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Sônia de Almeida Pimenta Ana Beatriz Gomes Carvalho Didática e o Ensino de Geografia DISCIPLINA Elementos para o ensino de Geografia (orientação e representação cartográfica) Autoras aula 07 Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:_______________________________________ VERSÃO DO PROFESSOR VERSÃO DO PROFESSOR

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Sônia de Almeida Pimenta

Ana Beatriz Gomes Carvalho

Didática e o Ensino de Geografi aD I S C I P L I N A

Elementos para o ensino de Geografi a (orientação e representação cartográfi ca)

Autoras

aula

07Material APROVADO (conteúdo e imagens)(conteúdo e imagens) Data: ___/___/___

Nome:_______________________________________

VERSÃO DO PROFESSORVERSÃO DO PROFESSOR

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Aula 07  Didática e o Ensino de GeografiaCopyright © 2008 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPEEliane de Moura Silva

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky

Projeto GráficoIvana Lima (UFRN)

Revisora TipográficaNouraide Queiroz (UFRN)

IlustradoraCarolina Costa (UFRN)

Editoração de ImagensAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

DiagramadoresIvana Lima (UFRN)

Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN) Mariana Araújo (UFRN)

Vitor Gomes Pimentel

Revisora de Estrutura e LinguagemRossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)

Revisora de Língua PortuguesaMaria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB

372.891P644d Pimenta, Sônia de Almeida.

Didática e o ensino de geografia / Sônia de Almeida Pimenta; Ana Beatriz Gomes Carvalho. – Campina Grande: EDUEP, 2008. 244 p.

ISBN 978-85-7879-014-11. Geografia – Estudo e Ensino. I. Carvalho, Ana Beatriz Gomes. II. Título. 21. ed. CDD

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Aula 07  Didática e o Ensino de Geografia �Copyright © 2008 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Apresentação

O ensino de Geografia exige um instrumental específico para a construção de conceitos que precisam ser tratados de forma diferenciada das demais disciplinas. São habilidades e competências relacionadas ao caráter procedimental que perpassam

outras áreas do conhecimento, sendo necessário o desenvolvimento de estratégias específicas para a apresentação destes conteúdos. Nesta aula, você vai conhecer algumas destas práticas pedagógicas para trabalhar a representação do espaço no ensino de geografia. É fundamental que você realize as tarefas propostas durante a leitura, buscando sempre se colocar no lugar do aluno. Este exercício ajudará na construção da estrutura e dos conceitos necessários para a sua instrumentalização para o desenvolvimento de um letramento cartográfico.

ObjetivosAo final desta aula, esperamos que você:

Conheça as práticas pedagógicas para trabalhar os conceitos, atitudes e procedimentos específicos de orientação;

Identifique os elementos fundamentais para a construção dos conceitos de representação cartográfica;

Adquira o conhecimento necessário para trabalhar com mapas, cartas, globos e outros materiais no ensino de Geografia.

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A representação do espaço geográfico

O domínio espacial, compreendido aqui no sentido geográfico, é desenvolvido de forma precária comprometendo a concepção de espaço e organização territorial que são necessárias para a leitura espacial de qualquer representação. Existe um consenso

entre os especialistas de que não é possível ensinar a alguém os conceitos relativos à noção de espaço e a sua representação (ALMEIDA, 2002). Isso não significa que estes conceitos não possam ser construídos através de um processo de orientação e formação, mas não poderão ser ensinados, a partir de uma leitura de um texto ou a realização de um questionário. “Ler” mapas e movimentar-se no espaço requer uma dimensão da percepção e consciência da própria corporeidade que não pode ser simplesmente decorada em um ponto do livro. Esta construção precisa ser cuidadosamente estruturada, avaliando a percepção individual de cada um em relação ao seu espaço para posteriormente inserir elementos da cartografia, passo a passo.

Diálogos no caminho

Quando ensinamos cartografia na escola, é freqüente ouvirmos comentários das crianças sobre o que estamos querendo mostrar. Observe estas afirmativas:

– Professora quem está em cima do Brasil?

