DIREITO DO CONSUMIDOR

Slides: Fonte Marielza Brandão Franco

27/04/23 2

MECANISMOS INTERNACINAIS TÊM SIDO ACIONADOS NA BUSCA DE EQUILÍBRIO

NAS RELAÇÕES DE CONSUMO.

INCLUSIVE A RESOLUÇÃO 39/248 DA ONU TRAÇA POLÍTICA GERAL DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR ENTENDENDO COMO

DIREITO UNIVERSAL A DEFESA DO CONSUMIDOR.

• NO BRASIL VÁRIOS CONGRESSOS E ENCONTROS DE ÓRGÃOS E ENTIDADES DE DEFESA DO CONSUMIDOR INFLUENCIARAM A ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE RESULTANDO EM DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL NA CF/88, QUE EM SEU ARTIGO 5º-, XXXII ESTABELECE QUE O ESTADO PROMOVERÁ A DEFESA DO CONSUMIDOR.

• NO ART. 170, INCISO V DA CF – SE REAFIRMA QUE A ORDEM ECONÔMICA, FUNDADA NA VALORIZAÇÃO DO TRABALHO HUMANO E NA LIVRE INICIATIVA, TEM POR FIM ASSEGURAR A TODOS EXISTÊNCIA DIGNA, CONFORME OS DITAMES DA JUSTIÇA SOCIAL, OBSERVANDO ENTRE OUTROS PRINCÍPIOS A DEFESA DO CONSUMIDOR.

• E NO ARTIGO 48 DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS DETERMINA PRAZO DE 120 DIAS DA PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO PARA A ELABORAÇÃO DO CDC.

TAMBÉM A CONSTITUIÇÃO ESTADUAL NO SEU ARTIGO 4º- GARANTE QUE O ESTADO PROMOVERÁ A PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR.

 PORTANTO, AS NORMAS DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR SÃO DE ORDEM PÚBLICA E DE INTERESSE SOCIAL.

É INCLUSIVE O QUE DIZ O ARTIGO 1º- DO CDC. 

ISSO PORQUE PARA A PRÓPRIA ESTRUTURA DO ESTADO É CONVENIENTE QUE SE ESTABELEÇA O EQUILÍBRIO DAS RELAÇÕES ECONÔMICAS PARA DISCIPLINAR OS MEIOS DE PRODUÇÃO EM RELAÇÃO

- AO CONSUMO

- GARANTIR O BEM-COMUM.

NO ENTANTO, EMBORA A CF/88 TENHA ELEVADO A DEFESA DO CONSUMIDOR A NÍVEL CONSTITUCIONAL ISSO NÃO É USUAL E FOI UMA ATITUDE CORAJOSA DO NOSSO CONSTITUINTE E TEM CONSEQUÊNCIAS IMPORTANTES COMO POR EXEMPLO A POLÍTICA NACIONAL DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR QUE VEREMOS NO CDC.

O NOSSO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR É UM DOS MAIS MODERNOS DO MUNDO, QUIÇA O MAIS MODERNO.

EM RELAÇÃO AOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA O BRASIL É DETENTOR DE INSTRUMENTAL MODERNO ENQUANTO NOSSOS VIZINHOS OPTARAM POR LEIS ESPARSAS - A LEI ARGENTINA É AQUÉM DAS NECESSIDADES, O URUGUAI APROVOU SUA LEI EM SETEMBRO DE 1999 E O PARAGUAI EM DEZEMBRO DE 1998.

• ASSIM O ARTIGO 1º- DISPÕE: 

“O PRESENTE CÓDIGO ESTABELECE

NORMAS DE PROTEÇÃO E DEFESA

DO CONSUMIDOR, DE ORDEM

PÚBLICA E INTERESSE SOCIAL...”

