dias da mÚsica em belÉm | 2015 [programação]

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DIAS DA MÚSICA 2015 Luzes, Câmara… Música! Num documentário sobre a música no cinema, Alfred Hitchcock fazia-nos ver a célebre cena do duche de Psico (1960) em que Janet Leigh está prestes a ser assassinada. Primeiro víamos a cena tal como ela foi exibida nas salas de cinema. Depois repetia-se a cena sem a música de Bernard Herrmann. Escusado será dizer que a cena perdia quase tudo, a força dramática, a emoção, o suspense. “A música”, dizia Hitchcock, “a música é o segredo”! Os próprios irmãos Lumière estavam conscientes disso quando fizeram acompanhar as suas primeiras projeções por uma pequena orquestra, tal como viria a acontecer ao longo das primeiras décadas de exibição. Na transição do Cinema Mudo para o Cinema Sonoro, entre 1926 e 1927, a música adquire uma importância ainda maior, não tendo sido por acaso que o título escolhido para o primeiro filme sonoro tivesse sido O Cantor de Jazz (1927), a história de um músico negro que se apaixona pelo género nascido em Nova Orleães. Na sua primeira rendição à voz, quase uma década depois do seu primeiro filme, Charlie Chaplin optou por cantar em vez de dialogar. Na realidade, mesmo na fase do cinema mudo, a maneira como o vagabundo mais famoso da Sétima Arte se movimentava ao longo das inúmeras peripécias em que se envolve, faz-nos perceber como em todos esses movimentos há toda uma coreografia encenada, reveladora da relação quase umbilical entre o cinema e a música. De meramente ilustrativa e acessória a elemento fulcral na narrativa, a música tornou-se num elemento indispensável em qualquer filme e não foi preciso esperar muito para assistir ao nascimento de um género específico de música para filmes e para o qual contribuíram grandes compositores como Sergei Prokofiev, Dmitri Shostakovich, Arthur Honegger e Erich Wolfgang Korngold, ou ainda compositores que se tornaram em verdadeiros especialistas neste género absolutamente único como Miklós Rózsa, Nino Rota, Maurice Jarre, Bernard Herrmann, Michel Legrand, Ennio Morricone, John Barry, ou John Williams. Um contributo tão precioso, que muitos destes nomes acabaram por se transformar em parceiros indispensáveis de alguns dos maiores realizadores da história da Sétima Arte. Para além disso a 1

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Page 1: DIAS DA MÚSICA EM BELÉM | 2015 [Programação]

DIAS DA MÚSICA 2015Luzes, Câmara… Música!

Num documentário sobre a música no cinema, Alfred Hitchcock fazia-nos ver a célebre cena do duche de Psico (1960) em que Janet Leigh está prestes a ser assassinada. Primeiro víamos a cena tal como ela foi exibida nas salas de cinema. Depois repetia-se a cena sem a música de Bernard Herrmann. Escusado será dizer que a cena perdia quase tudo, a força dramática, a emoção, o suspense. “A música”, dizia Hitchcock, “a música é o segredo”! Os próprios irmãos Lumière estavam conscientes disso quando fizeram acompanhar as suas primeiras projeções por uma pequena orquestra, tal como viria a acontecer ao longo das primeiras décadas de exibição. Na transição do Cinema Mudo para o Cinema Sonoro, entre 1926 e 1927, a música adquire uma importância ainda maior, não tendo sido por acaso que o título escolhido para o primeiro filme sonoro tivesse sido O Cantor de Jazz (1927), a história de um músico negro que se apaixona pelo género nascido em Nova Orleães.

Na sua primeira rendição à voz, quase uma década depois do seu primeiro filme, Charlie Chaplin optou por cantar em vez de dialogar. Na realidade, mesmo na fase do cinema mudo, a maneira como o vagabundo mais famoso da Sétima Arte se movimentava ao longo das inúmeras peripécias em que se envolve, faz-nos perceber como em todos esses movimentos há toda uma coreografia encenada, reveladora da relação quase umbilical entre o cinema e a música.

De meramente ilustrativa e acessória a elemento fulcral na narrativa, a música tornou-se num elemento indispensável em qualquer filme e não foi preciso esperar muito para assistir ao nascimento de um género específico de música para filmes e para o qual contribuíram grandes compositores como Sergei Prokofiev, Dmitri Shostakovich, Arthur Honegger e Erich Wolfgang Korngold, ou ainda compositores que se tornaram em verdadeiros especialistas neste género absolutamente único como Miklós Rózsa, Nino Rota, Maurice Jarre, Bernard Herrmann, Michel Legrand, Ennio Morricone, John Barry, ou John Williams. Um contributo tão precioso, que muitos destes nomes acabaram por se transformar em parceiros indispensáveis de alguns dos maiores realizadores da história da Sétima Arte. Para além disso a ascensão do género Musical, coincidente com a época dourada de Hollywood, vem dar à Música um papel absolutamente central, comparável ao de uma grande produção musical apresentada em palco e para o qual concorreram compositores como George Gershwin, Cole Porter, Irving Berlin, Richard Rodgers, Stephen Sondheim e Leonard Bernstein, entre outros.

Para além da música escrita de propósito para o cinema, houve também uma apropriação cada vez maior das obras intemporais da história da música, dando-lhes toda uma dimensão cénica, a ponto de muitas vezes sermos levados a esquecer o sentido original da obra. De Bach a Ligeti, passando por Handel, Vivaldi, Mozart, Beethoven, Schubert, Rossini, Liszt, Chopin, Wagner, Brahms, Tchaikovsky, Mahler, Richard Strauss ou Samuel Barber, todo um mundo de obras apropriadas pela Sétima Arte para Bandas Sonoras que ainda hoje estão na nossa memória.

A todo este mundo musical há também uma vontade cada vez maior por parte dos mais variados artistas em incluírem as suas músicas nas grandes produções cinematográficas. Phil Collins, Stevie Wonder, Smashing Pumpkins, Metallica ou The Cure são alguns exemplos

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recentes de artistas consagrados que aceitaram o desafio de construir canções para o cinema, nunca esquecendo o caso de James Bond, a saga que se distingue também pela canção título, alvo de cobiça dentro da indústria discográfica.

É precisamente com a consciência do enorme poder da música na Sétima Arte, que o CCB decide dedicar os Dias da Música em Belém de 2015 ao tema Luzes, Câmara… Música! ou seja, à Música no Cinema. Um pretexto para através da Sétima Arte revisitarmos toda a grande história da música e igualmente para abrirmos ainda mais o leque já variado de ofertas musicais, da música erudita ao Jazz, do Fado à música latino-americana, e até aos grandes Temas que tendo sido apresentados no Cinema, se tornaram em verdadeiros fenómenos de popularidade. Tudo com um enfoque especial para a relação entre a música e a imagem.

De 24 a 26 de abril de 2015, concertos, oficinas, conferências e visualização de filmes, artistas de primeira linha do panorama nacional e internacional, jovens intérpretes e até compositores, vão levar-nos por uma viagem pela história do Cinema através da sua música, sempre no clima de festa que caracteriza os Dias da Música.

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QUINTA-FEIRA

5.ª-FEIRA – 21H30CINEMA SÃO JORGE

Concerto Pré-Inaugural Dias da Música no IndieLisboa

Alis Ubbo EnsembleFilme: Around the World in 50 Concerts

O filme apresentado no Cinema São Jorge, em parceria com o CCB numa ante-estreia aos Dias da Música em Belém, este ano subordinados ao tema “Luzes, Câmara… Música!”, é da realizadora holandesa de origem peruana Heddy Honigmann, e tem o título sugestivo de Around the World in 50 Concerts (A Volta ao Mundo em 50 Concertos), escolhido de propósito para unir estes dois Festivais que acontecem em simultâneo na cidade de Lisboa,Antes do filme realiza-se um concerto do Alis Ubbo Ensemble com temas de sempre apropriados pela sétima arte.

SEXTA-FEIRA

6.ª-FEIRA – 21H30A1 – GRANDE AUDITÓRIO

Concerto de Abertura

Richard Strauss: Assim Falava Zaratustra Filmes: 2001: Odisseia no Espaço; 2010: O Ano do Contacto; As Meninas de Beverly Hills; Linda de Morrer; House!; Magnolia; O Meu Marciano Favorito; New Guy; UP the Roof; Zoolander; Casino; Looking for an Echo; Homem na Lua; Rugrats: O Filme; Pequenos Guerreiros; Os Ladrões do Tempo; Toy Story 2 – Em Busca de Woody; Amigos e Detetives

Sergei Rachmaninov: Concerto para Piano n.º 2, op. 18Filmes: No Centro do Palco; Rhapsody; O Sétimo Véu; Breve Encontro; O Pecado Mora Ao Lado

Richard Strauss: Suite de O Cavaleiro da Rosa, op. 59 Filmes: O Cavaleiro da Rosa; A.I.: Inteligência Artificial

Orquestra Sinfónica MetropolitanaPedro Amaral, direção musicalAnna Fedorova, piano

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Já existia música para cinema antes de este ter sido inventado. O paradoxo desta afirmação permite enquadrar certeiramente o programa que dá início à presente edição dos Dias da Música em Belém. Uma importante parcela da música que se fez e se ouviu ao longo da História assume características eminentemente funcionais; para dançar, para enaltecer ocasiões cerimoniosas, como exemplos. É também muito significativa a fatia de repertório de pendor idealista, em que os compositores buscaram o fundamento das suas obras no conhecimento teórico e na elaboração formal. Há ainda géneros musicais com manifesta disposição expressiva, que favorecem a afetação emocional dos ouvintes, capazes de referenciarem prontamente ambientes e estados de ânimo, de impor imaginários que nos imergem inadvertidamente em vivências extramusicais. São estes últimos que mais frequentemente contribuem para a sétima arte.Em sentido contrário, também é certo que o cinema acrescenta às partituras cargas contextuais e simbólicas que estas antes desconheciam. Quantos de nós têm dificuldade em dissociar os primeiros acordes de Assim falou Zaratustra, de Richard Strauss, dos minutos iniciais do filme 2001 – Odisseia no espaço, de Stanley Kubrick? Trata-se, no entanto, de um poema sinfónico escrito em 1896, numa tradição, antecedida por músicos como Liszt, em que a música se deixava sugestionar por pinturas e por textos literários. Neste caso, evoca-se o tratado homónimo de Friedrich Nietzsche. Os ensinamentos agnosticistas de um profeta, que surge aqui ficcionado, impulsionaram Strauss a demarcar-se da exaltação metafísica que havia dominado a estética musical no século XIX. Por seu turno, a música da ópera O Cavaleiro da Rosa viu ser-lhe traçada pela mão do próprio compositor uma relação mais próxima do cinema. Em 1926, quinze anos depois de ter sido estreada em Dresden, esta história de amor contada com ironia foi adaptada num filme mudo austríaco. R. Strauss dirigiu a orquestra nesta segunda ocasião.Completa o programa o segundo concerto para piano e orquestra de Sergei Rachmaninov, no qual se pode ouvir uma das mais belas melodias de sempre. Foi estreado pelo próprio compositor russo na condição de solista, em novembro de 1910 na cidade de Moscovo. Desde então, o dramatismo que o distingue tem servido muitos realizadores, como Clint Eastwood em Outra Vida, de 2010, ou Billy Wilder em O Pecado Mora ao Lado, de 1955, com a memorável Marilyn Monroe.A música é um aliado da ilusão. Torna mais intensa a experiência cinematográfica e contribui muitas vezes para a tornar mais convincente. Passa frequentemente despercebida pelo espetador, tão focado este está nas ações que se passam na tela. Uma vez devolvida à sala de concertos, procura semelhante efeito, desta vez com outros filmes, que agora passam na imaginação de cada um de nós.Rui Campos Leitão

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SÁBADO

GRANDE AUDITÓRIO

SÁBADO – 14H00B1 – GRANDE AUDITÓRIO

Uma Pequena Música Nocturna

Wolfgang Amadeus Mozart: Uma Pequena Música Nocturna Filmes: Ace Ventura: Detetive Animal; Ace Ventura: em África; Amadeus; Na Corda Bamba; Bone Daddy; Os Anjos de Charlie: Potência Máxima; Fama; O Espião Mais Perigoso do Mundo; Incognito; Nikita: Dura de Matar; Overkill; O Rapto da Senhora Tingle; As Bruxas de Eastwick; Alien: O 8.º Passageiro; Aventura Num Natal; Batman; The Cowboy Way; Mystery Science Theatre 3000: The Movie; X-2; Bugsy Malone; G.I. Jane: Até Ao Limite

Wolfgang Amadeus Mozart: Concerto para 2 Pianos Filmes: Amadeus

Orquestra de Câmara PortuguesaPedro Carneiro, direção musical Artur Pizarro, pianoRinaldo Zhok, piano

No filme Amadeus de Miloš Forman a serenata Uma Pequena Música Nocturna aparece na famosa cena onde Antonio Salieri (papel desempenhado por Fahrid Murray Abraham) se apresenta ao Padre Vogler: “Eu conheço essa música!” – é o que qualquer um diria ao ouvir essas notas. Mas na verdade elas ainda não eram famosas na época em que Salieri viveu: a obra só foi publicada em 1827, dois anos após a morte de Salieri. Esta última contribuição de Mozart para o género da serenata, datada de 10 de agosto de 1787, é sem dúvida uma das obras mais ouvidas do compositor. Semanas antes, a 28 de maio, falecera o pai em Salzburgo e no entanto a música constitui um dos seus derradeiros fogos-de-artifício. Culminação de um género, obra-prima de equilíbrio e elegância, refinada e poética no seu despojamento, toda esta música não cessa de exaltar os seus encantos. Porquê resistir-lhe? Talvez por isso surja como uma das obras de Mozart mais vezes apropriadas para o cinema a ponto do compositor Stephen Sondheim ter-se inspirado nela para criar um musical, por sua vez inspirado igualmente no filme de Ingmar Bergman Sorrisos de uma noite de verão (1955). Uma Pequena Música Nocturna de Sondheim chegaria assim aos ecrãs em 1977 com Elizabeth Taylor, Diana Rigg e Lesley-Anne Down e ficaria sobretudo conhecido pela famosa canção Send in the Clowns. No entanto lá estava a música de Mozart, no título e nas citações musicais de Sondheim. Se o filme Amadeus apresenta Uma Pequena Música Nocturna como uma das obras mais famosas de Mozart, é também neste filme que podemos ouvir algumas das páginas mais caras a Mozart, embora não tão ouvidas, como é o caso do concerto para dois pianos. Este concerto foi escrito dois anos depois do famoso concerto para piano no. 9 Jeunnehomme. Depois da sua última grande viagem, que o levou à Alemanha e a Paris, Mozart encontrava-se de novo sob o domínio de um novo amo a quem detestava e confrontado com um público cujo gosto já não

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corresponde às suas aspirações. Provavelmente, é depois do regresso, em janeiro de 1779, que escreve este concerto, destinado a ser interpretado pela sua irmã Nannerl e por si próprio. Tão significativa na forma como na expressão, compreende-se que esta obra fosse particularmente cara a Mozart, que, em Viena, em 1782, revê a orquestração da obra, acrescentado-lhe dois clarinetes, dois trompetes e timbales.

SÁBADO – 16H00B2 – GRANDE AUDITÓRIO

Aaron Copland: Billy the Kid, ballet-suite Filmes: Tudo em Jogo; Billy the Kid

Darius Milhaud: O Boi no Telhado Filmes: Escrito originalmente para um filme de Charlie Chaplin

Dmitri Schostakovitch: Gallop da Suite op. 31A, Hypothetically MurderedFilmes: Sequencia Musical para um Filme Mudo

Orquestra Académica MetropolitanaJean-Marc Burfin, direção musical

Reúnem-se aqui três grandes músicos que dedicaram muito do seu talento ao cinema: o russo Dmitri Shostakovich, o francês Darius Milhaud e o norte-americano Aaron Copland. Nas décadas de 1920 e 1930, quando se assistiu à transição do cinema mudo para o cinema sonoro, muitos músicos sentiram-se desafiados para desenvolver projetos neste formato, o qual, afinal, sintetizava os mais extraordinários progressos civilizacionais da época. Quem se notabilizou na nova prática foram, em particular, os compositores com maior apetência para a música cénica. Traziam consigo uma experiência acumulada e um conjunto de recursos técnicos que aproximavam a sonoridade daqueles primeiros filmes daquilo que se ouvia em bailados e em géneros músico-teatrais ligeiros. Esta afinidade estilística é colocada em relevo em cada uma das obras aqui interpretadas pelos jovens músicos da Orquestra Académica Metropolitana.Quando, em 1939, Copland se aventurou no seu primeiro filme, estreara pouco tempo antes o bailado Billy the Kid, cuja música veio a inspirar muitas bandas sonoras de westerns. A ambiência característica de uma América profunda vinha ao encontro do próprio enredo, no qual um jovem, numa cidade próxima da fronteira com o México, se viu marginalizado depois de ter assistido à morte da mãe e morto o assassino. Esta história tem semelhanças com o filme Tudo em Jogo, realizado por Spike Lee em 1998, onde é recuperada esta mesma partitura de Copland.Já os catálogos de Milhaud e de Shostakovich registam a música de bastantes mais filmes. O Boi no Telhado, de 1920, é uma peça orquestral inicialmente concebida como acompanhamento sonoro de um filme mudo de Charlie Chaplin. Todavia, acabaria por ser a música de uma peça de teatro e dança em que se apresentam personagens tão estranhas como um anão, um pugilista e uma mulher vestida de homem. Consiste numa “colagem” de vinte e oito músicas que Milhaud recolheu no Brasil, quando aí trabalhou na embaixada francesa durante dois anos. O título foi emprestado do nome de uma delas, composta em 1918 por um músico brasileiro chamado Zé Boiadeiro. Por seu turno, Hypothetically Murdered, o título da suíte de Shostakovich de onde foi retirada esta peça, aparece aqui em língua inglesa por ter sido assim editada em 1991, numa adaptação de Gerard McBurney. Na verdade, resulta da compilação de excertos do vaudeville Declarado Morto, estreado em 1931 em

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Leninegrado. Aquela tradução resulta até enganadora, pois o título original advém da história de um personagem que é inadvertidamente declarado morto após um raide aéreo. São os mal-entendidos resultantes desse equívoco que estão na origem de toda a ação. Durante o espetáculo havia lugar à exibição de trapezistas, acrobatas, palhaços, números equestres e, naturalmente, à projeção de filmes.Rui Campos Leitão

SÁBADO – 18H00B3 – GRANDE AUDITÓRIO

O Concerto

Johann Strauss II: O Danúbio Azul Filmes: 2001: Odisseia no Espaço; As Faces de Harry; Fantasia; Aventuras em Terras do Rei Bruno, O Discutível; Estrada Perdida; Assassinos Natos; Febre de Sábado à Noite; Recordações; Whore

Piotr Ilich Tchaikovsky: Concerto para Violino Filmes: O Concerto; Rhapsody; Anna Karenina; And Now For Something Completely Different; Exposed

Jovem Orquestra PortuguesaPedro Carneiro, direção musicalTamila Kharambura, violino

A mais famosa das valsas de Johann Strauss II, O Danúbio Azul, foi mais uma das obras escolhidas por Kubrick para o seu filme icónico 2001: Odisseia no Espaço. A valsa O Danúbio Azul serve de banda sonora ao ballet da nave durante a acoplagem à estação espacial e, com isto, ficaria associada a uma das cenas mais deslumbrantes da sétima arte. Este filme de ficção científica, realizado em 1968, utiliza a música de maneira magistral como um elemento essencial de toda a narrativa, mostrando como um homem do século XX, Kubrick, fez com que Johann Strauss II, do século XIX, nos pareça verdadeiramente intemporal.

Segundo o argumento do filme de 2009 O Concerto, de Radu Mihaileanu, durante década de 1970, nos anos de governação de Leonid Brejnev, Andrei Filipov foi o grande maestro da União Soviética e dirigiu a famosa Orquestra do Teatro Bolshoi. Mas, depois de se recusar a demitir os seus músicos por questões raciais, foi afastado, assim como praticamente todos os seus músicos. Três décadas mais tarde, ele ainda trabalha no teatro, mas como empregado de limpeza. Uma noite, durante as suas rotinas, Andrei encontra num fax, um convite do diretor do Théâtre du Châtelet, para uma digressão a Paris e tem uma ideia perfeitamente louca: reunir os seus velhos músicos judeus e, representando a Orquestra do Teatro Bolshoi, levá-los à capital francesa. Surge assim a grande oportunidade de fazê-los regressar aos palcos e saborear a vingança. A vingança materializa-se com uma interpretação brilhante do concerto para violino e orquestra de Piotr Ilich Tchaikovsky e para o qual os músicos da orquestra contam com a preciosa ajuda de uma importante violinista. Esta obra é assim apresentada como “o concerto” de entre os concertos russos, revelando o enorme carinho e admiração que ainda hoje a Rússia tem por Tchaikovsky, o mais amado dos seus compositores.

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SÁBADO – 20H00B4 – GRANDE AUDITÓRIO

Gioacchino Rossini: Abertura do Guilherme Tell Filmes: Armageddon; A Fantástica Aventura de Bill e Ted; Os Virtuosos; O Rapaz do Talho; The Car; O Síndrome da China; Chop Suey; Laranja Mecânica; Corações na Atlântida; O Mascarilha; Maybe Baby; A Hora dos Campeões; My Life; A República dos Cucos; Toy Story 2 – Em Busca de Woody; Tornado; Infielmente Tua

Ludwig van Beethoven: Concerto para Piano n.º 3 Filmes: Into the arms of strangers; O Pianista

Orquestra GulbenkianPedro Neves, direção musical Artur Pizarro, piano

Aquando da estreia de Guillaume Tell, ocorrida a 3 de agosto de 1829 no teatro da Académie Royale de Musique, em Paris, Rossini era tido como o compositor mais popular do seu tempo. O facto de ser esta a última obra que dedicou aos palcos não terá sido premeditado, embora houvesse um conjunto de razões que ajudam a compreender o afastamento: o cansaço de quem chegou a escrever três óperas por ano, o profundo desgosto causado pela morte da mãe pouco tempo antes, e ainda a segurança financeira que tinha já praticamente garantido. Por outro lado, Rossini estava ligado ao aparelho do Antigo Regime, na medida em que os contratos que ditaram a sua permanência em Paris desde 1823 foram celebrados com o governo do rei Carlos X. Ora, avizinhava-se a Revolução de 1830 e mesmo que o compositor ponderasse voltar a exercer a sua atividade, estava impedido pelas forças revolucionárias, as quais, aliás, interromperam durante alguns anos a pensão vitalícia que lhe tinha sido atribuída. A reação pública na estreia foi mais polida do que propriamente entusiasta e isso teve sobretudo que ver com o facto de o libreto ser demasiado longo e com uma narrativa algo lenta. Não obstante, conheceria um sucesso muito grande: em quatro anos contavam-se já cerca de cem representações e no fim da vida do compositor eram já à volta de quinhentas. Para além disso, também a redução para piano e a versão italiana Gugliemo Tell, estreada em Lucca no ano de 1831, contribuíram para a crescente popularização.A génese da ópera data do ano anterior ao da estreia, quando os libretistas Étienne de Jouy e Hippolyte Bis repescaram um libreto e o entregaram a Rossini, que de imediato começou a trabalhar nas partes vocais dos dois primeiros atos. Era baseado na tragédia homónima (1804) de Friedrich Schiller (1759-1805), que celebrava a curta existência da República Helvética (1798-1803), recuperando o herói suíço do início do século XIV. O argumento continuava a ser pertinente numa altura em que a revolução grega (1821-1829) permitiu a fundação do estado moderno da Grécia. Note-se também que, um ano antes do Tell de Rossini, tinha sido reapresentada a ópera Guillaume Tell (1791) de André Grétry (1741-1813). Será só em junho de 1829 que Rossini escreverá a Abertura para os ensaios começarem no início do mês seguinte. A Abertura junta quatro andamentos encadeados numa lógica que se poderia identificar como protótipo do poema sinfónico mais tarde desenvolvido por Franz Liszt (1811-1886). Sem relação musical direta com nenhum dos eventos musicais dos quatro atos, exerce um fortíssimo poder de sugestão no que diz respeito à narrativa que se seguirá. João Pedro Louro

