disposições preliminares do ctb

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1 Disposições Preliminares 1.1. Breve histórico No ano de 1941, foi publicado o Decreto-lei nº 2.994, instituindo o primeiro Código Nacional de Trânsito, revogado logo em seguida, pelo Decreto-Lei n.º 3.651, de 25 de setembro de 1941, através do qual foi instituído o CONTRAN e os Conselhos Regionais de Trânsito (CRT), subordinados diretamente ao Ministério da Justiça e Negócios interiores e aos respectivos governos locais, respectivamente. Após 26 anos, foi instituído o segundo Código Nacional de Trânsito, Lei nº 5.108 de 21 de setembro de 1966, que previa a criação de vários órgãos de estruturação nacional, dentre os quais o DENATRAN, integrante do Ministério da Justiça. Esse código permaneceu em vigência por mais de trinta anos, quando, em 23 de setembro de 1997, foi publicado o novo Código de Trânsito Brasileiro, Lei federal nº 9.503, disciplinando em parte do sistema normativo de trânsito no território federal, uma vez que os diplomas jurídicos específicos, a exemplo dos tratados internacionais, permanecem em vigor até que sejam retirados do mundo jurídico, segundo os elementos de revogação previstos na Lei de Introdução do Código Civil. Em síntese, é o breve histórico. 1.2. Limitação territorial Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código. § 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. Ao considerar que o trânsito só ocorre em vias terrestres e abertas à circulação pública, o art. 1º do CTB delimitou o poder de fiscalização dos órgãos que compõem o Sistema Nacional de Trânsito, uma vez que as áreas privadas, ao menos em princípio, estariam fora do alcance legal, para fins de fiscalização de trânsito. Com efeito, a circulação de veículos, pessoas ou animais por superfícies NÃO abrangidas pelo conceito jurídico de via”, (toda área que compreende pista, acostamento e calçada) não comporta a aplicação do CTB, a exemplo das áreas privadas, como fazendas, garagens, estacionamentos de shoppings ou condomínios, salvo, no último caso, quando constituídos por unidades autônomas. Por essa razão, os veículos automotores que transitam em VIAS PARTICULARES, conduzidos por motoristas não habilitados, sem cinto de segurança ou transportando passageiros em compartimento de carga não podem sofrer qualquer medida administrativa tomada na Lei nº 9.503/97, ante da inaplicabilidade do CTB nas áreas não compreendidas como via pública. A matéria já foi alvo de questão de prova do concurso da Polícia Rodoviária Federal de 2002, conforme demonstra o seguinte item: O operador de um trator de esteiras utilizado exclusivamente na derrubada de árvores de grande porte em uma mata densa localizada em terras particulares não necessita estar habilitado junto ao órgão executivo de trânsito competente, em uma das diferentes categorias de condutores de veículos automotores, para efeito de realizar esse trabalho. A afirmativa foi considerada correta, pois, trata-se de áreas particulares, não necessitando assim de documento de habilitação para conduzir veículos automotores. Veremos, ainda, em capítulo próprio, que os órgãos componentes do Sistema Nacional de Trânsito podem determinar a imediata retirada, em edifícios particulares, de inscrições ou qualquer imagem que possa prejudicar a segurança no trânsito, adicionando nova exceção à aplicação do código em áreas estritamente privadas.

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CAPÍTULO I DO CTB PARA QUEM SE PREPARA PARA O CONCURSO DA PRF 2013.

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Page 1: Disposições Preliminares do CTB

1 Disposições Preliminares

1.1. Breve histórico

No ano de 1941, foi publicado o Decreto-lei nº 2.994, instituindo o primeiro Código Nacional de Trânsito, revogado logo em seguida, pelo Decreto-Lei n.º 3.651, de 25 de setembro de 1941, através do qual foi instituído o CONTRAN e os Conselhos Regionais de Trânsito (CRT), subordinados diretamente ao Ministério da Justiça e Negócios interiores e aos respectivos governos locais, respectivamente.

Após 26 anos, foi instituído o segundo Código Nacional de Trânsito, Lei nº 5.108 de 21 de setembro de 1966, que previa a criação de vários órgãos de estruturação nacional, dentre os quais o DENATRAN, integrante do Ministério da Justiça.

