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DIAGNÓSTICO SOCIAL PARTICIPADO Grupo Dinamizador para a Intervenção Social Participada Um caminho para a sustentabilidade das gerações futuras

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DIAGNÓSTICOSOCIAL

PARTICIPADO

Grupo Dinamizador para a Intervenção Social Participada

Um caminho para a sustentabilidadedas gerações futuras

Diagnóstico Social Participado | 2016

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“O trabalho realizado no presente, permite pensar e planear o Concelho, para encarar o futuro com mais qualidade

de vida, sustentado num plano de desenvolvimento que coloque o cidadão como alvo prioritário”.

“A realização desta Intervenção Social Participada já é um passo. O Diagnóstico dos problemas do Concelho é um

ponto de partida para futuras soluções.”

Autores:

Participantes no Workshop Participativo de dia 5 de março de 2015 Museu de Imprensa da Madeira

Diagnóstico Social Participado | 2016

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Ficha Técnica

Título: Diagnóstico Social Participado | 2016

Edição e Imagem: Câmara Municipal de Câmara de Lobos

Supervisão Técnica: Together, Rede Internacional de Territórios de Corresponsabilidade | Isabel de Sousa

Documento elaborado por: Grupo Dinamizador para a Intervenção Social Participada, integrado pelas seguintes

entidades:

Coordenação geral: Câmara Municipal de Câmara de Lobos

Vice-Presidente com o Pelouro de Intervenção Social e Educação

Sónia Maria de Faria Pereira

Equipa Técnica:

CMCL | Divisão de Desenvolvimento Social | Subunidade de Intervenção Social e Habitação

Chefe de Divisão: Elisabete Costa

Coordenação técnica: Cátia Freitas e Teresa Velosa

Apoio técnico: Alexandre Branco, Fátima Andrade, Sónia Rodrigues e Tracey Vieira

Apoio administrativo: Maria José Vieira e Teresa Azevedo

Imagem: Fábio Teles e Fátima Freitas

SRIAS | Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM | Departamento de

Desenvolvimento Social | Unidade da Zona Oeste

Aida Rodrigues

SRIAS | Investimentos Habitacionais da Madeira, EPERAM | Direção de Serviços de Inclusão

Social

Lídia Abreu e Tânia Rodrigues

SRE | DRIG | Delegação Escolar | EB23 Estreito de Câmara de Lobos

Sónia Brazão e Cristina Freitas

SRIAS | Instituto de Emprego da Madeira, IP-RAM | Pólo de Emprego Casa do Povo do

Estreito de Câmara de Lobos

Ana Nóbrega e Emanuel Gonçalves

SRS | Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira, EPE-RAM | Centros de Saúde de

Câmara de Lobos

Fátima Pontes

Colaboraram ainda:

CRM | Divisão Policial de C.ª Lobos | Esquadra da PSP Câmara Lobos – Roberto Fernandes,

Carlos Pragana, Flávio Matos e João Sobral

SRS | Direção dos Centros de Saúde de Câmara de Lobos – Fábio Camacho

SRIAS | ISSM, IP-RAM | Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Câmara de Lobos –

Alice Silva e Marisa Magalhães

SRE | Direção Regional da Educação – Vanda Oliveira e Ana Almada

SRE | Direção Regional de Inovação e Gestão – Elizabeth Gonçalves

SRE | Instituto para a Qualificação, IP-RAM – Sara Relvas e Cilísia Camacho

SRS | IASAUDE, IP-RAM | Unid. Operativa de Saúde Pública de C.ª de Lobos – Carmo Ferreira

e Paula Abreu

Diagnóstico Social Participado | 2016

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Nota prévia

O Plano de Desenvolvimento Económico e Social para o período 2014-2020 designado “Compromisso

Madeira@2020” prevê que a Coesão Social territorial deverá centrar-se no esforço de atenuação da macrocefalia

do território regional, potenciando o reforço dos centros urbanos de segunda ordem nas políticas de investimento

material e imaterial. Deste modo, importa reforçar o espaço de mobilização dos parceiros económicos e sociais na

implicação para o emprego e a inclusão social. Por outro lado, um novo ciclo de acesso e utilização dos recursos do

FSE na Região deve ser fortemente norteado pelo reforço da dimensão social, combinando incentivos à criação de

emprego, formação de competências e a redução do abandono escolar, com intervenções de combate à pobreza e

exclusão, de melhoria do acesso aos cuidados de saúde e de inclusão social. Estes pressupostos estão em linha com

as necessidades identificadas e diagnosticadas a nível regional e que fundamentaram os eixos da estratégia da UE para

as Regiões Ultraperiféricas no horizonte 2020.

Face a estes novos desafios, os municípios assumem um papel fulcral na programação e acesso aos fundos

comunitários e no planeamento estratégico local, no sentido de garantir a sustentabilidade dos seus territórios e o

desenvolvimento económico, social e ambiental.

No caso particular de Câmara de Lobos, foi adotado de modo pioneiro na Região, um projeto âncora – Agenda 21

Local – que suporta toda a gestão dos pelouros autárquicos de modo horizontal, tendo constituído, em 2014, o

grupo interno de gestão e coordenação do processo “Agenda 21 Câmara de Lobos: Realizar o Futuro”.

