiacuteveis para o cultivo ao longo da seacuterie

histoacuterica de 40 anos

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias tem contribuido para significativos

patamares de produtividade no Brasil que comprovam que o setor vem se

profissionalizado (Figura 2) As novas tecnologias estatildeo associadas a cultivares de alto

potencial geneacutetico (hiacutebridos simples e triplos) e transgecircnicas espaccedilamento reduzido

associando agrave maior densidade de plantio melhoria na qualidade de sementes controle

quiacutemico de doenccedilas correccedilatildeo de solos (EMBRAPA 2017)

Figura 2 ndash Evoluccedilatildeo produccedilatildeo nacional x produtividade

Fonte CONAB (2017)

Como ilustra a Fig 2 em termos comparativos a safra de 201516 teve uma

produtividade de 4178 kgha cerca de 250 a mais que agrave safra de 197677 onde o

Brasil colheu 1632 kgha As duas safras de maior destaque ao longo da seacuterie histoacuterica

45

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 187

foram a de 201415 com 5396 kgha e de 201213 com 5149 kgha Na meacutedia da seacuterie

histoacuterica houve uma variaccedilatildeo de mais de 33 no aumento da produtividade ao logo

dos 39 anos (Fig 3)

Figura 3 ndash Produtividade nacional por hectare

Fonte CONAB (2017)

Para o IBGE (2017) que pesquisa o ano civil a projeccedilatildeo de colheita da

commodity do milho eacute de 96 milhotildees (t) para o ano de 2017 um crescimento de 52

em relaccedilatildeo a produccedilatildeo do ano 2016 que foi de 63 milhotildees (t) como pode ser

observado na Quadro1

Quadro 1 ndash Produccedilatildeo por regiotildees em milhotildees (t) Estimativas

Regiatildeo 1ordf Safra 2ordf Safra

2016 2017 Var 2016 2017 Var

Norte 946950 1049977 11 938343 1479632 58

Nordeste 2546636 4504929 77 577738 2034857 252

Sudeste 7803609 8545800 10 2263889 3604832 59

Sul 10650820 13866157 30

1049659

4

1382707

3 32

Centro-oeste 2432227 3027537 25

2498661

7

4501634

7 80

1ordf e 2ordf Safra

46

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 188

2016 2017 Var

Brasil 63643423 96957141 523

Fonte IBGE (2017)

Regiotildees produtoras

De acordo com a CONAB (2017) a produccedilatildeo nacional do milho estaacute nas

Regiotildees Sul Centro-Oeste e Sudeste Os cinco principais Estados produtores satildeo por

ordem de grandeza Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais Bahia e Paraacute

Ao longo das quatro deacutecadas a expansatildeo territorial agriacutecola no Brasil tem crescido

significativamente Ateacute as deacutecadas de 1980 e 1990 a produccedilatildeo agriacutecola nacional era

realizada especificamente na regiatildeo Sul do paiacutes

O aumento de demanda pelo gratildeo nacional e a disponibilidade de terras mais

baratas propiciaram o deslocamento da produccedilatildeo da regiatildeo Sul para o norte do Brasil

com destaque regiatildeo Centro-Oeste

Para Caldarelli e Bacchi (2012) outros fatores alavancaram a expansatildeo da

cultura do milho em terras brasileiras Maior rentabilidade do agricultor com a

valorizaccedilatildeo do gratildeo desregulamentaccedilatildeo da economia acordos internacionais com

reduccedilatildeo das tarifas de importaccedilatildeo impulsionaram a produccedilatildeo nacional de gratildeos

colocando o paiacutes a um patamar de maior competitividade

Desse modo pode-se observar uma nova configuraccedilatildeo na produccedilatildeo nacional

bem como nas regiotildees produtoras (Figura 4)

Para CONAB (2017) o aumento da produccedilatildeo estaacute diretamente relacionado a

dois fatores a utilizaccedilatildeo de novas aacutereas agricultaacuteveis em novas fronteiras agriacutecolas e a

implementaccedilatildeo de tecnologias voltadas a promover maior produtividade nas tradicionais

aacutereas de cultivo (Sul e Sudeste)

47

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 189

Figura 4 ndash Produccedilatildeo nacional do milho por regiatildeo

Fonte IBGE (2017)

Conforme ilustrado na Figura 4 a partir de meados da deacutecada de 1980

configura-se uma nova dinacircmica de produccedilatildeo do milho em regiotildees brasileiras

Dados analisados com base no periacuteodo das safras de 199091 a 201516

indicam a regiatildeo Centro-Oeste como maior produtora do gratildeo com crescimento de

520 Em segundo lugar a regiatildeo Norte com 215 de expansatildeo seguida pela Sul

Nordeste e Sudeste com 164 69 e 19 respectivamente

Apesar da regiatildeo Centro-Oeste tem apresentado o maior crescimento em termos

de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maior eficiecircncia em produtividade como

pode ser observado na Figura 5

Figura 5 ndash Produtividade do milho por regiatildeo

48

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 190

Fonte CONAB (2017)

Os estudos observados na Figura 5 indicam a regiatildeo Sul como a maior

produtividade do Brasil foram colhidos 6068 kgha na safra de 201516 Em segundo

lugar no ranking maior produtividade do cereal encontra-se a regiatildeo Sudeste com 4775

kgha seguida pelo Centro-Oeste com 3996 kgha Com exceccedilatildeo a safra de 201112

onde foram colhidos 4953 kgha a regiatildeo Sul se apresenta com o maior iacutendice de

produtividade entre as regiotildees considerando as safras de 200607 a 201516

Principais estados produtores

No que concerne aos principais estados produtores o Paranaacute aparece como o

maior produtor do gratildeo ateacute a safra de 201112 Entretanto a partir da safras seguintes

conforme seacuterie histoacuterica (Fig 6) o Mato Grosso assume o protagonismo no raking dos

maiores produtores do gratildeo com os volumes de 19 18 20 e 15 milhotildees (t) produzidas

nas uacuteltimas quatro safras O que permitiu o impulso da produccedilatildeo no Mato Grosso aleacutem

do aproveitamente das terras produtoras de soja (2ordf safra) a expansatildeo de terras

agricultaacuteveis

Ao longo do acompanhamento da serie historica eacute possivel notar que Paranaacute

dispunha de 2153 milha (197677) contra 2612 milha (201516) uma expansatildeo de

terras de 213 Jaacute o Mato Grosso teve uma expansatildeo de 14366 no mesmo

periacuteodo Suas primeiras terras disponiveis para a cultura do milho era de 542 milha

(197677) contra as atuais 3800 milha (201516)

Figura 6 ndash Principais estados produtores

49

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 191

Fonte CONAB (2017)

Os estudos tambeacutem evidenciaram queda na produtividade dos dois principais

estados produtores considerando a safra de 201516 em relaccedilatildeo a 201415 O Paranaacute

registrou uma queda de 141 contra 339 de estado do Mato Grosso Contudo ao

longo da seacuterie histoacuterica o estado do Paranaacute deteacutem a maior participaccedilatildeo de

produtividade entre os estados produtores

Exportaccedilatildeo

O milho eacute o principal macro ingrediente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal A

suinocultura e a avicultura de corte satildeo os grandes propulsores do consumo nacional

do milho Para Reis et al (2016) o cultivo do milho tem como destino atender a

demanda interna voltada a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal Aleacutem do que o gratildeo supri

tambeacutem a induacutestria alimentiacutecia para consumo humano e outros produtos em gerais O

excedente da produccedilatildeo eacute absorvido pelo mercado internacional

Ainda que os aumentos da produtividade do gratildeo seja expressivo o Brasil natildeo eacute

um exportador tradicional do gratildeo Desse modo a produccedilatildeo brasileira segue a

tendecircncia determinada pelas demandas do mercado domeacutestico apresentando pouca

interaccedilatildeo com o mercado internacional (CALDARELLI e BACCHI 2012)

Dados coletados no portal da Aliceweb apontam que natildeo obstante a queda de

244 nas exportaccedilotildees em relaccedilatildeo ao ano anterior no ano de 2016 o Brasil exportou

21 milhotildees (t) de milho (MDIC 2017)

Figura 7 ndash Dez principais mercados do milho brasileiro

50

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 192

Fonte Trade Map - Trade statistics for international business development (2017)

A Figura 7 ilustra os cinco principais destinos do cereal no ano de 2016 Entre os

principais compradores estatildeo o Iratilde na lideranccedila do ranking com 21 das exportaccedilotildees

Em segundo lugar aparece o Vietnatilde com 13 seguido por Japatildeo Malaacutesia e Coreacuteia do

Sul com 12 7 e 6 respectivamente

Conclusotildees e Perspectivas

Visando descrever o panorama do plantio do milho brasileiro o presente estudo

conclui que de acordo com a seacuterie histoacuterica de 197677 a 201516 a produccedilatildeo nacional

do gratildeo cresceu 2455 Observou-se um incremento de 250 na produtividade no

mesmo periacuteodo tendo uma variaccedilatildeo de aproximadamente de 33 na meacutedia da seacuterie

histoacuterica comparado entre as deacutecadas de colheita Referente as aacutereas de cultivo

houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 saltando de 117 para 159 milhotildees de

hectares de aacutereas destinadas ao cultivo do cereal Aleacutem disso a partir de meado da

deacutecada de 1980 o cultivo do milho se deslocou da regiatildeo Sul e Sudeste para as

regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste Das principais novas fronteiras produtoras do

milho o destaque ficou para a regiatildeo Centro-Oeste com ganhos de produccedilatildeo de 520

Evidentemente a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo No ranking

dos cinco principais estados produtores estatildeo o Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais

Bahia e Paraacute O Paranaacute ateacute a safra de 201112 manteve a lideranccedila absoluta do maior

51

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 193

produtor nacional do gratildeo No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grosso

assumiu a lideranccedila O crescimento das aacutereas disponiveis para plantio justificam a

produccedilatildeo dos dois principais estados produtores O Paranaacute teve uma expansatildeo de

213 ao longo do periodo estudado (19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um

crescimento exponencial 14366 no mesmo periacuteodo Por uacuteltimo o crescimento da

produccedilatildeo da proteina animal e o aumento da demanda mundial pelo milho que nortearaacute

a cadeia produtiva nacional do milho Deste modo os proacuteximos estudos poderatildeo se

concentrar na melhora logiacutestica das principais regiotildees produtoras

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CALDARELLI C E BACCHI M R P Fatores de influecircncia no preccedilo do milho no

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52

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

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53

54

42 2ordm Artigo

Artigo aprovado no IFIP Advances in Information and Communication Techno-logy 2017 (Figura 19) Apresentado em Hamburgo (Alemanha) em setembro de 2017

Figura 19 APMS 2017 Hamburg

Brazilian Corn Exports An Analysis of Cargo Flowin Santos and Paranagua Port

Aguinaldo Eduardo de Souza lowast12 Joao Gilberto Mendes dos Reis 13 EmersonRodolfo Abraham 14 and Sivanilza Teixeira Machado 5

1 Paulista University - UNIP PPGEP Sao Paulo Brazil2 UNIBR Sao Vicente Brazil

3 UFGD PPGA Dourados Brazil4 Metodista University Sao Bernardo do Campo Brazil

5 Federal Institute of Sao Paulo Suzano BrazillowastCorresponding author souzaeduaguinaldogmailcom

Abstract The worldrsquos population is projected to increase to 9 billion till2050 increasing feed demand Corn is one of the most important grains infood supply chains (FSC) and growers have an essential role This articleaims to investigate the flow of Brazilian corn among origin main portsand international markets to address a panorama of corn production inBrazil With this objective we collected data from the Brazilian Ministryof Industry and Foreign Trade and we analyzed this data using SocialNetwork Analysis (SNA) tools The results showed that corn exports inBrazil use two main ports with Santos being the most important one

Keywords Logistics middot Corn production middot Exports middot International market

1 Introduction

It is forecasted that the world trade of corn will reach newer heights boostedby a stronger demand for feed Currently the United States and China are themain growers but Brazil has been considered a new frontier and occupies thethird place [1] Despite the important role of China in production over the lastfive years around 83 of export was associated with the US Brazil Argentinaand Ukraine This distinctly indicates a huge internal market in China and thepotential business opportunities for producers in the US and Brazil

The United Nations expects the world population to increase to 9725 bil-lion by 2050 [2] this implies a challenge for the global leaders to raise foodproduction and at the same time to preserve the environment and local marketproduction In this manner Brazil appears to be a major player in commodityproduction to feed the world In case of corn for instance projections show anincrease in Brazilian exports of 524 until 2026 In numbers the country isexpected to reach 463 million metric tonnes (mt) per year [3]

Although Brazil has high productivity and a high quantity of available landthe flow of commodities export depends on few routes and ports that entail

55

2 Souza et al

logistics bottlenecks For example Reis et al [2] argue that poor logistics ofBrazilian infrastructure increases the inland freight of soybean in comparisonwith the US by 146 Moreover Galvao et al [4] [5] showed that Brazilianports cargo flow grew significantly around 42 from 2001 to 2011 reaching886 million (mt) in 2011 this was mainly solid bulk cargo

Regarding Brazilian ports Santos (Sao Paulo) and Paranagua (Parana) arethe major corn exporters with 665 million (mt) between 2012 and 2016 Thecorn flow concentration creates logistics bottlenecks such as extensive trucklines to unload cargo and low static storage capacity Rodrigues [6] affirms thatlogistics management adopts a systematic cost approach based on parameterssuch as cost time and service quality level Therefore analyzing the flow ofcorn production is very important for developing a plan to improve the logisticsinfrastructure of major corridors

This article aims to analyze the Brazilian corn routes and exports for un-derstanding the current scenario and for providing knowledge to develop fu-ture plans for improving logistics operation Thus we address the flows of cornamong the six main growers of the country to two main ports of Brazil and tothe international market

2 Brazilian Ports

Brazil has a continental dimension with an extensive coastline for this reasonsea shipping is relevant to the social and economic development of the coun-try [4] Brazilian port sector is divided into two categories first the port sectorthat is composed of 37 seaports managed by the federal government the sec-ond category that is composed of 122 inland port facilities management by theMinistry of Transport [7]

The cargo flow in Brazilrsquos seaports in 2016 was 998068 million (mt) wherethe main international traffic was dry bulk of upto 628700 million (mt) liquidbulk of upto 218000 with million (mt) general cargo of upto 51300 million(t) and containers of upto 100100 million (mt) [9]

21 Santos Port

Santos is Brazilrsquos larger port In 2006 it represented around 285 of the bal-ance of trade of the country Its operations reached 1138 million (mt) [10] TheFig 1 shows the numbers of Santos Port (Price FOB in US billion dollars)

The illustrative evidence in Fig 2 suggests the great relevance of SantosPort among the 37 Brazilian ports Nowadays it is the main port of the countrywith 4520 ships being docked in 2016 Furthermore this port is considered asbeing one of the biggest ports in Latin America in terms of container flow in2015 [11]

Accessibility is the main factor that attracts cargo to the Santos Port Theport has a link with the main roadways Moreover it is connected to Tiete-Parana inland waterways by railway that facilitates a large-scale movement ofcommodities

56

Brazilian Corn Exports 3

Fig 1 Participation of Santos Port in Brazilian Balance of Trade (SourceAdapted of [10])

In addition the areas dependent on Santos Port represents 67 of Brazil-ian GDP including states such as Sao Paulo Minas Gerais Mato Grosso MatoGrosso do Sul and Goias e o Distrito Federal These states are responsible for56 of Brazilian balance of trade [10]

22 Paranagua Port

According to the Administration of Paranagua Port and Antonina - APPA [12]the Paranagua Port has 3581 meters of wharfs and 23 berths It is among thefive main Brazilian ports in relation to the flow of goods The port in 2016moved 45045 million (mt) and it has the capacity to receive 1909 vessels Thethree main cargo were as follows containers (8231 million (mt)) fertilizers(8227 million (mt)) and soybean (7950 million (mt)) [9]

Additionally the Paranagua portrsquos balance of trade was around 76 im-mediately after Santos which as mentioned earlier lead the ranking with astriking difference of 285 [10] Fig 2 demonstrates the flow in the port be-tween 2012 and 2016 (Price FOB in US million dollars)

3 Methodology

For understanding the flow of Brazilrsquos corn exports and the role of Santos Port(Sao Paulo state) we conducted an exploratory research and comparison be-tween the Santos Port and the major Brazilian port competitor Paranagua TheFig 3 displays the location of these ports and the main origin routes

Santos and Paranagua were chosen because they represent around 50 ofvolume exported by the country To perform this study we follow the followingthree steps

57

4 Souza et al

Fig 2 Participation of Paranagua Port in the Brazilian balance of trade (SourceAdapted of [10])

Fig 3 Main Corn Corridors 2016

First Data Collection Data were collected from the Brazilian Ministry of In-dustry and Foreign Trade using the Foreign Trade Information Analysis System(ALICEWEB) The Aliceweb provided us information regarding the volume ofcorn exported by grower states such as Goias Parana Sao Paulo Minas GeraisMato Grosso do Sul Rio Grande do Sul and Mato GrossoSecond database procedure We selected ten major destinations for Brazilrsquoscorn as per the state of origin This allowed us to observe 38 relations amongplayers The data were organized considering the state of origin the port of ori-gin and the country of destination The relationships were created consideringthe corn flow of growers to the ports and them to countriesThird Analysis Using the Social Network Analysis (SNA) tools Ucinet 60 andNetdraw plotted the graphs of the corn networks considering exports flow us-

58

Brazilian Corn Exports 5

ing Santos Port Paranagua Port and both of them together This helped us tocreate a flow map regarding the corridors of exportations and also to analyzecorn traffic

4 Results

Santos and Paranagua ports are established as major corridors for corn exportsin Brazil Both moved around 665 million (mt) between 2012 and 2016 (Fig 4)Together Santos and Paranagua Ports deal with 8148 and 1852 of Brazilrsquoscorn respectively

Fig 4 Cargo Flow in Million of Metric Tonnes to Santos and Paranagua Ports(Source Adapted of [13])

The origin of cargo flow can be observed in Mato Grosso Mato Grosso doSul Goias Parana Minas Gerais and Sao Paulo e Rio Grande do Sul As men-tioned earlier in the methodology section the volume of corn among thesestates and Ports of Santos and Paranagua are organized in Microsoft Excel andare entered in the Ucinet 60 software Using the module Netdraw was possibleto provide that networks to infer some analysis presented in the next subsec-tions

41 International Traffic Considering Both Ports

The Fig 5 depict the corn flow considering the network as a whole including allthe states ports and destination Herein we gather the countries of destinationin the continents to facilitate visualization

As can be seen in Fig 5 Mato Grosso is the main grower with 8285 million(mt) flowing to Santos and Paranagua The distance that needs to be covered toreach both ports is almost the same but the Santos route especially the railroadservice is more developed than the Paranagua route As a result this is directlyresponsible for the highest cargo flow to Santos

59

6 Souza et al

Fig 5 Corn Flow among Brazilian States Ports of Santos and Paranagua andContinents of Destination

On the other hand Mato Grosso do Sul represents the second volume ofcorn to be exported with 1530 million (mt) distributed equitably between bothports The geographical position of the state with a dependence of roadwaytransportation allows Mato Grosso do Sul to use the ports indistinctly They arelocated at the same distance of about 1100 kilometers

The destination of Brazilian corn as per continent was also analyzed Our re-sults indicate the following percentages Asia (6173) Middle-East (2988)Africa (594) Europe (218) and America (027) Vietnam boosted theflow in Asia while the Middle-East distinctly depended on import of agricul-tural products both constituting the most important markets of Brazil

42 Santos

The Fig 6 depicts the corn flow considering the network of Santos PortAs illustrated in Fig 1 Santos moved 10629 million (mt) of corn in 2016

The main exporters via Santos were Mato Grosso (7498) followed by Goias(1282) Mato Grosso do Sul (609) Sao Paulo (428) Parana (118) andMinas Gerais (066) It is possible to note that despite 6085 of the vol-ume being exported to the Asian continent (Taiwan Indonesia Japan VietnamSouth Korea and Bangladesh) Iran and Middle-East were highlighted within2903 of the volume of corn exported by Santos

43 Paranagua

The Fig 7 depicts the corn flow considering the network of Paranagua Port

60

Brazilian Corn Exports 7

Fig 6 Corn Flow by Santos Corridor

Fig 7 Corn Flow by Paranagua Corridor

Based on Fig 7 it is noticeable that Paranagua in 2016 exported 2415million (mt) The state of Parana (4570) lead the export followed by MatoGrosso do Sul (3657) and Mato Grosso (1307) Among the 16 main buyershighlighted were Vietnam (2429) and Japan (1871) Other states repre-sent 570 of imports In relation to continents the most important were Asia(6562) followed by Europe (1175) Middle-East (1173) Africa (945)and America (144)

61

8 Souza et al

5 Discussion

We found that Santos Port is the major corridor that exports Brazilian cornproduction with a cargo volume that is almost three times more than that ofParanagua Santos is undoubtedly the biggest port of Latin America and it hasthe largest infrastructure associated with the main Brazilian corridors of com-modities exports

However despite the advancement of the Port Modernization Act (8630of 1993) and the new regulatory framework of the port sector (12815 of 2013)that have the objective of providing more agility and modernizing the sector re-ducing the costs of transactions [45] port infrastructure and the quality of ser-vices remain issues that affect the agricultural production of the country [14]According to data by the World Economic Forum pertaining to the Brazilianport infrastructure compared with the main exporters of corn and soybeansBrazil was the 122nd position among 144 evaluated countries [14]

Our current findings expand previous work regarding the Brazilian agri-business sector and logistics infrastructure this allows the identification of thecorn flow to the main international markets of Brazil using quantitative data

In spite of this article being an exploratory analysis it permits the identi-fication of a pathway for future studies to improve the bulk of cargo flow Theresults showed that Santos and Paranagua are the main routes of corn exportsand constitute a logistics operations bottleneck for the international traffic ofthis important feed This is especially true for Santos because it is the major ex-porter of commodities and many other products It is also Brazilrsquos main accessto the international market

Some authors such as Marlow and Casaca [15] Vieira et al [16] and theBrazilian National Transport Confederation [14] identified many issues thatmake exporting difficult further they provided the following aspects and op-portunities to improve Santos Port

ndash Maritime access Lack of dredging and overthrow of access channels anddocking berths making access of large ships difficult

ndash Territorial Access Traffic jam and limited availability of railroadsndash Low productivity Obsolete equipment and lack of availability of equipment

and facilitiesndash Burocracy Greater agility in cargo clearance at ports mooring single win-

dow paperless port to boost delivery of documentsndash Information flow Multiple systems to manage the operations loss-making

media channel hindering the customer response time

6 Conclusions and Outlook

The objective of this study was to describe the logistical corn flow of exportsmoreover it was possible to conclude that the Midwestern region was the maincorn export region of Brazil Additionally it was noticeable that the flow of

62

Brazilian Corn Exports 9

grain to the international market is concentrated in Santos and Paranagua Itwas also found that Asia is the main destination for exports of corn followedby the Middle East However Iran is the largest purchaser of Brazilian cornfollowed by Vietnam

Finally the concentration of two routes generates logistics bottlenecks inboth ports creating a traffic jam low static capacity and overuse of the portcapacity Thus the subsequent studies will concentrate on simulating the ca-pacity of Santos and Paranagua Ports to lead with commodities exports andopportunities to improve Brazilian logistics infrastructure

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santos Tech rep Sao Paulo (2016)11 Comissao Economica para America Latina e Caribe httpwwwcepalorges

infografiasranking-puertos-top-20-america-latina-caribe-201512 Administracao dos Portos de Paranagua e Antonina Porto em numeros

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16 Vieira GBB Neto FJK Ribeiro JLD The rationalization of port logistics ac-tivities A study at port of santos (Brazil) International Journal of e-Navigation andMaritime Economy 2 73ndash86 (2015)

63

64

43 3ordm Artigo

Artigo submetido na revista International Journal of Shipping and Transport Lo-gistics O artigo natildeo estaacute apresentado pois se encontra em avaliaccedilatildeo

65

44 4ordm Artigo

Artigo aprovado na Logistics Challenges in the n the New Economy Sharingand Interconnected Industry ndash NETLOG 2018 (20) Apresentado em Satildeo Paulo (Brasil)nos dias 05 a 06 de junho de 2018

Figura 20 NETLOG 2018

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

SIMULACcedilAtildeO DE OPERACcedilOtildeES DE GRAtildeOS EM UM

TERMINAL PORTUAacuteRIO

Aguinaldo Eduardo de Souzasup1 Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis sup2 Emerson Rodolfo Abrahamsup3 Renato

Maacutercio dos Santos 4 Matheus Palmieri Gobbetti5

sup1 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil souzaeduaguinaldogmailcom

sup2 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil joaoreisdocenteunipbr

3 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil emersonabrahamstrictounipbr

4 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil renatodnadosabercombr

5 FATEC RUBENS LARA Santos Brasil gobbettimatheusgmailcom

Resumo O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia no Brasil e de suma importacircncia para a

balanccedila comercial brasileira Neste cenaacuterio a exportaccedilatildeo de gratildeos coloca o Brasil em uma posiccedilatildeo privilegiada no

comeacutercio internacional de commodities agriacutecolas Em 2017 o milho foi o principal responsaacutevel pela alta

performance do setor com o crescimento de 13 O gratildeo protagonizou no ano de 2017 a produccedilatildeo de 97 milhotildees

(t) O objetivo deste artigo eacute investigar eventuais gargalos logiacutesticos na operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento

do milho no complexo portuaacuterio de Santos Para tanto optou-se por estudar os referidos processos em um terminal

portuaacuterio de exportaccedilatildeo aqui denominado Terminal A utilizando-se de simulaccedilatildeo Os resultados apresentam duas

operaccedilotildees distintas a chegada do gratildeo no terminal por ferrovia (vagatildeo) e a chegada por rodovia (caminhatildeo) e

apontam potenciais gargalos operacionais

Palavra-chave Simulaccedilatildeo Terminal Portuaacuterio Armazenagem Ferrovia Rodovia e Milho

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro se destaca como o segmento que mais contribui para a economia

nacional respondendo por frac14 do Produto Interno Bruto - PIB (Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA 2018) Dados estatiacutesticos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica - IBGE revelam um crescimento no segmento de 13 no ano de 2017

Os gratildeos foram os principais responsaacuteveis pelo desempenho do setor com destaque absoluto

para a cultura do milho Em 2017 a colheita nacional do cereal atingiu o volume de 97 milhotildees

(t) um extraordinaacuterio aumento de 552 em relaccedilatildeo ao ano anterior que fechou com 67 milhotildees

(t) produzidas (IBGE 2018a) (Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior

MDIC 2018a)

O Brasil tem ocupado posiccedilatildeo de destaque na produccedilatildeo mundial do milho (Reis et al 2016)

Para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos ndash USDA na safra de 201617 o paiacutes

ocupou a terceira posiccedilatildeo no ranking mundial dos maiores produtores com a colheita de 98

milhotildees (t) atraacutes da China 219 milhotildees (t) e Estados Unidos 384 milhotildees (t) (USDA 2018)

De fato o uso de novas tecnologias associadas a cultivares de alto potencial geneacutetico e

transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maior densidade de plantio

66

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

contribuiacuteram para o incremento da produccedilatildeo brasileira do milho (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA 2018) Contudo por vezes a eficiecircncia produtiva

alcanccedilada traduzida em competitividade eacute comprometida no momento do escoamento do gratildeo

Alguns estudos observam os impactos negativos a competitividade dos produtos brasileiros

relacionados aos gargalos logiacutesticos devido a ineficiecircncia operacional e infraestrutura

deficitaacuteria (Dubke 2006 Wanke e Hijjar 2009 Hilsdorf e Nogueira Neto 2015 Confederaccedilatildeo

Nacional dos Transportes ndash CNT 2018)

Considerando o estudo do Departamento de Agronegoacutecio - DEAGRO que projeta um

crescimentos de 75 para safra de 20262027 nas exportaccedilotildees do milho nacional (FIESP

2017) os terminais portuaacuterios principal porta de saiacuteda das commodities agriacutecolas em especial

o milho objeto deste estudo estatildeo preparados para responderem as crescentes demandas do

mercado internacional Neste sentido observa-se que a pesquisa operacional e a simulaccedilatildeo

podem auxiliar no processo decisoacuterio das organizaccedilotildees A pesquisa operacional lida com

problemas de como conduzir e coordenar certas operaccedilotildees (Moreira 2017) Enquanto que a

aplicaccedilatildeo de simulaccedilatildeo em um evento operacional permite analisar teorias e hipoacuteteses em

relaccedilatildeo a vaacuterios cenaacuterios (Filho 2008)

Diante do exposto o presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento de gratildeos de milho Decidiu-se pela escolha de um terminal mariacutetimo de

exportaccedilatildeo no Porto de Santos aqui denominado Terminal A O objetivo da simulaccedilatildeo eacute

dimensionar a capacidade operacional do Terminal A no que concerne recebimento e

armazenagem

Em razatildeo disso realizou-se uma pesquisa exploratoacuteria e quantitativa atraveacutes de coleta de dados

no proacuteprio terminal Em seguida optou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica

2 Referencial teoacuterico

21 Transporte Mariacutetimo

O transporte eacute considerado fator fundamental para a logiacutestica internacional A logiacutestica sendo

um processo que coordena o fluxo de bens em uma cadeia de suprimentos sem a existecircncia do

transportes o fluxo de bens seria inviabilizados (Reis et al 2015)

Responsaacutevel por mais de 90 do fluxo de cargas do comeacutercio internacional o transporte

mariacutetimo eacute a chave para economia global (Keedi 2010 David e Stewart 2010) No Brasil devido

a suas dimensotildees continentais e o extenso litoral o transporte mariacutetimo eacute de vital importacircncia

para o desenvolvimento social do paiacutes (Souza et al 2017) Deste modo os terminais portuaacuterios

juntamente e as estruturas portuaacuterias exercem papel fundamental no comeacutercio internacional

principalmente no que concerne ao escoamento do agronegoacutecio brasileiro tendo em vista que

o Brasil eacute um dos principais exportadores mundiais de gratildeos (IBGE 2018b)

A infraestrutura do sistema portuaacuterio compreende vaacuterios subsistemas que por vezes estatildeo

interconectados tendo relaccedilatildeo com o tipo de navios e cargas movimentas por ele (David e

Stewart 2010)

67

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

A existecircncia dos portos estaacute diretamente ligada a atender demandas do serviccedilo de transporte

(frete armazenagem movimentaccedilatildeo transbordo etc) e navios (piacuteeres abastecimento reparos

etc) O porto atua como interface entre o transporte internacional e o transporte domeacutestico

Handabaka (1994) e Barros (2013) considerada que os portos satildeos instalaccedilotildees fiacutesicas que

desempenham o papel de movimentaccedilatildeo de cargas transbordo de cargas entre modais e

consolidaccedilatildeo de cargas

Para Alfredini e Arasaki (2009) o porto eacute um elo importante na cadeia logiacutestica e pode ser

caracterizado como terminal multimodal ligado a abrigo profundidade e acessibilidade canal

de acesso bacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ou

aquaviaacuterios

22 Terminal Portuaacuterio

Terminais satildeo pontos nodais de um sistema de transportes onde ocorrem entrada e saiacuteda de

cargas e veiacuteculos neste sistema (Fig 1) Neste ambiente se processam transferecircncias entre

modais Um terminal pode ter atividades voltada a um ou mais tipo especiacutefico de carga

chamado terminais multiuso

De acordo com Magalhatildees (2016) na perspectiva de engenharia de transportes o conceito de

terminal engloba todas as instalaccedilotildees onde inicia ou se encerra um processo de transporte Jaacute o

terminal portuaacuterio o autor conceitua como instalaccedilotildees voltada para atendimento de navios e

cargas especializadas podendo ser instalaccedilotildees isoladas ou natildeo Ainda Magalhatildees (2016)

terminal portuaacuterio deve dispor de infraestrutura especiacutefica considerando tipos de embarcaccedilatildeo e

tipos de carga demandando assim estrutura adequada para embarquedesembarque estocagem

recebimento entrega etc

Dentre os tipos de carga movimentada por um terminal portuaacuterio pode-se destacar contecircineres

roll-on roll-off carga geral solta e unitizada graneacuteis liacutequidos e soacutelidos etc (Barros 2013)

Figura 1 ndash Processo de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo em um terminal portuaacuterio

Fonte Adaptado (Kim e Guumlnther 2007)

Exterior Navio

Embarque

Descarga

Pre-stacking Armazenagem

Ferrovia

Rodovia

Interior

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23 Simulaccedilatildeo

Em computaccedilatildeo um modelo de simulaccedilatildeo eacute uma abstraccedilatildeo simplificada da realidade utilizado

para representar o funcionamento de algum sistema (Varajatildeo et al 2010 Cauchick e Fleury

2012 Chwif e Medina 2015) Os sistemas satildeo compostos por partes componentes que

interagem entre si no intuito de se atingir algum propoacutesito (Varajatildeo et al 2010) esses podem

ser naturais ou elaborados pelo ser humano tais como sistemas logiacutesticos processos

produtivos redes de empresas entre outros

Embora um modelo ser uma abstraccedilatildeo simplificada deve conter os elementos necessaacuterios para

se representar o sistema real pois serviraacute para a auxiliar nas tomadas de decisotildees compreender

os ambientes estudados e identificar problemas (Cauchick e Fleury 2012)

Apesar de sua grande importacircncia e utilizaccedilatildeo em diversos campos do conhecimento Chwif e

Medina (2015) esclarecem que a simulaccedilatildeo natildeo pode prever o futuro e sim o comportamento

de um sistema desse modo natildeo substitui o pensamento inteligente aleacutem disso a simulaccedilatildeo eacute

uma ferramenta de anaacutelise de cenaacuterios e pode ser utilizada em conjunto com recursos de

otimizaccedilatildeo mas natildeo eacute em si mesma uma ferramenta de otimizaccedilatildeo

Entre as diversas aplicaccedilotildees da simulaccedilatildeo na logiacutestica em geral pode-se verificar qual a melhor

poliacutetica de transporte distribuiccedilatildeo e estocagem em toda a cadeia desde a produccedilatildeo ateacute o

consumidor final Mais especificamente em uma operaccedilatildeo portuaacuteria se o nuacutemero de

equipamentos e homens eacute necessaacuterio para carregar e descarregar navios entre outras aplicaccedilotildees

(Chwif e Medina 2015)

3 Metodologia

Com objetivo de compreender eventuais gargalos logiacutesticos em um terminal portuaacuterio optou-

se por aplicar um modelo de simulaccedilatildeo visando dimensionar a capacidade operacional e o niacutevel

de resposta para futuras demandas Portanto decidiu-se pelo modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica O presente estudo foi realizado em trecircs

etapas

Primeira Coleta de Dados Os dados foram extraiacutedos do sistema de controle do proacuteprio

Terminal A disponibilizado pela gerecircncia de operaccedilotildees Nestes dados estatildeo contidas

informaccedilotildees acerca das operaccedilotildees no terminal

Segunda Tratamento de dados Os dados foram selecionados por tipo de evento rodoviaacuterio e

ferroviaacuterio levando em consideraccedilatildeo trecircs meses de maior pico de demanda do milho (agosto

setembro e outubro) Em seguida realizou-se o levantamento de tempo de operaccedilatildeo de cada

evento (Fig 3 e Fig 4) considerando e meacutedia ponderada e o desvio padratildeo

Terceira Processo de simulaccedilatildeo Apoacutes aferimento de tempo de cada processo aplicou-se o

modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg considerando o horizonte de cenaacuterio de um ano

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Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

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Figura 2 - Evento completo - Ferroviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

Figura 3 - Evento completo - Rodoviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

4 Estudo de Caso

O Terminal A eacute um terminal portuaacuterio especializado em granel soacutelido que opera no Porto de

Santos Possui uma aacuterea de mais de 300 mil m2 composta por acesso rodoferroviaacuterio dois gates

uma entrada e outro saiacuteda duas moegas ferroviaacuterias dois tombadores para descarga de

caminhotildees piacuteer de atracaccedilatildeo para navios correia transportadora e dois armazeacutens graneleiros

com capacidade estaacutetica de 108 mil (t) cada um Sua infraestrutura eacute voltada para embarque de

commodities agriacutecolas com destaque para o milho objeto de estudo desta pesquisa de

simulaccedilatildeo

Dados coletados atraveacutes da gerecircncia de operaccedilatildeo do Terminal A atestam que para estocagem

mensal do milho eacute necessaacuterio frac34 da capacidade estaacutetica total ou seja 162 mil (t) tendo em vista

a capacidade total de armazenagem do terminal eacute de 216 mil (t)

Em 2016 observou-se que 52 dos 218 milhotildees (t) milho nacional exportado foi escoado pelo

Porto de Santos 112 milhotildees (t) (MDIC 2018b) Deste montante cerca de 20 de todo volume

escoado pelo porto santista foi movimentado pelo Terminal A cerca de 22 milhotildees (t)

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

1ordf Processo ldquoChegada no terminalmoega (2) coleta de

amostras pesagem e descargardquo

3ordf Processo ldquoSaiacuteda coleta de

amostras chegada descarga

tombador (2)rdquo

1ordf Processo ldquoSaiacuteda paacutetio

regulador chegada

terminalrdquo

2ordf Processo ldquoSaiacuteda gate in

pesado chegada para coleta

de amostrasrdquo

70

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

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5 Discussatildeo e Resultados

51 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Vagotildees

No montante total de recebimento e armazenamento do milho a operaccedilatildeo de vagatildeo representa

80 de toda movimentaccedilatildeo do terminal Nesta operaccedilatildeo (Fig 2) denominado ldquoeventordquo para

efeito da simulaccedilatildeo no ARENAreg (Fig 4) observa-se apenas um processo

O processo inicia-se com a chegada das composiccedilotildees no terminal que satildeo enviadas diretamente

para a moegas para o descarregamento dos vagotildees Vale ressaltar que os processos de pesagem

e a coleta de amostras satildeo efetuados simultaneamente com a descarga

Figura 4 ndash Simulaccedilatildeo vagotildees

Fonte ARENAreg

Tabela 1 - Indicadores de Performance

Vagotildees Utilizaccedilatildeo

recurso Vagotildees na fila

Tempo vagotildees na fila

(horas)

Total

vagotildees

Entrada Saiacuteda Moega

1

Moega

2

Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo 6

60

62

2718 2717 34 68 002 000 300 007 000 429

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Como ilustra a Tabela 1 os resultados da simulaccedilatildeo indicaram a saiacuteda de 2717 vagotildees A taxa

de ocupaccedilatildeo meacutedia das moegas foram de 34 na moega 1 e 68 na moega 2 Pocircde-se observar

ainda que apesar de vaacuterios vagotildees entrarem direto para descarga sem espera em meacutedia 002

vagatildeo aguardou na fila alcanccedilando assim a meacutedia maacutexima de 3 vagotildees na fila de espera Acerca

do tempo de espera a meacutedia ficou em 007 horas com maacuteximo de 429 horas de espera No

periacuteodo simulado (1 ano) foi registrado 66062 vagotildees descarregados

52 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Caminhotildees

Enquanto 80 das operaccedilotildees do terminal tem sua origem na ferrovia os caminhotildees

representam 20 de toda a operaccedilatildeo sendo que 70 deste volume eacute composto pelo veiacuteculo

bitrem (2 semi rebocadores acoplados entre si) A operaccedilatildeo completa deste ldquoeventordquo para efeito

71

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

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da simulaccedilatildeo (Fig5) no ARENAreg eacute composta por trecircs processos a) saiacuteda paacutetio

reguladorchegada no terminal (gate) b) saiacuteda gatechegada de coleta amostras c) saiacuteda coletas

de amostraschegada nos tombadores para descarga (Fig 3)

Figura 5 ndash Simulaccedilatildeo caminhatildeo

Fonte ARENAreg

Tabela 2 - Indicadores de Performance

Caminhotildees Utilizaccedilatildeo recursos Caminhotildees na fila Tempo caminhotildees

na fila (horas) Total

Entrada Saiacuteda Tombadores Pessoas Gate Meacutedia Min Maacutex Meacutedia Min Maacutex

63

39

2735 2734 47 2 67 007 000 400 016 000 575

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Os resultados observados na Tabela 2 indicam que dos 2735 veiacuteculos que entraram 2734

saiacuteram ficando em meacutedia 007 caminhotildees aguardando na fila chegando a 4 caminhotildees na

meacutedia maacutexima No que se refere aos recursos os resultados apontaram que o gate eacute o recurso

mais exigidos na operaccedilatildeo com taxa de uso de mais de 67 seguido pelos tombadores que

juntos representaram uma taxa de uso de 47 Jaacute o uso do recurso pessoas ficou em 2 No

que se refere ao tempo de espera 016 horas a meacutedia chegando a 575 horas maacutexima de espera

por caminhatildeo Um total de 6339 veiacuteculos foram descarregados no final da simulaccedilatildeo (1 ano)

sendo 5330 bitrem e 1069 caminhotildees

6 CONCLUSOtildeES

O presente estudo teve como objetivo principal simular uma operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento do milho de modo a mapear eventuais gargalos operacionais deste processo

no Terminal A Com isso foi possiacutevel observar que dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute

a operaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Em que pese na

operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34 moega 1 e 68 moega

72

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel a gargalos O estudo identificou na

operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos recursos de 67 no gate e 47 nos tombadores

Desta maneira pode-se concluir que apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do

terminal se as perspectivas de aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o

Terminal A estaraacute diante de um iminente gargalo operacional Portanto os resultados indicam

a necessidade de investimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o

aumento crescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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75

76

5 Discussatildeo (Artigos)

Os quatro artigos dessa dissertaccedilatildeo buscaram atender os objetivos especiacuteficosapresentados no capiacutetulo 1 O objetivo geral da dissertaccedilatildeo de analisar os fluxos deexportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica do Porto de Santos com basena movimentaccedilatildeo de um terminal exportador de gratildeos de milho eacute verificado pelosquatro artigos cujo a soma busca responder o objetivo Os resultados foram discutidosde forma ampla no conjunto deste trabalho

O primeiro artigo teve caraacuteter exploratoacuterio ou seja buscou apresentar um pa-norama da produccedilatildeo de milho no Brasil de modo a permitir entender a importacircncia dacultura e o seu impacto para o paiacutes Essa anaacutelise eacute relevante pois permite ao pesqui-sador um conhecimento da aacuterea de estudo O artigo foi essencialmente bibliograacuteficocom base em estudos anteriores

Essa pesquisa contribuiu para a justificativa do presente estudo em que seconstatou a relevacircncia da produccedilatildeo nacional e o destaque do cereal para o comeacutercioexterior brasileiro visto que eacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil

O segundo artigo da dissertaccedilatildeo permitiu constatar a importacircncia da do Portode Santos para a logiacutestica de exportaccedilatildeo do cereal tendo como principal exportadoro estado do Mato Grosso maior produtor nacional do milho

Verificou-se a Aacutesia e Oriente Meacutedio como os principais mercados do milhomato-grossense justificando o maior volume de movimentaccedilatildeo do milho na plataformaportuaacuteria de Santos natildeo soacute devido a sua capacidade operacional por possuir seteterminais especifico que operam gratildeos mas tambeacutem pela disponibilidade de rotasmariacutetimas que o porto oferece

O artigo permitiu ainda evidenciar o papel do Porto de Santos bem superior aosegundo lugar o Porto de Paranaguaacute Esses resultados permitiram concluir que umaumento no volume de exportaccedilotildees necessariamente passariam por Santos e umaanaacutelise mais detalhada deste seria necessaacuteria

O proacuteximo passo da pesquisa constitui em encontrar uma forma de mensurar opapel do porto de Santos e sua capacidade de atender uma demanda maior Assimutilizaram-se dados oficiais e modelos de previsatildeo para estabelecer uma tendecircncia decrescimento das exportaccedilotildees do milho brasileiro e seu respectivo volume no Porto deSantos Para capacidade estaacutetica em atender essas flutuaccedilotildees utilizou-se de dadosde um dos principais terminais de gratildeos do porto que disponibilizou as informaccedilotildeesnecessaacuterias para o estudo

Esta pesquisa foi de caraacuteter quantitativo permitindo analisar se o Terminal Atem capacidade operacional para atender as novas demandas de crescimento no fluxo

77

de exportaccedilatildeo do milhoAs previsotildees apresentadas no artigo sinalizaram um deacuteficit na capacidade es-

taacutetica de armazenagem para os proacuteximos cinco anos (20172021) com 39 5775 94 e 115 respectivamente no Terminal A e um consequentemente deacuteficit noPorto de Santos

Por fim uma ultima anaacutelise complementar foi realizada para verificar os impac-tos da entrada desse milho nas operaccedilotildees do terminal A A anaacutelise se concentrou nasoperaccedilotildees de recebimento e armazenagem do milho para posterior embarque E entreas duas operaccedilotildees (rodoviaacuterioferroviaacuterio) a taxa de uso dos recursos dos caminhotildeeseacute mais elevada do que dos vagotildees apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representarapenas 20 do terminal

Os resultados dos artigos III e IV indicaram que caso se concretize a projeccedilatildeodo aumento de demanda internacional pelo milho brasileiro o Porto de Santos e oTerminal A estaratildeo diante de eventuais gargalos operacionais Desta maneira haacute ne-cessidade de ampliar a estrutura de capacidade estaacutetica de armazenagem bem comoos recursos utilizados para o recebimento do milho atraveacutes do modal rodoviaacuterio

78

6 Propostas para Trabalhos Futuros

Com advento da globalizaccedilatildeo da economia o niacutevel competitivo de um paiacutes estaacutena sua capacidade em escoar mateacuterias-primas e produtos Dessa maneira as plata-formas portuaacuterias satildeo fundamentais para a cadeia logiacutestica como para a eficiecircncia deseus serviccedilos As praacuteticas de como o porto se integra e sua a capacidade de gerarvalor para a cadeia eacute fator decisoacuterio para a competitividade dos paiacuteses no mercadointernacional

As commodities agriacutecolas se caracterizam por produtos de alta volatilidadebaixo valor agregado margens apertadas e transporte ineficiente Isso evidencia aindamais a importacircncia da logiacutestica portuaacuteria para ganho de valor competitivo O sistemaportuaacuterio brasileiro tem papel fundamental na ordem econocircmica do Brasil sobretudonas operaccedilotildees de exportaccedilatildeo dos produtos agriacutecolas

Diante do exposto o presente estudo poderaacute subsidiar novas pesquisas quecontribuiratildeo para o aumento da competitividade do milho brasileiro no mercado glo-bal Recomenda-se um estudo voltado para o desenvolvimento de indicadores dedesempenho operacional portuaacuterio para auxiliar o exportador brasileiro na tomada dedecisatildeo no momento da escolha do porto mais eficiente para escoamento do gratildeo

79

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Page 7: Dissertação - Aguinaldo Eduardo de Souza - Programa de ...repositorio.unip.br/.../eng_aguinaldoeduardodesouza.pdfDissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Engenharia de

iii

EPIacuteGRAFE

O bem que fizerdes nalgum lugar seraacute teu advogadoem toda parte

Emmanuel

iv

RESUMO

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de commo-dities agriacutecolas A cultura do milho tem contribuiacutedo para o destaque do agronegoacuteciona economia nacional visto que o cereal eacute segundo gratildeo mais cultivado e exportadopelo Brasil No ranking mundial no ano de 2017 o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo demaior produtor de milho e o segundo maior exportador Os aumentos de produtividadeno cultivo do gratildeo ao longo dos uacuteltimos 41 anos no momento do seu escoamentoobservam-se entraves operacionais e uma logiacutestica deficitaacuteria nos portos brasileirosO objetivo deste trabalho consistiu em investigar as exportaccedilotildees do milho brasileiro eanalisar a capacidade do porto de Santos de escoar o milho com base em um termi-nal logiacutestico Como metodologia utilizou-se uma abordagem descritiva exploratoacuteria equantitativa aleacutem de aplicar um modelo de simulaccedilatildeo com vista a dimensionar a capa-cidade operacional do porto Os resultados observados apresentaram um panoramade contiacutenuo crescimento na produccedilatildeo nacional A simulaccedilatildeo apontou eventuais gar-galos na operaccedilatildeo no terminal logiacutestico caso se concretizem o aumento da demandadas exportaccedilotildees do milho

Palavras-chave Milho agronegoacutecio exportaccedilatildeo logiacutestica portos

v

ABSTRACT

Brazil is one of the worldrsquos leading producers and exporters of agricultural commoditiesThe corn crop in turn has contributed to the importance of agribusiness in the nationaleconomy since cereal is the second most cultivated and exported grain in Brazil Inthe world ranking in 2017 Brazil was the third largest producer of maize and the se-cond largest exporter Despite significant increases in productivity in the cultivation ofgrain over the last 41 years at the time of its disposal there are operational obstaclesand a logistics that are still deficient in Brazilian ports In this context the objective ofthis work was to investigate Brazilian corn exports and analyze the capacity of the Portof Santos to dispose of maize based on a logistics terminal For this as a methodo-logy a descriptive exploratory and quantitative approach was used besides applyinga simulation model with the purpose of dimensioning the operational capacity of theport The observed results showed a panorama of continuous growth in the nationalproduction In addition the simulation pointed out eventual bottlenecks in the logisticterminal operation in case the demand for grain exports increases

Keywords Maize agribusiness export logistics ports

vi

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor 42 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006) 63 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617

Fonte CONAB (2018) 84 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB

(2018) 95 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte

CONAB (2018) 96 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-

201677 Fonte CONAB (2018) 117 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018) 118 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 139 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 1310 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b) 1411 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b) 1712 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012) 2013 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016) 3014 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte AN-

TAQ (2018a) 3215 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3416 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b) 3517 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3618 Revista SADSJ 4019 APMS 2017 Hamburg 5420 NETLOG 2018 65

vii

LISTA DE TABELAS

1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b) 162 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007) 223 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a) 264 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003 275 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a) 316 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte

MTPAC (2018a) 327 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a) 338 Artigos publicados do autor 38

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Acre

ADHOC Administradora Hidroviaacuteria Docas Catarinense

AGRAER Agecircncia Regional de Dourados

ANTAQ Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterios

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APMS International Conference Advances in Production

APPA Administraccedilatildeo dos Portos de Paranaguaacute e Antonina

APSFS Autoridade Portuaacuteria Porto Satildeo Francisco do Sul

BA Bahia

CADE Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica

CDC Companhia Docas do Cearaacute

CDC Companhia Docas do Paraacute

CDRJ Companhia Docas do Rio de Janeiro

CDSA Companhia Docas de Santana

CODEBA Companhia Docas da Bahia

CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte

CODESA Companhia Docas do Espirito Santo

CODESP Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo

CODOMAR Companhia Docas do Maranhatildeo

COMAP Companhia Municipal de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

CSCMP Council of Supply Chain Management Professional

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econocircmico

ix

DERSA Desenvolvimento Rodoviaacuterio SA

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DOCAS-PB Companhia Docas da Paraiacuteba

EMAP Empresa Maranhense de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

FIESP Federaccedilatildeo das Induacutestria de Satildeo Paulo

HA Hectare

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IP4 Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pequeno Porte

ITC Trade statistics for international business development

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MS Mato Grosso do Sul

MT Mato Grosso

MTPAC Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil

ONU Organizaccedilatildeo da Naccedilotildees Unidas

PA Paraacute

PIB Produto Interno Bruto

PR Paranaacute

RFB Receita Federal do Brasil

RO Roraima

RS Rio Grande do Sul

SCM Supply Chain Management

SCPAR Santa Catarina Parcerias SA

SDEC-PE Secretaacuteria de Desenvolvimento Econocircmico de Pernambuco

SEP-PR Secretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica

x

SOPH Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondocircnia

SP Satildeo Paulo

SPH Superintendecircncia de Portos e Hidrovias

SUPRG Superintendecircncia do Porto de Rio Grande

T Tonelada

UNCTAD Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento

USDA Departamento de Agricultura dos Estados

xi

SUMAacuteRIO

RESUMO iv

ABSTRACT v

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES vi

LISTA DE TABELAS vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS viii

1 Introduccedilatildeo 111 Motivaccedilatildeo 212 Objetivos 3

121 Objetivo Geral 3122 Objetivos Especiacuteficos 3

13 Organizaccedilatildeo do trabalho 4

2 Revisatildeo da Literatura 521 Origem do milho 522 Produccedilatildeo nacional 723 Regiotildees produtoras 724 Estados produtores 1025 Exportaccedilatildeo do milho 12

251 Panorama nacional 12252 Panorama mundial 15

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito 17261 Histoacuteria 18262 Conceito 18

27 Logiacutestica nas empresas 1928 Atividades logiacutesticas 2229 Portos 23210 Serviccedilos Portuaacuterios 25211 Tipos de portos 26212 Terminais portuaacuterios 29213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro 30214 Porto de SantosSP 34

xii

3 Metodologia 37

4 Artigos 4041 1ordm Artigo 4042 2ordm Artigo 5443 3ordm Artigo 6444 4ordm Artigo 65

5 Discussatildeo (Artigos) 76

6 Propostas para Trabalhos Futuros 78

1

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio ocupa posiccedilatildeo de destaque na economia do Brasil Segundoo Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA (2018) o agronegoacutecioeacute o segmento de maior importacircncia para a economia nacional representando apro-ximadamente 25 do Produto Interno Bruto - PIB O Instituto Brasileiro de Geografiae Estatiacutestica - IBGE (2018a) assevera que houve um crescimento de 10 apoacutes doisanos de queda consecutiva de 35 no PIB nacional fechando o ano de 2017 comR$ 66 trilhotildees

A expansatildeo do agronegoacutecio de 13 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 foi fator de-terminante para a alavancagem do PIB em 2017 IBGE (2018a) Dados estatiacutesticosdo Ministeacuterio da Agricultura evidenciam a relevacircncia do agronegoacutecio para comeacutercioexterior brasileiro Considerando os uacuteltimos 21 anos (1997-2017) sua participaccedilatildeo nabalanccedila comercial brasileira foi de 406 Em 2017 as exportaccedilotildees do agronegoacuteciosomaram US$ 96 bilhotildees ou seja 441 do total da exportaccedilotildees do Brasil encer-rando o ano com US$ 2177 bilhotildees (MAPA 2018)

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo de soja e milho con-sequentemente um dos principais exportadores mundiais de commodities agriacutecolas(Lourenccedilo amp Lima 2009) A implementaccedilatildeo de poliacuteticas governamentais oferta derecursos hiacutedricos condiccedilotildees de clima e solo e pesquisas e tecnologia contribuiacuterampara o destaque da agricultura brasileira no cenaacuterio internacional (Bolfe et al 2016)

Natildeo obstante a soja ser o gratildeo mais cultivado e exportado pelo Brasil a culturado milho vem ganhando espaccedilo no cenaacuterio nacional e no mercado internacional poiseacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil O cereal eacute um dos principais compo-nentes da cadeia alimentar mundial (Reis et al 2016) Em 2017 o Brasil registrou amaior produccedilatildeo do cereal 97 milhotildees t um crescimento de 552 frente ao ano de2016 com 67 milhotildees t (CONAB 2018 IBGE 2018b)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Esta-dos Unidos ndash USDA o milho eacute o gratildeo mais cultivado no mundo Na safra de 201617a produccedilatildeo mundial atingiu 107 bilhotildees t No ranking dos principais produtores mun-diais o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo com 98 milhotildees t atraacutes da China e EstadosUnidos com 219 milhotildees e 384 milhotildees t respectivamente (USDA 2018)

Estudos da USDA (2018) projetam uma produccedilatildeo global de 103 bilhatildeo t parasafra de 201718 e 105 bilhatildeo t para a de 201819 Conforme projeccedilotildees do oacutergatildeoamericano os Estados Unidos permaneceratildeo na lideranccedila absoluta com expectativade produccedilatildeo de 370 e 356 milhotildees t seguido pela China com 215 e 225 milhotildees t e oBrasil com 85 e 96 milhotildees t (201718-201819)

2

Em que pese a produccedilatildeo nacional do milho ter alcanccedilado iacutendices de excelecircncianos uacuteltimos 41 anos apontando crescimento aproximado de 408 na produccedilatildeo 335na produtividade e 49 as aacutereas de plantio o milho eacute uma commodity de baixo valoragregado e depende fundamentalmente de um alto potencial logiacutestico (CONAB 2018)

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas a cultivares de alto poten-cial geneacutetico e transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maiordensidade de plantio tem contribuiacutedo significativamente a cultura do milho no Brasile sua capacidade produtiva (EMBRAPA 2018) Quando a produccedilatildeo ultrapassa asfronteiras do campo e inicia o processo de escoamento os gratildeos se defrontam comos gargalos logiacutesticos produzindo assim impactos negativos na competitividade dosprodutos agriacutecolas brasileiros no mercado internacional (Dubke 2006 Wanke amp Hijjar2009 Hilsdorf amp Nogueira Neto 2015 CNT 2017)

O Brasil tem aproveitado a crescente demanda do mercado global O paiacuteseacute o segundo maior exportador mundial de milho ficando atraacutes apenas do EstadosUnidos (USDA 2018) O volume de milho exportado foi de 292 milhotildees t em 2017alcanccedilando seu maior iacutendice em toda seacuterie histoacuterica de exportaccedilatildeo jaacute registrado desdedo ano de 1997 (COMEXSTAT 2018)

Contudo os portos mariacutetimos principal plataforma de escoamento do milhoainda que seja evidenciadas significativas melhorias na sua eficiecircncia operacionalnas uacuteltimas duas deacutecadas observa-se entraves operacionais e uma logiacutestica aindadeficitaacuteria (Souza et al 2017)

Com o aperfeiccediloamento de algumas atividades logiacutesticas de exportaccedilatildeo ndash rece-bimento armazenagem e embarque ndash mais eficientes as mesmas poderatildeo promoverum ganho de competitividade para o cereal brasileiro no comeacutercio global

Sendo assim o presente estudo visa analisar a capacidade operacional deescoamento do gratildeo em portos brasileiros tendo como campo de estudo o Porto deSantosSP considerando que 93 das exportaccedilotildees do milho brasileiro se daacute por viasmariacutetima (COMEXSTAT 2018)

11 Motivaccedilatildeo

A demanda mundial por alimento eacute um desafio para a comunidade internacio-nal Estudos da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas ndash ONU estimam que a populaccedilatildeomundial chegue a 86 bilhotildees em 2030 98 bilhotildees em 2050 e ultrapasse os 112 bi-lhotildees em 2100 (ONU 2018) O crescimento da populaccedilatildeo mundial implica em umgrande desafio aos liacutederes globais para o aumento da produccedilatildeo de alimentos de ma-neira sustentaacutevel

O Brasil se destaca como importante produtor de commodities agriacutecolas Aleacutemdisso protagoniza um papel importante de fornecedor na cadeia alimentar mundial

3

cuja exportaccedilotildees do milho tiveram um crescimento exponencial Se comparado o anode 1997 a 2017 o volume do milho com destino ao comeacutercio exterior cresceu 8300sendo exportado 348 mil t em 1997 e 29 milhotildees t em 2017 (COMEXSTAT 2018)

No caso do milho as projeccedilotildees de exportaccedilatildeo do gratildeo tecircm alcanccedilado pata-mares elevados (MAPA 2018) Os estudos da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estadode Satildeo Paulo ndash FIESP asseguram uma variaccedilatildeo positiva de 75 nas exportaccedilotildees docereal para a safra de 202627 em relaccedilatildeo agrave safra 201617 (FIESP 2018)

A relevacircncia da pesquisa justifica-se pelo aumento da demanda global por ali-mentos em decorrecircncia do crescimento demograacutefico mundial USDA (2018) e a opor-tunidade de expansatildeo do cereal nacional no mercado internacional (FIESP 2018)

O presente estudo propotildee uma investigaccedilatildeo no Porto de SantosSP quantoa sua capacidade operacional de exportaccedilatildeo considerando as projeccedilotildees de cresci-mento da demanda internacional pelo milho (MAPA 2017 FIESP 2018)

Para tanto optou-se por delimitar a pesquisa em um terminal portuaacuterio de ex-portaccedilatildeo aqui denominado Terminal A do porto santista cujo complexo portuaacuterio eacuteo principal responsaacutevel pelo fluxo de escoamento do milho brasileiro para o mercadomundial (COMEXSTAT 2018)

12 Objetivos

121 Objetivo Geral

Analisar os fluxos de exportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica doporto de Santos em atender esses fluxos com base na movimentaccedilatildeo de um terminalexportador de gratildeos de milho

122 Objetivos Especiacuteficos

1 Analisar a produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees produtoras

2 Identificar o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasileiro principal porto de escoa-mento e principais mercados compradores

3 Avaliar se a capacidade estaacutetica de armazenagem no Porto de Santos eacute compa-tiacutevel com as crescente demandas de exportaccedilatildeo por meio do Terminal A

4 Simular um processo de operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento de gratildeosde milho visando avaliar a capacidade operacional do terminal

4

13 Organizaccedilatildeo do trabalho

Este trabalho estaacute organizado conforme demonstrado pela Figura 1

Figura 1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor

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2 Revisatildeo da Literatura

21 Origem do milho

O milho eacute uma das culturas agriacutecolas mais importante para a sociedade tantonas bases econocircmicas do agronegoacutecio como sociais pois eacute um dos produtos demaior versatilidade na cadeia alimentar mundial Aleacutem de ser utilizado como insumopara alimentaccedilatildeo humana e animal eacute fonte de mateacuterias primas para a agroinduacutestria eproduccedilatildeo de etanol (Diogenes 2011)

Cultivado em quase todas as regiotildees temperadas e tropicais do mundo O milhose adapta em condiccedilotildees abaixo do niacutevel do mar e ateacute 3 mil metros acima do niacutevel domar (CME 2018) As temperaturas adequadas para seu cultivo devem apresentarmeacutedia noturna acima de 128 degC e meacutedia diurna superior a 19 degC Agecircncia Regional deDourados (AGRAER 2018)

Considine (2005) Bernardi et al (2014) Dyer et al (2014) destacam atraveacutesde evidencias cientificas que o milho eacute uma planta de origem mexicana cuja domes-ticaccedilatildeo tem iniacutecio em 7500 a 12000 anos atraacutes na aacuterea central da Mesoameacuterica

Segundo Lerayer (2006) o Meacutexico e a Guatemala satildeo considerados paiacuteses quederam origem ao milho A autora assegura que no vale do Tehucan onde atualmentese localiza o Meacutexico foi encontrada a primeira espiga de milho datada de 7000 aC

O milho (Zea mays L) eacute uma graminea anual membro da famiacutelia das gramiacuteneas(Poaceae) Tem importacircncia secular para cultura alimentar desde a antiguidade e eacutemuito apreciado entre os povos da Ameacuterica Central e do Sul (Vincent 2012)

Para Perry et al (2006) encontraram-se vestiacutegios do cultivo do milho na Ameacute-rica do Sul haacute pelo menos 4000 anos Os iacutendios americanos cultivavam-no em mon-tes Existia uma variaccedilatildeo de espeacutecies plantadas conforme seu uso Com o passar dotempo o meacutetodo foi substituiacutedo por plantio de uma soacute espeacutecie

Atraveacutes de um processo natural de seleccedilatildeo os nativos (astecas e maias) esco-lhiam as espigas de maior vigor mais produtivas e faacuteceis de serem colhidas e arma-zenadas (Lerayer 2006) A Figura 2 ilustra a transformaccedilatildeo da espeacutecie ateacute os dias dehoje

6

Figura 2 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006)

A Figura 2 destaca as alteraccedilotildees importantes que ocorreram ao longo da do-mesticaccedilatildeo do milho De uma gramiacutenea com espigas de poucos gratildeos cobertos comuma casca dura para espigas com maior nuacutemero de gratildeos e maiores Com isso aespeacutecie se desenvolveu para variedades com grande capacidade de adaptaccedilatildeo emdiversas altitudes de acordo com o relevo da Ameacuterica Central (Lerayer 2006)

Haacute mais de 300 espeacutecies de milho identificadas no mundo Praticamente todasestas espeacutecies derivam direta ou indiretamente dos trabalhos desenvolvidos pelascivilizaccedilotildees preacute-colombianas (Lerayer 2006)

De acordo com Smith et al (2004) o cereal foi difundido para o hemisfeacuterionorte no final do seacuteculo XV com a chegada dos exploradores europeus em terrasamericanas A partir daiacute iniciou-se um processo de disseminaccedilatildeo inicialmente parao sul da Franccedila e Itaacutelia em 1494 Egito em 1517 Espanha e Portugal em 1575

No final do seacuteculo XVI o milho se encontrava estabelecido em todos os conti-nentes adaptado nos mais variados climas e ambientes (Lerayer 2006)

No Brasil estudos apontam que o cultivo do milho jaacute era praticado antes dachegada dos colonizadores portugueses pelos iacutendios Guaranis que tinham o cerealcom fonte principal de sua dieta alimentar Com a chegada dos portugueses o con-sumo pelo cereal aumentou e foi introduzido nos haacutebitos alimentares dos brasileiros(Bernardi et al 2014)

7

22 Produccedilatildeo nacional

O calendaacuterio agriacutecola do milho eacute composto por duas safras A primeira safra deveratildeo o plantio varia de agosto a dezembro A segunda safra de inverno com plantiode janeiro a marccedilo geralmente cultivada apoacutes a colheita da soja na regiatildeo Centro-Sul(DEPEC 2017)

O cereal eacute o principal micronutriente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal As ati-vidades de avicultura e suinocultura satildeo as principais cadeias responsaacuteveis pelo con-sumo da produccedilatildeo nacional e tem importacircncia fundamental na corrente de comeacutercioexterior brasileira (Caldarelli amp Bacchi 2012)

Reis et al (2016) corroboram com Caldarelli amp Bacchi (2012) em seus estu-dos Os autores afirma que o cultivo do milho no Brasil eacute destinado para o consumointerno com duas finalidades produccedilatildeo de raccedilatildeo animal (bovino suiacuteno e frango) eindustrializaccedilatildeo para consumo humano

A produccedilatildeo nacional do milho tem logrado ecircxito e alcanccedilado iacutendices elevadosde crescimento Enquanto as aacutereas destinadas ao cultivo milho obtiveram uma ex-pansatildeo 49 ao longo dos 41 anos saindo de 11 milhotildees de hectares na safra de197677 para 17 milhotildees de hectares para a safra de 20162017

Os registros apontam uma colheita 19 milhotildees t na safra de 197677 Se com-parado com a safra de 201617 com 97 milhotildees t produzidas a produccedilatildeo nacionalcresceu 408 nos uacuteltimos 41 anos

Em termos de produtividade houve um acreacutescimo de 335 no mesmo periacuteodoOs estudos registram na safra de 197677 uma produtividade 12 tonelada por hec-tare contra 55 toneladas por hectare na uacuteltima safra (201617)

O crescimento mais acentuado foi a partir da deacutecada da safra de 199192 Como aumento de demanda pelo cereal e oferta de terras mais baratas propiciaram aexpansatildeo de novas fronteiras agriacutecolas

Diante desta conjuntura pode-se notar um migraccedilatildeo da produccedilatildeo sentido aonorte do pais que ateacute entatildeo concentrava-se nas regiotildees Sul e Sudeste Tendo comodestaque o Centro-Oeste principal regiatildeo produtora do milho (Souza et al 2017)

Outras variaacuteveis contribuiacuteram para a promoccedilatildeo do crescimento da produccedilatildeonacional do milho conforme observa Caldarelli amp Bacchi (2012) acordos internacio-nais desregulamentaccedilatildeo da economia aumento da rentabilidade do produtor com avalorizaccedilatildeo do gratildeo e a pesquisa e novas tecnologias

23 Regiotildees produtoras

O cultivo do milho no Brasil abrange praticamente todas as regiotildees do BrasilEntretanto a maior concentraccedilatildeo estaacute na macrorregiatildeo Centro-Sul (CONAB 2018)

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Um fator importante a ser destacado eacute a contribuiccedilatildeo da segunda safra para aproduccedilatildeo nacional A safrinha como tambeacutem eacute conhecida tem alcanccedilado iacutendices deprodutividade significativos Centro-Oeste (Figura 3)

A alta produccedilatildeo da 2 ordfsafra na regiatildeo Centro-Oeste justifica-se pelo fato de aprodutividade estar associada ao aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes

O cultivo do milho da 2 ordfsafra eacute plantado no local onde eacute colhida a soja elevandoassim seu potencial produtivo (Reis et al 2016)

Figura 3 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617 FonteCONAB (2018)

A regiatildeo Centro-Oeste eacute a maior produtora de milho do Brasil A regiatildeo teve umcrescimento de aproximadamente 980 se comparado a safra de 199091 e 201617com a produccedilatildeo de 45 milhotildees t e 488 milhotildees t respectivamente (CONAB 2018)

O estado do Mato Grosso eacute o principal responsaacutevel pelo protagonismo da ma-crorregiatildeo Centro-Sul na produccedilatildeo nacional

No ranking das regiotildees produtoras em ordem de grandeza Centro-Oeste pro-duziu 48 milhotildees t Sul 27 milhotildees t Sudeste 13 milhotildees t Nordeste 6 milhotildees t e oNorte 2 milhotildees t tendo como base a safra 201617 (Figura 4)

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Figura 4 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB (2018)

Conforme ilustrado na Figura 4 apesar da regiatildeo Norte ser a regiatildeo de menorpotencial produtivo foi a de maior elevaccedilatildeo na produccedilatildeo com aumento de 2183ficando atraacutes do Centro-Oeste com 2417 Em terceiro lugar a regiatildeo Nordeste304 seguida pela Sul 171 Sudeste com 123 considerando os 41 anos de seacuteriehistoacuterica (CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo agrave produtividade ainda que a regiatildeo Centro-Oeste tenha apresen-tado o maior crescimento em termos de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maioreficiecircncia (Figura 5)

Figura 5 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte CO-NAB (2018)

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Conforme ilustrado na Figura 5 a regiatildeo Sul apresenta maior eficiecircncia na pro-dutividade (safra de 201617) com rendimento de 6583 kgha seguida pelo Centro-Oeste Sudeste Norte e Nordeste com 6098 kgha 5820 kgha 3790 kgha e 2557kgha respectivamente A anaacutelise de produtividade considerada a partir da safra de199091 periacuteodo que inicia o grande desenvolvimento no cultivo do milho no Brasil

24 Estados produtores

O cultivo do milho eacute disperso no Brasil podendo ser encontrado nos 26 estadose no distrito federal (Reis et al 2016) Estudos analisados atraveacutes da seacuterie histoacuterica 41anos indicam que o acumulado de produccedilatildeo do cereal no Brasil alcanccedilou 16 bilhatildeo t(CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo ao acumulado da produccedilatildeo por estados dos sete estados brasi-leiros com produccedilatildeo acima de 100 milhotildees t seis estatildeo na macrorregiatildeo Centro-Sul(PR MT MG RS GO e SP) Na macrorregiatildeo Norte-Nordeste apenas o estado daBahia alcanccedilou os 100 milhotildees t produzidas (CONAB 2018)

A macrorregiatildeo Centro-Sul desponta como principal cinturatildeo produtivo do mi-lho no Brasil

O estado da Bahia eacute o principal produtor da macrorregiatildeo Norte-Nordeste com19 milhotildees t produzidas na safra 201617 No acumulado da seacuterie a Bahia foi respon-saacutevel por aproximadamente 28 dos 149 milhotildees t produzidas pelo Norte-Nordesteconsiderando os uacuteltimos 41 anos O estado do Maranhatildeo representou 13 seguidopelo Paraacute 10 Piauiacute e Cearaacute 8 Rondocircnia 7 Sergipe 6 e Tocantins 5 Osestados restantes representaram 23 O Amapaacute eacute o estado com o menor volume003 da produccedilatildeo

As aacutereas de cultivo cresceram 27 no Norte-Nordeste Na safra de 19767726 milhotildees ha eram destinados ao plantio do milho Na uacuteltima safra foi registrado 33milhotildees ha

A macrorregiatildeo Centro-Sul alcanccedilou o 14 bilhatildeo t produzidas no acumulado daseacuterie histoacuterica 41 anos Considerando o ranking dos principais estados produtores oParanaacute se destaca com uma representatividade de 25 da produccedilatildeo total da regiatildeo

Em seguida o Mato Grosso 13 Minas Gerais 12 Rio Grande do Sul 11Goiaacutes e Satildeo Paulo 10 Santa Catarina e Mato Grosso do Sul 6 Os estados commenor representatividade satildeo Distrito Federal e Espirito Santo 04 e Rio de Janeirocom 01

As aacutereas de cultivos no Centro-Sul tiveram uma expansatildeo de 55 entre assafras de 197677 a 201617 Saindo da ordem de 9 milhotildees ha para 14 milhotildees ha

O estado do Paranaacute permaneceu na lideranccedila da produccedilatildeo do gratildeo no Brasilateacute a safra de 199192 Entretanto na deacutecada 1990 Mato Grosso inicia um processo

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de crescimento sem precedentes na produccedilatildeo do milho (Figura 6)

Figura 6 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-201677 Fonte CONAB (2018)

Na safra 201213 Mato Grosso ultrapassa o Paranaacute e assume isoladamente oprimeiro lugar mantendo-se como maior produtor nacional de milho Na uacuteltima safraMato Grosso aferiu 28 milhotildees t produzidas O Paranaacute por sua vez 17 milhotildees t

Figura 7 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018)

A Figura 7 indica que 2 ordfsafra (200405) o estado de Mato Grosso assume alideranccedila de maior produtor com 35 milhotildees t seguido pelo Paranaacute com 34 milhotildeest Na 1 ordfsafra (201617) Mato Grosso produziu 256 mil t e Paranaacute 4 milhotildees t Na 2

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ordfsafra (201617) Mato Grosso foi responsaacutevel por 28 milhotildees t sendo o Paranaacute por13 milhotildees t

No tocante a produtividade o Paranaacute elevou sua produtividade em 184 nosuacuteltimos 41 anos saindo de 2150 kgha (197677) para 6115 kgha (201617) Oestado de Mato Grosso registrou uma elevaccedilatildeo de 437 em sua produtividade nomesmo periacuteodo A CONAB (2018) registrou a produtividade do estado do Mato Grossode 1558 kgha (197677) e 6223 kgha (201617)

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas de plantio na safra de 197677 o Paranaacute dispunha de2153 milhotildees ha e Mato Grosso apenas 247 mil ha Na safra 201617 o Paranaacutedestinou 2917 milhotildees ha apontando um crescimento de 35 Na mesma safraMato Grosso destinou 4639 milhotildees ha para cultura do milho obtendo um acreacutescimode 1776 (CONAB 2018)

A produtividade natildeo resulta somente da disponibilidade de terras agricultaacuteveisNo caso da produccedilatildeo nacional a implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas acultivares de alto potencial geneacutetico correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas emaior densidade de plantio contribuiacuteram para o incremento da produtividade do milho(EMBRAPA 2018)

25 Exportaccedilatildeo do milho

251 Panorama nacional

Com o consecutivo aumento da produccedilatildeo brasileira do gratildeo de milho obser-vado nas uacuteltimas deacutecadas IBGE (2018b) o Brasil tem aproveitado o excedente doconsumo interno para abastecer o mercado internacional A exportaccedilotildees brasileirasde milho tem levado o Brasil a ocupar um lugar de destaque no ranking dos maioresexportadores mundiais de milho (USDA 2018)

Observa-se a relevacircncia das exportaccedilotildees do milho para a balanccedila comercialbrasileira O milho e a soja satildeo os principais produtos agriacutecolas comercializados peloBrasil Juntos representam 80 das exportaccedilotildees brasileiras

Dados estatiacutesticos MAPA (2018) revelam que nos uacuteltimos 20 anos a partici-paccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial representou em meacutedia 40 das expor-taccedilotildees brasileiras (Figura 8)

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Figura 8 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

As exportaccedilotildees do Brasil em 2017 atingiram US$ 217 bilhotildees 18 a mais doano anterior contabilizando US$ 185 bilhotildees O agronegoacutecio foi responsaacutevel em 2017por 44 das exportaccedilotildees fechando o ano com US$ 96 bilhotildees Em relaccedilatildeo ao anode 2016 o agronegoacutecio foi responsaacutevel por 46 das exportaccedilotildees brasileiras ou sejaUS$ 84 bilhotildees conforme ilustrado na (Figura 8)

As exportaccedilotildees do milho nacional alcanccedilaram 29 milhotildees t no ano de 201733 a mais do que o ano anterior que alcanccedilou o volume de 21 milhotildees t como podeser visto na Figura 9 representando US$ 45 bilhotildees

Figura 9 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

No ano de 2017 o Brasil registrou seu maior iacutendice de exportaccedilatildeo do gratildeo como crescimento de 8300 em relaccedilatildeo ao ano de 1997

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Como pode ser visto na Figura 9 a alavancagem das exportaccedilotildees tiveram doisdestaques que valem a pena ser ressaltados o ano de 2001 e 2013 Considerandoque a deacutecada de 1990 as exportaccedilotildees do gratildeo natildeo ultrapassavam o patamar 500mil t a exportaccedilatildeo de 2001 atingiu 5 milhotildees t foi um marco para a seacuterie histoacutericasobretudo por dar iniacutecio a um processo de crescimento efetivo da cultura do milho noBrasil

No ano de 2013 face ao iniacutecio da lideranccedila do Mato Grosso como maior pro-dutor nacional do milho o Brasil registrou o volume de 26 milhotildees t exportadas

Na Figura 10 pode ser visto os dez principais mercados importadores do milhonacional em 2017

Figura 10 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b)

O Iratilde eacute o principal destino das exportaccedilotildees brasileiras com 48 milhotildees t im-portadas O Egito foi o segundo maior importador com 32 milhotildees t em seguidaobserva-se o Japatildeo 29 milhotildees t Espanha 28 milhotildees t Vietnatilde 26 milhotildees t China17 milhatildeo t Coreacuteia do Sul 17 milhatildeo t Malaacutesia 14 milhatildeo t Bangladesh 10 milhatildeo te Holanda com 800 mil t

A Tabela 1 apresenta o rol dos principais paiacuteses compradores do gratildeo brasileirono ano de 2017 Em relaccedilatildeo as cifras agraves exportaccedilotildees do gratildeo atingiram US$ 46bilhotildees

Quanto ao fluxo de comeacutercio por continente a Aacutesia foi o maior parceiro comer-cial do Brasil no ano de 2017 Observa-se por ordem de grandeza a representatividade

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de cada continente nas transaccedilotildees com o Brasil conforme descrito abaixo

bull Aacutesia 56

bull Europa 17

bull Aacutefrica 15

bull Ameacuterica 7

bull Oriente Meacutedio 5

Tambeacutem se verificou na Tabela 1 os trecircs principais paiacuteses compradores porcontinente em ordem de grandeza

bull Aacutesia (Iratilde 29 Japatildeo 18 e Vietnatilde 16)

bull Europa (Espanha 58 Holanda 16 e Portugal 13)

bull Aacutefrica (Egito 75 Argeacutelia 12 e Marrocos 11)

bull Ameacuterica (Repuacuteblica Dominicana 32 Meacutexico 26 e Boliacutevia 8)

bull Oriente Meacutedio (Araacutebia Saudita 48 Israel 23 e Jordacircnia 11)

252 Panorama mundial

Dentre os cinco principais exportadores mundiais do milho em 2017 os Esta-dos Unidos lideraram o ranking com 53 milhotildees t seguido pelo Brasil 29 milhotildees tArgentina 23 milhotildees t Ucracircnia 19 milhotildees t e Ruacutessia 5 milhotildees t (ITC 2018a)

Referente a participaccedilatildeo no mercado global os Estados Unidos detiveram em2017 32 seguido pelo Brasil 16 Argentina 13 Ucracircnia 10 e Ruacutessia com 3(ITC 2018a)

A Figura 11 apresenta os principais importadores globais de milho sendo oJapatildeo o maior comprador mundial em 2017 As importaccedilotildees mundiais no mesmo anoalcanccedilaram 154 milhotildees t representando cerca de US$ 32 bilhotildees

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Tabela 1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b)

Importadores Bilhotildees US$ Milhotildees (t)Crescimento 20132017 (pa)

Mundo 4631046 29266361 2Iratilde 782609 4832976 18Egito 501040 3226017 17Japatildeo 451951 2945944 2Espanha 436927 2868390 36Vietnatilde 412219 2637305 16Taipei 270286 1760043 -5Coreacuteia do Sul 264914 1716964 -15Malaacutesia 232869 1494622 11Bangladesh 158604 1016715 -Paiacuteses Baixos 121940 801673 9Repuacuteblica Dominicana 108546 694240 7Araacutebia Saudita 106663 680764 -10Portugal 99985 643886 15Meacutexico 90430 562833 70Argeacutelia 78619 493866 -11Marrocos 75963 484981 -25Israel 50411 320661 13Irlanda 50349 329080 48Itaacutelia 34582 235049 31Paraguai 29441 8744 12Estados Unidos da Ameacuterica 29370 124983 -17Venezuela 27708 179454 -17Jordacircnia 24797 163565 2Guatemala 20279 131678 4Cuba 17974 110700 -10Indoneacutesia 17731 111026 -42Emirados Aacuterabes Unidos 16273 81401 -8Nicaraacutegua 13202 86940 7El Salvador 11692 78049 20Reino Unido 9811 59006 14Costa Rica 9486 61415 3Liacutebano 9386 62287 265Tuniacutesia 9141 58392 -65Omatilde 9001 57762 16Colocircmbia 7535 2272 -66Argentina 7369 2335 13Filipinas 5486 33110 126Kuwait 4567 31596 -27Peru 3745 11098 -39Angola 3286 17886 -35China 2707 17190 -1Boliacutevia 2368 4487 5Equador 2237 824 -67

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Figura 11 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b)

A Figura 11 aponta que as importaccedilotildees do Japatildeo somaram US$ 308 bilhotildeesseguida pelo Meacutexico US$ 285 bilhotildees Coreacuteia do Sul US$ 178 bilhatildeo Egito US$ 172bilhatildeo Espanha US$ 148 bilhatildeo Vietnatilde US$ 130 bilhatildeo Holanda US$ 118 bilhatildeoItaacutelia US$ 110 bilhatildeo e Iratilde US$ 108 bilhatildeo

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito

Com o advento da globalizaccedilatildeo os mercados tornaram-se cada vez mais di-nacircmicos e competitivos A concorrecircncia eacute global um cenaacuterio constante e irreversiacutevelcolocando as organizaccedilotildees em permanente risco de sobrevivecircncia

Embora a produccedilatildeo de commodities agriacutecolas tenha suas especificidades e de-penda exclusivamente de terras disponiacuteveis diminuindo o surgimento de novos com-petidores a busca por eficiecircncia operacional tem sido um objetivo contiacutenuo das orga-nizaccedilotildees que atuam no agronegoacutecio

O milho eacute uma commodity e distinguem-se por ser um produto de alta volatili-dade baixo valor agregado e margens apertadas Portanto a busca por uma logiacutesticade escoamento eficiente agregando valor ao produto eacute requisito fundamental para oscompetidores do setor

No caso do Brasil importante fornecedor mundial o desempenho da logiacutesticaportuaacuteria eacute corresponsaacutevel por manter a competitividade do milho brasileiro no co-meacutercio internacional

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261 Histoacuteria

A logiacutestica remonta os primoacuterdios da humanidade muito antes do termo sercriado Atividades logiacutestica satildeo observadas em relatos biacuteblicos quando o faraoacute exigiaque fosse feita a armazenagem de alimentos em decorrecircncia de um sonho sobrevacas magras e gordas interpretado por Joseacute em que haveria sete anos de fartura esete anos de escassez alimentar (Reis et al 2015)

Outra evidecircncia satildeo as piracircmides do Egito Inconcebiacutevel acreditar que umaobra de tal magnitude pudesse ser concluiacuteda sem atividades que administrassem amovimentaccedilatildeo armazenagem e transporte de blocos de pedras aleacutem de alocar ossuprimentos para milhares de escravos encarregados da sua construccedilatildeo

No acircmbito militar a logiacutestica tem sido estrateacutegica e a histoacuteria tem comprovadoisso Eacute bem provaacutevel que expansatildeo do impeacuterio de Alexandre o Grande se invia-bilizasse caso natildeo houvesse uma logiacutestica que garantissem os suprimentos a suastropas

As grandes navegaccedilotildees entre os seacuteculos XV e XVII tambeacutem foram beneficiadaspelos conceitos logiacutesticos Impossiacutevel imaginar as caravelas mar adentro em buscade novas terras sem viacuteveres que pudessem suprir as necessidades da tripulaccedilatildeo Dealguma forma naquela eacutepoca jaacute havia planejamento de suprimentos para as viagensem busca de terras novas

A origem da expressatildeo logiacutestica eacute uma evoluccedilatildeo do verbo loger que significaalojar Termo militar usado para definir a arte de transportar abastecer e alojar tropasem campanha (Rodrigues 2014)

Segundo Rodrigues (2014) a primeira definiccedilatildeo de logiacutestica foi cunhada pelogeneral francecircs das tropas de Napoleatildeo Bonaparte Baratildeo Antonie Henri de Jomini(1789-1869) Para Jomini a palavra logistique deriva de um posto existente no exeacuter-cito francecircs ocupado pelo Marechal des Logis encarregado das atividades de deslo-camento alojamento e acampamento das tropas em combate

Posteriormente o termo logiacutestico tomou um significado mais amplo no usomilitar principalmente pelos norte-americanos na Segunda Guerra Mundial e segui-damente pela induacutestria

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica foi empregada muito tempo no con-texto militar atribuindo-se a derrota dos britacircnicos na Guerra de Independecircncia norte-americana pela ineficiecircncia de abastecimento de suprimentos agraves tropas britacircnicas

262 Conceito

Apesar da logiacutestica estar bastante disseminada no acircmbito organizacional e aca-decircmico ainda eacute do senso comum reduzi-la somente a atividade de transporte (Re-zende et al 2005)

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Haacute muita desinformaccedilatildeo a respeito da logiacutestica Mais que uma atividade detransporte a logiacutestica eacute o gerenciamento do fluxo de mercadoria desde o ponto deorigem ateacute o ponto de consumo (Ludovico 2010)

Ao longo dos anos vaacuterios estudos corroboraram para o entendimento do con-ceito de logiacutestica Para Ballou (2007) a logiacutestica deve prover serviccedilos de forma adiminuir a lacuna entre o ponto de produccedilatildeo e ponto de consumo de modo que osconsumidores tenham disponiacuteveis produtos e serviccedilos nas condiccedilotildees que desejamquando e onde quiserem

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica eacute um processo de gestatildeo estrateacutegicaque contribui para maximizaccedilatildeo da rentabilidade visando custo benefiacutecio atraveacutes dasatividades de movimentaccedilatildeo e armazenagem de materiais gerenciamento de esto-ques por meio dos fluxos de informaccedilotildees relacionados

Para Donato (2012) a logiacutestica eacute uma aacuterea de gestatildeo tendo o objetivo de prevere prover recursos para a execuccedilatildeo de todas as atividades organizacionais O autorassevera a gestatildeo de suprimentos transportes movimentaccedilatildeo e armazenamento demateriais processamento de pedidos e gerenciamento de informaccedilotildees e retorno deprodutos como atividades da logiacutestica

Reis et al (2015) apontam a logiacutestica como atividades que visam atender re-quisitos de pontualidade disponibilidade e qualidade de produtos e serviccedilos aliadosao preccedilo justo e competitivo

Para o Conselho de Profissionais da Cadeia de Suprimentos CSCMP (2018)entidade de renome mundial a logiacutestica eacute a atividade voltada ao planejamento imple-mentaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e efetivo de armazenamento de mercadoriasserviccedilos e informaccedilotildees relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumovisando suprir os requisitos dos clientes

Percebe-se um consenso nas obras analisadas De modo geral os autoresafirmam que os objetivos da logiacutestica eacute prover ao cliente final produtos e serviccedilos comqualidade na quantidade e no tempo certo com o menor preccedilo possiacutevel

27 Logiacutestica nas empresas

A logiacutestica interfere em vaacuterias atividades do cotidiano da sociedade e das em-presas quanto a custos tempo e eficiecircncia

Existe uma vasta literatura a respeito da logiacutestica empresarial e sua evoluccedilatildeo(Rezende et al 2005 Ballou 2007 Vantine 2012 Bowersox et al 2014 Novaes2015 Pires 2016) Por questotildees didaacuteticas optou-se por elencar cinco fases evolutivasda logiacutestica nas empresas como pode ser visto na Figura 12

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Figura 12 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012)

A partir da deacutecada de 1950 com os avanccedilos tecnoloacutegicos desenvolvimentode novos produtos mudanccedila de comportamento dos consumidores e consequente-mente uma maior necessidade de distribuiccedilatildeo de produtos exigiram o aumento danecessidade da logiacutestica nas empresas

Ballou (2007) classifica as deacutecadas de 1950 ateacute 1970 como o periacuteodo de de-senvolvimento Em sua obra o autor destaca quatro pilares de estudo para o de-senvolvimento da logiacutestica empresarial alteraccedilotildees e novos padrotildees de demanda doconsumidor pressatildeo custos nas induacutestrias evoluccedilatildeo na tecnologia de computadorese influecircncia dos estudos da logiacutestica militar

No final desses anos as universidades comeccedilavam a ofertar cursos na aacutereasurgem as primeiras literaturas com abordagem do tema empresas iniciam os primei-ros testes de implantaccedilatildeo das novas ideias e surge o primeiro Conselho de Adminis-traccedilatildeo da Distribuiccedilatildeo Fiacutesica (Ballou 2007)

Em 1970 evidencia-se o desenvolvimento de estrateacutegias com foco na adminis-traccedilatildeo de materiais e distribuiccedilatildeo fiacutesica Graccedilas aos processos flexiacuteveis de produccedilatildeoconforme Novaes (2015) foi possiacutevel a oferta de novos produtos com variadas corestipos e tamanhos Com um vasto leque de oferta de novos produtos aos consumido-res houve um aumento significativo nos estoques ao longo da cadeia de produtivaCom isso passou a ser necessaacuterio uma maior racionalizaccedilatildeo com vista ao menorcustos e maior eficiecircncia

Outros apontamentos ressaltados por Novaes (2015) foram os custos de trans-ferecircncia e distribuiccedilatildeo Com a crise do petroacuteleo em 1970 os combustiacuteveis sofreramum aumento abrupto O aumento populacional nos centros urbanos expansatildeo defrotas de veiacuteculos crescimento territoriais das cidades elevaram potencialmente oscongestionamentos Esses fatores aliados com as limitaccedilotildees de movimentaccedilatildeo de

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caminhotildees em horaacuterio comerciais resultaram no aumento dos custos de transporte edistribuiccedilatildeo

A deacutecada de 1980 com a explosatildeo de novas tecnologias propicia a integraccedilatildeodos processos surgindo o conceito de logiacutestica integrada Essa deacutecada foi caracte-rizada pelo emprego de tecnologias de informaccedilatildeo e sistema de comunicaccedilatildeo quepromoveram uma forte integraccedilatildeo da logiacutestica (Rezende et al 2005)

A efetiva integraccedilatildeo foi favorecida pela implantaccedilatildeo do EDI - Intercacircmbio Ele-trocircnico de Dados essencial para a atualizaccedilatildeo de dados em tempo real e troca dedocumento em toda a cadeia Outro fato relevante foi a introduccedilatildeo do coacutedigo de barraspara controle de estoque

A coleta de dados e o fluxo de informaccedilotildees que eram realizadas manualmentepassaram a ser realizadas de forma automaacutetica com o emprego de tecnologias decaptura de dados (radiofrequecircncia) eliminando a morosidade nos processos e miti-gando fontes de erro (Bowersox et al 2014)

Apoacutes os anos de 1990 com a integraccedilatildeo e maior comunicaccedilatildeo entre fornecedo-res distribuidores e clientes surge entatildeo de maneira mais disseminada o conceito deSCM (Supply Chain Management) ou seja gerenciamento da cadeia de suprimentos

Apesar de alguns autores asseverarem que o termo SCM jaacute era aplicado deforma rudimentar nos anos 1970 e 1980 o interesse pelo SCM foi fortemente difundidonas empresas a partir dos anos 1990 (Pires 2016)

Com o advento da globalizaccedilatildeo emergem mercados e competidores globaise o desempenho das organizaccedilotildees em termos de custos e eficiecircncia tornou-se umaquestatildeo de sobrevivecircncia A gestatildeo da cadeia de suprimentos eacute uma estrutura estra-teacutegica e consiste na colaboraccedilatildeo entre empresas com intuito a melhorar a eficiecircnciaoperacional gerando condiccedilotildees de maior grau de competitividade das organizaccedilotildees(Bowersox et al 2014)

A finalidade da cadeia de suprimento eacute maximizar o valor gerado Chopra ampMeindl (2011) destacam o valor como o excedente gerado pela cadeia de suprimentoPara os autores valor eacute a diferenccedila entre o que o produto entregue vale para o clientee o custo total incidente em todas as atividades da cadeia de suprimento em levaro produto ateacute o cliente O sucesso de uma cadeia de suprimentos estaacute diretamenteligado agrave sua lucratividade quanto maior a lucratividade mais bem-sucedida a cadeiaeacute

