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O CONTROLE SOCIAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR NO CONTEXTO DO PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS NO MUNICÍPIO DE BARCARENA Ana Paula Batista da Silva Brito 1 Resumo Este estudo teve como objetivo analisar o controle social dos recursos do Programa de Alimentação Escolar na rede municipal de Barcarena de 2007 a 2014 no contexto do Plano de Ações Articuladas (PAR). Focalizando a dimensão Gestão Educacional, área Gestão Democrática, por meio do indicador “Composição e Atuação do Conselho de Alimentação Escolar (CAE)” previsto no PAR. Como metodologia, adotou-se o estudo documental e a utilização de entrevistas semiestruturadas. Dentre os resultados obtidos, constatou-se o regime de colaboração sofreu grave retrocesso, visto que o município passou a executar os recursos do PNAE e distribuir a alimentação escolar. Palavras-chave: Controle Social; PNAE; PAR; Barcarena Abstract This study aimed to analyze the social control of resources of the School Feeding Program in the municipal network of Barcarena from 2007 to 2014 in the context of the Articulated Actions Plan (PAR). Focusing on the Educational Management dimension, Democratic Management area, through the indicator "Composition and Performance of the School Feeding Council (CAE)" in PAR. As a methodology, documentary study and the use of semi-structured interviews were adopted. Among the results obtained, it was found that the collaboration regime suffered a serious setback, since the municipality began to execute the PNAE resources and distribute school meals. Keywords: Social Control; PNAE; PAIR; Barcarena I. INTRODUÇÃO 1 Estudante de Pós-Graduação. Universidade Federal do Pará (UFPA). E-mail: anapaula. [email protected]

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O CONTROLE SOCIAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR NO CONTEXTO DO PLANO DE

AÇÕES ARTICULADAS NO MUNICÍPIO DE BARCARENA

Ana Paula Batista da Silva Brito1

Resumo

Este estudo teve como objetivo analisar o controle social dos recursos do Programa de Alimentação Escolar na rede municipal de Barcarena de 2007 a 2014 no contexto do Plano de Ações

Articuladas (PAR). Focalizando a dimensão Gestão Educacional, área Gestão Democrática, por meio do indicador

“Composição e Atuação do Conselho de Alimentação Escolar

(CAE)” previsto no PAR. Como metodologia, adotou-se o

estudo documental e a utilização de entrevistas semiestruturadas. Dentre os resultados obtidos, constatou-se o regime de colaboração sofreu grave retrocesso, visto que o município passou a executar os recursos do PNAE e distribuir a alimentação escolar. Palavras-chave: Controle Social; PNAE; PAR; Barcarena

Abstract

This study aimed to analyze the social control of resources of the School Feeding Program in the municipal network of Barcarena from 2007 to 2014 in the context of the Articulated Actions Plan (PAR). Focusing on the Educational Management dimension, Democratic Management area, through the indicator "Composition and Performance of the School Feeding Council (CAE)" in PAR. As a methodology, documentary study and the use of semi-structured interviews were adopted. Among the results obtained, it was found that the collaboration regime suffered a serious setback, since the municipality began to execute the PNAE resources and distribute school meals. Keywords: Social Control; PNAE; PAIR; Barcarena

I. INTRODUÇÃO

1 Estudante de Pós-Graduação. Universidade Federal do Pará (UFPA). E-mail: anapaula. [email protected]

Este estudo é parte integrante da pesquisa nacional que tem por título geral:

“Avaliação do Plano de Ações Articuladas (PAR): um estudo nos municípios do Rio Grande

do Norte, Pará e Minas Gerais, no período de 2007 a 2011”2. Para o desenvolvimento deste

trabalho e aprofundamento acerca da pesquisa, realizamos um recorte da pesquisa local

focalizando o município de Barcarena para uma análise particularizada do PAR. Dessa forma,

foi selecionada a dimensão Gestão Educacional, dando enfoque à área “Gestão Democrática:

Articulação e Desenvolvimento dos Sistemas de Ensino, que é composta por 9 indicadores”3.

