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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA LABORATÓRIO FENÔMENOS DE TRANSPORTE ANGELINA MARIA ALVES ARCIERI - 201010009522 DANIEL DE OLIVEIRA VENCESLAU - 201010009478 ROSA DANYELLE LIMA DOS SANTOS - 201120012138 SABRINA ARAÚJO DE OLIVEIRA - 201120012102 VIVIANA MAURA DOS SANTOS - 201010009946 DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE DIFUSÃO MÁSSICO (D AB ) SÃO CRISTÓVÃO 2014

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

    CENTRO DE CINCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUMICA

    LABORATRIO FENMENOS DE TRANSPORTE

    ANGELINA MARIA ALVES ARCIERI - 201010009522

    DANIEL DE OLIVEIRA VENCESLAU - 201010009478

    ROSA DANYELLE LIMA DOS SANTOS - 201120012138

    SABRINA ARAJO DE OLIVEIRA - 201120012102

    VIVIANA MAURA DOS SANTOS - 201010009946

    DETERMINAO DO COEFICIENTE DE

    DIFUSO MSSICO (DAB)

    SO CRISTVO

    2014

  • ANGELINA MARIA ALVES ARCIERI - 201010009522

    DANIEL DE OLIVEIRA VENCESLAU - 201010009478

    ROSA DANYELLE LIMA DOS SANTOS - 201120012138

    SABRINA ARAJO DE OLIVEIRA - 201120012102

    VIVIANA MAURA DOS SANTOS - 201010009946

    DETERMINAO DO COEFICIENTE DE

    DIFUSO MSSICO (DAB)

    Relatrio solicitado para avaliao

    parcial da disciplina de Laboratrio de

    Fenmenos de Transporte (EQUI0097) da

    turma T01, ministrada pelo Professor

    Manoel Marcelo Padro. Para o curso de

    Engenharia de Produo.

    SO CRISTVO

    2014

  • 3

    Sumrio 1. Resumo ..................................................................................................................... 4

    2. Fundamentao Terica ......................................................................................... 5

    2.1. Introduo .................................................................................................................... 5

    2.2. Lei de Fick da Difuso ................................................................................................ 5

    2.3. Difusividade Mssica................................................................................................... 6

    2.4. Clula de Stefan ......................................................................................................... 10

    2.5. Correlaes para a Estimativa do Coeficiente de Difuso em Gases Apolares ... 12

    2.5.1. Parmetros para Clculos para Mistura Apolar/Apolar ............................ 12

    2.5.2. Parmetros para Clculos para Mistura Polar/Apolar .............................. 13

    2.5.3. Correlao Chapmann-Enskog ................................................................. 14

    2.5.4. Correlao Wilke e Lee ............................................................................ 14

    2.5.5. Correlao Fuller et al. ............................................................................. 15

    2.6. lcool Etlico .............................................................................................................. 15

    3. Objetivos ................................................................................................................ 16

    3.1. Objetivo Geral ........................................................................................................... 16

    3.2. Objetivo Especfico .................................................................................................... 16

    4. Materiais e Mtodos .............................................................................................. 17

    4.1. Materiais .................................................................................................................... 17

    4.2. Procedimento Experimental ..................................................................................... 17

    5. Anlise de Resultados e Discusses ...................................................................... 18

    5.1. Clculo da Presso de Vapor .................................................................................... 19

    5.2. Correo do Terico ........................................................................................ 20

    5.3. Determinao do Experimental ...................................................................... 20

    5.3.1. Determinao do Desvio Relativo ............................................................ 20

    5.4. Determinao do por Correlaes .................................................................. 21

    5.4.1. Parmetros para Clculos para Mistura Apolar/Apolar ............................ 21

    5.4.2. Parmetros para Clculos para Mistura Polar/Apolar .............................. 22

    5.4.3. Correlao de Chapmann-Enskog ............................................................ 23

    5.4.4. Correlao de Wilke e Lee ....................................................................... 24

    5.4.5. Correlao de Fuller et al.......................................................................... 25

    6. Concluso ............................................................................................................... 27

    7. Referncias ............................................................................................................. 28

  • 4

    1. Resumo

    A transferncia de massa refere-se ao movimento de uma substncia devido ao

    gradiente de concentrao. Esse movimento de uma espcie qumica a partir de uma

    regio de concentrao elevada em direo a uma regio de menor concentrao ocorre

    por difuso.

