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direito e processo do trabalho

Dicas Para a Prova

Prof. Douglas Caetano

TRT-SP

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Sumário

01. GRUPO ECONÔMICO ................................................................................................07

02. JORNADA DE TRABALHO ...........................................................................................07

03. APLICAÇÃO DO DIREITO COMUM NO DIREITO DO TRABALHO ...................................09

04. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO ..........................................................................09

05. ANALISE DA VALIDADE DA NORMA COLETIVA ...........................................................09

06. SUCESSÃO TRABALHISTA ...........................................................................................10

07. DA PRESCRIÇÃO ........................................................................................................11

7.1. Interrupção .............................................................................................................11

7.2. Prescrição total e parcial ........................................................................................11

7.3. Prescrição intercorrente .........................................................................................11

08. REGISTRO DO EMPREGADO ......................................................................................13

09. HORA “IN ITINERE” ...................................................................................................13

10. REGIME DE TEMPO PARCIAL .....................................................................................14

11. HORA EXTRA .............................................................................................................15

11.1. Horas extras na atividade insalubre .....................................................................15

11.2. Horas extras por necessidade imperiosa .............................................................16

12. ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA ................................................................16

13. BANCO DE HORAS .....................................................................................................17

14. JORNADA ESPECIAL DE 12X36 ...................................................................................17

15. DO CONTROLE DE JORNADA .....................................................................................18

16. DO INTERVALO INTRAJORNADA ................................................................................18

17. DO TELETRABALHO ...................................................................................................19

18. DO DANO EXTRAPATRIMONIAL .................................................................................20

19. PROTEÇÃO AO TRABALHO DA MULHER .....................................................................22

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19.1. Trabalho em atividade insalubre ..........................................................................22

19.2. Intervalo para amamentação ...............................................................................23

19.3. Intervalo que antecede a hora extra ....................................................................24

20. DO CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE ...........................................................24

21. DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL .....................................................................................26

22. DA ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO ...........................................................27

23. DO PRAZO PARA PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS .........................................28

24. DA AUSÊNCIA DE NECESSIDADE DE HOMOLOGAÇÃO DA RESCISÃO CONTRATUAL .....28

25. DAS DISPENSAS COLETIVAS .......................................................................................29

26. DA QUITAÇÃO DO PDV ..............................................................................................29

27. DOS PRAZOS .............................................................................................................30

28. DAS CUSTAS PROCESSUAIS ........................................................................................30

29. DA JUSTIÇA GRATUITA ..............................................................................................30

30. DOS HONORÁRIOS PERICIAIS ....................................................................................31

31. DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA ......................................................................32

32. DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ ..........................................................................................33

33. DA EXCEÇÃO DE INCOMPENTÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR ........................................34

34. DO ÔNUS DA PROVA .................................................................................................35

35. DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA ................................................................................36

36. DA CONTESTAÇÃO .....................................................................................................36

37. DA PRELIMINAR DE MÉRITO .....................................................................................36

38. DA AUDIÊNCIA ..........................................................................................................37

38.1. Do preposto ..........................................................................................................37

38.2. Da ausência na audiência .....................................................................................37

38.3. Das custas pela ausência em audiência ...............................................................37

38.4. Dos efeitos da revelia ...........................................................................................38

38.5. Da presença do advogado ....................................................................................38

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39. DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA .............................................38

40. DA HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL .....................................................39

40.1. Do processamento ................................................................................................40

41. DA EXECUÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL ................................................................40

42. DOS ATOS DE OFÍCIO NA EXECUÇÃO..........................................................................40

43. DA GARANTIA DA EXECUÇÃO ....................................................................................41

44. DO PROTESTO DO NOME DO EXECUTADO .................................................................41

45. DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO ..................................................................................42

46. DO DEPÓSITO RECURSAL...........................................................................................42

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Direito e Processo do Trabalho

REFORMA TRABALHISTA(De acordo com a Lei nº 13.467/2017)

01. GRUPO ECONÔMICO

A redação antiga do parágrafo 2º do artigo 2º da CLT não previa a existência do grupo econômico horizontal, pelo contrário, exigia que existisse entre as empresas do grupo o controle e ou subordinação.

Ocorre que, a Reforma Trabalhista introduziu nova redação ao parágrafo 2º do artigo 2º da CLT ampliando o conceito de grupo econômico e prevendo expressamente a figura do grupo econômico horizontal, no qual as empresas não precisam estar sob o controle uma da outra, bastando que atuem em conjunto.

Art. 2º ...

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.

Outra alteração trazida pela Reforma no que tange a figura do grupo econômico foi a introdução do parágrafo 3º ao artigo 2º, o qual expressamente dispõe que a mera identidade de sócios não é suficiente para configuração do grupo econômico, sendo necessário comprovar a atuação em conjunto.

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

02. JORNADA DE TRABALHO

A Reforma Trabalhista incluiu o parágrafo 2º ao artigo 4º da CLT, dispondo que se o empregado, por vontade própria, decidir permanecer na sede da empresa além da sua jornada de trabalho, para proteção pessoal ou atividades particulares, o tempo de permanência não será considerado como tempo à disposição do empregador, mesmo que seja maior do que os limites de tolerância impostos pelo § 1º do artigo 58 da CLT.

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Art. 4º ...

§ 2º Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1º do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras:

I – práticas religiosas;

II – descanso;

III – lazer;

IV – estudo;

V – alimentação;

VI – atividades de relacionamento social;

VII – higiene pessoal;

VIII – troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.

Nesse diapasão, o referido artigo é claro que não será tempo a disposição do empregador, quando decorrer da vontade do empregado, mesmo que o tempo seja utilizado pelo empregado para alimentação, higiene pessoal ou troca de uniforme, de maneira que tornou sem efeito a Súmula 366 do TST, que considerava como tempo à disposição do empregador a pratica dos referidos atos.

Súmula nº 366 do TST

CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO (nova redação) – Res. 197/2015 – DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015

Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, pois configurado tempo à disposição do empregador, não importando as atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc).

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03. APLICAÇÃO DO DIREITO COMUM NO DIREITO DO TRABALHO

A Reforma Trabalhista deu nova redação ao antigo parágrafo único do artigo 8º da CLT, agora parágrafo 1º, e autorizou a aplicação subsidiária do direito comum ao direito do trabalho, sem a necessidade de ser verificada a compatibilidade da norma de direito comum a ser aplicada e os princípios do direito do trabalho.

Art. 8º ...

§ 1º O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho.

04. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

A jurisprudência, que são reiteradas decisões dos tribunais no mesmo sentido a respeito de um determinado assunto, é muito forte no âmbito do direito do trabalho, principalmente pela atuação do Tribunal Superior do Trabalho na edição de súmulas e orientações jurisprudenciais. Entretanto, a Lei nº 13.467 de 2017 limitou expressamente a atuação do TST quanto a edição de suas súmulas e Ojs, no que se refere a impossibilidade das mesmas criarem obrigações ou restringirem direitos.

Art. 8º ...

...

§ 2º Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei.

05. ANALISE DA VALIDADE DA NORMA COLETIVA

A Reforma Trabalhista criou um novo princípio para o direito coletivo do trabalho, qual seja da intervenção mínima na autonomia da vontade, de forma que a partir do referido princípio trazido pela redação do novo parágrafo 3º do artigo 8º da CLT, a Justiça do Trabalho, na analise das normas coletivas, somente poderá verificar os requisitos para validade do negócio jurídico (art. 104 do CC), quais sejam, a) agente capaz; b) objeto lícito, possível, determinado ou determinável.

