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FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS – FINOM PATOS DE MINAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
JOÃO PAULO DE CARVALHO SANTOS
DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÃO PROFUNDA: estudo
de caso de uma obra em Patos de Minas
PATOS DE MINAS - MG
2017
JOÃO PAULO DE CARVALHO SANTOS
DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÃO PROFUNDA: estudo
de caso de uma obra em Patos de Minas
Trabalho de conclusão de curso de Graduação apresentado a FINOM como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel(a) em Engenharia Civil.
Orientador: (Prof. Esp. Vinícius Vieira Sousa)
PATOS DE MINAS - MG
2017
JOÃO PAULO DE CARVALHO SANTOS
DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÃO PROFUNDA: estudo
de caso de uma obra em Patos de Minas
Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado a Faculdade do Noroeste de Minas Campus Patos de Minas como requisito parcial para a obtenção
do título de Bacharel(a) em Engenharia.
Aprovado em: ____ de _______ de _____.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Marinada Mota Pereira- FINOM
__________________________________________
Esp. Junio Fábio Ferreira - FINOM
__________________________________________
Esp. Vinícius Vieira Sousa - FINOM (orientador)
Não temas, porque eu sou contigo; não te
assombres, porque eu sou teu Deus; eu
te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com
a destra da minha justiça. (Isaías 41:10)
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ser essencial em minha vida, autor de meu destino, e meu guia.
A minha mãe Claudia, meu pai João, minha tia Andreia, meus irmãos Rafael e Juliana, minha sobrinha Sônia, minha namorada Clara, minha vó Sônia, “In Memorian” e toda minha família que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse a essa etapa de minha vida.
Ao meu orientador e professor Vinícius, pelas aulas ministradas, que gentilmente me orientou com a metodologia, livros, sugestões e seus conhecimentos.
Meus agradecimentos aos amigos de curso, que se tornaram também companheiros, e todos meus outros amigos, que de alguma forma contribui para minha formação.
A todos os professores e professoras desta graduação, por me proporcionar o conhecimento não apenas racional, mas a manifestação do caráter e efetividade da educação no processo de formação profissional.
RESUMO
Fundação é o elemento constituído pela parte estrutural (sapata ou estaca), e
pelo maciço de solo que envolve essa estrutura. Elas podem ser classificadas em
rasas e profundas, e se diferenciam por sua profundidade no terreno. Para saber
qual melhor tipo de fundação a ser empregado em uma edificação, é necessário
conhecer o tipo de solo presente no local, e as ações que as mesmas estão
submetidas.
Os procedimentos utilizados neste trabalho foram feitos por meio de um
estudo de caso realizado em um edifício em Patos de Minas, onde o mesmo foi
executado com fundação do tipo profunda. Foram analisadas as cargas
descarregadas pelos pilares da edificação e as sondagens feitas no terreno, na
quala partir dessas informações, foram feitos cálculos por meio de métodos
semiempíricos, onde se constatou uma boa economia no número de estacas.
Palavras chave: fundação, estrutura, estaca, solo,sondagem, economia.
ABSTRACT
Foundation and element constituted by the structural technique (shoe or
stake), and by the mass of soil that surrounds this structure. They can be classified
as shallow and deep, and are differentiated by their depth on the ground. To know
the best type of foundation with the employee employed in a building, it is necessary
to know the type of non-local present soil and how actions are in them.
The work used in the work was done through a case study carried out in a
building in Patos de Minas, where the same one was executed with foundation of the
deep type. They were analyzed as loads distributed by building pillars and as surveys
made without land, in which from information, as calculated by means of
semiempírical methods, where it was found a good economy not number of stakes.
Keywords: foundation, structure, stake, soil, polling, economy.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Sistema de sondagem a percussão (SPT)...............................................14
Figura 2 – Estaca de madeira....................................................................................16
Figura 3 – Tipos de estacas metálicas.......................................................................17
Figura 4 – Formas de estacas pré-moldadas de concreto.........................................17
Figura 5 – Formas de cravação estaca tipo mega.....................................................18
Figura 6 – Execução de estaca tipo Franki................................................................19
Figura 7 – Execução de estaca tipo Strauss..............................................................19
Figura 8 – Execução de estaca tipo hélice continua..................................................20
Figura 9 – Trado da estaca ômega............................................................................21
Figura 10 – Trado da estaca atlas..............................................................................21
Figura 11 – Escavação e concretagem de tubulão a céu aberto...............................22
Figura 12 – Equipamento utilizado em tubulão a ar comprimido...............................23
Figura 13 – Execução de estaca tipo broca...............................................................24
Figura 14 – Equipamento de escavação estaca escavada com trado mecânico......25
Figura 15 –Execução de estaca do tipo raiz..............................................................25
Figura 16 – Locação dos furos...................................................................................30
Figura 17 – Furo 1......................................................................................................31
Figura 18 – Furo 2......................................................................................................32
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Espessura de compensação de corrosão em estacas metálicas............16
Tabela 2 – Coeficiente K e razão de atrito α..............................................................27
Tabela 3 – Fatores de correção F1 e F2....................................................................27
Tabela 4 – Valores do fator α em função do tipo de estaca e do tipo de solo...........28
Tabela 5 – Valores do fator β em função do tipo de estaca e do tipo de solo...........28
Tabela 6 – Coeficiente característico do solo C.........................................................29
Tabela 7 – Valores do parâmetro α............................................................................29
Tabela 8 – Valores do parâmetro β............................................................................30
Tabela 9 – Capacidades de cargas obtidas do furo 1 (fundação escavada com trado
mecânico diâmetro de 30 cm e profundidade de 6m)................................................33
Tabela 10 – Capacidades de cargas obtidas do furo 2 (fundação escavada com
trado mecânico diâmetro de 30 cm e profundidade de 6m).......................................33
Tabela 11 – Resistência admissível média (caso 1)..................................................33
Tabela 12 – Cargas máximas dos pilares e quantidade de estacas necessárias
(caso1)........................................................................................................................34
Tabela 13 – Capacidades de cargas obtidas do furo 1 (fundação escavada com
trado mecânico diâmetro de 40 cm e profundidade de 6m).......................................35
Tabela 14 – Capacidades de cargas obtidas do furo 2 (fundação escavada com
trado mecânico diâmetro de 40 cm e profundidade de 6m).......................................35
Tabela 15 – Resistência admissível média (caso 2)..................................................35
Tabela 16 – Cargas máximas dos pilares e quantidade de estacas necessárias (caso
