direito penal do inimigo e antecedentes históricos

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  • 8/20/2019 Direito Penal Do Inimigo e Antecedentes Históricos

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    DIREITO PENAL DO INIMIGO

    1. RESUMO

    Essa monografia acadêmica terá por objetivo discutir ideias e indagações acerca do Direito Penal do

    Inimigo, enfocando a Teoria e Crtica ao Direito Penal da !á"ima #epress$o dentro de umaavaliaç$o te%rico&crtica na 'ual o operador do direito poderá tecer opiniões sobre a aplicabilidade da

    tese do Direito Penal do (utor, com base nos estudos empregados pelo doutrinador alem$o )*nt+er 

    a-obs, desde a sua gênese at. a contemporaneidade/ Dessa forma, ser$o abordados os

    antecedentes +ist%ricos do Direito Penal, as várias teorias do delito 0incluindo as teorias clássicas e

    modernas da conduta12 a teoria funcionalista sistêmica na 'ual insere&se a e"press$o Direito Penal 

    do Inimigo; as velocidades do direito penal 0descritas pelo Doutrinador esus !aria 3anc+e412 o

    Direito Penal do Inimigo 'ue abrangerá seu +ist%rico, conceito, caractersticas e sua e"pans$o no

    ordenamento jurdico brasileiro2 e finalmente um enfo'ue crtico relacionado ao tema e"postodurante o estudo, posto 'ue encontra relevante discuss$o sobre o presente e futuro da teoria ora

    analisada, principalmente no 'ue di4 respeito ao ordenamento jurdico pátrio, o Estado Democrático

    de Direito e sua aplicaç$o constitucionali4ada em um sistema penal garantista/ 5 objetivo principal .

    tra4er ao 6mbito acadêmico, importante discuss$o sobre o tema abordado, com o fim precpuo de

    proporcionar ao leitor o acesso a informações de grande import6ncia para o seu desenvolvimento

    intelectual, sem se'uer ter a pretens$o de esgotar o tema/

    2. INTRODUÇÃO

    5 Direito Penal está voltado para aplicaç$o em fatos +umanos indesejados pela sociedade, devendo

    intervir no caso concreto 'uando +ouver relevante e intolerável les$o ou perigo de les$o a bens

     jurdicos tutelados, contudo, deve&se ter como pressuposto, a proteç$o aos cidad$os contra a

    intervenç$o do poder de imp.rio estatal na liberdade individual de cada pessoa, possuindo como

    principais instrumentos garantistas os direitos Individuais insculpidos na Constituiç$o da #ep7blica,

    'ue condiciona a atuaç$o penal na vida e liberdade do cidad$o 'uando inefica4es forem os demais

    ramos do Direito, devendo, dessa forma, o Direito Penal ser a ultima ratio89:, ou seja, deve ser 

    considerado a derradeira trinc+eira nos combates aos comportamentos indesejados, mantendo&

    se subsidiário e fragmentário8;:/

    Conte"tualmente na sociedade contempor6nea, surge atrav.s das informações em tempo real a

    possibilidade da apro"imaç$o entre os povos, nascendo, com a globali4aç$o, uma sociedade com

    maiores riscos, tanto para a sociedade 'uanto para o Estado/ Principalmente, riscos relacionados ao

    combate dos comportamentos delituosos, 'ue passaram a n$o ser bem tolerados pela sociedade

    como um todo/ Direito Penal do Inimigo?, 'ue mais tarde

    seria amplamente divulgada e estudada/

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    Diante da construç$o da Teoria do Direito Penal do Inimigo, passa&se a descrever o Direito Penal em

    três velocidades, onde a primeira velocidade cuida da fase em 'ue o Direito Penal baseava&se nas

    penas privativas de liberdade, a segunda velocidade, p%s segunda grande guerra, cuidava das

    penas restritivas de direito e, finalmente, a terceira velocidade se ocuparia principalmente de

    e"emplar puniç$o aos delitos cometidos, com o fim de resguardar o sistema jurdico, para enfim

    blindar a sociedade, bem como o Estado de possveis ata'ues a sua soberania/

    5 Direito Penal do Inimigo apoia&se em duas vertentes principais/ @ma parte, essencialmente, da

    separaç$o entre o Direito Penal do Cidad$o e Direito Penal do Inimigo, ou seja, fa4 distinç$o entre

    pessoas e n$o pessoas e outra da relaç$o entre o 'ue . Direito e o 'ue está A margem do Direito,

    para fins de poltica criminal/ (ssim, dentro desse conte"to, a proteç$o a bens jurdicos ad'uire

    novos contornos, na medida em 'ue se constata a e"istência de uma sociedade com maiores

    possibilidades de descontrole social, nesse sentido . 'ue pauta&se a teoria ora analisada, 'uando

    baseia&se na preservaç$o do indivduo, da sociedade e do Estado, diminuindo, dessa forma, o

    espaço do sistema punitivo garantista, na mesma proporç$o em 'ue se tenta aumentar a

    intervenç$o repressiva, tutelando crimes de perigo abstrato e de mera conduta, bem como

    diminuindo a incidência das garantias constitucionais aos indivduos intitulados como inimigos/

    Por todo o e"posto . 'ue justifica&se o estudo a ser apresentado, destacando&se, de imediato, 'ue

    esta pes'uisa acadêmica, meramente superficial, terá apenas o cond$o de instigar a necessidade

    de um estudo mais aprofundado acerca do tema, n$o tendo, contudo, a pretens$o de esgotar as

    indagações inerentes a este, mas propor o con+ecimento de ideias e discussões da doutrina sobre o

    Direito Penal do Inimigo/ Dessa =orma, estas, entre outras ra4ões 'ue motivaram e justificaram o

    interesse pelo tema em abordagem/

    Por demonstrar ser o mais ade'uado tipo de pes'uisa para auferir os resultados almejados e com

    objetivo de dar transparência ao estudo, torna&se válido informar 'ue a base bibliográfica será

    composta a partir de produções intelectuais de doutrinas, legislações comentadas, artigos

    publicados na #ede !undial de Computadores 0Internet1 e outras produções pertinentes/

    3. A TEORIA DO DELITO

    3.1 Antecedentes Histórics

    5 Direito Penal teve seu surgimento nos grupos sociais mais primitivos, sob a %tica do castigo

    divino tendo, cun+os religiosos, sociais e polticos, culminando as proibições sempre em castigos,

    muitas ve4es cru.is e desumanos, assim, em sua origem o crime significava uma desobediência As

    vedações e a pena era em forma de vingança, sendo aplicada de forma desproporcional e sem

    finalidade de justiça/ Desse modo, n$o se pode admitir a e"istência de um sistema de princpios

     jurdicos norteadores, já 'ue grupos sociais dessa .poca eram envoltos em ambientes mágicos e

    religiosos/ =enBmenos naturais como a peste, a seca, e erupções vulc6nicas eram considerados

    castigos divinos, pela prática de fatos delituosos, e"igindo&se a reparaç$o, com o fim de acalmar as

    divindades

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    5s povos já estavam saturados da barbárie aplicada na .poca, sob o prete"to de aplicaç$o da lei

    para manutenç$o da ordem/ Por isso, inicia&se um perodo mais +umanitário surgindo como reaç$o

    contrária aos m.todos vigentes da administraç$o da justiça penal e contra o caráter degradante das

    penas/ (vançando, ent$o na +ist%ria, o Direito #omano teve grande contribuiç$o para a evoluç$o do