Art. 8º ...

§ 1º ...

§ 2º ...

§ 3º No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva.

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06. SUCESSÃO TRABALHISTA

Muito embora o TST através de sua jurisprudência, como, por exemplo, a OJ 261 da SDI-1 já entendesse que na ocorrência da sucessão trabalhista a responsabilidade pelos débitos trabalhistas, mesmo com relação aqueles contratos de trabalho firmados anteriores a sucessão fosse da empresa sucessora, a Reforma Trabalhista positivou tal entendimento através da inclusão dos artigos 10-A e 448-A na CLT.

Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência:

I – a empresa devedora;

II – os sócios atuais; e

III – os sócios retirantes.

Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato.

Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.

Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência.

OJ 261. BANCOS. SUCESSÃO TRABALHISTA (inserida em 27.09.2002)

As obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para o banco sucedido, são de responsabilidade do sucessor, uma vez que a este foram transferidos os ativos, as agências, os direitos e deveres contratuais, caracterizando típica sucessão trabalhista.

Assim, a responsabilidade na sucessão ficou da seguinte forma:

Em relação ao trabalhador: nada muda em relação ao contrato ou aos direitos adquiridos do empregado;

Em relação ao sucedido: em princípio deixa de ter qualquer responsabilidade, entretanto, responde solidariamente caso tenha ocorrido fraude, sendo que tal responsabilidade se estende também aos sócios retirantes, no caso de fraude;

Em relação ao sucessor: responde por todos os débitos trabalhistas, presentes e pretéritos.

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07. DA PRESCRIÇÃO

A Reforma Trabalhista alterou a redação do artigo 11 da CLT e trouxe um melhor entendimento do que realmente é a prescrição, deixando claro que o que se perde por ocasião da prescrição é a pretensão do exercício do direito e não o direito em si.

Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.

Nesse mesmo sentido, a Reforma revogou os incisos I e II do referido artigo que faziam distinção entre os prazos prescricionais para o empregado urbano e rural.

A prescrição trabalhista é tanto bienal, quanto quinquenal, nos termos do art. 11 da CLT e art. 7º, XXIX da CF/88.

Art. 7º ...

XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.

7.1. Interrupção

Conforme dispõe a Reforma Trabalhista que inseriu o parágrafo 3º ao artigo 11 da CLT, a prescrição somente é interrompida pelo ajuizamento da reclamação trabalhista, mesmo que arquivada e perante juiz incompetente. Se arquivada, a interrupção somente se aplica aos pedidos deduzidos na primeira ação ajuizada.

Art. 11 ...

§ 3º A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos.

7.2. Prescrição total e parcial

O TST já entendia que sobre a alteração do pactuado em contrato de trabalho ou regulamento da empresa, que não estava assegurado em preceito de lei aplicava-se a prescrição quinquenal total, conforme entendimento da Súmula 294. Ocorre que com a Reforma Trabalhista que inseriu o parágrafo 2º ao artigo 11 da CLT, tal entendimento passou a ser positivado em nossa legislação, bem como deixou claro que tal prescrição se aplica não só quanto a alteração, mas também quanto o descumprimento do contrato ou regulamento.

Assim, caso ocorra o descumprimento de um direito pactuado em contrato de trabalho ou regulamento da empresa, não previsto em lei, o empregado deverá ajuizar a ação no prazo de cinco anos da lesão ao direito, sob pena de ser aplicada a prescrição quinquenal total, conforme teoria do ato único, como, por exemplo, o empregado recebe vale alimentação previsto apenas no regulamento da empresa, e esta por sua vez resolve no dia 02.10.2017 cessar o pagamento

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do referido beneficio, de forma que o empregado tem até o dia 02.10.2022 para ajuizar a reclamação trabalhista pleiteando o vale alimentação devido, independente do contrato de trabalho estar ou não em vigor, sob pena de prescrição quinquenal total.

Art. 11 ...

§ 2º Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.

Súmula nº 294 do TST

PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL. TRABALHADOR URBANO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.

DICA MAROTA: O prazo prescricional da prescrição total quinquenal é contado da data da lesão em diante, enquanto que o prazo prescricional da prescrição parcial quinquenal é contato de forma retroativa do ajuizamento da reclamação trabalhista.

7.3. Prescrição intercorrente

O legislador inovou ao trazer para o texto da Reforma Trabalhista a possibilidade da ocorrência da prescrição intercorrente, que era questão de discórdia entre os entendimentos do TST e do STF.

Com a inserção do art. 11-A a CLT o assunto foi pacificado, de maneira que se aplica prescrição intercorrente de dois anos, contados a partir da inércia do exequente no cumprimento de uma determinação judicial.

Por fim, a Reforma ainda prevê que a prescrição intercorrente pode ser declarada de ofício ou a requerimento da parte interessada, em qualquer grau de jurisdição.

Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos.

§ 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução.

§ 2º A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.

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08. REGISTRO DO EMPREGADO

A Reforma Trabalhista alterou a redação do art. 47 da CLT, no sentido de aumentar a multa pela não realização do registro do empregado de um salário mínimo regional para R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregado não registrado, sendo que na reincidência o valor será dobrado.

O valor da multa para as microempresas e empresas de pequeno porte é de R$ 800,00 (oitocentos reais) por empregado não registrado.

Art. 47. O empregador que mantiver empregado não registrado nos termos do art. 41 desta Consolidação ficará sujeito a multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência.

§ 1º Especificamente quanto à infração a que se refere o caput deste artigo, o valor final da multa aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos reais) por empregado não registrado, quando se tratar de microempresa ou empresa de pequeno porte.

A Reforma trabalhista ainda dispõe que a fiscalização dos empregadores no que tange ao registro dos empregados e informações da CTPS esta excluída do princípio da dupla visita.

Art. 47. ...

§ 2º A infração de que trata o caput deste artigo constitui exceção ao critério da dupla visita.

Na hipótese do empregador registrar o empregado, mas deixar de anotar todas as informações contidas no parágrafo único do art. 41 da CLT, a multa aplicada será de R$ 600,00 (seiscentos reais) por empregado prejudicado, conforme dispõe o art. 47-A da CLT, introduzido pela Reforma Trabalhista.

Art. 47-A. Na hipótese de não serem informados os dados a que se refere o parágrafo único do art. 41 desta Consolidação, o empregador ficará sujeito à multa de R$ 600,00 (seiscentos reais) por empregado prejudicado.

09. HORA “IN ITINERE”

Foi uma das maiores alterações trazidas pela Reforma trabalhista em se tratando de direito material do trabalho, principalmente pelo fato de ter retirado um direito do empregado.

Antes da Reforma, nos termos do artigo 58, § 2º da CLT e Súmulas 90 e 320 do TST, o tempo que o empregado gastava com o deslocamento da sua casa para o trabalho e vice-versa, desde que o trajeto fosse realizado com transporte fornecido pelo empregador, bem como a empresa ficasse localizada em local de difícil acesso seria tempo à disposição do empregador, e deveria ser computado na jornada de trabalho do empregado.

Ocorre que, a nova redação do art. 58, § 2º da CLT deixa claro que o tempo gasto pelo empregado de casa para o trabalho e vice-versa, independente da forma utilizada para deslocamento não é tempo a disposição do empregador.

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Art. 58. ...

§ 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.

