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PROTEÇÃO JURÍDICA CONTRA DISCRIMINAÇÃO NA RELAÇÃO DE EMPREGO:
Conceito:Discriminação: conduta pela qual se nega à pessoa,
em face de critério injustamente desqualificante,
tratamento compatível com o padrão jurídico
assentado para a situação concreta por ela
vivenciada.
Causa: diversas, muitas vezes, preconceito, sexo, cor,
idade, riqueza, nacionalidade, etc.
Combate à discriminação: importante avanço nas
modernas democracias ocidentais
Mauricio Godinho Delgado
o Princípio da não-discriminação é um princípio de proteção, de
resistência, denegatório de conduta que se considera gravemente
censurável. O princípio da não-discriminação parte de um piso de
civilidade, que se considera mínimo para a convivência entre as pessoas.
o Princípio da igualdade um dos principais princípios fundamentais do
Estado Democrático de Direito. Em sentido lato tratar todos iguais. No
entanto, para que a igualdade se sustente as vezes é necessário a
discriminação legal para dar guarida ao princípio = isonomia
o Princípio da isonomia é mais amplo, mas impreciso, mais pretensioso.
Ultrapassa a não-discriminação, buscando igualizar o tratamento
júrídico a pessoas ou situações que tenham relevante ponto de
contato entre si. (Ex.: determinação de tratamento igual a empregados e
trabalhadores avulsos = trabalhadores diversos, que não se confundem.
São trabalhadores diversos a que o Art. 7º, XXXIV da CF/88 determina
tratamento isonômico. Outros: trabalhadores eventuais/autônomos: esses
sem tratamento isonômico.
A CLT adota amplamente o princípio da não-discriminação. O princípio da isonomia é adotado em casos específicos, e não como parâmetro geral para o Direito do Trabalho.
CF prestigia princípios da não discriminação/igualdadeArt. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil:III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Discriminação e CF
Art. 7º. (...)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência; (...)
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
A CLT previu no art. 5º a proibição de discriminação. Em 1.943 ela era dirigida apenas a discriminação sexual.
CLT, Art. 5º - A todo trabalho de igual valor corresponderásalário igual, sem distinção de sexo.
A CF de 1.946 acrescentou idade, sexo, nacionalidade eestado civil.
A CF de 1.967, incorporou a raça e suprimiu a idade enacionalidade, reincorporados pela CF/88:
Art. 7º. (...) XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou
estado civil;
Isonomia SalarialConceito: garantia atribuída ao trabalhador de não sofrer discriminação salarial, quando o seu trabalho seja do mesmo valor de outro escolhido como paradigma. Octávio Magano
PROTEÇÃO CONTRA DISCRIMINAÇÃO SALARIAL:
Principiológica Constituição Federal Convenções de nºs 100, 111, 117, OIT, ratificadas
pelo Brasil.
o Convenção 100 - Igualdade de Remuneração de Homens e Mulheres Trabalhadores por Trabalho de Igual Valor
o Convenção 111- Convenção concernente à discriminação em matéria de emprego e profissão.
o Convenção 117 – Política Social
Formas de proteção contra as discriminações salariais são as provenientes da Equiparação Salarial, Desvio de Função, Salário Substituição.
A Equiparação salarial pode ser por analogia, equivalência ou identidade.
EQUIPARAÇÃO SALARIAL POR ANALOGIA:
Art. 358 - Nenhuma empresa, ainda que não sujeita à
proporcionalidade, poderá pagar a brasileiro que exerça função
análoga, a juízo do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio,
à que é exercida por estrangeiro a seu serviço, salário inferior ao
deste, excetuando.....
Discussão se o art. 358 da CLT foi recepcionado em face do art. 5º., CF:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
Maioria doutrinadores entendem que não - Maurício Godinho Delgado;jurisprudência em igual sentido.
EQUIPARAÇÃO SALARIAL POR EQUIVALÊNCIA:
A equiparação por equivalência encontra previsão no artigo 460 da CLT, que dispõe que: "Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquele que, na mesma empresa, fizer serviço equivalente, ou do que for habitualmente pago para o serviço semelhante".
sem amplo reconhecimento doutrinário; Trata-se de um desdobramento do princípio da igualdade, art.