– Minha tia mora lá embaixo, no Paraná.

– Por que este mapa não tem as linhas? Está errado?

– Posso pintar os países de azul e o mar de verde?

– A Terra gira e quando está no Japão eu durmo?

– Se os países têm horas diferentes, eles também têm relógios diferentes?

– Se aqui é noite e no Japão é dia, eu posso ir até lá brincar com os meninos japoneses para não ter dormir?

– Por que aquele país cor-de-rosa é tão pequeno?

E você já ouviu comentários desta natureza em sala de aula? Registre aqui suas experiências com a capacidade de abstração das crianças e jovens em relação a orientação e os mapas.

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Atividade 1

O mapa é uma representação cartográfica do mundo real, nele está embutido uma série de signos que apresenta os mesmos códigos e sentidos usados na linguagem. Ler mapas significa dominar esta linguagem e quanto mais o aluno estiver inserido em sua construção, familiarizado com seus procedimentos, mais próximo ele estará de desvendar sua equação.

A linguagem cartográfica apresenta três elementos essenciais: o sistema de signos (legendas, cores símbolos), a redução (proporção através da escala) e a projeção (o tipo de representação escolhida). Cada um deles exige uma série de decodificações do leitor até chegar ao resultado completo da leitura do mapa. O primeiro passo para a decodificação é a leitura do título, a observação das legendas e a análise da escala. Cada um destes elementos indicará o que está sendo representado no papel, como verdadeiras “pistas” que nos levarão a compreender que projeção foi adotada, que pedaço do território está representado e como está representado.

Observe um mapa e faça o seguinte exercício: desconsidere a imagem e analise o título, as legendas e a escala. É possível saber do que se trata a representação a partir destes elementos? Registre sua experiência aqui.

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É preciso então, considerar alguns aspectos da formação dos alunos no que diz respeito aos elementos mais básicos e óbvios da percepção humana. São as percepções de grande, pequeno, esquerda, direita, em cima, embaixo, ali, lá, longe, perto, formas geométricas e cores. A lateralização é um passo importante neste processo porque organizará os referenciais da percepção do espaço do indivíduo. Segundo Almeida (2002), a análise do espaço deve ser iniciada primeiro com o corpo, em seguida apenas com os olhos, e finalmente com a mente. Leia esta história Hindu e veja como a percepção pode ser diferenciada de acordo com conjuntura individual:

Os cegos e o elefante

(História do Folclore Hindu)

Numa cidade da Índia viviam sete sábios cegos. Como os seus conselhos eram sempre excelentes, todas as pessoas que tinham problemas recorriam à sua ajuda. Embora fossem amigos, havia uma certa rivalidade entre eles que, de vez em quando, discutiam sobre qual seria o mais sábio.

Certa noite, depois de muito conversarem acerca da verdade da vida e não chegarem a um acordo, o sétimo sábio ficou tão aborrecido que resolveu ir morar sozinho numa caverna da montanha. Disse aos companheiros:

- Somos cegos para que possamos ouvir e entender melhor que as outras pessoas a verdade da vida. E, em vez de aconselhar os necessitados, vocês ficam aí discutindo como se quisessem ganhar uma competição. Não agüento mais! Vou-me embora.

No dia seguinte, chegou à cidade um comerciante montado num enorme elefante. Os cegos nunca tinham tocado nesse animal e correram para a rua ao encontro dele.

O primeiro sábio apalpou a barriga do animal e declarou:

- Trata-se de um ser gigantesco e muito forte! Posso tocar nos seus músculos e eles não se movem; parecem paredes...

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- Que palermice! - disse o segundo sábio, tocando nas presas do elefante. - Este animal é pontiagudo como uma lança, uma arma de guerra...

- Ambos se enganam - retorquiu o terceiro sábio, que apertava a tromba do elefante. - Este animal é idêntico a uma serpente! Mas não morde, porque não tem dentes na boca. É uma cobra mansa e macia...

