diÁlogo & aÇÃo

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REVISTA DA EBD

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Page 1: DIÁLOGO & AÇÃO
Page 2: DIÁLOGO & AÇÃO

Carta aberta

Feliz Ano Novo!Espero que seu Natal tenha sido significativo e que seus planos para o novo ano sejam relevantes para você, para as pessoas e para Deus.Como já estamos em 2012 e o mundo não acabou como alguns anun-ciaram ano passado, continuemos anunciando e aprendendo sobre Jesus. Neste ano, aprenderemos muitas coisas novas certamente. Iniciaremos pelos primeiros três Evangelhos, depois viajaremos pelos desertos com Moisés no estudo do Êxodo; leremos as cartas do apóstolo Paulo e veremos seus conselhos para a vida e, quase no fim do ano, pensaremos um pouco sobre a mordomia cristã, pois somos chamados para uma vida consagrada.

Os encontros deste trimestre serão muito proveitosos. Exploraremos, juntos, a terra por onde Jesus passou; conheceremos aspectos de sua cultura, de sua gente, de seus costumes. Até de sua adolescência, falaremos. Afinal, se as crianças podem cantar “Jesus foi criança como eu”, nós também podemos entoar “Jesus foi adolescente como eu”. O que é mais fascinante quando se estuda a vida de Jesus é que, cada vez que você retorna aos Evangelhos, tem novas percepções do texto. Estou animadíssimo com este trimestre; espero que você também esteja.

Ah, e temos também os textos da Divisão de Crescimento Cristão (DCC), em que refletiremos sobre questões sociais, história dos batistas e missões.

Escreva para nós, envie as fotos da sua turma, dê suas sugestões, afinal, esta revista é feita para você e por você.

Abração e paz do Mestre Jesus para todos nós.

Carlos Daniel

1o Trimestre – 2012 1

Page 3: DIÁLOGO & AÇÃO

2 Diálogo e Ação Aluno

Expediente Revista do adolescente cristão – 1T12ISSN 1984-8595

Esta é uma revista destinada a adolescentes (12 a 17

anos), contendo lições para a Escola Bíblica Dominical

e estudos para a União de adolescentes (Divisão de

Crescimento Cristão), passatempos bíblicos e outras

matérias que favorecem o crescimento do adolescente

nas mais diferentes áreas

Publicação trimestral da JUERPJunta de Educação Religiosa e Publicações

da Convenção Batista BrasileiraCGC (MF) 33.531.732/0001-67Jan.Fev.Mar. 2012 – Ano 80 – N° 321

EndereçosCaixa Postal 320 – Rio de Janeiro, RJ

200001-970 – Tel.: (21) 2298-0960 e

2298-0966Telegráfico: BATISTASEletrônico: [email protected]: www.juerp.org.br

Direção GeralAlmir dos Santos Gonçalves Júnior

Conselho EditorialCarrie Lemos Gonçalves, Celso Aloísio Santos

Barbosa, Ebenézer S. Ferreira, Francisco

Mancebo Reis, Gilton M. Vieira, Ivone Boechat

de Oliveira, João Reinaldo Purim, José A. S.

Bittencourt, Lael d’Almeida, Margarida Lemos

Gonçalves, Pedro Moura, Roberto A. Souza e

Silvino C. F. Netto

Coordenação EditorialSolange Cardoso A. d’Almeida (RP/16897)

RedaçãoCarlos Daniel

Conselho Geral da CBBSócrates Oliveira de Souza

Produção EditorialStudio AnunciarImagens: www.sxc.hu e freedigitalphotos.net • (Arte de capa com

imagens 1368872_68555994 e 1291284_92832949 de www.sxc.hu)

Produção GráficaWilly Assis Produção Gráfica

DistribuiçãoEBD–1 Marketing e Consultoria Editorial Ltda.

Caixa Postal 28.506 – CEP 21832-970

Tel.: (21) 2104-0044 – Fax: 0800 21 6768

E-mail: [email protected]

[email protected]

Nossa missão: “Viabilizar a cooperação entre as igrejas batistas no cumprimento da sua missão

como comunidade local”

Diálogo e ação

2 Diálogo e Ação Aluno

Page 4: DIÁLOGO & AÇÃO

1o Trimestre – 2012 3

Sumário

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90919396

Carta abertaSoltando o verbo (carta dos leitores)Desenhos da galeraEstudo especialAbertura do trimestre – EBD

EBD – Tema do trimestre: Os Evangelhos SinóticosEBD 1 – Falando sobre Jesus EBD 2 – O contexto histórico de JesusEBD 3 – Os primeiros 30 anos de Jesus EBD 4 – O precursor de Jesus EBD 5 – Contra as forças do mal EBD 6 – O início do ministério de Jesus EBD 7 – Enfrentando oposição EBD 8 – Na hora da angústia EBD 9 – O prazer de servir EBD 10 – Histórias para quem gosta de aprender EBD 11 – Contando com Deus EBD 12 – Pelo sim e pelo não EBD 13 – Glórias sem fim

Entre as letras

Abertura do trimestre – DCC

Unidade 1 – Questões sociaisÉ preciso ser tão pobre?Há saída para a fome?O corpo adolescente, como vai?Um hino ao amor

Unidade 2 – História dos batistasMinhas origensPrincípios batistasDoutrinas batistasSer batista

Unidade 3 – MissõesMissões: a igreja em açãoA igreja para os outrosAlém dos maresMuito além das fronteiras

Cantinho do poetaPara ser sal (reflexão)Nosso dicionárioMapa da Palestina

Page 5: DIÁLOGO & AÇÃO

4 Diálogo e Ação Aluno

Soltando o verbo

Neste espaço, você tem a chance de dizer para o Brasil o que pensa. Adolescentes, como você, irão refletir sobre

o que você diz e emitir, também, a sua opinião.