460 da CLT; Para alguns doutrinadores não se trata de equiparação, mas
forma de arbitramento salarial; Ocorre na falta de estipulação de salário e ausência de prova
da importância ajustada; ocorre geralmente na hipótese de contrato de trabalho não formalizado
01. DIFERENÇAS SALARIAIS. Embora não tenha muito
conhecido na doutrina, a equiparação por equivalência é um
desdobramento do princípio da igualdade. Para alguns, o art.
460 da CLT não trata de equiparação, mas sim de uma forma
de arbitramento de remuneração. Para outros, é uma
modalidade de equiparação, pois o seu pressuposto é a falta de
estipulação do salário ou a inexistência de prova sobre o valor
ajustado. Já o desvio de função representa a alteração unilateral
de função por parte do empregador, a qual resulta em prejuízos
salariais ao empregado. Para alguns, o artigo 460 não trata de
equiparação e sim de forma de arbitramento de remuneração.
Para outros, é uma modalidade de equiparação, pois o seu
pressuposto é a falta de estipulação do salário ou a inexistência de
prova sobre a importância ajustada. ...(TRT-2 - RO:
1639220105020 SP 00001639220105020019 A28, Relator:
FRANCISCO FERREIRA JORGE NETO, Data de Julgamento:
18/07/2013, 14ª TURMA, Data de Publicação: 26/07/2013)
EQUIPARAÇÃO SALARIAL POR IDENTIDADE:
Mais comum e usual;
Conceito: é a figura jurídica mediante a qual se assegura ao trabalhador idêntico salário ao do colega perante o qual tenha exercido simultaneamente função idêntica, na mesma localidade e para o mesmo empregador. Delimita ainda que, ao colega comparado dá-se o nome de paradigma (ou espelho) e ao trabalhador interessado na equalização confere-se o epíteto de equiparando. Mauricio Godinho Delgado
Art.461 CLT apresenta requisitos c.c Súmula 6 TST.
CLT:
Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou
idade
§ 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição
técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos.
§ 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e
merecimento.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antigüidade, dentro de cada
categoria profissional.
§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da
Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.
REQUISITOS EQUIPARAÇÃO SALARIAL art. 461 CLT: Mesma função Mesmo empregador Mesma localidade Mesma perfeição técnica Mesma produtividade Até dois anos de diferença de tempo de serviço na
função Inexistência de quadro de carreira homologado pelo
TEM
SÚMULA 6 TST: + Simultaneidade no exercício da função
IDENTIDADE DE FUNÇÃO = salário igual para trabalho igual oufunção igual, com prova a cargo do autor.
A função corresponde ao conjunto de atribuições/tarefasdesempenhadas pelo empregado no exercício do cargo queexerce.
NÃO CONFUNDIR CARGO COM FUNÇÃO.
DIFERENÇA: “Cargo” é o nome dado a posição queuma pessoa ocupa dentro de uma empresa. “Função”
é o conjunto de responsabilidades e tarefas que estãorelacionadas com esse cargo.
O serviço deve ser exatamente o mesmo: exige-seidentidade e não semelhança.
E se não exercer todas as tarefas da função? Depende. Havia disponibilidade do empregado para o exercício de todas? Eram quase todas? Análise do caso concreto
Súmula 06, item III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. (ex-OJ da SBDI-1 nº 328 - DJ 09.12.2003)
princípio da primazia da realidade, importância reside na identidade das tarefas executadas;
OJ-SDI1- TST - 296 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ATENDENTE E AUXILIAR DE ENFERMAGEM. IMPOSSIBILIDADE (DJ 11.08.2003)Sendo regulamentada a profissão de auxiliar de enfermagem, cujo exercício pressupõe habilitação técnica, realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem, impossível a equiparação salarial do simples atendente com o auxiliar de enfermagem.
Acórdão : 20170220634 Turma: 03 Data Julg.: 04/04/2017 Data
Pub.: 11/04/2017 Processo : 20160048534 Relator: MYLENE
PEREIRA RAMOS
EQUIPARAÇÃO SALARIAL. DISTINÇÃO NAS ATIVIDADES,
METAS E RESPONSABILIDADE. DIFERENÇA SALARIAL
INDEVIDA. O conjunto probatório evidencia que havia
distinção entre os cargos de analista financeiro júnior, pleno e
sênior, sendo que a paradigma, além de possuir mais
experiência no cargo, realizava atividades de maior
complexidade, com metas mais elevadas e de maior
responsabilidade no cargo de analista sênior, justificadora
da disparidade salarial. Apelo do autor improvido.
