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Intercâmbio Brasil – UE sobre Monitoramento da Biodiversidade PERITO - Relatório Final

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Intercâmbio Brasil – UE sobre Monitoramento da Biodiversidade PERITO - Relatório Final Designação da Ação Intercâmbio Brasil – UE sobre Monitoramento da Biodiversidade Parceiro Institucional Ministério do Meio Ambiente - MMA e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio Identificação da Ação e do parceiro institucional 2. RELATÓRIO 2 PERITO 28 1. RELATÓRIO 1 PERITO 05 3. RELATÓRIO 3 PERITO 44 Dificuldades / Obstáculos 03 SUMÁRIO Anexos 1 2 EXECUÇÃO 3

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Intercâmbio Brasil – UE sobre Monitoramento da Biodiversidade

PERITO - Relatório Final

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Identificação da Ação e do parceiro institucional Designação da Ação Intercâmbio Brasil – UE sobre Monitoramento da Biodiversidade Parceiro Institucional Ministério do Meio Ambiente - MMA e

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio

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SUMÁRIO

Introdução 01 Execução 03 Dificuldades / Obstáculos 03 Conclusões 04 Anexos

1. RELATÓRIO 1 PERITO 05

2. RELATÓRIO 2 PERITO 28

3. RELATÓRIO 3 PERITO 44

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I N T R O D U Ç Ã O

A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) estabelece que as Partes Contratantes devam monitorar, por meio de levantamento de amostras e outras técnicas, os componentes da diversidade biológica, prestando especial atenção aos que requeiram medidas urgentes de conservação e aos que ofereçam maior potencial para sua utilização sustentável, bem como mantendo e organizando sistemas de dados derivados de atividades de identificação e monitoramento (art. 7 da CDB). A 6a Conferência das Partes da CDB em sua decisão VI/9 cria a Estratégia Global para Conservação de Plantas - GSPS, uma estrutura para harmonizar as iniciativas existentes voltadas para a conservação de plantas, identificar lacunas onde são requeridas novas iniciativas e promover a mobilização dos recursos necessários. O objetivo em longo prazo da GSPS é deter a atual e contínua perda de diversidade de plantas por meio de um conjunto de dezesseis metas globais. Posteriormente, em fevereiro de 2004, a 7a Conferência das Partes da CDB aprovou na Decisão VII/30 (Plano estratégico: avaliação futura de progresso) uma estrutura de metas e indicadores globais para orientar e monitorar a implementação das Metas da CDB para 2010. Essa decisão aprovou um conjunto de 21 metas globais. A Decisão VIII/15 adotada na 8a Conferência das Partes da CDB, em março de 2006, atualizou e complementou a estrutura de metas e indicadores. O Ministério do Meio Ambiente - MMA, órgão do Governo Federal Brasileiro, tem como área de competência os seguintes assuntos: a política nacional do meio ambiente e dos recursos hídricos; a política de preservação, conservação e utilização sustentável de ecossistemas, biodiversidade e florestas; a proposição de estratégias, mecanismos e instrumentos econômicos e sociais para a melhoria da qualidade ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais. A Secretaria de Biodiversidade e Florestas - SBF é responsável na estrutura do MMA, entre outras competências, por: propor, coordenar, implementar, acompanhar e avaliar tecnicamente a execução de programas e projetos na área de biodiversidade e florestas; promover a cooperação técnica e científica com entidades nacionais e internacionais na área de biodiversidade e florestas; coordenar e executar as políticas públicas decorrentes dos acordos e convenções internacionais ratificadas pelo Brasil em biodiversidade e florestas. Compete ainda à SBF, por meio do Departamento de Conservação da Biodiversidade - DCBio, subsidiar a formulação de políticas e normas e definição de estratégias para a implementação de programas e projetos, entre outros temas, relacionados com:

- a promoção do conhecimento, da conservação, da valorização e da utilização sustentável da biodiversidade; - a proteção e a recuperação de espécies da flora, da fauna e de microorganismos ameaçados de extinção; - o monitoramento e a avaliação do impacto das mudanças climáticas sobre a biodiversidade, prevendo e fomentando medidas preventivas e mitigadoras; - a prevenção da introdução, erradicação e controle das espécies exóticas invasoras que ameacem os ecossistemas, habitats ou espécies.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, autarquia vinculada ao MMA, é responsável pelas ações de conservação e manejo da biodiversidade nos níveis de espécies e ecossistemas. Ao ICMBio é atribuída a conservação dos ecossistemas brasileiros representados nas 300 Unidades de Conservação federais que abrangem cerca de 70 milhões de hectares. O instituto tem, dentre outras finalidades, a de executar ações da Política Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, referentes ao monitoramento das unidades de conservação instituídas pela União, e a de fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da diversidade biológica e de educação ambiental. No cumprimento das suas finalidades voltadas ao monitoramento, o ICMBio tem como objetivo geral a avaliação da

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efetividade da Unidades de Conservação federais na conservação da diversidade biológica e das ações de conservação, manejo e uso sustentável de espécies. Assim sendo, MMA e ICMBio se propuseram a elaborar conjuntamente a Estratégia Nacional para o Monitoramento da Biodiversidade. Esta será constituída pela Rede Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (coordenada pelo MMA) e por Centros de Monitoramento (sob coordenação executiva do ICMBio e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA) tendo como principais objetivos desenvolver mecanismos e metodologias para:

- Avaliação do estado de conservação da diversidade biológica nos diferentes biomas; - Registro de tendências e previsões para a conservação das espécies e ambientes monitorados; - Identificação dos efeitos da alteração e perda de diversidade biológica — visando a adoção de medidas de prevenção e mitigação de impactos negativos; e - Geração de conhecimento que influencie o processo decisório, a ação governamental e promova a integração de políticas nacionais.

Esta Estratégia será executada por meio de uma rede de parceiros constituída pelas unidades de conservação, centros especializados, estações científicas, instituições de ensino e pesquisa, organizações governamentais e não governamentais, que constituirão seus pontos focais. A Estratégia se alinha assim: à Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981); ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Lei nº 9.985/2000); à Política Nacional de Biodiversidade - PNB (Decreto nº 4.339/2002) e respectivo plano de ação para sua implementação - PAN-Bio (Deliberação CONABIO no 40/06); e mais especificamente às Metas Nacionais de Biodiversidade para 2010 (Resolução CONABIO nº 03/2006) (anexo 4) que prevêem a “Criação e consolidação de uma rede de monitoramento sistemático e padronizado da biodiversidade em escala nacional” (meta 4.3), bem como a implementação de “Iniciativas que promovam a transferência para o Brasil de tecnologias ambientalmente sustentáveis geradas em outros países...” (meta 7.2). São ações a serem elaboradas, coordenadas e desenvolvidas pelo MMA/ICMBio e que integram a Estratégia Nacional para o Monitoramento da Biodiversidade:

- Compilar informações sobre a diversidade biológica do Brasil e torná-las disponíveis à sociedade e aos demais órgãos envolvidos na conservação e uso dos recursos naturais; - Coordenar, promover e difundir práticas e procedimentos de monitoramento adaptadas às especificidades de cada ecossistema brasileiro; - Desenvolver e incorporar protocolos, padrões estatísticos e amostrais sobre monitoramento nos níveis regional e nacional; - Criar e implementar mecanismos de apoio técnico e financeiro para as atividades de monitoramento; - Capacitar técnicos da sede do ICMBio, das unidades de conservação e dos centros especializados para a realização de monitoramento, inclusive com a participação de comunidades locais; - Implementar a infra-estrutura para a realização de monitoramento da diversidade biológica nas unidades de conservação; - Estabelecer rede de monitoramento por meio de parcerias com os setores governamental e não governamental e da promoção da cooperação interinstitucional e internacional; e - Promover a disponibilização e o intercâmbio de informações sobre monitoramento.

É nesse contexto que se inseriu o presente projeto, a fim de buscar subsídios para o desenvolvimento da Estratégia Nacional para o Monitoramento da Biodiversidade. Com esse objetivo MMA e ICMBio prevêem realizar três ações no âmbito do “Projeto Diálogos Setoriais Brasil – União Européia”, a saber:

1. Estudo técnico sobre o monitoramento da biodiversidade na Europa e no Brasil;

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2. Uma visita de técnicos brasileiros para avaliar experiências exitosas em monitoramento da biodiversidade em países da União Européia pré-selecionados;

3. Uma Oficina de Trabalho para definir estratégias, diretrizes e ações para o Monitoramento da Biodiversidade, potencializando os conhecimentos adquiridos pela experiência européia, bem como pelas iniciativas nacionais.

Este relatório finaliza as atividades de peritagem e pretende dar uma visão geral das ações levadas a cabo até a realização da Oficina de Trabalho, acompanhada dos três relatórios produzidos para tanto. E X E C U Ç Ã O

FASE 1 - Relatório 1 perito - anexo 1 - Levantamento de informações quanto às políticas de biodiversidade na União Européia. Identificação das principais iniciativas/instituições relacionadas ao monitoramento da biodiversidade; desenvolvimento de indicadores de biodiversidade; e sistemas de informação em biodiversidade. - Contato com as organizações-chave identificadas e organização do calendário da Missão Técnica.

FASE 2 - Relatório 2 perito - anexo 2 - Levantamento de informações quanto às políticas de biodiversidade no Brasil. Identificação das principais iniciativas/instituições relacionadas ao monitoramento da biodiversidade; desenvolvimento de indicadores de biodiversidade; e sistemas de informação em biodiversidade.

FASE 3 - Relatório 3 perito - anexo 3 - Definição dos parceiros chave nacionais e internacionais e preparação da Oficina de Trabalho. - Coordenação da Oficina de Trabalho.

D I F I C U L D A D E S

Durante a execução da ação as seguintes dificuldades foram encontradas: - Os preparativos para a Missão Técnica (contato e definição de agendas comuns entre instituições européias e nacionais) foram prejudicados pelas festas de fim de ano, desta forma a atividade teve de ser transferida de novembro de 2009 para março de 2010. - Os preparativos para a Oficina de Trabalho (confirmação de presença de palestrantes e participantes nacionais e estrangeiros) foram prejudicados pelas férias de meio de ano, em especial no caso dos participantes europeus (que têm férias de verão neste período); desta forma a atividade teve de ser transferida de julho de 2010 para agosto do mesmo ano. - A data final encontrada para realização da Oficina de Trabalho - 23 a 25 de agosto de 2010, por extrapolar o prazo máximo para utilização dos recursos do Projeto Diálogos Setoriais (julho de 2010) levou a coordenação da Ação a decidir por financiar integralmente esta atividade, apresentando neste relatório (anexo 10) a prestação de contas dos gastos realizados.

Recomendamos atenção redobrada da Coordenação do Projeto para que nas próximas convocatórias orientem os Parceiros Nacionais a evitarem ambos os períodos na programação de atividades que dependam de articulações com parceiros internacionais.

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C O N C L U S Õ E S

Urge o estabelecimento de uma base científica abrangente no tempo e no espaço, para o entendimento da biodiversidade. A necessidade de gerar conhecimento que possibilite à sociedade e, mais especificamente, aos tomadores de decisão política ação rápida na diminuição das taxas de perda de biodiversidade; e ao mesmo tempo, permita um maior entendimento do seu funcionamento faz-se premente. Uma visão mais ampla do status da biodiversiade em nível nacional só será alcançada a partir de um conjunto de sítios comparáveis utilizando metodologias de amostragem comparáveis. Do mesmo modo são imprescindíveis estudos de longa duração que permitam distinguir as mudanças graduais (na composição e nos aspectos funcionais da biodiversidade) das flutuações em períodos curtos possibilitando maior perspectiva na utilização dos dados disponíveis. Uma abordagem em rede permite a comparação de locais comparáveis (em um mesmo ecossistema/bioma) em relação à composição e função de espécies e sua variação ao longo do tempo. Devem-se, para tanto, privilegiar sítios que permitam a conservação da biodiversidade em todos os aspectos, inclusive os relacionados às populações locais e o desenvolvimento sustentável. Esse processo deve partir do estabelecimento de uma rede com base no fortalecimento das estruturas já existentes, garantindo assim fontes seguras de informação em longo prazo. Ainda que os resultados desse trabalho tomem tempo para serem alcançados, deve-se atentar para a pronta comunicação dos resultados intermediários, tanto à população como aos tomadores de decisão política, disponibilizando assim o melhor conhecimento disponível para o direcionamento de políticas. Os recursos são limitados e o tempo é curto, um inventário completo da biodiversidade é impossível. Desta forma, é imperativo desenvolver e implementar um sistema extensivo de inventário e monitoramento da biodiversidade usando grupos de espécies selecionados, associado a trabalhos intensivos e abrangentes em alguns poucos sítios. A presente ação que se encerra favoreceu fortemente o início do diálogo nacional para o delineamento de uma Estratégia de Monitoramento da Biodiversidade, envolvendo tanto os potenciais parceiros nacionais, quanto possibilitando o aporte das experiências internacionais levantadas. As recomendações da Oficina de Trabalho realizada embasarão, em 2011, as discussões de um Grupo de Trabalho a ser instituído no âmbito da Comissão Nacional de Biodiversidade - CONABIO e que auxiliarão o Ministério do Meio Ambiente, vinculadas e demais parceiros no estabelecimento do Programa Nacional de Monitoramento. Em um plano mais abrangente esta discussão se relaciona intimamente à definição das novas Metas Nacionais de Biodiversidade pós-2010, e no estabelecimento de indicadores de biodiversidade para a aferição do sucesso no alcance das mesmas. Informações relacionadas à esta ação e seus desdobramentos podem ser também acessadas em: www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=72&idConteudo=10401&idMenu=11332

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A N E X O 1

RELATÓRIO 1 PERITO Este primeiro relatório, referente ao Levantamento das políticas e iniciativas de monitoramento da biodiversidade na União Européia, pretende apresentar em linhas gerais a estratégia da UE e seus mecanismos; bem como auxiliar a missão técnica identificando e descrevendo as instituições que serão visitadas, e programando o roteiro de reuniões com os técnicos europeus. Conclusões

O presente projeto parte da premissa de que guardadas as devidas proporções, e observadas as diferenças ambientais e de ocupação do espaço, pode-se estabelecer um paralelo interessante entre os desafios encontrados para o estabelecimento de iniciativas e políticas de monitoramento da biodiversidade no Brasil e na Europa. Em ambos os casos há de se tratar de extensões territoriais continentais fragmentadas políticamente em unidades menores com autonomia e interesses diversos. Ambas as situações requerem medidas de consensuação e pactuação de objetivos comuns, harmonização das iniciativas locais visando o atendimento ao planejamento mais abrangente, definição de metas, prazos e indicadores de monitoramento, identificação de atores e distribuição de tarefas. A atividade humana causou entre 50 e 1000 vezes mais extinções nos últimos 100 anos que ocorreria devido a processos naturais. Prevê-se que essa taxa de perda seja 10 vezes maior em 2050. O relatório da Avaliação Ecossistêmica do Milênio (2006) confirma que muitas populações animais e vegetais têm declinado em números, distribuição geográfica, ou ambos. As principais causas de perda de biodiversidade são: alteração em ambientes naturais devido a sistemas de produção agrícola intensiva; indústrias extrativas e de construção; sobreexplotação de florestas, oceanos, rios, lagos e solos; espécies exóticas invasoras; poluição; e mudanças climáticas globais. Em escala global o tema biodiversidade demanda ação internacional pactuada, sendo o principal mecanismo para tal a Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB, assinada em 1992 e ratificada pela União Européia em 1993.

Políticas de Biodiversidade na Europa

A UE vem legislando sobre biodiversidade desde a década de 70, entretanto apesar de diversas iniciativas terem sido levadas a cabo para conservar o patrimônio natural europeu - a despeito dos esforços dos governos, organizações não governamentais e indivíduos - a diversidade biológica e paisagística européia continuava a declinar rapidamente. Uma análise das lacunas de iniciativas e mecanismos demonstrou que estes seriam melhor utilizados se:

- uma ferramenta que mobilizasse e harmonizasse as iniciativas existentes no sentido de uma meta comum de conservação da diversidade biológica e paisagística em toda Europa; - os fatores chave que contribuem para deterioração da diversidade fossem reconhecidos e atacados.

Essas considerações levaram, em 1995, ao desenvolvimento da “Pan-European Biological and Landscape Diversity Strategy - PEBLDS”, como resposta à implementação da CDB e provê a única plataforma a lidar com o processo de perda de biodiversidade no âmbito pan-Europeu1. 1 As políticas de biodiversidade européias apresentam diversos níveis de abrangência geográfica além do nacional e biogeográfico:

- políticas pan-européias (aproximadamente 50 países) - políticas na área de abrangência da Agência Ambiental Européia - EEA (27 países da UE e 6 países associados) - políticas da União Européia (27 países)

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Liderado pela ECNC - European Centre for Nature Conservation, o desenvolvimento da estratégia introduziu uma ferramenta de coordenação e unificação para o fortalecimento das iniciativas existentes, procurando integrar mais efetivamente considerações ecológicas em todos os setores sócio-econômicos relevantes, incrementando a participação e conscientização pública relativa aos interesses da conservação da biodiversidade. No âmbito da União Européia em 1998 a Comunidade Européia adotou uma Estratégia de Biodiversidade (ECBS) destinada a “antecipar, prevenir e atacar as causas de redução ou perda da biodiversidade, contribuindo para inverter a tendência de declínio observada, e para conservar as espécies e ecossistemas (incluindo agro-ecossistemas) dentro e fora da UE. A Estratégia integrou as questões de biodiversidade nas políticas de setores relevantes, desenvolvendo-se em torno de quatro temas: 1) Conservação e utilização sustentável da diversidade biológica; 2) Repartição dos benefícios resultantes da utilização de recursos genéticos; 3) Investigação, identificação, acompanhamento e troca de informações; 4) Educação, formação e sensibilização. O passo seguinte, para o atendimento aos objetivos da CDB, foi o desenvolvimento e execução, a partir de 2001, de Planos de Ação setoriais em Biodiversidade (PABs), definindo ações e medidas concretas, fixando metas mensuráveis, e identificando os indicadores adequados para acompanhamento e avaliação do desempenho na execução e eficácia das ações e medidas previstas. São quatro os Planos de Ação de biodiversidade que integram a Estratégia:

- Conservação dos recursos naturais; - Agricultura; - Pesca; e - Cooperação econômica e para o desenvolvimento.

O desenvolvimento destes Planos foi liderado pela Diretoria Geral de Meio Ambiente da Comissão Européia (DG Environment) em estreita coordenação com a Agência Ambiental Europeia (EEA) e especialistas dos Estados-Membros. Tanto a Estratégia como os PABs se inserem em um contexto mais amplo nos compromissos de desenvolvimento sustentável e integração das preocupações ambientais noutros setores e políticas. O 6º Programa de Ação em meio ambiente da UE (2002 - 2012) tem como um de seus temas prioritários Natureza e Biodiversidade sendo sua base a promoção tanto da ECBS como dos PABs. O PAB para a Conservação dos Recursos Naturais destina-se a garantir a plena utilização da legislação e dos instrumentos ambientais disponíveis. Nesse sentido a preservação de algumas espécies e habitats é motivo de especial preocupação, exigindo medidas específicas, como a proteção legal da flora e da fauna e/ou dos locais onde ocorrem. Em consequência, o Plano destina-se a garantir instrumentos legais de conservação para habitats e espécies de interesse, através da aplicação plena das Diretivas "Aves" e "Habitats" (os dois documentos legislativos fundamentais da política de conservação da Natureza da UE) e de apoio técnico-financeiro adequado para a conservação e utilização sustentável das áreas designadas nessa legislação. Ambas Diretivas servem de base para a Rede Natura 2000, uma rede de reservas naturais que se estende por toda UE. Ainda em 2001, os chefes de estado e de governo da UE acordaram em deter o declínio da biodiversidade em seu território. Em 2002, a CDB adotou seu Plano Estratégico com a meta de reduzir significativamente a perda de biodiversidade até 2010. Essa meta foi endossada na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (WSSD), também em 2002 em Johannesburgo, onde a CDB foi identificada como o organismo internacional chave para o alcance da Meta de 2010. Em 2004 foi iniciada uma revisão da implementação da ECBS que resultou, em 2006, na adoção pela Comissão Européia da Comunicação em Biodiversidade intitulada "Halting Biodiversity Loss

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by 2010 – and Beyond: Sustaining ecosystem services for human well-being", destacando a importância da proteção da biodiversidade como pré-requisito para o desenvolvimento sustentável, bem como estabelecendo um Plano de Ação detalhado para seu alcance onde foram propostos 10 objetivos prioritários:

- Proteção dos habitats e espécies mais importantes; - Conservação e recuperação da biodiversidade e seus serviços em zonas rurais; - Conservação e recuperação da biodiversidade e seus serviços em ambientes marinhos; - Compatibilização do desenvolvimento regional e territorial com a biodiversidade; - Redução substancial do impacto na biodiversidade por espécies exóticas invasoras; - Eficácia na governança internacional para biodiversidade; - Suporte substancial à biodiversidade no desenvolvimento internacional; - Redução substancial dos impactos negativos do comércio internacional; - Suporte à adaptação da biodiversidade às mudanças climáticas; e - Fortalecimento da base de conhecimento para conservação e uso sustentável da biodiversidade.

