diretrizes curriculares orientadoras da educação básica para a rede estadual. ensino religioso...

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Diretrizes Curriculares Orientadoras da Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos da Assintec: Técnicos-pedagógicos da Assintec: Borres Guilouski, Diná Borres Guilouski, Diná Costa , Emerli Schlögl, Elói Corrêa e Valmir Biaca. Costa , Emerli Schlögl, Elói Corrêa e Valmir Biaca. GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

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Page 1: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Diretrizes Curriculares Orientadoras da Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual.Educação Básica para a Rede Estadual.

ENSINO RELIGIOSOENSINO RELIGIOSO

Técnica-pedagógica do DEB: Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer.Carolina Nizer.

Técnicos-pedagógicos da Assintec: Técnicos-pedagógicos da Assintec: Borres Guilouski, Diná Borres Guilouski, Diná Costa , Emerli Schlögl, Elói Corrêa e Valmir Biaca. Costa , Emerli Schlögl, Elói Corrêa e Valmir Biaca.

GOVERNO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃODEPARTAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Page 2: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Objeto de estudo da disciplina

O SAGRADO

Contempla, assim, algo que está presente nas tradições religiosas e favorece uma abordagem ampla dos conteúdos da disciplina.

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SAGRADO

Conteúdos Estruturantes

Paisagem Religiosa

Universo Simbólico Religioso

Texto Sagrado

Conteúdos Básicos

5ª série/6º anoOrganização Religiosa

Lugares SagradosTextos Sagrados orais

ou escritosSímbolos Religiosos

6ª série/7º anoTemporalidade Sagrada

Festas ReligiosasRitos

Vida e Morte

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TEMPORALIDADE SAGRADA: 2012 TEMPORALIDADE SAGRADA: 2012 O FIM DO MUNDO, OU A O FIM DO MUNDO, OU A POSSIBILIDADE DE NOVO POSSIBILIDADE DE NOVO

COMEÇO?COMEÇO?

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De vez em quando, aparecem De vez em quando, aparecem profecias e teorias sobre o “fim profecias e teorias sobre o “fim do mundo”. Uma das últimas do mundo”. Uma das últimas

vezes que esse assunto veio à vezes que esse assunto veio à tona foi com a passagem do ano tona foi com a passagem do ano 2.000 do calendário Gregoriano.2.000 do calendário Gregoriano.

Novamente tem-se uma série de Novamente tem-se uma série de publicações sobre o assunto, publicações sobre o assunto,

mas desta vez trata-se de uma mas desta vez trata-se de uma data específica: data específica: 21/12/201221/12/2012..

Page 6: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Esse dia foi estipulado por meio Esse dia foi estipulado por meio do Tzolkin, o Calendário solar do Tzolkin, o Calendário solar Maia que apresenta ciclos de Maia que apresenta ciclos de

7.200 anos, e que dá origem à 7.200 anos, e que dá origem à atual polêmica sobre “o fim do atual polêmica sobre “o fim do

mundo”. mundo”.

Page 7: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Outros povos e seus calendários Outros povos e seus calendários também anunciaram o também anunciaram o

armagedom ou ainda o fim dos armagedom ou ainda o fim dos tempos, como é o caso do tempos, como é o caso do

Apocalipse no Novo Testamento. Apocalipse no Novo Testamento.

Mas o que é o tempo? Como Mas o que é o tempo? Como podemos defini-lo? Como o podemos defini-lo? Como o

Tempo é pensado em algumas Tempo é pensado em algumas Tradições Religiosas? O que é o Tradições Religiosas? O que é o

Tempo Sagrado?Tempo Sagrado?

