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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECN. DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMPUTAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM COMPUTAÇÃO APLICADA
LÍVIA MARIA DE LIMA SANTIAGO
MADE: SISTEMA DE GESTÃO E PLANEJAMENTO DA MATRIZ DE DESIGN
EDUCACIONAL DE DISCIPLINAS A DISTÂNCIA
FORTALEZA – CEARÁ
2014
LÍVIA MARIA DE LIMA SANTIAGO
MADE: SISTEMA DE GESTÃO E PLANEJAMENTO DA MATRIZ DE DESIGN
EDUCACIONAL DE DISCIPLINAS A DISTÂNCIA
Dissertação submetida à Coordenação do Curso
de Mestrado Profissional em Computação
Aplicada da Universidade Estadual do Ceará e
do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Ceará, como requisito parcial à
obtenção do título de mestre em Computação
Aplicada.
Área de concentração: Informática Educativa
Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Fernandes
Ramos
FORTALEZA – CEARÁ
2014
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por todas as janelas fechadas e portas abertas posteriormente. Acima de
tudo, por todas as inspirações a mim concedidas.
Aos meus pais, João e Dulcina, pelos belos ensinamentos e pelo amor incondicional.
À minha avó Francisca, que compartilhou comigo seus poucos letramentos e que, por diversas
vezes, sentada em sua cadeira de balanço, ditava a tabuada para mim com todo carinho.
À minha irmã Vivianny que, mesmo distante, trago sempre em meio coração. Obrigada pelo
seu amor, por acreditar e sonhar junto comigo.
A meu namorado e amigo, Marcos, que Deus colocou no meu caminho. Por me apoiar,
incentivar e vibrar junto comigo a cada conquista alcançada ao longo dessa caminhada.
A todos os meus colegas de curso, pelas gratificantes conversas e ensinamentos no decorrer
dessa caminhada. Um carinho especial às minhas amigas Luciana e Lidiane, que me apoiaram
e incentivaram nos momentos mais difíceis.
A todos os meus amigos e amigas, aos que estão perto e aos que, por diversos motivos, tiveram
que se distanciar; a eles todo meu carinho e gratidão pelos momentos de conversas.
À professora Cassandra, que me acolheu de braços abertos e sempre acreditou em meu
potencial. Por toda a confiança depositada, obrigada.
Ao professor Ronaldo Ramos pela orientação, confiança e apoio no desenvolvimento dessa
pesquisa.
A todas as minhas colegas e amigas da equipe de Design Educacional do IFCE, em especial
Iraci e Márcia que acompanharam mais de perto minha caminhada e souberam compreender
minhas ausências.
Aos professores Thiago e Daniel por acreditarem no meu trabalho e aceitarem a proposta para
desenvolvimento dessa pesquisa.
Aos bolsistas da Funcap Jandeíldo e Reginaldo pelas colaborações no percurso de
desenvolvimento do sistema.
A todos os meus colegas e amigos da Diretoria de Educação a Distância que me proporcionam,
a cada dia, adquirir novos saberes e que me ensinam a importância do trabalho em equipe.
A todos os integrantes do Projeto LEaD, em especial a Lidiane, por confiar no meu trabalho e
me apoiar nos momentos necessários.
RESUMO
Em Educação a Distância (EaD), o planejamento para oferta das disciplinas ocorre em um
momento bem anterior à execução do curso, através da ação colaborativa dos atores envolvidos.
Essa ação de planejar e executar envolve desde a coordenação do curso responsável pela lotação
dos professores, passando pela equipe de Design Educacional, equipe web, chegando até aos
professores tutores responsáveis por conduzir a disciplina junto aos alunos. A Diretoria de
Educação a Distância do IFCE, espaço desta pesquisa, adota como modelo para o planejamento
das disciplinas dos seus cursos a distância, o documento da Matriz de Design Educacional. Este
documento se utiliza de um editor de texto, o que implica em tempo com upload e download
de arquivos e uma limitação no controle de produção das matrizes. Como há quantidade
significativa de disciplinas ofertadas semestralmente, o volume de documentos produzidos e
profissionais envolvidos também é numeroso, o que torna o processo de gestão da produção da
matriz uma tarefa complexa. Esta pesquisa tem como objetivo principal desenvolver um sistema
de gestão e planejamento da Matriz de Design Educacional, além de discutir a gestão e
planejamento dos cursos e disciplinas em EaD; apresentar as teorias do Design Instrucional e
da Engenharia Pedagógica como proposta pedagógica de construção da matriz; e descrever as
etapas de construção do sistema. Os principais conceitos abordados na pesquisa envolvem os
tópicos: modelos pedagógicos de Behar (2009); conceitos de gestão em EaD de Mill e Brito
(2009); Design instrucional de Romiszowski (2005) e Filatro (2003;2008) e da Engenharia
pedagógica de Paquette (2002, 2004). Para o desenvolvimento do sistema foram realizadas
reuniões periódicas com a equipe de desenvolvimento para delimitação dos requisitos do
sistema, cronograma e responsáveis pelas atividades. O sistema Made encontra-se em fase de
teste e como se trata de um sistema em evolução muitas informações podem ser agregadas ao
seu escopo, em especial, à medida que os usuários iniciarem seu uso. Sua aplicação, como
ferramenta de apoio a elaboração e planejamento da Matriz de Design Educacional das
disciplinas a distância, possibilitará a seus atores sistematizar seus processos, gerenciar seus
trabalhos e organizar o fluxo de mensagens. Além de permitir a seus usuários a localização
rápida e fácil das informações desejadas contribuindo para solucionar possíveis entraves
comunicacionais e de perda de dados.
Palavras chave: Educação a distância. Planejamento em Educação a Distância. Matriz de
Design Educacional. Sistema Made.
ABSTRACT
In Distance Education ( DE ) ,the courses planning must occurs much before their
implementation by the means of highly collaborative actions of the involved actors .The
planning and execution actions involve several people that vary from the course coordinator,
which is responsible for the instructors selection, the tutors responsible for conducting the
courses, to the staff of an entire educational web design team. The Distance Education
Department of the IFCE, where this research was conducted, adopts a planning model based on
a document called Educational Design Matrix (MADE). Traditionally, this document is edited
in a text editor and uploaded to a server, which implies in some delays and limits the documents
production efficiency. Along to the growing number of offered courses, the volume of
documents produced and professionals involved becomes difficult to manage, which makes
very complex the process of the MADE production management. This research aims to develop
a management and planning system for the MADE construction, and, at the same time, having
a discussion about the management and planning of courses and subjects in distance education
systems. Present theories of Instructional design and Educational Engineering as a pedagogical
proposal of the matrix construction are also discussed along the description of the stages of the
proposed system construction. The main concepts covered in this research involve topics such
as the pedagogical models of Behar (2009 ), the DL management concepts in Mill and Brito
(2009 ), the Instructional design of Romiszowski (2005) and Filatro (2003,2008), and the
Pedagogical Engineering of Paquette (2002 , 2004). To develop the MADE system, they were
held regular meetings with a development team to define the system requirements, work
division, and to assign the responsible for each activity. The system is under tests, and as it
evolves, a lot of information can be captured from its usage. Its application as a support tool for
the preparation and planning of the MADE, allows his actors to systematize their processes,
manage their work and organize the flow of messages. Its application as a support tool for the
preparation and planning of the MADE, allows his actors to systematize their processes,
manage their work and organize the flow of messages in addition to quickly and easily locate
the desired information that helps to solve possible communication barriers and data loss.
Keywords: Distance education. Planning in Distance Education. Matrix Educational Design.
Made system.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Mapa de atuação da DEaD/IFCE .................................................................. 31
Figura 2 - Fundamentos do design instrucional ............................................................. 37
Figura 3 - Processos da Engenharia Pedagógica ........................................................... 41
Figura 4 - Bases da Engenharia pedagógica ................................................................... 43
Figura 5 - Fases da engenharia pedagógica .................................................................... 46
Figura 6 - Matriz de Design Instrucional ....................................................................... 51
Figura 7 - Planejamento para oferta do semestre ........................................................... 54
Figura 8 - Etapas de Produção da Matriz de Design Educacional .................................. 55
Figura 9 - Etapas de concepção do sistema Made .......................................................... 57
Figura 10 - Modelo ADDIE............................................................................................ 58
Figura 11 - Tela de login ................................................................................................ 64
Figura 12 - Menu de administração do sistema .............................................................. 64
Figura 13 - Módulos do Sistema Made .......................................................................... 65
Figura 14 - Tela de criação/edição de uma Matriz ......................................................... 66
Figura 15 - Lista de matrizes criadas .............................................................................. 66
Figura 16 - Vinculação dos responsáveis pela Matriz .................................................... 67
Figura 17 - Adicionar/Remover usuário ......................................................................... 67
Figura 18 - Menu de navegação da Matriz ..................................................................... 69
Figura 19 - Matriz em construção .................................................................................. 69
Figura 20 - Módulo de publicação .................................................................................. 71
Figura 21 - Casos de usos – Gerenciar Matriz ............................................................... 73
Figura 22 - Casos de usos – manipular Matriz (parte II) ................................................ 75
Figura 23 - Diagrama de sequência – Criação/Edição da Matriz ................................... 79
Figura 24 - Representação no sistema do diagrama 23 .................................................. 80
Figura 25 - Diagrama de sequência – Comentários ........................................................ 81
Figura 26 - Representação no sistema do diagrama 25 .................................................. 81
Figura 27 - Diagrama de sequência – Comparar versões ............................................... 82
Figura 28 - Representação no sistema do diagrama 27 .................................................. 83
Figura 29 - Diagrama de sequência – Nova ementa ....................................................... 83
Figura 30 - Diagrama de sequência – Programa............................................................. 84
Figura 31 - MER – Dados do curso ................................................................................ 85
Figura 32 - Vinculando disciplina ao curso .................................................................... 86
Figura 33 - MER – Dados da Matriz .............................................................................. 87
Figura 34- Ferramenta Selenium-IDE ............................................................................ 91
Figura 35 - Toolbar do Selenium .................................................................................... 92
Figura 36 - Fluxo dos Casos de teste .............................................................................. 93
Figura 37 - Teste Criar Curso ......................................................................................... 96
Figura 38 - Tela curso criado no sistema Made.............................................................. 96
Figura 39 - Teste Criar Disciplina .................................................................................. 97
Figura 40 - Tela Disciplina criada no sistema Made ...................................................... 97
Figura 41 - Teste criação da Matriz ................................................................................ 98
Figura 42 - Tela Matriz criada no sistema Made ............................................................ 98
Figura 43 - Teste Criar aula de uma matriz .................................................................... 99
Figura 44 - Tela Aula criada no Sistema Made .............................................................. 99
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Equipe multidisciplinar ................................................................................ 24
Quadro 2 - Visões sobre o Design Instrucional ............................................................. 36
Quadro 3 - Elementos e fase de desenvolvimento do design instrucional ..................... 39
Quadro 4 - Três gerações dos sistemas informatizados .................................................. 44
Quadro 5 - Funções gerais dos usuários no Made .......................................................... 62
Quadro 6 - Especificação do módulo de criação ............................................................ 68
Quadro 7 - Especificação do módulo de Edição............................................................. 70
Quadro 8 - Especificação do Módulo de Publicação ...................................................... 71
Quadro 9 - Tipos de testes .............................................................................................. 90
Quadro 10 - Caso de Teste Criar curso........................................................................... 93
Quadro 11 - Caso de Teste - Criar disciplina ................................................................. 94
Quadro 12 - Caso de Teste - Criar Matriz ...................................................................... 94
Quadro 13 - Caso de Teste - Criar aula .......................................................................... 95
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADDIE analyze, design, develop, implemente e evaluate
AVA Ambiente Virtual de Aprendizagem
CEFET Centro Federal de Educação Tecnológica
CPF Cadastro Pessoa Física
DEAD Diretoria de Educação a Distância
DI Design Instrucional
DE Design Educacional
EAD Educação a Distância
EP Engenharia Pedagógica
e-TEC Escola Técnica de Educação profissional e tecnológica na
modalidade a distância
ER Engenharia de Requisitos
IFCE Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
HTML Linguagem de Marcação de Texto
LV Learning Vectors
MADE Matriz de Design Educacional
MEC Ministério da Educação
MER Modelo Entidade Relacionamento
NTEAD Núcleo de Tecnologias Educacionais e Educação a Distância
OU-UK Open University United Kingdom
PNE Plano Nacional de Educação
Profuncionário Programa de Formação dos Funcionários das Escolas Públicas
SA Sistema de Aprendizagem
SEB Secretaria de Educação Básica
SETEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
TIC Tecnologias da Informação e Comunicação
TI Tecnologia da Informação
UAB Universidade Aberta do Brasil
UML Unified Modeling Language
W3C World Wide Web Consortium
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................15
2 GESTÃO E PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA...............20
2.1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL..........................................................20
2.2 GESTÃO DE CURSOS NA MODALIDADE A DISTÂNCIA.............................23
2.3 PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.........................................27
2.4 PLANEJAMENTO DE CURSOS A DISTÂNCIA NA DIRETORIA DE EAD DO
IFCE........................................................................................................................29
3 MADE: BASES CONCEITUAIS E METODOLÓGICAS...............................33
3.1 DESIGN INSTRUCIONAL – VISÃO HISTÓRICA..............................................33
3.1.1 O design instrucional em cursos online................................................................35
3.2 ENGENHARIA PEDAGÓGICA...........................................................................41
3.2.1 Fase da análise preliminar....................................................................................46
3.2.2 Fase de concepção e design instrucional...............................................................47
3.2.3 Fase de desenvolvimento ou elaboração dos materiais......................................48
3.2.4 Fase de validação...................................................................................................48
3.2.5 Fase de execução e divulgação..............................................................................49
3.2.6 Fase de Gestão e operação....................................................................................49
3.3 MATRIZ DE DESIGN EDUCACIONAL..............................................................50
3.3.1 Uso da Matriz de Design Educacional no contexto do IFCE............................52
3.4 ENGENHARIA PEDAGÓGICA E O DESIGN INSTRUCIONAL NA
CONCEPÇÃO DO SISTEMA MADE...................................................................57
4 MADE: CONCEPÇÃO E PROTOTIPAÇÃO...................................................60
4.1 Descrição da proposta.............................................................................................60
4.2 Requisitos do Made.................................................................................................60
4.3 Ferramentas de desenvolvimento............................................................................63
4.4 Interfaces do Sistema Made....................................................................................63
4.5 Estrutura de gerenciamento do sistema Made.........................................................65
4.5.1 Módulo de Criação................................................................................................65
4.5.2 Módulo de Edição..................................................................................................68
4.5.3 Módulo de Publicação...........................................................................................70
4.6 Modelagem do Sistema Made (UML).....................................................................71
4.6.1 Diagrama de Caso de Uso.....................................................................................73
4.6.2 Diagramas de sequência.......................................................................................78
4.6.3 Modelo Entidade e Relacionamento (MER)........................................................84
5 VALIDAÇÃO DO SISTEMA E RESULTADOS OBTIDOS...........................89
5.1 Tipos de testes aplicados para validação de um sistema..........................................89
5.2 Selenium..................................................................................................................91
5.3 Casos de Testes do Sistema Made............................................................................92
5.4 Testes e Resultados encontrados.............................................................................95
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES FUTURAS................100
REFERÊNCIAS..................................................................................................103
APÊNDICE A - Matriz de Design Instrucional 2009.2........................................108
APÊNDICE B – Matriz de Design Educacional 2013.2.......................................112
APÊNDICE C – Casos de Uso..............................................................................119
15
1 INTRODUÇÃO
A primeira manifestação e materialização do
ecossistema comunicativo é a relação com as novas
tecnologias – desde o cartão que substitui ou dá acesso
ao dinheiro, até as grandes avenidas da internet.
(Martins-Barbero, 2007)
O advento da internet, somado ao (re)uso das tecnologias digitais, em diversos
cenários da vida moderna, têm propiciado a experimentação e o compartilhamento de
informações jamais imaginado. A partir disso, abriu-se um leque de possibilidades para o
campo da educação, em especial, a Educação a Distância (EaD).
Segundo Moran (2002, p. 1), “educação a distância é o processo de ensino-
aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial
e/ou temporalmente”. Nesse sentido, a utilização de ferramentas tecnológicas de apoio ao
processo de ensino e aprendizagem vem contribuído cada vez mais para a promoção e
disseminação do saber pelos mais diversos lugares do Brasil e do mundo.
Em paralelo ao desenvolvimento tecnológico, ações governamentais têm sido
planejadas e executadas com intuito de aproveitar o grande potencial advindo das tecnologias
digitais e levar conhecimento formal a pessoas que por motivos variados não teriam acesso de
outra forma.
Das diversas ações empreendidas pelo Governo Federal no Brasil, destaca-se a
aprovação do Decreto nº 5622 de 19 de dezembro de 2005, que cria o Sistema Universidade
Aberta do Brasil (UAB); e do Decreto1 nº 6.301, de 12 de dezembro de 2007 que instituí o
Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil (e-Tec). Essas duas datas marcam a abertura de nova
fase na educação brasileira, possibilitando a formação profissional de milhares de pessoas que
habitam em regiões de difícil acesso e sem estrutura física de centro universitário.
No Brasil, existem 2.665 instituições credenciadas que ofertam cursos superior na
modalidade a distância (PINHEIRO, 2013). Dentre elas, tem-se o Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) que, por meio da sua Diretoria de Educação
a Distância (DEaD), atua na oferta de cursos a distância nos níveis técnico, superior,
especialização e extensão. Assim como em outras instituições de ensino integrantes do
programa UAB, o IFCE é responsável pela produção dos materiais didáticos dos seus cursos de
1 Revogado pelo Decreto nº 7.589 de 26 de outubro de 2011.
16
graduação, podendo estabelecer parcerias com instituições pertencentes à rede de ensino para
compartilhamento dos materiais já produzidos.
Para atender a essa demanda, a DEaD conta com a colaboração de uma equipe
multidisciplinar composta por diversos profissionais, entre eles: conteudistas, designer
educacionais (DE), revisores, diagramadores, tutores a distância e presencial, coordenador de
curso, coordenador de polo, dentre outros. Essa equipe é responsável pela produção e oferta das
disciplinas dos cursos a distância da DEaD. A Matriz de Design Educacional é um documento
utilizado como apoio ao planejamento das disciplinas e vem sendo usado desde 2009. Sua
elaboração é de responsabilidade do professor formador, sob orientação pedagógica de um DE.
Semestralmente são ofertadas em torno de cento e oitenta disciplinas, de nível
técnico, superior e pós-graduação, as quais requerem uma quantidade muito grande de matrizes
e de profissionais envolvidos nos planejamentos. A produção da Matriz ocorre de forma off-
line e o meio de comunicação utilizado é o correio eletrônico. Para sua elaboração são trocados
uma média de dez e-mails, o que totaliza uma média de 1800 e-mails durante o semestre. Desta
forma, o acompanhamento da produção da Matriz torna-se uma tarefa complexa e exige um
olhar atento do coordenador de produção, o que nem sempre é possível.
Vale ressaltar que a composição desse documento não ocorre de modo isolado, mas
sim através da colaboração e experiência de cada profissional envolvido. Além do professor
formador e do designer educacional, a construção da Matriz conta com a atuação de um revisor.
Esse ator é responsável pela correção ortográfica, sintática e textual do conteúdo proposto.
Palange (2009, p. 384) destaca que “o trabalho de realização de um curso não é uma
atividade solitária, mas coletiva”. Por isso, percebemos que no desenvolvimento de materiais
didáticos ou na elaboração de um planejamento é indispensável o “olhar” dos diversos autores,
cada qual contribuindo com a expertise que lhe é cabível.
Para o gerenciamento desses materiais, a equipe multidisciplinar estabelece
processos, rotinas e documentos que lhe permitam fazer uso desses conteúdos em outras
situações didáticas. Contudo, o grande fluxo de informações produzidas diariamente, impõe à
equipe a adoção de outros mecanismos que otimizem os processos e possibilitem a rápida
localização dos materiais.
Segundo Torres e Costa (2012, p. 3), “a gestão da informação está relacionada ao
controle da informação dentro de um determinado ambiente, envolvendo um processo, ciclo,
que vai desde a coleta e tratamento da informação, até a sua disseminação”. Nesse sentido,
promover uma gestão eficaz dessas informações é uma tarefa constante no trabalho das equipes,
em especial do designer educacional, uma vez que está centrado nele todo o fluxo de elaboração
17
da Matriz de Design Educacional. Este profissional leva em consideração a elaboração de um
planejamento detalhado o que demanda um tempo significativo, principalmente pelo fato do
documento da matriz se utilizar de uma ferramenta de texto, o que implica em tempo com
download e upload de arquivos.
Com o propósito de organizar, planejar e sistematizar todo o fluxo de produção da
Matriz de Design Educacional propõe-se o desenvolvimento de um sistema informatizado que
concentre todos os programas, cursos, disciplinas, profissionais e proporcione aos atores a
construção da Matriz de forma online, centralizada em um ambiente próprio, além de
possibilitar ao coordenador de produção o compartilhamento e gerenciamento das matrizes
produzidas e em produção.
A partir disso, surge algumas questões norteadoras da pesquisa, a saber: como
sistematizar a elaboração das Matrizes de Design Educacional das disciplinas a distância
ofertadas semestralmente? De que forma o uso de um sistema online contribuirá para facilitar
e otimizar o trabalho da equipe multidisciplinar na elaboração dessas matrizes?
Com o intuito de responder a esses questionamentos delineou-se o seguinte objetivo
geral: desenvolver um sistema de gestão e planejamento da Matriz de Design Educacional –
Sistema Made.
Como objetivos específicos, foram traçados os seguintes:
Discutir os conceitos de gestão e planejamento em cursos na modalidade a distância.
Apresentar as contribuições pedagógicas da Teoria do Design Instrucional e da
Engenharia Pedagógica para a construção do Sistema Made.
Desenvolver um protótipo do Sistema Made visando a elaboração e visualização das
matrizes produzidas de forma online.
Testar o uso do Sistema dentro do contexto do Instituto Federal de Educação do Ceará
(IFCE).
