armindo tomo - fortalecimento da capacidade governativa local - moçambique
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Estudo do Governo da Província de Inhambane na área de descentralizacao com o enfoque ao fortalecimento da capacidade governativa dos Órgaos Locais do Estado.TRANSCRIPT
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
GGOOVVEERRNNOO DDAA PPRROOVVÍÍNNCCIIAA DDEE IINNHHAAMMBBAANNEE
Novembro, 2011
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Transformação do Edifício da Sede da Localidade de Maculuva, Distrito de Zavala
Constituição das Comissões de Trabalho nos Conselhos
Locais
Matriz de Planificação por Localidade, Muabsa, Vilankulo
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ii
FICHA TÉCNICA
Publicação
Governo Província de Inhambane
Avenida da Independência CP No 17
Telefone No 293 20982
Fax No 293 20232
Cidade de Inhambane
Coordenação
Luís Augusto Mambero – Secretário Permanente Provincial
Júlio Auxílio Muiocha – Director Provincial do Plano e Finanças
Supervisão Técnica
Benilde J. Macuamule – Chefe do Departamento da Administração Territorial e Autárquica
Elaboração
Fernando Frederico Fernando – Técnico de Planificação, Monitoria e Avaliação na DPPF
Armindo F. Tomo – Assessor Provincial de Planificação e Finanças Descentralizadas - PNPFD
Colaboração
Anifa Hassamo Nuro – Chefe do Gabinete do Governador
Carlos Ngovene – Membro do Conselho Técnico Provincial e Técnico da DPA
Elsa D. Moisés – Membro do Conselho Técnico Provincial e Técnico da DPPF
Teixeira Chamusso – Membro do Conselho Técnico Provincial e Técnico da DPEC
José A. Zita – Membro do Conselho Técnico Provincial e Técnico da DPPF
Manuel Nhavotso – Membro do Conselho Técnico Provincial e Técnico da DPOPH
Heike Meuser – Coordenadora do Programa de Descentralização da GIZ em Inhambane
Emílio F. Emílio – Assessor Municipal no Programa de Descentralização da GIZ em Inhambane
Gregório P. Nhafuma – Assessor de Planificação Operacional, Monitoria e Avaliação - PNPFD
Moisés L. Chogas – Assessor de Participação Comunitária e Assuntos Transversais - PNPFD
iii
PREFÁCIO
O Governo da Província de Inhambane assume o compromisso nacional de materialização dos
objectivos da descentralização plasmados nos mais diversos instrumentos de governação com
destaque ao Programa Quinquenal do Governo (2010 - 2014) e Plano de Acção para a Redução
da Pobreza (2010 - 2014).
A nível local registam-se mudanças nos papéis desempenhados pelos diferentes órgãos do
Estado. Por exemplo os Governos Distritais passam a assumir em muitos casos o papel de agente
de implementação dos projectos públicos enquanto as instituições de nível provincial assumem o
papel de assistência técnica e capacitação para os Distritos.
Esta situação exige aumento de capacidades técnicas e de coordenação bem como o aumento da
interacção entre o Governo e as comunidades.
O Plano Estratégico Provincial de Inhambane (PEPI) 2011-2020 orienta através do pilar de “Boa
Governação” para o aumento da eficiência e eficácia do sector público e a dotação dos órgãos
locais do Estado de capacidade institucional para melhorar a acção governativa através da
capacitação institucional.
Nesta perspectiva, o Governo da Província de Inhambane desenvolveu a estratégia de
fortalecimento da capacidade governativa dos Distritos, Postos Administrativos e Localidades de
forma que no contexto actual de descentralização consigam oferecer serviços públicos de
qualidade e quantidade suficientes à demanda dos cidadãos. Este processo constitui uma das
intervenções do Governo na implementação do PEPI 2011 – 2020.
Com este processo, esperamos estar a contribuir para o esforço nacional de construção de uma
administração pública voltada para o cidadão, fortalecimento dos Órgãos Locais do Estado e
promoção da transparência governativa a todos os níveis. Por isso agradecemos antecipadamente
todas as contribuições em torno deste documento e afirmamos a nossa disponibilidade para
qualquer esclarecimento ou informação visando a sua melhor compreensão e utilização.
AGOSTINHO ABACAR TRINTA
Governador da Província de Inhambane
iv
AGRADECIMENTOS
A elaboração do presente documento surge como consequência dos constrangimentos verificados
ao nível da base no que concerne a implementação da Lei Nº8/2003 sobre os Órgãos Locais do
Estado. O alcance dos resultados nele contidos, resulta das contribuições recebidas de diversas
partes, desde a Localidade até ao nível provincial.
A nível distrital queremos agradecer aos senhores Administradores, Secretários Permanentes
Distritais, Directores dos Serviços Distritais, Membros dos Conselhos Técnicos Distritais,
Chefes dos Postos Administrativos e Localidades e Membros dos Conselhos Consultivos Locais.
A Cooperação Alemã através do Programa de Descentralização – GIZ, prestou um inestimável
apoio para a realização deste trabalho através da disponibilização de assistência técnica e
recursos financeiros. O seu apoio encontra suporte no facto de que no Programa de
Descentralização há maior enfoque para o apoio ao Governo da Província no melhoramento dos
instrumentos e processos de governação como por exemplo o Plano Económico e Social e
Orçamento Provincial e Distrital. Também faz parte o apoio para o melhoramento da
transparência e participação comunitária na governação.
v
LISTA DE ABREVIAÇÕES
AR Assembleia da República BR Boletim da República CCPA Conselho Consultivo do Posto Administrativo CTD Conselho Técnico Distrital CTP Conselho Técnico Provincial DATA Departamento da Administração Territorial e Autárquica DFP Departamento da Função Pública DPA Direcção Provincial da Agricultura DPCAA Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental DPEC Direcção Provincial da Educação e Cultura DPIC Direcção Provincial da Indústria e Comércio DPJD Direcção Provincial da Juventude e Desportos DPMAS Direcção Provincial da Mulher e Acção Social DPOPH Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação DPPF Direcção Provincial do Plano e Finanças DPRME Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia DPS Direcção Provincial da Saúde EDM Electricidade de Moçambique e-SISTAFE Sistema de Administração Financeira do Estado electrónico FASE Fundo de Apoio ao Sector da Educação FINDER Fundo de Investimento para o Desenvolvimento Rural FUNAE Fundo Nacional de Energia
GTZ Gesellschaft fur Technische Zusammenarbeit (actual Gesellschaft fur Internationale Zusammenarbeit - GIZ)
HIV/SIDA Vírus de Imunodeficiência Adquirida/Sindroma de Imunodeficiência Adquirida INAS IntitutoInstituto Nacional de Acção Social MPD Ministério da Planificação e Desenvolvimento NPCS Núcleo Provincial de Combate ao Sida ODP Observatório de Desenvolvimento Provincial OIIL Orçamento de Investimento para as Iniciativas Locais ONG Organização Não Governamental PAAO Plano Anual de Actividades e Orçamento PEDD Plano Estratégico do Desenvolvimento Distrital PEPI Plano Estratégico Provincial de Inhambane PESOD Plano Económico Social e Orçamento do Distrito PES-OE Plano Económico e Social – Orçamento do Estado PESOP Plano Económico e Social e Orçamento do Estado PQG Programa Quinquenal do Governo SD Secretaria Distrital SDAE Serviço Distrital das Actividades Económicas SDEJT Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia SDPI Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas SDSMAS Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social SISTAFE Sistema de Administração Financeira do Estado SP Secretária Provincial UGB Unidade Gestora e Beneficiária UGEA Unidade Gestora e Executora das Aquisições ZIP Zona de Influência Pedagógica
vi
ÍNDICE
FICHA TÉCNICA .......................................................................................................................................I PREFÁCIO............................................................................................................................................... III AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................. IV LISTA DE ABREVIAÇÕES ..................................................................................................................... V
SUMÁRIO EXECUTIVO ..................................................................................................................... - 1 -
I.AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE INSTITUCIONAL DOS GOVERNOS DISTRITAIS ......... - 5 - I.1. DEFINIÇÕES E ASSUMPÇÕES .................................................................................................. - 5 - I.2. RESULTADOS DO DIAGNÓSTICO DA CAPACIDADE INSTITUCIONAL DOS
GOVERNOS DISTRITAIS DE PANDA, HOMOÍNE, FUNHALOURO E GOVURO .................. - 7 - I.3. RESULTADOS E ANÁLISE DAS FUNÇÕES DO GOVERNO DISTRITAL ....................... - 10 - I.4. APLICAÇÃO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE INSTITUCIONAL
DOS GOVERNOS DISTRITAIS ....................................................................................................... - 20 -
II. ESTRATÉGIA ................................................................................................................................ - 22 - II.1. OBJECTIVO ESTRATÉGICO .................................................................................................................... - 25 -
II.2. COMPONENTES ESTRATÉGICAS .......................................................................................................... - 25 -
III. IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA .................................................................................. - 27 - COMPONENTE A- ARTICULAÇÃO E COORDENAÇÃO COM PARCEIROS E ASSESSORIA TÉCNICA DISTRITAL ............. - 27 - COMPONENTE B- FORTALECIMENTO DA ESTRUTURA DE COORDENAÇÃO DA SECRETARIA DISTRITAL E PROVINCIAL ................. - 28 -
PROPOSTA DA CRIAÇÃO DE CONSELHO TÉCNICO DO POSTO ADMINISTRATIVO E DE LOCALIDADE ...................... - 33 - COMPONENTE C- FORTALECIMENTO DA PARTICIPAÇÃO E CONSULTA COMUNITÁRIA ATRAVÉS DA ESTRUTURAÇÃO
DOS CONSELHOS CONSULTIVOS DO POSTO ADMINISTRATIVO E LOCALIDADE EM COMISSÕES DE TRABALHO
SEGUNDO OS SERVIÇOS DISTRITAIS ..................................................................................................................... - 35 - COMPONENTE D- APERFEIÇOAMENTO DO PESOD ATRAVÉS DE MATRIZES DE PLANIFICAÇÃO E MONITORIA POR
POSTO ADMINISTRATIVO E LOCALIDADE ............................................................................................................. - 39 - COMPONENTE E- CAPACITAÇÃO DOS POSTOS ADMINISTRATIVO E LOCALIDADE EM INFRA-ESTRUTURAS E
RECURSOS HUMANOS .......................................................................................................................................... - 42 -
RECOMENDAÇÕES ......................................................................................................................................... - 44 -
IV. MONITORIA PARTICIPATIVA E BALANÇO DO PESOD POR LOCALIDADES .......... - 46 -
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... - 48 -
- 1 -
SUMÁRIO EXECUTIVO
O Sistema de Governação e Administração Pública em Moçambique regista nos últimos anos
avanços significativos na direcção de maior desconcentração e descentralização de
competências, tarefas, recursos e responsabilidades do nível central para os níveis provincial e
distrital. Com efeito, a Lei No 8/2003 de 19 de Maio aprova um conjunto acrescido de
competências, tarefas e responsabilidades para estes níveis incluindo para figuras novas
nomeadamente os Secretários Permanentes Provincial e Distrital assim como os Serviços
Distritais. Estes últimos apresentam igualmente uma complexidade de tarefas por levar a cabo
pois, representam uma aglutinação de tarefas que outrora eram da responsabilidade de mais do
que uma instituição a nível distrital.
No mesmo sentido, o Decreto No 5/2006 de 12 de Abril, atribui competências aos Governadores
Provinciais e Administradores Distritais para a gestão dos recursos humanos do Estado nas
respectivas áreas de jurisdição. Esta medida aumenta substancialmente o desafio que estes níveis
têm na capacitação dos recursos humanos sob sua gestão para que possam se desempenhar com a
devida competência em prol da satisfação das necessidades dos cidadãos.
Mais ainda, o Decreto No 6/2006 de 12 de Abril aprova a Estrutura tipo da Orgânica do Governo
Distrital e seu Estatuto Orgânico, atribuindo deste modo mais responsabilidade aos Serviços
Distritais, que anteriormente não vinham exercendo tais funções.
Nesta complexidade, é colocado ao Governo um desafio de atingir metas como a construção de
uma Administração Pública voltada para o cidadão, a melhoria da qualidade dos serviços
públicos, aperfeiçoamento das respostas administrativas oferecidas à sociedade, aumento da
produção e produtividade, gestão do erário público no contexto da contenção da despesa pública
e austeridade.
Porém, o desempenho do Sector Público está, até certo nível, distanciado destas metas. Persistem
ainda várias disfunções, tanto ao nível institucional e organizacional como ao nível de
procedimentos e das relações do Estado com a Sociedade, que inviabilizam qualquer esforço no
sentido de melhorar a qualidade dos serviços prestados ao cidadão.
Durante as visitas oficiais aos Distritos, o Governador da Província constatou que alguns Chefes
dos Postos Administrativos e todos os Chefes das Localidades, bem como muitos cidadãos aí
residentes não dominam o conteúdo PESOD. Portanto, não estão em condições de explicar quais
são as realizações previstas e com que orçamento para os seus territórios.
Esta deficiência, está em parte relacionada com a fraca capacidade técnica ao nível dos Postos
Administrativos e Localidades. Quer dizer, nestes níveis não existem técnicos para apoiar os
respectivos chefes na gestão e coordenação do processo de desenvolvimento local.
Assim, para fazer face a estes desafios o Governo Provincial através da Secretaria Provincial e da
Direcção Provincial do Plano e Finanças desencadeou um processo de fortalecimento da
capacidade governativa dos Distritos, Postos Administrativos e Localidade.
Este processo consiste em 4 etapas distintas, a saber, (I) Avaliação da capacidade institucional
dos Governos Distritais; (II) Elaboração da Estratégia de fortalecimento da capacidade
governativa dos Distritos, Postos Administrativos e Localidade; (III) Implementação da
Estratégia e (IV) Monitoria Participativa e Balanço do PESOD por Localidade.