Optamos pelo recorte temporal de 2007 a 2014, período em que se desenvolveram duas

etapas do Plano de Ações Articuladas: a primeira, de 2007 a 2011 e a segunda de 2012 a

2014. Nesse sentido, analisamos apenas o indicador “Composição e atuação do Conselho de

Alimentação Escolar (CAE)”

Neste trabalho o objetivo foi analisar o controle social dos recursos do PNAE na

rede municipal de Barcarena de 2007 a 2014 com base no indicador “Composição e atuação

do Conselho de Alimentação Escolar (CAE)” constante no Plano de Ações Articuladas (PAR).

A metodologia utilizada foi o estudo documental e entrevistas semiestruturadas.

Marconi e Lakatos (2003, p. 174) diz que a característica da pesquisa documental é “a fonte

de coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se

denomina de fontes primárias. Estas podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno

ocorre, ou depois”. Como documento de pesquisa analisamos o Decreto nº 6.094/2007, que

estabelece o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação (PMCTE); o documento

“Orientações para elaboração do PAR dos municípios” e o termo de Adesão ao PAR, fontes

estatísticas da base de dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

Anísio Teixeira (INEP), especificamente, do Censo Escolar.

A entrevista foi realizado com dois representantes do município, um técnico em

educação e um representante dos pais no Conselho de Alimentação Escolar de Barcarena.

Segundo Marconi e Lakatos (idem, p. 196) tem como objetivo “a obtenção de informações do

2 A pesquisa conta com financiamento do Observatório da Educação da CAPES/OBEDUC e envolve três universidades brasileiras: a UFRN, a UFPA e a UFU. No âmbito da UFPA vem sendo desenvolvida pelo Grupo de Estudo e Pesquisas Sobre Educação Superior da UFPA (GEPES). 3Os indicadores da referida área são: a) existência e funcionamento de Conselhos Escolares (CE); b)

existência, composição e atuação do Conselho Municipal de Educação (CME); c) composição e atuação do Conselho de Alimentação Escolar (CAE); d) existência do projeto pedagógico nas escolas e grau de participação dos professores e do CE na elaboração dos mesmos; e) Critérios para escolha da Direção Escolar; f) Existência, acompanhamento e avaliação do Plano Municipal de Educação (PME), desenvolvido com base no Plano Nacional de Educação (PNE); g) Plano de Carreira para o Magistério; h) Estágio probatório efetivando os professores e outros profissionais da educação; i) Plano de Carreira dos Profissionais de Serviço e Apoio Escolar.

entrevistado, sobre determinado assunto ou problema”. E a entrevista semiestruturada

oportuniza ao entrevistador a “liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção

que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão” (p.

197). A pesquisa para os autores é:

[...] Um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a

respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza

profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de

dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social (IBDEM,

p. 105).

Os resultados do estudo estão dispostos nas seções a seguir.

II. A DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO E O CONTROLE SOCIAL: CONTEXTO E

CONCEITO

A Constituição de 1988, que foi criada sob influência da sociedade civil e de

diversas emendas populares, teve forte influência na descentralização e com isso uma maior

participação popular no processo de elaboração de políticas públicas. A “Constituição Cidadã”

consagrou a participação dos cidadãos no processo de tomada de decisões políticas, com

isso, o controle social torna-se indispensável por meio de órgãos que fiscalizam os recursos

públicos para que as necessidades da sociedade, de forma eficiente, sejam atendidas. De

acordo com a cartilha da Controladoria Geral da União4

O controle social pode ser entendido como a participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da Administração Pública. Trata-se de importante mecanismo de prevenção da corrupção e de fortalecimento da cidadania (DOCUMENTO CGU, 2012, p. 16).

A Carta Magna põe em vigor a participação popular em decisões estatais através

de “associações representativas no planejamento municipal (Artigo 29, XII), no gerenciamento

da seguridade social (art. 194, parágrafo único, VII), na saúde (art. 198, III), na assistência

social (art. 204, II), na educação (Art. 206, inciso VI)” (SANTOS, GUTIERRES E MILÉO, 2009,

p. 5). Corroborando com a CF/88, Santos, Gutierres e Miléo (2009, p. 5) fala sobre a emenda

Constitucional nº 19 de 1998 e sobre seus desdobramentos, que:

Propiciou a associação entre o setor privado e público na gestão pública, implicou na expansão da participação da sociedade no controle da administração contribuindo assim para o que tem sido denominado de “controle social”.

