dificuldades encontradas pelo professor de...
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DIFICULDADES ENCONTRADAS PELO PROFESSOR
DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA LUTA CONTRA O
SEDENTARISMO INFANTIL NAS ESCOLAS
Matheus Moreira Pelicioni¹ - [email protected]
Graduando em Educação Física - Licenciatura
Nathália Paula da Silva Moreira2 – [email protected]
Graduando em Educação Física – Licenciatura
Tálita Santos Gomes3 – [email protected] Graduando em Educação Física - Licenciatura
Jose Marcelo Botacim Campos – [email protected]
Especialista em Treinamento Físico Desportivo e professor do Curso de
Educação Física do Centro Universitário São Camilo Espírito Santo
Curso de Licenciatura em Educação Física
Cachoeiro de Itapemirim - Espírito Santo - Brasil
Resumo
O presente estudo configura-se no objetivo de realizar uma análise referente à
temática evidenciada pelos diversos transtornos relacionados a uma vida
sedentária. O sedentarismo tem acometido pessoas cada vez mais cedo e diz
respeito a hábitos sedentários referentes a indivíduos inativos e sujeitos a uma
infinidade de desordens relacionada à saúde dos mesmos. O resultado obtido
após tal estudo nos remete à certeza de que este mal pode ser combatido e
evitado desde a infância, principalmente com os primeiros contatos da criança
com o ambiente escolar. Afinal, um indivíduo ativo desde os primeiros anos de
vida garante até sua fase adulta níveis saudáveis ao organismo prevenindo e
evitando desordens referentes à sua saúde.
Palavras-chave: Sedentarismo; Inatividade; Atividade física.
2
1 Introdução
O sedentarismo é um mal atual, quase uma conseqüência da
modernidade e da correria de um dia-a-dia cada vez mais cheio de tarefas e
obrigações. Porém, essas “imposições” da atualidade, trazem consigo
conotações completamente negativas à saúde do indivíduo, que o leva a
responder por estes atos de inatividade a práticas de exercícios físicos com
sua própria vida, já que perdem boa parte de sua saúde satisfatória, tornando-
se um verdadeiro hospedeiro de males incontáveis.
Um dos principais aspectos observáveis nessa perspectiva são as
facilidades oferecidas pelo mundo moderno. No dia a dia, o que se observa são
crianças alienadas a jogos virtuais, a uma alimentação basicamente em
comidas industrializadas, doces e facilidades domésticas. Nas escolas,
observamos crianças vidradas em tecnologias em celulares, computadores,
cada vez mais fascinantes. Até mesmo a antiga aula de Educação Física, que
antes, era tão aguardada pelos mesmos, por ser um momentos de
movimentação, rupturas com as paredes da sala de aula, hoje, é quase um
“martírio” para as crianças, pois o fato de movimentar-se tornou-se um
problema diante das facilidades e fascínios do mundo moderno.
Diante de tais impasses, o professor de Educação Física se vê um tanto
quanto acuado e muitas vezes desmotivado. É como se todas as mudanças e
inovações dos dias de hoje, criasse uma montante de possibilidades muito
mais atrativas do que o próprio ato de se movimentar, e uma das principais
dúvidas está em como trazer novamente o desejo e cede pelo brincar
livremente, movimentando o corpo e sentindo a liberdade do correr, do jogar
quebrando essas tendências sedentárias dos dias atuais.
2 Questão Problema
O sedentarismo infantil nas escolas vem ganhando grande proporção
ultimamente. O professor por sua vez, busca encontrar possíveis soluções para
uma ruptura entre os obstáculos impostos por um mundo cada vez mais
computadorizado e alienado a tecnologias.
3
Então pergunta-se: Qual o papel do professor de Educação Física no
despertar do aluno para o desejo de movimentar-se e exercitar-se?
3 Justificativa
De acordo com os estudos de: Baruki et al. (2006), um nível freqüente e
saudável de atividades físicas realizadas por crianças em fase de
desenvolvimento, garante uma média positiva na diminuição e prevenção de
problemas relacionados ao peso, ao aumento do perfil metabólico e lipídico dos
mesmos, além de garantir baixo nível de possíveis danos relacionados ao
sedentarismo quando chegarem a fase adulta.
Problemas como: diabetes, acometimentos cardiovasculares,
transtornos alimentares, sobrepeso, anemia, entre outros, são apenas alguns
dos diversos impasses relacionados à saúde que tem ligação direta com o
sedentarismo. Tais problemas, não dizem respeito apenas a
comprometimentos adultos, mas são cada vez mais freqüentes em crianças
pertencentes a uma estatística de sedentarismo. Afinal, ainda na infância, o
corpo começa a estabelecer características que poderão perdurar por toda a
vida e interferir no funcionamento saudável do mesmo. Uma existência
desregrada nessa fase, com uma ingesta exagerada de alimentos prejudiciais a
saúde e a falta de atividades físicas, poderá acarretar em comprometimentos
de níveis saudáveis do organismo.
4 Hipóteses
Levantamos como hipóteses as seguintes situações:
• Implantação de um bom plano educativo nas escolas objetivando a
retomada pelo prazer na realização de atividades físicas aliadas a reeducação
alimentar.
• Participação direta da família, membros da escola e principalmente do
envolvimento dos alunos e a conscientização dos mesmos sobre a importância
da atividade física.
• Aulas bem planejadas.
4
• Escolas com espaços planejados e destinados as aulas de Educação
Física.
• Incentivo por parte da própria família e dos membros da escola.
5 Objetivos
Geral: Discutir a importância das atividades físicas nas escolas e no dia
a dia dos alunos, bem como propor práticas didático-metodológicas que
garantam o despertar para o desejo de vivenciar cada vez mais, novas
experiências motoras e sociais, além de adquirirem uma nova consciência
corporal.