2)................................................................................................................................35
Tabela 17 – Valores do parâmetro α..........................................................................36
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR Norma Brasileira de Regularização
SPT Standard Penetration Test
NSPT Índice de resistência a penetração no solo
RCapacidade de carga
RP Resistência de ponta
RL Resistência lateral
KCoeficiente do tipo de solo
KN Kilo Newtons
Tf Toneladas força
NPÍndice de resistência à penetração na cota de apoio
F1 e F2Fatores de correção
APÁrea da seção transversal da estaca
UPerímetro da seção transversal da estaca
αCoeficiente de razão de atrito
NL Índice de resistência à penetração médio na camada de solo
�L Espessura da camada de solo CCoeficiente característico do solo
ΑFator em função do tipo de estaca e do tipo de solo
βFator em função do tipo de estaca e do tipo de solo
LEspessura da camada de solo
αValores relacionados ao tipo de Estaca e o tipo de solo
βValores relacionados ao tipo de estaca
RadmResistência admissível
FS Fator de segurança
RadmmResistência admissível média
SETOP Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO .............................................................................. 13
2.1 Definição ..................................................................................................... 13
2.2 Investigação do subsolo ........................................................................... 13
2.3 Ações nas fundações ................................................................................ 15
2.4 Principais tipos de fundações .................................................................. 15
2.4.1 De deslocamento ....................................................................................... 15
2.4.1.1 Estacas de madeira ....................................................................... 15
2.4.1.2 Estacas metálicas .......................................................................... 16
2.4.1.3 Estacas pré-moldadas de concreto ............................................. 17
2.4.1.4 Estaca cravada por prensagem (Mega) ....................................... 18
2.4.1.5 Estaca Franki ................................................................................. 18
2.4.1.6 Estaca Strauss ............................................................................... 19
2.4.2 De substituição .......................................................................................... 20
2.4.2.1 Estaca tipo hélice continua .......................................................... 20
2.4.2.2 Tubulões ........................................................................................ 22
2.4.2.2.1 Tubulão a céu aberto .............................................................. 22
2.4.2.2.2 Tubulão a ar comprimido ....................................................... 23
2.4.2.3 Estaca tipo broca ........................................................................... 24
2.4.2.4 Estaca escavada com trado mecânico ........................................ 25
2.4.2.5 Estaca raiz ...................................................................................... 26
4 METODOLOGIA .............................................................................................. 26
4.1 Estudo de caso .......................................................................................... 27
4.2 Métodos semiempíricos para o dimensionamento de fundações
profundas ............................................................................................................. 27
4.2.1 Método Aoki-Velloso (1975) ...................................................................... 27
4.2.2 Método Décourt-Quaresma (1996) ............................................................ 29
4.2.3 Método Teixeira (1996) .............................................................................. 30
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................... 31
5.1 Caso 1 ......................................................................................................... 34
5.2 Caso 2 ......................................................................................................... 37
6 CONCLUSÃO .................................................................................................. 40
7 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 40
12
1 INTRODUÇÃO
Fundação é o elemento estrutural (infraestrutura) da qual tem a função de
transmitir as cargas provindas da superestrura para o solo. Existem vários tipos de
fundações, e sua escolha vai depender das cargas da edificação, resistência do solo
e da combinação de numerosos elementos.
Todas as obras de engenharia se assentam sobre o terreno, assim a
fundação é uma parte fundamental de qualquer estrutura. Desde o início de uma
obra, é muito importante saber o tipo de terreno presente no local, pois o solo é um
material natural heterogêneo de diferentes propriedades e comportamentos.
Para saber o tipo de solo existente no local são feitos ensaios geotécnicos
para determinar a resistência, nível do lençol freático, e vários outros fatores
relacionados ao solo. Deve ser feito uma sondagem preliminar a percussão em toda
obra de engenharia que se assenta sobre o solo, dependendo das características do
solo, devem ser feitas ainda investigações complementares.
Nem sempre o projeto de fundações é calculado por um especialista em
geotecnia, quando se trata de obras com pequenas cargas (residências e pequenos
edifícios), e um solo com boa resistência, esse projeto é calculado pelo próprio
engenheiro estrutural.
Para o dimensionamento de fundações, é de suma importância, o
conhecimento de vários fatores. Sendo assim, neste trabalho abordam-se aspectos
como: definição de fundações, investigação do subsolo, ações nas fundações,
principais tipos de estacas, e métodos empíricos para o dimensionamento das
mesmas.
O aspecto econômico é fundamental em projetos, por isso deve-se analisar
qual o melhor método a ser utilizado. Por isso, é muito importante que o engenheiro
projetista tenha conhecimento dos tipos de fundações disponíveis na região, para
que assim, ele possa escolher o método mais econômico com o propósito de
atender as necessidades da obra.
O objetivo geral desta pesquisa érealizar um estudo de caso na fundação de
um determinado edifício, e mostrar se o tipo de fundação empregado foi realmente o
mais econômico e viável.
Tem-se como objetivos específicos:
• Examinar a investigação do subsolo através do ensaio de
simplesreconhecimento SPT;
13
• Analisar as cargas descarregadas pelos pilares da edificação;
• Realizar cálculos utilizando métodos semiempíricos.
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO
2.1Definição
As fundações são classificadas em superficiais ou rasas, e fundações
profundas. Elas se diferenciam pela sua profundidade de assentamento e a
transferência de carga para o solo. Sendo que as rasas têm que possuir uma
profundidade menor que duas vezes sua menor base, e transferem sua carga para o
solo através de sua base (resistência de ponta).
Conforme a NBR 6122/2010, as profundas devem sua ponta ou base estar
assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no
mínimo 3,0 m, e transmite a carga ao terreno pela base (resistência de ponta) ou por
sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas. Nesse
tipo de fundação incluem-se as estacas e os tubulões. As profundas ainda se
dividem em cravadas, e escavadas, podendo ser pré-fabricadas e moldadas in loco
respectivamente.
De acordo com o processo executivo, as estacas podem ser separadas
conforme seu efeito no solo:
De deslocamento, onde estariam as estacas cravadas em geral, uma vez que o solo no espaço que a estaca vai ocupar é deslocado (horizontalmente), e de substituição, onde estariam as estacas escavadas em geral, uma vez que o solo no espaço que a estaca vai ocupar é removido, causando algum nível de redução nas tensões horizontais geostáticas. (VELLOSO, 2010).
