direito processual penal aula 01

Upload: gabrielhaine

Post on 14-Apr-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    1/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 1 de 63

    AULA 01: INQURITO POLICIAL. NOTITIACRIMINIS

    SUMRIO PGINAApresentao e Cronograma 01I Natureza e Caractersticas Inqurito Policial 02II Incio do Inqurito Policial 10III - Tramitao do IP 21IV Concluso do IP 27V Atuao do advogado na fase inquisitiva ePoder de Investigao do MP

    30

    Resumo 35

    Questes da aula 38Questes comentadas 45Gabarito 63

    Ol, meus amigos!

    Vamos estudar hoje o que , como se desenvolve e qual a finalidade

    do INQURITO POLICIAL, passeando pelos temas mais importantes donosso assunto.

    Ao final da aula fiz um quadrinho-resumo, porque entendoque esta aula especialmente importante e necessita disso.

    Lembrando que todas as questes da nossa aula de hoje sodo CESPE/UnB. Nem sempre isso possvel, pois nossa matria

    no cai em todos os concursos, logo, o Banco de Questes menor que o das demais matrias.

    Bons estudos!

    Prof. Renan Araujo

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    2/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 2 de 63

    Antes de tudo, precisamos definir o que seria o Inqurito Policial,para, a partir da, estudarmos os demais pontos. Podemos defini-lo como:

    Inqurito policial , pois, o conjunto de diligncias realizadas pelaPolcia Judiciria para a apurao de uma infrao penal e sua autoria, afim de que o titular da ao penal possa ingressar em juzo .1

    Assim, por Polcia Judiciria podemos entender a Polcia responsvelpor apurar fatos criminosos e coligir (reunir) elementos que apontemse, de fato, houve o crime e quem o praticou (materialidade e autoria). APolcia Judiciria representada, no Brasil, pela Polcia Civil e pelaPolcia Federal.

    A Polcia Militar , por sua vez, no tem funo investigatria, masapenas funo administrativa (Polcia administrativa), de carterostensivo, ou seja, sua funo agir na preveno de crimes , no nasua apurao! Cuidado com isso!

    Nos termos do art. 4 do CPP:

    Art. 4 A polcia judiciria ser exercida pelasautoridades policiais no territrio de suas respectivascircunscries e ter por fim a apurao das infraes penais eda sua autoria.

    1 1 Tourinho Filho, Fernando da Costa, 1928 Processo penal, volume 1 / Fernando da Costa Tourinho Filho. 28. ed. ver. e atual. - So Paulo : Saraiva, 2006.

    I NATUREZA E CARACTERSTICAS DO INQURITO POLICIAL

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    3/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 3 de 63

    O IP tem natureza de procedimento administrativo, e no deprocesso judicial. Muito cuidado com isso!

    O inqurito policial possui algumas caractersticas , atreladas suanatureza. So elas:

    A) O IP administrativo

    O Inqurito Policial, por ser instaurado e conduzido por umaautoridade policial, possui ntido carter administrativo. O InquritoPolicial no fase do processo! Cuidado! O IP pr-processual! Daporque no se pode alegar a nulidade de seus atos. Caso ocorraalguma nulidade na conduo do Inqurito, a nica consequnciavai ser a diminuio do j pequeno valor probatrio de seuselementos.

    B) O IP inquisitivo (inquisitorialidade)

    A inquisitorialidade do Inqurito decorre de sua natureza pr-processual. No Processo temos autor (MP ou vtima), acusado e Juiz. NoInqurito no h acusao, logo, no h nem autor, nem acusado.

    O Juiz existe, mas ele no conduz o IP, quem conduz o IP a autoridadepolicial (Delegado).

    Para entendermos, devemos fazer a distino entre sistemaacusatrio e sistema inquisitivo.

    O sistema acusatrio aquele no qual h dialtica, ou seja, umaparte defende uma tese, a outra parte rebate as teses da primeira e um

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    4/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 4 de 63

    Juiz, imparcial, julga a demanda. Ou seja, o sistema acusatrio multilateral.

    J o sistema inquisitivo unilateral. No h acusador e acusado,

    nem a figura do Juiz imparcial. No sistema inquisitivo no h acusaopropriamente dita.

    No Inqurito Policial, por ser inquisitivo, no h direito aocontraditrio nem ampla defesa . Como dissemos, no IP no hacusao alguma. H apenas um procedimento administrativo destinado areunir informaes para subsidiar um ato (oferecimento de denncia ouqueixa). No h, portanto, acusado, mas investigado ou indiciado(conforme o andamento do IP).

    O acusado, embora no possua o Direito Constitucional aoContraditrio e ampla defesa nesse caso , pode requerer sejamfeitas algumas diligncias. Entretanto, a realizao destas no obrigatria pela autoridade policial:

    Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado podero requerer qualquer diligncia, que ser realizada, ouno, a juzo da autoridade.

    Entretanto, cuidado:

    O STJ possui decises concedendo Habeas Corpus paradeterminar autoridade policial que atenda adeterminados pedidos de diligncias ;

    O exame de corpo de delito no pode ser negado, nos termosdo art. 184 do CPP:

    Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou aautoridade policial negar a percia requerida pelas partes,quando no for necessria ao esclarecimento da verdade.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    5/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 5 de 63

    Vejam essa deciso do STJ, determinando a realizao dediligncia pela autoridade policial:

    Inqurito policial (natureza). Diligncias (requerimento/possibilidade).Habeas corpus (cabimento).

    1. Embora seja o inqurito policial procedimento preparatrio da ao penal (HCs 36.813, de 2005, e 44.305, de 2006), ele garantia "contraapressados e errneos juzos" (Exposio de motivos de 1941).

    2. Se bem que, tecnicamente, ainda no haja processo da que nohaveriam de vir a plo princpios segundo os quais ningum ser privadode liberdade sem processo legal e a todos so assegurados o

    contraditrio e a ampla defesa , lcito admitir possa haver, no curso doinqurito, momentos de violncia ou de coao ilegal (HC-44.165, de2007).

    3. A lei processual, alis, permite o requerimento de diligncias.Decerto fica a diligncia a juzo da autoridade policial, mas isso,obviamente, no impede possa o indiciado bater a outras portas.

    4. Se, tecnicamente, inexiste processo, tal no haver deconstituir empeo a que se garantam direitos sensveis doofendido, do indiciado, etc.

    5. Cabimento do habeas corpus (Constituio, art. 105, I, c).

    6. Ordem concedida a fim de se determinar autoridade policial que atenda as diligncias requeridas.

    (HC 69.405/SP, Rel. MIN. NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    6/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 6 de 63

    23/10/2007, DJ 25/02/2008, p. 362)

    Em razo desta ausncia de contraditrio, o valor probatriodas provas obtidas no IP muito pequeno , servindo apenas para darelementos de convico ao titular da ao penal para que este oferea adenncia ou queixa.

    CUIDADO! O Juiz pode usar as provas

    obtidas no Inqurito para fundamentar suadeciso. O que o Juiz NO PODE fundamentar sua deciso somente comelementos obtidos durante o IP . Nostermos do art. 155 do CPP: Art. 155. O juiz formar sua convico pela livre apreciao da

    prova produzida em contraditrio judicial, no

    podendo fundamentar sua decisoexclusivamente nos elementos informativoscolhidos na investigao, ressalvadas as provascautelares, no repetveis e antecipadas. Vejamque mesmo nesse caso, existem excees,que so aquelas provas colhidas durante afase pr-processual em razo da

    impossibilidade de se esperar a pocacorreta, por receio de no se pode maisfaz-las (ex.: Exame de corpo de delito).Veremos mais sobre isso na aula acerca dasPROVAS.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    7/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 7 de 63

    C) Oficiosidade

    Salvo na hiptese de ao penal pblica condicionada representao e de ao penal privada, a autoridade policial deveinstaurar o Inqurito Policial sempre que tiver notcia da prtica de umcrime. Nos termos do art. 5, I do CPP:

    Art. 5 o Nos crimes de ao pblica o inqurito policial seriniciado:

    I - de ofcio;

    Assim, quando o crime for de ao penal pblica (regra), ainstaurao do IP ser obrigatria, independentemente de provocao dequem quer seja.

    D) Procedimento escrito

    Todos os atos produzidos no bojo do IP devero ser escritos, ereduzidos a termo aqueles que forem orais (como depoimento detestemunhas, interrogatrio do ru, etc). Nos termos do art. 9 do CPP:

    Art. 9 o Todas as peas do inqurito policial sero, num s processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso,rubricadas pela autoridade.

    Essa regra encerra outra caracterstica do IP, citada por alguns

    autores, que a da FORMALIDADE.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    8/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 8 de 63

    E) Indisponibilidade

    Uma vez instaurado o IP, no pode a autoridade policialarquiv-lo , pois esta atribuio exclusiva do titular da ao penal, nostermos do art. 17 do CPP:

    Art. 17. A autoridade policial no poder mandar arquivar autosde inqurito.

    Embora o art. 18 se refira autoridade judiciria, como a quedecidir sobre o arquivamento, quem decide sobre o arquivamento oMP, no o Juiz, pois o MP que o titular da ao penal pblica. O Juiz,no concordando com a opinio do Promotor, remeter os autos doInqurito ao PGJ (Procurador-Geral de Justia), que decidir se mantm o

    arquivamento ou se concorda com o Juiz:

    Art. 28. Se o rgo do Ministrio Pblico, ao invs de apresentar a denncia, requerer o arquivamento do inqurito policial ou dequaisquer peas de informao, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razes invocadas, far remessa do inqurito

    ou peas de informao ao procurador-geral, e este oferecer adenncia, designar outro rgo do Ministrio Pblico paraoferec-la, ou insistir no pedido de arquivamento, ao qual sento estar o juiz obrigado a atender.