Por fim apoacutes os anos 2000 intensifica-se o crescimento nas parcerias entre asempresas para execuccedilatildeo dos processos produtivos com vista ao aumento da eficiecircn-cia operacional e o uso intensivo da internet para comercializaccedilatildeo eletrocircnica

Os relacionamentos interorganizacionais eacute a chave de sucesso para uma ca-deia de suprimentos sustentaacutevel Quando as empresas compreendem e reconhecema dependecircncia entre fornecedores eou clientes estabelece-se entatildeo um ambiente

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para colaboraccedilatildeo (Bowersox et al 2014) A ideia eacute o trabalho compartilhado intelec-tual e operacionalmente O eixo central das relaccedilotildees colaborativas eacute a integraccedilatildeo dosrecursos humanos financeiros e teacutecnicos visando o aumento da eficiecircncia e o niacutevelde serviccedilos ao cliente

28 Atividades logiacutesticas

Com vistas a atingir os objetivos logiacutesticos de custos e niacutevel de serviccedilo Ballou(2007) elenca trecircs atividades fundamentais da logiacutestica empresarial conforme podeser visto na Tabela 2

Tabela 2 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007)

ATIVIDADES

Primaacuteria Apoio

TransporteManuseio de materiaisEmbalagem e proteccedilatildeo

Manutenccedilatildeo de estoqueProgramaccedilatildeo do produtoManutenccedilatildeo de informaccedilotildees

Processamento de pedidosArmazenamentoObtenccedilatildeo

Atividade de transporte ndash Eacute essencial para a logiacutestica empresarial Aleacutem derepresentar em meacutedia dois terccedilos de todos custos logiacutesticos nenhuma empresa eacutecapaz de operar sem movimentar suas mateacuterias-primas e seus produtos acabados

Transporte entende-se como vaacuterios recursos para a o deslocamento de car-gas O gerenciamento estaacute ligado ao processo decisoacuterio de escolha do modo detransporte utilizaccedilatildeo da capacidade de veiacuteculos e definiccedilatildeo de roteiros O rodoviaacuterioaeacutereo aquaviaacuterio e ferroviaacuterio satildeo os modos de transporte mais conhecidos (Ballou2007)

Ballou (2007) designa duas atividades de apoio agrave atividade de transporte ma-nuseio de materiais embalagem de proteccedilatildeo A primeira estaacute relacionada com aarmazenagem e manutenccedilatildeo de estoques Essa atividade eacute desenvolvida no localde estocagem tendo como principais processos seleccedilatildeo de equipamento de movi-mentaccedilatildeo procedimentos de formaccedilatildeo de pedidos transferecircncia de mercadoria ateacuteo ponto de recebimento daiacute vai para o deposito ateacute ponto de estocagem e da esto-cagem para despacho etc A segunda atividade embalagem de proteccedilatildeo tem comoobjetivo garantir a integridade dos produtos Um bom projeto de embalagem permitea movimentaccedilatildeo sem quebras e com maior eficiecircncia

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Manutenccedilatildeo de estoques ndash O gerenciamento de estoque corresponde a umaparcela significativa dos custos logiacutesticos As empresas almejam a entrega dos produ-tos aos seus clientes imediatamente agrave produccedilatildeo eliminaccedilatildeo dos custos de estoquesContudo na praacutetica isto eacute inviaacutevel natildeo raro os estoques atuam como amortecedoresentre a oferta e a demanda tornando a manutenccedilatildeo de estoques uma atividade-chaveda logiacutestica

Para o desenvolvimento dessa atividade Ballou (2007) aponta como premis-sas a programaccedilatildeo do produto volume lugar e onde devem ser produzidos tendocomo enfoque a distribuiccedilatildeo ou seja o fluxo de saiacuteda Outra atividade de apoio eacute amanutenccedilatildeo da informaccedilatildeo As informaccedilotildees de localizaccedilatildeo de cliente volume de ven-das estoques apoiam as atividades primaacuterias satildeo essenciais para a gestatildeo e controlelogiacutestico

Processamento de pedidos ndash Essa atividade tem em vista o tempo neces-saacuterio em levar bens e serviccedilos aos clientes O gerenciamento do lead time eacute umdos fatores mais importantes do processamento de pedidos pois contribui para o au-mento do niacutevel de serviccedilos oferecido pelas empresas considerando que o lead timeeacute tempo computado entre o momento do pedido do cliente ateacute a chegada do produtono mesmo

A armazenagem e suas atividades (configuraccedilatildeo do armazeacutem localizaccedilatildeo di-mensionamento de aacuterea arranjo fiacutesico projeto de docas etc) eacute uma atividade deapoio ao processamento de pedidos Outra atividade de apoio importante para osobjetivos do processamento de pedidos eacute a obtenccedilatildeo Essa atividade diz respeitoa fontes de suprimentos modelo de programaccedilatildeo de compras e da forma como osprodutos satildeo comprados

O autor adverte que a obtenccedilatildeo se difere de compras pois compras envolvematividades muito mais detalhadas como por exemplo negociaccedilatildeo de preccedilos avaliaccedilatildeode vendedores etc A obtenccedilatildeo refere-se aos processos exclusivamente relacionadosa tarefas de logiacutestica Por essa razatildeo substitui o termo compras por obtenccedilatildeo

As operaccedilotildees de logiacutestica visam atender as necessidades das empresas emprover produtos aos seus clientes quando e onde eles quiserem Dessa maneira astrecircs atividades satildeo centrais para as organizaccedilotildees por isso satildeo classificadas comoatividades primaacuterias (Ballou 2007)

29 Portos

O porto se caracteriza como uma aacuterea abrigada das ondas e correntes mariacute-tima e dependendo da sua localizaccedilatildeo situa-se agrave beira de oceanos lagos e rios Pos-sui uma estrutura intermodal oferecendo condiccedilotildees para operaccedilotildees de transbordo decargas de vaacuterios tipos O transbordo pode ser definido como operaccedilotildees de transferecircn-

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cia entre modos de transportes ou natildeo Por exemplo uma movimentaccedilatildeo de cargasde uma navio para outro de um navio para um trem de um navio para um caminhatildeoou vice-versa (Rojas 2014)

Uma estrutura portuaacuteria se caracteriza como terminal multimodal em que existeuma conexatildeo de vaacuterios modos de transporte para a movimentaccedilatildeo e armazenagem decargas importadas ou destinadas agrave exportaccedilatildeo A eficiecircncia operacional do porto estaacutediretamente relacionada agrave abrigo profundidade e acessibilidade canal de acessobacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ouaquaviaacuterios (Alfredini amp Arasaki 2009)

Cruz et al (2014) e Carvalho (2009) apud Silva (2010) atribuem as principaisfunccedilotildees de um porto a) oferecer condiccedilotildees adequadas para a efetividade operacionaldo escoamento das cargas b) garantir a acessibilidade mariacutetima aos navios comvista a atender ao mais eficiente ciclo operacional dos mesmos c) prover a seguranccedilados navios na entrada e saiacuteda do porto no interior da bacia portuaacuteria garantindo aseguranccedila da vida dentro dos limites do porto d) assegurar a eficiente proteccedilatildeo aomeio ambiente

No tocante ao perfeito funcionamento de um complexo portuaacuterio trecircs fatoresdevem ser considerados responsaacuteveis pela sua eficiecircncia operacional infraestruturaportuaacuteria infraestrutura fiacutesica e superestrutura e processo aduaneiro

Infraestrutura portuaacuteria compreende vaacuterios elementos conectados que im-pactam diretamente no tipo de navio que atracara em determinado porto e as carac-teriacutesticas das cargas a serem movimentas (David amp Stewart 2010)

O primeiro elemento relacionado agrave infraestrutura portuaacuteria eacute a profundidade daaacutegua dos portos tanto no canal de acesso ndash trecho de hidrovia que liga o porto aomar aberto - quanto ao berccedilo de atracaccedilatildeo Navios cada vez maiores voltados paraoperaccedilotildees de larga escala exigem portos com profundidade de aacutegua compatiacutevel comas dimensotildees das embarcaccedilotildees (David amp Stewart 2010)

Outros desdobramentos referente agrave infraestrutura portuaacuteria satildeo apontados porAlfredini amp Arasaki (2009) tais como bacia de evoluccedilatildeo aacutereas destinadas a manobradas embarcaccedilotildees dentro do porto para atracaccedilatildeo e desatracaccedilatildeo As bacias de evo-luccedilatildeo devem estar protegidas de ondas fortes correntes e ventos bem como livre depassagens de dutos e cabos submarinos e outras obstruccedilotildees

As operaccedilotildees de dragagem tambeacutem satildeo elementos necessaacuterios para uma boainfraestrutura portuaacuteria A dragagem permite o aprofundamento dos canais e berccedilosde atracaccedilatildeo por meio de remoccedilatildeo de materiais do fundo submersos Existem basi-camente dois tipos de dragagem a) aprofundamento visa aumentar a profundidadee ou largura dos canais de acesso e bacias dos portos e b) ambiental para retiradade sedimentos contaminados Por fim obras de abrigos portuaacuterios guias correntesquebra-mares molhes etc (Ludovico 2010)

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Infraestrutura fiacutesica - compreende as instalaccedilotildees portuaacuterias em si Ancora-douros docas cais piacuteeres de acostagem e atracaccedilatildeo edifiacutecios e vias de circulaccedilatildeointerna (Ludovico 2010) A superestrutura satildeo os equipamentos destinados as ope-raccedilotildees de embarque e descarga Via de regra os equipamentos de movimentaccedilatildeoportuaacuteria satildeo classificados como equipamento de movimentaccedilatildeo de cais de paacutetio ede transferecircncia (Patriacutecio 2015)

Os equipamentos de movimentaccedilatildeo de cais tambeacutem conhecidos como equi-pamentos de costado tem como principal funccedilatildeo movimentaccedilatildeo de cargas nas ope-raccedilotildees de embarque e descarga de navios Os equipamentos de paacutetios usualmentesatildeo destinados a movimentaccedilatildeo de cargas de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo Jaacute os equipa-mentos de transferecircncias servem para movimentar cargas de transferecircncia do naviopara o paacutetio ou vice-versa

Processo aduaneiro - refere-se agraves condiccedilotildees necessaacuterias para o tratamentoadministrativo de exportaccedilatildeo ou importaccedilatildeo Diz respeito aos tracircmites que as merca-dorias devem obedecer ao sair ou entrar em territoacuterio nacional (Souza 2014) Outrofator a considerar satildeo os entraves burocraacuteticos e o tempo de respostas da aduana eoutros oacutergatildeos intervenientes do comeacutercio exterior

210 Serviccedilos Portuaacuterios

Segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica - CADE o complexoportuaacuterio eacute fundamental para a cadeia logiacutestica e a eficiecircncia de seus serviccedilos Adinacircmica de como o porto se integra e sua capacidade de gerar valor para a cadeia eacutefator decisoacuterio para escolha do porto pelas companhias de navegaccedilatildeo (CADE 2013)

Para ANTAQ (2018a) os serviccedilos prestados por um porto satildeo classificados emtrecircs categorias serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios serviccedilos de movimentaccedilatildeode cargas e serviccedilos complementares aos armadores e aos donos de mercadorias

Serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios ndash a funccedilatildeo desses serviccedilos eacuteatender as necessidades dos armadores e seus navios Existe uma gama de presta-dores de serviccedilos administraccedilatildeo do porto instituiccedilotildees puacuteblicas e empresas privadasconforme Tabela 3

Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas ndash a funccedilatildeo diz respeito a manuseio decargas a bordo do navio com atividade de estiva (transbordo embarque descargapeaccedilatildeo despeaccedilatildeo conferencia) atividades de terra ou capatazia (transporte internoconferecircncia das mercadorias etc)

Comumente satildeo serviccedilos demandados pelos armadores e donos das mercado-rias providos pelo operador portuaacuterio e ou pela administraccedilatildeo do porto Os serviccedilosoferecidos pelos operadores portuaacuterios aos armadores que repassam esses custosaos donos das mercadorias (exportadores e importadores) em forma de taxa handling

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Tabela 3 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a)

SERVICcedilO PRESTADOR DE SERVICcedilO

Agenciamento de navio Agecircncia MariacutetimaAuxilio a navegaccedilatildeo e uso defaroacuteis

Marinha do Brasil

Inspeccedilatildeo sanitaacuterio nos na-vios

ANVISA ndash Agecircncia Nacionalde Vigilacircncia Sanitaacuteria

Controle de entrada e saiacutedade estrangeiros

Policia Federal

Inspeccedilatildeo Aduaneira RFB ndash Receita Federal doBrasil

Praticagem Associaccedilatildeo dos PraacuteticosRebocagem Empresa de rebocadores

portuaacuteriosVigias portuaacuterios Trabalhadores portuaacuteriosAtracaccedilatildeo Operador do terminal ou ad-

ministraccedilatildeo do porto

incluiacutedo nos custos do frete mariacutetimoServiccedilos complementares ndash serviccedilos especiacuteficos aos armadores preacute estiva-

gem conferecircncia de lacre transbordo movimentaccedilatildeo de contecircineres vazios rechegoou serviccedilos prestados aos donos de cargas ova e desova de contecircineres transportede contecirciner vazio pesagem etc

211 Tipos de portos

Nos primoacuterdios os portos eram apenas porta de acesso aos continentes oupaiacuteses separados pelos oceanos Para a concepccedilatildeo de um porto bastava estar pro-tegido dos ventos localizados em aacuteguas tranquilas protegido muitas vezes de baixaprofundidade localizados em margens de baia ou em foz de rios (Rodrigues 2007)

O porto dispunha de trapiches de madeiras ou de pedras solidificadas por ar-gamassa de oacuteleo de baleia A partir das deacutecadas de 1950 e 1960 evidencia-se umprocesso de evoluccedilatildeo Os portos tradicionais esboccedilam uma trajetoacuteria de melhora-mento transformam-se em centros de serviccedilos comerciais e industriais (Rodrigues2007)

A Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento - UNC-TAD em seu relatoacuterio classifica os portos em trecircs categorias de geraccedilotildees baseadasem trecircs criteacuterios ldquoPoliacutetica de desenvolvimento portuaacuterio estrateacutegia e atitude Exten-satildeo e alcance das atividades portuaacuterias Integraccedilatildeo das atividades e organizaccedilotildeesportuaacuteriasrdquo (UNCTAD 1992)

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Tabela 4 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003

1ordfGERACcedilAtildeO 2ordfGERACcedilAtildeO 3 ordfGERACcedilAtildeO

Antes dos Anos 1960 Apoacutes os anos 1960 Apoacutes os anos 1980

Atitude e Es-trateacutegia de De-senvolvimento

ConservadoraInterface dos modosde transporte

ExpansionistaCentro de Trans-porte Comercial eIndustrial

Transporte Inte-grado e PlataformaLogiacutestica para oComeacutercio Internaci-onal

Atividades Carga DescargaArmazenagem Ser-viccedilos de Navegaccedilatildeo

Atividades da 1 ordfaGeraccedilatildeo Transfor-maccedilatildeo da CargaServiccedilos Comer-ciais e Industriaisvinculados aosNavios

Atividades da 1 ordfe 2ordfgeraccedilatildeo Distribui-ccedilatildeo de Informaccedilotildeese Carga AtividadesLogiacutesticas

Caracteriacutesticasda Organiza-ccedilatildeo

Baixa relaccedilatildeo en-tre o Porto e seusUsuaacuterios

Relaccedilatildeo proacuteximaPorto e UsuaacuterioBaixa integraccedilatildeoentre atividades noPorto

Integraccedilatildeo comuni-dade portuaacuteriaIntegraccedilatildeo do PortoRede de Comeacutercioe Transporte

CaracteriacutesticasdaProduccedilatildeo deServiccedilo

Foco no Fluxo deCargasBaixo valor agre-gado

Fluxo de CargaServiccedilos IntegradosValor Agregado Meacute-dio

Fluxo e Distribuiccedilatildeode Carga e Informa-ccedilotildeesServiccedilos Muacuteltiplos

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Para UNCTAD (1992) conforme ilustrado na Tabela 4 na 1ordfgeraccedilatildeo observa-seportos isolados das atividades de transporte e comeacutercio Nesse estaacutegio havia poucaatenccedilatildeo agraves necessidades dos usuaacuterios do porto e a promoccedilatildeo do marketing portuaacuterioraramente era considerada O porto possuiacutea seus proacuteprios sistemas de informaccedilatildeoestatiacutestica e documental sem compatibilidade com sistemas dos usuaacuterios do porto

Observa-se tambeacutem um porto independente e com uma forte atuaccedilatildeo de po-der em relaccedilatildeo agraves outras atividades econocircmicas A relaccedilatildeo do porto com o municiacutepioeacute praticamente nula e o niacutevel de cooperaccedilatildeo eacute inexistente tendo como consequecircnciaplanos de desenvolvimentos separados

As atividades portuaacuterias e as empresas portuaacuterias eram isoladas uma dasoutras tomando decisotildees independentes A movimentaccedilatildeo era lenta produtividadebaixa e as atividades com os usuaacuterios eram isoladas e natildeo com o porto como todo

Na 2 ordfgeraccedilatildeo segundo UNCTAD (1992) os usuaacuterios governos autoridadesportuaacuterias e prestadores de serviccedilos portuaacuterios jaacute tinham uma compreensatildeo maisampla das funccedilotildees dos portos mariacutetimos

Nessa geraccedilatildeo o porto comeccedila a ofertar aos usuaacuterios atividades aleacutem de cargae descarga que ateacute entatildeo estavam condicionados a atividades tradicional do portoInicia-se um processo de implantaccedilatildeo de gestatildeo e poliacuteticas portuaacuterias

Dentro das atividades portuaacuterias satildeo ofertados outros tipos de serviccedilos mais re-levantes embalagens de cargas separaccedilatildeo serviccedilos industriais como transformaccedilatildeode cargas etc O porto se desenvolve e expande sua atuaccedilatildeo com aacutereas de influecircnciacomo por exemplo induacutestrias de ferro e accedilo metalurgia pesada refinarias atividadesagroindustriais etc

Os portos de 2 ordfgeraccedilatildeo deixam de ser apenas centros de transporte passandoa ser tambeacutem industriais e centros comerciais Surgiram por volta dos anos sessentacom um aumento na quantidade de mateacuterias-primas importadas em paiacuteses industria-lizados Estes portos satildeo comumente usados como porto induacutestria (UNCTAD 1992)

Na 3 ordfgeraccedilatildeo um fato marcante que impulsionou essa geraccedilatildeo foi o conteine-rizaccedilatildeo das cargas a multimodalidade e o aumento de demanda do comeacutercio interna-cional

Nota-se uma perspectiva desenvolvimentista do porto pelos gestores e opera-dores portuaacuterios O porto eacute considerado um noacute na complexa rede internacional deproduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Esse pensamento permite uma proposta de gestatildeo voltadaas necessidades do comeacutercio global

Diferentemente do passado ressalta UNCTAD (1992) quando os portos acre-ditavam que as cargas viriam com os navios a partir da deacutecada 1980 os esforccedilos satildeovoltados para ganhar e manter as cargas no porto Esses esforccedilos satildeo direcionadospara promoccedilatildeo de atividades de comeacutercio e transporte com vistas agrave geraccedilatildeo de recei-tas e agregaccedilatildeo de valor Desde entatildeo os portos vecircm se transformando em centros

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de transportes integrados e plataformas logiacutesticas para o comeacutercio globalAs atividades e serviccedilos nesses portos de terceira geraccedilatildeo satildeo especializadas

variaacuteveis e integradas Satildeo subdivididos em quatro categorias diferentes serviccedilosportuaacuterios tradicionais serviccedilos industriais e ambientais serviccedilos comerciais e admi-nistrativos e serviccedilos de logiacutestica e distribuiccedilatildeo (UNCTAD 1992)

212 Terminais portuaacuterios

A relevacircncia dos terminais portuaacuterios na cadeia logiacutestica mundial reside nofato de que o transporte mariacutetimo eacute o modo de transporte que movimenta a maiorquantidade de cargas Sendo assim os portos atuam como grandes concentradoresde cargas e essenciais para ganhos de economias de escala tatildeo importantes para asatividades comerciais e industriais (UNCTAD 1992)

Os terminais portuaacuterios satildeo estrateacutegicos para a cadeia de transporte mundiale nas operaccedilotildees portuaacuterias haja vista que as principais atividades portuaacuterias satildeo exe-cutadas pelos terminais portuaacuterios e contribuem para os fatores de produccedilatildeo quantoao fluxo de materiais primas insumos maquinaacuterios e produtos acabados

Os terminais podem ser definidos como elos de uma cadeia de transportesonde ocorrem entrada e saiacuteda de cargas e veiacuteculos neste sistema Nesse ambientesatildeo executados transbordo de cargas entre modos de transporte (Souza et al 2018)

O conceito de terminal mariacutetimo para Magalhatildees (2016) refere-se a instala-ccedilotildees voltadas ao atendimento especializado de navios e cargas podendo ser instala-ccedilotildees isoladas ou parte de um porto comercial Na perspectiva contemporacircnea portocomercial concentra diversos terminais especializados para atender vaacuterios fluxos decargas e de passageiros

Para Dubke (2006) terminais especializados satildeo unidades logiacutesticas capazesde realizar serviccedilos de agregar valor de menor ou maior grau em instalaccedilotildees portuaacute-rias Os terminais especializados efetuam serviccedilos de centralizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo decargas utilizando um ou mais modalidades de transportes conforme demonstrado emFigura 13

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Figura 13 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016)

Como se observa na Figura 13 cada terminal portuaacuterio deve possuir instala-ccedilotildees adequadas agraves operaccedilotildees de embarque e descarga especializadas considerandotipos de navios e tipos de cargas Os terminais se tornam especializados e deman-daratildeo estruturas especificas de atracaccedilatildeo transferecircncia de cargas de estocagemde distribuiccedilatildeo e de recepccedilatildeo ou entrega aos demais modos de transportes (Patriacutecio2015 Magalhatildees 2016)

213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro

A logiacutestica portuaacuteria tecircm papel fundamental na ordem econocircmica brasileirasobretudo nas operaccedilotildees de comeacutercio exterior Conforme Rodrigues (2007) em seusestudos ldquoOs portos satildeo estrateacutegicos para o exerciacutecio da soberania nacional servindocomo locais de aplicaccedilatildeo da politica tributaacuteria governamental para viabilizar o modeloeconocircmico adotado pelo paiacutesrdquo (p 165)

No Brasil cerca de 97 do fluxo de mercadoria do comercio exterior satildeo porvias mariacutetimas evidenciando assim o papel dos portos na economia nacional cabe aSecretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica - SEPPR nas atribuiccedilotildees inerentesa sua esfera de competecircncia o planejamento estrateacutegico portuaacuterio e a formulaccedilatildeo depoliacuteticas com vista ao desenvolvimento da infraestrutura portuaacuteria Por sua vez a SEPestaacute vinculada ao Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil (MTPAC 2018b)

Segundo a Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterio ndash ANTAQ no Brasil

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existem 235 instalaccedilotildees portuaacuterias puacuteblicas e privadas tanto mariacutetima como fluvial(ANTAQ 2018a)

De acordo com MTPAC (2018b) existem 37 portos puacuteblicos organizados noBrasil Nessa categoria estatildeo os principais portos nacionais Dezenove satildeo adminis-trados pela UniatildeoCompanhias Docas (Tabela 5) incluiacutedo o Porto de Santos o maisimportante porto do sistema portuaacuterio brasileiro e dezoito foram delegados a municiacute-pios estados e consoacutercios (Tabela 6)

Tabela 5 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria

Porto de MANAUS AM CODOMARPorto de LAGUNA SC CODESPPorto de SANTOS SP CODESPPorto de ANGRA DOS REIS RJ CDRJPorto de ITAGUAIacute RJ CDRJPorto do RIO DE JANEIRO RJ CDRJPorto de NITEROacuteI RJ CDRJPorto de VITOacuteRIA ES CODESAPorto de BARRA DO RIACHO ES CODESAPorto de ILHEacuteUS BA CODEBAPorto de ARATU BA CODEBAPorto de SALVADOR BA CODEBAPorto de MACEIOacute AL CODERNPorto de NATAL RN CODERNPorto de AREIA BRANCA RN CODERNPorto de FORTALEZA CE CDCPorto de VILA DO CONDE PA CDPPorto de BELEacuteM PA CDPPorto de SANTAREacuteM PA CDP

Para a SEP os portos fluviais satildeo definidos como Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pe-queno Porte ndash IP4 voltados para favorecer a movimentaccedilatildeo de cargas e passageirosem aacutereas distantes Sob a competecircncia do Departamento Nacional de Infraestruturade Transportes ndash DNIT estatildeo 122 instalaccedilotildees IP4 (MTPAC 2018a)

A existecircncia de 39 portos puacuteblicos fluviais sob a competecircncia SEP emborasejam portos fluviais estatildeo excluiacutedos da categoria IP4 (Tabela 7)

O complexo portuaacuterio brasileiro eacute estrateacutegico para o Brasil pelo fato de seruma das principais infraestruturas de apoio ao comeacutercio exterior Cerca de 90 detoda carga comercializada no mercado internacional passam pelos portos brasileiros

A movimentaccedilatildeo dos portos em 2017 atingiu 1087 bilhatildeo t com 61812 atra-caccedilotildees de navios no mesmo periacuteodo Quando analisado o perfil de cargas movimen-tadas em 2017 as estatiacutesticas apontam os graneis soacutelidos como a principal carga com

32

Tabela 6 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte MT-PAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria Tipo

Porto de SUAPE PE SDEC-PE MariacutetimoPorto de IMBITUBA SC SCPAR MariacutetimoPorto de SAtildeO FRANC SUL SC APSFS MariacutetimoPorto de ITAQUI MA EMAP MariacutetimoPorto de CABEDELO PB DOCAS-PB MariacutetimoPorto do RECIFE PE PORTO DO RECIFE SA MariacutetimoPorto de SAtildeO SEBASTIAtildeO SP DERSA MariacutetimoPorto de ANTONINA PR APPA MariacutetimoPorto de PARANAGUAacute PR APPA MariacutetimoPorto de PELOTAS RS SPH MariacutetimoPorto de PORTO ALEGRE RS SPH MariacutetimoPorto de ESTRELA RS SPH FluvialPorto de CACHOEIRA DO SUL RS SPH FluvialPorto de RIO GRANDE RS SUPRG MariacutetimoPorto de PORTO VELHO RO SOPH-RO FluvialPorto de ITAJAIacute SC ADHOC MariacutetimoPorto de MACAPAacute AP CDSA MariacutetimoPorto do FORNO RJ COMAP Mariacutetimo

64 seguida de graneis liacutequidos 212 contecirciner 99 e carga geral 5 (MTPAC2018b ANTAQ 2018b) Na Figura 14 pode ser observada a evoluccedilatildeo no movimentototal dos portos brasileiros a partir de 2010

Figura 14 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte ANTAQ(2018a)

33

Tabela 7 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado

Cruzeiro do Sul ACPorto Acre AC

Porto Walter ACIbotirama BACorumbaacute MS

Ladaacuterio MSMundo Novo MS

Caacuteceres MTAlmeirim PAAltamira PAGurupaacute PAItaituba PA

Juruti PAMonte Alegre PA

Oacutebidos PAOriximinaacute PA

Porto de Moz PAPrainha PA

Senador Joseacute Porfiacuterio PAVitoacuteria de Xingu PASanta Terezinha PR

Terra Roxa PRPorto velho RO

Estrela RSCachoeira do Sul RS

Charqueadas RSJaguaratildeo RS

Santa Vitoacuteria do Palmar RSAnhembi SP

Jauacute SPPanorama SP

Pederneiras SPTerminal Floresta SP

Terminal Satildeo Miguel SPTerminal Fazenda Satildeo Joaquim SP

Eclusa Tiete Montante SPUsina Diamante SPUsina Pioneiros SP

Satildeo Pedro SP

34

Em 2018 houve um crescimento de 849 do volume movimentado em 2018em relaccedilatildeo ao ano anterior Se comparado o ano de 2017 e 2010 o fluxo de cargasnos portos brasileiros aumentaram 295 Neste mesmo periacuteodo observou-se umcrescimento continuo com exceccedilatildeo ao ano de 2016 que registrou uma queda de 05em relaccedilatildeo ao ano de 2015

No quesito natureza da carga a Figura 15 destaca a participaccedilatildeo do grupo decarga na seacuterie histoacuterica

Figura 15 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

No ano de 2017 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 os graneis soacutelidos cresceram1041 graneis liacutequidos 378 contecirciner 317 e carga solta 776 conforme ilus-trado na Figura 15 Embora o ano de 2016 tenha apresentado uma ligeira queda de05 em relaccedilatildeo ao ano anterior a carga geral apontou um crescimento de 53

214 Porto de SantosSP

Localizado no litoral do Estado de Satildeo Paulo o Porto de Santos eacute puacuteblico eadministrado pela Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo - CODESP Conside-rado o mais importante porto nacional tem aproximadamente 15 km de extensatildeo 55terminais mariacutetimos e retro portuaacuterios e 65 berccedilos de atracaccedilatildeo

O complexo portuaacuterio santista em 2017 contabilizou 5597 atracaccedilotildees de na-vios movimentando 125 milhotildees t ANTAQ (2018b) No ranking da movimentaccedilatildeonacional o Porto de Santos ocupou o terceiro lugar ficando atraacutes de Terminal pontada Madeira e Terminal Tubaratildeo que operam mineacuterio de ferro (ANTAQ 2018b)

35

Um dos principais fatores para atraccedilatildeo de cargas no Porto de Santos eacute a suaacessibilidade e zona de influecircncia Conectado com as principais rodovias de acessodo paiacutes o porto santista tem como aacuterea de influecircncia primaacuteria os estados de SatildeoPaulo Minas Gerais Mato Grosso Mato Grosso do Sul Goiaacutes e o Distrito Federalque juntos representam 67 do PIB

Aleacutem disso o porto tem acesso agrave hidrovia Tiete-Paranaacute principal hidrovia deescoamento de gratildeos e importantes linhas feacuterreas que facilitam a movimentaccedilatildeo dasmercadorias em grande escala em especial as commodities agriacutecolas (Souza et al2017)

Ainda que a zona de influecircncia e a acessibilidade seja determinante para oporto santista devido agrave sua topografia torna-se impossivel sua expansatildeo

Para melhor entendimento a Figura 16 ilustra o histoacuterico de movimentaccedilatildeo decargas no Porto de Santos no periacuteodo de 2010 a 2017 conforme dados da (ANTAQ2018b)

Figura 16 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b)

Conforme destacado na Figura 16 a somatoacuteria da movimentaccedilatildeo geral do portocresceu 85 em 2017 o complexo portuaacuterio de Santos apontou uma alta de 135no mesmo periacuteodo em relaccedilatildeo a 2016

Comparando com a movimentaccedilatildeo dos portos o Porto de Santos apresentaoscilaccedilotildees do volume movimentado Em 2011 foi registrado uma queda de 4 emrelaccedilatildeo a 2010 no ano de 2014 uma reduccedilatildeo de 29 comparado com 2013 e final-mente em 2016 o fluxo movimentado diminui 47 em relaccedilatildeo ao ano anterior

Referente agrave natureza da carga movimentada no Porto de Santos o granel soacutelidotambeacutem aparece como a principal carga movimentada em todos os anos observado

36

na Figura 17

Figura 17 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

Em meacutedia o granel soacutelido representou 49 da movimentaccedilatildeo do Porto de San-tos comparando o periacuteodo 2010 a 2017 (Figura 17) O contecirciner aparece em segundolugar no mesmo periacuteodo com uma meacutedia de 33 Em 2017 o granel soacutelido regis-trou 506 seguido pelo contecirciner 333 granel liquido 12 e carga geral 38 Ofluxo de cargas movimentadas no complexo santista em 2017 representou aproxima-damente 12 do movimento dos portos brasileiros

37

3 Metodologia

Para a execuccedilatildeo deste estudo foram realizadas pesquisas quantitativas de ca-raacuteter exploratoacuteria descritiva e bibliograacutefica

O meacutetodo de pesquisa bibliograacutefica propotildee uma anaacutelise de estudo sobre diver-sos posicionamentos acerca de trabalhos jaacute desenvolvidos (Gil 2010)

Para revisatildeo sistemaacutetica de literatura utilizaram-se as principais bases de con-sultas tais como ScienceDirect Scopus IEEE Scielo Google Acadecircmico Portal dePerioacutedicos da CAPES teses e dissertaccedilotildees livros impressos e eletrocircnicos alinhadosao tema

A pesquisa descritiva segundo Cervo et al (2007) busca descobrir de formaprecisa a frequecircncia com que um fenocircmeno ocorre e sua relaccedilatildeo com outros A coletade dados eacute uma das principais caracteriacutesticas da pesquisa descritiva pois observaregistra e analisa fatos e fenocircmenos Os dados quantitativos coletados para estetrabalho foram extraiacutedos dos principais portais do Governo Federal observando asseacuteries temporais

Para desenvolvimento do presente estudo foram realizados quatro artigos ci-entiacuteficos a fim de atender ao regulamento do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enge-nharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista ndash UNIP que eacute estruturado no formatode Dissertaccedilatildeo por artigo Dessa maneira os artigos satildeo apresentados no capiacutetuloquatro no formato original conforme a publicaccedilatildeo agrave qual foi submetido e aprovado

Na Tabela 8 a ordem de apresentaccedilatildeo dos artigos natildeo segue a ordem depublicaccedilatildeo dos mesmos No entanto para facilitar a compreensatildeo da dissertaccedilatildeoos artigos estatildeo apresentados por sequecircncia loacutegica de entendimento da pesquisaconforme os apontamentos de cada artigo a seguir

Artigo I - Este artigo teve como objetivo analisar a produccedilatildeo do milho brasileiroe o papel das regiotildees produtoras Os resultados indicaram um crescimento de mais de245 na produccedilatildeo nacional entre os anos de 1976 e 2016 Referente agrave produtividadeo estudo identificou um incremento de 250 nos mesmos periacuteodos Quanto as aacutereasde cultivo houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 nos uacuteltimos 40 anos (19762016)Quanto as regiotildees produtoras houve um deslocamento da regiatildeo Sul e Sudeste sen-tido Norte Nordeste e Centro-Oeste do paiacutes a partir deacutecada de 1980 Entre as novasregiotildees de cultivo o Centro-Oeste apresentou o maior ganho de produccedilatildeo com 520de aumento sendo a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo O es-tudo tambeacutem identificou os cinco principais estados produtores Paranaacute Mato GrossoMinas Gerais Bahia e Paraacute No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grossoassumiu a lideranccedila como maior produtor de milho Se comparado os principais esta-

38

Tabela 8 Artigos publicados do autor

ORDEM PUBLICACcedilAtildeO TEMA IDIOMA

Artigo I South American Development SocietyJournal

Estudo da pro-duccedilatildeo do milhono Brasil re-giotildees produtorasexportaccedilatildeo eperspectivas

Portuguecircs

Artigo II APMS -International ConferenceAdvances in ProductionManagement Systems - Hamburgo ndashAlemanha 2017

Brazilian Corn Ex-ports An Analysisof Cargo Flow

Inglecircs

Artigo III International Journal of Shipping andTransport Logistics

Forecasting CornStorage Capacityin Santos PortTerminal in Brazil

Inglecircs

Artigo IV International Conference on NetworkEnterprises amp Logistics Management ndashSatildeo Paulo ndash Brazil 2018

Simulaccedilatildeo de ope-raccedilotildees de gratildeos emum terminal portuaacute-rio

Portuguecircs

dos produtores o Paranaacute teve uma expansatildeo de 213 ao longo do periacuteodo estudado(19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um crescimento exponencial 14366 nomesmo periacuteodo

Artigo II ndash Nesse artigo identificou-se o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasi-leiro principal porto de escoamento e principais mercados compradores O resultadosapontaram os portos de Santos e Paranaguaacute como os principais escoadores do mi-lho para o mercado internacional Ambos movimentaram entre os anos 2012 e 2016cerca de 665 milhotildees t do gratildeo oriundo dos estados Mato Grosso Mato Grosso doSul Goiaacutes Paranaacute Minas Gerais Satildeo Paulo e Rio Grande do Sul O Porto de San-tos eacute a principal porta de saiacuteda do cereal e foi responsaacutevel por 8148 do volumeenquanto o Porto de Paranaguaacute 1852 no periacuteodo observado No ano de 2016 oPorto de Santos escoou 21 milhotildees t do gratildeo e os principais estados exportadoresvia Santos foram Mato Grosso (7498) seguidos por Goiaacutes (1282) Mato Grossodo Sul (609) Satildeo Paulo (428) Paranaacute (118) e Minas Gerais (066) 6085do milho escoado por Santos teve como destino o continente asiaacutetico e 2903 oMeacutedio Oriente O Porto de Paranaguaacute em 2016 exportou 24 milhotildees t Referenteaos estados que exportaram por Paranaguaacute o estado do Paranaacute liderou as exporta-ccedilotildees (4570) seguido por Mato Grosso do Sul (3657) Mato Grosso (1307) Oestudo apresenta como destaque Vietnatilde (2429) e Japatildeo (1871) entre os 16 prin-cipais importadores do gratildeo O restante representaram 570 das importaccedilotildees Em

39

relaccedilatildeo aos continentes os mais importantes foram a Aacutesia (6562) seguida Europa(1175) Oriente Meacutedio (1173) Aacutefrica (945) e Ameacuterica (144)

Artigo III - O estudo buscou avaliar se a capacidade estaacutetica eacute compatiacutevel comas crescente demandas de exportaccedilatildeo do milho no Porto de Santos por meio deum terminal portuaacuterio aqui denominado Terminal A Para tanto elaborou-se um es-tudo de previsatildeo de demanda comparativa das exportaccedilotildees do milho Brasil e Portode Santos visando um horizonte dos proacuteximos cinco anos (20172021) Em vistadisso houve uma discussatildeo sobre eventuais gargalos logiacutesticos no terminal portuaacuteriosantista Apoacutes aplicaccedilatildeo de meacutetodos de previsatildeo que o Terminal A responsaacutevel por37 do milho exportado pelo porto santista experimentaraacute significativo aumento dedemanda O estudo identificou acreacutescimo meacutedio de 40 nas operaccedilotildees do terminalquanto ao gratildeo de milho para os proacuteximos cinco anos Baseado em anaacutelises pre-ditivas foi possiacutevel identificar gargalos logiacutesticos caso as previsotildees de demanda seconfirmem O maior gargalo observado reside na estocagem do cereal para posteriorembarque As previsotildees puderam mensurar a capacidade estaacutetica de armazenagemdeficitaacuteria em relaccedilatildeo agraves previsotildees a partir do primeiro ano O estudo aponta 39 dedeacuteficit no primeiro ano (2017) seguido para os proacuteximos anos com 57 75 94 e115 (2018201920202021)

Artigo IV ndash O presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimentoe armazenamento de gratildeos de milho no Terminal A com vistas a testar qual o modaleacute mais eficiente considerado dois processos distintos rodovia e ferrovia A Para issooptou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENA copyRockwell Software Inc 110versatildeo acadecircmica Como resultado dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute aoperaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Emque pese na operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34moega 1 e 68 moega 2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel agargalos O estudo identificou na operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos re-cursos de 67 no gate e 47 nos tombadores Dessa maneira pode-se concluir queapesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do terminal se as perspectivasde aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o Terminal A estaraacutediante de um iminente gargalo operacional Os resultados indicam a necessidade deinvestimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o aumentocrescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

40

4 Artigos

41 1ordm Artigo

Artigo aceito para publicaccedilatildeo no South American Development Society Journal(Figura 18) Submetido em 07062018 e publicado em 24082018

Figura 18 Revista SADSJ

pag 182

South American Development Society Journal

Vol 04 | Nordm 11 | Ano 2018 | ISSN 2446-5763 | DOI 1024325issn2446-5763v4i11p182-194

Data de Submissatildeo 07062018 | Data de Publicaccedilatildeo 24082018

ESTUDO DA PRODUCcedilAtildeO DO MILHO NO BRASIL REGIOtildeES PRODUTORAS

EXPORTACcedilAtildeO E PERSPECTIVAS

STUDY OF CORN PRODUCTION IN BRAZIL PRODUCTION REGIONS EXPORTATION

AND OUTLOOK

Aguinaldo Eduardo de Souza - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

souzaeduaguinaldogmailcom

Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

betomendesresusmsmcom

Julio Cezar Raymundo - Universidade Paulista - UNIP PPGEP

juliocesarunipbr

Roberta Sobral Pinto - Universidade de Franca ndash UNIFRAN

robertasobralpintogmailcom

Resumo

O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia nacional e de vital

importacircncia para a balanccedila comercial brasileira O milho eacute o segundo gratildeo mais cultivado e

exportado perdendo apenas para a soja Aleacutem disso o cereal eacute o principal componente

para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal voltado para um dos principais segmentos do comeacutercio

exterior do Brasil a cadeia produtiva de carne animal Sendo assim o objetivo deste artigo eacute

investigar a produccedilatildeo nacional do milho bem como principais regiotildees e estados produtores

produtividade e aacutereas de plantio Para tanto foram coletados dados na Companhia Nacional

de Abastecimento (CONAB) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Os

resultados mostram as duas principais regiotildees produtoras Sul e Centro-Oeste e que a 2ordf

safra chamada de safrinha eacute a responsaacutevel pelo incremento da produccedilatildeo nacional do gratildeo

em especial o estado do Mato Grosso destaque como maior produtor nas uacuteltimas safras

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Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 183

Palavras-chave Agronegoacutecio Milho Produccedilatildeo Agriacutecola Exportaccedilatildeo

Abstract

Agribusiness is one of the main activities to the Brazilian economy and it has

vital importance for the trade balance Strictly speaking corn is one of the most

important product in Brazils agriculture where it is the second most cultivated and

exported grain losing only to soybeans In addition the cereal is the main component

to produce animal feedstuff focused on one of the main segments of Brazils foreign

trade the animal meat production chain Therefore the objective of this article is to

investigate the national production of corn as well as the main producing regions and

states productivity and planting areas For that data were collected from the National

Supply Company (CONAB) and the Brazilian Institute of Geography and Statistics

(IBGE) The results show the two main producing regions South and Center-West and

that the second crop called safrinha is responsible for increasing national grain

production especially the state of Mato Grosso which is the largest producer of the last

crops

Keywords Agribusiness Corn Agriculture Production Export

Introduccedilatildeo

O Agribusiness brasileiro eacute um dos principais setores da economia nacional e de

fundamental importacircncia para a balanccedila comercial brasileira segundo Souza et al

(2017) As exportaccedilotildees do agronegoacutecio brasileiro no ano de 2016 representaram US$

850 bilhotildees Seu principal mercados foi a Aacutesia com US$ 374 bilhotildees Os compradores

mais importantes foram a China com US$ 208 bilhotildees Uniatildeo Europeia (28 paiacuteses)

com US$ 167 bilhotildees seguida pelos EUA que importaram US$ 63 bilhotildees (DEAGRO

2016)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos USDA (2017) o milho eacute o gratildeo mais cultivado A produccedilatildeo mundial do gratildeo

atingiu 968 milhotildees (t) em 2016 No Brasil o cultivo do milho vem ganhando espaccedilo e

se apresenta como um dos principais segmentos econocircmicos do agronegoacutecio brasileiro

42

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 184

sendo o segundo gratildeo mais exportado Em 2016 os EUA lideraram o ranking mundial

dos principais produtores de milho com 345 milhotildees (t) seguido pela China com 224

milhotildees (t) e o Brasil com 67 milhotildees (t) (DEAGRO 2016) (USDA 2017)

O Brasil tem aproveitado o crescente aumento da demanda mundial pelo milho

visto que o maior produtor mundial os EUA tem destinado parte da sua colheita para

produccedilatildeo de etanol Outro fato que contribui para uma maior participaccedilatildeo do Brasil no

mercado internacional eacute implementaccedilatildeo de novas tecnologias no plantio expansatildeo de

aacutereas plantadas e o aumento da produtividade tem permitido ao Brasil maior

participaccedilatildeo no mercado internacional (CONAB 2017)

Diante deste contexto o presente estudo tem como objetivo invesrtigar a

evoluccedilatildeo da produccedilatildeo brasileira do milho no Brasil principais regiotildees e estados

produtores visando contribuir para para um melhor planejamento logistico de

exportaccedilatildeo tendo as projeccedilotildees de crescimento das exportaccedilotildees do gratildeo no mercado

internacional conforme projeccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura (MAPA 2016)

Para compreender o panorama da produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees

produtoras optou-se por uma pesquisa quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio Para tal

utilizou-se a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutetica (IBGE) e da

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) observando as seacuteries histoacutericas

A produccedilatildeo do milho no brasil

No Brasil o milho eacute cultivado em duas etapas 1ordm e 2ordf safra A regiatildeo Centro-Oeste eacute a

grande responsaacutevel pela produccedilatildeo da segunda safra

Tabela 1 ndash Calendaacuterio agriacutecola milho

Safras Plantio Colheita Produccedilatildeo Nacional

1ordf agosto a dezembro

marccedilo a junho 40

2ordf janeiro a marccedilo junho a setembro

60

43

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SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 185

Fonte (DEPEC 2017)

Observa-se na tabela 1 a importacircncia da segunda safra tambeacutem conhecida

como safrinha para o calendaacuterio nacional agriacutecola do milho Enquanto que a primeira

safra representa 40 da produccedilatildeo nacional segunda safra eacute responsaacutevel por 60 de

toda a produccedilatildeo brasileira

O fato do plantio da segunda safra ser efetuado logo apoacutes a colheita da soja e no

mesmo local tem permitido uma maior produtividade da safrinha do milho em virtude

do aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes no solo dessas aacutereas de plantio (REIS

et al 2016)

Segundo a CONAB (2017) atraveacutes do acompanhamento da seacuterie histoacuterica da

produccedilatildeo de gratildeos brasileiros iniciado na deacutecada de 70 registram um aumento de

mais de 245 na produccedilatildeo do milho nos uacuteltimos 39 anos Os estudos consideram as

safras de 197677 a 201516 (Fig 1)

Figura 1 - Evoluccedilatildeo produccedilatildeo x aacuterea plantada

Fonte CONAB (2017)

Observa-se na Figura 1 o primeiro registro de produccedilatildeo do gratildeo na safra

197677 com 19 milhotildees (t) produzidas Na safra de 198687 os dados apontam 26

milhotildees (t) Na deacutecada de 90 em especial a safra de 199697 o volume foi de 35

44

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 186

milhotildees (t) Jaacute a safra de 20062007 51 milhotildees (t) apontando um crescimento

exponencial na produccedilatildeo nacional do cereal

Em que pese uma significativa queda na produccedilatildeo da safra 201516 com 214

com 66 milhotildees (t) em comparaccedilatildeo com a safra de 201415 de 84 milhotildees (t) as

estimativas da CONAB indicam uma colheita recorde em torno de 91 milhotildees (t) para

safra 201617

Referente as aacutereas de plantio poucas foram as alteraccedilotildees Os estudos

evidenciaram que no ano de 1976 117 milhotildees hectares eram destinados a plantaccedilatildeo

da cultura do milho no Brasil Comparando com a safra de 201516 houve uma

expansatildeo de 3497 considerando uma aacuterea para cultivo de 159 milhotildees de hectares

Uma meacutedia de 132 milhotildees de hectares disponiacuteveis para o cultivo ao longo da seacuterie

histoacuterica de 40 anos

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias tem contribuido para significativos

patamares de produtividade no Brasil que comprovam que o setor vem se

profissionalizado (Figura 2) As novas tecnologias estatildeo associadas a cultivares de alto

potencial geneacutetico (hiacutebridos simples e triplos) e transgecircnicas espaccedilamento reduzido

associando agrave maior densidade de plantio melhoria na qualidade de sementes controle

quiacutemico de doenccedilas correccedilatildeo de solos (EMBRAPA 2017)

Figura 2 ndash Evoluccedilatildeo produccedilatildeo nacional x produtividade

Fonte CONAB (2017)

Como ilustra a Fig 2 em termos comparativos a safra de 201516 teve uma

produtividade de 4178 kgha cerca de 250 a mais que agrave safra de 197677 onde o

Brasil colheu 1632 kgha As duas safras de maior destaque ao longo da seacuterie histoacuterica

45

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 187

foram a de 201415 com 5396 kgha e de 201213 com 5149 kgha Na meacutedia da seacuterie

histoacuterica houve uma variaccedilatildeo de mais de 33 no aumento da produtividade ao logo

dos 39 anos (Fig 3)

Figura 3 ndash Produtividade nacional por hectare

Fonte CONAB (2017)

Para o IBGE (2017) que pesquisa o ano civil a projeccedilatildeo de colheita da

commodity do milho eacute de 96 milhotildees (t) para o ano de 2017 um crescimento de 52

em relaccedilatildeo a produccedilatildeo do ano 2016 que foi de 63 milhotildees (t) como pode ser

observado na Quadro1

Quadro 1 ndash Produccedilatildeo por regiotildees em milhotildees (t) Estimativas

Regiatildeo 1ordf Safra 2ordf Safra

2016 2017 Var 2016 2017 Var

Norte 946950 1049977 11 938343 1479632 58

Nordeste 2546636 4504929 77 577738 2034857 252

Sudeste 7803609 8545800 10 2263889 3604832 59

Sul 10650820 13866157 30

1049659

4

1382707

3 32

Centro-oeste 2432227 3027537 25

2498661

7

4501634

7 80

1ordf e 2ordf Safra

46

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 188

2016 2017 Var

Brasil 63643423 96957141 523

Fonte IBGE (2017)

Regiotildees produtoras

De acordo com a CONAB (2017) a produccedilatildeo nacional do milho estaacute nas

Regiotildees Sul Centro-Oeste e Sudeste Os cinco principais Estados produtores satildeo por

ordem de grandeza Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais Bahia e Paraacute

Ao longo das quatro deacutecadas a expansatildeo territorial agriacutecola no Brasil tem crescido

significativamente Ateacute as deacutecadas de 1980 e 1990 a produccedilatildeo agriacutecola nacional era

realizada especificamente na regiatildeo Sul do paiacutes

O aumento de demanda pelo gratildeo nacional e a disponibilidade de terras mais

baratas propiciaram o deslocamento da produccedilatildeo da regiatildeo Sul para o norte do Brasil

com destaque regiatildeo Centro-Oeste

Para Caldarelli e Bacchi (2012) outros fatores alavancaram a expansatildeo da

cultura do milho em terras brasileiras Maior rentabilidade do agricultor com a

valorizaccedilatildeo do gratildeo desregulamentaccedilatildeo da economia acordos internacionais com

reduccedilatildeo das tarifas de importaccedilatildeo impulsionaram a produccedilatildeo nacional de gratildeos

colocando o paiacutes a um patamar de maior competitividade

Desse modo pode-se observar uma nova configuraccedilatildeo na produccedilatildeo nacional

bem como nas regiotildees produtoras (Figura 4)

Para CONAB (2017) o aumento da produccedilatildeo estaacute diretamente relacionado a

dois fatores a utilizaccedilatildeo de novas aacutereas agricultaacuteveis em novas fronteiras agriacutecolas e a

implementaccedilatildeo de tecnologias voltadas a promover maior produtividade nas tradicionais

aacutereas de cultivo (Sul e Sudeste)

47

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 189

Figura 4 ndash Produccedilatildeo nacional do milho por regiatildeo

Fonte IBGE (2017)

Conforme ilustrado na Figura 4 a partir de meados da deacutecada de 1980

configura-se uma nova dinacircmica de produccedilatildeo do milho em regiotildees brasileiras

Dados analisados com base no periacuteodo das safras de 199091 a 201516

indicam a regiatildeo Centro-Oeste como maior produtora do gratildeo com crescimento de

520 Em segundo lugar a regiatildeo Norte com 215 de expansatildeo seguida pela Sul

Nordeste e Sudeste com 164 69 e 19 respectivamente

Apesar da regiatildeo Centro-Oeste tem apresentado o maior crescimento em termos

de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maior eficiecircncia em produtividade como

pode ser observado na Figura 5

Figura 5 ndash Produtividade do milho por regiatildeo

48

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 190

Fonte CONAB (2017)

Os estudos observados na Figura 5 indicam a regiatildeo Sul como a maior

produtividade do Brasil foram colhidos 6068 kgha na safra de 201516 Em segundo

lugar no ranking maior produtividade do cereal encontra-se a regiatildeo Sudeste com 4775

kgha seguida pelo Centro-Oeste com 3996 kgha Com exceccedilatildeo a safra de 201112

onde foram colhidos 4953 kgha a regiatildeo Sul se apresenta com o maior iacutendice de

produtividade entre as regiotildees considerando as safras de 200607 a 201516

Principais estados produtores

No que concerne aos principais estados produtores o Paranaacute aparece como o

maior produtor do gratildeo ateacute a safra de 201112 Entretanto a partir da safras seguintes

conforme seacuterie histoacuterica (Fig 6) o Mato Grosso assume o protagonismo no raking dos

maiores produtores do gratildeo com os volumes de 19 18 20 e 15 milhotildees (t) produzidas

nas uacuteltimas quatro safras O que permitiu o impulso da produccedilatildeo no Mato Grosso aleacutem

do aproveitamente das terras produtoras de soja (2ordf safra) a expansatildeo de terras

agricultaacuteveis

Ao longo do acompanhamento da serie historica eacute possivel notar que Paranaacute

dispunha de 2153 milha (197677) contra 2612 milha (201516) uma expansatildeo de

terras de 213 Jaacute o Mato Grosso teve uma expansatildeo de 14366 no mesmo

periacuteodo Suas primeiras terras disponiveis para a cultura do milho era de 542 milha

(197677) contra as atuais 3800 milha (201516)

Figura 6 ndash Principais estados produtores

49

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 191

Fonte CONAB (2017)

Os estudos tambeacutem evidenciaram queda na produtividade dos dois principais

estados produtores considerando a safra de 201516 em relaccedilatildeo a 201415 O Paranaacute

registrou uma queda de 141 contra 339 de estado do Mato Grosso Contudo ao

longo da seacuterie histoacuterica o estado do Paranaacute deteacutem a maior participaccedilatildeo de

produtividade entre os estados produtores

Exportaccedilatildeo

O milho eacute o principal macro ingrediente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal A

suinocultura e a avicultura de corte satildeo os grandes propulsores do consumo nacional

do milho Para Reis et al (2016) o cultivo do milho tem como destino atender a

demanda interna voltada a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal Aleacutem do que o gratildeo supri

tambeacutem a induacutestria alimentiacutecia para consumo humano e outros produtos em gerais O

excedente da produccedilatildeo eacute absorvido pelo mercado internacional

Ainda que os aumentos da produtividade do gratildeo seja expressivo o Brasil natildeo eacute

um exportador tradicional do gratildeo Desse modo a produccedilatildeo brasileira segue a

tendecircncia determinada pelas demandas do mercado domeacutestico apresentando pouca

interaccedilatildeo com o mercado internacional (CALDARELLI e BACCHI 2012)

Dados coletados no portal da Aliceweb apontam que natildeo obstante a queda de

244 nas exportaccedilotildees em relaccedilatildeo ao ano anterior no ano de 2016 o Brasil exportou

21 milhotildees (t) de milho (MDIC 2017)

Figura 7 ndash Dez principais mercados do milho brasileiro

50

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 192

Fonte Trade Map - Trade statistics for international business development (2017)

A Figura 7 ilustra os cinco principais destinos do cereal no ano de 2016 Entre os

principais compradores estatildeo o Iratilde na lideranccedila do ranking com 21 das exportaccedilotildees

Em segundo lugar aparece o Vietnatilde com 13 seguido por Japatildeo Malaacutesia e Coreacuteia do

Sul com 12 7 e 6 respectivamente

Conclusotildees e Perspectivas

Visando descrever o panorama do plantio do milho brasileiro o presente estudo

conclui que de acordo com a seacuterie histoacuterica de 197677 a 201516 a produccedilatildeo nacional

do gratildeo cresceu 2455 Observou-se um incremento de 250 na produtividade no

mesmo periacuteodo tendo uma variaccedilatildeo de aproximadamente de 33 na meacutedia da seacuterie

histoacuterica comparado entre as deacutecadas de colheita Referente as aacutereas de cultivo

houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 saltando de 117 para 159 milhotildees de

hectares de aacutereas destinadas ao cultivo do cereal Aleacutem disso a partir de meado da

deacutecada de 1980 o cultivo do milho se deslocou da regiatildeo Sul e Sudeste para as

regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste Das principais novas fronteiras produtoras do

milho o destaque ficou para a regiatildeo Centro-Oeste com ganhos de produccedilatildeo de 520

Evidentemente a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo No ranking

dos cinco principais estados produtores estatildeo o Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais

Bahia e Paraacute O Paranaacute ateacute a safra de 201112 manteve a lideranccedila absoluta do maior

51

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 193

produtor nacional do gratildeo No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grosso

assumiu a lideranccedila O crescimento das aacutereas disponiveis para plantio justificam a

produccedilatildeo dos dois principais estados produtores O Paranaacute teve uma expansatildeo de

213 ao longo do periodo estudado (19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um

crescimento exponencial 14366 no mesmo periacuteodo Por uacuteltimo o crescimento da

produccedilatildeo da proteina animal e o aumento da demanda mundial pelo milho que nortearaacute

a cadeia produtiva nacional do milho Deste modo os proacuteximos estudos poderatildeo se

concentrar na melhora logiacutestica das principais regiotildees produtoras

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53

54

42 2ordm Artigo

Artigo aprovado no IFIP Advances in Information and Communication Techno-logy 2017 (Figura 19) Apresentado em Hamburgo (Alemanha) em setembro de 2017

Figura 19 APMS 2017 Hamburg

Brazilian Corn Exports An Analysis of Cargo Flowin Santos and Paranagua Port

Aguinaldo Eduardo de Souza lowast12 Joao Gilberto Mendes dos Reis 13 EmersonRodolfo Abraham 14 and Sivanilza Teixeira Machado 5

1 Paulista University - UNIP PPGEP Sao Paulo Brazil2 UNIBR Sao Vicente Brazil

3 UFGD PPGA Dourados Brazil4 Metodista University Sao Bernardo do Campo Brazil

5 Federal Institute of Sao Paulo Suzano BrazillowastCorresponding author souzaeduaguinaldogmailcom

Abstract The worldrsquos population is projected to increase to 9 billion till2050 increasing feed demand Corn is one of the most important grains infood supply chains (FSC) and growers have an essential role This articleaims to investigate the flow of Brazilian corn among origin main portsand international markets to address a panorama of corn production inBrazil With this objective we collected data from the Brazilian Ministryof Industry and Foreign Trade and we analyzed this data using SocialNetwork Analysis (SNA) tools The results showed that corn exports inBrazil use two main ports with Santos being the most important one

Keywords Logistics middot Corn production middot Exports middot International market

1 Introduction

It is forecasted that the world trade of corn will reach newer heights boostedby a stronger demand for feed Currently the United States and China are themain growers but Brazil has been considered a new frontier and occupies thethird place [1] Despite the important role of China in production over the lastfive years around 83 of export was associated with the US Brazil Argentinaand Ukraine This distinctly indicates a huge internal market in China and thepotential business opportunities for producers in the US and Brazil

The United Nations expects the world population to increase to 9725 bil-lion by 2050 [2] this implies a challenge for the global leaders to raise foodproduction and at the same time to preserve the environment and local marketproduction In this manner Brazil appears to be a major player in commodityproduction to feed the world In case of corn for instance projections show anincrease in Brazilian exports of 524 until 2026 In numbers the country isexpected to reach 463 million metric tonnes (mt) per year [3]

Although Brazil has high productivity and a high quantity of available landthe flow of commodities export depends on few routes and ports that entail

55

2 Souza et al

logistics bottlenecks For example Reis et al [2] argue that poor logistics ofBrazilian infrastructure increases the inland freight of soybean in comparisonwith the US by 146 Moreover Galvao et al [4] [5] showed that Brazilianports cargo flow grew significantly around 42 from 2001 to 2011 reaching886 million (mt) in 2011 this was mainly solid bulk cargo

Regarding Brazilian ports Santos (Sao Paulo) and Paranagua (Parana) arethe major corn exporters with 665 million (mt) between 2012 and 2016 Thecorn flow concentration creates logistics bottlenecks such as extensive trucklines to unload cargo and low static storage capacity Rodrigues [6] affirms thatlogistics management adopts a systematic cost approach based on parameterssuch as cost time and service quality level Therefore analyzing the flow ofcorn production is very important for developing a plan to improve the logisticsinfrastructure of major corridors

This article aims to analyze the Brazilian corn routes and exports for un-derstanding the current scenario and for providing knowledge to develop fu-ture plans for improving logistics operation Thus we address the flows of cornamong the six main growers of the country to two main ports of Brazil and tothe international market

2 Brazilian Ports

Brazil has a continental dimension with an extensive coastline for this reasonsea shipping is relevant to the social and economic development of the coun-try [4] Brazilian port sector is divided into two categories first the port sectorthat is composed of 37 seaports managed by the federal government the sec-ond category that is composed of 122 inland port facilities management by theMinistry of Transport [7]

The cargo flow in Brazilrsquos seaports in 2016 was 998068 million (mt) wherethe main international traffic was dry bulk of upto 628700 million (mt) liquidbulk of upto 218000 with million (mt) general cargo of upto 51300 million(t) and containers of upto 100100 million (mt) [9]

21 Santos Port

Santos is Brazilrsquos larger port In 2006 it represented around 285 of the bal-ance of trade of the country Its operations reached 1138 million (mt) [10] TheFig 1 shows the numbers of Santos Port (Price FOB in US billion dollars)

The illustrative evidence in Fig 2 suggests the great relevance of SantosPort among the 37 Brazilian ports Nowadays it is the main port of the countrywith 4520 ships being docked in 2016 Furthermore this port is considered asbeing one of the biggest ports in Latin America in terms of container flow in2015 [11]

Accessibility is the main factor that attracts cargo to the Santos Port Theport has a link with the main roadways Moreover it is connected to Tiete-Parana inland waterways by railway that facilitates a large-scale movement ofcommodities

56

Brazilian Corn Exports 3

Fig 1 Participation of Santos Port in Brazilian Balance of Trade (SourceAdapted of [10])

In addition the areas dependent on Santos Port represents 67 of Brazil-ian GDP including states such as Sao Paulo Minas Gerais Mato Grosso MatoGrosso do Sul and Goias e o Distrito Federal These states are responsible for56 of Brazilian balance of trade [10]

22 Paranagua Port

According to the Administration of Paranagua Port and Antonina - APPA [12]the Paranagua Port has 3581 meters of wharfs and 23 berths It is among thefive main Brazilian ports in relation to the flow of goods The port in 2016moved 45045 million (mt) and it has the capacity to receive 1909 vessels Thethree main cargo were as follows containers (8231 million (mt)) fertilizers(8227 million (mt)) and soybean (7950 million (mt)) [9]

Additionally the Paranagua portrsquos balance of trade was around 76 im-mediately after Santos which as mentioned earlier lead the ranking with astriking difference of 285 [10] Fig 2 demonstrates the flow in the port be-tween 2012 and 2016 (Price FOB in US million dollars)

3 Methodology

For understanding the flow of Brazilrsquos corn exports and the role of Santos Port(Sao Paulo state) we conducted an exploratory research and comparison be-tween the Santos Port and the major Brazilian port competitor Paranagua TheFig 3 displays the location of these ports and the main origin routes

Santos and Paranagua were chosen because they represent around 50 ofvolume exported by the country To perform this study we follow the followingthree steps

57

4 Souza et al

Fig 2 Participation of Paranagua Port in the Brazilian balance of trade (SourceAdapted of [10])

Fig 3 Main Corn Corridors 2016

First Data Collection Data were collected from the Brazilian Ministry of In-dustry and Foreign Trade using the Foreign Trade Information Analysis System(ALICEWEB) The Aliceweb provided us information regarding the volume ofcorn exported by grower states such as Goias Parana Sao Paulo Minas GeraisMato Grosso do Sul Rio Grande do Sul and Mato GrossoSecond database procedure We selected ten major destinations for Brazilrsquoscorn as per the state of origin This allowed us to observe 38 relations amongplayers The data were organized considering the state of origin the port of ori-gin and the country of destination The relationships were created consideringthe corn flow of growers to the ports and them to countriesThird Analysis Using the Social Network Analysis (SNA) tools Ucinet 60 andNetdraw plotted the graphs of the corn networks considering exports flow us-

58

Brazilian Corn Exports 5

ing Santos Port Paranagua Port and both of them together This helped us tocreate a flow map regarding the corridors of exportations and also to analyzecorn traffic

4 Results

Santos and Paranagua ports are established as major corridors for corn exportsin Brazil Both moved around 665 million (mt) between 2012 and 2016 (Fig 4)Together Santos and Paranagua Ports deal with 8148 and 1852 of Brazilrsquoscorn respectively

Fig 4 Cargo Flow in Million of Metric Tonnes to Santos and Paranagua Ports(Source Adapted of [13])

The origin of cargo flow can be observed in Mato Grosso Mato Grosso doSul Goias Parana Minas Gerais and Sao Paulo e Rio Grande do Sul As men-tioned earlier in the methodology section the volume of corn among thesestates and Ports of Santos and Paranagua are organized in Microsoft Excel andare entered in the Ucinet 60 software Using the module Netdraw was possibleto provide that networks to infer some analysis presented in the next subsec-tions

41 International Traffic Considering Both Ports

The Fig 5 depict the corn flow considering the network as a whole including allthe states ports and destination Herein we gather the countries of destinationin the continents to facilitate visualization

As can be seen in Fig 5 Mato Grosso is the main grower with 8285 million(mt) flowing to Santos and Paranagua The distance that needs to be covered toreach both ports is almost the same but the Santos route especially the railroadservice is more developed than the Paranagua route As a result this is directlyresponsible for the highest cargo flow to Santos

59

6 Souza et al

Fig 5 Corn Flow among Brazilian States Ports of Santos and Paranagua andContinents of Destination

On the other hand Mato Grosso do Sul represents the second volume ofcorn to be exported with 1530 million (mt) distributed equitably between bothports The geographical position of the state with a dependence of roadwaytransportation allows Mato Grosso do Sul to use the ports indistinctly They arelocated at the same distance of about 1100 kilometers

The destination of Brazilian corn as per continent was also analyzed Our re-sults indicate the following percentages Asia (6173) Middle-East (2988)Africa (594) Europe (218) and America (027) Vietnam boosted theflow in Asia while the Middle-East distinctly depended on import of agricul-tural products both constituting the most important markets of Brazil

42 Santos

The Fig 6 depicts the corn flow considering the network of Santos PortAs illustrated in Fig 1 Santos moved 10629 million (mt) of corn in 2016

The main exporters via Santos were Mato Grosso (7498) followed by Goias(1282) Mato Grosso do Sul (609) Sao Paulo (428) Parana (118) andMinas Gerais (066) It is possible to note that despite 6085 of the vol-ume being exported to the Asian continent (Taiwan Indonesia Japan VietnamSouth Korea and Bangladesh) Iran and Middle-East were highlighted within2903 of the volume of corn exported by Santos

43 Paranagua

The Fig 7 depicts the corn flow considering the network of Paranagua Port

60

Brazilian Corn Exports 7

Fig 6 Corn Flow by Santos Corridor

Fig 7 Corn Flow by Paranagua Corridor

Based on Fig 7 it is noticeable that Paranagua in 2016 exported 2415million (mt) The state of Parana (4570) lead the export followed by MatoGrosso do Sul (3657) and Mato Grosso (1307) Among the 16 main buyershighlighted were Vietnam (2429) and Japan (1871) Other states repre-sent 570 of imports In relation to continents the most important were Asia(6562) followed by Europe (1175) Middle-East (1173) Africa (945)and America (144)

61

8 Souza et al

5 Discussion

We found that Santos Port is the major corridor that exports Brazilian cornproduction with a cargo volume that is almost three times more than that ofParanagua Santos is undoubtedly the biggest port of Latin America and it hasthe largest infrastructure associated with the main Brazilian corridors of com-modities exports

However despite the advancement of the Port Modernization Act (8630of 1993) and the new regulatory framework of the port sector (12815 of 2013)that have the objective of providing more agility and modernizing the sector re-ducing the costs of transactions [45] port infrastructure and the quality of ser-vices remain issues that affect the agricultural production of the country [14]According to data by the World Economic Forum pertaining to the Brazilianport infrastructure compared with the main exporters of corn and soybeansBrazil was the 122nd position among 144 evaluated countries [14]

Our current findings expand previous work regarding the Brazilian agri-business sector and logistics infrastructure this allows the identification of thecorn flow to the main international markets of Brazil using quantitative data

In spite of this article being an exploratory analysis it permits the identi-fication of a pathway for future studies to improve the bulk of cargo flow Theresults showed that Santos and Paranagua are the main routes of corn exportsand constitute a logistics operations bottleneck for the international traffic ofthis important feed This is especially true for Santos because it is the major ex-porter of commodities and many other products It is also Brazilrsquos main accessto the international market

Some authors such as Marlow and Casaca [15] Vieira et al [16] and theBrazilian National Transport Confederation [14] identified many issues thatmake exporting difficult further they provided the following aspects and op-portunities to improve Santos Port

ndash Maritime access Lack of dredging and overthrow of access channels anddocking berths making access of large ships difficult

ndash Territorial Access Traffic jam and limited availability of railroadsndash Low productivity Obsolete equipment and lack of availability of equipment

and facilitiesndash Burocracy Greater agility in cargo clearance at ports mooring single win-

dow paperless port to boost delivery of documentsndash Information flow Multiple systems to manage the operations loss-making

media channel hindering the customer response time

6 Conclusions and Outlook

The objective of this study was to describe the logistical corn flow of exportsmoreover it was possible to conclude that the Midwestern region was the maincorn export region of Brazil Additionally it was noticeable that the flow of

62

Brazilian Corn Exports 9

grain to the international market is concentrated in Santos and Paranagua Itwas also found that Asia is the main destination for exports of corn followedby the Middle East However Iran is the largest purchaser of Brazilian cornfollowed by Vietnam

Finally the concentration of two routes generates logistics bottlenecks inboth ports creating a traffic jam low static capacity and overuse of the portcapacity Thus the subsequent studies will concentrate on simulating the ca-pacity of Santos and Paranagua Ports to lead with commodities exports andopportunities to improve Brazilian logistics infrastructure

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43 3ordm Artigo

Artigo submetido na revista International Journal of Shipping and Transport Lo-gistics O artigo natildeo estaacute apresentado pois se encontra em avaliaccedilatildeo

65

44 4ordm Artigo

Artigo aprovado na Logistics Challenges in the n the New Economy Sharingand Interconnected Industry ndash NETLOG 2018 (20) Apresentado em Satildeo Paulo (Brasil)nos dias 05 a 06 de junho de 2018

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Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

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TERMINAL PORTUAacuteRIO

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Maacutercio dos Santos 4 Matheus Palmieri Gobbetti5

sup1 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil souzaeduaguinaldogmailcom

sup2 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil joaoreisdocenteunipbr

3 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil emersonabrahamstrictounipbr

4 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil renatodnadosabercombr

5 FATEC RUBENS LARA Santos Brasil gobbettimatheusgmailcom

Resumo O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia no Brasil e de suma importacircncia para a

balanccedila comercial brasileira Neste cenaacuterio a exportaccedilatildeo de gratildeos coloca o Brasil em uma posiccedilatildeo privilegiada no

comeacutercio internacional de commodities agriacutecolas Em 2017 o milho foi o principal responsaacutevel pela alta

performance do setor com o crescimento de 13 O gratildeo protagonizou no ano de 2017 a produccedilatildeo de 97 milhotildees

(t) O objetivo deste artigo eacute investigar eventuais gargalos logiacutesticos na operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento

do milho no complexo portuaacuterio de Santos Para tanto optou-se por estudar os referidos processos em um terminal

portuaacuterio de exportaccedilatildeo aqui denominado Terminal A utilizando-se de simulaccedilatildeo Os resultados apresentam duas

operaccedilotildees distintas a chegada do gratildeo no terminal por ferrovia (vagatildeo) e a chegada por rodovia (caminhatildeo) e

apontam potenciais gargalos operacionais

Palavra-chave Simulaccedilatildeo Terminal Portuaacuterio Armazenagem Ferrovia Rodovia e Milho

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro se destaca como o segmento que mais contribui para a economia

nacional respondendo por frac14 do Produto Interno Bruto - PIB (Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA 2018) Dados estatiacutesticos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica - IBGE revelam um crescimento no segmento de 13 no ano de 2017

Os gratildeos foram os principais responsaacuteveis pelo desempenho do setor com destaque absoluto

para a cultura do milho Em 2017 a colheita nacional do cereal atingiu o volume de 97 milhotildees

(t) um extraordinaacuterio aumento de 552 em relaccedilatildeo ao ano anterior que fechou com 67 milhotildees

(t) produzidas (IBGE 2018a) (Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior

MDIC 2018a)

O Brasil tem ocupado posiccedilatildeo de destaque na produccedilatildeo mundial do milho (Reis et al 2016)

Para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos ndash USDA na safra de 201617 o paiacutes

ocupou a terceira posiccedilatildeo no ranking mundial dos maiores produtores com a colheita de 98

milhotildees (t) atraacutes da China 219 milhotildees (t) e Estados Unidos 384 milhotildees (t) (USDA 2018)

De fato o uso de novas tecnologias associadas a cultivares de alto potencial geneacutetico e

transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maior densidade de plantio

66

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

contribuiacuteram para o incremento da produccedilatildeo brasileira do milho (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA 2018) Contudo por vezes a eficiecircncia produtiva

alcanccedilada traduzida em competitividade eacute comprometida no momento do escoamento do gratildeo

Alguns estudos observam os impactos negativos a competitividade dos produtos brasileiros

relacionados aos gargalos logiacutesticos devido a ineficiecircncia operacional e infraestrutura

deficitaacuteria (Dubke 2006 Wanke e Hijjar 2009 Hilsdorf e Nogueira Neto 2015 Confederaccedilatildeo

Nacional dos Transportes ndash CNT 2018)

Considerando o estudo do Departamento de Agronegoacutecio - DEAGRO que projeta um

crescimentos de 75 para safra de 20262027 nas exportaccedilotildees do milho nacional (FIESP

2017) os terminais portuaacuterios principal porta de saiacuteda das commodities agriacutecolas em especial

o milho objeto deste estudo estatildeo preparados para responderem as crescentes demandas do

mercado internacional Neste sentido observa-se que a pesquisa operacional e a simulaccedilatildeo

podem auxiliar no processo decisoacuterio das organizaccedilotildees A pesquisa operacional lida com

problemas de como conduzir e coordenar certas operaccedilotildees (Moreira 2017) Enquanto que a

aplicaccedilatildeo de simulaccedilatildeo em um evento operacional permite analisar teorias e hipoacuteteses em

relaccedilatildeo a vaacuterios cenaacuterios (Filho 2008)

Diante do exposto o presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento de gratildeos de milho Decidiu-se pela escolha de um terminal mariacutetimo de

exportaccedilatildeo no Porto de Santos aqui denominado Terminal A O objetivo da simulaccedilatildeo eacute

dimensionar a capacidade operacional do Terminal A no que concerne recebimento e

armazenagem

Em razatildeo disso realizou-se uma pesquisa exploratoacuteria e quantitativa atraveacutes de coleta de dados

no proacuteprio terminal Em seguida optou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica

2 Referencial teoacuterico

21 Transporte Mariacutetimo

O transporte eacute considerado fator fundamental para a logiacutestica internacional A logiacutestica sendo

um processo que coordena o fluxo de bens em uma cadeia de suprimentos sem a existecircncia do

transportes o fluxo de bens seria inviabilizados (Reis et al 2015)

Responsaacutevel por mais de 90 do fluxo de cargas do comeacutercio internacional o transporte

mariacutetimo eacute a chave para economia global (Keedi 2010 David e Stewart 2010) No Brasil devido

a suas dimensotildees continentais e o extenso litoral o transporte mariacutetimo eacute de vital importacircncia

para o desenvolvimento social do paiacutes (Souza et al 2017) Deste modo os terminais portuaacuterios

juntamente e as estruturas portuaacuterias exercem papel fundamental no comeacutercio internacional

principalmente no que concerne ao escoamento do agronegoacutecio brasileiro tendo em vista que

o Brasil eacute um dos principais exportadores mundiais de gratildeos (IBGE 2018b)

A infraestrutura do sistema portuaacuterio compreende vaacuterios subsistemas que por vezes estatildeo

interconectados tendo relaccedilatildeo com o tipo de navios e cargas movimentas por ele (David e

Stewart 2010)

67

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

A existecircncia dos portos estaacute diretamente ligada a atender demandas do serviccedilo de transporte

(frete armazenagem movimentaccedilatildeo transbordo etc) e navios (piacuteeres abastecimento reparos

etc) O porto atua como interface entre o transporte internacional e o transporte domeacutestico

Handabaka (1994) e Barros (2013) considerada que os portos satildeos instalaccedilotildees fiacutesicas que

desempenham o papel de movimentaccedilatildeo de cargas transbordo de cargas entre modais e

consolidaccedilatildeo de cargas

Para Alfredini e Arasaki (2009) o porto eacute um elo importante na cadeia logiacutestica e pode ser

caracterizado como terminal multimodal ligado a abrigo profundidade e acessibilidade canal

de acesso bacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ou

aquaviaacuterios

22 Terminal Portuaacuterio

Terminais satildeo pontos nodais de um sistema de transportes onde ocorrem entrada e saiacuteda de

cargas e veiacuteculos neste sistema (Fig 1) Neste ambiente se processam transferecircncias entre

modais Um terminal pode ter atividades voltada a um ou mais tipo especiacutefico de carga

chamado terminais multiuso

De acordo com Magalhatildees (2016) na perspectiva de engenharia de transportes o conceito de

terminal engloba todas as instalaccedilotildees onde inicia ou se encerra um processo de transporte Jaacute o

terminal portuaacuterio o autor conceitua como instalaccedilotildees voltada para atendimento de navios e

cargas especializadas podendo ser instalaccedilotildees isoladas ou natildeo Ainda Magalhatildees (2016)

terminal portuaacuterio deve dispor de infraestrutura especiacutefica considerando tipos de embarcaccedilatildeo e

tipos de carga demandando assim estrutura adequada para embarquedesembarque estocagem

recebimento entrega etc

Dentre os tipos de carga movimentada por um terminal portuaacuterio pode-se destacar contecircineres

roll-on roll-off carga geral solta e unitizada graneacuteis liacutequidos e soacutelidos etc (Barros 2013)

Figura 1 ndash Processo de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo em um terminal portuaacuterio

Fonte Adaptado (Kim e Guumlnther 2007)

Exterior Navio

Embarque

Descarga

Pre-stacking Armazenagem

Ferrovia

Rodovia

Interior

68

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23 Simulaccedilatildeo

Em computaccedilatildeo um modelo de simulaccedilatildeo eacute uma abstraccedilatildeo simplificada da realidade utilizado

para representar o funcionamento de algum sistema (Varajatildeo et al 2010 Cauchick e Fleury

2012 Chwif e Medina 2015) Os sistemas satildeo compostos por partes componentes que

interagem entre si no intuito de se atingir algum propoacutesito (Varajatildeo et al 2010) esses podem

ser naturais ou elaborados pelo ser humano tais como sistemas logiacutesticos processos

produtivos redes de empresas entre outros

Embora um modelo ser uma abstraccedilatildeo simplificada deve conter os elementos necessaacuterios para

se representar o sistema real pois serviraacute para a auxiliar nas tomadas de decisotildees compreender

os ambientes estudados e identificar problemas (Cauchick e Fleury 2012)

Apesar de sua grande importacircncia e utilizaccedilatildeo em diversos campos do conhecimento Chwif e

Medina (2015) esclarecem que a simulaccedilatildeo natildeo pode prever o futuro e sim o comportamento

de um sistema desse modo natildeo substitui o pensamento inteligente aleacutem disso a simulaccedilatildeo eacute

uma ferramenta de anaacutelise de cenaacuterios e pode ser utilizada em conjunto com recursos de

otimizaccedilatildeo mas natildeo eacute em si mesma uma ferramenta de otimizaccedilatildeo

Entre as diversas aplicaccedilotildees da simulaccedilatildeo na logiacutestica em geral pode-se verificar qual a melhor

poliacutetica de transporte distribuiccedilatildeo e estocagem em toda a cadeia desde a produccedilatildeo ateacute o

consumidor final Mais especificamente em uma operaccedilatildeo portuaacuteria se o nuacutemero de

equipamentos e homens eacute necessaacuterio para carregar e descarregar navios entre outras aplicaccedilotildees

(Chwif e Medina 2015)

3 Metodologia

Com objetivo de compreender eventuais gargalos logiacutesticos em um terminal portuaacuterio optou-

se por aplicar um modelo de simulaccedilatildeo visando dimensionar a capacidade operacional e o niacutevel

de resposta para futuras demandas Portanto decidiu-se pelo modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica O presente estudo foi realizado em trecircs

etapas

Primeira Coleta de Dados Os dados foram extraiacutedos do sistema de controle do proacuteprio

Terminal A disponibilizado pela gerecircncia de operaccedilotildees Nestes dados estatildeo contidas

informaccedilotildees acerca das operaccedilotildees no terminal

Segunda Tratamento de dados Os dados foram selecionados por tipo de evento rodoviaacuterio e

ferroviaacuterio levando em consideraccedilatildeo trecircs meses de maior pico de demanda do milho (agosto

setembro e outubro) Em seguida realizou-se o levantamento de tempo de operaccedilatildeo de cada

evento (Fig 3 e Fig 4) considerando e meacutedia ponderada e o desvio padratildeo

Terceira Processo de simulaccedilatildeo Apoacutes aferimento de tempo de cada processo aplicou-se o

modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg considerando o horizonte de cenaacuterio de um ano

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Figura 2 - Evento completo - Ferroviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

Figura 3 - Evento completo - Rodoviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

4 Estudo de Caso

O Terminal A eacute um terminal portuaacuterio especializado em granel soacutelido que opera no Porto de

Santos Possui uma aacuterea de mais de 300 mil m2 composta por acesso rodoferroviaacuterio dois gates

uma entrada e outro saiacuteda duas moegas ferroviaacuterias dois tombadores para descarga de

caminhotildees piacuteer de atracaccedilatildeo para navios correia transportadora e dois armazeacutens graneleiros

com capacidade estaacutetica de 108 mil (t) cada um Sua infraestrutura eacute voltada para embarque de

commodities agriacutecolas com destaque para o milho objeto de estudo desta pesquisa de

simulaccedilatildeo

Dados coletados atraveacutes da gerecircncia de operaccedilatildeo do Terminal A atestam que para estocagem

mensal do milho eacute necessaacuterio frac34 da capacidade estaacutetica total ou seja 162 mil (t) tendo em vista

a capacidade total de armazenagem do terminal eacute de 216 mil (t)

Em 2016 observou-se que 52 dos 218 milhotildees (t) milho nacional exportado foi escoado pelo

Porto de Santos 112 milhotildees (t) (MDIC 2018b) Deste montante cerca de 20 de todo volume

escoado pelo porto santista foi movimentado pelo Terminal A cerca de 22 milhotildees (t)

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

1ordf Processo ldquoChegada no terminalmoega (2) coleta de

amostras pesagem e descargardquo

3ordf Processo ldquoSaiacuteda coleta de

amostras chegada descarga

tombador (2)rdquo

1ordf Processo ldquoSaiacuteda paacutetio

regulador chegada

terminalrdquo

2ordf Processo ldquoSaiacuteda gate in

pesado chegada para coleta

de amostrasrdquo

70

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Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

5 Discussatildeo e Resultados

51 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Vagotildees

No montante total de recebimento e armazenamento do milho a operaccedilatildeo de vagatildeo representa

80 de toda movimentaccedilatildeo do terminal Nesta operaccedilatildeo (Fig 2) denominado ldquoeventordquo para

efeito da simulaccedilatildeo no ARENAreg (Fig 4) observa-se apenas um processo

O processo inicia-se com a chegada das composiccedilotildees no terminal que satildeo enviadas diretamente

para a moegas para o descarregamento dos vagotildees Vale ressaltar que os processos de pesagem

e a coleta de amostras satildeo efetuados simultaneamente com a descarga

Figura 4 ndash Simulaccedilatildeo vagotildees

Fonte ARENAreg

Tabela 1 - Indicadores de Performance

Vagotildees Utilizaccedilatildeo

recurso Vagotildees na fila

Tempo vagotildees na fila

(horas)

Total

vagotildees

Entrada Saiacuteda Moega

1

Moega

2

Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo 6

60

62

2718 2717 34 68 002 000 300 007 000 429

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Como ilustra a Tabela 1 os resultados da simulaccedilatildeo indicaram a saiacuteda de 2717 vagotildees A taxa

de ocupaccedilatildeo meacutedia das moegas foram de 34 na moega 1 e 68 na moega 2 Pocircde-se observar

ainda que apesar de vaacuterios vagotildees entrarem direto para descarga sem espera em meacutedia 002

vagatildeo aguardou na fila alcanccedilando assim a meacutedia maacutexima de 3 vagotildees na fila de espera Acerca

do tempo de espera a meacutedia ficou em 007 horas com maacuteximo de 429 horas de espera No

periacuteodo simulado (1 ano) foi registrado 66062 vagotildees descarregados

52 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Caminhotildees

Enquanto 80 das operaccedilotildees do terminal tem sua origem na ferrovia os caminhotildees

representam 20 de toda a operaccedilatildeo sendo que 70 deste volume eacute composto pelo veiacuteculo

bitrem (2 semi rebocadores acoplados entre si) A operaccedilatildeo completa deste ldquoeventordquo para efeito

71

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da simulaccedilatildeo (Fig5) no ARENAreg eacute composta por trecircs processos a) saiacuteda paacutetio

reguladorchegada no terminal (gate) b) saiacuteda gatechegada de coleta amostras c) saiacuteda coletas

de amostraschegada nos tombadores para descarga (Fig 3)

Figura 5 ndash Simulaccedilatildeo caminhatildeo

Fonte ARENAreg

Tabela 2 - Indicadores de Performance

Caminhotildees Utilizaccedilatildeo recursos Caminhotildees na fila Tempo caminhotildees

na fila (horas) Total

Entrada Saiacuteda Tombadores Pessoas Gate Meacutedia Min Maacutex Meacutedia Min Maacutex

63

39

2735 2734 47 2 67 007 000 400 016 000 575

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Os resultados observados na Tabela 2 indicam que dos 2735 veiacuteculos que entraram 2734

saiacuteram ficando em meacutedia 007 caminhotildees aguardando na fila chegando a 4 caminhotildees na

meacutedia maacutexima No que se refere aos recursos os resultados apontaram que o gate eacute o recurso

mais exigidos na operaccedilatildeo com taxa de uso de mais de 67 seguido pelos tombadores que

juntos representaram uma taxa de uso de 47 Jaacute o uso do recurso pessoas ficou em 2 No

que se refere ao tempo de espera 016 horas a meacutedia chegando a 575 horas maacutexima de espera

por caminhatildeo Um total de 6339 veiacuteculos foram descarregados no final da simulaccedilatildeo (1 ano)

sendo 5330 bitrem e 1069 caminhotildees

6 CONCLUSOtildeES

O presente estudo teve como objetivo principal simular uma operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento do milho de modo a mapear eventuais gargalos operacionais deste processo

no Terminal A Com isso foi possiacutevel observar que dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute

a operaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Em que pese na

operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34 moega 1 e 68 moega

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Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel a gargalos O estudo identificou na

operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos recursos de 67 no gate e 47 nos tombadores

Desta maneira pode-se concluir que apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do

terminal se as perspectivas de aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o

Terminal A estaraacute diante de um iminente gargalo operacional Portanto os resultados indicam

a necessidade de investimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o

aumento crescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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ampp_p_col_id=column-2ampp_p_col_count=1ampp_r_p_-

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75

76

5 Discussatildeo (Artigos)

Os quatro artigos dessa dissertaccedilatildeo buscaram atender os objetivos especiacuteficosapresentados no capiacutetulo 1 O objetivo geral da dissertaccedilatildeo de analisar os fluxos deexportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica do Porto de Santos com basena movimentaccedilatildeo de um terminal exportador de gratildeos de milho eacute verificado pelosquatro artigos cujo a soma busca responder o objetivo Os resultados foram discutidosde forma ampla no conjunto deste trabalho

O primeiro artigo teve caraacuteter exploratoacuterio ou seja buscou apresentar um pa-norama da produccedilatildeo de milho no Brasil de modo a permitir entender a importacircncia dacultura e o seu impacto para o paiacutes Essa anaacutelise eacute relevante pois permite ao pesqui-sador um conhecimento da aacuterea de estudo O artigo foi essencialmente bibliograacuteficocom base em estudos anteriores

Essa pesquisa contribuiu para a justificativa do presente estudo em que seconstatou a relevacircncia da produccedilatildeo nacional e o destaque do cereal para o comeacutercioexterior brasileiro visto que eacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil

O segundo artigo da dissertaccedilatildeo permitiu constatar a importacircncia da do Portode Santos para a logiacutestica de exportaccedilatildeo do cereal tendo como principal exportadoro estado do Mato Grosso maior produtor nacional do milho

Verificou-se a Aacutesia e Oriente Meacutedio como os principais mercados do milhomato-grossense justificando o maior volume de movimentaccedilatildeo do milho na plataformaportuaacuteria de Santos natildeo soacute devido a sua capacidade operacional por possuir seteterminais especifico que operam gratildeos mas tambeacutem pela disponibilidade de rotasmariacutetimas que o porto oferece

O artigo permitiu ainda evidenciar o papel do Porto de Santos bem superior aosegundo lugar o Porto de Paranaguaacute Esses resultados permitiram concluir que umaumento no volume de exportaccedilotildees necessariamente passariam por Santos e umaanaacutelise mais detalhada deste seria necessaacuteria

O proacuteximo passo da pesquisa constitui em encontrar uma forma de mensurar opapel do porto de Santos e sua capacidade de atender uma demanda maior Assimutilizaram-se dados oficiais e modelos de previsatildeo para estabelecer uma tendecircncia decrescimento das exportaccedilotildees do milho brasileiro e seu respectivo volume no Porto deSantos Para capacidade estaacutetica em atender essas flutuaccedilotildees utilizou-se de dadosde um dos principais terminais de gratildeos do porto que disponibilizou as informaccedilotildeesnecessaacuterias para o estudo

Esta pesquisa foi de caraacuteter quantitativo permitindo analisar se o Terminal Atem capacidade operacional para atender as novas demandas de crescimento no fluxo

77

de exportaccedilatildeo do milhoAs previsotildees apresentadas no artigo sinalizaram um deacuteficit na capacidade es-

taacutetica de armazenagem para os proacuteximos cinco anos (20172021) com 39 5775 94 e 115 respectivamente no Terminal A e um consequentemente deacuteficit noPorto de Santos

Por fim uma ultima anaacutelise complementar foi realizada para verificar os impac-tos da entrada desse milho nas operaccedilotildees do terminal A A anaacutelise se concentrou nasoperaccedilotildees de recebimento e armazenagem do milho para posterior embarque E entreas duas operaccedilotildees (rodoviaacuterioferroviaacuterio) a taxa de uso dos recursos dos caminhotildeeseacute mais elevada do que dos vagotildees apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representarapenas 20 do terminal

Os resultados dos artigos III e IV indicaram que caso se concretize a projeccedilatildeodo aumento de demanda internacional pelo milho brasileiro o Porto de Santos e oTerminal A estaratildeo diante de eventuais gargalos operacionais Desta maneira haacute ne-cessidade de ampliar a estrutura de capacidade estaacutetica de armazenagem bem comoos recursos utilizados para o recebimento do milho atraveacutes do modal rodoviaacuterio

78

6 Propostas para Trabalhos Futuros

Com advento da globalizaccedilatildeo da economia o niacutevel competitivo de um paiacutes estaacutena sua capacidade em escoar mateacuterias-primas e produtos Dessa maneira as plata-formas portuaacuterias satildeo fundamentais para a cadeia logiacutestica como para a eficiecircncia deseus serviccedilos As praacuteticas de como o porto se integra e sua a capacidade de gerarvalor para a cadeia eacute fator decisoacuterio para a competitividade dos paiacuteses no mercadointernacional

As commodities agriacutecolas se caracterizam por produtos de alta volatilidadebaixo valor agregado margens apertadas e transporte ineficiente Isso evidencia aindamais a importacircncia da logiacutestica portuaacuteria para ganho de valor competitivo O sistemaportuaacuterio brasileiro tem papel fundamental na ordem econocircmica do Brasil sobretudonas operaccedilotildees de exportaccedilatildeo dos produtos agriacutecolas

Diante do exposto o presente estudo poderaacute subsidiar novas pesquisas quecontribuiratildeo para o aumento da competitividade do milho brasileiro no mercado glo-bal Recomenda-se um estudo voltado para o desenvolvimento de indicadores dedesempenho operacional portuaacuterio para auxiliar o exportador brasileiro na tomada dedecisatildeo no momento da escolha do porto mais eficiente para escoamento do gratildeo

