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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE MESTRADO PROFISSIONAL DE SISTEMAS DE GESTÃO CARLOS EDUARDO PEREIRA GONÇALVES ALINHAMENTO DO PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO EM UMA INDÚSTRIA OFF SHORE NITERÓI 2006

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Page 1: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO CARLOS EDUARDO …ALINHAMENTO DO PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO EM UMA INDÚSTRIA OFF SHORE Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

MESTRADO PROFISSIONAL DE SISTEMAS DE GESTÃO

CARLOS EDUARDO PEREIRA GONÇALVES

ALINHAMENTO DO PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO EM UMA INDÚSTRIA OFF

SHORE

NITERÓI

2006

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CARLOS EDUARDO PEREIRA GONÇALVES

ALINHAMENTO DO PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO E M UMA

INDÚSTRIA OFF SHORE

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de concentração: Sistema de Gestão pela Qualidade Total.

Orientador:

Prof. Eduardo Linhares Qualharini , D.Sc.

NITERÓI

2006

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CARLOS EDUARDO PEREIRA GONÇALVES

ALINHAMENTO DO PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO EM UMA

INDÚSTRIA OFF SHORE

Dissertação apresentada ao Curso de

Mestrado em Sistemas de Gestão da

Universidade Federal Fluminense

como requisito parcial para obtenção

do grau de Mestre em Sistemas de

Gestão. Área de concentração:

Sistema de Gestão pela Qualidade

Total.

Aprovado em 08/06/2006

BANCA EXAMINADORA

Prof. Eduardo Linhares Qualharini , D.Sc. - Orientador

Universidade Federal Fluminense

Prof. Orlando Celso Longo , D .Sc.

Universidade Federal Fluminense

Professora Roberta Cavalcanti Pereira Nunes, D.Sc.

Universidade Federal de Juiz de Fora

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais e esposa pelo apoio e incentivo e à

minha fi lha Maria Eduarda por me propiciar uma nova razão de vida e me tornar uma pessoa mais feli z.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da inteligência , a DaimlerChrysler pela oportunidade a mim concedida.

Ao meu pai José Carlos, a minha mãe Aparecida por todo esforço

e empenho despendido na minha educação famil iar. A minha fi lha Maria Eduarda pelas vezes que melhorou meu

estado de espír i to com um simples sorr iso. Ao meu orientador, Prof. Eduardo Linhares Qualharini pela

objetividade e es tímulo, aos professores e funcionários do LATEC pelos ensinamentos transmitidos , pela atenç ão e presteza no auxil io prestado.

Aos meus colegas de turma do Mestrado pelas horas agradáveis e di f íceis, comparti lhadas juntos.

A PETROBRAS pela confiança e compromisso para com o

desenvolvimento dos seus colaboradores , e a todos que dispensaram tempo e atenção para tornar este trabalho possível.

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O propósito da empresa não é simplesmente

lucrar, mas ser vista em sua base como uma

comunidade de pessoas que, de várias

formas, estão se esforçando para satisfazer

suas necessidades básicas e que formam um

grupo particular no serviço de toda a

sociedade. O lucro é um regulador da vida

de um negócio, mas não é o único regulador;

outros fatores, humanos e morais, também

devem ser considerados, pois a longo prazo,

serão igualmente importantes para a vida do

negócio. (Papa João Paulo II)

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RESUMO

O trabalho desenvolvido nesta dissertação analisa o processo de terceirização na

PETROBRAS, Unidade Bacia de Campos – UN-BC, área de Instalação de

Superfície – ISUP. Através da pesquisa realizada, foi levantado o histórico das

avaliações dos Boletins de Avaliação de Desempenho – BAD, em dois tipos de

contratos de Construção e Montagem: Os contratos “Convencionais” e os contratos

“Família”, que representam uma nova modalidade de contratos “Guarda-Chuva”. A

pesquisa tem como objetivo geral conceituar e desenvolver estratégias de gestão

para terceirização na área de C&M e Manutenção Industrial. Especificamente, o

trabalho apresenta uma proposta metodológica, com base em históricos de

resultados passados, para aplicação no processo licitatório e nas cláusulas de

instrumentos contratuais, referentes aos serviços prestados por empresas

terceirizadas, a fim de obter o nivelamento das ações gerenciais, focadas em valores

comuns entre empresas terceirizadas e a contratante, para o alcance das metas

empresariais.

Palavras-chave: Terceirização, Contrato, Análise de Desempenho, Resultado e

Parceria.

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ABSTRACT

The work developed in this thesis analyzes the outsourcing process in PETROBRAS,

Bacia de Campos Unit - UN-BC, Surface Installation area - ISUP. Through the

accomplished research, it was lifted up the report of the evaluations of the Bulletins of

Performance Evaluation - BAD in two types of contracts of Construction and

Assembly: The "Conventional" and the "Family" contracts, which represents a new

type of "Umbrella" contracts. The research has as general objectives to make

concepts and to develop administration strategies for outsourcing in the C&M and

maintenance areas.

Specifically, the work presents a methodological proposal with base in past results

reports, for application in the bidding process and in the terms of contractual

instruments, regarding the services rendered by outsourcing companies, in order to

obtain the leveling of the managerial actions, focused in common values between

outsourcing companies and the contracting party, for the reach of the business goals.

Keys-word: Outsourcing, Contract, Analysis of Performance and Results

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 A nova Era da Terceirização............................................................ 34

Figura 02 Quarteirização.................................................................................. 38

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 Indicadores de Desempenho......................................................... 77

Quadro 02 Conceitos ............................................................................. 87, 106

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 “Média das Notas” x “Gerência” . . . . . . . .. . . . . . . . ................ .104

Gráfico 02 “Quantidade de BAD’s“ x “Gerência” . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....105

Gráfico 03 “Quantidade de Conceitos” x “Empresas” .. . . .. . . . ........... 107

Gráfico 04 “Duração do Contrato” (em meses) x “Empresas” dos

contratos “Famíl ia” . . . .. . . . . . . . . .............. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108

Gráfico 05 “Conceito” x “Empresas” dos contratos “Famíl ia” a part ir

do 2º ano de vigência .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..109

Gráfico 06 “Valor” . ........ . . . . . . . . . . . . . . . . . .... . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..111

Gráfico 07 “Prazo”.. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . ............... . . . . . . . . . . .112

Gráfico 08 “Segurança e Meio Ambiente”.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .116

Gráfico 09 “Qualidade dos Serviços”.. . . .............. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .119

Gráfico 10 IQPC – Índice de Qualidade P ercebida pelo Cl iente.. ..121

Gráfico 11 TFSA – Taxa de Freqüência de Acidentes sem

Afastamento.............................. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..122

Gráfico 12 Demonstrativo: Prazo x SMS x Qualidade .. .................128

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Core Business foco principal do negócio da empresa

Turn Key Modalidade contratual com valor e escopo definidos

Guarda Chuva Modalidade Contratual que engloba diversas disciplinas com escopo

e valor flexíveis

Know How Detentor do “Como Fazer”

Off Shore Fora da costa

AS Autorização de Serviços

Nota de Manutenção Documento do SAP R/3 onde o cliente interno solicita

serviços à ISUP

SAP Sigla da empresa criadora do software de gerenciamento integrado R/3

R/3 “R” vem de “real time” e “3” vem do fato de que esse software opera em sistema

com arquitetura do tipo cliente-servidor em três camadas

ISUP Instalações de Superfície

RAC Reunião de Análise Crítica

RTA Relatório de Tratamento de Anomalia

US Unidade de Serviço

SEP Solicitação de Estudo de Projeto

BCCM Boletim de Construção e Montagem

C&M Construção e Montagem

BS Boletim de Serviço

RDO Relatório Diário de Obra

RM Relatório de Medição

ATP Ativo de Produção da PETROBRAS

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E&P Setor de Exploração e Produção da PETROBRAS

SMS Segurança e Meio Ambiente

BDC Banco de Dados de Contratos

EAP Estrutura Analítica do Projeto

As-built Conforme Construído

PPU Planilha de Preço Unitário

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 17

1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................................. 17

1.2. JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 21

1.3. OBJETIVOS DA PESQUISA.................................................................................... 22

1.4. O PROBLEMA ............................................................................................................ 23

1.5. A HIPÓTESE............................................................................................................... 23

1.5.1. Hipóteses específicas ............................................................................. 23

1.6. METODOLOGIA ......................................................................................................... 24

1.7. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO................................................................................. 25

2. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 26

2.1. CONCEITO DE TERCEIRIZAÇÃO.......................................................................... 26

2.2. CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................................... 27

2.3. QUESTÕES DE SEGURANÇA MEIO AMBIENTE E SAÚDE – SMS................. 30

2.4. A TRANSFERÊNCIA DE ATIVIDADE E TECNOLOGIA ...................................... 31

2.5. A GESTÃO DE CONTRATOS .................................................................................. 33

2.6. A QUARTEIRIZAÇÃO................................................................................................ 34

3. O PROCESSO DE TERCEIRAZAÇÃO NA PETROBRAS UN-BC ........................ 37

3.1. A TERCEIRIZAÇÃO NA PETROBRAS................................................................... 37

3.2. INSTRUMENTOS DE REGULAMENTAÇÃO DE CONTRATAÇÃO DE

SERVIÇOS.......................................................................................................................... 38

3.2.1. O Decreto 2.745/98, de 24/08/98 ............................................................. 38

3.2.2. Manual de Procedimentos Contratuais (MPC) ..................................... 40

3.2.3. Manual de Procedimentos Contratuais de Bens e Serviços do E&P

(MCBS – E&P) .................................................................................................... 41

3.3. PROCEDIMENTOS INTERNOS DA UN-BC (SINPEP)........................................ 41

3.4. CONTRATAÇÃO........................................................................................................ 43

3.4.1. O Plano de Contratação................................................................................... 43

3.4.2. Enquadramento das Contratações ............................................................... 44

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3.4.2.1. Licitação .............................................................................................. 44

3.4.2.2. Contratações Diretas ........................................................................... 47

3.4.3. O Contrato ........................................................................................................... 47

3.4.3.1. Estudo do Anexo I Relativo a Condições Gerais Contratuais ............. 52

3.4.4. Principais Diferenças entre os Contratos “Família” e os Contratos

“Convencionais”........................................................................................................... 52

3.5. O SAP R/3.................................................................................................................... 55

3.6. GERENCIAMENTO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO.................................... 60

3.6.1. Atribuições Básicas do Gerente de Contrato ............................................ 61

3.6.2. Atribuições Básicas do Fiscal de Contratos.............................................. 63

3.6.3. Medição de Serviços......................................................................................... 66

3.6.4. Requisitos da Qualidade e Análise do Desempenho da Contratada... 67

3.6.4.1. Reuniões de Análise Crítica – RAC .................................................... 73

3.6.5. BOLETIM DE ANÁLISE DE DESEMPENHO DAS ContratadaS – BAD . 73

3.6.6. Sansões Administrativas................................................................................. 77

3.6.7. Bônus e Ônus Aplicáveis à Contratada....................................................... 80

3.6.7.1. Bônus pela Conclusão de Obras CrÍticas Antes do Prazo .................. 80

3.6.7.2. Bônus ou Ônus pela não Ocorrência de Acidentes ............................ 81

3.6.7.3. Bônus ou Ônus pela Certificação dos Profissionais ............................ 82

3.6.7.4. Bônus pelas Certificações da Contratada ........................................... 84

3.6.7.5. Bônus ou Ônus pela Rotatividade de Pessoal – turn-over .................. 84

3.6.7.6. Bônus pela Antecipação ou Cumprimento do Prazo em Serviços

Realizados nas Paradas Programadas de Produção ...................................... 86

3.6.8. Relatório de Tratamento de Anomalia – RTA............................................. 87

3.6.8.1. Objetivos do Tratamento de Anomalias .............................................. 88

3.6.8.2. Tipos de Anomalia ............................................................................... 88

4. A PESQUISA.................................................................................................................... 89

4.1. COLETA DE DADOS ................................................................................................. 91

4.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................ 93

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................111

5.1. SUGESTÕES DE MELHORIAS PARA FUTUROS CONTRATOS ...................115

5.2. ANALISE DA PROPOSTA DA PESQUISA...........................................................119

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5.3. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS...................................................122

BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................124

ANEXOS.................................................................................................................. 126

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1. INTRODUÇÃO

1.1. CONSIDERAÇÕES INICIA IS

Atingir vantagem competitiva é uma das metas principais das organizações

modernas, que atuam em um mercado globalizado cada vez mais competitivo. A

terceirização é buscada cada vez mais com objetivos variados, que se resumem à

redução de custos, melhoria na qualidade e aprimoramento da atividade fim, que

está relacionada diretamente com o negócio da empresa, constituindo seu “Know-

how”. As empresas precisam concentrar sua energia na sua atividade vocacional,

naquilo que lhes gera lucro, aumentando sua eficácia, ser mais velozes, menos

burocráticos e fazer com que sua estrutura e seus processos sejam mais enxutos.

Por isso as empresas vêm modificando suas estruturas, saindo do modelo vertical

para horizontal, transferindo as atividades meio para outras empresas

especializadas.

As atividades meio podem ser de apoio ou essencial, a primeira são

atividades que não agregam valor à produção ou a o negócio de forma direta. Trata-

se de serviço necessário mas não essencial, como as atividades de conservação,

vigilância, alimentação e transporte de pessoal, etc. As atividades meio essenciais

estão ligadas operacionalmente ao negócio, como matéria prima, componentes do

produto final ou até parte do processo produtivo, onde sem elas, o produto final

deixa de existir.

Diversas empresas vêm modernizando seu processo de terceirização e

melhorando seus relacionamentos, no qual a empresa contratante não compra

apenas a execução de serviços, a terceirização contempla também o compromisso

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nos resultados do negócio e a responsabilidade na gestão, envolvendo aspectos

legais, qualidade e segurança. A terceirização plena, também descrita como

transferência de atividades e tecnologia, é aquela onde a contratada é responsável

pela tecnologia empregada e pela gestão integral da atividade contratada.

“A terceirização via transferência de atividades e tecnologia representa uma mudança de cenário em três níveis. O primeiro é a mudança conceitual interna do próprio processo de terceirização, passando de uma compra de serviço para uma compra de produto através de parceria. O segundo diz respeito ao grau de responsabilidade dos parceiros, que passam a comparti lhar deveres e riscos do empreendimento. O terceiro resulta em um novo enquadramento jurídico desse tipo de vinculo, uma vez que não se trata mais de uma situação de prestação de serviços, e sim de parceria empresarial, o que acarreta uma desvinculação da restrição estabelecida na Súmula n° 331 do TST em relação a atividade-meio” . (SARATT, 2002, pág.50)

Uma das soluções mais utilizadas para alcançar redução de custos e maior

produtividade tem sido a terceirização. A implementação deste recurso de gestão

permite a empresa focar seus esforços no seu "core business", deixando a cargo de

outras pessoas/empresas a execução das atividades meio, compostas por tarefas

periféricas ou complementares. Entretanto tais tarefas são importantes e

imprescindíveis ao negócio.

Existe também a terceirização plena, onde o executante da atividade á

responsável pela execução, pela tecnologia empregada e pela gestão integral das

atividades . Exemplos desse processo são encontrados no segmento de vestuário e

calçados esportivos como a Nike e na indústria de cosmética, como o caso da

Natura.

Com relação à terceirização, existem vantagens e desvantagens que

precisam ser avaliadas e controladas, aspectos legais que não podem ser

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esquecidos, para que este recurso de gestão não se torne um problema maior do

que os motivos que levaram ao processo de terceirização.

A terceirização pressupõe um contrato de prestação de serviços ou

transferência de atividades e tecnologia, cujas características devem ser diferentes

do contrato de emprego.

O art. 3°, caput da CLT, afirma: “Considera-se empregado toda pessoa física

que prestar serviço de natureza não eventual a empregador, sob a dependência

deste mediante a salário”. De acordo com SILVEIRA, SARATT e MORAES (2002),

existem quatro elementos obrigatórios que identificam a relação de emprego:

1. subordinação jurídica: é o poder de comando exercido pelo empregador, que

torna o empregado dependente na relação de emprego. É o empregador

quem determina o horário de trabalho, o período de férias, a forma de

realização das atividades, etc.

2. pessoalidade: significa que o empregado não pode fazer-se substituir por

outro, devendo o serviço ser feito sempre pela pessoa que foi delegada a

realizá-lo.

3. onerosidade : Significa a troca do tempo de trabalho por uma remuneração.

4. não-eventualidade: Também é chamada de habitualidade ou permanência,

que está presentes quando o empregado fica à disposição do empregador.

No contrato de emprego, o empregador poderá ser pessoa Jurídica ou Física.

Para Pastore (2003),

“O Brasil desenvolveu ao longo de várias décadas um imenso cipoal de leis e sentenças trabalhistas como tentativa de organizar o mercado de trabalho, evitar e resolver os conflitos entre as partes. Depois de todo esse esforço verifica-se que, no que tange à organização, o poder desse aparato legal está cada vez menor, pois hoje é de quase 60% a parcela da força de trabalho que está fora da proteção legal – no mercado informal.

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No que tange à prevenção e resolução de conflitos, verif ica-se um crescimento contínuo das desavenças entre as partes e do número de ações trabalhistas. Atualmente, os tribunais de trabalho possuem mais de 2,5 milhões de processos em andamento, sendo pequena a sua capacidade de prevenir os conflitos. Os processos que darão entrada hoje nos tribunais são exatamente iguais aos que deram entrada ontem e há dez anos atrás. A capacidade inibidora do conflito nessa área é nula. Ao contrário, está provado que o nosso sistema de resolução de impasses através da justiça do Trabalho constitu i um eficiente estímulo ao confl i to entre as partes ”.

O engessamento das leis de relações trabalhistas e a aplicação irrestrita do

princípio de proteção ao trabalhador geraram ineficiência, elevados encargos sociais

e custos incompatíveis com a necessidade das empresas e do próprio país em

desenvolver vantagens competitivas.

Já o contrato de terceirização, possui características diferentes do contrato de

emprego, nesse processo sempre haverá a participação de pessoas jurídicas, tendo

de um lado a contratante ou tomadora e de outro a contratada ou executora das

atividades, que também poderá ser uma cooperativa.

Segundo Saratt (2002),

“Existindo as características do contrato de emprego na relação de fato existente e a constatação de que ocorreu mera locação de mão -de-obra, em que o que se pretendia era a contratação de ” trabalhadores” e não de “resultados”, estará caracterizado negócio jurídico simulado, estabelecendo-se o vínculo emprega tício diretamente com o tomador dos serviços. Assim a contratante não pode ter qualquer tipo de ingerência em relação aos recursos humanos da contratada, porque os trabalhadores envolvidos na atividade são diretamente subordinados a ela, que é a legítima empregadora ”.

De acordo com o Inciso l da Súmula n° 331 do TST, “A contratação de

trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente

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com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (lei n° 6.019, de

03/01/74)”.

Portanto, quando os empregados da empresa contratada estão subordinados

diretamente a empresa contratante, sendo a empresa terceirizada apenas uma

intermediária de alocação de mão-de-obra, trata-se de um contrato temporário de

prestação de serviços ou transferência de atividades e tecnologia. Nesse caso, o

processo de gestão das pessoas terceirizadas está nas mãos da empresa

contratante.

A gestão de pessoas terceirizadas pela empresa tomadora, em contratos

temporários, é comum dentro do ambiente de trabalho na PETROBRAS, tanto nas

células de construção e montagem quanto na própria operação. As funções técnicas

de planejamento, apoio a gestão, apoio administrativo, engenharia de processos,

projetos, suprimento e até a fiscalização de serviços, comportam um número

considerável de mão de obra terceirizada.

1.2. JUSTIFICATIVA

O número de resultados insatisfatórios, comprovados pelos resultados

negativos dos Boletins de Avaliação de Desempenho das Contratadas (BAD), está

aumentando e muitos desses resultados ruins são descobertos somente quando o

serviço está concluído ou quando o equipamento montado ou reparado está em

início de operação. Nesse caso, ocorre uma resistência por parte da contratada em

atender a garantia dos serviços, pois os custos de retrabalho são altos. Porém, na

maioria das situações, os prejuízos causados a PETROBRAS por tempo de máquina

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parada ou por tratamento inadequado do óleo, são dezena de vezes maior que o

prejuízo gerado a contratada.

Em outras situações, são realizados vários abonos no prazo de encerramento

do contrato solicitados pela contratada, esperando-se a conclusão dos serviços.

Porém, são realizados pagamentos mensais pelo trabalho executado mas o

resultado final não aparece, ou seja, o serviço não se conclui.