- 2 -
Os resultados da monitoria e balanço realimentam a primeira etapa produzindo sempre
ajustamentos face à realidade de cada momento de planificação e governação pública. As figuras
1 e 2 que se seguem ilustram as etapas, suas sub-etapas e produtos do processo.
Figura 1-Etapas do processo de fortalecimento da capacidade governativa dos
Distritos na Província de Inhambane.
I. Avaliação da Capacidade Institucional
II. Implementação da Estratégia de fortalecimento
da capacidade governativa dos Distritos
IV. Monitoria
Participativa e
Balanço do PESOD
por Localidade
II. Elaboração da
estratégia de
fortalecimento da
capacidade
governativa dos
Distritos, Postos
Administrativo e
Localidades
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Figura 2 – Sub-etapas do processo de fortalecimento da capacidade governativa dos Distritos, Postos Administrativos
e Localidades na Província de Inhambane
1. Avaliação da
Capacidade Institucional
dos Governos Distritais
Relatório do Diagnóstico
Proposta de soluções para os desafios identificados
1.1 Diagnóstico da capacidade institucional dos Governos Distritais em quatro Distritos
1.2 Seminário do Conselho Técnico Provincial alargado a todas as restantes Direcções Provinciais num outro Distrito
Estratégia de fortalecimento da capacidade governativa dos Distritos
2.1. Elaboração de instrumentos que permitem realizar as propostas de soluções identificadas
2. Elaboração da
Estratégia de
fortalecimento da
capacidade governativa
dos Distritos, Postos
Administrativo e
Localidades
4. Monitoria Participativa e Balanço do PESOD
por Localidade
Balanço do PESOD apresentado por Localidade
4.1. Apoio aos Distritos através dos Conselhos Técnicos na realização de monitoria participativa e elaboração do balanço do PESOD por Localidade
ETAPAS SUB-ETAPAS PRODUTOS
3. Implementação da
Estratégia
3.4. Aperfeiçoamento do PESOD
através de matrizes de planificação e
monitoria por Localidade
3.3. Fortalecimento da participação e
consulta comunitária através da
estruturação dos Conselhos
Consultivos do Posto Administrativo e
Localidade em 5 Comissões de
Trabalho segundo os Serviços Distritais
Conselho Técnico Provincial e
Conselhos Técnicos Distritais
constituídos e funcionais
3.2. Fortalecimento da estrutura de
coordenação da Secretaria Distrital e
Provincial
PESOD apresentado em matrizes
por Localidades
Conselhos Consultivos Locais
estruturados em Comissões de
Trabalho de acordam com os
Serviços Distritais existentes
3.1 Articulação e coordenação com parceiros
Assessoria técnica distrital
3.5. Capacitação dos PA e L em Infra-
estruturas e Recursos Humanos
Os Governos Distritais assumem os
PA e L como unidades
administrativas que requerem infra-
estruturas e RH
- 4 -
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE INSTITUCIONAL
DOS GOVERNOS DISTRITAIS
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I. AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE INSTITUCIONAL DOS GOVERNOS DISTRITAIS
A avaliação realizou-se em duas etapas, a saber, o diagnóstico da capacidade institucional dos
Governos Distritais e confrontação dos procedimentos com nível provincial.
Na primeira etapa, fez-se o diagnóstico da capacidade institucional dos Governos Distritais de
Panda, Homoine, Funhalouro e Govuro, com o propósito de avaliar a capacidade actual desses
Governos Distritais para oferecem serviços públicos de qualidade e quantidade adequada aos
cidadãos. Para realizar esta avaliação, serviu-se de um guião de levantamento de informação
conducente ao conhecimento da situação real de cada serviço distrital. Igualmente baseou-se nas
constatações dos técnicos provinciais e percepções das pessoas entrevistadas a nível distrital.
O Governo Provincial optou pelo procedimento de auto-avaliação (a avaliação foi programada e
realizada por funcionários públicos) devido a experiência com consultorias externas, que
consomem recursos limitados sem trazer o devido resultado no melhoramento dos processos. A
abordagem duma avaliação interna traz a vantagem do reconhecimento e da responsabilização
dos actores participantes através da discussão interna dos resultados assim como das medidas a
ser tomadas.
A segunda etapa consistiu na realização do Conselho Técnico Provincial1 em Abril de 2009 na
Vila-Sede do Distrito de Jangamo, alargado aos técnicos de todas as Instituições Provinciais
(dois técnicos sendo um de planificação e orçamento e outro de administração e finanças) e
técnicos das instituições do Governo Distrital de Jangamo.
A sessão tinha como objectivo central, identificar mecanismos práticos tendentes a aumentar a
capacidade dos Governos Locais, para que no desempenho das suas funções legalmente
instituídas, consigam disponibilizar serviços públicos de qualidade e quantidade correspondentes
as prioridades dos cidadãos.
Em termos de procedimento, o exercício principal da sessão consistiu em visualizar as formas
como as principais “Funções de gestão pública distrital” são actualmente implementadas
(considerando os resultados da 1ª etapa – diagnóstico) e compara-las com o preceituado no
Decreto No 6/2006 de 12 de Abril (anexo 1) e demais instrumentos de orientação no campo da
descentralização e reforma do sector público.
Com esta comparação foram identificados os desafios em cada uma das “Funções de gestão
pública distrital” e posteriormente foram avançadas algumas medidas para a sua solução.
I.1. DEFINIÇÕES E ASSUMPÇÕES
Para efeitos deste trabalho apresenta-se os conceitos e definições que permitem delimitar o
âmbito da avaliação da capacidade institucional que doravante se apresenta.
Governo Distrital – é, no respectivo Distrito, o órgão local do Estado encarregado de realizar o
programa do Governo e o Plano Económico e Social, com poderes de decisão, execução e
1 O CTP foi estabelecido na Província de Inhambane seguindo a Resolução 3/2006 de 20 de Dezembro, Art. II como
órgão que ao nível da Província harmoniza propostas dos planos e orçamentos, relatórios de balanço assim que
coordena actividades de monitoria da execução dos planos.
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controlo das actividades previstas (Artigo 36 da Lei No 8/2003 de 19 de Maio) e, é constituído
por Secretaria Distrital (SD), Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas (SDPI), Serviço
Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT), Serviço Distrital de Saúde, Mulher e
Acção Social (SDSMAS), Serviço Distrital de Actividades Económicas (SDAE) e Gabinete do
Administrador Distrital (Artigo 1 do Decreto No 6/2006 de 12 de Abril).
“Funções de administração pública distrital” – Em geral as funções da administração pública
compreendem o estabelecimento de políticas, planificação, organização, liderança, controlo e
avaliação da aplicação dos recursos públicos com vista à satisfação das necessidades básicas da
sociedade. Assim, para o propósito deste trabalho, entende-se por funções da gestão pública
distrital, os seguintes:
“Organização do Sector”. A estrutura tipo da orgânica do Governo Distrital e seu estatuto
orgânico foram aprovados por decreto 06/2006 de 12 de Abril do Conselho de Ministros.
Neste exercício avaliou-se até que ponto a estrutura tipo e orgânica do Governo Distrital
está implementada;
Planificação e gestão do orçamento distrital. Refere-se à acção de prever com
envolvimento dos cidadãos, as actividades e projectos a serem realizados num certo ano
económico, aceder aos recursos financeiros necessários, utilizar e prestar contas de
acordo com as normas e procedimentos vigentes;
Gestão dos recursos humanos. Embora esta função seja teoricamente parte da função
anterior, para este trabalho optou-se por destacar e analisar em separado dada a sua
complexidade no sector público. Entende-se, então, à acção de procurar, seleccionar,
alocar, avaliar, capacitar, manter e desvincular os recursos humanos necessários para o
exercício das demais funções da administração pública;
Contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de
serviços ao Estado (Decreto 15/2010 de 24 de Maio – Conselho de Ministros2)
Esta função também é integrante da execução do plano mas devido à sua complexidade
optou-se por tratá-la em separado.
Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital
Trata-se de uma função transversal a todas as outras anteriormente apresentadas. No
contexto da desconcentração em curso verifica-se uma mudança nas funções e
competências dos órgãos locais do Estado, concretamente Província e Distritos. Os
Governos Distritais passam a ter responsabilidade e autoridade sobre certas as áreas nas
quais a função do nível provincial concentra-se na disponibilização de assistência técnica.
Por isso, a comunicação e coordenação vertical (entre a Província e Distrito e vice-versa)
e horizontal (dentro do Distrito ou da Província) é fundamental, daí ser tratada em
separado.
Capacidade Institucional – O termo “capacidade institucional” é frequentemente usado para
referir à capacidade administrativa e de gestão de um País, particularmente com respeito à
implementação de políticas socioeconómicas e envolve um conjunto vasto de aspectos como por
exemplo:
2 A referência anterior era o Decreto 54/2005
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A habilidade para planificar efectivamente as despesas públicas e oferecer serviços
públicos de maior qualidade e quantidade aos cidadãos tanto ao nível central como local;
A capacidade do Estado em combater a corrupção e fortalecer a governação, dentre outros.
Para o presente trabalho, assume-se capacidade institucional dos Governos Distritais como a
habilidade destes Governos para cumprir com as funções da administração pública acima
descritas.
Serviços públicos – Corresponde a toda actividade desempenhada directa ou indirectamente
pelo Estado, visando resolver necessidades essenciais do cidadão, da colectividade ou do próprio
Estado. Inclui serviços como abastecimento da água, saneamento do meio, electricidade, saúde,
educação, infra-estruturas de transporte, comunicação e habitação etc.
A boa qualidade e quantidade destes serviços estão geralmente associados aos princípios de
continuidade, generalidade, eficiência, razoabilidade do custo e cortesia.
Posto Administrativo – é a unidade territorial imediatamente inferior ao distrito, tendo em vista
garantir a aproximação efectiva dos serviços da administração local do Estado às populações e
assegurar maior participação dos cidadãos na realização dos interesses locais.
O Posto Administrativo é constituído por Localidade e Povoações, abrangendo também as áreas
das Autarquias locais compreendidas no respectivo território.
Localidade – é a unidade territorial base da organização da administração local do Estado e
constitui a circunscrição territorial de contacto permanente dos órgãos locais do Estado com as
comunidades locais e respectivas autoridades. Esta compreende povoações, aldeia e outros
aglomerados populacionais situados no seu território.
I.2. RESULTADOS DO DIAGNÓSTICO DA CAPACIDADE INSTITUCIONAL DOS
GOVERNOS DISTRITAIS DE PANDA, HOMOÍNE, FUNHALOURO E GOVURO
O diagnóstico pretendia buscar uma descrição e apreciação da forma como os “Funções de
gestão pública distrital” seleccionados são levados a cabo. Neste sentido e na tentativa de obter
maior cobertura possível das instituições públicas a nível dos Distritos, foram entrevistados
técnicos dos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE), Saúde, Mulher e Acção
Social (SDMAS), Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT) e Planeamento e Infra-estruturas
(SDPI). Foram igualmente entrevistados técnicos do Gabinete do Administrador e da Secretaria
Distrital. Em cada Sector foram entrevistadas no mínimo quatro pessoas
Importa observar que o levantamento não pretendia avaliar a capacidade do respondente em
descrever teoricamente como devem ser implementados as “Funções de gestão pública distrital”
seleccionadas mas, pretendia buscar com detalhe como na realidade tais funções são levadas a
cabo. O levantamento cobriu cinco áreas, nomeadamente (1) Organização do Sector; (2)
Planificação e gestão do orçamento; (3) Gestão dos Recursos Humanos; (4) Contratação de
empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços ao Estado e; (5)
Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas no nível distrital e
provincial.
No final do levantamento de Abril 2009 foram obtidos os resultados que seguem.
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I.2.1. Organização do Sector
a) Há sectores onde o estatuto orgânico existe e é conhecido e outros em que não existe
b) Nalguns casos o estatuto orgânico existe mas não é do domínio dos funcionários por não
ter havido divulgação;
c) As vagas/posições previstas na estrutura orgânica não estão preenchidas porque o quadro
do pessoal não está publicado no Boletim da República (BR);
d) Em geral os sectores criados pelo novo estatuto orgânico dos Governos Distritais não têm
técnicos e por isso não funcionam devidamente;
e) Em geral os lugares das Direcções Distritais anteriores (Agricultura, Educação e Saúde)
estão ocupados por técnicos qualificados;
f) Em geral os técnicos não são suficientes em termos numéricos para responder à dimensão
dos sectores;
g) Os Serviços Distritais não têm quadro do pessoal publicado no BR. Entretanto existe um
quadro de pessoal privativo comum do Distrito que também não está sendo
implementado porque com à excepção da Secretaria Distrital, os Serviços não gerem
orçamento para salários sendo gerido ainda pelas Direcções Provinciais;
h) Em consequência disto os Serviços Distritais não admitem funcionários podendo receber
os transferidos de outras instituições;
i) É frequente a acumulação de funções por alguns funcionários devido a falta de pessoal
qualificado para as funções acumuladas.
