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1 UFRRJ INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA DISSERTAÇÃO Avaliação Nutricional de Diferentes Rações Comerciais em Coelhos em Crescimento Marcus Ferreira Pessôa 2003

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UFRRJ INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

DISSERTAÇÃO

Avaliação Nutricional de Diferentes Rações Comerciais em Coelhos em Crescimento

Marcus Ferreira Pessôa

2003

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

AVALIAÇAO NUTRICIONAL DE DIFERENTES RAÇÕES COMERCIAIS EM COELHOS EM CRESCIMENTO

MARCUS FERREIRA PESSÔA

Sob a Orientação do Professor Augusto Vidal da Costa Gomes

e Co-orientação das professoras

Cristina Amorim Ribeiro de Lima Maria Paz Abraira López de Crespi

Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Magister Scientiae em Zootecnia, Área de Concentração em Nutrição, Alimentação e Produção de Não-ruminantes

Seropédica, RJ Março de 2003

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

MARCUS FERREIRA PESSÔA

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Área de Concentração em Nutrição, Alimentação e Produção de Não-Ruminantes, como requisito parcial para obtenção do grau de Magister Scientiae, em Zootecnia. DISSERTAÇÃO APROVADA EM 10/03/2003

________________________________________ Augusto Vidal da Costa Gomes. D.Sc. UFRRJ

(Orientador)

________________________________________ Walter Motta Ferreira. D.Sc. UFMG

________________________________________ Celso Guimarães Barbosa. Ph.D. UFRRJ

________________________________________ Fernando Queiroz de Almeida. DSc. UFRRJ

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Dedico à minha querida esposa Marilza e ao meu filho Victor, pelo amor, carinho e compreensão durante a realização deste trabalho e aos meus pais que deram o passo inicial na minha vida, sem o qual hoje não estaria escrevendo estas palavras.

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AGRADECIMENTOS A DEUS, por permitir que eu realizasse este trabalho. Ao Departamento de Nutrição Animal e Pastagens pela liberação para a realização deste aperfeiçoamento. Ao prof. Augusto Vidal da Costa Gomes, pelo grande incentivo, dedicação, amizade e orientação. Ao prof. Francisco Carlos Donatti, pela amizade de longos anos. Ao diretor do Instituto de Zootecnia Prof. Nelson Jorge Moraes Matos, pelos ensinamentos. A profª Maria da Paz Abraira López de Crespi e ao prof. José Franscisco Crespi Coll, pela imensa ajuda na realização deste experimento e também pelas valiosas contribuições. A profª Cristina Amorim Ribeiro de Lima pela dedicação, pelos ensinamentos transmitidos e por estar sempre disposta a ajudar. Aos prof. Alexandre Herculano Borges de Araújo e José Bonifácio O. X. de Menezes, pela atenção dispensada. Aos professores Walter Motta Ferreira, Celso Guimarães Barbosa e Fernando Queiroz de Almeida, por terem aceitado participarem da banca examinadora, foi uma honra. A todos os professores que lecionaram nas disciplinas do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, pela dedicação e carinho. A Emanuel Jorge Corrêa da Silva, Evandro César Manoel, Roseane Santana Pereira e Dilce da Silva, pela amizade. A amiga Alda Letícia da Silva Santos, pela imensa contribuição na realização do experimento. A Pedro Timóteo do setor de cunicultura pela ajuda na realização do experimento. Aos amigos Frank e Guilherme, por estarem sempre dispostos a colaborar. Aos colegas de turma Gentil, Rodolfo, Murilo, William, Aline, Patrícia e Douglas, pelo excelente convívio durante o curso. A Juninho e Marco pela atenção dispensada a mim. E a todos que diretamente ou indiretamente colaboraram para a realização deste trabalho.

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SUMÁRIO

Página

ÍNDICE DE TABELAS LISTA DE ABREVIATURAS RESUMO ABSTRACT 1. INTRODUÇÃO 01 2. REVISÃO DE LITERATURA 02

2.1. Exigências Nutricionais para Coelhos 02 2.1.1. Energia digestível 02 2.1.2. Proteína bruta 02 2.1.3. Fibra 04 2.1.4. Cálcio 05 2.1.5. Fósforo 05

2.2. Digestibilidade de Nutrientes 06 2.3. Processamento de Rações 07 2.4. Desempenho de Coelhos em Crescimento 10 2.5. Características de Carcaça 11

3. MATERIAL E MÉTODOS 13 3.1. Local, Época e Clima 13 3.2. Rações Comerciais 13 3.3. Avaliação do Desempenho e das Características da Carcaça 13 3.4. Avaliação da Digestibilidade Aparente dos Nutrientes das Rações Comerciais 14 3.5. Preparo das Amostras e Técnicas Analíticas 15 3.6. Análises Estatísticas 15

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 17 4.1. Avaliação Química das Rações Comerciais 17 4.2. Desempenho e Características da Carcaça 18 4.3. Digestibilidade Aparente dos Nutrientes das Rações Comerciais 21

5. CONCLUSÕES 26 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 27 ANEXOS 34

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ÍNDICE DE TABELAS

Página

Tabela 1 – Níveis de garantia das rações comerciais segundo os fabricantes (% matéria natural)

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Tabela 2 – Composição química das rações comerciais (% matéria natural)

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Tabela 3 – Consumo de ração, consumo de matéria seca, consumo de proteína bruta e desempenho produtivo de coelhos em crescimento

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Tabela 4 – Valores médios de peso vivo (PV) ao abate, peso da carcaça quente (PCQ), peso da carcaça resfriada (PCR), peso da carcaça verdadeira (PCV), peso da cabeça (PC), peso das vísceras comestíveis (PVC), peso dos membros anteriores (PA), peso da região cérvico-torácica (PCT), peso da região lombar (PL) e peso da região posterior (PP)

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Tabela 5 – Rendimento da carcaça quente (RCQ), da carcaça resfriada (RCR), da cabeça (RC), das vísceras comestíveis (RVC), dos membros anteriores (RA), da região cérvico-torácica (RCT), da região lombar (RL) e da região posterior (RP)

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Tabela 6 – Coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (CDaMS), da matéria orgânica (CDaMO), do extrato etéreo (CDaEE), da energia bruta (CDaEB) e da fibra em detergente neutro (CDaFDN)

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Tabela 7 – Coeficientes de digestibilidade aparente da proteína bruta (CDaPB) e da fibra em detergente ácido (CDaFDA)

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Tabela 8 – Proteína digestível, energia digestível e relação ED/PD

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Anexo I – Enriquecimento por quilograma do produto

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Anexo II – Exigências de vitaminas e microminerais

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LISTA DE ABREVIATURAS

CDa: Coeficiente de digestibilidade aparente; CDaEB: Coeficiente de digestibilidade aparente da energia bruta; CDaEE: Coeficiente de digestibilidade aparente do extrato etéreo; CDaFDA: Coeficiente de digestibilidade aparente da fibra em detergente ácido; CDaFDN: Coeficiente de digestibilidade aparente da fibra em detergente neutro; CDaMO: Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria orgânica; CDaMS: Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca; CDaPB: Coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta; DGM: Diâmetro geométrico médio; EB: Energia bruta; ED/PD: Relação energia digestível:proteína digestível ED: Energia digestível; EE: Extrato etéreo; FB: Fibra bruta; FDA: Fibra em detergente ácido; FDN: Fibra em detergente neutro; MO: Matéria orgânica; MS: Matéria seca; NNP: Nitrogênio não protéico PA: Peso da região anterior; PB: Proteína bruta; PC: Peso da cabeça; PCQ: Peso da carcaça quente; PCR: Peso da carcaça resfriada; PCT: Peso da região cérvico-torácica; PCV: Peso da carcaça verdadeira; PD: Proteína digestível; PL: Peso da região lombar; PP: Peso da região posterior; PVC: Peso das vísceras comestíveis; RA: Rendimento da região anterior; RC: Rendimento da cabeça; RCQ: Rendimento da carcaça quente; RCR: Rendimento da carcaça resfriada; RCT: Rendimento da região cérvico-torácica; RCV: Rendimento da carcaça verdadeira; RL: Rendimento da região lombar; RP: Rendimento da região posterior; RVC: Rendimento das vísceras comestíveis; U: Umidade;

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RESUMO

PESSÔA, Marcus Ferreira. Avaliação nutricional de diferentes rações comerciais em

coelhos em crescimento. Seropédica: UFRRJ, 2003. 46 p. (Dissertação, Mestrado em Zootecnia).

Este trabalho teve por objetivo verificar se quatro rações comerciais apresentavam os níveis de garantia expressos na embalagem e avaliá-las quanto ao desempenho produtivo, digestibilidade dos nutrientes e características de carcaça em coelhos em crescimento. Utilizaram-se 32 coelhos, de ambos os sexos, da raça Nova Zelândia branca, com 47 dias de idade, em um delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e oito repetições por tratamento, num período de 28 dias, sendo que o ensaio de digestibilidade foi realizado em dois períodos, dos 55 a 58 e dos 70 a 73 dias de idade, durante o período de desempenho produtivo. Verificou-se que somente uma ração apresentava todos os nutrientes dentro dos níveis de garantia expresso na embalagem. O ganho de peso médio diário e o consumo médio diário de proteína bruta não foram influenciados significativamente (P>0,05) pelo tipo de ração comercial, enquanto que o consumo diário de ração, o consumo diário de matéria seca e a conversão alimentar foram influenciados significativamente pelas rações comerciais. No ensaio de avaliação de carcaça os pesos da carcaça quente, da carcaça resfriada, da carcaça verdadeira, da cabeça, das vísceras comestíveis, da região anterior, da região cérvico-torácica e da região posterior não foram influenciados significativamente pelas rações testadas, enquanto que o peso da região lombar foi influenciado significativamente. Os rendimentos obtidos para a cabeça, as vísceras comestíveis, os membros anteriores, a região cérvico-torácica e a região posterior não foram influenciados significativamente pelas rações comerciais testadas, enquanto que os rendimentos da carcaça quente, da carcaça resfriada, da carcaça verdadeira e do lombo foram influenciados significativamente. A idade dos animais influenciou significativamente a digestibilidade da proteína bruta e da fibra em detergente ácido. O CDa dos demais nutrientes não foi influenciado significativamente pela idade. Os CDaPB, CDaEE, CDaEB, CDaMO, CDaMS, CDaFDN e CDaFDA foram influenciados significativamente pelas rações comerciais. Palavras chave: carcaça, desempenho, digestibilidade, Idade

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ABSTRACT

PESSÔA, Marcus Ferreira. Nutritional evaluation of different commercial rations in growing rabbits Seropédica: UFRRJ, 2003. 46 p. (Dissertation, Master Science in Zootecnia).

The aim of this work was to check the nutrient levels in the packing of four commercial rations and evaluate performance, their digestibility and carcass quality in growing rabbits. Thirty-two New Zealand White rabbits (16 males and 16 females) 47 days old were used. The experiment lasted for 28 days and was analyzed under a completely randomized with eight replications and four treatments. The digestibility trial was carried out in two periods of four days each, from the 55th to the 58th and from the 70th to the 73rd days of age, during performance assay. Only one ration showed all the nutrients at the guarantee levels expressed in its packing. Daily weight gain and crude protein intake weren’t affected (P > 0.05) in rabbits fed commercial rations; on the other hand, daily ration intake, daily dry-matter intake and feed conversion were significantly affected by the rations. Carcass evaluation assay warm carcass weight, chilled carcass weight, true carcass weight, head weight, edible viscera weight, anterior limbs weight, thoracic-cervical region and posterior limb weight weren’t significantly affected in rabbits fed commercial rations, except the loin weight. The percentage of the head, of the edible viscera, of the anterior limbs, of the thoracic-cervical region and of the posterior limbs weren’t significantly affected in rabbits fed commercial rations, while the percentage of the warm carcass, of the chilled carcass, of the true carcass and of the loin region were significantly affected by rations. The age of the animals affected significantly crude protein and acid detergent fiber apparent digestibility coefficients. The apparent digestibility of the other nutrients wasn’t significantly affected by the age of the animals. The apparent digestibility coefficients of crude protein, ether extract, gross energy, organic matter, neutral detergent fiber and acid detergent fiber differ within commercial rations. Key words: age, carcass, performance, digestibility

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1. INTRODUÇÃO

A indústria de rações é um setor importante na economia nacional, pois movimentou em 2001 cerca de US$ 7 bilhões, sendo que as previsões para 2002 são otimistas, o que se deve em parte ao aumento do consumo de proteína animal e seus derivados (SINDIRAÇÕES, 2002).

