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PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
FICHA PARA CATÁLOGO
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA / 2010
Título: Gestão Democrática e o Grêmio Estudantil: Exercício de cidadania no processo escolar.
Autor Claudete Faustino de Souza
Escola de Atuação Colégio Estadual de Campo Mourão-EFMNP
Município da escola Campo Mourão
Núcleo Regional de Educação Campo Mourão
Orientador Elaise Mara Ferreira Crepaldi
Instituição de Ensino Superior Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão – FECILCAM
Disciplina/Área (entrada no PDE) Pedagogia
Produção Didático-pedagógica Caderno pedagógico
Relação Interdisciplinar: (indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Público Alvo: (indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...).
Participantes do Grêmio Estudantil e Comunidade escolar
Localização: (Identificar nome e endereço da escola de implementação)
Colégio Estadual de Campo Mourão – EFMNP-Avenida Guilherme de Paula Xavier, nº.79 - Campo mourão/Pr CEP:87.303-070.
Apresentação: (descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Ariel ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples).
O objetivo principal do caderno pedagógico na escola é promover por meio de estudos e reflexões, a compreensão sobre a gestão democrática na escola pública e contribuir para o fortalecimento do Grêmio Estudantil com envolvimento de todos os segmentos escolar através de ações educativas.
O grêmio estudantil representa uma importante entidade de democratização da gestão da escola na medida em que constitui um espaço de participação política dos alunos na vida escolar, favorecendo a formação para a cidadania.
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Espera se promover por meio de estudos e reflexões, a compreensão da gestão democrática na escola pública e contribuir para o fortalecimento do Grêmio Estudantil como participantes responsáveis para a construção de um processo de participação democrática envolvendo gestores, equipe pedagógica, professores, funcionários, pais, lideres de turma e representantes do grêmio estudantil.
Neste sentido, a democratização do processo de gestão deve garantir através do exercício permanente de análise e de ações participativas o acesso igualitário às informações a todos os segmentos da comunidade escolar e a aceitação diversidade de opiniões e interesse. Serão utilizadas as seguintes ações/atividades: reunião para apresentação do projeto; pesquisa de campo; tabulação e analise; aprofundando nosso conhecimento; debates; apresentação e divulgação dos trabalhos realizados.
Dessa forma, compreender também o papel do pedagogo como articulador e mediador entre todos os segmentos escolares interessados na construção de uma melhor qualidade de ensino, visto que a gestão democrática não é função exclusiva do gestor escolar, inclui se o trabalho participativo de todos que estão envolvidos com o processo educativo.
Palavras-chave (3 a 5 palavras)
Gestão democrática; participação; grêmio estudantil; comunidade escolar.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PDE - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS E LETRAS DE CAMPO MOURÃO -
FECILCAM NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE CAMPO MOURÃO
Professora PDE: Claudete Faustino de Souza
Orientadora: Profª MS Elaise Mara Ferreira Crepaldi
CAMPO MOURÃO
2011
1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 2
2 EDUCAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL .................................................................... 3
3 DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA ..................................................... 6
3.1 INSTANCIAS COLEGIADAS: GRÊMIO ESTUDANTIL ....................................... 8
4 CADERNO PEDAGÓGICO: UM INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO
PEDAGÓGICA ................................................................................................... 11
5 APRESENTAÇÃO DOS MÓDULOS .................................................................. 12
6 MÓDULO I .......................................................................................................... 14
6.1 AÇÃO I – APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA .................................................. 15
6.2 AÇÃO II – PESQUISA DE CAMPO ................................................................... 16
6.3 QUESTIONÁRIO I ............................................................................................. 18
6.4 QUESTIONÁRIO II ............................................................................................ 20
6.5 QUESTIONÁRIO III ........................................................................................... 22
7 MÓDULO II ......................................................................................................... 24
7.1 AÇÃO I – TABULAÇÃO E ANÁLISE ................................................................. 25
7.2 AÇÃO II – APROFUNDANDO NOSSO CONHECIMENTO .............................. 26
8 MÓDULO III ........................................................................................................ 28
8.1 AÇÃO I – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................... 29
9 CRONOGRAMA ................................................................................................. 30
10 AVALIAÇÃO ....................................................................................................... 31
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 32
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33
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1 APRESENTAÇÃO
O presente caderno pedagógico, com o título Gestão Democrática e Grêmio
Estudantil: Exercício de Cidadania no processo Escolar, resulta de um trabalho de
formação continuada propiciada pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná
– SEED por meio do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, do
Governo do Estado do Paraná em conjunto com a Faculdade Estadual de Ciências e
Letras de Campo Mourão-FECILCAM.
O objetivo principal do caderno pedagógico na escola é promover, por meio
de estudos e reflexões, a compreensão sobre a gestão democrática na escola
pública e contribuir para o fortalecimento do Grêmio Estudantil com envolvimento de
todos os segmentos escolar através de ações educativas. O grêmio estudantil
representa uma importante entidade de democratização da gestão da escola na
medida em que constitui um espaço de participação política dos alunos na vida
escolar, favorecendo a formação para a cidadania.
Pretende-se com este trabalho compreender o papel do pedagogo como
articulador e mediador entre todos os segmentos escolares interessados na
construção de uma melhor qualidade de ensino.
O material está proposto para ser desenvolvido no Colégio Estadual de
Campo Mourão envolvendo alunos representantes do grêmio estudantil, alunos
líderes de turma e comunidade escolar.
Procura-se por meio de questionamentos aos alunos e comunidade escolar,
pesquisa de campo e estudos, buscar maior integração entre os gestores e as
instâncias colegiadas, traçando coletivamente estratégias e ações para buscar a
solução do problema, isto é, fortalecer o Grêmio Estudantil.
