diagnóstico-flash ao mercado · • o acréscimo das exportações em 2014 foi de apenas 1,8% e o...
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Diagnóstico-flash ao mercado
AEP| Outubro, 2016
Âmbito
O que se pretende com este artigo é, de forma muito resumida, apresentar alguns dados do
mercado da Colômbia num formato flash que ajude ou facilite a tomada de decisão de quem
tem este mercado como destino e/ou prioridade.
Na imagem acima podemos observar os 10 principais clientes das exportações
portuguesas em 2015. Os outros, aonde se inclui o mercado da Colômbia representam
23,8% das exportações. A fatia da COLÔMBIA é pequena, 82 milhões euros (2015), mas a
taxa de crescimento médio das exportações portuguesas esteve nos 50% nos últimos 4
anos - 26,1Meur em 2011 para 82Meur em 2015.
Situação económica e perspectivas em resumo
• 3º pais mais populoso da América Latina – 50 milhões de habitantes; Capital
Bogotá – 8M; Meddelin – 3M; Cali – 2,5M; Barranquilla – 1,5M
• 29ª economia do Mundo em termos de PIB, 4º na América Latina
• Enorme diversidade territorial e detentora de uma grande variedade de recursos
naturais
• Maior produtor mundial de esmeraldas, o segundo maior produtor de ouro e
platina, o quarto maior produtor de carvão e possui ainda as maiores reservas de
carvão, as segundas maiores de petróleo e as terceiras maiores de gás natural da
América do Sul
• Produtos agrícolas - café, as flores, as bananas, o arroz, o tabaco, o milho, a cana-
de-açúcar, o cacau, as oleaginosas e os legumes; o camarão e os produtos
florestais também são relevantes
• Principais indústrias - os têxteis, os alimentos transformados, o petróleo, o
vestuário e o calçado, as bebidas, os químicos, o cimento, o ouro, o carvão e as
esmeraldas
• O peso dos serviços no PIB é de 58% , representando a indústria 37% e o setor
primário apenas 5%, segundo os dados do EIU (Economist Intelligence Unit) 2015
• O longo conflito interno e as atividades ligadas ao narcotráfico representam fontes
de violência e instabilidade, embora estejam em resolução com um acordo de paz
celebrado em Setembro de 2016 (guerrilha, FARC)
• A taxa de inflação média está nos 3%, logo controlada, com a moeda COP (peso
colombiano) estável (1 eur = 3300 cop)
• Nos próximos cinco anos, espera-se que possa continuar a existir um forte
crescimento do consumo privado, prevendo-se uma taxa média anual de 4,2%
• Perspetiva-se que o consumo público possa permanecer elevado devido à
implementação dos programas que implicam despesas sociais e ao aumento das
pensões e dos custos de saúde relativos aos funcionários públicos
• Um crescimento previsto do PIB de 4% para 2016 - valor médio dos últimos anos
situou-se nos de 4%
• O acréscimo das exportações em 2014 foi de apenas 1,8% e o das importações de
7,8%. No período 2015-2019, as taxas de crescimento previstas das exportações
são sempre menores do que as das importações
• O cenário macroeconómico no horizonte 2018 projecta níveis de crescimento da
economia colombiana da ordem dos 5% - as fontes de crescimento, pelo lado da
oferta, residem nos sectores da construção (edifícios e obras públicas), indústria,
agricultura, serviços financeiros e serviços sociais
• Previsão para 2016 do aumento sustentado do investimento em infraestruturas, e
um crescimento gradual da capacidade produtiva doméstica
• O consumo privado registará, em média, um crescimento anual de 3,5% a partir
de 2016, resultado da expansão no acesso ao crédito, da queda do desemprego
formal e do aumento das transferências do Governo
• Assinalável afluxo de investimento estrangeiro dirigido já não só para o sector
primário extractivo, criando assim novas bases para o crescimento
• Passou a ser possível fazer planos a médio e a longo prazo, como o corroboram o
estatuto de “investment grade” do país, as taxas de juro de longo prazo (que se
situam abaixo de 5%), e um quadro macroeconómico de inflação contida e de
redução sustentada de desemprego
• A reforçar o compromisso de abertura económica e de cumprimento de standards
de economia de mercado, a Colômbia pediu a adesão à OCDE, estando o processo
a decorrer, e com final esperado até meados de 2016
• Atenção no longo prazo à Aliança do Pacifico (Mexico, Colômbia, Peru e Chile) -
bloco económico de quase 120 milhões de habitantes.