Contatos

Queria muito que meus contatos aparececem na revista Diálogo e Ação, meu nome é Sâmara Laís, tenho 18 anos e faço parte da PIB em Caetés 2, Abreu e Lima, PE .

CONTATOS: Email e msn: [email protected] Twitter: @Samara_Nasc

God Bless *-*

Sâmara LaísPIB Caetés Dois

Abreu e Lima, PERESPOSTA: Olá, Sâmara, thank you! Obrigado por seu e-mail. Aqui pedido feito é pedido atendido, por isso, acima estão seus contatos. Espero que proporcionem saudáveis amizades para você. Sua poesia saiu na edição do trimestre passado. Um abraço da galera da revista para toda a sua turma aí da PIB.

Page 6: DIÁLOGO & AÇÃO

1o Trimestre – 2012 5

Olá, galera! Eu sou aluno da revista Diálogo e Ação e vi que vo-cês disponibilizam espaço para os poetas (rs). Posso fazer parte dessa também? Segue em anexo um de minha autoria. Vida longa e próspe-ra a todos.

Paulo Henrique dos Reis Jr.

RESPOSTA: Olá, Paulo Henrique, claro que pode. Não só você, mas todos os que quiserem. Recebemos sua poesia e já publicamos nessa revista. Abração e vida longa pra você também.

Querido adolescenteEnvie sua carta para Caixa Postal 320 – Rio de Janeiro, RJCEP 20001-970 ou seu e-mail para [email protected]

A identidade batista

Aproveitando que neste trimestre

conheceremos um pouco mais sobre a

história dos batistas, sugerimos que vocês

assistam o vídeo “A identidade batista”

feito pelo pastor Israel Belo de Azevedo.

O vídeo também está no youtube, mas

para sua comodidade disponibilizamos

aqui o QR-CODE do vídeo. Para assistir

basta instalar um aplicativo em seu celular

e "fotografar" o código.

Page 7: DIÁLOGO & AÇÃO

6 Diálogo e Ação Aluno 1o Trimestre – 2012 7

Se você tem algum desenho e gostaria de compartilhar, envie-nos um email: [email protected]

Este trimestre temos um desenho preparado pelo Carlos Henrique, da Igreja Batista Itacuruçá, no Rio de Janeiro. Parabéns, Carlos Henrique.

Desenhos da galera

6 Diálogo e Ação Aluno

Page 8: DIÁLOGO & AÇÃO

6 Diálogo e Ação Aluno 1o Trimestre – 2012 7

Estudo especial

Evangelhos Sin...

o quê?Evangelhos Sinóticos! Este é o assunto da vez. A palavra “sinóticos”

significa “visões paralelas”. Quando falamos dos Evangelhos Sinóticos estamos falando dos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Eles são chamados de “sinóticos” porque são bastante parecidos em conteúdo, embora a mensagem central de cada um seja diferente. O Evangelho de João ficou fora deste grupo por ser bastante diferente em conteúdo dos outros três. Mas antes de falarmos com mais detalhes sobre cada livro, vamos conhecer um pouco mais da história que cerca a todos eles.

1o Trimestre – 2012 7

Imagem: www.sxc.hu/784493_60200268

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8 Diálogo e Ação Aluno 1o Trimestre – 2012 98 Diálogo e Ação Aluno

Um pouco de história

Após a ascensão de Jesus, por volta do ano 30 d.C., os discípulos, condu-zidos pelos apóstolos, assumiram o compromisso de anunciar a mensa-gem de salvação ao mundo. Era uma tarefa difícil já que a religião judaica era muito forte e o império romano afogava qualquer movimento que pudesse se tornar uma ameaça para ele. Mas, apesar das dificuldades, os discípulos pouco a pouco fundavam comunidades nas regiões próximas da Judeia, começando por Jerusalém, depois indo para Samaria, Galileia e mais tarde para a Síria, Grécia, Ásia (na região da atual Turquia) e Itália. Se você quiser conhecer mais desta história, o livro dos Atos dos Após-tolos apresenta como o cristianismo se espalhou rápido nos primeiros anos.

O apóstolo Paulo, ex-perseguidor de cristãos, teve um papel muito importante nessa história. Foi um missionário dedicado que fundou comunidades cristãs principalmen-te fora de Israel fazendo com que a mensagem de Jesus se espalhasse pelo mundo. Paulo escrevia cartas para es-tas comunidades a fim de orientá-las sobre como resolver seus problemas da vida cristã diária e de interpretação das Escrituras.

Em suas cartas, frequentemente, aparece o termo “evangelho” como o conteúdo da sua pregação, ou seja, a mensagem de salvação em Jesus Cristo. Esta palavra originalmente significava a gorjeta que se dava ao mensageiro portador de uma notícia. Se a notícia era boa, a gorjeta era maior. Mais tar-de, passou a significar a própria boa notícia.

