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Monitoria de Anatomia II – Karina Cruz Mavignier UPE - 2012.1 1 DIENCÉFALO (“INTERCÉREBRO”) - O Diencéfalo é a parte do SNC que se interpõe ao tronco encefálico e Telencéfalo. É completamente circundado pelos hemisférios cerebrais, exceto em sua face ventral. É composto por III ventrículo, tálamo, metatálamo (corpos geniculados lateral e medial), hipotálamo, epitálamo e Subtálamo. Fazia parte do Prosencéfalo. - Plano de delimitação do diencéfalo: Passa pela porção inferior da comissura posterior até os corpos mamilares. - Limites: Posterior: Comissura posterior Anterior: Lâmina Terminal e forame interventricular Lateral: Ramo posterior da cápsula interna Medial: o diencéfalo forma a parede lateral do III ventrículo. 1) MACROESTRUTURA: III VENTRICULO: - É uma estreita Fenda ímpar e mediana entre os dois tálamos. É a cavidade do diencéfalo. - Limites: Posterior: Comissura posterior e corpo pineal. Anterior: coluna do fornix e comissura anterior. - Teto: camada ependimária coberta por pia máter, forma a tela coroide, onde na face anterior se localiza o plexo coroide. - Assoalho: Estruturas hipotalâmicas (quiasma, infundíbulo, tuber cinéreo e corpos mamilares) e substancia perfurada posterior. o Aqueduto Cerebral: Comunica o III ventrículo com o IV. o Forame interventricular: comunica o III ventrículo com os ventrículos laterais. o Plexos Corióides: são contínuos com os dos ventrículos laterais através do forame interventricular. o Sulco Hipotalâmico (sulco de Monro): depressão que vai do forame interventricular ao aqueduto cerebral. Divide o diencéfalo nas porções dorsal (superior) – tálamo, metatálamo e epitálamo- e ventral (inferior) –hipotálamo e subtálamo. o Estrias medulares do tálamo: Feixe de fibras nervosas que saem de cada lado do epitálamo e se inserem na tela corióide. Pertencem ao epitálamo. o Aderência Intertalâmica: trave de substância cinzenta que liga os dois tálamos.

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Monitoria de Anatomia II – Karina Cruz Mavignier UPE - 2012.1

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DIENCÉFALO (“INTERCÉREBRO”)

- O Diencéfalo é a parte do SNC que se interpõe ao tronco encefálico e Telencéfalo. É

completamente circundado pelos hemisférios cerebrais, exceto em sua face ventral. É

composto por III ventrículo, tálamo, metatálamo (corpos geniculados lateral e medial),

hipotálamo, epitálamo e Subtálamo. Fazia parte do Prosencéfalo.

- Plano de delimitação do diencéfalo: Passa pela porção inferior da comissura posterior até os

corpos mamilares.

- Limites: Posterior: Comissura posterior

Anterior: Lâmina Terminal e forame interventricular

Lateral: Ramo posterior da cápsula interna

Medial: o diencéfalo forma a parede lateral do III ventrículo.

1) MACROESTRUTURA:

III VENTRICULO:

- É uma estreita Fenda ímpar e mediana entre os dois tálamos. É a cavidade do

diencéfalo.

- Limites: Posterior: Comissura posterior e corpo pineal. Anterior: coluna do fornix e

comissura anterior.

- Teto: camada ependimária coberta por pia máter, forma a tela coroide, onde na face

anterior se localiza o plexo coroide.

- Assoalho: Estruturas hipotalâmicas (quiasma, infundíbulo, tuber cinéreo e corpos

mamilares) e substancia perfurada posterior.

o Aqueduto Cerebral: Comunica o III ventrículo com o IV.

o Forame interventricular: comunica o III ventrículo com os ventrículos laterais.

o Plexos Corióides: são contínuos com os dos ventrículos laterais através do

forame interventricular.

o Sulco Hipotalâmico (sulco de Monro): depressão que vai do forame

interventricular ao aqueduto cerebral. Divide o diencéfalo nas porções dorsal

(superior) – tálamo, metatálamo e epitálamo- e ventral (inferior) –hipotálamo

e subtálamo.

o Estrias medulares do tálamo: Feixe de fibras nervosas que saem de cada lado

do epitálamo e se inserem na tela corióide. Pertencem ao epitálamo.

o Aderência Intertalâmica: trave de substância cinzenta que liga os dois tálamos.

