direitos políticos – artigos 14 a 16 dos partidos político – artigo 17

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Direito Constitucional TRT-INSS Direitos Políticos – artigos 14 a 16 Dos Partidos Político – artigo 17

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Direito ConstitucionalTRT-INSS

Direitos Políticos – artigos 14 a 16Dos Partidos Político – artigo 17

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Os direitos políticos são aqueles que garantem a participação no processo político e nos órgãos governamentais, por meio das diversas formas de sufrágio: direito de voto, direito à elegibilidade, direito à participação popular etc.

Sufrágio não é sinônimo de voto.

Sufrágio é a capacidade de votar e ser votado, a essência dos direitos políticos

Direitos Políticos - Conceito

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Sufrágio universal: quando o direito de votar é concedido a todos os nacionais, independentemente de condições econômicas, culturais, sociais ou outras condições especiais;

Apresenta dois aspectos: Capacidade eleitoral ativa - representa o direito de votar e de

alistar-se como eleitor (alistabilidade). Capacidade eleitoral passiva - compreende o direito de ser

votado e eleger-se para um cargo político (elegibilidade)

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Direitos políticos são, portanto, instrumentos de exercício da soberania popular, característica dos regimes democráticos. Que podem ser de três diferentes espécies:

Democracia direta: é aquela em que o povo exerce o poder diretamente, sem intermediários ou representantes;

Democracia representativa ou indireta: é aquela em que o povo elege representantes4 que, em seu nome, governam o país;

Democracia semidireta ou participativa: é aquela em que o povo tanto exerce o poder diretamente quanto por meio de representantes. Trata-se de um sistema híbrido, com características tanto da democracia direta quanto da indireta.◦ É adotada no Brasil.

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Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:I - plebiscito;II - referendo;III - iniciativa popular.

Plebiscito Referendo

Iniciativa popular: consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados (art. 61, §2° da CF)

Tanto o plebiscito quanto o referendo são formas de consulta ao povo sobre matéria de grande relevância. A diferença entre esses institutos reside no momento da consulta. Enquanto no plebiscito a consulta se dá previamente à edição do ato legislativo ou administrativo, que retratará a decisão popular, no referendo ela ocorre posteriormente, cabendo ao povo ratificar (confirmar) ou rejeitar o ato.

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É adquirida mediante alistamento eleitoral, a pedido do interessado. É com o alistamento que se adquire, portanto, a capacidade de votar.

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;II - facultativos para:a) os analfabetos;b) os maiores de setenta anos;c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

Memorize isto: o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 anos e facultativos para os analfabetos, os maiores de 70 anos e aqueles entre 16 e 18 anos.

• Capacidade eleitoral ativa:

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E a quem é vedado o alistamento?

§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.

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A capacidade eleitoral passiva está relacionada ao direito de ser votado, de ser eleito (elegibilidade). Obviamente, a condição de eleitor (alistabilidade) é fundamental para que alguém seja elegível.

Quais as condições de elegibilidade? Vejamos o que traz o §3º do art. 14 da CF:

• Capacidade eleitoral passiva:

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§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;II - o pleno exercício dos direitos políticos;III - o alistamento eleitoral;IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;d) dezoito anos para Vereador.

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Art. 14, §§ 4° ao 7°.

§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

Veja que os analfabetos, apesar de poderem votar, não podem ser votados. E que, entre os inalistáveis, temos os estrangeiros e os conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório.

Já o §5º do art. 14 traz uma hipótese de inelegibilidade relativa por motivos funcionais:

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.

• Condição de inelegibilidade absoluta:

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Desincompatibilização:

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

E os Vices? Precisam renunciar?

O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Prefeito poderão concorrer normalmente a outros cargos, preservando seus mandatos, desde que nos seis meses anteriores ao pleito não tenham sucedido ou substituído o titular.

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Não se exige a desincompatibilização do Chefe do Executivo candidato à reeleição. Ele não precisa renunciar ou se afastar do cargo para candidatar-se à reeleição.

Já quando o Chefe do Executivo concorre a outros cargos, a regra é diversa. Há, nesse caso, necessidade de desincompatibilização (renúncia aos seus mandatos até seis meses antes da eleição). Se não o fizerem, serão inelegíveis.

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Inelegibilidade reflexa: o fato de uma pessoa ocupar um cargo reflete sobre terceiros.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

A inelegibilidade reflexa alcança só o território de jurisdição do titular.

STF súmula vinculante 18: Nem mesmo a dissolução do casamento, quando ocorrida durante o mandato, afasta a inelegibilidade reflexa.

Inelegibilidade relativa por motivos de casamento, parentesco ou afinidade:

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O §8º do art. 14 da Carta Magna trata da condição de militar:

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

Refere-se também aos membros das Polícias Militares e Corpo de Bombeiro Militar.