I.2.2. Planificação e gestão do orçamento
a) Os procedimentos para a elaboração dos planos sectoriais variam muito: Alguns sectores
elaboram seus planos com base nos planos estratégicos sectoriais e outros com base nos
PEDD com a consulta através dos Conselhos Locais;
b) Não há clareza sobre como são elaboradas as propostas do PES e OE nos Distrito;
c) Em geral cada sector utiliza matriz de planificação diferente dos outros mas a
globalização dos planos sectoriais toma lugar na Secretaria Distrital;
d) A planificação das actividades e do orçamento não decorrem ao mesmo tempo pese
embora sejam depois observados os limites orçamentais;
e) Em alguns casos os fundos são distribuídos no Gabinete do Administrador ou do Director
do Serviço Distrital;
f) Em alguns casos a Secretaria Distrital não está informada sobre o número de contas
bancárias existentes e nem da sua gestão;
g) Geralmente os assinantes das contas são o Administrador, Contabilista e Chefe da
Secretaria. Em outros casos o Secretário Permanente Distrital é assinante;
h) Para além destes há casos em que outros técnicos fazem parte do grupo de assinantes de
algumas contas;
i) As normas que devem ser observadas na abertura de contas bancárias e indicação dos
seus assinantes são recebidas da DPPF;
j) Todos os sectores têm pelo menos 3 (três) contas bancárias sob sua gestão;
k) Em muitos casos o Fundo Permanente do Serviço Distrital de Planeamento e Infra-
estruturas é gerido pela Secretaria Distrital;
l) Há casos em que os Serviços, através de um plano mensal, requisitam fundos à Secretaria
Distrital que mediante a aprovação do Administrador autoriza a despesa;
m) A autorização de qualquer despesa está condicionada à disponibilidade pois não existe
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em geral um plano de actividades e orçamento detalhado a ponto de ser um compromisso
entre os técnicos dentro de determinado Serviço Distrital;
n) Para facilitar a gestão operacional das contas bancárias, cada uma ou duas são
encarregadas a cada um dos técnicos do sector da administração e finanças;
o) Existem sectores como Escolas Secundárias e Escolas Técnicas que têm suas contas
tornando-se assim em unidades orçamentais independentes;
p) As receitas obtidas através dos atestados médicos e boletins de sanidade são depositadas
na Direcção da Área Fiscal e não têm retorno. Assim, estas receitas não são
directamente fontes de financiamento para os sectores que as arrecadam;
q) Há Secretarias Distritais que arrecadam as receitas, depositam na Direcção da Área
Fiscal e depois requisitam para a respectiva utilização e, há aquelas que arrecadam,
utilizam e comunicam a Direcção da Área Fiscal.
I.2.3. Gestão dos Recursos Humanos
a) A contratação dos professores é feito pela DPEC e o Distrito é responsável pelo plano da
sua afectação. A contratação dos técnicos básicos e elementares da área geral está a
cargo da Secretaria Distrital;
b) Na Saúde, o SDMAS é responsável pela contratação do pessoal local;
c) Não está clara a integração entre a Saúde e Mulher e Acção Social;
d) O funcionário da área da Mulher e Acção Social recebe salário na DPMAS.
I.2.4. Contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de
serviços ao Estado
a) Em quase todos os sectores foram constituídas Unidades Gestora e Executora das
Aquisições (UGEAs)
b) Em muitos casos não é feito procurement de acordo com o Decreto 15/2010 de 24 de
Maio. O que tem acontecido é a comparação de preços de fornecedores
c) Nos sectores onde não existem UGEAs são seleccionados técnicos de outros Serviços
Distritais para a realização do procurement, portanto, trata-se de constituição de uma
Comissão de Compras
d) Para o fornecimento de bens aplica-se a norma de três cotações
e) A elaboração dos cadernos de encargo é feita pelo SDPI com apoio da DPOPH
f) O pagamento aos empreiteiros é feito pela Secretaria Distrital mediante parecer favorável
do SDPI portanto, a gestão financeira das obras é feita pela Secretaria Distrital
enquanto a supervisão e fiscalização é pelo SDPI
g) Em alguns Distritos faz-se apenas a supervisão mas não a fiscalização
h) Os cadernos de encargo para empreitadas maiores como pontes e estradas estão na
responsabilidade da UGEA distrital e não do SDPI apenas
i) Em muitos casos não há comissão de recepção de bens adquiridos ou obras entregues
pelos empreiteiros
j) A DPOPH não faz a fiscalização das obras e, por isso, todas as obras devem prever
custos de fiscalização por agentes privados
k) A monitoria de desempenho dos programas tem sido feita pela DPA e DPS e DPEC
I.2.5. Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital
e provincial
a) No sector da Educação os chefes das Zonas de Influência Pedagógica (ZIPs) deslocam-se
quinzenalmente para a Sede Distrital para os encontros de coordenação;
b) No geral a comunicação entre as instituições é por via documental;
- 10 -
c) Alguns Serviços Distritais prestam contas ao Governo Distrital e enviam relatórios de
actividades para o conhecimento das Direcções Provinciais;
d) Algumas Direcções Provinciais têm assistido os Serviços Distritais na realização das
actividades do Sector;
e) Os contabilistas dos Serviços prestam contas à Secretaria Distrital. Esta faz os processos
de contas para a DPPF. É um processo longo, moroso e com muitas falhas.
f) Referiu-se em outros casos que não existe coordenação entre os Serviços Distritais porque
cada um deles coordena com a respectiva Direcção Provincial
g) Há dificuldades de coordenação com as Direcções Provinciais que não estavam
anteriormente representadas, por exemplo o SDAE não recebem assistência da Direcção
Provincial de Indústria e Comércio (DPIC) ou Direcção Provincial de Turismo ou das
Pescas.
I.3. RESULTADOS E ANÁLISE DAS FUNÇÕES DO GOVERNO DISTRITAL
I.3.1. Resultados/Constatações e propostas de soluções
Analisando as funções de cada Serviço Distrital incluindo o Gabinete do Administrador e a
Secretaria Distrital, e tendo como referência os resultados dos Diagnóstico realizado nos quatro
Distritos, elaborou-se o seguinte resumo de constatações e propostas de solução com base na
apreciação dos técnicos provinciais e os técnicos do Distrito de Jangamo.
CONSTATAÇÕES PROPOSTAS DE SOLUÇÃO
GABINETE DO ADMINISTRADOR
Organização e funcionamento
Na maioria não existe fisicamente criados
gabinetes de administrador
Persistem dificuldades na organização da
documentação e Arquivo
Ampliar os edifícios existentes para melhor
acomodar os Gabinetes dos Administradores no
âmbito da (Plano Estratégico Provincial 2011-2020)
Participação dos funcionários dos Gabinetes dos
Administradores na capacitação sobre Gestão
Documental através da Secretaria Provincial. Deve
haver verificação semestral pela Inspecção
Administrativa Provincial
Planificação e gestão do orçamento
Inexistência de fundo de funcionamento Dotação do Fundo de Funcionamento no âmbito da
descentralização financeira
Gestão de recursos humanos
- 11 -
Regista-se a falta de conhecimento da
orgânica do Sector. Os funcionários não
têm os seus Termos de Referência
O quadro do pessoal ainda não está
publicado no BR para permitir a sua
implementação
Persistem muitas falhas nos processos de
gestão dos recursos humanos (nomeações,
progressões etc.)
Elaboração do organigrama da instituição e dos
Termos de Referência dos seus funcionários
Definição dos próximos passos pela Secretaria
Provincial em relação a aprovação dos Quadros de
Pessoal dos Governos Distritais pelo Ministério da
Função Pública
Preparação de módulos de formação sobre a gestão
de Recursos Humanos pela Secretaria
Provincial/Departamento da Função Pública em
coordenação com a Inspecção Administrativa
Provincial
Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital e
provincial
A comunicação com informantes chave
(Secretaria Provincial) ainda constitui
maior dificuldade
Deficiente comunicação com usuários da
informação – Localidades, devido a
exiguidade de fundos;
Esclarecer os canais de comunicação com a
Secretaria Provincial e definir um regulamento
Distribuição de pastas de arquivos e vitrinas para as
Localidades. Distribuir igualmente telefones
celulares para as Localidades onde há cobertura da
rede de telefonia móvel e distribuir rádios de
comunicação para as Localidades não cobertos pela
rede
SECRETARIA DISTRITAL
Organização e funcionamento
Ainda não existe fisicamente a secretaria
distrital, continua aglutinada ao gabinete
do Administrador e Secretaria Comum
As Secretarias Distritais não possuem
sector de inspecção
Não existe em geral uma gestão eficiente
de bens e recursos do Estado
Construir novos edifícios para acomodarem as
Secretarias Distritais (Plano Estratégico Provincial
2010-2019)
Capacitação das Secretarias Distritais através das
Repartições de Finanças para assegurar a gestão
correcta dos bens e processos administrativos nos
Distritos
Instalação dos seguintes mecanismos em todas as
instituições públicas dos Governos Distritais:
Manutenção do sistema de inventário
(distribuição da Lei e Regulamento do
Património do Estado e Livros de Inventário
através da SP e controlo trimestral através das
Secretarias Distritais)
Manutenção de “livros de controlo” nas viaturas,
preenchimento de toda a quilometragem das
missões de serviço
- 12 -
Anotar a quilometragem de cada abastecimento
de combustível pelo motorista e verificação
mensal do consumo
Planificação e gestão do orçamento
Na há clareza sobre quem assina contas
bancárias de gestão da Secretaria Distrital;
Não há separação do orçamento da
Secretaria Distrital e do Gabinete do
Administrador;
Relocação de orçamento de actividades
planificadas [exemplo manutenção] depois
de definição de limites pela DPPF
A DPPF pode relocar um orçamento
aprovado, e assim aplicar uma
redistribuição através de SISTAFE via
DPPF, sem informar as instituições
visadas;
Elaboração e distribuição de regulamento da gestão
das contas dos Governos Distritais através da SP
[Departamento de Planificação e Apoio
Institucional em coordenação com o Departamento
da Contabilidade Pública da DPPF]
Elaboração e distribuição de regulamento da
distribuição dos orçamentos dos Governos Distritais
através da DPPF [Departamento de Plano e
Orçamento da DPPF em coordenação com o
Departamento de Planificação e Apoio Institucional
da SP no âmbito da preparação do PESOD 2011]
Definição e divulgação do mecanismo de
comunicação em casos de necessidade de corte de
orçamentos definidos pela DPPF [Departamento da
Contabilidade Pública, Departamento de
Planificação e Orçamento, Departamento de Apoio
ao SISTAFE]
Gestão de recursos humanos
Em alguns serviços existem funcionários
com salários pagos pelas Direcções
Provinciais
Iniciar a descentralização financeira na área dos
Recursos Humanos a partir de 2010
Contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de
serviços ao Estado
As UGEAs das Secretarias Distritais
funcionam com dificuldades
A composição das UGEAs nem sempre
obedece o estabelecido no Decreto
15/2010 de 24 de Maio
Participação de funcionários das Secretarias
Distritais em cursos de gestão de concursos em
coordenação com a Secretaria Provincial, DPOPH e
DPPF
Corrigir as deficiências na organização e
funcionamento das UGEAs
Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital e
provincial
- 13 -
A insuficiência de recursos (financeiros e
materiais) dificulta em geral a
comunicação entre Governo e os utentes
dos serviços públicos – Localidades e
Postos Administrativos;
Distribuição de pastas de arquivos e vitrinas para as
localidades através da SP e inclusão da previsão de
aquisição de viaturas para as Secretarias Distritais
no Plano Estratégico Provincial 2010-2019
SERVIÇO DISTRITAL DE SAÚDE, MULHER E ACÇÃO SOCIAL
Organização e funcionamento
Falta de acolhimento de idosos em muitas
Localidades;
Planificar o apoio aos idosos nos Distritos da
Província em coordenação com a DPMAS e INAS
através de um seminário antes do início do ciclo de
elaboração PESOD/PESOP 2010
Planificação e gestão do orçamento
Não existe cobertura orçamental para
efectivação de atribuições
Em muitos casos as metas de vacinação
não são cumpridas na totalidade devido a
insuficiência de viaturas;
Falta de fundo para cuidados da pessoa
portadora de deficiência
Definição da distribuição dos fundos de
investimento, bens e serviços e pessoal entre
DPMAS, DPS, INAS e NPCS e os Serviços
Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social no
âmbito da elaboração de PESOD/PESOP
Melhorar a coordenação da logística através os
Conselhos Técnicos Distritais (CTD)
Definição de responsabilidades e distribuição dos
fundos de investimento, bens e serviços e pessoal
entre DPMAS, INAS e os Serviços Distritais de
Saúde, Mulher e Acção Social no âmbito da
elaboração de PESOD/PESOP
Gestão de recursos humanos
Insuficiência de técnicos médios, médicos,
bem como pessoal administrativo
Publicação do Quadro do Pessoal dos Governos
Distritais no BR
Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital e
provincial
A coordenação entre a medicina
tradicional e convencional é fraca
É ainda fraca intervenção dos Serviços
Distritais na educação cívica das famílias
para promoção de valores morais, bem
como para combate aos males sociais
como violência doméstica, discriminação
de pessoas vivendo com HIVe SIDA,
discriminação dos idosos etc.