    O coeficiente de difuso (DAB) um valor que representa a facilidade com que

    cada soluto em particular se move em um solvente determinado. uma proporcionalidade

    constante entre o fluxo molar devido a difuso molecular e o gradiente na concentrao

    de espcies.

  • 5

    2. Fundamentao Terica

    2.1. Introduo

    A transferncia de massa pode ser compreendida como a transferncia de um

    componente especfico, denominado soluto, devido a um gradiente de concentrao

    existente. O sentido em que essa transferncia se d anlogo ao da transferncia de calor

    (ocorre do meio em que h maior temperatura para o meio de menor temperatura), isto ,

    passa do meio mais concentrado para o de menor concentrao. Essa transferncia se d

    por meio da difuso molecular, que, segundo Treybal (1968), est relacionada ao

    movimento de molculas individuais atravs de uma substncia devido sua energia

    trmica.

    observada a ocorrncia desse fenmeno tanto em atividades industriais como

    absoro, secagem, destilao, entres outros, como em atividades cotidianas como

    infuso de um ch, solubilizao do sal em gua, evaporao de gua na superfcie de

    uma piscina, etc.

    Geankoplis (2006) afirma que os fenmenos de transporte seguem o tipo geral de

    equao que escrita na forma: Taxa de Transferncia =Fora Motriz

    Resistncia, sendo a fora

    motriz da transferncia de massa, o gradiente de concentrao.

    2.2. Lei de Fick da Difuso

    De acordo com engel (2009) a lei de Fick da difuso afirma que a taxa de difuso

    de uma espcie qumica em um local, em uma mistura de gases, ou soluo de lquido ou

    slido proporcional ao gradiente de concentrao desta espcie nesse local, onde:

    Fluxo de Massa = Constante de Proporcionalidade Gradiente de Concentrao

    Para a difuso de uma espcie A em uma mistura binria de A e B a taxa de difuso

    escrita pelas equaes (1) e (2):

    Base Mssica:

    Jdif,A =mdif,A

    S= DAB

    d(A

    )

    dz (

    kg

    s m2) (1)

    Base Molar:

    Jdif,A =Ndif,A

    S= DAB

    d(CA

    C)

    dz (

    kmol

    s m2) (2)

  • 6

    Onde jdif,A o fluxo de massa difusivo da espcie A, jdif,A o fluxo molar e S a

    rea da seo reta.

    engel ainda acrescenta que o fluxo mssico de uma espcie em um local proporcional

    a densidade da mistura nesse local, sendo que = A + B, ou seja, a densidade pode

    variar na mistura assim como a concentrao C = CA + CB mas, para os casos onde a

    densidade da mistura ou concentrao molar sejam constantes as equaes (1) e (2)

    podem ser simplificadas e representadas pelas equaes (3) e (4):

    Base Mssica:

    Jdif,A = DABdAdz

    (kg

    s m2) (3)

    Base Molar:

    Jdif,A = DABdCAdz

    (kmol

    s m2) (4)

    Ou simplesmente representa-se a 1 Lei de Fick pela equao (5):

    JA = DAB

    dcAdz

    (5)

    Essa relao segundo engel apropriada para solues de slidos e lquidos

    diludos, porm no o caso onde se tem misturas de gs ou solues de lquidos

    concentrados. A literatura contempla vrios mtodos de obteno do DAB para misturas

    gasosas dentre eles experimento da clula de Stefan e por meio de correlaes empricas.

    2.3. Difusividade Mssica

    Para anlise da difuso de um vapor atravs de um gs quase estacionrio

    caracterstico da clula de Stefan adota-se as seguintes hipteses para clculo da

    difusividade mssica ou coeficiente de difuso de A no meio B:

    Sistema binrio composto de dois gases considerados ideais;

    Regime pseudo-permanente;

    Fluxo mssico unidirecional;

  • 7

    Meio no-reacional;

    Gs B pouco insolvel em A;

    Temperatura e presso constantes;

    Manipulando-se as hipteses e empregando no balano de massa para o volume

    de controle, temos:

    |Taxa molarde entradade A no VC

    | + |Taxa molar

    de sadade A no VC

    | |Taxa molar de

    produo/consumode A por reao

    | = |Taxa molarde acmulode A no VC

    |

    Desta forma, para um volume de controle de espessura z da coluna estabelece que

    a massa de A que entra no plano z igual massa de A que sai do plano z + z, como

    expresso na equao (6):

    SNAZ|z SNAZ|z+z = 0 (6)

    Dividindo ambos os membros da equao por Sz e tomando-se o limite quando

    z 0, tem-se a equao (7) que a equao da continuidade para o componente A:

    dNAZ

    dz= 0 (7)

    Portanto, conclui-se que o fluxo molar do componente A na direo z constante e

    diferente de zero. Assim, a 1 Lei de Fick pode ser escrita conforme a equao (8):

    JA = cDABzA (8)

    A partir da anlise da primeira lei de Fick possvel definir o coeficiente de difuso

    de um soluto em um meio gasoso, objeto deste experimento, sendo assim:

    JA = cA(vA v

    ) , sendo que, (vA v) a velocidade de difuso.

