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14/05/2019 1 Direito do Consumidor Professor : Renato Porto Instagram: Prof_renato Lista Vip: www.renato.tv.br Bibliografia: Lei 8078/90 Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.

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Page 1: Direito do Consumidor14/05/2019 1 Direito do Consumidor Professor : Renato Porto Instagram: Prof_renato Lista Vip: Bibliografia: Lei 8078/90 Art. 1 O presente código estabelece normas

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Direito do Consumidor

Professor : Renato Porto

Instagram: Prof_renato

Lista Vip: www.renato.tv.br

Bibliografia:

Lei 8078/90

Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do

consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts.

5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas

Disposições Transitórias.

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CDC = Norma de ordem pública (Cogente)

• As normas jurídicas em relação a sua imperatividade podem ser:

Cogentes Não cogentes

São chamadas de normas de ordem pública.

São chamadas de normas DISPOSITIVAS.

Ex. Direitos da personalidade, Direitos da propriedade e função social dos contratos.

Ex. Condomínio, regime de bens e contratos.

Elas não podem ser derrogadas (Derrogar: revogação parcial)

Elas podem ser derrogadas.

Doutrina:

“Na visão jurídica, temos como de ordem pública e interesse social, o

conjunto de normas essenciais à convivência social. A supressão

dessas normas levaria a inviabilizar a boa convivência social, posto que

seus dispositivos inferem a interesses de enorme número de pessoas,

tal como, no que pertine a proteção dos consumidores e sua legislação

norteadora, no caso o CDC.” Oscar Ivan Prux

Jurisprudência: Súmula 381 do STJ

• Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, a

abusividade das cláusulas.

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Pesquisa de internet:

Vídeo:

• https://youtu.be/gS6YoZPlwp0

Explicação:

• http://www.direitosemjuridiques.com/normas-cogentes-ou-normas-de-ordem-publica-e-normas-dispositivas/

Artigo alegando à inconstitucionalidade da súmula 381:

• http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,o-codigo-de-defesa-dos-consumidores-como-norma-principiologica-e-a-

inconstitucionalidade-da-sumula-381-do-stj,29452.html

Aspectos constitucionais

• Art. 5º Todos são iguais perante a lei,

sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos

estrangeiros residentes no País a

inviolabilidade do direito à vida, à

liberdade, à igualdade, à segurança e

à propriedade, nos termos seguintes:

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do

consumidor;

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA

• Art. 170 - A ordem econômica, fundada na

valorização do trabalho humano e na livre

iniciativa, tem por fim assegurar a todos

existência digna, conforme os ditames da

justiça social, observados os seguintes

princípios:

I - soberania nacional;

II - propriedade privada;

III - função social da propriedade;

IV - livre concorrência;

V - defesa do consumidor;

VI - defesa do meio ambiente...

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII - busca do pleno emprego;

IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno

porte ...

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Dinâmica econômica

Consumo

Empresas Estado

“A força motora da retomada,

repetindo os períodos mais

recentes de bom

desempenho da economia

brasileira, será o consumo das famílias.” Revista: Isto é.

ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e

vinte dias da promulgação da Constituição,

elaborará código de defesa do consumidor.

120 dias

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Vigência do CDC

• Constituição Federal : Ano 1988.

• Art.48 : Comanda a criação em 120 dias.

• Publicação : 11 de setembro de 1990.

• Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias

a contar de sua publicação.

• Em 11 de março de 1991 o CDC entra em vigor.

Contrato de trato sucessivo Súmula 469 do STJ “Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde.”

Antinomia de leis

• 1 - Tempo

• 2 - Princípio da especialidade

• 3 - Norma de eficácia supra legal

Constituição Federal

Legislação Ordinária

CDC Norma de eficácia supra legal

4 - Teoria do diálogo das fontes Prof. Erick Jaime

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Princípios

Conceito: Os princípios são a teia de proteção do ordenamento jurídico.

Arts. 1 2 3 4 5 6 7 8...

Princípios

Normas Jurídicas: Regras X Princípios

Princípios no Código de Defesa do Consumidor (Art.4)

• Princípio da vulnerabilidade

• Princípio da hipossuficiência

• Princípio da confiança, qualidade e segurança

• Princípio da educação e informação

• Princípio da harmonização dos interesses

• Princípio da boa fé objetiva e da equidade

Relação de Consumo

Consumidor

Fornecedor Produto Serviço

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Consumidor

• Espécies:

• Standard

• Por equiparação

Standard Art.2

Por equiparação Arts. 17, 29 e 2 P.U.

JAC Autopeças do Brasil Ltda., adquiriu peças de veículos, com o fito de comercializa-las na região norte do país. Ocorre, que

ao tentar retirar os referidos insumos no aeroporto de origem, foi informada de que as referidas peças haviam sido

extraviadas. JAC, pretende demandar contra o transportador em seu domicilio segundo a regra do art.101, I do CDC. Diante

de tal fato, podemos afirmar que JAC obterá sucesso em seu intento?

Resposta: Informativo 600

PROCESSO REsp 1.442.674-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, julgado em 7/3/2017, DJe

30/3/2017.

RAMO DO DIREITO DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR TEMA Contrato de transporte internacional de carga. Insumos.

Relação de consumo. Inocorrência. Vinculação entre o contrato principal e o acessório de transporte.

Resumo: Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor - CDC ao contrato de transporte de mercadorias vinculado a

contrato de compra e venda de insumos.

O condomínio possui legitimidade ativa para pleitear direitos contra a empresa de construção civil que efetuou a obra, tendo

como base o Código de Proteção e Defesa do Consumidor? Justifique.

Resposta: Informativo 592

PROCESSO REsp 1.560.728-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, julgado em 18/10/2016, DJe 28/10/2016.

RAMO DO DIREITO DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL TEMA Condomínio de adquirentes de edifício em construção.

Defesa dos interesses dos condôminos frente a construtora ou incorporadora. Aplicação do CDC.

Resumo: Aplica-se o CDC ao condomínio de adquirentes de edifício em construção, nas hipóteses em que atua na defesa dos

interesses dos seus condôminos frente a construtora ou incorporadora.

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O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos habitacionais promovidos pelas

sociedades cooperativas?