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Depois da composição dos Concertos op. 15 e op. 19, com o surgimento do Concerto n.º 3, em Dó menor, op. 37, assiste-se a uma modificação de fundo na conceção musical beethoveniana, que se traduz na procura de um maior equilíbrio entre o solista e a orquestra, bem como no alargamento do horizonte temporal e sonoro do género. Quanto à escrita musical propriamente dita, o Concerto n.º 3 testemunha a presença de inúmeros elementos classicistas, reminiscentes, em particular, da música de Mozart.O Concerto n.º 3 conheceu os primeiros esboços em 1800, tendo sido concluído definitivamente dois anos depois. A obra foi estreada no Theater an der Wien, a 15 de abril de 1803, juntamente com a Sinfonia n.º 2, em Ré maior, op. 36, e a oratória Christus am Oelberge, sob a direção do compositor. A publicação sobreveio em novembro de 1804, com uma dedicatória dirigida ao Príncipe Louis-Ferdinand da Prússia.Uma forma-sonata estrutura o primeiro andamento, Allegro con brio. Os complexos temáticos são aqui apresentados pela orquestra e depois repetidos pelo piano. Na tonalidade de Dó menor, é exposto o primeiro tema de âmbito alargado e caráter quase marcial, próximo do da Sinfonia Heroica, cujos esboços são da mesma altura. Um segundo tema cantabile, em Mi bemol maior, responde ao primeiro e serve de ponto de partida para um diálogo concertante entre o solista e a orquestra. O discurso do piano na secção de desenvolvimento é substancialmente mais elaborado do que nos dois primeiros concertos e caracteriza-se por numerosas modulações de tonalidades distantes. Após a recapitulação, tem lugar a coda, baseada no tema introdutório. Uma estrutura formal tripartida caracteriza o Largo seguinte, na tonalidade de Mi maior. O piano domina toda a textura, protagonizando o essencial dos enunciados temáticos. A secção central constitui uma exceção: o instrumento solista desempenha aqui a função de acompanhamento dos sopros. O Rondo final, marcado por um refrão de contornos sincopados, estabelece um diálogo enérgico entre o piano e a orquestra, que evolui através de uma série de secções contrastantes. A tonalidade paralela de Dó maior vem conferir uma atmosfera fulgurante ao encerramento da obra. Rui Cabral Lopes

SÁBADO – 22H00B5 – GRANDE AUDITÓRIO

Alexandre Nevsky

Sergei Prokofiev: Alexandre Nevsky Filmes: Alexandr Nevsky; Children of the Revolution; Anna Karenina; Nem Guerra, Nem Paz

Larissa Savchenko, contraltoCoro do Teatro Nacional de São CarlosOrquestra Sinfónica PortuguesaJoão Paulo Santos, direção musical

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SÁBADO – 00H15B6 – GRANDE AUDITÓRIO

Tributo a Nino Rota

Quinteto de Richard GallianoRichard Galliano, acordeãoNicolas Folmer, trompeteGabriele Mirabassi, clarineteSylvain Le Provost, contrabaixoMattia Barbieri, percussões

Existem algumas associações musicais que podem ser estabelecidas antes sequer de se ouvir uma nota. Se os nomes Richard Galliano e Nino Rota parecem feitos um para o outro, isto não tem que ver somente com uma certa semelhança fonética dos seus apelidos, devida ao seu antepassado italiano em comum. Acima de tudo isso acontece porque, no que diz respeito à história da música, é possível identificar algumas simetrias entre eles. Apesar de serem de gerações diferentes, de terem experiências diferentes e de virem de países diferentes, ainda tendemos a acreditar que ambos partilham certas características. Será, talvez, a sua habilidade para descobrir elementos universais em formas populares? Ou será uma apurada sensibilidade para a melodia que faz deles compositores inesquecíveis? Eles partilham algo em comum, mesmo que nunca se tenham conhecido, exceto através da música – uma forma de arte que une os seres humanos ao lidar com o tempo. Rota escreveu para o grande ecrã, criando bandas sonoras que têm alguns dos mais célebres temas de toda a história do cinema, ao focar-se na música tradicional de diferentes regiões de Itália, combinando orquestra sinfónica com os sons da música de rua e com as danças rurais. Galliano, reciprocamente, já compôs músicas, especialmente para Claude Nogaro, que se mantêm na memória e que são tocadas num instrumento – o acordeão – que, mais do que qualquer outro, simboliza a música popular. Ambos os compositores exploraram as suas tradições locais e descobriram elementos que sublimaram, confrontando-os com outros tipos de música e com outras histórias, iluminando-os a partir de ângulos diferentes. Richard Galliano inspirou-se no exemplo do seu amigo Astor Piazzolla para inventar um novo tipo de música para o acordeão, dando uma nova vida a um tipo de música tipicamente francês de uma forma que combina a música da Argentina com uma liberdade de improvisação vinda do mundo do jazz. Pela sua parte, Nino Rota conseguiu captar a alma de Itália nas suas obras, mas descobriu os seus trunfos como compositor de música para cinema somente após ter aperfeiçoado a sua técnica nos Estados Unidos. Foi como se tivesse de se confrontar com a cultura de outro país para melhor se definir a si mesmo.Galliano nasceu em 1950 e pertence a uma geração que viveu o apogeu do cinema realista italiano, antes de ver os filmes imaginativos de Fellini e antes da trilogia O Padrinho, de Francis Ford Coppola. Estes foram marcos na história do cinema e todos eles têm a marca do mesmo compositor, Nino Rota. As suas bandas sonoras deram a estes filmes uma alma musical própria. Para algumas pessoas estes temas são muito familiares porque estão tão firmados na nossa memória coletiva quanto as imagens icónicas que os acompanham. Agora Richard Galliano volta a estas composições com o objetivo de lhes fazer justiça sem pôr em causa o seu espírito original. Na maioria dos casos, Galliano escolheu-os vendo os filmes. Para ele, estes temas tornam-se mais claros quando associados aos respetivos filmes.Este projeto constitui também uma celebração das qualidades que caracterizaram a arte de Rota, com a sua mistura de elementos festivos e música de banda, com o seu lirismo vigoroso e as suas melodias imaginativas, das quais nunca está inteiramente ausente um véu de

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melancolia. Esta música tem uma simplicidade alegre que a torna instantaneamente acessível ao mesmo tempo que preserva a sua nobreza essencial. Este era um dos grandes trunfos de Nino Rota. E é uma das maiores forças de Richard Galliano.Vincent Bessières

PEQUENO AUDITÓRIO

SÁBADO – 14H00B7 – PEQUENO AUDITÓRIO

Bucha e EsticaBig Band Júnior convida Mário Laginha

Duke Ellington It Don't Mean a Thing if it Ain't Got That Swing *Duke Ellington Black and Tan Fantasy *Duke Ellington Mood Indigo *Ray Henderson Bye Bye Blackbird *Claus Nymark Bucha e Estica *João Godinho Raggle Taggle **Vince Guaraldi Linus and Lucy *Mário Laginha Tema a definir *

* Arranjos de Claus Nymark** Arranjo de João Godinho

Mário Laginha, pianoBig Band JúniorClaus Nymark, direção musical

Bucha e Estica, um tema original do maestro Claus Nymark, numa homenagem aos comediantes Laurel and Hardy, dá o nome ao concerto da Big Band Júnior (BBJ). Esta dupla iniciou-se no cinema mudo, tornando-se mundialmente célebre nas décadas de 1920 e 1930. É também por esta altura que começam a surgir as primeiras big bands, cuja sonoridade foi uma presença constante durante toda a era de ouro de Hollywood. Vários dos temas apresentados neste concerto fizeram história no cinema norte-americano, como «Black and Tan Fantasy», «Bye Bye Blackbird» e «Mood Indigo». Outros contêm referências ou constituem homenagens dos compositores a esse universo. Mais uma vez, a BBJ contará com a participação de um dos mais destacados nomes do panorama da música improvisada em Portugal, Mário Laginha.

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SÁBADO – 16H00B8 – PEQUENO AUDITÓRIO

Grandes Clássicos do Cinema

Zequinha de Abreu: Tico-Tico no FubáFilmes: Copacabana; Tico-Tico no Fubá; Aquarela do Brasil; Saludos Amigos; Os Dias da Rádio; Escola de Sereias

Richard Rodgers: Blue MoonFilmes: A Festa; O Inimigo Público Número Um; Um Dia No Circo; Amor em Las Vegas; Grease; Blue Jasmine.

Luiz Bonfá: Manhã de CarnavalFilmes: Orfeu Negro

Ary Barroso: Aquarela do BrasilFilmes: Aquarela do Brasil; Saludos Amigos; The Gang's All Here; Três Amigos; Notorious; Sitting Pretty; Melodia Fascinante; Uma Vida Difícil; A Última Loucura; Recordações; Brazil; Doidos por Mary; Um Encontro a Três; Queres Ser John Malkovich?; Carandiru; Alguém Tem que Ceder; O Aviador; Australia; WALL-E; Mr. Peabody e Sherman

Maurice Jarre: Tema de LaraFilmes: Doutor Jivago

Ennio Morricone: Gabriel’s OboeFilmes: A Missão

Jacques Offenbach: BarcarolaFilmes: Stardom

Georges Auric: Moulin RougeFilmes: Moulin Rouge

Carlos Gardel/Alfredo Lepera: Medley de TangosFilmes: Vários

Nino Rota: A Time for UsFilmes: Romeu e Julieta

Dave Brubeck: Blue shadows in the streetFilmes: Estrada de Fogo

Ernest Gold: Exodus – TemaFilmes: Exodus

Henry Mancini: MedleyFilmes: Vários

Arranjos exclusivos para a Camerata Atlântica: Frederico Zimmermann Aranha

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Camerata AtlânticaAna Beatriz Manzanilla, direçãoJed Barahal, violonceloChristina Margotto, pianoAbel Cardoso, percussão

MÚSICA NO CINEMAXX foi o século da imagem. Quase todos os nascidos nesses anos – ao menos aqueles de mais sorte – viveram muitas de suas fantasias nas telas do cinema e da televisão. Quem não carrega na lembrança algum filme que ficou gravado para sempre no seu coração? Quem nunca riu nem chorou naquele mundo de sonho e sentimento? Quem, jovem ou idoso, pode afirmar que teria uma existência igualmente boa se não existisse o cinema? Pensar em cinema é também, inevitavelmente, pensar na música dos filmes. Foi Richard Wagner quem percebeu, antes de qualquer outro, que a música do futuro estaria associada à imagem. Não é apenas retórica dizer que as suas óperas são o cinema muito antes de os irmãos Lumière fotografarem aquele comboio entrando na estação e pondo a plateia a fugir; portanto, não é por acaso que praticamente toda a música cinematográfica foi e continua a ser feita segundo o modelo wagneriano. Não existe cinema sem música, nem mesmo nos filmes “mudos” – ou alguém imagina Charlot sem aquela pianola tocando?Este concerto pretende ser uma viagem onírica por esse universo de som e imagem que já foi cenário de emoções nossas. Pode até acontecer você não encontrar um de seus temas favoritos no programa, mas é porque há beleza demais para caber numa única antologia. Frederico Zimmermann Aranha

SÁBADO – 18H00B9 – PEQUENO AUDITÓRIO

Ennio Morricone, Ry Cooder, Ryuichi Sakamoto, Bob Telson, Carlos Paredes e Bernardo Sassetti

Mário Laginha, piano

Quando era adolescente, tive a minha fase cinéfila. Enfim, o termo talvez seja exagerado: nunca cheguei a ser um profundo conhecedor de cinema. Mas fui, durante alguns anos, um espectador assíduo não só de filmes novos como de ciclos vários de diversos cineastas. Foi o suficiente para perceber que criava sempre uma enorme empatia com filmes de cuja música gostasse e dificilmente me deixava arrebatar por um com uma banda sonora que pouco ou nada me dissesse. Também tomei consciência de que quase sempre ficava mais deslumbrado quando a música era executada por formações mais pequenas (por contraponto a uma enorme percentagem de filmes, cuja música é de cariz orquestral).Por essa razão, os temas que irei tocar pertencem, maioritariamente, a esta categoria e ficaram na minha memória como alguns dos que me fizeram ficar sentado na plateia até ao fim do genérico. Presumo que reconhecem esta situação. Quando isso acontecia dava-me um prazer indescritível e olhava com incredulidade para quem saía da sala. Como era possível não quererem ouvir aquilo até ao fim? Estão nesta categoria Ryuchi Sakamoto – Feliz Natal Mr. Lawrence –, Ry Cooder – Paris, Texas –, Ennio Morricone – Cinema Paraíso –, Bob Telson – Café Bagdade – ou mais recentemente Bernardo Sassetti – Alice. Nalguns destes temas, a ideia de fazer uma versão de piano parece um pouco absurda, quase impossível, mas até por isso – ou precisamente por isso – ela é atraente. Mário Laginha

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SÁBADO – 20H00B10 – PEQUENO AUDITÓRIO

Mozart em África Minha

Wolfgang Amadeus Mozart: Divertimento, K. 136 Filmes: África Minha

Wolfgang Amadeus Mozart: Concerto para Clarinete Filmes: África Minha; Olho por Olho; American Gigolo; Breathless; Casamento por Conveniência; Operation Sandman: Warriors in Hell; Beleza Roubada

Orquestra de Câmara PortuguesaPedro Carneiro, direção musicalPascal Moraguès, clarinete

Uma das utilizações mais memoráveis da música de Mozart pela sétima arte aparece no filme de 1985 de Sidney Pollack, África Minha, com Robert Redford e Meryl Streep. Para esse filme foi contratado o famoso compositor de bandas sonoras britânico John Barry, sobretudo conhecido sobretudo pelas suas contribuições para os filmes de James Bond. No entanto, a música que mais marcaria todo o filme seria a música de Mozart, sobretudo o Adágio do concerto para clarinete, obra de eleição da baronesa dinamarquesa Karen von Bixen-Finecke, personagem real interpretada no filme por Meryl Streep.

SÁBADO – 22H00B11 – PEQUENO AUDITÓRIO

Bach no Cinema - Bach goes to the movies Johann Sebastian Bach: Concerto para 2 Violinos, BWV 1043* Vivace - Largo ma non tanto - AllegroFilmes: Bad Company; Music of the Heart; Children of a Lesser God; The Island of Dr. Moreau; Torrents of Spring

Johann Sebastian Bach: Cantata BWV. 147: I Parte Coro: Herz und Mund und Tat und Leben Recitativo: Gebenedeiter Mund!Aria: Schäme dich, o Seele nicht Recitativo: Verstockung kann Gewaltige verblenden Aria: Bereite dir, Jesu, noch itzo die Bahn Coral: Wohl mir, daß ich Jesum habeFilmes: Boogie Nights; Crush; Flubber; A League of Their Own; Minority Report; Mona Lisa Smile; Paradise Road; Picture Perfect; Runaway Bride; Stealing Home

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Johann Sebastian Bach: Sarabande da Suite para Violoncelo Solo n.º 5, BWV 1011**Filmes: Sarabande; Lágrimas e Suspiros Johann Sebastian Bach: Cantata BWV 147: II Parte Aria: Hilf, Jesu, hilf, daß ich auch dich bekenneRecitativo: Der höchsten Allmacht Wunderhand Aria: Ich will von Jesu Wundern singen Coral: Jesus bleibet meine FreudeFilmes: Boogie Nights; Crush; Flubber; A League of Their Own; Minority Report; Mona Lisa Smile; Paradise Road; Picture Perfect; Runaway Bride; Stealing Home 

Voces Caelestes Sérgio Fontão maestroLudovice Ensemble Fernando Miguel Jalôto, direção musicalJoana Seara, sopranoNélia Gonçalves, meio-sopranoMarco Alves dos Santos, tenor Hugo Oliveira, barítono

*Diana Vinagre, violoncelo solo ** Varoujan Donevan & Luca Giardini, violinos solo

Bruno Fernandes trombeta natural & trombeta da tirarsiPedro Lopes e Castro oboé, oboé d'amore & oboé da cacciaAndreia Carvalho oboé & oboé da cacciaKayo Saito, Adriana Alcaide, Flávio Aldo & Álvaro Pinto, violinosMiriam Macaia Martins, violaMarta Vicente, contrabaixoJosep Maria Martí, tiorba

Às vezes é realmente difícil explicar o porquê de uma obra musical se tornar tão famosa, em detrimento de outras obras de valor igual ou mesmo superior. O coral que encerra ambas as partes da Cantata Herz und Mund und Tat und Leben BWV147 de J. S. Bach é um desses mistérios. A melodia coral possuía já 82 anos quando Bach a decidiu acrescentar a uma sua cantata de Advento para a corte de Weimar em 1716, de forma a adaptá-la à festa da Visitação de Nossa Senhora, em Leipzig, no ano de 1723. O tratamento do acompanhamento instrumental, com um ostinato rítmico, é deveras convencional, ainda que extremamente bem realizado. Exemplos equivalentes, de igual simplicidade ou muito superior complexidade, encontram-se em quase todas as cantatas corais de Bach escritas em Leipzig, bem como nos seus inúmeros corais para órgão. O certo é que foi exatamente a sua utilização na banda sonora de inúmeras películas para cinema e televisão – sem esquecer a sua inclusão em álbuns de música para casamentos – que deu ao coral Jesus bleibet meine Freude a fama universal de que hoje goza, ofuscando injustamente os restantes andamentos da cantata, todos eles resultado de preciosa inspiração. Mas inquestionavelmente esta foi uma obra muito apreciada pelo seu criador, que a ela recorreu inúmeras vezes ao longo da sua carreira, introduzindo-lhe variadas modificações. Bach é um dos compositores favoritos da Sétima Arte, e querendo interpretar-se de uma só vez todas as suas obras que foram alguma vez incluídas em bandas sonoras, seguramente teríamos um concerto que duraria várias horas. O intemporal Concerto para dois violinos em ré menor, a Ária da terceira Suíte orquestral, vários andamentos das Suítes para violoncelo solo, bem como das Partitas e Sonatas para violino solo, as Variações

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Goldberg, e inúmeras outras obras para teclado, os Concertos de Brandeburgo, ou ainda as colossais Missa em Si menor e Paixão Segundo São Mateus são apenas algumas das obras facilmente reconhecidas pelos cinéfilos com ouvidos mais atentos. Já a música ou a vida de Bach serem o próprio sujeito do filme ou a inspiração principal do realizador são situações mais raras, mas podemos citar pelo menos a Crónica de Anna-Magdalena Bach, da dupla francesa de realizadores Jean-Marie Straub e Danièle Huillet, realizado em 1968, com Gustav Leonhardt no papel principal e com banda sonora a cargo dos Concentus Musicus de Viena e Nikolaus Harnoncourt. Fernando Miguel Jalôto, fevereiro de 2015

SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO

SÁBADO – 14H00B12 – SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO

Wolfgang Amadeus Mozart: Serenata n.º 10, KV 361, Gran Partita (Versão para Quinteto de C. Schwenke) I. Largo. Molto AllegroII. MenuettoIII. AdagioIV. Menuetto: AllegrettoV. Romance: Adagio. Allegretto. AdagioVI. Thema con variazioniVII. Finale: Molto AllegroFilmes: Amadeus

DSCH-Schostakovich EnsembleFilipe Pinto-Ribeiro, piano Pascal Moraguès, clarineteJack Liebeck, violinoIsabel Charisius, violaJustus Grimm, violoncelo

No filme Amadeus (Milos Forman, 1984), há uma célebre cena em que Salieri descobre uma música de Mozart e se convence do seu génio; essa música é o início do terceiro andamento da Gran Partita, o maravilhoso e inspiradíssimo Adagio. A Gran Partita, Serenata n.º 10 K. 361 é uma das indiscutíveis obras-primas de Mozart e foi composta originalmente para 13 instrumentos: 12 instrumentos de sopro e um contrabaixo. As inabituais instrumentação e duração da obra (sete andamentos e cerca de 50 minutos de duração) levaram sucessivos editores, para facilitar a circulação da partitura, a publicar versões alternativas da mesma. A versão para quinteto que vamos hoje escutar é da autoria de Christian Friedrich Gottlieb Schwencke (1767-1822), compositor, pianista e editor musical. Segundo o maestro e musicólogo Christopher Hogwood, «a versão para este grupo de câmara é a mais eficaz em termos sonoros e consegue a mais coerente representação das ideias originais de Mozart». No filme Amadeus, diz Salieri sobre o famoso excerto da Gran Partita: «Era música como eu nunca tinha ouvido. Parecia-me que estava a ouvir a voz de Deus.» Filipe Pinto-Ribeiro

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SÁBADO – 16H00B13 – SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO

Franz Schubert: Trio com piano n.º 2 – 2.º Andamento Filmes: Barry Lyndon; Maré Vermelha

Franz Schubert: Quarteto A Morte e a Donzela Filmes: A Mulher de Azul; A Noite da Vingança

Ensemble Darcos

Haverá obra mais transida pela dor que a de Franz Schubert (1797-1828)? Imagens da morte, da solidão e do sofrimento habitam as suas páginas mais memoráveis. Em 1824 o compositor escreve no seu diário: «as minhas obras são fruto do meu conhecimento musical e da minha dor». A amargura e a desilusão tingem os últimos anos da sua vida breve e desamparada, ofuscando a alegria e a despreocupação que irradia da sua música do período juvenil. Em 1823, aos 27 anos, é-lhe diagnosticado uma doença irreversível e fatal, a sífilis. A partir daí, Schubert consumará a sua obra numa luta contra o tempo, sob o signo de uma morte anunciada. A proximidade da morte tem nele um efeito catalisador que o lançará num frenético ritmo criador em busca dos “mais altos ideais artísticos”. Nos derradeiros quatro anos que lhe restarão viver, entre as crises e as investidas da doença, ele compõe uma prodigiosa sequência de obras-mestras de inigualável beleza, das quais a ideia da morte nunca está ausente. Dessas páginas desprende-se um canto fúnebre, um lamento comovente, um lirismo terno e melancólico do qual irradia uma misteriosa luz crepuscular. Ele canta como nenhum outro a transitoriedade da vida, a dor da perda e a solidão, mas na sua voz não há desespero ou revolta, apenas resignação. Schubert é um wanderer, um viandante, um ser errante e desenraizado, mas a sua é uma viagem interior, uma viagem de inverno, solitária, gelada e desolada. O Andante con moto do Trio com piano em Mi bemol, op. 100 (D.929), escrito no final de 1827, constitui um desses cantos do viandante tão típicos da sua obra tardia. O ritmo, em compasso 2/4, evoca a marcha, a tonalidade de Dó menor emana uma atmosfera fúnebre. Stanley Kubrick, como sempre, utiliza soberbamente a peça associando-a à vida errante e trágica de Barry Lyndon (1975). O Quarteto nº 14 em Ré menor, A Morte e a Donzela (D.810) foi composto em 1824 e representa a superação da grave depressão sofrida por Schubert na sequência da manifestação da doença fatal que o levou a um internamento hospitalar e a um tratamento doloroso. Composta em quatro andamentos, a obra vai apresentando vários retratos da morte, mas o seu coração é o segundo andamento. Com a forma de tema e variações, este andamento é baseado no Lied «A Morte e a Donzela», composto por Schubert alguns anos antes. Na canção, com poema de Mathias Claudius, a Morte diz à Donzela: És bela e terna, dá-me a tua mão! / Eu sou amiga e não venho para te castigar. / Coragem! Eu não sou cruel, / Docemente dormirás nos meus braços.Afonso Miranda (excerto)

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SÁBADO – 18H00B14 – SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO

Giovanni Pierluigi da Palestrina: Agnus Dei, da Missa super ut re mi fa sol la Filmes: Palestrina

William Byrd: Domine Secundum Actum Meum Filmes: Elizabeth

William Byrd: Cibavit eos Filmes: A Raiz do Medo

Gregorio Allegri: Miserere Filmes: As Cinzas de Ângela; Momentos de Glória; A Outra Face; Maurice

Wolfgang Amadeus Mozart: Ave verum *Filmes: Ato de Amor; O Pacificador

Anton Bruckner: Ave Maria Filmes: O Nosso Amante

Anton Bruckner: Os Justi Filmes: Oscar e Lucinda

Anton Bruckner: Virga Jesse Filmes: Treze Dias

Gabriel Fauré: Cantique de Jean Racine *Filmes: Um Porquinho Chamado Babe

Huelgas EnsemblePaul van Nevel, direção

Dorothea Jacob, Sabine Lutzenberger, Axelle Bernage, Nadia Lavoyer, sopranosWitte Maria Weber, Peter de Groot, contraltosMatthew Vine, William Knight, Olivier Coiffet, Tom Phillips, Stefan Berghammer, Hans Jörg Mammel, tenoresFrederik Sjollema, Romain Bockler, Bart Van de Weghe, Guillaume Olry, baixos

*Participação do Ensemble Darcos

A música coral polifónica à capela foi usada muitas vezes pelo cinema de modo a caracterizar épocas distintas. Por esse motivo, em filmes como Elizabeth de Shekhar Kapur, sobre Isabel I de Inglaterra, cujo papel foi interpretado por Cate Blanchett, recorre à música de compositores chave do período isabelino, como William Byrd. Outras obras como o Miserere de Gregorio Allegri, verdadeira joia da música polifónica, o Ave Verum de Mozart ou até mesmo o famoso Cântico de Jean Racine de Gabriel Fauré, foram utilizados na sétima arte como momentos marcantes, muitas vezes até para sublinhar a beleza do momento, em filmes tão diversos como as Cinzas de Angela, de 1999, Momentos de Glória, de 1981 e até a saga do porquinho Babe, de 1995.