"Em suas cartas, frequentemente, aparece o termo

“evangelho” como o conteúdo da sua pregação, ou

seja, a mensagem de salvação em Jesus Cristo. Esta

palavra originalmente significava a gorjeta que se

dava ao mensageiro portador de uma notícia. Se

a notícia era boa, a gorjeta era maior. Mais tarde,

passou a significar a própria boa notícia"

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Uma característica do evangelho que Paulo anunciava era a ausência de episódios envolvendo o Jesus nazareno, presente entre os homens e mulheres que, com seus gestos, ações e palavras, revelava a misericórdia de Deus para a humanidade. A mensagem que Paulo anunciava se concentrava muito na vi-são de um Cristo que havia ressuscitado e que habitava com Deus no céu.

Por outro lado, nas diversas comuni-dades recém-fundadas circulavam me-mórias de Jesus no seu dia-a-dia e no seu convívio com os discípulos, como seus discursos, suas parábolas e histórias de milagres. Tudo indica que também havia músicas e textos doutrinários que lembravam o nascimento, a morte e a ressurreição de Jesus.

Antes que as memórias se perdessem ou fossem contaminadas por ideias que

nada tinham a ver com a mensagem da salvação, alguns homens se comprome-teram a registrar na forma de textos as memórias do Jesus humano que habi-tou entre nós. Era importante resgatar a imagem do Deus que se fez homem para que as comunidades entendessem como viver de maneira justa a partir do modelo Jesus Cristo. É neste contexto que encontramos os “Evangelhos”.

O Evangelho de Marcos

A primeira obra literária a registrar eventos da vida de Jesus foi o Evan-gelho de Marcos, mesmo ocupando a segunda posição na lista dos livros do Novo Testamento. Este Evangelho foi escrito com uma finalidade precisa: responder à pergunta “quem é Jesus?” A partir de textos construídos com

"Os discípulos, conduzidos pelos apóstolos, assumiram o compromisso de anunciar a mensagem de salvação ao mundo. Era uma tarefa difícil já que a religião judaica era muito forte e o império romano afogava qualquer movimento que pudesse se tornar uma ameaça para ele"

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10 Diálogo e Ação Aluno 1o Trimestre – 2012 1110 Diálogo e Ação Aluno

simplicidade, o autor não desenvolve teorias e doutrinas. Apenas registra o que Jesus fez. Seu objetivo era que o leitor chegasse sozinho à conclusão de que Jesus era o Messias, o Filho de Deus.

Originalmente, era um texto anô-nimo. Somente mais tarde, por volta de 135 d.C., um homem chamado Papias, um líder da igreja, estudando a tradição cristã, disse que o autor seria João Marcos e o texto recebeu o título que temos hoje. Provavelmente, o livro foi escrito entre 65 e 70 d.C. – quase 35 anos depois da ressurreição de Jesus.

Com o Evangelho de Marcos, a palavra “evangelho” assume novo sentido. Além de se referir ao con-teúdo da mensagem, agora passava a representar um estilo literário novo que influenciou significativamente a história da igreja cristã.

Os Evangelhos de Mateus e de Lucas

Depois que o Evangelho de Marcos ficou pronto, outros autores também se motivaram a escrever Evangelhos incluindo pontos de vista pessoais e fatos que não foram incluídos por Marcos. Naturalmente, usaram o pri-meiro Evangelho como fonte de infor-mações e também consideraram outras fontes disponíveis, como testemunhos de pessoas, alguns documentos e o que mais acharam útil.

O segundo Evangelho a ser escrito, por volta do ano 80 d.C., foi o Evan-gelho de Mateus atribuído ao apóstolo Mateus, o antigo cobrador de impostos também chamado Levi. É, sem dúvida, o mais didático (por isso, foi colocado em primeiro lugar) e tem dois objetivos claros: mostrar que Jesus é o “Emanuel”, o Deus conosco que inaugura o reino de Deus, e provar que Jesus é aquele que atende toda a expectativa gerada no Antigo Testamento. Sobre o reino de Deus, Mateus destaca que seus valores são completamente opostos aos valores do mundo e o modelo de homem justo a ser seguido é Jesus.

O terceiro Evangelho a ser escrito, o Evangelho de Lucas, é cheio de deta-lhes e tem por objetivo mostrar que o projeto de salvação que Deus preparou para o homem acontece na história hu-mana. Não é um evento para o além. O livro enfatiza a realidade dos mais

"Com o Evangelho de Marcos, a palavra “evangelho” assume

novo sentido. Além de se referir ao conteúdo da mensagem, agora passava a representar

um estilo literário novo que influenciou

significativamente a história da igreja cristã"

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humildes como alvo da graça de Deus em oposição à opressão causada pelos mais poderosos. Foi escrito entre 80 e 85 d.C. e o autor, ao que tudo indi-ca, foi o mesmo do livro de Atos dos Apóstolos. A tradição atribuiu a auto-ria a Lucas, um médico companheiro de Paulo. Ele não era um apóstolo e, provavelmente, nem conheceu Jesus pessoalmente, mas destaca que fez um cuidadoso estudo de tudo o que acon-teceu. O destinatário é um amigo seu chamado Teófilo, provavelmente um não-judeu convertido ao cristianismo.