Específico:
• Discutir o sedentarismo na vida infantil;
• Apresentar os malefícios do sedentarismo;
• Argumentar e reconhecer a atividade física como primordial na vida
escolar;
• Estabelecer e relacionar a importância do papel do professor de
Educação Física para a formação de indivíduos ativos.
6 Material E Métodos
Este estudo teve como base a realização de pesquisas bibliográficas
referentes ao tema em sites científicos, publicações e livros. Utilizando artigos
de fonte científica, além da pesquisa que será realizada em livros e folhetos
relacionados à área. A análise ocorrerá através de uma revisão bibliográfica a
fim de discutir as informações obtidas ao fim do presente estudo e relacionar
possíveis soluções para o mesmo.
7. Sedentarismo
De acordo com os estudos de Baruki et. al (2006), o sedentarismo
infantil não diz respeito somente a problema relacionados a obesidade ou
distúrbios alimentares. Problemas cardíacos, respiratórios, psicológicos,
motores, entre outros, também compõem o vasto campo de comprometimentos
5
relacionados à saúde. Quando se diz a respeito de sedentarismo infantil, por
exemplo, um dos principais mediadores entre a ruptura desse sedentarismo e a
busca por uma reeducação alimentar e física dessas crianças vem a ser o
professor de educação física presente nas escolas e responsável direto por
uma busca de melhorias relacionadas a esses aspectos que dão origem a
distúrbios e rupturas com uma vida saudável, e compatível com a faixa etária
dos mesmos.
De acordo com o Dicionário on-line Priberam da Língua Portuguesa
(2012), sedentarismo é definido como: “(sedentário + -ismo) s. m.. 1. Qualidade
do que é sedentário. 2. Conjunto de hábitos sedentários.”, e uma pessoa
sedentária, nada mais é, do que uma pessoa inativa.
Os autores: Ibanez, Pinheiro e Pugirá (2003), associam a incidência do
sedentarismo a ausência da prática de atividade física. Segundo eles, o
sedentarismo é definido como a falta ou a grande diminuição da atividade
física. Não necessariamente à falta de atividade esportiva. O sedentário é o
indivíduo que gasta poucas calorias por semana com atividades ocupacionais.
Segundo: Baruki et al. (2006),
O sedentarismo é fator de risco para o desenvolvimento de sobrepeso e obesidade infantil, condições que se associam à dislipidemia, hipertensão arterial e resistência insulínica, entre outras alterações. Os dados evidenciam a importância em promover mudanças no estilo de vida com a adoção de hábitos saudáveis, desde a infância, e a sua manutenção por toda a vida. Crianças ativas favorecem uma população adulta também ativa e saudável contribuindo, conseqüentemente, para a redução da incidência de morbidade e mortalidade na idade adulta.
Problemas relacionados ao sedentarismo não distingue sexo, idade ou
grupo social, e é aí que a preocupação aumenta cada vez mais. Afinal, não se
tem a idéia de que será uma conseqüência com o passar dos anos e com o
avançar da vida, ele acontece gradativamente, desde os primeiros anos de vida
do indivíduo. O sedentarismo vem acontecendo cada vez mais cedo, e crianças
de diferentes grupos sociais são cada vez mais acometidas por este mal
moderno.
6
7.1 Realidade social e realidade escolar
A vida social moderna, tem subtraído cada vez mais o tempo das
pessoas no que se refere a prática de atividades físicas. Os estímulos e locais
para a realização da prática tornaram-se escassos se comparados a
disponibilidade de tempo encontrado pelas pessoas na correria do dia-a-dia. As
pessoas estão sempre com pressa, atrasados ou com tempo cronometrado ao
longo das vinte e quatro horas de um dia, o que favorece pertinentemente para
uma verdadeira desordem no planejamento e organização de um possível
espaço de tempo destinado a prática de atividades físicas.
Nas cidades onde há maior disponibilidade de locais apropriados para a
prática esportiva, em inúmeras vezes o que é escasso é o próprio profissional
habilitado para monitorar e auxiliar essas atividades visando uma diminuição de
riscos. Há também cidades que sofrem com a falta de estrutura e também com
a falta de um profissional interessado em buscar meios alternativos e
inovadores para incentivar a sociedade à pratica de atividade física, mesmo
que lhe falte meios favoráveis. Não somente a academia, o clube, ou um
campo de futebol são necessários para que surja a vontade de colocar em
prática uma atividade que movimente e trabalhe o corpo. Existem alternativas
possíveis, como projetos de caminhadas, aulas de ginásticas em lugares
abertos, com utilização de materiais diversos que podem ser providenciados
pelos próprios praticantes.
A grande problemática é que as crianças já estão crescendo nesse ritmo
desinteressado pela prática da atividade física. Não só nas suas próprias
cidades, ou fora dos horários de aula e até mesmo nos finais de semana, mas
também, nas próprias escolas o desinteresse tem permanecido como
empecilho prioritário no desenvolvimento e aplicação das atividades físicas nas
próprias aulas. A diminuição de aulas de Educação Física, que antigamente
eram três, passou para duas no Ensino Fundamental e uma no Ensino Médio,
sendo que em alguma escolas a disciplina de Educação Física nem chega a
ser adotada no currículo. Tal fato e a falta de incentivo têm desmotivado o
profissional da área, cada vez mais.
7
7.2 Doenças relacionadas ao sedentarismo
De acordo com os estudos de Baruki et al. (2006), há evidencias de
inúmeras doenças causadas por fatores diversos que se relacionam ao
sedentarismo, algumas como: síndrome metabólica, diabetes melitos tipo II,
dislipidemia e hipertensão arterial sistêmica.