Formalizar a coordenação entre os Governos
Distritais, Organizações Não Governamentais
(ONGs) e as Comissões de Trabalho nos Conselhos
Consultivos sobre esta matéria
Formalizar a coordenação entre os Governos
Distritais, ONG e as Comissões de Trabalho nos
Conselhos Consultivos sobre esta matéria
- 14 -
Em alguns casos regista-se fraco afluxo de
mulheres grávidas às Unidades Sanitárias
e falta de higiene nas Unidades Sanitárias
(US)
Em muitos casos existe coordenação com
INAS, mas o mesmo não acontece com o
NPCS
Necessidade de capacitação de autoridades
comunitárias em matéria de direitos
humanos
Embora a ligação saúde – comunidade
seja feita através das autoridades
comunitárias, activistas e comités de
saúde, persistem ainda deficiências no seu
desempenho
Formalizar a coordenação entre os Governos
Distritais, ONG e as Comissões de Trabalho nos
Conselhos Consultivos sobre esta matéria
Definição da distribuição de responsabilidades e
dos fundos de investimento, bens e serviços e
pessoal entre DPMAS, DPS, INAS e NPCS e os
SDSMAS no âmbito da elaboração de
PESOD/PESOP
Formalizar a coordenação entre os Governos
Distritais, ONG e as Comissões de Trabalho nos
Conselhos Consultivos sobre esta matéria
Melhorar o desempenho das comissões através da
clarificação dos indicadores do funcionamento:
Eleição e documentação dos membros, Termos de
Referência definidos e conhecidos, actas de reunião
elaboradas e publicadas nas unidades de saúde
SERVIÇO DISTRITAL DE PLANEAMENTO E INFRA-ESTRUTURAS
Organização e funcionamento
Algumas funções legalmente atribuídas
(construção de valas de irrigação,
promoção de tracção animal) são
executadas na prática por outros serviços
por exemplo o SDAE e a electrificação
por sectores de nível provincial DPRME,
EDM, FUNAE
Definição da distribuição de responsabilidades e
dos fundos de investimento, bens e serviços e
pessoal entre DPOPH, DPRME, EDM, FUNAE no
âmbito da elaboração de PESOD/PESOP
Planificação e gestão do orçamento
Os recursos financeiros ainda são geridos
pela Secretaria Distrital
Não existe cobertura orçamental para a
realização das actividades
Acelerar a instalação dos SDPI através da
colaboração entre as Direcções Provinciais visadas
e os Governos Distritais
Definição da distribuição de responsabilidades e
dos fundos de investimento, bens e serviços e
pessoal entre DPOPH, DPRME, EDM, FUNAE no
âmbito da elaboração de PESOD/PESOP
Gestão de recursos humanos
Insuficiência de recursos humanos;
Publicação do Quadro de Pessoal dos Governos
Distritais
- 15 -
Contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de
serviços ao Estado
Persistem dificuldades na preparação de
Cadernos de Encargo para lançamento de
concursos de obras públicas
Nas obras com financiamento de FASE, a
DPOPH não tem acção, mas legalmente é
responsável por todas obras públicas a
nível da Província
Os Administradores assinam os contratos
das obras de FASE, mas os Governos
Distritais não tem mandatos na sua
implementação
Contratação de pessoal técnico especializado no
âmbito da descentralização da área de gestão de
infra-estruturas e procurement. Participação em
cursos de capacitação em coordenação com o
Departamento da Função Pública/SP, DPOPH
Definição da distribuição de responsabilidades e
dos fundos de investimento, bens e serviços e
pessoal em relação de construção de salas de aulas
via FASE/Construção entre DPOPH, DPEC e SDPI
no âmbito da elaboração de PESOD/PESOP 2010
Acelerar a descentralização do FASE para conferir
maior apropriação e responsabilização para os
Governos Distritais
Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital e
provincial
Falta de capacidade de disseminar
tecnologias alternativas de construção
civil
Não há regulamentação e licenciamento
dos transportadores locais
Muitas viaturas que circulam nos Distritos
são ilegais por isso não podem ser
licenciadas
Definir mecanismos de capacitação através da
DPOPH assim como aplicação no uso do orçamento
de 2,5 milhões para infra-estruturas públicas nos
Distritos
Coordenar as opções de regularizar os
transportadores não autorizados em coordenação
com a Direcção Provincial de Transportes e
Telecomunicações
Coordenar as opções de regularizar os
transportadores não autorizados em coordenação
com a Direcção Provincial de Transportes e
Telecomunicações
Há falta de clareza sobre comunicação
entre instituições sobretudo nas obras
públicas, por exemplo entre DPEC e
DPOPH em relação a escolas de FASE e
entre Governos Distritais e a Direcção
Provincial de Saúde em relação ao
FINDER
Solicitar a participação de todas as Direcções
Provinciais na harmonização do PESOD/PESOP
2010 onde podem melhor esclarecer-se questões de
infra-estruturas que tem financiamento para a
construção mas não tem para apetrechamento, como
o caso do financiamento via FINDER sem
apetrechamento pela Direcção Provincial de Saúde
SERVIÇO DISTRITAL DE EDUCAÇÃO, JUVENTUDE E TECNOLOGIA
Organização e funcionamento
Funcionamento dos conselhos de escola – Trocar esta experiência com as Comissões de
- 16 -
tem mandato de 3 anos, tem plano de
actividades, elabora actas de reuniões,
Trabalho dos Conselhos Locais a nível dos Distritos
Planificação e gestão do orçamento
Maior limitação na execução de acções
tem sido os recursos (financeiros,
humanos materiais)
Efectuar a ligação entre o orçamento disponível e as
actividades programadas
Contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de
serviços ao estado
Fundo de infra-estruturas FASE, e gerido
no nível da Direcção Provincial – Central,
o distrito apenas indica a localização de
escolas e em alguns casos o Administrador
assina o contrato
Encontrar formas de acelerar a descentralização do
Fundo FASE para os Distritos para aumentar a
apropriação e responsabilização aos Governos
Distritais
Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital e
provincial
Efectua – se supervisão pedagógica,
apesar de insuficiência de recursos
financeiros
Há comparticipação da comunidade na
construção de residências para professores
com base em material local;
Os encarregados de educação estão
sensíveis da necessidade de educação da
rapariga;
A promoção de cultura e uso de
instrumentos tradicionais, não está sendo
devidamente executada
Melhorar a qualidade das infra-estruturas de modo a
dignificar o professor
Desenvolver parcerias com organizações que
apoiam a área de cultura e incentivar as escolas a
incluírem assuntos de cultura nos currículos locais
SERVIÇO DISTRITAL DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS
Organização e funcionamento
O licenciamento e fiscalização da
actividade pesqueira são actividades
desenvolvidas inteiramente pela Direcção
Provincial das Pescas
Atribuições na área de indústria e
comércio, turismo, Pescas, ainda não são
efectuadas no distrito;
Continuar a coordenação entre a Direcção
Provincial das Pescas e os SDAE: esclarecer a
divisão de tarefas, recursos, capacidades, materiais
de trabalho, assistência técnica e capacitação. Este
exercício deve ser preparado antes da harmonização
PESOD/PESOP
- 17 -
O licenciamento na área de comércio e
indústria ainda é efectuado pela Secretaria
Distrital;
A Secretaria Provincial deverá em coordenação
com a DPPF, tomar as decisões sobre a orientação
das actividades pelos respectivos sectores a nível
distrital consoante a lei
O SDAE apenas prepara processos de uso
e aproveitamento de terra e, o
licenciamento de turismo ainda e
efectuado pela Direcção Provincial do
Turismo
Falta de espaço físico para acomodar todas
áreas do SDAE;
Não existe ligação entre todos os SDAE e
Direcção Provincial de Turismo
Ampliar os edifícios existentes (Plano Estratégico
Provincial 2010-2019)
Continuar a coordenação entre as Direcções
Provinciais e os SDAE: esclarecer a divisão de
tarefas, recursos, capacidades, materiais de
trabalho, assistência técnica e capacitação. Este
exercício deve ser preparado antes da harmonização
PESOD/PESOP
Planificação e gestão do orçamento
Insuficiência de recursos financeiros para
execução de actividades
Elaboração e distribuição de regulamento da
distribuição dos orçamentos dos Governos Distritais
através da DPPF
Gestão de recursos humanos
Falta de técnicos qualificados na
agricultura, turismo, indústria e comercio
e pescas,
Assegurar a coordenação entre a DPA, DPIC,
DPREME, DPPescas e Turismo e os SDAE para
assistência técnica especializada enquanto o Quadro
do Pessoal dos Distritos não estiver publicado no
BR
Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital e
provincial
Em geral as opções de disseminação de
conhecimentos Província - Distrito são
baixas;
Verifica-se fraca coordenação com
DPREME para fiscalizar a exploração de
recursos minerais
O SDAE não tem nenhuma informação
sobre as actividades da DP Turismo.
Normalmente os técnicos provinciais
trabalham na zona costeira sem o
conhecimento do SDAE senão no
momento de carimbar as Guias de
Marcha;
As Direcções Provinciais visadas deverão em
coordenação com a Secretaria Provincial transferir
os conhecimentos e experiências existentes para os
Distritos
Continuar a coordenação entre a DPREME e os
SDAE: esclarecer a divisão de tarefas, recursos,
capacidades, materiais de trabalho, assistência
técnica e capacitação. Este exercício deve ser
preparado antes da harmonização PESOD/PESOP
Continuar a coordenação entre a Direcção
Provincial do Turismo e os SDAE: esclarecer a
divisão de tarefas, recursos, capacidades, materiais
de trabalho, assistência técnica e capacitação. Este
exercício deve ser preparado antes da harmonização
PESOD/PESOP
- 18 -
I.3.2. Análise das implicações dos resultados ao nível do Posto Administrativo e Localidade
No ponto anterior (I.3.1) apresentou-se os resultados/constatações da situação interna dos
Governos Distritais, representando a imagem da capacidade institucional destes governos para
responder à demanda das populações. Porém, os desafios observados têm implicações no
funcionamento e coordenação dos níveis imediatamente inferiores ao distrito, nomeadamente,
Posto Administrativo e Localidade.
De forma a considerar estas implicações na formulação da estratégia, apresenta-se em seguida o
quadro resumo que analisa o impacto destas constatações para o funcionamento desejável dos
Postos administrativos e Localidades.
Constatações Implicações no PA e Localidade
Organização e funcionamento
1. Persistem dificuldades na organização da
documentação e Arquivo
2. Não existe em geral uma gestão eficiente de bens e
recursos do Estado
1. Falta de acolhimento de idosos em muitas
Localidades;
2. Funcionamento dos conselhos de escola – tem
mandato de 3 anos, tem plano de actividades,
elabora actas de reuniões,
3. O licenciamento na área de comércio e indústria
ainda é efectuado pela Secretaria Distrital;
A organização de arquivo, gestão de
bens a estes níveis territoriais é
influenciada pela ausência de
técnicos.
No que diz respeito ao licenciamento,
faz com que os comerciantes locais
não reconheçam de forma efectiva a
actuação dos Chefes, uma vez não
terem sido estes a concederem
licenças para o exercício da
actividade. Pese embora não ter sido
estes chefes a conceder a licença,
deveriam ter participado no processo e
sobretudo serem indicados ao
comerciante como autoridade local
competente para a fiscalização dessas
actividades.
Planificação e Gestão do orçamento
1. Inexistência de fundo de funcionamento
2. Em muitos casos as metas de vacinação não são
cumpridas na totalidade devido a insuficiência de
viaturas;
3. Falta de fundo para cuidados da pessoa portadora de
deficiência
Esta situação tem reflexos no
funcionamento normal das Secretarias
dos PAs e Localidade, visto que o
nível distrital não consegue adquirir
material de escritório suficiente com
vista a enviar àquelas secretarias.
O cumprimento das metas resulta em
parte do não conhecimento dos Chefes
dos PA´s e Localidades, do que
devem fazer em cumprimento dum
programa do governo, pois a sua
missão, seria de mobilizar os líderes
comunitários e outras entidades
influentes para influenciar as
populações a aderirem as campanhas
- 19 -
(vacinação, saneamento, etc).
Gestão de Recursos Humanos
1. Regista-se a falta de conhecimento da orgânica do
Sector.
2. Os funcionários não têm os seus Termos de
Referência
3. Persistem muitas falhas nos processos de gestão dos
recursos humanos (nomeações, progressões etc.) 4. Em alguns serviços existem funcionários com
salários pagos pelas Direcções Provinciais
5. Insuficiência de técnicos médios, médicos, bem
como pessoal administrativo
A falta do conhecimento da orgânica,
resulta na dificuldade de afectação de
técnicos para os níveis mais baixos,
aliados a falta de conhecimento das
reais atribuições dos mesmos para os
PAs e Localidades.
Esta situação remete aos Chefes dos
PAs e Localidades numa situação
ineficiente de exercer todas tarefas
sob responsabilidade do seu nível
territorial.
Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital e
provincial
1. A comunicação com informantes chave (Secretaria
Provincial) ainda constitui maior dificuldade
2. Deficiente comunicação com usuários da informação
– Localidades, devido a exiguidade de fundos;
3. É ainda fraca intervenção dos Serviços Distritais na
educação cívica das famílias para promoção de
valores morais, bem como para combate aos males
sociais como violência doméstica, discriminação de
pessoas vivendo com HIV/SIDA, discriminação dos
idosos etc.
4. Em alguns casos regista-se fraco afluxo de mulheres
grávidas às Unidades Sanitárias e falta de higiene
nas Unidades Sanitárias (US)
5. Necessidade de capacitação de autoridades
comunitárias em matéria de direitos humanos
6. Verifica-se fraca coordenação com DPREME para
fiscalizar a exploração de recursos minerais
7. Efectua – se supervisão pedagógica, apesar de
insuficiência de recursos financeiros
8. Há comparticipação da comunidade na construção de
residências para professores com base em material
local;
9. Os encarregados de educação estão sensíveis da
necessidade de educação da rapariga;
10. A promoção de cultura e uso de instrumentos
tradicionais, não está sendo devidamente executada
O fluxo da informação é um elemento
chave para o sucesso da governação
local e participativa. A questão da
comunicação e coordenação faz com
que muitas acções sejam realizadas a
“revelia” dos chefes, pois, estes sem
plano ao seu nível não sabem onde
vão. Portanto, se os níveis
imediatamente superiores não
estabelecerem uma comunicação
efectiva, coordenação articulada e
uma assistência técnica permanente,
reduz os esforços globais do governo
no combate a pobreza e os Chefes e as
populações em meros assistentes e
não executores finais das actividades
planificadas noutros níveis.
A questão da comunicação e
coordenação, remete igualmente a
uma exploração desenfreada dos
recursos naturais, visto que os Chefes
dos PAs e Localidades, não conhecem
o volume da exploração autorizada a
cada operador e das obrigações sociais
dos mesmos na área de exploração.
Faz com que a populações não tirem
ganhos dos recursos por si
conservados durante longos anos.