    Direito Penal, pois foi em #oma 'ue +ouve a desvinculaç$o entre o Direito e a #eligi$o, tendo o

    Direito Penal sido adaptado As novas condições sociais da .poca, constituindo um avanço

    +umanitário e procurando respeitar a dignidade do +omem, atrav.s de institutos como a legitimadefesa, as agravantes, erro, culpa, dolo entre outros/

    !ais adiante, no decorrer do Iluminismo . 'ue surge definitivamente o Perodo umanitário do

    Direito Penal, movimento 'ue pregou a reforma das leis e da administraç$o da justiça penal no fim

    do s.culo III/ F nesse momento 'ue o +omem toma consciência crtica do problema penal como

    problema filos%fico e jurdico, iniciando sua luta pelas reformas nas leis e na justiça penal,

    suscitando a emancipaç$o do +omem A autoridade, aos preconceitos, convencionalismos e

    tradições/

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    persecuç$o da criminalidade >clássica?, >tradicional? ou >moderna? levada a cabo pelas camadas

    socialmente e"cludas/

    3.2 !nceit d Direit Pen"#

    Constitui&se o Direito Penal como o conjunto de normas jurdicas 'ue o Estado emprega para a

    prevenç$o e repress$o de fatos n$o desejados e n$o tolerados pela sociedade 'ue atentem contra asegurança e ordem social, definindo as infrações penais, estabelecendo as responsabilidades e

    limitando&as, bem como relacionando as sanções a elas inerentes/ Dessa forma, o Direito Penal

    cuidará das infrações penais, descrevendo as condutas e suas respectivas penas, atrav.s da 'ual

    ser$o classificadas de duas formas, pois 'ue o nosso ordenamento . dualista, dividindo as infrações

    penais em contravenções enais e crimes8M:/

    Gatista conceitua o Direito Penal como

    5 conjunto de normas jurdicas 'ue, mediante a cominaç$o de penas,estatuem os crimes, bem como dispõem sobre seu pr%prio 6mbito de validade,

    sobre a estrutura e elementos dos crimes e sobre a validade, sobre a estrutura

    e elementos dos crimes e sobre a aplicaç$o e e"ecuç$o das penas e outras

    medidas nelas previstas/8N:

    Interessa ao estudo, preponderantemente, o conceito de crime, pois este se consubstancia como a

    infraç$o penal 'ue possui maior potencial lesivo A sociedade, assim, tratar&se&á dos três conceitos, o

    formal, o material e o analtico/ 5 conceito material de crime se caracteri4ará por uma violaç$o a um

    bem penalmente protegido, o conceito formal, como aç$o ou omiss$o proibida pela lei penal, sob

    ameaça de sanç$o penal, e finalmente o analtico, como fato tpico, primeiro substrato2 a ilicitude,

    segundo substrato2 e a culpabilidade, terceiro substrato do crime/

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    teoria, . composto de fato tpico, ilicitude e culpabilidade, ou seja, . uma das teorias tripartidas,

    sendo 'ue para ela, a culpabilidade, 'ue pode ser dolosa ou culposa, possui como elemento apenas

    a imputabilidade/

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    3.% Teri" Ne&"ntist"

    Para a teoria

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    tem apenas como elementos, consciência da conduta e do resultado, caracteri4ado pela vontade do

    agente em reali4ar a conduta, com o fim especial da produç$o do resultado/

    ilcito? da finalidade, e passou&se a abranger 

    os crimes culposos/ (ssim, Essa crtica e"istiu mas n$o possui mais fundamento/

    3.) Teri" (in"#ist" Dissidente

    Essa teoria . um desdobramento do finalismo, e de acordo com ela, o conceito analtico de crime

    comporta, apenas o fato tpico e ilicitude, sendo assim, uma teoria bipartida/ ( culpabilidade n$o .

    mais integrante do conceito de crime, pois passou a ser um ju4o de valor, um pressuposto de

    aplicaç$o da pena/

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    no fato tpico, sendo o comportamento +umano voluntário, psi'uicamente dirigido a um fim

    socialmente relevante/

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    apesar de ser uma teoria moderna, n$o constitui, algo absolutamente novo 'ue ameace destruir toda

    a dogmática tradicional no direito Penal, dessa forma, pode ser entendido A lu4 da funç$o social 'ue

    pode o Direito Penal desenvolver&se em um determinado conte"to social/

    F nesse conte"to 'ue #assi/ Gem conceitua 'ue

    5 funcionalismo, assim, inaugurado por Claus #5I

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    riscos, atrav.s das novas tecnologias e formas de organi4aç$o da produç$o

    'ue, tanto 'uanto os fenBmenos naturais, fogem ao controle +umano/ Estas

    novas tecnologias e organi4aç$o da forma de produç$o . c+amada de

    sociedade p%s&industrial/ 8;J:

     ( Teoria funcional sistêmica especifica 'ue um sistema social s% poderá e"istir se o Direito Penal

    assegurar a validade ou vigência das normas penais, dessa forma, o direito penal repressor,baseado na teoria radical, teria a funç$o de estabili4ar a ordem social atrav.s da imutação das

    condutas indese!áveis8;K: pela sociedade e o delito significaria oposiç$o a eficácia normativa, ao

    passo 'ue a sanç$o restabeleceria a obediência ao direito/

    5 bem jurdico no sistema penal funcionalista radical . e"atamente a norma penal, 'ue deve ser 

    protegida, para 'ue +aja a manutenç$o de uma ordem social estável e duradoura, esse modelo,

    portanto, sustenta 'ue a finalidade do Direito seria possibilitar a seleç$o de determinadas

    e"pectativas de comportamento no conte"to social, a'ui, a finalidade precpua de Direito Penal seria

    a manutenç$o e garantia da identidade da sociedade/

    Para mel+or compreens$o, torna&se necessário aprofundar alguns temas relevantes da tese do

    Direito Penal do inimigo, descritos adiante/

    %.1 A+, e O0iss,.

