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Dislexia Um transtorno solucionável

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Dislexia

Um transtorno solucionável

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Instituto A Vez do Mestre

Dislexia

Um transtorno solucionável

Gabriel Haua de Lima

Rio de janeiro 2010

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Agradeço aos meus professores que contribuíram para meu conhecimento sobre este transtorno, e principalmente aos meus familiares que com toda calma e amor auxiliaram na elaboração desta pesquisa.

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Dedico este trabalho a todos os Disléxicos que se encontram perdidos e desamparados em suas instituições de ensino, procurando uma luz no fim do túnel

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Resumo

Objetivo deste trabalho tem como objetivo de realizar um estudo

bibliográfico sobre o transtorno de aprendizado que afligem boa parte dos

estudantes, na rede publica ou privada, a Dislexia.

Analisando os métodos utilizados pelos profissionais de ensino para

lecionar estes estudantes, as formas que são avaliadas ao longo do ano letivo e com

esta forma tradicional pode prejudicar os disléxicos.

Tendo com objetivo demonstrar que as mudanças a serem realizadas

para facilitar a vida destes, que aparentemente são simples, provocam uma grande

diferença entre o fracasso e o sucesso dentro da vida de um disléxico.

Ficando evidente que o sucesso de um aluno com transtorno de

aprendizagem passa diretamente com o envolvimento direto de seus professores,

pois são eles que possuem um contato direto com o estudante e sua dificuldade,

desta forma chagando a conclusão, a busca da qualificação profissional, do

conhecimento sobre determinado problema e principalmente a vontade de modificar

e de auxiliar seus estudantes é fundamental para os disléxicos.

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Metodologia

Este trabalho trata de uma pesquisa bibliográfica sobre a dislexia, onde os

principais autores utilizados da realização desta pesquisa foram Ronald D. Davis,

Eldon M. Braun, Andrew W. Ellis, Vicente Martins entre outros.

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Sumário

Introdução ..................................................................................... 08

Capítulo I - O que é?....................................................................... 10

1.1. Histórico .................................................................................. 10

1.2. O que é?................................................................................... 10

1.3. Causa ....................................................................................... 13

1.4. Tipos ........................................................................................ 13

1.5. Reconhecimento ..................................................................... 14

1.6. Como Diagnosticar? ............................................................... 18

Capítulo II – A Dislexia e a Escola ................................................ 20

2.1. Consequências de uma Educação não Especializada ........ 21

2.2. Peça Fundamental ................................................................... 22

2.3. Professores do Primeiro Ciclo ............................................... 23

Capítulo III – Avaliação .................................................................. 25

3.1. A Prova e a Dislexia ................................................................ 26

3.2. Como Elaborar? ...................................................................... 27

Capítulo IV – Soluções .................................................................. 29

Conclusão ...................................................................................... 34

Bibliografia ..................................................................................... 36

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Introdução

Dentro de todo processo escolar o transtorno de aprendizagem é um dos

fatores mais complexos para a vida de um estudante, pois nossas instituições de

ensino, sejam elas públicas ou privadas, não possuem nenhum preparo para lidar

com este tipo de problema, sendo ele simples ou não, gerando uma realidade muito

cruel para estes alunos.

Um destes transtornos prendeu minha atenção, uma complexidade que é

falada dentro das instituições, que se apresenta em grande quantidade na

sociedade, cerca de 40% das pessoas a possui, com maior ou menor grau, mas que

poucos profissionais sabem o que realmente é ou como trabalhar com ela para

auxiliar os estudantes que sofrem com este transtorno. A dislexia.

Hoje, já temos algum conhecimento sobre este transtorno e

as dificuldades que ele traz para o aluno durante sua vida; porém pouco é realizado

de iniciativas ou inovações dentro das instituições para que a vida acadêmica deste

estudante mais confortável e menos sofrida.

Ao ouvirmos a palavra dislexia pensamos apenas em problemas

relacionados com leitura, escrita, ortografia e matemática, outros fazem associação

apenas à troca de letras ou palavras; outros na lentidão de aprendizagem. Quase

todos a consideram uma forma de transtorno de aprendizagem, contudo, tudo isto é

apenas e somente um aspecto da dislexia, é deixado de lado sua capacidade

criativa, suas capacidades artísticas ou esportivas, sendo ressaltdo unicamente o

problema. Não é raro encontrar pessoas de destaque na sociedade que se

sobressaem em vários setores, que possuem dislexia, e é na soma de todos

aspectos da dislexia que pretendo trabalhar. De acordo com pesquisas recentes, a

dislexia, tem como base causas neurológicas, geradas por uma pequena

ramificação do cromossomo #6, e como este cromossomo é dominante, torna-se, a

dislexia, hereditária. Quando o senso comum toca neste tema fica preso em suas

consequências negativas, como o mau resultados em avaliações, a aparência de

lentidão, por muitas vezes confundidos com pessoas portadores de algum retardo,

porém crianças com dislexia possuem inteligência normal e por muitas vezes acima

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da média, sua dificuldade está em não conseguir identificar símbolos gráficos, tendo

como consequência a dificuldade na leitura e escrita. É neste momento que o

despreparo dos profissionais da área de ensino aparece de forma mais grave, pois

não apresentam e nem aceitam novas formas de aprendizagem para este alunos,

alegando falta de tempo e impossibilidade de modificar sua postura.

É no despreparo dos profissionais da educação sobre a dislexia, que este

trabalho está focado, com objetivo de esclarecer o que é este transtorno e

desmonstrar que existem soluções pequenas e simples que realizam enormes

modificações na vida dos Disléxicos.

Convivendo por quase três décadas de forma pessoal e direta com este

transtorno, trabalhando a uma década dentro de sala de aula, observei o sofrimento

que um aluno pode passar com a falta de conhecimento e o despreparo dos

profissionais da educação, dos quais deveriam receber todo apoio e auxílio.

Sofrimento este que pode acompanhá-lo, de alguma forma, para o resto de sua vida,

onde este cenário acaba por afetar toda uma família, pois eles vivenciam o histórico

de fracasso escolar pelo qual o aluno passa, isso foi o que despertou meu interesse

para procurar entender como lidar com este tipo de dificuldade e buscar soluções

viáveis e criativas para serem utilizadas em sala de aula.

