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DIREITO DO TRABALHO Salário Fornecimento de parcelas in natura Pelo trabalho. Para o trabalho. Pelo trabalho excluídas do salário. Adicional de periculosidade e adicional de insalubridade. Definição. Diferenciação. Obrigatoriedade de opção. Base de cálculo. Sonia Soares

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Page 1: DIREITO DO TRABALHO - Faculdade Legale · 2017-10-10 · SALÁRIO: Definição: o Legal: conjunto parcelas contraprestativas pagas pelo empregador ao empregado em função do contrato

DIREITO DO TRABALHO

SalárioFornecimento de parcelas in natura

Pelo trabalho.

Para o trabalho.

Pelo trabalho excluídas do salário.

Adicional de periculosidade e adicional de insalubridade. Definição.

Diferenciação. Obrigatoriedade de opção. Base de cálculo.

Sonia Soares

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SALÁRIO:

Definição:

o Legal: conjunto parcelas contraprestativaspagas pelo empregador ao empregado em função do contrato de trabalho (caput art.457 CLT)

o Doutrinária: “totalidade das percepções econômicas dos trabalhadores, qualquer que seja a forma ou meio de pagamento, quer retribuam o trabalho efetivo,os períodos de interrupção do contrato e os descansos computáveis na jornada de trabalho.” Amauri Mascaro Nascimento

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Distinções necessárias (Amauri Mascaro Nascimento):

Salário: contraprestação fixa paga pelo empregador aoempregado, calculada com base no tempo, na produção ouem ambos os critérios, periodicamente e de modo acaracterizar-se como o ganho habitual do trabalhador.

Complementos salariais: são pagamentos acessóriosrealizados pelo empregador ao empregado e que sedistingue do salário em função da periodicidade (saláriopode ser forma única de retribuição, mas os complementos,com exceção da comissão não podem). Os complementossalariais não integram o salário, são pagos enquanto existira causa

Atribuições não salariais:

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Atribuições não salariais: finalidade não é remunerar o trabalho prestado ou trabalho disponível ou quando a natureza decorre de imposição normativa. Exemplo: PLR, ajuda de custo, atribuições assistenciais etc

Crítica Amauri Mascaro: “A interpretação monística de que tudo é salário, sem qualquer aprofundamento da indagação para distinguir o que é e o que não é salário, está fazendo com que se repita a história do aprendiz do feiticeiro: a visão totalizante passou a atuar como força contrária ao salário e desestimulante da sua ampliação.”26ª edição

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MEIOS DE PAGAMENTO SALÁRIO:

DINHEIRO: CHEQUE OU DEPÓSITO BANCÁRIO

OU

UTILIDADES

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DINHEIRO: CHEQUE OU DEPÓSITO BANCÁRIO:

CLT:

Art. 465. O pagamento dos salários será efetuado em dia útil e no

local do trabalho, dentro do horário do serviço ou imediatamente

após o encerramento deste, salvo quando efetuado por depósito em

conta bancária, observado o disposto no artigo anterior.

Instrução Normativa do MTE n. 1, de 07.11.1989 I - na contagem dos dias será incluído o sábado, excluindo-se o

domingo e o feriado, inclusive o municipal;

II - quando o empregador utilizar o sistema bancário para o pagamento

dos salários, os valores deverão estar à disposição do empregado, o

mais tardar, até o quinto dia útil;

a) horário que permita o desconto imediato do cheque;

b) transporte, caso o acesso ao estabelecimento de crédito exija a

utilização do mesmo.

IV - o pagamento estipulado por quinzena ou semana, deve ser efetuado,

até o quinto dia após o vencimento;

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Particularidade:

o avanço tecnologia dos bancos, possíbilidade dos empregados

movimentar a conta bancária pela Interne/ caixa eletrônico, em qualquer lugar e horário, tolera-se dispensa da

obrigação de conceder tempo para os

empregados comparecerem ao

estabelecimento bancário para sacar o

dinheiro.