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2 EDUCAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL
A gestão democrática no Brasil é um processo que vem ocorrendo ao longo
dos anos por toda a sociedade. No que se refere ao âmbito político, aconteceram
mudanças em todos os seus segmentos e a escola como instituição que tem como
compromisso, socializar o saber historicamente construído não poderia estar alheia
a todas estas mudanças. O compromisso de todos para que ocorra a gestão
democrática constitui-se hoje no atendimento aos dispositivos legais defendidos pela
Constituição Federal de 1988, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
nº. 9.394/96 e efetivado pelo Sistema Nacional de Ensino. Observa-se na conjuntura
atual a concretização da luta histórica pela escola pública gratuita, laica iniciada nos
anos 1900 que se desdobraram nos anos 20, chegando ao movimento dos pioneiros
da educação, constituído por profissionais que almejavam uma educação para todos
e de qualidade (Ghiraldelli JR, 1990).
A educação no Brasil teve um desenvolvimento muito lento e tardio. Devido
à herança colonial e o descaso com a escolarização das massas, a educação atingia
apenas às minorias só alcançando desenvolvimento político social e econômico,
com a chegada da industrialização por volta dos anos 20 e 30 (Ghiraldelli JR, 1990).
Esta década trouxe grandes progressos na área educacional. Muitos
educadores contribuíram para a construção da história da educação brasileira
imprimindo marcos com suas ideias e ações. Entre os educadores mais
evidenciados estão, Anísio Teixeira, Fernando Azevedo e Lourenço Filho, que
divulgaram um documento histórico chamado “O Manifesto dos Pioneiros da
Educação Nova” (1932). O Manifesto trata especificamente sobre a função social da
escola.
Redigido por Fernando de Azevedo e assinado por mais vinte e seis educadores e intelectuais, o documento dirigido ao povo e ao governo trazia a marca da diversidade teórica e ideológica do grupo que o concebeu. Mas, apresentava ideias consensuais, como a proposta de um programa de reconstrução educacional em âmbito nacional e o princípio da escola pública, leiga, obrigatória e gratuita e do ensino comum para os dois sexos (co-educação). Movia-se, ainda, no âmbito das concepções educacionais de recorte escolanovista, enfatizando os aspectos biológicos, psicológicos, administrativos e didáticos do processo educacional (SHIROMA; MORAES; EVANGELISTA, 2004, p. 23).
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No ano de 1934 a Constituição Federal incorporou a gratuidade e
obrigatoriedade do ensino baseado no documento “Manifesto dos Pioneiros da
Educação Nova”. Porém, somente em 1961 o país conquistaria a sua primeira Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB 4.024/61. Contudo, a partir da
instituição do Regime Militar como forma de governo marcado pelo autoritarismo,
novas leis passaram a definir a organização escolar desde a educação elementar, e
média (LDB 5.692/71) à Universidade (Lei nº. 5.540/68). Estas leis instituíram a
reforma dos ensinos primários e secundários, bem como o ensino universitário,
estendendo a escolaridade obrigatória de quatro para oito anos definido como de 1º
grau e a compulsoriedade da profissionalização no ensino de 2º grau.
Mas somente a lei não foi suficiente para efetivar a expansão da escola e
muitas denúncias foram feitas pelas falta de recursos materiais e humanos
adequados, provocando uma queda na qualidade do ensino. Verifica-se pela análise
de pesquisadores em educação que em 1998, o quadro ainda não apresentava
mudanças significativas. Embora tenha havido expansão nas taxas de escolarização
da população com idade entre 7 a 14 anos, o nível de qualidade não aumentou na
mesma proporção, pois,
O Brasil ainda exibe um ensino fundamental caracterizado pela distorção idade/série, frutos de taxas elevadas de repetência, que marcaram profundamente todo o sistema e uma baixa abrangência do ensino médio. Apesar de termos quase nove milhões de jovens de 15 a 17 anos de idade no sistema de educação básica, apenas cerca de 32% estão no ensino médio (BRASIL, MEC/INEP, 2002, p.5 apud PENIN & VIEIRA, 2002 p. 18).
Tendo em vista os problemas que perpassam a educação brasileira o poder
público tem buscado superá-las e um dos marcos estabelecido para a educação de
qualidade foi à implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº
9.394/96, que exerce um papel marcante já que é a legislação que especifica os fins
da educação brasileira e preza pela organização do sistema de ensino.
A Constituição Federal de 1988 e a LDB de 1996 apontam que a educação é
um dever do estado e da família promovê-la. Constata-se no artigo 205 da
Constituição Federal/88 e no artigo 2° da LDB/96 o disposto legal de que a finalidade
da educação é o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para a cidadania e
sua qualificação para o trabalho. Isto significa dizer que a escola tem como
atribuição o desenvolvimento pleno do indivíduo. Para que esta finalidade seja
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atingida a Lei 9.394/96 estabelece também as seguintes atribuições aos
estabelecimentos de ensino:
I. Elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II. Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III. Assegurar o cumprimento dos dias letivos e hora-aula estabelecidas;
IV. Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V. Prover meios para a recuperação de alunos de menor rendimento;
VI. Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de
integração da sociedade com a escola;
VII. Informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos
alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica. (LDB, artigo 12).
A LDB/96 estabelece ainda a flexibilidade no que diz respeito às formas de
organização escolar de acordo com as necessidades de aprendizagem ou
localização geográfica do aluno ou outros aspectos. Incorpora à educação básica a
Educação Infantil. Em relação a esta inclusão Shiroma, Moraes e Evangelista (2000,
p.90) afirmam que:
Na Lei 9.394/96, a educação infantil, que compreende o atendimento em creches (para crianças de 0 a 3 anos) e pré-escolas (de 4 a 6 anos), foi incorporada à educação básica. Rapidamente, essa área transformou-se numa das habilitações mais demandadas nos cursos de pedagogia e em uma fértil e promissora linha de pesquisa.
A Escola deve definir as normas da gestão democrática do ensino básico,
com a garantia da participação dos profissionais da educação na elaboração do
projeto político pedagógico da escola, e da participação da comunidade escolar e
local. A participação é o principal meio de assegurar à gestão democrática, o
funcionamento da organização escolar, a educação precisa de qualidade para que
ocorram as transformações sociais nos mais variados aspectos: social, político,
intelectual e humano.
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3 DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA
Em relação à democratização da escola pública e gratuita é possível afirmar
que o processo de construção da Escola Democrática no Brasil teve início a partir da
década de 80. Com base legal na Constituição Federal de 1988, tem-se apresentado
como desafio para a educação a subversão da lógica de uma escola conservadora
para uma nova concepção de homem, de mundo, de sociedade, baseado em
princípios humanísticos e democráticos.
