diário do professor 13 e 15 de janeiro
DESCRIPTION
Diário do Professor 13 e 15 de JaneiroTRANSCRIPT
1
DIÁRIO DO PROFESSOR (13 E 15 DE JANEIRO)
A aula de quarta-feira teve um início um pouco diferente
do habitual, pois começou com o relembrar dos diferentes sons
da letra “X”. Acho que é importante referir que os diferentes sons
foram descobertos pelos alunos, o que na minha opinião, permite
que esta aprendizagem seja muito mais significativa, pois parte
dos próprios interesses dos alunos.
Na leitura do Plano do Dia , os alunos mostraram-se confusos,
pois quando a professora perguntou-lhes o que iam fazer
naquele dia, muitos não lhe souberam responder, fazendo até
confusão com os tempos para fazer projectos e estudar projectos.
Depois de executadas todas as tarefas os alunos
apresentaram as suas produções no Ler, Mostrar e Contar . Neste
importante Circuito de Comunicação os alunos expuseram trabalhos
muito diferentes uns dos outros.
A A. R. leu um texto, O coelho Joca, cuja ilustração tinha
sido feita pela mãe, o que demonstra a constante participação
dos pais na vivência escolar dos seus filhos. A B. M. foi ler um
relato do dia-a-dia, o J. leu um ditado que tinha feito de um
excerto de um livro. A H. leu um texto, em que pude constatar
que este se encontrava muito bem escrito, aliás, nas apresentações
desta aluna conseguimos ver uma crescente evolução. Quem me
surpreendeu pela negativa foram o F. e o J., pois apresentaram
2
um teatro muito mal preparado. Digo isto, pois normalmente o F.
apresenta trabalhos com bastante qualidade. Para mim foi um
desafio comentá-lo, porque não sabia como não ferir
susceptibilidades. Comecei por dizer que lhes tinha que dar os
parabéns por terem a coragem de irem apresentar o seu trabalho
à turma, mas que não tinha gostado. Depois de reflectir acerca
do meu comentário, cheguei à conclusão de que este não tinha
sido o mais acertado, pois não justifiquei o porquê, não
conseguindo transmitir nada significante para os alunos.
Como é habitual à quarta-feira, os alunos fizeram uma
ficha de trabalho acerca do texto trabalhado na aula anterior,
em que os alunos tinham que sublinhar, com diferentes cores, as
diversas frases do texto. Enquanto fui circulando pelos diferentes
grupos de trabalho pude constatar que existem ainda alguns
alunos que fazem confusão entre parágrafo o e a frase.
Gostei particularmente da Matemática Colectiva , pois esta fez-
me recordar uma aula dada por mim, num dos momentos de
Prática Pedagógica do ano anterior. Tal como a Sofia, comecei
por questionar os alunos acerca da importância das horas, assim
como os diferentes tipos de relógios e as suas características.
3
Depois deste assunto ter sido explorado, os alunos
construíram um relógio, tal como na minha experiência
passada. Este acontecimento fez com que eu me questionasse: Será
que eu no ano anterior estaria a ser expositiva? Sei que este tema
já foi bastante discutido, mas esta dúvida surgiu porque no MEM ,
a maioria dos tempos colectivos o são. Mas depois de alguma
reflexão cheguei à conclusão de que podem existir momentos
expositivos nos tempos colectivos, mas que nem todos os são, aliás,
nem me consigo lembrar de ter visto a minha cooperante a o ser.
A grande diferença estava na
interiorização dos quartos de
hora e na meia hora, pois os
alunos para descobrirem onde
iriam colocar o 3, o 6, 9 e o 12,
ou seja, os quartos e as meias
horas, primeiro dobraram o
relógio ao meio e em seguido aos
quartos. Devo dizer que esta foi uma
maneira muito mais rápida, fácil e precisa
de o fazer, pois não estavam só a marcar os sítios exactos, como
também estavam a recordar uma matéria anteriormente dada.
