dicas e ideias - o poder do mito - do simbólico ao diabólico _ interação sistêmica

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24/02/2015 Dicas e Ideias - O PODER DO MITO - DO SIMBÓLICO AO DIABÓLICO | Interação Sistêmica http://www.interacaosistemica.com.br/dicas-e-ideias/29/o-poder-do-mito-do-simbolico-ao-diabolico 1/7 MÁSCARA - Rubem Alves TIPOS DE RELACIONAMENTOS TIPOS DE GOSTAR O NEGOCIADOR O DUOGRAMA - TERESA ARCELLONI E GLORIA FERRERO OS TRÊS REIS MAGOS - Tradições, simpatias MEU MELHOR ESPELHO TRIBUTO FAMILIAR GESTALT FAMILIAR & PSICOGENEALOGIA SISTÊMICA VÍDEOS DO CURSO INTERNACIONAL TERAPIA SEXUAL SISTÊMICA MEDO O LUTO CERVEJA TAMBÉM É ÁLCOOL! AS EMOÇÕES DA MEMÓRIA GERACIONAL - FAÇA SEU GENOSSOCIOGRAMA O SEXO É UMA EMOÇÃO EM AÇÃO! O AMOR E A SEXUALIDADE - Por Dante Alighieri O TERAPEUTA SISTÊMICO E A TERAPIA SISTÊMICA PAIS PRESENTES X PAIS AUSENTES TODOS TEMOS UMA HISTÓRIA O INCONSCIENTE SE MANIFESTA PELO SÍMBOLO A MUDANÇA E O ELEFANTE O QUE É A SÍNDROME DE MUNCHAUSEN PROGRAMAÇÃO DO CURSO INTERNACIONAL TERAPIA SEXUAL SISTEMICA ÁLCOOL: A DROGA MAIS DANOSA PARA A SOCIEDADE. PSICOGENEALOGIA E COSTELLAZIONI FAMILIARI - Itália RELACIONAMENTO DE CASAL e a TERAPIA SEXUAL SISTÊMICA O MITO DE ÉDIPO REI NA VISÃO DA PSICOGENEALOGIA SISTÊMICA SOBRE OS ESTUDOS DA TERAPIA SEXUAL SISTÊMICA TER OU NÃO TER NAMORADO? EIS A QUESTÃO. O SIGNIFICADO O PODER DO MITO - DO SIMBÓLICO AO DIABÓLICO O INÍCIO A história começa pela história. O ser humano nasce de uma história entre um homem e uma mulher. A gente conta histórias como uma tentativa de explicar um fato. Não é a verdade. É meia-verdade e meia-mentira. “Quem conta um conto, aumenta um ponto.” (ditado popular). A gente começa a vida e a nossa história de vida, pelo Imaginário dos outros . Nascemos dos sonhos e das histórias dos outros. E para sobrevivermos precisamos num primeiro momento sermos imaginados e de nos apoiarmos no imaginário e nas histórias de nossos antepassados – a nossa base. Como na canção de Caetano Veloso, chegamos nesta vida “sem lenço, sem documento, nada no bolso ou nas mãos”. O bebê chega a esta vida sem defesas imunológicas suficientes para protegê-lo de tantos vírus e bactérias e também sem mecanismos de defesas para o seu frágil ego. Mas em contrapartida, chega a esta vida com um imaginário individual riquíssimo, que pouco a pouco será “recheado” pelo imaginário familiar, grupal e coletivo. A neo-psicanalista Melaine Klein, entendeu bem como o Imaginário de um bebê funciona – um “oceano” de imagens e emoções, ainda desconectado com o Real. Um bebezinho faz uso todo o tempo do seu Imaginário e então imagina que tem uma mãe boa, que o alimenta deixando-o feliz e tranqüilo. Mas em outro momento ele imagina que tem uma mãe má, que o deixa com fome e raivoso. Um bebê não tem um pensamento e nem sentimentos elaborados – ele imagina e emociona todo o tempo. “O funcionamento inicial da criança é através da vida de fantasia, a qual, progressivamente, através das relações objetais, cederá lugar às emoções mais complexas e aos processos cognitivos. Pode-se dizer que a criança de tenra idade suplementa a lógica pela vida fantasmática, na qual estão sempre presentes tanto fatores biológicos quanto ambientais, o que determina que as fantasias, embora obedeçam a certos padrões, sejam infinitamente variáveis. A vida de fantasia é, portanto: “o terreno donde jorram a mente e a personalidade individuais.” (Klein, 1986b, p. 284). De acordo com Melaine Klein, o Imaginário pode ser considerado uma estrutura através da qual o sujeito se relaciona com os objetos exteriores. Durante o período inicial da vida, a mente