O Evangelho de João e outros Evangelhos

O Evangelho de João foi o último a ser escrito (entre 95-100 d.C.). Parece que o autor deste Evangelho se baseou em fontes totalmente distintas dos três anteriores compondo uma obra bastan-te particular. Considerando as cenas em que as histórias se passam e os discur-sos de Jesus, ele é muito diferente dos outros três. Por isso, não faz parte do grupo dos Evangelhos Sinóticos. Seu objetivo é mostrar que Jesus é Deus e

Novo Testamento

"Depois que o Evangelho de Marcos ficou pronto, outros autores também se motivaram a escrever

Evangelhos incluindo pontos de vista pessoais e fatos que não foram incluídos por Marcos.

Naturalmente, usaram o primeiro Evangelho

como fonte de informações e também consideraram outras

fontes disponíveis, como testemunhos de pessoas, alguns documentos e o que mais acharam útil"

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12 Diálogo e Ação Aluno12 Diálogo e Ação Aluno

é o Cordeiro perfeito que tira o peca-do do mundo. Tudo para combater o movimento gnóstico que estava conta-minando a doutrina da igreja daquele tempo dizendo que Jesus não podia ser Deus por ter natureza humana.

Posteriormente, outros Evangelhos surgiram e supostamente contariam trechos da vida de Jesus. Mas nenhum deles foi considerado inspirado. Talvez, você já tenha ouvido falar em Evange-lho de Maria Madalena e Evangelho de Judas. Eles fazem parte de um conjunto de textos chamados “apócrifos”. Muitos deles contêm histórias fantasiosas sobre Jesus e tentam influenciar o leitor com conceitos errados sobre Jesus.

Algumas dicas para ler e estudar os Sinóticos

Para finalizar, aqui vão algumas di-cas para que você consiga estudar os Evangelhos com mais profundidade:

Inicialmente, conheça cada livro indi-vidualmente. Tente identificar a sequência de ideias do autor. Com que objetivo ele estaria escrevendo aquele livro? Para qual público? Como isso influencia a mensa-gem e o texto? Como Jesus é apresentado? Qual a relação entre o Jesus apresentado e a sequência de mensagens do livro?

Agora que você já conhece cada Evangelho, tente cruzar as informa-ções. Quais as semelhanças? E as

Podemos dizer que nosso objetivo é reinterpretar os princípios da mensagem para o nosso tempo. Isso já é um grande desafio!

Chamamos isso de “releitura”. Embora naquele tempo não houvesse internet, cinema, shopping centers, os problemas do homem são todos

parecidos independentemente da época

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1o Trimestre – 2012 13

diferenças? Como as informações se completam? Concordam em todos os pontos?

Lembre que os textos foram escri-tos para um público cerca de 2.000 atrás. Teremos grande dificuldade de entender alguns aspectos cultu-rais e textuais. Isso é natural, mas não impede que estudemos a Bíblia. Podemos dizer que o nosso objeti-vo é reinterpretar os princípios da mensagem para o nosso tempo. Isso já é um grande desafio! Chamamos isso de “releitura”. Embora naquele tempo não houvesse internet, cinema, shopping centers, os problemas do homem são todos parecidos indepen-dentemente da época.

Sempre leve em conta os textos ao redor dos versículos que você consi-derar importantes. Evite criar regras com apenas um versículo. Conhecer

o contexto é fundamental. A pergun-ta que devemos responder é: “O que este versículo quer dizer no meio desse texto todo?” Lembro-me bem das pa-lavras da professora nas aulas da EBD quando era adolescente na Segunda Igreja Batista do Rio de Janeiro: “texto sem contexto é pretexto para confu-são”. Isso vale para tudo na vida!

Sempre que tiver dúvidas, pergunte ao seu professor da EBD ou ao pastor. Eles podem ajudar bastante.

Seguindo estas dicas, você terá o seu caminho como estudante da Bíblia bastante facilitado. Agora, chega de conversa e mãos à obra!

________________

Jakler Nichele Nunesprofessor na EBD de jovens

da Igreja Batista ItacuruçáRio de Janeiro, RJ.

"Sempre leve em conta os textos ao redor dos versículos que você considerar importantes. Evite criar regras com apenas um versículo. Conhecer o contexto é fundamental. A pergunta que devemos responder é: O que este versículo quer dizer no meio desse texto todo?”

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Os Evangelhos Sinóticos(Aprendendo sobre Jesus)

Objetivos: Os estudos deste trimestre têm o objetivo de levar os adolescentes a co-nhecerem um pouco mais sobre o que os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas dizem sobre Jesus, sobre seu contexto histórico, sobre suas experiências. Lembrando que o termo sinótico é devido à semelhança existente entre esses três Evangelhos.