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Capitulo I

O que é?

1.1. Histórico.

A identificação deste transtorno ocorreu no final d século XIX em

Stuttgart, Alemanha, por um oftalmologista , Rudolf Berlin, se referindo a um jovem

que demonstrava grande dificuldade com a leitura e a escrita, porém apresentava

habilidades mentais normais em todos os outros aspectos.

Uns dos precursores do estudo da Dislexia foi o Neurologista Samuel T.

Orton, que trabalhava com vítimas de traumatismos. Porém, em 1925 deparou-se

com um menino que não conseguia ler e que apresentava sintomas parecidos aos

de algumas vítimas de traumatismo, o que levou com que ele se voltasse para

pesquisa estes sintomas, além das vítimas de traumatismo. Entre os anos de 1928 e

1937, Orton dedicou-se ao estudo de famílias de disléxicos e encontrou alterações

como a escrita espelhada o que classificou como strepho symbolia (símbolos

trocados) chamando atenção para o aspecto genético, acreditando que essa

condição era causada por uma falha na laterização do cérebro.

Nas décadas de 1980 e 1990, a teoria de Orton referente a

especialização dos hemisférios cerebrais foi alvo de vários estudos, chegando-se a

conclusão que o lado esquerdo do planum templare, região cerebral associada ao

processamento da linguagem é fisicamente maior que região direita nos cérebros

das pessoas não disléxicas, contudo, nas pessoas com dislexia essas regiões são

simétricas ou mesmo ligeiramente maior no lado direito do cérebro.

Atualmente, pesquisadores vem buscando uma correlação neurológica e

genética para a dificuldade em leitura.

1.2. O que é?

O termo dislexia é de origem grega, onde DYS significa imperfeito como

disfunção, ou seja, uma função anormal ou prejudicada, e LEXIA, que dá

significação mais ampla ao termo palavra, isto é, como linguagem, desta forma,

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dislexia seria uma disfunção no processo da linguagem; porém este transtorno não

fica preso somente a esta aspecto.

A definição mais aceita atualmente, segundo a ADB (Associação

Brasileira de Dislexia) é a de 1994 da Inernacional Dyslexia Association (IDA),

“Dislexia é um dos muitos distúrbios

de aprendizagem. É um distúrbio específico de

origem constitucional, caracterizado por uma

dificuldade na decodificação de palavras

simples que , como regra, mostra uma

insuficiência no processamento fonológico.

Essas dificuldades não são esperadas com

relação à idade e a outras dificuldades

acadêmicas cognitivas; não são uns resultados

de distúrbios de desenvolvimento gerais nem

sensoriais. A dislexia se manifesta por várias

dificuldades em diferentes formas de linguagem

freqüentemente incluindo além das dificuldades

com leitura, uma dificuldade de escrita e

soletração”

Porém, em 2003, o Annals of Dyslexia elaborada pelo IDA, propôs uma

nova definição:

“Dislexia é uma dificuldade de

aprendizagem de origem neurológica. É

caracterizada pela dificuldade com a fluência

correta na leitura e por dificuldade na habilidade

de decodificação e soletração. Essas

dificuldades resultam tipicamente do déficit no

componente fonológico da linguagem que é

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inesperado em relação a outras habilidades

cognitivas consideradas na fixa etária”.

Já o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-IV –

(1995), coloca a dislexia como comprometimento acentuado no desenvolvimento

das habilidades de reconhecimento das palavras e da compreensão da leitura.

Existem outras definições além das apresentadas pelas instituições

citadas anteriormente, teorias que apontam a dislexia como uma desordem

manifestada na aprendizagem da leitura, independente de instrução convencional,

adequada a inteligência e oportunidade sócio-cultural, sendo assim, dependente de

funções cognitivas, que são de origem orgânica na maioria dos casos, segundo

Fonseca (1995).

Outras como a de Condemarim (1986), afirmando ser um conjunto de

sintomas reveladores de uma disfunção Parietal ( o lobo do cérebro onde fica o

centro nervoso da escrita), geralmente hereditário ou por vezes adquirido, que afeta

a aprendizagem da leitura num continuo que se estende do leve sintoma ao severo.

Para My Klebust (1987), a dislexia é um déficit na capacidade de

simbolizar. Começa a se definir a partir da necessidade que tem a criança de lidar

receptivamente ou expressivamente com a representação da realidade, ou antes,

com a simbolização da realidade, ou melhor, com a nomeação do mundo.

Já para Ronald D. Davis (2004), a forma de pensar do cérebro com

dislexia altera sua percepção do mundo. Segundo Davis o homem apresenta duas

formas de pensar: “conceituação verbal” e “conceituação não-verbal”

• Conceituação Verbal: Indica o pensar com os sons da palavra

• Conceituação não-verbal: Indica o pensar com as imagens

mentais de conceitos ou idéias

O pensamento verbal é linear no tempo e segue os processos estruturais

da linguagem, sendo construído aproximadamente na mesma velocidade da fala, já

o pensamento não-verbal é evolutivo, ou seja, a imagem “cresce” à medida que o

pensamento adiciona mais conceitos.

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Davis coloca que todas as pessoas utilizam as duas formas de pensar,

porém nos disléxicos a forma não-verbal predomina ocasionando problemas no seu

processo de aprendizagem, que explicarei melhor mais à frente.

1.3. Causa

De acordo com pesquisas recentes, a dislexia tem como base causas

neurológicas, geradas por uma pequena deformação do cromossomo #6, e como

este é dominante, torna-se, a dislexia, hereditária.

Outro fator que vem sendo estudado é a exposição do feto a doses

exageradas de hormônio masculino, esta teoria viria explicar a incidência maior do

número de meninos com dislexia e os abortos naturais de fetos femininos durante a

gestação.

Contudo a teoria mais aceita das causas da dislexia é a genética e

hereditária.