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Artigo sobre o simbólico

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  • 24/02/2015 Dicas e Ideias - O PODER DO MITO - DO SIMBLICO AO DIABLICO | Interao Sistmica

    http://www.interacaosistemica.com.br/dicas-e-ideias/29/o-poder-do-mito-do-simbolico-ao-diabolico 1/7

    MSCARA - Rubem Alves

    TIPOS DERELACIONAMENTOS

    TIPOS DE GOSTAR

    O NEGOCIADOR

    O DUOGRAMA - TERESAARCELLONI E GLORIAFERRERO

    OS TRS REIS MAGOS -Tradies, simpatias

    MEU MELHOR ESPELHO

    TRIBUTO FAMILIAR

    GESTALT FAMILIAR &PSICOGENEALOGIASISTMICA

    VDEOS DO CURSOINTERNACIONAL TERAPIASEXUAL SISTMICA

    MEDO

    O LUTO

    CERVEJA TAMBM LCOOL!

    AS EMOES DA MEMRIAGERACIONAL - FAA SEUGENOSSOCIOGRAMA

    O SEXO UMA EMOO EMAO!

    O AMOR E A SEXUALIDADE -Por Dante Alighieri

    O TERAPEUTA SISTMICO EA TERAPIA SISTMICA

    PAIS PRESENTES X PAISAUSENTES

    TODOS TEMOS UMAHISTRIA

    O INCONSCIENTE SEMANIFESTA PELO SMBOLO

    A MUDANA E O ELEFANTE

    O QUE A SNDROME DEMUNCHAUSEN

    PROGRAMAO DO CURSOINTERNACIONAL TERAPIASEXUAL SISTEMICA

    LCOOL: A DROGA MAISDANOSA PARA ASOCIEDADE.

    PSICOGENEALOGIA ECOSTELLAZIONI FAMILIARI -Itlia

    RELACIONAMENTO DECASAL e a TERAPIA SEXUALSISTMICA

    O MITO DE DIPO REI NAVISO DAPSICOGENEALOGIASISTMICA

    SOBRE OS ESTUDOS DATERAPIA SEXUAL SISTMICA

    TER OU NO TERNAMORADO? EIS AQUESTO.

    O SIGNIFICADO

    O PODER DO MITO - DO SIMBLICO AO DIABLICO

    O INCIO

    A histria comea pela histria.

    O ser humano nasce de uma histria entre um homem e uma mulher.

    A gente conta histrias como uma tentativa de explicar um fato.

    No a verdade.

    meia-verdade e meia-mentira.

    Quem conta um conto, aumenta um ponto.

    (ditado popular).

    A gente comea a vida e a nossa histria de vida, pelo Imaginrio dos outros. Nascemos dos

    sonhos e das histrias dos outros. E para sobrevivermos precisamos num primeiro momento

    sermos imaginados e de nos apoiarmos no imaginrio e nas histrias de nossos antepassados a

    nossa base.

    Como na cano de Caetano Veloso, chegamos nesta vida sem leno, sem documento, nada no

    bolso ou nas mos. O beb chega a esta vida sem defesas imunolgicas suficientes para

    proteg-lo de tantos vrus e bactrias e tambm sem mecanismos de defesas para o seu frgil

    ego. Mas em contrapartida, chega a esta vida com um imaginrio individual riqussimo, que

    pouco a pouco ser recheado pelo imaginrio familiar, grupal e coletivo.

    A neo-psicanalista Melaine Klein, entendeu bem como o Imaginrio de um beb funciona um

    oceano de imagens e emoes, ainda desconectado com o Real. Um bebezinho faz uso todo o

    tempo do seu Imaginrio e ento imagina que tem uma me boa, que o alimenta deixando-o

    feliz e tranqilo. Mas em outro momento ele imagina que tem uma me m, que o deixa com

    fome e raivoso. Um beb no tem um pensamento e nem sentimentos elaborados ele imagina

    e emociona todo o tempo.

    O funcionamento inicial da criana atravs da vida de fantasia, a qual, progressivamente,

    atravs das relaes objetais, ceder lugar s emoes mais complexas e aos processos

    cognitivos.