Esse código permaneceu em vigência por mais de trinta anos, quando, em 23 de setembro de 1997, foi publicado o novo Código de Trânsito Brasileiro, Lei federal nº 9.503, disciplinando em parte do sistema normativo de trânsito no território federal, uma vez que os diplomas jurídicos específicos, a exemplo dos tratados internacionais, permanecem em vigor até que sejam retirados do mundo jurídico, segundo os elementos de revogação previstos na Lei de Introdução do Código Civil.

Em síntese, é o breve histórico.

1.2. Limitação territorial

Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código. § 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.

Ao considerar que o trânsito só ocorre em vias terrestres e abertas à circulação pública, o art. 1º do CTB delimitou o poder de fiscalização dos órgãos que compõem o Sistema Nacional de Trânsito, uma vez que as áreas privadas, ao menos em princípio, estariam fora do alcance legal, para fins de fiscalização de trânsito.

Com efeito, a circulação de veículos, pessoas ou animais por superfícies NÃO abrangidas pelo conceito jurídico de “via”, (toda área que compreende pista, acostamento e calçada) não comporta a aplicação do CTB, a exemplo das áreas privadas, como fazendas, garagens, estacionamentos de shoppings ou condomínios, salvo, no último caso, quando constituídos por unidades autônomas.

Por essa razão, os veículos automotores que transitam em VIAS PARTICULARES, conduzidos por motoristas não habilitados, sem cinto de segurança ou transportando passageiros em compartimento de carga não podem sofrer qualquer medida administrativa tomada na Lei nº 9.503/97, ante da inaplicabilidade do CTB nas áreas não compreendidas como via pública.

A matéria já foi alvo de questão de prova do concurso da Polícia Rodoviária Federal de 2002, conforme demonstra o seguinte item:

O operador de um trator de esteiras utilizado exclusivamente na derrubada de árvores de grande porte em uma mata densa localizada em terras particulares não necessita estar habilitado junto ao órgão executivo de trânsito competente, em uma das diferentes categorias de condutores de veículos automotores, para efeito de realizar esse trabalho.

A afirmativa foi considerada correta, pois, trata-se de áreas particulares, não necessitando assim de documento de habilitação para conduzir veículos automotores.

Veremos, ainda, em capítulo próprio, que os órgãos componentes do Sistema Nacional de Trânsito podem determinar a imediata retirada, em edifícios particulares, de inscrições ou qualquer imagem que possa prejudicar a segurança no trânsito, adicionando nova exceção à aplicação do código em áreas estritamente privadas.

Page 2: Disposições Preliminares do CTB

Essa atividade de polícia administrativa em área particular, no entanto, não é regra, admitindo-se apenas excepcionalmente, quando a intervenção na propriedade particular for imprescindível à segurança do trânsito nas vias terrestres, de modo a justificar a medida.

Sobre o tema, a CESPE/UNB, no curso de formação da Polícia Rodoviária Federal em 2004, afirmou o seguinte:

Considere a seguinte situação. Um posto de combustíveis margeia uma rodovia federal em trecho desprovido de sinalização relativa a limite de velocidade e sua área privativa alcança a extensão de 950 m. A partir de determinado dia, o gerente do estabelecimento determinou aos seus empregados a implantação de decisão emanada dos proprietários do posto, no sentido de proibir, nos limites privativos do pátio do posto, a circulação de veículos automotores em velocidade superior a 10 km/h. Inconformado, um consumidor apresentou queixa contra tal medida à Polícia Rodoviária Federal. Nessa situação, a despeito da velocidade mínima legalmente prevista no Código de Trânsito Brasileiro, não compete à Polícia Rodoviária Federal a tomada de nenhuma medida, porquanto a área em apreço não é considerada via pública, embora margeie uma rodovia federal.

O gabarito definitivo considerou correta a assertiva, uma vez que o posto de combustível representa área não afeta à aplicação do código por não ser considerada via pública.

