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Caderno Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª REGIÃO DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA DO TRABALHO PODER JUDICIÁRIO REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Nº1317/2013 Data da disponibilização: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013. DEJT Nacional Tribunal Regional do Trabalho da 17ª REGIÃO MARCELLO MACIEL MANCILHA Desembargador Presidente e Corregedor ANA PAULA TAUCEDA BRANCO Desembargadora Vice-Presidente Rua Pietrângelo de Biase, 33 Centro Vitória/ES CEP: 29010190 Telefone(s) : (27) 3321-2400 SECRETARIA DO TRIBUNAL Acórdão Acórdão Processo Nº AACC-3500-27.2013.5.17.0000 Processo Nº AACC-3500/2013-000-17-00.9 Autor MINISTERIO PUBLICO DO TRABALHO - PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 17ª REGIAO Réu SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TRANSPORTES RODOVIARIOS DO EST. ES - SINDIRODOVIARIOS Plurima Réu VIACAO AGUIA BRANCA S A Advogado John Aluisio Uliana(OAB: 006519 ES) ACÓRDÃO - TRT 17ª Região - 0003500-27.2013.5.17.0000 Ação Anulatória de Cláusulas Convencionais Autor: MINISTERIO PUBLICO DO TRABALHO - PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 17ª REGIAO Réus: SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TRANSPORTES RODOVIARIOS DO EST. ES - SINDIRODOVIARIOS VIACAO AGUIA BRANCA S A Origem: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17ª REGIÃO - ES Relatora: DESEMBARGADORA CLAUDIA CARDOSO DE SOUZA Revisor: DESEMBARGADOR JOSÉ LUIZ SERAFINI ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. CLÁUSULA QUE AUTORIZA REGIME DE COMPENSAÇÃO 12X36. VALIDADE. A Carta Política de 1988 fomenta a negociação coletiva, com reconhecimento expresso das convenções e dos acordos coletivos de trabalho, sendo certo que o inciso XIII do art. 7º da Carta Magna autoriza a flexibilização da jornada de trabalho, via instrumento negocial. Reputa-se válida, pois, a escala de 12x36 fixada em norma coletiva, quando o excesso da jornada é compensado por folgas mais elásticas, hipótese, inclusive, que encontra paralelo no banco de horas estabelecido pelo § 2º do art. 59 da CLT e respaldo nos princípios do conglobamento e da norma mais favorável. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de Ação Anulatória de Cláusulas Convencionais, sendo partes as acima citadas. RELATÓRIO Trata-se de Ação Anulatória proposta pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DA 17ª REGIÃO em face do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Espírito Santo – SINDIRODOVIÁRIOS; Viação Águia Branca S.A, visando à anulação das seguintes cláusulas: Décima Sétima – Parágrafo Primeiro, Vigésima Quinta e Vigésima Sexta, do Acordo Coletivo de Trabalho 2011/2012 firmado pelos réus. As Cláusulas tratam, respectivamente, da escala de revezamento 12 x 36, do empregado reabilitado e da rescisão contratual. Com a inicial vieram os documentos de fls. 12/40. Decisão desta Relatora, à fl. 44, reconhecendo, por disciplina judiciária, a competência funcional deste Tribunal para apreciar e julgar a presente ação e determinando a citação dos réus. Apesar de regularmente intimado (fl. 42) não houve manifestação do 1.º reclamado, Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Espírito Santo – SINDIRODOVIÁRIOS. Contestação da 2.ª ré, Viação Águia Branca S.A., às fls. 45-v.º/53 e às fls. 54/69, alegando preliminar de carência de ação por perda superveniente do interesse processual do requerente. No mérito, pleiteia sejam julgados improcedentes os pedidos relativos à anulação das cláusulas, anuindo, todavia, à adequação de sua redação aos limites propostos pelo Autor, resguardada, no caso do parágrafo primeiro da Cláusula Décima Sétima, a adoção da jornada 12 x 36 para alguns trabalhadores, porque permitida pela jurisprudência sumulada do C. TST. Razões finais apresentadas pelo Ministério Público do Trabalho, às fls. 102/106, pugnando pela procedência dos pedidos. Razões finais do 2.º réu, às fls. 107/109, reportando-se às razões lançadas na peça de defesa. Não foram apresentadas razões finais pelo sindicato demandado. É o relatório. FUNDAMENTAÇÃO 2.1. PRELIMINAR – INEXISTÊNCIA DE INTERESSE – CARÊNCIA DE AÇÃO – EXPIRAÇÃO DO PRAZO DE VIGÊNCIA DA NORMA COLETIVA IMPUGNADA – ARGUIDA PELA 2.ª DEMANDADA Assevera a 2.ª demandada (Viação Águia Branca S.A.) estarem caracterizadas a falta de interesse processual e carência de ação, uma vez que o autor pretende a anulação de cláusulas de instrumento coletivo de trabalho cujo prazo de vigência expirou em 31 de maio de 2012. Destarte, pleiteia o acolhimento da referida preliminar, com a consequente extinção da presente ação anulatória sem resolução do mérito, nos termos dos artigos 301, X e 267, VI do Código de Processo Civil. Com efeito, em que pese seja incontroverso o término da vigência do instrumento coletivo em questão, a jurisprudência da SDC do C. Código para aferir autenticidade deste caderno: 70802

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  • Caderno Judicirio do Tribunal Regional do Trabalhoda 17 REGIO

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA DO TRABALHOPODER JUDICIRIO REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

    N1317/2013 Data da disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013. DEJT Nacional

    Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO

    MARCELLO MACIEL MANCILHADesembargador Presidente e Corregedor

    ANA PAULA TAUCEDA BRANCODesembargadora Vice-Presidente

    Rua Pietrngelo de Biase, 33Centro

    Vitria/ESCEP: 29010190

    Telefone(s) : (27) 3321-2400

    SECRETARIA DO TRIBUNALAcrdoAcrdo

    Processo N AACC-3500-27.2013.5.17.0000Processo N AACC-3500/2013-000-17-00.9

    Autor MINISTERIO PUBLICO DOTRABALHO - PROCURADORIAREGIONAL DO TRABALHO DA 17REGIAO

    Ru SINDICATO DOS TRABALHADORESEM TRANSPORTES RODOVIARIOSDO EST. ES - SINDIRODOVIARIOS

    Plurima Ru VIACAO AGUIA BRANCA S AAdvogado John Aluisio Uliana(OAB: 006519 ES)

    ACRDO - TRT 17 Regio - 0003500-27.2013.5.17.0000Ao Anulatria de Clusulas ConvencionaisAutor:MINISTERIO PUBLICO DO TRABALHO - PROCURADORIAREGIONAL DO TRABALHO DA 17 REGIAORus:SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TRANSPORTESRODOVIARIOS DO EST. ES - SINDIRODOVIARIOSVIACAO AGUIA BRANCA S AOrigem:TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17 REGIO - ESRelatora:DESEMBARGADORA CLAUDIA CARDOSO DE SOUZARevisor:DESEMBARGADOR JOS LUIZ SERAFINIACORDO COLETIVO DE TRABALHO. CLUSULA QUEAUTORIZA REGIME DE COMPENSAO 12X36. VALIDADE.A Carta Poltica de 1988 fomenta a negociao coletiva, comreconhecimento expresso das convenes e dos acordos coletivosde trabalho, sendo certo que o inciso XIII do art. 7 da Carta Magnaautoriza a flexibilizao da jornada de trabalho, via instrumentonegocial.Reputa-se vlida, pois, a escala de 12x36 fixada em norma coletiva,

    quando o excesso da jornada compensado por folgas maiselsticas, hiptese, inclusive, que encontra paralelo no banco dehoras estabelecido pelo 2 do art. 59 da CLT e respaldo nosprincpios do conglobamento e da norma mais favorvel.Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de Ao Anulatriade Clusulas Convencionais, sendo partes as acima citadas.RELATRIOTrata-se de Ao Anulatria proposta pelo MINISTRIO PBLICODO TRABALHO DA 17 REGIO em face do Sindicato dosTrabalhadores em Transportes Rodovirios do Estado do EspritoSanto SINDIRODOVIRIOS; Viao guia Branca S.A, visando anulao das seguintes clusulas: Dcima Stima PargrafoPrimeiro, Vigsima Quinta e Vigsima Sexta, do Acordo Coletivo deTrabalho 2011/2012 firmado pelos rus.As Clusulas tratam, respectivamente, da escala de revezamento12 x 36, do empregado reabilitado e da resciso contratual.Com a inicial vieram os documentos de fls. 12/40.Deciso desta Relatora, fl. 44, reconhecendo, por disciplinajudiciria, a competncia funcional deste Tribunal para apreciar ejulgar a presente ao e determinando a citao dos rus.Apesar de regularmente intimado (fl. 42) no houve manifestaodo 1. reclamado, Sindicato dos Trabalhadores em TransportesRodovirios do Estado do Esprito Santo SINDIRODOVIRIOS.Contestao da 2. r, Viao guia Branca S.A., s fls. 45-v./53 es fls. 54/69, alegando preliminar de carncia de ao por perdasuperveniente do interesse processual do requerente. No mrito,pleiteia sejam julgados improcedentes os pedidos relativos anulao das clusulas, anuindo, todavia, adequao de suaredao aos limites propostos pelo Autor, resguardada, no caso dopargrafo primeiro da Clusula Dcima Stima, a adoo dajornada 12 x 36 para alguns trabalhadores, porque permitida pelajurisprudncia sumulada do C. TST.Razes finais apresentadas pelo Ministrio Pblico do Trabalho, sfls. 102/106, pugnando pela procedncia dos pedidos.Razes finais do 2. ru, s fls. 107/109, reportando-se s razeslanadas na pea de defesa.No foram apresentadas razes finais pelo sindicato demandado. o relatrio.FUNDAMENTAO2.1. PRELIMINAR INEXISTNCIA DE INTERESSE CARNCIADE AO EXPIRAO DO PRAZO DE VIGNCIA DA NORMACOLETIVA IMPUGNADA ARGUIDA PELA 2. DEMANDADAAssevera a 2. demandada (Viao guia Branca S.A.) estaremcaracterizadas a falta de interesse processual e carncia de ao,uma vez que o autor pretende a anulao de clusulas deinstrumento coletivo de trabalho cujo prazo de vigncia expirou em31 de maio de 2012.Destarte, pleiteia o acolhimento da referida preliminar, com aconsequente extino da presente ao anulatria sem resoluodo mrito, nos termos dos artigos 301, X e 267, VI do Cdigo deProcesso Civil.Com efeito, em que pese seja incontroverso o trmino da vignciado instrumento coletivo em questo, a jurisprudncia da SDC do C.

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  • 1317/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 2Data da Disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013

    TST tem reconhecido a subsistncia do interesse do MinistrioPblico do Trabalho na anulao de clusulas coletivas porperdurarem, no plano normativo, seus efeitos, uma vez queintegram os contratos individuais de todos os integrantes dacategoria profissional.Nesse sentido, os seguintes julgados:AO ANULATRIA. CLUSULA DE CONVENO COLETIVADE TRABALHO. PERDA DE OBJETO - O entendimento da SeoEspecializada em Dissdios Coletivos desta Corte, em relao matria, pacificou-se no sentido de que, no obstante tenha seexaurido o perodo de vigncia do Acordo Coletivo, o Tribunal devemanifestar-se sobre o pedido, ou seja, acerca da nulidade daclusula constante no ajuste coletivo, pois a concluso possibilitar,em caso de procedncia do pleito, que os empregados atingidospelo cumprimento do acordado possam pleitear a restituio dosvalores relativos aos descontos efetuados em seus salrios a talttulo. Recurso conhecido e provido (TST-ROAA-735.256/2001.0,Rel. Min. Jos Luciano de Castilho Pereira, DJ de 06/09/01).EXTINO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MRITO.INTERESSE DE AGIR REMANESCENTE. I - Remanesce ointeresse de agir do recorrente para declarao de nulidade dasclusulas indicadas na inicial, visto que o Termo Aditivo ao AcordoColetivo, pelo qual foram regularizadas as clusulas impugnadas,tem vigncia futura, a partir da data da sua celebrao, nodesfrutando de efeito retroativo de modo que, a persistir a extinodo processo sem exame do mrito, as clusulas ento pactuadasmantero sua normatividade no hiato de tempo compreendido entrea vigncia do acordo e a supervenincia do Termo Aditivo (TST-ROAA-111/2005-000-24-00.8, Rel. Min. Barros Levenhagen, DJ de27/10/06).RECURSO ORDINRIO EM AO ANULATRIA. VIGNCIA DACONVENO COLETIVA. DA FALTA DE INTERESSE DE AGIR.Mesmo no estando mais em vigor a conveno coletiva,permanece o interesse de agir do Parquet que, ao propor aanulao de clusulas convencionais via ao anulatria, no buscasomente interromper seus efeitos presentes e futuros, objetivatambm resguardar o direito dos trabalhadores de buscar no PoderJudicirio o que lhes foi incorretamente imposto pelas clusulasimpugnadas na presente ao anulatr ia (TST-ROAA-815.783/2001.3, Rel. Min. Vieira De Mello Filho, DJ de 02/03/07).PRELIMINAR DE IMPOSSIBILIDADE JURDICA DO PEDIDOPELA PERDA DE OBJETO. I - A preliminar de impossibilidadejurdica do pedido no decorre de eventual perda de objeto. Ela dizrespeito vedao por lei pretenso deduzida em juzo. II - Acircunstncia de ter expirado o prazo de vigncia do instrumentonormativo no implica perda de objeto ou falta de interesseprocessual superveniente. que enquanto esteve em vigorproduziu efeitos relativamente s clusulas objeto da aoanulatria, cuja deciso que acolher a sua nulidade tem efeitoretroativo, contemporneo celebrao daquele instrumento.Preliminar rejeitada (TST-ROAA-269/2006-000-08-00.6, Rel. Min.Barros Levenhagen, DJ de 26/10/07).Destarte, rejeito a preliminar.2.2. ESGOTAMENTO DA VIA ADMINISTRATIVA ARGUIDAPELA 2. DEMANDADAA 2. requerida, em defesa, aduz que, notificada da instaurao doprocedimento administrativo pelo representante do MinistrioPblico do Trabalho para verificao da licitude das trs clusulasem destaque, (PP n. 00014.2012.17.0000) e para que semanifestasse sobre a eventual existncia de interesse em umasoluo negociada para a questo, aquiesceu quanto soluonegociada das clusulas 25. e 26., manifestando-se, outrossim,