Nos diversos sistemas de produção animal, a dieta é um dos fatores mais importantes no custo de produção, sendo que o aumento da produtividade do plantel ocorre quando os animais expressam todo o seu potencial genético e que depende basicamente da qualidade ambiental e nutricional. Sob o aspecto nutricional, é necessário que as dietas sejam de alta qualidade, o que pode definir-se como todo produto aceito pelo animal e que contenha todos os elementos nutricionais necessários para o bom desempenho.

Para elaborar uma ração de qualidade, são necessários uma boa fórmula, a aquisição de matérias-primas de qualidade e um processamento que seja capaz de preservar a qualidade das matérias-primas e consiga traduzir fielmente a fórmula em ração (KLEIN, 2002).

O processamento industrial pode afetar a qualidade final do produto, pois existem várias fases que necessitam de um controle rígido. Segundo KLEIN (1996) os quatro fatores mais críticos na linha de produção são: moagem, dosagem, mistura e peletização. Já BUTOLO (2001) cita que a pesagem e a mistura são muito importantes em uma fábrica de alimentos. A uniformidade da mistura é muito importante porque não é possível a obtenção de desempenhos zootécnicos máximos se o alimento foi mal misturado. Misturas incompletas resultam em baixas produções zootécnicas, isto é, o desempenho do animal é afetado.

O coelho é uma espécie animal que, explorada de forma intensiva, pode proporcionar elevados rendimentos produtivos, sendo que o ganho de peso médio diário dos láparos, num período de 40 dias, pode ser estimado em 38g (De BLAS, 1989). Trabalhos têm mostrado (De BLAS et al., 1981; SPREADBURY, 1978) que o crescimento é máximo quando a relação energia: proteína está próxima de 24 kcal de ED/g PD, com no mínimo 17,5% de FDA.

PERDOMO (1975) e FERREIRA et al. (1977) com o objetivo de avaliar o valor nutritivo de rações iniciais e concentrados protéicos comerciais para suínos encontrados no mercado de Minas Gerais, constataram grandes variações no valor nutritivo em rações para suínos. Em um estudo recente D’ ÁVILLA (2000) avaliou a composição química de seis rações comerciais para cães e observou que somente uma alcançava os níveis de garantia indicados na embalagem.

Embora seja atribuição do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a fiscalização dos produtos destinados à alimentação animal através da Divisão de Fiscalização de Insumos Animais (DIFISA), do Departamento Nacional de Produção Animal (DNPA), é importante a realização de testes experimentais que avaliem química e biologicamente rações comerciais para coelhos, pois os resultados obtidos alertariam os fabricantes de rações no sentido de melhorar a qualidade das mesmas e se constituiriam numa orientação para os técnicos, extensionistas e criadores.

Este trabalho tem por objetivos avaliar a composição química, a digestibilidade dos nutrientes e o valor nutricional de diferentes rações comerciais e seus efeitos sobre o desempenho e características da carcaça em coelhos em crescimento.

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2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Exigências Nutricionais para Coelhos em Crescimento 2.1.1 Energia digestível

A concentração energética é considerada a principal variável na formulação de rações para coelhos em crescimento/terminação, pois é principalmente, por intermédio da energia que o coelho controla seu consumo voluntário de alimentos. DEHALE (1981) observou que o coelho pode regular a ingestão de energia digestível (ED) com dietas de 2.280 a 2.670 kcal ED/kg MS, enquanto que De BLAS (1989) cita que esse controle ocorre com maior precisão quando os níveis energéticos estão compreendidos entre 2.500 e 3.000 kcal ED/kg de ração. Segundo o último autor, níveis inferiores resultam em aumento de consumo, redução de ganho de peso e de digestibilidade de outros nutrientes, enquanto que em níveis superiores aos citados, o risco de desordens digestivas é aumentado.

O Nutrient... (1977), LEBAS (1989) e De BLAS & MATEOS (1998) recomendam 2.500 kcal de energia digestível (ED)/kg de ração, enquanto MAERTENS (1998) recomenda no mínimo 2.400 kcal ED/kg de ração.

Em rações utilizadas para crescimento e reprodução, consideradas mistas, LEBAS (1989) recomenda 2.550 kcal ED/kg, MAERTENS (1998) recomenda no mínimo 2400 kcal ED/kg e De BLAS & MATEOS (1998) recomendam 2500 kcal ED/kg.

SCAPINELLO et al. (1995) verificaram que dietas com 2.600 kcal ED/kg mostraram-se suficientes para atender às exigências energéticas de coelhos da raça Nova Zelândia branca dos 35 aos 90 dias de idade.

LOPES et al. (1997) avaliando o efeito de cinco níveis de energia digestível, de 2400, 2550, 2700, 2850 e 3000 kcal/kg, sobre o desempenho de coelhos da raça Nova Zelândia branca, dos 47 aos 84 dias de idade, sugeriram que a ingestão diária de 322 kcal de energia digestível é suficiente para atender à exigência dos coelhos em crescimento.

As recomendações de exigências de energia são influenciadas por vários fatores, como temperatura ambiente (LEBAS et al., 1986), nível de energia da ração (LEBAS, 1989), nível, qualidade e proporção da fibra em relação a outros nutrientes (De BLAS et al., 1986; CARABAÑO et al., 1988; GARCIA et al., 1993) e idade dos animais (De BLAS et al., 1984). 2.1.2 Proteína bruta

Os animais não possuem necessidades específicas de proteína, mas sim de aminoácidos, a partir dos quais as proteínas corporais são sintetizadas. Em termos práticos é comum expressar as exigências nutricionais em proteína bruta (MAERTENS, 1998) baseada em fontes de boa qualidade, embora o coelho apresente um ceco funcional com intensa atividade microbiana, o que lhe confere através da cecotrofia, capacidade de melhorar o valor nutritivo da proteína de baixa qualidade. O nível de proteína bruta na ração deve assegurar adequado consumo dos aminoácidos, que são importantes na nutrição de coelhos.

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O Nutrient... (1977) geralmente utilizado na formulação de rações para coelhos, recomenda 16,0% de proteína bruta (PB).

LEBAS (1989) recomenda, para coelhos em crescimento níveis dietéticos de 16% PB e 11,5% proteína digestível (PD). MAERTENS (1998) recomenda 15,5% de PB e no mínimo 11% PD, enquanto que De BLAS & MATEOS (1998) recomendam 15,3% PB e 10,7% PD. Deve-se salientar, entretanto, que dietas com alimentos de origem vegetal, atendendo estes níveis de proteína bruta, geralmente requer suplementação de metionina (SCAPINELLO et al., 1995).

Em rações mistas, LEBAS (1989) e MAERTENS (1998) recomendam 17% PB e 12,4% PD, enquanto que De BLAS & MATEOS (1998) recomendam 15,9% PB e 11,1% PD.

Utilizando duas fontes de proteína, farelo de soja e farelo de gergelim, em rações com níveis protéicos de 11, 14, 17, 20, 23, 26 e 29% e 13, 16, 19, 22 e 25%, respectivamente, LEBAS (1973) obteve melhora significativa de 34,2 g/d e 102 g/d para o ganho de peso e consumo diário de alimentos, respectivamente, quando utilizou a dieta com 17% PB baseada no farelo de soja como fonte de nitrogênio.Quando utilizou o farelo de gergelim, o autor observou ganho de peso de 33,1 g/dia e um consumo de 107,2 g/dia para a dieta com 19% de PB. Não houve melhora significativa nos parâmetros estudados quando se utilizou o nível de 22 ou 25% PB, sugerindo que o nível adequado de proteína depende do equilíbrio de aminoácidos da fonte protéica utilizada.

OMOLE (1982) avaliando dietas com níveis de PB de 10, 14, 18, 22 e 26% observou que elevados ganhos de peso podem ser obtidos com dietas com 18,0 a 22,0% de PB para coelhos em crescimento. Segundo FRAGA (1989), a partir dos 21 dias de idade até a desmama, os coelhos consomem dietas fornecidas às matrizes que apresentam de 17 a 18% de PB, sendo que da desmama de 30 a 40 dias de idade, ao abate com 70 a 90 dias de idade, o autor recomenda dietas com 11,8 a 12,0% de proteína digestível, o que pode ser obtido com níveis dietéticos de 15 a 16% de PB.

CARREGAL (1993) avaliando o efeito de três níveis dietéticos de PB, de 12, 14 e 16%, e dois níveis dietéticos de FB, de 12 e 14%, sobre o desempenho e características da carcaça de coelhos da raça Nova Zelândia branca em crescimento, não observou diferenças no ganho de peso, o consumo de ração, a conversão alimentar e o rendimento de carcaça. SCAPINELLO et al. (1995) avaliaram o efeito de diferentes níveis dietéticos de PB, de 12, 14, 16, 18 e 20%, associados a dois níveis de energia digestível, de 2.600 e 2.800 kcal ED/kg de dieta, sobre os parâmetros de desempenho e rendimento de carcaça de coelhos criados no período de 35 a 90 dias de idade. Considerando os resultados de ganho de peso e de conversão alimentar o melhor desempenho de coelhos, segundo o autor, foi obtido com dietas contendo 19,41% de PB, sem suplementação de aminoácidos.

O coelho, como outras espécies de monogástricos, ajusta o consumo de ração em função da concentração energética. Assim, as necessidades de proteína para crescimento ótimo devem ser expressas em função da energia, devendo-se considerar ainda o nível de fibra, uma vez que esta reduz o teor de energia total da ração. De BLAS et al. (1981) cita que o valor ótimo para maximizar o crescimento e minimizar a mortalidade situa-se em torno de 24 kcal de energia digestível por grama de proteína digestível, em dietas com níveis de fibra bruta variando de 7 a 15%. RODRIGUEZ et al. (1982), ao alimentarem coelhos em crescimento, com dietas contendo entre 22 e 24 kcal de energia digestível por grama de proteína digestível, observaram melhor eficiência alimentar e baixo índice de mortalidade. FRAGA et al. (1984) citam que a velocidade de crescimento está ligada à relação energia:proteína das dietas, pois os maiores ganhos de

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peso foram obtidos com o uso de dieta melhor equilibrada, com 24 kcal de ED por g PD. 2.1.3 Fibra

Os efeitos dos níveis de fibra sobre o processo digestivo de coelhos em crescimento sugerem um efeito protetor, evitando distúrbios digestivos, sendo recomendado níveis dietéticos mínimos de 12% de fibra bruta (FB) ou 17% de fibra em detergente ácido (FDA), para evitar hiperfermentação e desequilíbrio osmótico intestinal que ocasionem diarréias fatais (De BLAS & WISEMAN, 1998), sendo que os níveis dietéticos de fibra bruta na literatura variam de 10 a 12% (Nutrient... 1977), 14% (LEBAS et al., 1986) e 14,5% (MAERTENS, 1998; De BLAS & MATEOS, 1998).

Segundo De BLAS et al. (1999), as dietas comerciais para coelhos devem conter de 320 a 380 g de fibra em detergente neutro (FDN) por kg de MS e a fibra nessas dietas é necessária para regular a taxa de passagem, controlar a flora intestinal e para manter a integridade da mucosa intestinal.