A pesquisa, para a concepção e implementação do Sistema Made, caracteriza-se
como pesquisa aplicada, pois segundo Gerhardt e Silveira (2009, p 35) esse tipo de pesquisa
“objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas
específicos.” Neste sentido, o desenvolvimento do Sistema MADE visa auxiliar a equipe
multidisciplinar da Diretoria de Educação a Distância do IFCE na execução de suas atividades
de planejamento, proporcionando automatizar o processo de concepção da Matriz de Design
Educacional.
18
A metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa dividiu-se em algumas
etapas. Essas etapas possibilitaram analisar, desenhar e desenvolver todo o sistema. Para isso,
contou-se com a participação direta da equipe de desenvolvimento e de Design Educacional da
DEaD/IFCE.
Na primeira etapa da pesquisa, foram realizadas reuniões com a equipe de
desenvolvimento para delimitação dos requisitos do sistema, cronograma e responsáveis pelas
atividades. Em paralelo, efetuaram-se pesquisas na internet, no intuito de encontrar algum
sistema igual ou similar à ideia que se pretendia desenvolver com o Made. Realizaram-se
reuniões com a equipe de Design Educacional objetivando não somente apresentar a proposta
da pesquisa, mas discutir os principais aspectos pedagógicos que deveriam ser contemplados
no sistema.
Na segunda etapa, os desenvolvedores iniciaram a construção do sistema, tendo
como referência o documento dos requisitos, do desenho pedagógico da Diretoria, do projeto
do sistema e da Matriz de Design Educacional. Ao longo do desenvolvimento, foram feitas
reuniões de trabalhos para (re)ajustes nos requisitos e nos protótipos apresentados. A etapa de
validação dos requisitos foi aplicada durante todo o período de desenvolvimento, ainda que de
forma parcial.
Esta dissertação está estruturada em cinco capítulos. O capítulo introdutório, dois
capítulos de cunho teórico e dois capítulos descritivos que explanam as etapas de
desenvolvimento e testes do Sistema Made.
Na primeira parte teórica, referente ao capítulo 2, discutem-se os conceitos
relacionados à gestão e ao planejamento dos cursos na modalidade a distância. Apresentam-se
as etapas do planejamento, destacando sua importância para o desenvolvimento dos projetos e
cursos em Educação a Distância. Sabendo-se, ainda, que a execução dos cursos a distância nas
instituições de ensino devem tomar como base os Referenciais de Qualidade do Ministério da
Educação (BRASIL, 2007). Neste documento, constam todas as diretrizes necessárias para a
realização do ensino a distância dentro das instituições.
No capítulo 3, é discutido a teoria do Design Instrucional. Faz-se uma breve
retomada histórica, apresentando sua aplicação no desenvolvimento de cursos online. Em
seguida, exploram-se os conceitos da Engenharia Pedagógica por Paquette (2002), bem como
é feita uma descrição acerca das etapas da engenharia e de sua contribuição para o planejamento
e oferta de cursos. Ainda neste capítulo, é apresentado o modelo de planejamento dos cursos
no contexto do Instituto Federal de Educação do Ceará, com destaque para o documento da
Matriz de Design Educacional.
19
No capítulo 4, é descrito as etapas de concepção e desenvolvimento do Sistema
Made. Elencam-se os principais requisitos funcionais e não-funcionais que subsidiaram a
construção do sistema pela equipe técnica e destaca-se as ferramentas tecnológicas utilizadas
durante o processo. É apresentada a estrutura de gerenciamento do sistema, sua divisão nos
módulos de criação, edição e publicação. Por último, representam-se, através dos diagramas de
caso de uso, de sequência e do modelo entidade-relacionamento, as principais funções e
relações entre atores e objetos do sistema.
No capítulo 5, apresentam-se os resultados obtidos a partir dos testes funcionais
realizados no sistema Made com o uso da ferramenta Selenium. Descrevem-se os tipos de testes
de software e seu contexto de aplicação. É apresentada a ferramenta Selenium, algumas de suas
funcionalidades e justificado seu uso nessa pesquisa. Por último, apresentam-se os casos de
testes realizados no sistema e os resultados obtidos a partir deles.
Ao final, expõem-se as conclusões da pesquisa e é realizada uma reflexão sobre a
possibilidade de trabalhos futuros, aspirando à evolução do sistema e à incorporação de outras
funcionalidades, com intuito de otimizar o trabalho da equipe multidisciplinar.
20
2 GESTÃO E PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas
às implicações futuras de decisões presentes. (Peter
Drucker, 1984)
Neste capítulo, descreve-se a modalidade de Educação a Distância no contexto
brasileiro, tomando como marco a criação da Universidade Aberta do Brasil. Na segunda seção,
discutem-se aspectos relacionados à Gestão de cursos na modalidade a distância, enquanto na
terceira seção evidencia-se o papel do planejamento como fase essencial para o
desenvolvimento das atividades de um curso ou projeto, trazendo discussões a respeito da
temática. Por último, apresenta-se o planejamento de cursos a distância no contexto da Diretoria
de Educação a Distância do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
(IFCE), para onde convergem os objetivos desse trabalho.
2.1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL
Da sociedade contemporânea, emergem muitos produtos e processos que foram
(re)criados com o intuito de trazer comodidade a seus usuários, buscando satisfazer as
necessidades e urgências das pessoas. Dentre os produtos, surgem as tecnologias de informação
e comunicação (TIC) em suas mais variadas formas impulsionadas pela criação e advento da
rede mundial de computadores, a internet.
Inicialmente, criada para atender os objetivos de uma disputa entre norte-
americanos e soviéticos, a internet “foi apropriada por indivíduos e grupos no mundo inteiro e
com todos os tipos de objetivos” (CASTELLS, 1999, p. 26). As possibilidades de interação e
comunicação permitem a seus usuários o acesso a um campo vasto e diversificado de
informações.
O Brasil, através de suas universidades, passou a ter acesso a essa rede de
possibilidades a partir da década de 1980. É incontestável que “a internet ajudou a consolidar a
propagação do ensino a distância para todo o sistema educativo brasileiro (e mundial)”
(ALVES, 2009, p. 10), abrindo caminhos de acesso ao conhecimento para pessoas que, por
algum motivo, não teriam acesso a ele se não fosse dessa forma.
Ao se pensar em Educação, é evidente que essa não pode deixar de usufruir do
potencial proporcionado pelo uso das TIC na elaboração e divulgação dos materiais
desenvolvidos no meio escolar. Nesse sentido, evidenciam-se constantes investimentos
21
governamentais em projetos de cunho tecnológico que façam uso das TIC em prol do processo
de ensino e aprendizagem, e também na formação inicial e continuada de docentes e
profissionais da área educacional.
Para atingir seus objetivos no campo da formação de professores, o Governo tem
investido massivamente em cursos de nível superior a distância, nas diversas áreas de ensino,
no intuito de atender à demanda por profissionais capacitados. Para a implantação da
modalidade de ensino a distância no âmbito das universidades públicas, são imprescindíveis
fortes investimentos não só na aquisição de equipamentos tecnológicos, mas especialmente na
formação intensiva dos profissionais da educação e equipes multidisciplinares.
O Governo Federal, reconhecendo nessa modalidade a oportunidade de atender a
um grande número de profissionais, regulamentou, pelo Decreto nº 5622 de 19 de dezembro de
2005, a modalidade de Educação a Distância em todo território nacional. Conforme esse decreto
caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na qual a
mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a
utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e
professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
(BRASIL, 2005, p.1)
Em uma ação de consolidação da EaD no Brasil, em 8 de junho de 2006, foi criado
o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), cujo objetivo central é promover a expansão
e interiorização de cursos e programas de educação superior no país (BRASIL, 2006). Apoiada
pelo uso intensivo das TICs, essa ação busca proporcionar a formação de profissionais em
variadas regiões do Brasil e possibilitar o acesso a um ensino superior público e gratuito.
Da criação da UAB, Instituições de Ensino Superior (IES) em todo o país, após um
processo inicial de cadastramento junto ao Ministério da Educação, passam a ofertar variados
cursos na modalidade a distância, com foco central na formação docente. Em paralelo,
representantes das esferas municipais, estaduais e do Distrito Federal, também realizaram seu
credenciamento e puderam se estabelecer como polos de apoio presencial2.
Com o intuito de expandir o ensino nos diversos níveis para o todo o Brasil, o
Governo Federal, em 8 de junho de 2007, por meio da Resolução nº 1, estrutura a oferta de
cursos de pós-graduação lato sensu na modalidade a distância. Segundo o Artigo 6º dessa
resolução, os cursos somente poderão ser oferecidos por instituições devidamente credenciadas
pela União.
2 “Situados em localidades estratégicas, além da realização das aulas presenciais de suporte tecnológico aos alunos
por meio dos laboratórios de informática, representam espaços que possibilitam realização de formações das mais
diversas naturezas” (SANTIAGO, 2010, p.12).
22
Em continuidade ao projeto de expansão do ensino por meio da EaD, em 12 de
dezembro de 2007, por meio do Decreto3 nº 6.301, o Governo Federal institui o Sistema Escola
Técnica Aberta do Brasil que tem como objetivo o desenvolvimento da educação profissional
e tecnológica, ampliação e democratização do acesso aos cursos públicos e gratuitos no país.
As IES que desejarem ofertar cursos técnicos a distância devem percorrer os mesmos trâmites
burocráticos do Sistema UAB.
Decorrente da oferta de cursos pelas IES, surgem outras demandas, que devem ser
expressamente descritas no Projeto Político Pedagógico dos cursos na modalidade a distância.
Essas demandas tomam como ponto de partida para execução os itens elencados nos
Referencias de Qualidade para a Educação a Distância. Esse documento foi “revisado e
atualizado por uma comissão de especialistas selecionados pelo MEC e tem como intuito pautar
os processos específicos de regulação, supervisão e avaliação na modalidade a distância”
(BRASIL, 2007).
Dentre os elementos destacados nos Referenciais quanto à criação de um curso na
modalidade a distância, temos “(i) concepção de educação e currículo; (ii) sistemas de
comunicação; (iii) material didático; (iv) avaliação; (v) equipe multidisciplinar; (vi)
infraestrutura de apoio; (vii) gestão acadêmico-administrativa; (viii) sustentabilidade
financeira” (BRASIL, 2007, p. 8).
Observa-se que a gerência de um curso a distância depende do bom funcionamento
de cada item apontando anteriormente. Todos eles devem estar elucidados no modelo
pedagógico da IES. Assim como no ensino presencial, cada Instituição possui um modelo
pedagógico desenhado e definido, também na modalidade a distância é essencial a delimitação
das diretrizes didático-pedagógicas para estruturação desse modelo.
Segundo Behar (2009, p. 24)
entende-se o conceito de modelo pedagógico para EaD como um sistema de premissas
teóricas que representa, explica e orienta a forma como se aborda o currículo e que se
concretiza nas práticas pedagógicas e nas interações professor/aluno/objeto de estudo.
Na construção desse modelo voltado para a EaD, cada instituição de ensino precisa
ponderar o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos mais diferentes eixos do
processo de desenvolvimento de seus cursos. Behar (2009, p. 25) destaca aspectos essenciais
no que concerne à estruturação de um modelo pedagógico: “aspectos organizacionais; conteúdo
– objeto de estudo; aspectos metodológicos; aspectos tecnológicos”. Além disso, é preciso
considerar todos os aspectos que envolve o uso dessas tecnologias como suporte aos cursos.
3 Revogado pelo Decreto nº 7.589 de 26 de outubro de 2011.
23
Diante desse contexto, é essencial que cada instituição desenvolva seu modelo
pedagógico respaldada em elementos que tomem por base os pontos elencados anteriormente,
bem como outros que visem atender as suas necessidades e peculiaridades. Pensando nessa ação
de construção de um modelo, é importante destacar o conteúdo a ser disponibilizado nos
materiais didáticos dos cursos ofertados a distância. Este elemento indispensável no desenrolar
de uma disciplina e/ou curso em EaD transpõe diversos processos, quer seja durante sua
produção, quer seja durante sua oferta.
Na produção de material didático, o conteúdo passa pelo trabalho em conjunto de
uma equipe multidisciplinar, que, por sua vez, depende de profissionais especialistas
trabalhando colaborativamente para a elaboração e criação dos materiais para as diferentes
mídias (MOREIRA, 2009).
Na oferta da disciplina, o conteúdo já produzido servirá de base para a construção
de outros elementos como atividades, avaliações, áudios, vídeos entre outros. Todos esses itens
conduzirão os docentes na estruturação de seus planejamentos didáticos, assim como na
definição das estratégias pedagógicas adequadas para a compreensão do conteúdo pelo
discente.
Na próxima seção, discutem-se alguns tópicos sobre a Gestão de cursos na
modalidade a distância.
2.2 GESTÃO DE CURSOS NA MODALIDADE A DISTÂNCIA
Em Educação a Distância, o planejamento ocorre em um momento bem anterior à
execução do curso e/ou disciplina, através da ação colaborativa dos atores envolvidos. Delimitar
todas as ações é uma tarefa imprescindível para o sucesso de qualquer curso, seja a distância
ou presencial.
Spanhol (2009, p. 412) ressalta que “o planejamento é o fio condutor da EaD, pois,
nessa modalidade de ensino-aprendizagem, o estudante é o centro do processo, obrigando a um
planejamento detalhado das etapas de pré-produção, produção e pós-produção do curso”.
Como mencionado na seção 1.1, para ofertar cursos na modalidade a distância, a
Instituição de Ensino Superior deve estar previamente credenciada e autorizada junto ao
Ministério da Educação. Com essa etapa inicial concluída, iniciam-se outras ações para o
desenvolvimento das atividades dos cursos que serão oferecidos pelas IES. Segundo Spanhol
(2009), o desenvolvimento de um projeto em EaD é constituído basicamente por cinco fases:
concepção, planejamento, execução, controle e fechamento.
24
Na fase de concepção, a proposta do projeto é gerada; são traçados os objetivos e
metas; e é realizado o levantamento das necessidades de implementação desse projeto. A partir
do Projeto Político Pedagógico estruturado, inicia-se a fase de planejamento. Nela os gestores
responsáveis pela execução estabelecem cronograma, definem materiais didáticos e mídias
utilizadas, contratam os profissionais que irão compor a equipe multidisciplinar e delimitam
todas as atividades necessárias para o desenvolvimento das tarefas do curso.
A equipe multidisciplinar é formada por profissionais com perfis variados,
passando por atores das áreas de tecnologia da informação, pedagógica, administração e outros
setores mais específicos. Essa equipe é responsável pela produção dos materiais didáticos,
distribuição desses materiais nas diferentes mídias (web, impresso, etc.), suporte e manutenção
do ambiente virtual de aprendizagem, apoio aos estudantes em suas atividades entre outros.
No quadro 1, apresenta-se a relação dos profissionais que, em geral, compõem a
equipe multidisciplinar de projetos em Educação a Distância.
Quadro 1 - Equipe multidisciplinar
Profissional Função
Coordenador do
curso
Planejar, coordenar e acompanhar a execução das atividades
pedagógicas do curso em colaboração com as demais coordenações.
Participar das atividades de discussão e de elaboração dos documentos
necessários à gestão do curso.
Coordenador
pedagógico
Atuar no acompanhamento pedagógico dos cursos ofertados.
Supervisionar e orientar professores na condução de suas atividades
no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Acompanhar os alunos na
resolução de problemas referentes à execução de suas atividades nos
cursos.
Coordenação
de Tecnologia
da Informação
Coordenar a equipe de desenvolvimento de software, fazer as escolhas
das tecnologias. Orientar a equipe de programadores e controlar os
processos e as tarefas. Identificar, documentar, gerenciar e solucionar
os problemas que possam surgir. Verificar cada etapa do projeto bem
como a finalização do projeto.
Professor-
Conteudista
Elaborar o conteúdo escrito das aulas que compõem o curso. Analisar
as melhores maneiras de aproveitamento do conteúdo, estabelecendo
mecanismos e atividades para a avaliação dos alunos.
Professor-tutores Coordenar as atividades acadêmico-pedagógicas do curso.
Acompanhar o andamento das atividades realizadas pelo estudante,
auxiliando-o e orientando-o nas dúvidas que surgem nas aulas, através
do Ambiente Virtual de Aprendizagem.
25
Designer
Educacional (DE)
Analisar o conteúdo produzido pelo conteudista, adequando-o à
linguagem e ao formato de material EaD. Validar as correções
linguísticas e textuais feita pelo revisor ortográfico. Sugerir imagens,
ícones e recursos de interação aos materiais. Revisar em alto nível de
detalhamento o material após a editoração do revisor. Acompanhar o
processo de postagem das disciplinas no Ambiente Virtual de
Aprendizagem, bem como a produção das vídeoaulas
complementares.
Revisor Cuidar da qualidade textual do conteúdo, isto é, verificar se o texto
didático atende satisfatória e plenamente ao propósito esperado e às
expectativas do leitor, assim como às convenções da norma culta da
modalidade escrita da língua. Indicar (e, em algumas vezes, fazer)
alterações que ajudem o professor-conteudista a ser bem sucedido no
seu projeto de dizer.
Diagramação Web Adaptar o conteúdo redigido pelo conteudista/DE/Revisor para a
mídia web.
Administração do
Ambiente Virtual
de Aprendizagem
Organizar as atividades, alocar as turmas, administrar senhas e
usuários no AVA.
Equipe de Arte,
Criação e Produção
Visual
Fazer a edição de vídeo e a ilustração das aulas.
Fonte: Elaborado pela autora.
A fase de execução do projeto é a etapa de implementação de todas as atividades
propostas no planejamento. Podem ocorrer reajustes de cronograma e orçamento, desde que
sejam embasados pelo plano inicial. Manter uma boa comunicação sempre atualizada,
acompanhar o desenvolvimento das atividades e gerenciar o relacionamento harmonioso da
equipe envolvida são algumas das atividades de um gerente de projeto (SPANHOL, 2009).
Em paralelo à execução, ocorre o controle. Nesta fase, o gestor do projeto deve
estar em constante verificação das ações realizadas, observando se estão dentro do previsto,
pensando em quais atitudes precisam ser tomadas para corrigir os possíveis entraves, que
ferramentas devem ser incorporadas para otimizar os trabalhos, quais estratégias melhor se
enquadram ao contexto para evitar atrasos e possibilitar que o projeto seja entregue no prazo
estipulado, entre outras ações.
Por último, vem a fase do fechamento. Nesse momento, a equipe envolvida no
desenvolvimento do projeto se reúne para elencar os acertos e os erros. Destacar as ações
realizadas que contribuíram e podem ser aproveitadas em outros projetos, fazer uma avaliação
26
dos trabalhos realizados e elaborar o relatório detalhado do projeto são exemplos das ações
dessa fase.
De forma geral, a gestão de cursos na modalidade a distância perpassa todas essas
fases. Conforme Araújo (2014, p. 28), “coordenar, animar, avaliar uma equipe para produção
de educação a distância em uma instituição de ensino ou numa organização pública ou privada,
não se configura uma tarefa simples”. É necessário que o planejamento da EaD esteja baseado
no planejamento estratégico4 da instituição, convergindo as ações organizacionais para o
objetivo comum, o processo de ensino e aprendizagem.
Mill e Brito (2009) destacam que o gestor de cursos a distância precisa estar atento
às diferenças dessa modalidade com o ensino presencial. A EaD possui características próprias,
o que a torna, em determinadas situações, mais complexa, exigindo de seus componentes
tomadas de decisões rápidas. Outro aspecto é a divisão das tarefas por equipes especializadas,
o que implica uma maior fragmentação do trabalho e exige de seu gestor um olhar atento no
intuito de promover as devidas articulações entre os atores.
Dentre as inúmeras atividades inerentes à execução de um curso a distância,
destacam-se duas delas que devem estar previstas e detalhadas no planejamento do curso: a
primeira diz respeito à produção dos materiais didáticos das disciplinas, enquanto a segunda
trata da oferta dessas disciplinas. Ambas são gerenciadas e desenvolvidas pela coordenação de
uma equipe multidisciplinar composta por profissionais especialistas, conforme apresentado no
Quadro 1.
Para a produção dos materiais didáticos, a equipe multidisciplinar, a partir das
diretrizes estabelecidas pela gestão do curso, delimita suas estratégias para consolidação dessa
produção. Constituem essas ações a elaboração do cronograma das atividades, a escolha das
mídias para disponibilização dos conteúdos, a divisão da equipe para atender a demanda, etc.
Todas essas atividades devem ocorrer em fase bem anterior à oferta das disciplinas.
No cenário da oferta de uma disciplina, assim como na produção dos conteúdos, o
planejamento é um instrumento de suma importância, pois é através dele que serão detalhadas
todas as ações para execução das atividades de ensino e aprendizagem. Ele também orientará a
equipe técnica na configuração da disciplina no AVA. Esse planejamento será conduzido
conforme o modelo pedagógico adotado pela instituição que servirá de norte para o
desenvolvimento das atividades das equipes.
4 Este documento deve conter todas as ações que nortearam e orientaram os processos de atuação da instituição
(ARAÚJO, 2014).
27
Na próxima seção, detalha-se melhor sobre o papel do planejamento na oferta de
cursos a Distância.
2.3 PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
As atividades inerentes ao ser humano, sejam elas de caráter formal ou informal,
estão relacionadas à execução de uma ação, ou seja, ao planejamento. Segundo o dicionário
Houaiss (2009, p.582) planejamento significa “elaboração de plano; programação, organização
prévia”. Não se pode afirmar que, ao elaborar um plano, ele seja definitivo, uma vez que é
preciso analisá-lo, verificando sua adequação ao contexto empregado e (re)estruturá-lo sempre
que necessário (BEHAR, 2009). Desta maneira, planejar é uma atividade que merece, de seu
planejador, um olhar atento e um constante processo reflexivo.
No planejamento educacional, compreende-se a existência de diferentes níveis: “a)
no âmbito dos Sistemas e de Redes de Ensino; b) no âmbito da Unidade Escolar; c) no âmbito
das atividades de ensino” (SILVA, 2009, p. 11). Assim, pensar o planejamento é refletir sobre
sua construção e execução nos diversos setores da sociedade e essa tarefa não deve estar
dissociada do contexto educativo.
Schneider e Urbanetz (2010, p. 5) ressaltam que
o planejamento dentro da ação educativa apresenta-se enquanto expressão de um
processo que precisa considerar todas as determinações do contexto em que se
encontra com o objetivo claro de estabelecer um vínculo entre o professor, o aluno e
o conhecimento [...].