    Sabendo-se que o fluxo de massa de A proporcional ao gradiente de concentrao

    do prprio A no local onde se avalia o JA , temos que o fluxo molar de A NA :

    NA = JA + cAv

    (9)

  • 8

    Onde: NA = cA vA o fluxo de molar de A em relao ao referencial fixo

    cv = Nj

    n

    j1

    (10)

    A partir das equaes (8), (9) e (10) a lei de Fick apresentada como:

    NA = yA (NA + NB) cDABzA (11)

    Onde a frao molar yA =cA

    c e yA (NA + NB) equivale a parcela de A no fluxo de

    massa total do fludo e cDABzA equivale a parcela de A referente ao gradiente de

    concentrao, considerando que o componente B sendo insolvel em A, no caso o

    componente B o ar considera-se o fluxo de B(NB = 0), simplificando a equao (11)

    para:

    NA (1 yA) = cDAB dyAdz

    (12)

    Integrando para os limites yA [yA1, yA2] e z [z1, z2], temos:

    NA,zdz = cDAB1

    1 yAdyA NA,z dz

    z2

    z1

    = cDAB1

    1 yA dyA

    y2

    y1

    NA,z =cDAB

    z2 z1 ln

    1 yA21 yA1

    (13)

    Que o fluxo molar de A em funo da sua concentrao na fase gasosa e da mistura

    gasosa AB. Sabendo-se que:

    yA1 + yB1 = 1 yA1 = 1 yB1 (14)

    yA2 + yB2 = 1 yA2 = 1 yB2 (15)

    Assim:

    yA1 + yA2yB2 + yB1

    = 1 (16)

  • 9

    A partir da substituio de (14) em (15) e da multiplicao de (16) em (13) obtemos:

    NA,z =cDAB

    z2 z1 ln (

    yB2yB1

    ) (yA1 + yA2yB2 + yB1

    ) (17)

    No tempo t, z(t) ocupa um volume de lquido no interior da clula igual a V(t).

    Para o tempo t + t, temos que z(t + t) ocupa um volume igual a V(t + t). Ao

    relacionarmos o fluxo molar com a diminuio do lquido em funo do tempo atravs da

    hiptese do regime estacionrio tem-se a seguinte relao:

    S [L(t + t) L(t)] = [V(t + t) V(t)], onde S a rea da seo reta da clula,

    considerando o limite t 0 obtemos a relao?

    S dL

    dt=

    dV

    dt (18)

    Substituindo pela densidade do lquido, A,liq =m

    V tem-se:

    SdL

    dt=

    1

    A,liq

    m

    dt (19)

    Ao igualarmos as equaes (17) e (19) obtemos:

    dL

    dt=

    1

    A,liq NA,z (20)

    Continuando com os ajustes,

    A,liqdL

    dt=

    cDAB(z2 z1) yB,lm

    (yA1 yA2) (21)

    Para yB,lm =yB1yB2

    ln(yB2yB1

    ) e z2 z1 = L, temos:

    A,liqdL

    dt=

    cDABL yB,lm

    (yA1 yA2) (22)

    Ao efetuarmos a integrao da equao (16) para t{t0, t) e para L{L0, L) obtemos:

    A,liq L dL =cDAByB,lm

    (yA1 yA2)dt (23)

  • 10

    dzL

    L0

    =cDAB

    A,liq yB,lm(yA1 yA2) dt

    t

    0

    (Lg2 Lg0

    2 )

    2=

    cDAB (yA1 yA2)

    A,liq yB,lm (t t0) (24)

    Agora recorremos a teoria termodinmica do gs ideal e considerando que o vapor

    do lquido se comporte como tal, calculamos a concentrao deste pela relao c =P

    RT

    onde A,liq =A,

    MA e obtemos

    1

    yB,lm= ln

    yB2 yB1

    (yB2yB1)=

    yA1

    ln(1

    1yA1)