GIDENNE et al. (2000) avaliando três níveis dietéticos de FDA, de 20, 16 e 12%, verificaram redução no consumo e na conversão alimentar com a redução dos níveis de FDA, entretanto o ganho de peso não foi influenciado. LEBAS (1989) recomenda o nível dietético de 18% de FDA, tanto em rações para animais em crescimento, como em rações mistas, enquanto que MAERTENS (1998) recomenda o nível de 18,5% de FDA em rações para animais em crescimento e 17,5% de FDA em rações mistas, valores superiores aos recomendados por De BLAS & MATEOS (1998), que são de 17,5% de FDA em rações para animais em crescimento e de 17% de FDA em rações mistas.

CARREGAL (1977), utilizando feno de alfafa como fonte de fibra, avaliou o efeito de três níveis dietéticos de FB, de 7, 10 e 13%, sobre o desempenho de coelhos em crescimento e verificou redução significativa no ganho de peso dos animais, à medida que o nível de fibra aumentava na ração, enquanto que CARREGAL (1981) avaliando três níveis dietéticos de FB, de 12, 14 e 16%, utilizando casca de arroz como fonte de fibra, verificou que o ganho de peso dos animais não foi influenciado. Assim como CARREGAL (1993) avaliando dietas com dois níveis de FB, de 12 e 14%, associados a três níveis de PB, de 12 14 e 16%, para coelhos em crescimento, observou que o consumo de ração, a conversão alimentar e o rendimento médio de carcaça não foram influenciados pelos níveis de proteína e de fibra da ração. Podemos observar que a bibliografia citada apresenta resultados conflitantes quanto ao comportamento dos animais. GOMES (1996) cita que além da quantidade, também o tipo de fibra deve ser considerado.

O papel relevante da lignina em reduzir a ocorrência das enfermidades entéricas foi enfatizado por GIDENNE et al. (1998), no entanto os autores citam que a adição de uma unidade de lignocelulose leva a uma redução de 1,2 a 1,5% na digestibilidade da matéria orgânica, assim a lignocelulose é considerada ter um efeito negativo sobre a digestão dos alimentos no coelho, enquanto o nível de FDN, que inclui a hemicelulose, a fração mais digestível, tem somente efeito de diluição sobre a digestibilidade da matéria orgânica, que decresce um ponto percentual por cada 10 unidades de acréscimo na FDN.

A lignificação da parede celular tem sido reportado como o principal fator negativo sobre a digestibilidade da fibra (GARCIA et al., 1996). CARABAÑO et al. (1997) demonstraram que um aumento na lignificação dos alimentos das dietas diminuiu a digestibilidade da energia bruta, proteína bruta, fibra detergente neutro e

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fibra detergente ácido. NICODEMUS et al. (1999) avaliaram dietas isofibrosas (430 g FDN/kg MS) e com quatro níveis de lignina, de 59, 50, 41 e 33 g/kg MS, sobre o desempenho de coelhos mestiços Nova Zelândia Branco x Califórnia e verificaram redução no ganho de peso diário e no consumo de ração com a redução do nível de lignina, sugerindo que o nível mínimo de lignina de 41 g/kg MS é necessário em rações de crescimento para obter máximo ganho de peso diário e consumo de ração, valor este inferior ao recomendado por De BLAS & MATEOS (1998) e MAERTENS (1998), de 5,5 e 4,75%, respectivamente. 2.1.4 Cálcio

Aproximadamente 98% do cálcio do organismo encontram-se nos ossos e dentes. Além disso, o cálcio participa de numerosos processos orgânicos tais como coagulação do sangue, contração muscular, funcionamento do músculo cardíaco e na manutenção do equilíbrio ácido-básico. Os ossos são formados por uma matriz orgânica que se mineraliza com o cálcio e fósforo na relação 2:1 (CHEEKE, 1995).

Os coelhos apresentam o metabolismo do cálcio diferente de outras espécies, uma vez que a absorção é muito eficiente e independe da necessidade do animal, sendo o nível de cálcio sanguíneo um reflexo do nível de cálcio da dieta. O cálcio consumido em excesso é excretado pela urina, ao contrário das demais espécies que o excretam pela bile. Por isso, o rim é um órgão vital no metabolismo do cálcio e está permanentemente sobrecarregado. A função do paratormônio e da calcitonina na homeostasia do cálcio parece que não está bem esclarecido (FURLAN et al., 1997).

Vários trabalhos foram realizados com o objetivo de se determinar a exigência de cálcio a ser incluída nas rações de coelhos. FURLAN et al. (1997) avaliando coelhos da raça Nova Zelândia branca, com idades de 35 a 70 e de 70 a 90 dias, observaram que o nível de 0,5% de cálcio na ração foi suficiente para atender a exigência nutricional dos coelhos em crescimento, o que está de acordo com BURGI (1993). Contudo, este nível de cálcio é superior ao proposto pelo Nutrient... (1977), Institute National la Recherche Agronomique-INRA (1985) e LEBAS (1989), para coelhos em crescimento, que é de 0,40%, porém é inferior as recomendações de De BLAS & MATEOS (1998), que é de 0,60% e também de MAERTENS (1998), que é de 0,80%.

As recomendações de cálcio segundo MATEOS (1989) variam de 0,4 a 0,8% de acordo com a idade dos coelhos, enquanto que XICCATO (1996) recomenda para fêmeas jovens de 0,8 a 0,9% de cálcio.

LEBAS (1989) recomenda para rações mistas níveis de cálcio de 1,10%, valor próximo aos propostos por De BLAS & MATEOS (1998), que é de 1,15%, e MAERTENS (1998), que é de 1,20%.

Pelo exposto acima observa-se uma discrepância relativa aos valores recomendados. LEBAS & JOUGLAR (1984) em condições práticas indicaram que o nível de 1,5% de cálcio não deve ser ultrapassado, devendo-se manter a relação Ca:P em torno de 2:1. Um excesso de cálcio pode produzir interação com o metabolismo de outros minerais como o P, Mg e Zn. 2.1.5 Fósforo

O fósforo é um componente vital das membranas celulares e também do sistema ósseo, desempenha um importante papel no metabolismo energético, fazendo parte de moléculas essenciais tais como ATP, DNA, RNA e fosfolipídios (CHEEKE, 1995).

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O coelho pode utilizar grande parte do fósforo fítico de natureza orgânica, graças à produção de fitase pelos microorganismos do ceco e cólon e ao fenômeno da cecotrofia (MATEOS, 1989).

Recentemente tem aumentado o interesse na redução da excreção de fósforo através da manipulação da dieta para controlar a poluição ambiental. Infelizmente nenhum estudo nesta área tem sido conduzido com coelhos (MATEOS & De BLAS, 1998).

Em muitas espécies as necessidades de cálcio e fósforo são estritamente relacionadas. Uma relação de Ca:P de 2:1 até 1,5:1 é amplamente aceita (VANDELLI, 1995). As recomendações de fósforo nas rações para coelhos variam bastante, dificultando a adoção de um valor que promova um máximo crescimento.

A exigência de 0,22% de fósforo para coelhos em crescimento é proposta pelo Nutrient... (1977) enquanto MAERTENS (1998) recomenda 0,5% de fósforo total. Segundo MATEOS (1989) as exigências variam de 0,3 a 0,5% segundo a idade, enquanto De BLAS & MATEOS (1998) recomendam 0,4% deste mineral.

FURLAN et al. (1995) utilizando coelhos da raça Nova Zelândia branca nas fases de 35 a 70 e de 70 a 90 dias de idade concluíram que o nível de 0,3% de fósforo total na ração foi suficiente para atender às exigências dos coelhos nas duas fases de crescimento, concordando com o proposto por LEBAS (1989) e BURGI (1993).

As recomendações de fósforo para rações mistas são 0,6% (LEBAS, 1989; De BLAS & MATEOS, 1998) e 0,55% (MAERTENS, 1998). 2.2 Digestibilidade de Nutrientes

A digestibilidade e o valor nutritivo de dietas de coelhos são influenciados por vários fatores, sendo os mais importantes, a composição da dieta, o nível de nutrientes, a idade, o peso e a variabilidade individual.

Pesquisando os efeitos da idade e dos níveis de proteína e energia sobre o consumo de matéria seca, digestibilidade e valor nutritivo de dietas, DESHMUKH & PATHAK (1992) observaram que coelhos adultos utilizaram com maior eficiência os nutrientes, com melhores coeficientes de digestibilidade da proteína bruta, quando comparados com animais jovens. Segundo FRAGA (1998), nos estudos, em que a digestibilidade foi determinada em diferentes idades, da desmama, aos 28 dias até 11 semanas, mostraram que o coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta decresce a partir da desmama até estabilizar-se ao redor da 8ª a 9ª semanas, sendo o decréscimo mais lento a partir da 5ª semana. O efeito da idade sobre a digestibilidade pode ser explicado pelo aumento da ingestão de alimento que ocorre particularmente durante a 5ª semana. Esse aumento pode ser o responsável, pois não existe uma relação entre a quantidade de alimento ingerido e as fezes excretadas. Além disso, até a 9ª semana, o peso relativo das diferentes porções do sistema digestivo do coelho varia, e uma porção do alimento ingerido permanece no trato digestivo, conduzindo a superestimação do coeficiente de digestibilidade aparente da PB (CDaPB) em coelhos jovens (FRAGA, 1998). Outros fatores relacionados ao CDaPB, tais como concentração de NH3 cecal, PB cecal e produção de cecotrofos são também influenciados pela idade do coelho.

CARREGAL (1976) avaliando o efeito da idade, da 5ª até a 14ª semana de idade, e de diferentes níveis dietéticos de fibra bruta, de 7, 10 e 13%, sobre a digestibilidade de nutrientes de rações para coelhos em crescimento, observou que a idade dos animais não teve influência sobre a capacidade de digerir a matéria orgânica e a fibra bruta das rações, entretanto observou que a digestibilidade da proteína bruta, nos

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animais que receberam dieta com 10% FB, apresentou decréscimo linear significativo a partir da 8ª semana de idade, não encontrando o autor uma explicação para tal fato.

Avaliando coelhos da raça Nova Zelândia branca com idades variando de 5 a 12 semanas, EVANS & JEBELIAN (1982) estudaram o efeito da idade sobre a digestibilidade dos nutrientes e não observaram diferenças (P>0,05) na digestibilidade da matéria seca, energia ou proteína que pudessem ser associadas com a idade dos animais. Entretanto, a idade influenciou significativamente a digestibilidade da fibra bruta e do extrato etéreo. O coeficiente de digestibilidade da fibra bruta aumentou 0,95% por semana e o coeficiente de digestibilidade do extrato etéreo aumentou 0,83% por semana.

XICCATO & CINETTO (1988) avaliaram durante seis semanas, da 7ª a 12ª semana de idade, coelhos híbridos “Hila” com 47 dias de idade e peso inicial de 768 g, alimentados com uma ração comercial e não verificaram efeito significativo da idade sobre a digestibilidade da MS, MO, PB, FDN e FDA, enquanto que o coeficiente de digestibilidade do extrato etéreo aumentou significativamente de 71,6 para 79,4% e o coeficiente de digestibilidade da fibra bruta decresceu significativamente de 16,8 para 14,4%.

Estudando o efeito da idade sobre a digestibilidade dos nutrientes em três períodos de seis dias cada: 28 a 33, 49 a 54 e 70 a 75 dias de idade, GIDENNE & PEREZ (1993) observaram que os coeficientes de digestibilidade dos nutrientes decresceram significativamente da desmama ao abate, principalmente entre os períodos um e dois, sendo que os coeficientes de digestibilidade da matéria orgânica e hemicelulose não apresentaram variação significativa entre os períodos dois e três.