1.4. Tipos

Como a dislexia é um transtorno que não apresenta somente um aspecto,

alguns autores dividiram este transtorno com base em testes diagnósticos,

fonoaudiológicos, pedagógicos e psicológicos. Trabalharei esta divisão baseada em

dois pensadores, Janhez (2002) e Rotta (2006)

Segundo Janhez a dislexia, pode ser dividida em:

• Disfonética: Dificuldade na percepção auditiva na análise e

síntese de fonemas, dificuldades temporais, e nas percepções da sua

sucessão e duração (trocas de fonemas-sons, grafemas-diferentes,

dificuldades no reconhecimento e na leitura de palavras que não têm

significado, alterações na ordem das letras e sílabas, omissões e acréscimos)

• Diseidética: Dificuldade na percepção visual, na percepção

gestáltica, na análise e síntese de fonemas (leitura silábica, sem síntese das

palavras, aglutinações e fragmentações de palavras, troca por equivalentes

fonéticos, maior dificuldade para a leitura do que para escrita).

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• Visual: Deficiência na percepção visual, na coordenação

visomotora (não visualiza cognitivamente o fonema)

• Auditiva: Deficiência na percepção auditiva, na memória auditiva

(não audiabiliza cognitivamente o fonema)

• Mista: seria a combinação de mais de um tipo de dislexia

Na concepção de Rotta, a Dislexia poderia ser classificada em três tipo:

• Fonológica (Sublexial ou Disfonética): Caracterizado por uma

dificuldade seletiva para operar a rota fonológica durante a leitura,

apresentando um funcionamento aceitável na rota lexical; geralmente os

problemas encontram-se no conversor fonema-grafema e/ou no momento de

aglutinar os sons parciais em uma palavra completa, assim as dificuldades

fundamentais residem na leitura de palavras não familiares, sílabas sem

sentido. Seguindo esta linha encontram-se dificuldades em tarefas de

memória e consciência fonológica. Considerando o enorme esforço realizado

para reconhecer as palavras, desta forma toda concentração despendida no

reconhecimento das palavras acarreta em dificuldades na compreensão do

texto

• Lexical (de superfície): Dificuldades relacionadas à rota lexical,

afetando a leitura de palavras irregulares, assim os disléxicos lêem

lentamente, errando com freqüência e vacilante, pois ficam presos à rota

fonológica que é morosa e sem andamento.

• Mista: São os que apresentam problemas tanto com a rota

fonológica, quanto na léxica, são assim situações mais graves.

1.5. Reconhecimento da Dislexia

A melhor forma para que um disléxico tenha um processo de aprendizado

favorável é o reconhecimento de seu transtorno o mais cedo possível, assim é

necessário que pais e profissionais da educação fiquem atentos aos sintomas

ligados à dislexia.

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Inicialmente, como é genético e hereditário, se a criança possuir pais ou

parentes disléxicos, os responsáveis deverão ficar mais atentos aos sintomas, afim

de que surgindo o problema possa rapidamente ser solucionado.

Não sabendo ou não possuindo casos na família, alguns sintomas

poderão ser observados; estes sintomas serão divididos em: Haverá sempre;

Haverá muitas vezes; Haverá às vezes.

Haverá Sempre:

• Dificuldades com a linguagem escrita;

• Dificuldades em escrever;

• Dificuldades com a ortografia;

• Lentidão na aprendizagem de leitura;

Haverá muitas Vezes:

• Disgrafia;

• Discalculia;

• Dificuldades com a memória de curto prazo e

organização

• Dificuldades em seguir indicações de caminhos e em

executar tarefas complexas;

• Dificuldades para compreender textos escritos

• Dificuldades em aprender uma segunda língua

Haverá às Vezes:

• Dificuldades com a linguagem falada;

• Dificuldades com a percepção espacial;

• Confusão entre direita e esquerda.

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Dislexia na Pré-escola

Para alguns pesquisadores o diagnóstico de dislexia só pode ser fechado

após o processo de alfabetização, porém se pais e profissionais de educação

ficarem atentos a alguns sintomas apresentados pela criança, ficará mais fácil o

tratamento deste transtorno, desta maneira fiquem atentos aos seguintes sintomas:

• Dispersão;

• Fraco desenvolvimento da atenção;

• Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;

• Dificuldades em aprender rimas e canções;

• Pouca coordenação motora;

• Dificuldade com quebra-cabeça;

• Falta de interesse por livros impressos.

Dislexia na Idade Escolar

É nesta fase que o estudante com dislexia apresenta maiores

dificuldades, pois ocorrem casos de repetência, devido ao desconhecimento sobre

este transtorno, proporcionando prejuízo emocionais.

Neste momento os sintomas ficam mais fortes e perceptíveis. É

necessário a atenção para os seguintes sintomas:

• Dificuldades na aquisição e automação da leitura e

escrita;

• Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das

palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);

• Desatenção e dispersão;

• Dificuldades de copiar de livros e lousa;

• Dificuldades na coordenação motora fina (desenho,

pintura) e/ou grossa (ginástica, dança);

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• Desorganização geral, podendo criar os constantes

atrasos na entrega de trabalhos escolares e perda de materiais escolares;

• Confusão de direita e esquerda;

• Dificuldades em manusear mapas, dicionários, listas

telefônicas;

• Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou

sentenças longas e vagas;

• Dificuldades com memória de curto prazo, com instrução,

recados, etc;

• Dificuldades em decorar seqüências, como meses do

ano, alfabeto, etc;

• Dificuldades em matemática e desenho geométrico;

• Troca de letras;

• Dificuldades com uma segunda língua;

• Problemas de conduta como: depressão, timidez

excessiva ou palhaço da turma;

• Bom desempenho em provas orais.

Dislexia na fase adulta:

Quando o transtorno não é reconhecido e não é tratado (ou tratado de

forma incorreta) na pré-escola ou na fase escolar, o adulto disléxico poderá

apresentar as seguintes dificuldades:

• Continuada dificuldades na leitura e escrita;

• Memória imediata prejudicada;

• Dificuldades na aprendizagem de uma segunda língua;

• Dificuldades em nomear objetos e pessoas;

• Dificuldades com direita e esquerda;

• Dificuldades de organização;

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• Aspectos afetivos emocionais prejudicados, trazendo

como conseqüência: depressão, baixa auto-estima e algumas vezes

ingresso para as drogas e alcoolismo.