De acordo com os estudos de Carvalho et al. (2010),
A inatividade física ou o sedentarismo surge como predisponente ou á piora de outros fatores de risco cardiovascular, particularmente da obesidade( resultante de um desequilíbrio entre a ingestão e o gasto calórico) que também em jovens encontra-se associada a inúmeras comorbidades, tais como síndrome metabólica, diabetes melito tipo II, dislipidemia e hipertensão arterial sistêmica. Além disso, há evidencias de que o comportamento sedentário ou ativo apresentado na infância e adolescência tende a persistir na vida adulta, de forma que a aquisição e a manutenção de um estilo de vida ativo desde a infância encontra-se presente em todas as recomendações para uma sobrevida longa e saudável.
Caracterizado como doença deste milênio o sedentarismo trás grandes
conseqüências para nossos sistemas funcionais. E podemos associar ao
indivíduo que leva uma vida sedentária a ocorrência de vários
comprometimentos.
Hipertensão arterial, diabetes, obesidade, ansiedade, aumento do
colesterol, infarto do miocárdio são alguns exemplos das doenças das quais o
indivíduo sedentário se expõe. O sedentarismo é considerado o principal fator
de risco para a morte súbita, estando na maioria das vezes associado direta ou
indiretamente às causas ou agravamento da grande maioria das doenças.
8 Malefícios Relacionados ao Sedentarismo
8.1 Na infância
A inatividade física é fator de risco para condições de doenças diversas
e também para o surgimento da obesidade para a criança. Se a inatividade
ocorre desde essa etapa da vida, sem dúvida alguma, ela será um adulto
exposto também a inatividade, afinal, o interesse pela atividade física ocorre
desde os primeiros contatos diretos da criança com o meio, o brincar, o correr,
pular, subir em árvores, dentre outros.
8
Essa realidade é assustadora e inaceitável, sabendo que por natureza, a
criança é um ser ativo, envolvido com jogos e brincadeiras de rua, ou seja, a
movimentação do corpo sempre esteve presente na vida da mesma. Porém,
atualmente, com o avanço das tecnologias e até mesmo da violência nas ruas,
os pais preferem essa acomodação precoce dos seus filhos e deixam de
influenciá-los a buscar uma prática esportiva que sirva de movimentação e
ativação do corpo. De acordo com os estudos de Baruki et al. (2006),
Presente em idade precoce, a obesidade contribui para aumentar a prevalência de morbidade e mortalidade em adultos
(7).
Ou seja, essas crianças são menos ativas porque são obesas e não simplesmente são obesas porque são menos ativas. Porém, vale ressaltar a importância da prática de atividade física, já que crianças que são ativas desde cedo têm maior probabilidade de permanecer ativas quando adultas
(9).
A incidência de sobrepeso é maior em crianças do sexo feminino, e foram obsersavadas também crianças abaixo do peso. Os meninos apresentaram média de gasto energético maior do que as meninas (232,18kcal/dia e 211,78kcal/dia respectivamente, com p < 0,05), o que pode ser explicado tanto pelo peso corporal maior como pela intensidade (METs/dia).
De acordo com os estudos de Carvalho et al. (2010),
Há evidências de que a aterosclerose, causa mais frequente de morte no Brasil
1, tem início na infância
2, e de que a rapidez da progressão e
a gravidade das lesões que a constituem são proporcionais à presença e à agregação dos fatores de risco cardiovascular (FRCV), já descritos em adultos
3, que se encontram presentes desde a
infância4-6
. Dentre esses fatores, a inatividade física ou o sedentarismo surge como predisponente ao aparecimento ou à piora de outros FRCV
3,7,8,
particularmente da obesidade9 (resultante de um desequilíbrio entre a
ingestão e o gasto energético) que, também em jovens, encontra-se associada a inúmeras comorbidades, tais como síndrome metabólica, diabetes melito tipo II, dislipidemia e hipertensão arterial sistêmica
8-15.
Além disso, há evidências de que o comportamento sedentário ou ativo apresentado na infância e adolescência tende a persistir na vida adulta
16,17, de forma que a aquisição e a manutenção de um estilo de
vida ativo desde a infância, encontra-se presente em todas as recomendações para uma sobrevida longa e saudável
18-24.
Uma criança ativa é sinônimo de uma criança saudável e exposta a
comprometimentos mínimos no que diz respeito a doenças relacionadas ao
sedentarismo. Há uma necessidade clara e óbvia de incentivar primeiramente a
9
família a estimular a oportunizar condições para que seus filhos pratiquem
atividades físicas rotineiramente. Essa é uma preocupação que além de
garantir níveis saudáveis a essa criança, proporciona prazer e garante a ela um
distanciamento de possíveis distúrbios futuros referentes a inatividade física.
8.2 Família e vida moderna
De acordo com Baruki et al, (2006), é observável a clara demanda de
informações vinculadas a meios midiáticos que a cada dia transmitem uma
nova informação cada vez mais acessível a todos. Um dia a informação sugere
a ingesta de determinado alimento como fonte de saúde, no outro dia, o
mesmo alimento é condenado e elevado a categoria de “vilão”. A facilidade de
ter acesso a esses meios de comunicação, e ao mesmo tempo em que essas
informações são favoráveis ao público, são também um verdadeiro transtorno
se relacionado às certezas dessas informações.
Não somente devemos remeter as informações muitas vezes confusas
expressas pelos meios de comunicação, mas há a necessidade de salientar a
acomodação gerada pelos mesmos. Uma criança é introduzida cada vez mais
cedo a vivência virtual. Os presentes que antigamente eram basicamente
objetos que necessitavam da movimentação da mesma para utilizá-los, hoje
são substituídos por computadores e afins. A TV cada vez mais é recheada de
atrações planejadas para alienarem as crianças nos sofás das casas, tornando-
as seres imóveis e cada vez mais inativos.