4
No Tempo de Trabalho de Projecto tive a oportunidade de assistir
à execução dos diferentes projectos. Devo dizer que apesar de
alguns temas terem sido sugeridos pela professora, todos os alunos
estavam a trabalhar com afinco e empenho, ficando até
descontentes quando se aperceberam que estava na hora de
terminar. Neste mesmo tempo, estive a ajudar a L. e a M. no
projecto sobre as vacinas. Na revisão de um texto disse-lhes que
existia uma frase que transmitia uma ideia errada. Elas
queriam escrever que o Edward Jenner tinha inventado as
vacinas a partir da observação das vacas com a febre bovina,
mas escreveram que o mesmo
tinha inventado a vacina
com uma vaca que tinha a
febre bovina. Disse-lhes que
ao ler aquilo ficava com a
impressão que o Edward
Jenner estava sentado numa
mesa com uma vaca e que
juntos tinham descoberto as
vacinas.
As alunas acharam imensa piada ao meu comentário,
dando-me razão. Como elas tinham ficado tão entusiasmadas
com o meu comentário, dando até mesmo características
humanas ao animal, sugeri-lhes que escrevessem uma história
5
sobre o cientista e a vaca. Elas aceitaram o desafio, e na sexta-
feira, mal tiveram oportunidade, vieram mostrar-me a história.
Na quarta-feira à tarde, senti algumas dificuldades no
Tempo de Estudo Autónomo . As minhas dificuldades não se
prenderam com os conteúdos, mas sim com as estratégias a
utilizar. Às quartas-feiras o grupo é muito pequeno, visto metade
ir para a informática, o que perfaz um total de oito alunos. para
um ensino diferenciado este é um óptimo número, no entanto,
apesar destes alunos não apresentarem dificuldades de
aprendizagem justificativas, acabem por solicitar a minha
presença para facilitar-lhes os trabalhos.
Depois de me ter apercebido desta situação, pergunto
sempre aos alunos se a minha ajuda é mesma necessária,
levando-os a reflectir, sobre o facto de conseguirem fazer
sozinhos. Neste dia trabalhei com o R. e a A. R., pois pediram-
me ajuda na construção de um texto. Em seguida ditei um texto
para os dois, pois ambos tinham marcado um ditado no PIT .
Devo dizer que esta tarefa não foi fácil, pois senti imensa
dificuldade em geri-la. Para além dos alunos terem diferentes
capacidades de escrita, eu estava mal sentada, pois não estava
entre os dois, mas sim apenas ao lado de um. Assim não
conseguia acompanhar de igual forma o trabalho dos alunos,
sendo-me difícil corrigir os erros na altura certa, só o podendo
fazer depois.
6
Na segunda parte do Tempo de Estudo Autónomo trabalhei com a
B., ajudando-a a resolver uma ficha de trabalho do manual.
Devo dizer que esta actividade não é tão simples quanto parece,
pois os manuais representam, nas palavras de Sérgio Niza, “a tal
corrida dos professores atrás do currículo”, e como nesta
metodologia de trabalho “os alunos é que correm a trás do
currículo”, sendo assim, quando os alunos recorrem a este
material aparecem assuntos que os alunos ainda desconhecem.
Assim sendo o professor tem que estar preparado para dissipar as
dúvidas dos alunos.
Nesta sexta-feira fomos com a turma ao Pólo de Leitura de
S. António. Esta actividade surgiu de uma proposta feita pelo
João e faz parte de um projecto da Divisão de Acção de Acção
Social da Câmara Municipal do Funchal e tem como objectivo de
desenvolver 7o gosto pela leitura.
No Pólo de Leitura, os alunos assistiram ao conto de uma
história, O João e a cidade de betão, e também tiveram a
oportunidade de folhear diversos livros.
Quando regressámos à escola os alunos tiveram Tempo de
Estudo Autónomo , neste tempo trabalhei com o D., ajudando-o na
elaboração de um texto acerca da história da actividade.
Inicialmente o D. mostrou algumas renitências em trabalhar
comigo, pois este não se sente confortável a trabalhar com outras
pessoas, mas depois sempre o consegui convencer. Devo dizer que
7
este trabalho me agradou imenso, pois pude constatar que este
aluno tem feito enormes progressos, já conseguindo associar os
sons às letras.
Nesta sexta-feira não assistimos ao Conselho de Cooperação , mas
por aquilo que presenciámos nos dois dias que passámos com os
alunos e por aquilo que fomos lendo no Diário de Turma ,
verificamos que a coluna do Não Gostei tem vindo a diminuir, o
que demonstra a caminhada para alcançar o sucesso escolar.