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DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS Universidade do Estado de Santa Catarina Pós-Graduação em Engenharia Civil – Mestrado Acadêmico Profa. Adriana Goulart dos Santos

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Page 1: DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS · As equações de dimensionamento do método da AASHTO estão baseadas no binômio serventia-desempenho A equação que relaciona o tráfego

DIMENSIONAMENTO DE

PAVIMENTOS ASFÁLTICOS

Universidade do Estado de Santa Catarina

Pós-Graduação em Engenharia Civil – Mestrado Acadêmico

Profa. Adriana Goulart dos Santos

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DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS

ASFÁLTICOS

Dimensionar um pavimento significa determinar a

espessura das camadas e tipos de materiais que a serem

utilizados na sua construção

De modo a conceber uma estrutura capaz de suportar um

volume de tráfego preestabelecido, nas condições

climáticas locais

A fim de oferecer um desempenho desejável para as suas

funções

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No passado inúmeros métodos de dimensionamento de

pavimentos foram elaborados

Intuito de oferecer aos engenheiros um instrumento

simples de cálculo e que pudessem se aplicados em

várias situações de projeto

A existência de métodos de dimensionamento distintos

pode ser atribuído às condições ambientais, geológicas,

pedológicas e de tráfego, além de diferentes opiniões

entre técnicos

A principal razão é a inexistência de uma descrição

unânime e precisa de como ocorre a ruptura de uma

estrutura de pavimento

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Pode-se citar como diferença fundamental entre muitos

métodos a utilização de critérios distintos de ruptura de

estruturas de pavimentos

São três tipos básicos de ruptura que permeiam os

critérios de dimensionamento:

Ruptura na qual se verifica que a estrutura do

pavimento não mais suporta as cargas aplicadas e

apresenta excessiva deformação plástica ===ruptura

plástica e estrutural

A ruptura estrutural mais explícita em muitos métodos é a

ruptura por FADIGA

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Quando o pavimento não serve mais usuário, em

termos de conforto e segurança ao rolamento

===ruptura de natureza funcional ou operacional

No decorrer dos anos, observaram-se muitas mudanças e

avanços nos métodos de dimensionamento de

pavimentos asfálticos

Atualmente, pode-se afirmar que pavimentos se rompem por

diversos fatores

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Entre as causas mais associadas à repetição de cargas

sobre a estrutura de pavimento, destacam-se:

A fadiga é o principal responsável pelo trincamento de

revestimentos betuminosos e de bases cimentadas;

O acúmulo de deformações plásticas (permanentes)

pela ação das deformações cisalhantes que ocorrem em

camadas de misturas asfálticas, em materiais

granulares e nos solos do subleito

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Os métodos de projeto de pavimentos foram concebidos

de duas maneiras distintas:

Com base no desempenho observado no decorrer do

tempo, obtidos pelas experiências de campo===

modelos empíricos

Ou a partir de teoria elástica considerada adequada

para a interpretação de fenômenos físicos

quantificados em campo=== modelos semiempíricos e

semiteóricos

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Aqueles obtidos a partir da observação da evolução do estado de condição dos pavimentos

===Sendo os parâmetros medidos em campo tabulados periodicamente e associados a grandezas como a repetição de cargas e a resistência de materiais

Sua expressão mais intensa é o método da American Association of State Highway and Transportation Officials (1993), oriundo da AASHTO Road Test

MODELOS EMPÍRICOS:

Os critérios empíricos apresenta limitação de seu campo de aplicação, uma vez que

sua reprodutibilidade se restringe à áreas que possuem condições semelhantes

daquela área que serviu para a experimentação observacional

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Aqueles gerados de extrapolações teóricas e racionais de modelo observacional obtido pelo acúmulo de dados e experiências

===Exemplo mais importante: Parametrização das estruturas de pavimentos por meio dos valores de California Bearing Ratio (CBR) de suas camadas

O critério de CBR é amplamente empregado por agências federais, estaduais e municipais do Brasil

MODELOS SEMIEMPÍRICOS:

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Aqueles procuram avaliar o comportamento estrutural de sistemas de camadas como pavimentos

=== A parametrização dos materiais é realizada por meio do conhecimento empírico, laboratorial ou de pista, em termos de características mecânicas de materiais que comporão a estrutura do pavimento

Trata-se do esquema mais promissor de evolução dos critérios de projeto

MODELOS SEMITEÓRICOS OU EMPÍRICO-MECANICISTAS

É o único a permitir que, futuramente, aspectos relacionados à progressão de fratura

dos materiais sejam absorvidos

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DE MODO GERAL NÃO SE PODE AFIRMAR QUE UM

CRITÉRIO SEJA ABSOLUTAMENTE VÁLIDO, OU

COMPLETAMENTE SATISFATÓRIO

Cada critério apresenta vantagens e desvantagens

inerentes à consideração de parâmetros físicos e

numéricos, bem como seu campo de aplicação

Resumindo:

Fonte: Balbo, 2007

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BREVE HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DO

CRITÉRIO DO CBR

O critério do CBR é atribuído ao engenheiro O. J. Porter do California

Division of Highways (CDH)

É o primeiro método de dimensionamento de pavimentos flexíveis

criado com bases estritamente empíricas == com considerável número

de avaliações experimentais e laboratoriais

O critério básico de ruptura adotado é o por cisalhamento

do subleito e camadas granulares

Causariam o aparecimento de sulcos nas trilhas de

rodas (deformações permanentes)

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Ainda nos últimos anos o método do CBR é utilizado em

diversos métodos variantes para o dimensionamento de

pavimentos flexíveis

Como é o caso do

Método do extinto DNER (atual DNIT)

Usado como critério normativo oficial para projetos de pavimentos

asfálticos

O ensaio de CBR foi adotado pelo CDH no final da década de 20,

quando inúmeros testes experimentais, em pistas e laboratórios,

foram realizados com o objetivo de se fazer previsões sobre o

desempenho dos diversos materiais utilizados em pavimentação

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Tendo em vista o valor de CBR desse solo de subleito

Os experimentos realizados permitiram quantificar,

também, as espessuras de materiais mais nobres a serem

colocados sobre o subleito

Para que ficasse protegido contra os efeitos de

deformações plásticas excessivas sob a ação de cargas de

tráfego

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Primeira curva (B) de dimensionamento de espessura de

pavimentos flexíveis

Representativa para o tráfego composto de pequenos caminhões com

eixo carregado de 7.000 libras ( cerca de 30kN)

É considerada o primeiro modelo de projeto de espessura de

pavimentos, pois limitava sob si as combinações do CBR do solo do

subleito com espessuras de base em brita graduada que não

resistiram à ação dos veículos

Fonte: Balbo, 2007

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A curva B trata-se de uma relação empírica entre o CBR do subleito e a espessura de material granular sobre este (separando combinações que haviam funcionado ou não nas rodovias californianas nessa época)

Os pontos abaixo da curva B indicam pavimentos que apresentaram ruptura (por deformações plásticas) durante os experimentos

Os pontos acima da curva B apresentaram desempenho satisfatório

Com a chegada do engenheiro Hveem à chefia do CDH, o critério do

CBR foi engavetado, reaparecendo em início da década de 40.

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A EXPANSÃO DOS AEROPORTOS NA SEGUNDA

GUERRA MUNDIAL (1942)

A consolidação do critério de CBR como método de projeto de

pavimentos flexíveis foi a partir da necessidade da construção de

aeroportos militares durante a Segunda Guerra Mundial

A retomada dos estudos, ainda de forma empírica, foi feita pelo United

States Army Corp of Engineers (Usace), cujos resultados datam de

1942

Curva A – representativa para cargas

de 12.000 libras de trens de pouso

individuais de aeronaves pesada

Fonte: Balbo, 2007

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O EQUACIONAMENTO ESPESSURA X CBR

Em 1956, o USACE apresentou a primeira equação de

dimensionamento de espessuras de pavimento em função do valor de

CBR da camada inferior, que correlaciona a espessura necessária do

material sobre o subleito

Levando em conta:

•O CBR do solo de fundação

•A carga de roda e a pressão de contato

Fonte: Balbo, 2007

A equação somente será válida para valores de CBR não superiores a 12%:

t= espessura de material granular sobre o subleito;

p= carga de roda simples equivalente;

pe= pressão de contato.

