direito do trabalho · rural (lei 5.889/73) ... contrato de trabalho no qual a prestação ... para...
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Trabalhadores. Quadro Geral
TRABALHADOR
EMPREGADO NÃO EMPREGADO
CLT. (Art. 3º)
LEIS ESPECIAIS
Teletrabalho
Trabalho intermitente
Doméstico (Lei 5.589/72)
Rural (Lei 5.889/73)
Temporário (Lei 6.019/74)
Autônomo
Eventual
Cooperado
Estagiário
Voluntário
Funcionário Público
AVULSOTempo Parcial
Empregado Típico. Introdução.
• Não obstante este ramo do direito seja
denominado de “Direito do Trabalho”, já vimos
que este é voltado para apenas um tipo específico
de trabalhador, que é o trabalhador empregado.
• Este trabalhador distingue-se dos demais
exatamente por ser subordinado, o que o torna
hipossuficiente e atrai a aplicação do Princípio
Protetor, basilar do Direito do Trabalho.
Empregado Típico. Introdução.
• O trabalhador empregado deve ter o seu contrato
de trabalho registrado na sua Carteira de
Trabalho e Previdência Social (CTPS), como
determina o art. 29 da CLT.
• Grande, entretanto, é a incidência do chamado
trabalho informal, ou seja, aquele prestado sem o
registro em CTPS.
• Daí porque é de fundamental importância
aprender a distinguir a figura do empregado dos
demais tipos de trabalhadores.
Empregado Típico. Características Legais
• Estabelece o art. 3º da CLT:– Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar
serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário.
• Estabelece, ainda, o art. 2º da CLT.– Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,
que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria
e dirige a prestação pessoal de serviço.
• A prestação de serviços é do empregado e
não do empregador. Logo, a característica
“pessoal” refere-se ao empregado e não ao
empregador.
Empregado Típico. Características Doutrinárias.
• As expressões legais foram substituídas pela
doutrina, da seguinte forma:
Dependência Subordinação jurídica
Não eventualidade Habitualidade
Salário Onerosidade
Pessoalidade Pessoalidade
Pessoa Física Pessoa Física
Empregado Típico. Subordinação jurídica.
• Quando o art. 3º da CLT se refere à “dependência” do
empregado para com o empregador, a primeira idéia que
se tem é que esta dependência seria econômica.
• Isto não é correto. Não se ignora que, no mais das vezes,
o empregado é, de fato, dependente economicamente do
empregador, mas, não necessariamente.
• A questão é que, por força do contrato, o empregado
transfere ao empregador o modus operandi do seu
trabalho e, por conseqüência, submete-se à direção do
empregador.
Empregado Típico. Subordinação jurídica.
• O poder diretivo do empregador previsto no art. 2º daCLT coloca o empregado numa condição desubordinado.
• Esta condição de subordinado é prevista na Lei (art. 2º,CLT) e se materializa por força do contrato de trabalho,que é um instrumento jurídico.
• Decorre daí a expressão cunhada pela doutrina:“Subordinação jurídica”.
• A dependência econômica é irrelevante para caracterizara figura do empregado. O empregado deve obedecerordens do empregador, sendo ou não dependenteeconômico deste.
Empregado Típico. Subordinação jurídica.
• É a condição de subordinado que faz do
empregado hipossuficiente e, por conseqüência,
atrai a incidência do Princípio Protetor.
• Daí porque esta é a característica mais marcante
do empregado.
• Implica, no caso concreto discutido
judicialmente, em verificar se o empregador
estabelecia o modus operandi da prestação de
serviços.
Empregado Típico. Habitualidade
• Trabalho “não eventual” ou trabalho “habitual” é
aquele que reitera no tempo com uma certa
previsibilidade.
• Não é trabalho necessariamente diário.
• Normalmente não se admite trabalho eventual
quando inserido na atividade-fim do
empreendimento, mas, excepcionalmente tal
pode ocorrer se o fato causador da contratação
for, de fato, um evento.