79

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Page 8: Dissertação - Aguinaldo Eduardo de Souza - Programa de ...repositorio.unip.br/.../eng_aguinaldoeduardodesouza.pdfDissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Engenharia de

iv

RESUMO

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de commo-dities agriacutecolas A cultura do milho tem contribuiacutedo para o destaque do agronegoacuteciona economia nacional visto que o cereal eacute segundo gratildeo mais cultivado e exportadopelo Brasil No ranking mundial no ano de 2017 o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo demaior produtor de milho e o segundo maior exportador Os aumentos de produtividadeno cultivo do gratildeo ao longo dos uacuteltimos 41 anos no momento do seu escoamentoobservam-se entraves operacionais e uma logiacutestica deficitaacuteria nos portos brasileirosO objetivo deste trabalho consistiu em investigar as exportaccedilotildees do milho brasileiro eanalisar a capacidade do porto de Santos de escoar o milho com base em um termi-nal logiacutestico Como metodologia utilizou-se uma abordagem descritiva exploratoacuteria equantitativa aleacutem de aplicar um modelo de simulaccedilatildeo com vista a dimensionar a capa-cidade operacional do porto Os resultados observados apresentaram um panoramade contiacutenuo crescimento na produccedilatildeo nacional A simulaccedilatildeo apontou eventuais gar-galos na operaccedilatildeo no terminal logiacutestico caso se concretizem o aumento da demandadas exportaccedilotildees do milho

Palavras-chave Milho agronegoacutecio exportaccedilatildeo logiacutestica portos

v

ABSTRACT

Brazil is one of the worldrsquos leading producers and exporters of agricultural commoditiesThe corn crop in turn has contributed to the importance of agribusiness in the nationaleconomy since cereal is the second most cultivated and exported grain in Brazil Inthe world ranking in 2017 Brazil was the third largest producer of maize and the se-cond largest exporter Despite significant increases in productivity in the cultivation ofgrain over the last 41 years at the time of its disposal there are operational obstaclesand a logistics that are still deficient in Brazilian ports In this context the objective ofthis work was to investigate Brazilian corn exports and analyze the capacity of the Portof Santos to dispose of maize based on a logistics terminal For this as a methodo-logy a descriptive exploratory and quantitative approach was used besides applyinga simulation model with the purpose of dimensioning the operational capacity of theport The observed results showed a panorama of continuous growth in the nationalproduction In addition the simulation pointed out eventual bottlenecks in the logisticterminal operation in case the demand for grain exports increases

Keywords Maize agribusiness export logistics ports

vi

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor 42 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006) 63 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617

Fonte CONAB (2018) 84 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB

(2018) 95 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte

CONAB (2018) 96 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-

201677 Fonte CONAB (2018) 117 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018) 118 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 139 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 1310 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b) 1411 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b) 1712 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012) 2013 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016) 3014 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte AN-

TAQ (2018a) 3215 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3416 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b) 3517 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3618 Revista SADSJ 4019 APMS 2017 Hamburg 5420 NETLOG 2018 65

vii

LISTA DE TABELAS

1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b) 162 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007) 223 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a) 264 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003 275 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a) 316 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte

MTPAC (2018a) 327 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a) 338 Artigos publicados do autor 38

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Acre

ADHOC Administradora Hidroviaacuteria Docas Catarinense

AGRAER Agecircncia Regional de Dourados

ANTAQ Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterios

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APMS International Conference Advances in Production

APPA Administraccedilatildeo dos Portos de Paranaguaacute e Antonina

APSFS Autoridade Portuaacuteria Porto Satildeo Francisco do Sul

BA Bahia

CADE Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica

CDC Companhia Docas do Cearaacute

CDC Companhia Docas do Paraacute

CDRJ Companhia Docas do Rio de Janeiro

CDSA Companhia Docas de Santana

CODEBA Companhia Docas da Bahia

CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte

CODESA Companhia Docas do Espirito Santo

CODESP Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo

CODOMAR Companhia Docas do Maranhatildeo

COMAP Companhia Municipal de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

CSCMP Council of Supply Chain Management Professional

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econocircmico

ix

DERSA Desenvolvimento Rodoviaacuterio SA

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DOCAS-PB Companhia Docas da Paraiacuteba

EMAP Empresa Maranhense de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

FIESP Federaccedilatildeo das Induacutestria de Satildeo Paulo

HA Hectare

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IP4 Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pequeno Porte

ITC Trade statistics for international business development

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MS Mato Grosso do Sul

MT Mato Grosso

MTPAC Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil

ONU Organizaccedilatildeo da Naccedilotildees Unidas

PA Paraacute

PIB Produto Interno Bruto

PR Paranaacute

RFB Receita Federal do Brasil

RO Roraima

RS Rio Grande do Sul

SCM Supply Chain Management

SCPAR Santa Catarina Parcerias SA

SDEC-PE Secretaacuteria de Desenvolvimento Econocircmico de Pernambuco

SEP-PR Secretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica

x

SOPH Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondocircnia

SP Satildeo Paulo

SPH Superintendecircncia de Portos e Hidrovias

SUPRG Superintendecircncia do Porto de Rio Grande

T Tonelada

UNCTAD Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento

USDA Departamento de Agricultura dos Estados

xi

SUMAacuteRIO

RESUMO iv

ABSTRACT v

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES vi

LISTA DE TABELAS vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS viii

1 Introduccedilatildeo 111 Motivaccedilatildeo 212 Objetivos 3

121 Objetivo Geral 3122 Objetivos Especiacuteficos 3

13 Organizaccedilatildeo do trabalho 4

2 Revisatildeo da Literatura 521 Origem do milho 522 Produccedilatildeo nacional 723 Regiotildees produtoras 724 Estados produtores 1025 Exportaccedilatildeo do milho 12

251 Panorama nacional 12252 Panorama mundial 15

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito 17261 Histoacuteria 18262 Conceito 18

27 Logiacutestica nas empresas 1928 Atividades logiacutesticas 2229 Portos 23210 Serviccedilos Portuaacuterios 25211 Tipos de portos 26212 Terminais portuaacuterios 29213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro 30214 Porto de SantosSP 34

xii

3 Metodologia 37

4 Artigos 4041 1ordm Artigo 4042 2ordm Artigo 5443 3ordm Artigo 6444 4ordm Artigo 65

5 Discussatildeo (Artigos) 76

6 Propostas para Trabalhos Futuros 78

1

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio ocupa posiccedilatildeo de destaque na economia do Brasil Segundoo Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA (2018) o agronegoacutecioeacute o segmento de maior importacircncia para a economia nacional representando apro-ximadamente 25 do Produto Interno Bruto - PIB O Instituto Brasileiro de Geografiae Estatiacutestica - IBGE (2018a) assevera que houve um crescimento de 10 apoacutes doisanos de queda consecutiva de 35 no PIB nacional fechando o ano de 2017 comR$ 66 trilhotildees

A expansatildeo do agronegoacutecio de 13 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 foi fator de-terminante para a alavancagem do PIB em 2017 IBGE (2018a) Dados estatiacutesticosdo Ministeacuterio da Agricultura evidenciam a relevacircncia do agronegoacutecio para comeacutercioexterior brasileiro Considerando os uacuteltimos 21 anos (1997-2017) sua participaccedilatildeo nabalanccedila comercial brasileira foi de 406 Em 2017 as exportaccedilotildees do agronegoacuteciosomaram US$ 96 bilhotildees ou seja 441 do total da exportaccedilotildees do Brasil encer-rando o ano com US$ 2177 bilhotildees (MAPA 2018)

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo de soja e milho con-sequentemente um dos principais exportadores mundiais de commodities agriacutecolas(Lourenccedilo amp Lima 2009) A implementaccedilatildeo de poliacuteticas governamentais oferta derecursos hiacutedricos condiccedilotildees de clima e solo e pesquisas e tecnologia contribuiacuterampara o destaque da agricultura brasileira no cenaacuterio internacional (Bolfe et al 2016)

Natildeo obstante a soja ser o gratildeo mais cultivado e exportado pelo Brasil a culturado milho vem ganhando espaccedilo no cenaacuterio nacional e no mercado internacional poiseacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil O cereal eacute um dos principais compo-nentes da cadeia alimentar mundial (Reis et al 2016) Em 2017 o Brasil registrou amaior produccedilatildeo do cereal 97 milhotildees t um crescimento de 552 frente ao ano de2016 com 67 milhotildees t (CONAB 2018 IBGE 2018b)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Esta-dos Unidos ndash USDA o milho eacute o gratildeo mais cultivado no mundo Na safra de 201617a produccedilatildeo mundial atingiu 107 bilhotildees t No ranking dos principais produtores mun-diais o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo com 98 milhotildees t atraacutes da China e EstadosUnidos com 219 milhotildees e 384 milhotildees t respectivamente (USDA 2018)

Estudos da USDA (2018) projetam uma produccedilatildeo global de 103 bilhatildeo t parasafra de 201718 e 105 bilhatildeo t para a de 201819 Conforme projeccedilotildees do oacutergatildeoamericano os Estados Unidos permaneceratildeo na lideranccedila absoluta com expectativade produccedilatildeo de 370 e 356 milhotildees t seguido pela China com 215 e 225 milhotildees t e oBrasil com 85 e 96 milhotildees t (201718-201819)

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Em que pese a produccedilatildeo nacional do milho ter alcanccedilado iacutendices de excelecircncianos uacuteltimos 41 anos apontando crescimento aproximado de 408 na produccedilatildeo 335na produtividade e 49 as aacutereas de plantio o milho eacute uma commodity de baixo valoragregado e depende fundamentalmente de um alto potencial logiacutestico (CONAB 2018)

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas a cultivares de alto poten-cial geneacutetico e transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maiordensidade de plantio tem contribuiacutedo significativamente a cultura do milho no Brasile sua capacidade produtiva (EMBRAPA 2018) Quando a produccedilatildeo ultrapassa asfronteiras do campo e inicia o processo de escoamento os gratildeos se defrontam comos gargalos logiacutesticos produzindo assim impactos negativos na competitividade dosprodutos agriacutecolas brasileiros no mercado internacional (Dubke 2006 Wanke amp Hijjar2009 Hilsdorf amp Nogueira Neto 2015 CNT 2017)

O Brasil tem aproveitado a crescente demanda do mercado global O paiacuteseacute o segundo maior exportador mundial de milho ficando atraacutes apenas do EstadosUnidos (USDA 2018) O volume de milho exportado foi de 292 milhotildees t em 2017alcanccedilando seu maior iacutendice em toda seacuterie histoacuterica de exportaccedilatildeo jaacute registrado desdedo ano de 1997 (COMEXSTAT 2018)

Contudo os portos mariacutetimos principal plataforma de escoamento do milhoainda que seja evidenciadas significativas melhorias na sua eficiecircncia operacionalnas uacuteltimas duas deacutecadas observa-se entraves operacionais e uma logiacutestica aindadeficitaacuteria (Souza et al 2017)

Com o aperfeiccediloamento de algumas atividades logiacutesticas de exportaccedilatildeo ndash rece-bimento armazenagem e embarque ndash mais eficientes as mesmas poderatildeo promoverum ganho de competitividade para o cereal brasileiro no comeacutercio global

Sendo assim o presente estudo visa analisar a capacidade operacional deescoamento do gratildeo em portos brasileiros tendo como campo de estudo o Porto deSantosSP considerando que 93 das exportaccedilotildees do milho brasileiro se daacute por viasmariacutetima (COMEXSTAT 2018)

11 Motivaccedilatildeo

A demanda mundial por alimento eacute um desafio para a comunidade internacio-nal Estudos da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas ndash ONU estimam que a populaccedilatildeomundial chegue a 86 bilhotildees em 2030 98 bilhotildees em 2050 e ultrapasse os 112 bi-lhotildees em 2100 (ONU 2018) O crescimento da populaccedilatildeo mundial implica em umgrande desafio aos liacutederes globais para o aumento da produccedilatildeo de alimentos de ma-neira sustentaacutevel

O Brasil se destaca como importante produtor de commodities agriacutecolas Aleacutemdisso protagoniza um papel importante de fornecedor na cadeia alimentar mundial

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cuja exportaccedilotildees do milho tiveram um crescimento exponencial Se comparado o anode 1997 a 2017 o volume do milho com destino ao comeacutercio exterior cresceu 8300sendo exportado 348 mil t em 1997 e 29 milhotildees t em 2017 (COMEXSTAT 2018)

No caso do milho as projeccedilotildees de exportaccedilatildeo do gratildeo tecircm alcanccedilado pata-mares elevados (MAPA 2018) Os estudos da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estadode Satildeo Paulo ndash FIESP asseguram uma variaccedilatildeo positiva de 75 nas exportaccedilotildees docereal para a safra de 202627 em relaccedilatildeo agrave safra 201617 (FIESP 2018)

A relevacircncia da pesquisa justifica-se pelo aumento da demanda global por ali-mentos em decorrecircncia do crescimento demograacutefico mundial USDA (2018) e a opor-tunidade de expansatildeo do cereal nacional no mercado internacional (FIESP 2018)

O presente estudo propotildee uma investigaccedilatildeo no Porto de SantosSP quantoa sua capacidade operacional de exportaccedilatildeo considerando as projeccedilotildees de cresci-mento da demanda internacional pelo milho (MAPA 2017 FIESP 2018)

Para tanto optou-se por delimitar a pesquisa em um terminal portuaacuterio de ex-portaccedilatildeo aqui denominado Terminal A do porto santista cujo complexo portuaacuterio eacuteo principal responsaacutevel pelo fluxo de escoamento do milho brasileiro para o mercadomundial (COMEXSTAT 2018)

12 Objetivos

121 Objetivo Geral

Analisar os fluxos de exportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica doporto de Santos em atender esses fluxos com base na movimentaccedilatildeo de um terminalexportador de gratildeos de milho

122 Objetivos Especiacuteficos

1 Analisar a produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees produtoras

2 Identificar o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasileiro principal porto de escoa-mento e principais mercados compradores

3 Avaliar se a capacidade estaacutetica de armazenagem no Porto de Santos eacute compa-tiacutevel com as crescente demandas de exportaccedilatildeo por meio do Terminal A

4 Simular um processo de operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento de gratildeosde milho visando avaliar a capacidade operacional do terminal

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13 Organizaccedilatildeo do trabalho

Este trabalho estaacute organizado conforme demonstrado pela Figura 1

Figura 1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor

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2 Revisatildeo da Literatura

21 Origem do milho

O milho eacute uma das culturas agriacutecolas mais importante para a sociedade tantonas bases econocircmicas do agronegoacutecio como sociais pois eacute um dos produtos demaior versatilidade na cadeia alimentar mundial Aleacutem de ser utilizado como insumopara alimentaccedilatildeo humana e animal eacute fonte de mateacuterias primas para a agroinduacutestria eproduccedilatildeo de etanol (Diogenes 2011)

Cultivado em quase todas as regiotildees temperadas e tropicais do mundo O milhose adapta em condiccedilotildees abaixo do niacutevel do mar e ateacute 3 mil metros acima do niacutevel domar (CME 2018) As temperaturas adequadas para seu cultivo devem apresentarmeacutedia noturna acima de 128 degC e meacutedia diurna superior a 19 degC Agecircncia Regional deDourados (AGRAER 2018)

Considine (2005) Bernardi et al (2014) Dyer et al (2014) destacam atraveacutesde evidencias cientificas que o milho eacute uma planta de origem mexicana cuja domes-ticaccedilatildeo tem iniacutecio em 7500 a 12000 anos atraacutes na aacuterea central da Mesoameacuterica

Segundo Lerayer (2006) o Meacutexico e a Guatemala satildeo considerados paiacuteses quederam origem ao milho A autora assegura que no vale do Tehucan onde atualmentese localiza o Meacutexico foi encontrada a primeira espiga de milho datada de 7000 aC

O milho (Zea mays L) eacute uma graminea anual membro da famiacutelia das gramiacuteneas(Poaceae) Tem importacircncia secular para cultura alimentar desde a antiguidade e eacutemuito apreciado entre os povos da Ameacuterica Central e do Sul (Vincent 2012)

Para Perry et al (2006) encontraram-se vestiacutegios do cultivo do milho na Ameacute-rica do Sul haacute pelo menos 4000 anos Os iacutendios americanos cultivavam-no em mon-tes Existia uma variaccedilatildeo de espeacutecies plantadas conforme seu uso Com o passar dotempo o meacutetodo foi substituiacutedo por plantio de uma soacute espeacutecie

Atraveacutes de um processo natural de seleccedilatildeo os nativos (astecas e maias) esco-lhiam as espigas de maior vigor mais produtivas e faacuteceis de serem colhidas e arma-zenadas (Lerayer 2006) A Figura 2 ilustra a transformaccedilatildeo da espeacutecie ateacute os dias dehoje

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Figura 2 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006)

A Figura 2 destaca as alteraccedilotildees importantes que ocorreram ao longo da do-mesticaccedilatildeo do milho De uma gramiacutenea com espigas de poucos gratildeos cobertos comuma casca dura para espigas com maior nuacutemero de gratildeos e maiores Com isso aespeacutecie se desenvolveu para variedades com grande capacidade de adaptaccedilatildeo emdiversas altitudes de acordo com o relevo da Ameacuterica Central (Lerayer 2006)

Haacute mais de 300 espeacutecies de milho identificadas no mundo Praticamente todasestas espeacutecies derivam direta ou indiretamente dos trabalhos desenvolvidos pelascivilizaccedilotildees preacute-colombianas (Lerayer 2006)

De acordo com Smith et al (2004) o cereal foi difundido para o hemisfeacuterionorte no final do seacuteculo XV com a chegada dos exploradores europeus em terrasamericanas A partir daiacute iniciou-se um processo de disseminaccedilatildeo inicialmente parao sul da Franccedila e Itaacutelia em 1494 Egito em 1517 Espanha e Portugal em 1575

No final do seacuteculo XVI o milho se encontrava estabelecido em todos os conti-nentes adaptado nos mais variados climas e ambientes (Lerayer 2006)

No Brasil estudos apontam que o cultivo do milho jaacute era praticado antes dachegada dos colonizadores portugueses pelos iacutendios Guaranis que tinham o cerealcom fonte principal de sua dieta alimentar Com a chegada dos portugueses o con-sumo pelo cereal aumentou e foi introduzido nos haacutebitos alimentares dos brasileiros(Bernardi et al 2014)

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22 Produccedilatildeo nacional

O calendaacuterio agriacutecola do milho eacute composto por duas safras A primeira safra deveratildeo o plantio varia de agosto a dezembro A segunda safra de inverno com plantiode janeiro a marccedilo geralmente cultivada apoacutes a colheita da soja na regiatildeo Centro-Sul(DEPEC 2017)

O cereal eacute o principal micronutriente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal As ati-vidades de avicultura e suinocultura satildeo as principais cadeias responsaacuteveis pelo con-sumo da produccedilatildeo nacional e tem importacircncia fundamental na corrente de comeacutercioexterior brasileira (Caldarelli amp Bacchi 2012)

Reis et al (2016) corroboram com Caldarelli amp Bacchi (2012) em seus estu-dos Os autores afirma que o cultivo do milho no Brasil eacute destinado para o consumointerno com duas finalidades produccedilatildeo de raccedilatildeo animal (bovino suiacuteno e frango) eindustrializaccedilatildeo para consumo humano

A produccedilatildeo nacional do milho tem logrado ecircxito e alcanccedilado iacutendices elevadosde crescimento Enquanto as aacutereas destinadas ao cultivo milho obtiveram uma ex-pansatildeo 49 ao longo dos 41 anos saindo de 11 milhotildees de hectares na safra de197677 para 17 milhotildees de hectares para a safra de 20162017

Os registros apontam uma colheita 19 milhotildees t na safra de 197677 Se com-parado com a safra de 201617 com 97 milhotildees t produzidas a produccedilatildeo nacionalcresceu 408 nos uacuteltimos 41 anos

Em termos de produtividade houve um acreacutescimo de 335 no mesmo periacuteodoOs estudos registram na safra de 197677 uma produtividade 12 tonelada por hec-tare contra 55 toneladas por hectare na uacuteltima safra (201617)

O crescimento mais acentuado foi a partir da deacutecada da safra de 199192 Como aumento de demanda pelo cereal e oferta de terras mais baratas propiciaram aexpansatildeo de novas fronteiras agriacutecolas

Diante desta conjuntura pode-se notar um migraccedilatildeo da produccedilatildeo sentido aonorte do pais que ateacute entatildeo concentrava-se nas regiotildees Sul e Sudeste Tendo comodestaque o Centro-Oeste principal regiatildeo produtora do milho (Souza et al 2017)

Outras variaacuteveis contribuiacuteram para a promoccedilatildeo do crescimento da produccedilatildeonacional do milho conforme observa Caldarelli amp Bacchi (2012) acordos internacio-nais desregulamentaccedilatildeo da economia aumento da rentabilidade do produtor com avalorizaccedilatildeo do gratildeo e a pesquisa e novas tecnologias

23 Regiotildees produtoras

O cultivo do milho no Brasil abrange praticamente todas as regiotildees do BrasilEntretanto a maior concentraccedilatildeo estaacute na macrorregiatildeo Centro-Sul (CONAB 2018)

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Um fator importante a ser destacado eacute a contribuiccedilatildeo da segunda safra para aproduccedilatildeo nacional A safrinha como tambeacutem eacute conhecida tem alcanccedilado iacutendices deprodutividade significativos Centro-Oeste (Figura 3)

A alta produccedilatildeo da 2 ordfsafra na regiatildeo Centro-Oeste justifica-se pelo fato de aprodutividade estar associada ao aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes

O cultivo do milho da 2 ordfsafra eacute plantado no local onde eacute colhida a soja elevandoassim seu potencial produtivo (Reis et al 2016)

Figura 3 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617 FonteCONAB (2018)

A regiatildeo Centro-Oeste eacute a maior produtora de milho do Brasil A regiatildeo teve umcrescimento de aproximadamente 980 se comparado a safra de 199091 e 201617com a produccedilatildeo de 45 milhotildees t e 488 milhotildees t respectivamente (CONAB 2018)

O estado do Mato Grosso eacute o principal responsaacutevel pelo protagonismo da ma-crorregiatildeo Centro-Sul na produccedilatildeo nacional

No ranking das regiotildees produtoras em ordem de grandeza Centro-Oeste pro-duziu 48 milhotildees t Sul 27 milhotildees t Sudeste 13 milhotildees t Nordeste 6 milhotildees t e oNorte 2 milhotildees t tendo como base a safra 201617 (Figura 4)

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Figura 4 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB (2018)

Conforme ilustrado na Figura 4 apesar da regiatildeo Norte ser a regiatildeo de menorpotencial produtivo foi a de maior elevaccedilatildeo na produccedilatildeo com aumento de 2183ficando atraacutes do Centro-Oeste com 2417 Em terceiro lugar a regiatildeo Nordeste304 seguida pela Sul 171 Sudeste com 123 considerando os 41 anos de seacuteriehistoacuterica (CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo agrave produtividade ainda que a regiatildeo Centro-Oeste tenha apresen-tado o maior crescimento em termos de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maioreficiecircncia (Figura 5)

Figura 5 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte CO-NAB (2018)

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Conforme ilustrado na Figura 5 a regiatildeo Sul apresenta maior eficiecircncia na pro-dutividade (safra de 201617) com rendimento de 6583 kgha seguida pelo Centro-Oeste Sudeste Norte e Nordeste com 6098 kgha 5820 kgha 3790 kgha e 2557kgha respectivamente A anaacutelise de produtividade considerada a partir da safra de199091 periacuteodo que inicia o grande desenvolvimento no cultivo do milho no Brasil

24 Estados produtores

O cultivo do milho eacute disperso no Brasil podendo ser encontrado nos 26 estadose no distrito federal (Reis et al 2016) Estudos analisados atraveacutes da seacuterie histoacuterica 41anos indicam que o acumulado de produccedilatildeo do cereal no Brasil alcanccedilou 16 bilhatildeo t(CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo ao acumulado da produccedilatildeo por estados dos sete estados brasi-leiros com produccedilatildeo acima de 100 milhotildees t seis estatildeo na macrorregiatildeo Centro-Sul(PR MT MG RS GO e SP) Na macrorregiatildeo Norte-Nordeste apenas o estado daBahia alcanccedilou os 100 milhotildees t produzidas (CONAB 2018)

A macrorregiatildeo Centro-Sul desponta como principal cinturatildeo produtivo do mi-lho no Brasil

O estado da Bahia eacute o principal produtor da macrorregiatildeo Norte-Nordeste com19 milhotildees t produzidas na safra 201617 No acumulado da seacuterie a Bahia foi respon-saacutevel por aproximadamente 28 dos 149 milhotildees t produzidas pelo Norte-Nordesteconsiderando os uacuteltimos 41 anos O estado do Maranhatildeo representou 13 seguidopelo Paraacute 10 Piauiacute e Cearaacute 8 Rondocircnia 7 Sergipe 6 e Tocantins 5 Osestados restantes representaram 23 O Amapaacute eacute o estado com o menor volume003 da produccedilatildeo

As aacutereas de cultivo cresceram 27 no Norte-Nordeste Na safra de 19767726 milhotildees ha eram destinados ao plantio do milho Na uacuteltima safra foi registrado 33milhotildees ha

A macrorregiatildeo Centro-Sul alcanccedilou o 14 bilhatildeo t produzidas no acumulado daseacuterie histoacuterica 41 anos Considerando o ranking dos principais estados produtores oParanaacute se destaca com uma representatividade de 25 da produccedilatildeo total da regiatildeo

Em seguida o Mato Grosso 13 Minas Gerais 12 Rio Grande do Sul 11Goiaacutes e Satildeo Paulo 10 Santa Catarina e Mato Grosso do Sul 6 Os estados commenor representatividade satildeo Distrito Federal e Espirito Santo 04 e Rio de Janeirocom 01

As aacutereas de cultivos no Centro-Sul tiveram uma expansatildeo de 55 entre assafras de 197677 a 201617 Saindo da ordem de 9 milhotildees ha para 14 milhotildees ha

O estado do Paranaacute permaneceu na lideranccedila da produccedilatildeo do gratildeo no Brasilateacute a safra de 199192 Entretanto na deacutecada 1990 Mato Grosso inicia um processo

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de crescimento sem precedentes na produccedilatildeo do milho (Figura 6)

Figura 6 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-201677 Fonte CONAB (2018)

Na safra 201213 Mato Grosso ultrapassa o Paranaacute e assume isoladamente oprimeiro lugar mantendo-se como maior produtor nacional de milho Na uacuteltima safraMato Grosso aferiu 28 milhotildees t produzidas O Paranaacute por sua vez 17 milhotildees t

Figura 7 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018)

A Figura 7 indica que 2 ordfsafra (200405) o estado de Mato Grosso assume alideranccedila de maior produtor com 35 milhotildees t seguido pelo Paranaacute com 34 milhotildeest Na 1 ordfsafra (201617) Mato Grosso produziu 256 mil t e Paranaacute 4 milhotildees t Na 2

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ordfsafra (201617) Mato Grosso foi responsaacutevel por 28 milhotildees t sendo o Paranaacute por13 milhotildees t

No tocante a produtividade o Paranaacute elevou sua produtividade em 184 nosuacuteltimos 41 anos saindo de 2150 kgha (197677) para 6115 kgha (201617) Oestado de Mato Grosso registrou uma elevaccedilatildeo de 437 em sua produtividade nomesmo periacuteodo A CONAB (2018) registrou a produtividade do estado do Mato Grossode 1558 kgha (197677) e 6223 kgha (201617)

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas de plantio na safra de 197677 o Paranaacute dispunha de2153 milhotildees ha e Mato Grosso apenas 247 mil ha Na safra 201617 o Paranaacutedestinou 2917 milhotildees ha apontando um crescimento de 35 Na mesma safraMato Grosso destinou 4639 milhotildees ha para cultura do milho obtendo um acreacutescimode 1776 (CONAB 2018)

A produtividade natildeo resulta somente da disponibilidade de terras agricultaacuteveisNo caso da produccedilatildeo nacional a implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas acultivares de alto potencial geneacutetico correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas emaior densidade de plantio contribuiacuteram para o incremento da produtividade do milho(EMBRAPA 2018)

25 Exportaccedilatildeo do milho

251 Panorama nacional

Com o consecutivo aumento da produccedilatildeo brasileira do gratildeo de milho obser-vado nas uacuteltimas deacutecadas IBGE (2018b) o Brasil tem aproveitado o excedente doconsumo interno para abastecer o mercado internacional A exportaccedilotildees brasileirasde milho tem levado o Brasil a ocupar um lugar de destaque no ranking dos maioresexportadores mundiais de milho (USDA 2018)

Observa-se a relevacircncia das exportaccedilotildees do milho para a balanccedila comercialbrasileira O milho e a soja satildeo os principais produtos agriacutecolas comercializados peloBrasil Juntos representam 80 das exportaccedilotildees brasileiras

Dados estatiacutesticos MAPA (2018) revelam que nos uacuteltimos 20 anos a partici-paccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial representou em meacutedia 40 das expor-taccedilotildees brasileiras (Figura 8)

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Figura 8 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

As exportaccedilotildees do Brasil em 2017 atingiram US$ 217 bilhotildees 18 a mais doano anterior contabilizando US$ 185 bilhotildees O agronegoacutecio foi responsaacutevel em 2017por 44 das exportaccedilotildees fechando o ano com US$ 96 bilhotildees Em relaccedilatildeo ao anode 2016 o agronegoacutecio foi responsaacutevel por 46 das exportaccedilotildees brasileiras ou sejaUS$ 84 bilhotildees conforme ilustrado na (Figura 8)

As exportaccedilotildees do milho nacional alcanccedilaram 29 milhotildees t no ano de 201733 a mais do que o ano anterior que alcanccedilou o volume de 21 milhotildees t como podeser visto na Figura 9 representando US$ 45 bilhotildees

Figura 9 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

No ano de 2017 o Brasil registrou seu maior iacutendice de exportaccedilatildeo do gratildeo como crescimento de 8300 em relaccedilatildeo ao ano de 1997

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Como pode ser visto na Figura 9 a alavancagem das exportaccedilotildees tiveram doisdestaques que valem a pena ser ressaltados o ano de 2001 e 2013 Considerandoque a deacutecada de 1990 as exportaccedilotildees do gratildeo natildeo ultrapassavam o patamar 500mil t a exportaccedilatildeo de 2001 atingiu 5 milhotildees t foi um marco para a seacuterie histoacutericasobretudo por dar iniacutecio a um processo de crescimento efetivo da cultura do milho noBrasil

No ano de 2013 face ao iniacutecio da lideranccedila do Mato Grosso como maior pro-dutor nacional do milho o Brasil registrou o volume de 26 milhotildees t exportadas

Na Figura 10 pode ser visto os dez principais mercados importadores do milhonacional em 2017

Figura 10 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b)

O Iratilde eacute o principal destino das exportaccedilotildees brasileiras com 48 milhotildees t im-portadas O Egito foi o segundo maior importador com 32 milhotildees t em seguidaobserva-se o Japatildeo 29 milhotildees t Espanha 28 milhotildees t Vietnatilde 26 milhotildees t China17 milhatildeo t Coreacuteia do Sul 17 milhatildeo t Malaacutesia 14 milhatildeo t Bangladesh 10 milhatildeo te Holanda com 800 mil t

A Tabela 1 apresenta o rol dos principais paiacuteses compradores do gratildeo brasileirono ano de 2017 Em relaccedilatildeo as cifras agraves exportaccedilotildees do gratildeo atingiram US$ 46bilhotildees

Quanto ao fluxo de comeacutercio por continente a Aacutesia foi o maior parceiro comer-cial do Brasil no ano de 2017 Observa-se por ordem de grandeza a representatividade

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de cada continente nas transaccedilotildees com o Brasil conforme descrito abaixo

bull Aacutesia 56

bull Europa 17

bull Aacutefrica 15

bull Ameacuterica 7

bull Oriente Meacutedio 5

Tambeacutem se verificou na Tabela 1 os trecircs principais paiacuteses compradores porcontinente em ordem de grandeza

bull Aacutesia (Iratilde 29 Japatildeo 18 e Vietnatilde 16)

bull Europa (Espanha 58 Holanda 16 e Portugal 13)

bull Aacutefrica (Egito 75 Argeacutelia 12 e Marrocos 11)

bull Ameacuterica (Repuacuteblica Dominicana 32 Meacutexico 26 e Boliacutevia 8)

bull Oriente Meacutedio (Araacutebia Saudita 48 Israel 23 e Jordacircnia 11)

252 Panorama mundial

Dentre os cinco principais exportadores mundiais do milho em 2017 os Esta-dos Unidos lideraram o ranking com 53 milhotildees t seguido pelo Brasil 29 milhotildees tArgentina 23 milhotildees t Ucracircnia 19 milhotildees t e Ruacutessia 5 milhotildees t (ITC 2018a)

Referente a participaccedilatildeo no mercado global os Estados Unidos detiveram em2017 32 seguido pelo Brasil 16 Argentina 13 Ucracircnia 10 e Ruacutessia com 3(ITC 2018a)

A Figura 11 apresenta os principais importadores globais de milho sendo oJapatildeo o maior comprador mundial em 2017 As importaccedilotildees mundiais no mesmo anoalcanccedilaram 154 milhotildees t representando cerca de US$ 32 bilhotildees

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Tabela 1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b)

Importadores Bilhotildees US$ Milhotildees (t)Crescimento 20132017 (pa)

Mundo 4631046 29266361 2Iratilde 782609 4832976 18Egito 501040 3226017 17Japatildeo 451951 2945944 2Espanha 436927 2868390 36Vietnatilde 412219 2637305 16Taipei 270286 1760043 -5Coreacuteia do Sul 264914 1716964 -15Malaacutesia 232869 1494622 11Bangladesh 158604 1016715 -Paiacuteses Baixos 121940 801673 9Repuacuteblica Dominicana 108546 694240 7Araacutebia Saudita 106663 680764 -10Portugal 99985 643886 15Meacutexico 90430 562833 70Argeacutelia 78619 493866 -11Marrocos 75963 484981 -25Israel 50411 320661 13Irlanda 50349 329080 48Itaacutelia 34582 235049 31Paraguai 29441 8744 12Estados Unidos da Ameacuterica 29370 124983 -17Venezuela 27708 179454 -17Jordacircnia 24797 163565 2Guatemala 20279 131678 4Cuba 17974 110700 -10Indoneacutesia 17731 111026 -42Emirados Aacuterabes Unidos 16273 81401 -8Nicaraacutegua 13202 86940 7El Salvador 11692 78049 20Reino Unido 9811 59006 14Costa Rica 9486 61415 3Liacutebano 9386 62287 265Tuniacutesia 9141 58392 -65Omatilde 9001 57762 16Colocircmbia 7535 2272 -66Argentina 7369 2335 13Filipinas 5486 33110 126Kuwait 4567 31596 -27Peru 3745 11098 -39Angola 3286 17886 -35China 2707 17190 -1Boliacutevia 2368 4487 5Equador 2237 824 -67

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Figura 11 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b)

A Figura 11 aponta que as importaccedilotildees do Japatildeo somaram US$ 308 bilhotildeesseguida pelo Meacutexico US$ 285 bilhotildees Coreacuteia do Sul US$ 178 bilhatildeo Egito US$ 172bilhatildeo Espanha US$ 148 bilhatildeo Vietnatilde US$ 130 bilhatildeo Holanda US$ 118 bilhatildeoItaacutelia US$ 110 bilhatildeo e Iratilde US$ 108 bilhatildeo

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito

Com o advento da globalizaccedilatildeo os mercados tornaram-se cada vez mais di-nacircmicos e competitivos A concorrecircncia eacute global um cenaacuterio constante e irreversiacutevelcolocando as organizaccedilotildees em permanente risco de sobrevivecircncia

Embora a produccedilatildeo de commodities agriacutecolas tenha suas especificidades e de-penda exclusivamente de terras disponiacuteveis diminuindo o surgimento de novos com-petidores a busca por eficiecircncia operacional tem sido um objetivo contiacutenuo das orga-nizaccedilotildees que atuam no agronegoacutecio

O milho eacute uma commodity e distinguem-se por ser um produto de alta volatili-dade baixo valor agregado e margens apertadas Portanto a busca por uma logiacutesticade escoamento eficiente agregando valor ao produto eacute requisito fundamental para oscompetidores do setor

No caso do Brasil importante fornecedor mundial o desempenho da logiacutesticaportuaacuteria eacute corresponsaacutevel por manter a competitividade do milho brasileiro no co-meacutercio internacional

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261 Histoacuteria

A logiacutestica remonta os primoacuterdios da humanidade muito antes do termo sercriado Atividades logiacutestica satildeo observadas em relatos biacuteblicos quando o faraoacute exigiaque fosse feita a armazenagem de alimentos em decorrecircncia de um sonho sobrevacas magras e gordas interpretado por Joseacute em que haveria sete anos de fartura esete anos de escassez alimentar (Reis et al 2015)

Outra evidecircncia satildeo as piracircmides do Egito Inconcebiacutevel acreditar que umaobra de tal magnitude pudesse ser concluiacuteda sem atividades que administrassem amovimentaccedilatildeo armazenagem e transporte de blocos de pedras aleacutem de alocar ossuprimentos para milhares de escravos encarregados da sua construccedilatildeo

No acircmbito militar a logiacutestica tem sido estrateacutegica e a histoacuteria tem comprovadoisso Eacute bem provaacutevel que expansatildeo do impeacuterio de Alexandre o Grande se invia-bilizasse caso natildeo houvesse uma logiacutestica que garantissem os suprimentos a suastropas

As grandes navegaccedilotildees entre os seacuteculos XV e XVII tambeacutem foram beneficiadaspelos conceitos logiacutesticos Impossiacutevel imaginar as caravelas mar adentro em buscade novas terras sem viacuteveres que pudessem suprir as necessidades da tripulaccedilatildeo Dealguma forma naquela eacutepoca jaacute havia planejamento de suprimentos para as viagensem busca de terras novas

A origem da expressatildeo logiacutestica eacute uma evoluccedilatildeo do verbo loger que significaalojar Termo militar usado para definir a arte de transportar abastecer e alojar tropasem campanha (Rodrigues 2014)

Segundo Rodrigues (2014) a primeira definiccedilatildeo de logiacutestica foi cunhada pelogeneral francecircs das tropas de Napoleatildeo Bonaparte Baratildeo Antonie Henri de Jomini(1789-1869) Para Jomini a palavra logistique deriva de um posto existente no exeacuter-cito francecircs ocupado pelo Marechal des Logis encarregado das atividades de deslo-camento alojamento e acampamento das tropas em combate

Posteriormente o termo logiacutestico tomou um significado mais amplo no usomilitar principalmente pelos norte-americanos na Segunda Guerra Mundial e segui-damente pela induacutestria

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica foi empregada muito tempo no con-texto militar atribuindo-se a derrota dos britacircnicos na Guerra de Independecircncia norte-americana pela ineficiecircncia de abastecimento de suprimentos agraves tropas britacircnicas

262 Conceito

Apesar da logiacutestica estar bastante disseminada no acircmbito organizacional e aca-decircmico ainda eacute do senso comum reduzi-la somente a atividade de transporte (Re-zende et al 2005)

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Haacute muita desinformaccedilatildeo a respeito da logiacutestica Mais que uma atividade detransporte a logiacutestica eacute o gerenciamento do fluxo de mercadoria desde o ponto deorigem ateacute o ponto de consumo (Ludovico 2010)

Ao longo dos anos vaacuterios estudos corroboraram para o entendimento do con-ceito de logiacutestica Para Ballou (2007) a logiacutestica deve prover serviccedilos de forma adiminuir a lacuna entre o ponto de produccedilatildeo e ponto de consumo de modo que osconsumidores tenham disponiacuteveis produtos e serviccedilos nas condiccedilotildees que desejamquando e onde quiserem

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica eacute um processo de gestatildeo estrateacutegicaque contribui para maximizaccedilatildeo da rentabilidade visando custo benefiacutecio atraveacutes dasatividades de movimentaccedilatildeo e armazenagem de materiais gerenciamento de esto-ques por meio dos fluxos de informaccedilotildees relacionados

Para Donato (2012) a logiacutestica eacute uma aacuterea de gestatildeo tendo o objetivo de prevere prover recursos para a execuccedilatildeo de todas as atividades organizacionais O autorassevera a gestatildeo de suprimentos transportes movimentaccedilatildeo e armazenamento demateriais processamento de pedidos e gerenciamento de informaccedilotildees e retorno deprodutos como atividades da logiacutestica

Reis et al (2015) apontam a logiacutestica como atividades que visam atender re-quisitos de pontualidade disponibilidade e qualidade de produtos e serviccedilos aliadosao preccedilo justo e competitivo

Para o Conselho de Profissionais da Cadeia de Suprimentos CSCMP (2018)entidade de renome mundial a logiacutestica eacute a atividade voltada ao planejamento imple-mentaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e efetivo de armazenamento de mercadoriasserviccedilos e informaccedilotildees relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumovisando suprir os requisitos dos clientes

Percebe-se um consenso nas obras analisadas De modo geral os autoresafirmam que os objetivos da logiacutestica eacute prover ao cliente final produtos e serviccedilos comqualidade na quantidade e no tempo certo com o menor preccedilo possiacutevel

27 Logiacutestica nas empresas

A logiacutestica interfere em vaacuterias atividades do cotidiano da sociedade e das em-presas quanto a custos tempo e eficiecircncia

Existe uma vasta literatura a respeito da logiacutestica empresarial e sua evoluccedilatildeo(Rezende et al 2005 Ballou 2007 Vantine 2012 Bowersox et al 2014 Novaes2015 Pires 2016) Por questotildees didaacuteticas optou-se por elencar cinco fases evolutivasda logiacutestica nas empresas como pode ser visto na Figura 12

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Figura 12 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012)

A partir da deacutecada de 1950 com os avanccedilos tecnoloacutegicos desenvolvimentode novos produtos mudanccedila de comportamento dos consumidores e consequente-mente uma maior necessidade de distribuiccedilatildeo de produtos exigiram o aumento danecessidade da logiacutestica nas empresas

Ballou (2007) classifica as deacutecadas de 1950 ateacute 1970 como o periacuteodo de de-senvolvimento Em sua obra o autor destaca quatro pilares de estudo para o de-senvolvimento da logiacutestica empresarial alteraccedilotildees e novos padrotildees de demanda doconsumidor pressatildeo custos nas induacutestrias evoluccedilatildeo na tecnologia de computadorese influecircncia dos estudos da logiacutestica militar

No final desses anos as universidades comeccedilavam a ofertar cursos na aacutereasurgem as primeiras literaturas com abordagem do tema empresas iniciam os primei-ros testes de implantaccedilatildeo das novas ideias e surge o primeiro Conselho de Adminis-traccedilatildeo da Distribuiccedilatildeo Fiacutesica (Ballou 2007)

Em 1970 evidencia-se o desenvolvimento de estrateacutegias com foco na adminis-traccedilatildeo de materiais e distribuiccedilatildeo fiacutesica Graccedilas aos processos flexiacuteveis de produccedilatildeoconforme Novaes (2015) foi possiacutevel a oferta de novos produtos com variadas corestipos e tamanhos Com um vasto leque de oferta de novos produtos aos consumido-res houve um aumento significativo nos estoques ao longo da cadeia de produtivaCom isso passou a ser necessaacuterio uma maior racionalizaccedilatildeo com vista ao menorcustos e maior eficiecircncia

Outros apontamentos ressaltados por Novaes (2015) foram os custos de trans-ferecircncia e distribuiccedilatildeo Com a crise do petroacuteleo em 1970 os combustiacuteveis sofreramum aumento abrupto O aumento populacional nos centros urbanos expansatildeo defrotas de veiacuteculos crescimento territoriais das cidades elevaram potencialmente oscongestionamentos Esses fatores aliados com as limitaccedilotildees de movimentaccedilatildeo de

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caminhotildees em horaacuterio comerciais resultaram no aumento dos custos de transporte edistribuiccedilatildeo

A deacutecada de 1980 com a explosatildeo de novas tecnologias propicia a integraccedilatildeodos processos surgindo o conceito de logiacutestica integrada Essa deacutecada foi caracte-rizada pelo emprego de tecnologias de informaccedilatildeo e sistema de comunicaccedilatildeo quepromoveram uma forte integraccedilatildeo da logiacutestica (Rezende et al 2005)

A efetiva integraccedilatildeo foi favorecida pela implantaccedilatildeo do EDI - Intercacircmbio Ele-trocircnico de Dados essencial para a atualizaccedilatildeo de dados em tempo real e troca dedocumento em toda a cadeia Outro fato relevante foi a introduccedilatildeo do coacutedigo de barraspara controle de estoque

A coleta de dados e o fluxo de informaccedilotildees que eram realizadas manualmentepassaram a ser realizadas de forma automaacutetica com o emprego de tecnologias decaptura de dados (radiofrequecircncia) eliminando a morosidade nos processos e miti-gando fontes de erro (Bowersox et al 2014)

Apoacutes os anos de 1990 com a integraccedilatildeo e maior comunicaccedilatildeo entre fornecedo-res distribuidores e clientes surge entatildeo de maneira mais disseminada o conceito deSCM (Supply Chain Management) ou seja gerenciamento da cadeia de suprimentos

Apesar de alguns autores asseverarem que o termo SCM jaacute era aplicado deforma rudimentar nos anos 1970 e 1980 o interesse pelo SCM foi fortemente difundidonas empresas a partir dos anos 1990 (Pires 2016)

Com o advento da globalizaccedilatildeo emergem mercados e competidores globaise o desempenho das organizaccedilotildees em termos de custos e eficiecircncia tornou-se umaquestatildeo de sobrevivecircncia A gestatildeo da cadeia de suprimentos eacute uma estrutura estra-teacutegica e consiste na colaboraccedilatildeo entre empresas com intuito a melhorar a eficiecircnciaoperacional gerando condiccedilotildees de maior grau de competitividade das organizaccedilotildees(Bowersox et al 2014)

A finalidade da cadeia de suprimento eacute maximizar o valor gerado Chopra ampMeindl (2011) destacam o valor como o excedente gerado pela cadeia de suprimentoPara os autores valor eacute a diferenccedila entre o que o produto entregue vale para o clientee o custo total incidente em todas as atividades da cadeia de suprimento em levaro produto ateacute o cliente O sucesso de uma cadeia de suprimentos estaacute diretamenteligado agrave sua lucratividade quanto maior a lucratividade mais bem-sucedida a cadeiaeacute

Por fim apoacutes os anos 2000 intensifica-se o crescimento nas parcerias entre asempresas para execuccedilatildeo dos processos produtivos com vista ao aumento da eficiecircn-cia operacional e o uso intensivo da internet para comercializaccedilatildeo eletrocircnica

Os relacionamentos interorganizacionais eacute a chave de sucesso para uma ca-deia de suprimentos sustentaacutevel Quando as empresas compreendem e reconhecema dependecircncia entre fornecedores eou clientes estabelece-se entatildeo um ambiente

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para colaboraccedilatildeo (Bowersox et al 2014) A ideia eacute o trabalho compartilhado intelec-tual e operacionalmente O eixo central das relaccedilotildees colaborativas eacute a integraccedilatildeo dosrecursos humanos financeiros e teacutecnicos visando o aumento da eficiecircncia e o niacutevelde serviccedilos ao cliente

28 Atividades logiacutesticas

Com vistas a atingir os objetivos logiacutesticos de custos e niacutevel de serviccedilo Ballou(2007) elenca trecircs atividades fundamentais da logiacutestica empresarial conforme podeser visto na Tabela 2

Tabela 2 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007)

ATIVIDADES

Primaacuteria Apoio

TransporteManuseio de materiaisEmbalagem e proteccedilatildeo

Manutenccedilatildeo de estoqueProgramaccedilatildeo do produtoManutenccedilatildeo de informaccedilotildees

Processamento de pedidosArmazenamentoObtenccedilatildeo

Atividade de transporte ndash Eacute essencial para a logiacutestica empresarial Aleacutem derepresentar em meacutedia dois terccedilos de todos custos logiacutesticos nenhuma empresa eacutecapaz de operar sem movimentar suas mateacuterias-primas e seus produtos acabados

Transporte entende-se como vaacuterios recursos para a o deslocamento de car-gas O gerenciamento estaacute ligado ao processo decisoacuterio de escolha do modo detransporte utilizaccedilatildeo da capacidade de veiacuteculos e definiccedilatildeo de roteiros O rodoviaacuterioaeacutereo aquaviaacuterio e ferroviaacuterio satildeo os modos de transporte mais conhecidos (Ballou2007)

Ballou (2007) designa duas atividades de apoio agrave atividade de transporte ma-nuseio de materiais embalagem de proteccedilatildeo A primeira estaacute relacionada com aarmazenagem e manutenccedilatildeo de estoques Essa atividade eacute desenvolvida no localde estocagem tendo como principais processos seleccedilatildeo de equipamento de movi-mentaccedilatildeo procedimentos de formaccedilatildeo de pedidos transferecircncia de mercadoria ateacuteo ponto de recebimento daiacute vai para o deposito ateacute ponto de estocagem e da esto-cagem para despacho etc A segunda atividade embalagem de proteccedilatildeo tem comoobjetivo garantir a integridade dos produtos Um bom projeto de embalagem permitea movimentaccedilatildeo sem quebras e com maior eficiecircncia

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Manutenccedilatildeo de estoques ndash O gerenciamento de estoque corresponde a umaparcela significativa dos custos logiacutesticos As empresas almejam a entrega dos produ-tos aos seus clientes imediatamente agrave produccedilatildeo eliminaccedilatildeo dos custos de estoquesContudo na praacutetica isto eacute inviaacutevel natildeo raro os estoques atuam como amortecedoresentre a oferta e a demanda tornando a manutenccedilatildeo de estoques uma atividade-chaveda logiacutestica

Para o desenvolvimento dessa atividade Ballou (2007) aponta como premis-sas a programaccedilatildeo do produto volume lugar e onde devem ser produzidos tendocomo enfoque a distribuiccedilatildeo ou seja o fluxo de saiacuteda Outra atividade de apoio eacute amanutenccedilatildeo da informaccedilatildeo As informaccedilotildees de localizaccedilatildeo de cliente volume de ven-das estoques apoiam as atividades primaacuterias satildeo essenciais para a gestatildeo e controlelogiacutestico

Processamento de pedidos ndash Essa atividade tem em vista o tempo neces-saacuterio em levar bens e serviccedilos aos clientes O gerenciamento do lead time eacute umdos fatores mais importantes do processamento de pedidos pois contribui para o au-mento do niacutevel de serviccedilos oferecido pelas empresas considerando que o lead timeeacute tempo computado entre o momento do pedido do cliente ateacute a chegada do produtono mesmo

A armazenagem e suas atividades (configuraccedilatildeo do armazeacutem localizaccedilatildeo di-mensionamento de aacuterea arranjo fiacutesico projeto de docas etc) eacute uma atividade deapoio ao processamento de pedidos Outra atividade de apoio importante para osobjetivos do processamento de pedidos eacute a obtenccedilatildeo Essa atividade diz respeitoa fontes de suprimentos modelo de programaccedilatildeo de compras e da forma como osprodutos satildeo comprados

O autor adverte que a obtenccedilatildeo se difere de compras pois compras envolvematividades muito mais detalhadas como por exemplo negociaccedilatildeo de preccedilos avaliaccedilatildeode vendedores etc A obtenccedilatildeo refere-se aos processos exclusivamente relacionadosa tarefas de logiacutestica Por essa razatildeo substitui o termo compras por obtenccedilatildeo

As operaccedilotildees de logiacutestica visam atender as necessidades das empresas emprover produtos aos seus clientes quando e onde eles quiserem Dessa maneira astrecircs atividades satildeo centrais para as organizaccedilotildees por isso satildeo classificadas comoatividades primaacuterias (Ballou 2007)

29 Portos

O porto se caracteriza como uma aacuterea abrigada das ondas e correntes mariacute-tima e dependendo da sua localizaccedilatildeo situa-se agrave beira de oceanos lagos e rios Pos-sui uma estrutura intermodal oferecendo condiccedilotildees para operaccedilotildees de transbordo decargas de vaacuterios tipos O transbordo pode ser definido como operaccedilotildees de transferecircn-

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cia entre modos de transportes ou natildeo Por exemplo uma movimentaccedilatildeo de cargasde uma navio para outro de um navio para um trem de um navio para um caminhatildeoou vice-versa (Rojas 2014)

Uma estrutura portuaacuteria se caracteriza como terminal multimodal em que existeuma conexatildeo de vaacuterios modos de transporte para a movimentaccedilatildeo e armazenagem decargas importadas ou destinadas agrave exportaccedilatildeo A eficiecircncia operacional do porto estaacutediretamente relacionada agrave abrigo profundidade e acessibilidade canal de acessobacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ouaquaviaacuterios (Alfredini amp Arasaki 2009)

Cruz et al (2014) e Carvalho (2009) apud Silva (2010) atribuem as principaisfunccedilotildees de um porto a) oferecer condiccedilotildees adequadas para a efetividade operacionaldo escoamento das cargas b) garantir a acessibilidade mariacutetima aos navios comvista a atender ao mais eficiente ciclo operacional dos mesmos c) prover a seguranccedilados navios na entrada e saiacuteda do porto no interior da bacia portuaacuteria garantindo aseguranccedila da vida dentro dos limites do porto d) assegurar a eficiente proteccedilatildeo aomeio ambiente

No tocante ao perfeito funcionamento de um complexo portuaacuterio trecircs fatoresdevem ser considerados responsaacuteveis pela sua eficiecircncia operacional infraestruturaportuaacuteria infraestrutura fiacutesica e superestrutura e processo aduaneiro

Infraestrutura portuaacuteria compreende vaacuterios elementos conectados que im-pactam diretamente no tipo de navio que atracara em determinado porto e as carac-teriacutesticas das cargas a serem movimentas (David amp Stewart 2010)

O primeiro elemento relacionado agrave infraestrutura portuaacuteria eacute a profundidade daaacutegua dos portos tanto no canal de acesso ndash trecho de hidrovia que liga o porto aomar aberto - quanto ao berccedilo de atracaccedilatildeo Navios cada vez maiores voltados paraoperaccedilotildees de larga escala exigem portos com profundidade de aacutegua compatiacutevel comas dimensotildees das embarcaccedilotildees (David amp Stewart 2010)

Outros desdobramentos referente agrave infraestrutura portuaacuteria satildeo apontados porAlfredini amp Arasaki (2009) tais como bacia de evoluccedilatildeo aacutereas destinadas a manobradas embarcaccedilotildees dentro do porto para atracaccedilatildeo e desatracaccedilatildeo As bacias de evo-luccedilatildeo devem estar protegidas de ondas fortes correntes e ventos bem como livre depassagens de dutos e cabos submarinos e outras obstruccedilotildees

As operaccedilotildees de dragagem tambeacutem satildeo elementos necessaacuterios para uma boainfraestrutura portuaacuteria A dragagem permite o aprofundamento dos canais e berccedilosde atracaccedilatildeo por meio de remoccedilatildeo de materiais do fundo submersos Existem basi-camente dois tipos de dragagem a) aprofundamento visa aumentar a profundidadee ou largura dos canais de acesso e bacias dos portos e b) ambiental para retiradade sedimentos contaminados Por fim obras de abrigos portuaacuterios guias correntesquebra-mares molhes etc (Ludovico 2010)

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Infraestrutura fiacutesica - compreende as instalaccedilotildees portuaacuterias em si Ancora-douros docas cais piacuteeres de acostagem e atracaccedilatildeo edifiacutecios e vias de circulaccedilatildeointerna (Ludovico 2010) A superestrutura satildeo os equipamentos destinados as ope-raccedilotildees de embarque e descarga Via de regra os equipamentos de movimentaccedilatildeoportuaacuteria satildeo classificados como equipamento de movimentaccedilatildeo de cais de paacutetio ede transferecircncia (Patriacutecio 2015)

Os equipamentos de movimentaccedilatildeo de cais tambeacutem conhecidos como equi-pamentos de costado tem como principal funccedilatildeo movimentaccedilatildeo de cargas nas ope-raccedilotildees de embarque e descarga de navios Os equipamentos de paacutetios usualmentesatildeo destinados a movimentaccedilatildeo de cargas de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo Jaacute os equipa-mentos de transferecircncias servem para movimentar cargas de transferecircncia do naviopara o paacutetio ou vice-versa

Processo aduaneiro - refere-se agraves condiccedilotildees necessaacuterias para o tratamentoadministrativo de exportaccedilatildeo ou importaccedilatildeo Diz respeito aos tracircmites que as merca-dorias devem obedecer ao sair ou entrar em territoacuterio nacional (Souza 2014) Outrofator a considerar satildeo os entraves burocraacuteticos e o tempo de respostas da aduana eoutros oacutergatildeos intervenientes do comeacutercio exterior

210 Serviccedilos Portuaacuterios

Segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica - CADE o complexoportuaacuterio eacute fundamental para a cadeia logiacutestica e a eficiecircncia de seus serviccedilos Adinacircmica de como o porto se integra e sua capacidade de gerar valor para a cadeia eacutefator decisoacuterio para escolha do porto pelas companhias de navegaccedilatildeo (CADE 2013)

Para ANTAQ (2018a) os serviccedilos prestados por um porto satildeo classificados emtrecircs categorias serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios serviccedilos de movimentaccedilatildeode cargas e serviccedilos complementares aos armadores e aos donos de mercadorias

Serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios ndash a funccedilatildeo desses serviccedilos eacuteatender as necessidades dos armadores e seus navios Existe uma gama de presta-dores de serviccedilos administraccedilatildeo do porto instituiccedilotildees puacuteblicas e empresas privadasconforme Tabela 3

Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas ndash a funccedilatildeo diz respeito a manuseio decargas a bordo do navio com atividade de estiva (transbordo embarque descargapeaccedilatildeo despeaccedilatildeo conferencia) atividades de terra ou capatazia (transporte internoconferecircncia das mercadorias etc)

Comumente satildeo serviccedilos demandados pelos armadores e donos das mercado-rias providos pelo operador portuaacuterio e ou pela administraccedilatildeo do porto Os serviccedilosoferecidos pelos operadores portuaacuterios aos armadores que repassam esses custosaos donos das mercadorias (exportadores e importadores) em forma de taxa handling

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Tabela 3 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a)

SERVICcedilO PRESTADOR DE SERVICcedilO

Agenciamento de navio Agecircncia MariacutetimaAuxilio a navegaccedilatildeo e uso defaroacuteis

Marinha do Brasil

Inspeccedilatildeo sanitaacuterio nos na-vios

ANVISA ndash Agecircncia Nacionalde Vigilacircncia Sanitaacuteria

Controle de entrada e saiacutedade estrangeiros

Policia Federal

Inspeccedilatildeo Aduaneira RFB ndash Receita Federal doBrasil

Praticagem Associaccedilatildeo dos PraacuteticosRebocagem Empresa de rebocadores

portuaacuteriosVigias portuaacuterios Trabalhadores portuaacuteriosAtracaccedilatildeo Operador do terminal ou ad-

ministraccedilatildeo do porto

incluiacutedo nos custos do frete mariacutetimoServiccedilos complementares ndash serviccedilos especiacuteficos aos armadores preacute estiva-

gem conferecircncia de lacre transbordo movimentaccedilatildeo de contecircineres vazios rechegoou serviccedilos prestados aos donos de cargas ova e desova de contecircineres transportede contecirciner vazio pesagem etc

211 Tipos de portos

Nos primoacuterdios os portos eram apenas porta de acesso aos continentes oupaiacuteses separados pelos oceanos Para a concepccedilatildeo de um porto bastava estar pro-tegido dos ventos localizados em aacuteguas tranquilas protegido muitas vezes de baixaprofundidade localizados em margens de baia ou em foz de rios (Rodrigues 2007)

O porto dispunha de trapiches de madeiras ou de pedras solidificadas por ar-gamassa de oacuteleo de baleia A partir das deacutecadas de 1950 e 1960 evidencia-se umprocesso de evoluccedilatildeo Os portos tradicionais esboccedilam uma trajetoacuteria de melhora-mento transformam-se em centros de serviccedilos comerciais e industriais (Rodrigues2007)

A Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento - UNC-TAD em seu relatoacuterio classifica os portos em trecircs categorias de geraccedilotildees baseadasem trecircs criteacuterios ldquoPoliacutetica de desenvolvimento portuaacuterio estrateacutegia e atitude Exten-satildeo e alcance das atividades portuaacuterias Integraccedilatildeo das atividades e organizaccedilotildeesportuaacuteriasrdquo (UNCTAD 1992)

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Tabela 4 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003

1ordfGERACcedilAtildeO 2ordfGERACcedilAtildeO 3 ordfGERACcedilAtildeO

Antes dos Anos 1960 Apoacutes os anos 1960 Apoacutes os anos 1980

Atitude e Es-trateacutegia de De-senvolvimento

ConservadoraInterface dos modosde transporte

ExpansionistaCentro de Trans-porte Comercial eIndustrial

Transporte Inte-grado e PlataformaLogiacutestica para oComeacutercio Internaci-onal

Atividades Carga DescargaArmazenagem Ser-viccedilos de Navegaccedilatildeo

Atividades da 1 ordfaGeraccedilatildeo Transfor-maccedilatildeo da CargaServiccedilos Comer-ciais e Industriaisvinculados aosNavios

Atividades da 1 ordfe 2ordfgeraccedilatildeo Distribui-ccedilatildeo de Informaccedilotildeese Carga AtividadesLogiacutesticas

Caracteriacutesticasda Organiza-ccedilatildeo

Baixa relaccedilatildeo en-tre o Porto e seusUsuaacuterios

Relaccedilatildeo proacuteximaPorto e UsuaacuterioBaixa integraccedilatildeoentre atividades noPorto

Integraccedilatildeo comuni-dade portuaacuteriaIntegraccedilatildeo do PortoRede de Comeacutercioe Transporte

CaracteriacutesticasdaProduccedilatildeo deServiccedilo

Foco no Fluxo deCargasBaixo valor agre-gado

Fluxo de CargaServiccedilos IntegradosValor Agregado Meacute-dio

Fluxo e Distribuiccedilatildeode Carga e Informa-ccedilotildeesServiccedilos Muacuteltiplos

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Para UNCTAD (1992) conforme ilustrado na Tabela 4 na 1ordfgeraccedilatildeo observa-seportos isolados das atividades de transporte e comeacutercio Nesse estaacutegio havia poucaatenccedilatildeo agraves necessidades dos usuaacuterios do porto e a promoccedilatildeo do marketing portuaacuterioraramente era considerada O porto possuiacutea seus proacuteprios sistemas de informaccedilatildeoestatiacutestica e documental sem compatibilidade com sistemas dos usuaacuterios do porto

Observa-se tambeacutem um porto independente e com uma forte atuaccedilatildeo de po-der em relaccedilatildeo agraves outras atividades econocircmicas A relaccedilatildeo do porto com o municiacutepioeacute praticamente nula e o niacutevel de cooperaccedilatildeo eacute inexistente tendo como consequecircnciaplanos de desenvolvimentos separados

As atividades portuaacuterias e as empresas portuaacuterias eram isoladas uma dasoutras tomando decisotildees independentes A movimentaccedilatildeo era lenta produtividadebaixa e as atividades com os usuaacuterios eram isoladas e natildeo com o porto como todo

Na 2 ordfgeraccedilatildeo segundo UNCTAD (1992) os usuaacuterios governos autoridadesportuaacuterias e prestadores de serviccedilos portuaacuterios jaacute tinham uma compreensatildeo maisampla das funccedilotildees dos portos mariacutetimos

Nessa geraccedilatildeo o porto comeccedila a ofertar aos usuaacuterios atividades aleacutem de cargae descarga que ateacute entatildeo estavam condicionados a atividades tradicional do portoInicia-se um processo de implantaccedilatildeo de gestatildeo e poliacuteticas portuaacuterias

Dentro das atividades portuaacuterias satildeo ofertados outros tipos de serviccedilos mais re-levantes embalagens de cargas separaccedilatildeo serviccedilos industriais como transformaccedilatildeode cargas etc O porto se desenvolve e expande sua atuaccedilatildeo com aacutereas de influecircnciacomo por exemplo induacutestrias de ferro e accedilo metalurgia pesada refinarias atividadesagroindustriais etc

Os portos de 2 ordfgeraccedilatildeo deixam de ser apenas centros de transporte passandoa ser tambeacutem industriais e centros comerciais Surgiram por volta dos anos sessentacom um aumento na quantidade de mateacuterias-primas importadas em paiacuteses industria-lizados Estes portos satildeo comumente usados como porto induacutestria (UNCTAD 1992)

Na 3 ordfgeraccedilatildeo um fato marcante que impulsionou essa geraccedilatildeo foi o conteine-rizaccedilatildeo das cargas a multimodalidade e o aumento de demanda do comeacutercio interna-cional

Nota-se uma perspectiva desenvolvimentista do porto pelos gestores e opera-dores portuaacuterios O porto eacute considerado um noacute na complexa rede internacional deproduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Esse pensamento permite uma proposta de gestatildeo voltadaas necessidades do comeacutercio global

Diferentemente do passado ressalta UNCTAD (1992) quando os portos acre-ditavam que as cargas viriam com os navios a partir da deacutecada 1980 os esforccedilos satildeovoltados para ganhar e manter as cargas no porto Esses esforccedilos satildeo direcionadospara promoccedilatildeo de atividades de comeacutercio e transporte com vistas agrave geraccedilatildeo de recei-tas e agregaccedilatildeo de valor Desde entatildeo os portos vecircm se transformando em centros

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de transportes integrados e plataformas logiacutesticas para o comeacutercio globalAs atividades e serviccedilos nesses portos de terceira geraccedilatildeo satildeo especializadas

variaacuteveis e integradas Satildeo subdivididos em quatro categorias diferentes serviccedilosportuaacuterios tradicionais serviccedilos industriais e ambientais serviccedilos comerciais e admi-nistrativos e serviccedilos de logiacutestica e distribuiccedilatildeo (UNCTAD 1992)

212 Terminais portuaacuterios

A relevacircncia dos terminais portuaacuterios na cadeia logiacutestica mundial reside nofato de que o transporte mariacutetimo eacute o modo de transporte que movimenta a maiorquantidade de cargas Sendo assim os portos atuam como grandes concentradoresde cargas e essenciais para ganhos de economias de escala tatildeo importantes para asatividades comerciais e industriais (UNCTAD 1992)

Os terminais portuaacuterios satildeo estrateacutegicos para a cadeia de transporte mundiale nas operaccedilotildees portuaacuterias haja vista que as principais atividades portuaacuterias satildeo exe-cutadas pelos terminais portuaacuterios e contribuem para os fatores de produccedilatildeo quantoao fluxo de materiais primas insumos maquinaacuterios e produtos acabados

Os terminais podem ser definidos como elos de uma cadeia de transportesonde ocorrem entrada e saiacuteda de cargas e veiacuteculos neste sistema Nesse ambientesatildeo executados transbordo de cargas entre modos de transporte (Souza et al 2018)

O conceito de terminal mariacutetimo para Magalhatildees (2016) refere-se a instala-ccedilotildees voltadas ao atendimento especializado de navios e cargas podendo ser instala-ccedilotildees isoladas ou parte de um porto comercial Na perspectiva contemporacircnea portocomercial concentra diversos terminais especializados para atender vaacuterios fluxos decargas e de passageiros

Para Dubke (2006) terminais especializados satildeo unidades logiacutesticas capazesde realizar serviccedilos de agregar valor de menor ou maior grau em instalaccedilotildees portuaacute-rias Os terminais especializados efetuam serviccedilos de centralizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo decargas utilizando um ou mais modalidades de transportes conforme demonstrado emFigura 13

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Figura 13 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016)

Como se observa na Figura 13 cada terminal portuaacuterio deve possuir instala-ccedilotildees adequadas agraves operaccedilotildees de embarque e descarga especializadas considerandotipos de navios e tipos de cargas Os terminais se tornam especializados e deman-daratildeo estruturas especificas de atracaccedilatildeo transferecircncia de cargas de estocagemde distribuiccedilatildeo e de recepccedilatildeo ou entrega aos demais modos de transportes (Patriacutecio2015 Magalhatildees 2016)

213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro

A logiacutestica portuaacuteria tecircm papel fundamental na ordem econocircmica brasileirasobretudo nas operaccedilotildees de comeacutercio exterior Conforme Rodrigues (2007) em seusestudos ldquoOs portos satildeo estrateacutegicos para o exerciacutecio da soberania nacional servindocomo locais de aplicaccedilatildeo da politica tributaacuteria governamental para viabilizar o modeloeconocircmico adotado pelo paiacutesrdquo (p 165)

No Brasil cerca de 97 do fluxo de mercadoria do comercio exterior satildeo porvias mariacutetimas evidenciando assim o papel dos portos na economia nacional cabe aSecretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica - SEPPR nas atribuiccedilotildees inerentesa sua esfera de competecircncia o planejamento estrateacutegico portuaacuterio e a formulaccedilatildeo depoliacuteticas com vista ao desenvolvimento da infraestrutura portuaacuteria Por sua vez a SEPestaacute vinculada ao Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil (MTPAC 2018b)

Segundo a Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterio ndash ANTAQ no Brasil

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existem 235 instalaccedilotildees portuaacuterias puacuteblicas e privadas tanto mariacutetima como fluvial(ANTAQ 2018a)

De acordo com MTPAC (2018b) existem 37 portos puacuteblicos organizados noBrasil Nessa categoria estatildeo os principais portos nacionais Dezenove satildeo adminis-trados pela UniatildeoCompanhias Docas (Tabela 5) incluiacutedo o Porto de Santos o maisimportante porto do sistema portuaacuterio brasileiro e dezoito foram delegados a municiacute-pios estados e consoacutercios (Tabela 6)

Tabela 5 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria

Porto de MANAUS AM CODOMARPorto de LAGUNA SC CODESPPorto de SANTOS SP CODESPPorto de ANGRA DOS REIS RJ CDRJPorto de ITAGUAIacute RJ CDRJPorto do RIO DE JANEIRO RJ CDRJPorto de NITEROacuteI RJ CDRJPorto de VITOacuteRIA ES CODESAPorto de BARRA DO RIACHO ES CODESAPorto de ILHEacuteUS BA CODEBAPorto de ARATU BA CODEBAPorto de SALVADOR BA CODEBAPorto de MACEIOacute AL CODERNPorto de NATAL RN CODERNPorto de AREIA BRANCA RN CODERNPorto de FORTALEZA CE CDCPorto de VILA DO CONDE PA CDPPorto de BELEacuteM PA CDPPorto de SANTAREacuteM PA CDP

Para a SEP os portos fluviais satildeo definidos como Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pe-queno Porte ndash IP4 voltados para favorecer a movimentaccedilatildeo de cargas e passageirosem aacutereas distantes Sob a competecircncia do Departamento Nacional de Infraestruturade Transportes ndash DNIT estatildeo 122 instalaccedilotildees IP4 (MTPAC 2018a)

A existecircncia de 39 portos puacuteblicos fluviais sob a competecircncia SEP emborasejam portos fluviais estatildeo excluiacutedos da categoria IP4 (Tabela 7)

O complexo portuaacuterio brasileiro eacute estrateacutegico para o Brasil pelo fato de seruma das principais infraestruturas de apoio ao comeacutercio exterior Cerca de 90 detoda carga comercializada no mercado internacional passam pelos portos brasileiros

A movimentaccedilatildeo dos portos em 2017 atingiu 1087 bilhatildeo t com 61812 atra-caccedilotildees de navios no mesmo periacuteodo Quando analisado o perfil de cargas movimen-tadas em 2017 as estatiacutesticas apontam os graneis soacutelidos como a principal carga com

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Tabela 6 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte MT-PAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria Tipo

Porto de SUAPE PE SDEC-PE MariacutetimoPorto de IMBITUBA SC SCPAR MariacutetimoPorto de SAtildeO FRANC SUL SC APSFS MariacutetimoPorto de ITAQUI MA EMAP MariacutetimoPorto de CABEDELO PB DOCAS-PB MariacutetimoPorto do RECIFE PE PORTO DO RECIFE SA MariacutetimoPorto de SAtildeO SEBASTIAtildeO SP DERSA MariacutetimoPorto de ANTONINA PR APPA MariacutetimoPorto de PARANAGUAacute PR APPA MariacutetimoPorto de PELOTAS RS SPH MariacutetimoPorto de PORTO ALEGRE RS SPH MariacutetimoPorto de ESTRELA RS SPH FluvialPorto de CACHOEIRA DO SUL RS SPH FluvialPorto de RIO GRANDE RS SUPRG MariacutetimoPorto de PORTO VELHO RO SOPH-RO FluvialPorto de ITAJAIacute SC ADHOC MariacutetimoPorto de MACAPAacute AP CDSA MariacutetimoPorto do FORNO RJ COMAP Mariacutetimo

64 seguida de graneis liacutequidos 212 contecirciner 99 e carga geral 5 (MTPAC2018b ANTAQ 2018b) Na Figura 14 pode ser observada a evoluccedilatildeo no movimentototal dos portos brasileiros a partir de 2010

Figura 14 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte ANTAQ(2018a)

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Tabela 7 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado

Cruzeiro do Sul ACPorto Acre AC

Porto Walter ACIbotirama BACorumbaacute MS

Ladaacuterio MSMundo Novo MS

Caacuteceres MTAlmeirim PAAltamira PAGurupaacute PAItaituba PA

Juruti PAMonte Alegre PA

Oacutebidos PAOriximinaacute PA

Porto de Moz PAPrainha PA

Senador Joseacute Porfiacuterio PAVitoacuteria de Xingu PASanta Terezinha PR

Terra Roxa PRPorto velho RO

Estrela RSCachoeira do Sul RS

Charqueadas RSJaguaratildeo RS

Santa Vitoacuteria do Palmar RSAnhembi SP

Jauacute SPPanorama SP

Pederneiras SPTerminal Floresta SP

Terminal Satildeo Miguel SPTerminal Fazenda Satildeo Joaquim SP

Eclusa Tiete Montante SPUsina Diamante SPUsina Pioneiros SP

Satildeo Pedro SP

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Em 2018 houve um crescimento de 849 do volume movimentado em 2018em relaccedilatildeo ao ano anterior Se comparado o ano de 2017 e 2010 o fluxo de cargasnos portos brasileiros aumentaram 295 Neste mesmo periacuteodo observou-se umcrescimento continuo com exceccedilatildeo ao ano de 2016 que registrou uma queda de 05em relaccedilatildeo ao ano de 2015

No quesito natureza da carga a Figura 15 destaca a participaccedilatildeo do grupo decarga na seacuterie histoacuterica

Figura 15 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

No ano de 2017 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 os graneis soacutelidos cresceram1041 graneis liacutequidos 378 contecirciner 317 e carga solta 776 conforme ilus-trado na Figura 15 Embora o ano de 2016 tenha apresentado uma ligeira queda de05 em relaccedilatildeo ao ano anterior a carga geral apontou um crescimento de 53

214 Porto de SantosSP

Localizado no litoral do Estado de Satildeo Paulo o Porto de Santos eacute puacuteblico eadministrado pela Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo - CODESP Conside-rado o mais importante porto nacional tem aproximadamente 15 km de extensatildeo 55terminais mariacutetimos e retro portuaacuterios e 65 berccedilos de atracaccedilatildeo

O complexo portuaacuterio santista em 2017 contabilizou 5597 atracaccedilotildees de na-vios movimentando 125 milhotildees t ANTAQ (2018b) No ranking da movimentaccedilatildeonacional o Porto de Santos ocupou o terceiro lugar ficando atraacutes de Terminal pontada Madeira e Terminal Tubaratildeo que operam mineacuterio de ferro (ANTAQ 2018b)

35

Um dos principais fatores para atraccedilatildeo de cargas no Porto de Santos eacute a suaacessibilidade e zona de influecircncia Conectado com as principais rodovias de acessodo paiacutes o porto santista tem como aacuterea de influecircncia primaacuteria os estados de SatildeoPaulo Minas Gerais Mato Grosso Mato Grosso do Sul Goiaacutes e o Distrito Federalque juntos representam 67 do PIB

Aleacutem disso o porto tem acesso agrave hidrovia Tiete-Paranaacute principal hidrovia deescoamento de gratildeos e importantes linhas feacuterreas que facilitam a movimentaccedilatildeo dasmercadorias em grande escala em especial as commodities agriacutecolas (Souza et al2017)

Ainda que a zona de influecircncia e a acessibilidade seja determinante para oporto santista devido agrave sua topografia torna-se impossivel sua expansatildeo

Para melhor entendimento a Figura 16 ilustra o histoacuterico de movimentaccedilatildeo decargas no Porto de Santos no periacuteodo de 2010 a 2017 conforme dados da (ANTAQ2018b)

Figura 16 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b)

Conforme destacado na Figura 16 a somatoacuteria da movimentaccedilatildeo geral do portocresceu 85 em 2017 o complexo portuaacuterio de Santos apontou uma alta de 135no mesmo periacuteodo em relaccedilatildeo a 2016

Comparando com a movimentaccedilatildeo dos portos o Porto de Santos apresentaoscilaccedilotildees do volume movimentado Em 2011 foi registrado uma queda de 4 emrelaccedilatildeo a 2010 no ano de 2014 uma reduccedilatildeo de 29 comparado com 2013 e final-mente em 2016 o fluxo movimentado diminui 47 em relaccedilatildeo ao ano anterior

Referente agrave natureza da carga movimentada no Porto de Santos o granel soacutelidotambeacutem aparece como a principal carga movimentada em todos os anos observado

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na Figura 17

Figura 17 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

Em meacutedia o granel soacutelido representou 49 da movimentaccedilatildeo do Porto de San-tos comparando o periacuteodo 2010 a 2017 (Figura 17) O contecirciner aparece em segundolugar no mesmo periacuteodo com uma meacutedia de 33 Em 2017 o granel soacutelido regis-trou 506 seguido pelo contecirciner 333 granel liquido 12 e carga geral 38 Ofluxo de cargas movimentadas no complexo santista em 2017 representou aproxima-damente 12 do movimento dos portos brasileiros

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3 Metodologia

Para a execuccedilatildeo deste estudo foram realizadas pesquisas quantitativas de ca-raacuteter exploratoacuteria descritiva e bibliograacutefica

O meacutetodo de pesquisa bibliograacutefica propotildee uma anaacutelise de estudo sobre diver-sos posicionamentos acerca de trabalhos jaacute desenvolvidos (Gil 2010)

Para revisatildeo sistemaacutetica de literatura utilizaram-se as principais bases de con-sultas tais como ScienceDirect Scopus IEEE Scielo Google Acadecircmico Portal dePerioacutedicos da CAPES teses e dissertaccedilotildees livros impressos e eletrocircnicos alinhadosao tema

A pesquisa descritiva segundo Cervo et al (2007) busca descobrir de formaprecisa a frequecircncia com que um fenocircmeno ocorre e sua relaccedilatildeo com outros A coletade dados eacute uma das principais caracteriacutesticas da pesquisa descritiva pois observaregistra e analisa fatos e fenocircmenos Os dados quantitativos coletados para estetrabalho foram extraiacutedos dos principais portais do Governo Federal observando asseacuteries temporais

Para desenvolvimento do presente estudo foram realizados quatro artigos ci-entiacuteficos a fim de atender ao regulamento do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enge-nharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista ndash UNIP que eacute estruturado no formatode Dissertaccedilatildeo por artigo Dessa maneira os artigos satildeo apresentados no capiacutetuloquatro no formato original conforme a publicaccedilatildeo agrave qual foi submetido e aprovado

Na Tabela 8 a ordem de apresentaccedilatildeo dos artigos natildeo segue a ordem depublicaccedilatildeo dos mesmos No entanto para facilitar a compreensatildeo da dissertaccedilatildeoos artigos estatildeo apresentados por sequecircncia loacutegica de entendimento da pesquisaconforme os apontamentos de cada artigo a seguir

Artigo I - Este artigo teve como objetivo analisar a produccedilatildeo do milho brasileiroe o papel das regiotildees produtoras Os resultados indicaram um crescimento de mais de245 na produccedilatildeo nacional entre os anos de 1976 e 2016 Referente agrave produtividadeo estudo identificou um incremento de 250 nos mesmos periacuteodos Quanto as aacutereasde cultivo houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 nos uacuteltimos 40 anos (19762016)Quanto as regiotildees produtoras houve um deslocamento da regiatildeo Sul e Sudeste sen-tido Norte Nordeste e Centro-Oeste do paiacutes a partir deacutecada de 1980 Entre as novasregiotildees de cultivo o Centro-Oeste apresentou o maior ganho de produccedilatildeo com 520de aumento sendo a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo O es-tudo tambeacutem identificou os cinco principais estados produtores Paranaacute Mato GrossoMinas Gerais Bahia e Paraacute No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grossoassumiu a lideranccedila como maior produtor de milho Se comparado os principais esta-

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Tabela 8 Artigos publicados do autor

ORDEM PUBLICACcedilAtildeO TEMA IDIOMA

Artigo I South American Development SocietyJournal

Estudo da pro-duccedilatildeo do milhono Brasil re-giotildees produtorasexportaccedilatildeo eperspectivas

Portuguecircs

Artigo II APMS -International ConferenceAdvances in ProductionManagement Systems - Hamburgo ndashAlemanha 2017

Brazilian Corn Ex-ports An Analysisof Cargo Flow

Inglecircs

Artigo III International Journal of Shipping andTransport Logistics

Forecasting CornStorage Capacityin Santos PortTerminal in Brazil

Inglecircs

Artigo IV International Conference on NetworkEnterprises amp Logistics Management ndashSatildeo Paulo ndash Brazil 2018

Simulaccedilatildeo de ope-raccedilotildees de gratildeos emum terminal portuaacute-rio

Portuguecircs

dos produtores o Paranaacute teve uma expansatildeo de 213 ao longo do periacuteodo estudado(19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um crescimento exponencial 14366 nomesmo periacuteodo

Artigo II ndash Nesse artigo identificou-se o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasi-leiro principal porto de escoamento e principais mercados compradores O resultadosapontaram os portos de Santos e Paranaguaacute como os principais escoadores do mi-lho para o mercado internacional Ambos movimentaram entre os anos 2012 e 2016cerca de 665 milhotildees t do gratildeo oriundo dos estados Mato Grosso Mato Grosso doSul Goiaacutes Paranaacute Minas Gerais Satildeo Paulo e Rio Grande do Sul O Porto de San-tos eacute a principal porta de saiacuteda do cereal e foi responsaacutevel por 8148 do volumeenquanto o Porto de Paranaguaacute 1852 no periacuteodo observado No ano de 2016 oPorto de Santos escoou 21 milhotildees t do gratildeo e os principais estados exportadoresvia Santos foram Mato Grosso (7498) seguidos por Goiaacutes (1282) Mato Grossodo Sul (609) Satildeo Paulo (428) Paranaacute (118) e Minas Gerais (066) 6085do milho escoado por Santos teve como destino o continente asiaacutetico e 2903 oMeacutedio Oriente O Porto de Paranaguaacute em 2016 exportou 24 milhotildees t Referenteaos estados que exportaram por Paranaguaacute o estado do Paranaacute liderou as exporta-ccedilotildees (4570) seguido por Mato Grosso do Sul (3657) Mato Grosso (1307) Oestudo apresenta como destaque Vietnatilde (2429) e Japatildeo (1871) entre os 16 prin-cipais importadores do gratildeo O restante representaram 570 das importaccedilotildees Em

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relaccedilatildeo aos continentes os mais importantes foram a Aacutesia (6562) seguida Europa(1175) Oriente Meacutedio (1173) Aacutefrica (945) e Ameacuterica (144)

Artigo III - O estudo buscou avaliar se a capacidade estaacutetica eacute compatiacutevel comas crescente demandas de exportaccedilatildeo do milho no Porto de Santos por meio deum terminal portuaacuterio aqui denominado Terminal A Para tanto elaborou-se um es-tudo de previsatildeo de demanda comparativa das exportaccedilotildees do milho Brasil e Portode Santos visando um horizonte dos proacuteximos cinco anos (20172021) Em vistadisso houve uma discussatildeo sobre eventuais gargalos logiacutesticos no terminal portuaacuteriosantista Apoacutes aplicaccedilatildeo de meacutetodos de previsatildeo que o Terminal A responsaacutevel por37 do milho exportado pelo porto santista experimentaraacute significativo aumento dedemanda O estudo identificou acreacutescimo meacutedio de 40 nas operaccedilotildees do terminalquanto ao gratildeo de milho para os proacuteximos cinco anos Baseado em anaacutelises pre-ditivas foi possiacutevel identificar gargalos logiacutesticos caso as previsotildees de demanda seconfirmem O maior gargalo observado reside na estocagem do cereal para posteriorembarque As previsotildees puderam mensurar a capacidade estaacutetica de armazenagemdeficitaacuteria em relaccedilatildeo agraves previsotildees a partir do primeiro ano O estudo aponta 39 dedeacuteficit no primeiro ano (2017) seguido para os proacuteximos anos com 57 75 94 e115 (2018201920202021)

Artigo IV ndash O presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimentoe armazenamento de gratildeos de milho no Terminal A com vistas a testar qual o modaleacute mais eficiente considerado dois processos distintos rodovia e ferrovia A Para issooptou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENA copyRockwell Software Inc 110versatildeo acadecircmica Como resultado dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute aoperaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Emque pese na operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34moega 1 e 68 moega 2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel agargalos O estudo identificou na operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos re-cursos de 67 no gate e 47 nos tombadores Dessa maneira pode-se concluir queapesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do terminal se as perspectivasde aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o Terminal A estaraacutediante de um iminente gargalo operacional Os resultados indicam a necessidade deinvestimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o aumentocrescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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4 Artigos

41 1ordm Artigo

Artigo aceito para publicaccedilatildeo no South American Development Society Journal(Figura 18) Submetido em 07062018 e publicado em 24082018

Figura 18 Revista SADSJ

pag 182

South American Development Society Journal

Vol 04 | Nordm 11 | Ano 2018 | ISSN 2446-5763 | DOI 1024325issn2446-5763v4i11p182-194

Data de Submissatildeo 07062018 | Data de Publicaccedilatildeo 24082018

ESTUDO DA PRODUCcedilAtildeO DO MILHO NO BRASIL REGIOtildeES PRODUTORAS

EXPORTACcedilAtildeO E PERSPECTIVAS

STUDY OF CORN PRODUCTION IN BRAZIL PRODUCTION REGIONS EXPORTATION

AND OUTLOOK

Aguinaldo Eduardo de Souza - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

souzaeduaguinaldogmailcom

Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

betomendesresusmsmcom

Julio Cezar Raymundo - Universidade Paulista - UNIP PPGEP

juliocesarunipbr

Roberta Sobral Pinto - Universidade de Franca ndash UNIFRAN

robertasobralpintogmailcom

Resumo

O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia nacional e de vital

importacircncia para a balanccedila comercial brasileira O milho eacute o segundo gratildeo mais cultivado e

exportado perdendo apenas para a soja Aleacutem disso o cereal eacute o principal componente

para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal voltado para um dos principais segmentos do comeacutercio

exterior do Brasil a cadeia produtiva de carne animal Sendo assim o objetivo deste artigo eacute

investigar a produccedilatildeo nacional do milho bem como principais regiotildees e estados produtores

produtividade e aacutereas de plantio Para tanto foram coletados dados na Companhia Nacional

de Abastecimento (CONAB) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Os

resultados mostram as duas principais regiotildees produtoras Sul e Centro-Oeste e que a 2ordf

safra chamada de safrinha eacute a responsaacutevel pelo incremento da produccedilatildeo nacional do gratildeo

em especial o estado do Mato Grosso destaque como maior produtor nas uacuteltimas safras

41

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 183

Palavras-chave Agronegoacutecio Milho Produccedilatildeo Agriacutecola Exportaccedilatildeo

Abstract

Agribusiness is one of the main activities to the Brazilian economy and it has

vital importance for the trade balance Strictly speaking corn is one of the most

important product in Brazils agriculture where it is the second most cultivated and

exported grain losing only to soybeans In addition the cereal is the main component

to produce animal feedstuff focused on one of the main segments of Brazils foreign

trade the animal meat production chain Therefore the objective of this article is to

investigate the national production of corn as well as the main producing regions and

states productivity and planting areas For that data were collected from the National

Supply Company (CONAB) and the Brazilian Institute of Geography and Statistics

(IBGE) The results show the two main producing regions South and Center-West and

that the second crop called safrinha is responsible for increasing national grain

production especially the state of Mato Grosso which is the largest producer of the last

crops

Keywords Agribusiness Corn Agriculture Production Export

Introduccedilatildeo

O Agribusiness brasileiro eacute um dos principais setores da economia nacional e de

fundamental importacircncia para a balanccedila comercial brasileira segundo Souza et al

(2017) As exportaccedilotildees do agronegoacutecio brasileiro no ano de 2016 representaram US$

850 bilhotildees Seu principal mercados foi a Aacutesia com US$ 374 bilhotildees Os compradores

mais importantes foram a China com US$ 208 bilhotildees Uniatildeo Europeia (28 paiacuteses)

com US$ 167 bilhotildees seguida pelos EUA que importaram US$ 63 bilhotildees (DEAGRO

2016)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos USDA (2017) o milho eacute o gratildeo mais cultivado A produccedilatildeo mundial do gratildeo

atingiu 968 milhotildees (t) em 2016 No Brasil o cultivo do milho vem ganhando espaccedilo e

se apresenta como um dos principais segmentos econocircmicos do agronegoacutecio brasileiro

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Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 184

sendo o segundo gratildeo mais exportado Em 2016 os EUA lideraram o ranking mundial

dos principais produtores de milho com 345 milhotildees (t) seguido pela China com 224

milhotildees (t) e o Brasil com 67 milhotildees (t) (DEAGRO 2016) (USDA 2017)

O Brasil tem aproveitado o crescente aumento da demanda mundial pelo milho

visto que o maior produtor mundial os EUA tem destinado parte da sua colheita para

produccedilatildeo de etanol Outro fato que contribui para uma maior participaccedilatildeo do Brasil no

mercado internacional eacute implementaccedilatildeo de novas tecnologias no plantio expansatildeo de

aacutereas plantadas e o aumento da produtividade tem permitido ao Brasil maior

participaccedilatildeo no mercado internacional (CONAB 2017)

Diante deste contexto o presente estudo tem como objetivo invesrtigar a

evoluccedilatildeo da produccedilatildeo brasileira do milho no Brasil principais regiotildees e estados

produtores visando contribuir para para um melhor planejamento logistico de

exportaccedilatildeo tendo as projeccedilotildees de crescimento das exportaccedilotildees do gratildeo no mercado

internacional conforme projeccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura (MAPA 2016)

Para compreender o panorama da produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees

produtoras optou-se por uma pesquisa quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio Para tal

utilizou-se a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutetica (IBGE) e da

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) observando as seacuteries histoacutericas

A produccedilatildeo do milho no brasil

No Brasil o milho eacute cultivado em duas etapas 1ordm e 2ordf safra A regiatildeo Centro-Oeste eacute a

grande responsaacutevel pela produccedilatildeo da segunda safra

Tabela 1 ndash Calendaacuterio agriacutecola milho

Safras Plantio Colheita Produccedilatildeo Nacional

1ordf agosto a dezembro

marccedilo a junho 40

2ordf janeiro a marccedilo junho a setembro

60

43

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 185

Fonte (DEPEC 2017)

Observa-se na tabela 1 a importacircncia da segunda safra tambeacutem conhecida

como safrinha para o calendaacuterio nacional agriacutecola do milho Enquanto que a primeira

safra representa 40 da produccedilatildeo nacional segunda safra eacute responsaacutevel por 60 de

toda a produccedilatildeo brasileira

O fato do plantio da segunda safra ser efetuado logo apoacutes a colheita da soja e no

mesmo local tem permitido uma maior produtividade da safrinha do milho em virtude

do aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes no solo dessas aacutereas de plantio (REIS

et al 2016)

Segundo a CONAB (2017) atraveacutes do acompanhamento da seacuterie histoacuterica da

produccedilatildeo de gratildeos brasileiros iniciado na deacutecada de 70 registram um aumento de

mais de 245 na produccedilatildeo do milho nos uacuteltimos 39 anos Os estudos consideram as

safras de 197677 a 201516 (Fig 1)

Figura 1 - Evoluccedilatildeo produccedilatildeo x aacuterea plantada

Fonte CONAB (2017)

Observa-se na Figura 1 o primeiro registro de produccedilatildeo do gratildeo na safra

197677 com 19 milhotildees (t) produzidas Na safra de 198687 os dados apontam 26

milhotildees (t) Na deacutecada de 90 em especial a safra de 199697 o volume foi de 35

44

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 186

milhotildees (t) Jaacute a safra de 20062007 51 milhotildees (t) apontando um crescimento

exponencial na produccedilatildeo nacional do cereal

Em que pese uma significativa queda na produccedilatildeo da safra 201516 com 214

com 66 milhotildees (t) em comparaccedilatildeo com a safra de 201415 de 84 milhotildees (t) as

estimativas da CONAB indicam uma colheita recorde em torno de 91 milhotildees (t) para

safra 201617

Referente as aacutereas de plantio poucas foram as alteraccedilotildees Os estudos

evidenciaram que no ano de 1976 117 milhotildees hectares eram destinados a plantaccedilatildeo

da cultura do milho no Brasil Comparando com a safra de 201516 houve uma

expansatildeo de 3497 considerando uma aacuterea para cultivo de 159 milhotildees de hectares