Page 8: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

TEMPO SAGRADO: A ORIGEM TEMPO SAGRADO: A ORIGEM DE TODAS AS COISASDE TODAS AS COISAS

Nesta edição do Informativo Nesta edição do Informativo da Assintec, que se dirige da Assintec, que se dirige aos professores de Ensino aos professores de Ensino Religioso e a comunidade Religioso e a comunidade escolar, vamos trabalhar o escolar, vamos trabalhar o conteúdo Temporalidade conteúdo Temporalidade

Sagrada, ou Tempo Sagrado Sagrada, ou Tempo Sagrado

Page 9: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Para as religiões existem diferenças Para as religiões existem diferenças entre o Tempo Sagrado e o Tempo entre o Tempo Sagrado e o Tempo

Profano. Isso porque o Tempo Profano. Isso porque o Tempo Sagrado é o tempo mítico, ou seja, Sagrado é o tempo mítico, ou seja, primordial, o tempo da origem das primordial, o tempo da origem das coisas que se torna presente. Cada coisas que se torna presente. Cada festa sagrada, cada tempo litúrgico festa sagrada, cada tempo litúrgico

consiste na atualização de um consiste na atualização de um evento sagrado que teve lugar num evento sagrado que teve lugar num

passado mítico (ELIADE, 2001. p 63). passado mítico (ELIADE, 2001. p 63).

Page 10: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Entendendo o Tempo Sagrado Entendendo o Tempo Sagrado também como o momento também como o momento memorável da criação ou memorável da criação ou

origem, o homem religioso origem, o homem religioso procura nas festas e rituais procura nas festas e rituais

religiosos atualizar o pacto da religiosos atualizar o pacto da criação. A atualização ritual do criação. A atualização ritual do

tempo primeiro é a base de tempo primeiro é a base de certos certos Calendários SagradosCalendários Sagrados, , a festa não é a comemoração de a festa não é a comemoração de

um evento mítico, mas a sua um evento mítico, mas a sua reatualização. reatualização.

Page 11: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Visto que o Tempo Sagrado pode Visto que o Tempo Sagrado pode vincular-se ao tempo da origem, vincular-se ao tempo da origem,

o instante prodigioso em que o instante prodigioso em que uma realidade foi criada, em que uma realidade foi criada, em que ela se manifestou pela primeira ela se manifestou pela primeira

vez plenamente, o homem vez plenamente, o homem esforçar-se-á por voltar a unir-se esforçar-se-á por voltar a unir-se

periodicamente a esse Tempo periodicamente a esse Tempo original. (ELIADE, 2001. p 73).original. (ELIADE, 2001. p 73).

Page 12: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Um exemplo da Temporalidade Um exemplo da Temporalidade Sagrada é a comemoração de Sagrada é a comemoração de fim de ano, muito comum na fim de ano, muito comum na

maioria das tradições religiosas. maioria das tradições religiosas. Também é a reatualização da Também é a reatualização da

origem do mundo e do universo origem do mundo e do universo (kosmos). Participando (kosmos). Participando

ritualmente do fim do mundo e ritualmente do fim do mundo e de sua recriação, o homem de sua recriação, o homem

torna-se contemporâneo do torna-se contemporâneo do illud illud tempus tempus (ELIADE, 2001.p 73). (ELIADE, 2001.p 73).

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Apontando os limites do que ELIADE, Apontando os limites do que ELIADE, chama de Temporalidade Sagrada, chama de Temporalidade Sagrada, toda a relação temporal ligada ao toda a relação temporal ligada ao

cotidiano, as coisas do mundo cotidiano, as coisas do mundo vivido, podem ser consideradas vivido, podem ser consideradas como a Temporalidade Profana. como a Temporalidade Profana. Para a visão religiosa o Tempo Para a visão religiosa o Tempo

Profano é o tempo material, que é Profano é o tempo material, que é marcado por continuidades e marcado por continuidades e

descontinuidades.descontinuidades.

Page 14: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Numa perspectiva filosófica o tempo é Numa perspectiva filosófica o tempo é a passagem do ser do passado para a passagem do ser do passado para o presente, em direção ao futuro, é o o presente, em direção ao futuro, é o movimento do Ser no espaço. Para o movimento do Ser no espaço. Para o historiador é diferente, o homem é o historiador é diferente, o homem é o tempo, com consciência da mudança tempo, com consciência da mudança e da finitude, sem interesse pelo que e da finitude, sem interesse pelo que está fora do tempo, aquilo que não está fora do tempo, aquilo que não

muda. muda.