Estudos da EBDEBD 1 – Falando sobre Jesus (Mateus 1.1-17; Marcos 1.1; Lucas 1.1-4)EBD 2 – O contexto histórico de Jesus (Mateus 22.15,23; Lucas 2.1-7; 3.1,2)EBD 3 – Os primeiros 30 anos de Jesus (Marcos 6.3; Lucas 2.39-43, 46-52)EBD 4 – O precursor de Jesus (Mateus 3.4-17)EBD 5 – Contra as forças do mal (Lucas 4.1-13)EBD 6 – O início do ministério de Jesus (Marcos 1.14,15; Lucas 4.16-21)EBD 7 – Enfrentando oposição (Marcos 2.3-8, 16,17; 3.1-6)EBD 8 – Na hora da angústia (Mateus 8.23-34)EBD 9 – O prazer de servir (Marcos 3.1-19; Lucas 6.12-16)EBD 10 – Histórias para quem gosta de aprender (Marcos 4.1-9; Lucas 18.18-30)EBD 11 – Contando com Deus (Marcos 5.21-29, 34-43; Lucas 7.20-23)EBD 12 – Pelo sim e pelo não (Marcos 8.27-33)EBD 13 – Glórias sem fim (Lucas 9.28-36)

Autor das lições

As lições da EBD deste trimestre foram escritas por Carlos Daniel de Campos, ca-sado com Vânia Bucco. O autor possui formação em teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, bacharel em Ciências Contábeis pela UFMT e especialização em Contabilidade e Finanças pela Faculdades Cândido Rondon (MT). Atualmente é pastor de adolescentes na Igreja Batista Itacuruçá na Tijuca, no Rio de Janeiro e redator da revista Diálogo e Ação da JUERP.

Abertura do trimestre

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14 Diálogo e Ação Aluno 1o Trimestre – 2012 15

Neste trimestre, aprendere-mos ou lembraremos a vida de Jesus. Nossos livros serão os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas que são os chamados Evangelhos Sinóticos, pois compartilham de uma estrutu-ra parecida ou de uma mesma visão (sin: igual; óptico: visão). Existem mais de 200 versículos semelhantes nos três Evange-lhos, porém, mesmo nessas histórias parecidas existe uma diferença na forma em que elas foram contadas e nos ele-mentos que foram incluídos ou excluídos. Se você ler o estudo especial no início da revista terá mais informações sobre esses Evangelhos.

EBD 1

1 de janeiro

Falando sobre Jesus(Mateus 1.1-17; Marcos 1.1; Lucas 1.1-4)

Leituras diárias

Segunda – Mateus 1.1-17Terça – Marcos 1.1-20

Quarta – Marcos 1.21-46

Quinta – Lucas 1.1-4Sexta – Lucas 3.23-38

Sábado – 2Timóteo 3.16Domingo – Lucas 3.1,2

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16 Diálogo e Ação Aluno 1o Trimestre – 2012 17

Era uma vez...

Geralmente, quando as aulas da escola iniciam, a professora de Por-tuguês pede uma redação com o tema: “Minhas férias”. Às vezes, é meio de-sesperador, pois a pessoa olha para os amigos escrevendo que viajaram para lá ou para acolá e ela passou todas as férias em casa. Isso já aconteceu com você? É claro que não é pecado ne-nhum passar as férias em casa e, cá entre nós, tem gente que nem viaja, apenas escreve ali na redação para parecer “importante”.

Se a pessoa ficou em casa ou se viajou é o "de menos"; o importante é escrever a redação e ganhar uma nota, mas aí aparece a pergunta: “como co-meçar esse texto?” Como iniciar uma história? Não sei se Mateus, Marcos ou Lucas tiveram essa "crise", mas se você leu os textos do encontro de hoje deve

ter percebido que cada um começou de uma forma, de um jeito, com seu próprio estilo, contudo, a proposta dos três autores é a mesma: falar sobre Je-sus. Assim como no exemplo da escola, o objetivo é o mesmo: falar sobre as férias.

Estilos

Talvez, o início de Mateus seja o mais conhecido. É a genealogia de Je-sus. Por falar nisso, sei de muita gente que pula essa parte do Evangelho quan-do vai lê-lo (e também as genealogias que aparecem no livro de Gênesis), mas é importante ler, pois também é evangelho. Na descrição feita por Ma-teus saímos de Abraão e chegamos a Jesus passando por 42 gerações. Ma-teus escreveu para um público judeu, por isso, era importante relacionar a descendência de Jesus.

"A palavra apócrifo vem do grego apokryphos, que significa “oculto” e é o nome dado a certos

livros que não fazem parte da Bíblia por não serem considerados inspirados por Deus, pois esses

livros destoam, tem ensinamentos conflitantes com o restante da Palavra de Deus, o que não acontece com os livros que estão na Bíblia que conhecemos.

A palavra pseudepígrafos também vem do grego e significa escritos falsos e foram os livros que

surgiram durante os séculos II e III d.C."

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Page 18: DIÁLOGO & AÇÃO

16 Diálogo e Ação Aluno 1o Trimestre – 2012 17

Marcos é um Evangelho muito di-nâmico, no sentido de que tem muita ação. Ele inicia de forma direta: “Aqui começa a boa notícia de Jesus Cristo, o Filho de Deus” (Marcos 1.1 – NBV). O evangelho de Marcos já começa com Jesus adulto, diferentemente dos ou-tros dois (Mateus e Lucas); ele não narra o nascimento do Messias.

Lucas, por sua vez, é mais “acadê-mico” em seu livro. Ele diz que vários escritos já existiam, mas que ele pes-quisou, investigou e resolveu escrever seus relatos e enviá-los para seu amigo Teófilo. Lucas também escreveu o livro de Atos que, se observarmos, seria uma continuação de seu Evangelho.

E você, se fosse contar a história de Jesus, como começaria?

