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DIREITO CONSTITUCIONAL

01 - Explique o que foi o movimento constitucionalista e sua evolução histórica. Fale sobre os princípios.

Durante a antiguidade: na antiguidade clássica, entre os hebreus surge o constitucionalismo, estabelecendo-

se no estado teocrático limitações ao poder politico ao assegurar aos profetas a legitimidade para fiscalizar

atos governamentais que extrapolassem os limites bíblicos.

Durante a idade media: a magna carta de 1215 representa o grande marco do constitucionalismo medieval,

estabelecendo mesmo que formalmente a proteção a importantes direitos individuais

Durante a idade moderna: é focado num poder centrado dentro do reinado. No constitucionalismo moderna

predomina as constituições escritas como instrumentos para conter qualquer arbítrio decorrente do poder.

Os dois marcos históricos foi a constituição norte-americana de 1787 e a francesa de 1791

Contemporâneo: é marcada pela existência de documentos constitucionais amplos, analíticos, extensos, a

exemplo da CF/88

02 - Comente sobre as concepções de Constituição. A) Concepção Sociológica: Proposta por Ferdinand Lassalle no livro "A essência da Constituição ". Enxerga a Constituição sob o aspecto da relação entre os fatos sociais dentro do Estado. Para Lassalle havia

uma Constituição real (ou efetiva - definição clássica - é a soma dos fatores reais de poder que regem uma

determinada nação) e uma Constituição escrita (CF/88 - para Lassalle, uma constituição escrita não passa de uma folha de papel).

B) Concepção Política: Prisma que se dá nesta concepção é o político. Defendida por Carl Schmitt no l ivro "Teoria

da Constituição ". Busca-se o fundamento da Constituição na decisão política fundamental que antecede a

elaboração da Constituição - aquela decisão sem a qual não se organiza ou funda um Estado. C) Concepção Jurídica ou concepção puramente normativa da Constituição: Hans Kelsen - "Teoria Pura do Direito ". A Constituição é puro dever-ser, norma pura, não devendo buscar seu fundamento na filosofia, na sociologia ou na

política, mas na própria ciência jurídica. Logo, é puro"dever-ser". . É algo que está no direito positivo, no topo na

pirâmide.

03 - Classifique a Constituição de 1988.

Quanto ao conteúdo: Formal: regra escrita, que não tem conteúdo direto de direito constitucional

Quanto a forma: Escrita analítica: positivada em um ou mais textos. É o próprio texto escrito da Constituição.

(analise minuciosa, conteúdo constitucional)

Quanto ao modo de elaboração: Dogmática: reflete a aceitação de certos dogmas, ideais vigentes no momento de

sua elaboração;

Quanto a ideologia:Eclética/pluralista: linha política indefinida com equilíbrio entre os filósofos

Quanto a origem: Promulgada: é a democrática: são aquelas elaborada por representantes eleitos pelo povo, de

forma livre e consciente para exercer o poder constituinte

Quanto a estabilidade: Rígida: demanda processo especial, mais solene e difícil para sai alteração do q ue da

formação das leis ordinárias

Quanto a função:

a) Garantia: traz direitos e garantias, tem o escopo de assegurar os direitos fundamentais das pessoas, haja

vista que toda vez que se anuncia um direito, há limitação de poder

b) Dirigentes: as normas programáticas, possuem eficácia limitada, pois dependem de lei

04 - Defina o que é poder constituinte. Quais os tipos, natureza, agente e titulares.

Poder constituinte é no direito o poder de criar, modificar, revisar, revogar ao adicionar algo a Constitui ção. A

legitimidade do Poder Constituinte decorre diretamente do princípio da soberania popular. E poder ser:

A) Originário: É o poder que se tem de constituir uma nova Constituição quando um novo Estado é criado ou

quando uma Constituição é trocada por outra, em um Estado já existente, seja essa substituição feita de

forma democrática, revolucionária ou por um golpe militar.

a. Natureza

Jusnaturalista: poder de direito, tendo por fundamento o direito natural.

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Positivismo: poder de fato/poder político. Encontra-se vinculado à realidade concreta da vida social em

determinado espaço territorial

b. Titular: é aquele que detem o direito a ser exercido

Deus: na tradição judaico-cristã Deus é a única fonte de todo o poder que já existiu.