Vários fatores contribuem para a variabilidade nos resultados dos trabalhos desenvolvidos em ensaios de digestibilidade, dificultando a comparação entre resultados: tipo de administração da dieta, tempo de duração do experimento, número de animais utilizados por tratamento, idade dos animais, processo de amostragem, etc. Então pesquisadores europeus se juntaram para padronizar os critérios a serem seguidos neste tipo de ensaio (PEREZ et al., 1995). Posteriormente padronizou-se os procedimentos de algumas análises químicas básicas feitas em rações e fezes (EGRAN, 2001). 2.3 Processamento de Rações

Os alimentos destinados à fabricação de rações variam largamente de acordo com a textura original e tamanho de partícula, por exemplo, cereais são obtidos como grãos inteiros sem nenhum tratamento prévio, necessitando então de sofrerem moagem.

A moagem é o processo no qual os ingredientes são reduzidos em seu tamanho pela força do impacto, corte ou atrito. As principais funções da moagem são: reduzir o tamanho da partícula a fim de aumentar a digestibilidade no trato gastrintestinal do coelho; auxiliar no processo de mistura; favorecer o processo de peletização aumentando sua eficiência e qualidade dos péletes.

Tanto os moinhos de martelo como os de rolo, tem sido utilizado para reduzir o tamanho das partículas. Os moinhos de martelo têm sido utilizados, tradicionalmente, para produzir os moídos mais finos comumente utilizados em rações peletizadas, bem como para moagem de produtos friáveis como os grãos, farelo de soja e fibrosos, tais como: aveia, alfafa e subprodutos (LUCHESI, 1997).

A granulometria deveria merecer muito mais atenção nas nossas indústrias. Deve-se atentar para o fato de que moer, não significa que devemos reduzir as partículas o mais fino possível, mas sim o mais uniformemente possível. A granulometria deve

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variar em função das espécies animais e em função das diferentes idades (KLEIN et al., 1995).

De um modo geral os nutricionistas preferem utilizar nas rações para animais ingredientes finos e uniformemente moídos para que as partículas menores possam ser mais facilmente envolvidas pelo suco digestivo, favorecendo a ação de enzimas sobre os ingredientes e sobre a digestão dos nutrientes. Alem disso, partículas menores e uniformes facilitam a homogeneização das misturas (PENZ JUNIOR & MAIORKA, 1996).

Do ponto de vista fisiológico, excessiva moagem pode aumentar o tempo de retenção da digesta no intestino, a qual leva a um aumento na digestibilidade dos nutrientes (LANG, 1981). Contudo, um aumento no tempo de retenção da digesta no trato gastrintestinal está aparentemente associado com distúrbios digestivos os quais podem predispor a diarréia (LEBAS & LAPLACE, 1977).

O efeito da granulometria do feno de Coast cross (0,461, 0,635, 0,969 e 1,273 mm) sobre o desempenho e digestibilidade das dietas em coelhos em crescimento foi estudado por ROCHA (1999). O autor verificou que o diâmetro geométrico médio (DGM) de 0,461 mm, para a fonte de fibra, foi o que proporcionou os melhores resultados para ganho de peso e conversão alimentar. Entretanto GOMES et al. (2001) utilizando bagaço de cana com diferentes granulometrias na dieta (0,231, 0,506, 0,616 e 0,833 mm) de coelhos em crescimento, verificaram que o ganho de peso e conversão alimentar não foram afetados pelo DGM das partículas.

O tipo de moagem (fina, 2 mm e grossa, 4 mm) do trigo e do milho não alterou a digestibilidade dos nutrientes em coelhos Nova Zelândia Branco x Califórnia (SEQUEIRA et al., 2000).

Vários autores afirmam que a mistura é um processo vital na fábrica de ração (MENDEZ et al., 1998; BELLAVER & NONES, 2000; BUTOLO, 2001; KLEIN, 2002). De nada adianta ter ingredientes de alta qualidade e equipamentos de última geração se não for conseguido uma mistura uniforme que forneça a todos os animais os nutrientes para um bom desempenho conforme previsto em fórmula (BELLAVER & NONES, 2000).

Existem diferentes tipos de misturadores, sendo os mais utilizados o vertical com uma ou duas roscas e o horizontal com dupla helicóide ou de paletas. O misturador vertical apresenta como vantagens: o preço relativamente baixo, custo de instalações menores que o horizontal e requer menor espaço para instalação; como desvantagens: maior tempo de mistura, baixo nível de inclusão de líquidos, maior tempo de descarga e maior possibilidade de contaminação.

O misturador horizontal de duplo helicóide é o mais utilizado pela indústria de ração. Neste tipo de misturador é possível adicionarmos até 5% de líquidos. Freqüentemente dotado de sistema de abertura total do fundo, sua descarga é rápida eliminando a possibilidade de contaminação cruzada.

Segundo LUCHESI (1997) o tempo de mistura depende do equipamento utilizado, sendo que cada fábrica deverá avaliar o melhor tempo de mistura, através do coeficiente de variação (CV). Não se podendo avaliar o CV podemos adotar o tempo de 12 a 15 minutos para o misturador vertical de uma rosca; 6 a 8 minutos para o de duas roscas e de três a cinco minutos para os horizontais.

Para nos certificarmos que qualquer quantidade de ração contenha todos os ingredientes da formulação devemos realizar testes de qualidade da mistura. A uniformidade da ração é muito importante, principalmente quando nos referimos aos micro nutrientes como vitaminas, minerais, aminoácidos e medicamentos, que se não

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forem adequadamente misturados podem prejudicar o desempenho dos animais (BELLAVER & NONES, 2000).

A qualidade da mistura é avaliada através de um elemento traço chamado indicador. Este pode ser adicionado a mistura, como por exemplo: violeta de metila, “micro-tracer”, grafite, ou pode-se avaliar um mineral da própria ração, como manganês ou cromo. KLEIN (2002) não recomenda usar sal moído como indicador, pois o diâmetro médio das partículas é muito grande, podendo uma partícula fazer muita diferença na avaliação do CV.

DALE (1998) cita que o processo de mistura não termina quando a ração sai do misturador e acredita-se que possa ser misturada seis a doze vezes entre o misturador e o animal que a consome.

Numa fábrica de ração deve-se ficar atento ao final da mistura, pois, segundo KLEIN (2002) poderá ocorrer desmistura em vários pontos após o misturador. Como por exemplo: roscas transportadoras mal dimensionadas, peneiras rotativas ou centrífugas, elevadores mais altos que o necessário (queda livre), velocidade acima de 2 m/s em elevadores e silos muito altos, pois na queda do produto as partículas se separam. Outro fato que pode contribuir para a desmistura é o transporte a granel de ração farelada, principalmente por longas distâncias, sendo preferível a ração peletizada.

O propósito da peletização é transformar uma ração já pronta e farelada, moída adequadamente, em grânulos de tamanho pré-definido, utilizando vapor e compressão (JORGE NETO, 2002).

É muito importante fornecer ração peletizada para os coelhos com pouca quantidade de finos. Os coelhos são excepcionalmente sensíveis às farinhas ou finos nos comedouros, por causa de sua maneira particular de consumir alimentos, pois quando os finos estão presentes eles podem entrar pelo sistema respiratório promovendo problemas pulmonares (MENDEZ et al., 1998).

Dentro do processo industrial a granulometria é um fator importante, mas antagônico: quanto mais fina melhor é para a qualidade do pélete, partículas superiores a 1,5 mm prejudicam a peletização (JORGE NETO, 2002), por outro lado como mencionado anteriormente, tamanho de partículas muito pequenas podem promover problemas digestivos em coelhos.

De acordo com as características físico-químicas das matérias primas que compõe a ração, o processo de peletização variará. Ingredientes com alto nível de gordura formarão um pélete de qualidade inferior, porque a gordura atua como um lubrificante e diminui a resistência à peletização. A qualidade do pélete também variará de acordo com o tipo de fibra usada. Alto teor de lignina prejudicará a qualidade do pélete, enquanto que um alto nível de celulose produzirá um pélete de melhor qualidade, pois a celulose é menos rígida (MENDEZ et al., 1998).

O amido gelatiniza ao redor de 60 0C, e esse processo favorece a peletização. Esta pré-gelatinização dos amidos é moderada, maior ou menor em função do tempo de exposição às condições do processo (BUTOLO, 2001). Um pré-condicionamento é muito importante para obter um pélete de boa qualidade. Vapor é acrescentado a massa resultando na gelatinização parcial do amido e tornando a fibra menos rígida (MENDEZ et al., 1998). Segundo o autor a fonte de amido varia na sua capacidade de peletização. O trigo produz um pélete de melhor qualidade, enquanto o milho de pior qualidade. A aveia é abrasiva para a matriz por causa de seu alto conteúdo em fibra. A mandioca pode conter quantidades significativas de sílica, a qual é também muito abrasiva para a matriz e encurta sua vida operacional.

Segundo MENDEZ et al. (1998), a matriz é um fator muito importante associada com a peletização, por causa do grande número de variáveis associadas com o número e

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posicionamento dos furos, e também a espessura da matriz. A relação do diâmetro do furo e da espessura da matriz fornece a capacidade de compressão. Para uma dada espessura da matriz, quanto maior o diâmetro do furo, menor a pressão e menor a compactação. Ao contrario, quanto menor o diâmetro do furo, maior será o tempo que a massa levará para deixar a matriz e conseqüentemente maior será a compactação.

O consumo de energia pela peletização é relacionado diretamente com a capacidade de compressão e, portanto com a espessura e diâmetro do furo.

O processo de peletização melhora a qualidade nutricional e microbiológica da ração, aumenta a palatabilidade, evita a seleção dos ingredientes pelos animais e elimina partículas finas e pó, traduzindo-se em melhor desempenho com um menor desperdício de alimento (BELLAVER & NONES, 2000).

BASTOS (2000) avaliou o uso de duas formas de apresentação da dieta, uma farelada e a outra peletizada, verificando que os animais submetidos ao tratamento com ração peletizada apresentaram melhores resultados quanto ao ganho de peso, conversão alimentar e peso de carcaça.

As principais desvantagens nutricionais da peletização podem ser compensadas com adição de níveis suplementares das vitaminas e aminoácidos que eventualmente possam ter parte de sua atividade destruída pelo calor do condicionador. MORAN (1987) citado por PENZ JÚNIOR (2002) comentou que o tratamento térmico excessivo durante a peletização pode comprometer a digestibilidade da lisina. Este aminoácido em ambiente com alta temperatura pode reagir com carboidratos e, pela reação de Maillard, pode tornar-se menos disponível. 2.4 Desempenho dos coelhos em crescimento

O coelho é uma espécie que possui elevada taxa de crescimento, o que possibilita alcançar, nos Estados Unidos e Europa, em criações comerciais, o peso de mercado em oito a dez semanas, com ritmos de crescimento de 35 a 40 g por dia, enquanto que em países tropicais, como o Brasil, o ritmo de crescimento é menor, da ordem de 20 a 30 g por dia, o que se supõe um período maior para alcançar o peso de abate (CHEEKE, 1995). Se explorada de forma intensiva pode proporcionar elevados desempenhos produtivos, sendo que num período de 40 dias de engorda, o ganho diário gira em torno de 38 g (De BLAS, 1989). Os coelhos podem manter-se perfeitamente com alimentos que não competem com os utilizados pelo homem, como forragens e subprodutos de industrias de beneficiamento de alimentos.

O coelho como um animal herbívoro, pode ter cerca de 40 a 60% de sua dieta constituída por alimentos volumosos, na forma verde ou desidratada, isto indica que esta espécie é capaz de consumir dietas com altos teores em fibra (SARTIKA & RAHARJO, 1992). Estudando o efeito da substituição do feno de alfafa por feno de soja perene nos níveis de 25, 50, 75 e 100% em dietas para coelhos Nova Zelândia Branco x Califórnia, dos 42 aos 74 dias de idade, CRESPI et al. (1992a) obtiveram 39,6 g e 2,7 para ganho de peso médio diário e conversão alimentar, respectivamente. CRESPI et al. (1992b) estudando o efeito da substituição do feno de alfafa por feno de guandu em vários níveis, em dietas para coelhos Nova Zelândia Branco x Califórnia, dos 42 aos 70 dias de idade, obtiveram 34,3 g e 3,1 para ganho de peso médio diário e conversão alimentar, respectivamente.

