diário do comércio

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Conclusão: 23H45 www.dcomercio.com.br São Paulo, sexta-feira, 8 de julho de 2011 Ano 87 - Nº 23.410 Jornal do empreendedor R$ 1,40 ISSN 1679-2688 9 7 7 1 6 7 9 2 6 8 0 0 8 2 3 4 1 0 HOJE Parcialmente nublado. Máxima 18º C. Mínima 7º C. AMANHÃ Sol com nebulosidade crescente. Máxima 21º C. Mínima 6º C. A terra desliza na Favela da Mata Virgem De mata não há mais nada, só casas no pé de um morro – cenário de tragédia anunciada, na divisa com Diadema. A Prefeitura fazia obras de contenção. Jorge Araújo/Folhapress Um menino e uma grávida mortos A criança tinha 3 anos e a jovem, 18. Pág. 11 9 de Julho Revolução Constitucionalista: bravos soldados no front . E ACSP na retaguarda para manutenção das tropas. Págs. 9 e 10 Inflação toma fôlego para voltar a subir Essa Cheetah Hunt é animaaaaal!! Nosso especialista em montanhas-russas foi conferir a novidade na Flórida. Turismo, pág. 20 É verdade que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho ( 0,15%) foi menor que o de maio (0,47%), mas nos últimos 12 meses ele já soma 6,71% – o maior índice em cinco anos. E as previsões dos economistas apontam para 0,24% em julho e até 6,4% no acumulado de 2011. Pág. 13. Editorial à pág.2 Em pleno inverno, liquidações de... inverno. Leandro Moraes/LUZ Wander Roberto/AE Está virando moda: promoções de estação (na foto, vitrine no Center Norte) começam cada vez mais cedo. Pág. 15 Que venham os paraguaios! Seleção joga amanhã, às 16h, em Córdoba. Retrospecto indica partida dura. Pág. 11 O Ka com um quê esportivo Destaque é motor mais potente DCarro, pág. 19 Divulgação Pura magia em Londres Daniel Radcliffe, o Harry Potter, na estreia do último filme da saga do mágico. Pág. 12 Toby Melville/Reuters Fim de semana de teatro, com Desfile de Malidicências e Fábio Assunção (ao lado) estreando Adultérios , de Woody Allen. No Centro, um festival de atrações. E em toda Cidade, domingo, as pizzarias cantam parabéns para seus mais do que apetitosos "discos". d cultura Jairo Goldflus/Divulgação Dia da Pizza. Com frio, melhor ainda.

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08 jul 2011

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Conclusão: 23H45 www.dcomercio.com.br São Paulo, sexta-feira, 8 de julho de 2011

Ano 87 - Nº 23.410 Jornal do empreendedorR$ 1,40

ISSN 1679-2688

9 771679 268008

23410

HOJEParcialmente nublado.

Máxima 18º C. Mínima 7º C.

AMANHÃSol com nebulosidade crescente.

Máxima 21º C. Mínima 6º C.

A terra deslizana Favela daMata Virgem

De mata não há mais nada,só casas no pé de um morro

– cenário de tragédiaanunciada, na divisa com

Diadema. A Prefeitura faziaobras de contenção.

Jorge Araújo/Folhapress

Um menino e umagrávida mortos

A criança tinha 3 anos ea jovem, 18. P á g. 11

9 de JulhoRevolução Constitucionalista:

bravos soldados no f ro n t . E ACSP naretaguarda para manutenção das

tropas. P á g s. 9 e 10

Inflação toma fôlegopara voltar a subir

Essa CheetahHunt é

animaaaaal!!Nosso especialista emmontanhas-russas foiconferir a novidade naFlórida. Tur ismo, pág. 20

É verdade que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo(IPCA) de junho ( 0,15%) foi menor que o de maio (0,47%),

mas nos últimos 12 meses ele já soma 6,71% – o maior índice emcinco anos. E as previsões dos economistas apontam para 0,24%

em julho e até 6,4% no acumulado de 2011. Pág. 13. Editorial à pág. 2

Em pleno inverno,liquidações de...

inverno.

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LUZ

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EEstá virando moda: promoções deestação (na foto, vitrine no Center Norte)

começam cada vez mais cedo. P á g. 15

Que venham osp a r ag u a i o s !Seleção joga amanhã,

às 16h, em Córdoba. Retrospectoindica partida dura. Pág. 11

O Kacom um quê

espor tivoDestaque

é motor maispotente

DCar ro, pág. 19

Divulgação

Pura magiaem Londres

Daniel Radcliffe, oHarry Potter, na

estreia do último filmeda saga do mágico.

Pág. 12

Toby

Mel

ville

/Reu

ters

Fim de semana de teatro, com Desfile deMalidicências e Fábio Assunção (ao lado)estreando Ad u l t é ri o s , de Woody Allen. NoCentro, um festival de atrações. E em todaCidade, domingo, as pizzarias

cantam parabéns para seus maisdo que apetitosos "discos". dcultura

Jairo

Gol

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s/D

ivul

gaçã

o

Dia da Pizza.Com frio,

melhor ainda.

sexta-feira, 8 de julho de 20112 DIÁRIO DO COMÉRCIO

A inflação na Chinae no Brasil

ROBERTO

FENDT

Se alguém acha que nos-sos problemas com a in-flação são como as jabo-ticabas, que só existem

aqui, deveria prestar mais atençãoao que vai acontecendo no outrolado do mundo, na China.

Lá, o governo do primeiro-mi-nistro Wen Jiabao fixou a meta deinflação em 4% para 2011. Comoaqui, a inflação está correndomuito acima da meta e já se dá co-mo certo que não será possívelatingi-la este ano.

Em junho, a inflação anualiza-da deve ter alcançado 6%, o nívelmais alto em três anos e muito aci-ma da meta de inflação.

As razões para a alta da inflaçãochinesa são parecidas com as ra-zões para a aceleração da inflaçãobrasileira. Há um choque externode aumento dos preços dos ali-mentos, provocado em parte porcondições climáticas ruins emmuitos países produtores, e emparte pelo próprio aumento da de-manda mundial por comida. Es-sas razões estão fora do controledas autoridades nacionais e nadahá a fazer com relação a elas.

Quaisquer que sejam essas ra-zões, contudo, há outros fatorespor trás da inflação dos dois paí-ses. A expansão do crédito se dá ataxas superiores ao crescimentodo PIB, alimentando a demandaagregada e gerando pressões in-flacionárias.

O que fazer a respeito? Comoaqui, lá o banco central vem au-mentando as taxas básicas de ju-ros. Na quarta-feira, as taxas re-ferenciais de juros foram eleva-das pela quinta vez nos últimosoito meses em 0,25% – para osempréstimos, que passou para6,56%, e para os depósitos, que

passou para 3,5%.Argumenta-se na China que

aumentos das taxas básicas de ju-ros comprometem o crescimentoda economia. Essa preocupaçãotem levado alguns analistas a su-gerir que os aumentos nas taxasdeveriam ser compensados commedidas fiscais "contracíclicas".

Essas medidas, obviamen-te, por expandirem a de-manda, tornariam a ele-

vação dos juros inócua. As auto-ridades chinesas não são ingê-nuas ao ponto de retirar comuma das mãos o que haviam feitocom a outra.

No Brasil também se argumen-ta que as elevações da taxa Seliccomprometem o nosso crescimen-to. O problema com essa interpre-tação decorre do fato de que cercade 40% do crédito aqui é contin-

EYMAR

MASCARO

O CANDIDATOMÁRIO COVAS

No ano em queFernandoHenrique Cardosoconcorreu àreeleição, ocandidato naturaldo PSDB aoPalácio doPlanalto eraMário Covas.

Apesar da candidatura deAécio estar na ordem do diano partido, José Serranão entrega os pontose ainda alimenta o sonhode tentar uma novacandidatura ao Planalto.

Serra foi derrotado porDilma Rousseff em 2010, masalcançou expressiva votação.É com base nos 44 milhõesde votos obtidos que otucano paulista admite tercacife eleitoral maiordo que Aécio Neves.

genciado e ofertado a taxas muitoinferiores à Selic. São os emprésti-mos do BNDES e ao crédito agrí-cola e imobiliário. Aumentos daSelic sequer arranham a TJLP, a ta-xa de juros de longo prazo que re-ge os contratos de financiamentodo BNDES.

Por essa razão, a política mo-netária no Brasil é menoseficaz que em outros paí-

ses, onde não convivem taxas dejuros tão díspares no mercado. So-mente aumentos muito grandesda Selic são capazes de afetar aeconomia como um todo, ao atin-gir brutalmente os setores de ativi-dade que não são beneficiados pe-las taxas de juros subsidiadas docrédito oficial.

Na China há uma preocupa-ção com o impacto do aumentodas taxas básicas de juros sobre o

endividamento das províncias emunicípios. Esses entes se endi-vidaram pesadamente no passa-do e precisam rolar suas dívidasa taxas de mercado. Um aumentonas taxas de juros torna essa ro-lagem mais onerosa.

Já convivemos com esse proble-ma no passado e hoje a preocupa-ção maior é com a expansão docrédito e com os riscos de aumentona inadimplência. Em artigo re-cente no Financial Times, PaulMarshall e Amit Rajpal aponta-ram que a taxa média de juros nocrédito ao consumidor no Brasilsaltou de 41% ao ano, em 2010, pa-ra 47% em maio deste ano.

Com esse aumento na ta-xa, os gastos médios como pagamento dos em-

préstimos subiu de 24% da rendadisponível dos consumidoresem 2010 para 28% em 2011. A si-tuação é ainda mais grave para aclasse média brasileira, cujo cus-to do endividamento, na opiniãodos articulistas, deve estar pró-ximo de 50% da renda disponí-vel. A título de comparação, os"superendividados" consumi-dores americanos gastam so-mente 16% da renda disponívelcom o serviço da dívida. E naChina, esse percentual é da or-dem de um dígito.

A moral da história das duas in-flações é simples: não há jabotica-ba no combate à inflação e não hácomo deixar de usar os mesmosinstrumentos, que valem para oBrasil e a China. O mal foi feito naadministração anterior e cabe àatual corrigi-lo. Como está fazen-do o governo chinês.

RO B E RTO FENDT É E C O N O M I S TA

A inflação chinesa estácorrendo muito acima da

meta, como no Brasil. As razõespara a alta na China são

parecidas com as razões doaumento no Brasil.

Na China há preocupação com o impacto do aumento das taxas básicas de juros sobre o endividamento das províncias.Roberto Fendt

Fundado em 1º de julho de 1924

Pre s i d e nteRogério Amato

V i ce - Pre s i d e nte sAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroCláudio VazEdy Luiz KogutÉrico Sodré Quirino FerreiraFrancisco Mesquita NetoJoão de Almeida Sampaio FilhoJoão de FavariLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesNelson Felipe KheirallahNilton MolinaPaulo Roberto PisauroRenato AbuchamRoberto FaldiniRoberto Mateus Ordine

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opinião

Na semana passada, Serracomeçou a usar a

presidência do ConselhoPolítico do PSDB para fazerdura oposição ao governo doPT. Até então, ele nãodispunha de uma tribunaapropriada para alfinetarDilma Rousseff. O tucanoadmite que a oposição aDilma não pode ser entendidacomo "água com açúcar". ParaSerra, o governo petista "éincompetente" e precisa serdesmascarado. Os serristasquerem desgastar a imagemdo PT, sobretudo porqueDilma e Lula continuamalcançando índices favoráveisnas pesquisas.

A tese defendida no PSDBde São Paulo é de que opartido precisa se prepararpara enfrentar nas urnas apresidente atual ou o próprioLula. Tucanos e petistas temalgo em comum: admitemque mais uma vez vãodisputar o Poder em 2014.Para os dois lados, não existe ahipótese de surgir um outrocandidato a presidentepor outro partido emcondições de brigar peloPoder com PT e PSDB.

EYMAR MASC ARO É J O R N A L I S TA E

CO M E N TA R I S TA P O L Í T I CO

MASC ARO@B I G H O S T.CO M .BR

Fernando Henriquedeclarou ao Estadão queseu candidato à

presidência era Mário Covas.Os covistas, no entanto,lamentam que o ex-presidente não pensasse damesma forma quando decidiuser candidato à reeleição.

No ano em que FHCconcorreu à reeleição, ocandidato natural do PSDB aoPlanalto era Covas. Dizem atéque Covas morreu magoadocom FHC por não ter tido aoportunidade de disputar ap re s i d ê n c i a .

O instituto da reeleição foiidealizado por FHC napresidência, para que elepudesse tentar um mandatoconsecutivo. Coube ao entãoministro Sérgio Motamobilizar o Congresso paraaprovar a emendaconstitucional permitindouma reeleição aos prefeitos,governadores e presidente daRepública. Antes da emendaser aprovada, algunsdeputados foram acusados devender o voto ao governo.

FHC completou 80 anos erecebeu homenagensmerecidas. Sua trajetóriapolítica é rica, mas chegou aser tumultuada devido aomovimento militar de 1964.Ele chegou a se exilar naFrança, pois estava ameaçadode prisão se permanecesse noBrasil. Professor da USP, FHCteve atuação destacadatambém no Cebrap, entidadeque esteve na mira da polícia,acusada na época de abrigarintelectuais esquerdistas.

Há dias, o governadorGeraldo Alckmin lembrou

que FHC poderia ser ocandidato tucano em 2014 àsucessão de Dilma Rousseff. Alembrança de Alckmin,contudo, não prosperou,porque em 2014, FHC estarácompletando 83 anos. Alémdisso, os fernandistasentenderam o comentário deAlckmin como um gestosimpático ao ex-presidente.Ou melhor: um presente deaniversário. Alckmin sabe,por exemplo, que ocandidato do PSDB aoPlanalto, em 2014, será AécioNeves ou José Serra.

Os tucanos não admitemque possa surgir no partidoum outro pretendente, a nãoser o próprio Alckmin.

Aécio Neves manobrou opartido para fortalecer suapré-candidatura, ao conseguirreeleger o deputado SérgioGuerra presidente do PSDBpor mais dois anos. SérgioGuerra foi reeleito com oapoio das maiorias nasbancadas do partido naCâmara e Senado.

Os mineiros não abremmão da candidatura de Aécio,justificando que a fila andouno partido e que a hora dosenador por Minas chegou.

sexta-feira, 8 de julho de 2011 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

NEIL

tô dentro

FerreiraPELA LEGALIZAÇÃODA CORRUPA

O guri do sinistrodos Transportes,um arquiteto, foiapanhadomontado numpatrimônio queengordou86.500%, emapenas doistrabalhosos anos.

Vila Rica, o coraçãode Minas Gerais.

Comemoramos hoje o3º centenário de criação daVila, depois chamada de Rica.

O melhor modo de celebrarOuro Preto é comprometer-se

com sua preservação.

DOMINGOS

ZAMAGNA

A ELEVAÇÃO À CATEGORIA DE VILAOCORREU POR CARTA DE DOM JOÃO V, EM 8 DE JULHO DE 1711.opinião

Talvez fosse mais adequadofalar "peladescriminalização da

corrupa", não é. Soumoderadamente otário mas seialgumas coisas. Em matéria delegalês sou mudo que se mete afalar, surdo que escuta de vez emquando, cego que enxerga longee burro que tenta explicar oi n ex p l i c á ve l .

O meu Houaiss confirma aexistência de "criminalizar", que éconsiderar algo como crimesubmetê-lo às penas da lei. Isso éo que você pensa que é. Não é.

Darei alguns exemplos decorrupa notória, tenho certeza deque você conhece outros maiorese melhores; você abre o jornal dehoje e tropeça com meia dúziadeles, o jornal de amanhã traráoutra meia dúzia mais cabeludaainda – neste país o amanhã é ohoje piorado.

Mas como tudo na vida tem oseu lado bom ("menos os discosdo Lulu Santos", definiria oescritor Ruy Castro), cadagrande escândalo sempre é"apagado" pela descoberta demais uma gigantesca reserva depetróleo pré-sal, o que nostorna poderoso membro daOpep, embora ninguém tenhavisto ainda uma gotinha sequerdesse petróleo milagroso.

Vamos ao mais antigo quelembro do lullopetismo.Waldomiro Diniz, capitão do timedo Dirceu, capitão do time doLulla, ambos "founding fathers"da corrupa como a conhecemoshoje (Adhemar de Barros ePC Farias eram amadores pertodesses profissas), filmadopedindo a um bicheiro uma grojaem troca de não sei qual "favor".

Corrupa escrita e escarrada e ode cujus nunca foi

"criminalizado", está aí lindo, levee solto, como todos os outros queengordaram suas rendas epatrimônios de maneira suspeita,sem o pudor de disfarçar umpouquinho suas evidentesdemonstrações deenr iquecimento-relâmpago.

Até o mais recente, o dosinistério dos Transportes, cujosinistro (da "cota" do Lulla, comoera o "Mermão" Paloffi) foidefenestrado pelo Poste dois diasdepois de receber apoio econfiança desse mesmo Poste.

O auxiliar de confiança dosinistro, o Pagot, não pagot,recebeut. O guri do sinistro, umarquiteto, foi apanhado montadonum patrimônio que engordou86.500%, Oitenta e Seis Mil eQuinhentos Por Cento, emapenas dois trabalhosos anos.

A firminha nasceu com 60continhos de capital e hoje, doisanos depois, tem um patrimôniode 58.000.000,00, CinquentinhaMilhões de Reais.

"Mermão" Paloffi, queaumentou seu patrimônio sóVinte Vezes e ganhou em doismeses a mixaria de apenas10.000.000,00, Dez Milhõeszinhosde Reais, é um escoteiro pertod i s s o.

Entre D. Diniz Primeiro (oWaldomiro) e D. Diniz Segundo (oAbilio) há a pequena distância dedois mandatos do Lulla, e anos-luz de distância se marcada emzeros depois do primeiro ponto.

Do troquinho da groja pedidapor D. Diniz Primeiro ao obscuro"negócio Pão de Açucar", de D.Diniz Segundo, Quatro Bi eSeiscentos Mi de Reais,4.600.000.000,00, espantososanota aí: quatro, o primeiroponto, seis e mais dez zeros dedinheiro do BNDES, dinheiropúblico, meu e seu.

Um "negócio" das alturas dobelo cartão postal carioca queempresta seu nome à... o quêmesmo? Ah, sim, à "formação deempresas brasileiras campeãs",

conforme explicou... quemmesmo? O Mantega? Dado otamanho do disparate poderia sero Coutinho, presidente do BNDES.

Entre uns e outros, cito dememória e sem ordem de entradaem cena, Dirceu e a Quadrilha dosQuarenta do mensalão, Delúbio,Silvinho Land Rover; "casos" CelsoDaniel e Toninho de Campinas,ambos assassinados; GilbertoCarvalho no seu "Corsinha preto",alegadamente levando 500 mildólares para Dirceu; os dólares nacueca do assessor do irmão doGenoíno; Genoíno assinando emnome do PT e "sem ter lido"contratos de 100 Milhões de Reaiscom o Banco Rural; Mercadante,os "aloprados" e o dossiê falsocontra Serra, comprado por1.700.000,00 Reais em grana viva,apreendidos pelos federais com oassessor do Mercadante,candidato ao governo de SãoPaulo; o falso e imundo dossiêfeito sob o comando do Poste,então chefiando a Casa Civil,contra a falecida dona RuthCardoso, digna do respeito eadmiração da nação inteira;Erenice e seus filhos; Lulla e seusLullinhas; Sarney e seussarneyzinhos; o Itaquerão, queaté agora já levou 820 Milhões dedinheiro público, 400 milhões doBNDES e 420 milhões emrenúncia fiscal da prefeitura deSão Paulo; cansei, cara, completevocê a lista, "please".

Nenhum foi "criminalizado",ao que tudo indica crimes

não cometeram nas suasinocentes corrupas. Inocentesporém ainda ilegais.

Se assistimos à monumentalParada Gay, a mais de noventamarchas de maconheiros e àdebochada marcha das vadias,por que não uma pelalegalização da corrupa?

Preferência nacional,entranhada no nosso tecido

social e aceita como um fato davida, legalizar a corrupa seriapoupar tempo aos noticiários detevê, espaço aos jornais e ohumor dos direitistasmoralizadores, já que sabemosque quem protesta contra acorrupa é de direita.

Lulla não sabia do mensalão;o pai, então sinistro dosTransportes, não sabia do filhoenricando na porta ao lado;Erenice não sabia do marido edos filhos aprontando no andarde baixo; o prefeito de Campinas,Dr. Hélio, não sabia que a mulherque dorme com ele chefiava umaquadrilha que desviava dinheiro.E eu... só sei que nada sei.

PS: Se quiser saber mais sobrea corrupa que nos engole "comonunca antes neste paíz", visite oMuseu da Corrupção aqui mesmono DC ( w w w. d co m e rc i o. co m . b r )

MILLOR ESCREVEU: “QUEMFALA MAL DA CORRUPÇÃO ESTÁCUSPINDO NO PRATO EM QUENÃO COMEU”. FALOU E DISSE.

NEIL FERREIR A É PUBLICITÁRIO

Alceu de AmorosoLima dizia que nãos e p o d e f a l a r d eO u r o P r e t o s e m

usar superlativos. Mas a gentepode tentar...

As primeiras pepitas de ourocomeçaram a despontar entre osseixos das bateias no início da dé-cada de 1690. O núcleo que deuorigem à cidade foi fundado em 24de junho de 1698. A elevação à ca-tegoria de vila ocorreu, por cartarégia de Dom João V, em 8 de julhode 1711. Comemoramos hoje, por-tanto, o 3º centenário da "Vila"que, em 1712, foi reconhecida echamada de "Rica".

É do famoso mineralogistafrancês Claude-Henri Gorceix,fundador da Escola de Minas, acélebre frase: "Minas é um peitode ferro onde pulsa um coraçãode ouro". O ouro foi sendo de-sentranhado "e se tornando pó,folha, barra, prestígio, poder, en-genho", como escreveu CecíliaMeireles. E foi o ouro deste terri-tório em que a natureza se exce-deu em dádivas, se bem que nacondição de colônia, que oxige-nou por décadas o pulmão davoraz metrópole.

O espírito das Minas Gerais,das quais praticamente pouco sesabia até o fim da primeira meta-de do século XVI, começou a to-mar corpo em Vila Rica (de Nos-sa Senhora do Pilar de Ouro Pre-to). Como todos os espíritos,também ele padeceu tormentose contradições, às vezes de difícilsuperação, mas também de indi-zíveis alegrias.

Se, de um lado, os que visitama cidade se alegram com a arqui-tetura, a música, a literatura e agastronomia excelsas, de outrolado também é verdade que o pa-trimônio da humanidade sofrecom a precariedade e toda sortede riscos. Neste tempo de come-morações, o melhor modo de ce-lebrar Ouro Preto seria compro-meter-se efetivamente com a suap re s e r v a ç ã o .

Mistura de história com len-das, religião e misticismo, fazen-do do barroco uma miragem,graças à sua espetacular monu-mentalidade, cada destaque daacidentada topografia é aprovei-tado da melhor maneira, na ten-tativa – sempre bem sucedida –de rivalizar com as colinas. O sí-tio abriga a beleza da naturezacom a inventividade do ser hu-mano. Vila Rica é a matriz de on-de os sonhos barrocos deslizampelas pedras, textos, sons, odo-res, sabores e amores.

Auge da magnificência, dadramaticidade, a vila produziu omaior préstito de encomiásticareligiosa do século XVIII, o

Triunfo Eucarístico, símbolo dariqueza dos setecentos, com asfaíscas dos maiores e melhoresdiamantes das Américas servin-do para diluir os conflitos da de-sigualdade. Ninguém poderiaduvidar do êxito do empreendi-mento aurífero.

Ainda hoje serpenteiam asprocissões naquele sacro, masnão menos sensual torrão, oracedendo o espaço ao sopitado epungente pranto da Paixão, orarecuperando os júbilos da Res-

s u r re i ç ã o .Cada obra-prima dos aleijadi-

nhos (em Minas tudo é plural)representa – é quando a estéticagalga as cimeiras – "a clara vitó-ria da forma e da humana geo-metria", como ensinou o extasia-do Murilo Mendes. Corpos ma-cerados e suados, membros san-grentos e até leprosos deramforma – na talha, no lenho, nastintas – ao trabalhador da terra,aos santos, às hierarquias celes-tes – dos anjos aos querubins – às

Virgens, ao Filho de Deus, tantoem glória quanto em escárnio.

Em nenhum outro lugar doBrasil a manutenção das raízestanto combina, e tão harmonio-samente, com a compulsão pe-las ideias novas; nem sabemosse os séculos conhecerão outraamálgama do novo com o anti-go, da tradição com a vanguar-da. Tão antiga, tão conservado-ra, tão apegada às origens, e noentanto a mais aberta para oque de melhor e mais necessá-rio requeria o Brasil. De fato, aliberdade foi uma ideia quenasceu em Minas.

Ali foram lançadas as imor-redouras sementes do anticon-formismo, da conjura contra aopressão, da inconfidênciacontra a tirania, do brado con-tra a derrama, do talento artís-tico e político contra a naturezagranítica e a empedernida es-cravidão.

De lá ecoou, enfim, pelasmontanhas de Minas e do Bra-sil, o capitoso grito de lucidezdo alferes Tiradentes e seuscompanheiros, que fizeramcrescer no coração dos brasilei-ros a chama da libertação.

Na Vila Rica, há duzentosanos, o curso da banali-dade histórica foi re-

vertido, foi lá que os nossos már-tires exorcizaram o fetiche dodestino, contrariando a sanhados algozes, exatamente quandoa todos ela parecia tão insaciávelquanto irreversível.

Vila Rica foi e continuará sen-do o símbolo do parto da civili-zação dos trópicos, içada – mes-mo com dor, traição, banimento,esquartejamento – aos píncarosda luminosa experiência da soli-dariedade e da paz.