CLT Parágrafo único, art. 82 da CLT: “O salário mínimo pago em dinheiro não será inferior a 30% do salário mínimo fixado para a região...”

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CLT

Art. 463 - A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do País.

Parágrafo único - O pagamento do salário realizado com inobservância deste artigo considera-se como não feito.

CC Art. 318 -São nulas as convenções de

pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial”.

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Observa-se da leitura dos artigos:

o a legislação trabalhista parece não ter vedado

a fixação ou vinculação do salário a moeda estrangeira, mas

apenas seu pagamento em moeda estrangeira;

o a regra geral de se vedar indexação de salário a moeda estrangeira é excepcionada aos técnicos

estrangeiros, em face do Decreto-lei 691, 18/07/69,regulamenta contratação de técnicos estrangeiros domiciliados ou residentes no exterior, para execução, no Brasil;

o Em sede de nulidades, doutrina e jurisprudência tem

se esforçado para atribuir alguns efeitos a contratos de trabalho ajustados em moeda estrangeira.

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........ REDUÇÃO SALARIAL. FIXAÇÃO DO SALÁRIO EM MOEDA ESTRANGEIRA . O Tribunal Regional, ao contrário do que assevera a reclamada, deu a exata efetividade ao art. 463 da CLT, porquanto constatado que a reclamante sofreu redução nominal do salário em razão da variação cambial. Consoante bem advertido pelo Colegiado de origem, "é vedado pagamento do salário em dólar, ou ainda a sua indexação, motivo pelo qual deve haver a conversão para a moeda nacional, de acordo com a taxa de câmbio praticada na data da celebração do contrato, aplicando-se sobre esse valor, quando houver, os reajustes legais ou contratuais" (sublinhei). A conversão do salário em

moeda nacional somente na data do efetivo pagamento

permite que o salário do empregado sofra alterações

segundo as flutuações da moeda estrangeira, em

flagrante violação à garantia da irredutibilidade

salarial preconizada pelo art. 7º, IV, da Constituição da República. Precedentes. Agravo de instrumento não provido.(TST - AIRR: 1157320125100009, Data de Julgamento: 05/08/2015, Data de Publicação: DEJT 07/08/2015)

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SALÁRIO. INFORMAÇÃO DA REMUNERAÇÃO NA CTPS EM REAL E EM DÓLAR

AMERICANO. VARIAÇÃO CAMBIAL. IRREDUTIBILIDADE. A estipulação do

pagamento da remuneração mensal em reais com base no equivalente em moeda estrangeira não pode implicar redução salarial. Havendo

na CTPS referência ao salário em real e também

em dólar americano, impõe-se a manutenção do

padrão remuneratório brasileiro, sem que se admita

posterior redução fundada na variação cambial da moeda estrangeira.

Redução salarial ilícita reconhecida com fundamento no art. 7º, VI, da

CF/88. Recurso conhecido e parcialmente provido.

(TRT-10 - RO: 823201001010008 DF 00823-2010-010-10-00-8 RO, Relator:

Desembargador Douglas Alencar Rodrigues , Data de Julgamento: 15/06/2011, 3ª

Turma, Data de Publicação: 24/06/2011 no DEJT)

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UTILIDADE

Origem: caracterizou forma primitiva da remuneração do trabalho, mas com o surgimento de normas de tutela do trabalho, surgiram restrições a sua adoção.

Conceito: “tudo aquilo que constitui um bem capaz de satisfazer necessidade do trabalhador e de sua família.” José Marins Catarino

Tratado Jurídico do Salário

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Configuração: salário devido e pago, parcialmente, em utilidades, é admitido com restrições pela Convenção OIT 95/49 (ratificada pelo Brasil):

Art. 4 — 1. A legislação nacional, as convenções coletivas ou as sentenças

arbitrais podem permitir o pagamento parcial do salário em espécie nas

indústrias ou nas profissões em que esta forma de pagamento seja de uso

corrente ou conveniente em razão da indústria ou profissão em causa. O

pagamento do salário sob forma de bebidas alcoólicas ou de drogas nocivas

não será admitido em caso algum.