É mais fácil pagar alguém para “vigiar” seus filhos dentro de casa e os
manterem a salvos em frente a um programa de TV ou a uma rede social,
mesmo que estas não sejam atividades aconselháveis a crianças que se
vinculam a esses meios cada vez mais cedo, do que manterem preocupações
24 horas por dia, em levá-los a alguma escolhinha de determinado esporte,
danças, oficinas e afins, ou simplesmente deixá-los brincando nas ruas, em
frente as suas casas, como faziam as crianças há um tempo atrás, tempo em
que a criminalidade não era tão próxima de suas vidas e esta atividade livre e
sem muros não trazia perigos.
De acordo com os estudos de com Baruki et al (2006),
10
Assistir à televisão por mais de três horas/dia e jogar videogame por mais de duas horas/dia são fatores de risco para sobrepeso e obesidade
(30). As crianças eutróficas gastaram menos tempo nessas
atividades do que as crianças com sobrepeso, sustentando evidências nas quais crianças que assistem à televisão por mais de quatro horas/dia são menos ativas e obesas
(12), ou mais propensas ao
sobrepeso.
Os pais podem ser os principais influenciadores no que diz respeito a
uma vida ativa de uma criança, incentivando-os a praticarem atividades
diversas que os levem a movimentarem e manterem um padrão saudável de
movimentos desde os primeiros anos de suas vidas, no entanto, é cada vez
mais comum a realidade de crianças imóveis no conforto de suas casas, sendo
influenciadas pelos próprios pais, que na correria do dia-a-dia, preferem que
seus filhos fiquem “protegidos” em frente a um computador e a TV, enquanto
estes mantém rotinas incessantes de carga horária de trabalho.
8.3 Possíveis caminhos na luta contra o sedentarismo infantil
De acordo com os estudos de Barbosa et al. (1999), a atividade física é
um aliado fortíssimo na luta contra problemas relacionados ao sedentarismo,
principalmente quando se diz a respeito do sobrepeso, que acomete cada vez
mais cedo crianças e adolescentes. O que observa-se atualmente, são
crianças mais sedentárias e subordinadas a práticas cada vez mais
sedentárias, como exposto anteriormente.
Há literaturas que recomendam exercícios aeróbicos, com uma média de
no mínimo três vezes por semana e com duração de aproximadamente 30
minutos, sendo de intensidade moderada, principalmente para aqueles que
estão começando a ter contato com a prática. A escola, meio comum as
crianças e adolescentes, pode ser uma das principais aliadas nessa retomada
ao interesse pela atividade física, desde que elabore planejamentos
condizentes a tal interesse e compreenda a importância deste meio para a vida
dos seus alunos.
Bem como qualquer outro componente didático de uma escola, a
Educação Física deve ser vista como parte importante da vivência de seus
11
alunos, afinal, é neste momento que o grupo se movimenta, física e
psicologicamente, além de garantir aspectos que vão muito além do interesse
individual de cada um, e propõe interações e formas diversas de envolvimento
entre seus participantes. Porém, a prática das atividades no meio escolar, deve
ser vista com olhos atentos e monitoradas efetivamente. Segundo, Moreira et
al. (2004, p. 19),
Torna-se necessário para o profissional de Educação Física presente na escola ter competências, tais como: saber (conhecimento necessário e adquirido na instituição formadora), saber fazer (relacionar o conhecimento científico com a prática), saber fazer e porque fazer (administra um conhecimento contextualizando-o) e o saber fazer e para que fazer (tornar a prática da Educação Física uma contribuição para a vida do indivíduo, melhorias na qualidade de vida).
A escola e o professor devem ser mediadores desse processo que leva
a uma retomada no interesse para a prática de atividades físicas no ambiente
escolar e como incentivadores diretos para essa prática também fora desse
ambiente escolar, no entanto, esse incentivo desse seguir um planejamento
para que não ocorra uma realização de atividades sem interesses ou
perspectivas.
Além dos muros e portões das escolas, há inúmeras possibilidades para
realização de práticas de atividades físicas possíveis a quem tenha o interesse
de fazê-las. Há cidades com a disponibilidade de clubes, quadras, academias
privadas, academias públicas, campinhos de futebol, ou até mesmo um
pequeno terreno aberto.
A realidade é que muitas vezes a população se acomoda à idéia de que
sua cidade não dispõe de uma espaço apropriado, no entanto, não enxergam
possibilidades diversas que podem ser utilizadas. Porém, não basta o interesse
das pessoas, há a necessidade de profissionais qualificados e dispostos a
monitorarem tais atividades. Se cada cidade disponibiliza-se um profissional da
área de Educação Física para oferecer e monitorar atividades a população, boa
parte da condição imposta pelo sedentarismo poderia ser escassa.
12
Crianças são naturalmente seres ativos e dispostos a gastarem suas
energias, o que muitas vezes falta, é o oferecimento da possibilidade da
realização de tais práticas e o incentivo que poderia vir de casa. Os pais se
acostumam a acomodarem-se, muitas vezes pela ausência de possibilidade,
ou pela correria do dia a dia e até mesmo pela preocupação com a violência
nas ruas, e dessa forma, tornam-se exemplos aos filhos.
Um estilo de vida saudável está centrado em promover mudanças nos
hábitos alimentares e na prática de atividades física, por isso, criar uma rotina
de vida ativa, diferente, principalmente na infância poderá reduzir a incidência
de obesidade e demais doenças provenientes do sedentarismo tanto na
infância quanto na idade adulta, pois, é imaginável que uma criança ativa seja
sinônimo de um adulto ativo.