    Vejam, portanto, que quem decide, no final das contas, o PGJ(que o Chefe do Ministrio Pblico) . Vamos estudar mais detalhessobre isso quando estudarmos sobre a finalizao do Inqurito Policial.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    9/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 9 de 63

    F) Dispensabilidade

    O Inqurito Policial dispensvel, ou seja, no obrigatrio. Dado seu carter informativo (busca reunir informaes), caso o titular daao penal j possua todos os elementos necessrios ao oferecimento daao penal, o Inqurito ser dispensvel. Um dos artigos que fundamentaisto o art. 39, 5 do CPP:

    5 o O rgo do Ministrio Pblico dispensar o inqurito, se coma representao forem oferecidos elementos que o habilitem a

    promover a ao penal, e, neste caso, oferecer a denncia no prazo de quinze dias.

    Portanto, o membro do MP poder deixar de requisitar a abertura do

    IP, nos crimes de ao penal pblica condicionada. Nos crimes de aopenal pblica incondicionada, como vimos, em razo do art. 5, I do CPP,a Autoridade Policial est obrigada a instaurar o Inqurito, de ofcio.

    G) Discricionariedade na sua conduo

    A autoridade policial pode conduzir a investigao da maneiraque entender mais frutfera , sem necessidade de seguir um padropr-estabelecido. Essa discricionariedade no se confunde comarbitrariedade, no podendo o Delegado (que quem preside o IP)determinar diligncias meramente com a finalidade de perseguir oinvestigado, ou para prejudic-lo. A finalidade da diligncia deve sersempre o interesse pblico, materializado no objetivo do Inqurito, que reunir elementos de autoria e materialidade do delito.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    10/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 10 de 63

    bvio, tambm, que no pode o Delegado violar direitosfundamentais do cidado (seja ele investigado ou no), como o Direito aosilencio (no caso do investigado), direito inviolabilidade do domiclio,

    etc.

    II INCIO DO INQURITO POLICIAL

    As formas pelas quais o Inqurito Policial pode ser instaurado

    variam de acordo com a natureza da Ao Penal para a qual elepretende angariar informaes. A ao penal pode ser pblicaincondicionada, condicionada ou ao penal privada.

    1) Formas de Instaurao do IP na Ao Penal PblicaIncondicionada

    A) De ofcio

    Tomando a autoridade policial conhecimento da prtica de fatodefinido como crime cuja ao penal seja pblica incondicionada, deverproceder, sem que haja necessidade de requerimento de quem quer queseja, instaurao do IP, mediante portaria.

    Quando a autoridade policial toma conhecimento de um fatocriminoso, independentemente do meio (pela mdia, por boatos quecorrem na boca do povo, ou por qualquer outro meio), ocorre o que sechama de notitia criminis . Diante da notitia criminis relativa a umcrime cuja ao penal pblica incondicionada, a instaurao doIP obrigatria, nos termos do j citado art. 5, I do CPP.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    11/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 11 de 63

    Quando esta notcia de crime surge atravs de uma delao,estaremos diante da delatio criminis simples . Nos termos do art. 5, 3 do CPP:

    3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento daexistncia de infrao penal em que caiba ao pblica poder,verbalmente ou por escrito, comunic-la autoridade policial, eesta, verificada a procedncia das informaes, mandarinstaurar inqurito.

    Mas e no caso de se tratar de uma denncia annima. Comodeve proceder o Delegado, j que a Constituio permite amanifestao do pensamento, mas veda o anonimato? Nesse caso,estamos diante da delatio criminis inqualificada , que abrange,inclusive, a chamada disque -denncia, muito utilizada nos dias de hoje.A soluo encontrada pela Doutrina e pela Jurisprudncia para conciliar ointeresse pblico na investigao com a proibio de manifestaesapcrifas (annimas) foi determinar que o Delegado, quando tomarcincia de fato definido como crime, atravs de denncia annima,no dever instaurar o IP de imediato, mas determinar que sejaverificada a procedncia da denncia e, caso realmente se tenhanotcia do crime, instaurar o IP.

    Vamos conferir o entendimento do STJ a respeito deste tema:

    AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    12/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 12 de 63

    OMISSO, CONTRADIO, OBSCURIDADE OU AMBIGUIDADE. NOOCORRNCIA. SUSPEIO. ALEGAO GENRICA E DESPIDA DE COMPROVAO. CONTROVRSIA DETIDAMENTE ANALISADA NA

    EXCEO.DENNCIA ANNIMA. DEFLAGRAO DE DILIGNCIAS PELA AUTORIDADE POLICIAL. ROBUSTAS EVIDNCIAS DAVERACIDADE DOS FATOS NARRADOS. NULIDADE. AUSNCIA. CORREIO DAS PROVIDNCIAS.

    1. No h omisso, contradio, obscuridade ou ambiguidade quando oacrdo realiza a prestao judicial de forma fundamentada e completa,no se exigindo que discorra sobre todas as argumentaes suscitadas

    pelas partes.

    2. A suposta suspeio de desembargador, suscitada de forma genrica edespida de qualquer comprovao, no merece ser acolhida,notadamente diante da detida anlise realizada em sede de exceo desuspeio.

    3. Admite-se a denncia annima como instrumento de

    deflagrao de diligncias, pela autoridade policial, para apurar averacidade das informaes nela veiculadas, conforme

    jurisprudncias do STF e do STJ.

    4. Agravo regimental a que se nega provimento.

    (AgRg no RMS 28.054/PE, Rel. MIN. ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em

    27/03/2012, DJe 19/04/2012)

    B) Requisio do Juiz ou do MP

    O IP poder ser instaurado, ainda, mediante requisio do Juiz ou dorgo do MP (Promotor de Justia ou Procurador da Repblica). Nostermos do art. 5, II do CPP:

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    13/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 13 de 63

    Art. 5 o Nos crimes de ao pblica o inqurito policial seriniciado:

    (...)

    II - mediante requisio da autoridade judiciria ou doMinistrio Pblico , ou a requerimento do ofendido ou de quemtiver qualidade para represent-lo.

    Essa requisio deve ser obrigatoriamente cumprida peloDelegado , no podendo ele se recusar a cumpri-la, pois requisitar sinnimo de exigir com base na Lei (entretanto, alguns Doutrinadoresentendem que o Delegado pode ser recusar, em alguns casos, mas Doutrina minoritria).

    C) Requerimento da vtima ou de seu representante legal

    Nos termos do art. 5, II do CPP:

    Art. 5 o Nos crimes de ao pblica o inqurito policial seriniciado:

    (...)II - mediante requisio da autoridade judiciria ou do

    Ministrio Pblico, ou a requerimento do ofendido ou dequem tiver qualidade para represent-lo.

    Vejam que aqui o CPP fala em requerimento , no requisio .

    Por isso, a Doutrina entende que nessa hiptese o Delegado no estobrigado a instaurar o IP, podendo, de acordo com a anlise dos fatos,

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    14/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 14 de 63

    entender que no existem indcios de que fora praticada uma infraopenal e, portanto, deixar de instaurar o IP.

    O requerimento feito pela vtima ou por seu representante deve

    preencher alguns requisitos. Entretanto, caso no for possvel, podem serdispensados. Nos termos do art. 5, 1 do CPP:

    1 o O requerimento a que se refere o n o II conter sempre que possvel:

    a) a narrao do fato, com todas as circunstncias;

    b) a individualizao do indiciado ou seus sinais caractersticos eas razes de convico ou de presuno de ser ele o autor dainfrao, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;

    c) a nomeao das testemunhas, com indicao de sua profissoe residncia.

    Caso seja indeferido o requerimento, caber recurso para oChefe de Polcia. Vejamos:

    Art. 5 o (...)

    (...)

    2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura deinqurito caber recurso para o chefe de Polcia.

    Caso os interesses da vtima sejam colidentes com os interesses deseu representante legal (no caso de vtima menor de idade ou porqualquer modo incapaz), dever ser nomeado curador lide, nos termosdo art. 33 do CPP:

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    15/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 15 de 63

    Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmenteenfermo, ou retardado mental, e no tiver representante legal,ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de

    queixa poder ser exercido por curador especial, nomeado, deofcio ou a requerimento do Ministrio Pblico, pelo juiz competente para o processo penal.

    Assim, no caso em que o crime tenha sido cometido, por exemplo,pelo padrasto da vtima, menor de idade, e a me, representante legal,

    esteja sendo relapsa, para no prejudicar o marida, estar caracterizadoo conflito de interesses entre o representante e o representado, devendoser nomeado curador.

    D) Auto de Priso em Flagrante

    Embora essa hiptese no conste no rol do art. 5 do CPP, trata-sede hiptese clssica de fato que enseja a instaurao de IP. Parte daDoutrina, no entanto, a equipara notitia criminis e, portanto,estaramos diante de uma instaurao ex officio , o que no deixade ser.

    2) Formas de instaurao do IP nos crimes de Ao PenalPblica Condicionada Representao

    A ao penal pblica condicionada aquela que, embora deva serajuizada pelo MP, depende da representao da vtima, ou seja, a vtimatem que querer que o autor do crime seja denunciado.