2.2Investigação do subsolo
O primeiro passo para o dimensionamento de fundações é o reconhecimento
inicial da área, que consiste na visita do local onde será construído, seguido
datopografia da área, dados da estrutura que irá ser construída, estados
dasconstruções vizinhas, dados geológicos e geotécnicos, entre outros.
O mais importante dos passos é a investigação geológica e geotécnica do
solo, onde consiste na sondagem do terreno.Essa investigação tem que ser bastante
minuciosa e muito bem executada, onde deve possuir uma equipe muito bem
qualificada para executar esse tipo de serviço.Uma investigação abundantemente
apurada e bem detalhada, é o fator principal para alcançaruma boa eficiência
naescolha do tipo de fundação e na sua economia.
14
O solo é um material da crosta terrestre que não oferece resistência intransponível a escavação mecânica, podendo ser escavado através de pá, picareta, escavadeira, etc, sem necessidade de explosivos, e que perde totalmente a resistência quando em contato prolongado com água. (VARGAS, 1977).
Para construção de qualquer obra apoiada sobre o solo, deve ser feito uma
investigação geológica preliminar no local onde a mesma será instalada, geralmente
a ferramenta mais conhecida é o SPT.“O Standard Penetration Test é
reconhecidamente, a mais popular, rotineira e econômica ferramenta de
investigação geotécnica em praticamente todo o mundo”. (SCHNAID;
ODEBRECHT).Essa sondagem de simples reconhecimento do solo tem a funçãode
fornecer a identificação do perfil do terreno, classificação do solo, nível do lençol
freático, e o índice de resistência NSPT, que representa resistência à penetração
medido em cada metro do solo.
O ensaio de sondagem a percussão SPT, consiste da cravação de um
amostrador de dimensões padronizadas no solo,que coleta amostras do mesmo a
cada metro de profundidade. A cravagem é feita por golpes de um martelo com
massa de 65 quilogramas, onde o mesmo é solto em queda livre, a uma altura
correspondente de 75centímetros.A execução deve seguir a NBR 6484/1980.
O sistema de sondagem é composto por um amostrador padrão, haste,
cabeça de bater, tripé, corda e roldana, como mostrado na Figura 1.
Figura 1 – Sistema de sondagem a percussão (SPT)
Fonte:<http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=9&Cod=126>09/06/2017 às 15:32.
15
2.3Ações nas fundações
No Brasil, a norma NBR 8681/1984, classifica as ações nas estruturas em
permanentes, variáveis e excepcionais.
As fundações sofrem várias ações, podendo ser provenientes da
superestrutura, decorrentes do terreno, da água superficial e subterrânea, peso
próprio das fundações, atrito negativo entre outros. Os tipos de cargas para o cálculo
de estruturas de edificação são encontrados na NBR 6120/1980.
2.4Principais tipos de fundações
As estacas são elementos de fundações profundas feitas por madeira, aço,
concreto pré-moldado, concreto moldado in loco, aço ou mistas, isso quando se
junta dois ou mais materiais citados anteriormente.Além disso, elas se dividem em
de deslocamento e de substituição, podendo ser pré-fabricadas e moldadas in loco
respectivamente.
2.4.1De deslocamento
Nesse grupo encontra-se as estacas cravadas em geral, onde sua cravação é
feita por meio de um equipamento a percussão, e o solo onde localiza-se à estaca é
deslocado horizontalmente.
2.4.1.1 Estacas de madeira
As estacas de madeira são constituídas por troncos de árvores retilíneos de
acordo com a Figura 2. Antes de sua cravação no solo, a mesma tem que passar
por um processo de preparação em suas extremidades, superfície lateral, e
tratamento com produtos preservativos. De acordo com Tomlinson (1994), a
madeira, para ser utilizada em estacas deve conservar o alburno, elemento que
absorve bem o creosoto e outros preservativos, mas a casca deve ser removida.
Não é aconselhável usar esse tipo de estaca em regiões onde o lençol
freático sofre grandes mudanças durante o ano. Se tiver de penetrar ou atravessar
solos mais resistentes, sua ponta deve ser protegida por uma ponteira de aço, e sua
cabeça deve ser protegida por um capacete ou um anel. Geralmente essas estacas
são utilizadas no Brasil em obras provisórias, visto que possui um custo bem
acessível.
16
Figura 2 – Estaca de madeira
Fonte:<http://www.brasil.geradordeprecos.info/obra_nova/Fundacoes/Profundas/Estacas_pre-
fabricadas/Estaca_de_madeira.html>29/07/2017 às 21:32. 2.4.1.2Estacas metálicas
As estacas de aço apresentam diversas formas conforme a Figura 3, podendo
ser feitas de perfis laminados ou soldados, isolados ou associados, tubos, e até
mesmo trilhos de ferrovias. São fabricadas de várias formas e dimensões, além de
ser mais fáceis de cravar do que as estacas de madeira ou de concreto pré-
moldado,eatravessam camadas mais compactas do solo. Quando estão totalmente
enterradas, dispensam qualquer proteção contra corrosão, quando possuem um
trechodesenterrado, necessita de uma proteção, geralmente feito por um
encamisamento de concreto.
Em relação à corrosão, a norma brasileira NBR 6122/2010 prescreve que
estacas de aço total e permanentemente enterradas, independentemente da
situação do lençol d’água, dispensam tratamento especial, desde que seja
descontada a espessura indicada naTabela 1.
Tabela 1- Espessura de compensação de corrosão em estacas metálicas Classe Espessura de sacrifício(mm)
Solos naturais e aterros controlados 1.0
Solos turfosos 3.0
Aterros não controlados 2.0
Solos contaminados¹ 3.2
¹ Casos de solos agressivos deverão ser estudados especificamente.
Fonte: NBR 6122/2010.
Figura 3
Fonte:<http://www.fundacoesgeobrasil.com.br/servicosmet.html 2.4.1.3Estacas pré-moldadas de concreto
De todos os materiais de construção, o concreto é aquele que melhor se presta à confecção de estacas, graças a sua resistência aos agentes agressivos, e suportam muito bem as alternâncias de secagem e umedecimento. (VELLOSO, 2011)
Este tipo de material permite ser utilizado em estacas de peque
capacidade de carga,geralmente são moldadas em indústrias,
quanto à confecção e quanto à armadura, podendo ser confeccionada de concreto
vibrado, concreto centrifugado ou extrusão, e possuir suaarmação de concreto
armado ou protendido, respectivamente.