     (s condutas comissivas e omissivas8;L: foram, durante um longo perodo do desenvolvimento da

    teoria do delito, objeto de intenso debate, principalmente no perodo do causalismo, onde sempre

    encontrou&se grande dificuldade em e"plicar simultaneamente no conceito de aç$o as condutas

    omissivas e comissivas/

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    voluntário voltado A violaç$o da norma jurdica . 'ue verifica&se uma aç$o penalmente relevante

    apta a desafiar a imputaç$o penal/ 5 Direito Penal, ent$o, ocupar&se&á t$o somente do controle da

    conduta/

    Para o funcionalismo sistêmico, o resultado 'ue consiste em elemento da aç$o penalmente

    relevante fica demonstrado no primeiro ato praticado pelo agente revestido pela vontade de infringir 

    a vigência de uma norma jurdica/ Sogo, o fato de o agente n$o ter conseguido, por circunst6nciaal+eia A sua vontade, praticar por completo a conduta descrita no tipo penal, n$o prejudicará a

    configuraç$o da aç$o penalmente relevante e todos os seus elementos essenciais/ ( tentativa

    produ4 resultados e"ternos perturbadores A e"pectativa da vigência normativa, assim, a pena de

    tentativa deve ser e'uivalente A do crime consumado/

    5 mesmo raciocnio . empregado na desistência/ ( conduta do agente fará  !us8H9: A imputaç$o uma

    ve4 verificada a e"teriori4aç$o da vontade de violar o ordenamento vigente, ainda 'ue, por iniciativa

    sua, o resultado e"terior n$o ten+a se concreti4ado/ F importante ressaltar 'ue a posiç$o destacada

    no funcionalismo sistêmico se distancia da doutrina majoritária, 'ue tende a afastar a puniç$o doagente se a desistência mostrar&se apta a afastar a ocorrência do resultado material/

    %.% Mti"+,.

     ( vida em sociedade obriga 'ue sobre cada cidad$o recaia uma e"pectativa normativa, ou seja,

    espera&se 'ue a conduta do indivduo seja motivada pelo cumprimento das normas jurdicas

    vigentes em seu grupo social/ 5 ordenamento jurdico deve ser o motivo determinante da conduta do

    agente, entretanto, a motivaç$o do agente pode sofrer adulterações, o 'ue fa4 com 'ue a conduta

    do cidad$o fuja As e"pectativas normativas da sociedade em 'ue está inserido/ Dessa forma,atrav.s do seu comportamento, o indivduo demonstra 'ue sua predisposiç$o se opõe As obrigações

    e"pressa pela norma vigente/ E . nesse sentido 'ue o dolo e a culpa seriam modalidades dessa

    deficiência de motivaç$o 'ue leva o agente a agir em desconformidade com o ordenamento jurdico/

    Enfim, tanto os fatos dolosos 'uanto os fatos culposos representam a violaç$o pelo agente de um

    papel a ele atribudo/ Entretanto, nos crimes dolosos esta violaç$o resta t$o evidente pelas

    circunst6ncias 'ue prescinde maiores esclarecimentos, o 'ue nem sempre ocorre com a conduta

    culposa/

    %.' Eit"i#id"de.

    Diante do e"posto at. o momento, . possvel construir um conceito provis%rio de aç$o para o

    funcionalismo sistêmico, como sendo a objetivaç$o da falta de recon+ecimento da vigência da

    norma, atrav.s da inobserv6ncia dos pap.is atribudos ao agente dentro de um conte"to social/

    Dessa forma, deve&se destacar 'ue, para 'ue a aç$o seja penalmente relevante, se concreti4e o

    comportamento do indivduo 'ue se contrapõe ao ordenamento jurdico vigente deve ser evitável/ (

    evitabilidade compõe o conceito penal de aç$o eleito pelo funcionalismo sistêmico, assim, n$o basta

    'ue o agente ten+a agido em desconformidade com seu papel social, tendo sido comparado com a

    obrigaç$o e"pressa pela norma vigente, . necessário 'ue a aç$o se torne penalmente relevante e

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    dotada de consciência da sua conduta e das conse'uências/ F nesse momento 'ue o indivduo

    transgride a norma jurdica 'uando podia ter agido de outro modo/

    primeira velocidade, representada pelo Direito Penal >da

    pris$o?, na 'ual se +averiam de manter rigidamente os princpios poltico&criminais clássicos, as

    regras de imputaç$o e os princpios processuais/? 8H;:

    Essa velocidade abrangeria o n7cleo principal do Direito Penal, ou seja, os principais bens jurdicos

    individuais 'ue d$o ao sujeito a condiç$o de progredir individualmente, incluindo&se a vida, a

    liberdade, o patrimBnio, etc/, a'ui temos a pura e simples gênese do Direito Penal 'ue . a

    aplicabilidade de penas privativas de liberdade, como 7ltima ra4$o, combinadas com garantias

    constitucionais limitadoras do poder coercitivo estatal/ 5 Direito Penal . representado pela pris$o,

    mantendo severamente os princpios de poltica criminal, com a aplicaç$o literal da lei, bem como os

    princpios de procedibilidade/ Enfim, pode&se afirmar 'ue essa primeira velocidade . representadapela Direito penal do >cárcere?/

    '.2 A Se$nd" 4e#cid"de d Direit Pen"#

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    5 Direito Penal de segunda velocidade, tamb.m c+amado de direito penal reparador caracteri4ou&se

    pela substituiç$o da pena de pris$o por penas restritivas de direito 'ue bali4am a vida do

    delin'uente, com imposiç$o de obrigações proporcionais ao delito praticado/ (ssim, +á uma

    fle"ibili4aç$o das garantias penais e processuais penais, ou seja, o Direito Penal . representado

    nessa velocidade pelo Direito Penal da >n$o pris$o?, incidindo aos casos 'ue n$o necessitam de

    aplicaç$o de penas privativas de liberdade/

    Esse modelo introdu4 disposições como a fle"ibili4aç$o proporcional de determinadas garantias

    penais e processuais e a adoç$o de medidas diversas pris$o, ou seja, a aplicaç$o de restriç$o A

    direitos, em clara substituiç$o ao cárcere/ (rgumenta 3ánc+e4 'ue >a teoria de segunda velocidade

    do Direito Penal leva em conta 'ue aos delitos socioeconBmicos s$o imputadas penas privativas de

    liberdade? 8HH:, sendo 'ue para estas devem ser respeitadas todas as garantias e princpios

    processuais/ ( proposta a'ui . 'ue estas garantias sejam relativi4adas e 'ue, em contrapartida,

    sejam aplicadas penas mais brandas, ou seja, 'ue onde ocorra a fle"ibili4aç$o de garantias e

    princpios processuais ocorra tamb.m a e"clus$o da pena de pris$o/

    5 direito penal de segunda velocidade, da restriç$o de direitos, aspira a proteç$o aos bens

     jurdicos suraindividuais 8HJ:, encoraja um rela"amento dos institutos de Direito Penal, como a

    imputaç$o, a causalidade e a culpabilidade/ (s penas a'ui n$o s$o restritivas de liberdade,

    entretanto, +á precipuamente duas conse'uências, a primeira . a de admitir as penas n$o privativas

    de liberdade como mal menor, dadas as circunst6ncias infracionais no caso concreto, e a segunda,

    sobretudo, . a de 'ue demandar 'ue onde se impõem penas privativas de liberdade, e

    especialmente, penas de pris$o de grande duraç$o, se manten+a todo o rigor das +ip%teses

    clássicas de imputaç$o de responsabilidade/

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    e em contrapartida, para delin'uentes comuns punições com penas mais brandas ou com restrições

    de direitos, se possvel/

     ( tendência inclinada a produç$o de leis baseadas nessa velocidade pode ser e"emplificadas por 

    algumas recentes leis brasileiras, como a Sei N/QM;OQ, Sei dos Crimes ediondos, 'ue elevou

    consideravelmente a pena em abstrato de vários delitos, estabelecendo ao incio de sua vigência o

    cumprimento da pena em regime integralmente fec+ado sendo modificada mais tarde pela Sei99/JLJQM, mas mantendo ainda pra4o mais severos dos 'ue os previstos no C%digo Penal para

    progress$o de regime de pena dos crimes n$o +ediondos, tal lei tentou, ainda, retirar algumas

    privil.gios processuais, tais como, a liberdade provis%ria, progress$o de regime dentre outros/ á,

    ainda nesse conte"to, tamb.m como e"emplos, a Sei OL9JON, Sei de (bate, a Sei O/QHJOK, Sei do