A articulação entre os três agentes (professor, aluno e conteúdo) precisa ser bem
arquitetada e isso dependerá da integração das várias estruturas que compõem esse cenário, tais
como governantes, educadores, comunidade e família, todas elas alicerçadas em um
planejamento.
No Brasil, a execução das ações no campo educacional, assim como em outros
setores, está pautada previamente no planejamento para elaboração de documentos, decretos e
leis em prol do desenvolvimento educacional e tem sido constante o debate em torno da
elaboração desses documentos nos meios acadêmico e governamental. Um exemplo disso foi a
criação do Plano Nacional de Educação (PNE). Esse plano busca promover, através de um
conjunto de diretrizes, ações voltadas para a organização e funcionamento das entidades
educacionais, públicas e privadas em todo território nacional.
Composto por diversos tópicos, o PNE traça metas e objetivos a serem alcançados
pelas instituições escolares, a cada década, nos vários níveis e modalidades de ensino. Dentre
28
essas modalidades, tem-se a Educação a Distância (EaD), tema ainda recente no contexto
brasileiro, mas que se configura em um cenário real na propagação da educação pelo país.
O PNE ressalta que o ensino mediado pelas TIC é um valioso instrumento para
promoção do processo de ensino e aprendizagem, no entanto as tecnologias são apenas
elementos auxiliares, servindo como instrumentos pelo quais professores e alunos poderão
manter sua comunicação e promover as interações necessárias ao processo educacional. Com
essa perspectiva, durante a criação do Projeto Político Pedagógico para um curso a distância, é
preciso considerar a presença das tecnologias como meio pelo qual se darão todas as interações
entre os sujeitos e também no desenvolvimento das ações pedagógicas inerentes à execução dos
cursos.
Castro e Ladeira (2009, p. 6) ressaltam que “o processo de planejamento de
cursos a distância é muito mais do que traduzir aulas presenciais para ambiente web”. Assim,
existe a necessidade de se considerar o planejamento das ações através de um contexto global,
elencando pontos, tais como o perfil do público, objetivos estabelecidos, tecnologias
disponíveis, capacitação dos sujeitos, corpo docente e técnico, conteúdos, materiais impressos
e web, avaliação e acompanhamento discente (SCHNEIDER E URBANETZ, 2010).
Junges, Povaluk e Santos (2009) corroboram com a ideia anterior ao destacar que a
elaboração de um planejamento requer um olhar cuidadoso sob todas as ações envolvidas, desde
a concepção até a implementação dos cursos ou programas. Ainda segundo os autores, a
complexidade do planejamento em Educação a Distância envolve a abordagem de quatro
dimensões: “dimensão conceitual; dimensão didático-pedagógica; dimensão administrativa e
dimensão de autorregulação (JUNGES; POVALUK; SANTOS, 2009, p. 3)”. Os autores
reforçam que o sucesso de cursos ou programas na modalidade a distância depende da
elaboração prévia e necessária integração dessas dimensões.
A partir dessa reflexão, percebe-se a necessária e significativa importância da
atuação de cada dimensão para o encadeamento e desdobramento das ações planejadas,
buscando relacioná-las à estrutura que compõe um projeto em EaD. Ao pensar na oferta de
disciplinas, destaca-se a dimensão didático-pedagógica, por estarem presentes nessa dimensão
os elementos centrais relacionados ao processo de ensino e aprendizagem.
Os autores Junges, Povaluk e Santos (2009, p. 5) afirmam que esta dimensão
se refere e estabelece, em sincronia com a dimensão conceitual, à proposta curricular
do curso/programa, a qual envolve a especificação dos objetivos, da seleção dos
conteúdos, da preparação do material didático, das mídias a serem utilizadas, do
estudo do perfil dos estudantes e do processo de avaliação do estudante.
29
É imprescindível que os atores, em especial o professor, os quais atuam em cursos
na modalidade a distância, se apropriem não somente das tecnologias digitais, mas busquem
compreender as relações existentes entre o conteúdo e tipo de mídia para melhor disponibilizá-
lo, objetivando a promoção da aprendizagem dentro do espaço de aula virtual. Nesse sentido,
no planejamento do processo de ensino e aprendizagem para disciplinas na modalidade a
distância, é preciso considerar:
a articulação de conteúdos; a relação e interação entre professor, aluno, conteúdo e
tutor; as formas de avaliação da aprendizagem e sua articulação com os conteúdos; e,
por fim, a interatividade entre conteúdos, avaliação e relacionamentos existentes entre
os atores do processo (SCHNEIDER E URBANETZ, 2010, p. 6).
Corroborando com essa afirmação está Gamez (2012) ao ressaltar que, no
planejamento para a EaD, é preciso uma definição concisa dos recursos midiáticos e das
ferramentas de suporte ao processo de ensino-aprendizagem. É necessário considerar a
articulação entre todos esses elementos, que atuam conjuntamente para promover a oferta de
uma disciplina na modalidade a distância.
Anteriormente ao planejamento da oferta das disciplinas em EaD, houve também o
planejamento da equipe de tutoria na seleção do corpo docente que fará a gestão das disciplinas
no Ambiente Virtual de Aprendizagem; da equipe Multidisciplinar na composição dos materiais
didáticos digitais e impressos; da equipe técnica na seleção e elaboração das mídias para
disponibilização dos conteúdos aos alunos; e por último dos próprios discentes ao organizarem
seus horários para a realização do curso e acompanhamento das disciplinas no AVA. Gamez
(2012, p. 80) reforça que “a escolha das mídias, o planejamento das atividades de ensino-
aprendizagem, o planejamento da tutoria e do sistema de avaliação dos alunos” devem estar
pautados em objetivos bem definidos aliados aos preceitos das teorias da aprendizagem e
focado nas habilidades e competências a serem desenvolvidas.
Na próxima seção, expõe-se como ocorre o planejamento dos cursos a distância no
contexto da Diretoria de Educação a Distância do IFCE.
2.4 PLANEJAMENTO DE CURSOS A DISTÂNCIA NA DIRETORIA DE EAD DO IFCE
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, por meio das suas
23 unidades, localizadas em diversas cidades do estado do Ceará, oferta diversas licenciaturas
e bacharelados em variadas áreas do conhecimento. São oferecidos cursos em nível médio,
técnico, tecnológico e superior, além de especializações e mestrados.
30
No ano de 2006, o IFCE5 iniciou oficialmente suas atividades na modalidade de
educação a distância, através da Universidade Aberta do Brasil, implantando o Núcleo de
Tecnologias Educacionais e Educação a Distância (NTEaD). Contudo, desde a década de 1990,
o instituto já executava atividades com o uso de tecnologias na educação. Pode-se citar como
exemplo o desenvolvimento do Projeto INVENTE (MOURA, 1999)6.
A oferta dos primeiros semestres dos cursos semipresenciais da Licenciatura em
Matemática e da Tecnologia em Hotelaria se deu no ano 2007, com a disponibilização de 400
vagas iniciais. Essas vagas foram divididas igualmente para os polos de Limoeiro do Norte,
Quixeramobim, Ubajara, Meruoca, Caucaia-FECET e Caucaia-Jurema.
Em 2008, a institucionalização de CEFET (Centro Federal de Educação
Tecnológica) para IF transformou o NTEaD em Diretoria de Educação a Distância (DEaD),
possibilitando ampliar seus horizontes de atendimento. Dessa forma, a DEaD passou a atender
aos NTEaD distribuídos pelos 23 campi do IFCE, incluído o de Fortaleza, pioneiro na oferta de
cursos na modalidade a distância.
Atualmente o IFCE, por meio da DEaD, oferta três cursos superiores a distância
pelo Programa UAB: Licenciatura em Matemática, Licenciatura em Educação Profissional e
Tecnologia em Hotelaria. Participa também do programa Escola Técnica e Aberta do Brasil (e-
TEC) com dez cursos de nível técnico (Agronegócios, Automação industrial, Edificações,
Comércio, Segurança do Trabalho, Informática, Eletrotécnica, Meio ambiente, Química e
Redes de computadores), quatro de nível médio dentro do Programa Nacional de Valorização
dos Trabalhadores - Profuncionário, em parceria com a Secretaria de Educação Básica (SEB).
Além disso, oferta um curso de Aperfeiçoamento em Docência da Educação Profissional e uma
Especialização em Turismo e Hospitalidade ambos em parceria com a SETEC/MEC.
Na figura abaixo, é possível ter uma visão geral da atuação da DEaD/IFCE no
estado do Ceará até o segundo semestre de 2014.
5 Em 14 de junho de 2006 por meio da Portaria nº 234/GDG. 6 MOURA, C, O., “Concepção e Especificação de um Sistema IBW para Educação a Distância”, Dissertação de
Mestrado, DEE-UFC, 1999.
31
Figura 1 – Mapa de atuação da DEaD/IFCE
Fonte: DEaD/IFCE
A DEaD é composta por diretoria, coordenações de cursos, coordenação
pedagógica, coordenação acadêmico-administrativa e coordenação tecnológica. A esses setores
está integrada a equipe multidisciplinar (conteudista, formador, tutores, designer educacionais,
revisores, diagramadores, etc.) que contribui com a produção e oferta das disciplinas através do
Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle.
Na produção do material didático (impresso e web), os atores envolvidos realizam
o planejamento prévio do semestre a ser ofertado, atentando para os prazos de início das
disciplinas e cuidando para que os materiais estejam disponíveis aos estudantes nesta data. Em
paralelo, a equipe estrutura as atividades, estabelece os prazos internos e define os responsáveis
pela elaboração de cada material. Todo esse planejamento ocorre de forma articulada com as
coordenações de cursos.
O fluxo de produção7 dos conteúdos didáticos obedece aos parâmetros
estabelecidos nos Referenciais de Qualidade do MEC, mas também adota moldes e aspectos
próprios desenhados pela equipe pedagógica da DEaD ao longo desses anos. Esse fluxo foi
desenvolvido com o intuito de padronizar a elaboração dos conteúdos e direcionar a equipe
multidisciplinar no desenvolvimento de suas atividades.
7 Para saber mais informações sobre o fluxo, leia o trabalho de Guedes (2010), disponível em
<http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/3098/1/2010_Dis_JFGuedes.pdf>. Acesso em: 26 jul. 2014.
32
Após a etapa de produção dos conteúdos, ocorre a fase de oferta desses materiais,
que consiste na sua disponibilização através do AVA. O planejamento nessa fase é decorrente
do trabalho colaborativo entre professores-formadores e designer educacionais. Essa atividade,
objeto desse trabalho, é desenvolvida através do documento de planejamento chamado Matriz
do Design Educacional, que contém todos os dados referentes à configuração da disciplina,
descrição das atividades, metodologia adotada, formato de avaliação, atores envolvidos e datas
de execução.
Os planejamentos desenvolvidos pela equipe multidisciplinar tomam como base o
modelo pedagógico adotado pelo IFCE. Esse modelo “é concebido para a aprendizagem de
adultos segundo os princípios da Andragogia8” (JOYE; YOUNG, 2013, p. 21). A elaboração
das atividades a serem desenvolvidas para o curso ou disciplina deve considerar as experiências
vividas pelo estudante, estimulando sua autonomia e promovendo a troca de saberes entre
professor-aluno, aluno-aluno e aluno-conteúdo através da colaboração.
Segundo Joye e Young (2013, p.22), “a metodologia colaborativa tem como
fundamento a relação e troca de conhecimento entre os sujeitos aprendizes”. Isso significa que,
ao planejar uma atividade através do AVA, o professor-formador deve elencar quais estratégias
melhor se enquadram às necessidades dos aprendizes e que pode promover essa relação de
troca. Vale ressaltar que, assim como na modalidade presencial, o planejamento é elemento
indispensável na EaD, tendo em vista que ele é elemento-chave para proporcionar o
desenvolvimento das diferentes ações necessárias à execução dos cursos nessa modalidade.
No capítulo seguinte, são discutidos os fundamentos teóricos, relacionados à
Engenharia Pedagógica e à teoria do Design Instrucional, que serviram de base para a
construção do Sistema de Gestão e Planejamento da Matriz do Design Educacional.
8 “Andragogia é a arte e a ciência de ajudar o adulto a aprender” (JOYE, JOYE, 2013, p. 42)
33
3 MADE: BASES CONCEITUAIS E METODOLÓGICAS
Informações são dados dotados de relevância e
propósito. A conversão de dados em informação,
portanto, exige o conhecimento. (Peter Drucker, s/a)
Neste capítulo, discute-se a teoria do Design Instrucional para produção de
materiais didáticos, fazendo uma breve retomada histórica no intuito de compreendermos sua
origem, evolução e cenário atual. Na segunda seção, evidenciam-se os conceitos envolvidos na
consolidação da Engenharia Pedagógica como método de apoio à análise, à concepção, à
realização e ao planejamento dos sistemas de aprendizagem. Na terceira seção, é apresentado o
documento da Matriz de Design Educacional e sua utilização no contexto do IFCE. Na quarta
seção, reflete-se acerca da influência das teorias do Design Instrucional e da Engenharia
Pedagógica na construção metodológica do Sistema Made.
3.1 DESIGN INSTRUCIONAL – VISÃO HISTÓRICA
O termo design instructional (DI) tem sua origem no período da Segunda Guerra
Mundial, quando psicólogos e educadores dos centros universitários norte-americanos foram
convocados para produzir materiais com características instrucionais para o programa de
treinamento dos militares, concentrados nos campos de batalha. Autores como Skinner, na
década de 1960, já se utilizavam dos princípios da instrução programada para a elaboração de
materiais didáticos. Outro importante pesquisador desse período foi Robert Gagné, que realizou
diversas pesquisas com o intuito de compreender como funcionavam as etapas de aprendizagem
e que elementos poderiam ser (re)organizados objetivando o processo educativo. Segundo
Tractenberg (2007, p.1), quatro objetivos já eram identificados nos materiais produzidos nessa
época: a) apresentar a instrução em pequenos passos; b) exigir respostas abertas para perguntas
frequentes; c) fornecer feedback imediato; e d) permitir que o aprendiz siga seu próprio ritmo.
A década de 1970 foi marcada pela difusão e internacionalização do design
instrucional. Este modelo metodológico de produção de material didático ganhou outros
adeptos além das Forças Armadas. Setores da indústria e do comércio passaram a adotá-lo
objetivando melhorar seus processos de treinamento. Nos centros universitários, o DI ganhou
espaço na criação de disciplinas e/ou cursos para a formação de professores e de outros
profissionais interessados na área (REISER, 2001).
34
Ainda neste período, houve uma triplicação no número de programas de pós-
graduação que ofereciam especialização em design instrucional nas universidades norte-
americanas. Os cursos tomavam como enfoque o “planejamento pedagógico sistemático,
baseado na aplicação de princípios de ensino aprendizagem comprovados em pesquisas
científicas” (ROMISZOWSKI; ROMISZOWSKI, 2005, p. 12). Paralelo a esse esforço norte-
americano, a Universidade Aberta9 da Inglaterra (Open University – OU-UK) iniciava o
processo de abertura das suas “portas virtuais”, momento que marcaria de vez o processo de
cursos através da web. O enfoque sistêmico adotado nos planejamentos realizados pela OU-UK
permitiu, desde o princípio, a sistematização dos processos de desenvolvimento dos seus cursos
e da elaboração de seus materiais didáticos que tinham como fundamentos os conhecimentos
científicos estudados naquela época.
Romiszowski e Romiszowski (2005) ressaltam que a incorporação dos conceitos
do design instrucional na elaboração de materiais didáticos da OU-UK tanto provocou
profundas mudanças nos métodos e currículos de outras universidades inglesas como
influenciou centros universitários de outros países na adoção deste modelo didático-
pedagógico. A disseminação dos modelos estruturados e consolidados pelos cursos da
Universidade Aberta da Inglaterra, associada a um período em que se desenvolveram e
aprimoraram as tecnologias de informação e comunicação, culminou na criação de muitos
centros de pesquisas, estudos e materiais científicos em diversas partes do mundo.
Pesquisadores estadunidenses e europeus percorreram diversos caminhos tentando
definir, ou melhor, para compreender o conceito do design instrucional. Destacam-se os estudos
realizados por Charles Reigeluth, professor e pesquisador norte-americano. Segundo Reigeluth
(1983, p. 7), “o design instrucional está preocupado com a compreensão, a melhoria e a
aplicação dos métodos de instrução.”10 Nesse sentido, o DI busca constantemente inserir novos
recursos e modificar os cenários educativos em que é aplicado.
O avanço das tecnologias, assim como em outras partes do mundo, invadiu o
cenário industrial brasileiro. No fim da década de 1980, as indústrias se modernizavam, ao
mesmo tempo em que os empresários demonstravam sua preocupação com o treinamento de
seus funcionários. Nesse contexto, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) do
estado de São Paulo viu-se pressionado a elaborar e desenvolver cursos que atendessem a este
novo cenário de formação. Diante disso, foi criado o primeiro curso de “Conceitos Básicos de
9 http://www.open.ac.uk/ 10 Tradução nossa.
35
Lógica Digital” que se utilizava das ideias de mapeamento de informações, tomando como
pressupostos básicos o Design Instrucional (ROMISZOWSKI; ROMISZOWSKI, 2005).
Os anos 1990 trouxeram a oportunidade de conectar os computadores, antes
“isolados”, a diversas máquinas distribuídas pelo mundo. Consequentemente, houve a
necessidade de formar pessoas para o uso de todo o aparato tecnológico que emergiam nesse
cenário da sociedade. De acordo com Reiser (2001), esse rápido crescimento no uso e
desenvolvimento dessas tecnologias resultou em mudanças na essência do trabalho realizado
pelos designers instrucionais.
É evidente que a teoria do design instrucional, também, passa por este contexto de
mudanças. Conforme Filatro (2003, p. 73), o DI “tem caminhado lado a lado com o
desenvolvimento das teorias educacionais, formulando práticas de ensino alinhadas às
descobertas científicas sobre a aprendizagem humana”. Ressalta-se que sua utilização no apoio
ao desenvolvimento de sistemas online de ensino e aprendizagem reforça a necessidade de
sistematizar e repensar a organização dos conteúdos produzidos para esses novos espaços
educativos.
3.1.1 O design instrucional em cursos online
No Brasil, o final da década de 1990 foi marcado pela comercialização da internet.
Embora com muitas limitações, essa tecnologia trouxe consigo inúmeras possibilidades e foi
neste contexto que algumas universidades lançaram suas primeiras experiências de cursos a
distância tendo como apoio a web.
Na década seguinte, houve a expansão das pesquisas e projetos educacionais sobre
o uso da internet em apoio à educação no ensino presencial e, principalmente, na virtualização
dos cursos e na criação de variados Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA). Em
decorrência disso, a criação de políticas públicas para a disseminação da Educação a Distância
reforça a necessidade de se adotar modelos teóricos e metodológicos que auxiliem os
profissionais de educação nesse novo processo de planejamento, tanto na produção de materiais
didáticos, quanto na oferta dos cursos através da web.
O design instrucional foi incorporado ao processo de desenvolvimento das
atividades referentes à elaboração dos conteúdos didáticos e, em seguida, ao planejamento para
disponibilização desses materiais através dos AVAs.
36
Filatro (2003, p. 64-65) define o design instrucional como
a ação intencional e sistemática de ensino, que envolve o planejamento, o
desenvolvimento e a utilização de métodos, técnicas, atividades, materiais, eventos e
produtos educacionais em situações didáticas específicas, a fim de facilitar a
aprendizagem humana a partir de princípios de aprendizagem e instrução conhecidos.
Simão Neto e Hesketh (2009, p. 66) apontam “algumas tendências e visões quanto
ao que é (ou ao que deveria ser) o design instrucional”. Os autores tomam por base os resultados
apresentados pelo Laboratório de Pesquisa Aplicada da Universidade Estadual da Pensilvânia,
que descreve o design instrucional como um processo, uma disciplina, uma ciência, uma
realidade e/ou artefato.
No quadro 2, apresenta-se uma síntese dessas tendências e visões descritas pelos
autores.
Quadro 2 - Visões sobre o Design Instrucional
Design instrucional
Como processo compõe todo o processo
de elaboração de um curso, desde a fase de
análise das necessidades e dos objetivos
da aprendizagem até o desenvolvimento
de um sistema de distribuição para chegar
àqueles objetivos. Inclui o
desenvolvimento de materiais didáticos,
assim como a testagem e a avaliação de
toda a instrução.
Como ciência é a “ciência da criação” por
possuir especificações detalhadas acerca
de suas etapas de desenvolvimento,
implementação, avaliação e manutenção,
que permite facilitar o processo de
aprendizagem independentemente do
tamanho e/ou nível de complexidades dos
conteúdos didáticos.
Como disciplina trata-se do ramo de
conhecimento que se preocupa com a
pesquisa e a teoria sobre estratégias
instrucionais e o processo de
desenvolvimento e implementação dessas
estratégias.
Como realidade Pode começar a
qualquer ponto do processo de design. Em
determinado momento, quando todo o
processo de DI ocorreu, o designer
verifica se todas as etapas propostas no
percurso foram levadas em consideração.
Como artefato pode ser visto pela óptica do artefato, isto é, do que é construído
fisicamente, incluindo: protótipos, modelos de teste, esquemas, maquetes, mockups,
etc. (...) é uma visão concretizada do que ainda será produzido.
Fonte: Simão Neto e Hersketh (2009, p. 66-67)
Há uma influência de diversas áreas do conhecimento na construção teórica do
Design Instrucional. Filatro (2008) destaca a contribuição para a formulação dessa teoria, das
ciências humanas, das ciências da informação e das ciências da administração. Na figura 2, é
possível observar a presença dessas ciências na consolidação do conceito do design
instrucional.
37
Figura 2 - Fundamentos do design instrucional
Fonte Filatro (2008, p. 4)
A figura 2 ressalta a articulação da teoria do design instrucional com as
características inerentes às três ciências apresentadas. Como resultado da influência das
Ciências Humanas, o DI fez amplo uso das ideias da instrução programada em sua fase inicial.
Com as permanentes discussões sobre as teorias construtivistas da aprendizagem e a extensão
desses conceitos à aprendizagem de adultos, delineou-se, nesse sentido, uma nova perspectiva
a teoria do design instrucional.