Segundo Hora (1994, p. 38):
A administração da educação é entendida como o conjunto de decisões e interesses da vida escolar, no sentido dos processos centralizadores acaba pôr reforçar o capitalismo [...], entretanto, o novo panorama de mobilização da sociedade brasileira vem alcançando amplitude nas relações de poder em todas as áreas de ação política no país, [...] os processos se tornam mais abertos e democráticos na sociedade global e estabelece um perfil de democratização em setores específicos em especial na educação. Essa tendência exige que a política educacional e a prática nas escolas assimilem o processo e criem possibilidades para que a manifestação democrática se consolide em cada brasileiro.
Com o objetivo de implantar novos esquemas de gestão nas escolas
públicas, com a concessão de autonomia financeira, administrativa e pedagógica às
instituições públicas, o governo brasileiro em 1993, elaborou com a participação de
outros setores, o Plano Decenal de Educação para todos baseando-se nas
determinações da Conferência Mundial de Educação para todos que aconteceu em
Jontiem na Tailândia, no ano de 1990.
A gestão democrática introduz na escola movimentos importantes como a
participação do gestor, funcionários, equipe pedagógica, professores, pais,
comunidade e de alunos por meio de Grêmio Estudantil. O grêmio estudantil é
caracterizado pelo regimento básico como um espaço do exercício da cidadania.
A democratização da gestão da escola constitui-se numa das tendências atuais mais fortes do sistema educacional, apesar da resistência oferecida pelo corporativismo das organizações de educadores e pela burocracia instalada nos aparelhos de estado, muitas vezes associados na luta contra a inovação educacional (GADOTTI, 1994, p.6).
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As transformações que surgiram tanto no interior do sistema de ensino,
quanto no meio social provocaram mudanças na concepção da educação, do papel
da escola na sociedade e do papel do professor no processo de aprendizagem.
(...) Ao dirigente cabe estar atento no sentido de canalizar as energias do grupo para comportamentos de discrição, apoio, respeito e confiança e outros. O trabalho de equipe, ao intervir com competência sobre situações, transformando-as, necessita ser reconhecido, valorizado, o que incentiva, estimula e fortalece o espírito de grupo; Relação da escola com a família e a comunidade. (RICCI, 2002, p. 11).
Ricci (2002) discute sobre a gestão participativa, como contraposição a
antiga ótica do controle evidenciando os conceitos de participação e de gestão
democrática. Focaliza as estratégias de participação e os pressupostos teóricos de
uma gestão escolar participativa. Afirma a existência de alternativas viáveis à
efetivação dos objetivos de formação do educando, quando são eliminadas as
relações competitivas, corporativas, autoritárias e burocráticas no interior da escola.
Estas já estão sendo descobertas pelos educadores empenhados numa Gestão
Democrática da Escola, contando com a participação das famílias e da sociedade no
processo de tomada de decisão no ambiente escolar.
Se queremos uma escola transformadora, temos que transformar a escola que temos aí. E a transformação dessa escola passa necessariamente por sua apropriação por parte das camadas trabalhadoras. É nesse sentido que precisam ser transformados o sistema de autoridade e a distribuição do próprio trabalho no interior da escola. (PARO, 2002, p.10).
Nesse contexto, a possibilidade de um diálogo entre a escola e a sociedade
passa pela capacidade que essa tiver de interrogar as práticas ou comportamentos
dos envolvidos, no interior escolar e pela capacidade de professores e gestores de
ouvir o ambiente externo representado, principalmente pelos familiares dos alunos.
A escola é um espaço de contradições e diferenças. Nesse sentido, busca-
se construir na escola um processo de participação baseado em relações de
cooperação, partilhamento de poder, diálogo, respeito às diferenças, liberdade de
expressão, que possam garantir a vivencia de processos democráticos, a serem
efetivados no cotidiano, em busca da construção de projetos coletivos.
A Constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
– LDB, lei nº. 9.394/96 compuseram o cenário jurídico e legal, ao determinarem à
gestão democrática da escola como princípio na forma da lei. Porém, as conquistas
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que orientam os atores educativos são obtidas na vivência diária do cotidiano
escolar, quebrando as esferas fechadas das estruturas democráticas do sistema e
as barreiras do pensamento de alguns, acostumados à ação centralizadora e às
rotinas autoritárias.
3.1 INSTANCIAS COLEGIADAS: GRÊMIO ESTUDANTIL
A escola, apoiada no paradigma da participação e da solidariedade, precisa
formar sujeitos capazes de pensar e construir com singularidade, compreendendo a
multidimensionalidade das relações intersubjetivas na escola e na sociedade,
aprendendo a lidar com as diferenças e cultivando o sentimento de igualdade, em
relações horizontais de respeito ao outro.
Entende-se a formação enquanto transversalidade, ou seja, como uma rede
sócio-política que ganha movimento nas relações concretas entre professor, aluno e
escola, capaz de produzir sentidos aos problemas de indisciplina e desinteresse do
aluno, considerados como pontos de tensão inerente ao processo educacional.
Segundo Castro (1998) o desafio da comunidade escolar é transformar as
turbulências em conhecimento
Neste contexto é preciso levar em consideração a função do pedagogo que,
por fazer parte desta comunidade escolar, é um dos elementos responsáveis para
que esta transformação ocorra. Seu papel como supervisor ou orientador
educacional no atual contexto é assim analisado por Pimenta:
O contexto atual traz à escola e suas lideranças questões que, para além dos conteúdos específicos do currículo, requerem um trabalho inter e transdisciplinar de formação/ação educativa. E os supervisores e orientadores educacionais, unidos em torno dessas questões, estimulam e lideram os estudos e as práticas do cotidiano escolar (PIMENTA, 1995, p. 121).