• CONSUMIDOR-DEFINIÇÃO

INICIALMENTE É BOM ESCLARECER QUE A DEFINIÇÃO DE

CONSUMIDOR NÃO É APENAS AQUELA DESCRITA NO ARTIGO

2º- CAPUT DO CDC, POIS CONSUMIDOR NÃO É APENAS AQUELE

QUE ADQUIRE OU UTILIZA PRODUTO OU SERVIÇO COMO

DESTINATÁRIO FINAL.

SE ENTENDE COMO DESTINATÁRIO FINAL A PESSOA

FÍSICA OU JURÍDICA QUE NÃO EMPREGUE O SERVIÇO

OU PRODUTO EM CICLO PRODUTIVO, QUE UTILIZE PARA

SATISFAÇÃO DE SUAS NECESSIDADES FÍSICAS E

ESPIRITUAIS, COMO SUJEITO PRIMÁRIO. 

O PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO TRÁS OUTRA

DEFINIÇÃO MAIS ABRANGENTE: TAMBÉM A

COLETIVIDADE DE PESSOAS QUE HAJA

INTERVIDO NAS RELAÇÕES DE CONSUMO,

AINDA QUE NÃO TENHA PARTICIPADO OU

ADQUIRIDO O PRODUTO OU SERVIÇO.

Ex:. O art. 68

ART. 17 – VÍTIMAS DO EVENTO. A MERA

EXPOSIÇÃO TORNA A PESSOA CONSUMIDOR,

MAS É PRECISO AFERIR A QUESTÃO DA

VUNERABILIDADE

ART.29 – PESSOAS EXPOSTAS AS PRÁTICAS

COMERCIAIS.

FORNECEDOR Art. 3º - PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA

QUE DESENVOLVE ATIVIDADE DE PRODUÇÃO,

MONTAGEM, CRIAÇÃO.

 

PRODUTO Art. 3º - § 1º - QUALQUER BEM MÓVEL, IMÓVEL,

MATERIAL OU IMATERIAL

SERVIÇO Art. 3º - § 2º- ATIVIDADE FORNECIDA NO

MERCADO DE CONSUMO MEDIANTE REMUNERAÇÃO

INCLUSIVE AS DE NATUREZA BANCÁRIA, FINANCEIRA,

DE CRÉDITO E SECURITÁRIA, SALVO DE CARÁTER

TRABALHISTA.

• POLÍTICA NACIONAL- ARTS.4º e 5º.do CDC

• 1-RECONHECIMENTO DA VUNERABILIDADE DO CONSUMIDOR NO MERCADO DE CONSUMO.

• 2- AÇÕES GOVERNAMENTAIS NO SENTIDO DE PROTEGER O CONSUMIDOR.

• 3- INFRA ESTRUTURA DEFENSORIA PÚBLICA, PROMOTORIAS, DELEGACIAS, JUIZADOS, ASSOCIAÇÕES.

DIREITOS DO CONSUMIDOR

O CDC RENOVOU DE MANEIRA AMPLA O DIREITO CIVIL.

ART. 6º, V - A TEORIA CONTRATUAL ESTAVA FUNDAMENTADA NO PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA, OU SEJA, O PACTA SUNT SERVANDA.

A NOVA TEORIA DOS CONTRATOS, FOI ALÉM DA TEORIA DA IMPREVISÃO, ADMITE A MODIFICAÇÃO DE CLÁUSULAS QUE ESTABELEÇAM PRESTAÇÃO DESPROPORCIONAL E A REVISÃO EM RAZÃO DE FATOS SUPERVENIENTES QUE TORNEM EXCESSIVAMENTE ONEROSAS.

DIREITOS DO CONSUMIDOR

ISSO PORQUE AS RELAÇÕES COMERCIAIS SE MODERNIZARAM E O SIMPLES CONTRATO DE COMPRA E VENDA NÃO MAIS SATISFAZ, AS RELAÇÕES SÃO DINÂMICAS, CRESCERAM AS SOCIEDADES DE SERVIÇOS EM RELAÇÃO AS SOCIEDADES DE PRODUTOS.