- 20 -
Contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de
serviços ao Estado
1. As UGEAs das Secretarias Distritais funcionam com
dificuldades
2. A composição das UGEAs nem sempre obedece o
estabelecido no Decreto 15/2010 de 24 de Maio
1. Persistem dificuldades na preparação de Cadernos
de Encargo para lançamento de concursos de obras
públicas
2. Nas obras com financiamento de FASE, a DPOPH
não tem acção, mas legalmente é responsável por
todas obras públicas a nível da Província
3. Os Administradores assinam os contratos das obras
de FASE, mas os Governos Distritais não tem
mandatos na sua implementação
A contratação de empresas para
realização de obras nos Postos
Administrativos e Localidades, são
feitos ao nível distrital e provincial,
sem a presença/conhecimento do
beneficiário (Chefes dos PA e
Localidades), o que faz com que estes
não conheçam a duração do projecto,
a magnitude da infra-estrutura, valor
envolvido e o responsável pela
realização do projecto. Assim, não são
capazes de monitorar, dar informação
precisa sobre o decurso da obra, muito
menos assegurar uma gestão efectiva
por sua parte e da população local.
I.4. APLICAÇÃO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE
INSTITUCIONAL DOS GOVERNOS DISTRITAIS
Os resultados da presente avaliação constituem uma base prática para a orientação das acções do
Governo Provincial. Neste sentido contribui para maior eficiência na disponibilização de
serviços públicos de qualidade e quantidade melhorada aos cidadãos.
Podem ser citados alguns exemplos de utilização dos resultados desta avaliação:
Fornecimento de insumos para a elaboração do Plano Estratégico Provincial
principalmente na componente de capital humano e formação;
Orientação de programas de capacitação do Governo Provincial para os Distritos, como
por exemplo parte do Programa Nacional de Planificação e Finanças Descentralizadas
na componente provincial;
Orientação das negociações entre o Governo Provincial e parceiros que estejam
interessados em apoiar a capacitação dos funcionários públicos assim como
melhoramento de prestação de serviços na administração pública no geral;
Consciencialização dos diversos actores governamentais e não-governamentais sobre os
desafios impostos pela descentralização no desempenho da administração pública a
nível distrital.
Para além das aplicações acima indicadas o processo da avaliação da capacidade institucional
trouxe outras vantagens para o melhor funcionamento do Governo, nomeadamente:
Esclarecimento dos desafios e papéis para os diferentes níveis de actores;
Melhoramento da comunicação entre as instituições do Estado ao nível provincial e
distrital;
O fortalecimento do papel dos Conselhos Técnicos Provincial e Distritais;
O fortalecimento dos Governos Distritais, do Posto Administrativo e da Localidade para
cumprir as suas tarefas na governação participativa.
- 21 -
ESTRATÉGIA DO FORTALECIMENTO
DA CAPACIDADE GOVERNATIVA DOS
DISTRITOS, POSTOS
ADMINISTRATIVOS E LOCALIDADES
- 22 -
II. ESTRATÉGIA
No diagnóstico para a avaliação da capacidade institucional dos Governos Distritais constatou-se
que não há clareza sobre como cada Distrito elabora o seu Plano Económico, Social e Orçamento
Distrital - PESOD. Nenhum Distrito inicia a elaboração do PESOD para o ano seguinte em
Janeiro ou Fevereiro sendo que todos aguardam pelas orientações do MPD. É menos provável
que os Distritos consigam elaborar um PESOD de boa qualidade com o pouco tempo oferecido
entre o envio das orientações metodológicos pelo MPD e o prazo estabelecido para a entrega das
propostas à DPPF.
Durante as visitas oficiais aos Distritos, o Governador da Província constatou que os Chefes dos
Postos Administrativos e das Localidades não dominam as medidas (actividades e orçamento)
que constituem o PESOD. Portanto, não estão em condições de explicar quais são as realizações
previstas e com que orçamento para os territórios nos quais são representantes do Estado.
Outra constatação refere-se a falta de domínio das relações de subordinação coordenação entre
os funcionários do Estado e o Chefes dos Postos Administrativos e Localidades. Ainda nas suas
visitas oficiais, o Governador da Província, observou-se que extensionistas afectos numa
Localidade, deslocam-se primeiro para a Sede do distrito, para proceder a assinatura do livro de
ponto, acto que poderia exercer no seu posto sob fiscalização do respectivo Chefe da Localidade.
Ainda na mesma área, observou-se também a falta de cumprimento e conhecimento da hierarquia
do Governo para efeitos de gestão de recursos humanos. Neste caso, os coordenadores das ZIP´s
referiram que em caso de necessitarem de autorização para deslocarem-se para fora da sua área
de trabalho, solicitam-na ao respectivo Director do Serviço Distrital ao invés do Chefe do Posto
Administrativo ou de Localidade.
O processo convencional de elaboração do PESOD inicia com a consulta e participação das
comunidades através dos Conselhos Consultivos Locais. Depois da aprovação da proposta do
PESOD pelo Conselho Consultivo e Governo Distrital, a proposta é submetida à DPPF para a
sua globalização com vista à elaboração do Plano Económico e Social e Orçamento Provincial -
PESOP. Após a aprovação do PESOP pelo Governo Provincial é, remetido à Assembleia
Provincial e depois aos Ministérios da Planificação e Desenvolvimento e das Finanças para
efeitos de globalização e submissão à Assembleia da República (AR). Uma vez o documento
aprovado pela AR, os limites orçamentais para cada Unidade Gestora e Beneficiária – UGB são
comunicados e são disponibilizados através do e-SISTAFE a todos os níveis.
As instituições do Governo Distrital dominam as normas e procedimentos dentro dos quais o
orçamento aprovado deverá ser executado. Portanto, em termos práticos os técnicos afectos aos
Serviços e Secretaria Distrital são capazes de interpretar as medidas previstas no PESOD. Porém,
esta situação não se estende até aos Postos Administrativos, Localidades e Comunidades. Nestes
níveis a informação não é difundida e as estruturas locais não dominam as medidas planificadas
e o respectivo orçamento que constituem o PESOD pese embora tenham participado activamente
na identificação das prioridades que doravante compõem o PESOD.
A interrupção no fluxo de informação sobre o PESOD do nível distrital e os de escalão inferior
pode ser ilustrado pelo esquema que segue (Fig.3). Nesta figura apresenta-se que o fluxo de
consulta e participação comunitária para a elaboração do PESOD começa do nível da
comunidade onde existem fóruns locais e outras organizações da sociedade civil, passando pela
Localidade, Posto Administrativo, Distrito, Província até ao nível central. Do nível central o
- 23 -
PES-OE é comunicado seguindo os mesmos níveis para a Província e o Distrito, representada
pela linha contínua. Na comunicação do nível distrital até as comunidades o conhecimento do
próprio PESOD reduz cada vez mais até o nível das comunidades, o que é representado pela
linha tracejada, de onde na elaboração do PESOD partiu com intensidade forte. No Posto
Administrativo, Localidade e nas comunidades não existe uma interpretação em termos de
actividades e orçamento planificado concretamente para o próprio Posto Administrativo e
Localidade.
Na prática a interrupção na comunicação a partir do nível distrital até à comunidade representa
um problema para a Administração Pública na medida em que remete o Distrito à posição de
centro de desenvolvimento ao invés de pólo de desenvolvimento como plasmado na visão de
desenvolvimento do Governo. Em consequência, esta situação reduz a apropriação dos dirigentes
e da população nos Postos Administrativos e Localidades sobre os projectos e acções contidos no
PESOD remetendo toda a responsabilidade ao Governo Distrital.
Figura. 3 – Ciclo de elaboração do PESOD demonstrando a interrupção do fluxo de informação entre o Distrito a os níveis imediatamente inferiores
LEGENDA PQG/PES-OE: Programa Quinquenal do Governo/Plano Económico e Social e Orçamento do Estado PQG/PESOP: Programa Quinquenal do Governo/Plano Económico e Social e Orçamento Provincial PQG/PESOD: Programa Quinquenal do Governo/Plano Económico e Social e Orçamento Distrital ODP: Observatório de Desenvolvimento Provincial CCPA: Conselho Consultivo do Posto Administrativo
Interrupção do fluxo de comunicação
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DO
PE
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CENTRAL - AR/PRESIDENTE DA REPÚBLICA
PROVINCIAL - GOVERNO/ASSEMBLEIA PROVINCIAL/ODP
DISTRITAL: GOVERNO DISTRITAL/CONSELHO CONSUL. DISTRITAL
POSTO ADMINISTRATIVO – SECRET. P. ADMINISTRATIVO/CCPA
LOCALIDADE – SECRET. DA LOCALIDADE/C. C. DA LOCALIDADE
COMUNIDADES - FÓRUNS LOCAIS/ORGANIZAÇÕES DA S. CIVIL
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PQG/PES-OE
PQG/PES-OE
PQG/PES-OP
PQG/PES-OD
PQG/PES-OD
PQG/PES-OD
- 24 -
Este, por sua vez realiza as tarefas que pelo princípio de subsidiariedade da descentralização
devem estar a cargo dos níveis imediatamente inferiores. Assim, sujeita-se à ineficiência devido
à sobrecarga de actividades e exiguidade de recursos. Este fenómeno é muitas vezes encontrado
na gestão do Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD). O Governo Distrital, devido a
sobrecarga com a monitoria dos projectos aprovados e sem recursos para tal, acaba por idealizar
uma possibilidade de prever dentro do FDD fundos para a monitoria o que é contrário aos
procedimentos de gestão deste orçamento.
Para além dos desafios no âmbito da elaboração, implementação e monitoria do PESOD, existe
uma fraqueza ao nível das Secretarias nos Postos Administrativos e Localidade, devido ausência
de técnicos qualificados capazes de apoiar os respectivos chefes a estes níveis territoriais,
associada a falta de infra-estruturas para o funcionamento das Secretarias.
Igualmente a fraqueza regista-se para as instituições de consulta, na medida em que não estão
estruturados em comissões de trabalho que possam vincular cada um dos membros a cada uma
área de desenvolvimento local (saúde, educação, agricultura, ambiente, etc.).
De uma forma esquemática a intervenção do Governo Provincial para fortalecer o papel do Posto
Administrativo e da Localidade pode ser representado conforme a figura (Figura 4) que se segue.
Fig.4-Esquema de intervenção para o fortalecimento do papel do Posto Administrativo e Localidade no
processo de elaboração, implementação do PESOD e das orientações definidas.
Problemas identificados pelo
Governo Provincial
Participação comunitária
deficiente na execução do
PESOD
Deficiente monitoria do
PESOD e centralismo a nível
do Distrito
Marginalização do Posto
Administrativo e da
Localidade do cenário político
e estratégico de
desenvolvimento do Distrito
Linhas de
Intervenção do
Governo Provincial
Aperfeiçoamento dos
instrumentos e
processo de
planificação e
monitoria
Aperfeiçoamento dos
instrumentos e
processo de
participação
comunitária
Capacitação dos
Postos
Administrativos e
Localidades e (Infra-
estruturas e
capacidades
técnicas)
Articulação e
coordenação com
parceiros Meta estratégica do
Governo Provincial
Posto
Administrativo e
Localidade
participam na
elaboração,
execução e
monitoria do
PESOD assim
como na
implementação
das orientações
definidas e em
outras actividades
que contribuem
para o
desenvolvimento
local
- 25 -
Em face disto, o Governador da Província orientou à DPPF no sentido de apresentar uma
estratégia de intervenção que o Governo Provincial pode utilizar para reverter o problema
identificado.
II.1. OBJECTIVO ESTRATÉGICO
A figura 3 apresenta esquematicamente como decorre a interrupção do fluxo de informação no
ciclo de elaboração e execução do PESOD. Esta interrupção significa que o Posto Administrativo
e a Localidade têm fraco acesso à informação sobre o PESOD aprovado e, desta forma não
desempenham eficientemente as tarefas que lhes são legalmente incumbidas.
O objectivo geral desta intervenção é fortalecer o papel do Distrito, Posto Administrativo e da
Localidade no processo de elaboração, implementação e monitoria do PESOD como
contribuição para a prestação de serviços públicos de qualidade e quantidade cada vez melhores
para os cidadãos nas zonas rurais e urbanas.
II.2. COMPONENTES ESTRATÉGICAS
Para concretizar o objectivo estratégico estabelecido, o Governo Provincial considerou a sua
intervenção em quatro linhas ou componentes estratégicas, nomeadamente:
A. Articulação e coordenação com parceiros para assessoria técnica distrital;
B. Fortalecimento da estrutura de coordenação da Secretaria Distrital e Provincial;
C. Fortalecimento da participação e consulta comunitária através da estruturação dos
Conselhos Consultivos do Posto Administrativo e Localidade em Comissões de Trabalho
segundo os Serviços Distritais;
D. Aperfeiçoamento do PESOD através de matrizes de planificação e monitoria por Posto
Administrativo e Localidade;
E. Capacitação dos Postos Administrativo e Localidade em Infra-estruturas e Recursos
Humano
- 26 -
IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA
DE FORTALECIMENTO DA
CAPACIDADE GOVERNATIVA DOS
DISTRITOS
- 27 -
III. IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA
Em seguida estão descritas as realizações que foram levadas a cabo a nível da Província para
implementar a estratégia acima referida através das suas componentes.
Componente A- Articulação e coordenação com parceiros e assessoria técnica distrital
Uma das implicações da descentralização e principalmente a desconcentração de competências,
funções e tarefas para os Distritos é o aumento da demanda em capacitação e assistência técnica.
As Direcções Provinciais podem assistir tecnicamente os Governos Distritais quer através do
Conselho Técnico Provincial (CTP) quer individualmente. Porém, para maior sucesso da
assistência técnica observou-se que seria necessário um mecanismo de assistência permanente
aos Governos Distritais para além daquela prestada pelo CTP a partir do nível provincial. A ideia
era de que deveria haver assistência técnica actuando no nível distrital de carácter operacional e
que estivesse ligada à aquela do nível provincial com carácter estratégico.
Nesta ordem de ideias, o Governo Provincial com apoio da Cooperação Alemã (GIZ) no quadro
do Programa de Descentralização, introduziu um esquema de assistência técnica aos Governos
Distritais. Este esquema estava baseado no princípio de que para cada grupo de três Distritos
teria um Oficial do Programa de Descentralização que prestaria apoio na organização e
funcionamento da Governo Distrital para responder aos desafios na área da descentralização.