Das Ciências da Informação, “o design instrucional obtém insights sobre a
estrutura, a organização, e o processamento da informação – pontos cada vez mais necessários
em um ambiente altamente tecnológico e informacional como o que vivemos hoje.” (FILATRO,
2008, p.5). Na área das comunicações, cada mídia dentro do contexto digital apresenta uma
proposta visual, representativa e educativa. Assim a inserção de uma ou outra em determinada
situação didática demandará diferentes considerações por parte do designer instrucional.
Já nas Ciências da Administração, o DI se apoia, de forma geral, nas três ideias
apresentadas na figura 2: abordagem sistêmica, gestão de projetos e engenharia de produção.
Da primeira ideia pode-se extrair a seguinte prerrogativa: a divisão de projetos complexos em
subprojetos menores, ajuda na identificação das soluções com maior êxito. Do ponto de vista
do DI, a abordagem sistêmica possibilita um maior enriquecimento das atividades de
aprendizagem dos alunos. Uma segunda proposta é a divisão do trabalho, formando uma equipe
38
de especialistas com competências diversas. Isso permite minimizar o tempo de trabalho e
otimizar a resolução das atividades.
Como consequência, sobre a formação de equipes, decorre a coordenação desses
profissionais. Essa ação “requer um conjunto completo de ferramentas de gestão de projetos
que possibilitem manter o foco na tarefa, cumprir os prazos e assegurar a integridade, a
qualidade e a consistência das estratégias e dos materiais didáticos” (FILATRO, 2008, p. 6). A
incorporação de todas essas ciências proporciona ao designer instrucional o desenvolvimento
de uma visão ampla sobre a elaboração de produtos educacionais voltados para ambientes
virtuais de ensino e aprendizagem.
Ao longo de sua construção enquanto teoria, o design instrucional foi pensado e
estruturado em vários modelos, contudo o modelo ADDIE (analyze, design, develop,
implemente e evaluate) é o mais comumente utilizado pelas instituições para planejamento de
cursos e elaboração de materiais didáticos. Neste modelo, o desenvolvimento de um curso e/ou
disciplina se divide em cinco fases: análise, design, desenvolvimento, implementação e
avaliação (FILATRO, 2003). De forma geral, essas fases do design instrucional podem ser
assim compreendidas:
Análise - consiste no levantamento das necessidades de implantação de um curso;
caracterização do público-alvo; definição dos objetivos e análise da infraestrutura
tecnológica da instituição.
Design - consiste na criação da equipe técnica e pedagógica; definição da grade
curricular; seleção das estratégias pedagógicas e tecnológicas e delimitação de
cronogramas.
Desenvolvimento - compreende a produção e a adaptação de materiais impressos e
digitais; montagem e configuração de ambientes; a capacitação de professores e tutores,
bem como a definição de suporte técnico e pedagógico.
Implementação – trata-se da situação didática propriamente dita, quando ocorre a
aplicação da proposta do design instrucional.
Avaliação - inclui a consideração sobre a eficácia do curso e a eficiência do sistema; a
revisão da caracterização da audiência e a análise das estratégias pedagógicas e
tecnológicas implementadas.
No quadro 3, apresenta-se, com base em Filatro (2003), as fases, definições e
questões que norteiam a construção das etapas da teoria do design instrucional.
39
Quadro 3 - Elementos e fase de desenvolvimento do design instrucional
Elementos e fase de desenvolvimento do design instrucional
Fase Definições Questões norteadoras
Análise
Identificação de
necessidades de
aprendizagem
Qual é o problema para o qual o design
instrucional está sendo proposto?
Qual é a origem do problema?
Quais são as possíveis soluções?
Definição de
objetivos
instrucionais
Que conhecimentos, habilidades e atitudes
precisam ser ensinados?
Qual e quanto conteúdo é necessário para a
instrução?
Em quanto tempo esse conteúdo será ensinado?
Em que módulos ou subáreas o conteúdo pode e
deve ser dividido?
Que métodos e técnicas são necessários à
exploração desse conteúdo?
De que forma a aprendizagem será avaliada?
Caracterização
dos alunos
O que já sabem?
Quais são seus estilos e características de
aprendizagem?
O que precisam ou querem saber?
Em que ambiente/situação aplicarão a
aprendizagem?
Levantamentos
das limitações
Qual é o orçamento disponível?
De quantos profissionais dispomos?
Quais são as restrições técnicas?
Em quanto tempo precisamos alcançar os
objetivos?
Quais são os riscos envolvidos?
Design e
desenvolvi-
mento
Planejamento da
instrução
Como os objetivos instrucionais serão
alcançados?
Que métodos e técnicas instrucionais melhor se
ajustam a esses objetivos?
Como o conteúdo é mapeado, estruturado e
sequenciado?
Em que sequência a instrução deve ser
apresentada?
Quais são as mídias mais apropriadas para a
apresentação do conteúdo?
Que produtos e atividades instrucionais devem
ser preparados e produzidos?
Produção de
materiais e
produtos
Qual o grau de interação entre os alunos, entre os
alunos e professor, possibilitado pelas atividades
instrucionais propostas?
Qual é o design gráfico dos materiais impressos
e/ou eletrônico? Fonte: Filatro (2003, p. 68-69)
40
Continuação do Quadro 3 - Elementos e fase de desenvolvimento do design instrucional
Design e
desenvolvi-
mento
Produção de
materiais e
produtos
Qual é o grau de interatividade (interação com o
material) proporcionado por esses produtos?
Quais são os mecanismos de atualização e
personalização dos materiais?
Que níveis de suporte instrucional e tecnológico
são oferecidos?
Implemen-
tação
Capacitação Os usuários (professores e alunos) precisam ser
treinados para o uso dos materiais e aplicação das
atividades?
Ambientação Os usuários precisam ser matriculados e
cadastrados para ter acesso a determinados
produtos ou ambientes?
De quanto tempo necessitam para compreender o
funcionamento do sistema e os pré-requisitos para
acompanhar o design projetado?
Realização do
evento ou da
situação de
ensino-
aprendizagem
Em que local e condições ocorre o evento ou a
situação de ensino-aprendizagem
(presencialmente, semipresencialmente, a
distância, no ambiente de trabalho, em situação de
laboratório, em ambientes virtuais)?
Como se dá a organização social da aprendizagem
(individualmente, em grupos fixos, em grupos
voláteis)?
Como os produtos instrucionais são manipulados
por professores e alunos (sequencialmente, em
módulos, inter ou independente)?
Como a aprendizagem dos alunos é avaliada?
Como se dá o feedback por parte do professor?
Avaliação
Acompanhamento Como o design será avaliado (por observação,
testes, feedback constante?
Quem fará essa avaliação (alunos e professores
usuários, equipe de desenvolvimento,
patrocinadores, e mantenedores, software de
monitoramento da aprendizagem)?
Quais foram os resultados finais de aprendizagem
(índices de aprovação, desistência, reprovação,
abandono)?
Revisão Quais foram os problemas detectados na
implementação?
Que erros podem ser corrigidos?
Em que medida o design instrucional pode ser
aperfeiçoado?
Manutenção Que ações devem ser tomadas para possibilitar a
continuidade do projeto ou novas edições?
Fonte: Filatro (2003, p. 68-69)
41
O desenvolvimento de cada uma dessas fases permite aos atores envolvidos, seja
no processo de elaboração de materiais didáticos ou seja no planejamento para oferta de cursos,
especificarem melhor suas ações, escolhendo as estratégias didáticas mais adequadas,
elencando as ferramentas tecnológicas que melhor apoiam a execução das atividades e
estabelecendo quais e como os critérios avaliativos serão aplicados para promover melhorias e
ajustes no curso ou disciplina.
3.2 ENGENHARIA PEDAGÓGICA
A engenharia pedagógica integra e se apropria das teorias e métodos do design
instrucional e estabelece um corpus metodológico para a produção e oferta em educação a
distância.
O termo Engenharia Pedagógica (EP) foi criado pelo pesquisador canadense Gilbert
Paquette para explicar os processos de análise, concepção, desenvolvimento, validação,
divulgação e gestão dos sistemas de aprendizagem. Paquette (2002, p.107) define a EP da
seguinte forma: “um método de apoio à análise, ao design, à implementação e ao planejamento
da difusão dos sistemas de aprendizagem, incorporando as concepções, os processos e os
princípios do design pedagógico, da engenharia de software e da engenharia cognitiva”11. A
engenharia pedagógica é um método sistêmico que busca propor soluções para resolver os
problemas relacionados à concepção de sistemas de aprendizagem (PAQUETTE, 2004).
Embasados pela ideia de resolução de problemas, os processos da EP podem ser
caracterizados da seguinte forma:
Figura 3 - Processos da Engenharia Pedagógica
Fonte: Paquette (2002)
11 Tradução nossa.
Operadores
ou processos
Etapa finalEtapa inicial
42
A etapa inicial é o momento de definição do problema que o sistema de
aprendizagem (SA) pretende resolver. Neste momento, devem ser elencados todos os aspectos
que possam tornar essa definição a mais “precisa” possível. A segunda etapa é a dos operadores
ou processos e consiste em transformar a definição do problema, apresentado na etapa inicial,
em descrições detalhadas de tarefas e atividades, a fim de possibilitar a resolução do problema
proposto. Por último, tem-se a etapa final que é a fase de construção do SA propriamente dito.
Na visão de Paquette (2002, p. 107), um “sistema de aprendizagem é o produto de
um processo de Engenharia Pedagógica e serve como suporte a difusão das aprendizagens”.
Para a concepção de um SA, são levados em consideração quatro levantamentos12 específicos:
Levantamento dos conhecimentos - define o conteúdo e os objetos de aprendizagem.
Levantamento pedagógico - apresenta a rede de eventos de aprendizagem ou, se
preferir, a estrutura de formação decomposta em eventos ou unidades de aprendizagem.
Levantamento dos materiais - define a forma de utilização dos instrumentos nos
cenários pedagógicos, segundo reagrupamentos em materiais didáticos utilizando
diversos tipos de suporte: site web, CD, impresso, material 3D, etc.
Levantamento da difusão - define o papel dos atores no momento da difusão, como
fornecedores ou utilizadores dos recursos.
Nesse sentido, com esses levantamentos se constrói os cenários pedagógicos da
formação. Conforme Bibeau (2000, p.1), um “cenário pedagógico apresenta uma abordagem
para atingir os objetivos educacionais e a aquisição de competências gerais e específicas
relacionadas a uma ou mais áreas da vida, segundo os termos e especificações do currículo”13.
Dessa forma, o material didático e os recursos utilizados devem estar em consonância com a
proposta pedagógica.
Assim como os fundamentos do design instrucional (figura 2), a base para a
construção dos elementos que norteiam a estruturação da Engenharia Pedagógica está
fundamentada em três eixos: design pedagógico ou DI, engenharia cognitiva e engenharia dos
sistemas de informação, também denominada de engenharia de software. Na figura 4, são
apresentadas essas relações.
12 Vem do termo original em francês devis, apresentado por Paquette (2002) 13 Tradução nossa.
43
Figura 4 - Bases da Engenharia pedagógica
Fonte: Adaptado de Paquette (2002, p. 107)
O design pedagógico pode ser entendido como um conjunto de planos em que é
descrito o passo a passo das atividades, dentro de processo de ensino e aprendizagem,
executadas pelos atores envolvidos. Paquette (2002) explica que o design pode ser visto de duas
formas: como uma disciplina em que favoreça a produção de conhecimentos visando à
qualidade dos planos ou como uma área das ciências da educação envolvida com a elaboração
dos materiais didáticos, implementação e gestão dos sistemas de aprendizagem.
A engenharia de software, ou mais amplamente engenharia dos sistemas de
informação, é uma área interessante a ser explorada, pois permite definir melhor as etapas para
operacionalização das atividades pedagógicas. “O primeiro objetivo da engenharia de software
é fornecer processos e ferramentas para a produção de sistemas satisfatórios, eficazes,
extensíveis, flexíveis, modificáveis, portáteis, confiáveis, reutilizáveis, validáveis e
compreensíveis”14 (PAQUETTE, 2002, p. 113). Contudo atender a todas essas características é
uma atividade complexa e exige da equipe envolvida a compreensão de todas as fases que
permeiam o desenvolvimento de um sistema.
Os métodos da engenharia dos sistemas de informação, conforme Paquette (op. cit),
fornecem a divisão das atividades macros em módulos, fases ou etapas correspondentes aos
processos marcando um tempo de trabalho, sem impor uma linearização na execução. É
possível encontrar nessa divisão os seguintes processos:
Observação crítica ou diagnóstico
14 Tradução nossa.
44
Orientações gerais, estabelecimento de princípios de funcionamento
Definição preliminar do sistema
Arquitetura do sistema de informação
Programação do sistema
Simulação e qualificação do sistema
Implementação do sistema
Operação do sistema
Como visto, a Engenharia Pedagógica é constituída por elementos do design
pedagógico e da engenharia dos sistemas de informação. Além desses, está embasada em sua
composição na engenharia do conhecimento cognitiva. No decurso dos últimos trinta anos, a
engenharia cognitiva se desenvolveu na direção das aplicações dos sistemas especialistas e da
inteligência artificial. Ela é aplicada em educação para diagnosticar as lacunas de aprendizagem
de um estudante e propor estratégias de correção.
A engenharia do conhecimento passou por ajustes e se modelou aos contextos nos
últimos anos, assim como os sistemas informatizados. Esses ajustes podem ser observados
quando, no início do desenvolvimento dos sistemas informatizados, década de 1970, a
preocupação estava no cálculo de grandes quantidades de dados e posteriormente, enquanto nos
anos 1980 os sistemas passaram a adquirir cada vez mais “consciência” da necessidade do
tratamento da informação, já que os dados estão inter-relacionados.
No quadro 4, apresenta-se a descrição das três gerações de sistemas informatizados,
segundo Paquette (2002).
Quadro 4 - Três gerações dos sistemas informatizados
Método Ferramentas Atores
Nível 1 Gestão dos
dados
Sistema de Gestão centralizados
em dados de formato padrão
Gestão de TI
Gerentes
Nível 2 Gestão da
informação
Sistema de base de dados
relacionados
Arquiteto de TI
Especialistas em
conteúdos
Nível 3 Gestão dos
conhecimentos
Base de dados
“Conchas” de sistemas
especialistas
Engenheiros do
conhecimento
Especialistas do conteúdo
TI
Fonte: Paquette (2002, p. 117)
45
Como já dito, a década de 1990 foi marcada pela integração de conhecimentos cada
vez mais especializados aos sistemas informatizados, representando uma importante evolução
no centro do processo, atualmente denominada gestão do conhecimento. Outros aspectos
passaram a ser incorporados na organização desses sistemas, logo “a aquisição, a modelagem,
o tratamento e comunicação dos conhecimentos tornam-se processos essenciais para a
construção de uma memória organizacional15” (PAQUETTE, 2002, p. 118). Diante disso, há
uma preocupação não somente com a construção do sistema, mas em como, quais e de que
forma os elementos informacionais devem estar disponibilizados aos usuários.
A engenharia do conhecimento tem significativa importância no desenvolvimento
dos sistemas informatizados atuais, pois influencia na determinação de quais e como os
conhecimentos estarão dispostos no sistema. Bem como a explicação, representação e
formalização desses conhecimentos através de linguagens simbólicas ou gráficas que facilitem
sua utilização.
A possibilidade de conceber uma visão clara e estruturada da informação torna a
engenharia do conhecimento muito útil, servindo de base a engenharia pedagógica de um
sistema de aprendizagem. Na integração da engenharia do conhecimento com a engenharia
pedagógica, vê-se que a adaptação dos processos, por profissionais especialistas, ajuda na
definição dos conteúdos, dos cenários pedagógicos, dos materiais didáticos, assim como dos
modelos de difusão do sistema de aprendizagem (PAQUETTE, 2002).
Como dito, a engenharia pedagógica em seu escopo teórico se apropria dessas três
áreas (design pedagógico, engenharia de software e engenharia do conhecimento) e, a partir
disso, é possível estabelecer elementos para a composição desse método. Ela está dividida em
seis fases bem definidas. Cada fase incorpora atividades que permitem promover seu
desenvolvimento, conforme apresentado na figura 5.
15 Tradução nossa.
46
Figura 5 - Fases da engenharia pedagógica
Fonte: Adaptado de Paquette (2002)
Nas subseções seguintes, apresenta-se, de forma sintetizada, o funcionamento de cada
uma dessas fases.
3.2.1 Fase da análise preliminar
Na fase da análise preliminar, é realizada a descrição da situação que se pretende
resolver. Henri (1997) aponta alguns aspectos que devem ser elencados para chegar a solução.
São eles
Lista de habilidades de comunicação, levando em consideração os diversos públicos
Prioridades de treinamento (curto, médio e longo prazo)
Período anterior à aprendizagem
Extensão do ambiente de aprendizagem a desenvolver
Período de vida do ambiente de aprendizagem
Data de entrega do ambiente
As expectativas do projeto16.
Entre esses aspectos considerados relevantes para a fase inicial de elaboração da
proposta de construção do sistema de aprendizagem, Henri (1997) destaca que as restrições
financeiras e de tempo são fundamentais para iniciar o desenvolvimento dessa atividade. Outro
16 Tradução nossa.
Análise preliminar (análise das
necessidades)
Concepção e DesignInstrucional (arquitetura e
materiais de ensino)
Desenvolvimento(fabricação dos
materiais)
Validação
(testes do projeto)
Execução e divulgação (entrega)
Gestão e operação (avaliação,
manutenção e evolução)
47
ponto diz respeito a definição do público-alvo ao qual o sistema se destina, qual seu perfil, suas
necessidades e de que forma os conteúdos devem estar dispostos no sistema de aprendizagem.
3.2.2 Fase de concepção e design instrucional
Fase que consiste em definir conteúdos, objetivos de aprendizagem, estratégias
pedagógicas, atividades, ferramentas e recursos midiáticos, bem como o modelo de avaliação
que norteará o desenvolvimento do curso. Henri (op. cit.) apresenta três tipos concepções: da
arquitetura, pedagógica e midiática. O autor chama atenção para a diferença entre concepção
da arquitetura e concepção pedagógica. Na primeira, há uma comparação da construção dessa
arquitetura com a da construção civil. É preciso, inicialmente, erguer a estrutura e só depois
projetar os detalhes que irão compô-la. Da mesma forma, ocorre na engenharia pedagógica:
primeiro desenvolve a estrutura e depois se pensa nos detalhes dos conteúdos. Já a concepção
pedagógica consiste em formular as estratégias pedagógicas que melhor orientarão as unidades
de aprendizagens (módulos, capítulos, etc.) levando em consideração as particularidades dos
aprendizes e do sistema (HENRI, 1997).
Na concepção midiática, ocorre a descrição das ferramentas que irão compor o
sistema, a determinação das mídias (áudios, vídeos, textos, gráficos, imagens etc.), ponderando-
se o formato e tamanho desses elementos. Por fim, são delineados os moldes sobre os quais
esses elementos serão implementados dentro da arquitetura do sistema, estabelecendo os prazos
de entrega de cada tarefa.
O design instrucional consiste na etapa de definição dos conteúdos de
aprendizagem, preparação das atividades e delimitação das instruções pedagógicas. Toda essa
ação está pautada no planejamento, em descrever quais instrumentos melhor se enquadram ao
cenário pedagógico proposto. Esses instrumentos podem ser de vários tipos: vídeos,
ferramentas de cálculo, jogos, questionários, etc. (HENRI, 1997). O desenvolvimento do design
instrucional é estruturado a partir de um planejamento detalhado, dentro de cronograma, com
o intuito de possibilitar a implementação dos materiais, bem como das ferramentas associadas
a eles dentro do sistema, além de prever um momento para os testes e validação do produto
elaborado.
48
3.2.3 Fase de desenvolvimento ou elaboração dos materiais
Nessa fase, os atores envolvidos desenvolvem um modelo ou protótipo. Essa ação
visa evitar um esforço com um produto que ainda passará por ajustes futuros. Por outro lado,
proporciona aos envolvidos visualizar o objeto em uma estrutura aproximada do seu resultado
final. Nesse contexto, a engenharia pedagógica apresenta duas abordagens. A primeira
abordagem é denominada de prototipagem e é caracterizada por um rápido período para
planejamento e design. Visa desenvolver um produto similar ao produto final. Após essa
construção inicial, ocorrem sucessivos testes, ajustes e refinamentos no produto para torná-lo o
mais próximo da proposta. A segunda abordagem diz respeito a uma etapa mais bem planejada
que considera os detalhes do produto. Existe uma preocupação em explicitar ao máximo os
componentes necessários para o desenvolvimento do produto final, antes de envolver a equipe
responsável pela produção. Os testes são utilizados para verificar a precisão e eficiência do
produto (HENRI, 1997). Também, nessa fase, ocorre a definição dos profissionais técnicos
envolvidos (analistas, programadores, ilustradores entre outros).
3.2.4 Fase de Validação
Em consonância com as duas abordagens apresentadas na fase anterior, a fase de
validação se divide em duas etapas: uma para validação da versão preliminar e outra para
validação mais rigorosa do produto ou do sistema de aprendizagem. O objetivo dos testes é
verificar o funcionamento de todo o sistema de aprendizagem e minimizar possíveis falhas.
Nesse momento, os sujeitos responsáveis pelo desenvolvimento devem ser observadores do
processo registrando todas as reações e comentários emitidos pelas pessoas que testam as
funcionalidades do sistema. Todos os dados coletados durante os testes devem contribuir para
as melhorias, correções e ajustes, possibilitando melhorar a comunicação, ergonomia,
usabilidade e disponibilização do sistema (HENRI, 1997).
Nielsen (1993, p. 25) apresenta cinco características de usabilidade que um sistema
web deve possuir: “fácil de aprender, eficiente no uso, fácil de relembrar, poucos erros e
satisfação subjetiva”17. Para ele, o sistema ser fácil de aprender significa que o usuário, ao
iniciar a navegação no sistema, deve rapidamente interagir com o próprio sistema, logo ele deve
ser eficiente no uso a fim de possibilitar que o usuário tenha o máximo de produtividade.
17 Tradução nossa.
49
Outro ponto é a facilidade de relembrar, mesmo que o usuário do sistema retorne a
usá-lo após um longo período sem manuseio. Ele precisa compreender seu uso sem
necessariamente ter que aprender tudo de novo. Poucos erros significa possibilitar ao usuário
“errar” sem perder o que estava fazendo e poder retornar ao estado anterior sem prejuízos.