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Essa equação dimensiona uma espessura tal que a camada

subjacente fica protegida contra rupturas plásticas por

cisalhamentos

Este é o conceito implícito no modelo de cálculo

fundamentado no CBR da camada inferior

Fonte: Balbo, 2007

Modelo espessura X CBR para ESDR de 80kN, nos padrões do USACE:

Com o aumento do valor de

CBR, é reduzida a espessura de

material granular sobre o subleito

para sua proteção contra ruptura

por cisalhamento ou

deformações plásticas excessivas

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O método do DNER (Souza, 1981) é uma variante do critério do CBR,

simulando os efeitos de repetições de carga de um eixo padrão de

18.000 libras (80kN)

Foi concebido pelo professor Murilo Lopes de Souza, do IME-RJ, em

meados de 1960, com última edição em 1981.

Método do Extinto Departamento Nacional de Estradas e

Rodagem

Ábaco para dimensionamento de pavimentos flexíveis do DNER. Fonte Souza (1981) apud Balbo (2007)

Fonte: Balbo, 2007

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Definidos os valores de CBR do subleito e da camada de reforço de subleito (caso venha a ser utilizada), o dimensionamento é realizado com base no ábaco

Para as camadas de base e sub-base, são exigidos valores mínimos de CBR, respectivamente, iguais a 80% e 20%

As curvas de dimensionamento apresentadas no ábaco podem ser consolidadas em uma única expressão obtida por regressão linear múltipla:

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Princípio de solução das espessuras das camadas com

base no valor de CBR

Fonte: Balbo, 2007

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Kr, Kb, Ks e Kn == coeficientes de equivalência estrutural dos materiais de

revestimento, base, sub-base e reforço de subleito

Os valores das espessuras das camadas são:

R = revestimento;

B = base;

h20= sub-base;

hn= reforço de subleito.

Coeficientes de equivalência estrutural dos materiais:

Fonte: Souza (1981) apud Balbo (2007)

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As espessuras H20, Hn e Hm, respectivamente, espessuras equivalentes

(em termos de pedra britada graduada) sobre a sub-base, reforço do subleito

e o subleito

São determinadas em função do CBR dessas camadas (a de sub-base tem

sempre seu CBR fixado em 20%) e do número de repetições de carga do

eixo equivalente

A espessura da camada de revestimento asfáltico é determinada em função

do número N (nível de tráfego do projeto)

Tendo base na experiência de campo e nos valores recomendados na

AASHTO Road Test,

Espessuras mínimas de revestimentos asfálticos

Fonte: Balbo, 2007

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O método do extinto DNER, tendo em vista fundamentar-se

no critério do CBR

Acúmulo de deformações plásticas causado pelos

esforços de cisalhamento que ocorrem no subleito e nas

demais camadas granulares ao longo do período de projeto

Aspectos relacionados à fadiga de misturas asfálticas e

de bases cimentadas não são levados em consideração

Apresenta como modo de ruptura

Fica claro que trata-se de critério semiempírico

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Condições e restrições gerais para o dimensionamento do pavimento:

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Método da AASHTO (Versões de 1986 e 1993) – Visão Geral

O método de dimensionamento de pavimentos flexíveis da AASHTO (1993) fundamenta-se na análise estatística dos resultados obtidos da pista experimental da AASHTO

A pista foi planejada a partir de 1951, e construída entre agosto de 1956 e setembro de 1958

Monitorada sob o tráfego entre outubro de 1958 a novembro de 1960, em Ottawa, no estado de Illinois (EUA)

Durante a AASHTO Road Test, foram avaliados os efeitos de carga do tráfego, o que por meio de fatores de equivalência estrutural definidos ao final dos experimentos===estabelecimento de relação entre a repetição de cargas (80KN, eixo-padrão) com as espessuras das camadas e a perda de qualidade de rolamento em termos de valores de serventia