O desenvolvimento dos órgãos do trato digestivo mostra, em todas as espécies animais, uma elevada influência do tipo de alimento consumido. A anatomia digestiva do coelho está especialmente adaptada para aproveitar dietas com um alto conteúdo de

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alimentos ricos em fibras. Assim, GOMES (1996) ao avaliar diferentes fontes de fibra obteve ganho de peso médio diário de 32,4 g e conversão alimentar de 2,6.

Para poder utilizar dietas com altos níveis de fibra, o coelho apresenta o estômago e o ceco bem desenvolvidos, somando assim 80% se sua capacidade total (LANG, 1981). O estômago do coelho apresenta particularidades que podem torná-lo diferenciado como sítio de digestão. Apresenta um volume considerável se comparado aos demais herbívoros não-ruminantes, permitindo ao coelho ingerir grandes quantidades de alimento para poder satisfazer suas necessidades nutricionais e, é pouco contrátil, o que permite aos cecotrofos permanecerem intactos por várias horas, o tempo suficiente para que seja mantido o pH favorável para o metabolismo bacteriano, apesar da forte acidez do suco gástrico (CARABAÑO & FRAGA, 1989).

A velocidade de trânsito do alimento no aparelho digestivo do coelho é elevada, de maneira a permitir o consumo de uma determinada quantidade de alimento necessária para satisfazer suas altas exigências por nutrientes.

Ao estudarem níveis decrescentes de proteína em dietas suplementadas com complexo enzimático para coelhos da raça Nova Zelândia branca, dos 35 até os 78 dias de idade, DIAS et al. (2000) verificaram ganho de peso médio diário de 28,7 g e conversão alimentar de 3,8. Suplementando dietas com diferentes níveis de complexo enzimático, em coelhos desmamados aos 40 dias e abatidos aos 80 dias de idade, VALENTE et al. (2000) obtiveram ganho de peso médio diário de 31,8 g e 3,0 de conversão alimentar.

Avaliando dietas com bagaço de cana, como fonte de fibra, com diferentes granulometrias, em coelhos da raça Nova Zelândia branca dos 43 aos 78 dias de idade, GOMES et al. (2001) observaram valores médios para ganho de peso diário de 40,7 g e de 2,8 para conversão alimentar.

Avaliando três idades de abate, de 70, 80 e 90 dias, sobre o desempenho de coelhos da raça Nova Zelândia branca, alimentados com ração comercial, LEDIER et al. (2002) observaram ganho de peso médio diário de 31,1; 31,2 e 26,4 g, respectivamente, e conversão alimentar de 3,6; 3,6 e 4,2, respectivamente, sendo que para a idade de 90 dias houve uma redução significativa no GPD e uma piora significativa na CA. 2.5 Características de Carcaça

Geralmente os coelhos são destinados ao abate na idade de 60 a 90 dias com peso vivo variando de 2,0 e 2,8 kg (FERREIRA, 1981). O rendimento de carcaça varia de acordo com a idade, raça, linhagem, estado nutricional e outros fatores, sendo estimado um rendimento médio de 60% de carcaça com cabeça (FERREIRA, 1981).

Avaliando a inclusão do feno de rama de mandioca na alimentação de coelhos em crescimento da raça Nova Zelândia branca abatidos aos 70 dias de idade, SCAPINELLO (1984) observou valores médios de 61,72% para rendimento de carcaça resfriada (RCR); 12,27% para região anterior (RA); 20,99% para região cérvico-torácica (RCT); 25,76% para região lombar (RL); 30,45% para região posterior (RP) e 10,54% para a cabeça (RC).

Ao utilizarem o feno de soja perene ou feno de guandu como fonte de fibra e proteína na alimentação de coelhos Nova Zelândia Branco x Califórnia em crescimento, abatidos aos 74 e 70 dias de idade, respectivamente, CRESPI et al. (1992a e b) observaram rendimento médio da carcaça de 61,74 e de 60,14%.

FERREIRA & CARREGAL (1996) avaliando coelhos da raça Nova Zelândia branca, abatidos aos 70 dias de idade, observaram os seguintes resultados para peso vivo ao abate; peso da carcaça quente; peso da carcaça resfriada; peso dos membros

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anteriores; peso da região cérvico-torácica; peso do lombo e peso dos membros posteriores: 1992; 989; 953; 137; 235; 258 e 348 g, respectivamente, e para rendimentos de carcaça quente, carcaça resfriada, membros anteriores, região cérvico-torácica, região lombar e membros posteriores de 49,65; 47,84; 14,38; 24,66; 27,07 e 36,52%, respectivamente.

DIAS et al. (2000) avaliando dietas com níveis decrescentes de proteína e suplementadas com complexo enzimático para coelhos da raça Nova Zelândia branca, abatidos aos 78 dias de idade, observaram valores de 956,2 g; 80,2 g; 50,4% e 4,2% para peso médio da carcaça, sem cabeça e vísceras comestíveis, peso médio das vísceras comestíveis (fígado, rins e coração), rendimento médio da carcaça e rendimento médio das vísceras comestíveis, respectivamente,.

VALENTE et al. (2000) observaram peso médio de carcaça, sem cabeça e vísceras comestíveis, de 1226,3 g e 55,7% de rendimento de carcaça, ao avaliarem o desempenho de coelhos da raça Nova Zelândia branca em crescimento, da desmama ao abate (40 a 80 dias), recebendo dietas com suplementação enzimática.

Em recente trabalho CRESPI et al. (2002) ao abaterem coelhos da raça Nova Zelândia branca, alimentados com ração comercial, em diferentes idades (70, 80 e 90 dias), obtiveram para peso vivo (PV), peso da carcaça quente (PCQ), peso da carcaça resfriada (PCR), peso da carcaça verdadeira (PCV), peso da cabeça (PC), peso das vísceras comestíveis (PVC), peso da região anterior (PA), peso da região lombar (PL) e peso da região posterior (PP) os valores de 1982; 1250; 1220; 1035; 100; 80; 326; 333 e 376 g, para a idade de 70 dias, de 2115; 1342; 1313; 1121; 100; 90; 360; 362 e 398 g, para a idade de 80 dias, e de 2459; 1583; 1544; 1344; 120; 90; 416; 444 e 484 g, para a idade de 90 dias, respectivamente, e para rendimento de carcaça quente (RCQ), rendimento de carcaça resfriada (RCR) e rendimento de carcaça verdadeira (RCV) os valores de 63,07; 63,43 e 64,41%, para a idade de 70 dias, de 61,55; 62,08 e 62,78%, para a idade de 80 dias, e de 52,25; 53,02 e 54,66%, para a idade de 90 dias, respectivamente, com pesos e rendimentos significativamente maiores aos 90 dias de idade.

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3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Local, Época e Clima

O experimento foi realizado no Departamento de Nutrição Animal e Pastagens do Instituto de Zootecnia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, no município de Seropédica, RJ, durante o período de 1º de outubro de 2001 a 28 de outubro de 2001. A posição geográfica do município é de 220 21’ latitude Sul e 430 25’ longitude Oeste, a 33 m de altitude. Na região prevalece o clima tropical úmido, sendo que no mês de outubro a temperatura máxima foi de 27,1 ± 1,17 0C e a mínima foi de 15,7 ± 0,87 0C. O índice pluviométrico médio foi de 65,2 mm e a umidade relativa do ar apresentou-se em torno de 74,4 ± 3,19 %.

As análises químicas foram realizadas no Laboratório de Análises Bromatológicas do Departamento de Nutrição Animal e Pastagens do Instituto de Zootecnia da UFRRJ. 3.2 Rações Comerciais

Foram utilizadas quatro rações comerciais peletizadas (Tabela 1) para avaliar o efeito sobre o desempenho e as características da carcaça de coelhos em crescimento, além de se determinar a composição química e a digestibilidade dos nutrientes. As rações foram adquiridas no comércio local, observando-se os cuidados rotineiros de compras feitas por criadores, ou seja, observou-se o estado de conservação das embalagens, prazo de validade, sendo que cada ração provinha de uma única partida e foram denominadas A, B, C e D, compondo assim quatro tratamentos. No momento da aquisição procurou-se simular a rotina de compras realizada por criadores de coelhos da região.

As rações A, B e D segundo o fabricante são recomendadas para coelhos na fase de crescimento, enquanto que a ração C pode ser utilizada em duas fases da criação, coelhos em reprodução e em crescimento, portanto uma ração mista. Tabela 1 – Níveis de garantia das rações comerciais segundo os fabricantes (% matéria

natural)

Ração Comercial Nutriente (%) A B C D Umidade (máx.) 12,00 13,00 13,00 13,00 Proteína (mín.) 15,00 15,00 17,00 15,00 Extrato etéreo (mín.) 1,50 2,50 3,00 1,80 Fibra bruta (max.) 16,00 17,00 16,00 18,00 Matéria mineral (max.) 12,00 15,00 11,00 10,00 Cálcio (max.) 2,00 1,80 2,50 1,50 Fósforo (mín.) 0,50 0,40 0,42 0,50 3.3 Avaliação do Desempenho e das Características da Carcaça

Foram utilizados 32 coelhos (16 machos e 16 fêmeas) da raça Nova Zelândia branca, procedentes do criatório do Instituto de Zootecnia, sendo distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado em quatro tratamentos (rações) com oito repetições, sendo a unidade experimental constituída por um único animal. Os láparos

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foram desmamados aos 40 dias de idade e alojados, ao acaso, em gaiolas individuais de arame galvanizado, medindo 0,40 x 0,60 x 0,40 m, equipadas com comedouro e bebedouro.

Os animais foram submetidos a um período pré-experimental de 7 dias para adaptação às condições experimentais e, ao completarem 47 dias, foram pesados, apresentando peso médio inicial de 1296,71 ± 96 g.

O período experimental teve a duração de 28 dias, no qual os animais receberam água e ração à vontade. Foram registrados, os consumos de ração e os ganhos de peso, estes últimos calculados pela diferença entre o peso final e o inicial no período experimental.

Ao final do período experimental os animais foram, após um jejum de 24 horas, pesados e abatidos com uma pancada na base do crânio, suspensos pelas patas posteriores e sangrados por corte da jugular, procedendo-se em seguida a retirada da pele, evisceração (deixando na carcaça a cabeça, o fígado, os rins e o coração), corte das patas anteriores na articulação rádio-carpiana e corte das patas posteriores na articulação tíbio-tarsiana. A carcaça foi então pesada, obtendo-se o peso da carcaça quente completa (PCQ). As carcaças quentes previamente identificadas foram colocadas penduradas em câmara fria a 4 oC por 24 horas. Seguiu-se a pesagem das carcaças resfriadas com cabeça e vísceras comestíveis (PCR). Procedeu-se então a separação e pesagem da cabeça e vísceras comestíveis obtendo-se o peso da carcaça verdadeira (PCV).

Os pesos dos cortes comerciais foram obtidos conforme descrição feita por FERREIRA & CARREGAL (1996) e BLASCO & OUHAYOUN (1996), dividindo-se a carcaça em região posterior compreendida entre a última vértebra lombar e a primeira sacral; região lombar correspondendo à porção entre a primeira e a última vértebra lombar; região cérvico-torácica correspondendo à porção entre a primeira vértebra cervical e a última torácica; e região anterior, removida do tórax, ao lado do osso da escápula, incluindo a musculatura.

Os valores do PCQ, o PCR e o PCV relacionados com o peso vivo (PV) dos animais resultaram nos rendimentos da carcaça quente, da carcaça resfriada e da carcaça verdadeira, respectivamente. Os pesos de cada região foram relacionados com o peso da carcaça resfriada para o cálculo do rendimento das mesmas. 3.4 Avaliação da Digestibilidade Aparente dos Nutrientes das Rações Comerciais

A determinação da digestibilidade aparente dos nutrientes das rações foi realizada durante o ensaio de desempenho dos animais e seguiu as recomendações propostas por PEREZ et al. (1995).

