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2017 HENRIQUE CORREIA DIREITO DO TRABALHO coleção CONCURSOS PÚBLICOS Organizadores: HENRIQUE CORREIA E ÉLISSON MIESSA 2ª edição Revista, ampliada e atualizada

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Page 1: DIREITO DO TRABALHO - Editora Juspodivm · 10 DIREITO DO TRABALHO PARA CONCURSOS PÚBLICOS • Henrique Correia O aprofundamento nos temas vai proporcionar ao candidato abordagem

2017

HENRIQUE CORREIA

DIREITO DO TRABALHO

coleção

CONCURSOS PÚBLICOSOrganizadores:

HENRIQUE CORREIA E ÉLISSON MIESSA

2ª ediçãoRevista, ampliada e atualizada

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NOTA À 2ª EDIÇÃO

Inicialmente, gostaríamos de agradecer a todos os alunos e leitores deste livro. A 1ª edição foi muito bem recebida, esgotou em menos de 2 meses após o lançamento, o que nos dá a convicção de que estamos no caminho certo, auxiliando os candidatos na pre-paração para os concursos públicos na área trabalhista.

Nesta 2ª edição/2017, destaca-se a inserção de tópico que aborda a responsabilida-de civil decorrente de acidentes de trabalho, tema que é, frequentemente, cobrado nos concursos públicos. Por isso, optou-se por inserir mais esse tópico no livro. Além disso, acrescentamos tópico acerca da disciplina jurídica do empregado público, que, apesar de suas particularidades, submete-se ao regime da CLT.

Além disso, houve inclusão na teoria de alguns temas relevantes ao Direito do Tra-balho, especialmente:

– Comentários à legislação das cooperativas de trabalho, do trabalho avulso por-tuário e do vale-transporte;

– Possibilidade de estabelecimento de cláusula de não concorrência no contrato de trabalho;

– Homologação das verbas trabalhistas e multa por atraso nos depósitos do FGTS do empregado doméstico;

– Direito ao uso do banheiro durante a jornada de trabalho e consequências de sua limitação;

– Previsão de cláusula penal para o atleta profissional;

– Trabalhador parceiro;

– Consequências da jornada excessiva – “burnout”;

– Estabelecimento de jornada de trabalho variável;

– Delimitação do conceito de cargos de gestão para fins de não limitação da jor-nada de trabalho;

– Dumping social;

– Desconto dos dias paralisados na greve do servidor público;

– Suspensão, em sede liminar, dos processos envolvendo a aplicação da Súmula nº 277 do TST até apreciação pelo plenário da constitucionalidade da teoria da ultratividade da norma coletiva.

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DIREITO DO TRABALHO PARA CONCURSOS PÚBLICOS • Henrique Correia

O aprofundamento nos temas vai proporcionar ao candidato abordagem integral de todos os pontos da prova para os cargos da Advocacia Pública, Magistratura do Trabalho e MPT.

Além dessas alterações indicadas, acrescentamos ao decorrer dos capítulos desta 2ª edição, comentários sobre o Projeto de Lei nº 6.787/2016, chamado de minirreforma ou

reforma trabalhista. Nesse projeto, há diversas novidades que causarão impactos signi-ficativos se aprovadas pelo Congresso Nacional. Destacamos, ainda, duas Medidas Provi-sórias publicadas ao final de 2016. A MP nº 763/2016, que trata de assunto relativo ao FGTS e autoriza a movimentação de contas vinculadas paradas até 31 de dezembro de 2015. E também a MP nº 761/2016, que modifica e prorroga por mais dois anos a vigência do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), denominando-o agora Programa Seguro-Em-prego (PSE).1 Ressaltamos que durante todo o ano de 2017 as alterações promovidas e aprovadas pelo Legislativo serão postadas no site da editora e do autor para atualização gratuita deste livro.

Dentre as muitas alterações feitas, pode-se ressaltar a modificação da Súmula nº 191

do TST, que determina a base de cálculo do adicional de periculosidade e o cancelamen-to da Orientação Jurisprudencial nº 279 da SDI-I do TST, que versava sobre a base de cálculo do adicional de periculosidade do eletricitário.

Além disso, foram incluídos comentários ao novo posicionamento do TST sobre o di-visor do salário-hora dos bancários após julgamento do primeiro Recurso de Revista Re-

petitivo no âmbito desse Tribunal.

Ainda no âmbito do TST, foram adicionadas dicas de Processo do Trabalho na forma de quadrinho com as principais informações referentes ao Incidente de Assunção de

Competência, que versa sobre a possibilidade de pagamento das férias proporcionais na hipótese de dispensa por justa causa.

Foram inseridos, também, 22 novos posicionamentos do Tribunal Superior do Trabalho em 2016, indicados via Informativos, que auxiliam na fixação da matéria e, ainda, podem ser exigidos nos concursos da Magistratura do Trabalho, MPT e Advocacia Pública. Acres-centamos, ainda, 23 novas questões com gabarito fundamentado, com destaque para as questões de concursos para Advocacia Pública realizados no ano de 2016.

No tocante às alterações legislativas recentes, foram incluídas a Lei nº 13.363/2016, que alterou o Novo Código de Processo Civil e o Estatuto da OAB para estipular direitos e garantias para a advogada gestante, lactante, adotante ou que der à luz e para o advo-gado que se tornar pai, e a Lei nº 13.352/2016, que altera a Lei nº 12.592/2012 para dispor sobre o contrato de parceria entre os profissionais que exercem as atividades de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador e pessoas jurídicas registradas como salão de beleza.

Nesse segundo semestre de 2016, tivemos diversas decisões do STF em matéria

trabalhista que podem ser objeto de concurso para o TRT. Assim, foram comentadas as seguintes decisões:

1. Confira o texto integral do projeto e das MPs enviados ao Congresso Nacional nos anexos ao final desse livro.

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DICAS PARA PREPARAÇÃO ESPECÍFICA AO CARGO DE JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO E PROCURADOR

1) Prevalência do negociado sobre o legislado, que permitiu a supressão do paga-mento de horas in itinere mediante instrumento coletivo de trabalho;

2) Desconto dos dias paralisados na greve do servidor público; e

3) Suspensão, em sede liminar, dos processos envolvendo a aplicação da Súmula nº 277 do TST até a apreciação pelo plenário da constitucionalidade da teoria da ultratividade da norma coletiva.

Destaca-se, ainda, que foram gravados vídeos ao longo dos capítulos para deixar mais leve e didático o estudo do direito do trabalho. Todos os vídeos desta 2ª edição são atu-alizados e inéditos.

Nesta nova edição, portanto, o candidato continuará encontrando um livro completo, na dose certa, para os concursos da Advocacia Pública, Magistratura do Trabalho e MPT.

Por fim, espero que esta segunda edição tenha a mesma aceitação das edições anterio-res. Continuo à disposição para receber sugestões e críticas sobre o livro. Como se trata de uma obra “viva”, estamos sempre aprendendo e corrigindo eventuais erros e posicionamen-tos. Meus contatos são estes: www.henriquecorreia.com.br / @profcorreia e fica o convite para que você participe do seguinte grupo de estudos no Facebook: MAGISTRATURAeMPT.

Janeiro de 2017

Henrique Correia

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APRESENTAÇÃO DA OBRA

APRESENTAÇÃO DA OBRA, segue vídeo abaixo:

http://editoraj.us/TrabalhoApresentacao

O livro Direito do Trabalho para Concursos Públicos é fruto da experiência do dia a dia no Ministério Público, acrescida dos anos de magistério e de um minucioso trabalho de pesquisa doutrinária, legislativa e jurisprudencial que levou 2 anos para ser finalizado. A obra surge com o objetivo de auxiliar os estudos daqueles que se preparam para os con-cursos da Magistratura do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e Advocacia Pública, sobretudo para as provas objetivas.

O livro proporciona ao leitor um estudo teórico do Direito do Trabalho, com linguagem simples e de forma esquematizada, com quadros de resumos, além de:

– Súmulas, orientações jurisprudenciais e informativos do TST, ao final de cada ca-pítulo, separados e organizados por assunto;

– Legislação relacionada aos capítulos da obra, também separada por assunto para facilitar e agilizar os estudos.

– Questões com gabaritos fundamentados, ao final de cada capítulo, dos concursos da Magistratura do Trabalho, MPT, AFT e OAB.

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DIREITO DO TRABALHO PARA CONCURSOS PÚBLICOS • Henrique Correia

Uma das novidades da obra foi a inclusão de um espaço destinado às anotações do leitor. Desse modo, ao final de cada um dos capítulos, encontra-se um “caderninho” de apontamentos. Esse local foi cuidadosamente selecionado para facilitar a memorização dos principais assuntos abordados durante o capítulo.

Outro ponto inovador foi a inclusão de QR Codes vinculados a pequenos vídeos, por meio dos quais explicamos e ressaltamos assuntos relevantes e que demandam mais aten-ção do leitor. Ao aproximar seu celular do QR Code,1 você poderá assistir aos vídeos com breves explicações, de aproximadamente 2 a 3 minutos, sobre pontos importantes da obra. O objetivo dessa nova ferramenta foi intensificar a absorção da matéria, e claro, aproxi-mar o leitor do autor.