A vantagem dessetipo de estaca se comparando com as moldadas
a boa qualidade do concreto
possui uma qualidade superior ao concreto feito em
As estacas de concreto pré
4 mostra as seções mais típicas desse tipo de estaca.
Figura 4 – Formas de estacas pré
Fonte:<https://pt.slideshare.net/feonoliveira/estacas
Figura 3 – Tipos de estacas metálicas
http://www.fundacoesgeobrasil.com.br/servicosmet.html>29/05
moldadas de concreto
De todos os materiais de construção, o concreto é aquele que melhor se presta à confecção de estacas, graças a sua resistência aos agentes agressivos, e suportam muito bem as alternâncias de secagem e umedecimento. (VELLOSO, 2011).
Este tipo de material permite ser utilizado em estacas de peque
geralmente são moldadas em indústrias,
quanto à confecção e quanto à armadura, podendo ser confeccionada de concreto
rifugado ou extrusão, e possuir suaarmação de concreto
respectivamente.
A vantagem dessetipo de estaca se comparando com as moldadas
a boa qualidade do concreto utilizado para sua fabricação, pois o concreto usinado
uma qualidade superior ao concreto feito em obra, na betoneira.
As estacas de concreto pré-moldado podem possuir diversas formas, a
mostra as seções mais típicas desse tipo de estaca.
Formas de estacas pré-moldadas de concreto
https://pt.slideshare.net/feonoliveira/estacas-35836063>30/05
17
29/05/2017 às 22:26.
De todos os materiais de construção, o concreto é aquele que melhor se presta à confecção de estacas, graças a sua resistência aos agentes agressivos, e suportam muito bem as alternâncias de secagem e
Este tipo de material permite ser utilizado em estacas de pequena e grande
geralmente são moldadas em indústrias, elas se classificam
quanto à confecção e quanto à armadura, podendo ser confeccionada de concreto
rifugado ou extrusão, e possuir suaarmação de concreto
A vantagem dessetipo de estaca se comparando com as moldadas in loco, é
, pois o concreto usinado
betoneira.
moldado podem possuir diversas formas, a Figura
moldadas de concreto
30/05/2017 às 20:58.
18
2.4.1.4Estaca cravada por prensagem (Mega)
Tipo de fundação em que a própria estaca ou um molde é penetrado no
terreno por meio de um macaco hidráulico, é bastante utilizada para reforço de
fundações, assim como podem ser empregas como fundações normais. A vantagem
de se utilizar esse tipo de estaca em fundações convencionais, é que a mesma evita
vibrações no terreno. A Figura 5 mostra as possíveis formas de sua cravação.
Figura 5 – Formas de cravação tipo estaca mega
Fonte:<https://pt.linkedin.com/pulse/funda%C3%A7%C3%B5es-rafael-bergjohann>30/05/2017 às
21:22. 2.4.1.5Estaca Franki
As estacas tipo Franki são moldadas in loco através da cravação de um tubo
suprido com areia e pedra, formando uma bucha na ponta inferior da mesma. Esse
tubo é socado por um pilão com peso entre 1 a 4 toneladas sobre a bucha, até
atingir a profundidade estabelecida. A bucha forma uma espécie de vedação,
impedindo a entrada de solo e água no tubo.
A execução é a etapa em que sucede a expulsão da bucha e a efetivação da
base alargada. Enquanto o tubo é erguido, solta-se o pilão de uma altura maior,
socando e expulsando a bucha, após essa expulsão, é introduzido concreto magro
sobre golpes do pilão, formando uma base alargada com dimensões maiores que o
fuste da estaca. Existe também a estaca do tipo Franki mista, onde coloca-se um
19
fuste pré-moldado, ancorado por vergalhões em uma base alargada pelo mesmo
processo Franki. A Figura 6 mostra o passo a passo de sua execução.
Figura 6 – Execução de estaca tipo Franki
Fonte:<http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/146/artigo299192-1.aspx>31/05/2017 às 00:29.
2.4.1.6Estaca Strauss
Segundo (JOPPERT,2007) as estacas moldadas no local, tipo Strauss, são
executadas com revestimento metálico recuperável de ponta aberta, para permitir a
escavação do solo que é feita com auxílio de uma sonda. Seu equipamento
écomposto por um tripé com guincho, pilão, uma ferramenta para escavação e um
tubo de revestimento.
Sua execução é similar ao das sondagens a percussão, onde se desce um
tubo de revestimento no terreno, e quando atingido a cota de assentamento, é feito
uma escavação no interior do tubo com uma ferramenta chamada de piteira, logo
após essa escavação, enche-se o tubo com uma certa quantidade de concreto que é
apiloado à medida que se retira o tubo.Sua execução é de acordo com a Figura 7.
Figura 7 – Execução de estaca tipo Strauss
20
Fonte:<http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/146/artigo299192-
2.aspx>31/05/2017 às 22:11. 2.4.2De substituição
Nesse grupo encontra-se as estacas escavadas em geral, onde sua
escavação é feita geralmente por meio de diferentes tipos de trados mecanizados ou
manuais, onde o solo que situa-se à estaca, é removido para a ocupação da mesma.
2.4.2.1Estaca tipo hélice continua
A norma NBR 6122/2010, descreve esse tipo de fundação como estaca
moldada in loco executada por meio de um trado helicoidal, que é inserido no
terreno por rotação, e injeção de concreto pela própria haste central do trado. O
concreto utilizado nesse tipo de estaca, tem que ser bombeado ininterruptamente ao
mesmo tempo que à hélice é retirada, e à armadura só é devidamente inserida após
o processo de concretagem.
A Figura 8, mostra como é seu processo de execução.Além da convencional
hélice continua dita acima, existem mais dois tipos de estacas que se enquadram
nesse grupo: à ômegae à atlas, de acordo com as Figuras 9 e 10 respectivamente.
Elas se diferenciam pelo emprego de trados especiais, e o modo de deslocamento
do solo. Para esse tipo de estaca excepcionalmente, (VAN IMPE, 1955; VIGGIANI,
1993) sustenta que, se no processo executivo houver deslocamento lateral do solo
para criar espaço da estaca, a mesma pode ser apontada como uma estaca “sem
deslocamento” ou “de pequeno deslocamento”.