IGUALDADE DE VALOR DO TRABALHO, porque desempenhando um mesmo conjunto de tarefas, dois trabalhadores podem chegar a resultados diferentes, cuja negativa é objeto de
prova do empregador;
HÁ UM CONFRONTO ENTRE:Quantidade = produtividade
Qualidade do serviço = perfeição técnica do trabalho
§ 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que
for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica,
entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2
(dois) anos.
Qual é a diferença entre a produtividade e a produção?
o Produtividade corresponde à capacidade
de produzir. O que a lei exige é a
mesma capacidade de produzir.
o Produção é o resultado quantitativo do trabalho. Não se exige mesma produção, mas a mesma
capacidade de produzir.
Qual é o meio de prova para a produtividade? O técnico é o melhor (prova da capacidade produtiva do empregado), mas normalmente se faz pela prova testemunhal e se acaba aferindo a produção, e não a produtividade.
Acórdão : 20150823325 Turma: 03 Data Julg.: 18/08/2015 Data Pub.: 22/09/2015 Processo : 20150036111 Relator: MERCIA TOMAZINHO EQUIPARAÇÃO SALARIAL. INDEVIDA. DIFERENÇA DE PRODUTIVIDADE. Comprovada a diferença de produtividade entre a reclamante e paradigma não há como ser deferido o pedido de equiparação salarial.
Acórdão : 20160136894 Turma: 11 Data Julg.: 15/03/2016 Data Pub.: 22/03/2016 Processo : 20150068558 Relator: ODETTE SILVEIRA MORAES EQUIPARAÇÃO SALARIAL. REQUISITO DA PRODUTIVIDADE. A equiparação salarial é devida quando realizado trabalho de igual valor, assim definido pelo parágrafo 1º, do artigo 461 da CLT: "trabalho de igual valor, pra os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade...", não sendo essa a hipótese dos autos, em que o centro de diagnósticos no qual a paradigma era supervisora fazia mais atendimentos.
Prazo de 2 anos: tempo no serviço na função e não no emprego; diferença máxima do tempo de serviço
Súmula 6, item II do TST - Para efeito de equiparação de
salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de
serviço na função e não no emprego. (ex-Súmula nº 135 - RA
102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982)
Súmula 202 do STF: - Na equiparação de salário, em caso
de trabalho igual, toma-se em conta o tempo de serviço na
função, e não no emprego. (Aprovada na Sessão Plenária de
13.12.1963)
E a questão do grupo econômico?
o Há duas vertentes e consequências diversas para a interpretação do §2º do Art. 2º da CLT
Grupo econômico: responsabilidade ativa epassiva (Magano)
Grupo econômico com responsabilidadepassiva apenas (José A.Rodrigues Pinto, Amauri
Mascaro)
Se considerar que o empregador é o grupoeconômico é possível equiparação salarialentre empregados de empresas diversas.
06 Nov 2012, 10:45)
A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho determinou a remessa de um
processo, ao juízo de primeiro grau, no qual um maquinista da Ferronorte Ferrovias
Norte Brasil S/A pretende a equiparação salarial com ocupantes da mesma função de
outras empresas do grupo América Latina Logística Ltda (ALL). O pedido havia sido
rejeitado pelas instâncias inferiores, mas a Turma reconheceu a possibilidade
de incidência da equiparação envolvendo empregados vinculados a empresas
distintas do mesmo grupo.
Ministro Maurício Godinho Delgado, deu razão parcial ao maquinista. "O grupo
econômico enseja solidariedade ativa e passiva (solidariedade dual) entre os
seus integrantes, formando o chamado empregador único", afirmou, citando a
Súmula 129. "Desse modo, é viável falar em equiparação entre empregados
contratados por diferentes empresas do grupo". A equiparação, porém, depende
da verificação de quatro requisitos: identidade de função, de empregador e de
localidade de exercício, e a simultaneidade desse exercício. No caso, a Vara do
Trabalho não examinou a existência desses aspectos, apenas manifestou a tese de
que não havia identidade de empregador. "Nesse contexto, torna-se necessário o
retorno dos autos ao juízo de primeiro grau, a fim de que analise os requisitos
ensejadores da equiparação pretendida entre o maquinista e os paradigmas",
concluiu. A ALL interpôs embargos declaratórios contra a decisão da Turma.