    Relacionando as leis de Dalton onde yA1 PA

    P e a lei de Roult onde xA1

    PAvap

    PA

    obtemos que yA1 PA

    vap

    P e consequentemente:

    yB,lm =yA1

    ln (1

    1PA

    vap

    P

    )

    ln (1

    1 PA

    vap

    P

    ) =yA1

    yB,lm

    (25)

    Considerando yA2 0 obtemos a equao para determinar experimentalmente o

    coeficiente de difuso:

    L2 L02 =

    2cDAB(yA1 yA2)t

    A yB,ml

    Lg2 Lg0

    2 =2DABMAP

    ART ln (

    1

    1PA

    vap

    P

    )t

    (26)

    2.4. Clula de Stefan

    A clula de Stefan utilizada para a determinao experimental do coeficiente de

    difuso em misturas gasosas binrias (compostas por duas substncias A e B), onde um

    dos componentes provm da evaporao de uma substncia lquida pura. Para a

    simplificao das tarefas experimentais, foram adotadas as seguintes hipteses:

    Sistema binrio: composto de suas substncias denotadas por A e B;

  • 11

    Sistema no-reacional: as substncias A e B no se decompem e nem reagem;

    Uniformidade de algumas propriedades: densidade e coeficiente de difuso (DAB);

    Fluxo mssico unidirecional: apenas na direo z;

    Regime pseudo-permanente (quase-estacionrio): no depende do tempo de

    exposio ao processo de transferncia de massa.

    A estrutura da clula para o experimento mostrada na Figura 1 - Clula de Stefan.

    Figura 1 - Clula de Stefan

    Aps a evaporao da substncia A na superfcie, que nesse caso o lcool etlico

    (etanol), ela desloca-se com um fluxo constante e diferente de zero na direo x. Sendo a

    substncia B o ar, que praticamente insolvel em A e que no se move relativamente

    aos eixos fixos, o fluxo de B zero (NB = 0). Tendo em vista essas e outras

    consideraes sobre o comportamento do sistema da clula de Stefan possvel

    determinar uma equao para o clculo do coeficiente de difuso mssico experimental,

    sendo a equao (26) do coeficiente de difuso experimental para a clula de Stefan.

    Atravs da equao citada, determinado o coeficiente de difuso mssica DAB,

    atravs dos dados coletados uma presso (P) constante e temperatura dada.

  • 12

    Sendo: P e T, presso e temperatura total do sistema, respectivamente, PVap presso

    de vapor do lquido A (etanol), R a constante universal dos gases e MA o peso molecular

    de A.

    2.5. Correlaes para a Estimativa do Coeficiente de Difuso em Gases Apolares

    Para os clculos do coeficiente de difuso so feitas algumas correlaes onde cada

    uma ter em sua formulao o incremento de termos diferentes a serem calculados para

    devidas comparaes com valores dados na literatura.

    2.5.1. Parmetros para Clculos para Mistura Apolar/Apolar

    2.5.1.1. Dimetro de Coliso da Espcie

    A = 1,18 VbA3

    (27)

    2.5.1.2. Dimetro de Coliso da Mistura

    AB =A + B

    2 (28)

    2.5.1.3. Energia Mxima de Atrao da Espcie

    Ak

    = 1,15 TbA (29)

    2.5.1.4. Energia Mxima de Atrao da Mistura

    ABk

    = Ak

    Bk

    (30)

    2.5.1.5. Temperatura Reduzida

    T =T

    AB

    k

    (40)

  • 13

    2.5.1.6. Integral de Coliso

    D = (A

    TB+

    C

    exp(DT)+

    E

    exp(FT)+

    G

    exp(HT)) (50)

    2.5.2. Parmetros para Clculos para Mistura Polar/Apolar

    Segundo Cremasco, estimativa a proposta de Brokaw recomendada do coeficiente

    de difuso tanto para o par polar/polar quanto para o par polar/apolar.

    2.5.2.1. Parmetro de Polaridade

    A =1,94 103 pi

    2

    VbA TbA (51)

    2.5.2.2. Dimetro de Coliso da Espcie

    A = 1,585 VbA

    1 + (1,3 A2 )

    3

    (52)

    2.5.2.3. Dimetro de Coliso da Mistura

    AB = A B (53)

    2.5.2.4. Energia Mxima de Atrao da Espcie

    Ak

    = 1,18 (1 + 1,38 A2 ) TbA (54)

    2.5.2.5. Energia Mxima de Atrao da Mistura

    ABk

    = Ak

    Bk

    (55)

    2.5.2.6. Temperatura Reduzida

    T =T

    AB

    k

    (56)

  • 14

    2.5.2.7. Integral de Coliso Reduzida

    D = (

    A

    TB+

    C

    exp(DT)+

    E

    exp(FT)+

    G

    exp(HT)) (57)

    2.5.2.8. Integral de Coliso

    D = D + (0,196

    AB2

    T) (58)

    2.5.3. Correlao Chapmann-Enskog

    Essa correlao foi obtida baseando-se em uma rigorosa teoria cintica dos gases,

    onde foram obtidos coeficientes de transporte por intermdio da energia potencial.