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CALENDÁRIO MAIACALENDÁRIO MAIA

Algumas civilizações pré-colombianas Algumas civilizações pré-colombianas utilizavam calendários para se utilizavam calendários para se

orientar. É o exemplo da civilização orientar. É o exemplo da civilização Maia, que possuía um calendário Maia, que possuía um calendário

complexo, ou seja, difícil de explicar. complexo, ou seja, difícil de explicar. Os calendários são tanto objetos Os calendários são tanto objetos religiosos, culturais como sociais. religiosos, culturais como sociais.

Também foram algumas vezes objeto Também foram algumas vezes objeto de manipulação do poder, pois quem de manipulação do poder, pois quem detinha tal conhecimento sabia como detinha tal conhecimento sabia como

controlar a agricultura. controlar a agricultura.

Page 16: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

O calendário Maia possuía duas O calendário Maia possuía duas formas de contagem. O haab de formas de contagem. O haab de

trezentos e sessenta e cinco dias, trezentos e sessenta e cinco dias, que corresponde à duração de um que corresponde à duração de um

ano, dividido em dezoito meses ano, dividido em dezoito meses (uinals) com vinte dias cada.(uinals) com vinte dias cada.

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E o tzolk'in de duzentos e sessenta E o tzolk'in de duzentos e sessenta dias que correspondente ao ciclo dias que correspondente ao ciclo

biológico humano desde a biológico humano desde a fecundação até o nascimento. Dessa fecundação até o nascimento. Dessa forma, o haab regia a agricultura e as forma, o haab regia a agricultura e as

coisas, e o tzolk'in regia a vida das coisas, e o tzolk'in regia a vida das pessoas, a partir de seu aniversário, pessoas, a partir de seu aniversário,

fornecendo-lhes preceitos e fornecendo-lhes preceitos e presságiospresságios..

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Page 19: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Dessa forma, o ano astronômico haab Dessa forma, o ano astronômico haab era simultâneo ao ano sagrado era simultâneo ao ano sagrado

tzolk'in que regia a vida da população tzolk'in que regia a vida da população e as cerimônias religiosas, bem como e as cerimônias religiosas, bem como

a organização das atividades a organização das atividades agrícolas. Os sacerdotes realizavam agrícolas. Os sacerdotes realizavam

rituais para atualizar o mito e rituais para atualizar o mito e recomeçar um novo ciclo. recomeçar um novo ciclo.

Page 20: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Portanto, num calendário não linear, Portanto, num calendário não linear, não tem sentido pensar em fim do não tem sentido pensar em fim do

mundo, mas sim no começo de uma mundo, mas sim no começo de uma nova era de transformação e nova era de transformação e

renovação. renovação.

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TEMPORALIDADE INDIGENATEMPORALIDADE INDIGENA

Segundo o indianista J. A. Peret, os Segundo o indianista J. A. Peret, os índios cumprem com os encontros índios cumprem com os encontros

combinados sem o uso de combinados sem o uso de calendários. Toda idéia de tempo dos calendários. Toda idéia de tempo dos

povos Tupi eram baseadas na povos Tupi eram baseadas na observação das variações dos observação das variações dos fenômenos da natureza e das fenômenos da natureza e das

estações como os ventos, as chuvas, estações como os ventos, as chuvas, etc. etc.

Page 22: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

A principal unidade de medida do A principal unidade de medida do tempo para os povos indígenas tempo para os povos indígenas

Tupinambás era feita a partir das Tupinambás era feita a partir das fases da lua. Quando se pergunta a fases da lua. Quando se pergunta a

idade de um índio é comum a idade de um índio é comum a resposta ser: “eu nasci há tantas luas resposta ser: “eu nasci há tantas luas

passadas”.passadas”.

Page 23: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Numa Temporalidade dividida em Numa Temporalidade dividida em horas, minutos e segundos do horas, minutos e segundos do

relógio, calculamos as horas de relógio, calculamos as horas de forma minuciosa, por outro lado, forma minuciosa, por outro lado,

quando se pensa o tempo pelas fases quando se pensa o tempo pelas fases da lua, têm-se uma percepção de da lua, têm-se uma percepção de

tempo menos apressada e um atraso tempo menos apressada e um atraso seria chegar em outra fase da lua seria chegar em outra fase da lua

que não a combinada. que não a combinada.