2. Nos casos em que o pagamento parcial do salário em espécie é

autorizado, serão tomadas medidas apropriadas para que:

a) as prestações em espécie sirvam para o uso pessoal do trabalhador e

de sua família e lhes tragam benefício;

b) o valor atribuído a essas prestações seja justo e razoável.

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Meios de pagamento do salário: em

dinheiro e em utilidades (in natura)

Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro,compreende-se no salário, para todos

os efeitos legais, a alimentação, habitação,vestuário ou outras prestações in natura que aempresa, por força do contrato ou do costume,fornecer habitualmente ao empregado. Em casoalgum será permitido o pagamento com bebidasalcoólicas ou drogas nocivas.

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Salário em utilidades ou in natura

“ compreende-se no salário, para todos

os efeitos legais, a alimentação,

habitação, vestuário ou

outras prestações in

natura que a empresa, por

força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado”

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PAGAMENTO EM UTILIDADES:

O salário não pode ser pago só em utilidades

O empregador se fornecer in natura ou utilidades, o

valor em dinheiro não poderá ser

inferior a 30% (parágrafo único, art.82, CLT) do salário-base;

Deverá observar percentuais fixados em leiSúmula nº 258 do TST

SALÁRIO-UTILIDADE. PERCENTUAIS (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003Os percentuais fixados em lei relativos ao salário "in natura" apenas se referem às hipóteses em que o empregado percebe salário mínimo, apurando-se, nas demais, o

real valor da utilidade.

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CLT

Art.458

.....§ 1º Os valores atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e

razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das

parcelas componentes do salário-mínimo (arts. 81 e 82).

§ 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade

deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder,

respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do

salário-contratual.§ 4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela

correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da habitação

pelo número de co-habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização

da mesma unidade residencial por mais de uma família.

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CARACTERIZAÇÃO DO SALÁRIO UTILIDADE REGRA GERAL-PARADIGMA CLÁSSICO (alterado):

habitualidade e gratuidade.

regra “para” e “pelo”: para fins de caracterização ou não do salário utilidade ou in natura:

o parcelas “para” o trabalho não tem natureza salarial, exemplo: equipamentos fornecidos pelo empregador indispensável para o trabalho

o parcelas “pelo” trabalho tem natureza salarial,exemplo: moradia paga pelo empregador sem necessidade para o trabalho e pelo reconhecimento de seu trabalho..

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Lei 10.243, 20 de junho de 2001, alterou redação ao §2º do artigo 458 da CLT, as seguintes utilidades:

§ 2º Para os efeitos previstos neste artigo, não serão

consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador:

I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos

empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do

serviço;

II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros,

compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade,

livros e material didático;

III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em

percurso servido ou não por transporte público;

IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente

ou mediante seguro-saúde;

V – seguros de vida e de acidentes pessoais;

VI – previdência privada;

VII – (vetado)

VIII - o valor correspondente ao vale-cultura (vide lei dada as

especificidades). (Acrescentado pela L-012.761-27/12/2012)

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Enunciação indicativa (Carlos Zangrando (tomo II) Compatível com o paradigma moderno de salário

utilidade segundo “caput” art.7º., CF, melhoria da condição social

o II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;

O art. 205 CF anuncia que a “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família” devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade. O parágrafo 5º., art.212 traz que a educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei

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III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público;Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985 – Vale Transporte

IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde;Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.; estende às empresas a missão constitucionalV – seguros de vida e de acidentes pessoais;Iniciativa socialVI – previdência privada;É necessário ser fornecida a todos os empregadosCF Art.202§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios ..., regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

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VIII - o valor correspondente ao vale-cultura (vide lei dada as

especificidades

Lei 12.761, de 27.12 2012;