• SÚMULA N. 602 O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos

habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas. Segunda Seção, aprovada em

22/2/2018, DJe 26/2/2018. (Informativo n. 618).

• Renan encontra-se tratando de transtorno mental (depressão) há 2 anos, ocorre que seu médico

solicitou 30 sessões, mas seu plano de saúde vem negando o tratamento ao argumento de que

existe cláusula contratual que limita a 12 sessões. Renan indignado resolve recorrer ao judiciário.

Como o STJ entende o tema?

Resposta:

RAMO DO DIREITO DIREITO DO CONSUMIDOR PROCESSO REsp 1.679.190-SP, Rel.

Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 26/09/2017, DJe

02/10/2017. TEMA Plano de saúde. Transtorno mental. Depressão. Tratamento

psicoterápico. Limitação do número de consultas. Abusividade.

As normas protetivas do Código de Defesa do Consumidor são aplicáveis ao seguro obrigatório (DPVAT)?

• Informativo 614 - PROCESSO REsp 1.635.398-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por

unanimidade, julgado em 17/10/2017, DJe 23/10/2017 RAMO DO DIREITO DIREITO DO

CONSUMIDOR TEMA Ação de cobrança de seguro obrigatório (DPVAT). Obrigação imposta por lei.

Inexistência de relação de consumo. CDC. Inaplicabilidade.

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Informativo 640

• É abusiva a exclusão do seguro de acidentes pessoais em contrato de

adesão para as hipóteses de:

I) gravidez, parto ou aborto e suas consequências;

II) perturbações e intoxicações alimentares de qualquer espécie; e

III) todas as intercorrências ou complicações consequentes da

realização de exames, tratamentos clínicos ou cirúrgicos.

Direitos Básicos (Art.6)

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de

produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade

de escolha e a igualdade nas contratações;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de

quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de

quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que

apresentem;

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem

como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;

V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações

desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem

excessivamente onerosas;

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,

coletivos e difusos;

VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou

reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a

proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da

prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou

quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

IX - (Vetado);

X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

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Direitos Básicos (Art.6) Remissões

I – Vida, saúde e segurança Arts.8, 9 e 10

II – Educação 30 - 35

III - Informação 30 - 35

IV – Publicidade 36, 37, 38

IV – Práticas Comerciais Abusivas 39

IV – Cláusulas abusivas 51

V – Contratos (Teoria da base objetiva) 46 - 54

VI – Danos (Materiais – Morais) 12 - 17

VII - Acesso aos órgãos judiciários e administrativos 5

VIII – Inversão do ônus da prova 38 (publicidade) - 12 e 14 p3º (fato)

IX - Vetado =

X – Serviços Públicos 22

Proteção à vida

• I - a proteção da vida, saúde e

segurança contra os riscos

provocados por práticas no

fornecimento de produtos e

serviços considerados perigosos

ou nocivos;

SEÇÃO I

Da Proteção à Saúde e Segurança

Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não

acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os

considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição,

obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações

necessárias e adequadas a seu respeito.

Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou

perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e

adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da

adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.

Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou

serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou

periculosidade à saúde ou segurança.

Marcio vem há 10 anos combatendo uma doença cardíaca em conjunto com seu médico. Sendo assim, visando

dar prosseguimento ao tratamento, encaminhou para o plano de saúde todas as solicitações efetivadas pelo Dr.

Flavio. Ocorre, que o plano de saúde vem se negando a dar prosseguimento ao referido tratamento, haja vista,

que o médico subscritor não faz parte do rol de médicos cadastrados pelo plano de saúde. Sendo assim,

Marcio pretende recorrer ao judiciário, a fim de obter o direito. Diante do caso concreto, é possível afirmar que

Marcio terá razoáveis chances de acordo com o entendimento do STJ?

Informativo nº 0588

Período: 17 a 31 de agosto de 2016.

QUARTA TURMA

DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. ABUSIVIDADE DE CLÁUSULA QUE AUTORIZA PLANO DE SAÚDE A

INDEFERIR PROCEDIMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES.

Em contrato de plano de assistência à saúde, é abusiva a cláusula que preveja o indeferimento de quaisquer

procedimentos médico-hospitalares quando solicitados por médicos não cooperados.

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• Em contrato de plano de assistência à saúde, é abusiva a cláusula que

preveja o indeferimento de quaisquer procedimentos médico-

hospitalares quando solicitados por médicos não cooperados?

Informativo 588 - DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. ABUSIVIDADE DE

CLÁUSULA QUE AUTORIZA PLANO DE SAÚDE A INDEFERIR PROCEDIMENTOS

MÉDICO-HOSPITALARES. Em contrato de plano de assistência à saúde, é abusiva

a cláusula que preveja o indeferimento de quaisquer procedimentos médico-

hospitalares quando solicitados por médicos não cooperados.

É abusiva a cláusula contratual que preveja a coparticipação entre o plano privado de assistência à saúde e seus

usuários nas despesas médico-hospitalares?

Informativo 586

DIREITO CIVIL. COPARTICIPAÇÃO DO USUÁRIO DE PLANO DE SAÚDE EM PERCENTUAL SOBRE O CUSTO DE

TRATAMENTO MÉDICO SEM INTERNAÇÃO.

Não é abusiva cláusula contratual de plano privado de assistência à saúde que estabeleça a

coparticipação do usuário nas despesas médico-hospitalares em percentual sobre o custo de tratamento

médico realizado sem internação, desde que a coparticipação não caracterize financiamento

integral do procedimento por parte dousuário, ou fator restritor severo ao acesso aos serviços.

O fornecedor de alimentos deve complementar a informação-conteúdo "contém glúten" com a

informação-advertência de que o glúten é prejudicial à saúde dos consumidores com doença celíaca?

Indique a posição do STJ:

Resposta:

O fornecedor de alimentos deve complementar a informação-conteúdo "contém glúten" com a informação-

advertência de que o glúten é prejudicial à saúde dos consumidores com doença celíaca.

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É possível a inclusão de assistência ao neonato, quando a mãe possuir em seu plano de saúde o de tratamento

obstétrico durante os 30 primeiros dias?

• Informativo 584

• DIREITO DO CONSUMIDOR. DEVER DE ASSISTÊNCIA AO NEONATO DURANTE OS TRINTA

PRIMEIROS DIAS APÓS O SEU NASCIMENTO.