    Crime 5rgani4ado, a Sei 9QMO;QH, #egime Disciplinar Diferenciado, dentre outras/

    Criticado por muitos autores e defendido por praticamente nen+um, o Direito Penal de terceira

    velocidade . considerado um >Direito Penal de guerra?, um Direito Penal de e"ceç$o, e"atamente

    por isso . muito 'uestionado, significa di4er uma puniç$o com base no autor e n$o no ato praticado/F de se afirmar 'ue seria uma medida de e"trema necessidade diante de ata'ues em 'ue o

    tradicional Direito Penal seria incapa4 de combater/ ('ui +á um verdadeiro combate ao >perigoso

    inimigo?, o crit.rio n$o . mais a violaç$o, e sim a periculosidade de uma >e"trema criminalidade?

    contra a sociedade/

    5s institutos de Direto Penal e Processual Penal s$o pouco considerados, pois +á uma

    funcionali4aç$o e"agerada dirigida para o combate dos delitos considerados atentat%rios A

    sociedade/ (ssim, a resposta . a aplicaç$o de medidas de e"cessiva segurança, ou seja, a restriç$ode liberdade, com penali4aç$o de larga duraç$o, objetivando a restituiç$o do estado segurança

    social e conse'uente estagnaç$o das possibilidades de reiteraç$o criminosa, por parte do

    delin'uente/

     (tualmente, a denominaç$o de Direito Penal de terceira velocidade gan+ou um maior desta'ue

    devido A onda de terrorismo ao redor do mundo/ Dessa maneira, . 'ue determinados pases

    começaram a adotar uma forma de puniç$o mais radical, na 'ual a maioria das garantias individuais

    passou a ser restringida de modo absoluto, inclusive o direto A vida/

    Com base na c+amada >sociedade de risco?, a terceira velocidade do direito penal, traça como

    pressuposto o estado de insegurança, no 'ual a sociedade "s#industrial 8HL: passa a traçar crtica a

    contemporaneidade da informaç$o, bem como, e principalmente, procurar alternativas para a

    reduç$o do nvel de ansiedade gerado pela imediati4aç$o e publicidade das informações geradoras

    de risco/ Por essa ra4$o . 'ue se pode afirmar 'ue, en'uanto, na sociedade de classes, o ideal . a

    igualdade, na sociedade de risco, a segurança passar a ocupar posto de eminência nas polticas

    p7blicas/

      sociedade de risco? tecnol%gico, uma

    sociedade com outras caractersticas individuali4adoras 'ue contribuem A sua

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    caracteri4aç$o como uma sociedade de >objetiva? insegurança/ Desde logo,

    deve ficar claro 'ue o emprego de meios t.cnicos, a comerciali4aç$o de

    produtos ou a utili4aç$o de subst6ncias cujos possveis efeitos nocivos s$o

    ainda descon+ecidos e, em 7ltima análise, manifestar&se&$o anos depois da

    reali4aç$o da conduta, introdu4em um importante fator de incerte4a na vida

    social/8HM:

     ( teoria do risco surge, ent$o, como demonstraç$o acerca dos efeitos da moderni4aç$o e da reaç$o

    do +omem a tais efeitos/ (o contrário do 'ue se previu, o avanço da tecnologia e das ciências n$o

    foi acompan+ado pelo crescimento do nvel de segurança do +omem no manejo dos eventos

    relacionados A nature4a e A sociedade, dessa forma, a convivência com os resultado advindo das

    diversas tecnologias fe4 surgir efeitos paralelos, imprevisveis e impossveis de serem verificados/

    Da a ideia de 'ue o risco decorre de uma decis$o +umana e n$o apenas de uma junç$o de

    eventuais circunst6ncias n$o vinculadas a sua aç$o/

    Esse processo de propagaç$o da insegurança abstrata, a 'ual encontra&se intimamente vinculada asociedade de risco, tem tendência fundamental nas esperança e clamores sociais por um Direito

    Penal mais punitivo, na realidade espera&se uma intensiva e"pans$o do Direito Penal, destinada a

    pBr fim, ao menos simbolicamente, A insegurança sentida pelos indivduos/ Esta e"pans$o .,

    principalmente, marcada pela criaç$o de novos tipos de criminali4aç$o, com condutas e

    caractersticas da contemporaneidade e pela antecipaç$o da puniç$o A e"istência de um dano ou de

    risco concreto/

    =inalmente, . na ineficácia dos demais ramos do Direito, principalmente no Direito Civil, objetivadopela l%gica da indeni4aç$o pelo dano causado e do Direito (dministrativo, adstrito pela burocracia e

    pela falta de credibilidade de seus e"ecutores 'ue identifica&se a ra4$o para a usual definiç$o do

    Direito Penal como instrumento efica4 de combate A insegurança produ4ida pela >3ociedade de

    #isco?/

     ( partir da terceira velocidade, e com base na >sociedade de risco?, inicia&se a Tese do Direito Penal

    do Inimigo pretendendo lograr na prática um Direito Penal 'ue reali4asse uma divis$o entre os

    delin'uentes e os criminosos em duas classes distintas/ ( primeira continuaria a ter o status de

    cidad$o e, 'uando infringisse a lei, teria garantido o direito a um julgamento baseado no

    ordenamento jurdico estabelecido, possuindo a oportunidade de se readaptar A sociedade, a

    segunda, entretanto, teria seus indivduos denominados como inimigos do Estado e seriam

    considerados adversários, recebendo um tratamento frio, diferenciado e rigoroso/

  • 8/20/2019 Direito Penal Do Inimigo e Antecedentes Históricos

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    a religi$o, a cultura estrangeira do imigrante, uma ideologia poltica ou uma

    organi4aç$o criminosa/ 8HN:

    Com base no e"posto, os indivduos c+amados de inimigos perderiam o direito a uma s.rie de

    garantias constitucionais/ Por serem considerados seres incapa4es de adaptar&se As normas da

    sociedade, deveriam ser afastados, separados e e"cludos, dei"ando&os sob a tutela do Estado, 'ue,

    por conseguinte, retiraria destes indivduos o status de cidad$o/ (ssim, erifica&se 'ue aos cidad$osdelin'uentes . garantida a proteç$o e julgamento de acordo com o sistema legal e aos inimigos,

    coaç$o para neutrali4ar suas atitudes e seu potencial ofensivo e prejudicial/

    ). DIREITO PENAL DO INIMIGO

    ).1 !nsider"+5es inici"is

    5 +abitual ass.dio, com insistentes informações tra4idas A sociedade nas 7ltimas d.cadas,

    principalmente pelos meios de comunicaç$o de massa, acerca de ocorrências delitivas de grandeperturbaç$o, tem levantado importantes 'uestões, como demonstram os acontecimentos ao longo

    do tempo, dessa forma, sempre 'ue crimes brutais s$o cometidos e noticiados pela mdia, a

    populaç$o sente&se obrigada a pressionar o estado para tratamento mais rgido do delin'uente/