Cabe destacar, ainda, como novidade, a inclusão da interpretação sistemática ao li-vro. Sempre acreditamos que a melhor e mais rica das interpretações é a sistemática, que considera que a norma jurídica deve sempre ser interpretada considerando o ordenamento jurídico em que está inserida. Assim, incluímos diversos quadros com dicas que trazem a abordagem de outras disciplinas que guardam forte relação com o Direito do Trabalho, quais sejam:

a) Processo do Trabalho;

b) Direito Constitucional;

c) Direito Administrativo;

d) Direito Previdenciário;

e) Direitos Humanos.

Além disso, foram inseridas dicas de Processo do Trabalho na forma de quadrinhos com as principais informações referentes aos Recursos de Revista Repetitivos do TST, que formam precedentes obrigatórios a serem observados nas demais instâncias de julgamento da Justiça do Trabalho.

Ao final do livro, foi incluído capítulo inteiro destinado à revisão geral (Dicas), re-pleto de dicas e quadrinhos de memorização – que constituem importante ferramenta de revisão após a leitura da obra e têm a finalidade de ajudar na fixação da matéria. Em re-sumo, trouxemos as seguintes novidades:

1. Informações técnicas: Para quem usa Android, importante instalar um aplicativo com leitor de QRCodes, que pode ser o “QR Code Reader”. Você o encontrará no seguinte link:

http://editoraj.us/baixar-qr-android Para quem usa IOS (iPhone, iPad), basta instalar um aplicativo com leitor de QRCodes, que pode ser o “QR Code Reader and Scanner”. Você encontrará no seguinte link: http://editoraj.us/baixar-qr-ios

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NOTA À 2ª EDIÇÃO

NOVIDADES DO LIVRO

– Espaço exclusivo destinado às anotações para revisão da matéria pelo leitor;

– Vídeos de revisão e dicas disponibilizados aos leitores com acesso via “QR Code”. Todos os vídeos desta 2º edição/2017 são inéditos;

– Interpretação sistemática do Direito com dicas de diversas disciplinas;

– Dicas dos Recursos de Revistas Repetitivos e incidente de assunção de competên-cia em trâmite no TST;

– Capítulo de revisão geral ao final do livro, repleto de dicas e quadrinhos de me-morização;

– Comentários à minirreforma trabalhista (Projeto de Lei nº 6.787/2016 e MPs 761 e 763/2016).

Portanto, essas novas técnicas trazidas ao presente livro ajudarão na compreensão e absorção do Direito do Trabalho, facilitando seu estudo para as concorridas fases objetivas da Magistratura do Trabalho, MPT e Advocacia Pública.

Ademais, sugiro dois cursos preparatórios específicos para os concursos de Magistra-tura do Trabalho e MPT.

O primeiro deles, um dos maiores sucessos do País: Curso de Súmulas, OJs e Infor-

mativos do TST do CERS on-line. O curso tem como objetivo abordar, de forma mais apro-fundada, as principais Súmulas, OJs e Informativos do TST. São 28 encontros de, aproxi-madamente, 2 horas cada um, divididos da seguinte forma:

a) 14 aulas de Direito do Trabalho, Henrique Correia; e

b) 14 aulas de Processo do Trabalho, lecionadas pelo professor Élisson Miessa.

O segundo curso indicado é a disciplina isolada de Direito Coletivo do Trabalho para

concurso da Magistratura do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho também do

CERS on-line. Esse curso tem o objetivo de aprofundar os conhecimentos dos candidatos na matéria de Direito Coletivo do Trabalho. São 4 encontros de, aproximadamente, 2 horas cada um, ministrados por mim.

Aproveito para indicar os seguintes livros como bibliografia básica para os concur-sos públicos da Magistratura do Trabalho, MPT e Advocacia Pública, separados de acordo com as fases dos concursos.

São indicados para todas as fases dos concursos os seguintes livros:

– Súmulas e Orientações Jurisprudenciais do TST comentadas e separadas por

assuntos – Editora Juspodivm. Trata-se de um livro que analisa de forma completa cada uma das súmulas e orientações jurisprudenciais do TST vigente. Lembre-se

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DIREITO DO TRABALHO PARA CONCURSOS PÚBLICOS • Henrique Correia

de que a jurisprudência exerce papel de destaque no Direito do Trabalho e seu conhecimento é essencial para a tão sonhada aprovação no concurso público;

– Súmulas, Orientações Jurisprudenciais e Informativos do TST – Organizados

por assunto – Editora Juspodivm. Trata-se de um livro ideal para pesquisa rápidadas súmulas e orientações jurisprudenciais do TST, especialmente na reta final deestudos;

– Informativos do TST comentados e organizados por assunto – Editora Juspodi-vm. Autores: Raphael Miziara e Roberto Wanderley Braga. É uma obra importanteao seu concurso, pois está sempre atualizado com as discussões mais recentesdo TST via Informativos.

Além disso, são indicados para a 1ª fase dos concursos os seguintes livros:

– Revisaço Magistratura do Trabalho – Editora Juspodivm. Possui todas as maté-rias dos últimos editais. Uma ferramenta indispensável para seu concurso de Juizdo Trabalho. O livro é completo:

– Questões comentadas item a item;

– Teoria na forma de dicas;

– Jurisprudência (Súmulas e Orientações Jurisprudenciais dos Tribunais Superiores).

– Revisaço Ministério Público do Trabalho – Editora Juspodivm. Assim como oRevisaço Magistratura do Trabalho, oferece abordagem completa dos últimos edi-tais. Uma ferramenta indispensável para seu concurso do MPT.

– Revisaço Direito do Trabalho – Editora Juspodivm.

Por fim, são indicadas para as 2ª e 3ª fases dos concursos as seguintes obras:

– Estudos aprofundados do MPT – v.1 e v.2. – Editora Juspodivm.

– Estudos Aprofundados Magistratura do Trabalho – Editora Juspodivm.

Tenho certeza de que este livro contribuirá para alcançar o tão sonhado cargo pú-blico. Estou sempre à disposição para receber sugestões e críticas sobre o livro. Como se trata de uma obra “viva”, estamos sempre aprendendo e corrigindo eventuais erros e posicionamentos.

Meus contatos são: www.henriquecorreia.com.br / twitter: @profcorreia.

Henrique Correia

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EDITAL SISTEMATIZADO (Para facilitar a pesquisa e otimizar seu estudo)

Caro candidato, esta obra foi especialmente redigida para você que pretende obter su-cesso nos concursos públicos na área trabalhista, em especial aos cargos de Magistratura do Trabalho e do MPT – Ministério Público do Trabalho. Aliás, este livro também poderá ser utilizado para os candidatos que estão se preparando para os concursos da advocacia pública (AGU, Defensoria Pública da União, Procuradoria dos Municípios etc.).

É importante que você tenha conhecimento de que, para que possa assumir os cargos de Juiz e membro do MPT, deverá comprovar, no ato da posse, os seguintes requisitos específicos, de acordo com os últimos editais publicados:

• Magistratura do Trabalho: Possuir, por ocasião da inscrição definitiva, 3 anos de atividade jurídica, exercida após a obtenção do grau de bacharel em Direito;

Ressalta-se que o art. 64 da Resolução Administrativa do TST nº 1849/2016, que regulamenta o Concurso Nacional Unificado para ingresso na carreira da Magistratura do Trabalho, já estabelece o que será aceito como atividade jurídica:

I – aquela exercida com exclusividade por bacharel em Direito;

II – o efetivo exercício de advocacia, inclusive voluntária, mediante a participação anual mínima em 5 (cinco) atos privativos de advogado (Lei nº 8.906, 4 de julho de 1994, art. 1º) em causas ou questões distintas;

III – o exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério superior, que exija a utilização preponderante de conhecimento jurídico;

IV – o exercício da função de conciliador junto a órgãos jurisdicionais, no mínimo por 16 (dezesseis) horas mensais e durante 1 (um) ano;

V – o exercício da atividade de mediação ou de arbitragem na composição de litígios.

• Ministério Público do Trabalho: exige-se, até a data da posse, o cumprimento de 3 anos de atividade jurídica exercida exclusivamente após a obtenção do grau de bacharel em Direito.

Nesse sentido, a Resolução nº 108/2013 do CSMPT, que estabelece normas sobre o concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Trabalho, apresenta as hipó-teses em que será considerada a atividade jurídica para o concurso:

I – O efetivo exercício de advocacia, inclusive voluntária, com a participação anual mínima em 5 (cinco) atos privativos de advogado (Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994), em causas ou questões distintas.

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DIREITO DO TRABALHO PARA CONCURSOS PÚBLICOS • Henrique Correia

II – O exercício de cargo, emprego ou função, inclusive de magistério superior, que exija a utilização preponderante de conhecimentos jurídicos.

III – O exercício de função de conciliador em tribunais judiciais, juizados especiais, varas especiais, anexos de juizados especiais ou de varas judiciais, assim como o exercício de mediação ou de arbitragem na composição de litígios na área jurídica, pelo período mínimo de 16 (dezesseis) horas mensais e durante 01 (um) ano.