Nessa esteira, a Reforma também revogou o parágrafo 3º do artigo 58, que previa a possibilidade da fixação do tempo médio de horas “in itinere”, e a Súmula 429 do TST que tratava do tempo gasto entre a portaria da empresa e o local de efetivo trabalho perdeu seu efeito, uma vez que o novo parágrafo 2º do artigo 58 dispõe no sentido de que independe a forma do deslocamento para não configuração da hora “in itinere”.

10. REGIME DE TEMPO PARCIAL

Conforme a Reforma Trabalhista, que alterou o requisito temporal para qualificação do trabalho em regime de tempo parcial, trata-se de uma modalidade de contratação em que o empregado tem uma jornada de trabalho de até 30 horas semanais sem direito a realização de horas extras ou até 26 horas semanais podendo realizara até seis horas extras na semana.

Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais.

Na hipótese da realização de horas extras, as mesmas deverão ser remuneradas com um adicional de 50% sobre o valor da hora normal, conforme parágrafo § 3º, inserido no art. 58-A da CLT pela Reforma Trabalhista.

§ 3º As horas suplementares à duração normal do trabalho semanal normal serão pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal.

No caso do empregado ser contratado sob uma jornada de trabalho menor do que vinte e seis horas semanais, como, por exemplo, vinte horas semanais, na hipótese do mesmo vir a trabalhar vinte e duas horas semanais, terá o direito de receber duas horas como extra, conforme parágrafo 4º do Artigo 58-A. O referido parágrafo ainda limitou a quantidade de horas extras em até seis horas semanais, mesmo que a jornada seja menor do que vinte e seis horas semanais.

§ 4º Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido em número inferior a vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consideradas horas extras para fins do pagamento estipulado no § 3º, estando também limitadas a seis horas suplementares semanais.

O parágrafo 5º do artigo 58-A da CLT autorizou a compensação das horas extraordinárias realizadas, desde que ocorra na próxima semana após a sua realização. Caso não ocorra a compensação, as horas extras deverão ser pagas no pagamento do salário do mês subsequente a sua realização.

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§ 5º As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compensadas.

A Reforma Trabalhista ainda realizou duas grandes alterações nas características do antigo regime de tempo parcial. A primeira relacionada a possibilidade do empregado contratado sob tal regime abonar um terço de suas férias. A segunda, também referente às férias, confere ao empregado o gozo de férias de no mínimo trinta dias.

§ 6º É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário.

§ 7º As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta Consolidação

11. HORA EXTRA

A Reforma Trabalhista melhorou a redação do artigo 59 da CLT, no sentido de que passou a utilizar a expressão “horas extras” e não mais “horas suplementares”, bem como deixou claro que o acordo de prorrogação de jornada deverá ser celebrado por acordo individual e norma coletiva, excluindo a expressão “contrato coletivo de trabalho”.

Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

A Reforma também equalizou a CLT com a Constituição Federal quanto ao percentual do adicional de horas extras ao alterar a redação do parágrafo 1º do artigo 59, e disciplinar que o adicional mínimo pela realização das horas extras é de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da hora normal.

Art. 59. ...

§ 1º A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal.

A Reforma ainda revogou o parágrafo 4º do artigo 59 da CLT, que vedava a compensação de jornada pelo empregado contratado sob o regime de tempo parcial.

11.1. Horas extras na atividade insalubre

Nas atividades insalubres, a realização de horas extras depende de autorização do órgão competente em matéria de higiene e saúde do empregado, conforme art. 60 da CLT. Ocorre que, a Reforma Trabalhista incluiu o parágrafo único ao referido artigo, excluindo da obrigatoriedade relatada acima o trabalho desenvolvido em jornada especial de trabalho de 12x36.

Art. 60. ...

Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas de trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso.

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11.2. Horas extras por necessidade imperiosa

A Reforma Trabalhista alterou o parágrafo 1º do artigo 61 da CLT, para autorizar a realização de horas extras por necessidade imperiosa do empregador, sem a obrigação de informar, posteriormente, o Ministério do Trabalho e Emprego.

Art. 61. ...

§ 1º O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido independentemente de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

12. ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA

A Reforma Trabalhista claramente dialogou com a Súmula 85 do TST, de forma que a positivou em alguns aspectos e a contrariou em outros.

A primeira menção da Reforma que merece destaque é a inclusão do parágrafo 6º ao artigo 59 da CLT que passou a admitir a validade do acordo de compensação de forma tácita, desde que a compensação de jornada ocorra dentro do mês da realização das horas extras.

Art. 59. ...

§ 6º É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês.

Outro ponto importante foi o fato de ter positivado a ideia de que a ausência do preenchimento dos requisitos legais para celebração do acordo de compensação da jornada, implica somente no pagamento das horas extras, no caso de extrapolado o módulo semanal de 44 horas, e o pagamento do adicional para horas extras já compensadas através de folga, conforme o novo artigo 59-B, incluído pela Reforma Trabalhista na CLT.

Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada, inclusive quando estabelecida mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.

Ainda, com relação a Reforma e a Súmula 85, o parágrafo único do art. 59-B dispõe que a realização de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de compensação.

Art. 59-B. ...

Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de horas.

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13. BANCO DE HORAS

A Reforma Trabalhista inclui o parágrafo 5º ao artigo 59 da CLT, dispondo so-bre a possibilidade da celebração do Banco de horas através de acordo individual escrito, desde a compensação da jornada ocorra dentro do período má-ximo de seis meses, contados a partir da realização da jornada extraordinária.

§ 5º O banco de horas de que trata o § 2º deste artigo poderá ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses.

Ainda, com relação a Reforma e a Súmula 85, o parágrafo único do art. 59-B dispõe que a realização de horas extras habituais não descaracteriza o banco de horas.

Art. 59-B. ...

Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de horas.

14. JORNADA ESPECIAL DE 12X36

A Reforma Trabalhista inovou ao positivar na CLT, através do artigo 59-A, a possibilidade do empregado trabalhar em jornada especial de trabalho de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso.

Nesse sentido, a Reforma foi além do disposto na Súmula 444 do TST, que até então regulamentava a jornada de 12x36, e autorizou sua validade através de acordo individual escrito entre empregado e empregador.

O artigo 59-A da CLT, ainda autorizou a indenização do intervalo intrajornada.

Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 e em leis específicas, é facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.

O parágrafo 1º da CLT, também inserido pela reforma, ainda prevê que no caso do empregado laborar em jornada especial de 12x36, a remuneração mensal já engloba o DSR e o trabalho em feriados. No mesmo sentido, o referido parágrafo também preconiza que o trabalho em feriados e em prorrogação do período noturno já estão compensados no tempo de 36 horas de descanso, de forma que não devem ser pagos pelo empregador.

§ 1º A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73.

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15. DO CONTROLE DE JORNADA

A Reforma Trabalhista incluiu o inciso III ao artigo 62 da CLT dispondo que o empregado em regime de teletrabalho também não precisa ter o horário de trabalho controlado.

Art. 62. ...

III – os empregados em regime de teletrabalho

16. DO INTERVALO INTRAJORNADA

A Reforma Trabalhista autorizou a redução do intervalo intrajornada mínimo para trinta minutos, desde que através de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, conforme artigo 611-A, inciso III da CLT. O referido dispositivo legal contraria o item II da Súmula 437 do TST.

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

...

III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas;

Na hipótese do empregado não gozar ou gozar de forma parcial do intervalo, o tempo suprimido deverá ser pago com o adicional de 50% sobre o valor da hora normal, conforme nova redação dada ao parágrafo 4º do artigo 71 da CLT. Referido pagamento tem natureza indenizatória. Nesse caso a Súmula 437, item I e III também foi contrariada pela Reforma Trabalhista, uma vez que a mencionada súmula previa o pagamento de todo o período de intervalo com o respectivo adicional na hipótese da concessão parcial, bem como a natureza salarial do pagamento.