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Para os amantes da arte coral, será incontornável a referência ao filme Les Choristes de Christophe Barratier, de 2004, e que nos conta a história de Clément Mathieu, um professor de música desempregado, que aceita trabalhar como supervisor num colégio interno para reintegração de menores. Ele não se dá bem com o sistema repressivo aplicado por Rachin, o diretor do colégio e a sua missão educativa parece condenada ao fracasso. É ao apresentar a arte do canto às crianças que Mathieu vai transformar para sempre o seu quotidiano e as suas vidas. A música do coro como salvação daquelas crianças aparentemente perdidas.Destaca-se de entre os filmes invocados pela música interpretada neste concerto, o filme Acto de Amor, ou em Inglês, Lorenzo’s Oil, com Nick Nolte, Susan Sarandon e Peter Ustinov, que nos apresenta a história de uma criança que desenvolve uma doença rara e fatal. Se toda a história gira em torno da tentativa desesperada dos pais em encontrar uma cura, a música de Mozart (Ave Verum), Barber (Adágio para Cordas) e outros compositores, surge como um elemento de extrema beleza e até comovente, representando o conforto, a fé na cura (o poder curativo da música) e sobretudo a vida para aquela criança.

SÁBADO – 20H00B15 – SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO

Bon Voyage

Carlos Gardel Cuando tu no estas Filmes: Quando tu nao estás

Astor Piazzolla Milonga del Angel Filmes: Con alma y vida; Equinox

Erik Satie Gymnopedie 1 Filmes: À Primeira Vista; Corrina, Corrina; My Dinner With André; Os Tenebaums – Uma Comédia Genial; Dia dos Namorados; A Verdade Escondida

Erik Satie Gymnopedie 2 Filmes: Uma Outra Mulher Franz Lehar Der Graf von Luxemburg Filmes: Der Graf von Luxemburg

Gustav Mahler Adagietto da Sinfonia n.º 5 Filmes: Morte em Veneza; Ato de Amor; Corpos Ardentes; Love Lessons

Astor Piazzolla Muerte del Angel Filmes: El Angel de la muerte

Amarcord WienSebastien Gurtler, violinoTommaso Huber, violonceloMichael Williams, contrabaixoGerhard Muthspiel, acordeão

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No caso dos temas selecionados, estamos perante música que não foi composta para o cinema mas que, mais tarde, seria usada por cineastas. Muitos destes temas apareceriam na verdade nos mais variados filmes.Erik Satie foi um grande compositor, a sua música é decididamente uma boa banda sonora para a vida. A sua obra pode ilustrar tristeza, melancolia, alegria de viver, espanto, curiosidade, o silêncio entre pessoas, o momento extraordinário antes de se tomar uma decisão, a luz em tudo.O Conde do Luxemburgo, retirado de Viúva Alegre, a famosa opereta de Franz Lehar, foi também usada no cinema. Em 1972 foi usada por Wolfgang Glück e Hugo Wiener para o filme, uma adaptação desta opereta, com estrelas da altura como Eberhard Wächter, Lilian Sukis, Erich Kunz e Helga Papuschek.O Adagietto de Gustav Mahler da sua 5ª. Sinfonia goza de uma enorme popularidade, que se deve sobretudo à sua utilização no filme Morte em Veneza (1971), de Luchino Visconti. No início e na fase final do filme, as sonoridades deste Adagietto contribuem para uma atmosfera única, uma parte inesquecível da história do cinema, um elemento musical que contribuiu significativamente para o sucesso do filme.Carlos Gardel foi não apenas o cantor de tango mais significativo do seu tempo como foi um dos primeiros heróis do grande ecrã. Em 1930 apareceu no primeiro filme sonoro da América do Sul, seguindo-se novas participações no cinema, até à sua morte.A mestria de Astor Piazzolla como compositor está patente em cerca de 300 tangos e em cerca de 40 discos, o que lhe garantiu um lugar seguro na história da música. Também ele trabalhou no/para o cinema: compôs música para cerca de 50 filmes, tendo os seus tangos, compostos para salas de concerto, sido mais tarde usados como banda sonora em filmes e na TV.

SÁBADO – 22H00B16 – SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO

A Sombra e a Luz nas Canções nas Canções com Ricardo Ribeiro

Ricardo Ribeiro, vozJoão Paulo Esteves da Silva, piano

Há muito tempo que queria criar um concerto com um músico que admiro tanto. Além de ser uma experiência nova, este concerto com o João Paulo Esteves da Silva constitui um desafio e dá-me oportunidade de cantar canções que tanto gosto e de descobrir tantas outras. Os nossos universos distintos tocam-se e fundem-se através do encontro musical, per si.Ricardo Ribeiro

Já desde há bastante tempo que, tanto eu como o Ricardo, espreitávamos o aparecimento de uma ocasião como esta, de trabalharmos juntos. Ao contrário do que possa parecer, habitamos, na música, mundos muito próximos. Grande parte da minha atividade tem sido escrever/compor/arranjar/acompanhar canções. Este concerto será, então, algo muito natural para mim: tocar em duo com um cantor que admiro. O excecional, aqui, será sobretudo a voz, rara, do Ricardo Ribeiro. João Paulo Esteves da Silva

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SALA ALMADA NEGREIROS

SÁBADO – 14H00B17 – SALA ALMADA NEGREIROS

Tommaso Albinoni: Adagio para cordasFilmes: Anatomy; The Doors: O Mito de Uma Geração; Flashdance; Gallipoli; Rollerball; Show me Love; Benvindo a Sarajevo

Bernard Herrmann: Suite Psycho Filmes: Psico

Josef Haydn: Quarteto de Cordas ,op. 76 n.º 3, Imperador: Excertos Filmes: Bulworth: Candidato em Perigo; Casablanca; 6 Mulheres para um Detetive; Doze Indomáveis Patifes; Fuga Para a Vitória

Gustav Mahler: Adagietto da Sinfonia n.º 5 Filmes: Morte em Veneza; Ato de Amor; Corpos Ardentes; Love Lessons

Alis Ubbo Ensemble

Neste concerto, o Alis Ubbo Ensemble, tendo como formação um quarteto de cordas, interpretará peças de compositores tão distintos como Mozart, Haydn, Albinoni, ou Mahler. As obras que fazem parte do programa deste concerto à primeira vista poderão ter pouco em comum, contudo, vistas à luz da temática dos Dias da Música em Belém 2015, ganham sem sombra de dúvida, um significado superlativo.As peças inesquecíveis que vos apresentaremos têm feito parte, e certamente continuarão a fazer, de inúmeras bandas sonoras das mais populares e memoráveis obras cinematográficas. São páginas emblemáticas que os realizadores têm utilizado para enobrecer filmes de todos os géneros, desde a animação à ação, passando por comédia, drama, guerra, romance, suspense ou terror. Incluímos ainda neste programa uma suíte da banda sonora do filme Psycho, da autoria de Bernard Herrmann, que fará o contraponto entre a música original escrita propositadamente para um determinado filme, neste caso uma obra-prima de Hitchcock, e as peças já referidas, compostas para outros contextos, mas soberbamente aproveitadas pela sétima arte.

SÁBADO – 16H00B18 – SALA ALMADA NEGREIROS

Beethoven no Cinema: Immortal Beloved

Ludwig van Beethoven Sonata para piano n.º 8, Patética Filmes: O Barbeiro; Romy e Michele; Paixão Imortal; Star Trek: Insurreição; A Idade da Inocência; Confissões de Uma Mente Perigosa; O Mundo Perdido: Jurassic Park; Antes do Amanhecer

Ludwig van Beethoven Sonata para piano n.º 23, Appassionata

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Filmes: My Life so far; Perseguição Sem Tréguas; Madame Souzatska: A Professora

Ludwig van Beethoven Bagatela em Lá menor, Für Elise Filmes: A Fantástica Aventura de Bill e Ted; O Rapaz do Talho; Morte em Veneza; Sem Medo de Viver; The Guilty; Paixão Imortal; My Life so far; Patch Adams; A Semente do Diabo; A Fabulosa Troca dos Caixões; You got served

Marta Menezes, piano

A Sonata n.º 8, op. 13 de Beethoven foi composta em 1798 e publicada no ano seguinte com o título de Grande Sonata Patética. Escrita em Dó menor e dedicada ao Príncipe Karl von Lichnowsky, rapidamente se tornou popular nos salões e em concertos privados, contribuindo para a difusão da obra de Beethoven pela Europa. Segundo Barry Cooper, nela Beethoven «supera qualquer das suas composições anteriores, em força de caráter, em profundidade de emoção, em nível de originalidade, em amplitude de sonoridades e no engenho da manipulação motívica e tonal, antecipando em vários aspetos o seu estilo da década seguinte.»A Sonata Appassionata é uma das obras escritas na década seguinte. Considerada pelo compositor a sonata mais tempestuosa que escrevera até ter composto a Sonata Hammerklavier, é, na opinião de Czerny, «demasiado grandiosa» para o título que lhe é dado pelo editor. Escrita em Fá menor, a obra explora a extensão total do piano da época, levando a música a extremos de dinâmicas, de dificuldades técnicas e de poder expressivo. Für Elise é talvez uma das obras mais conhecidas de Beethoven, que a terá composto por volta de 1810, e oferecido a uma senhora a quem propôs casamento, cuja identidade se desconhece. O mistério fica por resolver, o que não impede que a obra seja uma das mais apreciadas pelo público.

SÁBADO – 18H00B19 – SALA ALMADA NEGREIROS

Debussy e Chopin no Cinema

Claude Debussy Rêverie Filmes: Pacto Fatal

Claude Debussy Suite Bergamasque: Clair de Lune Filmes: Bloodsport 3; Inferno no Paraíso; Lobos Assassinos; Frankie e Johnny; O Jogo; Ocean's Eleven: Façam As Vossas Apostas; Os Eleitos; Sete Anos no Tibete

Claude Debussy La Cathédrale Engloutie Filmes: Nova Iorque 1997

Frédéric Chopin Sonata n.º 2 Filmes: Citizen Kane: O Mundo A Seus Pés; As Amazonas na Lua; Os Parolos de Hollywood; O Menino de Coro; Noiva Procura-se; A Estrada do Paraíso; Space Jam

Frédéric Chopin Noturno op. 9/2 Filmes: 8 ; O Sargento da Força Um; A Lagoa Azul; Crush; Ela Nunca Se Nega; Febre de Sábado à Noite; Sleep With Me; Amor de Jornalista; Acordar para a Vida

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Jill Lawson, pianoDebussy e Chopin foram ambos poetas do piano, tendo expressado a paixão romântica pela evocação do humor e pelo amor pela pintura, sendo que no que diz respeito à sua expressão, Chopin e Debussy têm muito em comum. Claude Debussy (nascido a 22 de agosto de 1862, em Saint-Germain-en-Laye, França, e falecido a 25 de março de 1918, em Paris) é unanimemente considerado um dos compositores mais influentes do século XX. Debussy desenvolveu um sistema altamente original de harmonia e de estrutura musical, que expressou, de diversas formas, os ideais pelos quais os pintores impressionistas e simbolistas da sua época aspiraram.Rêverie significa sonhar acordado em francês. Composta em 1890, esta foi uma das suas primeiras obras para piano solo que teve algum impacto. Logo no início da sua carreira, são evidentes algumas características que definem a assinatura do som de Debussy. No entanto, nesta altura o jovem Debussy ainda não tinha desenvolvido plenamente o estilo que o tornou num dos talentos mais notáveis da sua geração. Aqui não existem floreados ou explosões súbitas em texturas que mais tarde viriam a caracterizar os seus trabalhos – esta peça é mais uma meditação, uma obra precursora que lhe permitiu fazer outras explorações nos trabalhos que se seguiram. Um dos trabalhos mais célebres de Debussy intitula-se Claire de Lune. Na verdade este é o terceiro movimento da suite Bergamasque. Apesar de ter escrito esta peça em 1890, com 25 anos, ela não foi publicada até 1905. Nessa altura a obra já tanto tinha sido reescrita como ganho um novo título. O nome original desta peça era Promenade Sentimentale. O novo título para o movimento é uma referência a um poema como o mesmo nome, da autoria de Paul Verlaine. Clair de Lune tem sido recorrentemente utilizada em bandas sonoras, pelo menos desde os anos 1940. Foi, por exemplo, uma peça chave na banda sonora de O Gigante (1956), último filme protagonizado por James Dean.La cathédrale engloutie foi publicado em 1910 como o décimo prelúdio no primeiro de dois volumes de doze prelúdios de piano de Debussy. Tanto quanto à forma como quanto à harmonia e ao conteúdo, é uma peça característica de Debussy. Este prelúdio é um exemplo do impressionismo musical de Debussy, uma vez que acaba por ser uma representação (ou alusão) musical de uma imagem ou de uma ideia. Já a Sonata para piano n.º 2 em Si bemol menor, Op. 35 de Frédéric Chopin, também conhecida como Marcha Fúnebre, foi concluída em 1839 em Nohant, perto de Châteauroux, França. No entanto, o terceiro movimento, do qual vem o título da sonata, já tinha sido composto no início de 1837. Praticamente desde que foi ouvida pela primeira vez, esta peça não foi considerada, formalmente, como uma sonata, mas como um conjunto de quatro peças diferentes que o compositor juntou no mesmo telhado musical, tendo sido Robert Schumann o primeiro a referir a falta de coesão entre os vários movimentos. Todavia, vários musicólogos no final do século XX apontaram uma série de características anteriormente negligenciadas, ou pelo menos ignoradas, que unem os movimentos como irmãos musicais inseparáveis.Chopin compôs Nocturne, op. 9, n.º 2 quando tinha 20 anos. A obra é considerada uma das mais célebres de Chopin e é utilizada recorrentemente em filmes, em programas televisivos e em videojogos.A peça faz parte de um conjunto de outras três compostas entre 1830 e 1832, publicadas anualmente, e dedicadas a Madame Camille Pleyel. A peça tem uma melodia reflexiva e pacífica que se vai repetindo, tornando-se progressivamente mais ornamentada até que, perto do final, ganha um cariz apaixonante. A melodia começa de forma tranquila, mas depois ascende até a um registo mais alto, sendo tocada energicamente em oitavas, atingindo eventualmente a parte mais alta, marcada por um fortíssimo. Após uma passagem, o entusiasmo começa a ceder e Nocturne termina calmamente.

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SÁBADO – 20H00B20 – SALA ALMADA NEGREIROS

OS ANOS DOURADOS DE HOLLYWOOD

Erich Wolfgang Korngold Sonata para Violino e Piano em Sol maior, op.6Ben moderato, ma con passioneScherzo: Allegro molto (con fuoco) – Trio – Moderato cantabile – Allegro molto (con fuoco)Adagio: Mit tiefer EmpfindungFinale: Allegretto quasi andante (con gracia)

John Williams Fantasia sobre o tema Um Violino no Telhado

Bruno Monteiro, ViolinoJoão Paulo Santos, Piano

Dado o tema deste ano dos Dias da Música, eu e o pianista João Paulo Santos escolhemos interpretar duas obras que são verdadeiramente representativas do que de melhor se fez no século XX no que respeita à música de Hollywood. De Korngold, compositor judeu que foi talvez o mais representativo do seu tempo na escrita de música para filmes, a sua Sonata para Violino e Piano. Obra de caráter sinfónico, esta foi criada quando o compositor tinha apenas 14 anos. Apesar disso, reflete já a sua personalidade musical única e que será, durante toda a sua existência, a sua assinatura como criador de melodias tão belas e apaixonadas que estarão presentes em muitos filmes americanos. Para terminar, uma fantasia sobre temas do filme O Violino no Telhado, numa adaptação feita pelo também célebre compositor americano John Williams para violino e piano. Curioso é que, apesar da inequívoca qualidade destas duas obras-primas, ambas são infrequentemente programadas nas salas de concerto em todo mundo. Esperamos desta feita que, e porque recebem neste concerto a sua primeira audição em Portugal, o público deste festival aprecie a sua mensagem e que seja, por alguns momentos, transportado para a idade de ouro da era do cinema americano.Bruno Monteiro

SÁBADO – 22H00B21 – SALA ALMADA NEGREIROS

A Nona de Beethoven

Ludwig van Beethoven/Franz Liszt Sinfonia n.º 9 Filmes: Chop Suey; Mr. Jones; Simplesmente Genial; Paixão Imortal; Laranja Mecânica; Ace Ventura: Detetive Animal; Sob Chantagem; Bulworth: Candidato em Perigo; Manobra Perigosa; Estranhas Ligações; O Clube dos Poetas Mortos; Die Hard: Assalto ao Aranha-Céus; Dogma; O Corpo e a Vida; A Perda da Inocência; O Poder de Um Jovem; Do Cabaré para o Convento 2; Turbulence 3: Heavy Metal

Giovanni Bellucci, piano

Pensa-se que a ideia de compor uma sinfonia com coros tenha assaltado o espírito de Beethoven muito antes da composição da Nona Sinfonia. Ainda em 1807 o músico tinha admitido incluir um coro religioso na Sinfonia Pastoral; a própria Fantasia para Piano, Coro e

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Orquestra, de 1808, parece já um ensaio para o final da Nona. Por outro lado, desde 1793 que Beethoven ambicionava pôr em música, «verso a verso», a Ode à Alegria, de Schiller, verdadeira ode à fraternidade entre os homens, que viria finalmente a coroar a Nona. Terminada mais de dez anos depois da Oitava, a Nona Sinfonia foi amadurecida durante muito tempo (com numerosos esquissos de 1817-1818) e longamente trabalhada. A partitura foi dada como concluída somente em fevereiro de 1824, logo após a conclusão da Missa Solene. A estreia foi a 7 de maio de 1824, em Viena, como sempre sob a batuta do próprio Beethoven, e alcançou um êxito considerável. Muito para lá do poder e da emoção que a inclusão da voz no final da sinfonia confere à música, esta sinfonia com coros não se limita a concluir um grande ciclo, pois oferece a sublimação da arte de Beethoven, para muitos a arte do génio mais “humano” e mais universalmente compreendido.

SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

SÁBADO – 14H00B22 – SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

O Violino no Cinema

John Williams Suite Schindler List Filme: A Lista de Schindler

Claude Debussy A Rapariga com Cabelos de Linho Filme: O Amor Não Escolhe Idades

Dmitri Schostakovich Romance de Gadfly Filme: Gadfly

Ennio Morricone Tema Cinema ParadisoFilme: Cinema Paraíso

Jules Massenet Meditação de Thaís Filmes: O Amor Não Escolhe Idades

Fritz Kreisler Liebeslied Filmes: Fascinação

Nigel Hess: Suite de Ladies in Lavender Filme: O Amor Não Escolhe Idades

Carlos Damas, violinoJill Lawson, piano

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O violino deu voz ao enredo de várias películas que se destacaram no mundo do cinema. O recital apresentado por Carlos Damas e Jill Lawson transporta-nos numa viagem no tempo que começa no ano de 1955, com a Romance para violino do filme The Gadfly, composta por Dimitri Shostakovich. Giuseppe Tornatore realiza o Cinema Paradiso; Ennio Morricone escreve o famoso tema do filme em que o violino é rei. Um dos best-sellers da história do cinema surge nos anos 1990, A Lista de Schindler. Da qual John Williams compõe os principais temas, protagonizados pelo violinista Itzhak Perlman; aqui o violino representa o choro do povo judeu durante o período do Holocausto. Já no corrente milénio, o filme Ladies in Lavender (O Amor Não Escolhe Idades, título português) descreve a história de um violinista que sobrevive a um naufrágio e é encontrado na praia por duas irmãs idosas. Na sua casa da falésia junto à praia, as duas irmãs dedicam-se a cuidar do jardim e cultivam flores de lavanda. A banda sonora do filme é totalmente preenchida com obras para violino originalmente interpretadas por Joshua Bell; entre as obras constam peças de Debussy, Massenet, Kreisler, e obras escritas por Nigel Hess que foram especialmente cedidas pelo próprio para este concerto.

SÁBADO – 16H00B23 – SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

Da Broadway a Hollywood

Irving Berlin: Cheek to CheekFilmes: Chapéu Alto

Harold Arlen: Somewhere over the RainbowFilmes: O Feiticeiro de Oz

Herman Hupeld : As time goesFilmes: Casablanca

George Gershwin: I got RhythmFilmes: Um Americano em Paris

George Gerswin: SummertimeFilmes: Porgy e Bess

Richard Rodgers: If I love you Filmes: Carrocel

Richard Rodgers: Hello young loversFilmes: O Rei e Eu

Richard Rodgers: The Sound of Music MedleyFilmes: Música no Coração

Henry Mancini: Moon RiverFilmes: Breakfast at Tiffany’s

Frederick Loewe: I could have danced all night

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Filmes: My Fair Lady

Leonard Bernstein: West Side Story MedleyFilmes: West Side Story

Lara Martins, sopranoJoão Paulo Santos, piano

I got rhythm, Summertime ou Somewhere over the Rainbow são títulos icónicos do imaginário musical de sucessivas gerações. Esse consiste num universo alimentado em conjunto com a memória visual, repleta da nostalgia deixada em cada um de nós pela magia do grande ecrã, através dos filmes para os quais foram escritas as peças que constituem este concerto.Neste programa figuram alguns dos mais emblemáticos temas de filmes musicais que celebrizaram a cultura americana do segundo quartel do século XX, marcando a génese de um novo mercado musico-teatral eternizado em filme. Aqui, a música de Bernstein, Gershwin, Rogers, Hammerstein, entre outros autores que marcaram essa nova vaga nos anos 1930 a 1960, será interpretada por Lara Martins, soprano de nomeada internacional no que a este repertório diz respeito – solista do cast de O Fantasma da Ópera no West End de Londres –, acompanhada ao piano por João Paulo Santos.Uma verdadeira odisseia marcada pelo reviver de ação, euforia, melancolia, compaixão, misantropia, aventura ou do beijo de olho fechado que em si mesmo fecha o ciclo do imaginário aqui celebrado com o público através da música.Tiago Manuel da Hora, musicólogo, Universidade Nova de Lisboa

SÁBADO – 18H00B24 – SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

Ópera para Cinema

Vencedor do Concurso internacional de Canto Lírico da Fundação Rotária Portuguesa

George Frideric Handel Lascia Ch'io Pianga, de RinaldoWolfgang Amadeus Mozart Marten aller Arten, do Rapto do SerralhoGaetano Donizetti Il Dolce Suono, da Lucia de LammermoorGiacomo Puccini Donde Lieta Usci, de La BohèmeGiuseppe Verdi Caro Nome, de RigolettoLeonard Bernstein Oh, What a Movie, de Trouble in TahitiGiacomo Puccini Un Bel di Vedremo, de Madama ButterflyGiuseppe Verdi È Strano... Sempre Libera, da TraviattaGeorges Bizet Habanera, da Carmen Alexandra Bernardo, sopranoBernardo Marques, piano

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A ópera é uma das mais nobres artes de palco, onde a música, a literatura e o teatro se juntam para um espetáculo completo.Mas a ópera tem sido também a banda sonora da sétima arte. Muitas das grandes árias de ópera que conhecemos serviram de fundo musical em diversas cenas que nos cativaram no grande ecrã.De todas elas, fizemos uma seleção baseada na diversidade dos filmes e das emoções retratadas nas respetivas cenas.Começamos com Martern aller Arten, que faz parte da banda sonora de Amadeus, de Milos Forman (1984). Depois, Il Dolce Suono, de O 5.º Elemento, de Luc Besson (1997), seguida de Caro Nome, do filme Match Point, de Woody Allen (2005). Visitamos também o filme Trouble in Tahiti, de Tom Cairns (2001) a partir da ópera homónima de L. Bernstein, com a ária Oh! What a Movie!.Voltamos a Verdi, com È Strano!... Sempre Libera!, que fez parte da banda sonora do filme Pretty Woman, de James Newton Howard (1990).E, para terminar, uma das árias mais usadas no cinema, Habanera, que foi, por exemplo, parte de uma cena do filme Magnolia, de Paul Thomas Anderson (1999).