Vale-cultura é pessoal e intransferível, para empregado

que recebe até cinco salários mínimos e para os que

recebem mais terão direito após os demais receberem

Valor fixo de R$50,00, podendo o empregador descontar

10% da remuneração dos empregados que percebem

menos de 5 salários e para os demais varia o desconto;

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Redação

anterior

Nova redação

NIHIL X § 5o O valor relativo à assistência prestada por serviço

médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o

reembolso de despesas com medicamentos, óculos,

aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas

médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando

concedido em diferentes modalidades de planos e

coberturas, não integram o salário do

empregado para qualquer efeito nem o salário de

contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9o do

art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.”(NR)

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Características do salário utilidade:

Fundamento na relação de emprego Habitualidade Gratuidade Comutatividade/retributividade (“pelo”) Essencialidade (suprimento de necessidade vital do

empregado:/conceito de salário utilidade“tudo aquilo que constitui um bem capaz de satisfazer necessidade do trabalhador e de sua família.”)

Observar ainda:

Intenção das partes; Teoria finalística – motivo de sua concessão

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17ª. TURMA – DATA PUBLICAÇÃO 03/03/2017

PROCESSO TRT/SP No 0001635-29.2015.5.02.006

0RECURSO ORDINÁRIO DA 60 ª VT DE SÃO

PAULORECORRENTES: INTEGRAÇÃO DE PARCELA IN

NATURA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. VERBA DE

REPRESENTAÇÃO. O pagamento de leasing para

veículo, bem como despesas domésticas, passagens

aéreas e moradia, ocorreram para beneficiar o

exercício das atividades do autor que permaneceu em

outros países com o propósito de expandir os

negócios da empresa na Europa. Pressupõe-se que,

por exercer tal cargo, foram disponibilizadas tais utilidades a

título de verba de representação, para que o empregado

desenvolvesse suas atividades com excelência, crédito e

reputação perante clientes e fornecedores.

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Título : SALÁRIO-UTILIDADE Subtítulo : Configuração Acórdão : 20151069683 Turma: 02 Data Julg.: 09/12/2015 Data Pub.: 21/01/2016 Processo : 20150061504 Relator: SÔNIA MARIA FORSTER DO AMARAL COTAS DE UTILIDADES. SALÁRIO 'IN NATURA'. NATUREZA JURÍDICA. O salário utilidade, previsto no artigo 458 da CLT, não consiste em pagamentos em espécie, mas sim na concessão de benefícios, que, além do salário mensal, se entregues pelo trabalho realizado, integram a remuneração do trabalhador. No caso dos autos, a reclamada não entregava qualquer benefício 'in natura' à reclamante, apenas estabeleceu que parte da quantia que depositada em sua conta corrente referia-se ao que estipulou ser "salário utilidade". Evidente o desvirtuamento da norma consolidada com o único objetivo de mascarar o pagamento de salário. Condenação à integração que se mantém.

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Título : SALÁRIO-UTILIDADE Subtítulo : Habitação Acórdão : 20170110944 Turma: 17 Data Julg.: 16/02/2017 Data Pub.: 03/03/2017 Processo : 20160081401 Relator: RILMA APARECIDA HEMETÉRIO SALÁRIO IN NATURA. CARACTERIZAÇÃO. A habitação fornecida ao empregado para facilitar a prestação de serviços, permitindo-lhe residir próximo ao local de trabalho de difícil acesso, não configura salário in natura, sendo incabível sua integração à remuneração para fins de repercussão sobre as demais parcelas contratuais. Apelo das reclamadas a que se dá provimento para o fim de afastar a alegação de salário in natura e, via de consequência, excluir o pagamento dos respectivos reflexos da condenação.

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COM A ALTERAÇÃO DA REDAÇÃO PAR. 2º. ART. 458 DA CLT – SALÁRIO UTILIDADE ESTUDO:

Paradigma clássico ou protecionista, que resulta na integração e consideração das utilidades como salário.o Amauri Mascaro Nascimento “se criou uma visão totalizante do

salário no país, muito ampla, que acaba por prejudicar o trabalhador quanto a vantagens indiretas das quais poderia usufruir gratuitamente e que não são concedidas pelo empregador em razão dos encargos paralelos.”