Empregado Típico. Onerosidade
• A expressão legal “salário” induz em erro.
• Para haver contrato é preciso que o serviço
prestado seja em função de uma contraprestação
prometida, ou seja, que exista intencionalidade de
pagamento.
• Salário por ser:– Por unidade de tempo (hora, dia, semana, quinzena, mês).
– Por unidade de produção (comissão, peças produzidas, etc).
• Logo, não precisa ser, necessariamente, uma
importância fixa mensal.
Empregado Típico. Pessoalidade
• O contrato de trabalho é personalíssimo na figurado empregado, ou seja, é “intuitu personae”.
• Não o empregador contrata um empregado, nãovisa apenas a prestação de um trabalho qualquer,mas, sim, daquele trabalho específico que oempregado pode oferecer dadas as suascaracterísticas pessoais (capacidade,conhecimento, diligência, etc).
• O empregado não pode se fazer substituir poroutro, salvo se houver autorização expressa doempregador.
Empregado Típico. Pessoa Física
• Somente a pessoa natural tem o bem da vida que o
Direito do Trabalho quer proteger (dignidade humana).
• Trabalhador (gênero). é, necessariamente, a pessoa
humana. Assim, empregado (espécie) também o será.
• Há muitas contratações fraudulentas de pessoas jurídicas
constituídas para mascarar a relação de emprego.
• Há que se observar o Princípio da Verdade Real. Se a
prestação de serviços for por pessoa física, irrelevante
que esta tenha, formalmente, constituído uma pessoa
jurídica.
Empregado Típico. Exclusividade
• Exclusividade não é requisito para caracterização dovínculo de emprego.
• É absolutamente possível que um trabalhador tenha doisou mais empregos simultaneamente, desde que existacompatibilidade de horários. Logo, a falta deexclusividade não descaracteriza o vínculo de emprego.
• De igual forma, é possível que determinado trabalhadorautônomo, por exemplo, tenha um único cliente (e,portanto, trabalhe exclusivamente para este), sem queisto o transforme em empregado.
• Em outras palavras, exclusividade é um requisitoabsolutamente irrelevante para o tema.
Contratos Especiais. Teletrabalho.
Redação
anterior
Nova redação
NIHIL X Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em
regime de teletrabalho observará o disposto neste Capítulo.
NIHIL X Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços
preponderantemente fora das dependências do empregador,
com a utilização de tecnologias de informação e de
comunicação que, por sua natureza, não se constituam como
trabalho externo.
NIHIL X Parágrafo único. O comparecimento às dependências do
empregador para a realização de atividades específicas que
exijam a presença do empregado no estabelecimento não
descaracteriza o regime de teletrabalho.
Contratos Especiais. Teletrabalho.
• Regulamenta uma situação que já acontecia naprática por conta da evolução tecnológica e queera tratada, na Justiça do Trabalho, com base emdispositivos antigos, voltados para o trabalho emdomicílio.
• O Trabalho deve ser preponderantemente fora dasdependências do empregador, embora algumasatividades internas sejam aceitas, desde que paraatividades específicas, ou seja, não pode sergeneralizado;
• Com a utilização de tecnologias de informação ecomunicação;
Contratos Especiais. Teletrabalho.
Redaçã
o
anterior
Nova redação
NIHIL X Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de
teletrabalho deverá constar expressamente do contrato
individual de trabalho, que especificará as atividades que serão
realizadas pelo empregado.
NIHIL X § 1o Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial
e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes,
registrado em aditivo contratual.
NIHIL X § 2o Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho
para o presencial por determinação do empregador, garantido
prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente
registro em aditivo contratual.
Contratos Especiais. Teletrabalho.
• Exige contrato escrito.
• O contrato deve especificar as atividades a seremdesenvolvidas.
• Os atuais empregados que trabalhem no regimeconvencional (internos) podem passar para o regime deteletrabalho por acordo escrito, que constará em aditivocontratual (aqui tem sentido porque é por mútuoacordo).
