Disciplina:

PPGS 053 - TECNOCIÊNCIA, NATUREZA E SOCIEDADE/DESENVOLVIMENTO

[Plano de ensino – 2016/2]

Professores responsáveis: Jalcione Almeida e Lorena C. Fleury Caráter: Eletiva (2 créditos) Nível: Mestrado e Doutorado

Horário: Quartas-feiras, das 09h00 às 12h00 (início dia 14 de setembro) Local: PGDR (av. João Pessoa, 31 – Centro) em sala a ser definida

Ementa: A relação sociedade – natureza. Ciências sociais, sociedade/desenvolvimento e a questão ambiental. As abordagens sociais realista, construcionista e pós-construcionista dos problemas ambientais. Ciência, técnica e natureza. A socialização da natureza e a incerteza fabricada. A sociedade de risco. Modernidade ecológica e sustentabilidade. Conflitos ambientais. Modernidade e (pós/de)colonialidade nos estudos da relação sociedade – natureza. A etnoconservação. Sociambientalismo e justiça ambiental. (Agro)Biotecnologias como fato, poder e discurso. A questão da sustentabilidade do desenvolvimento. Mudanças ambientais globais.

Objetivos: Com a contribuição da teoria social contemporânea, refletir e discutir a relação entre sociedade e natureza, tendo como “ancoragem empírica” o debate social em torno da Ciência/ciências, das inovações/novidades tecnológicas/técnicas e suas influências e determinações na sociedade, na agricultura e no rural, no campo agroalimentar e no desenvolvimento (rural). Ao final do semestre espera-se que os conteúdos tratados permitam ao estudante identificar e posicionar-se acerca dos principais temas em torno da problemática contemporânea da relação sociedade (tecnociência/cultura) – natureza (ambiente).

Conteúdo programático: Observações importantes

1) Os textos assinalados com (

) são de leitura obrigatória para todos os alunos. Os apresentadores e resenhistas dos encontros deverão ler, sistematizar e problematizar todos os textos.

2) A disciplina (plano e bibliografias) está integralmente no Moodle ( http://www.moodle.ufrgs.br). Para acesso use seu login (cartão da UFRGS) e senha.

3) Além das bibliografias indicadas para os encontros, outras poderão ser sugeridas ao longo do semestre. Caso sejam imprescindíveis, as bibliografias serão fornecidas com antecedência mínima de uma semana.

[Aula inaugural: dia 14/09] - Apresentação geral da disciplina: discussão do plano de ensino e indicações bibliográficas para as aulas. [Profs. Jalcione e Lorena]

[2º encontro: dia 21/09] - Ciências sociais, natureza(s) e sociedades - Introdução geral ao tema da relação Sociedade – Natureza. [Prof. Jalcione] Bibliografia recomendada:

(

) ALMEIDA, Jalcione; PREMEBIDA, Adriano. Histórico, relevância e explorações ontológicas da questão ambiental. Sociologias, v. 16, n. 35, jan./abr. p. 14-33, 2014. (

) OLIVEIRA, Myriam C. C. de. Relação sociedade-natureza e suas matrizes paradigmáticas: uma introdução. Porto Alegre, PGDR/UFRGS, 2007. Texto para uso didático. - LENOBLE, Robert. História da ideia de natureza. Lisboa, Edições 70, 1990. [Cópia digitalizada mas não postada no Moodle].

PGDR: Av. João Pessoa, 31 – 90040.000 – Porto Alegre – RS – Brasil - Fone/Fax: (0XX) (51) 3308.3281

www.ufrgs.br/pgdr pgdr@ufrgs.br

. - MATTEDI, Marcos A. Dilemas da abordagem sociológica da problemática ambiental: considerações epistemológica, metodológica e normativa sobre a guinada ambiental na sociologia. In: XXIV Encontro Latinoamericano de Sociología, Anais, Arequipa, Perú, 2003.