• Quando o contrato de plano de saúde incluir atendimento obstétrico, a operadora tem

o dever de prestar assistência ao recém-nascido durante os primeiros trinta dias após o

parto (art. 12, III, "a", da Lei n. 9.656/1998), independentemente de a operadora ter

autorizado a efetivação da cobertura, ter ou não custeado o parto, tampouco de

inscrição do neonato como dependente nos trinta dias seguintes ao nascimento.

Renato é afiliado de um plano de saúde de autogestão. Ocorre, que o referido plano não

quer pagar pelo tratamento de seu filho que se encontra registrado como seu

dependente. Sendo assim, pretende promover demanda pautada no Código de Defesa

do Consumidor. Diante de tal posição é possível afirmar que Renato obterá tal direito?

Informativo nº 0588

Período: 17 a 31 de agosto de 2016.

SEGUNDA SEÇÃO

DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. DESCLASSIFICAÇÃO DE OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE DE

AUTOGESTÃO COMO FORNECEDORA.

Não se aplica o CDC às relações existentes entre operadoras de planos de saúde constituídas sob a

modalidade de autogestão e seus filiados, na hipótese em que firmado contrato de cobertura

médico-hospitalar.

Sandro absorveu plano de saúde no início da semana passada, ocorre, que no dia de hoje deu entrada na

emergência do hospital toro-trauma. O plano de saúde vem negando a assistência, ante o não término do

período de carência. Diante do caso concreto podemos afirmar quanto a abusividade do ato praticado pelo

plano de saúde?

SÚMULA N. 597 A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência para utilização dos

serviços de assistência médica nas situações de emergência ou de urgência é considerada abusiva se

ultrapassado o prazo máximo de 24 horas contado da data da contratação. Segunda Seção, aprovada

em 8/11/2017, DJe 20/11/2017. (Informativo n. 614)

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Marcio teve tratamento negado pelo seu plano de saúde ao argumento de existência de doença pré-

existente. Ocorre, que Marcio comprovou que o referido plano não realizou qualquer exame médico

prévio à contratação ou demonstrou em momento algum a má-fé do segurado. Diante do caso

concreto, como o STJ vem se manifestando acerca do assunto?

• SÚMULA N. 609 A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de doença preexistente, é ilícita

se não houve a exigência de exames médicos prévios à contratação ou a demonstração de má-fé

do segurado. Segunda Seção, julgado em 11/04/2018, DJe 17/04/2018. (Informativo n. 622)

(Juiz – Rio Grande do Sul – 2018)

• Paciente com insuficiência renal grave faleceu em decorrência de ingerir, por orientação médica, um anti-

inflamatório, cuja bula continha informações de possíveis reações adversas e a ocorrência de doenças graves

renais. O laboratório, fornecedor do produto:

(A) reponde objetivamente pela teoria do risco do empreendimento ou da atividade.

(B) responde objetivamente pelos riscos do produto, pelo simples fato de tê-lo colocado no mercado.

(C) responde subjetivamente, pois se trata de produto defeituoso.

(D) responde objetivamente, por ser causador de um acidente de consumo.

(E) não responde, pois o produto tem periculosidade inerente (medicamento), cujos riscos são normais à sua

natureza e previsíveis.

(Juiz – Rio Grande do Sul – 2018)

• Considerando as regras consumeristas, os empregados demitidos sem justa causa e os aposentados que

contribuíram para plano de saúde coletivo empresarial, nas condições legais, que tenha sido extinto e um

novo contratado em novas condições:

(A) não têm direito de serem mantidos nesse plano, por não pertencerem mais aos quadros da empresa.

(B) têm direito a serem mantidos no plano anterior, com as mesmas condições já pactuadas, por terem

ingressado anteriormente à saída da empresa.

(C) não têm direito de serem mantidos nesse plano, desde que tenham sido asseguradas a eles as mesmas

condições de cobertura assistencial proporcionadas aos empregados ativos.

(D) têm direito a serem mantidos no plano anterior, com as mesmas condições, por abusividade da nova

contratação.

(E) não têm direito de serem mantidos nesse plano, pois as condições dos planos coletivos impede novos

integrantes sem vínculo com a empresa.

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II - Educação para o

consumo

II - a educação e divulgação

sobre o consumo adequado

dos produtos e serviços,

asseguradas a liberdade de

escolha e a igualdade nas contratações;

• 5º lugar: Bacon

• Michelle Schoffro Cook defende que o consumo diário de carnes processadas, como bacon, aumenta em 42% o risco de doenças cardíacas e em 19% as

chances de desenvolver diabetes.

• 4º lugar: Cachorro-quente

• Um estudo da Universidade do Havaí mostrou que o consumo de salsicha e outras carnes processadas pode aumentar em 67% o risco de

desenvolvimento de câncer de pâncreas.

• 3º lugar: Donuts (rosquinhas fritas)

• Guloseima popular nos Estados Unidos, o donuts conta com 35% de gorduras trans em sua composição. Além disso, trata-se de um produto rico em

açúcar, condicionadores de massa artificiais e aditivos alimentares.

• 2º lugar: Refrigerante

• Estudos mostram que uma lata de refrigerante possui em média 10 colheres (chá) de açúcar, 150 calorias, entre 30 e 55 mg de cafeína. Também concentra

corantes artificiais e sulfitos, além de ser uma bebida tóxica para os rins.

• 1º lugar: Refrigerante diet

• Esse foi eleito por Michele como o “pior alimento de todos os tempos”. A especialista justifica a escolha porque, além de concentrar todos os itens

prejudiciais à saúde que a versão tradicional possui, o diet ainda contém adoçantes artificiais. Alguns desses adoçantes estão relacionados a uma lista

extensa de doenças, como ansiedade, compulsão alimentar depressão, tonturas, fadiga, dores de cabeça, entre diversos outros.

• 10º lugar: Sorvete

• Com as altas temperaturas do nosso verão tropical, fica difícil resistir a essa tentação calórica. Mas a verdade é que os tradicionais sorvetes industrializados,

vendidos em potes, concentram altos níveis de açúcar, gorduras trans, corantes e de saborizantes artificiais. Esses elementos contam com substâncias químicas

tóxicas ao nosso sistema nervoso.