Na perspectiva de Teixeira (2001), o controle social é dividido por dimensões:

4 Cartilha “Olho vivo no Dinheiro Público de 2010”. Acesso em http://www.cgu.gov.br/Publicacoes/controle-social/arquivos/controlesocial.pdf

A primeira corresponde à accountability, a prestação de contas conforme parâmetros estabelecidos socialmente em espaços públicos próprios. A segunda, decorrente da primeira, consiste na responsabilização dos agentes políticos pelos atos praticados em nome da sociedade, conforme os procedimentos estabelecidos nas leis e padrões éticos vigentes (p. 38-39).

A “criação de conselhos está intimamente vinculada, neste período [década de

1980], à democratização do público e ao controle social” (PERONI, 2008, p. 195).

O controle social acontece para a garantia de direitos sociais e é através dos

conselhos que a comunidade obtém mais conhecimentos para acompanhar e fiscalizar o

poder público e as políticas públicas. Entende-se, dessa forma, que o controle social parte

dos grupos sociais, é através desses setores da sociedade que o controle social é feito acerca

da gestão pública.

Portanto, controle social parte de medidas e ações tomadas, por meio da

sociedade civil, por vias democráticas e servem para o acompanhamento das políticas

públicas a partir de sua formulação até o momento de sua implementação.

Neste sentido, o controle social envolve a capacidade que as classes subalternas, em luta na sociedade civil, têm para interferir na gestão pública, orientando as ações do Estado e os gastos estatais na direção dos interesses destas classes, tendo em vista a construção de sua hegemonia (CORREIA, 2005, p. 63).

Como exemplo tem o Conselho de Alimentação Escolar (CAE), cuja função é:

controlar o dinheiro para a merenda escolar, em que parte desta verba vem do Governo

federal e outra parte da prefeitura; analisar a qualidade da merenda escolar comprada;

verificar se o que a prefeitura comprou está chegando às escolas; examinar estes alimentos

estão bem guardados e com qualidade de higiene (CARTILHA CGU, 2012). O CAE conta com

a participação de representantes da prefeitura, representante de professores, da câmara

municipal, de pais de alunos e de um sindicato ou associação rural (BRASIL, 2012). Os

conselhos também devem ser compostos por:

[...] Um número par de conselheiros, sendo que, para cada conselheiro representante do Estado, haverá um representante da sociedade civil (exemplo: se um conselho tiver 14 conselheiros, sete serão representantes do Estado e sete representarão a sociedade civil). Mas há exceções à regra da paridade dos conselhos, tais como na saúde e na segurança alimentar (FNDE, 2016).

A Lei 11.947/09 regulamentada pela Resolução 38 do FNDE ampliou o PNAE para

todo o Ensino Infantil, Educação Fundamental, Ensino Médio e Educação para Jovens e

Adultos (EJA) e tornou obrigatório o gasto de pelo menos 30% dos recursos financeiros

transferidos pelo FNDE para aquisição de alimentos diretamente do agricultor familiar.

O PNAE tem como objetivo contribuir para o crescimento e desenvolvimentos

biológico, psicológico e social, desenvolvimento da aprendizagem e do rendimento escolar,

também garantir bons hábitos alimentares. O recurso encaminhado do FNDE para o programa

é calculado conforme a quantidade de alunos matriculados em cada ente federado e esse

cálculo é feito a partir de dados do censo escolar que são realizados pelo Ministério da

Educação (BRASIL, 2009). O Conselho de Alimentação Escolar é uma forma de controle

social, com participação ativa da sociedade cujo regime de colaboração entre os entes

federados deverá acontecer.

III. O CONSELHO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR EM BARCARENA E O PAR: AVANÇOS

E RUPTURAS

No documento do Plano de Ações Articuladas de 2007 a 2011, o indicador

“Existência e Atuação do Conselho de Alimentação Escolar” está contido na área 1: Gestão

Democrática: articulação e desenvolvimento dos sistemas de ensino, e aparece como terceiro

indicador nesta área.

Neste indicador, o município Barcarena recebeu pontuação 4, no qual diz respeito

a uma situação satisfatória no CAE do município o documento relata como justificativa que “O

CAE municipal desenvolve um trabalho que atende as especificações do Programa Nacional

de Alimentação Escolar – PNAE” (PAR BARCARENA, 2007, p. 05).