    Nestes crimes, o IP pode se iniciar:

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    16/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 16 de 63

    A) Representao do Ofendido ou de seu representante legal

    Trata-se da chamada delatio criminis postulatria , que o atomediante o qual o ofendido autoriza formalmente o Estado (atravsdo MP) a prosseguir na persecuo penal e a proceder responsabilizao do autor do fato, se for o caso . Trata-se deformalidade necessria nesse tipo de crime, nos termos do art. 5, 4do CPP:

    4 o O inqurito, nos crimes em que a ao pblica depender derepresentao, no poder sem ela ser iniciado.

    No se trata de ato que exija formalidade, podendo ser dirigido aoJuiz, ao Delegado e ao membro do MP. Caso no seja dirigida ao

    Delegado, ser recebida pelo Juiz ou Promotor e quele encaminhada.Nos termos do art. 39 do CPP:

    Art. 39. O direito de representao poder ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais,mediante declarao, escrita ou oral, feita ao juiz, ao rgo do

    Ministrio Pblico, ou autoridade policial.

    Caso a vtima no exera seu direito de representao no prazo de seis meses, estar extinta a punibilidade (decai do direitode representar), nos termos do art. 38 do CPP:

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    17/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 17 de 63

    Art. 38. Salvo disposio em contrrio, o ofendido, ou seurepresentante legal, decair no direito de queixa ou derepresentao, se no o exercer dentro do prazo de seis meses,

    contado do dia em que vier a saber quem o autor do crime,ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para ooferecimento da denncia.

    Caso se trate de vtima menor de 18 anos , quem deverepresentar o seu representante legal. Caso no o faa,entretanto, o prazo decadencial s comea a correr quando avtima completa 18 anos , para que esta no seja prejudicada poreventual inrcia de seu representante. Inclusive, o verbete sumular n594 do STF se coaduna com este entendimento.

    E se o autor do fato for o prprio representante legal (comono caso de estupro e violncia domstica)? Nesse caso, aplica-se oart. 33 do CPP, por analogia, nomeando-se curador especial para que

    exercite o direito de representao :

    Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmenteenfermo, ou retardado mental, e no tiver representante legal,ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito dequeixa poder ser exercido por curador especial, nomeado, de

    ofcio ou a requerimento do Ministrio Pblico, pelo juiz competente para o processo penal.

    B) Requisio de autoridade Judiciria ou do MP

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    18/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 18 de 63

    Como nos crimes de ao penal pblica incondicionada, o IP pode serinstaurado mediante requisio do Juiz do membro do MP, entretanto,neste caso, depender da existncia de representao da vtima.

    C) Auto de Priso em Flagrante

    Tambm possvel a instaurao de IP com fundamento no auto depriso em flagrante, dependendo, tambm, da existncia derepresentao do ofendido. Caso o ofendido no exera esse direito

    dentro do prazo de 24h contados do momento da priso, obrigatria asoltura do acusado, mas permanece o direito de o ofendidorepresentar depois, mas dentro do prazo de 06 meses.

    D) Requisio do Ministro da Justia

    Esta hiptese s se aplica a alguns crimes, como nos crimescometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7, 3, b do CP), crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da Repblicaou contra qualquer chefe de governo estrangeiro (art. 141, c, c/c art.145, nico do CP) e alguns outros.

    Trata-se de requisio no dirigida ao Delegado, mas ao

    membro do MP! Entretanto, apesar do nome requisio , se omembro do MP achar que no se trata de hiptese de ajuizamentoda ao penal, no estar obrigado a promov-la.

    Diferentemente da representao, a requisio do Ministro daJustia irretratvel e no est sujeita a prazo decadencial,podendo ser exercitada enquanto o crime ainda no estiverprescrito.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    19/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 19 de 63

    3) Formas de Instaurao do IP nos crimes de Ao PenalPrivada

    A) Requerimento da vtima ou de quem legalmente arepresente

    Nos termos do art. 5, 5 do CPP:

    5 o Nos crimes de ao privada, a autoridade policial somente poder proceder a inqurito a requerimento de quem tenhaqualidade para intent-la.

    Caso a vtima tenha falecido, algumas pessoas podem apresentar o

    requerimento para a instaurao do IP, nos termos do art. 31 do CPP:

    Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declaradoausente por deciso judicial, o direito de oferecer queixa ou

    prosseguir na ao passar ao cnjuge, ascendente,descendente ou irmo.

    Este requerimento tambm est sujeito ao prazo decadencial de seismeses, previsto no art. 38 do CPP, bem como deve atender aos requisitosprevistos no art. 5, 1 do CPP, sempre que possvel.

    Mas e depois de concludo o IP, o que se faz? Depois deconcludo o IP, nesta hiptese, os autos so remetidos ao Juiz, ondepermanecero at o fim do prazo decadencial (para oferecimento da

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    20/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 20 de 63

    queixa), aguardando manifestao do ofendido. Essa a previso do art.19 do CPP:

    Art. 19. Nos crimes em que no couber ao pblica, os autosdo inqurito sero remetidos ao juzo competente, ondeaguardaro a iniciativa do ofendido ou de seu representantelegal, ou sero entregues ao requerente, se o pedir, mediantetraslado.

    B) Requisio do Juiz ou do MP

    Neste caso, segue a mesma regra dos crimes de ao penal pblicacondicionada: A requisio do MP ou do Juiz deve ir acompanhada dorequerimento do ofendido autorizando a instaurao do IP.

    C) Auto de Priso em Flagrante

    Tambm segue a mesma regra dos crimes de ao penal pblicacondicionada, devendo o ofendido manifestar seu interesse na instauraodo IP dentro do prazo de 24h contados a partir da priso, findo o qual,sem que haja manifestao da vtima nesse sentido, ser o autor do fato

    liberado.

    4) Fluxograma

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    21/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 21 de 63

    E caso a autoridade policial no proceda abertura do IP quando este for requerido? Neste caso, o CPP prev que cabe recursoao Chefe de Polcia, que, via-de-regra, o Secretrio de SeguranaPblica. Nos termos do art. 5, 2 do CPP:

    2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura deinqurito caber recurso para o chefe de Polcia.

    III TRAMITAO DO IP

    FORMAS DEINSTAURAO DO IP

    CRIMES DE AO PENALPBLICA

    INCONDICIONADA

    CRIMES DE AO PENALPBLICA CONDICIONADA

    REPRESENTAO

    CRIMES DE AO PENALPRIVADA

    EX OFFICIO REQUISIO DO MP OUDO JUIZ

    REQUERIMENTO DAVTIMA

    AUTO DE PRISO EMFLAGRANTE

    REPRESENTAO DAVTIMA

    REQUISIO DOMINISTRO DA JUSTIA

    REQUISIO DO JUIZOU DO MP

    AUTO DE PRISO EMFLAGRANTE

    REQUERIMENTO DAVTIMA

    REQUISIO DO JUIZOU DO MP

    AUTO DE PRISO EMFLAGRANTE

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    22/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 22 de 63

    J vimos as formas pelas quais o IP pode ser instaurado. Vamosestudar agora como se desenvolve (ou deveria se desenvolver o IP).

    A) Diligncias Investigatrias

    Aps a instaurao do IP algumas diligncias devem ser adotadaspela autoridade policial. Estas diligncias esto previstas no art. 6 doCPP:

    Art. 6 o Logo que tiver conhecimento da prtica da infrao penal, a autoridade policial dever:

    I - dirigir-se ao local, providenciando para que no se alterem oestado e conservao das coisas, at a chegada dos peritoscriminais; (Redao dada pela Lei n 8.862, de 28.3.1994) (VideLei n 5.970, de 1973)

    II - apreender os objetos que tiverem relao com o fato, apsliberados pelos peritos criminais; (Redao dada pela Lei n8.862, de 28.3.1994)

    III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimentodo fato e suas circunstncias;

    IV - ouvir o ofendido;

    V - ouvir o indiciado, com observncia, no que for aplicvel, dodisposto no Captulo III do Ttulo Vll, deste Livro, devendo orespectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihetenham ouvido a leitura;

    VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e aacareaes;

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1989_1994/L8862.htm#art6http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1989_1994/L8862.htm#art6http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L5970.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L5970.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L5970.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L5970.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1989_1994/L8862.htm#art6http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1989_1994/L8862.htm#art6http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1989_1994/L8862.htm#art6http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1989_1994/L8862.htm#art6http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1989_1994/L8862.htm#art6http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L5970.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L5970.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1989_1994/L8862.htm#art6
  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    23/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 23 de 63

    VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpode delito e a quaisquer outras percias;

    VIII - ordenar a identificao do indiciado pelo processo

    datiloscpico, se possvel, e fazer juntar aos autos sua folha deantecedentes;

    IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto devista individual, familiar e social, sua condio econmica, suaatitude e estado de nimo antes e depois do crime e duranteele, e quaisquer outros elementos que contriburem para aapreciao do seu temperamento e carter.

    Art. 7 o Para verificar a possibilidade de haver a infrao sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poder proceder reproduo simulada dos fatos, desde que esta nocontrarie a moralidade ou a ordem pblica.

    Alguns cuidados devem ser tomados quando da realizao destasdiligncias, como a observncia das regras processuais de apreenso decoisas, bem como s regras constitucionais sobre inviolabilidade dodomiclio (art. 5, XI da CF), direito ao silencio do investigado (art. 5,LXIII da CF), aplicando-se no que tange ao interrogatrio do investigado,as normas referentes ao interrogatrio judicial (arts. 185 a 196 do CPP),no que for cabvel.