Paradigma moderno: propõe a concessão das utilidades sem a respectiva integração salarial, desde que não seja como forma de retribuir trabalho, MAS para melhoria da condição social.

Na atualidade, o paradigma clássico da integração das utilidades aos efeitos remuneratórios vem cedendo espaço ao fornecimento de utilidade que ficam excluídas daquela integração, onde até mesmo a supressão da utilidade não implica alteração ilícita do contrato de trabalho.

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PROCESSO TRT/SP Nº 0002779-89.2012.5.02.0077 - 12ª. Turma DATA

PUBLICAÇÃO 24/02/2017-RO 77ª VT DE SÃO PAULOINTEGRAÇÃO DO

AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO E AUXÍLIO CESTA-ALIMENTAÇÃO. O

fornecimento dos benefícios em questão sempre trouxe vantagens ao trabalhador, que despende suas energias na atividade laboral. Desde

antes da edição da Lei do PAT, as empresas que

começaram a fornecer tíquetes alimentação e

cestas básicas para seus empregados assim o

fizeram para que o trabalhador tivesse melhores

condições de saúde para prestar o serviço. Jamais

foram esses benefícios instituídos para remunerar o empregado pelo

labor despendido, mas sim para lhe proporcionar melhores condições de

desempenhar suas atividades, não podendo ser visto como forma de

remuneração, daí porque inaplicáveis os arts. 457 e 468 da CLT.

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Conceito de utilidade – paradigma moderno “toda vantagem econômica ou social paga pelo empregador ao empregado, em razão do contrato de trabalho, capaz de contribuir para a elevação e aumento das condições de vida e independência do trabalhador. Daí porque, em razão dos objetivos mais amplos das utilidades, a não integração ao salário tende a ser uma consequência.” Rosani Portela

Na atualidade, prevalece o entendimento da integração das utilidades, caso não haja exclusão expressa das mesmas por meio de instrumento coletivo ou lei.

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fringe benefits utilidades não salariais que as empresas concedem aos seus empregados e executivos objetivando tornar o emprego mais atraente e tem funcionado como diferencial para atrair e reter talentos.

“Hoje empresas remuneram altos empregados,

particularmente dirigentes com uma parcela em dinheiro

acompanhada de diversos acessórios não pecuniários como

automóvel, cartão de crédito, habitação, com ou sem

segurança sob as expensas da empresa, pagamento de

contas domésticas como telefone etc.” (Amauri Mascaro

Nascimento citado Por Rosani Portela)

SITUAÇÕES PARTICULARIZADAS: Fornecimento de veículo para o trabalho e utilizado

para fins particulares

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Súmula nº 367 – TST Utilidades "In Natura" - Habitação -Energia Elétrica - Veículo - Cigarro - Integração ao Salário

I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares.

II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde. (ex-OJ nº 24 - Inserida em 29.03.1996)

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Fornecimento de alimentação:o Sistema PAT (Lei 6321/76, art. 3º,) ou por norma coletiva: não

tem natureza salarialOJ 133.SDI-I AJUDA ALIMENTAÇÃO. PAT. LEI Nº 6.321/76. NÃO

INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO (inserida em 27.11.1998)

A ajuda alimentação fornecida por empresa participante do

programa de alimentação ao trabalhador, instituído pela Lei nº

6.321/76, não tem caráter salarial. Portanto, não integra o salário

para nenhum efeito legal.Ou

o Súmula nº 241 do TST-SALÁRIO-UTILIDADE. ALIMENTAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais. DEVEM SER DERRUBADAS COM

A NOVA REDAÇÃO ART. 457 PAR. 2º.

Art. 457 - § 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.

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Remédios e medicamentos fornecidos gratuitamente:

por ser para a saúde do empregado, não se tratar de obrigação de natureza contratual e pelo trabalho, devendo ser icentivado e não reprimida a atitude, art. 6º = não deve ser atribuida natureza salarial

Utilização de vaga de garagem: ainda que alugada

GARANTIA DE VAGAS PARA ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS.