O ensaio de digestibilidade foi realizado em dois períodos de quatro dias consecutivos cada um, sendo o primeiro dos 55 aos 58 e o segundo dos 70 aos 73 dias de idade. Nos quatro dias de colheita total de fezes as gaiolas receberam uma tela de nylon em toda a extensão do fundo, com o objetivo de reter as fezes, permitindo a passagem da urina.

Foram registrados o consumo de ração e as quantidades de fezes excretadas por cada unidade experimental, constituída por um único animal. Foi colhida uma amostra de cerca de 1000 g de cada ração comercial e, as fezes colhidas diariamente pela manhã eram devidamente identificadas e acondicionadas em sacos plásticos, hermeticamente fechados, e conservadas a –18 oC para posterior análise química.

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Após as análises das fezes e das rações, calculou-se os coeficientes de digestibilidade aparente (CDa) de acordo com SCHNEIDER & FLATT (1975), segundo a fórmula descrita a seguir:

Nutriente Ingerido (g) – Nutriente nas Fezes (g)

CDa (%) = Nutriente Ingerido (g) X 100

3.5 Preparo das Amostras e Técnicas Analíticas

As amostras das rações comerciais foram moídas em moinho tipo Willye utilizando-se peneira de 1 mm de malha, e em seguida acondicionadas em frascos, hermeticamente fechados, para posteriores análises.

As amostras de fezes foram descongeladas à temperatura ambiente, pesadas e, em seguida colocadas em estufa com circulação mecânica a 55 oC por 72 horas. Após a pesagem procedeu-se a moagem das amostras de fezes de forma semelhante às rações comerciais.

Nas amostras das rações comerciais e nas amostras de fezes foram feitas as seguintes análises de acordo com os métodos da Association of Official Analytical Chemists (AOAC, 1995): matéria seca (MS), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), feito sem hidrólise ácida, fibra bruta (FB) e matéria mineral.

O teor de fósforo foi determinado por colorimetria e o de cálcio por complexometria, utilizando-se o EDTA como titulante.

A energia bruta das amostras foi determinada utilizando-se uma bomba calorimétrica tipo PARR, de acordo com HARRIS (1970).

As análises dos componentes da parede celular, fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA), foram realizadas seguindo a metodologia descrita por VAN SOEST (1967) e VAN SOEST et al. (1991).

A determinação do nitrogênio não protéico (NNP) foi realizada segundo LICITRA et al. (1996). 3.6 Análises Estatísticas

Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado no ensaio de desempenho e na avaliação da carcaça. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e posteriormente as médias comparadas pelo teste de Tukey, ambos ao nível de 5% de significância, utilizando-se o Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas – SAEG (UFV, 1997).

O modelo matemático utilizado para a análise das variáveis estudadas foi: yij = µ + ti + εij yij = observação relativa ao tratamento i; µ = média geral; ti = efeito da ração i, i = A, B, C, D; εij = erro aleatório associado a cada observação.

No ensaio de digestibilidade utilizou-se o delineamento experimental

inteiramente casualizado em um esquema fatorial 4 x 2, quatro rações comerciais e duas idades, com oito repetições por tratamento, sendo a unidade experimental constituída por um único animal.

O modelo matemático utilizado para a análise das variáveis estudadas foi:

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yij = µ + σi + πj + (σπ)ij + εij yij = observação relativa a i-ésima ração e j-ésima idade; µ = média geral; σi = efeito da ração, sendo i = A, B, C e D; πj = efeito da idade, sendo j = 1,2; (σπ)ij = efeito da interação ração x idade; εij = erro aleatório associado a cada observação.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Avaliação Química das Rações Comerciais

A composição química das rações comerciais, na matéria seca natural, está apresentada na Tabela 2. Observou-se que os teores de umidade, extrato etéreo e fibra bruta estavam de acordo com os níveis de garantia expressos nas embalagens (Tabela 1). Já os teores de proteína bruta das rações A, B e C, apresentaram valores 7,73; 8,33 e 10,12%, respectivamente, abaixo do especificado nas embalagens. A ração D apresentou teor protéico 10,33% superior ao especificado no rótulo. Também se constatou que o teor de matéria mineral da ração A foi 22,75% superior ao especificado na embalagem.

Os valores de cálcio e de fósforo analisados (Tabela 2), da ração A , mesmo dentro dos níveis de garantia, não mantiveram a relação mínima de 1,5:1 recomendada por VANDELLI (1995).

A diferença verificada entre os níveis de garantia e os valores obtidos nas análises laboratoriais pode ser devida à falhas no controle de qualidade nas fábricas de ração, pois não adianta ter ingredientes de alta qualidade e equipamentos de última geração se, por exemplo, não for obtida uma mistura uniforme que forneça a todos os animais os nutrientes para um bom desempenho conforme previsto na fórmula (BELLAVER & NONES, 2000). Tabela 2 – Composição química das rações comerciais (% matéria natural) Ração comercial Nutriente (%) A B C D Umidade (U) 10,45 10,78 11,37 11,41 Proteína bruta (PB) 13,84 13,75 15,28 16,55 Extrato etéreo (EE) 4,51 3,96 4,13 3,18 Fibra bruta (FB) 15,32 11,16 10,04 11,23 Matéria mineral (MM) 14,73 11,73 7,90 7,38 Cálcio (Ca) 1,74 1,44 1,28 1,11 Fósforo (P) 1,28 0,81 0,87 0,59 Fibra detergente neutro (FDN) 44,41 34,37 34,14 32,33 Fibra detergente ácido (FDA) 19,44 16,15 13,74 14,27 Hemicelulose 24,97 18,22 20,40 18,06 Celulose 14,01 11,03 10,42 11,57 Lignina 4,47 4,57 3,59 3,74 Nitrogênio não protéico (NNP) 20,81 14,09 12,70 8,30 Energia bruta1 (EB) 3609,69 3585,10 3732,64 3762,15 1kcal/kg de ração

Recentemente D’ ÁVILA (2000) avaliando seis rações comerciais para cães

(Canis familiaris) observou que somente uma apresentava os níveis de garantia indicados na embalagem. PERDOMO (1975) e FERREIRA et al. (1977) ao avaliarem o valor nutritivo de rações iniciais e concentrados protéicos comerciais para suínos, encontrados no mercado de Minas Gerais, também constataram grandes variações na composição química das rações e concentrados.

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As rações A e B apresentaram teores de proteína bruta inferiores aos recomendados por LEBAS (1989), SCAPINELLO et al. (1995), MAERTENS (1998) e De BLAS & MATEOS (1998), que são 16,0; 19,4; 15,5 e 15,3%, respectivamente, enquanto que o teor de PB da ração D está próximo aos níveis recomendados pelos autores citados acima, com exceção de SCAPINELLO et al. (1995) que obtiveram melhor desempenho de coelhos criados no período de 35 a 90 dias de idade, com dietas contendo 19,4% de PB, sem suplementação de aminoácidos. O nível de PB da ração C é inferior às recomendações feitas, para rações mistas, por LEBAS (1989), MAERTENS (1998) e De BLAS & MATEOS (1998), que são 17,0; 17,0 e 15,9%, respectivamente.

As rações B, C e D apresentaram valores para a fibra em detergente ácido inferiores aos recomendados por LEBAS (1989), CHEEKE (1995), MAERTENS (1998) e De BLAS & MATEOS (1998), que são 18,0; 21,0; 18,5 e 17,5%, respectivamente. A ração A possui teor de FDA superior ao recomendado por LEBAS (1989), MAERTENS (1998) e De BLAS & MATEOS (1998), porém é inferior ao recomendado por CHEEKE (1995), que é de 21%.

Os teores de fibra bruta das rações B, C e D são inferiores aos recomendados por MAERTENS (1998) e De BLAS & MATEOS (1998), que é 14,5% para ambos, enquanto que a ração A possui teor de FB próximo aos recomendados por esses autores.

Os teores de cálcio apresentados pelas rações A, B e D são bastante superiores aos recomendados por FURLAN et al. (1997), MAERTENS (1998) e De BLAS & MATEOS (1998), que são 0,5; 0,8 e 0,6%, respectivamente. A ração C possui teor de cálcio próximo às recomendações feitas, para rações mistas, por LEBAS (1989), MAERTENS (1998) e De BLAS & MATEOS (1998), que são 1,10; 1,20 e 1,15%, respectivamente. Os níveis de fósforo de todas as rações são superiores aos recomendados por FURLAN et al. (1995), MAERTENS (1998) e De BLAS & MATEOS (1998), que são 0,3; 0,5 e 0,4%, respectivamente.

Não foi realizada análise de microminerais e vitaminas, mas conforme os níveis de garantia expressos na embalagem (Anexo I) percebe-se que a composição de vitaminas e microminerais é bastante variada em relação às exigências citadas (Anexo II) por LEBAS (1989) e De BLAS & MATEOS (1998). 4.2 Desempenho e Características da Carcaça Tabela 3 – Médias de Consumo de ração, de matéria seca, de proteína bruta, de proteína

digestível e de energia digestível e médias de desempenho produtivo. Ração comercial Variável A B C D CV (%) Peso inicial (g) 1309,25a 1287,71a 1287,25a 1301,50a 7,76 Peso final (g) 2087,50a 2166,00a 2166,50a 2088,50a 7,32 Ganho peso diário (g) 27,79a 31,37a 31,40a 28,11a 16,80 Consumo diário ração (g) 150,67a 146,28ab 133,69ab 127,50b 11,47 Consumo diário MS (g) 134,92a 130,51ab 118,49ab 112,72b 11,50 Consumo diário PB (g) 20,85a 20,11a 20,43a 21,10a 11,03 Consumo diário PD(g/d) 16,28a 15,19a 16,46a 16,73a 10,32 Consumo diário ED (kcal/d) 282,04a 316,73a 320,69a 304,75a 11,05 Conversão alimentar (g/g) 5,50a 4,76b 4,28b 4,56b 10,92

Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).

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Os valores médios de consumo e de desempenho estão apresentados na Tabela 3. Os pesos iniciais não diferiram significativamente entre si. Os pesos finais não foram influenciados (P>0,05) pelas rações testadas. O ganho de peso diário e o consumo diário de proteína bruta também não foram influenciados (P>0,05) pelas rações comerciais.

Em recente trabalho LEDIER et al. (2002) utilizando ração comercial na alimentação de coelhos em crescimento, abatidos aos 70, 80 e 90 dias, obtiveram ganhos de peso médios diário de 31,11; 31,23 e 26,46, respectivamente, valores próximos aos obtidos neste experimento.

O consumo diário de ração foi influenciado significativamente pelas rações testadas. Os animais alimentados com a ração D tiveram um consumo diário de ração significativamente inferior ao dos animais alimentados com a ração A. O maior consumo verificado na ração A pode ser devido a menor quantidade de energia digestível dessa ração, pois é, principalmente, por intermédio da energia da ração que o coelho controla seu consumo voluntário de alimentos. Este controle no consumo diário de energia ocorre com maior precisão quando os níveis energéticos estão compreendidos entre 2.500 e 3.000 kcal ED/kg de ração. Em níveis inferiores a este ocorre aumento de consumo, redução de ganho de peso e de digestibilidade de outros nutrientes, enquanto em níveis superiores aos citados o risco de desordens digestivas é aumentado (De BLAS, 1989). O alto teor de FDA apresentado pela ração A também pode ter contribuído para o aumento do consumo, pois um aumento significativo no consumo diário de ração foi verificado por GIDENNE et al. (2000) ao aumentar o teor de FDA de 12 para 20% em dietas para coelhos.