    O art. 15 prev a figura do curador para o menor de 21 anos quandode seu interrogatrio:

    Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe- nomeado curador pela autoridade policial.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    24/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 24 de 63

    Entretanto, a Doutrina e a Jurisprudncia so pacficas no que tange alterao desta idade para 18 anos, pois a maioridade civil foialterada de 21 para 18 anos com o advento do Novo Cdigo Civil

    em 2002.O ofendido ou seu representante legal podem requerer a realizao

    de determinadas diligncias (inclusive o indiciado tambm pode), masficar a critrio da Autoridade Policial deferi-las ou no. Vejamos aredao do art. 14 do CPP:

    Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado podero requerer qualquer diligncia, que ser realizada, ouno, a juzo da autoridade.

    Inclusive isto caiu em prova recente. Vejamos:

    (CESPE 2009 DPF ESCRIVO DA PF)

    No inqurito policial, o ofendido, ou seu representante legal, e oindiciado podero requerer qualquer diligncia, que serrealizada, ou no, a juzo da autoridade.CORRETA: Trata-se da discricionariedade que tem a autoridade policialna conduo do IP, determinando a realizao de diligncias que reputarpertinentes, bem como deferir, ou no, pedidos de realizao dediligncias formulados pelo ofendido, seu representante ou peloindiciado, nos termos do art. 14 do CPP. Cuidado! Lembrando que oexame de corpo de delito no pode ser indeferido!

    Com relao ao exame de corpo de delito, este obrigatrio quandoestivermos diante de crimes que deixam vestgios (homicdio, estupro,etc.), no podendo o Delegado deixar de determinar esta diligncia. Nostermos do art. 158 do CPP:

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    25/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 25 de 63

    Art. 158. Quando a infrao deixar vestgios, ser indispensvel o exame de corpo de delito, direto ou indireto, no podendosupri-lo a confisso do acusado.

    Com relao identificao do investigado (colheita deimpresses de digitais), esta identificao criminal s ser necessria epermitida quando o investigado no for civilmente identificado, pois aConstituio probe a submisso daquele que civilmente identificado aoprocedimento constrangedor da coleta de digitais (identificao criminal),nos termos do seu art. 5, LVIII:

    LVIII - o civilmente identificado no ser submetido aidentificao criminal, salvo nas hipteses previstas em lei;

    Esta restrio, no entanto, no impede a realizao de

    fotografias do investigado.Por fim, percebam que o art. 7 prev a famosa reconstituio,

    tecnicamente chamada de reproduo simulada. ESTA REPRODUO VEDADA QUANDO FOR CONTRRIA MORALIDADE OU ORDEMPBLICA (no caso de um estupro, por exemplo). O investigado no estobrigado a participar desta diligncia, pois no obrigado a produzirprova contra si.

    B) Prazos para a concluso do IP

    A regra a de que o IP deva ser concludo no prazo de 10 dias, casoo indiciado esteja preso e em 30 dias caso esteja solto. o que sedepreende do art. 10 do CPP:

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    26/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 26 de 63

    Art. 10. O inqurito dever terminar no prazo de 10 dias, se oindiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso

    preventivamente, contado o prazo, nesta hiptese, a partir dodia em que se executar a ordem de priso, ou no prazo de 30dias, quando estiver solto, mediante fiana ou sem ela.

    Caso o Delegado no consiga elucidar o fato no prazo previsto,dever assim mesmo encaminhar os autos do IP ao Juiz, solicitando

    prorrogao do prazo. Caso o ru esteja solto, o Juiz pode deferir aprorrogao do prazo. Caso o ru esteja preso, o prazo no pode serprorrogado, sob pena de constrangimento ilegal liberdade doindiciado , ensejando, inclusive, a impetrao de Habeas Corpus .

    Estes prazos (10 dias e 30 dias) so a regra prevista no CPP.Entretanto, existem excees previstas em outras leis:

    Crimes de competncia da Justia Federal 15 dias para rupreso e 30 dias pra ru solto;

    Crimes da lei de Drogas 30 dias para ru preso e 90 diaspara ru solto;

    Crimes contra a economia popular 10 dias tanto para rupreso quanto para ru solto;

    Crimes militares 20 dias pra ru preso e 40 dias para rusolto.

    A maioria da Doutrina e da Jurisprudncia entende que se tratade prazos de natureza processual. Assim, a forma de contagemobedece ao disposto no art. 798, 1 do CPP:

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    27/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 27 de 63

    Art. 798. Todos os prazos correro em cartrio e sero contnuose peremptrios, no se interrompendo por frias, domingo oudia feriado.

    1o No se computar no prazo o dia do comeo, incluindo-se, porm, o do vencimento.

    C) Forma de tramitao (sigilosa ou pblica)

    O sigilo no IP o moderado, seguindo a regra do art. 20 do CPP:

    Art. 20. A autoridade assegurar no inqurito o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

    A corrente doutrinria que prevalece a de que o IP sempre

    sigiloso em relao s pessoas do povo em geral, por se tratar de meroprocedimento investigatrio, no havendo nenhum interesse que justifique o acesso liberado a qualquer do povo.

    Entretanto, o IP no , em regra, sigiloso em relao aos envolvidos(ofendido, indiciado, seus advogados), podendo, entretanto, serdecretado sigilo em relao a determinadas peas do Inqurito quandonecessrio para o sucesso da investigao (por exemplo: Pode ser vedado

    o acesso do advogado a partes do IP que tratam de requerimento doDelegado pedindo a priso do indiciado, para evitar que este fuja).

    IV CONCLUSO DO IP

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    28/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 28 de 63

    Esgotado o prazo previsto, ou antes disso, se concludas asinvestigaes, o IP ser encerrado e encaminhado ao Juiz. Nos termos doart. 10 do CPP:

    Art. 10. O inqurito dever terminar no prazo de 10 dias, se oindiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso

    preventivamente, contado o prazo, nesta hiptese, a partir dodia em que se executar a ordem de priso, ou no prazo de 30dias, quando estiver solto, mediante fiana ou sem ela.

    1o

    A autoridade far minucioso relatrio do que tiver sidoapurado e enviar autos ao juiz competente.

    H divergncia na Doutrina quanto ao destino do IP, face promulgao da Constituio de 1988 (O CPP de 1941), posto que aCRFB/88 estabelece que o MP o titular da ao penal pblica.Entretanto, a maioria da doutrina entende que a previso de remessa doIP ao Juiz permanece em vigor, devendo o Juiz abrir vista ao MP para quetenha cincia da concluso do IP, nos casos de crimes de ao penalpblica, ou ainda, disponibilizar os autos em cartrio para que a parteofendida possa se manifestar, no caso de crimes de ao penal privada.

    Caso o MP entenda que no o caso de oferecer denncia (porno ter ocorrido o fato criminoso, por no haver indcios a autoria, etc.), o

    membro do MP requerer o arquivamento do MP, em petiofundamentada, incluindo todos os fatos e investigados. Caso o Juizdiscorde, remeter os autos do IP ao PGJ, que decidir se mantmou no a posio de arquivamento. O Juiz est obrigado a acatar adeciso do PGJ (Chefe do MP).

    O Juiz nunca poder determinar o arquivamento do IP semque haja manifestao do MP nesse sentido! NUNCA!

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    29/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 29 de 63

    Aps arquivado o IP, a autoridade policial poder diligenciar embusca de novas provas. Nos termos do art. 18 do CPP:

    Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inqurito pelaautoridade judiciria, por falta de base para a denncia, aautoridade policial poder proceder a novas pesquisas, se deoutras provas tiver notcia.

    Entretanto, a ao penal s poder ser ajuizada (oferecimento de

    denncia) caso sejam descobertas provas novas , ou seja, provas querealmente eram desconhecidas da autoridade policial quando doencerramento do IP.

    A Doutrina criou a figura doarquivamento implcito. Embora notenha previso legal, o arquivamento

    implcito, como o nome diz, deduzidopelas circunstncias. Ocorrer em duashipteses: a) Quando o membro do MPdeixar requerer o arquivamento em relaoa alguns fatos investigados, silenciandoquanto a outros; b) requerer oarquivamento em relao a alguns

    investigados, silenciando quanto a outros.Como disse, trata-se de hiptese admitida(os fatos ou investigados omitidos seroconsiderados objeto do arquivamento),mas no possui previso legal. No pacfico, mas a Doutrina majoritria oadmite. No entanto, o STF vemrechaando a sua aplicao em

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    30/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 30 de 63

    decises recentes.

    V

    ATUAO DO ADVOGADO NA FASE INQUISITIVA (INQURITOPOLICIAL) E PODER DE INVESTIGAO DO MP

    A) Da atuao do Defensor do indiciado

    Como sabemos, o IP um procedimento investigativo, preparatrio,dispensvel e inquisitivo, o que significa que o respeito ao contraditrio e ampla defesa mnimo nessa fase.

    Alm disso, uma das caractersticas do IP o sigilo. Vejamos o quediz o art. 20 do CPP:

    Art. 20. A autoridade assegurar no inqurito o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

    Portanto, como adequar esta circunstncia (sigilo), com o direito queos advogados possuem de manusear e ter vista de autos judiciais eInquritos Policia, segundo o que dispe o 7, XIV da Lei 8.906/94

    (Estatuto da OAB)? Vejamos o que diz esse dispositivo:

    Art. 7 So direitos do advogado:

    (...)