• O empregado que trabalhar em regime de teletrabalhopode retornar ao regime presencial por determinação(unilateral) do empregador, o que também deveráconstar em aditivo contratual (o que não tem sentido,porque aqui não há contrato, ou seja, é unilateral).
Contratos Especiais. Teletrabalho.
Redação
anterior
Nova redação
NIHIL X Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela
aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos
tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à
prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de
despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato
escrito.
NIHIL X Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo
não integram a remuneração do empregado.
NIHIL X Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de
maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim
de evitar doenças e acidentes de trabalho.
NIHIL X Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de
responsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções
fornecidas pelo empregador.
Contratos Especiais. Teletrabalho.
• Contrato deve tratar de:– Aquisição, manutenção e fornecimento de equipamentos;
– Criação e manutenção de infraestrutura;
– Reembolso de despesas (luz, internet, etc).
• Entretanto, por óbvio que a responsabilidade deve ser doempregador, que assume o risco do negócio, na sua definição (art.2º, CLT).
• Logo, o contrato vai tratar apenas da forma de cálculo destasparcelas, de sorte que o empregado seja integralmente restituídopelo que gastar.
• Como são mesmo fornecidos para o trabalho e não pelo trabalho,não constitui salário ao empregado.
• O Empregado deve seguir as instruções de segurança fornecidaspelo seu empregador (correto uso de equipamentos, pausas, etc).Constitui, aqui, exceção ao dever de fiscalizar. Permanece o deverde instruir.
TELETRABALHO.
Redação anterior Nova redação
Art. 62 – Não são
abrangidos pelo regime
previsto neste capítulo:
X Art. 62. .....................
Nihil
OBS: Como os gerentes e
trabalhadores externos, o
empregado neste regime está
excluído do Capítulo II da
CLT que trata da jornada de
trabalho.
X III – os empregados em regime
de teletrabalho.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
Redação anterior Nova redação
Art. 443 - O contrato individual de
trabalho poderá ser acordado tácita
ou expressamente, verbalmente ou
por escrito e por prazo determinado
ou indeterminado.
X Art. 443. O contrato individual de
trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por
escrito, por prazo determinado ou
indeterminado, ou para prestação de
trabalho intermitente.
Nihil X §3º Considera-se como intermitente o
contrato de trabalho no qual a prestação
de serviços, com subordinação, não é
contínua, ocorrendo com alternância de
períodos de prestação de serviços e de
inatividade, determinados em horas, dias
ou meses, independentemente do tipo de
atividade do empregado e do
empregador, exceto para os aeronautas,
regidos por legislação própria.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• Trabalho não contínuo = com alternância entre
períodos de atividade e inatividade;
• Designação de trabalho por horas, dias ou meses;
• Independentemente da atividade do empregado e
do empregador (pode ser em atividade fim);
• Exceção feita aos aeronautas que têm lei própria.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
Redaçã
o
anterior
Nova redação
NIHIL X Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado
por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de
trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário
mínimo ou àquele devido aos demais empregados do
estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato
intermitente ou não.
NIHIL X § 1o O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação
eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada,
com, pelo menos, três dias corridos de antecedência.
NIHIL X § 2o Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia
útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a
recusa.
NIHIL X § 3o A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins
do contrato de trabalho intermitente.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• Contrato de trabalho escrito;
– Garantia do valor/hora equivalente ao salário mínimo
ou àquele pago na empresa por trabalhador que
exerça função equivalente.
• Convocação com antecedência (3 dias corridos);
• Resposta com antecedência (1 dia útil). Silêncio
= recusa. Recusa não implica insubordinação;
• O trabalhador terá uma multiplicidade de
tomadores. Logo, nem sempre estará à disposição
de um ou de outro.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017)
Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente
deve ser celebrado por escrito e deve conter
especificamente o valor da hora de trabalho, que
não pode ser inferior ao valor horário do salário
mínimo ou àquele devido aos demais empregados
do estabelecimento que exerçam a mesma função
em contrato intermitente ou não.