    DAB =

    b 103 T1,5 1

    MA+

    1

    MB

    P AB2 D

    (59)

    Para Chapmann-Enskov b = 1,858, logo temos:

    DAB =

    1,858 103 T1,5 1

    MA+

    1

    MB

    P AB2 D

    (60)

    2.5.4. Correlao Wilke e Lee

    A correlao de Wilke e Lee se comparada com a correlao de Chapmann-Enskov,

    nota-se que a diferena nas duas est no valor do b, onde para o qual foi proposta a

    seguinte expresso:

    b = 2,17 (1

    2

    1

    MA+

    1

    MB) (61)

    Substituindo (61) em (59), temos:

    DAB = [2,17 (1

    2

    1

    MA+

    1

    MB)] 103

    T1,5 1

    MA+

    1

    MB

    P AB2 D

    (62)

  • 15

    2.5.5. Correlao Fuller et al.

    A correlao de Fuller et al. se baseia na formulao original do coeficiente de

    difuso, porem feita uma correo da mesma em termos de temperatura, onde T est em

    (K) e P em (atm) e o resultado DAB expresso em (cm2/s). Com isso temos:

    DAB =

    1 103 T1,75 1

    MA+

    1

    MB

    P dAB2

    (63)

    dAB = ( v)A

    3

    + ( v)B

    3

    (64)

    Onde: ( v)i o volume de molar de difuso de Fuller, Schetter e Giddings, que so

    tabelados.

    2.6. lcool Etlico

    O lcool etlico, popularmente conhecido como Etanol se tornou um principal

    bicombustvel justamente pela caracterstica de ser uma fonte de energia renovvel.

    composto por dois tomos de carbono, cinco de hidrognio e uma hidroxila (C2H5OH),

    devido a existncia da hidroxila, OH, tal composto mantem permanncia na classe dos

    lcoois e um carter polar, mesmo que sua estrutura possua uma parte apolar. Segundo

    PERRY (1999), a difusividade da lcool etlico no ar a 0C e 1 atm de 0,102 cm2/s.

    O etanol pode ser produzido a partir da cana-de-acar, gros (milho e soja),

    beterraba, mandioca, batata, eucalipto, etc.

    Dados para o lcool etlico:

    R = 8314,472 (cm3 kPa)/(K mol)

    MA(C2H6O) = 46,069 g/mol

    A(C2H6O) = 0,787 g/cm3 a 25C

    (1)

  • 16

    3. Objetivos

    3.1. Objetivo Geral

    O objetivo geral a aplicao de conceitos da Transferncia de massa em

    laboratrio, contribuindo com a formao do conhecimento dos alunos ao longo das

    etapas do experimento.

    3.2. Objetivo Especfico

    O objetivo especfico o clculo do coeficiente de difuso do lcool etlico no ar

    utilizando-se a clula de Stefan. Alm disso, busca-se comparar o resultado obtido com o

    valor terico da literatura, incluindo a comparao com os valores estimados das

    correlaes de Fuller et al. e Chapmann-Enskog.

  • 17

    4. Materiais e Mtodos

    4.1. Materiais

    Os seguintes materiais foram utilizados para a execuo do experimento:

    Clula de Stefan

    Rgua

    Termmetro

    lcool Etlico

    4.2. Procedimento Experimental

    Com o uso do lcool etlico, preenche-se o tubo de ensaio que est fixo clula de

    Stefan. Assim, possvel medir a diferena de altura entre a coluna de lquido e a de ar,

    diferena essa necessria para o clculo do coeficiente de difuso. A etapa seguinte a

    medio das variaes das alturas das colunas, sendo tambm registrados o horrio e a

    temperatura do ambiente. Considerando a volatilidade do lcool etlico, foram necessrios

    quatro dias para a realizao das medies, sendo registrado um total de onze medidas.