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o Lâmina Terminal: fina lâmina de tecido nervoso que une os dois hemisférios

cerebrais e se dispõe entre o quiasma optico e a comissura anterior. Tanto a

lâmina terminal quanto a comissura anterior (integra os dois lobos frontais do

cérebro) são estruturas pertencentes ao Telencéfalo.

o Recessos: infundíbulo/quiasma óptico/suprapineal/pineal.

TÁLAMO:

- São duas massas volumosas de substância cinzenta com formato ovóide. Está a 30

graus de inclinação em relação ao eixo medial. É separado do Telencéfalo

lateralmente pela Cápsula Interna (compacto feixe de fibras que liga o córtex cerebral

a centros nervosos subcorticais). Seu limite superior é a fissura cerebral transversa ou

de bichat.

o Tubérculo anterior do tálamo: eminência da extremidade anterior do tálamo

o Pulvinar (travesseiro): eminência da extremidade posterior do tálamo.

Projeta-se sobre os corpos geniculados medial e lateral.

o Sulco Terminal ou tálamo-estriado: Separa o núcleo caudado e o tálamo. Nele

se encontra a estria terminal que representa o limite entre a face superior e a

face lateral do tálamo.

o Lâmina Afixa: revestimento de epêndima

o Lâmina medular interna (micro- substância branca)

o Lâmina medular externa (micro- substância branca)

o Aderência Intertalâmica (medialmente) ou comissura média

o Estrato Zonal: conjunto de fibras de substância branca que recobre a

superfície dorsal do tálamo.

SUBTÁLAMO:

- Localiza-se abaixo do tálamo. É uma Zona de transição entre o diencéfalo e o

tegmento do mesencéfalo

Oi.: O Subtálamo é o único do diencéfalo que não se relaciona com as paredes do III

ventrículo.

- Limites: Superior: Tálamo. Lateral: Capsula interna. Medial: Hipotálamo.

EPITÁLAMO:

- Situa-se acima do sulco hipotalâmico e posteriormente ao III ventrículo. Possui a

Glândula Pineal, epífise ou corpo pineal que repousa sobre o tecto mesencefálico.

- Glândula Pineal: É impar, piriforme e mediana (serve como marcador do plano

mediano). Relaciona-se anteriormente com a comissura posterior e comissura das

habênulas. A comissura das habênulas está entre duas pequenas eminencias

triangulares que são os trígonos das habênulas. A Glândula Pineal produz melatonina,

tem ação antigonadotrofica, função imunológica (ainda em estudos) e regula os ritmos

circadianos.

- Órgão Subcomissural: Espessamento de epêndima abaixo da comissura posterior. É

pouco desenvolvido no homem e parece estar relacionado ao metabolismo de água e

sais minerais através da produção da arginina vasotocina para manutenção da

aldosterona.

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HIPOTÁLAMO:

- Corresponde a uma pequena área abaixo do sulco hipotalâmico ligada ao controle

visceral. Forma o assoalho do III ventrículo. Compreende as seguintes estruturas:

o Corpos mamilares: duas eminências arredondadas de substância cinzenta

contidas anteriormente a fossa Interpeduncular.

o Quiasma óptico: recebe fibras mielínicas dos nervos ópticos que aí cruzam em

parte e se continuam nos tratos ópticos que se dirigem aos corpos

geniculados laterais.

o Tuber Cinéreo: local onde a hipófise se prende por meio do infundíbulo.

o Infundíbulo: formação nervosa que se prende ao tuber cinéreo, contem o

recesso do infundíbulo.

METATÁLAMO:

o Corpo Geniculado Medial: faz parte da via auditiva

o Corpo Geniculado Lateral: faz parte da via óptica

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2) MICROESTRUTURA

HIPOTÁLAMO:

- O Fórnix divide-o em área lateral e medial. Na região medial (entre o Fórnix e as

paredes do III ventrículo) encontram-se os principais núcleos hipotalâmicos. A lateral

é percorrida pelo feixe prosencefálico medial que estabelece conexões entre a área

septal do sistema límbico e a formação reticular mesencefálica. Pode ser dividido em

três regiões por planos frontais: supra óptica (inclui quiasma óptico e toda área acima

dele), tuberal (inclui tuber cinéreo e toda área acima dele) e mamilar (inclui corpos

mamilares, seus núcleos e toda região acima deles). Os principais núcleos são:

Hipotálamo

- Conexões Hipotalâmicas:

a) Com o Sistema Límbico: Regulação do comportamento emocional.

Hipocampo: Liga-se pelo Fórnix aos Núcleos mamilares do hipotálamo, de onde os

impulsos seguem para o Núcleo Anterior Talâmico através do Fascículo mamilo-

talâmico ou de viq d’arzig.

Área Septal: Liga-se a comissura das habênulas pelas estrias medulares do tálamo

e ao hipotálamo pelo feixe prosencefálico medial.

Corpo Amigdalóide: Fibras originadas aí chegam ao hipotálamo pela estria

terminal

b) Com a área pré-frontal: Regulação do comportamento medial. Mantem conexões com

o hipotálamo diretamente através do núcleo Dorsomedial do tálamo.

c) Conexões viscerais

d) Conexões sensoriais

e) Conexões Monoaminérgicas

f) Com a Hipófise:

Trato Hipotálamo-Hipofisário: suas fibras vão dos neurônios dos núcleos

Supraópticos e paraventriculares e terminam na neurohipofise. Produz hormônios

que serão armazenados na neurohipofise para depois serem liberados no sangue.

Trato Túbero-Infundibular: suas fibras vão dos neurônios do núcleo Infundibular e

terminam na haste Infundibular e eminencia mediana. Produz hormônios que

agem na adenohipófise, controlando seu funcionamento.

. Supraóptico

. Tuberal

. Mamilar

- Núcleo Supraquiasmático

- Núcleo Supra óptico

- Núcleo Paraventricular

- Núcleo Ventromedial

- Núcleo Dorsomedial

- Núcleo Arqueado ou Infundibular

- Núcleos Mamilares

- Núcleo Posterior

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- Funções Hipotalâmicas:

Os núcleos Supraóptico e Paraventricular sintetizam o hormônio ADH que aumenta a

absorção de água nos túbulos renais e a ocitocina. O principal marcapasso circadiano situa-se

no núcleo Supraquiasmático.

O hipotálamo é o centro suprasegmentar mais importante do SNA, o hipotálamo

anterior controla principalmente o sistema parassimpático, enquanto o posterior controla o

simpático. Ele possui a capacidade de regular a temperatura corporal, atuando como

termostato capaz de detectar a variação da temperatura do sangue que por ele passa e ativar

os mecanismos de perda de calor (hipotálamo anterior) e conservação de calor (hipotálamo

posterior). Lesões no centro de perda gera febre central (Aumento incontrolável da

temperatura) quase sempre fatal. A parte posterior do hipotálamo está relacionada com

vigília, assim na encefalite letárgica a lesão na porção posterior gera sono! A porção lateral

está relacionada com o centro da fome e sede e a porção ventro medial está relacionada com

o centro da saciedade (sua lesão gera vontade exagerada de se alimentar, é a síndrome

adiposogenital de Frohlich). Lesão no hipotálamo lateral gera a Síndrome de emaciação de

Russel.