    quanto legalidade do pargrafo dcimo primeiro da Clusula 17..Assevera que aps a realizao de audincia de conciliao,mesmo tendo apresentado texto com alteraes ao referidopargrafo, no intuito de encontrar uma soluo negociada para ocaso, foi surpreendida com o ajuizamento da presente AoAnulatria.Argumenta, pois, que a presente ao no poderia ser ajuizadaantes que houvesse uma tentativa definitiva e final de soluonegociada da questo pela via administrativa, pois sempre secolocou disposio para resolver as questes suscitadas.Afirma, ainda, que no tomou cincia do despacho que rejeitou aproposta de redao formulada administrativamente.Com efeito, o Ministrio Pblico do Trabalho, ao refutar taisalegaes, assevera que em 08.02.2013 foram expedidasnotificaes de n. 34412 e 34412, documentos que foramregularmente colacionadas aos autos.Ainda que assim no fosse, o esgotamento da via administrativano se qualifica como pressuposto processual ou condio da ao,no sendo requisito intransponvel para admissibilidade da aoanulatria.Rejeito.2.3. DESCONSIDERAO DA CONTESTAO ARGUIDA PELOMPTPleiteia o Ministrio Pblico do Trabalho, em razes finais, adesconsiderao da contestao de fls. 54/69, apresentada pela 2.r, ao argumento de que esta incorreu em preclusolgica/consumativa, pois j havia apresentado, no mesmo dia, areferida defesa, subscrita pela mesma advogada.Acolho, todavia, a argumentao da requerida, porque razovel aargumentao de que a apresentao de duas peas contestatriastenha sido materializada por excesso de zelo, devida inseguranaquanto ao seu regular recebimento por meio do sistema depeticionamento eletrnico.Tanto assim, que as peas foram apresentadas no mesmo dia,com o mesmo teor, com apenas trinta minutos de diferena,subscritas pelo mesmo procurador.Rejeito.2.3. ADMISSIBILIDADEAtendidas as condies da ao e estando presentes ospressupostos processuais de desenvolvimento vlido e regular doprocesso, admito a ao anulatria.2.3. MRITO2.3.1. PARGRAFO DCIMO PRIMEIRO DA CLUSULA 17. DOACORDO COLETIVO DE TRABALHOA primeira clusula cuja declarao de nulidade se pretende aseguinte, in verbis:Clusula Dcima Stima A jornada normal de trabalho para todosos empregados, com atividades nas linhas interestaduais depassageiros, fica fixada em 44 (quarenta e quatro) horas semanais,observando o disposto nos pargrafos desta clusula.Pargrafo Dcimo Primeiro ainda facultado empresaempregadora a adoo de carga horria diferenciada para osempregados vinculados a servios do pessoal de apoio logstico, aexemplo dos vigilantes, executvel, em tal servio, com regime detrabalho, a sistemtica de escala de 12 (doze) horas de servio por36 (trinta e seis) horas de descanso.Sustenta o d. Ministrio Pblico do Trabalho que a permisso, embranco, para a realizao de escala de revezamento de 12 x 36,sem qualquer ressalva de setores eventualmente perigosos einsalubres e/ou atividades de risco, contraria a Constituio Federal(incisos XIII, IIV e XXII, do art. 7. e o art. 195 c/c art. 59, 60 e 61 daCLT e Smula n. 423 do C. TST).

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  • 1317/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 3Data da Disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013

    Expe que a negociao coletiva est adstrita s mnimas garantiasinstitudas por lei, e que a redao da Smula n. 444, editada,recentemente, pelo C. Tribunal Superior do Trabalho, no deixadvidas quanto excepcionalidade da utilizao de tal jornada e exigncia de critrios objetivos para a sua fixao. Afirma, pois, queessa fixao no pode ficar ao arbtrio do empregador e de suasnecessidades, mormente quando em voga atividades insalubres,perigosas e de risco, sob pena de transformar o instrumento coletivoem ato unilateral.Pleiteia a anulao do pargrafo Dcimo Primeiro da Clusula 17.,relativamente jornada de trabalho em turnos ininterruptos derevezamento, com relao s atividades insalubres, perigosas/derisco, em virtude de contrariedade ao disposto nos incisos XIII, XIV,XXII e XXIII do art. 7. e art. 195 da CRFB, alm dos princpios dadignidade da pessoal humana, valores sociais do trabalho e a buscado pleno emprego, e, finalmente, da Smula 423 do C. TST, almda dubiedade quanto fixao da carga horria mensal, podendoinclusive acarretar a quitao proporcional do piso salarial e, ainda,a limitao do adicional noturno (Clusula 8.).Aduz a requerida, que apresentou, com base nas orientaespassadas na audincia realizada no MPT, que apresentou novotexto discriminando as funes que poderiam fazer a jornada detrabalho 12x36, conforme abaixo:Pargrafo Dcimo Primeiro ainda facultado empresaempregadora a adoo de carga horria diferenciada para omotorista em conformidade com o disposto contido no Arrigo 235-Fda CLT e cobradores, bem como os empregados vinculados aservios do pessoal de apoio logsticos, a exemplo dos assistentesde operao, agentes de vendas, manuten~o, despachantes depista e trafego, vistoriadores de veculos, porteiros, vigias,seguranas e lavadores, executvel, em tal situao, com regime detrabalho, a sistemtica de ecala de 12 (doze)horas de servio por 36(trinta e seis) horas de descanso, nos termos da smula 444 doTribunal Superior do Trabalho.Aduz que no possui mais em seu quadro de funcionrios a funode vigilante, pois todo o servio hoje encontra-se terceirizado, e queno possui em seus quadros nenhum funcionrio que trabalhe emreas eventualmente perigosas e insalubres e/ou atividades de riscona escala de 12x36, pois todos os que laboram nessas condiesesto submetidos jornada normal de trabalho estabelecida pelaCLT, CRFB e outros dispositivos legais.Tanto assim, que concordou em alterar tal clusula, mas quesempre deixou clara a necessidade de manuteno dessasjornadas, com os devidos ajustes, pois est pacificado pelo TST que possvel a sua adoo, a teor da Sumula 444 do C. TST.Com efeito, esta Relatora possui convencimento firmado sobre aquesto, no tocante ao reconhecimento das Convenes e AcordosColetivos de trabalho, em ateno ao inciso XXVI, do artigo 7, daConstituio Federal de 1988.Ressalto que a Carta Constitucional prestigia a flexibilizao decertas regras do Direito do Trabalho, no intuito de harmonizar asfontes autnomas e heternomas, a fim de garantir, por um lado,melhores condies de trabalho e, por outro, a sobrevivncia daempresa, sempre com a intervenincia da entidade sindical, nadefesa dos interesses de seus representados.No se pode olvidar, ainda, que a interpretao da norma coletivaobedece ao princpio do conglobamento, onde a conquista dacategoria no aquilatada pela anlise isolada de uma s clusula,mas do seu conjunto.Ademais, no se pode olvidar que ningum melhor do que a prpriacategoria profissional, personificada pelo Sindicato, para avaliar asvantagens e desvantagens de um pacto.

    Ressalte-se que entendimento contrrio estimula cmodairresponsabilidade por parte das entidades sindicais que no sesentem cobradas pela categoria que representam a entabularverdadeiras negociaes coletivas.Na medida em que o Judicirio, com o escopo de proteger otrabalhador hipossuficiente, nega validade aos acordos firmados, naverdade contribui para o enfraquecimento dos sindicatos e aperpetuao da condio de inferioridade dos trabalhadores.Com efeito, as jornadas realizadas nesses tipos de escalas soestabelecidas em razo das peculiaridades das funesdesempenhadas pelos trabalhadores que a elas se submetem,trazendo vantagens para o trabalhador, que passa a dispor de maistempo para a famlia, convvio social, lazer, descanso, participaoem cursos de qualificao profissional ou at o desenvolvimento deoutra atividade, com possibilidade de maiores ganhos. Taisbenefcios, quando contrapostos extrapolao da jornada normal,evidenciam um maior ganho ao obreiro.Nesse diapaso, o excesso de jornada compensado por folgasmais elsticas, hiptese que encontra paralelo no banco de horasestabelecido pelo 2, do art. 59, da CLT.Logo, julgo improcedente o pedido de anulao do PargrafoPrimeiro da Clusula Dcima Stima.2.3.2. CLUSULA 25. DO ACORDO COLETIVO DE TRABALHO DO EMPREGADO REABILITADOAbaixo a redao da Clusula impugnada, in verbis:Clusula 25. DO EMPREGADO REABILITADOO empregado afastado, em funo de doena e/ou acidente detrabalho, que vier a ser reabilitado pelo rgo previdencirio, parafuno diversa daquela que anteriormente exercia e comremunerao inferior, ficar passvel de alterao salarial, parafuno diversa daquela que anteriormente exercia e comremunerao inferior, ficar passvel de alterao salarial, paraadequao funo a ser pelo mesmo exercida.Sustenta o d. Ministrio Pblico do Trabalho que patente o carterdiscriminatrio da estipulao, ante a pactuao da reduo daremunerao do trabalhador reabilitado pela Previdncia Social -algumas vezes at mesmo em decorrncia de doena ou acidentede trabalho sofrido na prpria empresa para adequao funoa ser pelo mesmo exercida (grifou-se no original), ocorrendo afrontaao disposto no inciso XXXI do art. 7. da CRFB.A requerida assevera que ainda que este seja o texto da normacoletiva, no procede desta forma, e que, portanto, no h qualquerobjeo a que a mesma seja adequada legislao em vigor, ouque haja a retirada de qualquer texto que possa evidenciar intuitodiscriminatrio.Aqui, tem razo o parquet.Com efeito, ainda que seja considerada a anuncia da 2.reclamada adequao do contedo da norma coletiva e retiradade texto que possa evidenciar carter discriminatrio, impe-se oregistro de que a reabilitao do trabalhador no pode implicar emprejuzo ao seu patamar salarial, sem que se vislumbre ofensa aodisposto no art. 7., VI da Constituio Federal, mormente se aimpossibilidade do exerccio da funo decorre de fatos alheios sua vontade.Destarte, julgo procedente o pedido para anular a ClusulaVigsima quinta.2.3.1. CLUSULA 26. DO ACORDO COLETIVO DE TRABALHO RESCISO CONTRATUALAbaixo a redao da Clusula impugnada, in verbis:Clusula 26. RESCISO CONTRATUALNa ocorrncia de dissoluo contratual, a empresa dever efetuar opagamento das verbas rescisrias devidas ao empregado, no prazo