Com isso pode-se inferir que a função da Equipe Pedagógica é a de agir em
todos os espaços para a garantia de um projeto de escola que cumpra com sua
função política, pedagógica e social. Esta mesma autora acrescenta que:
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Sem perder de vista o princípio de que a escola não pode dar conta dos problemas sociais, especialmente num tempo em que esses problemas se potencializam, pelos reflexos e implicações da globalização, da desigualdade e da pobreza, pode-se, entretanto, ampliar os debates sobre o que a formação educativa, no âmbito de suas possibilidades, como área em que se (re) constroem saberes e atitudes, pode fazer “por um mundo melhor”: expressão e esperança que se mantêm no senso e sentimento comum. (PIMENTA, 1995, p.123).
Uma escola preocupada com essa formação educativa de qualidade, que
coloca como primordial para o crescimento da comunidade escolar a participação e
autonomia, necessita que a equipe pedagógica seja articuladora do trabalho
coletivo. Esta equipe tem sua função de mediadora do trabalho pedagógico, agindo
em todos os espaços de contradição para a prática escolar.
Uma das funções fundamentais da Equipe Pedagógica é articular a
construção do Projeto Político-Pedagógico que na gestão democrática da escola,
pressupõe o funcionamento de diferentes instituições colegiadas que apresentam
características e funções próprias. Entre outras, as instâncias colegiadas mais
frequentes nas escolas são: o Grêmio Estudantil, o Colegiado Escolar, APMF e o
Conselho de Classe.
A construção do Projeto Político Pedagógico é um ato deliberado por
sujeitos envolvidos com o processo educativo da escola. É o resultado de um
processo complexo de debate, que requer tempo, estudo, reflexão e aprendizagem
de trabalho coletivo.
O Grêmio Estudantil é constituído pelos estudantes e tem como objetivo
promover eventos culturais, artísticos, de lazer e outros. Pode ser organizada em
espaço de socialização, criação de novos conhecimentos, de criatividade, de
desenvolvimento dos sonhos e das utopias.
É um mecanismo democrático. É uma forma dos alunos aprenderem a
resolver seus problemas entre si. É o processo e o produto da ação dos alunos
como sujeitos coletivos concretos (VEIGA, 2003). Possibilita as parcerias, os
intercâmbios, as trocas de experiências, as competições esportivas e uma maior
visão do mundo, de sociedade e de homem. Os aprofundamentos de eixos
temáticos curriculares terão lugar nas palestras, representações teatrais, debates e
outros de interesse da comunidade escolar sob a coordenação do Grêmio.
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Nesse sentido, é fundamental a participação ativa do Grêmio Estudantil, uma
vez que é uma instância colegiada que pode desempenhar um papel importante no
exercício da prática da democracia na escola.
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4 CADERNO PEDAGÓGICO: UM INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
Na elaboração desse caderno pedagógico acerca da temática: Gestão
Democrática e o Grêmio Estudantil: Exercício de cidadania no processo escolar,
resulta de um trabalho de formação continuada propiciada pela Secretaria de Estado
da Educação do Paraná – SEED por meio do Programa de Desenvolvimento
Educacional – (PDE), que é uma política pública do Estado do Paraná que
estabelece o diálogo entre os professores da Educação Superior e os da Educação
Básica, através de Estudos Orientados, Orientação de Trabalhos em Rede,
Elaboração de Material Didático, Intervenção na Rede Escolar e a produção de um
artigo sobre a temática escolhida pelo participante do Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE).
O objetivo do presente caderno pedagógico é vincular informações acerca
do contexto educacional, fornecendo subsídios teóricos e metodológicos para a
organização de uma gestão democrática participativa, bem como o fortalecimento do
Grêmio Estudantil. Oferecer também, novos caminhos no interior das escolas
públicas e subsídios para reflexões, aprofundando as discussões sobre a
importância das instâncias colegiadas e da prática pedagógica vivenciadas no
cotidiano escolar.
O propósito deste caderno pedagógico é reverter à problemática em relação
à participação das instâncias colegiadas, proporcionando estudos e reflexões em
relação à gestão democrática participativa, e à participação do grêmio estudantil nas
atividades proposta pela escola.
Neste contexto, é preciso também debater e refletir sobre os saberes que
cada profissional tem na área de seu conhecimento, bem como o conhecimento das
instâncias colegiadas, suas experiências para a formação do aluno/ cidadão.
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5 APRESENTAÇÃO DOS MÓDULOS
Os procedimentos metodológicos necessários à realização da proposta de
implementação partem da abordagem qualitativa, permitindo compreender a
fundamentação teórica do processo de gestão democrática participativa da escola.
A primeira parte do caderno pedagógico é composta por três textos:
Educação Pública no Brasil, Democratização da Educação Pública e Instâncias
Colegiadas: Grêmio Estudantil.
As temáticas de estudo deste material estão divididas em três módulos.
No primeiro módulo aborda duas ações:
Ação I – Apresentação da proposta à comunidade escolar, gestores,
professores, pedagogos, família e alunos lideres, vices lideres de turma e
representantes do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual de Campo Mourão.
Ação II – Pesquisa de Campo: delimitou-se a aplicação e análise dos dados
por amostragem, desta forma o universo desta pesquisa será constituído por: 03
gestores, 03 pedagogas, 20 professores, 08 funcionários, 02 representantes da
APMF, 02 representantes do Conselho Escolar, 02 pais ou responsáveis e com 10
alunos lideres e vices líderes do Ensino Fundamental e Médio do período
diurno/matutino, e 08 representantes do grêmio estudantil, totalizando 58
participantes da pesquisa.
No segundo módulo aborda duas ações:
Ação I - Tabulação e Análise; Os resultados coletados na aplicação dos
questionários serão analisados através da tabulação dos dados e elaboração de
gráficos e /ou tabelas.
Ação II - Aprofundando nosso conhecimento. Serão abordados as
atividades: Elaboração de cronograma; reuniões; grupo de estudos; Discussão do
Estatuto do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Campo Mourão e Leitura da Lei
Federal nº. 7.398 de 4/11/85; Vídeos; Textos; Participação em projetos; Portfolio,
Divulgação dos trabalhos.
No terceiro módulo contempla uma ação:
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Ação I - Apresentação dos resultados: A divulgação será através de vídeos,
slides, cartazes, murais, painéis, paródias, frases, pensamentos, publicação em
jornais do município e da escola, portfólio, rádios entre outras, conforme a
possibilidade dos grupos.