No segundo documento do PAR, de 2012 a 2014, o indicador passa a ser

denominado de “Composição e atuação do Conselho de Alimentação Escolar (CAE)” e este

tem sua pontuação diminuída para 3, quando a situação está satisfatória, no entanto há

necessidade de ações para melhoria. Como critério desta pontuação o documento relata

alguns pontos negativos como a falta de reuniões regulares, o acompanhamento apenas em

parte da compra dos alimentos e estando apenas parcialmente atento às boas práticas

sanitárias (PAR BARCARENA, 2011).

Como justificativa para esta pontuação o município relata em seu diagnóstico,

neste segundo PAR que:

O CAEB - Conselho de Alimentação Escolar é representado pelos vários segmentos da sociedade, como, representante de pais, de alunos, sociedade civil organizada e representante do executivo. Possui regimento interno, realiza reuniões regulares ordinárias e extraordinárias sempre que necessário. Fiscaliza os recursos transferidos a conta do PNAE, conforme lei 11.947/09 e resolução nº 38/09. Contudo acompanha, parcialmente, a aquisição dos alimentos e distribuição dos mesmos nas escolas. Quanto às condições de higiene, às práticas sanitárias e à formação de bons hábitos alimentares, o conselho vem desenvolvendo um trabalho significativo, realizando visitas às escolas, orientando aos conselhos escolares, à coordenação pedagógica e aos gestores escolares sobre tais questões. Entretanto, não são percebidos resultados significativos. As escolas necessitam de melhor infraestrutura no que se referem aos depósitos, equipamentos para manipulação e preparo de alimentos (PAR DE BARCARENA, 2011).

Como demanda potencial, que a equipe técnica disponibilizou no documento,

temos relatado que eles vão:

Buscar apoio do MEC, empresas e Prefeitura Municipal para aquisição de 01 baú frigorífico para entrega dos perecíveis, de 01 câmara frigorífica para o depósito do SEMAE com capacidade de 10 a 15 mil quilos para armazenar os alimentos perecíveis; Reestruturar o procedimento de entrega dos alimentos, principalmente os perecíveis; Concluir o processo de implementação da aquisição de gêneros alimentícios provenientes da agricultura familiar; Intensificar as ações de formação que visam estabelecer diretrizes para a construção de padrões de qualidade de higiene e boas práticas de alimentação saudável nas escolas da rede; Adquirir e implantar, junto a entidade executora, a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual - EPI’S por todos os profissionais que trabalham com a manipulação de alimentos; Investir na estruturação do CAEB para que a entidade adquira maior autonomia, obtenha ajuda de custo da entidade executora para realizar o acompanhamento nas escolas (PAR BARCARENA, 2011).

Com essa pontuação e justificativa, foi gerada ação para garantir o funcionamento

e atuação do CAE e incentivar e acompanhar a sua atuação. Duas subações foram geradas

para que esta pontuação aumentasse, são elas: Acompanhar a atuação do Conselho de

Alimentação Escolar (CAE), inclusive no que se refere ao cumprimento das Resoluções do

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e Rever a composição do CAE,

verificando o cumprimento do mandato de quatro anos dos seus integrantes e implementando,

se necessário, os procedimentos para a renovação do CAE, conforme orientações do Fundo

Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Espera-se com isso que o CAE se reestruture, atuando eficientemente nas

práticas sanitárias de higiene e nos mecanismos de acompanhamento e distribuição dos

alimentos.

De acordo com a Lei nº 11.947 de 2009, que dispõe sobre o atendimento da

alimentação escolar, o CAE é um órgão fiscalizador e de acompanhamento, para tanto

necessita de uma organização prévia dos conselheiros.

Em 1997 com a Lei 1.909, houve a criação do Conselho Municipal de Alimentação

Escolar no município de Barcarena. Nesta Lei o CAE se constituía por 10 membros, sendo

eles:

a) Secretaria Municipal de Educação;

b) Secretaria Municipal de Cultura e Desporto;

c) Secretaria Municipal de Saúde;

d) Coordenadoria de Ação Social;

e) Secretaria Municipal de Agricultura;

f) Representante dos Professores;

g) Representante dos Pais;

h) Representante dos Alunos;

i) Representante do Sindicato dos Produtos Rurais; j) Representante da Pastoral da Criança e do Adolescente.