§ 2o Recebida a convocação, o empregado terá
o prazo de um dia útil para responder ao chamado,
presumindo-se, no silêncio, a recusa.
Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente
será celebrado por escrito e registrado na CTPS,
ainda que previsto acordo coletivo de trabalho ou
convenção coletiva, e conterá:
I - identificação, assinatura e domicílio ou sede
das partes;
II - valor da hora ou do dia de trabalho, que não
poderá ser inferior ao valor horário ou diário do
salário mínimo, assegurada a remuneração do
trabalho noturno superior à do diurno e observado
o disposto no§ 12; e
III - o local e o prazo para o pagamento da
remuneração.
§ 2º Recebida a convocação, o empregado terá o
prazo de vinte e quatro horas para responder ao
chamado, presumida, no silêncio, a recusa.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• Com as alterações da MP 808/2017:
• “Caput”: O contrato continua a ser escrito. AMedida provisória apenas aumentou os requisitosmínimos que devem constar do contrato.
• Parágrafo “2º”: Altera o prazo para resposta.Parece razoável, já que a convocação era em 03dias corridos, mas a resposta tinha que ocorrerem um dia útil, o que, na prática, poderiainviabilizar a contratação. Lembre-se que osilencia implica em recusa ao trabalho, o que nãofoi alterado.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
Redação
anterior
Nova redação
Nihil X § 4o Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que
descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de
trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que
seria devida, permitida a compensação em igual prazo.
Nihil X § 5o O período de inatividade não será considerado tempo à
disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a
outros contratantes.
Nihil X § 6o Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado
receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas:
I - remuneração;
II - férias proporcionais com acréscimo de um terço;
III - décimo terceiro salário proporcional;
IV - repouso semanal remunerado; e
V - adicionais legais.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• § 4º - Auto-explicativo. Multa em caso dedescumprimento após firmado o pacto.
• § 5º - Reforça a noção de intermitência. Seficasse à disposição, então não seria intermitente.Possibilita a multiplicidade de tomadores.
• § 6º - Reforça a precariedade do vínculo, com opagamento das verbas contratuais ao término decada prestação de serviços. Dúvida fica quanto àsverbas rescisórias:
– Não há direito? Ou;
– Há direito após “XXX” tempo sem convocação?
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017)
§ 6o Ao final de cada período de
prestação de serviço, o empregado
receberá o pagamento imediato das
seguintes parcelas:
I – remuneração;
II – férias proporcionais com
acréscimo de um terço;
III – décimo terceiro salário
proporcional;
IV – repouso semanal remunerado;
e
V – adicionais legais.
§ 6º Na data acordada para o
pagamento, observado o disposto
no § 11, o empregado receberá, de
imediato, as seguintes parcelas:
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• COM A ALTERAÇÃO DA MP 808/2017:
• Parágrafo 6º: Reforça a convicção de que deve haver
uma convocação para cada trabalho e o pagamento dos
valores devidos pelo trabalho realizado. Logo, não se
poderá fazer uma convocação para diversos períodos de
trabalho. A intermitência ocorre entre as convocações
(inter) e não dentro de uma única convocação (intra).
• A medida provisória apenas cria a possibilidade das
partes acordarem data diversa para o pagamento, ou seja,
do final de cada convocação/trabalho para outra data,
desde que observado o disposto no agora criado
parágrafo 11 (período não superior a um mês).
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
Redação
anteriorNova redação
Nihil X § 7o O recibo de pagamento deverá conter a discriminação
dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas referidas
no § 6o deste artigo.
Nihil X § 8o O empregador efetuará o recolhimento da contribuição
previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no
período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do
cumprimento dessas obrigações.