SÁBADO – 20H00B25 – SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

As Canções do Cinema Francês

Yann Tiersen: Comptine d'un autre été l'après-midiFilmes: O Fabuloso Destino de Amélie

Michel Legrand: Je t'atendrai toute ma vieFilmes: Os Chapéus de Chuva de Cherburgo

Yann Tiersen: L'autre valse d'AmélieFilmes: O Fabuloso Destino de Amélie

Boris Bassiak: Le Tourbillon de la VieFilmes: Jules e Jim

Yann Tiersen: La valse D'AmélieFilmes: L O Fabuloso Destino de Amélie

Édith Piaf: La Vie en Rose Filmes: La Môme; Pânico nos Bastidores; Operation: Rabbit; Duck! Rabbit, Duck!; Balada ao Luar; Sabrina; Noites de Casablanca; 6 Mulheres para um Detetive; Jogo a Três Mãos; A Foreign Field; Assassinos Natos; Prêt-à-Porter; French Kiss: O Beijo; Filha de um Soldado Nunca Chora; Verão Escaldante; Altos Voos; Amor ou Consequência; Alguém Tem que Ceder; Modigliani; A World Without Thieves; Valiant; O Senhor da Guerras; The Yacoubian Building; La Vie en rose; Mister Lonely; Jellyfish; Fred Claus: O Irmão do Pai Natal; Nunca É Tarde Demais; WALL-E; Wackness: À Deriva; Map of the Sounds of Tokyo; X-Men: O Início; Monte Carlo; A Viagem dos Cem Passos

Joseph Cosma: Les Feuilles MortesFilmes: As Portas da Noite

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Medley 8 Femmes: Mon amour, mon amie; Message personnel; Papa t'es plus dans le coup

Vânia Fernandes, vozSamuel Lercher TrioSamuel Lercher, pianoAndré Rosinha, contrabaixoMarcelo Araújo, bateria

Vânia Fernandes e o Samuel Lercher Trio trazem ao CCB um programa em torno de algumas das mais famosas e conceituadas obras do cinema francês: O Fabuloso Destino de Amélie, de Jean-Pierre Jeunet, 8 Mulheres, de François Ozon, Os Guarda-Chuvas do Amor, de Jacques Demy, Jules e Jim, de François Truffaut, La Vie en Rose, de Olivier Dahan, e ainda As Portas da Noite, de Marcel Carné.Nestes grandes filmes, todos galardoados com inúmeros prémios, destacam-se canções que contribuíram muito para o seu sucesso. Assim, quando nos relembramos do filme O Fabuloso Destino de Amélie, uma das primeiras coisas que vem a cabeça é o som do acordeão tocando La Valse d’Amélie. Do mesmo modo é difícil falar sobre Jules e Jim sem evocar a Jeanne Moreau cantando Le tourbilllon de la vie. Em 8 Mulheres, em Os Guarda-chuvas do Amor e em La Vie en Rose, obras-primas do cinema musical, as canções ocupam um lugar central. É a esse universo que o concerto da Vânia Fernandes e do Samuel Lercher Trio nos leva, dando a estas canções do cinema do francês uma dimensão jazística à imagem do tema Les Feuilles Mortes, que foi interpretado por grandes músicos de jazz como Miles Davis, Nat King Cole ou ainda Chet Baker.

SÁBADO – 22H00B26 – SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

Ennio Morricone

Marcha em Lá Filme: O Regresso do Espião

Playing Love, Mozart Reencarnado Filme: Legenda de 1900

Tema do Filme O Amor da Minha VidaTema da Série televisiva O Polvo

Amapola Filme: Era Uma Vez na América

Farewell to Cheyenne Filme: Aconteceu no Oeste

Il vento, il gridoFilme: O Profissional

Tema do Filme: Lolita

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Oboé de GabrielFilme: A Missão

The Ecstasy of Gold Filme: O Bom, O Mau e O Vilão

O acordeonista Gonçalo Pescada e o pianista Ian Mikirtumov apresentam em concerto um vasto programa do famoso maestro e compositor Ennio Morricone (n. 1928) responsável pela composição e arranjo de bandas sonoras para numerosos filmes e programas de televisão. Os temas contrastantes serão apresentados num formato também contrastante e invulgar ao acordeão, bandonéon e accordina por Gonçalo Pescada e ao piano por Ian Mikirtumov.

Gonçalo Pescada acordeão, bandónion e accordinaYan Mikirtumov piano

SALA FERNANDO PESSOA

SÁBADO – 14H00B27 – SALA FERNANDO PESSOA

As Guitarras apropriam-se do Cinema

Ludwig van Beethoven: 7.ª Sinfonia: 2.º andamento Filmes: O discurso do Rei; Frances; Paixão Imortal; Irreversível; O Professor; Zardoz Mikis Theodorakis: Sirtaki Filmes: Zorba, o grego Ricardo Ribeiro: Intersecções*"Estreia da revisão com projeção de vídeo"

John Williams: Lista de SchindlerFilmes: A Lista de Schindler

Ennio Morricone: Cinema ParadisoFilmes: Cinema Paraíso

John Williams: Marcha imperial, Cantina band, Main Theme, Yoda's Theme Filmes: A Guerra das Estrelas

John Williams: Cavatina Filmes: O Caçador

Eddie Vedder: RiseFilmes: O Lado Selvagem

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Quarteto Parnaso Augusto Pacheco guitarraCarlos David guitarraGonçalo Morais guitarraPaulo Andrade guitarra

Na origem da ligação entre música e cinema encontrávamos um pianista solitário ou, ocasionalmente, um pequeno agrupamento de câmara, a interpretar excertos retirados do repertório romântico. Com a chegada do cinema sonoro, chegaram também os expansivos acompanhamentos sinfónicos, que ainda hoje tanto associamos ao som tradicional de Hollywood. Neste concerto, num conjunto de arranjos preparados exclusivamente para o Quarteto de Guitarras Parnaso, recupera-se o lado mais íntimo dos pioneiros da música para cinema, enquanto revisitamos alguns dos mais célebres momentos musicais vividos no grande ecrã.Música para cinema é sinónimo das mais variadas estéticas musicais, já que é a música que se põe ao serviço da imagem em todas as suas variantes. Desde John Williams, o herdeiro do sinfonismo de Hollywood, até a Eddie Vedder, oriundo do mundo do rock, verificamos que a música para cinema abraça todos os estilos. O jazz também é representado, não em música escrita originalmente para cinema, mas através da adoção do magistral Minor Swing, de Django Reinhardt, para a banda sonora do filme Chocolat. Já na obra Interseções, escrita por Ricardo Ribeiro para o Quarteto e estreada em 2012 em Guimarães Capital Europeia da Cultura, a música deixa de ser o acompanhamento das imagens, sendo antes a instalação vídeo de Ana Santos Silva que bebe a inspiração na música, providenciando o seu acompanhamento.E noutros territórios, noutras músicas, encontramos a influência do folclore no imortal tema de Mikis Theodorakis para Zorba, o Grego. Algumas das mais famosas melodias do cinema chegam pela mão de Ennio Morricone e de seu filho Andrea, assim como de Stanley Meyers com a Cavatina, originalmente escrita para guitarra solo. E são as guitarras, no intimismo de um quarteto, reminiscente dos primeiros dias do cinema, que reproduzem com a sua riqueza tímbrica todo o esplendor destes excertos de bandas sonoras pensadas para acompanhar os mais variados contextos.

SÁBADO – 16H00B28 – SALA FERNANDO PESSOA

O Cinema Português

Frederico de Freitas: Novo Fado da SeveraFilmes: A Severa

Frederico de Freitas: Arraial de Santo AntónioFilmes: A Severa

Luís de Freitas Branco: Anda o Sol nos LaranjaisFilmes: Gado Bravo

Luís de Freitas Branco: Canção das LavadeirasFilmes: Gado Bravo

Afonso Correia Leite: Canção da Cabreira Filmes: As Pupilas do Sr. Reitor

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Afonso Correia Leite: Canção de AmorFilmes: As Pupilas do Sr. Reitor

Frederico de Freitas: Canção do FutebolFilmes: O Trevo de 4 Folhas

Wenceslau Pinto: Canção de Maria ClaraFilmes: A Revolução de Maio

Afonso Correia Leite: Amor é Cego e VêFilmes: Bocage

Afonso Correia Leite: Canção do NicolaFilmes: Bocage

Cruz e Sousa: BailaricoFilmes: Bocage

Raul Portela: Canção TristeFilmes: Aldeia da Roupa Branca

Raul Portela: Canção da SaloiaFilmes: Aldeia da Roupa Branca

Raul Ferrão: Fado da FadistaFilmes: Aldeia da Roupa Branca

Raul Ferrão: Canção da PapoilaFilmes: Maria Papoila

Júlio Almada: Canção dos Camponeses Filmes: Os Fidalgos da Casa Mourisca

Cruz e Sousa: Dorme, meu meninoFilmes: Os Fidalgos da Casa Mourisca

Frederico de Freitas: Janelinha de TrapeiraFilmes: Varanda dos Rouxinóis

Antonio Melo: Fado das TrincheirasFilmes: João Ratão

Antonio Melo: Cantiga da RuaFilmes: O Costa do Castelo

Antonio Melo: Minha CasinhaFilmes: O Costa do Castelo

Ruy Coelho: Endechas do ChoupalFilmes: Camões

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Vera Morais, flautaMário Franco, contrabaixoFrancisco Sassetti, piano

Espetáculo multimédia que consiste na apresentação dos mais importantes e conhecidos fados e outras canções dos primeiros filmes sonoros portugueses.O lirismo da flauta, a textura do contrabaixo e o colorido do piano fundem-se numa rica e invulgar trama de sonoridades que jogam com a linguagem tradicional e de cariz essencialmente popular – parte do imaginário coletivo português do século XX – metamorfoseando-a e trazendo-a agora com nova frescura.Simultaneamente pretendemos, através da projeção de imagens e de vídeos, proporcionar uma viagem no tempo, até ao Portugal das décadas de 1930 / 1940, até aos anos de ouro do cinema português – as tão famosas comédias e clássicos, filmes de temáticas tão repletas da alma e dos costumes do nosso povo, nos quais encontramos importantes compositores eruditos como Frederico de Freitas e Luiz de Freitas Branco; outra vertente é constituída por nomes como Afonso Correa Leite, Wenceslau Pinto e Raul Ferrão ou Ruy Belo, compositores teatrais que viram o seu trabalho celebrizado no grande ecrã. Como não pode deixar de ser, trazemos igualmente a memória de intérpretes como Mirita Casimiro, Beatriz Costa, Vasco Santana e naturalmente Amália Rodrigues.

SÁBADO – 18H00B29 – SALA FERNANDO PESSOA

Um Quinteto para o Cinema

Quarteto VintageEnrique Perez Piquer, clarineteWolfgang Amadeus Mozart: Quinteto K.581, StadlerFilmes: MASH

Quarteto VintageIva Barbosa clarineteJoão Moreira clarineteJosé Gomes clarineteRicardo Alves clarinete

Enrique Perez Piquer, clarinete

Esta é a primeira versão mundial para esta formação, idealizada e concretizada pelo Quarteto Vintage. Originalmente escrita para quarteto de cordas e clarinete, esta versão transporta-nos para uma sonoridade singular. Tal como Larry Gelbart em MASH, o Quarteto Vintage idealizou um produto através do caminho do experimentalismo sonoro. Considera-se um ato de originalidade e de grande coragem, reportando o ouvinte para um universo sonoro novo / moderno, mas genuinamente mozartiano. MASH é um filme norte-americano de 1970 de humor negro, realizado por Robert Altman e escrito por Ring Lardner Jr., baseado no romance de Richard Hooker. MASH tornou-se num dos maiores filmes da década de 1970 da 20th Century Fox. O filme retrata uma unidade médica a trabalhar no Hospital Cirúrgico Móvel do Exército (M. A. S. H.), durante a Guerra da Coreia. O

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filme foi nomeado para cinco Óscares, incluindo o de Melhor Filme, vencendo o prémio de Melhor Argumento Adaptado. É considerado um clássico do cinema americano moderno. Este filme inspirou a popular e aclamada série de televisão MASH, de Larry Gelbart, que passou na TV americana de 1972 a 1983, e foi uma das séries de TV americanas mais vistas de sempre. O seu realizador ficou conhecido pelo experimentalismo com o som (polifonia de diálogos). O Quinteto Stadler foi usado no último episódio: Goodbye, Farewell and Amen – da 11.ª temporada. Este episódio de duas horas e meia foi para o ar na CBS no dia 28 de fevereiro de 1983, superando pela primeira vez as audiências da série Dallas. De 1983 até 2010, Goodbye, Farewell and Amen continuou a ser o programa de televisão mais assistido na história norte-americana. Alan Alda, um dos atores que protagonizou a série televisiva e que participou ativamente na produção deste último episódio, escolheu este quinteto para homenagear a sua esposa, Arlene Alda, que estudava clarinete quando se conheceram, e que tocou este quinteto na noite em que se apaixonaram. Iva Barbosa

SÁBADO – 20H00B30 – SALA FERNANDO PESSOA

A música no « Film Noir »

- John LewisFilme: Homens no Escuro de Robert Wise- Henry ManciniFilme: A Sede do Mal de Orson Welles- David RaksinFilme: Laura de Otto Preminger- John WilliamsFilme: O Imenso Adeus de Robert Altman- Bernard Herrmann Filmes: Psico e A Mulher Que Viveu Duas Vezes de Alfred Hitchcock, Citizen Kane: O Mundo A Seus Pés de Orson Welles, Taxi Driver de Martin Scorsese

- Michel LegrandVIVRE SA VIE- Antoine DuhamelPIERROT LE FOU SUITE- Paul MisrakiALPHAVILLE SUITE- Martial Solal A BOUT DE SOUFFLE SUITE- Georges DelerueLE MEPRISFilmes: Viver A Sua Vida; Pedro O Louco; Alphaville; O Acossado; O Desprezo de Jean-Luc Godard

Os Grandes Clássicos

- Krzysztof KomedaFilme: A Semente do Diabo de Polanski- Nino RotaFilme: Casanova de Fellini

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- Carlos d’AlessioFilme: India Song de Marguerite Duras

Stéphan Oliva, piano

De Stéphan Oliva se pode dizer que preza tanto o cinema quanto a música para piano. Virou do avesso as partituras de um dos maiores autores de bandas sonoras para o grande ecrã, Bernard Herrmann, gravando os muito aclamados álbuns Ghosts of Berrnard Herrmann e Lives of Bernard Herrmann. Tornou-se habitual vê-lo e ouvi-lo a musicar – improvisando – filmes mudos de Jean Painlevé, Jean Durand, Emile Cohl ou clássicos como Lulu de G. W. Pabst, The Stranger de Tod Browning, Crainquebille de Jacques Feyder, The Lodger de Alfred Hitchcock ou Safety Last de Harold Lloyd. Centrou a sua atenção num género cinematográfico específico, o film noir, deixando a sua música absorver por inteiro o estilo narrativo, a imagética e as atmosferas de películas assinadas por Joseph Leo Mankiewicz ou Brian De Palma e enamorar-se por alguns atores, como a Gene Tierney de Laura, obra-prima de Otto Preminger.Escreveu a música para três obras de Jacques Maillot, Froid comme l’Eté, Les Liens du Sang e Un Singe sur le Dos, já não sendo possível ver as imagens do cineasta francês sem esperar os sons de Oliva. O seu novo projeto, Vaguement Godard, é uma homenagem ao mestre do nouveau cinema, Jean-Luc Godard. Formou um duo com a atriz predileta de Rainer Werner Fassbinder, Hanna Schygulla, e mesmo quando se virou para a literatura inspirou-se em alguém que está igualmente ligado ao cinema, Paul Auster. Seja a solo, em duo ou em trio, tornou-se insuficiente dizer que a sua música tem qualidades cinemáticas – na verdade, trata-se de cinema para os ouvidos, sugestiva mas subtil, rápida nas mudanças de situações ou de estados de espírito e muito, muito original.

SÁBADO – 22H00B31 – SALA FERNANDO PESSOA

A música de Bach e os Filmes de Pasolini

Johann Sebastian BACHPartita n.º 6 Filme: Mamma Roma Prelúdio Dó Maior, Mi menor e Si menor Filme: Édipo Variações Goldberg – 13.ª Variação Filme: Accattone Partita n.º1 Filme: La RicottaConcerto ItalianoFilme: TeoremaFantasia Cromática Filme: Passarinhos

Pedro Burmester, piano

Projeto estreado no âmbito do CINECOA, imagens cedidas pela Cineteca de Bolonha (IT), seleção e montagem de João Trabulo.

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Passados quase 40 anos sobre a morte de Pier Paolo Pasolini, Pedro Burmester foi confrontado com um desafio simultaneamente aliciante e arriscado: tocar ao vivo durante a projeção de excertos de filmes do realizador italiano, recriando os mesmos trechos musicais de Johann Sebastian Bach escolhidos por Pasolini. Para Pedro Burmester, trata-se de uma experiência invulgar e absolutamente atípica na sua carreira concertística. Se somarmos a esse desafio interpretativo a força das imagens de Pasolini, temos a parte aliciante deste projeto. A outra parte, a do risco de um formato nunca antes testado pelo pianista – que entre outras coisas requer uma sincronização milimétrica entre imagem e música –, o que se espera é que seja ultrapassada com mestria, resolvendo-se superiormente o encontro de três grandes: Bach, Pasolini e Burmester.

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DOMINGO

GRANDE AUDITÓRIO

DOMINGO – 13H00C1 – GRANDE AUDITÓRIO

Samuel Barber: Adágio para Cordas Filmes: Amélie of Montmarte; O Homem Elefante; Kevin & Perry go large; Ato de Amor; Platoon: Os Bravos do Pelotão; Les Roseaux Savages; S1mOne; Adultério

Igor Stravinsky: A Sagração da Primavera Filmes: Fantasia; Coco & Igor; Crush; Nijinsky, a sua história; Jade

Jovem Orquestra PortuguesaPedro Carneiro, direção musical

DOMINGO – 15H00C2 – GRANDE AUDITÓRIO

Hillary and Jacky e o Grande Ditador

Richard Wagner: Prelúdio do I Ato de Lohengrin Filmes: O Grande Ditador; Vou Para Casa; Luís da Baviera; Os Preguiçosos

Edward Elgar: Concerto para Violoncelo Filmes: Hilary e Jackie; A Cerimónia; Ato de Amar

Orquestra GulbenkianPedro Neves, direção musicalPavel Gomziakov, violoncelo

Richard Wagner foi uma figura de grande relevo na história da ópera, uma vez que a sua orientação reformista foi decisiva na emergência de uma nova conceção do género, tendo as suas ideias alcançado um impacto bastante alargado nas décadas subsequentes. Lohengrin, romantische Oper, em três atos, foi composta entre 1846 e 1848 e estreada em Weimar em 1850, sob a direção de Liszt. O seu argumento foi extraído de um romance medieval germânico, Parzival, escrito por Wolfram von Eschenbach e datado do início do século XIII.

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Trata-se de uma história que decorre em torno da demanda do Santo Graal e que se insere também na tradição da lenda do Cavaleiro do Cisne, evocando alegoricamente a importância da busca da espiritualidade. Musicalmente, esta é uma obra que, apesar de manter ainda alguns traços do passado, marca estilisticamente a diferença em relação às anteriores, Der fliegende Holländer e Tannhäuser, embora se mantenha ainda algo distante daquilo que seria o drama musical maduro.O Prelúdio inicial irradia uma espiritualidade resplandecente, expressa desde logo na tonalidade de Lá maior, empregue com uma intenção simbólica e expressiva e associada, ao longo da obra, a Lohengrin e à esfera do Graal. Para esse brilho místico, que penetra toda a sua atmosfera, contribui ainda a orquestração sofisticada e subtil, com as sonoridades mágicas e límpidas produzidas pelos violinos em divisi e pelas madeiras. A música move-se como que organicamente, desenvolvendo uma ideia temática como que num único fôlego, numa reiteração contínua e num envolvimento gradual de todos os meios orquestrais em direção a um clímax reluzente, retomando em seguida as sonoridades etéreas iniciais. São páginas de grande originalidade e delicadeza, que se constituem, elas próprias, como que uma revelação efémera do Santo Graal – símbolo do amor universal do Salvador – que aos privilegiados em vê-la oferece a redenção eterna de um mundo corrompido pelo mal, antes do seu retorno às esferas celestiais. Luís Miguel Santos

A grandeza contemplativa do Concerto para Violoncelo de Edward Elgar testemunha a época de profundas mudanças em que decorreu a sua génese. O fim da Primeira Grande Guerra e a emergência da linguagem musical modernista foram dois dos fatores a contribuir para que esta obra surja como uma resposta artística para o tempo que então se vivia.Elgar começou a escrever o Concerto para Violoncelo em 1918, ainda durante o período de convalescença que resultou de uma operação às amígdalas. Terá sido inclusivamente no próprio dia em que chegou a casa, vindo do hospital, que escreveu o tema principal do primeiro andamento. A sua criação conhece uma fase mais séria durante o mês de agosto, sendo sempre acompanhado durante o processo de composição pelo violoncelista Felix Salmond (1888-1952), o qual estrearia nesse ano, em Londres, o Quarteto para Cordas. Já em 1919, entre os meses de maio e junho, e contando novamente com as visitas constantes de Salmond, Elgar trabalha ainda no concerto, terminando-o em agosto.A obra é dedicada ao amigo pessoal e confidente do compositor Sir Sydney Colvine, e a estreia marcou a abertura da primeira temporada da London Symphony Orchestra depois da guerra, sob a direção do próprio compositor. O resto do programa daquele dia simbólico ficou a cargo do maestro titular Albert Coates que, tendo voltado da Rússia para assumir o posto, não quis defraudar a expectativa do arranque oficial dos trabalhos da orquestra. O seu extremo zelo levou-o a tomar tanto tempo de ensaios que quase não deixou espaço para Elgar e Salmond trabalharem com a orquestra. A estreia do Concerto para Violoncelo não teve um resultado muito entusiasmante, levando mesmo a crítica a citar a confusão em que a orquestra parecia estar ao longo da apresentação.São quatro andamentos relativamente curtos, em que apenas o segundo e o terceiro não são encadeados. No primeiro andamento, após uma introdução em recitativo no violoncelo (Adagio), o tema é apresentado seis vezes e é através das modulações harmónicas e contrastes dinâmicos que o sentido dramático é conseguido, já que não obedece a qualquer tipo de desenvolvimento rítmico. Termina com uma nota pedal nos contrabaixos em pianissimo que, por sua vez, introduz o segundo andamento. O pizzicato do violoncelo leva a toda uma primeira secção de grande langor, alternando aquela técnica com a de notas arqueadas. A secção seguinte demonstra todo o virtuosismo do solista numa escrita de moto perpetuo que se mantém até ao fim.

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O Adagio seguinte revela uma ambiência de grande intimidade, quer seja pelo contorno melódico cantabile, quer pela dinâmica em que decorre. O último andamento é o mais longo e continua a partir da última nota do anterior, desde logo imprimindo um caráter brusco pela intervenção de toda a orquestra. Novamente a ideia do recitativo inicial é aproveitada, mas para levar a uma interação entre orquestra e solista que não descura algum humor. O caráter cíclico da obra manifesta-se no final, quando a intervenção do solista recupera a ideia dos primeiros compassos.João Pedro Louro

DOMINGO – 17H00C3 – GRANDE AUDITÓRIO

Farinelli: Il Castrato

George Frideric Handel: Cara sposa Filmes: Farinelli: Il Castrato; Love Lessons

Johann Adolf Hasse: Son qual nave ch'agitataFilmes: Farinelli: Il Castrato

George Frideric Handel: Abertura de RinaldoFilmes: Farinelli: Il Castrato; Love Lessons

Giovanni Batista Pergolesi: Salve Regina Filmes: Farinelli: Il Castrato

George Frideric Handel: Concerto Grosso, op. 3/3 Filmes: Farinelli: Il Castrato; A Loucura do Rei George

Riccardo Broscchi: Qual guerriero in campo armatoFilmes: Farinelli: Il Castrato

Concerto de’ CavalieriMarcello Di Lisa, direção musical Vivica Genaux, meio-soprano

Com este programa propõe-se ao público uma seleção das músicas escolhidas pelo realizador Gérard Corbieau para o seu filme Farinelli, de 1994, baseado na vida do célebre castrato italiano Carlo Broschi, universalmente conhecido pelo nome que dá o título ao filme. Através desses trechos revelam-se não apenas o ambiente cultural em que Farinelli viveu, se exibiu e se tornou ano após ano num dos ícones incontestáveis do canto na Europa, como também os grandes compositores da época: sobretudo Johann Adolf Hasse, significativo compositor de ópera que, tal como Nicola Porpora, foi um dos mais importantes músicos que escreveram expressamente para o célebre castrato e que aqui será representado pela ária «Son qual nave» da ópera Artaserse. Presente estará também Georg Friedrich Händel, provavelmente o maior compositor de ópera do seu tempo, com a extraordinária e dilacerante ária «Cara sposa», de Rinaldo. E, ainda, o irmão do próprio Farinelli, Riccardo Broschi, que para ele compôs diversas árias, entre as quais a espetacular «Qual guerriero in campo armato», da ópera Idaspe, inteiramente alicerçada no virtuosismo vocal. Por fim, como representante das origens

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napolitanas do grande castrato, Giovanni Battista Pergolesi com o seu «Salve regina», composição menos conhecida do que o famosíssimo «Stabat mater» mas não menos relevante do ponto de vista musical.Através destas músicas deduz-se no entanto aquele que talvez seja o dado mais importante, na ótica do encenador autor do filme: a excecional vocalidade do intérprete, determinada não apenas pela sua particular voz de castrato, mas também pelo inalcançável talento do cantor, que era evidentemente dotado de um virtuosismo raro e de uma extensão mirabolante, que atingia tanto os cumes da voz de soprano como as profundezas inusitadas do contralto.Para fazer reviver a figura de Farinelli surgirá Vivica Genaux, aclamada intérprete do barroco internacional, mas não só, que com os seus reconhecidos dotes de virtuosismo encarna na perfeição o mito de Carlo Broschi, ainda hoje intato, se não renovado, testemunhando a particular grandeza histórica e musical do personagem.