De acordo com os autores Ibanez, Pinheiro e Pugirá (2003), realizar
atividades esportivas como andar, correr, pedalar, nadar, fazer ginástica,
exercícios com pesos ou jogar bola é uma proposta válida para qualquer idade
na luta contra o sedentarismo e importante para melhorar a qualidade de vida.
Tratando-se de infância é natural do indivíduo (criança) buscar realizar
tarefas ou seguir hábitos a partir de estímulos, podendo ser estes positivos
contribuindo no crescimento dos aspectos físico, mental, psicológico, ou
negativos desestabilizando o indivíduo no geral.
8.4 A importância da atividade física na luta contra comprometimentos
relacionados ao sedentarismo
O hábito de praticar diariamente atividades físicas por determinado
tempo visando estabelecer uma rotina de práticas saudáveis é garantia de uma
vida isenta de sedentarismo e possíveis malefícios ocasionados pelo mesmo.
Ter uma rotina de exercícios acompanhados por um profissional, ou até mesmo
atividades aeróbicas comuns, como, correr ou caminhar por determinado
tempo, são garantias de um futuro mais saudável, mais ativo.
Para uma criança, a escola vem a ser o primeiro contato da mesma com
determinados esportes e a atividade física em geral. Normalmente, o primeiro
13
contato que a mesma tem com um profissional da área, acontece quando o
professor de Educação Física passa a fazer parte do seu dia a dia.
Houve um tempo em que as aulas de Educação Física eram esperadas
de forma ansiosa pelos alunos, sabendo que este era um momento de
atividades em que o corpo estivesse livre e sem as paredes de uma sala de
aula. Hoje, talvez, esse entusiasmo esteja se tornando escasso e distante,
porém, há possibilidade de reaver essa vontade de movimentar-se e não
apenas alienar-se as imposições de vidas cada vez mais sedentárias e inertes.
Quanto mais cedo se desperta o interesse pela prática de atividades físicas,
mais cedo se rompe a barreira entre o sedentarismo e os malefícios
acarretados por este mal moderno.
O sedentarismo não é apenas preocupação restrita de poucas pessoas
ou parte da população. Não é apenas condição de alerta para médicos,
nutricionistas e profissionais da saúde. O autor Guiselini (2004, p. 19), ressalta
a importância histórica da condição de sedentarismo:
O sedentarismo passa a ser visto como uma doença. Inúmeras pesquisas demonstram os seus efeitos para a saúde da população mundial: maior incidência de enfarto do miocárdio, arteriosclerose, diabetes senil, hipertensão arterial, entre outras doenças. Os órgãos públicos mundiais, preocupados com as conseqüências da falta de exercícios, iniciam campanhas no sentido de incentivar as pessoas a se exercitarem de forma regular.
Ou seja, o sedentarismo não é visto apenas como uma condição isolada gerada através de uma acomodação de determinadas pessoas, é caracterizada como uma condição pública, de alto risco de comprometimentos gerados pela mesma. É notável as condições maléficas geradas pelo sedentarismo. Não há possibilidade de estabelecer uma vida saudável, plena, sem doenças relacionadas ao sobrepeso, diabetes, pressão alta, dentre outras, se determinado indivíduo não mantém uma rotina de exercícios e atividades diárias e saudáveis. Guiselini (2004, p. 19), ainda diz:
O exercício físico é reconhecido como meio de desenvolvimento dos componentes de condicionamento físico relacionado à saúde. A indústria do fitness tem o seu maior crescimento: equipamentos, pesquisas, roupas, calçados, livros, suplementos nutricionais, programas de exercícios sistematizados e investimentos em mega academias, posicionam de forma definitiva a prática do exercício na sociedade mundial.
14
Exercício físico regular e alimentação adequada são considerados por médicos, psicólogos e professores de educação física os principais hábitos a serem incorporados no estilo de vida por provocarem as mudanças necessárias para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Obviamente, uma criança não irá realizar atividades de alta intensidade,
mas o ato de brincar, correr e movimentar-se nas aulas de Educação Física
oferecidas pelas escolas, irá fazer com que haja um despertar pelo interesse e
pela vontade de manter-se ativa. É fato que uma criança não irá entender de
imediato todas as ações positivas geradas pela prática rotineira de atividade
física, mas com o passar do tempo, através do incentivo principalmente da
família, dos professores, amigos e pessoas que convivem com a mesma, esta
se identificará mais por determinadas práticas, e um pouco menos por outras.
No entanto, permanecerá ativa e cada vez mais, longe das estatísticas que
sombreiam a realidade do sedentarismo infantil e adulto.
Uma criança ativa desde seus primeiros anos de vida, naturalmente,
terá mais interesse quanto adulto e permanecerá mantendo uma rotina de
atividades e exercícios. Portanto, uma condição importante a ser observada
pelos pais, deve ser o interesse de seus filhos por determinado esporte, seja
ele qual for. Uma criança não saberá de imediato qual a sua “vocação” para o
esporte. Se será exímio jogador de futebol, um medalhista do judô, um
maratonista recordista ou qualquer outro atleta de ponta. Talvez ela cresça e
seja apenas um amante do esporte, um praticante assíduo, mas sem recordes
mundiais ou colecionador de medalhas. Mas o fato de manter uma rotina e um
interesse por aquele esporte, já lhe garante um prêmio insubstituível e de valor
único, sua saúde.
Por isso, é importante que os pais incentivem e dêem exemplos para
que sejam seguidos. É importante acreditar que seu filho queira praticar
determinada modalidade esportiva. Se a criança se interesse este mês por
lutas, incentive-o e participe dessa caminhada. Se no outro mês o interesse é
pelo atletismo, incentive também. Uma criança é cheia de dúvidas e incertezas,
além de sempre querer experimentas todas as sensações possíveis a ela. Uma
hora ela se encontrará, seja ainda enquanto criança, ou quando talvez já esteja
15
mais madura e consciente de suas decisões. Mas o importante é influenciar e
acreditar que este é o melhor caminho para uma ruptura com o sedentarismo.