No tocante as regras criminais, por outro lado, deve o interprete afastar a incidência do art. 1º do CTB, restringindo-se unicamente às elementares contidas no preceito primário do tipo penal, a exemplo do art. 302 do CTB que pela sua dicção: “Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor (...)”, não importa a superfície onde é praticada a conduta, uma vez que não consta a elementar “via pública” no tipo penal que descreve o delito.

O crime de “disputa não autorizada”, por sua vez, ao dispor em seu tipo penal a elementar “via pública”, restringe a superfície territorial da infração penal, reputando-se atípica a corrida praticada em ambientes fechados, fora dos limites da circunscrição viária

Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada (...).

Conclui-se que a ocorrência ou não de crime em áreas particulares só depende da redação do tipo penal. Quando houver previsão expressa na elementar do tipo que determine a área de superfície pública onde deva ocorrer o delito, haverá restrição à consumação da infração penal, ante a localização da conduta.

Caso contrário, não exista previsão específica no tipo penal quanto ao local do crime, admitir-se-á a consumação em qualquer superfície terrestre, consubstanciando exceção à regra de aplicação do código constante no art. 1º do CTB.

1.3. Da Responsabilidade

§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito.

Essa segurança é consubstanciada em tarefas promovidas pelo estado de forma preventiva, com a implantação de sinalização, pavimentação das ruas, de preparo de agentes e de campanhas educacionais; e de forma repressiva, com aplicação das penas administrativas e judiciais, a exemplo da multa, da apreensão do veículo, da advertência por escrito, e da privação ou restrição da liberdade.

Dessa forma, os precedentes judiciais atribuem a responsabilidade ao proprietário do animal abandonado na via, quando dessa ilegalidade resultar danos a terceiros, afastando a responsabilidade do estado, salvo quando comprovada a negligência por parte de seus agentes.

Já para as concessionárias de serviços rodoviários, o entendimento é diverso, uma vez que subordinadas às regras de consumo, submete-se aos efeitos da responsabilidade objetiva, por qualquer dano na prestação do serviço e pela manutenção da rodovia em todos os aspectos, respondendo, inclusive, pelos acidentes ocasionados pela presença de animais na pista.

Page 3: Disposições Preliminares do CTB

1.4. Da Responsabilidade Objetiva

§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito respondem, no âmbito de suas respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro.

Consiste na chamada responsabilidade objetiva da Administração Pública, pautada na Teoria do Risco Administrativo, em observância ao art. 37, parágrafo 6º da Constituição Federal.

Essa responsabilidade tem como característica transferir à administração o ônus da prova em lide decorrente de ato danoso causado a particular por agente público, no exercício de suas funções, como demonstra o exemplo que segue:

Suponha que “A” condutor do veículo que foi colidido por outro da administração pública, ingresse com ação de na esfera judicial, a fim de obter da administração pública, o ressarcimento decorrente do dano material resultante dos estragos causados ao veículo, assim como indenização por danos morais, pelas lesões corporais ocasionadas pelo mesmo acidente.

Na petição inicial, “A” deve demonstrar dois itens: o dano, que no caso é duplo, tanto material como moral, e o nexo de causalidade, esclarecendo que os danos foram resultantes do evento, que não eram preexistentes à ocorrência do acidente.

Não haverá, contudo, dever de comprovar a responsabilidade subjetiva do agente, ou seja, a culpa ou o dolo para que seja julgada procedente a ação judicial de ressarcimento, uma vez que responsabilidade objetiva da administração pública, pautada na Teoria do Risco Administrativo, afasta esse ônus processual, a teor do art. 37, § 6º da Constituição Federal.

1.5. Do Bem Jurídico Protegido

§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em suas ações à defesa da vida, nela incluída a preservação da saúde e do meio-ambiente.

Em atenção a essa importância, o CTB, nos mais diversos dispositivos prevê que a segurança dos pedestres, dos condutores, inclusive dos animais merece atenção especial. Equipamentos de segurança dos veículos, de redução de poluentes, dispositivos de sinalização e documentos necessários ao exercício de determinadas atividades remuneradas, fazem parte do rol de fomentos insculpidos pelo código na materialização do dispositivo em tela.