Apócrifos e pseudepígrafos

Calma, não são palavrões. A pala-vra apócrifo vem do grego apokryphos, que significa “oculto” e é o nome dado a certos livros que não fazem parte da Bíblia por não serem considerados inspirados por Deus, pois esses livros destoam, tem ensinamentos confli-tantes com o restante da Palavra de Deus, o que não acontece com os livros que estão na Bíblia que conhecemos. A palavra pseudepígrafos também vem do grego e significa escritos falsos e foram os livros que surgiram durante os séculos II e III d.C.

Não se sabe a quantidade exata desses livros, mas estima-se que seja algo em torno de 280 obras. Entre os Evangelhos que não são considerados inspirados por Deus, os mais conhe-cidos são:

O Evangelho de Tomé (século I) é uma visão gnóstica dos supostos mi-lagres da infância de Jesus;

O Evangelho dos ebionitas (século II) é uma tentativa gnóstico-cristã de perpetuar as práticas do Antigo Tes-tamento;

O Evangelho de Pedro (século II) é uma falsificação gnóstica;

O Proto-Evangelho de Tiago (sé-culo II) é uma narração que Maria faz do massacre dos meninos pelo rei Herodes;

O Evangelho dos egípcios; O Evangelho arábico da infância (?)

"Lucas, por sua vez, é mais “acadêmico” em seu livro. Ele diz que vários

escritos já existiam, mas que ele pesquisou, investigou e resolveu

escrever seus relatos e enviá-los para seu amigo Teófilo. Lucas também escreveu o livro de Atos que, se observarmos,

seria uma continuação de seu Evangelho"

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18 Diálogo e Ação Aluno 1o Trimestre – 2012 19

Exercite sua memória

“Toda a Escritura nos foi dada por inspiração de Deus e é útil para nos ensinar o que é verdadeiro e para nos fazer compreender o que está errado em nossas vidas; ela nos endireita e nos ajuda a fazer o que é correto”.(2Timóteo 3.16 NBV)

O Evangelho de Pedro;O Evangelho de Filipe.

Concluindo

Muitos podem ter sido os escritos durante os primeiros séculos, mas os quatro Evangelhos que temos em nossas Bíblias é que foram reconhe-cidos pela igreja, pelos cristãos dos primeiros séculos como sendo aque-les inspirados por Deus. Cremos que foi o próprio Deus quem conduziu todo esse processo de formação da Bíblia.

Alguém pode se perguntar se é er-rado ler um desses livros apócrifos, a resposta é que não é errado, mas que, se lermos, devemos ter claro em nossa mente que não são Bíblia; são apenas livros. Certamente que quem procurar um desses livros para ler é porque já leu os Evangelhos bíblicos e poderá, por si só, perceber a diferença.

Convido você para lermos juntos as histórias sobre Jesus contidas em Mateus, Marcos e Lucas nos próximos três meses em que estudaremos essa revista. Até domingo que vem.

registra os milagres que Jesus teria pra-ticado na infância, no Egito, e a visita dos magos de Zoroastro;

O Evangelho de Nicodemos (sécu-los II ou V) contém os Atos de Pilatos e a Descida de Jesus;

O Evangelho do carpinteiro José; A História do carpinteiro José;O Passamento de Maria (século

IV) relata a assunção corporal de Ma-ria e mostra os estágios progressivos da adoração de Maria;

O Evangelho da natividade de Ma-ria (século VI) promove a adoração de Maria e forma a base da Lenda de Ouro, livro popular do século XIII sobre a vida dos santos;

O Evangelho de um Pseudo-Ma-teus (século V) contém uma narrativa sobre a visita que Jesus fez ao Egito e sobre alguns dos milagres do final de sua infância;

O Evangelho dos doze;O Evangelho de Barnabé;O Evangelho de Bartolomeu;O Evangelho dos Hebreus;O Evangelho de Marcião;O Evangelho de André;O Evangelho de Matias;

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18 Diálogo e Ação Aluno 1o Trimestre – 2012 19

Leituras diárias

EBD 2

8 de janeiro

O contexto histórico de Jesus (Mateus 22.15,23; Lucas 2.1-7; 3.1,2)

Segunda – Lucas 1.1-25Terça – Lucas 1.57-80Quarta – Tiago 1.3,4

Comecemos o encontro de hoje com duas perguntas: primei-ra: “Em que ano você nasceu?” Segunda: “Qual era o contexto histórico desse ano?” Se olharmos rapidamente na internet descobri-remos muitas coisas. Por exemplo, quem era o presidente do País, ou o governador do Estado, se o desemprego estava alto ou baixo ou se a população era maior ou menor, entre muitas outras coisas. Hoje, queremos pensar um pouco no contexto histórico do tempo de Jesus. Como era a vida em Jeru-salém naquela época? Vejamos alguns itens.

Quinta – Lucas 2.2.20Sexta – Lucas 2.21-40

Sábado – Mateus 22.1-14Domingo – Mateus 22.15-22

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Pax Romana

Quando Jesus nasceu, o imperador romano era Augusto; ele morreu em 14 d.C. e deixou o império em paz, prosperidade e com estabilidade. Suas fronteiras estavam seguras e defini-das. Em 40 a.C., o Senado romano nomeou Herodes, o Grande, rei da Judeia. Ele governou até o ano 4 a.C. quando, então, seu reino foi dividido entre seus três filhos. Foi esse Herodes que reconstruiu o templo em Jerusa-lém, contudo, foi o mesmo que ergueu altares para deuses pagãos.