1.6. Como Diagnosticar?

“A palavra diagnóstico provém de dia

(através de) e gnosis (conhecimento). Se nos

atemos à origem etimológica e não ao uso

comum (que pode significar rotular, definir,

etiquetar), podemos falar de diagnóstico como

“um olhar-conhecer através de”, que

relacionaremos com um processo, com um

transcorrer, com um ir olhando através de

alguém envolvido mesmo como observador,

através da técnica utilizada e, nesta

circunstância, através da família.”

(FERNANDEZ, 1991)

Para um diagnóstico correto, inicialmente deve-se analisar o histórico

familiar, pois como é genético e hereditário, é preciso saber se existem casos de

dislexia ou de problemas de aprendizagem dentro da família. Verificar o

desenvolvimento da criança, se houve algum atraso na aquisição da linguagem e

não com sons e palavras (linguagem é a capacidade de realizar uma comunicação,

porque pessoas disléxicas pensam primariamente através de imagens e

sentimentos, ou seja, o disléxico tem mais desenvolvida a área específica de seu

hemisfério cerebral lateral-direito do que leitores normais. Condição que, segundo

estudiosos, justificaria seus “dons” como expressão significativa desse potencial,

que está relacionado à sensibilidade, arte, atletismo, mecânica, visualização em 3D,

criatividade em soluções de problemas e habilidades intuitivas.)

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Inicialmente devem-se excluir todos os outros distúrbios, pois há

problemas de origem neurológica, sensorial e emocional ou problemas de

aprendizagem devido à falta de ensino adequado, que não são da dislexia.

Segundo a orientação da ABD, o diagnóstico só poderá se realizado após

a alfabetização, entre o segundo e terceiro ano, pois a alfabetização ocorre de forma

precoce, assim algumas crianças não acompanham por falta de maturidade neural.

Este diagnóstico deverá ser feito por uma equipe multidisciplinar (psicólogo,

fonoaudiólogo e psicopedagogo).

Baseado nestes conhecimentos, fica de extrema importância o

reconhecimento deste transtorno logo nas primeiras etapas do processo de

aprendizagem, pois se o disléxico não recebe uma instrução especializada, pode

permanecer analfabeto ou semi-alfabetizado, gerando prejuízos emocionais e

profissionais que o acompanharão para o resto da vida, geralmente ficam excluídos

das profissões e vocações que exijam uma preparação acadêmica. Infelizmente

nosso sistema educacional é deficiente, havendo falta de recursos na maioria das

escolas do país, desta forma não tratam o transtorno da dislexia com a devida

atenção, ocasionando para estes estudantes problemas com a auto-estima e com

sentimento de fracasso forte.

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Capitulo II

A dislexia e A Escola

Este é um ponto muito sério a ser discutido. Quando se trata de oferecer

um tratamento adequado para o estudante disléxico, a maioria das escolas, pelo

menos no nosso país, não dão o suporte necessário e adequado a crianças e

adolescentes com este distúrbio e em muitos dos casos os profissionais de

educação desconhecem o assunto.

Ao contrário do que possa parecer num primeiro momento e numa

avaliação precipitada, o disléxico possui uma inteligência, na maioria das vezes,

acima da média e extraordinária criatividade, que infelizmente podem ser suprimidas

ou destruídas por um processo educacional mal orientado.

Tais alunos são tratados como crianças sem qualquer tipo de disfunção,

sendo consideradas desinteressadas, intelectualmente desfavorecidas, preguiçosas,

até mesmo “malandras”, ou seja, os educadores não levam em conta que o baixo

rendimento está relacionado ao seu transtorno. Desta forma, os casos de repetência

ocorrem com certa freqüência ao longo da vida escolar, ocasionando em algumas

crianças o abandono do estudo, principalmente em família de baixa renda, onde não

têm condições para pagar um tratamento fora do sistema de ensino público.

As instituições de ensino, sejam elas públicas ou particulares, em sua

maioria, encontram-se concretizadas em seus mecanismos tradicionais de ensino,

há pelos menos três décadas, principalmente quando o assunto está ligado aos

problemas de aprendizagem, mesmo após inúmeras pesquisas feitas neste campo.

Hoje já foi comprovado que o transtorno da dislexia provoca dificuldades não

somente na área da educação, mas também na vida pessoal e profissional do

indivíduo.

Estes estudantes necessitam de um acompanhamento mais específico,

porém os estabelecimentos educacionais relutam para operar mudanças em sua

estrutura, alegando a falta de profissionais especializados, falta de tempo para um

acompanhamento a este aluno, e a quantidade de alunos em sala de aula. Tudo isto

são justificativas para que desta maneira não realizem um trabalho focado num

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aluno específico, optando por ficarem cristalizados numa estrutura de acomodação,

onde não há espaço para mudanças ou crescimento. Somente com o

desenvolvimento de uma nova visão é que o aluno poderá ser visto como único e

individual, com características próprias e não somente mais um na sala de aula.

2.1. Consequências de uma Educação não Especializada

Os maiores problemas gerados na vida de um disléxico ocorrem devido a

falta de um tratamento mais específico de seu transtorno ao longo de sua infância e

adolescência, principalmente em decorrência à maneira e à qualidade de como

ocorreu seu processo de aprendizagem e à forma que a instituição de ensino, onde

estudou, lidou com sua dislexia. A maioria dos disléxicos que consegue superar

suas dificuldades e tem uma vida profissional satisfatória, assim o conseguem em

decorrência a um apoio familiar e não escolar.

Durante sua vida acadêmica o estudante disléxico sofre com seu baixo

rendimento em testes e avaliações bimestrais, chegando ao final do ano letivo,

invariavelmente, em recuperação, quando não ocorre a repetência, o que para

muitos disléxicos ocorre mais de uma vez durante sua vida escolar. Apesar disso as

instituições e seus profissionais não refletem o porquê de seu baixo rendimento, e

por muitas vezes estes alunos são rotulados como retardados, lentinhos,

preguiçosos, vivem no mundo da lua, “burros”, entre outros adjetivos chulos.