Por último, a satisfação subjetiva diz respeito ao grau de contentamento do usuário
ao utilizar o sistema, considerado muito relevante quando se trata de ambiente online
“obrigatório” no espaço do trabalho (ALMEIDA; SANTANA, 2011).
3.2.5 Fase de execução e divulgação
Nesta fase, os desenvolvedores do sistema de aprendizagem elencam que realizar
tarefas é essencial para promover, junto ao público-alvo, a divulgação do produto criado. Nesse
momento, o objetivo é “implementar as condições humanas organizacionais e administrativas
necessárias para a entrega, treinamento, ferramentas de instalação e infraestrutura
tecnológica”18 (HENRI, 1997, p. 15).
Para que essas tarefas aconteçam, é estipulado um cronograma que descreve a
implementação dos serviços, como e quando eles serão aplicados junto aos sujeitos
interessados. Consequentemente, a divulgação do sistema objetiva explicar, através de cursos,
oficinas ou espaços formativos o gerenciamento, logística e suporte técnico do sistema de
aprendizagem.
3.2.6 Fase de Gestão e operação
Trata-se da última fase e ocorre quando o sistema está em uso. Nesse momento, a
equipe responsável organiza os procedimentos de avaliação e atualização do sistema,
elaborando constantemente atividades de suporte e manutenção. Instrumentos avaliativos
podem ser aplicados ao final de um curso ou período formativo com o intuito de promover uma
reavaliação do sistema, elencando-se que aspectos precisam ser ajustados e quais pontos
necessitam de reforços na formação do usuário. Dessa forma, a formação contínua do público-
alvo também é importante para garantir satisfação no uso e diluir possíveis entraves
operacionais. Além disso, as atualizações permitem renovar os conceitos e agregar novas
informações ao sistema dentro das necessidades do grupo.
18 Tradução nossa.
50
Assim é possível observar, através das fases descritas anteriormente, os processos
inerentes à engenharia pedagógica. Para a construção de um sistema de aprendizagem que se
utilize dessas fases, é fundamental que, além dos profissionais da área técnica (analista de TI,
programador, etc.), a equipe de desenvolvimento conte com o trabalho de especialistas das áreas
educacionais (pedagogo, psicólogos, designer instrucionais, etc.), pois isso promoverá a
agregação de saberes diversos no resultado final.
Na seção seguinte, é apresentado o documento da Matriz do Design Educacional e
seu uso no contexto da Diretoria de Educação a Distância do IFCE, construída a partir das bases
do DI e da engenharia pedagógica.
3.3 MATRIZ DE DESIGN EDUCACIONAL
No atual contexto de oferta dos cursos a distância, os elementos determinantes do
processo de ensino e aprendizagem precisam estar previa e claramente definidos. Isso decorre
de uma atividade anterior, ou seja, da realização de um planejamento. Assim como no ensino
presencial, a educação a distância necessita da construção de documentos e modelos que
delimitem seu pleno desenvolvimento.
Por se tratar de uma modalidade em constante crescimento no cenário brasileiro,
muitos modelos didático-pedagógicos encontram-se em fase de elaboração, em construção
dinâmica e evolutiva. Cada Instituição de Ensino ofertante de cursos/disciplinas na modalidade
a distância é responsável pela elaboração de seus próprios documentos, o que lhe confere
autonomia na criação e, ao mesmo tempo, garante a possibilidade de atribuir a esses instrumentos
a identidade da própria instituição.
A elaboração, planejamento e desenvolvimento da Matriz de Design Educacional
toma como preceitos os elementos da engenharia pedagógica e do DI. Esses preceitos se dividem
da seguinte forma: análise das necessidades de aprendizagem; identificação e estruturação dos
conhecimentos e competências; concepção das atividades e dos espaços de aprendizagem;
mídias ou reutilização de recursos; escolha de um modelo de difusão de atividades e dos
recursos; e integração em uma plataforma para o início do curso ou de um evento de
aprendizagem (PAQUETTE, 2004).
51
Filatro (2008) ressalta que, através da Matriz do Design Educacional,19 é possível
definir as atividades, objetivos, conteúdos e ferramentas para a execução das atividades,
descrever o processo avaliativo, determinar o prazo de cada atividade e definir de que forma
essas atividades ficarão mais bem distribuídas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).
Tomando como base o documento apresentado por Filatro (2008) (figura 6), a equipe
pedagógica da Diretoria de EaD do IFCE sentiu a necessidade de reajustá-lo, a fim de atender
às especificidades dos seus cursos. Ressalta-se que a Matriz criada pelo DEaD/IFCE vai além
da proposta de Filatro, pois considera toda a dinâmica do processo didático da oferta das
disciplinas e/ou cursos desenvolvidos pela Diretoria.
Figura 6 - Matriz de Design Instrucional
Fonte: Filatro (2008)
No modelo proposto pela DEaD/IFCE (apêndice B), há um detalhamento de todos
os elementos inerentes ao planejamento de uma disciplina, seguindo o modelo pedagógico
definido pelo IFCE. A Matriz é composta pelos seguintes tópicos:
1. Dados gerais – apresenta dados referentes à ementa, objetivos (geral e especifico),
público-alvo e informações acadêmicas (carga horária, médias, datas de início e fim da
disciplina, equipe pedagógica e técnica envolvida na execução da disciplina).
2. Tutores de interação - apresenta nome, polo, e-mail e telefone dos tutores a distância
(que acompanharão os alunos no AVA) e dos tutores presenciais (que darão suporte aos
alunos no polo de apoio presencial).
19 Autores como Filatro adotam a nomenclatura Matriz do Design Instrucional por estar associada ao termo inglês
Design instrucional (DI). No Catálogo Brasileiro de Ocupações, o termo DI é chamado de DE (Designer
Educacional). Logo o documento apresentado neste estudo será denominado de Matriz do Design Educacional.
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1
2
3
52
3. Atividades Curriculares da disciplina - descreve todas as atividades a distância
detalhadas por aula, bem como o período de duração de cada atividade, tipo de avaliação
(sem nota, nota média ou escala LV20) e peso de cada atividade (em porcentagem).
4. Encontros Presenciais – descreve as atividades que ocorrerão no polo, com data e
horário pré-estabelecido pela coordenação de curso.
5. Calendário – calendário de execução da disciplina.
6. Referências Bibliográficas – indicações bibliográficas referentes à disciplina que
auxiliarão os alunos no desenvolvimento de suas atividades.
Como foi possível observar nos tópicos enumerados anteriormente referentes aos
elementos presentes na Matriz de Design Educacional do IFCE, ela busca contemplar todos os
eixos norteadores a configuração de uma disciplina no AVA. Entretanto a preocupação do
docente no preenchimento desse documento deve ser na organização didático pedagógico das
atividades, a fim de promover um processo de aprendizagem significativo.
Na modalidade a distância, o desenvolvimento das atividades para um curso
perpassa uma gama de fases e depende do trabalho de uma equipe multidisciplinar. Por sua vez,
a composição da Matriz do Design Educacional não ocorre de modo isolado, mas sim através
da colaboração e experiência de cada profissional envolvido. Palange (2009, p. 384) afirma que
“o trabalho de realização de um curso não é uma atividade solitária, mas coletiva”. Ou seja,
para o desenvolvimento de um material, seja uma simples lista de exercícios ou a elaboração
de um projeto de curso, o resultado dessa atividade decorrerá dos diversos olhares para os quais
foi submetido, seja o olhar de um especialista em conteúdo, de um designer educacional ou dos
profissionais responsáveis pela arte e programação do ambiente virtual.
Na próxima subseção, descreve-se o uso da Matriz de Design Educacional no
contexto do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE).
3.3.1 Uso da Matriz de Design Educacional no contexto do IFCE
A oferta de cursos na modalidade a distância pelo IFCE ocorreu a partir do ano de
2007, o que implicou na necessidade de criação de novos documentos e no reajuste de outros
já utilizados em seu modelo de ensino presencial.
20 Learning Vectors (LV) é um modelo de suporte e gerenciamento à avaliação formativa concebido para
automatizar o acompanhamento qualitativo/quantitativo de alunos em Ambientes Virtuais de Aprendizagem
(AVA) (SALES, 2012).
53
Na constante busca por melhorias no processo de produção e oferta das disciplinas
para a Educação a Distância é que, em 2009, a Diretoria de EaD constrói a Matriz de
Planejamento e Design Instrucional, conforme modelo apresentado no apêndice A. A
construção desse documento contou com a colaboração de profissionais das áreas pedagógica
e técnica e, como eles são os responsáveis pela transposição do material produzido na Matriz
para o AVA, foi fundamental a presença no momento de elaboração.
No ano de 2010, houve pequenas modificações no documento da Matriz, apenas
ajustes textuais e reorganização em termos da disposição dos elementos que compõem as aulas
e atividades. Em 2011, o documento foi modificado e informações consideradas desnecessárias
foram removidas e novamente reestruturou-se à disposição de seus elementos. No ano de 2012,
o documento seguiu a mesma estrutura definida em 2011. Em 2013, durante as constantes
reuniões entre os profissionais da equipe multidisciplinar, surgiu a necessidade de reorganizar
o documento da Matriz acrescentando novos elementos, no intuito de deixá-lo mais claro,
principalmente para a equipe técnica. Dessas discussões, elaborou-se o documento apresentado
no apêndice B, em que acrescentou-se informações sobre a Soma do peso das atividades a
distância e Quantidade de faltas por atividade.
O preenchimento da Matriz ocorre semestralmente, após a locação dos professores,
em suas respectivas disciplinas, pela coordenação de tutoria de cada curso. Conforme figura
abaixo, é possível observar como se dá o processo de planejamento da oferta das disciplinas
pelas coordenações de curso.
54
Figura 7 - Planejamento para oferta do semestre
Fonte: Elaborada pela autora.
A coordenação de curso elenca as disciplinas que serão ofertadas no semestre.
Repassa essa listagem para a coordenação de tutoria que cuida da lotação dos professores
(formadores e tutores). Em paralelo, também encaminha a relação das disciplinas para o
responsável pelo sistema acadêmico que faz o cadastro delas e providencia o processo de
matrícula dos discentes.
Após a lotação dos professores, a coordenação de tutoria encaminha o quadro dos
docentes a equipe de Designer Educacional (DE), que inicia o processo de orientação e
supervisão do trabalho de elaboração e preenchimento da Matriz de Design Educacional pelo
professor-formador. Depois encaminha a lotação dos professores para o coordenador do sistema
acadêmico que aloca os professores em suas disciplinas e realiza o processo de exportação da
disciplina com alunos e professores para um espaço próprio, separado por polo, dentro do
ambiente virtual Moodle.
55
O processo de preenchimento da Matriz passa por algumas etapas conforme
apresentado na figura 8.
Figura 8 - Etapas de Produção da Matriz de Design Educacional
Fonte: Elaborada pela autora.
56
Na figura 8, ilustra-se o fluxograma de construção da matriz com as etapas e
profissionais responsáveis por sua execução. O fluxo de preenchimento da Matriz depende
primeiramente da submissão pelas coordenações de cursos das listas de disciplinas a serem
ofertadas, com seus respectivos professores formadores.
No primeiro momento, o Designer Educacional (DE) contata o professor-formador
via e-mail e envia o documento da Matriz (modelo no formato de texto) e os demais materiais
que compõem a disciplina (livro, Programa de Unidade Didática e calendário). No segundo
momento, o professor-formador realizará todas as correções e ajustes necessários nos
documentos da disciplina, em especial o preenchimento da Matriz e devolverá ao Designer
Educacional.
O terceiro momento pode ser feito de duas formas: 1) após análise pelo designer
educacional, a Matriz é novamente encaminhada ao formador para reajustes e posteriormente o
formador retornará ao designer educacional para validação dos reajustes realizados; ou 2) a
Matriz analisada e com poucos reajustes é encaminhada para o revisor, que, após uma revisão,
devolve ao designer educacional. Ele reanalisa a Matriz que pode tanto ser devolvida ao
formador como encaminhada diretamente ao diagramador web, a depender das colocações
apontadas pelo revisor.
Caso ocorra a primeira situação, o professor-formador reajustará a Matriz e
encaminhará, novamente, para o DE, que realizará uma última análise e ajustará todas as
pendências. Feito isso, a Matriz é encaminhada ao diagramador web para configuração e
postagem dos materiais no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Caso ocorra a segunda situação,
após os reajustes finais, a Matriz será encaminhada, diretamente, para o diagramador web, que
conduzirá à postagem no AVA.
Realizada a configuração da disciplina no AVA, o designer educacional comunica
ao professor-formador que o acesso à disciplina está liberado e fornece as orientações iniciais
para login no AVA. O próximo passo é comunicar aos tutores e dar início ao processo de
mediação pedagógica através do ambiente.
Na seção seguinte, discutem-se os fundamentos teóricos, relacionados à Engenharia
Pedagógica e ao Design Instrucional, os quais servirão de base para a construção do Sistema
Made.
57
3.4 ENGENHARIA PEDAGÓGICA E O DESIGN INSTRUCIONAL NA CONCEPÇÃO DO
SISTEMA MADE
Os elementos teóricos apresentados pelas duas abordagens, Engenharia Pedagógica
e Design Instrucional, contribuem para a estruturação do sistema Made, pois ambas possuem
etapas de planejamento bem definidas. Por considerarem todo o contexto de ensino, requer
análise e acompanhamento contínuo em todo o processo.
Na figura 9, apresentam-se as fases que compõem o desenvolvimento do
planejamento e oferta das disciplinas através do sistema Made.
Figura 9 - Etapas de concepção do sistema Made
Fonte: Elaborada pela autora.
A elaboração da Matriz de Design Educacional das disciplinas através do sistema
Made perpassa algumas etapas, desde um planejamento macro que envolve as coordenações de
cursos onde se delimitam as ações comuns a todos os cursos até o planejamento micro que
corresponde à elaboração da matriz de uma disciplina específica. A seguir são apresentadas as
etapas que compreendem o planejamento macro para oferta das disciplinas, considerando o
sistema Made como sistema de apoio a gestão desses planejamentos.
Etapa de análise – nesse momento, a coordenação de curso é encarregada de selecionar
os professores, delimitar o cronograma de execução das disciplinas, distribuir os
encontros presenciais levando em consideração o orçamento disponível e, por fim,
repassar à equipe de design educacional (DE) todos os dados necessários para
concepção das próximas etapas.
Etapa de concepção ou design – o administrador do sistema Made recebe os dados da
coordenação de curso e realiza o cadastro das matrizes das disciplinas no sistema Made.
Etapa de desenvolvimento - a equipe de design educacional inicia o processo de
planejamento e elaboração da matriz juntamente com os professores-formadores
Made
Análise Concepção Desenvolvimento ValidaçãoExecução e divulgação
Gestão e operação
58
responsáveis pelas disciplinas. É nessa fase que ocorrem todas as discussões
pedagógicas entre o formador e o designer educacional que lhe acompanha.
Etapa de validação – após todos os ajustes no conteúdo da matriz, o designer exporta
a matriz produzida e encaminha ao diagramador web para postagem no ambiente virtual
de aprendizagem (AVA).
Etapa de execução e divulgação – nessa etapa, se produzem duas atividades em
paralelo: 1º o DE comunica ao formador que sua sala virtual no AVA está pronta,
podendo iniciar as interações com os alunos; 2º o administrador do sistema Made
verifica se há pendências nas matrizes finalizadas e continua no suporte às matrizes em
desenvolvimento.
Etapa de gestão e operação – a equipe de administração do sistema cuida das
atualizações, do suporte aos usuários e dos ajustes técnicos que porventura possam
surgir.
Dentre as fases apesentadas acima, destaca-se a fase de desenvolvimento da matriz
de uma disciplina, pois é nessa etapa que ocorre todo o design educacional da disciplina. O
planejamento é realizado levando em consideração o modelo ADDIE proposto por Filatro
(2003), veja figura 10.
Figura 10 - Modelo ADDIE
Fonte: Filatro (2003)
Dentro do processo de planejamento e elaboração de uma matriz, as fases
apresentadas na figura 10 orientam os atores nos seguintes aspectos:
Análise
Design
DesenvolvimentoImplementação
Avaliação
59
Análise – o professor formador define os objetivos (geral e específico) da disciplina
levado em consideração o público e a relevância do conteúdo para a formação discente.
Design – criação da equipe pedagógica composta por tutores a distância e presenciais,
responsáveis, respectivamente, pelo acompanhamento dos alunos no AVA e pelo apoio
no polo presencial. Também nessa fase são elencadas as estratégias didáticas e
ferramentas tecnológicas que servirão de apoio à execução das atividades.
Desenvolvimento – professor formador preenche os campos das atividades, fazendo os
devidos ajustes e adequações na linguagem e no formato para uma disciplina na
modalidade a distância. Estabelece como e quando ocorrerão as atividades, como o
aluno será avaliado e quanto será atribuído em % para cada atividade avaliativa. Além
disso, orienta os tutores a distância sobre a execução da disciplina e reajusta o
planejamento, caso considere pertinente.
Implementação – com a matriz finalizada e suas informações configuradas no AVA,
o formador inicia seu trabalho de acompanhamento e suporte às atividades dos tutores
a distância.
Avaliação – ocorre durante todo o processo de construção da matriz e posteriormente
na sua aplicação junto aos alunos. Tanto o formador da disciplina quanto a equipe de
design educacional (re)analisa as etapas de concepção da matriz e da aplicação das
atividades propostas revendo o que foi satisfatório e os entraves durante o processo.
Como pode ser observado, a oferta de disciplinas na modalidade a distância requer
o envolvimento de diversos atores trabalhando de forma sincronizada. O intuito desse trabalho
colaborativo é oferecer aos discentes um material de qualidade que contribua para seu processo
de aprendizagem e esteja disponível em tempo hábil ao início do seu curso.
No capítulo seguinte, tanto se descrevem todas as etapas de concepção e
desenvolvimento do Sistema Made, como se apresentam todos os elementos técnicos que
compõem a prototipação do sistema.
60
4 MADE: CONCEPÇÃO E PROTOTIPAÇÃO
Desenvolver software não é somente modelar e escrever
código. É criar aplicações que resolvam os problemas
dos usuários. É fazer isto dentro do prazo, de forma
precisa e com alta qualidade. (Ambler, 1988)
Neste capítulo, descrevem-se as etapas de concepção e desenvolvimento do Sistema
Made. Na primeira seção, apresenta-se uma breve descrição do contexto da pesquisa. Em
seguida, descrevem-se os requisitos que compõem a estrutura do sistema, as ferramentas
tecnológicas que subsidiaram a equipe no desenvolvimento do Made e, por último, os principais
casos de uso e suas funcionalidades.
4.1 DESCRIÇÃO DA PROPOSTA
As ofertas das disciplinas, na Diretoria de EaD do IFCE, ocorrem semestralmente
e em quantidade significativa. Consequentemente o volume de documentos e profissionais
envolvidos também é numeroso. O planejamento das disciplinas é realizado através do
documento da Matriz de Design Educacional.
A coordenação de produção de cada projeto necessita, em suas atribuições, realizar
o acompanhamento de todas as matrizes produzidas, possibilitar que os trabalhos realizados
pelos colaboradores aconteçam em tempo hábil e diluir possíveis entraves pedagógicos e
técnicos que apareçam no percurso. Da necessidade de sistematizar essas ações surgiu a
proposta de construção do Sistema Made. Tomando como base o documento da Matriz de
Design Educacional já existente e utilizado no contexto da DEaD/IFCE, o Sistema Made
permite a elaboração dos planejamentos de forma colaborativa, totalmente online e proporciona
a criação de um banco de dados para gerenciamento e compartilhamentos futuros.
Nas seções a seguir, descrevem-se as etapas que subsidiaram a construção do
Sistema Made.
4.2 REQUISITOS DO MADE
A elaboração do sistema demandou reuniões sistemáticas entre as equipes
pedagógica e técnica. O objetivo desses encontros, em momento inicial à pesquisa, foi realizar
o levantamento de todos os requisitos que subsidiariam a construção do Sistema Made. A etapa
61
de montagem da “engenharia de requisitos” é fundamental para o bom andamento de um projeto
(PRESSMAN, 2010). Conforme Pressman (2010, p.117) “a engenharia de requisitos (ER) é
uma ação da engenharia de software que começa durante a atividade de comunicação e continua
durante a atividade de modelagem”. Nessa definição, percebe-se o quanto é importante manter
uma comunicação fluída entre as equipes, contudo é primordial saber o que se pretende
desenvolver.
Os requisitos elencados para o desenvolvimento do Sistema Made estão divididos
em dois tipos: funcionais e não-funcionais. Sommerville (2007, p. 80) define os requisitos
funcionais em “declarações de serviços que o sistema deve fornecer, como o sistema deve reagir
a entradas específicas e como o sistema deve se comportar em determinadas situações.” Já os
requisitos não-funcionais são definidos pelo autor como “restrições sobre os serviços ou as
funções oferecidas pelo sistema.”
Requisitos funcionais do Sistema Made:
1. Cadastro de dados (usuários, programa, polos, cursos, semestres e disciplinas)
2. Visualização dos dados (usuários, programa, polos, cursos, semestres e disciplinas)
3. Cadastro de conteúdos (mural, objetivos, calendário, aulas, encontros presencias,
referências)
4. Cadastro de usuários na Matriz
5. Criação e edição da Matriz
6. Exclusão de campos da Matriz
7. Inserção de comentários nos elementos do menu da Matriz
8. Inserção de documentos em anexo
9. Exclusão de documentos em anexo
10. Inserção de recursos multimídia
11. Inserção de porcentagens para as atividades da Matriz
12. Visualização da Matriz
13. Exportação da Matriz DE para formato PDF (Portable Document Format)
14. Publicação da Matriz com acesso restrito ao público
15. Pesquisa e consulta de Matrizes
Requisitos não-funcionais do Sistema Made:
1. Cadastro e gerenciamento de usuários, cursos, semestres, disciplinas, turnos e polos.
62
A criação de uma Matriz de Design Educacional para uma disciplina dentro do
Sistema permite que o compartilhamento seja realizado para um grupo de usuários restrito. Esse
grupo composto por um professor-formador, um designer educacional (DE) e um revisor é
responsável pelo preenchimento do documento, sendo o DE o sujeito encarregado de conduzir
todo o processo de elaboração da Matriz. Além disso, cabe a ele finalizar o documento e
encaminhá-lo ao diagramador web.