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A observação da natureza fornece A observação da natureza fornece dessa forma, informação suficiente dessa forma, informação suficiente

para os povos indígenas terem para os povos indígenas terem noções de tempo os quais guiam noções de tempo os quais guiam

suas atividades culturais, religiosas e suas atividades culturais, religiosas e cotidianas, como podemos observar cotidianas, como podemos observar

no calendário dos índios Karajás:no calendário dos índios Karajás:

Page 25: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

• Os Karajás contam:Os Karajás contam: • Maybã (é tempo de milho verde), corresponde a Janeiro;Maybã (é tempo de milho verde), corresponde a Janeiro;• Baebara (o rio parou de encher) mês de Fevereiro;Baebara (o rio parou de encher) mês de Fevereiro;• Tubyraçó (começou a vazante) mês de Março;Tubyraçó (começou a vazante) mês de Março;• We-ra (já tem praia de fora) Abril;We-ra (já tem praia de fora) Abril;• Rarado--uebto (as árvores tem flores que alimentam os Rarado--uebto (as árvores tem flores que alimentam os

animais) Maio;animais) Maio;• Rarado-sí (as árvores tem frutos) Junho;Rarado-sí (as árvores tem frutos) Junho;• Kotu-sí (o tracajá pões ovos) Julho;Kotu-sí (o tracajá pões ovos) Julho;• Bederá (começaram as queimadas para fazer roçado) Bederá (começaram as queimadas para fazer roçado)

Agosto;Agosto;• Kotuni-sí (as tartaruga já pões ovos) Setembro;Kotuni-sí (as tartaruga já pões ovos) Setembro;• Baé-bã dereká (iniciaram as chuvas e o rio começa a Baé-bã dereká (iniciaram as chuvas e o rio começa a

encher) Outubro;encher) Outubro;• Kotuni-reioré (as tartarugas estão nascendo) Novembro;Kotuni-reioré (as tartarugas estão nascendo) Novembro;• Baorá (o rio está enchendo) Dezembro. Baorá (o rio está enchendo) Dezembro.

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TEMPORALIDADE JUDAICATEMPORALIDADE JUDAICA

No judaísmo, a comemoração que marca o No judaísmo, a comemoração que marca o início do ano chama-se “cabeça do ano”, início do ano chama-se “cabeça do ano”,

ou em hebreu “Rosh Hashaná”. Durante as ou em hebreu “Rosh Hashaná”. Durante as comemorações costuma-se comer maçã comemorações costuma-se comer maçã com mel e açúcar para representar um com mel e açúcar para representar um

ano doce. Nesta tradição religiosa o ano doce. Nesta tradição religiosa o primeiro mês do ano corresponde ao primeiro mês do ano corresponde ao

sétimo mês bíblico. A Torá denomina esse sétimo mês bíblico. A Torá denomina esse momento de festa da Lua Nova. (Levíticos, momento de festa da Lua Nova. (Levíticos,

23:24). 23:24).

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TEMPORALIDADE FÉ BAHÁ’ÍTEMPORALIDADE FÉ BAHÁ’Í

Na Fé Bahá’í a verdade religiosa é Na Fé Bahá’í a verdade religiosa é considerada relativa e é revelada pelos considerada relativa e é revelada pelos

Manifestantes de Deus progressivamente Manifestantes de Deus progressivamente à humanidade de acordo com a à humanidade de acordo com a

capacidade e as exigências de cada capacidade e as exigências de cada época. Desse modo consideram-se os época. Desse modo consideram-se os

Manifestantes de Deus: Krishna, Abraão, Manifestantes de Deus: Krishna, Abraão, Moisés, Zoroastro, Buda, Jesus Cristo, Moisés, Zoroastro, Buda, Jesus Cristo, Muhammad, Báb e Bahá’u’lláh como Muhammad, Báb e Bahá’u’lláh como

Àqueles que revelam a vontade de Deus. Àqueles que revelam a vontade de Deus. Sendo assim cada um deles estabelece a Sendo assim cada um deles estabelece a mesma religião eterna de Deus, porém mesma religião eterna de Deus, porém com características peculiares ao seu com características peculiares ao seu

tempo. tempo.