DOMINGO – 19H00C4 – GRANDE AUDITÓRIO

WOLFGANG AMADEUS MOZART: REQUIEM

Wolfgang Amadeus Mozart: Requiem Filmes: Amadeus; O Caso do Colar; SLC Punk!; Solitaire for Two; Duplex; Incredible True Story of Two Girls in Love; X-2; O Grande Lebowski; A Raíz do Medo; Elizabeth; De Olhos Bem Fechados

Anna Samuil, sopranoCátia Moreso, meio-sopranoBruno Ribeiro, tenor João de Oliveira , baixoVoces CaelestesSérgio Fontão, maestroOrquestra Metropolitana de LisboaLeonardo García Alarcón , direção musical

Apesar das adversidades que Mozart enfrentou ao longo da vida, o seu valor era amplamente reconhecido à data da morte. De tão prematura, esta também contribuiu para uma devoção que se estende até hoje, dando origem a inúmeros relatos inverosímeis em torno de episódios que têm a sua figura como protagonista. Alguns dos casos mais representativos deste fenómeno focam particularmente este Requiem. Surgem então os mais apreciados ingredientes de um bom enredo cinematográfico. Recordemos o célebre filme Amadeus, realizado por Miloš Forman em 1984 – a dedicação incondicional do génio à sua arte, personagens misteriosas que omitem a identidade entre ações conspirativas, e, porventura o mais importante, a morte, reforçada pelo género musical que lhe está mais diretamente relacionado. Com efeito, o Requiem é uma celebração fúnebre do ritual cristão que, na sua expressão musical, consiste na entoação de passagens bíblicas e orações que aludem à entrada dos mortos no céu. Para além das partes tradicionais de uma missa, tais como o Kyrie ou o Agnus Dei, integra secções mais específicas, como o Confutabis, onde se evocam as almas condenadas e lançadas às chamas do inferno.Mozart morreu em dezembro de 1891. Em julho desse ano havia recebido uma encomenda de Franz von Walsegg, um aristocrata vienense que pretendia assim celebrar postumamente a sua esposa, falecida cinco meses antes. Por essa altura, achava-se assoberbado de trabalho,

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vendo-se obrigado a dispersar a atenção por outras obras de equivalente importância; designadamente, a ópera séria La Clemenza di Tito, para a coroação do Imperador Leopoldo II, em Praga, cuja estreia viria a ter lugar em setembro, e o singspsiel A Flauta Mágica, entre outras. Em virtude de tudo disto, o Requiem não estava terminado quando morreu, até porque a efeméride que lhe cumpria assinalar só aconteceria no mês de fevereiro seguinte. Para poder receber o dinheiro da encomenda, a viúva necessitou da partitura completada. Pediu por isso ajuda a Franz Xaver Süssmayr, que havia assistido Mozart nos últimos meses de trabalho. Assim, Süssmayr completou as orquestrações da Sequenza e do Offertorium, e terá composto de raiz o Sanctus, o Benedictus e o Agnus Dei. Numa carta datada de 1800, Süssmayr escreveu: «Coube-me esta tarefa, talvez por se saber que, em tempo de vida do compositor, cantei e toquei muitas vezes consigo as partes que já estavam compostas. Ele falava-me frequentemente dos detalhes da composição e explicava-me o propósito da instrumentação. O mais que posso desejar é, pelo menos, ter conseguido que os melómanos reconheçam aqui e acolá alguns traços dos seus inesquecíveis ensinamentos.Rui Campos Leitão

DOMINGO – 21H30C5 – GRANDE AUDITÓRIO

Concerto de Encerramento

Erich Wolfgang Korngold: O Gavião dos MaresFilmes: O Gavião dos Mares

Richard Addinsell: Concerto de Varsóvia Filmes: Aquela Noite em Varsóvia

Georges Bizet/Franz Waxman: Fantasia Carmen para Violino e Orquestra Filmes: Dr Jekyll e Ms Hyde; A Armadilha; Um Sogro do Pior; Os Chapéus de Chuva de Cherburgo; Feliz Acaso; Alguém Como Tu; Street Fighter: A Batalha Final; O Grande Salto; Trainspotting; Trance; Magnolia; Um Porquinho Chamado Babe; Doidos por Mary; A Arte da Guerra

Leonard Bernstein: Três Episódios de Dança de On the Town Filmes: Um Dia em Nova Iorque

Stephen Soundheim: Sweeney Todd: Excertos*Filmes: Sweeney Todd

John Adams: Marcha Imperial e Tema da Guerra das Estrelas Filmes: A Guerra das Estrelas

* Versão portuguesa (João Lourenço e Vera Sampayo de Lemos)

Orquestra Sinfónica PortuguesaJoão Paulo Santos, direção musicalGiovanni Bellucci, pianoIlian Garnet, violinoAna Ester Neves, sopranoMário Redondo, barítono

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Este concerto apresenta muitas das possíveis relações entre a música e o cinema.A primeira obra é de Erich Wolfgang Korngold, um dos muitos compositores de ascendência judaica que nos anos 1930 do século XX atravessou o Atlântico para os Estados Unidos, onde acabou por ser recebido pela indústria cinematográfica de Hollywood, tendo ficado sobretudo conhecido pelas bandas-sonoras dos filmes de capa e espada de Errol Flynn, de que o Gavião dos Mares (1940) é um dos melhores exemplos.O Concerto de Varsóvia, de Richard Addinsell, é o exemplo de uma obra musical que ultrapassou em fama o próprio filme para o qual foi composta – Dangerous Moonlight (1941). Em menos de dez minutos temos um concerto para piano e orquestra em miniatura à maneira dos concertos de Rachmaninov, modelos de uma linguagem romântica tardia e que servia o imaginário que se tinha do pianista virtuoso.A Fantasia Carmen para Violino e Orquestra de Franz Waxman junta os temas extraídos da Carmen de Georges Bizet e a mestria e domínio na arte da orquestração de um dos grandes compositores de Hollywood, Franz Waxmann, mais um exemplo de um compositor de ascendência judaica que encontrou em Hollywood o refúgio ideal para continuar a compor, tendo sido responsável por bandas-sonoras de filmes como A Noiva de Frankenstein, Rebecca, O Crepúsculo dos Deuses, Um Lugar ao Sol, Janela Indiscreta e Taras Bulba. A Fantasia Carmen, é uma peça para violino e orquestra virtuosa e que tem como base algumas das melodias mais famosas da Carmen, curiosamente uma das óperas cujos temas foram mais vezes apropriados pelo cinema, revelador da sua grande popularidade.Nesta fase do concerto entramos no mundo incontornável dos musicais. Como tantos outros musicais da Broadway, On the Town, de Leonard Bernstein, foi adaptado ao cinema pouco tempo depois da sua estreia. Este musical, que nos conta a história de três marinheiros da marinha norte-americana que passam a sua folga em Nova Iorque, chegava assim ao grande ecrã em 1949, com Gene Kelly, Frank Sinatra e Jules Munshin. A música de Bernstein revela um dos maiores compositores norte-americanos do século XX, aqui ao serviço de uma maravilhosa caracterização do fascínio da descoberta de Nova Iorque, tendo dado origem a mais uma memorável coreografia de Gene Kelly com os seus três episódios de dança.Outro grande compositor e letrista do mundo do musical norte-americano é sem dúvida Stephen Soundheim. Enquanto letrista colaboraria com nomes incontornáveis, como é o caso do próprio Bernstein, em West Side Story (1957), mas também Richard Rodgers, em Do I Hear a Waltz? (1965), entre muitos outros. No entanto, iria ter um papel crucial na definição do protótipo do musical contemporâneo ao escrever a música de Company (1970), A Little Night Music (1973), Sweeney Todd (1979) e Sunday in the Park with George (1984), entre outros. Todas estas colaborações tornaram-no numa figura absolutamente transversal da história do musical norte-americano a partir dos anos 50 do século passado, acabando por fazer a ponte entre o musical clássico da primeira metade do século XX e aquilo que viriam a ser as novas tendências e sonoridades do musical contemporâneo. Como não poderia deixar de ser, também Stephen Soundheim, letrista e compositor, viu grande parte dos seus trabalhos adaptados para o cinema. É o caso de Sweeney Todd, adaptado por Tim Burton em 2007, curiosamente o mesmo ano em que o Teatro Aberto, em Lisboa, apresentava este musical na versão de João Lourenço, Vera San Payo de Lemos e José Fanha, com Mário Redondo e Ana Ester Neves nos principais papéis, dirigidos por João Paulo Santos. Por fim, neste concerto dedicado à sétima arte, não poderia faltar aquele que será certamente um dos compositores de bandas sonoras mais reconhecidos da atualidade – John Williams. Este compositor é sobretudo associado aos filmes de Steven Spielberg, para quem compôs a grande maioria das bandas sonoras. Desenvolveu uma linguagem, facilmente reconhecível, que se tornou num verdadeiro modelo para a música escrita para o cinema, sobretudo a partir do final da década de 70 do século XX com Tubarão, de 1975, A Guerra das Estrelas e Encontros Imediatos do Terceiro Grau, de 1977, O Super-Homem, de 1978, Indiana Jones, de 1981, e E.T., de 1982.

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Neste concerto celebramos a parceria com três realizadores distintos: George Lucas (A Guerra das Estrelas), Chris Columbus (Harry Potter) e o incontornável Steven Spielberg (Indiana Jones).

PEQUENO AUDITÓRIO

DOMINGO – 13H00C6 – PEQUENO AUDITÓRIO

VIVALDI Quatro Estações

Antonio Vivaldi: 4 Estações de Il cimento dell’armonia e dell’invenzioConcertos para violino e cordasn.º 1-4, op8

La Primavera, Concerto em Mi maior, RV 269Allegro – Largo e pianissimo – Danza pastorale: Allegro

L’Estate, Concerto em Sol menor, RV 315Allegro – Adagio – Tempo impetuoso d’estate

L’Autunno, Concerto em Fá maior, RV 293Allegro – Adagio – La Caccia

L’Inverno Concerto em Fá menor, RV 297Allegro non molto – Largo – Allegro

Filmes: The Big Tease; Marius e Jeannette; As Manas Rock; 007 – Alvo em Movimento; Exit to Eden; A Modern Affair; Perdido e Achado; Miami; Out Cold; Jogo de Espiões; Flubber: O Professor Distraído; Up Close and Personal; O Caso do Colar; Suicide Kings; O Inquilino Misterioso; Tin Cup; A Outra Irmã; Salem's Lot

Concerto de’ CavalieriMarcello Di Lisa, direção musical

As Quatro Estações, de Vivaldi, ganharam uma tal celebridade no decorrer dos séculos que se tornaram provavelmente, juntamente com a Kleine Nachtmusik mozarteana, as composições que mais conseguiram conquistar o imaginário coletivo, acima de quaiquer outras. O tema inicial da primavera, por exemplo, é conhecido até por quem nunca tenha estado numa sala de concertos ou não costume ouvir gravações de música erudita. Mas mesmo o público conhecedor, em qualquer parte do mundo, não deixa de ouvir com prazer, a cada execução, estes famosíssimos concertos. E com razão, porque As Quatro Estações não são apenas um conjunto de célebres concertos, são acima de tudo uma obra-prima da arte italiana. Nestes concertos o compositor liberta-se intencionalmnte do formalismo tradicional para explorar novas e nunca até ai procuradas possibilidades expressivas, que se realizam através de uma reconstrução caricatural da atmosfera da natureza e de um uso por vezes até bizarro dos efeitos naturalísticos. A ciência

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musical e o virtuosismo da execução sujeitam-se inteiramente aos caprichos descritivos. E então desenrolam-se perante os olhos dos espetadores o canto dos pássaros, o repouso do pastor com o seu cão, as alegres danças da primavera, enquanto que do som dos violinos emerge o doce resfolhar do arvoredo.Seguem-se quase sem interrupção os tons acesos do verão, a canícula opressiva e o violento temporal, que evidenciam, como diz o soneto explicativo, o tom impetuoso da estação. O terceiro andamento, em particular, exprime com espetacular evidência a ação devastadora da tempestade estival.Chega enfim, caracterizada pela suave tonalidade de fá maior, a hora da vindima, no outono. Nela encarna-se metaforicamente o próprio Baco, através da embriaguez do vinho, da placidez do repouso e, por contraste, do ritmo martelante da caça.Com a mudança de tonalidade de maior para menor entram em cena o gélido vento do inverno que faz bater os pés e a chuva que cai lenta no terreno gelado e que é acolhida com a serena aceitação do que é inevitável.O fascínio primordial pelo ciclo inevitável da natureza contribui certamente para que os quatro concertos sejam considerados uma suma da sabedoria humana, bem como uma representação profana do mundo através da música.

DOMINGO, 26 DE ABRIL – 15H00C7 – PEQUENO AUDITÓRIO

Smile (You must believe in Spring)Música de George Gershwin, Cole Porter, Michel Legrand, Vinicius de Moraes e Henry Mancini.

Maria Viana vozGeorge Esteves, pianoSandro Norton, guitarra e direção musicalPaul Dwyer, contrabaixo

Maria Viana, proeminente embaixadora do jazz nacional, revisita algumas das mais belas canções que animaram filmes inesquecíveis e que definiram a história da sétima arte no século XX. Será acompanhada ao piano por George Esteves, ao contrabaixo por Paul Dwyer e à guitarra por Sandro Norton (que assina também a direção musical).Neste regresso ao passado glorioso do cinema, ouvem-se algumas das mais emblemáticas canções de compositores como George Gershwin, Cole Porter, Michel Legrand, Vinicius de Moraes e Henry Mancini. João Moreira Santos

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DOMINGO – 17H00C8 – PEQUENO AUDITÓRIO

Grandes Clássicos do Cinema

Zequinha de Abreu: Tico-Tico no FubáFilmes: Copacabana; Tico-Tico no Fubá; Aquarela do Brasil; Saludos Amigos; Os Dias da Rádio; Escola de Sereias

Richard Rodgers: Blue MoonFilmes: A Festa; O Inimigo Público Número Um; Um Dia No Circo; Amor em Las Vegas; Grease; Blue Jasmine.

Luiz Bonfá: Manhã de CarnavalFilmes: Orfeu Negro

Ary Barroso: Aquarela do BrasilFilmes: Aquarela do Brasil; Saludos Amigos; The Gang's All Here; Três Amigos; Notorious; Sitting Pretty; Melodia Fascinante; Uma Vida Difícil; A Última Loucura; Recordações; Brazil; Doidos por Mary; Um Encontro a Três; Queres Ser John Malkovich?; Carandiru; Alguém Tem que Ceder; O Aviador; Australia; WALL-E; Mr. Peabody e Sherman

Maurice Jarre: Tema de LaraFilmes: Doutor Jivago

Ennio Morricone: Gabriel’s OboeFilmes: A Missão

Jacques Offenbach: BarcarolaFilmes: Stardom

Georges Auric: Moulin RougeFilmes: Moulin Rouge

Carlos Gardel/Alfredo Lepera: Medley de TangosFilmes: Vários

Nino Rota: A Time for UsFilmes: Romeu e Julieta

Dave Brubeck: Blue shadows in the streetFilmes: Estrada de Fogo

Ernest Gold: Exodus – TemaFilmes: Exodus

Henry Mancini: MedleyFilmes: Vários

Arranjos exclusivos para a Camerata Atlântica:

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Frederico Zimmermann Aranha

Camerata AtlânticaAna Beatriz Manzanilla, direçãoJed Barahal, violonceloChristina Margotto, pianoAbel Cardoso, percussão

MÚSICA NO CINEMAXX foi o século da imagem. Quase todos os nascidos nesses anos – ao menos aqueles de mais sorte – viveram muitas de suas fantasias nas telas do cinema e da televisão. Quem não carrega na lembrança algum filme que ficou gravado para sempre no seu coração? Quem nunca riu nem chorou naquele mundo de sonho e sentimento? Quem, jovem ou idoso, pode afirmar que teria uma existência igualmente boa se não existisse o cinema? Pensar em cinema é também, inevitavelmente, pensar na música dos filmes. Foi Richard Wagner quem percebeu, antes de qualquer outro, que a música do futuro estaria associada à imagem. Não é apenas retórica dizer que as suas óperas são o cinema muito antes de os irmãos Lumière fotografarem aquele comboio entrando na estação e pondo a plateia a fugir; portanto, não é por acaso que praticamente toda a música cinematográfica foi e continua a ser feita segundo o modelo wagneriano. Não existe cinema sem música, nem mesmo nos filmes “mudos” – ou alguém imagina Charlot sem aquela pianola tocando?Este concerto pretende ser uma viagem onírica por esse universo de som e imagem que já foi cenário de emoções nossas. Pode até acontecer você não encontrar um de seus temas favoritos no programa, mas é porque há beleza demais para caber numa única antologia. Frederico Zimmermann Aranha

DOMINGO – 19H00C9 – PEQUENO AUDITÓRIO

Melodias dos Anos de Ouro da MGM

The boy next door (Hugh Martin)Trolley song (Hugh Martin)If you feel like singing sing (Harry Warren; Mark Gordon) When You're Smiling (Larry Shay/ Mark Fisher/ Joe Goodwin) Over the rainbow (Harold Arlen/E. Harburg) I'm old fashioned (Jerome Kern/Johnny Mercer) Embraceable you (George/Ira Gershwin) Zing! Went the strings of my heart (James F. Hanley)

Cláudia Franco, voz

Rui Caetano, pianoAfonso Pais de Sousa, guitarraJoão Custódio, contrabaixoPedro Felgar, bateria

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Judy Garland encantou Hollywood nos anos 1930 e 40 com a sua genialidade enquanto cantora e atriz, nos épicos filmes musicais que protagonizou.A "Era de Ouro" da MGM não faria sentido sem Garland e as suas interpretações, que se tornaram referências incontornáveis.O concerto de Cláudia Franco, cantora revelação no jazz em Portugal, propõe levar o público numa viagem ao universo das canções celebrizadas por Judy Garland, numa abordagem contemporânea que procura refletir a essência e a magia dos originais.

SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO

DOMINGO – 13H00C10 – SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO

Tous les Matins du Monde

Jean de Sainte-Colombe Les Pleurs Le Tendre: Gavotte (Concerts à deux violes esgales - Ms. da Biblioteca Nacional de França)

Marin Marais L'Arabesque (4ème livre de Pièces de Viole - Paris, 1717)

Anónimos europeus do séc. XVI/Jehan Chardavoine Une jeune fillette (Le recueil des plus excellentes chansons, Paris, 1576)

Marin Marais Le Badinage (4ème livre de Pièces de Viole - Paris, 1717)

Jean de Sainte-Colombe Concert Le Retour(Concerts à deux violes esgales - Ms. da Biblioteca Nacional de França)

Marin Marais La Rêveuse (4ème livre de Pièces de Viole - Paris, 1717)

François Couperin Troisième Leçon de Ténèbres du Mercredi (Leçons de Ténèbres a uma e duas vozes - Paris, [1714])

Marin Marais Tombeau de M. de Sainte-Colombe (1er livre de Pièces de Viole - Paris, 1701)

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Ludovice EnsembleOrlanda Velez Isidro, sopranoMónica Monteiro, sopranoSofia Diniz & Laura Frey, violas de gambaJosep Maria Martí, tiorbaFernando Miguel Jalôto cravo, órgão, direção musical

«Ouvi, Senhor, os soluços de dor da minha filha: estão mais perto da música que as vossas escalas»

«Todas as manhãs do mundo são sem regresso»... Assim se inicia o XXVI capítulo do excecional romance homónimo de Pascal Quignard, publicado em 1991, e no mesmo ano adaptado ao cinema por Alain Corneau. Premiado em 1992 com sete Césares e um Urso de Ouro, entre muitos outros prémios, Tous les matins du monde é não só uma obra prima literária e cinematográfica, que ilustra o que de melhor o cinema francês produziu na década final do século passado, como elevou a sua banda sonora exemplar à categoria de uma verdadeira obra-prima. Jordi Savall, virtuoso e mediático violista e diretor catalão, assinou-a, responsabilizando-se pela seleção das obras e pela sua interpretação; obras que, mais do que ilustrar, assumem um papel primordial e incontornável na narração da conturbada relação entre dois dos mais ilustres e famosos violistas de sempre: Marin Marais e o seu professor Monsieur de Sainte-Colombe. Para todos os amantes da viola de gamba em particular, e da música antiga em geral, este é um filme de culto, e muitos de nós sabemos de cor – em francês ou em português – as belas frases de Quignard, verdadeiros aforismos, trocadas entre Marais, Sainte-Colombe, Madeleine, Toinette, ou Madame de Sainte-Colombe, bem como a exata obra que as acompanha. Alguém disse que este filme fez mais pela redescoberta da viola da gamba do que todos os recitais, livros, palestras e simpósios juntos, e na verdade 24 anos passados Les Pleurs, La Rêveuse, Le Badinage ou a Troisième leçon du mercredi transformaram-se em intemporais sucessos, que ofuscam hoje na memória a interpretação um tanto ou quanto caricatural e baça de Gérard Depardieu no papel principal. Que importa hoje saber que o afinal o misterioso Sainte-Colombe do filme se chamava Jean, e tinha vários filhos, incluindo um primogénito varão, e não só duas filhas? Ou que a maravilhosa Leçon de Ténèbres, de Couperin, ainda não havia sido composta há data das peripécias narradas no filme? O que fica é este imenso hino aos amores impossíveis, à nostalgia do passado, e à verdadeira essência da música, destilada nas mais ternas mas agridoces melodias. Fernando Miguel Jalôto, fevereiro de 2015

DOMINGO – 15H00C11 – SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO

Legends of the Silver ScreenConcerto comentado por: Armando Possante

Wolfgang Amadeus Mozart: Abertura da Flauta Mágica (arr. Ben Parry)Filmes: A Outra Face; A Flauta Mágica; Amadeus; Miss Detetive; Operação Elefante; As Aventuras de Rocketeer; All the Wrong Places; In all innocence; A Filha do General; Watch it; Keiner liebt mich; Sweet sixteen

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Leonard Cohen: Hallelujah (Arr. Philip Lawson)Filmes: Shrek; O Banquete do Amor; Os Edukadores; Vinterkyss; O Senhor da Guerra

John Lennon e Paul McCartney: Honey Pie (arr. Paul Hart)Filmes: América Louca

Sarah McLachlan: Angel (arr. Roger Treece)Filmes: A Cidade dos Anjos

Billy Joel: Lullaby (arr. Philip Lawson)Filmes: Song for Marion

Andrew Lloyd Webber: All I ask of you(Arr. Bob Chilcott)Filmes: O Fantasma da Ópera

Richard Rodgres e Lorenz Hart: Blue Moon (arr. David Blackwell)Filmes: Hollywood em Festa; O Inimigo Público Número Um; Um Dia no Circo; Viva Las Vegas; Grease; Blue Jasmine

Randy Newman: When she loved me (Arr. Philip Lawson)Filmes: Toy Story 2: Em Busca de Woody

Harold Arlen: Over the Rainbow (arr. Andrew Carter)Filmes: O Feiticeiro de Oz; Acordei aos Gritos; Casamento Escandaloso; Corações na Penumbra; O Génio do Crime; Sintonia de Amor; Você Tem Uma Mensagem; Uma estrela Caída do Céu; Umas Férias Inesperadas

Concerto comentado por Armando Possante

Grupo Vocal OlisipoElsa Cortez, sopranoMaria Luisa Tavares, meio-sopranoLucinda Gerhardt, meio-sopranoCarlos Monteiro, tenorArmando Possante, barítonoCarlos Pedro Santos, baixo

O Grupo Vocal Olisipo revisita neste programa a cappella a história do cinema. Dos anos 1930 à atualidade, do drama à comédia, de Bergman a Shrek, de Mozart a Billy Joel, recordaremos as músicas do cinema que, em grande parte dos casos, se celebrizaram tanto ou mais do que os próprios filmes que abrilhantaram.