  • 18

    5. Anlise de Resultados e Discusses

    Durante os quatro dias de realizao do experimento foram coletados dados da

    altura do etanol e consequentemente calculado o diferena de comprimento de gs ao

    quadrado como descritos na Tabela 3 Volumes molares de difuso, abaixo:

    Tabela 1 Dados obtidos experimentalmente

    Tempo

    (s)

    Comp. Lquido

    Ll (cm)

    Comp. Gs

    Lg (cm)

    Lg2 Lg02

    (cm)

    Temperatura

    T (C)

    0 21,7 7,4 0,0 28,0

    19800 21,6 7,5 1,5 28,0

    32400 21,6 7,5 1,5 26,5

    85500 21,4 7,7 4,5 26,5

    107700 21,4 7,8 5,3 24,5

    117900 21,3 7,8 6,1 24,5

    174000 21,2 7,9 7,7 23,0

    192900 21,1 8,0 9,2 22,0

    203400 21,1 8,0 9,2 23,0

    345000 20,9 8,2 12,5 25,5

    369960 20,8 8,3 14,1 23,0

    A partir dos dados experimentais construiu-se o grfico da diferena de

    comprimento de gs ao quadrado(Lg2 Lg0

    2) versus o tempo (t) conforme a Figura 2 -

    Grfico da diferena de comprimento ao quadrado (Lg - Lg0) versus Tempo (t):

  • 19

    Figura 2 - Grfico da diferena de comprimento ao quadrado (Lg - Lg0) versus Tempo (t)

    O grfico apresenta o comportamento esperado, no caso, linear. Por meio dos

    ajustes do coeficiente angular pode-se obter a reta da diferena de comprimento de gs

    ao quadrado:

    Lg2 Lg0

    2 = 4,07991 105 t (65)

    Essas equaes e condies de contorno do experimento da Clula de Stefan permitiram

    determinar efetivamente o coeficiente de difusividade (DAB) experimental, sabendo-se

    que P = 101,325 kPa, R = 8314,472 (cm3 kPa)/(K mol) e que a temperatura

    mdia experimental T = 25C = 298,15 K.

    5.1. Clculo da Presso de Vapor

    Para as condies experimentais necessrio o clculo da presso de vapor por

    meio da equao (66) de Antonie com base nos dados Tabela 2 Constantes da equao

    de Antoine.

    ln Pvap (mmHg) = A B

    T(C) + C (66)

  • 20

    Tabela 2 Constantes da equao de Antoine

    Composto Intervalo (C) A B C

    lcool Etlico 19,6 a 93,4 8,1122 1592,864 226,184

    Fonte: Felder (2011)

    ln Pvap (mmHg) = A B

    T(C) + C

    Pvap = 108,1122

    1592,864

    25+226,184 = 58,99 mmHg

    Pvap(kPa) = 0,133322 Pvap(mmHg) = 0,133322 58,99 = 7,865 kPa

    5.2. Correo do Terico

    DAB2 = DAB1P1P2

    (T2T1

    )1,75

    DAB2 = 0,102 1

    1 (

    298,15

    273,15)

    1,75

    DAB2 = 0,119 cm2/s

    5.3. Determinao do Experimental

    DAB = (Lg

    2 Lg02 ) RTA

    2MAP ln (1

    1PA

    vap

    P

    )

    DAB = 4,07991 105

    cm2

    s 8314,472

    cm3kPa

    Kmol 298,15K 0,787

    g

    cm3

    2 46,069 g

    mol 101,325 kPa ln (

    1

    17,865 kPa

    101,325 kPa

    )

    DAB = 0,106 cm2/s

    5.3.1. Determinao do Desvio Relativo

    DR = (exp teo)

    teo 100% =

    (0,106 0,119)

    0,119 100% = 11,25%

  • 21

    5.4. Determinao do por Correlaes

    As tabelas 4, 5 e 6 contm os dados utilizados nos clculos da correlaes.

    Tabela 3 Volumes molares de difuso

    Molculas C H O Ar

    () (/) 16,5 1,98 5,48 20,1

    Fonte: Cremasco (2002)

    Tabela 4 Propriedade dos gases

    Espcie Frmula

    Molecular

    Massa

    Molecular

    (g/gmol)

    (K)

    (cm/gmol)

    (debyes)

    ()

    Etanol (A) C2H6O 46,069 351,5 60,8 1,7 - -

    Ar (B) - 28,85 - - - 3,711 78,6

    Fonte: Cremasco (2002)

    Tabela 5 Constantes para clculo da integral de coliso

    A = 1,06036 C = 0,19300 E = 1,03587 G = 1,76474

    B = 0,15610 D = 0,47635 F = 1,52996 H = 3,89411

    Fonte: Cremasco (2002)