Se o passado testemunhouépocas de ambições causadaspela imaturidade política, ou en-treveros oriundos da falta dediálogo, chegando a indispor re-giões e povos tão entranhada-mente brasileiros como São Pau-lo e Minas, não sejamos mais as-sombrados pelos emboabas; e jáque desde há muito somos todosconstituintes, o correto é olharvigilantes para a frente e somarforças na construção de um Bra-sil de prosperidade para todos.

Ainda hoje, através de seusestudantes, artistas, intelec-tuais, vive em Vila Rica-OuroPreto uma gente conscienteque conserva o viço de ser guar-diães do dinamismo da memó-ria de uma nação livre.

DOMINGOS ZA M AG N A

É J O R N A L I S TA E

P RO F E S S O R DE FILOSOFIA.

Douglas Cometti/Folhapress

Antiga Vila Rica: mistura de história com lendas, religião e misticismo, fazendo do barroco uma miragem.

Fábio Vendrame/AE

sexta-feira, 8 de julho de 20114 -.GERAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 de Julho

Bem-Aventurado

Eugênio III

Segundo os registros, era monge da Ordemdos Cistercienses quando foi eleito Papa

Eugênio III, em 1145. Muito inteligente epacífico, enfrentou muitas dificuldades políticas

até promover quatro Concílios e uma grandereforma na Igreja em defesa dos santos

co s t u m e s.

Solução

Por: José Nassif Neto

'Agente',em alemão.'Passado',em inglês.

Símbolode

Oxóssi.

Ditador daextinta

União So-viética.

Djibouti éum peque-no (...)da África.

'Chapéu',em

inglês.

Dançaespanholado século

XVII.

O Deusgrego do

amor.

Homemnamoradorinveterado.

(gíria)

Astúciapara

distrair oadvesário.

Especia-lista

em óvnis.

Desordei-ro.

Qualquerser ina-nimado.

Símbolode

roentgen.(física)

Estanho,símboloquímico.

Aqueleque lutaninjútsu.

Latitude.(abrev.)

Após.

"Umaandorinhasó não faz

(...)".

Papa demandioca.Lente deaumento.

Cachaça.Sinônimode chato.

(gíria)

Brinco deforma

circular.

El. químicode númeroatômico 27(símb.: Co)

Instrumen-to de

percussãoafricano.

Um maunegócio.

Galináceomacho.

Sinistro.

Desmoro-nar rapi-damente.

Filme comduração

mínima de70 min.

'Bêbadocomo um

(?)'.

Leitode um

rio.

Cosme Tu-ra, pintor.

Bruce Lee,ator.

Sadio;saudável.

(?) Guerra,escritor

brasileiro.

Estado deGoiás.(abrev.)

Canal marí-timo daAméricaCentral.

Saldo ácidoláctico.

(406) 3-hat; 4- trás; ago; 4- eiru; 5-verão; álveo; gambá; pirão; agent; 6-panamá; pinóia; 7-ufólogo; trágico; tárraga.

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sexta-feira, 8 de julho de 2011 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

R I S COBlairo Maggi estárelutante emsubstituir AlfredoNa s c i m e nto.

SUMIÇOEx-ministro volta aser senador, masnem aparece naCasa. Desaparece.

política

Todos querem Blairo nogoverno. Ele, nem tanto

A presidente Dilma Rousseff fez o convite e onome do senador é o primeiro da lista do PR, oseu partido. Mas Blairo Maggi não está tão certode que seria uma boa alternativa trocar oLegislativo pelo Executivo, até porque temempresas dele envolvidas com o governo.

Dorival Marinho/AE

Maggi não esconde o seu descontentamento com o governo pela maneira como tratou Luiz Antonio Pagot, seu amigo e secretário de governo.

Os e n a d o r B l a i roMaggi (PR-MT) é aaposta mais fortedo Planalto para

substituir o ex-ministro e sena-dor Alfredo Nascimento (PR-AM) no Ministério dos Trans-portes. Chamado para umaconversa com a presidente Dil-ma Rousseff, na noite de quar-ta-feira, foi informado de que,caso não aceite, a alternativado governo será manter o ex-secretário-executivo PauloSérgio Passos,que ocupa in-terinamente apasta.

Blairo teriare s p o n d i d oque não acei-taria o convite,m a s c o m apressão quevem receben-do do Planaltoe do PR estaria" p e n s a n d o "no assunto. Olíder do PR na Câmara, Lin-coln Portela (MG) confirmouontem que Maggi era o 1º dalista do governo e do partido.

Mesmo assim, a legenda es-taria querendo ganhar tempo esó voltar a conversar com apresidente na semana quevem. O PR quer que a definiçãoaconteça depois que o diretorgeral, Luiz Antonio Pagot,afastado e de férias do Depar-tamento Nacional de Infraes-trutura em Transportes (Dnit),seja ouvido no Senado, na ter-

ça-feira, e na Câmara, na quar-ta-feira. Os depoimentos sãouma tentativa de reabilitá-lopoliticamente e assim ganharforça para ficar no Dnit.

Cargos relevantes – A ex-pectativa é a de que ele se saiabem e, não por acaso, Blairo es-tá pessoalmente empenhadona reabilitação do amigo, ain-da que a volta de Pagot não sejauma condicionante para acei-tar o convite. Além disso, aolongo de oito anos de mandato

à frente do go-verno de MatoGrosso, Pagotesteve semprecom Maggi emp o s t o s re l e-vantes. Foi seusecretário deIn fr ae st ru tu-r a , c h e f e d aCasa Civil e se-c r e t á r i o d eEducação.

Tu d o i s s oexplica a irri-

tação de Maggi durante con-versa com a ministra Ideli Sal-vatti, das Relações Institucio-nais. O senador protestou, comveemência, contra o que acon-teceu com Pagot. "Não se podedesonrar um homem daquelejeito", teria desabafado.

Oficialmente, o líder Portelaafirmou que Blairo precisa detempo para avaliar a situação."A dúvida é se há impedimen-to jurídico por conta do envol-vimento de empresas dele como governo", disse. Portela citou

o Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e So-cial (BNDES) e a Marinha, jáque uma empresa dele operana área da navegação e trans-porte fluvial para escoar soja.

Um dirigente do PT admiteque a preferência pessoal dapresidente seria por Paulo Sér-gio Passos, por se tratar de umquadro técnico eficiente queconhece a fundo a estrutura doministério. Mas, sabendo das

resistências do PR, que não vêno ex-subordinado de Nasci-mento um representante da le-genda no ministério, a presi-dente decidiu buscar um nomeque pudesse obter o apoio doconjunto do partido.

Extirpação – Além disso, co-mo as denúncias de um supos-to esquema de corrupção compagamento de propina nosTransportes envolvem direta-mente o secretário-geral do PR

e deputado Valdemar CostaNeto (SP), o Planalto não querum novo ministro que tenha li-gações com o acusado. Ao con-trário, a presidente deixou cla-ro a mais de um interlocutorque quer "extirpar" a influên-cia de Costa Neto sobre osTransportes. Também pesa emfavor de Blairo a conveniênciade escolher um senador quepossa se compor com o colegaNascimento.

Foi de posse dessa informa-ção que Blairo começou a searticular com a bancada doPR ainda ontem. O primeiro aser procurado foi Nascimen-to, com quem o senador teveum encontro reservado. Des-sa conversa saiu a decisão deBlairo, Portela e Magno Mal-ta, líder do PR no Senado, se-rem os interlocutores do par-tido na sucessão no Transpor-tes. (AE)

Marcello Casal Jr/ABr - 9/10/2007

Alfredo Nascimento: processos na Justiça Eleitoral do Amazonas e sob muitas suspeitas.

Nascimento reassume, nãotrabalha e o mandato corre risco

Oe x - m i n i s t r o d o sTransportes, AlfredoNascimento, reassu-

miu ontem seu mandato comosenador. O retorno foi automá-tico, sem a necessidade decomparecer à Casa. A posse sóé necessária a primeira vez, oque ocorreu em 2007. A expec-tativa é a de que Nascimento sóretorne de fato depois do reces-so Legislativo, quando possi-velmente a onda de denúnciascontra o PR perderiam a suaforça. O senador tem mais trêsanos e meio de mandato, mashá riscos para Nascimento.

O ex-ministro é alvo de doisprocessos eleitorais em cursono Ministério Público Federal,no Amazonas, que podem le-vá-lo a perder o mandato.Além disso, o PSol pediu aoConselho de Ética do Senadoque abra um processo discipli-nar por suspeita de quebra de

decoro. O PSol acusa Nasci-mento e seus assessores de su-posto envolvimento em "práti-cas criminosas", como impro-bidade administrativa, forma-ção de quadrilha e fraude àlicitações. A senadora MarinorBrito (PSol-PA) ressaltou que"se Nascimento não serve paraser ministro, tampouco servepara ser senador". Para o sena-dor Randolfe Rodrigues (PSol-AP), as denúncias "são gravís-simas" e as respostas tem de serconvincentes. Mas Marinoracredita que o Conselho de Éti-ca vai se eximir mais uma vez.

Ela narrou que o presidentedo Conselho, senador João Al-berto Souza (PMDB-MA), su-geriu que não fizesse represen-tação contra Nascimento echegou a chantageá-la, dizen-do que ela também era alvo deuma representação, de iniciati-va do deputado Jair Bolsonaro

(PP-RJ) e que a tendência erade aceitar o pedido. "Foi umatentativa de intimidação".

No Amazonas, o primeiroprocesso contra Nascimento,então candidato ao governo doestado, trata da distribuição decombustível a eleitores paraganhar votos em Humaitá, a660 quilômetros de Manaus.

O outro é uma ação de inves-tigação judicial eleitoral porabuso de poder político, comuso indevido dos meios de co-municação. Ele usava, comoplataforma de campanha emrádio e televisão, referências aobra do Ministério dos Trans-portes que não foram realiza-das ou não apresentavam ascaracterísticas sustentadas porele, como recuperação da BR-319 e de portos no interior.

Socorro – A empresa Socor-ro Carvalho e Cia, que teriacomprado apartamento no va-

O retorno foi automático, mas o PSol entrou com pedido no Conselho de Ética

lor de R$ 450 mil de Gustavo deMorais Pereira, filho do ex-mi-nistro, também tem contratoscom o governo do estado, assi-nados na gestão do ex-gover-

n a d o r E d u a r d o B r a g a(PMDB). Os contratos para orecapeamento de estradas su-peraram os R$ 60 milhões entre2009 e 2010.

A empresa é apontada comosuposta ponte para o repassede verbas públicas do Ministé-rio dos Transportes para o filhodo ex-ministro. (Agências)

Nas contas de Pagot, nada é superfaturado

OSenado decidiumanter o convitepara ouvir LuizAntonio Pagot ,

afastado e em férias do cargode diretor-geral do Departa-mento Nacional de Infraestru-

tura de Transportes (Dnit).Ele vai prestar esclarecimen-

to na terça-feira, dia 12. No diaseguinte, será ouvido na Câ-mara. Pagot é um dos quatrointegrantes da cúpula do Mi-nistério dos Transportes afas-

tados por determinação dapresidente Dilma Rousseff,após as denúncias de superfa-turamento em obras e recebi-mento de propina envolvendoservidores e órgãos ligados àpasta. A presidente determi-

nou ainda que, assim que eleretornar das férias, seja afasta-do sumariamente do Dnit.

Alfredo Nascimento, quecaiu do ministério e reassumiuontem o mandato no Senado,não deverá ser ouvido formal-mente pelos colegas. Prova-velmente fará uma explanaçãono plenário, como sugeriu opresidente da Casa, senadorJosé Sarney (PMDB-AP).

A informação sobre a ida dePagot ao Senado foi feita porBlairo Maggi (PR-MT), um dosautores do requerimento eapontado como o responsávelpela indicação de Pagot para ocargo, ainda no governo LuizInácio Lula da Silva. Maggitambém mostrou uma cartaassinada por Pagot em que ele

se dispõe a prestar esclareci-mentos aos senadores.

"A gente deve isso ao Pagot.Ele é trabalhador", afirmouMaggi, acrescentando que odiretor do Dnit vai explicar porque uma obra começa com umpreço e acaba com outro maior.

Diretor-geral do Dnit, afastado pela presidente, ele poderia explicar, no Senado, como uma obra começa com um preço e termina com outro

A gente deve isso aoPagot. Ele étrabalhador. Eletem o direito a sedefender.

BLAIR O MAG G I (PR-MT), SOBRE

A CONVOC AÇÃO DO AMIGO PAR A

SE EXPLIC AR NO SENADO

"Ele tem o direito a se defen-der", afirmou.

A reportagem publicada pe-la revista Ve j a mostra uma sériede contratos, inclusive deobras do Programa de Acelera-ção do Crescimento (PAC),que teriam sido superfatura-dos. Também foi publicadoum suposto esquema de paga-mento de propina no Dnit.

Mesmo assim, Maggi, que éamigo de Pagot, o defendeu edisse que é seu desejo que eleconsiga explicar todas as su-postas irregularidades. "Espe-ro que com o que ele tenha a di-zer consiga colocar a verdadedos fatos", afirmou Maggi. "Euconfio no Pagot, sim. Traba-lhou comigo por vários anos,confio nele", disse. (Agências)

A dúvida é se háimpedimentojurídico por contado envolvimento deempresas dele como governo.

LI N C LO N POR TELA, LÍDER DO PRNA CÂMAR A FEDER AL

Ueslei Marcelino/Folhapress - 07/08/2007

Ao saber que seriaexonerado do cargode diretor, Pagotpediu férias. Mas apresidente já avisouque, assim que elevoltar, será afastadosumariamente. Agoraespera convencer oCongresso paravoltar ao Dnit.

sexta-feira, 8 de julho de 20116 DIÁRIO DO COMÉRCIO

CGU pronta para auditar TransportesEquipe já foi nomeada, mas apuração de propina cabe à PF, diz Jorge Hage

Antonio Cruz/ABr - 04.05.11

Jorge Hage: "A saída do ministro Alfredo Nascimento não muda em nada a auditoria".

Oministro-chefe daCo nt ro la do ri a- Ge-ral da União, JorgeHage, designou oi-

to servidores da CGU para au-ditar as licitações, contratos eexecução de obras que deramorigem às denúncias sobre ir-regularidades no âmbito doMinistério dos Transportes eórgãos vinculados. Hage, afir-mou também ontem que fo-ram recolhidos documentos ecomputadores dos envolvidosnas denúncias de superfatura-mento de obras no Ministériodos Tranportes.

Ao final de sua participaçãono Seminário Internacional sobreTransparência e Acesso a Infor-mação: Desafios de Implementa-ção, em Brasília, Hage afirmouque a saída de Alfredo Nasci-mento do ministério não irá in-terferir na investigações.

Hage também fez questãode esclarecer que a auditorianão busca verificar se houvepagamento de propina no mi-nistério, mas averiguar irregu-laridades. "[Pagamento depropina] é tarefa de investiga-ção policial. A CGU encami-nha o resultado de suas audito-rias regularmente, todas elas,para o TCU (Tribunal de Con-tas da União), que tem compe-tência legal para aplicar pena-lidades administrativas, a car-

go dos órgãos de contas, quesão aplicação de multa, conde-nações ao ressarcimento".

Sem mudanças – "[A saídade Alfredo Nascimento] nãomuda nada. No momento emque estava preparando o expe-diente (portaria publicada noDOU sobre auditoria nas lici-tações), apresentando a equipeao ministro Nascimento, to-mei conhecimento do seu pe-

A portaria de nomeação daequipe foi publicada ontem noDiário Oficial da União. O grupoindicado pela CGU tem até 31de agosto para concluir o pro-cesso de auditoria nas licita-ções, que já foram suspensas.Além disso, um servidor daCGU foi nomeado só paraacompanhar o desenvolvi-mento dos trabalhos da comis-são de sindicância designadapelo ex-ministro dos Trans-portes, Alfredo Nascimento.

Os oito servidores nomea-dos para a auditoria têm comoatribuição revisar todas as lici-tações, contratos e obras quederam origem às denúncias denegócio superfaturados e pa-gamento de propina ao alto es-calão da área de transportes dogoverno, especialmente noDnit e na Valec.

Nada ainda – A Polícia Fe-deral informou ontem que ain-da não recebeu nenhuma soli-citação para investigar as de-núncias contra o ministériodos Transportes e órgãos vin-culados á pasta. De acordocom a PF, a investigação só po-de ser iniciada após a conclu-são da auditoria da CGU. Se-gundo a PF, antes da investiga-ção policial, é necessária aapresentação desse parecer.Daí, a investigação pode ounão ser acionada. (Agências)

Esse escândalo é muito grave para ser esquecido. Expedito Veloso tem muito a dizer, tem de ser ouvido.Senador Álvaro Dias (PSDB-PR)política

Simplesmentemodifiquei odestinatário doofício, que agora é oministro emexercício (PauloSérgio Passos).

JOR GE HAG E

dido de demissão. Simples-mente modifiquei o destinatá-rio do ofício, que agora é o mi-nistro em exercício".

"A equipe já entrou no mi-nistério, no Dnit (Departa-mento Nacional de Infra-Es-trutura de Transportes), na Va-lec, recolheu os computadoresdas pessoas envolvidas e co-meçou a coleta dos documen-tos", acrescentou Hage.

Senado vota convocação do'aloprado' Expedito Veloso

Ele teria acusado Mercadante de ser o mentor de dossiê contra José Serra

Oesquema dosaloprados volta àpauta do Senado na

semana que vem, com avotação de doisrequerimentos convidandopara depor o petistaExpedito Veloso. Ele acusouo ministro da Ciência eTecnologia, AloizioMercadante, de ser omentor do dossiê cominformações falsas que o PTtentou divulgar em 2006usando a imprensa. Odossiê era para José Serra,adversário de Mercadantena campanha do governo de São Paulo.

Reportagem da revista Ve j a também atribuia Veloso a informação de que Mercadanteseria um dos "arrecadadores" do R$ 1,7 milhãoque seria usado para pagar o dossiê e de que aex-senadora e atual ministra de RelaçõesInstitucionais, Ideli Salvatti, sabia do esquema.O ministro, em depoimento, no Senado,negou a participação e disse que algumasmilitantes do PT se comportavam como seestivessem desempenhando uma "missãoheroica", o que levava a exageros, como tentarelegê-lo a qualquer custo.

Os presidentes das Comissões de AssuntosEconômicos (CAE) e de Constituição e Justiça(CCJ), senadores Delcídio Amaral (PT-MT) eEunício Oliveira (PMDB-CE), prometeram votarna próxima terça-feira os convites do líder doPSDB, Álvaro Dias (PR).

Dias afirma que a presença de ExpeditoVeloso tem por objetivo esclarecer as "novas

informações sobre o esquema dos aloprados,uma das maiores fraudes eleitorais da históriabrasileira. Esse escândalo é muito grave paraser esquecido. Expedito tem muito a dizer, eletem de ser ouvido".

Os votos do PMDB, nesse caso, contam afavor da oposição, já que tanto o presidentedo Senado, José Sarney (PMDB-AP), quanto olíder do PMDB, Renan Calheiros (AL), deixaramclaro que nada farão em favor de Mercadante.

A reação vem do fato de ele ter tido a ajudados senadores para não ser investigado pelaPolícia Federal e, mais na frente, ter se omitidoquando os senadores foram acusados dequebra de decoro.

'Ele quer vir' – No PT, o líder HumbertoCosta (PE) disse que caberá à ministra Idelitraçar a estratégia de ação do partido.

"Pelo que eu sei, ele (Veloso) é quem quervir depor", alegou. "Mas não traçamosnenhuma estratégia ainda". (AE)

Desembarque: petista deverá explicar denúncias da Veja.

Celso Júnior/AE - 22/09/2006

Carvalho: 'Aliados não podemser mantidos a qualquer preço'

Oministro Gilberto Car-valho (secretaria geralda Presidência) foi on-

tem porta-voz de dois recadosda presidente Dilma Rousseffpara a base aliada do governo.

"Aliados não podem sermantidos a qualquer preço",disse. "Num governo, quemcometer erro, cai".

Avaliando o caso da suspei-ta de corrupção no ministériodos Transportes, Gilberto Car-valho disse que a presidentenão tomou decisões precipita-das durante todo o processo.

"Ela conversou com todos,não tomou nenhuma atitudeintempestiva", afirmou.

O ministro disse, ainda, quenão há nenhum desentendi-mento entre Dilma e o ex-pre-sidente Luiz Inácio Lula da Sil-va. "De jeito nenhum", afir-

mou. Amigo pessoal de Lula,Carvalho confidenciou que,numa conversa ontem, por te-lefone, o ex-presidente somen-te lamentou o afastamento derepresentantes do PR da área

dos Transportes."Fazer o quê, né Gilberti-

nho? As pessoas acabam co-metendo isso, a gente lamenta,mas é isso mesmo", relatou oministro. (AE)

Recado da presidente Dilma foi repassado ao ministro. "Quem cometer erro, cai."

Gilberto Carvalho: "Ela não tomou nenhuma atitude intempestiva."

Celso Júnior/AE - 24.05.11

OAB: como documentos sumiram?Entidade cobra da PGR investigação sobre documentos do regime militar que, segundo Jobim, desapareceram

Odesaparecimento dedocumentos do perío-do do regime militar,

revelado recentemente peloministro da Defesa, Nelson Jo-bim, levou a Ordem dos Advo-gados do Brasil (OAB) a pedirao Ministério Público que in-vestigue as circunstâncias dofato. De acordo com Jobim, do-cumentos sigilosos da época

do regime de exceção (1964-1985) "desapareceram, foramconsumidos à época".

Para o presidente da OAB,Ophir Cavalcante, a supostadestruição de documentos écrime previsto no Código Pe-nal. Ele alertou que, segundo oArtigo 314 do Código Penal, écrime extraviar livro oficial ouqualquer documento guarda-

do pelo Estado, sonegá-lo ouinutilizá-lo, total ou parcial-mente, com pena de um a qua-tro anos de reclusão. A penapode aumentar dependendoda gravidade dos fatos.

Em requerimento encami-nhado à Procuradoria-Geralda República (PGR), Ophir dizque documentos só são des-truídos em caso fortuito, pornegligência ou por ato crimi-noso. "Importa desde logo res-saltar que não cabe, no caso, aalegação de anistia, não só por-que a Corte Interamericana deDireitos Humanos (CIDH) ex-pressamente a afastou, ao de-cidir em 24 de novembro de2010 o caso Gomes Lund, comoainda porque não se sabe se asuposta destruição de tais do-cumentos ocorreu após 15 deagosto de 1979, termo final deeficácia da Lei nº 6.683, de 28 deagosto daquele ano".

Segundo o presidente daOAB, a prescrição não pode seraplicada nesse caso, porque amesma decisão da CIDH de-termina que ela não cabe emcrimes contra a humanidade,conforme foram classificadoos delitos de Estado cometidosdurante o período.

C on f ir m aç ã o – Foi confir-mado oficialmente na noite de

quarta-feira o nome de Rober-to Gurgel para continuar nocomando da Procuradoria-Geral da República (PGR). Adecisão da presidente DilmaRousseff foi divulgada no siteda instituição e publicada on-tem no Diário Oficial da União.Gurgel está no cargo desde ju-lho de 2009, por indicação doex-presidente Luiz Inácio Lulada Silva e seu mandato acaba-ria no próximo dia 22.

A recondução tem que pas-sar ainda pela aprovação daComissão de Constituição,Justiça e Cidadania e pelo ple-nário do Senado. A nomeaçãoé finalizada por meio de decre-to presidencial.

Também concorriam ao car-go os subprocuradores Rodri-go Janot Monteiro de Barros eEla Wiecko Volkmer. Os três fa-ziam parte de uma lista trípliceelaborada pela Associação Na-cional dos Procuradores daRepública, na qual Gurgel erao mais votado.

Na semana passada, Gurgel,disse, durante o lançamentodo plano de gestão do MPF,que a prioridade do órgão nes-te semestre será a preparaçãopara o julgamento dos 38 réusdo mensalão no Supremo Tri-bunal Federal (STF). (ABr)

Não vale:segundo opresidente daOAB, OphirCavalcante,não cabe,nesse caso, aalegação deanistia.

Marcello Casal Jr/ABR - 01/02/2010

sexta-feira, 8 de julho de 2011 7DIÁRIO DO COMÉRCIO

O Partido Verde se recusa a debater de forma ampla os problemas nacionais.Marina Silva, ex-senadorapolítica

Marina se explica: "Como todos os partidos, o PV se enrijeceu para a inovação, para a transformação".

Rodrigo Coca/AE

Marinadá adeusao PartidoVer deEx-senadora anunciou que deixa a legenda. Em nota,partido rebate críticas sobre divergências internas.

Guilherme Calderazzo

Liderados por MarinaSilva, militantes e umgrupo de expressivosintegrantes do Parti-

do Verde (PV) anunciaram ofi-cialmente ontem à tarde, emevento em São Paulo, sua des-filiação da legenda.

Ao mesmo tempo, informa-ram que vão dar continuidadea um movimento supraparti-dário para agregar os gruposque discutem as questões na-cionais e a sustentabilidade,por meio das redes sociais daweb, e que es-tão fora dospartidos, pornão se identifi-carem com ne-nhum deles.

"Nossas de-cisões não sig-n i f i c a m u m'racha' no PV.São um trans-bo rd ame nt o,já que o parti-do é comanda-d o p o r u mgrupo que se recusa a demo-cratizá-lo, a abrir espaço para acriação de uma nova forma defazer política", explicou Alfre-do Sirkis, deputado federal,que não sairá a legenda paranão comprometer o mandato.

Prevista há alguns meses,quando vieram à tona os con-flitos do grupo de Marina coma atual direção dos "verdes", adecisão ocorreu, segundo ogrupo que deixa o PV, pela fal-ta de acordo para a democrati-zação interna da entidade.