• 9º lugar: Salgadinho de milho industrializado

• Quando se fala em alimentos transgênicos, é impossível não citar esse produto queridinho de muitas crianças. Esses salgadinhos podem alterar os níveis de açúcar

no sangue e os resultados disso são ganho de peso e irritabilidade, entre outros sintomas. Por serem itens fritos em óleo, o consumo pode ainda desencadear

processos inflamatórios.

• 8º lugar: Pizza

• Calma! Pode consumir tranquilamente aquelas pizzas artesanais tão apreciadas por grande parte dos brasileiros. O perigo mesmo está nas versões congeladas,

vendidas em supermercados. Isso porque, além de serem feitas com farinha branca, ainda concentram altos níveis de conservantes.

• 7º lugar: Batata frita

• O acompanhamento indispensável para muita gente que consome hambúrgueres de fast-foods, a batata frita é fonte das temíveis gorduras trans. Além disso, ela

contém uma substância cancerígena que é formada quando aquecida em altas temperaturas chamada acrilamida. O óleo usado para fritura ainda pode causar

inflamações no corpo.

• 6º lugar: Salgadinhos de batata industrializados

• Esse é outro tipo de produto que concentra níveis mais altos de acrilamida.

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Direito à informação

• III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e

serviços, com especificação correta de quantidade, características,

composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre

os riscos que apresentem;

As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos suportados pelo aluno/consumidor pela

realização de curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre o qual não lhe tenha sido dada prévia e

adequada informação?

• SÚMULA N. 595 As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos

danos suportados pelo aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo

Ministério da Educação, sobre o qual não lhe tenha sido dada prévia e adequada

informação. Segunda Seção, aprovada em 25/10/2017, DJe 6/11/2017. (Informativo n.

614)

Sandro, adquiriu passagens aéreas a fim de visitar seus familiares (Festa do seu sobrinho) que

residiam na cidade de São Paulo. O Voo estava agendado para ás 12:00 e ao chegar no saguão do

aeroporto às 10:00 havia na tela de partidas e chegadas a confirmação do mesmo. Ocorre, que ao

recorrer ao balcão da CIA ás 12:00, foi informado pela atendente, que o voo se encontrava atrasado.

Durante 3 horas, o atraso persistiu sem qualquer tipo de explicação ou previsão de novos

embarques. Muito chateado, Sandro estabeleceu contato com seus familiares informando que pela

ausência total de informação estaria cancelando a viagem.

Diante do caso concreto, quais os direitos que poderiam ser pleiteados por Sandro, tomando-se por

base o entendimento das cortes superiores?

Resposta: Informativo 593

PROCESSO REsp 1.469.087-AC, Rel. Min. Humberto Martins, por unanimidade, julgado em 18/8/2016,

DJe 17/11/2016.

Resumo: O transporte aéreo é serviço essencial e pressupõe continuidade. Considera-se prática abusiva

tanto o cancelamento de voos sem razões técnicas ou de segurança inequívocas como o

descumprimento do dever de informar o consumidor, por escrito e justificadamente, quando tais

cancelamentos vierem a ocorrer.

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Publicidade, Práticas Comerciais Abusiva e Cláusulas abusivas

• IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos

comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e

cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e

serviços;

• É abusiva a prática comercial consistente no cancelamento unilateral e automático de um dos

trechos da passagem aérea, sob a justificativa de não ter o passageiro se apresentado para

embarque no voo antecedente?

Informativo 618 - PROCESSO REsp 1.595.731-RO, Rel. Min. Luis Felipe

Salomão, por unanimidade, julgado em 14/11/2017, DJe 01/02/2018 RAMO

DO DIREITO DIREITO DO CONSUMIDOR TEMA Contrato de transporte aéreo

de pessoas. Trechos de ida e volta adquiridos conjuntamente. Não

comparecimento do passageiro para o trecho de ida (no show).

Cancelamento de viagem de volta. Conduta abusiva.

• É abusiva e ilegal cláusula prevista em contrato de prestação de serviços de cartão de

crédito que autoriza o banco contratante a compartilhar dados dos consumidores com

outras entidades financeiras ou mantenedoras de cadastros positivos e negativos de

consumidores, sem que seja dada opção de discordar daquele compartilhamento?

Informativo 616 - PROCESSO REsp 1.348.532-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por

unanimidade, julgado em 10/10/2017, DJe 30/11/2017 RAMO DO DIREITO DIREITO DO

CONSUMIDOR, DIREITO BANCÁRIO TEMA Ação civil pública. Cartão de crédito. Cláusulas

abusivas. Compartilhamento de dados pessoais. Necessidade de opção por sua negativa.

Desrespeito aos princípios da transparência e confiança.

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14/05/2019

17

• É abusiva a cláusula prevista em contrato de adesão que impõe ao

consumidor em mora a obrigação de pagar honorários advocatícios

decorrentes de cobrança extrajudicial?

Informativo 574 - DIREITO DO CONSUMIDOR.

RESPONSABILIZAÇÃO DE CONSUMIDOR POR PAGAMENTO DE

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EXTRAJUDICIAIS. Não é abusiva a

cláusula prevista em contrato de adesão que impõe ao

consumidor em mora a obrigação de pagar honorários

advocatícios decorrentes de cobrança extrajudicial.

V - Contratos

• A modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações

desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes

que as tornem excessivamente onerosas;

Danos Materiais e Morais

• VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,

individuais, coletivos e difusos;

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18

ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

1º SEMESTRE/2018 CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PÚBLICO E PRIVADO

PROVA DIA 24 DE JUNHO DE 2018

DIREITO DO CONSUMIDOR

• Aguinaldo, servente de pedreiro, ajuizou ação em face de Viação Mangabeira Ltda, argumentando

para tanto que se encontrava na qualidade de passageiro de um ônibus pertencente à ré e que,

em virtude de uma colisão, sofreu danos físicos que lhe impossibilitaram de exercer suas

atividades laborativas por quarenta dias. Requer indenização por dano material e moral.