Para facilitar o entendimento, montei um esquema do bisu dado pelo professor

Coutinho. Imagine um restaurante. O hipotálamo anterior relaciona-se com sua área social que

por sua vez possui um ar condicionado, então é responsável pela anti elevação da temperatura

e já que as pessoas aí já se alimentaram, surge sono (então aí é o centro do sono). Já o

posterior, relaciona-se com a área da cozinha que é quente, então é responsável por anti

abaixamento da temperatura. O Hipotálamo medial relaciona-se com quem já está dentro do

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restaurante e que já se alimentou, ou seja, está sem fome e sede. Já o Hipotálamo lateral se

relaciona com o pessoal que ainda está na fila para entrar no restaurante e que, portanto

ainda está com fome e sede. Por fim, o restaurante tem um cozinheiro muito simpático que

você deve relacionar ao hipotálamo posterior (cozinha) e regulação do SN simpático.

SUBTÁLAMO:

o Zona incerta do Subtálamo: Corresponde as estruturas do mesencéfalo que se

estendem ao Subtálamo uma vez que esse é a transição do diencéfalo para o

mesencéfalo. Compreende o núcleo rubro, a substância negra e a formação reticular.

o Núcleo Subtalâmico ou de Louis: possui conexão com o globo pálido, através do

circuito (tanto aferência como eferência) pálido-subtálamo-palidal, participando da via

da motricidade somática. Lesões nesse núcleo levam a síndrome do Hemibalismo, por

exemplo.

o O Subtálamo é atravessado por vários feixes: a alça lenticular, fascículo lenticular (ou

campo H2 de Forel), o fascículo talâmico (Campo H1 de Forel) , fascículo subtalâmico e

as fibras do campo pré-rúbrico (Campo H de forel).

EPITÁLAMO:

o Núcleo das habênulas: situado no Trígono das habênulas. Ligam-se ao núcleo

Interpeduncular do mesencéfalo pelo fascículo retroflexo ou de Meynert

o Comissura das habênulas

o Comissura posterior: marca o limite entre o diencéfalo e o mesencéfalo. É constituído

de fibras que da área pré-tectal de um lado cruzam para o núcleo de Edinger

Westphal do lado oposto intervindo no reflexo consensual.

o Estrias medulares: suas fibras se originam na área septal e terminam nos núcleos das

habênulas do mesmo lado, ou lado oposto, cruzando-se na comissura das habênulas.

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OBS: GLÂNDULA PINEAL:

Origina-se de um divertículo ependimário no teto do III ventrículo entre as comissuras

posterior e habenular. Nos vertebrados inferiores é apenas um órgão sensorial em que os

ependimócitos se diferenciaram em fotorreceptores. Nos mamíferos e aves, diferenciaram-se

em pinealócitos. Algumas das células dessa glândula possuem as concreções calcárias que

aumentam com a idade e têm importância radiológica, pois são opacas ao raio-x permitindo

localizar exatamente a posição da pineal. Essas concreções aumentam com os anos, pois as

proteínas que levam os hormônios da pineal os trocam por cálcio. Sua inervação se faz por

fibras pós ganglionares do simpático. Os pinealócitos produzem melatonina a partir da

serotonina. Durante o dia, as fibras simpáticas têm menos atividade e os níveis da melatonina

caem, atingindo o pico à noite. Assim a produção desse hormônio obedece ao ritmo

circadiano, que decorre da atividade rítmica do núcleo Supraquiasmático transmitida à pineal

por inervação simpática. Sua vascularização se faz por capilares fenestrados.

A pineal tem uma ação antigonadotrópica (inibidora das gônadas). Assim, tumores na

pineal estão ligados a quadros de puberdade precoce, pois os pinealocitos são destruídos pelo

tumor.

Luz -> fotorreceptores na retina -> Nervo óptico -> Núcleo Supra quiasmático -> Núcleo

Paraventricular -> Substância Cinzenta Medular -> Gânglio Cervical Superior -> Nervo do

Conário -> Pineal -> inibição da produção de melatonina.