Figura 8 – Execução de estaca tipo hélice continua
Fonte:<http://www.geofix.com.br/servico
Fonte:<http://docplayer.com.br/321100
http://www.geofix.com.br/servico-ehc.php>31/05/2017 àFigura 9 – Trado da estaca ômega
http://docplayer.com.br/321100-Estacas-helice-continua-e-omega.html23:44.
Figura 10 – Trado da estaca atlas
21
às 23:35.
omega.html>dia 31/05/2017 às
Fonte: <http://docplayer.com.br/3211002.4.2.2Tubulões
Tubulões são elementos estruturais da fundação que transmitem a carga
solo por compressão, através da escavação de um fuste cilíndrico e uma base
alargada, e pode ser feito à céu aberto ou sob ar comprimido.
2.4.2.2.1Tubulão a céu aberto
É um tipo de fundação profunda que apresenta fuste cilíndrico e base
alargada, sendo esse alargamento na forma circular ou elíptico. Os tubulões são
executados com a abertura manual ou mecânica, sucedendo que sua base seja
alargada por um operário. Não é necessário a utilização de fôrmas ou armaduras na
base, em terrenos com baixa resistên
paredes (revestimento) de concreto ou metálico. Sua concretagem pode ser feita a
seco ou embaixo d’água, onde o concreto é lançado da altura da superfície do
terreno ou emitido por uma tremonha respectivamente
deve ser feito sua escavação e sua concretagem.
Figura 11 – Escavação e concretagem de t
http://docplayer.com.br/321100-Estacas-helice-continua-e-omega.html
Tubulões são elementos estruturais da fundação que transmitem a carga
solo por compressão, através da escavação de um fuste cilíndrico e uma base
alargada, e pode ser feito à céu aberto ou sob ar comprimido.
Tubulão a céu aberto
É um tipo de fundação profunda que apresenta fuste cilíndrico e base
esse alargamento na forma circular ou elíptico. Os tubulões são
executados com a abertura manual ou mecânica, sucedendo que sua base seja
alargada por um operário. Não é necessário a utilização de fôrmas ou armaduras na
base, em terrenos com baixa resistência é necessário a aplicação de um reforço nas
paredes (revestimento) de concreto ou metálico. Sua concretagem pode ser feita a
seco ou embaixo d’água, onde o concreto é lançado da altura da superfície do
terreno ou emitido por uma tremonha respectivamente. A Figura 11,
deve ser feito sua escavação e sua concretagem.
Escavação e concretagem de tubulão a céu aberto
22
omega.html> 31/05/2017 às 23:43.
Tubulões são elementos estruturais da fundação que transmitem a carga ao
solo por compressão, através da escavação de um fuste cilíndrico e uma base
É um tipo de fundação profunda que apresenta fuste cilíndrico e base
esse alargamento na forma circular ou elíptico. Os tubulões são
executados com a abertura manual ou mecânica, sucedendo que sua base seja
alargada por um operário. Não é necessário a utilização de fôrmas ou armaduras na
cia é necessário a aplicação de um reforço nas
paredes (revestimento) de concreto ou metálico. Sua concretagem pode ser feita a
seco ou embaixo d’água, onde o concreto é lançado da altura da superfície do
igura 11, mostra como
ubulão a céu aberto
23
Fonte:<http://docslide.com.br/documents/tubulao-a-ceu-abertodocx.html>dia 06/06/2017 às 14:00.
2.4.2.2.2Tubulão a ar comprimido
Este tipo de fundação é utilizado quando existe água, é executado em
grandes profundidades e seu fuste tem que ser revestido e empregar ar comprimido,
o equipamento utilizado constitui de uma câmara de equilíbrio e um compressor,
conforme a Figura 12. Nesta situação, a injeção de ar comprimido nos tubulões
impede a entrada de água, pois a pressão interna é maior que a pressão da água.
Esses tubulões são encamisados com camisas de concreto ou de aço. No
caso de camisa de concreto, a cravação da camisa, abertura e concretagem são
feitas sob ar comprimido, pois o serviço é feito manualmente. Se a camisa é de aço,
a cravação é feita a céu aberto com auxílio de um bate estaca,onde a abertura e a
concretagem do tubulão são feitos a ar comprimido.
24
Figura 12 – Equipamento utilizado em tubulão a ar comprimido
Fonte:<http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/20/artigo271662-3.aspx>dia
06/06/2017 às 14:02.
2.4.2.3Estaca tipo broca
São estacas executadas in loco sem molde, sua perfuração no terreno é feita
com auxílio de um trado manual (diâmetro de 15 a 30 cm), sendo o furo em seguida
preenchido com concreto apiloado,como mostra a Figura 13. O trado utilizado para a
escavação pode ser o de concha ou o helicoidal. A perfuração é feita por
rotação/compressão do trado, seguindo-se da retirada do solo que fica dentro do
furo durante a escavação.
Este tipo de fundação é empregado somente em obras de pequenas cargas,
com profundidade de aproximadamente 4,0 metros, e sua execução é feita
normalmente pelo pessoal da própria obra.
Figura 13 – Execução de estaca tipo broca
25
Fonte: <http://engcarlos.com.br/brocas-manuais/> dia 06/06/2017 às 14:05.
2.4.2.4Estaca escavada com trado mecânico
É aquela que possui seção circular e executada por escavação mecânica com
equipamento rotativo, deve ser empregada em lugares onde o solo ofereça
resistência sem necessidade do uso de revestimento, e sua profundidade de
assentamento tem que ser acima do nível do lençol freático.
O equipamento de escavação consiste em uma mesa rotativa, que tem
acoplada um trado espiral, conforme a Figura 14. À medida que penetra no solo por
rotação, a ferramenta enche gradualmente e, quando cheia, a haste é levantada e a
ferramenta automaticamente esvaziada por força centrífuga.
Figura 14 – Equipamento de escavação estaca escavada com trado mecânico
26
Fonte:<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgyugAB/estaca-tipo-trado-mecanico>dia 06/06/2017
às 14:09.
2.4.2.5Estaca raiz
Estacas executadas com equipamento de rotação ou rotopercussão com
circulação de água, lama bentonítica ou ar comprimido. Pode atravessar terrenos de
qualquer natureza, sendo o mais adequado quando o solo possui matacões e rochas
por exemplo. Pode ser executada de forma inclinada e não produzem choques nem
vibrações. A Figura 15 exibe como deve ser feito sua execução.