• Mas o ponto de partida, que nunca devemos ignorar no caso colombiano, é o de
uma grande desigualdade na repartição da riqueza, ou de práticas de cartelização
de mercado com consideráveis barreiras à entrada de concorrência
• A vasta maioria não tem ainda poder de compra. Daí que o mercado para bens de
consumo, numa lógica de B2C (business to consumer), seja normalmente uma
fração do que o empresário português idealizou
• 1 a 3 milhões de habitantes, os que têm capacidade para comprar “marca
importada”. Poderão estender-se a 10 milhões, os que podem atualmente
adquirir produto importado “Made in Portugal”
• Até 2014, a Colômbia terá assinado treze Tratados de Comércio Livre (incluindo
com a União Europeia), o que dá acesso preferencial a um mercado de mais de 1,5
mil milhões de consumidores
• A dimensão económica da Colômbia na vertente B2B, ou mais especificamente
nas obras públicas, pode em muitos casos corresponder à de um país muito mais
populoso, seja pelo atraso de décadas em infraestrutura pública e privada, seja
pelo potencial natural por explorar
• O Banco Mundial aconselha, a JP Morgan sublinha e já não há quem negue: a
Colômbia é um país seguro para investir, de acordo com a Standard and Poor’s, a
Moody’s e a Fitch
• Além disso, a JP Morgan Colombia assinala que o país é o segundo mais atrativo
da América Latina nos próximos três anos (2016/2019)
• Em 2011, a Colômbia foi o quinto país do mundo onde mais cresceu o
investimento direto estrangeiro, que atingiu os 13,2 mil milhões Usd
• Do ponto de vista legal, o Decreto 2080 de 2000, objeto de várias atualizações
consagra a igualdade de tratamento entre o capital estrangeiro e o nacional e o
livre acesso dos estrangeiros a quase todas as atividades, com exceção das
relacionadas com a defesa e segurança nacionais
Evolução da Balança Comercial
As importações registaram um crescimento anual expressivo desde 2009; Balança
comercial equilibrada – anos com saldo positivo e outros negativo; Taxas de cobertura
das importações pelas exportações na ordem dos 100%.
Principais Clientes
Os EUA absorveram 31,8% do respetivo total em 2013; Com percentagens bastante
inferiores, a China (8,7%), o Panamá (5,5%), a Índia (5,1%) e a Espanha (4,9%). Os cinco
principais países representaram, em conjunto, 56% do valor global nesse ano.
Principais fornecedores
Os EUA são igualmente o principal fornecedor das importações da Colômbia, com 27,7%
do montante global em 2013. Seguiram-se a China (17,5%), o México (9,3%), o Brasil
(4,4%) e a Alemanha (3,7%). O valor agregado destes cinco mercados representou cerca
de 63% do respetivo total; O conjunto dos países da UE28 absorveu 15,8% das
exportações da Colômbia e 13,4% das suas importações em 2013.
Operadores portugueses em número
De acordo com os dados publicados pelo INE, o número de empresas portuguesas
exportadoras para a Colômbia foi de 331 em 2014, ou seja, +150% do que as registadas
em 2010
A sua empresa já é ou será uma das +331 empresas? “Se não formos nós a exportar para
a Colômbia uma coisa é certa, serão outros!”