Devido aos inúmeros problemas e imprevistos ocorridos durante o andamento

das obras, em alguns casos, após a aplicação de multas e outras sansões legais

previstas no contrato, o processo é encaminhado ao setor jurídico, gerando

descontentamento de ambas as partes, o rompimento da relação de parceria e

consecutivamente a redução do quadro de clientes prestadores de serviços.

1.3. OBJETIVOS DA PESQUISA

A pesquisa tem como objetivo geral conceituar e desenvolver estratégias de

gestão contratual para terceirização na indústria de produção e tratamento de óleo e

gás, focado na PETROBRAS, visando o aumento da qualidade total, melhoria das

taxas de acidentes de trabalho e de satisfação dos colaboradores. O estudo não

está focado na gestão das pessoas terceirizadas subordinados diretamente à

empresa contratante e sim, no processo de planejamento, controle e fiscalização dos

contratos de construção e montagem.

Especificamente, a pesquisa visa possibilitar a criação de uma metodologia,

sugerindo estratégias criadas através de pesquisa de campo, com base em

históricos de relato de casos, para aplicação nas cláusulas de instrumentos

contratuais referentes aos serviços prestados por empresas terceirizadas, a fim de

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obter o alinhamento das ações gerenciais focados em va lores comuns entre

empresas terceirizadas e a contratante, para o alcance das metas empresariais.

1.4. O PROBLEMA

O problema indicado na pesquisa reside na seguinte afirmativa: “Existe um

desalinhamento das metas das empresas terceirizadas com as metas da

PETROBRAS, pois enquanto a empresa contratante visa o aumento da produção e

a eficácia nos processos, respeitando o meio ambiente e priorizando a segurança,

as empresas contratadas focam na redução de custos e maior lucratividade”.

Assim, a gestão eficaz de todo processo de contratação, desde a elaboração

do processo licitatório até o encerramento do contrato, poderá garantir o sucesso da

terceirização?

1.5. A HIPÓTESE

1.5.1. Hipóteses específicas

Considera-se como válidos os seguintes pressupostos necessários ao

sucesso da terceirização no âmbito da PETROBRAS-UN-BC:

a) Os contratos “Família” ou “Contratões”, onde as empresas são convidadas a

participar das licitações e têm que se enquadrar nos critérios específicos da UN-BC,

apresentam resultados mais eficazes que os contratos “Guarda Chuva” ou turn key

“Convencionais” enquadrados no “Instrumento de Regulamentação de Contratação

de Serviços” da PETROBRAS;

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b) Uma seleção eficiente de empresas garante a participação na licitação daquelas

que estejam investindo no desenvolvimento tecnológico e com a cultura voltada para

os aspectos de segurança e meio ambiente;

c) As empresas com melhores índices de acidentes de trabalho conseguem melhor

qualidade nos serviços prestados e cumprimento dos prazos estabelecidos.

1.6. METODOLOGIA

O método escolhido para a pesquisa foi a pesquisa descritiva com um estudo

de caso, consistindo em uma revisão de literatura, posteriormente uma pesquisa

documental e um estudo em pesquisa-ação. A pesquisa se desenvolverá na

Petróleo Brasileiro S.A., unidade Bacia de Campos, em Macaé (UN-BC) e em

algumas empresas de projetos, manutenção e construção e montagem do setor.

Para a revisão de literatura, é necessário buscar informações com base

prática, através da análise do que realmente ocorre no âmbito da PETROBRAS UN-

BC em relação ao processo de terceirização. Será realizado um levantamento da

legislação em vigor referente a contratação, dos manuais de contratação,

instrumentos de regulamentação de contratação, dos procedimentos adotados na

UN-BC e dos contratos de C&M propriamente ditos. Será apresentado como o

processo de terceirização foi implantado na PETROBRAS e qual a importância e

contribuição do processo de terceirização para o alcance os objetivos nele

almejados.

Ressalta-se que, em alguns tópicos, quando for utilizado o termo

PETROBRAS, refere-se ao processo de terceirização no âmbito corporativo, que

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também tem validade para a UN-BC, onde neste caso, o procedimento que ocorre

na corporação é desdobrado para as unidades operacionais.

A partir daí, será realizado um levantamento documental dos indicadores de

taxas de acidentes e dos índices de evolução física das obras em ambas

modalidades de contrato: contratos “Guarda Chuva” e turn key “Convencionais”,

licitado por concorrência, possuindo objeto e prazo definidos; e os contratos “Guarda

Chuva” denominados de contratos “Família” ou “Contratão”, licitado por empresas

convidadas que estejam enquadradas nos critérios da UN-BC. A partir daí será

realizado um estudo comparativo entre as duas modalidades de contratação, onde

os dados coletados e o resultado do estudo servirão de base para a implementação

de estratégias de gestão contratual na UN-BC.

Está previsto, também, a utilização de monografias e dissertações para o

aprofundamento das hipóteses e para auxiliar na criação de um plano de pesquisa

próprio, além de verificar se existem pressupostos teóricos pertinentes à pesquisa.

1.7. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

No Capítulo 1 é apresentado ao leitor o contexto da pesquisa e são descritos

os objetivos, a importância do trabalho as questões que nortearam a pesquisa, além

de apresentar uma visão geral e as delimitações da pesquisa. No Capítulo 2 será

apresentado o quadro teórico com as definições sobre, Terceirização, Parcerias e

Administração Contratual, que dão o embasamento para a análise da pesquisa em

questão. No Capítulo 3 será apresentado como funciona o processo de terceirização

na PETROBRAS UN-BC, seus regulamentos, procedimentos e sistemas de medição

e controle. No Capítulo 4 apresenta-se a análise dos resultados obtidos através da

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pesquisa. Por fim, no Capítulo 5, com base no referencial teórico e na análise do

resultado da pesquisa, serão apresentadas as considerações finais.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. CONCEITO DE TERCEIRIZAÇÃO

Segue abaixo os conceitos de terceirização na visão de alguns autores,

visando ter a base para analisar e comparar como a sua implantação foi feita na

PETROBRAS:

- Giosa (1995) diz que é um processo de gestão pelo qual se repassam

algumas atividades para terceiros, com os quais se estabelece uma relação

de parceria, ficando a empresa concentrada apenas em tarefas

essencialmente ligadas ao negócio em que atua;

- Silva (1997) conceitua como sendo a transferência de atividades para

fornecedores especializados, detentores de tecnologia própria e moderna,

que tenha esta atividade terceirizada como sua atividade-fim, liberando a

tomadora para concentrar seus esforços gerenciais em seu negócio principal,

preservando e evoluindo em qualidade e produtividade, reduzindo custos e

ganhando competitividade;

- Kardec & Carvalho (2002) definem que terceirização é uma relação de

resultados empresariais para as partes envolvidas, trazendo uma vantagem

competitiva para a empresa contratante, através de uma economia de escala

e para a empresa contratada através de uma maior especialização,

comprometimento com resultados e autonomia gerencial.

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O universo de opiniões que envolvem o tema, mesmo conformado por

divergências e convergências, deixa à mostra alguns elementos comuns: parceria,

qualidade e mudança. A maioria dos discursos, independentemente da opinião,

menciona esses elementos, bem como a vantagem competitiva, originando de uma

estratégia bem plantada, decorrente de um relacionamento entre cliente e

fornecedor do tipo “ganha-ganha”.

2.2. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Segundo Giosa (1995), no entanto,

“a terceirização se investe de uma ação mais caracterizada como sendo uma técnica moderna de administração e que se baseia num processo de gestão, que leva a mudanças estruturais da empresa, a mudanças de cultura, procedimentos, sistemas e controles, capilarizando toda a malha organizacional, com um objetivo único quando adotada: atingir melhores resultados, concentrando todos os esforços e energia da empresa para a sua atividade principal”. “A terceirização que busca resultados apenas em razão do custo está praticando um ato que pode ser qualif icado de qualquer coisa, menos de terceirização, no sentido que esta decisão apoia-se em princípios éticos, técnicos e de busca de melhoria de qualidade e produtividade ”, conforme diz S ilva (1997).

Continuando, Silva (1997) afirma que,

“quando um processo de terceirização, mediante cotação de preços, acolhe como um feito de performance o menor custo, pura e simplesmente, não é e nunca será terceirização: é um desserviço à competitividade da empresa, pois preço jamais poderá ser o determinante exclusivo em processo sério de terceirização, e os efeitos negativos aparecerão rapidamente. Custo, embora importante, não pode ser o único ou principal fator determinante da terceirização. Ela pressupõe, antes de tudo, ganho de qualidade ou, no mínimo, manutenção da qualidade aliada a ganho nos custos ” .

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Segundo Kardec & Carvalho (2002),

“Resultados empresariais são aqueles que afetam a perspectiva financeira, os que impactam diretamente a perspectiva de mercado, incluindo a imagem da Contratante, os de perspectiva de processos internos como tecnologia, confiabil idade, segurança, meio ambiente e os que impactam a perspectiva de aprendizado e crescimento”.

De forma errônea, entretanto, administradores de empresas contratadas

pretendem com o processo, exclusivamente, o ganho imediato com a redução de

custos, alcançado em alguns casos através de redução da mão de obra qualificada

e deixando de investir em tecnologia e conhecimento aplicados ao processo. Com

isto, escolher fornecedores usando o menor preço, via de regra, coloca sob forte

ameaça o futuro da empresa.

De acordo com Kardec & Carvalho (2002), algumas contratadas não têm

interesse am aumentar a produtividade por razões óbvias:

“menor produtividade signif ica maior uti l ização de recursos humanos, de equipamentos e matérias, que resultam em maior fa turamento e lucro da contratada, o que é mais grave: NÃO HÁ QUALQUER COMPROMISSO COM OS RESULTADOS”.

Silveira, Saratt e Moraes (2002) apontam as seguintes vantagens obtidas pela

empresas com a adoção da terceirização:

1. Redução estrutural de custos: Além da diminuição da despesa com

mão de obra, a terceirização bem aplicada promove o desenvolvimento

de terceiros mais vocacionados para a atividade contratada, ganhando-

se produtividade e eficiência;

2. Integração da empresa na sociedade: Com a criação e o

desenvolvimento de novas empresas parceiras, ocorre o aumento da

rede de relacionamentos, da distribuição de renda e de uma maior

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integração na comunidade, com impacto positivo na imagem

corporativa da empresa que adota a terceirização como filosofia. Ela

passa a ter maior responsabilidade no atendimento das demandas

sociais, como investimento em educação, formação de profissionais e

promoção de projetos culturais, com repercussão no balanço social da

empresa;

3. Redefinição do negócio (novas vocacionalidades): A reavaliação do

negócio passa necessariamente por uma redefinição de prioridades. O

que em determinado momento era prioritário, exclusivo e estratégico -

por exemplo, a atividade produtiva-, em outro momento poderá deixar

de sê-lo, sendo tal atividade repassada a terceiros e a gestão

descentralizada, redefinindo-se a vocacionalidade da empresa;

4. Redimensionamento do enquadramento sindical: O enquadramento

sindical no Brasil é determinado pelo negócio preponderante da

empresa, com exceção das categorias chamadas diferenciadas. Com a

terceirização, há um redimensionamento do enquadramento sindical e

a conseqüente pulverização das datas-base das categorias que estão

direta e indiretamente envolvidas com o processo, o que resulta em

maior agilidade na negociação sindical. Ocorre também uma

flexibilização do piso remuneratório e de outros benefícios diretos e

indiretos, os quais geram impacto na formação do custo da operação;

5. Flexibilidade contratual (substituição do emprego por serviço): As

empresas que terceirizam de maneira intensiva ganham em agilidade

ao substituir o vínculo empregatício pela compra de serviço ou produto.

Como o contrato de terceirização é regulado por legislação de natureza

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civil/comercial, e não trabalhista, e como a remuneração está vinculada

à produção, e não à hora de trabalho, o processo de negociação da

relação não está subordinado aos princípios vigentes e atualmente

obsoletos da legislação trabalhista;

6. Revisão tributária: A pulverização das atividades entre várias empresas

permite que elas possam enquadrar-se, de acordo com o segmento em

que atuarão e o nível de faturamento, em legislação que faculte o

recolhimento tributário simplificado, reduzindo significativamente o

“custo Brasil” da operação.

2.3. QUESTÕES DE SEGURANÇA MEIO AMBIE NTE E SAÚDE – SMS

Nas empresas de maior risco operacional como, por exemplo, nuclear,

petroquímica, aeronáutica, siderurgia, papel e celulose, é fundamental que os

aspectos de SMS sejam prioritários, para que a empresa possa ter vantagem

competitiva no mercado. Para estas empresas a excelência empresarial certamente

passa pela excelência em SMS.

Referente às questões de segurança, a seguinte hipótese dos autores Kardec

& Carvalho (2002) é válida:

“A contratada que apresenta resultados ruins em segurança também tem meus resultados em qualidade, atendimento, custo, motivação da equipe e mei o ambiente, sendo, por conseguinte, um mau parceiro, que deve ter seu contrato descontinuado” . Ainda, Kardec & Carvalho (2002) afirmam que “esta é uma questão fundamental e não dá para tratar de empresa excelente, parceria e competit ividade se esta questão não for encarada de forma estratégica. Os mesmos programas, os mesmos resultados buscados e praticados pela Contratante devem ser buscados pela Contratada. É preciso unificar a maneira de ver as

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pessoas, resultados e abrangência dos programas de seguranç a (Contratante e Contratada)” . “Para que a Terceirização seja bem -sucedida é preciso que os resultados empresariais sejam alcançados. Os indicadores básicos de Qualidade, Atendimento, Custo, Moral da Equipe, Segurança e Meio Ambiente andam juntos; não dá para otimizar parte destes indicadores”.

“A confiança é o maior patrimônio de qualquer empresa. Nada útil pode

sobreviver sem ela ”.(ALBERT SCHWEITZER)

Com base na afirmação de Schweitzer, Kardec & Carvalho (2002) concluem

que:

“O que está implícito nesta afirmação é que o contrato nada mais é do que uma relação vivencial de confiança; não há contrato perfeito quando as partes não são confiáveis. Portanto, pode-se dizer que embora o risco seja inerente na atividade empresarial é possível reduzi- lo a níveis aceitáveis com práticas jurídicas adequadas. Isto não exclui a necessidade de se descrever, claramente, as responsabil idades e regras de convivência para as situações previsíveis ”.

2.4. A TRANSFERÊNCIA DE ATIVIDADE E TECNOLOGIA

Silveira, Saratt e Moraes (2002) descrevem que ,

“a terceirização vem passando por um processo de expansão. O que teve início com a compra de alguns serviços isolados e totalmente dissociados do negócio principal da empresa foi avançando para outras áreas, e os terceiros, antes distantes e dispersos, foram aproximando-se geograficamente da tomadora e compartilhando também seu espaço físico. A tal ponto de hoje o relacionamento existente entre os que praticam a verdadeira terceirização ser de uma verdadeira parceria. Podemos dizer que a terceirização passou de um modelo primitivo, em que havia uma relação parasitária e de subordinação do terceiro à contratante, para uma era em que o que caracteriza as relações entre tomadora e prestadora é a conectividade, a cumplicidade e a simbiose. Tal fato implica uma mudança conceitual da terceirização e uma revisão do modelo até agora

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adotado, uma vez que a soma do capital intelectual interno com os talentos externos passa a formar uma importante rede de relacionamentos, que deve result ar na consolidação de uma rede de negócios ”.

Esse processo de transformação da terceirização é conceituado pelos autores

como terceirização plena e se caracteriza pela transferência de atividades e

tecnologia.

Silveira, Saratt e Moraes (2002) ainda afirmam que,

“a terceirização plena representa uma mudança de cenário em três níveis. O primeiro é uma mudança conceitual interna do próprio processo de terceirização, passando de uma compra de serviço para uma compra de produto através de parceria. O segundo diz respeito à alteração no grau de responsabilidade dos parceiros, que passam a comparti lhar deveres e riscos do empreendimento. O terceiro resulta em um novo enquadramento jurídico desse tipo de vínculo, uma vez que não se trata mais de uma situação de prestação de serviços, e sim de parceria empresarial, o que acarreta uma desvinculação da restrição estabelecida na Súmula n° 331 do TST em relação à atividade-meio” .

Esta desvinculação acontece devido ao fato de não se enquadrar na

modalidade de compra e venda de serviço.

“É um contrato de parceria empresarial por resultado, no qual o novo parceiro assume com integral responsabilidade o processo produtivo no seu todo ou em parte. Assim, é de sua responsabilidade administrar os recursos humanos, o investimento tecnológico, a manutenção dos equipamentos, a capacitação e o desenvolvimento de novas ferramentas e tecnologias para obtenção de ganhos em produtividade e todos os demais aspectos que envolvam a cadeia produtiva objeto da parceria”. Afirmam Si lveira, Saratt e Moraes (2002).

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Prestação de Serviços

Terceirização Básica

Transferência de Atividades e Tecnologia

Terceirização Plena

(EXECUÇÃO)

(EXECUÇÃO GESTÃO

RESULTADOS COMPARTILHADOS)

Figura 1 – A nova Era da Terceirização Silveira , Saratt e Moraes (2002)

2.5. A GESTÃO DE CONTRATOS

Conforme diz Alvarez (1996),

“é impossível eliminar todos os riscos inerentes a uma iniciativa do porte da terceirização, no entanto, eles podem ser diminuídos, com a conscientização dos envolvidos, de suas possibil idades da ocorrência. Do mesmo modo, não há como afastar definitivamente prováveis rupturas no processo, provenientes, em sua maioria, de questões relacionadas com a cultura empresarial, com o hermetismo das tecnologias empregadas, com a pouca ou nenhuma experiência no assunto dos envolvidos no processo, com as contendas judiciais e com a baixa qualidade, muito embora esses malogros possam ser minimizados pela adoção de uma polít ica de pleno engajamento”.

Giosa (1995) diz que quanto à ação específica, o gestor de contratos deverá

desenvolver procedimentos que tenham como fim:

a) a auditagem constante do contrato para garantir a sua plena execução;

b) cumprimento das regras e condições estipuladas no contrato;

c) cumprimento dos objetivos desta operação;

d) acompanhamento das cláusulas que prevêem o reajuste de preços;

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e) acompanhamento das cláusulas que indicam o período de vigência e

eventuais denúncias quanto à inabilitação do prestador de serviços.

Não há dúvidas se o tomador dos serviços exercer má administração do

contrato, poderão advir sérias conseqüências futuras, que podem inviabilizar a

continuidade do processo de terceirização.

Os últimos anos impuseram um novo papel à grande empresa,

cabendo aqueles responsáveis pelo processo de terceirização conduzir as empresas

para a referida mudança. Não é preciso grande esforço para perceber que na

atualidade se espera das grandes empresas muito mais do que desenvolvimento,

produção e comercialização de produtos e serviços; sobretudo, é preciso que elas

entendam seu campo visual muito mais que suas funções tradicionais e levem em

consideração as repercussões que suas atividades provocam no meio ambiente, no

consumidor, na saúde e segurança de seus empregados e em uma série de

questões éticas que se entrecruzam com elementos de natureza cultural. No

entanto, testemunha-se que o desempenho desse papel tem estado muito aquém,

principalmente em decorrência de suas impossibilidades e limitações.

2.6. A QUARTEIRIZAÇÃO

Quarteirização é a espécie do gênero terceirização que consiste na delegação

a um terceiro especialista da gestão da administração das relações com os demais

terceiros.

Cada vez mais a realidade demonstra que diversos processos de

terceirização fracassam, fazendo com que as empresas tomadoras voltem na sua

decisão de verticalizar. Em muitos casos a conseqüência do fracasso está na

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deficiência da gestão, principalmente no relacionamento entre ambas as partes, que

envolve, além da fiscalização contratual, o acompanhamento contínuo da relação.

De acordo com Silveira, Saratt e Moraes (2002),

“A quarteirização revela -se ainda uma excelente ferramenta na administração do risco jurídico da terceirização, pois o eventual contato do empregado do terceiro ocorrerá com a empresa parceira respo nsável pela gestão do contrato, que funcionará como um amortecedor da relação, evitando-se o desgaste do relacionamento entre tomadora e prestadora. Dessa forma, a partir da prática habitual e adequada da quarteirização, elimina-se o risco da caracterização da subordinação jurídica, requisitos marcantes da relação de emprego. Além dessas vantagens, que justif icam a necessidade de se implementar a quarteirização nas empresas que terceirizam, é importante observar que o Estado, talvez pela insuficiência quantitativa de recursos humanos e receita para fazer frente às despesas necessárias para uma adequada fiscalização, vem cada vez mais transferindo ao tomador de serviços o controle da idoneidade financeira e fiscal dos seus fornecedores”.