    Contemporaneamente, instituiu&se a sociedade industrial de risco, 'ue edificou e autenticou a

    materiali4aç$o do ac7mulo de con+ecimentos e de tecnologias 'ue c+amam a atenç$o, como meios

    para reali4ar um mundo mais igualitário/ Esses meios, comprovados pela ciência e pela tecnologia,

    seriam +ábeis a prover um mundo de fartura, bem como minimi4ar e administrar a carência de

    alimentos e a fome, as catástrofes naturais e o avanço das doenças entre os diversos povos/

    Considerava&se 'ue as dificuldades econBmicas eram e"clusivas das ciências relacionadas A

    economia, as de sa7de p7blica pr%prias das ciências relacionadas A sa7de e as sociais especficas

    das ciências relacionadas A sociedade, bastando as iniciativas assistencialistas para consolidar a

    modernidade e administrar os riscos/

    á, a'ui, uma clara distinç$o dos tipos de sociedade, como bem descreve 5liveira

     ( sociedade industrial de risco . a anttese da sociedade industrial clássica/

    En'uanto esta era uma sociedade de classes, 'ue traçava uma lin+a distintiva

    entre sociedade e nature4a, acreditando na ciência como o motor do

    progresso, a sociedade de risco n$o . caracteri4ada por classes econBmicas

    0barreiras in7teis diante da dimens$o e alcance dos riscos modernos1 e

    tamb.m n$o fa4 distinç$o entre sociedade e nature4a, ao contrário, considera

    esta 7ltima como estrutura interna da sociedade, uma ve4 'ue as >destruições

    da nature4a, integradas A circulaç$o universal da produç$o industrial 8///:

    passam a ser elemento constitutivo da din6mica social, econBmica e poltica/

    8HO:

    5 progresso da sociedade aconteceu sem as devidas cautelas sendo descoberto 'ue a dificuldade

    de uma área de con+ecimento atingia diretamente as outras, ou seja, a engen+aria de alimentos

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    atingia industriali4aç$o, a produç$o industrial restringia os empregos, a reduç$o de empregos

    amplificava a criminalidade, afetando diretamente a sociedade/ (s conse'uências do progresso

    desmedido e sem organi4aç$o tornaram&se graves e a condiç$o de risco 'ue poderia ter sido

    impedida estaria agora perante a sociedade nos limites e"cessivos/

    Dessa forma, por um dado perodo o modelo de Direito Penal liberal foi proveitoso ao controle social

    e A conservaç$o da ordem p7blica/ Contudo, o aparecimento de novos perigos A sociedade passoua demandar uma postura mais rgida do estado, relacionada a assuntos novos ou nunca antes

    alertados, tais como atos de terrorismo e A intensificaç$o do tráfico internacional de drogas/ ( partir 

    da d.cada de oitenta um movimento antagBnico ao direito penal garantista e de crtica A resposta

    punitiva do Estado gan+ou espaço/

    Como bem assevera #assi

     (ssim, 'uando transportada para o direito penal, os efeitos da sociedade do

    risco s$o as tendências modernas de aumento do n7mero de leis penais paratentar frear o aumento de riscos, aumento nos aparatos de segurança p7blica,

    elevaç$o das penas previstas para os delitos já e"istentes, e criaç$o de novas

    figuras delitivas/ 8JQ:

     ( realidade na era da sociedade industrial de risco, de progressiva redemocrati4aç$o e globali4aç$o,

    criou uma onda de e"pans$o do Direito Penal, com base no desejo da sociedade por maior 

    segurança, principalmente em relaç$o aos delitos de maior amplitude, como os econBmicos,

    ambientais e polticos/ Percebe&se, ent$o, uma crise do direito penal garantista, ao passo 'ue,

    simultaneamente, a sua e"pans$o . verificada como resposta jurdico&penal aos transtornos sociais/

    5 Direito Penal da sociedade de risco apresenta&se como uma censura ao Direito Penal garantista,

    por este n$o desfrutar de efetividade no manejo A criminalidade devido a uma +ipermajoraç$o dos

    princpios inibidores da eficácia do direito penal/ 5 argumento fundamenta&se, justamente, na fal+a

    dos conceitos originais e reguladores da intervenç$o punitiva, adotando novos conceitos, mas de

    constitucionalidade 'uestionável, fragmentando e enfra'uecendo a noç$o de Estado Democrático de

    Direito/

    5 Direito Penal do Inimigo, 'ue teve sua inspiraç$o no !ovimento de Sei e 5rdem, amplamente

    adotado no ordenamento (mericano, volta&se para a prevenç$o da norma, estendendo sua tutela a

    bens jurdicos supraindividuais e voltando&se para a precauç$o mediante antecipaç$o da proteç$o

    penal A searas anteriores ao dano, incluindo a restriç$o da fle"ibili4aç$o das regras de causalidade,

    institucionali4aç$o de normas penais em branco, de delitos de perigo abstrato e tipos penais abertos/

    Devido a uma ingerência penal na sociedade como um todo, o Direito Penal nessa sociedade amplia

    e desproporciona as penas, impondo constante tipificaç$o de condutas irrelevantes penalmente em

    leis esparsas, aumentando a responsabili4aç$o criminal das pessoas, e dessa forma o Estado

    objetivaria restrições processuais, instituiç$o de importantes meios coativos, bem como o de #egime

    Diferenciado, na fase instrut%ria do processo penal e de e"ecuç$o da pena/

     (cerca do Direito Penal do Inimigo, 5liveira bem preleciona 'ue

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     (ssim, se o indivduo n$o oferece uma segurança cognitiva sobre sua conduta

    por'ue n$o recon+ece o ordenamento jurdico como algo válido e 'ue deve ser 

    respeitado, ele passa a ser considerado um inimigo e n$o apenas um

    transgressor/ 5 criminoso comum n$o nega a validade do ordenamento,

    apenas o infringe e acaba por sofrer uma pena 'ue revalida contrafaticamente

    todo o sistema/

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     ( Contrário senso, o Direito Penal do inimigo . condu4ido aos 'ue manifestam um desejo

    permanente de interrupç$o ou desmantelamento do ordenamento jurdico vigente, tendo retirado

    o status de pessoacidad$o, subordinando&se, dessa forma, a um autêntico Direito Penal de má"ima

    repress$o, onde as sanções têm principal objetivo garantir a devida e"istência da sociedade em

    detrimento dos atos praticados por esses indivduos, e secundário a restauraç$o da vigência da

    norma jurdica/

    E 'uanto aos elementos a-obs declara 'ue

    5 Direito Penal do Inimigo se caracteri4a por três elementos em primeiro lugar,

    constata&se um amplo adiantamento da punibilidade, isto ., 'ue neste 6mbito,

    a perspectiva do ordenamento jurdico&penal . prospectiva 8///:/ Em segundo

    lugar, as penas previstas s$o desproporcionalmente altas 8///:/ Em terceiro

    lugar, determinadas garantias processuais s$o relativi4adas ou inclusive

    suprimidas/ 8JK:

    5 Direito Penal do inimigo possui como uma de suas maiores caractersticas o ata'ue aos riscos

    impostos pela sociedade, e por isso simboli4a, em muitos casos, uma antecipaç$o de punibilidade,

    na 'ual o VinimigoV . interceptado em um estado inicial, apenas pela periculosidade 'ue pode

    ostentar em relaç$o A sociedade, descaracteri4ando o +omem como o centro de todo o Direito e

    supervalori4ando o sistema puramente normativo/

    ).% !"r"cter6stic"s7%)8

     (ssim, como em 'ual'uer teoria, o Direito Penal do Inimigo possui caractersticas pr%prias e bem

    definidas, as 'uais ser$o descritas adiante, para fins de compreens$o do estudo ora apresentado/

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    interceptado prontamente no estágio pr.vio, em ra4$o de sua periculosidade/

    8JM:

     (penas o cidad$o poderá ser punido com pena, ao inimigo a puniç$o deverá ser atrav.s de medida

    de segurança, pois, o Direito Penal do Inimigo nada mais . do 'ue um Direito Penal do (utor 'ue

    considera, para estabelecer uma puniç$o, a personalidade do autor, seus antecedentes, sua

    condiç$o de vida e sua periculosidade/

    5 inimigo n$o deve ser punido de acordo com sua culpabilidade, mas por sua periculosidade, dessa

    forma, a punibilidade encontra amparo no fato de 'ue determinadas pessoas e"ercem, de modo

    +abitual ou profissional, atividades cuja valoraç$o, por crit.rios jurdico&penais, ad'uire taman+a

    gravidade 'ue pressupõem uma periculosidade objetiva e significativa, visto 'ue possui maior 

    lesividade social/

     ( medida imputada ao inimigo n$o abrange prioritariamente os fatos pret.ritos, mas eventuais fatos

    futuros, ou seja, o perigo futuro 'ue ele representa/ F, portanto, um direito penal voltado apossibilidades futuras e incertas, preterindo a sanç$o de ações passadas/ F um direito penal 'ue

    protege o bem jurdico em ve4 de ser instrumento de otimi4aç$o de esferas de liberdade/ Dessa

    forma, . um direito penal prospectivo e n$o retrospectivo/

    5 inimigo n$o . sujeito de Direitos, mas objeto de coaç$o, assim, a'ueles 'ue por suas condutas se

    deslo'uem ao pr.vio estado de nature4a ser$o punidos e tratados como inimigos, sendo e"cludos

    do sistema normativo, posto 'ue n$o s$o mais cidad$os/ á, a'ui apenas o interesse na sua

    retirada do convvio social/

    5 cidad$o, mesmo depois de delin'uir, permanece com o status de pessoa, entretanto, o inimigo

    perde este status, importando A sociedade apenas a sua periculosidade, bastando para tanto 'ue ao

    cidad$o seja reali4ada a merecida penali4aç$o e para o inimigo uma forma de puniç$o 'ue retire da

    sociedade o risco de sua periculosidade/

    5 Direito Penal do Cidad$o mantêm a vigência da norma, en'uanto o Direito Penal do Inimigo

    combate preponderantemente perigos, onde ao cidad$o . disponibili4ado todo o Direito Penal

    )arantista, com o fim 7nico de ressociali4á&lo, vedando&se veementemente muitas garantias penaisou processuais penais ao inimigo/

    5 Direito Penal do Inimigo ocupa&se em adiantar o 6mbito de proteç$o da norma, antecipando a

    tutela penal, com o objetivo de alcançar atos preparat%rios, com a criaç$o de crimes de mera

    conduta e de perigo abstrato para 'ue ao inimigo seja imposta regulamentações restringindo seu

    campo de atuaç$o/

    !esmo 'ue a pena seja intensa e desproporcional, a antecipaç$o da proteç$o penal . justificável,

    pois no 6mbito do Direito Penal do Inimigo torna&se necessária a intervenç$o precoce para 'ue operigo seja sanado antes do acontecimento do injusto/

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    Para o cidad$o, autor de um crime ocasional, espera&se 'ue ele e"teriori4e o fato para iniciar a

    persecuç$o penal, para assim confirmar a vigência da norma/ Em relaç$o ao inimigo, como por 

    e"emplo, um terrorista ou traficante internacional de drogas, deve +aver uma interceptaç$o pr.via,

    em ra4$o de sua periculosidade/

    ).' A E9:"ns, n Orden"0ent ;$r6dic

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    garantias constitucionais acerca dos sigilos, proibiu a liberdade provis%ria e o direito de apelar em

    liberdade levando em conta apenas a lei em abstrato e desconsiderando o caso em concreto

    e determinou, ainda, a iniciaç$o da pena no regime mais rgido do Direito Penal Grasileiro, por tudo

    isso, 'ue a citada lei possui traços de Direito Penal do Inimigo/

    ).'.3 Lei @.)1%?@- Lei de A"teB

    Com a ediç$o do o Decreto K/9JJ, em 9L de jul+o de ;QQJ, 'ue regulamentou o dispositivo doC%digo Grasileiro de (eronáutica, Sei M/KLK de 9O de de4embro de 9ONL, no 'ue tange,

    especificamente, As aeronaves +ostis e suspeitas de tráfico de entorpecentes e drogas afins, e

    posterior promulgaç$o da Sei O/L9J, de QK de março de 9OON, c+amada >Sei de (bate? 'ue

    possibilita a derrubada das aeronaves consideradas +ostis dentro do Territ%rio Grasileiro, inicia&se

    mais um captulo da e"pans$o do Direito Penal do Inimigo em nosso ordenamento/

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    por ele, inseriu, na prática, a possibilidade de e"ecuç$o e"trajudicial, consentindo a condenaç$o e a

    e"ecuç$o sumária sem o devido processo legal, pela simples suspeita do tráfico de drogas, por todo

    o e"posto, ., em tese, um prático e"emplo da interferência do direito penal do inimigo em nosso

    pas/

    ).'.% Lei 1>.*@2?>3 Rei0e Disci:#in"r Dierenci"dB

     ( Sei 9Q/MO;, 'ue entrou em vigor em 9W de de4embro de ;QQH, alterando a Sei de E"ecuçõesPenais brasileira, Sei M/;9Q, de 99 de jun+o de 9ONJ, introdu4indo o c+amado #egime Disciplinar 

    Diferenciado & #DD . destinado a determinados detentos suspeitos de envolvimento ou participaç$o,

    a 'ual'uer ttulo, em organi4ações criminosas, 'uadril+a ou bando/

    Essa lei estabeleceu enorme reaç$o contrária da doutrinária em ra4$o das consideráveis violações