9 A Importância da Educação Física Para a Vida Escolar
Naturalmente o ambiente escolar traduz uma atmosfera de diferentes
grupos sociais, vivências e experiências únicas, pertencentes a cada um.
Nesse meio acontecem interações que até então não seriam possíveis.
Pessoas se encontram, amizades começam e o professor deixa de ser uma
pessoa comum ao passar na rua e torna-se o principal mediador da vida de
seus alunos.
A Educação Física ainda transmite uma condição mais estreita, ela lida
com corpos livres, agitados e cheios de energia para gastar. O que tem
ocorrido, é que por diversas vezes, esse componente curricular tem sido
deixado de lado e menosprezado. Falta a percepção de que é com a Educação
Física que o aluno se liberta de inúmeros receios e sente-se livre para criar um
universo paralelo à realidade escolar. É um universo único, o qual oferece ao
aluno a possibilidade de pular, correr, gargalhar e se relacionar com os outros
alunos através de atividades propostas. Se não fosse as aulas de Educação
Física, aqueles corpos cheios de energia e vontades, colocariam para fora todo
esse vigor nos momentos das outras aulas.
Os muros da escola demonstram à criança inserida ainda nas séries
iniciais, um novo contexto de barreiras até então desconhecidas para ela. O
ambiente de convívio que até então era restringido a sua casa, ou até casas de
parentes, passa a ganhar uma nova atmosfera cheia de descobertas e formas
até então desconhecidas. O convívio que compreendia um restrito grupo de
pessoas pertencentes à família a alguns conhecidos, começa a abranger um
grupo cada vez maior de vivências até então desconhecidas, e a cada novo
dia, uma nova pessoa começa a fazer parte da sua rotina. O ambiente escolar
é por natureza uma novidade para a criança que está apenas começando sua
jornada de aprendizado. Para um adolescente, este mundo não é mais algo
novo, é algo corriqueiro e pertencente a sua rotina.
16
A escola é observada como ambiente obrigatório da rotina de crianças e
adolescentes. Há instituições de ensino que criam uma relação muito ríspida
entre professores, alunos e servidores, tornando o convívio um tanto quanto
mecanizado e desmotivador. No entanto, quando essa relação é amigável e
regida por propostas inovadoras, o convício torna-se algo satisfatório e
prazeroso, e uma condição favorável à escola no caminho contra uma relação
mecanizada e desestimulante pode ser as aulas de Educação Física. A
atividade física aplicada nas aulas transmite ao aluno não somente uma
condição de quebra de uma rotina entre salas fechadas, cadernos e atividades
avaliativas, ela retoma o incentivo e o interesse pelo movimento de forma
saudável. Segundo Moreira et al. (2004, p. 85),
A atividade física constitui modo de vida saudável, contribuindo para uma melhor qualidade de vida. A escola é local ideal e fundamental para que a criança cresça com educação para o movimento, ou seja, com consciência da real importância da Educação Física para toda sua vida, como modo de vida saudável e prevenção de doenças, a fim de se chegar à velhice com ótimas condições de se movimentar.
Há uma necessidade clara de sair dos jogos tradicionais de futebol e
queimada geralmente ministrados como meio de acomodação por parte do
profissional da educação física. Porém, quando há uma dinamização dessas
aulas e uma ruptura com essa situação rotineira e mecanizada, o interesse
surge naturalmente e a E.F. torna-se uma das principais aliadas da escola,
afinal, torna o convívio mais estreito, mistura classes, e culturas distintas.
Quando se diz a respeito da inatividade gerada pela acomodação
moderna e suas implicações, pode-se relacionar um aliado positivo contra essa
acomodação em idade precoce, as aulas de Educação Física. A grande
questão é que muitas escolas tem extinguido a disciplina de Educação Física
da sua grade de matérias e aquela aula de satisfação, de sentimento de
liberdade, de envolvimento entre os participantes, tem deixado de fazer parte
do dia a dia desses alunos sem que a escola perceba a riqueza de
experiências que estas aulas trazem para todos. Guiselini (2004, p. 34)
ressalta:
17
Movimento é também deslocamento, mudança; é indicador de atividade, vitalidade, vigor, disposição, alegria, dinamismo. As pessoas que se movimentam são consideradas ativas, pois ocupam parte do seu tempo com movimentos não estruturados, denominados atividades cotidianas, e/ou com atividades físicas realizadas no tempo livre como alternativa de lazer, para melhorar o condicionamento físico ou simples divertimento, denominados de exercícios físicos ou esportes.
O despertar pela vontade de praticar atividade física pode acontecer no
início da caminhada escolar. A educação física corresponde a um elemento
crucial na vida de seus alunos, pois traduz uma relação muito mais intimista e
muito mais próxima no que diz respeito ao contato entre professor-aluno,
aluno-aluno e escola-aluno.
9.1 Atividades realizadas fora do ambiente escolar
A iniciação esportiva na vida de uma criança geralmente acontece no
ambiente escolar. Os primeiros contatos da mesma com o esporte se inicia
assim que jogos e brincadeiras ainda lúdicas começam a fazer parte da sua
vivência nas escolas.
No entanto, na medida em que há um crescimento natural das pessoas,
ou seja, um amadurecimento, novas experiências começam a fazer parte do
dia a dia de cada um. Aqueles que de alguma forma demonstraram um maior
interesse por determinadas atividades, perceberam maior intimidade com
determinado esporte, passam a entender que os estímulos oferecidos pela
escola tornaram-se limitados diante de suas necessidades, neste momento,
atividades externas tornam-se um caminho para a prática mais rotineira de
atividades física.