    XIV - examinar em qualquer repartio policial, mesmo sem procurao, autos de flagrante e de inqurito, findos ou em

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    31/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 31 de 63

    andamento, ainda que conclusos autoridade, podendo copiar peas e tomar apontamentos;

    Durante muito tempo houve uma divergncia feroz na Doutrina e naJurisprudncia acerca do direito do advogado ao acesso aos autos do IP,principalmente porque o acesso aos autos do IP, em muitos casos,acabaria por retirar completamente a eficcia de alguma medidapreventiva a ser tomada pela autoridade.

    Visando a sanar essa controvrsia, o STF editou a smula

    vinculante n 14 , que possui a seguinte redao:

    direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, jdocumentados em procedimento investigatrio realizado

    por rgo com competncia de polcia judiciria, digamrespeito ao exerccio do direito de defesa.

    Percebam, portanto, que o STF colocou uma p -de- cal nadiscusso, consolidando o entendimento de que:

    Sim, o IP sigiloso;

    No, o IP no sigiloso em relao aos interessados (incluindoo indiciado);

    O advogado deve ter livre acesso aos autos do IP, no que serefere aos elementos que j tenham sido juntados a ele.

    bvio, portanto, que se h um pedido de priso temporria, porexemplo, esse mandado de priso, que ser cumprido em breve, nodever ser juntado aos autos, sob pena de o advogado ter acesso a ele

    antes de efetivada a medida, o que poder levar frustrao da mesma.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    32/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 32 de 63

    Outro tema que pode ser cobrado, se refere necessidade (ou no)da presena do defensor (Advogado ou Defensor Pblico) noInterrogatrio Policial.

    pacfico que a presena do advogado no interrogatrioJUDICIAL INDISPENSVEL, at por fora do que dispe o art. 185,1 do CPP:

    1o O interrogatrio do ru preso ser realizado, em sala prpria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde queestejam garantidas a segurana do juiz, do membro doMinistrio Pblico e dos auxiliares bem como a presena dodefensor e a publicidade do ato. (Redao dada pela Lei n11.900, de 2009)

    Entretanto, no h norma que disponha o mesmo no que se refereao interrogatrio em sede policial. Vejamos o que diz o art. 6 do CPP:

    Art. 6o

    Logo que tiver conhecimento da prtica da infrao penal, a autoridade policial dever:

    (...)

    V - ouvir o indiciado, com observncia , no que for aplicvel ,do disposto no Captulo III do Ttulo Vll, deste Livro, devendo orespectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe

    tenham ouvido a leitura;

    Vejam que o inciso que trata do interrogatrio em sede policialdetermina a aplicao das regras do inqurito judicial, NO QUE FORAPLICVEL. A questo :Se exige, ou no, a presena do advogado?

    Vem prevalecendo o entendimento de que o indiciado deve seralertado sobre seu direito presena de advogado, mas, caso queira ser

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11900.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11900.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11900.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11900.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11900.htm#art1
  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    33/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 33 de 63

    ouvido mesmo sem a presena do advogado, o interrogatrio policial vlido. Assim, a regra : Deve ser possibilitado ao indiciado, ter seuadvogado presente no ato de seu interrogatrio policial. Caso isso no

    ocorra (a POSSIBILIDADE de ter o advogado presente), haver nulidadeneste interrogatrio em sede policial.

    Quanto possibilidade de esta nulidade atingir o processo, aplicam-se s demais regras sobre nulidades do IP, estudadas na aula prpria.

    B) Poder de investigao do MP

    Durante muito tempo se discutiu na Doutrina e na Jurisprudnciaacerca dos poderes de investigao do MP , j que embora estasatribuies tenham sido delegadas Polcia, certo que o MP odestinatrio da investigao, na qualidade de titular da ao penal(pblica).

    No entanto, essa discusso j no existe mais . Atualmente oentendimento pacificado no sentido de que o MP tem, sim,poderes investigatrios , j que a Polcia Judiciria no detm omonoplio constitucional dessa tarefa.

    Vejamos a seguinte deciso do STJ, que ilustra bem o caso:

    RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. INTERCEPTAOCLANDESTINA DE LIGAES TELEFNICAS. ART. 10 DA LEI N.9.296/96. ARGUIDA NULIDADE DECORRENTE DE PARTICIPAO DE JUIZ

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    34/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 34 de 63

    IMPEDIDO NA FASE INVESTIGATRIA PR-PROCESSUAL. MERAREITERAO DE PEDIDO DEDUZIDO NO HABEAS CORPUS N.70.878/PR. INEXISTNCIA DE VIOLAO AO ART. 288 DO CDIGO

    PENAL. SMULA N. 284 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MINISTRIOPBLICO. PODERES DE INVESTIGAO. LEGITIMIDADE. LEI COMPLEMENTAR N. 75/93. ART. 4., PARGRAFO NICO, DO CDIGODE PROCESSO PENAL. DISSENSO PRETORIANO QUANTO AO ART. 44,INCISO III, DO CDIGO PENAL. AUSNCIA DE SIMILITUDE FTICA COM O ARESTO PARADIGMA. FALTA DE DEMONSTRAO DO DISSDIO

    JURISPRUDENCIAL COM RELAO AOS ARTS. 49 E 60 DO CDIGO

    PENAL. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA PARTE,DESPROVIDO. NO MAIS, PREJUDICADO.

    (...)

    3. Quanto arguida ilegitimidade do Ministrio Pblico para investigar,cumpre ponderar inicialmente que, ao contrrio das alegaes recursais,a investigao criminal foi conduzida conjuntamente pela Fora-Tarefa do

    Ministrio Pblico Federal em Curitiba/PR e pela Polcia Federal, sob asuperviso do Juiz de primeiro grau. No restou delineado no contextodos fatos apurados pelas instncias ordinrias a hiptese de conduodireta da investigao pelo Parquet, de forma a exorbitar de suas funese usurpar a competncia constitucional atribuda autoridade policial.

    4. Nesse contexto, a reviso do julgado implicaria, necessariamente, oreexame do conjunto ftico-probatrio amealhado na investigaocriminal, o que no se coaduna com a via eleita, em face do bice daSmula n. 07 desta Corte.

    5. Alm disso, cumpre colocar que a legitimidade do MinistrioPblico para a colheita de elementos probatrios essenciais formao de sua opinio delicti decorre de expressa previsoconstitucional, oportunamente regulamentada pela Lei

    Complementar n. 75/1993 (art. 129, incisos VI e VIII, da

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    35/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 35 de 63

    Constituio da Repblica, e art. 8., incisos V e VII, da LC n.75/1993).

    Precedentes.

    6. A Polcia Judiciria no possui o monoplio da investigaocriminal, possuindo o Ministrio Pblico legitimidade paradeterminar diligncias investigatrias. Inteligncia da Lei Complementar n. 75/93 e do art. 4., pargrafo nico, do Cdigode Processo Penal. Precedentes.

    (...)

    9. Recurso parcialmente conhecido e, nessa extenso, desprovido.

    Prejudicada a arguio de nulidade, por se tratar de reiterao de pedido.

    (REsp 998.249/RS, Rel. MIN. LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em22/05/2012, DJe 30/05/2012)

    Notitia Criminis a forma, seja ela qual for, pela qual aautoridade policial toma conhecimento da existncia de um delito;

    Quando este conhecimento se d atr avs de uma denncia,temos o que se chama de delatio criminis , que pode ser:

    Simples Feita por qualquer pessoa;

    Postulatria Feita pela vtima, com pedido de atuao do

    RESUMO

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    36/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 36 de 63

    Estado, nos crimes de ao penal pblica condicionada representao;

    Inqualificada a chamada denncia annima.

    Recebendo uma delatio criminis Inqualificada, a autoridadepolicial no deve instaurar o IP imediatamente, mas deve,primeiro, procurar saber a procedncia das informaes,atravs de diligncias preliminares e, caso encontreindcios de veracidade, dever instaurar o IP.

    O Inqurito Policial possui as seguintes caractersticas :

    Procedimento escrito; Oficioso;

    Sigiloso;

    Inquisitivo;

    Indisponvel;

    Dispensvel;

    Discricionrio em sua conduo

    O IP pode ser instaurado de diversas formas, a depender do tipo deao penal prevista para o crime objeto da investigao.