§ 4º A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

Súmula nº 437 do TST

INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) – Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

I – Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração.

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II – É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.

III – Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.

IV – Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT.

17. DO TELETRABALHO

Muito embora o artigo 6º da CLT já previa a figura do teletrabalho, a Reforma Trabalhista tratou de regulamentá-lo nos artigos 75-A ao 75-E.

Nos termos do art. 75-B da CLT, teletrabalho é aquele que o empregado desenvolve preponderantemente fora das dependências da empresa, realizado através de meios tecnológicos de informática e comunicação. O legislador se preocupou em enfatizar a importância da utilização de meios tecnológicos para diferenciar o teletrabalho do trabalho externo.

O parágrafo único do art. 75-B autoriza a presença eventual do empregado em regime de teletrabalho na empresa, sem que com isso restasse descaracterizado o teletrabalho.

Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo.

Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador pa-ra a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho.

O teletrabalho deverá constar de contrato escrito. O empregador poderá alterar o regime do contrato de trabalho de presencial para teletrabalho somente com anuência do empregado através de aditivo contratual, e poderá alterar de regime de teletrabalho para presencial sem anuência do empregado, também através de aditivo contratual, mas deverá conceder um prazo de 15 dias adaptação, conforme art. 75-C e seus parágrafos.

Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado.

§ 1º Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual.

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§ 2º Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual.

A responsabilidade pela aquisição, manutenção e fornecimento dos equipamentos para que o trabalho remoto seja desenvolvido, bem como os custos com a infraestrutura serão de responsabilidade do empregador, e deverá constar em contrato.

Os bens econômicos disponibilizados pelo empregador para a realização do trabalho não serão considerados salário utilidade.

Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito.

Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a remuneração do empregado.

É de responsabilidade do empregador instruir os empregados sobre a prevenção de acidentes ou doenças do trabalho, e o empregador deverá assinar termo de responsabilidade escrito confirmando que recebeu as instruções, porém tal documento não tem o condão de elidir a responsabilidade do empregador no caso de eventual acidente ou doença do trabalho, conforme artigo 75-E e seu parágrafo único.

75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho.

Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de responsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções fornecidas pelo empregador.

18. DO DANO EXTRAPATRIMONIAL

A CLT passou a regulamentar o dano extrapatrimonial através dos artigos 223-A ao 223-G.

Dentro desse aspecto, o primeiro ponto que merece destaque é o fato do art. 223-B conceituar o que é o dano extrapatrimonial, informando que o mesmo restará configurado quando por ação ou omissão ocorrer ofensa a esfera moral ou existencial, da pessoa física ou jurídica.

O referido artigo ainda deixa claro que o empregador, pessoa jurídica, também poderá sofrer dano extrapatrimonial.

O mencionado artigo também limita o direito à reparação aos titulares do direito.

Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação.

O artigo 223-C, trouxe um rol exemplificativo dos bens jurídicos que, se atingidos, poderão configurar o dano extrapatrimonial.

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Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa natural.

Outrossim, o artigo 223-D trouxe o rol exemplificativo dos bens jurídicos que, se atingidos, poderão configurar o dano extrapatrimonial com relação a pessoa jurídica.

Art. 223-D. A imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial e o sigilo da correspondência são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa jurídica.

O artigo 223-E dispõe sobre a quem compete a responsabilidade pelo dano extrapatrimonial, informando que a referida responsabilidade cabe a qualquer um que contribuir para a ofensa ao bem jurídico tutelado, observada a proporção da sua participação.

Art. 223-E. São responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que tenham colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da omissão.

O artigo 223-F e seus parágrafos autoriza a cumulação entre os pedidos de dano extrapatrimonial e patrimonial decorrentes do mesmo ato ilícito, bem como de que ao deferir o pedido, o juiz deverá discriminar individualmente cada condenação.

O parágrafo 2º do art. 223-F dispõe que o deferimento dos danos patrimoniais não deve interferir na quantificação do dano extrapatrimonial.

Art. 223-F. A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida cumulativamente com a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo.

§ 1º Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir a decisão, discriminará os valores das indenizações a título de danos patrimoniais e das reparações por danos de natureza extrapatrimonial.

§ 2º A composição das perdas e danos, assim compreendidos os lucros cessantes e os danos emergentes, não interfere na avaliação dos danos extrapatrimoniais

O artigo 223-G trazido pela Reforma Trabalhista dispõe sobre as características ou requisitos que o juiz deverá observar ao julgar o dano extrapatrimonial.

Nesse mesmo sentido, o parágrafo 1º do referido artigo trouxe ao ordenamento jurídico trabalhista uma graduação para o deferimento do dano extrapatrimonial, separando a condenação pelo grau da ofensa em leve, média, grave e gravíssima, bem como limita o valor da condenação de acordo com o grau de ofensa.

Nesse passo, o dispositivo legal também indicou a base de cálculo para valorar a indenização pelo dano extrapatrimonial, qual seja o valor do salarial contratual do ofendido.

Para evitar abuso por parte do empregador, a Reforma também estipulou o pagamento em dobro da indenização no caso de reincidência.

Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará:

I – a natureza do bem jurídico tutelado;

II – a intensidade do sofrimento ou da humilhação;

III – a possibilidade de superação física ou psicológica;

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IV – os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão;

V – a extensão e a duração dos efeitos da ofensa;

VI – as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral;

VII – o grau de dolo ou culpa;

VIII – a ocorrência de retratação espontânea;

IX – o esforço efetivo para minimizar a ofensa;

X – o perdão, tácito ou expresso;

XI – a situação social e econômica das partes envolvidas;

XII – o grau de publicidade da ofensa.

§ 1º Ao julgar procedente o pedido, o juízo fixará a reparação a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação:

I – para ofensa de natureza leve – até três vezes o valor do salário contratual do ofendido;

II – para ofensa de natureza média – até cinco vezes o valor do salário contratual do ofendido;

III – para ofensa de natureza grave – até vinte vezes o valor do salário contratual do ofendido; ou

IV – para ofensa de natureza gravíssima – até cinquenta vezes o valor do salário contratual do ofendido.

§ 2º Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização será fixada com observância dos mesmos parâmetros estabelecidos no § 1º deste artigo, mas em relação ao salário contratual do ofensor.

§ 3º Na reincidência entre partes idênticas, o juízo poderá elevar ao dobro o valor da indenização.

19. PROTEÇÃO AO TRABALHO DA MULHER

19.1. Trabalho em atividade insalubre

A Reforma Trabalhista alterou a redação do artigo 394-A, I e II da CLT, de maneira que proíbe que a empregada gestante trabalhe na atividade insalubre em grau máximo, independente de atestado médico ou grau médio e mínimo, desde que apresente atestado de médico particular que recomende o afastamento durante a gestação, sem prejuízo da remuneração, incluindo o adicional de insalubridade.

No que tange a lactação, a empregada será afastada da atividade insalubre em qualquer grau desde que apresente atestado de médico particular, conforme art. 394-A, III da CLT.

Art. 394-A. Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional de insalubridade, a empregada deverá ser afastada de:

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I – atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação;

II – atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a gestação;

III – atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a lactação.

O valor do adicional de insalubridade pago durante o afastamento poderá ser pago pelo empregador e compensado nas contribuições previdenciárias, nos termos do § 2º do art. 394 da CLT.