    As garantias fundamentais, em particular, A +umanidade da e"ecuç$o de pena e o princpio de

    igualdade, pois com base no #egime Disciplinar Diferenciado pune&se o delin'uente n$o pelo delito

    praticado, regra do ordenamento jurdico brasileiro, mas pela periculosidade do autor como

    caracterstica marcante do Direito Penal do Inimigo/

     ( redaç$o do artigo K; da Sei M;9QNJ, Sei de E"ecuções Penais, depois das mudanças reali4adas,

    passou a instituir o isolamento do apenado 'ue comete um delito doloso ou falta grave, por at. um

    ano, com possibilidade de repetiç$o uma 7nica ve4 com pra4o igual a um se"to da pena do

    condenado/ (l.m disso, impõem&se restrições 'uanto A possibilidade de receber visitas, dentre

    outras/

    De acordo com o te"to da Constituiç$o =ederal, parte da doutrina revela ser essa lei flagrantemente

    inconstitucional, pois no Grasil n$o poder$o ser institudas penas cru.is, art)+)-$ ./0II al:nea “e”$

    &81'' 8KK:, assegurando&se ao preso, sem 'ual'uer distinç$o o respeito a integridade fsica e

    moral, art) +)-$ ./I.$ &81'' 8KL: e garantindo&se, ainda, 'ue ningu.m será submetido a tratamento

    desumano ou degradante, art)+)-$ III$ &81'' 8KM:/ Com tantas restrições As garantias individuais, .

    not%rio traços marcantes do Direito penal do Inimigo na lei ora citada/

    *. EN(OUE !RFTI!O A!ER!A DO DIREITO PENAL DO INIMIGO

    Da ocasi$o em 'ue o +omem iniciou a sua vida em sociedade nasceu a necessidade do controle das

    relações interpessoais, tanto para o bem individual 'uanto para o bem de toda a coletividade/

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    bem como para a produç$o do controle da sua atividade e para a contenç$o das condutas +umanas

    indesejadas pela sociedade/

    Dessa forma, evolui&se ao longo do tempo, atrav.s de uma estrutura comple"a, ao modelo de Direito

    Penal do Cidad$o, baseado no fato praticado e n$o no autor, fundamentando&se em um Estado

    Democrático de Direito e tendo no topo do ordenamento jurdico uma Constituiç$o do tipo #gida,

    com o objetivo de regular a intervenç$o do Estado na vida do cidad$o atrav.s das garantiasfundamentais e individuais/

     (tualmente, em nosso ordenamento pátrio temos a incidência do Direito Penal !nimo, 'ue possui

    como finalidade a puniç$o das condutas 'ue ferem bens jurdicos relevantes/ (ssim, várias condutas

    consideradas lesivas, dei"aram de receber a tutela do Direito Penal passando a ser tuteladas por 

    outros ramos do Direito/ ('ui, aplica&se o Direito Penal apenas como instrumento necessário para a

    manutenç$o da ordem social/

     ( liberdade . a regra, devendo a pris$o somente ser aplicada para evitar mal maior a sociedade/

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    das regras de imputaç$o e a relativi4aç$o dos princpios, ocorrendo, dessa forma, um fomento As

    penas de pris$o e supress$o das garantias processuais/

    inimigos”) 

    > de setembro pode ser 

    tomado como um e"emplo de uma >8///: manifestaç$o ine'uvoca de um ato

    tpico de inimigo/ 8LQ:

    Pode&se traçar, ent$o, uma diferenciaç$o entre o Direito Penal do Cidad$o, 'ue . a'uele aplicado a

    pessoas 'ue cometem delitos, por.m, por n$o apresentarem um perigo efetivo ao Estado,

    continuam a ser considerados cidad$os, e assim têm assegurados as garantias previstas noordenamento como um todo/ E o direito Penal do Inimigo, a contrário senso, . a'uele aplicado a

    pessoas 'ue cometem delitos, por.m, por apresentarem um perigo iminente ao Estado, têm suas

    garantias suprimidas e passam a ser considerados inimigos do Estado, perdendo o status de

    cidad$os/

  • 8/20/2019 Direito Penal Do Inimigo e Antecedentes Históricos

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    praticado, evidenciando a e"ceç$o, pela análise do autor, ou seja, a pessoa do agente 'ue . levada

    em consideraç$o/

    Diante de todo o e"posto, pode&se afirmar 'ue a aplicaç$o do Direito Penal do Inimigo como adoç$o

    de um modo de puniç$o e"tremamente radical, onde grande parte dos Direitos =undamentais s$o

    restringidos de forma absoluta a todo e 'ual'uer ser +umano, anula os pr%prios fundamentos

    constitutivos da sociedade discriminados na Constituiç$o da #ep7blica/ 5 fato . 'ue o Direito Penaldo Inimigo tem uma plataforma baseada no Direito Penal do (utor, n$o admissvel em um Estado

    Democrático de Direito, por ser incompatvel ao modelo adotado pela sociedade democrática, pois

    essa ade'ua&se ao Direito Penal do =ato, onde o autor de um delito tem a puniç$o de sua conduta

    com base na medida de sua culpabilidade e n$o por sua periculosidade/

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    carecendo de muitos estudos para, assim, evitar distorções acerca da titulari4aç$o dos indivduos de

    uma dada sociedade/

    -. !ON!LUSÃO

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    de garantias penais e processuais penais previstas na Constituiç$o de #ep7blica, sob pena de grave

    violaç$o dos pr%prios fundamentos constitutivos da sociedade/

    Esse estudo n$o teve a pretens$o de sanar toda discuss$o acerca do Direito Penal do Inimigo, visto

    'ue +á ampla discuss$o embasada no avanço da tese ora citada no ordenamento jurdico brasileiro,

    principalmente, 'uando +á press$o da mdia e comoç$o social relacionado A determinado assunto

    penal/ ouve, entretanto, grande preocupaç$o de suscitar d7vidas 'ue circundam o instituto em'uest$o, como o aprimoramento do con+ecimento acadêmico em relaç$o ao assunto e discuss$o

    sobre 'uestões relevantes ao processo de con+ecimento das Ciência Penais 'ue avaliam a Tese da

    !á"ima #epress$o/

    @. RE(ER/N!IAS

    GECC(#I(, Cesare/ Ds De#its e d"s Pen"s. ediç$o especial/ #io de aneiro

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     (335CI(^_5 G#(3ISEI#( DE ' de 0"r+ de 1@@-. (ltera a Sei nW M/KLK, de 9O de de4embro de 9ONL,

    para incluir +ip%tese destruiç$o de aeronave/ Diário 5ficial 8da #ep7blica =ederativa do Grasil:,

    Grasilia, D=, de QL/ mar/ 9OON/ P/ 9/ Disponvel em / planalto/gov/brccivil\QHleisSOL9J/+tm`/

     (cesso em 99/ abr/ ;Q9;/

     \\\\\\\/ Lei n= 1>.*@2J de 1= de deCe0r de 2>>3. (ltera a Sei no M/;9Q, de 99 de jun+o de 9ONJ

    & Sei de E"ecuç$o Penal e o Decreto&Sei n o H/LNO, de H de outubro de 9OJ9 & C%digo de Processo

    Penal e dá outras providências/ Diário 5ficial 8da #ep7blica =ederativa do Grasil:, Grasilia, D=, de Q;/

    de4/ ;QQH/ P/ ;/ Disponvel em /planalto/gov/brccivil\QHleis;QQHS9Q/MO;/+tm`/ (cesso em