No quadro 5, apresenta-se o papel dos usuários que participam do Sistema Made de
acordo com seus perfis.
Quadro 5 - Funções gerais dos usuários no Made
Perfil Função
Administrador Administrar o Sistema com permissão ilimitada
Cadastrar e gerenciar usuários
Definir permissões dos usuários
Cadastrar e gerenciar matrizes
Professor-formador Alterar os conteúdos da sua disciplina
Visualizar os conteúdos de seu interesse
Designer Educacional (DE) Gerenciar e editar os conteúdos de sua
responsabilidade
Revisor Editar os conteúdos de sua responsabilidade
Diagramador web Visualizar as matrizes finalizadas
Coordenador de Curso/
Coordenador de Tutoria Visualizar as matrizes finalizadas do curso pelo
qual é responsável
Professor-tutor Visualizar as matrizes finalizadas da sua disciplina
e os conteúdos da sua área de interesse. Fonte: Elaborado pela autora.
Os perfis se subdividem em três categorias de atuação dentro do sistema:
Administrador – gerencia, cria e edita todos os campos do sistema.
Usuário da matriz – edita os campos da matriz sob sua responsabilidade.
Usuário – apenas visualiza as matrizes criadas.
As funcionalidades foram delimitadas conforme os papéis exercidos pelos atores da
EaD no IFCE. Contudo, após as validações e teste do sistema, esses papéis podem ser ajustados
e readequados as necessidades da equipe multidisciplinar.
63
4.3 FERRAMENTAS DE DESENVOLVIMENTO
O processo de construção do Sistema Made considerou o uso de tecnologias atuais
que possibilitam a criação, desenvolvimento, implementação e execução de forma rápida e
satisfatória, atendendo, sobretudo, as necessidades de tempo para a finalização desta pesquisa.
Além disso, buscou incorporar tecnologias já em uso no Ambiente Virtual de Aprendizagem
utilizado pela DEaD/IFCE, o Moodle.
Para desenvolvimento do sistema, os programadores se utilizaram da Linguagem
de programação java, bastante utilizada no meio computacional contribuindo com o
funcionamento de inúmeras aplicações de forma rápida, segura e confiável (ORACLE, 2014).
Aliado à linguagem de programação Java, adotou-se a linguagem Javascript por se tratar de
uma linguagem “leve, interpretada e baseada em objetos” apropriada a desenvolvimento de
páginas Web (MOZILLA, 2014). Outra linguagem agregada ao trabalho de programação do
Sistema Made é a Linguagem de Marcação de Hipertexto - HTML, muita utilizada na criação
de páginas web e por ser um padrão internacional adotado pela W3C21.
O PostgreSQL foi adotado como “sistema de gerenciamento de banco de dados
relacional que permite aos desenvolvedores integrar ao banco de dados seus próprios tipos de
dado e métodos personalizados” (PostgreSQL Global Development Group, 2006, prefácio). Por
se tratar de ferramentas dinâmicas, em constantes atualizações, podem ser substituídas ou outros
recursos podem ser adotados a fim de tornar o sistema mais atual e prático.
4.4 INTERFACES DO SISTEMA MADE
A interface inicial do sistema dispõe de uma tela de usuário e senha, na qual a
pessoa, previamente cadastrada, realiza seu login no sistema e inicia suas atividades. Na figura
11, será visto na tela de login o espaço para usuário, que corresponderá ao CPF (Cadastro Pessoa
Física) por ser a mesma identificação usada no acesso ao AVA, e para uma senha, que
inicialmente será uma sequência padrão para todos os usuários, podendo ser alterada por eles
através de seu perfil dentro na plataforma.
21 O World Wide Web Consortium (W3C) é uma comunidade internacional em que as organizações associadas,
profissionais de tempo integral, bem como a obra pública em conjunto para desenvolver padrões web (tradução
nossa). Fonte: http://www.w3.org/Consortium/, acesso em 9 de fev. 2014.
64
Figura 11 - Tela de login
Fonte: Sistema Made
Ao realizar o login no sistema, o professor-formador visualizará a tela inicial com
a lista das disciplinas de que ele é responsável. Já o administrador visualizará o menu de
gerenciamento do sistema conforme figura a seguir.
Figura 12 - Menu de administração do sistema
Fonte: Sistema Made
No menu “Dados dos cursos”, o administrador encontra os seguintes submenus:
programa, polo, curso, disciplinas e tipo de curso (técnico, graduação, especialização, extensão
e capacitação). Nesses submenus, o administrador insere todos os dados referentes aos
programas educacionais ofertados pela Diretoria de EaD. Para isso, será identificado o “Nome”
e “Sigla” do programa. Posteriormente esses dados serão utilizados para vincular os cursos,
disciplinas e polos.
No menu “Dados dos usuários”, o administrador encontra os seguintes submenus:
usuários, grupos de usuários, tipo de usuário da matriz (formador, designer, revisor, etc.) e tipo
65
de formação (graduação, especialização, mestrado e doutorado). Nesses submenus, o
administrador realiza todo o gerenciamento das contas dos usuários.
No menu “Matriz” o administrador encontra o seguinte submenu: “Gerenciar
matriz”. Nesse campo, é possível encontrar todas as matrizes criadas no sistema, bem como
criar uma nova matriz ou editar uma já existente.
O menu “Configurações” possibilita ao administrador gerenciar as permissões e/ou
modificar as nomenclaturas do sistema.
4.5 ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DO SISTEMA MADE
O gerenciamento do Sistema divide-se em três módulos: criação, edição e
publicação. A criação é referente à preparação do ambiente, cadastro de todos os usuários e
matrizes a serem utilizadas nos cursos; edição corresponde à fase de preenchimento dos campos
da Matriz De Design Educacional pelos atores responsáveis; e a publicação corresponde à fase
final, momento em que todas as validações foram realizadas e a Matriz recebe o aval do
Designer Educacional para exportação.
Figura 13 - Módulos do Sistema Made
Fonte: Elaborada pela autora.
A seguir, apresenta-se a estrutura do sistema no que diz respeito a esses três
módulos.
4.5.1 Módulo de Criação
O administrador do sistema é encarregado pela criação da Matriz por disciplina.
Essa criação ocorre em consonância com as atividades de planejamento da equipe de produção
de material didático e das coordenações de curso. As informações contidas nessa etapa dizem
Módulo de
Criação
Módulo de
Edição
Módulo de
Publicação
66
respeito ao programa, curso, semestre, disciplina, período da oferta e turma. Na figura 14,
apresenta-se a tela do sistema onde esses dados são inseridos.
Figura 14 - Tela de criação/edição de uma Matriz
Fonte: Sistema Made
O módulo de Criação é a etapa inicial do processo de concepção da Matriz de
Design Educacional e é definido em semestre anterior à oferta da disciplina. O administrador
do sistema recebe da equipe de produção a lista de disciplinas que serão ofertadas e realiza a
criação das matrizes correspondentes a essas disciplinas.
Na tela apresentada na figura 15, observa-se a lista das matrizes criadas no sistema.
Figura 15 - Lista de matrizes criadas
Fonte: Sistema Made
A identificação dessas matrizes é feita pelos seguintes campos: programa, curso,
período, semestre, disciplina e turma. O período corresponde ao momento da oferta e o semestre
obedece à ordem em que a disciplina está organizada na Matriz Curricular do curso.
Criação
67
No botão “Criar/Editar Matriz” (destacado em preto), o administrador pode criar
uma nova matriz ou editar os campos de uma matriz já criada. Já na coluna “Ações”, o usuário
da matriz pode realizar três tipos de tarefas: 1ª “editar” os campos da matriz da disciplina
especificada; 2ª imprimir matriz; e 3ª solicitar ao administrador a reabertura da matriz para que
possa realizar modificações. Esse último procedimento é acionado quando a matriz desejada já
tiver sido finalizada.
Durante a criação de uma matriz, o administrador vincula os responsáveis pela
disciplina e os atores encarregados do preenchimento da matriz. Cabe ressaltar que os
responsáveis pela edição da Matriz são professor-formador, designer educacional e revisor.
Demais dados dos usuários são de caráter informacional e necessários para cadastro no
ambiente virtual, como é o caso dos tutores a distância.
Figura 16 - Vinculação dos responsáveis pela Matriz
Fonte: Sistema Made
Ao clicar em um dos botões da figura anterior, surge a tela (figura 17) com a lista
de usuários cadastrados no sistema.
Figura 17 - Adicionar/Remover usuário
Fonte: Sistema Made
68
O administrador deve selecionar o usuário, conforme lista disponibilizada pela
equipe de produção, e vinculá-lo à sua função dentro da Matriz específica. Essa vinculação
pode ser realizada de duas formas: 1. Selecionando o usuário e arrastando com o mouse para a
coluna da direita ou 2. Selecionando o usuário e clicando no primeiro botão do menu destacado
em preto. Para adicionar mais de um usuário, basta selecionar os usuários desejados e clicar no
segundo botão do menu destacado em preto. Em seguida, deve-se clicar no botão “Salvar” para
encerrar o processo de adição de usuários.
No quadro abaixo, descrevem-se as especificações do módulo de criação de uma
Matriz.
Quadro 6 - Especificação do módulo de criação
Especificação Significado
Programa Nome do programa
Curso Nome do curso
Semestre/Bloco Refere-se a número do semestre ou
bloco, conforme Matriz Curricular do
curso
Disciplina Nome da disciplina
Período Semestre de oferta da disciplina
Turma Indica a qual turma a matriz está
vinculada.
Fonte: Elaborado pela autora.
Para criação da matriz de uma disciplina, é necessário que, em momento anterior,
o administrador tenha cadastrado o programa, curso, semestre/bloco e disciplina. O cadastro
dos usuários pode ser feito em momento posterior à criação das matrizes, o que permite ao
administrador e equipe pedagógica antecipar alguns processos no planejamento das ofertas
disciplinares. Contudo a visualização ou edição de uma matriz depende da vinculação de seus
responsáveis.
4.5.2 Módulo de Edição
Três atores atuam diretamente nessa área de edição dos conteúdos, são eles
professor-formador, designer educacional e revisor. O professor formador é responsável pelo
preenchimento de todos os campos da matriz e tem a orientação pedagógica do DE. Após a
69
edição pelo formador e análise do DE, o revisor é encarregado de corrigir os textos e indicar,
quando necessário, alterações de ordem linguística e textual.
Os campos da matriz são independentes, o que permite aos atores preenchê-los ou
editá-los na ordem que desejar, podendo os dados serem salvos a qualquer momento. Na figura
18, apresenta-se a tela com os menus de navegação de uma matriz.
Figura 18 - Menu de navegação da Matriz
Fonte: Sistema Made
O usuário, ao salvar seu texto, gera uma nova versão e isso acontece com todos os
campos da matriz, permitindo o controle da produção e recuperação de alguma informação. O
botão “Comparar” permite ao usuário comparar as versões criadas nos campos da matriz, assim
como a caixa “Versões” possibilita o usuário identificar quantas versões já foram criadas para
determinado campo. Na figura 19, pode-se observar uma matriz em fase de preenchimento e
com duas versões do campo “Ementa” salvas.
Figura 19 - Matriz em construção
Fonte: Sistema Made
No quadro 7, explica-se a funcionalidade de cada um dos menus que compõe o
módulo Edição da matriz.
Edição
70
Quadro 7 - Especificação do módulo de Edição
Especificação Funcionalidade
Geral Insere os campos: Ementa, Objetivo Geral e Objetivos
específicos
Calendário Informa o calendário da disciplina, conforme calendário prévio
emitido pela coordenação do curso
Mural da Disciplina Refere-se ao mural de recados e informes da disciplina
Aulas Permite a inserção de campos para a criação das aulas de uma
disciplina, bem como vincular atividades à aula
Atividade (dentro do
menu Aulas)
Permite acrescentar atividades e vinculá-las a uma aula
específica, descrevendo o conteúdo, delimitando um período de
execução e uma porcentagem na avaliação a distância
Encontros Presenciais Descreve as atividades que serão realizadas presencialmente no
polo e contém os seguintes campos: número do encontro, data do
encontro e título
Percentual de
Atividades a Distância
Apresenta o percentual de todas as atividades a distância
Referências
Bibliográficas
Informa as referências utilizadas/indicadas na disciplina
Anexos Realiza o upload de arquivos complementares ao material da
disciplina
Concluir Etapa Conclui uma etapa de elaboração da matriz por um usuário
específico (professor formador, designer educacional ou revisor)
Finalizar matriz Finaliza o preenchimento da matriz e é realizada,
exclusivamente, pelo designer educacional
Fonte: Elaborado pela autora.
Nos campos que compõem a matriz, o usuário dispõe de ferramentas de edição de
texto que possibilita a edição e/ou inserção de uma série de recursos, tais como negrito, itálico,
sublinhado, tachado, sobescrito, sobrescrito, fonte, tamanho da fonte, tamanho do título, cor do
texto, cor da letra, numeração, marcadores, recuo, formatação (justificado, alinhado à direita,
alinhado à esquerda e centralizado) do texto, fazer e desfazer, inserção de link, imagem e outros.
4.5.3 Módulo de Publicação
Após todas as correções, edições e validações realizadas entre professor-formador,
DE e revisor, a matriz é exportada para um arquivo de texto ou PDF. Essa ação está sob a
responsabilidade do DE e é realizada através do botão “Finalizar Matriz”.
71
Figura 20 - Módulo de publicação
Fonte: Sistema Made
No modelo atual de produção, o DE desempenha o papel de finalização da matriz e
a envia à equipe técnica que cuida da postagem e configuração da disciplina no ambiente virtual
de aprendizagem. Dessa forma, a ação de finalização de uma matriz no sistema Made ficou a
cargo do DE.
Quadro 8 - Especificação do Módulo de Publicação
Especificações Funcionalidade
Exportar para PDF Exportar matriz DE finalizada para versão
Exportar para documento de texto Exportar matriz DE finalizada para versão
documento de texto
Fonte: Elaborado pela autora.
4.6 MODELAGEM DO SISTEMA MADE (UML)
A modelagem de negócio do sistema é a fase posterior ao levantamento dos
requisitos. Nessa fase, é realizada a listagem e identificada a ordem de desenvolvimento. Além
Publicação
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de orientar a equipe em suas atividades diárias, essa ação auxiliará na validação futura dos
requisitos do sistema.
A modelagem de casos de uso auxilia o desenvolvedor na separação das
funcionalidades que compõem o sistema. Tomando como base a definição de Melo (2010, p.
56), “um caso de uso descreve uma sequência de ações que representam um cenário principal
(perfeito) e cenários alternativos, com o objetivo de demonstrar o comportamento de um
sistema (ou parte dele), através de interações com atores”. Os casos de uso, por representar em
conjuntos bem definidos das funcionalidades do sistema, precisam se relacionar com outros
casos de uso e com atores que enviarão e receberão mensagens (MELO, 2010). A autora
apresenta os seguintes tipos de relacionamento:
Relacionamentos de casos de usos – quando ocorrem entre si e são do tipo
generalização, extensão e inclusão;
Relacionamentos de atores – quando ocorrem entre si e tem-se o único tipo
generalização;
Relacionamentos entre atores e casos de uso – tem-se apenas o tipo associação.
A partir do escopo do sistema, é apresentada abaixo uma lista de casos de uso:
i) Acessar sistema
ii) Cadastrar usuário
iii) Excluir usuário
iv) Cadastrar curso
v) Excluir curso
vi) Cadastrar programa
vii) Excluir programa
viii) Cadastrar disciplinas
ix) Excluir disciplinas
x) Inserção de disciplinas nos cursos
xi) Cadastrar polos
xii) Cadastrar tipo de curso
xiii) Atribuir usuários na matriz
xiv) Criar matriz
xv) Editar matriz
xvi) Excluir matriz
xvii) Consultar matriz
xviii) Exportar matriz para PDF ou documento de texto
xix) Inserir peso por atividade na matriz
A seguir, é apresentado os casos de usos do sistema Made e descritas suas
funcionalidades.
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4.6.1 Diagrama de Caso de Uso
Apresentam-se nesta subseção alguns casos de uso presentes no sistema Made e
descrevem-se suas funcionalidades. Por se tratar de muitos casos de uso, está disponível no
apêndice C a descrição do Caso de uso “Cadastros Relacionados Disciplina”. Desta forma, do
caso de uso, mostrado na figura 21, descreve-se apenas o cenário “Cadastros da Matriz”.
Figura 21 - Casos de usos – Gerenciar Matriz
Fonte: Elaborada pela equipe de desenvolvimento do Sistema.
Descrição
Neste caso de uso, o administrador do sistema irá cadastrar os dados relacionados à disciplina
e a Matriz. No quadro “Cadastros da Matriz”, o administrador cadastrará os usuários que terão
acesso à matriz, criará uma nova Matriz ou editará uma Matriz existente e definirá programa,
curso, semestre, disciplina, período, turma e atribuir os usuários responsáveis pela edição e
visualização da mesma.
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Atores envolvidos
Administrador
Pré-condições
O ator administrador deve estar logado no sistema.
Cenário “Cadastros da Matriz”
UC101 – Cadastrar Usuários da Matriz
1. O administrador clica no menu Matriz, seleciona o submenu Gerenciar matrizes e clica na
opção Criar/Editar Matriz.
2. O administrador seleciona o programa/projeto, curso, semestre, disciplina, período, turma e
adiciona todos os usuários pertencentes àquela matriz.
3. O administrador clica no botão salvar.
4. O sistema verifica se os campos estão preenchidos.
4.1 Caso algum campo obrigatório não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Campo <nome do campo> é obrigatório.”
4. O sistema inclui o registro dos usuários na matriz selecionada.
6. O cenário se encerra.
UC102 – Criar/Editar Matriz
1. O administrador clica no menu Matriz, seleciona o submenu Gerenciar matrizes e clica na
opção Criar/Editar Matriz.
2. O administrador define o programa/projeto, curso, semestre, disciplina, período e turma.
3. O administrador cadastra os usuários da matriz.
4. O administrador clica no botão salvar.
5. O sistema verifica se os campos obrigatórios estão preenchidos;
5.1 Caso algum campo obrigatório não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Campo <nome do campo> é obrigatório”.
6. O sistema valida se a matriz já existe na base de dados.
6.1 Caso já exista uma matriz para o semestre selecionado, a seguinte mensagem é
apresentada: “Matriz DE já cadastrada”.
7. O sistema inclui a matriz na lista de matrizes.
8. O cenário se encerra.
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Na figura 22, apresenta-se o caso de uso Manipular Matriz – parte 2. Neste caso de
uso são descritos os campos aulas, encontros presenciais, calendário das aulas, referências e
gerar documento da Matriz. Nos campos “aulas” e “encontros presenciais”, é possível inserir
subcampos.
Figura 22 - Casos de usos – manipular Matriz (parte II)
Fonte: Elaborada pela equipe de desenvolvimento do Sistema.
Descrição
Neste caso de uso, o usuário da matriz irá inserir a quantidade de aulas na matriz da disciplina.
Essa quantidade é proporcional à carga horária da disciplina22. Irá inserir e editar o conteúdo
das aulas e atividades, bem como a quantidade de encontros presencias23. Cadastrará o
calendário da disciplina, conforme calendário da coordenação de curso. Inserirá as referências
22 No modelo de curso da Diretoria de EaD / IFCE, uma aula equivale a 10h. 23 A quantidade mínima exigida por lei equivale a 20% da carga horária total de uma disciplina.
76
bibliográficas utilizadas no apoio à construção da matriz. Por último, exportará a matriz
finalizada para um PDF.
Atores envolvidos
Professor formador, designer educacional e revisor.
Pré-condições
O usuário deve estar cadastrado na matriz.
Cenário Manipular Matriz – parte 2
UC210 – Cadastrar Aula
1. O usuário clica no menu Aulas e adiciona +Aula.
2. O usuário insere o número da aula, título da aula, data início e data fim.
4. O usuário clica no botão salvar.
5. O sistema verifica se os campos obrigatórios estão preenchidos.
5.1 Caso algum campo obrigatório não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Campo <nome do campo> é obrigatório”.
6. O sistema valida se a aula já existe na base de dados.
6.1 Caso já exista uma aula cadastrada com essa numeração, a seguinte mensagem é
apresentada: “Aula<número da aula> já cadastrada”.
7. O sistema inclui a aula na lista de aulas em ordem crescente.
8. O cenário se encerra.
UC211 – Cadastrar conteúdo da Aula
1. O usuário clica no menu Aulas, seleciona apresentação e insere a descrição da aula.
2. O usuário clica no botão salvar.
3. O sistema gera uma versão para o campo apresentação da aula.
4. O sistema verifica se o campo obrigatório está preenchido.
4.1 Caso o campo obrigatório não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Campo <nome do campo> é obrigatório”.
5. O sistema inclui a apresentação no conteúdo da aula.
6. O cenário se encerra.
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UC212 – Cadastrar Atividades da Aula
1. O usuário clica no menu Aulas, seleciona uma aula e insere a atividade.
2. O usuário seleciona o tipo de atividade e insere o título da atividade.
2. O usuário clica no botão salvar.
3. O sistema gera a atividade da aula.
4. O sistema verifica se o campo obrigatório está preenchido.
4.1 Caso o campo obrigatório não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Campo <nome do campo> é obrigatório”.
5. O sistema inclui a atividade na aula.
6. O cenário se encerra.
UC213 – Cadastrar Conteúdo da Atividade
1. O usuário clica na opção conteúdo, insere a descrição da atividade, seleciona o tipo de
avaliação e peso em porcentagem.
2. O usuário clica no botão salvar.
3. O sistema gera uma versão para o campo descrição da aula.
4. O sistema verifica se os campos obrigatórios estão preenchidos.
4.1 Caso um dos campos obrigatórios não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Campo <nome do campo> é obrigatório”.
5. O sistema inclui o conteúdo da atividade na aula.
6. O cenário se encerra.
UC214 – Cadastrar Encontros Presenciais
1. O usuário clica no menu Encontros Presenciais, seleciona a opção “+Encontros Presenciais”
e insere o número do encontro, título do encontro e data do encontro.
2. O usuário clica no botão salvar.
3. O sistema verifica se os campos obrigatórios estão preenchidos.
3.1 Caso um dos campos obrigatórios não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Campo <nome do campo> é obrigatório”.