    Nos crimes de ao penal pblica incondicionada , o IP podecomear:

    De ofcio;

    Por requisio do MP ou do Juiz;

    Pelo Auto de Priso em Flagrante;

    Por requerimento do ofendido;

    Nos crimes de ao penal pblica condicionada , o IP podecomear:

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    37/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 37 de 63

    Por representao do ofendido;

    Por requisio do MP ou do Juiz (Ou por requisio doMinistro da Justia, se for o caso);

    Pelo Auto de Priso em Flagrante

    Nos crimes de ao penal privada o IP pode comear:

    Por requerimento do ofendido;

    Por requisio do Juiz ou do MP;

    Pelo Auto de Priso em Flagrante

    O ofendido , seu representante legal e o acusado podemrequerer a realizao de diligncias , que sero deferidas ouno pela Autoridade Policial, de forma FUNDAMENTADA (verdeciso do STJ);

    Sendo colidentes os interesses da vtima e de seurepresentante legal, dever, sempre, ser nomeado curador ;

    A autoridade policial NUNCA poder mandar arquivar autos deInqurito Policial;

    Embora seja o Juiz quem arquive, efetivamente, o IP, ele s poderfaz-lo se houver requerimento do MP nesse sentido;

    Havendo requerimento de arquivamento pelo MP e o Juiz noconcordar, dever remeter a questo ao PGJ, que decidir semantm a deciso de arquivamento ou no (art. 28 do CPP);

    O Inqurito Policial deve ser concludo no prazo de 10 dias seo ru estiver preso (IMPRORROGVEIS) e 30 dias se o ruestiver solto (PRORROGVEIS);

    O advogado dever ter acesso pleno s peas do Inqurito jdocumentadas nos autos, nos termos da smula vinculante n14 do STF;

    Conforme entendimento jurisprudencial pacificado, o MP possui

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    38/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 38 de 63

    poderes investigatrios;

    Bons estudos!Prof. Renan Araujo

    01- (CESPE 2011 PC/ES PERITO CRIMINAL)

    O inqurito policial independe da ao penal instaurada para o processo e julgamento do mesmo fato criminoso, razo pela qual, tratando-se dedelito de ao penal pblica condicionada representao, o inquritopolicial poder ser instaurado independentemente de representao dapessoa ofendida.

    02 - (CESPE 2009 DPF ESCRIVO DA PF)

    Depois de ordenado o arquivamento do inqurito pela autoridade judiciria, por falta de base para a denncia, a autoridade policial nopoder proceder a novas pesquisas se de outras provas tiver notcia,salvo com expressa autorizao judicial.

    03 - (CESPE 2009 DPF ESCRIVO DA PF)

    QUESTES

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    39/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 39 de 63

    No inqurito policial, o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciadopodero requerer qualquer diligncia, que ser realizada, ou no, a juzoda autoridade.

    04 - (CESPE 2009 DPF AGENTE DA PF)

    O trmino do inqurito policial caracterizado pela elaborao de umrelatrio e por sua juntada pela autoridade policial responsvel, que nopode, nesse relatrio, indicar testemunhas que no tiverem sidoinquiridas.

    05 - (CESPE 2008 PC/TO DELEGADO DE POLCIA)

    O inqurito policial, procedimento persecutrio de carter administrativoinstaurado pela autoridade policial, tem como destinatrio imediato oMinistrio Pblico, titular nico e exclusivo da ao penal.

    06 - (CESPE 2006 TJ/PA ANALISTA JUDICIRIO REAJUDICIRIA)

    Acerca do inqurito policial (IP), assinale a opo correta.

    a) pea indispensvel propositura da ao penal, tendo em vista quese destina a apurar a autoria e materialidade do crime.

    b) Os vcios existentes no IP acarretam nulidades no processosubseqente.

    c) No IP, devem ser observadas as garantias constitucionais docontraditrio e da ampla defesa, sendo indispensvel a assistncia de

    advogado ao indiciado.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    40/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 40 de 63

    d) Arquivado o IP por falta de provas, a autoridade policial poder,enquanto no se extinguir a punibilidade pela prescrio, proceder anovas pesquisas e diligncias, desde que surjam novas provas.

    07 - (CESPE- 2009 PC/RN AGENTE DE POLCIA)

    Acerca das caractersticas do inqurito policial, assinale a opo incorreta.

    a) O inqurito policial constitui procedimento administrativo informativo,que busca indcios de autoria e materialidade do crime.

    b) Os agentes de polcia devem preservar durante o inqurito sigilonecessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

    c) O membro do MP pode dispensar o inqurito policial quando tiverelementos suficientes para promover a ao penal.

    d) A autoridade policial pode arquivar inqurito que foi instaurado paraapurar a prtica de crime, quando no h indcios de autoria.

    e) O inqurito policial inquisitivo, na medida em que a autoridadepolicial preside o inqurito e pode indeferir diligncia requerida peloindiciado.

    08 - (CESPE- 2009 PC/RN AGENTE DE POLCIA)

    De acordo com a legislao processual penal, o inqurito policial deve serconcludo no prazo

    a) marcado pelo juiz, quando o fato for de difcil elucidao, houverdiligncias a cumprir e o indiciado estiver preso.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    41/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 41 de 63

    b) de 5 dias, quando o indiciado estiver preso preventivamente, contado oprazo a partir do dia em que se executar a ordem de priso.

    c) de 30 dias, quando o indiciado estiver solto, podendo ser prorrogadopela autoridade competente para cumprimento de diligncias.

    d) de 10 dias, no caso de priso temporria, prorrogvel por igual perodoem caso de extrema e comprovada necessidade.

    e) marcado pela autoridade policial, que considerar a complexidade dainvestigao e comunicar autoridade competente.

    09 - (CESPE- 2009 PC/RN AGENTE DE POLCIA)

    Acerca do IP, assinale a opo correta.

    a) O valor probatrio das informaes e provas colhidas durante o IP, porno se submeterem ao contraditrio e a ampla defesa, nulo.

    b) As percias, por serem tcnicas e se submeterem ao contraditriodiferido, tem tanto valor probatrio quanto as provas produzidas

    judicialmente.

    c) As irregularidades ocorridas durante o inqurito, como a falta denomeao de curador para menor de 21 anos de idade, prejudica a ao

    penal posterior.

    d) A incomunicabilidade do preso, decretada durante o IP porconvenincia da investigao, abrange o advogado, na medida em quenessa fase no h contraditrio e ampla defesa.

    e) Qualquer pessoa que souber da ocorrncia de crime em que caiba aopenal pblica ou privada poder comunic-la autoridade policial, e esta,verificada a procedncia das informaes, mandar instaurar o inqurito.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    42/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 42 de 63

    10 - ( CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLCIA )

    O prazo do inqurito policial, se o indiciado estiver preso em virtude depriso temporria, ser de cinco dias, prorrogveis por mais cinco dias,havendo exceo para determinados casos, a exemplo dos crimes detrfico de entorpecentes ou tortura, em que o prazo se estende para 30dias, prorrogveis por igual perodo, em caso de extrema e comprovadanecessidade.

    11 - ( CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLCIA )

    O inqurito policial, procedimento persecutrio de carter administrativoinstaurado pela autoridade policial, tem como destinatrio imediato oMinistrio Pblico, titular nico e exclusivo da ao penal.

    12 - ( CESPE - 2007 - DPU - DEFENSOR PBLICO )

    Caso o Ministrio Pblico requeira o arquivamento de inqurito policial,em ao penal pblica incondicionada, com o qual concorde omagistrado, nessa situao, poder o ofendido (vtima) impugnar

    judicialmente, via mandado de segurana, em matria criminal, amanifestao do rgo acusatrio, a fim de ver aplicado o disposto noartigo 28 (remessa ao procurador-geral) do CPP.

    13 - ( CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIRIO - DIREITO -REA JUDICIRIA - ESPECFICOS )

    Via de regra, em crimes de atribuio da polcia civil estadual, caso oindiciado esteja preso, o prazo para a concluso do inqurito ser dequinze dias, podendo ser prorrogado; e caso o agente esteja solto, oprazo para a concluso do inqurito ser de trinta dias, podendo,tambm, ser prorrogado.

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-pc-to-delegado-de-policiahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-pc-to-delegado-de-policiahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2007-dpu-defensor-publicohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-tj-es-analista-judiciario-direito-area-judiciaria-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-tj-es-analista-judiciario-direito-area-judiciaria-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-tj-es-analista-judiciario-direito-area-judiciaria-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-tj-es-analista-judiciario-direito-area-judiciaria-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2007-dpu-defensor-publicohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-pc-to-delegado-de-policiahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-pc-to-delegado-de-policia
  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    43/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 43 de 63

    14 - ( CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO CRIMINAL - ESPECFICOS )

    As diligncias no mbito do inqurito policial sero realizadas porrequisio do membro do Ministrio Pblico ou pela convenincia daautoridade policial, no existindo previso legal para que o ofendido ou oindiciado requeiram diligncias.

    15 - ( CESPE - 2010 - DETRAN-ES - ADVOGADO)

    vedada a utilizao de inquritos policiais e aes penais em cursopara agravar a pena-base.

    16 - ( CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVO DE POLCIA -ESPECFICOS)

    O desenvolvimento da investigao no IP dever seguir,necessariamente, todas as diligncias previstas de forma taxativa noCdigo de Processo Penal, sob pena de ofender o princpio do devidoprocesso legal.

    17 - ( CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVO DE POLCIA -ESPECFICOS)

    So formas de instaurao de IP: de ofcio, pela autoridade policial;mediante representao do ofendido ou representante legal; por meio derequisio do Ministrio Pblico ou do ministro da Justia; por intermdiodo auto de priso em flagrante e em virtude de delatio criminisannima,aps apurao preliminar.

    18 - ( CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVO DE POLCIA -

    ESPECFICOS)

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-perito-criminal-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-detran-es-advogadohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-escrivao-de-policia-especificoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-detran-es-advogadohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2011-pc-es-perito-criminal-especificos
  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    44/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 44 de 63

    Arquivado o IP, por falta de elementos que evidenciem a justa causa,admite-se que a autoridade policial realize novas diligncias, se deoutras provas tiver notcia.