Nihil X § 9o A cada doze meses, o empregado adquire direito a
usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias,
período no qual não poderá ser convocado para prestar
serviços pelo mesmo empregador.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• § 7º - Reforça o entendimento de que o Direito
do Trabalho não admite pagamento complessivo.
• § 8º - Auto-explicativo.
• § 9 – Parece ser um pouco demagógico, pois não
trata da remuneração das férias e nem do abono
constitucional de 1/3.
– Seria férias um “direito” de não trabalhar sem
receber?
– Ou a doutrina e jurisprudência construirão o dever de
remunerar como consequência lógica do direito?
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• A partir de agora e até o fim deste tema (trabalho
intermitente), todas as alterações foram
introduzidas pela MP 808/2017 e, portanto, são
provisórias.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
Redação
anterior (Lei
13.467/2017)
Redação atual (MP 808/2017)
INEXISTENTE § 10. O empregado, mediante prévio acordo com o
empregador, poderá usufruir suas férias em até três
períodos, nos termos dos§ 1º e§ 2º do art. 134.
INEXISTENTE § 11. Na hipótese de o período de convocação exceder
um mês, o pagamento das parcelas a que se referem o§6º não poderá ser estipulado por período superior a um
mês, contado a partir do primeiro dia do período de
prestação de serviço.
INEXISTENTE § 12. O valor previsto no inciso II do caput não será
inferior àquele devido aos demais empregados do
estabelecimento que exerçam a mesma função.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• Ficam reiteradas todas as restrições feitas quanto à concessão deférias não remuneradas.
• No mais, o parágrafo 10 apenas equipara a oportunidade deconcessão de férias em três períodos do trabalhador convencionalpara o trabalhador intermitente. No que tange à impossibilidadedeste fracionamento, remete-se o leitor ao comentário feito napágina 75 do livro.
• Com a alteração do § 6º o pagamento não precisa mais ser aofinal de cada trabalho, podendo as partes pactuar outra data, desdeque não exceda o período máximo de um mês (o que, aliás, já seadiantou acima no comentário feito pela redação original da Lei).O período, entretanto, não é contado pelo mês civil e, sim, a partirdo primeiro dia de prestação de serviços daquela convocação.
• O§ 12 repete a garantia que estava no caput do art. 452-A e dalifoi suprimido pela medida provisória para ser aqui inserido, sem,entretanto, modificação de conteúdo.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
Redação
anterior (Lei
13.467/2017)
Redação atual (MP 808/2017)
INEXISTEN
TE
§ 13. Para os fins do disposto neste artigo, o auxílio-doença
será devido ao segurado da Previdência Social a partir da data
do início da incapacidade, vedada a aplicação do disposto§ 3º
do art. 60 da Lei nº 8.213, de 1991.
INEXISTEN
TE
§ 14. O salário maternidade será pago diretamente pela
Previdência Social, nos termos do disposto no § 3º do art. 72
da Lei nº 8.213, de 1991.
INEXISTEN
TE
§ 15. Constatada a prestação dos serviços pelo empregado,
estarão satisfeitos os prazos previstos nos§ 1º e§ 2º.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• O§ 13 afasta do empregador a responsabilidade pelo pagamentodos 15 primeiros dias de afastamento previdenciário.
• Para este fim (percepção de auxílio-doença) a medida provisóriaequipara o empregado intermitente aos trabalhadores nãoempregados, conforme art. 60 da Lei 8.213/91 ali mencionado.
• O§ 14 equipara a empregada intermitente à empregada avulsa eàquela contratada pelo microempreendedor individual nos termosdo art. 72, 3º da Lei 8.213/91.