Sustentando que não dispõe de elementos probatórios por ser hipossuficiente, requer, ainda, a

inversão do ônus da prova para fins de compelir a ré a comprovar a inexistência dos pressupostos

da responsabilidade civil. Deve ser deferido o pedido de inversão do ônus da prova nos moldes

requeridos? Explique. (máximo de 20 linhas)

(JUIZ RS – 2018)

João comprou um pacote de biscoitos, e ao levar à boca um deles, percebeu algo estranho. Sem comer o biscoito, notou que

havia pelos de ratos, o que ficou devidamente confirmado em laudo pericial particular. Isso fez com que João procurasse seus

eventuais direitos em ação judicial. Em razão desse fato, assinale a alternativa correta.

(A) Não há direito a qualquer espécie de indenização, uma vez que o fato não foi comprovado por perícia submetida ao crivo

do contraditório, o que exime o fabricante de qualquer responsabilidade.

(B) Há direito de indenização material, pelo valor do pacote de biscoito, e moral, mesmo não tendo sido consumido o

produto, pela exposição ao risco, o que torna ipso facto defeituoso o produto.

(C) Há direito de abatimento proporcional do produto, pois apenas um biscoito estava contaminado, tendo direito à

indenização moral, pela sensação de nojo provocada ao consumidor.

(D) Tratando-se de vício aparente e de fácil constatação, bastava ao consumidor reclamar ao fabricante ou ao vendedor para

que o produto fosse devidamente trocado, posto que não houve qualquer ingestão ou exposição a perigo.

(E) Há direito de indenização material, pelo valor do pacote de biscoito, mas não de natureza moral, por não ter havido

ingestão, podendo o consumidor optar pela substituição do produto por outro da mesma espécie.

O saque indevido de numerário na conta corrente com o ressarcimento dos valores pela instituição

bancária é capaz de produzir o dano moral in re ipsa?

Resposta:

PROCESSO REsp 1.573.859-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em

07/11/2017, DJe 13/11/2017 RAMO DO DIREITO DIREITO CIVIL, DIREITO DO CONSUMIDOR TEMA

Ação de indenização por danos morais. Saque indevido de numerário na conta corrente do autor.

Ressarcimento dos valores pela instituição bancária. Ausência de dano moral in re ipsa.

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19

• Lesões graves proveniente de abertura do mecanismo de AIR BAG, sem qualquer motivação que a

justifique produz algum tipo de responsabilidade?

PROCESSO REsp 1.656.614-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade,

julgado em 23/5/2017, DJe 2/6/2017. RAMO DO DIREITO DIREITO DO

CONSUMIDOR TEMA Ação de indenização por danos materiais e

compensação por danos morais. Acidente de trânsito. Segurança. Graves

lesões. Mecanismo de segurança. Risco inerente. Produto defeituoso.

Informativo 641

• O descumprimento de normas municipais e federais que estabelecem

parâmetros para a adequada prestação do serviço de atendimento

presencial em agências bancárias, gerando a perda do tempo útil do

consumidor, é capaz de configurar dano moral de natureza coletiva.

Acesso ao judiciário

• VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à

prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,

coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e

técnica aos necessitados;

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20

Inversão do ônus da prova

• VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão

do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do

juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,

segundo as regras ordinárias de experiências;

Inversão do ônus

Ope Judicis (Por força do direito)

• VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a

inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,

quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou

quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias

de experiências;

Ope Legis (Por força da lei)

• Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da

informação ou comunicação publicitária cabe a quem as

patrocina.

• 12 § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador

só não será responsabilizado quando provar:

• 14 § 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado

quando provar:

ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

1º SEMESTRE/2018 CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PÚBLICO E PRIVADO

PROVA DIA 11 DE NOVEMBRO DE 2018

Reconhecido o desequilíbrio de um contrato de financiamento,

com evidente desvantagem para o consumidor, é viável sua

revisão, tendo em vista os princípios contratuais da autonomia

da vontade e da obrigatoriedade dos contratos? Explique à luz

da legislação consumerista. (máximo de 20 linhas)

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14/05/2019

21

Serviços Públicos

• X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 1º SEMESTRE/2018 CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PÚBLICO E PRIVADO PROVA DIA 12 DE NOVEMBRO DE 2017 DIREITO DO CONSUMIDOR

• Após manutenção da rede elétrica feita pela concessionária LUZ MAIS, a fiação ficou muito baixa, o que

ocasionou um acidente com um ônibus da linha municipal pertencente à X TRANSPORTES URBANOS, que ao

passar pelo local atingiu a fiação e acabou derrubando o poste sobre a residência de Teresa, bem como

colidindo com o muro do referido imóvel, causando sua demolição. Considerando que o motorista do ônibus

foi alertado reiteradamente por moradores que se encontravam no local quanto ao problema da fiação, há

responsabilidade civil proveniente de acidente de consumo das duas entidades em relação à Teresa no caso

concreto? Explique, analisando a condição jurídica de cada parte envolvida. (Máximo de 20 linhas)

Serviços Públicos

Uti Singuli

• Remuneração direta

• Tarifas.

• Ex. Ônibus, barcas, trens…

Uti universi

• Remuneração indireta

• Impostos

• Ex. Hospital Público

APLICA-SE O CDC NÃO SE APLICA O CDC!!!

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22

Serviço públicos

• Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.

• Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.

Informativo 640

• Concessionária de rodovia não responde por roubo e sequestro ocorridos nas dependências de estabelecimento por ela mantido para a utilização de usuários.

Vício X Fato

•Vício

• Fato

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23

Espécie de Vício

• Aparente • Oculto

Quantidade X Qualidade

Art.18

Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis

respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que

os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam

ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da

disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem,

rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações

decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a

substituição das partes viciadas.

Princípio da Solidariedade

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24

A Bancorbrás é parte legítima para figurar no polo passivo de ação

indenizatória de dano moral decorrente de defeito do serviço prestado por

hotel integrante de sua rede conveniada?

Informativo 620

QUARTA TURMA Voltar ao Sumário. PROCESSO REsp 1.378.284-PB, Rel. Min.

Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 08/02/2018, DJe

07/03/2018 RAMO DO DIREITO DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL

CIVIL TEMA Bancorbrás. Hotel conveniado. Má prestação de serviço.

Solidariedade entre todos os integrantes da cadeia de fornecimento de

serviços. Legitimidade passiva ad causam.

O que são produtos impróprios?