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Militar só é alistável se não for conscrito.

Menos de dez anos: o registro da candidatura do militar determina o seu afastamento definitivo da atividade militar.

Agregação: se o militar contar com mais de dez anos de serviço e for candidato, será agregado (afasta-se do cargo, mas permanece com a remuneração até ser aproveitado em outro cargo) quando do registro da candidatura e, se eleito, automaticamente será conduzido, na diplomação, para a inatividade.

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Entretanto, em seu art. 143, §3º, V, a Constituição veda a filiação do militar a partido político. Diante disso, o TSE determinou que, caso o militar venha a candidatar-se, a ausência de prévia filiação partidária (uma das condições de elegibilidade) será suprida pelo registro da candidatura apresentada pelo partido político e autorizada pelo candidato.

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O instrumento apto a estabelecer outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação é a lei complementar:

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

Ex.: Lei da Ficha Limpa

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§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

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No art. 15, a Constituição traz as hipóteses de privação dos direitos políticos. Esta pode dar-se de maneira definitiva (denominando-se perda) ou temporária (suspensão).

Importante ressaltar que a Constituição, em resposta à ditadura que

a precedeu, não permite, em nenhuma hipótese, a cassação dos direitos políticos (retirada arbitrária).

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;II - incapacidade civil absoluta;III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

PERDA

PERDA

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Implica a privação definitiva e permanente dos direitos políticos:

I - Cancelamento de naturalização por sentença transitada em julgado: comprovada a prática de atividade nociva ao interesse nacional (art. 12, §4°, I), o indivíduo poderá retornar à sua condição de estrangeiro.

Sendo a nacionalidade um pressuposto para a cidadania, o indivíduo perde seus direitos políticos.

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII: refere-se a obrigações legais, como p. ex., o serviço militar obrigatório

Privação definitiva dos direitos políticos (perda)

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Resulta na privação provisória dos direitos políticos.

II - incapacidade civil absoluta: o CC considera como absolutamente incapazes os menores de 16 anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil; e os que, mesmo temporariamente, não puderem exprimir sua vontade.

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos: esta hipótese abrange toda e qualquer condenação penal definitiva e os seus efeitos perduram até a extinção da punibilidade.

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º: os atos de improbidade são relativos à má gestão dos bens públicos. A Lei 8.429/1992, enumera estes atos e as respectivas sanções.

Suspensão dos direitos políticos

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Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

Exemplo: “Lei da Ficha Limpa”: mesmo tendo entrado em vigor em 2010, não pôde ser aplicada às eleições realizadas nesse ano.

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Trata-se de associações de pessoas que se unem para alcançar e manter o poder político por meio das eleições.

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

É plena a liberdade de criação dos partidos políticos, desde que resguardados: a soberania nacional (não pode haver partido vinculado a entidade ou governo estrangeiro), o regime democrático, o pluripartidarismo (fundamentos da nossa República) e os direitos fundamentais da pessoa humana (não pode haver partido nazista ou racista, por exemplo).

DOS PARTIDOS POLÍTICOS

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Preceitos a serem observados pelos partidos políticos:

I - caráter nacional;

Não pode haver um partido político envolvendo só um Estado-membro ou município. Só poderá ser reconhecido como partido político aquele que tiver repercussão em todo o país.

Isso visa a evitar que interesses de grupos minoritários tenham legitimidade, em detrimento daqueles que representam toda a sociedade.

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II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;

Garantir a soberania nacional. Essa proibição visa a impedir que os interesses da República Federativa do Brasil fiquem subordinados ao capital estrangeiro.

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

Tem como objetivo impedir a existência de “caixa dois” nos pleitos eleitorais. Com isso, as contas dos partidos seriam todas submetidas à fiscalização financeira, em prol da moralidade pública.

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

A lei deve definir a atuação dos partidos nas casas legislativas, como o direito à composição das Mesas, participação nas comissões, etc.

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§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

A autonomia partidária: visa a impedir qualquer controle do Estado sobre os partidos políticos. Garante-se aos partidos a liberdade para estabelecerem normas sobre seu funcionamento, escolha de seus candidatos, critérios de filiação e militância e duração do mandato de seus dirigentes.

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§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, e adquirem personalidade jurídica, com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro. Após o Cartório de Registros de Títulos e Documentos aferir se os requisitos legais foram respeitados, resta lavrar o registro dos estatutos do partido político no Tribunal Superior Eleitoral

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§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.

Fundo especial de assistência aos partidos políticos constituído pela arrecadação de multas eleitorais, recursos financeiros legais, doações espontâneas privadas e dotações orçamentárias públicas.

O acesso gratuito ao rádio e à TV, é instituído pelo legislador ordinário, que estabelece anualmente os critérios de sua utilização.

§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

Essa proibição se coaduna com o art. 5º, XVII, CF.