§ 2º Cabe à empresa pagar o adicional de insalubridade à gestante ou à lactante, efetivando-se a compensação, observado o disposto no art. 248 da Constituição Federal, por ocasião do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço.

Na hipótese de ser impossível o afastamento, a empregada será afastada pelo órgão previdenciário, conforme art. 394, § 3º da CLT.

§ 3º Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerça suas atividades em local salubre na empresa, a hipótese será considerada como gravidez de risco e ensejará a percepção de salário-maternidade, nos termos da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, durante todo o período de afastamento.

19.2. Intervalo para amamentação

Antes de adentrar as alterações trazidas pela Reforma, faz-se necessário ressaltar a alteração realizada pela Lei 13.506/2017, que estendeu o direito aos intervalos para amamentação as mães adotantes.

O período previsto no caput poderá ser dilatado, caso seja necessário para preservar a saúde do filho, conforme redação do § 1º do art. 396 da CLT.

Os intervalos previstos no artigo 396 da CLT deverão ser definidos mediante comum acordo entre empregada e empregador, conforme parágrafo 2º do mencionado artigo.

Art. 396. ...

§ 1º Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da autoridade competente.

§ 2º Os horários dos descansos previstos no caput deste artigo deverão ser definidos em acordo individual entre a mulher e o empregador.

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19.3. Intervalo que antecede a hora extra

A Reforma Trabalhista revogou o artigo 384 da CLT que previa em caso de prorrogação do horário normal, a concessão de um descanso de 15 minutos antes do início do período extraordinário.

Art. 384. Em caso de prorrogação do horário normal, será obrigatório um descanso de 15 (quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordinário do trabalho. (REVOGADO)

20. DO CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE

A Reforma Trabalhista alterou a redação do artigo 443 da CLT para incluir mais uma modalidade de contrato de trabalho, qual seja o contrato de trabalho intermitente, marcado pela alternância de períodos de atividade e inatividade.

Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente.

§ 1º ...

§ 2º ...

§ 3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria.

O trabalho intermitente foi regulamentado pelo artigo 452-A seus parágrafos e incisos da CLT, através da Reforma Trabalhista, com as seguintes características:

a) Contrato escrito e anotado na CTPS;

b) Valor hora ou dia igual ao valor do salário mínimo por hora ou equivalente aos salários dos demais empregados da empresa;

c) Convocação por meio idôneo com antecedência mínima de três dias;

d) Um dia útil para o empregado responder, sendo que a recusa não exclui a subordinação;

e) A recusa não descaracteriza a subordinação;

f) É devida multa de 50% da prestação do serviço, pelo descumprimento;

g) Durante o período de inatividade, o empregado poderá prestar serviços a outros contratantes;

h) Com exceção ao saque do FGTS, todas as demais parcelas remuneratórias deverão ser quitadas no término da prestação do serviço;

i) O empregador deverá efetuar o pagamento do FGTS e do INSS com base no valor pago de salário durante o mês;

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h) A cada doze meses, o empregado terá direito a um mês de férias, em que não poderá ser acionado.

i) As férias poderão ser fracionadas;

j) O auxílio-doença será devido a partir da incapacidade;

k) O salário maternidade será custeado pela Previdência Social;

Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não.

§ 1º O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência.

§ 2º Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado, presumida, no silêncio, a recusa.

§ 3º A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho intermitente.

§ 4º Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo.

§ 5º O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes.

§ 6º Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas:

I – remuneração;

II – férias proporcionais com acréscimo de um terço;

III – décimo terceiro salário proporcional;

IV – repouso semanal remunerado; e

V – adicionais legais.

§ 7º O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas referidas no § 6º deste artigo.

§ 8º O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações.

§ 9º A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador.

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21. DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL

A Reforma trabalhista alterou praticamente todo o artigo 461 da CLT que trata dos requisitos para configuração do direito a equiparação salarial.

Os atuais requisitos sãos os seguintes:

a) continua sendo necessária a figura do paradigma;

b) o empregado e o seu paradigma devem desenvolver a mesma função, que são as atividades desenvolvidas durante o trabalho;

c) o empregado e seu paradigma devem trabalhar para o mesmo empregador, de forma que restou vedada a equiparação entre empregadores distintos, mesmo que as empresas façam parte do mesmo grupo econômico;

d) o trabalho desenvolvido entre o empregado e o paradigma devem ter o mesmo valor, sendo características do mesmo valor a mesma produtividade, a mesma perfeição técnica;

e) para configurar o trabalho de igual valor ainda é necessário que entre o empregado e seu paradigma não exista um tempo superior a dois na função e quatro trabalhando para o mesmo empregador;

f) continua sendo obrigatório que o empregado e seu paradigma tenham trabalhado de forma simultânea.

Outra sensível alteração foi a de que não será mais necessário que o quadro de carreira ou plano de cargos e salários seja homologado junto ao Ministério do Trabalho e Empregado para afastar a equiparação, bastando seja disciplinado através de regulamento da empresa ou norma coletiva.

Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade.

§ 1º Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois anos.

§ 2º Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão público.

§ 3º No caso do § 2º deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional.

§ 4º O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.

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§ 5º A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria.

§ 6º No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

22. DA ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

A Reforma Trabalhista inclui o parágrafo 2º ao artigo 468 da CLT, alterando entendimento sedimentado pelo TST através da Súmula 372, no que se refere a retirada do valor da gratificação de função.

Reversão é o retorno do empregado que exerce função de confiança ao cargo efetivo anteriormente ocupado. É permitida por expressa disposição de lei. (art. 468, § 1º da CLT).

De acordo com o novo § 2º do art. 468, na hipótese do empregado permanecer por dez anos ou mais na função de gerente, o empregador poderá revertê-lo a função anterior, inclusive poderá deixar de pagar a gratificação que o empregado recebia pela função, independentemente do tempo que a recebeu, o que vai contra o entendimento do TST, que através da Súmula 372 entendia não ser possível a retirada da gratificação, se o empregado a recebesse por dez anos ou mais.

Art. 468. ...

§ 1º ...

§ 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função.

Súmula nº 372 do TST

GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES (conversão das Orientações Jurisprudenciais nos 45 e 303 da SBDI-1) – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I – Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. (ex-OJ nº 45 da SBDI-1 – inserida em 25.11.1996)

II – Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da gratificação. (ex-OJ nº 303 da SBDI-1 – DJ 11.08.2003)

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23. DO PRAZO PARA PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS

A Reforma Trabalhista trouxe inúmeras modificações ao artigo 477 da CLT, no que tange a recisão do contrato de trabalho.

Dentre elas uma das mais importantes para o dia a dia do empregado e do empregador é a alteração do prazo para pagamento das verbas rescisórias.

Antes da Reforma o prazo e sua contagem dependiam da forma da concessão do aviso prévio, se indenizado ou trabalhado, o que não ocorre mais. Com a Reforma Trabalhista o art. 477, § 6º foi alterado, de forma que independente da forma da concessão do aviso prévio, o prazo para pagamento das verbas rescisórias é de 10 dias, contados a partir da extinção do contrato.

Art. 477. ...

§ 6º A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato.