O consumo diário de matéria seca também foi influenciado significativamente pelas rações comerciais. Os animais alimentados com a ração D tiveram um consumo diário de matéria seca significativamente inferior ao dos animais alimentados com a ração A. O maior consumo verificado na ração A pode ser devido a menor quantidade de energia digestível dessa ração.

A conversão alimentar foi influenciada significativamente pelas rações comerciais. A conversão alimentar dos animais alimentados com a ração A diferiu significativamente das obtidas com as demais rações. O pior resultado apresentado pela ração A foi devido a um maior consumo de ração, pois os ganhos de peso totais dos animais não diferiram com os tratamentos. Os valores de conversão alimentar obtidos neste experimento são piores que os citados por CRESPI et al. (1992a), VALENTE et al. (2000), DIAS et al. (2000), GOMES et al. (2001) e LEDIER et al. (2002), que para idades de abate próximas, mas com rações diferentes, obtiveram 2,25; 3,08; 3,86, 2,83 e 3,85, respectivamente.

Com relação às características de carcaça, os pesos vivos ao abate, da carcaça quente, da carcaça resfriada, da carcaça verdadeira, da cabeça, das vísceras comestíveis, da região anterior, da região cérvico-torácica, da região lombar e da região posterior estão apresentados na Tabela 4, e os rendimentos da carcaça quente, da carcaça resfriada, da carcaça verdadeira, da cabeça, das vísceras comestíveis e dos cortes em função das rações comerciais utilizadas estão apresentados na Tabela 5. Dentre as variáveis estudadas, o peso da região lombar foi a única influenciada significativamente pelos tratamentos, sendo que os animais alimentados com a ração A apresentaram pesos significativamente inferiores aos alimentados com a ração B. O comportamento apresentado pela variável pode ser devido a baixa taxa de ED/PD (Tabela 8), pois DALLE ZOTTE (2000) cita que taxas abaixo do valor ótimo de 24 kcal ED por g PD não são suficientes o bastante para cobrir as necessidades diárias de proteína e consequentemente a taxa de crescimento pode ser negativamente afetada, porque a deposição de proteína muscular é sub-ótima e neste caso os animais podem exibir ou

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baixo depósito de gordura, devido ao atraso no desenvolvimento destes tecidos, ou alto acúmulo de lipídeo intracelular, devido a um alto nível de energia. Tabela 4 – Valores médios de peso vivo (PV) ao abate, peso da carcaça quente (PCQ),

peso da carcaça resfriada (PCR), peso da carcaça verdadeira (PCV), peso da cabeça (PC), peso das vísceras comestíveis (PVC), peso dos membros anteriores (PA), peso da região cérvico-torácica (PCT), peso da região lombar (PL) e peso da região posterior (PP)

Ração Comercial Variável (g) A B C D CV (%) PV 2087,50a 2166,00a 2166,50a 2088,50a 7,32 PCQ 1263,00a 1354,29a 1350,00a 1322,75a 6,57 PCR 1226,50a 1316,57a 1307,00a 1282,50a 6,71 PCV 1054,00a 1139,14a 1131,75a 1104,75a 6,78 PC 103,75a 104,86a 106,50a 109,25a 6,79 PVC 67,75a 71,14a 68,50a 66,50a 14,12 PA 163,75a 178,57a 176,00a 174,25a 8,45 PCT 176,00a 182,57a 192,25a 187,50a 12,01 PL 333,75b 380,00a 360,50ab 346,00ab 6,94 PP 378,75a 397,43a 401,75a 395,25a 8,33

ab Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).

Tabela 5 – Rendimentos da carcaça quente (RCQ), da carcaça resfriada (RCR), da

carcaça verdadeira (RCV), da cabeça (RC), das vísceras comestíveis (RVC), dos membros anteriores (RA), da região cérvico-torácica (RCT), da região lombar (RL) e da região posterior (RP)

Ração Comercial Variável (%) A B C D CV (%) RCQ 60,57b 62,61ab 62,36ab 63,33a 2,75 RCR 58,81b 60,86ab 60,37ab 61,41a 2,80 RCV 50,54b 52,68ab 52,27ab 52,90a 3,23 RC 8,47a 7,98a 8,16a 8,52a 5,22 RVC 5,53a 5,36a 5,24a 5,18a 10,60 RA 13,38a 13,54a 13,46a 13,58a 5,13 RCT 14,25a 13,89a 14,72a 14,63a 9,18 RL 27,25ab 28,92a 27,59ab 26,97b 4,76 RP 30,90a 30,15a 30,71a 30,82a 3,71

ab Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).

Em recente trabalho, CRESPI et al. (2002) ao abaterem coelhos da raça Nova

Zelândia Branca, alimentados com ração comercial, em diferentes idades (70, 80 e 90 dias) obtiveram para PV, PCQ, PCR, PCV, PC, PVC, PA, PL e PP os valores de 1982; 1250; 1220; 1035; 100; 80; 326; 333 e 376 g, para a idade de 70 dias, de 2115; 1342; 1313; 1121; 100; 90; 360; 362 e 398 g, para a idade de 80 dias, e de 2459; 1583; 1544; 1344; 120; 90; 416; 444 e 484 g, para a idade de 90 dias, respectivamente.

Os rendimentos obtidos para cabeça, vísceras comestíveis, membros anteriores, região cérvico-torácica e região posterior não foram influenciados significativamente

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pelas rações comerciais, enquanto que as demais variáveis foram influenciadas significativamente.

Os rendimentos de carcaça quente, de carcaça resfriada e de carcaça verdadeira dos animais alimentados com a ração A foram significativamente inferiores aos obtidos com a ração D. O rendimento da região lombar dos animais alimentados com a ração B foi significativamente superior ao dos animais da ração D.

De acordo com a literatura consultada os resultados de características de carcaça são muito variáveis, sendo que a idade de abate nos experimentos varia de 70 a 80 dias, e à medida que aumenta a idade de abate, aumenta o peso vivo, o peso dos cortes, o rendimento de carcaça e consequentemente dos cortes.

Face ao exposto anteriormente, os dados de rendimento obtidos neste experimento podem ser considerados bons, pois FERREIRA & CARREGAL (1996) ao abaterem coelhos da raça Nova Zelândia branca aos 70 dias de idade, alimentados com ração comercial, obtiveram valores de 49,6 e 47,9% para RCQ e RCR, 13,9 e 27,0% para RA e RL e 24,5 e 36,5% para RCT e RP, respectivamente, e CRESPI et al. (2002) ao abaterem coelhos, alimentados com ração comercial, aos 70, 80 e 90 dias, obtiveram valores médios para RCQ, RCR e RCV de 63,07; 61,55 e 52,25%, para a idade de 70 dias, de 63,43; 62,08 e 53,02%, para a idade de 80 dias e de 64,41; 62,78 e 54,66%, para a idade de 90 dias, respectivamente.

A porcentagem de perda de peso entre a carcaça quente e a carcaça resfriada, que representa a perda de água no resfriamento, obtida neste trabalho (2,79 a 3,20%), pode ser considerada normal, pois, estudos de PERRIER & OUHAYOUN (1996) mostraram perdas de peso de 2,96 a 3,02% e VIEIRA (2000) valores de 2,39 a 2,93%. 4.3 Digestibilidade Aparente dos Nutrientes das Rações Comerciais Tabela 6 – Coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (CDaMS), da

matéria orgânica (CDaMO), do extrato etéreo (CDaEE), da energia bruta (CDaEB) e da fibra em detergente neutro (CDaFDN)

Ração Comercial CDa (%) A B C D CV (%)

CDaMS 45,41c 57,61b 62,83a 62,58a 5,33 CDaMO 50,59c 61,60b 65,03a 63,80ab 4,72 CDaEB 51,79c 60,68b 64,32a 63,50a 5,07 CDaEE 76,08bc 78,06ab 79,59a 74,56c 3,98 CDaFDN 21,19b 17,60c 26,49a 23,95ab 15,23

Médias, na mesma linha, com letras minúsculas distintas diferem pelo teste de Tukey (P<0,05)

As médias dos coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca

(CDaMS), matéria orgânica (CDaMO), energia bruta (CDaEB), extrato etéreo (CDaEE), e fibra em detergente neutro (CDaFDN) estão apresentados na Tabela 6.

As médias do CDaMS não foram influenciadas significativamente pela idade dos animais, sendo obtidos os valores médios de 56,99 e 57,22% para o primeiro e segundo período, respectivamente. Esses resultados concordam com os de PARTRIDGE (1980), EVANS & JEBELIAN (1982) e XICCATO & CINETTO (1988), que também não encontraram influência da idade dos animais sobre a capacidade em digerir a MS.

Ao se avaliar o efeito do tratamento, observa-se que o valor médio do CDaMS das rações C e D diferiu significativamente dos obtidos com as rações A e B. A maior

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digestibilidade da MS das rações C e D pode ser devido ao baixo valor em lignina destas rações. Estas observações vão de encontro a NICODEMUS et al. (1999), que utilizando níveis crescentes de lignina na ração, de 33, 41, 50 e 59 g/kg MS, observaram que o aumento do teor de lignina levou a uma diminuição na digestibilidade da MS. Os valores médios obtidos para o CDaMS estão próximos aos achados por XICCATO & CINETTO (1988), que ao utilizarem ração comercial encontraram 58,50%, mas são inferiores aos encontrados por BERCHICHE et al. (1996), que trabalhando com ração comercial encontraram 76,60%.

As médias do CDaMO e o do CDaEB não foram influenciadas significativamente pela idade dos animais, sendo obtidos os valores médios de 60,07 e 60,43% para o CDaMO e os valores médios de 60,11 e 60,04% para o CDaEB, para o primeiro e segundo período, respectivamente. Vários autores encontraram que a idade dos animais não teve influência sobre a capacidade em digerir a EB e MO das rações (CARREGAL, 1976; EVANS & JEBELIAN, 1982; XICCATO & CINETTO, 1988; GIDENNE & PEREZ, 1993). As duas variáveis apresentaram comportamento semelhante, com valores muito próximos, o que era de se esperar, uma vez que a MO contribui com toda energia do alimento. Ao se avaliar o efeito do tratamento, observa-se que os valores médios dos coeficientes de digestibilidade aparente da EB e da MO das rações C e D diferiram significativamente dos obtidos com as rações A e B. A maior digestibilidade obtida com as rações C e D pode ser devido ao baixo valor em FDA destas rações, pois GIDENNE et al. (2000) verificaram aumento no CDaEB e no CDaMO com a redução do teor de FDA de 20 para 12%. Os valores médios obtidos neste trabalho para os CDaMO e CDaEB estão próximos aos obtidos por XICCATO & CINETTO (1988), que ao utilizarem ração comercial peletizada encontraram 59,62%; mas são inferiores aos encontrados por GIDENNE & PEREZ, (1993), que são 70,0 e 67,8% para MO e EB, respectivamente, e GIDENNE et al. (2000), que são 71,9 e 70,50, para MO e EB, respectivamente.

As médias do CDaEE não foram influenciadas significativamente pela idade dos animais, sendo obtidos os valores médios de 77,17 e 76,97% para o primeiro e segundo período, respectivamente, o que está em desacordo com os dados obtidos por XICCATO & CINETTO (1988), pois estes autores observaram um aumento linear no CDaEE em função da idade. EVANS & JEBELIAN (1982) encontraram um aumento de 0,84% por semana para a digestibilidade do extrato etéreo, ao estudar o efeito da idade, da 5ª até a 12ª semana, sobre a digestibilidade dos nutrientes das dietas em coelhos. Ao se avaliar o efeito do tratamento, observa-se que a média do CDaEE da ração C foi significativamente superior às obtidas com as rações A e D. Segundo CHURCH (1988), a maior presença de lipídios na digesta aumenta a secreção de sais biliares e das lipases pancreáticas, e a reabsorção de bile e sua elevação na circulação enterohepática também estimulariam a digestão deste nutriente, o que provavelmente explicaria a maior digestibilidade do EE das rações B e C, pois estas rações apresentaram elevado teor de EE (Tabela 2), enquanto que a ração A, mesmo possuindo alto teor de EE, devido a seu elevado teor de FDA, pode ter ocasionado uma elevação na taxa de passagem, diminuindo a sua digestibilidade. Os valores médios encontrados para o CDaEE são inferiores ao obtido por EVANS & JEBELIAN (1982), que é de 81,1%, mas é condizente com os obtidos por outros autores (XICCATO & CINETTO, 1988; DESHMUKH & PATHAK, 1992; BERCHICHE et al., 1996; ARRUDA et al., 2002), que são 75,8; 77,1; 77,0 e 75,4%, respectivamente.