Monarca: exerciam o poder de modo absoluto e colocava-se como intermediário entre o povo e a divindade

Nação: é a origem de tudo, antes dela e acima dela só o direito natural. Só ela tem o direito de fazer a

constituição

Povo: é o titular do poder constituinte originário.

c. Agente: é aquele que elabora a constituição . Não é órgão do estado. É extinto assim que a Constituição

é elaborada, ele se materializa através da assembleia constituinte

B) Reformador: trata-se do poder que previsto na própria Constituição é encarregado de fazer alterações que

necessita. Ele atua por meio de duas formas para alterar a CF: emenda ou revisão. A emenda deve ser

utilizada quando se pretende fazer mudanças especificas, pontuais, localizadas no art. 60,CF; já a revisão,

quando o objetivo for realizar alterações gerais na CF, art. 3, ADCT.

a. Natureza:é um poder de direito, tem portanto natureza jurídica estando submetido as regras

estabelecidas na CF

b. Titular: é o povo.

c. Agente: é um órgão estatal, indicado pelo poder constituinte originário, devendo estar previsto na

própria constituição. No Brasil é o Congresso Nacional (art. 60,§2,CF)

C) Decorrente: é o poder que no estado federal é concedido aos seus membros de elaborarem sua própria

constituição, por 1 ano contados da promulgação. As leis que adotar tem que estar dentro da CF (art. 25)

05 - Destaque as características do poder constituinte originário e derivado.

A) Originário

a. Inicial: funda um novo Estado e nova ordem jurídica, age através do nada, nada precede, mesmo se já existir

um Estado

b. Incondicionada: refere-se ao procedimento. O poder constituinte cria as regras de acordo com as quais em

seguida ira trabalhar. Não está condicionada a nenhuma regra jurídica pré-existente.

c. Ilimitado: não conhece limites para atuar, é livre para escolher os valores que pretende assegurar na

constituição. Por ser ilimitada não fica submetida a constituição que edita, podendo substitui -la quando

entender necessário.

B) Derivado

a. Derivado: deriva do PCO, que inseriu na constituição. Ele não inaugura, não instaura, não implanta uma nova

ordem jurídica. Apenas atua no sentido de modifica-la

b. Condicionado: o exercício do poder de reforma constitucional deve observar critérios estabelecidos na

própria constituição (art. 60,CF). O processo de iniciativa, elaboração, discussão, votação e promulgação da

emenda a constituição será aquele estabelecido pelo poder constituinte originário, completando se

necessário por normas regimentais.

c. Limitado: há limites no poder de reforma constitucional. Ele não é livre para agir. As limitações são:

processuais, circunstanciais, temporais e materiais

06 - Explique a aplicabilidade das normas constitucionais.

Atualmente prevalece o entendimento de que todas as normas constitucionais tem eficáci a, o que vária é o grau de

aplicabilidade:

a. Normas de eficácia plena: são normas completas, claras, que contem as informações necessárias para sua

compreensão permitindo a aplicabilidade imediata;

b. Normas de eficácia contida: são normas completas de aplicabi lidade imediata, mas admitem a possibilidade

de edição de uma lei, ou seja, a lei reduzir o seu alcance;

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c. Normas de eficácia limitada: são normas incompletas e sua aplicabilidade dependem da regulamentação

posterior;

d. Normas institutivas: são as que preveem a possibilidade ou necessidade de criação, organização de órgão,

instituições ou entes políticos. São limitadas;

e. Normas programáticas: são as que preveem a necessidade de implementação de programas sociais e

econômicos. Necessita de disponibilidade orçamentária;

f. Normas de eficácia exaurida: são aquelas que já cumpriram todos os seus objetivos;

g. Normas de eficácia absoluta: são as clausulas pétreas.

07 - Como é feita a integração das normas constitucionais?

a. Analogia constitucional: é o emprego da norma reguladora de certa situação fática para a disciplina de

situação semelhante.só é possível utiliza-la entre duas normas da própria constituição

b. Costumes constitucionais: são praticas reiteradas que reconhecem faculdades, competências e poderes a

órgão do Estado, autoridade ou mesmo os cidadãos.

c. Princípios gerais do constitucionalismo: são aqueles que embasaram as primeiras constituições e que devido

a sua importância foram preservados durante toda a evolução do constitucionalismo.

d. Teoria dos poderes implícitos: essa teoria surgiu no direito norte-americano. Significa que sempre que a

constituição confere expressamente poderes e competências a Orgãos e Autoridades, confere também,

to9dos os instrumentos necessários para plena viabilização dessas atribuições

08 - No Brasil, quando a lei passa a ter vigência? E a validade, como podemos auferir?