Portanto, afectou-se:
Oficial do Programa para os Distritos de Zavala, Inharrime e Jangamo, baseado em
Zavala;
Oficial do Programa para os Distritos de Panda, Homoíne e Morrumbene baseado em
Panda;
Oficial do Programa para os Distritos de Massinga, Funhalouro e Vilankulo, baseado
em Massinga;
Oficial do Programa para os Distritos de Inhassoro, Mabote e Govuro, baseado em
Inhassoro;
As funções dos Oficiais do Programa eram:
Apoiar os Governos Distritais na implementação das medidas previstas no processo da
descentralização em curso no País;
Apoiar o processo da consolidação da organização e funcionamento dos Conselhos
Locais de acordo com a legislação e orientações oficiais aplicáveis para esta matéria;
Apoiar na revisão dos PEDD e elaboração dos PESOD nos Distritos de acordo com a
metodologia adoptada para o efeito;
Garantir a divulgação dos PEDD e dos PESOD ao nível das comunidades, sectores
distritais e provinciais e outras organizações para as quais seja relevante.
Capacitar funcionários dos Governos Locais em matéria de planificação estratégica e
operacional ;
- 28 -
Apoiar na realização dos balanços trimestrais dos Planos Económicos e Sociais e
Orçamento Distrital – PESOD com a participação das comunidades através dos
Conselhos Locais;
Apoiar na capacitação dos Governos Distritais para a gestão transparente e correcta das
medidas financeiras transferidas para eles tanto pela contribuição alemã como por
outras entidades incluindo o Orçamento Geral do Estado.
A estrutura de assistência técnica directa aos Distritos produziu resultados encorajadores. Quase
todos os Distritos da Província apresentam elevado nível de conhecimento sobre a gestão dos
processos de planificação e finanças descentralizadas.
Porém, com o início do Programa Nacional de Planificação e Finanças Descentralizadas –
PNPFD, decidiu-se substituir a assistência técnica distrital por uma assessoria temática a nível
provincial. Referir que com o PNPFD os Governos Distritais vão contratar técnicos para reforçar
o seu quadro. Assim, o Governo Provincial pretende maximizar o esforço no sentido de
aproveitar os recursos que serão disponibilizados através deste Programa para fortalecer o papel
da Localidade e do Posto Administrativo.
Componente B- Fortalecimento da estrutura de coordenação da Secretaria Distrital e
Provincial
Para fortalecer a capacidade de coordenação dos Secretários Permanentes Provincial e Distrital,
constituiu-se os Conselhos Técnicos Provincial e Distritais respectivamente.
CONSELHO TÉCNICO PROVINCIAL
Havendo necessidade de reforçar a capacidade de coordenação e consulta do Secretário
Permanente Provincial no exercício das funções, assim como de consolidar a estrutura da própria
Secretaria Provincial, constituiu-se o Conselho Técnico Provincial (CTP).
Importa referir que a preocupação com a coordenação intersectorial na Província de Inhambane
data a algum tempo atrás. A partir de 2001 constituiu-se para o efeito, um colectivo de
coordenação intersectorial denominado Comité Provincial de Desenvolvimento Rural (CPDR)
operacionalizado através do Secretariado Técnico de Desenvolvimento Rural (STDR). Estes
colectivos tinham equivalência com as Equipas Provinciais de Apoio à Planificação (EPAP) ora
existentes nas outras Províncias.
O CTP está em vantagem quando comparado com os colectivos acima indicados na medida em
que surge como uma demanda legal e está orientado para assistir a figura de Secretário
Permanente Provincial que também tem a função de coordenação a nível do Governo Provincial.
Portanto, há muita clareza em relação a constituição e funcionamento do CTP diferentemente dos
anteriores colectivos que dependiam da situação de cada Província assim como de projectos que
prestavam apoio na área de planificação descentralizada.
- 29 -
Funções
O Conselho Técnico Provincial é, de acordo com a Resolução No 3/2006 de 20 de Dezembro no
Artigo 11, um colectivo de consulta do Secretário Permanente Provincial e tem as seguintes
funções:
a) Harmonizar as propostas dos planos e orçamentos a serem submetidos ao Governo
Provincial;
b) Harmonizar as propostas dos relatórios de balanços periódicos e do PES;
c) Coordenar a elaboração e monitorar a execução dos planos Estratégicos de
Desenvolvimento da Província e dos Distritos.
Em termos específicos, o Conselho Técnico Provincial funcionará na:
Faciltação dos processos de planificação participativa estratégica e operacional;
Implementação de mecanismos de promoção da participação comunitária e da sociedade
civil no desenvolvimento sócio-económico da Província;
Facilitação do processo de criação e desenvolvimento de capacidades técnicas nos
Distritos para a gestão do processo de desenvolvimento local a luz da descentralização
em curso no País;
Facilitação da coordenação entre os sectores de tutela para a introdução de tecnologias
inovativas apoiando o desenvolvimento rural sustentável com a valorização das
iniciativas locais;
Facilitação da coordenação entre o Governo e Parceiros nas diferentes áreas de
desenvolvimento
Estrutura
O Conselho Técnico Provincial é constituído por:
a) Secretário Permanente Provincial
b) Directores Provinciais designados pelo Governador da Província
c) Responsáveis dos Sectores de Planificação das Direcções Provinciais
d) Outros quadros e técnicos sempre que se julgue conveniente (No 2 do Artigo 11 da
Resolução No 3/2006 de 20 de Dezembro, Autoridade Nacional da Função Pública)
No
Membro do CTP Função
1 Secretário Permanente Provincial Coordenador
2 Director Provincial do Plano e Finanças Membro
3 Director Provincial das Obras Públicas e Habitação Membro
4 Director Provincial da Saúde Membro
5 Director Provincial da Agricultura Membro
6 Director Provincial da Educação e Cultura Membro
7 Chefe de Departamento de Administração Territorial
Autárquica da SP
Membro
8 Chefe de Departamento de Planificação e Orçamento da
DPPF
Membro
- 30 -
9 Chefe de Departamento de Promoção do Desenvolvimento
Rural na DPPF
10 Chefe de Departamento de Planificação e Estatística da
DPOPH
Membro
11 Chefe de Departamento de Economia da DPA Membro
12 Chefe de Departamento de Planificação da DPEC Membro
13 Outros Técnicos relevantes
Funcionamento
Para efeitos de funcionamento, assume-se o Conselho Técnico Provincial de Inhambane como
tendo duas partes na sua estrutura: uma corresponde à estrutura do Conselho Técnico Provincial
e a outra, com carácter operacional, corresponde ao Grupo Técnico, constituído, pelos chefes dos
Sectores Planificação dos Sectores que integram o Conselho Técnico Provincial e os Chefes dos
Departamentos de Promoção do Desenvolvimento Rural e da Administração Territorial e
Autárquica na Direcção Provincial do Plano e Finanças e Secretaria Provincial respectivamente,
assim como de outros técnicos conforme a necessidade. Este grupo será responsável em preparar
as condições necessárias como discussão prévia dos assuntos, elaboração de propostas técnicas e
propostas de soluções, de modo a que as sessões do Conselho Técnico Provincial decorram com
a devida eficiência.
O Conselho Técnico Provincial é convocado e dirigido pelo Secretário Permanente Provincial,
coadjuvado pelo Director Provincial do Plano e Finanças. Reúne-se ordinariamente de três em
três meses e extraordinariamente sempre que conveniente (No 2 e 3 do Artigo 11 da Resolução
No 3/2006 de 20 de Dezembro, Autoridade Nacional da Função Pública). Havendo necessidade,
as sessões extraordinárias do Conselho Técnico Provincial podem ser convocadas sob proposta
dos Directores Provinciais que dele fazem parte bastando que seja feita uma comunicação com a
devida antecedência incluindo a proposta de agenda. As sessões ordinárias do Conselho Técnico
Provincial realizam-se na última semana do último mês do trimestre.
O Grupo Técnico é convocado e dirigido pelo Chefe do Departamento da Administração
Territorial e Autárquica da Secretaria Provincial, coadjuvado pelo Chefe do Departamento de
Planificação e Orçamento da Direcção Provincial do Plano e Finanças. As suas sessões realizam-
se ordinariamente uma vez em cada mês e extraordinariamente sempre que for necessário.
A última sessão do Grupo Técnico de cada trimestre deverá acontecer cinco dias úteis antes da
sessão ordinária do Conselho Técnico Provincial e terá dentre vários pontos de agenda, a
elaboração da proposta de agenda para a referida sessão do Conselho Técnico Provincial.
As sínteses elaboradas nas sessões do Grupo Técnico deverão sempre serem encaminhadas ao
Secretário Permanente Provincial, dois dias úteis depois da realização da sessão, através do
Departamento da Administração Territorial e Autárquica, para os devidos efeitos que incluem
também o envio para todos os membros do Conselho Técnico Provincial.
- 31 -
CONSELHO TÉCNICO DISTRITAL
Funções
O Conselho Técnico Distrital é, de acordo com a Resolução No 4/2006, de 20 de Dezembro,
Artigo 9, um colectivo de consulta do Secretário Permanente Distrital e tem as seguintes
funções:
a) Harmonizar as propostas dos planos e orçamentos a serem submetidos ao Governo
Distrital;
b) Harmonizar as propostas dos relatórios de balanços periódicos e do PES;
c) Coordenar a elaboração e monitorar a execução dos planos Estratégicos de
Desenvolvimento do Distrito;
Em termos específicos, o Conselho Técnico Distrital irá:
Facilitar os processos de planificação participativa estratégica e operacional;
Implementação de mecanismos de promoção da participação comunitária e da sociedade
civil no desenvolvimento socioeconómico do Distrito;
Facilitar o processo de criação e desenvolvimento de capacidades técnicas nos Distritos
para a gestão do processo de desenvolvimento local a luz do processo da descentralização
em curso no País;
Facilitar a coordenação entre os sectores de tutela para a introdução de tecnologias
inovativas para o desenvolvimento rural sustentável com a valorização das iniciativas
locais;
Facilitar a coordenação entre o Governo e Parceiros nas diferentes áreas de
desenvolvimento;
Apoiar os Conselhos locais na elaboração de actas, relatórios e demais documentação.
O Conselho Técnico Distrital é aprovado pelo Governo Distrital sob a proposta do Secretário
Permanente Distrital, através de um despacho exarado pelo Administrador do Distrito.
Estrutura
O Conselho Técnico Distrital é constituído por:
a) Secretário Permanente Distrital
b) Directores dos Serviços Distritais designados pelo Administrador do Distrito;
c) Chefe de Repartição de Planificação e Desenvolvimento Local da Secretaria Distrital;
d) Chefe da Repartição de Finanças da Secretaria Distrital;
e) Responsáveis dos Sectores de Planificação dos Serviços Distritais
f) Outros quadros e técnicos sempre que se julgue conveniente
A nível da Província de Inhambane o Conselho Técnico Distrital é constituído por 11 membros
nomeadamente:
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No
Membro do CTD Função
1 Secretário Permanente Distrital Coordenador
2 Director dos Serviços Distritais de Actividades Económicas
(SDAE)
Membro
3 Director dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e
Tecnologia (SDEJT)
Membro
4 Director dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção
Social (SDMAS)
Membro
5 Director dos Serviços Distritais de Planeamento e Infra-
estruturas (SDPI)
Membro
6 Chefe de Repartição de Planificação e Desenvolvimento
Local da Secretaria Distrital
Membro
7 Chefe da Repartição de Finanças da Secretaria Distrital Membro
8 Responsável do Sector de Planificação do SDPI Membro
9 Responsável do Sector de Planificação do SDAE Membro
10 Responsável do Sector de Planificação do SDEJT Membro
11 Responsável do Sector de Planificação do SDSMAS Membro
FUNCIONAMENTO
Para efeitos de funcionamento, assume-se o Conselho Técnico Distrital como tendo duas partes
na sua estrutura: uma corresponde à estrutura do Conselho Técnico Distrital e a outra, com
carácter operacional, corresponde ao Grupo Técnico, constituído, pelo Chefe de Repartição de
Planificação e Desenvolvimento Local da Secretaria Distrital, Chefe da Repartição de Finanças
da Secretaria Distrital, pelos responsáveis dos Sectores de Planificação de todos os Serviços
Distritais, assim como de outros técnicos conforme a necessidade.
Este grupo será responsável em preparar as condições necessárias como discussão prévia dos
assuntos, elaboração de propostas técnicas e propostas de soluções, de modo a que as sessões do
Conselho Técnico Distrital decorram com a devida eficiência.
O Conselho Técnico Distrital é convocado e dirigido pelo Secretário Permanente Distrital,
coadjuvado pelo Director dos Serviços Distritais de Actividades Económicas. Reúne-se
ordinariamente de três em três meses e extraordinariamente sempre que conveniente (No 2 e 3 do
Artigo 9 da Resolução No 4/2006, de 20 de Dezembro, Autoridade Nacional da Função Pública).
As sessões ordinárias do Conselho Técnico Distrital realizam-se na penúltima semana do último
mês do trimestre.
O Grupo Técnico é convocado e dirigido pelo Chefe da Repartição de Planificação e
Desenvolvimento Local da Secretaria Distrital. As suas sessões realizam-se ordinariamente uma
vez em cada mês e extraordinariamente sempre que for necessário.
A agenda de cada sessão será elaborada sob orientação do responsável do Grupo Técnico
incluindo a consulta aos demais membros. A última sessão do Grupo Técnico de cada trimestre
deverá acontecer 5 dias úteis antes da sessão ordinária do Conselho Técnico Distrital e terá
dentre vários pontos de agenda, a elaboração da proposta de agenda para a referida sessão do
Conselho Técnico Distrital.
- 33 -
As sínteses elaboradas nas sessões do Grupo Técnico deverão sempre serem encaminhadas ao
Secretário Permanente Distrital, 2 dias úteis depois da realização da sessão, através do Chefe da
Repartição de Planificação e Desenvolvimento Local da Secretaria Distrital, para os devidos
efeitos que incluem também o envio para todos os membros do Conselho Técnico Distrital.