No artigo 3º, como competência, cabe ao CAE:

I- Fiscalizar e controlar as aplicações dos recursos destinados à merenda

escolar;

II- Participar da elaboração dos cardápios do Programa Nacional de Alimentação Escola, respeitando os hábitos alimentares da localidade, sua vocação agrícola, e a preferência pelos produtos “in natura”;

III- Acompanhar o processo de aquisição e distribuição da merenda escolar, bem como as condições higiênicas de preparo e consumo pelas crianças na escola;

IV- Colaborar na apuração de denúncias sobre irregularidades na merenda mediante instância competente, para apuração dos eventuais casos que venham a tomar conhecimento;

V- Participar de estudos e pesquisas de impacto da merenda escolar entre a clientela atendida pelo programa;

VI- Elaborar o seu regimento interno.

Com a Medida Provisória nº 1.979-19 de 2000, a Câmara Municipal de Barcarena

aprovou a Lei nº 1.936/2000, com algumas alterações acerca do Conselho de Alimentação

Escolar. O Conselho passa a ser constituído por 7 membros, sendo eles:

I- Um representante do Poder Executivo, indicado pelo chefe deste poder;

II- Um representante do Poder Legislativo, indicado pela mesa diretora desse poder;

III- Dois representantes dos professores, indicado pelo respectivo órgão de classe;

IV- Dois representantes de pais de alunos, indicados pelos conselhos escolares, associações de pais e mestres ou entidades similares;

V- Um representante dos outros segmentos organizados da sociedade local.

Outra mudança que ocorreu foi na competência do CAE:

I- Acompanhar a aplicação dos recursos federais transferidos à conta do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE;

II- Zelar pela qualidade dos produtos, em todos os níveis desde a aquisição até a distribuição, observando sempre as boas práticas higiênicas e sanitárias;

III- Receber, analisar e remeter ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, com parecer conclusivo, as prestações de conta do PNAE referente ao município;

IV- Encaminhar ao FNDE, apurações e irregularidades na execução do PNAE; V- Elaborar seu regimento, considerando as orientações do Conselho

Deliberativo do FNDE.

No município de Barcarena, em entrevista com um representante de pais de

alunos no conselho, que já está em seu segundo mandato no CAE, notamos que as reuniões

são regularmente feitas a todo mês e quando necessário há reuniões extraordinárias, para

tomadas de decisões ou o que for preciso no momento. A equipe trabalha com planejamento,

no seu plano de ação, anual, como relata o conselheiro:

No final do primeiro mandato, a gente conseguiu fazer algo que não fazia antes que era o planejamento, fazer o Plano de Ação. Todo ano nós fazemos o plano de ação. Nesse plano de ação a gente coloca desde algumas coisas, que nós entendemos como meta, para apresentar ao poder executivo, que nós entendemos que seria interessante para que o PNAE funcionasse da melhor forma possível, também o trabalho do conselho de modo geral. Incluindo já datas especificas das nossas reuniões ordinárias, nós temos uma reunião ordinária todo mês. As extraordinárias, sempre que necessário a gente faz, também o nosso plano de ação já está previsto as nossas visitas (Representante de pais no CAE).

No que diz respeito ao acompanhamento e fiscalização da alimentação escolar, a

referida lei em seu Art. 9º diz que compete ao CAE “Acompanhar e fiscalizar a aplicação dos

recursos destinados à alimentação escolar; zelar pela qualidade dos alimentos, em especial

quanto às condições higiênicas, bem como a aceitabilidade dos cardápios oferecidos e

receber o relatório anual da gestão do PNAE e emitir parecer conclusivo a respeito, aprovando

ou reprovando a execução do Programa”, além disso o conselho deve ser realmente

representativo, com a participação e o controle social da população, sobre isso ele relata:

No nosso plano de ação a gente já deixa estabelecido os períodos, de acordo com as datas que nós temos para fazer a prestação de contas a gente já deixa estabelecidos os dias que a gente se reúne pra tá analisando documentação, é, pra emitir o parecer da execução do programa, tudo isso daí já está presente no nosso plano de ação. É, também no nosso trabalho a gente criou uma página, o facebook [...] E a gente achou que tem que levar informação. É, acho que esse é o trabalho principal, fundamental do conselho. [...] Nosso trabalho funciona dessa forma, a gente sempre faz visita de forma revezada. No mínimo vai, quando tem visita, vão dois conselheiros, geralmente são dois conselheiros [...] pra gente poder fazer esse trabalho de revezamento. Nós realizamos relatórios, procedimento que a gente utiliza: encaminha para secretaria da educação, secretaria da educação da devolutiva e ela soluciona ou da resposta daquilo que nós identificamos que precisa melhorar, tranquilo (Representante de pais No CAE).