IV – A realização de cursos de pós-graduação na área jurídica, ministrados pelas Es-colas do Ministério Público, da Magistratura e da Ordem dos Advogados, bem como os cursos de pós-graduação reconhecidos, autorizados ou supervisionados pelo Ministério da Educação ou pelo órgão competente.

O(a) candidato(a) aos diversos cargos na seara trabalhista, especialmente para Ma-gistratura do Trabalho e MPT, encontrará na presente obra o conteúdo necessário para uma boa preparação ao concurso na área de Direito do Trabalho, especialmente para a fase objetiva. Tomando-se por base os últimos editais dos concursos de Magistratura do Trabalho e MPT, segue um roteiro que o auxiliará em seus estudos.

Bons estudos e sucesso em sua prova!

Henrique Correia

Dezembro de 2016

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SUMÁRIO

Itens dos Editais Tópico do Livro Páginas

1. Fontes do Direito do Trabalho Cap. I, item 1

2. Eficácia das normas trabalhistas Cap. I, item 4

3. Princípios do Direito do Trabalho Cap. II

4. Flexibilização Cap. III, itens 1 e 1.1

5. Desregulamentação Cap. III, item 1

6. Renúncia e transação Cap. III, item 2

7. Comissão de Conciliação Prévia Cap. XVIII, item 7

8. Relação de trabalho e relação de emprego:

requisitos e distinção

Cap. IV, itens 1.1 e 1.2

Cap. VIII, item 1

9. Relações de trabalho lato sensu Cap. VI

9.1. Trabalho autônomo Cap. VI, item 2

9.2. Trabalho eventual Cap. VI, item 3

9.3. Trabalho temporário Cap. VII, item 5

9.4. Trabalho avulso Cap. VI, item 4

9.5. Cooperativas Cap. VI, item 6

9.6. Estágio Cap. VI, item 7

10. Empregado Cap. IV, item 1

10.1. Empregado (conceito e caracterização) Cap. IV, itens 1.1 e 1.2

10.2. Empregado doméstico Cap. IV, item 3.2

10.3. Mãe social Cap. V, item 3.3

10.4. Índio Cap. VI, item 11

10.5. Aprendiz Cap. V, item 2

11. Empregador (conceito e caracterização) Cap. IV, item 4

11.1. Poderes do empregador no contrato de trabalho

Cap. IV, item 4.3

11.2. Grupo econômico Cap. IV, item 4.1

11.3. Sucessão de empregadores Cap. IV, item 4.2

11.4. Responsabilidade solidária Cap. IV, item 4.1

12. Trabalho rural Cap. IV, item 3.1

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DIREITO DO TRABALHO PARA CONCURSOS PÚBLICOS • Henrique Correia

Itens dos Editais Tópico do Livro Páginas

12.1. Identificação do empregado e emprega-dor rural

Cap. IV, item 3.1.1

12.2. Normas de proteção ao trabalho rural Cap. IV, item 3.1.2

13. Terceirização Cap. VII

13.1. Requisitos para terceirização lícita Cap. VII, item 2

13.2. Responsabilidade na terceirização Cap. VII, item 3

13.3. Terceirização ilícita Cap. VII, item 3.2

13.4. Terceirização na Administração Pública Cap. VII, item 3.3

13.5. Trabalho temporário Cap. VII, item 5

14. Contrato individual de trabalho (conceito) Cap. VIII

14.1. Classificação Cap. VIII, item 5

14.2. Características Cap. VIII, itens 2 e 3

14.3. Trabalho voluntário Cap. VI, item 5

14.4. Contrato de trabalho e afins Cap. VIII, item 1

14.5. Efeitos conexos do contrato de trabalho Cap. VIII, item 4

15. Nulidades do contrato de trabalho Cap. VIII, item 3.1

15.1. Trabalho proibido Cap. VIII, item 3.1.1

15.2. Trabalho ilícito Cap. VIII, item 3.1.2

16. Alteração unilateral e bilateral do contra-

to de trabalho Cap. VIII, item 6

16.1. Alteração bilateral Cap. VIII, item 6

16.2. Alteração unilateral e jus variandi Cap. VIII, item 6

16.3. Transferência de empregados Cap. VIII, item 6.1

17. Suspensão e interrupção do contrato de

trabalho: caracterização e distinçãoCap. VIII, item 7

18. Duração do trabalho Cap. IX

18.1. Jornada de trabalho Cap. IX, item 1.1

18.2. Horas in itinere Cap. IX, item 1.2

18.3. Empregados não submetidos à limitação de jornada

Cap. IX, item 1.4

18.4. Trabalho em regime de tempo parcial Cap. IX, item 1.5

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PREPARAÇÃO

PARA CONCURSO PÚBLICO

BREVE RELATO DA MINHA EXPERIÊNCIA DURANTE

A PREPARAÇÃO PARA O CONCURSO, segue vídeo abaixo:

http://editoraj.us/TrabalhoRelato

BREVE RELATO DA MINHA EXPERIÊNCIA

DURANTE A PREPARAÇÃO PARA O CONCURSO

A decisão de prestar concurso público surgiu em 2001. Após dois anos fazendo está-gio em um escritório de advocacia, decidi que não queria ser advogado, mas ingressar no serviço público. Coloquei a primeira meta (a primeira de muitas...), que era sair da facul-dade já como oficial de justiça ou técnico judiciário. Comecei a fazer curso de português, fator decisivo para aprovação em qualquer concurso público.

O primeiro concurso que prestei foi para Técnico Judiciário do TRT da 15ª Região. Nessa época, era professor de inglês. Trabalhava todos os dias, o dia todo, frequentava o 4º ano da Faculdade de Direito de Franca, SP. Estudava durante os intervalos das aulas de inglês, nos intervalos do curso de Direito e, principalmente, à noite, ao chegar em casa (estudava todos os dias até 1 ou 2 horas da manhã) e nos fins de semana.

Estudei bastante para esse concurso de técnico. Havia, inclusive, matérias estranhas ao curso de Direito, como Matemática. Na minha primeira aprovação, fui classificado em 7º lugar, na área de Franca, interior de São Paulo. Não tive muita sorte, pois foram cha-mados 6 candidatos e o concurso prescreveu. E eu fiquei de fora...

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DIREITO DO TRABALHO PARA CONCURSOS PÚBLICOS • Henrique Correia

Nesse meio-tempo, eu já havia prestado muitos, muitos concursos em diversos locais do país. Verifiquei que estava estudando matérias muito diferentes. Ora estudava para a Polícia Federal, ora estudava para AGU, analista do INSS etc. Decidi focar apenas na área de que mais gostava: carreiras trabalhistas. Comecei, então, a me inscrever apenas para Técnico e Analista do TRT, Auditor-Fiscal do Trabalho, Juiz e Procurador do Trabalho.

De tanto prestar concursos, e em razão dos anos de experiência como professor de inglês, fui convidado por um amigo, hoje Procurador do Trabalho, doutor Élisson Miessa dos Santos, para ministrar aulas de Direito constitucional na Central de Cursos Professor Pimentel, em Ribeirão Preto, SP. Lecionava de manhã e à noite e prestava concursos quase todos os fins de semana, nos mais diferentes estados da Federação. Quando não estava trabalhando ou fazendo provas, estava sempre estudando.

Fiz inúmeros cursinhos preparatórios, participei de grupos de estudo na internet. Só para Juiz do Trabalho, prestei 26 concursos (vinte e seis, isso mesmo).

Fui aprovado no melhor cargo público do país: Ministério Público do Trabalho (MPT). Nesse concurso, eu era um dos mais jovens Procuradores do Trabalho do país. A aprovação veio após longo período de preparação e sacrifícios. Exatamente após 3 anos, 10 meses e 12 dias de estudo depois da graduação.

Além de o salário para Procurador do Trabalho ser muito atrativo, confesso que sou muitíssimo realizado com a atuação do Ministério Público na defesa da sociedade, em es-pecial do trabalhador brasileiro, combatendo as fraudes trabalhistas, promovendo a erra-dicação do trabalho infantil e do trabalho escravo, nas investigações de órgãos públicos que violam o concurso público etc.

Consegui outras aprovações (Técnico Judiciário do TJSP, Analista Judiciário do TRT 3a Região-MG e Procurador da Infraero), mas não assumi nenhum desses cargos, pois já era bem remunerado no cursinho e tinha decidido que iria ingressar ou na Justiça do Traba-lho, como juiz, ou no MPT.

Constam a seguir algumas dicas de uma preparação consciente. Se eu pudesse voltar atrás, faria tudo novamente. A conquista de um sonho compensa todo o esforço. Lembre--se de que o ingresso via concurso público é o meio mais democrático e transparente de admissão para o trabalho. A inscrição é pública, todos podem concorrer ao cargo. Depen-de apenas do seu esforço.

1. A DECISÃO

Ao decidir prestar concurso público, é imprescindível que o candidato se inscreva em um bom cursinho de português. O conhecimento razoável da norma culta da língua por-tuguesa (ortografia, regência, concordância verbal etc.) e de interpretação de texto não é suficiente para aprovação. Atualmente, exige-se que o candidato tenha profundos conhe-cimentos dessa matéria (acerto próximo de 90% das questões de português).