    99/ abr/ ;Q9;/

     \\\\\\\/ 3upremo Tribunal =ederal/ E9ec$+, Pen"#. Habeas Corpus. Pen" Rei0e de

    !$0:ri0ent Prress,. H"e"s !r:$s n= -2@'@SP d S$:erir Tri$n"# de

    ;$sti+". Graslia, D=, ;H/ fev/ ;QQL/ Disponvel em / (cesso em ;O/ !ar/;Q9;

    @

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    )#EC5, Sui4/ Sre !"0"d Direit Pen"# d Ini0i/ Disponvel em

    +ttpfdc/br(r'uivos!estrado#evistas#evistaQMDocenteQM/pdf`/ (cesso em 99/ (br/ ;Q9;/

    )5!E3, Sui4 =lávio/ Direit Pen"# d Ini0i $ Ini0is d Direit Pen"#B. Disponvel em

    +ttp/revistajuridicaunicoc/com/brmidiaar'uivos(r'uivoID \JM/pdf`/ (cesso em QK/ mar/

    ;Q9;/

     \\\\\\\/ Lei d A"te Incnstit$cin"#id"de. Disponvel em (cesso em QM/ mai/ ;Q9;/

     \\\\\\\/ M$C !nde e Direit Pen"# d Ini0i. Disponvel em (cesso em QN/ mai/ ;Q9;/

    )5

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    3E. NOTAS

    718 ltima ra4$o/

    728 5 Direito Penal . subsidiário, pois, norteia a intervenç$o penal em abstrato, criando infraç$o

    penal 'uando os demais ramos do direito forem ineficientes, e fragmentário, pois, norteia a

    intervenç$o penal no caso concreto, punido o autor 'uando +ouver relevante e intolerável les$o ao

    bem jurdico/

    738 VDos delitos e das penasV . uma obra 'ue se insere no movimento filos%fico e +umanitário da

    segunda metade do s.culo III, ao 'ual pertencem os trabal+os dos Enciclopedistas, como

    oltaire, #ousseau, !ontes'uieu e tantos outros/

    7%8 GECC(#I(, Cesare/ Dos Delitos e das Penas/ Ediç$o especial/ #io de janeiro

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    71>8 (==(#5

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    C5##E(, Tatiana !ac+ado/ (pontamentos Crticos sobre o conceito =uncional de Culpabiliade de

    a-obs/ Disponvel em /

    7218 #(33I, o$o Daniel/ >( sociedade de risco, teoria dos sistemas e o funcionalismo penal uma

    apro"imaç$o te%rica?/ Disponvel em/

    7228 ( imputaç$o se dá em dois momentos a1 imputaç$o objetiva do comportamento, e b1

    imputaç$o objetiva do resultado, decorrente do comportamento do autor 'ue viole n$o mais uma

    norma, mas um ael social / 3egundo esta teoria, o Direito Penal n$o tem por objeto proteger 

    abstratamente bem jurdico algum, mas sim manter a confiança e e"pectativas nos cidad$os de 'ue

    todos atuar$o sem cometer delitos/V #(33I, o$o Daniel/ >( sociedade de risco, teoria dos sistemas

    e o funcionalismo penal uma apro"imaç$o te%rica?/ Disponvel em

    72)8 Para o entendimento da conduta comissiva, . necessário o conceito do tipo proibitivo, 'ue .

    uma norma determinadora de um >n$o fa4er?, assim, a conduta comissiva . a aç$o atrav.s da 'ual o

    agente reali4a uma conduta proibitiva, ou seja, fa4 o 'ue n$o deve ser feito/ E para o entendimento

    da conduta omissiva, . necessário o conceito de tipo mandamental, 'ue uma norma determinadora

    de uma conduta, um >fa4er?, assim a conduta omissiva . a in.rcia no momento em 'ue a norma

    determina uma aç$o/

    72*8 (ç$o em sentido amplo, no Direito Penal, engloba a aç$o em sentido estrito 0fa4er o 'ue o

    ordenamento probe1 e a omiss$o 0n$o fa4er o 'ue a lei obriga1 tipos comissivos e omissivos

    respectivamente/ 5SIEI#(, =ernanda (lves de/ Direito Penal X Parte )eral/ Disponvel em

    72-8 )*nt+er a-obs ideali4a um ordenamento social estruturado em relações negativas e positivas,

    sendo as primeiras delimitadas pelo dever imposto As pessoas de n$o lesionarem bens jurdicos

    individuais ou coletivos, já as relações positivas amparam&se no dever do cidad$o de proporcionar 

    ajuda a outra pessoa, ou seja, de edificar com ela um efetivo Estado de Gem&estar/ E#35S(/umberto Sui4/ Poltica Criminal e Dogmática urdico&penal EconBmica/ Disponvel em

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    72@8 #@D], (ntonio 3%lon/ VDI#EIT5 PE

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    7%18 5SIEI#(, #odrigo 34uecs de/ VDa sociedade de risco ao direito penal do inimigo tendências

    de poltica criminalV/ Disponvel em

    7%28 3ISEI#(, !arcelo Eron #odrigues da/ V5s meios de comunicaç$o como difus$o do Direito

    Penal do Inimigo e usurpaç$o dos atributos do Poder udiciárioV/ Disponvel em

    7%38 #IGEI#5, Gruno de !oraes/ Defesa 3ocial e Direito Penal do Inimigo/ 9[ ed/ #io de aneiro/

    Sumen uris, ;Q99/ p/ KK/

    7%%8 )#EC5, Sui4/ 3obre o C+amado Direito Penal do Inimigo/ Disponvel em +ttpfdc/br 

    (r'uivos !estrado#evistas#evistaQMDocenteQM/pdf`/

    7%'8 (U5G3, )unt+er/ Direito Penal do Inimigo Todos s$o iguais perante a lei, sem distinç$o de 'ual'uer nature4a,

    garantindo&se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito A

    vida, A liberdade, A igualdade, A segurança e A propriedade, nos termos seguintes

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    SII & n$o +averá penas a1 de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art/ NJ,

    I2 b1 de caráter perp.tuo2 c1 de trabal+os forçados2 d1 de banimento2 e1 cru.is2?/ Disponvel

    em uicaoconstituiçao/+tm`

    7'38 (rt/ NJ, C#=GNN/ >Compete privativamente ao Presidente da #ep7blica

    I & declarar guerra, no caso de agress$o estrangeira, autori4ado pelo Congresso ( Constituiç$o poderá ser emendada mediante proposta

    JW & Todos s$o iguais perante a lei, sem distinç$o de 'ual'uer nature4a,

    garantindo&se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito A

    vida, A liberdade, A igualdade, A segurança e A propriedade, nos termos seguintes

    SII & n$o +averá penas e1 cru.is2? Disponvel em u icao constituiçao/+tm`

    7')8 SI & . assegurado aos presos o respeito A integridade fsica e moral2 Disponvel

    em uicaoconstituiçao/+tm`

    7'*8 III & ningu.m será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante2 Disponvel

    em uicaoconstituiçao/+tm`

    7'-8 )#EC5, #og.rio/ Direito Penal do E'uilibrio/ J[ ed/