Quando consegue chegar ao fim do ciclo básico da educação,

fundamental e médio, este disléxico, pelo menos durante dez anos de sua vida

escolar foi literalmente “massacrado” dentro de um sistema de ensino que foi

estruturado, tanto na forma de ensino, quanto em suas avaliações, voltada para os

alunos ditos “normais”, onde estudantes diferenciados são colocados à margem

deste processo. Assim, ao longo de uma vida sendo visto como o “lentinho”, o

disléxico elabora um sentimento de insegurança tão grande que ultrapassa as

barreiras das escolas e suas avaliações, entrando por sua vida pessoal e

profissional, pois a cada momento que se encontrar pressionado ou sendo avaliado,

entrará num processo de desorientação, o que novamente poderá levá-lo ao

fracasso.

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Como não recebeu tratamento específico durante sua vida escolar torna-

se quase impossível para um disléxico ser aprovado num concurso público, ou em

empregos que exijam provas avaliativas, porque a estrutura destas avaliações,

devido à formatação dos textos e tamanho das letras, dificulta sua leitura e

conseqüentemente o entendimento do que é desejado. Infelizmente no Brasil não

existem leis que garantam ao portador deste transtorno o direito de fazer uma prova

elaborada e estruturada para dislexia, pois esta, não é considerada uma deficiência,

mesmo tendo base genética; com isto, mesmo que domine o assunto, seu resultado

será abaixo da média, e após inúmeros fracassos em provas desta forma, com sua

auto-estima em baixa, sempre que vierem a participar de concursos, farão as

avaliações com a certeza que não conseguirão sucesso.

Para que o disléxico tenha uma vida adulta “normal”, podendo utilizar toda

sua capacidade, é extremamente importante, que no período correto ele receba uma

intervenção de profissionais especializados sobre a dislexia, a fim de que se torne

uma pessoa resiliente e não sofra com as consequências de um abandono durante

sua vida escolar.

2.2. Peça Fundamental

A peça fundamental para o sucesso do processo da aprendizagem, para

alunos com ou sem distúrbios de aprendizagem, é o professor. Sua influência pode

levá-lo ao sucesso pleno ou ao fracasso total. Infelizmente, a realidade das escolas

brasileiras não favorece para que o professor aja positivamente neste processo.

Normalmente, o professor encontra-se diante de um grupo de alunos com diferentes

níveis de compreensão e desenvolvimento cognitivo, além das diferenças sociais e

culturais. Ligado a isto, as turmas contêm muitas vezes, um número excessivo de

estudantes , quando o ideal seria a manutenção de turmas pequenas, no máximo

com 20 alunos, ou menos, para que o professor tenha oportunidade de observar de

maneira adequada a todos os educandos, como também dispor de tempo para

auxiliá-los.

No caso dos estudantes com problemas de aprendizagem, os

professores, são ainda mais fundamentais, pois são eles na maioria dos casos que

percebem os sintomas de seus transtornos; e nos alunos que já se encontram em

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tratamento, também são eles, que agirão como um verdadeiro termômetro da

evolução ou não deste estudante diante da terapia. É papel de o professor dirigir um

olhar mais atento e flexível para cada aluno que possua uma dificuldade, se

interessando em conhecer seu diagnóstico e buscando orientação de como agir, se

atualizando, se preparando para o trabalho, pois existem muitos profissionais da

área de educação que desconhecem os transtornos de aprendizagem.

No caso específico da dislexia, ao perceber algum sintoma, o professor

deve encaminhar o estudante para um especialista, que por lei, as instituições

devem possuir dentro de seus quadros de funcionários. Após um diagnóstico, é

necessário o envolvimento total do professor com o aluno em sala de aula, durante

seu tratamento. Sua primeira tarefa é resgatar a autoconfiança do estudante,

descobrindo suas habilidades, a fim de que ele possa acreditar em si mesmo e desta

forma desenvolver seu potencial.

O ideal é trabalhar a autonomia da criança, para que ele não comece a se

sentir dependente de tudo; o professor deve acolhê-lo e respeitá-lo, em suas

diferenças, sem jamais cair no sentimento de pena, por que na realidade estes

estudantes não são inferiores, mas somente diferentes, necessitando de auxilio, de

compreensão e de apoio.

É essencial que o professor explique à criança seu problema, que sente

ao seu lado sem fazer pressão, compreendendo que ele possui seu próprio tempo,

evitando criar competições com outros alunos, sendo flexível com os conteúdos,

fazendo criticas somente se elas forem construtivas, estimulando-o a escrever em

linhas alternadas, verificando se as tarefas foram compreendidas, evitando anotar

todos os erros na correção da grafia das palavras (dando mais importância ao

conteúdo), nunca corrigindo com caneta ou lápis vermelho (isso fere a

suscetibilidade da criança com problemas de aprendizagem) e sempre procurando

descobrir seus interesses e as leituras que prendam sua atenção.

2.3. Professores do primeiro ciclo

São eles os mais importantes profissionais da área de educação. Apesar

de pouco valorizados na sociedade e também dentro dos meios educacionais, são

eles que preparam a base cognitiva da criança para receber todo o conhecimento

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necessário para o resto de vida, assim são estes profissionais que devem estar mais

atentos aos seus alunos.

Desta forma acredito que o professor do primeiro ciclo do segmento do

ensino fundamental deve ele mesmo, buscar conhecimento sobre todos os

transtornos de aprendizagem, a fim de que possa construir os seus instrumentos

pedagógicos (diagnostico informal), com objetivo de elaborar a sua atividade

coerentemente, sendo de suma importância a utilização destes que auxiliam a

detectar precocemente qualquer dificuldade de aprendizagem, pois só assim uma

intervenção psicopedagógica poderá se realizar de forma socialmente útil, e no caso

da dislexia quanto mais tarde for detectada, menor será a probabilidade de controlá-

la.

Fica evidente a importância do envolvimento de todos os participantes do

processo de aprendizagem no tratamento da dislexia, devendo existir um

entendimento entre a instituição e seu corpo docente, ou seja, devem estar de

comum acordo no lidar com alunos com dislexia, seno fundamental que cada um

cumpra seu papel dentro do tratamento de seus alunos.

Nas instituições é necessário um preparo estrutural, onde forneça salas

claras e com quadros brancos e de preferência com poucos alunos. Organizar e

oferecer palestras sobre dislexia com objetivo de oferecer um melhor atendimento

de seus alunos, incentivarem seus professores a se atualizarem, e junto com eles

buscar elaborar um plano de curso especializado para os alunos com transtorno de

aprendizagem.