Segundo Silveira, Saratt e Moraes (2002), as vantagens da quarteirização

são:

1. Eliminação de estruturas internas da empresa criadas para administrar os

contratos e os relacionamentos terceirizados;

2. Implantação de política corporativa ;

3. Profissionalização da gestão dos contratos e do relacionamento entre as

empresas;

4. Manutenção da garantia jurídica e preservação econômica da relação;

5. Modulação permanente na forma de melhoria contínua.

O conceito quarteirização não será o foco da pesquisa, mas apresenta um

grande potencial de estudo e desenvolvimento do tema em futuros trabalhos.

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Figura 2 – Quarteirização Silveira, Saratt e Moraes (2002)

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3. O PROCESSO DE TERCEIRAZAÇÃO NA PETROBRAS UN-BC

3.1. A TERCEIRIZAÇÃO NA PETROBRAS

A PETROBRAS elaborou as suas primeiras regras para normatizar a

atividade de contratação em 1964, através do Manual de Contratação, quando não

havia a obrigatoriedade de licitar. Tais regras se estenderam, mesmo após a edição

do Decreto-Lei nº 200/67, uma vez que tal diploma legal se referia, especificamente,

à administração indireta e autárquica. A obrigação de licitar veio apenas com o

Decreto-lei nº 2.300, de 21/11/86. Em substituição ao Decreto nº 2.300, a partir de

1993, a PETROBRAS passou a subordinar as suas licitações à Lei nº 8.666/93, de

21/06/93.

A PETROBRAS conta com uma série de leis especiais para regular suas

atividades, diante do papel que lhe foi atribuído de exercer o monopólio da pesquisa

e lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outras atividades expressamente

mencionadas no art. 177 da Constituição Federal. Tais leis se referem, por exemplo,

à garantia do abastecimento nacional de combustíveis, à construção de dutos e

polidutos, à adição de álcool à gasolina, à importação e comercialização de petróleo

e derivados, à exploração e pesquisa da plataforma continental brasileira, etc.

No momento em que a atividade petrolífera tornou-se concorrencial, foi

necessário revogar grande parte da legislação citada, visando adaptar a atividade da

companhia aos novos tempos que virão. Isto ocorreu com a promulgação da Lei n°

9.478, de 06/08/97, que abriu o mercado de exploração e produção de petróleo no

Brasil e, desta forma, foi necessário aprovar um novo instrumento de

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regulamentação de contratação de serviços especificamente para a PETROBRAS,

através do Decreto n° 2.745, de 24/08/98.

3.2. INSTRUMENTOS DE REGULAMENTAÇÃO DE CONTRATAÇÃO DE

SERVIÇOS

3.2.1. O Decreto 2.745/98, de 24/08/98

Conforme Manual de Procedimentos Contratuais, comentado pelo Serviço

Jurídico da PETROBRAS (SEJUR), a nova regulamentação do setor do petróleo

norteou-se por princípios constitucionais voltados à ordem econômica

(competitividade, livre iniciativa, livre concorrência, etc.). Desta forma, a Lei nº

9.478/97 ofereceu um novo papel a ser desempenhado pela PETROBRAS no

mercado, o qual impõe a ela não mais o exercício do monopólio estatal do petróleo,

mas a participação como agente econômico de mercado com atuação empresarial

plena.

Para o efetivo cumprimento da nova missão, a Lei nº 9.478, de 06/08/97

determinou, através do artigo 67, a aplicação a PETROBRAS de procedimentos

licitatórios simplificados, que foi aprovado através do Decreto nº 2.745, de 24/08/98.

O Decreto nº 2.745/98, editado nos termos da Lei n° 9.478/97 e do art. 173, §

1º da Constituição, com a redação dada pela Emenda n° 19 de 04/06/98, disciplina o

procedimento licitatório a ser realizado pela PETROBRAS, para contratação de

obras, serviços, compras e alienações.

Conforme previsto no item 10.1 do Decreto 2.745/98, a disciplina estabelecida

nele, poderia ser complementada, quanto aos aspectos operacionais, por ato interno

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da Diretoria Executiva da PETROBRAS, previamente publicado no Diário Oficial da

União.

Cumprindo o estabelecido no disposto acima, o Decreto n° 2.745/98 foi

complementado pelo Manual de Procedimentos Contratuais (MPC), que será

apresentado a seguir.

Art. 1° do decreto 2.745/98: “Fica aprovado o Regulamento do Procedimento

Licitatório Simplificado da PETROBRAS, na forma do Anexo deste Decreto”.

I tem 10.1 do Regulamento: “A d isc ip l ina estabe lec ida neste Regulamento poderá ser complementada, quanto aos aspectos operac ionais , por a to in terno da Di retor ia Execut iva da PETROBRAS, prev iamente publ icado no Diár io Of ic ia l da União, inc lusive quanto a f ixação das mul tas a que se referee a al ínea “g” do subi tem 7.1.3” .

Item 7.1.3 do Regulamento: “Os contratos deverão estabelecer, com clareza e

precisão. Os direitos, obrigações e responsabilidades das partes e conterão

cláusulas específicas sobre:

a) a qualificação das partes;

b) o objeto e seus elementos característicos;

c) a forma de execução do objeto;

d) o preço, as condições de faturamento e de pagamento e, quando for o caso, os

critérios de reajustamento;

e) os prazos de início, de conclusão, de entrega, de garantia e de recebimento do

objeto do contrato, conforme o caso;

f) as responsabilidades das partes;

g) as que fixem as quantidades e o valor da multa;

h) a forma de inspeção ou de fiscalização pela PETROBRAS;

i) as condições referentes ao recebimento do material, obras ou serviço;

j) as responsabilidades por tributos ou contribuições;

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k) os casos de rescisão;

l) o valor do contrato e a origem dos recursos;

m) a forma de solução dos conflitos, o foro do contrato e, quando necessário, a lei

aplicável”.

3.2.2. Manual de Procedimentos Contratuais (MPC)

O MPC foi elaborado pelo Serviço Jurídico (SEJUR) da PETROBRAS,

aprovado pela Diretoria Executiva em 28/01/99, publicado no Diário Oficial da União

em 09/02/99 e atualizado em 06/04/00. Este documento visa complementar a

disciplina contida no Regulamento do Procedimento Licitatório Simplificado da

PETROBRAS, na forma do item 10.1 do Decreto 2.745/98, servindo como meio de

orientação para as contratações da PETROBRAS.

Conforme está previsto em seu texto, os instrumentos jurídicos negociais

firmados pela PETROBRAS serão regidos pelas normas de direito privado, pelo

princípio da autonomia das vontades, bem como pelas regras procedimentais

contidas no referido Manual.

Visando obter-se um tratamento mais detalhado e direcionado para a

atividade de exploração e produção, o seguimento E&P (Exploração e Produção)

elaborou o seu Manual de Procedimentos Contratuais de Bens e Serviços E&P

(MCBS - E&P), que também foi analisado pelo Serviço Jurídico (SEJUR), para que

não haja pontos discordantes com o MPC corporativo.

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3.2.3. Manual de Procedimentos Contratuais de Bens e Serviços do E&P

(MCBS – E&P)

O MCBS - E&P foi elaborado visando a uniformização dos procedimentos

relativos à atividade de contratação de serviços e obras, no âmbito do seguimento

E&P, observadas as disposições na legislação vigente, através da análise do

Serviço Jurídico da PETROBRAS.

O Serviço Jurídico (SEJUR) salienta que por se tratar de atividade dinâmica,

sujeita a constantes alterações legais e normativas, bem como daquelas decorrentes

da utilização do Manual em questão, deverão ser consideradas, após a sua

implantação, todas as mudanças que vierem a contribuir para o seu aperfeiçoamento

e atualização.

3.3. PROCEDIMENTOS INTERNOS DA UN-BC (SINPEP)

O SINPEP – Sistema Integrado de Padronização Eletrônica da PETROBRAS

- tem como objetivo controlar a elaboração dos documentos de padronização da

PETROBRAS, propiciando maior rapidez, eficiência, eficácia e segurança nas

normas de trabalho.

Possui os seguintes recursos de workflow: minuta, comentários, término,

aprovação, distribuição, implantação, análise crítica, revisão e cancelamento de

padrões.

A padronização adquirida com o SINPEP, juntamente com uma adequada

manipulação das informações, se traduz em uma ferramenta fundamental no auxílio

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à gerência na tomada de decisões e na definição de estratégias garantindo

qualidade nas informações fornecidas ao cliente.

Padrão:

Termo genérico para qualquer documento normativo, de natureza técnica ou

administrativa, elaborado pelos órgãos envolvidos. Inclui normas, procedimentos,

manuais, especificações e etc.

Padronização:

É a atividade sistemática de elaborar, implantar, utilizar e atualizar padrões.

Alguns benefícios observados com a utilização dos padrões:

- Incremento na satisfação dos clientes;

- Melhoria do desempenho do produto;

- Melhoria da qualidade de vida, isto é na saúde, na segurança, no meio-

ambiente e no relacionamento entre as pessoas;

- Eficiência no uso dos recursos;

- Aperfeiçoamento na execução dos métodos e aplicações das atividades;

- Aprimoramento nas condições comerciais de compra e de venda;

- Evolução positiva nas comunicações com todas as partes interessadas.

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3.4. CONTRATAÇÃO

3.4.1. O Plano de Contratação

O Plano de Contratação constitui ferramenta de planejamento das atividades

de contratação, necessárias à execução das metas estabelecidas, onde cada

gerência define os processos de contratação que deverão ser conduzidos pelo

período de 01 (um) ano. No Plano de Contratação deverão figurar todos os

processos de contratação que se pretende instaurar no período, os quais deverão

estar devidamente equacionados no Plano Anual de Negócios – PAN.

O órgão de contratação dará suporte ao órgão emitente do Plano quanto à

legislação, normas e procedimentos internos, quando da identificação de seus

processos de contratação. Quando os prazos estabelecidos para a contratação não

atenderem a necessidade do órgão interessado, este em articulação com o órgão de

contratação poderá redefinir os prazos das fases de cada processo, de forma a

estabelecer um novo cronograma para a contratação. A aprovação do Plano de

Contratação, bem como sua revisão e eventual alteração, será de responsabilidade

da gerência que o emitiu, porém, o órgão de contratação será o responsável pela

atualização permanente do andamento dos processos de contratação, bem como o

acompanhamento de cada processo, de modo a permitir o efetivo controle de

execução, ao longo de todas as suas fases.

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3.4.2. Enquadramento das Contratações

Este capítulo tem por objetivo fornecer ao órgão técnico interessado na

contratação, bem como ao órgão de contratação, informações que possibilitem o

adequado “Enquadramento das Contratações”, quanto aos seus aspectos técnicos e

legais.

As contratações serão realizadas por Licitações ou Contratações Diretas.

Ressalvadas as hipóteses constantes do Manual de Procedimentos Contratuais e do

Regulamento do Procedimento Licitatório Simplificado da PETROBRAS, transcritas

neste Capítulo, as contratações serão sempre precedidas de licitação.

3.4.2.1. Licitação

As licitações atenderão aos princípios da legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade, economicidade, eficiência, competitividade, razoabilidade,

livre concorrência e vinculação ao instrumento convocatório. As licitações poderão

adotar as modalidades de Concorrência, Tomada de Preços, Convite, Concurso e

Leilão:

CONCORRÊNCIA é a modalidade de licitação permissiva de ampla participação a

quem demonstre habilitação suficiente à celebração do contrato, conforme previsto

no Edital.

TOMADA DE PREÇOS é a modalidade de licitação cuja participação fica restrita a

pessoas físicas ou jurídicas previamente cadastradas e classificadas na

PETROBRAS, no ramo pertinente ao objeto.

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CONVITE é a modalidade de licitação na qual a PETROBRAS convida, a seu

critério, o mínimo de 3 pessoas físicas ou jurídicas que desempenhem atividade

compatível com o objeto da licitação.

CONCURSO é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados, para escolha

de trabalho técnico ou artístico, mediante a instituição de prêmios aos vencedores.

LEILÃO é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados, para alienação de

bens do ativo permanente da PETROBRAS, a quem oferecer maior lance, igual ou

superior ao da avaliação.

A escolha da modalidade de licitação será feita conforme item 3.3 do

“Regulamento do Procedimento Licitatório Simplificado da PETROBRAS”, transcrito

abaixo:

“3.3. Para a escolha da modalidade de licitação serão levados em conta, dentre outros, os seguintes fatores:

a) necessidade de atingimento do segmento industrial, comercial ou de negócios correspondente à obra, serviço ou fornecimento a ser contratado;

b) participação ampla dos detentores da capacitação, especialidade ou conhecimento

pretendidos;

c) satisfação dos prazos ou características especiais da contratação;

d) garantia e segurança dos bens e serviços a serem oferecidos;

e) velocidade de decisão, eficiência e presteza da operação industrial, comercial ou de negócios pretendida;

f) peculiaridades da atividade e do mercado de petróleo;

g) busca de padrões internacionais de qualidade e produtividade e aumento da

eficiência;

h) desempenho, qualidade e confiabilidade exigidos para os materiais e equipamentos;

i) conhecimento do mercado fornecedor de materiais e equipamentos específicos da indústria de petróleo, permanentemente qualificados por mecanismos que verifiquem e certifiquem suas instalações, procedimentos e sistemas de qualidade, quando exigíveis.”

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A modalidade considerada hoje como a melhor opção é o convite, pois

garante a participação de empresas que comprovem investimentos na área de SMS

e no aprimoramento da qualidade, através de um processo de seleção de empresas

bem definido.

De acordo com a complexidade e especialização da obra, serviço ou

fornecimento a ser contratado, as licitações poderão ser dos seguintes tipos:

DE MELHOR PREÇO – envolvendo, no caso de alienação na modalidade de leilão,

o maior lance ofertado, e para as compras, serviços e obras o menor desembolso

realizado, seja por menor valor nominal, ou seja, por menor valor presente em caso

de previsão de fatores de julgamento dos preços.

DE TÉCNICA E PREÇO - será utilizada sempre que haja necessidade de análise de

aspectos técnicos (proposta técnica) como requisito prévio ao conhecimento dos

preços ofertados.

DE MELHOR TÉCNICA - será utilizada para contratação de obras, serviços ou

fornecimentos em que a qualidade técnica seja preponderante sobre o preço.

Deve-se atentar para não associar “Melhor Preço” com menor preço, nem

sempre o melhor preço é o menor preço, é necessário analisar qual proposta

implicará um menor dispêndio. Através dos critérios de ponderação os fatores

especiais de ordem técnica poderão ser ponderados. Por exemplo, uma empresa

com certificação ISO 9000 possui um fator de ponderação de 10% portanto, o seu

preço poderá estar até 10% maior que um concorrente sem a certificação, que ainda

sim deverá ser considerado o melhor preço.

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3.4.2.2. Contratações Diretas

As contratações diretas são admissíveis nas seguintes situações:

a) licitação dispensada;

b) inexigibilidade de licitação;

c) nos casos de inaplicabilidade de licitação;

d) nos casos de dispensa de licitação por valor.

SITUAÇÕES DE LICITAÇÃO DISPENSADA – conforme item 2.1 do “Regulamento

do Procedimento Licitatório Simplificado da PETROBRAS”.

SITUAÇÕES DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO – conforme item 2.3 do

Regulamento.

NOS CASOS DE INAPLICABILIDADE DE LICITAÇÃO – conforme itens 2.1.f, 2.3.h e

2.3.j do Regulamento.

NOS CASOS DE DISPENSA DE LICITAÇÃO POR VALOR – conforme itens 2.3.5.1

ao 2.3.5.5 do Regulamento .

3.4.3. O Contrato

As disposições de um contrato deverão ser divididas em cláusulas, itens,

subitens e alíneas. As cláusulas serão numeradas de forma ordinal e por extenso, os

itens e subitens por algarismos arábicos e as alíneas por letras do alfabeto. Deverão

constar em cláusula própria, discriminadamente e em ordem de numeração

crescente, os anexos porventura existentes, bem como a declaração de que não

prevalecerão sobre as cláusulas Contratuais.

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Um Contrato turn key ou “Guarda Chuva”, cujas características e

diferenciações serão vistas no item 3.4.4. PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS

CONTRATOS “FAMÍLIA ” E OS CONTRATOS “CONVENCIONAIS ”, contém, de um

modo geral, as seguintes partes e cláusulas:

a) Preâmbulo;

b) Objeto;

c) Prazo;

d) Preços e valor;

e) Reajustamento de preços;

f) Multas;

g) Documentos complementares;

h) Foro.

a) Preâmbulo

A parte inicial ou Preâmbulo constarão, obrigatoriamente, a designação,

qualificação, representação e domicílio das partes, a finalidade, a indicação do

edital, do convite ou da dispensa/inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às

cláusulas contratuais e o enquadramento legal.

b) Objeto

A cláusula Objeto deverá conter, de forma genérica, a descrição dos serviços

que se pretende obter.

c) Prazo

A cláusula “Prazo” indicará o prazo do Contrato, contados em dias corridos,

conforme estipulado na Autorização de Serviços. Para os contratos que prevêem a

condição de alcance de metas para continuidade da prestação dos serviços, deverá

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ser estipulado o prazo no qual serão avaliadas as metas. Essa avaliação definirá se

a contratada terá a concessão do restante do prazo contratual.

d) Preços e Valor

A cláusula “Preços e Valor” deverá conter o valor do Contrato que será

expresso em moeda corrente nacional, ou em moeda estrangeira, se for caso.

Quando a contratação for a preço global, deverá ser expresso em quantia certa

representativa do valor total do Contrato. Quando a contratação for por preços

unitários, deverá ser mencionado o valor total estimado do Contrato.

e) Reajustamento de preços

A cláusula “Reajustamento de Preços” definirá, explícita e nomeadamente, as

condições em que será permitido o reajustamento dos preços contratuais, com a

indicação da fórmula e índices aplicáveis. Os percentuais de cada índice que

compõe a fórmula de reajustamento deverão refletir os pesos dos principais insumos

que compõem os preços contratuais. Logo, deverá haver uma análise da referida

fórmula em conjunto com a atividade de orçamentação, visando não haver

distorções nos reajustes dos preços contratuais. Na hipótese de o preço contratual

não estar sujeito a reajustamento, tal circunstância deverá constar expressamente

no Contrato.

f) Multas

A cláusula “Multas” deverá mencionar as penalidades pecuniárias aplicáveis

por atraso na entrega dos serviços ou em razão de outros motivos que as

justifiquem. As multas poderão ser estipuladas tanto em percentual incidente sobre o

valor global ou estimado do Contrato, da Auto rização de Serviço ou de determinado

item contratual, como em valores básicos previamente fixados, com o devido

reajustamento. Os percentuais de multa deverão ser estabelecidos de maneira que o

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valor da multa não ultrapasse a 75 % (setenta e cinco por cento) do valor da diária a

ser recebida pela contratada.

g) Documentos Complementares

A cláusula “Documentos Complementares” relacionará os anexos que

comporão o Contrato, tais como Condições Gerais Contratuais, Planilha de Preços

Unitários, Instruções de Segurança, Meio Ambiente e Saúde, Especificações dos

Serviços, Critérios de Medição, Desempenho e Metas da Contratada e Instruções de

Segurança Interna para Contratadas.

h) Foro

A cláusula “Foro” determinará o local onde serão decididas as eventuais

pendências judiciais decorrentes da execução do instrumento contratual. Nos

Contratos firmados no exterior, ou quando a outra parte contratante for domiciliada

em país estrangeiro, será previsto o foro brasileiro, salvo nos casos previstos em lei.

Verificada a inviabilidade de tal procedimento, adotar-se-á, de preferência, o Juízo

Arbitral, instaurado no Brasil, na conformidade da Lei brasileira. Após a cláusula

referente ao “Foro” é dado o “Fecho”. É a última parte do Contrato onde informa-se o

local, data do contrato e onde deverá ser assinada pela PETROBRAS e pela

contratada, e ainda por duas testemunhas, devidamente identificadas.

Consultando o Sistema Integrado de Padronização Eletrônica da

PETROBRAS (SINPEP), verifica-se que não existe, no âmbito da PETROBRAS UN-

BC, um procedimento que estabeleça diretrizes para a elaboração de contrato,

exceto para as partes já padronizadas.

Conforme Procedimento para Elaboração de Processo de Licitação na

Modalidade Convite E&P, o processo de licitação na PETROBRAS-UN-BC está

composto pelas seguintes partes:

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- Convite;

- Contrato;

- Anexo I – Condições Gerais Contratuais;

- Anexo II – Planilha de Preços Unitários;

- Anexo III – Instruções de Segurança, Meio Ambiente e Saúde;

- Anexo IV – Especificações dos Serviços;

- Anexo V – Critérios de Medição;

- Anexo VI – Desempenho e Metas da Contratada;

- Anexo VII – Instruções de Segurança Interna para Contratadas.