4. O sistema inclui o encontro presencial.
5. O cenário se encerra.
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UC215 - Cadastrar Conteúdos dos Encontros Presenciais
1. O usuário clica na opção descrição, insere a descrição do encontro, seleciona o tipo de
avaliação, turno e peso em porcentagem.
2. O usuário clica no botão salvar.
3. O sistema gera uma versão para o campo descrição do encontro.
4. O sistema verifica se os campos obrigatórios estão preenchidos.
4.1 Caso um dos campos obrigatórios não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Campo <nome do campo> é obrigatório”.
5. O sistema inclui o conteúdo no encontro presencial.
6. O cenário se encerra.
UC216 - Cadastrar Calendário de Aulas
1. O usuário edita o campo calendário.
2. O usuário clica no botão salvar.
3. O cenário se encerra.
UC217 – Cadastrar Referências Bibliográficas
1. O usuário edita o campo referências bibliográficas.
2. O usuário clica no botão salvar.
3. O cenário se encerra.
4.6.2 Diagramas de sequência
Os diagramas de sequência pertencem a um grupo denominado diagramas de
interação. Eles são utilizados para fazer a modelagem dos aspectos dinâmicos do sistema
(BOOCH, RUMBAUGH, JACOBSON, 2005). Conforme Melo (2010, p. 160), “o diagrama de
sequência enfatiza a sequência de mensagens dentro de uma linha do tempo”. Por meio desse
diagrama, é possível observar a interação entre os objetos envolvidos a partir das suas linhas de
tempo.
Na figura 23, tem-se o digrama de sequência da Criação e Edição de uma Matriz.
Esse diagrama apresenta a comunicação entre os objetos criar matriz.xhtml, criar Matriz
Controller.java e o administrador do sistema. Por contemplar uma série de validações dentro
79
da sua comunicação, esse diagrama permite visualizar todos os encadeamentos resultantes da
ação “criar matriz” dentro do sistema Made.
Figura 23 - Diagrama de sequência – Criação/Edição da Matriz
Fonte: Elaborada pela equipe de desenvolvimento do Sistema.
O diagrama de sequência, mostrado na figura 23, ilustra o processo de
criação/edição da matriz pelo administrador. A seguir o passo a passo dessa atividade:
1. Administrador seleciona um programa, dentre os já cadastrados;
2. Sistema exibe a lista de cursos daquele programa;
3. Administrador seleciona um curso;
80
4. Sistema exibe a lista dos semestres do curso selecionado;
5. Administrador seleciona o semestre;
6. Sistema exibe a lista das disciplinas daquele semestre;
7. Administrador seleciona a disciplina;
8. Sistema exibe o período de oferta;
9. Administrador seleciona o período. Caso não tenha, ele cadastra;
10. Sistema exibe a turma a ser ofertada naquele período;
11. Administrador seleciona a turma e em seguida clica em salvar.
Na figura 24 a seguir, apresenta-se a estrutura do sistema representado pelo
diagrama anterior.
Figura 24 - Representação no sistema do diagrama 23
Fonte: Sistema Made
Em alguns campos de edição de uma matriz, é possível salvar versões dos textos, o
que possibilita ao usuário fazer o controle das versões, podendo recuperar sua versão quando
desejar. Em cada versão salva é possível inserir comentários específicos. Para que o usuário
identifique se a versão tem ou não comentários, deve observar se ao lado do número da versão
existem dois asteriscos.
No diagrama de sequência, mostrado figura 25, apresenta-se um exemplo de como
se dá a inserção de comentários em versões já existentes.
81
Figura 25 - Diagrama de sequência – Comentários
Fonte: Elaborada pela equipe de desenvolvimento do Sistema.
O administrador inicia escolhendo a versão que deseja comentar dentre as versões
existentes. Clica com botão direito do mouse sobre a versão e seleciona a opção “Adicionar
comentários” (ver figura 26). Em seguida, o sistema exibe uma caixa de texto e o usuário insere
ou edita seu comentário. Ao clicar em salvar, o usuário pode observar que o sistema exibe dois
asteriscos ao lado da versão comentada, indicando que há algum texto naquela versão
específica.
Figura 26 - Representação no sistema do diagrama 25
Fonte: Sistema Made
82
O usuário da matriz pode comparar as versões já existentes dos textos adicionados
aos campos daquela matriz. No diagrama da figura 27, apresenta-se o fluxo dessa ação dentro
sistema.
Figura 27 - Diagrama de sequência – Comparar versões
Fonte: Elaborada pela equipe de desenvolvimento do Sistema.
O usuário, inicialmente, escolhe o número da versão que deseja comparar. Em
seguida, seleciona a opção “Comparar”. O sistema exibe uma tela com os textos disponíveis na
versão selecionada pelo usuário e na versão mais atual do campo. A figura 28 apresenta essa
ação no sistema.
83
Figura 28 - Representação no sistema do diagrama 27
Fonte: Sistema Made
A figura 29 apresenta o diagrama de sequência “Nova ementa”. O usuário da matriz
inicia a inserção de texto no campo da ementa. Em seguida, seleciona a opção “Salvar”. O
sistema verifica se o usuário tem permissão de edição no campo. Se tiver, salva a nova versão
da ementa. Caso contrário, o sistema exibe a mensagem “Usuário sem permissão” e o novo
texto não é salvo.
Figura 29 - Diagrama de sequência – Nova ementa
Fonte: Elaborada pela equipe de desenvolvimento do Sistema.
84
No diagrama de sequência, ilustrado na figura 30, o administrador inicia o cadastro
de um programa preenchendo com o nome e sigla do programa, em seguida solicita salvar. O
sistema avalia se o programa já está cadastrado e, em caso afirmativo, emite a mensagem
“programa já cadastrado”. Caso contrário, salva o programa e ele aparecerá na lista dos
programas em ordem alfabética.
Figura 30 - Diagrama de sequência – Programa
Fonte: Elaborada pela equipe de desenvolvimento do Sistema
4.6.3 Modelo Entidade e Relacionamento (MER)
Os diagramas Modelo Entidade Relacionamento (MER) são utilizados na
composição dos elementos do Banco de Dados de um sistema. Segundo Fileto (2010, p. 1), o
MER é um “modelo baseado na percepção do mundo real, que consiste em um conjunto de
objetos básicos chamados entidades e nos relacionamentos entre esses objetos”. Os elementos
básicos que compõem os diagramas MER são tipos de entidades, atributos e relacionamentos.
Os tipos de entidades podem ser compreendidos como a representação dos grupos de objetos
físicos, tais como livros, pessoas e lugares. Já os atributos representam as propriedades
relacionadas aos tipos de entidade ou de relacionamento, enquanto os relacionamentos são
associações representativas dos elementos das entidades (MANNINO, 2007).
85
O Diagrama Entidade Relacionamento ilustrado na figura 31 apresenta as
informações acadêmicas relacionadas a um curso dentro do sistema Made.
Figura 31 - MER – Dados do curso
Fonte: Elaborada pela equipe de desenvolvimento do Sistema.
Antes da edição das informações acadêmicas de um curso, o administrador deve
cadastrar o curso, caso o curso a ser editado ainda não exista no sistema. O administrador deve
inserir as seguintes informações para a criação de um novo curso: código do curso24, nome do
curso, tipo do curso (técnico, graduação, etc.) e o programa ao qual o curso está vinculado.
A etapa seguinte consiste na edição das informações acadêmicas do curso. Nessa
fase, o administrador insere os seguintes dados: carga-horária total, carga horária mínima,
24 Esta informação foi extraída do cadastro do curso no setor de Coordenação de Controle Acadêmico da
instituição.
86
média para aprovação, média mínima para realizar prova final, média mínima para aprovação
após realizar prova final, limite de faltas, data limite para publicação das notas, peso das
atividades presenciais e peso das atividades a distância.
Os polos de apoio de presencial estão relacionados aos cursos. A inserção de um
polo no sistema independe da existência prévia do curso, no entanto a exclusão de um polo só
é possível após a exclusão dos cursos que estão vinculados a ele.
Na figura 31, também é possível observar os elementos necessários para a criação
de uma disciplina no sistema Made. O administrador solicita a criação de uma disciplina no
sistema. Para isso é necessário preencher os seguintes campos: código da disciplina25, nome,
carga horária, carga horária mínima, peso das atividades presenciais e peso das atividades a
distância.
A próxima etapa será vincular a disciplina ao curso. Para isso o administrador clica
na opção “visualizar grade”, localizada ao lado de cada curso. Na tela seguinte, clica no botão
adicionar disciplina (ver figura 32).
Figura 32 - Vinculando disciplina ao curso
Fonte: Sistema Made
No diagrama MER, mostrado na figura 33, é apresentado o processo de criação de
uma matriz no sistema Made.
25 Esta informação foi retirada da Matriz Curricular do Curso.
87
Figura 33 - MER – Dados da Matriz
Fonte: Elaborada pela equipe de desenvolvimento do Sistema.
1
2
3
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5
6
7
8
9
88
O usuário responsável pelo preenchimento da matriz solicita a inserção da ementa
[1] da disciplina ao sistema. Conforme apresentado anteriormente, cada novo texto salvo, o
sistema gera uma versão que pode ser comentada posteriormente. A mesma regra valerá para
os campos dos objetivos (geral [2] e específicos [3]) e o mural da disciplina [4].
No campo aula [5], o usuário solicita o cadastro de uma aula e preenche os seguintes
dados: número da aula, título da aula e data início e fim da aula. Nesse campo, o usuário tem
duas opções de salvar: 1ª salvar e retornar a lista das aulas; 2ª salvar e continuar. Nessa última
opção, o usuário pode inserir a próxima aula.
A próxima etapa será inserir a descrição da aula [6] e cadastrar as atividades [7]
pertencentes a ela. Ao selecionar descrição, o usuário insere o texto de apresentação da aula e
solicita salvar. O campo de apresentação da aula segue a mesma regra do campo ementa, ou
seja, a cada novo texto o sistema gera uma versão. Para o cadastro das atividades, o usuário
seleciona a aula e clica no botão “+ atividade”. A seguir, o usuário escolhe o tipo de atividade
(fórum, tarefa, chat, glossário, quiz e, wiki) e insere o título da atividade.
A inserção do conteúdo em cada atividade é realizada após seu cadastro na aula e
os campos são basicamente os mesmos para qualquer tipo de atividade. São eles descrição, tipo
de avaliação (sem nota, escala LV e nota média), nº mínimo de mensagens e peso (em %).
No campo dos encontros presenciais [8], o usuário segue a mesma ideia do campo
da aula, ou seja, solicita o cadastro de um encontro presencial, insere o número, título e data do
encontro. Também há duas opções de salvar: 1ª salvar e retornar à lista dos encontros; 2ª salvar
e continuar. Nessa última opção, o usuário pode inserir o próximo encontro. Já o conteúdo de
cada encontro [9] é inserido após sua criação e é composto pelos seguintes campos: descrição,
tipo de avaliação, turno (manhã, tarde e noite) e peso (em %).
Com a apresentação desse último diagrama, é possível observar os diversos
relacionamentos existentes entre os elementos que compõem uma matriz dentro do sistema
Made. Diante isso, compreende-se a necessária sistematização e automatização desses
processos, já que constantemente uma grande quantidade de informações são geradas
decorrentes das ofertas das disciplinas e dos cursos semestralmente.
No capítulo seguinte, apresentam-se os resultados encontrados a partir dos testes
realizados no sistema Made.
89
5 VALIDAÇÃO DO SISTEMA E RESULTADOS OBTIDOS
Teste é a parte inevitável de qualquer esforço
responsável para desenvolver um sistema de software.
(WILLIAM HOWDEN, s/a)
Neste capítulo, apresenta-se o resultado dos testes funcionais realizados com o
Sistema Made. Na primeira seção, descrevem-se os tipos de testes de software e sua importância
dentro das etapas que compõem o seu desenvolvimento. Na segunda seção, apresenta-se a
ferramenta web Selenium, como aplicação utilizada nas atividades de testes do Sistema Made.
Por último, apresentam-se os casos de testes realizados no sistema e os resultados obtidos a
partir deles.
5.1 TIPOS DE TESTES APLICADOS PARA VALIDAÇÃO DE UM SISTEMA
A construção de um software ou de um sistema, qualquer que seja ele, demanda um
bom tempo de dedicação da equipe de desenvolvimento, seja o levantamento de requisitos,
construção do modelo de dados, elaboração de diagramas, dentre outros elementos que estarão
envolvidos na execução dessa ação, seja na atividade de programação em si.
A programação em si constitui-se apenas uma das fases da elaboração do projeto
de desenvolvimento de software. A outra fase é o momento de disponibilização e utilização
desse sistema pelo usuário final. É necessário que, antes dessa ação, ocorra a atividade de
validação que normalmente é feita através de testes. Segundo Souza e Gasparotto (2013, p. 2)
“o principal objetivo da realização do teste de software é reduzir a probabilidade de ocorrência
de erros quando o sistema estiver em produção.” Nesse sentido, os testes ajudam a equipe a
reduzir ou até mesmo a evitar retrabalhos futuros.
Para o bom desempenho das atividades de testes, é necessário planejar todo o
roteiro, os casos de testes e selecionar as ferramentas que serão utilizadas para o
desenvolvimento dessa tarefa. Diante disso, Santos e Santos Neto (s/d, p. 2) destacam que o
teste de software “envolve a execução de um programa com a aplicação de certos dados de
entrada, examinando suas saídas, verificando se elas combinam com o esperado e estabelecido
nas suas especificações.”. Os testes são realizados de acordo com a necessidade e objetivo de
cada equipe, contudo sua aplicação é fundamental durante o período de construção de um
software.
90
Existem variados tipos de testes que podem auxiliar a equipe de desenvolvimento
a detectar problemas que não poderiam ser percebidos facilmente. Dentre eles, têm-se os testes
unitários que “têm por objetivo explorar a menor unidade do projeto, procurando provocar
falhas ocasionadas por defeitos de lógica e de implementação em cada módulo, separadamente”
(DIAS NETO, 2007, p. 56). Além desses, pode-se observar no quadro abaixo outros tipos de
testes disponíveis.
Quadro 9 - Tipos de testes
Teste Definição
Integração Visa descobrir os problemas de integração e compatibilidade dos módulos.
É construído a partir dos testes unitários.
Sistema É uma verificação de consistência entre o sistema de software e sua
especificação (é uma atividade de verificação). É focado principalmente
na descoberta de falhas.
Aceitação Seu propósito é orientar a decisão de quando o produto em seu estado atual
deve ser liberado. A decisão pode ser baseada em medidas do produto e
do processo.
Regressão Objetiva verificar se a nova versão do sistema possui todas as
funcionalidades anteriores a sua atualização. Uma abordagem simples de
teste de regressão consiste em reexecutar todos os casos de teste projetados
para as versões anteriores.
Funcional Também conhecido como teste caixa-preta ou teste baseado na
especificação, denota técnicas para derivar casos de testes a partir de
especificações funcionais.
Fonte: Pezzé e Young (2008)
No contexto do sistema Made, optou-se pelo tipo de teste funcional, pois ele permite à
equipe de testadores verificar se os requisitos elencados no projeto inicial do sistema foram
atendidos e se estão funcionando adequadamente.
Na próxima seção, apresenta-se a ferramenta web Selenium utilizada para realização de
testes de software.
91
5.2 SELENIUM
A utilização de aplicações web para realização de testes de software permite
otimizar o tempo e apontar erros que poderiam passar desapercebidos em testes manuais.
Segundo Santos e Santos Neto (2010, p. 5), “os testes manuais, em geral, são cansativos e de
difícil repetição tornando complexo sua utilização e execução de forma idêntica diversas vezes
seguidas”.
Dente as aplicações web disponíveis na internet para realização de testes, foi
selecionado o Selenium-IDE por se tratar de uma aplicação gratuita, possuir uma interface
amigável e funcionar como plug-in do Firefox. Selenium pode ser definido como um conjunto
de ferramentas para criação de testes funcionais automatizados, sendo executado em múltiplas
plataformas (SELENIUMHQ, 2012). A existência desse conjunto de ferramentas proporciona
ao usuário escolher qual melhor se adequa a sua necessidade. Dentre esse conjunto, o Selenium
é composto por SeleniumIDE26, Selenium-RC e Selenium-GRID.
Santos e Santos Neto (s/d, p. 7) definem o Selenium-IDE como “uma ferramenta
do tipo record-and-playback, ou seja, ela captura as ações executadas pelo testador e gera um
script que permite a re-execução das ações feitas, automatizando assim, o teste”. Na figura 34,
é apresentada a interface gráfica do Selenium-IDE.
Figura 34- Ferramenta Selenium-IDE
Fonte: http://www.seleniumhq.org/
26 Para fins de estudos, será apresentado o Selenium-IDE. Informações sobre as demais ferramentas podem ser
encontradas o site http://www.seleniumhq.org/. Acesso em 23 nov. 2014.
Lista
de
Caso
Testes
Painel informativo
Painel com Script do caso de teste
92
O Selenium-IDE possui recursos e funções que auxiliam o usuário na utilização e
realização de seus testes. O programa apresenta um “Menu”, que contém funções mais gerais de
configuração do programa, e o “Toolbar” com elementos visuais que permitem aos testadores controlar
ou melhorar suas atividades dentro do Selenium-IDE. Sobre esse último, a figura abaixo apresenta o que
são cada um desses recursos.
Figura 35 - Toolbar do Selenium
Fonte: http://www.seleniumhq.org/
Na próxima seção, apresentam-se os casos de testes do sistema Made elencados para
aplicação do Selenium.
5.3 CASOS DE TESTES DO SISTEMA MADE
Para a realização dos testes foram elencados alguns casos de testes considerados
importantes para a criação de uma Matriz no sistema. Um caso de teste pode ser descrito como
“uma condição particular a ser testada, é composto por valores de entrada, restrições para a sua
execução e um resultado ou comportamento esperado” (PIERRI, 2013, p. 1). Compreende-se
que os resultados obtidos, a partir desse roteiro, possam dar subsídios à equipe de
desenvolvimento para promover ajustes no sistema, se necessário.
Como apresentado no capítulo 3, para a produção de uma Matriz de Design Educacional
de uma disciplina específica, é necessário que haja diversos planejamentos anteriores, seja por
parte da coordenação de curso, de tutoria ou de produção. Desta forma, para que uma Matriz
Controle de velocidade
Executa todos os casos de testes
Executa o teste selecionado
Pausa um teste em execução
Permite executar um comando por vez
Permite executar o caso de teste em um navegador carregado com o Selenium-core TestRunner.
Permite aplicar sequências repetitivas de Selenium comandos para ser agrupadas em uma única ação
Grava ações do navegador do usuário
93
seja criada no Sistema Made, é necessário que antes tenha sido criado o programa, o curso e a
disciplina aos quais essa Matriz será vinculada.
Nesse sentido, os casos de testes realizados através do Selenium tomam como base a
seguinte ordem:
Figura 36 - Fluxo dos Casos de teste
Fonte: Elaborada pela autora.
No quadro 10, é descrito o Caso de Teste Criar curso (CT - 01). É uma das ações, dentre
as atividades de planejamento, desenvolvida pelo administrador do sistema Made. Antes ele
deverá ter cadastrado o programa ao qual o curso estará vinculado.
Quadro 10 - Caso de Teste Criar curso
ID CT- 01
Caso de teste Criar um curso no sistema
Funcionalidade Adicionar Curso
Pré-condição Curso não existir no banco de dados do
sistema
Procedimento 1. Efetuar login no sistema
2. Clicar no menu “Dados dos cursos”
e selecionar “Curso”
3. Inserir Código e Nome do curso e
selecionar Nível de ensino e
Programa
Resultado
esperado
Curso cadastrado com sucesso
Fonte: Elaborado pela autora.
A próxima atividade diz respeito ao Caso de Teste Criar disciplina (CT - 02). Nele
a disciplina é criada no sistema Made para que posteriormente possa ser vinculada ao curso
(quadro 11).
Criar um cursoCriar uma disciplina
Criar a matriz dessa
disciplina
Criar uma aula dessa matriz
94
Quadro 11 - Caso de Teste - Criar disciplina
ID CT-02
Caso de teste Criar uma disciplina no sistema
Funcionalidade Adicionar
Pré-condição Disciplina não existir no banco de
dados do sistema
Procedimento 1. Efetuar login no sistema
2. Clicar no menu “Dados dos
cursos” e selecionar
“Disciplinas”
3. Clicar em “Adicionar”
4. Inserir Código, Nome, Carga
Horária, Carga Horária
mínima, Peso Atividade
Presencial e Peso atividade
Distância.
Resultado esperado Disciplina inserida com sucesso
Fonte: Elaborado pela autora.
O caso de teste Criar uma Matriz no sistema (quadro 12) representa a criação da Matriz.
Para isso, a Matriz estará associada a um programa, curso, semestre, disciplina, período de
oferta e turma. É importante salientar que o programa, curso, semestre e disciplina devem estar
previamente cadastrados, bem como o período de oferta e turma já devem estar inseridos no ato
de criação da Matriz.
Quadro 12 - Caso de Teste - Criar Matriz
ID CT-03
Caso de teste Criar uma Matriz no sistema
Funcionalidade Criar/Editar Matriz
Pré-condição Matriz não existir no banco de dados
do sistema
Procedimento 1. Efetuar login no sistema
2. Clicar no menu “Matriz” e
selecionar “Gerenciar
Matrizes”
3. Clicar em “Criar/Editar
Matriz”
4. Selecionar o Programa;
Curso; Semestre e Disciplina
5. Adicionar o Período e Turma
6. Clicar em “Salvar”
Resultado esperado Matriz criada com sucesso
Fonte: Elaborado pela autora.
95
Uma vez criada a Matriz, seus campos serão editados pelos atores envolvidos (professor
formador, designer educacional e revisor). Uma das atividades do professor formador é
cadastrar todas as aulas de sua disciplina na matriz, bem como definir título e estabelecer a data
de início e fim. O quadro 13 representa o caso de teste Criar uma aula.