Concretamente na área da Coesão Social, a Agenda 21 Local pressupõe o desenvolvimento prioritário de políticas

de equidade social, através de programas que promovam a inclusão social, a criação de programas de sensibilização,

educação e formação, ligados ao desenvolvimento sustentável, a aproximação dos poderes públicos aos cidadãos e

aos diversos agentes sociais, a implementação de processos de consulta, informação e parcerias, de modo a

promover uma maior capacitação das pessoas e das instituições, através da participação nos processos de tomada

de decisão, bem como o desenvolvimento de projetos comuns e a resolução de desequilíbrios, segundo o princípio

da negociação.

Em Câmara de Lobos, a Agenda 21 Local definiu cinco vetores estratégicos de governação: o Mar, a Agricultura, a

Economia Local, o Turismo e as Pessoas. Especificamente neste último vetor, o atual órgão executivo estabeleceu

como objetivos, reforçar as políticas e os apoios nas áreas da educação e cultura e contribuir para a criação de novas

sinergias, através da promoção do trabalho em rede, promovendo uma ação concertada, na área social, e viabilizando

a comunicação e a partilha de informação, com vista à otimização de recursos e respostas sociais.

Em simultâneo e diretamente relacionado com este objetivo, pretende-se dinamizar a Economia Local e adotar

políticas municipais de desenvolvimento sustentável, privilegiando a relação com as Juntas de Freguesia, numa lógica

de proximidade, de subsidiariedade e de descentralização.

Diagnóstico Social Participado | 2016

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O Município tem vindo a cumprir estes objetivos nas áreas da educação e da intervenção social, destacando-se a

elaboração da “Carta Educativa” e o lançamento do projeto piloto “Intervenção Social Participada”, ambos

desenvolvidos ao longo do ano 2015. Estes projetos constituem pilares basilares para a revisão do Plano Diretor

Municipal, bem como para a elaboração de outros planos estratégicos, tais como o Plano Municipal de Emergência

de Proteção Civil e o Plano de Ordenamento do Território.

Em março de 2015, a autarquia propôs aos parceiros sociais chave do Concelho a criação de um Programa designado

de “Intervenção Social Participada”, tendo em conta os seguintes objetivos, a atingir a curto-médio prazo: a)

identificar grupos populacionais e áreas de intervenção prioritárias; b) construir o Diagnóstico Social, de forma

participada, tendo em conta a realidade concreta de cada Freguesia; c) elaborar o Plano de Ação na área da

Intervenção Social; d) contribuir para o alinhamento das políticas sociais com as aspirações e vontade dos cidadãos

e instituições; e) promover formas de comunicação articulada e continuada, entre cidadãos e instituições, reforçando

a proximidade e o trabalho em rede; f) otimizar recursos e inovar nas respostas sociais, promovendo o

empreendedorismo social; g) capacitar as Instituições para atrair recursos e fundos estruturais; h) capacitar os

cidadãos no seu desenvolvimento pessoal e social, tendo em vista o exercício de uma cidadania devidamente

informada e ativa.

Estas metas deveriam ser assumidas em conjunto por uma “Plataforma de Parceiros Sociais” e operacionalizados,

numa primeira fase, mediante um Grupo Dinamizador, ao qual competiria elaborar o Diagnóstico Social e Plano de

Ação concelhios, devendo estes instrumentos funcionar como motor de Desenvolvimento Social.

O desafio foi aceite pelos parceiros sociais que desde logo propuseram as linhas mestras do Programa “Intervenção

Social Participada”, garantindo uma abrangência total do território e a transversalidade de setores e agentes sociais,

incluindo os cidadãos. O projeto envolveu ativamente as cinco freguesias do Concelho, diversos organismos de

âmbito regional, tutelados pelas respetivas Secretarias Regionais, cerca de uma centena de instituições locais e mais

de duzentos cidadãos Câmara-lobenses.

A todos(as) os(as) que contribuíram para a construção deste caminho de sustentabilidade para as gerações futuras,

deixamos o nosso sincero reconhecimento, reiterando o nosso compromisso com os princípios que norteiam a

missão e a visão da autarquia, pautados pelos valores da proximidade, da transparência, da responsabilidade, da

sustentabilidade, da qualidade e do rigor.

Câmara de Lobos, 30 de maio de 2016.