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DOMINGO – 17H00C12 – SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO

A Opereta no Cinema

Franz Lehár: Die lustige WitweO VaterlandHeia, Mädel, aufgeschautVilja LiedLippen schweigen

Emmerich Kálmán : Die ZirkusprinzessinZwei Märchenaugen

Franz Lehár: Der Graf von LuxemburgHeut’ noch werd’ ich Ehefrau Emmerich Kálmán: Gräfin MarizaKomm, ZigányKomm mit nach Varasdin

Franz Lehár: GiudittaMeine Lippen, sie küssen so heiss

Rudolf Sieczynski: Wien, du Stadt meiner Träume

Ana Paula Russo, sopranoRui dos Santos, tenorNuno Vieira de Almeida, piano

Historicamente é forçoso reconhecer Jacques Offenbach como o autor das primeiras operetas: a sua reinvenção dos mitos clássicos – A Bela Helena e Orfeu nos Infernos – estabelece um género que toma as mais diversas formas e ultrapassa todas as fronteiras. Os austro-húngaros Franz Lehár e Emmerich Kálmán criam contudo um subgénero muito particular com a criação das suas operetas, ao integrarem na trama musical um sentimento de nostalgia que os liga às grandes criações musicais da época. Essa noção de melancolia – e a palavra Sehnsucht, de tão difícil tradução, é aqui convocada –, que podemos detetar também em compositores ditos “sérios” como Gustav Mahler ou Richard Strauss, está bem presente em muitas das criações destes autores, salvaguardadas as devidas diferenças.O cinema tem numerosos exemplos de opereta filmada e bastava o extraordinário filme de Ernst Lubitsch sobre a Viúva Alegre de 1934 – muito mais do que uma opereta filmada – para justificar a aparição do género quando se fala da Música no Cinema.Nuno Vieira de Almeida

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DOMINGO – 19H00C13 – SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO

Franz Schubert: Quinteto para Piano, Violino, Viola, Violoncelo e Contrabaixo, op 114, A TrutaAllegro vivaceAndanteScherzoAndantinoAllegro giusto

Filmes: Homem-Aranha 2; Wishmaster; Chop Suey; O Meu Pé Esquerdo; Nunca Mais Digas Nunca; O Sexto Sentido; O Gosto dos Outros

DSCH – Schostakovich EnsembleFilipe Pinto-Ribeiro, piano e direção artísticaJack Liebeck, violinoIsabel Charisius, violaJustus Grimm, violonceloTiago Pinto-Ribeiro, contrabaixo

A Truta (Christopher Nupen, 1970) é o nome do documentário musical mais visto da História: trata-se da reunião de cinco jovens músicos, amigos íntimos, para um concerto em Londres com o Quinteto A Truta, de Franz Schubert. Os seus nomes tornaram-se lendas: Daniel Barenboim, Itzhak Perlman, Pinchas Zukerman, Jacqueline du Pré e Zubin Mehta. O Quinteto com Piano A Truta, de Franz Schubert, é um modelo de obra divertida e, ao mesmo tempo, exigente. A sua grande popularidade provém não só das variações sobre a canção A Truta, mas também da sua extraordinária inspiração e fluência. O primeiro andamento caracteriza-se pela sua atmosfera leve e resplandecente. O andamento que se segue é algo meditativo, com uma melodia melancólica como segundo tema. Em contraste, surge o Scherzo, com grande vivacidade e alegria. Depois, no 4.º andamento, é utilizada como tema a melodia ingénua de A Truta, que é seguida por seis variações. O andamento final tem as mesmas leveza e fantasia que o andamento inicial, fazendo lembrar a música de divertimento tocada nos cafés de Viena no tempo de Schubert. Filipe Pinto-Ribeiro

SALA ALMADA NEGREIROS

DOMINGO – 13H00C14 – SALA ALMADA NEGREIROS

Cinema para dois pianos

Leonard Bernstein: Danças Sinfónicas do West Side StoryFilmes: West Side Story; Outra Questão de Nervos

George Gershwin : Um Americano em ParisFilmes: Um Americano em Paris; Melhor É Impossível

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Artur Pizarro, pianoRinaldo Zhok, piano

Apesar de a dança ser o ponto comum destas duas obras que deram vida aos filmes homónimos, as suas origens são diametralmente opostas. O Americano em Paris, de George Gershwin, começou como poema sinfónico (1928), depois transformou-se em banda sonora de filme (1951) e continuou numa adaptação para teatro musical (em conjunto com outras obras de Gershwin) em 2008. West Side Story, de Leonard Bernstein, nasceu no palco em 1957, foi a banda sonora do filme em 1961 e finalmente transformou-se em danças sinfónicas para orquestra. Mas sobretudo, para o nosso duo, estas duas obras são o resumo da mais autêntica e requintada cultura musical metropolitana dos Estados Unidos da América. Esta música permite a fusão perfeita da imagem e da coreografia e estas duas transcrições (do próprio compositor do Americano em Paris, e de John Musto no caso de West Side Story) dão-nos a possibilidade de explorar as qualidades percussivas, do mundo sinfónico e de jazz, como só dois pianos podem fazer em música de câmara! Rinaldo Zhok

DOMINGO – 15H00C15 – SALA ALMADA NEGREIROS

CONCERTO "IMPROVISO"Variações sobre: O Padrinho, Casablanca, La Strada, Amelie

António Victorino D'Almeida, pianoLuiz Avellar, pianoPaulo Jorge Ferreira, acordeão

Para além do jazz, em que a improvisação obedece, mesmo assim, a algumas regras predefinidas, a música totalmente improvisada passou a ser uma arte quase exclusivamente ligada aos organistas. António Victorino d’Almeida, Luiz Avellar e Paulo Jorge Ferreira descobriram que existia uma forte possibilidade de recriarem essa antiga tradição, improvisando neste caso em trio, numa experiência que se tem revelado fascinante para todos aqueles que já tiveram a oportunidade de os acompanhar na sua “aventura”, efetivamente fora do comum.

DOMINGO – 17H00C16 – SALA ALMADA NEGREIROS

Cartoons para dois pianos

Camille Saint-Saëns: Dança Macabra, op. 40Filmes: A Regra do Jogo; A Invenção de Hugo; Tombstone; Silly Symphonies (Disney)

Paul Dukas: O Aprendiz de FeiticeiroFilmes: Fantasia; Fantasia 2000

Richard Strauss: Valsas do Cavaleiro da Rosa(Transcrição de Otto Singer)Filmes: A.I.: Inteligência Artificial

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Amilcare Ponchielli: Dança das Horas da Ópera “La Gioconda”(Transcrição de Rinaldo Zhok)Filmes: Fantasia

Franz Liszt: Rapsódia Húngara no. 2(Transcrição de Richard Kleinmichel)Filmes: Um Dia Nas Corridas; Delírios; The Majestic; Um Russo em Nova Iorque; Simplesmente Genial; Quem Tramou Roger Rabbit?

Artur Pizarro, pianoRinaldo Zhok, piano

Desde que existe o desenho animado, o seu permanente parceiro tem sido a música clássica. Nas nossas imaginação e memória coletiva, clássicos como Tom & Jerry, Bugs Bunny ou o rato Mickey são sempre acompanhados e caracterizados por obras famosas do reportório clássico. Quem não se lembra de ver Bugs Bunny interpretar ao piano (ou Daffy Duck e o Pato Donald a dois pianos no filme Quem Tramou Roger Rabbit?) a segunda rapsódia húngara de Franz Liszt? Ou a prima ballerina hipopótamo com o seu corps de ballet de crocodilos no filme de animação Fantasia, de Walt Disney, dançando a Dança das Horas? Este programa é a nossa pequena homenagem à idade de ouro dos desenhos animados (1920-1960) e a sua excelente paródia em companhia da música clássica! Rinaldo Zhok

DOMINGO – 19H00C17 – SALA ALMADA NEGREIROS

Bon Voyage

Carlos Gardel Cuando tu no estas Filmes: Quando tu nao estás

Astor Piazzolla Milonga del Angel Filmes: Con alma y vida; Equinox

Erik Satie Gymnopedie 1 Filmes: À Primeira Vista; Corrina, Corrina; My Dinner With André; Os Tenebaums – Uma Comédia Genial; Dia dos Namorados; A Verdade Escondida

Erik Satie Gymnopedie 2 Filmes: Uma Outra Mulher Franz Lehar Der Graf von Luxemburg Filmes: Der Graf von Luxemburg

Gustav Mahler Adagietto da Sinfonia n.º 5 Filmes: Morte em Veneza; Ato de Amor; Corpos Ardentes; Love Lessons

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Astor Piazzolla Muerte del Angel Filmes: El Angel de la muerte

Amarcord WienSebastien Gurtler, violinoTommaso Huber, violonceloMichael Williams, contrabaixoGerhard Muthspiel, acordeão

No caso dos temas selecionados, estamos perante música que não foi composta para o cinema mas que, mais tarde, seria usada por cineastas. Muitos destes temas apareceriam na verdade nos mais variados filmes.Erik Satie foi um grande compositor, a sua música é decididamente uma boa banda sonora para a vida. A sua obra pode ilustrar tristeza, melancolia, alegria de viver, espanto, curiosidade, o silêncio entre pessoas, o momento extraordinário antes de se tomar uma decisão, a luz em tudo.O Conde do Luxemburgo, retirado de Viúva Alegre, a famosa opereta de Franz Lehar, foi também usada no cinema. Em 1972 foi usada por Wolfgang Glück e Hugo Wiener para o filme, uma adaptação desta opereta, com estrelas da altura como Eberhard Wächter, Lilian Sukis, Erich Kunz e Helga Papuschek.O Adagietto de Gustav Mahler da sua 5ª. Sinfonia goza de uma enorme popularidade, que se deve sobretudo à sua utilização no filme Morte em Veneza (1971), de Luchino Visconti. No início e na fase final do filme, as sonoridades deste Adagietto contribuem para uma atmosfera única, uma parte inesquecível da história do cinema, um elemento musical que contribuiu significativamente para o sucesso do filme.Carlos Gardel foi não apenas o cantor de tango mais significativo do seu tempo como foi um dos primeiros heróis do grande ecrã. Em 1930 apareceu no primeiro filme sonoro da América do Sul, seguindo-se novas participações no cinema, até à sua morte.A mestria de Astor Piazzolla como compositor está patente em cerca de 300 tangos e em cerca de 40 discos, o que lhe garantiu um lugar seguro na história da música. Também ele trabalhou no/para o cinema: compôs música para cerca de 50 filmes, tendo os seus tangos, compostos para salas de concerto, sido mais tarde usados como banda sonora em filmes e na TV.

SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

DOMINGO – 13H00C18 – SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

A Insustentável Leveza do Ser

Leos Janacek: No NevoeiroLeos Janacek: Por um Caminho Repleto – I Caderno

Aida Sigharian Asl, Piano

A música, porque tem uma substância abstrata, consegue deslizar pelo tempo tornando-se presente muito depois de o ter sido.

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Falar de Leoš Janáček e da sua música é, sem dúvida, falar do contexto em que foi composta: do contexto social e político mas também do contexto pessoal que lhe deu origem.No entanto, e num momento em que se propõe um percurso pela música como marca na arte cinematográfica, Janáček é mais do que um compositor do seu tempo. As suas peças retornam apropriadas na relação com imagens, personagens e histórias.Este concerto faz um percurso pelas peças para piano de Leoš Janáček, algumas delas são parte integrante de A Insustentável Leveza do Ser, filme de 1988 de Philip Kaufman, adaptação cinematográfica do livro homónimo de Milan Kundera (1984).Nesse contexto, The Madona of Frydek, Good night, A Blown-Away Leaf, The Bar Owl Has not Flown Away e In the Mists são o suporte de encontro entre literatura, cinema e música.Um livro adaptado a filme que cresce com uma banda musical inevitavelmente intrincada no próprio livro. Um círculo que se fecha sobre si próprio, não tivesse sido Milan Kundera aluno de Leoš Janáček.Mais que tudo isto, a música faz-se desse elo intangível entre Milan Kundera, Philip Kaufman e Leoš Janáček.

DOMINGO – 15H00C19 – SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

Woody Allen: O Eclético

Irving Berlin: Cheek to Cheek Filmes: A Rosa Púrpura do Cairo; A Avenida dos Milhões; O Paciente Inglês; Chapéu Alto

Erik Satie: Gymnopédie n.º 1Filmes: À Primeira Vista; Corrina, Corrina; My Dinner With André; Os Tenebaums – Uma Comédia Genial; Dia dos Namorados; A Verdade Escondida

Felix Mendelssohn: Excertos de Um Sonho de uma Noite de VerãoFilmes: Uma Comédia Sexual Numa Noite de Verão; Sonho de uma Noite de Verão; A Família Addams 2; Uma Questão de Nervos; As Meninas de Beverly Hills; Crush; Dead on the Money; A Morte Fica-vos Tão Bem; Domestic; Disturbance; Evil Woman; O Pai da Noiva; Flubber; Quatro Casamentos e Um Funeral; Grumpier Old Men; Hitched; Onde Reside o Amor; A Importância de ser Ernesto; Irma la Douce; Jane Austen's Mafia!; Casados de Fresco; Kolya; Desaparecida!; Esta Loira Mata-me; Ela, Eu e o Outro; Miracle on 34th Street; Tudo por Dinheiro; Lua Nova em Parador; Viram-se Gregos para Casar; A Outra Irmã; Noivo de Aluguer; Academia de Polícia 2: A Primeira Missão; A Honra dos Padrinhos; The Rocky Horror Picture Show; Noiva em Fuga; The Suburbans; Sunshine; Tudo Por Um Sonho; Up Close and Personal; A Very Brady Sequel; Wayne's World 2; The Wedding Planner; De Que Planeta és Ru?; Dragão Vermelho; O Desconhecido do Norte-Expresso

Sergei Prokofiev: Amor das Três Laranjas: Marcha (arranjo de J. Heifetz)Filmes: Nem Guerra, Nem Paz

Johann Sebastian Bach: Largo do Concerto em Fá menor, BWV 1056Filmes: Uma Outra Mulher

George Gershwin/Earl Wilde: Embraceable YouFilmes: Manhattan; Quando o Coração Canta; Doidinho por Saias

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Will Hudson, Irving Mills e Eddie de Lange: MoonglowFilmes: Alice; Moonglow

George Gershwin: Oh, Lady be GoodFilmes: Manhattan; Não Sejas Má

Syrinx: XXIIKatharine Rawdon, flautasAntónio Carrilho, flautas de bisel e Eagle Recorder Raj Bhimani, piano

Uma seleção das variadíssimas músicas dos filmes do Woody Allen. O cineasta-músico-clarinetista de jazz revela na evolução de quase meio século dos seus filmes um gosto musical muito pessoal e requintado, abrangendo – como o repertório do Syrinx: XXII – obras de todas as épocas e de todos os estilos.

DOMINGO – 17H00C20 – SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

Paisagens sonoras

Erik Satie: Cinéma Filmes: Entr’acte

John Cage: In a landscapeAntónio Pinho Vargas: O movimento parado das árvores; Casa de granito no Minho

Michael Nyman: Big my Secret e The heart asks pleasure firstFilme: O Piano

Philip Glass: Mad Rush

Joana Gama, piano

Há música com cinema dentro: música que evoca paisagens, sentimentos, música que associamos a acontecimentos das nossas vidas. Há peças criadas para filmes que, mesmo fora do contexto, nunca deixam de lembrar a sua origem. Não conseguimos ouvir «The Heart Asks Pleasure First», de Michael Nyman, sem pensar naquela mulher vestida de preto a tocar na praia, no filme O Piano. Temos também música cujo título propõe, logo à partida, uma determinada leitura: as peças de John Cage e de António Pinho Vargas convocam a natureza, ou melhor, sugerem uma deriva melancólica pela natureza. O facto de todos os compositores representados neste recital terem trabalhado com cinema torna possível que peças sem essa ligação possam sugerir imagens em movimento. Apesar de Mad Rush, de Philip Glass, não figurar em nenhum filme, a sua essência minimalista e contemplativa bem poderia acompanhar uma viagem de carro pela imensa América. Originalmente escrita como banda sonora do filme surrealista Entr’acte, de René Clair, a obra Cinema, de Erik Satie, que funciona como Grande Abertura do recital, transporta-nos para o ambiente boémio e desconcertante da Paris do início do século XX.

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DOMINGO – 19H00C21 – SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

Um Americano em Paris

Embraceable YouBy StraussI Got RhythmTra La La Love Is Here To StayA Stairway to ParadiseI've Got a Crush on YouS'WonderfulSomeone To Watch Over Oh Lady Be GoodBut Not For Me

Couple CoffeeLuanda Cozetti, vozNorton Daiello, baixoAlexandre Frazão, bateria

Hollywood e seus feéricos musicais encantaram e educaram milhões de mentes e de corações durante décadas mágicas.O musical Um Americano em Paris é um deslumbrante exemplo de pluralidade e de síntese no enredo e, para além da trama boy meets girl, girl meets boy, aborda a história de vários artistas e as suas variadas formas de arte. Um filme que nos faz acreditar que tudo é possível, na imaginação e na vida real.É na partilha do sonho que os Couple Coffee nos convidam para seguirmos alegremente, naquele instante em que do nada se pode sair cantando e sapateando, por aí.

SALA FERNANDO PESSOA

DOMINGO – 13H00C22 – SALA FERNANDO PESSOA

Samuel Barber: Adágio para CordasFilmes: Amélie of Montmarte; O Homem Elefante; Kevin & Perry go large; Ato de Amor; Platoon: Os Bravos do Pelotão; Les Roseaux Savages; S1mOne; Adultério

Arvo Pärt: Spiegel im Spiegel Filmes: Burning man; Dá Tempo ao Tempo; Gravidade; Este É O Meu Lugar; Elegia; Querido Frankie; Gerry; In Praise of Love; Dans le Noir du Temps; Heaven; Soldados de Salamina; Ao Sabor das Ondas; Wit; O Espião Americano; The East; Comédia Explícita – Movie 43; Hoje Eu Quero Voltar Sozinho; On the Occasion of Remembering the Turning Gate

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Luigi Boccherini: Quinteto n.º 5, op. 11 Filmes: Ace Ventura em África; The Cemetery Club; Congo; Campeões Imparáveis; Gente Fina: Um Vira-Latas no Parlamento; O Rei dos Gazeteiros; Goya in Bordeaux; Greystoke: A Lenda de Tarzan, o Reid a Selva; O Grande Salto; The Ladykillers; Liga de Mulheres; Princess Caraboo; Alguém Muito Especial; SOUR GRAPES; This is Spinal Tap

Ensemble DarcosCom participação especial de Paulo Gaio Lima, violoncelo

Ao contrário da maioria dos seus contemporâneos, Samuel Barber (1910-1981) não se deixou tentar nem pelo jazz nem pelas tendências modernistas emergentes no primeiro quartel do século XX. Pelo contrário, a sua música inscreve-se numa expressividade e num lirismo tipicamente românticos, apoiando-se na linguagem tonal e nos seus modelos formais convencionais. O famosíssimo Adagio do Quarteto de cordas n.º 1, op. 11, composto em 1936, difundiu-se sobretudo graças ao arranjo para orquestra de cordas que o compositor realizou a pedido de Arturo Toscanini, que o estreou em 1938 numa transmissão radiofónica com a NBC Symphony Orquestra. Com um tom elegíaco e uma grande simplicidade e economia de recursos, o Adagio está construído em forma de arco e consiste numa lenta progressão melódica que vai ascendendo e crescendo, numa busca sempre insatisfeita, até ao clímax fortíssimo e ao súbito trágico silêncio que se segue. Poderosamente expressiva, dolorosamente comovente, a peça adquiriu nos EUA uma imensa popularidade e converteu-se num lamento fúnebre patriótico, tendo sido tocada em cerimónias fúnebres de personalidades como Albert Einstein ou J. F. Kennedy, e em acontecimentos trágicos como o 11 de setembro. Para o comum dos mortais será sempre a música de Platoon, o filme de Oliver Stone que, em 1986, a imortalizou. A obra do compositor estónio Arvo Pärt (n. 1935) tem sido recorrentemente utilizada no cinema. O seu estilo ascético, quase minimal, está impregnado de espiritualidade religiosa e revela uma clara influência do cantochão medieval, da polifonia renascentista e da música religiosa ortodoxa. Trata-se de uma música de caráter contemplativo que privilegia a repetição, a harmonia diatónica, os andamentos lentos e estáticos e as texturas leves. Como o próprio compositor afirma, «uma só nota é suficiente, […] trabalho com pouco material, construo a partir da matéria mais rudimentar, um acorde, uma determinada tonalidade». Outra característica distintiva da sua música é o fascínio pela sonoridade dos sinos. A peça Spiegel im Spiegel [Espelho no espelho], originalmente para violino e piano, foi composta em 1978 e desde aí conta com inúmeras aparições cinematográficas, entre as quais cabe destacar Heaven (2002), uma obra prima de Tom Tykwer, com argumento de Krzysztof Kieslowski, onde a música surge como elemento narrativo-dramático fundamental: ela dá-nos conta da maravilhosa e subtil transfiguração em anjos de um casal de estranhos (C. Blanchett e G. Ribisi) unidos pelo amor e pela culpa. Luigi Boccherini (1743-1805) foi um dos compositores de música de câmara mais prolíficos e apreciados do seu tempo. Destacou-se principalmente no domínio do quinteto de cordas, género em que foi pioneiro. O mais célebre de todos é certamente o Quinteto em Mi maior, op. 11, nº 5 (G. 275), que inclui o famosíssimo menuet. Obra de uma graça e delicadeza tipicamente galantes, o menuet de Boccherini tornou-se quase um cliché cinematográfico, aparecendo em dezenas de filmes, geralmente associado a evocações da “alta sociedade”.Afonso Miranda

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DOMINGO – 15H00C23 – SALA FERNANDO PESSOA

Música ao vivo de Carlos Bica e João Paulo Esteves da Silva para “The Navigator”, de Buster Keaton e Donald Crisp

João Paulo Esteves da Silva, pianoCarlos Bica, contrabaixo

O génio de Buster Keaton serviu de inspiração a Carlos Bica para a criação musical da banda sonora do filme mudo The Navigator, realizado pelo próprio Keaton em 1924. Este filme-concerto irá juntar ao humor hilariante de Keaton o contrabaixo de Carlos Bica e o piano de João Paulo Esteves da Silva. Contrariando a tese de que um filme mudo necessitaria de maior ênfase na expressão corporal e facial para que a audiência compreendesse melhor a representação, Buster Keaton sustentava-se numa personagem que, alheia às mais hilariantes situações, mantinha sempre a sua postura impassível, levando deste modo o próprio espectador a projetar as suas próprias aspirações sentimentais e morais. Foi esta sua inovadora postura enquanto ator que lhe trouxe a alcunha de The Great Stone Face [o grande cara de pedra]. The Navigator foi eleito pelo American Film Institute como uma das 100 melhores comédias de todos os tempos.

DOMINGO – 17H00C24 – SALA FERNANDO PESSOA

Para lá do Cinema I

Sérgio Azevedo: Metamorphoses upon Gershwin's Themes André Previn: Trio com Piano n.º 2 Leonard Bernstein: Trio com Piano

Trio Bel’ArtPaula Carneiro, violinoDiana Botelho Vieira, pianoCarolina Matos, violoncelo

A única obra de Leonard Bernstein para esta formação foi escrita na sua juventude, com apenas 19 anos. A clara influência neoclássica na construção da obra, bem como elementos de música popular, originam melodias por vezes dissonantes mas cheias de ironia e graciosidade, criando desse modo uma ligação entre a música clássica e a música popular.André Prévin, compositor, pianista e maestro, destaca-se pela sua versatilidade ao compor música para filmes peças de jazz e música contemporânea. O seu segundo trio para piano, violino e violoncelo foi escrito em 2011. Ao longo da obra surgem atmosferas variadas, por vezes cinematográficas, onde são exploradas harmonias desconstruídas e ritmos bem marcados.A obra Metamorfoses on Gershwin's Themes, de Sérgio Azevedo (encomenda doTrio Bel’Art) surgiu de uma reflexão sobre temas de George Gershwin, a maior parte dos quais retirados da ópera Porgy & Bess. O desafio colocado foi: como seria se Gershwin vivesse em pleno século XXI? Podemos assim re-interpretar e re escutar George Gershwin através da‐ inspiração de um dos compositores portugueses mais importantes da atualidade.