IMÓVEL EXPLORADO POR TERCEIRO. SALÁRIO UTÍLIDADE. NÃO

CONFIGURAÇÃO. Ainda que o estacionamento fosse fornecido

diretamente pela ré aos professores e demais empregados, isto não

constitui salário in natura, porquanto a sua concessão foi para o

trabalho e não pelo trabalho. Por outro lado, a intermediação da

empresa reclamada garantindo vagas no estacionamento explorado por

terceiro, aos seus colaboradores, mediante o pagamento mensal de

quantia simbólica não caracteriza condição do contrato de trabalho e,

portanto, tal benesse não está amparada pela norma inserida no art. 468

da CLT. Recurso a que se nega provimento. (TRT 23ª R; RO 0000566-

59.2012.5.23.0002; Primeira Turma; Relª Desª Eliney Veloso; DEJTMT

10/06/2014; Pág. 22)."

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Passagens aéreas Fornecimento de assinatura de TV PAGA

Título : SALÁRIO-UTILIDADE Subtítulo : Configuração Acórdão : 20170133090

Turma: 11 Data Julg.: 07/03/2017 Data Pub.: 14/03/2017 Processo :

20160066103 Relator: CELSO RICARDO PEEL FURTADO DE OLIVEIRA

EMENTA: SALÁRIO UTILIDADE. FORNECIMENTO DE ASSINATURA DE

TELEVISÃO PAGA. Ao contrário do que alega a reclamada, não se observa

relação entre a maioria das funções exercidas pelo obreiro e o produto

que lhe foi concedido, assinatura de televisão paga, razão pela qual esta

não era indispensável para a realização do trabalho, como preconiza a Súmula nº 367, I do C. TST. Ademais, verifica-se que a

concessão do título mencionado se deu de forma

gratuita e com caráter habitual, o que lhe confere

natureza salarial, nos termos do artigo 458 da CLT. Recurso do autor

ao qual se nega provimento.

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Título : SALÁRIO-UTILIDADE Subtítulo : Configuração Acórdão : 20170050895 Turma: 17 Data Julg.: 02/02/2017 Data Pub.: 10/02/2017 Processo : 20160057152 Relator: ÁLVARO ALVES NÔGA LOCAÇÃO DE VEÍCULO. NATUREZA CIVIL. O pagamento de aluguel de veículo de propriedade do próprio empregado, no presente caso concreto não se reveste de caráter salarial, porquanto não se destinou a remunerar o trabalho prestado, possuindo pois natureza civil.

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Título : SALÁRIO-UTILIDADE Subtítulo : Transporte Acórdão : 20160982108 Turma: 04 Data Julg.: 06/12/2016 Data Pub.: 13/01/2017 Processo : 20160080140 Relator: IVANI CONTINI BRAMANTE VALE TRANSPORTE PAGO EM PECÚNIA. NATUREZA INDENIZATÓRIA. Ainda que pago em dinheiro, o vale transporte não perde seu caráter indenizatório, tendo em vista que o seu pagamento antecipado tem por objetivo o ressarcimento das despesas dos empregados com o deslocamento entre a residência e o local de prestação de serviços.

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ADICIONAL DE INSALUBRIDADE:CLT:

Art . 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas

que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os

empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados

em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos

seus efeitos.

MTE incumbe regular as atividades insalubres por meio de Normas Regulamentares – art. 190 CLT

2 formas para neutralizar ou eliminar insalubridade: I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância;II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.

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Percentuais, art . 192: 40% , 20% e 10% (dez por cento) do salário-mínimo, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.

Base de cálculo: salário mínimo/Súmula Vinculante 4 STF

Súmula nº 17 do TST

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (cancelada na sessão do Tribunal Pleno realizada

em 26.06.2008) - Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e

10.07.2008

O adicional de insalubridade devido a empregado que, por força de lei, convenção

coletiva ou sentença normativa, percebe salário profissional será sobre este calculado.