Os professores não podem mais ficar presos aos métodos tradicionais de

ensino, “cuspe e giz”, devem procurar cursos, livros, palestras, pesquisas e

profissionais da área (psicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo) para compreender

e compartilhar experiência. Não se deve cair no processo de acomodação,

buscando sempre novos formatos de aulas para motivar a curiosidade de seus

alunos.

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III Capitulo

Avaliação

Processo Avaliativo

Dentro das instituições de ensino, no seguimento fundamental, médio e

superior, o momento mais importante está relacionado ao processo avaliativo, onde

se coloca uma carga emocional muito grande sobre todos os envolvidos no processo

de aprendizagem. Pesa sobre ele o futuro acadêmico do aluno, como também do

professor, onde ambos são avaliados diante do resultado de uma avaliação, que foi

elaborada e construída com base somente no conteúdo das matérias.

As instituições, os professores e os pais encaram as avaliações como

verdades absolutas do rendimento escolar, sem nunca refletir se a forma que estas

foram elaboradas é favorável a todos, ou se o fator emocional afetou o estudante no

momento de sua prova.

Para a criança com dislexia o momento mais conturbado de sua vida

acadêmica, em todos os níveis da educação, encontra-se no momento do processo

avaliativo, não por falta de capacidade, mas sim pela forma que este mecanismo é

elaborado e pela falta de informação e compreensão de todos os envolvidos nele.

Desta forma, o processo avaliativo em nossas instituições funciona de forma

discriminatória para as crianças com distúrbios de aprendizagem, principalmente os

que possuem dislexia, pois sua estrutura favorece ao processo de desordem mental

dos disléxicos, levando-o à desorientação e, conseqüentemente, ao fracasso.

As escolas encontram-se arraigadas em um modelo conteudista, desta

forma, valorizando a memória. Ao longo dos anos este modelo pouco sofreu

alterações em sua estrutura, mesmo depois de inúmeras pesquisas demonstrando

que para alunos disléxicos é necessário alterações em seu modelo de prova. Muitos

profissionais da educação defendem este modelo tradicional como o mais justo e

igualitário de avaliar seus alunos, porém, o que na realidade ocorre é que a cada dia

ele demonstra-se mais discriminatório, colocando à margem do processo avaliativo

um grupo de crianças com problemas de aprendizagem.

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Professores e instituições de ensino devem começar compreender o

verdadeiro valor do processo avaliativo, que não está, absolutamente, em incentivar

a competição entre os estudantes e, tão pouco, na sua capacidade de memorizar os

conteúdos. O verdadeiro processo avaliativo deve observar a função cognitiva, a

capacidade de solucionar problemas, o raciocínio lógico e a sua capacidade de

interpretação da realidade.

Para que este processo ocorra é importante que professores e instituições

de ensino saiam do tradicionalismo e busquem novas formas de avaliações

buscando analisar a realidade de seus alunos

3.1. A Prova e a Dislexia

Imaginemos a seguinte situação:

Uma escola tradicional e reconhecida na sociedade como escola de

excelência, sendo o sonho de todos os pais que seus filhos estudem nesta

instituição. Passando a idéia de uma escola inclusiva, três crianças com deficiências

diferentes são matriculadas, uma com deficiência visual, outro com deficiência

auditiva e o último com deficiência física. Os pais destas crianças estavam em

estado de graças, pois seus filhos estavam estudando numa escola reconhecida

pelo seu ensino forte e competência de seus professores, estando assim dando

boas condições aos seus filhos.

Contudo ao longo do ano letivo os problemas estruturais da instituição e o

despreparo dos seus profissionais começaram a ficar evidentes. Para o aluno com

deficiência visual a instituição não possuía nenhum material em braile, prejudicando

o estudante em seu rendimento, ficando pior no momento de sua avaliação, pois não

há nenhuma preocupação da instituição em auxiliar este aluno.

No caso do deficiente auditivo, a escola durante as aulas não oferece

nenhum interprete em libras, a fim de que o estudante possa compreender as aulas,

e o professor não possui a preocupação de lecionar virado de frente para este

estudante, desta forma provocando um atraso em seu processo de aprendizagem.

Já com o deficiente motor a dificuldade encontra-se no acesso as

dependências da escola, pois faltam rampas, elevadores, cadeiras especiais e

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banheiros preparados para receber um aluno com esta deficiência, provocando por

muitas vezes o constrangimento e uma resistência para freqüentar as aulas.

Diante destes fatos, toda a sociedade se mobilizaria, compreendendo

como um grande absurdo todas estas dificuldades e fariam que através dos meios

legais ficasse garantida a permanência dos alunos, com adaptações realizadas nas

instituições públicas e privadas. Entretanto, algo similar ao que foi citado

anteriormente acontece com os disléxicos em toda sua vida escolar, sem que nunca

ocorra um movimento a seu favor e, pior, por muitas vezes são colocados de lado,

ignorados.

As avaliações utilizadas nas instituições de ensino, atualmente, têm para

um disléxico o mesmo peso que tem a falta de um livro e avaliações em braile para

um deficiente visual, a falta de um interprete de libras para um deficiente auditivo ou

a falta de adaptações na estrutura das instituições escolares para um deficiente

físico. Ao longo do processo de aprendizagem, que é bem difícil, o momento mais

complicado e estressante para o disléxico é o momento das avaliações, devido a um

histórico de fracassos seguidos em conseqüência destes modelos.

Os estilos de prova utilizados pelas escolas, concursos e universidades

priorizam a grande quantidade de textos como estrutura fundamental de suas

avaliações, o que não favorece a todos os estudantes, pois, conforme já vimos, a

leitura é uma das grandes dificuldades geradas pela dislexia, devido a grande

energia dispersada no processo de leitura, gerando um problema no momento da

compreensão geral o texto, desta forma, para esta parcela de alunos, cerca de 40%,

com dislexia torna-se importante que suas avaliações sejam elaboradas de maneira

a auxiliar a compreensão. Não é necessário retirar os textos ou a elaboração de uma

prova diferenciada dos demais, mas que ocorra uma adaptação na estrutura,

adaptações que não farão diferença para alunos não disléxicos, mudanças estas

que não são onerosas e nem requerem muito tempo dos profissionais e são bem

simples.