• O § 15 é autoexplicativo. Ao utilizar a expressão “satisfeitos osprazos” o legislador faz presumir que, mesmo que desrespeitadosos prazos previstos nos parágrafos 1º e 2º do art. 452-A, as partesaceitaram a proposta e/ou a resposta intempestiva. Entretanto, nãofaz presumir a existência da regular convocação. Esta tem que serprovada. Se não demonstrada a convocação para cada trabalho,então estará descaracterizado o trabalho intermitente.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
Redação
anterior
(Lei
13.467/2017)
Redação atual (MP 808/2017)
INEXISTENTE Art. 452-B. É facultado às partes convencionar por
meio do contrato de trabalho intermitente:
I - locais de prestação de serviços;
II - turnos para os quais o empregado será
convocado para prestar serviços;
III - formas e instrumentos de convocação e de
resposta para a prestação de serviços;
IV - formato de reparação recíproca na hipótese de
cancelamento de serviços previamente agendados
nos termos dos§ 1º e§ 2º do art. 452-A.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• Art. 452-B: Além dos elementos essenciais do
contrato, a medida provisória amplia os itens que
podem ser pactuados. O inciso III regulamenta
melhor o parágrafo 1º do art. 452-A e o inciso IV
trata do tema que estava no parágrafo 4º do art.
452-A, agora revogado.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
Redação
anterior (Lei
13.467/2017)
Redação atual (MP 808/2017)
INEXISTENTE Art. 452-C. Para fins do disposto no § 3º do art. 443, considera-se
período de inatividade o intervalo temporal distinto daquele para o qual
o empregado intermitente haja sido convocado e tenha prestado
serviços nos termos do§ 1º do art. 452-A.
INEXISTENTE § 1º Durante o período de inatividade, o empregado poderá prestar
serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviço, que
exerçam ou não a mesma atividade econômica, utilizando contrato de
trabalho intermitente ou outra modalidade de contrato de trabalho.
INEXISTENTE § 2º No contrato de trabalho intermitente, o período de inatividade
não será considerado tempo à disposição do empregador e não será
remunerado, hipótese em que restará descaracterizado o contrato de
trabalho intermitente caso haja remuneração por tempo à disposição no
período de inatividade.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• O art. 452-C, no seu caput, explicita algo que estava apenas implícito naredação anterior. A intermitência (que é igual a alternância entre períodos detrabalho e de não trabalho) é considerada como o intervalo temporal distintodaquele para o qual o empregado intermitente fora convocado e tenhatrabalhado. Em outras palavras, a intermitência ocorre entre uma convocação eoutra.
• Dito de outra forma, há convocação (trabalho), não convocação (não trabalho)e nova convocação (trabalho). Não pode haver uma única convocação comprevisão de períodos de trabalho e não trabalho. A intermitência não é dentro(intra) da convocação e sim entre (inter) convocações distintas.
• O empregador não pode, por exemplo, realizar uma única convocação para queo empregado trabalhe, por um ano, às sextas, sábados e domingos e nãotrabalhe de segunda à quinta-feira. Neste exemplo não haveria alternância, mas,sim, um único contrato de trabalho com habitualidade.
• Neste exemplo, para cada trabalho (sexta, sábado e domingo) o empregadordeve fazer uma convocação distinta.
• No mais, os parágrafos dizem o óbvio. No período de inatividade, ou seja, entreuma e outra convocação, o empregado pode trabalhar por qualquer meio decontrato a qualquer tomador de serviços. Logo, não pode ser remunerado peloempregador. A remuneração caracteriza fraude, pois revela tempo à disposição,o que afasta a ideia de intermitência.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
Redação anterior
(Lei 13.467/2017)
Redação atual (MP 808/2017)
INEXISTENTE Art. 452-D. Decorrido o prazo de um ano
sem qualquer convocação do empregado pelo
empregador, contado a partir da data da
celebração do contrato, da última convocação
ou do último dia de prestação de serviços, o
que for mais recente, será considerado
rescindido de pleno direito o contrato de
trabalho intermitente.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• O tema foi tratado no comentário ao § 6º naredação original da Lei. Indagou-se quanto à faltade previsão para rescisão do contrato com asugestão no sentido de que se pudesse considerarrescindido a partir de determinado tempo (a serdefinido) sem convocação.