    5.4.1. Parmetros para Clculos para Mistura Apolar/Apolar

    5.4.1.1. Dimetro de Coliso da Espcie

    A = 1,18 VbA3

    = 1,18 60,83

    = 4,640

    5.4.1.2. Dimetro de Coliso da Mistura

    AB =A + B

    2=

    4,640 + 3,711

    2= 4,175

  • 22

    5.4.1.3. Energia Mxima de Atrao da Espcie

    Ak

    = 1,15 TbA = 1,15 351,5 = 404,225

    5.4.1.4. Energia Mxima de Atrao da Mistura

    ABk

    = Ak

    Bk

    = 404,225 78,600 = 178,247

    5.4.1.5. Temperatura Reduzida

    T =T

    AB

    k

    =298,150

    178,247= 1,673

    5.4.1.6. Integral de Coliso

    D = (A

    TB+

    C

    exp(DT)+

    E

    exp(FT)+

    G

    exp(HT))

    D = (1,06036

    1,6730,1561+

    0,19300

    exp(0,476351,673)+

    1,03587

    exp(1,529961,673)+

    1,76474

    exp(3,894111,673))

    D = 1,148

    5.4.2. Parmetros para Clculos para Mistura Polar/Apolar

    5.4.2.1. Parmetro de Polaridade

    A =1,94 103 pi

    2

    VbA TbA=

    1,94 103 1,702

    60,80 351,50= 0,262

    5.4.2.2. Dimetro de Coliso da Espcie

    A = 1,585 VbA

    1 + (1,3 A2 )

    3

    = 1,585 60,8

    1 + (1,3 0,262)

    3

    = 4,456

    5.4.2.3. Dimetro de Coliso da Mistura

    AB = A B = 4,456 3,711 = 4,066

  • 23

    5.4.2.4. Energia Mxima de Atrao da Espcie

    Ak

    = 1,18 (1 + 1,38 A2 ) TbA = 1,18 (1 + 1,38 0,262

    2) 351,5

    = 454,164

    5.4.2.5. Energia Mxima de Atrao da Mistura

    ABk

    = Ak

    Bk

    = 454,164 78,600 = 188,937

    5.4.2.6. Temperatura Reduzida

    T =T

    AB

    k

    =298,150

    188,937= 1,578

    5.4.2.7. Integral de Coliso Reduzida

    D = (

    A

    TB+

    C

    exp(DT)+

    E

    exp(FT)+

    G

    exp(HT))

    D = (

    1,06036

    1,5780,1561+

    0,19300

    exp(0,476351,578)+

    1,03587

    exp(1,529961,578)+

    1,76474

    exp(3,894111,578))

    D = 1,175

    5.4.2.8. Integral de Coliso

    D = D + (0,196

    AB2

    T) = 1,175 + (0,196

    0,262

    1,578) = 1,207

    5.4.3. Correlao de Chapmann-Enskog

    5.4.3.1. Clculos para Mistura Apolar/Apolar

    5.4.3.1.1. Determinao do

    DAB =

    b 103 T1,5 1

    MA+

    1

    MB

    P AB2 D

  • 24

    DAB = 1,858 103 298,151,5

    1

    46,069+

    1

    28,850

    1 4,1752 1,148

    DAB = 0,113 cm2/s

    5.4.3.1.2. Determinao do Desvio Relativo

    DR = (cal exp)

    exp 100% =

    (0,113 0,106)

    0,106 100% = 6,60%

    5.4.3.2. Clculos para Mistura Polar/Apolar

    5.4.3.2.1. Determinao do

    DAB =

    b 103 T1,5 1

    MA+

    1

    MB

    P AB2 D

    DAB = 1,858 103 298,151,5

    1

    46,069+

    1

    28,850

    1 4,0662 1,207

    DAB = 0,114 cm2/s

    5.4.3.2.2. Determinao do Desvio Relativo

    DR = (cal exp)

    exp 100% =

    (0,114 0,106)

    0,106 100% = 7,55%

    5.4.4. Correlao de Wilke e Lee

    5.4.4.1. Clculos para Mistura Apolar/Apolar

    5.4.4.1.1. Determinao do

    DAB =

    b 103 T1,5 1

    MA+

    1

    MB

    P AB2 D

    b = 2,17 (1

    2

    1

    MA+

    1

    MB) = 2,17 (

    1

    2

    1

    46,069+

    1

    28,850) = 2,051

  • 25

    DAB = 2,951 103 298,151,5

    1

    46,069+

    1

    28,850

    1 4,1752 1,148

    DAB = 0,125 cm2/s

    5.4.4.1.2. Determinao do Desvio Relativo

    DR = (cal exp)

    exp 100% =

    (0,125 0,106)