Após a morte de Herodes, o Gran-de, a Palestina tornou-se uma província administrada por quatro pessoas, cada um com uma parte, o que chamamos de tetrarcas. Eram eles:

• Arquelau, chamado He-rodes, o Etnarca, governou a Judeia de 4 a.C. a 6 d.C.

• Um romano governou a Judeia de 6 d.C. até 41 d.C.

• Herodes Antipas gover-nou a Galileia e parte da Transjordânia de 4 a.C. a 39 d.C.

• Herodes Filipe ficou com as terras do norte até 34 d.C.

Palestina

Espremida entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, a Palestina tem sido, desde tempos remotos, objeto de disputa entre muitos povos, não por causa de seu território, de apenas cerca de 27.000 Km², nem por suas riquezas naturais, bastante escassas. A cobiça advém de sua posição estratégica, por constituir uma ligação natural entre a Ásia e a África, e de sua importância religiosa, pois abriga lugares sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos. Na época de Jesus contava com, apro-ximadamente, 600 mil habitantes.

Flávio Josefo, o famoso historiador judeu, registra que o imperador César, baixou um decreto isentando os judeus de participarem dos exércitos romanos e liberando-os para praticarem livre-mente a religião de seus pais.

Geografia

O relevo, muito acidentado, é fator decisivo no regime das chuvas: a Gali-léia, encostada aos 2.800m do Monte Hermom, recebe tanta água quanto as cidades mais úmidas do Brasil. A planície do Saron (abaixo do Carme-lo), a região montanhosa da Palestina central e a Transjordânia são também tão regadas como a região do ABC paulista.

Infelizmente, as chuvas caem pra-ticamente todas entre novembro e

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março, e em pequena quantidade em outubro e abril. O verão é totalmente seco. O relevo faz com que essa água escorra imediatamente, quase sem pe-netrar no solo, bem pobre em argila, não conseguindo conservá-la.

Galileia

Os galileus eram, geralmente, des-prezados pelos líderes religiosos de Jerusalém e Jesus era de Nazaré, uma cidadezinha sem muita importância da Galileia, isso contribuía ainda mais para que os líderes religiosos perse-guissem a Jesus. Entretanto, a maior parte de seu ministério desenvolveu-se ao redor do mar da Galileia.

Alimentação

Uma grande parcela da dieta ali-mentar no calor da Palestina era com-posta por vegetais. Quando se comia carne era devido a visitas importantes. Também fazia parte da dieta: cereais (milho, trigo), peixes e pão. Lavar as mãos antes das refeições, que eram, praticamente, duas – café-da-manhã e ceia no fim da tarde – era essencial e considerado como um dever religioso (Marcos 7.3).

O templo

O templo é sob todos os pontos de vista o centro de Israel. O primeiro

Maquete do segundo templo de Herodes em exposição no jardim do Hotel Holyland

em Jerusalem e a estátuta do imperador romano Augusto, contemporâneo do

nascimento de Jesus

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Exercite sua memória

“Mas o anjo lhes disse: ‘Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor’”. Lucas 2:10-11

edifício foi construído por Salomão e destruído quando Jerusalém foi con-quistada em 587 a.C. por Nabucodo-nozor. O segundo templo, reconstruí-do após a volta do exílio e inaugurado em 515 a.C., era muito mais modesto. Foi reedificado por Herodes em bases completamente novas. Inclusive, mui-tas vezes, se designa a história judaica entre 538 a.C. e 70 d.C. pelo nome de período do Segundo Templo.

A sinagoga

Existia um só templo, que ficava em Jerusalém, porém, existiam muitas sinagogas que eram frequentadas se-manalmente pelos judeus e eram lá que eles prestavam seus cultos. É como se fossem nossas igrejas hoje. O costume da sinagoga deve ter se originado após a volta do cativeiro da Babilônia.

As festas

Três festas exerciam, em Israel, um papel importante; eram momentos em que o povo fazia questão de se reunir para manifestar a solidariedade que unia seus membros e para celebrar as grandes intervenções do Senhor, li-bertador de seu povo. São três as festas de peregrinação: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos ou Tendas.

Sugestão

Foi nesse tempo que Jesus viveu. Sugiro que você pesquise mais coisas sobre aquele momento da história. Ajudará na sua visão do pano de fundo por onde Jesus andou, orou e ensinou.

"Quando Jesus nasceu o imperador romano era

Augusto, ele morreu em 14 d.C. e deixou o império em paz, prosperidade e com

estabilidade. Suas fronteiras estavam seguras e definidas. Em 40 a.C. o senado romano nomeou Herodes, o Grande,

rei da Judéia. Ele governou até o ano 4 a.C. quando, então, seu reino foi dividido entre

seus três filhos"

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EBD 3

15 de janeiro

Os primeiros 30 anos de Jesus

(Marcos 6.3; Lucas 2.39-43, 46-52)

Segunda – Mateus 1.1-17Terça – Mateus 1.18-25Quarta – Mateus 2.1-12

Quinta – Mateus 2.13-23Sexta – Lucas 2.41-52Sábado – João 1.1-18Domingo – Marcos 6.3

Leituras diárias

A Bíblia não dá muitos detalhes sobre o que Jesus fez durante seus pri-meiros 30 anos de vida. Existem mui-tas especulações, porém nenhuma é bíblica. Há pessoas que acreditam que Jesus tenha ido à Índia aprender com os grandes gurus toda a sabedoria que ensinou posteriormente, entre outras histórias. Entretanto, para nós, os que cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus, essas historietas não importam, pois o que precisamos saber sobre Jesus é o que está reve-lado nos Evangelhos. No capítulo 2 de Lucas há, contudo, uma citação sobre o início da adolescência de Jesus. Pode ser que você que esteja lendo a revista nesse momento tenha, também, doze anos.

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A festa

Quando lemos esse texto de Lu-cas percebemos que Jesus vivia uma vida normal como um menino judeu daquela época. Assim, todos os anos, como era o costume, sua família ia para Jerusalém para a festa da Páscoa. Importante lembrar que eles iam para Jerusalém porque moravam em Naza-ré, na região da Galileia (veja o mapa).

Segundo a Lei dada por Moisés em Êxodo 23.14-17, todo homem judeu precisava participar de três festas anu-ais: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculo. Como muitos judeus moravam distan-te de Jerusalém, escolhiam uma das festas para participar. Vemos que José ia anualmente à festa da Páscoa, que celebrava a saída do povo hebreu do Egito (Êxodo 12).

Provavelmente Jesus estivesse aguar-dando por aquela viagem, pois quem é que não gosta de viajar para um local cheio de novidades, como provavelmen-te deveria ser Jerusalém? Afinal, lá ficava o templo, lá era o local onde grandes acontecimentos do povo judeu tomaram formas. E você, gosta de viajar? Sua fa-mília celebra anualmente alguma festa? No Brasil é comum todas as famílias se unirem no Natal. Para a família de Je-sus, celebrar a Páscoa era lembrar o que Deus havia feito por eles no passado, resgatando-os do Egito. E, para nós, será que celebrar o Natal é, realmente, lembrar a vinda de Jesus à terra?

A busca

Após a festa, as famílias costumavam voltar juntas e, geralmente, as mulheres iam à frente com os filhos menores e os homens, com os filhos mais crescidos, atrás. Provavelmente, Maria pensou que Jesus estivesse com José e vice-versa. O fato foi que quando perceberam já tinham andado bastante e tiveram que voltar para buscar o filho. Isso me fez lembrar uma amiga cujo pai se esqueceu de buscá-la no colégio. Todos os colegas dela foram embora e quando a professora ligou para o pai, ele disse que havia se esquecido com-pletamente. Hoje é engraçado contar, mas quando aconteceu, para minha amiga, não foi nada legal.

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Diferentemente de minha ami-ga, que foi encontrada por seu pai chorando porque havia sido esque-cida, José e Maria encontraram Jesus calmamente conversando com, nada mais nada menos, os Mestres da Lei. Para se ter uma ideia, é como se hoje você pegasse o que está aprenden-do em matemática aí na sua escola e fosse para a universidade discutir com os doutores em matemática de lá. Quando os pais de Jesus o en-contraram penso que tiveram três surpresas:

• Encontraram Jesus seguro e no meio dos doutores da Lei;

• Os doutores estavam impressio-nados com a sabedoria do menino;

• Ouvir de Jesus que ele estava tra-tando de negócios do Pai.

É certo que o menino judeu possuía um ritmo mais intenso de estudos da Bíblia que nós temos, mas o interesse demonstrado por Jesus é incrível. Você, adolescente, tem o hábito de conver-sar sobre a Bíblia com seu professor ou professora de EBD ou seu líder ou com o pastor da igreja? Infelizmente, a maioria das pessoas não estuda a Bíblia e preferem receber tudo “mastigado” no sermão do pastor. Que tal comprar um caderno de anotações e, neste tri-mestre, enquanto for lendo os textos ir anotando aquilo que você entende, suas dúvidas e os princípios que você consegue captar no texto?

Imagem panorâmica atual da cidade de Jerusalém para onde Jesus viajou com sua famíla quando ainda era um adolescente

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Exercite sua memória

“Maria, porém, guardava todas essas coisas em seu coração”. (Lucas 2.51b)

Às vezes só porque conseguimos algumas notas boas no colégio (o que é mais que obrigação) nos achamos no direito de exigir coisas dos nossos pais, mas aprendemos com Jesus que a humildade precisa ser cultivada desde cedo. Ele era o Filho de Deus, acabara de chamar Deus de "Meu Pai", poderia ter ficado ali, se quisesse, mas preferiu voltar com seus pais e, diz o texto, era obediente a eles.

Espero que, mesmo com essa pe-quena história sobre os primeiros 30 de anos de Jesus, possamos aprender com ele, que é nosso Mestre em tudo, como agir com os assuntos referentes a Deus e à família.

A revelação

Quando Maria encontra Jesus e per-gunta por que ele fez aquilo, sua resposta foi outra pergunta: “por que vocês estão me procurando?” E em seguida mais outra: “não sabem que preciso estar na casa de meu Pai?” O versículo 50, do capítulo 2, diz que eles não entenderam o que ele quis dizer.

Nessa passagem, Jesus refere-se a Deus como "meu Pai", ou seja, ele revela uma ligação íntima com Deus. Contudo, isso não lhe sobe à cabeça, e o versículo 51 diz que Jesus voltou para Nazaré com seus pais e lhes era obediente. Que exemplo!

Maquete do segundo templo de Herodes em exposiçãono jardim do Hotel Holyland em Jerusalem