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DOMINGO – 19H00C25 – SALA FERNANDO PESSOA

A música no « Film Noir »

- John LewisFilme: Homens no Escuro de Robert Wise- Henry ManciniFilme: A Sede do Mal de Orson Welles- David RaksinFilme: Laura de Otto Preminger- John WilliamsFilme: O Imenso Adeus de Robert Altman- Bernard Herrmann Filmes: Psico e A Mulher Que Viveu Duas Vezes de Alfred Hitchcock , Citizen Kane: O Mundo A Seus Pés de Orson Welles , Taxi Driver de Martin Scorsese

- Michel LegrandVIVRE SA VIE- Antoine DuhamelPIERROT LE FOU SUITE- Paul MisrakiALPHAVILLE SUITE- Martial Solal A BOUT DE SOUFFLE SUITE- Georges DelerueLE MEPRISFilmes: Viver A Sua Vida; Pedro O Louco; Alphaville; O Acossado; O Desprezo de Jean-Luc Godard

Os Grandes Clássicos

- Krzysztof KomedaFilme: A Semente do Diabo de Polanski- Nino RotaFilme: Casanova de Fellini- Carlos d’AlessioFilme: India Song de Marguerite Duras

Stéphan Oliva, piano

De Stéphan Oliva se pode dizer que preza tanto o cinema quanto a música para piano. Virou do avesso as partituras de um dos maiores autores de bandas sonoras para o grande ecrã, Bernard Herrmann, gravando os muito aclamados álbuns Ghosts of Berrnard Herrmann e Lives of Bernard Herrmann. Tornou-se habitual vê-lo e ouvi-lo a musicar – improvisando – filmes mudos de Jean Painlevé, Jean Durand, Emile Cohl ou clássicos como Lulu de G. W. Pabst, The Stranger de Tod Browning, Crainquebille de Jacques Feyder, The Lodger de Alfred Hitchcock ou Safety Last de Harold Lloyd. Centrou a sua atenção num género cinematográfico específico, o film noir, deixando a sua música absorver por inteiro o estilo narrativo, a imagética e as

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atmosferas de películas assinadas por Joseph Leo Mankiewicz ou Brian De Palma e enamorar-se por alguns atores, como a Gene Tierney de Laura, obra-prima de Otto Preminger.Escreveu a música para três obras de Jacques Maillot, Froid comme l’Eté, Les Liens du Sang e Un Singe sur le Dos, já não sendo possível ver as imagens do cineasta francês sem esperar os sons de Oliva. O seu novo projeto, Vaguement Godard, é uma homenagem ao mestre do nouveau cinema, Jean-Luc Godard. Formou um duo com a atriz predileta de Rainer Werner Fassbinder, Hanna Schygulla, e mesmo quando se virou para a literatura inspirou-se em alguém que está igualmente ligado ao cinema, Paul Auster. Seja a solo, em duo ou em trio, tornou-se insuficiente dizer que a sua música tem qualidades cinemáticas – na verdade, trata-se de cinema para os ouvidos, sugestiva mas subtil, rápida nas mudanças de situações ou de estados de espírito e muito, muito original.

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MINI-DIAS DA MÚSICA

SEXTA-FEIRA

Sob o tema Luzes, Câmara… Música! ou seja, a Música no Cinema, integrando projetos musicais desenvolvidos por Escolas de Música de Lisboa, nasce o minifestival Dias da Música em Belém, com orquestras sinfónicas, música de câmara e solistas, oficinas e conferências, nas áreas da música erudita sempre de jovens para jovens.Esta ação testemunha a excelência da educação musical desenvolvida pelas instituições participantes, responsáveis por um acesso à música cada vez mais transversal na sociedade.

Contaremos com a presença da Academia de Música de Santa Cecília, Escola de Música do Conservatório Nacional, Escola de Música Nossa Senhora do Cabo, Escola Superior de Música de Lisboa, Colégio Moderno, Conservatório de Música de Lisboa, OJ. COM e ainda com a Metropolitana.

GRANDE AUDITÓRIO

SEXTA-FEIRA – 12H45E1 – GRANDE AUDITÓRIO

Peter Benoit: Concerto para Flauta Symphonic Tale, op. 43a Preludium – Scherco Vivace

Rimsky-Korsakov: Scheherazade, op. 35 I. O mar e o navio de Simbad (Largo e maestoso - Allegro non troppo)II. O Príncipe Kalender (Lento - Andantino - Allegro molto - Con moto)III. O jovem príncipe e a jovem princesa (Andantino quasi allegretto - Pochissimo più mosso - Come prima - Pochissimo più animato)IV. Festa em Bagdá (Allegro molto - Vivo - Allegro non troppo maestoso)

OJ.COMErnst Schelle, direção Beatriz da Silva Baião, flauta

Poema Sinfónico para Flauta e Orquestra, op. 43a, é uma obra composta em 1865 por Peter Benoit (1934-1901). Nas obras mais importantes deste compositor flamengo incluem-se, para além da presente obra caraterística do período romântico, oratórias, óperas, pequenas cantatas e motetos. A sua vida e obra foram transpostas para o cinema num documentário datado de 1930.Scheherazade, op. 35, é uma suíte orquestral composta em 1888 por Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908). Baseado no livro das Mil e Uma Noites, combina duas características comuns à música russa e à de Rimsky-Korsakov: o colorido da orquestração e um interesse pelo Oriente,

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sempre muito presente na história da Rússia imperial. Esta obra unida pela comunidade de seus temas e motivos, num caleidoscópio de imagens de conto de fadas, tem sido utilizada como música de ballet e integrada na banda sonora de inúmeros filmes.

SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO

SEXTA-FEIRA – 10H00E2 – SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO

Academia de Santa CecíliaIniciação à Orquestra de Sopros da Academia de Santa CecíliaProf. Paulo Martins, direção

Aaron Copland: Hoe downJohn Williams: A Lista de Schindler; Sexteto cordas/pianoJames Swearingen: ExcaliburOscar Navarro: Jumper ClarinetThomas Doss: Saint Florian ChoralPhillip Sparke: La Caracola

Os jovens músicos que se apresentam neste programa são alunos da Academia de Música de Santa Cecília, escola de ensino integrado em que os alunos frequentam cursos de música a par do ensino académico regular.Nesta escola o ensino da música começa aos três anos de idade e o contacto com os instrumentos começa aos seis anos. Ao longo do seu percurso formativo, para além de um estudo intenso do instrumento, é dada muita atenção à música de conjunto. Neste contexto, assumem um papel da maior importância as orquestras e os grupos de música de câmara.

SEXTA-FEIRA – 11H15E3 – SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO

Escola de Música do Conservatório NacionalAlexander Scriabin – Sonata nº4 op. 32 Dois PoemasSergei Rachmaninoff - Estudo nº 1 op. 39Edouard Lalo – Trio op.7 – 1º andamentoEurico Carrapatoso – O eterno Feminino em Peer Gynt

A Escola de Música do Conservatório Nacional é uma instituição com 178 anos de existência ao longo dos quais sempre formou músicos e apresentou em concerto os seus alunos.Tem apresentado os seus agrupamentos na Igreja de São Roque, Igreja de São Nicolau e Salão Nobre do Conservatório Nacional, entre muitos outros concertos, nomeadamente com os agrupamentos premiados no Prémio Jovens Músicos e Concurso Internacional de Música de Alcobaça.

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SALA ALMADA NEGREIROS

SEXTA-FEIRA – 10H00E4 – SALA ALMADA NEGREIROS

Violas do Moderno - F.Kuchler: Concertino, 1º andamento - G.F.Telemann: Concerto para duas violas, 1º andamento - G.F.Handel: Bourrée- R.Schumann: Os Dois Granadeiros - H.Arlen: Over the rainbow- J.S.Bach: Minueto nº1- S.Suzuki: Allegro

Violinos do Moderno - A.Vivaldi: Concerto para dois violinos em Lá menor, RV 522, 1º andamento- H.Fiocco: Allegro- F.Kuchler: Concertino em Ré Maior, 1º andamento

Coro da Escola de Música do Colégio Moderno - B.Coulais: Vois sur ton chemin - B.Coulais e C.Barratier: Caresse sur l’ocean

A Escola de Música do Colégio Moderno nasceu em setembro de 2012, concretizando assim um velho sonho de dar à música toda a sua importância. Dirigida pela professora Inês Saraiva e pelo maestro César Viana - duas referências no meio musical português - a escola conta com um leque de professores de grande qualidade, a que se juntaram os professores de música do colégio. Inicialmente vocacionada para o ensino de instrumentos de corda – violino, viola e violoncelo – a escola apostou no ano letivo passado, também, no ensino do piano, tendo como coordenadora dos professores deste instrumento a pianista Jill Lawson. A Escola de Música do Colégio Moderno, desenvolve ao longo do ano vários projetos e workshops, com a participação de músicos nacionais e internacionais, e está aberta a todos os jovens entre os três e os 18 anos.

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SEXTA-FEIRA – 11H15E5 – SALA ALMADA NEGREIROS

Escola de Música de Nossa Senhora do Cabo

Franz Schubert- Trio, op. 100

Pedro Iturralde, Memorias

Neste concerto visitamos peças de compositores clássicos e contemporâneos que nos guiam por entre imagens… umas já ilustradas no cinema, outras por detrás de programas que que remetem para a ideia de banda sonora… imagens em movimento em forma de música.

SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

SEXTA-FEIRA – 10H00E6 – SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

Conservatório de LisboaLeonard Von Call: Rondó op.24Joe Raposo: Three's CompanyOld Swansea TownBeijing StreetSky boat SongFiddlers PlayingGreen Sleeves (popular)G. Holst: Lullay My Liking

Pelo segundo ano consecutivo nos Mini Dias da Música o Conservatório de Lisboa apresenta-se, desta vez, com um programa que privilegia sobretudo a guitarra clássica.Em apenas 30 minutos de música, estes três alunos irão fazer uma pequena viagem pelo repertório para guitarra clássica, com a aprazível ajuda de uma flauta transversal. Mostrando-nos um pouco da história da guitarra clássica e evolução das suas técnicas esboçam-se linguagens que nos transportam para épocas, abordagens e contextos sociais distintos.

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SEXTA-FEIRA – 11H15E7 – SALA SOPHIA DE MELLO BREYNER

ORQUESTRA JUVENIL DA ACADEMIA MUSICAL DOS AMIGOS DAS CRIANÇASDireção Musical: Alexandre Delgado

Georg Friedrich Händel : Abertura da Suite Royal & Fireworks Filme: A Loucura do Rei Jorge

Georg Friedrich Händel : Sarabanda da Suite para Cravo n.º 4, em Ré menorFilme: Barry Lyndon

Johann Sebastian Bach: Aria Da Suite em Ré, BWV 1068Filme: Sete Pecados Mortais

Johann Sebastian Bach: Gavotte da Suite em Ré, BWV 1068 Filme: Na linha de fogo

BEATRIZ DELGADO (GUITARRA SOLO)John Williams: Tema de A Lista de SchindlerFilme: A Lista de Schindler

ORQUESTRA DE GUITARRAS Direcção Musical: Duarte Lamas

Andersson & Ulvaeus: Money, Money, Money (arr. David Burden)Filme: Mamma Mia

Hans Zimmer: He’s a pirate (arr. David Burden)Filme: Piratas das Caraíbas – A maldição do Pérola Negra

Emir Kusturica & The No Smoking Orquestra: Bubamara (arr. Manolo Matas)Filme: Gato Preto, Gato Branco

A Academia Musical dos Amigos das Crianças (AMAC) é uma associação cultural sem fins lucrativos e é a entidade tutelar de duas escolas de Música: a Escola de Música Vecchi-Costa (EMVC), em Lisboa, e a Escola de Música Guilhermina Suggia, no Porto. Como a AMAC tem a sua sede social nas instalações da Escola de Música Vecchi-Costa, a escola assume muitas vezes a designação da associação e é assim comummente referida.A AMAC foi criada por Adriana de Vecchi em 1953, com o apoio de diversas personalidades, das quais se destacam o seu marido, Fernando Costa, professor e violoncelista, Sofia Abecassis e Ricardo Espírito Santo.Em 1985 a AMAC foi agraciada pelo governo português com a medalha de Mérito Cultural. Atualmente, a AMAC é presidida pela professora, violetista e antiga aluna, Teresa Beatriz Abreu.Nestes Mini-Dias da Música vão apresentar-se duas formações. A Orquestra de Guitarras da AMAC, um ensemble constituído exclusivamente por alunos do curso de guitarra de cursos vocacionais e especializados de Música da Escola de Música Vecchi-Costa. A Orquestra de Guitarras conta, presentemente, com dez elementos com idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos. Atualmente, a Orquestra de Guitarras é dirigida por Duarte Lamas, com a colaboração de Rui Paiva como professor de naipe.

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Também se vai apresentar a Orquestra Juvenil da AMAC, uma orquestra de cordas de alunos de cursos vocacionais e especializados de Música da Escola de Música Vecchi-Costa, e conta presentemente com cerca de 20 elementos, com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos. Atualmente, a Orquestra Juvenil da AMAC é dirigida pelo violetista e compositor, também ele antigo aluno, Alexandre Delgado, igualmente responsável pela escolha de repertório e coordenador de ensaios de naipe das violetas. Colaboram como professores de naipe: Klára Erdei, Jan Schabowski e Maxim Doujak.

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OFICINAS DIAS DA MÚSICA

SEXTA-FEIRA

11H55Duração 45 minutos

MISSÃO IMPOSSÍVEL?Oficina de Música para Cinema – Sala Aurélio Paz dos Reis Luís Bragança Gil

“Missão Impossível?” é uma (re)criação de Luís Bragança Gil com base em excertos de imagens e bandas sonoras de filmes que estão na nossa memória coletiva. Uma espécie de workshop, em que nos imaginamos numa mesa de montagem a experimentar várias possibilidades de escolha de música para diferentes cenas de filmes, de géneros cinematográficos tão diferentes como um filme de ação, uma comédia, um filme de terror, um melodrama ou filme de “desenhos animados”. O resultado será como uma “antimontagem”, que irá provocar reações inesperadas, sejam risos, perplexidade, espanto, estranheza e muitas outras.

SÁBADO E DOMINGO

PÁTIO DAS CANTIGASOficina de Música – Espaço Fábrica das Artes Ana Bento e Bruno Pinto

Público-alvo Dos 0 aos 5 anosHorário Sábado e Domingo, 10h00 e 10h50 (0 aos 2 anos) / 11h40 e 15h00 (3 aos 5 anos)Horário 10h00 e 10h50 (0 aos 2 anos) / 11h40 e 15h00 (3 aos 5 anos)Duração 35min / 40minLotação 20 pessoas (10 crianças + 10 adultos)

Inspirado no clássico do cinema português com o mesmo nome, o Pátio das Cantigas (Oficina de Música) é um local de encontro, de comédia, de jogos e explorações musicais. Num ambiente de típico pátio lisboeta, o corpo em movimento, a voz e a manipulação de objectos sonoros acontecem curiosamente acompanhados por uma guitarra eléctrica. No Pátio das Cantigas desfila-se ao som das festas dos Santos Populares, experimenta-se o quotidiano do caixeiro da drogaria, pratica-se a ginástica cueca do Narciso, ouve-se rádio e canta-se o

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(gl)amour brasileiro de Maria da Graça entre outros momentos de sonhos e alegrias numa atmosfera intimista e familiar.

NOCNOC, TRUZTRUZ...Oficina de música/sonoplastia – Espaço Fábrica das ArtesTeresa Gentil e Rita Matias

Publico-alvo Dos 6 aos 12 anos e famílias Horário Sábado, 12h00 e 16h00 / Domingo, 10h00, 12h00, 14h00 e 16h00Duração 50 minutos

Nocnoc, truztruz...Grrrrr, parapapimpamPUM!!Benvindos a esta oficina de experimentação sonoplasta, sonoplástica! PLIM!Grrrrrr...zzzzzziiii.....zzzzóóoóó....a radio Nocnoc, truztruz está no ar para mais uma aventura musicada em tempo real pelo nosso estimado publico, presente na cabine de som.Clap, clap, clap!!!(aplausos)Ploc, ploc, ploc.... Plocplocplocploc... Truuuummmm, tumtummmm!(As pipocas invadem o estúdio)Mas... Somos obrigados a interromper a emissão...Óóóóhhhhh....Chegou o cinema...

Criação e interpretação Teresa Gentil e Rita Matias Uma encomenda CCB/Fábrica das artes

FILMES PEDIDOSFilme-concerto – Espaço Fábrica das ArtesAntónioPedro

Publico-alvo: Maiores de 6 anos e famíliasHorário Sábado e Domingo, 11h00 e 15h00Duração 45 minutos

Um filme-concerto em que os espetadores escolhem os filmesNo tempo do mudo, do nascimento do cinema, o silêncio do filme assusta! Surgem os músicos acompanhadores de filmes que, no encontro com a imagem, transformam improvisação em composição. Com estreias quase todas as semanas, estes músicos organizam reportório por temas que depois adaptam a cada novo filme que chega: Ação, Misterioso, Ameaça, Peripécias, Romance...Munida de um reportório temático original, uma banda desconhece o filme que está prestes e musicar. No início os espetadores democraticamente escolhem o filme que querem ver e o imprevisível encontro de sons e imagens começa...

Conceito e direção artística AntónioPedro

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PROJETAR O FUTURO COM ARTEUMA INICIATIVA DA ANQEP – AGÊNCIA NACIONAL PARA A

QUALIFICAÇÃO E O ENSINO PROFISSIONAL

O evento Projetar o Futuro com Arte marcará a sua presença no festival dos Dias da Música 2015 pelo segundo ano consecutivo, dando assim continuidade e cimentando a parceria entre a Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, I.P. e o CCB e divulgando e promovendo a educação e formação musical. Esta edição contará com a presença de jovens alunos de cursos de música do Ensino Artístico Especializado e do Ensino Profissional, de escolas públicas, particulares e profissionais de todo o país. Estes jovens intérpretes, ao longo de 12 concertos, executarão algumas obras de compositores clássicos, embora o maior enfoque seja dado a obras especialmente compostas para bandas sonoras de filmes.

SÁBADO

SALA AMÁLIA RODRIGUES

SÁBADO – 14H00B32 – SALA AMÁLIA RODRIGUES

Conservatório Regional de Évora Eborae-MúsicaNika Shahidian, piano

Robert SchumannArabeske em Dó M op.18Filme: Sonata de Amor, de Clarence Brown

Conservatório de Música de S.José da GuardaRita dos Santos Miragaia, guitarra

Stanley Myers CavatinaFilme: O Caçador (1978), de Michael Cimino

Academia de Música José Atalaya

Duo Clarinete e GuitarraBruno Miguel Gonçalves, clarineteJosé Miguel Teixeira, guitarra

Carlos Paredes

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Verdes AnosFilme: Verdes Anos, de Paulo Rocha

Klaus Badelt e Hans Zimmer He´s a PirateFilme: Pirata das Caraíbas, de Gore Verbinski

EPABI – Escola Profissional de Artes da Covilhã

Duo Flauta e PianoBruno Carrilho Costa, flauta transversalMaria Tejada Carreira, piano

John WilliamsJewish Town (Krakow Ghetto)Tema da Lista de SchindlerFilme: A Lista de Schindler, de Steven Spielberg

Escola de Música Canto Firme de Tomar

Duo de Clarinete e Flauta TransversalAndré Vieira, clarineteInês Pinheiro, flauta transversal

Gordon LewinNostalgia de Espanha (I, II e III and)Filme: Tributo a Gordon Lewin

SÁBADO – 16H00B33 – SALA AMÁLIA RODRIGUES

Escola Profissional da Serra da Estrela

William Carvalho, guitarra

Anónimo: Romance AnónimoFilme: Jogos Proibidos, de René Clement

Duo de GuitarrasRafael AbreuJoão Fresco

Stanley Myers Cavatina; arr. Eythor ThorlakssonFilme: The Walking Stick, de Eric Still

Quarteto de GuitarrasRafael MorgadoJoão FrescoWilliam Carvalho

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Rafael Abreu

Nino RotaWaltzFilme: O Padrinho, de Francis Ford Coppola

Scott JoplinMaple Leaf RagFilme: Scott Joplin, de Jeremy Kagan

Conservatório Regional de SetúbalQuarteto de GuitarrasFrancisco CanteiroBruno LopesMaria Beatriz OliveiraElisabete Pinto

Isacc AlbénizAstúrias, op. 242 n.º1Filme: Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen

Emir Kusturica & The No Smoking OrchestraBubamaraFilme: Gato Preto, Gato Branco, de Emir Kusturica

SÁBADO – 18H00B34 – SALA AMÁLIA RODRIGUES

Escola de Música do Centro de Cultura Pedro Álvares Cabral

Ensemble de Flauta, Clarinete, Saxofone e AcordeãoCarolina dos Santos Costa, flauta transversalSandro Filipe Almeida, saxofone altoBernardo Craveiro Estrela, clarinete baixoRodrigo Cabral Bernardo, clarinete Daniela da Cruz Leal, acordeão

Yann Tiersen La Valse d'Amélie; arr. Juan VillodreFilme: O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet

Ensemble de Clarinete, Violino e AcordeãoJoão Miguel Augusto, acordeãoMaria Laura Simão, violinoInês Vaz Costa, violinoSofia Martins Gomes, violinoBernardo Craveiro Estrela, clarineteRodrigo Cabral Bernardo, clarinete baixo

Yann Tiersen La Noyée; arr. Juan Villodre

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Filme: O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet

Academia de Música José AtalayaQuarteto de SaxofonesLiliana Pereira FreitasPedro Fernandes MarquesAlex Rafael FernandesProf. Rui Miguel Reis

Medley de temas de Missão Impossível, James Bond, Ghostbusters e Looney ToonsFilmes: Missão Impossível, James Bond, Ghostbusters e Looney Toons

Escola de Música do Centro de Cultura Pedro Álvares CabralEnsemble de Clarinete, Flauta e SaxofoneBeatriz Serra Almeida, flauta transversalSandro Filipe Almeida, saxofone altoBernardo Craveiro Estrela, clarinete baixoRodrigo Cabral Bernardo, clarinete Prof.ª Beatriz Jorge, flauta transversalProf.ª Amélia Gonçalves, clarineteProf.ª Paula Brito, saxofone sopranoProf.ª Dulcineia Guerra, saxofone tenor

Michael Giacchino The Incredibles

Filme: The Incredibles, de Brad Bird

Academia de Música José AtalaiaEnsemble de ClarinetesAna Moreira da SilvaCarla Sousa da RochaBruno Miguel GonçalvesGuilherme Manuel OliveiraTânia Ferreira TeixeiraAndreia Pereira SoaresJoão Paulo FreitasProf. José Ricardo Freitas

Scott Joplin The Entertainer; Ragtime DanceFilme: O Comediante, de Tony Richardson

W.A. Mozart Eine Kleine NachtmusikFilme: Amadeus, de Milos Forman

Andrew Lloyd Weber The Music of the NightFilme: O Fantasma da Ópera, de Joel Schumacher

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SÁBADO – 20H00B35 – SALA AMÁLIA RODRIGUES

Conservatório de Música de S.José da GuardaQuinteto de Cordas e PianoAna Lamelas, violinoDuarte Andrade, violino Mariana Rebelo, viola d’arcoMariana Rodrigues, violonceloMatilde Andrade, piano

Ennio Morricone Love Theme; arr. Olena SokolvskaFilme: Cinema Paraíso, de Giuseppe Tornatore

Escola de Música do Centro de Cultura Pedro Álvares CabralSepteto de CordasMaria Laura Simão , violinoSofia Martins Gomes , violinoInês Vaz Costa , violinoInês Almeida Reis, violinoJuliana Pires Pinto , violinoTatiana Matos, violinoAna Maria Almeida, violonceloProf.ª Patrícia Carvalho, viola d’arco

Shigeru Umebayashi In The Mood For Love - Yumeji's theme Filme: Disponível para Amar, de Wong Kar-Wai

Conservatório Regional de PalmelaEnsemble de Cordas e PianoMaria Emília Veloso, violonceloAlice Castelhano, violonceloHugo Rosado, violonceloTeresa Garcia, contrabaixoMónica Martins, violonceloIvan Doujak, pianoProf. Maxim Doujak, violoncelo