Uma meacutedia de 132 milhotildees de hectares disponiacuteveis para o cultivo ao longo da seacuterie

histoacuterica de 40 anos

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias tem contribuido para significativos

patamares de produtividade no Brasil que comprovam que o setor vem se

profissionalizado (Figura 2) As novas tecnologias estatildeo associadas a cultivares de alto

potencial geneacutetico (hiacutebridos simples e triplos) e transgecircnicas espaccedilamento reduzido

associando agrave maior densidade de plantio melhoria na qualidade de sementes controle

quiacutemico de doenccedilas correccedilatildeo de solos (EMBRAPA 2017)

Figura 2 ndash Evoluccedilatildeo produccedilatildeo nacional x produtividade

Fonte CONAB (2017)

Como ilustra a Fig 2 em termos comparativos a safra de 201516 teve uma

produtividade de 4178 kgha cerca de 250 a mais que agrave safra de 197677 onde o

Brasil colheu 1632 kgha As duas safras de maior destaque ao longo da seacuterie histoacuterica

45

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 187

foram a de 201415 com 5396 kgha e de 201213 com 5149 kgha Na meacutedia da seacuterie

histoacuterica houve uma variaccedilatildeo de mais de 33 no aumento da produtividade ao logo

dos 39 anos (Fig 3)

Figura 3 ndash Produtividade nacional por hectare

Fonte CONAB (2017)

Para o IBGE (2017) que pesquisa o ano civil a projeccedilatildeo de colheita da

commodity do milho eacute de 96 milhotildees (t) para o ano de 2017 um crescimento de 52

em relaccedilatildeo a produccedilatildeo do ano 2016 que foi de 63 milhotildees (t) como pode ser

observado na Quadro1

Quadro 1 ndash Produccedilatildeo por regiotildees em milhotildees (t) Estimativas

Regiatildeo 1ordf Safra 2ordf Safra

2016 2017 Var 2016 2017 Var

Norte 946950 1049977 11 938343 1479632 58

Nordeste 2546636 4504929 77 577738 2034857 252

Sudeste 7803609 8545800 10 2263889 3604832 59

Sul 10650820 13866157 30

1049659

4

1382707

3 32

Centro-oeste 2432227 3027537 25

2498661

7

4501634

7 80

1ordf e 2ordf Safra

46

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 188

2016 2017 Var

Brasil 63643423 96957141 523

Fonte IBGE (2017)

Regiotildees produtoras

De acordo com a CONAB (2017) a produccedilatildeo nacional do milho estaacute nas

Regiotildees Sul Centro-Oeste e Sudeste Os cinco principais Estados produtores satildeo por

ordem de grandeza Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais Bahia e Paraacute

Ao longo das quatro deacutecadas a expansatildeo territorial agriacutecola no Brasil tem crescido

significativamente Ateacute as deacutecadas de 1980 e 1990 a produccedilatildeo agriacutecola nacional era

realizada especificamente na regiatildeo Sul do paiacutes

O aumento de demanda pelo gratildeo nacional e a disponibilidade de terras mais

baratas propiciaram o deslocamento da produccedilatildeo da regiatildeo Sul para o norte do Brasil

com destaque regiatildeo Centro-Oeste

Para Caldarelli e Bacchi (2012) outros fatores alavancaram a expansatildeo da

cultura do milho em terras brasileiras Maior rentabilidade do agricultor com a

valorizaccedilatildeo do gratildeo desregulamentaccedilatildeo da economia acordos internacionais com

reduccedilatildeo das tarifas de importaccedilatildeo impulsionaram a produccedilatildeo nacional de gratildeos

colocando o paiacutes a um patamar de maior competitividade

Desse modo pode-se observar uma nova configuraccedilatildeo na produccedilatildeo nacional

bem como nas regiotildees produtoras (Figura 4)

Para CONAB (2017) o aumento da produccedilatildeo estaacute diretamente relacionado a

dois fatores a utilizaccedilatildeo de novas aacutereas agricultaacuteveis em novas fronteiras agriacutecolas e a

implementaccedilatildeo de tecnologias voltadas a promover maior produtividade nas tradicionais

aacutereas de cultivo (Sul e Sudeste)

47

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 189

Figura 4 ndash Produccedilatildeo nacional do milho por regiatildeo

Fonte IBGE (2017)

Conforme ilustrado na Figura 4 a partir de meados da deacutecada de 1980

configura-se uma nova dinacircmica de produccedilatildeo do milho em regiotildees brasileiras

Dados analisados com base no periacuteodo das safras de 199091 a 201516

indicam a regiatildeo Centro-Oeste como maior produtora do gratildeo com crescimento de

520 Em segundo lugar a regiatildeo Norte com 215 de expansatildeo seguida pela Sul

Nordeste e Sudeste com 164 69 e 19 respectivamente

Apesar da regiatildeo Centro-Oeste tem apresentado o maior crescimento em termos

de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maior eficiecircncia em produtividade como

pode ser observado na Figura 5

Figura 5 ndash Produtividade do milho por regiatildeo

48

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 190

Fonte CONAB (2017)

Os estudos observados na Figura 5 indicam a regiatildeo Sul como a maior

produtividade do Brasil foram colhidos 6068 kgha na safra de 201516 Em segundo

lugar no ranking maior produtividade do cereal encontra-se a regiatildeo Sudeste com 4775

kgha seguida pelo Centro-Oeste com 3996 kgha Com exceccedilatildeo a safra de 201112

onde foram colhidos 4953 kgha a regiatildeo Sul se apresenta com o maior iacutendice de

produtividade entre as regiotildees considerando as safras de 200607 a 201516

Principais estados produtores

No que concerne aos principais estados produtores o Paranaacute aparece como o

maior produtor do gratildeo ateacute a safra de 201112 Entretanto a partir da safras seguintes

conforme seacuterie histoacuterica (Fig 6) o Mato Grosso assume o protagonismo no raking dos

maiores produtores do gratildeo com os volumes de 19 18 20 e 15 milhotildees (t) produzidas

nas uacuteltimas quatro safras O que permitiu o impulso da produccedilatildeo no Mato Grosso aleacutem

do aproveitamente das terras produtoras de soja (2ordf safra) a expansatildeo de terras

agricultaacuteveis

Ao longo do acompanhamento da serie historica eacute possivel notar que Paranaacute

dispunha de 2153 milha (197677) contra 2612 milha (201516) uma expansatildeo de

terras de 213 Jaacute o Mato Grosso teve uma expansatildeo de 14366 no mesmo

periacuteodo Suas primeiras terras disponiveis para a cultura do milho era de 542 milha

(197677) contra as atuais 3800 milha (201516)

Figura 6 ndash Principais estados produtores

49

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 191

Fonte CONAB (2017)

Os estudos tambeacutem evidenciaram queda na produtividade dos dois principais

estados produtores considerando a safra de 201516 em relaccedilatildeo a 201415 O Paranaacute

registrou uma queda de 141 contra 339 de estado do Mato Grosso Contudo ao

longo da seacuterie histoacuterica o estado do Paranaacute deteacutem a maior participaccedilatildeo de

produtividade entre os estados produtores

Exportaccedilatildeo

O milho eacute o principal macro ingrediente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal A

suinocultura e a avicultura de corte satildeo os grandes propulsores do consumo nacional

do milho Para Reis et al (2016) o cultivo do milho tem como destino atender a

demanda interna voltada a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal Aleacutem do que o gratildeo supri

tambeacutem a induacutestria alimentiacutecia para consumo humano e outros produtos em gerais O

excedente da produccedilatildeo eacute absorvido pelo mercado internacional

Ainda que os aumentos da produtividade do gratildeo seja expressivo o Brasil natildeo eacute

um exportador tradicional do gratildeo Desse modo a produccedilatildeo brasileira segue a

tendecircncia determinada pelas demandas do mercado domeacutestico apresentando pouca

interaccedilatildeo com o mercado internacional (CALDARELLI e BACCHI 2012)

Dados coletados no portal da Aliceweb apontam que natildeo obstante a queda de

244 nas exportaccedilotildees em relaccedilatildeo ao ano anterior no ano de 2016 o Brasil exportou

21 milhotildees (t) de milho (MDIC 2017)

Figura 7 ndash Dez principais mercados do milho brasileiro

50

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 192

Fonte Trade Map - Trade statistics for international business development (2017)

A Figura 7 ilustra os cinco principais destinos do cereal no ano de 2016 Entre os

principais compradores estatildeo o Iratilde na lideranccedila do ranking com 21 das exportaccedilotildees

Em segundo lugar aparece o Vietnatilde com 13 seguido por Japatildeo Malaacutesia e Coreacuteia do

Sul com 12 7 e 6 respectivamente

Conclusotildees e Perspectivas

Visando descrever o panorama do plantio do milho brasileiro o presente estudo

conclui que de acordo com a seacuterie histoacuterica de 197677 a 201516 a produccedilatildeo nacional

do gratildeo cresceu 2455 Observou-se um incremento de 250 na produtividade no

mesmo periacuteodo tendo uma variaccedilatildeo de aproximadamente de 33 na meacutedia da seacuterie

histoacuterica comparado entre as deacutecadas de colheita Referente as aacutereas de cultivo

houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 saltando de 117 para 159 milhotildees de

hectares de aacutereas destinadas ao cultivo do cereal Aleacutem disso a partir de meado da

deacutecada de 1980 o cultivo do milho se deslocou da regiatildeo Sul e Sudeste para as

regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste Das principais novas fronteiras produtoras do

milho o destaque ficou para a regiatildeo Centro-Oeste com ganhos de produccedilatildeo de 520

Evidentemente a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo No ranking

dos cinco principais estados produtores estatildeo o Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais

Bahia e Paraacute O Paranaacute ateacute a safra de 201112 manteve a lideranccedila absoluta do maior

51

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 193

produtor nacional do gratildeo No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grosso

assumiu a lideranccedila O crescimento das aacutereas disponiveis para plantio justificam a

produccedilatildeo dos dois principais estados produtores O Paranaacute teve uma expansatildeo de

213 ao longo do periodo estudado (19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um

crescimento exponencial 14366 no mesmo periacuteodo Por uacuteltimo o crescimento da

produccedilatildeo da proteina animal e o aumento da demanda mundial pelo milho que nortearaacute

a cadeia produtiva nacional do milho Deste modo os proacuteximos estudos poderatildeo se

concentrar na melhora logiacutestica das principais regiotildees produtoras

Referecircncias Biliograacuteficas

CALDARELLI C E BACCHI M R P Fatores de influecircncia no preccedilo do milho no

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CONAB Seacuteries Histoacutericas de Aacuterea Plantada Produtividade e Produccedilatildeo Relativas agraves

Safras 197677 a 201516 de Gratildeos 2001 a 2016 de Cafeacute 200506 a 201617 de

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52

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

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53

54

42 2ordm Artigo

Artigo aprovado no IFIP Advances in Information and Communication Techno-logy 2017 (Figura 19) Apresentado em Hamburgo (Alemanha) em setembro de 2017

Figura 19 APMS 2017 Hamburg

Brazilian Corn Exports An Analysis of Cargo Flowin Santos and Paranagua Port

Aguinaldo Eduardo de Souza lowast12 Joao Gilberto Mendes dos Reis 13 EmersonRodolfo Abraham 14 and Sivanilza Teixeira Machado 5

1 Paulista University - UNIP PPGEP Sao Paulo Brazil2 UNIBR Sao Vicente Brazil

3 UFGD PPGA Dourados Brazil4 Metodista University Sao Bernardo do Campo Brazil

5 Federal Institute of Sao Paulo Suzano BrazillowastCorresponding author souzaeduaguinaldogmailcom

Abstract The worldrsquos population is projected to increase to 9 billion till2050 increasing feed demand Corn is one of the most important grains infood supply chains (FSC) and growers have an essential role This articleaims to investigate the flow of Brazilian corn among origin main portsand international markets to address a panorama of corn production inBrazil With this objective we collected data from the Brazilian Ministryof Industry and Foreign Trade and we analyzed this data using SocialNetwork Analysis (SNA) tools The results showed that corn exports inBrazil use two main ports with Santos being the most important one

Keywords Logistics middot Corn production middot Exports middot International market

1 Introduction

It is forecasted that the world trade of corn will reach newer heights boostedby a stronger demand for feed Currently the United States and China are themain growers but Brazil has been considered a new frontier and occupies thethird place [1] Despite the important role of China in production over the lastfive years around 83 of export was associated with the US Brazil Argentinaand Ukraine This distinctly indicates a huge internal market in China and thepotential business opportunities for producers in the US and Brazil

The United Nations expects the world population to increase to 9725 bil-lion by 2050 [2] this implies a challenge for the global leaders to raise foodproduction and at the same time to preserve the environment and local marketproduction In this manner Brazil appears to be a major player in commodityproduction to feed the world In case of corn for instance projections show anincrease in Brazilian exports of 524 until 2026 In numbers the country isexpected to reach 463 million metric tonnes (mt) per year [3]

Although Brazil has high productivity and a high quantity of available landthe flow of commodities export depends on few routes and ports that entail

55

2 Souza et al

logistics bottlenecks For example Reis et al [2] argue that poor logistics ofBrazilian infrastructure increases the inland freight of soybean in comparisonwith the US by 146 Moreover Galvao et al [4] [5] showed that Brazilianports cargo flow grew significantly around 42 from 2001 to 2011 reaching886 million (mt) in 2011 this was mainly solid bulk cargo

Regarding Brazilian ports Santos (Sao Paulo) and Paranagua (Parana) arethe major corn exporters with 665 million (mt) between 2012 and 2016 Thecorn flow concentration creates logistics bottlenecks such as extensive trucklines to unload cargo and low static storage capacity Rodrigues [6] affirms thatlogistics management adopts a systematic cost approach based on parameterssuch as cost time and service quality level Therefore analyzing the flow ofcorn production is very important for developing a plan to improve the logisticsinfrastructure of major corridors

This article aims to analyze the Brazilian corn routes and exports for un-derstanding the current scenario and for providing knowledge to develop fu-ture plans for improving logistics operation Thus we address the flows of cornamong the six main growers of the country to two main ports of Brazil and tothe international market

2 Brazilian Ports

Brazil has a continental dimension with an extensive coastline for this reasonsea shipping is relevant to the social and economic development of the coun-try [4] Brazilian port sector is divided into two categories first the port sectorthat is composed of 37 seaports managed by the federal government the sec-ond category that is composed of 122 inland port facilities management by theMinistry of Transport [7]

The cargo flow in Brazilrsquos seaports in 2016 was 998068 million (mt) wherethe main international traffic was dry bulk of upto 628700 million (mt) liquidbulk of upto 218000 with million (mt) general cargo of upto 51300 million(t) and containers of upto 100100 million (mt) [9]

21 Santos Port

Santos is Brazilrsquos larger port In 2006 it represented around 285 of the bal-ance of trade of the country Its operations reached 1138 million (mt) [10] TheFig 1 shows the numbers of Santos Port (Price FOB in US billion dollars)

The illustrative evidence in Fig 2 suggests the great relevance of SantosPort among the 37 Brazilian ports Nowadays it is the main port of the countrywith 4520 ships being docked in 2016 Furthermore this port is considered asbeing one of the biggest ports in Latin America in terms of container flow in2015 [11]

Accessibility is the main factor that attracts cargo to the Santos Port Theport has a link with the main roadways Moreover it is connected to Tiete-Parana inland waterways by railway that facilitates a large-scale movement ofcommodities

56

Brazilian Corn Exports 3

Fig 1 Participation of Santos Port in Brazilian Balance of Trade (SourceAdapted of [10])

In addition the areas dependent on Santos Port represents 67 of Brazil-ian GDP including states such as Sao Paulo Minas Gerais Mato Grosso MatoGrosso do Sul and Goias e o Distrito Federal These states are responsible for56 of Brazilian balance of trade [10]

22 Paranagua Port

According to the Administration of Paranagua Port and Antonina - APPA [12]the Paranagua Port has 3581 meters of wharfs and 23 berths It is among thefive main Brazilian ports in relation to the flow of goods The port in 2016moved 45045 million (mt) and it has the capacity to receive 1909 vessels Thethree main cargo were as follows containers (8231 million (mt)) fertilizers(8227 million (mt)) and soybean (7950 million (mt)) [9]

Additionally the Paranagua portrsquos balance of trade was around 76 im-mediately after Santos which as mentioned earlier lead the ranking with astriking difference of 285 [10] Fig 2 demonstrates the flow in the port be-tween 2012 and 2016 (Price FOB in US million dollars)

3 Methodology

For understanding the flow of Brazilrsquos corn exports and the role of Santos Port(Sao Paulo state) we conducted an exploratory research and comparison be-tween the Santos Port and the major Brazilian port competitor Paranagua TheFig 3 displays the location of these ports and the main origin routes

Santos and Paranagua were chosen because they represent around 50 ofvolume exported by the country To perform this study we follow the followingthree steps

57

4 Souza et al

Fig 2 Participation of Paranagua Port in the Brazilian balance of trade (SourceAdapted of [10])

Fig 3 Main Corn Corridors 2016

First Data Collection Data were collected from the Brazilian Ministry of In-dustry and Foreign Trade using the Foreign Trade Information Analysis System(ALICEWEB) The Aliceweb provided us information regarding the volume ofcorn exported by grower states such as Goias Parana Sao Paulo Minas GeraisMato Grosso do Sul Rio Grande do Sul and Mato GrossoSecond database procedure We selected ten major destinations for Brazilrsquoscorn as per the state of origin This allowed us to observe 38 relations amongplayers The data were organized considering the state of origin the port of ori-gin and the country of destination The relationships were created consideringthe corn flow of growers to the ports and them to countriesThird Analysis Using the Social Network Analysis (SNA) tools Ucinet 60 andNetdraw plotted the graphs of the corn networks considering exports flow us-

58

Brazilian Corn Exports 5

ing Santos Port Paranagua Port and both of them together This helped us tocreate a flow map regarding the corridors of exportations and also to analyzecorn traffic

4 Results

Santos and Paranagua ports are established as major corridors for corn exportsin Brazil Both moved around 665 million (mt) between 2012 and 2016 (Fig 4)Together Santos and Paranagua Ports deal with 8148 and 1852 of Brazilrsquoscorn respectively

Fig 4 Cargo Flow in Million of Metric Tonnes to Santos and Paranagua Ports(Source Adapted of [13])

The origin of cargo flow can be observed in Mato Grosso Mato Grosso doSul Goias Parana Minas Gerais and Sao Paulo e Rio Grande do Sul As men-tioned earlier in the methodology section the volume of corn among thesestates and Ports of Santos and Paranagua are organized in Microsoft Excel andare entered in the Ucinet 60 software Using the module Netdraw was possibleto provide that networks to infer some analysis presented in the next subsec-tions

41 International Traffic Considering Both Ports

The Fig 5 depict the corn flow considering the network as a whole including allthe states ports and destination Herein we gather the countries of destinationin the continents to facilitate visualization

As can be seen in Fig 5 Mato Grosso is the main grower with 8285 million(mt) flowing to Santos and Paranagua The distance that needs to be covered toreach both ports is almost the same but the Santos route especially the railroadservice is more developed than the Paranagua route As a result this is directlyresponsible for the highest cargo flow to Santos

59

6 Souza et al

Fig 5 Corn Flow among Brazilian States Ports of Santos and Paranagua andContinents of Destination

On the other hand Mato Grosso do Sul represents the second volume ofcorn to be exported with 1530 million (mt) distributed equitably between bothports The geographical position of the state with a dependence of roadwaytransportation allows Mato Grosso do Sul to use the ports indistinctly They arelocated at the same distance of about 1100 kilometers

The destination of Brazilian corn as per continent was also analyzed Our re-sults indicate the following percentages Asia (6173) Middle-East (2988)Africa (594) Europe (218) and America (027) Vietnam boosted theflow in Asia while the Middle-East distinctly depended on import of agricul-tural products both constituting the most important markets of Brazil

42 Santos

The Fig 6 depicts the corn flow considering the network of Santos PortAs illustrated in Fig 1 Santos moved 10629 million (mt) of corn in 2016

The main exporters via Santos were Mato Grosso (7498) followed by Goias(1282) Mato Grosso do Sul (609) Sao Paulo (428) Parana (118) andMinas Gerais (066) It is possible to note that despite 6085 of the vol-ume being exported to the Asian continent (Taiwan Indonesia Japan VietnamSouth Korea and Bangladesh) Iran and Middle-East were highlighted within2903 of the volume of corn exported by Santos

43 Paranagua

The Fig 7 depicts the corn flow considering the network of Paranagua Port

60

Brazilian Corn Exports 7

Fig 6 Corn Flow by Santos Corridor

Fig 7 Corn Flow by Paranagua Corridor

Based on Fig 7 it is noticeable that Paranagua in 2016 exported 2415million (mt) The state of Parana (4570) lead the export followed by MatoGrosso do Sul (3657) and Mato Grosso (1307) Among the 16 main buyershighlighted were Vietnam (2429) and Japan (1871) Other states repre-sent 570 of imports In relation to continents the most important were Asia(6562) followed by Europe (1175) Middle-East (1173) Africa (945)and America (144)

61

8 Souza et al

5 Discussion

We found that Santos Port is the major corridor that exports Brazilian cornproduction with a cargo volume that is almost three times more than that ofParanagua Santos is undoubtedly the biggest port of Latin America and it hasthe largest infrastructure associated with the main Brazilian corridors of com-modities exports

However despite the advancement of the Port Modernization Act (8630of 1993) and the new regulatory framework of the port sector (12815 of 2013)that have the objective of providing more agility and modernizing the sector re-ducing the costs of transactions [45] port infrastructure and the quality of ser-vices remain issues that affect the agricultural production of the country [14]According to data by the World Economic Forum pertaining to the Brazilianport infrastructure compared with the main exporters of corn and soybeansBrazil was the 122nd position among 144 evaluated countries [14]

Our current findings expand previous work regarding the Brazilian agri-business sector and logistics infrastructure this allows the identification of thecorn flow to the main international markets of Brazil using quantitative data

In spite of this article being an exploratory analysis it permits the identi-fication of a pathway for future studies to improve the bulk of cargo flow Theresults showed that Santos and Paranagua are the main routes of corn exportsand constitute a logistics operations bottleneck for the international traffic ofthis important feed This is especially true for Santos because it is the major ex-porter of commodities and many other products It is also Brazilrsquos main accessto the international market

Some authors such as Marlow and Casaca [15] Vieira et al [16] and theBrazilian National Transport Confederation [14] identified many issues thatmake exporting difficult further they provided the following aspects and op-portunities to improve Santos Port

ndash Maritime access Lack of dredging and overthrow of access channels anddocking berths making access of large ships difficult

ndash Territorial Access Traffic jam and limited availability of railroadsndash Low productivity Obsolete equipment and lack of availability of equipment

and facilitiesndash Burocracy Greater agility in cargo clearance at ports mooring single win-

dow paperless port to boost delivery of documentsndash Information flow Multiple systems to manage the operations loss-making

media channel hindering the customer response time

6 Conclusions and Outlook

The objective of this study was to describe the logistical corn flow of exportsmoreover it was possible to conclude that the Midwestern region was the maincorn export region of Brazil Additionally it was noticeable that the flow of

62

Brazilian Corn Exports 9

grain to the international market is concentrated in Santos and Paranagua Itwas also found that Asia is the main destination for exports of corn followedby the Middle East However Iran is the largest purchaser of Brazilian cornfollowed by Vietnam

Finally the concentration of two routes generates logistics bottlenecks inboth ports creating a traffic jam low static capacity and overuse of the portcapacity Thus the subsequent studies will concentrate on simulating the ca-pacity of Santos and Paranagua Ports to lead with commodities exports andopportunities to improve Brazilian logistics infrastructure

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63

64

43 3ordm Artigo

Artigo submetido na revista International Journal of Shipping and Transport Lo-gistics O artigo natildeo estaacute apresentado pois se encontra em avaliaccedilatildeo

65

44 4ordm Artigo

Artigo aprovado na Logistics Challenges in the n the New Economy Sharingand Interconnected Industry ndash NETLOG 2018 (20) Apresentado em Satildeo Paulo (Brasil)nos dias 05 a 06 de junho de 2018

Figura 20 NETLOG 2018

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

SIMULACcedilAtildeO DE OPERACcedilOtildeES DE GRAtildeOS EM UM

TERMINAL PORTUAacuteRIO

Aguinaldo Eduardo de Souzasup1 Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis sup2 Emerson Rodolfo Abrahamsup3 Renato

Maacutercio dos Santos 4 Matheus Palmieri Gobbetti5

sup1 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil souzaeduaguinaldogmailcom

sup2 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil joaoreisdocenteunipbr

3 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil emersonabrahamstrictounipbr

4 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil renatodnadosabercombr

5 FATEC RUBENS LARA Santos Brasil gobbettimatheusgmailcom

Resumo O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia no Brasil e de suma importacircncia para a

balanccedila comercial brasileira Neste cenaacuterio a exportaccedilatildeo de gratildeos coloca o Brasil em uma posiccedilatildeo privilegiada no

comeacutercio internacional de commodities agriacutecolas Em 2017 o milho foi o principal responsaacutevel pela alta

performance do setor com o crescimento de 13 O gratildeo protagonizou no ano de 2017 a produccedilatildeo de 97 milhotildees

(t) O objetivo deste artigo eacute investigar eventuais gargalos logiacutesticos na operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento

do milho no complexo portuaacuterio de Santos Para tanto optou-se por estudar os referidos processos em um terminal

portuaacuterio de exportaccedilatildeo aqui denominado Terminal A utilizando-se de simulaccedilatildeo Os resultados apresentam duas

operaccedilotildees distintas a chegada do gratildeo no terminal por ferrovia (vagatildeo) e a chegada por rodovia (caminhatildeo) e

apontam potenciais gargalos operacionais

Palavra-chave Simulaccedilatildeo Terminal Portuaacuterio Armazenagem Ferrovia Rodovia e Milho

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro se destaca como o segmento que mais contribui para a economia

nacional respondendo por frac14 do Produto Interno Bruto - PIB (Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA 2018) Dados estatiacutesticos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica - IBGE revelam um crescimento no segmento de 13 no ano de 2017

Os gratildeos foram os principais responsaacuteveis pelo desempenho do setor com destaque absoluto

para a cultura do milho Em 2017 a colheita nacional do cereal atingiu o volume de 97 milhotildees

(t) um extraordinaacuterio aumento de 552 em relaccedilatildeo ao ano anterior que fechou com 67 milhotildees

(t) produzidas (IBGE 2018a) (Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior

MDIC 2018a)

O Brasil tem ocupado posiccedilatildeo de destaque na produccedilatildeo mundial do milho (Reis et al 2016)

Para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos ndash USDA na safra de 201617 o paiacutes

ocupou a terceira posiccedilatildeo no ranking mundial dos maiores produtores com a colheita de 98

milhotildees (t) atraacutes da China 219 milhotildees (t) e Estados Unidos 384 milhotildees (t) (USDA 2018)

De fato o uso de novas tecnologias associadas a cultivares de alto potencial geneacutetico e

transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maior densidade de plantio

66

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

contribuiacuteram para o incremento da produccedilatildeo brasileira do milho (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA 2018) Contudo por vezes a eficiecircncia produtiva

alcanccedilada traduzida em competitividade eacute comprometida no momento do escoamento do gratildeo

Alguns estudos observam os impactos negativos a competitividade dos produtos brasileiros

relacionados aos gargalos logiacutesticos devido a ineficiecircncia operacional e infraestrutura

deficitaacuteria (Dubke 2006 Wanke e Hijjar 2009 Hilsdorf e Nogueira Neto 2015 Confederaccedilatildeo

Nacional dos Transportes ndash CNT 2018)

Considerando o estudo do Departamento de Agronegoacutecio - DEAGRO que projeta um

crescimentos de 75 para safra de 20262027 nas exportaccedilotildees do milho nacional (FIESP

2017) os terminais portuaacuterios principal porta de saiacuteda das commodities agriacutecolas em especial

o milho objeto deste estudo estatildeo preparados para responderem as crescentes demandas do

mercado internacional Neste sentido observa-se que a pesquisa operacional e a simulaccedilatildeo

podem auxiliar no processo decisoacuterio das organizaccedilotildees A pesquisa operacional lida com

problemas de como conduzir e coordenar certas operaccedilotildees (Moreira 2017) Enquanto que a

aplicaccedilatildeo de simulaccedilatildeo em um evento operacional permite analisar teorias e hipoacuteteses em

relaccedilatildeo a vaacuterios cenaacuterios (Filho 2008)

Diante do exposto o presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento de gratildeos de milho Decidiu-se pela escolha de um terminal mariacutetimo de

exportaccedilatildeo no Porto de Santos aqui denominado Terminal A O objetivo da simulaccedilatildeo eacute

dimensionar a capacidade operacional do Terminal A no que concerne recebimento e

armazenagem

Em razatildeo disso realizou-se uma pesquisa exploratoacuteria e quantitativa atraveacutes de coleta de dados

no proacuteprio terminal Em seguida optou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica

2 Referencial teoacuterico

21 Transporte Mariacutetimo

O transporte eacute considerado fator fundamental para a logiacutestica internacional A logiacutestica sendo

um processo que coordena o fluxo de bens em uma cadeia de suprimentos sem a existecircncia do

transportes o fluxo de bens seria inviabilizados (Reis et al 2015)

Responsaacutevel por mais de 90 do fluxo de cargas do comeacutercio internacional o transporte

mariacutetimo eacute a chave para economia global (Keedi 2010 David e Stewart 2010) No Brasil devido

a suas dimensotildees continentais e o extenso litoral o transporte mariacutetimo eacute de vital importacircncia

para o desenvolvimento social do paiacutes (Souza et al 2017) Deste modo os terminais portuaacuterios

juntamente e as estruturas portuaacuterias exercem papel fundamental no comeacutercio internacional

principalmente no que concerne ao escoamento do agronegoacutecio brasileiro tendo em vista que

o Brasil eacute um dos principais exportadores mundiais de gratildeos (IBGE 2018b)

A infraestrutura do sistema portuaacuterio compreende vaacuterios subsistemas que por vezes estatildeo

interconectados tendo relaccedilatildeo com o tipo de navios e cargas movimentas por ele (David e

Stewart 2010)

67

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

A existecircncia dos portos estaacute diretamente ligada a atender demandas do serviccedilo de transporte

(frete armazenagem movimentaccedilatildeo transbordo etc) e navios (piacuteeres abastecimento reparos

etc) O porto atua como interface entre o transporte internacional e o transporte domeacutestico

Handabaka (1994) e Barros (2013) considerada que os portos satildeos instalaccedilotildees fiacutesicas que

desempenham o papel de movimentaccedilatildeo de cargas transbordo de cargas entre modais e

consolidaccedilatildeo de cargas

Para Alfredini e Arasaki (2009) o porto eacute um elo importante na cadeia logiacutestica e pode ser

caracterizado como terminal multimodal ligado a abrigo profundidade e acessibilidade canal

de acesso bacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ou

aquaviaacuterios

22 Terminal Portuaacuterio

Terminais satildeo pontos nodais de um sistema de transportes onde ocorrem entrada e saiacuteda de

cargas e veiacuteculos neste sistema (Fig 1) Neste ambiente se processam transferecircncias entre

modais Um terminal pode ter atividades voltada a um ou mais tipo especiacutefico de carga

chamado terminais multiuso

De acordo com Magalhatildees (2016) na perspectiva de engenharia de transportes o conceito de

terminal engloba todas as instalaccedilotildees onde inicia ou se encerra um processo de transporte Jaacute o

terminal portuaacuterio o autor conceitua como instalaccedilotildees voltada para atendimento de navios e

cargas especializadas podendo ser instalaccedilotildees isoladas ou natildeo Ainda Magalhatildees (2016)

terminal portuaacuterio deve dispor de infraestrutura especiacutefica considerando tipos de embarcaccedilatildeo e

tipos de carga demandando assim estrutura adequada para embarquedesembarque estocagem

recebimento entrega etc

Dentre os tipos de carga movimentada por um terminal portuaacuterio pode-se destacar contecircineres

roll-on roll-off carga geral solta e unitizada graneacuteis liacutequidos e soacutelidos etc (Barros 2013)

Figura 1 ndash Processo de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo em um terminal portuaacuterio

Fonte Adaptado (Kim e Guumlnther 2007)

Exterior Navio

Embarque

Descarga

Pre-stacking Armazenagem

Ferrovia

Rodovia

Interior

68

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

23 Simulaccedilatildeo

Em computaccedilatildeo um modelo de simulaccedilatildeo eacute uma abstraccedilatildeo simplificada da realidade utilizado

para representar o funcionamento de algum sistema (Varajatildeo et al 2010 Cauchick e Fleury

2012 Chwif e Medina 2015) Os sistemas satildeo compostos por partes componentes que

interagem entre si no intuito de se atingir algum propoacutesito (Varajatildeo et al 2010) esses podem

ser naturais ou elaborados pelo ser humano tais como sistemas logiacutesticos processos

produtivos redes de empresas entre outros

Embora um modelo ser uma abstraccedilatildeo simplificada deve conter os elementos necessaacuterios para

se representar o sistema real pois serviraacute para a auxiliar nas tomadas de decisotildees compreender

os ambientes estudados e identificar problemas (Cauchick e Fleury 2012)

Apesar de sua grande importacircncia e utilizaccedilatildeo em diversos campos do conhecimento Chwif e

Medina (2015) esclarecem que a simulaccedilatildeo natildeo pode prever o futuro e sim o comportamento

de um sistema desse modo natildeo substitui o pensamento inteligente aleacutem disso a simulaccedilatildeo eacute

uma ferramenta de anaacutelise de cenaacuterios e pode ser utilizada em conjunto com recursos de

otimizaccedilatildeo mas natildeo eacute em si mesma uma ferramenta de otimizaccedilatildeo

Entre as diversas aplicaccedilotildees da simulaccedilatildeo na logiacutestica em geral pode-se verificar qual a melhor

poliacutetica de transporte distribuiccedilatildeo e estocagem em toda a cadeia desde a produccedilatildeo ateacute o

consumidor final Mais especificamente em uma operaccedilatildeo portuaacuteria se o nuacutemero de

equipamentos e homens eacute necessaacuterio para carregar e descarregar navios entre outras aplicaccedilotildees

(Chwif e Medina 2015)

3 Metodologia

Com objetivo de compreender eventuais gargalos logiacutesticos em um terminal portuaacuterio optou-

se por aplicar um modelo de simulaccedilatildeo visando dimensionar a capacidade operacional e o niacutevel

de resposta para futuras demandas Portanto decidiu-se pelo modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica O presente estudo foi realizado em trecircs

etapas

Primeira Coleta de Dados Os dados foram extraiacutedos do sistema de controle do proacuteprio

Terminal A disponibilizado pela gerecircncia de operaccedilotildees Nestes dados estatildeo contidas

informaccedilotildees acerca das operaccedilotildees no terminal

Segunda Tratamento de dados Os dados foram selecionados por tipo de evento rodoviaacuterio e

ferroviaacuterio levando em consideraccedilatildeo trecircs meses de maior pico de demanda do milho (agosto

setembro e outubro) Em seguida realizou-se o levantamento de tempo de operaccedilatildeo de cada

evento (Fig 3 e Fig 4) considerando e meacutedia ponderada e o desvio padratildeo

Terceira Processo de simulaccedilatildeo Apoacutes aferimento de tempo de cada processo aplicou-se o

modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg considerando o horizonte de cenaacuterio de um ano

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Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

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Figura 2 - Evento completo - Ferroviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

Figura 3 - Evento completo - Rodoviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

4 Estudo de Caso

O Terminal A eacute um terminal portuaacuterio especializado em granel soacutelido que opera no Porto de

Santos Possui uma aacuterea de mais de 300 mil m2 composta por acesso rodoferroviaacuterio dois gates

uma entrada e outro saiacuteda duas moegas ferroviaacuterias dois tombadores para descarga de

caminhotildees piacuteer de atracaccedilatildeo para navios correia transportadora e dois armazeacutens graneleiros

com capacidade estaacutetica de 108 mil (t) cada um Sua infraestrutura eacute voltada para embarque de

commodities agriacutecolas com destaque para o milho objeto de estudo desta pesquisa de

simulaccedilatildeo

Dados coletados atraveacutes da gerecircncia de operaccedilatildeo do Terminal A atestam que para estocagem

mensal do milho eacute necessaacuterio frac34 da capacidade estaacutetica total ou seja 162 mil (t) tendo em vista

a capacidade total de armazenagem do terminal eacute de 216 mil (t)

Em 2016 observou-se que 52 dos 218 milhotildees (t) milho nacional exportado foi escoado pelo

Porto de Santos 112 milhotildees (t) (MDIC 2018b) Deste montante cerca de 20 de todo volume

escoado pelo porto santista foi movimentado pelo Terminal A cerca de 22 milhotildees (t)

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

1ordf Processo ldquoChegada no terminalmoega (2) coleta de

amostras pesagem e descargardquo

3ordf Processo ldquoSaiacuteda coleta de

amostras chegada descarga

tombador (2)rdquo

1ordf Processo ldquoSaiacuteda paacutetio

regulador chegada

terminalrdquo

2ordf Processo ldquoSaiacuteda gate in

pesado chegada para coleta

de amostrasrdquo

70

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

5 Discussatildeo e Resultados

51 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Vagotildees

No montante total de recebimento e armazenamento do milho a operaccedilatildeo de vagatildeo representa

80 de toda movimentaccedilatildeo do terminal Nesta operaccedilatildeo (Fig 2) denominado ldquoeventordquo para

efeito da simulaccedilatildeo no ARENAreg (Fig 4) observa-se apenas um processo

O processo inicia-se com a chegada das composiccedilotildees no terminal que satildeo enviadas diretamente

para a moegas para o descarregamento dos vagotildees Vale ressaltar que os processos de pesagem

e a coleta de amostras satildeo efetuados simultaneamente com a descarga

Figura 4 ndash Simulaccedilatildeo vagotildees

Fonte ARENAreg

Tabela 1 - Indicadores de Performance

Vagotildees Utilizaccedilatildeo

recurso Vagotildees na fila

Tempo vagotildees na fila

(horas)

Total

vagotildees

Entrada Saiacuteda Moega

1

Moega

2

Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo 6

60

62

2718 2717 34 68 002 000 300 007 000 429

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Como ilustra a Tabela 1 os resultados da simulaccedilatildeo indicaram a saiacuteda de 2717 vagotildees A taxa

de ocupaccedilatildeo meacutedia das moegas foram de 34 na moega 1 e 68 na moega 2 Pocircde-se observar

ainda que apesar de vaacuterios vagotildees entrarem direto para descarga sem espera em meacutedia 002

vagatildeo aguardou na fila alcanccedilando assim a meacutedia maacutexima de 3 vagotildees na fila de espera Acerca

do tempo de espera a meacutedia ficou em 007 horas com maacuteximo de 429 horas de espera No

periacuteodo simulado (1 ano) foi registrado 66062 vagotildees descarregados

52 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Caminhotildees

Enquanto 80 das operaccedilotildees do terminal tem sua origem na ferrovia os caminhotildees

representam 20 de toda a operaccedilatildeo sendo que 70 deste volume eacute composto pelo veiacuteculo

bitrem (2 semi rebocadores acoplados entre si) A operaccedilatildeo completa deste ldquoeventordquo para efeito

71

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da simulaccedilatildeo (Fig5) no ARENAreg eacute composta por trecircs processos a) saiacuteda paacutetio

reguladorchegada no terminal (gate) b) saiacuteda gatechegada de coleta amostras c) saiacuteda coletas

de amostraschegada nos tombadores para descarga (Fig 3)

Figura 5 ndash Simulaccedilatildeo caminhatildeo

Fonte ARENAreg

Tabela 2 - Indicadores de Performance

Caminhotildees Utilizaccedilatildeo recursos Caminhotildees na fila Tempo caminhotildees

na fila (horas) Total

Entrada Saiacuteda Tombadores Pessoas Gate Meacutedia Min Maacutex Meacutedia Min Maacutex

63

39

2735 2734 47 2 67 007 000 400 016 000 575

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Os resultados observados na Tabela 2 indicam que dos 2735 veiacuteculos que entraram 2734

saiacuteram ficando em meacutedia 007 caminhotildees aguardando na fila chegando a 4 caminhotildees na

meacutedia maacutexima No que se refere aos recursos os resultados apontaram que o gate eacute o recurso

mais exigidos na operaccedilatildeo com taxa de uso de mais de 67 seguido pelos tombadores que

juntos representaram uma taxa de uso de 47 Jaacute o uso do recurso pessoas ficou em 2 No

que se refere ao tempo de espera 016 horas a meacutedia chegando a 575 horas maacutexima de espera

por caminhatildeo Um total de 6339 veiacuteculos foram descarregados no final da simulaccedilatildeo (1 ano)

sendo 5330 bitrem e 1069 caminhotildees

6 CONCLUSOtildeES

O presente estudo teve como objetivo principal simular uma operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento do milho de modo a mapear eventuais gargalos operacionais deste processo

no Terminal A Com isso foi possiacutevel observar que dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute

a operaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Em que pese na

operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34 moega 1 e 68 moega

72

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel a gargalos O estudo identificou na

operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos recursos de 67 no gate e 47 nos tombadores

Desta maneira pode-se concluir que apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do

terminal se as perspectivas de aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o

Terminal A estaraacute diante de um iminente gargalo operacional Portanto os resultados indicam

a necessidade de investimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o

aumento crescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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75

76

5 Discussatildeo (Artigos)

Os quatro artigos dessa dissertaccedilatildeo buscaram atender os objetivos especiacuteficosapresentados no capiacutetulo 1 O objetivo geral da dissertaccedilatildeo de analisar os fluxos deexportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica do Porto de Santos com basena movimentaccedilatildeo de um terminal exportador de gratildeos de milho eacute verificado pelosquatro artigos cujo a soma busca responder o objetivo Os resultados foram discutidosde forma ampla no conjunto deste trabalho

O primeiro artigo teve caraacuteter exploratoacuterio ou seja buscou apresentar um pa-norama da produccedilatildeo de milho no Brasil de modo a permitir entender a importacircncia dacultura e o seu impacto para o paiacutes Essa anaacutelise eacute relevante pois permite ao pesqui-sador um conhecimento da aacuterea de estudo O artigo foi essencialmente bibliograacuteficocom base em estudos anteriores

Essa pesquisa contribuiu para a justificativa do presente estudo em que seconstatou a relevacircncia da produccedilatildeo nacional e o destaque do cereal para o comeacutercioexterior brasileiro visto que eacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil

O segundo artigo da dissertaccedilatildeo permitiu constatar a importacircncia da do Portode Santos para a logiacutestica de exportaccedilatildeo do cereal tendo como principal exportadoro estado do Mato Grosso maior produtor nacional do milho

Verificou-se a Aacutesia e Oriente Meacutedio como os principais mercados do milhomato-grossense justificando o maior volume de movimentaccedilatildeo do milho na plataformaportuaacuteria de Santos natildeo soacute devido a sua capacidade operacional por possuir seteterminais especifico que operam gratildeos mas tambeacutem pela disponibilidade de rotasmariacutetimas que o porto oferece

O artigo permitiu ainda evidenciar o papel do Porto de Santos bem superior aosegundo lugar o Porto de Paranaguaacute Esses resultados permitiram concluir que umaumento no volume de exportaccedilotildees necessariamente passariam por Santos e umaanaacutelise mais detalhada deste seria necessaacuteria

O proacuteximo passo da pesquisa constitui em encontrar uma forma de mensurar opapel do porto de Santos e sua capacidade de atender uma demanda maior Assimutilizaram-se dados oficiais e modelos de previsatildeo para estabelecer uma tendecircncia decrescimento das exportaccedilotildees do milho brasileiro e seu respectivo volume no Porto deSantos Para capacidade estaacutetica em atender essas flutuaccedilotildees utilizou-se de dadosde um dos principais terminais de gratildeos do porto que disponibilizou as informaccedilotildeesnecessaacuterias para o estudo

Esta pesquisa foi de caraacuteter quantitativo permitindo analisar se o Terminal Atem capacidade operacional para atender as novas demandas de crescimento no fluxo

77

de exportaccedilatildeo do milhoAs previsotildees apresentadas no artigo sinalizaram um deacuteficit na capacidade es-

taacutetica de armazenagem para os proacuteximos cinco anos (20172021) com 39 5775 94 e 115 respectivamente no Terminal A e um consequentemente deacuteficit noPorto de Santos

Por fim uma ultima anaacutelise complementar foi realizada para verificar os impac-tos da entrada desse milho nas operaccedilotildees do terminal A A anaacutelise se concentrou nasoperaccedilotildees de recebimento e armazenagem do milho para posterior embarque E entreas duas operaccedilotildees (rodoviaacuterioferroviaacuterio) a taxa de uso dos recursos dos caminhotildeeseacute mais elevada do que dos vagotildees apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representarapenas 20 do terminal

Os resultados dos artigos III e IV indicaram que caso se concretize a projeccedilatildeodo aumento de demanda internacional pelo milho brasileiro o Porto de Santos e oTerminal A estaratildeo diante de eventuais gargalos operacionais Desta maneira haacute ne-cessidade de ampliar a estrutura de capacidade estaacutetica de armazenagem bem comoos recursos utilizados para o recebimento do milho atraveacutes do modal rodoviaacuterio

78

6 Propostas para Trabalhos Futuros

Com advento da globalizaccedilatildeo da economia o niacutevel competitivo de um paiacutes estaacutena sua capacidade em escoar mateacuterias-primas e produtos Dessa maneira as plata-formas portuaacuterias satildeo fundamentais para a cadeia logiacutestica como para a eficiecircncia deseus serviccedilos As praacuteticas de como o porto se integra e sua a capacidade de gerarvalor para a cadeia eacute fator decisoacuterio para a competitividade dos paiacuteses no mercadointernacional

As commodities agriacutecolas se caracterizam por produtos de alta volatilidadebaixo valor agregado margens apertadas e transporte ineficiente Isso evidencia aindamais a importacircncia da logiacutestica portuaacuteria para ganho de valor competitivo O sistemaportuaacuterio brasileiro tem papel fundamental na ordem econocircmica do Brasil sobretudonas operaccedilotildees de exportaccedilatildeo dos produtos agriacutecolas

Diante do exposto o presente estudo poderaacute subsidiar novas pesquisas quecontribuiratildeo para o aumento da competitividade do milho brasileiro no mercado glo-bal Recomenda-se um estudo voltado para o desenvolvimento de indicadores dedesempenho operacional portuaacuterio para auxiliar o exportador brasileiro na tomada dedecisatildeo no momento da escolha do porto mais eficiente para escoamento do gratildeo

79

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Page 9: Dissertação - Aguinaldo Eduardo de Souza - Programa de ...repositorio.unip.br/.../eng_aguinaldoeduardodesouza.pdfDissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Engenharia de

v

ABSTRACT

Brazil is one of the worldrsquos leading producers and exporters of agricultural commoditiesThe corn crop in turn has contributed to the importance of agribusiness in the nationaleconomy since cereal is the second most cultivated and exported grain in Brazil Inthe world ranking in 2017 Brazil was the third largest producer of maize and the se-cond largest exporter Despite significant increases in productivity in the cultivation ofgrain over the last 41 years at the time of its disposal there are operational obstaclesand a logistics that are still deficient in Brazilian ports In this context the objective ofthis work was to investigate Brazilian corn exports and analyze the capacity of the Portof Santos to dispose of maize based on a logistics terminal For this as a methodo-logy a descriptive exploratory and quantitative approach was used besides applyinga simulation model with the purpose of dimensioning the operational capacity of theport The observed results showed a panorama of continuous growth in the nationalproduction In addition the simulation pointed out eventual bottlenecks in the logisticterminal operation in case the demand for grain exports increases

Keywords Maize agribusiness export logistics ports

vi

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor 42 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006) 63 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617

Fonte CONAB (2018) 84 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB

(2018) 95 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte

CONAB (2018) 96 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-

201677 Fonte CONAB (2018) 117 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018) 118 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 139 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 1310 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b) 1411 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b) 1712 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012) 2013 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016) 3014 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte AN-

TAQ (2018a) 3215 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3416 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b) 3517 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3618 Revista SADSJ 4019 APMS 2017 Hamburg 5420 NETLOG 2018 65

vii

LISTA DE TABELAS

1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b) 162 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007) 223 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a) 264 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003 275 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a) 316 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte

MTPAC (2018a) 327 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a) 338 Artigos publicados do autor 38

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Acre

ADHOC Administradora Hidroviaacuteria Docas Catarinense

AGRAER Agecircncia Regional de Dourados

ANTAQ Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterios

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APMS International Conference Advances in Production

APPA Administraccedilatildeo dos Portos de Paranaguaacute e Antonina

APSFS Autoridade Portuaacuteria Porto Satildeo Francisco do Sul

BA Bahia

CADE Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica

CDC Companhia Docas do Cearaacute

CDC Companhia Docas do Paraacute

CDRJ Companhia Docas do Rio de Janeiro

CDSA Companhia Docas de Santana

CODEBA Companhia Docas da Bahia

CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte

CODESA Companhia Docas do Espirito Santo

CODESP Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo

CODOMAR Companhia Docas do Maranhatildeo

COMAP Companhia Municipal de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

CSCMP Council of Supply Chain Management Professional

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econocircmico

ix

DERSA Desenvolvimento Rodoviaacuterio SA

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DOCAS-PB Companhia Docas da Paraiacuteba

EMAP Empresa Maranhense de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

FIESP Federaccedilatildeo das Induacutestria de Satildeo Paulo

HA Hectare

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IP4 Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pequeno Porte

ITC Trade statistics for international business development

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MS Mato Grosso do Sul

MT Mato Grosso

MTPAC Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil

ONU Organizaccedilatildeo da Naccedilotildees Unidas

PA Paraacute

PIB Produto Interno Bruto

PR Paranaacute

RFB Receita Federal do Brasil

RO Roraima

RS Rio Grande do Sul

SCM Supply Chain Management

SCPAR Santa Catarina Parcerias SA

SDEC-PE Secretaacuteria de Desenvolvimento Econocircmico de Pernambuco

SEP-PR Secretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica

x

SOPH Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondocircnia

SP Satildeo Paulo

SPH Superintendecircncia de Portos e Hidrovias

SUPRG Superintendecircncia do Porto de Rio Grande

T Tonelada

UNCTAD Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento

USDA Departamento de Agricultura dos Estados

xi

SUMAacuteRIO

RESUMO iv

ABSTRACT v

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES vi

LISTA DE TABELAS vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS viii

1 Introduccedilatildeo 111 Motivaccedilatildeo 212 Objetivos 3

121 Objetivo Geral 3122 Objetivos Especiacuteficos 3

13 Organizaccedilatildeo do trabalho 4

2 Revisatildeo da Literatura 521 Origem do milho 522 Produccedilatildeo nacional 723 Regiotildees produtoras 724 Estados produtores 1025 Exportaccedilatildeo do milho 12

251 Panorama nacional 12252 Panorama mundial 15

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito 17261 Histoacuteria 18262 Conceito 18

27 Logiacutestica nas empresas 1928 Atividades logiacutesticas 2229 Portos 23210 Serviccedilos Portuaacuterios 25211 Tipos de portos 26212 Terminais portuaacuterios 29213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro 30214 Porto de SantosSP 34

xii

3 Metodologia 37

4 Artigos 4041 1ordm Artigo 4042 2ordm Artigo 5443 3ordm Artigo 6444 4ordm Artigo 65

5 Discussatildeo (Artigos) 76

6 Propostas para Trabalhos Futuros 78

1

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio ocupa posiccedilatildeo de destaque na economia do Brasil Segundoo Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA (2018) o agronegoacutecioeacute o segmento de maior importacircncia para a economia nacional representando apro-ximadamente 25 do Produto Interno Bruto - PIB O Instituto Brasileiro de Geografiae Estatiacutestica - IBGE (2018a) assevera que houve um crescimento de 10 apoacutes doisanos de queda consecutiva de 35 no PIB nacional fechando o ano de 2017 comR$ 66 trilhotildees

A expansatildeo do agronegoacutecio de 13 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 foi fator de-terminante para a alavancagem do PIB em 2017 IBGE (2018a) Dados estatiacutesticosdo Ministeacuterio da Agricultura evidenciam a relevacircncia do agronegoacutecio para comeacutercioexterior brasileiro Considerando os uacuteltimos 21 anos (1997-2017) sua participaccedilatildeo nabalanccedila comercial brasileira foi de 406 Em 2017 as exportaccedilotildees do agronegoacuteciosomaram US$ 96 bilhotildees ou seja 441 do total da exportaccedilotildees do Brasil encer-rando o ano com US$ 2177 bilhotildees (MAPA 2018)

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo de soja e milho con-sequentemente um dos principais exportadores mundiais de commodities agriacutecolas(Lourenccedilo amp Lima 2009) A implementaccedilatildeo de poliacuteticas governamentais oferta derecursos hiacutedricos condiccedilotildees de clima e solo e pesquisas e tecnologia contribuiacuterampara o destaque da agricultura brasileira no cenaacuterio internacional (Bolfe et al 2016)

Natildeo obstante a soja ser o gratildeo mais cultivado e exportado pelo Brasil a culturado milho vem ganhando espaccedilo no cenaacuterio nacional e no mercado internacional poiseacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil O cereal eacute um dos principais compo-nentes da cadeia alimentar mundial (Reis et al 2016) Em 2017 o Brasil registrou amaior produccedilatildeo do cereal 97 milhotildees t um crescimento de 552 frente ao ano de2016 com 67 milhotildees t (CONAB 2018 IBGE 2018b)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Esta-dos Unidos ndash USDA o milho eacute o gratildeo mais cultivado no mundo Na safra de 201617a produccedilatildeo mundial atingiu 107 bilhotildees t No ranking dos principais produtores mun-diais o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo com 98 milhotildees t atraacutes da China e EstadosUnidos com 219 milhotildees e 384 milhotildees t respectivamente (USDA 2018)

Estudos da USDA (2018) projetam uma produccedilatildeo global de 103 bilhatildeo t parasafra de 201718 e 105 bilhatildeo t para a de 201819 Conforme projeccedilotildees do oacutergatildeoamericano os Estados Unidos permaneceratildeo na lideranccedila absoluta com expectativade produccedilatildeo de 370 e 356 milhotildees t seguido pela China com 215 e 225 milhotildees t e oBrasil com 85 e 96 milhotildees t (201718-201819)

2

Em que pese a produccedilatildeo nacional do milho ter alcanccedilado iacutendices de excelecircncianos uacuteltimos 41 anos apontando crescimento aproximado de 408 na produccedilatildeo 335na produtividade e 49 as aacutereas de plantio o milho eacute uma commodity de baixo valoragregado e depende fundamentalmente de um alto potencial logiacutestico (CONAB 2018)

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas a cultivares de alto poten-cial geneacutetico e transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maiordensidade de plantio tem contribuiacutedo significativamente a cultura do milho no Brasile sua capacidade produtiva (EMBRAPA 2018) Quando a produccedilatildeo ultrapassa asfronteiras do campo e inicia o processo de escoamento os gratildeos se defrontam comos gargalos logiacutesticos produzindo assim impactos negativos na competitividade dosprodutos agriacutecolas brasileiros no mercado internacional (Dubke 2006 Wanke amp Hijjar2009 Hilsdorf amp Nogueira Neto 2015 CNT 2017)

O Brasil tem aproveitado a crescente demanda do mercado global O paiacuteseacute o segundo maior exportador mundial de milho ficando atraacutes apenas do EstadosUnidos (USDA 2018) O volume de milho exportado foi de 292 milhotildees t em 2017alcanccedilando seu maior iacutendice em toda seacuterie histoacuterica de exportaccedilatildeo jaacute registrado desdedo ano de 1997 (COMEXSTAT 2018)

Contudo os portos mariacutetimos principal plataforma de escoamento do milhoainda que seja evidenciadas significativas melhorias na sua eficiecircncia operacionalnas uacuteltimas duas deacutecadas observa-se entraves operacionais e uma logiacutestica aindadeficitaacuteria (Souza et al 2017)

Com o aperfeiccediloamento de algumas atividades logiacutesticas de exportaccedilatildeo ndash rece-bimento armazenagem e embarque ndash mais eficientes as mesmas poderatildeo promoverum ganho de competitividade para o cereal brasileiro no comeacutercio global

Sendo assim o presente estudo visa analisar a capacidade operacional deescoamento do gratildeo em portos brasileiros tendo como campo de estudo o Porto deSantosSP considerando que 93 das exportaccedilotildees do milho brasileiro se daacute por viasmariacutetima (COMEXSTAT 2018)

11 Motivaccedilatildeo

A demanda mundial por alimento eacute um desafio para a comunidade internacio-nal Estudos da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas ndash ONU estimam que a populaccedilatildeomundial chegue a 86 bilhotildees em 2030 98 bilhotildees em 2050 e ultrapasse os 112 bi-lhotildees em 2100 (ONU 2018) O crescimento da populaccedilatildeo mundial implica em umgrande desafio aos liacutederes globais para o aumento da produccedilatildeo de alimentos de ma-neira sustentaacutevel

O Brasil se destaca como importante produtor de commodities agriacutecolas Aleacutemdisso protagoniza um papel importante de fornecedor na cadeia alimentar mundial

3

cuja exportaccedilotildees do milho tiveram um crescimento exponencial Se comparado o anode 1997 a 2017 o volume do milho com destino ao comeacutercio exterior cresceu 8300sendo exportado 348 mil t em 1997 e 29 milhotildees t em 2017 (COMEXSTAT 2018)

No caso do milho as projeccedilotildees de exportaccedilatildeo do gratildeo tecircm alcanccedilado pata-mares elevados (MAPA 2018) Os estudos da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estadode Satildeo Paulo ndash FIESP asseguram uma variaccedilatildeo positiva de 75 nas exportaccedilotildees docereal para a safra de 202627 em relaccedilatildeo agrave safra 201617 (FIESP 2018)

A relevacircncia da pesquisa justifica-se pelo aumento da demanda global por ali-mentos em decorrecircncia do crescimento demograacutefico mundial USDA (2018) e a opor-tunidade de expansatildeo do cereal nacional no mercado internacional (FIESP 2018)

O presente estudo propotildee uma investigaccedilatildeo no Porto de SantosSP quantoa sua capacidade operacional de exportaccedilatildeo considerando as projeccedilotildees de cresci-mento da demanda internacional pelo milho (MAPA 2017 FIESP 2018)

Para tanto optou-se por delimitar a pesquisa em um terminal portuaacuterio de ex-portaccedilatildeo aqui denominado Terminal A do porto santista cujo complexo portuaacuterio eacuteo principal responsaacutevel pelo fluxo de escoamento do milho brasileiro para o mercadomundial (COMEXSTAT 2018)

12 Objetivos

121 Objetivo Geral

Analisar os fluxos de exportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica doporto de Santos em atender esses fluxos com base na movimentaccedilatildeo de um terminalexportador de gratildeos de milho

122 Objetivos Especiacuteficos

1 Analisar a produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees produtoras

2 Identificar o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasileiro principal porto de escoa-mento e principais mercados compradores

3 Avaliar se a capacidade estaacutetica de armazenagem no Porto de Santos eacute compa-tiacutevel com as crescente demandas de exportaccedilatildeo por meio do Terminal A

4 Simular um processo de operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento de gratildeosde milho visando avaliar a capacidade operacional do terminal

4

13 Organizaccedilatildeo do trabalho

Este trabalho estaacute organizado conforme demonstrado pela Figura 1

Figura 1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor

5

2 Revisatildeo da Literatura

21 Origem do milho

O milho eacute uma das culturas agriacutecolas mais importante para a sociedade tantonas bases econocircmicas do agronegoacutecio como sociais pois eacute um dos produtos demaior versatilidade na cadeia alimentar mundial Aleacutem de ser utilizado como insumopara alimentaccedilatildeo humana e animal eacute fonte de mateacuterias primas para a agroinduacutestria eproduccedilatildeo de etanol (Diogenes 2011)

Cultivado em quase todas as regiotildees temperadas e tropicais do mundo O milhose adapta em condiccedilotildees abaixo do niacutevel do mar e ateacute 3 mil metros acima do niacutevel domar (CME 2018) As temperaturas adequadas para seu cultivo devem apresentarmeacutedia noturna acima de 128 degC e meacutedia diurna superior a 19 degC Agecircncia Regional deDourados (AGRAER 2018)

Considine (2005) Bernardi et al (2014) Dyer et al (2014) destacam atraveacutesde evidencias cientificas que o milho eacute uma planta de origem mexicana cuja domes-ticaccedilatildeo tem iniacutecio em 7500 a 12000 anos atraacutes na aacuterea central da Mesoameacuterica

Segundo Lerayer (2006) o Meacutexico e a Guatemala satildeo considerados paiacuteses quederam origem ao milho A autora assegura que no vale do Tehucan onde atualmentese localiza o Meacutexico foi encontrada a primeira espiga de milho datada de 7000 aC

O milho (Zea mays L) eacute uma graminea anual membro da famiacutelia das gramiacuteneas(Poaceae) Tem importacircncia secular para cultura alimentar desde a antiguidade e eacutemuito apreciado entre os povos da Ameacuterica Central e do Sul (Vincent 2012)

Para Perry et al (2006) encontraram-se vestiacutegios do cultivo do milho na Ameacute-rica do Sul haacute pelo menos 4000 anos Os iacutendios americanos cultivavam-no em mon-tes Existia uma variaccedilatildeo de espeacutecies plantadas conforme seu uso Com o passar dotempo o meacutetodo foi substituiacutedo por plantio de uma soacute espeacutecie

Atraveacutes de um processo natural de seleccedilatildeo os nativos (astecas e maias) esco-lhiam as espigas de maior vigor mais produtivas e faacuteceis de serem colhidas e arma-zenadas (Lerayer 2006) A Figura 2 ilustra a transformaccedilatildeo da espeacutecie ateacute os dias dehoje

6

Figura 2 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006)

A Figura 2 destaca as alteraccedilotildees importantes que ocorreram ao longo da do-mesticaccedilatildeo do milho De uma gramiacutenea com espigas de poucos gratildeos cobertos comuma casca dura para espigas com maior nuacutemero de gratildeos e maiores Com isso aespeacutecie se desenvolveu para variedades com grande capacidade de adaptaccedilatildeo emdiversas altitudes de acordo com o relevo da Ameacuterica Central (Lerayer 2006)

Haacute mais de 300 espeacutecies de milho identificadas no mundo Praticamente todasestas espeacutecies derivam direta ou indiretamente dos trabalhos desenvolvidos pelascivilizaccedilotildees preacute-colombianas (Lerayer 2006)

De acordo com Smith et al (2004) o cereal foi difundido para o hemisfeacuterionorte no final do seacuteculo XV com a chegada dos exploradores europeus em terrasamericanas A partir daiacute iniciou-se um processo de disseminaccedilatildeo inicialmente parao sul da Franccedila e Itaacutelia em 1494 Egito em 1517 Espanha e Portugal em 1575

No final do seacuteculo XVI o milho se encontrava estabelecido em todos os conti-nentes adaptado nos mais variados climas e ambientes (Lerayer 2006)

No Brasil estudos apontam que o cultivo do milho jaacute era praticado antes dachegada dos colonizadores portugueses pelos iacutendios Guaranis que tinham o cerealcom fonte principal de sua dieta alimentar Com a chegada dos portugueses o con-sumo pelo cereal aumentou e foi introduzido nos haacutebitos alimentares dos brasileiros(Bernardi et al 2014)

7

22 Produccedilatildeo nacional

O calendaacuterio agriacutecola do milho eacute composto por duas safras A primeira safra deveratildeo o plantio varia de agosto a dezembro A segunda safra de inverno com plantiode janeiro a marccedilo geralmente cultivada apoacutes a colheita da soja na regiatildeo Centro-Sul(DEPEC 2017)

O cereal eacute o principal micronutriente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal As ati-vidades de avicultura e suinocultura satildeo as principais cadeias responsaacuteveis pelo con-sumo da produccedilatildeo nacional e tem importacircncia fundamental na corrente de comeacutercioexterior brasileira (Caldarelli amp Bacchi 2012)

Reis et al (2016) corroboram com Caldarelli amp Bacchi (2012) em seus estu-dos Os autores afirma que o cultivo do milho no Brasil eacute destinado para o consumointerno com duas finalidades produccedilatildeo de raccedilatildeo animal (bovino suiacuteno e frango) eindustrializaccedilatildeo para consumo humano

A produccedilatildeo nacional do milho tem logrado ecircxito e alcanccedilado iacutendices elevadosde crescimento Enquanto as aacutereas destinadas ao cultivo milho obtiveram uma ex-pansatildeo 49 ao longo dos 41 anos saindo de 11 milhotildees de hectares na safra de197677 para 17 milhotildees de hectares para a safra de 20162017

Os registros apontam uma colheita 19 milhotildees t na safra de 197677 Se com-parado com a safra de 201617 com 97 milhotildees t produzidas a produccedilatildeo nacionalcresceu 408 nos uacuteltimos 41 anos

Em termos de produtividade houve um acreacutescimo de 335 no mesmo periacuteodoOs estudos registram na safra de 197677 uma produtividade 12 tonelada por hec-tare contra 55 toneladas por hectare na uacuteltima safra (201617)

O crescimento mais acentuado foi a partir da deacutecada da safra de 199192 Como aumento de demanda pelo cereal e oferta de terras mais baratas propiciaram aexpansatildeo de novas fronteiras agriacutecolas

Diante desta conjuntura pode-se notar um migraccedilatildeo da produccedilatildeo sentido aonorte do pais que ateacute entatildeo concentrava-se nas regiotildees Sul e Sudeste Tendo comodestaque o Centro-Oeste principal regiatildeo produtora do milho (Souza et al 2017)

Outras variaacuteveis contribuiacuteram para a promoccedilatildeo do crescimento da produccedilatildeonacional do milho conforme observa Caldarelli amp Bacchi (2012) acordos internacio-nais desregulamentaccedilatildeo da economia aumento da rentabilidade do produtor com avalorizaccedilatildeo do gratildeo e a pesquisa e novas tecnologias

23 Regiotildees produtoras

O cultivo do milho no Brasil abrange praticamente todas as regiotildees do BrasilEntretanto a maior concentraccedilatildeo estaacute na macrorregiatildeo Centro-Sul (CONAB 2018)

8

Um fator importante a ser destacado eacute a contribuiccedilatildeo da segunda safra para aproduccedilatildeo nacional A safrinha como tambeacutem eacute conhecida tem alcanccedilado iacutendices deprodutividade significativos Centro-Oeste (Figura 3)

A alta produccedilatildeo da 2 ordfsafra na regiatildeo Centro-Oeste justifica-se pelo fato de aprodutividade estar associada ao aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes

O cultivo do milho da 2 ordfsafra eacute plantado no local onde eacute colhida a soja elevandoassim seu potencial produtivo (Reis et al 2016)

Figura 3 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617 FonteCONAB (2018)

A regiatildeo Centro-Oeste eacute a maior produtora de milho do Brasil A regiatildeo teve umcrescimento de aproximadamente 980 se comparado a safra de 199091 e 201617com a produccedilatildeo de 45 milhotildees t e 488 milhotildees t respectivamente (CONAB 2018)

O estado do Mato Grosso eacute o principal responsaacutevel pelo protagonismo da ma-crorregiatildeo Centro-Sul na produccedilatildeo nacional

No ranking das regiotildees produtoras em ordem de grandeza Centro-Oeste pro-duziu 48 milhotildees t Sul 27 milhotildees t Sudeste 13 milhotildees t Nordeste 6 milhotildees t e oNorte 2 milhotildees t tendo como base a safra 201617 (Figura 4)

9

Figura 4 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB (2018)

Conforme ilustrado na Figura 4 apesar da regiatildeo Norte ser a regiatildeo de menorpotencial produtivo foi a de maior elevaccedilatildeo na produccedilatildeo com aumento de 2183ficando atraacutes do Centro-Oeste com 2417 Em terceiro lugar a regiatildeo Nordeste304 seguida pela Sul 171 Sudeste com 123 considerando os 41 anos de seacuteriehistoacuterica (CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo agrave produtividade ainda que a regiatildeo Centro-Oeste tenha apresen-tado o maior crescimento em termos de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maioreficiecircncia (Figura 5)

Figura 5 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte CO-NAB (2018)

10

Conforme ilustrado na Figura 5 a regiatildeo Sul apresenta maior eficiecircncia na pro-dutividade (safra de 201617) com rendimento de 6583 kgha seguida pelo Centro-Oeste Sudeste Norte e Nordeste com 6098 kgha 5820 kgha 3790 kgha e 2557kgha respectivamente A anaacutelise de produtividade considerada a partir da safra de199091 periacuteodo que inicia o grande desenvolvimento no cultivo do milho no Brasil

24 Estados produtores

O cultivo do milho eacute disperso no Brasil podendo ser encontrado nos 26 estadose no distrito federal (Reis et al 2016) Estudos analisados atraveacutes da seacuterie histoacuterica 41anos indicam que o acumulado de produccedilatildeo do cereal no Brasil alcanccedilou 16 bilhatildeo t(CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo ao acumulado da produccedilatildeo por estados dos sete estados brasi-leiros com produccedilatildeo acima de 100 milhotildees t seis estatildeo na macrorregiatildeo Centro-Sul(PR MT MG RS GO e SP) Na macrorregiatildeo Norte-Nordeste apenas o estado daBahia alcanccedilou os 100 milhotildees t produzidas (CONAB 2018)

A macrorregiatildeo Centro-Sul desponta como principal cinturatildeo produtivo do mi-lho no Brasil

O estado da Bahia eacute o principal produtor da macrorregiatildeo Norte-Nordeste com19 milhotildees t produzidas na safra 201617 No acumulado da seacuterie a Bahia foi respon-saacutevel por aproximadamente 28 dos 149 milhotildees t produzidas pelo Norte-Nordesteconsiderando os uacuteltimos 41 anos O estado do Maranhatildeo representou 13 seguidopelo Paraacute 10 Piauiacute e Cearaacute 8 Rondocircnia 7 Sergipe 6 e Tocantins 5 Osestados restantes representaram 23 O Amapaacute eacute o estado com o menor volume003 da produccedilatildeo

As aacutereas de cultivo cresceram 27 no Norte-Nordeste Na safra de 19767726 milhotildees ha eram destinados ao plantio do milho Na uacuteltima safra foi registrado 33milhotildees ha

A macrorregiatildeo Centro-Sul alcanccedilou o 14 bilhatildeo t produzidas no acumulado daseacuterie histoacuterica 41 anos Considerando o ranking dos principais estados produtores oParanaacute se destaca com uma representatividade de 25 da produccedilatildeo total da regiatildeo

Em seguida o Mato Grosso 13 Minas Gerais 12 Rio Grande do Sul 11Goiaacutes e Satildeo Paulo 10 Santa Catarina e Mato Grosso do Sul 6 Os estados commenor representatividade satildeo Distrito Federal e Espirito Santo 04 e Rio de Janeirocom 01

As aacutereas de cultivos no Centro-Sul tiveram uma expansatildeo de 55 entre assafras de 197677 a 201617 Saindo da ordem de 9 milhotildees ha para 14 milhotildees ha

O estado do Paranaacute permaneceu na lideranccedila da produccedilatildeo do gratildeo no Brasilateacute a safra de 199192 Entretanto na deacutecada 1990 Mato Grosso inicia um processo

11

de crescimento sem precedentes na produccedilatildeo do milho (Figura 6)

Figura 6 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-201677 Fonte CONAB (2018)

Na safra 201213 Mato Grosso ultrapassa o Paranaacute e assume isoladamente oprimeiro lugar mantendo-se como maior produtor nacional de milho Na uacuteltima safraMato Grosso aferiu 28 milhotildees t produzidas O Paranaacute por sua vez 17 milhotildees t

Figura 7 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018)

A Figura 7 indica que 2 ordfsafra (200405) o estado de Mato Grosso assume alideranccedila de maior produtor com 35 milhotildees t seguido pelo Paranaacute com 34 milhotildeest Na 1 ordfsafra (201617) Mato Grosso produziu 256 mil t e Paranaacute 4 milhotildees t Na 2

12

ordfsafra (201617) Mato Grosso foi responsaacutevel por 28 milhotildees t sendo o Paranaacute por13 milhotildees t

No tocante a produtividade o Paranaacute elevou sua produtividade em 184 nosuacuteltimos 41 anos saindo de 2150 kgha (197677) para 6115 kgha (201617) Oestado de Mato Grosso registrou uma elevaccedilatildeo de 437 em sua produtividade nomesmo periacuteodo A CONAB (2018) registrou a produtividade do estado do Mato Grossode 1558 kgha (197677) e 6223 kgha (201617)

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas de plantio na safra de 197677 o Paranaacute dispunha de2153 milhotildees ha e Mato Grosso apenas 247 mil ha Na safra 201617 o Paranaacutedestinou 2917 milhotildees ha apontando um crescimento de 35 Na mesma safraMato Grosso destinou 4639 milhotildees ha para cultura do milho obtendo um acreacutescimode 1776 (CONAB 2018)

A produtividade natildeo resulta somente da disponibilidade de terras agricultaacuteveisNo caso da produccedilatildeo nacional a implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas acultivares de alto potencial geneacutetico correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas emaior densidade de plantio contribuiacuteram para o incremento da produtividade do milho(EMBRAPA 2018)

25 Exportaccedilatildeo do milho

251 Panorama nacional

Com o consecutivo aumento da produccedilatildeo brasileira do gratildeo de milho obser-vado nas uacuteltimas deacutecadas IBGE (2018b) o Brasil tem aproveitado o excedente doconsumo interno para abastecer o mercado internacional A exportaccedilotildees brasileirasde milho tem levado o Brasil a ocupar um lugar de destaque no ranking dos maioresexportadores mundiais de milho (USDA 2018)

Observa-se a relevacircncia das exportaccedilotildees do milho para a balanccedila comercialbrasileira O milho e a soja satildeo os principais produtos agriacutecolas comercializados peloBrasil Juntos representam 80 das exportaccedilotildees brasileiras

Dados estatiacutesticos MAPA (2018) revelam que nos uacuteltimos 20 anos a partici-paccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial representou em meacutedia 40 das expor-taccedilotildees brasileiras (Figura 8)

13

Figura 8 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

As exportaccedilotildees do Brasil em 2017 atingiram US$ 217 bilhotildees 18 a mais doano anterior contabilizando US$ 185 bilhotildees O agronegoacutecio foi responsaacutevel em 2017por 44 das exportaccedilotildees fechando o ano com US$ 96 bilhotildees Em relaccedilatildeo ao anode 2016 o agronegoacutecio foi responsaacutevel por 46 das exportaccedilotildees brasileiras ou sejaUS$ 84 bilhotildees conforme ilustrado na (Figura 8)

As exportaccedilotildees do milho nacional alcanccedilaram 29 milhotildees t no ano de 201733 a mais do que o ano anterior que alcanccedilou o volume de 21 milhotildees t como podeser visto na Figura 9 representando US$ 45 bilhotildees

Figura 9 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

No ano de 2017 o Brasil registrou seu maior iacutendice de exportaccedilatildeo do gratildeo como crescimento de 8300 em relaccedilatildeo ao ano de 1997

14

Como pode ser visto na Figura 9 a alavancagem das exportaccedilotildees tiveram doisdestaques que valem a pena ser ressaltados o ano de 2001 e 2013 Considerandoque a deacutecada de 1990 as exportaccedilotildees do gratildeo natildeo ultrapassavam o patamar 500mil t a exportaccedilatildeo de 2001 atingiu 5 milhotildees t foi um marco para a seacuterie histoacutericasobretudo por dar iniacutecio a um processo de crescimento efetivo da cultura do milho noBrasil

No ano de 2013 face ao iniacutecio da lideranccedila do Mato Grosso como maior pro-dutor nacional do milho o Brasil registrou o volume de 26 milhotildees t exportadas

Na Figura 10 pode ser visto os dez principais mercados importadores do milhonacional em 2017

Figura 10 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b)

O Iratilde eacute o principal destino das exportaccedilotildees brasileiras com 48 milhotildees t im-portadas O Egito foi o segundo maior importador com 32 milhotildees t em seguidaobserva-se o Japatildeo 29 milhotildees t Espanha 28 milhotildees t Vietnatilde 26 milhotildees t China17 milhatildeo t Coreacuteia do Sul 17 milhatildeo t Malaacutesia 14 milhatildeo t Bangladesh 10 milhatildeo te Holanda com 800 mil t

A Tabela 1 apresenta o rol dos principais paiacuteses compradores do gratildeo brasileirono ano de 2017 Em relaccedilatildeo as cifras agraves exportaccedilotildees do gratildeo atingiram US$ 46bilhotildees

Quanto ao fluxo de comeacutercio por continente a Aacutesia foi o maior parceiro comer-cial do Brasil no ano de 2017 Observa-se por ordem de grandeza a representatividade

15

de cada continente nas transaccedilotildees com o Brasil conforme descrito abaixo

bull Aacutesia 56

bull Europa 17

bull Aacutefrica 15

bull Ameacuterica 7

bull Oriente Meacutedio 5

Tambeacutem se verificou na Tabela 1 os trecircs principais paiacuteses compradores porcontinente em ordem de grandeza

bull Aacutesia (Iratilde 29 Japatildeo 18 e Vietnatilde 16)

bull Europa (Espanha 58 Holanda 16 e Portugal 13)

bull Aacutefrica (Egito 75 Argeacutelia 12 e Marrocos 11)

bull Ameacuterica (Repuacuteblica Dominicana 32 Meacutexico 26 e Boliacutevia 8)

bull Oriente Meacutedio (Araacutebia Saudita 48 Israel 23 e Jordacircnia 11)

252 Panorama mundial

Dentre os cinco principais exportadores mundiais do milho em 2017 os Esta-dos Unidos lideraram o ranking com 53 milhotildees t seguido pelo Brasil 29 milhotildees tArgentina 23 milhotildees t Ucracircnia 19 milhotildees t e Ruacutessia 5 milhotildees t (ITC 2018a)

Referente a participaccedilatildeo no mercado global os Estados Unidos detiveram em2017 32 seguido pelo Brasil 16 Argentina 13 Ucracircnia 10 e Ruacutessia com 3(ITC 2018a)

A Figura 11 apresenta os principais importadores globais de milho sendo oJapatildeo o maior comprador mundial em 2017 As importaccedilotildees mundiais no mesmo anoalcanccedilaram 154 milhotildees t representando cerca de US$ 32 bilhotildees

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Tabela 1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b)

Importadores Bilhotildees US$ Milhotildees (t)Crescimento 20132017 (pa)

Mundo 4631046 29266361 2Iratilde 782609 4832976 18Egito 501040 3226017 17Japatildeo 451951 2945944 2Espanha 436927 2868390 36Vietnatilde 412219 2637305 16Taipei 270286 1760043 -5Coreacuteia do Sul 264914 1716964 -15Malaacutesia 232869 1494622 11Bangladesh 158604 1016715 -Paiacuteses Baixos 121940 801673 9Repuacuteblica Dominicana 108546 694240 7Araacutebia Saudita 106663 680764 -10Portugal 99985 643886 15Meacutexico 90430 562833 70Argeacutelia 78619 493866 -11Marrocos 75963 484981 -25Israel 50411 320661 13Irlanda 50349 329080 48Itaacutelia 34582 235049 31Paraguai 29441 8744 12Estados Unidos da Ameacuterica 29370 124983 -17Venezuela 27708 179454 -17Jordacircnia 24797 163565 2Guatemala 20279 131678 4Cuba 17974 110700 -10Indoneacutesia 17731 111026 -42Emirados Aacuterabes Unidos 16273 81401 -8Nicaraacutegua 13202 86940 7El Salvador 11692 78049 20Reino Unido 9811 59006 14Costa Rica 9486 61415 3Liacutebano 9386 62287 265Tuniacutesia 9141 58392 -65Omatilde 9001 57762 16Colocircmbia 7535 2272 -66Argentina 7369 2335 13Filipinas 5486 33110 126Kuwait 4567 31596 -27Peru 3745 11098 -39Angola 3286 17886 -35China 2707 17190 -1Boliacutevia 2368 4487 5Equador 2237 824 -67

17

Figura 11 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b)

A Figura 11 aponta que as importaccedilotildees do Japatildeo somaram US$ 308 bilhotildeesseguida pelo Meacutexico US$ 285 bilhotildees Coreacuteia do Sul US$ 178 bilhatildeo Egito US$ 172bilhatildeo Espanha US$ 148 bilhatildeo Vietnatilde US$ 130 bilhatildeo Holanda US$ 118 bilhatildeoItaacutelia US$ 110 bilhatildeo e Iratilde US$ 108 bilhatildeo

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito

Com o advento da globalizaccedilatildeo os mercados tornaram-se cada vez mais di-nacircmicos e competitivos A concorrecircncia eacute global um cenaacuterio constante e irreversiacutevelcolocando as organizaccedilotildees em permanente risco de sobrevivecircncia

Embora a produccedilatildeo de commodities agriacutecolas tenha suas especificidades e de-penda exclusivamente de terras disponiacuteveis diminuindo o surgimento de novos com-petidores a busca por eficiecircncia operacional tem sido um objetivo contiacutenuo das orga-nizaccedilotildees que atuam no agronegoacutecio

O milho eacute uma commodity e distinguem-se por ser um produto de alta volatili-dade baixo valor agregado e margens apertadas Portanto a busca por uma logiacutesticade escoamento eficiente agregando valor ao produto eacute requisito fundamental para oscompetidores do setor

No caso do Brasil importante fornecedor mundial o desempenho da logiacutesticaportuaacuteria eacute corresponsaacutevel por manter a competitividade do milho brasileiro no co-meacutercio internacional

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261 Histoacuteria

A logiacutestica remonta os primoacuterdios da humanidade muito antes do termo sercriado Atividades logiacutestica satildeo observadas em relatos biacuteblicos quando o faraoacute exigiaque fosse feita a armazenagem de alimentos em decorrecircncia de um sonho sobrevacas magras e gordas interpretado por Joseacute em que haveria sete anos de fartura esete anos de escassez alimentar (Reis et al 2015)

Outra evidecircncia satildeo as piracircmides do Egito Inconcebiacutevel acreditar que umaobra de tal magnitude pudesse ser concluiacuteda sem atividades que administrassem amovimentaccedilatildeo armazenagem e transporte de blocos de pedras aleacutem de alocar ossuprimentos para milhares de escravos encarregados da sua construccedilatildeo

No acircmbito militar a logiacutestica tem sido estrateacutegica e a histoacuteria tem comprovadoisso Eacute bem provaacutevel que expansatildeo do impeacuterio de Alexandre o Grande se invia-bilizasse caso natildeo houvesse uma logiacutestica que garantissem os suprimentos a suastropas

As grandes navegaccedilotildees entre os seacuteculos XV e XVII tambeacutem foram beneficiadaspelos conceitos logiacutesticos Impossiacutevel imaginar as caravelas mar adentro em buscade novas terras sem viacuteveres que pudessem suprir as necessidades da tripulaccedilatildeo Dealguma forma naquela eacutepoca jaacute havia planejamento de suprimentos para as viagensem busca de terras novas

A origem da expressatildeo logiacutestica eacute uma evoluccedilatildeo do verbo loger que significaalojar Termo militar usado para definir a arte de transportar abastecer e alojar tropasem campanha (Rodrigues 2014)

Segundo Rodrigues (2014) a primeira definiccedilatildeo de logiacutestica foi cunhada pelogeneral francecircs das tropas de Napoleatildeo Bonaparte Baratildeo Antonie Henri de Jomini(1789-1869) Para Jomini a palavra logistique deriva de um posto existente no exeacuter-cito francecircs ocupado pelo Marechal des Logis encarregado das atividades de deslo-camento alojamento e acampamento das tropas em combate

Posteriormente o termo logiacutestico tomou um significado mais amplo no usomilitar principalmente pelos norte-americanos na Segunda Guerra Mundial e segui-damente pela induacutestria

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica foi empregada muito tempo no con-texto militar atribuindo-se a derrota dos britacircnicos na Guerra de Independecircncia norte-americana pela ineficiecircncia de abastecimento de suprimentos agraves tropas britacircnicas

262 Conceito

Apesar da logiacutestica estar bastante disseminada no acircmbito organizacional e aca-decircmico ainda eacute do senso comum reduzi-la somente a atividade de transporte (Re-zende et al 2005)

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Haacute muita desinformaccedilatildeo a respeito da logiacutestica Mais que uma atividade detransporte a logiacutestica eacute o gerenciamento do fluxo de mercadoria desde o ponto deorigem ateacute o ponto de consumo (Ludovico 2010)

Ao longo dos anos vaacuterios estudos corroboraram para o entendimento do con-ceito de logiacutestica Para Ballou (2007) a logiacutestica deve prover serviccedilos de forma adiminuir a lacuna entre o ponto de produccedilatildeo e ponto de consumo de modo que osconsumidores tenham disponiacuteveis produtos e serviccedilos nas condiccedilotildees que desejamquando e onde quiserem

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica eacute um processo de gestatildeo estrateacutegicaque contribui para maximizaccedilatildeo da rentabilidade visando custo benefiacutecio atraveacutes dasatividades de movimentaccedilatildeo e armazenagem de materiais gerenciamento de esto-ques por meio dos fluxos de informaccedilotildees relacionados

Para Donato (2012) a logiacutestica eacute uma aacuterea de gestatildeo tendo o objetivo de prevere prover recursos para a execuccedilatildeo de todas as atividades organizacionais O autorassevera a gestatildeo de suprimentos transportes movimentaccedilatildeo e armazenamento demateriais processamento de pedidos e gerenciamento de informaccedilotildees e retorno deprodutos como atividades da logiacutestica

Reis et al (2015) apontam a logiacutestica como atividades que visam atender re-quisitos de pontualidade disponibilidade e qualidade de produtos e serviccedilos aliadosao preccedilo justo e competitivo

Para o Conselho de Profissionais da Cadeia de Suprimentos CSCMP (2018)entidade de renome mundial a logiacutestica eacute a atividade voltada ao planejamento imple-mentaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e efetivo de armazenamento de mercadoriasserviccedilos e informaccedilotildees relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumovisando suprir os requisitos dos clientes

Percebe-se um consenso nas obras analisadas De modo geral os autoresafirmam que os objetivos da logiacutestica eacute prover ao cliente final produtos e serviccedilos comqualidade na quantidade e no tempo certo com o menor preccedilo possiacutevel

27 Logiacutestica nas empresas

A logiacutestica interfere em vaacuterias atividades do cotidiano da sociedade e das em-presas quanto a custos tempo e eficiecircncia

Existe uma vasta literatura a respeito da logiacutestica empresarial e sua evoluccedilatildeo(Rezende et al 2005 Ballou 2007 Vantine 2012 Bowersox et al 2014 Novaes2015 Pires 2016) Por questotildees didaacuteticas optou-se por elencar cinco fases evolutivasda logiacutestica nas empresas como pode ser visto na Figura 12

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Figura 12 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012)

A partir da deacutecada de 1950 com os avanccedilos tecnoloacutegicos desenvolvimentode novos produtos mudanccedila de comportamento dos consumidores e consequente-mente uma maior necessidade de distribuiccedilatildeo de produtos exigiram o aumento danecessidade da logiacutestica nas empresas

Ballou (2007) classifica as deacutecadas de 1950 ateacute 1970 como o periacuteodo de de-senvolvimento Em sua obra o autor destaca quatro pilares de estudo para o de-senvolvimento da logiacutestica empresarial alteraccedilotildees e novos padrotildees de demanda doconsumidor pressatildeo custos nas induacutestrias evoluccedilatildeo na tecnologia de computadorese influecircncia dos estudos da logiacutestica militar

No final desses anos as universidades comeccedilavam a ofertar cursos na aacutereasurgem as primeiras literaturas com abordagem do tema empresas iniciam os primei-ros testes de implantaccedilatildeo das novas ideias e surge o primeiro Conselho de Adminis-traccedilatildeo da Distribuiccedilatildeo Fiacutesica (Ballou 2007)

Em 1970 evidencia-se o desenvolvimento de estrateacutegias com foco na adminis-traccedilatildeo de materiais e distribuiccedilatildeo fiacutesica Graccedilas aos processos flexiacuteveis de produccedilatildeoconforme Novaes (2015) foi possiacutevel a oferta de novos produtos com variadas corestipos e tamanhos Com um vasto leque de oferta de novos produtos aos consumido-res houve um aumento significativo nos estoques ao longo da cadeia de produtivaCom isso passou a ser necessaacuterio uma maior racionalizaccedilatildeo com vista ao menorcustos e maior eficiecircncia

Outros apontamentos ressaltados por Novaes (2015) foram os custos de trans-ferecircncia e distribuiccedilatildeo Com a crise do petroacuteleo em 1970 os combustiacuteveis sofreramum aumento abrupto O aumento populacional nos centros urbanos expansatildeo defrotas de veiacuteculos crescimento territoriais das cidades elevaram potencialmente oscongestionamentos Esses fatores aliados com as limitaccedilotildees de movimentaccedilatildeo de

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caminhotildees em horaacuterio comerciais resultaram no aumento dos custos de transporte edistribuiccedilatildeo

A deacutecada de 1980 com a explosatildeo de novas tecnologias propicia a integraccedilatildeodos processos surgindo o conceito de logiacutestica integrada Essa deacutecada foi caracte-rizada pelo emprego de tecnologias de informaccedilatildeo e sistema de comunicaccedilatildeo quepromoveram uma forte integraccedilatildeo da logiacutestica (Rezende et al 2005)

A efetiva integraccedilatildeo foi favorecida pela implantaccedilatildeo do EDI - Intercacircmbio Ele-trocircnico de Dados essencial para a atualizaccedilatildeo de dados em tempo real e troca dedocumento em toda a cadeia Outro fato relevante foi a introduccedilatildeo do coacutedigo de barraspara controle de estoque

A coleta de dados e o fluxo de informaccedilotildees que eram realizadas manualmentepassaram a ser realizadas de forma automaacutetica com o emprego de tecnologias decaptura de dados (radiofrequecircncia) eliminando a morosidade nos processos e miti-gando fontes de erro (Bowersox et al 2014)

Apoacutes os anos de 1990 com a integraccedilatildeo e maior comunicaccedilatildeo entre fornecedo-res distribuidores e clientes surge entatildeo de maneira mais disseminada o conceito deSCM (Supply Chain Management) ou seja gerenciamento da cadeia de suprimentos

Apesar de alguns autores asseverarem que o termo SCM jaacute era aplicado deforma rudimentar nos anos 1970 e 1980 o interesse pelo SCM foi fortemente difundidonas empresas a partir dos anos 1990 (Pires 2016)

Com o advento da globalizaccedilatildeo emergem mercados e competidores globaise o desempenho das organizaccedilotildees em termos de custos e eficiecircncia tornou-se umaquestatildeo de sobrevivecircncia A gestatildeo da cadeia de suprimentos eacute uma estrutura estra-teacutegica e consiste na colaboraccedilatildeo entre empresas com intuito a melhorar a eficiecircnciaoperacional gerando condiccedilotildees de maior grau de competitividade das organizaccedilotildees(Bowersox et al 2014)

A finalidade da cadeia de suprimento eacute maximizar o valor gerado Chopra ampMeindl (2011) destacam o valor como o excedente gerado pela cadeia de suprimentoPara os autores valor eacute a diferenccedila entre o que o produto entregue vale para o clientee o custo total incidente em todas as atividades da cadeia de suprimento em levaro produto ateacute o cliente O sucesso de uma cadeia de suprimentos estaacute diretamenteligado agrave sua lucratividade quanto maior a lucratividade mais bem-sucedida a cadeiaeacute

Por fim apoacutes os anos 2000 intensifica-se o crescimento nas parcerias entre asempresas para execuccedilatildeo dos processos produtivos com vista ao aumento da eficiecircn-cia operacional e o uso intensivo da internet para comercializaccedilatildeo eletrocircnica

Os relacionamentos interorganizacionais eacute a chave de sucesso para uma ca-deia de suprimentos sustentaacutevel Quando as empresas compreendem e reconhecema dependecircncia entre fornecedores eou clientes estabelece-se entatildeo um ambiente

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para colaboraccedilatildeo (Bowersox et al 2014) A ideia eacute o trabalho compartilhado intelec-tual e operacionalmente O eixo central das relaccedilotildees colaborativas eacute a integraccedilatildeo dosrecursos humanos financeiros e teacutecnicos visando o aumento da eficiecircncia e o niacutevelde serviccedilos ao cliente

28 Atividades logiacutesticas

Com vistas a atingir os objetivos logiacutesticos de custos e niacutevel de serviccedilo Ballou(2007) elenca trecircs atividades fundamentais da logiacutestica empresarial conforme podeser visto na Tabela 2

Tabela 2 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007)