A disposição acima está padronizada, em sua maioria, para todos os

processos de licitação na modalidade convite . O Convite, o Contrato e os Anexos I,

II, III e VII são padronizados, portanto, são iguais para todos os tipos de contratos,

exceto para os Contratos Família, que pertencem à nova política de contratação da

UN-BC.

A numeração dos anexos pode variar de contrato a contrato, podendo ser

agrupados vários anexos em uma mesma numeração.

Ao definir-se como é constituído cada parte acima, verificar-se-á que algumas

cláusulas constantes do Contrato e do Anexo I – Condições Gerais Contratuais têm

a mesma denominação. A diferença existente é que no Anexo I as cláusulas e seus

termos são iguais para todos os contratos e no Contrato o prazo, valor contratual,

fórmula de reajustamento e percentuais de multas, variam de acordo com o objeto

do Contrato.

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3.4.3.1. Estudo do Anexo I Relativo a Condições Gerais Contratuais

Esta parte visa detalhar e complementar as informações contidas no contrato,

discriminando, detalhadamente, as cláusulas abaixo:

a) Obrigações da contratada e da PETROBRAS;

b) Prazo;

c) Preços e valor;

d) Forma de pagamento;

e) Reajustamento de preços;

f) Multas;

g) Fiscalização;

h) Aceitação;

i) Rescisão;

j) Cessão;

k) Incidências fiscais;

l) Sigilo;

m) Medição;

n) Responsabilidade e força maior;

o) Subcontratação.

3.4.4. Principais Diferenças entre os Contratos “Família” e os Contratos

“Convencionais”

O presente estudo consiste em pesquisar e analisar o desempenho das

empresas prestadoras de serviços na área de C&M da PETROBRAS UN-BC, em

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duas modalidades de contratos: os contratos “Convencionais”, que podem ser turn

key ou “Guarda-Chuva”, e os contratos “Guarda Chuva” denominados "Contratos

Família" ou "Contratões".

Conforme Estatuto Social, a PETROBRAS é uma empresa paraestatal do tipo

de sociedade de economia mista e seus contratos regem-se pelas normas do direito

privado. Conforme disposto no MPC, o contrato é o instrumento a ser utilizado em

contratações precedidas de uma licitação na modalidade de Concorrência, Tomada

de Preços ou Convite, podendo também ser utilizado na Dispensa, Inexigibilidade e

Inaplicabilidade, observado, nestes casos, o limite de enquadramento.

Os contratos Família são instrumentos utilizados em contratações precedidas

de uma licitação apenas na modalidade de Convite. Para serem convidadas, as

empresas ou consórcios deverão estar enquadrados no critério de avaliação da UN-

BC, esse critério está sendo considerado confidencial pela PETROBRAS, portanto

não está accessível para consulta.

O conceito para a modelagem do contrato turn key exige a perfeita definição

de: escopo dos serviços, prazos, especificação de materiais e equipamentos. Estes

são requisitos básicos e fundamentais para o planejamento e orçamento das

atividades e, consequentemente, motivos do preço apresentado ao cliente.

A diferença básica entre o contrato turn key e o contrato “Guarda Chuva” é

que no turn key o valor referente ao escopo de serviços fechado no contratado é o

que será pago ao final dos serviços, independente se houveram reduções de

escopo. Para as alterações de escopo com aumento de serviços, deverá ser feito um

aditivo contratual em comum acordo entre as partes. Além disso, nessa modalidade

contratual, é responsabilidade da contratada o fornecimento de todo material

utilizado na respectiva obra. Ou seja, o escopo desta modalidade de contrato

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consiste na realização de todas as etapas da obra por parte da contratada, que

possui o dever de entregar à contratante a obra acabada, assumindo todas as

responsabilidades pela execução da mesma, do início ao fim.

No contrato “Guarda Chuva” é pago somente aquilo que foi executado e

medido, independente das alterações de escopo previsto no planejamento

executivo. Nessa modalidade podem existir interfaces de fornecimento de materiais

entre a Contratada e a Contratante . Esta modalidade de contrato engloba diversas

disciplinas e especialidades, como Projeto, Estrutura, Tubulação, Elétrica,

Instrumentação, Pintura, Andaimes, Equipamentos, Fornecimento de Material,

Inspeção, Containers, Serviços de Apoio e Serviços Eventuais, onde para cada uma

dessas disciplinas existe uma Planilha de Preço Unitário (PPU), que discrimina preço

unitário de material e mão de obra, e uma quantidade estimada para ambos,

resultando em um valor parcial (ver anexo 1). Somando os preços parciais de cada

planilha, chega-se no valor total do contrato.

Além da PPU, existem, para cada disciplina, as Tabelas de Equivalência (ver

anexo 2), os Critérios de Medição e Especificação Técnica e o Critério de Medição

Geral.

Os contratos “Família” ou “Contratões” possuem maior duração que os

contratos “Convencionais”. Enquanto os contratos “Convencionais” possuem um

prazo médio de um a três anos, os contratos “Família” possuem um prazo para

realização dos serviços objeto de cinco anos, podendo ser renovado por mais cinco

anos, ou prorrogados através de aditivos.

Outra diferença entre as duas modalidades contratuais é o número de

Plataformas em que os serviços são executados. Enquanto os contratos

“Convencionais” abrangem em média uma ou duas Plataformas, os contratos

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“Família” abrangem, em sua maioria, um total de cinco Plataformas.

3.5. O SAP R/3

O SAP R/3 é um sistema integrado de gestão empresarial, ou seja, um

software que integra as informações e automatiza processos, interligando as

diversas áreas de negócio e otimizando o processo decisório, pois os todos os

dados são armazenados em um único sistema, sendo possível consolidá-los em

diversos níveis gerenciais e segundo diversos critérios: por procedência, por

natureza, por tipo, etc.

O sistema integrado utilizado para gerenciamento de contratos, antes da

implantação do SAP foi o BDC – Banco de Dados de Contratos. A implantação do

SAP R/3, especificamente o módulo de "Medição de Serviços", ocorreu em

01/10/2004.

Objetivos principais da implantação do SAP R/3 na PETROBRAS:

- Padronização e alinhamento dos procedimentos;

- Unicidade da informação e aumento da sua confiabilidade;

- Melhoria das condições de planejamento e de gerenciamento da empresa;

- Redução de estoque de material;

- Redução de custos em geral;

- Aumento da produtividade.

A sigla SAP é da empresa alemã que desenvolveu o produto R/3. O nome da

empresa é Systeme, Anwendugen, Produkte in der Datenverarbeitung (Sistemas,

Aplicações e Produtos em Processamento de Dados).

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O SAP R/3 é um software desenvolvido na linguagem de programação

ABAP/4. Sua principal característica é a base de dados única onde todas as

informações são armazenadas e disponibilizadas para os usuários em tempo real.

“R” vem de “real time”, pois todas as transações realizadas podem ser consultadas

no exato momento em que são feitas. “3” vem do fato de que esse software opera

em sistema com arquitetura do tipo cliente-servidor em três camadas. A camada 1 é

a Apresentação, onde o usuário requisita dados da aplicação, a Aplicação (camada

2) requisita dados do banco de dados e o Banco de Dados (camada 3) retorna os

dados à Aplicação, que é responsável por processar esses dados e retornar o

resultado ao usuário.

O SAP R/3 possibilita a implementação de um mesmo sistema de

informações em todo o Sistema PETROBRAS, substituindo vários sistemas

particulares por um sistema comum a todas as áreas de negócio, com uma base de

dados única. O sistema é composto por vários módulos de aplicações que dão

suporte às transações de negócio de empresas em geral. Cada módulo abrange

uma área de negócio específica. Os módulos são integrados e por ser única a base

de dados, quando se altera dados em um módulo, os dados correspondentes nos

outros módulos são automaticamente e simultaneamente atualizados.

Segue abaixo os módulos que compõe o SAP R/3:

- Vendas e Distribuição

- Gestão de Materiais e Serviços

- Planejamento da Produção

- Gestão da Qualidade

- Manutenção

- Recursos Humanos

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- Contabilidade Financeira

- Controladoria

- Gestão de Ativo Fixo

- Sistema de Projetos

- Workflow

- Solução Sap para Indústria de Petróleo

O SAP R/3 suporta praticamente todas as funções empresariais de um modo

integrado, seguindo o fluxo natural das atividades e processos, organizando as

informações, de modo que todos os funcionários envolvidos possam utilizá -las

imediatamente após a sua geração. Por exemplo, a entrada de uma mercadoria

implica ao mesmo tempo no aumento do estoque e um insumo para a produção, que

gera um novo item de contas a pagar e um desembolso orçamentário. O software

trata tudo isso como uma transação e não como lançamentos isolados. Entra a

mercadoria e um único registro atualiza todas as áreas.

O R/3 permite integração com sistemas especializados em atividades internas e

também com sistemas de empresas externas, como fornecedores e clientes.

O R/3 precisa ser configurado para cada empresa onde for usado para se

adequar da forma mais eficiente. A configuração é feita por módulo, na implantação.

No caso específico de gestão de contratos, o módulo principal a ser usado é o de

“Medição de Serviços”, que dispõe de ferramentas e procedimentos necessários

para emissão dos seguintes documentos de medição:

a) Requisição de Compra – RC;

b) Pedido de Compra – PC;

c) Folha de Registro e Serviços – FRS;

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d) Relatório de Medição de Serviços – RM e aplicação de multas;

e) Boletim de Avaliação de Desempenho – BAD.

a) Requisição de Compra – RC

Requisição de Compras é uma solicitação de contratação de serviço ou

compra de um material, não existe diferença entre as formas de requisitar a

contratação de Serviços ou uma compra de Materiais.

As Requisições no R/3 serão sempre criadas pelo usuário com a utilização da

ferramenta Enterprise Buyer Professional – EBP, salvo as Requisições criadas

automaticamente por outros módulos, tais como as geradas por uma ordem de

manutenção. O EBP utiliza o conceito do carrinho de compras, que é utilizado pelo

solicitante para informar as necessidades de materiais e serviços, catalogados ou

não.

b) Pedido de Compra – PC

Um Pedido de Compra referente a um contrato é criado para autorizar o

fornecedor a executar serviços ou fornecer materiais de um determinado Contrato,

conforme as condições nele estabelecidas. O Pedido será sempre a base para

todas as medições e é o Pedido que baixa o saldo contratual.

c) Folha de Registro e Serviços – FRS

Documento do R/3 que permite a apropriação dos serviços efetivamente

executados, em um período definido, de forma a permitir a emissão do Relatório de

Medição – RM, para posterior faturamento pelo fornecedor. A FRS é um documento

que antecede o Relatório de Medição. Uma ou várias FRS poderão ser emitidas num

período e elas vão compor o Relatório de Medição.

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d) Relatório de Medição de Serviços – RM e aplicação de multas

O Relatório de Medição (RM) é o documento R/3 que consolida todas as

Folhas Registro de Serviços – FRS emitidas em um determinado período, calcula

reajustamentos, retenção, imposto de renda e é impresso com todos os dados

necessários para o faturamento pelo fornecedor.

Para registrar uma multa/dedução contratual no R/3 é necessário que:

- Um determinado contrato prevê a incidência de multa ou dedução

(fornecimento de alimentação, transporte, telefonema, combustível, etc.)

conforme condições contratuais. No cadastramento do contrato, o campo de

multa será preenchido indicando a incidência.

- Durante a vigência do contrato, surge a necessidade de aplicação de

multa/dedução conforme prevê o contrato. O Fiscal do contrato aplica a

multa/dedução seguindo os procedimentos legais existentes e aguarda a sua

efetiva dedução da fatura.

Confirmada a multa/dedução o fiscal irá cadastrá-la no R/3. Após o cadastro

da multa/dedução, só o gerente do contrato pode alterá-la, excluí-la ou quitá-la. Uma

vez cadastrada no R/3, o sistema irá apontar a necessidade desconto do valor da

multa/dedução na próxima fatura entrada para o respectivo contrato. O efetivo

desconto será feito no momento do pagamento.

e) Boletim de Avaliação de Desempenho – BAD

O BAD é o instrumento, que a PETROBRAS utiliza para efetuar a avaliação

do desempenho da contratada. O BAD é uma consolidação de todas as Avaliações

feitas num contrato, para um período e uma especialidade.

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Na tela de inclusão das notas, o sistema exibirá todos os Grupos e Subgrupos

disponíveis para a avaliação. Caberá ao usuário a seleção dos Grupos e Subgrupos

relacionados à especialidade a qual está avaliando, para inclusão das notas.

O sistema obrigará a emissão de BAD a cada 3 meses, a partir da data de

início do contrato. Sem o BAD não será possível emitir Relatório de Medição. O

sistema consolidará as notas do fornecedor dando o conceito da nota, para os

parâmetros selecionados.

3.6. GERENCIAMENTO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO

A responsabilidade pela condução do contrato compete ao gerente do

contrato e ao fiscal do contrato. É de fundamental importância, para o bom

acompanhamento dos serviços, que ambos tenham pleno conhecimento de suas

atribuições.

A preocupação dos dois não deve estar voltada somente com os aspectos

técnicos da contratação, mas também pelos interesses da Companhia e pelo

cumprimento de todas as obrigações contratuais pela empresa contratada.

O fiscal do contrato é responsável pela coordenação da equipe de

fiscalização de canteiro (fiscais on shore) e pela fiscalização de bordo (fiscais off

shore). As pessoas que compõe essa equipe são responsáveis pelo trabalho de

campo, gerando informações para o fiscal de contrato sobre o andamento das obras,

através dos Relatórios Diário de Obra – RDO, notas de correio eletrônico e atas de

reunião.

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3.6.1. Atribuições Básicas do Gerente de Contrato

a) Promover reunião inicial com a contratada, registrando em ata, assinada por todos

os presentes, juntamente com os fiscais para estabelecer procedimentos relativos ao

relacionamento PETROBRAS/contratada, durante o acompanhamento e fiscalização

dos serviços;

b) Participar efetivamente de todas as fases da elaboração do instrumento

contratual, providenciando os elementos técnicos necessários, tais como

especificações, desenhos, memorial descritivo, bem como a planilha de preços

devidamente codificada;

c) Proceder o rateio do valor total do contrato em função das respectivas previsões

de dispêndio, quando se tratar de serviço que englobe mais de uma Unidade

Operativa ou mais de uma Gerência, informando valor com respectivos códigos de

aplicação ao órgão de contratação, para efeito de cadastramento no SAP R/3;

d) Fornecer ao órgão de contratação a relação nominal de fiscais e, quando for o

caso, de Gerentes Regionais do Contrato para efeito de cadastramento no SAP R/3;

e) Conferir o cadastramento do contrato no Banco de Dados de Contrato SAP R/3,

feito pelo órgão de contratação atentando para a exatidão de todos os dados, bem

como para a respectiva alocação orçamentária;

f) Acompanhar o saldo contratual, em função da verba orçamentária alocada;

g) Conferir e assinar os documentos de obrigação da Companhia (BM, PC, FRS,

etc), emitidos e atestados pela fiscalização;

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h) Exigir da fiscalização o registro (diário ou semanal) das ocorrências julgadas

importantes em livro próprio ou outro documento que o substitua, com a assinatura

do preposto da contratada;

i) Providenciar o cumprimento, em tempo hábil, das obrigações contratuais da

PETROBRAS;

j) Solicitar ao órgão de contratação a formalização de inclusões e/ou exclusões de

serviços, previstas contratualmente;

l) Exigir da contratada documentação comprobatória do adimplemento de suas

obrigações trabalhistas, inclusive contribuições previdenciárias e depósitos do

FGTS, para com seus empregados vinculados ao instrumento contratual;

m) Notificar à contratada da aplicação de quaisquer penalidades previstas

contratualmente;

n) Assinar Termo de Recebimento Definitivo, obtendo assinatura da contratada e

enviando ao órgão de contratação;

o) Controlar a fiscalização da execução física do contrato, orientando e coordenando

os fiscais, no sentido de exigir da contratada:

- Cumprimento das normas e procedimentos de segurança da PETROBRAS;

- Cumprimento das obrigações contratuais, inclusive quanto à qualidade

técnica dos serviços, dentro dos padrões estabelecidos no projeto e suas

especificações, bem como o atendimento dos aspectos de quantidade,

qualificação e desempenho relativos a pessoal e equipamentos da

contratada;

- Colaborar com a contratada sugerindo-lhe melhores métodos de trabalho;

- Exercendo controle preventivo, de preferência ao corretivo; e providenciando

pronto atendimento a consultas técnicas, através de reuniões periódicas;

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- Articular-se com os órgãos de segurança no sentido de estabelecer normas e

procedimentos relativos à segurança de pessoal, higiene industrial e proteção

ao meio ambiente a serem aplicados aos instrumentos contratuais.

- Emitir, quando solicitado pela contratada, o Atestado de Serviços Realizados;

- Manter-se informado de todos os serviços executados ou a executar, em sua

área de atuação;

Além das atribuições acima, deve-se destacar outros fatores importantes, referentes

à postura que o gerente deverá adotar perante a contratada:

- Manter perante a contratada uma postura sempre firme e adequada à

situação;

- Adotar decisões bem definidas e coerentes para a solução dos impasses que

surgirem;

- Fazer uso do bom senso na análise das ocorrências relativas ao instrumento

contratual;

- Agir de forma rígida e criteriosa na aplicação das sanções previstas no

contrato, evitando que fatos importantes deixem de ser registrados;

- Sensibilizar os diversos usuários do contrato sobre a necessidade de otimizar

a utilização dos recursos disponíveis;

3.6.2. Atribuições Básicas do Fiscal de Contratos

a) Inteirar-se de todas as cláusulas e condições do instrumento contratual e seus

anexos, de forma que sejam cumpridos todos os seus dispositivos, consultando, se

necessário, o órgão de contratação;

b) Fiscalizar a execução física do contrato, no sentido de exigir da contratada:

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- cumprimento das normas e procedimentos de segurança, meio ambiente e

saúde ocupacional da PETROBRAS;

- cumprimento das obrigações contratuais, inclusive quanto à qualidade técnica

dos serviços, dentro dos padrões estabelecidos no projeto e suas

especificações, bem como o atendimento dos aspectos de quantidade,

qualificação e desempenho relativos a pessoal e equipamentos da

contratada;

- Proceder, diária ou semanalmente, conforme previamente definido, ao

registro das ocorrências julgadas importantes;

c) Consolidar os serviços executados dentro do período de medição, de forma a

possibilitar a emissão do Boletim de Medição (BM), através do SAP R/3

d) Emitir o Boletim de Medição – BM e atestar no mesmo a execução dos serviços;

e) Emitir, trimestralmente, a partir do início da execução dos serviços e ao final do

instrumento contratual, os Boletins de Avaliação de Desempenho (BAD);

f) Exigir que a contratada mantenha as condições e procedimentos de segurança e

higiene, utilizados na prestação de serviços, dentro dos padrões estabelecidos nos

instrumentos contratuais;

g) Cadastrar no SAP R/3 as multas porventura ocorridas.

A Fiscalização de obra à bordo deve sempre considerar o fato que a

responsabilidade pela execução da obra é da Contratada. À Fiscalização compete

observar se as especificações, procedimentos, rotinas e normas, citadas no contrato,

estão sendo seguidas, bem como o disposto no planejamento da Contratada,

anotando em Relatório Diário de Obras - RDO as divergências e fixando prazos para

saneamento das mesmas, no campo reservado a este fim denominado PMDF –

Plano de Melhoria e Desenvolvimento de Fornecedores.

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Compete à Contratada dar solução às não conformidades surgidas na obra. A

Fiscalização pode sugerir alternativas, mas nunca impor soluções. À Contratada

cabe a responsabilidade de zelar pela qualidade da obra, cabendo à Fiscalização

verificar se a Contratada está atendendo os requisitos de qualidade do instrumento

contratual.

Compete a fiscalização verificar a existência à bordo e tomar conhecimento

de toda a documentação referente a obra, tais como: contrato, projeto,

especificações, procedimentos, normas de SMS, etc. A falta de documentação

relativos ao escopo da obra, objeto de SEP’s e/ou NOTAS’s, deve ser comunicada

ao fiscal de contrato, geralmente no cargo de Coordenador ou Supervisor,

responsável pela coordenação das atividades na respectiva Unidade Marítima, e

solicitar dele providências imediatas de comunicar ao “Coordenador da Contratada”,

geralmente no cargo de Gerente de Empreendimentos da Contratada que responde

tecnicamente por essa mesma Unidade Marítima, para que sejam tomadas as

providencias de envio imediato da documentação faltante à tal Plataforma. Esta e

quaisquer outras solicitações de providências ao “Coordenador da Contratada”

devem ser feitas através de observações da Fiscalização, no campo reservado a

este fim no RDO, inclusive, citar a data limite para atendimento. Caso o

compromisso não seja cumprido na data estipulada, o fiscal de contrato possui

autoridade para desembarcar a equipe.