24. DA AUSÊNCIA DE NECESSIDADE DE HOMOLOGAÇÃO DA RESCISÃO CONTRATUAL

A Reforma Trabalhista revogou o § 1º, bem como alterou a redação do “caput” do art. 477 da CLT, para o fim de deixar de exigir a homologação do sindicato de classe ou MTE para validade da extinção do contrato de trabalho, bastando para tanto que sejam preenchidos três requisitos, quais sejam:

a) empregador anotar a baixa na CTPS;

b) empregador comunicar a extinção aos órgãos competentes;

c) realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo.

Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.

§ 1º (Revogado).

A Reforma Trabalhista alterou a redação do § 4º do artigo 477, para expressamente autorizar o pagamento das verbas rescisórias através de depósito bancário, além do pagamento em dinheiro ou cheque visado.

Art. 477. ...

§ 4º O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado:

I – em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, conforme acordem as partes; ou

II – em dinheiro ou depósito bancário quando o empregado for analfabeto.

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O requerimento do Seguro-Desemprego e a movimentação do FGTS ficaram mais fáceis com a Reforma Trabalhista que incluiu o § 10 ao artigo 477, o que desburocratizou o requerimento do Seguro-Desemprego e a movimentação da conta do FGTS, sendo que a partir de agora basta o empregado apresentar sua CTPS devidamente anotada, bem como o empregado ter realizado as comunicações previstas no “caput” do art. 477 para ter acesso aos supracitados direitos.

Art. 477. ...

§ 10. A anotação da extinção do contrato na Carteira de Trabalho e Previdência Social é documento hábil para requerer o benefício do seguro-desemprego e a movimentação da conta vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, nas hipóteses legais, desde que a comunicação prevista no caput deste artigo tenha sido realizada.

Outra alteração foi com relação a assistência na rescisão do contrato, o § 7º do artigo 477 da CLT foi revogado, de forma que a partir da vigência da Reforma Trabalhista, os sindicatos poderão exigir algum ônus dos trabalhador ou empregador para assistirem as partes na rescisão do contrato de trabalho.

Art. 477. ...

§ 7º (Revogado).

25. DAS DISPENSAS COLETIVAS

A Reforma Trabalhista inovou ao inserir o artigo 477-A na CLT, prevendo a equiparação entre a dispensa individual e coletiva, possibilidade da realização de dispensa coletiva ou em massa, sem a necessidade do preenchimento de qualquer requisito prévio, inclusive autorização do sindicato de classe ou celebração de Convenção Coletiva de Trabalho.

Art. 477-A. As dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas equiparam-se para todos os fins, não havendo necessidade de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho para sua efetivação.

26. DA QUITAÇÃO DO PDV

A Reforma Trabalhista colocou fim sobre a discussão que existia sobre os efeitos da quitação do contrato de trabalho através do PDV, enquanto o STF entendia que era possível que o PDV contivesse cláusula de eficácia liberatória geral, desde que prevista em norma coletiva, o TST através da OJ 270 da SDI-1, entendia que a adesão ao PDV importava apenas na quitação das parcelas constantes do recibo.

Agora, o artigo 477-B, dispõe claramente que a adesão ao PDV, previsto em norma coletiva confere quitação com eficácia liberatória geral, salvo estipulação em contrário das partes.

Art. 477-B. Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.

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27. DOS PRAZOS

A Lei 13.467/2017 alterou o art. 775 da CLT lhe conferindo nova redação, que altera a forma da contagem dos prazos processuais computados em dias, que deverão ser contados apenas em dia úteis, sendo suspensos aos sábados, domingos e feriados.

Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.

§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses:

I – quando o juízo entender necessário;

II – em virtude de força maior, devidamente comprovada.

28. DAS CUSTAS PROCESSUAIS

O caput do art. 789 da CLT foi alterado pela Lei nº 13.467/2017 e passou a prever o valor máximo das custas que será de quatro vezes o limite máximo do valor dos benefícios da Previdência Social.

Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, e serão calculadas:

29. DA JUSTIÇA GRATUITA

A Lei nº 13.467/2013 modificou o parágrafo 3º do art. 790 da CLT alterando o limite do requisito objetivo para concessão da justiça gratuita ao reclamante, que agora passou a ser apenas o fato do empregado perceber salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios da Previdência Social.

Art. 790. ...

...

§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

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Outra alteração importante trazida pela Lei nº 13.467/2017 foi inclusão do parágrafo 4º ao art. 790, possibilitando expressamente a concessão da justiça gratuita a qualquer uma das partes que demonstrem não possuir condições de pagar as custas processuais.

Art. 790. ...

...

§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.

30. DOS HONORÁRIOS PERICIAIS

A Lei nº 13.467/2017 modificou o caput do art. 790-B da CLT e incluiu o parágrafo 4º, determinando que a obrigação pelo pagamento dos honorários do perito é da parte sucumbente ao pedido que originou a pericia, independente do resultado do laudo pericial, inclusive do beneficiário da justiça gratuita, salvo se este no próprio ou em outro processo não tiver obtido crédito suficiente para pagamento dos referidos honorários, como, por exemplo, o empregado ajuíza reclamação trabalhista pleiteando a condenação da reclamada ao pagamento das horas extras e adicional de insalubridade, o pedido de horas extras é julgado procedente e o de insalubridade improcedente, se o valor da condenação da reclamada ao pagamento das horas for suficiente para pagamento dos honorários periciais, mesmo sendo o empregado beneficiário da justiça gratuita terá que arcar com o valor dos referidos honorários.

Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita.

...

§ 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo.

Dessa forma, não se aplica mais a Súmula 457 do TST.

Súmula nº 457 do TST

HONORÁRIOS PERICIAIS. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. RESPONSABILIDADE DA UNIÃO PELO PAGAMENTO. RESOLUÇÃO Nº 66/2010 DO CSJT. OBSERVÂNCIA. A União é responsável pelo pagamento dos honorários de perito quando a parte sucumbente no objeto da perícia for beneficiária da assistência judiciária gratuita, observado o procedimento disposto nos arts. 1º, 2º e 5º da Resolução n.º 66/2010 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT.

Ao art. 790-B ainda foi incluído o parágrafo 1º, 2º e 3º que dispõe respectivamente, sobre o limite para o juiz fixar os honorários, a possibilidade de parcelamento dos honorários e impossibilidade da exigência prévia dos honorários, condicionando o pagamento a realização da perícia.

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Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita.

§ 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.

§ 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.

§ 3º O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias.

31. DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

A Lei nº 13.467/2013 inseriu o art. 791-A a CLT dispondo a respeito da condenação da parte sucumbente ao pagamento dos honorários sucumbenciais, no valor mínimo de 5% e máximo de 15% do valor da condenação ou do valor atualizado da causa, a ser fixado pelo juiz.

O referido artigo em seus parágrafos ainda dispõe a respeito da condenação ao pagamento dos honorários nas ações em face da Fazenda Pública ou que a parte estiver assistida ou substituída por seu sindicato de classe, (parágrafo 1º).

Dispõe, também, sobre os critérios que deverão ser utilizados pelo juiz ao fixar os honorários sucumbenciais, (parágrafo 2º).

Autoriza a condenação em pagamento dos honorários sucumbenciais de forma recíproca, quando ocorrer o julgamento parcial dos pedidos, entretanto, exclui a possibilidade da compensação entre os honorários, (parágrafo 3º).

Se a parte condenada ao pagamento dos honorários sucumbenciais for beneficiária da justiça gratuita, e não tiver obtido crédito suficiente para pagar os referidos honorários, mesmo que em outro processo, sua exigibilidade ficará suspensa pelo prazo máximo de dois anos contados do trânsito em julgado da decisão, ocasião em que, dentro do referido prazo, os honorários somente poderão ser cobrados se ficar comprovado que a situação que garantia a justiça gratuita deixou de existir. Após o prazo sem alteração da condição do condenado a obrigação deixa de existir (parágrafo 4º).