4- Glândula Pineal

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TÁLAMO:

- O tálamo é constituído principalmente de substancia cinzenta, contudo, sua

superfície dorsal é revestida por uma lâmina de substância branca (estrato zonal do

tálamo), que se estende para a face lateral onde recebe o nome de lâmina medular

externa. Entre essa e a capsula interna situado lateralmente, temos o núcleo reticular

do tálamo. O estrato zonal penetra no tálamo formando a lâmina medular interna

(L.M.I) que em sua extremidade anterior se bifurca em Y. No interior dela, temos os

núcleos intralaminares do tálamo. Os demais núcleos são muito numerosos, podemos

dividi-los em cinco grupos:

Grupo anterior: Relacionado à emoção. É anterior à bifurcação. Nele chegam

fibras vindas dos núcleos mamilares pelo fascículo mamilo talâmico e manda

fibras para o córtex do giro do cíngulo, fazendo parte do circuito de papez.

Grupo lateral: Compreende os núcleos situados lateralmente a L.M.I

a. Dorsal

b. Ventral anterior (VA): Motor somática extrapiramidal. Recebe aferências

do globo pálido que vão para o tálamo e se projetam para áreas motoras

do córtex cerebral.

c. Ventral intermédio: Motor. Recebe aferências do cerebelo.

d. Ventral póstero lateral: Núcleo relé das vias sensitivas. Recebe lemnisco

medial (PEST) e espinhal (dor e temperatura, pressão e tato protopático).

e. Ventral póstero medial: Recebe o lemnisco Trigeminal e fibras do trato

solitário (gustação).

Grupo mediano: Está na aderência Intertalâmica. Função visceral.

Grupo medial: Função de comportamento social.

Grupo posterior:

a. Núcleo Pulvinar: é o maior núcleo do tálamo. É de associação, integra e

manda para o córtex. Atenção visual.

b. Núcleo geniculado lateral: Recebe fibras do trato óptico.

c. Núcleo geniculado medial: Recebe lemnisco lateral (audição).

Oi.: Os estímulos do tálamo vão para o córtex e voltam dele pelas radiações talâmicas, que

estão na maior parte na cápsula interna.

- Funções Talâmicas:

a. Sensibilidade: todos os impulsos sensitivos (exceto olfatórios) antes de chegar ao

córtex param em um núcleo talâmico, para que ele possa redistribuir às áreas

especificas do cérebro, integrar os impulsos e modificá-los.

b. Motricidade: pelos núcleos ventral anterior e lateral, interpostos em circuitos

pálidocorticais e cerebelocorticais, respectivamente.

c. Emocional

d. Ativação do Córtex: pelos núcleos talâmicos inespecíficos.

Oi.: Núcleos específicos: ligam-se a áreas específicas do córtex cerebral. Os impulsos

são trabalhados e retransmitidos (são relés). Núcleos não específicos: projetam-se de

forma difusa para o cérebro ex: intralaminares e medianos.

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CORRELAÇÕES CLÍNICAS:

1) SINDROME DA PECILOTERMIA: Lesão do hipotálamo anterior e posterior que são

os centros de perda e conservação do calor, respectivamente. Assim, a

temperatura passará a ser controlada por fatores externos.

2) SINDROME DA MUDANÇA RÁPIDA DE FUSO HORÁRIO (jet lag syndrome): surge

como consequência do rápido atravessamento de fusos horários, situação que

acontece nas viagens transmeridionais realizadas de avião. Esta síndrome não

ocorre nas viagens por via terrestre ou marítima porque estas são mais

demoradas, o que permite ao organismo uma progressiva adaptação durante a

viagem. Pessoas que se deslocam dentro de um fuso horário podem se ressentir

pelas alterações hormonais e de temperatura corporal que não acompanham a

vigília e o sono socialmente desejados. Habitualmente observa-se uma tendência

fisiológica para atrasar a fase do sono, portanto o deslocamento para oeste é bem

melhor tolerado. Jet Lag torna-se pior com a idade mais avançada quando os

mecanismos de adaptação se reduzem. Fadiga, dores no corpo, cefaléia,

irritabilidade e alterações cognitivas podem ocorrer apesar do indivíduo sentir-se

desperto. O ajuste de temperatura corporal pode levar alguns dias. Diversas

medidas como exposição à luz são utilizadas para minimizar esses sintomas. O uso

da melatonina uma hora antes de deitar-se facilita a adaptação no jet lag.