Muitas cidades oferecem uma possibilidade maior de ambientes para a
prática de atividade física sem que esta seja realizada dentro de escolas. Ou
seja, não somente crianças e adolescentes tem acesso a esportes e ambientes
propícios à prática dos mesmos. No entanto, muitas vezes esse incentivo e
vontade de praticar atividades físicas ao longo da vida, ou até mesmo no
período escolar, mas de forma que esta seja realizada fora da escola pode
sofrer empecilhos que marcam as pessoas e as levam a sentirem-se limitadas
18
e desmotivadas a praticar atividades no seu dia-a-dia. Segundo Guiselini
(2004, p. 36),
Exercitar-se de forma prazerosa, com sucesso, é um fator fundamental para manter as pessoas motivadas, pois experiências negativas podem fazer com que as mesmas abandonem a prática. Muitos adultos, que não tiveram sucesso nas aulas de Educação Física durante a sua infância por estarem “gordinhos” ou lentos, ou com dificuldades motoras, ou por não gostarem de futebol de salão ou de determinada modalidade esportiva, ou mesmo porque o exercício físico foi usado como castigo – isso acontecia nas forças armadas e em algumas instituições de reeducação infantil – ficaram com uma imagem muito negativa do exercício; imagem esta muito difícil de ser apagada por serem experiências muito dolorosas.
Ou seja, a atividade física só tem uma ligação prazerosa com os
praticantes quando desde a infância foi vista como algo agradável e
satisfatório. É notável que a atividade física deva ser praticada rotineiramente
desde a infância, pois o sedentarismo tem feito parte cada vez mais da
realidade de crianças e adolescentes de todo mundo, no entanto, não deve ser
algo forçado e desestimulante. Para uma criança, ou um adulto manter uma
relação amigável e saudável com o esporte, esta deve ser cultivada desde os
primeiros contatos do indivíduo com a prática de atividades físicas,
naturalmente e estimulante.
Algumas localidades têm maior oferta de espaços para realização de
exercício físico sem que este seja apenas realizados nas escolas por crianças
e adolescentes. No entanto, muitas vezes o que falta, são profissionais
qualificados para atenderem a esse público, leigos no assunto e que por vezes,
pelo falta de acompanhamento acabam se lesionando e colocando o principal
aspecto em risco, sua saúde.
Além de um bom profissional acompanhando a rotina de exercícios e
atividades praticadas pela população em diferentes cidades, principalmente em
academias populares, há uma necessidade de oferecer as pessoas
informações de grande importância aos praticantes. Informações como: saúde,
bem-estar, condições positivas relacionadas a pratica de atividade física,
malefício de uma vida sedentária, dentre outro. Guiselini (2004, p. 44) salienta
sobre metas e objetivos na atividade física:
19
A prevenção e promoção da saúde são as principais metas; no entanto, a recuperação da saúde é um objetivo específico dos programas de exercícios para populações com necessidades especiais: indivíduos portadores de determinadas condições e patologias que podem ser tratadas com exercício, como os cardiopatas, obesos, hipertensos, idosos, grávidas, diabéticos, entre outros. Saúde: prevenção, promoção e recuperação são metas/objetivos dos programas de aptidão física. [...] Músculos fortes e resistentes evitam a sarcopenia (perda da massa muscular), incidência de problemas posturais, aumento da gordura corporal, melhoram a aparência física e a auto-estima. Articulações flexíveis diminuem a incidência de doenças musculoesqueléticas (artrite, dores da coluna, alterações posturais) e ajudam a realizar as tarefas diárias. Baixa porcentagem de gordura diminui os riscos de doenças cardíacas, a incidência de diabetes tipo II e elevam a auto-estima.
A necessidade da prática de atividade física regularmente é de
fundamental importância para todos os tipos de pessoas, independente de
idade. Não somente garantem benefício relacionados a saúde e bem estar
físico, mas também ao bem estar mental. No entanto, estas atividades devem
ser monitoradas e praticadas de forma saudável, sem exageros e riscos.
A atividade física deve promover saúde e bem-estar ao praticante, e não
riscos e problemas ocasionados pela prática desenfreada da mesma. Portanto,
os praticantes de atividades no dia a dia, sejam crianças, adolescentes ou
adultos, sendo esta praticada fora do ambiente escolar, devem seguir um
cronograma de atividades elaboradas por profissionais, e em cidades onde o
auxílio destes profissionais seja escasso em atividades realizadas em
ambientes públicos, devem ser realizadas com cautela, para não acarretarem
em problemas maiores. Academias particulares, clubes, entre outros, são
ambientes que tem a obrigatoriedade de manterem profissionais qualificados
para regerem as atividades realizadas por praticantes.
Portanto, é notável que haja espaço para praticar atividades por um
espaço de tempo ao longo do dia, basta as pessoas compreenderem a
necessidade dessa prática para suas vidas e fazerem uso dessas atividades de
forma consciente e saudável.
20
10 O Papel da Educação Física Escolar para a Formação de Indivíduos
Mais Ativos
A infância caracteriza-se como fase importante no processo de
crescimento e aprendizagem, considera-se a educação psicomotora como
conteúdo fundamental para o desenvolvimento das aulas de educação física. A
criança age por meio da brincadeira que estará carregada de simbologia. Ela
brinca, realiza as atividades usando seu próprio corpo, só necessita de
estímulos e orientação para a realização, aquisição, desenvolvimento e o
aprimoramento das habilidades envolvidas no processo de aprimoramento
motor.