Quadro 13 - Caso de Teste - Criar aula
ID CT-04
Caso de teste Criar uma aula
Funcionalidade +Aula
Pré-condição Não existir a aula criada
Procedimento 1. Efetuar login no sistema
2. Clicar no menu “Matriz” e
selecionar “Gerenciar
Matrizes”
3. Clicar em “Editar conteúdo”
na coluna Ações da Matriz
que deseja modificar
4. Selecionar o menu “Aulas”
5. Clicar em “Aulas”
6. Inserir o Número, Título, Data
início e Data fim da aula
7. Clicar em “Salvar”
Resultado esperado Aula adicionada com sucesso
Fonte: Elaborado pela autora.
Na próxima seção, apresentam-se os resultados encontrados a partir dos testes
funcionais realizados no sistema Made com a aplicação Selenium.
5.4 TESTES E RESULTADOS ENCONTRADOS
Para melhor visualização e entendimento dos testes, optou-se por apresentá-los
separadamente, obedecendo à ordem estabelecida nos Casos de Testes (CT) da seção 5.3.
Primeiro foi executado o Caso de teste Criar Curso; depois Criar disciplina; Criar Matriz; e por
último Criar uma aula.
Para o Caso de teste Criar Curso, o sistema deve criar um curso. Conforme figura abaixo,
o teste foi realizado com sucesso. Durante sua execução, o Selenium não encontrou erros ou
falhas nessa atividade.
96
Figura 37 - Teste Criar Curso
Fonte: www.selenium.org
Na figura a seguir, será mostrado o curso teste dentro da lista de cursos criados do
sistema.
Figura 38 - Tela curso criado no sistema Made
Fonte: Sistema Made
O passo seguinte foi a criação de uma disciplina dentro do sistema Made. Na figura
a seguir, será mostrado o caso de teste executado com êxito.
97
Figura 39 - Teste Criar Disciplina
Fonte: www.selenium.org
Na figura abaixo, será apresentado a disciplina “Teste03” disponível dentro da lista de
disciplinas criadas no Sistema Made.
Figura 40 - Tela Disciplina criada no sistema Made
Fonte: Sistema Made
O próximo passo no fluxo de casos de teste é criação de uma matriz. Como é possível
observar na figura abaixo, o teste foi executado com sucesso.
98
Figura 41 - Teste criação da Matriz
Fonte: www.selenium.org
Na figura a seguir, será possível visualizar a Matriz da disciplina de “Inglês
Instrumental” dentro da lista de matrizes criadas no Sistema Made.
Figura 42 - Tela Matriz criada no sistema Made
Fonte: Sistema Made
O último caso de teste é o Criar aula. Nesse caso de teste, é simulada a inserção da aula
01 dentro da Matriz da disciplina de “Inglês Instrumental”. Conforme figura a seguir, o teste
foi realizado com sucesso, não apresentando erros em sua execução.
99
Figura 43 - Teste Criar aula de uma matriz
Fonte: www.selenium.org
Na figura abaixo, será apresentada a tela do sistema Made que contém a aula 1 da
disciplina mencionada anteriormente.
Figura 44 - Tela Aula criada no Sistema Made
Fonte: Sistema Made
A partir dos testes realizados no sistema Made, conclui-se que as funcionalidades
testadas estão devidamente estruturadas e funcionam de acordo com o previsto nos requisitos.
Contudo, para uma devida e segura implantação do sistema e disponibilização para o usuário
final, é importante que outros testes sejam realizados. Estes testes devem incorporar as outras
funções e atingir níveis variados do sistema. A seguir, serão apresentadas as considerações
finais e elencados possíveis trabalhos futuros.
100
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES FUTURAS
Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei
para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser,
mas Graças a Deus, não sou o que era antes. (Marthin
Luther King)
Desde o início da pesquisa, a ideia central foi apresentar uma solução tecnológica
para um entrave pedagógico. Consistiu em desenvolver um sistema que otimize a produção da
Matriz de Design Educacional, sistematize o processo de planejamento e possibilite aos
coordenadores acompanhar de forma rápida, organizada e centralizada a produção desse
documento.
De acordo com os estudos realizados no capítulo 2, observamos que a gestão dos
cursos para a modalidade a distância é um desafio presente no cotidiano dos gestores. A
atividade de administrar um curso requer de seus responsáveis um trabalho detalhado, que
considere todas as etapas: planejamento, concepção, desenvolvimento, implementação e
avaliação desses cursos.
Diante da dinâmica presente na execução de cursos na modalidade a distância, a
adoção de sistemas informatizados torna-se uma necessidade constante, não somente para
automatizar processos, mas para auxiliar os profissionais no controle e avaliação deles, a fim
de rever e ajustar as etapas, modelos e documentos sempre que necessário. Diante desse
contexto, o sistema Made surge como proposta tecnológica para automatizar o processo de
elaboração da Matriz de Design Educacional, proporcionando a sistematização e centralização
das informações produzidas.
No capítulo 3, discutiram-se as teorias do Design Instrucional e da Engenharia
Pedagógica. Com relação à primeira, fez-se uma contextualização histórica, apresentou-se sua
evolução ao longo das últimas décadas e destacou-se sua aplicação na produção e oferta de
materiais didáticos. Quanto à segunda, apresentaram-se suas fases e aplicação no contexto dos
sistemas de ensino. Essa última toma como base os conceitos da engenharia cognitiva, do design
pedagógico e da engenharia de software permitindo propor, elaborar e desenvolver cursos a
partir de uma visão mais ampla. Das duas teorias, extraíram-se as contribuições de cada uma
para o processo de elaboração das etapas que compõem o Sistema Made.
No capítulo seguinte, foram descritas as etapas, ferramentas e elementos utilizados
para o desenvolvimento do Sistema Made. Na primeira etapa, foram elencados os requisitos e
se discutiu quais elementos deveriam ser contemplados no sistema, além de esclarecer junto à
equipe técnica os processos inerentes ao planejamento e à elaboração da Matriz de Design
101
Educacional. Na segunda etapa, contemplou-se o desenvolvimento do sistema, a concepção dos
diagramas de casos de usos, diagramas de sequência, MER (Modelos Entidade e
Relacionamento), a validação dos protótipos iniciais e a delimitação de outros requisitos.
No último capítulo, foram apresentados os tipos de testes que existem e que são
utilizados pelos desenvolvedores e profissionais da área de TI para detectar possíveis entraves
durante a execução de um sistema. Destacou-se, dentre as ferramentas web disponíveis, o
Selenium por se tratar de uma aplicação gratuita e por ser facilmente integrado ao navegador
Firefox. Ainda nesse capítulo, descreveram-se os casos de testes e os resultados decorrentes dos
testes realizados no sistema Made.
O Made encontra-se em fase de teste e, como se trata de um sistema em evolução,
muitas informações poderão ser agregadas ao seu escopo à medida que os usuários iniciarem
seu uso. Acreditamos que a utilização por uma grande quantidade de usuários permitirá não
somente elencar melhorias para o sistema, mas repensar a fase de planejamento como fase
fundamental para a oferta de cursos a distância.
Por se tratar de um sistema em fase de desenvolvimento, muitas ideias surgirão a
partir de sua aplicação junto à equipe multidisciplinar da DEaD/IFCE. Dentre elas, destaca-se
1. Com a evolução técnica do sistema, dados estatísticos sobre a produção poderão ser
extraídos e analisados, no intuito de se criarem estratégias técnicas, pedagógicas ou
administrativas que minimizem os entraves durante a elaboração do planejamento sejam
de um curso ou disciplina.
2. Outra possibilidade futura, a partir da utilização do sistema pelo público-alvo, é a coleta
de dados para a delimitação de melhorias no sistema. Como ponto de partida, podem-se
estudar formas de incorporar outras ferramentas de gestão, tais como SIGEST (Sistema
de Gestão e Administração da DEaD) e SISAVI (Sistema de Avaliação Institucional).
3. A Portaria 4059/2004 institui que cursos na modalidade presencial possam ofertar até
20% da sua carga-horária na modalidade a distância. Com essa nova demanda, o
Sistema Made pode ser utilizado como apoio ao planejamento dessas disciplinas,
observando que ajustes serão necessários fazer no sistema para as devidas adequações
ao modelo presencial.
Acredita-se que a aplicação do Sistema Made no contexto da Diretoria de Educação
a Distância do IFCE possibilite a seus atores sistematizar seus processos, gerenciar seus
102
trabalhos e organizar o fluxo de mensagens geradas durante a elaboração e planejamento da
Matriz de Design Educacional.
Ressalta-se que a centralização, em um espaço único, de todas as etapas realizadas
para produção desse planejamento, contribuirá para a gestão da informação pela equipe
multidisciplinar e possibilitará a coordenação de produção realizar um acompanhamento
pedagógico e sistêmico de todo o processo, bem como dos atores envolvidos. Assim se poderão
rever e alinhar, da melhor forma possível, as etapas de concepção da Matriz.
103
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108
APÊNDICE A - Matriz de Design Instrucional 2009.2
1 – Dados Gerais:
Nome do Curso:
Ementa:
Objetivo Geral:
Objetivos
Específicos:
Público Alvo
Carga Horária: Início do curso: Término do curso:
Pré-requisitos:
Especialista em
Conteúdo:
Tutor Formador:
/ / / /
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
Diretoria de Educação a Distância
PLANEJAMENTO DE DISCIPLINA
109
Encontros
Presenciais:
Média/Conceito
de aprovação:
3 – Atividades Curriculares do Curso:
3.1 - Aulas
MODALIDADE: Semanal ( ) Modular ( )
Aula
Período
Tipo:
Presencial
- Virtual
Descrição Sumária da Aula: Tópicos e Sub-tópicos
3.2 - Fóruns de Discussão
Local Período Descrição Avaliação Peso%
( ) Sem Nota
( ) Nota Média
( ) Sem Nota
( ) Nota Média
Observações:
3.3 – Tarefas
ATIVIDADES INDIVIDUAIS
Local
Período Atividades Propostas Avaliação Peso%
( ) Sem Nota
( ) Nota Média
110
() Sem Nota
( ) Nota Média
3.4 - Chat / Sala de Bate Papo
ATIVIDADES SÍNCRONAS
Local
Período Descrição Avaliação Peso
( ) Sem Nota
( ) Nota Média
( ) Sem Nota
( ) Nota Média
3.5 - Wikis
ATIVIDADES COLABORATIVAS
Local
Período Descrição Avaliação Peso
( ) Sem Nota
( ) Nota Média
( ) Sem Nota
( ) Nota Média
4 – Encontros Presenciais
LOCAL
Período Descrição Avaliação Peso
111
5. Material de Apoio
ARQUIVOS A SEREM DISPONIBILIZADOS NAS AULAS
AULAS
Referências Bibliográficas
112
APÊNDICE B – Matriz de Design Educacional 2013.2
1. DADOS GERAIS Disciplina
Ementa
Objetivo
Geral
Objetivos
Específicos
Público Alvo
Informações Acadêmicas
Carga Horária do Curso
Carga Horária Mínima das Atividades Presenciais
Média para Aprovação no Curso (≥)
Média Mínima para Exame Final
Média Mínima para Aprovação no Exame Final
Limite de Faltas
Data limite para se digitar as notas
Peso das Atividades Presenciais
Peso das Atividades a Distância
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA MATRIZ DE DESIGN EDUCACIONAL
(MATRIZ DE)
[DISCIPLINA - SEMESTRE]
113
Início do curso
Término do curso
Pré-requisitos
Especialistas de Conteúdo
Professores Formadores
Designers Instrucionais
Diagramador Web/ Impresso
2. TUTORES DE INTERAÇÃO
2.1 Tutores a Distância
Nome Polo E-mail Telefone
2.2 Tutores Presenciais
Nome Polo E-mail Telefone
3. ATIVIDADES CURRICULARES DA DISCIPLINA 3.1 Mural da disciplina
Partici-
pantes
NOME DA DISCIPLINA / POLO
Mural
NOME COM
FOTO:
TUTOR
DISTÂNCIA
114
APRESENTAÇÃO, MENSAGEM DE BOAS VINDAS ETC
Plantão Online
Biblioteca
Notas
Lvs AGENDA
Admini
s-
Trador
Mensagens
Usuários
online
FÓRUM – AULA 1 – [TITULO]
Título do fórum
Descrição /
Enunciado
Avaliação ( ) Sem Nota Peso (%)
Aula 1 – [TITULO]
Apresentação
da aula
Período da aula
ATIVIDADES
PREVISTAS
PARA A AULA
( ) Fórum
( ) Tarefa
( ) Chat / bate-papo
( ) Wiki
( ) Glossário
( ) Quiz / Questionário
( ) Outros
OBSERVAÇÃO: A soma de todas as atividades a distância devem totalizar
100%.
115
( ) Nota média
( ) Escala LV
Nº Mínimo
de Mensagens
( ) 1 ( ) 2 ( ) 6 ( ) 10
TAREFA – AULA 1 – [TITULO]
Título da tarefa
Descrição /
Enunciado
Avaliação ( ) Sem Nota
( ) Escala LV Peso (%)
CHAT – AULA 1 – [TITULO]
Título do chat
Descrição /
Enunciado
Avaliação ( ) Sem Nota
( ) Escala LV Peso (%)
Nº Mínimo
de Mensagens
( ) 1 ( ) 2 ( ) 6 ( ) 10
116
WIKI – AULA 1 – [TITULO]
Título do wiki
Descrição /
Enunciado
Avaliação ( ) Sem Nota
( ) Escala LV Peso (%)
GLOSSÁRIO – AULA 1 – [TITULO]
Título do glossário
Descrição /
Enunciado
Avaliação ( ) Sem Nota
( ) Escala LV Peso (%)
Nº Mínimo
de Mensagens
( ) 1 ( ) 2 ( ) 6 ( ) 10
QUIZ – AULA 1 – [TITULO]
Título do quiz
Descrição /
Enunciado
117
Avaliação ( ) Sem Nota
( ) Escala LV Peso (%)
Observação Diagramador criar tarefa LV para exportar as notas do quiz
3.2 Soma Geral das Porcentagens
ATIVIDADES
Aulas Fórum Tarefa Chat Quiz Glossário Wiki
1
2
3
4
SOMA TOTAL DE TODAS AS ATIVIDADES A DISTÂNCIA DEVEM TOTALIZAR 100%
3.3 Quantidade de Faltas por atividade
O número de faltas por atividade (NFA), equitativamente distribuído, será calculado pela equação:
Foruns chats wikis Tarefas turnos presenciais
CHNFA
N N N N N
Veja exemplo abaixo:
Pr
603
6 6 4Fóruns Tarefas Encontrosesenciais
NFA
Neste curso o aluno levará 3 faltas por atividade que ele
se ausente.
OBSERVAÇÃO: Prof. replicar os quadros das atividades para as
demais aulas de sua disciplina.
CH é a carga horária dada pelo número total
de aulas do curso;
NFóruns é o número de fóruns de discussão;
NChats é o número de encontros virtuais na
sala de bate-papo;
NWikis é o número de Wikis previstos;
NTarefas é o número de atividades anexadas
em Tarefas;
NTurnos presenciais é o número de encontros
presenciais.
118
4. ENCONTROS PRESENCIAIS (A soma de todas as atividades presenciais devem totalizar 100%)
Título do Encontro
presencial
1º Encontro Presencial
Descrição /
Enunciado
Avaliação
Turnos ( ) Sem Nota
( x ) Nota Média
( ) Escala LV
Peso (%)
5. CALENDÁRIO DA DISCIPLINA
Evento Data
Descrição/Observações
REFERÊNCIAS
119
APÊNDICE C – Casos de Uso
A seguir são apresentados os casos de usos complementares ao material exposto no
capítulo 4, seção 4.6.1.
Casos de usos – Cadastros Relacionados Disciplina
Descrição
Neste caso de uso, o administrador do sistema irá cadastrar os dados relacionados à disciplina
e a Matriz. No quadro “Cadastros Relacionados Disciplina”, o administrador cadastra:
Programa, Polo, Curso, Grade Curricular, Disciplinas e Tipo de Curso.
Atores envolvidos
Administrador
Pré-condições
O ator administrador deve estar logado no sistema.
120
Cenário “Cadastros Relacionados Disciplina”
UC001 - Cadastrar Programa
1. O administrador seleciona a opção Programa e preenche o Nome e Sigla do
Programa/Projeto.
2. O administrador clica no botão salvar.
3. O sistema verifica se os campos obrigatórios estão preenchidos.
3.1 Caso um dos campos obrigatórios não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Sigla do programa é obrigatório.”
4. O sistema valida se o nome do programa informado já existe na base de dados.
4.1 Caso já exista um programa com o nome informado, a seguinte mensagem é
apresentada: “Programa já cadastrado.”
5. O sistema inclui o registro e apresenta na lista de cursos em ordem alfabética.
6. O cenário se encerra.
UC0002 - Cadastrar Polo
1. O administrador seleciona a opção Polo e preenche o Nome e selecione qual(is) curso(s) o
polo está vinculado.
2. O administrador clica no botão salvar.
3. O sistema verifica se os campos obrigatórios estão preenchidos.
3.1 Caso um dos campos obrigatórios não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Nome do polo é obrigatório.”
4. O sistema valida se o nome do polo informado já existe na base de dados.
4.1 Caso já exista um polo com o nome informado, a seguinte mensagem é
apresentada: “Polo já cadastrado.”
5. O sistema inclui o registro e apresenta na lista de polos em ordem alfabética.
6. O cenário se encerra.
UC0003 – Cadastrar curso
1. O administrador seleciona a opção Cursos e preenche o código do urso, nome do curso, tipo
do curso e programa.
2. O administrador clica no botão salvar.
3. O sistema verifica se os campos obrigatórios estão preenchidos.
121
3.1 Caso um dos campos obrigatórios não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Campo <nome do campo> é obrigatório.”
4. O sistema valida se o curso informado já existe na base de dados.
4.1 Caso já exista um curso com o nome informado, a seguinte mensagem é
apresentada: “Curso já cadastrado.”
5. O sistema inclui o registro e apresenta na lista de cursos em ordem alfabética.
6. O cenário se encerra.
UC0004 – Cadastrar disciplinas
1. O administrador seleciona a opção Disciplinas e preenche o código, nome, carga horária,
carga horária mínima, peso atividade presencial e peso atividade distância.
2. O administrador clica no botão salvar.
3. O sistema verifica se os campos obrigatórios estão preenchidos.
3.1 Caso um dos campos obrigatórios não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Campo <nome do campo> é obrigatório.”
4. O sistema valida se a disciplina informada já existe na base de dados.
4.1 Caso já exista uma disciplina com o nome informado, a seguinte mensagem é
apresentada: “Disciplina já cadastrada.”
5. O sistema inclui o registro e apresenta na lista de disciplinas em ordem alfabética.
6. O cenário se encerra.
UC0005 – Cadastrar Grade Curricular
1. O administrador seleciona a opção Cursos, Visualizar Grade, adicionar disciplina e seleciona
a disciplina e o semestre.
2. O administrador clica no botão salvar.
3. O sistema verifica se os campos obrigatórios estão preenchidos;
3.1 Caso um dos campos obrigatórios não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Campo <nome do campo> é obrigatório.”
4. O sistema valida se o código da disciplina informada já existe na base de dados.
4.1 Caso já exista o código da disciplina com o nome informado, a seguinte mensagem
é apresentada: “Disciplina já cadastrada”.
5. O sistema inclui o registro no semestre escolhido e apresenta a Grade curricular em ordem
crescente.
6. O cenário se encerra.
122
Na próxima figura, apresentaremos o caso de uso Manipular Matriz (parte II). Nessa
figura, são ilustrados os campos ementa, objetivo geral, objetivo específico e mural da
disciplina. Todos possuem o processo de versionamento.
Casos de usos – manipular Matriz (parte I)
Descrição
Neste caso de uso, o usuário da matriz poderá gerenciar ementa, cadastrar objetivo geral e
específico e cadastrar mural da disciplina.
Atores envolvidos
Formador, designer educacional e revisor.
Pré-condições
O usuário deve estar cadastrado na matriz.
Cenário- Manipular Matriz – parte I
UC201 – Gerenciar Ementa
1. O usuário edita o campo ementa.
2. O usuário clica no botão salvar.
3. O sistema verifica se o campo está preenchido.
123
3.1 Caso o campo obrigatório não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Ementa é obrigatória.”
4. O sistema verifica se existe algum texto anterior salvo.
4.1 Caso já exista um algum texto no campo ementa, o sistema salva a nova versão de
texto e gera um novo número de versão.
5. O cenário se encerra.
UC202 – Cadastrar Objetivo Geral
1. O usuário edita o campo objetivo geral.
2. O usuário clica no botão salvar.
3. O sistema verifica se o campo está preenchido.
3.1 Caso o campo obrigatório não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Objetivo geral é obrigatório.”
4. O sistema verifica se existe algum texto anterior salvo.
4.1 Caso já exista um algum texto no campo Objetivo geral, o sistema salva a nova
versão de texto e gera um novo número de versão.
5. O cenário se encerra.
UC203 – Cadastrar Objetivo Específico
1. O usuário edita o campo objetivo específico.
2. O usuário clica no botão salvar.
3. O sistema verifica se o campo está preenchido.
3.1 Caso o campo obrigatório não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Objetivo Específico é obrigatório.”
4. O sistema verifica se existe algum texto anterior salvo.
4.1 Caso já exista um algum texto no campo Objetivo Específico, o sistema salva a nova
versão de texto e gera um novo número de versão.
5. O cenário se encerra.
UC204 – Cadastrar Mural da Disciplina
1. O usuário edita o campo mural da disciplina.
2. O usuário clica no botão salvar.
3. O sistema verifica se o campo está preenchido.
124
3.1 Caso o campo obrigatório não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Mural da disciplina é obrigatório.”
4. O sistema verifica se existe algum texto anterior salvo.
4.1 Caso já exista um algum texto no campo Mural da disciplina, o sistema salva a nova
versão de texto e gera um novo número de versão.
5. O cenário se encerra.
UC0006 – Cadastrar Tipo de Curso
1. O administrador seleciona a opção Tipo de curso e preenche com o nível de ensino.
2. O administrador clica no botão salvar.
3. O sistema verifica se o campo está preenchido.
3.1 Caso o campo obrigatório não esteja preenchido, a seguinte mensagem é
apresentada: “Nome é obrigatório.”
4. O sistema valida se o nível de ensino já existe na base de dados
4.1 Caso já exista um nível de ensino com o nome informado, a seguinte mensagem é
apresentada: “Nome já cadastrado”.
5. O sistema inclui o registro na lista de níveis de ensino e em ordem alfabética.
6. O cenário se encerra.