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6 MÓDULO I
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6.1 AÇÃO I – APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA
Segundo Líbano (2004) - A gestão democrática participativa valoriza a
participação da comunidade escolar no processo de tomada de decisão, concebe a
docência como trabalho interativo, aposta na construção coletiva dos objetivos e das
práticas escolares no diálogo e na busca de consenso.
Partindo deste pensamento que a comunidade escolar deve participar na
tomada de decisão, pretende se desenvolver os objetivos do projeto em três (03)
módulos.
No primeiro módulo a proposta será apresentada à comunidade escolar,
gestores, professores, pedagogos, família, alunos lideres, vice lideres de turma e
representantes do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual de Campo Mourão.
A partir deste momento a comunidade escolar tomará conhecimento do
referido projeto e passará a contribuir com sugestões de ações e estratégias para a
elaboração e aplicação do projeto final de qualificação profissional do Programa do
Governo do Estado do Paraná e que visa à melhoria da qualidade de ensino.
As sugestões e contribuições que forem coletadas serão analisadas nas
reuniões de estudo com a comunidade escolar e incluídas na proposta de atividades
e intervenção pedagógica.
Com base nos estudos sobre a gestão democrática participativa, à
comunidade escolar passará a verificar a concepção de gestão que está posta e
quais motivos levam os alunos ao desinteresse nos estudos e a dificuldades de
ensino aprendizagem, à indisciplina, à evasão e à repetência.
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6.2 AÇÃO II – PESQUISA DE CAMPO
Fundamentado metodologicamente em Trivinos (2006) “... a entrevista
semiestruturada valoriza a presença do investigador, oferece todas as perspectivas
possíveis para que o informante alcance a liberdade e a espontaneidade
necessárias, enriquecendo a investigação.” (p.146).
A metodologia utilizada neste trabalho será exploratória, conforme Trivinos
(1987), a pesquisa proporciona ao pesquisador aumento da sua experiência sobre
determinado problema. Por ser exploratória, requer o tratamento cientifico
obrigatoriamente presente nos trabalhos de pesquisa. A natureza da pesquisa será
qualitativa, pressupondo a necessidade do pesquisador em conhecer a realidade,
através da reflexão e percepção, para transformá-la em processos conceituais
dinâmicos complexos.
A pesquisa será realizada com base na pesquisa de campo qualitativa e
exploratória com objetivo de compreender qual a percepção da comunidade escolar:
gestores, equipe pedagógica, alunos e representantes do grêmio estudantil,
funcionários e pais, acerca do que vem a ser uma gestão democrática e participativa
no Colégio Estadual de Campo Mourão.
Será também realizada a pesquisa documental utilizando os registros e
documentos pertinentes a Secretaria do Colégio Estadual de Campo Mourão,
leituras de documentos como PPP, leituras de registros que tratam do assunto sobre
Planejamento, Regimento Escolar, Currículo, Relatório final, dentre outros, para
verificação da indisciplina, evasão escolar e reprovação.
Contexto de pesquisa: Considerando o universo escolar total de 134
professores, 33 funcionários, 3 gestores, totalizando 170 educadores.
Plataforma de turma: O Colégio Estadual de Campo Mourão oferta as
modalidades de Ensino Fundamental, Médio e Profissional, possuindo um
contingente de 16 turmas de Ensino fundamental com 491 alunos; 12 turmas de
Ensino Médio com 301 alunos; 4 turmas do Curso de Formação de docentes com 84
alunos; 04 turmas do Curso Técnico em Administração Integrado com 63 alunos; 08
turmas do Curso Administração – Subsequente com 167 alunos; 01 turma do Curso
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técnico em Vendas 35 alunos, num total de 45 turmas com 1.147 alunos
matriculados.
Considerando que pesquisar a totalidade do universo da comunidade
escolar do Colégio Estadual de Campo Mourão, demandará maior tempo para a
aplicação dos instrumentos da pesquisa dificultando a obtenção dos resultados
dentro do cronograma do Programa Desenvolvimento Educacional (PDE) e diante
da representatividade do universo escolar, delimitou-se a aplicação e análise dos
dados por amostragem, desta forma o universo desta pesquisa será constituído por:
03 gestores, 03 pedagogas, 20 professores, 08 funcionários, 02 representantes da
APMF, 02 representantes do Conselho Escolar, 02 pais ou responsáveis e com 10
alunos lideres e vice líderes do Ensino Fundamental e Médio do período
diurno/matutino, e 08 representantes do grêmio estudantil, totalizando 58
participantes da pesquisa.
Procedimentos metodológicos: Para realização da pesquisa, utilizaremos
como instrumentos três questionários que serão aplicados à comunidade escolar
com perguntas semiestruturadas com abordagem dos seguintes eixos: dados de
Identificação; dados socioeconômicos; dados referentes ao curso; motivação e
expectativa sobre o papel da escola; a organização colegiada; participação no
processo de construção do projeto político pedagógico e a participação dos alunos
lideres, vice lideres e representantes do Grêmio estudantil na organização e
participação da gestão democrática, assim distribuídos.
Grupo 01: gestores, equipe pedagógica, professores e funcionários;
Grupo 02: representantes do grêmio estudantil, alunos lideres;
Grupo 03: Comunidade escolar: APMF, Conselho Escolar e pais ou
responsáveis.
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6.3 QUESTIONÁRIO I Questões apresentadas para o Grupo 01 (gestores, equipe pedagógica,
professores e funcionários).
1- Dados de identificação
( ) Professor
( ) Equipe Pedagógica
( ) Funcionários
( ) Gestor escolar
2. Você participou na elaboração do projeto político pedagógico do Colégio
Estadual de Campo Mourão?
( ) Sim ( ) Não .Por quê?____________________________________
Em que momentos?_____________________________________________
3. De quem é responsabilidade em construir o projeto-político pedagógico da
escola?
( ) dos gestores ( ) equipe pedagógica ( ) professores
( .) funcionários ( ) Comunidade escolar (alunos APMF, Conselho
Escolar)
( ) Todas as instâncias Colegiadas são responsáveis.