ATIVIDADES

Primaacuteria Apoio

TransporteManuseio de materiaisEmbalagem e proteccedilatildeo

Manutenccedilatildeo de estoqueProgramaccedilatildeo do produtoManutenccedilatildeo de informaccedilotildees

Processamento de pedidosArmazenamentoObtenccedilatildeo

Atividade de transporte ndash Eacute essencial para a logiacutestica empresarial Aleacutem derepresentar em meacutedia dois terccedilos de todos custos logiacutesticos nenhuma empresa eacutecapaz de operar sem movimentar suas mateacuterias-primas e seus produtos acabados

Transporte entende-se como vaacuterios recursos para a o deslocamento de car-gas O gerenciamento estaacute ligado ao processo decisoacuterio de escolha do modo detransporte utilizaccedilatildeo da capacidade de veiacuteculos e definiccedilatildeo de roteiros O rodoviaacuterioaeacutereo aquaviaacuterio e ferroviaacuterio satildeo os modos de transporte mais conhecidos (Ballou2007)

Ballou (2007) designa duas atividades de apoio agrave atividade de transporte ma-nuseio de materiais embalagem de proteccedilatildeo A primeira estaacute relacionada com aarmazenagem e manutenccedilatildeo de estoques Essa atividade eacute desenvolvida no localde estocagem tendo como principais processos seleccedilatildeo de equipamento de movi-mentaccedilatildeo procedimentos de formaccedilatildeo de pedidos transferecircncia de mercadoria ateacuteo ponto de recebimento daiacute vai para o deposito ateacute ponto de estocagem e da esto-cagem para despacho etc A segunda atividade embalagem de proteccedilatildeo tem comoobjetivo garantir a integridade dos produtos Um bom projeto de embalagem permitea movimentaccedilatildeo sem quebras e com maior eficiecircncia

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Manutenccedilatildeo de estoques ndash O gerenciamento de estoque corresponde a umaparcela significativa dos custos logiacutesticos As empresas almejam a entrega dos produ-tos aos seus clientes imediatamente agrave produccedilatildeo eliminaccedilatildeo dos custos de estoquesContudo na praacutetica isto eacute inviaacutevel natildeo raro os estoques atuam como amortecedoresentre a oferta e a demanda tornando a manutenccedilatildeo de estoques uma atividade-chaveda logiacutestica

Para o desenvolvimento dessa atividade Ballou (2007) aponta como premis-sas a programaccedilatildeo do produto volume lugar e onde devem ser produzidos tendocomo enfoque a distribuiccedilatildeo ou seja o fluxo de saiacuteda Outra atividade de apoio eacute amanutenccedilatildeo da informaccedilatildeo As informaccedilotildees de localizaccedilatildeo de cliente volume de ven-das estoques apoiam as atividades primaacuterias satildeo essenciais para a gestatildeo e controlelogiacutestico

Processamento de pedidos ndash Essa atividade tem em vista o tempo neces-saacuterio em levar bens e serviccedilos aos clientes O gerenciamento do lead time eacute umdos fatores mais importantes do processamento de pedidos pois contribui para o au-mento do niacutevel de serviccedilos oferecido pelas empresas considerando que o lead timeeacute tempo computado entre o momento do pedido do cliente ateacute a chegada do produtono mesmo

A armazenagem e suas atividades (configuraccedilatildeo do armazeacutem localizaccedilatildeo di-mensionamento de aacuterea arranjo fiacutesico projeto de docas etc) eacute uma atividade deapoio ao processamento de pedidos Outra atividade de apoio importante para osobjetivos do processamento de pedidos eacute a obtenccedilatildeo Essa atividade diz respeitoa fontes de suprimentos modelo de programaccedilatildeo de compras e da forma como osprodutos satildeo comprados

O autor adverte que a obtenccedilatildeo se difere de compras pois compras envolvematividades muito mais detalhadas como por exemplo negociaccedilatildeo de preccedilos avaliaccedilatildeode vendedores etc A obtenccedilatildeo refere-se aos processos exclusivamente relacionadosa tarefas de logiacutestica Por essa razatildeo substitui o termo compras por obtenccedilatildeo

As operaccedilotildees de logiacutestica visam atender as necessidades das empresas emprover produtos aos seus clientes quando e onde eles quiserem Dessa maneira astrecircs atividades satildeo centrais para as organizaccedilotildees por isso satildeo classificadas comoatividades primaacuterias (Ballou 2007)

29 Portos

O porto se caracteriza como uma aacuterea abrigada das ondas e correntes mariacute-tima e dependendo da sua localizaccedilatildeo situa-se agrave beira de oceanos lagos e rios Pos-sui uma estrutura intermodal oferecendo condiccedilotildees para operaccedilotildees de transbordo decargas de vaacuterios tipos O transbordo pode ser definido como operaccedilotildees de transferecircn-

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cia entre modos de transportes ou natildeo Por exemplo uma movimentaccedilatildeo de cargasde uma navio para outro de um navio para um trem de um navio para um caminhatildeoou vice-versa (Rojas 2014)

Uma estrutura portuaacuteria se caracteriza como terminal multimodal em que existeuma conexatildeo de vaacuterios modos de transporte para a movimentaccedilatildeo e armazenagem decargas importadas ou destinadas agrave exportaccedilatildeo A eficiecircncia operacional do porto estaacutediretamente relacionada agrave abrigo profundidade e acessibilidade canal de acessobacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ouaquaviaacuterios (Alfredini amp Arasaki 2009)

Cruz et al (2014) e Carvalho (2009) apud Silva (2010) atribuem as principaisfunccedilotildees de um porto a) oferecer condiccedilotildees adequadas para a efetividade operacionaldo escoamento das cargas b) garantir a acessibilidade mariacutetima aos navios comvista a atender ao mais eficiente ciclo operacional dos mesmos c) prover a seguranccedilados navios na entrada e saiacuteda do porto no interior da bacia portuaacuteria garantindo aseguranccedila da vida dentro dos limites do porto d) assegurar a eficiente proteccedilatildeo aomeio ambiente

No tocante ao perfeito funcionamento de um complexo portuaacuterio trecircs fatoresdevem ser considerados responsaacuteveis pela sua eficiecircncia operacional infraestruturaportuaacuteria infraestrutura fiacutesica e superestrutura e processo aduaneiro

Infraestrutura portuaacuteria compreende vaacuterios elementos conectados que im-pactam diretamente no tipo de navio que atracara em determinado porto e as carac-teriacutesticas das cargas a serem movimentas (David amp Stewart 2010)

O primeiro elemento relacionado agrave infraestrutura portuaacuteria eacute a profundidade daaacutegua dos portos tanto no canal de acesso ndash trecho de hidrovia que liga o porto aomar aberto - quanto ao berccedilo de atracaccedilatildeo Navios cada vez maiores voltados paraoperaccedilotildees de larga escala exigem portos com profundidade de aacutegua compatiacutevel comas dimensotildees das embarcaccedilotildees (David amp Stewart 2010)

Outros desdobramentos referente agrave infraestrutura portuaacuteria satildeo apontados porAlfredini amp Arasaki (2009) tais como bacia de evoluccedilatildeo aacutereas destinadas a manobradas embarcaccedilotildees dentro do porto para atracaccedilatildeo e desatracaccedilatildeo As bacias de evo-luccedilatildeo devem estar protegidas de ondas fortes correntes e ventos bem como livre depassagens de dutos e cabos submarinos e outras obstruccedilotildees

As operaccedilotildees de dragagem tambeacutem satildeo elementos necessaacuterios para uma boainfraestrutura portuaacuteria A dragagem permite o aprofundamento dos canais e berccedilosde atracaccedilatildeo por meio de remoccedilatildeo de materiais do fundo submersos Existem basi-camente dois tipos de dragagem a) aprofundamento visa aumentar a profundidadee ou largura dos canais de acesso e bacias dos portos e b) ambiental para retiradade sedimentos contaminados Por fim obras de abrigos portuaacuterios guias correntesquebra-mares molhes etc (Ludovico 2010)

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Infraestrutura fiacutesica - compreende as instalaccedilotildees portuaacuterias em si Ancora-douros docas cais piacuteeres de acostagem e atracaccedilatildeo edifiacutecios e vias de circulaccedilatildeointerna (Ludovico 2010) A superestrutura satildeo os equipamentos destinados as ope-raccedilotildees de embarque e descarga Via de regra os equipamentos de movimentaccedilatildeoportuaacuteria satildeo classificados como equipamento de movimentaccedilatildeo de cais de paacutetio ede transferecircncia (Patriacutecio 2015)

Os equipamentos de movimentaccedilatildeo de cais tambeacutem conhecidos como equi-pamentos de costado tem como principal funccedilatildeo movimentaccedilatildeo de cargas nas ope-raccedilotildees de embarque e descarga de navios Os equipamentos de paacutetios usualmentesatildeo destinados a movimentaccedilatildeo de cargas de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo Jaacute os equipa-mentos de transferecircncias servem para movimentar cargas de transferecircncia do naviopara o paacutetio ou vice-versa

Processo aduaneiro - refere-se agraves condiccedilotildees necessaacuterias para o tratamentoadministrativo de exportaccedilatildeo ou importaccedilatildeo Diz respeito aos tracircmites que as merca-dorias devem obedecer ao sair ou entrar em territoacuterio nacional (Souza 2014) Outrofator a considerar satildeo os entraves burocraacuteticos e o tempo de respostas da aduana eoutros oacutergatildeos intervenientes do comeacutercio exterior

210 Serviccedilos Portuaacuterios

Segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica - CADE o complexoportuaacuterio eacute fundamental para a cadeia logiacutestica e a eficiecircncia de seus serviccedilos Adinacircmica de como o porto se integra e sua capacidade de gerar valor para a cadeia eacutefator decisoacuterio para escolha do porto pelas companhias de navegaccedilatildeo (CADE 2013)

Para ANTAQ (2018a) os serviccedilos prestados por um porto satildeo classificados emtrecircs categorias serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios serviccedilos de movimentaccedilatildeode cargas e serviccedilos complementares aos armadores e aos donos de mercadorias

Serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios ndash a funccedilatildeo desses serviccedilos eacuteatender as necessidades dos armadores e seus navios Existe uma gama de presta-dores de serviccedilos administraccedilatildeo do porto instituiccedilotildees puacuteblicas e empresas privadasconforme Tabela 3

Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas ndash a funccedilatildeo diz respeito a manuseio decargas a bordo do navio com atividade de estiva (transbordo embarque descargapeaccedilatildeo despeaccedilatildeo conferencia) atividades de terra ou capatazia (transporte internoconferecircncia das mercadorias etc)

Comumente satildeo serviccedilos demandados pelos armadores e donos das mercado-rias providos pelo operador portuaacuterio e ou pela administraccedilatildeo do porto Os serviccedilosoferecidos pelos operadores portuaacuterios aos armadores que repassam esses custosaos donos das mercadorias (exportadores e importadores) em forma de taxa handling

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Tabela 3 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a)

SERVICcedilO PRESTADOR DE SERVICcedilO

Agenciamento de navio Agecircncia MariacutetimaAuxilio a navegaccedilatildeo e uso defaroacuteis

Marinha do Brasil

Inspeccedilatildeo sanitaacuterio nos na-vios

ANVISA ndash Agecircncia Nacionalde Vigilacircncia Sanitaacuteria

Controle de entrada e saiacutedade estrangeiros

Policia Federal

Inspeccedilatildeo Aduaneira RFB ndash Receita Federal doBrasil

Praticagem Associaccedilatildeo dos PraacuteticosRebocagem Empresa de rebocadores

portuaacuteriosVigias portuaacuterios Trabalhadores portuaacuteriosAtracaccedilatildeo Operador do terminal ou ad-

ministraccedilatildeo do porto

incluiacutedo nos custos do frete mariacutetimoServiccedilos complementares ndash serviccedilos especiacuteficos aos armadores preacute estiva-

gem conferecircncia de lacre transbordo movimentaccedilatildeo de contecircineres vazios rechegoou serviccedilos prestados aos donos de cargas ova e desova de contecircineres transportede contecirciner vazio pesagem etc

211 Tipos de portos

Nos primoacuterdios os portos eram apenas porta de acesso aos continentes oupaiacuteses separados pelos oceanos Para a concepccedilatildeo de um porto bastava estar pro-tegido dos ventos localizados em aacuteguas tranquilas protegido muitas vezes de baixaprofundidade localizados em margens de baia ou em foz de rios (Rodrigues 2007)

O porto dispunha de trapiches de madeiras ou de pedras solidificadas por ar-gamassa de oacuteleo de baleia A partir das deacutecadas de 1950 e 1960 evidencia-se umprocesso de evoluccedilatildeo Os portos tradicionais esboccedilam uma trajetoacuteria de melhora-mento transformam-se em centros de serviccedilos comerciais e industriais (Rodrigues2007)

A Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento - UNC-TAD em seu relatoacuterio classifica os portos em trecircs categorias de geraccedilotildees baseadasem trecircs criteacuterios ldquoPoliacutetica de desenvolvimento portuaacuterio estrateacutegia e atitude Exten-satildeo e alcance das atividades portuaacuterias Integraccedilatildeo das atividades e organizaccedilotildeesportuaacuteriasrdquo (UNCTAD 1992)

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Tabela 4 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003

1ordfGERACcedilAtildeO 2ordfGERACcedilAtildeO 3 ordfGERACcedilAtildeO

Antes dos Anos 1960 Apoacutes os anos 1960 Apoacutes os anos 1980

Atitude e Es-trateacutegia de De-senvolvimento

ConservadoraInterface dos modosde transporte

ExpansionistaCentro de Trans-porte Comercial eIndustrial

Transporte Inte-grado e PlataformaLogiacutestica para oComeacutercio Internaci-onal

Atividades Carga DescargaArmazenagem Ser-viccedilos de Navegaccedilatildeo

Atividades da 1 ordfaGeraccedilatildeo Transfor-maccedilatildeo da CargaServiccedilos Comer-ciais e Industriaisvinculados aosNavios

Atividades da 1 ordfe 2ordfgeraccedilatildeo Distribui-ccedilatildeo de Informaccedilotildeese Carga AtividadesLogiacutesticas

Caracteriacutesticasda Organiza-ccedilatildeo

Baixa relaccedilatildeo en-tre o Porto e seusUsuaacuterios

Relaccedilatildeo proacuteximaPorto e UsuaacuterioBaixa integraccedilatildeoentre atividades noPorto

Integraccedilatildeo comuni-dade portuaacuteriaIntegraccedilatildeo do PortoRede de Comeacutercioe Transporte

CaracteriacutesticasdaProduccedilatildeo deServiccedilo

Foco no Fluxo deCargasBaixo valor agre-gado

Fluxo de CargaServiccedilos IntegradosValor Agregado Meacute-dio

Fluxo e Distribuiccedilatildeode Carga e Informa-ccedilotildeesServiccedilos Muacuteltiplos

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Para UNCTAD (1992) conforme ilustrado na Tabela 4 na 1ordfgeraccedilatildeo observa-seportos isolados das atividades de transporte e comeacutercio Nesse estaacutegio havia poucaatenccedilatildeo agraves necessidades dos usuaacuterios do porto e a promoccedilatildeo do marketing portuaacuterioraramente era considerada O porto possuiacutea seus proacuteprios sistemas de informaccedilatildeoestatiacutestica e documental sem compatibilidade com sistemas dos usuaacuterios do porto

Observa-se tambeacutem um porto independente e com uma forte atuaccedilatildeo de po-der em relaccedilatildeo agraves outras atividades econocircmicas A relaccedilatildeo do porto com o municiacutepioeacute praticamente nula e o niacutevel de cooperaccedilatildeo eacute inexistente tendo como consequecircnciaplanos de desenvolvimentos separados

As atividades portuaacuterias e as empresas portuaacuterias eram isoladas uma dasoutras tomando decisotildees independentes A movimentaccedilatildeo era lenta produtividadebaixa e as atividades com os usuaacuterios eram isoladas e natildeo com o porto como todo

Na 2 ordfgeraccedilatildeo segundo UNCTAD (1992) os usuaacuterios governos autoridadesportuaacuterias e prestadores de serviccedilos portuaacuterios jaacute tinham uma compreensatildeo maisampla das funccedilotildees dos portos mariacutetimos

Nessa geraccedilatildeo o porto comeccedila a ofertar aos usuaacuterios atividades aleacutem de cargae descarga que ateacute entatildeo estavam condicionados a atividades tradicional do portoInicia-se um processo de implantaccedilatildeo de gestatildeo e poliacuteticas portuaacuterias

Dentro das atividades portuaacuterias satildeo ofertados outros tipos de serviccedilos mais re-levantes embalagens de cargas separaccedilatildeo serviccedilos industriais como transformaccedilatildeode cargas etc O porto se desenvolve e expande sua atuaccedilatildeo com aacutereas de influecircnciacomo por exemplo induacutestrias de ferro e accedilo metalurgia pesada refinarias atividadesagroindustriais etc

Os portos de 2 ordfgeraccedilatildeo deixam de ser apenas centros de transporte passandoa ser tambeacutem industriais e centros comerciais Surgiram por volta dos anos sessentacom um aumento na quantidade de mateacuterias-primas importadas em paiacuteses industria-lizados Estes portos satildeo comumente usados como porto induacutestria (UNCTAD 1992)

Na 3 ordfgeraccedilatildeo um fato marcante que impulsionou essa geraccedilatildeo foi o conteine-rizaccedilatildeo das cargas a multimodalidade e o aumento de demanda do comeacutercio interna-cional

Nota-se uma perspectiva desenvolvimentista do porto pelos gestores e opera-dores portuaacuterios O porto eacute considerado um noacute na complexa rede internacional deproduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Esse pensamento permite uma proposta de gestatildeo voltadaas necessidades do comeacutercio global

Diferentemente do passado ressalta UNCTAD (1992) quando os portos acre-ditavam que as cargas viriam com os navios a partir da deacutecada 1980 os esforccedilos satildeovoltados para ganhar e manter as cargas no porto Esses esforccedilos satildeo direcionadospara promoccedilatildeo de atividades de comeacutercio e transporte com vistas agrave geraccedilatildeo de recei-tas e agregaccedilatildeo de valor Desde entatildeo os portos vecircm se transformando em centros

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de transportes integrados e plataformas logiacutesticas para o comeacutercio globalAs atividades e serviccedilos nesses portos de terceira geraccedilatildeo satildeo especializadas

variaacuteveis e integradas Satildeo subdivididos em quatro categorias diferentes serviccedilosportuaacuterios tradicionais serviccedilos industriais e ambientais serviccedilos comerciais e admi-nistrativos e serviccedilos de logiacutestica e distribuiccedilatildeo (UNCTAD 1992)

212 Terminais portuaacuterios

A relevacircncia dos terminais portuaacuterios na cadeia logiacutestica mundial reside nofato de que o transporte mariacutetimo eacute o modo de transporte que movimenta a maiorquantidade de cargas Sendo assim os portos atuam como grandes concentradoresde cargas e essenciais para ganhos de economias de escala tatildeo importantes para asatividades comerciais e industriais (UNCTAD 1992)

Os terminais portuaacuterios satildeo estrateacutegicos para a cadeia de transporte mundiale nas operaccedilotildees portuaacuterias haja vista que as principais atividades portuaacuterias satildeo exe-cutadas pelos terminais portuaacuterios e contribuem para os fatores de produccedilatildeo quantoao fluxo de materiais primas insumos maquinaacuterios e produtos acabados

Os terminais podem ser definidos como elos de uma cadeia de transportesonde ocorrem entrada e saiacuteda de cargas e veiacuteculos neste sistema Nesse ambientesatildeo executados transbordo de cargas entre modos de transporte (Souza et al 2018)

O conceito de terminal mariacutetimo para Magalhatildees (2016) refere-se a instala-ccedilotildees voltadas ao atendimento especializado de navios e cargas podendo ser instala-ccedilotildees isoladas ou parte de um porto comercial Na perspectiva contemporacircnea portocomercial concentra diversos terminais especializados para atender vaacuterios fluxos decargas e de passageiros

Para Dubke (2006) terminais especializados satildeo unidades logiacutesticas capazesde realizar serviccedilos de agregar valor de menor ou maior grau em instalaccedilotildees portuaacute-rias Os terminais especializados efetuam serviccedilos de centralizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo decargas utilizando um ou mais modalidades de transportes conforme demonstrado emFigura 13

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Figura 13 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016)

Como se observa na Figura 13 cada terminal portuaacuterio deve possuir instala-ccedilotildees adequadas agraves operaccedilotildees de embarque e descarga especializadas considerandotipos de navios e tipos de cargas Os terminais se tornam especializados e deman-daratildeo estruturas especificas de atracaccedilatildeo transferecircncia de cargas de estocagemde distribuiccedilatildeo e de recepccedilatildeo ou entrega aos demais modos de transportes (Patriacutecio2015 Magalhatildees 2016)

213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro

A logiacutestica portuaacuteria tecircm papel fundamental na ordem econocircmica brasileirasobretudo nas operaccedilotildees de comeacutercio exterior Conforme Rodrigues (2007) em seusestudos ldquoOs portos satildeo estrateacutegicos para o exerciacutecio da soberania nacional servindocomo locais de aplicaccedilatildeo da politica tributaacuteria governamental para viabilizar o modeloeconocircmico adotado pelo paiacutesrdquo (p 165)

No Brasil cerca de 97 do fluxo de mercadoria do comercio exterior satildeo porvias mariacutetimas evidenciando assim o papel dos portos na economia nacional cabe aSecretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica - SEPPR nas atribuiccedilotildees inerentesa sua esfera de competecircncia o planejamento estrateacutegico portuaacuterio e a formulaccedilatildeo depoliacuteticas com vista ao desenvolvimento da infraestrutura portuaacuteria Por sua vez a SEPestaacute vinculada ao Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil (MTPAC 2018b)

Segundo a Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterio ndash ANTAQ no Brasil

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existem 235 instalaccedilotildees portuaacuterias puacuteblicas e privadas tanto mariacutetima como fluvial(ANTAQ 2018a)

De acordo com MTPAC (2018b) existem 37 portos puacuteblicos organizados noBrasil Nessa categoria estatildeo os principais portos nacionais Dezenove satildeo adminis-trados pela UniatildeoCompanhias Docas (Tabela 5) incluiacutedo o Porto de Santos o maisimportante porto do sistema portuaacuterio brasileiro e dezoito foram delegados a municiacute-pios estados e consoacutercios (Tabela 6)

Tabela 5 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria

Porto de MANAUS AM CODOMARPorto de LAGUNA SC CODESPPorto de SANTOS SP CODESPPorto de ANGRA DOS REIS RJ CDRJPorto de ITAGUAIacute RJ CDRJPorto do RIO DE JANEIRO RJ CDRJPorto de NITEROacuteI RJ CDRJPorto de VITOacuteRIA ES CODESAPorto de BARRA DO RIACHO ES CODESAPorto de ILHEacuteUS BA CODEBAPorto de ARATU BA CODEBAPorto de SALVADOR BA CODEBAPorto de MACEIOacute AL CODERNPorto de NATAL RN CODERNPorto de AREIA BRANCA RN CODERNPorto de FORTALEZA CE CDCPorto de VILA DO CONDE PA CDPPorto de BELEacuteM PA CDPPorto de SANTAREacuteM PA CDP

Para a SEP os portos fluviais satildeo definidos como Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pe-queno Porte ndash IP4 voltados para favorecer a movimentaccedilatildeo de cargas e passageirosem aacutereas distantes Sob a competecircncia do Departamento Nacional de Infraestruturade Transportes ndash DNIT estatildeo 122 instalaccedilotildees IP4 (MTPAC 2018a)

A existecircncia de 39 portos puacuteblicos fluviais sob a competecircncia SEP emborasejam portos fluviais estatildeo excluiacutedos da categoria IP4 (Tabela 7)

O complexo portuaacuterio brasileiro eacute estrateacutegico para o Brasil pelo fato de seruma das principais infraestruturas de apoio ao comeacutercio exterior Cerca de 90 detoda carga comercializada no mercado internacional passam pelos portos brasileiros

A movimentaccedilatildeo dos portos em 2017 atingiu 1087 bilhatildeo t com 61812 atra-caccedilotildees de navios no mesmo periacuteodo Quando analisado o perfil de cargas movimen-tadas em 2017 as estatiacutesticas apontam os graneis soacutelidos como a principal carga com

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Tabela 6 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte MT-PAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria Tipo

Porto de SUAPE PE SDEC-PE MariacutetimoPorto de IMBITUBA SC SCPAR MariacutetimoPorto de SAtildeO FRANC SUL SC APSFS MariacutetimoPorto de ITAQUI MA EMAP MariacutetimoPorto de CABEDELO PB DOCAS-PB MariacutetimoPorto do RECIFE PE PORTO DO RECIFE SA MariacutetimoPorto de SAtildeO SEBASTIAtildeO SP DERSA MariacutetimoPorto de ANTONINA PR APPA MariacutetimoPorto de PARANAGUAacute PR APPA MariacutetimoPorto de PELOTAS RS SPH MariacutetimoPorto de PORTO ALEGRE RS SPH MariacutetimoPorto de ESTRELA RS SPH FluvialPorto de CACHOEIRA DO SUL RS SPH FluvialPorto de RIO GRANDE RS SUPRG MariacutetimoPorto de PORTO VELHO RO SOPH-RO FluvialPorto de ITAJAIacute SC ADHOC MariacutetimoPorto de MACAPAacute AP CDSA MariacutetimoPorto do FORNO RJ COMAP Mariacutetimo

64 seguida de graneis liacutequidos 212 contecirciner 99 e carga geral 5 (MTPAC2018b ANTAQ 2018b) Na Figura 14 pode ser observada a evoluccedilatildeo no movimentototal dos portos brasileiros a partir de 2010

Figura 14 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte ANTAQ(2018a)

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Tabela 7 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado

Cruzeiro do Sul ACPorto Acre AC

Porto Walter ACIbotirama BACorumbaacute MS

Ladaacuterio MSMundo Novo MS

Caacuteceres MTAlmeirim PAAltamira PAGurupaacute PAItaituba PA

Juruti PAMonte Alegre PA

Oacutebidos PAOriximinaacute PA

Porto de Moz PAPrainha PA

Senador Joseacute Porfiacuterio PAVitoacuteria de Xingu PASanta Terezinha PR

Terra Roxa PRPorto velho RO

Estrela RSCachoeira do Sul RS

Charqueadas RSJaguaratildeo RS

Santa Vitoacuteria do Palmar RSAnhembi SP

Jauacute SPPanorama SP

Pederneiras SPTerminal Floresta SP

Terminal Satildeo Miguel SPTerminal Fazenda Satildeo Joaquim SP

Eclusa Tiete Montante SPUsina Diamante SPUsina Pioneiros SP

Satildeo Pedro SP

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Em 2018 houve um crescimento de 849 do volume movimentado em 2018em relaccedilatildeo ao ano anterior Se comparado o ano de 2017 e 2010 o fluxo de cargasnos portos brasileiros aumentaram 295 Neste mesmo periacuteodo observou-se umcrescimento continuo com exceccedilatildeo ao ano de 2016 que registrou uma queda de 05em relaccedilatildeo ao ano de 2015

No quesito natureza da carga a Figura 15 destaca a participaccedilatildeo do grupo decarga na seacuterie histoacuterica

Figura 15 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

No ano de 2017 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 os graneis soacutelidos cresceram1041 graneis liacutequidos 378 contecirciner 317 e carga solta 776 conforme ilus-trado na Figura 15 Embora o ano de 2016 tenha apresentado uma ligeira queda de05 em relaccedilatildeo ao ano anterior a carga geral apontou um crescimento de 53

214 Porto de SantosSP

Localizado no litoral do Estado de Satildeo Paulo o Porto de Santos eacute puacuteblico eadministrado pela Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo - CODESP Conside-rado o mais importante porto nacional tem aproximadamente 15 km de extensatildeo 55terminais mariacutetimos e retro portuaacuterios e 65 berccedilos de atracaccedilatildeo

O complexo portuaacuterio santista em 2017 contabilizou 5597 atracaccedilotildees de na-vios movimentando 125 milhotildees t ANTAQ (2018b) No ranking da movimentaccedilatildeonacional o Porto de Santos ocupou o terceiro lugar ficando atraacutes de Terminal pontada Madeira e Terminal Tubaratildeo que operam mineacuterio de ferro (ANTAQ 2018b)

35

Um dos principais fatores para atraccedilatildeo de cargas no Porto de Santos eacute a suaacessibilidade e zona de influecircncia Conectado com as principais rodovias de acessodo paiacutes o porto santista tem como aacuterea de influecircncia primaacuteria os estados de SatildeoPaulo Minas Gerais Mato Grosso Mato Grosso do Sul Goiaacutes e o Distrito Federalque juntos representam 67 do PIB

Aleacutem disso o porto tem acesso agrave hidrovia Tiete-Paranaacute principal hidrovia deescoamento de gratildeos e importantes linhas feacuterreas que facilitam a movimentaccedilatildeo dasmercadorias em grande escala em especial as commodities agriacutecolas (Souza et al2017)

Ainda que a zona de influecircncia e a acessibilidade seja determinante para oporto santista devido agrave sua topografia torna-se impossivel sua expansatildeo

Para melhor entendimento a Figura 16 ilustra o histoacuterico de movimentaccedilatildeo decargas no Porto de Santos no periacuteodo de 2010 a 2017 conforme dados da (ANTAQ2018b)

Figura 16 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b)

Conforme destacado na Figura 16 a somatoacuteria da movimentaccedilatildeo geral do portocresceu 85 em 2017 o complexo portuaacuterio de Santos apontou uma alta de 135no mesmo periacuteodo em relaccedilatildeo a 2016

Comparando com a movimentaccedilatildeo dos portos o Porto de Santos apresentaoscilaccedilotildees do volume movimentado Em 2011 foi registrado uma queda de 4 emrelaccedilatildeo a 2010 no ano de 2014 uma reduccedilatildeo de 29 comparado com 2013 e final-mente em 2016 o fluxo movimentado diminui 47 em relaccedilatildeo ao ano anterior

Referente agrave natureza da carga movimentada no Porto de Santos o granel soacutelidotambeacutem aparece como a principal carga movimentada em todos os anos observado

36

na Figura 17

Figura 17 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

Em meacutedia o granel soacutelido representou 49 da movimentaccedilatildeo do Porto de San-tos comparando o periacuteodo 2010 a 2017 (Figura 17) O contecirciner aparece em segundolugar no mesmo periacuteodo com uma meacutedia de 33 Em 2017 o granel soacutelido regis-trou 506 seguido pelo contecirciner 333 granel liquido 12 e carga geral 38 Ofluxo de cargas movimentadas no complexo santista em 2017 representou aproxima-damente 12 do movimento dos portos brasileiros

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3 Metodologia

Para a execuccedilatildeo deste estudo foram realizadas pesquisas quantitativas de ca-raacuteter exploratoacuteria descritiva e bibliograacutefica

O meacutetodo de pesquisa bibliograacutefica propotildee uma anaacutelise de estudo sobre diver-sos posicionamentos acerca de trabalhos jaacute desenvolvidos (Gil 2010)

Para revisatildeo sistemaacutetica de literatura utilizaram-se as principais bases de con-sultas tais como ScienceDirect Scopus IEEE Scielo Google Acadecircmico Portal dePerioacutedicos da CAPES teses e dissertaccedilotildees livros impressos e eletrocircnicos alinhadosao tema

A pesquisa descritiva segundo Cervo et al (2007) busca descobrir de formaprecisa a frequecircncia com que um fenocircmeno ocorre e sua relaccedilatildeo com outros A coletade dados eacute uma das principais caracteriacutesticas da pesquisa descritiva pois observaregistra e analisa fatos e fenocircmenos Os dados quantitativos coletados para estetrabalho foram extraiacutedos dos principais portais do Governo Federal observando asseacuteries temporais

Para desenvolvimento do presente estudo foram realizados quatro artigos ci-entiacuteficos a fim de atender ao regulamento do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enge-nharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista ndash UNIP que eacute estruturado no formatode Dissertaccedilatildeo por artigo Dessa maneira os artigos satildeo apresentados no capiacutetuloquatro no formato original conforme a publicaccedilatildeo agrave qual foi submetido e aprovado

Na Tabela 8 a ordem de apresentaccedilatildeo dos artigos natildeo segue a ordem depublicaccedilatildeo dos mesmos No entanto para facilitar a compreensatildeo da dissertaccedilatildeoos artigos estatildeo apresentados por sequecircncia loacutegica de entendimento da pesquisaconforme os apontamentos de cada artigo a seguir

Artigo I - Este artigo teve como objetivo analisar a produccedilatildeo do milho brasileiroe o papel das regiotildees produtoras Os resultados indicaram um crescimento de mais de245 na produccedilatildeo nacional entre os anos de 1976 e 2016 Referente agrave produtividadeo estudo identificou um incremento de 250 nos mesmos periacuteodos Quanto as aacutereasde cultivo houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 nos uacuteltimos 40 anos (19762016)Quanto as regiotildees produtoras houve um deslocamento da regiatildeo Sul e Sudeste sen-tido Norte Nordeste e Centro-Oeste do paiacutes a partir deacutecada de 1980 Entre as novasregiotildees de cultivo o Centro-Oeste apresentou o maior ganho de produccedilatildeo com 520de aumento sendo a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo O es-tudo tambeacutem identificou os cinco principais estados produtores Paranaacute Mato GrossoMinas Gerais Bahia e Paraacute No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grossoassumiu a lideranccedila como maior produtor de milho Se comparado os principais esta-

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Tabela 8 Artigos publicados do autor

ORDEM PUBLICACcedilAtildeO TEMA IDIOMA

Artigo I South American Development SocietyJournal

Estudo da pro-duccedilatildeo do milhono Brasil re-giotildees produtorasexportaccedilatildeo eperspectivas

Portuguecircs

Artigo II APMS -International ConferenceAdvances in ProductionManagement Systems - Hamburgo ndashAlemanha 2017

Brazilian Corn Ex-ports An Analysisof Cargo Flow

Inglecircs

Artigo III International Journal of Shipping andTransport Logistics

Forecasting CornStorage Capacityin Santos PortTerminal in Brazil

Inglecircs

Artigo IV International Conference on NetworkEnterprises amp Logistics Management ndashSatildeo Paulo ndash Brazil 2018

Simulaccedilatildeo de ope-raccedilotildees de gratildeos emum terminal portuaacute-rio

Portuguecircs

dos produtores o Paranaacute teve uma expansatildeo de 213 ao longo do periacuteodo estudado(19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um crescimento exponencial 14366 nomesmo periacuteodo

Artigo II ndash Nesse artigo identificou-se o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasi-leiro principal porto de escoamento e principais mercados compradores O resultadosapontaram os portos de Santos e Paranaguaacute como os principais escoadores do mi-lho para o mercado internacional Ambos movimentaram entre os anos 2012 e 2016cerca de 665 milhotildees t do gratildeo oriundo dos estados Mato Grosso Mato Grosso doSul Goiaacutes Paranaacute Minas Gerais Satildeo Paulo e Rio Grande do Sul O Porto de San-tos eacute a principal porta de saiacuteda do cereal e foi responsaacutevel por 8148 do volumeenquanto o Porto de Paranaguaacute 1852 no periacuteodo observado No ano de 2016 oPorto de Santos escoou 21 milhotildees t do gratildeo e os principais estados exportadoresvia Santos foram Mato Grosso (7498) seguidos por Goiaacutes (1282) Mato Grossodo Sul (609) Satildeo Paulo (428) Paranaacute (118) e Minas Gerais (066) 6085do milho escoado por Santos teve como destino o continente asiaacutetico e 2903 oMeacutedio Oriente O Porto de Paranaguaacute em 2016 exportou 24 milhotildees t Referenteaos estados que exportaram por Paranaguaacute o estado do Paranaacute liderou as exporta-ccedilotildees (4570) seguido por Mato Grosso do Sul (3657) Mato Grosso (1307) Oestudo apresenta como destaque Vietnatilde (2429) e Japatildeo (1871) entre os 16 prin-cipais importadores do gratildeo O restante representaram 570 das importaccedilotildees Em

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relaccedilatildeo aos continentes os mais importantes foram a Aacutesia (6562) seguida Europa(1175) Oriente Meacutedio (1173) Aacutefrica (945) e Ameacuterica (144)

Artigo III - O estudo buscou avaliar se a capacidade estaacutetica eacute compatiacutevel comas crescente demandas de exportaccedilatildeo do milho no Porto de Santos por meio deum terminal portuaacuterio aqui denominado Terminal A Para tanto elaborou-se um es-tudo de previsatildeo de demanda comparativa das exportaccedilotildees do milho Brasil e Portode Santos visando um horizonte dos proacuteximos cinco anos (20172021) Em vistadisso houve uma discussatildeo sobre eventuais gargalos logiacutesticos no terminal portuaacuteriosantista Apoacutes aplicaccedilatildeo de meacutetodos de previsatildeo que o Terminal A responsaacutevel por37 do milho exportado pelo porto santista experimentaraacute significativo aumento dedemanda O estudo identificou acreacutescimo meacutedio de 40 nas operaccedilotildees do terminalquanto ao gratildeo de milho para os proacuteximos cinco anos Baseado em anaacutelises pre-ditivas foi possiacutevel identificar gargalos logiacutesticos caso as previsotildees de demanda seconfirmem O maior gargalo observado reside na estocagem do cereal para posteriorembarque As previsotildees puderam mensurar a capacidade estaacutetica de armazenagemdeficitaacuteria em relaccedilatildeo agraves previsotildees a partir do primeiro ano O estudo aponta 39 dedeacuteficit no primeiro ano (2017) seguido para os proacuteximos anos com 57 75 94 e115 (2018201920202021)

Artigo IV ndash O presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimentoe armazenamento de gratildeos de milho no Terminal A com vistas a testar qual o modaleacute mais eficiente considerado dois processos distintos rodovia e ferrovia A Para issooptou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENA copyRockwell Software Inc 110versatildeo acadecircmica Como resultado dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute aoperaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Emque pese na operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34moega 1 e 68 moega 2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel agargalos O estudo identificou na operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos re-cursos de 67 no gate e 47 nos tombadores Dessa maneira pode-se concluir queapesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do terminal se as perspectivasde aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o Terminal A estaraacutediante de um iminente gargalo operacional Os resultados indicam a necessidade deinvestimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o aumentocrescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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4 Artigos

41 1ordm Artigo

Artigo aceito para publicaccedilatildeo no South American Development Society Journal(Figura 18) Submetido em 07062018 e publicado em 24082018

Figura 18 Revista SADSJ

pag 182

South American Development Society Journal

Vol 04 | Nordm 11 | Ano 2018 | ISSN 2446-5763 | DOI 1024325issn2446-5763v4i11p182-194

Data de Submissatildeo 07062018 | Data de Publicaccedilatildeo 24082018

ESTUDO DA PRODUCcedilAtildeO DO MILHO NO BRASIL REGIOtildeES PRODUTORAS

EXPORTACcedilAtildeO E PERSPECTIVAS

STUDY OF CORN PRODUCTION IN BRAZIL PRODUCTION REGIONS EXPORTATION

AND OUTLOOK

Aguinaldo Eduardo de Souza - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

souzaeduaguinaldogmailcom

Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

betomendesresusmsmcom

Julio Cezar Raymundo - Universidade Paulista - UNIP PPGEP

juliocesarunipbr

Roberta Sobral Pinto - Universidade de Franca ndash UNIFRAN

robertasobralpintogmailcom

Resumo

O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia nacional e de vital

importacircncia para a balanccedila comercial brasileira O milho eacute o segundo gratildeo mais cultivado e

exportado perdendo apenas para a soja Aleacutem disso o cereal eacute o principal componente

para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal voltado para um dos principais segmentos do comeacutercio

exterior do Brasil a cadeia produtiva de carne animal Sendo assim o objetivo deste artigo eacute

investigar a produccedilatildeo nacional do milho bem como principais regiotildees e estados produtores

produtividade e aacutereas de plantio Para tanto foram coletados dados na Companhia Nacional

de Abastecimento (CONAB) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Os

resultados mostram as duas principais regiotildees produtoras Sul e Centro-Oeste e que a 2ordf

safra chamada de safrinha eacute a responsaacutevel pelo incremento da produccedilatildeo nacional do gratildeo

em especial o estado do Mato Grosso destaque como maior produtor nas uacuteltimas safras

41

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 183

Palavras-chave Agronegoacutecio Milho Produccedilatildeo Agriacutecola Exportaccedilatildeo

Abstract

Agribusiness is one of the main activities to the Brazilian economy and it has

vital importance for the trade balance Strictly speaking corn is one of the most

important product in Brazils agriculture where it is the second most cultivated and

exported grain losing only to soybeans In addition the cereal is the main component

to produce animal feedstuff focused on one of the main segments of Brazils foreign

trade the animal meat production chain Therefore the objective of this article is to

investigate the national production of corn as well as the main producing regions and

states productivity and planting areas For that data were collected from the National

Supply Company (CONAB) and the Brazilian Institute of Geography and Statistics

(IBGE) The results show the two main producing regions South and Center-West and

that the second crop called safrinha is responsible for increasing national grain

production especially the state of Mato Grosso which is the largest producer of the last

crops

Keywords Agribusiness Corn Agriculture Production Export

Introduccedilatildeo

O Agribusiness brasileiro eacute um dos principais setores da economia nacional e de

fundamental importacircncia para a balanccedila comercial brasileira segundo Souza et al

(2017) As exportaccedilotildees do agronegoacutecio brasileiro no ano de 2016 representaram US$

850 bilhotildees Seu principal mercados foi a Aacutesia com US$ 374 bilhotildees Os compradores

mais importantes foram a China com US$ 208 bilhotildees Uniatildeo Europeia (28 paiacuteses)

com US$ 167 bilhotildees seguida pelos EUA que importaram US$ 63 bilhotildees (DEAGRO

2016)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos USDA (2017) o milho eacute o gratildeo mais cultivado A produccedilatildeo mundial do gratildeo

atingiu 968 milhotildees (t) em 2016 No Brasil o cultivo do milho vem ganhando espaccedilo e

se apresenta como um dos principais segmentos econocircmicos do agronegoacutecio brasileiro

42

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 184

sendo o segundo gratildeo mais exportado Em 2016 os EUA lideraram o ranking mundial

dos principais produtores de milho com 345 milhotildees (t) seguido pela China com 224

milhotildees (t) e o Brasil com 67 milhotildees (t) (DEAGRO 2016) (USDA 2017)

O Brasil tem aproveitado o crescente aumento da demanda mundial pelo milho

visto que o maior produtor mundial os EUA tem destinado parte da sua colheita para

produccedilatildeo de etanol Outro fato que contribui para uma maior participaccedilatildeo do Brasil no

mercado internacional eacute implementaccedilatildeo de novas tecnologias no plantio expansatildeo de

aacutereas plantadas e o aumento da produtividade tem permitido ao Brasil maior

participaccedilatildeo no mercado internacional (CONAB 2017)

Diante deste contexto o presente estudo tem como objetivo invesrtigar a

evoluccedilatildeo da produccedilatildeo brasileira do milho no Brasil principais regiotildees e estados

produtores visando contribuir para para um melhor planejamento logistico de

exportaccedilatildeo tendo as projeccedilotildees de crescimento das exportaccedilotildees do gratildeo no mercado

internacional conforme projeccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura (MAPA 2016)

Para compreender o panorama da produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees

produtoras optou-se por uma pesquisa quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio Para tal

utilizou-se a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutetica (IBGE) e da

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) observando as seacuteries histoacutericas

A produccedilatildeo do milho no brasil

No Brasil o milho eacute cultivado em duas etapas 1ordm e 2ordf safra A regiatildeo Centro-Oeste eacute a

grande responsaacutevel pela produccedilatildeo da segunda safra

Tabela 1 ndash Calendaacuterio agriacutecola milho

Safras Plantio Colheita Produccedilatildeo Nacional

1ordf agosto a dezembro

marccedilo a junho 40

2ordf janeiro a marccedilo junho a setembro

60

43

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 185

Fonte (DEPEC 2017)

Observa-se na tabela 1 a importacircncia da segunda safra tambeacutem conhecida

como safrinha para o calendaacuterio nacional agriacutecola do milho Enquanto que a primeira

safra representa 40 da produccedilatildeo nacional segunda safra eacute responsaacutevel por 60 de

toda a produccedilatildeo brasileira

O fato do plantio da segunda safra ser efetuado logo apoacutes a colheita da soja e no

mesmo local tem permitido uma maior produtividade da safrinha do milho em virtude

do aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes no solo dessas aacutereas de plantio (REIS

et al 2016)

Segundo a CONAB (2017) atraveacutes do acompanhamento da seacuterie histoacuterica da

produccedilatildeo de gratildeos brasileiros iniciado na deacutecada de 70 registram um aumento de

mais de 245 na produccedilatildeo do milho nos uacuteltimos 39 anos Os estudos consideram as

safras de 197677 a 201516 (Fig 1)

Figura 1 - Evoluccedilatildeo produccedilatildeo x aacuterea plantada

Fonte CONAB (2017)

Observa-se na Figura 1 o primeiro registro de produccedilatildeo do gratildeo na safra

197677 com 19 milhotildees (t) produzidas Na safra de 198687 os dados apontam 26

milhotildees (t) Na deacutecada de 90 em especial a safra de 199697 o volume foi de 35

44

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 186

milhotildees (t) Jaacute a safra de 20062007 51 milhotildees (t) apontando um crescimento

exponencial na produccedilatildeo nacional do cereal

Em que pese uma significativa queda na produccedilatildeo da safra 201516 com 214

com 66 milhotildees (t) em comparaccedilatildeo com a safra de 201415 de 84 milhotildees (t) as

estimativas da CONAB indicam uma colheita recorde em torno de 91 milhotildees (t) para

safra 201617

Referente as aacutereas de plantio poucas foram as alteraccedilotildees Os estudos

evidenciaram que no ano de 1976 117 milhotildees hectares eram destinados a plantaccedilatildeo

da cultura do milho no Brasil Comparando com a safra de 201516 houve uma

expansatildeo de 3497 considerando uma aacuterea para cultivo de 159 milhotildees de hectares

Uma meacutedia de 132 milhotildees de hectares disponiacuteveis para o cultivo ao longo da seacuterie

histoacuterica de 40 anos

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias tem contribuido para significativos

patamares de produtividade no Brasil que comprovam que o setor vem se

profissionalizado (Figura 2) As novas tecnologias estatildeo associadas a cultivares de alto

potencial geneacutetico (hiacutebridos simples e triplos) e transgecircnicas espaccedilamento reduzido

associando agrave maior densidade de plantio melhoria na qualidade de sementes controle

quiacutemico de doenccedilas correccedilatildeo de solos (EMBRAPA 2017)

Figura 2 ndash Evoluccedilatildeo produccedilatildeo nacional x produtividade

Fonte CONAB (2017)

Como ilustra a Fig 2 em termos comparativos a safra de 201516 teve uma

produtividade de 4178 kgha cerca de 250 a mais que agrave safra de 197677 onde o

Brasil colheu 1632 kgha As duas safras de maior destaque ao longo da seacuterie histoacuterica

45

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 187

foram a de 201415 com 5396 kgha e de 201213 com 5149 kgha Na meacutedia da seacuterie

histoacuterica houve uma variaccedilatildeo de mais de 33 no aumento da produtividade ao logo

dos 39 anos (Fig 3)

Figura 3 ndash Produtividade nacional por hectare

Fonte CONAB (2017)

Para o IBGE (2017) que pesquisa o ano civil a projeccedilatildeo de colheita da

commodity do milho eacute de 96 milhotildees (t) para o ano de 2017 um crescimento de 52

em relaccedilatildeo a produccedilatildeo do ano 2016 que foi de 63 milhotildees (t) como pode ser

observado na Quadro1

Quadro 1 ndash Produccedilatildeo por regiotildees em milhotildees (t) Estimativas

Regiatildeo 1ordf Safra 2ordf Safra

2016 2017 Var 2016 2017 Var

Norte 946950 1049977 11 938343 1479632 58

Nordeste 2546636 4504929 77 577738 2034857 252

Sudeste 7803609 8545800 10 2263889 3604832 59

Sul 10650820 13866157 30

1049659

4

1382707

3 32

Centro-oeste 2432227 3027537 25

2498661

7

4501634

7 80

1ordf e 2ordf Safra

46

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 188

2016 2017 Var

Brasil 63643423 96957141 523

Fonte IBGE (2017)

Regiotildees produtoras

De acordo com a CONAB (2017) a produccedilatildeo nacional do milho estaacute nas

Regiotildees Sul Centro-Oeste e Sudeste Os cinco principais Estados produtores satildeo por

ordem de grandeza Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais Bahia e Paraacute

Ao longo das quatro deacutecadas a expansatildeo territorial agriacutecola no Brasil tem crescido

significativamente Ateacute as deacutecadas de 1980 e 1990 a produccedilatildeo agriacutecola nacional era

realizada especificamente na regiatildeo Sul do paiacutes

O aumento de demanda pelo gratildeo nacional e a disponibilidade de terras mais

baratas propiciaram o deslocamento da produccedilatildeo da regiatildeo Sul para o norte do Brasil

com destaque regiatildeo Centro-Oeste

Para Caldarelli e Bacchi (2012) outros fatores alavancaram a expansatildeo da

cultura do milho em terras brasileiras Maior rentabilidade do agricultor com a

valorizaccedilatildeo do gratildeo desregulamentaccedilatildeo da economia acordos internacionais com

reduccedilatildeo das tarifas de importaccedilatildeo impulsionaram a produccedilatildeo nacional de gratildeos

colocando o paiacutes a um patamar de maior competitividade

Desse modo pode-se observar uma nova configuraccedilatildeo na produccedilatildeo nacional

bem como nas regiotildees produtoras (Figura 4)

Para CONAB (2017) o aumento da produccedilatildeo estaacute diretamente relacionado a

dois fatores a utilizaccedilatildeo de novas aacutereas agricultaacuteveis em novas fronteiras agriacutecolas e a

implementaccedilatildeo de tecnologias voltadas a promover maior produtividade nas tradicionais

aacutereas de cultivo (Sul e Sudeste)

47

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 189

Figura 4 ndash Produccedilatildeo nacional do milho por regiatildeo

Fonte IBGE (2017)

Conforme ilustrado na Figura 4 a partir de meados da deacutecada de 1980

configura-se uma nova dinacircmica de produccedilatildeo do milho em regiotildees brasileiras

Dados analisados com base no periacuteodo das safras de 199091 a 201516

indicam a regiatildeo Centro-Oeste como maior produtora do gratildeo com crescimento de

520 Em segundo lugar a regiatildeo Norte com 215 de expansatildeo seguida pela Sul

Nordeste e Sudeste com 164 69 e 19 respectivamente

Apesar da regiatildeo Centro-Oeste tem apresentado o maior crescimento em termos

de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maior eficiecircncia em produtividade como

pode ser observado na Figura 5

Figura 5 ndash Produtividade do milho por regiatildeo

48

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 190

Fonte CONAB (2017)

Os estudos observados na Figura 5 indicam a regiatildeo Sul como a maior

produtividade do Brasil foram colhidos 6068 kgha na safra de 201516 Em segundo

lugar no ranking maior produtividade do cereal encontra-se a regiatildeo Sudeste com 4775

kgha seguida pelo Centro-Oeste com 3996 kgha Com exceccedilatildeo a safra de 201112

onde foram colhidos 4953 kgha a regiatildeo Sul se apresenta com o maior iacutendice de

produtividade entre as regiotildees considerando as safras de 200607 a 201516

Principais estados produtores

No que concerne aos principais estados produtores o Paranaacute aparece como o

maior produtor do gratildeo ateacute a safra de 201112 Entretanto a partir da safras seguintes

conforme seacuterie histoacuterica (Fig 6) o Mato Grosso assume o protagonismo no raking dos

maiores produtores do gratildeo com os volumes de 19 18 20 e 15 milhotildees (t) produzidas

nas uacuteltimas quatro safras O que permitiu o impulso da produccedilatildeo no Mato Grosso aleacutem

do aproveitamente das terras produtoras de soja (2ordf safra) a expansatildeo de terras

agricultaacuteveis

Ao longo do acompanhamento da serie historica eacute possivel notar que Paranaacute

dispunha de 2153 milha (197677) contra 2612 milha (201516) uma expansatildeo de

terras de 213 Jaacute o Mato Grosso teve uma expansatildeo de 14366 no mesmo

periacuteodo Suas primeiras terras disponiveis para a cultura do milho era de 542 milha

(197677) contra as atuais 3800 milha (201516)

Figura 6 ndash Principais estados produtores

49

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 191

Fonte CONAB (2017)

Os estudos tambeacutem evidenciaram queda na produtividade dos dois principais

estados produtores considerando a safra de 201516 em relaccedilatildeo a 201415 O Paranaacute

registrou uma queda de 141 contra 339 de estado do Mato Grosso Contudo ao

longo da seacuterie histoacuterica o estado do Paranaacute deteacutem a maior participaccedilatildeo de

produtividade entre os estados produtores

Exportaccedilatildeo

O milho eacute o principal macro ingrediente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal A

suinocultura e a avicultura de corte satildeo os grandes propulsores do consumo nacional

do milho Para Reis et al (2016) o cultivo do milho tem como destino atender a

demanda interna voltada a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal Aleacutem do que o gratildeo supri

tambeacutem a induacutestria alimentiacutecia para consumo humano e outros produtos em gerais O

excedente da produccedilatildeo eacute absorvido pelo mercado internacional

Ainda que os aumentos da produtividade do gratildeo seja expressivo o Brasil natildeo eacute

um exportador tradicional do gratildeo Desse modo a produccedilatildeo brasileira segue a

tendecircncia determinada pelas demandas do mercado domeacutestico apresentando pouca

interaccedilatildeo com o mercado internacional (CALDARELLI e BACCHI 2012)

Dados coletados no portal da Aliceweb apontam que natildeo obstante a queda de

244 nas exportaccedilotildees em relaccedilatildeo ao ano anterior no ano de 2016 o Brasil exportou

21 milhotildees (t) de milho (MDIC 2017)

Figura 7 ndash Dez principais mercados do milho brasileiro

50

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 192

Fonte Trade Map - Trade statistics for international business development (2017)

A Figura 7 ilustra os cinco principais destinos do cereal no ano de 2016 Entre os

principais compradores estatildeo o Iratilde na lideranccedila do ranking com 21 das exportaccedilotildees

Em segundo lugar aparece o Vietnatilde com 13 seguido por Japatildeo Malaacutesia e Coreacuteia do

Sul com 12 7 e 6 respectivamente

Conclusotildees e Perspectivas

Visando descrever o panorama do plantio do milho brasileiro o presente estudo

conclui que de acordo com a seacuterie histoacuterica de 197677 a 201516 a produccedilatildeo nacional

do gratildeo cresceu 2455 Observou-se um incremento de 250 na produtividade no

mesmo periacuteodo tendo uma variaccedilatildeo de aproximadamente de 33 na meacutedia da seacuterie

histoacuterica comparado entre as deacutecadas de colheita Referente as aacutereas de cultivo

houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 saltando de 117 para 159 milhotildees de

hectares de aacutereas destinadas ao cultivo do cereal Aleacutem disso a partir de meado da

deacutecada de 1980 o cultivo do milho se deslocou da regiatildeo Sul e Sudeste para as

regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste Das principais novas fronteiras produtoras do

milho o destaque ficou para a regiatildeo Centro-Oeste com ganhos de produccedilatildeo de 520

Evidentemente a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo No ranking

dos cinco principais estados produtores estatildeo o Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais

Bahia e Paraacute O Paranaacute ateacute a safra de 201112 manteve a lideranccedila absoluta do maior

51

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 193

produtor nacional do gratildeo No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grosso

assumiu a lideranccedila O crescimento das aacutereas disponiveis para plantio justificam a

produccedilatildeo dos dois principais estados produtores O Paranaacute teve uma expansatildeo de

213 ao longo do periodo estudado (19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um

crescimento exponencial 14366 no mesmo periacuteodo Por uacuteltimo o crescimento da

produccedilatildeo da proteina animal e o aumento da demanda mundial pelo milho que nortearaacute

a cadeia produtiva nacional do milho Deste modo os proacuteximos estudos poderatildeo se

concentrar na melhora logiacutestica das principais regiotildees produtoras

Referecircncias Biliograacuteficas

CALDARELLI C E BACCHI M R P Fatores de influecircncia no preccedilo do milho no

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52

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

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53

54

42 2ordm Artigo

Artigo aprovado no IFIP Advances in Information and Communication Techno-logy 2017 (Figura 19) Apresentado em Hamburgo (Alemanha) em setembro de 2017

Figura 19 APMS 2017 Hamburg

Brazilian Corn Exports An Analysis of Cargo Flowin Santos and Paranagua Port

Aguinaldo Eduardo de Souza lowast12 Joao Gilberto Mendes dos Reis 13 EmersonRodolfo Abraham 14 and Sivanilza Teixeira Machado 5

1 Paulista University - UNIP PPGEP Sao Paulo Brazil2 UNIBR Sao Vicente Brazil

3 UFGD PPGA Dourados Brazil4 Metodista University Sao Bernardo do Campo Brazil

5 Federal Institute of Sao Paulo Suzano BrazillowastCorresponding author souzaeduaguinaldogmailcom

Abstract The worldrsquos population is projected to increase to 9 billion till2050 increasing feed demand Corn is one of the most important grains infood supply chains (FSC) and growers have an essential role This articleaims to investigate the flow of Brazilian corn among origin main portsand international markets to address a panorama of corn production inBrazil With this objective we collected data from the Brazilian Ministryof Industry and Foreign Trade and we analyzed this data using SocialNetwork Analysis (SNA) tools The results showed that corn exports inBrazil use two main ports with Santos being the most important one

Keywords Logistics middot Corn production middot Exports middot International market

1 Introduction

It is forecasted that the world trade of corn will reach newer heights boostedby a stronger demand for feed Currently the United States and China are themain growers but Brazil has been considered a new frontier and occupies thethird place [1] Despite the important role of China in production over the lastfive years around 83 of export was associated with the US Brazil Argentinaand Ukraine This distinctly indicates a huge internal market in China and thepotential business opportunities for producers in the US and Brazil

The United Nations expects the world population to increase to 9725 bil-lion by 2050 [2] this implies a challenge for the global leaders to raise foodproduction and at the same time to preserve the environment and local marketproduction In this manner Brazil appears to be a major player in commodityproduction to feed the world In case of corn for instance projections show anincrease in Brazilian exports of 524 until 2026 In numbers the country isexpected to reach 463 million metric tonnes (mt) per year [3]

Although Brazil has high productivity and a high quantity of available landthe flow of commodities export depends on few routes and ports that entail

55

2 Souza et al

logistics bottlenecks For example Reis et al [2] argue that poor logistics ofBrazilian infrastructure increases the inland freight of soybean in comparisonwith the US by 146 Moreover Galvao et al [4] [5] showed that Brazilianports cargo flow grew significantly around 42 from 2001 to 2011 reaching886 million (mt) in 2011 this was mainly solid bulk cargo

Regarding Brazilian ports Santos (Sao Paulo) and Paranagua (Parana) arethe major corn exporters with 665 million (mt) between 2012 and 2016 Thecorn flow concentration creates logistics bottlenecks such as extensive trucklines to unload cargo and low static storage capacity Rodrigues [6] affirms thatlogistics management adopts a systematic cost approach based on parameterssuch as cost time and service quality level Therefore analyzing the flow ofcorn production is very important for developing a plan to improve the logisticsinfrastructure of major corridors

This article aims to analyze the Brazilian corn routes and exports for un-derstanding the current scenario and for providing knowledge to develop fu-ture plans for improving logistics operation Thus we address the flows of cornamong the six main growers of the country to two main ports of Brazil and tothe international market

2 Brazilian Ports

Brazil has a continental dimension with an extensive coastline for this reasonsea shipping is relevant to the social and economic development of the coun-try [4] Brazilian port sector is divided into two categories first the port sectorthat is composed of 37 seaports managed by the federal government the sec-ond category that is composed of 122 inland port facilities management by theMinistry of Transport [7]

The cargo flow in Brazilrsquos seaports in 2016 was 998068 million (mt) wherethe main international traffic was dry bulk of upto 628700 million (mt) liquidbulk of upto 218000 with million (mt) general cargo of upto 51300 million(t) and containers of upto 100100 million (mt) [9]

21 Santos Port

Santos is Brazilrsquos larger port In 2006 it represented around 285 of the bal-ance of trade of the country Its operations reached 1138 million (mt) [10] TheFig 1 shows the numbers of Santos Port (Price FOB in US billion dollars)

The illustrative evidence in Fig 2 suggests the great relevance of SantosPort among the 37 Brazilian ports Nowadays it is the main port of the countrywith 4520 ships being docked in 2016 Furthermore this port is considered asbeing one of the biggest ports in Latin America in terms of container flow in2015 [11]

Accessibility is the main factor that attracts cargo to the Santos Port Theport has a link with the main roadways Moreover it is connected to Tiete-Parana inland waterways by railway that facilitates a large-scale movement ofcommodities

56

Brazilian Corn Exports 3

Fig 1 Participation of Santos Port in Brazilian Balance of Trade (SourceAdapted of [10])

In addition the areas dependent on Santos Port represents 67 of Brazil-ian GDP including states such as Sao Paulo Minas Gerais Mato Grosso MatoGrosso do Sul and Goias e o Distrito Federal These states are responsible for56 of Brazilian balance of trade [10]

22 Paranagua Port

According to the Administration of Paranagua Port and Antonina - APPA [12]the Paranagua Port has 3581 meters of wharfs and 23 berths It is among thefive main Brazilian ports in relation to the flow of goods The port in 2016moved 45045 million (mt) and it has the capacity to receive 1909 vessels Thethree main cargo were as follows containers (8231 million (mt)) fertilizers(8227 million (mt)) and soybean (7950 million (mt)) [9]

Additionally the Paranagua portrsquos balance of trade was around 76 im-mediately after Santos which as mentioned earlier lead the ranking with astriking difference of 285 [10] Fig 2 demonstrates the flow in the port be-tween 2012 and 2016 (Price FOB in US million dollars)

3 Methodology

For understanding the flow of Brazilrsquos corn exports and the role of Santos Port(Sao Paulo state) we conducted an exploratory research and comparison be-tween the Santos Port and the major Brazilian port competitor Paranagua TheFig 3 displays the location of these ports and the main origin routes

Santos and Paranagua were chosen because they represent around 50 ofvolume exported by the country To perform this study we follow the followingthree steps

57

4 Souza et al

Fig 2 Participation of Paranagua Port in the Brazilian balance of trade (SourceAdapted of [10])

Fig 3 Main Corn Corridors 2016

First Data Collection Data were collected from the Brazilian Ministry of In-dustry and Foreign Trade using the Foreign Trade Information Analysis System(ALICEWEB) The Aliceweb provided us information regarding the volume ofcorn exported by grower states such as Goias Parana Sao Paulo Minas GeraisMato Grosso do Sul Rio Grande do Sul and Mato GrossoSecond database procedure We selected ten major destinations for Brazilrsquoscorn as per the state of origin This allowed us to observe 38 relations amongplayers The data were organized considering the state of origin the port of ori-gin and the country of destination The relationships were created consideringthe corn flow of growers to the ports and them to countriesThird Analysis Using the Social Network Analysis (SNA) tools Ucinet 60 andNetdraw plotted the graphs of the corn networks considering exports flow us-

58

Brazilian Corn Exports 5

ing Santos Port Paranagua Port and both of them together This helped us tocreate a flow map regarding the corridors of exportations and also to analyzecorn traffic

4 Results

Santos and Paranagua ports are established as major corridors for corn exportsin Brazil Both moved around 665 million (mt) between 2012 and 2016 (Fig 4)Together Santos and Paranagua Ports deal with 8148 and 1852 of Brazilrsquoscorn respectively

Fig 4 Cargo Flow in Million of Metric Tonnes to Santos and Paranagua Ports(Source Adapted of [13])

The origin of cargo flow can be observed in Mato Grosso Mato Grosso doSul Goias Parana Minas Gerais and Sao Paulo e Rio Grande do Sul As men-tioned earlier in the methodology section the volume of corn among thesestates and Ports of Santos and Paranagua are organized in Microsoft Excel andare entered in the Ucinet 60 software Using the module Netdraw was possibleto provide that networks to infer some analysis presented in the next subsec-tions

41 International Traffic Considering Both Ports

The Fig 5 depict the corn flow considering the network as a whole including allthe states ports and destination Herein we gather the countries of destinationin the continents to facilitate visualization

As can be seen in Fig 5 Mato Grosso is the main grower with 8285 million(mt) flowing to Santos and Paranagua The distance that needs to be covered toreach both ports is almost the same but the Santos route especially the railroadservice is more developed than the Paranagua route As a result this is directlyresponsible for the highest cargo flow to Santos

59

6 Souza et al

Fig 5 Corn Flow among Brazilian States Ports of Santos and Paranagua andContinents of Destination

On the other hand Mato Grosso do Sul represents the second volume ofcorn to be exported with 1530 million (mt) distributed equitably between bothports The geographical position of the state with a dependence of roadwaytransportation allows Mato Grosso do Sul to use the ports indistinctly They arelocated at the same distance of about 1100 kilometers

The destination of Brazilian corn as per continent was also analyzed Our re-sults indicate the following percentages Asia (6173) Middle-East (2988)Africa (594) Europe (218) and America (027) Vietnam boosted theflow in Asia while the Middle-East distinctly depended on import of agricul-tural products both constituting the most important markets of Brazil

42 Santos

The Fig 6 depicts the corn flow considering the network of Santos PortAs illustrated in Fig 1 Santos moved 10629 million (mt) of corn in 2016

The main exporters via Santos were Mato Grosso (7498) followed by Goias(1282) Mato Grosso do Sul (609) Sao Paulo (428) Parana (118) andMinas Gerais (066) It is possible to note that despite 6085 of the vol-ume being exported to the Asian continent (Taiwan Indonesia Japan VietnamSouth Korea and Bangladesh) Iran and Middle-East were highlighted within2903 of the volume of corn exported by Santos

43 Paranagua

The Fig 7 depicts the corn flow considering the network of Paranagua Port

60

Brazilian Corn Exports 7

Fig 6 Corn Flow by Santos Corridor

Fig 7 Corn Flow by Paranagua Corridor

Based on Fig 7 it is noticeable that Paranagua in 2016 exported 2415million (mt) The state of Parana (4570) lead the export followed by MatoGrosso do Sul (3657) and Mato Grosso (1307) Among the 16 main buyershighlighted were Vietnam (2429) and Japan (1871) Other states repre-sent 570 of imports In relation to continents the most important were Asia(6562) followed by Europe (1175) Middle-East (1173) Africa (945)and America (144)

61

8 Souza et al

5 Discussion

We found that Santos Port is the major corridor that exports Brazilian cornproduction with a cargo volume that is almost three times more than that ofParanagua Santos is undoubtedly the biggest port of Latin America and it hasthe largest infrastructure associated with the main Brazilian corridors of com-modities exports

However despite the advancement of the Port Modernization Act (8630of 1993) and the new regulatory framework of the port sector (12815 of 2013)that have the objective of providing more agility and modernizing the sector re-ducing the costs of transactions [45] port infrastructure and the quality of ser-vices remain issues that affect the agricultural production of the country [14]According to data by the World Economic Forum pertaining to the Brazilianport infrastructure compared with the main exporters of corn and soybeansBrazil was the 122nd position among 144 evaluated countries [14]

Our current findings expand previous work regarding the Brazilian agri-business sector and logistics infrastructure this allows the identification of thecorn flow to the main international markets of Brazil using quantitative data

In spite of this article being an exploratory analysis it permits the identi-fication of a pathway for future studies to improve the bulk of cargo flow Theresults showed that Santos and Paranagua are the main routes of corn exportsand constitute a logistics operations bottleneck for the international traffic ofthis important feed This is especially true for Santos because it is the major ex-porter of commodities and many other products It is also Brazilrsquos main accessto the international market

Some authors such as Marlow and Casaca [15] Vieira et al [16] and theBrazilian National Transport Confederation [14] identified many issues thatmake exporting difficult further they provided the following aspects and op-portunities to improve Santos Port

ndash Maritime access Lack of dredging and overthrow of access channels anddocking berths making access of large ships difficult

ndash Territorial Access Traffic jam and limited availability of railroadsndash Low productivity Obsolete equipment and lack of availability of equipment

and facilitiesndash Burocracy Greater agility in cargo clearance at ports mooring single win-

dow paperless port to boost delivery of documentsndash Information flow Multiple systems to manage the operations loss-making

media channel hindering the customer response time

6 Conclusions and Outlook

The objective of this study was to describe the logistical corn flow of exportsmoreover it was possible to conclude that the Midwestern region was the maincorn export region of Brazil Additionally it was noticeable that the flow of

62

Brazilian Corn Exports 9

grain to the international market is concentrated in Santos and Paranagua Itwas also found that Asia is the main destination for exports of corn followedby the Middle East However Iran is the largest purchaser of Brazilian cornfollowed by Vietnam

Finally the concentration of two routes generates logistics bottlenecks inboth ports creating a traffic jam low static capacity and overuse of the portcapacity Thus the subsequent studies will concentrate on simulating the ca-pacity of Santos and Paranagua Ports to lead with commodities exports andopportunities to improve Brazilian logistics infrastructure

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16 Vieira GBB Neto FJK Ribeiro JLD The rationalization of port logistics ac-tivities A study at port of santos (Brazil) International Journal of e-Navigation andMaritime Economy 2 73ndash86 (2015)

63

64

43 3ordm Artigo

Artigo submetido na revista International Journal of Shipping and Transport Lo-gistics O artigo natildeo estaacute apresentado pois se encontra em avaliaccedilatildeo

65

44 4ordm Artigo

Artigo aprovado na Logistics Challenges in the n the New Economy Sharingand Interconnected Industry ndash NETLOG 2018 (20) Apresentado em Satildeo Paulo (Brasil)nos dias 05 a 06 de junho de 2018

Figura 20 NETLOG 2018

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

SIMULACcedilAtildeO DE OPERACcedilOtildeES DE GRAtildeOS EM UM

TERMINAL PORTUAacuteRIO

Aguinaldo Eduardo de Souzasup1 Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis sup2 Emerson Rodolfo Abrahamsup3 Renato

Maacutercio dos Santos 4 Matheus Palmieri Gobbetti5

sup1 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil souzaeduaguinaldogmailcom

sup2 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil joaoreisdocenteunipbr

3 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil emersonabrahamstrictounipbr

4 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil renatodnadosabercombr

5 FATEC RUBENS LARA Santos Brasil gobbettimatheusgmailcom

Resumo O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia no Brasil e de suma importacircncia para a

balanccedila comercial brasileira Neste cenaacuterio a exportaccedilatildeo de gratildeos coloca o Brasil em uma posiccedilatildeo privilegiada no

comeacutercio internacional de commodities agriacutecolas Em 2017 o milho foi o principal responsaacutevel pela alta

performance do setor com o crescimento de 13 O gratildeo protagonizou no ano de 2017 a produccedilatildeo de 97 milhotildees

(t) O objetivo deste artigo eacute investigar eventuais gargalos logiacutesticos na operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento

do milho no complexo portuaacuterio de Santos Para tanto optou-se por estudar os referidos processos em um terminal

portuaacuterio de exportaccedilatildeo aqui denominado Terminal A utilizando-se de simulaccedilatildeo Os resultados apresentam duas

operaccedilotildees distintas a chegada do gratildeo no terminal por ferrovia (vagatildeo) e a chegada por rodovia (caminhatildeo) e

apontam potenciais gargalos operacionais

Palavra-chave Simulaccedilatildeo Terminal Portuaacuterio Armazenagem Ferrovia Rodovia e Milho

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro se destaca como o segmento que mais contribui para a economia

nacional respondendo por frac14 do Produto Interno Bruto - PIB (Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA 2018) Dados estatiacutesticos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica - IBGE revelam um crescimento no segmento de 13 no ano de 2017

Os gratildeos foram os principais responsaacuteveis pelo desempenho do setor com destaque absoluto

para a cultura do milho Em 2017 a colheita nacional do cereal atingiu o volume de 97 milhotildees

(t) um extraordinaacuterio aumento de 552 em relaccedilatildeo ao ano anterior que fechou com 67 milhotildees

(t) produzidas (IBGE 2018a) (Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior

MDIC 2018a)

O Brasil tem ocupado posiccedilatildeo de destaque na produccedilatildeo mundial do milho (Reis et al 2016)

Para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos ndash USDA na safra de 201617 o paiacutes

ocupou a terceira posiccedilatildeo no ranking mundial dos maiores produtores com a colheita de 98

milhotildees (t) atraacutes da China 219 milhotildees (t) e Estados Unidos 384 milhotildees (t) (USDA 2018)

De fato o uso de novas tecnologias associadas a cultivares de alto potencial geneacutetico e

transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maior densidade de plantio

66

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

contribuiacuteram para o incremento da produccedilatildeo brasileira do milho (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA 2018) Contudo por vezes a eficiecircncia produtiva

alcanccedilada traduzida em competitividade eacute comprometida no momento do escoamento do gratildeo

Alguns estudos observam os impactos negativos a competitividade dos produtos brasileiros

relacionados aos gargalos logiacutesticos devido a ineficiecircncia operacional e infraestrutura

deficitaacuteria (Dubke 2006 Wanke e Hijjar 2009 Hilsdorf e Nogueira Neto 2015 Confederaccedilatildeo

Nacional dos Transportes ndash CNT 2018)

Considerando o estudo do Departamento de Agronegoacutecio - DEAGRO que projeta um

crescimentos de 75 para safra de 20262027 nas exportaccedilotildees do milho nacional (FIESP

2017) os terminais portuaacuterios principal porta de saiacuteda das commodities agriacutecolas em especial

o milho objeto deste estudo estatildeo preparados para responderem as crescentes demandas do

mercado internacional Neste sentido observa-se que a pesquisa operacional e a simulaccedilatildeo

podem auxiliar no processo decisoacuterio das organizaccedilotildees A pesquisa operacional lida com

problemas de como conduzir e coordenar certas operaccedilotildees (Moreira 2017) Enquanto que a

aplicaccedilatildeo de simulaccedilatildeo em um evento operacional permite analisar teorias e hipoacuteteses em

relaccedilatildeo a vaacuterios cenaacuterios (Filho 2008)

Diante do exposto o presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento de gratildeos de milho Decidiu-se pela escolha de um terminal mariacutetimo de

exportaccedilatildeo no Porto de Santos aqui denominado Terminal A O objetivo da simulaccedilatildeo eacute

dimensionar a capacidade operacional do Terminal A no que concerne recebimento e

armazenagem

Em razatildeo disso realizou-se uma pesquisa exploratoacuteria e quantitativa atraveacutes de coleta de dados

no proacuteprio terminal Em seguida optou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica

2 Referencial teoacuterico

21 Transporte Mariacutetimo

O transporte eacute considerado fator fundamental para a logiacutestica internacional A logiacutestica sendo

um processo que coordena o fluxo de bens em uma cadeia de suprimentos sem a existecircncia do

transportes o fluxo de bens seria inviabilizados (Reis et al 2015)

Responsaacutevel por mais de 90 do fluxo de cargas do comeacutercio internacional o transporte

mariacutetimo eacute a chave para economia global (Keedi 2010 David e Stewart 2010) No Brasil devido

a suas dimensotildees continentais e o extenso litoral o transporte mariacutetimo eacute de vital importacircncia

para o desenvolvimento social do paiacutes (Souza et al 2017) Deste modo os terminais portuaacuterios

juntamente e as estruturas portuaacuterias exercem papel fundamental no comeacutercio internacional

principalmente no que concerne ao escoamento do agronegoacutecio brasileiro tendo em vista que

o Brasil eacute um dos principais exportadores mundiais de gratildeos (IBGE 2018b)

A infraestrutura do sistema portuaacuterio compreende vaacuterios subsistemas que por vezes estatildeo

interconectados tendo relaccedilatildeo com o tipo de navios e cargas movimentas por ele (David e

Stewart 2010)

67

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

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A existecircncia dos portos estaacute diretamente ligada a atender demandas do serviccedilo de transporte

(frete armazenagem movimentaccedilatildeo transbordo etc) e navios (piacuteeres abastecimento reparos

etc) O porto atua como interface entre o transporte internacional e o transporte domeacutestico

Handabaka (1994) e Barros (2013) considerada que os portos satildeos instalaccedilotildees fiacutesicas que

desempenham o papel de movimentaccedilatildeo de cargas transbordo de cargas entre modais e

consolidaccedilatildeo de cargas

Para Alfredini e Arasaki (2009) o porto eacute um elo importante na cadeia logiacutestica e pode ser

caracterizado como terminal multimodal ligado a abrigo profundidade e acessibilidade canal

de acesso bacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ou

aquaviaacuterios

22 Terminal Portuaacuterio

Terminais satildeo pontos nodais de um sistema de transportes onde ocorrem entrada e saiacuteda de

cargas e veiacuteculos neste sistema (Fig 1) Neste ambiente se processam transferecircncias entre

modais Um terminal pode ter atividades voltada a um ou mais tipo especiacutefico de carga

chamado terminais multiuso

De acordo com Magalhatildees (2016) na perspectiva de engenharia de transportes o conceito de

terminal engloba todas as instalaccedilotildees onde inicia ou se encerra um processo de transporte Jaacute o

terminal portuaacuterio o autor conceitua como instalaccedilotildees voltada para atendimento de navios e

cargas especializadas podendo ser instalaccedilotildees isoladas ou natildeo Ainda Magalhatildees (2016)

terminal portuaacuterio deve dispor de infraestrutura especiacutefica considerando tipos de embarcaccedilatildeo e

tipos de carga demandando assim estrutura adequada para embarquedesembarque estocagem

recebimento entrega etc

Dentre os tipos de carga movimentada por um terminal portuaacuterio pode-se destacar contecircineres

roll-on roll-off carga geral solta e unitizada graneacuteis liacutequidos e soacutelidos etc (Barros 2013)

Figura 1 ndash Processo de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo em um terminal portuaacuterio

Fonte Adaptado (Kim e Guumlnther 2007)

Exterior Navio

Embarque

Descarga

Pre-stacking Armazenagem

Ferrovia

Rodovia

Interior

68

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

23 Simulaccedilatildeo

Em computaccedilatildeo um modelo de simulaccedilatildeo eacute uma abstraccedilatildeo simplificada da realidade utilizado

para representar o funcionamento de algum sistema (Varajatildeo et al 2010 Cauchick e Fleury

2012 Chwif e Medina 2015) Os sistemas satildeo compostos por partes componentes que

interagem entre si no intuito de se atingir algum propoacutesito (Varajatildeo et al 2010) esses podem

ser naturais ou elaborados pelo ser humano tais como sistemas logiacutesticos processos

produtivos redes de empresas entre outros

Embora um modelo ser uma abstraccedilatildeo simplificada deve conter os elementos necessaacuterios para

se representar o sistema real pois serviraacute para a auxiliar nas tomadas de decisotildees compreender

os ambientes estudados e identificar problemas (Cauchick e Fleury 2012)

Apesar de sua grande importacircncia e utilizaccedilatildeo em diversos campos do conhecimento Chwif e

Medina (2015) esclarecem que a simulaccedilatildeo natildeo pode prever o futuro e sim o comportamento

de um sistema desse modo natildeo substitui o pensamento inteligente aleacutem disso a simulaccedilatildeo eacute

uma ferramenta de anaacutelise de cenaacuterios e pode ser utilizada em conjunto com recursos de

otimizaccedilatildeo mas natildeo eacute em si mesma uma ferramenta de otimizaccedilatildeo

Entre as diversas aplicaccedilotildees da simulaccedilatildeo na logiacutestica em geral pode-se verificar qual a melhor

poliacutetica de transporte distribuiccedilatildeo e estocagem em toda a cadeia desde a produccedilatildeo ateacute o

consumidor final Mais especificamente em uma operaccedilatildeo portuaacuteria se o nuacutemero de

equipamentos e homens eacute necessaacuterio para carregar e descarregar navios entre outras aplicaccedilotildees

(Chwif e Medina 2015)

3 Metodologia

Com objetivo de compreender eventuais gargalos logiacutesticos em um terminal portuaacuterio optou-

se por aplicar um modelo de simulaccedilatildeo visando dimensionar a capacidade operacional e o niacutevel

de resposta para futuras demandas Portanto decidiu-se pelo modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica O presente estudo foi realizado em trecircs

etapas

Primeira Coleta de Dados Os dados foram extraiacutedos do sistema de controle do proacuteprio

Terminal A disponibilizado pela gerecircncia de operaccedilotildees Nestes dados estatildeo contidas

informaccedilotildees acerca das operaccedilotildees no terminal

Segunda Tratamento de dados Os dados foram selecionados por tipo de evento rodoviaacuterio e

ferroviaacuterio levando em consideraccedilatildeo trecircs meses de maior pico de demanda do milho (agosto

setembro e outubro) Em seguida realizou-se o levantamento de tempo de operaccedilatildeo de cada

evento (Fig 3 e Fig 4) considerando e meacutedia ponderada e o desvio padratildeo

Terceira Processo de simulaccedilatildeo Apoacutes aferimento de tempo de cada processo aplicou-se o

modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg considerando o horizonte de cenaacuterio de um ano

69

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

Figura 2 - Evento completo - Ferroviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

Figura 3 - Evento completo - Rodoviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

4 Estudo de Caso

O Terminal A eacute um terminal portuaacuterio especializado em granel soacutelido que opera no Porto de

Santos Possui uma aacuterea de mais de 300 mil m2 composta por acesso rodoferroviaacuterio dois gates

uma entrada e outro saiacuteda duas moegas ferroviaacuterias dois tombadores para descarga de

caminhotildees piacuteer de atracaccedilatildeo para navios correia transportadora e dois armazeacutens graneleiros

com capacidade estaacutetica de 108 mil (t) cada um Sua infraestrutura eacute voltada para embarque de

commodities agriacutecolas com destaque para o milho objeto de estudo desta pesquisa de

simulaccedilatildeo

Dados coletados atraveacutes da gerecircncia de operaccedilatildeo do Terminal A atestam que para estocagem

mensal do milho eacute necessaacuterio frac34 da capacidade estaacutetica total ou seja 162 mil (t) tendo em vista

a capacidade total de armazenagem do terminal eacute de 216 mil (t)

Em 2016 observou-se que 52 dos 218 milhotildees (t) milho nacional exportado foi escoado pelo

Porto de Santos 112 milhotildees (t) (MDIC 2018b) Deste montante cerca de 20 de todo volume

escoado pelo porto santista foi movimentado pelo Terminal A cerca de 22 milhotildees (t)

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

1ordf Processo ldquoChegada no terminalmoega (2) coleta de

amostras pesagem e descargardquo

3ordf Processo ldquoSaiacuteda coleta de

amostras chegada descarga

tombador (2)rdquo

1ordf Processo ldquoSaiacuteda paacutetio

regulador chegada

terminalrdquo

2ordf Processo ldquoSaiacuteda gate in

pesado chegada para coleta

de amostrasrdquo

70

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

5 Discussatildeo e Resultados

51 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Vagotildees

No montante total de recebimento e armazenamento do milho a operaccedilatildeo de vagatildeo representa

80 de toda movimentaccedilatildeo do terminal Nesta operaccedilatildeo (Fig 2) denominado ldquoeventordquo para

efeito da simulaccedilatildeo no ARENAreg (Fig 4) observa-se apenas um processo

O processo inicia-se com a chegada das composiccedilotildees no terminal que satildeo enviadas diretamente

para a moegas para o descarregamento dos vagotildees Vale ressaltar que os processos de pesagem

e a coleta de amostras satildeo efetuados simultaneamente com a descarga

Figura 4 ndash Simulaccedilatildeo vagotildees

Fonte ARENAreg

Tabela 1 - Indicadores de Performance

Vagotildees Utilizaccedilatildeo

recurso Vagotildees na fila

Tempo vagotildees na fila

(horas)

Total

vagotildees

Entrada Saiacuteda Moega

1

Moega

2

Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo 6

60

62

2718 2717 34 68 002 000 300 007 000 429

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Como ilustra a Tabela 1 os resultados da simulaccedilatildeo indicaram a saiacuteda de 2717 vagotildees A taxa

de ocupaccedilatildeo meacutedia das moegas foram de 34 na moega 1 e 68 na moega 2 Pocircde-se observar

ainda que apesar de vaacuterios vagotildees entrarem direto para descarga sem espera em meacutedia 002

vagatildeo aguardou na fila alcanccedilando assim a meacutedia maacutexima de 3 vagotildees na fila de espera Acerca

do tempo de espera a meacutedia ficou em 007 horas com maacuteximo de 429 horas de espera No

periacuteodo simulado (1 ano) foi registrado 66062 vagotildees descarregados

52 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Caminhotildees

Enquanto 80 das operaccedilotildees do terminal tem sua origem na ferrovia os caminhotildees

representam 20 de toda a operaccedilatildeo sendo que 70 deste volume eacute composto pelo veiacuteculo

bitrem (2 semi rebocadores acoplados entre si) A operaccedilatildeo completa deste ldquoeventordquo para efeito

71

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da simulaccedilatildeo (Fig5) no ARENAreg eacute composta por trecircs processos a) saiacuteda paacutetio

reguladorchegada no terminal (gate) b) saiacuteda gatechegada de coleta amostras c) saiacuteda coletas

de amostraschegada nos tombadores para descarga (Fig 3)

Figura 5 ndash Simulaccedilatildeo caminhatildeo

Fonte ARENAreg

Tabela 2 - Indicadores de Performance

Caminhotildees Utilizaccedilatildeo recursos Caminhotildees na fila Tempo caminhotildees

na fila (horas) Total

Entrada Saiacuteda Tombadores Pessoas Gate Meacutedia Min Maacutex Meacutedia Min Maacutex

63

39

2735 2734 47 2 67 007 000 400 016 000 575

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Os resultados observados na Tabela 2 indicam que dos 2735 veiacuteculos que entraram 2734

saiacuteram ficando em meacutedia 007 caminhotildees aguardando na fila chegando a 4 caminhotildees na

meacutedia maacutexima No que se refere aos recursos os resultados apontaram que o gate eacute o recurso

mais exigidos na operaccedilatildeo com taxa de uso de mais de 67 seguido pelos tombadores que

juntos representaram uma taxa de uso de 47 Jaacute o uso do recurso pessoas ficou em 2 No

que se refere ao tempo de espera 016 horas a meacutedia chegando a 575 horas maacutexima de espera

por caminhatildeo Um total de 6339 veiacuteculos foram descarregados no final da simulaccedilatildeo (1 ano)

sendo 5330 bitrem e 1069 caminhotildees

6 CONCLUSOtildeES

O presente estudo teve como objetivo principal simular uma operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento do milho de modo a mapear eventuais gargalos operacionais deste processo

no Terminal A Com isso foi possiacutevel observar que dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute

a operaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Em que pese na

operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34 moega 1 e 68 moega

72

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel a gargalos O estudo identificou na

operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos recursos de 67 no gate e 47 nos tombadores

Desta maneira pode-se concluir que apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do

terminal se as perspectivas de aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o

Terminal A estaraacute diante de um iminente gargalo operacional Portanto os resultados indicam

a necessidade de investimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o

aumento crescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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75

76

5 Discussatildeo (Artigos)

Os quatro artigos dessa dissertaccedilatildeo buscaram atender os objetivos especiacuteficosapresentados no capiacutetulo 1 O objetivo geral da dissertaccedilatildeo de analisar os fluxos deexportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica do Porto de Santos com basena movimentaccedilatildeo de um terminal exportador de gratildeos de milho eacute verificado pelosquatro artigos cujo a soma busca responder o objetivo Os resultados foram discutidosde forma ampla no conjunto deste trabalho

O primeiro artigo teve caraacuteter exploratoacuterio ou seja buscou apresentar um pa-norama da produccedilatildeo de milho no Brasil de modo a permitir entender a importacircncia dacultura e o seu impacto para o paiacutes Essa anaacutelise eacute relevante pois permite ao pesqui-sador um conhecimento da aacuterea de estudo O artigo foi essencialmente bibliograacuteficocom base em estudos anteriores

Essa pesquisa contribuiu para a justificativa do presente estudo em que seconstatou a relevacircncia da produccedilatildeo nacional e o destaque do cereal para o comeacutercioexterior brasileiro visto que eacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil

O segundo artigo da dissertaccedilatildeo permitiu constatar a importacircncia da do Portode Santos para a logiacutestica de exportaccedilatildeo do cereal tendo como principal exportadoro estado do Mato Grosso maior produtor nacional do milho

Verificou-se a Aacutesia e Oriente Meacutedio como os principais mercados do milhomato-grossense justificando o maior volume de movimentaccedilatildeo do milho na plataformaportuaacuteria de Santos natildeo soacute devido a sua capacidade operacional por possuir seteterminais especifico que operam gratildeos mas tambeacutem pela disponibilidade de rotasmariacutetimas que o porto oferece

O artigo permitiu ainda evidenciar o papel do Porto de Santos bem superior aosegundo lugar o Porto de Paranaguaacute Esses resultados permitiram concluir que umaumento no volume de exportaccedilotildees necessariamente passariam por Santos e umaanaacutelise mais detalhada deste seria necessaacuteria

O proacuteximo passo da pesquisa constitui em encontrar uma forma de mensurar opapel do porto de Santos e sua capacidade de atender uma demanda maior Assimutilizaram-se dados oficiais e modelos de previsatildeo para estabelecer uma tendecircncia decrescimento das exportaccedilotildees do milho brasileiro e seu respectivo volume no Porto deSantos Para capacidade estaacutetica em atender essas flutuaccedilotildees utilizou-se de dadosde um dos principais terminais de gratildeos do porto que disponibilizou as informaccedilotildeesnecessaacuterias para o estudo

Esta pesquisa foi de caraacuteter quantitativo permitindo analisar se o Terminal Atem capacidade operacional para atender as novas demandas de crescimento no fluxo

77

de exportaccedilatildeo do milhoAs previsotildees apresentadas no artigo sinalizaram um deacuteficit na capacidade es-

taacutetica de armazenagem para os proacuteximos cinco anos (20172021) com 39 5775 94 e 115 respectivamente no Terminal A e um consequentemente deacuteficit noPorto de Santos

Por fim uma ultima anaacutelise complementar foi realizada para verificar os impac-tos da entrada desse milho nas operaccedilotildees do terminal A A anaacutelise se concentrou nasoperaccedilotildees de recebimento e armazenagem do milho para posterior embarque E entreas duas operaccedilotildees (rodoviaacuterioferroviaacuterio) a taxa de uso dos recursos dos caminhotildeeseacute mais elevada do que dos vagotildees apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representarapenas 20 do terminal

Os resultados dos artigos III e IV indicaram que caso se concretize a projeccedilatildeodo aumento de demanda internacional pelo milho brasileiro o Porto de Santos e oTerminal A estaratildeo diante de eventuais gargalos operacionais Desta maneira haacute ne-cessidade de ampliar a estrutura de capacidade estaacutetica de armazenagem bem comoos recursos utilizados para o recebimento do milho atraveacutes do modal rodoviaacuterio

78

6 Propostas para Trabalhos Futuros

Com advento da globalizaccedilatildeo da economia o niacutevel competitivo de um paiacutes estaacutena sua capacidade em escoar mateacuterias-primas e produtos Dessa maneira as plata-formas portuaacuterias satildeo fundamentais para a cadeia logiacutestica como para a eficiecircncia deseus serviccedilos As praacuteticas de como o porto se integra e sua a capacidade de gerarvalor para a cadeia eacute fator decisoacuterio para a competitividade dos paiacuteses no mercadointernacional

As commodities agriacutecolas se caracterizam por produtos de alta volatilidadebaixo valor agregado margens apertadas e transporte ineficiente Isso evidencia aindamais a importacircncia da logiacutestica portuaacuteria para ganho de valor competitivo O sistemaportuaacuterio brasileiro tem papel fundamental na ordem econocircmica do Brasil sobretudonas operaccedilotildees de exportaccedilatildeo dos produtos agriacutecolas

Diante do exposto o presente estudo poderaacute subsidiar novas pesquisas quecontribuiratildeo para o aumento da competitividade do milho brasileiro no mercado glo-bal Recomenda-se um estudo voltado para o desenvolvimento de indicadores dedesempenho operacional portuaacuterio para auxiliar o exportador brasileiro na tomada dedecisatildeo no momento da escolha do porto mais eficiente para escoamento do gratildeo

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LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor 42 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006) 63 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617

Fonte CONAB (2018) 84 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB

(2018) 95 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte

CONAB (2018) 96 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-

201677 Fonte CONAB (2018) 117 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018) 118 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 139 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018) 1310 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b) 1411 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b) 1712 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012) 2013 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016) 3014 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte AN-

TAQ (2018a) 3215 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3416 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b) 3517 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) Fonte

ANTAQ (2018b) 3618 Revista SADSJ 4019 APMS 2017 Hamburg 5420 NETLOG 2018 65

vii

LISTA DE TABELAS

1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b) 162 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007) 223 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a) 264 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003 275 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a) 316 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte

MTPAC (2018a) 327 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a) 338 Artigos publicados do autor 38

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Acre

ADHOC Administradora Hidroviaacuteria Docas Catarinense

AGRAER Agecircncia Regional de Dourados

ANTAQ Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterios

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APMS International Conference Advances in Production

APPA Administraccedilatildeo dos Portos de Paranaguaacute e Antonina

APSFS Autoridade Portuaacuteria Porto Satildeo Francisco do Sul

BA Bahia

CADE Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica

CDC Companhia Docas do Cearaacute

CDC Companhia Docas do Paraacute

CDRJ Companhia Docas do Rio de Janeiro

CDSA Companhia Docas de Santana

CODEBA Companhia Docas da Bahia

CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte

CODESA Companhia Docas do Espirito Santo

CODESP Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo

CODOMAR Companhia Docas do Maranhatildeo

COMAP Companhia Municipal de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

CSCMP Council of Supply Chain Management Professional

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econocircmico

ix

DERSA Desenvolvimento Rodoviaacuterio SA

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DOCAS-PB Companhia Docas da Paraiacuteba

EMAP Empresa Maranhense de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

FIESP Federaccedilatildeo das Induacutestria de Satildeo Paulo

HA Hectare

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IP4 Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pequeno Porte

ITC Trade statistics for international business development

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MS Mato Grosso do Sul

MT Mato Grosso

MTPAC Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil

ONU Organizaccedilatildeo da Naccedilotildees Unidas

PA Paraacute

PIB Produto Interno Bruto

PR Paranaacute

RFB Receita Federal do Brasil

RO Roraima

RS Rio Grande do Sul

SCM Supply Chain Management

SCPAR Santa Catarina Parcerias SA

SDEC-PE Secretaacuteria de Desenvolvimento Econocircmico de Pernambuco

SEP-PR Secretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica

x

SOPH Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondocircnia

SP Satildeo Paulo

SPH Superintendecircncia de Portos e Hidrovias

SUPRG Superintendecircncia do Porto de Rio Grande

T Tonelada

UNCTAD Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento

USDA Departamento de Agricultura dos Estados

xi

SUMAacuteRIO

RESUMO iv

ABSTRACT v

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES vi

LISTA DE TABELAS vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS viii

1 Introduccedilatildeo 111 Motivaccedilatildeo 212 Objetivos 3

121 Objetivo Geral 3122 Objetivos Especiacuteficos 3

13 Organizaccedilatildeo do trabalho 4

2 Revisatildeo da Literatura 521 Origem do milho 522 Produccedilatildeo nacional 723 Regiotildees produtoras 724 Estados produtores 1025 Exportaccedilatildeo do milho 12

251 Panorama nacional 12252 Panorama mundial 15

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito 17261 Histoacuteria 18262 Conceito 18

27 Logiacutestica nas empresas 1928 Atividades logiacutesticas 2229 Portos 23210 Serviccedilos Portuaacuterios 25211 Tipos de portos 26212 Terminais portuaacuterios 29213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro 30214 Porto de SantosSP 34

xii

3 Metodologia 37

4 Artigos 4041 1ordm Artigo 4042 2ordm Artigo 5443 3ordm Artigo 6444 4ordm Artigo 65

5 Discussatildeo (Artigos) 76

6 Propostas para Trabalhos Futuros 78

1

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio ocupa posiccedilatildeo de destaque na economia do Brasil Segundoo Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA (2018) o agronegoacutecioeacute o segmento de maior importacircncia para a economia nacional representando apro-ximadamente 25 do Produto Interno Bruto - PIB O Instituto Brasileiro de Geografiae Estatiacutestica - IBGE (2018a) assevera que houve um crescimento de 10 apoacutes doisanos de queda consecutiva de 35 no PIB nacional fechando o ano de 2017 comR$ 66 trilhotildees

A expansatildeo do agronegoacutecio de 13 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 foi fator de-terminante para a alavancagem do PIB em 2017 IBGE (2018a) Dados estatiacutesticosdo Ministeacuterio da Agricultura evidenciam a relevacircncia do agronegoacutecio para comeacutercioexterior brasileiro Considerando os uacuteltimos 21 anos (1997-2017) sua participaccedilatildeo nabalanccedila comercial brasileira foi de 406 Em 2017 as exportaccedilotildees do agronegoacuteciosomaram US$ 96 bilhotildees ou seja 441 do total da exportaccedilotildees do Brasil encer-rando o ano com US$ 2177 bilhotildees (MAPA 2018)

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo de soja e milho con-sequentemente um dos principais exportadores mundiais de commodities agriacutecolas(Lourenccedilo amp Lima 2009) A implementaccedilatildeo de poliacuteticas governamentais oferta derecursos hiacutedricos condiccedilotildees de clima e solo e pesquisas e tecnologia contribuiacuterampara o destaque da agricultura brasileira no cenaacuterio internacional (Bolfe et al 2016)

Natildeo obstante a soja ser o gratildeo mais cultivado e exportado pelo Brasil a culturado milho vem ganhando espaccedilo no cenaacuterio nacional e no mercado internacional poiseacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil O cereal eacute um dos principais compo-nentes da cadeia alimentar mundial (Reis et al 2016) Em 2017 o Brasil registrou amaior produccedilatildeo do cereal 97 milhotildees t um crescimento de 552 frente ao ano de2016 com 67 milhotildees t (CONAB 2018 IBGE 2018b)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Esta-dos Unidos ndash USDA o milho eacute o gratildeo mais cultivado no mundo Na safra de 201617a produccedilatildeo mundial atingiu 107 bilhotildees t No ranking dos principais produtores mun-diais o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo com 98 milhotildees t atraacutes da China e EstadosUnidos com 219 milhotildees e 384 milhotildees t respectivamente (USDA 2018)

Estudos da USDA (2018) projetam uma produccedilatildeo global de 103 bilhatildeo t parasafra de 201718 e 105 bilhatildeo t para a de 201819 Conforme projeccedilotildees do oacutergatildeoamericano os Estados Unidos permaneceratildeo na lideranccedila absoluta com expectativade produccedilatildeo de 370 e 356 milhotildees t seguido pela China com 215 e 225 milhotildees t e oBrasil com 85 e 96 milhotildees t (201718-201819)

2

Em que pese a produccedilatildeo nacional do milho ter alcanccedilado iacutendices de excelecircncianos uacuteltimos 41 anos apontando crescimento aproximado de 408 na produccedilatildeo 335na produtividade e 49 as aacutereas de plantio o milho eacute uma commodity de baixo valoragregado e depende fundamentalmente de um alto potencial logiacutestico (CONAB 2018)

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas a cultivares de alto poten-cial geneacutetico e transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maiordensidade de plantio tem contribuiacutedo significativamente a cultura do milho no Brasile sua capacidade produtiva (EMBRAPA 2018) Quando a produccedilatildeo ultrapassa asfronteiras do campo e inicia o processo de escoamento os gratildeos se defrontam comos gargalos logiacutesticos produzindo assim impactos negativos na competitividade dosprodutos agriacutecolas brasileiros no mercado internacional (Dubke 2006 Wanke amp Hijjar2009 Hilsdorf amp Nogueira Neto 2015 CNT 2017)

O Brasil tem aproveitado a crescente demanda do mercado global O paiacuteseacute o segundo maior exportador mundial de milho ficando atraacutes apenas do EstadosUnidos (USDA 2018) O volume de milho exportado foi de 292 milhotildees t em 2017alcanccedilando seu maior iacutendice em toda seacuterie histoacuterica de exportaccedilatildeo jaacute registrado desdedo ano de 1997 (COMEXSTAT 2018)

Contudo os portos mariacutetimos principal plataforma de escoamento do milhoainda que seja evidenciadas significativas melhorias na sua eficiecircncia operacionalnas uacuteltimas duas deacutecadas observa-se entraves operacionais e uma logiacutestica aindadeficitaacuteria (Souza et al 2017)

Com o aperfeiccediloamento de algumas atividades logiacutesticas de exportaccedilatildeo ndash rece-bimento armazenagem e embarque ndash mais eficientes as mesmas poderatildeo promoverum ganho de competitividade para o cereal brasileiro no comeacutercio global

Sendo assim o presente estudo visa analisar a capacidade operacional deescoamento do gratildeo em portos brasileiros tendo como campo de estudo o Porto deSantosSP considerando que 93 das exportaccedilotildees do milho brasileiro se daacute por viasmariacutetima (COMEXSTAT 2018)

11 Motivaccedilatildeo

A demanda mundial por alimento eacute um desafio para a comunidade internacio-nal Estudos da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas ndash ONU estimam que a populaccedilatildeomundial chegue a 86 bilhotildees em 2030 98 bilhotildees em 2050 e ultrapasse os 112 bi-lhotildees em 2100 (ONU 2018) O crescimento da populaccedilatildeo mundial implica em umgrande desafio aos liacutederes globais para o aumento da produccedilatildeo de alimentos de ma-neira sustentaacutevel

O Brasil se destaca como importante produtor de commodities agriacutecolas Aleacutemdisso protagoniza um papel importante de fornecedor na cadeia alimentar mundial

3

cuja exportaccedilotildees do milho tiveram um crescimento exponencial Se comparado o anode 1997 a 2017 o volume do milho com destino ao comeacutercio exterior cresceu 8300sendo exportado 348 mil t em 1997 e 29 milhotildees t em 2017 (COMEXSTAT 2018)

No caso do milho as projeccedilotildees de exportaccedilatildeo do gratildeo tecircm alcanccedilado pata-mares elevados (MAPA 2018) Os estudos da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estadode Satildeo Paulo ndash FIESP asseguram uma variaccedilatildeo positiva de 75 nas exportaccedilotildees docereal para a safra de 202627 em relaccedilatildeo agrave safra 201617 (FIESP 2018)

A relevacircncia da pesquisa justifica-se pelo aumento da demanda global por ali-mentos em decorrecircncia do crescimento demograacutefico mundial USDA (2018) e a opor-tunidade de expansatildeo do cereal nacional no mercado internacional (FIESP 2018)

O presente estudo propotildee uma investigaccedilatildeo no Porto de SantosSP quantoa sua capacidade operacional de exportaccedilatildeo considerando as projeccedilotildees de cresci-mento da demanda internacional pelo milho (MAPA 2017 FIESP 2018)

Para tanto optou-se por delimitar a pesquisa em um terminal portuaacuterio de ex-portaccedilatildeo aqui denominado Terminal A do porto santista cujo complexo portuaacuterio eacuteo principal responsaacutevel pelo fluxo de escoamento do milho brasileiro para o mercadomundial (COMEXSTAT 2018)

12 Objetivos

121 Objetivo Geral

Analisar os fluxos de exportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica doporto de Santos em atender esses fluxos com base na movimentaccedilatildeo de um terminalexportador de gratildeos de milho

122 Objetivos Especiacuteficos

1 Analisar a produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees produtoras

2 Identificar o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasileiro principal porto de escoa-mento e principais mercados compradores

3 Avaliar se a capacidade estaacutetica de armazenagem no Porto de Santos eacute compa-tiacutevel com as crescente demandas de exportaccedilatildeo por meio do Terminal A

4 Simular um processo de operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento de gratildeosde milho visando avaliar a capacidade operacional do terminal

4

13 Organizaccedilatildeo do trabalho

Este trabalho estaacute organizado conforme demonstrado pela Figura 1

Figura 1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor

5

2 Revisatildeo da Literatura

21 Origem do milho

O milho eacute uma das culturas agriacutecolas mais importante para a sociedade tantonas bases econocircmicas do agronegoacutecio como sociais pois eacute um dos produtos demaior versatilidade na cadeia alimentar mundial Aleacutem de ser utilizado como insumopara alimentaccedilatildeo humana e animal eacute fonte de mateacuterias primas para a agroinduacutestria eproduccedilatildeo de etanol (Diogenes 2011)

Cultivado em quase todas as regiotildees temperadas e tropicais do mundo O milhose adapta em condiccedilotildees abaixo do niacutevel do mar e ateacute 3 mil metros acima do niacutevel domar (CME 2018) As temperaturas adequadas para seu cultivo devem apresentarmeacutedia noturna acima de 128 degC e meacutedia diurna superior a 19 degC Agecircncia Regional deDourados (AGRAER 2018)

Considine (2005) Bernardi et al (2014) Dyer et al (2014) destacam atraveacutesde evidencias cientificas que o milho eacute uma planta de origem mexicana cuja domes-ticaccedilatildeo tem iniacutecio em 7500 a 12000 anos atraacutes na aacuterea central da Mesoameacuterica

Segundo Lerayer (2006) o Meacutexico e a Guatemala satildeo considerados paiacuteses quederam origem ao milho A autora assegura que no vale do Tehucan onde atualmentese localiza o Meacutexico foi encontrada a primeira espiga de milho datada de 7000 aC

O milho (Zea mays L) eacute uma graminea anual membro da famiacutelia das gramiacuteneas(Poaceae) Tem importacircncia secular para cultura alimentar desde a antiguidade e eacutemuito apreciado entre os povos da Ameacuterica Central e do Sul (Vincent 2012)

Para Perry et al (2006) encontraram-se vestiacutegios do cultivo do milho na Ameacute-rica do Sul haacute pelo menos 4000 anos Os iacutendios americanos cultivavam-no em mon-tes Existia uma variaccedilatildeo de espeacutecies plantadas conforme seu uso Com o passar dotempo o meacutetodo foi substituiacutedo por plantio de uma soacute espeacutecie

Atraveacutes de um processo natural de seleccedilatildeo os nativos (astecas e maias) esco-lhiam as espigas de maior vigor mais produtivas e faacuteceis de serem colhidas e arma-zenadas (Lerayer 2006) A Figura 2 ilustra a transformaccedilatildeo da espeacutecie ateacute os dias dehoje

6

Figura 2 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006)

A Figura 2 destaca as alteraccedilotildees importantes que ocorreram ao longo da do-mesticaccedilatildeo do milho De uma gramiacutenea com espigas de poucos gratildeos cobertos comuma casca dura para espigas com maior nuacutemero de gratildeos e maiores Com isso aespeacutecie se desenvolveu para variedades com grande capacidade de adaptaccedilatildeo emdiversas altitudes de acordo com o relevo da Ameacuterica Central (Lerayer 2006)

Haacute mais de 300 espeacutecies de milho identificadas no mundo Praticamente todasestas espeacutecies derivam direta ou indiretamente dos trabalhos desenvolvidos pelascivilizaccedilotildees preacute-colombianas (Lerayer 2006)

De acordo com Smith et al (2004) o cereal foi difundido para o hemisfeacuterionorte no final do seacuteculo XV com a chegada dos exploradores europeus em terrasamericanas A partir daiacute iniciou-se um processo de disseminaccedilatildeo inicialmente parao sul da Franccedila e Itaacutelia em 1494 Egito em 1517 Espanha e Portugal em 1575

No final do seacuteculo XVI o milho se encontrava estabelecido em todos os conti-nentes adaptado nos mais variados climas e ambientes (Lerayer 2006)

No Brasil estudos apontam que o cultivo do milho jaacute era praticado antes dachegada dos colonizadores portugueses pelos iacutendios Guaranis que tinham o cerealcom fonte principal de sua dieta alimentar Com a chegada dos portugueses o con-sumo pelo cereal aumentou e foi introduzido nos haacutebitos alimentares dos brasileiros(Bernardi et al 2014)

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22 Produccedilatildeo nacional

O calendaacuterio agriacutecola do milho eacute composto por duas safras A primeira safra deveratildeo o plantio varia de agosto a dezembro A segunda safra de inverno com plantiode janeiro a marccedilo geralmente cultivada apoacutes a colheita da soja na regiatildeo Centro-Sul(DEPEC 2017)

O cereal eacute o principal micronutriente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal As ati-vidades de avicultura e suinocultura satildeo as principais cadeias responsaacuteveis pelo con-sumo da produccedilatildeo nacional e tem importacircncia fundamental na corrente de comeacutercioexterior brasileira (Caldarelli amp Bacchi 2012)

Reis et al (2016) corroboram com Caldarelli amp Bacchi (2012) em seus estu-dos Os autores afirma que o cultivo do milho no Brasil eacute destinado para o consumointerno com duas finalidades produccedilatildeo de raccedilatildeo animal (bovino suiacuteno e frango) eindustrializaccedilatildeo para consumo humano

A produccedilatildeo nacional do milho tem logrado ecircxito e alcanccedilado iacutendices elevadosde crescimento Enquanto as aacutereas destinadas ao cultivo milho obtiveram uma ex-pansatildeo 49 ao longo dos 41 anos saindo de 11 milhotildees de hectares na safra de197677 para 17 milhotildees de hectares para a safra de 20162017

Os registros apontam uma colheita 19 milhotildees t na safra de 197677 Se com-parado com a safra de 201617 com 97 milhotildees t produzidas a produccedilatildeo nacionalcresceu 408 nos uacuteltimos 41 anos

Em termos de produtividade houve um acreacutescimo de 335 no mesmo periacuteodoOs estudos registram na safra de 197677 uma produtividade 12 tonelada por hec-tare contra 55 toneladas por hectare na uacuteltima safra (201617)

O crescimento mais acentuado foi a partir da deacutecada da safra de 199192 Como aumento de demanda pelo cereal e oferta de terras mais baratas propiciaram aexpansatildeo de novas fronteiras agriacutecolas

Diante desta conjuntura pode-se notar um migraccedilatildeo da produccedilatildeo sentido aonorte do pais que ateacute entatildeo concentrava-se nas regiotildees Sul e Sudeste Tendo comodestaque o Centro-Oeste principal regiatildeo produtora do milho (Souza et al 2017)

Outras variaacuteveis contribuiacuteram para a promoccedilatildeo do crescimento da produccedilatildeonacional do milho conforme observa Caldarelli amp Bacchi (2012) acordos internacio-nais desregulamentaccedilatildeo da economia aumento da rentabilidade do produtor com avalorizaccedilatildeo do gratildeo e a pesquisa e novas tecnologias

23 Regiotildees produtoras

O cultivo do milho no Brasil abrange praticamente todas as regiotildees do BrasilEntretanto a maior concentraccedilatildeo estaacute na macrorregiatildeo Centro-Sul (CONAB 2018)

8

Um fator importante a ser destacado eacute a contribuiccedilatildeo da segunda safra para aproduccedilatildeo nacional A safrinha como tambeacutem eacute conhecida tem alcanccedilado iacutendices deprodutividade significativos Centro-Oeste (Figura 3)

A alta produccedilatildeo da 2 ordfsafra na regiatildeo Centro-Oeste justifica-se pelo fato de aprodutividade estar associada ao aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes

O cultivo do milho da 2 ordfsafra eacute plantado no local onde eacute colhida a soja elevandoassim seu potencial produtivo (Reis et al 2016)

Figura 3 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617 FonteCONAB (2018)

A regiatildeo Centro-Oeste eacute a maior produtora de milho do Brasil A regiatildeo teve umcrescimento de aproximadamente 980 se comparado a safra de 199091 e 201617com a produccedilatildeo de 45 milhotildees t e 488 milhotildees t respectivamente (CONAB 2018)

O estado do Mato Grosso eacute o principal responsaacutevel pelo protagonismo da ma-crorregiatildeo Centro-Sul na produccedilatildeo nacional

No ranking das regiotildees produtoras em ordem de grandeza Centro-Oeste pro-duziu 48 milhotildees t Sul 27 milhotildees t Sudeste 13 milhotildees t Nordeste 6 milhotildees t e oNorte 2 milhotildees t tendo como base a safra 201617 (Figura 4)

9

Figura 4 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB (2018)

Conforme ilustrado na Figura 4 apesar da regiatildeo Norte ser a regiatildeo de menorpotencial produtivo foi a de maior elevaccedilatildeo na produccedilatildeo com aumento de 2183ficando atraacutes do Centro-Oeste com 2417 Em terceiro lugar a regiatildeo Nordeste304 seguida pela Sul 171 Sudeste com 123 considerando os 41 anos de seacuteriehistoacuterica (CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo agrave produtividade ainda que a regiatildeo Centro-Oeste tenha apresen-tado o maior crescimento em termos de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maioreficiecircncia (Figura 5)

Figura 5 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte CO-NAB (2018)

10

Conforme ilustrado na Figura 5 a regiatildeo Sul apresenta maior eficiecircncia na pro-dutividade (safra de 201617) com rendimento de 6583 kgha seguida pelo Centro-Oeste Sudeste Norte e Nordeste com 6098 kgha 5820 kgha 3790 kgha e 2557kgha respectivamente A anaacutelise de produtividade considerada a partir da safra de199091 periacuteodo que inicia o grande desenvolvimento no cultivo do milho no Brasil

24 Estados produtores

O cultivo do milho eacute disperso no Brasil podendo ser encontrado nos 26 estadose no distrito federal (Reis et al 2016) Estudos analisados atraveacutes da seacuterie histoacuterica 41anos indicam que o acumulado de produccedilatildeo do cereal no Brasil alcanccedilou 16 bilhatildeo t(CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo ao acumulado da produccedilatildeo por estados dos sete estados brasi-leiros com produccedilatildeo acima de 100 milhotildees t seis estatildeo na macrorregiatildeo Centro-Sul(PR MT MG RS GO e SP) Na macrorregiatildeo Norte-Nordeste apenas o estado daBahia alcanccedilou os 100 milhotildees t produzidas (CONAB 2018)

A macrorregiatildeo Centro-Sul desponta como principal cinturatildeo produtivo do mi-lho no Brasil

O estado da Bahia eacute o principal produtor da macrorregiatildeo Norte-Nordeste com19 milhotildees t produzidas na safra 201617 No acumulado da seacuterie a Bahia foi respon-saacutevel por aproximadamente 28 dos 149 milhotildees t produzidas pelo Norte-Nordesteconsiderando os uacuteltimos 41 anos O estado do Maranhatildeo representou 13 seguidopelo Paraacute 10 Piauiacute e Cearaacute 8 Rondocircnia 7 Sergipe 6 e Tocantins 5 Osestados restantes representaram 23 O Amapaacute eacute o estado com o menor volume003 da produccedilatildeo

As aacutereas de cultivo cresceram 27 no Norte-Nordeste Na safra de 19767726 milhotildees ha eram destinados ao plantio do milho Na uacuteltima safra foi registrado 33milhotildees ha

A macrorregiatildeo Centro-Sul alcanccedilou o 14 bilhatildeo t produzidas no acumulado daseacuterie histoacuterica 41 anos Considerando o ranking dos principais estados produtores oParanaacute se destaca com uma representatividade de 25 da produccedilatildeo total da regiatildeo

Em seguida o Mato Grosso 13 Minas Gerais 12 Rio Grande do Sul 11Goiaacutes e Satildeo Paulo 10 Santa Catarina e Mato Grosso do Sul 6 Os estados commenor representatividade satildeo Distrito Federal e Espirito Santo 04 e Rio de Janeirocom 01

As aacutereas de cultivos no Centro-Sul tiveram uma expansatildeo de 55 entre assafras de 197677 a 201617 Saindo da ordem de 9 milhotildees ha para 14 milhotildees ha

O estado do Paranaacute permaneceu na lideranccedila da produccedilatildeo do gratildeo no Brasilateacute a safra de 199192 Entretanto na deacutecada 1990 Mato Grosso inicia um processo

11

de crescimento sem precedentes na produccedilatildeo do milho (Figura 6)

Figura 6 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-201677 Fonte CONAB (2018)

Na safra 201213 Mato Grosso ultrapassa o Paranaacute e assume isoladamente oprimeiro lugar mantendo-se como maior produtor nacional de milho Na uacuteltima safraMato Grosso aferiu 28 milhotildees t produzidas O Paranaacute por sua vez 17 milhotildees t

Figura 7 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018)

A Figura 7 indica que 2 ordfsafra (200405) o estado de Mato Grosso assume alideranccedila de maior produtor com 35 milhotildees t seguido pelo Paranaacute com 34 milhotildeest Na 1 ordfsafra (201617) Mato Grosso produziu 256 mil t e Paranaacute 4 milhotildees t Na 2

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ordfsafra (201617) Mato Grosso foi responsaacutevel por 28 milhotildees t sendo o Paranaacute por13 milhotildees t

No tocante a produtividade o Paranaacute elevou sua produtividade em 184 nosuacuteltimos 41 anos saindo de 2150 kgha (197677) para 6115 kgha (201617) Oestado de Mato Grosso registrou uma elevaccedilatildeo de 437 em sua produtividade nomesmo periacuteodo A CONAB (2018) registrou a produtividade do estado do Mato Grossode 1558 kgha (197677) e 6223 kgha (201617)

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas de plantio na safra de 197677 o Paranaacute dispunha de2153 milhotildees ha e Mato Grosso apenas 247 mil ha Na safra 201617 o Paranaacutedestinou 2917 milhotildees ha apontando um crescimento de 35 Na mesma safraMato Grosso destinou 4639 milhotildees ha para cultura do milho obtendo um acreacutescimode 1776 (CONAB 2018)

A produtividade natildeo resulta somente da disponibilidade de terras agricultaacuteveisNo caso da produccedilatildeo nacional a implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas acultivares de alto potencial geneacutetico correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas emaior densidade de plantio contribuiacuteram para o incremento da produtividade do milho(EMBRAPA 2018)

25 Exportaccedilatildeo do milho

251 Panorama nacional

Com o consecutivo aumento da produccedilatildeo brasileira do gratildeo de milho obser-vado nas uacuteltimas deacutecadas IBGE (2018b) o Brasil tem aproveitado o excedente doconsumo interno para abastecer o mercado internacional A exportaccedilotildees brasileirasde milho tem levado o Brasil a ocupar um lugar de destaque no ranking dos maioresexportadores mundiais de milho (USDA 2018)

Observa-se a relevacircncia das exportaccedilotildees do milho para a balanccedila comercialbrasileira O milho e a soja satildeo os principais produtos agriacutecolas comercializados peloBrasil Juntos representam 80 das exportaccedilotildees brasileiras

Dados estatiacutesticos MAPA (2018) revelam que nos uacuteltimos 20 anos a partici-paccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial representou em meacutedia 40 das expor-taccedilotildees brasileiras (Figura 8)

13

Figura 8 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

As exportaccedilotildees do Brasil em 2017 atingiram US$ 217 bilhotildees 18 a mais doano anterior contabilizando US$ 185 bilhotildees O agronegoacutecio foi responsaacutevel em 2017por 44 das exportaccedilotildees fechando o ano com US$ 96 bilhotildees Em relaccedilatildeo ao anode 2016 o agronegoacutecio foi responsaacutevel por 46 das exportaccedilotildees brasileiras ou sejaUS$ 84 bilhotildees conforme ilustrado na (Figura 8)

As exportaccedilotildees do milho nacional alcanccedilaram 29 milhotildees t no ano de 201733 a mais do que o ano anterior que alcanccedilou o volume de 21 milhotildees t como podeser visto na Figura 9 representando US$ 45 bilhotildees

Figura 9 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

No ano de 2017 o Brasil registrou seu maior iacutendice de exportaccedilatildeo do gratildeo como crescimento de 8300 em relaccedilatildeo ao ano de 1997

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Como pode ser visto na Figura 9 a alavancagem das exportaccedilotildees tiveram doisdestaques que valem a pena ser ressaltados o ano de 2001 e 2013 Considerandoque a deacutecada de 1990 as exportaccedilotildees do gratildeo natildeo ultrapassavam o patamar 500mil t a exportaccedilatildeo de 2001 atingiu 5 milhotildees t foi um marco para a seacuterie histoacutericasobretudo por dar iniacutecio a um processo de crescimento efetivo da cultura do milho noBrasil

No ano de 2013 face ao iniacutecio da lideranccedila do Mato Grosso como maior pro-dutor nacional do milho o Brasil registrou o volume de 26 milhotildees t exportadas

Na Figura 10 pode ser visto os dez principais mercados importadores do milhonacional em 2017

Figura 10 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b)

O Iratilde eacute o principal destino das exportaccedilotildees brasileiras com 48 milhotildees t im-portadas O Egito foi o segundo maior importador com 32 milhotildees t em seguidaobserva-se o Japatildeo 29 milhotildees t Espanha 28 milhotildees t Vietnatilde 26 milhotildees t China17 milhatildeo t Coreacuteia do Sul 17 milhatildeo t Malaacutesia 14 milhatildeo t Bangladesh 10 milhatildeo te Holanda com 800 mil t

A Tabela 1 apresenta o rol dos principais paiacuteses compradores do gratildeo brasileirono ano de 2017 Em relaccedilatildeo as cifras agraves exportaccedilotildees do gratildeo atingiram US$ 46bilhotildees

Quanto ao fluxo de comeacutercio por continente a Aacutesia foi o maior parceiro comer-cial do Brasil no ano de 2017 Observa-se por ordem de grandeza a representatividade

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de cada continente nas transaccedilotildees com o Brasil conforme descrito abaixo

bull Aacutesia 56

bull Europa 17

bull Aacutefrica 15

bull Ameacuterica 7

bull Oriente Meacutedio 5

Tambeacutem se verificou na Tabela 1 os trecircs principais paiacuteses compradores porcontinente em ordem de grandeza

bull Aacutesia (Iratilde 29 Japatildeo 18 e Vietnatilde 16)

bull Europa (Espanha 58 Holanda 16 e Portugal 13)

bull Aacutefrica (Egito 75 Argeacutelia 12 e Marrocos 11)

bull Ameacuterica (Repuacuteblica Dominicana 32 Meacutexico 26 e Boliacutevia 8)

bull Oriente Meacutedio (Araacutebia Saudita 48 Israel 23 e Jordacircnia 11)

252 Panorama mundial

Dentre os cinco principais exportadores mundiais do milho em 2017 os Esta-dos Unidos lideraram o ranking com 53 milhotildees t seguido pelo Brasil 29 milhotildees tArgentina 23 milhotildees t Ucracircnia 19 milhotildees t e Ruacutessia 5 milhotildees t (ITC 2018a)

Referente a participaccedilatildeo no mercado global os Estados Unidos detiveram em2017 32 seguido pelo Brasil 16 Argentina 13 Ucracircnia 10 e Ruacutessia com 3(ITC 2018a)

A Figura 11 apresenta os principais importadores globais de milho sendo oJapatildeo o maior comprador mundial em 2017 As importaccedilotildees mundiais no mesmo anoalcanccedilaram 154 milhotildees t representando cerca de US$ 32 bilhotildees

16

Tabela 1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b)

Importadores Bilhotildees US$ Milhotildees (t)Crescimento 20132017 (pa)

Mundo 4631046 29266361 2Iratilde 782609 4832976 18Egito 501040 3226017 17Japatildeo 451951 2945944 2Espanha 436927 2868390 36Vietnatilde 412219 2637305 16Taipei 270286 1760043 -5Coreacuteia do Sul 264914 1716964 -15Malaacutesia 232869 1494622 11Bangladesh 158604 1016715 -Paiacuteses Baixos 121940 801673 9Repuacuteblica Dominicana 108546 694240 7Araacutebia Saudita 106663 680764 -10Portugal 99985 643886 15Meacutexico 90430 562833 70Argeacutelia 78619 493866 -11Marrocos 75963 484981 -25Israel 50411 320661 13Irlanda 50349 329080 48Itaacutelia 34582 235049 31Paraguai 29441 8744 12Estados Unidos da Ameacuterica 29370 124983 -17Venezuela 27708 179454 -17Jordacircnia 24797 163565 2Guatemala 20279 131678 4Cuba 17974 110700 -10Indoneacutesia 17731 111026 -42Emirados Aacuterabes Unidos 16273 81401 -8Nicaraacutegua 13202 86940 7El Salvador 11692 78049 20Reino Unido 9811 59006 14Costa Rica 9486 61415 3Liacutebano 9386 62287 265Tuniacutesia 9141 58392 -65Omatilde 9001 57762 16Colocircmbia 7535 2272 -66Argentina 7369 2335 13Filipinas 5486 33110 126Kuwait 4567 31596 -27Peru 3745 11098 -39Angola 3286 17886 -35China 2707 17190 -1Boliacutevia 2368 4487 5Equador 2237 824 -67

17

Figura 11 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b)

A Figura 11 aponta que as importaccedilotildees do Japatildeo somaram US$ 308 bilhotildeesseguida pelo Meacutexico US$ 285 bilhotildees Coreacuteia do Sul US$ 178 bilhatildeo Egito US$ 172bilhatildeo Espanha US$ 148 bilhatildeo Vietnatilde US$ 130 bilhatildeo Holanda US$ 118 bilhatildeoItaacutelia US$ 110 bilhatildeo e Iratilde US$ 108 bilhatildeo

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito

Com o advento da globalizaccedilatildeo os mercados tornaram-se cada vez mais di-nacircmicos e competitivos A concorrecircncia eacute global um cenaacuterio constante e irreversiacutevelcolocando as organizaccedilotildees em permanente risco de sobrevivecircncia

Embora a produccedilatildeo de commodities agriacutecolas tenha suas especificidades e de-penda exclusivamente de terras disponiacuteveis diminuindo o surgimento de novos com-petidores a busca por eficiecircncia operacional tem sido um objetivo contiacutenuo das orga-nizaccedilotildees que atuam no agronegoacutecio

O milho eacute uma commodity e distinguem-se por ser um produto de alta volatili-dade baixo valor agregado e margens apertadas Portanto a busca por uma logiacutesticade escoamento eficiente agregando valor ao produto eacute requisito fundamental para oscompetidores do setor

No caso do Brasil importante fornecedor mundial o desempenho da logiacutesticaportuaacuteria eacute corresponsaacutevel por manter a competitividade do milho brasileiro no co-meacutercio internacional

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261 Histoacuteria

A logiacutestica remonta os primoacuterdios da humanidade muito antes do termo sercriado Atividades logiacutestica satildeo observadas em relatos biacuteblicos quando o faraoacute exigiaque fosse feita a armazenagem de alimentos em decorrecircncia de um sonho sobrevacas magras e gordas interpretado por Joseacute em que haveria sete anos de fartura esete anos de escassez alimentar (Reis et al 2015)

Outra evidecircncia satildeo as piracircmides do Egito Inconcebiacutevel acreditar que umaobra de tal magnitude pudesse ser concluiacuteda sem atividades que administrassem amovimentaccedilatildeo armazenagem e transporte de blocos de pedras aleacutem de alocar ossuprimentos para milhares de escravos encarregados da sua construccedilatildeo

No acircmbito militar a logiacutestica tem sido estrateacutegica e a histoacuteria tem comprovadoisso Eacute bem provaacutevel que expansatildeo do impeacuterio de Alexandre o Grande se invia-bilizasse caso natildeo houvesse uma logiacutestica que garantissem os suprimentos a suastropas

As grandes navegaccedilotildees entre os seacuteculos XV e XVII tambeacutem foram beneficiadaspelos conceitos logiacutesticos Impossiacutevel imaginar as caravelas mar adentro em buscade novas terras sem viacuteveres que pudessem suprir as necessidades da tripulaccedilatildeo Dealguma forma naquela eacutepoca jaacute havia planejamento de suprimentos para as viagensem busca de terras novas

A origem da expressatildeo logiacutestica eacute uma evoluccedilatildeo do verbo loger que significaalojar Termo militar usado para definir a arte de transportar abastecer e alojar tropasem campanha (Rodrigues 2014)

Segundo Rodrigues (2014) a primeira definiccedilatildeo de logiacutestica foi cunhada pelogeneral francecircs das tropas de Napoleatildeo Bonaparte Baratildeo Antonie Henri de Jomini(1789-1869) Para Jomini a palavra logistique deriva de um posto existente no exeacuter-cito francecircs ocupado pelo Marechal des Logis encarregado das atividades de deslo-camento alojamento e acampamento das tropas em combate

Posteriormente o termo logiacutestico tomou um significado mais amplo no usomilitar principalmente pelos norte-americanos na Segunda Guerra Mundial e segui-damente pela induacutestria

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica foi empregada muito tempo no con-texto militar atribuindo-se a derrota dos britacircnicos na Guerra de Independecircncia norte-americana pela ineficiecircncia de abastecimento de suprimentos agraves tropas britacircnicas

262 Conceito

Apesar da logiacutestica estar bastante disseminada no acircmbito organizacional e aca-decircmico ainda eacute do senso comum reduzi-la somente a atividade de transporte (Re-zende et al 2005)

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Haacute muita desinformaccedilatildeo a respeito da logiacutestica Mais que uma atividade detransporte a logiacutestica eacute o gerenciamento do fluxo de mercadoria desde o ponto deorigem ateacute o ponto de consumo (Ludovico 2010)

Ao longo dos anos vaacuterios estudos corroboraram para o entendimento do con-ceito de logiacutestica Para Ballou (2007) a logiacutestica deve prover serviccedilos de forma adiminuir a lacuna entre o ponto de produccedilatildeo e ponto de consumo de modo que osconsumidores tenham disponiacuteveis produtos e serviccedilos nas condiccedilotildees que desejamquando e onde quiserem

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica eacute um processo de gestatildeo estrateacutegicaque contribui para maximizaccedilatildeo da rentabilidade visando custo benefiacutecio atraveacutes dasatividades de movimentaccedilatildeo e armazenagem de materiais gerenciamento de esto-ques por meio dos fluxos de informaccedilotildees relacionados

Para Donato (2012) a logiacutestica eacute uma aacuterea de gestatildeo tendo o objetivo de prevere prover recursos para a execuccedilatildeo de todas as atividades organizacionais O autorassevera a gestatildeo de suprimentos transportes movimentaccedilatildeo e armazenamento demateriais processamento de pedidos e gerenciamento de informaccedilotildees e retorno deprodutos como atividades da logiacutestica

Reis et al (2015) apontam a logiacutestica como atividades que visam atender re-quisitos de pontualidade disponibilidade e qualidade de produtos e serviccedilos aliadosao preccedilo justo e competitivo

Para o Conselho de Profissionais da Cadeia de Suprimentos CSCMP (2018)entidade de renome mundial a logiacutestica eacute a atividade voltada ao planejamento imple-mentaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e efetivo de armazenamento de mercadoriasserviccedilos e informaccedilotildees relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumovisando suprir os requisitos dos clientes

Percebe-se um consenso nas obras analisadas De modo geral os autoresafirmam que os objetivos da logiacutestica eacute prover ao cliente final produtos e serviccedilos comqualidade na quantidade e no tempo certo com o menor preccedilo possiacutevel

27 Logiacutestica nas empresas

A logiacutestica interfere em vaacuterias atividades do cotidiano da sociedade e das em-presas quanto a custos tempo e eficiecircncia

Existe uma vasta literatura a respeito da logiacutestica empresarial e sua evoluccedilatildeo(Rezende et al 2005 Ballou 2007 Vantine 2012 Bowersox et al 2014 Novaes2015 Pires 2016) Por questotildees didaacuteticas optou-se por elencar cinco fases evolutivasda logiacutestica nas empresas como pode ser visto na Figura 12

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Figura 12 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012)

A partir da deacutecada de 1950 com os avanccedilos tecnoloacutegicos desenvolvimentode novos produtos mudanccedila de comportamento dos consumidores e consequente-mente uma maior necessidade de distribuiccedilatildeo de produtos exigiram o aumento danecessidade da logiacutestica nas empresas

Ballou (2007) classifica as deacutecadas de 1950 ateacute 1970 como o periacuteodo de de-senvolvimento Em sua obra o autor destaca quatro pilares de estudo para o de-senvolvimento da logiacutestica empresarial alteraccedilotildees e novos padrotildees de demanda doconsumidor pressatildeo custos nas induacutestrias evoluccedilatildeo na tecnologia de computadorese influecircncia dos estudos da logiacutestica militar

No final desses anos as universidades comeccedilavam a ofertar cursos na aacutereasurgem as primeiras literaturas com abordagem do tema empresas iniciam os primei-ros testes de implantaccedilatildeo das novas ideias e surge o primeiro Conselho de Adminis-traccedilatildeo da Distribuiccedilatildeo Fiacutesica (Ballou 2007)

Em 1970 evidencia-se o desenvolvimento de estrateacutegias com foco na adminis-traccedilatildeo de materiais e distribuiccedilatildeo fiacutesica Graccedilas aos processos flexiacuteveis de produccedilatildeoconforme Novaes (2015) foi possiacutevel a oferta de novos produtos com variadas corestipos e tamanhos Com um vasto leque de oferta de novos produtos aos consumido-res houve um aumento significativo nos estoques ao longo da cadeia de produtivaCom isso passou a ser necessaacuterio uma maior racionalizaccedilatildeo com vista ao menorcustos e maior eficiecircncia

Outros apontamentos ressaltados por Novaes (2015) foram os custos de trans-ferecircncia e distribuiccedilatildeo Com a crise do petroacuteleo em 1970 os combustiacuteveis sofreramum aumento abrupto O aumento populacional nos centros urbanos expansatildeo defrotas de veiacuteculos crescimento territoriais das cidades elevaram potencialmente oscongestionamentos Esses fatores aliados com as limitaccedilotildees de movimentaccedilatildeo de

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caminhotildees em horaacuterio comerciais resultaram no aumento dos custos de transporte edistribuiccedilatildeo

A deacutecada de 1980 com a explosatildeo de novas tecnologias propicia a integraccedilatildeodos processos surgindo o conceito de logiacutestica integrada Essa deacutecada foi caracte-rizada pelo emprego de tecnologias de informaccedilatildeo e sistema de comunicaccedilatildeo quepromoveram uma forte integraccedilatildeo da logiacutestica (Rezende et al 2005)

A efetiva integraccedilatildeo foi favorecida pela implantaccedilatildeo do EDI - Intercacircmbio Ele-trocircnico de Dados essencial para a atualizaccedilatildeo de dados em tempo real e troca dedocumento em toda a cadeia Outro fato relevante foi a introduccedilatildeo do coacutedigo de barraspara controle de estoque

A coleta de dados e o fluxo de informaccedilotildees que eram realizadas manualmentepassaram a ser realizadas de forma automaacutetica com o emprego de tecnologias decaptura de dados (radiofrequecircncia) eliminando a morosidade nos processos e miti-gando fontes de erro (Bowersox et al 2014)

Apoacutes os anos de 1990 com a integraccedilatildeo e maior comunicaccedilatildeo entre fornecedo-res distribuidores e clientes surge entatildeo de maneira mais disseminada o conceito deSCM (Supply Chain Management) ou seja gerenciamento da cadeia de suprimentos

Apesar de alguns autores asseverarem que o termo SCM jaacute era aplicado deforma rudimentar nos anos 1970 e 1980 o interesse pelo SCM foi fortemente difundidonas empresas a partir dos anos 1990 (Pires 2016)

Com o advento da globalizaccedilatildeo emergem mercados e competidores globaise o desempenho das organizaccedilotildees em termos de custos e eficiecircncia tornou-se umaquestatildeo de sobrevivecircncia A gestatildeo da cadeia de suprimentos eacute uma estrutura estra-teacutegica e consiste na colaboraccedilatildeo entre empresas com intuito a melhorar a eficiecircnciaoperacional gerando condiccedilotildees de maior grau de competitividade das organizaccedilotildees(Bowersox et al 2014)

A finalidade da cadeia de suprimento eacute maximizar o valor gerado Chopra ampMeindl (2011) destacam o valor como o excedente gerado pela cadeia de suprimentoPara os autores valor eacute a diferenccedila entre o que o produto entregue vale para o clientee o custo total incidente em todas as atividades da cadeia de suprimento em levaro produto ateacute o cliente O sucesso de uma cadeia de suprimentos estaacute diretamenteligado agrave sua lucratividade quanto maior a lucratividade mais bem-sucedida a cadeiaeacute

Por fim apoacutes os anos 2000 intensifica-se o crescimento nas parcerias entre asempresas para execuccedilatildeo dos processos produtivos com vista ao aumento da eficiecircn-cia operacional e o uso intensivo da internet para comercializaccedilatildeo eletrocircnica

Os relacionamentos interorganizacionais eacute a chave de sucesso para uma ca-deia de suprimentos sustentaacutevel Quando as empresas compreendem e reconhecema dependecircncia entre fornecedores eou clientes estabelece-se entatildeo um ambiente

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para colaboraccedilatildeo (Bowersox et al 2014) A ideia eacute o trabalho compartilhado intelec-tual e operacionalmente O eixo central das relaccedilotildees colaborativas eacute a integraccedilatildeo dosrecursos humanos financeiros e teacutecnicos visando o aumento da eficiecircncia e o niacutevelde serviccedilos ao cliente

28 Atividades logiacutesticas

Com vistas a atingir os objetivos logiacutesticos de custos e niacutevel de serviccedilo Ballou(2007) elenca trecircs atividades fundamentais da logiacutestica empresarial conforme podeser visto na Tabela 2

Tabela 2 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007)

ATIVIDADES

Primaacuteria Apoio

TransporteManuseio de materiaisEmbalagem e proteccedilatildeo

Manutenccedilatildeo de estoqueProgramaccedilatildeo do produtoManutenccedilatildeo de informaccedilotildees

Processamento de pedidosArmazenamentoObtenccedilatildeo

Atividade de transporte ndash Eacute essencial para a logiacutestica empresarial Aleacutem derepresentar em meacutedia dois terccedilos de todos custos logiacutesticos nenhuma empresa eacutecapaz de operar sem movimentar suas mateacuterias-primas e seus produtos acabados

Transporte entende-se como vaacuterios recursos para a o deslocamento de car-gas O gerenciamento estaacute ligado ao processo decisoacuterio de escolha do modo detransporte utilizaccedilatildeo da capacidade de veiacuteculos e definiccedilatildeo de roteiros O rodoviaacuterioaeacutereo aquaviaacuterio e ferroviaacuterio satildeo os modos de transporte mais conhecidos (Ballou2007)

Ballou (2007) designa duas atividades de apoio agrave atividade de transporte ma-nuseio de materiais embalagem de proteccedilatildeo A primeira estaacute relacionada com aarmazenagem e manutenccedilatildeo de estoques Essa atividade eacute desenvolvida no localde estocagem tendo como principais processos seleccedilatildeo de equipamento de movi-mentaccedilatildeo procedimentos de formaccedilatildeo de pedidos transferecircncia de mercadoria ateacuteo ponto de recebimento daiacute vai para o deposito ateacute ponto de estocagem e da esto-cagem para despacho etc A segunda atividade embalagem de proteccedilatildeo tem comoobjetivo garantir a integridade dos produtos Um bom projeto de embalagem permitea movimentaccedilatildeo sem quebras e com maior eficiecircncia

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Manutenccedilatildeo de estoques ndash O gerenciamento de estoque corresponde a umaparcela significativa dos custos logiacutesticos As empresas almejam a entrega dos produ-tos aos seus clientes imediatamente agrave produccedilatildeo eliminaccedilatildeo dos custos de estoquesContudo na praacutetica isto eacute inviaacutevel natildeo raro os estoques atuam como amortecedoresentre a oferta e a demanda tornando a manutenccedilatildeo de estoques uma atividade-chaveda logiacutestica

Para o desenvolvimento dessa atividade Ballou (2007) aponta como premis-sas a programaccedilatildeo do produto volume lugar e onde devem ser produzidos tendocomo enfoque a distribuiccedilatildeo ou seja o fluxo de saiacuteda Outra atividade de apoio eacute amanutenccedilatildeo da informaccedilatildeo As informaccedilotildees de localizaccedilatildeo de cliente volume de ven-das estoques apoiam as atividades primaacuterias satildeo essenciais para a gestatildeo e controlelogiacutestico

Processamento de pedidos ndash Essa atividade tem em vista o tempo neces-saacuterio em levar bens e serviccedilos aos clientes O gerenciamento do lead time eacute umdos fatores mais importantes do processamento de pedidos pois contribui para o au-mento do niacutevel de serviccedilos oferecido pelas empresas considerando que o lead timeeacute tempo computado entre o momento do pedido do cliente ateacute a chegada do produtono mesmo

A armazenagem e suas atividades (configuraccedilatildeo do armazeacutem localizaccedilatildeo di-mensionamento de aacuterea arranjo fiacutesico projeto de docas etc) eacute uma atividade deapoio ao processamento de pedidos Outra atividade de apoio importante para osobjetivos do processamento de pedidos eacute a obtenccedilatildeo Essa atividade diz respeitoa fontes de suprimentos modelo de programaccedilatildeo de compras e da forma como osprodutos satildeo comprados

O autor adverte que a obtenccedilatildeo se difere de compras pois compras envolvematividades muito mais detalhadas como por exemplo negociaccedilatildeo de preccedilos avaliaccedilatildeode vendedores etc A obtenccedilatildeo refere-se aos processos exclusivamente relacionadosa tarefas de logiacutestica Por essa razatildeo substitui o termo compras por obtenccedilatildeo

As operaccedilotildees de logiacutestica visam atender as necessidades das empresas emprover produtos aos seus clientes quando e onde eles quiserem Dessa maneira astrecircs atividades satildeo centrais para as organizaccedilotildees por isso satildeo classificadas comoatividades primaacuterias (Ballou 2007)

29 Portos

O porto se caracteriza como uma aacuterea abrigada das ondas e correntes mariacute-tima e dependendo da sua localizaccedilatildeo situa-se agrave beira de oceanos lagos e rios Pos-sui uma estrutura intermodal oferecendo condiccedilotildees para operaccedilotildees de transbordo decargas de vaacuterios tipos O transbordo pode ser definido como operaccedilotildees de transferecircn-

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cia entre modos de transportes ou natildeo Por exemplo uma movimentaccedilatildeo de cargasde uma navio para outro de um navio para um trem de um navio para um caminhatildeoou vice-versa (Rojas 2014)

Uma estrutura portuaacuteria se caracteriza como terminal multimodal em que existeuma conexatildeo de vaacuterios modos de transporte para a movimentaccedilatildeo e armazenagem decargas importadas ou destinadas agrave exportaccedilatildeo A eficiecircncia operacional do porto estaacutediretamente relacionada agrave abrigo profundidade e acessibilidade canal de acessobacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ouaquaviaacuterios (Alfredini amp Arasaki 2009)

Cruz et al (2014) e Carvalho (2009) apud Silva (2010) atribuem as principaisfunccedilotildees de um porto a) oferecer condiccedilotildees adequadas para a efetividade operacionaldo escoamento das cargas b) garantir a acessibilidade mariacutetima aos navios comvista a atender ao mais eficiente ciclo operacional dos mesmos c) prover a seguranccedilados navios na entrada e saiacuteda do porto no interior da bacia portuaacuteria garantindo aseguranccedila da vida dentro dos limites do porto d) assegurar a eficiente proteccedilatildeo aomeio ambiente

No tocante ao perfeito funcionamento de um complexo portuaacuterio trecircs fatoresdevem ser considerados responsaacuteveis pela sua eficiecircncia operacional infraestruturaportuaacuteria infraestrutura fiacutesica e superestrutura e processo aduaneiro

Infraestrutura portuaacuteria compreende vaacuterios elementos conectados que im-pactam diretamente no tipo de navio que atracara em determinado porto e as carac-teriacutesticas das cargas a serem movimentas (David amp Stewart 2010)

O primeiro elemento relacionado agrave infraestrutura portuaacuteria eacute a profundidade daaacutegua dos portos tanto no canal de acesso ndash trecho de hidrovia que liga o porto aomar aberto - quanto ao berccedilo de atracaccedilatildeo Navios cada vez maiores voltados paraoperaccedilotildees de larga escala exigem portos com profundidade de aacutegua compatiacutevel comas dimensotildees das embarcaccedilotildees (David amp Stewart 2010)

Outros desdobramentos referente agrave infraestrutura portuaacuteria satildeo apontados porAlfredini amp Arasaki (2009) tais como bacia de evoluccedilatildeo aacutereas destinadas a manobradas embarcaccedilotildees dentro do porto para atracaccedilatildeo e desatracaccedilatildeo As bacias de evo-luccedilatildeo devem estar protegidas de ondas fortes correntes e ventos bem como livre depassagens de dutos e cabos submarinos e outras obstruccedilotildees

As operaccedilotildees de dragagem tambeacutem satildeo elementos necessaacuterios para uma boainfraestrutura portuaacuteria A dragagem permite o aprofundamento dos canais e berccedilosde atracaccedilatildeo por meio de remoccedilatildeo de materiais do fundo submersos Existem basi-camente dois tipos de dragagem a) aprofundamento visa aumentar a profundidadee ou largura dos canais de acesso e bacias dos portos e b) ambiental para retiradade sedimentos contaminados Por fim obras de abrigos portuaacuterios guias correntesquebra-mares molhes etc (Ludovico 2010)

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Infraestrutura fiacutesica - compreende as instalaccedilotildees portuaacuterias em si Ancora-douros docas cais piacuteeres de acostagem e atracaccedilatildeo edifiacutecios e vias de circulaccedilatildeointerna (Ludovico 2010) A superestrutura satildeo os equipamentos destinados as ope-raccedilotildees de embarque e descarga Via de regra os equipamentos de movimentaccedilatildeoportuaacuteria satildeo classificados como equipamento de movimentaccedilatildeo de cais de paacutetio ede transferecircncia (Patriacutecio 2015)

Os equipamentos de movimentaccedilatildeo de cais tambeacutem conhecidos como equi-pamentos de costado tem como principal funccedilatildeo movimentaccedilatildeo de cargas nas ope-raccedilotildees de embarque e descarga de navios Os equipamentos de paacutetios usualmentesatildeo destinados a movimentaccedilatildeo de cargas de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo Jaacute os equipa-mentos de transferecircncias servem para movimentar cargas de transferecircncia do naviopara o paacutetio ou vice-versa

Processo aduaneiro - refere-se agraves condiccedilotildees necessaacuterias para o tratamentoadministrativo de exportaccedilatildeo ou importaccedilatildeo Diz respeito aos tracircmites que as merca-dorias devem obedecer ao sair ou entrar em territoacuterio nacional (Souza 2014) Outrofator a considerar satildeo os entraves burocraacuteticos e o tempo de respostas da aduana eoutros oacutergatildeos intervenientes do comeacutercio exterior

210 Serviccedilos Portuaacuterios

Segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica - CADE o complexoportuaacuterio eacute fundamental para a cadeia logiacutestica e a eficiecircncia de seus serviccedilos Adinacircmica de como o porto se integra e sua capacidade de gerar valor para a cadeia eacutefator decisoacuterio para escolha do porto pelas companhias de navegaccedilatildeo (CADE 2013)

Para ANTAQ (2018a) os serviccedilos prestados por um porto satildeo classificados emtrecircs categorias serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios serviccedilos de movimentaccedilatildeode cargas e serviccedilos complementares aos armadores e aos donos de mercadorias

Serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios ndash a funccedilatildeo desses serviccedilos eacuteatender as necessidades dos armadores e seus navios Existe uma gama de presta-dores de serviccedilos administraccedilatildeo do porto instituiccedilotildees puacuteblicas e empresas privadasconforme Tabela 3

Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas ndash a funccedilatildeo diz respeito a manuseio decargas a bordo do navio com atividade de estiva (transbordo embarque descargapeaccedilatildeo despeaccedilatildeo conferencia) atividades de terra ou capatazia (transporte internoconferecircncia das mercadorias etc)

Comumente satildeo serviccedilos demandados pelos armadores e donos das mercado-rias providos pelo operador portuaacuterio e ou pela administraccedilatildeo do porto Os serviccedilosoferecidos pelos operadores portuaacuterios aos armadores que repassam esses custosaos donos das mercadorias (exportadores e importadores) em forma de taxa handling

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Tabela 3 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a)

SERVICcedilO PRESTADOR DE SERVICcedilO

Agenciamento de navio Agecircncia MariacutetimaAuxilio a navegaccedilatildeo e uso defaroacuteis

Marinha do Brasil

Inspeccedilatildeo sanitaacuterio nos na-vios

ANVISA ndash Agecircncia Nacionalde Vigilacircncia Sanitaacuteria

Controle de entrada e saiacutedade estrangeiros

Policia Federal

Inspeccedilatildeo Aduaneira RFB ndash Receita Federal doBrasil

Praticagem Associaccedilatildeo dos PraacuteticosRebocagem Empresa de rebocadores

portuaacuteriosVigias portuaacuterios Trabalhadores portuaacuteriosAtracaccedilatildeo Operador do terminal ou ad-

ministraccedilatildeo do porto

incluiacutedo nos custos do frete mariacutetimoServiccedilos complementares ndash serviccedilos especiacuteficos aos armadores preacute estiva-

gem conferecircncia de lacre transbordo movimentaccedilatildeo de contecircineres vazios rechegoou serviccedilos prestados aos donos de cargas ova e desova de contecircineres transportede contecirciner vazio pesagem etc

211 Tipos de portos

Nos primoacuterdios os portos eram apenas porta de acesso aos continentes oupaiacuteses separados pelos oceanos Para a concepccedilatildeo de um porto bastava estar pro-tegido dos ventos localizados em aacuteguas tranquilas protegido muitas vezes de baixaprofundidade localizados em margens de baia ou em foz de rios (Rodrigues 2007)

O porto dispunha de trapiches de madeiras ou de pedras solidificadas por ar-gamassa de oacuteleo de baleia A partir das deacutecadas de 1950 e 1960 evidencia-se umprocesso de evoluccedilatildeo Os portos tradicionais esboccedilam uma trajetoacuteria de melhora-mento transformam-se em centros de serviccedilos comerciais e industriais (Rodrigues2007)

A Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento - UNC-TAD em seu relatoacuterio classifica os portos em trecircs categorias de geraccedilotildees baseadasem trecircs criteacuterios ldquoPoliacutetica de desenvolvimento portuaacuterio estrateacutegia e atitude Exten-satildeo e alcance das atividades portuaacuterias Integraccedilatildeo das atividades e organizaccedilotildeesportuaacuteriasrdquo (UNCTAD 1992)

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Tabela 4 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003

1ordfGERACcedilAtildeO 2ordfGERACcedilAtildeO 3 ordfGERACcedilAtildeO

Antes dos Anos 1960 Apoacutes os anos 1960 Apoacutes os anos 1980

Atitude e Es-trateacutegia de De-senvolvimento

ConservadoraInterface dos modosde transporte

ExpansionistaCentro de Trans-porte Comercial eIndustrial

Transporte Inte-grado e PlataformaLogiacutestica para oComeacutercio Internaci-onal

Atividades Carga DescargaArmazenagem Ser-viccedilos de Navegaccedilatildeo

Atividades da 1 ordfaGeraccedilatildeo Transfor-maccedilatildeo da CargaServiccedilos Comer-ciais e Industriaisvinculados aosNavios

Atividades da 1 ordfe 2ordfgeraccedilatildeo Distribui-ccedilatildeo de Informaccedilotildeese Carga AtividadesLogiacutesticas

Caracteriacutesticasda Organiza-ccedilatildeo

Baixa relaccedilatildeo en-tre o Porto e seusUsuaacuterios

Relaccedilatildeo proacuteximaPorto e UsuaacuterioBaixa integraccedilatildeoentre atividades noPorto

Integraccedilatildeo comuni-dade portuaacuteriaIntegraccedilatildeo do PortoRede de Comeacutercioe Transporte

CaracteriacutesticasdaProduccedilatildeo deServiccedilo

Foco no Fluxo deCargasBaixo valor agre-gado

Fluxo de CargaServiccedilos IntegradosValor Agregado Meacute-dio

Fluxo e Distribuiccedilatildeode Carga e Informa-ccedilotildeesServiccedilos Muacuteltiplos

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Para UNCTAD (1992) conforme ilustrado na Tabela 4 na 1ordfgeraccedilatildeo observa-seportos isolados das atividades de transporte e comeacutercio Nesse estaacutegio havia poucaatenccedilatildeo agraves necessidades dos usuaacuterios do porto e a promoccedilatildeo do marketing portuaacuterioraramente era considerada O porto possuiacutea seus proacuteprios sistemas de informaccedilatildeoestatiacutestica e documental sem compatibilidade com sistemas dos usuaacuterios do porto

Observa-se tambeacutem um porto independente e com uma forte atuaccedilatildeo de po-der em relaccedilatildeo agraves outras atividades econocircmicas A relaccedilatildeo do porto com o municiacutepioeacute praticamente nula e o niacutevel de cooperaccedilatildeo eacute inexistente tendo como consequecircnciaplanos de desenvolvimentos separados

As atividades portuaacuterias e as empresas portuaacuterias eram isoladas uma dasoutras tomando decisotildees independentes A movimentaccedilatildeo era lenta produtividadebaixa e as atividades com os usuaacuterios eram isoladas e natildeo com o porto como todo

Na 2 ordfgeraccedilatildeo segundo UNCTAD (1992) os usuaacuterios governos autoridadesportuaacuterias e prestadores de serviccedilos portuaacuterios jaacute tinham uma compreensatildeo maisampla das funccedilotildees dos portos mariacutetimos

Nessa geraccedilatildeo o porto comeccedila a ofertar aos usuaacuterios atividades aleacutem de cargae descarga que ateacute entatildeo estavam condicionados a atividades tradicional do portoInicia-se um processo de implantaccedilatildeo de gestatildeo e poliacuteticas portuaacuterias

Dentro das atividades portuaacuterias satildeo ofertados outros tipos de serviccedilos mais re-levantes embalagens de cargas separaccedilatildeo serviccedilos industriais como transformaccedilatildeode cargas etc O porto se desenvolve e expande sua atuaccedilatildeo com aacutereas de influecircnciacomo por exemplo induacutestrias de ferro e accedilo metalurgia pesada refinarias atividadesagroindustriais etc

Os portos de 2 ordfgeraccedilatildeo deixam de ser apenas centros de transporte passandoa ser tambeacutem industriais e centros comerciais Surgiram por volta dos anos sessentacom um aumento na quantidade de mateacuterias-primas importadas em paiacuteses industria-lizados Estes portos satildeo comumente usados como porto induacutestria (UNCTAD 1992)

Na 3 ordfgeraccedilatildeo um fato marcante que impulsionou essa geraccedilatildeo foi o conteine-rizaccedilatildeo das cargas a multimodalidade e o aumento de demanda do comeacutercio interna-cional

Nota-se uma perspectiva desenvolvimentista do porto pelos gestores e opera-dores portuaacuterios O porto eacute considerado um noacute na complexa rede internacional deproduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Esse pensamento permite uma proposta de gestatildeo voltadaas necessidades do comeacutercio global

Diferentemente do passado ressalta UNCTAD (1992) quando os portos acre-ditavam que as cargas viriam com os navios a partir da deacutecada 1980 os esforccedilos satildeovoltados para ganhar e manter as cargas no porto Esses esforccedilos satildeo direcionadospara promoccedilatildeo de atividades de comeacutercio e transporte com vistas agrave geraccedilatildeo de recei-tas e agregaccedilatildeo de valor Desde entatildeo os portos vecircm se transformando em centros

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de transportes integrados e plataformas logiacutesticas para o comeacutercio globalAs atividades e serviccedilos nesses portos de terceira geraccedilatildeo satildeo especializadas

variaacuteveis e integradas Satildeo subdivididos em quatro categorias diferentes serviccedilosportuaacuterios tradicionais serviccedilos industriais e ambientais serviccedilos comerciais e admi-nistrativos e serviccedilos de logiacutestica e distribuiccedilatildeo (UNCTAD 1992)

212 Terminais portuaacuterios

A relevacircncia dos terminais portuaacuterios na cadeia logiacutestica mundial reside nofato de que o transporte mariacutetimo eacute o modo de transporte que movimenta a maiorquantidade de cargas Sendo assim os portos atuam como grandes concentradoresde cargas e essenciais para ganhos de economias de escala tatildeo importantes para asatividades comerciais e industriais (UNCTAD 1992)

Os terminais portuaacuterios satildeo estrateacutegicos para a cadeia de transporte mundiale nas operaccedilotildees portuaacuterias haja vista que as principais atividades portuaacuterias satildeo exe-cutadas pelos terminais portuaacuterios e contribuem para os fatores de produccedilatildeo quantoao fluxo de materiais primas insumos maquinaacuterios e produtos acabados

Os terminais podem ser definidos como elos de uma cadeia de transportesonde ocorrem entrada e saiacuteda de cargas e veiacuteculos neste sistema Nesse ambientesatildeo executados transbordo de cargas entre modos de transporte (Souza et al 2018)

O conceito de terminal mariacutetimo para Magalhatildees (2016) refere-se a instala-ccedilotildees voltadas ao atendimento especializado de navios e cargas podendo ser instala-ccedilotildees isoladas ou parte de um porto comercial Na perspectiva contemporacircnea portocomercial concentra diversos terminais especializados para atender vaacuterios fluxos decargas e de passageiros

Para Dubke (2006) terminais especializados satildeo unidades logiacutesticas capazesde realizar serviccedilos de agregar valor de menor ou maior grau em instalaccedilotildees portuaacute-rias Os terminais especializados efetuam serviccedilos de centralizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo decargas utilizando um ou mais modalidades de transportes conforme demonstrado emFigura 13

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Figura 13 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016)

Como se observa na Figura 13 cada terminal portuaacuterio deve possuir instala-ccedilotildees adequadas agraves operaccedilotildees de embarque e descarga especializadas considerandotipos de navios e tipos de cargas Os terminais se tornam especializados e deman-daratildeo estruturas especificas de atracaccedilatildeo transferecircncia de cargas de estocagemde distribuiccedilatildeo e de recepccedilatildeo ou entrega aos demais modos de transportes (Patriacutecio2015 Magalhatildees 2016)

213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro

A logiacutestica portuaacuteria tecircm papel fundamental na ordem econocircmica brasileirasobretudo nas operaccedilotildees de comeacutercio exterior Conforme Rodrigues (2007) em seusestudos ldquoOs portos satildeo estrateacutegicos para o exerciacutecio da soberania nacional servindocomo locais de aplicaccedilatildeo da politica tributaacuteria governamental para viabilizar o modeloeconocircmico adotado pelo paiacutesrdquo (p 165)

No Brasil cerca de 97 do fluxo de mercadoria do comercio exterior satildeo porvias mariacutetimas evidenciando assim o papel dos portos na economia nacional cabe aSecretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica - SEPPR nas atribuiccedilotildees inerentesa sua esfera de competecircncia o planejamento estrateacutegico portuaacuterio e a formulaccedilatildeo depoliacuteticas com vista ao desenvolvimento da infraestrutura portuaacuteria Por sua vez a SEPestaacute vinculada ao Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil (MTPAC 2018b)

Segundo a Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterio ndash ANTAQ no Brasil

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existem 235 instalaccedilotildees portuaacuterias puacuteblicas e privadas tanto mariacutetima como fluvial(ANTAQ 2018a)

De acordo com MTPAC (2018b) existem 37 portos puacuteblicos organizados noBrasil Nessa categoria estatildeo os principais portos nacionais Dezenove satildeo adminis-trados pela UniatildeoCompanhias Docas (Tabela 5) incluiacutedo o Porto de Santos o maisimportante porto do sistema portuaacuterio brasileiro e dezoito foram delegados a municiacute-pios estados e consoacutercios (Tabela 6)

Tabela 5 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria

Porto de MANAUS AM CODOMARPorto de LAGUNA SC CODESPPorto de SANTOS SP CODESPPorto de ANGRA DOS REIS RJ CDRJPorto de ITAGUAIacute RJ CDRJPorto do RIO DE JANEIRO RJ CDRJPorto de NITEROacuteI RJ CDRJPorto de VITOacuteRIA ES CODESAPorto de BARRA DO RIACHO ES CODESAPorto de ILHEacuteUS BA CODEBAPorto de ARATU BA CODEBAPorto de SALVADOR BA CODEBAPorto de MACEIOacute AL CODERNPorto de NATAL RN CODERNPorto de AREIA BRANCA RN CODERNPorto de FORTALEZA CE CDCPorto de VILA DO CONDE PA CDPPorto de BELEacuteM PA CDPPorto de SANTAREacuteM PA CDP

Para a SEP os portos fluviais satildeo definidos como Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pe-queno Porte ndash IP4 voltados para favorecer a movimentaccedilatildeo de cargas e passageirosem aacutereas distantes Sob a competecircncia do Departamento Nacional de Infraestruturade Transportes ndash DNIT estatildeo 122 instalaccedilotildees IP4 (MTPAC 2018a)

A existecircncia de 39 portos puacuteblicos fluviais sob a competecircncia SEP emborasejam portos fluviais estatildeo excluiacutedos da categoria IP4 (Tabela 7)

O complexo portuaacuterio brasileiro eacute estrateacutegico para o Brasil pelo fato de seruma das principais infraestruturas de apoio ao comeacutercio exterior Cerca de 90 detoda carga comercializada no mercado internacional passam pelos portos brasileiros

A movimentaccedilatildeo dos portos em 2017 atingiu 1087 bilhatildeo t com 61812 atra-caccedilotildees de navios no mesmo periacuteodo Quando analisado o perfil de cargas movimen-tadas em 2017 as estatiacutesticas apontam os graneis soacutelidos como a principal carga com

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Tabela 6 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte MT-PAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria Tipo

Porto de SUAPE PE SDEC-PE MariacutetimoPorto de IMBITUBA SC SCPAR MariacutetimoPorto de SAtildeO FRANC SUL SC APSFS MariacutetimoPorto de ITAQUI MA EMAP MariacutetimoPorto de CABEDELO PB DOCAS-PB MariacutetimoPorto do RECIFE PE PORTO DO RECIFE SA MariacutetimoPorto de SAtildeO SEBASTIAtildeO SP DERSA MariacutetimoPorto de ANTONINA PR APPA MariacutetimoPorto de PARANAGUAacute PR APPA MariacutetimoPorto de PELOTAS RS SPH MariacutetimoPorto de PORTO ALEGRE RS SPH MariacutetimoPorto de ESTRELA RS SPH FluvialPorto de CACHOEIRA DO SUL RS SPH FluvialPorto de RIO GRANDE RS SUPRG MariacutetimoPorto de PORTO VELHO RO SOPH-RO FluvialPorto de ITAJAIacute SC ADHOC MariacutetimoPorto de MACAPAacute AP CDSA MariacutetimoPorto do FORNO RJ COMAP Mariacutetimo

64 seguida de graneis liacutequidos 212 contecirciner 99 e carga geral 5 (MTPAC2018b ANTAQ 2018b) Na Figura 14 pode ser observada a evoluccedilatildeo no movimentototal dos portos brasileiros a partir de 2010

Figura 14 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte ANTAQ(2018a)

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Tabela 7 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado

Cruzeiro do Sul ACPorto Acre AC

Porto Walter ACIbotirama BACorumbaacute MS

Ladaacuterio MSMundo Novo MS

Caacuteceres MTAlmeirim PAAltamira PAGurupaacute PAItaituba PA

Juruti PAMonte Alegre PA

Oacutebidos PAOriximinaacute PA

Porto de Moz PAPrainha PA

Senador Joseacute Porfiacuterio PAVitoacuteria de Xingu PASanta Terezinha PR

Terra Roxa PRPorto velho RO

Estrela RSCachoeira do Sul RS

Charqueadas RSJaguaratildeo RS

Santa Vitoacuteria do Palmar RSAnhembi SP

Jauacute SPPanorama SP

Pederneiras SPTerminal Floresta SP

Terminal Satildeo Miguel SPTerminal Fazenda Satildeo Joaquim SP

Eclusa Tiete Montante SPUsina Diamante SPUsina Pioneiros SP

Satildeo Pedro SP

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Em 2018 houve um crescimento de 849 do volume movimentado em 2018em relaccedilatildeo ao ano anterior Se comparado o ano de 2017 e 2010 o fluxo de cargasnos portos brasileiros aumentaram 295 Neste mesmo periacuteodo observou-se umcrescimento continuo com exceccedilatildeo ao ano de 2016 que registrou uma queda de 05em relaccedilatildeo ao ano de 2015

No quesito natureza da carga a Figura 15 destaca a participaccedilatildeo do grupo decarga na seacuterie histoacuterica

Figura 15 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

No ano de 2017 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 os graneis soacutelidos cresceram1041 graneis liacutequidos 378 contecirciner 317 e carga solta 776 conforme ilus-trado na Figura 15 Embora o ano de 2016 tenha apresentado uma ligeira queda de05 em relaccedilatildeo ao ano anterior a carga geral apontou um crescimento de 53

214 Porto de SantosSP

Localizado no litoral do Estado de Satildeo Paulo o Porto de Santos eacute puacuteblico eadministrado pela Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo - CODESP Conside-rado o mais importante porto nacional tem aproximadamente 15 km de extensatildeo 55terminais mariacutetimos e retro portuaacuterios e 65 berccedilos de atracaccedilatildeo

O complexo portuaacuterio santista em 2017 contabilizou 5597 atracaccedilotildees de na-vios movimentando 125 milhotildees t ANTAQ (2018b) No ranking da movimentaccedilatildeonacional o Porto de Santos ocupou o terceiro lugar ficando atraacutes de Terminal pontada Madeira e Terminal Tubaratildeo que operam mineacuterio de ferro (ANTAQ 2018b)

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Um dos principais fatores para atraccedilatildeo de cargas no Porto de Santos eacute a suaacessibilidade e zona de influecircncia Conectado com as principais rodovias de acessodo paiacutes o porto santista tem como aacuterea de influecircncia primaacuteria os estados de SatildeoPaulo Minas Gerais Mato Grosso Mato Grosso do Sul Goiaacutes e o Distrito Federalque juntos representam 67 do PIB

Aleacutem disso o porto tem acesso agrave hidrovia Tiete-Paranaacute principal hidrovia deescoamento de gratildeos e importantes linhas feacuterreas que facilitam a movimentaccedilatildeo dasmercadorias em grande escala em especial as commodities agriacutecolas (Souza et al2017)

Ainda que a zona de influecircncia e a acessibilidade seja determinante para oporto santista devido agrave sua topografia torna-se impossivel sua expansatildeo

Para melhor entendimento a Figura 16 ilustra o histoacuterico de movimentaccedilatildeo decargas no Porto de Santos no periacuteodo de 2010 a 2017 conforme dados da (ANTAQ2018b)

Figura 16 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b)

Conforme destacado na Figura 16 a somatoacuteria da movimentaccedilatildeo geral do portocresceu 85 em 2017 o complexo portuaacuterio de Santos apontou uma alta de 135no mesmo periacuteodo em relaccedilatildeo a 2016

Comparando com a movimentaccedilatildeo dos portos o Porto de Santos apresentaoscilaccedilotildees do volume movimentado Em 2011 foi registrado uma queda de 4 emrelaccedilatildeo a 2010 no ano de 2014 uma reduccedilatildeo de 29 comparado com 2013 e final-mente em 2016 o fluxo movimentado diminui 47 em relaccedilatildeo ao ano anterior

Referente agrave natureza da carga movimentada no Porto de Santos o granel soacutelidotambeacutem aparece como a principal carga movimentada em todos os anos observado

36

na Figura 17

Figura 17 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

Em meacutedia o granel soacutelido representou 49 da movimentaccedilatildeo do Porto de San-tos comparando o periacuteodo 2010 a 2017 (Figura 17) O contecirciner aparece em segundolugar no mesmo periacuteodo com uma meacutedia de 33 Em 2017 o granel soacutelido regis-trou 506 seguido pelo contecirciner 333 granel liquido 12 e carga geral 38 Ofluxo de cargas movimentadas no complexo santista em 2017 representou aproxima-damente 12 do movimento dos portos brasileiros

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3 Metodologia

Para a execuccedilatildeo deste estudo foram realizadas pesquisas quantitativas de ca-raacuteter exploratoacuteria descritiva e bibliograacutefica

O meacutetodo de pesquisa bibliograacutefica propotildee uma anaacutelise de estudo sobre diver-sos posicionamentos acerca de trabalhos jaacute desenvolvidos (Gil 2010)

Para revisatildeo sistemaacutetica de literatura utilizaram-se as principais bases de con-sultas tais como ScienceDirect Scopus IEEE Scielo Google Acadecircmico Portal dePerioacutedicos da CAPES teses e dissertaccedilotildees livros impressos e eletrocircnicos alinhadosao tema

A pesquisa descritiva segundo Cervo et al (2007) busca descobrir de formaprecisa a frequecircncia com que um fenocircmeno ocorre e sua relaccedilatildeo com outros A coletade dados eacute uma das principais caracteriacutesticas da pesquisa descritiva pois observaregistra e analisa fatos e fenocircmenos Os dados quantitativos coletados para estetrabalho foram extraiacutedos dos principais portais do Governo Federal observando asseacuteries temporais

Para desenvolvimento do presente estudo foram realizados quatro artigos ci-entiacuteficos a fim de atender ao regulamento do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enge-nharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista ndash UNIP que eacute estruturado no formatode Dissertaccedilatildeo por artigo Dessa maneira os artigos satildeo apresentados no capiacutetuloquatro no formato original conforme a publicaccedilatildeo agrave qual foi submetido e aprovado

Na Tabela 8 a ordem de apresentaccedilatildeo dos artigos natildeo segue a ordem depublicaccedilatildeo dos mesmos No entanto para facilitar a compreensatildeo da dissertaccedilatildeoos artigos estatildeo apresentados por sequecircncia loacutegica de entendimento da pesquisaconforme os apontamentos de cada artigo a seguir

Artigo I - Este artigo teve como objetivo analisar a produccedilatildeo do milho brasileiroe o papel das regiotildees produtoras Os resultados indicaram um crescimento de mais de245 na produccedilatildeo nacional entre os anos de 1976 e 2016 Referente agrave produtividadeo estudo identificou um incremento de 250 nos mesmos periacuteodos Quanto as aacutereasde cultivo houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 nos uacuteltimos 40 anos (19762016)Quanto as regiotildees produtoras houve um deslocamento da regiatildeo Sul e Sudeste sen-tido Norte Nordeste e Centro-Oeste do paiacutes a partir deacutecada de 1980 Entre as novasregiotildees de cultivo o Centro-Oeste apresentou o maior ganho de produccedilatildeo com 520de aumento sendo a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo O es-tudo tambeacutem identificou os cinco principais estados produtores Paranaacute Mato GrossoMinas Gerais Bahia e Paraacute No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grossoassumiu a lideranccedila como maior produtor de milho Se comparado os principais esta-

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Tabela 8 Artigos publicados do autor

ORDEM PUBLICACcedilAtildeO TEMA IDIOMA

Artigo I South American Development SocietyJournal

Estudo da pro-duccedilatildeo do milhono Brasil re-giotildees produtorasexportaccedilatildeo eperspectivas

Portuguecircs

Artigo II APMS -International ConferenceAdvances in ProductionManagement Systems - Hamburgo ndashAlemanha 2017

Brazilian Corn Ex-ports An Analysisof Cargo Flow

Inglecircs

Artigo III International Journal of Shipping andTransport Logistics

Forecasting CornStorage Capacityin Santos PortTerminal in Brazil

Inglecircs

Artigo IV International Conference on NetworkEnterprises amp Logistics Management ndashSatildeo Paulo ndash Brazil 2018

Simulaccedilatildeo de ope-raccedilotildees de gratildeos emum terminal portuaacute-rio

Portuguecircs

dos produtores o Paranaacute teve uma expansatildeo de 213 ao longo do periacuteodo estudado(19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um crescimento exponencial 14366 nomesmo periacuteodo

Artigo II ndash Nesse artigo identificou-se o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasi-leiro principal porto de escoamento e principais mercados compradores O resultadosapontaram os portos de Santos e Paranaguaacute como os principais escoadores do mi-lho para o mercado internacional Ambos movimentaram entre os anos 2012 e 2016cerca de 665 milhotildees t do gratildeo oriundo dos estados Mato Grosso Mato Grosso doSul Goiaacutes Paranaacute Minas Gerais Satildeo Paulo e Rio Grande do Sul O Porto de San-tos eacute a principal porta de saiacuteda do cereal e foi responsaacutevel por 8148 do volumeenquanto o Porto de Paranaguaacute 1852 no periacuteodo observado No ano de 2016 oPorto de Santos escoou 21 milhotildees t do gratildeo e os principais estados exportadoresvia Santos foram Mato Grosso (7498) seguidos por Goiaacutes (1282) Mato Grossodo Sul (609) Satildeo Paulo (428) Paranaacute (118) e Minas Gerais (066) 6085do milho escoado por Santos teve como destino o continente asiaacutetico e 2903 oMeacutedio Oriente O Porto de Paranaguaacute em 2016 exportou 24 milhotildees t Referenteaos estados que exportaram por Paranaguaacute o estado do Paranaacute liderou as exporta-ccedilotildees (4570) seguido por Mato Grosso do Sul (3657) Mato Grosso (1307) Oestudo apresenta como destaque Vietnatilde (2429) e Japatildeo (1871) entre os 16 prin-cipais importadores do gratildeo O restante representaram 570 das importaccedilotildees Em

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relaccedilatildeo aos continentes os mais importantes foram a Aacutesia (6562) seguida Europa(1175) Oriente Meacutedio (1173) Aacutefrica (945) e Ameacuterica (144)

Artigo III - O estudo buscou avaliar se a capacidade estaacutetica eacute compatiacutevel comas crescente demandas de exportaccedilatildeo do milho no Porto de Santos por meio deum terminal portuaacuterio aqui denominado Terminal A Para tanto elaborou-se um es-tudo de previsatildeo de demanda comparativa das exportaccedilotildees do milho Brasil e Portode Santos visando um horizonte dos proacuteximos cinco anos (20172021) Em vistadisso houve uma discussatildeo sobre eventuais gargalos logiacutesticos no terminal portuaacuteriosantista Apoacutes aplicaccedilatildeo de meacutetodos de previsatildeo que o Terminal A responsaacutevel por37 do milho exportado pelo porto santista experimentaraacute significativo aumento dedemanda O estudo identificou acreacutescimo meacutedio de 40 nas operaccedilotildees do terminalquanto ao gratildeo de milho para os proacuteximos cinco anos Baseado em anaacutelises pre-ditivas foi possiacutevel identificar gargalos logiacutesticos caso as previsotildees de demanda seconfirmem O maior gargalo observado reside na estocagem do cereal para posteriorembarque As previsotildees puderam mensurar a capacidade estaacutetica de armazenagemdeficitaacuteria em relaccedilatildeo agraves previsotildees a partir do primeiro ano O estudo aponta 39 dedeacuteficit no primeiro ano (2017) seguido para os proacuteximos anos com 57 75 94 e115 (2018201920202021)

Artigo IV ndash O presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimentoe armazenamento de gratildeos de milho no Terminal A com vistas a testar qual o modaleacute mais eficiente considerado dois processos distintos rodovia e ferrovia A Para issooptou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENA copyRockwell Software Inc 110versatildeo acadecircmica Como resultado dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute aoperaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Emque pese na operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34moega 1 e 68 moega 2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel agargalos O estudo identificou na operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos re-cursos de 67 no gate e 47 nos tombadores Dessa maneira pode-se concluir queapesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do terminal se as perspectivasde aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o Terminal A estaraacutediante de um iminente gargalo operacional Os resultados indicam a necessidade deinvestimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o aumentocrescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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4 Artigos

41 1ordm Artigo

Artigo aceito para publicaccedilatildeo no South American Development Society Journal(Figura 18) Submetido em 07062018 e publicado em 24082018

Figura 18 Revista SADSJ

pag 182

South American Development Society Journal

Vol 04 | Nordm 11 | Ano 2018 | ISSN 2446-5763 | DOI 1024325issn2446-5763v4i11p182-194

Data de Submissatildeo 07062018 | Data de Publicaccedilatildeo 24082018

ESTUDO DA PRODUCcedilAtildeO DO MILHO NO BRASIL REGIOtildeES PRODUTORAS

EXPORTACcedilAtildeO E PERSPECTIVAS

STUDY OF CORN PRODUCTION IN BRAZIL PRODUCTION REGIONS EXPORTATION

AND OUTLOOK

Aguinaldo Eduardo de Souza - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

souzaeduaguinaldogmailcom

Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

betomendesresusmsmcom

Julio Cezar Raymundo - Universidade Paulista - UNIP PPGEP

juliocesarunipbr

Roberta Sobral Pinto - Universidade de Franca ndash UNIFRAN

robertasobralpintogmailcom

Resumo

O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia nacional e de vital

importacircncia para a balanccedila comercial brasileira O milho eacute o segundo gratildeo mais cultivado e

exportado perdendo apenas para a soja Aleacutem disso o cereal eacute o principal componente

para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal voltado para um dos principais segmentos do comeacutercio

exterior do Brasil a cadeia produtiva de carne animal Sendo assim o objetivo deste artigo eacute

investigar a produccedilatildeo nacional do milho bem como principais regiotildees e estados produtores

produtividade e aacutereas de plantio Para tanto foram coletados dados na Companhia Nacional

de Abastecimento (CONAB) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Os

resultados mostram as duas principais regiotildees produtoras Sul e Centro-Oeste e que a 2ordf

safra chamada de safrinha eacute a responsaacutevel pelo incremento da produccedilatildeo nacional do gratildeo

em especial o estado do Mato Grosso destaque como maior produtor nas uacuteltimas safras

41

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 183

Palavras-chave Agronegoacutecio Milho Produccedilatildeo Agriacutecola Exportaccedilatildeo

Abstract

Agribusiness is one of the main activities to the Brazilian economy and it has

vital importance for the trade balance Strictly speaking corn is one of the most

important product in Brazils agriculture where it is the second most cultivated and

exported grain losing only to soybeans In addition the cereal is the main component

to produce animal feedstuff focused on one of the main segments of Brazils foreign

trade the animal meat production chain Therefore the objective of this article is to

investigate the national production of corn as well as the main producing regions and

states productivity and planting areas For that data were collected from the National

Supply Company (CONAB) and the Brazilian Institute of Geography and Statistics

(IBGE) The results show the two main producing regions South and Center-West and

that the second crop called safrinha is responsible for increasing national grain

production especially the state of Mato Grosso which is the largest producer of the last

crops

Keywords Agribusiness Corn Agriculture Production Export

Introduccedilatildeo

O Agribusiness brasileiro eacute um dos principais setores da economia nacional e de

fundamental importacircncia para a balanccedila comercial brasileira segundo Souza et al

(2017) As exportaccedilotildees do agronegoacutecio brasileiro no ano de 2016 representaram US$

850 bilhotildees Seu principal mercados foi a Aacutesia com US$ 374 bilhotildees Os compradores

mais importantes foram a China com US$ 208 bilhotildees Uniatildeo Europeia (28 paiacuteses)

com US$ 167 bilhotildees seguida pelos EUA que importaram US$ 63 bilhotildees (DEAGRO

2016)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos USDA (2017) o milho eacute o gratildeo mais cultivado A produccedilatildeo mundial do gratildeo

atingiu 968 milhotildees (t) em 2016 No Brasil o cultivo do milho vem ganhando espaccedilo e

se apresenta como um dos principais segmentos econocircmicos do agronegoacutecio brasileiro

42

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 184

sendo o segundo gratildeo mais exportado Em 2016 os EUA lideraram o ranking mundial

dos principais produtores de milho com 345 milhotildees (t) seguido pela China com 224

milhotildees (t) e o Brasil com 67 milhotildees (t) (DEAGRO 2016) (USDA 2017)

O Brasil tem aproveitado o crescente aumento da demanda mundial pelo milho

visto que o maior produtor mundial os EUA tem destinado parte da sua colheita para

produccedilatildeo de etanol Outro fato que contribui para uma maior participaccedilatildeo do Brasil no

mercado internacional eacute implementaccedilatildeo de novas tecnologias no plantio expansatildeo de

aacutereas plantadas e o aumento da produtividade tem permitido ao Brasil maior

participaccedilatildeo no mercado internacional (CONAB 2017)

Diante deste contexto o presente estudo tem como objetivo invesrtigar a

evoluccedilatildeo da produccedilatildeo brasileira do milho no Brasil principais regiotildees e estados

produtores visando contribuir para para um melhor planejamento logistico de

exportaccedilatildeo tendo as projeccedilotildees de crescimento das exportaccedilotildees do gratildeo no mercado

internacional conforme projeccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura (MAPA 2016)

Para compreender o panorama da produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees

produtoras optou-se por uma pesquisa quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio Para tal

utilizou-se a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutetica (IBGE) e da

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) observando as seacuteries histoacutericas

A produccedilatildeo do milho no brasil

No Brasil o milho eacute cultivado em duas etapas 1ordm e 2ordf safra A regiatildeo Centro-Oeste eacute a

grande responsaacutevel pela produccedilatildeo da segunda safra

Tabela 1 ndash Calendaacuterio agriacutecola milho

Safras Plantio Colheita Produccedilatildeo Nacional

1ordf agosto a dezembro

marccedilo a junho 40

2ordf janeiro a marccedilo junho a setembro

60

43

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 185

Fonte (DEPEC 2017)

Observa-se na tabela 1 a importacircncia da segunda safra tambeacutem conhecida

como safrinha para o calendaacuterio nacional agriacutecola do milho Enquanto que a primeira

safra representa 40 da produccedilatildeo nacional segunda safra eacute responsaacutevel por 60 de

toda a produccedilatildeo brasileira

O fato do plantio da segunda safra ser efetuado logo apoacutes a colheita da soja e no

mesmo local tem permitido uma maior produtividade da safrinha do milho em virtude

do aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes no solo dessas aacutereas de plantio (REIS

et al 2016)

Segundo a CONAB (2017) atraveacutes do acompanhamento da seacuterie histoacuterica da

produccedilatildeo de gratildeos brasileiros iniciado na deacutecada de 70 registram um aumento de

mais de 245 na produccedilatildeo do milho nos uacuteltimos 39 anos Os estudos consideram as

safras de 197677 a 201516 (Fig 1)

Figura 1 - Evoluccedilatildeo produccedilatildeo x aacuterea plantada

Fonte CONAB (2017)

Observa-se na Figura 1 o primeiro registro de produccedilatildeo do gratildeo na safra

197677 com 19 milhotildees (t) produzidas Na safra de 198687 os dados apontam 26

milhotildees (t) Na deacutecada de 90 em especial a safra de 199697 o volume foi de 35

44

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 186

milhotildees (t) Jaacute a safra de 20062007 51 milhotildees (t) apontando um crescimento

exponencial na produccedilatildeo nacional do cereal

Em que pese uma significativa queda na produccedilatildeo da safra 201516 com 214

com 66 milhotildees (t) em comparaccedilatildeo com a safra de 201415 de 84 milhotildees (t) as

estimativas da CONAB indicam uma colheita recorde em torno de 91 milhotildees (t) para

safra 201617

Referente as aacutereas de plantio poucas foram as alteraccedilotildees Os estudos

evidenciaram que no ano de 1976 117 milhotildees hectares eram destinados a plantaccedilatildeo

da cultura do milho no Brasil Comparando com a safra de 201516 houve uma

expansatildeo de 3497 considerando uma aacuterea para cultivo de 159 milhotildees de hectares

Uma meacutedia de 132 milhotildees de hectares disponiacuteveis para o cultivo ao longo da seacuterie

histoacuterica de 40 anos

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias tem contribuido para significativos

patamares de produtividade no Brasil que comprovam que o setor vem se

profissionalizado (Figura 2) As novas tecnologias estatildeo associadas a cultivares de alto

potencial geneacutetico (hiacutebridos simples e triplos) e transgecircnicas espaccedilamento reduzido

associando agrave maior densidade de plantio melhoria na qualidade de sementes controle

quiacutemico de doenccedilas correccedilatildeo de solos (EMBRAPA 2017)

Figura 2 ndash Evoluccedilatildeo produccedilatildeo nacional x produtividade

Fonte CONAB (2017)

Como ilustra a Fig 2 em termos comparativos a safra de 201516 teve uma

produtividade de 4178 kgha cerca de 250 a mais que agrave safra de 197677 onde o

Brasil colheu 1632 kgha As duas safras de maior destaque ao longo da seacuterie histoacuterica

45

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 187

foram a de 201415 com 5396 kgha e de 201213 com 5149 kgha Na meacutedia da seacuterie

histoacuterica houve uma variaccedilatildeo de mais de 33 no aumento da produtividade ao logo

dos 39 anos (Fig 3)

Figura 3 ndash Produtividade nacional por hectare

Fonte CONAB (2017)

Para o IBGE (2017) que pesquisa o ano civil a projeccedilatildeo de colheita da

commodity do milho eacute de 96 milhotildees (t) para o ano de 2017 um crescimento de 52

em relaccedilatildeo a produccedilatildeo do ano 2016 que foi de 63 milhotildees (t) como pode ser

observado na Quadro1

Quadro 1 ndash Produccedilatildeo por regiotildees em milhotildees (t) Estimativas

Regiatildeo 1ordf Safra 2ordf Safra

2016 2017 Var 2016 2017 Var

Norte 946950 1049977 11 938343 1479632 58

Nordeste 2546636 4504929 77 577738 2034857 252

Sudeste 7803609 8545800 10 2263889 3604832 59

Sul 10650820 13866157 30

1049659

4

1382707

3 32

Centro-oeste 2432227 3027537 25

2498661

7

4501634

7 80

1ordf e 2ordf Safra

46

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 188

2016 2017 Var

Brasil 63643423 96957141 523

Fonte IBGE (2017)

Regiotildees produtoras

De acordo com a CONAB (2017) a produccedilatildeo nacional do milho estaacute nas

Regiotildees Sul Centro-Oeste e Sudeste Os cinco principais Estados produtores satildeo por

ordem de grandeza Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais Bahia e Paraacute