[3º encontro: dia 28/09] - Realismo, construcionismo e pós-construcionismo social na abordagem dos problemas ambientais [Prof. Jalcione] Bibliografia recomendada:

(

) HANNIGAN, John A. Sociologia ambiental: a formação de uma perspectiva social. Lisboa, Instituto Piaget, 1997. [cap. 2, 4 e 10]. [existe edição mais recente e atualizada em português do Brasil – Ed. Vozes]. (

) LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. São Paulo, Editora 34, 1997. p. 7-17; 40-52. - DESCOLA, Philippe. Más allá de la naturaleza y de la cultura. In: MARTÍNEZ, Leonardo M. (Ed.). Cultura y naturaleza. Bogotá, Jardin Botánico de Bogotá, 2011. p. 75-98. - GUIVANT, Julia S. Os debates entre realistas e construtivistas sociais na sociologia ambiental: implicações para o desenvolvimento rural sustentável e participativo. In: VI Congresso da ALASRU, Anais, Porto Alegre, 2002. - FUKS, Mario. Arenas de ação e debate públicos: conflitos ambientais e a emergência do meio ambiente enquanto problema social no Rio Janeiro. Dados – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol. 41, n. 1, 1998. p. 87-113.

[4º encontro: dia 05/10] - Ciência, técnica/tecnologia e natureza [Prof. Jalcione] Bibliografia recomendada:

(

) BOURG, Dominique. Natureza e técnica: ensaio sobre a ideia de progresso. Lisboa, Instituto Piaget, 1997. p. 11-13; 65-154. (

) BRUSEKE, Franz J. A modernidade técnica. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Anpocs, vol. 17, n. 49, jun. 2002. p. 135-144. - SANTOS, Laymert G. dos. Tecnologia, natureza e a “redescoberta” do Brasil. In: ARAÚJO, Hermetes R. de (Org.). Tecnociência e cultura: ensaios sobre o tempo presente. São Paulo, Estação Liberdade, 1998. p. 23-46. - JARVIE, Ian e AGASSI, Joseph. Por uma sociologia crítica da ciência. Sociologias, n. 26, PPGS/UFRGS, 2011. p. 44-83. - CALLON, Michel; LAW, John; RIP, Arie. Mapping the Dynamics of Science and Technology [parte da obra traduzida para uso didático].

[5º encontro: dia 19/10] - A socialização da natureza e a incerteza fabricada [Prof. Jalcione] Bibliografia recomendada:

(

) GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo, Ed. da Unesp, 1991. p. 11-60; 83-136; 173-177. (

) GIDDENS, Anthony. “A vida em uma sociedade pós-tradicional”, In: BECK, Ulrich; GIDDENS, Anthony. e LASH, Scott. (orgs). Modernização reflexiva, São Paulo, Ed. da Unesp, 1997. p. 73-133. - GIDDENS, Anthony. Para além da esquerda e da direita. São Paulo. Ed. da Unesp, 1995. p. 225-258. - FLORIT, Luciano F. Teoria social e relação sociedade - natureza a partir da obra de Anthony Giddens, Cadernos de Sociologia, Porto Alegre, Pós-Graduação em Sociologia - IFCH/UFRGS, n. 10, 1998. p. 61-86.

[6º encontro: dia 26/10] - A sociedade de risco [Profa. Lorena] Bibliografia recomendada:

(

) BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Editora 34. 2011. p. 23-103; 235-274. GIULIO, Gabriela Marques Di et al . Percepção de risco: um campo de interesse para a interface ambiente, saúde e sustentabilidade. Saude soc., São Paulo , v. 24, n. 4, p. 1217-1231, Dec. 2015 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902015000401217&lng=en&nrm=iso>. access on 22 June 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902015136010. - GUIVANT, Julia. A trajetória das análises de risco. In Revista BIB. RJ 46 2 semestre 1998 pp. 3 a 38. - MATTEDI, Marcos A. As interpretações sociológicas das dinâmicas sociais de construção do risco na sociedade moderna, Grifos [Dossiê Hannah Arendt (org. Silvana Winckler)], Chapecó, Argos, 2002. p. 129-151. - CARDONA, Juan Camilo R.; ALMEIDA, Jalcione. Percepciones y formas de adaptación a riesgos sociambientales: análisis en contextos locales en la región del páramo de Sonsón, Antióquia, Colombia. In: ULLOA, Astrid. Perspectivas culturales del clima. Bogotá, Univ. Nac. Colombia, 2011. p. 451-476. - DOUGLAS, Mary; WILDAVSKY, Aaron. Risco e cultura. São Paulo, Campus, 2012. [Cópia digitalizada disponível mas não postada no Moodle]. MOL, Arthur P. J. Globalização e a mudança dos modelos de controle e poluição industrial: a teoria da modernização ecológica. In: HERCULANO, Selene et al. (orgs.). Qualidade de vida e riscos ambientais. Niterói, EdUFF, 2000. p. 267-280

