dicionário biobibliográfico armindo guaraná

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ARMINDO GUARAN

DICIONRIO BIO-BIBLIOGRFICO SERGIPANO

2003 EDIO DO ESTADO DE SERGIPE 1925 VIII

11 de abril de 1890, sendo a 8 de julho do ano seguinte, nomeado Desembargador do Tribunal de Justia do Estado do Esprito Santo, por nomeao do respectivo Governador, acumulando as funes de Procurador da Soberania do Estado. Dissolvido o Tribunal em conseqncia do movimento revolucionrio que se operou no pas, a Junta Governativa no reconheceu o seu direito de vitaliciedade, pelo que teve de acionar o Estado e foi declarado em disponibilidade. Em 1891 transferiu sua residncia para o Rio de Janeiro onde advogou por espao de 10 anos. Neste perodo foi convidado pela Diretoria da Sociedade Annima de Loterias Nacionais, em 21 de fevereiro, de 1894, para, no carter de seu advogado o representante especial perante os Governos estaduais, obter a reviso dos contratos para extrao de loterias. Por decreto de 9 de setembro de 1902, foi mediante concurso, nomeado Juiz Federal da Seo do Cear. Nessa nova investidura de esfera mais ampla, deu inconcussas provas de sua integridade e competncia durante trs anos, aposentando-se a pedido, a 10 de julho do 1905. Em 1906 regressou ao Rio de Janeiro onde e quando recomeou a tomar apontamentos. para elaborao do seu Dicionrio Bio-Bibliogrfico, at julho de 1911, transferindo ento sua residncia para Aracaju. Em 1907 foi escolhido pelo Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro para organizar o Catlogo dos peridicos publicados em Sergipe de 1808 a 1908, a fim de figurar na Exposio Comemorativa do Primeiro Centenrio da Imprensa no Brasil. Pelo seu Estado fez parte da comisso organizadora do Quinto Congresso de Geografia realizado na capital baiana em 1916. Em outubro desse ano foi designado pelo Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe para ir ao Recife em comisso com o Dr. Manoel dos Passos de Oliveira Teles e Almirante Amintas Jorge solicitar da famlia do Dr. Tobias Barreto a necessria permisso e trasladar para o solo natal os restos do grande pensador. A 6 de outubro de 1917 foi pelo Presidente do Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe, para, em comisso com os Drs. Prado Sampaio, Manoel dos Passos de Oliveira Telles, vila Lima e professor Carvalho Lima Jnior, angariar documentos relativos histria e geografia de Sergipe, dados biogrficos de sergipanos ilustres e estudos etnogrficos do Estado para o Dicionrio Histrico, Geogrfico e Etnogrfico do Brasil, cabendo-lhe presidir e superintender os trabalhos da comisso. Organizou e presidiu em 12 de agosto de 1922 a sub-comisso de bibliografia da Academia Brasileira de Letras, em Sergipe. Foi como Secretrio do Governo do Cear que contraiu casamento, em 7 de novembro de 1882 com D. Maria Luisa Guaran, de cujo consrcio no deixou filhos. Condecorado com o busto do Libertador Simo Bolvar pelo Governo da Venezuela, foi-lhe conferida a competente medalha em abril de 1885. Em dezembro de 1912 conferiu-lhe medalha de ouro a Socit Academique dHistoire de Paris.

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Foi scio correspondente do Instituto Arqueolgico e Geogrfico de Pernambuco, aceito em 10 de setembro de 1885; do Instituto do Cear, aclamado em 9 de maro de 1907; scio fundador e honorrio do Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe; scio da Associao Aracajuana de Beneficncia; do Orfanato de S. Cristvo, a que prestou relevantes servios; membro da Ordem Terceira da mesma cidade, que lhe ficou a dever assinalados progressos e scio fundador do Asilo de Mendicidade Rio Branco, de cuja Diretoria fez parte. Exemplo de circunspeo, modelo das virtudes que caracterizou o homem de bem, modesto e desinteressado, ningum entretanto o excedia em amor prprio e altivez. Recusou-se expensas do errio de sua Provncia fazer o curso jurdico. A tais predicados morais trazidos do bero, devia muitas das hostilidades que sofrera; mas desbravou ele prprio a golpes de coragna estrada a percorrer, afastando desassombradamente as urzes do caminho por onde teve de jornadear. Versado no latim, era gosto v-lo cheio de entusiasmo, quando tinha diante de si um latinista de mrito; irritava-se porm, quando ouvia silabadas dos que no conheciam os segredos da lngua de Ccero. Dotado de prodigiosa memria e de uma meticulosidade admirvel, era um dos maiores bibligrafos do Brasil. Prova da sua inteireza de carter, sem duvida a carta que se segue, dirigida ao Dr. Loureno Valente de Figueiredo, Juiz de Direito no Maranho, pelo Coronel Hermgenes Ferreira de Carvalho, chefe poltico, seu oposicionista em Oeiras, onde serviu como Juiz de Direito: VALENTE: portador desta o Dr. Guaran, que fora removido desta comarca para Itabaiana na Provncia de Sergipe. Aqui residiu ele 2 anos; como juiz a glria da magistratura Brasileira, e como particular o tipo da honestidade e o exemplo da virtude. Feliz da terra que o possuir em qualquer carter. Sou insuspeito para assim falar, pois, como sabes, sou de uma poltica oposta dele. Em outros tempos houve aqui um juiz Antnio Borges Leal Castelo Branco; mas como um Manoel Armindo Cordeiro Guaran jamais houve e dificilmente haver. O sentimento foi geral e disto do provas os seus habitantes por uma moo ou felicitao que lhe dirigimos: Teu companheiro e amigo. (A) Hermgenes. Em volume indito conserva sua famlia as sentenas proferidas durante o seu tempo de Juiz, todas confirmadas pelo Tribunal Superior. Modesto como ficou dito, nunca procurou dar realce s suas qualidades de inteligncia e erudio. Em poder de sua famlia encontram-se poesias suas, todas inditas, as quais nunca consentiu tivessem publicidade. Conspirando, porm, contra o silncio a que as entregou, como mostra, publicamos aqui os seus ltimos versos. Ei-los: RECORDANDO Aos 70 anos. Detm-se, corao, calca a saudade, Que te fez chorar, gemer de dor; Cede lei do destino enganador, Que infelicita a pobre humanidade.

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A dita me fugiu ... Na outra idade Jamais sorvi o fel do dissabor; Sentia no meu peito almo calor Do benfazejo sol da felicidade. Mas hoje que volvidos longos anos. Ao triste lampejar da luz da vida, Vieram-me aps os desenganos; Investigo do tempo que passou, Que frutos eu colhi de tanta lida? Para mim qual o bem que resultou? Foi o nico colaborador do Dicionrio Bibliogrfico Brasileiro do Dr. Sacramento Blake, como o declara o prprio autor nos volumes 6 pgs. 31, e 7 pg. 440. Poltico sem atitude exagerada, militou sempre nas fileiras do Partido Liberal, de que foi um dos melhores esteios. Representando seu partido ocupou uma cadeira na Assemblia Provincial de Sergipe na legislatura de 1880-1881. Colaborou na A Reforma, Jornal do Comrcio, Gazeta da Tarde e Revista Pedaggica do Rio de Janeiro; Jornal de Sergipe, O Conservador, A Liberdade, Jornal do Comrcio, Dirio de Aracaju, Eco Liberal, O Guarani e Dirio de Notcias de Aracaju; A Imprensa, do Piau; O Cearense e A Repblica de Fortaleza e nos anurios Almanaque Sergipano; Almanaque de Lembranas Luso Brasileiro e em outras publicaes tomando parte com destaque nos torneios charadsticos, usando nestes do pseudnimo Roderico, em versos humorsticos; de Harmdius, Tcio, Frei Patrcio das Pelaneas e Camelo de Co Pelo em artigos de combate. Nos demais assinava o prprio nome. Foi um dos fundadores e fez parte da redao da Revista do Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe em 1913 e 1914 e redigiu: O Democrata: Jornal literrio, noticioso e defensor dos interesses da provncia, 1881-1882. Escreveu: Comunicado, Sonhos Polticos. Na A Liberdade, de 13 de maro de 1873. Cartas particulares. No Jornal do Comrcio, do Rio, de 25 de junho, 2 de agosto, 13 de outubro e 10 de novembro de 1878; 20 de janeiro e 23 de outubro de 1881; 29 de agosto e 27 de outubro de 1882. Novo Emprstimo com o Banco Comercial do Rio de Janeiro. No Democrata de 2 de setembro de 1881. Que futuro nos espera. No mesmo Jornal de 12 de outubro de 1881. Et lux facta est. No mesmo Jornal de 8 de novembro de 1881 O Juiz de Direito de Itabaiana e a Gazeta do Aracaju. No Dirio do Aracaju, de 29 de julho e 19 de agosto de 1885. Provncia de Sergipe. Comarca de Itabaiana: descrio do municpio. Dirio de Notcias, de 14 de maio de 1886. Memorial. Ao de indenizao: razes finais, etc. Rio de Janeiro, 1893, 38 pgs. in. 4. Apelao Comercial n 986. Dissoluo e liquidao de firma. Petio e razes dos apelados, etc. Rio de Janeiro, 1895. 27 pgs. in. 4. Elzerio Pinto: notcia bibliogrfica. No Almanaque de Lembranas Luso-Brasileiro, edio de 1900, pgs. 310 a 312. Este artigo est assinado com o pseudnimo de Roderico. Cnego Urbano Monte. Na A Repblica, de Fortaleza, de 3 de julho de 1905.

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Baltazar Ges. Na Revista Pedaggica, do Rio, de agosto de 1906. Catlogo dos jornais publicados no Estado de Sergipe, desde 1832 at 1908, cronologicamente organizado pelo ano do aparecimento de cada um e na ordem alfabtica das localidades em que foram editados. Na Revista do Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro, parte II, vol. 1, do tomo consagrado Exposio do Primeiro Centenrio da Imprensa Peridica do Brasil, promovida pelo mesmo Instituto em 1908, pgs. 777 a 813. Comendador Sebastio Botto. No Dirio da Manh, de Aracaju, de 31 de maio de 1912. Batalha Naval de Riachuelo Um heri sergipano. No Correio de Aracaju, de 12 de junho de 1912. D. Carlota Itaja. No Dirio da Manh, de 16 de junho de 1912. Brigadeiro Manoel Fernandes da Silveira. Na Revista do Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe de 1913, ltimo trimestre, pgs. 37 a 41. Dr. Martinho de Freitas Garcez: notas bibliogrficas. Trabalho impresso especialmente para ser distribudo por ocasio de ser inaugurado o palcio da Biblioteca Pblica em 14 de julho de 1914. Aracaju, 1914, 16 pgs. in. 8 pq. coluna estreita. Tip. do O Estado de Sergipe. Nomes indgenas dos primeiros rios do Estado de Sergipe com as derivaes etimolgicas. No Almanaque Sergipano para 1914, pgs. 16 e 17. D. Domingos Quirino de Souza. No mesmo Almanaque pgs. 41 a 55. Jos da Costa e Silva. Idem, pgs. 79 a 81. Glossrio etimolgico dos nomes da lngua tupi na geografia do Estado de Sergipe. Na Revista do Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe, vol. 2 (1914), pgs. 297 a 326. Antnio Muniz de Sousa: conferncia proferida no Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe em 21 de maro de 1915. No Dirio da Manh, de 25 a 31 do mesmo ms e na Revista do Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe, vol. III (1915) pgs. 167 e 181. Biografia do Brigadeiro Jos Pereira Filgueiras, na mesma Revista, volume V, pgs. 59 a 64. Dr. Rocha Pombo No Dirio da Manh, de 10 de agosto de 1917. Ministro Coelho e Campos. No Estado de Sergipe, de 15 de outubro de 1919. Dr. Daniel Campos. No Dirio da Manh, de 22 de fevereiro de 1922. Sob os bons auspcios da religio catlica de que foi sempre um crente, finou-se na cidade de Aracaju, aos 10 de maio de 1924, depois de to afanosa e til existncia. o Nesse concatenar, talvez por demais pormenorizado, de fato de to preciosa existncia, patenteia-se a nobreza de um carter e a natureza de uma privilegiada inteligncia. Se ao nosso biografado nada coube aumentar ao patrimnio espiritual da humanidade quanto s idias gerais, nem por isso deixou de ser um benemrito das letras sergipanas, como o aumentador meticuloso da vida mental e o historiador dos fastos sociais e intelectual do seu povo. E se a nobreza do seu carter encontra sua razo de ser na herana dos seus maiores, a natureza do seu esprito vai encontrar sua explicao no meio em que viveu a sua mocidade, na velha capital de Sergipe. Foi em So Cristvo que se organizou o primeiro ncleo de vida e expanso mental sergipanas e onde mais efervesceram episdios da Independncia, ainda conservados pela tradio e dourados pela lenda. E no seria a esse influxo que sua alma vibrou na admirao das energias do seu povo e do futuro que o aguarda? Certo que o sergipano cedo se lhe afirmou um crente e um rebelado.

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o que parece documentar o seu ltimo trabalho o Dicionrio bio-bibliogrfico sergipano publicao pstuma editada pelo Governo de Sergipe em homenagem operosidade do seu grande esprito. Os Editores.

PREAMBULANDO Este livro um livro de amor, produto de um grande corao e sincera homenagem terra que foi bero e tmulo daquele que o produziu. Principio confessando jamais haver logrado a ventura de ntima e prolongada convivncia espiritual com o autor deste trabalho. Irmanou-nos, todavia, o destino que nos exilou por largos anos e nos fez sofrer as mesmas saudades da terra bem amada, a que Duro cantou como a mais bela: No h depois do seu cu mais formosura. Agora, no entanto, a meus olhos, mortalhada e tnue claridade do meu sol que desse o poente, dele, indelvel, se me desenha, embora esfumada pela morte, a dupla silhueta que o meu afeto kodakisou. E vejo-o moo, com o seu pincenez de aros doiro, elegante e grave, quando eu regressava da escola casa paterna, sobraando o meu desgracioso e rotundo cartapcio; e vejo ainda, como ao evolver de anos o vi, com o mesmo aprumo e altivez, emoldurados os olhos de mope em culos de aros doiro, sempre elegante e austero. Foi a este tempo, na fase de sua velhice nunca de todo acentuada, que melhor o conheci e lhe apreendi, no parco gesto e no sorriso breve, todo o equilbrio de seu esprito sadiamente organizado, em luta pelo ideal que o fizera viver e combater sem trguas at o momento supremo da morte. Mas, felizmente, o seu ideal um preito de amor sua terra e sua gente atingira-o ele, consagrando-lhes este livro que, sendo o melhor repositrio dos fastos do esprito sergipano pela vida social e psquica dos que nele se concerram, h de nos fornecer para todo o sempre a frmula exata da nossa evoluo intelectual e emotiva desde o momento de incio at a presente data. que plasmam aqui os incontidos anelos e anseios do nosso povo, sua alma inteira, boa e forte, batida por pressentimentos e lutas, quer procurando estudar a natureza e lhe desvendar os enigmas, quer se elevando nas asas do sonho s regies da fantasia e do amor. o Entre vrias produes congneres que me dado conhecer nenhuma se me afigura possuidora de to excelentes predicados quanto esta, a no ser o Dicionrio biogrfico de pernambucanos clebres, do operoso historigrafo Pereira da Costa. Compreende porm a obra do escritor sergipano, alm da parte biogrfica a parte bibliogrfica, no menos estimvel e vultuosa. E sob este ponto ela um verdadeiro polibiblion. Certo, de semelhante tarefa j se havia incumbido Liberato Bittencourt nos Sergipanos ilustres que honra o seu autor. Porm o livro a que me refiro, a respeito do talento e das boas intenes de quem traou, no se assemelha ao trabalho exaustivo que o leitor vai percorrer, que no a obra feita de afogadilho mas produo maduramente pensada, e onde joeirados se enfileiram datas e fatos em prol da verdade e da justia de que tanto necessitam os espoliados de todo gnero, e os mortos principalmente mais do que os vivos.

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E compreender-se , desde logo, quo de pesquisas e confrontos, quanto de afanosos e ingratos labores sejam precisos para levar a cabo obra deste jaez, alm de tempo a operar como fator, reunindo, aqui e ali, traos e traos, as primeiras linhas dos contornos, at que, do esboo ltima de mo, ressalte a feio do biografado tal qual, focalizada luz de sua poca, vivera e agira, e, sobretudo, do talento de detalhe que nem todos possuem e improvisam. Possuiu-o, porm, em dose muito elevada o historigrafo sergipano e bem cedo revelou-o, prestando valiosssimas colaboraes a trabalhos congneres, tornando-se no assunto uma enciclopdia viva. nesse domnio, norteado pelo processo que lhe foi personalssimo, conseguiu extraordinrios surtos, constatando como nascidas em Sergipe personagens desconhecidas do seu meio, donde cedo emigraram para cintilar luz de outros cus. O testemunho de Augusto Blake, em seu famoso Dicionrio bibliogrfico brasileiro fornece-nos a medida do seu grande saber no assunto. o auxiliar, disse ele, que tenho encontrado. A ele devo o melhoramento que apresenta este livro do 3 volume em diante. E, ltima pgina do referido trabalho, depe a pena o notvel biblifilo, agradecendo ao autor deste livro o auxlio que lhe prestou, oferecendo-lhe muitos apontamentos sobre literatos brasileiros, havendo desta arte eficazmente colaborado na feitura daquele Dicionrio. E igualmente, eis por que este livro jamais seria um inesperado para mim quando mesmo no houvesse o autor, no ltimo quartel de sua vida, assentado aqui sua tenda de combate, revelando-se-nos o carter que ele o foi e o corao que possuiu atravs de todas as vicissitudes da existncia. o Desde escoro, mal planejado e rpido, de ver o que importam, principalmente perante as letras sergipanas, o escritor e o livro. O livro ter em breve a consagrao do grande pblico, por valer o que valem as produes do gnero atravs do tempo e do espao; e o seu autor ficar na memria de seus patrcios, como o anotador excelso da vida espiritual e social sergipanas, bem como indelvel perdurar a sua lembrana no lar feliz donde se foi, deixando-o deserto, mas repleto de saudades o corao amantssimo da esposa querida, sua dedicada companheira de glria e de infortnio. Prado Sampaio. Manoel Armindo Cordeiro Guaran, Bacharel Filho do advogado provisionado Teodoro Cordeiro Guaran e D. Andrelina Muniz de Menezes Guaran, nasceu na cidade de S. Cristvo ento capital da Provncia, a 4 de agosto de 1848. Era neto pela linha paterna do farmacutico licenciado, Jos Teodoro Guaran, natural da Bahia, que, tendo aderido revoluo conhecida na histria sob o nome de Sabinada, viu-se na contingncia de refugiar-se em Sergipe, aps o fracasso da referida revoluo, a fim de escapar perseguio dos que em nome da lei, defendiam o esprito conservador da poca. Pela linha materna foi seu av o brioso militar Major Pedro Muniz Teles de Menezes, que com bravura tomara parte, em defesa do Governo, nas lutas de 1817, e fizera as campanhas das Repblicas do Prata. Contando apenas seis anos, foi matriculado na escola primria do padre Jos Antnio Correia Braga, freqentando depois as dos professores Marcolino Rocha, Antnio Jos Rodrigues dos Cotias e Graciliano Aristides do Prado Pimentel. (Vide este nome). Em 1858 passou para a aula de latim do padre Jos Roberto de Oliveira, com quem estudou rudimentos desta disciplina. Seguiu depois para a Bahia onde foi interno do Colgio 2 de

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Dezembro e Ateneu Baiano. Em Pernambuco fez em 1865 o curso de humanidades no Colgio das Artes do Dr. Manoel Barbosa de Arajo e Colgio S. Joaquim do Dr. Joaquim Jos de Campos. Desde os bancos escolares revelou sempre muita aplicao e inteligncia pronta e em novembro de 1862 foi, como prmio ao seu merecimento e singular aproveitamento, com que se distinguira na aula de geografia, solenemente coroado de louros perante numerosa assistncia no Ateneu Baiano. Matriculou-se em maro de 1867 na Faculdade de Direito do Recife, na qual recebeu o grau de Bacharel no fim do ano de 1871. Nomeado a 25 de outubro do ano seguinte promotor pblico da comarca do seu nascimento, funcionou como rgo da justia at 23 de janeiro do seguinte ano, em que, por Decreto de 13 de outubro, foi provido em igual cargo para a de Itabaiana. Removido a pedido, a 7 de julho de 1874 para S. Cristvo, ali permaneceu at 3 de abril de 1878, sendo neste mesmo ano nomeado, por carta Imperial de 16 de maro, Secretrio da Provncia do Piau, onde tambm foi lente interino de Latim do Liceu Piauiense. Era Procurador Fiscal da Tesouraria Provincial de Sergipe, nomeado a 22 de dezembro de 1879, quando a Estncia foi abalada por um crime de certa gravidade. Estando o Governo na dificuldade de encontrar pessoa revestida da necessria integridade, para logo se imps o seu nome e a 23 de maio de 1881, transportou-se para aquela cidade na qualidade de rgo da justia pblica. Com a competncia que lhe era peculiar e a inteireza, que foi sempre um dos traos predominantes do seu carter, deu cabal desempenho misso de que fora incumbido. Nomeado por Decreto de 13 de maio de 1882 Secretrio da Provncia do Cear, na presidncia do doutor Sancho de Barros Pimentel, foi neste mesmo ano nomeado juiz de Direito da Comarca de Oeiras antiga capital do Piau, por carta Imperial de 30 de setembro. O desejo de voltar terra do bero o fez obter remoo para Itabaiana, por ato de 11 de outubro de 1884. No carter de juiz, na defesa das causas, que segundo o seu conceito estavam amparadas pelo direito, obedecia rispidez do seu temperamento, convicto do acerto das suas opinies e indiferente aos comcios e s exploses de despeito de quem quer que com elas tivesse de contrariar. Na presidncia do Dr. Jernimo Sodr Pereira desempenhou por pouco tempo, em comisso, o cargo de Chefe de Polcia interino. Criado em Sergipe o lugar de juiz dos casamentos, foi para ele designado a ... INTRODUO Modesta concepo de sentimentos afetivos pela terra estremecida do meu bero, no foi este livro elaborado para espritos afeitos s profundas investigaes da cincia.Todavia, um pouco de histria de Sergipe pelo rpido estudo de seus pr-homens, importando a narrao de fatos mais ou menos interessantes, ora conservados pela tradio e ora colhidos nas rarssimas colees da imprensa indgena, velhas e truncadas, e tendentes ao desaparecimento pela eliminadora do tempo, afigurou-se-me empresa digna de ser tentada. A despeito de todos os obstculos, proporo que ia esfumando os perfis dos biografados, que ali vo, mais se me arraigava no esprito a idia da fecunda colaborao dos filhos de Sergipe na cultura intelectual do pas. Sob este ponto de vista pois este livro um tento de reivindicao histrica. Escrito em linguagem despretensiosa simples, ao alcance de todas as inteligncias, no aspira honra de ocupar espao na biblioteca dos sbios. Para espritos superiores, versados nos achados das cincias particulares em busca de uma concepo geral, pouco podero valer semelhantes perfis biogrficos; mas para os nefitos das letras, para a mocidade estudiosa, valero como depoimento sincero pela justia e por inconcusso e indelvel documento da minha grande admirao e amor minha terra natal. O Autor

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A Abdias Bezerra, Professor Filho do professor Joo Amando Bezerra, e D. Hermnia Rosa Bezerra, nasceu na vila de Siriri a 7 de setembro de 1880. Depois de ter freqentado as escolas de Siriri, Itabaiana e Japaratuba, comeou seus estudos secundrios no Ateneu Sergipense. Aspirando abraar a carreira das armas, matriculou-se em maro de 1900 na Escola Militar do Realengo. Ali fez o curso secundrio, o primeiro ano do curso superior, quando teve baixa do Exrcito por ter-se envolvido na revolta de novembro de 1904. De volta ao Estado dedicou-se ao magistrio particular, lecionando simultaneamente diversas matrias, at que aberto um concurso para o preenchimento da cadeira de francs do Ateneu Sergipense, foi vantajosamente classificado e provido a 28 de maio de 1909 no governo do Dr. Rodrigues Dria. Professor de preparo pouco comum com aptido para reger qualquer cadeira do curso ginasial, depois de transferido em 1911 para as cadeiras conjuntas de aritmtica e lgebra e logo aps para a de portugus, em 1915 foi mais uma vez transferido para as cadeiras de geometria a trigonometria, voltando a 21 de junho de 1916 a ocupar a primitiva cadeira de aritmtica e lgebra, que j havia regido. A trs de novembro de 1922 foi nomeado Diretor do Ateneu Sergipense, a 10 de abril de 1923 diretor interino do curso comercial Conselheiro Orlando e por ato de 24 de maio de 1923 diretor da Instruo Pblica do Estado. Neste carter foi comissionado pelo Presidente do Estado para ir a S. Paulo observar os processos modernos de ensino ali seguidos, a fim de introduzi-los em Sergipe. Escreveu: Discurso proferido pelo diretor geral da Instruo no dia 2 de setembro de 1923 na inaugurao do Grupo Escolar Vigrio Barroso na cidade de S. Cristvo. No Dirio Oficial de 5 do mesmo ms. Discurso pronunciado no dia 29 de novembro de 1923 como paraninfo das normalistas diplomadas de 1923. Idem, do 1 do ms seguinte. Regulamento da Instruo Pblica. Por decreto n 867 de 11 de maro de 1924 foi mandado vigorar nos servios concernentes instruo pblica do Estado. No Dirio Oficial de 16 do ms citado. Abdias de Oliveira, Desembargador Nascido em 29 de janeiro de 1852 no engenho Coqueiro na freguesia, hoje municpio do Riacho, foram seus pais o capito Jos Antonio da Costa e D. Joaquina Maria de Menezes. No Riacho fez suas primeiras letras, iniciando em 1865 os estudos de lnguas no Ginsio Baiano do Dr. Ablio Csar Borges, mais tarde Baro de Macabas. Dois anos depois internou-se no seminrio de Santa Tereza, fazendo nesse estabelecimento e na Faculdade de Medicina diversos preparatrios, os quais se invalidaram pela interrupo dos seus estudos por espao de seis anos em virtude de molstia. Em 1876 recordou em Aracaju todas as matrias j estudadas e em seguida aos exames a que se submeteu, matriculou-se na Faculdade de Direito de S. Paulo, na qual fez os dois primeiros anos, terminando o curso acadmico na do Recife em 17 de dezembro de 1882, em que recebeu o grau de bacharel em cincias jurdicas e sociais. Em 9 de janeiro de 1883 foi nomeado promotor pblico da comarca de Feira de Santana, na Bahia, cujo cargo exerceu at 1886, quando a 18 de setembro do mesmo ano, foi nomeado juiz municipal do termo de Campos, em Sergipe. Nomeado em maio de 1889 juiz de direito da Comarca de Bom Conselho, em Pernambuco, foi removido em 8 de dezembro de 1890 para a de Iguarass; dessa para a de Gravat em outubro de 1892 e em 1893 para a de Nazar, onde se conservou at 11 de agosto de 1910, data em que passou o exerccio das suas funes por ter sido removido para a vara privativa de rfos no Recife. Em 11 de agosto de 1911

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ascendeu ao cargo de desembargador do Superior Tribunal de Justia, para o qual foi eleito por seus pares presidente a 1 de fevereiro de 1924. Em todas as comarcas sob sua jurisdio sempre gozou de honroso conceito pelos seus dotes morais, slida cultura jurdica e elevado sentimento de caridade. Na de Feira de Santana, quando promotor, foi um dos maiores benfeitores do Asilo de N. S. de Lourdes, prestes a desaparecer com a morte do seu fundador, Padre Ovdio Alves de S. Boaventura, o que conseguiu evitar, empregando o melhor do seu generoso esforo para garantir o abrigo de quarenta infelizes crianas recolhidas naquele estabelecimento pio. Em 21 de setembro de 1909 foi nomeado pelo governador do Estado, Dr. Herculano Bandeira, para apurar na Comarca de Limoeiro a quem cabia a responsabilidade pelo assassinato do Capito Manoel Simplcio Gonalves. Desempenhou como juiz reto essa comisso descobrindo e processando os criminosos. A sua sentena saiu publicada no Jornal do Recife de 20 de novembro do mesmo ano. Colaborou no Correio de Notcias da Feira de Santana, escrevendo artigos sobre a emancipao dos escravos e sobre a caridade, e na Cidade de Nazar, Pernambuco, adaptando por vezes mais de um pseudnimo, tendo feito tambm conferncias pblicas sobre datas histricas, maonaria, etc. Como juiz de direito de Bom Conselho publicou na Revista O Direito vrias sentenas sobre casos concretos da cincia, a que se tem aplicado assiduamente com o maior proveito. Escreveu: A hecatombe de Garanhuns. Relatrio apresentado ao Superior Tribunal de Justia e taquigrafado pelo representante do Jornal do Recife. Pernambuco, 1918, 32 pgs. in 12. Tipografia do Jornal do Recife. Abreu Fialho Vide Jos Antonio de Abreu Fialho. Achiles de Oliveira Ribeiro, Bacharel Filho do bacharel Domingos de Oliveira Ribeiro e D. Helena de Freitas Oliveira Ribeiro, nasceu a 14 de abril de 1873 em Laranjeiras. Do seu progenitor, como do seu irmo, lvaro de Oliveira Ribeiro, farei meno mais adiante. Estudou preparatrios em Aracaju, Laranjeiras e no colgio Vitria da Bahia. Tendo seguido o curso de direito na Faculdade do Recife, recebeu o grau de bacharel a 10 de novembro de 1892. Logo depois de formado advogou em Riachuelo durante pouco tempo, visto ter sido nomeado em maro de 1894 promotor pblico da comarca de Vila Bela, no Estado de So Paulo, removido no ano seguinte para a de Rio Claro. Entrando para a magistratura vitalcia do mesmo Estado, foi nomeado em setembro de 1896 juiz de direito da comarca de S. Antonio da Cachoeira, transferido para o Rio Claro em novembro de 1911, de onde foi removido em 1923 para a 5 vara cvel e comercial da Capital, cargo que ainda ocupa. Seus trabalhos de direito e algumas sentenas tm sido publicados no Correio Paulistano, O Estado de So Paulo, Dirio do Rio Claro, Gazeta Jurdica de S. Paulo, S. Paulo Judicirio, Revista dos Tribunais e Revista Mensal. Escreveu: Discurso proferido no Teatro Variedades da cidade do Rio Claro a 15 de novembro de 1917 em comemorao data da proclamao da Repblica. No Estado de S. Paulo de 19 do mesmo ms, 8 coluna da pg. 8. Discurso lido no dia 24 de fevereiro de 1923 em agradecimento s homenagens promovidas pelo foro e pela populao da cidade do Rio Claro, por ocasio de deixar o cargo de juiz de direito da comarca. No mesmo jornal de 26 do referido ms. Adalardo Carvalho Lisboa Nogueira, Engenheiro Filho do major Francisco Rodrigues Nogueira e D. Gertrudes Lisboa Nogueira, nasceu a 5 de dezembro de 1882 em Laranjeiras. Aos 16 anos partiu para os Estados Unidos, onde em 1904 completou o curso de engenharia

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mecnica na Cidade de Filadlfia. De volta ao Brasil fez uma excurso ao sul do pas, logo depois de formado e ao regressar ao Estado tratou de explorar uma fazenda de criao de sua propriedade no municpio de Laranjeiras. Escreveu: Interesses agrcolas. Ao digno presidente de Sergipe. No O Estado de Sergipe, de 5 de novembro e 22 de dezembro de 1904. Adalberto Simeo Sobral, Monsenhor Filho do Coronel Simeo Teles de Menezes Sobral e D. Luisa Francisca Accioly Sobral e irmo do desembargador Simeo Teles de Menezes Sobral, mencionado neste livro, nasceu no engenho S. Joo termo de Japaratuba, a 2 de agosto de 1887. Depois de ter feito alguns preparatrios no Ateneu Sergipense, seguiu para Alagoas, matriculando-se, em maro de 1903, no seminrio Episcopal de Macei, onde fez todos os estudos exigidos para a carreira que escolhera, concluindo-os pela ordenao a 12 de novembro de 1911. Celebrou a sua primeira missa a 21 do mesmo ms e logo aps foi nomeado vigrio interino de Macei. Criado o bispado de Aracaju, foi convidado a aceitar o lugar de secretrio e escrivo da comarca eclesistica, por proviso de 6 de maro de 1912. Cnego catedrtico com a dignidade de primeiro dicono do cabido diocesano, a 4 de agosto do mesmo ano; diretor espiritual do seminrio a 28 de fevereiro de 1913; reitor do mesmo seminrio a 4 de janeiro de 1919; teologal da Igreja Catedral a 21 de fevereiro e vigrio geral a 12 de maio do mesmo ano, exonerou-se do lugar do reitor a 31 de dezembro de 1921 por motivo de molstia, sendo novamente provisionado a 16 de julho de 1923. A 15 de maro de 1918 nomeado governador do bispado e por ocasio do 1 Centenrio da Independncia, foi Capital da Repblica representar o Bispo da sua Diocese no Congresso Eucarstico ali realizado. Por decreto de 24 de julho de 1916 foi nomeado adjunto da cadeira de portugus do Ateneu Sergipense, promovido a catedrtico por decreto de 30 de maro de 1918, permutando com a de latim a 19 de abril do mesmo ano. Em 1917 foi nomeado monsenhor camareiro secreto do Santo Padre. Foi o primeiro redator e diretor da A Cruzada, rgo da diocese; promoveu a criao da Capelania da Fbrica Sergipe Industrial; foi capelo, durante sete anos do Hospital Santa Izabel e atualmente (1924) capelo do colgio N. S. de Lourdes de Aracaju. Escreveu: Discurso pronunciado na sesso da Assemblia Geral da empresa Cruz Ferraz & C., em 24 de novembro de 1919, fazendo o elogio do Doutor Thomaz Cruz. No Dirio Oficial de 11 de dezembro de 1919. Aderbal de Figueiredo, Doutor Filho de Francisco de Figueiredo e D. Clara Angelina de Figueiredo, nasceu na vila de Aquidab a 18 de dezembro de 1898. Fez o curso primrio no externato So Francisco, na vila natal, estabelecimento educativo ali fundado pelo professor Manoel Martins Gomes. Iniciou os estudos secundrios no Aracaju freqentando, em 1910 e 1911, os dois primeiros anos do Ateneu Sergipense. Em 1912 passou para o colgio Salesiano e em 1913 para o Grmio Escolar dirigido pelo Desembargador Evangelino de Faro. Em 1915 transportou-se para a capital baiana, completando ali os estudos preparatrios e matriculando-se em 1917 na Faculdade de Medicina, onde fez os dois primeiros anos do curso mdico. Transferiu-se no terceiro ano para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde completou o curso e recebeu grau em 1922. No perodo acadmico exerceu os lugares de interno do Hospital de S. Joo Batista e da Assistncia Pblica de Niteri, ambos em 1920, demitindo-se do ltimo para ser nomeado em 1921 auxiliar acadmico, por concurso, da

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Assistncia Pblica do Distrito Federal; interno, por concurso (1 lugar), do Hospital Central da Marinha e interno do Hospital Pro-Matre. Em 1922 foi monitor da segunda enfermaria do Hospital da Santa Casa de Misericrdia do Rio de Janeiro, a cargo do Professor Rocha Faria. Um ms aps a sua formatura foi nomeado sub-inspetor sanitrio rural e designado para servir na Comisso de Saneamento e Profilaxia Rural de Sergipe, onde exerceu a chefia do Posto Oswaldo Cruz, da cidade de Propri de 1 de junho a 23 de agosto de 1923. Desfeita a comisso foi designado em novembro do mesmo ano para a Comisso do Estado do Rio Grande do Norte, instalando a 15 de janeiro de 1924 o posto de Saneamento de Caic, que ainda dirige. Tem colaborado no Dirio da Manh, de Aracaju e no Seridoense, de Caic. Escreveu: Estudo clnico da insuficincia pulmonar: tese a ser defendida perante a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, a fim de receber o grau de Doutor em 1922. Relatrio dos servios de saneamento e profilaxia rural no posto Oswaldo Cruz na cidade de Propri, 1923. A freqncia de casos de tnia em Caic, 1924. Adolfo vila Lima, Bacharel Filho de Jos Antonio de Lima e D. Idalina dvila Lima, nasceu a 26 de agosto de 1882 na Estncia. Oriundo de pais sem meios de fortuna, comeou sua vida de trabalhos como empregado do comrcio, onde por alguns anos lutou com srias dificuldades; mas fora de muita perseverana e de seus dotes intelectuais pde venc-las chegando assim ao termo das suas aspiraes. Tendo-se preparado em humanidades em Aracaju e Bahia, matriculou-se na Faculdade de Direito da capital da Bahia, onde fez os quatro anos do curso acadmico e o quinto na do Recife, na qual recebeu o grau de bacharel em cincias jurdicas e sociais a 17 de dezembro de 1910. Durante os anos de 1907 a 31 de julho de 1913 exerceu as promotorias de Propri e Estncia, tendo sido nesse ltimo ano nomeado inspetor geral do ensino do 2 distrito escolar. Por ato de 22 de julho de 1914 passou a ser lente vitalcio, por concurso, da cadeira de pedagogia e metodologia do curso normal do Ateneu Sergipense, e em 1914-1915 lente da lngua materna, histria universal e do Brasil no colgio Tobias Barreto. Por decreto de 5 de abril de 1924 foi designado para lecionar a cadeira de psicologia fundamental e infantil da Escola Normal. Nos trinios de 1917-1922 foi um dos membros do Conselho Municipal de Aracaju e nos binios de 1919 a 1922 membro do Conselho Superior da Instruo Pblica do Estado. scio honorrio do Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe e advogado nos auditrios da Capital. Tem colaborado no Dirio de Notcias da Bahia, no O Estado de Sergipe de Aracaju, no O Norte de Sergipe de Propri, no Pernambuco do Recife, na Revista do Direito do Rio e em outros rgos da imprensa peridica, usando em alguns deles os pseudnimos Passos de Albuquerque Palmeira do Monte em artigos de crtica, e Dalemmar nas publicaes em verso. Escreveu: Estncia. No O Estado de Sergipe, de 23 de setembro de 1906. Olmpio Campos. Na Folha de Sergipe, Aracaju, de 9 de junho de 1907. Cartas filosficas endereadas ao Dr. Ascendino Argolo. No Norte de Sergipe, de Propri, desde o nmero de 17 de julho de 1909 a 17 de fevereiro de 1910 com intervalos. Universalizao do Direito. No O Estado de Sergipe de 19 e 20 de janeiro de 1911. Essa monografia j havia sido publicada no ano anterior no Pernambuco, do Recife, melhorada depois em edies desenvolvidas, que lhe do o cunho de um trabalho novo. A Academia na Vida Prtica. um opsculo dividido em 3 partes: 1. Interpretao positiva do 24, artigo 72, da Constituio Federal; 2. Alegaes finais duma ao de fora nova espoliativa; 3. Um trecho de filosofia crimino penal. Recife, 1910, 58 pgs. in 8. Imprensa Industrial.

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Monarquia e Repblica. Na A Razo da Estncia, n 46, de 3 de dezembro de 1911. Discurso pronunciado pelo promotor pblico da comarca da Estncia por ocasio da visita presidencial quela cidade. No Dirio da Manh. Aracaju, de 8 e 9 de maro de 1913. Conferncia cvica realizada a 13 de maio de 1913 na cidade da Estncia. Estncia, 1913, 13 pgs. in. 8 peq. Tip. da A Razo. Nos domnios da cincia moderna No mesmo jornal de 27 de julho de 1913. Nos domnios da filosofia pedaggica. No O Estado de Sergipe de 21 de setembro de 1913. Conferncia cvica lida no dia 21 de abril de 1914 no Colgio Tobias Barreto pelo Inspetor geral do ensino. Idem, de 23 do mesmo ms. Relatrio Geral apresentado ao Exmo. Sr. Dr. Helvcio de Andrade, d.d. Diretor interino da Instruo Pblica do Estado, sobre o movimento do 5 distrito do ensino primrio. Idem, de 12 e 13 de maio de 1914. Publicado no mesmo ano em brochura de 16 pgs. in. 8 pq. na Tip. do Estado de Sergipe. A escravido e a Liberdade: conferncia cvica realizada no Colgio Tobias Barreto a 13 de maio de 1914. No O Estado de Sergipe de 20 do mesmo ms em folheto de 19 pgs. in. 8 pq. na Tip. desse jornal. Ao por do sol: artigo editorial do O Estado de Sergipe, de 26 de julho de 1914. Crticas e ensaios de psicologia pedaggica: srie de 12 artigos, no Dirio da Manh, Aracaju, de 7 a 21 de agosto de 1914. Rplicas e trplicas: srie de 18 artigos no mesmo jornal de 25 de agosto a 15 de setembro de 1914. Em defesa da verdade e da honra. No O Estado de Sergipe de 31 de outubro a 5 de novembro de 1914. Carta pedaggica. Fragmentos de uma homenagem: artigos a propsito de uma conferncia do Dr. Helvcio de Andrade. No Dirio da Manh de 23 e 24 de maro de 1915. Recapitulaes Pedaggicas. No mesmo jornal de 6 de maro de 1915. Psicologia de um super-homem (Conferncia pronunciada no Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe a 30 de maio de 1915, e dedicada ao Exmo. Sr. General Manoel Prisciliano de Oliveira Valado, dignssimo presidente do Estado, em testemunho de respeito, simpatia e admirao). Idem, de 2 a 15 de junho de 1915 e na Revista do Instituto Histrico, vol. III, pgs. 207 a 235. Liga contra o analfabetismo no Brasil: discurso pronunciado na sesso magna do Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe no dia 24 de setembro de 1916. Idem, de 28 seguinte e na Revista do Instituto Histrico, vol. IV, pgs. 269 a 276. Nessa mesma sesso o orador declarou fundada a sociedade da Liga em Sergipe. Esboo histrico da Instruo pblica no Brasil: conferncia realizada no dia 15 de outubro de 1906 no Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe. Idem, de 18 a 20 do mesmo ms. Ruy Barbosa. Idem de 5 de novembro do mesmo ano. Limites de Sergipe e Bahia: conferncia realizada no salo nobre do Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe no dia 21 de abril de 1918. No O Estado de Sergipe de 24 do mesmo ms a 3 de maio seguinte e em folheto de 19 pgs. in. 8, publicado no mesmo ano na Imprensa Oficial de Aracaju. Limites de Sergipe Bahia. Contra-protesto (feito na sesso ordinria do dia 6 de maio de 1918 do Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe). Idem, de 9 do mesmo ms. Reproduzido no Apndice ao folheto Limites de Sergipe Bahia, contendo X pgs. Poltica de Sergipe. Nova luz sobre o passado. A Improcedncia do impeachment. Idem, de 23 de julho de 1918. Limites de Sergipe Bahia: srie de 10 artigos na Opinio. Aracaju, de 28 de julho a 29 da agosto de 1918.

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margem do Direito. Razes A-A. apelado. No Correio de Aracaju de 6 a 14 de maro de 1920. Na venda a crdito ou a prazo, sob condio resolutiva, o domnio da coisa vendida se transfere ao comprador. No rodap do mesmo jornal de 17 a 23 de junho, 2 e 3 de julho 1920. Memorial (Minuta de agravo), Aracaju, 1921, IV pgs. in. fol. Discurso proferido no dia 24 de outubro de 1921 em um dos sales da Intendncia de Aracaju por ocasio de ser inaugurado no Pao Municipal o retrato do Dr. Jos Joaquim Pereira Lobo, Exmo. Presidente do Estado. No Sergipe Jornal, Aracaju do dia seguinte. Ao de resciso de contrato. Das alegaes finais do Ru. No Correio de Aracaju de 21 de janeiro a 7 de fevereiro de 1922. margem do Direito (Foro de Itaporanga. Das alegaes finais dos rus. No Sergipe Jornal de 18 a 22 de maro de 1922. Resciso de contrato (Inteligncia do nico do artigo 1092 do Cdigo Civil). No mesmo jornal de 2 e 3 de junho de 1922. Em torno de uma Mensagem No Correio de Aracaju, de 15 de setembro de 1922. Razes de apelao dos autores: (Foro de S. Cristvo). No Correio de Aracaju de 1 de outubro de 1923. Minuta de agravo. Inteligncia do artigo 897 do Cdigo do Processo Civil do Estado. No Sergipe Jornal de 10 de abril de 1923. margem do direito Justia Federal. Das alegaes finais do 3 embargante e dos executados. No Dirio da Manh de 18 de dezembro de 1923. Apelao cvel n. 4598 (Resciso de contrato). Entre partes. Apelante: Coronel Francisco de Andrade Melo. Apelado: Bacharel Adolfo Avila Lima. Memorial do Ru Apelado aos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Aracaju, 1923, 33 pgs. in. 8. Nas oficinas tipogrficas do O Labor, Aracaju. Ao executiva. Da impugnao do ru aos embargos do autor. (Defesa fundada no direito pessoal do ru contra o autor). No Dirio da Manh de 25 de janeiro de 1924. Justia Federal. Minuta de agravo. No Dirio da Manh de 3 de janeiro do mesmo ano. Das alegaes finais dos autores Jovino Martins Fontes e sua mulher. No Sergipe Jornal de 27 de maro de 1924. Adolfo Rabelo Leite, Doutor Nasceu no engenho Recurso municpio de Riachuelo a 29 de fevereiro de 1880. Filho de Cndido Rabelo Leite e D. Francisca de Melo Leite, fez na cidade do seu nascimento o curso primrio nos colgios do professor Pedro Jos da Rocha, Aristides Bittencourt, e no Aracaju, foi aluno do colgio Alfredo Montes de 1894 a 1897, quando matriculou-se no curso de farmcia da Faculdade da Bahia passando em 1898 a estudar conjuntamente o de Medicina, formando-se no primeiro curso em 1899. Esgotando-se-lhe os necessrios recursos, interrompeu em 1902 o curso, indo para o serto a dar nome a uma farmcia na cidade do Juazeiro, onde permaneceu at 1903. No fim de 1904 fez exames vagos das matrias que faltavam, recebendo o grau de doutor na mesma Faculdade a 14 de dezembro do ano seguinte. No exerccio da sua nobre profisso seguiu para o interior da Bahia, sendo nomeado delegado de higiene da cidade de Alagoinhas em que prestou, gratuitamente relevantes servios populao da referida localidade por ocasio da peste bubnica, sendo elogiado pelo governo do Estado. Em Itabuna, Bahia, exerceu as funes de mdico do municpio; delegado de higiene; adjunto do promotor pblico da comarca e intendente municipal nos anos de 1918 a 1919. Nomeado pelo governo federal delegado do recenseamento geral da Repblica nos municpios de Caitit, Cacul, Condeba, Jacareci e Urand, agiu nessa comisso de quase um ano, com tanta operosidade e distino que foi agraciado pelo Governo Federal com um diploma e medalha de bronze. Comissionado pelo Governo do Estado da Bahia para encarregar-se da

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profilaxia contra a peste nos municpios de Castro Alves, Feira de Santana e Santo Estvo de Jacupe, acha-se atualmente (1924) nessa comisso. Sua especialidade a clnica obsttrica. Colaborou nos seguintes jornais: O Povo, Laranjeiras, 1901: jornal literrio, noticioso e comercial, tambm redigido por Gervsio Barreto e Pedro Garcia Moreno. Correio de Juazeiro, cidade de Juazeiro, Bahia. Correio de Alagoinhas, de Alagoinhas, no mesmo Estado. O Itabunense e A poca, ambos da cidade de Itabuna, ainda no Estado da Bahia. Escreveu: Relao entre a matria e os fenmenos espritas (Ligeiro estudo): dissertao. Proposies. Trs sobre cada uma das cadeiras do curso de cincias mdico-cirrgicas. Tese apresentada Faculdade de Medicina da Bahia a fim de obter o grau de doutor. Bahia, 1905, 64 pgs., in. 8. Lito-Tipografia Passos. Intendncia de Itabuna, Estado da Bahia. Relatrio do exerccio de 1918. Bahia, 1919. Imprensa Carvalho, 37 pgs., in. 8 pq. Traz no fim oito mapas anexos. Plataforma apresentada por ocasio de sua posse no lugar de intendente municipal de Itabuna. Saiu publicada na A Tarde, da capital baiana. Relatrio dos servios do recenseamento dos municpios de Caitit, Cacul, Condeba, Jacareci e Urand. Trabalho ilustrado com mapas geogrficos do prprio punho do autor. Relatrio sobre os servios efetuados para a extino completa da peste nos municpios de Castro Alves, Feira de Santana e Santo Estevo de Jacupe. Afonso Ccero Sebro Filho do Dr. Cipriano de Almeida Sebro e D. Elisa Adelina Lopes Sebro, nasceu em S. Cristvo a 13 de julho de 1876. Feito o seu curso de humanidades, matriculou-se na Escola Agrcola da Bahia, recebendo o grau de Engenheiro Agrnomo em 1896. Atualmente, (1924), reside em Curitiba. Escreveu: Instrumentos gerais da produo: dissertao. Proposies. Seo de cincias acessrias: Botnica: Condies indispensveis germinao. Seo de Agricultura e qumica. Aplicada Veterinria: Oftalmia. (Sic.) Seo de Mecnica e Engenharia Topografia. Crtica de teoria ortomtrica. Tese inaugural apresentada Escola Agrcola da Bahia para ser perante a mesma publicamente sustentada, a fim de obter o grau de engenheiro agrnomo. Bahia, 1896, II 69 pgs. in. 8. Imprensa Popular. Afonso Henrique de Azevedo, Doutor Filho do extinto comendador Domingos da Silva Azevedo, cnsul geral do Brasil em Montevidu, e D. Maria Isabel Mondim de Azevedo, e irmo do diplomata Cyro Franklin de Azevedo, adiante mencionado, nasceu a 2 de setembro de 1865 no Aracaju e faleceu na capital de S. Paulo a 23 de maio de 1920. Ilustrado mdico homeopata, foi, nos ltimos anos do curso acadmico, interno, por concurso, da clnica de molstias cutneas e sifilticas da Faculdade do Rio de Janeiro, em que se formou em 1888, chefe da clnica das molstias de garganta, ouvidos e nariz da Policlnica e vice-presidente do Grmio dos Internos dos Hospitais daquela capital. Clinicou por alguns anos na cidade de S. Joo dEl Rei, em Minas Gerais, de onde se retirou em 1892 para Limeira, em S. Paulo. Inspetor de higiene municipal na sua nova residncia, foi depois de reorganizado o servio sanitrio do Estado nomeado em 1911 inspetor sanitrio da capital, cargo em que se aposentou em 1918. Como mdico contratado, utilizaram-se dos seus servios profissionais a Estrada de Ferro Sorocabana e o Liceu do S. Corao de Jesus. Decidido secretrio da escola hanemaniana, fundou em S. Paulo o Dispensrio Homeoptico, que posteriormente tomou o nome de Doutor Joaquim Murtinho. Seu nome tornou-se mais conhecido nos centros cientficos pelas questes mdicas que debateu na imprensa, destacando-se entre elas a

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comunicao feita Sociedade de Medicina e Cirurgia de S. Paulo sobre o alastrim em S. Joo da Boa Vista, onde esteve comissionado por aquela douta agremiao numa poca de desenvolvimento epidmico daquela molstia, como tambm a longa refutao publicada no Jornal do Comrcio, do Rio de Janeiro, a uma opinio errnea de Sanareli e ainda mais as discusses travadas na Sociedade de Medicina sobre a tuberculina, o soro anti-ofdico e sobre as guas em S. Paulo. A revista Arquivos de Biologia que se publica na capital de So Paulo, noticiando o seu falecimento fez-lhe o merecido elogio como o orador elegante, literato correto e gracioso e particularmente um higienista de valor. Colaborou na Ptria Mineira, de S. Joo dEl Rei, na qual redigiu sob o pseudnimo de Veritas a Seo sub-ordenada epgrafe Notas a lpis, no Jornal do Comrcio do Rio e em outros. Seus trabalhos escritos para a imprensa quando no eram assinados com o prprio nome, substitua-o pelos pseudnimos de Veritas, Nelmo e Ulice. Em S. Paulo foi scio titular da Sociedade de Medicina e Cirurgia, scio correspondente do Instituto Hahnemaniano e efetivo do Instituto Histrico e Geogrfico do Estado. Em 1892 fez uma excurso ao Rio da Prata. Escreveu: Das bombas, sua natureza e tratamento: dissertao. Proposies. Trs sobre cada uma das cadeiras da Faculdade. Tese apresentada Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1888 para ser sustentada por... a fim de obter o grau de doutor em Medicina. Rio de Janeiro, 1888, 77 pgs. in. 8. Tip. Unio de A. M. Coelho da Rocha & C. Higiene Pblica. Na Ptria Mineira de So Joo dEl Rei, de 10 de abril de 1890. No continuou. Higiene do estmago. Trad. Idem, de 24 de agosto, 4, 18 e 25 de setembro e 9 de outubro do mesmo ano. Higiene Pblica. Idem, de 4 e 18 de dezembro seguinte . A tuberculina e a tuberculose dos Bovdeos: estudo. S. Paulo, 1903 (?). Fundou e redigiu: Boletim de Medicina Homeoptica. S. Paulo, 1905. Afonso Pires Ramos, Doutor Filho do Conselheiro ngelo Pires Ramos e D. Josefina Pires Ramos, nasceu no Aracaju a 13 de julho de 1860 e faleceu na Capital Federal a 21 de abril de 1899, onde h pouco mais de um ano exercia o lugar de chefe do laboratrio bacteriolgico da diretoria geral da Sade Pblica. Fez na Bahia os estudos de humanidades e os primeiros anos do curso mdico, que concluiu na Faculdade do Rio de Janeiro em 1882. Clnico de grande intuio e sagacidade mdica, fora-lhe fcil distinguir-se entre os colegas pelo seu brilhante talento e vasta cultura cientfica. Quando o Brasil celebrou a conveno sanitria com a Repblica Argentina, conquistou por concurso um dos lugares de mdico, que mais tarde trocou pelo de facultativo clnico do hospital de Jurujuba. Tendo viajado pela Europa, freqentou os servios clnicos e bacteriolgicos da Frana, Alemanha e ustria, e to elevado conceito adquiriu nesses pases, que chegou a ser convidado na Algria para fazer parte da sua Faculdade Mdica na qual realizou importantes trabalhos antomo-patolgicos sobre cncer do pncreas, em colaborao com o professor Cocher. Em 1894 fez parte da comisso nomeada para estudar a epidemia do clera asitico no vale do Paraba no Estado do Rio de Janeiro e da qual teve por companheiros os Drs. Chapot Prvost, como presidente, Francisco Fajardo e Hanelburg. No Rio de Janeiro ocupou mais os lugares de diretor do Museu da Faculdade de Medicina, nomeado em 1888, mdico do Ginsio Nacional e desde 1898 o de membro titular da Academia Nacional de Medicina. O seu elogio histrico, a melhor fonte de informaes para este artigo, foi escrito pelo doutor Alfredo do Nascimento, orador dessa sociedade, e publicado em 1898 na revista que ela mantm, sob o ttulo Anais da Academia de Medicina Rio de Janeiro, tomo 65 pgs. 379 a 383. Escreveu:

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Cancro do estmago: dissertao. Proposies. Seo acessria Dos alcalides cadavricos ou ptomainas de Selmi. Seo cirrgica Das septicemias cirrgicas. Seo mdica Ao dos lquidos segregados no tubo digestivo sobre os alimentos. Tese apresentada Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 16 de julho de 1882 para ser sustentada, a fim de obter o grau de doutor em medicina. Rio de Janeiro, 1882, II 81 pgs. in. 8. Tip. G. Leuzinger & Filhos. 1 Relation de deux cas de cirrhose biliaire par obstruction la suite dun cancer du pancres: memria escrita juntamente com o Dr. Cocher, antigo interno dos hospitais de Paris. Na Revue de Mdecine de Paris, 1887, tomo 7, pgs. 770 a 779. um trabalho citado com louvores nas obras mais modernas sobre o assunto, tais como no tratado de medicina de Charcot e Bouchard e no de Brouardel e Gilbert. Relatrio sobre a etiologia da febre amarela segundo o Dr. Sanarelli apresentado em 30 de junho de 1898 ao Diretor Geral de Sade Pblica pelo Chefe do Laboratrio de Bacteriologia. Rio de Janeiro, 1898, 34 pgs. in. 8. Imprensa Nacional. Le bacille icteroide et sa toxine (experiences contrle): memria publicada em colaborao com o Dr. J. B. de Lacerda, diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Nos Arquivos do Mdicine experimentale et danatomie pathologique, tomo XI, pgs. 378 a 398. Paris, 1899. Foi tambm tirado um avulso pela redao revista. Afrodsio Vidigal, Bacharel Filho de Antonio Pedro Vidigal e D. Anglica da Costa Carvalho Vidigal, nasceu a 14 de maro de 1857 em Laranjeiras. Bacharel em cincias jurdicas e sociais pela Faculdade de So Paulo a 6 de novembro de 1879, tendo feito os primeiros anos de curso acadmico na do Recife, iniciou sua carreira pblica como advogado em Campinas, naquele Estado. Aps trs anos de trabalhos forenses nos auditrios dessa cidade, foi nomeado juiz municipal do termo de Piracicaba, cargo que exerceu desde 3 de abril de 1882 a 3 de abril de 1886. Dentro de poucos meses teve de ocupar o lugar de procurador fiscal do Tesouro Estadual, nele se mantendo desde 5 de agosto de 1886 a 30 de junho de 1889. Colaborou em 1889 no Correio Paulistano, rgo dirio que se publica na capital de S. Paulo, onde residente e advogado. Scio do Instituto dos Advogados de S. Paulo. Escreveu: Repertrio ou ndice Alfabtico da Lei do casamento civil, contendo em apenso mesma lei, uma explicao oficial do art. 7, 1. da lei, diversas frmulas e a lei que criou juzes e oficiais privativos do casamento na Capital Federal. S. Paulo, 1890, 87 pgs. in. 8. Tip. e Estereotipia Ring. Foi um dos fundadores e redatores da Revista da Fraternidade Acadmica: rgo da Sociedade Fraternidade Literria de S. Paulo. S. Paulo, 1878. Albano de Melo Prado, Doutor Filho de Joo Gomes do Prado e D. Maria Rosa de Melo Prado, nasceu em 10 de setembro de 1896 no engenho Mata Verde. municpio do Siriri. Iniciados seus estudos em Maruim e Aracaju, preparou-se no curso secundrio no Ginsio Carneiro Ribeiro, acreditado estabelecimento de ensino na Capital da Bahia, onde fez parte do curso mdico e os dois ltimos anos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, recebendo o grau em doutor, em 29 de dezembro de 1920. Colaborou na Renascena quando acadmico na Bahia. clnico em So Joo da Boa Vista, Estado de S. Paulo. Escreveu: Da profilaxia da sfilis no aleitamento: dissertao. Tese apresentada Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 30 de setembro de 1920 e diferido em 16 de dezembro do mesmo ano. Rio de Janeiro, 1920, 69 pgs. in. 8. Tip. Viana & Coelho.

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Albano do Prado Pimentel Franco Jnior, Doutor Filho de outro de igual nome e D. Maria Rosa Franco, nasceu a 16 de agosto de 1880 no engenho S. Jos, municpio de Laranjeiras. Estudou preparatrios no colgio S. Salvador na Capital da Bahia e na mesma cidade fez o curso de medicina, em cuja Faculdade recebeu o grau de doutor em 12 de dezembro de 1903, tendo antes tirado a carta de farmacutico em 4 de dezembro de 1900. Exerceu a clnica em Divina Pastora, Simo Dias e Aracaju e foi mdico ajudante da Inspetoria de Sade do porto de Aracaju nos anos de 1913 a 1918. Como deputado estadual assistiu aos trabalhos da Assemblia na legislatura de 1912-1913. Escreveu: Dermopatias gonoccicas: dissertao. Proposies. Trs sobre cada uma das cadeiras do curso de cincias mdicas e cirrgicas. Tese apresentada Faculdade de Medicina da Bahia em 31 de outubro de 1903 para ser defendida a fim de obter o grau de doutor em medicina. Bahia, 1903, 103 pgs. in. 8. Lito-Tipografia Almeida de Almeida & Irmos. Alberto Campos Filho de Artur Campos e D. Lydia Campos, nasceu a 31 de dezembro de 1897 em Maruim. Ao pouco que aprendeu na sua cidade tem acrescentado os conhecimentos adquiridos no estudo do gabinete. Em outubro de 1916 foi para a Bahia deliberado a cursar a Faculdade de Medicina, mas escasseando-lhe os recursos, entregou-se vida do comrcio, que abandonou em 1918 para servir de revisor e logo depois de reprter da A Tarde naquela capital. A sua vocao para as artes pronunciou-se muito cedo, tanto como pintor, quanto como poeta. Desde moo com um seu irmo fazia exerccios de desenhos e pintura, em que buscou aperfeioar-se na Bahia. Tambm revelou pronunciado gosto pela imprensa desde seus primeiros anos, colaborando em Maruim nos jornais O Ganhamorba e no O Democrata; no Correio de Aracaju e na Revista Sergipana, de Aracaju; na Renascena e no O Eco, da Bahia e na Gazeta Suburbana, da Capital Federal. Nos seus primeiros escritos publicados no O Democrata os subscrevia com o pseudnimo de Laurentino. Foi um dos scios fundadores do Grmio Olavo Bilac na capital da Bahia. Escreveu: Alma sentimental: versos. Bahia, 1918, 218 pgs. in. 8 pq. Tipografia Brasil. o seu livro de estria dividido em trs partes: Primeiros versos, Musa adolescente e Harpados dezoito anos. Voz profunda: soneto. No Correio de Aracaju de 2 de fevereiro de 1919. Um pintor sergipano. Idem, de 22 de junho do referido ano. Paisagem egpcia. Idem, de 23 de junho do mesmo ano. Alberto Deodato Maia Barreto, Bacharel Filho de Jos Caetano Barreto e D. Ignez Maia Barreto, nasceu em Maruim, a 27 de dezembro de 1896. Tendo feito o curso completo do Colgio Pedro II, matriculou-se em 1915 na Faculdade Livre de Cincias jurdicas e sociais da Capital Federal, em que se bacharelou em 1919. Em meio do curso acadmico ocupou o cargo de promotor adjunto da comarca da Capela no seu Estado. Cedo apareceu na imprensa, escrevendo em prosa e verso sobre variados assuntos nos jornais do Rio e de Sergipe, e em brochuras trabalhos de literatura. advogado no Estado de Minas. Escreveu: A Cruz da estrada: romance. Maruim, 1915, XVIII, 124 pgs. in. 8 pg. Imprensa Econmica. Livro de estria, contendo uma triste histria real dos amores infelizes de uma jovem, que morreu por no ter sido compreendida pelo homem a quem amou extremosamente. Uma hora literria no salo da Exposio Fazeres. No Dirio da Manh, Aracaju, de 15 de junho de 1916.

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Meia coluna: Seo subordinada a esta epgrafe escrita sob o pseudnimo de Paulo de Maya. No Dirio da Manh de 16 de janeiro a 22 de maro de 1917 interpoladamente. Alvoradas: versos de Paulo Torres, (crtica). No O Democrata, Aracaju, de 18 de fevereiro de 1917. Coluna cheia: outra seo a seu cargo, escrita sob o pseudnimo de Fila-Delfo. No Dirio da Manh, de 7, 9 e 14 de maro de 1917. O voluntrio paisano Francisco de Camerino: ensaio biogrfico lido no Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe, em sesso extraordinria de 11 de maro de 1917. Rio de Janeiro, 1917, 31 III pgs. in. 12. Tip. Revista dos Tribunais. Com uma carta de Joo Pereira Barreto nas primeiras 17 pgs. Antes de ser impresso em brochura, foi publicado no Dirio da Manh de 13 a 15 do supracitado ms. O mistrio da noite. No Dirio da Manh de 26 de julho de 1917. Reminiscncias... Outra coluna de sua redao sob o pseudnimo de Pedro Soares. No Dirio da Manh de 21 de maro a 21 de abril de 1918 com intervalos. Prosa rstica. No Dirio da Manh de 17 do abril de 1918. Transcrio do Jornal do Comrcio, da tarde, do Rio de Janeiro. Cogitaes. Consideraes sobre uma crtica feita por Joo Ribeiro ao livro Escola Social Positiva de Florentino Menezes. No Correio de Aracaju de 22 de maio de 1918. Sob o pseudnimo de Domingos Fernandes Calabar. Senzalas: contos sob os ttulos Os Retirantes, Gente simples e A Botija. Rio de Janeiro, 1919, 121 pgs. in. 12, com ilustraes e o retrato do autor. Tipografia Revista dos Tribunais. Esgotado. Canaviais: contos e novelas. Rio de Janeiro, 1922, 158 pgs. in. 12. Na Tipografia do Anurio do Brasil. Traz no fim um vocabulrio de termos usados no serto. Este livro obteve o primeiro prmio da Academia Brasileira de Letras. Colaborou no O Democrata e outros jornais de Sergipe e no Rio no Jornal do Comrcio, edio da tarde. Redigiu: A Alvorada: pequeno jornal dos estudantes do Colgio Pedro II. Rio de Janeiro, 1913. O Acadmico: jornal dos estudantes da Faculdade Livre de Cincias Jurdicas e Sociais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1915. Brazila: revista mensal de propaganda nacionalista, Rio de Janeiro, 1917-19... Alceu Dantas Maciel, Bacharel Filho do bacharel Guilherme Nabuco Maciel e D. Joanna Dantas Maciel, nasceu a 13 de maio de 1899 no engenho Salobro, municpio de Divina Pastora. Fez os seus primeiros estudos em Maruim, Aracaju e na cidade do Recife, onde cursou o primeiro ano na Faculdade de Direito. Seguindo para o Estado de S. Paulo, ali continuou o tirocnio acadmico, sendo reservista do Exrcito, e chegado ao trmino de suas aspiraes, recebeu o grau de bacharel a 25 de dezembro de 1922. Muito jovem, dotado de um belo talento, foi nomeado em fevereiro de 1924, Delegado de Jambeiro, em So Paulo. Escreveu: As paixes humanas. No Dirio da Manh de 19 e 20 de novembro de 1915. Em prol de minha ptria. Divina Pastora. Ao conhecimento do Sr. General Presidente do Estado e do Dr. Chefe de Polcia. Idem, de 20 e 21 de Janeiro de 1916. Surge, Mocidade! Idem, de 5 de fevereiro de 1918. Alcibades Fontes Leite, Cirurgio-Dentista Natural do Engenho Novo, termo de Santa Luzia, nasceu a 22 de outubro de 1876, sendo filho de Alcibades Martins Fontes e D. Amlia Fontes Leite. Estudou primeiras letras no colgio do professor Teixeira de Faria na cidade da Estncia, fazendo o curso secundrio em diversos colgios da capital federal, onde fez

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tambm, na respectiva Faculdade de Medicina, o curso de cirurgio dentista, recebendo o grau em 1922. Iniciou a vida como empregado de comrcio na Bahia. Em 1905 passou-se para o Rio de Janeiro, onde adquiriu por concurso um lugar no quadro dos funcionrios do Ministrio da Viao. Depois de graduado cirurgio dentista transferiu sua residncia para Jaboticabal, no Estado de S. Paulo, ali residindo ainda (1924). Desempenhou na referida cidade os lugares de inspetor escolar, juiz de paz, diretor da Companhia Lavoura Indstria e Colonizao, diretor-gerente da Caixa de Crdito Agrcola de Jaboticabal e diretor-secretrio da E. de F. da mesma cidade. Fundou ali o Colgio de Santo Andr, com religiosas que mandou vir da Blgica sua custa; o Ginsio de Jaboticabal, mais tarde denominado Ginsio S. Luiz; a Caixa de Crdito Agrcola de Jaboticabal, no gnero, um dos mais importantes estabelecimentos do pas; o Hospital de Caridade Santa Izabel, e foi o organizador da instruo pblica naquele municpio, onde, sob sua orientao criaram-se para mais de 40 escolas. Foi ele a primeira pessoa que no Brasil tratou de escotismo em correspondncia com BadenPowel, e que levou o primeiro automvel a Jaboticabal. Foi o fundador de uma das primeiras linhas de tiro do Brasil. o inventor do conhecido e preconizado produto farmacutico, Calcehina, para uso das crianas no perodo da primeira dentio. membro titular da Ecole Dentaire de Paris. Tem colaborado em diversos jornais e revistas e fundou na cidade de Jaboticabal o jornal O Combate, de que foi principal redator. Alcibades da Silva Leite Filho de Jos Antonio Leite e D. Maria Alexandrina da Silva Leite, nasceu em Maruim a 9 de outubro de 1859 e faleceu na Capital FederaI a 14 de dezembro de 1922. Na Faculdade de Medicina daquela capital fez o curso de odontologia, que concluiu em 1880, tendo recebido o ttulo de cirurgio-dentista a 1 de agosto de 1882. Por esse tempo, enquanto estudante, trabalhou no Dirio Oficial e na Gazeta de Notcias no interesse de adquirir mais alguns recursos para manter-se melhormente. Por longos anos, at falecer, esteve estabelecido com gabinete dentrio na rua Haddock Lobo, n 21, o que no o impediu de envolver-se em poltica e de freqentar algumas vezes a imprensa peridica. Reconhecido a 5 de junho de 1892 vereador do municpio do Niteri, foi nesse mesmo ano eleito Presidente interino da Cmara Municipal. Em 1898 interrompeu seus afazeres profissionais por ter sido nomeado por decreto de 8 de julho, Diretor da Secretaria Geral dos Negcios do Estado, no governo do doutor Martinho Csar da Silveira Garcez, e eleito aps deputado estadual na legislatura de 1898-1899. Em Niteri e no Rio colaborou no O Fluminense, no O Tempo e no O Pas. Escreveu: Projeto apresentado ao Congresso Nacional, relativo construo de uma ponte suspensa entre a Capital Federal e a Capital do Estado do Rio de Janeiro. Funes municipais: artigos escritos a 28 de fevereiro e 15 de maro, 1898. Relatrio apresentado em 30 de agosto de 1898 ao cidado, coronel Apulcro Motta, Secretrio Geral do Estado. Aracaju, 1898, 41 pgs. in. 8. Tip. do Estado de Sergipe. Exposio comemorativa sergipana em Aracaju. Certame agrcola, industrial e de manufaturas, compreendendo produtos naturais, artefatos de quinquelerias (sic) de pequenas indstrias a inaugurar-se em 24 de outubro de 1899 e encerrar-se a 7 de janeiro de 1900. Programa e Regulamento. Aracaju, 1899, 22 pgs. in. 12. Tip. do O Estado de Sergipe. A sericultura em Sergipe: srie de artigos no Dirio da Manh, Aracaju, de 1, 27 e 28 de setembro de 1911. Mandacaru sem espinho. Idem, de 15 de maro de 1917.

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Alcides Brasil de Oliveira Ges, Doutor Filho do coronel Manuel Brasil de Oliveira Ges e Dona Francisca Machado de Ges, nasceu a 30 de maro de 1876 no engenho S. Miguel, municpio de Esprito Santo, e faleceu em Belm, capital do Par, a 7 de abril de 1921. Fez os estudos de humanidade no colgio S. Salvador na capital da Bahia, em cuja Faculdade mdica recebeu o grau de doutor em dezembro de 1899. Foi mais tarde para o Estado Par, onde exerceu por alguns anos os lugares de diretor e de inspetor do Servio Sanitrio Municipal. Posteriormente, livre das responsabilidades desses cargos, entregou-se clnica mdica domiciliria, a que por ltimo se dedicou. Escreveu: Da optalmia purulenta nos recm-nascidos: dissertao: Proposies. Trs sobre cada uma das cadeiras do curso de cincias mdico-cirrgicas. Tese apresentada Faculdade de Medicina e de Farmcia da Bahia em 30 de outubro de 1899 para ser defendida a fim de obter o grau de doutor em medicina. Bahia, 1899, 79 pgs. in. 8. Tip. e Enc. do Dirio da Bahia. Alcino Jos Chavantes, Engenheiro Filho do comendador Anacleto Jos Chavantes e D. Maria Pastora Alves Chavantes, nasceu a 17 de maio do 1850 em Laranjeiras e faleceu a 19 de julho de 1912 na Capital Federal. Depois de ter freqentado as aulas de humanidades em sua cidade natal, na Bahia e Rio de Janeiro, fez o curso da antiga Escola Central, na qual recebeu os diplomas de engenheiro gegrafo, bacharel em Matemticas, cincias fsicas e naturais e o de engenheiro civil. Era ainda estudante quando ocupou o lugar de praticante da Repartio Geral dos Telgrafos e fez parte da Comisso de guas Pluviais sob a direo em chefe do engenheiro Antonio Amrico Pereira da Silva, hoje general de diviso, reformado. Entre os diversos cargos pblicos de sua especialidade exerceu com proficincia os de auxiliar das Docas da Alfndega, engenheiro auxiliar da Inspetoria Geral de Terras e Colonizao, engenheiro do 4 e 5 Distritos da Repartio Fiscal da companhia City Improvements, durante e depois da construo, engenheiro ajudante da Inspetoria Geral da Iluminao, engenheiro e depois Diretor da Estrada de Ferro Leopoldina. Foi secretrio Geral da Comisso Executiva do Congresso das vias de Transporte no Brasil em dezembro de 1909 e seu primeiro secretrio, membro do Conselho Diretor do Clubee de Engenharia, Diretor do Banco Agrcola do Brasil e do Banco dos Comerciantes. Em 1898, aps o assassinato de Gentil de Castro, adquiriu a empresa da Gazeta da Tarde que dirigiu por espao de alguns meses. Com a reorganizao da Escola Central que desde ento passou a denominar-se Politcnica, foi nomeado professor interino da aula de desenho, aguadas e sua aplicao s sombras e trabalhos grficos de geometria aplicada da 1 srie dos cursos de engenharia, tendo sido por proposta unnime da congregao nomeado efetivamente por Decreto de 11 de junho de 1911. De uma modstia excessiva, evitava todo o rudo em torno de seu nome, comprazendose em viver para a famlia e para os deveres dos seus encargo pblicos. Ainda assim era considerado entre os da sua classe como um profissional inteligente e operoso, e um dos mais dignos representantes da engenharia brasileira. Escreveu: Congresso das vias de transporte no Brasil em dezembro de 1909. Arquivo dos trabalhos organizado pelo bacharel em Matemticas e engenheiro civil, etc. Rio de Janeiro, 1910, 402 pgs. in. 8 gr. Off. da Intendncia da E. F. Central do Brasil. Alcino dos Santos Silva, Cnsul Filho de Jos dos Santos Silva e D. Anna Lybia dos Santos Silva, nasceu a 3 de maro de 1874 no engenho Madre Deus, municpio de Laranjeiras. Fez os primeiros estudos na cidade do seu nascimento e o curso de lnguas e cincias em Aracaju. Durante trs anos foi aluno da Escola Naval, onde concludos os preparatrios matriculou-se na Escola Politcnica, que freqentou por quatro anos, sendo dois do curso geral e dois do curso especial de engenharia civil. No governo do Marechal Floriano

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esteve adido Secretaria da Guerra, sendo ministro o general Francisco Antonio de Moura. Pretendendo entrar para o corpo consular brasileiro, apresentou-se por esse tempo ao concurso do lugar de chanceler. Como resultado das provas exibidas de suas aptides, foi nomeado em 27 de abril de 1897, chanceler do Consulado Geral de Yokohama, no Japo, passando em 30 de setembro de 1899 a cnsul sem vencimentos em La Palice (Rochella), em Frana. Em fevereiro de 1906 vice-cnsul de carreira, voltou a servir no Consulado de Yokohama, como Cnsul, promovido a 11 de outubro do mesmo ano. Removido em 1909 para Vigo, na Espanha, foi por decreto de 20 de maio de 1914 promovido a cnsul geral de 2 classe em Genebra na Suissa, onde permaneceu durante a guerra alem. De Genebra passou em 1918 para o Consulado do Porto, alcanando-o nessa cidade o ato do Governo de 26 de fevereiro de 1919, que o promoveu a cnsul geral de 1 classe em Buenos Aires, em cujo cargo continua a prestar servios ao pas. Quando de residncia na Suissa, freqentou a Universidade de Genebra, completando os trs anos do curso de licenciado. Foi colaborador do O Tempo no governo do Marechal Floriano e redigiu a Revista Acadmica da Escola Politcnica, servindo-se por vezes na imprensa do pseudnimo Alcinous. scio correspondente do Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe e escreveu, alm dos relatrios consulares de cada ano, o seguinte: Brasil Estado de Sergipe: srie de artigos sobre agricultura, comrcio e indstria de Sergipe. Na Revista Frana-Brasil e reproduzidos no O Estado de Sergipe de 20, 22 de maro e 20 de junho de 1905. A indstria do acar no Japo. Relatrio apresentado ao Ministro do Exterior e publicado no Dirio Oficial do Rio de 29 de agosto de 1909. A indstria da seda no Japo. Relatrio apresentado ao Ministro do Exterior, Baro do Rio Branco. No foi publicado. Alexandre de Oliveira Freire, Doutor Filho do tenente coronel Alexandre Freire do Prado e D. Maria Etelvina de Oliveira, nasceu em 14 de dezembro de 1854 no engenho Carvo, municpio de Divina Pastora. Fez seus estudos de humanidades na Bahia, Recife e Aracaju e o curso superior na Faculdade de Medicina da Bahia, onde recebeu o grau de doutor no dia 15 de dezembro de 1883. Dedicando-se a princpio indstria agrcola, abandonou-a logo depois para entregar-se inteiramente clnica nos municpios de Divina Pastora e N. S. das Dores, irradiando-se s vezes por outros pontos do Estado. Ocupou a cadeira de deputado estadual na legislatura de 1896-1897, assim como nesse mesmo tempo os cargos de intendente e delegado de higiene em Divina Pastora e posteriormente os cargos idnticos em N. S. das Dores no binio de 1912-1913. Em fins de 1914 domiciliou-se em Aracaju para continuar no exerccio da clnica particular, que no abandonou, muito embora o aumento de trabalho proveniente dos empregos pblicos confiados sua competncia. Logo no ano seguinte, em dias de fevereiro, foi nomeado mdico da Intendncia Municipal, 1915-1918, e membro efetivo do Conselho Superior de Instruo em agosto de 1916. Diretor do Grupo Escolar General Valado por nomeao de 24 de agosto de 1918 e membro efetivo do Conselho Superior do Ensino pelo prazo de dois anos por Decreto de 18 de dezembro de 1922, foi por decreto de 27 de fevereiro de 1924 mandado servir na Diretoria Geral de Higiene e Sade pblica. Escreveu: Hidroterapia: dissertao. Proposies. Seo de cincias acessrias Higrometria. Seo de cincias cirrgicas. Consideraes acerca do aborto. Seo de cincias mdicas. Hipoemia intertropical. Tese sustentada na Faculdade de Medicina da Bahia em novembro de 1883 a fim de doutorar-se em medicina. Bahia, 1883, 115 pgs. in. 8. Tipografia dos Dois Mundos. Relatrio apresentado ao Dr. Diretor da Instruo Pblica pelo Diretor do Grupo Escolar General Valado. No Dirio Oficial de 23 de outubro de 1920.

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Relatrio apresentado ao Exmo. Sr. professor Jos de Alencar Cardoso, dd. Diretor da Instruo Pblica pelo Dr.... diretor do Grupo Escolar General Valado em 27 de junho de 1922. No Dirio Oficial de 12 de agosto de 1922. Alexandre Pinto Lobo, Conselheiro Filho de Gonalo Pinto Lobo e D. Maria Vitria da Graa, nasceu em Itabaiana em novembro de 1812 e faleceu na cidade de Penedo, Alagoas, a 3 de maio de 1889. Feito o curso de cincias jurdicas e sociais na Academia de Olinda, recebeu o diploma de bacharel em 1839, voltando para Sergipe, onde encetou a vida pblica, exercendo a advocacia. Conseguindo depois entrar para a magistratura, ocupou a promotoria da comarca de Vila Nova em 1842 a 1844 e pela segunda vez em 1852 a 1854, ano este em que por decreto de 7 de outubro foi nomeado juiz de direito da comarca de Maruim. Em 1856 foi removido para a de Vila Nova, em 1858 para a do Lagarto e nesse mesmo ano para a de ltapicuru-mirim, na ex-provncia do Maranho. Exerceu igual cargo em Abrantes, comarca da Bahia, da qual foi removido por decreto de 18 de maio de 1866 para o Aracaju, onde se conservou por longos anos, at ser nomeado por decreto de 20 de maro de 1875 desembargador da Relao de Cuiab, em que desempenhou tambm as funes de presidente do Tribunal. Removido mais tarde para a Relao do Recife, exerceu com distino o lugar por seis anos, aposentando-se em outubro de 1884, visto contar mais de trinta anos de servio efetivo. Agraciado em 1875 com o ttulo de conselho de S. M. I., foi, quando juiz de direito de Aracaju, oito vezes chefe de polcia interino do decurso dos anos de 1868 a 1874; deputado Assemblia Legislativa Provincial nas legislaturas de 1848-1849, como suplente; 1854-1855; 1856-1857, como suplente; 1860-1861 e 1862-1863 e fez parte em 1861 de uma lista trplice para senador do Imprio. Escreveu: Vrios trabalhos de advocacia, que no consta terem sido impressos. Resposta ao Voto Livre: No Correio Sergipense de 7 de agosto de 1858. Relatrio apresentado ao Exmo. Sr. Presidente da Provncia, Tenente Coronel Francisco Jos Cardoso Jnior no dia 30 de janeiro de 1870 pelo Chefe de Polcia interino. Aracaju, 1871, (sic.) 8 pgs. in. 8 gr. Tip. do Jornal do Aracaju. Alfredo Accioly do Prado Filho do coronel Francisco Lucino do Prado e D. Maria Accioly do Prado, nasceu no engenho Tabua, municpio de Divina Pastora, a 9 de fevereiro de 1874. Tendo comeado o curso de preparatrios na Capital do Estado, viu-se obrigado, em virtude da suspenso dos exames, ordenado pelo Ministro, a termin-lo na Bahia onde freqentou com distino a Academia de Medicina at o sexto ano, vindo a falecer a 5 de fevereiro de 1903 no engenho Capim pubo, municpio do seu nascimento, antes de receber o prmio de sua aplicao e amor cincia em que havia depositado todas as esperanas de seu futuro. Prematuramente ceifado pela morte, e j ento farmacutico, o jovem acadmico, se no fosse dotado de um gnio excessivamente modesto e retrado, teria ocupado entre os intelectuais do pas, o lugar a que lhe davam incontestvel direito o seu robusto talento e notvel ilustrao, bem pouco comum em to verdes anos. Alm das matrias do ensino mdico, que constituam o objeto das suas mais srias cogitaes, entregava-se ao estudo dos clssicos da lngua verncula e s pugnas da imprensa, na qual revelou apreciveis qualidades de um polemista erudito e educado. Colaborou no O Estado de Sergipe, no Progresso de Maruim sob o pseudnimo de Tefilo Jnior, no Dirio de Notcias da Bahia e na Regenerao do mesmo Estado com o pseudnimo de Alpio Vidigal. Foi o nico estudante que mereceu a honra de pertencer ao Instituto Histrico e Geogrfico da Bahia, segundo se afirma na sua biografia inserta no Almanaque Sergipano para o ano de 1904. Logo no comeo da sua vida acadmica foi convidado para fazer parte do corpo redatorial do:

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O Livro: hebdomadrio sob a direo do Dr. Pedro Americano Corra. Bahia, 1895-1898. Neste jornal publicou entre outros trabalhos literrios e cientficos um curioso estudo sobre a Origem dos ndios na Amrica. Escreveu mais: Notcia histrica sobre o municpio de Divina Pastora: monografia oferecida ao Instituto Histrico e Geogrfico da Bahia. Indito. Hereditariedade da tuberculose. Carta aberta ao Dr. Helvcio de Andrade, assinada com o pseudnimo Estudante Sergipano. No O Estado de Sergipe de 10 e 11 de outubro de 1900. Banhos de mar: tese inaugural para receber o grau de doutor. Foi o seu ltimo trabalho escrito em menos de um ms entre os sofrimentos da terrvel molstia que o levou ao tmulo e por cuja circunstncia deixou de ser sustada perante o corpo docente da Academia, Bahia, 1902, 68 pgs. in. 8. Agricultura e imigrao: srie de artigos no Progresso, de Maruim, de 6 a 20 de junho de 1897. Reforma do estudo da Geografia. Idem, idem, de 28 de novembro e 5 de dezembro de 1897. Alfredo Cabral, Bacharel Nasceu em Aracaju a 7 de agosto de 1887, filho de Francisco Felix Cabral e D. Adelaide Passos Cabral. Comeou o curso de humanidade no antigo Ginsio Sergipense, dirigido pelo professor Alfredo Montes, continuando no Ateneu Sergipense. Formado na Faculdade de Direito do Recife a 7 de dezembro de 1907, foi promotor pblico da Comarca da Estncia, removido para a de Laranjeiras e em seguida para a de Maruim em 1910. Tendo se submetido a concurso em maio desse ano para preenchimento da cadeira de histria universal do Ateneu Sergipense, foi nela provido por ato de 10 de fevereiro de 1911. Professor catedrtico de histria geral e do Brasil do mesmo estabelecimento de ensino, foi transferido por decreto de 15 de julho de 1916 para a cadeira de educao moral e cvica, noes de sociologia e direito usual da Escola Normal, declarado em disponibilidade como lente do Ateneu quatro dias depois desse ltimo ato. Por algum tempo colaborou com freqncia na imprensa de vrios Estados, especialmente no Almanaque Sergipano, 18981900, no O Estado de Sergipe, 1903-1910, O Ateneu, 1906, e Dirio da Manh 19111918, de Aracaju; no Norte de Sergipe. 1908, de Propri; no Dirio Popular de So Paulo, e em vrias revistas acadmicas de Pernambuco. Percorreu vrios pontos do Sul da Repblica, excursionou por diversos Estados do nordeste, fazendo ponto da Capital do Cear, onde reside. Escreveu: Sergipense: artigo sobre o livro do Dr. Manoel dos P. de Oliveira Telles. 1903. Herbert Spencer: a propsito da morte desse filsofo. 1903. A Academia Sergipana de Letras. 1904. Fausto Cardoso, o filsofo. Recife, 1906. Questo ortogrfica. 1906. O imposto territorial e as suas supostas vantagens. (A propsito de um artigo do Dr. Igncio Tosta). No O Estado de Sergipe de 23 de junho de 1907. O progresso econmico de Sergipe. Idem, de 30 de outubro do mesmo ms. A crtica francesa. 1908. Os problemas sociais, 1908. O progresso em Pernambuco. No Dirio Popular, S. Paulo, de 29 de setembro de 1909. Em S. Paulo (Notas de viagem). No rodap do O Estado de Sergipe de 6 de fevereiro a 6 de maro de 1910 com intervalos. A Histria Universal. A Filosofia, a Eloqncia e a Histria Perodo Clssico da Histria. Influncia da Renascena sobre a Histria, Cronistas. Vico. Niebuhr.

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Mommsen Cant Buckle e Ferrero Juzos crticos. No mesmo jornal a comear no nmero 10 de abril a 1 de maio de 1910. A sombra dos enigmas do dr. Florivaldo Linhares. No Dirio da Manh, Aracaju, de 23 de abril de 1911. Sobre o Estudo Corogrfico e Social do Brasil de Florentino Menezes. Idem, de 17 de novembro de 1912. O esprito da Alemanha. Idem, de 5 e 8 de dezembro de 1914. Tese de maio. Idem, de 13 de maio de 1915. Idias boas ou ms. Idem de 11 a 17 de maio de 1918. No continuou. S. Remaculo e o lobo: lenda. (Trad. do espanhol). Idem, de 21 do mesmo ms e ano. Sergipe: srie de artigos no mesmo jornal de 9 de junho de 1918. No continuou. Tem inditos vrios esboos sobre a religio, a moral, o socialismo, a literatura contempornea e outras questes de filosofia e histria universal. Alfredo Montes Jnior Filho de Alfredo de Siqueira Montes, de quem direi adiante, e D. Maria de Arajo Montes, nasceu a 17 de agosto de 1875 no Aracaju, onde faleceu a 13 de janeiro de 1912. Recebeu do seu progenitor os primeiros rudimentos de instruo no Ginsio Sergipense, seguindo depois para o Rio de Janeiro, a fim de matricular-se na Escola Militar. No comeo do curso teve de ser excludo, com outros, em conseqncia de um movimento indisciplinar por parte dos alunos e por este motivo resolveu freqentar a Escola Politcnica, da qual se retirou logo para assistir s prelees do 1 ano de uma das Faculdades de Direito. Forado a interromper os estudos pela necessidade de tratar de negcios de seu interesse pessoal, voltou de uma vez em 1897 para o Estado, onde se dedicou ao funcionalismo pblico, ao magistrio particular e imprensa. Tendo ocupado o lugar de Administrador da Mesa de Rendas de So Cristvo durante trs anos, passou-se para Aracaju em 1903, reabrindo de concomitncia com o primitivo fundador o Ginsio Sergipense, no qual ensinou primeiras letras e matemticas. No Ateneu Sergipense ocupou interinamente as cadeiras de geografia e ingls e em 1907 foi provido efetivamente na de alemo. Fundou e redigiu: O Tempo. Aracaju, 1898-1899. Publicao nas quartas, sextas e domingos. As dimenses do 1 nmero datado de 5 de outubro daquele ano correspondem a 0,40 x 0,25 com 4 pginas e outras tantas colunas em cada uma. Reaparecendo em 9 de maio de 1911, circula por pouco tempo, no indo alm do terceiro nmero. Alfredo de Siqueira Montes Nascido a 1 de janeiro de 1848 no stio da Florena, municpio do Socorro, faleceu no Aracaju, a 1 de agosto de 1906. Na idade de 5 anos seguiu com seus pais, o tenente coronel Teodorico Rodrigues de Siqueira Montes e D. Clara de Faro Montes, para S. Cristvo, onde encetou os estudos primrios na aula particular de seu parente, Doutor Graciliano Aristides do Prado Pimentel. (vide este nome). Em 1857, dois anos aps a mudana da Capital para o Aracaju, acompanhou a famlia paterna para essa cidade e ali se preparou nas matrias do ensino secundrio, aplicando-se de preferncia ao estudo de lnguas a que muito se afeioara. Suficientemente habilitado para a carreira burocrtica, iniciou-se no funcionalismo pblico, como 2 oficial da Secretaria do Governo, para cujo cargo fora nomeado por ato de 17 de abril de 1863 e oficial da 1 Seo, por ato de 5 de maio de 1871. Promovido mais tarde a chefe de Seo, foi chamado por vezes para servir de secretrio interino e oficial de gabinete de vrios presidentes. Fora sempre sua aspirao entrar para o magistrio pblico e desde que pde realiz-la, renunciou o cargo de chefe de Seo que exercia com todo o zelo e muita competncia. Nomeado a 28 de junho de 1877 lente de ingls, por concurso, do Ateneu Sergipense, lecionou esta disciplina com

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proficincia e zelo at aos ltimos dias, como ocupou por algum tempo a mesma cadeira na Escola Normal, a comear de abril de 1882. O seu decidido gosto pelo ensino levou-o a fundar o Ginsio Sergipense, de que foi diretor e lente durante todo o tempo que funcionou, desde 1888 a 1899, e onde se educaram muitos alunos, hoje em elevadas posies, Foi diretor da Escola Normal, diretor geral interino da instruo pblica, delegado de polcia, Presidente da Cmara Municipal de Aracaju, 2 Secretrio e posteriormente presidente do Gabinete Literrio Sergipano. De costumes irrepreensveis e apreciado pela nobreza dos seus sentimentos, soube honrar o seu nome e o meio em que sempre viveu, pois que nunca se ausentou de Sergipe. Trabalhou acidentalmente na imprensa local e deixou inditas as seguintes obras: Gramtica portuguesa prtica. Dicionrio ingls-portugus. Gramtica inglesa, por concluir Redigiu com outros: Correio de Sergipe: jornal poltico. Aracaju, 1890-1891. O primeiro nmero datado de 12 de outubro daquele ano. Alfredo Theodoro Guaran, Doutor Filho de Theodoro Cordeiro Guaran e D. Andrelina Moniz de Menezes Guaran, nasceu a 10 de maio de 1853 em So Cristvo. Estudou preparatrios no colgio S. Joo, na capital da Bahia, e no Ateneu Sergipense em Aracaju. Matriculando-se na Faculdade de Medicina daquela cidade, fez todo o curso acadmico, colando o grau de doutor a 18 de dezembro de 1886. Tendo feito clnica desde logo na vila de Itaporanga, foi comissionado pelo governo do Estado, ento exercido pelo Doutor Felisbello Freire, para debelar a epidemia de febre de mau carter que grassava em todo o municpio. Delegado de higiene em 1890 da referida vila destituiu-se deste cargo e em 8 de dezembro do mesmo ano retirou-se para o Estado de S. Paulo, onde fixou residncia e onde se tem dedicado clnica a comear por Anpolis, S. Carlos, e Itatiba, de que foi delegado de higiene. Efetuada a organizao do servio sanitrio passou a ser inspetor sanitrio na capital, de 1895 a 1896. Dentro desse perodo exerceu repetidas comisses mdicas em diversos pontos, fora da capital, por ocasio das grandes epidemias havidas no Estado. Muitas outras comisses desempenhou em diversos perodos contra as epidemias da febre amarela, peste bubnica, varola e tracoma. Reorganizado em 1911 o servio sanitrio foi nomeado por decreto de 17 de novembro inspetor sanitrio, cargo em que ainda se mantm - Em 1906 esteve como mdico interino do Hospcio de alienados de Juqueri. Foi um dos fundadores e diretor mdico da Auxiliadora, sociedade de auxlios mtuos em So Paulo, inaugurada em 1911. Colaborou no Cruzeirense do Cruzeiro, na A Opinio de Pirassununga, e no Correio do Descalvado, cidades paulistas. Escreveu: Da albuminria e sua importncia para o diagnstico: dissertao. Proposies. Trs sobre cada uma das cadeiras do curso de cincias mdico-cirrgicas. Teses apresentadas Faculdade de Medicina da Bahia em 5 de julho de 1886 a fim de obter o grau de doutor em medicina, Bahia, 1886, 87 pgs. in. 8. Imprensa Econmica. s mes de famlia. Clnica infantil. No Correio do Descalvado, S. Paulo, de 24 de fevereiro e 10 de maro de 1907. Os perigos do lcool. No mesmo jornal de 12 de outubro do referido ano e no Monitor SulMineiro da cidade da Campanha, em Minas, de 3 de novembro do mesmo ano. Aos habitantes de Cruzeiro (Conselhos mdicos sobre as vantagens da vacinao contra a varola). No Cruzeirense, da cidade do Cruzeiro, S. Paulo, de 29 de agosto de 1908. Alpio Bittencourt Calasans, Professor Filho do doutor Joo Jos Bittencourt Calasans, de quem tratarei adiante, e D. Maria Leite Bittencourt Calasans, nasceu a 22 de agosto de 1852

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em Santa Luzia e faleceu na Capital Federal a 23 de setembro de 1913. Coronel da G. N. e professor de geografia no Colgio Militar do Rio de Janeiro desde 1894, foi, com a reforma dos estabelecimentos do ensino militar, declarado em disponibilidade por Decreto de 27 de dezembro de 1905, voltando de novo a ocupar a mesma cadeira reunida de histria ptria, que continuou a lecionar em virtude do Decreto de 6 de maio 1907. Escreveu: Lies de Geografia Fsica da Amrica professadas no 1 ano do curso secundrio do Colgio Militar: compndio para uso dos seus discpulos, aprovado pela Congregao do mesmo colgio e pelo Conselho de Instruo de Sergipe. Rio de Janeiro, 1903, 106 pgs. in. 12. Oficina Politecnogrfica de M. Orosco & C. O autor tinha em via de publicao a fsica das outras partes do mundo. Alpio Cardoso Fontes de Menezes, Doutor Filho do major Libnio Cardoso de Menezes Barreto e D. Lydia Fontes de Menezes, nasceu a 17 de julho de 1859 no engenho Novo, municpio de Santa Luzia, e faleceu na Estncia a 27 de maio de 1887. Fez o curso de letras no colgio S. Jos, da cidade da Bahia, onde, depois de ter estudado medicina, recebeu na respectiva Faculdade o grau de doutor a 16 de dezembro de 1882. Na curta existncia que teve aps a sua formatura exerceu na Estncia a clnica, como tambm por algum tempo o lugar de delegado de higiene. Escreveu: Eletroterapia: dissertao. Proposies. Seo acessria Qual o valor ou importncia da glicerina como excipiente dos preparados de uso externo? Seo cirrgica Consideraes sobre os curativos aps as operaes. Seo de cincias mdicas Jaborandy, sua histria natural, ao fisiolgica e efeitos teraputicos. Tese apresentada Faculdade de medicina da Bahia e publicamente sustentada perante a mesma a fim de obter o grau de doutor em medicina. Bahia, 1882, 80 pgs. in. 8. Tipografia Biblioteca dos Dois Mundos. Almir Jayme de Sousa Filho de Antonio Emdio de Sousa e D. Hortelina Carolina de Sousa, nasceu a 13 de julho de 1898 em Itabaianinha. Em Aracaju, para onde veio em companhia de seus progenitores com a idade de um ano, fez os estudos primrios no Grmio Escolar e os secundrios no Ateneu Sergipense at ao 4 ano. Empregando sua atividade no comrcio, negociou a princpio por conta prpria, para depois servir de auxiliar de escrita em diversas casas, sendo por ltimo guarda livros da firma J. C. de Faria. Tem colaborado no Dirio da Manh e nos peridicos de pequeno formato de Aracaju. Escreveu: Contos e fantasias: livro de estria. Aracaju, 1923, 54 pgs. in. 8. Tip. Do O Labor. lvaro Fontes da Silva, Bacharel Nasceu em Aracaju a 6 de setembro de 1884, filho de Eugnio Jos da Silva e D. Argemira de S. Pedro e Silva. Originrio de pais pouco abastados, comeou a vida muito modestamente como tipgrafo na cidade natal. Desejoso de instruir-se convenientemente, ops falta de recursos da famlia todas as energias de sua vontade contra as dificuldades, que se lhe antepunham realizao dos seus louvveis desgnios, colhendo afinal o fruto dos grandes esforos empregados. Como aluno do Ateneu Sergipense estudou todas as matrias do ensino secundrio, matriculando-se depois na Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, na qual se bacharelou em cincias jurdicas e sociais em 20 de maro de 1912. Desde ento exerce