• § 6° São impróprios ao uso e consumo:

• I - os produtos cujos prazos de validade estejam

vencidos;

• II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados,

avariados, falsificados, corrompidos, fraudados,

nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles

em desacordo com as normas regulamentares de

fabricação, distribuição ou apresentação;

• III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem

inadequados ao fim a que se destinam.

Soluções

§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o

consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas

condições de uso;

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,

sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

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25

O comerciante no que tange à disponibilização e prestação de serviço de assistência técnica

(art. 18, caput e § 1º, do CDC) pode ser compelido a disponibilizar tal assistência?

Informativo 619

PROCESSO REsp 1.634.851-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, por maioria, julgado

em 12/09/2017, DJe 15/02/2018 RAMO DO DIREITO DIREITO DO

CONSUMIDOR TEMA Ação civil pública. Vício do produto. Reparação em 30

dias. Dever de sanação do comerciante, assistência técnica ou diretamente

do fabricante. Direito de escolha do consumidor.

Jorge adquiriu uma televisão no valor R$3.500,00 perante o fabricante Jony S.A., logo em

seguida a aquisição, a televisão apresentou problemas de imagem. Ao tentar

estabelecer contato com o comerciante para solucionar o problema, foi informado pelo

mesmo, que o consumidor deveria levar o produto para a assistência técnica. Muito

chateado, Jorge ajuíza demanda solicitando a troca do produto, sem conceder o prazo

de 30 dias previsto no art.18 do CDC. Diante do caso concreto, como funciona o

entendimento das cortes superiores a respeito do tema?

Informativo 598

PROCESSO REsp 1.459.555-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por

unanimidade, julgado em 14/2/2017, DJe 20/2/2017.

Resumo: RAMO DO DIREITO DO CONSUMIDOR TEMA Troca de mercadoria. Prazo

em benefício do consumidor. Art. 18, § 1º, do CDC. Observância.

Texto Integral: Incialmente, cumpre salientar que não há no CDC norma cogente que confira ao consumidor um direito potestativo de ter o produto trocado antes do prazo legal de 30 (trinta) dias.

Redução e ampliação do prazo de 30 dias

§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo

previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem

superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de

prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação

expressa do consumidor.

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É abusiva a cláusula de tolerância nos contratos de promessa de compra e venda de imóvel em

construção que prevê prorrogação do prazo inicial para a entrega da obra pelo lapso máximo de 180

(cento e oitenta) dias?

Resposta:

RAMO DO DIREITO DIREITO DO CONSUMIDOR PROCESSO REsp 1.582.318-RJ, Rel. Min.

Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 12/9/2017, DJe 21/9/2017 TEMA

Promessa de compra e venda de imóvel em construção. Atraso da obra. Cláusula de

tolerância. Validade. Previsão legal. Peculiaridades da construção civil. Atenuação de riscos.

Benefício aos contratantes. DESTAQUE Não é abusiva a cláusula de tolerância nos contratos

de promessa de compra e venda de imóvel em construção que prevê prorrogação do prazo

inicial para a entrega da obra pelo lapso máximo de 180 (cento e oitenta) dias.

Questão 1

É válida a cobrança de taxa de corretagem na aquisição de imóveis adquiridos na planta?

• Informativo nº 0590

RECURSOS REPETITIVOS - DECISÕES DE AFETAÇÃO

• DIREITO CIVIL. TEMA 960.

• Recurso Especial afetado à Segunda Seção com representativo da seguinte

controvérsia: "validade da transferência ao consumidor da obrigação de pagar a comissão de

corretagem nas promessas de compra e venda celebradas no âmbito do programa 'Minha Casa,

Minha Vida'." REsp 1.601.149-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 20/9/2016.

O que pode fugir dessa regra?

§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1°

deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a

substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou

características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de

produto essencial.

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27

Detalhes:

• § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1°

deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá

haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos,

mediante complementação ou restituição de eventual diferença de

preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo.

I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;

Produtos in natura

• § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável

perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando

identificado claramente seu produtor.

Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de

quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes

de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes

do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária,

podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

I - o abatimento proporcional do preço;

II - complementação do peso ou medida;

III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou

modelo, sem os aludidos vícios;

IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente

atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.

Vícios de quantidade

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28

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao

consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as

indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,

alternativamente e à sua escolha:

I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de

eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por

conta e risco do fornecedor.

§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente

deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de

prestabilidade.

Vício de qualidade do serviço

Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer

produto considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar componentes de

reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do

fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor.

Utilização de peças de reposição originais!!!!

Fato

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29

Responsabilidade objetiva

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou

estrangeiro, e o importador respondem,

independentemente da existência de culpa, pela

reparação dos danos causados aos consumidores por

defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,

montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou

acondicionamento de seus produtos, bem como por

informações insuficientes ou inadequadas sobre sua

utilização e riscos.

Defeito

§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a

segurança que dele legitimamente se espera, levando-se

em consideração as circunstâncias relevantes, entre as

quais:

I - sua apresentação;

II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se

esperam;

III - a época em que foi colocado em circulação.

Risco do desenvolvimento

§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de

outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.

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14/05/2019

30

Causas excludentes da responsabilidade civil

§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador

só não será responsabilizado quando provar:

I - que não colocou o produto no mercado;

II - que, embora haja colocado o produto no

mercado, o defeito inexiste;

III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

IV – Caso Fortuito

V – Força Maior

Fortuito Interno X Fortuito Externo

Responsabilidade civil do comerciante Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos

termos do artigo anterior, quando:

SEÇÃO II Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do

Serviço

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor,

nacional ou estrangeiro, e o importador respondem,

independentemente da existência de culpa, pela

reparação dos danos causados aos consumidores por

defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,

montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou

acondicionamento de seus produtos, bem como por

informações insuficientes ou inadequadas sobre sua

utilização e riscos.

I - o fabricante, o construtor,

o produtor ou o importador

não puderem ser

identificados;

II - o produto for

fornecido sem identificação

clara do seu fabricante,

produtor, construtor ou

importador;

III - não conservar

adequadamente os produtos

perecíveis.

Responsabilidade Civil dos Profissionais Liberais

§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais

será apurada mediante a verificação de culpa.