Outro ponto que considero importante: não desvie o foco do concurso. A preparação especializada, por exemplo, para a área trabalhista, gera resultados mais rápidos. Ao pres-

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DICAS PARA PREPARAÇÃO

ESPECÍFICA AO CARGO DE JUIZ

DO TRABALHO SUBSTITUTO E

PROCURADOR DO TRABALHO (MPT)

SUMÁRIO • 1. Introdução: 1.1. Plano infalível; 1.2. O seu pior inimigo antes e duran-te a preparação; 1.3. Exercícios físicos durante a preparação para Magistratura e MPT; 1.4. Sono, descanso e lazer – 2. Preparação específica: 2.1. Pergunta clássica: quantas horas de estudo diário são necessárias para aprovação?; 2.2. Planilha e organização de estudos: 2.2.1. Planilha – Dedicação exclusiva aos estudos; 2.2.2. Planilha – Divisão do tempo entre trabalho e estudos; 2.3. Dedicação às matérias dos concursos para Magistratura do Trabalho e MPT; 2.4. Técnica de estudar em grupo – funciona?; 2.5. Grupo de estudo virtual para troca de materiais e questionamentos nas últimas fases do concurso; 2.6. Cursos preparatórios: 2.6.1. Cursos presenciais; 2.6.2. Cursos telepre-senciais e os novos cursos on-line – 3. Cursos e Bibliografia básica para os concursos na área trabalhista – 4. Momento em que o estudante decide desistir do concurso.

PREPARAÇÃO ESPECÍFICA, segue vídeo abaixo:

http://editoraj.us/TrabalhoPreparacao

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DIREITO DO TRABALHO PARA CONCURSOS PÚBLICOS • Henrique Correia

1. INTRODUÇÃO

Os concursos para os cargos de Juiz do Trabalho Substituto e Procurador do Trabalho (MPT) são alguns dos mais desejados e concorridos do país.

O trabalho realizado pelos membros das Magistraturas do Trabalho e do MPT é fantás-tico do ponto de vista jurídico e social. O Juiz do Trabalho exerce a importante função de pacificação das relações sociais trabalhista, especialmente pela compensação e reparação de danos causados ao trabalhador. Para julgar demandas trabalhistas, os Juízes do Trabalho pas-sam por incrível formação social e, assim, possibilitam visão diferenciada diante do Direito.

Por sua vez, o Procurador do Trabalho exerce a importante função de garantir a plena eficácia do Direito do Trabalho por meio de sua atuação como fiscal e guardião do orde-namento jurídico ou por meio da tutela de direitos indisponíveis do trabalhador, seja por ações coletivas ou principalmente pela utilização de TAC como meio de solução extraju-dicial de conflitos. O Ministério Público como um todo é, sem dúvida, uma das carreiras mais fantásticas e apaixonantes do país.

Portanto, caro(a) candidato(a), amanhã você terá plenas condições de alterar a rea-lidade social na região onde for designado para atuar. Trata-se de funções extremamente importantes para o país!

Além disso, são cargos que possibilitam uma excelente remuneração. O salário inicial para Juiz do Trabalho Substituto e Procurador do Trabalho é de R$ 27.500,17, conforme dados retirados dos últimos concursos1.

Portanto, para enfrentar essa fase prévia de preparação, antes da publicação dos editais, é imprescindível que você monte uma bela organização. Faça um plano mental e o coloque no papel. Assista a vídeos e depoimentos para retirar alguma base daqueles profissionais que já passaram por essa mesma experiência e saíram vitoriosos. Há vários desses vídeos no YouTube, Facebook, sites de concursos etc. Enfim, traçar uma estratégia minimamente organizada é imprescindível.

Seguem algumas dicas/sugestões que considero interessantes.

1.1. Plano infalível

Lembre-se de que estas dicas não são regras ou receitas infalíveis de sucesso. Não foram feitas para convencer ninguém do que é certo ou errado. O candidato ao cargo na área trabalhista que não adotar nenhuma das técnicas ali descritas também tem plenas chances de ser aprovado em qualquer certame do país. Cada ser humano é diferente do outro. A adaptação é a grande estratégia. Essa talvez seja a nossa maior riqueza e que nos fez dominar o mundo sobre os demais animais. Por isso, não acredite em um manual estático e único de conduta e preparação. Leia as mais diversas dicas e sugestões dos autores, professores e candidatos aprovados e veja a que mais bem se adapta a você.

1. Para maiores informações, acesse o edital do concurso público para Juiz do Trabalho substituto do TRT da 2ª Região lançado em 2016: http://www.trtsp.jus.br/images/Institucional/concursos/magistrados/XLI/Edital--XLI-Concurso-abertura.pdf.

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Capítulo II

PRINCÍPIOS DO

DIREITO DO TRABALHO

SUMÁRIO • 1. Introdução – 2. Princípio da proteção ao trabalhador; 2.1. In dubio pro operario; 2.2. Norma mais favorável; 2.3. Condição mais benéfica; 3. Princípio da imperatividade das normas trabalhistas; 4. Princípio da primazia da realidade; 5. Prin-cípio da inalterabilidade contratual lesiva ao empregado; 6. Princípio da continuidade da relação de emprego – 7. Princípio da irrenunciabilidade ou indisponibilidade dos direitos trabalhistas; 8. Súmulas e orientações jurisprudenciais do TST – 9. Informati-vos do TST. 10. Legislação relacionada ao capítulo; 11. Questões fundamentadas – 12. Meu resumo para memorização do Capítulo II.

PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO,

segue vídeo abaixo:

http://editoraj.us/TrabalhoPrincipios

1. INTRODUÇÃO

Os princípios representam a base do ordenamento jurídico. O Direito do Trabalho possui princípios específicos, que desempenham funções essenciais para a interpretação e apli-cação das normas trabalhistas. Esses princípios servem de orientação para os aplicadores

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DIREITO DO TRABALHO PARA CONCURSOS PÚBLICOS • Henrique Correia

do direito (juízes, procuradores do trabalho, advogados etc.) e têm, ainda, a função de inspirar e orientar os legisladores (deputados e senadores) na elaboração das leis1.

Além disso, os princípios do Direito do Trabalho têm função integrativa2, ou seja, são aplicados para suprir a lacuna deixada pelo legislador. Exemplos:

a) Ocorre, com frequência, o conflito entre uma lei trabalhista e um acordo coletivo (firmado entre sindicato e empresa). Qual deles o juiz deverá aplicar? Diante do princípio da norma mais favorável, aplica-se a norma mais benéfica ao trabalha-dor.

b) Empregado ingressa na Justiça do Trabalho pedindo o pagamento de aviso-prévio. Empregador alega que o contrato é de experiência, portanto não há direito ao aviso. Entretanto, a empresa não apresenta o contrato escrito nem outra prova que demonstre a existência do contrato por prazo determinado, uma vez que o contrato de experiência deve ser expresso. Assim sendo, pelo princípio da conti-nuidade da relação empregatícia, o juiz determinará o pagamento do aviso-pré-vio, pois o contrato de trabalho é, em regra, firmado por prazo indeterminado e, consequentemente, haverá a obrigatoriedade de conceder o aviso.

Não há consenso sobre quantos são os princípios do Direito do Trabalho, pois varia de um autor para outro. Cabe ressaltar, contudo, que os princípios que orientam o ordenamento jurídico brasileiro são aplicáveis ao Direito do Trabalho. De acordo com Maurício Godinho Delgado3, os princípios gerais de todo o Direito são aplicáveis ao Direito do Trabalho:

São princípios que tendem a incorporar as diretrizes centrais da própria noção do Direito (ilustrativamente, os princípios da lealdade e boa-fé ou da não alegação da própria torpeza) ou as diretrizes centrais do conjunto dos siste-mas jurídicos contemporâneos ocidentais (como, ilustrativamente, o princípio da inalterabilidade dos contratos). Tendem a ser, portanto, princípios que se irradiam por todos os seguimentos da ordem jurídica, cumprindo o relevante papel de assegurar organicidade e coerência integradas à totalidade do uni-verso normativo de uma sociedade política.

Assim, tem plena aplicação ao Direito do Trabalho o princípio da razoabili-dade, que compreende a análise de determinado acontecimento por meio da verossimilhança, sensatez e ponderação das condutas humanas4.

Além disso, o ordenamento trabalhista apresenta princípios próprios que orientam especificamente o ramo do Direito do Trabalho.

1. O tema das funções exercidas pelos princípios foi exigido no concurso para Juiz do Trabalho Substituto do TRT da 6ª Região realizado em 2013.

2. Integrar o sistema jurídico significa completar, suprir a lacuna deixada pelo legislador. Lembre-se de que o juiz não pode deixar de julgar, devendo utilizar dos métodos de integração, previstos em lei (art. 8º da CLT).

3. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 15. ed. São Paulo: LTr, 2016. p. 196.

4. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 15. ed. São Paulo: LTr, 2016. p. 197.

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Capítulo II • PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

Seguem os princípios mais importantes que norteiam o Direito do Trabalho e que apa-recem, com frequência, nas provas de concurso.

2. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO TRABALHADOR

A lei trabalhista estabelece normas de proteção ao trabalhador, ou seja, garante direi-tos mínimos ao hipossuficiente5. Esse princípio protetivo tem por finalidade estabelecer o equilíbrio que falta à relação de emprego, ou seja, o empregador possui situação econô-mica favorável, enquanto o empregado terá situação a seu favor na legislação trabalhista.