4. Em sua opinião compete a quem a execução do projeto político
pedagógico?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5- O Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual de Campo Mourão é
colocado em prática? ( ) Sim ( ) Não ( ) parcialmente
19
6 - Você conhece as diretrizes curriculares e os conteúdos estruturantes de
sua disciplina? (apenas para professores).
( ) Sim ( ) Não. Por quê?______________________________________
Qual a sua disciplina: ___________________________________________
7- Você conhece o Regimento Escolar do Colégio Estadual de Campo
Mourão? ( ) Sim ( ) Não. Por quê?______________________________
8- Quais os mecanismos e práticas de gestão democrática que existem no
Colégio Estadual de Campo Mourão?
( ) Eleição de Diretor ( ) Conselho Escolar ( ) Grêmio Estudantil
( ) Assembleia da Comunidade Escolar ( ) APMF ( ) Todas as citações.
9- Como a questão da indisciplina é tratada pela direção, equipe pedagógica
e professores?
( ) As responsabilidades são claramente definidas;
( ) Cultiva-se o dialogo e a afetividade, praticando a observação e a
garantia dos direitos humanos;
( ) A equipe gestora atua de modo a oferecer apoio aos professores e aos
alunos.
( ) Todas as citações.
10- Os funcionários, professores, alunos e comunidade participam nas ações
e decisões da escola? ( ) Sim ( ) Não
11- Que mecanismos e práticas de participação existem no Colégio Estadual
de Campo Mourão?
( ) Diálogo ( ) Transparência ( ) Descentralização
( ) Envolvimento do coletivo escolar nas decisões. ( ) Todas as citações
acima.
12- Você acha importante a representação do Grêmio Estudantil para o seu
trabalho?
( ) sim Por quê?_____________________________________________
( ) Não. Por quê? ____________________________________________
20
13- Os representantes de sala ajudam na organização do ambiente escolar?
( ) Sim. Por quê? ______________________________________________
( ) Não. Por quê? ______________________________________________
6.4 QUESTIONÁRIO II Questões apresentadas para o grupo 02 (representantes do grêmio
estudantil, alunos lideres).
1- DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
( ) Alunos Líderes;
( ) Representantes do Grêmio Estudantil
2) Quantas pessoas moram com você?
a) ( ) uma ( ) duas ( ) três ( ) quatro ( ) cinco ( ) mais de cinco
3) Qual o principal meio de transporte que você utiliza para chegar ao
Colégio Estadual de Campo Mourão?
( ) à pé, carona, ( ) bicicleta; ( ) Transporte coletivo; ( ) Transporte
escolar; ( ) Transporte próprio (carro/moto).
4) Qual é a sua participação na vida econômica de sua família?
( ) Você não trabalha e seus gastos são custeados;
( ) Você trabalha e é independente financeiramente;
( ) Você trabalha, mas não é independente financeiramente;
( ) Você trabalha e é responsável pelo sustento da família;
5) Você (aluno) já participou (a) de algum programa de Bolsa?
( ) Sim ( ) Não
6) Você (aluno) conhece o Regimento Escolar do Colégio Estadual de
Campo Mourão? ( )Sim ( ) Não. Por quê?
_______________________________
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7) Quais os mecanismos e práticas de gestão democrática que existem no
Colégio Estadual de Campo Mourão que você estuda?
( ) Eleição de Diretor; ( ) Conselho Escolar; ( ) Grêmio estudantil;
( ) Assembleia da Comunidade Escolar; ( ) APMF
( ) Todas as alternativas estão corretas.
8) Os alunos do Colégio Estadual de Campo Mourão participam nas ações e
decisões da escola?
( ) Sim ( ) Não. Por quê? _____________________________
9) Que mecanismos e práticas de participação existem na instituição?
( ) Diálogo ( ) Transparência ( ) Descentralização
( ) Envolvimento do coletivo escolar nas decisões.
( ) Há pouca participação dos alunos.
10) Você sabe como funciona o Grêmio Estudantil?
( ) Sim ( ) Não. Por quê?______________________________________
11) Você já participou do Grêmio Estudantil?
( ) Sim ( ) Não. Por quê?
_______________________________________
12) O Colégio estimula a participação dos alunos na formação do Grêmio
Estudantil?
( ) Sim
( ) Não. Por quê? ____________________________________________
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6.5 QUESTIONÁRIO III Questões apresentadas para o grupo 03 da Comunidade escolar: APMF,
Conselho Escolar e pais ou responsáveis.
1- DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
( ) APMF
( ) Conselho escolar
( ) Pais/responsável
( ) Outros
2) Seu filho (a) gosta de frequentar o Colégio? ( ) sim ( ) não
3) Você participa das reuniões de pais? ( ) sim ( ) Não
4) Você participa de outras atividades da escola, como festinhas,
comemorações?
( ) sim ( ) não. Por quê? _____________________________________
5) Você (pai ou responsáveis) conhecesse o Regimento Escolar do Colégio
Estadual de Campo Mourão?
( ) Sim ( ) Não. Por quê?_______________________________________
6) Quais os mecanismos e práticas de gestão democrática que existem no
Colégio Estadual de Campo Mourão onde seu filho (a) estuda?
( ) Eleição de Diretor; ( ) Conselho Escolar; ( ) Grêmio estudantil;
( ) Assembleia da Comunidade Escolar; ( ) APMF ( ) Todas as citações.
7) Você (pais ou responsáveis, comunidade escolar) participa nas ações e
decisões da escola?
( ) Sim ( ) Não. Por quê?__________________________
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8) Que mecanismos e práticas de participação que existem no Colégio
Estadual de Campo Mourão?
( ) Diálogo ( ) Transparência ( ) Descentralização
( ) Envolvimento do coletivo escolar nas decisões.
( ) Há pouco envolvimento de participação.
( ) Todas as citações.
10) Você já participou como representante da APMF e Conselho Escolar? (
Somente para pai ou responsáveis)
( ) Sim
( ) Não. Por quê?___________________________________________
11) Você sabe o que é o Grêmio Estudantil?
( ) Sim.