O Conselho da Merenda Escolar do município, inclusive tem acesso e pode

participar do processo de licitação, na escola de alguns itens da merenda, a última em que

participaram cerca de 12 empresas entraram no processo. Importante ressaltar que este

conselheiro, representante dos pais, obteve acesso a informações referentes ao PAR e suas

metas, participando de reuniões.

Agora quando diz respeito às escolas das ilhas, a gente precisa melhorar muita coisa, avançar muita coisa. Até no que diz respeito ao cardápio, porque quem mora lá nas ilha eles são mais penalizados, porque lá não conseguem chegar – principalmente onde não tem energia – o frango, a carne posta, a carne moída, não conseguem chegar os demais perecíveis porque não tem a questão do armazenamento, de como armazenar. Então, assim, é muito preocupante. [...] Mas a gente faz o acompanhamento sim (Representante de pais No CAE).

O CAE no primeiro PAR recebeu nota máxima, no entanto no segundo, em 2012,

sua nota diminui para 3 havendo a necessidade de um baú frigorífico para a entrega dos

perecíveis e uma câmara frigorífica para o armazenamento desses alimentos com uma

capacidade de 10 a 15 mil quilos (PAR BARCARENA, 2012). De acordo com o representante

do conselho, já foi adquirido um frigorífico para armazenar os alimentos, que antes ficavam

no chão e duas câmaras frigoríficas. Dessa forma, a respeito desta ação do PAR, houve a

conclusão por parte do município, no entanto o próprio conselheiro ressalta:

Nós entendemos que se for analisar eu acho que não avançou, porque a questão dos baús frigoríficos seriam essenciais para fazer a entrega dos perecíveis, tem o frango, tem a carne posta, a carne moída, as poupas de fruta, tem a questão do iogurte. Então nós temos o entendimento que precisamos avançar nesse seguimento aí. [...] Mas no que diz respeito à questão da entrega, nós, enquanto conselho precisamos melhorar esse meio de transporte aí (Representante de pais do CAE).

Outra demanda para o segundo PAR foi de investir na estruturação do CAEB para

que a entidade adquira maior autonomia, obtenha ajuda de custo da entidade executora para

realizar o acompanhamento nas escolas, quando questionamos acerca da autonomia o

conselheiro foi bem enfático ao dizer “eu acredito que todo conselho que se preze e tem que

ter o entendimento de que ele não depende do consentimento do poder executivo pra ter

autonomia ou não.” Para ele os conselheiros precisam entender que a autonomia é dos

conselheiros, obtiveram a ajuda de custo para deslocamento, no entanto nos três últimos

meses foi suspenso, o mesmo acredita ser por conta do período eleitoral. Destaca que as

decisões tomadas pelo CAE são bem aceitas pelo poder executivo do município.

Os conselheiros do Conselho da merenda escolar receberam formação e recebem

constantemente, inclusive em outros municípios próximos para perceber de que forma o CAE

funciona em outros municípios. No entanto, no que tange ao PAR, apenas no primeiro

mandato do entrevistado recebeu orientação e segundo ele “de lá pra cá eu não participei,

nenhum membro do conselho mais participou de nenhuma discussão voltada pro PAR”.

Quando questionado sobre as possíveis melhorias após a implementação do PAR

diretamente ao CAE e se era possível ele poder comparar e fazer a análise se com o Plano o

Conselho melhorou, como resposta:

Olha, eu, porque é assim eu tenho o conhecimento de algumas discussões em relação ao PAR. Questão de infra estrutura, por exemplo. Na questão de infraestrutura melhorou muito, se foi proveniente do PAR, mas ai fica difícil como eu não participei ativamente é melhor eu não comparar (Representante de pais do CAE).