Figura 15 – Execução de estaca do tipo raiz
Fonte:<http://www.este.com.br/servicos.php>dia 06/06/2017 às 14:13. 4 METODOLOGIA
27
4.1 Estudo de caso
Conforme Yin (2001), o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que
compreende um método que abrange tudo em abordagens especificas de coletas e
análise de dados. Resumindo em poucas palavras, é um estudo empírico que busca
determinar ou testar uma teoria, onde sua função é tentar esclarecer decisões a
serem tomadas.
O estudo de caso foi feito em um prédio multifamiliar de quatro pavimentos
situado na cidade de Patos de Minas-MG, com uma área total construída de 735m².
Essa edificação foi executada com fundação profunda de substituição do tipo
escavada por meio de trado mecânico, sendo o diâmetro das estacas empregues de
30 centímetros, assentadas a uma profundidade de 6,0 metros, somando um
número total de 76 estacas.
E para tal estudo, foram utilizados métodos semiempíricos de
dimensionamento de fundações profundas, para determinar qual melhor tipo de
fundação a ser empregado na edificação.
4.2 Métodos semiempíricos para o dimensionamento de fundações profundas
Para se calcular estacas, devemos primeiro saber as ações que as mesmas
estão sujeitas. Como vimos na definição de fundações profundas, as estacas
possuem resistência de ponta (RP), e resistência lateral (RL), então para se calcular
a capacidade de carga(R) nas estacas devemos somar essas duas resistências.
� = �� + �� Existem inúmeras fórmulas teóricas para se calcular estacas, porém esses
métodos têm pouca utilização em projetos. Sendo assim, os cálculos são feitos por
fórmulas semiempíricas, sucedendo que cada autor estipula coeficientes
relacionados ao tipo de solo e o tipo de estaca utilizado. Logo abaixo veremos os
principais autores que desenvolveram métodos semiempíricos para o cálculo de
capacidade de carga em estacas.
4.2.1 Método Aoki-Velloso (1975)
Para o cálculo de um elemento de fundação isolado, Aoki-Velloso (1975)
estima que deve ser calculado pela seguinte fórmula semiempírica:
� = � ∗ �1 ∗ �� +
2 �(� ∗ � ∗ � ∗ ∆�)�
�
Onde:
28
R= Capacidade de carga;
K= Coeficiente do tipo de solo;
NP= Índice de resistência à penetração na cota de apoio da ponta da estaca;
F1 e F2= Fatores de correção;
AP= Área da seção transversal da estaca;
U= Perímetro da seção transversal da estaca;
α= Coeficiente de razão de atrito;
NL= Índice de resistência à penetração médio na camada de solo de espessura∆�; �L= Espessura da camada de solo.
O coeficiente (K) e o coeficiente (α) segue a Tabela 2, e os fatores de
correção (F1) e (F2) tem que ser de acordo com a Tabela 3.
Tabela 2- Coeficiente K e razão de atrito α Solo K(Mpa) α(%)
Areia 1,00 1,4 Areia siltosa 0,80 2,0
Areia siltoargilosa 0,70 2,4
Areia argilosa 0,60 3,0
Areia argilossiltosa 0,50 2,8
Silte 0,40 3,0
Silte arenoso 0,55 2,2
Siltearenoargiloso 0,45 2,8
Silte argiloso 0,23 3,4
Silteargiloarenoso 0,25 3,0
Argila 0,20 6,0
Argila arenosa 0,35 2,4
Argila arenossiltosa 0,30 2,8
Argila siltosa 0,22 4,0
Argila siltoarenosa 0,33 3,0
Fonte: Aoki e Velloso (1975).
Tabela 3- Fatores de correção F1 e F2 Tipo de estaca F1 F2
Franki 2,50 2F1 Metálica 1,75 2F1
Pré-moldada 1+D/0,80 2F1
Escavada 3,0 2F1
29
Raiz, Hélice continua e
Ômega
2,0 2F1
Fonte: Aoki e Velloso (1975).
4.2.2 Método Décourt-Quaresma (1996)
Esse autor introduz outros fatores com valores diferentes de Aoki (1975), e
outra fórmula para o cálculo de capacidade de carga que veremos logo abaixo:
� = � ∗ � ∗ � ∗ �� + � ∗ 10 ∗ ��3 + 1� ∗ ∗ �
Onde:
R= Capacidade de carga;
C= Coeficiente característico do solo;
α= Fator em função do tipo de estaca e do tipo de solo;
NP= Índice de resistência à penetração na cota de apoio da ponta da estaca;
AP= Área da seção transversal da estaca;
β= Fator em função do tipo de estaca e do tipo de solo;
NL= Índice de resistência à penetração médio na camada de solo;
U= Perímetro da seção transversal da estaca;
L= Espessura da camada de solo.
Os valores dos fatores (α) e (β) são encontrados nas a Tabela 4 e 5
respectivamente, e o coeficiente característico do solo (C) conforme a Tabela 6.
Tabela 4- Valores do fator α em função do tipo de estaca e do tipo desolo Tipo de estaca
Tipo de solo Escavada em geral
Escavada (betonita)
Hélice continua
Raiz Injetada sob altas pressões
Argilas 0,85 0,85 0,3* 0,85* 1,0*
Solos
intermediários
0,6 0,6 0,3* 0,6* 1,0*
Areias 0,5 0,5 0,3* 0,5* 1,0*
* valores apenas orientativos diante do reduzido número de dados disponíveis
Fonte: Décourt (1996).
Tabela 5- Valores do fator β em função do tipo de estaca e do tipo de solo Tipo de estaca
Tipo de solo Escavada Escavada Hélice Raiz Injetada
30
em geral (betonita) continua sob altas pressões
Argilas 0,8* 0,9* 1,0* 1,5** 3,0*
Solos
intermediários
0,65* 0,75* 1,0* 1,5* 3,0*
Areias 0,5* 0,6* 0,3* 1,5* 3,0*
* valores apenas orientativos diante do reduzido número de dados disponíveis
Fonte: Décourt (1996).