( ) Não. Por quê?_____________________________________________
24
7 MÓDULO II
25
7.1 AÇÃO I – TABULAÇÃO E ANÁLISE Os resultados coletados na aplicação dos questionários serão analisados
através da tabulação dos dados e elaboração de gráficos e /ou tabelas que possam
demonstrar os resultados obtidos como forma de promover ações que auxiliem na
adequação do plano de Ação dos gestores do Colégio Estadual de Campo Mourão,
bem como reestruturar documentos pertinentes ao Colégio como: PPP, Regimento
Escolar, Estatuto do Grêmio Estudantil, APMF, Conselho Escolar, de forma a
promover a melhoria no trabalho pedagógico e a qualidade do ensino e
aprendizagem com o envolvimento de todos os segmentos.
Segundo Trivinos (2006):
A pesquisa qualitativa, de fundamentação teórica, fenomenológica, pode usar recursos aleatórios para fixar a amostra. Isto é, procura uma espécie de representatividade do grupo maior dos sujeitos que participarão no estudo. Porém, não é, em geral, preocupação dela a quantificação da amostragem (TRIVINOS, p.132).
“A pesquisa de origem materialista dialética, que desconhece a dicotomia
qualitativa-quantitativa, pode apoiar-se na estatística para determinar a
representatividade da amostragem” (TRIVINOS, p.132).
“... o pesquisador, orientado pelo enfoque qualitativo, tem ampla liberdade
teórico - metodológica para realizar seu estudo” (TRIVINOS, p.132).
Após tabulação e análise dos dados, os resultados serão divulgados à
comunidade escolar nas reuniões pedagógicas, através de cartazes, murais, editais
para elaborar coletivamente projetos de discussões de temas envolvendo toda a
comunidade escolar, possibilitando o planejamento de estratégias e ações de
participação democrática.
26
7.2 AÇÃO II – APROFUNDANDO NOSSO CONHECIMENTO A Gestão Democrática envolve a participação e a articulação com todo o
colegiado, criando assim processos de integração da sociedade com a escola como
a formação de Conselho Escolar, APMF, Grêmio Estudantil e a participação da
comunidade na elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola. Assim
distribuem-se textos aos participantes visando leitura prévia (em casa) para que
depois possa haver a discussão. Estudo e desenvolvimento nos grupos das
seguintes atividades:
Através desta ação II pretende se buscar suporte teórico e prático sobre
como enfrentar os desafios de uma educação participativa.
Atividade 01: Elaboração de cronograma de atividades e reuniões de
estudos programados.
Atividade 02: Formação de grupo de estudos e de discussões sobre o tema
“Gestão Democrática e o Grêmio Estudantil: Exercício de Cidadania no Processo
Escolar”, fazendo-se assim uma fundamentação teórica e uma reflexão sobre como
deve ser a participação da comunidade escolar e do Grêmio Estudantil numa escola
democrática.
Atividade 03: Discussão do Estatuto do Grêmio Estudantil do Colégio
Estadual Campo Mourão e Leitura da Lei Federal nº. 7.398 de 4 de novembro de
1985.
Questões para reflexão e debate:
a) Faça uma reflexão sobre a importância e legalidade do grêmio estudantil.
b) A participação do estudante é importante? Por quê?
c) Qual pode ser o papel dos grêmios estudantis no processo de
transformação social, política e cultural na nossa sociedade?
Atividade 04: Vídeo veiculado pela TV Paulo Freire em 12/04/2011
<http://www.diaadia.pr.gov.br>. Refletir sobre a importância do Grêmio Estudantil.
RECREIO COM HISTÓRIA; Gabriele Sampaio Pedro. A aluna Gabriele nos
conta como foi sua participação e de seus colegas na eleição para o Grêmio
Estudantil do Colégio Estadual Julio Szymanski, de Araucária-Paraná.
Agora pense em relação à escola na qual você estuda ou trabalha:
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O que precisa melhorar ou mudar? Dê a sua sugestão.
Atividade 05: Texto: Os estudantes e os grêmios estudantis livres. Autor:
Wilson Colares da Costa, licenciado em Ciências Sociais, professor de Sociologia e
autor do livro Grêmio Livre: história e diretrizes – Teófilo Otoni/MG. Endereço
eletrônico: [email protected]> Estudar e analisar o contexto histórico do
Grêmio Estudantil.
Atividade 06: Vídeos “O que são valores” e “Fala Sério: Grêmio Estudantil,
como e por quê?” Após assistir os vídeos os participantes farão um debate orientado
norteado pelas questões:
1 - Em sua opinião como deve ser a atuação dos estudantes hoje?
2 - O que você sabe sobre a história do movimento estudantil?
Atividade 07: Participação nos projetos educacionais previsto no Projeto
Político Pedagógico: Festa Julina; Festival da Canção: Jogos intercalasses e outros.
Atividade 08: Apresentação das atividades: Todos os trabalhos serão
registrados em forma de Portfolio, organizado e confeccionados pelos participantes
envolvidos no projeto.
Atividade 09: - Divulgação dos trabalhos: A divulgação será realizada pelo
“Grêmio Estudantil” à comunidade escolar.
Após desenvolvimento de cada atividade os encaminhamentos deverão ser
dados da seguinte forma: distribuição de temas, organização do horário das
apresentações, pesquisa, debates, relatórios, trabalhos escritos em forma de
resumos onde cada participante ou grupo apresentará suas ideias e conclusões.
28
8 MÓDULO III
29
8.1 AÇÃO I – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Apresentação dos resultados obtidos nas atividades desenvolvidas com os
participantes da comunidade escolar, e divulgação através de vídeos, slides,
cartazes, murais, painéis, paródias, frases, pensamentos, publicação em jornais do
município e da escola, rádios entre outras, conforme a possibilidade dos grupos.
Produção de portfólio com as atividades desenvolvidas no Colégio Estadual
de Campo Mourão, ficando a produção do material para consulta e acervo da
biblioteca do Colégio e do Grêmio Estudantil.
Após a divulgação dos resultados espera se que haja maior fortalecimento
do Grêmio Estudantil, despertando uma maior participação no processo educacional,
levando os a uma formação política e cidadã.
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9 CRONOGRAMA Módulos Ações Atividades Realizações/ano
- Apresentação do projeto Semana Pedagógica.
Reunião Julho/2011
Modulo I
-Aplicação de pesquisa de campo por amostragem aos participantes.