À Fiscalização, recomenda-se total conhecimento do instrumento contratual,

do projeto e do planejamento da obra, devendo consultar o Gerente do contrato,

caso haja alguma dúvida sobre o instrumento contratual. Cabe ao Fiscal, ao

embarcar, ler os RDO's referentes ao seu período de folga / férias (a escala de

trabalho da fiscalização é 14 x 21, ou seja, 14 dias de trabalho e 21 dias de folga). O

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Fiscal deverá acompanhar todo diligenciamento de serviço, de forma a garantir que

a solicitação do cliente esteja sendo atendida. Após o delineamento, o Fiscal deverá

agendar reunião com o cliente para aprovar e formalizar o atendimento à sua

solicitação.

3.6.3. Medição de Serviços

A PETROBRAS procederá à medição dos serviços executados e concluídos,

reunindo os resultados encontrados em Boletim de Medição – BM, assinado por

ambas as partes, fornecendo uma via do mesmo à Contratada, a partir do 1°

(primeiro) dia do mês seguinte ao de execução dos serviços, para fins de

apresentação dos documentos de cobrança.

O período de execução dos serviços a ser considerado é do dia 26 (vinte e

seis) do mês anterior ao dia 25 (vinte e cinco) do mês de competência. A Contratada

deverá apresentar os Boletins de Serviços devidamente preenchidos para análise da

PETROBRAS, no primeiro dia útil após o término do período de medição. Os

serviços registrados no "Boletim de Medição – BM" são considerados

provisoriamente aceitos, tão somente para fins de faturamento pela Contratada,

podendo a PETROBRAS rejeitá-los posteriormente e obrigar a Contratada a refazê-

los.

A Contratada poderá acompanhar as medições procedidas pela

PETROBRAS, bem como promover as impugnações ou considerações que julgar

necessárias, as quais serão submetidas à apreciação e julgamento da

PETROBRAS.

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3.6.4. Requisitos da Qualidade e Análise do Desempenho da Contratada

Ficam definidos os seguintes requisitos principais da qualidade, os

respectivos indicadores e níveis de desempenho esperados no Instrumento

Contratual:

REQUISITO ITEM DE CONTROLE SIGLA META GATILHO MEDIÇÃO Qualidade 1.1.Índice de

Atendimento a Exigência Contratual

IAEX >=70% <=50% Mensal

Qualidade 1.2.Índice de Rotatividade de Pessoal

IRP <=5% >=10% Trimestral

Segurança 2.1.Taxa de Freqüência de Acidentes Com Afastamento

TFCA zero > zero Mensal

Segurança 2.2.Número de Acidentes Sem Afastamento

NASA <=1 >=2 Mensal

Segurança (Saúde)

2.4.Índice de Realização de Exame Médico Periódico

IREM 100% <=90% Mensal

Atendimento 3.1.Índice de entrega de projeto no prazo

IEPrP >=100% <=90% Mensal

Atendimento 3.2.Índice de entrega de planejamento no prazo

IEPP >=100% <=90% Mensal

Atendimento 3.3.Índice de entrega de obra no prazo

IEOP >=100% <=90% Mensal

Atendimento 3.4.Índice de entrega de “OS” atendidas no prazo

IOSA >=100% <=90% Mensal

Atendimento 3.5.Índice de evolução física de obras críticas

IEFC >=100% <=90% Mensal

Atendimento 3.6.Índice de evolução física

IEF >=100% <=90% Mensal

Quadro 1 – Indicadores de Desempenho Instrumento Contratual da PETROBRAS (2006)

Obs. As metas e gatilhos dos indicadores TFSA, TFCA e a TGA são estabelecidas

anualmente pela gerência de SMS da UN-BC.

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1. DIMENSÃO QUALIDADE

1.1. IAEX- ÍNDICE DE ATENDIMENTO À EXIGÊNCIA CONTRATUAL

Neste índice será considerado todos os registros (RDO's, Atas de Reunião,

Auditorias, Correspondências, etc.) de não atendimento às exigências contratuais,

nas Autorizações de Serviços - AS que estiveram efetivamente em andamento no

período de avaliação.

Caso a ocorrência não esteja vinculada diretamente a uma AS específica,

será considerada pertencente a AS global, que também será contemplada no cálculo

do índice.

METODOLOGIA PARA CÁLCULO DO ÍNDICE:

Para cada AS em andamento no período, será atribuída a pontuação indicada

abaixo, de acordo com a quantidade de ocorrências de não atendimento de

exigências contratuais.

- Pontuação da AS

- Nenhuma ocorrência = 1

- Uma ocorrência = 0,8

- Duas ocorrências = 0.6

- Três ocorrências = 0,4

- Quatro ocorrências = 0,2

- Mais de quatro ocorrências = 0

IAEX = Somatório das pontuações obtidas nas "AS" X 100% N° de "AS" em andamento no período

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1.2. ÍNDICE DE ROTATIVIDADE DE PESSOAL

A contratada deverá apresentar a relação completa de empregados das

equipes de projeto, planejamento, offshore, e apoio a plataforma, individualmente,

no início do contrato e nos trimestres seguintes até o dia 15 do último mês do

trimestre.

Este indicador será apropriado individualmente para cada equipe. A meta e

gatilho indicado na tabela refere-se ao indicador individual da equipe.

IRP = NTE - NER X 100% NTE

ONDE:

- NTE = N° total de empregados da equipe constante_ da relação do início

do período de avaliação;

- NER = N° de empregados da equipe constantes (repetidos) em ambas as

relações;

- NTE - NER= número de empregados substituídos no período.

2. DIMENSÃO SEGURANÇA

2.1. TFCA - TAXA DE FREQÜÊNCIA DE ACIDENTADOS COM AFASTAMENTO

TFCA = NCA X 106

HHER

- NCA= Número de acidentados com afastamento ocorridos até o mês

apurado;

- HHER= Homens-hora de exposição ao risco até o mês apurado.

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2.2. NASA – NÚMERO DE ACIDENTES SEM AFASTAMENTO

Corresponde ao número de acidentes sem afastamento ocorridos do mês

apurado.

Tanto o TFCA quanto o NASA são apurados para o contrato de forma

corporativa.

2.4. IREM - ÍNDICE DE REALIZAÇÃO DE EXAME MÉDICO PERIÓDICO

Este item será apurado com auxílio do SQA - Sistema de Qualificação Ampla,

da PETROBRAS, descrito no Anexo SMS do contrato , verificando-se a quantidade

total de empregados cadastrados da contratada e a quantidade de empregados com

exame médico periódico em dia.

IREM = Quantidade de empregados com exame em dia x 100 % Quantidade total de empregados cadastrados

3. DIMENSÃO ATENDIMENTO

3.1. IEPrP - ÍNDICE DE ENTREGA DE PROJETO NO PRAZO

Este item será apurado considerando as AS's de projeto emitidas no contrato,

excluindo-se aqueles não concluídos por problemas imputáveis à PETROBRAS.

O índice será apurado por plataforma, ou seja, a meta e gatilho indicados

referem-se ao resultado do indicador por plataforma.

Após o prazo previsto e após apropriação dos itens de controle do mês, a

Contratada deverá renegociar os prazos das AS's não concluídas no prazo.

IEPrP = N° de projetos previstos e concluídos no prazo X 100% N° de projetos previstos para conclusão no mês

Obs: Este indicador não se aplica a contratos turn key

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3.2. IEPP - ÍNDICE DE ENTREGA DE PLANEJAMENTO NO PRAZO

Este item será apurado considerando todas as AS's do contrato, inclusive

projeto, excluindo-se as AS's de cobertura, canceladas e os planejamentos não

concluídos por problemas imputáveis a PETROBRAS. O índice será apurado por

plataforma.

Após o prazo previsto e após apropriação dos itens de controle do mês, a

Contratada deverá renegociar os prazos das AS's não concluídas no prazo.

IEPP = Nº de planejamentos previstos e concluídos no prazo x 100% Nº de planejamentos previstos para conclusão no mês

Obs: Este indicador também não se aplica a contratos turn key.

3.3. IEOP - ÍNDICE DE ENTREGA DE OBRA NO PRAZO

Neste item será considerado todas as AS's das obras consideradas "críticas"

no contrato, excluindo-se as AS' s de projeto, canceladas e aquelas não concluídas

por problemas imputáveis a PETROBRAS.

As AS's críticas serão identificadas pela PETROBRAS na abertura da AS. No

entanto uma AS simples poderá ser transformada em crítica em qualquer fase de

seu desenvolvimento caso a PETROBRAS julgue necessário. As AS's críticas, em

princípio são aquelas que geram ganho ou perda de produção, ou estão

relacionadas com a segurança operacional, ou são pendências de marinha,

classificadora, etc.

O índice será apurado por plataforma e contrato.

Após o prazo previsto e após apropriação dos itens de controle do mês, a

Contratada deverá renegociar os prazos das AS's não concluídas no prazo.

IEOP = N° de obras previstas e concluídas no prazo x 100% N° de obras previstas para conclusão no mês

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Obs: Este indicador não se aplica a contratos turn key.

3.4. IOSA - ÍNDICE DE "OS" ATENDIDAS NO PRAZO

Neste item só serão considerados os serviços realizados na planilha de

serviços de apoio à plataforma. O índice será apurado por plataforma.

IOSA = N° de "OS" previstos e concluídos no prazo x 100% N° de "OS" previstos para conclusão no mês

Obs: Este indicador não se aplica a contratos turn key.

3.5. IEFC - ÍNDICE DE EVOLUÇÃO FÍSICA DE OBRAS CRÍTICAS

Este item será apurado considerando as AS's individualmente para Notas e

SEP's. O índice será apurado por plataforma, expurgando-se os atrasos imputáveis

a PETROBRAS, sendo que o índice do contrato, será a média aritmética dos

resultados das plataformas. A meta e gatilho indicados referem-se ao resultado do

indicador por plataforma.

IEFC = Evolução física real x 100% Evolução física prevista

3.6. IEF - ÍNDICE DE EVOLUÇÃO FÍSICA

Este item será apurado considerando todas as AS's, inclusive críticas,

individualmente para Notas e SEP's. O índice será apurado por plataforma,

expurgando-se os atrasos imputáveis a PETROBRAS, sendo que o índice do

contrato, será a média aritmética dos resultados das plataformas. A meta e gatilho

indicados referem-se ao resultado do indicador por plataforma.

IEF= Evolução física real x 100% Evolução física prevista

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3.6.4.1. Reuniões de Análise Crítica – RAC

A Contratada deverá participar de reuniões mensais (RAC's), a serem

realizadas em data, hora e local informados pela PETROBRAS, onde deverá,

apresentar, através de gráficos impressos e em meio magnético, os resultados dos

itens de controle descritos acima, alcançados no período.

Caso a meta do indicador não for alcançada e o gatilho for atingido, a

contratada deverá identificar as AS's que impactaram o atendimento da meta e emitir

o Plano de Ação (vide anexo 3) para cada AS. O plano de ação identifica as causas

da não conformidade e propõe ações corretivas para a solução do problema.

Caso o gatinho não seja atingido, a contratada deverá identificar as AS's que

impactaram o atendimento da meta e o não atingimento do gatilho e emitir o RTA –

Relatório de Tratamento de Anomalia, que será visto no capítulo 3.6.8, para cada

AS. O RTA propõe ações preventivas, no intuito de evitar a reincidência da

anomalia.

Para todo e qualquer acidente sem afastamento deverá ser emitido a RTA.

Deverão ser apresentados à PETROBRAS, os Planos de Ação, para

atendimento das metas. Nos Planos de Ação deverão constar as indicações dos

RTA's emitidos. Os Planos de Ação e RTA's serão acompanhados pela

PETROBRAS.

3.6.5. BOLETIM DE ANÁLISE DE DESEMPENHO DAS CONTRATADAS –

BAD

A avaliação é de fundamental importância para o gerenciamento dos

fornecedores, pois seu resultado influencia nas transações comerciais, destacando o

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fornecedor pelo alto ou baixo desempenho da sua atividade. É através da avaliação

que se identifica os melhores fornecedores.

O BAD é o instrumento de emissão trimestral, que a PETROBRAS utiliza para

efetuar a avaliação do desempenho da contratada. A performance do fornecedor

será avaliada através das relações comerciais e de seu relacionamento com a

empresa. A avaliação servirá para medir o desempenho do fornecedor em

determinado contrato e mostrar quem está mais habilitado a desempenhar

determinada especialidade de serviço.

A sua importância é muito grande, já que, com base nos resultados nele

colhidos, os gestores de contratos definirão o rumo da condução da prestação dos

serviços.

O sistema obrigará a emissão de BAD a cada 3 meses, a partir da data de

início do contrato. Sem o BAD não será possível emitir Relatório de Medição. O

sistema consolidará as notas do fornecedor dando o conceito da nota, para os

parâmetros selecionados. Caso a nota seja baixa, o sistema exigirá uma justificativa

do fiscal do contrato. O sistema checará a existência de BAD para a emissão do

relatório de medição a cada três meses do início do contrato. As Avaliações terão a

numeração seqüencial por contrato.

Na tela de inclusão das notas, o sistema exibirá todos os Grupos e Subgrupos

disponíveis para a avaliação. Caberá ao usuário a seleção dos Grupos e Subgrupos

relacionados à especialidade a qual está avaliando, para inclusão das notas.

O BAD é uma consolidação de todas as Avaliações feitas num contrato, para

um período e uma especialidade. O fiscal do contrato poderá emitir o BAD para o

fornecedor ou para o subcontratado do contrato.

O fiscal do contrato terá que informar os seguintes parâmetros:

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- o período do BAD;

- o número do contrato;

- a especialidade para qual estará emitindo o BAD;

O sistema integrado utilizado para gerenciamento de contratos, antes da

implantação do SAP foi o BDC – Banco de Dados de Contrato. A implantação do

SAP R/3, especificamente o módulo de "Medição de Serviços", ocorreu em

01/10/2004. A partir dessa data, o BAD passou a ser emitido pelo SAP R/3.

Todas as ocorrências que caracterizem evidências para efeito de avaliação da

contratada deverão estar registradas em documentos contratuais tais como RDO’s,

atas de reunião, correspondências, etc. Em cada plataforma ou canteiro de obras

onde a contratada estiver operando deverá existir uma “Planilha de Registro de

Ocorrência para Avaliação da Contratada” (vide anexo 4) em poder da fiscalização, a

qual anotará as ocorrências e a data na qual efetuou o registro da ocorrência. Esta

anotação deve ser feita imediatamente após o registro em RDO ou evidências (ata

de reunião, correspondência, etc.) e ao final do embarque o fiscal enviará a planilha

ao gerente do contrato.

De posse das planilhas de todas as plataformas e do canteiro de obras em

terra, o gerente do contrato consolidará as anotações de ocorrências na “Planilha

Resumo das Ocorrências para Avaliação da Contratada” (vide anexo 5). A avaliação

é realizada em comum acordo com o gerente de empreendimentos da contratada.

Os dados da Planilha Resumo são migrados automaticamente para a

“Planilha de Avaliação de Desempenho da Contratada” onde os mesmos são

calculados e enquadrados nos critérios (faixa de notas) correspondentes. Para cada

item avaliado da Planilha de Avaliação, será atribuído as notas indicadas, de acordo

com o desempenho da contratada naquele item. A planilha também indica o peso de

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cada item para cálculo do conceito final, os pesos definidos para cada subcritério foi

padronizado para os contratos de Construção e Montagem – C&M. O somatório dos

pesos, nos 12 subcritérios, é igual a 100%. Nos demais itens de avaliação da

Planilha, as notas deverão ser digitadas nos campos sombreados. O cabeçalho da

planilha mostra a nota final e o respectivo conceito gerado da avaliação, segundo os

critérios do R/3.

Ao final do processo de avaliação, a nota final obtida para cada subgrupo na

Planilha de Avaliação, será repetida em todos os itens de avaliação do subgrupo

correspondente na “Planilha de Equivalência para Transferência de Notas para o

SAP R/3” (vide anexo 6). A Planilha de Equivalência é vinculada as demais e será

obtida automaticamente. Esta planilha será utilizada para transferir as notas para os

respectivos subgrupos do SAP R/3.

As notas no BDC variavam de 0 a 10 e no R/3 de 0 a 100. Ao final da

avaliação o sistema calcula a média de todos os subgrupos, levando em

consideração os respectivos pesos e determina a nota e o conceito final. Com a

finalidade de equalizar os dados coletados, no presente estudo, foram padronizados

as notas variando de 0 a 10.

O critério para determinação do conceito é o mesmo tanto para o BDC quanto

para o R/3. Segue abaixo o quadro de médias para determinação dos conceitos:

MÉDIA CONCEITO 0,0 a 2,9 P – Péssimo 3,0 a 4,9 I – Insuficiente 5,0 a 6,9 R – Regular 7,0 a 8,9 B – Bom 9,0 a 100 E - Excelente

Quadro 2 – Conceitos SAP R/3 – PETROBRAS

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O resultado da avaliação irá constar no "Atestado de Serviços" executados, a

ser fornecido ao término do contrato. Para análise da possibilidade de prorrogação

ou não do Contrato pela PETROBRAS, a avaliação da Contratada deverá estar, num

patamar de Excelente a Bom, a partir do segundo ano de vigência do contrato,

admitindo-se no máximo duas avaliações regulares no segundo ano e uma

avaliação regular por ano a partir do terceiro ano de vigência de contrato.

A Contratada que obtiver avaliação final do Contrato Excelente será indicada

para receber uma Carta de Elogio, após análise por comissão específica, além de

indicação para participação do PRÊMIO PETROBRAS DE QUALIDADE.

A PETROBRAS poderá rescindir o contrato e/ou aplicar sanções

administrativas à contratada caso ocorra um conceito "péssimo" ou dois conceitos

"insuficiente" durante a execução do contrato.

3.6.6. Sansões Administrativas

Excluída a ocorrência de caso fortuito ou força maior comprovados, na forma

do Artigo 393, do Código Civil Brasileiro, bem como ocorrências não motivadas pela

Contratada, o atraso na execução dos serviços e o não atendimento de outras

condições contratuais, assegurará à PETROBRAS o direito de cobrar em notificação

por escrito, a título de multa, as importâncias abaixo, sem prejuízo da faculdade de

rescindir este Contrato.

Quando se tratar de não cumprimento dos prazos estabelecidos, a

PETROBRAS aplicará à Contratada, a título de multa, a importância equivalente a

0,5% (cinco décimos por cento) do valor total original da AS, por ocorrência e por

dia. Caso não haja AS's específicas abertas, será aplicada multa de 0,001% (um

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milésimo por cento) sobre o valor total original do Contrato, por dia que perdurar o

atraso.

O não atendimento a qualquer exigência contratual, Normas ou

Procedimentos, dará ensejo à PETROBRAS de cobrar a título de multa, a

importância equivalente a 0,05% (cinco centésimos por cento) do valor da AS, por

ocorrência e por dia. Caso a ocorrência de que trata este item, refira-se a mais de

uma AS, a multa a ser aplicada incidirá sobre o somatório dos valores das AS's

pertinentes.

O não comparecimento de qualquer profissional da Contratada a um

embarque programado, ensejará à PETROBRAS o direito de cobrar, a título de

multa, o valor correspondente a 0,01 (um centésimo por cento) do valor do somatório

dos valores das AS's, correspondentes aos serviços em que cada profissional

atuaria, sendo esta multa cobrada por dia de vaga disponibilizada e não ocupada na

plataforma.

O montante correspondente à soma. dos valores básicos das multas

aplicadas ficará limitado ao percentual de 10% (dez por cento) do valor total original

do Contrato, não considerados os respectivos reajustamentos.

A cobrança por falha na programação de embarque de material, constatado

pela não entrega do material programado para embarque , nas datas e horários

fixados pela PETROBRAS, sujeitará a contratada ao pagamento, por programação

de material, do custo efetivo do transporte, por ocorrência.

As programações de embarque serão feitas com, no mínimo, 48 horas de

antecedência e a cobrança estipulada não será aplicada, caso a Contratada solicite

à PETROBRAS alteração do programa de embarque, com no mínimo 12 horas de

antecedência da hora de apresentação.

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A não retirada de materiais e equipamentos da Contratada da área de triagem

do píer (Área de Desembarque de Materiais do Retroporto) em até 24 horas,

sujeitará a Contratada ao pagamento de R$ 17,00 por hora para cargas até 7.000 kg

e R$ 28,00 por hora para cargas acima de 7.000 kg, após o período citado.