Vigência: Normas constitucionais tem vigência imediata, via de regra, salvo, se tiver previsão expressa. As normas constitucionais

originárias são sempre válidas. Validade: Para uma norma ser considerada válida, ela necessita, em primeira instância,

compor o sistema jurídico, ou seja, submeter-se ao processo de produção e formação em conformidade com as

diretrizes, procedimental e de competência, instituídas no próprio sistema. A validade pode ser formal: relação de

modo de elaboração, rito, forma, quorem. E material: relação com conteúdo.

09 - O que é repristinação constitucional?

Repristinação é a volta da vigência de uma lei revogada pela constituição anterior.

10 - Como é feita a interpretação das normas constitucionais?

a. Métodos clássicos

Histórico: busca identificar a vontade do legislador na hora da sua criação.

Teológico: busca identificar a vontade e a finalidade da norma

Literal ou gramatical: busca identificar a finalidade da norma

Autentica: é aquela promovida por ato da mesma natureza daquele que foi objeto de interpretação.

b. Princípios e métodos interpretativos

Principio da supremacia constitucional: exclusivo para interpretação constitucional. CF é a base de todas

as leis

Principio da unidade constitucional: as normas constitucionais devem ser interpretadas como um

sistema normativo de mesmo grau hierárquico.

Principio do efeito integrador: deve promover a integração social e política do Estado

Principio da cedencia recíproca: diante de eventual conflito entre normas constitucionais será preciso

buscar uma interpretação conciliadora

Principio da coloquialidade: sempre que possível, os termos utilizados pela constituição devem ser

interpretados no sentido coloquial e não técnico.

Principio da máxima efetividade das normas constitucionais: a interpretação deve visar a máxima

eficácia dos objetos da CF

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Principio da máxima efetivi dade dos direitos fundamentais: aplicação imediata dos direitos

fundamentais

11 - O que é federalismo e como ele surgiu no Brasil?

O Federalismo é a denominação feita à relação entre as diversas unidades da Federação, tanto entre si, quanto com

o Governo Federal. Trata-se de um sistema político em que municípios, estados e distrito federal, sendo

independentes um do outro, formam um todo que valida um governo central e federal, que governa sobre todos os

membros acima citados. É a união dos Estados do país para manter a autonomia de cada estado.

O federalismo no Brasil surgiu principalmente devido às próprias condições geográficas do país, que possui 8.547.403,5 km², e das condições naturais que essa vastidão proporciona, o que ocasiona uma descentralização,

típica desse sistema de governo. Assim a pluralidade das regiões se mantém. Durante o período em que o Brasil estava em mãos da administração do português Dom Pedro I, ocorreram criações sociais correspondentes às aspirações descentralizadoras, como a Guerra dos Farrapos (1835 - 1845) e a Revolução

Praieira (1848 - 1852). Como a administração portuguesa ameaçava ser um perigo à unidade nacional, o Império deu origem aos Atos Adicionais, que outorgavam autonomia aos Conselhos -Gerais, entre outros. As províncias

permaneceram com essa estrutura até 1889, quando foram transformadas em Estados -Membros. Com a Constituição Federal de 1891, art.63, instituiu-se que cada Estado-Membro seria regido pela Constituição e pelas leis

que adotar, respeitados os princípios constitucionais da União. Assim, a Federação pressupunha a existência de várias ordens jurídicas autônomas, mas relacionadas com o Governo Central, o que acontece até hoje

12 - Defina o que é a União e comente sobre suas competências, bens e características.

A União é pessoa jurídica de direito público com capacidade política, que ora se manifesta em nome próprio, ora se

manifesta em nome da Federação.