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31

Prescrição X Decadência

Fato Vício

Art.27 Art.26

5 anos 30 dias 90 dias

Produtos não duráveis

Produtos duráveis

Início da contagem do prazo

Momento do dano Vício aparente: Vício oculto:

Momento da entrega

Momento da identificação do vício

Considerações sobre a vida útil

• Construção :

• 1 - Decreto 2.181 de 1997 (Organização do SNDC, onde se estabelece normas gerais para

aplicação de sanções administrativas previstas no CDC).

• Art.13, inc.XXI “Serão consideradas, ainda, praticas infrativas, na forma dos dispositivos da lei

8078 de 1990:

• XXI – deixar de assegurar a oferta de componentes e peças de reposição, enquanto não cessar a

fabricação ou importação do produto, e, caso cessadas, de manter a oferta de componentes e

peças de reposição por período razoável de tempo, nunca inferior à vida útil do produto ou do

serviço”

• 2 – Legislação do imposto de renda (Anexo III da instrução normativa SRF n. 1700/2017)

• Link da instrução:

http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=81268&visao=anotado

Perícia

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(Juiz – RS – 2018) - Joias utilizadas como garantia de mútuo em contrato de penhor subscrito com

instituição financeira foram furtadas. A contraprestação devida nos contratos de mútuo garantido

por penhor é o pagamento do valor acordado para o empréstimo. Nesse caso, a prescrição para que

o proprietário das joias, que pagou sua dívida, seja ressarcido pelo valor das mesmas é de

(A) cincos anos, por se tratar de reparação pelos danos causados por fato do produto ou do

serviço.

(B) três anos, por se tratar de contrato de mútuo que não foi devidamente executado, de natureza

estritamente civil.

(C) três anos, por se fundamentar em causa de enriquecimento ilícito da instituição financeira.

(D) cinco anos, por se tratar da pretensão de cobrança de obrigações líquidas constantes de

instrumento público ou particular.

(E) dez anos, por não se enquadrar em nenhuma situação prevista em lei ou que gere o

reconhecimento de um direito de consumidor.

O que é capaz de obstar a decadência?

§ 2° Obstam a decadência:

I - a reclamação comprovadamente formulada pelo

consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a

resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de

forma inequívoca;

II - (Vetado).

III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

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33

A reclamação obstativa da decadência, prevista no art. 26, § 2º, I, do CDC pode ser feita

documentalmente ou verbalmente?

Resposta:

PROCESSO REsp 1.442.597-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, por

unanimidade, julgado em 24/10/2017, DJe 30/10/2017 RAMO

DO DIREITO DIREITO DO CONSUMIDOR TEMA Ação redibitória.

Reclamação que obsta a decadência. Comprovação pelo

consumidor. Forma documental ou verbal. Admissão.

Desconsideração da personalidade Jurídica Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento

do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou

violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver

falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má

administração.

§ 1° (Vetado).

§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são

subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.

§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações

decorrentes deste código.

§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.

§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for,

de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.

Da oferta Princípio da vinculação da oferta

Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente

precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de

comunicação com relação a produtos e serviços

oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a

fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que

vier a ser celebrado.

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14/05/2019

34

A forma da oferta

Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços

devem assegurar informações corretas, claras, precisas,

ostensivas e em língua portuguesa sobre suas

características, qualidades, quantidade, composição,

preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros

dados, bem como sobre os riscos que apresentam à

saúde e segurança dos consumidores.

Parágrafo único. As informações de que trata este

artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao

consumidor, serão gravadas de forma indelével.

Produtos importados

Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar

a oferta de componentes e peças de reposição enquanto

não cessar a fabricação ou importação do produto.

Parágrafo único. Cessadas a produção ou

importação, a oferta deverá ser mantida por período

razoável de tempo, na forma da lei.

Vida útil

Transações por telefone

Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do

fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em

todos os impressos utilizados na transação comercial.

Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a

chamada for onerosa ao consumidor que a origina.

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35

A solidariedade na oferta

Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é

solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos

ou representantes autônomos.

Recusa de cumprimento da oferta

• Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta,

apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua

livre escolha:

I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação

ou publicidade;

II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;

III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente

antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

A publicidade

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que

o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como

tal.

Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de

seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para

informação dos legítimos interessados, os dados fáticos,

técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.

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Espécies:

Publicidade enganosa

Publicidade Abusiva

Publicidade Enganosa por

omissão

Publicidade Enganosa

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário,

inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em

erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades,

origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à

violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência

da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se

comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.

§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de

informar sobre dado essencial do produto ou serviço.

Inversão ope legis

• Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.

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37

Pode a publicidade se equiparar ao contrato de adesão no tocante ao tamanho das letras?

Como nossas cortes superiores estão se posicionando?

Informativo 605

PROCESSO REsp 1.602.678-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por

unanimidade, julgado em 23/5/2017, DJe 31/5/2017. RAMO DO DIREITO

DIREITO DO CONSUMIDOR TEMA Tamanho mínimo de letra em anúncios.

Aplicação da norma do art. 54 § 3, do CDC. Analogia. Descabimento.

Elementos de distinção entre o contexto dos anúncios e o contexto dos

contratos.

Das práticas comerciais abusivas

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a

limites quantitativos;

II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de

conformidade com os usos e costumes;

III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;

IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para

impingir-lhe seus produtos ou serviços;

V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;

VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de

práticas anteriores entre as partes;

VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;

VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais

competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo

Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);

IX - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu

exclusivo critério;

IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los

mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;

X - (Vetado).

X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.

XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da

conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999

XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a

seu exclusivo critério.

XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido.

XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior de

consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo.

Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese

prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.

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Orçamentos:

Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio

discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as

condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.

§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de

seu recebimento pelo consumidor.

§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser

alterado mediante livre negociação das partes.

§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de

serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.

Cobrança de dívidas

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será

submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito,

por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais,

salvo hipótese de engano justificável.

Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão

constar o nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no

Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente.

• Renato tornou-se inadimplente perante a empresa XYZ. Sendo assim, Renato estabeleceu contato

com a mesma, a fim de saldar o referido débito. Ocorre, que ao chegar a conta com a totalidade

do débito, foi incluído pela operadora a ligação referente à cobrança.