O não comparecimento de empregado da Contratada aos treinamentos

necessários à sua qualificação em segurança industrial, conforme estabelecido no

Anexo de SMS, obrigará a Contratada ressarcir à PETROBRAS o valor de R$

1.000,00 por falta, não cabendo à Contratada quaisquer reclamações seja a que

título for

A Contratada poderá defender-se da aplicação da multa, em petição

motivada, dentro do prazo improrrogável de 15 dias corridos a partir da data do

recebimento da notificação, caso em que a PETROBRAS comunicará,

posteriormente, a manutenção ou relevação da multa.

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80

3.6.7. Bônus e Ônus Aplicáveis à Contratada

3.6.7.1. Bônus pela Conclusão de Obras CrÍticas Antes do Prazo

A PETROBRAS bonificará a Contratada se a mesma concluir, antes do prazo

estipulado, as AS's referentes aos serviços críticos.

A PETROBRAS não aceitará justificativa de atraso de prazo independente

das causas geradoras (greves, erros de projetos, falha de planejamento,

subcontratadas, condições climáticas, vagas, etc). Alteração de escopo de projeto

por solicitação da PETROBRAS deverá ser aprovada, formalmente, pelo gerente do

contrato e ter os prazos renegociados.

A Contratada não fará jus ao recebimento de bônus, se não estiver atendendo

o planejamento do restante da carteira de serviço, por motivos imputáveis a ela.

O critério de medição para este caso será de acordo com a conclusão dos

serviços estipulados em cada AS crítica, ou seja, sistemas operando sem

pendências e sem atraso na pré-operação.

Será pago a título de bônus, o valor calculado conforme fórmula abaixo:

bônus = ( 1 – A/B) x valor medido da AS

ONDE,

- A = duração real em dias sem expurgo, até a conclusão da AS;

- B = duração prevista em dias da AS, (prazo estipulado pela PETROBRAS

para a execução do serviço e aceito pela Contratada na assinatura da AS).

O percentual obtido através da fórmula (1 – A/B), limitado a 0,15 será aplicado

sobre o resultado da subtração entre o valor total medido na AS e o valor medido

com materiais e equipamentos.

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81

Por exemplo:

A= 24 dias

B= 30 dias

Valor total medido na AS = R$ 80.000,00

Valor total medido com materiais e equipamentos na AS = R$ 16.000,00

Valor sobre o qual será medido o bônus = r$ 80.000,00 - R$ 16.000,00 = R$

64.000,00

Fator de multiplicação = (1-24/30)

bônus = (1-24/30) x ( R$ 80.000,00 - R$ 16.000,00) ?

(1-24/30) = 0,2 => 0,15 (percentual limite)

bônus = 0,15 x R$ 64.000,00

bônus = R$ 9.600,00

O valor acima será dividido pelo valor unitário da planilha de preços do Anexo

I – bônus (vide anexo 7), sendo o resultado, a quantidade de bônus a ser medida.

3.6.7.2. Bônus ou Ônus pela não Ocorrência de Acidentes

A PETROBRAS bonificará ou onerará a Contratada em função dos resultados

de segurança, ou seja, pela ocorrência ou não de acidente.

Nesse caso será pago, a título de bônus, o valor de 1% (um por cento) do

valor básico do BM do mês, caso não tenha ocorrido nenhum acidente, com ou sem

afastamento, com o pessoal da Contratada no período e nas instalações da

PETROBRAS.

Será descontado, a título de ônus o valor de 2% (dois por cento) do valor do

Boletim de medição do mês, caso verifique-se a ocorrência de qualquer acidente

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com afastamento pessoal da Contratada, no período e nas instalações da

PETROBRAS.

A ocorrência de acidente sem afastamento com o pessoal da contratada no

período, não implicará em qualquer penalidade no valor do Boletim de medição.

Será descontado, a título de ônus o valor de 3% (três por cento) do valor do

Boletim de medição do mês, caso verifique-se a ocorrência de taxa de gravidade

(TGA) superior à meta definida para o ano, no período e nas instalações da

PETROBRAS. O desconto ocorrerá em todos os meses cuja Taxa acumulada fique

acima da meta estabelecida.

O critério de medição para este caso é similar ao item 3.6.7.1

3.6.7.3. Bônus ou Ônus pela Certificação dos Profissionais

A PETROBRAS Bonificará ou onerará a Contratada na certificação de seus

profissionais.

A Contratada deverá certificar os profissionais mecânicos, eletricistas,

instrumentistas e caldeireiros pela PNQC (Programa Nacional de Qualificação e

Certificação) da ABRAMAN (Associação. Brasileira de Manutenção).

O atendimento ou não das metas de certificação desses profissionais,

conforme cronograma abaixo, dará ensejo à PETROBRAS de conceder um bônus a

cada evento, quando do cumprimento das metas, ou aplicar descontos mensais até

que a meta seja atingida, conforme o caso:

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83

Percentual de profissional certificado dos

previstos para execução no mês de

atingimento da meta.

Mês para atendimento da meta

12,5% Final do sexto mês

25% Final do décimo segundo mês

37,5% Final do décimo oitavo mês

50% Final do vigésimo quarto mês

62,5% Final do trigésimo mês

75% Final do trigésimo sexto mês

87,5% Final do quadragésimo segundo mês

100% Final do quadragésimo oitavo mês

Bônus = 2 x A x C

Desconto = 2 x B x C

- A = Número de profissionais certificados, correspondentes à meta

estabelecida no período. (referente a diferença entre a meta anterior e a

atual);

- B = Diferença entre o número de profissionais certificados e o número

correspondente à meta estabelecida no período;

- C = Valor básico de certificação = R$350,00 (trezentos cinqüenta reais).

Obs: O desconto será efetuado, mensalmente, a partir do não cumprimento das

metas estabelecidas, até que as metas sejam atingidas. O bônus será concedido a

cada evento, desde que as metas estabelecidas sejam cumpridas.

O critério de medição para este caso é similar ao item 3.6.7.1

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84

3.6.7.4. Bônus pelas Certificações da Contratada

A PETROBRAS bonificar a Contratada certificada em BS 8800 (ou Norma de

Segurança e Saúde reconhecida) e ISO 14000.

A contratada será bonificada pelo cumprimento de cada uma das etapas do

processo de certificação em ISO14000 e em Norma de Segurança e Saúde,

reconhecida por Sociedade Classificadora Internacional (ex: BS 8800), conforme

definido a seguir:

- 0,03% (três centésimos por cento) do valor do saldo contratual quando da

apresentação de diagnóstico elaborado pela Sociedade Classificadora;

- 0,03% (três centésimos por cento) do valor do saldo contratual quando da

apresentação da conclusão da Pré-Auditoria de Certificação;

- 0,04% (quatro centésimos por cento) do valor do saldo contratual quando da

apresentação do Certificado;

Os valores estipulados neste item, a título de bônus, deverão ser ressarcidos

à PETROBRAS se houver perda da certificação ou interrupção do processo.

O critério de medição para este caso é similar ao item 3.6.7.1

3.6.7.5. Bônus ou Ônus pela Rotatividade de Pessoal – turn-over

A PETROBRAS bonificará ou onerará a Contratada em função de seu turn-

over (rotatividade de pessoal).

IRP = NES x 100 NTE

Onde:

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- IRP = índice de Rotatividade de pessoal, acumulado a cada período de 12

meses, iniciando-se á partir da assinatura da primeira AS;

- NES = Número de Empregados Substituídos;

- NTE = Número Total de Empregados.

Serão desconsideradas as substituições por motivos imputáveis à

PETROBRAS, tais como: desmobilizações, emergências e afastamentos legais.

Será concedido bônus, ao final de cada período de 12 meses considerando--

se o índice de rotatividade acumulado para as equipes: offshore, de projeto, de

planejamento e de apoio à plataforma. Para equipe de apoio à plataforma, o IRP

deverá ser calculado por plataforma.

Valor do bônus: 0,5% (cinco décimo por cento) do valor básico acumulado

faturado nos últimos 12 meses no contrato, no período de apropriação do turn-over,

se alcançado IRP <= 15%, para todas as equipes descritas acima.

Quando a Contratada ultrapassar a 30% de IRP, no total das equipes

descritas acima, sofrerá a penalidade de 0,5 % (cinco décimos por cento) do valor

básico acumulado faturado nos últimos 12 meses no contrato.

O IRP deverá ser medido separadamente considerando o atendimento

simultâneo das metas para a planilha de serviços de apoio a plataforma e restante

do contrato.

O critério de medição para este caso é similar ao item 3.6.7.1

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86

3.6.7.6. Bônus pela Antecipação ou Cumprimento do Prazo em Serviços

Realizados nas Paradas Programadas de Produção

A PETROBRAS bonificará a Contratada quando ocorrer antecipação ou

cumprimento de prazo em parada de produção.

Os serviços planilhados, executados na unidade offshore, no período de

parada programada, terão seus valores multiplicados por um fator de 0,2, caso o

prazo planejado para a parada seja cumprido pela Contratada. O valor obtido acima

será dividido pelo valor unitário da planilha de preços do Anexo I – bônus (vide

anexo 7), sendo o resultado, a quantidade de bônus a ser medida.

Quando ocorrer antecipação nos prazos planejados, será acrescido ao fator

de 0,2, a titulo de bônus, 0,025 para cada 12 horas de antecipação, desde que não

ocorram acidentes com afastamento. Sendo a forma de pagamento a mesma

prevista acima.

O bônus sô será válido se a Contratada entregar o planejamento consolidado

com o prazo da parada, cronograma e histograma, para o gerente do contrato, com,

no mínimo, 30 dias de antecedência da parada.

Estão excluídos deste bônus os serviços eventuais pagos por US, aluguel de

equipamentos, andaimes, tábuas e outros materiais, fornecimento de material e

serviços de operação de equipamentos de limpeza ou inertização, quando for o

caso.

O fator será aplicado aos serviços, referentes a paradas programadas que

impliquem em perda de produção de ÓLEO ou GÁS. O fator também será aplicado

aos serviços executados no período compreendido entre a entrega da planta

inertizada e entrega da planta para a operação, após execução destes.

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87

No caso de inclusão de serviços não previstos no escopo da parada, o prazo

deverá ser renegociado, antes do final da parada, e o novo prazo deverá ser

registrado em RDO, condição esta necessária para aplicação do fator.

Caso haja impedimento ao retorno da produção, por problemas imputáveis a

Contratada, nos serviços relativos ao escopo da parada, o tempo de correção dos

problemas será computado no prazo da parada.

3.6.8. Relatório de Tratamento de Anomalia – RTA

O RTA é um formulário eletrônico (vide anexo 8) existente no SIGA (Sistema

Integrado de Gestão de Anomalia), que é o local onde os RTA’s são gerados e

geridos. O RTA é composto por cinco fases distintas: Registro, Análise, Aprovação,

Implementação e Verificação.

A anomalia deve ser registrada no máximo em 48 horas pelo Supervisor ou

Coordenador da área cujo item de controle tenha sido mais atingido, conforme

tabela de gatilhos. Opcionalmente, o registro poderá ser delegado pelo

Supervisor/Coordenador ao operador que teve maior contacto com o tratamento

inicial da anomalia.

O RTA só receberá numeração do sistema após a conclusão da fase

REGISTRO. Os campos Nº, Responsável atual e Situação, são preenchidos

automaticamente pelo sistema. O registro não concluído (sem número) pode ser

eliminado a qualquer momento usando o botão correspondente.

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3.6.8.1. Objetivos do Tratamento de Anomalias

a) Identificar e caracterizar de forma precisa e clara a anomalia ocorrida ou próxima

de ocorrer (anomalia potencial);

b) Sistematizar a busca, no local onde ocorreu a anomalia;

c) Identificar as causas básicas da anomalia, ou suas causas potenciais, e elaborar

plano de ação que previnam a recorrência (ação corretiva) ou a primeira ocorrência

(ação preventiva) da anomalia;

d) Assegurar que os planos de ação sejam analisados de forma ampla, apoiados por

várias visões;

e) Assegurar um acompanhamento sistemático para a implantação do plano;

f) Garantir que as anomalias somente sejam consideradas eliminadas após uma

verificação de eficácia;

g) Seja referência para identificação de necessidade da utilização de um PDCA de

Melhorias.

3.6.8.2. Tipos de Anomalia

Os tipos mais comuns de anomalias que motivam a geração do RTA são:

a) Acidente com lesão: Conforme definição. Ex.: Lesões pessoais ou doenças

ocupacionais;

b) Falha operacional: Falha de sistema ou procedimento que resulte ou que

possa resultar em danos ou falhas que afetem o patrimônio (próprio ou de

terceiros), os produtos, os processos produtivos, ou sistemas críticos de SMS.

Ex.: Produção abaixo do potencial, falha de bomba de lastro;

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89

c) Não-conformidade: Conforme definição. Ex.: Não conformidades em

auditorias ou vistorias de classificadora ou bandeira;

d) Ocorrência anormal (acidente sem lesão): Conforme definição. Ex.: Queda de

carga elevada, derrames de produtos ou óleo no convés;

e) Perigo: Conforme definição. Ex.: Atos inseguros e condições inseguras, tais

como partes rotativas sem proteção, serviços à quente em vasos de

hidrocarbonetos sem raqueteamento e outros;

f) Reclamação de cliente interno: Para anomalias abertas em função

reclamações formais dos clientes internos ao ATP-MRL e da UN-BC ;

g) Reclamação de pessoas/organização da comunidade/sociedade:

Reclamações de partes interessadas pertinentes às dimensões meio

ambiente/saúde/segurança, quebra/falha/mal funcionamento de equipamento

que gere ou possa gerar acidentes pessoais ou ambientais;

h) Resultado inesperado: Resultado de indicador que atingiu um valor afastado

da meta prevista para aquele indicador, ou um valor fora dos limites de

controle, descoberto através de análise crítica.

4. A PESQUISA

A Pesquisa foi realizada na Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRAS, unidade

Bacia de Campos – UN-BC, em Macaé-RJ, onde o autor trabalha no cargo de

Engenheiro de Equipamentos Pleno, coordenando a Célula de C&M da ISUP –

Instalações de Superfície, das Plataformas P-32 e P-47 do Ativo de Produção de

Marlim – ATP-MRL.

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90

Foram pesquisados 24 contratos de C&M na área de Instalações de

Superfície – ISUP da UN-BC, dos seguintes Ativos de Produção – ATP:

- Marlim – MRL;

- Albacora – AB;

- Centro – C;

- Sul – S;

- Nordeste – NE;

- Norte – N.

Com o intuito de não publicar informações sigilosas internas à PETROBRAS,

com base nas diretrizes da segurança da informação, as siglas dos ativos de

produção descritos acima foram substituídas pelas letras do alfabeto grego, em

ordem aleatória.

Os 24 contratos pesquisados foram firmados com 19 empresas contratadas

nas seguintes especialidades:

- Montagens de Unidades Industriais;

- Isolamento Térmico e Refratário;

- Eletrônica;

- Manutenção Naval e Reparos Estruturais;

- Pré Fabricação / Montagem de Tubulações;

- Manutenção em Caldeiras;

- Controle de Fluidos;

- Construção de Pequenas Obras;

- Retubulagem em Permutadores;

- Outros Serviços;

- Controles;

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91

- Projetos de Equipamentos;

- Automação;

- Limpeza Mecânica.

Dos 24 contratos pesquisados, 16 foram contratos “Guarda Chuva” e turn key

“Convencionais” e 8 foram contratos “Guarda Chuva” denominados “Contratões” ou

contratos “Família”.

Em cada contrato foi pesquisado todos os Boletins de Avaliação de

Desempenho – BAD, que é emitido trimestralmente a partir da vigência do contrato

até o seu respectivo encerramento. Até a data de 01/10/2004, a pesquisa foi feita no

sistema integrado denominado BDC – Banco de Dados de Contratos, a partir daí

entrou em vigor o SAP R/3, onde os BAD’s passaram a ser emitidos. Segue no

anexo 9 um modelo de BAD no BDC e no anexo 10 um modelo no R/3.

4.1. COLETA DE DADOS

No critério de seleção dos contratos, foram desconsiderados os contratos com

valores abaixo de R$ 400.000,00, exceto o contrato da empresa “H”, que possui um

o valor de R$ 45.594,60.

Foram desconsiderados os contratos firmados antes de 2001 e contratos

encerrados, ou seja, aqueles cujo Termo de Recebimento Definitivo – TRD já tenha

sido emitido.

Foram padronizados cinco critérios e doze subcritérios de avaliação,

conforme descrito abaixo. A nota e o conceito final de cada avaliação foram obtidos

através do somatório das notas de cada um dos subcritérios, levando em

consideração os respectivos pesos.

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92

1. RECURSOS HUMANOS:

- Supervisão e Gerência (peso 8);

- Pessoal de Execução / Inspeção (peso 4);

- Condições de Trabalho (peso 3).

2. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS:

- Equipamentos e Ferramentas (peso 6);

- Materiais (peso 4).

3. INSTALAÇÕES:

- Oficinas / Almoxarifado / Ferramentaria (peso 5).

4. EFICÁCIA:

- Planejamento (peso 8);

- Prazos (peso 12);

- Segurança e Meio Ambiente (peso 30).

5. QUALIDADE:

- Sistema da Qualidade (peso 8);

- Instrumentos de Controle da Qualidade (peso 2);

- Qualidade dos Serviços (peso 10).

Dos 24 contratos pesquisados, aqueles que possuíam outros subcritérios,

como desempenho administrativo e desempenho financeiro, só foi levando em

consideração, para efeito de nota final e conceito, os 12 critérios descritos acima.

Os valores dos pesos descritos acima foram atribuídos pela área de Contratos

da PETROBRAS. Esses valores estão padronizados em todos os contratos de C&M,

incluindo os contratos pesquisados. Cabe ressaltar que o somatório dos pesos é

igual a 100.

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93

As notas obtidas em cada subcritério de avaliação foram inseridas em uma

planilha do MS-Excel, onde os dados pesquisados foram manipulados e agrupados

(ver anexo 11). A partir daí, foram gerados os gráficos para análise dos resultados,

demonstrados no item 4.2. a seguir. Dos 12 subcritérios padronizados, serão

analisados apenas os resultados dos subcritérios: “Prazos”, “Segurança e Meio

Ambiente” e “Qualidade dos Serviços”.

4.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Foram gerados 9 gráficos através dos resultados obtidos nos Boletins de

Análise de Desempenho – BAD, conforme demonstrados abaixo.

Dos 12 subcritérios de avaliação, foi selecionado apenas 3: “Prazos”,

“Segurança e Meio Ambiente” e “Qualidade dos Serviços”. O Autor escolheu esses 3

critérios por serem os 3 de maior peso no critério de avaliação da UN-BC, e por

fazerem parte da seguinte hipótese específica sugerida pelo Autor no capitulo 1 item

1.5.2: “c) As empresas com melhores índices de acidentes de trabalho conseguem

melhor qualidade nos serviços prestados e cumprimento dos prazos estabelecidos”.

- Gráfico 1 – “Média das Notas” x “Gerência”

Neste gráfico foram comparadas as médias das notas finais das avaliações,

nos dois tipos de contratos: contratos “Convencionais” e contratos “Família”.

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94

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

ATP-GAMMA/ ISUP ATP-DELTA/ ISUP ATP-OMEGA/ ISUP ATP-THETA/ ISUP ATP-BETA/ ISUP ATP-ALFA/ ISUP

ConvencionalFamília

EMPRESA (Tudo)

Média de NOTA

GERÊNCIA

TIPO DO CONTRATO

Gráfico 1 – “Média das Notas” x “Gerência”

O resultado demonstra que a média de notas dos contratos “Convencionais” é

15,9 % superior à média dos contratos “Família”.

Essa situação é explicada pelo fato de que o escopo dos contratos “Família”

engloba uma quantidade maior de disciplinas que os contratos “Convencionais”. Em

algumas disciplinas, as empresas dos contratos “Família” não possuem know how

suficiente para executar o serviço com eficácia. Além disso, as empresas dos

contratos “Família” são responsáveis por executar planejamento e projeto das obras,

através de recursos próprios, exceto nas disciplinas onde se exige uma maior

especialização, nestes casos, a contratada arrisca executar o projeto ou decide

subcontratar.

Outra diferença importante entre as duas modalidades contratuais é a

quantidade de plataformas pertencentes aos contratos. Os contratos “Família”

compreendem um total de cinco plataformas para atendimento , exceto nos ativos

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95

ALFA e BETA que possuem duas e três plataformas, respectivamente. Já os

contratos “Convencionais”, em sua maioria, compreendem apenas uma plataforma

de produção. Dessa maneira, a estrutura e recursos disponíveis no canteiro de obras

das empresas dos contratos “Família” são maiores, mais complexos e

conseqüentemente mais difícil de serem geridos.