A necessidade do princípio protetor tem fundamento na subordinação exercida pelo empregador, limitando a autonomia da vontade. Explica-se: em um contrato de locação (contrato civil), por exemplo, as partes têm liberdade de recusar as propostas uma da outra. Assim, se o proprietário pedir um valor elevado pelo aluguel, o locatário poderá entregar o imóvel. Da mesma forma, se o locatário pedir ao proprietário que reforme todo o imóvel, ele provavelmente se recusará. Veja que nesse contrato civil (locação) há ple-na liberdade em contratar, pois as partes (locador e locatário) estão em pé de igualdade.

Por outro lado, imaginemos um contrato de trabalho em que o empregador solicite ao seu empregado que comece a trabalhar aos sábados no período da tarde, alertando que há muitas pessoas querendo aquele emprego. Esse empregado irá se recusar a trabalhar aos sábados? Claro que não. A mesma situação ocorre quando o empregador pede para que ele trabalhe além da jornada de 8 horas etc. Verifica-se, assim, que a liberdade em contratar é menor nas relações de trabalho, em virtude da subordinação, havendo a ne-cessidade do princípio protetor.

De acordo com o Professor José Cairo Júnior:

Pela regra do Direito Civil, todos são iguais perante a lei e devem ser trata-dos de forma igualitária por ela. Isso não ocorre no Direito Laboral. Reco-nhece-se que não existe uma igualdade entre empregados e empregadores, em face da superioridade econômica e jurídica destes últimos em relação aos primeiros. Para equilibrar a relação havida entre os atores sociais, o Direito do Trabalho procura proteger o empregado contra o desejo insaciável de lu-cro do empresário6.

Desse princípio protetivo, decorrem outros três princípios:

2.1. In dubio pro operario

Quando houver várias interpretações sobre a mesma norma, o intérprete utilizará a interpretação mais favorável ao trabalhador. Ressalta-se que esse princípio foi superado

5. Hipossuficiente é a parte juridicamente mais fraca na relação jurídica trabalhista, isto é, o empregado.

6. CAIRO JÚNIOR, José. Curso de Direito do Trabalho. Direito Individual e Direito Coletivo de Trabalho. 4. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2009. p. 98.

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DIREITO DO TRABALHO PARA CONCURSOS PÚBLICOS • Henrique Correia

pelo princípio da norma mais favorável. Ademais, não se aplica o princípio in dubio pro operario na área processual. No processo, as partes serão iguais, recebem o mesmo tra-tamento. Exemplo: prazo idêntico para apresentar razões finais e ingressar com recurso.

2.2. Norma mais favorável

Entre duas ou mais normas passíveis de aplicação, utiliza-se a mais favorável em relação ao trabalhador. Exemplo: há convenção coletiva e acordo coletivo que preveem cláusulas de férias. O intérprete (juiz, advogado, procurador do trabalho) deverá analisar qual desses instrumentos é mais favorável ao trabalhador, no tocante às férias, e aplicá-lo à relação empregatícia7. Nesse sentido:

Súmula nº 202 do TST. Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada pelo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença normativa, o empregado tem direito a receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica.

Art. 620 da CLT. As disposições estabelecidas em Convenção, quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo.

Cabe ressaltar que o princípio da norma mais favorável ao trabalhador não é absoluto, isto é, não poderá ser aplicado quando existirem normas de ordem pública ou de caráter proibitivo. Essas normas não comportam interpretação ampliativa. Exemplo: empregado que ingressa com ação judicial após 2 anos do término do contrato de trabalho. Não caberá a aplicação do Código Civil para a utilização de prazos mais extensos, pois a prescrição trata de norma de ordem pública que visa à paz social.

Por fim, havendo o conflito entre normas do acordo e convenção coletiva, a aplica-ção da mais favorável, no caso concreto, não gera nulidade automática daquela que não foi aplicada. Para que haja nulidade de uma cláusula é necessário constatação de ordem formal ou material8.

2.3. Condição mais benéfica

Esse princípio assegura ao empregado as vantagens conquistadas durante o contrato de trabalho, conforme previsto no art. 468 da CLT. Diante disso, essas conquistas não poderão ser alteradas para pior. Exemplo: o empregador fornece, todos os meses, uma cesta básica ao empregado. Diante disso não poderá, simplesmente, cessar o fornecimen-to, pois o trabalhador já conquistou esse direito com base no princípio da condição mais benéfica. Nesse sentido:

7. A questão do concurso para Juiz do Trabalho Substituto do TRT da 15ª Região abordou o tema do princípio da norma mais favorável.

8. Informativo n. 17 do TST (confira o texto integral no final deste capítulo).

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Capítulo II • PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

Súmula nº 51 do TST.

I – As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferi-das anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento.

II – Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do siste-ma do outro.

Súmula nº 288 do TST.

I – A complementação dos proventos de aposentadoria, instituída, regula-mentada e paga diretamente pelo empregador, sem vínculo com as entidades de previdência privada fechada, é regida pelas normas em vigor na data de admissão do empregado, ressalvadas as alterações que forem mais benéficas (art. 468 da CLT).

II – Na hipótese de coexistência de dois regulamentos de planos de previ-dência complementar, instituídos pelo empregador ou por entidade de previ-dência privada, a opção do beneficiário por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do outro.

III – Após a entrada em vigor das Leis Complementares nºs 108 e 109, de 29/05/2001, reger-se-á a complementação dos proventos de aposentadoria pelas normas vigentes na data da implementação dos requisitos para obten-ção do benefício, ressalvados o direito adquirido do participante que ante-riormente implementara os requisitos para o benefício e o direito acumulado do empregado que até então não preenchera tais requisitos.

IV – O entendimento da primeira parte do item III aplica-se aos processos em curso no Tribunal Superior do Trabalho em que, em 12/04/2016, ainda não haja sido proferida decisão de mérito por suas Turmas e Seções.

Destaca-se, contudo, que o princípio da condição mais benéfica não tem aplicação no âmbito do Direito Coletivo do Trabalho, uma vez que a conquista de direitos trabalhistas formalizados em instrumentos coletivos vigora até que outro instrumento coletivo a re-vogue9 conforme jurisprudência consolidada do TST:

Súmula nº 277 do TST: As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e so-mente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.

9. Ressalta-se que, recentemente (14/10/2016), em sede liminar, o Ministro Gilmar Mendes suspendeu todos os processos que versam sobre a Súmula nº 277 do TST até a análise da constitucionalidade dessa súmula pelo plenário do STF (ADPF 323/DF).

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DIREITO DO TRABALHO PARA CONCURSOS PÚBLICOS • Henrique Correia

3. PRINCÍPIO DA IMPERATIVIDADE DAS NORMAS TRABALHISTAS

No Direito do Trabalho prevalecem as regras cogentes, obrigatórias. Diante desse prin-cípio, há restrição da autonomia das partes em modificar as cláusulas contratuais previstas no contrato de trabalho. Exemplo: as partes não poderão alterar a natureza do pagamento das horas extras, ou seja, essa parcela tem natureza salarial (reflete nas demais parcelas), não podendo ser paga a título indenizatório (sem que haja o reflexo). De acordo com Professor Maurício Godinho Delgado10:

Para esse princípio prevalece a restrição à autonomia da vontade no contrato trabalhista, em contraponto à diretriz civil de soberania das partes no ajuste das condições contratuais. Esta restrição é tida como instrumento assecurató-rio eficaz de garantias fundamentais ao trabalhador, em face do desequilíbrio de poderes inerente ao contrato de emprego.

4. PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE

A realidade se sobrepõe às disposições contratuais escritas. Deve-se, portanto, veri-ficar se o conteúdo do documento coincide com os fatos. Exemplo: recibo assinado em branco no ato da contratação, posteriormente apresentado em juízo como prova de pa-gamento das verbas trabalhistas. É óbvio que esse documento não corresponde à verdade dos fatos. Outro exemplo: pagamento “por fora”, empregado registrado em carteira com um salário mínimo, mas recebe mil reais, como forma de burlar o pagamento de encargos trabalhistas (INSS e FGTS). Em ambos os casos, há aplicação do princípio da primazia da realidade sobre a forma (documentos não representam a verdade dos fatos).

Outras hipóteses de aplicação do princípio da primazia da realidade:

a) Cortadores de cana com contrato de estágio escrito (estagiários não possuem direitos trabalhistas). Assim, esses “estagiários”, que trabalham 8 horas diárias, recebem 800 reais por mês e cumprem as ordens do empregador são, na verdade, empregados e não estagiários, pois não possuem nenhum aprendizado teórico. Diante do princípio da primazia da realidade, esses contratos de estágio são nu-los de pleno direito, devendo ser reconhecido o vínculo empregatício e ser feito o pagamento de todos os direitos trabalhistas (hora extra, férias, 13º salário, depósitos do FGTS etc.).

b) Grande oficina mecânica que não possui nenhum empregado, apenas empresários lhe prestam serviços de mecânico. Esses “empresários” eram antigos empregados que constituíram empresas (pessoa jurídica) e continuaram exercendo a mesma jornada de trabalho, com o mesmo salário, recebendo as mesmas ordens etc. Nesse contexto, os mecânicos são, na verdade, empregados da oficina, diante da prevalência da realidade sobre a forma escrita.