Astor Piazzolla Oblivion; arr. Uwe RosslerFilme: Henrique IV (1984), de Marco Bellocchio

Carlos Gardel Por una Cabeza; arr. Uwe RosslerFilme: Perfume de Mulher (1992), de Martin Brest

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Conservatório Regional da Covilhã Ensemble de Violino, Piano, Guitarra e AcordeãoFilippo Dias, acordeãoBeatriz Moura, violinoMaria Eduarda Dias, violinoMiguel Melo, violinoJoão Machado, violinoEma Ferreira, piano a quatro mãosInês Cabral, piano a quatro mãos

Astor Piazzolla Libertango; arr. Paulo MotaFilme: Frenético (1988). De Roman Polanski

Yann Tiersen Comptine D'un Autre été: L'après-midi; arr. Paulo MotaFilme: O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001), de Jean-Pierre Jeunet

Ennio Morricone The Sicilian Clan; arr. Paulo MotaFilme: O Clã dos Sicilianos (1969), de Henri Verneuil

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DOMINGO

SALA AMÁLIA RODRIGUES

DOMINGO – 15H00C26 – SALA AMÁLIA RODRIGUES

Academia de Música de ÓbidosRafael Baeza de Araújo, piano

Michael Nyman The Heart Asks Pleasure FirstFilme: O Piano (1993)

Academia de Música de LagosCatarina Afonso, piano

Isaak Dunayevsky: Moonlight WaltzFilme: Circus (1936)

Conservatório Regional Silva Marques Dinis Alemão, piano

Claude-Michel Schonberg: I Dreamed a DreamFilme: Os Miseráveis (2012)

John Williams/Patrick Doyle: Medley de Harry Potter; arr. Kyle LandryFilme: Harry Potter

Conservatório de Portimão Joly Braga Santos João Pedro Vila Nova, piano

Frédèric Chopin: Balada n.º1, op.23Filme: O Pianista (2002)

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DOMINGO – 17H00C27 – SALA AMÁLIA RODRIGUES

Conservatório Regional de PalmelaEnsemble de Saxofones e PianoAndreia Silva, saxofoneMaria Margarida Lucas, saxofonePatrícia Frade, saxofoneRodrigo Pegas, saxofoneMarta Mata, piano

Jacob ter Velduhuis: The Heartbreakers; (1.º and.)Filme: The Heartbreakers

Fórum Cultural de GulpilharesCoro de Câmara e PianoIsabel Quintas, direçãoAlberto Daniel PalhauAna Carolina ReisAna Sofia LeãoAndré Xavier MatosCatarina Novais PinhoCátia Dias BarbosaJoão Duarte CoutoJoão Pedro SilvaLourenço Manuel RibeiroLuís Paulo DurãoMariana Ferreira DiasNatália PintoProf. Filipe Cerqueira, piano

Cole Porter: Every Time We Say GoodbyeFilme: De-Lovely (2004)

Harold Arlen: Over the RainbowFilme: O Feiticeiro de Oz (1939)

B. Andersson e B. Ulvaeus: Mamma Mia!Filme: Mamma Mia! (2008)

Leonard Cohen: HallelujahFilme: Shrek (2001)

John Kander: New York, New York Filme: New York, New York (1977)

Calvin Carter e James Hudson: Goodnight SweetheartFilme: Três homens e um bébé (1987)

Carole King : You've Got a FriendFilme: Garfield (2004)

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DOMINGO – 19H00C28 – SALA AMÁLIA RODRIGUES

Conservatório de Portimão Joly Braga Santos Duo de Violino e PianoSergiy Tymkiv, violinoJoão Vila Nova, piano

John Williams: Tema da Lista de SchindlerFilme: A Lista de Schindler (1993)

Conservatório de Música do Choral Phydellius Trio de Soprano, Clarinete e PianoAna Miguel Henriques, cantoAdriana Cristina Graça, clarineteProf.ª Marisa Murcela, piano

Filme: A Rebelde (1970)Ennio Morricone: La Califfa

Conservatório de Portimão Joly Braga SantosQuinteto de Acordeões José Dias Francisco MonteiroLuís MiraCésar OliveiraRodrigo Santos

Vangelis: Momentos de GlóriaFilme: Momentos de Glória (1981)

Astor Piazzolla LibertangoFilme: Frenético (1988)

Klaus Badelt e Hans Zimmer: PiratesFilme: Piratas das Caraíbas

Academia de Música de Paços de BrandãoEnsemble de ClarinetesTelmo Silva CostaVolodymyr DeynekaMariana Rocha SoaresMaria Beatriz MotaGonçalo Reis MoreiraTiago Marques PaisRicardo Ribeiro FariaJesus Castro BuyllaProf.ª Isabel Castro

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Andrew Lloyd Webber: O Fantasma da ÓperaFilme: O Fantasma da Ópera (2004)

B. Andersson; B. Ulvaeus: Mamma Mia!Filme: Mamma Mia! (2008)

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CORETO

SÁBADO

SÁBADO – 15H00CORETO

Violinhos

M. Mussourgsky: HopakV. Monti: CzardasA. Vivaldi: Concerto Inverno em Fá m, Op.8 n.º4 AllegroA. Khachaturian: Dança do SabreJ. Brahms: Dança Húngara N.º 5 em Sol menorG. F. Händel: Sonata Nº3 para Violino em Fá Maior, HWV 370 AllegroA. Thomas: Gavotte da Ópera MignonH. Arlen: Somewhere Over the RainbowR. Rodgers: Música no Coração

SÁBADO – 17H00CORETO

Academia de Música de Santa CecíliaOrquestra de Cordas Vasco Brôco, Direção

John Williams: Star Wars - TemaFilme: Guerra das Estrelas

Conservatório de Música de S.José da GuardaOrquestraCarlos Canhoto, direção

John Williams: Parque Jurássico, A Lista de Schindler, E.T.Filme: Parque Jurássico/ A Lista de Schindler / E.T.

SÁBADO – 19H00CORETO

Escola de Música do Centro de Cultura Pedro Álvares Cabral

Ensemble de Clarinetes, Violino, Saxofone, Guitarra e BateriaMaria Laura Simão, violinoBernardo Craveiro Estrela

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Beatriz Serra Almeida, flauta transversalRodrigo Cabral Bernardo, clarineteSandro Filipe Almeida, saxofonePedro André Augusto, guitarraJuliana Pires Pinto, violinoInês Almeida Reis, violinoPaulo Craveiro Estrela, bateriaProf.ª Susana Dias, guitarra

Nicola Piovani: La Vita è Bella - SuiteFilme: A Vida é Bela (1997)

Ensemble de Flautas, Clarinetes, Saxofone, Violino, Piano e GuitarraCarolina dos Santos Costa, flauta transversalBernardo Craveiro Estrela, clarinete baixoRodrigo Cabral Bernardo, clarineteIara Correia Neca, pianoPedro André Augusto, guitarraJuliana Pires Pinto, violinoMaria Laura Simão, violinoInês Vaz Costa Violino, violinoInês Almeida Reis, violinoSofia Martins Gomes, violinoSandro Filipe Almeida, saxofoneTatiana Santos Matos, violinoBeatriz Serra Almeida, flauta transversalProf.ª Beatriz Jorge, flauta transversal

Danny Elfman: Ice DanceFilme: Eduardo Mãos de Tesoura (1990)

Ensemble de Flautas, Clarinetes, Violinos, Guitarras, Saxofone, Piano e AcordeãoCarolina dos Santos Costa, flauta transversalBernardo Craveiro EstrelaBeatriz Serra Almeida, flauta transversalMaria Laura Simão, violinoInês Vaz Costa, violinoSofia Martins Gomes, violinoJuliana Pires Pinto, violinoInês Almeida Reis, violinoTatiana Santos Matos, violinoPedro André Augusto, guitarraSandro Filipe Almeida, saxofoneIara Sofia Neca , pianoJoão Miguel Augusto, acordeãoRodrigo Cabral Bernardo, clarineteProf.ª Susana Dias, guitarraProf.ª Beatriz Jorge, flauta transversal

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Rachel Portman: Passage of TimeFilme: Chocolate (2000)

Conservatório Regional de PalmelaSexteto de MetaisJoão Oliveira, trompeteMiguel Silva, trompeteMaria Parreira, trompeteBeatriz Vila, trompaJoão Gomes, tromboneTomás Salgueiro, tuba

John Williams: Medley de Parque JurássicoFilme: Parque Jurássico (1993)

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ESPAÇO MÚSICA LIVRE

SÁBADO

SÁBADO – 15H00PALCO EXTERIOR

ORQUESTRA DE SOPROS DA METROPOLITANADir. Reinaldo Guerreiro

Guerra das Estrelas (John Williams, arranjos de Johan de Meij)Um Americano em Paris (George Gershwin, arr. Mari van Gils)Suíte Harry Potter e a Câmara dos Segredos (John Williams, arr. Robert W. Smith)A Marcha do Super-Homem (John Williams, transc. Paul Lavender)

SÁBADO – 17H00PALCO EXTERIOR

GRUPO DE PERCUSSÃO DA ESCOLA SUPERIOR DE MÚSICA DE LISBOATomás MoitalMiguel FilipeJoão Diogo CastroRui PintoCristiano RiosSandra Pérez

Michael Gordon: Timber

SÁBADO – 19H00PALCO EXTERIOR

Banda Sinfónica da GNR

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CORETO

DOMINGO

DOMINGO – 14H00CORETO

Violas do Moderno Concerto em Sol M 2.º andamento – G.P.Telemann Concerto para 2 Violas 1.º andamento – G.P.Telemann Over the rainbow – H.Arlen Violoncelos do Moderno Gavotte – F.J.Gossec Marcha em Sol – J.S.Bach Minueto em Dó – J.S.Bach Rigadoon – H.Purcell Violas e Violoncelos do Moderno Bourrée

DOMINGO – 16H00CORETO

Academia de Música de LagosEnsemble de Sopros, Cordas, Guitarras, Piano e Percussão Paulo Segurado direção

John Kander: New York, New YorkFilme:Um Dia em Nova Iorque (1949)

Diane Warren: I Don't Want to Miss a ThingFilme: Armageddon (1998)

Academia de Música Valentim Moreira de SáViolinolasFilipa Abreu, direçãoMaria Inês MarquesRui RasteiroCatarina PereiraCláudia CarvalhoAlice AbreuRaquel GonçalvesDiana Ribeiro

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Francisca MendesFrancisca CunhaBeatriz CarvalhoJoana FernandesMaria LopesMafalda CostaJoana CastroJoana Costa

Ennio Morricone: Gabriel´s OboeFilme: A Missão (1986)

Gerardo Matos Rodrígues: La CumparsitaFilme: De Repente já nos 30! (2004)

V. Monti: CzardasFilme: Awaara (1951)

Harold Arlen: Over the RainbowFilme: O Feiticeiro de Oz (1939)

Robi Rosa and Desmond Child: Livin´La Vida LocaFilme: Shrek 2 (2004)

DOMINGO – 18H00CORETO

Conservatório Regional de Castelo BrancoOrquestra de cordasNicolas Celis, Direção

Trevor Jones: The KissFilme: O Último dos Moicanos (1992)

John Williams: Tema de A Lista de SchindlerFilme:A Lista de Schindler (1993)

Ennio Morricone: Love ThemeFilme:Cinema Paradiso (1988)

Carlos Gardel: Por una CabezaFilme:Perfume de Mulher (1992)

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Academia de Música de ÓbidosCoro

Beethoven: JoyfulFilme: Do Cabaret para o Convento (1993)

Conservatório d'Artes de LouresEnsemble de Metais

A Tribute to Film Music; arr. Marc Papeghin, transcrição Fausto Mirrado

Medley de vários filmes: The Sea Hawk; Magnificent Seven; Charlie and the Chocolate Factory; Mulan; Up; The legend of 1900; Sleepy Hollow; Avatar; 1492: Conquest of Paradise; Independence Day; Robin Hood

DOMINGO – 20H00CORETO

Violinos do ModernoConcerto em Sol menor, Allegro - A.Corelli Concerto para 4 violinos em si menor, 1.º and., allegro – A. Vivaldi Concerto em sol menor, 1º and., allegro – A.Vivaldi Allegro - H.Fiocco Allegro da Sonata em Fá Maior - G.F.Handel Concertino em Ré Maior, 1º and., allegro – F.Kuchler Maruntel – B.Bartók

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ESPAÇO MÚSICA LIVRE

DOMINGO

DOMINGO – 14H00PALCO EXTERIOR

QUARTETO DE SAXOFONES DA ESCOLA DE MÚSICA NOSSA SENHORA DO CABOProf. Raimundo Semedo, direcção

Pedro Iturralde, Suite HelléniqueI-KalamatianosII-FunkyIII-ValseIV-KritisV-Kalamatianos

Astor Piazzolla, Histoire du TangoI-Bordel 1900II-Café 1930III-Night Club 1960

Lennie Niehaus, Miniature Jazz Suite #3I-No Stopping NowII-Now and AgainIII-SaxifiedIV-Hop, Skip and Jump

O Quarteto de Saxofones da EMNSC, sob a direção do Professor Raimundo Semedo, apresenta nestes Dias da Música, obras de P. Iturralde, A. Piazzolla e L. Niehaus que nos levam numa viagem por entre imagens tantas vezes revisitadas ao jeito das grandes telas.

DOMINGO – 16H00PALCO EXTERIOR

Ensemble de Trompetes do Conservatório Nacional

William Schmidt -Variants with Solo Cadenzas para quarteto de trompetes André Telman - Fusion para septeto de trompetes

DOMINGO – 18H00PALCO EXTERIOR

ORQUESTRA GERAÇÃO

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CINEMA

SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

QUARTA-FEIRA

QUARTA-FEIRA – 10H00SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Sessão com cinema mudo acompanhado ao piano

Filipe Raposo, piano

Filmes:- O Emigrante (1917), A Quimera do Ouro (1925), O Circo (1928), Tempos Modernos (1936), Luzes da Ribalta (1952), de Charlie Chaplin- Sherlock Holmes Jr. (1924), O Marinheiro de Água Doce (1928), de Buster Keaton- Viagem à Lua (1902), de Georges Méliès

QUARTA-FEIRA – 11H30SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Sessão com curtas de vários géneros e proveniências em que o tema da música esteja presente.

Filmes:- Plink, Plank, Plunk – Pantera Cor de Rosa (1966), realização de Hawley Pratt (EUA)- O Coelho de Sevilha – Bugs Bunny (1950), realização de Charles M. Jones (EUA)- Sally Swing – Betty Boop (1938), realização de Dave Fleischer (EUA)- História Trágica com Final Feliz (2006) realização de Regina Pessoa (Portugal)- O Ouriço-cacheiro no Nevoeiro (1975) realização de Yuriy Norshteyn (Rússia)- Música para um apartamento e seis bateristas (2001) realização de Ola Simonsson, Johannes Stjärne Nilsson (Suécia)

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QUINTA-FEIRA

QUINTA-FEIRA – 10H00SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Sessão com cinema mudo acompanhado ao piano

Filipe Raposo, piano

Filmes:- O Emigrante (1917), A Quimera do Ouro (1925), O Circo (1928), Tempos Modernos (1936), Luzes da Ribalta (1952), de Charlie Chaplin- Sherlock Holmes Jr. (1924), O Marinheiro de Água Doce (1928), de Buster Keaton- Viagem à Lua (1902), de Georges Méliès

QUINTA-FEIRA – 11H30SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Sessão com curtas de vários géneros e proveniências em que o tema da música esteja presente.

Filmes:- Plink, Plank, Plunk – Pantera Cor de Rosa (1966), realização de Hawley Pratt (EUA)- O Coelho de Sevilha – Bugs Bunny (1950), realização de Charles M. Jones (EUA)- Sally Swing – Betty Boop (1938), realização de Dave Fleischer (EUA)- História Trágica com Final Feliz (2006) realização de Regina Pessoa (Portugal)- O Ouriço-cacheiro no Nevoeiro (1975) realização de Yuriy Norshteyn (Rússia)- Música para um apartamento e seis bateristas (2001) realização de Ola Simonsson, Johannes Stjärne Nilsson (Suécia)

QUINTA-FEIRA – 15H30SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Programação em parceria com o IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema Independente)

O IndieJúnior visita Os Dias da Música com um programa de curtas metragens de animação de produção muito recente e muito musicais! Sem quaisquer diálogos, as partituras destes filmes constroem-se com notas de música mas também com diferentes sons, desde ruídos naturais e artificiais do dia a dia até aos sons feitos por gatos e girafas, entre outros animais. Uma sessão para crianças a partir dos 3 anos de idade com 45 minutos de duração.

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FilmesA Gravata/The Tie (An Vrombaut, Bélgica, 2014, 9', animação) Uma pequena girafa e uma girafa encontram-se por acaso. Apesar das óbvias diferenças de altura, as duas descobrem uma amizade.

Paus e Pedras/Sticks and Stones (Isaac King, Canadá, 2014, 4', animação) Um rapazinho descobre o mundo através da tecnologia e dos meios de comunicação social. Somos parte da natureza ou estamos fora dela? A crueldade faz parte da "natureza humana"? Através da empatia, descobrimos como tudo está ligado.

Minoule (Nicolas Bianco-Levrin, França, 2014, 4', animação) Minoule é um gato reguila que passa os seus dias no parapeito. Ao longe, o canto de um canário na gaiola vai abrir-lhe o apetite. Mas o caminho até ao almoço está cheio de armadilhas.

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Page 91: DIAS DA MÚSICA EM BELÉM | 2015 [Programação]

SEXTA-FEIRA

SEXTA-FEIRA – 15H30SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Programação em parceria com o IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema Independente)

O IndieJúnior visita Os Dias da Música com um programa de curtas metragens de animação de produção muito recente e muito musicais! Sem quaisquer diálogos, as partituras destes filmes constroem-se com notas de música mas também com diferentes sons, desde ruídos naturais e artificiais do dia a dia até aos sons feitos por gatos e girafas, entre outros animais. Uma sessão para crianças a partir dos 3 anos de idade com 45 minutos de duração.

FilmesA Gravata/The Tie (An Vrombaut, Bélgica, 2014, 9', animação) Uma pequena girafa e uma girafa encontram-se por acaso. Apesar das óbvias diferenças de altura, as duas descobrem uma amizade.

Paus e Pedras/Sticks and Stones (Isaac King, Canadá, 2014, 4', animação) Um rapazinho descobre o mundo através da tecnologia e dos meios de comunicação social. Somos parte da natureza ou estamos fora dela? A crueldade faz parte da "natureza humana"? Através da empatia, descobrimos como tudo está ligado.

Minoule (Nicolas Bianco-Levrin, França, 2014, 4', animação) Minoule é um gato reguila que passa os seus dias no parapeito. Ao longe, o canto de um canário na gaiola vai abrir-lhe o apetite. Mas o caminho até ao almoço está cheio de armadilhas.

SEXTA-FEIRA – 21H00SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Filmes:- MORTE EM VENEZA de Luchino Visconti (1971)

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Page 92: DIAS DA MÚSICA EM BELÉM | 2015 [Programação]

SÁBADO

SÁBADO – 10H00SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Sessão com cinema mudo acompanhado ao piano

Filipe Raposo, piano

Filmes:- O Emigrante (1917), A Quimera do Ouro (1925), O Circo (1928), Tempos Modernos (1936), Luzes da Ribalta (1952), de Charlie Chaplin- Sherlock Holmes Jr. (1924), O Marinheiro de Água Doce (1928), de Buster Keaton- Viagem à Lua (1902), de Georges Méliès

SÁBADO – 11H30SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Sessão com curtas de vários géneros e proveniências em que o tema da música esteja presente

Filmes:- Plink, Plank, Plunk – Pantera Cor de Rosa (1966), realização de Hawley Pratt (EUA)- O Coelho de Sevilha – Bugs Bunny (1950), realização de Charles M. Jones (EUA)- Sally Swing – Betty Boop (1938), realização de Dave Fleischer (EUA)- História Trágica com Final Feliz (2006) realização de Regina Pessoa (Portugal)- O Ouriço-cacheiro no Nevoeiro (1975) realização de Yuriy Norshteyn (Rússia)- Música para um apartamento e seis bateristas (2001) realização de Ola Simonsson, Johannes Stjärne Nilsson (Suécia)

SÁBADO – 14H30SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Filmes:- MARY POPPINS de Robert Stevenson (1964) - 139min

SÁBADO – 17H00SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Filmes:- O Submarino Amarelo de George Dunning (1968) - 90min

SÁBADO – 21H00SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Filmes:- PSICO de Alfred Hichcock (1960)

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Page 93: DIAS DA MÚSICA EM BELÉM | 2015 [Programação]

DOMINGODOMINGO – 10H00SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Sessão com cinema mudo acompanhado ao piano

Filipe Raposo, piano

Filmes:- O Emigrante (1917), A Quimera do Ouro (1925), O Circo (1928), Tempos Modernos (1936), Luzes da Ribalta (1952), de Charlie Chaplin- Sherlock Holmes Jr. (1924), O Marinheiro de Água Doce (1928), de Buster Keaton- Viagem à Lua (1902), de Georges Méliès

DOMINGO – 11H30SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Sessão com curtas de vários géneros e proveniências em que o tema da música esteja presente

Filmes:- Plink, Plank, Plunk – Pantera Cor-de-rosa (1966), realização de Hawley Pratt (EUA)- O Coelho de Sevilha – Bugs Bunny (1950), realização de Charles M. Jones (EUA)- Sally Swing – Betty Boop (1938), realização de Dave Fleischer (EUA)- História Trágica com Final Feliz (2006) realização de Regina Pessoa (Portugal)- O Ouriço-cacheiro no Nevoeiro (1975) realização de Yuriy Norshteyn (Rússia)- Música para um apartamento e seis bateristas (2001) realização de Ola Simonsson, Johannes Stjärne Nilsson (Suécia)

DOMINGO – 14H30SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Filmes:- FANTASIA de Walt Disney (1940) - 125min

DOMINGO – 17H00SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Filmes:- Serenata à Chuva de Stanley Donen (1952) - 103min

DOMINGO – 21H00SALA AURÉLIO PAZ DOS REIS

Filmes:- LARANJA MECÂNICA de Stanley Kubrick (1971)

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Page 94: DIAS DA MÚSICA EM BELÉM | 2015 [Programação]

AQUI HÁ CONVERSAS

Os gostos discutem-se? Certamente que sim. E quando há filmes e bandas sonoras em cartaz uma boa conversa pode explicar tudo. Este ano propomos conversas em formato três vezes três. Ou seja, a cada dia o jornalista Nuno Galopim vai contar com três convidados, cada qual trazendo três bandas sonoras para, no fundo, explicar como a música também nos faz gostar de cinema. João Pereira Bastos, João Lopes, Rita Redshoes, David Ferreira, João Botelho e Pedro Mexia trazem assim memórias feitas de música e de imagens que irão partilhando ao longo das tardes de sábado e domingo.

SALA DE LEITURA

SÁBADO

SÁBADO – 15H15

João Pereira Bastos

SÁBADO – 17H15

João Lopes

SÁBADO – 19H15

Rita Redshoes

DOMINGO

DOMINGO – 14H15

David Ferreira

DOMINGO – 16H15

João Botelho

DOMINGO – 18H15

Pedro Mexia

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Page 95: DIAS DA MÚSICA EM BELÉM | 2015 [Programação]

GARAGEM SUL | SERVIÇO EDUCATIVO

“Uma realidade por construir”Oficina de arquitetura, representação e sonoplastia

25 e 26 de abril | 10:30 e 15:45Duração: 1:306 a 12 anosLotação máxima de 10 participantes.Entrada livre mediante inscrição prévia, para portadores de bilhete de recinto ou bilhete para espetáculos desse dia

Inspirado na obra-prima Playtime - Vida Moderna, de Jacques Tati, esta oficina propõe uma revisitação contemporânea a partir de uma cena deste clássico do cinema francês, que estabeleceu um dos olhares mais marcantes e pertinentes sobre a arquitetura e o estilo de vida da época Moderna.Aqui os participantes terão a oportunidade de criar o cenário e de dar vida às personagens.Tal como nos filmes de Tati, nesta oficina, os sons têm um papel principal.Esta oficina tem a duração de 1 hora e meia. Numa primeira fase (cerca de 1h), os participantes preparam o cenário, com a ajuda dos arquitetos e monitores. Enquanto isso poderá ir assistir aos concertos do festival. No final do concerto regresse para assistir ao resultado final desta atividade e traga a família.

Cocriação: Filipe Araújo, Ana Custódio e NoiservSonoplastia: NoiservArquitetura/cenografia: Filipe Araújo e Ana Custódio

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