O mesmo raciocínio foi firmado pelo §1º do art. 269 do CTB, nos seguintes termos: ʻʻ§1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas administrativas e coercitivas adotadas pelas autoridades de trânsito e seus agentes terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à incolumidade física da pessoa’’.

1.6. Das Vias

Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias especiais. Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação pública e as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas.

As Vias Públicas, termo mais genérico, classificam-se em vias urbanas e rurais, divididas aquelas em trânsito rápido, arterial, coletora e local; e estas em estradas e rodovias.

Rua é todo caminho prolongado, rodeado de edifícios que se desdobra sob a composição urbana dos municípios. A existência de edifícios laterais é fundamental para sua composição jurídica, pois, sua ausência poderá constituir um caminho ou uma passagem.

O conceito de CAMINHO se apresenta de duas formas; em sentido amplo, sendo todo e qualquer meio terrestre utilizado para o trânsito de veículos e pedestres como ruas, avenidas e passagens, e em sentido estrito, quando expressa a existência de localidades carentes de vias oficializadas e a necessidade faz abrolhar traços desenhados pela contínua passagem de veículos e/ou pedestres, como atalhos, veredas, senda, trilhas etc.

Page 4: Disposições Preliminares do CTB

As PASSAGENS são caminhos utilizados para a transposição de pista de rolamento, linha férrea ou qualquer outra que possa apresentar obstáculo ao transito de veículo ou pedestres. Temos como exemplos a passarela e a passagem subterrânea, cujos conceitos encontram-se no Anexo I do CTB, que passo a transcrever:

PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à transposição de vias, em desnível subterrâneo, e ao uso de pedestres ou veículos.

PASSARELA - obra de arte destinada à transposição de vias, em desnível aéreo, e ao uso de pedestres.

As AVENIDAS são vias urbanas, geralmente duplicadas ou consideravelmente largueadas em razão do elevado fluxo de veículos e pedestres.

LOGRADOURO consiste em espaço livre destinado pela municipalidade à circulação, parada ou estacionamento de veículos, ou à circulação de pedestres, tais como calçadas, parques, áreas de lazer, calçadões etc.

Além disso, denomina-se também vias terrestres as praias abertas à circulação e as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas.

1.7. Da Isonomia

Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a qualquer veículo, bem como aos proprietários, condutores dos veículos nacionais ou estrangeiros e às pessoas nele expressamente mencionadas. Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os efeitos deste Código são os constantes do Anexo I.

Os pedestres, os veículos de propulsão humana, de tração animal e os automotores devem ser tratados de acordo com suas peculiaridades, não se admitindo qualquer tratamento distinto que afete a garantia da lei ou dos princípios que norteiam a isonomia constitucional.

Por meio dela, o estado determina em algumas situações a prática do ato, sem interferência subjetiva do aplicador, (ato vinculado); em outras autoriza ao agente público a valoração das circunstâncias do caso concreto, a fim de garantir a manutenção da sensatez e da razoabilidade que, de certo modo, só poderia ser verificada no caso concreto.

Grande parte da atuação do agente público prevista no CTB é automático, encontrando-se todos os elementos do ato administrativo pré-estabelecidos pelo legislador ordinário, a exemplo das penalidades e medidas administrativas, como multas, remoção de veículo etc.

No entanto, em alguns casos como na medida administrativa de retenção do veículo, há previsão legal para que o agente de trânsito possa ponderar as questões de mérito que envolvem a situação, liberando ou não o veículo, quando transporta carga perecível, produtor perigosos ou cargas vivas.

Noutro foco, nas relações internacionais, o Brasil detém competência privativa para celebrar acordos que favoreçam a circulação de mercadorias, bens e serviços entre as nações, inclusive admitindo a aplicação de regras estrangeiras quando cabível o princípio da reciprocidade.

A Convenção de Viena Sobre Relações Internacionais, por exemplo, através de seu art. 22, § 3º, veda que os agentes de segurança pública realizem qualquer busca, requisição, embargo ou medida de execução, nos veículos situados nas embaixadas e consulados, conforme dicção do dispositivo que passo a colacionar:

Art. 23 (omissis)

§3º Os locais de missão, em mobiliário e demais bens nele situados, assim como os meios de transporte de missão, não poderão ser objeto de busca, requisição, embargo ou medida de execução.