- orientação para o preenchimento dos questionários; - entrega dos questionários aos participantes da pesquisa; - recolhimento dos questionários distribuídos.
Agosto/setembro 2011
Módulo II
- Tabulação e Análise; - Aprofundando nosso conhecimento
- tabulação e análise dos dados obtidos na pesquisa de campo; Elaboração de cronograma; confecção de portfólio; reuniões; grupo de estudos; Discussão do Estatuto do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Campo Mourão e Leitura da Lei Federal nº. 7.398 de 4/11/85; Vídeos; Textos; Participação em projetos; e Divulgação dos trabalhos. - Descrição dos resultados da pesquisa de campo. - Estudos e debates grupos/relatórios/painéis e gráficos.
Setembro/outubro 2011
Módulo III
Apresentação dos resultados;
Serão através de vídeos, slides, cartazes, murais, painéis, paródias, frases, pensamentos, publicação em jornais do município e da escola, rádios entre outras, conforme a possibilidade dos grupos.
Novembro/dezembro 2011
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10 AVALIAÇÃO
A avaliação será realizada de maneira continua e diagnóstica, considerando
a participação através de leitura e analise de textos informativos e complementares,
pesquisas de campo, debates, atividades orais e escritas, entrevistas, trabalhos em
grupo entre outras. Os dados coletados servirão para tomada de decisões frente às
necessidades reais do momento educacional, com elaboração de gráficos e tabelas
que venham demonstrar a forma como está sendo desenvolvido do projeto.
Serão realizadas reuniões quinzenais com os segmentos da comunidade
escolar com a finalidade de traçar novos caminhos a serem trilhados para a
concretização das ações propostas. A auto-avaliação, por parte dos participantes da
comunidade escolar é de fundamental importância, com objetivo de tomarem
consciência do que pode ser melhorado na participação efetiva, visando o
crescimento pessoal e do grupo.
Os resultados das atividades propostas serão discutidos nas reuniões
pedagógicas, nos conselho de classe, com os alunos líderes de turma e o Grêmio
Estudantil, de forma significativa, democrática e participativa, de maneira que
possam perceber-se como sujeitos desta sociedade, com capacidade de viabilizar
um mundo mais justo e solidário.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente Caderno Pedagógico tem como referencial estimular o
desenvolvimento de práticas e reflexões sobre a democracia no âmbito da gestão
democrática implantada na escola pública, em especial aquelas ligadas ao grêmio
estudantil.
No processo de democratização da escola pública é necessário
compreender a importância das instâncias colegiadas porque uma das
características da democracia é a participação nas decisões e informações. Essa
participação dentro da escola significa envolver pais, alunos, professores,
funcionários e todos os segmentos que fazem parte da comunidade escolar, na
tomada de decisões, pois quando as decisões são tomadas coletivamente, elas
assumem um valor qualitativo maior do que as individuais, visto que representam os
anseios da comunidade.
O Grêmio Estudantil é um órgão colegiado de grande importância dentro da
gestão democrática da escola pública, conforme a Lei Federal nº 7.398, de 04 de
novembro de 1985 que estabelece: “Aos estudantes dos Estabelecimentos de
Ensino de 1º e 2º graus fica assegurada à organização de Estudantes como
entidades autônomas representativas dos interesses dos estudantes secundaristas
com finalidades educacionais, culturais, cívicas esportivas e sociais” (art.1º).
É possível afirmar que apesar de haver uma legislação, que garante a
organização autônoma do grêmio estudantil, essa prática não é vivenciada na
escola. É por meio do Grêmio Estudantil que se tem a oportunidade de educadores
e corpo discente se encontrar para troca de experiências e reconstrução de ações
proposta no Projeto Político Pedagógico (PPP).
Na maioria das escolas, enquanto instância colegiada, o grêmio estudantil
não tem oportunidade para dar sua contribuição na organização da estrutura escolar
e do trabalho pedagógico.
Todavia, para se reconstruir esta cultura de democratização, é necessária a
participação efetiva de toda comunidade escolar no interior da escola, porque é por
meio das opiniões, reflexões e ações que se poderá alterar a realidade escolar.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996. Brasília: MEC, 1996. CASTRO, M.L.O. de. A educação na Constituição de 1988 e a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: André Quicé, 1998. COSTA, W. C. da. TEXTO: Os estudantes e os grêmios estudantis livres. [on line]: <[email protected]>. Acesso em: 15 maio 2011. GADOTTI, M. Pedagogias participativas e qualidade social da educação. In: BRASIL. Ministério da Educação. Seminário Internacional: Gestão Democrática da Educação e Pedagogias Participativas – caderno de textos. Brasília/D.F, 1994. GHIRALDELLI JR, Paulo. História da educação brasileira. São Paulo: Cortez, 1990. GRÁCIO, J.C; AGUIAR, R.C.F. Grêmio estudantil: construindo novas relações na escola. In. Gestão Democrática. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. HORA, Dinair Leal da. Gestão democrática na escola: artes e ofício da participação coletiva. Campinas: Papirus, 1994. Lei Federal nº 7.398, de 4 de novembro de 1985. Lei Estadual nº 11.057, de 17 de janeiro de 1995. Publicado no D. Oficial N.º 4429, de 17/01/95. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola pública. Goiânia: Alternativa, 2001. PARO, V.H. Implicações do caráter político da educação para a administração da escola pública. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 28, n. 2, p. 11-23, julho/dezembro. 2002. PIMENTA, Selma Garrido. O pedagogo na escola pública. 3. ed. São Paulo. Loyola, 1995. RICCI, R. Gestão. Dicionário do professor – Participação e Gestão Escolar. Belo Horizonte: Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais: 2002. SHIROMA, E. O; Maria C. M.de; EVANGELISTA, O. Política educacional. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
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TRIVINOS, A.N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais. São Paulo: Atlas, 2006. VEIGA, Ilma. Passos Alencastro. Escola: espaço do projeto político pedagógico. Campinas, São Paulo: Papirus, 1998. VÍDEO veiculado pela TV Paulo Freire em 12/04/2011. Disponível em: <http://www.diaadia.pr.gov.br>. Acesso em: 28 jun. 2011.