A Comunicação em Biodiversidade reconhece também a necessidade de quatro medidas de apoio relacionadas ao: financiamento adequado; ao fortalecimento do processo de tomada de decisão na UE; ao estabelecimento de parcerias; e à promoção da educação, concientização e participação. O acordo político envolvendo a Meta de 2010 foi acompanhado por um crescente consenso quanto à necessidade de uma coordenação estruturada, de longo prazo, global e européia, quanto ao monitoramento da biodiversidade, indicadores, avaliações e relatoria de esforços. Uma vez estabelecida a Meta de deter a perda de biodiversidade até 2010, se tornou essencial avaliar e informar o progresso nesse sentido. A fim de tornar esse processo acessível para uma série de públicos, um conjunto de indicadores era necessário, proporcionando referências quanto ao progresso, disponíveis e inteligíveis, tanto para técnicos como para leigos. Para tanto, os indicadores deveriam se apoiar em conhecimentos e análises científicas sólidas. Em 2004 a UE recepcionou um conjunto de indicadores baseados nos indicadores adotados globalmente pela CDB (COP 7 Decisions). O mesmo conjunto de indicadores foi adotado pelo conselho da PEBLDS (Estratégia pan-Européia) em 2005. Finalmente, também em 2005 foi lançado o projeto “SEBI 2010 - Streamlinig European 2010 Biodiversity Indicators” tendo como objetivo supervisionar a implementação dos indicadores adotados no âmbito de ambas as estratégias (ECBS e PEBLDS), assegurando a racionalização entre os indicadores nacionais, regionais e mundiais. Em 2007 a Agência Ambiental Européia - EEA lançou relatório técnico propondo um primeiro conjunto de 26 indicadores para monitoramento do progresso no alcance da Meta européia para 2010. Esses indicadores de biodiversidade foram anexados à Comunicação em Biodiversidade descrita acima a fim de aferir também a implementação de seus Planos de Ação. A Comissão Européia comprometeu-se, na Comunicação de 2006, em elaborar relatórios anuais avaliando o progresso no atendimento das ações previstas pelos Planos de Ação para o alcance da Meta de 2010. A primeira avaliação, em 2007, ressaltou os principais avanços para cada um dos 10 objetivos prioritários definidos. Esse primeiro relatório contou com o apoio dos trabalhos, em curso na época, de desenvolvimento dos Indicadores Europeus de Biodiversidade. O relatório de meio-termo do Plano de Ação em Biodiversidade, em 2008, forneceu a primeira avaliação abrangente dos progressos no âmbito da Comunidade Européia e dos Estados-Membros. Quatro domínios principais foram contemplados: biodiversidade na UE, biodiversidade global e na UE, biodiversidade e mudanças climáticas, e base de conhecimentos. Um conjunto de

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22 indicadores quantitativos para aferir o progresso para o alcance da Meta de biodiversidade européia para 2010 (entre os 26 elaborados) foi disponibilizado pela primeira vez. O terceiro relatório de implementação do Plano de Ação (período 2008-2009), lançado em 2009, representou a primeira avaliação do progresso quanto à Meta de 2010, baseada nos 26 indicadores pan-europeus do projeto SEBI 2010, e atendeu a dois propósitos:

- Avaliar o status da biodiversidade européia e sua perda com base nos dados mais recentes disponíveis; - Servir como ponte para uma avaliação abrangente do alcance da Meta a ser realizado pelo quarto relatório em 2010.

Desta forma, os indicadores neste relatório não só apresentam o que é conhecido atualmente, como também mostram as lacunas de informação e o que mais deve ser medido para uma avaliação abrangente em 2010. A meta de deter a perda de biodiversidade na Europa em 2010 não será alcançada, o relatório mostra que a biodiversidade européia continua sob forte pressão e que as políticas estabelecidas, ainda que positivas em algumas áreas, ainda não são adequadas para deter o declínio. O quarto e último relatório de implementação do Plano de Ação (previsto para o final de 2010) avaliará a extensão do alcance dos compromissos da UE para 2010. Isso envolverá avaliações qualitativas da medida em que os Planos de Ação foram implementados e tiveram seus alvos atingidos. A avaliação contará também com dados quantitativos relacionados ao conjunto dos principais indicadores de biodiversidade. Adicionalmente explorará os seguintes assuntos em maior detalhe:

- Status da biodiversidade; - Ambiente marinho; - Quantificação das metas e linha de base para cada indicador; e - Impacto global das políticas de biodiversidade européias.

Principais Iniciativas e Instituições relacionadas ao Monitoramento da Biodiversidade na Europa REDE NATURA 2000 Natura 2000 é a principal política de meio ambiente e biodiversidade da UE. Trata-se de uma ampla rede de áreas protegidas estabelecida em 1992. O objetivo da rede é garantir a conservação em longo prazo das espécies e habitats europeus mais valiosos e ameaçados. É composta por Áreas de Proteção Especial (SPAs) designadas pelos Estados-membros no âmbito da Diretiva Aves, e por Áreas Especiais de Conservação (SACs), estas designadas no âmbito da Diretiva Habitats. A Diretiva Aves do Parlamento Europeu é a legislação ambiental mais antiga da UE e uma das mais importantes, cria um esquema abrangente de proteção para todas as espécies de aves silvestres com ocorrência na UE. Foi adotada unanimemente pelos Estados-membros, em 1979, como uma resposta à crescente preocupação quanto ao declínio nas populações de aves silvestres na Europa devido a: poluição, perda de habitats, e utilização não sustentável. Foi também um reconhecimento de que as aves silvestres, muitas das quais migratórias, são um patrimônio comum dos Estados-membros e que sua efetiva conservação requer cooperação internacional. A Diretiva reconhece que a perda e degradação de habitats são a ameaça mais séria à conservação de aves silvestres. Desta forma, confere grande ênfase na proteção de habitats de espécies migratórias e ameaçadas, em especial através do estabelecimento de uma rede abrangente de Áreas de Proteção Especial (SPAs) compreendendo todos os territórios mais adequados para estas espécies. Desde 1994 todas SPAs passaram a compor integralmente a rede ecológica Natura 2000. A identificação e delimitação das SPAs devem ser inteiramente baseadas em critérios científicos, tais como ‘1% da população de espécies vulneráveis listadas’, ou ‘áreas úmidas com importância internacional para aves aquáticas migratórias’. Os Estados-membros têm uma margem de discrição para determinar os critérios mais apropriados. Entretanto, tais critérios devem ser aplicados de forma a garantir que todos os

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‘territórios mais adequados’, em número e em área sejam designados. Com base nas informações fornecidas pelos Estados-membros a Comissão Européia determina se as áreas designadas são suficientes para formar uma rede abrangente para a proteção das espécies migratórias e ameaçadas. A Diretiva Habitats prevê três estágios na seleção das Áreas Especiais de Conservação (SACs) para a rede Natura 2000:

1. A responsabilidade para propositura de áreas no âmbito da Diretiva é dos Estados-membros. Estes devem realizar levantamentos abrangentes de cada um dos tipos de habitats e das espécies presentes em seu território. A escolha das áreas segue um processo de escolha científico, baseado em critérios de seleção padronizados na Diretiva. 2. Com base nas listas nacionais propostas a Comissão, em acordo com os Estados-membros, deve adotar uma lista de ‘Áreas de Importância Comunitária’. Seminários científicos são realizados em cada região biogeográfica a fim de analisar as propostas apresentadas, podendo participar os Estados-membros em questão e também especialistas representando as partes interessadas (proprietários, usuários, ONGs). Esses Seminários, coordenados pelo European Topic Centre on Biodiversity - ETC/BD (anexo 12), têm como objetivo estabelecer se as área propostas são suficientes e adequadas para garantir a conservação do status de espécies e tipos de habitats ao longo da UE. O objetivo é estabelecer uma lista de ‘Áreas de Importância Comunitária’ para cada região determinada pela Diretiva. 3. Uma vez adotada a lista de ‘Áreas de Importância’ cada Estado-membro deverá designar, dentro da maior brevidade possível (e no máximo em seis anos), todas essas áreas como SACs. Deverá ser dada prioridade àquelas áreas sob maior ameaça, ou com maior importância de conservação. Durante este período as medidas de manejo e recuperação necessárias deverão ser levadas a cabo garantindo seu status de conservação.

As duas Diretivas associadas formam a base da política de conservação ambiental européia, constituída por dois eixos principais: a rede Natura 2000 de áreas protegidas, e o sistema de proteção de espécies. Somadas, as Diretivas protegem mais de 1000 espécies animais e vegetais, e mais de 200 distintos habitats, considerados de importância européia. A rede Natura 2000 não é um sistema de reservas naturais restritiva, onde todas atividades humanas são excluídas. Apesar de incluir áreas restritivas, a maioria das terras continuam sendo privadas e a ênfase é garantir o manejo sustentável ecológica e economicamente. A composição da rede, e também das duas Diretivas, leva em consideração a divisão da UE em nove regiões biogeográficas (incluindo o ambiente marinho) que são levadas em consideração quanto à representatividade das areas protegidas em seus domínios. Para cada região a Comissão adota listas de ‘Áreas de Importância Comunitária’ que passam também a integrar a rede. Trabalhando em nível biogeográfico torna-se mais fácil conservar espécies e tipos de hábitats sob condições semelhantes em um conjunto de países, independentemente de fronteiras político-administrativas. O progresso no estabelecimento da rede e de ambas Diretivas é publicado semestralmente baseando-se nas informações quanto ao número e cobertura de áreas, indicado pelos Estados-membros, processo coordenado pelo ETC/BD.

STREAMLINING EUROPEAN 2010 BIODIVERSITY INDICATORS - SEBI 2010 Definida a Meta de 2010 da CDB tornou-se necessário aferir o progresso em seu alcance. Era necessário saber se as políticas nacionais e internacionais de manejo e uso da terra respondiam corretamente ao declínio da biodiversidade, questões quanto ao status da biodiversidade e as pressões chave agindo sobre esta no presente e no futuro. Muitos esforços foram realizados no sentido de desenvolver um conjunto de indicadores que respondesse com simplicidade e confiança essas perguntas. Para tanto, em 2004, as partes da CDB adotaram uma ferramenta global de avaliação de progresso, incluindo um primeiro conjunto de indicadores agrupados em areas focais. Estes foram recepcionados pela UE e posteriormente (2005) adotados em âmbito pan-Europeu. O Projeto SEBI 2010, uma iniciativa pan-Européia, também lançada em 2004, tinha o objetivo de desenvolver um conjunto de indicadores, tomando como base os indicadores da CDB, para avaliar e informar o progresso no alcance das Metas Européias para 2010.

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O trabalho foi realizado pela coolaboração entre a Agência Ambiental Européia - EEA (anexo 11), a Diretoria Geral de Ambiente da CE - DG Environment (anexo 10), o Centro Europeu para Conservação da Natureza - ECNC, a Secretaria da Estratégia pan-Européia para Biodiversidade e Diversidade Paisagística - PEBLDS e o Centro de Monitoramento da Conservação Mundial - WCMC (anexo 13). Em 2005 a equipe de Coordenação do projeto e um grupo de mais de 100 especialistas designados pelos países europeus e por ONGs, começou o trabalho de compilação de um primeiro conjunto de Indicadores de Biodiversidade para aferir o alcance da Meta de 2010. A Comunicação de Biodiversidade da CE (2006) e o Plano de Ação de Biodiversidade forneceram uma resposta estratégica para acelerar o progresso no sentido das Metas de 2010 em âmbito Comunitário e Nacional. Aproveitando o quadro conceitual fornecido pela CDB, a UE acordou um conjunto de indicadores de acordo com as áreas focais da Convenção. Indicadores chave foram agrupados em cada área focal e para cada indicador chave um ou mais indicadores específicos foram selecionados com base em rigorosos critérios. A iniciativa SEBI 2010 e o conjunto de indicadores desenvolvido garantem a melhor resposta possível com as informações e recursos disponíveis na Europa, entretanto a cobertura de dados precisa ser melhorada. Os indicadores podem ser usados tanto individualmente como combinado, a fim de fornecer um quadro de avaliação consistente e coerente. Podem também ser usados em associação com indicadores sócio-econômicos para criar uma imagem mais abrangente da medida em que o desenvolvimento sustentável está sendo alcançado. Vários indicadores do projeto SEBI 2010 são também utilizados em outros conjuntos de indicadores políticos europeus (EEA core indicators, Sustainable Development Indicators), ou mesmo para avaliar o progresso no estabelecimento de outros processos (implementação do Plano de Ação de Biodiversidade da CE). Finalmente, esta iniciativa coopera com o esforço da parceria BIP 2010 (Biodiversity Indicators Partnership) para aferir o alcance das Metas Globais de 2010 para redução da perda de biodiversidade.

Os 26 indicadores propostos pela iniciativa SEBI 2010

- Abundância e distribuição de espécies;

- Red List Index para espécies européias; - Espécies de interesse europeu; - Cobertura de ecossistemas; - Habitats de interesse europeu; - Diversidade genética de rebanhos; - Áreas protegidas designadas nacionalmente; - Áreas no âmbito das Diretivas Habitats e Aves; - Excedente à carga crítica de Nitrogênio; - Espécies exóticas invasoras; - Ocorrência de espécies termo-sensíveis; - Índice trófico marinho; - Fragmentação de áreas naturais; - Fragmentação de sistemas fluviais; - Nutrientes em águas de transição; - Qualidade de água doce; - Variação no estoque florestal; - Florestas: matéria em decomposição; - Agricultura: balanço de nitrogênio; - Agricultura: áreas sob práticas sustentáveis; - Pesca: estoques comerciais; - Aquicultura: qualidade de efluentes; - Pegada ecológica dos países; - Patentes baseadas em recursos genéticos; - Financiamento para manejo de biodiversidade;

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- Conscientização pública; EUROPEAN INFORMATION AND OBSERVATION NETWORK - EIONET A ‘Rede de Informação e Observação Ambiental Européia - EIONET’ tem como objetivo, fornecer dados oportunos e de qualidade, informações e conhecimento para avaliar o estado do ambiente na Europa e as pressões agindo sobre ele. Permite que decisores políticos tomem as medidas apropriadas para proteger o meio ambiente em nível nacional e Europeu, bem como monitorem a efetividade das medidas e políticas adotadas. Trata-se de uma rede de parcerias entre a Agência Ambiental Européia - EEA (anexo 11), seus membros e países associados. É composta pela EEA, cinco Centros Temáticos Europeus - ETCs, e uma rede de aproximadamente 900 especialistas de 38 países, em mais de 200 agências ambientais nacionais e outras instituições ligadas a informações ambientais. Estes são os Pontos Focais Nacionais (NFPs) e Centros de Referência Nacionais (NRCs). ETCs são centros temáticos especializados contratados pela EEA para realizar tarefas específicas da Estratégia da Agência e dos planos de gestão anual. São designadas pelo Comitê de Gestão da Agência, após processo de seleção competitiva em toda Europa, e trabalham como uma extensão da Agência em áreas temáticas específicas. Cada Centro consiste em uma organização líder e organizações parceiras especializadas em investigação ambiental que combinam seus recursos em áreas de atuação específicas. Os ETCs auxiliam na provisão de dados e informações pelos países e fornecem relatórios e outros serviços para a Agência e para a EIONET. Atualmente existem cinco Centros Temáticos trabalhando junto à EEA e parceiros da Rede: Clima e AR; Biodiversidade (ETC BD, anexo 12); Uso da terra e Informação espacial; Consumo Sustentável e Produção; e Água. NFPs são os principais pontos de contato da EEA nos países membros e associados, trabalham em cooperação com a EEA e ETCs promovendo a coordenação nacional das atividades relacionadas à Estratégia da EEA (programa de 5 anos). Os métodos de trabalho variam refletindo a diversidade dos sistemas ambientais dos países em que estão baseados. Alguns NFPs, por exemplo, estão localizados em agências ambientais, outros em ministérios, alguns são centralizados nas administrações nacionais, enquanto outros operam em sistemas descentralizados. Os pontos focais desenvolvem e mantêm redes nacionais, facilitando e coordenando os contatos, demandas e disponibilização em nível nacional e internacional. Alguns também atuam como membros no Conselho de Gestão da EEA desenvolvendo contato com outras redes relevantes. Os NRCs são designados pelos países membros e associados, são especialistas ou grupos de especialistas nacionais baseados em organizações que coletam ou fornecem informação ambiental no âmbito nacional, ou que possuam relevante conhecimento em temas ambientais específicos, monitoramento e modelagem. Os Centros operam em áreas de atividade ambiental específicas (qualidade do ar, mudanças climáticas, qualidade de rios, produção de efluentes, biodiversidade, energia e outras) e desempenham a coordenação técnica nestas áreas trabalhando junto à EEA e relebantes ETCs. A parceria é crucial para a EEA, dando suporte à coleta e organização de dados, e ao desenvolvimento e disseminação de informação. As organizações e indivíduos na Rede contam com o apoio de uma abrangente infra-estrutura tecnológica, a e-EIONET. Através da Rede, a EEA coordena a disponibilização de dados ambientais, validados e de alta qualidade, pelos países membros, formando a base de avaliações e conhecimento ambientais integrados disseminados e acessíveis através do site EEA. Essa informação serve de apoio ao manejo ambiental, elaboração e avaliação de políticas ambientais, e participação pública em nível nacional, europeu e global. As reuniões de NFPs estão entre os principais fóruns para os participantes da rede, enfocando aspectos operacionais da EIONET. Os resultados destas reuniões são disponibilizados em reuniões do Conselho de Gestão da EEA oferecendo suporte ao processo de decisão política. Ocorrem três vezes ao ano, normalmente em Copenhagen, e o NFPs são os participantes chave. Entre outros os principais temas discutidos:

- Relatórios de informações e status quanto ao progresso em várias áreas chave para o desenvolvimento; - Temas relativos aos comitês gestores e políticos de decisão;

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- Formas de melhorar o apoio, impacto e visibilidade da EEA entre os países membros (ferramentas, orientações, publicações/divulgação eletrônica, traduções, lançamentos, eventos conjuntos, etc); e - Ações necessárias para reforçar o papel e a contribuição da Rede em relação às principais iniciativas européias, e formas de melhorar a cooperação com outras redes relevantes;

A Rede conta ainda com uma ferramenta interativa de planejamento (EIONET Planner) que auxilia os membros a acompanhar as atividades e serviços da EEA que requerem sua participação. A ferramenta contém um plano de trabalho resumido que informa os parceiros nacionais quanto aos prazos em que devem ser disponibilizadas informações e recursos para os projetos da Agência. Assim os países são informados com antecedência das atividades, permitindo que os NRCs e outros especialistas estejam disponíveis para atender às reuniões, revisar produtos da Agência, ou responder a solicitações de dados.

EUNIS - EUROPEAN NATURE INFORMATION SYSTEM O Sistema de Informação Ambiental Europeu - EUNIS foi desenvolvido e é gerenciado pelo ETC BD (anexo 12) para atender á EEA (anexo 11) e à EIONET (anexo 7). A rede de base de dados EUNIS fornece acesso público a informações consolidadas sobre:

- Dados de espécies, habitats e áreas compilados pela Rede NATURA 2000 (anexo 5); - Dados coletados de ferramentas, fontes de dados ou materiais publicados pela ETC BD; - Informações sobre espécies, habitats e áreas consideradas relevantes por convenções internacionais ou por Listas Vermelhas internacionais; - Dados específicos coletados nos relatórios da EEA que constituem o principal conjunto de dados atualizados periodicamente;

A base de dados contém informações sobre mais de 275.000 táxons com ocorrência na Europa. Entretanto, o volume de informações coletadas para cada espécie varia de acordo com o potencial de uso dos dados:

- Dados de referência estão disponíveis online para quase todas as espécies EUNIS, exceto quanto aos habitats de preferência (só disponibilizados sob requisição); - Informação espaço-temporal (incluindo tamanhos e tendências populacionais de espécies) estão disponíveis para aves (brevemente também para borboletas), outros grupos possuem somente distribuição geográfica (grades de distribuição para mamíferos, anfíbios e répteis), e em alguns casos somente os dados disponíveis sobre taxonomia básica; - Dados relativos ao status de conservação de espécies, coletados de todos os Livros Vermelhos nacionais e disponibilizados pelo ETC BD (o status legal e de conservação internacional são apresentados).