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  • 1317/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 4Data da Disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013

    mximo de 10 (dez) dias teis contados do desfazimento do vnculo,sob pena de, em no fazendo, pagar ao trabalhador o dbitodevidamente corrigido, de conformidade com os ndices legais.Pargrafo nico Ocorrendo recusa por parte do empregado emproceder o recebimento das parcelas oferecidas, a empresa poderliberar-se da sano acima estipulada, desde que comunique o fatoao sindicato acordante, no prazo fixado nesta clusula parapagamento, anexando comunicao o instrumento de rescisocontratual com o qual no concordou o trabalhador.Alega o Ministrio Pblico do Trabalho que o poder de negociaodas partes no pode flexibilizar a lei e, simplesmente, aviltar odireito individual do trabalhador, via norma coletiva.Nada obsta a que o Sindicato fornea documento comprobatrio daausncia do trabalhador, mas, no podem os convenentes pactuara iseno do empregador multa prevista em lei (art. 477 da CLT),cabendo empresa tomar as providncias cabveis previstaslegalmente, para resguardar seus direitos.Requer, pois, a declarao de nulidade do disposto no pargrafonico da Clusula 26. por afronta ao art. 477 e seus pargrafos daCLT.Afirma a requerida que jamais deixou de proceder rescisocontratual de seus funcionrios conforme o disposto no art. 477 daCLT, tampouco pretendeu, atravs da referida Clusula, revog-lo.Em face disso, e como j havia asseverado durante o procedimentoadministrativo perante o MPT, coloca-se disposio para proceders adequaes necessrias e, para tanto, sugere o seguinte teor:Na ocorrncia de dissoluo contratual, a empresa dever efetuaro pagamento das verbas rescisrias devidas ao empregado noprazo legal, em conformidade com o artigo 477 e seus pargrafos,especialmente o 6., letras a e b, da Consolidao das Leis doTrabalho.Pargrafo nico Ocorrendo recusa por parte do empregado emproceder ao recebimento das parcelas oferecidas, a empresapoder efetuar o depsito na conta corrente ou poupana, no prazoestabelecido pelo Artigo 477 e seus pargrafos da CLT,comunicando o fato ao sindicato acordante, no prazo fixado nestaclusula para pagamento, anexando uma cpia no instrumento deresciso contratual com o qual no concordou o trabalhador.Vejamos.O fato de a 2. requerida aquiescer adequao dos termos dareferida Clusula tambm impe a procedncia do pedido, noparticular, mormente porque a flexibilizao dos direitos trabalhistasno pode afrontar as disposies legais mnimas de proteo aotrabalhador.Julgo procedente o pedido para anular o pargrafo nico daClusula Vigsima Sexta.3 CONCLUSOACORDAM os Desembargadores do Tribunal Pleno da 17 Regio,por unanimidade, rejeitar as preliminares de carncia de ao e faltade interesse e inobservncia do esgotamento da via administrativa,arguidas pela 2. demandada em contestao; rejeitar a preliminarde desconsiderao da contestao pelo Ministrio Pblico doTrabalho, admitir a ao anulatria; e, no mrito, por maioria, julgarparcialmente procedentes os pedidos formulados na ao paraanular as clusulas vigsima quinta e vigsima sexta do AcordoColetivo de Trabalho 2011/2012 firmado entre o Sindicato dosTrabalhadores em Transportes Rodovirios do Estado do EspritoSanto SINDIRODOVIRIOS e a Viao guia Branca S.A. Custaspro-rata pelos rus, no valor de R$ 700,00 (setecentos reais).Vencidos, quanto anulao do pargrafo primeiro da clusuladcima stima, os Desembargadores Carlos Henrique Bezerra Leitee Carmen Vilma Garisto.

    Suspeio do Desembargador Lino Faria Petelinkar.Participaram da Sesso de Julgamento do dia 18 de setembro de2013: Desembargadora Wanda Lcia Costa Leite Frana Decuzzi(Presidente), Desembargador Jos Luiz Serafini, DesembargadoraClaudia Cardoso de Souza, Desembargador Carlos HenriqueBezerra Leite, Desembargador Jailson Pereira da Silva,Desembargadora Carmen Vilma Garisto e Juza Snia das DoresDionsio.Procurador: Joo Hilrio Valentim.DESEMBARGADORA CLAUDIA CARDOSO DE SOUZARelatora

    AcrdoProcesso N MS-15600-14.2013.5.17.0000

    Processo N MS-15600/2013-000-17-00.0

    Impetrante ADENIR CUSTODIOAdvogado Joaquim Augusto de Azevedo Sampaio

    Netto(OAB: 009624 ES)Impetrado JUIZ TITULAR DA 6 VARA DO

    TRABALHO DE VITORIA - ESPlurima Autor JOSE LOVATIPlurima Autor LUIZ CARLOS DARIVAPlurima Autor LUIS CARLOS CORREA DA PENHAPlurima Autor VALENTIM ACERBI ANDRADEPlurima Autor SEBASTIAO JOSEPlurima Autor WELLINGTON DIAS DA SILVA

    ACRDO - TRT 17 Regio - 0015600-14.2013.5.17.0000MANDADO DE SEGURANAImpetrante:ADENIR CUSTODIO E OUTROSImpetrado:JUIZ TITULAR DA 6 VARA DO TRABALHO DE VITORIA - ESLitisconsorte:COMPANHIA DOCAS DO ESPIRITO SANTO CODESAOrigem:TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17 REGIO - ESRelatora:DESEMBARGADORA CLAUDIA CARDOSO DE SOUZAEMENTA. MANDADO DE SEGURANA. EXECUO DEFINITIVA.DECISO QUE INDEFERE A LIBERAO DOS VALORESINCONTROVERSOS AT O JULGAMENTO DO AGRAVO DEPETIO. ILEGALIDADE. Se o art. 897 1. da CLT autoriza aimediata execuo de parcela dos clculos eventualmenteincontroversa, reputa-se ilegal a deciso que, em execuodefinitiva, indefere a liberao de qualquer valor at o trnsito emjulgado da deciso proferida nos embargos execuo.Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de MANDADO DESEGURANA, sendo partes as acima citadas.RELATRIOTrata-se de Mandado de Segurana impetrado por ADEMIRCUSTODIO E OUTROS, contra ato jurisdicional praticado pelo MM.Juzo da MM 6 Vara do Trabalho de Vitria/ES, que indeferiu opedido de liberao dos valores incontroversos aos exequentes,determinando que estes aguardassem o trnsito em julgado da r.sentena que julgou os embargos execuo/impugnao sentena de liquidao.Sustentam que o indeferimento da liberao de valores avilta seudireito lquido e certo ao imediato recebimento dos valoresincontroversos, bem como viola o inciso I do art. 655 do CPC e o 1 do art. 897 da CLT, e ainda, fulminam o direito fundamental razovel durao do processo, consagrado no art. 5. LXXVIII daCRFB, mormente porque j aguardam por 13 anos o recebimentodos haveres que pleitearam, ressaltando que, no processo

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  • 1317/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 5Data da Disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013

    trabalhista, os recursos possuem efeito meramente devolutivo, ateor do art. 899 da CLT.Inicial (fls. 02/07) e documentos (fls. 08/386).Tendo sido observada a irregularidade de representao dosimpetrantes e determinada a sua regularizao, vieram aos autos osinstrumentos procuratrios, exceo do autor JOS LOVATI, queno o apresentou, o que importou a extino do feito sem resoluodo mrito, na forma do artigo 267, inciso IV c/c art. 284, pargrafonico, do Cdigo de Processo Civil, em relao ao impetrante.Liminar deferida por esta Relatora, conforme deciso proferida sfls. 424/425.Apesar de regularmente citada (fl. 428) no houve manifestao dalitisconsorte.Informaes prestadas pela Autoridade Coatora fl. 430 sem avista dos autos fsicos, uma vez que estes se encontravam neste E.Tribunal para julgamento do agravo de petio interposto.Mencionou-se que o indeferimento da liberao dos valoresincontroversos deveu-se tentativa de evitar tumulto processual,haja vista que a apurao dos valores incontroversos deveria seroperacionalizada por meio prprio, qual seja, a carta de sentena.Parecer do i. Representante do Ministrio Pblico do Trabalho sfls. 433/435, oficiando pelo no cabimento do mandamus, haja vistaa existncia de recurso prprio agravo de petio o qual,inclusive, foi regularmente interposto. Em relao ao mrito, oficiapela concesso da segurana, ou seja, pela definitividade daliminar.FUNDAMENTAO2.1. JUZO DE ADMISSIBILIDADEPresentes os pressupostos de admissibilidade, impe-se aadmissibilidade do mandamus.Com efeito, em que pese o agravo de petio seja cabvel dasdecises proferidas na execuo, certo que, se a liberao dosvalores incontroversos foi postergada para momento posterior aotrnsito em julgado da deciso proferida nos embargos execuo, foroso concluir que a veiculao dessa pretenso no agravo depetio no atingiria o fim colimado pelos exeqentes, pois nopermitiria a execuo imediata da parte remanescente antes daremessa dos autos a este Tribunal, conforme preceitua o 1. doart. 897 da CLT.2.2. MRITOAduzem os impetrantes que, na indigitada reclamao trabalhista,pleitearam a reintegrao no emprego, pagamento de horas extras,salrio produo, etc., e que liquidada a conta, apresentaramimpugnao sentena de liquidao, sendo que a reclamadatambm ops embargos execuo.Apreciadas ambas na mesma sentena, interpuseram os autoresagravo de petio, tendo requerido, outrossim, a liberao dosvalores incontroversos antes da remessa dos autos a este Tribunalpara julgamento do apelo.Sustentam que o indeferimento da liberao de valores avilta seudireito lquido e certo ao imediato recebimento dos valoresincontroversos. Alm disso, viola o inciso I do art. 655 do CPC e o 1 do art. 897 da CLT, e ainda, fulminam o direito fundamental razovel durao do processo, consagrado no art. 5. LXXVIII daCRFB, mormente porque j aguardam h 13 anos o recebimentodos haveres que pleitearam.Ressaltam, finalmente, que no processo trabalhista, os recursospossuem efeito meramente devolutivo, a teor do art. 899 da CLT. anlise.Cumpre destacar que o ato inquinado de ilegal e de que cuida aao mandamental foi proferido em execuo definitiva, o que seconstata por meio da certido de trnsito em julgado, fl. 145.

    Na hiptese ora examinada, conforme j salientado por ocasio daapreciao da liminar, reputo justificado o deferimento daprovidncia requerida pelos autores, uma vez demonstrada, emjuzo sumrio, a presena dos pressupostos autorizativos fumusboni iuris e periculum in mora.Ainda que a liminar deferida tenha possudo efeito satisfativo,mormente porque permitiu a liberao, por alvar, dos valoresincontroversos o que j foi materializado, consoante se infere doandamento processual consultado no Portal do Tribunal - pelo quepude depreender da documentao anexada aos autos, inferi queas alegaes possuem fundamento.Com efeito, apresentados os clculos de liquidao pelos autores, ar, a tempo e modo, impugnou os valores (fls. 148/158), o que, apsmanifestao conclusiva da contadoria (fl. 227) quanto pertinnciade suas alegaes, ensejou a atualizao de seus clculos, videdespacho de fl. 228.Ora, os clculos atualizados, portanto, foram os apresentados pelar, os quais perfaziam em 01/04/2011 o montante de R$135.059,55, sendo que a majorao destes, ocorr idaposteriormente, decorreu de impugnao apresentada pela Uniono tocante conta de liquidao previdenciria.Apenas isso.Tanto assim que os embargos execuo/agravo de petiomanejados pela terceira interessada veiculam indignao quanto conta previdenciria, em particular.Impende ressaltar, por oportuno, que a pretenso aqui veiculadaencontra-se disciplinada pelo art. 897 1. da CLT, que autoriza aimediata execuo de parcela dos clculos eventualmenteincontroversa, o que implica concluir pela ilegalidade da decisoque indeferiu ...a liberao de qualquer valor at o trnsito emjulgado da deciso de fls. 1247/1252 ..., ou seja, que postergou aliberao de qualquer valor para momento posterior ao julgamentodos agravos de petio interpostos.Noutro giro, no h necessidade de maiores digresses quanto premncia da questo aqui veiculada, mormente se considerada adata do ajuizamento da reclamao trabalhista: 21/06/2000. H 13(treze) anos, pois.Por tais fundamentos, infiro que o ato dito coator padece deilegalidade e, porquanto relevantes os fundamentos afirmados, antea existncia de direito lquido e certo dos impetrantes, torna-seimperiosa a concesso da segurana.Pelo exposto, concede-se a segurana pleiteada, mantendo-se aliminar deferida.Custas no importe de R$ 20,00, considerando o valor da causa,R$1.000,00, pela Unio, dispensada.