10. DELGADO. Maurício Godinho. Curso do Direito do Trabalho. 7. ed. São Paulo: LTr, 2008. p. 201.

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Capítulo II • PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

Em resumo, o princípio da primazia da realidade serve para afastar fraudes nas rela-ções trabalhistas, uma vez que se pretende a busca pela verdade dos fatos.

5. PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA AO EMPREGADO

No Direito do Trabalho, é vedada qualquer alteração contratual que seja lesiva ao em-pregado, mesmo se houver consentimento deste (artigo 468, caput, da CLT). Assim, confor-me previsto no art. 2º da CLT, os riscos do empreendimento são suportados exclusivamente pelo empregador, não sendo permitido a ele dividir os prejuízos com seus trabalhadores.

Art. 468 da CLT. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições, por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

6. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO

Em regra, o contrato de trabalho é firmado por tempo indeterminado, ou seja, não há prazo previamente fixado para seu fim. Aliás, é de interesse público que esses contratos sejam firmados para prazos de longa duração, pois, enquanto o empregado estiver traba-lhando, haverá fonte de sustento, garantindo sua dignidade. Em razão desse princípio, a obrigação de provar a ruptura do contrato de trabalho é do empregador, isto é, em regra presume-se que o empregado não deu causa ao término do contrato de trabalho. Nesse sentido:

Súmula nº 212 do TST. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.

Ademais, por força do princípio da continuidade, há hipóteses em que não há prestação de serviços (interrupção e suspensão do contrato), mas o vínculo empregatício continua intacto. A exceção ocorre quando o contrato é firmado por prazo determinado, como nos casos de contrato de experiência, temporário, hipóteses previstas no art. 443 da CLT etc.

7. PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE OU INDISPONIBILIDADE DOS

DIREITOS TRABALHISTAS

Na vigência do contrato de trabalho, os direitos trabalhistas são, em regra, irrenun-ciáveis, porque há presença da subordinação do empregado perante o empregador. Assim sendo, mesmo que o ato seja bilateral (comum acordo entre as partes), se houver prejuízo ao empregado, esse ato deverá ser declarado nulo, pois o empregado não pode renunciar aos direitos e vantagens assegurados em lei. Exemplo: empregado não pode renunciar ao

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DIREITO DO TRABALHO PARA CONCURSOS PÚBLICOS • Henrique Correia

direito de receber seu décimo terceiro, aviso-prévio11 ou usufruir de suas férias. Se hou-ver tal renúncia, com base no princípio da irrenunciabilidade, o ato será nulo, invalidado.

Ao estudar o princípio da irrenunciabilidade, cabe destacar dois princípios:

a) Princípio da irredutibilidade salarial. Veda-se a redução (diminuição) dos sa-lários dos trabalhadores, exceto por convenção ou acordo coletivo (artigo 7 º, inciso VI, da Constituição Federal). Portanto, para que essa redução salarial seja válida, há necessidade da participação do sindicato dos trabalhadores.

b) Princípio da intangibilidade salarial. Vedam-se descontos no salário12, exceto nos casos previstos em lei ou norma coletiva13. Esse princípio protege o traba-lhador contra seus próprios credores, pois o salário é, em regra, impenhorável.

P

I

P

I

C

I

rotetivo

mperatividade

rimazia

nalterabilidade contratual lesiva

rrenunciabilidade

– in dubio pro operario– norma mais favorável

– irredutibilidade salarial– intangibilidade salarial

PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

11. Súmula nº 276 do TST: “O direito ao aviso-prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego.”

12. Sobre o tema “descontos salariais”, consulte o tópico 6 do capítulo de Remuneração.

13. Orientação Jurisprudencial nº 251 da SDI – I do TST. É lícito o desconto salarial referente à devolução de cheques sem fundos, quando o frentista não observar as recomendações previstas em instrumento coletivo.

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Capítulo II • PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

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8. SÚMULAS E ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS DO TST

Princípios do Direito do Trabalho

Súmula nº 51 do TST.

I – As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. II – Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro.

Súmula nº 202 do TST. Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada pelo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença normativa, o empregado tem direito a receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica.

Súmula nº 288 do TST.

I – A complementação dos proventos de aposentadoria, instituída, regulamentada e paga direta-mente pelo empregador, sem vínculo com as entidades de previdência privada fechada, é regida pelas normas em vigor na data de admissão do empregado, ressalvadas as alterações que forem mais benéficas (art. 468 da CLT).II – Na hipótese de coexistência de dois regulamentos de planos de previdência complementar, instituídos pelo empregador ou por entidade de previdência privada, a opção do beneficiário por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do outro.III – Após a entrada em vigor das Leis Complementares nºs 108 e 109, de 29/05/2001, reger-se-á a complementação dos proventos de aposentadoria pelas normas vigentes na data da implementação dos requisitos para obtenção do benefício, ressalvados o direito adquirido do participante que anteriormente implementara os requisitos para o benefício e o direito acumulado do empregado que até então não preenchera tais requisitos.IV – O entendimento da primeira parte do item III aplica-se aos processos em curso no Tribunal Superior do Trabalho em que, em 12/04/2016, ainda não haja sido proferida decisão de mérito por suas Turmas e Seções.

Súmula nº 212 do TST. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.

Súmula nº 276 do TST. O direito ao aviso-prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego.

Súmula nº 277 do TST: As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.

Orientação Jurisprudencial nº 251 da SDI – I do TST. É lícito o desconto salarial referente à devolução de cheques sem fundos, quando o frentista não observar as recomendações previstas em instrumento coletivo.

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DIREITO DO TRABALHO PARA CONCURSOS PÚBLICOS • Henrique Correia

INFO

RM

ATIV

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ST

9. INFORMATIVOS DO TST (CITADOS DURANTE O CAPÍTULO II)

1. Princípio da Norma mais favorável

1.1. Cláusula não aplicada

Ação anulatória. Acordo coletivo de trabalho que contém norma menos favorável que aquela

prevista em convenção coletiva vigente no mesmo período. Art. 620 da CLT. Nulidade afastada.

O confronto entre duas cláusulas dispondo sobre a mesma vantagem constante tanto de acordo quanto de convenção coletiva vigentes no mesmo período não enseja a anulação da norma menos favorável, mas apenas a sua inaplicabilidade ao caso concreto, conforme dicção do art. 620 da CLT. O reconhecimento de que a convenção coletiva deve ser aplicada em detrimento do acordo coleti-vo, quando aquela for mais favorável, não implica a declaração da nulidade do acordo, pois, para tanto, seria necessária a constatação de irregularidades de ordem formal ou material a afrontar o ordenamento jurídico. Com esse entendimento, a SDC, por unanimidade, deu provimento ao recurso ordinário para, afastando a nulidade das cláusulas terceiras dos acordos coletivos 2007/2008 e 2008/2009, firmados entre os réus, julgar improcedente a ação anulatória. Entendeu-se, outrossim, que a improcedência da presente ação não interfere na pretensão de aplicação da norma mais favorável aos empregados, a qual deve ser discutida em ação judicial própria. (Informativo nº 17)

2. Princípio da igualdade de tratamento

Dissídio coletivo. Uniões estáveis homoafetivas e heteroafetivas. Paridade de tratamento.

Reconhecimento. ADI 4277.

Ante os princípios da dignidade humana (art. 1º, III, da CF) e da igualdade (art. 5º, caput e I, da CF) e o entendimento exarado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 4277, que reconheceu às uniões homoafetivas o status de entidade familiar, estendendo a essas relações a mesma proteção jurídica destinada à união estável entre homem e mulher conferida pelos arts. 226, § 3º, da CF e 1.723 do CC, a SDC, à unanimidade, deu provimento ao recurso ordinário do Sindi-cato dos Aeroviários de Porto Alegre para, no particular, reformar a decisão do TRT, que entendeu ser a matéria própria para acordo entre as partes, e deferir a cláusula postulada com a seguinte redação: “Cláusula 48 – Parceiro (a) do mesmo sexo: Quando concedido pela empresa benefício ao companheiro(a) do(a) empregado(a), reconhece-se a paridade de tratamento entre as uniões estáveis homoafetivas e heteroafetivas, desde que observados os requisitos previstos no art. 1.723 do CC”. Ressalvou a fundamentação o Ministro Ives Gandra Martins Filho. TST-RO-20424-81.2010.5.04.0000, SDC, rel. Min. Walmir Oliveira da Costa, 9.9.2013 (Informativo nº 58)

3. Princípio da primazia da realidade

Radialista. Enquadramento. Lei nº 6.615/78. Registro. Ausência. Princípio da primazia da realidade.