    Pode-se dizer que a criana de tenra idade suplementa a lgica pela vida fantasmtica, na qual

    esto sempre presentes tanto fatores biolgicos quanto ambientais, o que determina que as

    fantasias, embora obedeam a certos padres, sejam infinitamente variveis. A vida de fantasia

    , portanto: o terreno donde jorram a mente e a personalidade individuais. (Klein, 1986b, p.

    284).

    De acordo com Melaine Klein, o Imaginrio pode ser considerado uma estrutura atravs da qual

    o sujeito se relaciona com os objetos exteriores. Durante o perodo inicial da vida, a mente

  • 24/02/2015 Dicas e Ideias - O PODER DO MITO - DO SIMBLICO AO DIABLICO | Interao Sistmica

    http://www.interacaosistemica.com.br/dicas-e-ideias/29/o-poder-do-mito-do-simbolico-ao-diabolico 2/7

    RELACIONAL DO SINTOMASEXUAL

    SINTOMA EPSICOGENEALOGIA

    Dra. TERESA ARCELLONI e aTERAPIA SEXUAL SISTMICA

    FBULA DAS 99 MOEDAS DEOURO ou O CLUBE 99

    VENDER PRODUTOS DEPSICOLOGIA ANTI TICO?

    DANA COM AS AVS.

    PRODUTOS

    O PRINCPIO DO VCUO

    PENSAR

    ENTRAMOS NO OUTONO -DICA DA MEDICINACHINESA

    O INCRVEL PROCESSO DAMORTE

    EPIDEMIA DE AMOR PELASCRIANAS

    A CULPA DO SOBREVIVENTE

    DA RELAO ENTRE TER DELIMPAR O SEU BANHEIRO EPODER ABRIR SEU MACBOOK SEM MEDO NONIBUS

    FAXINA NA ALMA

    MANUAL DO SONHADOR

    ESTIMULAR OS SONHOS

    O SULTO E OS DENTES

    CURIOSIDADES NATALINAS

    A LOJA DE DEUS

    GERAO NEM-NEM

    ASSUMIR UM PAPEL ATIVONO PROCESSO DO VIR A SER

    CUIDADO COM OS BURROSMOTIVADOS.

    O PASSADO VIVO.

    VIDA - POR MARIOQUINTANA

    RECEITA PARA LAVARPALAVRA SUJA

    O EMPURRO DA GUIA

    2014 - GRATIDO e 2015 -EVOLUO

    MEDO DO SUCESSO

    O PODER DE CRIAR, OPODER DE DESTRUIR

    O ARQUTIPO DOSABOTADOR

    EU QUASE QUE NADA NOSEI.

    MIOPIA DA TRISTEZA: oestilo de vida estre$$ado

    A MORTE NO NADA -Santo Agostinho

    ADOLESCENTES. ATQUANDO?

    NECESSIDADE FAZ O SAPO

    infantil funciona basicamente atravs de fantasia inconsciente, a qual suplementa o

    pensamento racional enquanto este no estiver desenvolvido.

    Nascemos mergulhados no Imaginrio, associado ao Imaginrio familiar, grupal e coletivo.

    Exemplificando: quando nascemos recebemos um nome, feio ou bonito, que j vem impregnado

    pelo Imaginrio de nossos pais, do nosso grupo familiar e de nossos antepassados.

    Quando nasci, Jacqueline Kennedy era uma das mulheres mais conhecida e admirada em todo o

    mundo. Ela tinha ficado viva de John Kennedy, um homem de uma famlia poderosa e tambm

    presidente de um pas poderoso e em plena glria. Ento j nasci apoiada no Imaginrio familiar

    que estava recheado de expectativas gloriosas a meu respeito. Como se no bastasse ter o nome

    da primeira dama mais famosa daquela poca, o meu segundo nome, Cssia, veio a partir de uma

    promessa feita por minha av paterna, que era muito devota de Santa Rita de Cssia a santa

    das causas impossveis...

    Assim, nasci dentro dos sonhos dos meus pais de ter uma filha ao estilo Jacqueline Kennedy e

    dentro do Imaginrio de minha av paterna de ter uma neta que tratasse de causas

    impossveis. Alm de existir no Imaginrio dos meus pais uma expectativa muito alta a meu

    respeito, tambm fica claro que eu j existia muitos anos antes de ser concebida, no imaginrio

    da minha av. E isto foi forte e muito determinante em minha vida, principalmente na rea

    profissional.