    3. CONCLUSOA C O R D A M os Magistrados do Tribunal Regional do Trabalho da17 Regio, por maioria, admitir o mandado de segurana e, nomrito, por unanimidade, conceder a segurana pleiteada. Custasno importe de R$20,00 (vinte reais), considerando o valor da causa,R$1.000,00 (mil reais), pela Unio, dispensada do recolhimento.Vencidos, na admissibilidade, os Desembargadores GersonFernando da Sylveira Novais e Jailson Pereira da Silva.Impedimento das Desembargadoras Wanda Lcia Costa LeiteFrana Decuzzi e Ana Paula Tauceda Branco.Participaram da Sesso de Julgamento do dia 18 de setembro de2013: Desembargador Jos Luiz Seraf in i (Presidente),Desembargador Gerson Fernando da Sylvei ra Novais,Desembargadora Claudia Cardoso de Souza, DesembargadorJailson Pereira da Silva, Desembargador Lino Faria Petelinkar,Desembargadora Carmen Vilma Garisto e Juza Snia das Dores

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  • 1317/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 6Data da Disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013

    Dionsio.Procurador: Joo Hilrio Valentim.DESEMBARGADORA CLAUDIA CARDOSO DE SOUZARelatora

    AcrdoProcesso N ED-23200-86.2013.5.17.0000

    Processo N ED-23200/2013-000-17-00.8

    Embargante T V V - TERMINAL DE VILA VELHAS.A

    Advogado Rodolfo Gomes Amadeo(OAB: 012493ES)

    Embargado SINDICATO TRAB PORT PORTAVULSO VINCULO EMP PORTOS ES - SUPORT

    Advogado Andr Luiz Moreira(OAB: 007851 ES)PODER JUDICIRIO FEDERALJUSTIA DO TRABALHOTRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17 REGIOACRDO - TRT 17 Regio - 0023200-86.2013.5.17.0000EMBARGOS DE DECLARAOEmbargante:T V V - TERMINAL DE VILA VELHA S.AEmbargado:O V. ACRDO DE FLS. 384/388-v - TRT 17. REGIO -SINDICATO TRAB PORT PORT AVULSO VINCULO EMPPORTOS E S - SUPORTOrigem:TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17 REGIO - ESRelatora:JUZA SNIA DAS DORES DIONSIOEMENTA: EMBARGOS DE DECLARAO. Se os embargos nodemonstram a existncia de omisso, de contradio, ou deobscuridade e revelam mero inconformismo da parte com ocontedo meritrio do acrdo, no merecem ser providos.Vistos, relatados e discutidos os presentes EMBARGOS DEDECLARAO nos autos de DISSDIO COLETIVO - GREVE,sendo partes as acima citadas.RELATRIOTrata-se de embargos de declarao opostos por TVV TERMINALDE VILA VELHA S.A, em face do v. acrdo de fls. 348/388-v,sustentando omisso no julgado.FUNDAMENTAO2.1.CONHECIMENTOConheo dos embargos, pois presentes seus pressupostos deadmissibilidade.2.2.OMISSOAlega a embargante que no v. acrdo constou que houveparalisao por 48 horas, a partir do dia 24 de julho, contudo, noobservou que tambm houve paralisao anterior, em 17 de Julho.Diz, ainda, que o v. acrdo omisso, pois no houve nenhumamanifestao do embargado nas duas audincias de conciliao emrelao negativa de ajuizamento do dissdio coletivo.Por fim, aduz que na assemblia realizada em 19 de julho, acategoria profissional declarou que concordava com o dissdiocoletivo ajuizado com relao extenso do INPC sobre as demaisclusulas econmicas.Sem razo.Quanto paralisao do dia 17 de junho, a sua ocorrncia ou noem nada alteraria a concluso do v. acrdo acerca da existnciade greve.Em relao a no concordncia da classe trabalhadora com oajuizamento do dissdio coletivo, verifico que os argumentosapresentados pela embargante apenas rebatem a fundamentao

    do julgado.Logo, no h qualquer um dos vcios previstos no art. 535, do CPC,no julgado embargado, sendo inapropriada a via dos embargos dedeclarao para o fim almejado.Deste modo, ante a total ausncia do vcio alegado, negoprovimento aos Embargos de Declarao.3.CONCLUSOAcordam os Magistrados do Tribunal Regional do Trabalho daDcima Stima Regio, por unanimidade, conhecer e negarprovimento aos embargos de declarao.Participaram da Sesso de Julgamento do dia 18 de setembro de2013: Desembargadora Ana Paula Tauceda Branco (Presidente),Desembargador Jos Luiz Serafini, Desembargadora Wanda LciaCosta Leite Frana Decuzzi, Desembargador Gerson Fernando daSylveira Novais, Desembargadora Claudia Cardoso de Souza,Desembargador Carlos Henrique Bezerra Leite, DesembargadorJailson Pereira da Silva, Desembargador Lino Faria Petelinkar,Desembargadora Carmen Vilma Garisto e Juza Snia das DoresDionsio.Procurador: Joo Hilrio Valentim.JUZA SNIA DAS DORES DIONSIORelatora

    AcrdoProcesso N MS-24500-83.2013.5.17.0000

    Processo N MS-24500/2013-000-17-00.7

    Impetrante TRANSPORTADORA ITAPEMIRIMS/A

    Advogado Marlilson Machado Sueiro deCarvalho(OAB: 009931 ES)

    Impetrado JUIZ TITULAR DA 4 VARA DOTRABALHO DE VITORIA - ES

    Plurima Autor VIAO ITAPEMIRIM S.A.Advogado Marilene Nicolau(OAB: 005946 ES)

    ACRDO - TRT 17 Regio - 0024500-83.2013.5.17.0000MANDADO DE SEGURANAImpetrante:TRANSPORTADORA ITAPEMIRIM S/A E OUTROImpetrado:JUIZ TITULAR DA 4 VARA DO TRABALHO DE VITORIA - ESLitisconsorte:ANACLETO BERGAMINOrigem:TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17 REGIO - ESRelatora:DESEMBARGADORA CLAUDIA CARDOSO DE SOUZAEMENTACONVNIO RENAJUD RESTRIO DE CIRCULAO DEVECULOS. CONCESSO PARCIAL DA SEGURANA. Ashipteses de restrio que compreendam a circulao de veculosdeve reservar-se para situaes que justifiquem to extremaprovidncia, quando evidenciado temor de alienao irregular, emhipteses como as de fraude execuo ou contra credores.Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de MANDADO DESEGURANA, sendo partes as acima citadas.RELATRIOTra ta -se de Mandado de Segurana impe t rado po rTRANSPORTADORA ITAPEMIRIM S/A e VIAO ITEPEMIRIMS/A, contra ato jurisdicional praticado pela MM. Juza da 4. Vara doTrabalho de Vitria/ES, consistente, segundo relato inicial, noindeferimento do pedido de urgncia para liberao imediata darestrio e circulao de todos os veculos constritos dasimpetrantes.

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  • 1317/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 7Data da Disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013

    Sustentam que a deciso atacada viola seu direito lquido e certo propriedade privada, bem como revela ofensa aos princpios da livreiniciativa e do devido processo legal, violao ao valor social dotrabalho e funo social da empresa, alm de malferir seu direitolquido e certo a que a execuo se processe pelo modo menosgravoso, mormente porque h outros mecanismos de satisfao docrdito.Aduzem que uma vez quitado o dbito em relao ao exeqente, aexecuo processada refere-se apenas ao pagamento decontribuies previdencirias, cujos valores, segundo alegam, noguardam consonncia com o comando sentencial, pois alm demajorados, incluem multa de 20% (vinte por cento) arbitrada peloJuzo por ato atentatrio dignidade da justia.Asseveram que aps a realizao infrutfera do BacenJud nascontas bancrias da 1. impetrante, foram lanadas tais restriesem 20 (vinte) de seus veculos, inclusive de circulao, mesmotendo oferecido bem penhora suficiente para garantir a execuo,o que culminou com a apreenso de um veculo no dia 16/05/2013,pela Polcia Rodoviria Federal.Requereram ento, as demandantes, a reconsiderao da decisoque havia rejeitado o bem oferecido penhora, bem como ocancelamento imediato das restries lanadas nos veculos, o quefoi indeferido pela autoridade dita coatora.Ressaltam que o impedimento de circulao dos veculos no afetaapenas o seu direito propriedade e o exerccio de sua atividadeeconmica, mas tambm, toda a coletividade. Em se tratando deempresas de transporte pblico de passageiros, alm de estaremimpedidas de operar, seus empregados tambm esto impedidosde trabalhar, o que implica prejuzo aos usurios.Pleiteiam, finalmente, a concesso de liminar inaudita altera pars,no intuito de que seja reformado o r. despacho atacado edeterminada a liberao da restrio nos veculos constritos.Inicial acompanhada de procurao (fls. 18/19) e documentos (fls.20/945).Liminar parcialmente deferida por esta Relatora, conforme decisoproferida s fls. 949/951, determinando a liberao da restrioapenas quanto circulao dos veculos constritos atravs doRenaJud, mantendo, todavia, a restrio sua transferncia.Informaes prestadas pela Autoridade Coatora s fls. 955/955-v.,informando o cumprimento da ordem e asseverando que [...] melhoranalisando os autos constatei que no se justifica a manuteno doimpedimento de licenciamento e de transferncia em TODOS osveculos descritos s fls. 885, ante o valor devido nos autos, razopela qual determinarei a retirada de tais gravames, devendopermanecer a restrio APENAS em bem de valor equivalente aodbito, conforme apurao a ser efetuada pela contadoria[...].Parecer do i. Representante do Ministrio Pblico do Trabalho sfls. 958/960, oficiando pelo prosseguimento do feito, no havendojustificativa para a interveno ministerial. o relatrio.FUNDAMENTAO2.1. JUZO DE ADMISSIBILIDADEPresentes os pressupostos de admissibilidade, admite-se apresente ao mandamental.2.2. MRITOPleiteiam as impetrantes a concesso de segurana que lhesassegure a liberao das constries judiciais incidentes sobre osveculos relacionados s fls. 864/865, inclusive e precipuamente notocante circulao dos veculos, pois entendem que estas, almde excessivas, implicam uma execuo mais gravosa, alm deinviabilizarem sua atividade econmica.As impetrantes noticiam que ofereceram penhora bem suficiente

    para garantir a execuo (fl. 08) e que tal bem 20 mil litros de leodiesel, avaliado em R$ 41.258,40 - foi rejeitado pela autoridadecoatora, porquanto alm de no obedecer gradao legal, seria dedifcil liquidez.Afirmam, outrossim (fl. 10), que ainda que por outros meios, quipela constrio dos prprios veculos haja vista inexistir penhoravlida nos autos, ao menos nos documentos colacionados - aexecuo encontra-se garantida.Por ocasio da apreciao da liminar requerida em juzo sumrio,portanto inferi que, ao menos pela constrio da totalidade dosveculos, a execuo estaria garantida.Tal concluso no pode, todavia, subsistir, ante a informao emsentido contrrio, prestada pela autoridade coatora, que justificou anegativa de liberao dos veculos solicitada pela impetrante,sobretudo porque a execuo ainda no se encontrava garantida.De qualquer sorte, segundo informado por aquele Juzo, a prpriaautoridade coatora, aps melhor anlise dos autos, constatou serinjustificada a manuteno do impedimento de licenciamento etransferncia em relao a todos os veculos descritos pelasimpetrantes - porque excessivo, em relao ao valor do dbito -razo pela qual determinou a retirada de tais gravames que reputouexcessivos, o que, segundo informaes obtidas no andamentoprocessual, j foi materializado.Nessa linha de raciocnio, ultrapassada a alegao de excesso nasrestries, asseverada pela prpria autoridade coatora, resta a estaRelatora, apenas, ratificar os fundamentos esposados para odeferimento da liminar conferida parcialmente.Com efeito, infiro que as hipteses de restrio que abarquem noapenas a alienao, mas tambm a circulao dos veculos devereservar-se para situaes tais que justifiquem to extremaprovidncia, quando evidenciado temor de alienao irregular deveculos, em casos de fraude execuo ou contra credores, o queno restou sequer ventilado na hiptese em apreo.Acresa-se a tais fundamentos, a atividade empreendida pelasimpetrantes, a imprescindibilidade da circulao dos veculos para oexerccio da atividade empresarial, alm de eventuais prejuzospossivelmente extensivos aos usurios, mormente ante o possvelrecolhimento de veculo destinado a transporte de passageiros emviagens intermunicipais/interestaduais.Neste sentido, j decidiu esta E. Corte, no MS 0043900-20.2012.5.17.0000, de relatoria do Exmo. Desembargador LinoFaria Petelinkar, in verbis:RESTRIO DE CIRCULAO - EXCESSO excessiva a restrio da circulao dos veculos da empresaexecutada. O convnio Renajud possibilita a restrio datransferncia de bens penhorados, medida suficiente para garantir osucesso da execuo em desfavor da impetrante.De toda sorte, conforme ressaltado pelo Juzo da execuo, arestrio alienao/licenciamento dos veculos pertencentes simpetrantes subsistir apenas em nmero equivalente ao dbito,conforme apurao procedida pela Contadoria daquele Juzo.Por tais fundamentos, ante a existncia de direito lquido e certo dasimpetrantes, torna-se imperiosa a concesso da ordem paraconfirmar a r. deciso liminar.Concede-se parcialmente a segurana pleiteada, para manter arestrio de transferncia/licenciamento de veculos cujo valor,apurado pela Contadoria do Juzo, seja equivalente ao dbito.Custas no importe de R$20,00, considerando o valor da causa,R$1.000,00, pela Unio, isenta.D-se cincia desta deciso MM. magistrada Titular da 4 Vara doTrabalho de Vitria, na forma do art. 3 da Lei n 12.016/09.3. CONCLUSO

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  • 1317/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 8Data da Disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013