"Como todos os partidos, o

partido se enrijeceu para a ino-vação, para a transformação",disse Marina Silva. De acordocom ela, "o partido se recusa adebater de forma ampla osproblemas nacionais" e, ainda,não abre espaço para que sim-patizantes e filiados sejam su-jeitos das decisões.

Em razão dessa impossibili-dade, segundo Marina e ex-pressivos líderes do PV– comoGuilherme Nunes Leal, Ricar-do Young, João Paulo Capo-bianco, Alfredo Sirkis e Maurí-cio Brausadin – o grupo

se empenha em expandirum movimento suprapartidá-

rio para agre-gar os interes-sados em de-bater e encon-trar soluçõespara os pro-b l e m a s d oPaís, buscan-do uma socie-dade baseadana sustentabi-lidade e na jus-tiça social.

De acordocom a ex-sena-

dora e seu grupo, a intenção éfortalecer esse movimento,que é suprapartidário.

"Não pensamos em criar umnovo partido. Caso o movi-mento se fortaleça, e dentro de-le chegue-se à conclusão deque é preciso ter um partido,então começaremos a criá-lo."

O evento, transmitido ao vi-vo pela internet, reuniu maisde 400 pessoas. Em nota, a di-reção do PV lamentou a saídade Marina do partido e diz queo conflito interno é "polêmicaartificialmente inflada".

Não pensamos emcriar novo partido.Se o movimentochegar à conclusãode que é preciso terum partido, entãovamos criá-lo.

MARINA SI LVA

Dilma inaugura teleférico do AlemãoNo evento, presidente elogia políticas do governo Lula, que permitiu a construção de obras como essa no Rio

Com um discurso mar-cado por referências aoex-presidente Luiz

Inácio Lula da Silva, a presi-dente Dilma Rousseff inaugu-rou ontem o teleférico do Com-plexo do Alemão, na zona nor-te da cidade do Rio de Janeiro.

Ela estava acompanhada dogovernador do Rio, Sérgio Ca-bral, e do prefeito EduardoPaes. A comitiva seguiu no te-leférico do Morro do Alemãoaté o Morro do Adeus.

O teleférico deve atender acerca de três mil pessoas porhora, em média 30 mil por dia.O transporte tem 3,5 quilôme-tros de extensão e contará com152 gôndolas. Seis estações fo-ram construídas entre Bonsu-cesso e Fazendinha, mas ini-cialmente apenas três entrarãoem funcionamento: Bonsuces-so, Adeus e Baiana.

Um dos projetos mais espe-rados do Programa de Acele-ração do Crescimento (PAC)no Rio, a obra do teleférico foilançada pelo ex-presidenteLula em 2008, quando ele bati-zou a presidente Dilma, entãoministra da Casa Civil, como a'mãe do PAC', e o vice-gover-nador do estado, Luiz Fernan-do Pezão, responsável pelaobra, como 'pai do PAC'.

"O teleférico será visto portodos com olhos da boa inve-ja", disse Dilma na cerimôniade inauguração, explicandoque a obra, além de necessária,é bonita e mostra respeito aosmoradores. Segundo ela, sófaltava a presença do ex-presi-dente Lula, que tinha muito ca-rinho e respeito pelo projeto.

Dilma destacou que o proje-to é "um símbolo" da capacida-de do programa de melhorar avida das pessoas.

Dilma inaugurao novo transporte nazona norte do Rio, comcapacidade para 30 milpessoas por dia: "Oteleférico será vistopor todos com olhosda boa inveja".

"Não voltamos (por meio doPAC) a investir somente na in-fraestrutura de rodovias e dehidrelétricas. O que governovem fazendo desde a época dopresidente Lula, e o que vouaprofundar, é o investimentonas pessoas. Fazemos obraspara beneficiar a vida diária decada um".

A presidente assinalou que oEstado assume sua função,que é gastar dinheiro públicoem benefício das pessoas quemais precisam, mas que foram"abandonadas anos e anos".

Segundo ela, o direito aosprincipais serviços públicosera sonegado a esse segmentoda população. (Agências)

Marcos de Paula/AE

Kassab doa reajuste salariala hospital em São Paulo

Oprefeito de São Paulo,Gilberto Kassab, do-ou ontem um cheque

no valor de R$ 28 mil à Funda-ção Antônio Prudente, mante-nedora do Hospital A.C. Ca-margo, no Centro da capitalpaulista. O valor refere-se aoreajuste salarial que ele tevedesde fevereiro deste ano.

Ricardo Brentami, presiden-te do hospital especializado notratamento de câncer, recebeuo cheque das mãos de Kassab."Não esperava outra coisa doprefeito. Estamos muito agra-decidos a ele".

O pai de Kassab foi um dosfundadores da Fundação An-tônio Prudente. "É uma doaçãopessoal, uma maneira de ho-menagear meu pai, que deucontribuição importante à ins-

tituição. Faço isso com alegriaà instituição que tem ações defilantropia importantes".

Os R$ 28 mil, segundo a as-sessoria de Kassab, referem-seà soma do reajuste de fevereiro

até agora. O salário bruto delepassou de R$ 12.384,05 para R$20.042,33. O total foi calculadosobre a diferença dos saláriosl í q u i d o s : R $ 9 . 3 7 6 , 9 7 eR$ 14.960,40. (Agências)

Cheque no valor de R$ 28 mil foi entregue ao presidente do A.C. Camargo

Eduardo Enomoto/AE

Gilberto Kassab afirma que pretende continuar com as doações.

Vanderlei Almeida/AFP

sexta-feira, 8 de julho de 20118 DIÁRIO DO COMÉRCIO

INDEPENDÊNCIASudão do Sul setorna amanhão mais novo paísdo mundo

HONDUR ASDeposição dopresidente ManuelZelaya foi ilegal,diz investigação.nternacional

O trágico fim do mundoTacada de mestre ou suicida? O magnata Rupert

Murdoch fecha o News of the World, o jornal de maiorcirculação do Reino Unido, após escândalo de

escutas telefônicas ilegais. Em jogo, está a comprada BSkyB e o retorno dos anunciantes.

Ex-editores do jornal podem ser presos.

Oescândalo das escu-tas telefônicas ile-gais fez o magnataRupert Murdoch

fechar o jornal de maior circula-ção no Reino Unido. Neste finalde semana será publicada a úl-tima edição do News of the World,que foi criado em 1843 e vendeem média 2,7 milhões de exem-plares a cada domingo.

Para muitos, é uma tentativade Murdoch esfriar o caso eacabar com um título que pare-cia condena-d o a p ó s o sp r i n c i p a i sa nu nc ia nt esc a n c e l a re mcontratos depublicidade.

Havia tam-b é m u m ac a m p a n h apara que osleitores boico-tassem o jornal. Tudo provoca-do pelas revelações de que re-pórteres acessaram a caixapostal do telefone de ao menos4.000 pessoas, entre elas políti-cos, celebridades, membros dafamília real, vítimas de crimese até familiares de soldadosmortos nas guerras do Iraque edo Afeganistão.

"O News of the Worldcobra res-ponsabilidade de outros", disseJames Murdoch, vice-diretoroperacional da News Corpora-tion aos profissionais do jornal,que existe há 168 anos. "Ele fra-cassou quando se tratou delepróprio", acrescentou ele, aoanunciar o fim do jornal. Ele re-velou que toda a renda da edi-ção final, que não terá anúncios,será destinada a "boas causas".

Investigação - O fechamentodo jornal, porém, não acaba como inquérito público que seráaberto para apurar os crimes co-metidos pelo tabloide. A políciatambém continuará com suasinvestigações e há expectativade que executivos da News Cor-poration sejam detidos.

Andy Coulson, que era edi-tor do jornal em 2005 e depoisfoi secretário de Comunicação

do primeiro-ministro britâni-co, David Cameron, pode serpreso hoje. Os agentes acredi-tam que ele estava a par do ca-so das escutas ilegais.

Estratégia - O anúncio de on-tem chocou os 200 funcionáriosdo News of the World e deu inícioa especulações de que Murdochplaneja reabrir o tabloide comum novo nome para evitar que oescândalo dos grampos preju-dique as negociações para acompra no setor de televisão,

e m p r e e n d i-mento muitomais lucrativo.

" A N e w sCorp. tomou acorajosa deci-são de parar dep u b l i c a r oN e w s o f t h eWo rld e encer-r a r o t í t u l o .Cl ara ment e,

Murdoch não deseja prejudicarsua oferta pela BSkyB", disse aanalista de mercados LouiseCooper, do BGC Partners, emLondres. "Murdoch mostrou obrilhante operador que ele é."

Murdoch, que possui 39%das ações da BSkyB, agoraquer o controle total da maiorprovedora de TV por assinatu-ra no Reino Unido.

A compra precisa ser aprova-do pelo governo porque pro-prietários de meios de comuni-cação rivais afirmam que fereleis da concorrência. (Agências)

O SOBREVIVENTE

Ocontestado presidente do Iêmen,Ali Abdullah Saleh, fez ontem suaprimeira aparição pública desde

que foi ferido em uma explosão no paláciopresidencial, no início do mês passado. Emum breve vídeo veiculado pela TV estatal ie-menita, Saleh criticou aqueles que queremderrubá-lo depois de mais de três décadasno poder e disse que eles têm uma "com-preensão incorreta da democracia".

No vídeo de sete minutos de duração,Saleh estava perceptivelmente mais aba-tido e magro e tinha os braços engessa-dos. Sua pele parece bem mais morena doque o de costume. Sentado rigidamenteem uma cadeira e vestido de branco, elerelatou ter sido submetido "com êxito" aoito cirurgias, mas não revelou quando ouse regressaria ao Iêmen.

Saleh recebe tratamento médico naArábia Saudita desde 5 de junho. As infor-mações sobre seu estado de saúde não

são precisas. O governo iemenita chegoua dizer que ele havia tido 40% de seu corpoqueimado. Surgiram rumores, inclusive,de que estava em coma.

Di álog o - Em seu discurso, Saleh afir-mou que está disposto a dialogar com aoposição e apoia uma divisão de poderdentro da Constituição.

Ele fez um chamado "àqueles que enten-deram erroneamente a democracia" e ga-rantiu que seu governo apoia "a liberdadede expressão e as opiniões do outro sem-pre que sejam de maneira responsável".

Neste sentido, Saleh disse que a parti-cipação popular é bem vinda "dentro domarco da lei e da Constituição baseada nopluripar tidarismo".

O presidente não fez, contudo, nenhu-ma referência a uma transferência de po-der, hipótese defendida pelos países doGolfo Pérsico e assinada pela oposiçãoiemenita. (Agências)

Saleh, durante evento em abril (à esq.) e após o atentado que provocou queimaduras em seu corpo.

AFP

Chávez e a 'minoria enlouquecida'

Opresidente da Vene-zuela, Hugo Chávez,criticou ontem uma

"minoria enlouquecida" daoposição que questiona se elede fato sofre de câncer duranteuma visita à Academia Militar,em Caracas, com transmissãoao vivo pela TV.

De roupa esportiva, Chávezcaminhou pelas instalações esaudou cadetes, em sua pri-meira aparição fora do paláciopresidencial desde que retor-nou na segunda-feira de Cuba,onde se tratava.

"Alguns dizem que é menti-ra que fui operado duas vezes

para extrair um tumor malig-no. Se vissem meu abdômen",disse. "Na verdade, chego apensar como diz o povo: queChávez os enlouquece, umaminoria enlouquecida".

No início da semana, o go-vernador do Estado de Miran-da e presidenciável da oposi-ção, Henrique Capriles, disseque há dúvidas sobre a doençado mandatário e se referiu àsduas operações de Chávez co-mo "prováveis".

Nas redes sociais, como Twit-ter, opositores do governo cha-mam o líder de "farsante".

O presidente da Venezuela,

que não revelou onde é o câncere que órgãos atingiu, voltou adizer que esteve quatro dias naunidade de terapia intensiva,entre 20 e 24 de junho. "Avisei atodo o governo, a começar pormeu vice-presidente", disse.

A Venezuela só foi informadasobre a doença do mandatário –ontem a chamou de "embosca-da da vida" – em 30 de junho.

Ontem, em meio a rumoresde que Chávez mudaria peças-chave em seu governo, foramratificados em seus cargos o vi-ce-presidente, Elías Jaua, osministros de seu gabinete e acúpula militar. (Agências)

O presidente venezuelano deixou a farda de lado durante visita à Academia Militar, em Caracas.

ADEUSO Canadá setransformouontem noprimeiro país aencerrar suasoperações decombate noAfeganistão (àesq., soldadosdo Canadá edos EUA durantetransferência docomando).No total, 157canadensesmorreram emcombatedesde 2002.

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Murdoch fecha o News of the World, mas pode lançar novo tabloide.

Divulgação/AFP

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Coulson: ex-editor em apuros.

sexta-feira, 8 de julho de 2011 9DIÁRIO DO COMÉRCIO

CO N S T I T U I Ç Ã OObjetivo darevolução era umanova Constituiçãopara o País.

C AMPANHAACSP liderou acampanha "Ouropara o Bem de SãoPa u l o " .cidades

1932: ao lado dospaulistas, ACSPnão fugiu à luta

Amanhã, 9 de julho, será comemorada a RevoluçãoConstitucionalista de 1932. Associação Comercial de São

Paulo exerceu papel importante no levante, como apromoção da campanha Ouro para o Bem de São Paulo

Fotos: Reprodução

Soldados paulistas da artilharia antiaérea no campo de batalha: ACSP levantou fundos para o movimento

Carlos de Souza Nazareth, presidente da ACSP em 32: apoio a São Paulo

A Revolução destacou aparticipação da entidade no campopolítico institucional. São Pauloperdeu nas armas, mas foi vitoriosono seu pleito, que era a convocaçãoda constituinte, que culminou naConstituição de 1934.

MAR CEL SO L I M E O, SUPERINTENDENTE DO IEGV

enviadas, por intermédio dapessoa da confiança do chefedo escritório", conta o livroCampanha do Ouro,publicado em 1939.

A campanha terminou nodia 4 de outubro, bem como olevante paulista contra ogoverno federal. Naquelemomento, o Estado de SãoPaulo foi cercado por quasecem mil soldados legalistas.

Constituição – São Pauloperdeu nas armas, masvenceu em seu ideal: em 1934,finalmente foi promulgadauma nova e tão desejadaConstituição Federal.

O saldo da guerra foi de 634mortos, de ambos os lados. Odinheiro excedentearrecadado com a campanhado ouro foi doado à SantaCasa de Misericórdia.

Mais do que manter ainstituição, o dinheiroauxiliou na compra demateriais hospitalares para osferidos na guerra e tambémfoi usado na assistênciamédica aos pobres.

Capacete – A ACSPtambém esteve envolvida emoutra campanha: "Capacete

de Aço para os SoldadosConstitucionalistas", que erauma mobilizaçãoindependente da campanhado ouro. Por intermédio dedonativos, foram fabricadosquase 70 mil capacetes para ossoldados constitucionalistas.A quantidade era mais quesuficiente para atender osmais de 40 mil soldadospaulistas que foram para ocombate, em especial naregião do Vale do Paraíba.

"Episódios como esserevelam que a participação daACSP não se limitou apenasaos problemas dosempresários e os aspectoseconômicos. Mas houve umapreocupação com o País. Arevolução destacou aparticipação da entidade nocampo político institucional.São Paulo perdeu nas armas,mas foi vitorioso no seupleito, que era a convocaçãoda constituinte que culminouna Constituição de 1934",explica Marcel Solimeo,economista e superintendentedo IEGV – Instituto deEconomia Gastão Vidigal daA C S P.

Ivan Ventura

Amanhã, SãoPaulo lembra abravura dossoldados

paulistas que lutaram contraas tropas do governoprovisório de Getulio Vargasna RevoluçãoConstitucionalista de 1932.

A Associação Comercialde São Paulo (ACSP)participou ativamente domovimento. Além deorganizar as despesas eobter fundos para a tropaconstitucionalista com aCampanha "Ouro para oBem de São Paulo", a ACSPtambém foi responsável pelaexecução de funções típicasdo poder público nos mesesde guerra, comoabastecimento.

Este compromisso daentidade com São Paulo e oPaís – e que mais tarderesultou no levante – tinhamcomo premissas o desejopelo fim do governoprovisório getulista e apromulgação de uma novaConstituição, a lei maior doPaís e que forare v o g a d aapós o golpede 1930p ro m o v i d opor Vargas.

Ose m p re s á r i o stambémpediamp ro v i d ê n c i a spara adesvalorizaçãoda moedanacional daépoca (mil-réis), a baixacotação docafé e odesequilíbrioda balançacomercial. Na esfera política,protestavam contra ainterferência direta dosinterventores federais nosestados, entre eles São Paulo.

A economia nacional erauma das grandespreocupações doempresário Carlos de SouzaNazareth, que no dia 11 defevereiro de 1932 assumiu apresidência da AssociaçãoComercial. Souza Nazarethera proprietário deempresas de sucesso noBrasil e no exterior, além deum atuante defensor dosinteresses paulistas. AAssociação Comercialapoiou intensamente omovimento paulista.

Protesto – A insatisfaçãocrescia na população de SãoPaulo e ficou evidente nodia 24 de fevereiro daqueleano, quando cerca de 200mil pessoas foram à Praçada Sé para externar aindignação contra ogoverno provisório.

Mesmo com toda aagitação política, opresidente da ACSP, SouzaNazareth, buscou umdiálogo pacífico com ogoverno Getulio Vargas,

por meio de cartas.De nada adiantou o

esforço. A tensão aumentouem maio com a morte doscinco jovens no Centro dacidade de São Paulo, mortosa tiros por partidários dogoverno provisório. Erameles Mario Martins deAlmeida (Martins), EuclidesBueno Miragaia (Miragaia),Dráusio Marcondes deSousa (Dráusio), AntônioAmérico Camargo deAndrade (Camargo) eOrlando de OliveiraA l v a re n g a .

MMDCA – A morteresultou na criação de umgrupo contrário ao governode Getulio, o MMDC, siglarevista décadas depois paraMMDCA (para incluirA l v a re n g a ) .

Finalmente, no dia 9 dejulho de 1932, é tomada adrástica decisão paulista depegar em armas contra ogoverno provisório deGetulio. Mais uma vez, aACSP emprestou o seuprestígio que gozava noEstado e foi convidada aassumir funções típicas deum administrador público,passando a solucionar

p ro b l e m a sdeabastecimentono Estado,além deserviçosligados aassistênciapúblicaentre julho eo u t u b ro(período deguerra).

Alémdisso, porintermédiodo rádio etambém dosseusassociados,foi solicitado

aos comerciantes queevitassem os aumentos depreços (inflação) no períododa revolução.

Campanha – Mas a maiorparticipação da ACSP foiauxiliar as tropasrevolucionárias com acriação e execução dacampanha "Ouro para o Bemde São Paulo".

A mobilização lideradapela entidade previa umagrande mobilização do povopaulista e outros ligados àrevolução (caso do MatoGrosso do Sul) destinada àdoação de objetos de valorpara a compra de materialbélico e todo o materialnecessário para o exércitorevolucionário de São Paulo.Entre meados de agosto e atéoutubro, a Santa Casa deMisericórdia de São Pauloassumiu a campanha em suafase final.

Segundo a contabilidaderegistrada em um livro de1939 e produzida pela SantaCasa, em quase três meses osbancos e as 217 comissõesregionais criadas pelaAssociação Comercial emSão Paulo arrecadarampouco mais de 9.100 contos

de réis, distribuídos emmais de 400 quilos de ouro e730 quilos de prata, além dedinheiro, joias, anéis e atétroféus doados porentidades esportivas.

Sobre as joias doadas, olivro da Santa Casa resgataum curioso dado. Deacordo com acontabilidade, uma parcelaainda desconhecida dasjoias foi parar na Europa."... a diferença estádeterminada peladecadência do valorapurado com a venda depedras preciosas cuja cifraficou reduzida, depois deverificada a qualidade dasmesmas e pela falta decompradores, não só nanossa praça, como naspraças de Paris e Londrespara onde elas foram

Revista A Cigarra destaca a campanha do ouro feita em 1932

Hélcio Toth/Luz - 05/11/2008

sexta-feira, 8 de julho de 201110 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Taça doada pelo Jóquei Clube foi devolvidapor causa da sua preciosidade.cidades

Pelo bem de São Paulo,taças, medalhas e troféusCampanha promovida pela Associação Comercial de São Paulo recebeu até objetos comemorativos de clubes

Mais do que arreca-d a r d i n h e i r ojoias, ouro e di-nheiro, a campa-

nha "Ouro para o Bem de SãoPaulo", promovida pela Asso-ciação Comercial de São Paulo(ACSP) na Revolução Constitu-cionalista de 1932, recebeu atétaças, troféus, medalhas e ou-tros objetos comemorativos detradicionais clubes ou associa-ções esportivas do Estado.

Foram 1.387 taças e três me-dalhas, segundo a contabilida-de da Campanha do Ouro des-crita no livro da Santa Casa deMisericórdia de São Paulo.

Duas taças mereceram umolhar mais atento. Aliás, elasforam destaque no noticiárioda época, inclusive no O Estadode S. Paulo. Uma delas é a TaçaPenteado, que ficou desapare-cida por 21 anos e reapareceudurante a campanha.

A taça foi confeccionada apedido do Conde Álvares Pen-teado, que a mandou vir de Pa-ris pelo valor de 20 mil francos,para ser entregue ao vencedorem campeonatos de futebol.Em 1905, em disputa pela pri-meira vez, a taça foi levada pe-lo Club Athletico Paulistano.

No ano seguinte, o Palmeirasganhou a taça que, por sua vez, aentregou ao Esporte Clube In-ternacional, em 1907. Em 1908, ataça voltou às mãos do Paulista-no. Por fim, em 1909 e 1910, otroféu ficou com o Palmeiras.

Roubo– Em 1911, o Paulista-no ganhou a taça, mas não le-vou o prêmio: ela foi roubada.Na época, a população comen-tava que a taça fora jogada noRio Tietê e se perdera parasempre. Eis que, em agosto de1932, em plena campanha doouro, a taça foi devolvida poruma pessoa anônima. Na ver-

dade, haviaum bilhete,irônico e quefoi reproduzi-do no E st ad ãode 26 de agos-t o d e 1 9 3 2 :"Um escafan-dro, passean-d o p e l o R i oTietê, encon-trou a Taça Pen-teado. Aqui ficaela para que aC o m i s s ã o d aCampanha do Ou-ro. tire dela o maiorpartido possível parabem de São Paulo".Os anos se pas-saram e, hojee m d i a , n i n-guém sabe do

paradeiro dataça. Prova-velmente foid e r re t i d a .

Outro obje-to curioso foi aTa ç a C o u t oM a g a l h ã e s ,doada pela di-retoria do Jó-quei Clube deSão Paulo.

A taça foi con-feccionada a pe-

dido do ex-presi-dente da província

de São Paulo, CoutoMagalhães, para premiar ovencedor do "Rei da Raia

Paulistana", princi-pal competição doturfe paulista pra-ticada até hoje na

À esquerda, Taça CoutoMagalhães, doada pelo JóqueiClube. À direita, flagrantes nos

campos de batalha de 1932

Exposição de doações da campanha "Ouro para o Bem de São Paulo": movimento recebeu até artigos religiosos

Fotos: Reprodução

raia do Jóquei. A taça é toda emouro e foi oferecida para a cam-panha, que logo foi devolvidapor causa de sua preciosidade.O troféu está no Jóquei.

Ivan Ventura

CE N AS DE GU E R RA

DANÇANDO COM JULIANAMetrópole - O que vem a ser uma bolsista dedança?Juliana Crifes - É uma bolsista de uma escola dedança, no meu caso, a Interacto, na zona norte. Euestudo gratuitamente e, em troca, presto serviços naescola. Por exemplo: se está faltando alguém paracompletar os pares em uma aula, lá vou eu.

Metrópole - Você deve gostar muito de dançar.Juliana - Claro. Em criança, em fiz jazz. Agora,entrei na escola para aperfeiçoar meu diferencialcomo atriz de teatro. Mas estou meencaminhando para ser professora de dança.

Metrópole - Quais são seus gêneros preferidos?Juliana - Bolero, forró e gafieira.

Metrópole - Fora o forró, os outros têm ar antigo.E você é jovem...Juliana - Já percebi que há preconceito contraescolas de dança, como coisa de gente mais velha.É um engano. A presença de jovens estácrescendo cada vez mais. Nos anos 70 houvea separação dos corpos na dança. Agora elesestão voltando a se encontrar.

(Juliana Crifes, 27 anos, atriz, moradora na Vila Souza)

Fotos: Leandro Moraes/LUZ

Juliana Crifesse alonga(abaixo) antesde bailarao som do forró(à esq.)

L I N DAGALERA...

veleiro C isneB ra n co e s t ava ,até ontem,

atracado noporto de São

Sebastião. O barco é umaespécie de símbolo da nossaMarinha. Acumula a funçãode navio-escola e de cartãode visitas do País em eventosnáuticos internacionais. Esteé o terceiro na linha desucessão. Fabricado naHolanda em aço e alumínio,tem 76 metros decomprimento; 4,80 m decalado; 32 velas; um motordiesel auxiliar de 1001 HP,capaz de levar a embarcaçãoà velocidade de 19.5 nós(creca de 35 km/h). Foiinspirado no modelo Clipperdo século XIX, galera que secaracterizava pela agilidadee por ter três mastros. Nocaso do C isne, o maior dosmastros tem 46,40 m. Obarco foi lançado ao mar em1999 para festejar os 500anos do Descobrimento. Saiudo Rio Tejo, em frente à Torrede Belém, e cruzou oAtlântico rumo ao MontePascoal, exatamente comofez Pedro Álvares Cabral.Só que, ao contrário doC isne, Cabral não tinhaconversor de água do marpara água potável.