    Mas este era o sonho, o Imaginrio dos meus pais e da minha av. E qual o meu sonho?

    Ento entendi que a gente s prossegue na vida se sairmos dos sonhos dos outros e formos atrs

    de nossos sonhos. Esta a parte complicada, sair dos sonhos dos outros e passar a viver os

    nossos sonhos, criar idias prprias e responder por nossas felicidades e infelicidades.

    Mas se no saio dos sonhos dos outros, viro personagem das histrias dos outros, fico, mito.

    Exemplo: Uma pessoa pode dizer: Estudei Medicina, porque meu pai queria um filho mdico.

    Ou seja, passo uma vida em funo dos outros, da histria dos outros.

    Ou voc vive gastando o que recebeu da vida ou voc constri o que quer ser, quer se

    tornar. Ningum nasce pronto. Estamos nos construindo.

    Voc s estar vivo de verdade e no apenas ser uma personagem, se passar a ter sonhos

    prprios, realizando ou no. Mas cuidado! Tem o sonho positivo, que integrador, porque est

    conectado ao Real e o sonho negativo, desintegrado ou ilusrio. O psictico talvez no sonhe,

    mas delira. um sonho de um Imaginrio iludido e ilusrio.

    AFINAL, O QUE IMAGINRIO?

    Imagem, imaginao e imaginrio radicam do latim imago - ginis.

    A palavra imagem significa a representao de um objeto ou a reproduo mental de uma

    sensao na ausncia. Essa representao mental, consciente ou no, formada a partir de

    vivncias, lembranas e percepes passada e passvel de serem modificadas por novas

    experincias.

    E Imaginrio o vocbulo fundamental que corresponde imaginao, como sua funo e

    produto. O Imaginrio se fundamenta no semelhante e reporta-se fase do espelho, na qual o

    ego da criana de poucos meses se constitui a partir da imagem do semelhante. prprio de o

    Imaginrio reduzir o outro a si mesmo, o diferente ao idntico, o estranho ao semelhante. O

    Imaginrio, sempre nesta acepo, se alimenta de sinnimos, analogias, metonmias,

    isomorfismos e homologias.

    Por exemplo, eu imagino como Moscou a partir da minha experincia de vida e de dados que

    eu adquiri sobre esta cidade. At eu passar pela prova do Real ir a Moscou - apenas

    Imaginrio meu. No real. uma imagem, uma fantasia criada at a partir de dados reais, de

    fotos e filmes que vi ou de informaes que li, mas Imaginrio ainda. Eu nunca fui a Moscou.

    Agora se finalmente vou a Moscou, e passo pela prova do Real, a cidade de Moscou ser com

    certeza diferente (para mais ou para menos) do que imaginei. O difcil aqui a diferena,

    porque o Imaginrio no corresponde ao Real. Pode ser at prximo do que imaginei, melhor ou

    pior, mas dificilmente igual. Esquematizando: primeiro imagino, crio uma imagem buscando a

    semelhana e criando uma expectativa. A quando vem o teste do Real vem a diferena - tenho

    uma decepo ou at frustrao.

    Mas como tudo sistmico, Imaginrio no bom e nem ruim. Depende de como voc o usa.

    O Imaginrio tambm pode ser a ferramenta mais rpida para se fazer contato com o Real,

  • 24/02/2015 Dicas e Ideias - O PODER DO MITO - DO SIMBLICO AO DIABLICO | Interao Sistmica

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    PULAR

    AMOR CEGO FAMLIA -Lealdades invisveis

    CONSTELAESPSICOGENEALGICAS

    DESAFIE SEUS FANTASMAS!

    VAN GOGH - FILHOSUBSTITUDO

    O PODER DO MITO - DOSIMBLICO AO DIABLICO

    PSICOGENEALOGIA

    LIVRO - JUNG,PSICOGENEALOGIA ECONSTELAESFAMILIARES

    atravs da intuio. Mas vai precisar de uma estrutura concreta para funcionar. Por exemplo, o

    pintor precisa de uma ferramenta (crebro, mos, pincis) para pintar e expressar o seu

    Imaginrio.

    O QUE REAL?

    O Real o encontro do Imaginrio e do experimento. Em um ponto eu imagino, no outro eu

    experimento. O Real ento feito destes dois lados. Real quando est de dentro e de fora.