• Pergunta-se: A cobrança é devida?

PROCESSO REsp 1.361.699-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado

em 12/9/2017, DJe 21/9/2017. RAMO DO DIREITO DIREITO DO CONSUMIDOR TEMA Ação civil

pública. Despesas administrativas para o banco reaver seu crédito. Ligações telefônicas.

Repasse ao consumidor. Abusividade não configurada.

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Bancos de dados

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele,

bem como sobre as suas respectivas fontes.

§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a

período superior a cinco anos.

§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.

§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a

alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas.

§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.

§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que

possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.

§ 6o Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do

consumidor.

Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo

pública e anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.

§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e consulta por qualquer interessado.

§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22 deste código.

Questão 1

Pode o SPC efetivar negativação sem que ocorra a prévia informação do consumidor? Responda à questão indicando o

entendimento do STJ acerca do tema.

Resposta: Informativo 597

PROCESSO REsp 1.620.394-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, julgado em 15/12/2016, DJe

6/2/2017.

RAMO DO DIREITO DIREITO DO CONSUMIDOR TEMA Cadastro de devedores inadimplentes. Dever de notificação

prévia. Endereço incorreto do devedor. Distinção em face de Recurso Repetitivo. Possibilidade de responsabilização civil

do órgão mantenedor do cadastro.

Resumo: É passível de gerar responsabilização civil a atuação do órgão mantenedor de cadastro de proteção ao crédito

que, a despeito da prévia comunicação do consumidor solicitando que futuras notificações fossem remetidas ao

endereço por ele indicado, envia a notificação de inscrição para endereço diverso.

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Questão 2 Qual o termo inicial do prazo de permanência de registro de nome de consumidor em cadastro de proteção ao crédito?

• Informativo nº 0588

Período: 17 a 31 de agosto de 2016.

• TERCEIRA TURMA

• DIREITO DO CONSUMIDOR. TERMO INICIAL DO PRAZO DE PERMANÊNCIA DE REGISTRO DE

NOME DE CONSUMIDOR EM CADASTRO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO.

• O termo inicial do prazo de permanência de registro de nome de consumidor em cadastro de

proteção ao crédito (art. 43, § 1º, do CDC) inicia-se no dia subsequente ao vencimento da

obrigação não paga, independentemente da data da inscrição no cadastro.

Informativo 640

• Concessionária de rodovia não responde por roubo e sequestro

ocorridos nas dependências de estabelecimento por ela mantido para

a utilização de usuários.

Informativo 641

• É lícita a manutenção do banco de dados conhecido como "cadastro de passagem" ou

"cadastro de consultas anteriores", desde que subordinado às exigências previstas no art.

43 do CDC.

• O "cadastro de passagem" ou "cadastro de consultas anteriores" é um banco de dados

de consumo no qual os comerciantes registram consultas feitas a respeito do histórico de

crédito de consumidores que com eles tenham realizado tratativas ou solicitado

informações gerais sobre condições de financiamento ou crediário.

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Contratos no CDC Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar

conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido

e alcance.

Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.

Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o

fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.

Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer

título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.

Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.

Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma

garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue,

devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em

linguagem didática, com ilustrações.

Direito de arrependimento

Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no

prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de

recebimento do produto ou serviço, sempre que a

contratação de fornecimento de produtos e serviços

ocorrer fora do estabelecimento comercial,

especialmente por telefone ou a domicílio.

Cláusulas abusivas • Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços

que:

• I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos

produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o

consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;

• II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código;

• III - transfiram responsabilidades a terceiros;

• IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada,

ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;

• V - (Vetado);

• VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;

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VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;

VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;

IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor;

X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral;

XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;

XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido

contra o fornecedor;

XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;

XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;

XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;

XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.

(Juiz – Rio Grande do Sul – 2018)

No contrato de promessa de compra e venda de imóvel em construção, além do período previsto para o término do

empreendimento, há, comumente, cláusula de prorrogação excepcional do prazo de entrega da unidade ou de

conclusão da obra, que varia entre 90 (noventa) e 180 (cento e oitenta) dias: a conhecida cláusula de tolerância.

Considerando isso, assinale a alternativa correta.

(A) Trata-se de cláusula abusiva, pois representa uma oferta enganosa do prazo de entrega do imóvel, que já

estabelece condições para o construtor apurar eventual necessidade de atraso.

(B) Trata-se de cláusula abusiva, pois condiciona a entrega do produto sem justa causa ou limites quantitativos.

(C) Não se trata de cláusula abusiva, pois ameniza o risco da atividade advindo da dificuldade de se fixar data certa

para o término de obra de grande magnitude sujeita a diversos obstáculos e situações imprevisíveis.

(D) Não se trata de cláusula abusiva, diante dos costumes do mercado imobiliário, que pode paralisar a obra se

houver alguma necessidade financeira.

(E) Trata-se de cláusula abusiva, por exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva a favor da construtora.

O que é vantagem exagerada?

§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:

I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;

II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras

circunstâncias peculiares ao caso.

§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração,

decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.

§ 3° (Vetado).

§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser

declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre

direitos e obrigações das partes.

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Contratos de crédito

Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao

consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:

I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;

II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;

III - acréscimos legalmente previstos;

IV - número e periodicidade das prestações;

V - soma total a pagar, com e sem financiamento.

§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigação no seu termo não poderão ser superiores a

dez por cento do valor da prestação.

§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser superiores

a dois por cento do valor da prestação.

§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante redução

proporcional dos juros e demais acréscimos.

Consórcios

• § 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a

compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo,

terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os

prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.

• § 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em

moeda corrente nacional.

Perda das quantias pagas

• Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis

mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações

fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as

cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em

benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a

resolução do contrato e a retomada do produto alienado.

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Contrato de adesão

• Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela

autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos

ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu

conteúdo.

• § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do

contrato.

• § 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a

alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do

artigo anterior.

§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com

caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao

corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor.

§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão

ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.

Sanções de direito civil, penal e administrativo

Civil Penal Administrativo

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O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos,

coletivos e individuais homogêneos dos consumidores?

SÚMULA N. 601 O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na

defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos

consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público. Corte

Especial, aprovada em 7/2/2018, DJe 14/2/2018. (Informativo n. 618)