Art. 21. Compete à União: EXCLUSIVA – SÓ ELA FAZ ISSO

Manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; declarar a guerra e celebrar a paz; assegurar a defesa nacional; permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras

transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; decretar o estado de sítio, o estado de

defesa e a intervenção federal; autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; emitir moeda $$;

administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; elaborar e executar planos

nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços

de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão

regulador e outros aspectos institucionais; organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;

desapropriação; requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; serviço postal; sistema monetário e de medidas, títulos e garantias

dos metais; política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; comércio exterior e interestadual;

trânsito e transporte; populações indígenas; nacionalidade, cidadania e naturalização; jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;

13 - Defina o que é Município e comente sobre suas competências, bens e características.

O Municipios são pessoas jurídicas de direito publico interno. São autônomos, uma vez que possui capacidade de

auto-organização, auto-governo, auto-administração e auto-legislação. Os Municipios organizam-se através de lei

orgânica. A criação, incorporação, fusão e o desmembramento de Municipios far-se-ão por lei estadual, dentro do

período determinado por lei complementar federal e dependerão de consulta previa, mediante plebiscito à

população dos Municipios envolvidos.

14 - O que é o Distrito Federal? No que se diferencia ou se aproxima em relação aos estados-membros?

O DF é autônomo uma vez que possui capacidade de auto-organização, auto-governo, auto-administração e auto-

legislação. O DF é vedade sua divisão em municípios (nisso se diferencia dos outros estados -membros) e é regida por

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lei orgânica. O DF estrutura o poder executivo e legislativo. Quanto ao poder judiciário competira a União organizar

emante-lo, afetando parcialmente autonomia do DF. O DF tem competência legislativa e não-legislativa próprias.

15 - O que é competência privativa, exclusiva, concorrente e comum?

Competência Legislativa Privativa

Somente pode ser exercida pela União, salvo mediante edição de Lei Complementar que autorize os Estados a

legislarem sobre as matérias relacionadas com as águas, energia, populações indígenas, jazidas e outros recursos

minerais, além das atividades nucleares de qualquer natureza.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

IV- águas, energia, informática, telecomunicações e radiofusão;

XII- jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

XXVI- atividades nucleares de qualquer natureza;

Parágrafo Único: Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias

relacionadas a este artigo.

Competência Legislativa Exclusiva

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta

Constituição.

§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.

Competência Legislativa Concorrente

Implica no estabelecimento de moldes pela União a serem observados pelos Estados e Distrito Federal.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

VI- florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção ao meio

ambiente e controle da poluição;

VII- proteção ao patrimônio histórico, artístico, turístico e paisagístico;

VIII- responsabilidade por dano meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, turístico

e paisagístico.

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

§3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão competência legislativa plena, para atender

suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for

contrário.

Competência Administrativa Comum

O Art. 23 concede à União, Estados, Municípios e o Distrito Federal competência comum, pela qual os entes

integrantes da federação atuam em cooperação administrativa recíproca, visando alcançar os objetivos descritos

pela própria Constituição. Neste caso, prevalecem as regras gerais estabelecidas pela União, salvo quando houver

lacunas, as quais poderão ser supridas, por exemplo, pelos Estados, no uso de sua competência supletiva ou

suplementar.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

III- proteger os documentos, obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens

naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

IV- impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico,

artístico e cultural;

VII- preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII- fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

IX- promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento

básico;

X- combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores

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desfavorecidos;

XI- registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pes quisa e exploração de recursos hídricos e

minerais em seus territórios;

16 - Em termos gerais e abrangentes, quais são as competências dos Municípios?

As competências privativas dos municípios estão definidas no art.30 da Constituição Federal, podendo ser agrupadas em Legislativa, Tributária, Financeira, Administrativa e Políticas Públicas Municipais.

Legislativa: Esta competência está prevista no art.30 incisos I, II, sendo próprio do município legislar sobre assuntos de interesse local, além de suplementar a legislação federal e estadual no que couber. Tributária: A competência tributária não diz respeito apenas a elaborar e aprovar a legislação específica - Código

Tributário Municipal - ajustada às normas gerais do Código Tributário Nacional, mas principalmente arrecadar os

impostos, taxas e contribuições. Para uma melhor compreensão cabe ressaltar quais são os impostos e taxas municipais:

IPTU: Imposto Predial Territorial Urbano.

ISS: Imposto sobre Serviços.