    A funo do Real favorecer o encontro e a negociao com as partes: o bem e o mal, a alegria e

    a tristeza, o dia e a noite, o masculino e o feminino. E a diferena que faz a diferena.

    Se meus pais imaginaram uma filha com uma esttica de Jacqueline Kennedy e minha av uma

    neta com a tica sagrada de Santa Rita de Cssia, me resta negociar com este Imaginrio

    familiar e atualiz-lo no Real.

    Por si s, o Imaginrio de meus pais e de minha av no foi bom e nem ruim em minha vida.

    Seria danoso se eu no o integrasse ao Real. Se eu vivesse dividida entre a imagem esttica de

    Jacqueline Kennedy e a imagem sagrada de Santa Rita de Cssia, alm de no considerar a

    minha essncia.

    At certa idade, somos construdos do lado de fora, pelo Imaginrio familiar, pelo Imaginrio de

    meu grupo social, etc. Mas depois, me resta desconstruir o que construram para mim e construir

    do meu jeito.

    Reflexes devem ser feitas: - O que eu posso fazer; o que eu consigo fazer; o que me faz bem; o

    que me serve? Assim, a partir de uma boa negociao eu posso ser quem eu sou com todos os

    meus limites e possibilidades e no apenas ser um sonho iludido e ilusrio familiar.

    MITO UNIVERSAL - O SIMBLICO

    O Simblico de symbolos: funo do sagrado, que vincula e indaga pelo sentido.O Mito

    Universal e Simblico integra o obscuro, o incompreensvel, a sombra.

    Uma caracterstica do mito o "pensamento simblico", que transmite significados no de

    forma lgica, mas analgica.

    O Mito Universal conta atravs de histrias, situaes da vida do ser humano desde o incio dos

    tempos, utilizando uma forma dinmica e animada por smbolos. Seu dinamismo pode tomar

    duas direes opostas:

    1) O DIABLICO : este caminho diablico, de diabolos, o que divide, fazendo uma

    identificao com os deuses e com os heris imaginrios conduzindo alienao. Aqui o

    melhor exemplo o Mito Familiar com a tendncia dos membros familiares em copiar as

    modas, ritos e crenas, sem reflexo. Essa estrutura tem a qualidade de tomar o sujeito

    semelhante ao outro, ao objeto da imagem, a identific-lo a esse mundo imaginrio e a

    separ-lo do mundo real.

    2) O SIMBLICO : que a integrao dos valores simblicos, expresso atravs das

    estruturas do Imaginrio favorecendo a individuao ou o desenvolvimento harmonioso

    da pessoa. Essas estruturas incitam ao sujeito se tornar ele prprio, em vez de alienar-se

    num heri mtico. Essa integrao tem um valor sinttico de assimilao interior de si

    mesmo e dos valores exteriores, em vez de ser uma assimilao s aos valores

    exteriores. Aqui o sujeito deixa de ser cpia e torna-se original.

    Joseph Campbell considera o mito simblico, uma potica da vida, que nos ajuda a colocar a

    mente em contato com a experincia de estar vivo. Ao invs de ser uma busca de sentido uma

    experincia de vida.

    Na sua viso, so quatro as funes do mito: a mstica, o espanto diante do mistrio; a

    cosmolgica, como forma de compreenso do mundo, da qual se ocupa a cincia; a sociolgica,

    como suporte e validao de uma ordem social especfica e a pedaggica, como orientao nas

    diversas etapas da existncia. A mitologia vem da conscincia da morte; de que a vida se

    alimenta da vida e do deslumbramento diante da experincia vital. a msica da imaginao,

    inspirada nas energias do corpo.

  • 24/02/2015 Dicas e Ideias - O PODER DO MITO - DO SIMBLICO AO DIABLICO | Interao Sistmica

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    Para Campbell, mitologia uma metfora transparente transcendncia, sendo os mitos,

    metforas da potencialidade espiritual do ser humano. Os mesmos poderes que animam a nossa

    vida animam a vida do mundo. Nesta concepo, os deuses so personificaes de um poder

    motivador ou de um sistema de valores que funciona para o ser humano e para o universo.

    (Campbell, 1991)

    O Mito Simblico revela, com a ajuda de imagens e de situaes simblicas, o passado e o

    presente conflitantes a ser superado e o projeto de um futuro realizador.