    19 - ( CESPE - 2010 - TCE-BA - PROCURADOR )

    O direito brasileiro reconhece o direito do defensor, no interesse dorepresentado, de ter acesso amplo aos elementos de provadocumentados em procedimento investigatrio realizado por rgo comcompetncia de polcia judiciria que digam respeito ao exerccio do

    direito de defesa. Com base nesse entendimento, no mbito do inquritopolicial, ressalva-se o acesso da defesa s diligncias que, no momentodo requerimento de vista dos autos, ainda estejam em tramitao, ouainda no tenham sido encerradas.

    20 - ( CESPE - 2009 - SEJUS-ES - AGENTE PENITENCIRIO )

    Por inviabilizar a responsabilizao criminal, no se admite a notitiacriminis annima.

    21 - ( CESPE - 2009 - SEJUS-ES - AGENTE PENITENCIRIO )

    O inqurito policial um instrumento indispensvel averiguao dofato e da autoria criminosa.

    22 - ( CESPE - 2009 - SEJUS-ES - AGENTE PENITENCIRIO )

    O inqurito policial um procedimento sigiloso, e, nessa etapa, no soobservados o contraditrio e a ampla defesa.

    23 - ( CESPE - 2008 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIRIO - REAJUDICIRIA - EXECUO DE MANDADOS)

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-tce-ba-procuradorhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2009-sejus-es-agente-penitenciariohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2009-sejus-es-agente-penitenciariohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2009-sejus-es-agente-penitenciariohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-tj-df-analista-judiciario-area-judiciaria-execucao-de-mandadoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-tj-df-analista-judiciario-area-judiciaria-execucao-de-mandadoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-tj-df-analista-judiciario-area-judiciaria-execucao-de-mandadoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-tj-df-analista-judiciario-area-judiciaria-execucao-de-mandadoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2009-sejus-es-agente-penitenciariohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2009-sejus-es-agente-penitenciariohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2009-sejus-es-agente-penitenciariohttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2010-tce-ba-procurador
  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    45/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 45 de 63

    Entre as providncias que a autoridade policial dever tomar logo quetiver conhecimento da prtica da infrao penal, encontra-se areproduo simulada dos fatos, que somente dever ser efetivada se no

    contrariar a moralidade ou a ordem pblica.

    24 - ( CESPE - 2004 - POLCIA FEDERAL - AGENTE FEDERAL DAPOLCIA FEDERAL - NACIONAL)

    A reproduo simulada dos fatos ou reconstituio do crime pode serdeterminada durante o inqurito policial, caso em que o indiciado

    obrigado a comparecer e participar da reconstituio, em prol doprincpio da verdade real.

    25 - ( CESPE - 2004 - POLCIA FEDERAL - AGENTE FEDERAL DAPOLCIA FEDERAL - NACIONAL)

    Verificando que o fato evidentemente no constitui crime, o delegado

    poder mandar arquivar o inqurito policial, desde que o faamotivadamente.

    01- (CESPE 2011 PC/ES PERITO CRIMINAL)

    O inqurito policial independe da ao penal instaurada para oprocesso e julgamento do mesmo fato criminoso, razo pela qual,tratando-se de delito de ao penal pblica condicionada representao, o inqurito policial poder ser instauradoindependentemente de representao da pessoa ofendida.

    ERRADA: A forma de instaurao do IP est intimamente ligada aopenal prevista para o fato criminoso cometido. Desta forma, a autoridade

    QUESTES COMENTADAS

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2004-policia-federal-agente-federal-da-policia-federal-nacionalhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2004-policia-federal-agente-federal-da-policia-federal-nacionalhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2004-policia-federal-agente-federal-da-policia-federal-nacionalhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2004-policia-federal-agente-federal-da-policia-federal-nacionalhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2004-policia-federal-agente-federal-da-policia-federal-nacionalhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2004-policia-federal-agente-federal-da-policia-federal-nacionalhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2004-policia-federal-agente-federal-da-policia-federal-nacionalhttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2004-policia-federal-agente-federal-da-policia-federal-nacional
  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    46/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 46 de 63

    policial s poder dar incio ao IP, ex officio, caso se trate de crime deao penal pblica incondicionada, nos termos do art. 5, I do CPP,conforme estudamos. Nos casos de crimes cuja ao penal prevista seja a

    pblica condicionada representao, o IP no pode ser iniciado sem queexista a representao, nos termos do art. 5, 4 do CPP.

    Portanto, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

    02 - (CESPE 2009 DPF ESCRIVO DA PF)

    Depois de ordenado o arquivamento do inqurito pela autoridade judiciria, por falta de base para a denncia, a autoridade policialno poder proceder a novas pesquisas se de outras provas tivernotcia, salvo com expressa autorizao judicial.

    ERRADA: Nos termos do art. 18, se a autoridade policial tiver notcia deoutras provas, mesmo aps o arquivamento do IP por falta de provas,poder diligenciar para tentar reunir estes elementos.

    Portanto, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

    03 - (CESPE 2009 DPF ESCRIVO DA PF)

    No inqurito policial, o ofendido, ou seu representante legal, e oindiciado podero requerer qualquer diligncia, que serrealizada, ou no, a juzo da autoridade.

    CORRETA: Trata-se da discricionariedade que tem a autoridade policialna conduo do IP, determinando a realizao de diligncias que reputarpertinentes, bem como deferir, ou no, pedidos de realizao dediligncias formulados pelo ofendido, seu representante ou pelo indiciado,nos termos do art. 14 do CPP. Cuidado! Lembrando que o exame de corpo

    de delito no pode ser indeferido!

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    47/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 47 de 63

    Portanto, a AFIRMATIVA EST CORRETA.

    04 - (CESPE

    2009

    DPF

    AGENTE DA PF)O trmino do inqurito policial caracterizado pela elaborao deum relatrio e por sua juntada pela autoridade policialresponsvel, que no pode, nesse relatrio, indicar testemunhasque no tiverem sido inquiridas.

    ERRADA: possibilitado autoridade policial, quando da concluso do

    IP, indicar testemunhas que no tenham sido ouvidas, devendo indicar,ainda, o lugar em que possam ser encontradas. Isso se deve pelo fato deque em algumas hipteses o prazo do IP se esgota, sem possibilidade deprorrogao, e ainda no foi devidamente esclarecido o fato, nemcumpridas todas as diligncias possveis. Esta previso est no art. 10, 2 do CPP.

    Portanto, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

    05 -(CESPE 2008 PC/TO DELEGADO DE POLCIA)

    O inqurito policial, procedimento persecutrio de carteradministrativo instaurado pela autoridade policial, tem comodestinatrio imediato o Ministrio Pblico, titular nico e exclusivoda ao penal.

    ERRADA: O IP, embora tenha natureza persecutria e administrativa,sendo instaurado pela autoridade policial, no tem como destinatrionico o MP, pois este o titular nico e exclusivo da ao penal pblica,mas no da ao penal privada. Logo, o IP tambm se destina aoofendido, nos casos em que a ele compete dar incio ao processo penal.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    48/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 48 de 63

    Tanto o que o artigo 19 prev a entrega dos autos do IP ao ofendido,mediante traslado, nos casos de crimes de ao penal privada.

    Portanto, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

    06 -(CESPE 2006 TJ/PA ANALISTA JUDICIRIO REAJUDICIRIA)

    Acerca do inqurito policial (IP), assinale a opo correta.

    a) pea indispensvel propositura da ao penal, tendo emvista que se destina a apurar a autoria e materialidade do crime.

    ERRADA: O IP possui carter meramente informativo, servindo buscade elementos de autoria e materialidade da conduta, que se j existirem,geram a desnecessidade do IP;

    b) Os vcios existentes no IP acarretam nulidades no processo

    subseqente.

    ERRADA: Os vcios ocorridos no IP no geram a nulidade do processo,pois o IP sequer necessrio, e serve apenas de elemento para aformao da opinio delicti do titular da ao penal;

    c) No IP, devem ser observadas as garantias constitucionais docontraditrio e da ampla defesa, sendo indispensvel a assistnciade advogado ao indiciado.

    ERRADA: O IP possui carter inquisitivo, no sendo necessria aaplicao ampla e irrestrita do contraditrio e do direito de defesa, atporque no se est a acusar ningum, mas procedendo-se busca porinformaes que permitam o ajuizamento da ao penal ou no;

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    49/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 49 de 63

    d) Arquivado o IP por falta de provas, a autoridade policialpoder, enquanto no se extinguir a punibilidade pela prescrio,proceder a novas pesquisas e diligncias, desde que surjam novas

    provas.

    CORRETA: Esta a previso do art. 18 do CPP, que embora no tragaexpressamente a limitao extino da punibilidade, essa restrioexiste, pois se a punibilidade estiver extinta, no poder ser ajuizadaao penal, logo, a instaurao ou desarquivamento de IP geraconstrangimento ilegal ao indiciado.

    Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA D.

    07 -(CESPE- 2009 PC/RN AGENTE DE POLCIA)

    Acerca das caractersticas do inqurito policial, assinale a opoincorreta.

    a) O inqurito policial constitui procedimento administrativoinformativo, que busca indcios de autoria e materialidade docrime.

    CORRETA: De fato, o IP possui carter informativo e procedimentoadministrativo, pois destinado coligir informaes que permitam aconcluso sobre a existncia, ou no, de indcios de autoria e prova damaterialidade do delito.

    b) Os agentes de polcia devem preservar durante o inquritosigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse dasociedade.