EXISTE A NECESSIDADE DE MEIOS JURÍDICOS CAPAZES DE VINCULAR AS PARTES POR UM LONGO PERÍODO E NO CURSO DO CONTRATO PODE OCORRER PERIGO DE DANO AO CONSUMIDOR.

•

E MAIS, ADMITE SENTENÇA DE

CARÁTER MANDAMENTAL DE

CONTEÚDO IMPOSITIVO ONDE

O JUIZ REELABORA A

CLÁUSULA CONTRATUAL

ABUSIVA.

ART. 6º, VI – EFETIVA PREVENÇÃO E

REPARAÇÃO DE DANOS PATRIMONIAIS E

MORAIS, INDIVIDUAIS, COLETIVOS E DIFUSOS. 

A CF FEZ DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

GARANTIA DO ESTADO DE DIREITO.

PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E

PROPORCIONALIDADE E COMO PUNIÇÃO LEVANDO-SE

EM CONTA QUE A INDENIZAÇÃO NÃO É FONTE DE

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO.

 

Art. 6º, VIII - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

PARA FACILITAÇÃO DA DEFESA DO

CONSUMIDOR.

 

ART. 6º, VIII - INFORMAÇÕES ADEQUADAS E

CLARAS. (ART. 52- PREÇO, JUROS,

ACRÉSCIMOS LEGAIS).

 

• ART.47 – PRINCÍPIO DA BOA FÉ:

CONSAGROU TAL PRINCÍPIO NO SENTIDO DE

INTERPETRAR AS CLÁUSULAS DE MANEIRA MAIS

FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR, VISANDO O

EQUILIBRIO NO CONTRATO E A COOPERAÇÃO

ENTRE AS PARTES NO CONTRATO.

 

ART.51- VII – NULIDADE DE CLÁUSULA QUE DETERMINE

UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIA DE ARBITRAGEM.

  

 

ART.51- XI- NULIDADE DE CLÁUSULA QUE AUTORIZE O

FORNECEDOR A CANCELAR O CONTRATO

UNILATERALMENTE.

Ex:. PLANO DE SAÚDE GRUPAL.

 

ART.54 – CONTRATO DE ADESÃO-CLÁUSULAS COM

DESTAQUE SE LIMITA DIREITOS DO CONSUMIDOR.

NULIDADE DE CLÁUSULA DE FORO DE ELEIÇÃO. 

• RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO

OU SERVIÇO.

TRATA DEFEITO COMO ALGO MAIS

GRAVE DO QUE VÍCIO QUE CAUSA

DANO GRAVE AO CONSUMIDOR.

• RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO OU SERVIÇO.

ART. 12- O FUNDAMENTO DA RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR

NÃO É MAIS A CULPA E SIM O DEFEITO DO PRODUTO

AUTORIZANDO A RESPONSABILIDADE OBJETIVA

§ 3º- O ÔNUS DA PROVA DE QUE NÃO COLOCOU O PRODUTO NO

MERCADO, OU O DEFEITO INEXISTIA OU A CULPA FOI

EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR OU TERCEIRO E DO FORNECEDOR.

ÚNICAS CAUSAS DE EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE.

A CULPA DO FORNECEDOR ASSENTA NO FATO DE TER COLOCADO

O PRODUTO OU SERVIÇO NO MERCADO.

• Art. 7º C/C - SOLIDARIEDADE NA REPARAÇÃO DO

DANO.

O CONSUMIDOR PODE DEMANDAR CONTRA O

FABRICANTE OU O COMERCIANTE.

Art. 13 - O COMERCIANTE RESPONDE SE NÃO

PUDER SER IDENTIFICADO O FABRICANTE.

 

• VÍCIO DO PRODUTO

Art. 18 - DIREITO DE PEDIR APÓS 30 DIAS.