Ao longo das quatro deacutecadas a expansatildeo territorial agriacutecola no Brasil tem crescido

significativamente Ateacute as deacutecadas de 1980 e 1990 a produccedilatildeo agriacutecola nacional era

realizada especificamente na regiatildeo Sul do paiacutes

O aumento de demanda pelo gratildeo nacional e a disponibilidade de terras mais

baratas propiciaram o deslocamento da produccedilatildeo da regiatildeo Sul para o norte do Brasil

com destaque regiatildeo Centro-Oeste

Para Caldarelli e Bacchi (2012) outros fatores alavancaram a expansatildeo da

cultura do milho em terras brasileiras Maior rentabilidade do agricultor com a

valorizaccedilatildeo do gratildeo desregulamentaccedilatildeo da economia acordos internacionais com

reduccedilatildeo das tarifas de importaccedilatildeo impulsionaram a produccedilatildeo nacional de gratildeos

colocando o paiacutes a um patamar de maior competitividade

Desse modo pode-se observar uma nova configuraccedilatildeo na produccedilatildeo nacional

bem como nas regiotildees produtoras (Figura 4)

Para CONAB (2017) o aumento da produccedilatildeo estaacute diretamente relacionado a

dois fatores a utilizaccedilatildeo de novas aacutereas agricultaacuteveis em novas fronteiras agriacutecolas e a

implementaccedilatildeo de tecnologias voltadas a promover maior produtividade nas tradicionais

aacutereas de cultivo (Sul e Sudeste)

47

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 189

Figura 4 ndash Produccedilatildeo nacional do milho por regiatildeo

Fonte IBGE (2017)

Conforme ilustrado na Figura 4 a partir de meados da deacutecada de 1980

configura-se uma nova dinacircmica de produccedilatildeo do milho em regiotildees brasileiras

Dados analisados com base no periacuteodo das safras de 199091 a 201516

indicam a regiatildeo Centro-Oeste como maior produtora do gratildeo com crescimento de

520 Em segundo lugar a regiatildeo Norte com 215 de expansatildeo seguida pela Sul

Nordeste e Sudeste com 164 69 e 19 respectivamente

Apesar da regiatildeo Centro-Oeste tem apresentado o maior crescimento em termos

de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maior eficiecircncia em produtividade como

pode ser observado na Figura 5

Figura 5 ndash Produtividade do milho por regiatildeo

48

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 190

Fonte CONAB (2017)

Os estudos observados na Figura 5 indicam a regiatildeo Sul como a maior

produtividade do Brasil foram colhidos 6068 kgha na safra de 201516 Em segundo

lugar no ranking maior produtividade do cereal encontra-se a regiatildeo Sudeste com 4775

kgha seguida pelo Centro-Oeste com 3996 kgha Com exceccedilatildeo a safra de 201112

onde foram colhidos 4953 kgha a regiatildeo Sul se apresenta com o maior iacutendice de

produtividade entre as regiotildees considerando as safras de 200607 a 201516

Principais estados produtores

No que concerne aos principais estados produtores o Paranaacute aparece como o

maior produtor do gratildeo ateacute a safra de 201112 Entretanto a partir da safras seguintes

conforme seacuterie histoacuterica (Fig 6) o Mato Grosso assume o protagonismo no raking dos

maiores produtores do gratildeo com os volumes de 19 18 20 e 15 milhotildees (t) produzidas

nas uacuteltimas quatro safras O que permitiu o impulso da produccedilatildeo no Mato Grosso aleacutem

do aproveitamente das terras produtoras de soja (2ordf safra) a expansatildeo de terras

agricultaacuteveis

Ao longo do acompanhamento da serie historica eacute possivel notar que Paranaacute

dispunha de 2153 milha (197677) contra 2612 milha (201516) uma expansatildeo de

terras de 213 Jaacute o Mato Grosso teve uma expansatildeo de 14366 no mesmo

periacuteodo Suas primeiras terras disponiveis para a cultura do milho era de 542 milha

(197677) contra as atuais 3800 milha (201516)

Figura 6 ndash Principais estados produtores

49

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 191

Fonte CONAB (2017)

Os estudos tambeacutem evidenciaram queda na produtividade dos dois principais

estados produtores considerando a safra de 201516 em relaccedilatildeo a 201415 O Paranaacute

registrou uma queda de 141 contra 339 de estado do Mato Grosso Contudo ao

longo da seacuterie histoacuterica o estado do Paranaacute deteacutem a maior participaccedilatildeo de

produtividade entre os estados produtores

Exportaccedilatildeo

O milho eacute o principal macro ingrediente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal A

suinocultura e a avicultura de corte satildeo os grandes propulsores do consumo nacional

do milho Para Reis et al (2016) o cultivo do milho tem como destino atender a

demanda interna voltada a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal Aleacutem do que o gratildeo supri

tambeacutem a induacutestria alimentiacutecia para consumo humano e outros produtos em gerais O

excedente da produccedilatildeo eacute absorvido pelo mercado internacional

Ainda que os aumentos da produtividade do gratildeo seja expressivo o Brasil natildeo eacute

um exportador tradicional do gratildeo Desse modo a produccedilatildeo brasileira segue a

tendecircncia determinada pelas demandas do mercado domeacutestico apresentando pouca

interaccedilatildeo com o mercado internacional (CALDARELLI e BACCHI 2012)

Dados coletados no portal da Aliceweb apontam que natildeo obstante a queda de

244 nas exportaccedilotildees em relaccedilatildeo ao ano anterior no ano de 2016 o Brasil exportou

21 milhotildees (t) de milho (MDIC 2017)

Figura 7 ndash Dez principais mercados do milho brasileiro

50

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 192

Fonte Trade Map - Trade statistics for international business development (2017)

A Figura 7 ilustra os cinco principais destinos do cereal no ano de 2016 Entre os

principais compradores estatildeo o Iratilde na lideranccedila do ranking com 21 das exportaccedilotildees

Em segundo lugar aparece o Vietnatilde com 13 seguido por Japatildeo Malaacutesia e Coreacuteia do

Sul com 12 7 e 6 respectivamente

Conclusotildees e Perspectivas

Visando descrever o panorama do plantio do milho brasileiro o presente estudo

conclui que de acordo com a seacuterie histoacuterica de 197677 a 201516 a produccedilatildeo nacional

do gratildeo cresceu 2455 Observou-se um incremento de 250 na produtividade no

mesmo periacuteodo tendo uma variaccedilatildeo de aproximadamente de 33 na meacutedia da seacuterie

histoacuterica comparado entre as deacutecadas de colheita Referente as aacutereas de cultivo

houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 saltando de 117 para 159 milhotildees de

hectares de aacutereas destinadas ao cultivo do cereal Aleacutem disso a partir de meado da

deacutecada de 1980 o cultivo do milho se deslocou da regiatildeo Sul e Sudeste para as

regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste Das principais novas fronteiras produtoras do

milho o destaque ficou para a regiatildeo Centro-Oeste com ganhos de produccedilatildeo de 520

Evidentemente a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo No ranking

dos cinco principais estados produtores estatildeo o Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais

Bahia e Paraacute O Paranaacute ateacute a safra de 201112 manteve a lideranccedila absoluta do maior

51

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 193

produtor nacional do gratildeo No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grosso

assumiu a lideranccedila O crescimento das aacutereas disponiveis para plantio justificam a

produccedilatildeo dos dois principais estados produtores O Paranaacute teve uma expansatildeo de

213 ao longo do periodo estudado (19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um

crescimento exponencial 14366 no mesmo periacuteodo Por uacuteltimo o crescimento da

produccedilatildeo da proteina animal e o aumento da demanda mundial pelo milho que nortearaacute

a cadeia produtiva nacional do milho Deste modo os proacuteximos estudos poderatildeo se

concentrar na melhora logiacutestica das principais regiotildees produtoras

Referecircncias Biliograacuteficas

CALDARELLI C E BACCHI M R P Fatores de influecircncia no preccedilo do milho no

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CONAB Seacuteries Histoacutericas de Aacuterea Plantada Produtividade e Produccedilatildeo Relativas agraves

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52

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 194

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53

54

42 2ordm Artigo

Artigo aprovado no IFIP Advances in Information and Communication Techno-logy 2017 (Figura 19) Apresentado em Hamburgo (Alemanha) em setembro de 2017

Figura 19 APMS 2017 Hamburg

Brazilian Corn Exports An Analysis of Cargo Flowin Santos and Paranagua Port

Aguinaldo Eduardo de Souza lowast12 Joao Gilberto Mendes dos Reis 13 EmersonRodolfo Abraham 14 and Sivanilza Teixeira Machado 5

1 Paulista University - UNIP PPGEP Sao Paulo Brazil2 UNIBR Sao Vicente Brazil

3 UFGD PPGA Dourados Brazil4 Metodista University Sao Bernardo do Campo Brazil

5 Federal Institute of Sao Paulo Suzano BrazillowastCorresponding author souzaeduaguinaldogmailcom

Abstract The worldrsquos population is projected to increase to 9 billion till2050 increasing feed demand Corn is one of the most important grains infood supply chains (FSC) and growers have an essential role This articleaims to investigate the flow of Brazilian corn among origin main portsand international markets to address a panorama of corn production inBrazil With this objective we collected data from the Brazilian Ministryof Industry and Foreign Trade and we analyzed this data using SocialNetwork Analysis (SNA) tools The results showed that corn exports inBrazil use two main ports with Santos being the most important one

Keywords Logistics middot Corn production middot Exports middot International market

1 Introduction

It is forecasted that the world trade of corn will reach newer heights boostedby a stronger demand for feed Currently the United States and China are themain growers but Brazil has been considered a new frontier and occupies thethird place [1] Despite the important role of China in production over the lastfive years around 83 of export was associated with the US Brazil Argentinaand Ukraine This distinctly indicates a huge internal market in China and thepotential business opportunities for producers in the US and Brazil

The United Nations expects the world population to increase to 9725 bil-lion by 2050 [2] this implies a challenge for the global leaders to raise foodproduction and at the same time to preserve the environment and local marketproduction In this manner Brazil appears to be a major player in commodityproduction to feed the world In case of corn for instance projections show anincrease in Brazilian exports of 524 until 2026 In numbers the country isexpected to reach 463 million metric tonnes (mt) per year [3]

Although Brazil has high productivity and a high quantity of available landthe flow of commodities export depends on few routes and ports that entail

55

2 Souza et al

logistics bottlenecks For example Reis et al [2] argue that poor logistics ofBrazilian infrastructure increases the inland freight of soybean in comparisonwith the US by 146 Moreover Galvao et al [4] [5] showed that Brazilianports cargo flow grew significantly around 42 from 2001 to 2011 reaching886 million (mt) in 2011 this was mainly solid bulk cargo

Regarding Brazilian ports Santos (Sao Paulo) and Paranagua (Parana) arethe major corn exporters with 665 million (mt) between 2012 and 2016 Thecorn flow concentration creates logistics bottlenecks such as extensive trucklines to unload cargo and low static storage capacity Rodrigues [6] affirms thatlogistics management adopts a systematic cost approach based on parameterssuch as cost time and service quality level Therefore analyzing the flow ofcorn production is very important for developing a plan to improve the logisticsinfrastructure of major corridors

This article aims to analyze the Brazilian corn routes and exports for un-derstanding the current scenario and for providing knowledge to develop fu-ture plans for improving logistics operation Thus we address the flows of cornamong the six main growers of the country to two main ports of Brazil and tothe international market

2 Brazilian Ports

Brazil has a continental dimension with an extensive coastline for this reasonsea shipping is relevant to the social and economic development of the coun-try [4] Brazilian port sector is divided into two categories first the port sectorthat is composed of 37 seaports managed by the federal government the sec-ond category that is composed of 122 inland port facilities management by theMinistry of Transport [7]

The cargo flow in Brazilrsquos seaports in 2016 was 998068 million (mt) wherethe main international traffic was dry bulk of upto 628700 million (mt) liquidbulk of upto 218000 with million (mt) general cargo of upto 51300 million(t) and containers of upto 100100 million (mt) [9]

21 Santos Port

Santos is Brazilrsquos larger port In 2006 it represented around 285 of the bal-ance of trade of the country Its operations reached 1138 million (mt) [10] TheFig 1 shows the numbers of Santos Port (Price FOB in US billion dollars)

The illustrative evidence in Fig 2 suggests the great relevance of SantosPort among the 37 Brazilian ports Nowadays it is the main port of the countrywith 4520 ships being docked in 2016 Furthermore this port is considered asbeing one of the biggest ports in Latin America in terms of container flow in2015 [11]

Accessibility is the main factor that attracts cargo to the Santos Port Theport has a link with the main roadways Moreover it is connected to Tiete-Parana inland waterways by railway that facilitates a large-scale movement ofcommodities

56

Brazilian Corn Exports 3

Fig 1 Participation of Santos Port in Brazilian Balance of Trade (SourceAdapted of [10])

In addition the areas dependent on Santos Port represents 67 of Brazil-ian GDP including states such as Sao Paulo Minas Gerais Mato Grosso MatoGrosso do Sul and Goias e o Distrito Federal These states are responsible for56 of Brazilian balance of trade [10]

22 Paranagua Port

According to the Administration of Paranagua Port and Antonina - APPA [12]the Paranagua Port has 3581 meters of wharfs and 23 berths It is among thefive main Brazilian ports in relation to the flow of goods The port in 2016moved 45045 million (mt) and it has the capacity to receive 1909 vessels Thethree main cargo were as follows containers (8231 million (mt)) fertilizers(8227 million (mt)) and soybean (7950 million (mt)) [9]

Additionally the Paranagua portrsquos balance of trade was around 76 im-mediately after Santos which as mentioned earlier lead the ranking with astriking difference of 285 [10] Fig 2 demonstrates the flow in the port be-tween 2012 and 2016 (Price FOB in US million dollars)

3 Methodology

For understanding the flow of Brazilrsquos corn exports and the role of Santos Port(Sao Paulo state) we conducted an exploratory research and comparison be-tween the Santos Port and the major Brazilian port competitor Paranagua TheFig 3 displays the location of these ports and the main origin routes

Santos and Paranagua were chosen because they represent around 50 ofvolume exported by the country To perform this study we follow the followingthree steps

57

4 Souza et al

Fig 2 Participation of Paranagua Port in the Brazilian balance of trade (SourceAdapted of [10])

Fig 3 Main Corn Corridors 2016

First Data Collection Data were collected from the Brazilian Ministry of In-dustry and Foreign Trade using the Foreign Trade Information Analysis System(ALICEWEB) The Aliceweb provided us information regarding the volume ofcorn exported by grower states such as Goias Parana Sao Paulo Minas GeraisMato Grosso do Sul Rio Grande do Sul and Mato GrossoSecond database procedure We selected ten major destinations for Brazilrsquoscorn as per the state of origin This allowed us to observe 38 relations amongplayers The data were organized considering the state of origin the port of ori-gin and the country of destination The relationships were created consideringthe corn flow of growers to the ports and them to countriesThird Analysis Using the Social Network Analysis (SNA) tools Ucinet 60 andNetdraw plotted the graphs of the corn networks considering exports flow us-

58

Brazilian Corn Exports 5

ing Santos Port Paranagua Port and both of them together This helped us tocreate a flow map regarding the corridors of exportations and also to analyzecorn traffic

4 Results

Santos and Paranagua ports are established as major corridors for corn exportsin Brazil Both moved around 665 million (mt) between 2012 and 2016 (Fig 4)Together Santos and Paranagua Ports deal with 8148 and 1852 of Brazilrsquoscorn respectively

Fig 4 Cargo Flow in Million of Metric Tonnes to Santos and Paranagua Ports(Source Adapted of [13])

The origin of cargo flow can be observed in Mato Grosso Mato Grosso doSul Goias Parana Minas Gerais and Sao Paulo e Rio Grande do Sul As men-tioned earlier in the methodology section the volume of corn among thesestates and Ports of Santos and Paranagua are organized in Microsoft Excel andare entered in the Ucinet 60 software Using the module Netdraw was possibleto provide that networks to infer some analysis presented in the next subsec-tions

41 International Traffic Considering Both Ports

The Fig 5 depict the corn flow considering the network as a whole including allthe states ports and destination Herein we gather the countries of destinationin the continents to facilitate visualization

As can be seen in Fig 5 Mato Grosso is the main grower with 8285 million(mt) flowing to Santos and Paranagua The distance that needs to be covered toreach both ports is almost the same but the Santos route especially the railroadservice is more developed than the Paranagua route As a result this is directlyresponsible for the highest cargo flow to Santos

59

6 Souza et al

Fig 5 Corn Flow among Brazilian States Ports of Santos and Paranagua andContinents of Destination

On the other hand Mato Grosso do Sul represents the second volume ofcorn to be exported with 1530 million (mt) distributed equitably between bothports The geographical position of the state with a dependence of roadwaytransportation allows Mato Grosso do Sul to use the ports indistinctly They arelocated at the same distance of about 1100 kilometers

The destination of Brazilian corn as per continent was also analyzed Our re-sults indicate the following percentages Asia (6173) Middle-East (2988)Africa (594) Europe (218) and America (027) Vietnam boosted theflow in Asia while the Middle-East distinctly depended on import of agricul-tural products both constituting the most important markets of Brazil

42 Santos

The Fig 6 depicts the corn flow considering the network of Santos PortAs illustrated in Fig 1 Santos moved 10629 million (mt) of corn in 2016

The main exporters via Santos were Mato Grosso (7498) followed by Goias(1282) Mato Grosso do Sul (609) Sao Paulo (428) Parana (118) andMinas Gerais (066) It is possible to note that despite 6085 of the vol-ume being exported to the Asian continent (Taiwan Indonesia Japan VietnamSouth Korea and Bangladesh) Iran and Middle-East were highlighted within2903 of the volume of corn exported by Santos

43 Paranagua

The Fig 7 depicts the corn flow considering the network of Paranagua Port

60

Brazilian Corn Exports 7

Fig 6 Corn Flow by Santos Corridor

Fig 7 Corn Flow by Paranagua Corridor

Based on Fig 7 it is noticeable that Paranagua in 2016 exported 2415million (mt) The state of Parana (4570) lead the export followed by MatoGrosso do Sul (3657) and Mato Grosso (1307) Among the 16 main buyershighlighted were Vietnam (2429) and Japan (1871) Other states repre-sent 570 of imports In relation to continents the most important were Asia(6562) followed by Europe (1175) Middle-East (1173) Africa (945)and America (144)

61

8 Souza et al

5 Discussion

We found that Santos Port is the major corridor that exports Brazilian cornproduction with a cargo volume that is almost three times more than that ofParanagua Santos is undoubtedly the biggest port of Latin America and it hasthe largest infrastructure associated with the main Brazilian corridors of com-modities exports

However despite the advancement of the Port Modernization Act (8630of 1993) and the new regulatory framework of the port sector (12815 of 2013)that have the objective of providing more agility and modernizing the sector re-ducing the costs of transactions [45] port infrastructure and the quality of ser-vices remain issues that affect the agricultural production of the country [14]According to data by the World Economic Forum pertaining to the Brazilianport infrastructure compared with the main exporters of corn and soybeansBrazil was the 122nd position among 144 evaluated countries [14]

Our current findings expand previous work regarding the Brazilian agri-business sector and logistics infrastructure this allows the identification of thecorn flow to the main international markets of Brazil using quantitative data

In spite of this article being an exploratory analysis it permits the identi-fication of a pathway for future studies to improve the bulk of cargo flow Theresults showed that Santos and Paranagua are the main routes of corn exportsand constitute a logistics operations bottleneck for the international traffic ofthis important feed This is especially true for Santos because it is the major ex-porter of commodities and many other products It is also Brazilrsquos main accessto the international market

Some authors such as Marlow and Casaca [15] Vieira et al [16] and theBrazilian National Transport Confederation [14] identified many issues thatmake exporting difficult further they provided the following aspects and op-portunities to improve Santos Port

ndash Maritime access Lack of dredging and overthrow of access channels anddocking berths making access of large ships difficult

ndash Territorial Access Traffic jam and limited availability of railroadsndash Low productivity Obsolete equipment and lack of availability of equipment

and facilitiesndash Burocracy Greater agility in cargo clearance at ports mooring single win-

dow paperless port to boost delivery of documentsndash Information flow Multiple systems to manage the operations loss-making

media channel hindering the customer response time

6 Conclusions and Outlook

The objective of this study was to describe the logistical corn flow of exportsmoreover it was possible to conclude that the Midwestern region was the maincorn export region of Brazil Additionally it was noticeable that the flow of

62

Brazilian Corn Exports 9

grain to the international market is concentrated in Santos and Paranagua Itwas also found that Asia is the main destination for exports of corn followedby the Middle East However Iran is the largest purchaser of Brazilian cornfollowed by Vietnam

Finally the concentration of two routes generates logistics bottlenecks inboth ports creating a traffic jam low static capacity and overuse of the portcapacity Thus the subsequent studies will concentrate on simulating the ca-pacity of Santos and Paranagua Ports to lead with commodities exports andopportunities to improve Brazilian logistics infrastructure

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16 Vieira GBB Neto FJK Ribeiro JLD The rationalization of port logistics ac-tivities A study at port of santos (Brazil) International Journal of e-Navigation andMaritime Economy 2 73ndash86 (2015)

63

64

43 3ordm Artigo

Artigo submetido na revista International Journal of Shipping and Transport Lo-gistics O artigo natildeo estaacute apresentado pois se encontra em avaliaccedilatildeo

65

44 4ordm Artigo

Artigo aprovado na Logistics Challenges in the n the New Economy Sharingand Interconnected Industry ndash NETLOG 2018 (20) Apresentado em Satildeo Paulo (Brasil)nos dias 05 a 06 de junho de 2018

Figura 20 NETLOG 2018

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

SIMULACcedilAtildeO DE OPERACcedilOtildeES DE GRAtildeOS EM UM

TERMINAL PORTUAacuteRIO

Aguinaldo Eduardo de Souzasup1 Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis sup2 Emerson Rodolfo Abrahamsup3 Renato

Maacutercio dos Santos 4 Matheus Palmieri Gobbetti5

sup1 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil souzaeduaguinaldogmailcom

sup2 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil joaoreisdocenteunipbr

3 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil emersonabrahamstrictounipbr

4 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil renatodnadosabercombr

5 FATEC RUBENS LARA Santos Brasil gobbettimatheusgmailcom

Resumo O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia no Brasil e de suma importacircncia para a

balanccedila comercial brasileira Neste cenaacuterio a exportaccedilatildeo de gratildeos coloca o Brasil em uma posiccedilatildeo privilegiada no

comeacutercio internacional de commodities agriacutecolas Em 2017 o milho foi o principal responsaacutevel pela alta

performance do setor com o crescimento de 13 O gratildeo protagonizou no ano de 2017 a produccedilatildeo de 97 milhotildees

(t) O objetivo deste artigo eacute investigar eventuais gargalos logiacutesticos na operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento

do milho no complexo portuaacuterio de Santos Para tanto optou-se por estudar os referidos processos em um terminal

portuaacuterio de exportaccedilatildeo aqui denominado Terminal A utilizando-se de simulaccedilatildeo Os resultados apresentam duas

operaccedilotildees distintas a chegada do gratildeo no terminal por ferrovia (vagatildeo) e a chegada por rodovia (caminhatildeo) e

apontam potenciais gargalos operacionais

Palavra-chave Simulaccedilatildeo Terminal Portuaacuterio Armazenagem Ferrovia Rodovia e Milho

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro se destaca como o segmento que mais contribui para a economia

nacional respondendo por frac14 do Produto Interno Bruto - PIB (Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA 2018) Dados estatiacutesticos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica - IBGE revelam um crescimento no segmento de 13 no ano de 2017

Os gratildeos foram os principais responsaacuteveis pelo desempenho do setor com destaque absoluto

para a cultura do milho Em 2017 a colheita nacional do cereal atingiu o volume de 97 milhotildees

(t) um extraordinaacuterio aumento de 552 em relaccedilatildeo ao ano anterior que fechou com 67 milhotildees

(t) produzidas (IBGE 2018a) (Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior

MDIC 2018a)

O Brasil tem ocupado posiccedilatildeo de destaque na produccedilatildeo mundial do milho (Reis et al 2016)

Para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos ndash USDA na safra de 201617 o paiacutes

ocupou a terceira posiccedilatildeo no ranking mundial dos maiores produtores com a colheita de 98

milhotildees (t) atraacutes da China 219 milhotildees (t) e Estados Unidos 384 milhotildees (t) (USDA 2018)

De fato o uso de novas tecnologias associadas a cultivares de alto potencial geneacutetico e

transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maior densidade de plantio

66

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

contribuiacuteram para o incremento da produccedilatildeo brasileira do milho (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA 2018) Contudo por vezes a eficiecircncia produtiva

alcanccedilada traduzida em competitividade eacute comprometida no momento do escoamento do gratildeo

Alguns estudos observam os impactos negativos a competitividade dos produtos brasileiros

relacionados aos gargalos logiacutesticos devido a ineficiecircncia operacional e infraestrutura

deficitaacuteria (Dubke 2006 Wanke e Hijjar 2009 Hilsdorf e Nogueira Neto 2015 Confederaccedilatildeo

Nacional dos Transportes ndash CNT 2018)

Considerando o estudo do Departamento de Agronegoacutecio - DEAGRO que projeta um

crescimentos de 75 para safra de 20262027 nas exportaccedilotildees do milho nacional (FIESP

2017) os terminais portuaacuterios principal porta de saiacuteda das commodities agriacutecolas em especial

o milho objeto deste estudo estatildeo preparados para responderem as crescentes demandas do

mercado internacional Neste sentido observa-se que a pesquisa operacional e a simulaccedilatildeo

podem auxiliar no processo decisoacuterio das organizaccedilotildees A pesquisa operacional lida com

problemas de como conduzir e coordenar certas operaccedilotildees (Moreira 2017) Enquanto que a

aplicaccedilatildeo de simulaccedilatildeo em um evento operacional permite analisar teorias e hipoacuteteses em

relaccedilatildeo a vaacuterios cenaacuterios (Filho 2008)

Diante do exposto o presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento de gratildeos de milho Decidiu-se pela escolha de um terminal mariacutetimo de

exportaccedilatildeo no Porto de Santos aqui denominado Terminal A O objetivo da simulaccedilatildeo eacute

dimensionar a capacidade operacional do Terminal A no que concerne recebimento e

armazenagem

Em razatildeo disso realizou-se uma pesquisa exploratoacuteria e quantitativa atraveacutes de coleta de dados

no proacuteprio terminal Em seguida optou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica

2 Referencial teoacuterico

21 Transporte Mariacutetimo

O transporte eacute considerado fator fundamental para a logiacutestica internacional A logiacutestica sendo

um processo que coordena o fluxo de bens em uma cadeia de suprimentos sem a existecircncia do

transportes o fluxo de bens seria inviabilizados (Reis et al 2015)

Responsaacutevel por mais de 90 do fluxo de cargas do comeacutercio internacional o transporte

mariacutetimo eacute a chave para economia global (Keedi 2010 David e Stewart 2010) No Brasil devido

a suas dimensotildees continentais e o extenso litoral o transporte mariacutetimo eacute de vital importacircncia

para o desenvolvimento social do paiacutes (Souza et al 2017) Deste modo os terminais portuaacuterios

juntamente e as estruturas portuaacuterias exercem papel fundamental no comeacutercio internacional

principalmente no que concerne ao escoamento do agronegoacutecio brasileiro tendo em vista que

o Brasil eacute um dos principais exportadores mundiais de gratildeos (IBGE 2018b)

A infraestrutura do sistema portuaacuterio compreende vaacuterios subsistemas que por vezes estatildeo

interconectados tendo relaccedilatildeo com o tipo de navios e cargas movimentas por ele (David e

Stewart 2010)

67

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

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A existecircncia dos portos estaacute diretamente ligada a atender demandas do serviccedilo de transporte

(frete armazenagem movimentaccedilatildeo transbordo etc) e navios (piacuteeres abastecimento reparos

etc) O porto atua como interface entre o transporte internacional e o transporte domeacutestico

Handabaka (1994) e Barros (2013) considerada que os portos satildeos instalaccedilotildees fiacutesicas que

desempenham o papel de movimentaccedilatildeo de cargas transbordo de cargas entre modais e

consolidaccedilatildeo de cargas

Para Alfredini e Arasaki (2009) o porto eacute um elo importante na cadeia logiacutestica e pode ser

caracterizado como terminal multimodal ligado a abrigo profundidade e acessibilidade canal

de acesso bacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ou

aquaviaacuterios

22 Terminal Portuaacuterio

Terminais satildeo pontos nodais de um sistema de transportes onde ocorrem entrada e saiacuteda de

cargas e veiacuteculos neste sistema (Fig 1) Neste ambiente se processam transferecircncias entre

modais Um terminal pode ter atividades voltada a um ou mais tipo especiacutefico de carga

chamado terminais multiuso

De acordo com Magalhatildees (2016) na perspectiva de engenharia de transportes o conceito de

terminal engloba todas as instalaccedilotildees onde inicia ou se encerra um processo de transporte Jaacute o

terminal portuaacuterio o autor conceitua como instalaccedilotildees voltada para atendimento de navios e

cargas especializadas podendo ser instalaccedilotildees isoladas ou natildeo Ainda Magalhatildees (2016)

terminal portuaacuterio deve dispor de infraestrutura especiacutefica considerando tipos de embarcaccedilatildeo e

tipos de carga demandando assim estrutura adequada para embarquedesembarque estocagem

recebimento entrega etc

Dentre os tipos de carga movimentada por um terminal portuaacuterio pode-se destacar contecircineres

roll-on roll-off carga geral solta e unitizada graneacuteis liacutequidos e soacutelidos etc (Barros 2013)

Figura 1 ndash Processo de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo em um terminal portuaacuterio

Fonte Adaptado (Kim e Guumlnther 2007)

Exterior Navio

Embarque

Descarga

Pre-stacking Armazenagem

Ferrovia

Rodovia

Interior

68

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

23 Simulaccedilatildeo

Em computaccedilatildeo um modelo de simulaccedilatildeo eacute uma abstraccedilatildeo simplificada da realidade utilizado

para representar o funcionamento de algum sistema (Varajatildeo et al 2010 Cauchick e Fleury

2012 Chwif e Medina 2015) Os sistemas satildeo compostos por partes componentes que

interagem entre si no intuito de se atingir algum propoacutesito (Varajatildeo et al 2010) esses podem

ser naturais ou elaborados pelo ser humano tais como sistemas logiacutesticos processos

produtivos redes de empresas entre outros

Embora um modelo ser uma abstraccedilatildeo simplificada deve conter os elementos necessaacuterios para

se representar o sistema real pois serviraacute para a auxiliar nas tomadas de decisotildees compreender

os ambientes estudados e identificar problemas (Cauchick e Fleury 2012)

Apesar de sua grande importacircncia e utilizaccedilatildeo em diversos campos do conhecimento Chwif e

Medina (2015) esclarecem que a simulaccedilatildeo natildeo pode prever o futuro e sim o comportamento

de um sistema desse modo natildeo substitui o pensamento inteligente aleacutem disso a simulaccedilatildeo eacute

uma ferramenta de anaacutelise de cenaacuterios e pode ser utilizada em conjunto com recursos de

otimizaccedilatildeo mas natildeo eacute em si mesma uma ferramenta de otimizaccedilatildeo

Entre as diversas aplicaccedilotildees da simulaccedilatildeo na logiacutestica em geral pode-se verificar qual a melhor

poliacutetica de transporte distribuiccedilatildeo e estocagem em toda a cadeia desde a produccedilatildeo ateacute o

consumidor final Mais especificamente em uma operaccedilatildeo portuaacuteria se o nuacutemero de

equipamentos e homens eacute necessaacuterio para carregar e descarregar navios entre outras aplicaccedilotildees

(Chwif e Medina 2015)

3 Metodologia

Com objetivo de compreender eventuais gargalos logiacutesticos em um terminal portuaacuterio optou-

se por aplicar um modelo de simulaccedilatildeo visando dimensionar a capacidade operacional e o niacutevel

de resposta para futuras demandas Portanto decidiu-se pelo modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica O presente estudo foi realizado em trecircs

etapas

Primeira Coleta de Dados Os dados foram extraiacutedos do sistema de controle do proacuteprio

Terminal A disponibilizado pela gerecircncia de operaccedilotildees Nestes dados estatildeo contidas

informaccedilotildees acerca das operaccedilotildees no terminal

Segunda Tratamento de dados Os dados foram selecionados por tipo de evento rodoviaacuterio e

ferroviaacuterio levando em consideraccedilatildeo trecircs meses de maior pico de demanda do milho (agosto

setembro e outubro) Em seguida realizou-se o levantamento de tempo de operaccedilatildeo de cada

evento (Fig 3 e Fig 4) considerando e meacutedia ponderada e o desvio padratildeo

Terceira Processo de simulaccedilatildeo Apoacutes aferimento de tempo de cada processo aplicou-se o

modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg considerando o horizonte de cenaacuterio de um ano

69

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

Figura 2 - Evento completo - Ferroviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

Figura 3 - Evento completo - Rodoviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

4 Estudo de Caso

O Terminal A eacute um terminal portuaacuterio especializado em granel soacutelido que opera no Porto de

Santos Possui uma aacuterea de mais de 300 mil m2 composta por acesso rodoferroviaacuterio dois gates

uma entrada e outro saiacuteda duas moegas ferroviaacuterias dois tombadores para descarga de

caminhotildees piacuteer de atracaccedilatildeo para navios correia transportadora e dois armazeacutens graneleiros

com capacidade estaacutetica de 108 mil (t) cada um Sua infraestrutura eacute voltada para embarque de

commodities agriacutecolas com destaque para o milho objeto de estudo desta pesquisa de

simulaccedilatildeo

Dados coletados atraveacutes da gerecircncia de operaccedilatildeo do Terminal A atestam que para estocagem

mensal do milho eacute necessaacuterio frac34 da capacidade estaacutetica total ou seja 162 mil (t) tendo em vista

a capacidade total de armazenagem do terminal eacute de 216 mil (t)

Em 2016 observou-se que 52 dos 218 milhotildees (t) milho nacional exportado foi escoado pelo

Porto de Santos 112 milhotildees (t) (MDIC 2018b) Deste montante cerca de 20 de todo volume

escoado pelo porto santista foi movimentado pelo Terminal A cerca de 22 milhotildees (t)

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

1ordf Processo ldquoChegada no terminalmoega (2) coleta de

amostras pesagem e descargardquo

3ordf Processo ldquoSaiacuteda coleta de

amostras chegada descarga

tombador (2)rdquo

1ordf Processo ldquoSaiacuteda paacutetio

regulador chegada

terminalrdquo

2ordf Processo ldquoSaiacuteda gate in

pesado chegada para coleta

de amostrasrdquo

70

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

5 Discussatildeo e Resultados

51 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Vagotildees

No montante total de recebimento e armazenamento do milho a operaccedilatildeo de vagatildeo representa

80 de toda movimentaccedilatildeo do terminal Nesta operaccedilatildeo (Fig 2) denominado ldquoeventordquo para

efeito da simulaccedilatildeo no ARENAreg (Fig 4) observa-se apenas um processo

O processo inicia-se com a chegada das composiccedilotildees no terminal que satildeo enviadas diretamente

para a moegas para o descarregamento dos vagotildees Vale ressaltar que os processos de pesagem

e a coleta de amostras satildeo efetuados simultaneamente com a descarga

Figura 4 ndash Simulaccedilatildeo vagotildees

Fonte ARENAreg

Tabela 1 - Indicadores de Performance

Vagotildees Utilizaccedilatildeo

recurso Vagotildees na fila

Tempo vagotildees na fila

(horas)

Total

vagotildees

Entrada Saiacuteda Moega

1

Moega

2

Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo 6

60

62

2718 2717 34 68 002 000 300 007 000 429

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Como ilustra a Tabela 1 os resultados da simulaccedilatildeo indicaram a saiacuteda de 2717 vagotildees A taxa

de ocupaccedilatildeo meacutedia das moegas foram de 34 na moega 1 e 68 na moega 2 Pocircde-se observar

ainda que apesar de vaacuterios vagotildees entrarem direto para descarga sem espera em meacutedia 002

vagatildeo aguardou na fila alcanccedilando assim a meacutedia maacutexima de 3 vagotildees na fila de espera Acerca

do tempo de espera a meacutedia ficou em 007 horas com maacuteximo de 429 horas de espera No

periacuteodo simulado (1 ano) foi registrado 66062 vagotildees descarregados

52 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Caminhotildees

Enquanto 80 das operaccedilotildees do terminal tem sua origem na ferrovia os caminhotildees

representam 20 de toda a operaccedilatildeo sendo que 70 deste volume eacute composto pelo veiacuteculo

bitrem (2 semi rebocadores acoplados entre si) A operaccedilatildeo completa deste ldquoeventordquo para efeito

71

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Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

da simulaccedilatildeo (Fig5) no ARENAreg eacute composta por trecircs processos a) saiacuteda paacutetio

reguladorchegada no terminal (gate) b) saiacuteda gatechegada de coleta amostras c) saiacuteda coletas

de amostraschegada nos tombadores para descarga (Fig 3)

Figura 5 ndash Simulaccedilatildeo caminhatildeo

Fonte ARENAreg

Tabela 2 - Indicadores de Performance

Caminhotildees Utilizaccedilatildeo recursos Caminhotildees na fila Tempo caminhotildees

na fila (horas) Total

Entrada Saiacuteda Tombadores Pessoas Gate Meacutedia Min Maacutex Meacutedia Min Maacutex

63

39

2735 2734 47 2 67 007 000 400 016 000 575

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Os resultados observados na Tabela 2 indicam que dos 2735 veiacuteculos que entraram 2734

saiacuteram ficando em meacutedia 007 caminhotildees aguardando na fila chegando a 4 caminhotildees na

meacutedia maacutexima No que se refere aos recursos os resultados apontaram que o gate eacute o recurso

mais exigidos na operaccedilatildeo com taxa de uso de mais de 67 seguido pelos tombadores que

juntos representaram uma taxa de uso de 47 Jaacute o uso do recurso pessoas ficou em 2 No

que se refere ao tempo de espera 016 horas a meacutedia chegando a 575 horas maacutexima de espera

por caminhatildeo Um total de 6339 veiacuteculos foram descarregados no final da simulaccedilatildeo (1 ano)

sendo 5330 bitrem e 1069 caminhotildees

6 CONCLUSOtildeES

O presente estudo teve como objetivo principal simular uma operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento do milho de modo a mapear eventuais gargalos operacionais deste processo

no Terminal A Com isso foi possiacutevel observar que dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute

a operaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Em que pese na

operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34 moega 1 e 68 moega

72

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel a gargalos O estudo identificou na

operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos recursos de 67 no gate e 47 nos tombadores

Desta maneira pode-se concluir que apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do

terminal se as perspectivas de aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o

Terminal A estaraacute diante de um iminente gargalo operacional Portanto os resultados indicam

a necessidade de investimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o

aumento crescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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75

76

5 Discussatildeo (Artigos)

Os quatro artigos dessa dissertaccedilatildeo buscaram atender os objetivos especiacuteficosapresentados no capiacutetulo 1 O objetivo geral da dissertaccedilatildeo de analisar os fluxos deexportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica do Porto de Santos com basena movimentaccedilatildeo de um terminal exportador de gratildeos de milho eacute verificado pelosquatro artigos cujo a soma busca responder o objetivo Os resultados foram discutidosde forma ampla no conjunto deste trabalho

O primeiro artigo teve caraacuteter exploratoacuterio ou seja buscou apresentar um pa-norama da produccedilatildeo de milho no Brasil de modo a permitir entender a importacircncia dacultura e o seu impacto para o paiacutes Essa anaacutelise eacute relevante pois permite ao pesqui-sador um conhecimento da aacuterea de estudo O artigo foi essencialmente bibliograacuteficocom base em estudos anteriores

Essa pesquisa contribuiu para a justificativa do presente estudo em que seconstatou a relevacircncia da produccedilatildeo nacional e o destaque do cereal para o comeacutercioexterior brasileiro visto que eacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil

O segundo artigo da dissertaccedilatildeo permitiu constatar a importacircncia da do Portode Santos para a logiacutestica de exportaccedilatildeo do cereal tendo como principal exportadoro estado do Mato Grosso maior produtor nacional do milho

Verificou-se a Aacutesia e Oriente Meacutedio como os principais mercados do milhomato-grossense justificando o maior volume de movimentaccedilatildeo do milho na plataformaportuaacuteria de Santos natildeo soacute devido a sua capacidade operacional por possuir seteterminais especifico que operam gratildeos mas tambeacutem pela disponibilidade de rotasmariacutetimas que o porto oferece

O artigo permitiu ainda evidenciar o papel do Porto de Santos bem superior aosegundo lugar o Porto de Paranaguaacute Esses resultados permitiram concluir que umaumento no volume de exportaccedilotildees necessariamente passariam por Santos e umaanaacutelise mais detalhada deste seria necessaacuteria

O proacuteximo passo da pesquisa constitui em encontrar uma forma de mensurar opapel do porto de Santos e sua capacidade de atender uma demanda maior Assimutilizaram-se dados oficiais e modelos de previsatildeo para estabelecer uma tendecircncia decrescimento das exportaccedilotildees do milho brasileiro e seu respectivo volume no Porto deSantos Para capacidade estaacutetica em atender essas flutuaccedilotildees utilizou-se de dadosde um dos principais terminais de gratildeos do porto que disponibilizou as informaccedilotildeesnecessaacuterias para o estudo

Esta pesquisa foi de caraacuteter quantitativo permitindo analisar se o Terminal Atem capacidade operacional para atender as novas demandas de crescimento no fluxo

77

de exportaccedilatildeo do milhoAs previsotildees apresentadas no artigo sinalizaram um deacuteficit na capacidade es-

taacutetica de armazenagem para os proacuteximos cinco anos (20172021) com 39 5775 94 e 115 respectivamente no Terminal A e um consequentemente deacuteficit noPorto de Santos

Por fim uma ultima anaacutelise complementar foi realizada para verificar os impac-tos da entrada desse milho nas operaccedilotildees do terminal A A anaacutelise se concentrou nasoperaccedilotildees de recebimento e armazenagem do milho para posterior embarque E entreas duas operaccedilotildees (rodoviaacuterioferroviaacuterio) a taxa de uso dos recursos dos caminhotildeeseacute mais elevada do que dos vagotildees apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representarapenas 20 do terminal

Os resultados dos artigos III e IV indicaram que caso se concretize a projeccedilatildeodo aumento de demanda internacional pelo milho brasileiro o Porto de Santos e oTerminal A estaratildeo diante de eventuais gargalos operacionais Desta maneira haacute ne-cessidade de ampliar a estrutura de capacidade estaacutetica de armazenagem bem comoos recursos utilizados para o recebimento do milho atraveacutes do modal rodoviaacuterio

78

6 Propostas para Trabalhos Futuros

Com advento da globalizaccedilatildeo da economia o niacutevel competitivo de um paiacutes estaacutena sua capacidade em escoar mateacuterias-primas e produtos Dessa maneira as plata-formas portuaacuterias satildeo fundamentais para a cadeia logiacutestica como para a eficiecircncia deseus serviccedilos As praacuteticas de como o porto se integra e sua a capacidade de gerarvalor para a cadeia eacute fator decisoacuterio para a competitividade dos paiacuteses no mercadointernacional

As commodities agriacutecolas se caracterizam por produtos de alta volatilidadebaixo valor agregado margens apertadas e transporte ineficiente Isso evidencia aindamais a importacircncia da logiacutestica portuaacuteria para ganho de valor competitivo O sistemaportuaacuterio brasileiro tem papel fundamental na ordem econocircmica do Brasil sobretudonas operaccedilotildees de exportaccedilatildeo dos produtos agriacutecolas

Diante do exposto o presente estudo poderaacute subsidiar novas pesquisas quecontribuiratildeo para o aumento da competitividade do milho brasileiro no mercado glo-bal Recomenda-se um estudo voltado para o desenvolvimento de indicadores dedesempenho operacional portuaacuterio para auxiliar o exportador brasileiro na tomada dedecisatildeo no momento da escolha do porto mais eficiente para escoamento do gratildeo

79

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LISTA DE TABELAS

1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b) 162 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007) 223 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a) 264 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003 275 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a) 316 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte

MTPAC (2018a) 327 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a) 338 Artigos publicados do autor 38

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Acre

ADHOC Administradora Hidroviaacuteria Docas Catarinense

AGRAER Agecircncia Regional de Dourados

ANTAQ Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterios

ANVISA Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APMS International Conference Advances in Production

APPA Administraccedilatildeo dos Portos de Paranaguaacute e Antonina

APSFS Autoridade Portuaacuteria Porto Satildeo Francisco do Sul

BA Bahia

CADE Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica

CDC Companhia Docas do Cearaacute

CDC Companhia Docas do Paraacute

CDRJ Companhia Docas do Rio de Janeiro

CDSA Companhia Docas de Santana

CODEBA Companhia Docas da Bahia

CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte

CODESA Companhia Docas do Espirito Santo

CODESP Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo

CODOMAR Companhia Docas do Maranhatildeo

COMAP Companhia Municipal de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

CSCMP Council of Supply Chain Management Professional

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econocircmico

ix

DERSA Desenvolvimento Rodoviaacuterio SA

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DOCAS-PB Companhia Docas da Paraiacuteba

EMAP Empresa Maranhense de Administraccedilatildeo Portuaacuteria

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

FIESP Federaccedilatildeo das Induacutestria de Satildeo Paulo

HA Hectare

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IP4 Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pequeno Porte

ITC Trade statistics for international business development

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MS Mato Grosso do Sul

MT Mato Grosso

MTPAC Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil

ONU Organizaccedilatildeo da Naccedilotildees Unidas

PA Paraacute

PIB Produto Interno Bruto

PR Paranaacute

RFB Receita Federal do Brasil

RO Roraima

RS Rio Grande do Sul

SCM Supply Chain Management

SCPAR Santa Catarina Parcerias SA

SDEC-PE Secretaacuteria de Desenvolvimento Econocircmico de Pernambuco

SEP-PR Secretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica

x

SOPH Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondocircnia

SP Satildeo Paulo

SPH Superintendecircncia de Portos e Hidrovias

SUPRG Superintendecircncia do Porto de Rio Grande

T Tonelada

UNCTAD Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento

USDA Departamento de Agricultura dos Estados

xi

SUMAacuteRIO

RESUMO iv

ABSTRACT v

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES vi

LISTA DE TABELAS vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS viii

1 Introduccedilatildeo 111 Motivaccedilatildeo 212 Objetivos 3

121 Objetivo Geral 3122 Objetivos Especiacuteficos 3

13 Organizaccedilatildeo do trabalho 4

2 Revisatildeo da Literatura 521 Origem do milho 522 Produccedilatildeo nacional 723 Regiotildees produtoras 724 Estados produtores 1025 Exportaccedilatildeo do milho 12

251 Panorama nacional 12252 Panorama mundial 15

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito 17261 Histoacuteria 18262 Conceito 18

27 Logiacutestica nas empresas 1928 Atividades logiacutesticas 2229 Portos 23210 Serviccedilos Portuaacuterios 25211 Tipos de portos 26212 Terminais portuaacuterios 29213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro 30214 Porto de SantosSP 34

xii

3 Metodologia 37

4 Artigos 4041 1ordm Artigo 4042 2ordm Artigo 5443 3ordm Artigo 6444 4ordm Artigo 65

5 Discussatildeo (Artigos) 76

6 Propostas para Trabalhos Futuros 78

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1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio ocupa posiccedilatildeo de destaque na economia do Brasil Segundoo Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA (2018) o agronegoacutecioeacute o segmento de maior importacircncia para a economia nacional representando apro-ximadamente 25 do Produto Interno Bruto - PIB O Instituto Brasileiro de Geografiae Estatiacutestica - IBGE (2018a) assevera que houve um crescimento de 10 apoacutes doisanos de queda consecutiva de 35 no PIB nacional fechando o ano de 2017 comR$ 66 trilhotildees

A expansatildeo do agronegoacutecio de 13 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 foi fator de-terminante para a alavancagem do PIB em 2017 IBGE (2018a) Dados estatiacutesticosdo Ministeacuterio da Agricultura evidenciam a relevacircncia do agronegoacutecio para comeacutercioexterior brasileiro Considerando os uacuteltimos 21 anos (1997-2017) sua participaccedilatildeo nabalanccedila comercial brasileira foi de 406 Em 2017 as exportaccedilotildees do agronegoacuteciosomaram US$ 96 bilhotildees ou seja 441 do total da exportaccedilotildees do Brasil encer-rando o ano com US$ 2177 bilhotildees (MAPA 2018)

O Brasil eacute um dos principais liacutederes mundiais na produccedilatildeo de soja e milho con-sequentemente um dos principais exportadores mundiais de commodities agriacutecolas(Lourenccedilo amp Lima 2009) A implementaccedilatildeo de poliacuteticas governamentais oferta derecursos hiacutedricos condiccedilotildees de clima e solo e pesquisas e tecnologia contribuiacuterampara o destaque da agricultura brasileira no cenaacuterio internacional (Bolfe et al 2016)

Natildeo obstante a soja ser o gratildeo mais cultivado e exportado pelo Brasil a culturado milho vem ganhando espaccedilo no cenaacuterio nacional e no mercado internacional poiseacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil O cereal eacute um dos principais compo-nentes da cadeia alimentar mundial (Reis et al 2016) Em 2017 o Brasil registrou amaior produccedilatildeo do cereal 97 milhotildees t um crescimento de 552 frente ao ano de2016 com 67 milhotildees t (CONAB 2018 IBGE 2018b)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Esta-dos Unidos ndash USDA o milho eacute o gratildeo mais cultivado no mundo Na safra de 201617a produccedilatildeo mundial atingiu 107 bilhotildees t No ranking dos principais produtores mun-diais o Brasil ocupou a terceira posiccedilatildeo com 98 milhotildees t atraacutes da China e EstadosUnidos com 219 milhotildees e 384 milhotildees t respectivamente (USDA 2018)

Estudos da USDA (2018) projetam uma produccedilatildeo global de 103 bilhatildeo t parasafra de 201718 e 105 bilhatildeo t para a de 201819 Conforme projeccedilotildees do oacutergatildeoamericano os Estados Unidos permaneceratildeo na lideranccedila absoluta com expectativade produccedilatildeo de 370 e 356 milhotildees t seguido pela China com 215 e 225 milhotildees t e oBrasil com 85 e 96 milhotildees t (201718-201819)

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Em que pese a produccedilatildeo nacional do milho ter alcanccedilado iacutendices de excelecircncianos uacuteltimos 41 anos apontando crescimento aproximado de 408 na produccedilatildeo 335na produtividade e 49 as aacutereas de plantio o milho eacute uma commodity de baixo valoragregado e depende fundamentalmente de um alto potencial logiacutestico (CONAB 2018)

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas a cultivares de alto poten-cial geneacutetico e transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maiordensidade de plantio tem contribuiacutedo significativamente a cultura do milho no Brasile sua capacidade produtiva (EMBRAPA 2018) Quando a produccedilatildeo ultrapassa asfronteiras do campo e inicia o processo de escoamento os gratildeos se defrontam comos gargalos logiacutesticos produzindo assim impactos negativos na competitividade dosprodutos agriacutecolas brasileiros no mercado internacional (Dubke 2006 Wanke amp Hijjar2009 Hilsdorf amp Nogueira Neto 2015 CNT 2017)

O Brasil tem aproveitado a crescente demanda do mercado global O paiacuteseacute o segundo maior exportador mundial de milho ficando atraacutes apenas do EstadosUnidos (USDA 2018) O volume de milho exportado foi de 292 milhotildees t em 2017alcanccedilando seu maior iacutendice em toda seacuterie histoacuterica de exportaccedilatildeo jaacute registrado desdedo ano de 1997 (COMEXSTAT 2018)

Contudo os portos mariacutetimos principal plataforma de escoamento do milhoainda que seja evidenciadas significativas melhorias na sua eficiecircncia operacionalnas uacuteltimas duas deacutecadas observa-se entraves operacionais e uma logiacutestica aindadeficitaacuteria (Souza et al 2017)

Com o aperfeiccediloamento de algumas atividades logiacutesticas de exportaccedilatildeo ndash rece-bimento armazenagem e embarque ndash mais eficientes as mesmas poderatildeo promoverum ganho de competitividade para o cereal brasileiro no comeacutercio global

Sendo assim o presente estudo visa analisar a capacidade operacional deescoamento do gratildeo em portos brasileiros tendo como campo de estudo o Porto deSantosSP considerando que 93 das exportaccedilotildees do milho brasileiro se daacute por viasmariacutetima (COMEXSTAT 2018)

11 Motivaccedilatildeo

A demanda mundial por alimento eacute um desafio para a comunidade internacio-nal Estudos da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas ndash ONU estimam que a populaccedilatildeomundial chegue a 86 bilhotildees em 2030 98 bilhotildees em 2050 e ultrapasse os 112 bi-lhotildees em 2100 (ONU 2018) O crescimento da populaccedilatildeo mundial implica em umgrande desafio aos liacutederes globais para o aumento da produccedilatildeo de alimentos de ma-neira sustentaacutevel

O Brasil se destaca como importante produtor de commodities agriacutecolas Aleacutemdisso protagoniza um papel importante de fornecedor na cadeia alimentar mundial

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cuja exportaccedilotildees do milho tiveram um crescimento exponencial Se comparado o anode 1997 a 2017 o volume do milho com destino ao comeacutercio exterior cresceu 8300sendo exportado 348 mil t em 1997 e 29 milhotildees t em 2017 (COMEXSTAT 2018)

No caso do milho as projeccedilotildees de exportaccedilatildeo do gratildeo tecircm alcanccedilado pata-mares elevados (MAPA 2018) Os estudos da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estadode Satildeo Paulo ndash FIESP asseguram uma variaccedilatildeo positiva de 75 nas exportaccedilotildees docereal para a safra de 202627 em relaccedilatildeo agrave safra 201617 (FIESP 2018)

A relevacircncia da pesquisa justifica-se pelo aumento da demanda global por ali-mentos em decorrecircncia do crescimento demograacutefico mundial USDA (2018) e a opor-tunidade de expansatildeo do cereal nacional no mercado internacional (FIESP 2018)

O presente estudo propotildee uma investigaccedilatildeo no Porto de SantosSP quantoa sua capacidade operacional de exportaccedilatildeo considerando as projeccedilotildees de cresci-mento da demanda internacional pelo milho (MAPA 2017 FIESP 2018)

Para tanto optou-se por delimitar a pesquisa em um terminal portuaacuterio de ex-portaccedilatildeo aqui denominado Terminal A do porto santista cujo complexo portuaacuterio eacuteo principal responsaacutevel pelo fluxo de escoamento do milho brasileiro para o mercadomundial (COMEXSTAT 2018)

12 Objetivos

121 Objetivo Geral

Analisar os fluxos de exportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica doporto de Santos em atender esses fluxos com base na movimentaccedilatildeo de um terminalexportador de gratildeos de milho

122 Objetivos Especiacuteficos

1 Analisar a produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees produtoras

2 Identificar o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasileiro principal porto de escoa-mento e principais mercados compradores

3 Avaliar se a capacidade estaacutetica de armazenagem no Porto de Santos eacute compa-tiacutevel com as crescente demandas de exportaccedilatildeo por meio do Terminal A

4 Simular um processo de operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento de gratildeosde milho visando avaliar a capacidade operacional do terminal

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13 Organizaccedilatildeo do trabalho

Este trabalho estaacute organizado conforme demonstrado pela Figura 1

Figura 1 Organizaccedilatildeo do trabalho Fonte autor

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2 Revisatildeo da Literatura

21 Origem do milho

O milho eacute uma das culturas agriacutecolas mais importante para a sociedade tantonas bases econocircmicas do agronegoacutecio como sociais pois eacute um dos produtos demaior versatilidade na cadeia alimentar mundial Aleacutem de ser utilizado como insumopara alimentaccedilatildeo humana e animal eacute fonte de mateacuterias primas para a agroinduacutestria eproduccedilatildeo de etanol (Diogenes 2011)

Cultivado em quase todas as regiotildees temperadas e tropicais do mundo O milhose adapta em condiccedilotildees abaixo do niacutevel do mar e ateacute 3 mil metros acima do niacutevel domar (CME 2018) As temperaturas adequadas para seu cultivo devem apresentarmeacutedia noturna acima de 128 degC e meacutedia diurna superior a 19 degC Agecircncia Regional deDourados (AGRAER 2018)

Considine (2005) Bernardi et al (2014) Dyer et al (2014) destacam atraveacutesde evidencias cientificas que o milho eacute uma planta de origem mexicana cuja domes-ticaccedilatildeo tem iniacutecio em 7500 a 12000 anos atraacutes na aacuterea central da Mesoameacuterica

Segundo Lerayer (2006) o Meacutexico e a Guatemala satildeo considerados paiacuteses quederam origem ao milho A autora assegura que no vale do Tehucan onde atualmentese localiza o Meacutexico foi encontrada a primeira espiga de milho datada de 7000 aC

O milho (Zea mays L) eacute uma graminea anual membro da famiacutelia das gramiacuteneas(Poaceae) Tem importacircncia secular para cultura alimentar desde a antiguidade e eacutemuito apreciado entre os povos da Ameacuterica Central e do Sul (Vincent 2012)

Para Perry et al (2006) encontraram-se vestiacutegios do cultivo do milho na Ameacute-rica do Sul haacute pelo menos 4000 anos Os iacutendios americanos cultivavam-no em mon-tes Existia uma variaccedilatildeo de espeacutecies plantadas conforme seu uso Com o passar dotempo o meacutetodo foi substituiacutedo por plantio de uma soacute espeacutecie

Atraveacutes de um processo natural de seleccedilatildeo os nativos (astecas e maias) esco-lhiam as espigas de maior vigor mais produtivas e faacuteceis de serem colhidas e arma-zenadas (Lerayer 2006) A Figura 2 ilustra a transformaccedilatildeo da espeacutecie ateacute os dias dehoje

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Figura 2 Evoluccedilatildeo espiga Fonte Lerayer (2006)

A Figura 2 destaca as alteraccedilotildees importantes que ocorreram ao longo da do-mesticaccedilatildeo do milho De uma gramiacutenea com espigas de poucos gratildeos cobertos comuma casca dura para espigas com maior nuacutemero de gratildeos e maiores Com isso aespeacutecie se desenvolveu para variedades com grande capacidade de adaptaccedilatildeo emdiversas altitudes de acordo com o relevo da Ameacuterica Central (Lerayer 2006)

Haacute mais de 300 espeacutecies de milho identificadas no mundo Praticamente todasestas espeacutecies derivam direta ou indiretamente dos trabalhos desenvolvidos pelascivilizaccedilotildees preacute-colombianas (Lerayer 2006)

De acordo com Smith et al (2004) o cereal foi difundido para o hemisfeacuterionorte no final do seacuteculo XV com a chegada dos exploradores europeus em terrasamericanas A partir daiacute iniciou-se um processo de disseminaccedilatildeo inicialmente parao sul da Franccedila e Itaacutelia em 1494 Egito em 1517 Espanha e Portugal em 1575

No final do seacuteculo XVI o milho se encontrava estabelecido em todos os conti-nentes adaptado nos mais variados climas e ambientes (Lerayer 2006)

No Brasil estudos apontam que o cultivo do milho jaacute era praticado antes dachegada dos colonizadores portugueses pelos iacutendios Guaranis que tinham o cerealcom fonte principal de sua dieta alimentar Com a chegada dos portugueses o con-sumo pelo cereal aumentou e foi introduzido nos haacutebitos alimentares dos brasileiros(Bernardi et al 2014)

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22 Produccedilatildeo nacional

O calendaacuterio agriacutecola do milho eacute composto por duas safras A primeira safra deveratildeo o plantio varia de agosto a dezembro A segunda safra de inverno com plantiode janeiro a marccedilo geralmente cultivada apoacutes a colheita da soja na regiatildeo Centro-Sul(DEPEC 2017)

O cereal eacute o principal micronutriente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal As ati-vidades de avicultura e suinocultura satildeo as principais cadeias responsaacuteveis pelo con-sumo da produccedilatildeo nacional e tem importacircncia fundamental na corrente de comeacutercioexterior brasileira (Caldarelli amp Bacchi 2012)

Reis et al (2016) corroboram com Caldarelli amp Bacchi (2012) em seus estu-dos Os autores afirma que o cultivo do milho no Brasil eacute destinado para o consumointerno com duas finalidades produccedilatildeo de raccedilatildeo animal (bovino suiacuteno e frango) eindustrializaccedilatildeo para consumo humano

A produccedilatildeo nacional do milho tem logrado ecircxito e alcanccedilado iacutendices elevadosde crescimento Enquanto as aacutereas destinadas ao cultivo milho obtiveram uma ex-pansatildeo 49 ao longo dos 41 anos saindo de 11 milhotildees de hectares na safra de197677 para 17 milhotildees de hectares para a safra de 20162017

Os registros apontam uma colheita 19 milhotildees t na safra de 197677 Se com-parado com a safra de 201617 com 97 milhotildees t produzidas a produccedilatildeo nacionalcresceu 408 nos uacuteltimos 41 anos

Em termos de produtividade houve um acreacutescimo de 335 no mesmo periacuteodoOs estudos registram na safra de 197677 uma produtividade 12 tonelada por hec-tare contra 55 toneladas por hectare na uacuteltima safra (201617)

O crescimento mais acentuado foi a partir da deacutecada da safra de 199192 Como aumento de demanda pelo cereal e oferta de terras mais baratas propiciaram aexpansatildeo de novas fronteiras agriacutecolas

Diante desta conjuntura pode-se notar um migraccedilatildeo da produccedilatildeo sentido aonorte do pais que ateacute entatildeo concentrava-se nas regiotildees Sul e Sudeste Tendo comodestaque o Centro-Oeste principal regiatildeo produtora do milho (Souza et al 2017)

Outras variaacuteveis contribuiacuteram para a promoccedilatildeo do crescimento da produccedilatildeonacional do milho conforme observa Caldarelli amp Bacchi (2012) acordos internacio-nais desregulamentaccedilatildeo da economia aumento da rentabilidade do produtor com avalorizaccedilatildeo do gratildeo e a pesquisa e novas tecnologias

23 Regiotildees produtoras

O cultivo do milho no Brasil abrange praticamente todas as regiotildees do BrasilEntretanto a maior concentraccedilatildeo estaacute na macrorregiatildeo Centro-Sul (CONAB 2018)

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Um fator importante a ser destacado eacute a contribuiccedilatildeo da segunda safra para aproduccedilatildeo nacional A safrinha como tambeacutem eacute conhecida tem alcanccedilado iacutendices deprodutividade significativos Centro-Oeste (Figura 3)

A alta produccedilatildeo da 2 ordfsafra na regiatildeo Centro-Oeste justifica-se pelo fato de aprodutividade estar associada ao aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes

O cultivo do milho da 2 ordfsafra eacute plantado no local onde eacute colhida a soja elevandoassim seu potencial produtivo (Reis et al 2016)

Figura 3 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho por macrorregiatildeo 197677-201617 FonteCONAB (2018)

A regiatildeo Centro-Oeste eacute a maior produtora de milho do Brasil A regiatildeo teve umcrescimento de aproximadamente 980 se comparado a safra de 199091 e 201617com a produccedilatildeo de 45 milhotildees t e 488 milhotildees t respectivamente (CONAB 2018)

O estado do Mato Grosso eacute o principal responsaacutevel pelo protagonismo da ma-crorregiatildeo Centro-Sul na produccedilatildeo nacional

No ranking das regiotildees produtoras em ordem de grandeza Centro-Oeste pro-duziu 48 milhotildees t Sul 27 milhotildees t Sudeste 13 milhotildees t Nordeste 6 milhotildees t e oNorte 2 milhotildees t tendo como base a safra 201617 (Figura 4)

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Figura 4 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por regiatildeo 197677-201617 Fonte CONAB (2018)

Conforme ilustrado na Figura 4 apesar da regiatildeo Norte ser a regiatildeo de menorpotencial produtivo foi a de maior elevaccedilatildeo na produccedilatildeo com aumento de 2183ficando atraacutes do Centro-Oeste com 2417 Em terceiro lugar a regiatildeo Nordeste304 seguida pela Sul 171 Sudeste com 123 considerando os 41 anos de seacuteriehistoacuterica (CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo agrave produtividade ainda que a regiatildeo Centro-Oeste tenha apresen-tado o maior crescimento em termos de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maioreficiecircncia (Figura 5)

Figura 5 Evoluccedilatildeo da produtividade por regiatildeo 199091-201617 (kgha) Fonte CO-NAB (2018)

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Conforme ilustrado na Figura 5 a regiatildeo Sul apresenta maior eficiecircncia na pro-dutividade (safra de 201617) com rendimento de 6583 kgha seguida pelo Centro-Oeste Sudeste Norte e Nordeste com 6098 kgha 5820 kgha 3790 kgha e 2557kgha respectivamente A anaacutelise de produtividade considerada a partir da safra de199091 periacuteodo que inicia o grande desenvolvimento no cultivo do milho no Brasil

24 Estados produtores

O cultivo do milho eacute disperso no Brasil podendo ser encontrado nos 26 estadose no distrito federal (Reis et al 2016) Estudos analisados atraveacutes da seacuterie histoacuterica 41anos indicam que o acumulado de produccedilatildeo do cereal no Brasil alcanccedilou 16 bilhatildeo t(CONAB 2018)

Em relaccedilatildeo ao acumulado da produccedilatildeo por estados dos sete estados brasi-leiros com produccedilatildeo acima de 100 milhotildees t seis estatildeo na macrorregiatildeo Centro-Sul(PR MT MG RS GO e SP) Na macrorregiatildeo Norte-Nordeste apenas o estado daBahia alcanccedilou os 100 milhotildees t produzidas (CONAB 2018)

A macrorregiatildeo Centro-Sul desponta como principal cinturatildeo produtivo do mi-lho no Brasil

O estado da Bahia eacute o principal produtor da macrorregiatildeo Norte-Nordeste com19 milhotildees t produzidas na safra 201617 No acumulado da seacuterie a Bahia foi respon-saacutevel por aproximadamente 28 dos 149 milhotildees t produzidas pelo Norte-Nordesteconsiderando os uacuteltimos 41 anos O estado do Maranhatildeo representou 13 seguidopelo Paraacute 10 Piauiacute e Cearaacute 8 Rondocircnia 7 Sergipe 6 e Tocantins 5 Osestados restantes representaram 23 O Amapaacute eacute o estado com o menor volume003 da produccedilatildeo

As aacutereas de cultivo cresceram 27 no Norte-Nordeste Na safra de 19767726 milhotildees ha eram destinados ao plantio do milho Na uacuteltima safra foi registrado 33milhotildees ha

A macrorregiatildeo Centro-Sul alcanccedilou o 14 bilhatildeo t produzidas no acumulado daseacuterie histoacuterica 41 anos Considerando o ranking dos principais estados produtores oParanaacute se destaca com uma representatividade de 25 da produccedilatildeo total da regiatildeo

Em seguida o Mato Grosso 13 Minas Gerais 12 Rio Grande do Sul 11Goiaacutes e Satildeo Paulo 10 Santa Catarina e Mato Grosso do Sul 6 Os estados commenor representatividade satildeo Distrito Federal e Espirito Santo 04 e Rio de Janeirocom 01

As aacutereas de cultivos no Centro-Sul tiveram uma expansatildeo de 55 entre assafras de 197677 a 201617 Saindo da ordem de 9 milhotildees ha para 14 milhotildees ha

O estado do Paranaacute permaneceu na lideranccedila da produccedilatildeo do gratildeo no Brasilateacute a safra de 199192 Entretanto na deacutecada 1990 Mato Grosso inicia um processo

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de crescimento sem precedentes na produccedilatildeo do milho (Figura 6)

Figura 6 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo do milho dos principais estados produtores 197677-201677 Fonte CONAB (2018)

Na safra 201213 Mato Grosso ultrapassa o Paranaacute e assume isoladamente oprimeiro lugar mantendo-se como maior produtor nacional de milho Na uacuteltima safraMato Grosso aferiu 28 milhotildees t produzidas O Paranaacute por sua vez 17 milhotildees t

Figura 7 Produccedilatildeo Mato Grosso X Paranaacute (safras) Fonte CONAB (2018)

A Figura 7 indica que 2 ordfsafra (200405) o estado de Mato Grosso assume alideranccedila de maior produtor com 35 milhotildees t seguido pelo Paranaacute com 34 milhotildeest Na 1 ordfsafra (201617) Mato Grosso produziu 256 mil t e Paranaacute 4 milhotildees t Na 2

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ordfsafra (201617) Mato Grosso foi responsaacutevel por 28 milhotildees t sendo o Paranaacute por13 milhotildees t

No tocante a produtividade o Paranaacute elevou sua produtividade em 184 nosuacuteltimos 41 anos saindo de 2150 kgha (197677) para 6115 kgha (201617) Oestado de Mato Grosso registrou uma elevaccedilatildeo de 437 em sua produtividade nomesmo periacuteodo A CONAB (2018) registrou a produtividade do estado do Mato Grossode 1558 kgha (197677) e 6223 kgha (201617)

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas de plantio na safra de 197677 o Paranaacute dispunha de2153 milhotildees ha e Mato Grosso apenas 247 mil ha Na safra 201617 o Paranaacutedestinou 2917 milhotildees ha apontando um crescimento de 35 Na mesma safraMato Grosso destinou 4639 milhotildees ha para cultura do milho obtendo um acreacutescimode 1776 (CONAB 2018)

A produtividade natildeo resulta somente da disponibilidade de terras agricultaacuteveisNo caso da produccedilatildeo nacional a implementaccedilatildeo de novas tecnologias associadas acultivares de alto potencial geneacutetico correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas emaior densidade de plantio contribuiacuteram para o incremento da produtividade do milho(EMBRAPA 2018)

25 Exportaccedilatildeo do milho

251 Panorama nacional

Com o consecutivo aumento da produccedilatildeo brasileira do gratildeo de milho obser-vado nas uacuteltimas deacutecadas IBGE (2018b) o Brasil tem aproveitado o excedente doconsumo interno para abastecer o mercado internacional A exportaccedilotildees brasileirasde milho tem levado o Brasil a ocupar um lugar de destaque no ranking dos maioresexportadores mundiais de milho (USDA 2018)

Observa-se a relevacircncia das exportaccedilotildees do milho para a balanccedila comercialbrasileira O milho e a soja satildeo os principais produtos agriacutecolas comercializados peloBrasil Juntos representam 80 das exportaccedilotildees brasileiras

Dados estatiacutesticos MAPA (2018) revelam que nos uacuteltimos 20 anos a partici-paccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial representou em meacutedia 40 das expor-taccedilotildees brasileiras (Figura 8)

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Figura 8 Participaccedilatildeo do agronegoacutecio na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

As exportaccedilotildees do Brasil em 2017 atingiram US$ 217 bilhotildees 18 a mais doano anterior contabilizando US$ 185 bilhotildees O agronegoacutecio foi responsaacutevel em 2017por 44 das exportaccedilotildees fechando o ano com US$ 96 bilhotildees Em relaccedilatildeo ao anode 2016 o agronegoacutecio foi responsaacutevel por 46 das exportaccedilotildees brasileiras ou sejaUS$ 84 bilhotildees conforme ilustrado na (Figura 8)

As exportaccedilotildees do milho nacional alcanccedilaram 29 milhotildees t no ano de 201733 a mais do que o ano anterior que alcanccedilou o volume de 21 milhotildees t como podeser visto na Figura 9 representando US$ 45 bilhotildees

Figura 9 Participaccedilatildeo do milho na balanccedila comercial Fonte MAPA (2018)

No ano de 2017 o Brasil registrou seu maior iacutendice de exportaccedilatildeo do gratildeo como crescimento de 8300 em relaccedilatildeo ao ano de 1997

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Como pode ser visto na Figura 9 a alavancagem das exportaccedilotildees tiveram doisdestaques que valem a pena ser ressaltados o ano de 2001 e 2013 Considerandoque a deacutecada de 1990 as exportaccedilotildees do gratildeo natildeo ultrapassavam o patamar 500mil t a exportaccedilatildeo de 2001 atingiu 5 milhotildees t foi um marco para a seacuterie histoacutericasobretudo por dar iniacutecio a um processo de crescimento efetivo da cultura do milho noBrasil

No ano de 2013 face ao iniacutecio da lideranccedila do Mato Grosso como maior pro-dutor nacional do milho o Brasil registrou o volume de 26 milhotildees t exportadas

Na Figura 10 pode ser visto os dez principais mercados importadores do milhonacional em 2017

Figura 10 Dez principais mercados importadores Fonte ITC (2018b)

O Iratilde eacute o principal destino das exportaccedilotildees brasileiras com 48 milhotildees t im-portadas O Egito foi o segundo maior importador com 32 milhotildees t em seguidaobserva-se o Japatildeo 29 milhotildees t Espanha 28 milhotildees t Vietnatilde 26 milhotildees t China17 milhatildeo t Coreacuteia do Sul 17 milhatildeo t Malaacutesia 14 milhatildeo t Bangladesh 10 milhatildeo te Holanda com 800 mil t

A Tabela 1 apresenta o rol dos principais paiacuteses compradores do gratildeo brasileirono ano de 2017 Em relaccedilatildeo as cifras agraves exportaccedilotildees do gratildeo atingiram US$ 46bilhotildees

Quanto ao fluxo de comeacutercio por continente a Aacutesia foi o maior parceiro comer-cial do Brasil no ano de 2017 Observa-se por ordem de grandeza a representatividade

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de cada continente nas transaccedilotildees com o Brasil conforme descrito abaixo

bull Aacutesia 56

bull Europa 17

bull Aacutefrica 15

bull Ameacuterica 7

bull Oriente Meacutedio 5

Tambeacutem se verificou na Tabela 1 os trecircs principais paiacuteses compradores porcontinente em ordem de grandeza

bull Aacutesia (Iratilde 29 Japatildeo 18 e Vietnatilde 16)

bull Europa (Espanha 58 Holanda 16 e Portugal 13)

bull Aacutefrica (Egito 75 Argeacutelia 12 e Marrocos 11)

bull Ameacuterica (Repuacuteblica Dominicana 32 Meacutexico 26 e Boliacutevia 8)

bull Oriente Meacutedio (Araacutebia Saudita 48 Israel 23 e Jordacircnia 11)

252 Panorama mundial

Dentre os cinco principais exportadores mundiais do milho em 2017 os Esta-dos Unidos lideraram o ranking com 53 milhotildees t seguido pelo Brasil 29 milhotildees tArgentina 23 milhotildees t Ucracircnia 19 milhotildees t e Ruacutessia 5 milhotildees t (ITC 2018a)

Referente a participaccedilatildeo no mercado global os Estados Unidos detiveram em2017 32 seguido pelo Brasil 16 Argentina 13 Ucracircnia 10 e Ruacutessia com 3(ITC 2018a)

A Figura 11 apresenta os principais importadores globais de milho sendo oJapatildeo o maior comprador mundial em 2017 As importaccedilotildees mundiais no mesmo anoalcanccedilaram 154 milhotildees t representando cerca de US$ 32 bilhotildees

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Tabela 1 Principais importadores de milho do Brasil Fonte ITC (2018b)

Importadores Bilhotildees US$ Milhotildees (t)Crescimento 20132017 (pa)

Mundo 4631046 29266361 2Iratilde 782609 4832976 18Egito 501040 3226017 17Japatildeo 451951 2945944 2Espanha 436927 2868390 36Vietnatilde 412219 2637305 16Taipei 270286 1760043 -5Coreacuteia do Sul 264914 1716964 -15Malaacutesia 232869 1494622 11Bangladesh 158604 1016715 -Paiacuteses Baixos 121940 801673 9Repuacuteblica Dominicana 108546 694240 7Araacutebia Saudita 106663 680764 -10Portugal 99985 643886 15Meacutexico 90430 562833 70Argeacutelia 78619 493866 -11Marrocos 75963 484981 -25Israel 50411 320661 13Irlanda 50349 329080 48Itaacutelia 34582 235049 31Paraguai 29441 8744 12Estados Unidos da Ameacuterica 29370 124983 -17Venezuela 27708 179454 -17Jordacircnia 24797 163565 2Guatemala 20279 131678 4Cuba 17974 110700 -10Indoneacutesia 17731 111026 -42Emirados Aacuterabes Unidos 16273 81401 -8Nicaraacutegua 13202 86940 7El Salvador 11692 78049 20Reino Unido 9811 59006 14Costa Rica 9486 61415 3Liacutebano 9386 62287 265Tuniacutesia 9141 58392 -65Omatilde 9001 57762 16Colocircmbia 7535 2272 -66Argentina 7369 2335 13Filipinas 5486 33110 126Kuwait 4567 31596 -27Peru 3745 11098 -39Angola 3286 17886 -35China 2707 17190 -1Boliacutevia 2368 4487 5Equador 2237 824 -67

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Figura 11 Ranking mundial dos importadores do milho 2017 Fonte ITC (2018b)

A Figura 11 aponta que as importaccedilotildees do Japatildeo somaram US$ 308 bilhotildeesseguida pelo Meacutexico US$ 285 bilhotildees Coreacuteia do Sul US$ 178 bilhatildeo Egito US$ 172bilhatildeo Espanha US$ 148 bilhatildeo Vietnatilde US$ 130 bilhatildeo Holanda US$ 118 bilhatildeoItaacutelia US$ 110 bilhatildeo e Iratilde US$ 108 bilhatildeo

26 Logiacutestica histoacuteria e conceito

Com o advento da globalizaccedilatildeo os mercados tornaram-se cada vez mais di-nacircmicos e competitivos A concorrecircncia eacute global um cenaacuterio constante e irreversiacutevelcolocando as organizaccedilotildees em permanente risco de sobrevivecircncia

Embora a produccedilatildeo de commodities agriacutecolas tenha suas especificidades e de-penda exclusivamente de terras disponiacuteveis diminuindo o surgimento de novos com-petidores a busca por eficiecircncia operacional tem sido um objetivo contiacutenuo das orga-nizaccedilotildees que atuam no agronegoacutecio

O milho eacute uma commodity e distinguem-se por ser um produto de alta volatili-dade baixo valor agregado e margens apertadas Portanto a busca por uma logiacutesticade escoamento eficiente agregando valor ao produto eacute requisito fundamental para oscompetidores do setor

No caso do Brasil importante fornecedor mundial o desempenho da logiacutesticaportuaacuteria eacute corresponsaacutevel por manter a competitividade do milho brasileiro no co-meacutercio internacional

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261 Histoacuteria

A logiacutestica remonta os primoacuterdios da humanidade muito antes do termo sercriado Atividades logiacutestica satildeo observadas em relatos biacuteblicos quando o faraoacute exigiaque fosse feita a armazenagem de alimentos em decorrecircncia de um sonho sobrevacas magras e gordas interpretado por Joseacute em que haveria sete anos de fartura esete anos de escassez alimentar (Reis et al 2015)

Outra evidecircncia satildeo as piracircmides do Egito Inconcebiacutevel acreditar que umaobra de tal magnitude pudesse ser concluiacuteda sem atividades que administrassem amovimentaccedilatildeo armazenagem e transporte de blocos de pedras aleacutem de alocar ossuprimentos para milhares de escravos encarregados da sua construccedilatildeo

No acircmbito militar a logiacutestica tem sido estrateacutegica e a histoacuteria tem comprovadoisso Eacute bem provaacutevel que expansatildeo do impeacuterio de Alexandre o Grande se invia-bilizasse caso natildeo houvesse uma logiacutestica que garantissem os suprimentos a suastropas

As grandes navegaccedilotildees entre os seacuteculos XV e XVII tambeacutem foram beneficiadaspelos conceitos logiacutesticos Impossiacutevel imaginar as caravelas mar adentro em buscade novas terras sem viacuteveres que pudessem suprir as necessidades da tripulaccedilatildeo Dealguma forma naquela eacutepoca jaacute havia planejamento de suprimentos para as viagensem busca de terras novas

A origem da expressatildeo logiacutestica eacute uma evoluccedilatildeo do verbo loger que significaalojar Termo militar usado para definir a arte de transportar abastecer e alojar tropasem campanha (Rodrigues 2014)

Segundo Rodrigues (2014) a primeira definiccedilatildeo de logiacutestica foi cunhada pelogeneral francecircs das tropas de Napoleatildeo Bonaparte Baratildeo Antonie Henri de Jomini(1789-1869) Para Jomini a palavra logistique deriva de um posto existente no exeacuter-cito francecircs ocupado pelo Marechal des Logis encarregado das atividades de deslo-camento alojamento e acampamento das tropas em combate

Posteriormente o termo logiacutestico tomou um significado mais amplo no usomilitar principalmente pelos norte-americanos na Segunda Guerra Mundial e segui-damente pela induacutestria

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica foi empregada muito tempo no con-texto militar atribuindo-se a derrota dos britacircnicos na Guerra de Independecircncia norte-americana pela ineficiecircncia de abastecimento de suprimentos agraves tropas britacircnicas

262 Conceito

Apesar da logiacutestica estar bastante disseminada no acircmbito organizacional e aca-decircmico ainda eacute do senso comum reduzi-la somente a atividade de transporte (Re-zende et al 2005)

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Haacute muita desinformaccedilatildeo a respeito da logiacutestica Mais que uma atividade detransporte a logiacutestica eacute o gerenciamento do fluxo de mercadoria desde o ponto deorigem ateacute o ponto de consumo (Ludovico 2010)

Ao longo dos anos vaacuterios estudos corroboraram para o entendimento do con-ceito de logiacutestica Para Ballou (2007) a logiacutestica deve prover serviccedilos de forma adiminuir a lacuna entre o ponto de produccedilatildeo e ponto de consumo de modo que osconsumidores tenham disponiacuteveis produtos e serviccedilos nas condiccedilotildees que desejamquando e onde quiserem

Segundo Christopher (2011) a logiacutestica eacute um processo de gestatildeo estrateacutegicaque contribui para maximizaccedilatildeo da rentabilidade visando custo benefiacutecio atraveacutes dasatividades de movimentaccedilatildeo e armazenagem de materiais gerenciamento de esto-ques por meio dos fluxos de informaccedilotildees relacionados

Para Donato (2012) a logiacutestica eacute uma aacuterea de gestatildeo tendo o objetivo de prevere prover recursos para a execuccedilatildeo de todas as atividades organizacionais O autorassevera a gestatildeo de suprimentos transportes movimentaccedilatildeo e armazenamento demateriais processamento de pedidos e gerenciamento de informaccedilotildees e retorno deprodutos como atividades da logiacutestica

Reis et al (2015) apontam a logiacutestica como atividades que visam atender re-quisitos de pontualidade disponibilidade e qualidade de produtos e serviccedilos aliadosao preccedilo justo e competitivo

Para o Conselho de Profissionais da Cadeia de Suprimentos CSCMP (2018)entidade de renome mundial a logiacutestica eacute a atividade voltada ao planejamento imple-mentaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e efetivo de armazenamento de mercadoriasserviccedilos e informaccedilotildees relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumovisando suprir os requisitos dos clientes

Percebe-se um consenso nas obras analisadas De modo geral os autoresafirmam que os objetivos da logiacutestica eacute prover ao cliente final produtos e serviccedilos comqualidade na quantidade e no tempo certo com o menor preccedilo possiacutevel

27 Logiacutestica nas empresas

A logiacutestica interfere em vaacuterias atividades do cotidiano da sociedade e das em-presas quanto a custos tempo e eficiecircncia

Existe uma vasta literatura a respeito da logiacutestica empresarial e sua evoluccedilatildeo(Rezende et al 2005 Ballou 2007 Vantine 2012 Bowersox et al 2014 Novaes2015 Pires 2016) Por questotildees didaacuteticas optou-se por elencar cinco fases evolutivasda logiacutestica nas empresas como pode ser visto na Figura 12

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Figura 12 Evoluccedilatildeo pensamento logiacutestico Fonte Ballou (2007) Vantine (2012)

A partir da deacutecada de 1950 com os avanccedilos tecnoloacutegicos desenvolvimentode novos produtos mudanccedila de comportamento dos consumidores e consequente-mente uma maior necessidade de distribuiccedilatildeo de produtos exigiram o aumento danecessidade da logiacutestica nas empresas

Ballou (2007) classifica as deacutecadas de 1950 ateacute 1970 como o periacuteodo de de-senvolvimento Em sua obra o autor destaca quatro pilares de estudo para o de-senvolvimento da logiacutestica empresarial alteraccedilotildees e novos padrotildees de demanda doconsumidor pressatildeo custos nas induacutestrias evoluccedilatildeo na tecnologia de computadorese influecircncia dos estudos da logiacutestica militar

No final desses anos as universidades comeccedilavam a ofertar cursos na aacutereasurgem as primeiras literaturas com abordagem do tema empresas iniciam os primei-ros testes de implantaccedilatildeo das novas ideias e surge o primeiro Conselho de Adminis-traccedilatildeo da Distribuiccedilatildeo Fiacutesica (Ballou 2007)

Em 1970 evidencia-se o desenvolvimento de estrateacutegias com foco na adminis-traccedilatildeo de materiais e distribuiccedilatildeo fiacutesica Graccedilas aos processos flexiacuteveis de produccedilatildeoconforme Novaes (2015) foi possiacutevel a oferta de novos produtos com variadas corestipos e tamanhos Com um vasto leque de oferta de novos produtos aos consumido-res houve um aumento significativo nos estoques ao longo da cadeia de produtivaCom isso passou a ser necessaacuterio uma maior racionalizaccedilatildeo com vista ao menorcustos e maior eficiecircncia

Outros apontamentos ressaltados por Novaes (2015) foram os custos de trans-ferecircncia e distribuiccedilatildeo Com a crise do petroacuteleo em 1970 os combustiacuteveis sofreramum aumento abrupto O aumento populacional nos centros urbanos expansatildeo defrotas de veiacuteculos crescimento territoriais das cidades elevaram potencialmente oscongestionamentos Esses fatores aliados com as limitaccedilotildees de movimentaccedilatildeo de

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caminhotildees em horaacuterio comerciais resultaram no aumento dos custos de transporte edistribuiccedilatildeo

A deacutecada de 1980 com a explosatildeo de novas tecnologias propicia a integraccedilatildeodos processos surgindo o conceito de logiacutestica integrada Essa deacutecada foi caracte-rizada pelo emprego de tecnologias de informaccedilatildeo e sistema de comunicaccedilatildeo quepromoveram uma forte integraccedilatildeo da logiacutestica (Rezende et al 2005)

A efetiva integraccedilatildeo foi favorecida pela implantaccedilatildeo do EDI - Intercacircmbio Ele-trocircnico de Dados essencial para a atualizaccedilatildeo de dados em tempo real e troca dedocumento em toda a cadeia Outro fato relevante foi a introduccedilatildeo do coacutedigo de barraspara controle de estoque

A coleta de dados e o fluxo de informaccedilotildees que eram realizadas manualmentepassaram a ser realizadas de forma automaacutetica com o emprego de tecnologias decaptura de dados (radiofrequecircncia) eliminando a morosidade nos processos e miti-gando fontes de erro (Bowersox et al 2014)

Apoacutes os anos de 1990 com a integraccedilatildeo e maior comunicaccedilatildeo entre fornecedo-res distribuidores e clientes surge entatildeo de maneira mais disseminada o conceito deSCM (Supply Chain Management) ou seja gerenciamento da cadeia de suprimentos

Apesar de alguns autores asseverarem que o termo SCM jaacute era aplicado deforma rudimentar nos anos 1970 e 1980 o interesse pelo SCM foi fortemente difundidonas empresas a partir dos anos 1990 (Pires 2016)

Com o advento da globalizaccedilatildeo emergem mercados e competidores globaise o desempenho das organizaccedilotildees em termos de custos e eficiecircncia tornou-se umaquestatildeo de sobrevivecircncia A gestatildeo da cadeia de suprimentos eacute uma estrutura estra-teacutegica e consiste na colaboraccedilatildeo entre empresas com intuito a melhorar a eficiecircnciaoperacional gerando condiccedilotildees de maior grau de competitividade das organizaccedilotildees(Bowersox et al 2014)

A finalidade da cadeia de suprimento eacute maximizar o valor gerado Chopra ampMeindl (2011) destacam o valor como o excedente gerado pela cadeia de suprimentoPara os autores valor eacute a diferenccedila entre o que o produto entregue vale para o clientee o custo total incidente em todas as atividades da cadeia de suprimento em levaro produto ateacute o cliente O sucesso de uma cadeia de suprimentos estaacute diretamenteligado agrave sua lucratividade quanto maior a lucratividade mais bem-sucedida a cadeiaeacute

Por fim apoacutes os anos 2000 intensifica-se o crescimento nas parcerias entre asempresas para execuccedilatildeo dos processos produtivos com vista ao aumento da eficiecircn-cia operacional e o uso intensivo da internet para comercializaccedilatildeo eletrocircnica

Os relacionamentos interorganizacionais eacute a chave de sucesso para uma ca-deia de suprimentos sustentaacutevel Quando as empresas compreendem e reconhecema dependecircncia entre fornecedores eou clientes estabelece-se entatildeo um ambiente

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para colaboraccedilatildeo (Bowersox et al 2014) A ideia eacute o trabalho compartilhado intelec-tual e operacionalmente O eixo central das relaccedilotildees colaborativas eacute a integraccedilatildeo dosrecursos humanos financeiros e teacutecnicos visando o aumento da eficiecircncia e o niacutevelde serviccedilos ao cliente

28 Atividades logiacutesticas

Com vistas a atingir os objetivos logiacutesticos de custos e niacutevel de serviccedilo Ballou(2007) elenca trecircs atividades fundamentais da logiacutestica empresarial conforme podeser visto na Tabela 2

Tabela 2 Atividades logiacutesticas Fonte Ballou (2007)

ATIVIDADES

Primaacuteria Apoio

TransporteManuseio de materiaisEmbalagem e proteccedilatildeo

Manutenccedilatildeo de estoqueProgramaccedilatildeo do produtoManutenccedilatildeo de informaccedilotildees

Processamento de pedidosArmazenamentoObtenccedilatildeo

Atividade de transporte ndash Eacute essencial para a logiacutestica empresarial Aleacutem derepresentar em meacutedia dois terccedilos de todos custos logiacutesticos nenhuma empresa eacutecapaz de operar sem movimentar suas mateacuterias-primas e seus produtos acabados

Transporte entende-se como vaacuterios recursos para a o deslocamento de car-gas O gerenciamento estaacute ligado ao processo decisoacuterio de escolha do modo detransporte utilizaccedilatildeo da capacidade de veiacuteculos e definiccedilatildeo de roteiros O rodoviaacuterioaeacutereo aquaviaacuterio e ferroviaacuterio satildeo os modos de transporte mais conhecidos (Ballou2007)

Ballou (2007) designa duas atividades de apoio agrave atividade de transporte ma-nuseio de materiais embalagem de proteccedilatildeo A primeira estaacute relacionada com aarmazenagem e manutenccedilatildeo de estoques Essa atividade eacute desenvolvida no localde estocagem tendo como principais processos seleccedilatildeo de equipamento de movi-mentaccedilatildeo procedimentos de formaccedilatildeo de pedidos transferecircncia de mercadoria ateacuteo ponto de recebimento daiacute vai para o deposito ateacute ponto de estocagem e da esto-cagem para despacho etc A segunda atividade embalagem de proteccedilatildeo tem comoobjetivo garantir a integridade dos produtos Um bom projeto de embalagem permitea movimentaccedilatildeo sem quebras e com maior eficiecircncia

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Manutenccedilatildeo de estoques ndash O gerenciamento de estoque corresponde a umaparcela significativa dos custos logiacutesticos As empresas almejam a entrega dos produ-tos aos seus clientes imediatamente agrave produccedilatildeo eliminaccedilatildeo dos custos de estoquesContudo na praacutetica isto eacute inviaacutevel natildeo raro os estoques atuam como amortecedoresentre a oferta e a demanda tornando a manutenccedilatildeo de estoques uma atividade-chaveda logiacutestica

Para o desenvolvimento dessa atividade Ballou (2007) aponta como premis-sas a programaccedilatildeo do produto volume lugar e onde devem ser produzidos tendocomo enfoque a distribuiccedilatildeo ou seja o fluxo de saiacuteda Outra atividade de apoio eacute amanutenccedilatildeo da informaccedilatildeo As informaccedilotildees de localizaccedilatildeo de cliente volume de ven-das estoques apoiam as atividades primaacuterias satildeo essenciais para a gestatildeo e controlelogiacutestico

Processamento de pedidos ndash Essa atividade tem em vista o tempo neces-saacuterio em levar bens e serviccedilos aos clientes O gerenciamento do lead time eacute umdos fatores mais importantes do processamento de pedidos pois contribui para o au-mento do niacutevel de serviccedilos oferecido pelas empresas considerando que o lead timeeacute tempo computado entre o momento do pedido do cliente ateacute a chegada do produtono mesmo