Page 28: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Assim a Era do Manifestante Divino é o Assim a Era do Manifestante Divino é o tempo sagrado pelo qual a força de tempo sagrado pelo qual a força de

sua revelação educa o gênero sua revelação educa o gênero humano e renova o pacto de Deus. A humano e renova o pacto de Deus. A era Bahá’í inicia no ano de 1844 do era Bahá’í inicia no ano de 1844 do

Calendário Gregoriano com a Calendário Gregoriano com a Declaração da Missão do Báb Declaração da Missão do Báb

(Manifestante de Deus, Fundador da (Manifestante de Deus, Fundador da Fé Babí e Precursor da Revelação de Fé Babí e Precursor da Revelação de

Bahá’u’lláh). Bahá’u’lláh).

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AH! OS RELÓGIOSAH! OS RELÓGIOS

Amigos, não consultem os relógiosAmigos, não consultem os relógiosquando um dia eu me for de vossas vidasquando um dia eu me for de vossas vidas

em seus fúteis problemas tão perdidasem seus fúteis problemas tão perdidasque até parecem mais uns necrológios...que até parecem mais uns necrológios...

Porque o tempo é uma invenção da morte:Porque o tempo é uma invenção da morte:não o conhece a vida - a verdadeira -não o conhece a vida - a verdadeira -em que basta um momento de poesiaem que basta um momento de poesia

para nos dar a eternidade inteira.para nos dar a eternidade inteira.

Page 30: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Inteira, sim, porque essa vida eternaInteira, sim, porque essa vida eternasomente por si mesma é dividida:somente por si mesma é dividida:

não cabe, a cada qual, uma porção.não cabe, a cada qual, uma porção.

E os Anjos entreolham-se E os Anjos entreolham-se espantadosespantados

quando alguém - ao voltar a si da quando alguém - ao voltar a si da vida -vida -

acaso lhes indaga que horas são...acaso lhes indaga que horas são...

Mario Quintana - A Cor do InvisívelMario Quintana - A Cor do Invisível

Page 31: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

O TempoO Tempo

O segredo do tempo é consumi-lo sem O segredo do tempo é consumi-lo sem percebê-lo.percebê-lo.

É fingir-se infinito para não o vermos É fingir-se infinito para não o vermos passarpassar

É fazer-se contar em anos em vez de É fazer-se contar em anos em vez de momentosmomentos

Relógio, despertador, cronômetro, Relógio, despertador, cronômetro, calendáriocalendário

Tudo engodo para imaginarmos Tudo engodo para imaginarmos prendê-lo, controlá-loprendê-lo, controlá-lo

Page 32: Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual. ENSINO RELIGIOSO Técnica-pedagógica do DEB: Carolina Nizer. Técnicos-pedagógicos

Ampulheta, único instrumento sincero Ampulheta, único instrumento sincero do tempodo tempo

Regressivamente, nos impõe a Regressivamente, nos impõe a gravidadegravidade

De haver realmente um último grãoDe haver realmente um último grãoRiscando na areia a nossa fragilidade Riscando na areia a nossa fragilidade

Mas o tempo é imparcialMas o tempo é imparcial

Não distingue rico de pobreNão distingue rico de pobrePreto de branco, homem de mulherPreto de branco, homem de mulher

Devora-se sem escolha [...]Devora-se sem escolha [...]

Paulo EdrasPaulo Edras

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Cortar o tempoCortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,fatias,

a que se deu o nome de ano,a que se deu o nome de ano,foi um indivíduo genial.foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os humano se cansar e entregar os

pontos.pontos.

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Aí entra o milagre da renovação e Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro tudo começa outra vez, com outro

número e outra vontade de número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai acreditar que daqui pra diante vai

ser diferenteser diferenteCarlos Drummond de Andrade