Essas experiências servirão de base para que percebam a importância
da movimentação, da sua vivência e dia a dia em uma sociedade caracterizada
por mudanças e estímulos que se modificam a cada novo dia. Mattos e Neira
(2002, p.97) ressaltam:
O Movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. As crianças se movimentam desde que nascem adquirindo cada vez maior controle sobre seu próprio corpo e se apropriando casa vez mais das possibilidades de interação com o mundo. Engatinham, caminham, manuseiam objetos, corre, saltam, brincam sozinhos ou em grupo, expressam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem que permite ás crianças agirem sobre o mio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo.
A Educação Física muitas vezes é taxada como uma disciplina que
apenas representa no seu fazer pedagógico um momento de lazer e nada
mais. No entanto, é fato que lazer faz parte das aulas e atividades realizadas
nas mesmas, porém, essas aulas devem ser sistematizadas, planejadas,
organizadas, estimulantes e inovadas a cada novo ciclo, fazendo com que os
alunos tenham uma base educativa na sua formação como cidadão e também
oferecendo estímulos que possam trazer benefícios diretos a sua saúde e bem
estar. Moreira, et. al (2004, p.122), ressalta:
21
Na sociedade contemporânea, é importante levar os alunos à reflexão sobre o que é corpo, sobre o sedentarismo que vivemos, sobre os movimentos mecânicos próprios da segunda metade do século XX até os tempos atuais, para que percebam o quanto é fundamental desenvolver o movimento crescente. Ao invés de um corpo não pensante e insensível, um corpo pensante, consciente e criativo.
Uma aula de Educação Física não deve ser apenas um momento de
colocar o aluno a sentir-se livre e isento de barreiras. Uma aula de E.F. deve
ser rica em conhecimentos e aptidões físicas e mentais. Deve mostrar ao aluno
que seu corpo não trabalha sem o auxílio de sua mente e que não é possível
formarmos seres plenos se não unirmos cada atitude corporal a trabalhos de
pensar, raciocinar.
10.1 contribuições do professor de educação física
É na escola que a criança aprende a gostar de exercícios físicos ou a
odiá-los. É responsabilidade da escola através do professor de educação
física iniciar o estímulo a prática regular do exercício físico com autonomia.
A partir do trabalho pedagógico realizado na escola (aulas bem
elaboradas que realmente tenha sentido para o aluno), estimular a adoção de
um estilo de vida ativo, hábitos alimentares saudáveis e atitudes sociais do
aluno como um todo, garantindo cada vez mais, o acesso dos alunos às
práticas da cultura corporal de movimento, promovendo saúde, bem estar
físico e mental, e também qualidade de vida aos mesmos. De acordo com
Araújo, Brito e Silva (2010),
Os professores de educação física ao acatar estratégias para combater o sedentarismo, contribuem de maneira satisfatória para a promoção de saúde de seus alunos. Logo, parece-nos razoável considerar que o exercício, o desporto e a aptidão física aparecem como conteúdos essenciais da educação física escolar. Não se trata somente de justificar a aptidão física apenas como um estado de adaptação biológica em curto prazo, mas vê-la como um processo que representa todo o envolvimento do indivíduo a valiosas experiências educacionais, através das práticas de atividades físicas que devem ser utilizadas por toda vida.
22
O estilo de vida saudável está centrado em promover mudanças nos
hábitos alimentares, mentais e na prática de atividades física. Dessa forma
cria-se uma rotina de vida ativa, satisfatória e prazerosa. Principalmente na
infância, atitudes que venham a romper com a inatividade física poderão
reduzir a incidência de obesidade e demais doenças provenientes do
sedentarismo.
Portanto, o papel da educação física, não é somente visar o aluno no
presente, mas sim estimular a pratica de atividades físicas e sensibilizá-los
para um estilo de vida saudável, pois é fato que uma criança ativa seja
sinônimo de um adulto também ativo.
11 Considerações Finais
É notável que um estilo de vida saudável deva ser colocado em prática
desde os primeiros anos da vida de uma pessoa. Uma criança relativamente
ativa é sinônimo de um adulto futuramente também ativo. No entanto, muitas
vezes, a realidade que passa a ser observada no dia a dia das pessoas, retrata
indivíduos sedentários e inativos cada vez mais cedo.
Dessa forma, inúmeros comprometimentos, doenças e problemas
diversos tomam posse da vida de milhares de pessoas que por diversos
motivos acomodam-se diante de práticas saudáveis. Um individuo saudável é
aquele que além de esforçar-se para manter seus corpo em movimento,
esforça-se também para manter sua mente tão saudável quanto. Não há
dúvidas de que uma pessoa que se exercita de forma rotineira e mantém níveis
saudáveis de exercícios físicos diariamente, mantenha também sua mente
saudável e ativa.
O sedentarismo tem feito parte da rotina das pessoas cada vez mais, no
entanto, há possibilidades de extinguir essa realidade da vida das pessoas. É
só manter o prazer pela prática da atividade física sem entregar-se a
acomodações, preguiça ou algum tipo de desleixo. Um adulto praticante de
atividade física diariamente, é também exemplo a ser seguidos por seus filhos,
sobrinhos e crianças que convivem com ele. O sedentarismo é cada vez mais
condição presente na vida de crianças e adolescentes, no entanto, também são
23
crescentes os programas de incentivo a pratica de atividades cada vez mais
cedo, visando exatamente romper essas condições que geram tantos
problemas. Ou seja, o rompimento com esse mal moderno é um dos principais
objetivos de profissionais da área da educação e da saúde nos dias atuais.
12 Referencial Teórico
Os principais referencias utilizados foram adquiridos através de
pesquisas em livros referentes às áreas de Educação Física escolas, saúde e
bem estar, atividades físicas, como também a utilização de materiais adquiridos
em artigos científicos e revistas relacionas ao tema. Os principais autores
utilizados como referêncial foram: Baruki et. al (2006); Guiselini (2004) e
Moreira et. al (2004).
13 Referência Bibliográfica
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