    Durante sculos, os seres humanos usaram mitos, contos de fadas e folclore, para

    explicar os mistrios da vida e torn-los suportveis.Desde o porqu das estaes do ano

    mudar, at o enigma da morte, passando por complexas questes de relacionamento. Jesus

    explicou seus ensinamentos por meio de parbolas dando a seus seguidores problemas difceis

    sob uma forma fcil de compreenso. Plato transmitiu conceitos filosficos obscuros atravs

    dos mitos e alegorias simples. Na antiga medicina hindu, quando algum com dificuldades

    mentais ou emocionais consultavam um mdico, este lhe prescrevia uma histria sobre a qual

    meditar, com isso ajudando o paciente a encontrar sua prpria soluo para o problema. (Liz

    Greene, Juliet Sharman- Buke, 1999)

    "Uma das grandes funes curativas do mito est em ele nos mostrar que no estamos sozinhos

    em nossos sentimentos, temores, conflitos e aspiraes

    (Liz Greene, Juliet Sharman- Buke, 1999)

    Mitos so histrias de nossa busca da verdade, de sentido, de significao, atravs

    dos tempos. Todos ns precisamos contar nossa histria, compreender nossa histria.

    Precisamos descobrir o que somos: no verso e no reverso, na luz e na sombra, no claro

    expressado e no escuro escondido.

    O mito ajuda a colocar sua mente em contato com a experincia de estar vivo. Oferecem

    modelos de vida: estgios de vida, cerimnias de iniciao (rituais) quando voc passa da

    infncia para a as responsabilidades do adulto. Da condio de solteiro para a de casado. O

    processo de atirar fora o que velho para voltar ao novo, assumindo uma funo responsvel.

    (Joseph Campbell, 1991)

    A nica maneira de conservar uma velha tradio renov-la em funo das circunstncias da

    poca. Isto evoluo!

    MITO FAMILIAR: O DIABLICO

    "Uma gerao constri a estrada por onde outra gerao trafega.

    Provrbio chins

    O Diablico de diabolos: o que divide precisa ser complementado pelo simblico.

    Outros conceitos que so confundidos com MITO:

    Dogma: d apoio e estrutura a qualquer sistema. Ligado ao passado, visa dar uma estabilidade

    ao sistema atravs de uma resignao do indivduo (no pode ser questionado). somente

    funcional para crianas.

    Moda: desfaz-se no ar, passageira e no tem consistncia prpria. pura imitao.

    Caracterstica adolescente na medida em que vivida num contexto de liberdade sem

    responsabilidades.

    E valor escolha pessoal. So os ideais escolhidos pelo prprio indivduo, que os encaminham

    em direo ao futuro. Tem a caracterstica de liberdade e de responsabilidade e a interao de

    co-autoria e co-participao.

    Mito Familiar se constitui , portanto, de crenas compartilhadas, aceitas sem que

    ningum as questione ou desafie . Se os aspectos de falsidade ou iluso forem reconhecidos,

    tendem a ficar em segredo. Percebe-se aqui o mecanismo e a funo homeosttica do Mito

    Familiar de manter a concordncia grupal e fortalecer a manuteno de papis de cada um.

    O mito da famlia como um quadro para a interpretao da realidade, em parte herdada de

    geraes passadas, em parte, criado na gerao atual, que d a cada membro da famlia um papel

    especfico e um destino.

  • 24/02/2015 Dicas e Ideias - O PODER DO MITO - DO SIMBLICO AO DIABLICO | Interao Sistmica

    http://www.interacaosistemica.com.br/dicas-e-ideias/29/o-poder-do-mito-do-simbolico-ao-diabolico 5/7

    um conceito utilizado para descrever a crena da prpria famlia, que consiste em imagens e

    lendas que ajudam a criar um sentimento de identidade da famlia. Os mitos, embora falsos e

    ilusrios, so aceitos por todos, e no tem algo de sagrado e tabu que algum ousaria contestar.

    Na verdade, para cada famlia os seus prprios mitos representam a verdade.

    "Em qualquer relacionamento - escreve Andolfi e Angelo (1989) - voc vai , mais

    cedo ou mais tarde criar um mito. O fato de que em cada relacionamento existir uma

    margem de ambigidade, onde as lacunas de informao na construo do vnculo e

    compreenso mtua so preenchidas atravs da formao de esteretipos que

    tentam induzir os participantes a comportamentos especficos, servindo para manter

    o vnculo."