    A C O R D A M os Magistrados do Tribunal Regional do Trabalho da17 Regio, por maioria, admitir o mandado de segurana e, nomrito, conceder parcialmente a ordem. Custas no importe deR$20,00 (vinte reais), considerando o valor da causa, R$1.000,00(mil reais), pela Unio, dispensada.Vencidos, na admissibilidade, o Desembargador Carlos HenriqueBezerra Leite e a Juza Snia das Dores Dionsio e, no mrito, aJuza Snia das Dores Dionsio.Suspeio da Desembargadora Ana Paula Tauceda Branco.Participaram da Sesso de Julgamento do dia 18 de setembro de2013: Desembargador Jos Luiz Seraf in i (Presidente),Desembargadora Wanda Lcia Costa Leite Frana Decuzzi,Desembargadora Claudia Cardoso de Souza, DesembargadorCarlos Henrique Bezerra Leite, Desembargador Jailson Pereira daSilva, Desembargador Lino Faria Petelinkar, DesembargadoraCarmen Vilma Garisto e Juza Snia das Dores Dionsio.Procurador: Joo Hilrio Valentim.DESEMBARGADORA CLAUDIA CARDOSO DE SOUZARelatora

    AcrdoProcesso N AgR-25700-28.2013.5.17.0000

    Processo N AgR-25700/2013-000-17-00.1

    Agravante PETROBRAS DISTRIBUIDORA S AAdvogado Luciana Beatriz Passamani(OAB:

    008491 ES)Agravado GILCEMAR FERREIRA DE FREITAS

    ACRDO - TRT 17 Regio - 0025700-28.2013.5.17.0000AGRAVO REGIMENTALAgravante:PETROBRAS DISTRIBUIDORA S AAgravado:GILCEMAR FERREIRA DE FREITASOrigem:TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17 REGIO - ESRelatora:DESEMBARGADORA CARMEN VILMA GARISTOEntendendo o Tribunal que a deciso agravada no merecereparos, h que ser negado provimento ao agravo regimental.Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de AGRAVOREGIMENTAL, sendo partes as acima citadas.RELATRIOTrata-se de Agravo Regimental oposto em face da deciso de fls.47-48, de lavra desta Relatora, que indeferiu a petio inicial doMandado de Segurana.Razes do agravante s fls. 539-561.Instrumento procuratrio fl. 562-567.Mantida a deciso agravada consoante despacho de fl. 570.O digno Ministrio Pblico do Trabalho, em parecer da lavra doilustre Procurador Djailson Martins Rocha, oficia pelo conhecimentoe desprovimento do agravo. o Relatrio.2.FUNDAMENTAO2.1CONHECIMENTOO Tribunal Pleno, entendendo presentes os pressupostos deadmissibilidade, conheceu do Agravo regimental.2.2MRITOO Tribunal, manteve a deciso agravada que indeferiu a petioinicial do Mandado de Segurana por incabvel, por seus prpriosfundamentos, in verbis:Tratam os autos de Mandado de Segurana impetrado porPETROBRS DISTRIBUIDORA S.A, contra a r. deciso proferidapelo MM. Juiz do Trabalho em exerccio na 11 Vara do Trabalho de

    Vitria-ES, nos autos da Reclamao Trabalhista de n. 0128700-45.2012.5.17.0011, que indeferiu o pedido de devoluo de prazopara interposio de recurso ordinrio.

    Aduz a impetrante que a notificao para cincia da sentena nosautos da reclamao trabalhista subjacente se deu na pessoa doDr. Guilherme Rodrigues Dias, advogado que no atua no processo,em detrimento daqueles que, expressamente, esto na conduodo feito.Entende, assim, que a referida notificao invlida, sendo que adeciso impetrada, ao rejeitar o seu pedido de nulidade dos atosprocessuais a partir da sentena, bem como a devoluo do prazopara interposio de recurso, incorreu em violao ao seu direito ampla defesa, porquanto restringiu seu acesso ao duplo grau dejurisdio.Em defesa do cabimento do writ, sustenta que a deciso impugnada interlocutria, insuscetvel de ser atacada por recurso prprio eimediato. Para corroborar sua tese, destaca arestos da SBDI-II, doE. TST.Sustentando presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora,consubstanciados, respectivamente, na relevncia dos fundamentose na iminncia da execuo se voltar em seu desfavor, postula, emcarter l iminar, o acolhimento da nulidade processual e,consequentemente, seja determinada a reabertura do prazorecursal.Em carter definitivo, pede a procedncia do mandamus.A deciso impetrada est vazada nos seguintes termos:DESPACHOVistos.A Petrobras Distribuidora S/A. requer o chamamento do feito aordem e a declarao de nulidade dos atos posteriores prolaoda sentena, ao argumento de que no existe intimao da mesmapor meio dos advogados devidamente constitudos nos autos.Requer, por fim, a devoluo do prazo para manifestao nos autos,sob pena de cerceamento de defesa e vista dos autos fora doCartrio.No entanto, ao contrrio do que alega a aludida empresa, aspublicaes em nome da mesma tem sido veiculadas em nome deadvogado devidamente constitudo, conforme instrumento deprocurao juntado fl. 67.Na hiptese em que uma causa patrocinada por mais de umadvogado, legtima a intimao em nome de qualquer um deles(art. 236, 1 do CPC).Cumpriria reclamada requerer expressamente a este Juzo qualadvogado dentre os tantos que figuram nos instrumento deprocurao e respectivos substabelecimentos, encabearia asintimaes para todos os efeitos legais.No entanto, somente neste ato feito tal requerimento de maneiraque h precluso total quanto a este requerimento.Sem embargo, determino a retificao do cadastro para incluir onome de um dos advogados substabelecidos no instrumento de fl.69 dos autos e defiro vista, fora dos autos, por cinco dias, conformerequerido fl. 484.Intime-se.Em 04/07/2013.Joo de Oliveira BatistaJuiz do Trabalho SubstitutoPois bem.Em que pese a bem abalizada jurisprudncia oriunda da SBDI-II, doEgrgio TST, destacada pela impetrante na pea de ingresso,segundo a qual, o manejo do writ possvel em casos como o queora examino, filio-me queles que entendem de forma diversa.

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  • 1317/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 9Data da Disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013

    Com efeito, a questo veiculada na presente ao, no meuentender, no apropriada estreita via do mandado desegurana.Uma vez ciente da fase processual que se encontrava a reclamaotrabalhista subjacente, incumbia impetrante interpor recursoordinrio e, nele, suscitar a nulidade processual veiculada no writ, afim de defender a tempestividade da medida.Ainda que a subida do remdio processual supra mencionadoencontrasse resistncia na instncia inferior, no demais lembrar,que a deciso que nega seguimento a recurso ordinrio enseja parao recorrente a possibilidade de manejo do recurso de agravo deinstrumento, assegurando ao recorrente o acesso ao segundo graude jurisdio.Assim, na hiptese vertente, o que se verifica que a impetrante, apretexto de salvaguardar direito liquido e certo, utiliza o mandandode segurana como sucedneo de recurso, o que no possvel,segundo o entend imento sed imentado na Or ientaoJur isprudenc ia l n 92, do E. TST, verb is :92. MANDADO DE SEGURANA. EXISTNCIA DE RECURSOPRPRIO(inserida em 27.05.2002)No cabe mandado de segurana contra deciso judicial passvelde reforma mediante recurso prprio, ainda que com efeito diferido.Nesse mesmo sentido j decidiu o E. TST, verbis:RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA.REABERTURA DE PRAZO RECURSAL. NO CABIMENTO. NOPROVIMENTO. A alegao da Impetrante que fora impedida deter acesso aos autos quando ainda em curso o prazo para aapresentao de Recurso Ordinrio. Ora, tal celeuma mesmoimprpria via do Mandado de Segurana. Competia Impetrante,logo que tomou cincia do ato, interpor recurso ao TRT de origem,demonstrando, via preliminar de nulidade, o prejuzo sofrido,independente do estado em que se encontra o processo (teoria dasnulidades), na forma dos arts. 795 e 896 da CLT e 245 do CPC.Eventual no conhecimento do recurso por parte do Juiz, a pretextode extemporneo, remeteria esta discusso ao Agravo deInstrumento (interposto pela Impetrante, inclusive). Assim, ocabimento de Recurso prprio afasta a possibilidade de discussoda matria por meio de Mandado de Segurana, nos termos daOrientao Jurisprudencial n. 92 da SBDI-2. Precedentes. RecursoOrdinrio desprovido. (RO - 455-40.2011.5.15.0000 , RelatoraMinistra: Maria de Assis Calsing, Data de Julgamento: 24/04/2012,Subseo II Especializada em Dissdios Individuais, Data dePublicao: 27/04/2012)

    Destarte, impe-se, de plano, o indeferimento da inicial, comextino do feito, sem resoluo meritria, a teor do art. 10, da Lei12.016/2009.A inicial ser desde logo indeferida, por deciso motivada, quandono for o caso de mandado de segurana ou lhe faltar algum dosrequisitos legais ou quando decorrido o prazo legal para aimpetrao.(destaquei)Ante o exposto, indefiro a inicial e declaro extinto o feito, semresoluo de mrito. Custas pela Impetrante, no valor de R$20,00(vinte reais), calculadas sobre R$1.000,00 (mil reais), valor dado causa.

    D-se cincia.

    Vitria-ES, 17 de julho de 2013.3 CONCLUSOACORDAM os Magistrados do Egrgio Tribunal Regional doTrabalho da 17 Regio, por unanimidade, conhecer do agravo e,

    no mrito, negar o provimento.Participaram da Sesso de Julgamento do dia 18 de setembro de2013: Desembargador Jos Luiz Seraf in i (Presidente),Desembargadora Wanda Lcia Costa Leite Frana Decuzzi,Desembargadora Claudia Cardoso de Souza, DesembargadorCarlos Henrique Bezerra Leite, Desembargador Jailson Pereira daSilva, Desembargador Lino Faria Petelinkar, DesembargadoraCarmen Vilma Garisto e Juza Snia das Dores Dionsio.Procurador: Joo Hilrio Valentin.DESEMBARGADORA CARMEN VILMA GARISTORelatora

    AcrdoProcesso N MS-53300-58.2012.5.17.0000

    Processo N MS-53300/2012-000-17-00.0

    Impetrante LIRIO DOS VALES TRANSPORTES EFRETAMENTO LTDA - ME

    Advogado Flvio Augusto Cruz Nogueira(OAB:004791 ES)

    Impetrado JUIZ TITULAR DA 3 VARA DOTRABALHO DE VITORIA - ES

    ACRDO - TRT 17 Regio - 0053300-58.2012.5.17.0000MANDADO DE SEGURANAImpetrante:LIRIO DOS VALES TRANSPORTES E FRETAMENTO LTDA - MEImpetrado:JUIZ TITULAR DA 3 VARA DO TRABALHO DE VITORIA - ESLitisconsorte:GILSON CAMPOSOrigem:TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17 REGIO - ESRelatora:DESEMBARGADORA CARMEN VILMA GARISTOMANDADO DE SEGURANA. ANTECIPAO DE TUTELA.SUPERVENIENCIA DA SENTENA. PERDA DE OBJETO.Proferida sentena nos autos da ao originria, incide na hipteseo entendimento consubstanciado no item III, da Smula 414, do E.TST.Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de MANDADO DESEGURANA, sendo partes as acima citadas.RELATRIOLIRIO DOS VALES TRANSPORTES E FRETAMENTO LTDA MEimpetra mandado de segurana contra o indeferimento de pedido deantecipao da tutela formulado em ao revisional, na qual oimpetrante pretendia a suspenso da execuo do ttulo executivojudicial revisando.Entendendo presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora,requer, liminarmente, a suspenso da deciso hostilizada, queindeferiu o pedido de tutela antecipada nos autos da RT n 0039700-34.2007.5.17.0003, at o julgamento final de ao revisional.Em carter definitivo, pede a procedncia do writ, com aconfirmao da liminar.Pedido liminar indeferido, consoante deciso das folhas 264-265.Informaes prestadas pela digna autoridade apontada comocoatora fl. 269.Embora devidamente notificado (edital das fl. 280), o litisconsorteno apresentou manifestao.Parecer ministerial s fls. 320-321, oficiando pelo prosseguimentodo feito. o relatrio.FUNDAMENTAO2.1.ADMISSIBILIDADEPresentes os requisitos processuais de sua interposio, admito o

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  • 1317/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 10Data da Disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013

    mandado de segurana.2.2.PERDA DE OBJETO. FALTA DE INTERESSE DE AGIR.Em pesquisa junto ao Sistema de Acompanhamento Processualdeste Regional, constata-se que foi proferida sentena nos autos daao revisional em 22/08/2013.Como se v, h carncia de ao por perda superveniente deinteresse de agir.Com efeito, considerando que a tutela pretendida pela impetranteera a antecipao da tutela invocada nos autos da ao revisionalsupra referenciada, proferida sentena, tem-se que houve perdasuperveniente do interesse de agir.O Cdigo Processual ptrio determina, em seu art. 3, que "parapropor ou contestar ao necessrio ter interesse e legitimidade".Com efeito, a noo mais assentada a propsito desta condio daao, a de que, da necessidade do provimento jurisdicional paraevitar-se um dano que surge o interesse de agir. Vale dizer, ointeresse processual consiste na necessidade e utilidade doprovimento jurisdicional, ou seja, na indispensabilidade deinterveno do Poder Judicirio para que a parte no sofra umdano, vinculado existncia de uma lide com a outra parte.Segundo Alexandre Freitas Cmara (Lies de Direito ProcessualCivil, vol. I, 20 ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, pg. 127),pode-se definir o interesse de agir como a utilidade do provimentojurisdicional pretendido pelo demandante.Assim, proferida a sentena, incide na hiptese o entendimentoconsubstanciado no item III, da Smula 414, do E. TST:MANDADO DE SEGURANA. ANTECIPAO DE TUTELA (OULIMINAR) CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENAI - A antecipao da tutela concedida na sentena no comportaimpugnao pela via do mandado de segurana, por ser impugnvelmediante recurso ordinrio. A ao cautelar o meio prprio parase obter efeito suspensivo a recurso. (ex-OJ n 51 da SBDI-2 -inserida em 20.09.2000)II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes dasentena, cabe a impetrao do mandado de segurana, em faceda inexistncia de recurso prprio. (ex-OJs ns 50 e 58 da SBDI-2 -inseridas em 20.09.2000)III - A supervenincia da sentena, nos autos originrios, faz perdero objeto do mandado de segurana que impugnava a concesso datutela antecipada (ou liminar). (ex-Ojs da SBDI-2 ns 86 - inseridaem 13.03.2002 - e 139 - DJ 04.05.2004)Destarte, ante a perda de objeto, extingue-se o feito, semjulgamento do mrito, na forma do disposto no art. 267, VI do CPC.Custas de R$ 20,00 (vinte reais), pela Unio, calculadas sobre ovalor dado causa, de R$ 1.000,00 (mil reais), das quais estisenta.3.CONCLUSOA C O R D A M os Magistrados do Egrgio Tribunal Regional doTrabalho da 17 Regio, por unanimidade, extinguir o feito semjulgamento do mrito, na forma do disposto no art. 267, VI do CPC.Custas de R$ 20,00 (vinte reais), pela Unio, calculadas sobre ovalor dado causa, de R$ 1.000,00 (mil reais), das quais estisenta. Participaram da Sesso de Julgamento do dia 18 desetembro de 2013: Desembargador Jos Luiz Serafini (Presidente),Desembargadora Wanda Lcia Costa Leite Frana Decuzzi,Desembargadora Claudia Cardoso de Souza, DesembargadorCarlos Henrique Bezerra Leite, Desembargador Jailson Pereira daSilva, Desembargador Lino Faria Petelinkar, DesembargadoraCarmen Vilma Garisto e Juza Snia das Dores Dionsio.Procurador: Joo Hilrio Valentin.DESEMBARGADORA CARMEN VILMA GARISTORelatora

    EditalEdital

    Processo N MS-20400-85.2013.5.17.0000Processo N MS-204/2013-000-17-00.0

    IMPTE : VANAMA TRANSPORTES EIRELI -ME

    ADVOGADO(A) Alexandre Abel Xavier Arago(OAB:011315 ES)

    IMPDO : JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO -13 VARA DO TRABALHO DEVITORIA - ES

    LIT : RODRIGO SUELA

    - Deciso da folha 47: "Vistos, etc. Vindo os autos para apreciao,verifico que h perda superveniente do objeto da presentedemanda, o que acarreta na falta de interesse no prosseguimentodo feito, porquanto, conforme informaes da Impetrante (fl. 46) jfoi realizado o depsito dos honorrios periciais prvios. Ademais, aprpria Impetrante pugna, na manifestao de fl. 46, peloarquivamento da ao. Pelo exposto, extingo o processo semjulgamento do mrito, por falta de interesse no prosseguimento dademanda, com fulcro no inciso VI do artigo 267 do CPC. Semcustas. Intimem-se as partes. Publique-se. Vitria, 19 de setembrode 2013. Desembargadora Ana Paula Tauceda Branco Relatora".

    EditalProcesso N MS-33900-24.2013.5.17.0000

    Processo N MS-339/2013-000-17-00.6

    IMPTE : SIND DOS EMP EMESTABELECIMENTOS BANCARIOSNO ES DO ESP SANTO

    ADVOGADO(A) ROGERIO FERREIRA BORGES(OAB:017590 ES)

    IMPDO : JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO -14 VARA DO TRABALHO DEVITORIA - ES

    LIT : BANESTES SA BANCO DO ESTADODO ESPIRITO SANTO

    - Deciso das folhas 662/663: "Trata-se de Mandado de Seguranaimpe t rado po r S INDICATO DOS EMPREGADOS EMESTABELECIMENTOS BANCRIOS NO ESTADO DO ESTPRITOSANTO, contra ato jurisdicional praticado pelo Juzo da MM. 14.Vara do Trabalho de Vitria/ES, que, nos autos da Ao Coletiva n.0024400-86.2013.5.17.0014, teria determinado que as partesdepositassem - inclusive o impetrante - a importncia de R$6.000,00 (seis mil reais) a ttulo de honorrios periciais prvios, sobpena de bloqueio de valores via BacenJud.Argumenta que a percia foi requerida pelo banco ru, e que muitoembora tenha interposto embargos declaratrios, a autoridadecoatora preferiu manter a deciso impugnada. Sustenta que aordem atacada ilegal e abusiva e viola o artigo 333 do CPC, cujainterpretao enseja a concluso de que a distribuio do nus daprova assegura parte o direito de no se onerar com prova alheia.Afirma, ainda, que a cominao de imposio de penhora viaBacenJud implica em verdadeira "execuo de honorrios periciaisprvios", sendo, portanto, incabvel e ilegal. Sustenta, finalmente,ser uma entidade sem fins lucrativos e que, decises dessanatureza, se mantidas, acabaro por gerar sua absolutainviabilidade financeira de assistncia e que no possui condiesde arcar com honorrios de to elevada monta, sobretudo porqueatua em milhares de processos prestando assistncia judiciria. Porreputar presentes os requisitos essenciais concesso liminar dasegurana pleiteada - mormente porque a realizao da penhora viaBacenJud pode ser realizada a qualquer momento - postula sejadeferida a imediata cassao da ordem proferida, e que sejadeterminado que o depsito de honorrios periciais prvios seja de

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  • 1317/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 11Data da Disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013

    responsabilidade exclusiva de quem requereu a prova pericial, incasu, o litisconsorte - BANESTES S/A.. anlise. Encontram-sepreenchidos os requisitos dos artigos 282 e 283 do Cdigo deProcesso Civil, bem como o requisito do artigo 6. da Lei n.12.016/09. No obstante os respeitveis entendimentos em sentidocontrrio, depreendo que os encargos financeiros das despesas doprocesso constituem matria que dispe de regras especficas noordenamento jur d ico. E, nesse aspecto, in f i ro que aresponsabilidade pelo depsito prvio dos honorrios periciais daparte que requer o exame, a quem incumbe o nus da prova,conforme preceituam os artigos 19, 33 e 331 do Cdigo deProcesso Civil e 818 da Consolidao das Leis do Trabalho - nocaso, o reclamado. Neste sentido, a jurisprudncia ora transcrita:EXAMES PERICIAIS - No cabe o nus da prova pericial impetrante, pois a argio de insalubridade partiu do autor.Interpretao sistemtica do art. 818, com o art. 195, 2, todos daCLT e 19, 2 do CPC. Mandado de segurana procedente. (TRT11 R. - MS 0104/2001 - (765/2002) - Rel. Juiz Othlio FranciscoTino - J. 07.02.2002) Ainda que assim no fosse, impe-se observarque, in casu, no h sequer ttulo executivo que justifique o meiocoercitivo utilizado pela autoridade dita coatora, revelando-seincabvel o bloqueio on line, sob pena de ofensa ao devido processolegal (art. 5., LIV, CRFB).Por tais fundamentos, concluo, em juzo sumrio, que o ato ditocoator padece de ilegalidade e, primeira vista, considerorelevantes os fundamentos afirmados, razo pela qual concedo aliminar, em conformidade com o artigo 7, inciso III da Lei 12.016/09,para revogar a ordem de bloqueio. D-se cincia, com urgncia - viacorreio eletrnico - autoridade coatora, para que se abstenha deefetuar a noticiada constrio via BacenJud e para que para quepreste as informaes necessrias, no prazo de 10 (dez) dias, ex vilegis do disposto no art. 7, I, da Lei n. 12.016/09, dando-lhecincia do inteiro teor desta deciso. D-se cincia Impetrante, viacorreio eletrnico, do contedo desta deciso e para que traga maisuma via da inicial, para intimao do litisconsorte, em 48 horas, sobpena de extino. Aps, notifique-se o TERCEIRO INTERESSADOpara integrar a presente lide na qualidade de litisconsortenecessrio, apresentando defesa, se desejar. Finalmente, aoMinistrio Pblico do Trabalho. Vitria/ES, 18 de setembro de 2013.DESEMBARGADORA CLAUDIA CARDOSO DE SOUZARelatora".

    EditalProcesso N MS-34000-76.2013.5.17.0000

    Processo N MS-340/2013-000-17-00.0

    IMPTE : VALE S.A.ADVOGADO(A) Rodolfo Gomes Amadeo(OAB: 012493

    ES)IMPDO : JUIZ TITULAR DA 3 VARA DO

    TRABALHO DE VITORIA - ESLIT : WALLACE EVANGELISTA DOS

    SANTOS

    - DECISO DE FLS. 147/149: Trata-se de Mandado de Seguranaimpetrado por VALE S.A., com pedido de liminar inaudita alterapars, contra ato judicial exarado pelo Exm. Juiz do Trabalho da 3Vara do Trabalho de Vitria/ES que, nos autos da RT n. 0116200-68.2012.5.17.0003, em que so partes o impetrante e olitisconsorte, determinou (fls. 143), em sede de tutela antecipada, areintegrao do reclamante, sob pena de multa diria de R$2.000,00. A autora requer, em suma, entendendo presentes o fumusboni iuris e o periculum in mora, a concesso da liminar inauditaaltera pars, para suspender os efeitos do ato judicial impugnado.Ressalta, para efeitos de comprovao do fumus boni iuris, que: 1)

    no h, nos autos, qualquer prova a determinar que a dispensa doempregado possa ser classificada como abusiva; 2) o empregadoencontra-se apto para o labor; 3) detm o direito de no sersubmetida antecipao de tutela quando ausentes os requisitoslegais permissivos de sua concesso, especialmente quando adeciso tem natureza satisfativa, esvaziando o provimento final aser proferido em sentena. Invoca, ainda, o art. 5, II, CF. Destaca,como fundamento a ensejar o periculum in mora, o fato de que: 1) adeciso atacada tornar intil a deciso a ser proferida; 2) o dano grave, porque implica na percepo de vantagens ou direitosindevidos, pois difcil reaver o que foi pago; 3) no h suporte legalpara a antecipao, ante a ausncia de previso no art. 659, CLT.Passo a decidir. A r. deciso impetrada determinou a reintegraodo trabalhador, com os seguintes fundamentos, in verbis:Pressionado diuturnamente pelo enredo social, comovido pelodepoimento do autor, alm do depoimento da presposta que deixouclaro que a empresa tem programa definido para recuperao deempregados com problemas de drogas e lcool, entendo que, comotodo ser humano, o reclamante merece mais uma chance. de bomsenso que a empresa oferea tambm tal oportunidade, lembrandoque hoje em dia a propriedade tambm obrigada, ou seja, apropriedade tambm tem funo social. Ademais, trata-se de umadas mairoes mineradoras do mundo e alm de disso, repito, temprograma para tal fim. Da leitura da referida deciso denota-se quea d. autoridade impetrada no deferiu o pedido de antecipao datutela, requerido em reconveno apresentada pelo empregado,interessado nessa ao mandamental, pelo fato de o trabalhadorencontrar-se apto ou no para o trabalho, estvel ou no noemprego, pela caracterizao ou no do abuso de direito ao demitiro trabalhador, mas em razo da condio de degradao humanaem que se encontra o litisconsorte, pois, inequivocamente, dependente qumico (ver documentos de fls. 70, 117 e 130),fazendo uso de drogas psicoativas (crack e cocana), necessitandode tratamento para retomar sua vida e cidadania, sendo certo que,conforme admitido pelo preposta da ora impetrante (depoimento defls. 143), esta possui "servio de integrao das pessoas comproblemas tanto de drogas quanto de lcool". Ora, no h dvida deque o empregador que se prope a estabelecer um programa derecuperao de dependncia, por certo busca, no s recuperar afora produtiva de seus empregados, como tambm atender aoprincpio da funo socioambiental da empresa, que, sabidamente,possui densidade constitucional (art. 170, III, da CF). Assim, aefetivao de tal princpio constitucional, norteador da ordemeconmica em nosso ordenamento jurdico, somente ocorrer se otrabalhador tiver acesso ao servio de recuperao de dependnciaoferecido pelo empregador, sob pena de torn-lo mera retrica, semqualquer efetividade concreta. Por isso, a deciso hostilizada sefunda na efetivao do prprio servio de integrao oferecido pelaempresa e na sua funo social, no havendo, pelo menos em sedede anlise perfunctria, falar em ilegalidade do ato impugnado.Pontua-se que, diferentemente da medida cautelar, que visagarantir o resultado eficaz do provimento jurisdicional final a serproferido, a antecipao de tutela, no limitada s hipteses do art.659 da CLT, possui, indiscutivelmente, natureza satisfativa, poisdestina-se, quando presente os requisitos legais, como noparticular, a possibilitar a fruio do prprio bem da vida emdiscusso, o que, a meu ver, no tornar intil a prolao dasentena, que poder ou no confirmar o tutela antecipada. Nomesmo sentido, no h falar em irreparabilidade do dano, pois aprobabilidade de recuperao do empregado, por si s, jcontemplar os custos e benefcios visualizados pela empresaimpetrante. Vale dizer, se a empresa oferece um programa de alta