- Vocês estão totalmente alucinados! - gritou o quinto sábio, que mexia nas orelhas do elefante. - Este animal não se parece com nenhum outro. Os seus movimentos são bamboleantes, como se o seu corpo fosse uma enorme cortina ambulante...

- Vejam só! - Todos vocês, mas todos mesmos, estão completamente errados! - irritou-se o sexto sábio, tocando a pequena cauda do elefante. - Este animal é como uma rocha com uma corda presa no corpo. Posso até pendurar-me nele.

E assim fi caram horas debatendo, aos gritos, os seis sábios. Até que o sétimo sábio cego, o que agora habitava a montanha, apareceu conduzido por uma criança.

Ouvindo a discussão, pediu ao menino que desenhasse no chão a fi gura do elefante. Quando tateou os contornos do desenho, percebeu que todos os sábios estavam certos e enganados ao mesmo tempo. Agradeceu ao menino e afi rmou:

- É assim que os homens se comportam perante a verdade. Pegam apenas numa parte, pensam que é o todo, e continuam tolos!

Este texto pode servir como um bom começo para mostrar aos alunos a necessidade de padronização, através das escalas do mapa. Se cada um retratasse o território, a partir de sua própria percepção da realidade, nós teríamos inúmeros desenhos e seria impossível compreender a lógica de todos. Assim, as escalas, a projeção e os símbolos das legendas, foram padronizados para facilitar a leitura de todos. Desta forma, o aluno poderá compreender que ler um mapa é uma tarefa como qualquer outra, bastando que conhecer os mecanismos utilizados.

Estou no caminho certo?

É possível afi rmar que a difi culdade na orientação e na leitura dos mapas está relacionada com o conhecimento das partes não do todo?

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Orientação e relações espaciais

Considerando o plano perceptivo, as relações espaciais se processam na seguinte ordem: vizinhança, separação, ordem, envolvimento e continuidade (ALMEIDA, 2002). Considerando estes elementos das relações espaciais, vamos detalhar cada

uma delas e sua respectiva proposta de trabalho com os alunos:

n Vizinhança: os objetos são percebidos no mesmo plano, por proximidade e vínculo. Seriam as afirmativas “a bola está perto da menina; o livro está sobre a mesa” etc. As relações de vizinhança são as mais simples e envolvem sempre um plano muito próximo.

Para iniciar o desenvolvimento das relações espaciais geográficas, podemos começar por associações da vizinhança: o que existe em frente à sua casa, e ao lado? Desenhe o que você observa em seu percurso para a escola. O que você observa de diferente quando faz alguma viagem?

n Separação: a percepção de que as coisas mesmo estando contíguas não são um único objeto, é preciso separa-las. Aqui ajuda a percepção dos diferentes espaços dentro da perspectiva social: o espaço da casa, da escola, da igreja, etc. ou sua percepção funcional: a sala, o banheiro, a cozinha etc.

n Ordem: a disposição de todos os elementos em um determinado espaço será ordenada de acordo com o referencial de um determinado objeto. No desenho acima, temos o referencial da menina para os demais objetos que a rodeiam, mas esta ordem poderia ser diversa se tomássemos como objeto central outro elementos deste desenho. É interessante realizar atividades que invertam a ordem colocada a partir de um determinado objeto central, mostrando que existem diversos pontos de vista (como a fábula do elefante).

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n Envolvimento: a ordem e a vizinhança dependem do ponto de vista que eu escolho para observar uma cena, e esta cena poderá ter uma, duas ou três dimensões. O trabalho com perspectiva pode ajudar bastante neste caso. Mostre aos alunos figuras que trabalhem as diferentes perspectivas e contrapontos. Além de ser um exercício interessante, eles ficarão motivados a trabalhar com as figuras e com os mapas posteriormente.

Como não poderia deixar de ser, quantas pernas você vê neste elefante?

A luminosidade interfere nas coresSemelhança (Gestalt)

Quantas colunas você vê? Quantos rostos existem neste quadro?

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Atividade 2

sua

resp

osta

n Continuidade: Neste momento será construída a percepção de que os espaços existem de forma continuada porque não existe ausência de espaço. É aqui que será construída a idéia de limites entre os espaço como uma seqüência lógica, não existe o nada. Uma localidade, construção em um determinado espaço será avizinhada de outros elementos, e mais outros, continuamente.

Para Almeida (2002, p. 33), a localização geográfi ca é construída à medida que o sujeito é capaz de estabelecer relações de vizinhança (o que está ao lado), separação (fronteira), ordem (o que vem antes e depois), envolvimento (o espaço que está em torno) e continuidade (a que recorte do espaço a área corresponde).

Estou no caminho certo?

A construção das relações espaciais topológicas é fundamental para a leitura de mapas e a orientação no espaço geográfi co. É impossível desenvolvê-las sem considerar as etapas básicas do desenvolvimento humano. Mas, por onde começar? Pelo bairro, pela rua, pelo mundo?

Considerando os elementos das relações espaciais conceituados anteriormente (vizinhança, separação, ordem, envolvimento e continuidade), escolha dois deles e proponha uma atividade para ser realizada em sala de aula com o objetivo de construir as noções de percepção espacial.

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Acima

Abaixo

Direita Esquerda

Delimitações Interior“Eu”

ExteriorOs “outros” e as “coisas”

O sujeito no mundo

A relação do sujeito com o mundo que o cerca é iniciada a partir de seu próprio corpo como referência aos demais objetos circundantes. Assim, a relação topológica espacial seria sempre um movimento a partir do interior para o exterior, e as delimitações

seriam justamente a consciência do espaço do outro. Estas três categorias são trabalhadas por diversos autores para analisar a construção de um pensamento geográfico que permita a confrontação de diferentes áreas. É preciso compreender que estas categorias levam às categorias de distância, que podem ser compreendida como qualitativo (perto, longe, aqui, lá, acolá) ou quantitativo (quilômetros, metros, centímetros). Para estabelecer a categoria distância é necessário estabelecer o ponto de referência, e voltamos então ao problema da percepção. Podemos visualizar estas questões nos esquemas a seguir:

O Indivíduo no Mundo

A Projeção “Eu no Mundo” Processo de Descentralização

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Orientação para as atividades e procedimentosn Apresentação da representação cartográfica do mundo: invariavelmente a primeira

representação que o aluno tem acesso é um mapa em papel, mostrando o mundo todo em um tamanho reduzido, repleto de paralelos e meridianos, quase um jogo de batalha naval. Mostramos aos nossos alunos este modelo:

A representação ideal para a primeira visualização do aluno da do mundo, é um globo porque ele conseguirá associar de forma concreta, o mundo (e toda a força de sua enormidade, inimaginável), para um modelo menor. Ele já consegue perceber esta miniaturização dos objetos através de seus próprios brinquedos (carrinhos, bonecas, soldadinhos etc).

A descrição da Terra como redonda, ou geóide é explicada de forma minuciosa para os alunos com o mesmo efeito de se descrever o que é um triângulo. Se nossos alunos pudessem apalpar, rolar, jogar, um globo como representação do planeta, compreenderiam muito mais rapidamente a forma da Terra do que em um parágrafo inteiro com sua descrição. Por que apresentar um mapa plano antes de mostrar o formato da Terra de forma que possa ser facilmente compreendido?

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n Um passeio ao redor da escola: atividade para observar o trajeto para ir e voltar, o mercado, a padaria, as ruas etc são bastante esclarecedores. A proposta ao retornar para a sala de aula é tentar colocar no papel os caminhos percorridos com seus principais elementos observados. O trabalho com maquetes também pode ser explorado, principalmente na construção do espaço real ou do espaço ideal (a cidade que queremos, por exemplo).

n Orientação e o uso da bússola: o aluno só compreenderá a sua relação de orientação com o movimento da Terra se for mostrado a ele o nascer e o por do sol, a partir de seu próprio corpo e os demais pontos cardeais. A sombra, a luminosidade, o movimento dos astros no céu são indicadores desta “mobilidade” da Terra que é uma idéia muito abstrata para os alunos. O uso da bússola é um recurso interessante e mostra que as sensações e relações do corpo com o movimento do sol e da Terra podem ser registrados, a partir de um equipamento que serve como orientação dos homens no espaço terrestre.

n Planta da sala de aula: após o trabalho com maquetes ou paralelamente ao processo de construção de maquetes, a elaboração do desenho da planta da sala de aula é uma estratégia excelente para introduzir a noção de escalas. Através das medidas simples da sala de aula (tamanho das paredes, mesas, etc) e sua projeção para as medidas do papel (cm, mm), os alunos compreenderão o que é a transposição do espaço real para a representação no papel. É necessário reforçar as medidas de conversão, por exemplo, 1m = 1 cm. Neste momento serão trabalhadas as noções de projeção e representação simbólica.

n Caça ao Tesouro: esta atividade é uma transposição da atividade de elaboração da sala de aula em um espaço mais amplo, onde será necessário representar outros elementos da natureza, árvores, outras construções etc. O objetivo é realizar um trabalho de orientação a partir dos símbolos e desenhos apresentados no papel.

n Elaborando símbolos: no decorrer do desenvolvimento das atividades citadas, a construção de símbolos e legendas para os mapas deve ser trabalhado, a partir da associação dos objetos que desejamos representar e os símbolos mais apropriados.

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Atividade 3su

a re

spos

taEscolha uma das propostas relacionadas acima e elabore um plano de aula, considerando o conteúdo a ser trabalhado, a partir da perspectiva apresentada. Elabore o percurso a ser realizado com os alunos, listando os materiais, os objetivos e os resultados esperados.

Concluindo o percurso

A cartografia e a orientação são elementos fundamentais da construção do pensar geográfico e precisa ser elaborada com os alunos de forma mais construtiva e motivadora. Ensinar orientação em um espaço fechado bloqueia completamente o

resgate da perspectiva do aluno em relação ao seu espaço geográfico e suas análises e percepções das categorias espaciais que são essenciais neste processo de letramento de mapas. As atividades concretas, os passeios, a observação e a elaboração de desenhos, são estratégias que consolidarão o processo de desenvolvimento destas habilidades, aprofundando a cada etapa o conhecimento anterior, e construindo novos conceitos a partir dos demais. Apresentamos várias opções de atividades para o desenvolvimento destes conceitos e as concepções teóricas que fundamentam esta proposta.

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Leituras e materiais complementaresALMEIDA, R. Cartografia Escolar. São Paulo: Editora Contexto, 2004

As práticas com mapas eram atividades sub-utilizadas nas escolas e se transformaram hoje em preocupação fundamental para o ensino de geografia. Importantes noções, como a própria localização espacial, são tratadas com o auxílio de mapas. “Cartografia escolar” tem como objetivo fomentar a produção e o uso de mapas com jovens e crianças na sala de aula.

___________. Do Desenho ao Mapa: iniciação e cartografia na escola. São Paulo: Editora Contexto, 2003.

Qual a diferença entre o desenho ou “mapa de criança” e os “mapas de adulto”, que freqüentemente encontramos nos atlas e livros escolares? Como as crianças constróem e compreendem o espaço em seu entorno? E como podem melhor representá-lo? Este livro mostra os caminhos e descaminhos da aquisição de uma visão do espaço, o livro é de grande utilidade não só para auxiliar o aluno na leitura de mapas, mas também para desenvolver sua capacidade de localização para a própria vida.

FRANCISCHETT, M. e MARCHESAN, M. Leitura e Mediação do Mapa no Livro Didático de Geografia, UNIOESTE, FBE, disponível em http://www.bocc.ubi.pt/pag/francischett-marchesan-leitura-mediacao.pdf, acesso realizado em 15/07/2008.

O texto explora as dificuldades e estratégias para uma nova concepção no uso dos mapas em sala de aula, sobretudo no Ensino Fundamental.

LOCH, R. FUCKNER M. Do ensino de cartografia na universidade à cartografia que se ensina na educação básica. Disponível em http://www.cartografia.org.br/xxi_cbc/111-E12.pdf, acesso realizado em 08/07/2008.

Vários são os problemas de Cartografia que persistem com os professores que ensinam Geografia, É preciso uma harmonia entre o ensino da Cartografia na Universidade e o que se ensina na Educação Básica para a superação das dificuldades com os conteúdos cartográficos.

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ResumoO domínio espacial, compreendido aqui no sentido geográfico, e a orientação apresentam uma série de dificuldades em sua aplicação na sala de aula oriundo do próprio desconhecimento do professor em relação as práticas necessárias para melhor desenvolvê-lo e a ausência de informações sobre o processo de construção dos indivíduos em relação ao seu espaço e a sua projeção gráfica. Nesta aula, apresentamos a fundamentação das concepções de aprendizagem para estas habilidades e competências e propomos diversas estratégias e atividades para construir um conceito de orientação e letramento dos mapas de forma mais construtiva, lúdica e consistente.

Auto-avaliaçãoQual é a sua compreensão sobre as estruturas mentais que influenciam na construção das relações espaciais dos indivíduos?

Elabore alguns comentários sobre a percepção individual de espaço e as estratégias utilizadas para a construção o desenvolvimento da orientação individual e sua compreensão do espaço como uma construção coletiva.

ReferênciasALMEIDA, R. O Espaço Geográfico: ensino e representação.. São Paulo: Editora Contexto, 2002.

ALMEIDA, R. Cartografia Escolar. São Paulo: Editora Contexto, 2004

CYRIACO, B. e CARVALHO, N. O livro didático e o professor de Geografia: algumas considerações sobre a cartografia no ensino de Geografia. In: Revista Multidisciplinar da Uniesp - Saber Acadêmico - n º 05 - jun. 2008/

FERREIRA, G.; MARTINELLI, M. Atlas geográfico. Espaço mundial. São Paulo: Editora Moderna. 1999.

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LESANN, J. Os diagramas básicos no ensino de Geografia: tipos, construção, análise, interpretação e crítica. Belo Horizonte: Revista Geografia e Ensino, n. 11/12, Ano 3, 1991, pp. 42-47.

___________. A caminho das noções básicas de Geografia: uma proposta metodológica. Belo Horizonte: Editora Dimensão, 2001. (Col. Vol. 1 e 2 e Livros do professor).

TSUKAMOTO R. T; OLIVEIRA C. C de.Utilização de mapas nas aulas de Geografia em Cambé-PR. In ASARI, A. Y.;ANTONELLO, I. T.; TSUKAMOTO, R. (Org). Múltiplas Geografias: Ensino-Pesquisa-Reflexão. Londrina: AGB/Londrina, 2004.

Anotações

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Anotações

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EMENTA

n Sônia de Almeida Pimenta

n Ana Beatriz Gomes Carvalho

Didática e o Ensino de Geografia – GEOGRAFIA

AUTORAS

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AULAS

Didática e a prática educativa

Elementos da didática: os diferentes métodos de ensino

Tendências no ensino de Geografia

A contribuição dos parâmetros curriculares para o ensino de Geografia

O ensino de Geografia, a multiculturalidade e as tecnologias de informação

A interdisciplinaridade no ensino de Geografia e a pedagogia de projetos

Elementos para o ensino de Geografia (orientação e representação cartográfica)

O planejamento na organização da prática pedagógica

Teorias e práticas sobre a avaliação

A construção de conceitos nos primeiros anos do ensino fundamental

Temas em geografia no ensino fundamental

Temas em geografia no ensino médio

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Análise dos documentos necessários à organização do ensino; fundamentação teórico-metodológica para a organização do trabalho docente; tendências atuais do ensino de geografia; a geografia e a interdisciplinaridade; a utilização de diferentes fontes de informações e linguagens e a prática docente em geografia; situações problemas e a prática de ensino em geografia.

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