    O Mito Familiar desenvolve o "vazio", a falta ou a incompletude dos dados e explicaes. Byng-

    Hall em "Le trame della famiglia" (1998), identifica quatro componentes de histrias de famlia

    que so parte da mitologia da famlia:

    1. Histrias de famlia ou anedotas: histrias so contadas por diverso, com um herosmo,

    muitas vezes exageradas do que a realidade, os heris esto sempre na beira do desastre.

    2. Criao de histrias ou contos de fadas: episdios inventados e apresentados como realidade.

    algo que pode ser feito conscientemente, por exemplo, para justificar a ausncia de um

    familiar, doentes mentais e eventos negativos, que so mantidos como fantasias secretas e que

    no so mais distinguveis de mito e pode determinar o comportamento da famlia ou um seu

    membro.

    3. Segredos de famlia: so fatos que so comunicadas em particular, para no dizer a ningum,

    mas todos os envia para outro membro da famlia, por isso pode tornar-se acessvel ao pblico,

    no entanto, amarra o confidente e o ouvinte em uma coalizo escondida.

    4. Famlia e lendas: histrias muito coloridas e exageradas que so transmitidas de gerao em

    gerao. So histrias que comunicam as regras morais e as obrigaes da vida familiar. So

    moldadas pelo narrador e responde s necessidades homeostticas da famlia para que as

    mudanas acidentais na histria sejam consistentes com as crenas atuais da famlia.

    Um segredo ou um mito so baseados em um evento real ou em fantasias decorrentes do

    evento real. Freqentemente a fonte de um mito familiar perdida, mas parece que isso no

    enfraquece a sua fora e eficcia.

    Pode-se dizer que isso algo que fica no subterrneo de uma gerao que permanece em

    silncio e ento emerge novamente ou poder explodir na conduta de um membro da famlia

    em uma gerao futura.

    Ferreira escreve, o mito da famlia a pedra angular sobre a qual mantm a

    homeostase do grupo que o produziu. (1971)

    As histrias de famlia so complexas e ricas de significados ocultos nas dobras das geraes e

    na dinmica das relaes entre os membros. Assim, o mito tem uma funo de coeso entre os

    membros da famlia e qualquer tentativa de ataque, represada, rejeitada, porque ela

    representa um ataque identidade familiar.

    Na verdade, toda famlia tem suas prprias prticas, seus mitos, que j foi funcional por muitos

    anos nas necessidades do sistema familiar. Parece muito lgico para os membros da famlia,

    mas para observadores de fora pode parecer misterioso, desconcertante e incompreensvel, ou

    at mesmo ofensivo.

    Lembrando que o ser humano tem uma necessidade de pertencimento, Andolfi e Angelo

    escrevem:

    As dificuldades que esto por trs do surgimento de mitos familiares so aqueles relacionados

    com os processos evolutivos de separao e individuao." (Andolfi e Angelo, 1989).

    Mas, sabendo ou no sabendo sobre sua histria familiar, voc vai ser julgado por isso. Isto tem a

    ver com segredos, vergonhas ou misses no cumpridas dos nossos antepassados. Isto vai sobrar

    para algum da famlia. Em geral acontece na 3. gerao, ou seja, o neto que paga o pato.

    Ele tem que limpar a barra dos avs. J os pais esto tambm limpando a dos seus avs e assim

    por diante... Cada neto tem influncia at sete geraes para trs. Zlia Nascimento.

    DO INCONSCIENTE FAMILIAR PSICOGENEALOGIA SISTMICA

  • 24/02/2015 Dicas e Ideias - O PODER DO MITO - DO SIMBLICO AO DIABLICO | Interao Sistmica

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    Os mortos esto invisveis, mas no ausentes.

    Santo Agostinho

    Somos muito menos livres do que acreditamos ser. Mas podemos sair desta escravido mtica

    repetitiva, ao compreender o que acontece. Podemos enfim, viver nossa vida e no a de nossos

    pais ou avs, nem a de um parente falecido, por exemplo.

    Anne Ancelm Shutzenberger conta uma histria muito interessante em seu livro Meus

    Antepassados (1997), que vou transcrever aqui neste texto:

    Era vero, com uma bela manh. Eu estava sozinha, em frias, na casa de colegas e amigos, no

    Midi.

