direito administrativo

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Direito Administrativo – E o ramo do direito Público que estuda o conjunto de órgãos, agentes e entidades envolvidas no exercício da função administrativa, que tem como fonte primária de direito as leis (principio da legalidade). Existem duas fontes do Direito: Fonte Primária do Direito – Leis. Fonte Secundária do Direito – Costumes, jurisprudências e as sumulas, mas as sumulas do STF tem força cogente dentro da administração pública e devem ser observadas sempre. Costume I - INTRODUÇÃO Sabe-se que a lei, por excelência, é a fonte do Direito... Mas o Direito, também, nasce do costume, que nada mais é senão as práticas e usos comuns do povo. Analisaremos alguns aspectos interessantes desse tema: quando o costume é saudável e quando ele é péssima lição de vida; quando a lei é boa para o povo e quando ela agride o povo e seus costumes. II - LEI De modo genérico, lei é força. Força que obriga acontecer algo na natureza, ou força que obriga seres humanos a procederem desta ou daquela maneira. Grosso modo, existem duas categorias de leis: as naturais e as humanas. As primeiras, criadas pela ordem natural das coisas; as últimas, pela inteligência humana. Aquelas regem o Universo; estas regem as relações de convívio pacífico entre os homens. A lei, qualquer que seja ela, visa à harmonia. Senão vejamos: todas as leis da Natureza convergem para um lugar comum: a harmonia perfeita do Universo. Tudo na Natureza tem uma razão de ser e uma utilidade. O que é aparentemente nocivo à vida (humana, animal ou vegetal), investiguemos, haverá de ter - e tem! - uma utilidade; até para que dessa aparente nocividade desabroche a bonança e o pronto restabelecimento da harmonia. Mas, tratemos da Lei dos Homens.

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NOÇOES DA ORIGEM DIREIRO ADMINISTRATIVO

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Direito Administrativo E o ramo do direito Pblico que estuda o conjunto de rgos, agentes e entidades envolvidas no exerccio da funo administrativa, que tem como fonte primria de direito as leis (principio da legalidade).Existem duas fontes do Direito: Fonte Primria do Direito Leis. Fonte Secundria do Direito Costumes, jurisprudncias e as sumulas, mas as sumulas do STF tem fora cogente dentro da administrao pblica e devem ser observadas sempre.