    CORRETA: Esta a previso do art. 20 do CPP, que estabelece uma

    espcie de sigilo mitigado, pois com relao aos interessados (ofendido,indiciado, seus procuradores) no haver sigilo, salvo com relao aos

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    50/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 50 de 63

    atos cuja publicidade possa gerar a sua ineficcia, como a determinaoda priso temporria do indiciado;

    c) O membro do MP pode dispensar o inqurito policial quandotiver elementos suficientes para promover a ao penal.

    CORRETA: O IP, por possuir mero carter informativo, fica dispensadoquando j existirem evidncias suficientes acerca da autoria do delito bemcomo de sua materialidade;

    d) A autoridade policial pode arquivar inqurito que foi instaurado

    para apurar a prtica de crime, quando no h indcios de autoria.

    ERRADA: A autoridade policial NUNCA poder mandar arquivar autos deIP, lembrem-se disso! Isto est previsto no art. 17 do CPP. Alm disso, claro que isso no poderia ocorrer, pois o titular da ao penal o MP,devendo ser deste (nos casos de ao penal pblica) a ltima palavra noque tange ao arquivamento do IP. Embora quem determine seja o Juiz, a

    pedido do MP, caso o Juiz no concorde com o pedido de arquivamento,os autos so remetidos ao PGJ (chefe do MP), que decide a questo,tendo a ltima palavra, a qual o Juiz est vinculado;

    e) O inqurito policial inquisitivo, na medida em que aautoridade policial preside o inqurito e pode indeferir dilignciarequerida pelo indiciado.

    CORRETA: Trata-se de uma das caractersticas do IP, que como vimos,no respeita necessariamente o contraditrio e a ampla defesa, tendo aautoridade policial discricionariedade na conduo das investigaes;

    Portanto, a ALTERNATIVA ERRADA A LETRA D.

    08 -(CESPE- 2009

    PC/RN

    AGENTE DE POLCIA)

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    51/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 51 de 63

    De acordo com a legislao processual penal, o inqurito policialdeve ser concludo no prazo

    a) marcado pelo juiz, quando o fato for de difcil elucidao,houver diligncias a cumprir e o indiciado estiver preso.

    ERRADA: Deve ser concludo no prazo de 10 dias, no caso de ru preso,e em 30 dias, no caso de ru em liberdade, nos termos do art. 10 do CPP;

    b) de 5 dias, quando o indiciado estiver preso preventivamente,contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de

    priso.

    ERRADA: Deve ser concludo no prazo de 10 dias, no caso de ru preso,e em 30 dias, no caso de ru em liberdade, nos termos do art. 10 do CPP;

    c) de 30 dias, quando o indiciado estiver solto, podendo serprorrogado pela autoridade competente para cumprimento dediligncias.

    CORRETA: Quando o indiciado estiver solto, o prazo para concluso do IP de 30 dias (art. 10 do CPP). Entretanto, caso o fato ainda no estejasuficientemente claro, poder a autoridade judiciria determinar o retornodos autos do IP autoridade policial para novas diligncias, nos termosdo 10, 3 do CPP;

    d) de 10 dias, no caso de priso temporria, prorrogvel por igualperodo em caso de extrema e comprovada necessidade.

    ERRADA: Embora o prazo seja, de fato, de 10 dias, nesse caso (art. 10do CPP) no h possibilidade de prorrogao, pois o art. 10, 3 do CPPs permite prorrogao do prazo de concluso do IP no caso de ru solto;

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    52/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 52 de 63

    e) marcado pela autoridade policial, que considerar acomplexidade da investigao e comunicar autoridadecompetente .

    ERRADA: Deve ser concludo no prazo de 10 dias, no caso de ru preso,e em 30 dias, no caso de ru em liberdade, nos termos do art. 10 do CPP,no cabendo autoridade policial qualquer discricionariedade quanto aoprazo.

    Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA C.

    09 -(CESPE- 2009 PC/RN AGENTE DE POLCIA)

    Acerca do IP, assinale a opo correta.

    a) O valor probatrio das informaes e provas colhidas durante oIP, por no se submeterem ao contraditrio e a ampla defesa,

    nulo.

    ERRADA: Os elementos colhidos durante o IP possuem valor probatrio,embora pequeno, podendo o Juiz, inclusive, se valer deles para formarsua convico, no podendo, entretanto, fundamentar-se somente nesteselementos, salvo se se tratar de provas colhidas em razo depossibilidade de perecimento da prova (corpo de delito, etc.);

    b) As percias, por serem tcnicas e se submeterem aocontraditrio diferido, tem tanto valor probatrio quanto asprovas produzidas judicialmente.

    CORRETA: Embora os elementos do IP no possuam elevado valorprobante, as provas realizadas sob risco de perecimento da prova (provaantecipada), como nos casos de percias, exames de corpo de delito, etc.,

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    53/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 53 de 63

    o valor probante alto, em razo da impossibilidade de se repetir judicialmente a prova colhida em sede policial;

    c) As irregularidades ocorridas durante o inqurito, como a faltade nomeao de curador para menor de 21 anos de idade,prejudica a ao penal posterior.

    ERRADA: As nulidades ocorridas no bojo do IP no invalidam o processopenal, pois o IP no possui carter acusatrio, devendo as dilignciasserem repetidas quando da fase processual.

    d) A incomunicabilidade do preso, decretada durante o IP porconvenincia da investigao, abrange o advogado, na medida emque nessa fase no h contraditrio e ampla defesa.

    ERRADA: A incomunicabilidade imposta ao indiciado preso, nos termosdo art. 21 do CPP, nunca se estende ao seu advogado, nos termos do art.21, nico do CPP;

    e) Qualquer pessoa que souber da ocorrncia de crime em quecaiba ao penal pblica ou privada poder comunic-la autoridade policial, e esta, verificada a procedncia dasinformaes, mandar instaurar o inqurito.

    ERRADA: A instaurao de IP em decorrncia de delatio ou nottitacriminis, ex officio, s poder ocorrer nos casos de crimes de ao penalpblica incondicionada, nos termos do art. 5, I do CPP. Nos demaiscasos, necessria a manifestao do ofendido nesse sentido, conformeart. 5, 3, 4 e 5 do CPP;

    Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA B.

    10 - ( CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLCIA )

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-pc-to-delegado-de-policiahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-pc-to-delegado-de-policia
  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    54/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 54 de 63

    O prazo do inqurito policial, se o indiciado estiver preso emvirtude de priso temporria, ser de cinco dias, prorrogveis pormais cinco dias, havendo exceo para determinados casos, a

    exemplo dos crimes de trfico de entorpecentes ou tortura, emque o prazo se estende para 30 dias, prorrogveis por igualperodo, em caso de extrema e comprovada necessidade.

    COMENTRIOS: O prazo de concluso do IP de 10 dias em setratando de indiciado solto, e 30 dias em se tratando de indiciado preso.Estando o ru preso, esse prazo no prorrogvel, o sendo em caso deru solto. Vejamos o art. 10 do CPP:

    Art. 10. O inqurito dever terminar no prazo de 10 dias, se oindiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso

    preventivamente, contado o prazo, nesta hiptese, a partir dodia em que se executar a ordem de priso, ou no prazo de 30dias, quando estiver solto, mediante fiana ou sem ela.

    Embora o CPP fale somente em priso preventiva, estes prazos seaplicam tambm no caso de priso temporria, que no consta naredao do artigo, pois est prevista em Lei de 1989 (o CPP de 1941).

    Portanto, a afirmativa estaria errada. No entanto, a Banca consideroucorreta, pois estes prazos citados (5+5 e 30+30) so os prazos da prisotemporria. Porm, a Banca fez uma vinculao que no existe. Se a

    autoridade policial verificar que no tem ainda os elementos suficientes,dever prosseguir no IP, bastando que coloque o indiciado em liberdade.

    Assim, a questo foi dada como CORRETA . No entanto, ao meu ver ,est ERRADA.

    11 - ( CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLCIA )

    http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-pc-to-delegado-de-policiahttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2008-pc-to-delegado-de-policia
  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 01

    55/63

    Direito Processual Penal PC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 01

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 55 de 63

    O inqurito policial, procedimento persecutrio de carteradministrativo instaurado pela autoridade policial, tem comodestinatrio imediato o Ministrio Pblico, titular nico e

    exclusivo da ao penal.COMENTRIOS: A afirmativa est errada, por dois motivos. Primeiroporque o destinatrio imediato do IP o Juiz competente, que dar vistaao destinatrio mediato para que promova o que for de seu interesse. Odestinatrio MEDIATO pode ser o MP ou ofendido (este ltimo nos casosde ao penal privada).

    Portanto, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

    12 - ( CESPE - 2007 - DPU - DEFENSOR PBLICO )

    Caso o Ministrio Pblico requeira o arquivamento de inquritopolicial, em ao penal pblica incondicionada, com o qualconcorde o magistrado, nessa situao, poder o ofendido

    (vtima) impugnar judicialmente, via mandado de segurana, emmatria criminal, a manifestao do rgo acusatrio, a fim dever aplicado o disposto no artigo 28 (remessa ao procurador-geral) do CPP.

    COMENTRIOS: Promovendo o MP o arquivamento do IP, nos casos deao penal pblica incondicionada, no resta alternativa ao ofendido, ano ser se conformar, pois o titular da ao penal pblica o MP.

    Portanto, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

    13 - ( CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIRIO - DIREITO -REA JUDICIRIA - ESPECFICOS )

    Via de regra, em crimes de atribuio da polcia civil estadual,

    caso o indiciado esteja preso