ITBI: Imposto de Transmissão Inter Vivos.

Taxa de Serviços: cobrança de determinados serviços prestados ao contribuinte (taxa de iluminação pública) Taxa pelo serviço de polícia: pagamento para licença de serviço.

Contribuição de Melhoria: pagamento em decorrência de melhorias urbanas em determinada área, as quais

valorizam os imóveis situados neste local Contribuição Social de Previdência e Assistência dos Servidores Municipais

Convém ressaltar que a competência Tributária do Município envolve fixação de alíquotas, dentro dos limites,

isenções, incentivos prazos, etc. Não podendo criar novos impostos.

Financeira :Esta competência diz respeito à gestão de recursos públicos: patrimônio, rendas e tributos. Mas a

aplicação destes recursos exige sua previsão que é feita pelo Processo Orçamentário (PPA, LDO, LO). A receita pública envolve não só a cobrança dos tributos, como a receita oriunda da renda do patrimônio público, dos preços públicos cobrados pela prestação de serviços por parte do poder público municipal.

A competência financeira está vinculada à competência tributária, mas vai além, pois não se resume a gerir as

receitas dos tributos e de outras fontes (patrimoniais, serviços, aplicação financeira, convênios e empréstimos), como também as despesas de custeio e de investimento. Esta competência hoje está regulada pela Lei de Responsabilidade Fiscal que exige uma gestão fiscal rigorosa de forma a não ocorrer desequilíbrio entre receita e

despesa e uma série de atos do Poder Público visando a maior transparência perante a sociedade (divulgação de

relatórios, acesso às contas, audiências públicas). Administrativa : O município administra de forma autônoma os seus bens e serviços. Para isso é preciso regulamentá -los. Muitas das atividades desenvolvidas na competência legislativa e financeira são traduzidas em medidas

concretas através desta competência; logo, as leis são executadas, atos são praticados e as políticas públicas previstas no orçamento são realizadas.

Importante ressaltar que para fazer compras de equipamentos ou materiais é necessário uma licitação. Para admitir pessoal é necessário, em geral, concurso público. Logo, são estes atos e normas que o regulam, que compreendem a

competência administrativa. A aquisição de bens, equipamentos, a concessão ou autorização de serviços, a utilização do poder de polícia para fazer cumprir as leis fazem parte da competência administrativa.

Elaboração e execução de políticas públicas e serviços municipais: Políticas públicas envolvem diretrizes, objetivos, orientações sobre a prestação dos serviços: Política de educação, Política de saúde, Política urbana, Política de Saneamento básico, Política de renda e emprego, Política agrícola, Política cultural e Política ambiental.

17 - A intervenção federal pode ocorrer em que hipótese? Comente sobre elas.. A intervenção só pode ocorrer nos casos e limites estabelecidos pela Constituição Federal:

- quando houver coação contra o Poder Judiciário, para garantir seu livre exercício (poderá ocorrer de ofício, ou seja, sem que haja necessidade de provocação ou pedido da parte interessada);

- quando for desobedecida ordem ou decisão judiciária (poderá ocorrer de ofício, ou seja, sem que haja necessidade de provocação ou pedido da parte interessada);

- quando houver representação do Procurador-Geral da República. (art. 34, VII, da Constituição)

18 - Explique o mecanismo de intervenção federal nos Estados.

a. Espontânea: presidente decreta em oficio. Por defesa nacional, defesa de ordem publica ou defesa das

finanças publicas.

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b. Provocada: O presidente depende da provocação de terceiros para decretar, que pode ser por solicitação do

executivo e legislativo, por requisição ou por representação.

c. Interventivo: cabe ao presidente decretar e executar a intervenção.

19 - Explique a intervenção estadual.

É o processo através do qual os Estados quebram excepcional e temporariamente a autonomia dos Municipios por

descumprimento das regras localizadas no art. 35,CF

20 - Existe a possibilidade da União intervir diretamente num Município? Explique.

a União não poderá intervir diretamente nos municípios, salvo se existentes dentro de Território Federal (art. 34,

caput, CF). Da mesma forma, no tocante aos municípios, a única pessoa política ativamente legitimada a nele intervir

é o Estado-membro.

21 - Como podemos adquirir a nacionalidade brasileira? E como podemos perde-la?