No que concerne ao Regime de colaboração entre os entes federados, este está

previsto na Constituição Federal de 1988 nos artigos 211 e 214, sendo assim a educação

passa a ser de responsabilidade da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em trabalho

de colaboração, com isso entendemos que conforme Mendes e Gemaque (2011, p. 303) “o

regime de colaboração implica a inter-relação entre os entes federados, de modo a subsidiar

a autonomia do município na gestão de seu sistema de ensino”.

Notamos a quebra do regime de colaboração entre Município e Estado quando

perguntamos ao conselheiro se Barcarena estava conseguindo materializar o regime de

colaboração a partir da execução do PNAE e como acontece a entrega da merenda escolar

às escolas estaduais, obtivemos como resposta:

Quando foi no ano de 2014, se não me engano foi 2014, a administração resolveu não aceitar mais o convênio, rompeu o convênio. [...] o que a administração colocou para o conselho foi que o município estava encaminhando a merenda escolar do Estado, a gente acompanhava. A gente visitava as escolas do Estado, mas estava tendo um estrago muito grande de alimentação nas escolas do estado, por que, eu acho que era do conhecimento de todos que estava faltando merendeira, serviços gerais, a infraestrutura estava precária, não tinha onde se guardar, tanto a parte de frízer como a de depósito, não tinha onde armazenar. [...] Ela estava falando que estava pegando recurso do PNAE, mas em termo de contrapartida não tinha [...] e eles queriam continuar contestando com recursos humanos, transporte entre outros custos (Representante de pais do CAE).

Houve a interrupção do repasse da merenda escolar para as escolas estaduais

de Barcarena e o Conselho de Alimentação Escolar concordou com a decisão do poder

executivo do município, que alega não receber a contrapartida de recursos e seu gasto ser

bem maior do que o que é repassado pelo PNAE, uma vez que para se transportar os

alimentos se tem um gasto além e muitas escolas estaduais são distantes, de difícil acesso,

alegam, também, que não se tem um frigorífico para armazenar estes alimentos na hora do

seu transporte.

E aí, com essa alegação a administração resolveu não aceitar mais o convênio, nós enquanto conselho, naquele momento, a maioria acabou concordando. Em vista, até porque nós fizemos algumas manifestações a gente procurou a SEDUC, na época a gente procurou a UNI daqui de Barcarena e nada foi feito, a gente queria conseguir pelo menos a questão dos recursos humanos, merendeiras e serviços gerais. [...] Então, municipalizar eu acho que é a melhor alternativa porque o município está mais próximos daquelas escolas, mas tiveram essas impasses ai e acabou que interromperam (Representante de pais do CAE).

Diante disso, alguns questionamentos sobre o que foi feito em relação a essa

situação foram feitas e o conselheiro entrevistado nos traz algumas informações acerca dessa

problemática:

Nós, enquanto conselho, procuramos a Unidade Regional (URE) que na época ainda estava seu Inácio que ele estava como diretor da terceira URE e nos recebeu muito bem, inclusive, entendeu a problemática. Inclusive ele até nos apresentou um mapa pra gente mostrando o déficit tanto da parte de merendeiras, de serviços gerais, agentes de portarias de vigilância, da questão da infraestrutura dessa parte da alimentação, chegou a mostrar o mapa pra gente que ele já tinha comunicado a SEDUC, mas que até aquele momento não tinha tido nenhuma resposta. E na SEDUC a gente foi e protocolou por duas vezes, parece, a gente protocolou ofícios inclusive com relatórios mostrando a realidade das escolas estaduais, a gente solicitava que fossem tomadas as devidas providencias para que a gente pudesse manter o programa. [...] Mas assim, houve sim um esforço da parte do conselho pra poder fazer com que realmente não tivesse essa interrupção, que não tivesse esse rompimento da municipalização (Representante de pais no CAE).

Um dos objetivos mais importantes do Plano de Ações Articuladas, o regime de

colaboração, não foi conseguido no município em questão, visto que a colaboração entre o

município Barcarena e o Estado Pará não existe mais no que diz respeito à compra e entrega

de alimentos advindos de recursos do PNAE.

A União repassa o recurso ao Estado, este por sua vez, repassa ao município,

para que faça as compras e distribuições da merenda. O município de Barcarena, então,

ficava responsável por distribuir alimentos da merenda escolar às escolas municipais e

estaduais, no entanto, sem a contrapartida do Estado para ajudar na distribuição da merenda

de escolas de sua responsabilidade, o gasto realizado pelo município era grande para fazer

essa distribuição em escolas rurais e distantes, dessa forma, o município de Barcarena decidiu

por não mais receber esse recurso advindo do Estado.