- Gráfico 2 – “Quantidade de BAD’s“ x “Gerência”

Esse gráfico demonstra a quantidade de Boletins de Análise de Desempenho,

em cada Ativo de Produção, para cada uma das duas modalidades contratuais

comparadas.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

ATP-GAMMA/ ISUP ATP-DELTA/ ISUP ATP-OMEGA/ ISUP ATP-THETA/ ISUP ATP-BETA/ ISUP ATP-ALFA/ ISUP

ConvencionalFamília

EMPRESA (Tudo)

Contar de Nº DO BAD

GERÊNCIA

TIPO DO CONTRATO

Gráfico 2 – “Quantidade de BAD’s“ x “Gerência”

A maior quantidade de BAD’s dos contratos “Convencionais” é explicada pela

proporção dos contratos pesquisados: 16 contratos “Convencionais” e 8 contratos

“Família”.

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96

O ATP-GAMMA é o maior Ativo de Produção da Bacia de Campos.

Levantando a média da produção total de óleo da PETROBRAS nos anos de 2000 a

2005, conforme gráficos pesquisados na intranet, GAMMA é responsável por de

54% da produção da UN-BC e 34% da produção nacional de petróleo. O ATP-

GAMMA possui o maior número de plataformas dos Ativos pesquisados, são 10

plataformas de produção, sendo 5 do tipo FPSO – unidade Flutuante de Produção

Armazenamento e Escoamento , e 5 do tipo SS – Semi-Submersível, que não possui

a capacidade de armazenamento.

Portanto, a demanda de obras nas plataformas de GAMMA é maior que nos

outros Ativos, conseqüentemente , o número de contratos convencionais firmados

também é maior. Além disso, o ativo GAMMA possui dois contratos Família

firmados, sendo um contrato para cada cinco plataformas.

- Gráfico 3 – “Quantidade de Conceitos” x “Empresas”

Como foi visto no Capítulo 3, item 3.6.5. BOLETIM DE ANÁLISE DE

DESEMPENHO DAS CONTRATADAS – BAD, O critério para determinação do

conceito é função da média da nota final da avaliação, conforme Quadro 2 seguinte:

Quadro 2 – Conceitos

MÉDIA CONCEITO 0,0 a 2,9 P – Péssimo 3,0 a 4,9 I – Insuficiente 5,0 a 6,9 R – Regular 7,0 a 8,9 B – Bom 9,0 a 100 E - Excelente

SAP R/3 – PETROBRAS

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97

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0A

TP-G

AM

MA

/ IS

UP

ATP

-GA

MM

A/

ISU

P

ATP

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/ IS

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UP

AT

P-T

HE

TA

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ATP

-BE

TA/

ISU

P

C F G H I J K L M N O P Q R S A B C D E F

Convencional Família

E

BRI

ESPECIALIDADE (Tudo)

Contar de CONCEITO

TIPO DO CONTRATO EMPRESA GERÊNCIA

CONCEITO

Gráfico 3 – “Quantidade de Conceitos” x “Empresas”

Analisando o gráfico acima percebe-se que das 15 empresas dos contratos

“Convencionais”, somente as empresas “C”, “F” e “S” possuem conceitos Regular e

11 empresas possuem conceito Excelente. Enquanto das 6 empresas dos contratos

“Família”, 4 possuem conceito Regular, uma possui o conceito Insuficiente e em

apenas um contrato foi atribuído o conceito excelente.

Cabe ressaltar que a empresa “A” possui dois contratos Família firmados com

a PETROBRAS, administrando um total de dez plataformas. A empresa “B” também

possui dois contratos Família, administrando sete plataformas.

Identifica-se pelo resultado da pesquisa, que as empresas do contrato

“Família” possuem 40 conceitos “Bom”, 20 conceitos “Regular”, 02 “Insuficiente” e

apenas 01 “Excelente”.

Conforme descrito no item 3.6.5, o resultado da avaliação irá constar no

"Atestado de Serviços" executados, a ser fornecido ao término do contrato. Para

Page 98: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO CARLOS EDUARDO …ALINHAMENTO DO PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO EM UMA INDÚSTRIA OFF SHORE Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão

98

análise da possibilidade de prorrogação ou não do Contrato pela PETROBRAS, a

avaliação da Contratada deverá estar, num patamar de Excelente a Bom, a partir do

segundo ano de vigência do contrato, admitindo-se no máximo duas avaliações

regulares no segundo ano e uma avaliação regular por ano a partir do terceiro ano

de vigência de contrato.

A PETROBRAS poderá rescindir o contrato e/ou aplicar sanções

administrativas à contratada caso ocorra um conceito "péssimo" ou dois conceitos

"insuficiente" durante a execução do contrato.

- Gráfico 4 – “Duração do Contrato” (em meses) x “Empresas” dos contratos

“Família”

Este gráfico demonstra a duração dos oito contratos “Família” a partir do inicio

do prazo estabelecido no Instrumento Contratual até a emissão do último BAD

pesquisado, conforme planilha do anexo 11.

Page 99: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO CARLOS EDUARDO …ALINHAMENTO DO PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO EM UMA INDÚSTRIA OFF SHORE Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão

99

Família

0

5

10

15

20

25

30

35

ATP-GAMMA/ISUP

ATP-THETA/ISUP

ATP-GAMMA/ISUP

ATP-ALFA/ISUP

ATP-DELTA/ISUP

ATP-OMEGA/ISUP

ATP-THETA/ISUP

ATP-BETA/ISUP

A B C D E F

A ATP-GAMMA/ ISUP

A ATP-THETA/ ISUPB ATP-GAMMA/ ISUPB ATP-ALFA/ ISUPC ATP-DELTA/ ISUP

D ATP-OMEGA/ ISUPE ATP-THETA/ ISUPF ATP-BETA/ ISUP

ESPECIALIDADE (Tudo)

Máx de DURAÇÃO DO CONTRATO (MESES)

EMPRESA GERÊNCIA

TIPO DO CONTRATO

Gráfico 4 – “Duração do Contrato” (em meses) x “Empresas” dos contratos “Família”

Percebe-se que todos os oito contratos já ultrapassaram o primeiro ano de

vigência portanto, os resultados obtidos a partir do 2º ano de vigência devem ser

avaliados para efeito de análise da possibilidade de prorrogação ou não do

respectivo contrato .

- Gráfico 5 – “Conceito” x “Empresas” dos contratos “Família” a partir do 2º

ano de vigência

Os valores apresentados no gráfico abaixo foram atribuídos a partir do 2º ano

de vigência dos contratos “Família” até a emissão do último BAD pesquisado,

conforme planilha do anexo 11.

Como os contratos “Convencionais” possuem um prazo médio de 1 a 2 anos,

somente os contratos “Família” foram levados em consideração neste item.

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100

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

ATP-GAMMA/ISUP

ATP-THETA/ISUP

ATP-GAMMA/ISUP

ATP-ALFA/ISUP

ATP-DELTA/ISUP

ATP-OMEGA/ISUP

ATP-THETA/ISUP

ATP-BETA/ISUP

A B C D E F

Família

BRI

ESPECIALIDADE (Tudo)

Contar de CONCEITO

TIPO DO CONTRATO EMPRESA GERÊNCIA

CONCEITO

Gráfico 5 – “Conceito” x “Empresas” dos contratos “Família” a partir do 2º ano de vigência

Com base nos resultados obtidos no gráfico 5, para efeitos de renovação de

contrato, conforme critérios descritos no item 3.6.5, segue a situação de cada uma

das 6 empresas nos 8 contratos “Família” analisados a partir do 2º ano de vigência:

- EMPRESA A: No contrato do ATP-GAMMA, possui 1 conceito “Bom” portanto, o

respectivo contratado poderá ser renovado se a empresa conseguir manter ou

melhorar os índices apresentados.

No contrato do ATP-DELTA, a empresa “A” possui 3 conceitos “Regular”

portanto, nas condições atuais a respectiva empresa não poderá renovar seu

contrato, pois ultrapassou o limite admissível de 2 avaliações “Regular” no 2º

ano.

- EMPRESA B: No contrato do ATP-ALFA, possui 2 conceitos “Bom”, 1 conceito

“Regular” e 2 “Insuficiente” portanto, o respectivo contrato não poderá ser

renovado e ainda, a PETROBRAS poderá rescindir o contrato e/ou aplicar

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101

sanções administrativas à contratada devido ao fato da empresa possuir 2

conceitos " Insuficiente" durante a execução do contrato.

No contrato do ATP-GAMMA a empresa “B” possui 1 conceito “Bom” e 5

“Regular” portanto, não poderá renovar seu contrato, pois ultrapassou o limite

admissível de 2 avaliações “Regular” no 2º ano.

- EMPRESA C: Possui 6 conceitos “Bom” e 1 “Regular” portanto, nas condições

atuais poderá haver renovação do instrumento contratual.

- EMPRESA D: Possui 6 conceitos “Bom” portanto, o instrumento contratual

poderá ser renovado caso a empresa mantenha ou melhore seus conceitos.

- EMPRESA E: Possui 1 conceito “Bom” e 1 “Regular” portanto, o contrato poderá

ser renovado, de acordo com a situação atual.

- EMPRESA F: Possui 2 conceitos “Bom” portanto, o contrato poderá ser

renovado, de acordo com a situação atual.

Observa-se que das seis empresas dos contratos Família, apenas as empresas

“A” e “B” apresentam restrições quanto a renovação contratual por mais cinco anos.

Este fato pode ser explicado pelo número de plataformas administradas por cada

uma das referidas empresas: a empresa “A” é responsável por um dos contratos do

ativo GAMMA e pelo contrato do ativo THETA, administrando um total de dez

plataformas. A empresa “B” é responsáve l pelo outro contrato do ativo GAMMA e

pelo contrato do ativo ALFA, administrando um total de sete plataformas. Portanto, a

estrutura e recursos disponíveis no canteiro de obras das empresas “A” e “B” são

maiores e mais complexos, havendo a necessidade de uma gestão mais organizada.

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102

- Gráfico 6 – “Valor”

0

25.000.000

50.000.000

75.000.000

100.000.000

125.000.000

150.000.000

175.000.000

200.000.000

225.000.000

250.000.000

275.000.000

300.000.000

325.000.000

350.000.000A

TP

-GA

MM

A/ I

SU

P

AT

P-T

HE

TA

/ IS

UP

AT

P-G

AM

MA

/ IS

UP

AT

P-A

LFA

/ IS

UP

AT

P-G

AM

MA

/ IS

UP

AT

P-D

ELT

A/ I

SU

P

AT

P-O

ME

GA

/ IS

UP

AT

P-T

HE

TA

/ IS

UP

AT

P-G

AM

MA

/ IS

UP

AT

P-D

ELT

A/ I

SU

P

AT

P-B

ET

A/ I

SU

P

AT

P-G

AM

MA

/ IS

UP

AT

P-G

AM

MA

/ IS

UP

AT

P-G

AM

MA

/ IS

UP

AT

P-A

LFA

/ IS

UP

AT

P-A

LFA

/ IS

UP

AT

P-D

ELT

A/ I

SU

P

AT

P-D

ELT

A/ I

SU

P

AT

P-T

HE

TA

/ IS

UP

AT

P-T

HE

TA

/ IS

UP

AT

P-T

HE

TA

/ IS

UP

AT

P-O

ME

GA

/ IS

UP

AT

P-G

AM

MA

/ IS

UP

AT

P-G

AM

MA

/ IS

UP

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S

ConvencionalFamília

ESPECIALIDADE (Tudo)

Soma de VALOR DO CONTRATO (R$)

EMPRESA GERÊNCIA

TIPO DO CONTRATO

Gráfico 6 – “Valor”

Outra diferença marcante entre as duas modalidades contratuais é o valor dos

respectivos contratos. Enquanto nos 8 contratos “Família” a média de valor é de R$

220.566.262,00, nos 15 contratos “Convencionais” é igual a R$ 17.808.580,00,

representando 4% da média dos contratos “Família”.

- Gráfico 7 – Subcritério “Prazo”

Este gráfico demonstra os valores atribuídos nas avaliações de contratadas

no subcritério de cumprimento de prazos estabelecidos.

Este item será avaliado em função dos resultados obtidos pela contratada nos

indicadores IEOP – Índice de Entrega de Obra no Prazo, IOSA – Índice de Entrega

de ”OS” Atendidas no Prazo, IEFsep/nota – Índice de Evolução Física de SEP –

Solicitação de Estudo de Projeto e de “Nota de Manutenção”, atribuindo-se a

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103

pontuação indicada abaixo. Estes prazos também podem se referir a prazo de

entrega de “Planejamento Executivo” e projetos e prazos assumidos nas reuniões

semanais entre contratada e contratante, referindo-se a suprimento, embarque de

materiais e/ou profissionais, entrega de cronograma, etc..

Estes índices são de apropriação mensal e como a avaliação objeto deste

procedimento é trimestral, será considerado a média aritmética dos resultados

apurados no período, para cada um deles.

- 10, indicador >meta;

- 8, quando se atingir entre 90% (inclusive) e 100% da meta;

- 5, quando se atingir entre a 80% (inclusive) e 90% da meta;

- 2, quando se atingir entre 70% (inclusive) e 80% da meta;

- 0, quando o indicador ficar abaixo de 70% da meta

A Metodologia para cálculo dos índices descritos acima está demonstrada no

item 3.6.4.

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

ATP-GAMMA/ ISUP ATP-DELTA/ ISUP ATP-OMEGA/ ISUP ATP-THETA/ ISUP ATP-BETA/ ISUP ATP-ALFA/ ISUP

ConvencionalFamília

EMPRESA (Tudo)

Média de PRAZOS(peso 12)

GERÊNCIA

TIPO DO CONTRATO

Gráfico 7 – “Prazo”

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104

O resultado apresentado demonstra que em 2 das 6 gerências pesquisadas o

cumprimento de prazos nos contratos “Família” é melhor que nos contratos

“Convencionais”.

Cabe ressaltar que no ATP-BETA não houveram contratos “Convencionais”

dentro dos padrões e condições impostas pelo autor na seleção de contratos para a

pesquisa realizada.

- Gráfico 8 – Subcritério “Segurança e Meio Ambiente”

Este gráfico demonstra os valores atribuídos nas avaliações de contratadas

no subcritério “Segurança e Meio Ambiente”.

Este item será avaliado em função dos resultados obtidos pela contratada nos

indicadores TFCA – Taxa de Freqüência de Acidentes com Afastamento, TFSA –

Taxa de Freqüência de Acidentes sem Afastamento, TGA – Taxa de Gravidade de

Acidentes, IREM – Índice de Realização de Exame Medico Periódico e Auditoria de

SMS, conforme explicitados abaixo:

a- Acidentes com Afastamento - TFCA

A TFCA a ser considerada nesta avaliação será o valor acumulado até o mês

da avaliação.

- 10, TFCA atingiu a meta;

- 0, TFCA não atingiu a meta.

b- Acidentes sem Afastamento - TFSA

A TFSA a ser considerada nesta avaliação será o valor acumulado até o mês

da avaliação.

- 10, TFSA atingiu a meta;

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105

- 0, TFSA não atingiu a meta

c- Taxa de Gravidade - TGA

A TGA a ser considerada nesta avaliação será o valor acumulado até o mês

da avaliação.

- 10, TGA atingiu a meta ;

- 0, TGA não atingiu a meta.

d- Resultados da saúde ocupacional

O IREM é um índice de apropriação mensal e como a avaliação objeto deste

procedimento é trimestral, será considerada a média aritmética dos resultados

apurados no período.

- 10, IREM >= meta;

- 0, IREM < meta e- Auditoria de SMS.

A Metodologia para cálculo dos índices “a”, “b”, “c” e “d” acima está

demonstrada no item 3.6.4.

e- Auditoria de SMS

Este item será avaliado em função do resultado da auditoria de SMS,

semestral, realizada pela PETROBRAS na contratada.

As auditorias efetuadas em outros contratos em andamento, no âmbito da

Bacia de Campos, também poderão ser utilizadas para efeito desta avaliação.

Será atribuída a seguinte pontuação, de acordo com a quantidade de não-

conformidades significativas, sendo que cada três não-conformidades não

significativas valem como uma significativa:

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106

- 10, quando não houver nenhuma não-conformidade;

- 7,5, quando houver uma não-conformidade;

- 5, quando houver duas não-conformidades;

- 2,5, quando houver três não-conformidades;

- 0, quando houver mais de três não-conformidades.

Caso não ocorra auditoria no período de avaliação, será considerado o

andamento dos tratamentos das não-conformidades detectadas na auditoria

anterior, desde que aquela auditoria tenha sido realizada no período imediatamente

anterior ao período corrente avaliado, de acordo com a seguinte pontuação:

- 10, todas as não-conformidades tratadas e com plano de ação atualizado;

- 7.5, uma não-conformidade não tratada ou com plano da ação em atraso;

- 5, duas não-conformidades não tratadas ou com plano de ação em atraso;

- 2.5. três não-conformidades não tratadas ou com plano de ação em atraso;

- 0 mais de três não-conformidades não tratadas ou com plano de ação em

atraso.

Caso as alternativas descritas acima não se apliquem para a avaliação, o

peso, para o cálculo da nota final deste subgrupo, será redistribuído

proporcionalmente para os itens a, b e c.

Page 107: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO CARLOS EDUARDO …ALINHAMENTO DO PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO EM UMA INDÚSTRIA OFF SHORE Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão

107

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

ATP-GAMMA/ ISUP ATP-DELTA/ ISUP ATP-OMEGA/ ISUP ATP-THETA/ ISUP ATP-BETA/ ISUP ATP-ALFA/ ISUP

ConvencionalFamília

EMPRESA (Tudo)

Média de SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE(peso 30)

GERÊNCIA

TIPO DO CONTRATO

Gráfico 8 – “Segurança e Meio Ambiente”

O resultado apresentado demonstra que 100% das médias das avaliações no

subcritério SMS dos contratos “Convencionais” são maiores que nos contratos

“Família” pesquisados.

O Sistema de Gestão de SMS / RS - Segurança, Meio Ambiente, Saúde e

Responsabilidade Social da UN-BC está fundamentado nos modelos Normativos

NBR ISO 14001 / 1996, OHSAS 18001 / 1999 e SA8000 / 2001 e no Código de

Ética do Sistema PETROBRAS.

O Padrão "PE-27-01563-D_SMS - SERVIÇOS EXTERNOS – CONTRATAÇÃO ACOMPANHAMENTO tem por finalidade estabelecer a sistemática para a Definição, Fiscalização e Auditoria de requisitos de SMS para a Contratação e Execução de Serviços a serem realizados nas Instalações da Contratada, aí entendidas as U.O. - Unidades Operacionais, Embarcações e outras Instalações de Contratadas, inclusive Instalações Terrestres, e operadas pela Contratada com Empregados da Contratada ou Sub - Contratadas, e Contratos de Execução em que a Atividade se desenvolve exclusivamente em Instalações da Contratada e cuja duração seja superior a 180 dias, aqui não inseridos os Prestadores de Serviço Multiclientes nos quais não seja possível identificar claramente dedicação ainda que parcial de Empregados e Instalações para os Serviços Contratados pela UN-BC; Para estes, onde pertinente e a

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108

seu exclusivo critério, o Gerente do Contrato estabelecerá os requisitos que julgar pertinente".

Os Usuários deste Padrão são os Gerentes e Fiscais de Contrato da UN-BC.

Segue abaixo as premissas em SMS estipuladas pela PETROBRAS, em

relação às empresas terceirizadas:

a) - A Taxa de Freqüência de Acidentados Com Lesão Com Afastamento - TFCA,

conforme definido na Norma nº 14280, da ABNT é assunto de interesse da

PETROBRAS;

b) - Os Acidentes ocorridos com Empregados de Contratadas e de suas Sub-

Contratadas são, primeiramente, problema de responsabilidade das Contratadas;

c) - Os interesses da PETROBRAS e de suas Contratadas são convergentes;

d) - As Contratadas são competentes para a execução dos Serviços Contratados;

e) - A Legislação aplicável não é objeto de negociação e deve ser cumprida,

independente de constar ou não como exigência explícita no Instrumento Contratual;

f) - A PETROBRAS não tem a pretensão de substituir as Autoridades na

Fiscalização do cumprimento da Lei;

g) - A PETROBRAS não tem a pretensão de gerir suas Contratadas;

- Gráfico 9 – Subcritério “Qualidade dos Serviços”

Este gráfico demonstra os valores atribuídos nas avaliações de contratadas

no subcritério de “Qualidade dos Serviços”.

Este item será avaliado em função dos resultados obtidos pela contratada nos

indicadores IAEX – Índice de Atendimento a Exigência Contratual e IRP – Índice de

rotatividade de Pessoal, conforme demonstrados abaixo:

a- Atendimento à exigências contratuais – IAEX

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109

Neste índice será considerado todos os registros (RDO's, Atas de Reunião,

Auditorias, Correspondências, etc.) de não atendimento às exigências contratuais,

nas Autorizações de Serviços - AS que estiveram efetivamente em andamento no

período de avaliação.