A classificação de tipos de habitats da base EUNIS é um abrangente sistema pan-europeu para facilita e harmonizar a descrição e coleta de dados em toda Europa, utilizando critérios para identificação que contemplam todos os tipos de habitats: naturais e artificiais; terrestres, de água doce, e marinhos. Os tipos de habitat são definidos, para os propósitos da classificação EUNIS da seguinte forma: comunidades vegetais e animais como os elementos de caracterização do ambiente biótico, associados a fatores abióticos operando em uma escala particular. Todos os fatores incluídos na definição são endereçados na ferramenta de descrição da classificação de habitat. O âmbito da classificação EUNIS se limita a uma hierarquia de 3 níveis, sendo o quarto e quinto níveis (habitats marinhos) desenhados a partir de outros sistemas de classificação combinados em uma ferramenta comum. Uma chave foi desenvolvida para todas as unidades até o nível 3 e adicionalmente para áreas marinhas pantanosas no nível 4. A chave tem a forma de uma sequência de perguntas com notas explicativas adicionais detalhadas, conforme a resposta escolhida o usuário é direcionado para a próxima questão da série ou para o tipo de habitat identificado por seus parâmetros. Os usuários podem seguir a chave, questão por questão, ou examinar os critérios para cada nível de habitat em uma série de diagramas estáticos. Os parâmetros utilizados para construir a ferramenta de classificação podem ser usados também na pesquisa de opções no sítio web. A base EUNIS inclui os Habitats EUNIS e os habitats constantes do Anexo I da Diretiva Habitats da UE (anexo 5). Os dados na base EUNIS são coletados e mantidos para serem usados como referência para:

- Atender ao processo NATURA 2000; - Desenvolvimento de indicadores; e

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- Produção de relatórios conexos às atividades de relatoria da EEA.

SHARED ENVIRONMENTAL INFORMATION SYSTEM - SEIS Um grande desafio na Europa e em todo o mundo é a organização da vasta gama de informações e dados ambientais já coletados e integrá-los, quando conveniente, com dados sociais e econômicos. Esses dados devem ser disponibilizados juntamente com ferramentas que permitam sua análise por especialistas e a comunicação de seus resultados de forma que decisores políticos e o público em geral possam facilmente entendê-los e utilizá-los como base para suas ações. Ao mesmo tempo, os Estados-membros e as instituições da UE necessitam sistemas de relatoria eficientes e modernos para atendes suas obrigações legais junto às políticas ambientais internacionais e da própria UE, evitando assim esforços duplicados, sobrepostos e redundantes. O Sistema de Informação Ambiental Compartilhada - SEIS tem como principal objetivo enfrentar este desafio. Estabelecer uma abordagem para modernização e simplificação da coleta, intercâmbio e utilização dos dados e informações necessários para a elaboração e implementação da política ambiental, em função da qual os atuais sistemas de comunicação de informações, em grande parte centralizados, serão progressivamente substituídos por sistemas baseados no acesso, na troca e na interoperabilidade. O objetivo geral é manter e melhorar a qualidade e disponibilidade das informações necessárias para a política ambiental, mantendo ao mesmo tempo a um nível mínimo os encargos administrativos associados. Em primeiro lugar, é proposto um conjunto de princípios que deverá constituir a base da organização futura da coleta, intercâmbio e utilização de dados e informações ambientais. Uma etapa essencial na implementação desta abordagem será modernizar a forma como são disponibilizadas as informações exigidas em várias normas legais ambientais. Permitindo assim simplificação e modernização nos seguintes termos:

- Contribui para incentivar uma maior racionalização dos requisitos de informação na legislação ambiental temática ao proporcionar um quadro geral coerente e atualizado; - Promove desenvolvimentos similares em convenções internacionais, as quais, segundo as estimativas, são responsáveis por cerca de 70% dos requisitos de comunicação de informações ambientais a que estão sujeitos os Estados-Membros da UE; - Incentiva melhorias no modo de organização da coleta e intercâmbio dos dados nos Estados-Membros.

Os princípios em que se baseará o SEIS são os seguintes: - A informação deve ser gerida tão próximo quanto possível da sua fonte; - A informação deve ser coletada uma vez e partilhada com outros para muitos fins; - A informação deve estar disponível às autoridades públicas e permitir-lhes cumprir facilmente as suas obrigações legais de comunicação de informações; - A informação deve estar disponível aos utilizadores finais, primariamente as autoridades públicas nos diversos níveis, local ao europeu, a fim de permitir avaliar antecipadamente o estado do ambiente e a eficácia das políticas, bem como auxiliar a elaboração de novas políticas; - A informação deve igualmente estar acessível permitindo aos utilizadores finais, tanto autoridades públicas como cidadãos, efetuar comparações em escala geográfica adequadas (local, nacional, bacias hidrográficas) e participar no desenvolvimento e implementação da política ambiental; - A informação deve estar disponível ao grande público, em nível adequado de agregação dos dados e sob confidencialidade adequada, bem como disponível nas línguas nacionais relevantes, e - A troca e o tratamento da informação devem ser apoiados por ferramentas informáticas comuns abertas e gratuitas.

O Sexto Programa de Ação Ambiental da UE confirmou que são essenciais informações confiáveis sobre o estado do ambiente e sobre as principais tendências, pressões e determinantes da mudança ambiental com vista ao desenvolvimento de uma política eficaz e sua implementação, bem como a capacitação dos cidadãos em termos mais gerais. Como o ambiente é um bem público que a todos pertence, é igualmente essencial que essa informação seja amplamente partilhada e disponibilizada. A Europa tem uma longa história de troca de informação ambiental. Os sistemas de informação ambiental têm sido utilizados com bons resultados para apoiar a apresentação de relatórios pelos Estados-Membros sobre a aplicação da legislação ambiental da CE e, mais recentemente, para apoiar vários sistemas de

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indicadores centrados nas políticas, criados pela UE e pelos Estados-Membros. No entanto, novos desafios relacionados à adaptação, às mudanças climáticas, ao combate à perda de biodiversidade e à gestão dos recursos naturais exigem uma utilização ainda mais eficaz da informação ambiental existente. Desde que sejam cumpridos determinados requisitos técnicos — relacionados, por exemplo, com a harmonização de formatos e a interoperabilidade de sistemas de dados — os dados podem cada vez mais ser combinados a fim de executar o tipo de análises integradas das quais depende uma boa política. Uma melhoria significativa na disponibilidade de informação e na relação custo/benfício dos investimentos necessários para produzir essa informação só será possível caso se proceda a uma maior harmonização dos sistemas de monitoramento existentes e a uma coordenação multitemática do seu planeamento e implementação nos Estados-Membros.

DG ENVIRONMENT A Diretoria Geral de Meio Ambiente - DG Environment é uma das mais de 40 DGs que compõem a Comissão Européia, tendo como missão:

- Manter e melhorar a qualidade de vida por meio de alto nível de proteção dos recursos naturais, efetiva avaliação, gestão de riscos, e implementação da legislação da CE; - Promover eficiência na utilização de recursos para produção, consumo e eliminação de resíduos; - Integrar a preocupação ambiental em outros setores políticos da UE; - Promover o desenvolvimento na UE levando em consideração as necessidades econômicas, sociais e ambientais para a geração presente e as futuras; - Enfrentar os desafios globais de combate as mudanças climáticas e conservação da biodiversidade; - Garantir que todas as políticas e medidas sob sua responsabilidade tenham uma abordagem multi-setorial e participativa.

Para tanto, a Diretoria propõe políticas que garantam alto nível de proteção ambiental e que preserve a vida dos cidadãos na UE. As quatro prioridades da DG, estabelecidas pelo 6º Programa de Ação Ambiental da UE para os anos 2002-2012, são: mudanças climáticas; natureza e biodiversidade; meio ambiente, saúde e qualidade de vida; e recursos naturais e resíduos. A Diretoria procura garantir que os Estados-membros apliquem corretamente a legislação ambiental, investigando as denúncias de cidadãos e organizações não-governamentais. Quando necessário, ações são tomadas contra aqueles que no setor público ou privado descumpram suas obrigações legais. Procedimentos legais podem ser instaurados contra Estados-membros ou empresas que não estejam em conformidade com a legislação ambiental européia e, como último recurso, as causas podem ser apresentadas ao Tribunal de Justiça Europeu. Atua também operando o Centro de Monitoramento e Informação - MIC, centro operacional do Mecanismo de Proteção Civil da CE, a fim de facilitar as intervenções de assistência para proteção civil em casos de eventos emergenciais na UE e em países do terceiro mundo. Outro importante papel da Diretoria é representar a UE em nível internacional, promovendo ações para enfrentar os problemas ambientais transfronteiriços. Vale citar o papel desenpenhado pela DG Environment em reuniões internacionais como da Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, do Protocolo de Kyoto e da Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB. A Diretoria trabalha no sentido de integrar a preocupação e as políticas da UE em meio ambiente, aos demais setores políticos, em especial provendo a sociedade com informações ambientais oportunas e atualizadas. Por fim, a DG também financia projetos que contribuam para proteção ambiental na UE. Desde 1992 projetos recebem auxílio financeiro do fundo LIFE, instrumento da UE criado para atender às prioridades do Programa de Ação Ambiental. Anualmente a Diretoria torna pública suas prioridades, bem como apresenta relatório detalhado quanto ao alcance das prioridades do ano anterior.

EUROPEAN ENVIRONMENT AGENCY - EEA

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A Agência Ambiental Européia - EEA tem por objetivo apoiar o desenvolvimento sustentável e ajudar a alcançar melhorias ambientais significativas e mensuráveis na Europa, mediante a prestação de informação oportuna, bem orientada, pertinente, e confiável aos tomadores de decisão política e ao público em geral. É constituída pelos Estados-membros da UE, estando também aberta a países que desejem associar-se. Conta atualmente, com os 27 países membros e mais seis associados totalizando 32 países. As principais partes interessadas na EEA são a Comissão Européia, o Parlamento Europeu, o Conselho da União Européia e os países membros da EEA. Fora do âmbito da União Européia, a comunidade empresarial, as universidades, as organizações não governamentais e outros setores da sociedade civil também são grupos-alvo importantes. A Agência procura manter um diálogo produtivo com os seus clientes e grupos-alvo, a fim de identificar corretamente as suas necessidades de informação e garantir que eles possam entender e utilizar as informações fornecidas pela Agência. A Comunidade Européia adotou o regulamento que instituiu a Agência Ambiental Européia e a sua Rede Européia de Informação e Observação Ambiental - Eionet (veja anexo 7) em 1990, tendo a EEA iniciado plenamente o seu trabalho em 1994. Oriundo dos 32 países membros da organização, o pessoal da Agência trabalha principalmente na sede de Copenhagen. Entre os seus membros, figuram especialistas nas áreas de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, gestão da informação e comunicação. Em conjunto, recolhem, analisam e interpretam as informações provenientes dos países membros, divulgando-as junto às partes interessadas e aos cidadãos atendidos pela rede da UE e além desta. A fim de apoiar a coleta, gestão e análise de dados, a EEA criou e gerencia os Centros Temáticos Europeus (ETC) que abrangem as principais áreas ambientais e operacionais do programa de trabalho da Agência. Os centros temáticos estão distribuídos pelos países membros (anexo 12). A EEA tem os seguintes objetivos:

- suprir as necessidades de informação da legislação ambiental da UE e em nível internacional; - realizar avaliações do ambiente europeu e da eficácia das políticas ambientais; - melhorar a coordenação e a divulgação de dados e informações ambientais relativos à Europa.

As informações fornecidas pela EEA provêm de uma grande variedade de fontes. Para tanto, foi criada a Eionet, uma rede de organismos ambientais nacionais para trabalhar com a Agência. Esta rede conta com a participação de mais de 300 instituições de toda a Europa, sendo a EEA responsável por seu desenvolvimento e coordenação de atividades. A EEA funciona como Centro Europeu de Dados para a Biodiversidade com funções de armazenamento e manutenção das bases de dados, estabelecimento de ligações a bases de dados complementares de terceiros, desenvolvimento de conjuntos de indicadores sobre biodiversidade e disponibilização de acesso a dados mais gerais sobre a biodiversidade na Europa. Coordena o projeto "Streamlining European 2010 Biodiversity Indicators - SEBI 2010” (anexo 6) que visa o monitoramento dos progressos na consecução dos objetivos europeus e globais para 2010. O SEBI 2010 harmoniza os indicadores nacionais, regionais e mundiais e assegura a implementação dos fluxos de dados para seu acompanhamento. A base de dados EUNIS (anexo 8) fornece acesso público aos dados sobre espécies, tipos de habitat e sítios web na Europa. Com a implementação de fluxos de dados de qualidade, será dada maior ênfase à realização de avaliações integradas sobre o êxito das políticas de biodiversidade, o impacto de outras políticas na biodiversidade e as mudanças a implementar na política. O grupo de trabalho da EEA para a Biodiversidade e Ecossistemas lidera o trabalho da Agência neste tema, trabalhando em estreita colaboração com o Centro Temático Europeu sobre Biodiversidade - ETC/BD (anexo 12) e com a rede Eionet.

EUROPEAN TOPIC CENTRE ON BIOLOGICAL DIVERSITY - ETC/BD ETCs são centros temáticos especializados contratados pela EEA para realizar tarefas específicas da Estratégia da Agência e dos planos de gestão anual. São designadas pelo Comitê de Gestão da Agência, após processo de seleção competitiva em toda Europa, e trabalham como uma extensão da Agência em

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áreas temáticas específicas. Cada Centro consiste em uma organização líder e organizações parceiras especializadas em investigação ambiental que combinam seus recursos em áreas de atuação específicas. Os ETCs auxiliam na provisão de dados e informações pelos países e fornecem relatórios e outros serviços para a Agência e para a EIONET. Atualmente existem cinco Centros Temáticos trabalhando junto à EEA e parceiros da Rede: Clima e AR; Biodiversidade (ETC BD, anexo 12); Uso da terra e Informação espacial; Consumo Sustentável e Produção; e Água. O Centro Temático Europeu de Biodiversidade - ETC/BD é um consórcio internacional, trabalhando com a EEA sob um acordo de parceria. As principais atribuições do Centro são:

- Auxiliar a EEA em suas tarefas de produzir relatórios sobre o status e as tendências em biodiversidade na Europa; - Fornecer informação relevante para apoiar a implementação das políticas ambientais e de desenvolvimento sustentável na Europa, em particular as prioridades de Biodiversidade e Natureza do Programa de Ação Ambiental da UE; - Reunir e produzir informação para elaboração de relatórios em biodiversidade, em especial por meio da EIONET (anexo 7).

Algumas atividades chave são: - Apoiar às Diretivas da UE (rede NATURA 2000 - anexo 5); - Desenvolver de indicadores em biodiversidade (SEBI 2010 - anexo 6); - Coordenar a base de dados EUNIS (anexo 8) - Elaborar relatórios e documentos e contribuir para os relatórios da EEA.

De acordo com o termo de referência da EEA, o Centro deverá: - Utilizar conhecimento científico e os dados gerados para manutenção de bases de dados de referência (contemplando informações sobre espécies, habitats e áreas naturais européias) e sistemas de informação para alimentar os indicadores e avaliações da EEA; - Estabelecer rotinas de fluxo de dados com os países, intituições da UE, e organizações internacionais a fim de maximizar o uso de dados disponíveis nos indicadores e avaliações da EEA, e avaliar a qualidade dos dados, monitorando e informando procedimentos; - Processar informações de base para as avaliações ambientais a fim de comunicar diversos públicos-alvo. Isso inclui produzir figuras que apresentem os conjuntos de dados, participar na elaboração de esquemas que informem as especificações técnicas de indicadores e conjuntos de dados, bem como realizar revisões de literatura para avaliar as relações causais e possíveis cenários de desenvolvimento futuro; - Fornecer informações relevantes sobre biodiversidade para projetos específicos da EEA, incluindo estudos setoriais (ex. agricultura, transporte), e integar avaliações espaciais (ex. uso da terra, biodiversidade e recursos hídricos) em cooperação como os demais ETCs.

Com a ascensão do tema biodiversidade na agenda política, EEA e ETC/BD enfrentam necessidade premente de lidar com várias perspectivas: dos genes aos ecossistemas, dos impactos das mudanças climáticas aos impactos dos biocombustíveis (e outras energias renováveis), da saúde dos ecossistemas à ecologia e economia; as quais exigem atualização continua com as mais recentes descobertas científicas em diferentes áreas do conhecimento. Ao mesmo tempo existe a necessidade de facilitar a organização de fluxos de dados provenientes dos diferentes países. Isso sugere que ainda são necessários enormes esforços para compilação de dados, harmonização de metodologias, padrões e ferramentas de relatoria, bem como no desenvolvimento de procedimentos de controle e garantia de qualidade. Um grande desafio será equalizar os recursos disponíveis com o trabalho requerido. A construção do Sistema de Informação Ambiental Compartilhada - SEIS (anexo 9) exigirá o estabelecimento de parcerias de longo prazo com as principais organizações relevantes (não governamentais, científicas e agências nacionais). O consórcio ETC/BD ocupa posição diferenciada a Europa aliando conhecimeno e dados em biodiversidade - fontes, relevância e limitações - para contribuir na implementação futura do Centro Europeu de Dados em Biodiversidade.

WORLD CONSERVATION MONITORING CENTRE - WCMC O Centro de Monitoramento da Conservação Mundial (UNEP-WCMC) sintetiza, analisa e dissemina o conhecimento sobre a biodiversidade, oferecendo informações confiáveis, estratégicas e oportunas para a

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UNEP, para convenções e para outros órgãos não-governamentais e privados, a serem usadas no desenvolvimento e na implementação de políticas e decisões. Tem como mandato, fornecer uma série de serviços afetos à biodiversidade para o UNEP, para as convenções relacionadas ao tema e seus países membros, além de outros órgãos do setor não governamental e privado. O Plano Estratégico estabelecido em 2006 identifica seis Objetivos Estratégicos que devem ser alcançados para atingir a missão do Centro. Esses objetivos formam um filtro para grandes áreas de ação, a cada ano um conjunto de atividades é elaborado por meio de ferramentas de planejamento participativo; são eles:

- Apoio à decisões: apoiar o desenvolvimento e adoção de políticas e práticas que contribuam para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade; - Criação de conhecimento: criar conhecimento confiável quanto ao status e valor da biodiversidade global, a partir de sínteses, análises, avaliações e relatórios; - Troca de informações: incentivar e facilitar o compartilhamento, interoperabilidade e padronização de dados, disponibilizando informações sobre biodiversidade e áreas relevantes para a conservação; - Gestão de conjuntos de dados chave: a fim de se tornar um repositório global confiável e um parceiro central na distribuição de bases de dados, particularmente aquelas que lidam com áreas de especial significado para a conservação; - Validação de dados e informações: para facilitar e apoiar a criação de critérios, padrões e certificação para aumentar a confiança em produtos e informações relacionados à biodiversidade; - Êxito a partir de parcerias: alcançar sucesso em todas as áreas de atividade, por meio da construção de apoio e colaboração, aumentando a capacidade dos parceiros conforme a necessidade;

JOINT NATURE CONSERVATION COMMITTEE - JNCC O Comitê para Conservação da Natureza - JNCC tem a missão legal de aconselhar o Governo do Reino Unido, quanto à conservação da natureza nacional e internacionalmente. Seu trabalho contribui para a manutenção e enriquecimento da diversidade biológica, conservação de perfis geológicos e manutenção de sistemas naturais. Atende às responsabilidades dos órgãos de conservação dos quatro países, bem como àquelas junto a organismos internacionais. As funções decorrentes destas responsabilidades são principalmente:

- Aconselhar os governos sobre o desenvolvimento e a implementação de políticas de conservação da natureza; - Difundir conhecimentos sobre conservação; - Estabelecer padrões comuns, entre todo Reino Unido, para conservação da natureza, incluindo monitoramento, pesquisa e análise de resultados; - Financiar e dar apoio às pesquisas relevantes para o cumprimento destas competências.

Em 2009 foi desenvolvida uma nova estratégia para o Comitê, descrevendo mais especificamente seu papel, levando em conta suas atribuições no Reino unido, e enfatizando a contribuição que a instituição faz para a conservação em âmbito nacional e internacional. Essa iniciativa reconhece o JNCC como uma fonte confiável de informação e recomendações relacionadas à conservação da natureza (terrestre e marinha, nacional e internacional) para os órgãos competentes nos países. A missão do Comitê também é melhor detalhada no documento, abrangendo o fornecimento de evidências e recomendações para auxiliar o governo do Reino Unido, e administrações descentralizadas, no desenvolvimento e implementação de políticas de proteção aos recursos naturais. As evidências e recomendações tratam dos temas biodiversidade e geodiversidade que surgem nos países e que afetem os interesses do Reino Unido como um todo, nos ambientes ultramarinos e dependências da coroa e, eventualmente, internacionalmente. Dissemina conhecimento para promover a compreensão destes temas. Apresenta ainda como pontos fortes:

- Operar no âmbito do Reino Unido e de sua descentralização política; - Forte cultura de trabalhos em parceria e promoção de colaboração; - Trabalhar em múltiplas escalas geográficas;

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- Ter desenvolvido uma diversidade de aptidões e conhecimentos referentes à conservação da natureza (terrestre, marinha e de água doce).

Pretende assim: - Contribuir para o desenvolvimento de bancos de dados, no âmbito do Reino Unido, da UE, e global; bem como para a identificação dos desafios futuros para a biodiversidade e geodiversiade; - Fornecer aconselhamento e busca de soluções para as ameaças à biodiversidade, além de financiar e desenvolver iniciativas para enfrentar esses desafios (além das águas territoriais, nos territórios marinhos e dependências da coroa, e globalmente) - Atuar como ponte entre órgãos de tomada de decisão e órgãos implementadores em âmbito nacional, europeu e global, auxiliando nas três escalas o estabelecimento e implementação de políticas e boas práticas.

GROUP ON EARTH OBSERVATION - GEO O Brasil participa do Grupo de Observação da Terra (GEO) desde o lançamento dessa parceria intergovernamental, na Cúpula de Observação da Terra, em Washington, em junho de 2003. O GEO funcionou como grupo ad hoc até seu estabelecimento formal durante a III Cúpula de Observação da Terra, realizada em Bruxelas, em 2005. O GEO é uma parceria intergovernamental que busca garantir observações sustentadas e abrangentes da Terra, através do aprimoramento e da valorização dos sistemas de observação existentes, para que, por meio da coordenação de esforços, procure-se preencher lacunas críticas, dar suporte à interoperabilidade, compartilhar informações, alcançar um entendimento comum das necessidades dos usuários e aprimorar o fornecimento de dados aos mesmos, implementando-se para esse fim o Sistema Global de Sistemas de Observação da Terra (GEOSS). O GEOSS irá compor um abrangente catálogo de dados, organizando todas informações de forma unificada e acessível. Será uma espécie de “esperanto dos dados ambientais”, onde os vocabulários das diferentes comunidades serão traduzidos para um dicionário único. Para ter uma visão do GEOSS, imagine-se um portal que se comunique com muitos outros sítios e bancos de dados no mundo e faça uma seleção das respostas que melhor atendem ao pedido do usuário. Um pedido sobre “dados de queimadas na Amazônia” poderia gerar múltiplas respostas, indicando os sítios do INPE, IBAMA, NASA, LBA e outros, descrevendo com detalhe os dados disponíveis em cada local, sua qualidade, disponibilidade e política de acesso. O GEOSS será um sistema singular, um portal de informação qualificada sobre o nosso planeta. Se olharmos apenas sob o prisma da ciência, esse será um enorme avanço e abrirá amplas possibilidades de produção de novos conhecimentos. O potencial de incentivo do GEOSS à cooperação científica e tecnológica entre países poderá trazer benefícios para o Brasil, desde que nossas instituições estejam adequadamente preparadas para dela se beneficiarem. Por essas razões, o Brasil tem buscado ter ampla participação na implementação do GEOSS, engajando-se nos debates, no processo de constituição e sua governança, tendo sido eleito como Membro do Conselho Executivo, pela América do Sul. Os especialistas de observação da Terra consideram que entender o sistema terrestre é crucial para melhorar a saúde humana, para o bem-estar e a segurança das populações, além de aliviar o sofrimento humano, inclusive a pobreza, protegendo o meio ambiente, reduzindo perdas causadas por desastres e alcançando o desenvolvimento sustentável. Observações do planeta Terra, esse considerado como um sistema formado por água, terra, e vida que estão sempre interagindo e causando impacto uns sobre os outros, são críticas para avançar este entendimento. Tal compreensão ocorre em nível internacional, nacional, regional e local, origina temas de pesquisa e fornece subsídios para a tomada de decisão em setores como gestão de recursos naturais, saúde pública, agricultura, transporte e respostas a emergências causadas por catástrofes naturais e as provocadas pela ação do homem sobre a natureza. O Geoss foi concebido para integrar e sustentar observações da Terra incluindo pesquisa e instrumentação operacional, redes de observação com sensores sobre plataformas fixas e móveis, “links” de comunicação entre plataformas que fazem as medidas; laboratórios de modelagem e centros de desenvolvimento e aplicações; competência computacional e o desenvolvimento e provisão de instrumentos de decisão, sistemas de gestão de dados e produtos de informação. Além dessas, mais uma função para o Geoss é a de servir como meio legítimo de verificação do cumprimento dos acordos internacionais de meio ambiente e recursos naturais. De acordo com sua concepção, o projeto de amplo espectro visa cobrir nove áreas que correspondem às necessidades da sociedade, usando dados de observação da Terra. São elas: biodiversidade; agricultura,

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ecossistemas, tempo, gestão das águas, mudança climática, gestão energética, saúde humana, redução e prevenção de desastres. Como a maior fonte de alimentação do Geoss é obtida por meio de coleta de dados espaciais usando sensoriamento remoto, a fim de que se construa uma estratégia de participação é importante entender-se em qual contexto o Geoss está inserido, na medida em que esse super-sistema vai se utilizar de sistemas já existentes nos países membros e de novos. O Geoss focalizará prioritariamente os processos do sistema Terra que operam em escala global ou que tenham impactos globais agregados. Dos 192 países que compõem as Nações Unidas, apenas 65 são membros do sistema global dos sistemas de observação da Terra. Se por um lado, muitos países não participam do super-sistema, por outro lado, a cooperação entre tantos parceiros é uma tarefa sem precedentes, e conseqüentemente, um grande desafio para a comunidade internacional. O Geoss tem a capacidade técnica e científica de suprir a enorme demanda em monitoramento do tempo e clima, em escala global e de prevenção de desastres naturais com conseqüências sobre as sociedades e economias, tanto as do Hemisfério Norte onde ocorrem muitos eventos extremos, quanto às de países do Terceiro Mundo que sofrem cada dia mais com a fúria da natureza. Essa competência se dará com a soma dos diversos sistemas em funcionamento nos países membros do GEO, além dos sistemas já muito bem organizados dos Estados Unidos. Contudo, a operação de um super sistema como o Geoss exige, necessariamente, decisões políticas consensuais que representam um avanço extraordinário em termos de cooperação internacional, e que precisa ser comprovado.

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PROGRAMA MISSÃO TÉCNICA

Março/Abril de 2010 Domingo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado

14 15 16 17 18 19 20

21 22 14:00 - 17:00

EEA COPENHAGEN

23 9:00 - 13:00

EEA COPENHAGEN

24 25 9:30 - 17:00

DG BRUXELAS

26 10:00 - 16:00

GEO GENEBRA

27

28 29 10:30 - 16:00

JNCC PETERBOROUGH

30 10:00 - 16:00

WCMC CAMBRIDGE

31 1 9:30 - 16:45

ETC BD PARIS

2 3

4 5 6 7 8

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20/03/2010 Brasília, DF → Copenhagen, Dinamarca

22/03/2010 reunião de trabalho - European Environment Agency – EEA

23/03/2010 prosseguimento das discussões com técnicos da EEA

24/03/2010 Copenhagen, Dinamarca → Bruxelas, Bélgica

25/03/2010 reunião de trabalho - DG Environment

25/03/2010 Bruxelas, Bélgica → Genebra, Suíça

26/03/2010 reunião de trabalho - Group on Earth Observation - GEO

27/03/2010 Genebra, Suíça → Londres, Inglaterra

29/03/2010 Londres, Inglaterra → Peterborough, Inglaterra

29/03/2010 reunião de trabalho - Joint Nature Conservation Comitee – JNNC

29/03/2010 Peterborough, Inglaterra → Cambridge, Inglaterra

30/03/2010 reunião de trabalho - World Conservation Monitoring Centre - WCMC

31/03/2010 Cambridge, Inglaterra → Paris, França

01/04/2010 reunião de trabalho - European Topic Center on Biodiversity - ETC/BD

02/04/2010 Paris, França → Brasília, DF

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ROTEIRO DE DISCUSSÕES 22 03 2010 EEA - European Environment Agency CONTATO Ivone Pereira Martins Head of Group, Biodiversity, Agriculture and Forests Phone: +45 33 367169, +45 33 367200 Email: [email protected] Assistant: [email protected] Phone: +45 33 367233 ENDEREÇO Kongens Nytorv 6 - Fontana Room 1050 Copenhagen K Dinamarca 14:00 – Welcome address and short presentation of participants - Ivone Pereira Martins, Head of Group, Biodiversity, Agriculture and Forests - Desk Officer for Portugal 14:15 – Presentation of the EEA and Eionet - Ivone Pereira Martins, Head of Group, Biodiversity, Agriculture and Forests - Desk Officer for Portugal 14:30 – Presentation of the Brazilian biodiversity policy and legislation (Mr Braulio Dias, MMA) 15 – Biodiversity work at EEA in a post 2010 context – Carlos Romão, Project Manager - Biodiversity & Ecosystems 15:15 – Streamlining European 2010 Biodiversity Indicators - Frederik Schutyser, Project Manager - Biodiversity Analysis and Indicators 16:10 – Biodiversity Information System for Europe and the Biodiversity Data Centre - Rania Spyropoulou, Project Manager - Nature Protection and Biodiversity 16:45 – Questions and answers 17:00 – End of the meeting 23 03 2010 EEA 9:00 - Stéphane Isoard, Project manager - Climate Change Adaptation and Outlooks 10:00 – Gulcin Karadeniz, Press Officer - Media and public relations 11:00 – Josef Herkendell, Project Manager - Forest Developments 12:00 (followed by lunch) - Jean Louis Weber, Project Manager, Senior Adviser - Economic Environmental Accounting – Cooperation with Brazil on Ecosystems Accounts

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25 03 2010 DG Environment MANHÃ CONTATO Cornelia E. Nauen, Principal Policy Officer Tel +32-2-299.25.73 E-mail: [email protected] ENDEREÇO Champs de Mars, 21 - office of Mr. Pierre Mathy CDMA 3/167 - phone +32-2-2958160 9h30 - Martin Sharman e Astrid Kaemena, Política e Projetos de Pesquisa da Comissão Européia TARDE CONTATO Giulio Volpi, Latin America Desk Phone: +32 2 2990534 Email: giulio.volpi @ec.europa.eu Secretary: +32 2 2992758 ENDEREÇO BU-9 05/160, Avenue de Beaulieu 9 (Metro Beaulieu) - room BU5 3/30 B-1160 Brussels 13:00 - Arrival of Brazilian delegation to DG ENV 13:30 - Welcome by Ladislav Miko, Director for Nature, DG ENV 13:35 - EU policy framework on biodiversity, Natalie Pawels, DG ENV 13:50 - Brazil biodiversity policy and legislation, Braulio Dias, Ministry of the Environment, Brazil 14:05 - Q & A and discussion 15:00 - Coffee break 15:15 - Introduction to EU nature conservation legislation, Micheal O'Brian, DG ENV 15:30 - Q & A and discussion 15:45 - Assessment of conservation status of EU-protected species and habitats, Agelika Rubin 16:00 - Q & A and discussion 16:15 - Data-flows under the EU-nature legislation, especially protected sites, habitats and species

(tools/viewers), Danny Charbonneau DG ENV 16:30 - Q & A and discussion 16:45 - Sum-up of the meeting and future outlook, Nick Hanley, DG ENV

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26 03 2010 GEO - Group on Earth Observation CONTATO Michael Williams External Relations Manager Phone: +41 22 7308293 Email: [email protected] ENDEREÇO 7 bis, avenue de la Paix, Sixth floor CH-1211 Geneva 2, Switzerland 10:00 - Brazil's biodiversity policy and legislation

- Introduction to GEO and GEOSS - The GEO Biodiversity Observation Network - The GEO Forest Carbon Tracking "Task" - Other relevant GEO "Tasks"

29 03 2010 JNCC - Joint Nature Conservation Committee CONTATO Chris Cheffings Evidence Manager Phone: +01733 866805 Email: [email protected] ENDEREÇO Monkstone House City Road Peterborough PE1 1JY 10:30 - Welcome and coffee 10:45 - Short introduction to the work of JNCC 11:15 - Data issues (interoperability, access agreements, applications)

• Tools/applications • Establishing local, regional, national access • Sharing between government/public bodies, science and NGOs • Benefits of sharing between countries (e.g. through GBIF) • Marine data – pressures and biodiversity - access and sharing

12:30 – Lunch 13:15 Terrestrial and Freshwater Monitoring/Surveillance strategy

• Examples of existing monitoring activities and how they are used

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• Strategy issues - requirements, sampling, risk base, institutions • Use of modelling, satellite data • Designing surveillance schemes -representative sampling vs. risk based, use of volunteers,

camera trapping 14:15 Marine Monitoring/ surveillance strategy

• Context – fit of biodiversity in wider marine policy e.g. MSFD • Overcoming the high monitoring costs – collaboration, use of pressures information

14:45 Developing Indicators

• Existing indicator sets and their role (country, biodiversity, environmental , regional EC) • Marine indicators and quality objectives • Processes for selecting, criteria • Relationship to monitoring and use in reporting • Harmonisation (aligning international reporting around common ways of measuring

outcome that can be assessed with an indicator set that is relevant at the national level) 29 03 2010 WCMC - World Conservation Monitoring Centre (ainda aguardando) CONTATO Jon Hutton Phone: + 44 (0) 1223 814600 Email: [email protected] Assistant: [email protected] Phone: + 44 (0) 1223 814601 ENDEREÇO 219 Huntingdon Road, Cambridge, CB3 0DL. 29 03 2010 1900 – Dinner at La Galleria (Bridge Street) with Jon Hutton (Director), Tim Johnson and Maxwell Gomera (Deputy Directors) and Brazilian staff of UNEP-WCMC. 30 03 2010 10:00 - Meeting with Jon Hutton, Tim Johnson and Maxwell Gomera. 10:30 – Meeting with Barney Dickson, Head of the Biodiversity and Climate Change Programme (with Alison Rosser, Head of new Programme on Biodiversity, Biomass and Food Security). [Key issues – REDD+ and Carbon Mapping, Biofuel Assessments] 11:30 – Meeting with Charles Besancon, Head of Protected Areas Programme (with Monica Barcellos, Head of Business, Biodiversity and Ecosystem Service Programme).

[Key issues – UN List of Protected Areas; regional cooperation; Extractive industry impacts on biodiversity and ecosystem services]

12:15 – Lunch with all Heads of Programme in the Staff Room.

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13:00 – Presentation to staff and invited guests by Dr Bráulio Dias - “Biodiversity Monitoring in Brazil: Accomplishments and Challenges”. 14:00 – Meeting with Claire Brown Acting Head of the Ecosystem Assessment Programme (with Jorn Scharlemann, Senior Scientist).

[Key issues: National Ecosystem Assessments; Biodiversity Indicators; Ecosystem Service mapping and tools; biodiversity modelling]

14:30 – Meeting with Louisa Wood, Head of Marine and Coastal Assessment and Decision-support Programme (with Corinna Ravilious of the Informatics Programme).

[Key issues: Coastal biodiversity and ecosystem mapping and monitoring] 15:00 – Meeting with Harriett Gillett, Acting Head of the Species Programme (with Andrew Cottam and Jennifer Phillips-Campbell of the Informatics Programme).

[Key issues: CITES data management; New visualisation tools for data] 16:00 – Wrap Up Meeting with Senior Management. 01 04 2010 ETC BD - European Topic Centre - Biodiversity (ainda aguardando) CONTATO Dominique Richard Directrice/ Manager Phone: +00 33 1 40 79 38 70 / Mobile: +00 33 6 75 02 39 59 Email: [email protected] Assistant: [email protected] Phone: + 00 33 1 40 79 38 70 ENDEREÇO Muséum National d'Histoire Naturelle, Salle Claude Hélène (Baleine 4) 57 rue Cuvier, 75231 Paris cédex 05 9:30 - Welcoming address and introduction to the meeting (Dominique Richard) 9:35 - Tour de table presentation 9:40 - Introduction to Brazilian biodiversity policy and legislation (Mr. Braulio Dias) 10:00 - The European Topic Centre on Biological Diversity within the MNHN (Dominique Richard) 10:20 - The MNHN as the French National Reference Centre on Biodiversity (to be decided) 10:45 - Coffee break 11:00 - The French national biodiversity information system: INPN (Jean-Philippe Siblet or representative) 11 - 20 - Monitoring biodiversity changes at national level (Denis Couvet) 11:40 - Discussion 12:30 - Lunch

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14:00 - Institutional and other networks interacting with ETC/BD for reporting on biodiversity at European level (Dominique Richard) 14:15 - Reporting under the EC Habitats Directive (Doug Evans) 14:35 - Development of a common biodiversity assessment framework based on indicators: SEBI and Biodiversity baseline projects (Sophie Condé) 14:55 - Discussion 15:15 - Coffee break 15:30 - Biodiversity data centre and Biodiversity Information System for Europe (Sabine Roscher) 15:50 - Discussion 16:30 - Closure of the meeting 16:45 - Departure to airport

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A N E X O 2

RELATÓRIO 2 PERITO Este segundo relatório, referente ao levantamento das políticas e iniciativas de monitoramento da biodiversidade no Brasil, pretende auxiliar as discussões de preparação para a oficina de trabalho a ser realizada. Conclusões

O estabelecimanto da Estratégia Nacional de Monitoramento da Biodiversidade atende à promoção, consistente e articulada, de ações com vistas à implementação do estabelecido nos componentes 1 e 4 da Política Nacional da Biodiversidade (Decreto 4.339, de 22 de agosto de 2002): “Componente 1 - Conhecimento da Biodiversidade: congrega diretrizes voltadas à geração, sistematização e disponibilização de informações que permitam conhecer os componentes da biodiversidade do país e que apóiem a gestão da biodiversidade, bem como diretrizes relacionadas à produção de inventários, à realização de pesquisas ecológicas e à realização de pesquisas sobre conhecimentos tradicionais;’ “Componente 4 - Monitoramento, Avaliação, Prevenção e Mitigação de Impactos sobre a Biodiversidade: engloba diretrizes para fortalecer os sistemas de monitoramento, de avaliação, de prevenção e de mitigação de impactos sobre a biodiversidade, bem como para promover a recuperação de ecossistemas degradados e de componentes da biodiversidade sobreexplotados;” Conforme Dias (2007) salienta, tanto a comunidade científica internacional quanto governos e entidades não-governamentais ambientalistas vêm alertando para a perda da diversidade biológica em todo o mundo, e, particularmente nas regiões tropicais. A degradação biótica que está afetando o planeta encontra raízes na condição humana contemporânea, agravada pelo crescimento explosivo da população humana e pela distribuição desigual da riqueza. A perda da diversidade biológica envolve aspectos sociais, econômicos, culturais e científicos. A biodiversidade total estimada a nível mundial varia entre 3 e 100 milhões de espécies, sendo a melhor estimativa atual de 13 milhões de espécies (Global Biodiversity Assessment, PNUMA, 1995). No entanto, e a despeito de o Brasil ser um país megadiverso, é sabido que existe uma enorme carência de informações acerca da biodiversidade brasileira. De acordo com Dias (2007), o Brasil carece de um programa nacional arrojado de inventário da biodiversidade brasileira. Conforme Lewinsohn & Prado (2006) assinalam, o Brasil detém a maior parcela da biodiversidade mundial (é o maior dos "países de megadiversidade") - pelo menos 15% da biodiversidade já catalogada no mundo que é de cerca de 1,5 milhão de espécies, ou seja, cerca de 200 mil espécies são atualmente registradas no Brasil. Entretanto, a maior parte da biodiversidade ainda por descobrir está nos trópicos e especialmente nos trópicos americanos, metade dos quais estão em território brasileiro. Portanto, estima-se que existem pelo menos 2 milhões de espécies no território nacional, a maior parte ainda desconhecida cientificamente, isto é, 10 vezes mais do que o número de espécies já conhecidas no país. Lewinsohn (2002) estima que conhecemos menos de 10% de toda a biodiversidade existente no país e que serão necessários, mantido o atual nível de esforço de pesquisa, mais de 800 a 1000 anos para inventariar toda a biodiversidade brasileira. Com o uso de modernas tecnologias moleculares e bioinformáticas, com o fortalecimento dos museus, herbários e demais instituições de pesquisa biológica e com a ampliação dos recursos humanos especializados contratados para

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esta finalidade, será possível dar um salto qualitativo e quantitativo no conhecimento da biodiversidade brasileira. Lisboa (1997) ressalta a importância de se conhecer os elementos bióticos que constituem os ecossistemas naturais, pois o monitoramento do clima e da diversidade biológica é fundamental para se entender as mudanças. Para tanto, afirma ser necessário estabelecimento de uma rede de unidades de conservação, de sítios de pesquisa a ser realizada em diferentes níveis, analisando-se as interações entre animais e plantas no ambiento físico. A Estratégia Global para a Biodiversidade (WRI, IUCN e PNUMA,1992) aponta a insuficiência de conhecimento acerca da biodiversidade associada às falhas em sua aplicação como fatores determinantes para a perda da diversidade biológica. A despeito de todas essas lacunas de informação, já é sabido que a meta acordada de “reduzir significativamente as taxas de perda da biodiversidade até 2010”, não foi alcançada. Ao contrário, existem indicações de contínuo declínio da biodiversidade em todos os três dos seus principais componentes: genes, espécies e ecossistemas. Entretanto, a existência desta meta contribuiu para estimular ações importantes para preservação da biodiversidade. Políticas bem direcionadas, com enfoque em áreas críticas, espécies e serviços ecossistêmicos, podem contribuir para evitar impactos mais severos, reduzir a perda da biodiversidade e, em alguns casos, até mesmo reverter o quadro de degradação. O planejamento estratégico do uso da terra, águas interiores e recursos marinhos, são essenciais para conciliar o desenvolvimento com a conservação da biodiversidade. Para isto são necessárias melhores informações sobre a biodiversidade: distribuição atual das espécies, áreas de endemismo, impactos sobre a biodiversidade, cenários de uso da terra e águas e de mudanças do clima, dentre outras – para que se possa identificar onde as ações de conservação, manejo e fiscalização devem ser priorizadas. A melhor disponibilização da informação, de forma integrada e espacializada, permite a adoção de melhores estratégias para a conservação e uso da biodiversidade quanto aos processos de:

- Licenciamento Ambiental; - Concessão Florestal; - Zoneamento Ambiental; - Planos de Manejo Florestal; - Criação e Planos de Manejo de Unidades de Conservação; - Definição de Listas de Espécies Ameaçadas e elaboração de Planos de Ação; - Definição de Áreas Prioritárias para a biodiversidade; - Definição de Listas de Espécies Sobreexplotadas; - Planejamento territorial e urbano; - Elaboração de instrumentos normativos e definição de estratégias políticas (por exemplo, subsidiar o MMA no processo de revisão do Código Florestal); - Valoração de serviços ambientais.

Além disso, há de se monitorar a biodiversidade e avaliar se as medidas que estão sendo tomadas para reduzir a sua perda têm sido efetivas. Neste sentido, a definição e utilização de uma variedade de indicadores são essenciais para fornecer uma avaliação da evolução do estado de conservação da biodiversidade e da sustentabilidade de seu uso. A consolidação de uma Estratégia Nacional para o Monitoramento Integrado da Biodiversidade irá, portanto, possibilitar a priorização na produção, integração e disponibilização de informações, essenciais para a gestão ambiental e tomada de decisão política nacional. Atualmente existe uma enorme demanda, do MMA e instituições vinculadas, bem como de outros órgãos governamentais quanto a informações do estado de conservação da biodiversidade (e sua tendência) para subsidiar a gestão ambiental, particularmente nos processos descritos abaixo.

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*Monitorar (por meio de uso de indicadores) e avaliar o estado da biodiversidade e a sustentabilidade de seu uso frente aos impactos e mudanças ambientais; *Monitorar (por meio de uso de indicadores) a evolução do estado de conservação da biodiversidade e avaliar se as medidas que estão sendo tomadas para reduzir a sua perda têm sido efetivas; *Avaliar (por meio de uso de indicadores) o cumprimento de metas e acordos Internacionais, particularmente: as metas da CDB relativas à redução da perda da biodiversidade e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Políticas Nacionais de Biodiversidade

A Convenção sobre Diversidade Biológica tem como objetivos a conservação e uso sustentável da diversidade biológica e a divisão justa e eqüitativa dos benefícios advindos de sua utilização. Entre os compromissos assumidos pelos signatários estão o desenvolvimento de estratégias, planos, programas e políticas setoriais e intersetoriais pertinentes (artigo 6º), além da adoção de medidas econômica e socialmente racionais que incentivem a conservação e a utilização sustentável da diversidade biológica (artigo 11). O Brasil é um dos poucos países da América Latina que adotaram oficialmente uma Estratégia Nacional para a Biodiversidade- ENB, a qual é constituída, na prática, por um conjunto de documentos. A CDB foi ratificada pelo Congresso Nacional Brasileiro em 1994 (Decreto Legislativo 2/94), tornando-se uma lei de biodiversidade. Naquela época, o Brasil já contava com uma série de leis sobre o tema, que se tornaram parte da ENB brasileira, tais como o Código Florestal, a Lei da Fauna e outros instrumentos legislativos tradicionais. O Ministério do Meio Ambiente assumiu este desafio, e após ampla consulta à sociedade elaborou marco legal para a gestão da biodiversidade: a Política Nacional da Biodiversidade - PNB, processo que culminou na publicação do Decreto nº 4.339, 2002. Os principais objetivos da PNB são: promover a integração de políticas nacionais do governo e da sociedade; estimular a cooperação interinstitucional e internacional para a melhoria da implementação das ações de gestão da biodiversidade; conhecer, conservar e valorizar a diversidade biológica brasileira; proteger áreas naturais relevantes; promover o uso sustentável da biodiversidade; e, respeitar, preservar e incentivar o uso do conhecimento, das inovações e das práticas das comunidades tradicionais. Para que estes objetivos fossem, de fato, implementados e no intuito de suprir lacunas na gestão da biodiversidade no país, o MMA coordenou entre 2004 e 2005 a formulação do PAN-Bio - Diretrizes e Prioridades do Plano de Ação para a implementação da PNB, em conjunto com os setores gestores da biodiversidade do país. O PAN-Bio lista e classifica as ações prioritárias para a implementação da PNB, mas necessita ainda de avanços substanciais quanto à definição de uma estratégia, para que se possa obter um maior comprometimento das agências responsáveis pela execução destas ações. Em resposta à Decisão VIII/15 da CDB, o Brasil estabeleceu em 2006 as Metas Nacionais de Biodiversidade para 2010, baseadas nas Metas da CDB para 2010. No entanto, apenas um subconjunto das metas nacionais vem sendo monitorado. Para aumentar a capacidade de desenvolvimento e monitoramento de indicadores ambientais, a Secretaria Executiva do MMA criou um grupo de trabalho para desenvolver um conjunto de indicadores ambientais contemplando os seguintes temas: diminuição da camada de ozônio, mudanças climáticas, zonas costeira e marinha, biodiversidade e florestas. O Sistema Nacional de Informação Ambiental (SINIMA), gerido pelo Ministério do Meio Ambiente, passa atualmente por um processo de fortalecimento com foco na tecnologia de sistemas de informação e na definição de um conjunto de indicadores ambientais e de desenvolvimento sustentável. A metodologia para definir a linha de base e mensurar periodicamente os indicadores

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ambientais está neste momento na fase de definição final e, em 2009, o SINIMA publicou o seguinte conjunto de indicadores de biodiversidade: (i) tendências de biomas e ecossistemas; (ii) extensão das unidades de conservação; e (iii) mudanças de status de espécies ameaçadas. Em médio prazo, o SINIMA irá refinar e expandir este primeiro conjunto de indicadores, institucionalizando a metodologia para mensurar o conjunto de indicadores em evolução. O SINIMA é responsável pelo desenvolvimento de uma Política de Informação Ambiental consistente, direcionada para a produção, coleta, sistematização e disseminação de informações ambientais; e seu subcomitê de estatísticas e indicadores ambientais está encarregado do trabalho referente ao desenvolvimento e monitoramento de indicadores ambientais, com base nas necessidades das agências ambientais. A identificação em curso dos indicadores necessários irá também expor a informação já existente e as lacunas estatísticas. Para preencher essas lacunas, o SINIMA irá trabalhar com instituições que produzem informações e estatísticas ambientais para desenvolver uma estratégia de produção de conhecimento e integração de dados. Por fim, como parte da implementação da ENB, o Brasil publicou em 2004 sua primeira lista, e um mapa, das Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira (Decreto nº 5.092, 2004), que identificou as 900 áreas mais relevantes para a biodiversidade em todo o país. Este mapa foi revisado e atualizado em 2007 (Portaria MMA nº 09, 2007) para melhor auxiliar a formulação de políticas públicas, direcionar pesquisas sobre biodiversidade e orientar a criação de novas áreas protegidas, entre outras iniciativas relevantes para os temas da biodiversidade e do desenvolvimento sustentável. Principais Iniciativas relacionadas ao Monitoramento da Biodiversidade no Brasil ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA BIODIVERSIDADE A fim de dotar o governo e a sociedade com as informações necessárias para o estabelecimento de prioridades que conduzam à conservação, à utilização sustentável e à repartição de benefícios da diversidade biológica brasileira, avaliar e identificar áreas e ações prioritárias para a conservação dos biomas brasileiros mostrou-se iniciativa pioneira devido à grande representatividade e importância da biodiversidade para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Com o apoio do PROBIO - Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira, pela primeira vez, foi possível identificar as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade, avaliar os condicionantes socioeconômicos e as tendências atuais da ocupação humana do território brasileiro, bem como formular as ações mais importantes para conservação dos recursos naturais. Entre 1997 e 2000, o PROBIO realizou uma ampla consulta para a definição de áreas prioritárias para conservação na Amazônia, Caatinga, Cerrado e Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos, e na Zona Costeira e Marinha. Os insumos, metodologia de discussão e critérios de definição de áreas variaram ligeiramente entre as avaliações para cada bioma. De maneira geral, a definição das áreas mais relevantes foi baseada nas informações disponíveis sobre biodiversidade e pressão antrópica, e na experiência dos pesquisadores participantes dos seminários para cada bioma. O grau de prioridade de cada uma foi definido por sua riqueza biológica, importância para as comunidades tradicionais e povos indígenas e sua vulnerabilidade. No final do processo, foram escolhidas 900 áreas que foram reconhecidas pelo Decreto nº 5092/2004, e instituídas pela Portaria MMA nº 126/2004. A portaria determinou que essa lista “deverá ser revista periodicamente, em prazo não superior a dez anos, à luz do avanço do

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conhecimento e das condições ambientais, pela CONABIO - Comissão Nacional de Biodiversidade". Em 2007, a atualização das Áreas e Ações Prioritárias para Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade, em função da disponibilidade de novas informações e instrumentos, se tornou uma prioridade do MMA, em consonância com as estratégias sugeridas pela Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB), pelo PAN-Bio - Diretrizes e Prioridades do Plano de Ação para Implementação da Política Nacional de Biodiversidade (Deliberação CONABIO nº 40/06); e pelo Plano Nacional de Áreas Protegidas - PNAP(Decreto nº 5758/06). A metodologia proposta para revisão das Áreas Prioritárias foi discutida na “Oficina Atualização das Áreas Prioritárias - Alvos e Ferramentas”, e aprovada na Deliberação CONABIO nº 39/05. Adotou-se como base o Mapa de Biomas do Brasil (IBGE, 2004), incorpora os princípios de planejamento sistemático para conservação e seus critérios básicos (representatividade, persistência e vulnerabilidade dos ambientes), e prioriza o processo participativo de negociação e formação de consenso. Coube ao MMA disponibilizar os meios e os instrumentos necessários ao processo de atualização das áreas prioritárias de forma a garantir a participação da sociedade e o alcance do resultado, que reflete as decisões tomadas nos grupos de trabalho dos seminários regionais, usando como subsídio as bases de dados compiladas durante o processo de preparação. Para tanto, o MMA procurou a contribuição de todos os segmentos envolvidos com o tema. O processo de atualização das Áreas e Ações Prioritárias foi realizado de forma simultânea, no âmbito de todos os biomas brasileiros e contou com o apoio de diversas instituições. As primeiras etapas do processo foram Reuniões Técnicas que ocorreram no período de maio a setembro de 2006, com a definição dos objetos de conservação (alvos), a definição de metas e importância relativa de cada objeto e a elaboração de um Mapa das Áreas Relevantes para a Biodiversidade. Estes três produtos subsidiaram os Seminários Regionais dos Biomas, que ocorreram entre outubro e dezembro de 2006. Os resultados dos Seminários Regionais por Bioma foram sistematizados no mapa com as novas áreas prioritárias o qual foi apresentado aprovado pela Deliberação n° 46/06. Estas novas áreas prioritárias foram reconhecidas por meio da Portaria MMA n° 9/07. COBERTURA VEGETAL DOS BIOMAS A vegetação é um dos componentes mais importantes da biota, na medida em que seu estado de conservação e de continuidade definem a existência ou não de hábitats para as espécies, a manutenção de serviços ambientais ou mesmo o fornecimento de bens essenciais à sobrevivência de populações humanas. Assim, para o estabelecimento de políticas públicas ambientais em nosso país, tais como a identificação de oportunidades para a conservação, uso sustentável e repartição de benefícios de nossa biodiversidade, é fundamental que haja um bom conhecimento acerca do atual estado da cobertura vegetal brasileira. Porém, a única grande iniciativa de mapeamento da vegetação em nível nacional (escala de trabalho 1:250.000, escala de publicação 1:1.000.000) havia sido executada entre os anos de 1970 e 1985 pelo Projeto RadamBrasil, com base em imagens de radar e em vasto trabalho de campo. Considerando-se os biomas individualmente, apenas a Amazônia e partes da Mata Atlântica tornaram-se objeto de programas permanentes de monitoramento da evolução da cobertura vegetal a partir do final da década de 1980, com base na interpretação de imagens do Satélite Landsat. Devido às transformações na ocupação do território brasileiro, ocorridas sobretudo em função da interiorização ao longo das últimas três décadas, os mapas de vegetação do RadamBrasil já não refletiam a realidade. A fim de preencher esta lacuna de conhecimento, bem como ampliar aquele

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disponível em relação aos biomas já monitorados para este parâmetro o MMA, por meio do PROBIO, financiou subprojetos que realizassem o mapeamento da cobertura vegetal, adotando-se o recorte de biomas estabelecido no Mapa de Biomas do Brasil (IBGE, 2004). Os seis subprojetos selecionados, um para cada bioma continental, tiveram os objetivos de mapear a cobertura vegetal, diagnosticar iniciativas de mapeamento e completar lacunas de conhecimento existentes em relação ao tema. O mapeamento da vegetação foi realizado com base em imagens Landsat, obtidas principalmente no ano 2002, as quais foram adquiridas e fornecidas aos subprojetos pelo MMA. A metodologia de mapeamento foi delineada pelas instituições executoras, tendo variado segundo peculiaridades de cada bioma. Porém, com o imprescindível apoio técnico do IBGE, foram definidos padrões técnicos de mapeamento e legenda seguidos por todos os subprojetos. Dentre eles, destacam-se:

1. Unidade mínima de mapeamento (UMM) de 40 a 100 ha, considerada a escala final 1:250.000;

2. Dados digitais para verificação compatíveis, no mínimo, com a escala 1:100.000; 3. Acurácia de classificação (acurácia temática) com limiar mínimo de 85% de acerto; 4. Arquivos shapefile referentes aos produtos entregues com consistência topológica

(inexistência de sobreposição entre polígonos, de vazios entre polígonos, de polígonos com área zero, de laços nos arcos, de polígonos sem classe, etc.);

5. Classificação de tipologias de vegetação segundo o manual técnico de vegetação do IBGE.

Os produtos resultantes da execução dos subprojetos de mapeamento são os seguintes: - Mapas Finais na escala 1: 250.000 (com recorte da cartas articuladas 1:250.000 do IBGE). - Base de Dados com bases temáticas em shapefile em arquivos correspondentes às cartas articuladas do IBGE/DSG na escala 1:250.000. - Cartas-imagem do bioma escolhido com recorte das cartas 1: 250.000 do IBGE. - Mapa síntese e Relatório Técnico.

ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO Espécies ameaçadas são aquelas cujas populações e habitats estão desaparecendo rapidamente, de forma a colocá-las em risco de tornarem-se extintas. A conservação dos ecossistemas naturais - sua flora, fauna e os microrganismos - garante a sustentabilidade dos recursos naturais e permite a manutenção de vários serviços essenciais à manutenção da biodiversidade. Esses serviços garantem o bem estar das populações humanas e raramente são valorados economicamente. Baseando-se no princípio de que as espécies são as detentoras da diversidade genética e constituem a base dos ecossistemas, as informações sobre sua distribuição e status de conservação fornecem o fundamento para a tomada de decisões sobre a conservação da biodiversidade em níveis local e global. Dentre os instrumentos para se avaliar o estado de conservação da biodiversidade e para permitir aos países a definição e a adoção de políticas de proteção legal à mesma, estão as listas de espécies ameaçadas de extinção, também conhecidas como Listas Vermelhas. A formulação dessa ferramenta dá suporte às Partes Contratantes ao atendimento do Artigo 8º da CBD, que trata da Conservação in situ e à aplicação da Convenção de Washington sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção - CITES, da qual o Brasil também é signatário (Decreto Legislativo nº 54/75 e Decreto nº 76.623/75).

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A União Mundial para a Natureza - IUCN vem, ao longo dos últimos 30 anos, elaborando listas vermelhas a partir da avaliação do status de conservação das espécies em escala global, com o objetivo de chamar a atenção para aquelas ameaçadas de extinção e, consequentemente, promover a sua conservação. No Brasil, a primeira lista oficial de espécies ameaçadas de extinção é datada de 1968, listas oficiais para fauna foram publicadas em 1968, 1989 e 2003/2004. Listas Oficiais para flora foram publicadas em 1968, 1992 e 2008. Entretanto, em ambos os casos somente as duas últimas tiveram maior representatividade taxonômica. A Deliberação CONABIO no 25/2004 instituiu a Câmara Técnica Permanente de Espécies Ameaçadas de Extinção. A Câmara tem como atribuições, entre outras: propor periodicidade para a publicação de listas oficiais de espécies da flora e da fauna brasileira; e propor categorias de ameaça, adequadas às peculiaridades do país, para espécies da flora e da fauna brasileira. Segundo Lewinhson & Prado (2002), o Brasil, entre os países considerados megadiversos, se distingue pelo seu nível de desenvolvimento e pesquisa científica, ainda que haja necessidade de se promover um avanço substancial na extensão, organização e uso da informação sobre sua biodiversidade. Um total de 627 táxons da fauna está ameaçado de extinção no Brasil, distribuídos entre os grupos de invertebrados – terrestres e aquáticos, e vertebrados – peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos (Instruções Normativas no 03/03, 05/04 e 52/05). A lista vermelha vigente até então no Brasil, promulgada pelo IBAMA, segundo as Portarias 1522/89; 45-N/92 e 62/97, continha 218 táxons. A Lista das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção relaciona 472 espécies, quatro vezes mais que a lista anterior de 1992. Os biomas com maior número de espécies ameaçadas são a Mata Atlântica (276), o Cerrado (131) e a Caatinga (46). A Amazônia aparece com 24 espécies, o Pampa com 17 e o Pantanal com duas. Nenhuma espécie da lista anterior foi excluída. MONITORAMENTO DO DESMATAMENTO NOS BIOMAS BRASILEIROS POR SATÉLITE O projeto pretende obter dados oficiais sobre o desmatamento dos biomas extra-amazônicos, que servirão de base para elaboração de políticas públicas visando a redução do desmatamento. Fruto de parceria entre o Centro de Monitoramento Ambiental - CEMAM/IBAMA, e o MMA. Estão sendo tilizadas imagens CBERS recentes para a identificação de mudanças na cobertura vegetal nativa, e tomado como base o estudo de Mapeamento da Cobertura Vegetal dos Biomas (PROBIO/MMA), para 2002, que está sendo refinado (detalhado à escala 1:50.000). As imagens de satélite utilizadas na sua geração serão empregadas como informação pretérita para a identificação das mudanças na cobertura vegetal. Como resultado espera-se o Mapeamento dos remanescentes dos biomas Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal, Pampa e Caatinga, no interior da área definida como remanescente nos levantamentos do PROBIO, considerando 2007 como ano base, na escala de 1:50.000 e área mínima mapeada na ordem de 2ha. Desse modo, as áreas identificadas no mapa do PROBIO como “antrópicas” foram mascaradas, não sendo consideradas na análise realizada pelos intérpretes. Estes buscaram a identificação de possíveis desmatamentos no interior das áreas com vegetação nativa. Esta análise realizada na escala 1:50.000 amplia a escala e redefine os polígonos remanescentes. A análise e detecção dos desmatamentos tiveram como área útil de trabalho o Mapa de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros, escala 1:250.000, ano base 2002. O procedimento de identificação dos polígonos de áreas desflorestadas teve como escala base de trabalho a escala 1:50.000 e área mínima de detecção do desmatamento de 2 ha, estando os respectivos

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resultados separados/disponibilizados conforme articulação 1:250.000 das folhas cartográficas do IBGE. As análises foram executadas também por meio do “software” ArcGIS a partir da detecção visual e digitalização manual das feições de desmatamento encontradas nas áreas dos polígonos de remanescentes supracitados. Tais desmatamentos foram classificados, tão-somente, como áreas antropizadas, sem tipologias. Quanto à definição de áreas antropizadas, não foram consideradas as cicatrizes características de ocorrências de queimadas, bem como as áreas modificadas ou em processo regenerativo. Desta forma, os comportamentos espectrais utilizados como parâmetros para definição de áreas efetivamente antropizadas levaram em consideração, principalmente, as necessidades de monitoramento e controle do desmatamento ilegal por parte do Ibama. A cada alvo de desflorestamento identificado e digitalizado, foram atribuídas informações relevantes de interesse do MMA e Ibama. Ademais, tendo em vista a disponibilização de tais alvos/polígonos ao público em geral, foram produzidos conjunto de dados contendo os seguintes atributos:

- período do desmatamento (= 2002 ou 2002-2008); - fonte do dado (MMA ou CSR/Ibama); - área em hectares; e - Bioma em que se encontra.

INVENTÁRIO FLORESTAL NACIONAL O Brasil é um país florestal com aproximadamente 524 milhões de hectares (61,5% do seu território) cobertos de florestas naturais e plantadas - o que representa a segunda maior área de florestas do mundo. Na década de 1980 o Brasil realizou a única edição de um inventário florestal nacional, cujo objetivo principal era gerar informações sobre os estoques de madeira de florestas naturais e plantadas. Até aquela época a maioria dos inventários florestais nacionais tinha como principal foco a produção de madeira. Desde então, apenas inventários regionais foram realizados no país, para atender demandas particulares de informações e subsidiar programas de colonização ou planejamento. Apesar da iniciativa dos estados ser positiva, para um país com a dimensão e características do Brasil a alternativa mais apropriada é produzir informações sobre suas florestas utilizando um sistema de abrangência nacional. O Serviço Florestal Brasileiro - SFB tem como uma de suas competências a criação e manutenção de um Sistema Nacional de Informações Florestais (Lei 11.284/06). O Inventário Florestal Nacional - IFN é a principal fonte de informações sobre os recursos florestais do país no âmbito desse Sistema de Informações. O Decreto 5.776/06, que dispões sobre a estrutura regimental do MMA, determina que é da competência do Serviço Florestal Brasileiro estabelecer e gerenciar o Inventário Florestal Nacional do Brasil. O principal objetivo do Inventário Florestal Nacional é produzir informações sobre os recursos florestais do Brasil, tanto os naturais como os plantados, a cada cinco anos, servindo de subsídio à formulação de políticas públicas de desenvolvimento, uso e conservação. Além disso, o IFN produzirá informações que poderão subsidiar a elaboração de relatórios para acordos e convenções internacionais, dos quais o Brasil é signatário, tais como a CDB, a Convenção das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, o Fórum Mundial das Nações Unidas sobre as Florestas, o Acordo Internacional de Madeiras Tropicais - OIMT e a Avaliação Global dos Recursos Florestais - FRA/FAO.

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O projeto "Estabelecimento de bases metodológicas e parcerias para o Inventário Florestal Nacional do Brasil" é uma cooperação entre o Serviço Florestal Brasileiro e a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). O projeto teve por objetivo apoiar o desenvolvimento da metodologia do IFN-BR no período 2008-2010, com os seguintes objetivos:

- Estabelecer um consenso nacional sobre a necessidade de um inventário florestal nacional; - Reforçar a capacidade do Serviço Florestal Brasileiro para a execução do IFN-BR; - Contribuir para a finalização do desenvolvimento da metodologia do IFN-BR.

Este projeto encontra-se em sua fase final, tendo contribuído significativamente para a elaboração da metodologia nacional do IFN-BR. RECIFES DE CORAL Os recifes de coral são os ecossistemas mais diversos dos mares por concentrarem, globalmente, a maior densidade de biodiversidade de todos os ecossistemas. No entanto, recifes de coral em todo o mundo estão seriamente ameaçados e estima-se que 27% deles já foram degradados irreversivelmente. O monitoramento dos recifes de coral é especialmente importante devido à correlação encontrada entre eventos de branqueamento, fenômeno que vem danificando os recifes de coral no mundo todo, e mudanças climáticas globais. No final de 2001, com financiamento do PROBIO-MMA, teve início o projeto “Monitoramento dos Recifes de Coral do Brasil”. Ele contou com participação de vários pesquisadores de diversas instituições, e seu objetivo foi estabelecer bases para a implementação de um programa nacional de monitoramento para os recifes de coral no Brasil e também articular e envolver as unidades de conservação existentes. O método do Reef Check, escolhido para o monitoramento dos recifes brasileiros, foi desenvolvido no início de 1996 com o objetivo de ser o Programa de Monitoramentos de Recifes de Coral das Nações Unidas, baseado na participação comunitária. O método do Reef Check fundamenta-se em estimativas de abundância de organismos indicadores e de cálculo de cobertura relativa do substrato através de censo visual subaquático. A metodologia selecionada pelo PROBIO para o programa piloto de monitoramento foi a do Reef Check, devido à sua característica voluntária e participativa. Além disso, os métodos do Reef Check, por serem mais básicos, servem como ponto de partida para que depois possa ser incorporado também o método mais detalhado que é parte do GCRMN (Global Coral Reef Monitoring Network). Além disto, o Reef Check, por ser um programa voltado para a comunidade e de participação voluntária, pode ser potencialmente estabelecido em uma rede de pontos muito maior, envolvendo a participação de um grande número de pessoas, abrindo caminho para a seleção e instalação de pontos de monitoramento detalhados em ambientes de especial relevância e/ou representatividade. Foram escolhidas inicialmente quatro áreas para a implantação do Programa de Monitoramento: Parque Nacional Marinho de Abrolhos (BA), Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (PE e AL), Área de Proteção Ambiental dos Recifes de Coral (RN) e Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PE). Durante as viagens foi possível estender os levantamentos para mais duas áreas, a Reserva Extrativista Marinha do Corumbau (BA) e a Reserva Biológica do Atol das Rocas (RN). Como foram selecionadas Unidades de Conservação de Proteção Integral e de Uso Sustentável, foi possível a comparação entre diferentes níveis de uso. Os critérios de escolha dos locais foram primeiramente a representatividade da comunidade coralínea na região geográfica e os diferentes status de conservação das unidades, para que as áreas escolhidas englobassem Unidades de Conservação de Proteção Integral e de Uso Sustentável. Numa primeira fase, a metodologia foi testada e adaptada no que tange à estratégia

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de amostragem, à disposição dos transectos e à seleção de indicadores regionais. Os resultados obtidos permitiram concluir que a metodologia Reef Check é aplicável no monitoramento dos recifes brasileiros, tanto pelo sucesso na adaptação da metodologia quanto pelos padrões observados, plenamente compatíveis com hipóteses básicas levantadas e com estudos anteriores conduzidos em algumas das regiões estudadas. Atualmente a coordenação do projeto para as unidades de conservação federais foi transferida do MMA ao ICMBio, com a execução da coleta em 4 unidades de conservação com ambientes recifais e do planejamento de coletas in situ para 2011. O programa conta com parceiros governamentais, acadêmicos e do setor privado. PPBIO - PROGRAMA DE PESQUISA EM BIODIVERSIDADE O objetivo central do PPBio é articular a competência regional e nacional para que o conhecimento da biodiversidade brasileira seja ampliado e disseminado de forma planejada e coordenada. Os objetivos específicos do Programa são:

- Fomentar a ampliação da Base de Conhecimento sobre a Biodiversidade Amazônica articulando pesquisadores de diferentes especialidades em biodiversidade e de diferentes instituições nacionais; - Estabelecer agenda de pesquisa em biodiversidade no Brasil propiciando o desenvolvimento de novos produtos e processos voltados à conservação e uso sustentável da biodiversidade, e que efetive a democratização do conhecimento gerado neste processo;

Para alcançar seus objetivos de forma coordenada o Programa está organizado em três Componentes:

- Modernização de Coleções Biológicas, que apóia a manutenção, ampliação e informatização de acervos biológicos (coleções ex situ); - Rede de Inventários Biológicos, que instala e mantém uma rede integrada de inventários da biota (sítios de pesquisa); - Projetos Temáticos da Biodiversidade, que apóia pesquisas destinadas a utilizar a biodiversidade e posteriormente transformá-la em bens e serviços.

A abrangência do Programa é nacional, e em sua fase inicial vem impulsionando especialmente atividades na Amazônia. Adota um modelo de gestão descentralizado, no qual a implementação de ações se faz em articulação com agências de fomento à pesquisa e com apoio direto de institutos de pesquisa e universidades, denominados de Núcleos Executores (NEx). O PPBio Amazônia é coordenado por dois Núcleos Executores: na parte oriental, a articulação é realizada pelo NEx Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e no lado ocidental, pelo NEx Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). O principal papel de cada NEx é articular esforços com outras instituições de ensino, pesquisa e gestão sócio-ambiental que atuam na geração de conhecimento sobre a biodiversidade de regiões ou biomas específicos. Essas instituições formam os chamados Núcleos Regionais (NRs). Existem atualmente seis NRs formalmente criados e operantes, um em cada estado que compõe a Amazônia brasileira. No Semi-árido compete ao Instituto Nacional do Semi-árido Celso Furtado - INSA-CF a coordenação das atividades. Estão em andamento, ainda, iniciativas: no Pantanal Norte, com NR em Cuiabá e atividades desenvolvidas principalmente pela UFMT/INPA; no Pantanal Sul, coordenadas pela Embrapa/Pantanal e UFMS; e em São Paulo, em área de transição Cerrado/Floresta Semidecídua, sob coordenação da ESALQ/USP. A estratégia básica de amostragem do PPBio segue o desenho espacial (RAPELD) desenvolvido para o Programa “Pesquisas Ecológicas de Longa-Duração” (PELD/CNPq), e permite inventários rápidos (RAPs) para avaliação da complementariedade biótica e planejamento do uso da terra. No sítio de pesquisa é instalado um sistema de trilhas formando uma grade de 25 km2 e um

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acampamento de campo. Ao longo das trilhas leste-oeste, a cada 1 km, são instaladas parcelas permanentes de 250 por 40m, que seguem a curva de nível do terreno. Nessas parcelas é realizada a maioria dos levantamentos abióticos e bióticos. A grade de trilhas, além de servir para deslocamento, pode ser utilizada para o estudo dos táxons que não podem ser amostrados nas parcelas. O sistema de amostragem de parcelas permanentes permite que ao longo do tempo, mais informações sejam agregadas aos locais estudados, evitando que a mesma informação seja amostrada várias vezes. Informações básicas das parcelas permanentes de todos os sítios de pesquisas são coletadas e processadas por especialistas e ficam disponíveis no Portal do PPBio na Internet. Essas informações abrangem dados abióticos como características do solo, elevação topográfica, inclinação do terreno, características da água e dados bióticos como abertura do dossel e estrutura arbórea. A distribuição sistemática de parcelas na paisagem permite estimativas não tendenciosas da distribuição, abundância e biomassa das espécies em cada sítio, e comparações entre sítios. O conjunto de técnicas utilizadas simultaneamente para acessar os grupos de organismos foi elaborado otimizando o uso do tempo, dos recursos materiais, financeiros e humanos. Os protocolos foram delineados para serem executados em todos os sítios de coleta do PPBIO e os pesquisadores envolvidos estão diretamente comprometidos com o treinamento de técnicos e formação de recursos humanos especializados nos núcleos regionais associados aos sítios de coleta. Todos os protocolos apresentam a unidade de esforço amostral bem definida, assim como o esforço por grade para um levantamento rápido. A orientação é o aproveitamento integral do delineamento espacial do sitio, em escala compatível ao grupo taxonômico em questão, de modo a permitir estudos futuros de monitoramento. Os grupos abordados representam uma gama variada da diversidade trófica, ecológica e taxonômica, incluindo diferentes níveis hierárquicos, permitindo o estabelecimento de uma aproximação realista da biodiversidade regional. Os grupos taxonômicos indicados como alvos para cada protocolo apresentam suporte de estudos em sistemática, devido à existência de especialistas locais e/ou rede de especialistas oficialmente comprometidos a identificar o material coletado dentro do espaço temporal do programa. A escolha dos táxons-alvo considerou ainda a existência de pelo menos uma coleção do grupo na região e o acesso às demais coleções do grupo. Assim sendo, foram definidos os seguintes protocolos: Moscas & Abelhas; Invertebrados de Solo; Insetos de Palmeira; Besouros & Vespas; Mosquitos; Invertebrados Aquáticos; Gafanhotos & Percevejos; Peixes; Aves; Herpetofauna; Mamíferos; Fungos; Briófitas; Ervas & Epífitas; Árvores, arbustos, lianas & palmeiras (Fanerógamos); Topografia & Cartografia; Solos; Estrutura da Vegetação; e Clima. PELD - PESQUISAS ECOLÓGICAS DE LONGA DURAÇÃO O Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração - PELD consiste de uma agenda de pesquisas integradas sendo realizadas numa rede de "sites selecionados" representativos de vários biomas/ecossistemas brasileiros. O Programa se propõe a integrar grupos de pesquisadores atuando nas áreas de conservação e manejo da biodiversidade e em processos ecológicos. Para tanto, considera essencial a formação de parcerias internas e externas ao país, a montagem de um projeto de conectividade que possa permitir a instalação de bancos de dados/biblioteca digital e sua integração em rede nacional, com vistas à inserção na rede internacional de pesquisas ecológicas de longa duração. O Programa destina-se a estabelecer políticas para o desenvolvimento da Ecologia no Brasil, desenvolver pesquisas e redes de informação, apoiar a cooperação internacional, participar da padronização instrumental e

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metodológica, fomentar a formação de recursos humanos e o desenvolvimento institucional e atuar harmoniosamente com os demais programas governamentais. São objetivos do PELD, promover a organização e consolidação do conhecimento sobre a composição e funcionamento dos ecossistemas brasileiros, gerando informações e instrumentos necessários para a avaliação da diversidade biológica brasileira; integrar os grupos e atividades de pesquisas, gerando oportunidades para o desenvolvimento de estudos e sínteses que deverão permitir o uso sustentável de recursos naturais, a solução de problemas ambientais e o aumento do padrão de vida da população brasileira; contribuir para a geração de metodologias que possam fornecer diretrizes imediatas para programas de conservação e definição de políticas públicas, além de permitir o cumprimento dos acordos assinados pela agenda 21, pela Convenção da Biodiversidade e pela Convenção sobre as Mudanças Climáticas. O programa tem como principal estratégia a indução dos grupos de pesquisa, sendo a contratação de projetos por meio de editais. O PELD constitui um sub-programa do Programa Integrado de Ecologia - PIE, aprovado pelo Forum Nacional de Coordenadores de Cursos de Pós-Graduação em Ecologia, elaborado por um grupo de pesquisadores e apresentado aos presidentes do CNPq e da CAPES, em sua versão preliminar, em 1996. Em 1997 foi lançado o primeiro Edital, com três chamadas e o objetivo de divulgar os termos de referência para orientar a apresentação de projetos de pesquisas e de propostas para o desenvolvimento institucional e para a capacitação de recursos humanos em Ecologia. Foram elas:

- Elaboração de sínteses críticas do conhecimento; - Realização de estudos integrados; - Seleção de Projetos de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração.

A seleção dos sites foi um processo elaborado a partir de consulta à comunidade científica, juntamente com a realização de workshops em Porto Rico, Panamá/Costa Rica e Foz do Iguaçu. Uma lista de 17 sites foi compilada, com o objetivo de contemplar os principais biomas brasileiros. Em 1998 o julgamento contou com uma comissão científica, designada pelo CNPq, sendo selecionadas 9 áreas. O Programa foi implementado em 1999, após a seleção de áreas no país representando os biomas Amazônia, Pantanal, Cerrado, Mata Atlântica, planícies de inundação do alto Rio Paraná, Pantanais Subtropicais, Águas Estuarinas/Costeiras e Florestas manejadas. As pesquisas em andamento estão direcionadas para os seguintes temas básicos:

- padrões e controle da produtividade primária; - dinâmica (fluxos) de nutrientes; - conservação da diversidade biológica; - dinâmica de populações e organização de comunidades e ecossistemas; - padrões e freqüência de perturbações naturais e impactos antrópicos.

O programa vem sendo conduzido em 12 sites no Brasil estando atualmente no 6o ano de atividades para os 9 sites iniciais e no 3o ano para os 3 sites que foram selecionados no Edital de 2001. RAINFOR - Rede Amazônica de Inventários Florestais A Rede Amazônica de Inventários Florestais (RAINFOR) é uma rede internacional que foi criada para compreender a dinâmica e a biomassa das florestas amazônicas. Em 2000, a rede RAINFOR estabeleceu uma estrutura sistemática para monitorar a longo prazo as florestas amazônicas que abrigam maior biodiversidade, estoque de carbono e de água na sua vegetação do que qualquer outra região do planeta. A RAINFOR trabalha com colaboradores de todos os países da bacia amazónica e considera tanto os aspectos ecológicos quanto a necessidade de desenvolver uma nova geração de ecólogos para trabalhar na Amazônia. A rede foi, primeiramente, estabelecida como parte do projeto CARBONSINK, a contribuição europeia para o Programa de Grande Escala

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da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA). Atualmente, RAINFOR recebe apoio da “Andes and Amazon Initiative” da Gordon and Betty Moore Foundation e de NERC como parte do consórcio AMAZONICA. As florestas da Amazônia compõem um dos ecossistemas mais importantes do planeta, pois abrigam 45% das florestas tropicais do mundo e armazenam 40% do carbono na sua vegetação terrestre. Assim, mudanças relativamente pequenas na estrutura e/ou na função dessas florestas podem ter consequências globais para a biodiversidade, ciclo do carbono e taxa de mudanças climáticas. Florestas tropicais localizadas distantes das áreas de desmatamento ou de influência antrópica significante e, portanto, aparentemente não perturbadas, estão sofrendo mudanças inesperadas. O monitoramento de parcelas nessas áreas indica que as populações de árvores sofreram aumento na taxa de mortalidade e de recrutamento (“turnover”) na última parte do século XX. A rede RAINFOR foi estabelecida para reunir pesquisadores de toda a Amazônia que mantêm amostragens permanentes em parcelas de inventários florestais. Compilando e comparando esses estudos, as informações tornam-se disponíveis em escala regional, oferecendo idéias vitais sobre as diversas maneiras como os ecossistemas amazônicos respondem às mudanças climáticas e como responderão aos cenários futuros de mudanças climáticas globais. Os objetivos da rede RAINFOR são:

- Relacionar estrutura, biomassa e dinâmica florestal recente e atual com propriedades do clima e do solo; - Compreender de que maneira o clima e o solo direcionam mudanças futuras na dinâmica e na estrutura da floresta; - Compreender as relações entre produtividade, mortalidade, biomassa e biodiversidade; - Avaliar como mudanças climáticas podem afetar a biomassa e a produtividade da floresta regionalmente e, assim, oferecer informações sobre o balanço do carbono na escala da bacia amazônica; - Examinar a variação da biodiversidade de árvores ao longo da Amazônia e sua relação com o clima e o solo; - Oferecer treinamento em métodos utilizados para medidas de biomassa, dinâmica florestal e processos relacionados ao carbono para jovens cientistas da Amazônia.

BIOTA FAPESP Criado oficialmente em março de 1999, a finalidade de sistematizar a coleta, organizar e disseminar informações sobre a biodiversidade do Estado de São Paulo, o Programa de Pesquisas em Conservação Sustentável da Biodiversidade, denominado "Programa Biota/Fapesp, O Instituto Virtual da Biodiversidade", foi o resultado de três anos de trabalho de um grupo de pesquisadores que, com o apoio da FAPESP, sensibilizou a comunidade científica, que atua na vasta área do conhecimento que o termo biodiversidade abrange, para a necessidade de ações concretas para a implementação da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), assinada pelo governo brasileiro durante a ECO-92. O objetivo maior do BIOTA-FAPESP é inventariar e caracterizar a biodiversidade do Estado de São Paulo, definindo os mecanismos para sua conservação, seu potencial econômico e sua utilização sustentável. As linhas gerais de atuação no Programa são:

- Estudar e conhecer a biodiversidade do Estado de São Paulo e divulgar este conhecimento e sua importância. - Compreender os processos geradores, mantenedores e impactantes da biodiversidade. - Ampliar a capacidade de organizações públicas e privadas de gerenciar, monitorar e utilizar sua biodiversidade.

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- Avaliar a efetividade do esforço de Conservação no Estado, identificando áreas e componentes prioritários para Conservação. - Desenvolver bases metodológicas e padrões de referência para estudos de impacto ambiental. - Produzir estimativas de perda de biodiversidade em diferentes escalas espaciais e temporais. - Subsidiar a tomada de decisão sobre projetos de desenvolvimento, especialmente os de desenvolvimento sustentável. - Capacitar o Estado e organizações públicas e privadas para se beneficiar do uso sustentável de seus recursos biológicos genéticos. - Capacitar o Estado para estimar o valor da biodiversidade e seus serviços, tais como conservação de recursos hídricos, controle biológico, etc. - Capacitar as instituições do Estado a atender a disposições e instrumentos legais referentes a organismos vivos, tais como o depósito de espécimes.

Para seu alcance os seguintes meios e produtos são elencados: - Consolidação da infraestrutura de coleções e acervos; - Informatização de todos os acervos e coleções científicas do Estado, e estabelecimento de uma rede de informação em biodiversidade; - Adequação e disponibilização de bases cartográficas e imagens; - Consolidação da infraestrutura e serviços de apoio para pesquisa das UCs; - Dotar as UCs do Estado de conhecimento sobre a biodiversidade para seu manejo; - Produção e divulgação da biota conhecida do Estado; - Avaliação da representatividade das UCs no Estado e identificação de áreas prioritárias para sua ampliação e o estabelecimento de novas Unidades; - Preenchimento das lacunas taxonômicas e geográficas, sobre a diversidade biológica do Estado; - Desenvolvimento de estudos para estimar perdas de biodiversidade no Estado; - Desenvolvimento de projetos para estabelecer padrões de referência para avaliação do impacto ambiental de obras e projetos; - Aumento do número de taxonomistas no Estado; - Formação de recursos humanos para o estudo da biodiversidade; - Incentivo ao desenvolvimento de profissionais em novas áreas de conhecimento como bioinformática ou a aplicação de SIG à biologia; - Produção de materiais de divulgação e apoio ao ensino, tais como guias de campo e guias de identificação.

SINIMA - SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO SOBRE MEIO AMBIENTE O Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (SINIMA) é um dos instrumentos da Política Nacional da Meio Ambiente. O referido sistema é considerado pela Política de Informação do MMA como a plataforma conceitual baseada na integração e compartilhamento de informações entre os diversos sistemas existentes ou a construir no âmbito do SISNAMA (Lei n. 6.938/81), conforme Portaria MMA nº 160/2009. O SINIMA é o instrumento responsável pela gestão da informação no âmbito do SISNAMA, de acordo com a lógica da gestão ambiental compartilhada entre as três esferas de governo, tendo como forma de atuação três eixos estruturantes:

Eixo 1 - Desenvolvimento de ferramentas de acesso à informação; Eixo 2 - Integração de bancos de dados e sistemas de informação.

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Esses dois eixos são interligados e tratam de ferramentas de geoprocessamento, em consonância com diretrizes estabelecidas pelo Governo Eletrônico (e-gov), que permitem a composição de mapas interativos com informações provenientes de diferentes temáticas e sistemas de informação. São desenvolvidos com o apoio da Coordenação Geral de Tecnologia da Informação e Informática - CGTI do MMA;

Eixo 3 - Fortalecimento do processo de produção, sistematização e análise de estatísticas e indicadores relacionados com as atribuições do MMA.

Este é o eixo estratégico do SINIMA cuja função precípua é fortalecer o processo de produção, sistematização e análise de estatísticas e indicadores ambientais; recomendar e definir a sistematização de um conjunto básico de indicadores e estabelecer uma agenda com instituições que produzem informação ambiental; propiciar avaliações integradas sobre o meio ambiente e a sociedade. Com propósito de melhor encaminhar os trabalhos relativos a indicadores do Eixo Três, foi criado um Grupo de Trabalho sobre Indicadores ambientais. O objetivo do GT é chegar, de modo consensuado, à produção de um conjunto de indicadores disponíveis a partir de ações/atividades realizadas no âmbito do MMA e vinculadas. Decidiu-se, inicialmente, pela elaboração de um conjunto de indicadores mínimos, através dos esforços de cada departamento do MMA e vinculadas. Este passo inicial foi considerado fundamental uma vez que o Ministério ainda não dispunha de uma sistematização dos seus indicadores, fundamentais para o acompanhamento e aperfeiçoamento do processo de tomada de decisões. A metodologia referencial empregada para elaboração dos indicadores do MMA segue o modelo Pressão-Estado-Resposta (PER), que possibilita comparações entre os avanços nacionais e os obtidos internacionalmente. A plena implantação dessa metodologia enfrentará desafios como:

- Estabelecer uma periodicidade para atualização/divulgação dos indicadores, guardadas as devidas particularidades de cada um; - Ampliar o escopo dos indicadores federais para o âmbito estadual, envolvendo, entre outros órgãos oficiais, os Órgãos Estaduais de Meio Ambiente (OEMA's), visando o intercâmbio de informações de acordo com os preceitos do SISNAMA, e em acordo com o SINIMA e a Política de Informação do MMA; - Institucionalizar, pelos instrumentos legais apropriados, os compromissos de apresentação de atualização dos indicadores pelos órgãos e entidades envolvidos.

IDS - INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A publicação, pelo IBGE, dos “Indicadores de desenvolvimento sustentável: Brasil 2010” dá continuidade à série iniciada em 2002 e mantém o objetivo geral das edições anteriores (além da primeira, 2004 e 2008) - disponibilizar um sistema de informações para o acompanhamento da sustentabilidade do padrão de desenvolvimento do País. Um dos desafios da construção do desenvolvimento sustentável é o de criar instrumentos de mensuração, tais como indicadores de desenvolvimento. Indicadores são ferramentas constituídas por uma ou mais variáveis que, associadas através de diversas formas, revelam significados mais amplos sobre os fenômenos a que se referem. Indicadores de Desenvolvimento Sustentável são instrumentos essenciais para guiar a ação e subsidiar o acompanhamento e a avaliação do progresso alcançado rumo ao desenvolvimento sustentável. Devem ser vistos como um meio para se atingir o desenvolvimento sustentável e não como fins em si mesmos. Valem mais pelo que apontam do que pelo seu valor absoluto e são mais úteis quando analisados em seu conjunto do que o exame individual de cada indicador.

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Os indicadores apresentados cumprem muitas funções, e reportam-se a fenômenos de curto, médio e longo prazos. Viabilizam o acesso integrado à informação já disponível sobre temas relevantes para o desenvolvimento, assim como apontam a necessidade de geração de novas informações. Servem para identificar variações, comportamentos, processos e tendências; estabelecer comparações entre países e entre regiões dentro do Brasil; indicar necessidades e prioridades para a formulação, monitoramento e avaliação de políticas; e enfim, por sua capacidade de síntese, são capazes de facilitar o entendimento ao crescente público envolvido com o tema. Por tratar velhos problemas através de uma nova abordagem, os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável congregam estatísticas e indicadores já consagrados e amplamente utilizados, e indicadores integrados por informações apenas recentemente associadas ao tema do desenvolvimento, portadores de novos conteúdos, ilustradores de novos desafios. A conquista do desenvolvimento sustentável toma feições concretas em cada país: nasce de suas peculiaridades e responde aos problemas e oportunidades de cada nação. A escolha dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável reflete as situações e especificidades de cada país, apontando ao mesmo tempo para a necessidade de produção regular de estatísticas sobre os temas abordados. O trabalho de construção de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável do Brasil é inspirado no movimento internacional liderado pela Comissão para o Desenvolvimento Sustentável - CDS, das Nações Unidas. O projeto do IBGE tomou como referência as recomendações CDS de 2001, adaptando seu conteúdo às particularidades brasileiras. No caso brasileiro, ao desafi o de construir indicadores capazes de caracterizar e subsidiar o processo de desenvolvimento sustentável em nível nacional, acresce-se a exigência de expressar a diversidade característica do País. Como regra geral, são apresentados dados que expressam a evolução recente do indicador para o País como um todo, na maioria dos casos a partir do ano de 1992, e sua diferenciação no Território Nacional, segundo a informação mais recente, privilegiando a agregação territorial das Unidades da Federação. A dimensão ambiental dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável diz respeito ao uso dos recursos naturais e à degradação ambiental, e está relacionada aos objetivos de preservação e conservação do meio ambiente, considerados fundamentais ao benefício das gerações futuras. Estas questões aparecem organizadas nos temas atmosfera; terra; água doce; oceanos, mares e áreas costeiras; de biodiversidade e saneamento. Os temas ambientais são mais recentes e não contam com uma larga tradição de produção de estatísticas. Isto resulta numa menor disponibilidade de informações para a construção dos indicadores requeridos para uma abordagem mais completa. Por esta razão, permanecem algumas lacunas importantes entre as quais destacam-se o uso da água, a erosão e a perda de solo.

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A N E X O 3

RELATÓRIO 3 PERITO Este terceiro relatório, referente às atividades realizadas para a preparação e coordenação da Oficina de Trabalho, descreve os passos da preparação do evento e sua realização nos dias 23, 24 e 25 de agosto de 2010, apresenta ainda os documentos produzidos para sua consecução. Atividades Realizadas Reunião de trabalho com os participantes da Missão Técnica. Relato das experiências observadas nas diversas instituições européias; discussão quanto ao melhor arranjo para a Oficina de Trabalho; questionamento quanto às fontes de financiamento disponíveis para viabilização da Oficina; discussão quanto à necessidade de contratação de novos peritos; discussão quanto às principais demandas de governo que devam ser atendidas pela Estratégia Nacional de Monitoramento da Biodiversidade. Consulta à Direção Nacional do Projeto Diálogos Setoriais, quanto aos trâmites necessários para realização da Oficina de Trabalho. Esclarecimentos: o prazo máximo para a realização de despesas seria o final do mês de julho/2010; os recursos do Projeto Diálogos Setoriais disponíveis para tal atividade eram de aproximadamente R$ 40.000,00; havia possibilidade de financiar passagens e diárias para convidados internacionais, desde que não integrassem os quadros da UE; necessidade de encaminhar com dois meses de antecedência ao evento o Termo de Referência para as atividades a serem financiadas com recursos do Projeto. Reunião de trabalho com as equipes do Departamento de Conservação da Biodiversidade - DCBio/MMA e Diretoria de Conservação da Biodiversidade - DIBIO/ICMBio. Definição das melhores datas para a oficina (fixando-se como data tentativa o período de 27 a 29 de julho). Inclusão da equipe do MCT, coordenadora do Projeto GEF “Improving Capacity to Conserve and Use Biodiversity through Information Management and Use”, na organização da Oficina. Definição das articulações para viabilização da Oficina de Trabalho (revisão do TOR original, calendário de atividades, origem dos recursos financeiros, trâmites administrativos, nº de participantes, equipe envolvida). Discussão técnica quanto aos objetivos pretendidos com a Oficina e meios para alcançá-los. Definição das instituições/especialistas chave para realização de apresentações e participação durante a Oficina. Reunião técnica para discussão do programa da Oficina. Definição dos grandes temas a serem tratados e formas de interligá-los para que as discussões se complementem. Principais questões a serem discutidas pelos especialistas durante os três dias de evento. Definição das principais experiências internacionais e nacionais que deveriam ser apresentadas durante a Oficina a fim de auxiliar as discussões. Reunião de trabalho com as equipes do MMA, ICMBio e MCT. Discussão quanto às dificuldades encontradas para confirmação dos participantes nacionais e internacionais. Definição pelo adiamento da Oficina de Trabalho para o período de 23 a 25 de agosto. Definição de financiamento da Oficina com recursos do MMA e MCT/PNUMA/GEF, contabilizando essa atividade como contrapartida nacional ao Projeto Diálogos Setoriais. Convites às instituições internacionais para participação na Oficina e apresentação de experiências exitosas em monitoramento da biodiversidade. Definição da lista de instituições/especialistas participantes nacionais. Elaboração de documentos preparatórios para reunião (anexos). Coordenação das atividades durante a Oficina de Trabalho (manutenção do cronograma, discussões em mesas redondas, discussões de grupo, relatoria).

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Documentos Produzidos PRINCIPAIS DEMANDAS NO USO DE INFORMAÇÃO EM BIODIVERSIDADE 1. Subsidiar à tomada de decisão nos processos de:

a. Licenciamento Ambiental; b. Concessão Florestal; c. Zoneamento Ambiental; d. Planos de Manejo Florestal; e. Criação e Planos de Manejo de Unidades de Conservação; f. Definição de Listas de Espécies Ameaçadas e elaboração de Planos de Ação; g. Definição de Áreas Prioritárias para a biodiversidade; h. Definição de Listas de Espécies sobreexplotadas; i. Planejamento territorial e urbano; j. Elaboração de instrumentos normativos e definição de estratégias políticas (por exemplo, subsidiar o MMA no processo de revisão do Código Florestal).

2. Monitorar e avaliar o estado da biodiversidade e a sustentabilidade de seu uso frente aos impactos e mudanças ambientais, especificamente considerando os processos e atividades de:

a. Concessão Florestal; b. Licenciamento ambiental; c. Alteração do uso e ocupação do solo; d. Mudanças climáticas.

3. Monitorar a evolução do estado de conservação da biodiversidade e avaliar se as medidas que estão sendo tomadas para reduzir a sua perda têm sido efetivas, tais como:

a. Criação de Unidades de Conservação-UCs (avaliação da efetividade das UCs na conservação da biodiversidade); b. Programas de educação ambiental; c. Criação de corredores ecológicos; d. Planos de Ação de Espécies Ameaçadas; e. Planos de Gestão para Espécies sobreexplotadas; f. Programas de soltura da fauna. g. Programas de fiscalização.

4. Avaliar o cumprimento de metas e acordos Internacionais, particularmente as metas da CDB, relativas à redução da perda da biodiversidade.

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EXPECTATIVAS PARA OFICINA DE TRABALHO - TEXTO INTRODUTÓRIO A meta acordada entre os líderes mundiais em 2002, de reduzir significativamente a perda da biodiversidade até 2010 não foi alcançada, ao contrário, existem indicações de contínuo declínio da biodiversidade em todos os três dos seus principais componentes: genes, espécies e ecossistemas. No entanto, a existência da meta de reduzir a biodiversidade até 2010 contribuiu para estimular ações importantes para preservação da biodiversidade. Políticas bem direcionadas, com enfoque em áreas críticas, espécies e serviços ecossistêmicos, podem contribuir para evitar impactos mais severos, reduzir a perda da biodiversidade e, em alguns casos, até mesmo reverter isto. Desta forma, o planejamento estratégico na utilização da terra, águas interiores e recursos marinhos é essencial para conciliar o desenvolvimento com a conservação da biodiversidade. Para tanto, necessitamos de informações sobre: área de ocorrência das espécies, áreas de endemismo, áreas e ações prioritárias para a biodiversidade (onde conservação, manejo e fiscalização devam ser priorizados). A disponibilização de informações integradas e espacializadas das espécies permite a adoção de melhores estratégias para a conservação da biodiversidade quanto: aos processos de licenciamento ambiental, criação de unidades de conservação, elaboração de zoneamento ambiental, e planejamento territorial. Além disso, devemos ser capazes de monitorar a nossa biodiversidade e avaliar se as medidas que estão sendo tomadas para reduzir a sua perda têm sido efetivas. Neste sentido, a definição e utilização de uma variedade de indicadores é essencial para fornecer uma avaliação da evolução do estado de conservação da biodiversidade. Em outubro de 2010, o MMA organizou uma Oficina de Trabalho com o objetivo de identificar bases e sistemas de informação relacionados à biodiversidade, no âmbito do MMA e instituições vinculadas. Cerca de 30 sistemas foram apresentados, sendo a grande maioria destes não integrados. Foi identificada a necessidade de integração e compartilhamento das informações em biodiversidade, além da organização das informações dispersas. Entre alguns temas elencados para ser melhor discutidos estão: política de dados, passivo de entrada de dados, metadados, sustentabilidade financeira, compilação de dados pretéritos, padronização dos dados futuros e fortalecimento dos grupos já existentes. Nesta Oficina que se inicia, priorizaremos os temas relativos à indicadores de biodiversidade, redes de monitoramento da biodiversidade e sistemas integrados de informação em biodiversidade. Experiências bem sucedidas dentro e fora do Brasil serão apresentadas hoje e amanhã e deverão subsidiar as discussões nos grupos de trabalho, com o objetivo de estruturar minimamente um conjunto de ações que permitam a avaliação do estado de conservação da biodiversidade de forma comparativa, ao longo do tempo e entre diferentes regiões. Estaremos trabalhando com quatro grupos que deverão elaborar sugestões e recomendações para os seguintes temas:

I. Paisagens II. Espécies III. Integração da Informação IV. Redes de monitoramento

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TEXTO SUPORTE ÀS DISCUSSÕES DE GRUPO

GRUPO I. Biodiversidade - paisagens Definição dos parâmetros para avaliação sistemática do seu grau de conservação Perguntas sugeridas:

1. É possível estabelecermos alguns indicadores para avaliação sistemática do estado de conservação dos diferentes biomas e tipos de habitats brasileiros? Quais (ex. tendência na extensão de áreas preservadas, tamanho/qualidade de habitat, viabilidade de manutenção das espécies)?

2. Os parâmetros devem ser definidos para cada bioma (considerar os diferentes tipos de habitats)?

3. É recomendável a priorização de tipos de habitats ou regiões nesta avaliação/monitoramento? Quais critérios poderiam ser utilizados?

4. É recomendável utilizar uma classificação única para nomeação dos diferentes tipos de habitats? Qual nomenclatura seria esta?

5. Uma medida do grau de conexão entre as UCs (por região) seria recomendável/possível (quais critérios poderiam ser utilizados para isto)?

Deverão ser sugeridas formas de implementação para as ações de avaliação do grau de conservação de paisagens, em escala nacional. GRUPO II. Biodiversidade - espécies Definição dos parâmetros para avaliação do seu grau de conservação Perguntas sugeridas:

1. É possível/recomendável estabelecermos alguns indicadores para avaliação sistemática do estado de conservação das espécies? Quais (ex. tamanho populacional, flutuações populacionais, área de distribuição, qualidade de habitat)?

2. Que grupos/espécies devem ser priorizados e sob quais critérios (ex. espécies ameaçadas, espécies endêmicas, espécies com maior quantidade e/ou facilidade de levantamentos de informação, espécies guarda-chuva)?

3. Pressões diferenciadas requerem critérios diferenciados para avaliação de seus impactos sobre as espécies. Os parâmetros deverão ser os mesmos para todas espécies/grupos monitorados?

4. Qual o caminho para a padronização de coletas/dados de espécies (levando em consideração: diferenças dos biomas/região, custos associados a cada grupo taxonômico/área de ocorrência, necessidade de especialista/voluntário/servidor de UC)?

5. Quais as informações mínimas necessárias para a integração de bancos de dados de espécies?

Deverão ser sugeridos formas de implementação para as ações de avaliação do estado de conservação das espécies, em escala nacional.

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GRUPO III. Integração da Informação Sugestão de uma estrutura (arquitetura) que possibilite a integração dos dados em biodiversidade em escala nacional Perguntas:

1. Sugestão de uma estrutura (arquitetura) que possibilite a integração dos dados em biodiversidade em escala nacional.

2. Sugestão de atores e suas vocações. 3. Avaliação da efetividade da construção de Repositórios de dados – Estabelecimento das

necessidades mínimas. 4. Avaliação de Sistemas Centralizados x Sistemas Descentralizados. 5. Recomendações para acesso aos dados de Biodiversidade (política de dados): coleções

Científicas, Projetos e Relatórios de Pesquisa (EIA/RIMA, monitoramento). 6. Sugestões para a adoção (num sistema integrado) de padrões e protocolos comuns

(sistema) integrador. 7. Etapas de elaboração de banco de dados (sistema) integrador

Deverão ser avaliados os requisitos mínimos necessários para a implementação de uma estrutura integradora de dados em biodiversidade, nas diferentes etapas de construção. GRUPO IV. Redes de monitoramento Mapeamento e listagem das potenciais instituições que monitoram/avaliam o estado de conservação da biodiversidade em cada região do país (instituições que realizam o monitoramento da biodiversidade e gerenciam dados) Perguntas:

1. Definição de pontos focais por regiões/temas (para levantamento de informações-chave para estruturação da rede)

2. Sugestões de arranjo 3. Levantamento da infraestrutura mínima necessária por instituição/tema/região 4. Barreiras para padronização/integração da informação 5. Etapas necessárias para promover a padronização/integração da informação (como

trabalhar de forma integrada) 6. Produtos esperados da rede

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PROGRAMA OFICINA DE TRABALHO

1º Dia - 23 08 2010 8:30 - Abertura: • MMA - Secretária de Biodiversidade e Florestas - Maria Cecília Wey de Brito • ICMBio - Diretor de Conservação da Biodiversidade - Marcelo Marcelino Oliveira • MCT – Coordenador de Biodiversidade - David Conway Oren

9:30 - Introdução (MMA – Braulio Dias): • Objetivos e expectativas da Oficina de Trabalho • Questões políticas chave (principais demandas) • Estrutura da Oficina de Trabalho

10:00 - Intervalo 10:15 - Mesa redonda - Indicadores de Biodiversidade: • Características gerais de indicadores e IDS (IBGE – Wadih Scandar) • 2010BIP - Parceria para Indicadores de Biodiversidade (WCMC – Damon Stanwell) • Indicadores de Biodiversidade na UE e Reino Unido (JNCC – Steve Wilkinson) • Metas e indicadores de Biodiversidade Brasileiras (MMA – Braulio Dias)

12:15 - Questões 12:30 – Almoço 14:00 – Mesa redonda - Lições aprendidas em estruturação de projetos e redes de monitoramento • GEOBON - Group on Earth Observation_Biodiversity Observation Network (GEOBON – Dora

Canhos) • Diretivas Européias - Habitats e Aves (DG Environment - Danny Charbonneau) • Monitoramento da Biodiversidade no Reino Unido (JNCC – Steve Wilkinson) • PPBIO - Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBIO – Bill Magnunson)

16:00 - Questões 16:15 - Intervalo 16:30 – Mesa redonda - Lições aprendidas em estruturação de projetos e redes de monitoramento 2 • Inventário Florestal Nacional (SFB – Guilherme Gomide) • Reef Check - Projeto de monitoramento dos recifes brasileiros (MMA – Ana Paula Prates) • Estratégias para armazenamento de dados biológicos e ambientais: experiências do

PELD/LTER e PPBio do Brasil (PPBIO – Flávia Costa) 18:00 - Questões 18:15 - Encerramento

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2º Dia - 24 08 2010 8:30 – Mesa redonda - Sistema de Informação em Biodiversidade • Sistemas de Informação em Biodiversidade na UE (DG Environment – Danny Charbonneau) • Estabelecimento de um Sistema de Informação em Biodiversidade no Reino Unido (JNCC –

Steve Wilkinson) • SIB - Sistema de Informação em Biodiversidade Colômbia (Instituto Humboldt – Eduardo Zea) • PROTEUS e WDPA - Sistemas de Informação em Biodiversidade (WCMC – Helena Pavese)

10:30 - Questões 10:45 – Intervalo 11:00 - Mesa redonda - Sistema de Informação em Biodiversidade 2 • SinBiota - Sistema de Informação Ambiental do Biota (Biota FAPESP  –  Tiago Duque Estrada) • Projeto GEF - Aprimoramento da Capacidade Brasileira de Conservar e Utilizar a Biodiversidade

através do uso e gerenciamento de Informações (MCT – David Oren) • SpeciesLink (CRIA – Dora Canhos)

12:30 - Questões 12:45 - Almoço 14:15 - Discussão em grupos - elementos para um sistema integrado de informação e monitoramento da biodiversidade 16:30 - Intervalo 16:45 - Discussão em grupos - elementos para um sistema integrado de informação e monitoramento da biodiversidade 18:00 - Encerramento

3º Dia - 25 08 2010

8:30 - Discussão em grupos - elementos para um sistema integrado de informação e monitoramento da biodiversidade 10:30 - Intervalo 10:45 - Discussão em grupos - elementos para um sistema integrado de informação e monitoramento da biodiversidade 12:15 - Almoço 14:00 - Plenário - conclusões dos grupos e encaminhamentos 16:30 - Intervalo 16:45 - Plenário - conclusões dos grupos e encaminhamentos 18:00 - Encerramento do Seminário

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RESULTADOS DOS GRUPOS DE TRABALHO

GRUPO I. Biodiversidade - paisagens Estabelecimento de Indicadores É desejável o estabelecimento de indicadores para avaliação sistemática do estado de conservação dos diferentes biomas e tipos de habitats brasileiros, entretanto, é fundamental que a lógica para definição dos indicadores/parâmetros nacionais e regionais seja diferente para ambientes terrestres e aquáticos. Por exemplo, considerando especificidades como a conectividade entre áreas protegidas em ambiente terrestres. Além do recorte “bioma” deverão ser consideradas outras unidades, como: bacias hidrográficas, ecorregiões aquáticas e terrestres. Devem-se considerar também as especificidades de cada unidade de monitoramento. Em relação à priorização de habitats/biomas, o principal critério deve ser a questão de pressão/risco e importância biológica, em especial levando-se em consideração as Áreas Prioritárias para Biodiversidade, já definidas em 2007. A questão do custo deve necessariamente ser levada em consideração, não diminuindo o valor dos parâmetros apresentados acima. É absolutamente recomendável a utilização de uma classificação única para nomeação dos diferentes tipos de habitats. Apesar de se tratar de uma tarefa difícil, o ideal é que se adote o processo já em curso levado pelo IBGE. Proposta para o Monitoramento de habitats e paisagens O Monitoramento deverá ser feito em duas escalas:

Escala nacional – Deverá ser feito na escala apropriada (a ser oportunamente determinada) com imageamento por satélite classificando de forma simples e biologicamente significativa a vegetação Escala maior – Deverão ser feitas amostragens nos vários biomas com o seguinte procedimento geral:

a. Haverá, aproximadamente, trinta áreas de amostragem, sendo metade compreendendo uma UC de Proteção Integral e seu entorno e outra sem a presença de UC;

b. O imageamento da área será analisado como tendência temporal. Observações: Sugere-se que a legenda usada em nível nacional seja, por exemplo, a relativa ao comportamento da vegetação na estação desfavorável. A amostragem na outra escala visa a ter um controle de mudança ambiental (a UC) e as mudanças em seu entorno e nas áreas sem UC. A análise da imagem deverá atender as características relacionadas ao funcionamento do sistema. Recomendações

1. Para agregar as iniciativas de diferentes instituições deve haver inicialmente uma padronização do sistema de classificação do uso e cobertura (e.g. LCCS-FAO, CORINE –EU, NatureServe). Deve ser feito um comitê para consensuar os padrões de classificação;

2. O produto mais relevante é o mapeamento do uso e cobertura do solo, atualizados a cada período definido de anos, nas escalas nacional e local;

3. Em relação ao Cadastro Ambiental Rural, deverão ser verificado os esforços em andamento nos estados, aproveitando o esforço e periodicidade dos levantamentos de uso e cobertura;

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4. Inicialmente, deve-se estabelecer um processo para sistematizar/agregar as informações existentes, nas diferentes resoluções, e disponibilizá-las aos gestores;

5. Iniciar com um piloto; 6. Devem ser consideradas outras informações, além da cobertura e uso do solo, para

subsidiar modelagens para distribuição de espécies (e.g. altimetria; pluviosidade, e outras);

7. Mapear quais iniciativas de classificação de uso e ocupação do solo e classificação de formações naturais e instituições em curso, identificando as respectivas resoluções (espacial, temporal, espectral);

8. Deverão ser sugeridas formas de implementação para as ações de avaliação do grau de conservação de habitats e paisagens, em escala nacional;

9. Estruturar a estratégia nacional de monitoramento da biodiversidade, institucionalizando-a, de modo que seja gerida por um consórcio de instituições (modelo consórcio ZEE) que tenha como objetivo a internalização da biodiversidade no planejamento territorial do país, tornando-a questão estratégica de Estado. Esta estrutura deverá ter: • Garantia de recursos no PPA; • Continuidade em longo prazo; • Definição clara de responsabilidades entre atores envolvidos;

Próximos passos (ou passos necessários) • Definição do melhor arcabouço político-institucional para implementação e gestão

da Estratégia Nacional de Monitoramento da Biodiversidade; • Mapeamento de Atores;

Reflexões Deveríamos pensar inicialmente na estrutura pretendida, nas experiências em curso (consulta à academia), o que temos que poderia ser usado? Qual(is) escala(s) devemos pensar/monitorar? Certamente, a escala nacional, cobertura e uso do solo (1 : 5 milhão, até 1 : 50 mil - desejável), é fundamental para tomada de decisões e gerenciamento dos recursos naturais. Entretanto, este mapeamento não atende a todas as demandas/particularidades, para todos os biomas, principalmente para a gestão em escala local.

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GRUPO II. Biodiversidade - espécies Critérios para avaliação do estado de conservação da biodiversidade É recomendável a utilização de indicadores para avaliação do estado de conservação da biodiversidade, tendo sido citado alguns exemplos de indicadores como riqueza (comunidades), abundância (espécies), e recrutamento. Recomendações para a seleção de indicadores

1. Deverão ser selecionados indicadores nacionais, mesmo que exista uma regionalização da obtenção da informação (ex: porcentagem de espécies ameaçadas por bioma, status de conservação de mamíferos de grande porte por bioma independente das espécies avaliadas: capivaras, golfinhos ou onças);

2. O conjunto de espécies monitoradas deve ser representativo da totalidade da biodiversidade terrestre, aquática, marinha em cada Bioma, e a discussão dos grupos específicos seria de acordo com as especificidades de cada região ou área.

3. Deverão ser contempladas as unidades ecológicas, com indicadores em todas as escalas; 4. Deverão ser utilizados os critérios da IUCN; 5. Deverá ser levada em consideração a simplicidade de protocolos.

Para a seleção de espécies ou grupos taxonômicos, deverão ser considerados: a) Capacidade instalada de taxônomos; b) Representatividade nos biomas; c) Sensibilidade ambiental do indicador às pressões; d) Capacidade instalada em coleções e) Indicadores de qualidade ambiental

Entre alguns táxons sugeridos estão: plantas dominantes, vertebrados de médio e grande porte (mamíferos, quelônios, crocodilianos), aves, anfíbios, peixes, determinados grupos de invertebrados (ex. lepidópteros, corais). Outras recomendações No caso dos indicadores que precisam ser depositados em coleções (peixes, invertebrados) é essencial uma ampliação da infraestrutura dessas coleções. As espécies ameaçadas constituem um grupo de indicadores, que precisam de programas específicos de monitoramento, priorizando as espécies de fácil detecção. As espécies invasoras também precisam ser monitoradas. Podem ser selecionadas espécies relacionadas aos objetivos de criação da unidade. No caso de monitoramento em UC, as espécies devem refletir as pressões sofridas pela UC. É recomendável que o monitoramento tenha um foco nas comunidades, com avaliações sobre a dinâmica de populações e espécies; dinâmica de mortalidade e recrutamento de plantas; cobertura vegetal para ambientes não arbóreos, dentre outros aspectos. Além disso, recomenda-se uma política de investimento, priorizando a realização de inventários básicos, que dê subsídios à elaboração de listas de espécies ameaçadas de extinção, com o estabelecimento de indicadores mínimos. Os dados já coletados, como aqueles provenientes dos monitoramentos de calor e cobertura vegetal (INPE), não devem ser desprezados. Indicadores Regionais Devem ser consideradas as diferentes pressões regionais para definição de indicadores específicos. Os critérios para seleção de indicadores regionais seriam:

a) Sensibilidade ao impacto causado pela pressão; b) Aplicabilidade no contexto específico da pressão

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c) Espécies sensíveis a introdução de espécies exóticas d) Relevância para manutenção de serviços ambientais para a sociedade no sentido lato (ex.

saúde, controle ecológico de pragas, pesca) Recomendações para a padronização de dados

- Disponibilização de recursos financeiros e humanos como fomento para a utilização de protocolos padronizados;

- Identificação dos táxons a serem monitorados e de especialistas para esses táxons distribuídos pelo país;

- Definição de protocolos padronizados simples e capacitação periódica para utilização dos mesmos;

- Investimento em capacitação de parataxonomistas e assistentes de campo; - Envolvimento das comunidades locais; - Estratégias de investimento diferenciadas para atender as necessidades regionais; - Estabelecimento de uma política de dados clara; - Indicadores monitorados podem variar de uma UC para outra (rastro de onça, queixada e

anta em Emas; avistamentos de muriqui em Serra dos Órgãos, por exemplo); - Utilizar mão de obra dos servidores ICMBio, no caso específico das UCs federais; - Garantir a dotação orçamentária adequada via PPA para o monitoramento da

biodiversidade, através de um dispositivo legal a Política Nacional de Monitoramento da Biodiversidade Brasileira.

- Criação de linhas de financiamento de projetos de pesquisa em longo prazo, com facilidade de gastos.

Informações mínimas necessárias para a integração de banco de dados de espécies - Registro único para os espécimes coletados e local de depósito; - Nome científico; - Local (município, estado, coordenadas geográficas, sítio de coleta, bioma, tipo de

vegetação, altitude/profundidade, habitat), - Data e hora, - Equipe (responsável pela expedição, coletor, assistente), método de coleta, captura ou

marcação, esforço de coleta, determinador da espécie (pessoa que identificou o material) - Cada registro deve conter atributos do sítio de coleta. - O sistema deve possuir campos estruturados e relacionar o nome científico com toda a

hierarquia taxonômica. Em resumo:

O que (espécie em questão); Onde (local que ela ocorre); Quando (temporalidade); Quanto (indicador, unidade de abundancia do táxon, grupo taxonômico); Como (metodologia); Quem (que é o responsável pelo dado).

Recomendação do grupo No mínimo, compartilhar os bancos de dados existentes entre MMA, instituições vinculadas, MCT

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GRUPO III. Integração da Informação Foram discutidas as diretrizes para o estabelecimento de uma infraestrutura nacional de informação sobre biodiversidade. Esta infraestrutura deve apresentar um catálogo de metadados, definição de normas e padrões, política de dados, portal de visualização e integração de dados através de serviços web (WebService) e interface para tomadores de decisão. A infraestrutura nacional de informação sobre biodiversidade deve:

a. Utilizar softwares livres, sempre que possível; b. Estar de acordo com os protocolos e padrões já estabelecidos pela INDE (IBGE), E-ping,

E-mag; c. Utilizar protocolos e padrões internacionalmente aceitos, sempre que possível; d. Fortalecer experiências já existentes no Brasil; e. Estabelecer procedimentos de validação da qualidade dos dados depositados no sistema

de forma automática e por análise de técnicos devidamente capacitados. Deverão estar inseridos neste processo as Instituições governamentais - federais, estaduais e municipais - as IES, as Organizações não Governamentais (ONGs), Institutos de Pesquisa, setor privado, Organismos Internacionais. Sugere-se a RNP para a implantação física da infraestrutra (com aproveitamento da infraestrutura, cache-nodes, conectabilidade, redes metropolitanas etc..); Recomenda-se a formação de uma comissão com representantes no nível federal, estadual, acadêmico, além de instituições como IBGE, representantes de projetos pré-existentes etc. Esta comissão deverá ordenar o acesso, o armazenamento, o uso e a disseminação de dados e das informações. A construção de repositórios de dados, componente fundamental do sistema, depende de processo criterioso para sua normatização e implementação. Em relação aos sistemas centralizados versus descentralizados, sugere-se que esta Infraestrutura apresente uma coordenação centralizada, com os demais componentes descentralizados e com obrigatoriedade de criação de espelhos. Em relação à política de dados, recomenda-se acesso livre, aberto, útil e utilizável a todos (com exceções justificadas). Os prazos para liberação dos dados ao público serão estabelecidos de acordo com o projeto. Etapas para implementação de um banco de dados (sistema) integrador

1. Realização de um diagnóstico, com avaliação da viabilidade e sustentabilidade da infra-estrutura;

2. Apresentação de uma proposta de implementação da infra-estrutura (incluindo modelo de gestão, mecanismos de monitoramento e controle, matriz de responsabilidades, fontes de recursos, estratégias de sustentabilidade);

3. Institucionalização da infra-estrutura (instrumento legal, internalização de processo e normas, etc.);

4. Implementação da infra-estrutura; 5. Monitoramento e ajuste do funcionamento.

É essencial o estabelecimento de um arranjo institucional para coordenação e gestão do sistema imediatamente.

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GRUPO IV. Redes de monitoramento Uma listagem inicial, não exaustiva, das instituições relevantes como pontos focais, por Bioma, para constituir parte da rede de monitoramento, foi sugerida pelo grupo (Tabela 1) Tabela 1 – Pontos focais por Bioma

Instituições Amazônia Cerrado Caatinga Mata Atlântica Pantanal Pampa Costeira

Marinha ANA X X X X X X APNE X EMBRAPA X X X X X ? Evandro Chagas X FIOCRUZ X X X X X X X FUDHAM X IBAMA X X X X X X X ICMBIO X X X X X X X INPA X INPE X X X X X X X IPJB-RJ X Mamirauá X MPEG X OEMAS X X X X X X X ONGs X X X X X SFB X X X X X X SIPAM X UNIVERSIDADES X X X X X X X UEFS X UERJ X X UF LAVRAS X X UF PELOTAS X UF Viçosa X X UFCE X UFES X UFG X UFMG X X UFMS X UFMT X UFPA X UFPB X X UFPE X X UFPR X UFRG X UFRGS X UFRJ X X X X X UFRN X UFRPE X UnB X UNESP X UNICAMP X X X X X X UNIVASF X USP X X X X X X

Obs. Deverá ser dado peso às instituições de acordo com a sua atuação (importância, volume e abrangência geográfica/temática). Outras universidades relevantes poderão ser acrescentadas.

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As Instituições deverão apresentar informações (ou ter como foco temático para a realização de pesquisas) nas seguintes áreas relativas à biodiversidade: paisagem, ecossistemas, espécies/grupos taxonômicos, comunidades, populações, genes. Em relação às pressões sobre a biodiversidade, deverão ser considerados os seguintes setores/temas (e instituições relacionadas): energia, petróleo, mineração, agricultura, pecuária, extrativismo, madeira, pesca, mudanças climáticas, desertificação e urbanismo. Como base da informação para determinados temas, foram propostas algumas instituições no âmbito nacional (Tabela 2) e no âmbito regional (Tabela 3). Além disso, deverão ser consideradas algumas instituições que não realizam monitoramento, como Museus, alguns setores do IBAMA (SISLIC/DILIC, DBCOZAM), dentre outras. Tabela 2 - Bases de informações originais - Escala Nacional

Instituição Base de informação IBAMA Licenciamento Ambiental ICMBio UCs, ARPA, Planos de Manejo, Planos de Ação, Lista de Spp. Am., SNA-Net,

SITAMAR, BDBioPrim e outras bases de Centros de Pesquisa Instituições Pesquisa MPEG, INPA, Instituto Butantã, ONGs, EMBRAPA Sede SFB INF, monitoramento das concessões florestais

Tabela 3 - Bases de informações originais - Escala Regional

Instituição Base de informação OEMAs FEPAM/RS, IF-MG… Jardins Botânicos JBRJ FNS (ex-FUNASA) Monitoramento de vetores de endemias Centros da EMBRAPA Cerrados, Pantanal, CENARGEN... Universidades ??? Programas GEOMA, PPBIO, Biota-FAPESP, ComCerrado, Rede de Parcelas

Permanentes, PDBFF, Rede meros do Brasil, Reef Check, Rainfor, Petrobras Ambiental

Proposta de arranjo institucional Como sugestão de arranjo para esta rede de instituições, foi proposto uma Pirâmide com nós institucionais locais, regionais, e um hub nacional. Além disso, uma análise de lacunas deverá ser realizada, considerando as áreas e temas de maior demanda de dados. Deve haver uma Política de dados bem definida e um compromisso de responsabilidades institucionais Deverão ser considerados os seguintes aspectos no levantamento de instituições que comporão a rede:

- Representatividade regional por biomas; - Estrutura física de suporte para atividades de campo; - Proximidade e facilidade de acesso; - Estrutura física para processamento de amostras, identificação do material e manutenção

de coleções; - Vinculação de pessoal especializado permanente; - Pessoas capacitadas, diversificadas (em formação) e dedicadas exclusivamente a rede; - Oportunidades para troca de experiências, articulação entre instituições em âmbito local,

regional e nacional; - Equipamento para coleta e análise de dados (para atender as demandas do

monitoramento); - Hardware/software para aporte de dados; - Comitê gestor/técnico.

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Principais problemas levantados para a construção da rede

- Falta de definição de táxons e temporalidade das amostras; - Falta de definição de protocolos, alvos e indicadores; - Falta de pessoal capacitado para uso de métodos padronizados e manutenção das

coletas; - Falta de pessoal capacitado e profissionalizado para agregação de dados nos sistemas,

análise e integração das informações; - Incerteza do provimento de recursos financeiros para manutenção dos programas de

monitoramento de longo prazo; - Arquitetura (falta de interoperabilidade) dos bancos de dados; - Dificuldade de integração institucional e devido às diferentes culturas organizacionais; - Falta de incentivo/políticas para compartilhamento dados; - Escassez de recursos humanos e financeiros; - Não disponibilidade de metadados; - Falta de liderança no processo; - Falta de sistema de informação para compartilhamento dos dados; - Impossibilidade de adoção de um padrão geral para coleta de dados.

Sugestões para promover a padronização/integração das informações: - Definição da política nacional de monitoramento (da biodiversidade/ambiental); - Definição do arranjo organizacional do Sistema de Monitoramento; - Estabelecimento de compromissos e responsabilidades institucionais; - Realização de uma análise de lacunas; - Definição de uma Política de dados e; - Definição do custo do processo de monitoramento e das fontes de financiamento para

sua manutenção em longo prazo (>20 anos) Produtos esperados da rede

- Geração de informações temporais sobre organismos capazes de compor indicadores sobre o estado de conservação da biodiversidade

- Criação do Sistema Nacional de Monitoramento da Biodiversidade como contribuição essencial para o monitoramento ambiental

- Programa de capacitação estabelecido para monitoramento da biodiversidade - Avaliação periódica sobre a eficiência da rede (custos vs. benefícios) - Mapas atualizados de uso e cobertura do solo nos biomas/bacias; - Avaliação da saúde/eficácia das áreas protegidas (UCs); - Avaliação contínua de potenciais reservatórios de zoonoses; - Avaliação da qualidade ecológica da água; - Mapeamento das pressões e das iniciativas de monitoramento, (identificação de lacunas

de monitoramento); - Avaliação do status de conservação de espécies ameaçadas; - Avaliação do estado das espécies invasoras; - Mecanismos de análises/predição rápidas frente a ameaças e propostas mitigadoras.

Reflexões Qual o valor/ganho adicional de uma rede de monitoramento? Qual cenário de arranjo desejável para a rede de monitoramento?

(a) Top-down, redes locais, ou geográfico? (b) MMA demandando ou iniciativas pontuais se articulando?