A ausência de registro perante a Delegacia Regional do Trabalho não é óbice para o enquadramento do empregado na condição de radialista, desde que preenchidos os requisitos essenciais previsto na Lei nº 6.615/78, quais sejam, a prestação de serviço à empresa equiparada à de radiodifusão (art. 3º) e o exercício de uma das funções em que se desdobram as atividades mencionadas no art. 4º da referida lei. No caso, prevaleceu a tese de que a inobservância de exigência meramente formal não afasta o enquadramento pretendido, em atenção ao princípio da primazia da realidade e à não recepção da norma limitativa da liberdade de expressão pela Constituição Federal de 1988, na esteira da jurisprudência do STF quanto à exigência de diploma de jornalista. Assim, a SBDI-I, por unanimidade, no tópico, conheceu dos embargos do reclamante, por divergência jurisprudencial e, no mérito, deu-lhes provimento para restabelecer a deci-são do Regional, que enquadrou o empregado como radialista. TST-E-ED-RR-2983500-63.1998.5.09.0012, SBDI-I, rel. Min. José Roberto Freire Pimenta, 7.3.2013 (Informativo nº 39)

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Capítulo II • PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

INFO

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Atividade Docente. Instrutora de informática. Curso profissionalizante. Reconhecimento da

condição de professora. Princípio da primazia da realidade.

Tendo em conta o princípio da primazia da realidade que rege as normas de Direito do Trabalho, a empregada contratada para o exercício da atividade de instrutora de informática, em estabe-lecimento que oferece cursos profissionalizantes, tem direito ao reconhecimento da condição de professora e à percepção das parcelas trabalhistas próprias dessa categoria. As exigências formais previstas no art. 317 da CLT são dirigidas aos estabelecimentos particulares de ensino. Assim, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, negou-lhes provimento. TST-E-ED-RR-6800-19.2007.5.04.0016, SBDI-I, rel. Min. João Oreste Da-lazen, 11.4.2013 (Informativo nº 42)

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DIREITO DO TRABALHO PARA CONCURSOS PÚBLICOS • Henrique Correia

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10. LEGISLAÇÃO RELACIONADA AO CAPÍTULO

» CLT

Art. 2º Considera-se empregador a empresa, indi-vidual ou coletiva, que, assumindo os riscos da ativi-dade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

Art. 8º As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contra-tuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudên-cia, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que ne-nhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.

Parágrafo único. O direito comum será fonte sub-sidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.

Art. 9º Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presen-te Consolidação.

Art. 10 Qualquer alteração na estrutura jurídi-ca da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.

Art. 13 A Carteira de Trabalho e Previdência So-cial é obrigatória para o exercício de qualquer empre-go, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por conta própria de atividade profissional remunerada.

Art. 444. As relações contratuais de trabalho po-dem ser objeto de livre estipulação das partes interes-sadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.

Art. 448. A mudança na propriedade ou na es-trutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao em-pregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

Parágrafo único. Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, ante-

riormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança.

Art. 620. As condições estabelecidas em Con-venção, quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo.

Art. 651. A competência das Juntas de Concilia-ção e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar servi-ços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.

§ 1º Quando for parte de dissídio agente ou via-jante comercial, a competência será da Junta da lo-calidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empre-gado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.

§ 2º A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja con-venção internacional dispondo em contrário.

§ 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar re-clamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.

Art. 912. Os dispositivos de caráter imperativo terão aplicação imediata às relações iniciadas, mas não consumadas, antes da vigência desta Consolidação.

» CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 1º, III – A dignidade da pessoa humana

Art. 5º, XXXVI – A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

I – relação de emprego protegida contra despe-dida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensató-ria, dentre outros direitos;

II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III – fundo de garantia do tempo de serviço;

IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais

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Capítulo II • PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

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básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vin-culação para qualquer fim;

V – piso salarial proporcional à extensão e à com-plexidade do trabalho;

VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

VII – garantia de salário, nunca inferior ao mí-nimo, para os que percebem remuneração variável;

VIII – décimo terceiro salário com base na remu-neração integral ou no valor da aposentadoria;

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

X – proteção do salário na forma da lei, consti-tuindo crime sua retenção dolosa;

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme defi-nido em lei;

XII – salário-família pago em razão do dependen-te do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facul-tada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV – jornada de seis horas para o trabalho rea-lizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

XV – repouso semanal remunerado, preferencial-mente aos domingos;

XVI – remuneração do serviço extraordinário supe-rior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do empre-go e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de servi-ço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXIII – adicional de remuneração para as ativida-des penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

XXIV – aposentadoria;

XXV – assistência gratuita aos filhos e dependen-tes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII – proteção em face da automação, na for-ma da lei;

XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

XXX – proibição de diferença de salários, de exer-cício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalha-dor portador de deficiência;

XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissio-nais respectivos;

XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer tra-balho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalha-dor com vínculo empregatício permanente e o traba-lhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, aten-didas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tribu-tárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valo-rização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

(...) III – função social da propriedade; (...)

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11. QUESTÕES FUNDAMENTADAS

01. (TRT 4 – Juiz do Trabalho Substituto – 4ª re-

gião/2016 – adaptada) Segundo Américo Plá Rodriguez, os princípios são linhas diretrizes que informam algumas normas e inspiram direta ou indiretamente uma série de soluções, pelo que podem servir para promover e embasar a apro-vação de novas normas, orientar a interpretação das existentes e resolver os casos não previstos. Associe os princípios de Direito do Trabalho enu-merados abaixo às hipóteses contidas a seguir.

1 – Princípio da proteção expresso na incidên cia

da norma mais benéfica ao trabalhador

2 – Princípio da primazia da realidade

3 – Princípio da intangibilidade salarial

4 – Princípio da irrenunciabilidade

5 – Princípio da proteção expresso na inci dência

da condição mais benéfica ao trabalhador

( ) As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anterior mente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a re-vogação ou alteração do re gulamento.

( ) Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na Consolida-ção das Leis do Trabalho – CLT.

( ) A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações constantes da carteira pro-fissional, por instrumento escrito ou por todos os meios permitidos em direito.

( ) As empresas de crédito, financiamento ou in-vestimento, também denominadas financei ras, equiparam-se aos estabelecimentos bancários para os efeitos do art. 224 da CLT.

( ) Ao empregador é vedado efetuar qualquer des-conto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.

A sequência numérica correta, de cima para

baixo, da coluna das hipóteses, é

a) 1 – 3 – 2 – 5 – 4

b) 1 – 4 – 5 – 2 – 3

c) 3 – 4 – 2 – 5 – 1

d) 5 – 3 – 4 – 2 – 1

e) 5 – 4 – 2 – 1 – 3

02. (TRT 15 – Juiz do Trabalho Substituto 15ª

Região/2013). Aplicando a técnica do Direito do Trabalho para a solução de antinomias, é correto dizer:

a) a lei nova prevalece sobre a lei anterior, alterando as bases obrigacionais das relações jurídicas em vigor para o fim, inclusive, de produzir efeitos ju-rídicos retroativos, atingindo fatos já consumados, quando mais benéficos ao trabalhador;

b) conforme prevê a Constituição, as normas tra-balhistas constantes de Tratados e Convenções internacionais, ainda que menos benéficas aos trabalhadores, quando integradas ao ordenamen-to jurídico interno, por intermédio de ratificação, substituem as condições de trabalho preexistentes;

c) sendo mais favorável ao trabalhador, a condição de trabalho fixada contratualmente prevalece sobre a previsão normativa legal, mesmo que esta seja de natureza proibitiva;

d) aplicando-se o preceito da ultratividade condicio-nada, recentemente acatado por Súmula do TST, as cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram-se aos contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas por sentença normativa;

e) conforme previsto na CLT, as normas estipuladas em acordo coletivo, ainda que sob o argumento de serem mais específicas, não prevalecem sobre as normas de convenção coletiva, resolvendo-se o conflito pelo princípio da norma mais favorável.

03. (TRT 14 – Juiz do Trabalho Substituto 14ª

RG/2012). Acerca da temática pertinente aos princípios, notadamente na relação entre princípios e normas, assinale a única alternativa correta:

a) A força normativa dos princípios implica considerar que esses são normas com positividade maior nas Constituições, enquanto que as regras possuem positividade maior nos Códigos.

b) O princípio basilar protetivo do Direito do Trabalho tem natureza infraconstitucional, enquanto que a dignidade da pessoa humana, no contexto do trabalho decente, tem natureza constitucional.

c) O pagamento da hora extra com o acréscimo de 50%, previsto na Constituição de 1988, é uma regra constitucional, e não um princípio; em razão disso,

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Capítulo II • PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

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em determinadas circunstâncias, é aceitável que, por norma coletiva estabelecida por determinadas categorias, haja redução desse acréscimo para 45%, até porque a diferença não possui signifi-cância econômica e a negociação como um todo pode beneficiar os trabalhadores em outros itens.

d) Princípios podem existir implicitamente no sistema.

e) Princípios e regras são espécies do gênero normas jurídicas e se caracterizam pelo seu caráter relati-vo, isto é, sua incidência e adequação dependem do valor ou peso que lhes é atribuído em cada caso singular, por isso, princípios e regras abdi-cados em determinada circunstância não são, por isso, necessariamente nulos.