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  • 1317/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 12Data da Disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013

    relevncia social como o que ora se examina, parece-me lgico queela desfrutar de alguma vantagem, econmica ou no, com arecuperao de trabalhador acometido de uma doena social, cujasuperao dever no apenas responsabilidade do Estado, comotambm de toda a sociedade, da qual a empresa tambm faz parte.Nesse contexto, em sede de cognio primria, no vislumbroilegalidade ou abuso de poder na r. deciso de primeiro grau, oraimpugnada, porquanto prolatada, em sede de cognio perfunctria,e, implicitamente, albergada nos arts. 273 e 461 do CPC aplicadosubsidiariamente ao processo do trabalho (CLT, art. 769), luz daverossimilhana das alegaes do reclamante e dos documentoscolacionados aos autos da ao originria. Em face de todo oexposto: 1.INDEFIRO a liminar requerida; 2.Cincia impetrante,aps, cite-se o litisconsorte, no endereo de fl. 23, para, querendo,se manifestar, no prazo de 10 (dez) dias, sobre o teor do presentemandamus. 3.Cumprido o item anterior, oficie-se, de imediato, digna autoridade impetrada para prestar as informaes que acharnecessrias, no decndio legal. 4.D-se cincia Advocacia Geralda Unio, enviando-lhe, nos termos do art. 7, II, da Lei n.12.016/09, cpia da inicial sem documentos, para que, querendo,ingressar no feito; 5.Aps, vista ao ilustrado Ministrio Pblico doTrabalho. Vitria/ES, 18 de setembro de 2013. CARLOSHENRIQUE BEZERRA LEITE Desembargador do Trabalho Relator.

    EditalProcesso N MS-34400-90.2013.5.17.0000

    Processo N MS-344/2013-000-17-00.9

    IMPTE : JUIZ DE FORA-EMPRESA DEVIGILANCIA LTDA

    ADVOGADO(A) PAULA ECHAMENDE LINDOSOBAUMANN(OAB: 019273 ES)

    IMPDO : JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO -13 VARA DO TRABALHO DEVITORIA - ES

    LIT : WEDERSON GOMES DE ANDRADE

    - Cincia do despacho de fls. 45/46:"Vistos etc,Trata-se de Mandado de Segurana impetrado por Juiz de ForaEmpresa de Vigilncia Ltda., em face de ato jurisdicional praticadopelo MM. Juzo da 13 Vara do Trabalho de Vitria, consistente nadeterminao exarada pelo Magistrado em audincia realizada nosautos da Reclamao Trabalhista 0111400-30.2013.5.17.0013, nosentido de que a reclamada, ora Impetrante, efetuasse o depsitodos honorrios periciais prvios no valor de R$ 750,00 (setecentose cinqenta reais), no prazo de quinze dias, para a realizao depercia, "sob pena de no o fazendo, aplicar-se a confisso,presumindo-se verdadeiros os fatos narrados pelo reclamante nainicial, no tocante ao objeto da percia", conforme cpia da ata afls.31/32.Alega a Impetrante que o ato do Juzo ilegal, "pois na Justia doTrabalho os honorrios periciais so pagos somente ao final daao, pela parte sucumbente, nos termos do artigo 790, alnea b, daCLT, salvo se esta for beneficiria da justia gratuita", hiptese emque o pagamento dos honorrios periciais ser de responsabilidadeda Unio, conforme previso da Orientao Jurisprudencial n 387da SDI-I do C. TST.Destaca a Impetrante que "o ato impugnado por este mandado desegurana versa exatamente sobre relao de emprego",entendendo "no ser possvel a exigncia de depsito prvio doshonorrios periciais", nos termos da Instruo Normativa n 27 doC.TST, artigo 6 e pargrafo nico, verbis:Art. 6 Os honorrios periciais sero suportados pela partesucumbente na pretenso objeto da percia, salvo se beneficiria dajustia gratuita.Pargrafo nico. Faculta-se ao juiz, em relao percia, exigir

    depsito prvio dos honorrios, ressalvadas as lides decorrentes darelao de emprego.Pede a Impetrante seja concedida a segurana, inclusiveliminarmente, para a cassao da "deciso que determinouantecipao de honorrios periciais, sob pena de confisso,determinando-se o Juzo impetrado que seja feita a perciaindependentemente do depsito". de se registrar que a percia foi requerida pela reclamada, oraImpetrante, conforme registro na cpia da ata de fls.31/32 o essencial a relatar.DO CABIMENTOSabe-se que entre os princpios mais importantes que norteiam oprocesso do trabalho esto a celeridade e a concentrao dos atosprocessuais, razo porque vedada a recorribilidade das decisesjudiciais na fase de conhecimento. Portanto qualquer ilegalidadepraticada pelo Juiz s pode ser contornada no recurso final, aindaque parte seja imposto nus processual, cuja inobservncia podelhe resultar prejuzo.No caso dos autos, a Impetrante pretende que seja cassada adeterminao do Juzo da MM 13 Vara do Trabalho de Vitria paraque procedesse com o depsito de honorrios periciais prvios,ainda que a prova tenha sido requerida pela prpria reclamada, aoargumento de que na Justia do Trabalho os honorrios periciaisso pagos somente ao final com a prolao da sentena, "quandose decide qual a parte sucumbente no objeto da percia (artigo 790-B da CLT)."

    Entendo no ser possvel a impetrao de mandado de seguranapara a hiptese sob exame, cabendo parte registrar protesto (oagravo retido do cvel) para eventual reforma da deciso nomomento adequado, qual seja, sentena de mrito que julgarprocedente o pedido por falta de prova tcnica. Entender diferente alterar o modelo processual trabalhista, ou criar exceo de formacasustica, contribuindo para o desencontro cientfico do trato damatria, o que infelizmente vem acontecendo em algumas decisesdo gnero.Portanto, considerando que a parte poder se insurgir contra asdecises proferidas durante a instruo processual, em momentoprprio, manejando o recurso adequado, carece a Impetrante deinteresse processual - na modalidade necessidade - para o manejodo presente mandamus.Segundo o professor Dinamarco:

    "Existem dois fatores sistemticos muito teis para a aferio dointeresse de agir, como indicadores da presena deles: anecessidade da realizao do processo e a adequao doprovimento jurisdicional postulado. S h interesse-necessidadequando, sem o processo e sem o exerccio da jurisdio, o sujeitoseria incapaz de obter o bem desejado." (DINAMARCO, CndidoRangel, Instituies de Direito Processual, Vol II - So Paulo :Malheiros, 2009, p. 311) (grifos nossos)Nas palavras do professor Cssio Scarpinela Bueno:

    "Cabveis os recursos indicados no sistema processual e desde quea ilegalidade ou a abusividade que fundamenta sua interposiono tenha aptido para produzir qualquer efeito imediato emprejuzo do recorrente, no cabe o mandado de segurana. No hnecessidade - interesse jurdico - na impetrao, na exata medidaem que o recurso descrito sistematicamente cabvel tiver condiesde tutelar eficaz e prontamente o direito do recorrente." (BUENO,Cssio Scarpinela, A Nova Lei de Mandado de Segurana SoPaulo : Saraiva, 2009 p. 20) (grifos nossos)

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  • 1317/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 13Data da Disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013

    Assim, com base no art. 10 da Lei 12.016/09, INDEFIRO a petioinicial e julgo EXTINTO O PROCESSO, sem resoluo do mrito.Custas de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos), sobreo valor dado causa, pela Impetrante, dispensada.Intime-se.Em 19 de setembro de 2013.Desembargador JAILSON PEREIRA DA SILVARelator

    SECRETARIA DA 1 TURMAAcrdoAcrdo

    Processo N ED-5600-52.2013.5.17.0000Processo N ED-5600/2013-000-17-00.4

    Embargante BRADESCO SADE S/AAdvogado Bianca Vallory Limonge Ramos(OAB:

    007785 ES)Embargado ADILSON ANDRADE DE MORAESAdvogado Esdras Elioenai Pedro Pires(OAB:

    014613 ES)Plurima Ru PARANAPANEMA S/AAdvogado Rodolfo Gomes Amadeo(OAB: 012493

    ES)ACRDO - TRT 17 Regio - 0005600-52.2013.5.17.0000EMBARGOS DE DECLARAOEmbargante:BRADESCO SADE S/AEmbargados:O V. ACRDO DE FLS. 241/243 - TRT 17. REGIO - ADILSONANDRADE DE MORAESPARANAPANEMA S/AOrigem:TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17 REGIO - ESRelator:DESEMBARGADOR GERSON FERNANDO DA SYLVEIRANOVAISEMENTAEMBARGOS DECLARATRIOS conhecidos e no providos. Pelocarter protelatrio, multa de 1% sobre o valor da condenaoVistos, relatados e discutidos os presentes EMBARGOS DEDECLARAO nos autos de AO CAUTELAR, sendo partes asacima citadas.RELATRIOTrata-se de embargos de embargos de declarao (fls. 245/255)opostos pelo segundo reclamado em face do v. acrdo de fls.241/243, apontando vcios no julgado, bem como visando aoprequestionamento da matria.2. FUNDAMENTAO2.1. CONHECIMENTOConheo dos embargos, porque presentes os pressupostos legaisde admissibilidade.2.2. MRITOAduz a embargante que o acrdo embargado foi contraditrio eomisso quanto ao fato de que a Aplice de Seguro-Sade, a qualvinculava as reclamadas, foi cancelada a pedido da prpriaestipulante, primeira reclamada, em 01/02/2013, o que torna semsubstrato ftico o acautelamento deferido na ao inominadaajuizada.Outrossim, aduz que o prprio reclamante emitiu declaraoatestando que no desejava se vincular a plano oferecido pelaBRADESCO SEGUROS, eis que j vinculado ao plano empresarial

    da AMIL. Fato, este, que descaracteriza o interesse processual quecondiciona o feito.Pois bem.Inicialmente, importante repisar que o objeto da ao cautelar, cujanatureza meramente instrumental, to-somente imprimir efeitosuspensivo ao recurso ordinrio ajuizado pelo reclamante, oraembargado.Este Tribunal no se furtou de apreciar a questo do cancelamentoda aplice, apenas reputou que tal fato compete ao juzo pelo qualtramita a ao principal.Portanto no h de se falar em contradio, como alegado pelaparte.No tocante omisso, argui que o julgado olvidou-se de apreciar adeclarao emitida pelo prprio reclamante que externava seudesinteresse em manter-se fil iado ao plano ofertado peloembargante.Repete o embargante todas as alegaes dos primeiros embargos.Repito, portanto, os fundamentos j externados no acrdorespectivo (fl. 242):Quanto segunda alegao e ao documento juntado, sequerdevem ser apreciados, pois cuidam de inovao em sede deembargos de declarao, o que no permitido. Com efeito, odocumento protocolado em conjunto com os declaratrios no foijuntado na ocasio da interposio da contestao.Por outro lado, embora o documento supramencionado possua dataposterior apresentao da contestao, no se pode reputaromisso o acrdo, tendo em vista a impossibilidade lgica de aTurma se pronunciar acerca de fundamentos e documentos notrazidos aos autos antes do julgamento.Portanto, a questo foge dos limites de cabimento dos embargos dedeclarao, os quais visam, to-somente, a sanar eventuais vciosconstantes no julgado, nos termos dos artigos 897-A da CLT e 535do CPC.Assim, igualmente, no h omisso no julgado.Acresce-se que carece de razo a alegao de cerceio de defesa ede negativa ao processo legal aviltadas pelo reclamadoembargante, haja vista que o magistrado, valendo-se de suapersuaso racional, firmou seu entendimento baseado nasinformaes e documentos, de todas as partes, trazidasoportunamente aos autos.Ademais, se verdade que cautelar pode ser revogada, tambm o que pode ser confirmada, caso dos autos.Assim, no h que se falar em vcios no julgado, tampouco emmatria no prequestionada. Pelo contrrio, o que se infere que oreclamado renova nesses embargos as mesmas razesdespendidas no recurso anterior.A injustificada beligerncia processual da embargante revela,indiscutivelmente, sua inteno de procrastinar o feito e retardar amarcha processual ao opor os presentes embargos de maneirainfundada em relao s suas hipteses de cabimento.Pelo exposto, diante do indubitvel carter protelatrio dosembargos, a par de lhes negar provimento, comino embargantemulta de 1% sobre o valor da condenao.3. CONCLUSOACORDAM os magistrados da 1 Turma do Tribunal Regional doTrabalho da Dcima Stima Regio, por unanimidade, conhecer dosembargos declaratrios e, no mrito, negar-lhes provimento. Diantedo indubitvel carter protelatrio dos embargos, cominar embargante multa de 1% sobre o valor da condenao.Participaram da Sesso de Julgamento em 17 de setembro de2013: Desembargador Jos Luiz Seraf in i (Presidente),Desembargador Gerson Fernando da Sylveira Novais e a Juza

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  • 1317/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 14Data da Disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013

    Convocada Snia das Dores Dionsio. Procurador do Trabalho: Dr.Joo Hilrio Valentim.DESEMBARGADOR GERSON FERNANDO DA SYLVEIRANOVAISRelator

    AcrdoProcesso N ED-7600-56.2012.5.17.0001

    Processo N ED-7600/2012-001-17-00.0

    Embargante GIL ROSSINI VITORIAAdvogado Flavio de Assis Nicchio(OAB: 016179

    ES)Embargado CJF DE VIGILANCIA LTDAPlurima Autor CJF DE VIGILANCIA LTDAAdvogado Orcy Pimenta Rocio(OAB: 009989 ES)Plurima Ru GIL ROSSINI VITORIA

    ACRDO - TRT 17 Regio - 0007600-56.2012.5.17.0001EMBARGOS DE DECLARAOEmbargantes:GIL ROSSINI VITORIACJF DE VIGILANCIA LTDAEmbargados:O V. ACRDO DE FLS. 260/265 - TRT 17. REGIO - CJF DEVIGILANCIA LTDAGIL ROSSINI VITORIAOrigem:1 VARA DO TRABALHO DE VITRIA - ESRelator:DESEMBARGADOR GERSON FERNANDO DA SYLVEIRANOVAISEMENTAEMBARGOS DE DECLARAO DAS PARTES conhecidos e noprovidos ante a inexistncia de vcio no julgado.Vistos, relatados e discutidos os presentes EMBARGOS DEDECLARAO nos autos de RECURSO ORDINRIO, sendopartes as acima citadas.RELATRIOTrata-se de embargos de declarao opostos pelas partes em facedo v. acrdo de fls. 260/265 alegando vcio no julgado.FUNDAMENTAO2.1 CONHECIMENTOConheo dos embargos de declarao eis que ambos sotempestivos e encontram-se regulares as representaes.2.2 EMBARGOS DE DECLARAO DO RECLAMANTEO autor embarga de declarao requerendo manifestao desteRegional quanto a violao ao art. 714 da CLT e a Smula 437 doTST, afirmando que as provas no registram qualquer intervalo dedescanso nas escalas extras. Diz que no est vinculado s CCTsjuntadas pela r e que o pagamento mencionado no acrdo squita as escalas normais.Elenca enumeros dispositivos legais que entende terem sidoviolados pelo v. acrdo em especial os que tratam das matriasrelativas minutos anteriores a jornada contratual nas escalas extras;horas extras posteriores a 8 e a 10 diria, labor aos domingos,diminuio da hora noturna e adicional noturno na prorrogao dajornada e, por fim, em relao aos honorrios advocatcios.Pois bem.O acrdo foi claro quanto a existncia de prova de quitao dointervalo intrajornada e ausncia de indicao, por parte doreclamante, da existncia de diferena a seu favor.Quanto aos minutos anteriores jornada, a Turma Julgadoraentendeu que a presuno relativa de veracidade da alegaoinicial, decorrente do fato da reclamada ter juntado cartes de ponto

    britnicos, foi elidida pela prova testemunhal que afirmou que anica tarefa desempenhada era de averiguao das condies deluz, concluindo que para execut-la o autor no consumia mais doque 10 minutos dirios.Em relao aos domingos e feriados foi adotada expressamente atese de que a escala 12x36 compensa o domingo trabalho e, quantoaos feriados, no houve pedido na inicial.Por fim, ainda que no tenham sido citados os dispositivos de leique o recorrente, ora embargante, entendeu que foram violados,deve-se observar que o magistrado no tem o dever de rebater uma um os dispositivos legais invocados pelas partes.Ademais, segundo a Orientao Jurisprudencial n 118 da SDI-I eEnunciado n 297 do Colendo Tribunal Superior do Trabalho,quando a deciso recorrida adotar tese explcita sobre a matria, desnecessria a referncia expressa aos dispositivos legaisapontados pela parte para que se considere atendido o pressupostodo prequestionamento.Nego provimento.2.3 EMBARGOS DE DECLARAO DA RECLAMADAA reclamada alega contradio no tocante a integrao do tquetealimentao aduzindo que embora no tenha, de fato, juntado provade inscrio no PAT, juntou os contracheques do autor nos quaisconstam descontos no salrio do autor a este ttulo o que, no seuentender, demonstra a natureza indenizatria da parcela. Diz, ainda,que h omisso em relao ao pedido de compensao.No contradio a ser sanada.O acrdo foi claro quanto ao entendimento adotado de quesomente nos casos em que a empresa comprovar sua filiao aoPAT que se pode imprimir ao auxlio-alimentao o carter deverba indenizatria, e que mesmo a previso em norma coletiva nopossui o condo de transmudar o carter do auxlio-alimentao. Epor se tratar de integrao de verba ao salrio do autor no hcompensao a ser autorizada.Nego provimento.3.CONCLUSOACORDAM os magistrados da 1 Turma do Tribunal Regional doTrabalho da Dcima Stima Regio, por unanimidade, conhecer deambos os embargos declaratrios e, no mrito, negar-lhesprovimento.Participaram da Sesso de Julgamento em 17 de setembro de2013: Desembargador Jos Luiz Seraf in i (Presidente),Desembargador Gerson Fernando da Sylveira Novais e a JuzaConvocada Snia das Dores Dionsio. Procurador do Trabalho: Dr.Joo Hilrio Valentim.DESEMBARGADOR GERSON FERNANDO DA SYLVEIRANOVAISRelator

    AcrdoProcesso N RO-7900-60.2013.5.17.0008

    Processo N RO-7900/2013-008-17-00.0

    Recorrente ESTADO DO ESPIRITO SANTOAdvogado Gustavo Sipolatti(OAB: 010589 ES)Recorrido ALEXANDRE SOARES DE OLIVEIRAAdvogado ODILIO GONCALVES DIAS

    NETO(OAB: 019519 ES)Plurima Ru MASTER PETRO SERVICOS

    INDUSTRIAIS LTDA

    ACRDO - TRT 17 Regio - 0007900-60.2013.5.17.0008RECURSO ORDINRIORecorrente:ESTADO DO ESPIRITO SANTORecorridos:

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  • 1317/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 15Data da Disponibilizao: Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013

    ALEXANDRE SOARES DE OLIVEIRAMASTER PETRO SERVICOS INDUSTRIAIS LTDAOrigem:8 VARA DO TRABALHO DE VITRIA - ESRelator:DESEMBARGADOR GERSON FERNANDO DA SYLVEIRANOVAISEMENTARESPONSABILIDADE SUBSIDIRIA DE ENTE PBLICO. NOCOMPROVAO DA PRESTAO DE SERVIOS. FATOCONSTITUTIVO DO PEDIDO. NUS DO EMPREGADO. Nocomprovando o empregado o efetivo labor para o ente pblicotomador de servio, no se reconhece a responsabilidadesubsidiria por ausncia de prova quanto ao fato constitutivo dopedido, cujo nus da prova recai sobre o empregado, nos termos doart. 333, I do CPC c/c o art. 818 da CLT.Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de RECURSOORDINRIO, sendo partes as acima citadas.RELATRIOTrata-se de recurso ordinrio interposto pelo 2 reclamado em faceda sentena de fls. 417-419, oriunda da 8 Vara do Trabalho deVitria-ES, que julgou parcialmente procedentes os pedidosformulados na inicial.Razes recursais, s fls. 434-465, pugnando pela excluso daresponsabilidade subsidiria do Estado do Esprito Santo.Contraminuta, s fls. 465-469, pelo no provimento do recurso. o relatrio.FUNDAMENTAO2.1 CONHECIMENTOConheo do recurso do 2 reclamado, eis que presentes ospressupostos de admissibilidade.2.2 RESPONSABILIDADE SUBSIDIRIAA questo crucial determinao da responsabilidade subsidiriado 2 reclamado exige, num primeiro momento, a anlise do fatoconstitutivo do pedido do autor, concernente na alegao de queteria trabalhado no CRE metropolitano de Jardim Amrica, emCariacica.A esse respeito, o Juzo de Origem firmou a concluso de que areclamada, por ter negado a prestao dos servios do reclamanteem suas dependncias, deveria ter trazido o rol de trabalhadoresque lhe prestaram (fl. 417v). No o fazendo, segundo oentendimento do magistrado sentenciante, h que prevalecer aalegao da pea de ingresso.Esse o objeto inicial do recurso do Estado do Esprito Santo. anlise.A 1 reclamada, MASTER PETRO, regularmente citada por edital(fl.98), quedou-se inerte, sendo declarada a sua revelia. A confissoficta da resultante, todavia, no prejudica o 2 reclamado, quecontestou a pretenso autoral de responsabilizao subsidiria,negando, inclusive, que o obreiro lhe tenha prestado servio (fl.107).Nesse contexto, no sendo o fato incontroverso, deveria o autor,mesmo diante da revelia da 1 r, ter comprovado que laborou nasdependncias CRE metropolitano de Jardim Amrica, em Cariacica,nus que lhe cabia por fora do artigo 333, I do CPC c/c o art. 818da CLT, afinal, este fato constitutivo do pedido.E nem se fale que o empregado no tinha condies de produzir talprova, pois simples testemunha, como ex-colega de servio, porexemplo, poderia ter prestado as necessrias informaes em juzo.Assim no procedeu o autor, no entanto, que consentiu com oencerramento da instruo sem evidenciar a pertinncia de suasalegaes (fl. 105).

    A reclamada, por outro lado, no apenas negou a prestao deservios. Diligente que foi, cuidou de acostar aos autos a relao deempregados que trabalharam na SESA (secretaria de sade) e que,representados pelo sindicato, postularam o pagamento das verbasrescisrias junto a MASTER PETRO na reclamatria n 0009400-95.2012.5.17.0009 (vide documento de fls. 122 e seguintes).No rol apresentado no constou o nome do reclamante. Foijustamente por isso que, em audincia, o aludido documento foiimpugnado (fl. 105).De fato, a documentao de fls. 122 e seguintes, por si s, nopermite concluir, com absoluta certeza, que o obreiro no prestouservio ao Estado, pois no necessariamente os vnculos de todosos trabalhadores se encerraram ao mesmo tempo. No obstante,no se pode negar o reforo argumentativo que a prova documentalrepresenta defesa do 2 reclamado.O mais relevante, porm, frise-se, que o nus era do autor, masdisso ele no se desincumbiu.Ressalto que o Estado do Esprito Santo no negou a celebrao decontrato com a MASTER PETRO, tanto que juntou cpia do quepactuado (fls. 255-302). Mas isso no induz a presuno deveracidade das alegaes da inicial, concernente ao labordesempenhado no CRE metropolitano de Jardim Amrica, emCariacica, fato especfico que necessita tambm de provaespecfica.Por todas essas razes, com a devida vnia, considero que aconcluso alcanada na Origem inadequada ao caso e, por isso,dou provimento ao apelo para excluir a responsabilidade subsidiriado 2 reclamado, restando prejudicadas as demais matriastratadas no recurso.CONCLUSOACORDAM os magistrados da 1 Turma do Tribunal Regional doTrabalho da Dcima Stima Regio, por unanimidade, conhecer dorecurso ordinrio e, no mrito, dar provimento ao apelo dareclamada para excluir a responsabilidade subsidiria do entepblico, restando prejudicadas as demais matrias tratadas norecurso.

    Participaram da Sesso de Julgamento em 17 de setembro de2013: Desembargador Jos Luiz Seraf in i (Presidente),Desembargador Gerson Fernando da Sylveira Novais e a JuzaConvocada Snia das Dores Dionsio. Procurador do Trabalho: Dr.Joo Hilrio Valentim.DESEMBARGADOR GERSON FERNANDO DA SYLVEIRANOVAISRelator

    AcrdoProcesso N ED-8400-57.2012.5.17.0010

    Processo N ED-8400/2012-010-17-00.8

    Embargante AMERI