Súmula nº 228 do TST

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO (redação alterada na sessão

do Tribunal Pleno em 26.06.2008) - Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ

08, 09 e 10.07.2008. SÚMULA CUJA EFICÁCIA ESTÁ SUSPENSA POR DECISÃO

LIMINAR DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - Res. 185/2012, DEJT divulgado em

25, 26 e 27.09.2012

A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante nº 4 do Supremo

Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre o salário básico,

salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.

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SÚMULA TRT 2ª. REGIÃO - 16 - Adicional de insalubridade. Base de cálculo. (Res. nº 01/2014 -DOEletrônico 02/04/2014)Diante do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, até que nova base de cálculo seja fixada pelo Legislativo, o adicional de insalubridade deve ser calculado com base no salário mínimo.

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TST exige reconhecimento da atividade pelo MTE das condições insalubres, independentemente do laudo, Súmula 448

Súmula nº 448 do TSTATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 DA PORTARIA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO Nº 3.214/78. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS. I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo

necessária a classificação da

atividade insalubre na relação oficial

elaborada pelo Ministério do

Trabalho.

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LEI Nº 13.467, DE 13 DE JULHO DE 2017

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:..................................XII - enquadramento do grau de insalubridade;

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SÚMULA TRT 2ª. REGIÃO - 61 - Adicional de insalubridade. Operador de telemarketing. Uso de head phone. Inexistência de previsão na NR 15 da Portaria nº 3.214/78 do MTE. Insalubridade não configurada. (Res. TP nº 05/2016 - DOEletrônico 31/05/2016)O operador de telemarketing que utiliza fone de ouvido (head phone ou head set), não faz jus ao adicional de insalubridade, porquanto a atividade não se equipara à dos trabalhadores em telegrafia, radiotelegrafia, aparelhos do tipo Morse e recepção de sinais em fone.

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ADICIONAL DE PERICULOSIDADE:CLT:

Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na

forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e

Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho,

impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do

trabalhador a: (Redação dada pela Lei nº 12.740, de 2012)

I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei nº

12.740, de 2012)

II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades

profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.

Também incumbe ao MTE a regulamentação, incisos I e II art. 193 CLT;

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§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.

§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo

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DIFERENÇA:

o vigia normalmente realiza atividades de fiscalização dos locais, não é regido pela referida Lei 7.102/1983.

o Vigilante é regido pela Lei 7102/83, sendo considerados como segurança privada as atividades desenvolvidas em prestação de serviços com a finalidade de: proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a segurança de pessoas físicas; realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro tipo de carga.

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Lei 12.997, 18/06/2014, inseriu parágrafo 4º., art.193:

4o São também consideradas perigosas as

atividades de trabalhador em motocicleta.

PORTARIA MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO N.º 1.565 DE 13.10.2014, QUE REGULAMENTOU O ART. 4º.

SÚMULA TRT 2ª. REGIÃO - 60 - Adicional de

periculosidade com base na Lei nº 12.740. Vigência. Necessidade de

regulamentação. (Res. TP nº 05/2016 - DOEletrônico 31/05/2016)

A Lei nº 12.740 só passou a produzir efeitos pecuniários a partir da edição

da Portaria 1.885, ocorrida em 03/12/2013, vez que o próprio texto do artigo

193 da CLT estabelece a necessidade de regulamentação da norma.

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SÚMULA TRT 2ª. REGIÃO 38 - Adicional de periculosidade. Aeronauta. Indevido. (Res. TP nº 04/2015 - DOEletrônico 04/08/2015 - Republicada por erro material)Adicional de periculosidade não é devido ao empregado tripulante que permanece a bordo durante o abastecimento da aeronave.

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Art.195:§ 2º - Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente ao Ministério do Trabalho.