A armazenagem e suas atividades (configuraccedilatildeo do armazeacutem localizaccedilatildeo di-mensionamento de aacuterea arranjo fiacutesico projeto de docas etc) eacute uma atividade deapoio ao processamento de pedidos Outra atividade de apoio importante para osobjetivos do processamento de pedidos eacute a obtenccedilatildeo Essa atividade diz respeitoa fontes de suprimentos modelo de programaccedilatildeo de compras e da forma como osprodutos satildeo comprados

O autor adverte que a obtenccedilatildeo se difere de compras pois compras envolvematividades muito mais detalhadas como por exemplo negociaccedilatildeo de preccedilos avaliaccedilatildeode vendedores etc A obtenccedilatildeo refere-se aos processos exclusivamente relacionadosa tarefas de logiacutestica Por essa razatildeo substitui o termo compras por obtenccedilatildeo

As operaccedilotildees de logiacutestica visam atender as necessidades das empresas emprover produtos aos seus clientes quando e onde eles quiserem Dessa maneira astrecircs atividades satildeo centrais para as organizaccedilotildees por isso satildeo classificadas comoatividades primaacuterias (Ballou 2007)

29 Portos

O porto se caracteriza como uma aacuterea abrigada das ondas e correntes mariacute-tima e dependendo da sua localizaccedilatildeo situa-se agrave beira de oceanos lagos e rios Pos-sui uma estrutura intermodal oferecendo condiccedilotildees para operaccedilotildees de transbordo decargas de vaacuterios tipos O transbordo pode ser definido como operaccedilotildees de transferecircn-

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cia entre modos de transportes ou natildeo Por exemplo uma movimentaccedilatildeo de cargasde uma navio para outro de um navio para um trem de um navio para um caminhatildeoou vice-versa (Rojas 2014)

Uma estrutura portuaacuteria se caracteriza como terminal multimodal em que existeuma conexatildeo de vaacuterios modos de transporte para a movimentaccedilatildeo e armazenagem decargas importadas ou destinadas agrave exportaccedilatildeo A eficiecircncia operacional do porto estaacutediretamente relacionada agrave abrigo profundidade e acessibilidade canal de acessobacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ouaquaviaacuterios (Alfredini amp Arasaki 2009)

Cruz et al (2014) e Carvalho (2009) apud Silva (2010) atribuem as principaisfunccedilotildees de um porto a) oferecer condiccedilotildees adequadas para a efetividade operacionaldo escoamento das cargas b) garantir a acessibilidade mariacutetima aos navios comvista a atender ao mais eficiente ciclo operacional dos mesmos c) prover a seguranccedilados navios na entrada e saiacuteda do porto no interior da bacia portuaacuteria garantindo aseguranccedila da vida dentro dos limites do porto d) assegurar a eficiente proteccedilatildeo aomeio ambiente

No tocante ao perfeito funcionamento de um complexo portuaacuterio trecircs fatoresdevem ser considerados responsaacuteveis pela sua eficiecircncia operacional infraestruturaportuaacuteria infraestrutura fiacutesica e superestrutura e processo aduaneiro

Infraestrutura portuaacuteria compreende vaacuterios elementos conectados que im-pactam diretamente no tipo de navio que atracara em determinado porto e as carac-teriacutesticas das cargas a serem movimentas (David amp Stewart 2010)

O primeiro elemento relacionado agrave infraestrutura portuaacuteria eacute a profundidade daaacutegua dos portos tanto no canal de acesso ndash trecho de hidrovia que liga o porto aomar aberto - quanto ao berccedilo de atracaccedilatildeo Navios cada vez maiores voltados paraoperaccedilotildees de larga escala exigem portos com profundidade de aacutegua compatiacutevel comas dimensotildees das embarcaccedilotildees (David amp Stewart 2010)

Outros desdobramentos referente agrave infraestrutura portuaacuteria satildeo apontados porAlfredini amp Arasaki (2009) tais como bacia de evoluccedilatildeo aacutereas destinadas a manobradas embarcaccedilotildees dentro do porto para atracaccedilatildeo e desatracaccedilatildeo As bacias de evo-luccedilatildeo devem estar protegidas de ondas fortes correntes e ventos bem como livre depassagens de dutos e cabos submarinos e outras obstruccedilotildees

As operaccedilotildees de dragagem tambeacutem satildeo elementos necessaacuterios para uma boainfraestrutura portuaacuteria A dragagem permite o aprofundamento dos canais e berccedilosde atracaccedilatildeo por meio de remoccedilatildeo de materiais do fundo submersos Existem basi-camente dois tipos de dragagem a) aprofundamento visa aumentar a profundidadee ou largura dos canais de acesso e bacias dos portos e b) ambiental para retiradade sedimentos contaminados Por fim obras de abrigos portuaacuterios guias correntesquebra-mares molhes etc (Ludovico 2010)

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Infraestrutura fiacutesica - compreende as instalaccedilotildees portuaacuterias em si Ancora-douros docas cais piacuteeres de acostagem e atracaccedilatildeo edifiacutecios e vias de circulaccedilatildeointerna (Ludovico 2010) A superestrutura satildeo os equipamentos destinados as ope-raccedilotildees de embarque e descarga Via de regra os equipamentos de movimentaccedilatildeoportuaacuteria satildeo classificados como equipamento de movimentaccedilatildeo de cais de paacutetio ede transferecircncia (Patriacutecio 2015)

Os equipamentos de movimentaccedilatildeo de cais tambeacutem conhecidos como equi-pamentos de costado tem como principal funccedilatildeo movimentaccedilatildeo de cargas nas ope-raccedilotildees de embarque e descarga de navios Os equipamentos de paacutetios usualmentesatildeo destinados a movimentaccedilatildeo de cargas de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo Jaacute os equipa-mentos de transferecircncias servem para movimentar cargas de transferecircncia do naviopara o paacutetio ou vice-versa

Processo aduaneiro - refere-se agraves condiccedilotildees necessaacuterias para o tratamentoadministrativo de exportaccedilatildeo ou importaccedilatildeo Diz respeito aos tracircmites que as merca-dorias devem obedecer ao sair ou entrar em territoacuterio nacional (Souza 2014) Outrofator a considerar satildeo os entraves burocraacuteticos e o tempo de respostas da aduana eoutros oacutergatildeos intervenientes do comeacutercio exterior

210 Serviccedilos Portuaacuterios

Segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econocircmica - CADE o complexoportuaacuterio eacute fundamental para a cadeia logiacutestica e a eficiecircncia de seus serviccedilos Adinacircmica de como o porto se integra e sua capacidade de gerar valor para a cadeia eacutefator decisoacuterio para escolha do porto pelas companhias de navegaccedilatildeo (CADE 2013)

Para ANTAQ (2018a) os serviccedilos prestados por um porto satildeo classificados emtrecircs categorias serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios serviccedilos de movimentaccedilatildeode cargas e serviccedilos complementares aos armadores e aos donos de mercadorias

Serviccedilos de entrada e de saiacuteda dos navios ndash a funccedilatildeo desses serviccedilos eacuteatender as necessidades dos armadores e seus navios Existe uma gama de presta-dores de serviccedilos administraccedilatildeo do porto instituiccedilotildees puacuteblicas e empresas privadasconforme Tabela 3

Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas ndash a funccedilatildeo diz respeito a manuseio decargas a bordo do navio com atividade de estiva (transbordo embarque descargapeaccedilatildeo despeaccedilatildeo conferencia) atividades de terra ou capatazia (transporte internoconferecircncia das mercadorias etc)

Comumente satildeo serviccedilos demandados pelos armadores e donos das mercado-rias providos pelo operador portuaacuterio e ou pela administraccedilatildeo do porto Os serviccedilosoferecidos pelos operadores portuaacuterios aos armadores que repassam esses custosaos donos das mercadorias (exportadores e importadores) em forma de taxa handling

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Tabela 3 Serviccedilos de movimentaccedilatildeo de cargas nos portos Fonte ANTAQ (2018a)

SERVICcedilO PRESTADOR DE SERVICcedilO

Agenciamento de navio Agecircncia MariacutetimaAuxilio a navegaccedilatildeo e uso defaroacuteis

Marinha do Brasil

Inspeccedilatildeo sanitaacuterio nos na-vios

ANVISA ndash Agecircncia Nacionalde Vigilacircncia Sanitaacuteria

Controle de entrada e saiacutedade estrangeiros

Policia Federal

Inspeccedilatildeo Aduaneira RFB ndash Receita Federal doBrasil

Praticagem Associaccedilatildeo dos PraacuteticosRebocagem Empresa de rebocadores

portuaacuteriosVigias portuaacuterios Trabalhadores portuaacuteriosAtracaccedilatildeo Operador do terminal ou ad-

ministraccedilatildeo do porto

incluiacutedo nos custos do frete mariacutetimoServiccedilos complementares ndash serviccedilos especiacuteficos aos armadores preacute estiva-

gem conferecircncia de lacre transbordo movimentaccedilatildeo de contecircineres vazios rechegoou serviccedilos prestados aos donos de cargas ova e desova de contecircineres transportede contecirciner vazio pesagem etc

211 Tipos de portos

Nos primoacuterdios os portos eram apenas porta de acesso aos continentes oupaiacuteses separados pelos oceanos Para a concepccedilatildeo de um porto bastava estar pro-tegido dos ventos localizados em aacuteguas tranquilas protegido muitas vezes de baixaprofundidade localizados em margens de baia ou em foz de rios (Rodrigues 2007)

O porto dispunha de trapiches de madeiras ou de pedras solidificadas por ar-gamassa de oacuteleo de baleia A partir das deacutecadas de 1950 e 1960 evidencia-se umprocesso de evoluccedilatildeo Os portos tradicionais esboccedilam uma trajetoacuteria de melhora-mento transformam-se em centros de serviccedilos comerciais e industriais (Rodrigues2007)

A Conferecircncia da Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento - UNC-TAD em seu relatoacuterio classifica os portos em trecircs categorias de geraccedilotildees baseadasem trecircs criteacuterios ldquoPoliacutetica de desenvolvimento portuaacuterio estrateacutegia e atitude Exten-satildeo e alcance das atividades portuaacuterias Integraccedilatildeo das atividades e organizaccedilotildeesportuaacuteriasrdquo (UNCTAD 1992)

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Tabela 4 Evoluccedilatildeo dos portos Fonte UNCTAD 1992 Teixeira 2003

1ordfGERACcedilAtildeO 2ordfGERACcedilAtildeO 3 ordfGERACcedilAtildeO

Antes dos Anos 1960 Apoacutes os anos 1960 Apoacutes os anos 1980

Atitude e Es-trateacutegia de De-senvolvimento

ConservadoraInterface dos modosde transporte

ExpansionistaCentro de Trans-porte Comercial eIndustrial

Transporte Inte-grado e PlataformaLogiacutestica para oComeacutercio Internaci-onal

Atividades Carga DescargaArmazenagem Ser-viccedilos de Navegaccedilatildeo

Atividades da 1 ordfaGeraccedilatildeo Transfor-maccedilatildeo da CargaServiccedilos Comer-ciais e Industriaisvinculados aosNavios

Atividades da 1 ordfe 2ordfgeraccedilatildeo Distribui-ccedilatildeo de Informaccedilotildeese Carga AtividadesLogiacutesticas

Caracteriacutesticasda Organiza-ccedilatildeo

Baixa relaccedilatildeo en-tre o Porto e seusUsuaacuterios

Relaccedilatildeo proacuteximaPorto e UsuaacuterioBaixa integraccedilatildeoentre atividades noPorto

Integraccedilatildeo comuni-dade portuaacuteriaIntegraccedilatildeo do PortoRede de Comeacutercioe Transporte

CaracteriacutesticasdaProduccedilatildeo deServiccedilo

Foco no Fluxo deCargasBaixo valor agre-gado

Fluxo de CargaServiccedilos IntegradosValor Agregado Meacute-dio

Fluxo e Distribuiccedilatildeode Carga e Informa-ccedilotildeesServiccedilos Muacuteltiplos

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Para UNCTAD (1992) conforme ilustrado na Tabela 4 na 1ordfgeraccedilatildeo observa-seportos isolados das atividades de transporte e comeacutercio Nesse estaacutegio havia poucaatenccedilatildeo agraves necessidades dos usuaacuterios do porto e a promoccedilatildeo do marketing portuaacuterioraramente era considerada O porto possuiacutea seus proacuteprios sistemas de informaccedilatildeoestatiacutestica e documental sem compatibilidade com sistemas dos usuaacuterios do porto

Observa-se tambeacutem um porto independente e com uma forte atuaccedilatildeo de po-der em relaccedilatildeo agraves outras atividades econocircmicas A relaccedilatildeo do porto com o municiacutepioeacute praticamente nula e o niacutevel de cooperaccedilatildeo eacute inexistente tendo como consequecircnciaplanos de desenvolvimentos separados

As atividades portuaacuterias e as empresas portuaacuterias eram isoladas uma dasoutras tomando decisotildees independentes A movimentaccedilatildeo era lenta produtividadebaixa e as atividades com os usuaacuterios eram isoladas e natildeo com o porto como todo

Na 2 ordfgeraccedilatildeo segundo UNCTAD (1992) os usuaacuterios governos autoridadesportuaacuterias e prestadores de serviccedilos portuaacuterios jaacute tinham uma compreensatildeo maisampla das funccedilotildees dos portos mariacutetimos

Nessa geraccedilatildeo o porto comeccedila a ofertar aos usuaacuterios atividades aleacutem de cargae descarga que ateacute entatildeo estavam condicionados a atividades tradicional do portoInicia-se um processo de implantaccedilatildeo de gestatildeo e poliacuteticas portuaacuterias

Dentro das atividades portuaacuterias satildeo ofertados outros tipos de serviccedilos mais re-levantes embalagens de cargas separaccedilatildeo serviccedilos industriais como transformaccedilatildeode cargas etc O porto se desenvolve e expande sua atuaccedilatildeo com aacutereas de influecircnciacomo por exemplo induacutestrias de ferro e accedilo metalurgia pesada refinarias atividadesagroindustriais etc

Os portos de 2 ordfgeraccedilatildeo deixam de ser apenas centros de transporte passandoa ser tambeacutem industriais e centros comerciais Surgiram por volta dos anos sessentacom um aumento na quantidade de mateacuterias-primas importadas em paiacuteses industria-lizados Estes portos satildeo comumente usados como porto induacutestria (UNCTAD 1992)

Na 3 ordfgeraccedilatildeo um fato marcante que impulsionou essa geraccedilatildeo foi o conteine-rizaccedilatildeo das cargas a multimodalidade e o aumento de demanda do comeacutercio interna-cional

Nota-se uma perspectiva desenvolvimentista do porto pelos gestores e opera-dores portuaacuterios O porto eacute considerado um noacute na complexa rede internacional deproduccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Esse pensamento permite uma proposta de gestatildeo voltadaas necessidades do comeacutercio global

Diferentemente do passado ressalta UNCTAD (1992) quando os portos acre-ditavam que as cargas viriam com os navios a partir da deacutecada 1980 os esforccedilos satildeovoltados para ganhar e manter as cargas no porto Esses esforccedilos satildeo direcionadospara promoccedilatildeo de atividades de comeacutercio e transporte com vistas agrave geraccedilatildeo de recei-tas e agregaccedilatildeo de valor Desde entatildeo os portos vecircm se transformando em centros

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de transportes integrados e plataformas logiacutesticas para o comeacutercio globalAs atividades e serviccedilos nesses portos de terceira geraccedilatildeo satildeo especializadas

variaacuteveis e integradas Satildeo subdivididos em quatro categorias diferentes serviccedilosportuaacuterios tradicionais serviccedilos industriais e ambientais serviccedilos comerciais e admi-nistrativos e serviccedilos de logiacutestica e distribuiccedilatildeo (UNCTAD 1992)

212 Terminais portuaacuterios

A relevacircncia dos terminais portuaacuterios na cadeia logiacutestica mundial reside nofato de que o transporte mariacutetimo eacute o modo de transporte que movimenta a maiorquantidade de cargas Sendo assim os portos atuam como grandes concentradoresde cargas e essenciais para ganhos de economias de escala tatildeo importantes para asatividades comerciais e industriais (UNCTAD 1992)

Os terminais portuaacuterios satildeo estrateacutegicos para a cadeia de transporte mundiale nas operaccedilotildees portuaacuterias haja vista que as principais atividades portuaacuterias satildeo exe-cutadas pelos terminais portuaacuterios e contribuem para os fatores de produccedilatildeo quantoao fluxo de materiais primas insumos maquinaacuterios e produtos acabados

Os terminais podem ser definidos como elos de uma cadeia de transportesonde ocorrem entrada e saiacuteda de cargas e veiacuteculos neste sistema Nesse ambientesatildeo executados transbordo de cargas entre modos de transporte (Souza et al 2018)

O conceito de terminal mariacutetimo para Magalhatildees (2016) refere-se a instala-ccedilotildees voltadas ao atendimento especializado de navios e cargas podendo ser instala-ccedilotildees isoladas ou parte de um porto comercial Na perspectiva contemporacircnea portocomercial concentra diversos terminais especializados para atender vaacuterios fluxos decargas e de passageiros

Para Dubke (2006) terminais especializados satildeo unidades logiacutesticas capazesde realizar serviccedilos de agregar valor de menor ou maior grau em instalaccedilotildees portuaacute-rias Os terminais especializados efetuam serviccedilos de centralizaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo decargas utilizando um ou mais modalidades de transportes conforme demonstrado emFigura 13

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Figura 13 Tipos de navios e terminais especializados Fonte Magalhatildees (2016)

Como se observa na Figura 13 cada terminal portuaacuterio deve possuir instala-ccedilotildees adequadas agraves operaccedilotildees de embarque e descarga especializadas considerandotipos de navios e tipos de cargas Os terminais se tornam especializados e deman-daratildeo estruturas especificas de atracaccedilatildeo transferecircncia de cargas de estocagemde distribuiccedilatildeo e de recepccedilatildeo ou entrega aos demais modos de transportes (Patriacutecio2015 Magalhatildees 2016)

213 Sistema Portuaacuterio Brasileiro

A logiacutestica portuaacuteria tecircm papel fundamental na ordem econocircmica brasileirasobretudo nas operaccedilotildees de comeacutercio exterior Conforme Rodrigues (2007) em seusestudos ldquoOs portos satildeo estrateacutegicos para o exerciacutecio da soberania nacional servindocomo locais de aplicaccedilatildeo da politica tributaacuteria governamental para viabilizar o modeloeconocircmico adotado pelo paiacutesrdquo (p 165)

No Brasil cerca de 97 do fluxo de mercadoria do comercio exterior satildeo porvias mariacutetimas evidenciando assim o papel dos portos na economia nacional cabe aSecretaacuteria de Portos da Presidecircncia da Repuacuteblica - SEPPR nas atribuiccedilotildees inerentesa sua esfera de competecircncia o planejamento estrateacutegico portuaacuterio e a formulaccedilatildeo depoliacuteticas com vista ao desenvolvimento da infraestrutura portuaacuteria Por sua vez a SEPestaacute vinculada ao Ministeacuterio de Transportes Portos e Aviaccedilatildeo Civil (MTPAC 2018b)

Segundo a Agecircncia Nacional de Transportes Aquaviaacuterio ndash ANTAQ no Brasil

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existem 235 instalaccedilotildees portuaacuterias puacuteblicas e privadas tanto mariacutetima como fluvial(ANTAQ 2018a)

De acordo com MTPAC (2018b) existem 37 portos puacuteblicos organizados noBrasil Nessa categoria estatildeo os principais portos nacionais Dezenove satildeo adminis-trados pela UniatildeoCompanhias Docas (Tabela 5) incluiacutedo o Porto de Santos o maisimportante porto do sistema portuaacuterio brasileiro e dezoito foram delegados a municiacute-pios estados e consoacutercios (Tabela 6)

Tabela 5 Portos puacuteblicos administrados por Cia Docas Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria

Porto de MANAUS AM CODOMARPorto de LAGUNA SC CODESPPorto de SANTOS SP CODESPPorto de ANGRA DOS REIS RJ CDRJPorto de ITAGUAIacute RJ CDRJPorto do RIO DE JANEIRO RJ CDRJPorto de NITEROacuteI RJ CDRJPorto de VITOacuteRIA ES CODESAPorto de BARRA DO RIACHO ES CODESAPorto de ILHEacuteUS BA CODEBAPorto de ARATU BA CODEBAPorto de SALVADOR BA CODEBAPorto de MACEIOacute AL CODERNPorto de NATAL RN CODERNPorto de AREIA BRANCA RN CODERNPorto de FORTALEZA CE CDCPorto de VILA DO CONDE PA CDPPorto de BELEacuteM PA CDPPorto de SANTAREacuteM PA CDP

Para a SEP os portos fluviais satildeo definidos como Instalaccedilatildeo Portuaacuteria de Pe-queno Porte ndash IP4 voltados para favorecer a movimentaccedilatildeo de cargas e passageirosem aacutereas distantes Sob a competecircncia do Departamento Nacional de Infraestruturade Transportes ndash DNIT estatildeo 122 instalaccedilotildees IP4 (MTPAC 2018a)

A existecircncia de 39 portos puacuteblicos fluviais sob a competecircncia SEP emborasejam portos fluviais estatildeo excluiacutedos da categoria IP4 (Tabela 7)

O complexo portuaacuterio brasileiro eacute estrateacutegico para o Brasil pelo fato de seruma das principais infraestruturas de apoio ao comeacutercio exterior Cerca de 90 detoda carga comercializada no mercado internacional passam pelos portos brasileiros

A movimentaccedilatildeo dos portos em 2017 atingiu 1087 bilhatildeo t com 61812 atra-caccedilotildees de navios no mesmo periacuteodo Quando analisado o perfil de cargas movimen-tadas em 2017 as estatiacutesticas apontam os graneis soacutelidos como a principal carga com

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Tabela 6 Portos puacuteblicos delegados a municiacutepios estados e consoacutercios Fonte MT-PAC (2018a)

Porto Estado Autoridade Portuaacuteria Tipo

Porto de SUAPE PE SDEC-PE MariacutetimoPorto de IMBITUBA SC SCPAR MariacutetimoPorto de SAtildeO FRANC SUL SC APSFS MariacutetimoPorto de ITAQUI MA EMAP MariacutetimoPorto de CABEDELO PB DOCAS-PB MariacutetimoPorto do RECIFE PE PORTO DO RECIFE SA MariacutetimoPorto de SAtildeO SEBASTIAtildeO SP DERSA MariacutetimoPorto de ANTONINA PR APPA MariacutetimoPorto de PARANAGUAacute PR APPA MariacutetimoPorto de PELOTAS RS SPH MariacutetimoPorto de PORTO ALEGRE RS SPH MariacutetimoPorto de ESTRELA RS SPH FluvialPorto de CACHOEIRA DO SUL RS SPH FluvialPorto de RIO GRANDE RS SUPRG MariacutetimoPorto de PORTO VELHO RO SOPH-RO FluvialPorto de ITAJAIacute SC ADHOC MariacutetimoPorto de MACAPAacute AP CDSA MariacutetimoPorto do FORNO RJ COMAP Mariacutetimo

64 seguida de graneis liacutequidos 212 contecirciner 99 e carga geral 5 (MTPAC2018b ANTAQ 2018b) Na Figura 14 pode ser observada a evoluccedilatildeo no movimentototal dos portos brasileiros a partir de 2010

Figura 14 Movimentaccedilatildeo de cargas portos brasileiros (2010-2017) Fonte ANTAQ(2018a)

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Tabela 7 Portos fluviais de competecircncia da SEP Fonte MTPAC (2018a)

Porto Estado

Cruzeiro do Sul ACPorto Acre AC

Porto Walter ACIbotirama BACorumbaacute MS

Ladaacuterio MSMundo Novo MS

Caacuteceres MTAlmeirim PAAltamira PAGurupaacute PAItaituba PA

Juruti PAMonte Alegre PA

Oacutebidos PAOriximinaacute PA

Porto de Moz PAPrainha PA

Senador Joseacute Porfiacuterio PAVitoacuteria de Xingu PASanta Terezinha PR

Terra Roxa PRPorto velho RO

Estrela RSCachoeira do Sul RS

Charqueadas RSJaguaratildeo RS

Santa Vitoacuteria do Palmar RSAnhembi SP

Jauacute SPPanorama SP

Pederneiras SPTerminal Floresta SP

Terminal Satildeo Miguel SPTerminal Fazenda Satildeo Joaquim SP

Eclusa Tiete Montante SPUsina Diamante SPUsina Pioneiros SP

Satildeo Pedro SP

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Em 2018 houve um crescimento de 849 do volume movimentado em 2018em relaccedilatildeo ao ano anterior Se comparado o ano de 2017 e 2010 o fluxo de cargasnos portos brasileiros aumentaram 295 Neste mesmo periacuteodo observou-se umcrescimento continuo com exceccedilatildeo ao ano de 2016 que registrou uma queda de 05em relaccedilatildeo ao ano de 2015

No quesito natureza da carga a Figura 15 destaca a participaccedilatildeo do grupo decarga na seacuterie histoacuterica

Figura 15 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas nos portos brasileiros (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

No ano de 2017 em relaccedilatildeo ao ano de 2016 os graneis soacutelidos cresceram1041 graneis liacutequidos 378 contecirciner 317 e carga solta 776 conforme ilus-trado na Figura 15 Embora o ano de 2016 tenha apresentado uma ligeira queda de05 em relaccedilatildeo ao ano anterior a carga geral apontou um crescimento de 53

214 Porto de SantosSP

Localizado no litoral do Estado de Satildeo Paulo o Porto de Santos eacute puacuteblico eadministrado pela Companhia Docas do Estado de Satildeo Paulo - CODESP Conside-rado o mais importante porto nacional tem aproximadamente 15 km de extensatildeo 55terminais mariacutetimos e retro portuaacuterios e 65 berccedilos de atracaccedilatildeo

O complexo portuaacuterio santista em 2017 contabilizou 5597 atracaccedilotildees de na-vios movimentando 125 milhotildees t ANTAQ (2018b) No ranking da movimentaccedilatildeonacional o Porto de Santos ocupou o terceiro lugar ficando atraacutes de Terminal pontada Madeira e Terminal Tubaratildeo que operam mineacuterio de ferro (ANTAQ 2018b)

35

Um dos principais fatores para atraccedilatildeo de cargas no Porto de Santos eacute a suaacessibilidade e zona de influecircncia Conectado com as principais rodovias de acessodo paiacutes o porto santista tem como aacuterea de influecircncia primaacuteria os estados de SatildeoPaulo Minas Gerais Mato Grosso Mato Grosso do Sul Goiaacutes e o Distrito Federalque juntos representam 67 do PIB

Aleacutem disso o porto tem acesso agrave hidrovia Tiete-Paranaacute principal hidrovia deescoamento de gratildeos e importantes linhas feacuterreas que facilitam a movimentaccedilatildeo dasmercadorias em grande escala em especial as commodities agriacutecolas (Souza et al2017)

Ainda que a zona de influecircncia e a acessibilidade seja determinante para oporto santista devido agrave sua topografia torna-se impossivel sua expansatildeo

Para melhor entendimento a Figura 16 ilustra o histoacuterico de movimentaccedilatildeo decargas no Porto de Santos no periacuteodo de 2010 a 2017 conforme dados da (ANTAQ2018b)

Figura 16 Movimentaccedilatildeo de cargas no Porto de Santos Fonte ANTAQ (2018b)

Conforme destacado na Figura 16 a somatoacuteria da movimentaccedilatildeo geral do portocresceu 85 em 2017 o complexo portuaacuterio de Santos apontou uma alta de 135no mesmo periacuteodo em relaccedilatildeo a 2016

Comparando com a movimentaccedilatildeo dos portos o Porto de Santos apresentaoscilaccedilotildees do volume movimentado Em 2011 foi registrado uma queda de 4 emrelaccedilatildeo a 2010 no ano de 2014 uma reduccedilatildeo de 29 comparado com 2013 e final-mente em 2016 o fluxo movimentado diminui 47 em relaccedilatildeo ao ano anterior

Referente agrave natureza da carga movimentada no Porto de Santos o granel soacutelidotambeacutem aparece como a principal carga movimentada em todos os anos observado

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na Figura 17

Figura 17 Movimentaccedilatildeo perfil de cargas no Porto de Santos (2010-2017) FonteANTAQ (2018b)

Em meacutedia o granel soacutelido representou 49 da movimentaccedilatildeo do Porto de San-tos comparando o periacuteodo 2010 a 2017 (Figura 17) O contecirciner aparece em segundolugar no mesmo periacuteodo com uma meacutedia de 33 Em 2017 o granel soacutelido regis-trou 506 seguido pelo contecirciner 333 granel liquido 12 e carga geral 38 Ofluxo de cargas movimentadas no complexo santista em 2017 representou aproxima-damente 12 do movimento dos portos brasileiros

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3 Metodologia

Para a execuccedilatildeo deste estudo foram realizadas pesquisas quantitativas de ca-raacuteter exploratoacuteria descritiva e bibliograacutefica

O meacutetodo de pesquisa bibliograacutefica propotildee uma anaacutelise de estudo sobre diver-sos posicionamentos acerca de trabalhos jaacute desenvolvidos (Gil 2010)

Para revisatildeo sistemaacutetica de literatura utilizaram-se as principais bases de con-sultas tais como ScienceDirect Scopus IEEE Scielo Google Acadecircmico Portal dePerioacutedicos da CAPES teses e dissertaccedilotildees livros impressos e eletrocircnicos alinhadosao tema

A pesquisa descritiva segundo Cervo et al (2007) busca descobrir de formaprecisa a frequecircncia com que um fenocircmeno ocorre e sua relaccedilatildeo com outros A coletade dados eacute uma das principais caracteriacutesticas da pesquisa descritiva pois observaregistra e analisa fatos e fenocircmenos Os dados quantitativos coletados para estetrabalho foram extraiacutedos dos principais portais do Governo Federal observando asseacuteries temporais

Para desenvolvimento do presente estudo foram realizados quatro artigos ci-entiacuteficos a fim de atender ao regulamento do programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enge-nharia de Produccedilatildeo da Universidade Paulista ndash UNIP que eacute estruturado no formatode Dissertaccedilatildeo por artigo Dessa maneira os artigos satildeo apresentados no capiacutetuloquatro no formato original conforme a publicaccedilatildeo agrave qual foi submetido e aprovado

Na Tabela 8 a ordem de apresentaccedilatildeo dos artigos natildeo segue a ordem depublicaccedilatildeo dos mesmos No entanto para facilitar a compreensatildeo da dissertaccedilatildeoos artigos estatildeo apresentados por sequecircncia loacutegica de entendimento da pesquisaconforme os apontamentos de cada artigo a seguir

Artigo I - Este artigo teve como objetivo analisar a produccedilatildeo do milho brasileiroe o papel das regiotildees produtoras Os resultados indicaram um crescimento de mais de245 na produccedilatildeo nacional entre os anos de 1976 e 2016 Referente agrave produtividadeo estudo identificou um incremento de 250 nos mesmos periacuteodos Quanto as aacutereasde cultivo houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 nos uacuteltimos 40 anos (19762016)Quanto as regiotildees produtoras houve um deslocamento da regiatildeo Sul e Sudeste sen-tido Norte Nordeste e Centro-Oeste do paiacutes a partir deacutecada de 1980 Entre as novasregiotildees de cultivo o Centro-Oeste apresentou o maior ganho de produccedilatildeo com 520de aumento sendo a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo O es-tudo tambeacutem identificou os cinco principais estados produtores Paranaacute Mato GrossoMinas Gerais Bahia e Paraacute No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grossoassumiu a lideranccedila como maior produtor de milho Se comparado os principais esta-

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Tabela 8 Artigos publicados do autor

ORDEM PUBLICACcedilAtildeO TEMA IDIOMA

Artigo I South American Development SocietyJournal

Estudo da pro-duccedilatildeo do milhono Brasil re-giotildees produtorasexportaccedilatildeo eperspectivas

Portuguecircs

Artigo II APMS -International ConferenceAdvances in ProductionManagement Systems - Hamburgo ndashAlemanha 2017

Brazilian Corn Ex-ports An Analysisof Cargo Flow

Inglecircs

Artigo III International Journal of Shipping andTransport Logistics

Forecasting CornStorage Capacityin Santos PortTerminal in Brazil

Inglecircs

Artigo IV International Conference on NetworkEnterprises amp Logistics Management ndashSatildeo Paulo ndash Brazil 2018

Simulaccedilatildeo de ope-raccedilotildees de gratildeos emum terminal portuaacute-rio

Portuguecircs

dos produtores o Paranaacute teve uma expansatildeo de 213 ao longo do periacuteodo estudado(19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um crescimento exponencial 14366 nomesmo periacuteodo

Artigo II ndash Nesse artigo identificou-se o fluxo da exportaccedilatildeo de milho brasi-leiro principal porto de escoamento e principais mercados compradores O resultadosapontaram os portos de Santos e Paranaguaacute como os principais escoadores do mi-lho para o mercado internacional Ambos movimentaram entre os anos 2012 e 2016cerca de 665 milhotildees t do gratildeo oriundo dos estados Mato Grosso Mato Grosso doSul Goiaacutes Paranaacute Minas Gerais Satildeo Paulo e Rio Grande do Sul O Porto de San-tos eacute a principal porta de saiacuteda do cereal e foi responsaacutevel por 8148 do volumeenquanto o Porto de Paranaguaacute 1852 no periacuteodo observado No ano de 2016 oPorto de Santos escoou 21 milhotildees t do gratildeo e os principais estados exportadoresvia Santos foram Mato Grosso (7498) seguidos por Goiaacutes (1282) Mato Grossodo Sul (609) Satildeo Paulo (428) Paranaacute (118) e Minas Gerais (066) 6085do milho escoado por Santos teve como destino o continente asiaacutetico e 2903 oMeacutedio Oriente O Porto de Paranaguaacute em 2016 exportou 24 milhotildees t Referenteaos estados que exportaram por Paranaguaacute o estado do Paranaacute liderou as exporta-ccedilotildees (4570) seguido por Mato Grosso do Sul (3657) Mato Grosso (1307) Oestudo apresenta como destaque Vietnatilde (2429) e Japatildeo (1871) entre os 16 prin-cipais importadores do gratildeo O restante representaram 570 das importaccedilotildees Em

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relaccedilatildeo aos continentes os mais importantes foram a Aacutesia (6562) seguida Europa(1175) Oriente Meacutedio (1173) Aacutefrica (945) e Ameacuterica (144)

Artigo III - O estudo buscou avaliar se a capacidade estaacutetica eacute compatiacutevel comas crescente demandas de exportaccedilatildeo do milho no Porto de Santos por meio deum terminal portuaacuterio aqui denominado Terminal A Para tanto elaborou-se um es-tudo de previsatildeo de demanda comparativa das exportaccedilotildees do milho Brasil e Portode Santos visando um horizonte dos proacuteximos cinco anos (20172021) Em vistadisso houve uma discussatildeo sobre eventuais gargalos logiacutesticos no terminal portuaacuteriosantista Apoacutes aplicaccedilatildeo de meacutetodos de previsatildeo que o Terminal A responsaacutevel por37 do milho exportado pelo porto santista experimentaraacute significativo aumento dedemanda O estudo identificou acreacutescimo meacutedio de 40 nas operaccedilotildees do terminalquanto ao gratildeo de milho para os proacuteximos cinco anos Baseado em anaacutelises pre-ditivas foi possiacutevel identificar gargalos logiacutesticos caso as previsotildees de demanda seconfirmem O maior gargalo observado reside na estocagem do cereal para posteriorembarque As previsotildees puderam mensurar a capacidade estaacutetica de armazenagemdeficitaacuteria em relaccedilatildeo agraves previsotildees a partir do primeiro ano O estudo aponta 39 dedeacuteficit no primeiro ano (2017) seguido para os proacuteximos anos com 57 75 94 e115 (2018201920202021)

Artigo IV ndash O presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimentoe armazenamento de gratildeos de milho no Terminal A com vistas a testar qual o modaleacute mais eficiente considerado dois processos distintos rodovia e ferrovia A Para issooptou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENA copyRockwell Software Inc 110versatildeo acadecircmica Como resultado dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute aoperaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Emque pese na operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34moega 1 e 68 moega 2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel agargalos O estudo identificou na operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos re-cursos de 67 no gate e 47 nos tombadores Dessa maneira pode-se concluir queapesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do terminal se as perspectivasde aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o Terminal A estaraacutediante de um iminente gargalo operacional Os resultados indicam a necessidade deinvestimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o aumentocrescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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4 Artigos

41 1ordm Artigo

Artigo aceito para publicaccedilatildeo no South American Development Society Journal(Figura 18) Submetido em 07062018 e publicado em 24082018

Figura 18 Revista SADSJ

pag 182

South American Development Society Journal

Vol 04 | Nordm 11 | Ano 2018 | ISSN 2446-5763 | DOI 1024325issn2446-5763v4i11p182-194

Data de Submissatildeo 07062018 | Data de Publicaccedilatildeo 24082018

ESTUDO DA PRODUCcedilAtildeO DO MILHO NO BRASIL REGIOtildeES PRODUTORAS

EXPORTACcedilAtildeO E PERSPECTIVAS

STUDY OF CORN PRODUCTION IN BRAZIL PRODUCTION REGIONS EXPORTATION

AND OUTLOOK

Aguinaldo Eduardo de Souza - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

souzaeduaguinaldogmailcom

Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis - Universidade Paulista ndash UNIP PPGEP

betomendesresusmsmcom

Julio Cezar Raymundo - Universidade Paulista - UNIP PPGEP

juliocesarunipbr

Roberta Sobral Pinto - Universidade de Franca ndash UNIFRAN

robertasobralpintogmailcom

Resumo

O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia nacional e de vital

importacircncia para a balanccedila comercial brasileira O milho eacute o segundo gratildeo mais cultivado e

exportado perdendo apenas para a soja Aleacutem disso o cereal eacute o principal componente

para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal voltado para um dos principais segmentos do comeacutercio

exterior do Brasil a cadeia produtiva de carne animal Sendo assim o objetivo deste artigo eacute

investigar a produccedilatildeo nacional do milho bem como principais regiotildees e estados produtores

produtividade e aacutereas de plantio Para tanto foram coletados dados na Companhia Nacional

de Abastecimento (CONAB) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Os

resultados mostram as duas principais regiotildees produtoras Sul e Centro-Oeste e que a 2ordf

safra chamada de safrinha eacute a responsaacutevel pelo incremento da produccedilatildeo nacional do gratildeo

em especial o estado do Mato Grosso destaque como maior produtor nas uacuteltimas safras

41

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 183

Palavras-chave Agronegoacutecio Milho Produccedilatildeo Agriacutecola Exportaccedilatildeo

Abstract

Agribusiness is one of the main activities to the Brazilian economy and it has

vital importance for the trade balance Strictly speaking corn is one of the most

important product in Brazils agriculture where it is the second most cultivated and

exported grain losing only to soybeans In addition the cereal is the main component

to produce animal feedstuff focused on one of the main segments of Brazils foreign

trade the animal meat production chain Therefore the objective of this article is to

investigate the national production of corn as well as the main producing regions and

states productivity and planting areas For that data were collected from the National

Supply Company (CONAB) and the Brazilian Institute of Geography and Statistics

(IBGE) The results show the two main producing regions South and Center-West and

that the second crop called safrinha is responsible for increasing national grain

production especially the state of Mato Grosso which is the largest producer of the last

crops

Keywords Agribusiness Corn Agriculture Production Export

Introduccedilatildeo

O Agribusiness brasileiro eacute um dos principais setores da economia nacional e de

fundamental importacircncia para a balanccedila comercial brasileira segundo Souza et al

(2017) As exportaccedilotildees do agronegoacutecio brasileiro no ano de 2016 representaram US$

850 bilhotildees Seu principal mercados foi a Aacutesia com US$ 374 bilhotildees Os compradores

mais importantes foram a China com US$ 208 bilhotildees Uniatildeo Europeia (28 paiacuteses)

com US$ 167 bilhotildees seguida pelos EUA que importaram US$ 63 bilhotildees (DEAGRO

2016)

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos USDA (2017) o milho eacute o gratildeo mais cultivado A produccedilatildeo mundial do gratildeo

atingiu 968 milhotildees (t) em 2016 No Brasil o cultivo do milho vem ganhando espaccedilo e

se apresenta como um dos principais segmentos econocircmicos do agronegoacutecio brasileiro

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Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 184

sendo o segundo gratildeo mais exportado Em 2016 os EUA lideraram o ranking mundial

dos principais produtores de milho com 345 milhotildees (t) seguido pela China com 224

milhotildees (t) e o Brasil com 67 milhotildees (t) (DEAGRO 2016) (USDA 2017)

O Brasil tem aproveitado o crescente aumento da demanda mundial pelo milho

visto que o maior produtor mundial os EUA tem destinado parte da sua colheita para

produccedilatildeo de etanol Outro fato que contribui para uma maior participaccedilatildeo do Brasil no

mercado internacional eacute implementaccedilatildeo de novas tecnologias no plantio expansatildeo de

aacutereas plantadas e o aumento da produtividade tem permitido ao Brasil maior

participaccedilatildeo no mercado internacional (CONAB 2017)

Diante deste contexto o presente estudo tem como objetivo invesrtigar a

evoluccedilatildeo da produccedilatildeo brasileira do milho no Brasil principais regiotildees e estados

produtores visando contribuir para para um melhor planejamento logistico de

exportaccedilatildeo tendo as projeccedilotildees de crescimento das exportaccedilotildees do gratildeo no mercado

internacional conforme projeccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura (MAPA 2016)

Para compreender o panorama da produccedilatildeo do milho brasileiro e o papel das regiotildees

produtoras optou-se por uma pesquisa quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio Para tal

utilizou-se a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutetica (IBGE) e da

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) observando as seacuteries histoacutericas

A produccedilatildeo do milho no brasil

No Brasil o milho eacute cultivado em duas etapas 1ordm e 2ordf safra A regiatildeo Centro-Oeste eacute a

grande responsaacutevel pela produccedilatildeo da segunda safra

Tabela 1 ndash Calendaacuterio agriacutecola milho

Safras Plantio Colheita Produccedilatildeo Nacional

1ordf agosto a dezembro

marccedilo a junho 40

2ordf janeiro a marccedilo junho a setembro

60

43

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 185

Fonte (DEPEC 2017)

Observa-se na tabela 1 a importacircncia da segunda safra tambeacutem conhecida

como safrinha para o calendaacuterio nacional agriacutecola do milho Enquanto que a primeira

safra representa 40 da produccedilatildeo nacional segunda safra eacute responsaacutevel por 60 de

toda a produccedilatildeo brasileira

O fato do plantio da segunda safra ser efetuado logo apoacutes a colheita da soja e no

mesmo local tem permitido uma maior produtividade da safrinha do milho em virtude

do aproveitamento dos resiacuteduos de fertilizantes no solo dessas aacutereas de plantio (REIS

et al 2016)

Segundo a CONAB (2017) atraveacutes do acompanhamento da seacuterie histoacuterica da

produccedilatildeo de gratildeos brasileiros iniciado na deacutecada de 70 registram um aumento de

mais de 245 na produccedilatildeo do milho nos uacuteltimos 39 anos Os estudos consideram as

safras de 197677 a 201516 (Fig 1)

Figura 1 - Evoluccedilatildeo produccedilatildeo x aacuterea plantada

Fonte CONAB (2017)

Observa-se na Figura 1 o primeiro registro de produccedilatildeo do gratildeo na safra

197677 com 19 milhotildees (t) produzidas Na safra de 198687 os dados apontam 26

milhotildees (t) Na deacutecada de 90 em especial a safra de 199697 o volume foi de 35

44

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 186

milhotildees (t) Jaacute a safra de 20062007 51 milhotildees (t) apontando um crescimento

exponencial na produccedilatildeo nacional do cereal

Em que pese uma significativa queda na produccedilatildeo da safra 201516 com 214

com 66 milhotildees (t) em comparaccedilatildeo com a safra de 201415 de 84 milhotildees (t) as

estimativas da CONAB indicam uma colheita recorde em torno de 91 milhotildees (t) para

safra 201617

Referente as aacutereas de plantio poucas foram as alteraccedilotildees Os estudos

evidenciaram que no ano de 1976 117 milhotildees hectares eram destinados a plantaccedilatildeo

da cultura do milho no Brasil Comparando com a safra de 201516 houve uma

expansatildeo de 3497 considerando uma aacuterea para cultivo de 159 milhotildees de hectares

Uma meacutedia de 132 milhotildees de hectares disponiacuteveis para o cultivo ao longo da seacuterie

histoacuterica de 40 anos

A implementaccedilatildeo de novas tecnologias tem contribuido para significativos

patamares de produtividade no Brasil que comprovam que o setor vem se

profissionalizado (Figura 2) As novas tecnologias estatildeo associadas a cultivares de alto

potencial geneacutetico (hiacutebridos simples e triplos) e transgecircnicas espaccedilamento reduzido

associando agrave maior densidade de plantio melhoria na qualidade de sementes controle

quiacutemico de doenccedilas correccedilatildeo de solos (EMBRAPA 2017)

Figura 2 ndash Evoluccedilatildeo produccedilatildeo nacional x produtividade

Fonte CONAB (2017)

Como ilustra a Fig 2 em termos comparativos a safra de 201516 teve uma

produtividade de 4178 kgha cerca de 250 a mais que agrave safra de 197677 onde o

Brasil colheu 1632 kgha As duas safras de maior destaque ao longo da seacuterie histoacuterica

45

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 187

foram a de 201415 com 5396 kgha e de 201213 com 5149 kgha Na meacutedia da seacuterie

histoacuterica houve uma variaccedilatildeo de mais de 33 no aumento da produtividade ao logo

dos 39 anos (Fig 3)

Figura 3 ndash Produtividade nacional por hectare

Fonte CONAB (2017)

Para o IBGE (2017) que pesquisa o ano civil a projeccedilatildeo de colheita da

commodity do milho eacute de 96 milhotildees (t) para o ano de 2017 um crescimento de 52

em relaccedilatildeo a produccedilatildeo do ano 2016 que foi de 63 milhotildees (t) como pode ser

observado na Quadro1

Quadro 1 ndash Produccedilatildeo por regiotildees em milhotildees (t) Estimativas

Regiatildeo 1ordf Safra 2ordf Safra

2016 2017 Var 2016 2017 Var

Norte 946950 1049977 11 938343 1479632 58

Nordeste 2546636 4504929 77 577738 2034857 252

Sudeste 7803609 8545800 10 2263889 3604832 59

Sul 10650820 13866157 30

1049659

4

1382707

3 32

Centro-oeste 2432227 3027537 25

2498661

7

4501634

7 80

1ordf e 2ordf Safra

46

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 188

2016 2017 Var

Brasil 63643423 96957141 523

Fonte IBGE (2017)

Regiotildees produtoras

De acordo com a CONAB (2017) a produccedilatildeo nacional do milho estaacute nas

Regiotildees Sul Centro-Oeste e Sudeste Os cinco principais Estados produtores satildeo por

ordem de grandeza Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais Bahia e Paraacute

Ao longo das quatro deacutecadas a expansatildeo territorial agriacutecola no Brasil tem crescido

significativamente Ateacute as deacutecadas de 1980 e 1990 a produccedilatildeo agriacutecola nacional era

realizada especificamente na regiatildeo Sul do paiacutes

O aumento de demanda pelo gratildeo nacional e a disponibilidade de terras mais

baratas propiciaram o deslocamento da produccedilatildeo da regiatildeo Sul para o norte do Brasil

com destaque regiatildeo Centro-Oeste

Para Caldarelli e Bacchi (2012) outros fatores alavancaram a expansatildeo da

cultura do milho em terras brasileiras Maior rentabilidade do agricultor com a

valorizaccedilatildeo do gratildeo desregulamentaccedilatildeo da economia acordos internacionais com

reduccedilatildeo das tarifas de importaccedilatildeo impulsionaram a produccedilatildeo nacional de gratildeos

colocando o paiacutes a um patamar de maior competitividade

Desse modo pode-se observar uma nova configuraccedilatildeo na produccedilatildeo nacional

bem como nas regiotildees produtoras (Figura 4)

Para CONAB (2017) o aumento da produccedilatildeo estaacute diretamente relacionado a

dois fatores a utilizaccedilatildeo de novas aacutereas agricultaacuteveis em novas fronteiras agriacutecolas e a

implementaccedilatildeo de tecnologias voltadas a promover maior produtividade nas tradicionais

aacutereas de cultivo (Sul e Sudeste)

47

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 189

Figura 4 ndash Produccedilatildeo nacional do milho por regiatildeo

Fonte IBGE (2017)

Conforme ilustrado na Figura 4 a partir de meados da deacutecada de 1980

configura-se uma nova dinacircmica de produccedilatildeo do milho em regiotildees brasileiras

Dados analisados com base no periacuteodo das safras de 199091 a 201516

indicam a regiatildeo Centro-Oeste como maior produtora do gratildeo com crescimento de

520 Em segundo lugar a regiatildeo Norte com 215 de expansatildeo seguida pela Sul

Nordeste e Sudeste com 164 69 e 19 respectivamente

Apesar da regiatildeo Centro-Oeste tem apresentado o maior crescimento em termos

de produccedilatildeo a regiatildeo Sul se destaca com maior eficiecircncia em produtividade como

pode ser observado na Figura 5

Figura 5 ndash Produtividade do milho por regiatildeo

48

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 190

Fonte CONAB (2017)

Os estudos observados na Figura 5 indicam a regiatildeo Sul como a maior

produtividade do Brasil foram colhidos 6068 kgha na safra de 201516 Em segundo

lugar no ranking maior produtividade do cereal encontra-se a regiatildeo Sudeste com 4775

kgha seguida pelo Centro-Oeste com 3996 kgha Com exceccedilatildeo a safra de 201112

onde foram colhidos 4953 kgha a regiatildeo Sul se apresenta com o maior iacutendice de

produtividade entre as regiotildees considerando as safras de 200607 a 201516

Principais estados produtores

No que concerne aos principais estados produtores o Paranaacute aparece como o

maior produtor do gratildeo ateacute a safra de 201112 Entretanto a partir da safras seguintes

conforme seacuterie histoacuterica (Fig 6) o Mato Grosso assume o protagonismo no raking dos

maiores produtores do gratildeo com os volumes de 19 18 20 e 15 milhotildees (t) produzidas

nas uacuteltimas quatro safras O que permitiu o impulso da produccedilatildeo no Mato Grosso aleacutem

do aproveitamente das terras produtoras de soja (2ordf safra) a expansatildeo de terras

agricultaacuteveis

Ao longo do acompanhamento da serie historica eacute possivel notar que Paranaacute

dispunha de 2153 milha (197677) contra 2612 milha (201516) uma expansatildeo de

terras de 213 Jaacute o Mato Grosso teve uma expansatildeo de 14366 no mesmo

periacuteodo Suas primeiras terras disponiveis para a cultura do milho era de 542 milha

(197677) contra as atuais 3800 milha (201516)

Figura 6 ndash Principais estados produtores

49

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 191

Fonte CONAB (2017)

Os estudos tambeacutem evidenciaram queda na produtividade dos dois principais

estados produtores considerando a safra de 201516 em relaccedilatildeo a 201415 O Paranaacute

registrou uma queda de 141 contra 339 de estado do Mato Grosso Contudo ao

longo da seacuterie histoacuterica o estado do Paranaacute deteacutem a maior participaccedilatildeo de

produtividade entre os estados produtores

Exportaccedilatildeo

O milho eacute o principal macro ingrediente para a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal A

suinocultura e a avicultura de corte satildeo os grandes propulsores do consumo nacional

do milho Para Reis et al (2016) o cultivo do milho tem como destino atender a

demanda interna voltada a produccedilatildeo de raccedilatildeo animal Aleacutem do que o gratildeo supri

tambeacutem a induacutestria alimentiacutecia para consumo humano e outros produtos em gerais O

excedente da produccedilatildeo eacute absorvido pelo mercado internacional

Ainda que os aumentos da produtividade do gratildeo seja expressivo o Brasil natildeo eacute

um exportador tradicional do gratildeo Desse modo a produccedilatildeo brasileira segue a

tendecircncia determinada pelas demandas do mercado domeacutestico apresentando pouca

interaccedilatildeo com o mercado internacional (CALDARELLI e BACCHI 2012)

Dados coletados no portal da Aliceweb apontam que natildeo obstante a queda de

244 nas exportaccedilotildees em relaccedilatildeo ao ano anterior no ano de 2016 o Brasil exportou

21 milhotildees (t) de milho (MDIC 2017)

Figura 7 ndash Dez principais mercados do milho brasileiro

50

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

SADSJ ndash South American Development Journal Society | pag 192

Fonte Trade Map - Trade statistics for international business development (2017)

A Figura 7 ilustra os cinco principais destinos do cereal no ano de 2016 Entre os

principais compradores estatildeo o Iratilde na lideranccedila do ranking com 21 das exportaccedilotildees

Em segundo lugar aparece o Vietnatilde com 13 seguido por Japatildeo Malaacutesia e Coreacuteia do

Sul com 12 7 e 6 respectivamente

Conclusotildees e Perspectivas

Visando descrever o panorama do plantio do milho brasileiro o presente estudo

conclui que de acordo com a seacuterie histoacuterica de 197677 a 201516 a produccedilatildeo nacional

do gratildeo cresceu 2455 Observou-se um incremento de 250 na produtividade no

mesmo periacuteodo tendo uma variaccedilatildeo de aproximadamente de 33 na meacutedia da seacuterie

histoacuterica comparado entre as deacutecadas de colheita Referente as aacutereas de cultivo

houve uma expansatildeo meacutedia de 3497 saltando de 117 para 159 milhotildees de

hectares de aacutereas destinadas ao cultivo do cereal Aleacutem disso a partir de meado da

deacutecada de 1980 o cultivo do milho se deslocou da regiatildeo Sul e Sudeste para as

regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste Das principais novas fronteiras produtoras do

milho o destaque ficou para a regiatildeo Centro-Oeste com ganhos de produccedilatildeo de 520

Evidentemente a 2ordf safra a grande responsaacutevel pelo crescimento da regiatildeo No ranking

dos cinco principais estados produtores estatildeo o Paranaacute Mato Grosso Minas Gerais

Bahia e Paraacute O Paranaacute ateacute a safra de 201112 manteve a lideranccedila absoluta do maior

51

Aguinaldo Eduardo de Souza Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis Julio Cezar Raymundo Roberta Sobral Pinto

SADSJ ndash South American Development Society Journal | Vol04 | Nordm 11 | Ano 2018 | pag 193

produtor nacional do gratildeo No entanto a partir da safra de 201213 o Mato Grosso

assumiu a lideranccedila O crescimento das aacutereas disponiveis para plantio justificam a

produccedilatildeo dos dois principais estados produtores O Paranaacute teve uma expansatildeo de

213 ao longo do periodo estudado (19762016) poreacutem o Mato Grosso teve um

crescimento exponencial 14366 no mesmo periacuteodo Por uacuteltimo o crescimento da

produccedilatildeo da proteina animal e o aumento da demanda mundial pelo milho que nortearaacute

a cadeia produtiva nacional do milho Deste modo os proacuteximos estudos poderatildeo se

concentrar na melhora logiacutestica das principais regiotildees produtoras

Referecircncias Biliograacuteficas

CALDARELLI C E BACCHI M R P Fatores de influecircncia no preccedilo do milho no

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CONAB Seacuteries Histoacutericas de Aacuterea Plantada Produtividade e Produccedilatildeo Relativas agraves

Safras 197677 a 201516 de Gratildeos 2001 a 2016 de Cafeacute 200506 a 201617 de

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52

Estudo Da Produccedilatildeo Do Milho No Brasil Regiotildees Produtoras Exportaccedilatildeo E Perspectivas

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53

54

42 2ordm Artigo

Artigo aprovado no IFIP Advances in Information and Communication Techno-logy 2017 (Figura 19) Apresentado em Hamburgo (Alemanha) em setembro de 2017

Figura 19 APMS 2017 Hamburg

Brazilian Corn Exports An Analysis of Cargo Flowin Santos and Paranagua Port

Aguinaldo Eduardo de Souza lowast12 Joao Gilberto Mendes dos Reis 13 EmersonRodolfo Abraham 14 and Sivanilza Teixeira Machado 5

1 Paulista University - UNIP PPGEP Sao Paulo Brazil2 UNIBR Sao Vicente Brazil

3 UFGD PPGA Dourados Brazil4 Metodista University Sao Bernardo do Campo Brazil

5 Federal Institute of Sao Paulo Suzano BrazillowastCorresponding author souzaeduaguinaldogmailcom

Abstract The worldrsquos population is projected to increase to 9 billion till2050 increasing feed demand Corn is one of the most important grains infood supply chains (FSC) and growers have an essential role This articleaims to investigate the flow of Brazilian corn among origin main portsand international markets to address a panorama of corn production inBrazil With this objective we collected data from the Brazilian Ministryof Industry and Foreign Trade and we analyzed this data using SocialNetwork Analysis (SNA) tools The results showed that corn exports inBrazil use two main ports with Santos being the most important one

Keywords Logistics middot Corn production middot Exports middot International market

1 Introduction

It is forecasted that the world trade of corn will reach newer heights boostedby a stronger demand for feed Currently the United States and China are themain growers but Brazil has been considered a new frontier and occupies thethird place [1] Despite the important role of China in production over the lastfive years around 83 of export was associated with the US Brazil Argentinaand Ukraine This distinctly indicates a huge internal market in China and thepotential business opportunities for producers in the US and Brazil

The United Nations expects the world population to increase to 9725 bil-lion by 2050 [2] this implies a challenge for the global leaders to raise foodproduction and at the same time to preserve the environment and local marketproduction In this manner Brazil appears to be a major player in commodityproduction to feed the world In case of corn for instance projections show anincrease in Brazilian exports of 524 until 2026 In numbers the country isexpected to reach 463 million metric tonnes (mt) per year [3]

Although Brazil has high productivity and a high quantity of available landthe flow of commodities export depends on few routes and ports that entail

55

2 Souza et al

logistics bottlenecks For example Reis et al [2] argue that poor logistics ofBrazilian infrastructure increases the inland freight of soybean in comparisonwith the US by 146 Moreover Galvao et al [4] [5] showed that Brazilianports cargo flow grew significantly around 42 from 2001 to 2011 reaching886 million (mt) in 2011 this was mainly solid bulk cargo

Regarding Brazilian ports Santos (Sao Paulo) and Paranagua (Parana) arethe major corn exporters with 665 million (mt) between 2012 and 2016 Thecorn flow concentration creates logistics bottlenecks such as extensive trucklines to unload cargo and low static storage capacity Rodrigues [6] affirms thatlogistics management adopts a systematic cost approach based on parameterssuch as cost time and service quality level Therefore analyzing the flow ofcorn production is very important for developing a plan to improve the logisticsinfrastructure of major corridors

This article aims to analyze the Brazilian corn routes and exports for un-derstanding the current scenario and for providing knowledge to develop fu-ture plans for improving logistics operation Thus we address the flows of cornamong the six main growers of the country to two main ports of Brazil and tothe international market

2 Brazilian Ports

Brazil has a continental dimension with an extensive coastline for this reasonsea shipping is relevant to the social and economic development of the coun-try [4] Brazilian port sector is divided into two categories first the port sectorthat is composed of 37 seaports managed by the federal government the sec-ond category that is composed of 122 inland port facilities management by theMinistry of Transport [7]

The cargo flow in Brazilrsquos seaports in 2016 was 998068 million (mt) wherethe main international traffic was dry bulk of upto 628700 million (mt) liquidbulk of upto 218000 with million (mt) general cargo of upto 51300 million(t) and containers of upto 100100 million (mt) [9]

21 Santos Port

Santos is Brazilrsquos larger port In 2006 it represented around 285 of the bal-ance of trade of the country Its operations reached 1138 million (mt) [10] TheFig 1 shows the numbers of Santos Port (Price FOB in US billion dollars)

The illustrative evidence in Fig 2 suggests the great relevance of SantosPort among the 37 Brazilian ports Nowadays it is the main port of the countrywith 4520 ships being docked in 2016 Furthermore this port is considered asbeing one of the biggest ports in Latin America in terms of container flow in2015 [11]

Accessibility is the main factor that attracts cargo to the Santos Port Theport has a link with the main roadways Moreover it is connected to Tiete-Parana inland waterways by railway that facilitates a large-scale movement ofcommodities

56

Brazilian Corn Exports 3

Fig 1 Participation of Santos Port in Brazilian Balance of Trade (SourceAdapted of [10])

In addition the areas dependent on Santos Port represents 67 of Brazil-ian GDP including states such as Sao Paulo Minas Gerais Mato Grosso MatoGrosso do Sul and Goias e o Distrito Federal These states are responsible for56 of Brazilian balance of trade [10]

22 Paranagua Port

According to the Administration of Paranagua Port and Antonina - APPA [12]the Paranagua Port has 3581 meters of wharfs and 23 berths It is among thefive main Brazilian ports in relation to the flow of goods The port in 2016moved 45045 million (mt) and it has the capacity to receive 1909 vessels Thethree main cargo were as follows containers (8231 million (mt)) fertilizers(8227 million (mt)) and soybean (7950 million (mt)) [9]

Additionally the Paranagua portrsquos balance of trade was around 76 im-mediately after Santos which as mentioned earlier lead the ranking with astriking difference of 285 [10] Fig 2 demonstrates the flow in the port be-tween 2012 and 2016 (Price FOB in US million dollars)

3 Methodology

For understanding the flow of Brazilrsquos corn exports and the role of Santos Port(Sao Paulo state) we conducted an exploratory research and comparison be-tween the Santos Port and the major Brazilian port competitor Paranagua TheFig 3 displays the location of these ports and the main origin routes

Santos and Paranagua were chosen because they represent around 50 ofvolume exported by the country To perform this study we follow the followingthree steps

57

4 Souza et al

Fig 2 Participation of Paranagua Port in the Brazilian balance of trade (SourceAdapted of [10])

Fig 3 Main Corn Corridors 2016

First Data Collection Data were collected from the Brazilian Ministry of In-dustry and Foreign Trade using the Foreign Trade Information Analysis System(ALICEWEB) The Aliceweb provided us information regarding the volume ofcorn exported by grower states such as Goias Parana Sao Paulo Minas GeraisMato Grosso do Sul Rio Grande do Sul and Mato GrossoSecond database procedure We selected ten major destinations for Brazilrsquoscorn as per the state of origin This allowed us to observe 38 relations amongplayers The data were organized considering the state of origin the port of ori-gin and the country of destination The relationships were created consideringthe corn flow of growers to the ports and them to countriesThird Analysis Using the Social Network Analysis (SNA) tools Ucinet 60 andNetdraw plotted the graphs of the corn networks considering exports flow us-

58

Brazilian Corn Exports 5

ing Santos Port Paranagua Port and both of them together This helped us tocreate a flow map regarding the corridors of exportations and also to analyzecorn traffic

4 Results

Santos and Paranagua ports are established as major corridors for corn exportsin Brazil Both moved around 665 million (mt) between 2012 and 2016 (Fig 4)Together Santos and Paranagua Ports deal with 8148 and 1852 of Brazilrsquoscorn respectively

Fig 4 Cargo Flow in Million of Metric Tonnes to Santos and Paranagua Ports(Source Adapted of [13])

The origin of cargo flow can be observed in Mato Grosso Mato Grosso doSul Goias Parana Minas Gerais and Sao Paulo e Rio Grande do Sul As men-tioned earlier in the methodology section the volume of corn among thesestates and Ports of Santos and Paranagua are organized in Microsoft Excel andare entered in the Ucinet 60 software Using the module Netdraw was possibleto provide that networks to infer some analysis presented in the next subsec-tions

41 International Traffic Considering Both Ports

The Fig 5 depict the corn flow considering the network as a whole including allthe states ports and destination Herein we gather the countries of destinationin the continents to facilitate visualization

As can be seen in Fig 5 Mato Grosso is the main grower with 8285 million(mt) flowing to Santos and Paranagua The distance that needs to be covered toreach both ports is almost the same but the Santos route especially the railroadservice is more developed than the Paranagua route As a result this is directlyresponsible for the highest cargo flow to Santos

59

6 Souza et al

Fig 5 Corn Flow among Brazilian States Ports of Santos and Paranagua andContinents of Destination

On the other hand Mato Grosso do Sul represents the second volume ofcorn to be exported with 1530 million (mt) distributed equitably between bothports The geographical position of the state with a dependence of roadwaytransportation allows Mato Grosso do Sul to use the ports indistinctly They arelocated at the same distance of about 1100 kilometers

The destination of Brazilian corn as per continent was also analyzed Our re-sults indicate the following percentages Asia (6173) Middle-East (2988)Africa (594) Europe (218) and America (027) Vietnam boosted theflow in Asia while the Middle-East distinctly depended on import of agricul-tural products both constituting the most important markets of Brazil

42 Santos

The Fig 6 depicts the corn flow considering the network of Santos PortAs illustrated in Fig 1 Santos moved 10629 million (mt) of corn in 2016

The main exporters via Santos were Mato Grosso (7498) followed by Goias(1282) Mato Grosso do Sul (609) Sao Paulo (428) Parana (118) andMinas Gerais (066) It is possible to note that despite 6085 of the vol-ume being exported to the Asian continent (Taiwan Indonesia Japan VietnamSouth Korea and Bangladesh) Iran and Middle-East were highlighted within2903 of the volume of corn exported by Santos

43 Paranagua

The Fig 7 depicts the corn flow considering the network of Paranagua Port

60

Brazilian Corn Exports 7

Fig 6 Corn Flow by Santos Corridor

Fig 7 Corn Flow by Paranagua Corridor

Based on Fig 7 it is noticeable that Paranagua in 2016 exported 2415million (mt) The state of Parana (4570) lead the export followed by MatoGrosso do Sul (3657) and Mato Grosso (1307) Among the 16 main buyershighlighted were Vietnam (2429) and Japan (1871) Other states repre-sent 570 of imports In relation to continents the most important were Asia(6562) followed by Europe (1175) Middle-East (1173) Africa (945)and America (144)

61

8 Souza et al

5 Discussion

We found that Santos Port is the major corridor that exports Brazilian cornproduction with a cargo volume that is almost three times more than that ofParanagua Santos is undoubtedly the biggest port of Latin America and it hasthe largest infrastructure associated with the main Brazilian corridors of com-modities exports

However despite the advancement of the Port Modernization Act (8630of 1993) and the new regulatory framework of the port sector (12815 of 2013)that have the objective of providing more agility and modernizing the sector re-ducing the costs of transactions [45] port infrastructure and the quality of ser-vices remain issues that affect the agricultural production of the country [14]According to data by the World Economic Forum pertaining to the Brazilianport infrastructure compared with the main exporters of corn and soybeansBrazil was the 122nd position among 144 evaluated countries [14]

Our current findings expand previous work regarding the Brazilian agri-business sector and logistics infrastructure this allows the identification of thecorn flow to the main international markets of Brazil using quantitative data

In spite of this article being an exploratory analysis it permits the identi-fication of a pathway for future studies to improve the bulk of cargo flow Theresults showed that Santos and Paranagua are the main routes of corn exportsand constitute a logistics operations bottleneck for the international traffic ofthis important feed This is especially true for Santos because it is the major ex-porter of commodities and many other products It is also Brazilrsquos main accessto the international market

Some authors such as Marlow and Casaca [15] Vieira et al [16] and theBrazilian National Transport Confederation [14] identified many issues thatmake exporting difficult further they provided the following aspects and op-portunities to improve Santos Port

ndash Maritime access Lack of dredging and overthrow of access channels anddocking berths making access of large ships difficult

ndash Territorial Access Traffic jam and limited availability of railroadsndash Low productivity Obsolete equipment and lack of availability of equipment

and facilitiesndash Burocracy Greater agility in cargo clearance at ports mooring single win-

dow paperless port to boost delivery of documentsndash Information flow Multiple systems to manage the operations loss-making

media channel hindering the customer response time

6 Conclusions and Outlook

The objective of this study was to describe the logistical corn flow of exportsmoreover it was possible to conclude that the Midwestern region was the maincorn export region of Brazil Additionally it was noticeable that the flow of

62

Brazilian Corn Exports 9

grain to the international market is concentrated in Santos and Paranagua Itwas also found that Asia is the main destination for exports of corn followedby the Middle East However Iran is the largest purchaser of Brazilian cornfollowed by Vietnam

Finally the concentration of two routes generates logistics bottlenecks inboth ports creating a traffic jam low static capacity and overuse of the portcapacity Thus the subsequent studies will concentrate on simulating the ca-pacity of Santos and Paranagua Ports to lead with commodities exports andopportunities to improve Brazilian logistics infrastructure

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63

64

43 3ordm Artigo

Artigo submetido na revista International Journal of Shipping and Transport Lo-gistics O artigo natildeo estaacute apresentado pois se encontra em avaliaccedilatildeo

65

44 4ordm Artigo

Artigo aprovado na Logistics Challenges in the n the New Economy Sharingand Interconnected Industry ndash NETLOG 2018 (20) Apresentado em Satildeo Paulo (Brasil)nos dias 05 a 06 de junho de 2018

Figura 20 NETLOG 2018

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

SIMULACcedilAtildeO DE OPERACcedilOtildeES DE GRAtildeOS EM UM

TERMINAL PORTUAacuteRIO

Aguinaldo Eduardo de Souzasup1 Joatildeo Gilberto Mendes dos Reis sup2 Emerson Rodolfo Abrahamsup3 Renato

Maacutercio dos Santos 4 Matheus Palmieri Gobbetti5

sup1 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil souzaeduaguinaldogmailcom

sup2 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil joaoreisdocenteunipbr

3 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil emersonabrahamstrictounipbr

4 PPGEP UNIP Satildeo Paulo Brasil renatodnadosabercombr

5 FATEC RUBENS LARA Santos Brasil gobbettimatheusgmailcom

Resumo O agronegoacutecio eacute uma das principais atividades da economia no Brasil e de suma importacircncia para a

balanccedila comercial brasileira Neste cenaacuterio a exportaccedilatildeo de gratildeos coloca o Brasil em uma posiccedilatildeo privilegiada no

comeacutercio internacional de commodities agriacutecolas Em 2017 o milho foi o principal responsaacutevel pela alta

performance do setor com o crescimento de 13 O gratildeo protagonizou no ano de 2017 a produccedilatildeo de 97 milhotildees

(t) O objetivo deste artigo eacute investigar eventuais gargalos logiacutesticos na operaccedilatildeo de recebimento e armazenamento

do milho no complexo portuaacuterio de Santos Para tanto optou-se por estudar os referidos processos em um terminal

portuaacuterio de exportaccedilatildeo aqui denominado Terminal A utilizando-se de simulaccedilatildeo Os resultados apresentam duas

operaccedilotildees distintas a chegada do gratildeo no terminal por ferrovia (vagatildeo) e a chegada por rodovia (caminhatildeo) e

apontam potenciais gargalos operacionais

Palavra-chave Simulaccedilatildeo Terminal Portuaacuterio Armazenagem Ferrovia Rodovia e Milho

1 Introduccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro se destaca como o segmento que mais contribui para a economia

nacional respondendo por frac14 do Produto Interno Bruto - PIB (Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento - MAPA 2018) Dados estatiacutesticos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica - IBGE revelam um crescimento no segmento de 13 no ano de 2017

Os gratildeos foram os principais responsaacuteveis pelo desempenho do setor com destaque absoluto

para a cultura do milho Em 2017 a colheita nacional do cereal atingiu o volume de 97 milhotildees

(t) um extraordinaacuterio aumento de 552 em relaccedilatildeo ao ano anterior que fechou com 67 milhotildees

(t) produzidas (IBGE 2018a) (Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior

MDIC 2018a)

O Brasil tem ocupado posiccedilatildeo de destaque na produccedilatildeo mundial do milho (Reis et al 2016)

Para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos ndash USDA na safra de 201617 o paiacutes

ocupou a terceira posiccedilatildeo no ranking mundial dos maiores produtores com a colheita de 98

milhotildees (t) atraacutes da China 219 milhotildees (t) e Estados Unidos 384 milhotildees (t) (USDA 2018)

De fato o uso de novas tecnologias associadas a cultivares de alto potencial geneacutetico e

transgecircnicas correccedilatildeo de solos controle quiacutemico de pragas e maior densidade de plantio

66

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

contribuiacuteram para o incremento da produccedilatildeo brasileira do milho (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuaacuteria - EMBRAPA 2018) Contudo por vezes a eficiecircncia produtiva

alcanccedilada traduzida em competitividade eacute comprometida no momento do escoamento do gratildeo

Alguns estudos observam os impactos negativos a competitividade dos produtos brasileiros

relacionados aos gargalos logiacutesticos devido a ineficiecircncia operacional e infraestrutura

deficitaacuteria (Dubke 2006 Wanke e Hijjar 2009 Hilsdorf e Nogueira Neto 2015 Confederaccedilatildeo

Nacional dos Transportes ndash CNT 2018)

Considerando o estudo do Departamento de Agronegoacutecio - DEAGRO que projeta um

crescimentos de 75 para safra de 20262027 nas exportaccedilotildees do milho nacional (FIESP

2017) os terminais portuaacuterios principal porta de saiacuteda das commodities agriacutecolas em especial

o milho objeto deste estudo estatildeo preparados para responderem as crescentes demandas do

mercado internacional Neste sentido observa-se que a pesquisa operacional e a simulaccedilatildeo

podem auxiliar no processo decisoacuterio das organizaccedilotildees A pesquisa operacional lida com

problemas de como conduzir e coordenar certas operaccedilotildees (Moreira 2017) Enquanto que a

aplicaccedilatildeo de simulaccedilatildeo em um evento operacional permite analisar teorias e hipoacuteteses em

relaccedilatildeo a vaacuterios cenaacuterios (Filho 2008)

Diante do exposto o presente estudo simula um processo de operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento de gratildeos de milho Decidiu-se pela escolha de um terminal mariacutetimo de

exportaccedilatildeo no Porto de Santos aqui denominado Terminal A O objetivo da simulaccedilatildeo eacute

dimensionar a capacidade operacional do Terminal A no que concerne recebimento e

armazenagem

Em razatildeo disso realizou-se uma pesquisa exploratoacuteria e quantitativa atraveacutes de coleta de dados

no proacuteprio terminal Em seguida optou-se por aplicar o modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica

2 Referencial teoacuterico

21 Transporte Mariacutetimo

O transporte eacute considerado fator fundamental para a logiacutestica internacional A logiacutestica sendo

um processo que coordena o fluxo de bens em uma cadeia de suprimentos sem a existecircncia do

transportes o fluxo de bens seria inviabilizados (Reis et al 2015)

Responsaacutevel por mais de 90 do fluxo de cargas do comeacutercio internacional o transporte

mariacutetimo eacute a chave para economia global (Keedi 2010 David e Stewart 2010) No Brasil devido

a suas dimensotildees continentais e o extenso litoral o transporte mariacutetimo eacute de vital importacircncia

para o desenvolvimento social do paiacutes (Souza et al 2017) Deste modo os terminais portuaacuterios

juntamente e as estruturas portuaacuterias exercem papel fundamental no comeacutercio internacional

principalmente no que concerne ao escoamento do agronegoacutecio brasileiro tendo em vista que

o Brasil eacute um dos principais exportadores mundiais de gratildeos (IBGE 2018b)

A infraestrutura do sistema portuaacuterio compreende vaacuterios subsistemas que por vezes estatildeo

interconectados tendo relaccedilatildeo com o tipo de navios e cargas movimentas por ele (David e

Stewart 2010)

67

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

A existecircncia dos portos estaacute diretamente ligada a atender demandas do serviccedilo de transporte

(frete armazenagem movimentaccedilatildeo transbordo etc) e navios (piacuteeres abastecimento reparos

etc) O porto atua como interface entre o transporte internacional e o transporte domeacutestico

Handabaka (1994) e Barros (2013) considerada que os portos satildeos instalaccedilotildees fiacutesicas que

desempenham o papel de movimentaccedilatildeo de cargas transbordo de cargas entre modais e

consolidaccedilatildeo de cargas

Para Alfredini e Arasaki (2009) o porto eacute um elo importante na cadeia logiacutestica e pode ser

caracterizado como terminal multimodal ligado a abrigo profundidade e acessibilidade canal

de acesso bacia de evoluccedilatildeo berccedilos de atracaccedilatildeo aacuterea de retroporto e acesso terrestre ou

aquaviaacuterios

22 Terminal Portuaacuterio

Terminais satildeo pontos nodais de um sistema de transportes onde ocorrem entrada e saiacuteda de

cargas e veiacuteculos neste sistema (Fig 1) Neste ambiente se processam transferecircncias entre

modais Um terminal pode ter atividades voltada a um ou mais tipo especiacutefico de carga

chamado terminais multiuso

De acordo com Magalhatildees (2016) na perspectiva de engenharia de transportes o conceito de

terminal engloba todas as instalaccedilotildees onde inicia ou se encerra um processo de transporte Jaacute o

terminal portuaacuterio o autor conceitua como instalaccedilotildees voltada para atendimento de navios e

cargas especializadas podendo ser instalaccedilotildees isoladas ou natildeo Ainda Magalhatildees (2016)

terminal portuaacuterio deve dispor de infraestrutura especiacutefica considerando tipos de embarcaccedilatildeo e

tipos de carga demandando assim estrutura adequada para embarquedesembarque estocagem

recebimento entrega etc

Dentre os tipos de carga movimentada por um terminal portuaacuterio pode-se destacar contecircineres

roll-on roll-off carga geral solta e unitizada graneacuteis liacutequidos e soacutelidos etc (Barros 2013)

Figura 1 ndash Processo de importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo em um terminal portuaacuterio

Fonte Adaptado (Kim e Guumlnther 2007)

Exterior Navio

Embarque

Descarga

Pre-stacking Armazenagem

Ferrovia

Rodovia

Interior

68

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

23 Simulaccedilatildeo

Em computaccedilatildeo um modelo de simulaccedilatildeo eacute uma abstraccedilatildeo simplificada da realidade utilizado

para representar o funcionamento de algum sistema (Varajatildeo et al 2010 Cauchick e Fleury

2012 Chwif e Medina 2015) Os sistemas satildeo compostos por partes componentes que

interagem entre si no intuito de se atingir algum propoacutesito (Varajatildeo et al 2010) esses podem

ser naturais ou elaborados pelo ser humano tais como sistemas logiacutesticos processos

produtivos redes de empresas entre outros

Embora um modelo ser uma abstraccedilatildeo simplificada deve conter os elementos necessaacuterios para

se representar o sistema real pois serviraacute para a auxiliar nas tomadas de decisotildees compreender

os ambientes estudados e identificar problemas (Cauchick e Fleury 2012)

Apesar de sua grande importacircncia e utilizaccedilatildeo em diversos campos do conhecimento Chwif e

Medina (2015) esclarecem que a simulaccedilatildeo natildeo pode prever o futuro e sim o comportamento

de um sistema desse modo natildeo substitui o pensamento inteligente aleacutem disso a simulaccedilatildeo eacute

uma ferramenta de anaacutelise de cenaacuterios e pode ser utilizada em conjunto com recursos de

otimizaccedilatildeo mas natildeo eacute em si mesma uma ferramenta de otimizaccedilatildeo

Entre as diversas aplicaccedilotildees da simulaccedilatildeo na logiacutestica em geral pode-se verificar qual a melhor

poliacutetica de transporte distribuiccedilatildeo e estocagem em toda a cadeia desde a produccedilatildeo ateacute o

consumidor final Mais especificamente em uma operaccedilatildeo portuaacuteria se o nuacutemero de

equipamentos e homens eacute necessaacuterio para carregar e descarregar navios entre outras aplicaccedilotildees

(Chwif e Medina 2015)

3 Metodologia

Com objetivo de compreender eventuais gargalos logiacutesticos em um terminal portuaacuterio optou-

se por aplicar um modelo de simulaccedilatildeo visando dimensionar a capacidade operacional e o niacutevel

de resposta para futuras demandas Portanto decidiu-se pelo modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg

Rockwell Software Inc 110reg versatildeo acadecircmica O presente estudo foi realizado em trecircs

etapas

Primeira Coleta de Dados Os dados foram extraiacutedos do sistema de controle do proacuteprio

Terminal A disponibilizado pela gerecircncia de operaccedilotildees Nestes dados estatildeo contidas

informaccedilotildees acerca das operaccedilotildees no terminal

Segunda Tratamento de dados Os dados foram selecionados por tipo de evento rodoviaacuterio e

ferroviaacuterio levando em consideraccedilatildeo trecircs meses de maior pico de demanda do milho (agosto

setembro e outubro) Em seguida realizou-se o levantamento de tempo de operaccedilatildeo de cada

evento (Fig 3 e Fig 4) considerando e meacutedia ponderada e o desvio padratildeo

Terceira Processo de simulaccedilatildeo Apoacutes aferimento de tempo de cada processo aplicou-se o

modelo de simulaccedilatildeo ARENAreg considerando o horizonte de cenaacuterio de um ano

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Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

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Figura 2 - Evento completo - Ferroviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

Figura 3 - Evento completo - Rodoviaacuterio

Fonte Elaborado pelos autores

4 Estudo de Caso

O Terminal A eacute um terminal portuaacuterio especializado em granel soacutelido que opera no Porto de

Santos Possui uma aacuterea de mais de 300 mil m2 composta por acesso rodoferroviaacuterio dois gates

uma entrada e outro saiacuteda duas moegas ferroviaacuterias dois tombadores para descarga de

caminhotildees piacuteer de atracaccedilatildeo para navios correia transportadora e dois armazeacutens graneleiros

com capacidade estaacutetica de 108 mil (t) cada um Sua infraestrutura eacute voltada para embarque de

commodities agriacutecolas com destaque para o milho objeto de estudo desta pesquisa de

simulaccedilatildeo

Dados coletados atraveacutes da gerecircncia de operaccedilatildeo do Terminal A atestam que para estocagem

mensal do milho eacute necessaacuterio frac34 da capacidade estaacutetica total ou seja 162 mil (t) tendo em vista

a capacidade total de armazenagem do terminal eacute de 216 mil (t)

Em 2016 observou-se que 52 dos 218 milhotildees (t) milho nacional exportado foi escoado pelo

Porto de Santos 112 milhotildees (t) (MDIC 2018b) Deste montante cerca de 20 de todo volume

escoado pelo porto santista foi movimentado pelo Terminal A cerca de 22 milhotildees (t)

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

Gate in

Pess

Amostras

Pess

Gate out

Pess

1ordf Processo ldquoChegada no terminalmoega (2) coleta de

amostras pesagem e descargardquo

3ordf Processo ldquoSaiacuteda coleta de

amostras chegada descarga

tombador (2)rdquo

1ordf Processo ldquoSaiacuteda paacutetio

regulador chegada

terminalrdquo

2ordf Processo ldquoSaiacuteda gate in

pesado chegada para coleta

de amostrasrdquo

70

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

5 Discussatildeo e Resultados

51 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Vagotildees

No montante total de recebimento e armazenamento do milho a operaccedilatildeo de vagatildeo representa

80 de toda movimentaccedilatildeo do terminal Nesta operaccedilatildeo (Fig 2) denominado ldquoeventordquo para

efeito da simulaccedilatildeo no ARENAreg (Fig 4) observa-se apenas um processo

O processo inicia-se com a chegada das composiccedilotildees no terminal que satildeo enviadas diretamente

para a moegas para o descarregamento dos vagotildees Vale ressaltar que os processos de pesagem

e a coleta de amostras satildeo efetuados simultaneamente com a descarga

Figura 4 ndash Simulaccedilatildeo vagotildees

Fonte ARENAreg

Tabela 1 - Indicadores de Performance

Vagotildees Utilizaccedilatildeo

recurso Vagotildees na fila

Tempo vagotildees na fila

(horas)

Total

vagotildees

Entrada Saiacuteda Moega

1

Moega

2

Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Miacutenimo Maacuteximo 6

60

62

2718 2717 34 68 002 000 300 007 000 429

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Como ilustra a Tabela 1 os resultados da simulaccedilatildeo indicaram a saiacuteda de 2717 vagotildees A taxa

de ocupaccedilatildeo meacutedia das moegas foram de 34 na moega 1 e 68 na moega 2 Pocircde-se observar

ainda que apesar de vaacuterios vagotildees entrarem direto para descarga sem espera em meacutedia 002

vagatildeo aguardou na fila alcanccedilando assim a meacutedia maacutexima de 3 vagotildees na fila de espera Acerca

do tempo de espera a meacutedia ficou em 007 horas com maacuteximo de 429 horas de espera No

periacuteodo simulado (1 ano) foi registrado 66062 vagotildees descarregados

52 Simulaccedilatildeo Operaccedilatildeo Caminhotildees

Enquanto 80 das operaccedilotildees do terminal tem sua origem na ferrovia os caminhotildees

representam 20 de toda a operaccedilatildeo sendo que 70 deste volume eacute composto pelo veiacuteculo

bitrem (2 semi rebocadores acoplados entre si) A operaccedilatildeo completa deste ldquoeventordquo para efeito

71

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da simulaccedilatildeo (Fig5) no ARENAreg eacute composta por trecircs processos a) saiacuteda paacutetio

reguladorchegada no terminal (gate) b) saiacuteda gatechegada de coleta amostras c) saiacuteda coletas

de amostraschegada nos tombadores para descarga (Fig 3)

Figura 5 ndash Simulaccedilatildeo caminhatildeo

Fonte ARENAreg

Tabela 2 - Indicadores de Performance

Caminhotildees Utilizaccedilatildeo recursos Caminhotildees na fila Tempo caminhotildees

na fila (horas) Total

Entrada Saiacuteda Tombadores Pessoas Gate Meacutedia Min Maacutex Meacutedia Min Maacutex

63

39

2735 2734 47 2 67 007 000 400 016 000 575

Fonte Adaptado da simulaccedilatildeo ARENAreg

Os resultados observados na Tabela 2 indicam que dos 2735 veiacuteculos que entraram 2734

saiacuteram ficando em meacutedia 007 caminhotildees aguardando na fila chegando a 4 caminhotildees na

meacutedia maacutexima No que se refere aos recursos os resultados apontaram que o gate eacute o recurso

mais exigidos na operaccedilatildeo com taxa de uso de mais de 67 seguido pelos tombadores que

juntos representaram uma taxa de uso de 47 Jaacute o uso do recurso pessoas ficou em 2 No

que se refere ao tempo de espera 016 horas a meacutedia chegando a 575 horas maacutexima de espera

por caminhatildeo Um total de 6339 veiacuteculos foram descarregados no final da simulaccedilatildeo (1 ano)

sendo 5330 bitrem e 1069 caminhotildees

6 CONCLUSOtildeES

O presente estudo teve como objetivo principal simular uma operaccedilatildeo de recebimento e

armazenamento do milho de modo a mapear eventuais gargalos operacionais deste processo

no Terminal A Com isso foi possiacutevel observar que dentre as duas operaccedilotildees a do caminhatildeo eacute

a operaccedilatildeo que se mostra mais criacutetica em um cenaacuterio de aumento de demanda Em que pese na

operaccedilatildeo de vagatildeo uma taxa meacutedia de ocupaccedilatildeo dos recursos de 34 moega 1 e 68 moega

72

Logistics Challenges in the New Economy Sharing and Interconnected Industry

Satildeo Paulo Brazil 4 amp 5 June 2018

2 a operaccedilatildeo com caminhatildeo se mostrou mais vulneraacutevel a gargalos O estudo identificou na

operaccedilatildeo de caminhotildees uma taxa de uso dos recursos de 67 no gate e 47 nos tombadores

Desta maneira pode-se concluir que apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representar 20 do

terminal se as perspectivas de aumento da demanda pelo gratildeo brasileiro se concretizarem o

Terminal A estaraacute diante de um iminente gargalo operacional Portanto os resultados indicam

a necessidade de investimentos de ampliaccedilatildeo acerca dos recursos disponiacuteveis considerando o

aumento crescente da demanda internacional pelo gratildeo nacional

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5 Discussatildeo (Artigos)

Os quatro artigos dessa dissertaccedilatildeo buscaram atender os objetivos especiacuteficosapresentados no capiacutetulo 1 O objetivo geral da dissertaccedilatildeo de analisar os fluxos deexportaccedilatildeo do milho brasileiro e a capacidade estaacutetica do Porto de Santos com basena movimentaccedilatildeo de um terminal exportador de gratildeos de milho eacute verificado pelosquatro artigos cujo a soma busca responder o objetivo Os resultados foram discutidosde forma ampla no conjunto deste trabalho

O primeiro artigo teve caraacuteter exploratoacuterio ou seja buscou apresentar um pa-norama da produccedilatildeo de milho no Brasil de modo a permitir entender a importacircncia dacultura e o seu impacto para o paiacutes Essa anaacutelise eacute relevante pois permite ao pesqui-sador um conhecimento da aacuterea de estudo O artigo foi essencialmente bibliograacuteficocom base em estudos anteriores

Essa pesquisa contribuiu para a justificativa do presente estudo em que seconstatou a relevacircncia da produccedilatildeo nacional e o destaque do cereal para o comeacutercioexterior brasileiro visto que eacute o segundo gratildeo mais exportado pelo Brasil

O segundo artigo da dissertaccedilatildeo permitiu constatar a importacircncia da do Portode Santos para a logiacutestica de exportaccedilatildeo do cereal tendo como principal exportadoro estado do Mato Grosso maior produtor nacional do milho

Verificou-se a Aacutesia e Oriente Meacutedio como os principais mercados do milhomato-grossense justificando o maior volume de movimentaccedilatildeo do milho na plataformaportuaacuteria de Santos natildeo soacute devido a sua capacidade operacional por possuir seteterminais especifico que operam gratildeos mas tambeacutem pela disponibilidade de rotasmariacutetimas que o porto oferece

O artigo permitiu ainda evidenciar o papel do Porto de Santos bem superior aosegundo lugar o Porto de Paranaguaacute Esses resultados permitiram concluir que umaumento no volume de exportaccedilotildees necessariamente passariam por Santos e umaanaacutelise mais detalhada deste seria necessaacuteria

O proacuteximo passo da pesquisa constitui em encontrar uma forma de mensurar opapel do porto de Santos e sua capacidade de atender uma demanda maior Assimutilizaram-se dados oficiais e modelos de previsatildeo para estabelecer uma tendecircncia decrescimento das exportaccedilotildees do milho brasileiro e seu respectivo volume no Porto deSantos Para capacidade estaacutetica em atender essas flutuaccedilotildees utilizou-se de dadosde um dos principais terminais de gratildeos do porto que disponibilizou as informaccedilotildeesnecessaacuterias para o estudo

Esta pesquisa foi de caraacuteter quantitativo permitindo analisar se o Terminal Atem capacidade operacional para atender as novas demandas de crescimento no fluxo

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de exportaccedilatildeo do milhoAs previsotildees apresentadas no artigo sinalizaram um deacuteficit na capacidade es-

taacutetica de armazenagem para os proacuteximos cinco anos (20172021) com 39 5775 94 e 115 respectivamente no Terminal A e um consequentemente deacuteficit noPorto de Santos

Por fim uma ultima anaacutelise complementar foi realizada para verificar os impac-tos da entrada desse milho nas operaccedilotildees do terminal A A anaacutelise se concentrou nasoperaccedilotildees de recebimento e armazenagem do milho para posterior embarque E entreas duas operaccedilotildees (rodoviaacuterioferroviaacuterio) a taxa de uso dos recursos dos caminhotildeeseacute mais elevada do que dos vagotildees apesar das operaccedilotildees com caminhatildeo representarapenas 20 do terminal

Os resultados dos artigos III e IV indicaram que caso se concretize a projeccedilatildeodo aumento de demanda internacional pelo milho brasileiro o Porto de Santos e oTerminal A estaratildeo diante de eventuais gargalos operacionais Desta maneira haacute ne-cessidade de ampliar a estrutura de capacidade estaacutetica de armazenagem bem comoos recursos utilizados para o recebimento do milho atraveacutes do modal rodoviaacuterio

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6 Propostas para Trabalhos Futuros

Com advento da globalizaccedilatildeo da economia o niacutevel competitivo de um paiacutes estaacutena sua capacidade em escoar mateacuterias-primas e produtos Dessa maneira as plata-formas portuaacuterias satildeo fundamentais para a cadeia logiacutestica como para a eficiecircncia deseus serviccedilos As praacuteticas de como o porto se integra e sua a capacidade de gerarvalor para a cadeia eacute fator decisoacuterio para a competitividade dos paiacuteses no mercadointernacional

As commodities agriacutecolas se caracterizam por produtos de alta volatilidadebaixo valor agregado margens apertadas e transporte ineficiente Isso evidencia aindamais a importacircncia da logiacutestica portuaacuteria para ganho de valor competitivo O sistemaportuaacuterio brasileiro tem papel fundamental na ordem econocircmica do Brasil sobretudonas operaccedilotildees de exportaccedilatildeo dos produtos agriacutecolas

Diante do exposto o presente estudo poderaacute subsidiar novas pesquisas quecontribuiratildeo para o aumento da competitividade do milho brasileiro no mercado glo-bal Recomenda-se um estudo voltado para o desenvolvimento de indicadores dedesempenho operacional portuaacuterio para auxiliar o exportador brasileiro na tomada dedecisatildeo no momento da escolha do porto mais eficiente para escoamento do gratildeo

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