Proposta da criação de Conselho Técnico do Posto Administrativo e de Localidade
CONSELHO TÉCNICO DO POSTO ADMINISTRATIVO
Havendo necessidade de reforçar a capacidade de coordenação do Chefe do Posto
Administrativo na implementação dos planos locais, orientações e decisões a níveis
imediatamente superiores, a presente estratégia preconiza a constituição do Conselho Técnico do
Posto Administrativo.
Funções
O Conselho Técnico do Posto Administrativo tem as seguintes funções:
a) Harmonizar as propostas dos planos das Localidades a serem submetidos ao Governo
Distrital;
b) Harmonizar as propostas dos relatórios de balanços periódicos;
c) Coordenar a contribuição do Posto Administrativo na elaboração, execução e monitorar
do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Distrito, Plano Económico e Social;
Em termos específicos, o Conselho Técnico do Posto Administrativo irá:
a) Facilitar os processos de planificação participativa estratégica e operacional;
b) Apoiar a promoção da participação comunitária e da sociedade civil no
desenvolvimento sócio-económico;
c) Facilitar a coordenação entre os sectores de tutela para a introdução de tecnologias
inovativas para o desenvolvimento rural sustentável com a valorização das iniciativas
locais;
d) Facilitar a coordenação entre a Secretaria do Posto Administrativo e Parceiros nas
diferentes áreas de desenvolvimento;
e) Apoiar os Conselhos Consultivos de Posto Administrativo e de Localidade na
elaboração de actas, relatórios e demais documentação.
O Conselho Técnico do Posto Administrativo é aprovado pelo Administrador Distrital sob a
proposta do Chefe do Posto Administrativo, ouvido o Secretário Permanente Distrital.
- 34 -
Estrutura
O Conselho Técnico do Posto Administrativo é constituído por 5 elementos:
a) Chefe do Posto Administrativo
b) Responsável do Sector de Actividades Económicas
c) Responsável do Sector da Saúde, Mulher e Acção Social
d) Responsável do Sector de Educação Juventude e Tecnologia
e) Responsável do Sector de Planeamento e Infra-estruturas
FUNCIONAMENTO
O Conselho Técnico do Posto Administrativo é convocado e dirigido pelo Chefe do Posto
Administrativo, coadjuvado pelo Responsável do Sector de Actividades Económicas. Reúne-se
ordinariamente de três em três meses e extraordinariamente sempre que necessário.
A agenda de cada sessão será elaborada com o apoio do Chefe da Secretaria do Posto
Administrativo incluindo a consulta aos demais membros.
As sínteses elaboradas nas sessões do Conselho Técnico do Posto Administrativo deverão
sempre serem encaminhadas ao Secretário Permanente Distrital, 5 dias úteis depois da realização
da sessão.
CONSELHO TÉCNICO DA LOCALIDADE
Havendo necessidade de reforçar a capacidade de coordenação do Chefe da Localidade na
implementação dos planos locais, orientações e decisões a níveis imediatamente superiores, a
presente estratégia preconiza a constituição do Conselho Técnico da Localidade.
Funções
O Conselho Técnico da Localidade tem as seguintes funções:
d) Harmonizar as propostas dos planos dos Povoado a serem submetidos a Secretaria do
Posto Administrativo;
e) Harmonizar as propostas dos relatórios de balanços periódicos;
f) Coordenar a contribuição da Localidade na elaboração, execução e monitorar do Plano
Estratégico de Desenvolvimento do Distrito, Plano Económico e Social;
Em termos específicos, o Conselho Técnico da Localidade irá:
f) Facilitar os processos de planificação participativa estratégica e operacional;
g) Apoiar a promoção da participação comunitária e da sociedade civil no
desenvolvimento socioeconómico;
h) Facilitar a coordenação entre os sectores de tutela para a introdução de tecnologias
inovativas para o desenvolvimento rural sustentável com a valorização das iniciativas
locais;
- 35 -
i) Facilitar a coordenação entre a Secretaria da Localidade e Parceiros nas diferentes
áreas de desenvolvimento;
j) Apoiar os Conselhos Consultivos da Localidade e Povoação na elaboração de actas,
relatórios e demais documentação;
k) Apoiar a realização da monitoria participativa do PESOD na Localidade
O Conselho Técnico da Localidade é aprovado pelo Administrador Distrital sob a proposta do
Chefe da Localidade, ouvido Chefe do Posto Administrativo e Secretário Permanente Distrital.
Estrutura
O Conselho Técnico da Localidade por 5 elementos:
f) Chefe da Localidade
g) Responsável do Sector de Actividades Económicas
h) Responsável do Sector da Saúde, Mulher e Acção Social
i) Responsável do Sector de Educação Juventude e Tecnologia
j) Responsável do Sector de Planeamento e Infra-estruturas
FUNCIONAMENTO
O Conselho Técnico da Localidade é convocado e dirigido pelo Chefe da Localidade,
coadjuvado pelo Responsável do Sector de Actividades Económicas. Reúne-se ordinariamente
de três em três meses e extraordinariamente sempre que necessário.
A agenda de cada sessão será elaborada com o apoio do Chefe da Secretaria da Localidade
incluindo a consulta aos demais membros.
As sínteses elaboradas nas sessões do Conselho Técnico da Localidade deverão sempre serem
encaminhadas ao Secretário Permanente Distrital, 5 dias úteis depois da realização da sessão.
Componente C- Fortalecimento da participação e consulta comunitária através da
estruturação dos Conselhos Consultivos do Posto Administrativo e Localidade em Comissões
de Trabalho segundo os Serviços Distritais
Os Conselhos Consultivos Locais foram constituídos em todos os Distritos da Província de
Inhambane. Porém, observou-se que o seu funcionamento não era completamente satisfatório. A
questão é que não havia uma ligação clara entre os Conselhos Locais e o Governo Distrital e isto
dificultava a comunicação e coordenação para a identificação de soluções para os problemas de
desenvolvimento local. Havia também a questão de organização e distribuição de
responsabilidades dentro dos Conselhos Locais na medida em que todos os membros estavam na
situação de velar por todos os temas.
- 36 -
Perante estas constatações, a Secretaria Provincial tomou a decisão de apoiar os Governos
Distritais na constituição das Comissões de Trabalho dos Conselhos Consultivos Locais,
constituídas conforme os Serviços Distritais: Actividades Económicas; Saúde, Mulher e Acção
Social; Educação, Juventude, Ciência e Tecnologias; Planeamento e Infra-estruturas e;
Governação e Segurança Pública para facilitar assim a articulação.
A nível dos Conselhos Locais da Localidade cada uma das cinco Comissões de Trabalho terá
no máximo quatro membros de um total de 20 membros no máximo conforme estabelecido por
lei.
A nível dos Conselhos Locais dos Postos Administrativos cada uma das cinco Comissões de
Trabalho terá no máximo 8 membros de um total de 40 que constituem o máximo estabelecido
por lei. Cada Comissão de Trabalho deverá ter pelo menos um representante de cada Localidade.
Nos Conselhos Locais dos Distritos cada uma das cinco comissões de trabalho terá 10 membros
de um total de 50 que constituem o máximo estabelecido por lei. Cada Comissão de Trabalho
deverá ter pelo menos um representante de cada Localidade.
O funcionamento das Comissões de Trabalho é basicamente o mesmo dos respectivos Conselhos
Locais, isto é, não deverão acontecer sessões das Comissões de Trabalho separadas daquelas dos
Conselhos Locais de que são parte integrante. As comissões de Trabalho são na prática grupos
temáticos com a função de facilitar e estruturar as discussões dentro dos Conselhos Locais. As
Comissões de Trabalho não tomam decisões, porém apresentam para apreciação da plenária do
Conselho Local o resultado das discussões sobre determinado assunto.
O decurso das sessões dos Conselhos Locais deverá seguir uma sequência na qual o primeiro
momento será de abertura e aspectos gerais e comuns com base na acta da última sessão,
seguindo-se a discussão em comissões de trabalho dos assuntos eleitos na agenda da sessão. Por
último cada comissão de trabalho apresentará à plenária o resultado das discussões para a tomada
de decisão conforme o regulamento de funcionamento.
Figura 5. Sessão da constituição das comissões de trabalho nos Conselhos Locais
- 37 -
Comissão de Actividades Económicas
Coordenar as acções com o chefe de Serviço Distrital de Actividades Económicas
Acompanhar a implementação de projectos no âmbito de Orçamento de Investimento de
Iniciativa Local e outros
Envolver-se com agentes económicos no sector de turismo, pescas, bancos rurais,
transportes, mercados, recursos minerais, comércio dentre outros
Sensibilizar a comunidade no controle das queimadas, uso e fiscalização dos recursos
florestais e faunísticos,
Sensibilizar a comunidade na produção de culturas alimentares e de rendimento
Apoiar na gestão dos tanques carracicidas
Facilitar a resolução dos conflitos de terra e acesso aos recursos naturais
Comissão de Planeamento e Infra-estruturas
Coordenar as acções com o chefe de Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas
Acompanhar o grau de execução das obras públicas e denunciar irregularidades
Contribuir na identificação das possibilidades e formas de participação comunitária na
execução e monitoria das obras públicas
Sensibilizar as comunidades na manutenção das valas e estradas vicinais
Sensibilizar a comunidade na gestão das fontes de abastecimento de água através dos
comités de água
Apoiar na colocação de sinais das vias e povoados
Apoiar na demarcação dos povoados e regulados
Participar nos concursos de obras como membros das Unidades Gestoras e Executoras
das Aquisições, manutenção e operação de obras públicas
Comissão de Saúde Mulher e Acção Social
Coordenar as acções com os chefes de Serviços de Saúde Mulher e Acção Social e
Núcleo Distrital de Combate ao SIDA
Acompanhar e mobilizar a comunidade a participar nos trabalhos reservados a
comunidade nomeadamente apoiar nos cuidados de doentes de forma geral em
especial de HIV/SIDA
Apoiar na identificação de grupos vulneráveis
Apoiar na identificação de crianças órfãs, idosos, mulheres em situação difícil, mãe
chefe de família
Sensibilizar as comunidades na mudança de atitude em relação a prevenção de
HIV/SIDA e outras doenças, direitos da criança, pessoas portadores de deficiência,
do idoso e mulheres e outros
Apoiar nas acções de prevenção da violência doméstica e de abuso de menores
Sensibilizar a juventude para o dever patriótico no do exercício da cidadania
Apoiar na distribuição e uso de redes mosquiteiras, prevenção da cólera e HIV/SIDA
- 38 -
Comissão de Educação, Juventude, Ciência e Tecnologia
Coordenar as acções com os chefes de serviços de Educação, Juventude, Ciência e
Tecnologia
Acompanhar e mobilizar a comunidade a participar nos trabalhos reservados a
comunidade como efectuar limpeza, manutenção de escolas
Sensibilizar a comunidade para trabalhos voluntários
Sensibilizar a comunidade para a alfabetização e educação de adultos
Sensibilizar a juventude para o dever patriótico no do exercício da cidadania
Encorajar a promoção desportiva e cultural e o ingresso da rapariga na escola
Incentivar a inclusão nos currículos locais de temas sobre Governação participativa e
direitos humanos
Comissão de Governação e Segurança Pública
Coordenar as acções com o Secretário Permanente Distrital
Velar sobre os assuntos de administração local do Estado como sejam articulação entre
os representantes do Estado e líderes comunitários com a população, corrupção, ética
e desempenho geral da função pública no nível local.
Coordenar com as instituições da Justiça, Legalidade e Ordem Pública
Apoiar as acções de policiamento comunitário para melhorar a segurança de pessoas e
bens
Apoiar o funcionamento dos Tribunais Comunitários incluindo a participação da mulher
Sensibilizar a comunidade para desencorajar o fabrico caseiro de armas de fogo
Sensibilizar a comunidade para denunciar a posse ilegal de armas de fogo
Apoiar na divulgação dos actos de registo civil
Desencorajar o abuso de direitos da criança e violência doméstica
Secretariado do Conselho Local do Distrito
Para além das comissões apresentadas, o Conselho Local do Distrito funcionará com apoio de
um Secretariado cujas tarefas são dentre outras as seguintes:
Constituído por representantes da Secretaria Distrital e membros do Conselho Local do
Distrito
Redacção de todos documentos inerentes ao funcionamento do órgão (actas, relatórios,
planos)
Arquivar todos os documentos inerentes ao funcionamento dos Conselhos Locais
Preparar os convites e enviar aos membros.
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Componente D- Aperfeiçoamento do PESOD através de matrizes de planificação e monitoria
por Posto Administrativo e Localidade
O PESOD convencional apresenta actividades, orçamento e indicadores agregados para o
Distrito. Estes elementos não estão desagregados para os níveis do Posto Administrativo e
Localidade. Esta situação leva ao enfraquecimento do papel destes níveis administrativos na
execução e monitoria do PESOD. Afecta também a qualidade de participação dos cidadãos visto
que não podem saber quais as actividades previstas no PESOD especificamente para as suas
Localidades.
Assim, em cumprimento à estratégia de fortalecimento da capacidade governativa dos Distritos,
a DDPF apoiou os Governos Distritais na elaboração do PESOD-2010 com matrizes por
Localidades. O exercício tinha como objectivos:
Consciencializar os membros dos Governos Distritais, Chefes dos Postos
Administrativos e das Localidades sobre a necessidade de maior descentralização,
divisão de tarefas e responsabilidades;
Desenvolver um procedimento simples e consensual para o desfasamento do “PESOD
por Localidade”;
Apoiar os Conselhos Técnicos Distritais na elaboração das matrizes do PESOD por
Localidade;
Capacitar os Chefes dos Postos Administrativos e das Localidades sobre o conteúdo das
matrizes, seu papel na governação local e formas de articulação com as demais
instituições do Estado a nível do Distrito e;
Ampliar as possibilidades de aproximação da Administração Pública ao cidadão através
do diálogo entre os Chefes dos Postos Administrativos e das Localidades com a
população através dos seus representantes nos Conselhos Consultivos ou através de
outros fóruns de discussão
Os passos para a elaboração das matrizes do PESOD por Localidades são:
i. Explicar aos Administradores Distritais e Secretários Permanentes Distritais a relevância
da descentralização do PESOD e da responsabilização dos Postos Administrativos e das
Localidades sobre o controlo da implementação das acções programas no PESOD.
ii. Apoiar os Conselhos Técnicos Distritais na elaboração das matrizes do PESOD por
Localidades.
O trabalho consistiu em transportar as actividades, indicadores e orçamento (despesas e
receitas) da matriz do PESOD para matrizes de cada Localidade que constitui o Distrito.
Este processo pressupõe a extrapolação dos indicadores ou metas do Distrito para a
Localidade em conformidade com as condições reais de cada Localidade. Por exemplo,
se para o Distrito o indicador de fomento pecuário é a disponibilização de 300 bovinos
este número será distribuído pelas Localidades de acordo com o seu potencial para
responder à criação de gado bovino. Da mesma forma se o indicador de cobrança de
receita é mil meticais no ano do plano, este valor será distribuído pelas Localidades de
acordo com o seu potencial de geração (fontes de receita) e cobrança (pessoal capacitado)
de receitas. O produto directo deste exercício será a matriz do PESOD para cada uma das
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Localidades do Distrito com indicadores, metas e responsabilidades específicas,
disponíveis para os chefes das Localidades e dos Postos Administrativos.
iii. Divulgar e discutir o conteúdo das matrizes em todo (s) o (s) Distrito(s) através de
seminários onde participam representantes das Comissões de Trabalho dos Conselhos
Locais, Chefes das Localidades, dos Postos Administrativos, vogais dos Conselhos
Consultivos e outros elementos julgados relevantes pelo Governo Distrital.
O exercício de elaboração dos PESOD por Localidades resultou em 76 matrizes correspondendo
a 76 Localidades distribuídas pelos Distritos de Zavala (4), Inharrime (5), Jangamo (5), Panda
(8), Homoíne (8), Morrumbene (6), Massinga (5), Funhalouro (6), Vilankulo (5), Inhassoro (5),
Mabote (8), Govuro (5) e a Representação do Estado no Município da Cidade da Maxixe (6).
Para a ilustração apresenta-se a matriz do PESOD da Localidade de Muabsa no Distrito de
Vilankulo (Figura 6)
Cada uma das matrizes da Localidade serve de instrumento de trabalho do respectivo chefe e
também como o compromisso entre o Governo e os cidadãos daquela comunidade. A ideia é que
durante as sessões do Conselho Consultivo Local cada uma das actividades é discutida e as
responsabilidades para a sua realização são compartilhadas.
O chefe do Posto Administrativo por sua vez tem as matrizes das Localidades que correspondem
ao Posto do qual é responsável.
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Figura 6-Matriz de Planificação por Localidade
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Componente E- Capacitação dos Postos Administrativo e Localidade em Infra-estruturas e
Recursos Humanos
Para o sucesso do fortalecimento da capacidade governativa dos Distritos, Postos
Administrativos e Localidade, é importante a previsão de infra-estruturas e recursos humanos
para garantir o seu pleno funcionamento e resposta às preocupações da população.
Assim, o Governo pretende no âmbito desta estratégia, levar a cabo acções que visam a
construção de edifícios para as Sedes dos Postos Administrativos e das Localidade que estão
desprovidas destas infra-estruturas, bem como o seu apetrechamento (Figura 7).
Os Governos Distritais através do Projecto de Construção e Reabilitação de Infra-estruturas
(fundo de infra-estruturas), deverá assegurar no mínimo a construção de um edifício e uma
residência por ano, ou para Posto Administrativo ou para a Localidade.
Para assegurar a construção de infra-estruturas (edifícios e residências), poderá recorre-se
igualmente ao apoio de parceiros de cooperação, empresários locais e ONGs que actuam em
cada nível territorial, como forma de contribuição para o reforço da capacidade governativa.
Ainda na componente de construção de edifícios e residências, os Chefes dos Postos
Administrativos e de Localidade poderão mobilizar as comunidades dentro dos seus territórios,
para assegurar a existência destas infra-estruturas através de material local ou misto, enquanto se
aguarda a existência de fundos para a construção de infra-estruturas definitivas.
Figura 7. Construção de Infra-estruturas: Sede da Localidade antes e depois e depois
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Em termo de recursos humanos, os Governos Distritais deverão assegurar a afectação de pelo
menos 4 técnicos para o Posto Administrativo e 3 para a Localidade, de forma a garantir a
coordenação e assessoria referenciada na componente de Conselho Técnico de Posto
Administrativo e de Localidade.
A afectação referida, poderá ser por via de contratação de novos técnicos, capacitação nos locais
onde já existem e/ou transferência de funcionários de nível distrital ou provincial, cuja sua
movimentação seja justificável.
No decurso do trabalho foi possível captar várias situações que podem ser utilizadas como
elementos de aprendizagem para as intervenções seguintes.
Dos encontros efectuados com os Administradores, Chefes dos Postos Administrativos e
Localidades foi notório elevado entusiasmo em relação a esta abordagem de
descentralização;
Os Chefes dos Postos Administrativos e das Localidades embora colocando a questão de
falta de recursos humanos e materiais, observaram que com esta abordagem a sua posição
fica revitalizada e mais clara;
Embora durante a elaboração do PESOD-2010 todos os Distritos tenham sido orientados
para incluírem uma coluna de “local” na matriz, alguns não o fizeram. Esta situação
dificultou o desfasamento do PESOD em Localidades;
O PESOD não é estável, quer dizer, há sempre mais do que uma matriz diferente das
restantes. As matrizes dos distritos buscadas na DPPF são diferentes das matrizes
encontradas nos Distritos. A justificação é de que tais matrizes já foram actualizadas mas
não foram comunicadas à DPPF. Esta situação coloca dúvidas sobre a validade do
PESOD e sobre qual realmente é a entidade que pode fornecer informação exacta sobre o
programa do Governo a nível da Província: DPPF ou Governos Distritais?
Nem todas as acções que vão decorrer no Distrito estão inscritas no PESOD. Os planos
sectoriais como por exemplo o Plano de Actividades (PdA) para a Educação e o Plano
Anual de Actividades e Orçamento (PAAO) para as Actividades Económicas contêm
actividades de investimento que serão realizadas no Distrito mas que não constam no
PESOD. Tendo em conta que o PESOD é o (único) instrumento de gestão operacional do
Governo Distrital, é questionável a existência de outros planos paralelos a este e;
Maior parte dos técnicos que fazem parte do Conselho Técnico Distrital apresenta
dificuldades de utilização de computador principalmente na folha de cálculo (Excel).
Nesta situação é praticamente impossível elaborar matrizes de PESOD por Localidades.
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RECOMENDAÇÕES
A elaboração do PESOD por Localidades é um exercício complexo e que requer
negociação e concertação entre o Governo Distrital e os Chefes dos Postos
Administrativos e das Localidades. Por esta razão recomenda-se que depois de as
matrizes estarem elaboradas sejam discutidas em sessões do Governo Distrital ou nos
níveis imediatamente inferiores. Esta discussão deve também ser estendida para os
Conselhos Consultivos e respectivas Comissões de Trabalho;
Os balanços das actividades que compõem o PESOD da Localidade deveriam ser a
fonte principal da agenda das sessões dos Conselhos Consultivos da Localidade e do
Posto Administrativo;
A elaboração do PESOD por Localidade deveria ser um exercício de escala
provincial, quer dizer, para todos os Distritos de modo a permitir avaliar com maior
confiança o impacto na descentralização e reforço da capacidade de governação do
Posto Administrativo e da Localidade;
Os chefes dos Postos Administrativos e das Localidades deveriam elaborar os
balanços tendo em conta os planos por localidade, incluindo actividades executadas
não previstas nos planos; e
O Conselho Técnico Distrital, em coordenação com os chefes dos Postos
Administrativos e das Localidades deveriam rever o PESOD 2011, elaborando planos
por localidade;
A monitoria e balanço do PESOD-2010 assim como a elaboração do PESOD-2011
deveriam ser efectuado por Localidades seguindo as matrizes do PESOD-2010. Estes
exercícios deveriam ser participativos, quer dizer, envolver os Conselhos Consultivos
através das comissões de trabalho neles existentes.
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MONITORIA PARTICIPATIVA
E BALANÇO DO PESOD POR
LOCALIDADES
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IV. MONITORIA PARTICIPATIVA E BALANÇO DO PESOD POR LOCALIDADES
A Monitoria Participativa do PESOD por Localidade através das Comissões de Trabalho dos
Conselhos Consultivos Locais, surge na perspectiva de aproximar o Governo ao cidadão e
contribuir para maior impacto na oferta dos serviços públicos.
Assume a posição de 4ª etapa no processo de fortalecimento da capacidade governativa dos
Distritos, Postos Administrativos e Localidade uma vez que aplica quase todos os instrumentos
produzidos nas outras etapas e os seus resultados retro alimentam a etapa da avaliação da
capacidade institucional desencadeando-se de novo o ciclo.
A monitoria participativa do PESOD aplica basicamente 4 elementos:
Comissões de trabalho dos Conselhos Consultivos Locais
Matrizes de planificação
Matriz de monitoria do PESOD por Localidade (Figura 8)
Conselhos técnicos provincial e distritais
Figura 8. Matriz de Balanço de PESOD por Localidades
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A implementação da monitoria participativa do PESOD pode ser descrita através dos seguintes
passos:
(i) O Governo Distrital através do Secretario Permanente Distrital disponibiliza as
matrizes de PESOD das Localidades aos respectivos chefes;
(ii) Os chefes das Localidades disponibilizam cópias das matrizes a todos os membros
interessados, mas obrigatoriamente aos chefes das Comissões de Trabalho a nível do
Conselho Local;
(iii) Os chefes das Comissões de Trabalho preenchem os resultados das matrizes e
submetem ao chefe da Localidade;
(iv) Na sessão do Conselho Consultivo da Localidade, o chefe da Localidade apresenta o
balanço da execução do PESOD da sua Localidade para aprovação;
(v) Na sessão do Governo Distrital alargada, cada chefe da Localidade apresenta o
balanço da execução do PESOD da sua Localidade
(vi) Com base nos resultados dos balanços apresentados pelas Localidades, o Governo
Distrital elabora o balanço de execução do PESOD naquele período e apresenta-o
para apreciação na sessão do Conselho Consultivo Distrital donde resultará o
relatório final do balanço da execução do PESOD naquele período.
Os desafios colocados neste documento exigem uma maior coordenação entre os Governos
Distrital, Provincial, Posto Administrativo e de Localidade de forma a tornar esta experiência
válida.
Igualmente exige que os Conselhos Técnico Provincial e Distrital estejam implantados e a
funcionar plenamente para garantir a assessoria técnica aos demais órgãos implementadores das
acções aqui avançadas de modo a melhorar cada vez mais a prestação de serviço público e
prestação de contas sobre o desempenho dos Governos nos níveis indicados no parágrafo
anterior.
Como se verificou na componente 2 da presente estratégia, há uma necessidade de se
regulamentar a existência dos órgãos de apoio ao Chefe do Posto Administrativo e de
Localidade, nomeadamente Conselho Técnico do Posto Administrativo e de Localidade, como
acontece com o Conselho Técnico Provincial e Distrital.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de fortalecimento da capacidade governativa dos Distritos, Postos Administrativos e
Localidades é um meio através do qual pretende-se tornar estes níveis administrativos capazes de
fornecer serviços públicos de qualidade e quantidade correspondentes à demanda dos cidadãos.
Em termos gerais, este processo surge como esforço para a implementação do Programa
Quinquenal do Governo (2010 – 2014) e guia-se pelas orientações emanadas pelo Plano de
Acção para a Redução da Pobreza (2010 – 2014), Estratégia Global da Reforma do Sector
Público (2010 – 2014) e pelo Plano Estratégico Provincial de Inhambane (2011 – 2020).
Para a sua realização, este processo consiste em 4 etapas distintas e entre si relacionadas. A
primeira é a avaliação da capacidade institucional dos Governos Distritais, seguida da elaboração
da estratégia de fortalecimento da capacidade governativa dos Distritos, Postos Administrativos e
Localidades. Esta fase descreve os passos necessários para a solução dos desafios identificados
na avaliação da capacidade institucional. A terceira etapa é a implementação de cada um dos
passos previstos na estratégia e a quarta e última etapa é a monitoria participativa e avaliação
cuja finalidade é medir a capacidade dos Governos Locais na providência dos serviços públicos
aos cidadãos. Toma como instrumento de referência o PESOD por ser o instrumento de gestão
do Governo Distrital.
Na primeira fase da implementação deste processo conseguiu-se:
Fortalecer a estrutura de coordenação dos Secretários Permanentes Provincial e Distrital
através da constituição e capacitação dos Conselhos Técnicos Provincial e Distritais;
Fortalecer a organização e funcionamento dos Conselhos Consultivos Locais através da
constituição e capacitação das comissões de trabalho;
Aumentar o fluxo de comunicação das acções planificadas e orçamento do PESOD através
da desagregação e divulgação das matrizes por Localidade;
Envolver os cidadãos na medição do grau de realização do PESOD assim como o grau de
satisfação decorrente daquela realização, através da monitoria participativa do PESOD;
Facilitar a construção de infra-estruturas públicas para o funcionamento das Secretarias
Administrativas das Localidades assim como a colocação de técnicos qualificados nestes
locais.
Para o futuro, pretende-se, para além de continuar com a implementação deste processo, agregar
os diferentes esforços dos parceiros, sociedade civil e outros actores para constituir uma rede de
apoio ao fortalecimento das capacidades governativas dos Distritos, Postos Administrativos e
Localidades.