Com isso, o Estado do Pará passa a administrar o recurso e cuidar da compra e

entrega de alimentos escolares em escolas do município em questão, assim, está havendo o

atraso na entrega da merenda escolar no município. O PAR, neste sentido, não esta

conseguindo fazer com que haja o regime de colaboração entre os entes federados, haja vista

que o próprio município decidiu por não mais administrar o recurso para a merenda escolar

estadual. O Estado, por conseguinte, aceita esta quebra do regime uma vez que não interage

com seu município para que haja a colaboração que o PAR propõe.

IV. CONCLUSÃO

O PAR surge como mecanismo de melhoria da educação básica e um de seus

objetivos é reforçar o regime de colaboração entre os entes federados, porém, como relata

Camini (2010), o PAR seguiu os mesmos caminhos da lógica neoliberal que ocorre nas

políticas públicas brasileiras, principalmente no que diz respeito à gestão educacional. O

Plano já está apenas para ser preenchido, com uma das opções que estão após

preenchimento ações são geradas e essas ações não dão a autonomia para o município, são

medidas prontas e acabadas.

Quando analisamos o documento, dando enfoque ao seu objetivo da melhoraria

dos indicadores educacionais, é possível inferir que em sete anos de adesão ao PAR

Barcarena não conseguiu elevar a pontuação atribuída em sua primeira elaboração, em 2007,

no que concerne ao indicador “Existência e Atuação do CAE”. Ademais, o IDEB do município,

que serve para a avaliação da qualidade da educação básica, obteve uma redução em sua

nota do período de 2011 a 2015, em comparação ao que havia sido projetado.

Pode-se inferir que o Controle Social dos recursos da alimentação escolar, na

perspectiva da gestão democrática, no PAR aconteceu de uma melhor forma, visto que o CAE

fortaleceu e estavam sempre em discussão com a sociedade, a fiscalização e

acompanhamento desses recursos para merenda aconteceu, inclusive com a participação de

conselheiros nas reuniões para licitações de empresas em busca de mais qualidade nos

alimentos. Embora, possa inferir, através da fala do conselheiro, que pouco se conhece

acerca do PAR e suas metas para melhoria da atuação do CAE em Barcarena.

Por meio da entrevista feita, percebe-se relato do representante dos pais no CAE

explicando acerca da participação dos componentes do conselho. Conselheiros ativos e

participativos de reuniões e visitações em escolas. No entanto, como já relatado, ao se fazer

perguntas sobre como está acontecendo e pondo em prática as ações previstas no

documento do PAR, o representante do CAE deixa claro que pouco conhece e apenas no

início houve formação sobre o assunto, após isso não há informações sobre como acontece

no município às ações do documento.

Com a nova política do MEC, o que vem a existir não pode ser considerado como

colaboração, à medida que o que existe é uma hierarquia entre União, que planeja, e Estados

e Municípios, que irão apenas executar o que lhe é mandado (MENDES E GEMAQUE, 2011).

As informações levantadas provocam inquietações quanto à implementação do

PAR em questão em identificar o envolvimento do município com as políticas propostas pelo

Plano, e se a adesão a ele contempla os princípios democráticos de autonomia, participação

e colaboração. E como foi visto, o regime de colaboração sofreu uma ruptura especificamente

em Barcarena.

Dentre os objetivos do PAR está o regime de colaboração dos entes federados e

em Barcarena houve a quebra desse regime, uma vez que o município deixou de administrar

recursos repassados pelo Estado. Sendo assim, não está havendo a importância que o PAR

tem para que a colaboração ocorra.

O poder executivo de Barcarena preferiu romper com esta colaboração, usando

como justificativa a falta da contrapartida do Estado que não estava ocorrendo, assim, o

próprio Estado não estava colaborando, uma vez que a responsabilidade ficava apenas com

o município. A conversa e entendimento entre esses entes federados não ocorreu, finalizando

com esse rompimento de colaboração, assim sendo, escolas rurais estão sofrendo com

atrasos de suas merendas escolares, haja vista que é o próprio Estado do Pará que está

administrando a compra e repasse.

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