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[7º encontro: dia 09/11] – Populações tradicionais, socioambientalismo e justiça ambiental [Profa. Lorena]

Bibliografia recomendada: (

) CUNHA, Manuela Carneiro da; ALMEIDA, Mauro W. B de. Populações tradicionais e conservação ambiental. CUNHA, Manuela Carneiro da. Cultura com Aspas. São Paulo, Cosac Naify. 2009. p. 277- 300 (

) ALLEGRETTI, Mary. A construção social de políticas públicas. Chico Mendes e o movimento dos seringueiros. Desenvolvimento e Meio Ambiente, n. 18, p. 39-59, jul./dez. 2008. Editora UFPR. - ACSELRAD, Henry. Ambientalização das lutas sociais: o caso do movimento por justiça ambiental. Estudos Avançados, v. 24, n. 68, p. 103-119, 2010.

[8º encontro: dia 16/11] – Conflitos ambientais ou ambientalização dos problemas sociais? [Profa. Lorena] Bibliografia recomendada:

(

) FLEURY, Lorena; ALMEIDA, Jalcione; PREMEBIDA, Adriano. O ambiente como questão sociológica: conflitos ambientais em perpectiva. Sociologias, v. 16, n. 35, jan./abr., p. 34-83, 2014. (

) LOPES, José S. L. Sobre processos de “ambientalização” dos conflitos e sobre dilemas da participação, Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 12, n. 25, jan./jun. 2006. p. 31-64. - ACSELRAD, Henri. As práticas espaciais e o campo dos conflitos ambientais. In: ACSELRAD, Henri. (org.). Conflitos ambientais no Brasil. Rio de Janeiro, Relume-Dumará, 2004. p. 13-35. - ZHOURI; Andréa; LASCHEFSKI, Klemens. Desenvolvimento e conflitos ambientais: um novo campo de investigação. In: ZHOURI, Andréa; LASCHEFSKI, Klemens (orgs.). Desenvolvimento e conflitos ambientais. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2010. p. 11-33.

[9º encontro: dia 23/11] – Disputas ontológicas e cosmopolíticas [Profª Lorena] Bibliografia recomendada:

(

) - LATOUR, Bruno. Por que a ecologia política não saberia conservar a natureza. In: LATOUR, B. Políticas da natureza. EDUSC, 2003. p. 25-105

(

) - INGOLD, Tim. Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais. Horiz. antropol. [online]. 2012, vol. 18, n. 37, p. 25-44.

- DESCOLA, Philippe. Más allá de la naturaleza y de la cultura. In: MARTÍNEZ, Leonardo M. (Ed.). Cultura y naturaleza. Bogotá, Jardin Botánico de Bogotá, 2011. p. 75-98. - VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio. Mana, v.2, n.2, p. 115-144, 1996. - FLEURY, Lorena C. Conflito ambiental e cosmopolíticas na Amazônia brasileira: a construção da usina hidrelétrica de belo monte em perspectiva. Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Tese de Doutorado, 2013. [Cap. 5] - Leitura complementar cap. 1 e 6].