Súmula nº 453 do TSTADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PAGAMENTO ESPONTÂNEO. CARACTERIZAÇÃO DE FATO INCONTROVERSO. DESNECESSÁRIA A PERÍCIA DE QUE TRATA O ART. 195 DA CLT. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 406 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014

O pagamento de adicional de periculosidade efetuado por mera liberalidade da empresa, ainda que de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em percentual inferior ao máximo legalmente previsto, dispensa a realização da prova técnica exigida pelo art. 195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do trabalho em condições perigosas.

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CLT Art.194 - O direito do empregado ao adicional de

insalubridade ou de periculosidade cessará com a

eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho

CF Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,

além de outros que visem à melhoria de sua condição social:[...]XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

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CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS:

Argumentos favoráveis a cumulação:

o Brasil ratificou a Convenção 148 sobre proteção dos trabalhadores contra riscos profissionais devidos à contaminação do ar, ruído e as vibrações do local de trabalho;

o Brasil ratificou em 1994 a Convenção 155 OIT sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores e Meio Ambiente;

o O parágrafo 2º., artigo 193 CLT teria sido revogado tacitamente com a ratificação da Convenção OIT 155;

o Se o empregado está sujeito a ambos ao agentes nocivos à saúde não há razões para a não cumulação, por não haver vedação expressa do texto constitucional;

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Argumentos desfavoráveis a cumulação:

o Princípio da Legalidade, a lei prevê claramente que é proibida a cumulação dos adicionais, nos termos do §2º do artigo 193 da CLT, e ainda no item 15.3 da NR-15 da portaria do Ministério do Trabalho nº 3.214/782.

§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.NR 15-15.3 No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, seráapenas considerado o de grau mais elevado, para efeito

de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.

o Além das vedações taxativas, oartigo 7º inciso XXIII da Constituição Federal, prevê quaisadicionais serão concedidos, utilizando o conectivo “ou”, o quepara a corrente majoritária, reflete implicitamente uma vedaçãopara a hipótese de cumulação dos adicionais.

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o posicionamento majoritário da doutrina e na jurisprudência, é pela impossibilidade de cumulação dos adicionais de periculosidade e insalubridade, como se vê nos julgado abaixo do TST:

RECURSO DE REVISTA. CUMULAÇÃO. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE E DE INSALUBRIDADE. IMPOSSIBILIDADE. Não se vislumbra afronta direta e literal do art. 7.º, XXIII, da Constituição Federal, uma vez que o aludido dispositivo constitucional estabelece o direito aos adicionais de periculosidade, insalubridade -na forma da lei-. No caso, como escorreitamente decidido pelo Regional, é o disposto no §2.º do art. 193. E o aludido dispositivo celetista veda a cumulação dos adicionais de periculosidade e insalubridade, podendo, no entanto, o empregado fazer a opção pelo que lhe for mais benéfico. Precedentes desta Corte no mesmo sentido. Recurso de Revista não conhecido.(TST -RR: 1360003720095040751 136000-37.2009.5.04.0751, Relator: Maria de Assis Calsing, Data de Julgamento: 22/05/2013, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/05/2013)

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SÚMULA TRT 2ª. REGIÃO - 78 - Adicionais de periculosidade e insalubridade. Cumulação. Impossibilidade. (Res. TP nº 03/2017 - DOEletrônico 12/05/2017)Os adicionais de periculosidade e

insalubridade não são cumuláveis, em razão do que dispõe o art. 193, § 2º, da CLT.

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BIBLIOGRAFIA:Barros, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo. LTr.11ª.

Edição

Correia, Rosani Portela. Novos Paradigmas do Contrato de Trabalho no

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Edição

Nascimento, Amauri Mascaro. Direito do Trabalho. São Paulo .Saraiva.

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___________________. Salário. Conceito e Proteção. LTr. 2008.

Resende. Ricardo, Direito do Trabalho Esquematizado. Editora

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Sussekind, Arnaldo e outros Instituições de Direito do Trabalho. LTr. 19ª

Edição. 2000

Zangrando. Carlos. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo. LTr.2008