Os honorários sucumbenciais são devidos na reconvenção (parágrafo 5º).

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.

§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:

I – o grau de zelo do profissional;

II – o lugar de prestação do serviço;

III – a natureza e a importância da causa;

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IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários.

§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.

32. DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

Muito embora no processo cada uma das partes busque defender seus interesses, pelo menos no que se trata de jurisdição contenciosa, é preciso manter a boa-fé na pratica dos atos processuais, ou seja, deve prevalecer a lealdade entre os litigantes.

Com o intuito de proteger a boa-fé processual, o legislador alterou a CLT, através da Lei nº 13.467/2017, para incluir os artigos 793-A ao 793-D, que passaram a regulamentar a litigância de má-fé no processo do trabalho.

Os referidos artigos dispõem sobre os casos em que resta configurada a pratica da má-fé processual, autoriza a aplicação da multa de ofício pelo juiz, limita o percentual de aplicação da multa, e estende sua aplicação para as testemunhas que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais para o julgamento do pedido.

Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, reclamado ou interveniente.

Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;

II – alterar a verdade dos fatos;

III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;

VI – provocar incidente manifestamente infundado;

VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.

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§ 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.

§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.

Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa.

Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos.

33. DA EXCEÇÃO DE INCOMPENTÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR

O art. 800 da CLT foi alterado pela Lei nº 13.467/2017 que passou prever novo procedimento para apresentação, processamento e julgamento da exceção de incompetência territorial.

Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo.

§ 1º Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção.

§ 2º Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias.

§ 3º Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente.

§ 4º Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente.

A referida exceção deverá ser apresentada em cinco dias, a contar da notificação do reclamado, antes da audiência, em peça própria. Após protocolada a defesa, o processo é automaticamente suspenso, o reclamante e os litisconsortes são notificados para se manifestarem, no prazo comum de cinco dias, sendo necessário será designada audiência para oitiva das testemunhas, que poderão ser ouvidas por carta precatória. Após decidida a exceção o processo voltará a tramitar a partir da audiência una ou inicial.

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34. DO ÔNUS DA PROVA

A Lei nº 13.467/2017 inovou ao inserir os incisos I e II e os parágrafos 1º ao 3º ao artigo 818 da CLT, que trata da regulamentação do ônus da prova no processo do trabalho.

Art. 818. O ônus da prova incumbe:

I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante.

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

§ 2º A decisão referida no § 1º deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido.

§ 3º A decisão referida no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil

Cabe ao reclamante provar a alegação de fatos constitutivos de seu direito, como, por exemplo: se o reclamante alegar que fez hora extra, terá que comprovar.

Por outro lado, cabe ao reclamado comprovar três espécies de fatos alegados:

IMPEDITIVOS: Fato que impede aquele direito. Exemplo: A existência de acordo de compensação individual, que impede o pagamento das horas extras.

EXTINTIVO: Fato que extingue o direito do autor. Exemplo: Recibo de pagamento das horas extras.

MODIFICATIVOS: Fato que modifica o direito do autor. Exemplo: O reclamante alega que recebia parte do salário por fora da folha de pagamento, o reclamado alega que tal valor se tratava de ajuda de custo e não de salário.

A distribuição por convenção das partes não se aplica ao processo do trabalho, nos termos da IN nº 39 do TST.

O art. 818, § 1º da CLT regulamentou a dinamização do ônus da prova, sendo que o juiz diante dos casos previstos em lei ou da impossibilidade ou à excessiva dificuldade ou à maior facilidade de obter a prova do fato contrário, através de decisão fundamentada, o juiz poderá alterar o ônus da prova, desde que conceda a nova parte responsável pelo ônus a oportunidade de se desincumbir do mesmo.

Ainda nesse sentido, a decisão que trata o art. 818, § 1º da CLT deverá ser proferida antes da abertura da audiência, porém se for a requerimento da parte já em audiência a mesma deverá ser adiada, conforme § 2º do mesmo artigo.

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Não ocorrerá dinamização do ônus da prova quando for impossível ou exageradamente difícil da parte contraria produzir a prova, nos termos do art. 818, § 3º da CLT.

35. DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

A Lei nº 13.467/2017 alterou o parágrafo 1º do art. 840 da CLT introduzindo como requisito da reclamação trabalhista o valor da causa, o que já não era sem tempo, haja vista que o valor da causa é justamente o requisito objetivo que determina, em regra, o rito pela qual o processo deverá tramitar.

Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.

36. DA CONTESTAÇÃO

A Lei nº 13.467/2017 introduziu o parágrafo único ao art. 847 da CLT, que acabou por legalizar apresentação da contestação de forma escrita, o que acontece diariamente no dia-a-dia da justiça do trabalho.

Art. 847. ...

Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência.

37. DA PRELIMINAR DE MÉRITO

A Lei 13.467/2017 alterou o art. 840 da CLT e inclui mais uma preliminar de mérito que está fora do rol do art. 337 do CPC, qual seja o parágrafo 3º do art. 840 da CLT, que prevê a possibilidade de se requerer a extinção do pedido sem resolução do mérito, no caso do reclamante não atender os requisitos do parágrafo 1º do mesmo artigo, como, por exemplo, confeccionar pedido sem o valor da causa.

Art. 840. ...

...

§ 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito.

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38. DA AUDIÊNCIA

38.1. Do preposto

O § 3º do art. 843 da CLT, alterado pela Lei 13.467/2017 colocou fim a exigência do preposto ser empregado da reclamada, de forma que não se aplica mais ao caso a Súmula 377 do TST.

§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da reclamada.

38.2. Da ausência na audiência

Reclamante ausente é aquele que não compareceu na audiência e nem foi substituído. Quando isto ocorrer, haverá o arquivamento do processo, bem como, nos termos da Lei 13.467/17, que inclui o § 2º ao art. 844 da CLT, o reclamante ausente, mesmo que beneficiário da justiça gratuita será condenado ao pagamento das custas processuais calculadas na forma da lei, salvo se no prazo de quinze dias comprovar de forma justificável o motivo pelo qual não compareceu na audiência.

O pagamento das custas que se refere o § 2º do art. 844 da CLT é condição de admissibilidade de uma nova ação, conforme preconiza o § 3º do mesmo artigo, também incluído pela Lei 13.467/17.

38.3. Das custas pela ausência em audiência

A Reforma Trabalhista inovou ao acrescentar o parágrafo 2º ao artigo 844, prevendo que na ausência injustificada do reclamante a audiência, o mesmo será condenado ao pagamento das custas processuais, calculadas no valor de 2% do valor atualizado da causa, independente do deferimento da justiça gratuita, salvo se comprovar motivo relevante, no prazo de 15 dias.

Art. 844. ...

§ 2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.

Nesse mesmo sentido, a Lei 13.467/17 também estipulou que o pagamento das custas oriundas do parágrafo 2º do artigo 844 é requisito de admissibilidade para ajuizamento de nova ação.

Art. 844. ...

§ 3º O pagamento das custas a que se refere o § 2º é condição para a propositura de nova demanda.

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38.4. Dos efeitos da revelia

A Reforma Trabalhista aproximou o processo do trabalho ao processo civil, ao incluir o parágrafo 4º ao artigo 844, para dispor sobre situações em que a revelia não produz a confissão com relação a matéria de fato, sendo os seguintes casos: a) quando havendo mais de um reclamado, algum deles contestar a ação; b) a ação tratar de direito indisponível; c) juntada do instrumento indispensável para prova do ato; e d) quando as alegações do reclamante forem inverossímeis ou contrarias as provas dos autos.

Art. 844. ...

...

§ 4º A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:

I – havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;

II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;

III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato;

IV – as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.

38.5. Da presença do advogado

Inovação da legislação trabalhista, a Reforma admite que apenas a presença do advogado na audiência é suficiente para que o juiz receba a contestação e documentos apresentados, conforme parágrafo 5º do artigo 844 da CLT.

Art. 844. ...

§ 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.

39. DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Tanto a doutrina quanto a jurisprudência já admitiam alcançar a pessoa do sócio da empresa, quando a mesma não possuía condições de pagar o débito trabalhista, entretanto com a Reforma Trabalhista o procedimento utilizado para alcançar a pessoa do sócio passou ser positivado através do art. 855-A da CLT.

Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 – Código de Processo Civil.

§ 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:

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I – na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1º do art. 893 desta Consolidação;

II – na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo;

III – cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no tribunal.

§ 2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).

O art. 855-A da CLT dispõe que para utilização da desconsideração as partes e o juiz deverão aplicar os preceitos previstos nos artigos 133 a 137 do CPC, o que já tinha sido autorizado pelo TST no termos do art. 6º da IN 39 do TST.

Entretanto, deve ser tomado o devido cuidado com relação aos recursos em face da decisão que apreciou o pedido de desconsideração. Primeiro, deve-se observar em qual fase do processo a decisão foi proferida, cognitiva ou de execução, se na cognitiva, tanto no acolhimento quanto na rejeição da desconsideração não caberá recurso, todavia, se a desconsideração ocorreu na fase de execução caberá agravo de petição, sem a necessidade da garantia do juízo. Segundo, deve-se observar em qual instancia a decisão foi proferida, uma vez que se a desconsideração foi decidida no tribunal pelo relator caberá agravo interno.

Outro ponto que merece destaque é que o pedido de desconsideração suspende o processo, sem prejuízo das medidas cautelares que poderão ser tomadas pelo juiz nos termos do art. 301 do CPC.

40. DA HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL

Uma das maiores inovações trazidas pela Reforma Trabalhista foi a possibilidade da homologação pelo juiz do trabalho de um acordo celebrado entre empregado e empregador, de forma extrajudicial, ou seja, fora do alcance do Poder Judiciário.

A homologação do acordo extrajudicial deverá ser realizada através de um processo de jurisdição voluntária, devidamente regulamentado entre os artigos 855-B e 855-E da CLT.

Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.

§ 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum.

§ 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.

Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6º do art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8º art. 477 desta Consolidação.

Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença.’

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Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados.

Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.

40.1. Do processamento

As partes, em conjunto, cada uma com seu advogado, sendo que o empregado poderá estar representado por advogado do seu sindicato de classe, deverão distribuir a petição inicial, e no prazo de quinze dias, contados da distribuição o juiz deverá analisar o acordo, se necessário designará audiência para ouvir as partes, e após proferirá a sentença.

A referida sentença não comportará recurso, uma vez que se tratando de sentença homologatória de acordo transita em julgado imediatamente para partes.

A distribuição da petição inicial importará suspensão do prazo prescrição apenas para os pedidos ali deduzidos, que voltará a contar de onde parou no primeiro dia útil seguinte ao trânsito em julgado.

41. DA EXECUÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

A Lei 13.467/17 alterou o parágrafo único do art. 876 da CLT, para corrigir a sua antiga redação que previa a possibilidade da execução de ofício das contribuições incidentes sobre os salários pagos sobre o período contratual reconhecido, que contrariava o entendimento do TST exposto na Súmula 368, item I. Assim, resta expressamente claro que a Justiça do Trabalho não tem competência para executar as contribuições sociais incidentes sobre os salários do período contratual reconhecido.

Art. 876...

Parágrafo único. A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e dos acordos que homologar.

42. DOS ATOS DE OFÍCIO NA EXECUÇÃO

A maior alteração em termos de execução trabalhista ocorreu no art. 878 da CLT, que vedou a pratica de atos de ofício na fase de execução, salvo se o exequente não estiver representado por advogado.

Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado.

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DA LIQUIDAÇÃO

A liquidação da sentença, que inicia a fase de execução de título executivo judicial, também sofreu uma sensível modificação em razão da alteração da redação do § 2º e da inclusão do § 7º, ambos do art. 879 da CLT. Agora o juiz é obrigado a abrir prazo para partes se manifestarem a respeito do cálculo uma da outra, após elaborada a conta, bem como deixou claro que a atualização dos créditos trabalhistas será pela Taxa Referencial (TR).

Art. 879 – Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.

§ 1º ...

§ 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.

...

§ 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991.

43. DA GARANTIA DA EXECUÇÃO

O executado poderá espontaneamente garantir o juízo através da realização de um depósito judicial, do seguro garantia judicial, introduzido no artigo 882 da CLT através da Lei nº 13.467/17 ou do oferecimento de bens a penhora, devendo ser respeitada a ordem estipulada no art. 835 do CPC, ou ainda, caso não tome nenhuma das duas providencias, o juízo poderá ser garantido através da penhora de bens.

Art. 882. O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das despesas processuais, apresentação de seguro-garantia judicial ou nomeação de bens à penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 835 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 – Código de Processo Civil.

44. DO PROTESTO DO NOME DO EXECUTADO

A Lei nº 13.467/17 inovou ao inserir o art. 883-A na CLT, e dispor que o executado somente poderá ter seu nome protestado, inscrito nos órgãos de proteção ao crédito ou incluído no BNDT, por sentença transitada em julgado, após quarenta e cinco dias da sua citação, se não houver garantido o juízo.

Art. 883-A. A decisão judicial transitada em julgado somente poderá ser levada a protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito ou no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo de quarenta e cinco dias a contar da citação do executado, se não houver garantia do juízo.

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45. DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO

O § 6º do art. 884 da CLT, inserido através da Reforma Trabalhista isentou as entidades filantrópicas ou seus diretores de garantir o juízo para opor os embargos à execução previstos no caput do referido artigo.

Art. 884. ...

...

§ 6º A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições.

46. DO DEPÓSITO RECURSAL

O pagamento é feito em conta judicial e será corrigido pelos índices da poupança, conforme nova redação do § 4º do art. 899 da CLT, introduzida pela Reforma Trabalhista.

Conforme inovação trazida pela Reforma Trabalhista com a redação do § 9º do art. 899 da CLT, o depósito recursal será devido pela metade pelas entidades sem fim lucrativo, empregador doméstico, microempreendedores individuais, microempresa e empresa de pequeno porte.

O reclamado beneficiário da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial também são isentas do pagamento do depósito recursal, nos termos do § 10 do art. 899 da CLT.

O § 11 do art. 899 da CLT, confere a possibilidade do depósito recursal ser substituído por fiança bancária (banco fiador garante o pagamento do depósito para seu cliente, no caso o reclamado) ou seguro garantia judicial (modalidade de seguro, que visa cobrir gastos com depósitos judiciais).

Art. 899. Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Titulo, permitida a execução provisória até a penhora.

...

§ 4º O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança.

...

§ 9º O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empresa de pequeno porte.

§ 10 São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial.

§ 11 O depósito judicial poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia.

PROF. DOUGLAS CAETANOINSTAGRAM: @profdouglascaetano