    Acordando cedo, sara para o jardim, sem fazer rudo, a fim de ver o nascer do sol sobre as

    montanhas, atrs de Saint-Baume. Desconhecendo os hbitos da casa e no querendo

    incomodar, quedava-me tranqila, perto da piscina, sombra dos pinheiros.

    Tudo estava em paz... Era tudo ordem e beleza... brilho, calma e deleite.

    De repente: Para a mesa! gritou de longe uma voz imperiosa; Para a mesa! Rpido, rpido,

    rpido, para a mesa!... Os ces se precipitaram e eu atrs deles, para a grande sala de jantar, no

    living, onde... no havia ningum.

    A voz, uma voz masculina, vigorosa, cnscia de seus direitos e habituada a dar ordens, a voz

    repetia: Para a mesa! Mnica, depressa! Para a mesa! E senta direito! Instintivamente me

    empertiguei. Os ces se orientavam pela voz e estancaram diante da gaiola do papagaio,

    atentos, deram um tempo e voltaram a se deitar. Tambm eu estava confusa como eles e fiquei

    esperando no jardim.

    Mais tarde, durante um autntico caf da manh dominical, agradvel, ntimo, descontrado e

    animado, meu amigo Michel explicou-me que, por ocasio da morte de seu av, herdara o

    papagaio um papagaio centenrio que de vez em quando falava como se falava outrora na

    famlia. Era to verdade, ao ponto de enganar qualquer um.

    Ora era o av, mdico, chamando todo mundo para as refeies, sobretudo os netos; ora era um

    ou outro membro da famlia e seus amigos. Ningum sabia o que destravava a memria do

    papagaio nem que coisa ou coisas iam dela sair.

    Para meus amigos, a famlia estava sempre l. Que presena, que calor, que convvio trazia

    aquele papagaio! Que continuidade na descendncia, que segurana renovada! Mas tambm que

    segredos eventuais poderiam ressurgir quantos no ditos proibidos, quantas ordens a repetir

    ou relembrar?

    Era o passado, o passado vivo, o passado sempre vivo e interagindo no presente.

    Esta experincia foi para mim uma via de acesso ao passado-presente, no indo-devindo.

    Continuamos a cadeia das geraes e pagamos as dvidas do passado; enquanto no se apagou

    a lousa, uma lealdade invisvel nos impele a repetir, queiramos ou no, saibamos ou no...

    (Ancelm Shutzenberger, 1997)

    Nos cursos de Pensamento Sistmico, ministrado por Dra. Zlia Nascimento, sempre a escuto

    dizer: Famlia fonte de inrcia!

    Inrcia, pela Fsica, uma propriedade da matria que faz com ela resista a qualquer mudana

    em seu movimento. Em terapia sistmica usamos o termo homeostase esttica que significa

    permanecer sem alteraes no mesmo estado. E no popular falamos em acomodao. Entendo

    isto, como uma dificuldade do ser humano em ir alm da identificao-cpia e ser original e

    individuado. Criar seu prprio caminho, seu prprio destino e responder por ele.

    A primeira parte de nossa vida vivemos com o que nos foi destinado, especialmente no que se

    refere a valores fixos. Se a famlia presa a algum valor, seja l o valor que for, torna-se fixo e

    vira crena arraigada, no pode renovar e reciclar e isto inrcia.

    O oposto so valores atualizados. Renova, vai alm da tradio. A esta famlia ter mais fluidez,

    movimento e menos encrenca.

    Valor fixo igual fantasma - ningum v, mas aparece na manifestao de status. Manifestam-se

    no grau de importncia que uma famlia d s aparncias, a status, importncia social. A partir

    da, nas individualidades, v-se o grau das vaidades exageradas. Lembrando que vaidade natural

    cuidar da aparncia, do nome, ser reconhecido e vaidade exagerada uma super proteo das

    encrencas individuais e familiares, onde tudo justificado.

    NOTA:Este texto foi elaborado a partir de vrios livros e autores e principalmente a partir das aulas do

    Curso de Pensamento Sistmico, coordenado pela minha Mestra Zlia Nascimento, aqui em Belo

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    Horizonte.

    Aproveito esta oportunidade para agradec-la por todos os anos de estudos e vivncias em seus

    cursos e em psicoterapia.

    Jaqueline Cssia de Oliveira.Belo Horizonte, fevereiro de 2011

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    O romance familiar contado pelo genograma

    Elaborado por: Jaqueline Cssia de Oliveira

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