As médias do CDaFDN não foram influenciadas significativamente pela idade dos animais, sendo obtido os valores médios de 22,59 e 22,02% para o primeiro e segundo período, respectivamente. Esses resultados concordam com os de XICCATO &

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CINETTO (1988), que não encontraram influência da idade dos animais sobre a capacidade em digerir a FDN. Entretanto, GIDENNE & PEREZ (1993) encontraram um decréscimo significativo no CDaFDN com a idade. Ao se avaliar o efeito do tratamento, observa-se que a média do CDaFDN da ração C diferiu significativamente das obtidas com as rações A e B. O maior valor verificado com a ração C e o menor com a ração B, pode estar associado ao nível de lignina dessas rações, 3,59 e 4,57%, respectivamente, pois a ração C por possuir um menor teor de lignina propiciou provavelmente um maior tempo de retenção para atividade fermentativa, contribuindo para melhor colonização e ação da microflora do ceco–cólon sobre a fração fibrosa, o que justificaria a melhor digestibilidade da FDN desta ração (De BLAS & WISEMAN, 1998). Os valores médios obtidos neste trabalho para o CDaFDN estão próximos aos obtidos por XICCATO & CINETTO (1988), GIDENNE & PEREZ (1993) e NICODEMUS et al. (1999), que são 22,7; 25,0 e 23,8%, respectivamente, porém são inferiores aos obtidos por DESHMUKH & PATHAK (1992), GIDENNE et al. (2000) e ARRUDA et al. (2002), que são 38,4; 42,8 e 43,85%, respectivamente.

Os valores médios para o CDaPB estão apresentados na Tabela 7, onde pode-se observar interação significativa (P<0,05) ração e idade. A digestibilidade da ração A aumentou com a idade, enquanto que com a ração B ocorreu o contrário, a digestibilidade foi reduzida com o aumento da idade. Esta última observação vai ao encontro de GIDENNE & PEREZ (1993), que também observaram redução significativa no CDaPB com o aumento da idade dos coelhos. Já com as rações C e D o CDaPB não foi influenciado significativamente com o aumento da idade, concordando com os resultados obtidos por EVANS & JEBELIAN (1982) e XICCATO & CINETTO (1988), que não encontraram influência da idade para a digestibilidade deste nutriente. O aumento de digestibilidade da PB obtido com a ração A pode ser devido ao seu alto teor em nitrogênio não protéico (NNP), pois provavelmente com o aumento da idade os coelhos aproveitaram melhor o NNP. Tabela 7 – Coeficientes de digestibilidade aparente da proteína bruta (CDaPB) e da

fibra em detergente ácido (CDaFDA) Ração Comercial CDa (%) Idade(dias) A B C D CV (%)

55 – 58 76,65bB 77,48bA 80,84aA 79,23abA CDaPB 70 – 73 79,64aA 73,92bB 80,44aA 79,42aA

3,47

55 – 58 4,39bA 13,49abA 14,96aA 7,86abA

CDaFDA 70 – 73 2,38bA 5,39abB 13,15aA 9,55abA

24,12

Médias, na mesma linha, com letras minúsculas distintas diferem pelo teste de Tukey (P<0,05) Médias, na mesma coluna, com letras maiúsculas distintas diferem pelo teste de Tukey (P<0,05) CV=3,47%

Com relação à influência do tipo de ração, observa-se na Tabela 7 que no

período de 55 a 58 dias de idade a média do CDaPB da ração C diferiu significativamente das obtidas com as rações A e B. No período de 70 a 73 dias de idade a média do CDaPB da ração B diferiu significativamente das obtidas com as demais rações. Os maiores coeficientes obtidos com as rações C e D podem estar relacionados ao baixo valor em FDA destas rações, levando a um maior tempo de retenção e conseqüentemente a um aumento de digestibilidade, pois GIDENNE et al. (2000) verificaram aumento do CDaPB com a redução dos níveis de FDA de 20 para 12%. Os valores médios citados neste experimento estão próximos aos obtidos por BERCHICHE

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et al. (1996), que é de 77,7%, sendo superiores aos obtidos por ARRUDA et al. (2002), que é de 68,14%.

Os valores médios para o CDaFDA estão apresentados na Tabela 7. Pode-se observar que houve interação significativa (P<0,05) ração e idade. A ração B teve seu coeficiente reduzido (P<0,05) com o aumento da idade, enquanto que para as demais rações não houve influencia significativa (P>0,05) da idade.

Resultados semelhantes foram descritos por GIDENNE & PEREZ (1993). Estes autores relataram uma redução no CDaFDA em função da idade do coelho. Entretanto, PARTRIDGE (1980) estudando o efeito da idade sobre a digestão da fibra em coelhos, não encontrou variações significativas (P>0,05) na digestibilidade da fração FDA com a idade. Do mesmo modo, XICCATO & CINETTO (1988) estudando o efeito da idade (7ª a 12ª semanas) sobre a digestibilidade de rações, não encontraram efeito significativo (P>0,05) sobre a digestibilidade da fração FDA.

Verificando a Tabela 7 observa-se que o CDaFDA da ração C foi significativamente maior (P<0,05) que o da ração A. A ração C por possuir um menor teor de lignina propiciou provavelmente um maior tempo de retenção para atividade fermentativa, contribuindo para melhor colonização e ação da microflora do ceco–cólon sobre a fração fibrosa, o que justificaria a melhor digestibilidade da FDA desta ração (De BLAS & WISEMAN, 1998). Os valores encontrados para a fração FDA, confirmam a premissa de que o coelho, embora necessite de fibra em sua dieta, faz utilização muito modesta da mesma, sugerindo que a fibra tem função principalmente fisiológica, permitindo o trânsito normal da digesta, além de evitar a proliferação de agentes patogênicos indesejáveis no trato digestivo (ROBINSON et al., 1985; GIDENNE, 1996).

Os valores médios obtidos neste trabalho para o CDaFDA estão próximos aos encontrados por PARTRIDGE (1980), que é de 12,4%, porém são inferiores ao obtidos por CARABAÑO et al. (1997); GIDENNE et al. (2000) e ARRUDA et al. (2002), que são 28,9; 33,5; 34,5%, respectivamente. Tabela 8 – Proteína digestível, energia digestível e relação ED/PD Ração comercial Nutriente A B C D Proteína digestível (PD)1% 10,82 10,41 12,32 13,13 Energia Digestível (ED)1,2 1869,46 2175,44 2400,83 2388,97 ED/PD3 17,28 20,90 19,49 18,19 1Valores determinados a partir do ensaio de digestibilidade 2kcal/kg de ração 3kcal ED/ g PD

Os valores médios da proteína digestível, energia digestível e da relação ED/PD

estão apresentados na Tabela 8. O valor de proteína digestível da ração A, calculado a partir do CDaPB,

constante da Tabela 6, é 5,9% inferior ao recomendado por LEBAS (1989), mas está de acordo com a recomendação de De BLAS & MATEOS (1998), e está próximo ao valor recomendado por MAERTENS (1998). O valor de PD da ração B é inferior a todas as recomendações citadas acima. Por sua vez, o valor de PD da ração C, está de acordo com as recomendações para rações mistas (LEBAS, 1989; MAERTENS, 1998; De BLAS & MATEOS, 1998), enquanto que o nível de PD da ração D é superior as recomendações de LEBAS (1989), MAERTENS (1998) e De BLAS & MATEOS (1998).

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Os valores de energia digestível, calculados a partir dos CDaEB (Tabela 6), das rações A, B e D são inferiores as recomendações de LEBAS (1989), SCAPINELLO et al. (1995), MAERTENS (1998) e De BLAS & MATEOS (1998), enquanto que a ED da ração C está próxima a recomendação de MAERTENS (1998), mas é inferior as recomendações de LEBAS (1989) e De BLAS & MATEOS (1998), para rações mistas.

Com base nos coeficientes de digestibilidade da energia e da proteína, calculou-se a quantidade de energia e proteína digestível das rações comerciais e determinou-se a relação entre as duas variáveis. Segundo De BLAS (1989) e De BLAS & WISEMAN (1998), uma relação ideal seria em torno de 23 kcal de energia digestível por grama de proteína digestível,

26

5. CONCLUSÕES Nas condições em que este experimento foi conduzido pode-se concluir que:

• Somente uma ração apresentou os níveis de garantia especificados; • Todas as rações apresentaram baixo teor de ED em relação às exigências de

coelhos em crescimento, enquanto que três rações apresentaram níveis de proteína abaixo das exigências, ao contrário dos níveis de Ca e P que se encontraram em níveis superiores aos recomendados;

• O rendimento de carcaça e a conversão alimentar foram influenciados pelo tipo de ração utilizada;

• A idade dos animais afetou a digestibilidade da PB e da FDA; • As variações observadas, neste estudo, indicam ser necessário exercer um

melhor controle de qualidade durante a fase de fabricação das rações de coelhos.

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ANEXOS Anexo I – Enriquecimento por quilograma do produto Anexo II – Exigências de vitaminas e microminerais

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Anexo I – Enriquecimento por quilograma do produto Ração Comercial Nutriente A B C D Vitamina A UI 3.000 7.125 2.100 10.000 Vitamina D UI 5.000 610 400 1900 Vitamina E mg 5,00 10,00 1,50 20,00 Vitamina K3 mg 1,00 – – – Vitamina B1 mg 2,00 – – – Vitamina B2 mg 3,00 4,50 1,80 6,00 Vitamina B6 mg 1,00 – – – Vitamina B12 µg 10,00 8,00 8,00 6,00 Pantotenato de cálcio mg 9,80 15,00 4,831 18,001 Niacina mg 15,00 30,00 7,98 40,00 Ácido fólico mg – 3,70 – – Colina mg – 500,00 – 1.200,00 Ferro mg 40,00 14,00 6,56 30,00 Cobre mg 6,00 1,60 1,53 25,00 Cobalto mg 1,00 0,16 0,18 1,50 Zinco mg 60,00 45,00 11,25 150,00 Manganês mg 43,00 55,00 1,30 60,00 Iodo mg 0,32 0,30 0,30 2,00 Selênio mg 8,00 – – –

1 ácido pantotênico

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Anexo II – Exigências de vitaminas e microminerais

Lebas (1989)

Lebas (1989)

De Blas & Mateos (1998)

De Blas & Mateos (1998)

Nutriente

Coelhos em

crescimento Ração mista

Coelhos em crescimento

Ração mista

Vitamina A UI 6.000 10.000 6.000 10.000 Vitamina D UI 1.000 1.000 900 900 Vitamina E mg 50 50 15 50

Vitamina K3 mg – 2 1 2 Vitamina B1 mg 2 2 0,8 1,0 Vitamina B2 mg 6 4 3 5 Vitamina B6 mg 2 2 0,5 1,5 Vitamina B12 mg 0,01 0,01 9 12 Acido Pantotênico mg 20 20 8 15

Niacina mg 50 50 35 35 Ácido fólico mg 5 5 0,1 1,5 Colina mg 50 100 100 200 Ferro mg 50 100 30 50 Cobre mg 10 10 6 10 Cobalto mg 0,1 0,1 0,3 0,3 Zinco mg 25 50 35 60 Manganês mg 8,5 8,5 8 15 Iodo mg 0,2 0,2 0,4 1,1 Selênio mg – – 0,05 0,05