Caso a ocorrência não esteja vinculada diretamente a uma AS específica,

será considerada pertencente a AS global, que também será contemplada no cálculo

do índice.

Este item será avaliado em função dos resultados obtidos pela contratada no

indicador IAEX, estabelecido no contrato, atribuindo-se a pontuação indicada abaixo.

Este índice é de apropriação mensal e como a avaliação objeto deste

procedimento é trimestral, será considerado a média aritmética dos resultados

apurados no período.

- 10, indicador >meta;

- 8, quando se atingir entre 90% (inclusive) e 100% da meta;

- 4, quando se atingir entre 80% (inclusive) e 90% da meta;

- 2, quando se atingir entre 70% (inclusive) e 80% da meta;

- 0, quando o indicador ficar abaixo de 70% da meta .

b- Índice de rotatividade de Pessoal – IRP

A contratada deverá apresentar a relação completa de empregados das

equipes de projeto, planejamento, offshore, e apoio a plataforma, individualmente,

no início do contrato e nos trimestres seguintes até o dia 15 do último mês do

trimestre.

O critério de avaliação para este índice é o mesmo aplicado ao IAEX.

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110

A Metodologia para cálculo dos índices “a” e “b” acima está demonstrada no

item 3.6.4.

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

ATP-GAMMA/ ISUP ATP-DELTA/ ISUP ATP-OMEGA/ ISUP ATP-THETA/ ISUP ATP-BETA/ ISUP ATP-ALFA/ ISUP

ConvencionalFamília

EMPRESA (Tudo)

Média de QUALIDADE DOS SERVIÇOS(peso 10)

GERÊNCIA

TIPO DO CONTRATO

Gráfico 9 – “Qualidade dos Serviços”

Similarmente ao resultado apresentado no Gráfico 7 – “Prazo”, apenas nas

gerências do ATP-DELTA e ATP-OMEGA, o resultado da avaliação no subcritério

“Qualidade dos Serviços” nos contratos “Família” é melhor que nos contratos

“Convencionais”.

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111

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos valores obtidos através da pesquisa, demonstrados nos

gráficos acima percebe-se que, os índices dos contratos “Família” apresentam

resultados inferiores aos dos contratos “Convencionais”. Essa realidade é explicada

pela maior complexidade dos contratos “Família”, que possui em seu escopo uma

média de 13 disciplinas: Projeto, Estrutura, Tubulação, Instrumentação, Elétrica,

Equipamentos, Andaimes, Pintura, Serviços de Apoio as Plataformas, Containers,

Material, Inspeção por Escalador e Serviços Eventuais. Além disso, o instrumento

contratual na modalidade “Família” permite que as empresas contratadas possam

subcontratar empresas especializadas em disciplinas que não pertençam ao seu

escopo de serviços. Portanto, as empresas pertencentes aos contratos “Família”

necessitam uma estrutura mais organizada, com recursos especializados e em maior

quantidade, para a realização eficiente da gestão. Não é o nome da empresa que

vale, e sim as pessoas representam a empresa, o corpo gerencial forma a identidade

da empresa.

Para comprovar a queda de eficiência dos contratos “Família”, será

demonstrado a seguir o resultado de dois indicadores da ISUP do ATP-GAMMA, nos

anos de 2003, 2004, 2005, janeiro e fevereiro de 2006. Em agosto de 2003 iniciou a

vigência de um contrato “Família” em 5 das 10 plataformas, em outubro de 2004

passou a vigorar o segundo contrato “Família” para as outras 5 plataformas.

O primeiro indicador é o IQPC – Índice de Qualidade Percebida pelos

Clientes, cujos valores são determinados pela média das avaliações dos BCCM –

Boletim de Construção e Montagem. O BCCM é um documento de emissão

semanal, gerado pela fiscalização da ISUP nas plataformas. No BCCM é relacionado

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112

todo o serviço executado ou em andamento, sob responsabilidade da ISUP. Em

cada serviço é realizada a avaliação pelo gerente da plataforma.

Índice de Qualidade Percebida pelos Clientes - IQPC

PRODUTO: LEGENDA GERÊNCIA: UN-BC/ATP-GAMMA/ISUP DIMENSÃO: QUALIDADE

97,5

92,0

90,6

78,4

65,6

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

2003 2004 2005 2006 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ BMK

% E

VO

LU

ÇÃ

O Q

UA

LID

AD

E

BENCHMARK ANOS ANTERIORES REALIZADO ACUMULADO META UN-BC PREVISTA REALIZADO NO MÊS

Melhor

PRODUTO:-MODIF. INST. SUPERFÍCIE- MANUT. EQUIP. ESTÁTICO- PARADAS PROG. DE PROD.

GATILHO para RTAIQPC <= 70%

2003 2004 2005 2006 JAN FEV MAR BMK BENCHMARK 97,5 ANOS ANTERIORES 92,0 90,6 78,4 REALIZADO ACUMULADO 65,6 META UN-BC ACUMULADO 95,0 META UN-BC PREVISTA 95,0 95,0 95,0 95,0

REALIZADO NO MÊS 63,5 67,7

Gráfico 10 - IQPC UN-BC / ATP-GAMMA / ISUP (2006)

Conforme os resultados obtidos, o Índice de Qualidade dos serviços da ISUP,

realizados na prática através dos Contratões de C&M, vem caindo nos últimos 3

anos, na percepção dos clientes internos (operação).

O segundo indicador é o TFSA – Taxa de Freqüência de Acidentes sem

Afastamento, que aumentou cerca de 150% de 2003 para 2004, ultrapassando a

meta determinada de 12 e mais 60% de 2004 para 2005.

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113

Taxa de Frequência de Acidentes sem Afastamento no mês - PETROBRÁS-CONTRATADAS - TFSA

PRODUTO: LEGENDA GERÊNCIA: UN-BC/ATP-GAMMA/ISUP DIMENSÃO: SEGURANÇA

5,1

12,6

20,0

0,0

18,7

0

5

10

15

20

25

30

35

40

2003 2004 2005 2006 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ BMK

TA

XA

AC

IDE

NT

ES

BENCHMARK ANOS ANTERIORES REALIZADO ACUMULADO META UN-BC PREVISTA REALIZADO NO MÊS

Melhor

GATILHO para RTA

PRODUTO:-MODIF. INST. SUPERFÍCIE- MANUT. EQUIP. ESTÁTICO- PARADAS PROG. DE PROD.-INSP.DE EQUIP.-ASSIST.TÉC. P/ MELH. PROC.

2003 2004 2005 2006 JAN FEV MAR BMK BENCHMARK 0,0 ANOS ANTERIORES 5,08 12,60 19,98 REALIZADO ACUMULADO 18,71 META UN-BC ACUMULADO 12,0 META UN-BC PREVISTA 12,0 12,0 12,0 12,0 REALIZADO NO MÊS 38,30 18,71

Gráfico 11 - TFSA UN-BC / ATP-GAMMA / ISUP / SMS (2006)

A tendência dos contratos “Família" é serem eficientes e produtivos a partir do

3º ano de vigência, que é o tempo estimado para que as empresas se enquadrem,

conforme as necessidades do cliente. A partir desse período, ou as empresas se

enquadram dentro das expectativas da Contratante ou comprovam, através dos

indicadores, que não têm condições para uma renovação contratual por mais 5

anos.

Os contratos “Família”, onde uma só empresa é responsável pelas principais

especialidades de serviços demandados em uma plataforma off shore, deveria

possuir maior produtividade que os contratos “Convencionais”, pois ocorre uma

otimização de transporte, mão-de-obra indireta e homem-hora da área administrativa

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da empresa contratante, além disso, proporciona um único canal de comunicação

entre a Contratada e Contratante. Um contrato para cada especialidade demanda

uma quantidade maior de recursos na Contratante, para gerenciar e fiscalizar uma

quantidade maior de contratos.

Nos contratos de menor duração (de 1 a 3 anos), o trabalho de coordenação

e gerenciamento das empresas Contratadas, realizado pela Contratante, fica

interrompido com o término do contrato e se inicia a cada contratação, caso a

empresa que vinha prestando serviços não vença a nova licitação. Com as

empresas atuando por um período maior, o trabalho de desenvolvimento de

contratadas fica facilitado por haver uma continuidade na gestão.

Segue abaixo algumas vantagens e desvantagens dos contratos “Família”

identificadas pelo autor:

VANTAGENS DOS CONTRATOS “FAMÍLIA”:

- Menos licitações;

- Desenvolvimento de fornecedores mais eficaz;

- Menor mobilização e desmobilização;

- Maior produtividade global através da otimização da mão-de-obra indireta ;

- Otimização de transporte de materiais e pessoas para as plataformas;

- Menor quantidade de recursos na Contratante para gerenciamento da

Contratada;

- Menor custo .

DESVANTAGENS DOS CONTRATOS “FAMÍLIA”:

- Grande quantidade de pessoal terceirizado;

- Alta rotatividade de pessoal – turn over;

- Deficiência de mão-de-obra qualificada para todas as disciplinas;

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- Dificuldade das Contratadas na gestão interna.

5.1. SUGESTÕES DE MELHORIAS PARA FUTUROS CONTRATOS

Segue abaixo algumas sugestões de melhorias para futuros contratos ou para

aditivos nos contratos vigentes:

1. Implementação da contratação por resultados em vez da contratação por serviço

Consiste basicamente na alteração da forma de medição dos serviços, que

nos contratos “Família” vigentes é realizada de quatro maneiras distintas

dependendo da modalidade dos serviços, conforme descritas abaixo:

a) Serviços de Projeto: Após a liberação da “AS” pela contratante, o

pagamento é realizado por preço global, de acordo com a EAP e conforme

o critério de medição constante no “Anexo ll – Projeto”;

b) Serviços de Apoio à Plataforma – POLI: é pago através de homem-hora

utilizado, conforme critérios de medição constante no “Anexo ll – Serviços

de Apoio à Plataforma”;

c) Serviços de C&M e Manutenção Industrial não Planejáveis: Serão

utilizados os critérios de medição referentes as PPU’s aplicáveis ao

serviço, ou seja, o pagamento é realizado por quilo de material aplicado

na obra. Os serviços considerados não planejáveis são aqueles

emergenciais autorizados pela fiscalização a serem realizados sem

planejamento, além dos serviços de apoio a plataforma;

d) Serviços de C&M e Manutenção Industrial Planejáveis: Após liberação

para execução, pela contratante, do Planejamento Executivo da “AS”, que

levará em consideração os indicadores de produtividade informados na

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proposta técnica e os valores orçados na planilhas de preços unitários, a

“AS” passará a ser encarada como uma contratação por preço global e o

pagamento será realizado de acordo com a EAP, por sistema. Para que o

pagamento seja liberado, todas as disciplinas de um mesmo sistema

deverão estar concluídas. O sistema terá eventos de medição após a

conclusão das seguintes etapas:

- Planejamento Executivo;

- Suprimento;

- Preparação para instalação on shore (Fabricação);

- Preparação para instalação off shore / instalação off shore;

- Pré-operação;

- Manual de operação, Manual de Construção, Montagem e

Condicionamento e As-built.

Estas formas de medição podem favorecer a improdutividade dos serviços.

Será explicado a seguir o principal problema encontrado nas duas formas de

medição mais utilizadas nos contratos “Família”: “Serviços de Apoio à Plataforma” e

“Serviços de C&M e Manutenção Industrial Planejáveis”.

Nos serviços de apoio a plataforma, onde a medição é realizada por homem-

hora, quanto maior o tempo de utilização de h.h., maior será a receita para a

empresa prestadora de serviços, não sendo interessante para a contratada concluir

os serviço em um prazo otimizado.

Os fatores calculados na cláusula de “Bônus e Ônus” não superam os valores

faturados com o prolongamento ou atraso das obras, além disso, para a contratada

receber os bônus previstos no contrato, a qualidade e quantidade de recursos

atribuídos deverão ser maiores, o que também demandará um custo maior.

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No caso das obras planejadas a contratada poderá superestimar as

quantidades de materiais a serem utilizadas na obra, na fase de projeto, cabendo a

fiscalização identificar os excessos e retificar as medições recebidas da contratada,

após a realização dos serviços.

Para haver contratação por resultado, a remuneração de um serviço também

deverá ser por resultado, onde o valor a ser pago por um determinado serviço será o

valor referenciado pelo determinado serviço no instrumento contratual, multiplicado

por um fator calculado em função dos resultados alcançados pela Contratada em

relação às metas negociadas com a Contratante. Para se determinar as metas,

deverá ser realizado uma seleção adequada dos indicadores de resultados.

Um exemplo de contratação por resultado poderá ser um prêmio de

produtividade incorporado à medição final dos serviços, considerando os prazos de

realização dos serviços ou número de acidentes de trabalho .

A empresa Contratada deverá fazer da C&M sua atividade fim, investindo em

recursos humanos, tecnologia, equipamentos, ferramental e gestão, para conquistar

uma relação de confiança e se tornar um verdadeiro parceiro.

A Inclusão no instrumento contratual, de uma cláusula de ressarcimento que

obrigue a Contratada pagar a Contratante qualquer valor referente a prejuízos

causados, que tenha sido de responsabilidade da Contratada, também é importante

em um contrato por resultado.

2. Redução da abrangência e valor dos contratos

Com a redução dos “Contratões”, reduziria também a necessidade de

recursos especializados e de uma estrutura mais organizada e complexa para a

realização eficiente da gestão.

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Esse trabalho poderá ser executado através das ações listadas abaixo, na

formulação dos novos contratos ou através de aditivos nos contratos vigentes:

a) Separação dos contratos de manutenção industrial dos contratos de C&M;

b) Limitar o efetivo executante dos serviços de apoio à plataforma, que são

pagos através de homem-hora;

c) Reduzir e limitar o número de plataformas atendidas pelos contratos

“Família” em três plataformas, exigindo que os recursos utilizados sejam

exclusivos para cada plataforma;

d) Subcontratação de empresas especializadas para confecção dos projetos,

sob a responsabilidade total da contratada.

3. Inclusão do indicador ICEF – Índice de Controle da Evolução Física, como meta

para a contratada

Existe atualmente nos Contratos “Família” o IEF – Índice de Evolução Física

das obras em andamento. Esse índice é calculado através da divisão:

Realizado/Planejado, ou seja, a porcentagem de realização de um determinado

serviço, dividido pela porcentagem planejada ou prevista no cronograma inicial da

obra. O IEF deverá ser igual ou maior que 100%, ou seja, a realização deverá ser

igual ou maior que o planejado inicialmente.

Esse indicador perde a confiabilidade quando se trata de várias obras, pois

nesse caso, leva-se em consideração o IEF acumulado, que é um somatório dos

índices de todas as obras. Nesse caso, se uma obra estiver com valor realizado

acima do previsto, esse resultado compensará outra obra que esteja com a evolução

física menor que 100%.

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O indicador ICEF controlará o IEF, computando “0” ou “1”. Se uma

determinada obra estiver com o IEF abaixo de 100% ou se a mesma foi concluída

depois do prazo previsto, o valor a ser computado será 0. Se a obra estiver com o

IEF igual ou maior que 100%, o valor a ser computado será 1. No somatório final,

estipula-se uma meta para a quantidade de obras que deverão estar no prazo, por

exemplo 80%, e compara-se com o índice alcançado pela Contratada.

4. Seleção eficiente das empresas através do BAD

Treinamento e conscientização da fiscalização dos contratos quanto ao

cumprimento dos padrões estabelecidos para que seja realizada a avaliação

eficiente dos fornecedores e que retrate a realidade. Dessa forma, o resultado dos

BAD’s refletirá na íntegra o perfil das empresas Contratadas e terá maior

confiabilidade. Só assim as empresas que não se comprometem com o alcance das

metas estipuladas pela Contratante serão penalizadas em um novo processo de

contratação.

Outra sugestão importante indicada pelo autor é que o setor de contratos,

responsável por redigir e confeccionar um contrato obtenha informações dos fiscais

e gerentes de contrato, a fim de melhorar as clausulas contratuais nos novos

processos de contratação.

5.2. ANALISE DA PROPOSTA DA PESQUISA

As hipóteses específicas do presente estudo estão fundamentadas nos

pressupostos abaixo, considerados necessários ao sucesso da terceirização no

âmbito da PETROBRAS-UN-BC:

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a) Os contratos “Família” ou “Contratões”, onde as empresas são convidadas a

participar das licitações e têm que se enquadrar nos critérios específicos da UN-BC,

apresentam resultados mais eficazes que os contratos “Guarda Chuva” ou turn key

“Convencionais” enquadrados no “Instrumento de Regulamentação de Contratação

de Serviços” da PETROBRAS;

Essa hipótese não se mostrou verdadeira ao término do estudo realizado. Os

resultados obtidos com a pesquisa retrataram que os contratos “Família” são

ineficazes quando comparados aos contratos “Convencionais”, segundo as notas

atribuídas nos Boletins de Análise de Desempenho – BAD das contratadas, nos 5

critérios e 12 subcritérios, dos contratos de Construção e Montagem analisados.

b) Uma seleção eficiente de empresas garante a participação na licitação daquelas

que estejam investindo no desenvolvimento tecnológico e com a cultura voltada para

os aspectos de segurança e meio ambiente;

A metodologia apresentada pelo autor sugere uma seleção eficiente de

empresas para participarem de uma licitação. A seleção é feita através de histórico

de análise de resultados obtidos em contratos firmados e executados por essas

empresas.

Essa hipótese poderá ser comprovada em futuros trabalhos, caso a área de

Administração Contratual utilize os resultados encontrados nesta pesquisa, no caso

da PETROBRAS, ou empregue a metodologia sugerida pelo autor como critério de

seleção de empresas para participarem de licitação em um processo de contratação.

c) As empresas com melhores índices de acidentes de trabalho conseguem melhor

qualidade nos serviços prestados e cumprimento dos prazos estabelecidos.

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Essa hipótese foi comprovada pelo autor através da pesquisa realizada. O

gráfico 12 seguinte representa um comparativo dos gráficos: 7 – “Prazos”, 8 – “SMS”

e 9 – “Qualidade dos Serviços”.

Dos 5 ativos de produção, que possuem as duas modalidades contratuais,

somente no ativo OMEGA ocorre uma pequena discrepância entre a nota de

“Qualidade dos Serviços”: 10,00 e “Segurança e Meio Ambiente”: 7,00. No restante

das avaliações, as notas dos 3 critérios estão com valores aproximados e sempre

que um critério diminui ou aumenta sua pontuação, os outros dois o acompanha.

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4,0

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ATP-ALFA/ ISUP ATP-GAMMA/ ISUP ATP-DELTA/ ISUP ATP-THETA/ ISUP ATP-OMEGA/ ISUP

Convencional

Família

EMPRESA (Tudo)

GERÊNCIA Dados

TIPO DO CONTRATO

Gráfico 12 – Demonstrativo: Prazo x SMS x Qualidade

Toda metodologia criada pela PETROBRAS, bem como os procedimentos

adotados na administração contratual, somado às sugestões desenvolvidas pelo

autor e com base no resultado da pesquisa realizada, subsidiarão os gestores de

contratos à um melhoramento de suas atividades, perfazendo a concretização da

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seguinte questão, proposta para a solução do problema: “A gestão eficaz de todo

processo de contratação, desde a elaboração do processo licitatório até o

encerramento do contrato, pode garantir o sucesso da terceirização?”.

5.3. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS

A recomendação principal para futuros trabalhos, ligada diretamente ao

presente estudo, propõe uma nova pesquisa na PETROBRAS, coletando os

resultados das avaliações de desempenho das empresas dos contratos “Família”,

em um cenário em que essas empresas estejam em níveis mais avançado no

processo de desenvolvimento de fornecedores. Através desses resultados, os

gestores poderão ter a certeza de que as empresas dos contratos “Família” se

enquadraram nas expectativas e necessidades dos clientes, ou terão subsídios

necessários para reduzir a dimensão desses contratos, de uma maneira compatível

com a capacidade das empresas se estruturarem e de organizar seus recursos de

maneira eficaz, com o objetivo de alcançar os resultados esperados pela

contratante, executando seu papel de parceira.

Outra sugestão indicada pelo autor é o estudo da cultura das empresas

prestadoras de serviço na área de manutenção industrial em empresas estatais.

Poderá ser realizada uma pesquisa com contratos de mesmo porte em empresas

privada, para realização de um estudo comparativo entre o desempenho dos

contratos de manutenção nas indústrias privadas e em empresas estatais ou de

economia mista, como a PETROBRAS. O objetivo comum será uma mudança

cultural, para que as empresas contratadas assumem e tratem a manutenção como

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sua atividade fim, fazendo com que a terceirização gere vantagem competitiva a

ambos os lados e a parceria seja um processo de “ganha-ganha”.

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