Análise SWOT ao mercado simplificada
Pontos Fortes A estabilidade macroeconómica, a melhoria do nível da segurança e um regime favorável ao investimento estrangeiro; Ambiente de negócios atractivo; Mercadorias provenientes território da UE beneficiam de isenções/reduções das taxas dos direitos; Agenda de paz e expansão territorial sobre territórios controlados pelas guerrilhas; Impacto dos tratados de livre comércio na redução do custo dos fatores de produção e estímulo ao consumo privado duma nova classe média; Programa de infraestruturas de comunicação, com interligação do país; Entrada em exploração de novos recursos naturais; Formalização da economia, bancarização da população, e acesso ao crédito a particulares; Convenção para Evitar a Dupla Tributação sobre os Rendimentos (aguarda a troca de instrumentos de ratificação para a respetiva entrada em vigor); Acordo de Cooperação no Domínio do Turismo (em vigor desde 30 de maio de 2014); Aposta na inovação como componente transversal na transformação dos produtos e prestação de serviços, que gerem valor acrescentado e emprego qualificado; Existem zonas francas e outros incentivos ao investimento
Pontos Fracos A Falsa expectativa de “Eldorado” por parte de algumas empresas portuguesas; A infraestrutura de transportes é ainda muito deficitária, o grau de interligação é pobre e a maioria das empresas assume uma dimensão regional; Mercados, que são muitas das vezes regionais ou muito fragmentados, alimentados por estruturas logísticas em aparência arcaicas; Muitas das vezes não existe “um” agente ou distribuidor para este ou aquele produto, mas vários, todos eles de dimensão irrelevante; País muito atomizado, a rentabilidade dos negócios é baseada em margens elevadas, com escassa rotação de ativos; Pouca mobilidade social, da mesma maneira que há reduzida mobilidade geográfica - consumidores são price-takers em quase tudo; País de produtos caros e de mão-de-obra barata; Obrigações prévias caras em alguns produtos alimentares, incluindo vinhos; Justiça morosa e dispendiosa
Oportunidades A “Colômbia é um Brasil acessível”, pelo que as dificuldades não são muitas, não discriminando o estrangeiro face ao colombiano; A classe média aumentou passando a representar, aproximadamente, 25% da população; Terceiro país com melhor ambiente de negócios da América Latina segundo o Doing Business 2014 (World Bank Group), como também o que mais protege os investidores na região; Recentemente anunciada a criação da “ventanilla única emprearial”, que permitirá criar sociedades em apenas 5 dias; Um país de gente jovem, confiante e afável, com um nível de educação em progressão e com bolsas de excelência; No espaço de menos de 15 anos, a transformação da Colômbia tem sido um “case study” internacional; Agenda
de paz e conquista territorial; Impacto dos tratados de livre comércio no abaixamento dos fatores de produção e estímulo ao consumo privado duma nova classe média; Programa de infraestruturas de comunicação, com interligação do país; Entrada em exploração de novos recursos naturais
Ameaças Rápido ritmo de mudança nos negócios internacionais; A Colômbia é atualmente um mercado para todos os bens e serviços. Contudo, o “Eldorado” colombiano não corresponde em muitos dos casos à dimensão imaginada; Existe a figura do “lobbyista”, na Colômbia designado de “conseguidor”, recomendando-se a cada um avaliar se são realmente determinantes; A agenda de paz em curso está a ser negociada com forças rebeldes que ocupam parte dos territórios com menor densidade populacional (interesses económicos com destaque para a sua penetração nas atividades mineira e agrícola); Parceiros culturais e históricos muito chegados, com os quais tem um relacionamento económico privilegiado, como é o caso dos EUA, do Chile e da Espanha, face aos quais a vantagem competitiva e diferenciação de Portugal são reduzidas; Ultimamente o estreitamento de relações com o Brasil é de uma evidência avassaladora
Esperamos que esta breve síntese, esteja em que grau de maturidade estiver no mercado,
facilite a tomada de decisão seja ela de maior aposta/prioridade ou não. É nossa opinião
que o mercado revela-se importante para as empresas exportadoras nacionais ou mesmo
para aquelas que equacionem abrir uma subsidiária local.
Informações e Contactos
AEP – Associação Empresarial de Portugal AEP Internacionalização Av. Dr. António Macedo ◦ 4450-617 Leça da Palmeira ◦ Portugal T:+351 22 998 1781 F:+351 22 998 1700 [email protected] ◦ www.aeportugal.pt
Conteúdo produzido no âmbito de acções de mentoring do projecto Business On the Way da Associação Empresarial de Portugal http://www.portugalbusinessontheway.com/ – todos os direitos reservados. Para mais detalhes sobre as várias iniciativas ao mercado não hesite em enviar email para [email protected] ou consultar a página http://www.aeportugal.pt.