Brasileiros natos:

a. Os nascidos no Brasil, filhos de brasileiros ou estrangeiros sem missão oficial

b. Os nascidos no exterior, de pai ou mãe brasileiros, desde que a serviços do Brasil

c. Os nascidos no exterior, de pai e mãe brasileiros, desde que venha residir no Brasil antes da maioridade e

optem a qualquer tempo pela nacionalidade brasileira

d. Os nascidos no exterior, registrados em repartições brasileiras competentes

Brasileiros naturalizados:

a. Ordinária: é concedida ao estrangeiro residente no país por 1 ano interrupto, de país de língua portuguesa e

com idoniedade moral

b. Extraordinária: estrangeiro com mais de 15 anos interruptos e sem condenação penal, desde que requeiram

a nacionalidade brasileira

Perde a nacionalidade brasileira quem:

a. Tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse

nacional

b. Adquirir outra nacionalidade

22 - Quais são os direitos de um estrangeiro no Brasil?

Liberdade de locomoção no território nacional em tempo de paz

Entrada: tem que satisfazer as exigências da lei, como visto de entrada

Permanência: visto permanente, sem limite de tempo

Saída: pode deixar o território com o visto de saída

Aquisição e gozo dos direitos civis: existe limitações na CF nos art. 190, 172, 176 §1, 222, 5º XXXI.

Gozo dos direitos individuais e sociais: é assegurado a inviolabilidade do direito a vida, liberdade, igualdade,

segurança e a propriedade, esse com restrições. Quanto as sociais, ela não assegura mas também não

restinge.

A CF prevê a concessão de asilo polito.

23 - Diferencie nacionalidade de cidadania.

nacionalidade é o vínculo jurídico pessoal que prende um indivíduo a um Estado-Membro da comunidade

internacional, O termo nacionalidade possui dois sentidos: o jurídico e o sociológico. Este se encontra vinculado à

nação que pode ser definida como o grupo de pessoas com as mesmas características, como idioma, hábitos, meios

de vida etc. Já no sentido jurídico fica clara a importância do indivíduo como membro de um Estado. A nacionalidade

é pressuposto da cidadania para exercer a cidadania é necessário ter a condição de nacional .

Cidadania é um conjunto de prerrogativas constitucionalmente asseguradas e exercidas pelos nacionais dentro de

um determinado Estado. É através da cidadania que o nacional irá exercer os seus direitos políticos assegurados pela

Constituição Federal

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24 - O que é sufrágio? Quais são suas espécies? Explique cada uma.

É um direito publico subjetivo de natureza política, que tem o cidadão de eleger, ser eleito e de participar da

organização e da atividade do poder estatal. Espécies:

- O sufrágio é universal porque todos os cidadãos do país podem votar, não sendo admitidas restrições fundadas em

condições de nascimento, de capacidade intelectual, econômicas ou por motivos étnicos. Mas claro que poderá

haver hipóteses de restrições motivadas por circunstâncias pessoais ou incompatibilidades com o regramento

eleitoral.

- O sufrágio igual ocorre quando é respeitado o princípio da igualdade, ou seja, todas as pessoas têm o mesmo valor

e cada pessoa corresponde a um voto.

- O sufrágio é restrito quando o direito é concedido apenas a determinada categoria ou classe de pessoas. Pode ser

censitário ou capacitário, sendo o primeiro aquele do qual participam somente os que apresentem determinada

condição econômica e o segundo aquele do qual participam todos que tenham determinado grau de instrução ou

capacidade intelectual. Esse tipo de sufrágio vigorou no Brasi l durante o período do Império.

- O sufrágio desigual, por sua vez, se dá quando apenas determinados eleitores são qualificados, isto é, quando

determinados eleitores têm direito a mais de um voto, de acordo com sua capacidade civil, seu patrimônio ou

pagamento de altos impostos.

25 - Defina o que é asilo político, extradição, expulsão e deportação.

Asilo político: A CF prevê a concessão de asilo polito (art. 4,X), não tem requisitos de entrada mas a

perseguição deve ser política ou ideológica

Extradição: compete a União legislar sobre a extradição. A CF traça limites a possibilidade de extradição,

vetando os crimes políticos ou de opinião por estrangeiros e brasileiros natos.

Expulsão: o estrangeiro que atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a moralidade ou

tranquilidade publica e a economia popular; não pode ser brasileiro nato.

Deportação: retirada do estrangeiro ilegal

26 - Defina quais são os sistemas eleitorais e fale um pouco sobre eles.

Sistema majoritário: No sistema majoritário os candidatos mais votados são eleitos. É conhecido entre nós

como voto distrital.

Sistema proporcional: O voto proporcional procura incluir na representação não as maiorias locais ou

regionais, mas todos os competidores, na proporção dos votos obtidos.

Sistema misto: Chamado no Brasil de sistema distrital misto, trata-se, na verdade, de um sistema em que

parte dos deputados é eleita pelo voto proporcional e parte pelo voto majoritário.

27 - Para eleger o governador, qual sistema é utilizado. Explique como ele funciona.

O sistema utilizado é o de maioria absoluta, onde o eleito precisa obter mais de 50% dos votos validos,

desconsiderando os brancos e nulos, para ser eleito.

28 - O que é a maioria absoluta e maioria relativa no sistema majoritário e quando utilizamos cada uma dela.

O sistema eleitoral majoritário é usado, no Brasil, para eleger o chefe do executivo de todas as esferas

(presidente, governador e prefeito), e também para as eleições ao Senado Federal. Nas eleições presidenciais o

sistema empregado é de maioria absoluta, onde o eleito precisa obter mais de 50% dos votos válidos,

desconsiderados os brancos e nulos, para ser eleito.

O Senado Federal é renovado a cada quatro anos nas proporções de um terço numa eleição e dois terços na

seguinte. Cada estado elege, por conseguinte, um ou dois senadores a cada quatro anos, ou seja, o cargo de

senadores tem uma duração de oito anos. Por este motivo, a eleição para o Senado se dá de forma majoritária

dentro de cada estado, para escolher os senadores que representarão aquele estado. Quando apenas um candidato

deve ser escolhido, usa-se a maioria relativa dos votos com eleições separadas para cada estado. Neste sistema,

cada eleitor vota em apenas um candidato e vence a eleição aquele que obtiver o maior número de votos, sem

Page 9: DIREITO CONSTITUCIONAL - morumbidireito.files.wordpress.com · DIREITO CONSTITUCIONAL 01 - Explique o que foi o movimento constitucionalista e sua evolução histórica. Fale sobre

necessidade de segundo turno caso não obtenha maioria absoluta. Este sistema é também usado para eleger

prefeitos das cidades com até 200.000 eleitores.

29 - Explique o sistema eleitoral proporcional e defina a sua importância e doutrina.

Nas eleições para a Câmara dos Deputados e para os órgãos legislativos estaduais e municipais, a Constituição

Federal preconiza o uso de um sistema proporcional. Além disso, na esfera federal, a eleição deve ser realizada, de forma separada, em cada um dos estados e territórios. Candidatos à Câmara só poderão ser votados no estado em que se lançam candidatos, e concorrerão apenas às cadeiras reservadas àquele estado. Além dessas restriç ões, a

Constituição impõe ainda os limites mínimo de 8 e máximo de 70 deputados para cada estado, definidos de forma

proporcional à população de cada um.

O Código Eleitoral brasileiro determina que o sistema proporcional utilizado é um sistema de lista aberta, onde os votos são nominais aos candidatos e as listas partidárias são compostas pelos membros mais votados de cada partido. Nesse tipo de sistema, cada partido obtém um número de vagas proporcionais à soma dos votos de todos os

seus candidatos, e estas vagas são distribuídas, pela ordem, aos candidatos mais votados daquele partido. O Código

Eleitoral permite também a formação de coligação entre partidos para eleições proporcionais como forma de conseguir um maior número de cadeiras, especialmente no caso de partido pequeno que não as obteria sozinho.

30 - Como perdemos os direitos políticos no Brasil?

A Constituição Federal veda a cassação dos direitos políticos, mas admite sua perda ou suspensão nas hipótes es

previstas no art. 15: (I) cancelamento da naturalização, (II) incapacidade civil absoluta, (III) condenação criminal

transitada em julgado, (IV) recusa de cumprimento de obrigação a todos imposta ou da prestação alternativa e (V)

improbidade administrativa.