1.8. Exercícios

1) (CESPE/UNB/PRF/2002) O operador de um trator de esteiras utilizado exclusivamente na derrubada de árvores de grande porte em uma mata densa localizada em terras particulares não necessita estar habilitado junto ao órgão executivo de trânsito competente, em uma das diferentes categorias de condutores de veículos automotores, para efeito de realizar esse trabalho.

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2) (CESPE/UNB/FORMAÇÃO-PRF/2004) Considere a seguinte situação hipotética. Em duas vias que, em determinado ponto, formam um cruzamento, a sinalização encontrava-se totalmente encoberta por vegetação densa e alta às suas margens. Por isso, dois condutores tiveram seus veículos envolvidos em acidente de trânsito no referido cruzamento, do qual restou comprovada, por um lado, a inexistência de culpa subjetiva dos condutores e, por outro lado, a impossibilidade de esses visualizarem a sinalização de preferencial de uma via sobre a outra. Nessa situação, a administração pública, em decorrência de preceito constitucional que adotou a responsabilidade objetiva do Estado, responderá pela obrigação de restituir os eventuais danos sofridos pelos condutores.

3) (CESPE/UNB/FORMAÇÃO-PRF/2004) Entre os principais conceitos adotados para efeito da legislação e para a atividade de fiscalização e policiamento de trânsito, os termos via e pista se equivalem: representam a superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, incluindo ilhas e canteiros centrais.

4) (CESPE/UNB/FORMAÇÃO-PRF/2004) Considere a seguinte situação hipotética.

À margem de uma rodovia federal, no pátio do estacionamento de área privada de uso comum de um posto de combustíveis e de um centro comercial, ocorreu um acidente que envolveu veículos automotores, exatamente no instante em que por ali passava uma viatura com uma equipe de PRFs. Nessa situação, apesar de os PRFs serem investidos do poder de polícia, a eles não competirá confeccionar o boletim de ocorrência do acidente em face da natureza da área.

5) (CESPE/UNB/DETRAN-DF/2003) Se um agente de trânsito identificar que um automóvel de representação diplomática trafega à noite com os faróis apagados, ele poderá autuar o condutor, independentemente da nacionalidade deste.

6) (CESPE/UNB/PRF/2008) Os órgãos e entidades componentes do SNT respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro.

7) (CESPE/UNB/DETRAN/2009) O referido código aplica-se aos transportes marítimo e aéreo.

8) (CESPE/UNB/DETRAN/ES/2010) Em condomínios constituídos por unidades autônomas, a implantação e a

manutenção da sinalização que regulamenta o uso de suas vias internas competem exclusivamente ao condomínio, cabendo à respectiva prefeitura municipal – ou ao governo do estado, se for o caso – sua fiscalização e regulamentação.

1.9. Gabarito

1- Verdadeiro. Não se exige habilitação para conduzir veículo automotor em terras particulares.

2- Verdadeiro. Trata-se de responsabilidade objetiva da administração pública. Vide tópico 1.2.

3-

Falso – Via e pista não se equivalem, consoante definição contida no Anexo I do CTB, que passo a colacionar: Via – superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central. PISTA – parte da via normalmente utilizada para a circulação de veículos, identificada por elementos separadores ou por diferença de nível em relação às calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais.

4- Verdadeiro. Não se admite penalidade de multa, por infrações havidas em áreas particulares, salvo nos condomínio constituídos por unidades autônomas.

5- Verdadeiro. Mesmo sendo diplomata, nada impede que se lavre auto de infração, sendo emitida a notificação ao Ministério das Relações Exteriores para as providências cabíveis. Não, se admite, todavia, a remoção ou retenção do veículo.

6- Verdadeiro. Responsabilidade Objetiva – Vide tópico 1.2.

7- Falso. Art. 1º CTB.

8- Falso – Quem implanta é o órgão com circunscrição, competente pela fiscalização, ficando os custos a cargo do condomínio.

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