    0,106 100% = 17,92%

    5.4.4.2. Clculos para Mistura Polar/Apolar

    5.4.4.2.1. Determinao do

    DAB =

    b 103 T1,5 1

    MA+

    1

    MB

    P AB2 D

    DAB = 2,951 103 298,151,5

    1

    46,069+

    1

    28,850

    1 4,0662 1,207

    DAB = 0,126 cm2/s

    5.4.4.2.2. Determinao do Desvio Relativo

    DR = (cal exp)

    exp 100% =

    (0,126 0,106)

    0,106 100% = 18,87%

    5.4.5. Correlao de Fuller et al.

    5.4.5.1. Determinao do

    DAB =

    1 103 T1,75 1

    MA+

    1

    MB

    P dAB2

    dAB = VA3

    + VB3

    = 50,36A3 + 28,85B

    3 = 6,412

    DAB = 1 103 298,151,75

    1

    46,069+

    1

    28,850

    1 6,4122

  • 26

    DAB = 0,124 cm2/s

    5.4.5.2. Determinao do Desvio Relativo

    DR = (cal exp)

    exp 100% =

    (0,124 0,106)

    0,106 100% = 16,98%

    Tabela 6 Coeficientes de Difusividade para cada correlao e o desvio relativo

    Correlao Polaridade DAB (cm2/s) Erro relativo (%)

    Terico (Perry) - 0,119 -

    Experimental - 0,106 -10,92

    Chapman-Enskog

    Apolar 0,113 6,60

    Polar 0,114 7,55

    Wilke & Lee

    Apolar 0,125 17,92

    Polar 0,126 18,87

    Fuller et al. - 0,124 16,98

    Percebe-se que todas as correlaes apresentaram um pequeno desvio relativo, por

    isso, pode-se dizer que h uma boa relao entre o valor terico e o obtido

    experimentalmente.

  • 27

    6. Concluso

    Deparar-se com o fenmeno de transferncia de massa um fato do cotidiano de

    muitas operaes industriais, por isso, utiliza-se o coeficiente de difuso para a avaliar a

    taxa dessa transferncia. Dessa forma, experimentalmente objetivou-se a determinao

    do coeficiente de difuso DAB do vapor proveniente da mistura lcool etlico e ar

    aplicados no instrumento denominado por Clula de Stefan.

    Na literatura encontra-se o valor de DAB = 0,119 cm2/s para o coeficiente de

    difuso para a mistura lcool etlico e ar em comparao com valor experimental do

    coeficiente de difuso obtido DAB = 0,106 cm2/s , para a temperatura mdia de T =

    298,15K, obteve-se um erro relativo de DR = 10,92%.

    Avaliou-se os coeficiente de difuso encontrados pelas correlaes empricas

    Chapmann-Enskog, Wilke e Lee e Fuller et al. Sabendo que o lcool etlico pode ter

    comportamento polar ou apolar, foram feitos os clculos de correlao empricas de

    Chapmann-Enskog, Wilke e Lee para ambos os casos. Constatou-se a equao de

    Chapmann-Enskog resultou no menor erro relativo de coeficiente de difuso em relao

    ao experimental.

    Assim, mesmo com simplificaes e adoes de hipteses, o modelo utilizado para

    determinao do coeficiente de difusividade mssica do etanol no ar mostrou-se eficiente.

  • 28

    7. Referncias

    ENGEL, Y. A.. 2009. Transferncia de Calor e Massa: uma abordagem prtica.

    3. So Paulo : McGrw-Hill, 2009

    CREMASCO, M. A.. Fundamentos de transferncia de massa. 2. ed. rev.

    Campinas, SP: UNICAMP, 2002.

    FELDER, M. F.; RONALD, W. R.; Princpios Elementares dos Processos

    Qumicos; [Reimpr.] Rio de Janiero, 2011.

    GEANKOPLIS, C. J.. Transport processes and separation process principles.

    4th.ed. New Delhi: Prentice Hall, 2006.

    PERRY, R. H.; GREEN, D. W. (Ed.) Perrys Chemical Engineers Handbook. New

    York: McGraw-Hill, 1999.

    TREYBAL, R. E. Mass transfer operations. 2nd. ed. New York: McGraw-Hill, 1968.