Tabela 6- Coeficiente característico do solo C Tipo de solo C (KPa)
Argila 120 Silte argiloso* 200
Silte arenoso* 250
Areia 400
* alteração de rocha (solos residuais)
Fonte: Décourt e Quaresma (1978). 4.2.3Método Teixeira (1996)
Com base nas outras fórmulas citadas anteriormente, Teixeira propõe uma
equação unificada para a capacidade de carga, em função de dois parâmetros, α e
β, onde esses valores são diferentes dos adotados porDécourt (1996). A seguir
temos a seguinte fórmula:
� = � ∗ � ∗ �� + � ∗ � ∗ ∗ � Onde:
R= Capacidade de carga;
α= Valores relacionados ao tipo de estaca e o tipo de solo onde se apoia a estaca;
NP= Índice de resistência à penetração na cota de apoio da ponta da estaca;
AP= Área da seção transversal da estaca;
β= Valores relacionados ao tipo de estaca;
NL= Índice de resistência à penetração médio na camada de solo;
U= Perímetro da seção transversal da estaca;
L= Espessura da camada de solo.
As Tabelas 7e 8 proporcionam os valores dos parâmetros (α) e (β) na devida
ordem.
Tabela 7- Valores do parâmetro α
31
Tipo de estacas- α (KPa)
Solo (4<Nspt<40)
Pré moldada e perfil metálico
Franki Escavada a céu aberto
Raiz
Argila siltosa 110 100 100 100
Silte argiloso 160 120 110 110
Argila arenosa 210 160 130 140
Silte arenoso 260 210 160 160
Areia argilosa 300 240 200 190
Areia siltosa 360 300 240 220
Areia 400 340 270 260
Areia com
pedregulhos
440 380 310 290
Fonte: Teixeira (1996).
Tabela 8- Valores do parâmetro β Tipo de estaca β (KPa)
Pré moldada e perfil metálico 4 Franki 5
Escavada a céu aberto 4
Raiz 6
Fonte: Teixeira (1996).
5RESULTADOS E DISCUSSÕES
A sondagem do terreno da edificação foi feita por intermédio de um
equipamento a percussão (SPT), a área do terreno onde foi construído a edificação
corresponde a uma medida de 300m², e foram feitos dois furos no local para se
saber a resistência e as propriedades do solo. A Figura 16 mostra a locação dos
furos.
Figura 16- Locação dos furos
32
Fonte: Autor.
De acordo com a NBR 8036/1983 as sondagens devem ser, no mínimo, de
uma para cada 200m² de área em projeção em planta do edifício, até 1200m² de
área. Mas a mesma também fala que em quaisquer circunstâncias o número mínimo
de sondagens deve ser de dois para área até 200m², e três para área maior que que
200m² até 400m².
Diante dessas informações, nota-se que no local onde foi feito o edifício teria
que ter no mínimo três furos para o reconhecimento do solo. Esse fato acontece
muito em construções no Brasil, existem casos que o proprietário não faz sequer
nenhum tipo de sondagem para reconhecimento.
As Figuras 17 e 18 a seguir, mostra os resultados dos dois ensaios obtidos, e
todas as informações necessárias para se calcular as fundações. As figuras
mostram de forma bem detalhada todo o perfil do solo, classificação, profundidade
das camadas, nível do lençol freático, diâmetro do amostrador, índice de resistência
do solo e um gráfico com o número de golpes iniciais e finais.
33
Figura 17- Furo 1
Fonte: Autor.
Figura 18- Furo 2
34
Fonte: Autor.
A partir desses dados, foram calculados a capacidade de carga (R) nos dois
furos, onde esses foram divididos em dois casos. Os dois casos foram feitos por
intermédio dos três métodos semiempíricos citados outrora, também foram
calculados a capacidade de carga admissível (Radm), que é igual a capacidade de
carga (R), dividido pelo fator de segurança (FS), quando se tratando de fundações
esse valor tem que ser igual ou maior que 2. Neste trabalho foi utilizado o fator de
segurança igual a 2, para se calcular a capacidade de carga admissível.
���� = � ���� = �
2
5.1 Caso 1
35
No primeiro caso foi utilizado o mesmo tipo de fundação empregado no
projeto, fundação do tipo escavada com trado mecânico, com diâmetro de 30
centímetros e assentada a uma profundidade de 6,0 metros. Onde obteve-se os
resultados de acordo com as Tabelas 9 e 10.
Tabela 9- Capacidades de cargas obtidas do furo 1(fundação escavada com trado mecânico diâmetro de 30 cm e profundidade de 6m)
RP (KN) RL (KN) R (KN) Radm (KN)
Aoki-Velloso (1975)
527,78 61,33 589,11 294,55
Décourt-
Quaresma
(1996)
226,19 87,68 313,87 156,93
Teixeira
(1996)
305,36 46,64 352 176
Fonte: Autor. Tabela 10- Capacidades de cargas obtidas do furo 2 (fundação escavada com
trado mecânico diâmetro de 30 cm e profundidade de 6m) RP (KN) RL (KN) R (KN) Radm (KN)
Aoki-Velloso (1975)
226,19 112,41 338,6 169,3
Décourt-
Quaresma
(1996)
254,46 126,95 381,41 190,7
Teixeira
(1996)
220,53 47,50 268,03 134
Fonte: Autor.
Após esses resultados, foi escolhido o furo que apresentou menor resistência
quanto a sua capacidade de carga (furo 2). Essa escolha foi feita através de uma
média entre os três autores, resultando em uma capacidade de carga admissível
média (Radmm), como mostra a Tabela11.
Tabela 11- Resistência admissível média (caso 1) Radm (KN)
Aoki-Velloso (1975) 169,3 Décourt-Quaresma (1996) 190,7
Teixeira (1996) 134
Radmm 165
Fonte: Autor.
36
Através desses valores obtidos, entra a parte do engenheiro estrutural, que
deve fornecer ao projetista de fundação todas as cargas provindas da
superestrutura. Para se saber o número necessário de estacas, deve-se dividir o
valor da capacidade de carga admissível (Radmm), pelo o valor da carga
máximatransferida pelos pilares do edifício. A Tabela 12demonstradetalhadamente a
quantidade de pilares utilizados, a carga máxima que cada um transfere para a
fundação, e o número de estacas necessárias para o estudo de caso.