CostumeI - INTRODUOSabe-se que a lei, por excelncia, a fonte do Direito... Mas o Direito, tambm, nasce do costume, que nada mais seno as prticas e usos comuns do povo.Analisaremos alguns aspectos interessantes desse tema: quando o costume saudvel e quando ele pssima lio de vida; quando a lei boa para o povo e quando ela agride o povo e seus costumes.II - LEIDe modo genrico, lei fora. Fora que obriga acontecer algo na natureza, ou fora que obriga seres humanos a procederem desta ou daquela maneira. Grosso modo, existem duas categorias de leis: asnaturaise ashumanas.As primeiras, criadas pela ordem natural das coisas; as ltimas, pela inteligncia humana. Aquelas regem o Universo; estas regem as relaes de convvio pacfico entre os homens. A lei, qualquer que seja ela, visa harmonia. Seno vejamos: todas as leis da Natureza convergem para um lugar comum: a harmonia perfeita do Universo. Tudo na Natureza tem uma razo de ser e uma utilidade. O que aparentemente nocivo vida (humana, animal ou vegetal), investiguemos, haver de ter - e tem! - uma utilidade; at para que dessa aparente nocividade desabroche a bonana e o pronto restabelecimento da harmonia.Mas, tratemos daLei dos Homens.Para que a harmonia paire, serenamente, sobre a Terra... para isto que existem as leis. O homem inteligente: inova, modifica, cria... destri! O produto de sua inteligncia pode levar ao que saudvel e ao que nocivo a ele prprio, ao grupo a que pertence, Humanidade e Natureza. Assim, que o prprio homem teve de inventar a lei: para reger suas prprias aes ou omisses, de modo a canaliz-las para a harmonia social e, conseqentemente, para a harmonia universal. O homem, com sua poderosssima inteligncia - que a sua fora incomensurvel -, poderia interferir na ordem natural das coisas... Antes que tal acontecesse, por obra e graa da Natureza, ele - o homem - inventou a lei, que, no fundo, instrumento da paz social, da harmonia, da felicidade. Eis a essncia da lei!Mas... e na prtica, o que a lei?GAIUS a definiu:"A lei aquilo que o povo ordena e constitui."(1)J deixamos claro que a lei busca a paz social. Logo, se ela uma ordem do povo, uma ordem benfica, pois o bem comum, a paz, a harmonia o que o povo quer para si. Agora vejamos, de forma mais precisa, do ponto de vista jurdico, o que vem a ser a lei. Segundo CLVIS BEVILQUA, lei "a ordem geral obrigatria que, emanando de uma autoridade competente reconhecida, imposta coativamente obedincia geral(2)".Essa autoridade competente a que se refere o jurisconsulto o prprio povo, politicamente organizado. Vale dizer: legitimamente representado. Por uma questo meramente racional e lgica, o povo se faz representar: pina do meio de si alguns indivduos e incumbe a estes a tarefa legiferante. Opera-se como que um pacto serissimo e solene. O legislador, que o indivduo humano escolhido, agir em nome do povo e elaborar a lei. Para buscar e garantir a harmonia social, a felicidade geral de todos, leis tm de ser feitas e cumpridas. O conjunto de todas essas leis, a que se chama ordenamento jurdico, que governa o povo. Governar guiar; buscar o bom caminho, a satisfao material e a satisfao espiritual. Os seres humanos - e o seu conjunto o povo - buscam subida, elevao, felicidade. Mas o governo das leis , tambm, punir! O povo se auto-governa atravs das leis. Logo, o povo se pune a si prprio, de livre e espontnea vontade. Eis a verdade sobre a lei: ainda que seja para punir, castigar, se a vontade do povo, lei verdadeira! E, via de conseqncia, absolutamente necessria como instrumento que leva paz social e felicidade geral. Assim que no se pode falar em lei sem levar em conta o seu contedo sociolgico. A lei" um resultado da realidade social. Ela emana da sociedade, por seus instrumentos e instituies destinados a formular o Direito, refletindo o que a sociedade tem como objetivos, bem como suas crenas e valoraes, o complexo de seus conceitos ticos e finalsticos."(3) O povo caminha sobre a terra com objetivos claros e determinados: querendo ir para a frente, para o alto, para o mundo da bonana e da felicidade. A lei como que o plano de metas do povo, que leva a esse desiderato. Traar o plano, eis a questo! Ms leis ou boas leis - uma questo de erro ou acerto.Porm, algo inusitado chama-nos a ateno: feita a lei, ela imposta obedincia geral. Pois bem: e se se cuida de uma lei m, que no espelha a realidade social e no busca os objetivos verdadeiros do povo? O julgador, aquele indivduo a quem o povo incumbiu a misso de aplicar a lei, e, por conseguinte, aplicar o Direito, e restabelecer a paz e a harmonia, que viver esse grande dilema. Afinal, tal lei representa ou no representa o Direito? Para solucionar o conflito que se lhe apresenta frente, capaz de abalar a harmonia entre os homens e comprometer os objetivos de todo o povo, um juiz - que no pode ir alm do que lhe foi confiado, felizmente, ao seu dispor, no tem apenas a lei, que a meta. Tem todo o plano, que o Direito. Por isso que o juiz cumprir a sua parte nessa melindrosa operao de promover o restabelecimento da paz social e da harmonia sobre a Terra, aplicando o Direito como um todo, que o mesmo que aplicar a Justia. Pois:"O Direito mais que um agregado de leis. o que torna as leis instrumentos vivos da Justia".(4)III. COSTUMEFizemos aluso boa lei e lei ruim. E o costume? Haveria o bom costume e o mau costume?Primeiramente, vejamos o que seja o costume. FERRARA, citado por HERMES LIMA, assim o conceitua:" um ordenamento de fatos que as necessidades e as condies sociais desenvolvem e que, tornando-se geral e duradouro, acaba impondo-se psicologicamente aos indivduos."(5)- Julga! Garante ou restabelece a paz social! - eis o que ordena o povo ao juiz. E completa: - Usa apenas o Direito! Vale dizer: Faa-se Justia!Nada obstante seja a lei a principal fonte do Direito, este emerge, tambm, do costume do povo, das lies dos doutores(doutrina), da analogia, da jurisprudncia e dos princpios gerais. Justia um sentimento. O povo sente-se, racional e espiritualmente, realizado e feliz diante de determinadas situaes fticas. Frisamos: racionalmente! Sim, porque o povo pode em determinadas situaes passageiras perder o controle do raciocnio. E a no h falar-se em Justia, posto que esta sublime virtude mora no mundo da inteligncia e da razo.O Direito, ento, h que levar em considerao este importante componente: o costume do povo, que so prticas usuais tornadas regras no meio social.O nosso ordenamento jurdico consagra o acolhimento de tais regras no-escritas quando, diante do caso concreto, a lei no for satisfatria, de modo a proporcionar um julgamento justo, aquele que v ao encontro do bem-estar social, da paz, da harmonia. A propsito, diz o art. 4, da Lei de Introduo ao Cdigo Civil:"Quando a lei for omissa, o juiz decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princpios gerais de direito."Mas, se o Direito amplia-se, evolui, alcana progressos - e disto no se duvida -, porque, necessariamente, ocorrem inovaes em suas fontes. A vontade do povo, corporificada em leis escritas ou em regras de convivncia pacfica no-escritas, segundo o fluir dos tempos, pode mudar. Tudo o que h sob o sol se transforma - eis uma verdade inconteste! Logo, foroso reconhecer que o costume, sendo a exteriorizao mais atual da ordem do povo, a fonte do Direito que melhor espelha essa evoluo ou mudana. No sem razo de ser, pois, que o julgador, diante de intrincadas questes, socorre-se do costume do povo, que Direito vivo, para julgar com Justia. A lei, que regra escrita, parada no tempo, pode no mais se adequar realidade atual, revelando-se impotente como instrumento de pacificao social. No Brasil, que nao nova, que luta contra a corrida do tempo em busca de progressos, essas regras de convivncia que objetivam o Bem Comum se renovam, se ampliam de maneira inusitada. Por isso que o nosso ordenamento jurdico recomenda o julgamento justo, em qualquer circunstncia, ainda que tenha o julgador de valer-se do Direito no-escrito; vale dizer: do costume do povo.Mas o julgador, como o legislador, no qualquer um: indivduo pinado do meio do povo - bem verdade -, mas com atributos morais, ticos e cientficos satisfatrios para desincumbir-se do seu mister - o de operar o Direito e realizar a Justia - com a mais absoluta desenvoltura. Assim no procedendo, no ser julgador autntico, verdadeiro. O Direito lhe fugir das mos e a Justia passar de largo.