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Método da AASHTO (Versões de 1986 e 1993) – Visão Geral

Entre os diversos resultados obtidos das pesquisas

Estabelecimento de um modo de quantificar a condição de ruptura de um pavimento baseado na:

Opinião subjetiva dos usuários

Mensuração objetiva de determinados defeitos dos pavimentos

Este modo de avaliação da condição de ruptura consiste na aferição da condição de serventia do pavimento

A serventia pode ser definida como uma medida de quão o pavimento bem um

pavimento, em dado instante, serve ao tráfego, com conforto e segurança ao

rolamento

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Método da AASHTO (Versões de 1986 e 1993) – Visão Geral

As equações de dimensionamento do método da AASHTO estão baseadas no binômio serventia-desempenho

A equação que relaciona o tráfego (número N), a serventia e as espessuras das camadas para descrever o desempenho de dado pavimento no tempo, para pavimentos flexíveis, é:

A equação foi determinada para testes que compreenderam, em cada seção, 1.114.000 aplicações de carga não equivalentes;

Todas as seções que atingiam o valor de serventia igual a 1,5 eram imediatamente recapeadas (reforçadas) com novo CAUQ antes da continuação dos testes.

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Método da AASHTO (Versões de 1986 e 1993) – Visão Geral

Conhecidos o número de repetições de carga do eixo-

padrão ao longo do horizonte de projeto, o nível de

confiança de projeto e as condições de suporte do subleito

Determinação do número estrutural (SN) que deverá possuir o pavimento

Perda de serventia em função do módulo de resiliente

do subleito (SN=4)

Perda de serventia em função do número estrutural

(Mr=100MPa)

Fonte: Balbo, 2007

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Coeficientes de equivalência estrutural

O coeficiente de equivalência estrutural de uma camada,

expressa:

Uma relação empírica entre o número estrutural (SN) e a

espessura da própria camada

Uma medida da capacidade relativa do material para

atuar como componente estrutural de dado pavimento,

dissipando pressões sobre as camadas inferiores

A AASHTO apresenta diversas formas para a obtenção

desse coeficiente por meio de correlações com outras

propriedades mecânicas de materiais (CBR, Mr, etc)

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Coeficientes de equivalência estrutural dos materiais:

Fonte: AASHTO, 1993 apud Balbo, 2007

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Espessuras mínimas para as camadas:

A AASHTO sugere os valores mínimos para as espessuras

das camadas, como ponto de partida para a solução:

Fonte: AASHTO, 1993 apud Balbo, 2007

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Determinação das espessuras das camadas:

As espessuras das camadas são determinadas pelos

seguintes passos:

a) Determinação dos números estruturais necessários

sobre o subleito (SN3), sobre a sub-base (SN2) e sobre a

base (SN1)

Para isso, deverá ser utilizada a equação de

dimensionamento do método

• O cálculo dos números estruturais necessários sobre o

subleito, a sub-base e a base é realizada com a utilização

do Mr representativo de cada uma dessas camadas

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Determinação das espessuras das camadas:

b) A espessura do revestimento é calculado pela

expressão:

𝑫𝟏 =𝑺𝑵𝟏

𝒂𝟏

c) A espessura da base é calculada pela expressão:

𝑫𝟐 =𝑺𝑵𝟐 − 𝑺𝑵𝟏

𝒂𝟐 ∗ 𝒎𝟐

d) A espessura da sub-base é calculada pela expressão:

𝑫𝟑 =𝑺𝑵𝟑 − 𝑺𝑵𝟐

𝒂𝟑 ∗ 𝒎𝟑

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Balbo, J. T. Pavimentação Asfáltica: materiais, projeto e

restauração. Oficina de Textos, São Paulo, 2007.

Sória, M.H.A. Projeto de Pavimentos. Universidade de São Paulo,

Escola de Engenharia de São Carlos, Departamento de Transportes,

São Carlos-SP, 1987.