• A medida provisória resolve a questão e fixa oprazo de um ano (que se entende aqui bastanteelevado) sem convocação para considerarrescindido o contrato de trabalho intermitente. Arescisão é “de pleno direito”, ou seja, independeda vontade das partes.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
Redação
anterior
(Lei
13.467/2017)
Redação atual (MP 808/2017)
INEXISTENTE Art. 452-E. Ressalvadas as hipóteses a que se referem os art. 482 e art.
483, na hipótese de extinção do contrato de trabalho intermitente serão
devidas as seguintes verbas rescisórias:
I - pela metade:
a) o aviso prévio indenizado, calculado conforme o art. 452-F; e
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
- FGTS, prevista no § 1º do art. 18 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de
1990; e
II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas.
INEXISTENTE § 1º A extinção de contrato de trabalho intermitente permite a
movimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS na forma do
inciso I-A do art. 20 da Lei nº 8.036, de 1990, limitada a até oitenta por
cento do valor dos depósitos.
INEXISTENTE § 2º A extinção do contrato de trabalho intermitente a que se refere este
artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• O Art. 452-E ora em comento equipara, sob o ponto de vista econômicoa rescisão contratual do trabalho intermitente com aquela promovida porcomum acordo entre as partes (art. 484-A da CLT, tratado a partir de fls.88 do livro), sem, entretanto, qualquer razão aparente para tanto.
• Se o empregador deixa de efetuar convocações é de se entender querescinde o contrato por sua vontade (manifestada por omissão) e, assim,deve pagar as verbas rescisórias integrais. Se, por outro lado, é oempregado que recusa sistematicamente as convocações há que seentender, de igual forma, que está a rescindir o contrato por sua vontade(manifestada por ação = recusa ou omissão = silêncio), devendo arescisão ocorrer como se pedido de demissão fosse.
• O fato é que, não havendo convocação e/ou havendo recusa doempregado por período superior a um ano não temos acordo! Temosmanifestação de uma ou de outra parte que revela desinteresse namanutenção do contrato. Logo, não há razão para reduzir direitos dotrabalhador na rescisão promovida pelo empregador e nem razão paraimpor ao contratante pagamento de verbas rescisórias (aviso prévio,indenização sobre o FGTS) naquela manifestada pelo empregado.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• Na hipótese de ser o empregado quem manifestadesinteresse na manutenção do contrato o acessoao seguro-desemprego é mesmo indevido.Entretanto, se a ruptura ocorre por vontade doempregador, tal negativa não tem nenhum sentido.De fato, o empregado (este, intermitente, aindamais precarizado e vulnerável) está em situaçãode desemprego involuntário.
• Novamente a norma demonstra profundodesconhecimento do direito do trabalho e amedida está a exigir correção.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
Redação anterior
(Lei 13.467/2017)Redação atual (MP 808/2017)
INEXISTENTE Art. 452-F. As verbas rescisórias e o aviso prévio serão calculados com base na
média dos valores recebidos pelo empregado no curso do contrato de trabalho
intermitente.
INEXISTENTE § 1º No cálculo da média a que se refere o caput, serão considerados apenas os
meses durante os quais o empregado tenha recebido parcelas remuneratórias no
intervalo dos últimos doze meses ou o período de vigência do contrato de trabalho
intermitente, se este for inferior.
INEXISTENTE § 2º O aviso prévio será necessariamente indenizado, nos termos dos§ 1º e§2º do art. 487.
INEXISTENTE Art. 452-G. Até 31 de dezembro de 2020, o empregado registrado por meio de
contrato de trabalho por prazo indeterminado demitido não poderá prestar
serviços para o mesmo empregador por meio de contrato de trabalho intermitente
pelo prazo de dezoito meses, contado da data da demissão do empregado.