TARDE DE INVERNO!Tarde de quarta-feira com céu fechado, Praça da

República recolhida. O frio castigava o Centro, a cabinevazia (abaixo) convidava ao aconchego. Por que não?

FORAPERCEVEJOS!

Existe um plano B para atendermoradores de rua nas noites

mais frias devido à maior demandaque sobrecarrega as 46 unidades darede municipal. Trata-se do chamado"Pulmão", um abrigo com 80 leitos,situado no início da Radial Leste. Olocal é mantido semi-vazio e fica desobreaviso para receber excedentes.Essa clientela eventual, chamada depernoite, dá mais trabalho do que osmoradores fixos, isto é, aqueles quejá estão em processo de readaptaçãosocial. Um coordenador de abrigocontou à coluna que, na maioria dasvezes, o mau estado das roupas é detal ordem que elas são sumariamenteincineradas para prevenir apropagação de parasitas.

A propósito, os beliches oferecidosna rede são obrigatoriamente deferro porque os de madeira, maisbaratos e acolhedores, sãoexcelentes hospedeiros depercevejos – o principal parasitatrazido da rua pelos sem-teto – nassuas frinchas e encaixes.

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Haroldo Abrantes/Folha Imagem-22/01/2008

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sexta-feira, 8 de julho de 2011 11DIÁRIO DO COMÉRCIO

Justiça considerou aárea de alto risco.cidades

SP: terradesliza e

deixa doismor tos

Deslizamento ocorreuem obra da Prefeitura de

São Paulo, próximo àdivisa de Diadema

Um deslizamento deterra em uma obrada Prefeitura de SãoPaulo deixou dois

mortos na manhã de ontem, nazona sul – uma grávida de 18anos e uma criança de 3 anos.Outras duas pessoas ficaram fe-ridas e encaminhadas para hos-pitais. O deslizamento ocorreuna Rua da Saúde, na favela daMata Virgem, na divisa comDiadema. A Defesa Civil inter-ditou 50 casas da região.

Os bombeiros encontraramo corpo do garoto Yohan de Je-sus, por volta das 17h. Ele esta-va desaparecido desde a horado deslizamento, por volta das11h. Seu irmão Igor de Jesus,15, também resgatado pelosbombeiros, foi quem indicou olocal onde estavam no mo-mento do acidente.

O marido de Tamires dosSantos Ferreira – a jovem grávi-da encontrada morta – está aba-lado. A outra pessoa socorrida

pelos bombeiros é uma meninade 16 anos que não teve o nomedivulgado. Segundo os bom-beiros, até o início da noite nãohavia mais informações de pes-soas soterradas. Ontem à tardeeles trabalhavam na estabiliza-ção do terreno.

Segundo a Prefeitura paulis-tana, as obras de urbanizaçãona região começaram há apro-ximadamente um ano e meio.Neste período, cerca de 350 fa-mílias foram transferidas e re-cebem o aluguel social (benefí-cio para custear o aluguel até aentrega de uma moradia defi-nitiva). A área é consideradade risco e passava por obras decontenção de encosta.

Causas – As causas do des-lizamento ainda serão inves-tigadas. A suspeita é de queuma retroescavadeira quetrabalhava na obra tenha caí-do e provocado o desloca-mento da terra. Segundo osbombeiros, o deslizamento

atingiu diretamente pelo me-nos 11 casas.

Inquérito – O promotor deJustiça de Habitação e Urba-nismo Maurício Antonio Ri-beiro Lopes instaurou inquéri-to civil para apurar as causasdo deslizamento e se houveimperícia e negligência na rea-lização das obras, como a cons-trução de muros de contençãocom população ainda em áreade risco não removida.

Lopes afirmou que, desde2004, tramita uma ação na 6ª Va-ra da Fazenda Pública sobre aregião do acidente. Na época,foi concedida medida liminarpara remoção das famílias em

área de risco em 180 dias.Em março de 2007, a ação foi

julgada parcialmente proce-dente, por sentença que fixou 90dias para a Prefeitura "retirar osmoradores das áreas indicadasna inicial e caracterizadas comode risco "muito alto' e 'alto', se-gundo levantamento feito emdecorrência de ajustamento deconduta". De acordo com a as-sessoria do Ministério Público,uma série de recursos, entretan-to, vem impedindo a execuçãoda sentença.

A subprefeitura de CidadeAdemar e a Secretaria de Habi-tação terão 15 dias para respon-der ao promotor. (Agências)

Deslizamento ocorreu em obra de contenção da Prefeitura. Suspeita é que retroescavadeira tenha caído e provocado deslocamento da terra.

Prefeitura já havia sido condenada por não retirar moradores do local

Nacho Doce/Reuters

Nilton Fukuda/AE

Mano faz mistério antesde encarar o Paraguai

Treinador não revela a escalação da Seleção Brasileira que entra em campo amanhã

Ma n o M e n e z e souviu a voz dopovo e escalouu m a S e l e ç ã o

Brasileira ofensiva, com trêsatacantes habilidosos: Robi-nho, Pato e Neymar. Sem falarna aposta que fez em Ganso, opromissor meia do Santos deapenas 21 anos. O jogo de es-treia do Brasil na Copa Amé-rica, no entanto, teve um sa-bor amargo de desilusão. Umsonolento 0 a 0 contra a mo-desta seleção da Venezuela.

Mano prefere fazer misté-rio sobre o time que enfrenta-rá o Paraguai amanhã, às 16h,em Córdoba. Mas tudo indicaque o esquema tático serámantido e que ocorrerão, nomáximo, mudanças pontuaisno modo de jogar. A avaliaçãofeita pelo técnico é a de que otime não soube executar aplanejamento traçado e, por-tanto, precisa de alguns pe-quenos ajustes de posiciona-mento.

Para o jornalista esportivoFlávio Prado, o treinador bra-sileiro acertará se mantiver aequipe que idealizou. “Temde continuar do mesmo jeito.Não é porque empatou com aVenezuela que agora vai mu-dar tudo. Se o Mano acreditanesse time, deve mantê-lo poruns três ou quatro jogos, poisos jogadores precisam de en-t ro s a m e n t o . ”

Comentarista da rádio Jo-vem Pan e apresentador doprograma Mesa Redonda, daTV Gazeta, Prado não deixade dar o seu pitaco na escala-ção brasileira: “Se eu fosse otreinador do Brasil, montariaum time diferente desde o co-meço. Para mim, é preciso es-calar um primeiro-volante,

para reforçar a marcação e darmais consistência ao meio decampo”.

Se a Seleção Brasileira fizerum mau primeiro tempo, omeio campista Elano e o ata-cante Lucas são os mais cota-dos para entrar na segunda

etapa. Os reservas atuaramnos momentos finais dos co-letivos realizados durante asemana nas vagas de Rami-res, que decepcionou no jogode estreia, e de Robinho, quevive uma fase ruim no timenacional.

O Brasil é o atual bi-cam-peão da Copa América. Ven-ceu a Argentina nas finais dasedições de 2004 e 2007, e aindainspira respeito em seus ad-versários (leia entrevista aolado). Mas, se depender do re-trospecto recente das parti-das contra o Paraguai, não en-contrará a vitória facilmente.Do ano 2000 para cá, foramnove jogos entre as seleções,com quatro vitórias para cadae um empate.

No histórico geral do con-fronto na Copa América, po-rém, a vantagem brasileira éampla. O Brasil levou a me-lhor nas duas oportunidades

em que enfrentou o Paraguaiem finais da competição. Nolongínquo ano de 1922, ven-ceu por 3 a 0 e, quase três dé-cadas depois, em 1949, apli-cou a goleada de 7 a 0 nos ri-vais. Em ambas as oportuni-dades, o Brasil sediava osjogos.

Do outro lado, a equipe dotreinador Gerardo Martinopromete ir ao ataque e jogarpara vencer a Seleção ama-nhã, mas sem se descuidar damarcação dos principais jo-gadores brasileiros.

A aposta deve ser nos con-tra-ataques rápidos, puxadospelo atacante argentino, na-turalizado paraguaio, LucasBarrios, destaque do Borus-sia Dortmund, atual campeãoalemão.

No jogo aéreo, a esperançaparaguaia é o experiente Ro-que Santa Cruz, ótimo cabe-ceador de 1,91m.

Recado para Neymar

Paulo Whitaker/Reuters

Robinho, Neymar e Fred aos risos durante o treino de ontem, em Los Cardales, na Argentina

Editor de esportes do DiárioABC Color, um dos mais im-

portantes jornais paraguaios,Gabriel Cazenave, de 50 anos,minimiza a crescente rivalida-de entre a seleção de seu país ea do Brasil e manda um recadoa Neymar: "Tem grandes virtu-des e pode um dia ser o melhordo mundo, desde que se livrede alguns vícios".

DC – Nas eliminatórias para aCopa do Mundo de 2002, ogoleiro Chilavert evocou aGuerra do Paraguai antes deenfrentar a Seleção Brasileira,dizendo que os brasileirosdeveriam “devolver as terrasque tomaram” no conflito.Pode-se dizer que existe umarivalidade entre os países queextrapola o campo de jogo?

Gabriel Cazenave – De ma-neira nenhuma. A fala de Chi-lavert representa um ponto devista muito particular que emnada representa a opinião ge-ral aqui no Paraguai. Ele, aliás,sempre fez questão de exter-nar opiniões como essa. É umtraço de sua personalidade.Foi um grande atleta, mas to-dos se recordam que ele aindacuspiu no rosto do RobertoCarlos (ex-lateral da Seleção)nesse jogo. Chilavert o acusoude tê-lo chamado de ‘índio’ e,de algum modo, estendeu es-sa acusação a todos os brasilei-ros. Mas nós aqui sabemos quenão é dessa maneira que o po-vo do Brasil nos vê. De modoque não se trata de travar umaguer ra.

O que teremos sábado éum grande encontro de fute-bol. O Brasil é uma potênciafutebolística e também eco-nômica. E é isso que motiva osnossos jogadores para fazeruma grande partida.

DC – O retrospecto recenteaponta um rigorosoequilíbrio. A Seleção

Brasileira não impõe mais orespeito de antigamente?

Gabriel Cazenave – O Bra-sil será sempre um adversáriomuito difícil – pela tradição equalidade de seus jogadores.É como enfrentar a Argentina,sempre representa um desa-fio para o Paraguai.

DC – Então não há diferençaentre jogar contra SeleçãoBrasileira e contra aArg e nt i n a ?

Gabriel Cazenave – Pa ranós, é a mesma coisa. São ad-versários equivalentes. Fica-mos mais motivados ao en-frentá-las. Brasil e Argentinasão os dois grandes represen-tantes do futebol sul-ameri-cano. O objetivo do Paraguaié estar à altura para jogar deigual para igual.

DC – Neymar é apontado noBrasil como o maior do País eum dos melhores do mundo.Como é visto no Paraguai?

Gabriel Cazenave – N ey-mar é muito bom jogador. Pu-demos atestar isso recente-mente em suas atuações con-tra o nosso Cerro Porteño pe-la Taça Liber tadores. Foidecisivo nas duas partidas,dando passe para gol na pri-meira e marcando o seu na se-gunda.

Tem grandes virtudes e po-de um dia ser o melhor domundo, desde que se livre dealguns vícios, como o de ten-tar ludibriar os árbitros, porexemplo. Tem muito talento enão precisa dessas coisas.

DC – Arrisca um palpite para oresultado do jogo?

Gabriel Cazenave – Ac h oque um empate pode ser umbom resultado.

DC – Sem gols?Gabriel Cazenave – Não, 1

a 1 fica de bom tamanho.

Histórico doconfronto na Copa

Améric a

Jogos: 27

Vitórias do Brasil: 14

Vitórias do Paraguai: 6

Empates: 7

Gols marcados peloBrasil: 59

Gols marcados peloParaguai: 27

Felipe Carrilho

sexta-feira, 8 de julho de 201112 -.LOGO DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

E CONOMIA

Atlantis sobe, desemprego também

M ODA

Scherri-Lee Biggs e outras candidatas desfilam de biquínipara os juízes da fase australiana do Miss Universo. Biggs,vencedora, representará a Austrália na final, no Brasil.

Pintura interativaOs artistas Julie Evans, de Nova

York, e Ajay Sharma, de Jaipur,Índia, realizaram uma série depinturas interativas. Cada umadicionava um detalhe à pinturainiciada pelo outro. No site, vocêacompanha as fases do processocolab orativo.

http://julieevans.blogspot.com/

F UTEBOL

Três derrotas e...Adeus, Carpegiani

Depois de muita pressão, otécnico Paulo César Carpegiani foidemitido do São Paulo. Ele nãosuportou a terceira derrotaseguida no CampeonatoBrasileiro e ontem o clubeanunciou a saída. Para oconfronto de amanhã contra oCruzeiro, o time será comandadopelo auxiliar Milton Cruz, queassumiu todas as vezes que umtreinador caiu. Hoje, ele comandaum treinamento no CT da BarraFunda. Milton será interino até acontratação de um novo técnico.Os nomes mais cotados são deDorival Júnior, do Atlético Mineiro;Cuca, atualmente sem clubedepois de sair do Cruzeiro; e PauloAutuori, no Al-Rayyan, do Catar.Dorival é o grande sonho dopresidente Juvenal Juvêncio, masdificilmente o São Paulo pagará osquase R$ 2 milhões de multarescisória. Até porque Carpegianijá receberá cerca de R$ 600 milpela rescisão contratual. Elepreferiu não comentar a suademissão, que foi comemoradapela torcida no Twitter.

O mais veloz do mundo A Hypermach apresentou em Paris o SonicStar. O jato fará a rota Londres–Nova York em duashoras e permitirá aos passageiros ver a curvatura da Terra. Já é chamado de "o novo Concorde".

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A RTE

Recuperadoem 48 horas

A Polícia de San Franciscoconseguiu recuperar em menosde 48 horas uma obra doespanhol Pablo Picasso avaliadoem mais de US$ 200 mil eroubado em uma ação quaseingênua, de tão simples. Na terça-feira, o ladrão entrou na galeriaWeinstein, pegou a tela sem servisto pelos seguranças, saiu eentrou tranquilamente em umtáxi. O desenho Tête de Femme(Cabeça de Mulher), de 1965,tinha o tamanho de uma folha depapel A4. Graças às imagens dacâmera de segurança dorestaurante Lefty O' Doul's,próximo à galeria, a políciaconseguiu identificar e localizar oladrão, Mark Lugo, que estavacom a obra em um hotel.

A RQUEOLOGIA

Descobertasem sítio maia

Arqueólogos descobriram nosítio maia de Toniná, no México,estátuas de 1,3 mil anos que,segundo a BBC, representariamguerreiros da cidade de Copán.Na época, Toniná estaria emguerra com Copán, que fica noatual território de Honduras.Arqueólogos acreditam que oshomens reproduzidos nasesculturas foram enviados deCopán para Tonina numa missão,mas acabaram presos e mortos.

C INEMA

HARRY CHEGOUOcentro de Londres

foi fechado ontempara receber 8 milfãs do mago mais

famoso do mundo na estreiamundial do último filme dasaga de Harry Potter.

Entre cartazes , gr i tos eaplausos, os espectadores dofilme com maior bilheteria domundo – até agora US$ 6,4 bi-lhões –, celebraram em gran-de estilo o final de uma era,encerrada por Harry Potter eAs Relíquias da Morte: Parte 2.

De todas as idades e nacio-nalidades, uma multidão su-portou horas de espera sob achuva em Trafalgar Squarepara conferir ao vivo a tãoaguardada pré-estreia. O fil-me será lançado no mundo to-do no dia 15.

Rupert Grint (Ron Weasley),Robbie Coltrane (Rubeus Ha-grid), Tom Felton (Draco Mal-foy) e Julie Walters (MollyWeasley) desfilaram pelo per-curso. Mas quando EmmaWatson (Hermione), o prota-gonista Daniel Radcliffe e a es-critora britânica JK Rowling,criadora da série, passarampelo tapete vermelho, os gritoseufóricos se misturaram a lá-grimas e muita emoção.

A chorosa despedida da his-tória que, desde 1997, mobilizacrianças e adultos se explica: asérie Harry Potter é considera-da a que gerou a maior mobili-zação de leitores e espectadoresna história do cinema.Mustafa Ozer/AFP

BELA DEFESA - Robô goleiro fotografado em ação durante a RoboCup, que acontece

em Istambul, na Turquia. A RoboCup é o maior e mais prestigiado evento de robótica do

mundo e uma oportunidade para a exibição das novidades em inteligência artificial.

A TÉ LOGO

Mundo está prestes a descumprir meta de redução da fome firmada em 2000, avisa ONU

Primeira sessão de cinema do Brasil, que aconteceu no Rio, completa hoje 115 anos

A Nasa programou para hoje – seas condições meteorológicaspermitirem – o lançamento daAtlantis em sua última missão. É ofim da era dos ônibus espaciais. Anotícia é ruim para 24 mil norte-americanos. Com o fim doslançamentos de ônibus espaciais,

essas pessoas perderão seusempregos. Cerca de 8 mil trabalhamna própria Nasa, mas o desempregoatingirá até quem trabalha em barese hotéis próximos ao CentroEspacial Kennedy, em CaboCanaveral, que recebiam turistasinteressados nos lançamentos.

L OTERIAS

Concurso 650 da LOTOFÁCIL

01 03 07 08 10

13 14 16 17 19

20 21 23 24 25

Concurso 2638 da QUINA

08 24 26 35 75

Acima, fãs dasérie lotamTrafalgarSquare, emLondres. Aolado, EmmaWatson eRupert Grintfotografadosem frenteao hotelSt. Pancras,antes daestreia.

Festa em Machu Picchu

R e p r e s e n t a n t e s d o squatro territórios doImpério Inca e o presi-

dente do Peru, Alan García,prestaram ontem uma ho-menagem a Machu Picchu,na cerimônia pelocentenário de seuregistro pelo ex-plorador nor te-americano HiramB i n g h a m . E l e"descobriu" a ci-

dade em 24 de julho de 1911.A cerimônia começou com aencenação do tradicionalTinkay (rito inca).

O Imperador Inca que juntocom seus sacerdotes foi o en-carregado de dirigir o ritual e

realizou oferen-das às monta-n h a s q u e, n a

cultura andina,têm caráter de

d i v i n d a d e.

Hiram Binghamchegou ao local

durante umaexpedição científica

Machu Picchu foi eleita umadas novas Sete Maravilhas

do Mundo, em 2007.

Fotos: AFP

Tobby Melville/Reuters

Dylan Martinez/Reuters

William West/AFP

AFP

sexta-feira, 8 de julho de 2011 13DIÁRIO DO COMÉRCIO

BARREIR ARússia revê ostermos de seuembargo àcarne brasileira

AGRICULTUR AO Banco do Brasildesemb olsouR$ 39 bilhões nasafra 2010-2011economia

Inflaçãopode virmaior

Apesar do recuo, as projeções são de alta contínua.

Rejane Tamoto

OÍndice de Preços aoConsumidor Am-plo (IPCA), medidopelo Instituto Brasi-

leiro de Geografia e Estatística(IBGE), desacelerou em junho efechou com alta de 0,15%. O re-sultado é menor que o de maio,de 0,47%, mas acima do mês dejunho de 2010, que foi zero. Se-gundo o IBGE, a desaceleraçãodo IPCA foi motivada pela que-da dos preços dos alimentos ebebidas, em 0,26%, e do grupode transportes, em 0,61%. Noacumulado dos últimos 12 me-ses até junho, porém, o IPCA foide 6,71%, o maior dos últimoscinco anos (veja gráfico abaixo).

Economistas ouvidos peloDiário do Comércio afirmamque a trégua nos preços de ali-mentos e combustíveis contri-buíram para o resultado de ju-nho, mas o cenário para o se-gundo semestre ainda é preo-cupante. A est imativa doeconomista e presidente doConselho Regional de Econo-mia de São Paulo (Corecon-SP),Heron do Carmo, é de que a in-flação seja maior em julho, de0,24%, em razão do frio e dasgeadas. Em agosto, o índice de-ve atingir o pico de 7,2% a 7,3%no acumulado de 12 meses. Osvilões serão os preços dos servi-ços e os riscos de altas nos ali-mentos e combustíveis, em ra-zão de choques de ofertas emperíodos de entressafra.

No último relatório trimes-tral de inflação, o Banco Cen-tral (BC) estima o IPCA em5,8% para este ano, dentro dameta de 4,5%, com intervalo dedois pontos percentuais paracima e para baixo. Os econo-mistas ouvidos pelo DC tê mexpectativas que variam de6,1% a 6,4% para 2011.

Serviços – Para o economistada LCA, Fábio Romão, os servi-ços tiveram alta relevante emjunho, de 0,6%, e vão se manternesse patamar em julho. "Ospreços dos serviços devem en-cerrar o ano com aumento de8,8%, diante de uma estimativade IPCA de 6,1%", afirmou. Se-gundo ele, os preços dos servi-

ços subiram em razão do au-mento da renda e da indexaçãodos preços. Os trabalhadoresque mais estão conseguindoreajustes reais são a empregadadoméstica, a cabeleireira, amassagista e os da construçãocivil. Outro fator que pode in-fluenciar a alta de preços emserviços é o aumento do salá-rio-mínimo, programado paraocorrer em janeiro de 2012, se-gundo o professor de finançasdo Instituto Brasileiro de Mer-cado de Capitais (Ibmec), Ale-xandre Espírito Santo.

Controle – Os economistasacreditam em, ao menos, duasaltas da taxa básica de juros(Selic), de 0,25% cada, paracontrolar a inflação. "Precisa-mos saber qual é o ritmo decrescimento que precisamoster para combater a inflação.As medidas de redução doconsumo surtiram efeito, masserá preciso que a economiadesacelere mais para conver-gir para o centro da meta", dis-se o economista da SantanderAsset Management, RicardoDenadai. O professor de ma-croeconomia da Escola de Eco-nomia da Fundação GetúlioVargas (FGV-SP), Rogério Mo-ri, diz que novas elevações daSelic influenciarão a inflaçãoapenas no ano que vem.

O presidente do Corecon-SP,Heron do Carmo, diz que háprobabilidade de a inflaçãoconvergir para o centro da me-ta em abril de 2012. "Vai depen-der do clima e da ação do go-verno para evitar a falta decombustíveis e o aumento nopreço dos alimentos, em razãode choque de oferta na entres-safra. O planejamento para es-ses períodos deveria começaragora", afirmou. O economistada Associação Comercial deSão Paulo (ACSP), Emilio Al-fieri, disse que políticas deapoio à agricultura podem aju-dar a controlar a inflação, semaumentos da Selic. "Com maisoferta de alimentos, a inflaçãoe os juros caem. Isso é impor-tante, principalmente no co-meço do ano, quando o au-mento do salário-mínimo de-ve levar muitos trabalhadoresao supermercado."

Otimismo ér etomadoem junho

Classe C e safra de grãos impulsionam avanço

Fátima Lourenço

Ootimismo do con-sumidor brasilei-ro em relação à suasituação financei-

ra e ao cenário econômico doPaís voltou a crescer em junho,ao atingir 149 pontos, depoisde registrar cinco meses conse-cutivos de queda. Segundo oÍndice Nacional de Confiança(INC) pesquisado pela Asso-ciação Comercial de São Paulo,em parceria com o Ipsos PublicAffairs (ACSP/ Ipsos), entrejaneiro e maio, o indicador re-cuou 20 pontos. A classe C foidestaque na retomada da cur-va ascendente de confiança, aosaltar dos 144 pontos de maiopara 155 em junho. Na pontua-ção do estudo (de zero a 200), ootimismo aparece nos indica-dores acima de 100 e pessimis-mo, abaixo desse patamar.

O economista do Instituto deEconomia Gastão Vidigal(IEGV), da ACSP, Emílio Alfieri,comentou que, em maio, a con-fiança da classe C (em 144 pon-tos) praticamente se igualava àdas classes A/B (143); e supera-va a D/E (125). Em junho, o in-dicador da classe C atingiu 155pontos (11 a mais, em relação amaio), enquanto as faixas A/B eD/E se mantiveram em 144 e126 pontos, respectivamente.(veja quadro abaixo).

A retomada ascendente dootimismo foi mais intensa en-tre consumidores das regiõesSul (de 173 pontos em maio pa-ra 190 em junho) e Norte/Cen-tro-Oeste (de 169 para 180). NoNordeste, houve pequena re-cuperação (de 108 para 119) e oSudeste se manteve estável (de151 para 150). "Acredito quehouve influência da safra degrãos. A estimativa é que eladará um salto, de 149 milhõesde toneladas para a faixa de161 a 162 milhões de toneladas.Isso gera dinheiro, emprego",analisou Alfieri.

Ele acrescentou que, alémdo peso da classe C e do de-sempenho da safra de grãos,pesou a favor a desaceleraçãoda inflação. "A queda no preçodos alimentos pode ter ajuda-do no ânimo do consumidor",comentou. Alfieri estima que oINC flutue de 140 a 150 pontosnos próximos meses.

Entre os pesquisados, cres-ceu o percentual que conside-ra boa a sua situação financei-ra atual e caiu o total que aavalia como ruim, na compa-ração com maio. A pesquisaainda mostra aumento (de39% em maio para 41% em ju-nho) das pessoas confiantesno emprego, apesar da per-cepção manifestada por elesde que o número de desem-pregados cresceu, de 2,7 para2,8 pessoas.

Paulista quer consumir maisAIntenção de Consumo

das Famílias (ICF) su-biu 3,1% em junho em

relação ao mês anterior, con-forme levantamento da Fede-ração do Comércio de Bens,Serviços e Turismo do Estadode São Paulo (Fecomercio). Oindicador alcançou 137,6 pon-tos, número próximo ao de ju-nho de 2010, quando atingiu137,3. Segundo a Fecomercio,os dados apontam para a pri-meira importante elevaçãoneste ano e demonstram queas famílias paulistas estão sa-

tisfeitas com suas condiçõesfinanceiras.

A variação positiva do ín-dice em junho, de acordo coma Fecomercio, mostra umajuste natural de satisfaçãodas famílias paulistas, já que,de dezembro de 2010 a maiodeste ano, o indicador regis-trou queda de 9,3%. Em rela-ção aos resultados semes-trais, houve redução de 2,1%da média de pontos do pri-meiro semestre deste ano an-te o segundo semestre de2010. Segundo a pesquisa, as

razões para o recuo no semes-tre são a pressão dos preços eo encarecimento do crédito.

O item Renda Atual teveretração de 2% e o Acesso aCrédito, de 4,5%. O recuotambém foi sentido nos itensNível de Consumo Atual ePerspectiva de Consumo,com quedas de 7,8% e 6,2%,respectivamente. Por outrolado, registraram elevaçãode 1,3% e 3,2%, respectiva-mente, os itens EmpregoAtual e Perspectiva Profis-sional. Os resultados mos-

tram que o impacto no cená-rio de preços e juros mais one-rosos é expressivo no bolsodo consumidor, porém nãoatinge do mesmo modo suasituação profissional.

Apesar da variação positi-va da ICF, a Fecomercio ale-gou que o resultado "parecenão ser uma reversão da ten-dência negativa prevista pa-ra os próximos meses, pois asvariáveis, inflação e a taxa dejuros, continuam elevadas einfluenciam o comporta-mento do consumidor". (AE)

IGP-DI recua 0,13%

ICV tem queda de 0,34%OÍndice do Custo de

Vida (ICV) apresentouqueda de 0,34% em junhona cidade de São Paulo,segundo o DepartamentoIntersindical de Estatísticase Estudos Socioeconômicos(Dieese). O resultadoindicou uma desaceleração,de 0,38 ponto percentual,ante a inflação verificadaem maio, de 0,04%.Também foi o primeiroresultado negativo para oindicador desde fevereirode 2008, quando houvebaixa de 0,03%. Nos últimos12 meses encerrados emjunho, a taxa acumulada

atingiu o nível de 6,82%.Os grupos que mais

colaboraram com a quedada inflação em junhoforam Transporte, comrecuo de 2,07%; eAlimentação, com baixa de0,83%. Tambémapresentaram declínio ospreços dos setores deVestuário (0,66%),Recreação (0,09%) eEducação e Leitura(0,03%). Na outra ponta,Habitação, com alta de0,71%, Despesas Pessoais(0,48%) e Saúde (0,26%),neutralizaram, em parte, aqueda. (AE)

OÍndice Geral dePreços -

Disponibilidade Interna(IGP-DI) mostrou deflaçãode 0,13% em junho, apóssubir 0,01% em maio,segundo a FundaçãoGetúlio Vargas (FGV). Como resultado, o indicadoracumula altas de 2,95% noano e de 8,63% em 12m e s e s.

Nos três indicadoresque compõem o IGP-DI, oIPA-DI caiu 0,19% emjunho, após queda de0,63% em maio. O IPC-DIteve taxa negativa de0,18% em junho, emcomparação com a alta de0,51% em maio. Já o INCC-DI apresentou elevação de0,37% em junho, apóssubir 2,94% em maio.

Para o coordenador deAnálises Econômicas da

FGV, Salomão Quadros, oindicador sinalizou que adeflação nos Índices Geraisde Preços (IGPs) mostraperda de força. "Não digoque os indicadores podemvoltar a acelerarfortemente. Mas que adeflação pode chegar aofim ainda em julho, isso épossível", explicou.

Quadros explicou que aqueda de 0,13% do IGP-DIde junho é mais fraca queas apuradas para os IGPs domês, como o IGP-10 do mêspassado (-0,22%); e o IGP-M(-0,18%). Um dos setoresque pode contribuir para ofim da deflação é oatacado, que tambémmostrou queda mais fracade preços, de maio parajunho (de -0,63% para -0,19%) e representa 60%do IGP-DI. (AE)

sexta-feira, 8 de julho de 201114 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Corneta

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Todas as companhias e grupos envolvidos devem estar de acordo.Luiz Eduardo Melin, diretor-executivo do BNDESeconomia

Comércioantecipa

promoçõesde invernoVárias lojas já anunciam descontos de até 70%

Em pleno frio, as lojasde rua e de shoppinganunciam a liquida-ção dos produtos de

inverno. Os descontos chegama 70%, e as promoções da esta-ção começam cada vez mais ce-do – os lojistas estão abrindomão de cobrar o preço cheio dam e rc a d o r i a .

Os descontos de até 60%, noShopping Center Norte, come-çaram na semana passada edevem se estender até o finalde julho. Do total das 331 lojas,60% promovem liquidação.De acordo com a diretora deMarketing do grupo CenterNorte, Gabriela Baumgart, sãodois os motivos que levam àspromoções precoces. Uma é aSão Paulo Fashion Week, consi-derado o evento de moda maisimportante do País – e quemostrou a coleção primavera-verão das grifes. O mercadotem que acompanhar este mo-vimento, para não perder ven-das e evitar o encalhe de peças."O calendário da moda foimuito antecipado. Em agostoos produtos de verão já estãochegando ao comércio", disse.

Gabriela afirmou que outrofator são as férias de julho. Oslojistas querem vender antesde o consumidor viajar. Casocontrário, as pessoas voltarãoda viagem sem dinheiro e nãovão comprar. E, pelo jeito, a es-tratégia é rentável: Gabriela es-timou que as vendas, neste in-verno, sejam 15% maiores do

que as da estação de 2010.No Shopping Ibirapuera, os

descontos de também até 60%podem ser encontrados emitens de moda feminina, roupainfantil, jóias e calçados. A ex-pectativa é de que as vendascresçam 16%. Os shoppingcenters Taboão, Santana Par-que Shopping e ContinentalShopping anteciparam as pro-moções outono-inverno. Osdescontos chegam a 70%.

C o n t ra p o n t o – Os comer-ciantes da Rua João Cachoeira,na zona Sul, não aderiram àtendência. "Os lojistas estãoaproveitando o clima frio parapraticar o preço cheio. E o mo-vimento está tão positivo que aexpectativa é de que o aumen-to estimado de vendas, de 5%,seja superado", disse o presi-dente da associação que reúneos lojistas da região, FelipeNaufel. "A promoção deverácomeçar só no final de julho."

Para o coordenador do Insti-tuto Provar, Claudio Felisoni,os comerciantes não podemcorrer o risco de ficar com esto-que. "As promoções são cha-marizes para que as pessoascomprem itens fora da promo-ção", afirmou. Já para o profes-sor da pós-graduação da Esco-la Superior de Propaganda eMarketing (ESPM), GilmarMarques, os meteorologistasjá haviam previsto que o frioseria mais rigoroso – o que nãofoi levado em conta pelas con-fecções. "As peças não estãoadequadas para as atuais tem-peraturas. Sem promoção ha-verá encalhe de estoque."

BNDES já vê fusão com ceticismoApolêmica envolvendo

os empresários Jean-Charles Naouri , do

grupo francês Casino, e AbilioDiniz, da rede Pão de Açúcar,resultou num desgaste que le-va a direção do Banco Nacio-nal de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES) a vercom mais ceticismo a possibili-dade de um acordo em tornoda fusão da varejista brasileiracom o Carrefour no Brasil.

O Casino divide com Diniz ocapital do Pão de Açúcar e temo direito de assumir o controleem 2012. O entendimento en-tre os sócios é condição pri-mordial para a participação doBNDES na operação, comaporte de até R$ 4,5 bilhões.

Entendimen to – Segundouma fonte que acompanha oprocesso, a decisão do BNDESé esperar que, em um prazocurto, haja uma solução entreas partes. O documento doBTG Pactual propondo a fusãotem validade de 60 dias a con-tar da apresentação da propos-ta, em 26 de julho. Como aapresentação feita por Naourina segunda-feira ao presiden-te do banco, Luciano Couti-nho, não trouxe qualquer no-vidade, nada mudou na dispo-

sição do banco de participar daoperação. Mas ficou claro queo entendimento é difícil.

"Para os fornecedores, paraa indústria brasileira e para aeconomia, em última instân-

cia, é ruim a mudança de con-trole. Mas isso é uma disputalegal e o banco não tomará par-tido", disse a fonte. O principaltemor do BNDES é que, sob ocontrole do Casino, o Pão de

Açúcar se transforme em umcentro de custos e vendas dogrupo francês – uma platafor-ma de importação. O Pão deAçúcar já vem aumentando avenda de produtos Casino.

Fumaça – O diretor-executi-vo da divisão de Internacionale de Comércio do BNDES, LuizEduardo Melin, afirmou on-tem que "há mais fumaça doque fogo" no caso da fusão. Se-gundo ele, o banco de fomentorecebeu uma proposta e tinha aobrigação de analisá-la. A con-clusão foi de que o negócio se-ria economicamente interes-sante e viável para todos osparceiros envolvidos.

Ele reforçou que o comitê decrédito do BNDES, que ava-liou o caso, colocou precondi-ções. "Todas as companhias e

grupos envolvidos devem es-tar de acordo", disse.

Repercussão – Os desenten-dimentos em torno da união dePão de Açúcar e Carrefour che-garam à edição desta semanana revista britânica The Econo-mi st, que circulou ontem. Emreportagem especial sobre aproposta, a publicação ponde-rou que a condução do assuntomostra a fragilidade da legisla-ção antitruste brasileira.

"O veredito sobre a fusão de-verá vir do BNDES, e não doConselho de Administrativode Defesa Econômica (Cade).O resultado da disputa poderádepender de vários fatores –estratégicos, legais ou políti-cos. O bem estar do consumi-dor, contudo, não estará entreeles", avaliou. (Com AE)

S emináriodiscutiráo futuro

Amanhã aFederação doComércio de

Bens, Serviços e Turismodo Estado de SãoPaulo (Fecomercio-SP)realizará o seminário"O Futuro de São Paulo",promovido pelosdeputados federaisArnaldo Jardim e DimasRamalho. O encontroterá palestras dogovernador GeraldoAlckmin, de seusecretário de Energia,José Aníbal, e dochefe da Casa Civil,Sidney Beraldo.

A Fecomercio-SPfica localizada na ruaDoutor Plínio Barreto(paralela à avenida Novede Julho), e o seminárioacontecerá a partirdas 9 horas.Mais informaçõespodem ser obtidascom Sérgio Murilo, pelofone (11) 9166 -6646.

MPE fatura mais

Ofaturamento das micro e pequenasempresas (MPEs) paulistas voltou a

crescer em maio, de acordo com dados dapesquisa Indicadores de Conjuntura, doServiço de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas de São Paulo (Sebrae-SP). É o 18°mês seguido de alta.

O faturamento das MPEs foi estimadoem R$ 27,6 bilhões. Na comparação commaio de 2010, houve aumento real de6,1%. O comércio foi o setor que teve o me-lhor desempenho (alta de 8,7%), seguidopela indústria (3,7%) e serviços (2,9%). Nacomparação de maio com abril deste ano,a receita apresentou expansão real de7,7%, beneficiada pelo Dia das Mães.

As empresas do Grande ABC tiveram omaior aumento no faturamento (9,3%), nacomparação com maio de 2010. Na Capi-tal, o faturamento também foi positivo,com crescimento de 6,7%. As empresas dointerior e da Região Metropolitana tam-bém apresentaram expansão na receita,de 5,6% e 6,5%, respectivamente. (AE)

Captação externa

OTesouro Nacional conseguiu captarUS$ 500 milhões de investidores

norte-americanos e europeus com taxa dejuros de 4,188% ao ano – o menor valor dahistória para emissões no exterior. O di-nheiro veio da emissão de títulos da dívi-da externa com vencimento em janeiro de2021, feita ontem.

Segundo o Tesouro Nacional, a deman-da pelos papéis brasileiros permitiu con-seguir juros mais baixos no mercado. Aprocura, informou o governo, foi maiorque a oferta de títulos, mas os técnicos nãodivulgaram o valor exato.

A diferença entre a taxa do título brasi-leiro e dos títulos do Tesouro norte-ame-ricano (considerados os papéis mais segu-ros do mundo) foi 105 pontos, também amenor da história. (ABr)

Bolsa é a 2ª pior

O índice Ibovespa, que reflete os pre-ços das ações mais negociadas na

BM&FBovespa, caiu ontem 0,57%, aos62.207 pontos. No resultado do ano –quando já acumula um recuo de 9,72% – oindicador teve o segundo pior desempe-nho entre as principais bolsas de valoresdo mundo. Só perdeu para o mercado queenfrenta a pior crise dos últimos meses, oda Grécia.

Entre os demais Brics, a Índia registroua segunda pior queda no mercado deações, de 8,7%. (Agências)

Banco teme efeitos de controle do Casino sobre o Pão de Açucar

Vanderlei Almeida/AFP

Neide Martingo

Comerciantes antecipam suas vendas promocionaisde olho nas férias dos consumidores – e já pensam

nas tendências da moda de primavera-verão.

Fotos: Leandro Moraes/LUZ

sexta-feira, 8 de julho de 201116 DIÁRIO DO COMÉRCIO

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A empresária Cristiana Arcangeli investe R$ 4 milhões paradivulgar sua nova marca, a beauty'in®, linha de aliméticos.economia

O HÓSPEDE

Em agosto de 2010, a Costa do Sauípe e a agênciaEscala criaram o concurso "O Hóspede" para eleger

um embaixador digital do complexo hoteleiro Costa doSauípe, no litoral baiano. Desde novembro de 2010,Guilherme Missumi passou a morar no resort e aproduzir diariamente posts, tweets, fotos e vídeos paramostrar nas redes sociais a beleza natural do Costa doSauípe. "Foram os seis meses mais incríveis da minhavida", conta ele.

Mas, diferentemente do previsto, Guilherme aindanão irá se despedir da Costa do Sauípe. Agora, ele iráabastecer o conteúdo das campanhas publicitárias docomplexo. Um sonho de vida mansa que seduz muitagente. Mais uma novela bem sucedida de transformar oconsumidor em protagonista.

NOS PÉS

ASamelo, empresa fundada em 1936, aposta nosegmento de franquias para tornar a marca

referência em calçados masculinos. Ela se vale de dadosda Associação Brasileira de Franchising (ABF) de que osetor cresceu 20,4% em 2010. O faturamento total dasempresas que atuam sob esse modelo de negócioalcançou a marca de R$ 76 bilhões. O montanterepresentou 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB)brasileiro no ano passado. Só o setor de calçadosrespondeu por R$ 15 bilhões desse faturamento.

A Samelo colocou o pé na estrada e estáinaugurando lojas de franqueados em todo o País, deolho nesse montante que disputa com outras marcas,mas certa de que dará o passo certo.

CUBA DANCE

A fabricante de cigarros SouzaCruz patrocina a turnê do Ballet

Clássico de Cuba, dirigido por AliciaAlonso, uma das lendas vivas dadança, ao Brasil, com espetáculo emSão Paulo, no Ibirapuera, entre 27 e 30deste mês – sendo que no dia 30 aapresentação será gratuita no TeatroAnhembi Morumbi. Os ingressos têmque ser retirados com antecedência.

Os laços da Souza Cruz com Cubasão antigos. A empresa brasileira ésócia em 50% da estatal cubana naBrascuba, que produz os cigarros maispopulares da ilha de Fidel Castro. Foium dos primeiros lances de aberturacomercial de Cuba, e a Souza Cruztem o direito de preferência em casode privatização.

ALIMÉTICOS

Aempresária Cristiana Arcangeliestá investindo R$ 4 milhões

para tornar conhecida a sua novamarca, a beauty'in®, linha dealiméticos. Com o slogan "Aliméticosfazem bem por dentro e ainda cuidampor fora", a empresária, que já foi donada Phytoervas e ganhou muitodinheiro com a venda para a Procter& Gamble, espera dar mais umatacada certeira.

A agência Multi Solution assina oplano de mídia com o qual CristianaArcangeli quer mostrar aoconsumidor o que é esse conceito dealimentos benéficos para a saúde e abeleza em situações cotidianas, bemhumoradas. Que ninguém duvide dopoder dessa empreendedora.

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PNEU foi desenvolvido, segundo a Firestone, para rodar mais.

SAUÍPE dá vida mansa para seduzir cliente

SAMELLO aposta no sistema de franquia

ALoducca lança amanhã campanhapara apresentar o novo produto da

Firestone: a linha de pneus Multihawk.Sob o conceito "O melhor caminho éaquele que você constrói. Novo FirestoneMultihawk. Vai mais longe", as peçaspublicitárias enfatizam a cumplicidade daFirestone com seus consumidores, alémde buscar rejuvenescer a marca, presenteno Brasil há mais de 80 anos.

O fabricante garante que com desenhomais moderno e um desempenhoequilibrado, tanto em pistas secas quantomolhadas, o Multihawk traz outras

importantes novidades: maior resistênciaao desgaste, garantia de três meses contraimpactos, cortes e furos e baixa resistênciaao rolamento (que proporciona maioreconomia de combustível). Além disso, écapaz de rodar 20% a mais do que aconcorrência. O comercial gravado noChile reforça os atributos dos pneus.

Apublicidade descobriu uma coisa que não chega a sernovidade para nenhum salão de beleza ou estética: aspessoas adoram ler revistas de celebridades, ver como

se vestem, como vivem e o que fazem os famosos. É claro quesonham em ser iguais a eles, mas se contentam, na maioria dasvezes, em ter algo igual visto na revista – ainda que um simplesobjeto, uma cópia de um vestido ou um corte de cabelo. Assim,se sentem a um passo do sonhado universo, mesmo que possalevar uma eternidade para ele chegar. Então, os paliativos sãoimportantes, inclusive para a autoestima – a publicidade sabebem disso, pois muitos consumidores atestam que um produtoé bom porque foi usado por aqueles a quem admira. É assim des-de que o mundo é mundo.

Diante desse cenário, porém, as agências, em diversas ações,decidiram encurtar o caminho e colocar o consumidor no cen-tro, torná-lo protagonista da história e transformar o sonho emrealidade. Melhor: com a cara dessa pessoa, com a sua história enão a tomada emprestada do mundo das celebridades.

O grupo de agências comandadas por Roberto Justus, queconhece melhor do que ninguém o sonho de ser celebridade –caminho que o próprio trilhou – está saindo na frente desse fi-lão. A Casas Bahia oferece a chance da fama por um dia, com di-reito a flashes de fotógrafos e a história contada nas ferramentasdigitais da líder do varejo. A Casas Bahia, diga-se, é a principalconta da Y&R e que mantém a agência de Justus no topo do ran-king quando o assunto é compra de mídia.

Agora a Wunderman, também do grupo de Justus, está rea-lizando algo similar para a Microsoft. Trata-se de uma websérieintitulada "As crônicas de um PC" e protagonizada por umausuária do sistema operacional Windows. O resultado pode serconferido no endereço www.window sblog.com.br/pc. A surpre-sa nessa semana de encerramento da websérie fica por conta daaparição de Seu Jorge. Não aquele do boteco, mas o cantor ecompositor de samba, hoje referência desse universo.

O episódio de encerramento mostra como o computador deCilene Medeiros da Silva Pereira, moradora de Rio das Pedras, noRio de Janeiro, passou a ser um aliado até para organizar festasna casa da consumidora, com direito a transmissão online paraa amiga de Cilene que mora em São Paulo, e edição das fotospara divulgar os melhores momentos nas redes sociais.

De narrador da histórica, Seu Jorge entra na tela e interagecom a consumidora, como velhos amigos. Cilene, é claro, reúnetodo mundo ao redor para mostrar como está importante.

Não chega a ser tarefa difícil dar respostas a esses anseios doconsumidor. Os sabonetes Assepxia – grafados assim mesmo,com "x" – prometem em promoção levar consumidores para ocamarim e o show do cantor pop sertanejo Luan Santana. Comisso, estão conseguindo vender muito sabonete e gel para com-bater cravos e espinhas.

Melhor ficar com Seu Jorge na tela, ainda que o Windows 7nos dê um pouco de dor de cabeça, com suas constantes atua-lizações. Só o da dona Cilene, de Rio das Pedras, parece ser per-feito e bem ritmado pelo cantor que, com a personagem da vidareal, protagoniza a história.

sexta-feira, 8 de julho de 2011 ECONOMIA/LEGAIS - 17DIÁRIO DO COMÉRCIO

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOSSECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDEPREGÃO ELETRÔNICO FMS Nº 049/2011 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 1352/2011

Faço público, de ordem do Senhor Secretário Municipal de Saúde, que se encontra aberto o Pregão Eletrônico nº 049/2011,tendo como objeto o REGISTRO DE PREÇOS DE MATERIAL PARA ATENDIMENTO A PACIENTES ESTOMIZADOS, conformecaracterísticas, especificações e quantidades constantes nos Anexos II e V. O Edital na íntegra poderá ser obtido nos sites:www.bb.com.br e www.saocarlos.sp.gov.br, opção Licitações. O recebimento e a abertura das propostas dar-se-ão até às8 horas do dia 27 de julho de 2011 e o início da sessão de disputa de preços será às 9 horas do dia 27 de julho de 2011.Maiores informações pelo telefone (16) 3362-1350.

São Carlos, 07 de julho de 2011.Chayana Antonio de Moura - Pregoeira

Ind. e Com. de Peças para Autos Quality Ltda. torna público que recebeu da CETESB a

Licença de Operação nº 29005078, p/ fabricação de peças e acessórios não elétricos, N.E.,

p/ veículos automotores, à Rua Miguel Nelson Bechara, 329 - Freguesia do Ó - São Paulo.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal deJustiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 07 de julho de

2011, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência,recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Requerente: GSV Segurança e Vigilância Ltda. - Requerida:GSV Segurança e Vigilância Ltda. - Rua Professor AprígioGonzaga nº 42 - São Judas - 1ª Vara de Falências

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sexta-feira, 8 de julho de 201118 DIÁRIO DO COMÉRCIO

É preciso evitar o excesso. Não adianta colocar todas as marcas na vitrine.Gustavo Carree, consultor do Sebrae-SPeconomia

É com atenção aos detalhesque se faz uma loja modelo

Cuidados básicos com a pintura, iluminação, limpeza e correta exposição do preço podem ampliar o faturamento da loja em até 12%, segundo o Sebrae.

Aadoção de algumas pro-vidências básicas noponto de venda, comopintura e melhoria da

iluminação, traz reflexos imediatosno desempenho do negócio. Apenascom essas medidas, o faturamentomensal do estabelecimento podecrescer de 10% a 12%, segundo o con-sultor do Serviço Brasileiro de Apoioàs Micro e Pequenas Empresas (Se-brae-SP), criador e coordenador doPrograma Comércio Varejista, Gus-tavo Carree.

O crescimento tende a ser maior seo ponto estiver muito feio. Mas caipara a faixa de 6% a 8% nas lojas comambientes mais bem cuidados, res-salvou o especialista. Ele comentouque a pintura deve ser feita regular-mente. "Às vezes, anualmente, porcausa da poluição do ar ou tipo de so-lo da região", exemplificou Carree.

A experiência acumulada com as7,8 mil empresas atendidas desde2006 pelo programa mostra, segun-do ele, que a maior dificuldade doslojistas é escolher os produtos queserão expostos na vitrina e interiordo estabelecimento.

"É preciso evitar o excesso. Nãoadianta colocar todas as marcas daloja na vitrine", recomendou o con-sultor. Ele sugere tro-car os produtos pelomenos uma vez porsemana, ou em inter-valos menores quan-do houver alto fluxode pedestres. A vitri-na e a fachada preci-sam refletir a essênciado negócio. "É muitofrequente o empresá-rio mudar de segmen-to, ou ampliar o mix, ea fachada da loja nãorefletir a mudança."

A lista das falhasmais frequentes in-clui iluminação ina-dequada (lâmpadasapagadas, ou substi-tuídas por modelosdiferentes daquelesprevistos no projetooriginal, ou que dis-t o r c e m a c o r d o sprodutos); improvi-sação na organiza-ção dos móveis; e falta de aten-ção com detalhes, como ausên-cia de preço nos produtos ou ex-cesso de comunicação.

A exposição do preço, além deser obrigatória, ajuda a concreti-zar as vendas. "O cliente tem ver-gonha de perguntar. Ele nemsempre está ali para comprar,mas o preço poderá atraí-lo", jus-tificou Carree.

A falta de provadores adequa-dos é outra das falhas. Entre os er-ros estão a iluminação que distor-ce a cor dos produtos; falta degancho para pendurar roupas ebolsas; tamanho dos espelhos;climatização deficiente; portasem tranca ou cortina em tama-nho que compromete a privaci-dade; e falta de bancos.

As questões acima se alinhama um conjunto de 20 itens estuda-dos no primeiro ciclo do progra-ma do Sebrae-SP. Limpeza geral,condições dos banheiros, músicaambiente, acesso à loja e facilida-de de fluxo são alguns deles.

Para ter acesso ao programa,totalmente gratuito, o lojista de-ve procurar o posto do Sebrae-SP da sua região. "Visitamos aloja para fazer um diagnósticodo visual merchandising. De-pois, a empresa recebe um do-cumento, com fotos, apontandoos problemas e um conjunto desugestões para as melhorias",explicou Carree.

A fase de implantação é acom-panhada por especialistas doprojeto – que oferecem, no perío-do de seis a oito meses, cerca de20 horas de consultoria ao comer-ciante. "Procuramos trabalharaspectos práticos, de implemen-tação rápida", afirmou Carree.

Fotos: Newton Santos/Hype

A unidade daArmazém ErvaDoce instalada naPaulista já nasceusob a concepção dochamado "visualmerchandising". Aslojas marca sãopequenas, com 40m², possuem arcondicionado,provadores nofundo da loja, paraoferecer maisprivacidade, e suasvitrinas sãoatualizadassemanalmente.

Mudando para atender melhor

No grupo paulistano demoda feminima ErvaDoce – dono de uma

rede com sete lojashomônimas e da bandeiraArmazém Erva Doce, comdez pontos de venda – aconcepção do visualmerchandising dessespontos resulta de umconjunto amplo deinformações, afirmou o sócioe diretor de operações,Mauricio Cestari. O trabalho,comandado por arquitetos,envolve pesquisas sobre astendências de mercado nosegmento – dentro e fora doPaís, junto à clientela e ao

Compras online: hora de inovar.

Seleção natural

Com mais de 9 milhões de usuários cadastradosem maio deste ano, ante mais de 5 milhões emdezembro de 2010, o Peixe Urbano é um

exemplo de endereço virtual de compras coletivas queconseguiu crescer desde a sua criação, no início doano passado. Ele já atua em mais de 60 municípiosbrasileiros, com mais de mil ofertas mensais, etambém na Argentina. O sócio-fundador, EmersonAndrade, atribui o sucesso do site à oferta do queexiste de mais atrativo nas cidades participantes e àsua boa estrutura de atendimento.

Para Andrade, o atual momento do setor é deseleção natural dos endereços mais aptos a atender aclientela com ofertas de empresas idôneas comcapacidade para cumprir seus compromissos.

O perfil do consumidor do Peixe Urbano édiversificado, mas a maioria está entre 25 e 45 anos deidade, tem um bom poder aquisitivo, usa sempre ainternet e possui cartão de crédito. Os acessos sãodivididos igualmente entre homens e mulheres, mas asprimeiras efetuam de 65% a 70% das compras. (PC)

Divulgação

público interno (estilistas,por exemplo).

É um trabalho queprecisa ser renovado,lembrou Cestari. "A clientetambém muda com otempo. Precisamosacompanhar essa mulher."A Armazém Erva Doce,aberta há quatro anos naAvenida Paulista, já nasceusob um visual redesenhadoe na próxima atualizaçãoterá os provadoresreestruturados, comdivisórias em pano, paraque, fora dos horários demaior movimento, a clientepossa desfrutar de um

espaço mais amplo.As lojas da marca são

pequenas, com 40 m²;mantêm provadores naparte dos fundos, paraoferecer maior privacidade;ar condicionado; araras,para que a cliente possatocar as roupas; e vitrinasatualizadas semanalmente,com os novos produtos quechegam às lojas. Alémdisso, acrescentou Cestari,há oferta de café e água,sonorização renovada acada nova coleção epreocupação para que ailuminação não altere a cordos produtos. (FL)

Depois da explosão de acessos, aprocura pelos sites de comprascoletivas começa a passar por

um processo de acomodação. Os índicesmostram que ainda há crescimentosconstantes, mas menos expressivos queos observados até o final do ano passado.Em abril deste ano, 14,1 milhões de inter-nautas brasileiros navegaram nesses en-dereços virtuais, ante mais de 7,4 mi-lhões em outubro de 2010, segundo oIbope Nielsen Online. De acordo comanalistas, o segmento movimentaráR$ 800 milhões neste ano.

Para especialistas, esse movimen-to é normal, pois todas as novidadeslançadas na web costumam atrairatenção, gerando um volume signifi-cativo de negócios e depois registramdeclínio no interesse.

Para Ludovino Lopes, vice-presiden-te da Câmara Brasileira de ComércioEletrônico (Camara-e.net), o sistemade vendas virtuais está em constanteevolução e, por isso, é preciso compre-ender que as compras coletivas nãosão um meio eletrônico de oferta de pro-dutos, mas de serviços que atendem re-giões específicas.

O vice-presidente da Camara-e.netlembra que há grande concentração nes-se segmento de negócio. Apenas cincoou seis empresas concentram de 80% a90% do faturamento do setor. Ele acredi-ta que a regionalização é fundamentalpara a sua sobrevivência e para a entrada

de mais empreendedores no mercado.Na opinião de Lopes, o setor também

se ajustará naturalmente se os empresá-rios estruturarem bem seus negócios. Éfundamental a implantação de uma pla-taforma que funcione, um sistema de pa-gamentos eficiente e seguro, e um meca-nismo de processamento de pedidos rá-pido e que não prejudique as entregas.

Segundo o executivo, o mercado bra-sileiro está na fase de identificar boaspráticas de atuação que poderão, futu-ramente, ser a base de uma legislaçãoespecífica para o segmento. "Talvez se-ja adequado que o mercado discuta es-sas regras para depois criar uma legis-lação – se essa for muito rígida, poderiaengessar o setor. Isso não seria bené-fico, pois esse segmento está renovan-do o comércio online", opinou.

Para o analista do Ibope Nielsen On-line, José Calazans, a enorme adesão aessa modalidade de vendas ocorreuem função da divulgação maciça des-ses endereços na internet (leia mais aolado).

Bolha – O presidente da AssociaçãoBrasileira de Relações Empresa-Cliente(Abrarec), Roberto Meir, opinou que ossites de compras coletivas não possuemestrutura e consistência para atender àdemanda que atraíram. Para ele, essesempreendimentos podem ser classifica-dos como mais uma bolha na internet, esurgiram em razão da grande liquidez dealgumas empresas que decidiram inves-tir em novos canais. E alerta que a rapidezcom que o mercado se expandiu pode re-duzir o seu tempo de vida.

Andrade: sóendereçosaptos aatender aclientelaterãoespaço.

Fátima Lourenço

Paula Cunha

sexta-feira, 8 de julho de 2011 19DIÁRIO DO COMÉRCIO

DCARRNº 374

DUAS RODAS

Para aventuras e velocidadeA japonesa Kawasaki mostra suas forças: a maxi trail Versys e a Z 750

Divulgação

As novasKawasaki: Z750, comvisualagressivo, eVersys,elegante erobusta.

ANTÔNIO FRAGA

Junho foi especial para osamantes de motocicletasdiferenciadas. Em menosde trinta dias, a Kawasaki

apresentou duas novas supermotocicletas: a Z 750 e maxitrail Versys.

A nona motocicleta a sermontada na planta fabril daKawasaki, em Manaus (AM),chega na versão 2011 com mui-tas novidades. O design daKawasaki Versys, principal-mente na parte frontal, pro-porciona ao modelo elegânciae robustez. Para reforçar esseaspecto, o farol ganhou novalocalização e formato. O painelde instrumentos agora vemequipado com iluminação porLEDs, melhorando a visibili-dade noturna. Completo, oconjunto tem velocímetro di-gital, conta-giros do motor emarcador do nível de combus-tível, além de hodômetro par-cial e total.

A moto recebeu nova sus-pensão de curso mais longo eum ajuste de molas. Ambosproporcionam maior controleativo e mais segurança, inde-pendente do tipo de piso.Além disso, a maxi trail vemequipada com rodas diantei-

ras e traseiras 17'' e pneus120/70 na dianteira e 160/60na traseira.

O motor que equipa a Versysé bicilíndrico paralelo de 649centímetros cúbicos, que ofe-rece ao seu piloto uma potên-cia máxima de 64 cavalos a

8.000 rpm e torque de 6,2 kgfma 6.800 rpm.

A versão 2011 trará novascores: Metallic Spark Black eMetallic Imperial Red, custan-do R$ 30.716 e R$ 33.749, res-pectivamente sem e com ABS.

Nova Z 750 - Líder de ven-

das na Itália, França e Espanha,a nova Kawasaki Z 750 tem vi-sual extremamente agressivo edesempenho de uma super bi-ke, já tradicional na linha Z damarca japonesa. O motor de750 centímetros cúbicos de-senvolve 106 cavalos a 10.500

rpm, e entrega um torque má-ximo de 8,0 kgfm a 8.300 rpm.Os freios acompanham a altaperformance da motocicleta,destaque para os da dianteiracom pinças de duplo pistão emforma de pétalas, o que, segun-do a marca, garante a melhor

frenagem da categoria. A diri-gibilidade é excelente, mesmoquando conduzida esportiva-mente. A Z 750 conta com gar-fo telescópico dianteiro inver-tido e ajustável e na traseiracom a suspensão Uni-Trak, ex-clusiva da marca, e amortece-dor ajustável, que também po-de ser adaptado ao estilo de pi-lotagem.

O painel é completo, de fácilvisualização e possui conta-gi-ros, velocidade, temperaturado motor e nível de combustí-vel. Seu tanque, com capacida-de de 18,5 litros, proporcionagrande autonomia e conforto.

Quando equipada com ABS,o seu preço é R$ 38.281. Semele, custa R$ 34.848.

FORD KA 2012

O melhor da mudança está na potênciaO Ka ganhou força no motor 1.0.Passa dos 160 km/h e está mais

barato que o 2010. O esportivo, commotor 1.6, chega aos 181 km/h.

Seu alvo é o Chevrolet Celta.

Fotos: Divulgação

O Ka 1.0 ficou mais potente e mais barato.Ele ainda ganhou uma versão esportiva, com motor 1.6.

CHICOLELIS

Aexemplo de outrosmodelos, o peque-no Ford Ka recebeupoucas mudanças

no seu visual. A grade agora ésemelhante a aquelas dos de-mais modelos da marca, comoFocus e Fiesta, seus faróis rece-beram a máscara negra que lhedeu mais "cara" de esportivo, omesmo ocorrendo com as lan-ternas traseiras.

O que mais se pode ressaltarno Ka é o aumento da potênciado seu motor, tanto na versãonormal, quanto na esportiva.No primeiro caso, ela subiu pa-ra 72,8 cv (álcool) e 68,5 (gaso-lina). O esportivo, que tempropulsor 1.6, foi para 107 cv,usando álcool e 102,4, quandoabastecido com gasolina.Usando o combustível deriva-do do petróleo e da cana deaçúcar, alcança, respectiva-mente, 162 e 181 km/h.

Os pneus 195/55 R15 "cal-çam" rodas aro 14", na versão1.0, cobertas com calotas ou li-ga leve. O aro 15" aparece nomodelo esportivo. Os preços

do Ka 2012 começam em R$24.500 na versão de entrada evão até R$ 36.900 com a moto-rização 1.6, quando vem comair bag. No modelo anterior o1.0 ficou mais barato, a linha2010 custava R$ 25.420.

Celta, o alvo -O Ka respondepor 20% das vendas da marca,concorrendo com outros mo-delos de duas portas, como oFiat Palio. Mas o grande desa-fio, para a Ford, é conquistar oscompradores do ChevroletCelta, líder do segmento e quecusta R$ 26.350, ou seja, R$1.850 a menos que o modelo danorte-americana. E custa cercade R$ 1 mil a menos que o carroda italiana.

Em razão desta busca pelolugar do Celta, a Ford realizoumudanças na mecânica do seupequeno carro, melhorandosua suspensão, tornando-omelhor no rodar e mais silen-cioso. E, como o torque tam-bém melhorou, a versão 1.0tem uma boa retomada de ve-locidade na estrada.

Impressões -Andando, o 1.0mostra-se um carro confortá-vel. O barulho está dentro dorazoável, assim como se sentepouca vibração, até mesmonas péssimas, em sua maioria,ruas e avenidas de São Paulo.

Como acontece com qual-quer veículo equipado commotor 1.0, o Ka não foge à regrade perder muita potênciaquando o ar-condicionado é li-gado. Você ganha o confortodo sistema, mas perde força,especialmente em pistas incli-nadas. Mas o 1.6, com seu belo

motor de mais de 100 cv, com-pensa mesmo que se ligue o ar-condicionado.

A versão esportiva 1.6 seráfacilmente identificada poronde passar. Suas cores sãoextravagantes. Muito extra-vagantes mesmo, a começarpelo laranja Ibiza, com suasfaixas pretas, laterais, sobre ocapô e teto. Para se ter umaideia das cores (branco Árti-co, vermelho Bary, preto Ebo-ny e prata Geada), a mais dis-creta é o vermelho, com asmesmas faixas.

A linha de importados VW –Touareg, Passate Passat Variant, 2012 – ganhou hotsitewww.vw.com.br/premium. Nele,proprietários e futuros consumidores têmtodas as informações sobre os modelos.

sexta-feira, 8 de julho de 201120 DIÁRIO DO COMÉRCIO

turismo

Convidamos um aficionado pormontanhas-russas para ir à

inauguração da Cheetah Hunt,novidade da temporada na capital

da diversão. Confira!

DivulgaçãoFotos: Emerson de Souza

One Ocean, o famoso show das baleias orca (foto no topo), e amontanha-russa Manta (acima): imperdíveis no SeaWorld. No parque

Aquatica, Taumata Racer, uma corrida de tobogãs (abaixo).

AndréAbujamra:o músico e atoradorou o novobrinquedoradical doBusch Gardens(foto acima) edescobriusua paixãopor golfinhos(à esq.) noDiscoveryCove.

Durante o safári no Busch Gardens (acima e abaixo),turistas alimentam e acariciam 14 girafas.

André Abujamra

Um belo dia, um ami-go que não via hámuitos anos me fezum convite perfeito

e inesperado: ir conferir em pri-meira mão a inauguração deuma grande montanha-russana Flórida. Inesperado, pois, co-mo músico e ator, nunca experi-mentei o papel de "turista pro-fissional". Perfeito porque soulouco por esses brinquedinhosque mexem com a nossa adre-nalina. Sempre gostei de parquede diversão e perdi a conta de

quantas montanhas-russas jáfui na vida. Durante as turnês daminha banda Karnak pela Cos-ta Oeste americana aproveiteipara ir a todas as montanhas-russas da Califórnia. O parqueque mais visitei? O Six Flags, emLos Angeles. Agora, desembar-caria na capital da diversão parauma p re m i è re radical.

Cheguei a Orlando. Parte deum grupo restrito de jornalis-tas ciceroneados pela empresaSeaWorld Parks & Entertain-ment (que opera dez parquestemáticos nos Estados Uni-dos), fomos a um hotel do ladodo SeaWorld, um dos parques

no programa. Como umacriança, mal conseguia contro-lar a emoção.

No dia seguinte, partimos pa-ra a cidade de Tampa para a es-treia da tão esperada CheetahHunt, no Busch Gardens. Amontanha-russa foi desenhadaa partir da tecnologia linearSynchronous Motor (LSM), quese utiliza da força de imãs paraimpulsionar os visitantes a umavelocidade de 100 km/h e inspi-rada no disparo de um guepar-do (felino) em busca de sua pre-sa. Antes da abertura, fui a todasas montanhas-russas do Busche como não enfrentava filas, co-mo convidado especial, curtimuito! Uma que me impressio-nou foi a SheiKra. Depois de su-bir 60 metros, o carrinho fica pa-rado por uns cinco segundos(dá tempo de pensar!) antes deuma queda de 90 graus.

Além das montanhas-rus-sas, o Busch Gardens tem mui-tos animais. Eu não sou muitochegado a bicho, mas como es-tava trabalhando fui fazer umsafári. Então, me surpreendi:encontrei com 14 girafas e meapaixonei por elas. O jipe an-dava e elas enfiavam a cabeçadentro do veículo e quem esta-va lá podia alimentá-las comalface e fazer carinho no pesco-ço. Sabe como é que você dis-tingue uma girafa da outra?Pelas suas manchas. São comoas nossas impressões digitais.

Guepardos – Depois de an-dar o dia todo pelo parque, che-gou a hora da grande inaugura-ção. O sistema da Cheetah é tãodiferente que pela primeira vezvi um carrinho acelerar na subi-da e lembrei das turnês da mi-nha banda, quando me esbal-dei nas mon-ta nhas -rus sasda Califórnia.Muita adrena-lina, muito rá-pido! Senti es-tar na infânciae adolescênciade novo!

T a m b é mfaz parte dessa nova mega-atração, o lar de 14 guepardos,espécie que inspirou o projeto.Painéis com vídeos e telas"touch screen" servem comoferramenta interativa de edu-cação e conscientização sobre asaga dos guepardos na vidaselvagem e explicam por queeles estão em extinção. Hojeexistem apenas 10 mil guepar-dos no mundo.

Mundo marinho - No outrodia, fomos para o SeaWorld. Jána chegada, vimos uma focamaravilhosa e fiquei emocio-nado de perceber o amor que ostratadores têm pelos bichos, lá éuma coisa linda! No parquetambém tem muitas monta-nhas-russas e a mais legal de to-das é a Manta (uma arraia gran-dona). Nela, você fica deitadoque nem o Super-Homem e pa-rece que está voando. Foi incrí-vel! Depois vimos a apresenta-ção das baleias orca. Há algunsanos houve um acidente terrí-vel com uma tratadora e umaorca e agora os cuidadores nãopodem mais entrar na piscina.Mesmo assim, o show é imper-dível. Andamos o dia inteiro eme diverti a valer!

Voltando para o hotel perce-bi que não tinha mais 17 anos emeus pés doíam muito. No

dia seguinteiríamos parau m p a r q u ea q u á t i c o eachei que nãoc on s eg ui r ia .Fomos para oAquatica e ,mesmo comtoda dor, es-

queci de tudo e voltei a pare-cer criança. Fui a todos osbrinquedos, todos eles aquá-ticos! E o que mais gostei: Tau-mata Racer, uma corrida emtobogãs de água.

Para fechar a viagem comchave de ouro, visitamos o Dis-covery Cove, o parque onde osvisitantes podem alimentarpássaros exóticos, praticarsnorkelling em lindas lagoas

de água doce e salgada e rela-xar em praias de areias. A novaárea The Grand Reef, um arre-cife que recria os ambientestropicais do mundo, é umshow! E lá, no Discovery Cove,tive a experiência mais emo-cionante da minha vida: nadarcom golfinhos.

Viagem a convite da SeaWorldParks & Entertainment

SERVIÇOI nte rn e t : confira o siteSeaWorldParksandEnter tain-m e nt . co m .Pa co te s : para SeaWorld,Discovery Cove, Aquatica eBusch Gardens, nasoperadoras credenciadas.Em São Paulo, Agaxtur(www.agax tur.com.br),MMT Grapnet( w w w. g a p n e t . co m . b r ) ,Na s c i m e nto( w w w. n a s c i m e nto. co m . b r ) ,RCA (www.rcatours.com.br)Suncoast USA( w w w. s u n co a s t u s a . co m . b r ) ,TAM Viagens(www.tamviagens.com.br) eTrade Tours( w w w. t ra d e to u r s. co m . b r )Hotéis parceiros: 25 hotéispróximos aos parquesoferecem benefícios comopasse que dá direito a acessoàs atrações sem filas edescontos (veja nowww.seawor ldvacation.com).Seis hotéis são oficiais eoferecem mais vantagens –Doubletree by Hilton Orlando,Renaissance Orlando, HiltonGarden Inn Orlando,SpringHill Suites Orlando,Fairfield Inn & Suites Orlandoe Hilton Grand Vacations.

O GUEPARDOEspécie em extinção inspirou a

nova atração do Busch Gardens.Visitante tem a chance de

descobrir tudo sobre o felino.

sexta-feira, 8 de julho de 2011 LAZER - 21DIÁRIO DO COMÉRCIO

Allen no palcodo Frei Caneca

Estreia Adultérios, com Fábio Assunção.

Sérgio Roveri

Fotos: Jairo Goldflus/Divulgação

As pequenas neuroses,o ciúme patético, ostraumas de infânciaque ainda reverberam

na idade adulta e mais uma infindá-vel lista de desconfortos sociais quecostumam marcar a obra de WoodyAllen não são mais monopólio do ci-nema. Com a estreia de Ad ult éri osnesta sexta (8), o inconfundível e porvezes hilariante universo do cineas-ta nova-iorquino chega aos palcosdo Teatro Frei Caneca pelas mãos dodiretor Alexandre Reinecke, queconsumiu um ano e meio em nego-ciações com agentes de quatro cida-des (Rio de Janeiro, Buenos Aires,Nova York e Los Angeles) para con-seguir a liberação deste texto queentrou em cartaz nos Estados Uni-dos em 1995. "Conheço vários tex-tos de Woody Allen para teatro, masnenhum deles despertou tanto aminha atenção quanto Ad u l t é ri o s ",diz Reinecke. "É um texto rico, cômi-co e que, seguramente, traz mais umpersonagem inspirado na figurado próprio Allen."

Ad ult érios (do inglês CentralPark West) marca o retorno ao tea-tro do ator Fábio Assunção, quenão pisava num palco desde o clás-sico Quem Tem Medo de VirginiaWo olf?, encenado entre os anos de2000 e 2001. "Não é que eu tenhame afastado propositadamentedo teatro", diz o ator. "É que nesteperíodo fiz muitos filmes e nove-las. Escolhi fazer outras coisas, oque não significa que eu tivessedesejado passar tanto tempo as-sim longe do teatro." Assunção di-vide o elenco com osatores Norival Rizzo(com quem fará umr e v e z a m e n t o d epersonagens) e Ca-rol Mariottini.

Ad ulté rio s, ence-nada pela primeiravez no Brasil, tem co-mo cenário as mar-gens do Rio Hudson,em Nova York, ondeJim Swain, um escri-tor de carreira mo-desta que só muitorecentemente co-nheceu o sucessocom um roteiro cha-mado A Jornada, en-contra-se à espera daamante Barbara, comquem deseja termi-nar a relação. Antes da chegada dabela e aproveitadora jovem, quemsurge é o sem-teto Fred, um lunáticoque acusa Swain de ter-lhe roubadoa história de A Jornada. Sarcástico everborrágico, em pouco tempo omendigo estará à vontade até para

opinar sobre o relacionamento doautor com a amante. Fábio Assun-ção viverá o sem-teto Fred nas ses-sões de sexta e na das 22h do sába-do. Na primeira sessão do sábado, às20h, e na do domingo, será o escritorJim. Desta maneira, caberá a NorivalRizzo interpretar o escritor Jim nasexta-feira e na segunda sessão dosábado, e o mendigo Fred na primei-ra sessão do sábado e também nade domingo.

"No início, os atores estranharammuito este modelo", diz Reinecke."Mas, ao longo dos ensaios, fomospercebendo que com isso teríamosduas peças diferentes a partir damesma história, já que cada ator, emrazão do tipo físico, da idade e da for-ma de interpretar, vai imprimir suapersonalidade ao personagem."

A peça inicia temporada no mo-mento em que o último filme de Wo-ody Allen, Meia-Noite em Paris, gozade imenso prestígio da crítica e res-ponde por boas bilheterias. Coinci-dentemente, tanto Ad u l t é ri o s quan-to o filme trazem como protagonis-ta um escritor em crise. "Só que Gil, opersonagem do ator Owen Wilsonem Meia-Noite em Paris, tem certezade que é um escritor menor, isto estáexplícito. Na peça, o personagemJim apenas desconfia de que não se-ja assim tão bom", explica Reinecke.O ator Norival Rizzo não vê proble-mas em possíveis comparações jáque, para ele, "todos os persona-gens centrais de Woody Allen são opróprio Woody Allen". "Na obra de-le, isso não é coincidência, é propo-sital. Talvez por isso, nesta peça, nós

mento de atores justamen-te por acreditar que os per-sonagens do autor e domendigo sejam comple-mentares, duas faces deuma mesma pessoa. "Omendigo, que resolveuatormentar a vida do es-critor e cobrar pelos direi-tos autorais de uma obraque ele acredita ser sua,no fundo diz tudo aquiloque o escritor sempre te-ve vontade de dizer enunca conseguiu."

Ad u l t é ri o s .Estreia nestasexta (8). Te at roShopping FreiCanec a. Rua FreiCaneca, 569.Tel.: 3472-2229.Sexta às 21h30,sábado às 20h e22h e domingo às19h. R$ 50 a R$ 70.

dcultura

Público nacionaldescobre agraça de Woody

O novo filme de WoodyAllen a chegar aos

cinemas brasileiros, Meia-Noite em Paris estreou noPaís com 97 cópias, recordepara trabalhos do cineasta.Uma semana depois dolançamento, obteve outrofeito inédito: aumentou onúmero de salas nas quaisestá sendo exibido,chegando a 103.

Segundo dados daFilmeB, o filme acumulapúblico de 379 mil pessoase R$ 4,5 milhões embilheteria nacional. NosEUA, a cifra bate emUS$ 30 milhões e deve sefirmar como a maiorarrecadação da carreira doAllen em seu país.Estrelado por OwenWilson, a comédia temCarla Bruni, primeira-damada França, no elenco. (LHC)

Nesta edição: Música, com os mestres arranjadores e homenagem a Cyro Pereira. Bar: a bela mortadela! Fotografia: uma agência de imagens brasileiras.Cinema: Winnie, The Pooh, desenho Disney à antiga. Gastronomia: Dia da Pizza. Roda do Vinho: Exilados de Montparnasse.

Televisão: estreia O Astro, no novo horário das 23h da Globo. Leitura: Vargas Lhosa e a Guerra de Canudos. No Centro, atrações no palco de dança, no teatro, no metrô...

Desfile demaledicências

A Escola doEscândalo traz a

vida na corte inglesano século XVIII

Depois de ter criado eroteirizado o seriado A Vida

A lheia, poucos autores se sentirammais credenciados para falar dafofoca quanto Miguel Falabella.Apresentado pela Rede Globo noprimeiro semestre do ano passado,o programa mostrava o cotidianode uma revista de celebridades cujadiretora de redação nãoeconomizava esforços, lícitos ounem tanto, para garantir umescândalo semanal em suas capas.Engana-se quem pensou que asbisbilhotices haviam saído docardápio diário de Falabella. Provadisso é a chegada dasuperprodução A Escola doE scândalo, texto do dramaturgo

irlandês Richard Brindley Sheridan(1751-1815) que estreou emLondres em 1777 e permaneciainédito no Brasil até hoje. Falabellaadaptou, condensou os cinco atosoriginais da peça em apenas três,reduziu o número de personagens eassina a direção da montagem queentra em cartaz nesta sexta (8), noTeatro Raul Cortez. A peça, umfeérico desfile de maledicências ediz-que-diz, traz no elenco os atoresTonico Pereira, Maria Padilha, BiancaComparato, Bruno Garcia e CristinaMutarelli, entre outros.

Desde sua estreia, o texto deSheridan, ambientado nas alcovasda corte e nos salões da altaburguesia da Londres do século

XVIII, se revelou um desses rarossucessos com fôlego paraatravessar os séculos. Oindisfarçável interesse dos inglesespelos tablóides sensacionalistasé a prova do vigor sempre atual deA Escola do Escândalo.

O espetáculo mostra as

desavenças entre um comendadormal humorado (Tonico Pereira) esua mulher Rosália (Maria Padilha),uma ex-camponesa que, desde ocasamento, realizado há apenassete meses, mostra-se cada vezmais extasiada com os prazeres davida na corte. Entre as

procuramos fugir daquele estereó-tipo que ele criou – o do homemeternamente nervoso, confuso e ga-go. Estamos fazendo um persona-gem de Woody Allen, mas não damaneira como ele costuma fazer."

Reinecke apostou neste reveza-

preocupações do comendadorestá a de arranjar um bomcasamento para a sobrinha Maria(Bianca Comparato) – o que nãoseria assim tão trabalhoso semetade da corte não estivesseinteressada em atazanar a vidada bela e casta jovem. (SR)

A Escola do Escândalo. Te at ro

Raul Cortez. Rua Doutor Plínio

Barreto, 285. Tel.: 3254-1700.

Sexta, 21h30. Sábado, 21h.

Domingo, 18h. R$ 80.

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sexta-feira, 8 de julho de 201122 -.LAZER DIÁRIO DO COMÉRCIO

dcultura

Diversidade sonoraNotas no Ar, novo disco de Michel Freidenson,

vai além do jazz. E traduz exuberância melódica.

André DominguesDivulgação

Michel Freidenson: experimentação harmônica.

Na falta de outra defini-ção melhor, pode-sedizer que é jazz o que opianista Michel Frei-

denson faz no ótimo disco Notas noA r, lançado há pouco. A improvisa-ção constante, a experimentaçãoharmônica e mesmo uma boa partedo repertório levam a isso. Há nele,porém, algo que escapa ao jazz, enão só ao norteamericano, mastambém europeu e latino. É uma di-versidade no material rítmico e so-noro, uma falta de barreiras entregêneros, uma exuberância melódi-ca que são vistas, no mínimo, comoexóticas no hemisfério norte. Trata-se, porém, de uma característicabem assentada da música instru-mental brasileira, fruto de um im-pulso de assimilação de tudo o queaparece por aqui e da estreita proxi-midade com o canto. Sem outro no-me mais preciso, continue-se cha-mando de jazz, mas com a consciên-cia de que há algo mais ali.

Notas no Ar tem cara de uma boabrincadeira entre amigos, em queentram e saem músicos como Her-meto Pascoal, Raul de Souza, Toni-nho Ferragutti, Chiquinho Oliveirae Thijs Van Leer. A Michel cabe umpapel de anfitrião, preparando amesa com bons temas, servidos emarranjos convidativos para a impro-visação, a exemplo da sua ousadaversão de Trenzinho do Caipira, deV illa-Lobos.

Esse papel de anfitrião não paranos preparativos iniciais. Tambémnas execuções, Michel Freidensonfica de olho no bem estar geral. En-tre um tema e outro, seu piano eco-nômico e percussivo conduz a con-versa, propondo com segurança osassuntos que lhe interessam, mastambém permitindo, elegante-

A orquestracomo formade expressão

Caroline Bittencourt/Divulgação

Cyro Pereira: sofisticadasorquestrações

de música popular.

A belíssima mortadelaArmando Serra Negra

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

O suculento sanduíche. E um chope. No Mercadão.

mente, que cadaco nv i d a d o s e j aouvido com todaa atenção.

Algo muito in-teressante em No -tas no Ar é o uso devozes em algunstemas. Tirando C i-randa do Indaiá(de Ivan Lins e Vi-tor Martins), apro-veitada para o des-fecho do disco, asdemais entradasvocais acontecemsem flertar com apopularidade damúsica cantada,compor tando-se,mesmo, como ins-t r u m e n t o s n omeio dos arranjos.O melhor exemploé Viola Violar (deMilton Nascimen-to e Márcio Bor-ges), em que o co-ro for mado porYvette Matos, Dai-sy Cordeiro, FilóMachado e outrosaté entoa algumaspalavras, mas sócomo tempero para a sofisticadatrama sonora, que segue soberana.

Entre os participantes do disco,destacam-se dois antigos amigos,em cujas bandas Michel já tocou:Hermeto e Raul. Hermeto participade dois números de autoria de Mi-chel, Cosmic For All e 1000 HP, sendoespecialmente marcante no primei-ro, um mix de ritmos nordestinos,como arrasta-pé, baião e xaxado,em que faz um solo deslumbrantede piff (que, segundo informa o en-

carte, é um pífano adaptado pelopróprio Bruxo para ter melhor afina-ção). Hermeto ainda aparece comoautor de um outro tema, o bonitoM o n t re u x . Já Raulzito põe seu mag-nífico trombone na boa versão deRo da, de Gilberto Gil e João Augus-to, e no standard Samba de Verão, deMarcos e Paulo Sérgio Valle. Há entreele e Michel uma fina sintonia: am-bos seguem uma estética clean,buscando atingir o máximo de ex-pressividade em poucas notas.

Notas no Ar teve um show delançamento em maio, no Auditó-rio Ibirapuera, mas é um daquelesdiscos que, pela quantidade de as-sunto e pela dificuldade de divul-gação, deve continuar ser lançadopor meses, com mais ou menosformalidade. Quem quiser umadata especial, porém, pode espe-rar o dia 7 de agosto, quando Mi-chel irá se apresentar no acolhe-dor Museu da Casa Brasileira, aomeio-dia, com ingressos grátis.

Che bella mortadella! E há me-lhor que a do boteco? Bem, de-

pende do boteco... Embutido de se-gunda categoria até os anos 1970,Sofia Loren alçou-a ao estrelato nacomédia italiana La Mortadella(1971), de Mario Monicelli (1915-2010). Com Willian Davane e Dannyde Vito, a diva fica retida na alfânde-ga de Nova York, impedida de entrarno país devido a uma mortadela gi-gante que trouxe para o noivo. Co-mo as leis norteamericanas são ex-tremamente rígidas com o desem-barque de comestíveis, La Lorenpõe-se a comer a sua, atraindo osholofotes. No vasto cardápio dacharcutaria, não há páreo para amortadela: talvez seja difícil - ou im-possível estabelecer preferências,mas é fato que não existe um bar ourestaurante voltado exclusivamen-te para um embutido, que não seja

ela. Embora também apresente op-ções extra-curiculares, como san-duíche de bacalhau (com lascas,azeite extravirgem e tempero espe-ciais – R$ 17), de sardinha escabeche(assadas e curtidas com temperos eervas finas – R$ 10), ou de pernil ar-tesanal (temperado, R$ 17) tão bome bem mais graúdo, que o do Bar Es-tadão (R$ 10), o boteco MortadelaBrasil, no mezanino do MercadoMunicipal, é campeão. A começarpela marca oferecida, Marba, alter-nativa gastronômica ao padrão dequalidade da Ceratti.

A palavra charcutaria é de origemfrancesa medieval – chair cuit – re-metendo à "carne picada e cozida",vendida exclusivamente nas char-cuteries, uma arte de preparo dacarne de seis mil anos, muito popu-lar na Roma antiga, e daí espalhan-do-se pelo resto da Europa. A mor-

tadela é um derivado da salsicha,temperado com murta – um arbus-to de cheiro agradável – em vez depimenta, e designada pelos roma-nos como farcimem mirtatum. Tal osmelhores presuntos crus produzi-dos em Salamanca, na Espanha, ouem Parma e San Danieli, na Itália, otítulo de melhor mortadela do mun-do também vai par os italianos, deBolonha. Mas a do Mercadão...

Pão especial - "Recebemos opãozinho francês sob encomenda,em dimensões especiais para o re-cheio caprichado, evitando o des-monte no manuseio", especificamos sócios e irmãos José Maurício eJosé Carlos Freitas: 20 cm x 9 cm,com 250 gramas de iguarias. É umarefeição! Mas impossível de comerum só: Junior (100 gramas, R$ 7);Brazuca (o mais vendido – baconcrocante, queijo cheddar e alface

americana) e O Fenômeno (o prefe-rido do jogador, pasta de gorgon-zola, provolone fatiado, queijo pra-to, cream cheese e alface america-na) – ambos com 80 gramas dequeijo parmesão e mortadela bo-logna – designação protegida, deacordo com as normas da União Eu-r o p e i a ( R $ 1 5 ) . Á g u a m i n e r a l(R$ 2,50), chope (claro e escuro,R$ 5,50), sucos naturais (R$ 4 aR$ 5,50). Entrada também aos do-mingos e feriados, até as 16h, e sá-bados até as 18h. O último clientefecha a porta. Buon appetito!

Mortadela Brasil. MercadoMunicipal. Mezanino. Box 4.Rua da Cantareira, 306.Centro. Tel.: 3311-0024.

Bar Estadão. Viaduto 9 de Julho,143. Centro. Tel.: 3257-7121.

Neste sábado (9),completa-se um mês

do falecimento de um dosmaiores arranjadores daMPB de todos os tempos, omaestro e compositorgaúcho Cyro Pereira, entãocom 81 anos. Trata-se deuma perda significativa,visto que era, também, umdos últimos representantesnatos daquelas sofisticadasorquestrações de músicapopular consagradas nachamada Era de Ouro dorádio. Cyro, que dirigiuorquestras na Rádio e na TVRecord, entre muitas outras,há anos vinha seconcentrando na OrquestraJazz Sinfônica, a principalpreservadora desse formatono Brasil. Nela, exercia oprestigioso cargo deCompositor-R esidente,tanto pela competência,quanto pela participação nogrupo desde a fundação e,sobretudo, pela suaprofunda identificação coma proposta. “Não sousinfonista e não quero ser!”,dizia ele, satisfeito com otrabalho de dar umtratamento mais sofisticadopara a música popular,co s t u m e i ra m e ntedesprezada norepertório orquestral.

Em homenagem a Cyro, aJazz Sinfônica fará nestesábado, em Campos doJordão, um concerto sócom obras suas. O programatraz seis fantasias criadas apartir de compositores queele admirava muito: TomJobim, Noel Rosa, Edu Lobo,Astor Piazzolla, DukeEllington, Cole Porter eGeorge Gershwin.

Fábio Prado, MaestroAssistente da Jazz Sinfônica,comenta que Cyro foi umcaso raro de artista quesempre se considerou comoum músico popular, masutilizou a orquestra comoprincipal forma deexpressão. “O Cyro foicriador de uma obra sólida,

perene, um dos maiores queesse país já teve. Ele tentavao tempo inteiro cativar aatenção do ouvinte,explorando com maestria detodos os recursos que aorquestra possui. Ele tinhaum senso de equilíbriopraticamente perfeito, tinhamuito claro todo o peso decada instrumento”, descreve.

O amigo Théo de Barros,compositor e arranjador,também ressalta o valor doaprendizado que Cyroacumulou: “Cyro foi ummestre graças à experiênciavital - um verdadeiroprivilégio - de estarconstantemente dentro deorquestras, fazendo delas oseu laboratório”.

Essa vivência cotidiana é,na opinião de Théo, o quemais dificulta oaparecimento de seguidoresda arte de Cyro Pereira. AJazz Sinfônica resta, assim,como um dos últimosredutos em que essaexperiência é possível. Lá,arranjadores mais jovenscomo Tiago Costa e RodrigoMorte, ex-alunos do Cyro,vêm tendo a oportunidadede desenvolver novostrabalhos de arranjo, assimcomo alguns dos músicos daprópria orquestra, aexemplo de FernandoCorrêa, Marcelo Ghelfi,Maurício de Souza, NewtonCarneiro e Cintia Zanco.Sobra um pouco, até, paraconvidados ocasionais,como Proveta, DouglasFonseca, e Spok. Essapossibilidade de sequênciada linhagem de Cyro Pereiraé reconfortante. Ao menosnessas mãos, a batuta domestre não vai virar artigode antiquário. (AD)

Orquestra JazzSinfônic a.Homenagem a CyroPe re i ra . Praça deCapivari, Campos doJordão. Neste sábado(9). 12h30. Grátis.

Os pioneiros e seus arranjos históricosA história dos arranjadores

brasileiros tem um início àaltura da tradição musical do País.No início dos anos de 1930,quando a RCA chegou ao país,quis garantir a qualidade dos seusdiscos contratando arranjadoresfixos, uma novidade, já que essafunção era apenas uma ocupaçãoocasional por aqui. Foramcontratados, então, o já tarimbadoPixinguinha (fo to ) e o jovempianista e compositor RadamésGnattali, dois gigantes da MPB.

Pixinguinha trazia a valiosabagagem das bandas marciais,dos conjuntos regionais edominava os arranjos de músicasligeiras, sobretudo as de carnaval.Além de criar introduções queficavam tão famosas quanto aspróprias músicas (veja-se, porexemplo, O Teu Cabelo Não Negaou Linda Morena), costumavafazer caprichosas modulaçõesnas exposições instrumentais dasmelodias e explorava muito bemas possibilidades sonoras dos

instrumentos que tinha à mão.Já Radamés, vindo da música

erudita nacionalista, ficou maiscom os arranjos orquestrais,mostrando grande habilidadenas harmonias e tambémnos coloridos timbrísticos. Nãodemorou a se tornar o maisimpor tantearranjador da suaépoca – e de todosos tempos –,assinando arranjoshistóricos como os deAquarela do Brasil,cantada por FranciscoAlves, em 1939, eCo p a ca b a n a , cantadopor Dick Farney, em1946 (neste, aliás, já senota uma sensível influênciado jazz).

Os estilos de Radamés ePixinguinha reinaram até os anosde 1950, mas tiveram destinosdiferentes. Enquanto o primeirofrutificou bastante, abrindooportunidades para outros

maestros vindos da músicaerudita, como Lindolpho Gaya,Lírio Panicalli e Léo Peracchi, ode Pixinguinha foi se apagando,sobrevivendo apenas emalguns grupos de choro.

O aparecimento da bossa novamudou esse panorama no final da

década de 1950.Primeiro, destacou-seTom Jobim, discípulode Radamés, como rq u e s t ra ç õ e seconômicas eharmonizações deev i d e ntea p re n d i z a d ojazzístico. Emseguida, apareceram

outros que cultivavamigualmente conhecimentosbrasileiros e norteamericanos,como Moacyr Santos, Luiz Eça,Eumir Deodato, Dori Caymmi.Firmou-se, então, uma terceiravoz nos arranjos brasileiros, alémdos eruditos-nacionalistas e dosmestres de banda-chorões.

A linguagem bossa-novistarapidamente se tornou a maisbadalada, mas seu reinado nãochegou a uma década. Aindano final dos anos de 1960,eclodiu o tropicalismo, quechamou bastante atenção comsua mistura livre das trêsmaiores escolas nacionais comvanguardas eruditas e músicapop. Foi o momento de glória,então, do maestro RogérioDuprat, principal representanteda tendência.

Atualmente, prevalece umavizinhança amigável entre todasessas escolas. Cada uma delasabsorveu elementos das demaise se enriqueceu com aassimilação de outros maisrecentes, como as pesquisas depercussão tradicional, osgro oves de black music e assonoridades eletrônicas. Semradicalismos, enfim, a MPB vemse mostrando um dos solos maisférteis na música mundialtambém nos arranjos. (AD)

sexta-feira, 8 de julho de 2011 LAZER - 23DIÁRIO DO COMÉRCIO

dcultura

O friopaulistanopor PauloPampolin:

jovemagasalhadadentro de um

carro quepassa pela rua.

Imagens que revelam o BrasilLúcia Helena de Camargo

Um mapa,uma mesa,uma arma,um nacodo País.

Tradução naimagem clicadapelo fotógrafo

Lalo de Almeida.

Paul

o Pa

mpo

lin/D

igna

Imag

em

Para marcar a abertura daagência de imagens Re-velar Brasil, foi montada amostra I m p re s s õ e s , no Ar-

mazém Piola (Rua Aspicuelta, 547.Vila Madalena) com fotos de 24 au-tores que participam da empreita-da. A exposição segue em cartazaté o dia 24. Todos os trabalhos ex-postos estão à venda. Os fotógra-fos participantes são Lalo de Al-meida, Patrícia Araujo, Rogério As-sis, Marlene Bergamo, Pedro Bona-cina, Marcella Camillo, FernandoDonasci, Juan Esteves, FernandaFaya, Ana Carolina Fernandes, Cló-vis Ferreira, Maura Grimaldi, Ricar-do Hantzschel, Na Lata, Adi Leite,Jéssica Mangaba, Fernando CostaNetto, Daigo Oliva, Paulo Pampo-lin, Denilson Takeda, Ed Vigiani,João Wainer, Helena Wolfenson eMônica Zarattini.

Mônica Maia, idealizadora doprojeto, explica que a Revelar Brasilé uma agência que trabalha com fo-tojornalismo, imagens históricas,ensaios documentais, trabalhos au-torais e ilustrações. A missão decla-rada da agência é "divulgar e difun-

dir o trabalho dos fotógrafos e dosartistas visuais brasileiros."

Na mostra, trabalhos de jovensartistas convivem com imagens defotógrafos experientes. Na foto ex-posta clicada por Paulo Pampolin,proprietário da agência Hype e co-laborador do Diário do Comércio,vemos o frio de São Paulo em 2005,na imagem de uma jovem agasa-lhada dentro de um carro que passapela rua, tendo ao fundo o prédiodo Banespa, um dos ícones de SãoPaulo. Clóvis Ferreira retrata o gra-fismo de uma estrada de ferro emuma rua de paralelepípedos.

"A Revelar Brasil acredita quecompartilhar a memória, atravésde imagens de diferentes autorese de várias épocas, é possibilitar oretorno constante ao que foi cria-do, a nossa história imagética, coma finalidade de colaborar com asfuturas produções que refletemnosso tempo. O site é um espaçopara que os fotógrafos abram seusarquivos com a intenção de criar-mos um grande banco de imagensdo Brasil", completa Maia.

w w w. r e v e l a r b r a s i l . c o m . b r

Um Disney à moda antiga. Com canções.

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Lalo de Almeida/Revelar Brasil

Não há cenas em 3D,nenhuma explosão, nadade barulhos de motores.

Na animação infantil Winnie thePo oh, que chega aos cinemasbrasileiros nesta sexta (8), a graçaestá na história simples, contadacom delicadeza, sobre o ursinhoPooh e sua turma no Bosque dos100 Acres. Ele não é muito esperto.Isso até as crianças pequenasconseguem perceber. E costumamachar engraçadas as trapalhadasjustamente por isso. Seu colegaLeitão, fiel companheiro, ajudanaquilo que consegue, mastambém não chega a ser nenhumainteligência brilhante. O burro Ió,por sua vez, é um eternodepressivo. E perdeu o rabo, queos animais farão de tudopara encontrar.

Há a mamãe canguru e seufilhote (Can e Guru), Coelho, Tigrão,o Corujão sabe-tudo (ou nemtanto, já que dele partirá a notíciada chegada de um terrível vilão

que talvez seja algo bemdiferente do que todosimaginam...), além domenino Christopher Robine o balão vermelho – comimportante papel na trama.

É bom lembrar que osbichos são de pelúcia. Oursinho tem estofo em vez deórgãos. E o rabo de Ió podeser fixado com um prego sem

que ele sinta qualquer dor.Para deixar isso bem claro,

em determinadomomento o algodãodo interior de Poohcomeça a sair.

Os desenhos feitos à mão sãoiguaizinhos aos das páginas dolivro. As letras se derramam pelatela, misturando-se aos cenários.Como isso acontece com o textoem inglês, crianças que estãoaprendendo o idioma podemaproveitar um pouco mais, já queem muitas dessas passagens hádivertidos trocadilhos.

No original em inglês, a atriz ecantora Zooey Deschanelinterpreta as canções. Nas cópiasdubladas em português aperformance ficou com FernandaTakai, que desempenha muito bemo seu papel. A dublagem dospersonagens não conta comnomes famosos. Apenascomp etentesd u b l a d o re sp ro f i s s i o n a i s.

A dupla dediretores –Stephen J.Anderson e DonHall – fez tambémA Família doFuturo e Vi a g e mao Centro da Terra.

Pooh nasceuem uma coleção de históriasescrita em 1926 pelo inglês A.A.Milne (1882-1956). O nome doursinho foi dado em homenagem aWinnie, um urso negro canadenseque então vivia no zoológico deLondres; e Pooh, um cisne que ele eseu filho encontraram. Os cineastasvisitaram a Ashdown Forest, ondeMilne escreveu os livros, em buscade referências para imprimir noscenários da animação. O roteiro foicriado com a reunião de cinco

histórias de Milne, levando oursinho Pooh à tela grande depoisde 35 anos afastado do cinema.

O DVD do filme está previstopara ser lançado em agosto. Edezenas de produtos relacionados– brinquedos, livros, acessóriosinfantis – já estão nas lojas. (LHC)

Winnie the Pooh (EUA, 2011,

70 minutos). Direção: Stephen

J. Anderson e Don Hall.

O garotoChristopherRobin e o balãovermelho,importantepersonagemna trama.À direita,Tigrão e Ió.

A turma doBosquedos 100

Acres: elesprecisam

desvendardois

mistérios.

Winniethe

Pooh:louco

por mel.

Ferrovia sobre paralelepípedos, por Clóvis Ferreira.

Fotos: JPerry/Disney/Divulgação

sexta-feira, 8 de julho de 201124 -.LAZER DIÁRIO DO COMÉRCIO

A sede dos exiladosde Montparnasse

José Guilherme R. Ferreiradcultura

Pais e filhos na cozinha:pode ser divertido.

No domingo, a festa da redonda.DIA DA PIZZA

Lúcia Helena de Camargo

Fotos: Divulgação

No alto,abobrinha daVia Castelli.

A margueritada Veridiana;Chocolate com

morangosda Carlitos.

E brie daLa Gloria.

Margueritada PizzariaFamigliaMancini:somenteparacomerno local.

Quentinha, recém-saídado forno à lenha,coberta com muitoqueijo e outras delícias.

Neste inverno, pizza é uma boapedida para as noites frias, em casaou na pizzaria. E como nestedomingo (10) se comemora o Diada Pizza, muitas casas na Cidadefazem promoções. Escolha suaredonda e bom apetite!

Vinho grátis

O restaurante Via Castelli vaioferecer uma garrafinha de 187 ml(uma taça) de vinho aos clientesque pedirem pizza no domingo.Entre os sabores, Via Castelli, queleva polpa de tomate fresco,escarola no alho e óleo, filé deanchova coberta com mussarela ebacon (R$ 49); Piemonte, feita commolho de tomate, calabresa,mussarela e manjericão (R$ 46,20)e, entre outras, a de abobrinha(R$ 37). Rua Martinico Prado, 341.Higienópolis. Tel.: 3662-2999.

A Pizzaria Famiglia Mancini nãofaz entregas, já as pizzas são feitaspara serem consumidas no local,imediatamente depois de prontas.Há as clássicas calabresa, catupiry,napolitana e marguerita, e tambémsabores como a Criação 34, queleva mussarela, mostarda picada equeijo de cabra tipo Chevrè AuHuile. Custa R$ 53 grande e R$ 43 aindividual; e ainda a Marietta, comabobrinha fatiada salpicada eparmesão (R$ 51 a grande e R$ 41 aindividual). Rua Avanhandava, 25.Bela Vista. Tel.: 3231-0033.

A Veridiana , que se orgulha depreparar as redondas como se fazem Nápoles, o berço da pizza, temno menu a tradicional marguerita(R$ 51), além de sabores como LaCampioníssima (R$ 56), feita comdelicados tomates colhidos nasencostas sulfurosas do monteVesúvio, ricota fresca e queijoparmesão ralado. Delicada esaborosa, a redonda vem em massamédia. A La Vera Napoletana (fatiasde alho sobre molho de tomatefresco e manjericão) custa R$ 45. AVeridiana reverterá uma parte darenda da venda das pizzas nestasemana para a Fundação AçãoCriança, que combate a desnutriçãoinfantil. Rua Dona Veridiana, 661,Higienópolis. Tel.: 3151-5533.

Combinado a R$ 70

A Speranza, instalada há 53 anosna Cidade, promove suas pizzas“verace napoletanas”, de domingo(10) até a sexta (15), nas unidadesde Moema e Bixiga. O combinadoinclui uma fatia do Tortano (pão delingüiça napolitano, receita originalda Famiglia Tarallo), uma entre astrês opções (margherita, capreseou marinara) de pizzas certificadasVerace Napoletanas e uma garrafado vinho Speranza 50 anos,elaborado pela Vinícola Saltonespecialmente para a Speranza.Tudo custa R$ 70. Rua 13 de Maio,1004, Bixiga. Tel.: 3288-8502.Entregas pelo telefone: 5051-1229.

frescos (R$ 52). Preços entre R$ 49 eR$ 61. Av. Macuco, 685, Moema.Tel.: 5051-5329.

E a Carlitos foca nos pequenosem férias. Se os pais pedirem umapizza grande, a criança ganha umabrotinho de mussarela ou dechocolate e morangos. Entre os 60sabores, há a Oriental, que levamussarela, shitake, shimeji ao alhoe alho porró, além de picanha comcheddar e cebolas carameladas,variam. Os preços ficam entre R$ 52e R$ 58. Rua França Pinto, 1347. VilaMariana. Tel.: 5579-7385.

Na La Gloria, quem pedir umaredonda no Dia da Pizza ganhacomo cortesia uma porção decrostine (massinha de pizza assada,polvilhada com parmesão e ervas,normalmente vendida a R$ 21).Entre os sabores, calabresa,pepperone e criações como a brie,que leva molho de tomates, peitode peru, queijo brie e aspargos. Acombinação funciona. A pizza émuito saborosa. E na sobremesa,vale pedir a Cioccolate, feita comuma generosa camada dechocolate, coberta por morangos

SOPAS NO PÁTRIA MINASMingau com couve, canja e outras sete opções. R$ 21,90 por pessoa. Tel.: 2973-1470.

Será que criança só gosta decachorro quente, hambúrguer

e batata frita? A fast food delanchonetes pode ser uma opçãodurante as férias, mas aproveitar otempo junto dos pequenos parainventar juntos na cozinha pratosque sejam ao mesmo temposaudáveis e divertidos talvez sejaum programa interessante paraambos. A recém-lançada obraGastrokid - O Livro da GastronomiaInfantil (Editora Gaia, 2011, 160páginas, R$ 69,90) reúne receitas edicas para aumentar ainventividade alimentar da família.Os autores, Hugh Garvey eMatthew Yeomans (com tradução eadaptação para o português porDaniela de Araújo Narciso Pachecoe André Boccato) ensinam a incluirmilho grelhado na salada, umtruque para fazer as criançascomerem folhas. Colorido eagridoce, fica "melhor que pipocadoce". Adicionar um ingredientetotalmente inusitado pode ser umaboa pedida também. Na históriacontada na seção "Brincar deespremer", contam comoDesmond, filho de Hugh, esqueceuo refrigerante e o trocou feliz poruma limonada, quando o pai teve afeliz ideia de colocar suco de cacto(néctar de agave) na mistura.

"Se a mesa de jantar é umcampo de batalha em potencial, ocafé da manhã é um conflito entreguerrilhas: a ausência de sutilezas,pressão pelo horário da escola e dotrabalho", começam os autores nocapítulo sobre o assunto. Some-sea isso o baixo nível de cafeína dosadultos... Para um café da manhãsaudável e sem brigas, a sugestão émingau de aveia preparado no diaanterior (aquecido na hora)."Acrescente um ovo pochê e/ouuma vitamina, e você terá dado aseu filho uma base para começarbem o dia, sem recorrer a cereaisem caixa, totalmente processadose com açúcar em excesso."

Fotos: Reprodução

Gastrokid:pais e filhos

em fériasna cozinha,comendoalimentossaudáveis.

A arte e al i te rat u ra

devem muito da suahistória ao ambientede efervescência daParis das primeirasdécadas do século XIX,especialmente dosanos 20 aos 40, cujospersonagens (dePicasso a James Joycesão mais de 250nomes) nãodispensavam asvarandas dos cafés,dos bares, e as mesasdos restaurantes. A ebulição era estimuladapelos achados de Auguste Escoffier (1846-1935), chef, restaurateur e escritor querenovou as técnicas da culinária francesa etambém pela retomada das casas vinícolas,no Entre-guerras. Muito já se escreveu sobreesse clima – o livro paradigma é Paris é umaFe s t a , de Ernest Hemingway, que chegou aopaís em 1921. Um episódio, resgatado em OsExilados de Montparnasse (Record/2009), deJean-Paul Caracalla, dá nome aos tintos queforam combustíveis da época. Em carta aopoeta Ezra Pound, Hemingway conta umaviagem que fez à Côte D'Azur, com Zelda eScott Fitzgerald. Ao chegar, em 1924, oamericano estava terminando seu clássico OGrande Gatsby. Com um Renault sem capota,percorreram a paisagem deslumbrante daregião sem perder uma só safra, entreMontrachet e Chambertin. Na viagem devolta, com muita chuva, paravam nos barespara se abastecerem. De garrafas.Hemingway escreveu que o amigo ficavaexcitado ao beber no gargalo.Hipocondríaco e como medo do que aquelaroupa molhada poderia causar, Fitzgerald

pedia conselhos ao "doutor" Hemingway,que receitava bons goles de Mâcon, vinhosproduzidos no Mâconnais, na Borgonha. Orefúgio boêmio desses artistas não erarestrito a bares, o que não significava falta debebidas. O eixo passara de Montmartre aMontparnasse, com uma sucessão de casasque reuniam to u t - Pa ri s , como La Coupole. Oateliê de Gertrude Stein era um dosfestejados pontos de encontro, assim comoduas livrarias. Uma delas, a Shakespeare &Company, de Sylvia Beach, era a embaixadada literatura inglesa em Paris – Sylvia lançouUlisses, de Joyce. La Maison des Amis desLivres, de Adrienne Monnier, era umabiblioteca de empréstimo de obras clássicase livros de poesia de vanguarda. Adrienne

gostava da boa mesa e reunia artistasentre livros, jantares, queijos e vinhos.Não há que temer nem os molhosnem os vinhos, dizia, desprezando atirania da silhueta.

José Guilherme R. Ferreiraé membro da Academia Brasileira

de Gastronomia (ABG)

Tadeu Brunelli/Divulgação

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Hemingway e Scott. Abaixo, Joyce na Shakespeare & Co.

sexta-feira, 8 de julho de 2011 LAZER - 25DIÁRIO DO COMÉRCIO

dcultura

Minha Primeira Vez... Montrose.Carlos Celso Orcesi

O livro preferido de Vargas LlosaA Guerra do Fim do Mundo é relançado pela Alfagarra

Renato Pompeu

Arq

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DC

Mario Vargas Lhosa eaquela que considera

sua obramais perfeita. Ele levouapenas três anos para

escrevê-la, depois de ficarimpressionado com o relato de

Euclides da Cunha sobre a Guerrade Canudos em Os Sertões.

Mesmo no Brasil, ondese passa a ação de AGuerra do Fim doMundo, romance de

1981 agora relançado em recém-feita tradução pela Alfaguara, oslivros mais populares do escritorperuano Mario Vargas Llosa, 75anos, são A Cidade e os Cachorros, ACasa Verde; Conversa na Catedral eTia Julia e o Escrevinhador. Mas AGuerra do Fim do Mundo éconsiderada pelo próprio VargasLlosa como a sua obra maisperfeita, mais bem acabada, a suaobra-prima. A sua opinião écorroborada por ninguém menosque Roberto Bolaño, chileno que éconsiderado o principal escritor atéagora surgido no século XXI, e porHarold Bloom, um dos maisfamosos críticos literários domundo e o mais importante dosEstados Unidos nacontemporaneidade, que o incluiuem seu célebre cânone doslivros ocidentais.

Vargas Llosa levou apenas trêsanos para escrever essa obra-primaépica de mais de 600 páginas sobrea Guerra de Canudos no fim doséculo XIX no sertão da Bahia, masdesde muitos anos antes,impressionado com a leitura dogrande ensaio Os Sertões, deEuclides da Cunha, um dos poucoslivros brasileiros de importânciauniversal, esteve pesquisando asaga do Antônio Conselheiro emarquivos e bibliotecas – epasseando a pé por todos osremotos grotões em que se passouo conflito. O título que escolheu édúbio: o "fim do mundo" tantopode se referir à profecia doConselheiro como indicar como,geográfica e culturalmente,Canudos estava longe da chamada"civilização". O livro, que estádisponível na Internet, no originalem castelhano, em

www.4shared.com/do cument/LQt yS-pN/Vargas_Llosa_Mario_-_L a_guerra.html, já foi publicadono Brasil em 1982, logo depois deseu lançamento em castelhano, edois anos antes do lançamento datradução em inglês. O projetoinicial de Vargas Llosa era fazer oroteiro de um filme do diretor RuyGuerra, mas, talvez por causa dosaltos custos, os produtoresdesistiram do filme. E ele otransformou em romance.

Apesar de se tratar de uma obra-prima, de um romanceemocionante, com literalmentedezenas de personagensinesquecíveis, até mesmocomparável a Guerra e Paz, dorusso León Tolstoi, o mais famosoromance ocidental sobre umconflito militar, a recepção entre opúblico culto brasileiro na épocanão foi tão entusiástica quanto olivro realmente merece. De umlado, setores do público culto doBrasil sentiram que um "autorestrangeiro" tinha "roubado" umtema "genuinamente nacional". Delá para cá, com a intensificação daglobalização cultural nas últimastrês décadas, a nova edição deveráencontrar uma receptividademaior entre os brasileiros,principalmente entre os leitoresmais jovens, menos "nacionalistas"no mau sentido desse termo.Afinal, no original em castelhano,Vargas Llosa torna o leitorestrangeiro familiar com a culturabrasileira, ao empregar sem notasexplicativas termos tão brasileiroscomo "jagunço" e nomes de frutas.

De outro lado, enquanto namaioria do público culto brasileiro,praticamente já desde olançamento de Os Sertões p orEuclides da Cunha logo no iníciodo século XX, o AntônioConselheiro vem sendoconsiderado um herói, pioneiro da

luta contra o latifúndio e contra aexploração dos seres humanosdo campo, Vargas Llosa oapresenta, e a seus seguidores,também como tão "bárbaros"quanto seus algozes. Um dadoimportante: durante todo o livronão há nenhuma fala doConselheiro, tudo que ele disse étransmitido por terceiros.

Cumpre notar ainda que não setrata, a rigor, de um romancehistórico, pois o autor não sepreocupou em reproduzirfielmente o que fizeram seuspersonagens realmente existentes– uma diferença em relação aTolstoi – e os colocou em situaçõese diálogos da exclusiva imaginaçãode Vargas Llosa. Assim como oescritor inventou outrospersonagens, tão magistralmentecomo o fez Tolstoi.

O escritor peruano também"criou" personagens fictíciosinspirados porém empersonagens reais, havendodúvidas sobre quem seriam ochamado barão de Canabrava e oanarquista escocês que exercita afrenologia, antiga ciência queatribuía traços de personalidadea conformações físicas do crânio,como as bem conhecidas"bossas" disso e daquilo. Umdesses personagens assiminventados mais significativos é ojornalista míope, talvez em parteinspirado em Euclides da Cunha,que alegoriza a incapacidade dosintelectuais, não só brasileiroscomo latinoamericanos emgerail, em "enxergar" as mazelassofridas pelas nossas camadassociais mais populares, ealegoriza também a sua"cegueira" em relação àspossibilidades de encaminharsoluções para essesproblemas. Talvez essa situaçãoperdure até hoje.

O Astro do século XXI.No novo horário das 23h.

Regina RiccaTV Globo/João Miguel Júnior

Salomão (Daniel Filho) em seu escritório. E Lili (Alinne Moraes), moça simples e ingênua.

Poucos dias depois de OdeteRoitman morrer pela segun-

da vez na reprise de Vale Tudo le-vada ao ar pelo canal Viva, a Glo-bo estreia a partir desta terça (12),um de seus clássicos de teledra-maturgia da década de 1970 – OA stro, a novela que celebrizou obordão "Quem matou SalomãoHayalla?" uma década antes de opaís inteiro se perguntar "Quemmatou Odete Roitman"?. O sus-pense fez parte da rotina até dopoeta Carlos Drummond de An-drade, que cravou em uma crôni-ca jornalística logo após o fim danovela: "Agora que O Astro ac a-bou vamos cuidar da vida, que oBrasil está lá fora esperando".

Em nova versão – o de minissé-rie em 60 capítulos –, a releiturado famoso folhetim de JaneteClair, considerada até hoje umadas melhores novelas já produzi-das em todos os tempos no país,leva as assinaturas de Alcides No-gueira e Geraldo Carneiro e vaiinaugurar um novo horário para ateledramaturgia na Globo: de ter-ça a sexta-feira, às 23h. Com o re-make de O Astro a Globo preten-de comemorar os 60 anos da te-ledramaturgia no Brasil.

Além de usar o suspense do"quem matou" com maestria (re-curso que hoje faz parte do ma-nual de socorros de vários autoresde novela que precisam turbinar oIbope), Janete Clair deu em O As-t ro outras lições de teledramatur-gia. Surpreendeu o país, porexemplo, ao apresentar um prota-gonista de moral duvidosa, Her-culano Quintanilha, tipo charmo-so, sedutor, mas completamentecharlatão. Em 1977, Herculano foidefendido por Francisco Cuoco –agora a tarefa coube a RodrigoLombardi. Carolina Ferraz, por suavez, o par romântico do mágicotrapaceiro Herculano, será Aman-da Assunção, interpretada origi-nalmente por Dina Sfat.

Já Alinne Moraes e ReginaDuarte viverão, respectivamente,Lili e Clô Hayalla – que conhece-

mos em 1977 na pele de ElizabethSavalla e Teresa Rachel. Clô, umamulher em eterna ebulição, é ca-sada com Salomão Hayalla (vividopor Daniel Filho agora e por Dio-nísio Azevedo na versão anterior),um ricaço dono de uma rede desupermercados que cai de amorespor Lili, uma moça simples que seapaixonará por Márcio Hayalla(Thiago Fragoso), herdeiro de Sa-lomão, um tipo que despreza o di-nheiro da família.

Cuoco, o sedutor

"Falar sobre O Astro é reviver ale-grias e sentimentos bons. Sinto-merecebendo uma grande homena-gem", afirma Francisco Cuoco, con-vidado pelos autores para viverFerragus, um sujeito misterioso esedutor com quem Herculano es-barra na cadeia e que se torna seumestre na arte do ilusionismo.

Se Herculano é um sujeito tra-paceiro ou realmente um homemcom poderes fora do comum va-mos saber no decorrer da trama. Ofato é que ele saiu de sua pequenacidade natal em 2002 dentro deum camburão para passar oitoanos numa prisão estadual e de-sembarca no Rio de Janeiro parase tornar com seus shows de adi-vinhação a grande atração da Kos-mos, uma soturna casa de espetá-culos na Lapa. É na cidade do Re-dentor que ele conhecerá doispersonagens que mudarão o ru-mo de sua história: a sua paixão,

Amanda Assunção, e seu grandeamigo, Márcio Hayalla.

Enquanto isso, no mundo dosricos, um crime está por acontecer.Na noite em que Clô consegue pe-gar no cofre de Salomão papéisque incriminam seu amante, Feli-pe (Henri Castelli), o marido é en-contrado morto, assassinado emcircunstâncias misteriosas. A in-vestigação policial, assim, tomaconta da trama. E diversos são ospossíveis assassinos, todos commotivos para matar o empresário.

Os irmãos de Salomão, Samir(Marco Ricca), Youssef (José Ru-bens Chachá) e Amin (Tato Gabus),apesar das divergências e suspei-tas mútuas, se unem e pedem queHerculano convença Márcio a as-sumir o lugar do pai na empresa,enquanto Samir, o irmão mau ca-ráter, ocupa interinamente a presi-dência. Movido por sua ambiçãode poder, Herculano coage Márcioa assumir a presidência do grupoHayalla e é nomeado por ele seuassessor. É o grande momento doAstro: ele finalmente chegou lá.

"Estamos preservando os pi-lares básicos da história original.A nossa preocupação tem sidodeixar as tramas com ares do sé-culo XXI e, assim, os persona-gens agirão em consonânciacom os hábitos dos anos atuais",explica o autor Alcides Nogueira."Mas acho que a única formasaudável de se revisitar a obradela é não sacralizar Janete.Acho que nem ela gostaria quefosse assim. Janete sempre ou-sou. Então, ousemos por ela."

O amor rasgado, um dos pila-res da novela, permanece comforça total na releitura do folhe-tim, garante Alcides Nogueira,mesmo ele estando por vezes tãolonge do agitado cotidiano atual."Mostraremos o amor rasgado damaneira mais despudorada pos-sível! O amor é livre, não temamarras. O mundo anda feio,meio sem graça... E o amor podetrazer mais alegria e emoção paraos telespectadores."

de sofisticação, em Caracas (1979) descobri afigura hoje comum do someliê: "Señor, misugerencia es Chablis 1er Cru"!

O Chateau Montrose foi a verdadeirarevolução. Classificado em 1855 (3º nível ou3ème cru), quando a Associação Comercial deBordeaux elaborou a famosa lista dos "cruclasses" para a Exposição Universal de Paris de1855, o Montrose me fez saltar do Fusca aoPorsche. Nada se aproximava em termos dearoma, potência e equilíbrio: Boeing. Oexcepcional Clos de Vougeot seria assimelegante: Planador.

Neste sábado abri um bom Montrose 1999(Saint-Estèphe, produtor Charmolüe) entradoem minha adega em "maio de 2007". Prato: ojode bife e chimichurri do "Pobre Juan". O aviãocontinua voando como sempre voou, emboraconvenha aqui lembrar a genial propaganda deAgnelo Pacheco (cujo filho também talentosofoi meu aluno na FGV): a primeira vez a gentejamais esquece.

DAVID BYRNE EM FÓRUM SOBRE MOBILIDADE NO SESCMúsico, autor de Diários de Bicicleta, debate com cicloativistas e representante da Prefeitura. Sesc Pinheiros. Rua Paes Leme, 195. Tel.: 3095-9400. Terça (12), 19h. R$ 10.

M inha primeira vez esteve próxima dodesastre. Resolvi encarar sozinho e de

repente lá estava nervoso sem que o sonhocorrespondesse à realidade. Até que a moça meperguntou: "- diga-me garoto essa é a suaprimeira vez?". Respondi a verdade e para minhasurpresa ela mudou de comportamento,começou a participar, me ensinou a beberda taça, degustar com calma, enfim,dar os primeiros goles.

Na lua de mel Mary e eu visitamos a ChiantiRuffino em Pontassieve na Toscana. 1976.Ganhamos duas garrafas de "Riserva Ducale",uma delas a nº 1 de minha adega para nunca seraberta. Na longa estrada da vida superei a fasedos Valpolicella Bertani, dos Grandjósadocicados e Mateus-Calamares frisantes, osalto aos Corvos di Salaparruta e todas as Santaschilenas, principalmente Helena e Carolina, atéos primeiros franceses de "appelation controlée"que naquele Brasil velho tinham a importaçãopraticamente proibida de tão caros.

Para quem começava a vida na dureza eraboa opção viajar para Assunción, aondebebíamos Bordeaux no cassino a custo quasezero e comprávamos brinquedos eletrônicospara os nossos filhos. TomávamosChateauneuf no "La Preferida" como sefôssemos ricos. Nosso cruzeiro ou cruzadovalia o dobro no vizinho Paraguai. Certa feitacomprei meia dúzia de "Marques de MurrietaReserva", que meu amigo Cesar abriu durantea madrugada numa roda de viola quepuxaram na última fileira do ônibuspara Foz do Iguaçu. Quando acordeisó havia sobrado uma.

Porém o salto real de qualidade aconteceua trabalho. O cliente de meu pai e ele meencarregaram de voar a Caracas, para citar opresidente da Toddy venezuelana. Luiz PintoThomás falou: "advogado meu só viaja de 1ªclasse"! Este sim era um verdadeiro lorde,tratava-me aos 28 anos como se já fosse omaior advogado brasileiro. Também não

precisa dizer que eu desceria ao inferno paralhe trazer bons resultados. A lógica dacontrapartida me faz concluir que chefesestúpidos e mandões são precisamenteaqueles com medo da própriaincomp etência.

Na 1ª classe da Varig serviram-mechampagne sem pressa e no jantar me foi dadaa opção: meia garrafa de Chateau Montrose deBordeaux ou meia de Clos de Vougeots daBorgonha. "Pode ser os dois?" Claro. Com doiscopos pude beber rei e rainha, vinhos com osquais apenas havia sonhado. Em três dos cincodias em Caracas cumpri furiosamente a missãoe desfrutei no sábado e domingo da piscina doHotel Tamanaco e os vinhaços franceses dosrestaurantes da capital da Venezuela. A "cidadede duas faces": o lado rico de Chacao e LasMercedes com casas espetaculares muitomaiores do que as do Morumbi em contrastecom os "barrios" ou favelas empilhadas nosmorros. Bem à frente de São Paulo em termos

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sexta-feira, 8 de julho de 201126 -.LAZER DIÁRIO DO COMÉRCIO

dcultura

C e n t rodas

a t ra ç õ e s

Filhotes da Amazônia: peça infantil com atores e bonecos na Caixa Cultural.

Cazuza - O Tempo Não Para:atração da mostra

de filmes na Galeria Olido.

Fernando Cabrera: músico uruguaio no CCBB.

Corpo Vivo - Carrosel das Espécies: espetáculo da Cia. Ivaldo Bertazzo integra o mês dedicado à dança no Teatro Municipal.

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Rita Alves

Teatro Municipal, CentroCultural Banco do Brasil,Caixa Cultural, GaleriaOlido. As opções para se

divertir são diversas e ocupam omesmo território: o Centro da Cida-de. E, com a proximidade dos locais,dá até para fazer o roteiro a pé e ain-da colocar a caminhada em dia nes-te mês de férias.

Vai de metrô? Aproveite o pas-seio antes mesmo de sair da estação.Na São Bento, os artistas da O ficinaVirando do Avessoreutilizaram emba-lagens de pizza pa-ra criar obras de ar-te. O resultado estána mostra Nem Tu-do Acaba em Pizza,exposta na plata-forma de embar-que e desembar-que do metrô.

Se a preferênciafor pela estação Sé,o usuário pode co-nhecer um poucoda história do bair-ro Vila Zelina, situa-do no distrito de Vi-la Prudente. É pos-sível admirar imagens da regiãodesde a sua fundação, em 27 de ou-tubro de 1927, até os dias de hoje. Opassar do tempo não acabou com astradições, costumes, dança e gastro-nomia do bairro, fundado por 11 co-munidades, entre elas búlgaras,croatas e ucranianas.

Pelas ruas do Centro, uma boapedida é caminhar rumo à PraçaRamos de Azevedo e conhecer co-

mo ficou o Teatro Municipal (PraçaRamos de Azevedo, s/n. Bilheteria:3397-0327. R$ 10 a R$ 40) após suareabertura. É lá que estará neste fi-nal de semana o Balé da Cidade deSão Paulo estreando as coreogra-fias Nos Outros, de Lara Pinheiro eCidade Incerta, de André Mesquita.O espetáculo D ivineia, de JorgeGarcia, também integra a progra-mação. As apresentações do grupoacontecem nesta sexta (8), às 21h,sábado (9), às 20h, e domingo (10),

ção e coreografia de Ivaldo Bertaz-zo. Movimentos e particularidadesde répteis, pássaros, peixes e qua-drúpedes serão demonstrados pormeio da dança e da música.

Uma esticada até a Galeria Olido(Avenida São João, 473, tel.: 3397-0171. R$ 1) garante uma boa trilhasonora. No mês em que se come-mora o Dia Mundial do Rock (13 dejulho), o espaço homenageia o gê-nero musical com uma programa-ção dedicada ao tema. Entre as

atrações, a mostraRock Cinema Clu-be - Volume 3, comcuradoria de LuizCalanca, colecio-nador de discos eprodutor musical.O evento reúne fil-mes de f icção edocumentár ios.Nos dias 12 (15h) e22 (17h), será exi-bido o longa Ca z u-za - O Tempo NãoPa ra , cinebiogra-f i a d o c a n t o r ecompositor, inter-pretado pelo atorDaniel de Oliveira.

Outro local indispensável paraquem passeia pelo Centro fica nonúmero 112 da rua Álvares Pentea-do. Trata-se do Centro Cultural Ban-co do Brasil (Tel.: 3113-3651), sededa bela exposição O Mundo Mágicode Escher, em cartaz até o dia 17 dejulho. Além do artista, o garoto Biliritambém ocupa o CCBB. Ele é o pro-tagonista da peça infantil Biliri e oPote Vazio, dirigida por Ricardo Kar-man. A montagem, com recursosmultimídia, mescla o teatro desombras e a técnica de animaçãocomputadorizada para contar umahistória da tradição oral chinesa so-bre perseverança, honestidade eamor. A peça gratuita estreia nestesábado (9) em duas sessões: 11h e15h. Depois, segue temporada àssextas e sábados, às 11h e 15h, e aosdomingos, às 15h.

Se a preferência é por música,aproveite a programação do pro-jeto Soy Loco Por Ti America, comdireção artística do cantor e com-positor Paulinho Moska. No próxi-m o d i a 1 2 ( te r ç a ) , à s 1 3 h e à s19h30, o encontro no palco doCCBB é entre os cantores PedroLuis e Fernando Cabrera, represen-tante do Uruguai no projeto.

A Caixa Cultural São Paulo (Praçada Sé, 111, tel.: 3321-4400) tambémtraz exposições e espetáculos. Entreos infantis está o gratuito Filhotes daA mazônia, de Beto Andreetta, apre-sentado de sexta a domingo, às 16h.Três atores/manipuladores e cin-quenta bonecos feitos de materiaisnaturais ocupam o palco para tratarda relação entre pais e filhotes doreino animal

Quer passear mais? Então apro-veite a localização para partir embusca de outros programas na zonanorte, sul, leste e oeste da cidade.

às 17h. O palco do Municipal tam-bém será ocupado pelos bailarinosda Cia. Teatro Dança Ivaldo Bertaz-zo na próxima terça (12) e quarta(13), às 21h. O grupo apresentaráCorpo Vivo - Carrosel das Espécies,espetáculo com concepção, dire-

Mãos à obra

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Aula nas férias? Só se for de piano,brincando entre amigos no metrô. Na

estação Sé, o pianista é o próprio usuário.Desde o dia 24 de março, o local abriga umpiano, do tipo vertical, fabricado pela FritzDobbert, instalado para ser tocado até ofechamento da estação, à meia-noite. "Aintenção é tornar mais agradável oambiente em nossas estações e privilegiar a

arte, em suas diversas manifestações", dizSérgio Avelleda, presidente do Metrô.

Desde a instalação do piano, a trilhamusical da estação tem sido constante eexecutada tanto por quem sabe tocarquanto por curiosos. Além da Sé, as estaçõesSantana (Linha 1 - Azul), Tamanduateí (Linha2 - Verde) e Largo Treze (Linha 5 - Lilás)possuem um piano no mezanino. (R A)