1- SUBSTITUIÇÃO DO PRODUTO POR OUTRO DA MESMA

ESPÉCIE EM PERFEITAS CONDIÇÕES DE USO.

2- A RESTITUIÇÃO IMEDIATA DA QUANTIA PAGA,

ATUALIZADA.

3- O ABATIMENTO PROPORCIONAL DO PREÇO.

 

RECLAMAÇÕES ART.26

1 -     NÃO DURÁVEIS - 30 dias

2 -     DURÁVEIS – 90 dias

A PARTIR DA ENTREGA EFETIVA DO PRODUTO.

SE O VÍCIO FOR OCULTO, NO MOMENTO QUE

FICOU EVIDENCIADO O DEFEITO. 

DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

Art. 28 - POSSIBILIDADE SE HOUVER

- ABUSO DE DIREITO,

- EXCESSO DE PODER,

- INFRAÇÃO DA LEI,

- FATO OU ATO ILÍCITIO,

- VIOLAÇÃO DE ESTATUTO OU CONTRATO SOCIAL, -

FALÊNCIA,

- ESTADO DE INSOLVÊNCIA,

- ENCERRAMENTO OU INATIVIDADE DA PESSOA

JURÍDICA PROVOCADOS POR MÁ ADMINISTRAÇÃO.

 

- CONSTRUÇÃO JURISPRODUENCIAL RECEPCIONADA PELO CDC.

 PRÁTICAS ABUSIVAS

- ART.39

 

CADASTROS DE INADIMPLENTES

1- ACESSO AS INFORMAÇÕES

2- INFORMAÇÕES REFERENTES A PERÍODO

SUPERIOR A 05 ANOS

- ARREPENDIMENTO

COMPRAS VIA TELEFONE OU

DOMICÍLIO OU FORA DO

ESTABELECIMENTO – 07 DIAS

DEVOLUÇÃO DA QUANTIA PAGA

CORRIGIDA.

 

CLÁUSULAS ABUSIVAS 

Art. 51- NÃO É ELENCO TAXATIVO E SIM

EXEMPLIFICATIVO

Ex:. CLAUSULA DE MANDADO PARA

EMISSÃO DE TÍTULO.

MULTA

Art. 52, § 1º- EXTIPULADA EM 2%  

INFRAÇÕES PENAIS

O CDC ESTABELECEU PENAS PARA

DETERMINADAS PRÁTICAS – Art. 61 E

SEGUINTES

MULTA

Art. 52, § 1º- EXTIPULADA EM 2%  

INFRAÇÕES PENAIS

O CDC ESTABELECEU PENAS PARA

DETERMINADAS PRÁTICAS – Art. 61 E

SEGUINTES

TUTELA ANTECIPADA

 

1- RELEVÂNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO

2- JUSTIFICADO RECEIO DE INEFICÁCIA

DO PROVIMENTO FINAL

3- IMPOSIÇÃO PELO JUIZ DE MULTA

DIÁRIA INDEPENDENTE DE PEDIDO DO

AUTOR.

CONCLUSÃOPOR FIM GOSTARIA APENAS DE DIZER QUE O CDC

TROUXE INÚMERAS INOVAÇÕES QUE PROTEGE A

PARTE ECONOMICAMENTE MAIS FRACA NA

RELAÇÃO DE CONSUMO E POR ISSO OS

FORNECEDORES BUSCAM SEMPRE

DESCARACTERIZAR AS RELAÇÕES COMERCIAIS

COMO RELAÇÕES DE CONSUMO E TODO

PROFISSIONAL DEVE ANALISAR DETIDAMENTE

QUANDO DEPARAR-SE COM QUALQUER RELAÇÃO

OBRIGACIONAL PARA VERIFICAR SE TRATA-SE DE

RELAÇÃO DE CONSUMO, POIS SENDO ELAS, SERÃO

RESOLVIDAS A LUZ DO CDC.