3.2. Como Elaborar?

Para que o disléxico apresente um processo avaliativo vitorioso, basta

que se modifique alguns pontos na estrutura física da prova. Como, no momento da

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elaboração da avaliação o professor colocar um pequeno roteiro da prova,

informando a quantidade de questões e de páginas, alterar o tamanho da letra e dos

espaços entre as linhas, pois isso já facilita a leitura e compreensão do texto, não

gerando um momento de perturbação; no momento de numerar as questões que se

faça com cores diferenciadas do restante do corpo da prova e acima da pergunta, a

fim de que os disléxicos não se percam na ordem seqüencial de sua prova, evitando

que pule questões ou até mesmo deixe uma folha inteira em branco; o único cuidado

especial em relação aos demais alunos, é ter a preocupação de colocar o estudante

com dislexia num local diferenciado, onde ele terá o silêncio necessário para não

dispersar sua atenção e no momento da realização da avaliação o professor deve ler

toda a prova, isto já auxilia o disléxico em realizar sua avaliação.

Estas soluções aparentemente simples e que num primeiro momento não

apresentam nenhuma modificação, podem solucionar um grande problema que

poderia se arrastar por uma vida toda.

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Capitulo IV

Soluções

O que Fazer?

É muito comum escutar em nossa sociedade que nunca é tarde demais

para aprender ou sempre é tempo para quem quer estudar, sendo máximas sociais

corretas elas também cabem para os alunos que apresentem qualquer problema de

aprendizado. Desta forma nunca é tarde para um disléxico superar seus medos e

suas dificuldades e aprender a ler e a processar de forma satisfatória e eficiente sua

leitura.

Este processo de leitura para a criança é bem diferente do processo da

fala, pois ela tem que ser ensinada com mecanismos e métodos específicos. Para

os disléxicos este processo deve ser realizado com atenção redobrada, porque este

quando feito cedo e com eficiência, as dificuldades tornam-se menores. Precisamos

deixar claro que dislexia não pode ser curada, pois não existem remédios nem

operações para tal, mas sim controlada, evitando problemas em sua vida. E de

forma alguma ela deve passar de forma despercebida por pais e professores, com

isto procurando soluções que facilitem o processo de aprendizagem para seus filhos

e alunos.

Com objetivo de facilitar a vida dos disléxicos, vários estudos vêm sendo

feitos para descobrir a melhor maneira de lidar com estas crianças em sala de aula,

dentre elas a Associação Brasileira de Dislexia (ABD) apresenta algumas sugestões,

como:

• Estabelecer horários para refeições, sono, deveres de casa e

recreação;

• As roupas devem ser arrumadas na ordem que ele vai vestir,

para evitar preocupação e confusões à criança (simplificar usando zíper no

lugar de botão, sapato e tênis sem cordão e camiseta);

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• Quando for ensinar a amarrar os sapatos não fique na frente

da criança, coloque-a ao seu lado, com os braços por cima de seus

ombros;

• Marque o relógio, com palavras, as horas das obrigações;

• Para as crianças que tem dificuldades com direita e esquerda,

uma marca é necessária, ex: relógio, pulseira, etc;

• Reforçar a ordem das letras do alfabeto, cantando e dividindo-

as em pequenos grupos;

• Ler histórias que se encontrem no nível de compreensão da

criança;

• Instruir as crianças canhotas precocemente, para evitar que

assumam posturas pouco confortáveis e mesmo prejudiciais, como

encobrir o papel com a mão na hora de escrever;

• Providenciar para que crianças usem lápis ou canetas

grossos, com película de borracha ao redor e que sejam de forma

triangular;

• A criança disléxica confunde-se com o volume de palavras e o

número com que tem de se confrontar. Para evitar este problema deve-se

arranjar um cartão de aproximadamente 8cm de comprimento e 2cm de

largura com um janela no meio da largura de uma linha escrita e o

comprimento de 4cm. Deslizando o cartão sobre a folha à medida que lê

ele bloqueia o acesso visual para linhas de baixo e de cima dirigindo a

atenção da criança da esquerda para direita;

Outro ponto importante para criança com dislexia é a preocupação com a

motivação, pois, ao se sentir inferiorizado pode-se revoltar e assumir uma atitude de

negativismo, contudo quando amparado sente-se seguro e com vontade de auxiliar;

para que esta motivação ocorra existem alguns recursos alternativos, como:

• Dar a ele um resumo do programa a ser desenvolvido;

• Iniciar cada novo conteúdo, com um esquema, mostrando o

que será apresentado no período, e no final resumir os pontos chaves;

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• Usar vários recursos de apoio para apresentar a lição à

classe, além do quadro-negro: projetor de slides, retroprojetores, vídeos e

outros recursos;

• Colocar novos vocabulários de forma contextualizada;

• Evitar instruções orais e escritas ao mesmo tempo;

• Avisar, com antecedência, quando houver trabalho que

envolva leitura, para que o aluno encontre outras formas de realizá-los;

• Fazer revisões com tempo disponível para retirar as duvidas;

• Autorizar uso de tabuada, calculadoras simples, rascunhos e

dicionários, durante as atividades e avaliações;

• Aumentar o limite do tempo para atividades escritas;

• Ler os enunciados em voz alta de forma calma e pausada e

verificar se todos entenderam o que sendo pedido;

• Usar gravadores;

• Confecção do próprio material para alfabetização, como

desenhar e montar uma cartilha;

• Uso de gravuras e fotografia (imagem é essencial);

• Material dourado (material curisineire);

• Folhas quadriculadas para a matemática;

• Não deve ser forçada a ler em voz alta, em classe, a menos

que tenha vontade;

• Uso da informática, como corretor ortográfico.

Para que o professor seja vitorioso no processo de aprendizagem de uma

criança com dislexia, é importante que ele compreenda o que este estudante vem

passando ao longo de sua vida acadêmica, uma enorme história de fracasso e de

cobranças, que quase nunca consegue cumpri-las, que o levam a acreditar que é

incapaz de acompanhar seus colegas de classe no processo de aprendizagem,

onde em casos mais grave ele se vê como “incompetente” não se permitindo

aprender, pois se desinteressa por completo por tudo que está relacionado à escola.

Desta forma, o professor não deve ficar preocupado se seu apoio ou atenção possa

vir a incomodar ou causar constrangimento, pois após tantos fracassos o disléxico

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tende a demorar mais a reagir e acreditar nele mesmo. Para que melhore a auto-

estima é necessário que o professor tome algumas medidas como:

• Incentivar o aluno a restaurar a confiança em si própria,

valorizando o que ele gosta, tem habilidade e faz bem, assim ocorrerá o

sucesso;

• Valorizar seus acertos, mesmo que pequenos, e não

enfatizar seus erros;

• Valorizar seus esforços e interesses;

• Atribuir-lhe tarefas para que se sinta útil;

• Evitar usar expressões como “tente se esforçar mais” ou

algo semelhante, porque já faz ao máximo;

• Falar francamente sobre suas dificuldades sem, porém,

fazê-lo sentir-se incapaz, mas auxiliando-o a superá-los;

• Respeitar seu ritmo, pois a criança disléxica tem

problemas de processamento de informações. Ela precisa de mais tempo

para elaborar e dar sentido ao que ela está lendo, vendo e ouvindo;

• Mostrar aos alunos com dislexia, pessoas importantes

que possuem o mesmo problema que ela, para creditar que é possível;

• Um professor pode elevar a auto-estima do aluno estando

interessado nele como pessoa e valorizando-o;

• Entender que não aprendemos com os fracassos, mas sim

pelos sucessos.

Fica claro também que os professores no momento de realizarem suas

atividades tomem os seguintes cuidados:

• Colocá-lo sempre na primeira carteira, na fila do meio em

relação ao quadro, para ter uma visão clara do que o professor escreve;

• No momento em que estiver utilizando o quadro utilize

canetas (quadro branco) ou giz (quadro negro) coloridos para prender a

atenção, faça letras grandes e divida seu quadro no máximo em três

partes;

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• Quando estiver trabalhando com materiais multimídias,

como Data Show, por exemplo, evite colocar figuras de fundo, pois sua

atenção vai ficar focada na imagem e não no assunto trabalhado;

• Certifique-se de que as tarefas de casa e de aula foram

compreendidas e anotadas corretamente;

• Certifique-se que seu aluno pode ler e compreender

claramente os enunciados propostos nas tarefas e avaliações;

• Leve em conta as dificuldades especificas dos disléxicos e

as dificuldades de nossa língua gramatical quando corrigir seus deveres;

• Estimule as expressões verbais do aluno, realizando

avaliações através de seminários;

• Estimule a imaginação, pois sua capacidade criativa é

muito forte;

• Dê instruções curtas e simples, elas evitam confusões;

• Dê “dicas” específicas;

• Oriente o aluno sobre como ele pode organizar-se no

tempo e espaço;

• Não insista em exercício de fixação repetitivo e numeroso,

pois isso não diminui sua dificuldade;

• Dê explicação de como fazer;

• Utilize o computador, mas certifique-se de que o programa

é adequado ao seu nível, pois criança com dificuldades são mais sensíveis

a crítica;

• Permita o uso de gravadores:

• “uma imagem vale mais que mil palavras”, utilizem filme,

fotos, quadros e desenhos, assim compreendem melhor e mais rápido.

Tomando estas preocupações como rotina nas instituições e pelos

professores nas suas salas de aula, a sociedade ganhará cada vez mais pessoas

com competência e qualidade para cumprir qualquer tipo e tarefa, pois pesquisas e a

própria história mostra que quando um disléxico consegue controlar e superar suas

dificuldades o “céu é o limite”.

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Conclusão

Este trabalho não teve como objetivo ensinar aos profissionais de ensino

como ele deve ou não lecionar ou como as instituições devem se colocar diante a

dislexia, mas tem seu foco fundamental centrado em demonstrar o que realmente é

este transtorno e as formas mais corretas e simples para lecionar e avaliar alunos

disléxicos.

Deixando evidente que a dislexia não é somente uma mera dificuldade

com leitura e escrita, caracterizada pelo seu sintoma mais comum, as trocas de

letras, mas que abrange um campo muito maior do processo cognitivo da criança;

demonstrada como uma deficiência de base neurológica, contanto sendo um

transtorno genético e não psicológico, ou como muitos professores afirmam, de base

emocional. Desta forma, não existe remédio, nem cura para a dislexia, o que existe

é um controle sobre sua desorientação e efeitos.

É de extrema importância que as instituições de ensino estejam

preparadas para realizar o processo de inclusão de alunos com dislexia,

promovendo seminários, palestras, cursos de atualização, com intuito de que seus

professores fiquem esclarecidos sobre este transtorno, são estes profissionais as

figuras mais importantes no processo de controle da dislexia devido ao seu convívio

diário com os estudantes. Cabe a instituição buscar conhecimentos e métodos para

auxiliar seus alunos, pois se o disléxico não pode aprender do jeito que ensinamos,

temos que ensinar do jeito que ele aprende, ou seja, o papel das escolas é estimular

ao máximo suas capacidades para torná-lo um vencedor.

Os professores são os mediadores da evolução dos disléxicos, devendo

demonstrar-se acessíveis e preparados para atender seus alunos sempre que

necessitarem, assim ganhando sua confiança. Feita esta relação ele transforma-se

em um mediador entre o disléxico e seu transtorno, sempre procurando esclarecê-lo,

de forma que o aluno veja a dislexia como parte dele e não como um problema, pois

quando alguém domina algo, esta passa fazer parte dessa pessoa, e isto se torna

parte do processo criativo do indivíduo, acrescentando a qualidade de sua essência

a todo pensamento subseqüente e a criatividade do indivíduo.

Concluindo, assim, que mudanças são necessárias dentro de todo

processo educacional, a fim de que este processo possa realmente atingir a todos e

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não somente uma parcela de estudantes tidas como normais. É urgente que

instituições e professores olhem para seus alunos não como números, mas sim

como indivíduos capazes que necessitam apenas de atenção e auxílio.

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