Processo: RR 30-24.2010.5.02.0254
RECURSO DE REVISTA. EQUIPARAÇÃO SALARIAL. GRUPO ECONÔMICO. SERVIÇOS PRESTADOS QUE APROVEITAM A AMBAS AS EMPRESAS. POSSIBILIDADE. 1. Esta Corte tem entendido que o fato de dois empregados prestarem serviços a empresas distintas, ainda que integrantes de um mesmo grupo econômico, impede o reconhecimento da equiparação salarial, exceto se, no caso concreto, for constatado que os serviços prestados pelo reclamante e pelos paradigmas aproveitavam às duas empresas empregadoras, integrantes do mesmo grupo, ou que o labor favorecia diretamente o grupo econômico. 2. No caso, conforme consignado pelo Regional: a) a mantenedora da faculdade em que laborava o paradigma é a mesma do hospital em que laborava o reclamante; e b) reclamante e paradigma foram contratados pela mantenedora para exercer o cargo de vigia, e deveriam prestar seus serviços em quaisquer das unidades da empregadora. Nesse contexto, não há dúvida de que os serviços prestados pelo reclamante e pelo paradigma aproveitavam às duas empresas do grupo. Intactos, pois, os arts. 2º, § 2º, e 461 da CLT. 3. Recurso de revista de que não se conhece.(TST - RR: 3498720115150094, Relator: Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento: 19/11/2014, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 21/11/2014)
SÚMULA 129. CONTRATO DE TRABALHO – GRUPO
ECONÔMICO
A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo
grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não
caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho,
salvo ajuste em contrário (RA 26/1982, DJ, 4.5.1982)
Efeito do grupo: solidariedade passiva e dual (ativa e passiva).
o Questões: (1) reintegração; (2) equiparação salarial; (3) exercício do poder disciplinar
o Opção frente a Súmula do TST: restritiva ou ampliativa?
ENTRE FILIAIS DIFERENTES: Empregados de filiais diferentes podem ser equiparados?
Não há orientação nítida; Para Orlando Gomes é possível desde que
atendidos outros requisitos; Divergem Russomano, Sussekind, opor
trabalhar em local diverso
MESMA LOCALIDADE: Há diferenças regionais de padrão de vida face a desigualdade do desenvolvimento econômico no país. As necessidades vitais do trabalhador acompanham e oscilam de acordo com o padrão econômico regional.
E as regiões metropolitanas (aquelas que abraçam uma
pluralidade de municípios ao redor de capitais estaduais)?
Não excluem o critério de mesma localidade?
Ex.: Guarulhos e São Paulo não são mesma localidade. Mas
hoje a diversidade de localidade não exclui, por si só, o
direito à equiparação. A diferença de localidade se apóia
hoje na igualdade das condições de vida entre as
localidades onde o equiparando e o paradigma prestam o
trabalho. A intepretação literal da norma não atende mais
a sua finalidade
Súmula 6 do TST, item X - O conceito de "mesma
localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em
princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos
que, comprovadamente, pertençam à mesma região
metropolitana. (ex-OJ da SBDI-1 nº 252 - inserida em
13.03.2002)
Acórdão : 20151057049 Turma: 14 Data Julg.: 03/12/2015 Data Pub.: 16/12/2015 Processo : 20150061844 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NA MESMA LOCALIDADE. CIDADES INTEGRADAS À MESMA REGIÃO METROPOLITANA. IMPEDIMENTO INEXISTENTE. A jurisprudência assenta-se no sentido de que a expressão mesma localidade contida no artigo 461, da CLT, para fins de apuração do direito à equiparação salarial, externa significado de mesma região metropolitana. O fim da regra é comparar os valores remuneratórios entre trabalhadores que enfrentem situação análoga de custo de vida. Barueri e São Paulo integram-se à mesma região metropolitana a Grande São Paulo pelo que esse óbice não prevalece na negativa de concessão das diferenças salariais por equiparação.
Se o empregado tem mais tempo de serviço, o trabalho é de igual valor?