INEXISTENTE Art. 452-H. No contrato de trabalho intermitente, o empregador efetuará o
recolhimento das contribuições previdenciárias próprias e do empregado e o
depósito do FGTS com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao
empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações, observado o
disposto no art. 911-A.
Contratos Especiais. Trabalho intermitente.
• O Art. 452-F ora em comento estabelece que as verbas devidassejam calculadas sobre a média paga ao longo do contrato e, seeste for superior a um ano, dos últimos doze meses. Entretanto, seo empregado recebeu verbas em número menor de meses, entãoconsiderar-se-ão apenas estes valores. A média é aritmética.Somam-se os valores pagos e divide-se pelo número de meses emque houve pagamento.
• O Art. 452-G ora em comento cria uma quarentena na mesmalinha já tratada nos arts. 5º-C e 5º-D da Lei 6.019/74 (terceirização)e o objetivo é o mesmo: evitar a fraude de dispensa deempregados regulares para recontratá-los como trabalhadoresintermitentes.
• O Art. 452-H ora em comento regula o recolhimento dascontribuições previdenciárias e depósitos do FGTS na formaprevista no art. 911-A.
Contrato a tempo parcial
Redação anterior Nova redação
Art. 58-A - Considera-se trabalho em
regime de tempo parcial aquele cuja
duração não exceda a vinte e cinco
horas semanais.
X Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime
de tempo parcial aquele cuja duração não
exceda a trinta horas semanais, sem a
possibilidade de horas suplementares
semanais, ou, ainda, aquele cuja duração
não exceda a vinte e seis horas semanais,
com a possibilidade de acréscimo de até seis
horas suplementares semanais
§ 1º - O salário a ser pago aos
empregados sob o regime de tempo
parcial será proporcional à sua jornada,
em relação aos empregados que
cumprem, nas mesmas funções, tempo
integral.
X IDEM
§ 2º - Para os atuais empregados, a adoção
do regime de tempo parcial será feita
mediante opção manifestada perante a
empresa, na forma prevista em
instrumento decorrente de negociação
coletiva.
X IDEM
Contrato a tempo parcial
• Não é novidade no Brasil.
• O limite era de 25 horas semanais.
• A reforma altera o limite para 30 horas semanais, sem
possibilidade de prorrogação de jorada ou 26 horas
normais com possibilidade de 06 horas extras.
• O salário é proporcional ao número de horas traalhadas,
mas, deve ser equiparado ao empregado que cumpre a
mesma função em tempo integral. (Mantido)
• A modificação do regime de trabalho integral para
trabalho em tempo parcial deve ser feita por norma
coletiva (Mantido)
Contrato a tempo parcial
Redação
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Nova redação
Nihil X § 3o As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão
pagas com o acréscimo de 50% (inqüenta por cento) sobre o salário-hora
normal.
Nihil X § 4o Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial
ser estabelecido em número inferior a vinte e seis horas semanais, as
horas suplementares a este quantitativo serão consideradas horas extras
para fins do pagamento estipulado no § 3o, estando também limitadas a
seis horas suplementares semanais.
Nihil X § 5o As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser
compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua
execução, devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês
subsequente, caso não sejam compensadas.
Nihil X § 6o É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial
converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono
pecuniário.
Nihil X § 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no
art. 130 desta Consolidação.
Contrato a tempo parcial
• § 3º - A novidade é poder fazer horas extras. O adicionalde 50% é uma decorrência lógica da própriaConstituição Federal;
• § 4º - É óbvio que o limite normal é o contratual. Se ocontrato for por tempo inferior a 26 horas, este será olimite normal e o excedente continua sendo 06 horasextras por semana. Em outras palavras, o limite não será,sempre, 32 horas semanais (26 normais + 06 extras);
• § 5º - Sistema de compensação semanal. Pelo visto,dispensado acordo (já está autorizado). Novidade. Nasemana seguinte ao labor e não na própria semana.
• § 6º e 7º - Igualou o regime geral de férias para otrabalhador a tempo parcial.