3) BALISMO: Ocorre por lesão do núcleo subtalâmico. Caracterizado por movimentos

hipercinéticos, bruscos, rápidos, amplos e com tendência à rotação. Eles se

mostram persistentes, podendo levar a exaustão ou ainda lesões articulares ou

cutâneas. Podem ocorrer durante o sono, mas desaparecem durante o sono

profundo. É chamado de Hemibalismo quando afeta toda uma metade do corpo,

de Parabalismo quando ambas pernas são afetadas, de Monobalismo quando só

um membro é afetado e de Bibalismo quando é generalizada.

4) HIDROCEFALIA: É o acúmulo de líquor no interior da cavidade craniana (nos

ventrículos ou no espaço subaracnóideo), que por sua vez, faz aumentar a pressão

intracraniana sobre o cérebro, podendo vir a causar lesões no tecido cerebral,

aumento e inchaço do crânio. Pode ser: Obstrutiva (Não-comunicante) causada por bloqueio no sistema ventricular do

cérebro, impedindo que o líquido cérebro-espinhal flua devidamente pelo cérebro e a medula espinhal (Espaço subaracnóideo). A obstrução pode apresentar no nascimento ou após. Um dos tipos mais comuns é a estenose do aqueduto, que acontece por causa de um estreitamento do aqueduto de Sylvius.

Não-obstrutiva (Comunicante) resultado de aumento da produção do líquor ou do déficit de sua absorção. Sendo mais comuns nos sangramento no espaço

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subaracnóideo. Pode estar presente ao nascimento ou podem acontecer depois.

5) SINDROME DE PARINAUD: Pode ser causada por um tumor de pineal (lesão na

comissura posterior). Caracteriza-se pela perda da capacidade de olhar para cima

(principalmente) e para baixo, a pálpebra cobre parte da íris, pois as fibras que

passariam na comissura posterior e que atuam no levantamento das pálpebras

estariam lesionadas.

6) SINDROME DE DEJERINE ROUSSY: Causada por oclusão da artéria tálamo-

geniculada, causando hemianestesia do hemicorpo contralateral para todas as

sensibilidades, dor talâmica (espontânea, dimidiada, refratária a analgésicos, piora

com emoções e pode responder a anticonvulsivantes).

7) ÚLCERAS DE CUSHING: Úlceras causadas por lesão no hipotálamo que provoca

distúrbios no controle do SNA.

8) SINDROME DA EMACIAÇÃO DE RUSSEL: acomete crianças e é caracterizada por

extrema emaciação, nistagmo, atrofia óptica e presença de processo expansivo em

região diencefálica.

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REFERÊNCIAS:

Imagens:

1. http://www.neurocirugia.com/wiki/doku.php?id=tumor_pineal

2. http://www.auladeanatomia.com/neurologia/diencefalo.htm

3. http://www.info-radiologie.ch/ressonancia-magnetica-cerebral.php

4. http://www.sistemanervoso.com/pagina.php?secao=1&materia_id=381&materiaver=

1

5. MACHADO, ANGELO. Neuroanatomia Funcional.2.ed.Atheneu

Texto:

1. AFIFI, A. K.; BERGMAN, R. A. Neuroanatomia funcional: texto e atlas. 2. ed. São Paulo:

Roca, 2007.

2. Roteiro de aula do professor Coutinho.

3. MACHADO, ANGELO. Neuroanatomia Funcional.2.ed.Atheneu

4. http://www.efdeportes.com/efd63/jetlag.htm

6. http://www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/CONF_SIMP/textos/veralicebruin.ht

m

7. http://neuroanatomiahumana.blogspot.com/