§1º do Art. 461 da CLT : mesmo que haja igual
produtividade e qualidade, se o modelo estiver na
função há mais de 2 (dois) anos, não há trabalho de
igual valor.
Há uma valorização da antiguidade pela CLT? Não é tempo de serviço, mas de função. Então, não.
É qualidade.
Súmula 6, VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos.
Arnaldo Sussekind mostra que o valor das prestações de serviços intelectuais ou artísticos não pode ser aferido por critérios objetivos;
CF, art. 70., XXII não faz diferença entre trabalho manual, intelectual ou técnico para fins de equiparação salarial
Súmula 6, VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial. (ex-Súmula nº 68 - RA 9/1977, DJ 11.02.1977)
Acórdão : 20170197152 Turma: 06 Data Julg.: 28/03/2017
Data Pub.: 03/04/2017 Processo : 20170006427 Relator:
ANTERO ARANTES MARTINS
Equiparação salarial. Reconhecida a identidade de função é
do empregador o ônus da prova no que tange à
disparidade quantitativa ou qualitativa de trabalho.
Aplicação do entendimento da Súmula nº 6, VIII, do C.TST.
Acórdão : 20170192215 Turma: 02 Data Julg.: 22/03/2017
Data Pub.: 30/03/2017 Processo : 20170001271 Relator:
SÔNIA MARIA FORSTER DO AMARAL
EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ÔNUS DA PROVA. Negada
a identidade de funções em contestação, do empregado
é o ônus de prová-la, por se revelar como fato
constitutivo do seu direito (artigos 818 da CLT e 373, I, do
NCPC). Por outro lado, comprovada esta, da
empregadora é o dever de produzir contraprova da maior
perfeição técnica e produtividade ou tempo superior na
função, que se apresentam como fatos impeditivos do
direito do autor (artigos 818 da CLT e 373, II, do NCPC).
Inteligência da Súmula 6, VIII, do C. TST. Recurso dos
reclamados a que se dá provimento parcial.
ESQUEMA: ISONOMIA SALARIAL (José Augusto Rodrigues
Pinto)
Fundamento: CF/88, Art. 7º, XXXX Motivação: Proibir discriminação salarial em função
de sexo, cor, idade, estado civil
EQUIPARAÇÃO SALARIAL:
OBJETO: IGUALDADE SALARIAL <>IDENTIDADE FUNCIONAL = ônus autor
PRESSUPOSTOS = ônus do réu:
TRABALHO IGUAL VALOR;
MESMO EMPREGADOR;
NA MESMA LOCALIDADE;
TEMPO SERVIÇO MENOR 2 ANOS;
INEXISTÊNCIA QUADRO CARREIRA
REQUISITOS IMPLÍCITOS EQUIPARAÇÃO SALARIAL Art. 461 da CLT:
CONCOMITÂNCIA DOS PRESSUPOSTOS
SIMULTANEIDADE DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
Súmula 6, IV - É desnecessário
que, ao tempo da reclamação sobre
equiparação salarial, reclamante e
paradigma estejam a serviço do
estabelecimento, desde que o pedido
se relacione com situação pretérita.
Todos os pressupostos devem estar presentes, e o paradigma e o paragonado devem ter exercido a função na mesma época
E se o trabalhador suceder o paradigma?
Não há equiparação salarial, porque não há simultaneidade
no exercício. Há sucessão no posto de trabalho.
ISONOMIA ADVINDA SENTENÇA -JUDICIAL/VANTAGENSPESSOAIS
Readaptação profissional:
Art. 461, § 4º - O trabalhador readaptado em novafunção por motivo de deficiência física ou mentalatestada pelo órgão competente da Previdência Social nãoservirá de paradigma para fins de equiparação salarial.