Tabela 12- Cargas máximas dos pilares e quantidade de estacas necessárias (caso1)
Pilar Carga máxima (Tf) Radmm (Tf) Número de
estacas
P1 2,9 16,0 1 P2 3,5 16,0 1
P3 3,5 16,0 1
P4 3,6 16,0 1
P5 21,2 16,0 2
P6 38,4 16,0 3
P7 26,9 16,0 2
P8 3,1 16,0 1
P9 4,2 16,0 1
P10 1,7 16,0 1
P11 1,1 16,0 1
P12 1,6 16,0 1
P13 42,9 16,0 3
P14 47,6 16,0 3
P15 11,9 16,0 1
P16 64,3 16,0 4
P17 5,2 16,0 1
P18 4,3 16,0 1
P19 47,2 16,0 3
P20 67,5 16,0 5
P21 53,1 16,0 3
P22 20,5 16,0 2
P23 81,1 16,0 5
37
P24 3,8 16,0 1
P25 70,3 16,0 5
P26 46,9 16,0 3
P27 26,7 16,0 2
P28 29,4 16,0 2
P29 1,0 16,0 1
P30 15,7 16,0 1
P31 7,5 16,0 1
P32 1,6 16,0 1
Total de estacas 64
Fonte: Autor.
5.2 Caso 2
No segundo caso foi utilizado o mesmo tipo de fundação, do tipo escavada
com trado mecânico, com profundidade de assentamento de 6,0 metros, porém com
diâmetro de 40 centímetros. Os procedimentos aplicados no caso 2, foram os
mesmos adotados no caso 1, apenas com resultados diferentes, conforme as
Tabelas 13, 14, 15 e 16 abaixo.
Tabela 13- Capacidades de cargas obtidas do furo 1 (fundação escavada com trado mecânico diâmetro de 40 cm e profundidade de 6m)
RP (KN) RL (KN) R (KN) Radm (KN)
Aoki-Velloso (1975)
938,28 81,77 1020,05 510,02
Décourt-
Quaresma
(1996)
402,2 116,91 519,11 259,55
Teixeira
(1996)
542,86 62,19 605,05 302,52
Fonte: Autor. Tabela 14- Capacidades de cargas obtidas do furo 2 (fundação escavada com
trado mecânico diâmetro de 40 cm e profundidade de 6m) RP (KN) RL (KN) R (KN) Radm (KN)
Aoki-Velloso (1975)
402,12 149,89 552,01 276
Décourt-
Quaresma
452,38 169,26 621,64 310,82
38
(1996)
Teixeira
(1996)
392,07 63,33 455,4 227,7
Fonte: Autor.
Tabela 15- Resistência admissível média (caso 2) Radm (KN)
Aoki-Velloso (1975) 276 Décourt-Quaresma (1996) 310,82
Teixeira (1996) 227,7
Radmm 271,50
Fonte: Autor. Tabela 16- Cargas máximas dos pilares e quantidade de estacas necessárias
(caso 2) Pilar Carga máxima (Tf) Radmm (Tf) Número de
estacas
P1 2,9 27,00 1 P2 3,5 27,00 1
P3 3,5 27,00 1
P4 3,6 27,00 1
P5 21,2 27,00 1
P6 38,4 27,00 2
P7 26,9 27,00 2
P8 3,1 27,00 1
P9 4,2 27,00 1
P10 1,7 27,00 1
P11 1,1 27,00 1
P12 1,6 27,00 1
P13 42,9 27,00 2
P14 47,6 27,00 2
P15 11,9 27,00 1
P16 64,3 27,00 3
P17 5,2 27,00 1
P18 4,3 27,00 1
P19 47,2 27,00 2
P20 67,5 27,00 3
39
P21 53,1 27,00 2
P22 20,5 27,00 1
P23 81,1 27,00 4
P24 3,8 27,00 1
P25 70,3 27,00 3
P26 46,9 27,00 2
P27 26,7 27,00 2
P28 29,4 27,00 2
P29 1 27,00 1
P30 15,7 27,00 1
P31 7,5 27,00 1
P32 1,6 27,00 1
Total de estacas 50
Fonte: Autor.
Através da quantidade total do número de estacas utilizados no projeto, e dos
resultados obtidos pelos dois casos, foram feitos cálculos com valores reais de custo
para cada um deles. Os orçamentos para os valores reais de custo foram retirados
da planilha da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (SETOP), da
região Triângulo e Alto Paranaíba, atualizada em 11 de maio de 2017. Essa planilha
fornece a referência de preços para as obras de edificação do Estado de Minas
Gerais.
A tabela 17 abaixo, demonstra detalhadamente o preço total gasto no projeto,
e nos dois casos feitos anteriormente.
Tabela 17- Custo total de estacas Quantidade
de estacas
Diâmetro
(cm)
Profundidade
(m)
Preço
R$/m
(SETOP, 2017)
Total (R$)
Projeto 76 30 6 27,50 12,540 Caso 1 64 30 6 27,50 10,560
Caso 2 50 40 6 37,50 11,250
Fonte: Autor.
No projeto e no caso 1 foi utilizado o mesmo tipo de estaca, cota de
assentamento e diâmetro, porém através dos cálculos feitos, houve uma economia
de R$ 1980,00. Já se comparando o projeto com o caso 2, mudou-se apenas o
diâmetro da estaca e ainda obteve uma economia de R$ 1290,00. Portanto, não
40
quer dizer que o projeto foi superdimensionado, mas essa variação de valores se dá
pelos tipos de métodos e fatores de segurança adotados por cada projetista de
fundação.
6 CONCLUSÃO
De acordo com as sondagens feitas no solo, o furo 2mostrou uma resistência
lateral maior que no furo 1, isso aconteceu porque os valores NSPT encontrados nas
camadas do solo foram superiores à do outro furo.Porém sua resistência de ponta
foi menor, isso por conta da resistência do solo encontrado na camada abaixo onde
a estaca foi assentada. Portanto foi feito uma soma das resistências laterais e de
ponta em cada uma das sondagens, onde foi escolhida aquela que possuía menor
resistência de capacidade de carga na interação solo/estrutura, essa escolha foi feita
para se obter um fator de segurança maior no dimensionamento, sendo assim dando
mais segurança e resguardo ao projetista.
Com isso, conclui-se que o melhor método para essa edificação seria o tipo
de fundação escavada com trado mecânico, assentada a uma profundidade de 6,0
metros e com diâmetro de 30 centímetros. Essa conclusão foi feitalevando em conta
sua eficiência, que por meio dos cálculos obtidos atendeu com segurança as
características e necessidades do edifício, e sua economia, poisesse éo
tipofundação mais barato para se executar no mercado.
7REFERÊNCIAS
41
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