[10º encontro: dia 30/11] - Modernidade e (pós/de)colonialidade nos estudos contemporâneos sobre a relação Sociedade – Natureza [Profa. Lorena]

(

) ESCOBAR, Arturo. Epistemologias de la naturaleza y colonialidad de la naturaleza. In: MARTÍNEZ, Leonardo M. (Ed.). Cultura y naturaleza. Bogotá, Jardín Botánico de Bogotá, 2011. mp. 49-74. (

) ALIMONDA, Héctor. La colonialidad de la naturaleza. In: ________. La naturaleza colonizada. Ed. Ciccus, 2011. p. 11-20. - ARAÓZ, Horacio M. Crisis ecológica, conflictos socioambiantales y ordem necolonial. Rebela, v. 3, n. 1, p. 118-155, out. 2013. - ZHOURI, Andréa; OLIVEIRA, Raquel. Quando o lugar resiste ao espaço: colonialidade, modernidade e processos de territorialização. In: ZHOURI, Andréa; LASCHEFSKI, Klemens (orgs.). Desenvolvimento e conflitos ambientais. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2010. p. 439-461.

[11º encontro: dia 07/12] - Modernidade ecológica? Ou a (in)sustentabilidade do desenvolvimento [Prof. Jalcione] Bibliografia recomendada:

(

) RAYNAUT, Claude. Atrás das noções de meio ambiente e de desenvolvimento sustentável: questionando algumas representações sociais. 2007. Não publicado.

(

) MOL, Arthur P. J. Globalização e a mudança dos modelos de controle e poluição industrial: a teoria da modernização ecológica. In: HERCULANO, Selene et al. (orgs.). Qualidade de vida e riscos ambientais. Niterói, EdUFF, 2000. p. 267-280.

(

) COSTA, Sérgio. Quase crítica: insuficiências da sociologia da modernização reflexiva. Tempo social, v. 16, n. 2, p. 73-100, nov. 2004.

- REDCLIFT, Michael R. Pós-sustentabilidade e os novos discursos de sustentabilidade, Raízes, Campina Grande, vol. 21, n. 1, 2002. p. 124-136.

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- VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo ; DANOWSKI, Déborah. Que besta bruta... ... de hora enfim chegada. Ensaios sobre os medos e os fins. Florianópolis: Cultura e Barbárie: Instituto Socioambiental, 2014. pp. 11- 35. - GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. 1999. p. 13-16; 17-30; 77-102. - Relatório do Banco Mundial sobre Desenvolvimento e Mudanças Climáticas_2010 - https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1065189/mod_resource/content/1/Desenvolvimento_e_mudancas_climaticas_- _Banco_mUndial_2010.pdf - Herman Daily - Crescimento sustentável? Não, obrigado - https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1065190/mod_resource/content/1/Crescimento_Sustentavel_nao_obrigado.pdf - O manual dos céticos -https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1065191/mod_resource/content/1/OManualdosCeticos.pdf

Dinâmica dos encontros: Os encontros deverão ter, no mínimo, (i) um(a) apresentador(a) e (ii) um(a) resenhista para cada tema proposto. A preparação dos encontros (apresentações) poderá ser realizada em conjunto com os professores responsáveis pela disciplina. Durante cada encontro os professores e os estudantes (incluindo os apresentadores) exercerão o papel de debatedores, buscando problematizar os temas/textos. O(A) resenhista deverá aprofundar o tema/autor(es) escolhido(s) previamente. Nos 15 minutos finais de cada encontro, os professores deverão realizar um fechamento/síntese dos temas tratados. Data de entrega das resenhas: dia 06/01/2017 até às 23h59 horas (via plataforma Moodle).

Procedimentos didáticos: indicação de leituras aos estudantes; preparação dos encontros (discussão de planos, bibliografias e dinâmica); aulas expositivo-dialogadas ministradas pelos professores e convidados, encontros preparados pelos estudantes (seguidos ou intercalados de discussão com introdução e fechamento do tema pelos professores) e resenhas dos encontros.

Avaliação: observação do desempenho individual dos estudantes com base em critérios de participação, interesse, capacidade de síntese e aprofundamento temático nas aulas (20% da nota final), nas apresentações e problematização dos temas propostos para encontros (peso 50%) e nas resenhas (peso 30%). Os conceitos obedecerão à seguinte

distribuição: Conceito A: de 9.0 a 10.0 Conceito B: de 8.0 a 8.9 Conceito C: de 7.0 a 7.9 Conceito D: menos de 7.0 Conceito FF: falta de frequência (- de 75% de presença).

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