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Direito Administrativo

Professora Tatiana Marcello

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Direito Administrativo

DISPOSIÇÕES GERAIS (ART. 037 A 038)

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

CAPÍTULO VIIDA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Cons-titucional nº 19, de 1998)

I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preen-cham os requisitos estabelecidos em lei, as-sim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a com-plexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir car-go ou emprego, na carreira;

V – as funções de confiança, exercidas ex-clusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de car-reira nos casos, condições e percentuais mí-nimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e asses-soramento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei espe-cífica; (Redação dada pela Emenda Consti-tucional nº 19, de 1998)

VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas por-tadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

IX – a lei estabelecerá os casos de contrata-ção por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional in-teresse público;

X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39

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somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Re-gulamento)

XI – a remuneração e o subsídio dos ocu-pantes de cargos, funções e empregos pú-blicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumu-lativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Mu-nicípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta-dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Execu-tivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribu-nal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do sub-sídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procu-radores e aos Defensores Públicos; (Reda-ção dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não po-derão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do ser-viço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XV – o subsídio e os vencimentos dos ocu-pantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci-sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Re-dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emen-da Constitucional nº 34, de 2001)

XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e so-ciedades controladas, direta ou indireta-mente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XVIII – a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áre-as de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco-nomia mista e de fundação, cabendo à lei

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complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das en-tidades mencionadas no inciso anterior, as-sim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegu-re igualdade de condições a todos os con-correntes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as con-dições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indis-pensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (Regulamento)

XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão re-cursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de ca-dastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, infor-mativo ou de orientação social, dela não po-dendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de au-toridades ou servidores públicos.

§ 2º A não observância do disposto nos in-cisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos ter-mos da lei.

§ 3º A lei disciplinará as formas de partici-pação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II – o acesso dos usuários a registros admi-nistrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucio-nal nº 19, de 1998)

III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração públi-ca. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políti-cos, a perda da função pública, a indisponi-bilidade dos bens e o ressarcimento ao erá-rio, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de pres-crição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem pre-juízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de servi-ços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou empre-go da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privile-giadas. (Incluído pela Emenda Constitucio-nal nº 19, de 1998)

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§ 8º A autonomia gerencial, orçamentá-ria e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder públi-co, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I – o prazo de duração do contrato;

II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e respon-sabilidade dos dirigentes;

III – a remuneração do pessoal."

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de eco-nomia mista, e suas subsidiárias, que rece-berem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pa-gamento de despesas de pessoal ou de cus-teio em geral. (Incluído pela Emenda Consti-tucional nº 19, de 1998)

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remune-ração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de li-vre nomeação e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Esta-dos e ao Distrito Federal fixar, em seu âm-bito, mediante emenda às respectivas Cons-tituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a

noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se apli-cando o disposto neste parágrafo aos sub-sídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes dispo-sições: (Redação dada pela Emenda Constitucio-nal nº 19, de 1998)

I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sen-do-lhe facultado optar pela sua remunera-ção;

III – investido no mandato de Vereador, ha-vendo compatibilidade de horários, perce-berá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibili-dade, será aplicada a norma do inciso ante-rior;

IV – em qualquer caso que exija o afasta-mento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para to-dos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estives-se.

(...)

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CONCEITOS INTRODUTÓRIOS

Conceitos Introdutórios

• Órgãos públicos da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios.Administração

Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)• Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)• Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

Administração Indireta

1.1. Princípios Constitucionais aplicáveis à Administração Pública

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...

Trata-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que há outros princípios aplicáveis.

Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:

Legalidade

Impessoalidade

Moralidade

Publicidade

Eficiência

Princípio da Legalidade

A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública está condicionada ao que a lei permite ou determina.

Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que podem fazer tudo o que a lei não proíba, no âmbito da administração pública esse princípio significa que o administrador só pode fazer o que a lei autorize ou determine.

Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o administrador público não pode agir de acordo com sua própria vontade e sim de acordo com o interesse do

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povo, titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

Princípio da Impessoalidade

O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do intere interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa.

Esse princípio é visto sob dois aspectos:

a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa – inevitavelmente, determinados atos podem ter por consequencia benefícios ou prejuízos a alguém, porém, a atuação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio de finalidade;

b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades desenvolvidas pela administração para obter benefício ou promoção pessoal – é vedado a promoção pessoal do agente público pela sua atuação como administrador.

Como exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade, podemos citar a imposição de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a exigência de licitações públicas para contratações pela administração.

Princípio da Moralidade

A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é legal é honesto.

Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo.

Princípio da Publicidade

Esse princípio é tratado sob dois prismas:

a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público – enquanto não for publicado, o ato não pode produzir efeitos;

b) exigência de transparência da atuação administrativa – finalidade de possibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo.

Princípio da Eficiência

O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998. Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico, melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse público do ato.

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Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência.

Conceito de Agente Público

Agente público é toda pessoa que desempenha atividade administrativa, temporária ou não, com ou sem remuneração.

Conceito Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa):

Art. 2º. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Portanto, Agentes Públicos são as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal.

Classificação/Espécies dos Agentes Públicos

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Os agentes públicos podem ser classificados em:

a) Agentes Políticos – Exercem função pública de alta direção do Estado. Em regra, ingressam por meio de eleição, com mandatos fixos, ao término dos quais a relação com o Estado desaparece automaticamente. Exemplos: Chefes do Poder Executivo (Presidente da República, Governadores dos Estados e Prefeitos Municipais, com seus respectivos vices), Parlamentares (Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Vereadores), Ministros de Estado...

b) Servidores Estatais (ou Agentes Administrativos ou Servidores Públicos em sentido amplo) – São as pessoas que prestam serviço público para a Administração, com natureza profissional e remunerada. Dividem-se em:

• Servidores Públicos Estatutários (são os ocupantes de cargos públicos e submetidos a regime estatutário). Em sentido estrito, “servidor público” é apenas o estatutário.

• Empregados Públicos (são os ocupantes de emprego público e submetidos a regime celetista – CLT)

• Servidores Temporários (aqueles contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, não tendo cargo nem emprego público, exercendo função pública remunerada e temporária).

Obs.: Há doutrina e questões que entendem que “Servidor Público em sentido amplo” abrange essas 3 espécies (servidores públicos estatutários, empregados públicos e servidores temporários), enquanto “Servidor Público em sentido estrito” seria apenas o Servidor Estatutário. Vejamos o esquema:

c) Particulares em colaboração com o Estado – são os que desempenham função pública sem vínculo com o Estado, também chamados de “agentes honoríficos”. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, essa categoria é composta por:

• Requisitados de serviço (mesários, jurados do Tribunal do Juri, convocados para o serviço militar);

• Gestores de negócios públicos (pessoas que atuam em situações emergenciais quando o Estado não está presente, como alguém que chega antes dos bombeiros a um incêndio e presta socorro);

• Contratados por locação civil de serviços (a exemplo de um jurista famoso que é contratado para fazer um parecer);

• Concessionários e permissionários (os que trabalham nas concessionárias e permissionárias de serviço público, exercendo função pública por delegação estatal);

• Delegados de função ou ofício público (é o caso dos que exercem serviços notariais).

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d) Agentes Militares (Forças Armadas, Policiais Militares e Corpos de Bombeiros Militares) – Quem compõe os quadros permanentes das forças militares possui vínculo Estatutário especial, ou seja, seu regime jurídico é regido por lei específica, não se confundindo com os Estatutos aplicáveis aos servidores públicos civis.

Cargo, Emprego e Função Pública

Cargo Público

Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos, efetivos e comissionados, submetidos ao regime estatutário.

A Lei nº 8.112/1990 define: “Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.”

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Cargos são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por lei”.

Cargos públicos são próprios das pessoas jurídicas de direito público.

Emprego Público

Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos, os quais se submetem ao regime celetista (Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT). Os empregados públicos ingressam

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por meio de concurso público para ocupar empregos públicos , de natureza essencialmente contratual.

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Empregos públicos são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista”.

Empregos públicos são próprios das pessoas jurídicas de direito privado da Administração Indireta. São exemplos, os empregados da Caixa Econômica Federal (empresa pública) e do Banco do Brasil (sociedade de economia mista); lembrando que CESPE considera que “dirigentes” dessas instituições, que não sejam do quadro de empregados, são regidos por regime próprio e não pela CLT.

Função Pública

De acordo com Maia Sylvia Di Pietro: “São funções públicas as funções de confiança e as exercidas pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).”

Não há concurso público para preenchimento de função pública.

AGENTES PÚBLICOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Cargos, empregos e funções públicas

São acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei).

Exigência de concurso público

A regra é que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

Cargo em Comissão e Função de Confiança – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

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Cargo Público

Efetivo

Concurso Público

Estabilidade

Comissão

Livre nomeação e exoneração (direção,

chefia e assessoramento)

Sem estabilidadeCriação e extinção do cargo público

Cargo Público

Criação Lei

extinção

Lei(se ocupado)

Decreto Autônomo(se vago)

Prazo de validade do concurso

O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável uma vez, por igual período; ou seja, o prazo pode ser menor do que 2 anos; assim, se o prazo for de 1 ano, poderá ser prorrogado por mais 1 ano apenas.

Prioridade de nomeação

Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.

Obs.: Lei 8.112/90, art. 12, § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.

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Obs.: STF – Candidato aprovado no concurso público dentro do número de vagas indicado no edital tem direito subjetivo à nomeação, dentro do prazo de validade do concurso.

Direito à livre associação sindical

É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, regra aplicável apenas ao servidores públicos civis, já que a CF veda a aplicação aos militares (art. 142, § 3º, IV, CF).

Direito de greve

O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; porém, ainda não regulamentação legal, o que fez com que o STF decidisse pela aplicação da lei que regulamenta o direito de greve do empregado na iniciativa privada (Lei nº 7783/89). Também é proibido ao militar fazer greve.

Reserva de percentual aos portadores de deficiência

A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

Obs.: Segundo o STF, mesmo em concursos como de Polícia, é obrigatória a reserva de vagas para portadores de deficiência, porém, os exames de aptidão indicarão se a deficiência é compatível ou não com as atribuições do cargo.

Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso.

Fixação e revisão geral da remuneração

A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.

Teto remuneratório

Agentes públicos não podem receber remuneração maior do que o subsídio mensal pago aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (é o chamado teto absoluto). Há também o chamado subteto: I – nos Municípios, nenhum servidor poderá ganhar mais do que o prefeito; II – nos Estados e Distrito Federal, se Poder Executivo, nenhum servidor pode ganhar mais do que o

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Governador, se Poder Legislativo, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Deputados Estaduais ou Distritais, se Poder Judiciário, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça.

Obs.: Não serão computadas, para efeito desses limites remuneratórios, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

Teto Absoluto Nenhum agente público pode receber remuneração maior do que Ministro do STF

Subteto

Agentes Públicos Âmbito Não pode receber remuneração maior que a do

Municipais Geral Prefeito

Estaduais e Distritais Poder Executivo Governador

Poder Legislativo Deputados Estaduais ou Distritais

Poder Judiciário Desembargadores do TJ

Paridade de Vencimentos

Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

• Paridade de Vencimentos: Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e doPoder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

Executivo$$$

Legislativo Judiciário

Mandato eletivo

Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

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I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.

Mandato Eletivo

Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:

Mandato eletivo

• Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:

Ømandato federal, estadual ou distrital

üficará afastado do cargo, recebendo $ do mandato.

Ømandato de Prefeito üserá afastado do cargo, sendo-lhe facultado optarpela remuneração do cargo ou a do mandato;

Ømandato de vereador: ühavendo compatibilidade de horários, perceberá a remuneração do cargo + a do mandato (acumulará);

ünão havendo compatibilidade de horários, será afastado e poderá optar pela remuneração do cargo oua do mandato (regra do Prefeito).

Irredutibilidade de vencimentos e subsídios

Em regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, respeitando-se o teto tratado acima.

Acumulação de cargos públicos

É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem como de empregos e funções, abrangendo autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; porém é permitida a acumulação, excepcionalmente, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI (teto):

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

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c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

Acumulação lícita:

Acumulação de proventos com remuneração

É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria (art. 40, art. 42 e 142, CF) com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

Atos de Improbidade Administrativa

Os atos de improbidade administrativa importarão:

a) a suspensão dos direitos políticos,

b) a perda da função pública,

c) a indisponibilidade dos bens,

d) e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,

e) sem prejuízo da ação penal cabível.

Responsabilidade por danos

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Portanto, quem responde pelos danos causados a terceiros por agentes públicos são as respectivas pessoas jurídicas; porém, se houver culpa ou dolo do agente, o Poder Público poderá cobrá-lo o ressarcimento.

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SLIDES – DISPOSIÇÕES GERAIS

Direito Administrativo

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Administração Pública na Constituição Federal

Disposições Gerais(art. 37 a 38)

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Conceitos Introdutórios

• Órgãos públicos da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios.Administração

Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)• Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)• Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

Administração Indireta

Princípios Constitucionais aplicáveis à Administração Pública

• Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderesda União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aosprincípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade eeficiência...

• Tratam-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerandoque há outros princípios aplicáveis.

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• Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:

LegalidadeImpessoalidadeMoralidadePublicidadeEficiência

• 1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

• A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ouautorize sua atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração públicaestá condicionada ao que a lei permite ou determina.

• Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que“podem fazer tudo o que a lei não proíba”, no âmbito da administraçãopública esse princípio significa que o administrador “só pode fazer o que a leiautorize ou determine”.

• Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois oadministrador público não pode agir de acordo com sua própria vontade esim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em últimainstância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes,pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

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• 2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

• O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade asatisfação do interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a siou determinada pessoa.

• Esse princípio é visto sob dois aspectos:a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa -inevitavelmente, determinados atos podem ter por consequencia benefíciosou prejuízos a alguém, porém, a atuação do administrador deve visar aointeresse público, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio definalidade;b) como vedação a que o agente público valha-se das atividadesdesenvolvidas pela administração para obter benefício ou promoção pessoal- é vedado a promoção pessoal do agente público pela sua atuação comoadministrador.

• Ex.: imposição de concurso público como condição para ingresso em cargoefetivo ou emprego público; exigência de licitações públicas para contrataçõespela administração.

• 3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE

• A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé.Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa sermoral também, já que nem tudo que é legal é honesto.

• Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, éconsiderado nulo.

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• 4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

• Esse princípio é tratado sob dois prismas:a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dosatos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem opatrimônio público - enquanto não for publicado, o ato não pode produzirefeitos;b) exigência de transparência da atuação administrativa - finalidade depossibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração públicapelo povo.

• 5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

• O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998.Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo maissimples, rápido e econômico, melhorando a relação custo/benefício daatividade da administração pública.

• O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor solução paraatingir a finalidade e interesse público do ato.

• Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possívelafastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maioreficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípioda legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência.

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Agente Público

• Conceito Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa):

Art. 2º. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Portanto, Agentes Públicos são as pessoas físicas incumbidas, definitiva outransitoriamente, do exercício de alguma função estatal.

Agentes Públicos

Agentes PolíticosAgentes Administrativos(Servidores Estatais ou Servidores Públicos em

sentido amplo)

Servidores Públicos

(Estatuários)

cargo público

Empregados Públicos

(Celetistas)

emprego público

Servidores Temporários

(Contrato prazo determinado)

função pública

Particulares em colaboração

(Agentes honoríficos)

Agentes Militares(Estatuto/Lei

Específica)

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Servidores Públicos

Cargos Públicos (efetivos ou em comissão)

Regime Estatutário ou Legal

Administração Direta, Autarquias e Fundações

Empregados Públicos

Empregos Públicos

Regime Celetista ou Trabalhista (CLT)

Empresas Públicas e Soc. de Economia Mista

Servidores Temporários

Função Pública

Contrato com prazo determinado

Agentes Públicos na Constituição Federal

• Cargos, empregos e funções públicas

• São acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

• (Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 3º As universidades e instituições de pesquisacientífica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores,técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentosdesta Lei).

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• Exigência de concurso público

• A regra é que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovaçãoprévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com anatureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livrenomeação e exoneração.

• Cargo em Comissão e Função de Confiança - as funções de confiança, exercidasexclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão,a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuaismínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia eassessoramento.

Cargo Público

Efetivo

Concurso Público

Estabilidade

Comissão

Livre nomeação e exoneração (direção,

chefia e assessoramento)

Sem estabilidade

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Criação e extinção do cargo público

Cargo Público

Criação Lei

extinção

Lei(se ocupado)

Decreto Autônomo(se vago)

• Prazo de validade do concurso

• O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável 1 vez, porigual período.

• Prioridade de nomeação

• Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovadoem concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado comprioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.

• Obs.: STF – Candidato aprovado no concurso público dentro do número de vagasindicado no edital tem direito subjetivo à nomeação, dentro do prazo de validadedo concurso.

• Obs.: Lei 8.112/90, art. 12, § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houvercandidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.

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• Direito à livre associação sindical

• É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

• Direito de greve

• O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em leiespecífica; porém, ainda não há regulamentação legal, o que fez com que o STFdecidisse pela aplicação da lei que regulamenta o direito de greve do empregado nainiciativa privada (Lei nº 7783/89).

ØObs.: Essas duas regras são aplicáveis apenas ao servidores públicos civis, já que aCF veda a aplicação aos militares (art. 142, § 3º, IV, CF).

• Reserva de percentual aos portadores de deficiência

• A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoasportadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

• Obs.: Segundo o STF, mesmo em concursos como de Polícia, é obrigatória a reservade vagas para portadores de deficiência, porém, os exames de aptidão indicarão se adeficiência é compatível ou não com as atribuições do cargo.

• Obs.: Lei 8.112/90, art. 5, § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado odireito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujasatribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para taispessoas serão reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso.

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• Fixação e revisão geral da remuneração

• A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativaprivativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data esem distinção de índices.

• Teto remuneratório

• Agentes públicos não podem receber remuneração maior do que o subsídio mensalpago aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (é o chamado teto absoluto).

• Há também o chamado subteto: I – nos Municípios, nenhum servidor poderáganhar mais do que o prefeito; II – nos Estados e Distrito Federal, se PoderExecutivo, nenhum servidor pode ganhar mais do que o Governador, se PoderLegislativo, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Deputados Estaduais ouDistritais, se Poder Judiciário, nenhum servidor pode ganhar mais do que osDesembargadores do respectivo Tribunal de Justiça.

• Obs.: Não serão computadas, para efeito desses limites remuneratórios, as parcelasde caráter indenizatório previstas em lei.

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• Paridade de Vencimentos: Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e doPoder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

Executivo$$$

Legislativo Judiciário

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Mandato eletivo

• Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:

Ømandato federal, estadual ou distrital

üficará afastado do cargo, recebendo $ do mandato.

Ømandato de Prefeito üserá afastado do cargo, sendo-lhe facultado optarpela remuneração do cargo ou a do mandato;

Ømandato de vereador: ühavendo compatibilidade de horários, perceberá a remuneração do cargo + a do mandato (acumulará);

ünão havendo compatibilidade de horários, será afastado e poderá optar pela remuneração do cargo oua do mandato (regra do Prefeito).

• Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seutempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoçãopor merecimento;

• Para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serãodeterminados como se no exercício estivesse.

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• Irredutibilidade de vencimentos e subsídios

• Em regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregospúblicos são irredutíveis, respeitando-se o teto tratado acima.

• Acumulação de cargos públicos

• É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem como de empregos efunções; porém é permitida a acumulação, excepcionalmente, quando houvercompatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI(teto):

a) a de 2 cargos de professor;b) a de 1 cargo de professor com 1 técnico ou científico;c) a de 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões

regulamentadas.Obs.: também 1 de vereador + 1 cargo, emprego ou função.

• A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, esociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

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Acumulação lícita:

• Acumulação de proventos de aposentadoria + remuneração de cargo

• É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria (art. 40,art. 42 e 142, CF) com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargoseletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação eexoneração.

• Regra: vedada a acumulação• Exceção:

a) cargos acumuláveis na atividade;b) cargo em comissão;c) cargo eletivo.

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• Atos de Improbidade Administrativa

• Os atos de improbidade administrativa importarão:Øsuspensão dos direitos políticos,Øperda da função pública,Øindisponibilidade dos bens,Øressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,Øação penal cabível.

• Responsabilidade por danos

• As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privadoprestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seusagentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito deregresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

• Portanto, quem responde pelos danos causados a terceiros por agentespúblicos são as respectivas pessoas jurídicas; porém, se houver culpa oudolo do agente, o Poder Público poderá cobrá-lo o ressarcimento.

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Direito Administrativo

DOS SERVIDORES PÚBLICOS (ART. 039 A 041)

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

CAPÍTULO VIIDA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção IIDOS SERVIDORES PÚBLICOS

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pú-blica direta, das autarquias e das fundações pú-blicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos res-pectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema re-muneratório observará: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componen-tes de cada carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II – os requisitos para a investidura; (Inclu-ído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III – as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Fede-ral manterão escolas de governo para a for-mação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebra-ção de convênios ou contratos entre os en-tes federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer re-quisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acrésci-mo de qualquer gratificação, adicional, abo-no, prêmio, verba de representação ou ou-tra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabele-cer a relação entre a maior e a menor re-muneração dos servidores públicos, obede-cido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Ju-diciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distri-to Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários pro-venientes da economia com despesas cor-rentes em cada órgão, autarquia e funda-ção, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, moderni-zação, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. (In-cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efe-tivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdên-cia de caráter contributivo e solidário, median-te contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo se-rão aposentados, calculados os seus pro-ventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

I – por invalidez permanente, sendo os pro-ventos proporcionais ao tempo de contri-buição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucio-nal nº 41, 19.12.2003)

II – compulsoriamente, com proventos pro-porcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (se-tenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)

III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exer-cício no serviço público e cinco anos no car-go efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: (Reda-ção dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cin-co anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda Cons-titucional nº 20, de 15/12/98)

b) sessenta e cinco anos de idade, se ho-mem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respec-tivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refe-rência para a concessão da pensão. (Reda-ção dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 3º Para o cálculo dos proventos de apo-sentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utili-zadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitu-cional nº 41, 19.12.2003)

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e cri-térios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

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Direito Administrativo – Dos Servidores Públicos (Art. 039 a 041) – Profª Tatiana Marcello

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I – portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

II – que exerçam atividades de risco; (Inclu-ído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclu-sivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decor-rentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 7º Lei disporá sobre a concessão do bene-fício de pensão por morte, que será igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo esta-belecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabe-lecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 8º É assegurado o reajustamento dos be-nefícios para preservar-lhes, em caráter per-manente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 9º O tempo de contribuição federal, esta-dual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço cor-respondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribui-ção fictício. (Incluído pela Emenda Constitu-cional nº 20, de 15/12/98)

§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumula-ção de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contri-buição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remune-ração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Consti-tucional nº 20, de 15/12/98)

§ 12. Além do disposto neste artigo, o regi-me de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social. (Inclu-ído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamen-te, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previ-dência social. (Incluído pela Emenda Consti-tucional nº 20, de 15/12/98)

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Fede-ral e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de

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cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedi-das pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os bene-fícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emen-da Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 15. O regime de previdência complemen-tar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executi-vo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência com-plementar, de natureza pública, que ofere-cerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 16. Somente mediante sua prévia e ex-pressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do corres-pondente regime de previdência comple-mentar. (Incluído pela Emenda Constitucio-nal nº 20, de 15/12/98)

§ 17. Todos os valores de remuneração con-siderados para o cálculo do benefício pre-visto no § 3° serão devidamente atualiza-dos, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proven-tos de aposentadorias e pensões conce-didas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de pre-vidência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (In-cluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para apo-sentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em ativi-dade fará jus a um abono de permanência

equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitu-cional nº 41, 19.12.2003)

§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo es-tabelecido para os benefícios do regime ge-ral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiá-rio, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Cons-titucional nº 47, de 2005)

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso pú-blico. (Redação dada pela Emenda Constitucio-nal nº 19, de 1998)

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Consti-tucional nº 19, de 1998)

I – em virtude de sentença judicial transita-da em julgado; (Incluído pela Emenda Cons-titucional nº 19, de 1998)

II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (In-cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º Invalidada por sentença judicial a de-missão do servidor estável, será ele reinte-grado, e o eventual ocupante da vaga, se es-

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tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-muneração proporcional ao tempo de ser-viço. (Redação dada pela Emenda Constitu-cional nº 19, de 1998)

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua des-necessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-

cional ao tempo de serviço, até seu adequa-do aproveitamento em outro cargo. (Reda-ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Como condição para a aquisição da es-tabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 199

1. Obrigatoriedade de regime jurídico único

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua compe-tência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Cada ente da Federação deve definir se o re-gime de todos os seus servidores (em sentido amplo) será celetista ou estatutário. Essa regra foi alterada pela EC 19/1998, eliminando o regime único. Porém, o STF suspendeu a eficácia da nova redação, passando a constar novamente a redação original (de regime jurídico único). Por exemplo, a Lei nº 8.112/1990 institui o regime estatutário para todos os servidores civis da União, autarquias e fundações públicas Federais.

2. Estabilidade

São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimen-to efetivo em virtude de concurso público + avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. Portanto, são requisitos para aquisição da estabilidade:

a) aprovação em concurso público;

b) nomeação para cargo público efetivo;

c) 3 anos de efetivo exercício;

d) avaliação especial de desempenho.

A estabilidade é a garantia de permanência do servidor no serviço público, mas não é absoluta, sendo que a própria CF prevê que o servidor público estável só perderá o cargo:

I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei comple-mentar, assegurada ampla defesa.

Também poderá perder o cargo em caso de despesa de pessoal acima dos limites legais (art. 169, CF). A Lei complementar n. 101/200 (Lei de Responsabilidade Fiscal) estabelece que o limi-te de despesa com pessoal da União é de 50% da receita líquida, enquanto dos Estados e Mu-nicípios é de 60%. Ultrapassados esses limites, o ente deverá tomar as seguintes providências: a) reduzir em pelo menos 20% as despesas com cargos em comissão e funções de confiança; b)

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exoneração dos servidores não estáveis; c) se ainda assim ficar fora dos limites legais, o servi-dor estável poderá perder o cargo.

3. Reintegração

Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o even-tual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

4. Disponibilidade

Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilida-de, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

5. Aposentadoria

Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência (Regime Próprio de Previdência Social – RPPS) de caráter contributivo e solidário, mediante contribui-ção do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Obs.: O Estatuto trará as regras para a aposentadoria.

Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nome-ação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja, o regime geral aplicável aos trabalhadores da iniciativa provada regidos pela CLT.

Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados:

I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei (integrais);

II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 anos de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar; (Lei Complementar 152/2015)

III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:

a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de contribuição, se mulher;

b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

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SLIDES – DOS SERVIDORES PÚBLICOS

• Obrigatoriedade de regime jurídico único

• Regime Jurídico é o conjunto de regras (direitos e deveres) que regem arelação entre o servidor e a Administração. Pode ser estatutário/legal ouceletista/trabalhista.

• A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbitode sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para osservidores da administração pública direta, das autarquias e das fundaçõespúblicas.

• Cada ente da Federação deve definir se o regime de todos os seus servidoresserá celetista ou estatutário. Essa regra foi alterada pela EC 19/1998,eliminando o regime único. Porém, o STF suspendeu a eficácia da novaredação, passando a constar novamente a redação original (de regime jurídicoúnico). Por exemplo, a Lei nº 8.112/1990 institui o regime estatutário paratodos os servidores civis da União, autarquias e fundações públicas Federais.

Direitos Trabalhistas aplicáveis aos Servidores

• Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a leiestabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargoo exigir.

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• Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem àmelhoria de sua condição social:

• IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender asuas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, comreajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada suavinculação para qualquer fim;

• VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebemremuneração variável;

• VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor daaposentadoria;

• IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;• XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda

nos termos da lei;• XIII - duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 semanais,

facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ouconvenção coletiva de trabalho;

• XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;• XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do

normal;• XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o

salário normal;• XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de

120 dias;• XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;• XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,

nos termos da lei;• XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,

higiene e segurança;• XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de

admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

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• Estabilidade

• É a garantia de permanência no serviço público.

• São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados paracargo de provimento efetivo em virtude de concurso público + avaliaçãoespecial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.Portanto, são requisitos para aquisição da estabilidade:

a) aprovação em concurso público;b) nomeação para cargo público efetivo;c) 3 anos de efetivo exercício;d) avaliação especial de desempenho.

Concurso Nomeação Posse Exercício Estágio Probatório Estabilidade

3 anos

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• A estabilidade não é absoluta, sendo que a própria CF prevê que o servidorpúblico estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho.

• Também poderá perder o cargo por despesa de pessoal acima dos limiteslegais (art. 169, CF). A Lei complementar n. 101/200 (Lei de ResponsabilidadeFiscal) estabelece que o limite de despesa com pessoal da União é de 50% dareceita líquida, enquanto dos Estados e Municípios é de 60%. Ultrapassadosesses limites, o ente deverá tomar as seguintes providências: a) reduzir empelo menos 20% as despesas com cargos em comissão e funções de confiança;b) exoneração dos servidores não estáveis; c) se ainda assim ficar fora doslimites legais, o servidor estável poderá perder o cargo.

Reintegração

• Invalidada por sentença judicial (ou decisão administrativa) a demissão do servidorestável, será ele reintegrado.

• O eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, semdireito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade comremuneração proporcional ao tempo de serviço.

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Disponibilidade

• Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará emdisponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seuadequado aproveitamento em outro cargo.

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• Aposentadoria

• Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é asseguradoregime de previdência (Regime Próprio de Previdência Social – RPPS) de carátercontributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dosservidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios quepreservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Obs.: O Estatuto trará as regras para aaposentadoria.

• Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei delivre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou deemprego público, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja,o regime geral aplicável aos trabalhadores da iniciativa provada regidos pela CLT.

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• Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serãoaposentados:

I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo decontribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional oudoença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei (integrais);

II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70anos de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar; (LeiComplementar 152/2015)

III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivoexercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará aaposentadoria, observadas as seguintes condições:a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 decontribuição, se mulher;b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventosproporcionais ao tempo de contribuição.

Aposentadoria

• Por invalidez permanente.

• Compulsoriamente. ü75 anos de idade.

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• Voluntariamente (10 anos de efetivo exercício e 5 anos no cargo efetivo que se aposentar):

• 60 anos de idade + 35 de contribuição (Integral);• Ou 65 anos de idade (Proporcional ao tempo de contribuição).

• 55 anos de idade + 30 de contribuição (Integral);• Ou 60 anos de idade. (Proporcional ao tempo de contribuição).

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Direito Administrativo

REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

Direito Administrativo

Regime Jurídico-Administrativo

• A Administração Pública brasileira, nos 3 Poderes e em todos os níveis daFederação, atuam ora sob o regime jurídico de Direito Público (típico), orapredominantemente sob o regime de Direito Privado.

• Quando esses órgãos, entidades e agentes da Administração Pública agem regidospelo Direito Público, diz-se que a atividade é desempenhada sob o denominado“Regime Jurídico-Administrativo”.

• O Regime Jurídico-Administrativo confere poderes especiais à Administração, mastambém impõe restrições especiais à sua atuação.

• O conjunto de prerrogativas/poderes conferidos à Administração Pública peloRegime Jurídico-Administrativo deriva do chamado Princípio da Supremacia doInteresse Público.

• Já as restrições/limitações impostas à Administração no Regime Jurídico-Administrativo deriva do Principio da Indisponibilidade do Interesse Público.

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Prerrogativas/Poderes Restrições/Limitações

Princípio da Supremacia do Interesse Público

Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público

os interesses da coletividade são maisimportantes que o os interessesindividuais, portanto, a AdministraçãoPública tem poderes especiais, nãoconferidos aos particulares.

A Administração Pública está em umaposição de superioridade em relaçãoaos particulares.

Ex.: desapropriação; poder de polícia.

os agentes públicos não são os donosdo interesse por eles defendidos, deforma que não podem dispor dessesinteresses.

Os agentes, no exercício da funçãoadministrativa, estão obrigados aatuar conforme o determinado em leie não de acordo com a vontadeprópria.

Ex.: licitação; concurso público.

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Direito Administrativo

CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO

Concentração x DesconcentraçãoCentralização x Descentralização

• O DL 200/1967 dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal,promovendo uma descentralização e flexibilização administrativa. Porém, éextensível aos demais entes como norma geral.

• A Administração Federal compreende:

• se constitui por órgãos da União, Estados,Municípios e Distrito Federal.

Administração Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)• Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)• Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

Administração Indireta

• Composição da Administração Pública (critério subjetivo ou formal):

ÓRGÃOS + AGENTES PÚBLICOS + ENTIDADES

ÓRGÃO: unidade de atuação integranteda estrutura da Administração direta e daestrutura da Administração indireta (Leinº 9.784/94).

ENTIDADE: unidade de atuação dotadade personalidade jurídica (Lei nº9.784/94).

üIntegram a estrutura de uma entidade; üSão entidades, pessoas jurídicas.

üNão possui personalidade jurídica (alguns têm capacidade processual em MS – Presidência, Ministérios, Secretarias);

üTem personalidade jurídica;

üNão possui patrimônio próprio; üPossui patrimônio próprio.

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Entidades

Políticas(Adm. Direta)

Tem competência

legislativa

- União;- Estados;- Municípios;- DF.

Administrativas(Adm. Indireta)

Não tem competência

legislativa

- Autarquia;- Fundação Pública;- Sociedade de Economia Mista;- Empresa Pública.

Concentração x DesconcentraçãoCentralização x Descentralização

• Concentração Administrativa – desempenho das atribuições administrativas pormeio de órgão público sem divisão interna, ou seja, a ausência de distribuição detarefas entre as repartições internas (algo raríssimo);

X• Desconcentração Administrativa – as atribuições são distribuídas entre órgãos

públicos, mas dentro da mesma pessoa jurídica.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

• Centralização Administrativa – estado desempenhando suas atribuições através deseus próprios órgãos e agentes da Administração Direta (U, E, M e DF);

X• Descentralização Administrativa – as competências são atribuídas a outra pessoa

física ou jurídica (administração indireta ou para iniciativa privada).

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Direito Administrativo – Centralização, Descentralização, Concentração e Desconcentração – Profª Tatiana Marcello

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ADMINISTRAÇÃO DIRETAU, E, DF, M

Administração Indireta

(por outorga)

- Autarquias;- Fundações Públicas;- Empresas Públicas;- Sociedade de Economia Mista.

Iniciativa Privada(por delegação)

- Concessionárias;- Permissionárias;- Autorizatários.

DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO

- Distribuição de competências entre órgãos de uma mesma pessoa jurídica.

- Distribuição de competências para uma nova pessoa jurídica.

- Há hierarquia entre esses órgãos. - Não há hierarquia entre o que descentralizou e o ente descentralizado (há vinculação, não subordinação).

- Os órgãos não têm personalidade jurídica, não podendo responder judicialmente, mas as respectivas pessoas jurídicas (U, E, M e DF) respondem.

- As entidades descentralizadasrespondem juridicamente pelos prejuízos causados a terceiros.

Ex.: Transferência de uma competência de um Ministério para uma Secretaria; ou prefeitura transfere competências parauma sub-prefeitura.

Ex.: Transferência dos serviços previdenciários para uma Autarquia (INSS); ou transferência da manutenção de uma rodovia para uma Concessionária (Pessoa Privada);

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Afirmações trazidas em questões de concurso

• “A centralização consiste na execução das tarefas administrativas pelo próprioEstado, por meio de órgãos internos integrantes da administração direta”.

• “Diferentemente da descentralização, em que a transferência de competênciasse da para outra entidade, a desconcentração é processo eminentementeinterno, em que um ou mais órgãos substituem outro, com o objetivo demelhorar e acelerar a prestação do serviço público”.

• “Em razão da complexidade das atividades incumbidas à administração pelasnormas constitucionais e infralegais, existem, nos estados, diversas secretariasde estado com competências específicas, notadamente em função da matéria.Essa distribuição de atribuições denomina-se desconcentração administrativa”.

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Direito Administrativo

ADMINISTRAÇÃO DIRETA

Administração Direta (centralizada)

• O DL 200/1967 dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal,promovendo uma descentralização e flexibilização administrativa. Porém, éextensível aos demais entes como norma geral.

• A Administração Federal compreende:

• se constitui por órgãos da União, Estados,Municípios e Distrito Federal.

Administração Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)• Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)• Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

Administração Indireta

• Conceito: “Administração direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoaspolíticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), aos quais foi atribuída acompetência para o exercício, de forma centralizada, de atividadesadministrativas” (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo).

• Algumas características:

ØComposta pelos entes políticos União, Estados, Distrito Federal e Municípios;

ØSão pessoas jurídicas de direito público.

ØPossuem competência legislativa e administrativa;

ØExigência de concurso público para ingresso de seus agentes;

ØQuadro de pessoal composto por servidores estatutários;

ØObrigatoriedade de licitação para a aquisição de bens e serviços.

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Direito Administrativo

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Administração Indireta (descentralizada)

• O DL 200/1967 dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal,promovendo uma descentralização e flexibilização administrativa. Porém, éextensível aos demais entes como norma geral.

• A Administração Pública compreende:

• se constitui por órgãos da União, Estados,Municípios e Distrito Federal.

Administração Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)• Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)• Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

Administração Indireta

• Conceito: “Administração indireta é o conjunto pessoas jurídicas (desprovidas deautonomia política) que, vinculadas à administração direta, têm a competênciapara o exercício, de forma descentralizada, de atividades administrativas”(Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo).

• Obs.: nem toda entidades da A.I é criada para exercer funções administrativas ouserviço público, pois existem EP e SEM que são criadas para a exploração deatividades econômicas, conforme previsto na CF (art. 173).

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• Algumas características:

ØComposta pelos entes administrativos Autarquias, Fundações Públicas, EmpresasPúblicas e Sociedades de Economia Mista.;

ØPossuem apenas competência administrativa;

ØPossuem personalidade jurídica + capacidade judiciária;

ØCriação e extinção dependem de lei;

ØEm regra, sujeitam-se a licitação e concurso público.

ØRelação de vinculação à Administração Direta (não há hierarquia ou subordinação)

Criação das Entidades da A.I.

• CF, art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia eautorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e defundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de suaatuação.

• Autarquia lei específica cria• Empresa Pública• Sociedade de Economia Mista lei específica autoriza a criação (registro)• Fundação Pública

lei complementar definirá area de atuação da FP

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Direito Administrativo – Administração Indireta – Profª Tatiana Marcello

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• CF, art. 37, XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação desubsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como aparticipação de qualquer delas em empresa privada.

• Para criação de subsidiárias ou participação em empresa privada precisa de lei queautoriza, porém, de acordo com o STF, não é necessário que haja uma lei para“cada caso”, bastando uma autorização genérica.

• Outras entidades que integram a Administração Indireta:

• Agências Executivas (Lei 9.649/98) – não é nova forma de entidade e sim uma“qualificação” que se dá a uma Autarquia ou Fundação, para que tenha maiorautonomia;

• Agências Reguladoras (ex.: ANATEL, ANS, ANVISA) – não é nova forma e si umaespécie de “Autarquia em regime especial”, para que tenha maior estabilidade eindependência;

• Consórcio Público ou Associação Pública (Decreto 6.017/2007 – ex.: consórcioolímpico) quando vários entes da federação se juntam para um objetivo comum; nãoé nova forma de entidade, mas integra a A.I. quando tiver personalidade jurídica dedireito público, neste caso, terá natureza Autárquica.

• Obs.: As Entidades Paraestatais NÃO integram a A.I. São pessoas privadas quecolaboram com o Estado no desempenho de atividades de interesse público, semfins lucrativos (ex.: SENAI, SESI, SESC, OSCIP).

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Direito Administrativo

AUTARQUIA

Autarquia

• Conceito: O DL 200/1967 define como Autarquia - o serviço autônomo, criado porlei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executaratividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhorfuncionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.

• Autarquia é criada para cumprir uma função típica do Estado, como se fosse uma“continuação” do Estado.

• Algumas características da Autarquia:

ØCriadas e extintas diretamente por lei (CF, art. 37, XIX), não precisando de registro;

ØPossuem personalidade jurídica de direito público (se sujeitam ao regime jurídicode direito público – têm as mesmas prerrogativas de Estado);

ØExercem atividades típicas de Estado;

ØEm regra, sujeitam-se a licitação e concurso público.

ØTrata-se de um serviço público personificado;

ØSeus agentes são servidores públicos estatutários.

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• Juízo competente (foro processual):

ØAutarquia Federal – Justiça Federal

ØAutarquia Estadual ou Municipal – Justiça Estadual

ØObs.: mesma regra da Fundação Pública.

• Espécies de autarquias:

ØAutarquia Comum ou Ordinária – não tem peculiaridades, sendo criadas com ascaracterísticas previstas no DL 200 (ex.: INSS). Errata: BACEN é autarquia “sobregime especial”;

ØAutarquia Sob Regime Especial – quando há alguma peculiaridades além doprevisto no regime comum ou ordinário da lei (ex.: agências reguladoras, comoANAC, ANATEL, ANS);

ØAutarquia Fundacional – é quando uma Fundação Pública é instituída diretamentepor lei, com personalidade jurídica de direito público;

ØAssociação Pública (Consórcios públicos) - (Decreto 6.017/2007 – ex.: consórcioolímpico) integram a A.I. quando tiver personalidade jurídica de direito público,tendo natureza Autárquica.

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Direito Administrativo

FUNDAÇÃO PÚBLICA

Fundação Pública

• Conceito: O DL 200/1967 define como Fundação Pública - a entidade dotada depersonalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude deautorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijamexecução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomiaadministrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, efuncionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

• Algumas características das Fundações Públicas:

ØLei específica autoriza a criação e extinção, mas precisa de registro (CF, art. 37, XIX);

ØPossuem personalidade jurídica de direito público ou de direito privado(dependendo da sua criação);

ØExercem funções sem fins lucrativos;

ØTrata-se de um patrimônio público personificado;

ØSeus agentes são servidores públicos estatutários.

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• Personalidade Jurídica de direito público x privado:

Fundação

Pública

P.J. Dir. Público

P. J. Dir. Privado

Privada

Lei Autoriza criação

Lei cria

Fundação Autárquica

Fundação Governamental

b

• Juízo competente (foro processual):

ØFundação Pública Federal – Justiça Federal

ØFundação Pública Estadual ou Municipal – Justiça Estadual

• Obs.: mesma regra da Autarquia.

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Direito Administrativo

EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONIMIA MISTA

Empresa Pública x Sociedade de Economia Mista

• São as chamadas Empresas Estatais.

• Empresa Pública: O DL 200/1967 define como “a entidade dotada depersonalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capitalexclusivo da União (ou outro ente federativo – tem que ser público), criado(autorizado) por lei para a exploração de atividade econômica (e/ou prestação deserviço público) que o Governo seja levado a exercer por força de contingência oude conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formasadmitidas em direito”.

• Sociedade de Economia Mista: O DL 200/1967 define como “a entidade dotada depersonalidade jurídica de direito privado, criada (autorizada) por lei para aexploração de atividade econômica (e/ou prestação de serviço público), sob aforma de sociedade anônima (S.A.), cujas ações com direito a voto pertençam emsua maioria à União (ou outro ente federativo) ou a entidade da AdministraçãoIndireta”.

• Algumas características comuns das EP e SEM:

ØLei específica autoriza a criação e extinção, mas precisa de registro (CF, art. 37, XIX);

ØPossuem personalidade jurídica de direito privado (mas o regime jurídico é híbrido,segue regras de direito público e de direito privado);

ØExercem exploração de atividade econômica e/ou serviços públicos;

ØEm regra, sujeitam-se a licitação (porém, as regras são mais flexíveis quando forexploradora de atividade econômica) e concurso público.

ØEm regra, seus agentes são empregados públicos regidos pela CLT.

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Diferenças Empresa Pública Sociedade de Economia Mista

Formação do capital

ØExclusivamente público!100% do capital público (sendo possível a participação outros entes federativos ou da A.I.)

ØMisto, sendo parte pública (maioria votante 50%+1) e parte privada.

Forma societária

ØQualquer forma societária (S.A., Ltda...)

ØObrigatoriamente S.A.

Foro competente

ØU = Justiça Federal

ØE ou M = Justiça Estadual

ØSEM: U, E ou M = Justiça EstadualØ(STF – se a União intervém da ação, desloca a competência para JF)

EMPRESAS PÚBLICAS SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA- Personalidade jurídica de direito privado- Qualquer forma societária.

- Personalidade jurídica de direito privado- Obrigatoriamente S.A.

Finalidade:a) Prestação de serviço público;b) Exploração de atividade econômica.

Finalidade:a) Prestação de serviço público;b) Exploração de atividade econômica.

Capital:Exclusivamente público!

Capital:Misto, sendo maioria pública e parte privada.Obs.: se não tiver capital privado, converte-se em empresa pública; se não for a maioria público, será uma empresa privada com participação estatal, que não integra a administração.

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Direito Administrativo

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. Princípios da Administração Pública

1.1. Supraprincípios do Direito Administrativo

Os chamados supraprincípios são aqueles considerados centrais, dos quais decorrem todos os demais. Segundo a doutrina, são dois:

1.1.2. Princípio da Supremacia do Interesse Público

Chamado de Supraprincípio, o Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o privado, ainda implícito na ordem jurídica, significa que os interesses da coletividade são mais importantes que o os interesses individuais, portanto, a Administração Pública tem poderes especiais, não conferidos aos particulares. A Administração Pública está em uma posição de superioridade em relação aos particulares.

1.1.3. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público

Também considerado um Supraprincípio, o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público prevê que os agentes públicos não são os donos do interesse por eles defendidos, de forma que não podem dispor desses interesses. Os agentes, no exercício da função administrativa, estão obrigados a atuar conforme o determinado em lei e não de acordo com a vontade própria. Decorre desse princípio a vedação de que o agente público renuncie aos poderes que lhe foram legalmente conferidos.

1.2. Princípios Constitucionais Básicos Explícitos

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...

Trata-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que há outros princípios aplicáveis.

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Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:

Legalidade

Impessoalidade

Moralidade

Publicidade

Eficiência

1.2.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública está condicionada ao que a lei permite ou determina.

Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que podem fazer tudo o que a lei não proíba, no âmbito da administração pública esse princípio significa que o administrador só pode fazer o que a lei autorize ou determine.

Esse princípio é o que melhor caracteriza o Estado de Direito, pois o administrador público não pode agir de acordo com sua própria vontade e sim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

1.2.2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do intere interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa.

Esse princípio é visto sob dois aspectos:

a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa – inevitavelmente, determinados atos podem ter por consequencia benefícios ou prejuízos a alguém, porém, a atuação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio de finalidade;

b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades desenvolvidas pela administração para obter benefício ou promoção pessoal – é vedado a promoção pessoal do agente público pela sua atuação como administrador.

Como exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade, podemos citar a imposição de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a exigência de licitações públicas para contratações pela administração.

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Direito Administrativo – Princípios constitucionais da Administração Pública – Profª Tatiana Marcello

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1.2.3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE

A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é legal é honesto.

Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo.

1.2.4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Esse princípio é tratado sob dois prismas:

a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público – enquanto não for publicado, o ato não pode produzir efeitos;

b) exigência de transparência da atuação administrativa – finalidade de possibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo.

1.2.5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998. Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico, melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse público do ato.

Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência.

1.3. Demais Princípios norteadores da Administração Pública

1.3.1. Princípio do Contraditório

Princípio previsto expressamente no art. 5º, LV da CF e também na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), preconiza que os interessados têm o direito de manifestação antes das decisões administrativas, ou seja, a Administração deve oportunizar que os afetados pela decisão sejam ouvidos antes do final do processo.

1.3.2. Princípio da Ampla Defesa

O Princípio da Ampla Defesa, também previsto expressamente no art. 5º, LV da CF e na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), assegura aos litigantes (em processo judicial ou administrativo) a produção de todos os meios de provas, recursos e instrumentos

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necessários para sua defesa. Desse princípio decorre o chamado “Princípio do Duplo Grau de Jurisdição”, pelo qual o interessado tem o direito de recorrer das decisões que lhe sejam desfavoráveis.

1.3.3. Princípio da Autotutela

O Princípio da Autotutela significa que a Administração Pública não necessita do poder Judiciário para rever seus próprios atos. Desse princípio decorre a regra prevista na Lei 9.784/1999: A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

1.3.4. Princípio da Motivação

O Princípio da Motivação, também presente na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal) preconiza a necessidade de indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinam a decisão. Diferentemente do “motivo” que é o fato concreto que autoriza o ato, a “motivação” é a exposição do motivo.

1.3.5. Princípio da Finalidade

Trata-se do atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei (Lei nº 9.784/1999). Ou seja, é proibido o manejo de prerrogativas da função administrativa para alcançar objetivos diferentes do definido em lei (pois a lei visa ao interesse público).

1.3.6. Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade

Implícitos na CF, esses princípios trazem a ideia de adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. O agente deve realizar suas funções com equilíbrio, coerência e bom senso. Exemplo atual de aplicabilidade desses princípios foi a decisão do STF de que a existência de tatuagem não pode impedir um aprovado em concurso público de tomar posse, pois se trata de uma exigência desproporcional, sem razoabilidade.

1.3.7. Princípio da Hierarquia

Esse princípio estabelece as relação de coordenação e subordinação entre órgãos da Administração Pública Direta. Subordinação hierarquia é típico da funções administrativas.

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SLIDES – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PRINCÍPIOS DA ADMINISTAÇÃO PÚBLICA

• Supraprincípios do Direito Administrativo

• Os chamados supraprincípios são aqueles considerados centrais, dos quaisdecorrem todos os demais. Segundo a doutrina, são dois:

• Princípio da Supremacia do Interesse Público;• Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público.

• Princípio da Supremacia do Interesse Público

• Chamado de Supraprincípio, o Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre oprivado ainda implícito na ordem jurídica.

• Significa que os interesses da coletividade são mais importantes que o os interessesindividuais, portanto, a Administração Pública tem poderes especiais, nãoconferidos aos particulares.

• A Administração Pública está em uma posição de superioridade em relação aospartiCulares.

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• Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público

• Também considerado um Supraprincípio, o Princípio da Indisponibilidade doInteresse Público prevê que os agentes públicos não são os donos do interesse poreles defendidos, de forma que não podem dispor desses interesses.

• Os agentes, no exercício da função administrativa, estão obrigados a atuarconforme o determinado em lei e não de acordo com a vontade própria.

• Decorre desse princípio a vedação de que o agente público renuncie aos poderesque lhe foram legalmente conferidos.

• Princípios Constitucionais Básicos Explícitos

• Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes daUnião, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípiosde legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...

• Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:

LegalidadeImpessoalidadeMoralidadePublicidadeEficiência

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• Princípio da Legalidade

• A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ouautorize sua atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração públicaestá condicionada ao que a lei permite ou determina.

ØPara o os particulares: significa que “podem fazer tudo o que a lei nãoproíba”;ØPara a administração pública: significa que o administrador “só pode fazer o

que a lei autorize ou determine”.

• Esse princípio é o que melhor caracteriza o Estado de Direito, pois oadministrador público não pode agir de acordo com sua própria vontade esim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em últimainstância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes,pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

• Princípio da Impessoalidade

• O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade asatisfação do interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a siou determinada pessoa.

• Esse princípio é visto sob dois aspectos:a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa -inevitavelmente, determinados atos podem ter por consequencia benefíciosou prejuízos a alguém, porém, a atuação do administrador deve visar aointeresse público, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio definalidade;b) como vedação a que o agente público valha-se das atividadesdesenvolvidas pela administração para obter benefício ou promoção pessoal- é vedado a promoção pessoal do agente público pela sua atuação comoadministrador.

• Ex.: imposição de concurso público como condição para ingresso em cargoefetivo ou emprego público; exigência de licitações públicas para contrataçõespela administração.

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• Princípio da Moralidade

• A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé.Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa sermoral também, já que nem tudo que é legal é honesto.

• Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, éconsiderado nulo.

• Princípio da Publicidade

• Esse princípio é tratado sob dois prismas:a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dosatos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem opatrimônio público - enquanto não for publicado, o ato não pode produzirefeitos;b) exigência de transparência da atuação administrativa - finalidade depossibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração públicapelo povo.

• Não é absoluto, pois é preciso preservar direitos à privacidade, intimidade...

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• Princípio da Eficiência

• O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998.Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo maissimples, rápido e econômico, melhorando a relação custo/benefício daatividade da administração pública.

• O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor solução paraatingir a finalidade e interesse público do ato.

• Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possívelafastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maioreficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípioda legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência.

• Demais Princípios norteadores da Administração Pública

• Princípio do Contraditório

• Princípio previsto expressamente no art. 5º, LV da CF e também na Lei nº9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), preconiza que os interessadostêm o direito de manifestação antes das decisões administrativas, ou seja, aAdministração deve oportunizar que os afetados pela decisão sejam ouvidos antesdo final do processo.

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• Princípio da Ampla Defesa

• O Princípio da Ampla Defesa, também previsto expressamente no art. 5º, LV da CFe na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), assegura aoslitigantes (em processo judicial ou administrativo) a produção de todos os meios deprovas, recursos e instrumentos necessários para sua defesa.

• Desse princípio decorre o chamado “Princípio do Duplo Grau de Jurisdição”, peloqual o interessado tem o direito de recorrer das decisões que lhe sejamdesfavoráveis.

• Princípio da Autotutela

• O Princípio da Autotutela significa que a Administração Pública não necessita dopoder Judiciário para rever seus próprios atos.

• Desse princípio decorre a regra prevista na Lei 9.784/1999: A Administração deveanular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-lospor motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

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• Princípio da Motivação

• O Princípio da Motivação, também presente na Lei nº 9.784/1999 (Lei do ProcessoAdministrativo Federal) preconiza a necessidade de indicação dos pressupostos defato e de direito que determinam a decisão.

• Diferentemente do “motivo” que é o fato concreto que autoriza o ato, a“motivação” é a exposição do motivo.

• Princípio da Finalidade

• Trata-se do atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcialde poderes ou competências, salvo autorização em lei (Lei nº 9.784/1999).

• Ou seja, é proibido o manejo de prerrogativas da função administrativa paraalcançar objetivos diferentes do definido em lei (pois a lei visa ao interesse público).

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• Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade

• Implícitos na CF, esses princípios trazem a ideia de adequação entre meios e fins,vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelasestritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

• O agente deve realizar suas funções com equilíbrio, coerência e bom senso.

• Exemplo atual de aplicabilidade desses princípios foi a decisão do STF de que aexistência de tatuagem não pode impedir um aprovado em concurso público detomar posse, pois se trata de uma exigência desproporcional, sem razoabilidade.

• Princípio da Hierarquia

• Esse princípio estabelece as relação de coordenação e subordinação entre órgãosda Administração Pública Direta.

• Subordinação hierarquia é típico da funções administrativas.

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Direito Administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOS

CONCEITO

Segundo Hely Lopes Meirelles, ato administrativo é “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”.

Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeito a controle pelo Poder Judiciário”.

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SLIDES – ATOS ADMINISTRATIVOS - CONCEITO

ATOS ADMINISTRATIVOS

• CONCEITO

• Segundo Hely Lopes Meirelles, ato administrativo é “toda manifestação unilateralde vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fimimediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ouimpor obrigações aos administrados ou a si própria”.

• Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “declaração do Estado ou de quem orepresente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sobregime jurídico de direito público e sujeito a controle pelo Poder Judiciário”.

• Em suma, é uma manifestação de vontade do Estado ou de quem lhe faça as vezes,que tem por finalidade o interesse público.

• Detalhes:

• A lei deve obedecer a CF, e o ato administrativo deve obedecer a lei (normainfra legal – está abaixo da lei).

• Ao praticar o ato administrativo, o Estado age com prerrogativasespeciais/privilégios (Estado está acima do privado – relação deverticalidade), exceto se praticar atos típicos de direito privado (ex.: locaçãode um imóvel), em que será um “ato da administração”.

• Ato da administração (gênero):üAtos administrativos propriamente ditos;üAtos típicos de direito privado;üContratos Administrativos.

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Direito Administrativo – Atos Administrativos - Conceito – Profª Tatiana Marcello

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• Quem emite atos administrativos?üPoder Executivo como função típica;üPoder Judiciário como função atípica (ex.: conceder férias aos servidores);üPoder Legislativo como função atípica (ex.: fazer um regimento interno);üParticulares que façam as vezes de Estado (ex.: concessionária).

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Direito Administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOS

REQUISITOS

Segundo a corrente clássica, defendida por Hely Lopes Meirelles e mais aplicada em concursos públicos, os “requisitos” (também chamados de “elementos”) são trazidos pela Lei n. 4.717/65, art. 2º, segundo o qual, “são nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência dos motivos; e) desvio de finalidade.

Portanto, os requisitos do ato administrativo são: COM FIN FOR MOB

COMPETÊNCIA

FINALIDADE

FORMA

MOTIVO

OBJETO

• Competência – o agente que pratica o ato deve ter poder para tal.

• Finalidade – é o objetivo do ato, que deve buscar o interesse público.

• Forma – é o revestimento do ato, que exige forma legal; em regra, a forma é a escrita, mas excepcionalmente existem outras formas, como por exemplo, forma verbal, sinalização de trânsito, etc.

• Motivo – indicação dos fatos e fundamentos jurídicos que determinam ou autorizam a realização do ato administrativo.

• Objeto – é o conteúdo do ato, que tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder Público.

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SLIDES - REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO

• REQUISITOS ou ELEMENTOS

• Segundo a corrente clássica, defendida por Hely Lopes Meirelles e maisaplicada em concursos públicos, os “requisitos” (também chamados de“elementos”) são trazidos pela Lei n. 4.717/65 (Lei de Ação Popular), art. 2º,segundo o qual, “são nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidadesmencionadas no artigo anterior, nos casos de:

a) incompetência;b) vício de forma;c) ilegalidade do objeto;d) inexistência dos motivos;e) desvio de finalidade.

• Faltando 1 desses requisitos de validade, o ato não é válido, pois terá umvício/defeito.

• Portanto, os requisitos do ato administrativo são: COM FIN FOR MOB

COMPETÊNCIA ----- (quem?)FINALIDADE ----- (para quê)FORMA ----- (como?)

MOTIVO ----- (por que?)OBJETO ----- (o que?)

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Direito Administrativo – Requisitos do Ato Administrativo – Profª Tatiana Marcello

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Ø Competência (quem?)

üO agente que pratica o ato deve ter poder legal para tal.

üA competência é irrenunciável (se a lei deu, não osso abrir mão), imodificável (se alei determinou, só a lei modifica), imprescritível (não se perde com a passagem dotempo), intransferível (mesmo quando se delega ou avoca, se trata de transferênciade exercício daquela atribuição, mas não da competência).

üDelegação – regra é que posso delegar. Exceção: Não podem ser objeto dedelegação (Lei 9784/99):

I - a edição de atos de caráter normativo;II - a decisão de recursos administrativos;III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

üSe extrapolar a competência, ocorre o “excesso de poder” (ex.: tinha poder paraaplicar suspensão, mas demitiu – a demissão não será válida por vício decompetência).

ØFinalidade (para quê)

üÉ o objetivo do ato, que deve buscar o interesse público.

üSe não atender a finalidade, haverá “desvio de finalidade”, tornando o ato inválido(ex.: sou eleito prefeito e meu primeiro ato é desapropriar imóvel do meu inimigopolítico; ex.: remoção de ofício como forma de punição).

Finalidade

Específica

Definida em lei

Genérica

Interesse Público

Princípio da Impessoalidade

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ØForma (como?)

üÉ o revestimento do ato, que tem que obedecer a forma prescrita em lei;

ü Em regra, a forma é a escrita, mas excepcionalmente existem outras formas, comopor exemplo, forma verbal, sinalização de trânsito, etc.

ØMotivo (por que?)

üSituação de fato ou de direito que determina ou autoriza a realização do atoadministrativo.

üMotivo é diferente de motivação.

Ex.: servidora ficou grávida e tenho que conceder licença gestante; o motivo do ato éa gravidez.

Ex.: servidor praticou uma conduta que levou à aplicação de pena de demissão; omotivo do ato é a infração.

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Direito Administrativo – Requisitos do Ato Administrativo – Profª Tatiana Marcello

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ØObjeto (o que?)

üÉ o conteúdo do ato, que tem por objeto a criação, modificação ou comprovaçãode situações concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do PoderPúblico. É aquilo que quero alcançar quando pratico o ato administrativo.

Ex.: servidora ficou grávida e tenho que conceder licença gestante; o motivo do atoé a gravidez; o objeto do ato é a licença.

Ex.: servidor praticou um ato que levou à aplicação de pena de demissão; o motivodo ato é a infração; o objeto do ato é a pena.

• Mérito do Ato Administrativo:

• É a possibilidade de escolha do administrador, mediante a análise deconveniência e oportunidade.

• Só existe mérito em ato discricionário (não existe mérito em atovinculado).

• Só existe mérito em relação ao motivo + objeto.

• Judiciário não pode analisar mérito!

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Direito Administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOS

ATRIBUTOS

Os atributos do ato decorrem do direito, sendo necessários para o bom desempenho da atividade administrativa. São eles:

a) Presunção de Legitimidade (e de regularidade) – o ato é válido até que se prove o contrário.

b) Autoexecutoriedade – execução material que desconstitui a ilegalidade.

c) Imperatividade – o ato cria unilateralmente obrigação ao particular.

d) Tipicidade – respeito às finalidades específicas.

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SLIDES – ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

• ATRIBUTOS (PATI)

Presunção de Legitimidade/Legalidade - o ato é válido (e legítimo) e deve sercumprido até que se prove o contrário (presunção relativa); presente em todos osatos.

Autoexecutoriedade – o Estado pode executar seus atos sem precisar demanifestação prévia do Judiciário (ex.: apreensão de mercadoria, interdição deestabelecimento, aplicação de multa...); mas, posteriormente o Judiciário podeanalisar legalidade do ato. Obs.: a Administração pode aplicar multa, mas paracobrar tem que ser no Judiciário.

Tipicidade – respeito às finalidades especificadas em lei; ato não é lei, mas tem porbase uma lei, então deve atender a figuras definidas previamente pela lei.

Imperatividade – o ato cria unilateralmente obrigação ao particular; o Estado impõecoercitivamente o ato e tem que ser respeitado, concordando ou não.

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Direito Administrativo

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

CLASSIFICAÇÃO

São diversas as classificações trazidas pela doutrina, porém vamos analisar as mais pedidas em concursos:

I - Quando a liberdade de ação:

a) Ato Discricionário – quando a Administração tem liberdade de escolha quanto ao seu destinatário, seu conteúdo, sua oportunidade de modo de realização (ex.: uma autorização; uma permissão, etc.)

b) Ato Vinculado – quando a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização, não sobrando margem para liberdade do administrador, pois o ato somente será válido se obedecidas as imposições legais (ex.: aposentadoria compulsória; lançamento tributário, etc.)

II – Quanto ao alcance dos atos:

a) Ato Interno – produzem efeitos dentro da própria Administração Pública, atingindo os órgãos e agentes que o expediram, afastando sua incidência em relação a terceiros (ex.: os servidores “x” devem vir uniformizados; os atos devem ser praticados com caneta preta, etc.)

b) Ato Externo – são os que produzem efeitos também para fora da Administração, repercutindo no interesse da coletividade, ou seja, interessam não apenas a quem trabalha internamente na repartição, mas também aos que estão fora da Administração Pública; devem, portanto, ser publicados em órgão oficial par que tenham vigência (ex.: ato de naturalização de estrangeiro; horário de atendimento em um órgão, etc.)

III – Quanto ao objeto:

a) Atos de Império – praticados com supremacia sobre o particular ou o servidor, impondo seu cumprimento (atributo da imperatividade – ex.: multa de trânsito, interdição de estabelecimento).

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b) Atos de Gestão – praticados em relação de igualdade com os particulares, sem usar de suas prerrogativas especiais (ex.: alienação de bens públicos, locação de imóvel).

c) Atos de Expediente – praticados rotineiramente pela Administração, a fim de dar andamento a serviços internos da repartição (ex.: ordem de serviço, circular, numeração dos autos de um processo...).

IV – Quanto a formação:

a) Ato Simples – nasce através da manifestação de vontade de um órgão.

b) Ato Composto – nasce através da manifestação de vontade de um órgão, mas depende da ratificação, visto, aprovação, anuência o homologação de outro órgão, para que tenha exequibilidade (ex.: auto de infração lavrado por fiscal, mas que precisa ser aprovado pela chefia).

c) Ato Complexo – é necessária a manifestação de vontade de mais de um órgão para que tenha existência (ex.: investidura de servidor, quando a nomeação é feita pelo chefe do Executivo, mas a posse é dada pelo chefe da repartição).

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Direito Administrativo – Classificação dos Atos Administrativos – Profª Tatiana Marcello

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SLIDES – CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

• CLASSIFICAÇÃO

• São diversas as classificações trazidas pela doutrina, porém vamos analisar as maispedidas em concursos:

• I - Quanto a liberdade de ação:

a) Ato Vinculado (tem que fazer) – quando a lei estabelece os requisitos e condiçõesde sua realização, não sobrando margem para liberdade do administrador, pois o atosomente será válido se obedecidas as imposições legais (ex.: aposentadoriacompulsória; lançamento tributário, anulação de ato ilegal, etc.).

b) Ato Discricionário (pode fazer) – quando a Administração tem liberdade deescolha quanto ao seu destinatário, seu conteúdo, sua oportunidade e modo derealização (ex.: uma autorização para instalar um circo em area pública, ou mesmo arevogação de ato, que se dá por conveniência ou oportunidade, ou seja, atuaçãodiscricionária, que não se confunde com arbitrária, que seria em desacordo com a lei– ex.: suspensão).

Ato Vinculado Ato Discricionário

- Sem margem de liberdade - Com margem de liberdade

- Não tem mérito - Tem mérito

- Administração pode anular, mas nãopode revogar

- Administração pode anular ou revogar

- Sofre controle Judicial - Sofre controle judicial, exceto quanto ao mérito

- Ex.: aposentadoria compulsória; lançamento tributário.

- Ex.: Reversão à pedido, Autorização, permissão

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• II – Quanto ao alcance dos atos:

a) Ato Interno – produzem efeitos dentro da própria Administração Pública,atingindo os órgãos e agentes que o expediram, afastando sua incidência em relaçãoa terceiros, não exigindo, portanto, publicação oficial (ex.: os servidores “x” devemvir uniformizados; os atos devem ser praticados com caneta preta, etc.)

b) Ato Externo – são os que produzem efeitos também para fora da Administração,repercutindo no interesse da coletividade, ou seja, interessam não apenas a quemtrabalha internamente na repartição; devem, portanto, ser publicados em órgãooficial par que tenham vigência (ex.: ato de naturalização de estrangeiro; horário deatendimento em um órgão, etc.)

• III – Quanto ao objeto:

a) Atos de Império – praticados com supremacia sobre o particular ou o servidor,impondo seu cumprimento (atributo da imperatividade – ex.: multa de trânsito,interdição de estabelecimento).

b) Atos de Gestão – praticados em relação de igualdade com os particulares, semusar de suas prerrogativas especiais (ex.: alienação de bens públicos, locação deimóvel).

c) Atos de Expediente – praticados rotineiramente pela Administração, a fim de darandamento a serviços internos da repartição (ex.: ordem de serviço, circular,numeração dos autos de um processo...).

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Direito Administrativo – Classificação dos Atos Administrativos – Profª Tatiana Marcello

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• IV – Quanto a formação:

a) Ato Simples – nasce através da manifestação de vontade de um órgão.

b) Ato Composto – nasce através da manifestação de vontade de um órgão, masdepende da ratificação, visto, aprovação, anuência o homologação de outro órgão,para que tenha exequibilidade (ex.: auto de infração lavrado por fiscal, mas queprecisa ser aprovado pela chefia).

c) Ato Complexo – é necessária a manifestação de vontade de mais de um órgãopara que tenha existência (ex.: investidura de servidor, quando a nomeação é feitapelo chefe do Executivo, mas a posse é dada pelo chefe da repartição).

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Direito Administrativo

ESPÉCIES ATOS ADMINISTRATIVOS

ESPÉCIES

I – Atos Normativos: a) decreto; b) instrução normativa; c) regimentos; d) resoluções; e) deliberações.

II – Atos Ordinatórios: a) instruções; b) circulares; c) aviso; d) portarias; e) ordens de serviço; f) provimento; g) ofícios; h) despachos.

III – Atos Negociais: a) licença; b) permissão; c) autorização; d) aprovação; e) homologação; f) admissão; g) visto; h) dispensa; i) renúncia; j) protocolo administrativo.

IV – Atos Enunciativos: a) certidões; b) atestados; c) pareceres; d) apostilas.

V – Atos punitivos: (ex.: advertência, suspensão, demissão, multa de trânsito, interdição de atividades, etc.)

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SLIDES – ESPÉCIES ATOS ADMINISTRATIVOS

• ESPÉCIES DE ATOS

I – Atos Normativos: são os atos de comando gerais do executivo, que visamexplicitar as normas legais.Ex.: decreto; instrução normativa; regimentos; resoluções; deliberações.

II – Atos Ordinatórios: decorrentes do poder hierárquico da Administração,visam disciplinar o funcionamento em relação aos seus órgãos e agentes.Ex.: instruções; circulares; aviso; portarias; ordens de serviço; provimento;ofícios; despachos.

III – Atos Negociais: visam concretizar negócios públicos ou conceder algumbenefício ou direito a um particular, através de uma manifestação de vontadecoincidente com a do particular.Ex.: licença; permissão; autorização; aprovação; homologação; admissão;visto; dispensa; renúncia; protocolo administrativo.

IV – Atos Enunciativos: aqueles que atestam, certificam ou emitem opiniõessobre algum assunto.Ex.: certidões; atestados; pareceres; apostilas.

V – Atos punitivos: buscam punir ou reprimir infrações administrativas oucondutas irregulares de servidores ou administradosEx.: advertência, suspensão, demissão, multa de trânsito, interdição deatividades, etc.

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Direito Administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOS

INVALIDAÇÃO (anulação, revogação e convalidação dos atos)

A Lei nº 9.784/99 (regula o processo administrativo no âmbito Federal) prevê que:

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:

VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

Assim, REVOGAÇÃO é a invalidação de ato legítimo e eficaz, que pode ser realizado apenas pela Administração, quando entender que o mesmo é inconveniente ou inoportuno. Já a ANULAÇÃO é a invalidação de um ato ilegítimo, que poderá se dar pela Administração ou pelo Poder Judiciário.

Desses dispositivos conclui-se que, em relação aos atos, a Administração pode ANULAR OU REVOGAR, porém, o Poder Judiciário pode apenas ANULAR.

INVALIDAÇÃO DOS ATOS

ADMINISTRAÇÃO • ANULAR quando ILEGAIS • REVOGAR quando INCONVENIENTES OU INOPORTUNOS

PODER JUDICIÁRIO • ANULAR quando ILEGAIS

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SLIDES – INVALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO

• INVALIDAÇÃO/EXTINÇÃO (anulação e revogação)

• A Lei n. 9.784/99 (regula o processo administrativo no âmbito Federal)prevê que:

• Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivadosde vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniênciaou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

• Anulação e revogação: decorrem do “Princípio da Autotutela”.

ü Revogação - é a invalidação de ato legal e eficaz, que pode ser realizado apenaspela Administração, quando entender que o mesmo é inconveniente ou inoportuno(mérito), com efeitos não retroativos (ex nunc).ü Anulação é a invalidação de um ato ilegítimo, que poderá se dar pela

Administração ou pelo Poder Judiciário (efeitos retroativos – ex tunc).

• Desses dispositivos conclui-se que, em relação aos atos, a Administração podeANULAR ou REVOGAR, porém, o Poder Judiciário pode apenas ANULAR.

• ANULAR quando ILEGAIS• REVOGAR quando INCONVENIENTES OU INOPORTUNOSADMINISTRAÇÃO

• ANULAR quando ILEGAISPODER

JUDICIÁRIO

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Direito Administrativo – Invalidade do Ato Administrativo – Profª Tatiana Marcello

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• O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorramefeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em queforam praticados, salvo comprovada má-fé (princípio da segurança jurídica).

• O direito de revogar ato administrativo não tem limitação temporal.

• Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nemprejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão serconvalidados pela própria Administração.

• Lei 9784/99 - Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dosfatos e dos fundamentos jurídicos, quando: importem anulação, revogação,suspensão ou convalidação de ato administrativo.

• Outras formas de extinção de ato:

• Cassação – quando há vício na execução do ato (ex.: servidor fez algumaprática punível com demissão e logo após se aposentou; após aapuração, será cassada a aposentadoria).

• Caducidade – quando uma nova legislação passa a não permitir o queantes era permitido (ex.: havia lei permitindo fiscal da receita a portaarma; vem outra lei proibindo; então ocorre a extinção por caducidade).

• Contraposição – quando são praticados atos com efeitos opostos (ex.:nomeação e exoneração de servidor; a exoneração extingue o ato denomeação).

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Direito Administrativo

PODERES ADMINISTRATIVOS - DISPOSIÇÕES GERAIS

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

• O Estado age por meio de seus agentes públicos, aos quais são conferidasprerrogativas diferenciadas, a serem utilizadas para o alcanças os seus fins: asatisfação dos interesses públicos. Esse conjunto de prerrogativas denomina-sePoderes Administrativos, ou seja, são instrumentos conferidos à Administraçãopara o atendimento do interesse público.

• Por outro lado, por tutelarem interesses coletivos, são impostos aos agentespúblicos alguns Deveres Administrativos.

• Há hipóteses e que os Poderes se convertem em verdadeiros Deveres, poisenquanto na esfera privada o Poder é mera faculdade daquele que o detém, naesfera pública representa um Dever do administrador para com os administrados.Segundo a doutrina, trata-se do chamado Poder-dever de agir, de forma que se oagente não agir, poderá responder por omissão.

PODER-DEVER DE AGIR

• O administrador público não tem apenas o poder, mas também o dever de agir, ouseja, ele tem por obrigação exercitar esse poder em benefício da coletividade,sendo esse poder irrenunciável.

• Segundo Hely Lopes Meirelles: Se para o particular o poder de agir é umafaculdade, para o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que seapresente o ensejo de exercitá-lo em benefício da comunidade. É que o DireitoPúblico ajunta ao poder do administrador o dever de administrar.

• Em sendo um poder-dever, a omissão da autoridade ou o silêncio administrativoresultará em responsabilização do agente omisso.

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DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO

DEVERES

Eficiência

Prestação de contasProbidade

ØDever de Probidade

• O dever de probidade é considerado um dos mais importantes. Significa que aconduta do agente, além de estar pautada na Lei, deve ser honesta, respeitando anoção de moral administrativa e também da própria sociedade.

• A própria Constituição faz referência à probidade no § 4º, art. 37: Os atos deimprobidade importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da funçãopública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma egradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

• Lei 8.429/92 (chamada Lei de Improbidade Administrativa), que dispõe sobre atosde improbidade administrativa.

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Direito Administrativo – Poderes Administrativos - Disposições Gerais – Profª Tatiana Marcello

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ØDever de Prestar Contas

• O administrador faz a gestão de bens e interesses alheios (bens e interessespúblicos), tendo, portanto, o dever de prestar contas do que realizou a todacoletividade. Esse dever abrange não apenas os agentes públicos, mas a todos quetenham sob sua responsabilidade dinheiros, bens, ou interesses públicos,independentemente de serem ou não administradores públicos.

• Segundo Hely Lopes Meirelles: a regra é universal: quem gere dinheiro público ouadministra bens ou interesses da comunidade deve contas ao órgão competentepara a fiscalização.

ØDever de Eficiência

• A Eficiência foi elevada a à categoria de Princípio Constitucional de AdministraçãoPública com a Emenda Constitucional 19/1998, impondo que cabe ao agentepúblico realizar suas atribuições com presteza, celeridade, perfeição e rendimentofuncional.

• O administrador deve buscar, além da quantidade, a qualidade.

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PODERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO

Poderes

Hierárquico

Vinculado

Polícia

Regulamentar(normativo)

Discricionário

Disciplinar

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Direito Administrativo

PODER VINCULADO E DISCRICIONÁRIO

ØPoder Vinculado

• Também chamado de regrado, é o poder conferido pela lei à Administração para aprática de ato de sua competência, mas com pré-determinação dos elementos erequisitos necessários a sua formalização, ou seja, é aquele nos quais a liberdadede atuação do agente é mínima ou inexiste.

• Portanto, o poder vinculado difere-se do poder discricionário, pois neste há maiorliberdade de atuação da Administração.

• Para alguns autores, a idéia de poder é contraditória nesse caso, já que oadministrador está limitado a respeito dos elementos que compõem o ato(competência, finalidade, forma, motivo e objeto), não gozando de liberdade.

ØPoder Discricionário

• É o poder conferido à Administração que, embora deva estar de acordo com a lei,confere uma maior liberdade ao Administrador, que poderá adotar uma ou outraconduta de acordo com a conveniência e oportunidade, ou seja, a Lei faculta aoadministrador a possibilidade de escolher as entre as condutas possíveis, a qual deveestar de acordo com o melhor atendimento do interesse público.

• Não se pode confundir discricionariedade com arbitrariedade ou livre arbítrio, pois aAdministração Pública, ao revés dos particulares de modo geral, só pode fazer aquiloque a Lei lhe determina ou autoriza. Arbitrariedade é, para a Administração Pública,sinônimo de ilegalidade; enquanto o livre arbítrio é a possibilidade de fazer o quebem entender, conduta que também não é permitida por estar o administradorrestrito à legalidade.

• José dos Santos Carvalho Filho: conveniência e oportunidade são os elementosnucleares do poder discricionário. A primeira indica em que condições vai se conduziro agente; a segunda diz respeito ao momento em que a atividade deve serproduzida. Registre-se, porém, que essa liberdade de escolha tem que se conformarcom o fim colimado na lei”.

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Direito Administrativo

PODER REGULAMENTAR

ØPoder Regulamentar (ou Normativo)

• É o poder conferido aos chefes do Executivo para editar decretos e regulamentoscom a finalidade de permitir a efetiva implementação da Lei.

• Enquanto as Leis são criadas no âmbito do Poder Legislativo, a AdministraçãoPública poderá criar esses decretos e regulamentos para complementá-las, aosquais não podem contrariar, restringir ou ampliar as disposições da Lei. Incumbe àAdministração, então, complementar as Leis, criando os mecanismos para suaefetiva implementação (Ex.: Lei 8.112 x Decreto 5.707).

• De acordo com a “Constituição Federal – Art.84. Compete privativamente aoPresidente da República: IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bemcomo expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;”. Em decorrência doprincípio da simetria constitucional, os Chefes de Executivos dos Estados possuem amesma prerrogativa. Outras autoridades, como os Ministros, podem editar atosnormativos (inc. II, § único, art. 87, CF), bem como entidades (ex.: agênciasreguladoras).

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Direito Administrativo

PODER HIERÁRQUICO

ØPoder Hierárquico

• A hierarquia é inerente ao Poder Executivo.

• No âmbito do Poder Legislativo ou Judiciário, onde ocorra o desempenho de funçãoadministrativa (atividade atípica desses poderes), poderá haver hierarquia; porém,em relação às funções típicas exercidas pelos membros desses dois poderes(legislativa e jurisdicional) não há hierarquia entre seus membros (parlamentares emembros da magistratura).

• O poder hierárquico tem íntima relação com o poder disciplinar e objetiva ordenar,coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas no âmbito interno daAdministração. É através do poder hierárquico que a Administração escalona afunção de seus órgãos, revê a atuação de seus agentes e estabelece a relação desubordinação entre seus servidores. Nas relações hierárquicas há vínculo desubordinação entre órgãos e agentes.

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Direito Administrativo

PODER DISCIPLINAR

ØPoder Disciplinar

• O Poder Disciplinar é o exercido pela Administração para apurar as infrações dosservidores e das demais pessoas que ficarem sujeitas à disciplina administrativa.Decorre do escalonamento hierárquico visto anteriormente, ou seja, se ao superioré dado poder de fiscalizar os atos dos seus subordinados, por óbvio que, verificandoo descumprimento de ordens ou normas, tenha a possibilidade de impor as devidassanções previstas para aquela conduta.

• Portanto, o Poder Disciplinar afeta a estrutura interna da Administração.

• Hely Lopes Meirelles conceitua o Poder Disciplinar como “faculdade de punirinternamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas àdisciplina dos órgãos e serviços da Administração.”

• Muito embora Hely se refira a poder como uma “faculdade”, importante salientarque não se trata de uma decisão discricionária da autoridade, já que diante de umairregularidade, o agente tem o poder-dever de agir, ou seja, é obrigado a apurar eapenas o infrator.

• Exemplificando, estabelece o art. 143 da Lei 8.112/90: A autoridade que tiver ciênciade irregularidade no serviço público é obrigada a promover sua apuraçãoimediata....”. Já em relação à penalidade a ser aplicada, em razão de adotarmos achamada tipicidade aberta, há uma margem discricionária para que a Administraçãodecida, de acordo com as circunstâncias, natureza ou gravidade de cada infração, apena que irá aplicar, desde que observando o princípio da adequação punitiva (queseja aplicada uma pena adequada para a infração).

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Direito Administrativo

PODER DE POLÍCIA

Ø Poder de Polícia

• O Código Tributário Nacional - CTN, conceitua Poder de Polícia, dispondo em seu art.78 que: considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que,limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de atoou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, àhigiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, aoexercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização doPoder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitosindividuais ou coletivos.

• Poder de Polícia, portanto, é a atividade do Estado que limita os direitos individuaisem benefício do interesse público, ou seja, é o mecanismo de frenagem de quedispõe a Administração Pública para conter os abusos do direito individual (HelyLopes Meirelles).

• O interesse público está relacionado com a segurança, moral, saúde, meioambiente, consumidor, propriedade, patrimônio cultural.

• Polícia Administrativa e Judiciária

• O poder de polícia do Estado pode ocorrer em duas áreas:

vna administrativa, feita pelos órgãos administrativos, atuando sobre as atividadesdo indivíduos (ex.: fiscalização da atividade de comércio);

vna judiciária, executada pelos órgãos de segurança, atuando sobre o indivíduo quepoderia cometer algum ilícito penal (ex.: polícia civil de um estado).

• Em regra, a polícia administrativa exerce atividade preventiva, enquanto a políciajudiciária exerce atividade repressiva.

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• Competência para Exercício

• A princípio, o critério para determinação de competência para o exercício do Poderde Polícia é o que diz respeito ao poder de regular a matéria, o qual, por sua vez,arrima-se no princípio de predominância do interesse.

• Para Hely Lopes Meirelles: os assuntos de interesse nacional ficam sujeitos àregulamentação e policiamento da União; as matérias de interesse regionalsujeitam-se às normas e à polícia estadual; os assuntos de interesse localsubordinam-se aos regulamentos edilícios e ao policiamento administrativomunicipal.

• Atributos ou Características

• Os atributos costumeiramente apontados pela doutrina no que se refere aos atosresultantes do exercício regular do poder de polícia são 3:

vdiscricionariedade (livre escolha de oportunidade e conveniência);

vauto-executoriedade (decidir e executar diretamente sua decisão sem aintervenção do Judiciário);

vcoercibilidade (imposição coativa das medidas adotas pela Administração).

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Direito Administrativo – Poder de Polícia – Profª Tatiana Marcello

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• Sanções decorrentes do Poder de Polícia

• As sansões são impostas pela própria Administração em procedimentosadministrativos compatíveis com as exigências do interesse público, respeitando alegalidade da sanção e a sua proporcionalidade à infração.

• Exemplificando, podemos citar as seguintes sanções administrativas, emdecorrência do exercício do Poder de Polícia: as multas, a interdição de atividades,demolição de construções irregulares, inutilização de gêneros, apreensão deobjetos.

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Direito Administrativo

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

1. Conceitos

“É o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico” (Maria Sylvia Di Pietro)

“O conjunto de instrumentos que o ordenamento jurídico estabelece a fim de que a própria administração pública, os Poderes Judiciário e Legislativo, e ainda o povo, diretamente ou por meio de órgãos especializados, possam exercer o poder de fiscalização, orientação e revisão da atuação administrativa de todos os órgãos, entidades e agentes públicos, em todas as esferas de Poder” (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo)

O DL 200/1967 (disciplina a administração pública Federal, mas é aplicável de forma geral) traz o controle como um dos princípios fundamentais da administração pública.

2. Classificação e espécies de controle

2.1. Quanto à natureza do controlador

Controle Administrativo ou Executivo A própria administração controlando a atuação dos seus agentes.

Controle Legislativo ou Parlamentar O Legislativo controlando os atos e agentes do Poder Executivo.

Controle Judiciário ou Judicial Realizado pelo poder Judiciário quando se tratar de atos ilegais.

2.2. Quanto a origem ou órgão que a realiza

Controle Interno

Realizado dentro de um mesmo Poder em relação aos seus próprios atos, seja através de órgãos específicos de controle ou mesmo o controle que a administração direta exerce sobre a administração indireta do mesmo Poder (Ex.: o controle exercido pelas chefias sobre seus subordinados dentro de um órgão).

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Controle ExternoÉ o controle exercido por um dos Poderes sobre os atos administrativos praticados por outro Poder (Ex.: quando o judiciário anula um ato ilegal do Executivo).

Controle Popular

É o controle realizado pelo povo, diretamente ou através de órgãos com essa função. Pelo princípio da indisponibilidade do interesse público, a CF prevê diversos mecanismos para que o administrado possa verificar a regularidade da atuação da administração (Ex.: CF, art. 74, § 2º – qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União).

2.3. Quanto ao momento que o controle é realizado

Controle Prévio (ou Preventivo) Praticado antes da prática do ato (Ex.: a aprovação, pelo Senado Federal, da escolha dos Ministros de tribunais superiores)

Controle Concomitante Praticado durante a realização do ato (Ex.: fiscalização, pelos agente públicos, de obras públicas em execução).

Controle Posterior (ou Subsequente)

É o controle após a prática do ato, com o objetivo de confirmá-lo ou corrigi-lo (Ex.: aprovação, revogação, anulação ou convalidação de uma ato).

2.4. Quanto ao aspecto controlado

Controle de Legalidade ou Legitimidade

Verifica-se se o ato foi praticado em conformidade com o ordenamento jurídico. Tal controle pode ser feito pelo Poder Judiciário ou pela própria Administração, em razão do princípio da autotutela. (Ex.: quando o Judiciário anula um ato administrativo através de um mandado de segurança)

Controle de MéritoPraticado apenas pela própria Administração em relação aos seus próprios atos. Trata-se de caso de revogação por inconveniência ou inoportunidade (Ex.: desativação de um equipamento obsoleto).

3. Controle ADMINISTRATIVO x JUDICIÁRIO x LEGISLATIVO

• Muito embora os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário sejam independentes entre si (art. 2º, CF), existe o chamado sistema de freios e contrapesos, onde um pode exercer con-trole sobre a atividade do outro, nas hipóteses permitidas constitucionalmente.

• Em relação ao controle exercido sobre as entidades da administração indireta, fala-se em supervisão ou tutela, pois é um controle é de caráter essencialmente finalístico (verifica-ção do atendimento dos fins), já que elas não estão sujeitas à subordinação hierárquica, embora tenham de se enquadrar nas políticas governamentais.

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Direito Administrativo – Controle da Administração Pública – Profª Tatiana Marcello

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3.1 Controle Administrativo

Trata-se do controle que a própria Administração faz em relação aos seus atos, derivado do seu poder de autotutela. Lembrando que esse controle ocorre também dentro dos Poderes Judiciário e Legislativo, em relação aos seus próprios atos administrativos.

“Controle administrativo é o controle interno, fundado no poder de autotutela, exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos administrativos dos Poderes Legislativo e judiciário sobre suas próprias condutas, tendo em vista aspectos de legalidade e de mérito administrativo” (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo).

• Esclarecendo: Anulação e revogação decorrem do “Princípio da Autotutela”.

• Revogação – é a invalidação de ato legal e eficaz, que pode ser realizado apenas pela Administração, quando entender que o mesmo é inconveniente ou inoportuno (mérito), com efeitos não retroativos (ex nunc).

• Anulação é a invalidação de um ato ilegítimo, que poderá se dar pela Administração ou pelo Poder Judiciário (efeitos retroativos – ex tunc).

• Conclui-se que, em relação aos atos administrativo, a Administração pode ANULAR ou REVOGAR, porém, o Poder Judiciário pode apenas ANULAR.

Vejamos alguns dos instrumentos de controle administrativo:

a) Direito de Petição – Faculdade dada a qualquer pessoa para formular aos órgãos públicos qualquer tipo de postulação, defendendo direito próprio ou de terceiro (ex.: art. 167 da Lei 10.098/94);

b) Fiscalização Hierárquica – Feita pelos agentes hierarquicamente superiores em face aos seus subordinados;

c) Controle Ministerial – Exercido pelo Ministérios sobre os órgãos da administração direta e sobre as pessoas da administração indireta (DL 200/67);

d) Controle Social – Controle feito pelo povo, seja um cidadão ou segmentos da sociedade;

e) Instrumentos Legais de Controle – Legislações que trazem limites aos órgãos e agentes públicos (ex.: LC 101/200 – Lei de Responsabilidade Fiscal);

f) Recursos Administrativos – São formas de controle pelas quais o interessado busca uma modificação/revisão de certo ato administrativo (Ex.: recurso previsto na Lei 9.784/99);

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g) Representação Administrativa – Instrumento pelo qual a pessoa pode denunciar irregula-ridades, ilegalidades, condutas abusivas dos agentes ou órgãos públicos, com a finalidade de que seja apurada a regularização do ato (aqui não se defende direito próprio ou de ter-ceiro, apenas se denuncia ilegalidades ou irregularidades para que a Administração tome as providências);

h) Reclamação Administrativa – Segundo Maria Sylvia Di Pietro “é o ato pelo qual o adminis-trado, seja particular ou servidor público, deduz uma pretensão perante a Administração Pública, visando obter o reconhecimento de um direito ou a correção de um ato que lhe cause lesão ou ameaça de lesão”. O recorrente é o interessado direto.

i) Pedido de Reconsideração – Pedido formulado à própria autoridade emitiu o ato, a fim de que reconsidere sua decisão;

j) Revisão do Processo – Direito dado ao servidor público de revisar processo no qual tenha siso punido pela Administração, caso surjam novos fatos suscetíveis de provar sua inocên-cia;

k) Recurso Hierárquico – Pode ser próprio (encaminhado à autoridade imediatamente supe-rior, dentro do mesmo órgão, decorrente da hierarquia) ou pode ser impróprio (encami-nhado para autoridade de outro órgão, nos casos de expressa permissão legal).

3.2. Controle Legislativo

Trata-se do controle que o Poder Legislativo exerce sobre todos os demais Poderes. Entretanto, se o Poder Legislativo exerce o controle sobre seus próprios atos administrativos, trata-se de controle interno, ou seja, neste caso há o controle administrativo (analisado anteriormente); se exercer controle em face dos atos dos Poderes Executivo ou Judiciário, trata-se de controle externo. Portanto, por Controle Legislativo, entende-se aquele externo, que o poder Legislati-vo exerce sobre o Poder Executivo e Judiciário (em relação às funções administrativas).

O Controle Legislativo é limitado às hipóteses expressamente autorizadas pela Constituição Fe-deral e está pautado em dois critérios:

a) Controle político – que é exercido pessoalmente pelos parlamentares, nas hipóteses ex-pressamente previstas na CF;

b) Controle financeiro – fiscalização contábil, financeira e orçamentária exercida com o auxilio dos Tribunais de Contas: Tribunal de Contas da União (TCU), Tribunal de Contas dos Estados (TCEs), Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) e Tribunais de Contas dos Municípios (TCMs).

3.3. Controle Judicial

É o controle realizado pelos órgãos do Poder Judiciário, no desempenho de sua atividade ju-risdicional, sobre os atos administrativos do Poder Executivo, bem como sobre os atos admi-nistrativos do Poder Legislativo e do próprio Poder Judiciário. Trata-se de um controle judicial sobre atos administrativos de quaisquer dos Poderes.

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Direito Administrativo – Controle da Administração Pública – Profª Tatiana Marcello

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O controle judicial analisa exclusivamente controle de legalidade, não sendo permitido que faça juízo de mérito sobre atos administrativos.

Obs.: Excepcionalmente, o Poder Judiciário pode revogar ato administrativo em razão de mérito (conveniência ou oportunidade) – quando se tratar de revogação de seus próprios atos (controle administrativo)!

Vejamos as ações judiciais mais importantes no controle judicial:

a) Habeas Corpus (art. 5º, LXVIII, CF);

b) Mandado de Segurança (individual ou coletivo – art. 5º, LXIX e LFF, CF e Lei nº 12.019/2009);

c) Habeas Data (art. 5º, LXXII, CF);

d) Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI, CF);

e) Ação Popular (art. 5º, LXXIII, CF);

f) Ação Civil Pública (art. 129, III, CF e Lei nº 7.347/1985);

g) Ação Direta de Inconstitucionalidade (art. 102, I, a e art. 103, CF, e Lei 9.868/1999).

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Direito Administrativo

RESPONSABILIDADE CIVIL

Responsabilidade Civil da Administração

• A responsabilidade civil tem origem no Direito Civil.

• É a obrigação de indenizar um dano (material ou moral) decorrente de um fato humano. É uma modalidade de responsabilidade extracontratual.

• A regra geral de responsabilidade civil (direito privado) pressupõe que estejam presentes os seguintes elementos:

→ Dano (material ou moral);

→ Conduta culposa do agente (culpa em sentido amplo, que abrange também o dolo);

→ Nexo de causalidade entre o dano e a conduta (que o dano tenha ocorrido em decorrência da conduta culposa ou dolosa do agente).

• No ramo do Direto Público, a responsabilidade Civil da Administração Publica se consubs-tancia na obrigação que o Estado tem de indenizar os danos causados por conduta (lícita ou ilícita) de seus agentes, que estão atuando em seu nome.

• CF, art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

• Não confundir:

• Responsabilidade civil – dever de reparar $$$

• Responsabilidade penal – oriunda de crime ou contravenção;

• Responsabilidade administrativa – quando há violação de deveres e proibições funcionais.

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• Evolução Histórica

• Teoria da Irresponsabilidade do Estado – o Estado não respondia por danos causados aos particulares, vigorava em regimes absolutistas, em que a premissa era de que “o rei não cometia erros”; essa teoria não vigora mais, nem mesmo na Inglaterra ou EUA.

• Teoria da Responsabilidade Subjetiva do Estado – o Estado respondia da mesma forma que os particulares, ou seja, somente responderia perante o particular se restasse compro-vado que o agente causou o dano com culpa ou dolo.

• Teoria do Risco Administrativo – É a responsabilidade objetiva do Estado, adotada por nosso sistema atualmente, em que a responsabilidade decorre da ocorrência do dano e do nexo causal, independentemente da existência de culpa ou dolo. Como presume-se que a culpa é da Administração, para eximir-se da responsabilidade terá que provar que a culpa foi exclusiva do particular, ou amenizar sua responsabilidade se for culpa concorrente. Decorre da ideia de que se todos (povo) são beneficiados pelos fins da Administração, to-dos devem suportar os riscos decorrentes dessa atividade. Se há desigualdade jurídica en-tre Estado e particulares, a desnecessidade de provar culpa tenta trazer isonomia.

• Não confundir: Teoria do Risco Administrativo (em que o Estado tem a chance de eximir ou ate-nuar sua responsabilidade, provando que a culpa foi exclusiva ou concorrente do particular) com a Teoria do Risco Integral (o Estado responde em qualquer hipótese, não havendo possibilidade de eximir ou atenuar sua responsabilidade, mesmo que haja culpa exclusiva ou concorrente do particular – alguns consideram injusta, absurda e inadmissível, mas há doutrina que defende ser aplicável em algumas hipóteses, como dano nuclear e ataques terroristas – Di Pietro).

• Temos, ainda, a chamada Teoria da Culpa Administrativa (ou Culpa Anônima) – aplicável nos casos em que o dano é gerado não pela conduta/ação do agente e sim pela omissão

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Direito Administrativo – Responsabilidade Civil – Profª Tatiana Marcello

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(falta de serviço); para que haja a responsabilização, cabe ao particular comprovar que o dano ocorreu pela omissão (falta do serviço).

• Detalhando o art. 37, § 6º: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qua-lidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

• 1. o dispositivo trata dos danos causados por “ação” de agentes públicos, não se referindo à “omissão” da Administração (falta de serviço).

• 2. a expressão “nessa qualidade” significa que o estado responde pelos danos causados pelo agente enquanto estiver se valendo da condição de agente para praticar a conduta (ex.: se um policial, mesmo de folga, se depara com um assalto, troca tiros com os assaltan-tes e acaba atingindo um particular) – está agindo na qualidade de agente público.

• Detalhando o art. 37, § 6º: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qua-lidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

• 3. a expressão “agente” não se refere apenas aos servidores públicos, mas também aos empregados das empresas privadas prestadoras de serviços públicos , integrantes ou não da Administração Pública.

• 4. a regra se aplica às pessoas jurídicas de direito público (Administração Direta, autar-quias e fundações públicas de direito público), bem como às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (empresas públicas e sociedades de economia mista prestadora de serviços públicos, fundações públicas de direito privado que prestem serviços públicos e pessoas privadas delegatárias de serviços públicos – concessionárias, permissionárias e autorizadas). Não se aplica, portanto, às empresas públicas e socieda-des de economia mista exploradoras de atividade econômica (nestas a responsabilidade é igual às pessoas privadas, regidas pelo Direito Público).

Responsabilidade OBJETIVA

Pessoas Jurídicas de Direito Público Pessoas Jurídicas de Direito Privado prestadoras de serviços públicos

• Administração Direta (U, E, M s DF) • Autarquias • Fundações Públicas de Direito Público

(Fundações Autárquicas)

• Fundação Pública de Privado (Fundação Governamental)

• Empresas Públicas • Sociedades de Economia Mista • Delegatárias (Concessionária, Permissio-

nária, Autorizatária)→ Obs.: a responsabilidade é objetiva re-lação a 3º usuários ou não do serviço.

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• Responsabilidade OBJETIVA x SUBJETIVA

• A responsabilidade objetiva do Estado pressupõe “ação” do agente público (Teoria do Ris-co Administrativo);

• A responsabilidade por “omissão” é subjetiva (Teoria da Culpa Administrativa).

• Porém, quando o Estado assume o papel de “garante”, responderá objetivamente, mesmo que por “omissão”. Ou seja, quando coisas ou pessoas estão sob custódia do Estado, este tem do dever de assegurar a integridade, senão, responderá objetivamente, mesmo que o dano não ocorra diretamente de uma “ação” de algum agente (ex.: morte de detentos nas rebelião nos presídios; aluno de escola pública causa lesão em outro durante a aula).

• Responsabilidade SUBJETIVA do Estado (Teoria da Culpa Administrativa/Anônima)

• Aplica-se nos casos de “omissão” do Poder Público, caracterizada pela “falta de serviço” ou “falha do serviço”. É considerada responsabilidade SUBJETIVA, mas o que o lesado tem que provar é que houve a falha (culpa especial).

• Ocorre nas hipóteses de fenômenos da natureza (caso fortuito ou força maior) e em atos de terceiros.

• Ex.: tenho a residência alagada por ocasião de uma chuva normal e consigo comprovar que os danos foram causados pela falta de prestação do serviço pela administração (bueiros entupidos)... Já se o Estado provar que tudo estava funcionando bem, mas o alagamento se deu por ter sido uma chuva anormal, não responderá.

• Ex.: uma manifestação que acaba depredando bens particulares e o lesados provam que o dano ocorreu por falta de policiamento suficiente para o movimento.

• Responsabilidade do Estado por ATOS LEGISLATIVOS

• Em regra, os atos do legislativo não geram responsabilidade do Estado, pois este atua com soberania, estando apenas sujeito aos limites trazidos pela constituição.

• Entretanto, a doutrina reconhece 2 hipóteses de responsabilização do Estado por atos legislativos:

a) edição de leis inconstitucionais – caso a lei venha a ser considerada inconstitucional pelo STF, restando comprovado o dano, o lesado poderá ingressar com ação pleiteando indenização.

b) edição de leis de efeito concreto – são aquelas direcionadas a destinatários certos (não são genéricas, abstratas e impessoais); portanto, se causarem danos aos destinatários, pode gerar responsabilização, que deverá ser buscada judicialmente pelos lesados.

• Responsabilidade do Estado por ATOS JURISDICIONAIS

A regra é de inexistência de responsabilização do Estado em face dos atos jurisdicionais pratica-dos por magistrados.

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• Mas há exceções:

a) quando o Judiciário pratica atos que não sejam jurisdicionais, como os atos administrati-vos, responderá normalmente, de acordo com o Risco Administrativo;

b) na area criminal, em que a própria CF prevê art. 5º LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; tratan-do-se de responsabilidade objetiva também (obs.: não se aplica para o cível).

• Em relação à prisões preventivas, caso o réu seja julgado inocente, a jurisprudência majori-tária entende que não há responsabilização do Estado por dano moral.

• Ações de responsabilização PARTICULAR x ESTADO x AGENTE

• Em regra, o particular aciona o Estado; depois o Estado aciona o agente.

• Não precisa ser ação judicial do particular do particular contra o estado.

• Os prazos prescricionais são de 5 anos para ambos os casos.

• STF: o agente responde apenas através de ação regressiva, não cabendo acionar direta-mente o agente, nem em litisconsórcio passivo (mas a doutrina majoritária que entende ser cabível ação direta do particular contra o agente).

• STF: Não cabe denunciação da lide em responsabilidade objetiva do Estado (pois o agente responde subjetivamente).

• Obs.: se o evento que causou o dano também for considerado crime ou contravenção, o agente responderá também na esfera penal.

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Direito Administrativo

LEI Nº 9.784/1999 – REGULA O PROCESSO ADMINISTRATIVO NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.

Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Admi-nistração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administra-dos e ao melhor cumprimento dos fins da Admi-nistração.

§ 1º Os preceitos desta Lei também se apli-cam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempe-nho de função administrativa.

§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:

I – órgão – a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;

II – entidade – a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;

III – autoridade – o servidor ou agente pú-blico dotado de poder de decisão.

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, fina-lidade, motivação, razoabilidade, proporciona-lidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administra-tivos serão observados, entre outros, os cri-térios de:

I – atuação conforme a lei e o Direito;

II – atendimento a fins de interesse geral, ve-dada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;

III – objetividade no atendimento do inte-resse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;

IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;

V – divulgação oficial dos atos administrati-vos, ressalvadas as hipóteses de sigilo pre-vistas na Constituição;

VI – adequação entre meios e fins, veda-da a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estri-tamente necessárias ao atendimento do in-teresse público;

VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;

VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;

IX – adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza,

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segurança e respeito aos direitos dos admi-nistrados;

X – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produ-ção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar san-ções e nas situações de litígio;

XI – proibição de cobrança de despesas pro-cessuais, ressalvadas as previstas em lei;

XII – impulsão, de ofício, do processo admi-nistrativo, sem prejuízo da atuação dos inte-ressados;

XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimen-to do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

CAPÍTULO IIDOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de ou-tros que lhe sejam assegurados:

I – ser tratado com respeito pelas autori-dades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e co-nhecer as decisões proferidas;

III – formular alegações e apresentar docu-mentos antes da decisão, os quais serão ob-jeto de consideração pelo órgão competente;

IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a re-presentação, por força de lei.

CAPÍTULO IIIDOS DEVERES DO ADMINISTRADO

Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:

I – expor os fatos conforme a verdade;

II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;

III – não agir de modo temerário;

IV – prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimen-to dos fatos.

CAPÍTULO IVDO INÍCIO DO PROCESSO

Art. 5º O processo administrativo pode iniciar--se de ofício ou a pedido de interessado.

Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os se-guintes dados:

I – órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;

II – identificação do interessado ou de quem o represente;

III – domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;

IV – formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;

V – data e assinatura do requerente ou de seu representante.

Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de do-cumentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de even-tuais falhas.

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Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários pa-dronizados para assuntos que importem preten-sões equivalentes.

Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamen-tos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.

CAPÍTULO VDOS INTERESSADOS

Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo:

I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses in-dividuais ou no exercício do direito de re-presentação;

II – aqueles que, sem terem iniciado o pro-cesso, têm direitos ou interesses que pos-sam ser afetados pela decisão a ser adota-da;

III – as organizações e associações represen-tativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;

IV – as pessoas ou as associações legalmen-te constituídas quanto a direitos ou interes-ses difusos.

Art. 10. São capazes, para fins de processo ad-ministrativo, os maiores de dezoito anos, ressal-vada previsão especial em ato normativo pró-prio.

CAPÍTULO VIDA COMPETÊNCIA

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exer-ce pelos órgãos administrativos a que foi atribu-ída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular po-derão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou ti-tulares, ainda que estes não lhe sejam hierarqui-camente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, so-cial, econômica, jurídica ou territorial.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competên-cia dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:

I – a edição de atos de caráter normativo;

II – a decisão de recursos administrativos;

III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Art. 14. O ato de delegação e sua revogação de-verão ser publicados no meio oficial.

§ 1º O ato de delegação especificará as ma-térias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os obje-tivos da delegação e o recurso cabível, po-dendo conter ressalva de exercício da atri-buição delegada.

§ 2º O ato de delegação é revogável a qual-quer tempo pela autoridade delegante.

§ 3º As decisões adotadas por delegação de-vem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justifi-cados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respec-tivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interes-se especial.

Art. 17. Inexistindo competência legal específi-ca, o processo administrativo deverá ser inicia-do perante a autoridade de menor grau hierár-quico para decidir.

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CAPÍTULO VIIDOS IMPEDIMENTOS

E DA SUSPEIÇÃO

Art. 18. É impedido de atuar em processo admi-nistrativo o servidor ou autoridade que:

I – tenha interesse direto ou indireto na ma-téria;

II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao côn-juge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;

III – esteja litigando judicial ou administra-tivamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.

Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à auto-ridade competente, abstendo-se de atuar.

Parágrafo único. A omissão do dever de co-municar o impedimento constitui falta gra-ve, para efeitos disciplinares.

Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autori-dade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.

Art. 21. O indeferimento de alegação de sus-peição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.

CAPÍTULO VIIIDA FORMA, TEMPO E LUGAR

DOS ATOS DO PROCESSO

Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quan-do a lei expressamente a exigir.

§ 1º Os atos do processo devem ser produ-zidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.

§ 2º Salvo imposição legal, o reconhecimen-to de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.

§ 3º A autenticação de documentos exigi-dos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.

§ 4º O processo deverá ter suas páginas nu-meradas seqüencialmente e rubricadas.

Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funciona-mento da repartição na qual tramitar o proces-so.

Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessa-do ou à Administração.

Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele parti-cipem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.

Parágrafo único. O prazo previsto neste ar-tigo pode ser dilatado até o dobro, median-te comprovada justificação.

Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientifi-cando-se o interessado se outro for o local de realização.

CAPÍTULO IXDA COMUNICAÇÃO DOS ATOS

Art. 26. O órgão competente perante o qual tra-mita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de deci-são ou a efetivação de diligências.

§ 1º A intimação deverá conter:

I – identificação do intimado e nome do ór-gão ou entidade administrativa;

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II – finalidade da intimação;

III – data, hora e local em que deve compa-recer;

IV – se o intimado deve comparecer pesso-almente, ou fazer-se representar;

V – informação da continuidade do proces-so independentemente do seu compareci-mento;

VI – indicação dos fatos e fundamentos le-gais pertinentes.

§ 2º A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento.

§ 3º A intimação pode ser efetuada por ci-ência no processo, por via postal com avi-so de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.

§ 4º No caso de interessados indetermina-dos, desconhecidos ou com domicílio inde-finido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.

§ 5º As intimações serão nulas quando fei-tas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado su-pre sua falta ou irregularidade.

Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fa-tos, nem a renúncia a direito pelo administrado.

Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado.

Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou res-trição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.

CAPÍTULO XDA INSTRUÇÃO

Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou me-diante impulsão do órgão responsável pelo pro-cesso, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.

§ 1º O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo.

§ 2º Os atos de instrução que exijam a atu-ação dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.

Art. 30. São inadmissíveis no processo adminis-trativo as provas obtidas por meios ilícitos.

Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competen-te poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.

§ 1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos-sam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas.

§ 2º O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interes-sado do processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta funda-mentada, que poderá ser comum a todas as alegações substancialmente iguais.

Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para de-bates sobre a matéria do processo.

Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer ou-tros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e as-sociações legalmente reconhecidas.

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Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado.

Art. 35. Quando necessária à instrução do pro-cesso, a audiência de outros órgãos ou entida-des administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titula-res ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.

Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atri-buído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.

Art. 37. Quando o interessado declarar que fa-tos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsá-vel pelo processo ou em outro órgão adminis-trativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.

Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutó-ria e antes da tomada da decisão, juntar docu-mentos e pareceres, requerer diligências e pe-rícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo.

§ 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão.

§ 2º Somente poderão ser recusadas, me-diante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas in-timações para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.

Parágrafo único. Não sendo atendida a inti-mação, poderá o órgão competente, se en-tender relevante a matéria, suprir de ofício

a omissão, não se eximindo de proferir a de-cisão.

Art. 40. Quando dados, atuações ou documen-tos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não aten-dimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará arqui-vamento do processo.

Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedên-cia mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.

Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ou-vido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.

§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o pro-cesso não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.

§ 2º Se um parecer obrigatório e não vincu-lante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.

Art. 43. Quando por disposição de ato norma-tivo devam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o ór-gão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualifi-cação e capacidade técnica equivalentes.

Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.

Art. 45. Em caso de risco iminente, a Adminis-tração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia mani-festação do interessado.

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Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográ-ficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacida-de, à honra e à imagem.

Art. 47. O órgão de instrução que não for com-petente para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará propos-ta de decisão, objetivamente justificada, enca-minhando o processo à autoridade competente.

CAPÍTULO XIDO DEVER DE DECIDIR

Art. 48. A Administração tem o dever de explici-tamente emitir decisão nos processos adminis-trativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.

Art. 49. Concluída a instrução de processo ad-ministrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

CAPÍTULO XIIDA MOTIVAÇÃO

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser mo-tivados, com indicação dos fatos e dos funda-mentos jurídicos, quando:

I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

II – imponham ou agravem deveres, encar-gos ou sanções;

III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;

IV – dispensem ou declarem a inexigibilida-de de processo licitatório;

V – decidam recursos administrativos;

VI – decorram de reexame de ofício;

VII – deixem de aplicar jurisprudência fir-mada sobre a questão ou discrepem de pa-receres, laudos, propostas e relatórios ofi-ciais;

VIII – importem anulação, revogação, sus-pensão ou convalidação de ato administra-tivo.

§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declara-ção de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.

§ 2º Na solução de vários assuntos da mes-ma natureza, pode ser utilizado meio me-cânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.

§ 3º A motivação das decisões de órgãos co-legiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo es-crito.

CAPÍTULO XIIIDA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS

DE EXTINÇÃO DO PROCESSO

Art. 51. O interessado poderá, mediante mani-festação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a di-reitos disponíveis.

§ 1º Havendo vários interessados, a desis-tência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado.

§ 2º A desistência ou renúncia do interes-sado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Adminis-tração considerar que o interesse público assim o exige.

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Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finali-dade ou o objeto da decisão se tornar impossí-vel, inútil ou prejudicado por fato supervenien-te.

CAPÍTULO XIVDA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO

E CONVALIDAÇÃO

Art. 53. A Administração deve anular seus pró-prios atos, quando eivados de vício de legalida-de, e pode revogá-los por motivo de conveni-ência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram pratica-dos, salvo comprovada má-fé.

§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contí-nuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.

§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade ad-ministrativa que importe impugnação à va-lidade do ato.

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

CAPÍTULO XVDO RECURSO ADMINISTRATIVO

E DA REVISÃO

Art. 56. Das decisões administrativas cabe re-curso, em face de razões de legalidade e de mé-rito.

§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a re-considerar no prazo de cinco dias, o encami-nhará à autoridade superior.

§ 2º Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de cau-ção.

§ 3º Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da sú-mula vinculante, caberá à autoridade pro-latora da decisão impugnada, se não a re-considerar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da sú-mula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência

Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, sal-vo disposição legal diversa.

Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:

I – os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;

II – aqueles cujos direitos ou interesses fo-rem indiretamente afetados pela decisão recorrida;

III – as organizações e associações represen-tativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;

IV – os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.

§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidi-do no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão com-petente.

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§ 2º O prazo mencionado no parágrafo an-terior poderá ser prorrogado por igual perí-odo, ante justificativa explícita.

Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de re-querimento no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, poden-do juntar os documentos que julgar convenien-tes.

Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.

Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação de-corrente da execução, a autoridade recorri-da ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.

Art. 62. Interposto o recurso, o órgão compe-tente para dele conhecer deverá intimar os de-mais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.

Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:

I – fora do prazo;

II – perante órgão incompetente;

III – por quem não seja legitimado;

IV – após exaurida a esfera administrativa.

§ 1º Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.

§ 2º O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.

Art. 64. O órgão competente para decidir o re-curso poderá confirmar, modificar, anular ou re-vogar, total ou parcialmente, a decisão recorri-da, se a matéria for de sua competência.

Parágrafo único. Se da aplicação do dispos-to neste artigo puder decorrer gravame à si-tuação do recorrente, este deverá ser cien-

tificado para que formule suas alegações antes da decisão.

Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão com-petente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência

Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Fede-ral a reclamação fundada em violação de enun-ciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão ade-quar as futuras decisões administrativas em ca-sos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência

Art. 65. Os processos administrativos de que re-sultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes susce-tíveis de justificar a inadequação da sanção apli-cada.

Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da san-ção.

CAPÍTULO XVIDOS PRAZOS

Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.

§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.

§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.

§ 3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do

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vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como ter-mo o último dia do mês.

Art. 67. Salvo motivo de força maior devida-mente comprovado, os prazos processuais não se suspendem.

CAPÍTULO XVIIDAS SANÇÕES

Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por au-toridade competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.

CAPÍTULO XVIIIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 69. Os processos administrativos específi-cos continuarão a reger-se por lei própria, apli-cando-se-lhes apenas subsidiariamente os pre-ceitos desta Lei.

Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimen-tos administrativos em que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

I – pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

II – pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

IV – pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, han-seníase, paralisia irreversível e incapacitan-te, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avança-

dos da doença de Paget (osteíte deforman-te), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a do-ença tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administra-tiva competente, que determinará as provi-dências a serem cumpridas. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 2º Deferida a prioridade, os autos rece-berão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília 29 de janeiro de 1999; 178º da Independência e 111º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSORenan Calheiros

Paulo Paiva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 1.2.1999 e retificado em 11.3.1999

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Considerações sobre a Lei nº 9.784/1999

1. Disposições Gerais

A Lei nº 8.112/1990 estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. Os preceitos dessa Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário (da União!), quando no desempenho de função administrativa.

Para efeitos dessa Lei, considera-se:

• órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;

• entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;

• autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

2. Princípios do Processo Administrativo

A Administração Pública obedecerá, dentre outros, os seguintes princípios:

a) Legalidade

b) Finalidade

c) Motivação

d) Razoabilidade

e) Proporcionalidade

f) Moralidade

g) Ampla defesa

h) Contraditória

i) Segurança jurídica

j) Interesse público

k) Eficiência

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Princípios Critérios

Legalidade • atuação conforme a lei e o Direito.

Finalidade • atendimento a fins de interesse geral, vedada a

renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei.

Motivação • indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão.

Razoabilidade e Proporcionalidade

• adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

Moralidade • atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé.

Ampla defesa e Contraditória

• garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio.

Segurança jurídica e Informalismo

• observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados.

• adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados.

Interesse público

• interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

• objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades.

Eficiência

• busca a otimização dos procedimentos, devendo ser rápida, útil e econômica, buscando os melhores resultados possíveis.

• divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição.

Oficialidade • impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados.

Gratuidade • proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei.

3. Direitos dos Administrados

O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:

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I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;

III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;

IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.

4. Dos Deveres os Administrados

São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:

I – expor os fatos conforme a verdade;

II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;

III – não agir de modo temerário;

IV – prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.

5. Do Início do Processo

Importante: O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.

Obs.: tanto o início quanto o prosseguimento e instrução do processo podem se dar pela parte interessada ou pela própria Administração Pública (de ofício).

O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:

I – órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;

II – identificação do interessado ou de quem o represente;

III – domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;

IV – formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;

V – data e assinatura do requerente ou de seu representante.

É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

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6. Dos Interessados

São considerados interessados no processo administrativo:

I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação;

II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;

III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;

IV – as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.

São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de 18 anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.

7. Da Competência

Em regra, a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial, sendo revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

• Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

• Não podem ser objeto de delegação:

I – a edição de atos de caráter normativo;

II – a decisão de recursos administrativos;

III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

8. Dos Impedimentos e Suspeição

É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:

I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;

II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;

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III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.

A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar. A omissão constitui falta grave.

Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.

9. Da Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo

Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.

Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.

Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de 5 dias, salvo motivo de força maior.

10. Da Comunicação dos Atos

O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.

A intimação observará a antecedência mínima de 3 dias úteis quanto à data de comparecimento.

A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.

As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. Obs.: se a pessoa não recebeu correspondência, ou esta não continha as determinações legais, mas comparece espontaneamente no processo, não haverá nulidade, sendo considerada intimada.

Importante: O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Ou seja, se a pessoa intimada não se manifesta no prazo legal, não serão considerados verdadeiros os fatos a ele imputados (não significa confissão), nem significa que renunciou a direitos, podendo, inclusive, ingressar no prosseguimento do processo, tendo seu direito a ampla defesa assegurado.

Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.

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11. Da Instrução

As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.

Proibição de provas ilícitas – são inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.

O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.

Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de 10 dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. Logo após, a Administração tem o prazo de até 30 dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

12. Do Dever de Decidir

A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.

13. Da Motivação

Princípio da Motivação – Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:

I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;

IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

V – decidam recursos administrativos;

VI – decorram de reexame de ofício;

VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;

VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

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A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.

14. Da Desistência e outros casos de Extinção do Processo

Possibilidade de desistência do processo – O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.

Entretanto, a desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.

Extinção do processo – O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.

15. Da Anulação, Revogação e Convalidação

A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

Lembrando que, sempre que importar em anulação, revogação ou convalidação, o ato administrativo deverá ser motivado, indicando os fatos e fundamentos que jurídicos que justifiquem sua edição.

16. Do Recurso Administrativo e da Revisão

Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito.

Juízo de Retratação – O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior.

Em regra, a interposição de recurso não depende de caução, salvo exigência legal.

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O recurso administrativo tramitará no máximo por 3 instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.

Legitimidade: Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:

I – os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;

II – aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida;

III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;

IV – os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

O recurso não será conhecido quando interposto:

I – fora do prazo;

II – perante órgão incompetente;

III – por quem não seja legitimado;

IV – após exaurida a esfera administrativa.

Salvo disposição legal, é de 10 dias o prazo para interposição de recurso administrativo, e de no máximo 30 dias o prazo para ser decidido (este prazo poderá ser prorrogado por igual período, mediante justificativa).

Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo de 5 dias úteis, apresentem alegações.

Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.

Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção (proibição da reformatio in pejus na revisão do processo).

17. Dos Prazos

Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.

Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem.

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18. Das Sanções

As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.

19. Disposições Finais

Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado:

I – pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;

II – pessoa portadora de deficiência, física ou mental;

IV – pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo.

Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.

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SLIDES – PROCESSO ADMINISTRATIVO NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL

Lei nº 9.784/1999(Processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal)

Prof.ª Tatiana Marcello

Disposições Gerais• Processo Administrativo é a forma pela qual a Administração registra seus atos,

controla seus agentes ou decide controvérsias com os administrados e agentes.

• A Lei nº 9.784/99 estabelece normas básicas sobre o processo administrativo noâmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, àproteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins daAdministração (interesse público).

• Órgãos públicos da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios.

Administração Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)• Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)• Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

Administração Indireta

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• Os processos administrativos específicos (Ex.: PAD Lei 8.112/1990)continuarão areger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitosdesta Lei.

• Os preceitos dessa Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo eJudiciário (da União!) quando no desempenho de função administrativa.

• Para efeitos dessa Lei, considera-se:

Øórgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta (ex.: osMinistérios) e da estrutura da Administração indireta (ex.: departamento pessoal doINSS);

Øentidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica. Entidade é pessoajurídica.

Øautoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

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Princípios do Processo AdministrativoØ A Administração Pública obedecerá, dentre outros, os seguintes princípios:• Legalidade • Finalidade • Motivação • Razoabilidade • Proporcionalidade • Moralidade • Ampla defesa • Contraditória • Segurança jurídica • Interesse público • Eficiência

Princípios Critérios

Legalidade - atuação conforme a lei e o Direito.

Finalidade - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia totalou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei.

Motivação - indicação dos pressupostos de fato e de direito quedeterminarem a decisão.

Razoabilidade e Proporcionalidade

- adequação entre meios e fins, vedada a imposição deobrigações, restrições e sanções em medida superior àquelasestritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

Moralidade - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé.

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Princípios CritériosAmpla defesa e Contraditória

- garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio.

Segurança jurídica e Informalismo

- observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados.- adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados.

Interesse público

- interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.- objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades.

Princípios Critérios

Eficiência e Publicidade

- busca a otimização dos procedimentos, devendo ser rápida, útil e econômica, buscando os melhores resultados possíveis.- divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição.

Oficialidade(Impulso Oficial)

- impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados.

Gratuidade - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei.

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Direito dos Administrados

• O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo deoutros que lhe sejam assegurados:

I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar oexercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condiçãode interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos econhecer as decisões proferidas;

III - formular alegações (alegações finais) e apresentar documentos antes da decisão,os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;

IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória arepresentação, por força de lei.

Deveres dos Administrados

• São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outrosprevistos em ato normativo:

I - expor os fatos conforme a verdade;

II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;

III - não agir de modo temerário (irresponsável, imprudente, aventureiro...);

IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para oesclarecimento dos fatos.

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Do Início do Processo

• Importante: O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido deinteressado.

• Obs.: tanto o início quanto o prosseguimento e instrução do processo podem sedar pela parte interessada ou pela própria Administração Pública (de ofício).

• O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitaçãooral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:

I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;

II - identificação do interessado ou de quem o represente;

III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;

IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;

V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.

É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos,devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuaisfalhas.

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Excelentíssimo Sr. Dr. Presidente....

João da Silva, brasileiro, casado, inscritono CPF.... residente e domiciliado naRua..... vem, por meio do presenterequerimento, dizer e requerer o quesegue:

1. Dos Fatos e Fundamentos........

2. Do Pedido.........

São Paulo, 13 de junho de 2016_________________

(assinatura)

Dos Interessados

• São considerados interessados no processo administrativo:I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses

individuais ou no exercício do direito de representação;II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que

possam ser afetados pela decisão a ser adotada;III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses

coletivos;IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou

interesses difusos.

• São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de 18 anos, ressalvadaprevisão especial em ato normativo próprio.

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Da Competência

• Em regra, a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos aque foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmenteadmitidos.

• O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial, sendorevogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

• O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

• Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes nãolhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão decircunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

• Não podem ser objeto de delegação:I - a edição de atos de caráter normativo;II - a decisão de recursos administrativos;III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

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Dos Impedimentos e Suspeição

• É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:

I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;

II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ourepresentante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ouparente e afins até o terceiro grau;

III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivocônjuge ou companheiro.

• A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato àautoridade competente, abstendo-se de atuar. A omissão constitui falta grave.

• Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntimaou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges,companheiros, parentes e afins até o 3º grau.

• A própria parte vai ter que alegar a suspeição.

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Da Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo

• Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senãoquando a lei expressamente a exigir.

• Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal defuncionamento da repartição na qual tramitar o processo.

• Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável peloprocesso e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de5 dias, salvo motivo de força maior.

Da Comunicação dos Atos• O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a

intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.

• A intimação observará a antecedência mínima de 3 dias úteis quanto à data decomparecimento.

• A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso derecebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência dointeressado.

• As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, maso comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. Obs.: se apessoa não recebeu correspondência, ou esta não continha as determinações legais,mas comparece espontaneamente no processo, não haverá nulidade, sendoconsiderada intimada.

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• Importante: O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento daverdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Ou seja, se a pessoaintimada não se manifesta no prazo legal, não serão considerados verdadeiros osfatos a ele imputados (não significa confissão), nem significa que renunciou adireitos, podendo, inclusive, ingressar no prosseguimento do processo, tendo seudireito a ampla defesa assegurado.

• Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para ointeressado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício dedireitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.

Da Instrução

• As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessáriosà tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgãoresponsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de proporatuações probatórias.

• Proibição de provas ilícitas - são inadmissíveis no processo administrativo as provasobtidas por meios ilícitos.

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Do Dever de Decidir

• A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processosadministrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de suacompetência.

Da Motivação• Princípio da Motivação - Os atos administrativos deverão ser motivados, com

indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;V - decidam recursos administrativos;VI - decorram de reexame de ofício;VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de

pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato

administrativo.

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Da Desistência e outros casos de Extinção do Processo

• Possibilidade de desistência do processo - O interessado poderá, mediantemanifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda,renunciar a direitos disponíveis.

• Entretanto, a desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, nãoprejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que ointeresse público assim o exige.

• Extinção do processo - O órgão competente poderá declarar extinto o processoquando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ouprejudicado por fato superveniente.

Da Anulação, Revogação e Convalidação

• A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício delegalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,respeitados os direitos adquiridos.

• O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorramefeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em queforam praticados, salvo comprovada má-fé.

ANULAÇÃO Vício de Legalidade

REVOGAÇÃO Inconveniência ou Inoportunidade

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• Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nemprejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão serconvalidados pela própria Administração.

• Lembrando que, sempre que importar em anulação, revogação ou convalidação, oato administrativo deverá ser motivado, indicando os fatos e fundamentos quejurídicos que justifiquem sua edição.

Do Recurso Administrativo e da Revisão

• Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e demérito.

• Juízo de Retratação - O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, aqual, se não a reconsiderar no prazo de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior.

• Em regra, a interposição de recurso não depende de caução, salvo exigência legal.

• O recurso administrativo tramitará no máximo por 3 instâncias administrativas,salvo disposição legal diversa.

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• Legitimidade: Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:

I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;

II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisãorecorrida;

III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interessescoletivos;

IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

• O recurso não será conhecido quando interposto:

I - fora do prazo;

II - perante órgão incompetente;

III - por quem não seja legitimado;

IV - após exaurida a esfera administrativa.

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• Salvo disposição legal, é de 10 dias o prazo para interposição de recursoadministrativo, e de no máximo 30 dias o prazo para ser decidido (este prazopoderá ser prorrogado por igual período, mediante justificativa).

• Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar osdemais interessados para que, no prazo de 5 dias úteis, apresentem alegações.

Interposição de Recurso10 dias

Alegações (Resposta dos interessados)5 dias úteis

Decisãomáximo 30 dias

(prorrogável)

• Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, aqualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos oucircunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sançãoaplicada.

• Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção (proibição dareformatio in pejus na revisão do processo).

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Dos Prazos

• Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.

• Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem.

Das Sanções

• As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão naturezapecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, asseguradosempre o direito de defesa.

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Disposições Finais• Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos

administrativos em que figure como parte ou interessado:

I - pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;

II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental;

IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna,hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença deParkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave,estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação porradiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com baseem conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraídaapós o início do processo.

• Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie oregime de tramitação prioritária.

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Direito Administrativo

INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DA LICITAÇÃO

Introdução e Fundamentos Constitucionais da Licitação

O art. 37, XXI da CF prevê o preceito mais genérico existente em nosso ordenamento jurídico sobre a obrigatoriedade de a Administração Pública realizar licitações para suas contratações:

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e aliena-ções serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamen-to, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Desse dispositivo, constata-se que a própria CF admite a possibilidade de a lei estabelecer hi-póteses excepcionais de contratações de obras, serviços, compras e alienações sem licitações – chamada contratação direta.

Entretanto, ao prever os contratos de concessão e permissão de serviços públicos, a CF não deixou margem para exceções, sendo necessária sempre a realização de licitação:

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Competência para legislar

• Normas Gerais de licitação: competência privativa da União – CF, Art. 22. Compete pri-vativamente à União legislar sobre: XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (norma de caráter nacional).

• Normas Específicas sobre licitações: Estados, Distrito Federal e Municípios têm compe-tência para legislar sobre normas específicas de licitação, desde que não contrariem as nor-mas gerais editadas pela União. A própria União pode editar normas específicas, aplicáveis não no âmbito nacional, e sim no âmbito Federal apenas.

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Normas Nacionais sobre Licitações

a) Lei nº 8.666/1993 – é a lei mais abrangente sobre normas gerais de licitações e contratos administrativos.

• Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos per-tinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âm-bito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

• Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

• Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, per-missões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão ne-cessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

• Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.

b) Lei nº 10.520/2002 – é a lei que instituiu mais uma modalidade de licitação: pregão.

• Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na moda-lidade de pregão, que será regida por esta Lei.

Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

• Decreto nº 3.555/2000 (Federal) – regulamenta o pregão presencial.

• Decreto nº. 5.450/2005 (Federal) – regulamenta o pregão eletrônico.

c) Lei nº 13.303/2016 – dispõe sobre o Estatuto Jurídico das Empresas Públicas e Sociedades de Economia mista.

A CF determinou que compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratos “para empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art.173, § 1º, III”.

Esse dispositivo, por sua vez, determina que: § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da em-presa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública.

Art. 28, Lei 13.303/16: Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços às EPs e às SEM, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do respectivo patrimônio ou à execução de obras a serem integra-

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das a esse patrimônio, bem como à implementação de ônus real sobre tais bens, serão precedi-dos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas as hipóteses previstas nos arts. 29 e 30.

d) Lei nº 8.987/1995 – é a lei que dispõe sobre as concessões e permissões de serviços públi-cos.

Art. 1º As concessões de serviços públicos e de obras públicas e as permissões de serviços públicos reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta Lei, pelas normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos indispensáveis contratos.

Obs.: muito embora o art. 2º da Lei 8.666/93 preveja expressamente sua aplicabilidade aos contratos de permissão e concessão, a Lei 8.987/95 veio posteriormente estabelecer regras próprias para essas contratações, sendo que estas se aplicam precipuamente (a Lei 8.666/93 pode ser aplicável apenas subsidiariamente) .

e) Lei nº 11.079/2004 – traz norma gerais sobe Parcerias Público-Privadas (PPP), com peculia-res contratos de concessão (cujos objetivos podem incluir prestação de serviços), regidos por essa lei própria.

f) Lei nº 12.232/2010 – prevê normas gerais de licitação e contratação de serviços de publicida-de prestados por intermédio de agências de propaganda.

g) Lei nº 12.462/2011 – estabelece o chamado Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), aplicável a licitações e contratos como: Copa do mundo 2014; Olimpíadas e Paraolimpía-das 2016; obras e serviços de engenharia no âmbito do SUS e dos sistemas públicos de ensino e pesquisa, ciência e tecnologia; ações integrantes do PAC, dentre outros.

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SLIDES – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DA LICITAÇÃO

Introdução e Fundamentos Constitucionais da Licitação

• O art. 37, XXI da CF prevê o preceito mais genérico existente em nossoordenamento jurídico sobre a obrigatoriedade de a Administração Pública realizarlicitações para suas contratações:

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, comprase alienações serão contratados mediante processo de licitação pública queassegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas queestabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas daproposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências dequalificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento dasobrigações.

• Desse dispositivo, constata-se que a própria CF admite a possibilidade de a leiestabelecer hipóteses excepcionais de contratações de obras, serviços, compras ealienações sem licitações – chamada contratação direta.

• Entretanto, ao prever os contratos de concessão e permissão de serviços públicos, aCF não deixou margem para exceções, sendo necessária sempre a realização delicitação:

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime deconcessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviçospúblicos.

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Competência para legislar

• Normas Gerais de licitação: competência privativa da União

CF, Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII – normas geraisde licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administraçõespúblicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal eMunicípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas esociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (norma de caráternacional).

• Normas Específicas sobre licitações: Estados, Distrito Federal e Municípios têmcompetência para legislar sobre normas específicas de licitação, desde que nãocontrariem as normas gerais editadas pela União. A própria União pode editarnormas específicas, aplicáveis não no âmbito nacional, e sim no âmbito Federalapenas.

Normas Nacionais sobre Licitações

a) Lei nº 8.666/1993 – é a lei mais abrangente sobre normas gerais de licitações econtratos administrativos.

• Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativospertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locaçõesno âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

• Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos daadministração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, asempresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladasdireta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

• Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões,permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros,serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstasnesta Lei.

• Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajusteentre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja umacordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigaçõesrecíprocas, seja qual for a denominação utilizada.

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b) Lei nº 10.520/2002 – é a lei que instituiu mais uma modalidade de licitação:pregão.

• Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação namodalidade de pregão, que será regida por esta Lei.

Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos desteartigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamentedefinidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

• Decreto nº 3.555/2000 – regulamenta o pregão presencial.• Decreto nº. 5.450/2005 – regulamenta o pregão eletrônico.

c) Lei nº 13.303/2016 – dispõe sobre o Estatuto Jurídico das Empresas Públicas eSociedades de Economia mista.

A CF determinou que compete privativamente à União legislar sobre normas gerais delicitação e contratos “para empresas públicas e sociedades de economia mista, nostermos do art.173, § 1º, III”.Esse dispositivo, por sua vez, determina que: § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídicoda empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias queexplorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou deprestação de serviços, dispondo sobre: III - licitação e contratação de obras, serviços,compras e alienações, observados os princípios da administração pública.

Art. 28, Lei 13.303/16: Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviçosàs EPs e às SEM, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação debens, à alienação de bens e ativos integrantes do respectivo patrimônio ou à execuçãode obras a serem integradas a esse patrimônio, bem como à implementação de ônusreal sobre tais bens, serão precedidos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas ashipóteses previstas nos arts. 29 e 30.

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Direito Administrativo

FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL, OBJETIVO E FINALIDADE

• Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua a licitação como sendo “o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato”.

• Para Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, licitação pode ser conceituada como “um procedimento administrativo, de observância obrigatória pelas entidades governamentais, em que, observada a igualdade entre os participantes, deve ser selecionada a melhor proposta dentre as apresentadas pelos interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, uma vez preenchidos os requisitos mínimos necessários ao bom cumprimento das obrigações a que eles se propõem”.

• Quando se trata de licitação, a ideia é de isonomia, ou seja, de que há uma igualdade entre os participantes no procedimento licitatório, o que é expresso, inclusive na CF.

• Entretanto, a edição da Lei 12.349/2010 veio alterar a Lei 8.666/1993, a fim de relativizar essa ideia de isonomia, trazendo uma interpretação elástica ao termo, ao conferir vantagens competitivas (chamada margem de preferência) a empresas produtoras de bens manufaturados nacionais ou prestadoras de serviços nacionais. Além disso, a Lei 12.349/10 veio favorecer os setores de pesquisa e inovações tecnológicas nacionais.

• Tal alteração foi tanta que o legislador entendeu por alterar também o art. 3º da Lei 8.666/93 a fim de constar que “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável...”

• Portanto, seguindo políticas já adotadas em outros países, o Brasil passa a utilizar das contratações governamentais (que geralmente têm enorme peso econômico) como instrumento apto a promover o desenvolvimento nacional sustentável, fortalecendo empresas que venham a gerar empregos e rendas domésticos e que se preocupem com as pesquisas e criação de tecnologias nacionais, bem como as que adotam práticas de sustentabilidade, preservando o meio-ambiente e recursos naturais.

• Ademais, o legislador flexibilizou ainda mais a ideia de isonomia/igualdade ao acrescentar, através da Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), regras destinadas e proporcionar vantagens competitivas (inclusive margem de preferência) a “empresas que comprovem cumprimento de reservas de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da previdência social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação”.

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SLIDES – FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL, OBJETIVO E FINALIDADE

Licitações

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Conceito, finalidade e Objetivo das Licitações

• Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua a licitação como sendo “o procedimentoadministrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa,abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumentoconvocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quaisselecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato”.

• Para Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, licitação pode ser conceituada como“um procedimento administrativo, de observância obrigatória pelas entidadesgovernamentais, em que, observada a igualdade entre os participantes, deve serselecionada a melhor proposta dentre as apresentadas pelos interessados em comelas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, uma vez preenchidosos requisitos mínimos necessários ao bom cumprimento das obrigações a que elesse propõem”.

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Direito Administrativo – Fundamento Constitucional, Objetivo e Finalidade – Profª Tatiana Marcello

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• Quando se trata de licitação, a ideia é de isonomia, ou seja, de que há uma igualdadeentre os participantes no procedimento licitatório, o que é expresso, inclusive na CF.

• Entretanto, a edição da Lei 12.349/2010 veio alterar a Lei 8.666/1993, a fim derelativizar essa ideia de isonomia, trazendo uma interpretação elástica ao termo, aoconferir vantagens competitivas (chamada margem de preferência) a empresasprodutoras de bens manufaturados nacionais ou prestadoras de serviços nacionais.Além disso, a Lei 12.349/10 veio favorecer os setores de pesquisa e inovaçõestecnológicas nacionais.

• Tal alteração foi tanta que o legislador entendeu por alterar também o art. 3º da Lei8.666/93 a fim de constar que “A licitação destina-se a garantir a observância doprincípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para aadministração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável...”

• Portanto, seguindo políticas já adotadas em outros países, o Brasil passa a utilizardas contratações governamentais (que geralmente têm enorme peso econômico)como instrumento apto a promover o desenvolvimento nacional sustentável,fortalecendo empresas que venham a gerar empregos e rendas domésticos e que sepreocupem com as pesquisas e criação de tecnologias nacionais, bem como as queadotam práticas de sustentabilidade, preservando o meio-ambiente e recursosnaturais.

• Ademais, o legislador flexibilizou ainda mais a ideia de isonomia/igualdade aoacrescentar, através da Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência),regras destinadas e proporcionar vantagens competitivas (inclusive margem depreferência) a “empresas que comprovem cumprimento de reservas de cargosprevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da previdênciasocial e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação”.

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Direito Administrativo

LICITAÇÃO – PRINCÍPIOS

Princípios Orientadores das Licitações

• O Art. 3º da Lei 8.666/93 prevê que “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.”

Princípios explícitos no art. 3º:

Legalidade

Impessoalidade

Moralidade

Igualdade

Publicidade

Probidade administrativa

Vinculação ao instrumento convocatório

Julgamento objetivo

Princípio da Publicidade

• Art. 3º, § 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

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• Objetivos da publicidade: permitir o acompanhamento e a fiscalização do procedimento pelos licitantes, pelos órgãos de controle interno e externo e pelos administrados em geral.

• Art. 4º estabelece que qualquer cidadão pode acompanhar o desenvolvimento da licitação, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.

• O princípio da Publicidade impõe, também, que os motivos determinantes das decisões proferidas sejam declarados, a fim de possibilitar o efetivo controle do procedimento pelos licitantes e pelo cidadão.

Princípio da Igualdade/Isonomia

• O Princípio da Igualdade ou da Isonomia (tidos como sinônimos pela lei) tem natureza constitucional e é elencado como o mais importante em se tratando de licitação.

• CF, Art. 37, XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes...”.

• Lei 8.666/93 – Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

• Quando se trata de licitação, vem a ideia de isonomia/igualdade entre os participantes no procedimento licitatório, o que é expresso, inclusive na CF.

• Lei 12.349/2010 veio alterar a Lei 8.666/1993, a fim de relativizar essa ideia de isonomia, trazendo uma interpretação elástica ao termo, ao conferir vantagens competitivas (chamada margem de preferência) a empresas produtoras de bens manufaturados nacionais ou prestadoras de serviços nacionais.

• Além disso, a Lei 12.349/10 veio favorecer os setores de pesquisa e inovações tecnológicas nacionais.

• Já a Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), trouxe favorecimento e margem de preferência a empresas que comprovem cumprimento de reservas de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da previdência social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

• Tal alteração foi tanta que o legislador entendeu por alterar também o art. 3º da Lei 8.666/93 a fim de constar que “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável...”

• O Brasil passa a utilizar das contratações governamentais (que geralmente têm enorme peso econômico) como instrumento apto a promover o desenvolvimento nacional sustentável, fortalecendo empresas que venham a gerar empregos e rendas domésticos e

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Direito Administrativo – Licitação - Princípios – Profª Tatiana Marcello

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que se preocupem com as pesquisas e criação de tecnologias nacionais, bem como as que adotam práticas de sustentabilidade, preservando o meio-ambiente e recursos naturais.

• § 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

II – produzidos no País;

III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras;

IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País;

V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

• Art. 3º, § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:

I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; e

II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5º.

Princípio da Legalidade e da Impessoalidade

• O procedimento licitatório, assim como todos os atos da administração, deve estar pautado no que a lei autoriza ou determina. A atuação do administrador deve estar pautada nos preceitos da lei e do Direito.

• Ademais a licitação deve atentar para o princípio da impessoalidade, permitindo que a contratação com a Administração se de com o vencedor da licitação, conforme os critérios estabelecidos em lei e não de acordo com a preferência pessoal do administrador.

Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório

• O edital ou a carta-convite são os instrumentos convocatórios da licitação, estando a Administração vinculada aos mesmos.

• Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. (regra que vale também para a carta-convite, instrumento da modalidade convite)

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• Segundo Hely Lopes Meirelles, o edital (ou a carta-convite) é a lei interna da licitação, que vincula aos seus termos tanto os licitantes quanto a administração que o expediu.

Princípio do Julgamento Objetivo

• Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.

• A aplicação desse princípio está relacionada aos tipos de licitação: a) menor preço; b) melhor técnica; c) técnica e preço; d) maior lance ou oferta.

• O critério objetivo pode ser absoluto quando se tratar do tipo menor preço ou maior lance ou oferta; porém, o que se relaciona a técnica, certamente que há um resquício de subjetividade.

Princípio da Probidade e da Moralidade Administrativa

• O princípio da moralidade é norteador de toda atuação da Administração, inclusive no processo licitatório. Trata-se da exigência de conduta ética dos agentes da administração em todas as etapas da licitação.

• Quanto à improbidade, a CF prevê no art. 37, § 4º: Os atos de improbidade administrativa importarão:

• suspensão dos direitos políticos,

• perda da função pública,

• indisponibilidade dos bens,

• ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,

• ação penal cabível.

• A Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa) traz um rol exemplificativo de atos de improbidade, alguns atinentes à licitação.

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• Princípios implícitos apontados pela doutrina:

Competitividade

Procedimento Formal

Sigilo das Propostas

Adjudicação Compulsória

Princípio do Sigilo na Apresentação das Propostas

• Princípio decorrente da lógica da licitação.

• Art. 3º, § 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

• O sigilo na das propostas até a abertura é tão importante que configura-se crime sua violação (art. 94 da Lei 8.666).

• A violação do sigilo colocaria o concorrente em vantagem, já que este poderia, no caso de uma licitação por menor preço, formular um valor um pouco abaixo e vencer.

Princípio da Adjudicação Obrigatória ao Vencedor

• Tratando-se de licitação, o termo “adjudicar” significa atribuir o objeto do certame ao vencedor.

• Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.

• Esse princípio veda que a Administração celebre o contrato com outro que não seja o vencedor. Veda também que se abra nova licitação enquanto válida a adjudicação anterior.

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Princípio da Competitividade

• A competitividade é da essência da licitação.

• É a efetiva competitividade, evitando-se a manipulação de preços, que vai garantir a obtenção da proposta mais vantajosa para a Administração.

• Segundo a Lei, configura-se crime: Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação.

Princípio do Formalismo

• O procedimento de licitação será sempre um procedimento formal.

• Art. 4º, Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.

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SLIDES – LICITAÇÃO – PRINCÍPIOS

Licitações

Prof.ª Tatiana Marcello

Princípios Orientadores das Licitações

• O Art. 3º da Lei 8.666/93 prevê que “A licitação destina-se a garantir a observânciado princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa paraa administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e seráprocessada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos dalegalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, daprobidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, dojulgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.”

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Princípios explícitos no art. 3º:

Legalidade

Impessoalidade

Moralidade

Igualdade

Publicidade

Probidade administrativa

Vinculação ao instrumento convocatório

Julgamento objetivo

• Princípios implícitos apontados pela doutrina:

Competitividade

Procedimento Formal

Sigilo das Propostas

Adjudicação Compulsória

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Princípio da Publicidade

• Art. 3º, § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público osatos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até arespectiva abertura.

• Objetivos da publicidade: permitir o acompanhamento e a fiscalização doprocedimento pelos licitantes, pelos órgãos de controle interno e externo e pelosadministrados em geral.

• Art. 4o estabelece que qualquer cidadão pode acompanhar o desenvolvimento dalicitação, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dostrabalhos.

• O princípio da Publicidade impõe, também, que os motivos determinantes dasdecisões proferidas sejam declarados, a fim de possibilitar o efetivo controle doprocedimento pelos licitantes e pelo cidadão.

Princípio da Igualdade/Isonomia

• O Princípio da Igualdade ou da Isonomia (tidos como sinônimos pela lei) temnatureza constitucional e é elencado como o mais importante em se tratando delicitação.

• CF, Art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública queassegure igualdade de condições a todos os concorrentes...”.

• Lei 8.666/93 - Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípioconstitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para aadministração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e seráprocessada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos dalegalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, daprobidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, dojulgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

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• Quando se trata de licitação, vem a ideia de isonomia/igualdade entre osparticipantes no procedimento licitatório, o que é expresso, inclusive na CF.

• Lei 12.349/2010 veio alterar a Lei 8.666/1993, a fim de relativizar essa ideia deisonomia, trazendo uma interpretação elástica ao termo, ao conferir vantagenscompetitivas (chamada margem de preferência) a empresas produtoras de bensmanufaturados nacionais ou prestadoras de serviços nacionais.

• Além disso, a Lei 12.349/10 veio favorecer os setores de pesquisa e inovaçõestecnológicas nacionais.

• Já a Lei Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), trouxe favorecimentoe margem de preferência a empresas que comprovem cumprimento de reservas decargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da previdênciasocial e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

• Tal alteração foi tanta que o legislador entendeu por alterar também o art. 3º da Lei8.666/93 a fim de constar que “A licitação destina-se a garantir a observância doprincípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para aadministração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável...”

• O Brasil passa a utilizar das contratações governamentais (que geralmente têmenorme peso econômico) como instrumento apto a promover o desenvolvimentonacional sustentável, fortalecendo empresas que venham a gerar empregos erendas domésticos e que se preocupem com as pesquisas e criação de tecnologiasnacionais, bem como as que adotam práticas de sustentabilidade, preservando omeio-ambiente e recursos naturais.

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• § 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será asseguradapreferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

II - produzidos no País;

III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras;

IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e nodesenvolvimento de tecnologia no País;

V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reservade cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado daPrevidência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas nalegislação.

• Art. 3º, § 5o Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem depreferência para:

I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normastécnicas brasileiras; e

II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovemcumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência oupara reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidadeprevistas na legislação.

§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes dedesenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá serestabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5o.

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Princípio da Legalidade e da Impessoalidade

• O procedimento licitatório, assim como todos os atos da administração, deve estarpautado no que a lei autoriza ou determina. A atuação do administrador deve estarpautada nos preceitos da lei e do Direito.

• Ademais a licitação deve atentar para o princípio da impessoalidade, permitindoque a contratação com a Administração se de com o vencedor da licitação, conformeos critérios estabelecidos em lei e não de acordo com a preferência pessoal doadministrador.

Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório

• O edital ou a carta-convite são os instrumentos convocatórios da licitação, estando aAdministração vinculada aos mesmos.

• Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, aoqual se acha estritamente vinculada. (regra que vale também para a carta-convite,instrumento da modalidade convite)

• Segundo Hely Lopes Meirelles, o edital (ou a carta-convite) é a lei interna dalicitação, que vincula aos seus termos tanto os licitantes quanto a administraçãoque o expediu.

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Princípio do Julgamento Objetivo

• Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração oscritérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar asnormas e princípios estabelecidos por esta Lei.

• A aplicação desse princípio está relacionada aos tipos de licitação: a) menor preço;b) melhor técnica; c) técnica e preço; d) maior lance ou oferta.

• O critério objetivo pode ser absoluto quando se tratar do tipo menor preço ou maiorlance ou oferta; porém, o que se relaciona a técnica, certamente que há umresquício de subjetividade.

Princípio da Probidade e da Moralidade Administrativa• O princípio da moralidade é norteador de toda atuação da Administração, inclusive

no processo licitatório. Trata-se da exigência de conduta ética dos agentes daadministração em todas as etapas da licitação.

• Quanto à improbidade, a CF prevê no art. 37, § 4º: Os atos de improbidadeadministrativa importarão:Øsuspensão dos direitos políticos,Øperda da função pública,Øindisponibilidade dos bens,Øressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,Øação penal cabível.

• A Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa) traz um rol exemplificativo deatos de improbidade, alguns atinentes à licitação.

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Princípio do Sigilo na Apresentação das Propostas

• Princípio decorrente da lógica da licitação.

• Art. 3º, § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público osatos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até arespectiva abertura.

• O sigilo na das propostas até a abertura é tão importante que configura-se crime suaviolação (art. 94 da Lei 8.666).

• A violação do sigilo colocaria o concorrente em vantagem, já que este poderia, nocaso de uma licitação por menor preço, formular um valor um pouco abaixo evencer.

Princípio da Adjudicação Obrigatória ao Vencedor

• Tratando-se de licitação, o termo “adjudicar” significa atribuir o objeto do certameao vencedor.

• Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordemde classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimentolicitatório, sob pena de nulidade.

• Esse princípio veda que a Administração celebre o contrato com outro que não sejao vencedor. Veda também que se abra nova licitação enquanto válida a adjudicaçãoanterior.

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Princípio da Competitividade

• A competitividade é da essência da licitação.

• É a efetiva competitividade, evitando-se a manipulação de preços, que vai garantir aobtenção da proposta mais vantajosa para a Administração.

• Segundo a Lei, configura-se crime: Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste,combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimentolicitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente daadjudicação do objeto da licitação.

Princípio do Formalismo

• O procedimento de licitação será sempre um procedimento formal.

• Art. 4º, Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza atoadministrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da AdministraçãoPública.

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Direito Administrativo

MODALIDADE DE LICITAÇÃO

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 (PARCIAL)

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

(...)

CAPÍTULO IIDA LICITAÇÃO

Seção IDAS MODALIDADES, LIMITES E DISPENSA

(...)

Art. 22. São modalidades de licitação:

I – concorrência;

II – tomada de preços;

III – convite;

IV – concurso;

V – leilão.

§ 1º Concorrência é a modalidade de licita-ção entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, com-provem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execu-ção de seu objeto.

§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimen-to das propostas, observada a necessária qualificação.

§ 3º Convite é a modalidade de licitação en-tre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais ca-dastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com ante-cedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remu-neração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na impren-sa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

§ 5º Leilão é a modalidade de licitação en-tre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administra-ção ou de produtos legalmente apreendidos

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ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6º Na hipótese do § 3o deste artigo, exis-tindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realiza-do para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastra-dos não convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3º deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devida-mente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.

§ 8º É vedada a criação de outras modalida-des de licitação ou a combinação das referi-das neste artigo.

§ 9º Na hipótese do parágrafo 2º deste arti-go, a administração somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da lici-tação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 23. As modalidades de licitação a que se re-ferem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:

I – para obras e serviços de engenharia: (Re-dação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

a) convite – até R$ 150.000,00 (cento e cin-qüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

b) tomada de preços – até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); (Reda-ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); (Reda-ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

II – para compras e serviços não referidos no inciso anterior: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

a) convite – até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

b) tomada de preços – até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

c) concorrência – acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 1º As obras, serviços e compras efetua-das pela Administração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, proce-dendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de escala. (Reda-ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjun-to de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preserva-da a modalidade pertinente para a execu-ção do objeto em licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º A concorrência é a modalidade de li-citação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou aliena-ção de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de ca-dastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do

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bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

§ 5º É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomi-tantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de "toma-da de preços" ou "concorrência", respecti-vamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou em-presas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6º As organizações industriais da Adminis-tração Federal direta, em face de suas pecu-liaridades, obedecerão aos limites estabele-cidos no inciso I deste artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 7º Na compra de bens de natureza divi-sível e desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cota-ção de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a ampliação da compe-titividade, podendo o edital fixar quantita-tivo mínimo para preservar a economia de escala. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar--se-á o dobro dos valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quan-do formado por maior número. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

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SLIDES – MODALIDADE DE LICITAÇÃO

Modalidades de Licitação

• Lei 8.666/93 - Art. 22. São MODALIDADES de licitação:I - concorrênciaII - tomada de preçosIII - conviteIV - concursoV - leilão

• Lei 10.520/2002 - Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá seradotada a licitação na modalidade de pregão.

• Há ainda a consulta (modalidade licitatória das Agências Reguladoras).

MODALIDADESTIPOS

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Lei 8.666/93 - MODALIDADES de licitação:

I – concorrência II - tomada de preços

III – convite IV – concurso

V – leilão

Lei 10.520/2002 – Pregão

Lei 9.986/2000 - Consulta

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• Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigoanterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valorestimado da contratação:

• I - para obras e serviços de engenharia:a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais);b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

• II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais);c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).

ConcorrênciaEngenharia – acima de R$1.500.000,00

Demais obras e serviços – acima de 650.000,00

Tomada de PreçosEngenharia – de R$150.000,00 até

R$1.500.000,00 Demais obras e serviços – de R$80.000,00

até R$650.000,00

ConviteEngenharia – até R$150.000,00 Demais obras e serviços – até

R$80.000,00

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• Art. 23, § 4o Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar atomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

• Art. 23, § 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que sejao valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado odisposto no art. 19 (leilão), como nas concessões de direito real de uso e naslicitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limitesdeste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastrointernacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bemou serviço no País.

• Art. 22, § 8º - É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou acombinação das referidas neste artigo.

• Concorrência

• Art. 22, § 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessadosque, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitosmínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

• A concorrência é a mais complexa das modalidades de licitação.

• Art. 23, § 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja ovalor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado odisposto no art. 19 (leilão), como nas concessões de direito real de uso e naslicitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites desteartigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastrointernacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bemou serviço no País.

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• Em regra, na modalidade concorrência, há uma fase de habilitação preliminar, queocorre logo após a abertura do procedimento (após a publicação do resumo doedital).

• Mas, há casos em que a fase de habilitação ocorre após a fase de julgamento:a) Lei 11.079/04 - Parcerias Público Privadas (PPP);b) Lei 8.987/95 - Concessão de serviços públicos;c) Lei 12.232/10 - Serviços de publicidade.

• Tomada de Preços

• Art. 22, § 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessadosdevidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas paracadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas,observada a necessária qualificação.

• A Tomada de Preços é utilizada para a celebração de contratos de obras, serviços ecompras de menor vulto do que as que exigem a concorrência.

• A habilitação, que corresponde ao cadastramento, é preliminar à abertura doprocedimento.

• Quem ainda não for cadastrado, poderá cadastrar-se até o 3º dia anterior à data dorecebimento das propostas, desde que atendam às condições de qualificação exigidas(mesmas exigência para o cadastramento).

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Direito Administrativo – Modalidade de Licitação – Profª Tatiana Marcello

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• Admite-se a Tomada de Preços nas licitações internacionais, desde que:

a) o órgão ou entidade disponha de cadastro internacional de fornecedores; e

b) o contrato a ser celebrado esteja dentro dos limites de preços para essamodalidade (Engenharia – até R$1.500.000,00; demais obras e serviços – atéR$650.000,00)

• Convite

• Art. 22, § 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramopertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em númeromínimo de 3 pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópiado instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados nacorrespondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência deaté 24 horas da apresentação das propostas.

• Diferentemente das demais modalidades de licitação, que têm como instrumentoconvocatório o edital, a modalidade convite tem como instrumento convocatório acarta-convite, que será enviada diretamente aos interessados.

• Como não há edital, não há publicação na imprensa oficial, apesar de haver anecessidade de afixação da cópia do instrumento em local apropriado, a fim de queos demais cadastrados (não convidados) possam participar (habilitando-se 24h antesda entrega das propostas).

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• O convite tem procedimentos mais simples, sendo utilizado para contratações demenor valor.

• Excepcionalmente, a carta-convite pode ser enviada a menos de 3 interessados,caso haja limitação de mercado ou desinteresse dos convidados, tornadoimpossível a obtenção de um número mínimo (tal fato deverá ser justificado noprocesso, sob pena de ter que repetir o procedimento).

• É possível a utilização da modalidade convite para licitações internacionais quandonão houver fornecedor do bem ou serviço no Brasil.

• Concurso

• Art. 22, § 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados paraescolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmiosou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicadona imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

• A natureza do objeto é que determina a realização da modalidade concurso,independentemente do valor do contrato.

• Art. 13, § 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para aprestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão,preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, comestipulação prévia de prêmio ou remuneração.

• O julgamento é feito por uma comissão especial, formada por pessoas de reputaçãoilibada e reconhecido conhecimento da matéria, sejam servidores públicos ou não.

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• Leilão

• Art. 22, § 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para avenda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmenteapreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19,a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

• Portanto, o leilão destina-se à venda ou alienação de:a) bens móveis inservíveis para a administração;b) produtos legalmente apreendidos ou penhorados;c) bens imóveis cuja aquisição derivou de procedimentos judiciais ou de dação em

pagamento (art. 19).

• O leilão para alienação de bens móveis está limitado a bens avaliados em atéR$650.000,00. Acima desse valor, a modalidade será a concorrência.

• Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pelaAdministração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.

§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração parafixação do preço mínimo de arrematação.

§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido noedital, não inferior a 5% e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local doleilão, imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamentodo restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder emfavor da Administração o valor já recolhido.

§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito ematé 24h.

§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no municípioem que se realizará.

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• Pregão

• Pregão é a sexta modalidade de licitação, prevista na Lei 10.520/02.

• Essa modalidade foi instituída, inicialmente, pela MP 2.026/2000, quando eramodalidade aplicável apenas no âmbito Federal (União).

• A Lei 10.520/02, de caráter geral e nacional, veio estender o pregão a todas as esferasda Federação: União, Estados, Municípios e DF.

• Pregão é a modalidade de licitação, sempre do tipo menor preço, destinada àaquisição de bens e serviços comuns, que pode ser utilizada para qualquer valor decontrato (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo).

• Trata-se de uma modalidade pouco complexa, possibilitando maior celeridade nacontratação de bens e serviços comuns.

• Consulta

• A consulta não consta na Lei 8.666/93, pois aplica-se apenas às AgênciasReguladoras.

• Genericamente, essa modalidade surgiu na Lei 9.472/97 (Lei Geral deTelecomunicações), que instituiu a ANATEL.

• Posteriormente, a Lei 9.986/2000 estendeu a modalidade a todas as AgênciasReguladoras Federais.

• Regras para as Agências Reguladoras:a) obras e engenharia civil – pelas regras gerais da Lei 8.666/93;b) bens e serviços comuns podem ser feitas pela modalidade pregão;c) bens e serviços não classificados como comuns, e que não seja obras e engenharia

civil – pode ser usada a consulta.

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Direito Administrativo

TIPOS DE LICITAÇÃO

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 (PARCIAL)

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

(...)

CAPÍTULO IIDA LICITAÇÃO

Seção IVDO PROCEDIMENTO E JULGAMENTO

(...)

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – a de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;

II – a de melhor técnica;

III – a de técnica e preço.

IV – a de maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo.

§ 3º No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará

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o disposto no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2º e adotando obrigatoriamento o tipo de licitação "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo.

§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na licitação. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4º do artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

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Direito Administrativo – Tipos de Licitação – Profª Tatiana Marcello

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SLIDES – TIPOS DE LICITAÇÃO

Tipos de Licitação

• Art. 45, § 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto namodalidade concurso:

I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para aAdministração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a propostade acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço

II - a de melhor técnica

III - a de técnica e preço

IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão dedireito real de uso

MODALIDADESTIPOS

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• Os tipos de licitação são aplicáveis a todas as modalidades de licitação, exceto parao concurso (neste o participante aceita o prêmio ou remuneração previamenteestipulados).

• Art. 54, § 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos nesteartigo

• O tipo “menor preço” é a regra geral nas licitações para contratações de obras,serviços, compras e locações. Também é o tipo obrigatório utilizado na modalidadepregão. Será vencedor o que apresentar o menor preço.

• Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizadosexclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, emespecial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão egerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para aelaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos.

• Para contratação de bens e serviços de informática, muito embora nãos eja denatureza intelectual, a administração adotará obrigatoriamente o tipo de licitação"técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casosindicados em decreto do Poder Executivo.

• Nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso, por óbvio, seusa o tipo “maior lance ou oferta”.

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Direito Administrativo

PROCEDIMENTO DE LICITAÇÃO

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 (PARCIAL)

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constitui-ção Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-guinte Lei:

(...)

Seção IIDA HABILITAÇÃO

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir--se-á dos interessados, exclusivamente, docu-mentação relativa a:

I – habilitação jurídica;

II – qualificação técnica;

III – qualificação econômico-financeira;

IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Reda-ção dada pela Lei nº 12.440, de 2011)

V – cumprimento do disposto no inciso XX-XIII do art. 7º da Constituição Federal. (In-cluído pela Lei nº 9.854, de 1999)

Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em:

I – cédula de identidade;

II – registro comercial, no caso de empresa individual;

III – ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em

se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanha-do de documentos de eleição de seus admi-nistradores;

IV – inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;

V – decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.

Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)

I – prova de inscrição no Cadastro de Pes-soas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);

II – prova de inscrição no cadastro de con-tribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e com-patível com o objeto contratual;

III – prova de regularidade para com a Fa-zenda Federal, Estadual e Municipal do do-micílio ou sede do licitante, ou outra equi-valente, na forma da lei;

IV – prova de regularidade relativa à Segu-ridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando

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situação regular no cumprimento dos en-cargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

V – prova de inexistência de débitos inadim-plidos perante a Justiça do Trabalho, me-diante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decre-to-Lei no5.452, de 1º de maio de 1943. (In-cluído pela Lei nº 12.440, de 2011)

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

I – registro ou inscrição na entidade profis-sional competente;

II – comprovação de aptidão para desem-penho de atividade pertinente e compatí-vel em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pes-soal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;

III – comprovação, fornecida pelo órgão li-citante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimen-to de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;

IV – prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.

§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pes-soas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades pro-fissionais competentes, limitadas as exigên-cias a: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – capacitação técnico-profissional: com-provação do licitante de possuir em seu

quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconheci-do pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de caracterís-ticas semelhantes, limitadas estas exclusi-vamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades míni-mas ou prazos máximos; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

II – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2º As parcelas de maior relevância técni-ca e de valor significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no ins-trumento convocatório. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atesta-dos de obras ou serviços similares de com-plexidade tecnológica e operacional equiva-lente ou superior.

§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito pú-blico ou privado.

§ 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previs-tas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.

§ 6º As exigências mínimas relativas a insta-lações de canteiros, máquinas, equipamen-tos e pessoal técnico especializado, consi-derados essenciais para o cumprimento do

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Direito Administrativo – Procedimento de Licitação – Profª Tatiana Marcello

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objeto da licitação, serão atendidas median-te a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.

§ 7º (Vetado). ( Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

II – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade téc-nica, poderá a Administração exigir dos lici-tantes a metodologia de execução, cuja ava-liação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.

§ 9º Entende-se por licitação de alta com-plexidade técnica aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema rele-vância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços pú-blicos essenciais.

§ 10. Os profissionais indicados pelo licitan-te para fins de comprovação da capacitação técnico-profissional de que trata o inciso I do § 1º deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admi-tindo-se a substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela administração. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a:

I – balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exi-gíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por ba-lancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;

II – certidão negativa de falência ou concor-data expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimo-nial, expedida no domicílio da pessoa física;

III – garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.

§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2º A Administração, nas compras para en-trega futura e na execução de obras e ser-viços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de ca-pital mínimo ou de patrimônio líquido míni-mo, ou ainda as garantias previstas no § 1º do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico--financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.

§ 3º O capital mínimo ou o valor do patri-mônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativa-mente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.

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§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade opera-tiva ou absorção de disponibilidade finan-ceira, calculada esta em função do patrimô-nio líquido atualizado e sua capacidade de rotação.

§ 5º A comprovação de boa situação finan-ceira da empresa será feita de forma objeti-va, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justifica-dos no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitató-rio, vedada a exigência de índices e valo-res não usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorren-tes da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 32. Os documentos necessários à habilita-ção poderão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da admi-nistração ou publicação em órgão da impren-sa oficial. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pron-ta entrega e leilão.

§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a super-veniência de fato impeditivo da habilitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, des-

de que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.

§ 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores me-diante documentos equivalentes, autentica-dos pelos respectivos consulados e traduzi-dos por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e responder administrativa ou judicialmente.

§ 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referen-tes a fornecimento do edital, quando solici-tado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de repro-dução gráfica da documentação fornecida.

§ 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º do art. 33 e no § 2º do art. 55, não se aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja fei-to com o produto de financiamento conce-dido por organismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa estrangeira, para a compra de equipamentos fabrica-dos e entregues no exterior, desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo, nem nos ca-sos de aquisição de bens e serviços realiza-da por unidades administrativas com sede no exterior.

§ 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este artigo poderá ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

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Art. 33. Quando permitida na licitação a partici-pação de empresas em consórcio, observar-se--ão as seguintes normas:

I – comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;

II – indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;

III – apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quan-titativos de cada consorciado, e, para efei-to de qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva participa-ção, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acrésci-mo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei;

IV – impedimento de participação de em-presa consorciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isola-damente;

V – responsabilidade solidária dos integran-tes pelos atos praticados em consórcio, tan-to na fase de licitação quanto na de execu-ção do contrato.

§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá, obrigato-riamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo.

§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.

Seção IIIDOS REGISTROS CADASTRAIS

Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e en-tidades da Administração Pública que realizem freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. (Regulamento)

§ 1º O registro cadastral deverá ser am-plamente divulgado e deverá estar per-manentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo anualmente, atra-vés da imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de no-vos interessados.

§ 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais de ou-tros órgãos ou entidades da Administração Pública.

Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo, o interes-sado fornecerá os elementos necessários à sa-tisfação das exigências do art. 27 desta Lei.

Art. 36. Os inscritos serão classificados por ca-tegorias, tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei.

§ 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem o regis-tro.

§ 2º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada no respectivo registro cadastral.

Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação cadastral.

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Seção IVDO PROCEDIMENTO E JULGAMENTO

Art. 38. O procedimento da licitação será inicia-do com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numera-do, contendo a autorização respectiva, a indica-ção sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados opor-tunamente:

I – edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;

II – comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;

III – ato de designação da comissão de lici-tação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite;

IV – original das propostas e dos documen-tos que as instruírem;

V – atas, relatórios e deliberações da Comis-são Julgadora;

VI – pareceres técnicos ou jurídicos emiti-dos sobre a licitação, dispensa ou inexigibi-lidade;

VII – atos de adjudicação do objeto da licita-ção e da sua homologação;

VIII – recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e decisões;

IX – despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamen-tado circunstanciadamente;

X – termo de contrato ou instrumento equi-valente, conforme o caso;

XI – outros comprovantes de publicações;

XII – demais documentos relativos à licita-ção.

Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acor-

dos, convênios ou ajustes devem ser previa-mente examinadas e aprovadas por asses-soria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações si-multâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edi-tal, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mes-mos meios previstos para a publicidade da lici-tação, à qual terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações simultâneas aque-las com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital subseqüente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o término do con-trato resultante da licitação antecedente. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o núme-ro de ordem em série anual, o nome da repar-tição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:

I – objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

II – prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para exe-cução do contrato e para entrega do objeto da licitação;

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III – sanções para o caso de inadimplemen-to;

IV – local onde poderá ser examinado e ad-quirido o projeto básico;

V – se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adqui-rido;

VI – condições para participação na licita-ção, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das pro-postas;

VII – critério para julgamento, com disposi-ções claras e parâmetros objetivos;

VIII – locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos elementos, informa-ções e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das obri-gações necessárias ao cumprimento de seu objeto;

IX – condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais;

X – o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permiti-da a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios esta-tísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

XI – critério de reajuste, que deverá retra-tar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apre-sentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XII – (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIII – limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previs-tos em separado das demais parcelas, eta-pas ou tarefas;

XIV – condições de pagamento, prevendo:

a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do perí-odo de adimplemento de cada parcela; (Re-dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibi-lidade de recursos financeiros;

c) critério de atualização financeira dos va-lores a serem pagos, desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

d) compensações financeiras e penaliza-ções, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;

e) exigência de seguros, quando for o caso;

XV – instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;

XVI – condições de recebimento do objeto da licitação;

XVII – outras indicações específicas ou pe-culiares da licitação.

§ 1º O original do edital deverá ser data-do, rubricado em todas as folhas e assina-do pela autoridade que o expedir, perma-necendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos in-teressados.

§ 2º Constituem anexos do edital, dele fa-zendo parte integrante:

I – o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especifica-ções e outros complementos;

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II – orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

III – a minuta do contrato a ser firmado en-tre a Administração e o licitante vencedor;

IV – as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação.

§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, con-sidera-se como adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a realiza-ção da obra, a entrega do bem ou de parce-la destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja vincula-da a emissão de documento de cobrança.

§ 4º Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com prazo de en-trega até trinta dias da data prevista para apresentação da proposta, poderão ser dis-pensadas: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – o disposto no inciso XI deste artigo; (In-cluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

II – a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do inciso XIV deste artigo, cor-respondente ao período compreendido en-tre as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irre-gularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos en-velopes de habilitação, devendo a Adminis-tração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da facul-dade prevista no § 1º do art. 113.

§ 2º Decairá do direito de impugnar os ter-mos do edital de licitação perante a admi-

nistração o licitante que não o fizer até o se-gundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregu-laridades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em jul-gado da decisão a ela pertinente.

§ 4º A inabilitação do licitante importa pre-clusão do seu direito de participar das fases subseqüentes.

Art. 42. Nas concorrências de âmbito interna-cional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.

§ 1º Quando for permitido ao licitante es-trangeiro cotar preço em moeda estran-geira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.

§ 2º O pagamento feito ao licitante brasilei-ro eventualmente contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamen-te anterior à data do efetivo pagamento. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas ofere-cidas ao licitante estrangeiro.

§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por licitantes es-trangeiros serão acrescidas dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente os licitantes brasi-leiros quanto à operação final de venda.

§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens com recursos

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provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multi-lateral de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, protoco-los, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para a obten-ção do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de des-pacho motivado do órgão executor do con-trato, despacho esse ratificado pela auto-ridade imediatamente superior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local de destino.

Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos:

I – abertura dos envelopes contendo a do-cumentação relativa à habilitação dos con-correntes, e sua apreciação;

II – devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as res-pectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III – abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem inter-posição de recurso, ou tenha havido desis-tência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;

IV – verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, con-forme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial com-petente, ou ainda com os constantes do sis-tema de registro de preços, os quais deve-rão ser devidamente registrados na ata de

julgamento, promovendo-se a desclassifica-ção das propostas desconformes ou incom-patíveis;

V – julgamento e classificação das propos-tas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital;

VI – deliberação da autoridade competen-te quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação.

§ 1º A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as pro-postas será realizada sempre em ato pú-blico previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.

§ 2º Todos os documentos e propostas se-rão rubricados pelos licitantes presentes e pela Comissão.

§ 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclare-cer ou a complementar a instrução do pro-cesso, vedada a inclusão posterior de docu-mento ou informação que deveria constar originariamente da proposta.

§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à con-corrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. (Re-dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e abertas as pro-postas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento.

§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.

Art. 44. No julgamento das propostas, a Comis-são levará em consideração os critérios objeti-vos definidos no edital ou convite, os quais não

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devem contrariar as normas e princípios estabe-lecidos por esta Lei.

§ 1º É vedada a utilização de qualquer ele-mento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualda-de entre os licitantes.

§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no con-vite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vanta-gem baseada nas ofertas dos demais licitan-tes.

§ 3º Não se admitirá proposta que apresen-te preços global ou unitários simbólicos, ir-risórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mer-cado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, ex-ceto quando se referirem a materiais e ins-talações de propriedade do próprio licitan-te, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º O disposto no parágrafo anterior apli-ca-se também às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou importações de qualquer natureza. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 45. O julgamento das propostas será ob-jetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em confor-midade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – a de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a

Administração determinar que será vence-dor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;

II – a de melhor técnica;

III – a de técnica e preço.

IV – a de maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de direi-to real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes se-rão convocados, vedado qualquer outro processo.

§ 3º No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela or-dem crescente dos preços propostos, preva-lecendo, no caso de empate, exclusivamen-te o critério previsto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o disposto no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2º e adotando obrigatoriamento o tipo de licita-ção "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indica-dos em decreto do Poder Executivo. (Reda-ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo.

§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas propostas quan-tas necessárias até que se atinja a quanti-dade demandada na licitação. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusiva-

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mente para serviços de natureza predominan-temente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de es-tudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4º do artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento cla-ramente explicitado no instrumento convo-catório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:

I – serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e fei-ta então a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os critérios per-tinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no ins-trumento convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta, compreen-dendo metodologia, organização, tecnolo-gias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;

II – uma vez classificadas as propostas técni-cas, proceder-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no ins-trumento convocatório e à negociação das condições propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamen-tos detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como referência o limite representado pela proposta de me-nor preço entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima;

III – no caso de impasse na negociação an-terior, procedimento idêntico será adotado, sucessivamente, com os demais proponen-tes, pela ordem de classificação, até a con-secução de acordo para a contratação;

IV – as propostas de preços serão devolvi-das intactas aos licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização mínima estabeleci-da para a proposta técnica.

§ 2º Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimen-to claramente explicitado no instrumento convocatório:

I – será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com crité-rios objetivos preestabelecidos no instru-mento convocatório;

II – a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada das valo-rizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.

§ 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo poderão ser adota-dos, por autorização expressa e median-te justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do ato convocatório, para forne-cimento de bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto ma-joritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio res-trito, atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções alter-nativas e variações de execução, com reper-cussões significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade concretamente mensuráveis, e estas pude-rem ser adotadas à livre escolha dos licitan-tes, na conformidade dos critérios objetiva-mente fixados no ato convocatório.

§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for adotada a modalidade de execução de empreitada por preço global, a Administração deverá fornecer obrigatoria-

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mente, junto com o edital, todos os elementos e informações necessários para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da li-citação.

Art. 48. Serão desclassificadas:

I – as propostas que não atendam às exigên-cias do ato convocatório da licitação;

II – propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifes-tamente inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são compatí-veis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente especifi-cadas no ato convocatório da licitação. (Re-dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se manifestamen-te inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de en-genharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do me-nor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

a) média aritmética dos valores das propos-tas superiores a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela administração, ou (In-cluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

b) valor orçado pela administração. (Incluí-do pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor global da pro-posta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se referem as alíneas "a" e "b", será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o valor resul-tante do parágrafo anterior e o valor da cor-

respondente proposta. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 3º Quando todos os licitantes forem ina-bilitados ou todas as propostas forem des-classificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 49. A autoridade competente para a apro-vação do procedimento somente poderá revo-gar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justi-ficar tal conduta, devendo anulá-la por ilegali-dade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente funda-mentado.

§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obriga-ção de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.

§ 4º O disposto neste artigo e seus parágra-fos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classifica-ção das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulida-de.

Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancela-mento, e as propostas serão processadas e jul-gadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo me-

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nos 2 (dois) deles servidores qualificados per-tencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

§ 1º No caso de convite, a Comissão de li-citação, excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exi-güidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente desig-nado pela autoridade competente.

§ 2º A Comissão para julgamento dos pedi-dos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.

§ 3º Os membros das Comissões de licita-ção responderão solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devi-damente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido toma-da a decisão.

§ 4º A investidura dos membros das Comis-sões permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subseqüente.

§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhe-cido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.

Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art. 22 desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.

§ 1º O regulamento deverá indicar:

I – a qualificação exigida dos participantes;

II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;

III – as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.

§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração a executá--lo quando julgar conveniente.

Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administra-ção, procedendo-se na forma da legislação per-tinente.

§ 1º Todo bem a ser leiloado será previa-mente avaliado pela Administração para fi-xação do preço mínimo de arrematação.

§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vis-ta ou no percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arre-matante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor já recolhido.

§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamen-to da parcela à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em que se realizará. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

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SLIDES – PROCEDIMENTO DE LICITAÇÃO

Licitações

Prof.ª Tatiana Marcello

Procedimento de Licitação

• Apesar de o procedimento licitatório estar detalhado na Lei 8.666/93, não há uma sequência lógica e didática.

• A modalidade “concorrência” é a mais complexa, contendo todas as fases bem definidas, sendo que nem todas as modalidades seguem esse mesmo padrão.

• O procedimento licitatório é dividido em duas grandes fases:

• O procedimento inicia dentro do órgão ou entidade;Fase Interna

• A partir do momento em que se torna pública a licitaçãoFase Externa

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Fase interna:

• Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processoadministrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo aautorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio paraa despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:

I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou

da entrega do convite;III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial,

ou do responsável pelo convite;IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;

V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou

inexigibilidade;VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas

manifestações e decisões;IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,

fundamentado circunstanciadamente;X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;XI - outros comprovantes de publicações;XII - demais documentos relativos à licitação.

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Fase externa:

• A fase externa inicia no momento em que a licitação se torna pública.

• Portanto, a fase externa começa com a publicação do edital ou envio da carta-convite.

• Na sequência, a fase segue os passos trazidos no art. 43:

I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dosconcorrentes, e sua apreciação;

II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo asrespectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados,desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havidodesistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;

IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e,conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficialcompetente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, osquais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-sea desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;

V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliaçãoconstantes do edital;

VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicaçãodo objeto da licitação.

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• Audiência Pública

• Com a finalidade de ampliar o acesso às informações relativas ao contrato a serfirmado, a lei estabelece que em casos de valores muito elevados, deve haver umaaudiência pública antes mesmo da publicação do edital.

• Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto delicitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 vezes o limite previsto no art.23, inciso I, alínea "c" desta Lei (obras e serviços de engenharia acima deR$1.500.000,00), o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com umaaudiência pública concedida pela autoridade responsável.

• Audiência com antecedência mínima de 15 dias úteis da data prevista para apublicação do edital;

• Divulgação com a antecedência mínima de 10 dias úteis de sua realização.

• Na audiência os interessados terão acesso e direito a todas as informaçõespertinentes e a se manifestar.

• Instrumentos convocatórios: Edital e Carta-convite

• Edital é o meio pelo qual a Administração torna pública quaisquer das modalidades delicitação, exceto o convite (que utiliza a carta-convite).

• Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas depreços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada,deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:

I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade daAdministração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial outotalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais;

II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, delicitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou doDistrito Federal;

III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal decirculação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço,fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto dalicitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.

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• § 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessadospoderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre alicitação.

• O edital (ou a carta-convite) é a lei interna da licitação, devendo fixar todas ascondições de realização da licitação, estando a Administração Pública e osproponentes vinculados a ele (Princípio da Vinculação ao InstrumentoConvocatório).

• A carta-convite, instrumento convocatório da modalidade convite, é enviadadiretamente aos interessados, não havendo publicação; porém, deve ser afixadacópia em local apropriado, para que os demais tomem conhecimento e possamparticipar. Aplicam-se à carta-convite, no que couber, as disposições relativas aoedital.

• Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nomeda repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e otipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora pararecebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dosenvelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:

I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos,como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega doobjeto da licitação;

III - sanções para o caso de inadimplemento;

IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;

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V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e olocal onde possa ser examinado e adquirido;

VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31desta Lei, e forma de apresentação das propostas;

VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;

VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância emque serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitaçãoe às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seuobjeto;

IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras,no caso de licitações internacionais;

X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso,permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos,critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência,ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; *

XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção,admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista paraapresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a datado adimplemento de cada parcela;

XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ouserviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas,etapas ou tarefas;

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XIV - condições de pagamento, prevendo:

a) prazo de pagamento não superior a 30 dias, contado a partir da data final doperíodo de adimplemento de cada parcela;b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com adisponibilidade de recursos financeiros;c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data finaldo período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivopagamento;d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos,por eventuais antecipações de pagamentos;e) exigência de seguros, quando for o caso;

XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;

XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;

XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.

§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas eassinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, edele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação efornecimento aos interessados.

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• * Sobre a vedação a estipulação de preço mínimo no edital:

• Art. 48. Serão desclassificadas as propostas: II - propostas com valor global superiorao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüiveis, assimconsiderados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através dedocumentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os demercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução doobjeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no atoconvocatório da licitação.

• § 1º Consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menorpreço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejaminferiores a 70% do menor dos seguintes valores:a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% do valor orçado pelaadministração, oub) valor orçado pela administração.

• § 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor global daproposta for inferior a 80% do menor valor a que se referem as alíneas "a" e "b",será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adicional.

• Ressaltando que a vedação a estipulação prévia de um valor mínimo ocorre apenasem relação a valores a serem pagos pela Administração. Por óbvio, quando ocorreo inverso, ou seja, quando a Administração está alienando um bem seu, a fixaçãode um preço mínimo é obrigatória (Art. 53, § 1º Todo bem a ser leiloado serápreviamente avaliado pela Administração para fixação do preço mínimo dearrematação).

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• Antecedência mínima do edital:

• Os interessados em licitar precisa de um prazo para que possam analisar ascondições da licitação, elaborar suas propostas e se preparar para participar.

• Portanto, a lei estabelece prazos mínimos que a Administração terá que dar, apartir da publicação do edital do da expedição da carta-convite (os prazos podemser maiores, mas nunca menores).

• Os prazos são definidos conforme a modalidade de licitação, sendo os prazosmaiores para as mais complexas e os menores para as mais simples.

• Art. 21, § 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização doevento será:ØI - 45 dias para:

a) concurso;b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime deempreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica epreço";ØII - 30 dias para:

a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior;b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica epreço";ØIII - 15 dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do

inciso anterior, ou leilão;ØIV - 5 dias úteis para convite.

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PRAZO HIPÓTESES

45 dias ü concurso;ü concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar oregime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo"melhor técnica" ou "técnica e preço";

30 dias ü concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do incisoanterior;ü tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica"ou "técnica e preço";

15 dias ü tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior;ü leilão;

5 dias úteis ü convite

8 dias úteis ü Pregão (Lei 10.520/02)

• Impugnações ao Edital:

• Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, aoqual se acha estritamente vinculada.

• § 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação porirregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 dias úteisantes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo aAdministração julgar e responder à impugnação em até 3 dias úteis.

• § 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante aadministração o licitante que não o fizer até o 2º dia útil que anteceder a aberturados envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com aspropostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, asfalhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicaçãonão terá efeito de recurso.

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• § 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá departicipar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a elapertinente.

• § 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar dasfases subseqüentes.

• Comissão de licitação

• As etapas de habilitação dos licitantes e de julgamento das propostas serão feitaspor uma comissão.

• Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteraçãoou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissãopermanente ou especial de, no mínimo, 3 membros, sendo pelo menos 2 delesservidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos daAdministração responsáveis pela licitação.

• § 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenasunidades administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá sersubstituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente.

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• § 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral,sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmentehabilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.

• § 3o Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por todosos atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiverdevidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiversido tomada a decisão.

• § 4o A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1 ano,vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão noperíodo subseqüente.

• § 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especialintegrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matériaem exame, servidores públicos ou não.

• Habilitação dos Licitantes

• Na fase de habilitação, se faz a verificação da documentação para avaliar asqualidades pessoais de cada licitante. Tem por finalidade assegurar que, caso aquelelicitante seja o vencedor, terá capacidade técnica, financeira e idoneidade paracumprir o contrato objeto da licitação.

• A regra é que a habilitação ocorra antes da análise das propostas, sendo que, nessecaso, os inabilitados serão excluídos do procedimento sem ao menos terem suaspropostas analisadas (os envelopes são devolvidos lacrados).

• A lei enumera os documentos a serem exigidos dos licitantes, sendo vedadoexigências supérfluas e desnecessárias que possam direcionar ou favorecer outrosparticipantes.

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• Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados,exclusivamente, documentação relativa a:

I - habilitação jurídica;

II - qualificação técnica;

III - qualificação econômico-financeira;

IV – regularidade fiscal e trabalhista;

V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da CF (restrições e proibiçõesao trabalho de menores)

• Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados emoriginal, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente oupor servidor da administração ou publicação em órgão da imprensa oficial.

• § 1o A documentação poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos deconvite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.

• § 7o A documentação poderá ser dispensada, nos termos de regulamento, no todoou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento,desde que para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso IIdo caput do art. 23 (até 80 mil).

• § 3o A documentação poderá ser substituída por registro cadastral emitido porórgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feitoem obediência ao disposto nesta Lei.

• § 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimentode taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quandosolicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivode reprodução gráfica da documentação fornecida.

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• Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistiráem:

I - cédula de identidade;

II - registro comercial, no caso de empresa individual;

III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, emse tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações,acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;

IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de provade diretoria em exercício;

V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira emfuncionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamentoexpedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.

• Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme ocaso, consistirá em:

I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral deContribuintes (CGC);

II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver,relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade ecompatível com o objeto contratual;

III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal dodomicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;

IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia porTempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dosencargos sociais instituídos por lei.

V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho,mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos da CLT.

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• Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;

II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatívelem características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação dasinstalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis paraa realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dosmembros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;

III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e,quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e dascondições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;

IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.

• Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-áa:

I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, jáexigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeirada empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios,podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 mesesda data de apresentação da proposta;

II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede dapessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;

III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do art.56 desta Lei, limitada a 1% do valor estimado do objeto da contratação(possibilidade de a Administração exigir garantia).

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• A Lei Complementar 123/2006 (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresade Pequeno Porte) traz regras especiais e mais favoráveis às ME e EPP quanto àsexigências de comprovações de regularidades fiscais nas licitações.

• Conforme a LC, é possível que a documentação seja apresentada, mesmo quecontenha alguma restrição (débitos tributários, situação fiscal irregular...), pois aregularização somente será exigida no momento da assinatura do contrato, caso aME ou EPP seja vencedora.

• Caso reste vencedora, terá o prazo de 5 dias úteis (prorrogáveis por mais 5) pararegularizar a situação.

• Se não regularizar o prazo, ocorrerá a decadência o seu direito à contratação.

• A Lei Complementar 155/2015 estendeu esse mesmo favorecimento às ME e EPPem relação à comprovação da regularidade trabalhista (aplicáveis a partir de janeirode 2018 – já está em vigor, mas só produzirá efeitos a partir dessa data).

• Registros Cadastrais

• Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração Pública querealizem freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito dehabilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, 1 ano.

• § 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estarpermanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por eleresponsável a proceder, no mínimo anualmente, através da imprensa oficial e dejornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros existentes epara o ingresso de novos interessados.

• § 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais deoutros órgãos ou entidades da Administração Pública.

• Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo, ointeressado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27(documentação relativa à habilitação jurídica, qualificação técnica, econômico-financeira, regularidade fiscal e trabalhista, cumprimento as regas da CF sobretrabalho de menores).

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• Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista suaespecialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômicaavaliada pelos elementos constantes da documentação .

• § 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem oregistro.

• § 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotadano respectivo registro cadastral.

• Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registrodo inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou asestabelecidas para classificação cadastral.

• Julgamento das Propostas

• O julgamento consiste no confronto das ofertas com a consequente classificaçãodos licitantes, determinando-se o vencedor.

• O tipo de licitação previsto no edital vai definir qual o critério de julgamento.

• Em regra, o julgamento ocorre por uma comissão.

• Na primeira fase do julgamento, a Administração verifica a conformidade daproposta com os requisitos do edital (proposta em desconformidade serãodesclassificadas);

• Na segunda fase, se faz a ordem de classificação entre os concorrentes querestaram (primeiro lugar, segundo lugar...).

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• Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração oscritérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar asnormas e princípios estabelecidos por esta Lei.

• § 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto,subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio daigualdade entre os licitantes.

• § 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou noconvite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ouvantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes (ex.: ofereço 5% mais barato doque o concorrente).

• § 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitáriossimbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos esalários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o atoconvocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quandose referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para osquais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.

• Art. 48, § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostasforem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de 8 diasúteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostasescoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, aredução deste prazo para 3 dias úteis.

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• Homologação e Adjudicação ao vencedor

• O trabalho da comissão termina com a divulgação do resultado do julgamento,passando-se o processo à autoridade competente, para deliberação quanto àhomologação e adjudicação do objeto da licitação.

• Na fase de homologação ocorre o controle de legalidade do procedimento, ou seja,a autoridade vai verificar se tudo ocorreu conforme a lei. Havendo irregularidadessanáveis, retorna-se à comissão para saneamento; se houver irregularidadesinsanáveis, anula-se o processo (ao menos do ponto onde ocorreu o vício).

• Adjudicação é o ato final do procedimento de licitação, através do qual se atribui aovencedor o objeto da licitação. Após, inicia-se a fase contratual.

• Obs.: adjudicação não se confunde com a celebração do contrato; significa quequando a Administração for celebrar o contrato, será com o vencedor. (Art. 50. AAdministração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem declassificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório,sob pena de nulidade).

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Direito Administrativo

PREGÃO – LEI 10.520/2002

LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002.

Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, in-ciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras provi-dências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-guinte Lei:

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços co-muns, poderá ser adotada a licitação na moda-lidade de pregão, que será regida por esta Lei.

Parágrafo único. Consideram-se bens e ser-viços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempe-nho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especifi-cações usuais no mercado.

Art. 2º (VETADO)

§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica.

§ 2º Será facultado, nos termos de regula-mentos próprios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a participação de bol-sas de mercadorias no apoio técnico e ope-racional aos órgãos e entidades promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.

§ 3º As bolsas a que se referem o § 2o deve-rão estar organizadas sob a forma de socie-

dades civis sem fins lucrativos e com a par-ticipação plural de corretoras que operem sistemas eletrônicos unificados de pregões.

Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:

I – a autoridade competente justificará a ne-cessidade de contratação e definirá o obje-to do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos pra-zos para fornecimento;

II – a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desne-cessárias, limitem a competição;

III – dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis ele-mentos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elabo-rado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem lici-tados; e

IV – a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e res-pectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de sua aceita-bilidade e sua classificação, bem como a ha-bilitação e a adjudicação do objeto do certa-me ao licitante vencedor.

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§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da adminis-tração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento.

§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da equi-pe de apoio poderão ser desempenhadas por militares

Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras:

I – a convocação dos interessados será efe-tuada por meio de publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrô-nicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art. 2º;

II – do aviso constarão a definição do obje-to da licitação, a indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;

III – do edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso I do art. 3º, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso;

IV – cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na for-ma da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998;

V – o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;

VI – no dia, hora e local designados, será realizada sessão pública para recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu representante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência dos necessá-

rios poderes para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos inerentes ao certame;

VII – aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apresentarão declara-ção dando ciência de que cumprem plena-mente os requisitos de habilitação e entre-garão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo--se à sua imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas com os re-quisitos estabelecidos no instrumento con-vocatório;

VIII – no curso da sessão, o autor da ofer-ta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor;

IX – não havendo pelo menos 3 (três) ofer-tas nas condições definidas no inciso ante-rior, poderão os autores das melhores pro-postas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quais-quer que sejam os preços oferecidos;

X – para julgamento e classificação das pro-postas, será adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital;

XI – examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, ca-berá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;

XII – encerrada a etapa competitiva e or-denadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os docu-mentos de habilitação do licitante que apre-sentou a melhor proposta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital;

XIII – a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade

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Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a com-provação de que atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualifi-cações técnica e econômico-financeira;

XIV – os licitantes poderão deixar de apre-sentar os documentos de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Uni-ficado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos de-mais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes;

XV – verificado o atendimento das exigên-cias fixadas no edital, o licitante será decla-rado vencedor;

XVI – se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigências habili-tatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessi-vamente, até a apuração de uma que aten-da ao edital, sendo o respectivo licitante de-clarado vencedor;

XVII – nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá negociar direta-mente com o proponente para que seja ob-tido preço melhor;

XVIII – declarado o vencedor, qualquer lici-tante poderá manifestar imediata e motiva-damente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, fican-do os demais licitantes desde logo intima-dos para apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;

XIX – o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;

XX – a falta de manifestação imediata e mo-tivada do licitante importará a decadência

do direito de recurso e a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao vence-dor;

XXI – decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor;

XXII – homologada a licitação pela autorida-de competente, o adjudicatário será convo-cado para assinar o contrato no prazo defi-nido em edital; e

XXIII – se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da sua propos-ta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso XVI.

Art. 5º É vedada a exigência de:

I – garantia de proposta;

II – aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação no certa-me; e

III – pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edi-tal, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de uti-lização de recursos de tecnologia da infor-mação, quando for o caso.

Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) dias, se outro não estiver fixa-do no edital.

Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de va-lidade da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retarda-mento da execução de seu objeto, não manti-ver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de li-citar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.

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Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios eletrônicos, serão do-cumentados no processo respectivo, com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de controle, nos termos do regulamento previsto no art. 2º.

Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a mo-dalidade de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de 2001.

Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União, dos Esta-dos, do Distrito Federal e dos Municípios, quan-do efetuadas pelo sistema de registro de preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de ju-nho de 1993, poderão adotar a modalidade de pregão, conforme regulamento específico.

Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, passa a vigorar acrescida do seguinte ar-tigo:

“Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ado-tar, nas licitações de registro de preços destinadas à aquisição de bens e servi-ços comuns da área da saúde, a modali-dade do pregão, inclusive por meio ele-trônico, observando-se o seguinte:

I – são considerados bens e serviços co-muns da área da saúde, aqueles neces-sários ao atendimento dos órgãos que integram o Sistema Único de Saúde, cujos padrões de desempenho e quali-dade possam ser objetivamente defini-dos no edital, por meio de especifica-ções usuais do mercado.

II – quando o quantitativo total estima-do para a contratação ou fornecimento não puder ser atendido pelo licitante vencedor, admitir-se-á a convocação de tantos licitantes quantos forem neces-sários para o atingimento da totalidade do quantitativo, respeitada a ordem de

classificação, desde que os referidos li-citantes aceitem praticar o mesmo pre-ço da proposta vencedora.

III – na impossibilidade do atendimen-to ao disposto no inciso II, excepcional-mente, poderão ser registrados outros preços diferentes da proposta vence-dora, desde que se trate de objetos de qualidade ou desempenho superior, devidamente justificada e comprovada a vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior ao limite máximo admiti-do.”

Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Indepen-dência e 114º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Pedro Malan

Guilherme Gomes Dias

Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.7.2002 e retificado em 30.7.2002

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SLIDES – PREGÃO

Licitações

Prof.ª Tatiana Marcello

Pregão – Lei 10.520/2002

• Pregão é a 6ª modalidade de licitação, prevista na Lei 10.520/02.

• Essa modalidade foi instituída, inicialmente, pela MP 2.026/2000, quando eramodalidade aplicável apenas no âmbito Federal (União).

• A Lei 10.520/02, de caráter geral e nacional, veio estender o pregão a todas asesferas da Federação: União, Estados, Municípios e DF.

• Pregão é a modalidade de licitação, sempre do tipo menor preço, destinada àaquisição de bens e serviços comuns, que pode ser utilizada para qualquer valor decontrato (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo).

• Trata-se de uma modalidade pouco complexa, possibilitando maior celeridade nacontratação de bens e serviços comuns.

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• Decreto nº 3.555/2000 – regulamenta o pregão presencial no âmbito Federal.• Decreto nº. 5.450/2005 – regulamenta o pregão eletrônico no âmbito Federal.

Lei nº 10.520/2002 – Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá seradotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.

Consideram-se bens e serviços comuns, aqueles cujos padrões de desempenho equalidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio deespecificações usuais no mercado (são os comezinhos, ordinários, sem peculiaridadesou características técnicas especiais)

Portanto, o que define a utilização da modalidade pregão é a natureza do objeto,independentemente do valor do contrato.

• A modalidade pregão sempre adotará o tipo de licitação menor preço.

• O pregão é realizado mediante propostas e lances em sessão pública.

• Após a abertura das propostas, os participantes ainda poderão fazer lances verbais,até que se chegue no vencedor: o que ofertar o menor preço.

• Examina-se a proposta classificada em 1º lugar (objeto e valor).

• Após, o pregoeiro vai abrir os envelopes da habilitação do vencedor para verificar oatendimentos das condições fixadas no edital.

• Na sequência, ocorrerá a adjudicação e depois a homologação.

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Propostas e Lances

Julgamento e Classificação Habilitação

Adjudicação e

Homologação

• Art. 2º, § 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos detecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica.

• § 2º Será facultado, nos termos de regulamentos próprios da União, Estados,Distrito Federal e Municípios, a participação de bolsas de mercadorias no apoiotécnico e operacional aos órgãos e entidades promotores da modalidade de pregão,utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.

• § 3º As bolsas deverão estar organizadas sob a forma de sociedades civis sem finslucrativos e com a participação plural de corretoras que operem sistemaseletrônicos unificados de pregões.

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• Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:

I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá oobjeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação daspropostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive comfixação dos prazos para fornecimento;

II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificaçõesque, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;

III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas noinciso I e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados,bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotorada licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; e

IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidadepromotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuiçãoinclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de suaaceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objetodo certame ao licitante vencedor.

• § 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidoresocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmentepertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento.

• § 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro daequipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares

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• Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados eobservará as seguintes regras:

I - a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso emdiário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulaçãolocal, e facultativamente, por meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, emjornal de grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art. 2º;

II - do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação do local, dias ehorários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;

III - do edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso I do art. 3º(objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação daspropostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive comfixação dos prazos para fornecimento), as normas que disciplinarem o procedimentoe a minuta do contrato, quando for o caso;

IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquerpessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei 9.755/98 (homepage do TCU).

V - o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicaçãodo aviso, não será inferior a 8 dias úteis;

VI - no dia, hora e local designados, será realizada sessão pública para recebimentodas propostas, devendo o interessado, ou seu representante, identificar-se e, se foro caso, comprovar a existência dos necessários poderes para formulação depropostas e para a prática de todos os demais atos inerentes ao certame;

VII - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apresentarãodeclaração dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitaçãoe entregarão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos,procedendo-se à sua imediata abertura e à verificação da conformidade daspropostas com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório;

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VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas compreços até 10% superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos,até a proclamação do vencedor;

IX - não havendo pelo menos 3 ofertas nas condições definidas no inciso anterior,poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3, oferecer novoslances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;

X - para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menorpreço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicase parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital;

XI - examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor,caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;

XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá àabertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante queapresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento das condiçõesfixadas no edital;

XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situaçãoregular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia doTempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso,com a comprovação de que atende às exigências do edital quanto à habilitaçãojurídica e qualificações técnica e econômico-financeira;

XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habilitação que jáconstem do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemassemelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aosdemais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes;

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XV - verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante serádeclarado vencedor;

XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigênciashabilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes e a qualificação doslicitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de umaque atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor;

XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá negociardiretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor;

XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata emotivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 diaspara apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logointimados para apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão acorrer do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dosautos;

XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos insuscetíveisde aproveitamento;

XX - a falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a decadênciado direito de recurso e a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro aovencedor;

XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação do objeto dalicitação ao licitante vencedor;

XXII - homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatário seráconvocado para assinar o contrato no prazo definido em edital; e

XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da suaproposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso XVI (o pregoeiroexaminará as ofertas subsequentes).

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• Art. 5º É vedada a exigência de:

I - garantia de proposta;

II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação no certame; e

III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital,que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos deutilização de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.

• Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 dias, se outro não estiverfixado no edital.

• Art. 7º Quem:

a) convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato;b) deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame;c) ensejar o retardamento da execução de seu objeto;d) não mantiver a proposta;e) falhar ou fraudar na execução do contrato;f) comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal

ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ouMunicípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento defornecedores pelo prazo de até 5 anos, sem prejuízo das multas previstas em editale no contrato e das demais cominações legais.

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• Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meioseletrônicos, serão documentados no processo respectivo, com vistas à aferição desua regularidade pelos agentes de controle, nos termos do regulamento previstono art. 2º.

• Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as normas daLei 8.666/93.

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Direito Administrativo

ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DE LICITAÇÃO

Licitações

Prof.ª Tatiana Marcello

Anulação e Revogação de Licitação

• A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício delegalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,respeitados os direitos adquiridos de terceiros de boa-fé.

• Anulação pode ser feita pelo própria Administração ou pelo Judiciário – efeito extunc (pra trás).

• Revogação pode ser feita apenas pela Administração – efeito ex nunc (pra frente).

ANULAÇÃO Vício de Legalidade

REVOGAÇÃO Inconveniência ou Inoportunidade

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• A licitação, como sendo uma sequencia encadeada de atos administrativos,também está sujeita a anulação ou revogação desses atos.

• Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somentepoderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fatosuperveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar talconduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros,mediante parecer escrito e devidamente fundamentado (em ambos os casos).

• Anulação – ocorrendo ilegalidade insanável em na prática de algum ato doprocedimento licitatório, esse ato deverá ser anulado, tornando-se inválido –invalida-se desde a origem do vício e invalidam-se as etapas posteriores que deledependeram.

• § 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não geraobrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 destaLei.

• § 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado odisposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

• Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo operaretroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveriaproduzir, além de desconstituir os já produzidos.

• Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar ocontratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada epor outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe sejaimputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

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Direito Administrativo – Anulação e Revogação de Licitação – Profª Tatiana Marcello

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• A revogação da licitação sofre algumas limitação em relação à regra geral (de que éum ato discricionários da Administração). No caso de licitação, somente poderáhaver revogação em 2 hipóteses:

a) por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamentecomprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, mediante parecerescrito e devidamente fundamentado ( art. 49);

b) é facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contratoou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condiçõesestabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, parafazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado,inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório,ou revogar a licitação (art. 64, § 2º).

• § 3o No caso de desfazimento do processo licitatório (seja por anulação ourevogação), fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.

• § 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimentode dispensa e de inexigibilidade de licitação.

• Do ato que anula ou revoga licitação, cabe recurso administrativo no prazo de 5dias úteis (art. 109, I, “c”).

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Direito Administrativo

CONTRATAÇÃO DIRETA – DISPENSA E INEXIGIBILIDADE

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 (PARCIAL)

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constitui-ção Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-guinte Lei:

Seção IVDOS SERVIÇOS TÉCNICOS

PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a:

I – estudos técnicos, planejamentos e proje-tos básicos ou executivos;

II – pareceres, perícias e avaliações em ge-ral;

III – assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; (Reda-ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV – fiscalização, supervisão ou gerencia-mento de obras ou serviços;

V – patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;

VI – treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

VII – restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

VIII – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especiali-zados deverão, preferencialmente, ser cele-brados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remu-neração.

§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.

§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente rela-ção de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilida-de de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pesso-al e diretamente os serviços objeto do con-trato.

(...)

Seção VIDAS ALIENAÇÕES

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:

I – quando imóveis, dependerá de autoriza-ção legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacio-

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nais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrên-cia, dispensada esta nos seguintes casos:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, res-salvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Reda-ção dada pela Lei nº 11.952, de 2009)

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;

d) investidura;

e) venda a outro órgão ou entidade da ad-ministração pública, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamen-to, concessão de direito real de uso, loca-ção ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de pro-gramas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamen-to, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros qua-drados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse so-cial desenvolvidos por órgãos ou entidades

da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de quinze módulos fiscais e não superiores a 1.500ha (mil e qui-nhentos hectares), para fins de regulariza-ção fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 759, de 2016)

II – quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio--econômica, relativamente à escolha de ou-tra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente en-tre órgãos ou entidades da Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser nego-ciadas em bolsa, observada a legislação es-pecífica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comerciali-zados por órgãos ou entidades da Adminis-tração Pública, em virtude de suas finalida-des;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administra-ção Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

§ 1º Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as ra-zões que justificaram a sua doação, reverte-rão ao patrimônio da pessoa jurídica doado-ra, vedada a sua alienação pelo beneficiário.

§ 2º A Administração também poderá con-ceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação,

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quando o uso destinar-se: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)

I – a outro órgão ou entidade da Adminis-tração Pública, qualquer que seja a localiza-ção do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

II – a pessoa natural que, nos termos da lei, de regulamento ou de ato normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural limitada a quinze módulos fiscais, desde que não exceda a 1.500ha (mil e qui-nhentos hectares); (Redação dada pela Me-dida Provisória nº 759, de 2016)

§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o fi-cam dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condi-cionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)

I – aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja compro-vadamente anterior a 1o de dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

II – submissão aos demais requisitos e im-pedimentos do regime legal e administrati-vo da destinação e da regularização fundiá-ria de terras públicas; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

III – vedação de concessões para hipóte-ses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras pú-blicas, ou nas normas legais ou administrati-vas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

IV – previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

I – só se aplica a imóvel situado em zona ru-ral, não sujeito a vedação, impedimento ou

inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

II – fica limitada a áreas de até quinze mó-dulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei nº 11.763, de 2008)

III – pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alí-nea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)

§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

I – a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resul-tante de obra pública, área esta que se tor-nar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Públi-co, de imóveis para fins residenciais cons-truídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dis-pensáveis na fase de operação dessas uni-dades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoria-mente os encargos, o prazo de seu cumpri-mento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a lici-tação no caso de interesse público devida-mente justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

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§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garan-tidas por hipoteca em segundo grau em fa-vor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não su-perior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia cor-respondente a 5% (cinco por cento) da avalia-ção.

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pú-blica, cuja aquisição haja derivado de procedi-mentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:

I – avaliação dos bens alienáveis;

II – comprovação da necessidade ou utilida-de da alienação;

III – adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

CAPÍTULO IIDA LICITAÇÃO

Seção IDAS MODALIDADES, LIMITES E DISPENSA

Art. 24. É dispensável a licitação:

I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite pre-

visto na alínea "a", do inciso I do artigo an-terior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

II – para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III – nos casos de guerra ou grave perturba-ção da ordem;

IV – nos casos de emergência ou de calami-dade pública, quando caracterizada urgên-cia de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segu-rança de pessoas, obras, serviços, equipa-mentos e outros bens, públicos ou particu-lares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos con-tratos;

V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;

VI – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;

VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente supe-riores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pe-

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los órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será ad-mitida a adjudicação direta dos bens ou ser-viços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)

VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzi-dos ou serviços prestados por órgão ou en-tidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim espe-cífico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatí-vel com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IX – quando houver possibilidade de com-prometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presi-dente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)

X – para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessi-dades de instalação e localização condicio-nem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segun-do avaliação prévia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conse-qüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licita-ção anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas di-retamente com base no preço do dia; (Re-dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIII – na contratação de instituição brasi-leira incumbida regimental ou estatutaria-mente da pesquisa, do ensino ou do desen-

volvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestio-nável reputação ético-profissional e não te-nha fins lucrativos; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional espe-cífico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem ma-nifestamente vantajosas para o Poder Pú-blico; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XV – para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de auten-ticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou en-tidade.

XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da ad-ministração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito pú-blico interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamen-tos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equi-pamentos, quando tal condição de exclu-sividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em por-tos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder compro-

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meter a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exce-da ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XX – na contratação de associação de por-tadores de deficiência física, sem fins lu-crativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XXI – para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de en-genharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23; (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

XXII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou au-torizado, segundo as normas da legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIII – na contratação realizada por empre-sa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respecti-vas esferas de governo, para atividades con-templadas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXV – na contratação realizada por Insti-tuição Científica e Tecnológica – ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação prote-gida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)

XXVI – na celebração de contrato de pro-grama com ente da Federação ou com en-tidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma as-sociada nos termos do autorizado em con-trato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

XXVII – na contratação da coleta, processa-mento e comercialização de resíduos sóli-dos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físi-cas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais reci-cláveis, com o uso de equipamentos compa-tíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007). (Vigência)

XXVIII – para o fornecimento de bens e ser-viços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta comple-xidade tecnológica e defesa nacional, me-diante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do ór-gão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exte-rior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou execu-

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tante e ratificadas pelo Comandante da For-ça. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).

XXX – na contratação de instituição ou or-ganização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistên-cia Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência

XXXI – nas contratações visando ao cum-primento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

XXXII – na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saú-de – SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusi-ve por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

XXXIII – na contratação de entidades priva-das sem fins lucrativos, para a implemen-tação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo hu-mano e produção de alimentos, para be-neficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)

XXXIV – para a aquisição por pessoa jurí-dica de direito público interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da administração pública dire-ta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvi-mento institucional, científico e tecnológi-co e estímulo à inovação, inclusive na ges-tão administrativa e financeira necessária à

execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço con-tratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, socie-dade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (In-cluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a administração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou en-tidades que produzem produtos estratégi-cos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elen-cados em ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

§ 3º A hipótese de dispensa prevista no in-ciso XXI do caput, quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá proce-dimentos especiais instituídos em regula-mentação específica. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

§ 4º Não se aplica a vedação prevista no in-ciso I do caput do art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI do caput. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

I – para aquisição de materiais, equipamen-tos, ou gêneros que só possam ser forneci-dos por produtor, empresa ou representan-te comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de ex-clusividade ser feita através de atestado for-

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necido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de nature-za singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigi-bilidade para serviços de publicidade e di-vulgação;

III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, expe-riências, publicações, organização, apare-lhamento, equipe técnica, ou de outros re-quisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essen-cial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado su-perfaturamento, respondem solidariamen-te pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8º desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratifica-ção e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, pre-visto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:

I – caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;

II – razão da escolha do fornecedor ou exe-cutante;

III – justificativa do preço.

IV – documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão aloca-dos. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

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Direito Administrativo – Contratação Direta – Profª Tatiana Marcello

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SLIDES – CONTRATAÇÃO DIRETA – DISPENSA E INEXIGIBILIDADE

Contratação Direta

• A regra geral é de que a Administração Pública deve realizar licitação previamenteà celebração dos contratos administrativos.

• No entanto, a própria CF prevê a possibilidade de a lei estabelecer hipóteses emque a licitação não ocorrerá ou que poderá não ocorrer: art. 37, XXI – “ressalvadosos casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serãocontratados mediante processo de licitação pública...”

• Ressalte-se que em caso de concessão ou permissão de serviços públicos não épossível a contratação sem prévia licitação.

• As situações de contratações diretas dividem-se em 2 grupos: situações deinexigibilidade e situações de dispensa.

• Inexigibilidade – quando a licitação é juridicamente impossível, por não haverpossibilidade de competição, devido à inexistências de pluralidade de proponentes.

• Dispensa – quando a licitação é possível, mas a lei dispensa ou permite que sejadispensada a licitação. Quando a lei expressamente dispensa a licitação, temos alicitação dispensada. Quando a lei autoriza a Administração a deixar de licitar, temosa licitação dispensável.

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LICITAÇÃO

Dispensa

Dispensada

A lei diretamente

dispensa

Dispensável

A lei permite que a Administração

dispense

Inexigibilidade

Não há possibilidade de

competição

INEXIGIBILIDADE

• Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, emespecial (rol exemplificativo):

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam serfornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada apreferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através deatestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria alicitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal,ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, denatureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedadaa inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ouatravés de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada oupela opinião pública.

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• Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionaisespecializados os trabalhos relativos a:

I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;

II - pareceres, perícias e avaliações em geral;

III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;

IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;

V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;

VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

• Sobre a inexigibilidade:

• É vedada a inexigibilidade de licitação para serviços de publicidade e divulgação.

• Não sendo caso de inexigibilidade, a contratação de serviços técnicos profissionaisespecializados do art. 13 é feita preferencialmente através da modalidade concurso.

• A inexigibilidade de licitação deve ser sempre motivada, com a exposição das causasque levaram a Administração a concluir pela impossibilidade de competição.

• Em relação às empresas públicas, sociedades de economia mista e suassubsidiárias, as regras para a Inexigibilidade de licitação constam na Lei 13.303/2016(Estatuto Jurídico das EP e SEM), não se aplicando as regras da Lei 8.666.

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DISPENSA

• Na dispensa, embora haja possibilidade jurídica de competição:

a) a lei diretamente dispensa a licitação (licitação dispensada); ou

b) autoriza que a Administração a dispense, por critérios de conveniência ouoportunidade (licitação dispensável).

Licitação Dispensada (não pode haver licitação)

• Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência deinteresse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedeceráàs seguintes normas:

• I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos daadministração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusiveas entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação namodalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administraçãopública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i;

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c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art.24 desta Lei (imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas daadministração, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundoavaliação prévia);

d) investidura (alienação a lindeiros de area remenescente e inaproveitável pelaAdministração; ou alienação de areas para fins residenciais construídos em núcleosanexos a usinas hidrelétricas);

e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera degoverno;

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locaçãoou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ouefetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularizaçãofundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades daadministração pública;

• g) procedimentos de legitimação de posse, mediante iniciativa e deliberação dosórgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;

• h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local comárea de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbitode programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos porórgãos ou entidades da administração pública;

• i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terraspúblicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de quinzemódulos fiscais e não superiores a 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins deregularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Redação dada pela MP nº759, de 2016)

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• II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nosseguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliaçãode sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha deoutra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da AdministraçãoPública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislaçãoespecífica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades daAdministração Pública, em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades daAdministração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

• § 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direitoreal de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:

I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja alocalização do imóvel;

II - a pessoa natural que, nos termos da lei, de regulamento ou de ato normativo doórgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupaçãomansa e pacífica e exploração direta sobre área rural limitada a quinze módulosfiscais, desde que não exceda a 1.500ha (mil e quinhentos hectares);

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• Art. 17, § 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão,obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão,sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interessepúblico devidamente justificado.

• Doação com encargo é aquela em que o doador impõe alguma obrigação aodonatário, a fim de que seja cumprida para que receba a doação.

Licitação Dispensável (pode ou não haver licitação)

• Art. 24. É dispensável a licitação:

• I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limiteprevisto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram aparcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesmanatureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta econcomitantemente (até R$ 15.000,00);

• II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limiteprevisto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casosprevistos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço,compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez (até R$8.000,00);

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• III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

• IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizadaurgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometera segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ouparticulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situaçãoemergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam serconcluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos eininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada aprorrogação dos respectivos contratos;

• V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente,não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso,todas as condições preestabelecidas (licitação deserta);

• VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ounormalizar o abastecimento;

• VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamentesuperiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com osfixados pelos órgãos oficiais competentes (licitação fracassada), casos em que,observado o parágrafo único (3º) do art. 48 desta Lei (quando todos inabilitados oupropostas desclassificadas, haverá nova convocação para apresentarem novaspropostas ou documentos) e, persistindo a situação, será admitida a adjudicaçãodireta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro depreços, ou dos serviços;

• VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bensproduzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre aAdministração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em dataanterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com opraticado no mercado;

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• IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, noscasos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho deDefesa Nacional;

• X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidadesprecípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localizaçãocondicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor demercado, segundo avaliação prévia;

• XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, emconseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificaçãoda licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitantevencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

• XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no temponecessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadasdiretamente com base no preço do dia;

• XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ouestatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, oude instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratadadetenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;

• XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacionalespecífico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas foremmanifestamente vantajosas para o Poder Público;

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• XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, deautenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades doórgão ou entidade.

• XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso daadministração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviçosde informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidadesque integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;

• XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira,necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica,junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição deexclusividade for indispensável para a vigência da garantia;

• XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios,embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando emestada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes desuas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quandoa exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitosdas operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" doinciso II do art. 23 desta Lei (não exceda a R$ 80.000,00):

• XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção demateriais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter apadronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos eterrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;

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• XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem finslucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da AdmininistraçãoPública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que opreço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

• XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento,limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valorde que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23 (limitada a R$300.000,00); (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

• XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gásnatural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas dalegislação específica;

• XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economiamista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens,prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatívelcom o praticado no mercado.

• XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizaçõessociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividadescontempladas no contrato de gestão.

• XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou poragência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento dedireito de uso ou de exploração de criação protegida.

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• XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou comentidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos deforma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou emconvênio de cooperação.

• XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduossólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletivade lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente porpessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores demateriais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normastécnicas, ambientais e de saúde pública.

• XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País,que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional,mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima doórgão.

• XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aoscontingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operaçõesde paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha dofornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.

• XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou semfins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão ruralno âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural naAgricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal.

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• XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais decontratação dela constantes (incentivos à inovação e à pesquisa científica etecnológica).

• XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtosestratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei nº 8.080/90,conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião daaquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica.

• XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para aimplementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água paraconsumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais debaixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água.

• XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumosestratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimentalou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da administração públicadireta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão,desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação,inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução dessesprojetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtosestratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII desteartigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigênciadesta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado nomercado. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 (PARCIAL)

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constitui-ção Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

(...)

CAPÍTULO IIIDOS CONTRATOS

Seção IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando--se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.

§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que defi-nam os direitos, obrigações e responsabili-dades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.

§ 2º Os contratos decorrentes de dispen-sa ou de inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo con-trato as que estabeleçam:

I – o objeto e seus elementos característi-cos;

II – o regime de execução ou a forma de for-necimento;

III – o preço e as condições de pagamen-to, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;

IV – os prazos de início de etapas de execu-ção, de conclusão, de entrega, de observa-ção e de recebimento definitivo, conforme o caso;

V – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica;

VI – as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;

VII – os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;

VIII – os casos de rescisão;

IX – o reconhecimento dos direitos da Ad-ministração, em caso de rescisão adminis-trativa prevista no art. 77 desta Lei;

X – as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;

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XI – a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;

XII – a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omis-sos;

XIII – a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilita-ção e qualificação exigidas na licitação.

§ 1º (VETADO)

§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2º Nos contratos celebrados pela Admi-nistração Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamen-te cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qual-quer questão contratual, salvo o disposto no § 6º do art. 32 desta Lei.

§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscali-zação de tributos da União, Estado ou Mu-nicípio, as características e os valores pa-gos, segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.

Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instru-mento convocatório, poderá ser exigida presta-ção de garantia nas contratações de obras, ser-viços e compras.

§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: (Re-dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – caução em dinheiro ou em títulos da dí-vida pública, devendo estes ter sido emiti-dos sob a forma escritural, mediante regis-tro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores eco-

nômicos, conforme definido pelo Ministé-rio da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº 11.079, de 2004)

II – seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

III – fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94)

§ 2º A garantia a que se refere o caput des-te artigo não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo. (Re-dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º (VETADO)

§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexi-dade técnica e riscos financeiros conside-ráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atuali-zada monetariamente.

§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao va-lor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respecti-vos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:

I – aos projetos cujos produtos estejam con-templados nas metas estabelecidas no Pla-no Plurianual, os quais poderão ser prorro-gados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;

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Direito Administrativo – Conceito, Espécies e Características Contratos – Profª Tatiana Marcello

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II – à prestação de serviços a serem execu-tados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e su-cessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III – (VETADO)

III – (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV – ao aluguel de equipamentos e à utiliza-ção de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vi-gência do contrato.

V – às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da admi-nistração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 1º Os prazos de início de etapas de exe-cução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:

I – alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

II – superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;

III – interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;

IV – aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permiti-dos por esta Lei;

V – impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela

Administração em documento contemporâ-neo à sua ocorrência;

VI – omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamen-to na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsá-veis.

§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autori-zada pela autoridade competente para cele-brar o contrato.

§ 3º É vedado o contrato com prazo de vi-gência indeterminado.

§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da auto-ridade superior, o prazo de que trata o inci-so II do caput deste artigo poderá ser pror-rogado por até doze meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 58. O regime jurídico dos contratos admi-nistrativos instituído por esta Lei confere à Ad-ministração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I – modificá-los, unilateralmente, para me-lhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contrata-do;

II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;

III – fiscalizar-lhes a execução;

IV – aplicar sanções motivadas pela inexe-cução total ou parcial do ajuste;

V – nos casos de serviços essenciais, ocu-par provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato adminis-trativo.

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§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia con-cordância do contratado.

§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contra-to deverão ser revistas para que se mante-nha o equilíbrio contratual.

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedin-do os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o con-tratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por ou-tros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, pro-movendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Seção IIDA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autó-grafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.

Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, sal-vo o de pequenas compras de pronto paga-mento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limi-te estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adianta-mento.

Art. 61. Todo contrato deve mencionar os no-mes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa

ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratan-tes às normas desta Lei e às cláusulas contratu-ais.

Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus adita-mentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será provi-denciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assina-tura, para ocorrer no prazo de vinte dias da-quela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 62. O instrumento de contrato é obrigató-rio nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibili-dades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos há-beis, tais como carta-contrato, nota de empe-nho de despesa, autorização de compra ou or-dem de execução de serviço.

§ 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da lici-tação.

§ 2º Em "carta contrato", "nota de empe-nho de despesa", "autorização de compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que cou-ber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Reda-ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber:

I – aos contratos de seguro, de financiamen-to, de locação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito privado;

II – aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.

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§ 4º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da Administração e inde-pendentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência téc-nica.

Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhe-cimento dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pa-gamento dos emolumentos devidos.

Art. 64. A Administração convocará regularmen-te o interessado para assinar o termo de contra-to, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem pre-juízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.

§ 1º O prazo de convocação poderá ser pror-rogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu trans-curso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contra-to ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabele-cidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições pro-postas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformi-dade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes libe-rados dos compromissos assumidos.

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SLIDES – CONCEITO, ESPÉCIES E CARACTERÍSTICAS CONTRATOS

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Direito Administrativo

Contratos Administrativos(Conceito, características e espécies)

Profª. Tatiana Marcello

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Direito Administrativo – Conceito, Espécies e Características Contratos – Profª Tatiana Marcello

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Conceito e Objeto

• Contrato administrativo é o ajuste entre a administração pública, atuando naqualidade de poder público, e particulares, firmado nos termos estipulados pelaprópria administração contratante, em conformidade com o interesse público, esob regência predominante do direito público (Marcelo Alexandrino e VicentePaulo).

• Contratos administrativos são espécies do gênero “contrato”, entretanto, com adiferença de termos em um dos polos o poder público e se sujeitarpredominantemente ao regime jurídico de direito público.

• O objeto dos contratos administrativos consiste em uma relação jurídicaconcernente a qualquer bem, direito ou serviço que seja do interesse daadministração pública, ou necessária ao desempenho de suas atividades – obras,compras, fornecimentos, locações, alienações, serviços, concessões.

• Formação do contrato:

• Considerando que um contrato deve ser bilateral em sua formação, é necessárioque haja livre manifestação de vontade do particular em contratar com aadministração (formação); no entanto, após a assinatura, o contrato se sujeita àssuas cláusulas e às disposições legais a ele vinculadas.

• Além da livre manifestação de vontade, são elementos de qualquer contrato:a) não contrariar disposição legal;b) objeto lícito e possível;c) capacidade das partes;d) forma prescrita ou não defesa em lei.

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• Não confundir:

Contratos Administrativos Contratos de Direito Privado da Administração Pública

• Regidos pelo direito público (predomin) • Regidos pelo direito privado (predomin)

• Administração em um dos polos na qualidade de poder público

• Administração em um dos polos, semrevestir-se de poder público

• Prerrogativas públicas presentes mesmo que não explicitadas no instrumento do contrato (cláusulas exorbitantes)

• Prerrogativas públicas admitidas, no que couber, desde que explicitadas no instrumento do contrato.

• Verticalidade na relação jurídica com o particular

• Igualdade jurídica entre a Administração Pública e o particular

• Ex.: contrato de concessão de serviço público; contrato para construção de uma escola pública.

• Ex.: autarquia alienando um veículo; venda de ações de uma SEM; contratações bancárias.

Legislação pertinente

• De acordo com a CF, as normas gerais, de caráter nacional, a respeito doscontratos, são de competência privativa da União.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII – normas gerais delicitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicasdiretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades deeconomia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;

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• Lei 8.666/93 – estabelece as normas gerais a respeito dos contratos, sendo aplicável,inclusive, subsidiariamente, nas demais hipóteses de contratos reguladas em leisespecíficas.

• Lei 8.987/95 – prevê regramento próprio para os contratos de concessão epermissão de serviços públicos.

• Lei 11.079/04 – disciplina especialmente os contratos administrativos de parceriaspíblico-privadas (PPP), que consistem em uma peculiar modalidade de concessão.

• Lei 12.462/11 – institui o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC).

• Lei 13.303/16 – Estatuto jurídico das Empresas Públicas e Sociedades de EconomiaMista.

Características dos contratos administrativos

• Cláusulas exorbitantes

• São prerrogativas de direito público que decorrem diretamente de lei, conferidasexclusivamente à Administração Pública. Extrapolam aquilo que seria admitido nodireito comum (contrato privado), por isso são chamadas de exorbitantes.

• As cláusulas exorbitantes podem ser explícitas ou implícitas (não precisam constarexpressamente no instrumento do contrato), sendo a característica que maisdiferencia os contratos administrativos dos ajustes de direito privado.

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• Lei 8.666/93. Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituídopor esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interessepúblico, respeitados os direitos do contratado;

II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 destaLei;

III - fiscalizar-lhes a execução;IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste (multa,

advertência, suspensão temporária de participação em licitação...);V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis,

pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade deacautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem comona hipótese de rescisão do contrato administrativo.

• Formalismo

• Quase em todos os casos, os contratos administrativos devem ser formais e escritos.

• A regra é que é nulo o contrato verbal com a administração pública, salvo o depequenas compras a pronto pagamento:

• Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartiçõesinteressadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registrosistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que seformalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópiano processo que lhe deu origem.

• Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração,salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas devalor não superior a 5% do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" destaLei, feitas em regime de adiantamento (R$ 4.000,00).

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• Art. 61. Todo contrato deve mencionar:a) os nomes das partes e os de seus representantes;b) a finalidade;c) o ato que autorizou a sua lavratura;d) o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade;e) a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.

Além desses requisitos, é indispensável a publicação resumida do instrumento decontrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, a ser providenciada pelaAdministração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, qualquerque seja o seu valor, ainda que sem ônus.

• Contrato de Adesão

• Os contratos administrativos são da categoria de “adesão”, o que significa que umadas partes (Administração) propõe suas cláusulas e a outra (particular) não podepropor alterações, supressões ou acréscimos.

• O particular tem autonomia de vontade ao contratar com a administração, mas essaliberdade se limita a dizer “sim” ou “não”, ou seja, se aceita ou não os termos docontrato.

• Ao participar da licitação, as partes já tomam conhecimento dos termos do contrato,já que a lei determina que “A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ouato convocatório da licitação” (art. 62, § 1º).

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• Presonalidade (intuitu personae)

• Em regra, os contratos administrativos são pessoais, celebrados intuitu personae.

• Isso significa que os contratos devem ser executados pela pessoa (física ou jurídica)que se obrigou perante a administração.

• Como os contratos administrativos são realizados após um processo licitatório (salvodispensa ou inexibilidade), que visam selecionar não apenas a proposta maisvantajosa, mas também que a pessoa contratada ofereça condições de assegurar oque foi contratado, os contratos têm natureza pessoal.

• Portanto, em regra, não é possível a subcontratação do que foi celebrado (sendo,inclusive, motivo para rescisão do contrato pela Administração).

• A regra não é absoluta; há hipóteses de subcontratação parcial, desde que previstono contrato:

• Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidadescontratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento,até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.

• Entretanto, há casos em que não será possível a subcontratação:

• Art. 13, § 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados queapresente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatórioou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficaráobrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente osserviços objeto do contrato.

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Direito Administrativo

REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA

REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA

• Trata-se de uma das modalidades de Intervenção do Estado na Propriedade:

ØServidão Administrativa (passagem de redes elétricas; placas com nomes de rua nacasa);

ØRequisição (em uma emergência, a polícia requisita meu veículo para umaperseguição);

ØOcupação Temporária (utilização de espaços privados para maquinários de obras);

ØLimitações Administrativas (ex.: limpeza de terreno, limite ao desmatamento...);

ØTombamento (para proteger o patrimônio cultural);

ØDesapropriação.

REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA

ØExemplos:

- Em uma emergência, a polícia pode requisitar meu veículo para fazer umsalvamento;

- Em uma calamidade pública, a o Poder público pode requisitar o uso das instalaçõesde um imóvel particular;

- Em uma catástrofe o Poder Público pode requisitar instalações, equipamentos eserviços médicos de um hospital privado.

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• CONCEITO DE REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA

• Maria Sylvia Zanella di Piettro: “ato administrativo unilateral, auto-executório eoneroso, consistente na utilização de bens ou de serviços particulares pelaAdministração, para atender a necessidades coletivas em tempo de guerra ou emcaso de perigo público iminente”.

• Celso Antônio Bandeira de Mello: “é o ato pelo qual o Estado, em proveito de uminteresse público, constitui alguém, de modo unilateral e auto-executório, naobrigação de prestar-lhe um serviço ou ceder-lhe transitoriamente o uso de umacoisa in natura obrigando-se a indenizar os prejuízos que tal medida efetivamenteacarretar ao obrigado”.

• Hely Lopes Meirelles: “requisição é a utilização coativa de bens ou serviçosparticulares, pelo Poder Público, por ato de execução imediata e direta daautoridade requisitante e indenização ulterior, para atendimento de necessidadescoletivas urgentes e transitórias”.

• CARACTERÍSTICAS DA REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA

• Determina o art. 5º, XXV da CF que “no caso de iminente perigo público, aautoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada aoproprietário indenização ulterior, se houver dano”.

• A requisição administrativa poderá ser civil ou militar:ØRequisição civil - visa a evitar danos, à vida, à saúde e aos bens da coletividade

diante de uma inundação, incêndios, epidemas, catástrofes;ØRequisição militar - objetiva o resguardo da segurança interna e a manutenção da

Soberania Nacional durante um conflito armado ou uma comoção interna.

• Indenização ulterior condicionada – haverá indenização apenas se houver danos,posteriormente paga ao particular.

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Direito Administrativo – Requisição Administrativa – Profª Tatiana Marcello

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• Portanto, a requisição administrativa:

v incide sobre bens imóveis, móveis e serviços;vSeu pressuposto é o perigo público iminente;

vcom natureza de direito pessoal;

vcom caráter de transitório;

vcom autoexecutoriedade;

v indenização ulterior condicionada (apenas em caso de dano).

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