IV - CONCLUSOConvm refletir: No sendo boa a lei?... No sendo saudvel o costume?... Bem, leis corrodas pelo tempo ou leis novas elaboradas revelia da vontade geral do povo no so leis boas; no representam o bom Direito e, portanto, no bastam, por si ss, para a realizao da Justia. O sentimento de Justia, posicionado no tempo, h que ser proporcionado por regras escritas que exteriorizem a vontade geral do povo naquela exata quadra de tempo. A justia de antanho nem sempre ser a justia de hoje. Assim, que leis h, no Brasil, corrodas pelo tempo e que no mais se prestam ao papel de representar o Direito. Este, sim, que sempre contemporneo, atual! Pois nasce, se conserva e se renova nos atos humanos, nas relaes socias, que por sua vez se transformam, se ampliam, multiplicam-se.Por outro lado, o velho costume, esquecido, desprezado... bem como as prticas e usos irracionais, beligerantes ou de mau gosto... isto no pode representar o Direito, que instrumento da Justia. Frisamos linhas atrs que o povo, envolto em determinadas circunstncias e no curso de determinada frao de tempo, pode no saber o que faz. Logo, o sentimento coletivo, assim comprometido pela irracionalidade e mesmo pela desinteligncia, pode no ser capaz de divisar a Justia, esta, a virtude sublime garantidora da harmonia sobre a Terra.Costume, como expresso do Direito, a ser considerado pelo julgador no ato de solucionar o conflito, aquele que se expresse em sadia mensagem para o futuro e que represente, na atualidade, a ordem racional do povo.Se existe o Povo, existe o Direito!... Que est nas regras escritas ou nas regras no-escritas. O julgador, indivduo a quem o povo confia a melindrosa tarefa de solucionar o conflito e restabelecer ou garantir a harmonia entre os homens, deve, antes de tudo, ter a capacidade de buscar na fonte o Direito. Bem, aplic-lo ao caso concreto... julgar com Justia.

Smula VinculanteMecanismo tem fora de lei e deve ser seguido por todos os tribunaisCriada em 2004 com a Emenda Constitucional 45, a smula vinculante um mecanismo que obriga juzes de todos os tribunais a seguirem o entendimento adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre determinado assunto com jurisprudncia consolidada. Com a deciso do STF, a smula vinculante adquire fora de lei e cria um vnculo jurdico, no podendo mais, portanto, ser contrariada.

O caput do artigo 103-A da Emenda Constitucional 45 define esse mecanismo: O Supremo Tribunal Federal poder, de ofcio ou por provocao, mediante deciso de dois teros dos seus membros, depois de reiteradas decises sobre matria constitucional, aprovar smula que, a partir de sua publicao na imprensa oficial, ter efeito vinculante em relao aos demais rgos do Poder Judicirio e administrao pblica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder sua reviso ou cancelamento, na forma estabelecida em lei".

Busca-se, com essa medida, assegurar o princpio da igualdade nesse tipo de julgamento, evitando que a mesma norma seja interpretada de formas distintas para situaes idnticas, gerando distores na aplicao da lei. O mecanismo foi criado ainda para desafogar o STF, evitando que o tribunal continuasse a analisar grande nmero de processos gerados pelo mesmo fato, apesar da deciso tomada anteriormente pelos seus ministros.

Para no restringir a atividade do juiz, poder ser constatada, por essa autoridade judicial, ausncia de similitude entre a matria apreciada e a que objeto da smula vinculante. Dessa forma, e a partir da fundamentao dos fatos, o juiz poder decidir sobre a questo, segundo o promotor pblico Fernando Capez.