04. (FCC – Juiz do Trabalho Substituto 11ª

RG/2012). Considerando-se a doutrina, a legislação e o entendimento sumulado pelo TST, em relação aos princípios que orientam o Direito do Trabalho no Brasil,

a) o princípio da continuidade do contrato de traba-lho constitui presunção favorável ao empregador, razão pela qual o ônus da prova quanto ao térmi-no do contrato de trabalho é do trabalhador, nas hipóteses em que são negadas a prestação dos serviços e o despedimento.

b) o Juiz do Trabalho pode privilegiar a situação de fato, devidamente comprovada, em detrimento dos documentos ou do rótulo conferido à relação de direito material, em razão do princípio da primazia da realidade sobre a forma.

c) a Consolidação das Leis do Trabalho não possui nenhum dispositivo expresso que atribui aos prin-cípios uma função integrativa ou que indique a primazia do interesse público.

d) o conteúdo do contrato de emprego, de acordo com o princípio da intangibilidade contratual objetiva, poderia ser modificado, caso ocorresse efetiva mu-dança no plano do sujeito empresarial.

e) o princípio da intangibilidade salarial admite exce-ções somente quando houver autorização expressa do trabalhador.

05. (TRT 8 – Juiz do Trabalho Substituto 8ª

RG/2012). Assinale a alternativa INCORRETA:

a) As cláusulas regulamentares, que revoguem ou al-terem vantagens deferidas anteriormente, só atin-girão os trabalhadores admitidos após a revogação ou a alteração do regulamento.

b) De acordo com a doutrina pátria, o princípio da norma mais favorável dispõe que o operador do Direito do Trabalho deve optar pela regra mais fa-vorável ao obreiro em três dimensões distintas: no princípio orientador da ação legislativa, no prin-cípio orientador do processo de hierarquização de normas trabalhistas e no princípio orientador do processo de revelação do sentido da regra traba-lhista.

c) O princípio da indisponibilidade dos direitos traba-lhistas está materializado em vários dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho, dentre os quais se destaca o artigo 9º, que dispõe que serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na referida Consolidação.

d) O entendimento sumulado do Tribunal Superior do Trabalho, no sentido de que é do empregador o ônus de provar o término do contrato de tra-balho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, está fundamentado no princípio da continuidade da relação de emprego.

e) Segundo a doutrina trabalhista, o princípio do contrato-realidade, aplicado apenas em favor do empregado, dispõe que o operador jurídico, no exa-me das declarações volitivas, deve atentar mais à intenção dos agentes do que ao envoltório formal através do qual transpareceu a vontade.

06. (TRT 23 – Juiz do Trabalho Substituto 23º Re-

gião – 2011). Eliodoro trabalhou durante 18 meses para a empresa Bota Fora Lixo Ltda. Re-cebia salário mínimo, anotado na CTPS, mais R$ 200,00 não contabilizados.

Dispensado, recebeu as parcelas rescisórias cal-culas apenas em relação valor anotado na CTPS. Ajuizou ação, alegando direito às diferenças. Não houve contestação quanto à alegação de pagamento extrafolha. Nesta hipótese, acerca da multa do art. 477, § 8º, da CLT (aplicável pelo atraso no pagamento das parcelas rescisórias) é correto dizer:

a) É incabível, pois esta somente tem lugar nos casos em que não ocorra qualquer pagamento.

b) A multa é devida em valor equivalente ao salário anotado na CTPS.

c) A multa não é devida, pois o pagamento por fora se dava com anuência do trabalhador e este não pode se beneficiar da própria torpeza.

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d) A multa é devida em valor equivalente ao anotado na CTPS, mais a importância paga extrafolha.

e) A multa somente seria devida, com natureza pu-nitiva, na hipótese de o empregador negar o pa-gamento não contabilizado.

07. (TRT 23 – Juiz do Trabalho Substituto 23º Re-

gião – 2011). Analise as seguintes proposições e ao final assinale a alternativa correta.

I. Os dias de férias gozados após o período legal de concessão deverão ser remunerados em dobro.

II. O adicional de periculosidade integra a apuração das horas de sobreaviso.

III. Na concomitância de cláusula contratual e nor-ma coletiva estipulando adicional por tempo de serviço, o empregado tem direito a receber cumulativamente.

IV. A prescrição da pretensão relativa às parcelas re-muneratórias alcança o respectivo recolhimento da contribuição para o FGTS.

a) As alternativas I, II estão corretas e as alternati-vas III e IV, incorretas;

b) As alternativas II e III estão corretas e as alter-nativas I e IV, incorretas;

c) As alternativas I, II e III estão incorretas e a al-ternativa IV, correta;

d) Todas as alternativas estão incorretas;

e) As alternativas I e IV estão corretas e as alterna-tivas II e III, incorretas.

08. (TRT 23 – Juiz do Trabalho Substituto 23º

RG/2010). Sobre os princípios inerentes ao Di-reito do Trabalho, assinale a alternativa incor-reta:

a) As condições mais benéficas conquistadas pelos trabalhadores, seja de modo individual ou cole-tivo, sempre aderem aos contratos individuais de trabalho e não podem ser suprimidas depois de implementadas.

b) O princípio da norma mais favorável tem aplicação quando duas normas disciplinam o mesmo assunto.

c) Em face do princípio da continuidade da relação de emprego, presume-se que o empregado não toma a iniciativa de romper o vínculo.

d) A primazia da realidade é princípio de elevada im-portância quando se discute a natureza jurídica da relação de trabalho.

e) A partir do princípio protetor o Direito do Trabalho procura igualar partes materialmente desiguais.

09. (TRT 2 – Juiz do Trabalho Substituto 2º

RG/2010). São considerados princípios especí-ficos de Direito Coletivo do Trabalho, exceto:

a) Princípio da liberdade de associação.

b) Princípio da autonomia sindical.

c) Princípio do desnível dos contratantes coletivos.

d) Princípio da interveniência sindical na negociação coletiva.

e) Princípio da lealdade e transparência da negocia-ção coletiva.

10. (Exame de Ordem 2011.1 – FGV). Foi cele-brada convenção coletiva que fixa jornada em sete horas diárias. Posteriormente, na mesma vigência dessa convenção, foi celebrado acordo coletivo prevendo redução da referida jornada em 30 minutos. Assim, os empregados das empresas que subscrevem o acordo coletivo e a convenção coletiva deverão trabalhar, por dia,

a) 8 horas, pois a CRFB prevê jornada de 8 horas por dia e 44 horas semanais, não podendo ser derro-gada por norma hierarquicamente inferior.

b) 7 horas e 30 minutos, porque o acordo coletivo, por ser mais específico, prevalece sobre a convenção coletiva, sendo aplicada a redução de 30 minutos sobre a jornada de 8 horas por dia prevista na CRFB.

c) 7 horas, pois as condições estabelecidas na con-venção coletiva, por serem mais abrangentes, pre-valecem sobre as estipuladas no acordo coletivo.

d) 6 horas e 30 minutos, pela aplicação do princípio da prevalência da norma mais favorável ao traba-lhador.

11. (MPT – Procurador do Trabalho/2008). Assinale a alternativa INCORRETA:

a) entre os mais importantes princípios especiais do Direito Individual do Trabalho indicados pela doutrina, incluem-se o princípio da proteção, o princípio da irrenunciabilidade dos direitos tra-balhistas e o princípio da norma mais favorável;

b) o princípio da primazia da realidade sobre a forma autoriza a descaracterização de um contrato de prestação civil de serviços, desde que despontem,

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ao longo de sua execução, todos os elementos fá-tico-jurídicos da relação de emprego;

c) de acordo com a jurisprudência consolidada do Tribunal Superior do Trabalho, o ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado;

d) o princípio da razoabilidade segundo o qual as condutas humanas devem ser avaliadas de acordo com um critério associativo de verossimilhança, sensatez e ponderação, não tem aplicação no Di-reito Coletivo do Trabalho;

e) não respondida.

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GABARITO

Questão Resposta Fundamentação

01 E Doutrina

02 E Art. 620, CLT

03 D Princípios implícitos (doutrina).

04 B Princípio da primazia da realidade sobre a forma (doutrina).

05 E Princípio da primazia da realidade (doutrina).

06 D Art. 729, CLT; art. 344 do NCPC e art. 477, § 8º, CLT

07 E

Assertiva I. Art. 137, caput, CLT.

Assertiva IV. Súmula nº 206, TST. Atenção: Nova redação da Súmula nº 362 do TST.

08 A Súmula nº 277 do TST.

09 C Princípio da Equivalência dos Contratantes Coletivos (doutrina)

10 D Princípio da Norma mais favorável (doutrina)

11 D Princípio da razoabilidade (princípio geral do direito) – doutrina

Obs.: Bloco de Notas (controle importante de qualidade):

Acertei quantas questões? ___________________________________________

Cometi algum erro nas questões acima? Quais erros não posso jamais repetir?

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Capítulo II • PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

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AÇÃO

12. MEU RESUMO PARA MEMORIZAÇÃO DO CAPÍTULO II

» Futuro(a) Juiz(a) do Trabalho, membro do MPT ou da Advocacia Pública, agora é hora de se concentrar.

» Sem nenhuma consulta ao capítulo, por favor faça um breve resumo abaixo. Nesse mo-mento, é importante que elabore esquemas e gráficos para condensar e memorizar a matéria já estudada e, ainda, utilizar esses resumos para revisar os pontos uma sema-na antes da prova. Use o espaço cuidadosamente deixado, como o seu “caderninho de anotações pessoais”.

12.1. Quais os principais pontos que eu aprendi ao longo do capítulo que

considero importantes?

PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO