armindo tomo - fortalecimento da capacidade governativa local - moçambique

55
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE GOVERNO DA PROVÍNCIA DE INHAMBANE Novembro, 2011 Estratégia de Fortalecimento da Capacidade Governativa dos Distritos, Postos Administrativos e Localidades no Contexto da Descentralização Transformação do Edifício da Sede da Localidade de Maculuva, Distrito de Zavala Constituição das Comissões de Trabalho nos Conselhos Matriz de Planificação por Localidade, Muabsa, Vilankulo Com o apoio do Programa de Descentralização

Upload: armindo-tomo

Post on 19-Jan-2016

87 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

Estudo do Governo da Província de Inhambane na área de descentralizacao com o enfoque ao fortalecimento da capacidade governativa dos Órgaos Locais do Estado.

TRANSCRIPT

Page 1: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

GGOOVVEERRNNOO DDAA PPRROOVVÍÍNNCCIIAA DDEE IINNHHAAMMBBAANNEE

Novembro, 2011

EEssttrraattééggiiaa ddee FFoorrttaalleecciimmeennttoo ddaa CCaappaacciiddaaddee GGoovveerrnnaattiivvaa ddooss DDiissttrriittooss,, PPoossttooss AAddmmiinniissttrraattiivvooss

ee LLooccaalliiddaaddeess nnoo CCoonntteexxttoo ddaa DDeesscceennttrraalliizzaaççããoo

Transformação do Edifício da Sede da Localidade de Maculuva, Distrito de Zavala

Constituição das Comissões de Trabalho nos Conselhos

Locais

Matriz de Planificação por Localidade, Muabsa, Vilankulo

Co

m o

ap

oio

do

P

rog

ram

a

de

D

esc

en

tra

liza

ção

Page 2: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

ii

FICHA TÉCNICA

Publicação

Governo Província de Inhambane

Avenida da Independência CP No 17

Telefone No 293 20982

Fax No 293 20232

Cidade de Inhambane

Coordenação

Luís Augusto Mambero – Secretário Permanente Provincial

Júlio Auxílio Muiocha – Director Provincial do Plano e Finanças

Supervisão Técnica

Benilde J. Macuamule – Chefe do Departamento da Administração Territorial e Autárquica

Elaboração

Fernando Frederico Fernando – Técnico de Planificação, Monitoria e Avaliação na DPPF

Armindo F. Tomo – Assessor Provincial de Planificação e Finanças Descentralizadas - PNPFD

Colaboração

Anifa Hassamo Nuro – Chefe do Gabinete do Governador

Carlos Ngovene – Membro do Conselho Técnico Provincial e Técnico da DPA

Elsa D. Moisés – Membro do Conselho Técnico Provincial e Técnico da DPPF

Teixeira Chamusso – Membro do Conselho Técnico Provincial e Técnico da DPEC

José A. Zita – Membro do Conselho Técnico Provincial e Técnico da DPPF

Manuel Nhavotso – Membro do Conselho Técnico Provincial e Técnico da DPOPH

Heike Meuser – Coordenadora do Programa de Descentralização da GIZ em Inhambane

Emílio F. Emílio – Assessor Municipal no Programa de Descentralização da GIZ em Inhambane

Gregório P. Nhafuma – Assessor de Planificação Operacional, Monitoria e Avaliação - PNPFD

Moisés L. Chogas – Assessor de Participação Comunitária e Assuntos Transversais - PNPFD

Page 3: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

iii

PREFÁCIO

O Governo da Província de Inhambane assume o compromisso nacional de materialização dos

objectivos da descentralização plasmados nos mais diversos instrumentos de governação com

destaque ao Programa Quinquenal do Governo (2010 - 2014) e Plano de Acção para a Redução

da Pobreza (2010 - 2014).

A nível local registam-se mudanças nos papéis desempenhados pelos diferentes órgãos do

Estado. Por exemplo os Governos Distritais passam a assumir em muitos casos o papel de agente

de implementação dos projectos públicos enquanto as instituições de nível provincial assumem o

papel de assistência técnica e capacitação para os Distritos.

Esta situação exige aumento de capacidades técnicas e de coordenação bem como o aumento da

interacção entre o Governo e as comunidades.

O Plano Estratégico Provincial de Inhambane (PEPI) 2011-2020 orienta através do pilar de “Boa

Governação” para o aumento da eficiência e eficácia do sector público e a dotação dos órgãos

locais do Estado de capacidade institucional para melhorar a acção governativa através da

capacitação institucional.

Nesta perspectiva, o Governo da Província de Inhambane desenvolveu a estratégia de

fortalecimento da capacidade governativa dos Distritos, Postos Administrativos e Localidades de

forma que no contexto actual de descentralização consigam oferecer serviços públicos de

qualidade e quantidade suficientes à demanda dos cidadãos. Este processo constitui uma das

intervenções do Governo na implementação do PEPI 2011 – 2020.

Com este processo, esperamos estar a contribuir para o esforço nacional de construção de uma

administração pública voltada para o cidadão, fortalecimento dos Órgãos Locais do Estado e

promoção da transparência governativa a todos os níveis. Por isso agradecemos antecipadamente

todas as contribuições em torno deste documento e afirmamos a nossa disponibilidade para

qualquer esclarecimento ou informação visando a sua melhor compreensão e utilização.

AGOSTINHO ABACAR TRINTA

Governador da Província de Inhambane

Page 4: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

iv

AGRADECIMENTOS

A elaboração do presente documento surge como consequência dos constrangimentos verificados

ao nível da base no que concerne a implementação da Lei Nº8/2003 sobre os Órgãos Locais do

Estado. O alcance dos resultados nele contidos, resulta das contribuições recebidas de diversas

partes, desde a Localidade até ao nível provincial.

A nível distrital queremos agradecer aos senhores Administradores, Secretários Permanentes

Distritais, Directores dos Serviços Distritais, Membros dos Conselhos Técnicos Distritais,

Chefes dos Postos Administrativos e Localidades e Membros dos Conselhos Consultivos Locais.

A Cooperação Alemã através do Programa de Descentralização – GIZ, prestou um inestimável

apoio para a realização deste trabalho através da disponibilização de assistência técnica e

recursos financeiros. O seu apoio encontra suporte no facto de que no Programa de

Descentralização há maior enfoque para o apoio ao Governo da Província no melhoramento dos

instrumentos e processos de governação como por exemplo o Plano Económico e Social e

Orçamento Provincial e Distrital. Também faz parte o apoio para o melhoramento da

transparência e participação comunitária na governação.

Page 5: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

v

LISTA DE ABREVIAÇÕES

AR Assembleia da República BR Boletim da República CCPA Conselho Consultivo do Posto Administrativo CTD Conselho Técnico Distrital CTP Conselho Técnico Provincial DATA Departamento da Administração Territorial e Autárquica DFP Departamento da Função Pública DPA Direcção Provincial da Agricultura DPCAA Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental DPEC Direcção Provincial da Educação e Cultura DPIC Direcção Provincial da Indústria e Comércio DPJD Direcção Provincial da Juventude e Desportos DPMAS Direcção Provincial da Mulher e Acção Social DPOPH Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação DPPF Direcção Provincial do Plano e Finanças DPRME Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia DPS Direcção Provincial da Saúde EDM Electricidade de Moçambique e-SISTAFE Sistema de Administração Financeira do Estado electrónico FASE Fundo de Apoio ao Sector da Educação FINDER Fundo de Investimento para o Desenvolvimento Rural FUNAE Fundo Nacional de Energia

GTZ Gesellschaft fur Technische Zusammenarbeit (actual Gesellschaft fur Internationale Zusammenarbeit - GIZ)

HIV/SIDA Vírus de Imunodeficiência Adquirida/Sindroma de Imunodeficiência Adquirida INAS IntitutoInstituto Nacional de Acção Social MPD Ministério da Planificação e Desenvolvimento NPCS Núcleo Provincial de Combate ao Sida ODP Observatório de Desenvolvimento Provincial OIIL Orçamento de Investimento para as Iniciativas Locais ONG Organização Não Governamental PAAO Plano Anual de Actividades e Orçamento PEDD Plano Estratégico do Desenvolvimento Distrital PEPI Plano Estratégico Provincial de Inhambane PESOD Plano Económico Social e Orçamento do Distrito PES-OE Plano Económico e Social – Orçamento do Estado PESOP Plano Económico e Social e Orçamento do Estado PQG Programa Quinquenal do Governo SD Secretaria Distrital SDAE Serviço Distrital das Actividades Económicas SDEJT Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia SDPI Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas SDSMAS Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social SISTAFE Sistema de Administração Financeira do Estado SP Secretária Provincial UGB Unidade Gestora e Beneficiária UGEA Unidade Gestora e Executora das Aquisições ZIP Zona de Influência Pedagógica

Page 6: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

vi

ÍNDICE

FICHA TÉCNICA .......................................................................................................................................I PREFÁCIO............................................................................................................................................... III AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................. IV LISTA DE ABREVIAÇÕES ..................................................................................................................... V

SUMÁRIO EXECUTIVO ..................................................................................................................... - 1 -

I.AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE INSTITUCIONAL DOS GOVERNOS DISTRITAIS ......... - 5 - I.1. DEFINIÇÕES E ASSUMPÇÕES .................................................................................................. - 5 - I.2. RESULTADOS DO DIAGNÓSTICO DA CAPACIDADE INSTITUCIONAL DOS

GOVERNOS DISTRITAIS DE PANDA, HOMOÍNE, FUNHALOURO E GOVURO .................. - 7 - I.3. RESULTADOS E ANÁLISE DAS FUNÇÕES DO GOVERNO DISTRITAL ....................... - 10 - I.4. APLICAÇÃO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE INSTITUCIONAL

DOS GOVERNOS DISTRITAIS ....................................................................................................... - 20 -

II. ESTRATÉGIA ................................................................................................................................ - 22 - II.1. OBJECTIVO ESTRATÉGICO .................................................................................................................... - 25 -

II.2. COMPONENTES ESTRATÉGICAS .......................................................................................................... - 25 -

III. IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA .................................................................................. - 27 - COMPONENTE A- ARTICULAÇÃO E COORDENAÇÃO COM PARCEIROS E ASSESSORIA TÉCNICA DISTRITAL ............. - 27 - COMPONENTE B- FORTALECIMENTO DA ESTRUTURA DE COORDENAÇÃO DA SECRETARIA DISTRITAL E PROVINCIAL ................. - 28 -

PROPOSTA DA CRIAÇÃO DE CONSELHO TÉCNICO DO POSTO ADMINISTRATIVO E DE LOCALIDADE ...................... - 33 - COMPONENTE C- FORTALECIMENTO DA PARTICIPAÇÃO E CONSULTA COMUNITÁRIA ATRAVÉS DA ESTRUTURAÇÃO

DOS CONSELHOS CONSULTIVOS DO POSTO ADMINISTRATIVO E LOCALIDADE EM COMISSÕES DE TRABALHO

SEGUNDO OS SERVIÇOS DISTRITAIS ..................................................................................................................... - 35 - COMPONENTE D- APERFEIÇOAMENTO DO PESOD ATRAVÉS DE MATRIZES DE PLANIFICAÇÃO E MONITORIA POR

POSTO ADMINISTRATIVO E LOCALIDADE ............................................................................................................. - 39 - COMPONENTE E- CAPACITAÇÃO DOS POSTOS ADMINISTRATIVO E LOCALIDADE EM INFRA-ESTRUTURAS E

RECURSOS HUMANOS .......................................................................................................................................... - 42 -

RECOMENDAÇÕES ......................................................................................................................................... - 44 -

IV. MONITORIA PARTICIPATIVA E BALANÇO DO PESOD POR LOCALIDADES .......... - 46 -

V. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... - 48 -

Page 7: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 1 -

SUMÁRIO EXECUTIVO

O Sistema de Governação e Administração Pública em Moçambique regista nos últimos anos

avanços significativos na direcção de maior desconcentração e descentralização de

competências, tarefas, recursos e responsabilidades do nível central para os níveis provincial e

distrital. Com efeito, a Lei No 8/2003 de 19 de Maio aprova um conjunto acrescido de

competências, tarefas e responsabilidades para estes níveis incluindo para figuras novas

nomeadamente os Secretários Permanentes Provincial e Distrital assim como os Serviços

Distritais. Estes últimos apresentam igualmente uma complexidade de tarefas por levar a cabo

pois, representam uma aglutinação de tarefas que outrora eram da responsabilidade de mais do

que uma instituição a nível distrital.

No mesmo sentido, o Decreto No 5/2006 de 12 de Abril, atribui competências aos Governadores

Provinciais e Administradores Distritais para a gestão dos recursos humanos do Estado nas

respectivas áreas de jurisdição. Esta medida aumenta substancialmente o desafio que estes níveis

têm na capacitação dos recursos humanos sob sua gestão para que possam se desempenhar com a

devida competência em prol da satisfação das necessidades dos cidadãos.

Mais ainda, o Decreto No 6/2006 de 12 de Abril aprova a Estrutura tipo da Orgânica do Governo

Distrital e seu Estatuto Orgânico, atribuindo deste modo mais responsabilidade aos Serviços

Distritais, que anteriormente não vinham exercendo tais funções.

Nesta complexidade, é colocado ao Governo um desafio de atingir metas como a construção de

uma Administração Pública voltada para o cidadão, a melhoria da qualidade dos serviços

públicos, aperfeiçoamento das respostas administrativas oferecidas à sociedade, aumento da

produção e produtividade, gestão do erário público no contexto da contenção da despesa pública

e austeridade.

Porém, o desempenho do Sector Público está, até certo nível, distanciado destas metas. Persistem

ainda várias disfunções, tanto ao nível institucional e organizacional como ao nível de

procedimentos e das relações do Estado com a Sociedade, que inviabilizam qualquer esforço no

sentido de melhorar a qualidade dos serviços prestados ao cidadão.

Durante as visitas oficiais aos Distritos, o Governador da Província constatou que alguns Chefes

dos Postos Administrativos e todos os Chefes das Localidades, bem como muitos cidadãos aí

residentes não dominam o conteúdo PESOD. Portanto, não estão em condições de explicar quais

são as realizações previstas e com que orçamento para os seus territórios.

Esta deficiência, está em parte relacionada com a fraca capacidade técnica ao nível dos Postos

Administrativos e Localidades. Quer dizer, nestes níveis não existem técnicos para apoiar os

respectivos chefes na gestão e coordenação do processo de desenvolvimento local.

Assim, para fazer face a estes desafios o Governo Provincial através da Secretaria Provincial e da

Direcção Provincial do Plano e Finanças desencadeou um processo de fortalecimento da

capacidade governativa dos Distritos, Postos Administrativos e Localidade.

Este processo consiste em 4 etapas distintas, a saber, (I) Avaliação da capacidade institucional

dos Governos Distritais; (II) Elaboração da Estratégia de fortalecimento da capacidade

governativa dos Distritos, Postos Administrativos e Localidade; (III) Implementação da

Estratégia e (IV) Monitoria Participativa e Balanço do PESOD por Localidade.

Page 8: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 2 -

Os resultados da monitoria e balanço realimentam a primeira etapa produzindo sempre

ajustamentos face à realidade de cada momento de planificação e governação pública. As figuras

1 e 2 que se seguem ilustram as etapas, suas sub-etapas e produtos do processo.

Figura 1-Etapas do processo de fortalecimento da capacidade governativa dos

Distritos na Província de Inhambane.

I. Avaliação da Capacidade Institucional

II. Implementação da Estratégia de fortalecimento

da capacidade governativa dos Distritos

IV. Monitoria

Participativa e

Balanço do PESOD

por Localidade

II. Elaboração da

estratégia de

fortalecimento da

capacidade

governativa dos

Distritos, Postos

Administrativo e

Localidades

Page 9: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 3 -

Figura 2 – Sub-etapas do processo de fortalecimento da capacidade governativa dos Distritos, Postos Administrativos

e Localidades na Província de Inhambane

1. Avaliação da

Capacidade Institucional

dos Governos Distritais

Relatório do Diagnóstico

Proposta de soluções para os desafios identificados

1.1 Diagnóstico da capacidade institucional dos Governos Distritais em quatro Distritos

1.2 Seminário do Conselho Técnico Provincial alargado a todas as restantes Direcções Provinciais num outro Distrito

Estratégia de fortalecimento da capacidade governativa dos Distritos

2.1. Elaboração de instrumentos que permitem realizar as propostas de soluções identificadas

2. Elaboração da

Estratégia de

fortalecimento da

capacidade governativa

dos Distritos, Postos

Administrativo e

Localidades

4. Monitoria Participativa e Balanço do PESOD

por Localidade

Balanço do PESOD apresentado por Localidade

4.1. Apoio aos Distritos através dos Conselhos Técnicos na realização de monitoria participativa e elaboração do balanço do PESOD por Localidade

ETAPAS SUB-ETAPAS PRODUTOS

3. Implementação da

Estratégia

3.4. Aperfeiçoamento do PESOD

através de matrizes de planificação e

monitoria por Localidade

3.3. Fortalecimento da participação e

consulta comunitária através da

estruturação dos Conselhos

Consultivos do Posto Administrativo e

Localidade em 5 Comissões de

Trabalho segundo os Serviços Distritais

Conselho Técnico Provincial e

Conselhos Técnicos Distritais

constituídos e funcionais

3.2. Fortalecimento da estrutura de

coordenação da Secretaria Distrital e

Provincial

PESOD apresentado em matrizes

por Localidades

Conselhos Consultivos Locais

estruturados em Comissões de

Trabalho de acordam com os

Serviços Distritais existentes

3.1 Articulação e coordenação com parceiros

Assessoria técnica distrital

3.5. Capacitação dos PA e L em Infra-

estruturas e Recursos Humanos

Os Governos Distritais assumem os

PA e L como unidades

administrativas que requerem infra-

estruturas e RH

Page 10: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 4 -

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE INSTITUCIONAL

DOS GOVERNOS DISTRITAIS

Page 11: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 5 -

I. AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE INSTITUCIONAL DOS GOVERNOS DISTRITAIS

A avaliação realizou-se em duas etapas, a saber, o diagnóstico da capacidade institucional dos

Governos Distritais e confrontação dos procedimentos com nível provincial.

Na primeira etapa, fez-se o diagnóstico da capacidade institucional dos Governos Distritais de

Panda, Homoine, Funhalouro e Govuro, com o propósito de avaliar a capacidade actual desses

Governos Distritais para oferecem serviços públicos de qualidade e quantidade adequada aos

cidadãos. Para realizar esta avaliação, serviu-se de um guião de levantamento de informação

conducente ao conhecimento da situação real de cada serviço distrital. Igualmente baseou-se nas

constatações dos técnicos provinciais e percepções das pessoas entrevistadas a nível distrital.

O Governo Provincial optou pelo procedimento de auto-avaliação (a avaliação foi programada e

realizada por funcionários públicos) devido a experiência com consultorias externas, que

consomem recursos limitados sem trazer o devido resultado no melhoramento dos processos. A

abordagem duma avaliação interna traz a vantagem do reconhecimento e da responsabilização

dos actores participantes através da discussão interna dos resultados assim como das medidas a

ser tomadas.

A segunda etapa consistiu na realização do Conselho Técnico Provincial1 em Abril de 2009 na

Vila-Sede do Distrito de Jangamo, alargado aos técnicos de todas as Instituições Provinciais

(dois técnicos sendo um de planificação e orçamento e outro de administração e finanças) e

técnicos das instituições do Governo Distrital de Jangamo.

A sessão tinha como objectivo central, identificar mecanismos práticos tendentes a aumentar a

capacidade dos Governos Locais, para que no desempenho das suas funções legalmente

instituídas, consigam disponibilizar serviços públicos de qualidade e quantidade correspondentes

as prioridades dos cidadãos.

Em termos de procedimento, o exercício principal da sessão consistiu em visualizar as formas

como as principais “Funções de gestão pública distrital” são actualmente implementadas

(considerando os resultados da 1ª etapa – diagnóstico) e compara-las com o preceituado no

Decreto No 6/2006 de 12 de Abril (anexo 1) e demais instrumentos de orientação no campo da

descentralização e reforma do sector público.

Com esta comparação foram identificados os desafios em cada uma das “Funções de gestão

pública distrital” e posteriormente foram avançadas algumas medidas para a sua solução.

I.1. DEFINIÇÕES E ASSUMPÇÕES

Para efeitos deste trabalho apresenta-se os conceitos e definições que permitem delimitar o

âmbito da avaliação da capacidade institucional que doravante se apresenta.

Governo Distrital – é, no respectivo Distrito, o órgão local do Estado encarregado de realizar o

programa do Governo e o Plano Económico e Social, com poderes de decisão, execução e

1 O CTP foi estabelecido na Província de Inhambane seguindo a Resolução 3/2006 de 20 de Dezembro, Art. II como

órgão que ao nível da Província harmoniza propostas dos planos e orçamentos, relatórios de balanço assim que

coordena actividades de monitoria da execução dos planos.

Page 12: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 6 -

controlo das actividades previstas (Artigo 36 da Lei No 8/2003 de 19 de Maio) e, é constituído

por Secretaria Distrital (SD), Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas (SDPI), Serviço

Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT), Serviço Distrital de Saúde, Mulher e

Acção Social (SDSMAS), Serviço Distrital de Actividades Económicas (SDAE) e Gabinete do

Administrador Distrital (Artigo 1 do Decreto No 6/2006 de 12 de Abril).

“Funções de administração pública distrital” – Em geral as funções da administração pública

compreendem o estabelecimento de políticas, planificação, organização, liderança, controlo e

avaliação da aplicação dos recursos públicos com vista à satisfação das necessidades básicas da

sociedade. Assim, para o propósito deste trabalho, entende-se por funções da gestão pública

distrital, os seguintes:

“Organização do Sector”. A estrutura tipo da orgânica do Governo Distrital e seu estatuto

orgânico foram aprovados por decreto 06/2006 de 12 de Abril do Conselho de Ministros.

Neste exercício avaliou-se até que ponto a estrutura tipo e orgânica do Governo Distrital

está implementada;

Planificação e gestão do orçamento distrital. Refere-se à acção de prever com

envolvimento dos cidadãos, as actividades e projectos a serem realizados num certo ano

económico, aceder aos recursos financeiros necessários, utilizar e prestar contas de

acordo com as normas e procedimentos vigentes;

Gestão dos recursos humanos. Embora esta função seja teoricamente parte da função

anterior, para este trabalho optou-se por destacar e analisar em separado dada a sua

complexidade no sector público. Entende-se, então, à acção de procurar, seleccionar,

alocar, avaliar, capacitar, manter e desvincular os recursos humanos necessários para o

exercício das demais funções da administração pública;

Contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de

serviços ao Estado (Decreto 15/2010 de 24 de Maio – Conselho de Ministros2)

Esta função também é integrante da execução do plano mas devido à sua complexidade

optou-se por tratá-la em separado.

Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital

Trata-se de uma função transversal a todas as outras anteriormente apresentadas. No

contexto da desconcentração em curso verifica-se uma mudança nas funções e

competências dos órgãos locais do Estado, concretamente Província e Distritos. Os

Governos Distritais passam a ter responsabilidade e autoridade sobre certas as áreas nas

quais a função do nível provincial concentra-se na disponibilização de assistência técnica.

Por isso, a comunicação e coordenação vertical (entre a Província e Distrito e vice-versa)

e horizontal (dentro do Distrito ou da Província) é fundamental, daí ser tratada em

separado.

Capacidade Institucional – O termo “capacidade institucional” é frequentemente usado para

referir à capacidade administrativa e de gestão de um País, particularmente com respeito à

implementação de políticas socioeconómicas e envolve um conjunto vasto de aspectos como por

exemplo:

2 A referência anterior era o Decreto 54/2005

Page 13: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 7 -

A habilidade para planificar efectivamente as despesas públicas e oferecer serviços

públicos de maior qualidade e quantidade aos cidadãos tanto ao nível central como local;

A capacidade do Estado em combater a corrupção e fortalecer a governação, dentre outros.

Para o presente trabalho, assume-se capacidade institucional dos Governos Distritais como a

habilidade destes Governos para cumprir com as funções da administração pública acima

descritas.

Serviços públicos – Corresponde a toda actividade desempenhada directa ou indirectamente

pelo Estado, visando resolver necessidades essenciais do cidadão, da colectividade ou do próprio

Estado. Inclui serviços como abastecimento da água, saneamento do meio, electricidade, saúde,

educação, infra-estruturas de transporte, comunicação e habitação etc.

A boa qualidade e quantidade destes serviços estão geralmente associados aos princípios de

continuidade, generalidade, eficiência, razoabilidade do custo e cortesia.

Posto Administrativo – é a unidade territorial imediatamente inferior ao distrito, tendo em vista

garantir a aproximação efectiva dos serviços da administração local do Estado às populações e

assegurar maior participação dos cidadãos na realização dos interesses locais.

O Posto Administrativo é constituído por Localidade e Povoações, abrangendo também as áreas

das Autarquias locais compreendidas no respectivo território.

Localidade – é a unidade territorial base da organização da administração local do Estado e

constitui a circunscrição territorial de contacto permanente dos órgãos locais do Estado com as

comunidades locais e respectivas autoridades. Esta compreende povoações, aldeia e outros

aglomerados populacionais situados no seu território.

I.2. RESULTADOS DO DIAGNÓSTICO DA CAPACIDADE INSTITUCIONAL DOS

GOVERNOS DISTRITAIS DE PANDA, HOMOÍNE, FUNHALOURO E GOVURO

O diagnóstico pretendia buscar uma descrição e apreciação da forma como os “Funções de

gestão pública distrital” seleccionados são levados a cabo. Neste sentido e na tentativa de obter

maior cobertura possível das instituições públicas a nível dos Distritos, foram entrevistados

técnicos dos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE), Saúde, Mulher e Acção

Social (SDMAS), Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT) e Planeamento e Infra-estruturas

(SDPI). Foram igualmente entrevistados técnicos do Gabinete do Administrador e da Secretaria

Distrital. Em cada Sector foram entrevistadas no mínimo quatro pessoas

Importa observar que o levantamento não pretendia avaliar a capacidade do respondente em

descrever teoricamente como devem ser implementados as “Funções de gestão pública distrital”

seleccionadas mas, pretendia buscar com detalhe como na realidade tais funções são levadas a

cabo. O levantamento cobriu cinco áreas, nomeadamente (1) Organização do Sector; (2)

Planificação e gestão do orçamento; (3) Gestão dos Recursos Humanos; (4) Contratação de

empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços ao Estado e; (5)

Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas no nível distrital e

provincial.

No final do levantamento de Abril 2009 foram obtidos os resultados que seguem.

Page 14: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 8 -

I.2.1. Organização do Sector

a) Há sectores onde o estatuto orgânico existe e é conhecido e outros em que não existe

b) Nalguns casos o estatuto orgânico existe mas não é do domínio dos funcionários por não

ter havido divulgação;

c) As vagas/posições previstas na estrutura orgânica não estão preenchidas porque o quadro

do pessoal não está publicado no Boletim da República (BR);

d) Em geral os sectores criados pelo novo estatuto orgânico dos Governos Distritais não têm

técnicos e por isso não funcionam devidamente;

e) Em geral os lugares das Direcções Distritais anteriores (Agricultura, Educação e Saúde)

estão ocupados por técnicos qualificados;

f) Em geral os técnicos não são suficientes em termos numéricos para responder à dimensão

dos sectores;

g) Os Serviços Distritais não têm quadro do pessoal publicado no BR. Entretanto existe um

quadro de pessoal privativo comum do Distrito que também não está sendo

implementado porque com à excepção da Secretaria Distrital, os Serviços não gerem

orçamento para salários sendo gerido ainda pelas Direcções Provinciais;

h) Em consequência disto os Serviços Distritais não admitem funcionários podendo receber

os transferidos de outras instituições;

i) É frequente a acumulação de funções por alguns funcionários devido a falta de pessoal

qualificado para as funções acumuladas.

I.2.2. Planificação e gestão do orçamento

a) Os procedimentos para a elaboração dos planos sectoriais variam muito: Alguns sectores

elaboram seus planos com base nos planos estratégicos sectoriais e outros com base nos

PEDD com a consulta através dos Conselhos Locais;

b) Não há clareza sobre como são elaboradas as propostas do PES e OE nos Distrito;

c) Em geral cada sector utiliza matriz de planificação diferente dos outros mas a

globalização dos planos sectoriais toma lugar na Secretaria Distrital;

d) A planificação das actividades e do orçamento não decorrem ao mesmo tempo pese

embora sejam depois observados os limites orçamentais;

e) Em alguns casos os fundos são distribuídos no Gabinete do Administrador ou do Director

do Serviço Distrital;

f) Em alguns casos a Secretaria Distrital não está informada sobre o número de contas

bancárias existentes e nem da sua gestão;

g) Geralmente os assinantes das contas são o Administrador, Contabilista e Chefe da

Secretaria. Em outros casos o Secretário Permanente Distrital é assinante;

h) Para além destes há casos em que outros técnicos fazem parte do grupo de assinantes de

algumas contas;

i) As normas que devem ser observadas na abertura de contas bancárias e indicação dos

seus assinantes são recebidas da DPPF;

j) Todos os sectores têm pelo menos 3 (três) contas bancárias sob sua gestão;

k) Em muitos casos o Fundo Permanente do Serviço Distrital de Planeamento e Infra-

estruturas é gerido pela Secretaria Distrital;

l) Há casos em que os Serviços, através de um plano mensal, requisitam fundos à Secretaria

Distrital que mediante a aprovação do Administrador autoriza a despesa;

m) A autorização de qualquer despesa está condicionada à disponibilidade pois não existe

Page 15: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 9 -

em geral um plano de actividades e orçamento detalhado a ponto de ser um compromisso

entre os técnicos dentro de determinado Serviço Distrital;

n) Para facilitar a gestão operacional das contas bancárias, cada uma ou duas são

encarregadas a cada um dos técnicos do sector da administração e finanças;

o) Existem sectores como Escolas Secundárias e Escolas Técnicas que têm suas contas

tornando-se assim em unidades orçamentais independentes;

p) As receitas obtidas através dos atestados médicos e boletins de sanidade são depositadas

na Direcção da Área Fiscal e não têm retorno. Assim, estas receitas não são

directamente fontes de financiamento para os sectores que as arrecadam;

q) Há Secretarias Distritais que arrecadam as receitas, depositam na Direcção da Área

Fiscal e depois requisitam para a respectiva utilização e, há aquelas que arrecadam,

utilizam e comunicam a Direcção da Área Fiscal.

I.2.3. Gestão dos Recursos Humanos

a) A contratação dos professores é feito pela DPEC e o Distrito é responsável pelo plano da

sua afectação. A contratação dos técnicos básicos e elementares da área geral está a

cargo da Secretaria Distrital;

b) Na Saúde, o SDMAS é responsável pela contratação do pessoal local;

c) Não está clara a integração entre a Saúde e Mulher e Acção Social;

d) O funcionário da área da Mulher e Acção Social recebe salário na DPMAS.

I.2.4. Contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de

serviços ao Estado

a) Em quase todos os sectores foram constituídas Unidades Gestora e Executora das

Aquisições (UGEAs)

b) Em muitos casos não é feito procurement de acordo com o Decreto 15/2010 de 24 de

Maio. O que tem acontecido é a comparação de preços de fornecedores

c) Nos sectores onde não existem UGEAs são seleccionados técnicos de outros Serviços

Distritais para a realização do procurement, portanto, trata-se de constituição de uma

Comissão de Compras

d) Para o fornecimento de bens aplica-se a norma de três cotações

e) A elaboração dos cadernos de encargo é feita pelo SDPI com apoio da DPOPH

f) O pagamento aos empreiteiros é feito pela Secretaria Distrital mediante parecer favorável

do SDPI portanto, a gestão financeira das obras é feita pela Secretaria Distrital

enquanto a supervisão e fiscalização é pelo SDPI

g) Em alguns Distritos faz-se apenas a supervisão mas não a fiscalização

h) Os cadernos de encargo para empreitadas maiores como pontes e estradas estão na

responsabilidade da UGEA distrital e não do SDPI apenas

i) Em muitos casos não há comissão de recepção de bens adquiridos ou obras entregues

pelos empreiteiros

j) A DPOPH não faz a fiscalização das obras e, por isso, todas as obras devem prever

custos de fiscalização por agentes privados

k) A monitoria de desempenho dos programas tem sido feita pela DPA e DPS e DPEC

I.2.5. Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital

e provincial

a) No sector da Educação os chefes das Zonas de Influência Pedagógica (ZIPs) deslocam-se

quinzenalmente para a Sede Distrital para os encontros de coordenação;

b) No geral a comunicação entre as instituições é por via documental;

Page 16: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 10 -

c) Alguns Serviços Distritais prestam contas ao Governo Distrital e enviam relatórios de

actividades para o conhecimento das Direcções Provinciais;

d) Algumas Direcções Provinciais têm assistido os Serviços Distritais na realização das

actividades do Sector;

e) Os contabilistas dos Serviços prestam contas à Secretaria Distrital. Esta faz os processos

de contas para a DPPF. É um processo longo, moroso e com muitas falhas.

f) Referiu-se em outros casos que não existe coordenação entre os Serviços Distritais porque

cada um deles coordena com a respectiva Direcção Provincial

g) Há dificuldades de coordenação com as Direcções Provinciais que não estavam

anteriormente representadas, por exemplo o SDAE não recebem assistência da Direcção

Provincial de Indústria e Comércio (DPIC) ou Direcção Provincial de Turismo ou das

Pescas.

I.3. RESULTADOS E ANÁLISE DAS FUNÇÕES DO GOVERNO DISTRITAL

I.3.1. Resultados/Constatações e propostas de soluções

Analisando as funções de cada Serviço Distrital incluindo o Gabinete do Administrador e a

Secretaria Distrital, e tendo como referência os resultados dos Diagnóstico realizado nos quatro

Distritos, elaborou-se o seguinte resumo de constatações e propostas de solução com base na

apreciação dos técnicos provinciais e os técnicos do Distrito de Jangamo.

CONSTATAÇÕES PROPOSTAS DE SOLUÇÃO

GABINETE DO ADMINISTRADOR

Organização e funcionamento

Na maioria não existe fisicamente criados

gabinetes de administrador

Persistem dificuldades na organização da

documentação e Arquivo

Ampliar os edifícios existentes para melhor

acomodar os Gabinetes dos Administradores no

âmbito da (Plano Estratégico Provincial 2011-2020)

Participação dos funcionários dos Gabinetes dos

Administradores na capacitação sobre Gestão

Documental através da Secretaria Provincial. Deve

haver verificação semestral pela Inspecção

Administrativa Provincial

Planificação e gestão do orçamento

Inexistência de fundo de funcionamento Dotação do Fundo de Funcionamento no âmbito da

descentralização financeira

Gestão de recursos humanos

Page 17: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 11 -

Regista-se a falta de conhecimento da

orgânica do Sector. Os funcionários não

têm os seus Termos de Referência

O quadro do pessoal ainda não está

publicado no BR para permitir a sua

implementação

Persistem muitas falhas nos processos de

gestão dos recursos humanos (nomeações,

progressões etc.)

Elaboração do organigrama da instituição e dos

Termos de Referência dos seus funcionários

Definição dos próximos passos pela Secretaria

Provincial em relação a aprovação dos Quadros de

Pessoal dos Governos Distritais pelo Ministério da

Função Pública

Preparação de módulos de formação sobre a gestão

de Recursos Humanos pela Secretaria

Provincial/Departamento da Função Pública em

coordenação com a Inspecção Administrativa

Provincial

Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital e

provincial

A comunicação com informantes chave

(Secretaria Provincial) ainda constitui

maior dificuldade

Deficiente comunicação com usuários da

informação – Localidades, devido a

exiguidade de fundos;

Esclarecer os canais de comunicação com a

Secretaria Provincial e definir um regulamento

Distribuição de pastas de arquivos e vitrinas para as

Localidades. Distribuir igualmente telefones

celulares para as Localidades onde há cobertura da

rede de telefonia móvel e distribuir rádios de

comunicação para as Localidades não cobertos pela

rede

SECRETARIA DISTRITAL

Organização e funcionamento

Ainda não existe fisicamente a secretaria

distrital, continua aglutinada ao gabinete

do Administrador e Secretaria Comum

As Secretarias Distritais não possuem

sector de inspecção

Não existe em geral uma gestão eficiente

de bens e recursos do Estado

Construir novos edifícios para acomodarem as

Secretarias Distritais (Plano Estratégico Provincial

2010-2019)

Capacitação das Secretarias Distritais através das

Repartições de Finanças para assegurar a gestão

correcta dos bens e processos administrativos nos

Distritos

Instalação dos seguintes mecanismos em todas as

instituições públicas dos Governos Distritais:

Manutenção do sistema de inventário

(distribuição da Lei e Regulamento do

Património do Estado e Livros de Inventário

através da SP e controlo trimestral através das

Secretarias Distritais)

Manutenção de “livros de controlo” nas viaturas,

preenchimento de toda a quilometragem das

missões de serviço

Page 18: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 12 -

Anotar a quilometragem de cada abastecimento

de combustível pelo motorista e verificação

mensal do consumo

Planificação e gestão do orçamento

Na há clareza sobre quem assina contas

bancárias de gestão da Secretaria Distrital;

Não há separação do orçamento da

Secretaria Distrital e do Gabinete do

Administrador;

Relocação de orçamento de actividades

planificadas [exemplo manutenção] depois

de definição de limites pela DPPF

A DPPF pode relocar um orçamento

aprovado, e assim aplicar uma

redistribuição através de SISTAFE via

DPPF, sem informar as instituições

visadas;

Elaboração e distribuição de regulamento da gestão

das contas dos Governos Distritais através da SP

[Departamento de Planificação e Apoio

Institucional em coordenação com o Departamento

da Contabilidade Pública da DPPF]

Elaboração e distribuição de regulamento da

distribuição dos orçamentos dos Governos Distritais

através da DPPF [Departamento de Plano e

Orçamento da DPPF em coordenação com o

Departamento de Planificação e Apoio Institucional

da SP no âmbito da preparação do PESOD 2011]

Definição e divulgação do mecanismo de

comunicação em casos de necessidade de corte de

orçamentos definidos pela DPPF [Departamento da

Contabilidade Pública, Departamento de

Planificação e Orçamento, Departamento de Apoio

ao SISTAFE]

Gestão de recursos humanos

Em alguns serviços existem funcionários

com salários pagos pelas Direcções

Provinciais

Iniciar a descentralização financeira na área dos

Recursos Humanos a partir de 2010

Contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de

serviços ao Estado

As UGEAs das Secretarias Distritais

funcionam com dificuldades

A composição das UGEAs nem sempre

obedece o estabelecido no Decreto

15/2010 de 24 de Maio

Participação de funcionários das Secretarias

Distritais em cursos de gestão de concursos em

coordenação com a Secretaria Provincial, DPOPH e

DPPF

Corrigir as deficiências na organização e

funcionamento das UGEAs

Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital e

provincial

Page 19: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 13 -

A insuficiência de recursos (financeiros e

materiais) dificulta em geral a

comunicação entre Governo e os utentes

dos serviços públicos – Localidades e

Postos Administrativos;

Distribuição de pastas de arquivos e vitrinas para as

localidades através da SP e inclusão da previsão de

aquisição de viaturas para as Secretarias Distritais

no Plano Estratégico Provincial 2010-2019

SERVIÇO DISTRITAL DE SAÚDE, MULHER E ACÇÃO SOCIAL

Organização e funcionamento

Falta de acolhimento de idosos em muitas

Localidades;

Planificar o apoio aos idosos nos Distritos da

Província em coordenação com a DPMAS e INAS

através de um seminário antes do início do ciclo de

elaboração PESOD/PESOP 2010

Planificação e gestão do orçamento

Não existe cobertura orçamental para

efectivação de atribuições

Em muitos casos as metas de vacinação

não são cumpridas na totalidade devido a

insuficiência de viaturas;

Falta de fundo para cuidados da pessoa

portadora de deficiência

Definição da distribuição dos fundos de

investimento, bens e serviços e pessoal entre

DPMAS, DPS, INAS e NPCS e os Serviços

Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social no

âmbito da elaboração de PESOD/PESOP

Melhorar a coordenação da logística através os

Conselhos Técnicos Distritais (CTD)

Definição de responsabilidades e distribuição dos

fundos de investimento, bens e serviços e pessoal

entre DPMAS, INAS e os Serviços Distritais de

Saúde, Mulher e Acção Social no âmbito da

elaboração de PESOD/PESOP

Gestão de recursos humanos

Insuficiência de técnicos médios, médicos,

bem como pessoal administrativo

Publicação do Quadro do Pessoal dos Governos

Distritais no BR

Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital e

provincial

A coordenação entre a medicina

tradicional e convencional é fraca

É ainda fraca intervenção dos Serviços

Distritais na educação cívica das famílias

para promoção de valores morais, bem

como para combate aos males sociais

como violência doméstica, discriminação

de pessoas vivendo com HIVe SIDA,

discriminação dos idosos etc.

Formalizar a coordenação entre os Governos

Distritais, Organizações Não Governamentais

(ONGs) e as Comissões de Trabalho nos Conselhos

Consultivos sobre esta matéria

Formalizar a coordenação entre os Governos

Distritais, ONG e as Comissões de Trabalho nos

Conselhos Consultivos sobre esta matéria

Page 20: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 14 -

Em alguns casos regista-se fraco afluxo de

mulheres grávidas às Unidades Sanitárias

e falta de higiene nas Unidades Sanitárias

(US)

Em muitos casos existe coordenação com

INAS, mas o mesmo não acontece com o

NPCS

Necessidade de capacitação de autoridades

comunitárias em matéria de direitos

humanos

Embora a ligação saúde – comunidade

seja feita através das autoridades

comunitárias, activistas e comités de

saúde, persistem ainda deficiências no seu

desempenho

Formalizar a coordenação entre os Governos

Distritais, ONG e as Comissões de Trabalho nos

Conselhos Consultivos sobre esta matéria

Definição da distribuição de responsabilidades e

dos fundos de investimento, bens e serviços e

pessoal entre DPMAS, DPS, INAS e NPCS e os

SDSMAS no âmbito da elaboração de

PESOD/PESOP

Formalizar a coordenação entre os Governos

Distritais, ONG e as Comissões de Trabalho nos

Conselhos Consultivos sobre esta matéria

Melhorar o desempenho das comissões através da

clarificação dos indicadores do funcionamento:

Eleição e documentação dos membros, Termos de

Referência definidos e conhecidos, actas de reunião

elaboradas e publicadas nas unidades de saúde

SERVIÇO DISTRITAL DE PLANEAMENTO E INFRA-ESTRUTURAS

Organização e funcionamento

Algumas funções legalmente atribuídas

(construção de valas de irrigação,

promoção de tracção animal) são

executadas na prática por outros serviços

por exemplo o SDAE e a electrificação

por sectores de nível provincial DPRME,

EDM, FUNAE

Definição da distribuição de responsabilidades e

dos fundos de investimento, bens e serviços e

pessoal entre DPOPH, DPRME, EDM, FUNAE no

âmbito da elaboração de PESOD/PESOP

Planificação e gestão do orçamento

Os recursos financeiros ainda são geridos

pela Secretaria Distrital

Não existe cobertura orçamental para a

realização das actividades

Acelerar a instalação dos SDPI através da

colaboração entre as Direcções Provinciais visadas

e os Governos Distritais

Definição da distribuição de responsabilidades e

dos fundos de investimento, bens e serviços e

pessoal entre DPOPH, DPRME, EDM, FUNAE no

âmbito da elaboração de PESOD/PESOP

Gestão de recursos humanos

Insuficiência de recursos humanos;

Publicação do Quadro de Pessoal dos Governos

Distritais

Page 21: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 15 -

Contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de

serviços ao Estado

Persistem dificuldades na preparação de

Cadernos de Encargo para lançamento de

concursos de obras públicas

Nas obras com financiamento de FASE, a

DPOPH não tem acção, mas legalmente é

responsável por todas obras públicas a

nível da Província

Os Administradores assinam os contratos

das obras de FASE, mas os Governos

Distritais não tem mandatos na sua

implementação

Contratação de pessoal técnico especializado no

âmbito da descentralização da área de gestão de

infra-estruturas e procurement. Participação em

cursos de capacitação em coordenação com o

Departamento da Função Pública/SP, DPOPH

Definição da distribuição de responsabilidades e

dos fundos de investimento, bens e serviços e

pessoal em relação de construção de salas de aulas

via FASE/Construção entre DPOPH, DPEC e SDPI

no âmbito da elaboração de PESOD/PESOP 2010

Acelerar a descentralização do FASE para conferir

maior apropriação e responsabilização para os

Governos Distritais

Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital e

provincial

Falta de capacidade de disseminar

tecnologias alternativas de construção

civil

Não há regulamentação e licenciamento

dos transportadores locais

Muitas viaturas que circulam nos Distritos

são ilegais por isso não podem ser

licenciadas

Definir mecanismos de capacitação através da

DPOPH assim como aplicação no uso do orçamento

de 2,5 milhões para infra-estruturas públicas nos

Distritos

Coordenar as opções de regularizar os

transportadores não autorizados em coordenação

com a Direcção Provincial de Transportes e

Telecomunicações

Coordenar as opções de regularizar os

transportadores não autorizados em coordenação

com a Direcção Provincial de Transportes e

Telecomunicações

Há falta de clareza sobre comunicação

entre instituições sobretudo nas obras

públicas, por exemplo entre DPEC e

DPOPH em relação a escolas de FASE e

entre Governos Distritais e a Direcção

Provincial de Saúde em relação ao

FINDER

Solicitar a participação de todas as Direcções

Provinciais na harmonização do PESOD/PESOP

2010 onde podem melhor esclarecer-se questões de

infra-estruturas que tem financiamento para a

construção mas não tem para apetrechamento, como

o caso do financiamento via FINDER sem

apetrechamento pela Direcção Provincial de Saúde

SERVIÇO DISTRITAL DE EDUCAÇÃO, JUVENTUDE E TECNOLOGIA

Organização e funcionamento

Funcionamento dos conselhos de escola – Trocar esta experiência com as Comissões de

Page 22: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 16 -

tem mandato de 3 anos, tem plano de

actividades, elabora actas de reuniões,

Trabalho dos Conselhos Locais a nível dos Distritos

Planificação e gestão do orçamento

Maior limitação na execução de acções

tem sido os recursos (financeiros,

humanos materiais)

Efectuar a ligação entre o orçamento disponível e as

actividades programadas

Contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de

serviços ao estado

Fundo de infra-estruturas FASE, e gerido

no nível da Direcção Provincial – Central,

o distrito apenas indica a localização de

escolas e em alguns casos o Administrador

assina o contrato

Encontrar formas de acelerar a descentralização do

Fundo FASE para os Distritos para aumentar a

apropriação e responsabilização aos Governos

Distritais

Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital e

provincial

Efectua – se supervisão pedagógica,

apesar de insuficiência de recursos

financeiros

Há comparticipação da comunidade na

construção de residências para professores

com base em material local;

Os encarregados de educação estão

sensíveis da necessidade de educação da

rapariga;

A promoção de cultura e uso de

instrumentos tradicionais, não está sendo

devidamente executada

Melhorar a qualidade das infra-estruturas de modo a

dignificar o professor

Desenvolver parcerias com organizações que

apoiam a área de cultura e incentivar as escolas a

incluírem assuntos de cultura nos currículos locais

SERVIÇO DISTRITAL DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS

Organização e funcionamento

O licenciamento e fiscalização da

actividade pesqueira são actividades

desenvolvidas inteiramente pela Direcção

Provincial das Pescas

Atribuições na área de indústria e

comércio, turismo, Pescas, ainda não são

efectuadas no distrito;

Continuar a coordenação entre a Direcção

Provincial das Pescas e os SDAE: esclarecer a

divisão de tarefas, recursos, capacidades, materiais

de trabalho, assistência técnica e capacitação. Este

exercício deve ser preparado antes da harmonização

PESOD/PESOP

Page 23: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 17 -

O licenciamento na área de comércio e

indústria ainda é efectuado pela Secretaria

Distrital;

A Secretaria Provincial deverá em coordenação

com a DPPF, tomar as decisões sobre a orientação

das actividades pelos respectivos sectores a nível

distrital consoante a lei

O SDAE apenas prepara processos de uso

e aproveitamento de terra e, o

licenciamento de turismo ainda e

efectuado pela Direcção Provincial do

Turismo

Falta de espaço físico para acomodar todas

áreas do SDAE;

Não existe ligação entre todos os SDAE e

Direcção Provincial de Turismo

Ampliar os edifícios existentes (Plano Estratégico

Provincial 2010-2019)

Continuar a coordenação entre as Direcções

Provinciais e os SDAE: esclarecer a divisão de

tarefas, recursos, capacidades, materiais de

trabalho, assistência técnica e capacitação. Este

exercício deve ser preparado antes da harmonização

PESOD/PESOP

Planificação e gestão do orçamento

Insuficiência de recursos financeiros para

execução de actividades

Elaboração e distribuição de regulamento da

distribuição dos orçamentos dos Governos Distritais

através da DPPF

Gestão de recursos humanos

Falta de técnicos qualificados na

agricultura, turismo, indústria e comercio

e pescas,

Assegurar a coordenação entre a DPA, DPIC,

DPREME, DPPescas e Turismo e os SDAE para

assistência técnica especializada enquanto o Quadro

do Pessoal dos Distritos não estiver publicado no

BR

Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital e

provincial

Em geral as opções de disseminação de

conhecimentos Província - Distrito são

baixas;

Verifica-se fraca coordenação com

DPREME para fiscalizar a exploração de

recursos minerais

O SDAE não tem nenhuma informação

sobre as actividades da DP Turismo.

Normalmente os técnicos provinciais

trabalham na zona costeira sem o

conhecimento do SDAE senão no

momento de carimbar as Guias de

Marcha;

As Direcções Provinciais visadas deverão em

coordenação com a Secretaria Provincial transferir

os conhecimentos e experiências existentes para os

Distritos

Continuar a coordenação entre a DPREME e os

SDAE: esclarecer a divisão de tarefas, recursos,

capacidades, materiais de trabalho, assistência

técnica e capacitação. Este exercício deve ser

preparado antes da harmonização PESOD/PESOP

Continuar a coordenação entre a Direcção

Provincial do Turismo e os SDAE: esclarecer a

divisão de tarefas, recursos, capacidades, materiais

de trabalho, assistência técnica e capacitação. Este

exercício deve ser preparado antes da harmonização

PESOD/PESOP

Page 24: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 18 -

I.3.2. Análise das implicações dos resultados ao nível do Posto Administrativo e Localidade

No ponto anterior (I.3.1) apresentou-se os resultados/constatações da situação interna dos

Governos Distritais, representando a imagem da capacidade institucional destes governos para

responder à demanda das populações. Porém, os desafios observados têm implicações no

funcionamento e coordenação dos níveis imediatamente inferiores ao distrito, nomeadamente,

Posto Administrativo e Localidade.

De forma a considerar estas implicações na formulação da estratégia, apresenta-se em seguida o

quadro resumo que analisa o impacto destas constatações para o funcionamento desejável dos

Postos administrativos e Localidades.

Constatações Implicações no PA e Localidade

Organização e funcionamento

1. Persistem dificuldades na organização da

documentação e Arquivo

2. Não existe em geral uma gestão eficiente de bens e

recursos do Estado

1. Falta de acolhimento de idosos em muitas

Localidades;

2. Funcionamento dos conselhos de escola – tem

mandato de 3 anos, tem plano de actividades,

elabora actas de reuniões,

3. O licenciamento na área de comércio e indústria

ainda é efectuado pela Secretaria Distrital;

A organização de arquivo, gestão de

bens a estes níveis territoriais é

influenciada pela ausência de

técnicos.

No que diz respeito ao licenciamento,

faz com que os comerciantes locais

não reconheçam de forma efectiva a

actuação dos Chefes, uma vez não

terem sido estes a concederem

licenças para o exercício da

actividade. Pese embora não ter sido

estes chefes a conceder a licença,

deveriam ter participado no processo e

sobretudo serem indicados ao

comerciante como autoridade local

competente para a fiscalização dessas

actividades.

Planificação e Gestão do orçamento

1. Inexistência de fundo de funcionamento

2. Em muitos casos as metas de vacinação não são

cumpridas na totalidade devido a insuficiência de

viaturas;

3. Falta de fundo para cuidados da pessoa portadora de

deficiência

Esta situação tem reflexos no

funcionamento normal das Secretarias

dos PAs e Localidade, visto que o

nível distrital não consegue adquirir

material de escritório suficiente com

vista a enviar àquelas secretarias.

O cumprimento das metas resulta em

parte do não conhecimento dos Chefes

dos PA´s e Localidades, do que

devem fazer em cumprimento dum

programa do governo, pois a sua

missão, seria de mobilizar os líderes

comunitários e outras entidades

influentes para influenciar as

populações a aderirem as campanhas

Page 25: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 19 -

(vacinação, saneamento, etc).

Gestão de Recursos Humanos

1. Regista-se a falta de conhecimento da orgânica do

Sector.

2. Os funcionários não têm os seus Termos de

Referência

3. Persistem muitas falhas nos processos de gestão dos

recursos humanos (nomeações, progressões etc.) 4. Em alguns serviços existem funcionários com

salários pagos pelas Direcções Provinciais

5. Insuficiência de técnicos médios, médicos, bem

como pessoal administrativo

A falta do conhecimento da orgânica,

resulta na dificuldade de afectação de

técnicos para os níveis mais baixos,

aliados a falta de conhecimento das

reais atribuições dos mesmos para os

PAs e Localidades.

Esta situação remete aos Chefes dos

PAs e Localidades numa situação

ineficiente de exercer todas tarefas

sob responsabilidade do seu nível

territorial.

Comunicação, coordenação, assistência técnica e prestação de contas a nível distrital e

provincial

1. A comunicação com informantes chave (Secretaria

Provincial) ainda constitui maior dificuldade

2. Deficiente comunicação com usuários da informação

– Localidades, devido a exiguidade de fundos;

3. É ainda fraca intervenção dos Serviços Distritais na

educação cívica das famílias para promoção de

valores morais, bem como para combate aos males

sociais como violência doméstica, discriminação de

pessoas vivendo com HIV/SIDA, discriminação dos

idosos etc.

4. Em alguns casos regista-se fraco afluxo de mulheres

grávidas às Unidades Sanitárias e falta de higiene

nas Unidades Sanitárias (US)

5. Necessidade de capacitação de autoridades

comunitárias em matéria de direitos humanos

6. Verifica-se fraca coordenação com DPREME para

fiscalizar a exploração de recursos minerais

7. Efectua – se supervisão pedagógica, apesar de

insuficiência de recursos financeiros

8. Há comparticipação da comunidade na construção de

residências para professores com base em material

local;

9. Os encarregados de educação estão sensíveis da

necessidade de educação da rapariga;

10. A promoção de cultura e uso de instrumentos

tradicionais, não está sendo devidamente executada

O fluxo da informação é um elemento

chave para o sucesso da governação

local e participativa. A questão da

comunicação e coordenação faz com

que muitas acções sejam realizadas a

“revelia” dos chefes, pois, estes sem

plano ao seu nível não sabem onde

vão. Portanto, se os níveis

imediatamente superiores não

estabelecerem uma comunicação

efectiva, coordenação articulada e

uma assistência técnica permanente,

reduz os esforços globais do governo

no combate a pobreza e os Chefes e as

populações em meros assistentes e

não executores finais das actividades

planificadas noutros níveis.

A questão da comunicação e

coordenação, remete igualmente a

uma exploração desenfreada dos

recursos naturais, visto que os Chefes

dos PAs e Localidades, não conhecem

o volume da exploração autorizada a

cada operador e das obrigações sociais

dos mesmos na área de exploração.

Faz com que a populações não tirem

ganhos dos recursos por si

conservados durante longos anos.

Page 26: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 20 -

Contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de

serviços ao Estado

1. As UGEAs das Secretarias Distritais funcionam com

dificuldades

2. A composição das UGEAs nem sempre obedece o

estabelecido no Decreto 15/2010 de 24 de Maio

1. Persistem dificuldades na preparação de Cadernos

de Encargo para lançamento de concursos de obras

públicas

2. Nas obras com financiamento de FASE, a DPOPH

não tem acção, mas legalmente é responsável por

todas obras públicas a nível da Província

3. Os Administradores assinam os contratos das obras

de FASE, mas os Governos Distritais não tem

mandatos na sua implementação

A contratação de empresas para

realização de obras nos Postos

Administrativos e Localidades, são

feitos ao nível distrital e provincial,

sem a presença/conhecimento do

beneficiário (Chefes dos PA e

Localidades), o que faz com que estes

não conheçam a duração do projecto,

a magnitude da infra-estrutura, valor

envolvido e o responsável pela

realização do projecto. Assim, não são

capazes de monitorar, dar informação

precisa sobre o decurso da obra, muito

menos assegurar uma gestão efectiva

por sua parte e da população local.

I.4. APLICAÇÃO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE

INSTITUCIONAL DOS GOVERNOS DISTRITAIS

Os resultados da presente avaliação constituem uma base prática para a orientação das acções do

Governo Provincial. Neste sentido contribui para maior eficiência na disponibilização de

serviços públicos de qualidade e quantidade melhorada aos cidadãos.

Podem ser citados alguns exemplos de utilização dos resultados desta avaliação:

Fornecimento de insumos para a elaboração do Plano Estratégico Provincial

principalmente na componente de capital humano e formação;

Orientação de programas de capacitação do Governo Provincial para os Distritos, como

por exemplo parte do Programa Nacional de Planificação e Finanças Descentralizadas

na componente provincial;

Orientação das negociações entre o Governo Provincial e parceiros que estejam

interessados em apoiar a capacitação dos funcionários públicos assim como

melhoramento de prestação de serviços na administração pública no geral;

Consciencialização dos diversos actores governamentais e não-governamentais sobre os

desafios impostos pela descentralização no desempenho da administração pública a

nível distrital.

Para além das aplicações acima indicadas o processo da avaliação da capacidade institucional

trouxe outras vantagens para o melhor funcionamento do Governo, nomeadamente:

Esclarecimento dos desafios e papéis para os diferentes níveis de actores;

Melhoramento da comunicação entre as instituições do Estado ao nível provincial e

distrital;

O fortalecimento do papel dos Conselhos Técnicos Provincial e Distritais;

O fortalecimento dos Governos Distritais, do Posto Administrativo e da Localidade para

cumprir as suas tarefas na governação participativa.

Page 27: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 21 -

ESTRATÉGIA DO FORTALECIMENTO

DA CAPACIDADE GOVERNATIVA DOS

DISTRITOS, POSTOS

ADMINISTRATIVOS E LOCALIDADES

Page 28: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 22 -

II. ESTRATÉGIA

No diagnóstico para a avaliação da capacidade institucional dos Governos Distritais constatou-se

que não há clareza sobre como cada Distrito elabora o seu Plano Económico, Social e Orçamento

Distrital - PESOD. Nenhum Distrito inicia a elaboração do PESOD para o ano seguinte em

Janeiro ou Fevereiro sendo que todos aguardam pelas orientações do MPD. É menos provável

que os Distritos consigam elaborar um PESOD de boa qualidade com o pouco tempo oferecido

entre o envio das orientações metodológicos pelo MPD e o prazo estabelecido para a entrega das

propostas à DPPF.

Durante as visitas oficiais aos Distritos, o Governador da Província constatou que os Chefes dos

Postos Administrativos e das Localidades não dominam as medidas (actividades e orçamento)

que constituem o PESOD. Portanto, não estão em condições de explicar quais são as realizações

previstas e com que orçamento para os territórios nos quais são representantes do Estado.

Outra constatação refere-se a falta de domínio das relações de subordinação coordenação entre

os funcionários do Estado e o Chefes dos Postos Administrativos e Localidades. Ainda nas suas

visitas oficiais, o Governador da Província, observou-se que extensionistas afectos numa

Localidade, deslocam-se primeiro para a Sede do distrito, para proceder a assinatura do livro de

ponto, acto que poderia exercer no seu posto sob fiscalização do respectivo Chefe da Localidade.

Ainda na mesma área, observou-se também a falta de cumprimento e conhecimento da hierarquia

do Governo para efeitos de gestão de recursos humanos. Neste caso, os coordenadores das ZIP´s

referiram que em caso de necessitarem de autorização para deslocarem-se para fora da sua área

de trabalho, solicitam-na ao respectivo Director do Serviço Distrital ao invés do Chefe do Posto

Administrativo ou de Localidade.

O processo convencional de elaboração do PESOD inicia com a consulta e participação das

comunidades através dos Conselhos Consultivos Locais. Depois da aprovação da proposta do

PESOD pelo Conselho Consultivo e Governo Distrital, a proposta é submetida à DPPF para a

sua globalização com vista à elaboração do Plano Económico e Social e Orçamento Provincial -

PESOP. Após a aprovação do PESOP pelo Governo Provincial é, remetido à Assembleia

Provincial e depois aos Ministérios da Planificação e Desenvolvimento e das Finanças para

efeitos de globalização e submissão à Assembleia da República (AR). Uma vez o documento

aprovado pela AR, os limites orçamentais para cada Unidade Gestora e Beneficiária – UGB são

comunicados e são disponibilizados através do e-SISTAFE a todos os níveis.

As instituições do Governo Distrital dominam as normas e procedimentos dentro dos quais o

orçamento aprovado deverá ser executado. Portanto, em termos práticos os técnicos afectos aos

Serviços e Secretaria Distrital são capazes de interpretar as medidas previstas no PESOD. Porém,

esta situação não se estende até aos Postos Administrativos, Localidades e Comunidades. Nestes

níveis a informação não é difundida e as estruturas locais não dominam as medidas planificadas

e o respectivo orçamento que constituem o PESOD pese embora tenham participado activamente

na identificação das prioridades que doravante compõem o PESOD.

A interrupção no fluxo de informação sobre o PESOD do nível distrital e os de escalão inferior

pode ser ilustrado pelo esquema que segue (Fig.3). Nesta figura apresenta-se que o fluxo de

consulta e participação comunitária para a elaboração do PESOD começa do nível da

comunidade onde existem fóruns locais e outras organizações da sociedade civil, passando pela

Localidade, Posto Administrativo, Distrito, Província até ao nível central. Do nível central o

Page 29: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 23 -

PES-OE é comunicado seguindo os mesmos níveis para a Província e o Distrito, representada

pela linha contínua. Na comunicação do nível distrital até as comunidades o conhecimento do

próprio PESOD reduz cada vez mais até o nível das comunidades, o que é representado pela

linha tracejada, de onde na elaboração do PESOD partiu com intensidade forte. No Posto

Administrativo, Localidade e nas comunidades não existe uma interpretação em termos de

actividades e orçamento planificado concretamente para o próprio Posto Administrativo e

Localidade.

Na prática a interrupção na comunicação a partir do nível distrital até à comunidade representa

um problema para a Administração Pública na medida em que remete o Distrito à posição de

centro de desenvolvimento ao invés de pólo de desenvolvimento como plasmado na visão de

desenvolvimento do Governo. Em consequência, esta situação reduz a apropriação dos dirigentes

e da população nos Postos Administrativos e Localidades sobre os projectos e acções contidos no

PESOD remetendo toda a responsabilidade ao Governo Distrital.

Figura. 3 – Ciclo de elaboração do PESOD demonstrando a interrupção do fluxo de informação entre o Distrito a os níveis imediatamente inferiores

LEGENDA PQG/PES-OE: Programa Quinquenal do Governo/Plano Económico e Social e Orçamento do Estado PQG/PESOP: Programa Quinquenal do Governo/Plano Económico e Social e Orçamento Provincial PQG/PESOD: Programa Quinquenal do Governo/Plano Económico e Social e Orçamento Distrital ODP: Observatório de Desenvolvimento Provincial CCPA: Conselho Consultivo do Posto Administrativo

Interrupção do fluxo de comunicação

FL

UX

O D

E C

ON

SU

LT

A E

PA

RT

ICIP

ÃO

CO

MU

NIT

ÁR

IA P

AR

A A

EL

AB

OR

ÃO

DO

PE

SO

D

CENTRAL - AR/PRESIDENTE DA REPÚBLICA

PROVINCIAL - GOVERNO/ASSEMBLEIA PROVINCIAL/ODP

DISTRITAL: GOVERNO DISTRITAL/CONSELHO CONSUL. DISTRITAL

POSTO ADMINISTRATIVO – SECRET. P. ADMINISTRATIVO/CCPA

LOCALIDADE – SECRET. DA LOCALIDADE/C. C. DA LOCALIDADE

COMUNIDADES - FÓRUNS LOCAIS/ORGANIZAÇÕES DA S. CIVIL

FL

UX

O D

E C

OM

UN

ICA

ÇÃ

O D

AS

OR

IEN

TA

CO

ES

PR

ES

IDE

NC

IAIS

E D

A E

XE

CU

ÇÃ

O D

O P

ES

OD

PQG/PES-OE

PQG/PES-OE

PQG/PES-OP

PQG/PES-OD

PQG/PES-OD

PQG/PES-OD

Page 30: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 24 -

Este, por sua vez realiza as tarefas que pelo princípio de subsidiariedade da descentralização

devem estar a cargo dos níveis imediatamente inferiores. Assim, sujeita-se à ineficiência devido

à sobrecarga de actividades e exiguidade de recursos. Este fenómeno é muitas vezes encontrado

na gestão do Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD). O Governo Distrital, devido a

sobrecarga com a monitoria dos projectos aprovados e sem recursos para tal, acaba por idealizar

uma possibilidade de prever dentro do FDD fundos para a monitoria o que é contrário aos

procedimentos de gestão deste orçamento.

Para além dos desafios no âmbito da elaboração, implementação e monitoria do PESOD, existe

uma fraqueza ao nível das Secretarias nos Postos Administrativos e Localidade, devido ausência

de técnicos qualificados capazes de apoiar os respectivos chefes a estes níveis territoriais,

associada a falta de infra-estruturas para o funcionamento das Secretarias.

Igualmente a fraqueza regista-se para as instituições de consulta, na medida em que não estão

estruturados em comissões de trabalho que possam vincular cada um dos membros a cada uma

área de desenvolvimento local (saúde, educação, agricultura, ambiente, etc.).

De uma forma esquemática a intervenção do Governo Provincial para fortalecer o papel do Posto

Administrativo e da Localidade pode ser representado conforme a figura (Figura 4) que se segue.

Fig.4-Esquema de intervenção para o fortalecimento do papel do Posto Administrativo e Localidade no

processo de elaboração, implementação do PESOD e das orientações definidas.

Problemas identificados pelo

Governo Provincial

Participação comunitária

deficiente na execução do

PESOD

Deficiente monitoria do

PESOD e centralismo a nível

do Distrito

Marginalização do Posto

Administrativo e da

Localidade do cenário político

e estratégico de

desenvolvimento do Distrito

Linhas de

Intervenção do

Governo Provincial

Aperfeiçoamento dos

instrumentos e

processo de

planificação e

monitoria

Aperfeiçoamento dos

instrumentos e

processo de

participação

comunitária

Capacitação dos

Postos

Administrativos e

Localidades e (Infra-

estruturas e

capacidades

técnicas)

Articulação e

coordenação com

parceiros Meta estratégica do

Governo Provincial

Posto

Administrativo e

Localidade

participam na

elaboração,

execução e

monitoria do

PESOD assim

como na

implementação

das orientações

definidas e em

outras actividades

que contribuem

para o

desenvolvimento

local

Page 31: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 25 -

Em face disto, o Governador da Província orientou à DPPF no sentido de apresentar uma

estratégia de intervenção que o Governo Provincial pode utilizar para reverter o problema

identificado.

II.1. OBJECTIVO ESTRATÉGICO

A figura 3 apresenta esquematicamente como decorre a interrupção do fluxo de informação no

ciclo de elaboração e execução do PESOD. Esta interrupção significa que o Posto Administrativo

e a Localidade têm fraco acesso à informação sobre o PESOD aprovado e, desta forma não

desempenham eficientemente as tarefas que lhes são legalmente incumbidas.

O objectivo geral desta intervenção é fortalecer o papel do Distrito, Posto Administrativo e da

Localidade no processo de elaboração, implementação e monitoria do PESOD como

contribuição para a prestação de serviços públicos de qualidade e quantidade cada vez melhores

para os cidadãos nas zonas rurais e urbanas.

II.2. COMPONENTES ESTRATÉGICAS

Para concretizar o objectivo estratégico estabelecido, o Governo Provincial considerou a sua

intervenção em quatro linhas ou componentes estratégicas, nomeadamente:

A. Articulação e coordenação com parceiros para assessoria técnica distrital;

B. Fortalecimento da estrutura de coordenação da Secretaria Distrital e Provincial;

C. Fortalecimento da participação e consulta comunitária através da estruturação dos

Conselhos Consultivos do Posto Administrativo e Localidade em Comissões de Trabalho

segundo os Serviços Distritais;

D. Aperfeiçoamento do PESOD através de matrizes de planificação e monitoria por Posto

Administrativo e Localidade;

E. Capacitação dos Postos Administrativo e Localidade em Infra-estruturas e Recursos

Humano

Page 32: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 26 -

IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA

DE FORTALECIMENTO DA

CAPACIDADE GOVERNATIVA DOS

DISTRITOS

Page 33: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 27 -

III. IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA

Em seguida estão descritas as realizações que foram levadas a cabo a nível da Província para

implementar a estratégia acima referida através das suas componentes.

Componente A- Articulação e coordenação com parceiros e assessoria técnica distrital

Uma das implicações da descentralização e principalmente a desconcentração de competências,

funções e tarefas para os Distritos é o aumento da demanda em capacitação e assistência técnica.

As Direcções Provinciais podem assistir tecnicamente os Governos Distritais quer através do

Conselho Técnico Provincial (CTP) quer individualmente. Porém, para maior sucesso da

assistência técnica observou-se que seria necessário um mecanismo de assistência permanente

aos Governos Distritais para além daquela prestada pelo CTP a partir do nível provincial. A ideia

era de que deveria haver assistência técnica actuando no nível distrital de carácter operacional e

que estivesse ligada à aquela do nível provincial com carácter estratégico.

Nesta ordem de ideias, o Governo Provincial com apoio da Cooperação Alemã (GIZ) no quadro

do Programa de Descentralização, introduziu um esquema de assistência técnica aos Governos

Distritais. Este esquema estava baseado no princípio de que para cada grupo de três Distritos

teria um Oficial do Programa de Descentralização que prestaria apoio na organização e

funcionamento da Governo Distrital para responder aos desafios na área da descentralização.

Portanto, afectou-se:

Oficial do Programa para os Distritos de Zavala, Inharrime e Jangamo, baseado em

Zavala;

Oficial do Programa para os Distritos de Panda, Homoíne e Morrumbene baseado em

Panda;

Oficial do Programa para os Distritos de Massinga, Funhalouro e Vilankulo, baseado

em Massinga;

Oficial do Programa para os Distritos de Inhassoro, Mabote e Govuro, baseado em

Inhassoro;

As funções dos Oficiais do Programa eram:

Apoiar os Governos Distritais na implementação das medidas previstas no processo da

descentralização em curso no País;

Apoiar o processo da consolidação da organização e funcionamento dos Conselhos

Locais de acordo com a legislação e orientações oficiais aplicáveis para esta matéria;

Apoiar na revisão dos PEDD e elaboração dos PESOD nos Distritos de acordo com a

metodologia adoptada para o efeito;

Garantir a divulgação dos PEDD e dos PESOD ao nível das comunidades, sectores

distritais e provinciais e outras organizações para as quais seja relevante.

Capacitar funcionários dos Governos Locais em matéria de planificação estratégica e

operacional ;

Page 34: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 28 -

Apoiar na realização dos balanços trimestrais dos Planos Económicos e Sociais e

Orçamento Distrital – PESOD com a participação das comunidades através dos

Conselhos Locais;

Apoiar na capacitação dos Governos Distritais para a gestão transparente e correcta das

medidas financeiras transferidas para eles tanto pela contribuição alemã como por

outras entidades incluindo o Orçamento Geral do Estado.

A estrutura de assistência técnica directa aos Distritos produziu resultados encorajadores. Quase

todos os Distritos da Província apresentam elevado nível de conhecimento sobre a gestão dos

processos de planificação e finanças descentralizadas.

Porém, com o início do Programa Nacional de Planificação e Finanças Descentralizadas –

PNPFD, decidiu-se substituir a assistência técnica distrital por uma assessoria temática a nível

provincial. Referir que com o PNPFD os Governos Distritais vão contratar técnicos para reforçar

o seu quadro. Assim, o Governo Provincial pretende maximizar o esforço no sentido de

aproveitar os recursos que serão disponibilizados através deste Programa para fortalecer o papel

da Localidade e do Posto Administrativo.

Componente B- Fortalecimento da estrutura de coordenação da Secretaria Distrital e

Provincial

Para fortalecer a capacidade de coordenação dos Secretários Permanentes Provincial e Distrital,

constituiu-se os Conselhos Técnicos Provincial e Distritais respectivamente.

CONSELHO TÉCNICO PROVINCIAL

Havendo necessidade de reforçar a capacidade de coordenação e consulta do Secretário

Permanente Provincial no exercício das funções, assim como de consolidar a estrutura da própria

Secretaria Provincial, constituiu-se o Conselho Técnico Provincial (CTP).

Importa referir que a preocupação com a coordenação intersectorial na Província de Inhambane

data a algum tempo atrás. A partir de 2001 constituiu-se para o efeito, um colectivo de

coordenação intersectorial denominado Comité Provincial de Desenvolvimento Rural (CPDR)

operacionalizado através do Secretariado Técnico de Desenvolvimento Rural (STDR). Estes

colectivos tinham equivalência com as Equipas Provinciais de Apoio à Planificação (EPAP) ora

existentes nas outras Províncias.

O CTP está em vantagem quando comparado com os colectivos acima indicados na medida em

que surge como uma demanda legal e está orientado para assistir a figura de Secretário

Permanente Provincial que também tem a função de coordenação a nível do Governo Provincial.

Portanto, há muita clareza em relação a constituição e funcionamento do CTP diferentemente dos

anteriores colectivos que dependiam da situação de cada Província assim como de projectos que

prestavam apoio na área de planificação descentralizada.

Page 35: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 29 -

Funções

O Conselho Técnico Provincial é, de acordo com a Resolução No 3/2006 de 20 de Dezembro no

Artigo 11, um colectivo de consulta do Secretário Permanente Provincial e tem as seguintes

funções:

a) Harmonizar as propostas dos planos e orçamentos a serem submetidos ao Governo

Provincial;

b) Harmonizar as propostas dos relatórios de balanços periódicos e do PES;

c) Coordenar a elaboração e monitorar a execução dos planos Estratégicos de

Desenvolvimento da Província e dos Distritos.

Em termos específicos, o Conselho Técnico Provincial funcionará na:

Faciltação dos processos de planificação participativa estratégica e operacional;

Implementação de mecanismos de promoção da participação comunitária e da sociedade

civil no desenvolvimento sócio-económico da Província;

Facilitação do processo de criação e desenvolvimento de capacidades técnicas nos

Distritos para a gestão do processo de desenvolvimento local a luz da descentralização

em curso no País;

Facilitação da coordenação entre os sectores de tutela para a introdução de tecnologias

inovativas apoiando o desenvolvimento rural sustentável com a valorização das

iniciativas locais;

Facilitação da coordenação entre o Governo e Parceiros nas diferentes áreas de

desenvolvimento

Estrutura

O Conselho Técnico Provincial é constituído por:

a) Secretário Permanente Provincial

b) Directores Provinciais designados pelo Governador da Província

c) Responsáveis dos Sectores de Planificação das Direcções Provinciais

d) Outros quadros e técnicos sempre que se julgue conveniente (No 2 do Artigo 11 da

Resolução No 3/2006 de 20 de Dezembro, Autoridade Nacional da Função Pública)

No

Membro do CTP Função

1 Secretário Permanente Provincial Coordenador

2 Director Provincial do Plano e Finanças Membro

3 Director Provincial das Obras Públicas e Habitação Membro

4 Director Provincial da Saúde Membro

5 Director Provincial da Agricultura Membro

6 Director Provincial da Educação e Cultura Membro

7 Chefe de Departamento de Administração Territorial

Autárquica da SP

Membro

8 Chefe de Departamento de Planificação e Orçamento da

DPPF

Membro

Page 36: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 30 -

9 Chefe de Departamento de Promoção do Desenvolvimento

Rural na DPPF

10 Chefe de Departamento de Planificação e Estatística da

DPOPH

Membro

11 Chefe de Departamento de Economia da DPA Membro

12 Chefe de Departamento de Planificação da DPEC Membro

13 Outros Técnicos relevantes

Funcionamento

Para efeitos de funcionamento, assume-se o Conselho Técnico Provincial de Inhambane como

tendo duas partes na sua estrutura: uma corresponde à estrutura do Conselho Técnico Provincial

e a outra, com carácter operacional, corresponde ao Grupo Técnico, constituído, pelos chefes dos

Sectores Planificação dos Sectores que integram o Conselho Técnico Provincial e os Chefes dos

Departamentos de Promoção do Desenvolvimento Rural e da Administração Territorial e

Autárquica na Direcção Provincial do Plano e Finanças e Secretaria Provincial respectivamente,

assim como de outros técnicos conforme a necessidade. Este grupo será responsável em preparar

as condições necessárias como discussão prévia dos assuntos, elaboração de propostas técnicas e

propostas de soluções, de modo a que as sessões do Conselho Técnico Provincial decorram com

a devida eficiência.

O Conselho Técnico Provincial é convocado e dirigido pelo Secretário Permanente Provincial,

coadjuvado pelo Director Provincial do Plano e Finanças. Reúne-se ordinariamente de três em

três meses e extraordinariamente sempre que conveniente (No 2 e 3 do Artigo 11 da Resolução

No 3/2006 de 20 de Dezembro, Autoridade Nacional da Função Pública). Havendo necessidade,

as sessões extraordinárias do Conselho Técnico Provincial podem ser convocadas sob proposta

dos Directores Provinciais que dele fazem parte bastando que seja feita uma comunicação com a

devida antecedência incluindo a proposta de agenda. As sessões ordinárias do Conselho Técnico

Provincial realizam-se na última semana do último mês do trimestre.

O Grupo Técnico é convocado e dirigido pelo Chefe do Departamento da Administração

Territorial e Autárquica da Secretaria Provincial, coadjuvado pelo Chefe do Departamento de

Planificação e Orçamento da Direcção Provincial do Plano e Finanças. As suas sessões realizam-

se ordinariamente uma vez em cada mês e extraordinariamente sempre que for necessário.

A última sessão do Grupo Técnico de cada trimestre deverá acontecer cinco dias úteis antes da

sessão ordinária do Conselho Técnico Provincial e terá dentre vários pontos de agenda, a

elaboração da proposta de agenda para a referida sessão do Conselho Técnico Provincial.

As sínteses elaboradas nas sessões do Grupo Técnico deverão sempre serem encaminhadas ao

Secretário Permanente Provincial, dois dias úteis depois da realização da sessão, através do

Departamento da Administração Territorial e Autárquica, para os devidos efeitos que incluem

também o envio para todos os membros do Conselho Técnico Provincial.

Page 37: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 31 -

CONSELHO TÉCNICO DISTRITAL

Funções

O Conselho Técnico Distrital é, de acordo com a Resolução No 4/2006, de 20 de Dezembro,

Artigo 9, um colectivo de consulta do Secretário Permanente Distrital e tem as seguintes

funções:

a) Harmonizar as propostas dos planos e orçamentos a serem submetidos ao Governo

Distrital;

b) Harmonizar as propostas dos relatórios de balanços periódicos e do PES;

c) Coordenar a elaboração e monitorar a execução dos planos Estratégicos de

Desenvolvimento do Distrito;

Em termos específicos, o Conselho Técnico Distrital irá:

Facilitar os processos de planificação participativa estratégica e operacional;

Implementação de mecanismos de promoção da participação comunitária e da sociedade

civil no desenvolvimento socioeconómico do Distrito;

Facilitar o processo de criação e desenvolvimento de capacidades técnicas nos Distritos

para a gestão do processo de desenvolvimento local a luz do processo da descentralização

em curso no País;

Facilitar a coordenação entre os sectores de tutela para a introdução de tecnologias

inovativas para o desenvolvimento rural sustentável com a valorização das iniciativas

locais;

Facilitar a coordenação entre o Governo e Parceiros nas diferentes áreas de

desenvolvimento;

Apoiar os Conselhos locais na elaboração de actas, relatórios e demais documentação.

O Conselho Técnico Distrital é aprovado pelo Governo Distrital sob a proposta do Secretário

Permanente Distrital, através de um despacho exarado pelo Administrador do Distrito.

Estrutura

O Conselho Técnico Distrital é constituído por:

a) Secretário Permanente Distrital

b) Directores dos Serviços Distritais designados pelo Administrador do Distrito;

c) Chefe de Repartição de Planificação e Desenvolvimento Local da Secretaria Distrital;

d) Chefe da Repartição de Finanças da Secretaria Distrital;

e) Responsáveis dos Sectores de Planificação dos Serviços Distritais

f) Outros quadros e técnicos sempre que se julgue conveniente

A nível da Província de Inhambane o Conselho Técnico Distrital é constituído por 11 membros

nomeadamente:

Page 38: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 32 -

No

Membro do CTD Função

1 Secretário Permanente Distrital Coordenador

2 Director dos Serviços Distritais de Actividades Económicas

(SDAE)

Membro

3 Director dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e

Tecnologia (SDEJT)

Membro

4 Director dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção

Social (SDMAS)

Membro

5 Director dos Serviços Distritais de Planeamento e Infra-

estruturas (SDPI)

Membro

6 Chefe de Repartição de Planificação e Desenvolvimento

Local da Secretaria Distrital

Membro

7 Chefe da Repartição de Finanças da Secretaria Distrital Membro

8 Responsável do Sector de Planificação do SDPI Membro

9 Responsável do Sector de Planificação do SDAE Membro

10 Responsável do Sector de Planificação do SDEJT Membro

11 Responsável do Sector de Planificação do SDSMAS Membro

FUNCIONAMENTO

Para efeitos de funcionamento, assume-se o Conselho Técnico Distrital como tendo duas partes

na sua estrutura: uma corresponde à estrutura do Conselho Técnico Distrital e a outra, com

carácter operacional, corresponde ao Grupo Técnico, constituído, pelo Chefe de Repartição de

Planificação e Desenvolvimento Local da Secretaria Distrital, Chefe da Repartição de Finanças

da Secretaria Distrital, pelos responsáveis dos Sectores de Planificação de todos os Serviços

Distritais, assim como de outros técnicos conforme a necessidade.

Este grupo será responsável em preparar as condições necessárias como discussão prévia dos

assuntos, elaboração de propostas técnicas e propostas de soluções, de modo a que as sessões do

Conselho Técnico Distrital decorram com a devida eficiência.

O Conselho Técnico Distrital é convocado e dirigido pelo Secretário Permanente Distrital,

coadjuvado pelo Director dos Serviços Distritais de Actividades Económicas. Reúne-se

ordinariamente de três em três meses e extraordinariamente sempre que conveniente (No 2 e 3 do

Artigo 9 da Resolução No 4/2006, de 20 de Dezembro, Autoridade Nacional da Função Pública).

As sessões ordinárias do Conselho Técnico Distrital realizam-se na penúltima semana do último

mês do trimestre.

O Grupo Técnico é convocado e dirigido pelo Chefe da Repartição de Planificação e

Desenvolvimento Local da Secretaria Distrital. As suas sessões realizam-se ordinariamente uma

vez em cada mês e extraordinariamente sempre que for necessário.

A agenda de cada sessão será elaborada sob orientação do responsável do Grupo Técnico

incluindo a consulta aos demais membros. A última sessão do Grupo Técnico de cada trimestre

deverá acontecer 5 dias úteis antes da sessão ordinária do Conselho Técnico Distrital e terá

dentre vários pontos de agenda, a elaboração da proposta de agenda para a referida sessão do

Conselho Técnico Distrital.

Page 39: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 33 -

As sínteses elaboradas nas sessões do Grupo Técnico deverão sempre serem encaminhadas ao

Secretário Permanente Distrital, 2 dias úteis depois da realização da sessão, através do Chefe da

Repartição de Planificação e Desenvolvimento Local da Secretaria Distrital, para os devidos

efeitos que incluem também o envio para todos os membros do Conselho Técnico Distrital.

Proposta da criação de Conselho Técnico do Posto Administrativo e de Localidade

CONSELHO TÉCNICO DO POSTO ADMINISTRATIVO

Havendo necessidade de reforçar a capacidade de coordenação do Chefe do Posto

Administrativo na implementação dos planos locais, orientações e decisões a níveis

imediatamente superiores, a presente estratégia preconiza a constituição do Conselho Técnico do

Posto Administrativo.

Funções

O Conselho Técnico do Posto Administrativo tem as seguintes funções:

a) Harmonizar as propostas dos planos das Localidades a serem submetidos ao Governo

Distrital;

b) Harmonizar as propostas dos relatórios de balanços periódicos;

c) Coordenar a contribuição do Posto Administrativo na elaboração, execução e monitorar

do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Distrito, Plano Económico e Social;

Em termos específicos, o Conselho Técnico do Posto Administrativo irá:

a) Facilitar os processos de planificação participativa estratégica e operacional;

b) Apoiar a promoção da participação comunitária e da sociedade civil no

desenvolvimento sócio-económico;

c) Facilitar a coordenação entre os sectores de tutela para a introdução de tecnologias

inovativas para o desenvolvimento rural sustentável com a valorização das iniciativas

locais;

d) Facilitar a coordenação entre a Secretaria do Posto Administrativo e Parceiros nas

diferentes áreas de desenvolvimento;

e) Apoiar os Conselhos Consultivos de Posto Administrativo e de Localidade na

elaboração de actas, relatórios e demais documentação.

O Conselho Técnico do Posto Administrativo é aprovado pelo Administrador Distrital sob a

proposta do Chefe do Posto Administrativo, ouvido o Secretário Permanente Distrital.

Page 40: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 34 -

Estrutura

O Conselho Técnico do Posto Administrativo é constituído por 5 elementos:

a) Chefe do Posto Administrativo

b) Responsável do Sector de Actividades Económicas

c) Responsável do Sector da Saúde, Mulher e Acção Social

d) Responsável do Sector de Educação Juventude e Tecnologia

e) Responsável do Sector de Planeamento e Infra-estruturas

FUNCIONAMENTO

O Conselho Técnico do Posto Administrativo é convocado e dirigido pelo Chefe do Posto

Administrativo, coadjuvado pelo Responsável do Sector de Actividades Económicas. Reúne-se

ordinariamente de três em três meses e extraordinariamente sempre que necessário.

A agenda de cada sessão será elaborada com o apoio do Chefe da Secretaria do Posto

Administrativo incluindo a consulta aos demais membros.

As sínteses elaboradas nas sessões do Conselho Técnico do Posto Administrativo deverão

sempre serem encaminhadas ao Secretário Permanente Distrital, 5 dias úteis depois da realização

da sessão.

CONSELHO TÉCNICO DA LOCALIDADE

Havendo necessidade de reforçar a capacidade de coordenação do Chefe da Localidade na

implementação dos planos locais, orientações e decisões a níveis imediatamente superiores, a

presente estratégia preconiza a constituição do Conselho Técnico da Localidade.

Funções

O Conselho Técnico da Localidade tem as seguintes funções:

d) Harmonizar as propostas dos planos dos Povoado a serem submetidos a Secretaria do

Posto Administrativo;

e) Harmonizar as propostas dos relatórios de balanços periódicos;

f) Coordenar a contribuição da Localidade na elaboração, execução e monitorar do Plano

Estratégico de Desenvolvimento do Distrito, Plano Económico e Social;

Em termos específicos, o Conselho Técnico da Localidade irá:

f) Facilitar os processos de planificação participativa estratégica e operacional;

g) Apoiar a promoção da participação comunitária e da sociedade civil no

desenvolvimento socioeconómico;

h) Facilitar a coordenação entre os sectores de tutela para a introdução de tecnologias

inovativas para o desenvolvimento rural sustentável com a valorização das iniciativas

locais;

Page 41: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 35 -

i) Facilitar a coordenação entre a Secretaria da Localidade e Parceiros nas diferentes

áreas de desenvolvimento;

j) Apoiar os Conselhos Consultivos da Localidade e Povoação na elaboração de actas,

relatórios e demais documentação;

k) Apoiar a realização da monitoria participativa do PESOD na Localidade

O Conselho Técnico da Localidade é aprovado pelo Administrador Distrital sob a proposta do

Chefe da Localidade, ouvido Chefe do Posto Administrativo e Secretário Permanente Distrital.

Estrutura

O Conselho Técnico da Localidade por 5 elementos:

f) Chefe da Localidade

g) Responsável do Sector de Actividades Económicas

h) Responsável do Sector da Saúde, Mulher e Acção Social

i) Responsável do Sector de Educação Juventude e Tecnologia

j) Responsável do Sector de Planeamento e Infra-estruturas

FUNCIONAMENTO

O Conselho Técnico da Localidade é convocado e dirigido pelo Chefe da Localidade,

coadjuvado pelo Responsável do Sector de Actividades Económicas. Reúne-se ordinariamente

de três em três meses e extraordinariamente sempre que necessário.

A agenda de cada sessão será elaborada com o apoio do Chefe da Secretaria da Localidade

incluindo a consulta aos demais membros.

As sínteses elaboradas nas sessões do Conselho Técnico da Localidade deverão sempre serem

encaminhadas ao Secretário Permanente Distrital, 5 dias úteis depois da realização da sessão.

Componente C- Fortalecimento da participação e consulta comunitária através da

estruturação dos Conselhos Consultivos do Posto Administrativo e Localidade em Comissões

de Trabalho segundo os Serviços Distritais

Os Conselhos Consultivos Locais foram constituídos em todos os Distritos da Província de

Inhambane. Porém, observou-se que o seu funcionamento não era completamente satisfatório. A

questão é que não havia uma ligação clara entre os Conselhos Locais e o Governo Distrital e isto

dificultava a comunicação e coordenação para a identificação de soluções para os problemas de

desenvolvimento local. Havia também a questão de organização e distribuição de

responsabilidades dentro dos Conselhos Locais na medida em que todos os membros estavam na

situação de velar por todos os temas.

Page 42: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 36 -

Perante estas constatações, a Secretaria Provincial tomou a decisão de apoiar os Governos

Distritais na constituição das Comissões de Trabalho dos Conselhos Consultivos Locais,

constituídas conforme os Serviços Distritais: Actividades Económicas; Saúde, Mulher e Acção

Social; Educação, Juventude, Ciência e Tecnologias; Planeamento e Infra-estruturas e;

Governação e Segurança Pública para facilitar assim a articulação.

A nível dos Conselhos Locais da Localidade cada uma das cinco Comissões de Trabalho terá

no máximo quatro membros de um total de 20 membros no máximo conforme estabelecido por

lei.

A nível dos Conselhos Locais dos Postos Administrativos cada uma das cinco Comissões de

Trabalho terá no máximo 8 membros de um total de 40 que constituem o máximo estabelecido

por lei. Cada Comissão de Trabalho deverá ter pelo menos um representante de cada Localidade.

Nos Conselhos Locais dos Distritos cada uma das cinco comissões de trabalho terá 10 membros

de um total de 50 que constituem o máximo estabelecido por lei. Cada Comissão de Trabalho

deverá ter pelo menos um representante de cada Localidade.

O funcionamento das Comissões de Trabalho é basicamente o mesmo dos respectivos Conselhos

Locais, isto é, não deverão acontecer sessões das Comissões de Trabalho separadas daquelas dos

Conselhos Locais de que são parte integrante. As comissões de Trabalho são na prática grupos

temáticos com a função de facilitar e estruturar as discussões dentro dos Conselhos Locais. As

Comissões de Trabalho não tomam decisões, porém apresentam para apreciação da plenária do

Conselho Local o resultado das discussões sobre determinado assunto.

O decurso das sessões dos Conselhos Locais deverá seguir uma sequência na qual o primeiro

momento será de abertura e aspectos gerais e comuns com base na acta da última sessão,

seguindo-se a discussão em comissões de trabalho dos assuntos eleitos na agenda da sessão. Por

último cada comissão de trabalho apresentará à plenária o resultado das discussões para a tomada

de decisão conforme o regulamento de funcionamento.

Figura 5. Sessão da constituição das comissões de trabalho nos Conselhos Locais

Page 43: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 37 -

Comissão de Actividades Económicas

Coordenar as acções com o chefe de Serviço Distrital de Actividades Económicas

Acompanhar a implementação de projectos no âmbito de Orçamento de Investimento de

Iniciativa Local e outros

Envolver-se com agentes económicos no sector de turismo, pescas, bancos rurais,

transportes, mercados, recursos minerais, comércio dentre outros

Sensibilizar a comunidade no controle das queimadas, uso e fiscalização dos recursos

florestais e faunísticos,

Sensibilizar a comunidade na produção de culturas alimentares e de rendimento

Apoiar na gestão dos tanques carracicidas

Facilitar a resolução dos conflitos de terra e acesso aos recursos naturais

Comissão de Planeamento e Infra-estruturas

Coordenar as acções com o chefe de Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas

Acompanhar o grau de execução das obras públicas e denunciar irregularidades

Contribuir na identificação das possibilidades e formas de participação comunitária na

execução e monitoria das obras públicas

Sensibilizar as comunidades na manutenção das valas e estradas vicinais

Sensibilizar a comunidade na gestão das fontes de abastecimento de água através dos

comités de água

Apoiar na colocação de sinais das vias e povoados

Apoiar na demarcação dos povoados e regulados

Participar nos concursos de obras como membros das Unidades Gestoras e Executoras

das Aquisições, manutenção e operação de obras públicas

Comissão de Saúde Mulher e Acção Social

Coordenar as acções com os chefes de Serviços de Saúde Mulher e Acção Social e

Núcleo Distrital de Combate ao SIDA

Acompanhar e mobilizar a comunidade a participar nos trabalhos reservados a

comunidade nomeadamente apoiar nos cuidados de doentes de forma geral em

especial de HIV/SIDA

Apoiar na identificação de grupos vulneráveis

Apoiar na identificação de crianças órfãs, idosos, mulheres em situação difícil, mãe

chefe de família

Sensibilizar as comunidades na mudança de atitude em relação a prevenção de

HIV/SIDA e outras doenças, direitos da criança, pessoas portadores de deficiência,

do idoso e mulheres e outros

Apoiar nas acções de prevenção da violência doméstica e de abuso de menores

Sensibilizar a juventude para o dever patriótico no do exercício da cidadania

Apoiar na distribuição e uso de redes mosquiteiras, prevenção da cólera e HIV/SIDA

Page 44: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 38 -

Comissão de Educação, Juventude, Ciência e Tecnologia

Coordenar as acções com os chefes de serviços de Educação, Juventude, Ciência e

Tecnologia

Acompanhar e mobilizar a comunidade a participar nos trabalhos reservados a

comunidade como efectuar limpeza, manutenção de escolas

Sensibilizar a comunidade para trabalhos voluntários

Sensibilizar a comunidade para a alfabetização e educação de adultos

Sensibilizar a juventude para o dever patriótico no do exercício da cidadania

Encorajar a promoção desportiva e cultural e o ingresso da rapariga na escola

Incentivar a inclusão nos currículos locais de temas sobre Governação participativa e

direitos humanos

Comissão de Governação e Segurança Pública

Coordenar as acções com o Secretário Permanente Distrital

Velar sobre os assuntos de administração local do Estado como sejam articulação entre

os representantes do Estado e líderes comunitários com a população, corrupção, ética

e desempenho geral da função pública no nível local.

Coordenar com as instituições da Justiça, Legalidade e Ordem Pública

Apoiar as acções de policiamento comunitário para melhorar a segurança de pessoas e

bens

Apoiar o funcionamento dos Tribunais Comunitários incluindo a participação da mulher

Sensibilizar a comunidade para desencorajar o fabrico caseiro de armas de fogo

Sensibilizar a comunidade para denunciar a posse ilegal de armas de fogo

Apoiar na divulgação dos actos de registo civil

Desencorajar o abuso de direitos da criança e violência doméstica

Secretariado do Conselho Local do Distrito

Para além das comissões apresentadas, o Conselho Local do Distrito funcionará com apoio de

um Secretariado cujas tarefas são dentre outras as seguintes:

Constituído por representantes da Secretaria Distrital e membros do Conselho Local do

Distrito

Redacção de todos documentos inerentes ao funcionamento do órgão (actas, relatórios,

planos)

Arquivar todos os documentos inerentes ao funcionamento dos Conselhos Locais

Preparar os convites e enviar aos membros.

Page 45: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 39 -

Componente D- Aperfeiçoamento do PESOD através de matrizes de planificação e monitoria

por Posto Administrativo e Localidade

O PESOD convencional apresenta actividades, orçamento e indicadores agregados para o

Distrito. Estes elementos não estão desagregados para os níveis do Posto Administrativo e

Localidade. Esta situação leva ao enfraquecimento do papel destes níveis administrativos na

execução e monitoria do PESOD. Afecta também a qualidade de participação dos cidadãos visto

que não podem saber quais as actividades previstas no PESOD especificamente para as suas

Localidades.

Assim, em cumprimento à estratégia de fortalecimento da capacidade governativa dos Distritos,

a DDPF apoiou os Governos Distritais na elaboração do PESOD-2010 com matrizes por

Localidades. O exercício tinha como objectivos:

Consciencializar os membros dos Governos Distritais, Chefes dos Postos

Administrativos e das Localidades sobre a necessidade de maior descentralização,

divisão de tarefas e responsabilidades;

Desenvolver um procedimento simples e consensual para o desfasamento do “PESOD

por Localidade”;

Apoiar os Conselhos Técnicos Distritais na elaboração das matrizes do PESOD por

Localidade;

Capacitar os Chefes dos Postos Administrativos e das Localidades sobre o conteúdo das

matrizes, seu papel na governação local e formas de articulação com as demais

instituições do Estado a nível do Distrito e;

Ampliar as possibilidades de aproximação da Administração Pública ao cidadão através

do diálogo entre os Chefes dos Postos Administrativos e das Localidades com a

população através dos seus representantes nos Conselhos Consultivos ou através de

outros fóruns de discussão

Os passos para a elaboração das matrizes do PESOD por Localidades são:

i. Explicar aos Administradores Distritais e Secretários Permanentes Distritais a relevância

da descentralização do PESOD e da responsabilização dos Postos Administrativos e das

Localidades sobre o controlo da implementação das acções programas no PESOD.

ii. Apoiar os Conselhos Técnicos Distritais na elaboração das matrizes do PESOD por

Localidades.

O trabalho consistiu em transportar as actividades, indicadores e orçamento (despesas e

receitas) da matriz do PESOD para matrizes de cada Localidade que constitui o Distrito.

Este processo pressupõe a extrapolação dos indicadores ou metas do Distrito para a

Localidade em conformidade com as condições reais de cada Localidade. Por exemplo,

se para o Distrito o indicador de fomento pecuário é a disponibilização de 300 bovinos

este número será distribuído pelas Localidades de acordo com o seu potencial para

responder à criação de gado bovino. Da mesma forma se o indicador de cobrança de

receita é mil meticais no ano do plano, este valor será distribuído pelas Localidades de

acordo com o seu potencial de geração (fontes de receita) e cobrança (pessoal capacitado)

de receitas. O produto directo deste exercício será a matriz do PESOD para cada uma das

Page 46: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 40 -

Localidades do Distrito com indicadores, metas e responsabilidades específicas,

disponíveis para os chefes das Localidades e dos Postos Administrativos.

iii. Divulgar e discutir o conteúdo das matrizes em todo (s) o (s) Distrito(s) através de

seminários onde participam representantes das Comissões de Trabalho dos Conselhos

Locais, Chefes das Localidades, dos Postos Administrativos, vogais dos Conselhos

Consultivos e outros elementos julgados relevantes pelo Governo Distrital.

O exercício de elaboração dos PESOD por Localidades resultou em 76 matrizes correspondendo

a 76 Localidades distribuídas pelos Distritos de Zavala (4), Inharrime (5), Jangamo (5), Panda

(8), Homoíne (8), Morrumbene (6), Massinga (5), Funhalouro (6), Vilankulo (5), Inhassoro (5),

Mabote (8), Govuro (5) e a Representação do Estado no Município da Cidade da Maxixe (6).

Para a ilustração apresenta-se a matriz do PESOD da Localidade de Muabsa no Distrito de

Vilankulo (Figura 6)

Cada uma das matrizes da Localidade serve de instrumento de trabalho do respectivo chefe e

também como o compromisso entre o Governo e os cidadãos daquela comunidade. A ideia é que

durante as sessões do Conselho Consultivo Local cada uma das actividades é discutida e as

responsabilidades para a sua realização são compartilhadas.

O chefe do Posto Administrativo por sua vez tem as matrizes das Localidades que correspondem

ao Posto do qual é responsável.

Page 47: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 41 -

Figura 6-Matriz de Planificação por Localidade

Page 48: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 42 -

Componente E- Capacitação dos Postos Administrativo e Localidade em Infra-estruturas e

Recursos Humanos

Para o sucesso do fortalecimento da capacidade governativa dos Distritos, Postos

Administrativos e Localidade, é importante a previsão de infra-estruturas e recursos humanos

para garantir o seu pleno funcionamento e resposta às preocupações da população.

Assim, o Governo pretende no âmbito desta estratégia, levar a cabo acções que visam a

construção de edifícios para as Sedes dos Postos Administrativos e das Localidade que estão

desprovidas destas infra-estruturas, bem como o seu apetrechamento (Figura 7).

Os Governos Distritais através do Projecto de Construção e Reabilitação de Infra-estruturas

(fundo de infra-estruturas), deverá assegurar no mínimo a construção de um edifício e uma

residência por ano, ou para Posto Administrativo ou para a Localidade.

Para assegurar a construção de infra-estruturas (edifícios e residências), poderá recorre-se

igualmente ao apoio de parceiros de cooperação, empresários locais e ONGs que actuam em

cada nível territorial, como forma de contribuição para o reforço da capacidade governativa.

Ainda na componente de construção de edifícios e residências, os Chefes dos Postos

Administrativos e de Localidade poderão mobilizar as comunidades dentro dos seus territórios,

para assegurar a existência destas infra-estruturas através de material local ou misto, enquanto se

aguarda a existência de fundos para a construção de infra-estruturas definitivas.

Figura 7. Construção de Infra-estruturas: Sede da Localidade antes e depois e depois

Page 49: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 43 -

Em termo de recursos humanos, os Governos Distritais deverão assegurar a afectação de pelo

menos 4 técnicos para o Posto Administrativo e 3 para a Localidade, de forma a garantir a

coordenação e assessoria referenciada na componente de Conselho Técnico de Posto

Administrativo e de Localidade.

A afectação referida, poderá ser por via de contratação de novos técnicos, capacitação nos locais

onde já existem e/ou transferência de funcionários de nível distrital ou provincial, cuja sua

movimentação seja justificável.

No decurso do trabalho foi possível captar várias situações que podem ser utilizadas como

elementos de aprendizagem para as intervenções seguintes.

Dos encontros efectuados com os Administradores, Chefes dos Postos Administrativos e

Localidades foi notório elevado entusiasmo em relação a esta abordagem de

descentralização;

Os Chefes dos Postos Administrativos e das Localidades embora colocando a questão de

falta de recursos humanos e materiais, observaram que com esta abordagem a sua posição

fica revitalizada e mais clara;

Embora durante a elaboração do PESOD-2010 todos os Distritos tenham sido orientados

para incluírem uma coluna de “local” na matriz, alguns não o fizeram. Esta situação

dificultou o desfasamento do PESOD em Localidades;

O PESOD não é estável, quer dizer, há sempre mais do que uma matriz diferente das

restantes. As matrizes dos distritos buscadas na DPPF são diferentes das matrizes

encontradas nos Distritos. A justificação é de que tais matrizes já foram actualizadas mas

não foram comunicadas à DPPF. Esta situação coloca dúvidas sobre a validade do

PESOD e sobre qual realmente é a entidade que pode fornecer informação exacta sobre o

programa do Governo a nível da Província: DPPF ou Governos Distritais?

Nem todas as acções que vão decorrer no Distrito estão inscritas no PESOD. Os planos

sectoriais como por exemplo o Plano de Actividades (PdA) para a Educação e o Plano

Anual de Actividades e Orçamento (PAAO) para as Actividades Económicas contêm

actividades de investimento que serão realizadas no Distrito mas que não constam no

PESOD. Tendo em conta que o PESOD é o (único) instrumento de gestão operacional do

Governo Distrital, é questionável a existência de outros planos paralelos a este e;

Maior parte dos técnicos que fazem parte do Conselho Técnico Distrital apresenta

dificuldades de utilização de computador principalmente na folha de cálculo (Excel).

Nesta situação é praticamente impossível elaborar matrizes de PESOD por Localidades.

Page 50: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 44 -

RECOMENDAÇÕES

A elaboração do PESOD por Localidades é um exercício complexo e que requer

negociação e concertação entre o Governo Distrital e os Chefes dos Postos

Administrativos e das Localidades. Por esta razão recomenda-se que depois de as

matrizes estarem elaboradas sejam discutidas em sessões do Governo Distrital ou nos

níveis imediatamente inferiores. Esta discussão deve também ser estendida para os

Conselhos Consultivos e respectivas Comissões de Trabalho;

Os balanços das actividades que compõem o PESOD da Localidade deveriam ser a

fonte principal da agenda das sessões dos Conselhos Consultivos da Localidade e do

Posto Administrativo;

A elaboração do PESOD por Localidade deveria ser um exercício de escala

provincial, quer dizer, para todos os Distritos de modo a permitir avaliar com maior

confiança o impacto na descentralização e reforço da capacidade de governação do

Posto Administrativo e da Localidade;

Os chefes dos Postos Administrativos e das Localidades deveriam elaborar os

balanços tendo em conta os planos por localidade, incluindo actividades executadas

não previstas nos planos; e

O Conselho Técnico Distrital, em coordenação com os chefes dos Postos

Administrativos e das Localidades deveriam rever o PESOD 2011, elaborando planos

por localidade;

A monitoria e balanço do PESOD-2010 assim como a elaboração do PESOD-2011

deveriam ser efectuado por Localidades seguindo as matrizes do PESOD-2010. Estes

exercícios deveriam ser participativos, quer dizer, envolver os Conselhos Consultivos

através das comissões de trabalho neles existentes.

Page 51: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 45 -

MONITORIA PARTICIPATIVA

E BALANÇO DO PESOD POR

LOCALIDADES

Page 52: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 46 -

IV. MONITORIA PARTICIPATIVA E BALANÇO DO PESOD POR LOCALIDADES

A Monitoria Participativa do PESOD por Localidade através das Comissões de Trabalho dos

Conselhos Consultivos Locais, surge na perspectiva de aproximar o Governo ao cidadão e

contribuir para maior impacto na oferta dos serviços públicos.

Assume a posição de 4ª etapa no processo de fortalecimento da capacidade governativa dos

Distritos, Postos Administrativos e Localidade uma vez que aplica quase todos os instrumentos

produzidos nas outras etapas e os seus resultados retro alimentam a etapa da avaliação da

capacidade institucional desencadeando-se de novo o ciclo.

A monitoria participativa do PESOD aplica basicamente 4 elementos:

Comissões de trabalho dos Conselhos Consultivos Locais

Matrizes de planificação

Matriz de monitoria do PESOD por Localidade (Figura 8)

Conselhos técnicos provincial e distritais

Figura 8. Matriz de Balanço de PESOD por Localidades

Page 53: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 47 -

A implementação da monitoria participativa do PESOD pode ser descrita através dos seguintes

passos:

(i) O Governo Distrital através do Secretario Permanente Distrital disponibiliza as

matrizes de PESOD das Localidades aos respectivos chefes;

(ii) Os chefes das Localidades disponibilizam cópias das matrizes a todos os membros

interessados, mas obrigatoriamente aos chefes das Comissões de Trabalho a nível do

Conselho Local;

(iii) Os chefes das Comissões de Trabalho preenchem os resultados das matrizes e

submetem ao chefe da Localidade;

(iv) Na sessão do Conselho Consultivo da Localidade, o chefe da Localidade apresenta o

balanço da execução do PESOD da sua Localidade para aprovação;

(v) Na sessão do Governo Distrital alargada, cada chefe da Localidade apresenta o

balanço da execução do PESOD da sua Localidade

(vi) Com base nos resultados dos balanços apresentados pelas Localidades, o Governo

Distrital elabora o balanço de execução do PESOD naquele período e apresenta-o

para apreciação na sessão do Conselho Consultivo Distrital donde resultará o

relatório final do balanço da execução do PESOD naquele período.

Os desafios colocados neste documento exigem uma maior coordenação entre os Governos

Distrital, Provincial, Posto Administrativo e de Localidade de forma a tornar esta experiência

válida.

Igualmente exige que os Conselhos Técnico Provincial e Distrital estejam implantados e a

funcionar plenamente para garantir a assessoria técnica aos demais órgãos implementadores das

acções aqui avançadas de modo a melhorar cada vez mais a prestação de serviço público e

prestação de contas sobre o desempenho dos Governos nos níveis indicados no parágrafo

anterior.

Como se verificou na componente 2 da presente estratégia, há uma necessidade de se

regulamentar a existência dos órgãos de apoio ao Chefe do Posto Administrativo e de

Localidade, nomeadamente Conselho Técnico do Posto Administrativo e de Localidade, como

acontece com o Conselho Técnico Provincial e Distrital.

Page 54: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 48 -

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Page 55: Armindo Tomo - Fortalecimento Da Capacidade Governativa Local - Moçambique

- 49 -

V. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de fortalecimento da capacidade governativa dos Distritos, Postos Administrativos e

Localidades é um meio através do qual pretende-se tornar estes níveis administrativos capazes de

fornecer serviços públicos de qualidade e quantidade correspondentes à demanda dos cidadãos.

Em termos gerais, este processo surge como esforço para a implementação do Programa

Quinquenal do Governo (2010 – 2014) e guia-se pelas orientações emanadas pelo Plano de

Acção para a Redução da Pobreza (2010 – 2014), Estratégia Global da Reforma do Sector

Público (2010 – 2014) e pelo Plano Estratégico Provincial de Inhambane (2011 – 2020).

Para a sua realização, este processo consiste em 4 etapas distintas e entre si relacionadas. A

primeira é a avaliação da capacidade institucional dos Governos Distritais, seguida da elaboração

da estratégia de fortalecimento da capacidade governativa dos Distritos, Postos Administrativos e

Localidades. Esta fase descreve os passos necessários para a solução dos desafios identificados

na avaliação da capacidade institucional. A terceira etapa é a implementação de cada um dos

passos previstos na estratégia e a quarta e última etapa é a monitoria participativa e avaliação

cuja finalidade é medir a capacidade dos Governos Locais na providência dos serviços públicos

aos cidadãos. Toma como instrumento de referência o PESOD por ser o instrumento de gestão

do Governo Distrital.

Na primeira fase da implementação deste processo conseguiu-se:

Fortalecer a estrutura de coordenação dos Secretários Permanentes Provincial e Distrital

através da constituição e capacitação dos Conselhos Técnicos Provincial e Distritais;

Fortalecer a organização e funcionamento dos Conselhos Consultivos Locais através da

constituição e capacitação das comissões de trabalho;

Aumentar o fluxo de comunicação das acções planificadas e orçamento do PESOD através

da desagregação e divulgação das matrizes por Localidade;

Envolver os cidadãos na medição do grau de realização do PESOD assim como o grau de

satisfação decorrente daquela realização, através da monitoria participativa do PESOD;

Facilitar a construção de infra-estruturas públicas para o funcionamento das Secretarias

Administrativas das Localidades assim como a colocação de técnicos qualificados nestes

locais.

Para o futuro, pretende-se, para além de continuar com a implementação deste processo, agregar

os diferentes esforços dos parceiros, sociedade civil e outros actores para constituir uma rede de

apoio ao fortalecimento das capacidades governativas dos Distritos, Postos Administrativos e

Localidades.