Equiparação em cadeia:
Súmula 6,VI do TST - Presentes os pressupostos do art. 461 da
CLT, é irrelevante a circunstância de que o desnível salarial
tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma,
exceto se decorrente de vantagem pessoal, de tese jurídica
superada pela jurisprudência de Corte Superior ou, na hipótese
de equiparação salarial em cadeia, se não demonstrada a
presença dos requisitos da equiparação em relação ao
paradigma que deu origem à pretensão, caso arguida a objeção pelo reclamado. (item alterado na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.11.2010)equiparação salarial em cadeia, é aquela fundada em
decisão judicial que reconheceu a equiparação
anteriormente, salvo se decorrente de vantagem pessoal
Alpha trabalhou na empresa “D” entre fevereiro de 2004 e agosto de 2008. Beta trabalhou na mesma empresa, e na mesma função, entre março de 2005 e julho de 2008. Ao ser dispensada, Beta ingressou com ação trabalhista postulando a equiparação salarial com Alpha, posto que presentes os requisitos legais. O pedido de Beta foi julgado procedente, tendo sido a empresa condenada a pagar as diferenças decorrentes da equiparação salarial.Gema, por sua vez, trabalhou na mesma empresa no período de julho 2006 a janeiro de 2009, exercendo a mesma função que Alpha e Beta. Com fulcro no disposto na Súmula 6, item VI, do TST, Gema ingressou com ação equiparatória, indicando Beta como paradigma, ante a decisão judicial em favor desta. Em sua defesa, a empresa alegou que Gema não atendia os requisitos do art. 461 da CLT em relação a Alpha, tendo em vista a diferença de tempo de serviço ser superior a dois anos.Na hipótese, aplica-se perfeitamente a nova redação do item VI da Súmula 6, ou seja, o pleito de Gema é improcedente, ao passo que não atendidos os requisitos do art. 461 da CLT em relação ao paradigma originário.
QUADRO DE CARREIRA : §§2º e 3º do Art. 461 CLT Quadro de carreira organizado e homologado, exclui o
direito à equiparação salarial. Os cargos são escalonados em carreiras, com direito de acesso por promoções alternadas por critérios antiguidade e merecimento
Súmula 6, item I do TST - Para os fins previstos no § 2º do art. 461
da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira
quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se,
apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de
direito público da administração direta, autárquica e fundacional
aprovado por ato administrativo da autoridade competente. (ex-
Súmula nº 06 – alterada pela Res. 104/2000, DJ 20.12.2000)
E se o empregado está posicionado em determinado nível de um cargo e exerce funções de outro nível? A ação é de equiparação?
Não: de reenquadramento ou reclassificação
Se o PCS não for homologado, não exclui aequiparação salarial. SALVO se for deadministração direta, autárquica e fundacional.
O quadro de carreira pode ser instituído porPlano de Cargos e Salários, mas deve serhomologado pelo Ministério do Trabalho parater validade.
No quadro de carreira homologado ou de ente público, a exigência de atribuições diversas daquelas descritas para o cargo gera direito a ação trabalhista. Súmulas 19 e 129 do TST
Súmula 19 TST - Quadro de carreira (RA 28/1969, DO-
GB 21.08.1969) A Justiça do Trabalho é competente
para apreciar reclamação de empregado que tenha por
objeto direito fundado em quadro de carreira.
Súmula127 TST- Quadro de carreira (RA 103/1981, DJ
12.11.1981) Quadro de pessoal organizado em carreira,
aprovado pelo órgão competente, excluída a hipótese de
equiparação salarial, não obsta reclamação fundada em
preterição, enquadramento ou reclassificação.
BIBLIOGRAFIA:Barros, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo. LTr.11ª.
Edição
Cavalcante, Rafael Ferraresi Holanda. Isonomia Salarial.Origem Essencial
Filosófica do Princípio da Igualdade, Tipologia e sua Importância como
Direito Fundamental do Trabalho. Revista LTr, vol.80, no.03, Março de 2016,
páginas 357 a 364.
Correia, Rosani Portela. Novos Paradigmas do Contrato de Trabalho no
Brasil. São Paulo. LTr. 2008.
Delgado, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. LTr. 16ª. Edição
Nascimento, Amauri Mascaro. Direito do Trabalho. São Paulo .Saraiva. 26ª.
Edição
___________________. Salário. Conceito e Proteção. LTr. 2008.
Jorge Neto, Francisco Ferreira. Cavalcante, Jouberto de Quadros Pessoa.
Direito do Trabalho. Atlas. 8ª. Edição.
Resende. Ricardo, Direito do Trabalho Esquematizado. Editora Gen/Método.
3ª. Edição
Sussekind, Arnaldo e outros Instituições de Direito do Trabalho. LTr. 19ª
Edição. 2000