Sónia Maria de Faria Pereira

(Vice-Presidente com o Pelouro de Intervenção Social e Educação)

Diagnóstico Social Participado | 2016

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Índice Geral

Introdução ................................................................................................................................................................... 13

Metodologia ....................................................................................................................................................................................... 14

Capítulo I – Caraterização Geral do Concelho .......................................................................................................... 24

1. Nota histórica ......................................................................................................................................................................... 25

2. Enquadramento geográfico .................................................................................................................................................. 29

3. Caraterização socioeconómica .......................................................................................................................................... 33

4. Enquadramento demográfico .............................................................................................................................................. 38

Capítulo II – Recursos e Dinâmicas ............................................................................................................................ 58

Introdução ......................................................................................................................................................................................... 59

1. Educação .................................................................................................................................................................................. 62

2. Emprego ................................................................................................................................................................................... 75

3. Formação Profissional........................................................................................................................................................... 90

4. Habitação .............................................................................................................................................................................. 105

5. Proteção de Crianças e Jovens ........................................................................................................................................ 123

6. Proteção Social .................................................................................................................................................................... 134

7. Saúde ...................................................................................................................................................................................... 148

8. Segurança e Proteção Civil ............................................................................................................................................... 165

Capítulo III – Câmara de Lobos: Território de Corresponsabilidade....................................................................... 182

Introdução ...................................................................................................................................................................................... 183

1. A Criação de uma Rede de Facilitadores para a Coesão Social ............................................................................. 185

2. O Bem-Estar na perspetiva dos Câmara-lobenses ..................................................................................................... 186

3. A Visão dos Parceiros Sociais sobre o Território ..................................................................................................... 193

Capítulo IV – Vulnerabilidades Sociais e Eixos Prioritários de Intervenção ............................................................. 201

Introdução ...................................................................................................................................................................................... 202

1. Principais Vulnerabilidades Identificadas ....................................................................................................................... 206

2. Eixos Prioritários de Intervenção Social ....................................................................................................................... 208

Nota conclusiva ......................................................................................................................................................... 214

Bibliografia ................................................................................................................................................................. 215

Diagnóstico Social Participado | 2016

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ANEXOS ................................................................................................................................................................... 217

Anexo I - Iniciativa “Agenda 21 Local: Realizar o Futuro: Um Passo para a Corresponsabilidade” ....................... 218

Anexo II - Lista de Instituições da Rede de Facilitadores ................................................................................................... 227

Anexo III - Grupo Dinamizador para a Intervenção Social Participada - Plano de Trabalho 2015 ......................... 228

Anexo IV - Lista de Entidades Participantes nas Sessões S.W.O.T. ................................................................................ 229

Anexo V - O bem-estar definido pelos cidadãos: dados por grupo homogéneo ........................................................ 232

Anexo VI - Lista de instituições participantes na implementação da SPIRAL ............................................................... 237

Anexo VII - SPIRAL: as 9 dimensões e 68 componentes do Bem-Estar ......................................................................... 241

Anexo VIII - Cartografia da Vulnerabilidade Social no concelho de Câmara de Lobos em caso de Catástrofe ou

Risco Tecnológico......................................................................................................................................................................... 249

Diagnóstico Social Participado | 2016

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Índice de Figuras

Figura 1 - Diagnóstico Social de Câmara de Lobos - Resumo das etapas metodológicas .......................................... 16

Figura 2 - Oficinas de Participação - Temas das “Mesas de Café” .............................................................................. 19

Figura 3 - Contributos da Rede de Facilitadores para o incremento da corresponsabilidade para o bem-estar ..... 185

Índice de Mapas

Mapa 1 - Localização do concelho de Câmara de Lobos na RAM .............................................................................. 29

Mapa 2 - Densidade populacional dos concelhos da RAM.......................................................................................... 30

Mapa 3 - Freguesias do concelho de Câmara de Lobos.............................................................................................. 30

Mapa 4 - Índice de envelhecimento dos edifícios, nas freguesias, no ano 2011 ........................................................ 107

Índice de Quadros

Quadro EG - População residente e densidade populacional, por freguesia, no ano 2011 ........................................ 31

Quadro CE1 - Indicadores de turismo no Concelho, de 2009 a 2013 ....................................................................... 35

Quadro CE2 - Superfície agrícola utilizada no Concelho, nos anos 1989, 1999 e 2009 ............................................ 35

Quadro CE3 - N.º de explorações agrícolas com culturas permanentes, no Concelho e por freguesia, no ano 2009

..................................................................................................................................................................................... 36

Quadro D1 - Evolução da população residente no Concelho, de 1920 a 2011 ......................................................... 38

Quadro D2 - Duração média dos movimentos pendulares da população residente, empregada ou estudante, no

Concelho, nos anos 1991, 2001 e 2011 ...................................................................................................................... 53

Quadro D3 - Proporção de famílias clássicas unipessoais de pessoas com 65 ou mais anos de idade, na RAM,

Concelho e freguesias, nos anos 1991, 2001 e 2011 .................................................................................................. 57

Quadro D4 - Evolução da distribuição percentual das famílias monoparentais na RAM e Concelho, nos anos 2001 e

2011 ............................................................................................................................................................................. 57

Quadro ED1 - Estabelecimentos de ensino, segundo a tipologia, no Concelho, no ano letivo 2015/2016 ............... 64

Quadro ED2 - Taxa de analfabetismo na RAM e Concelho, nos anos 2001 e 2011 .................................................. 68

Quadro ED3 - Taxa de abandono escolar nas freguesias, nos anos 1991, 2001 e 2011 ............................................ 71

Quadro ED4 - Taxas de escolarização no Concelho, de 2008 a 2014 ....................................................................... 71

Quadro ED5 - Taxa de transição/conclusão, no ensino básico e secundário, no Concelho, de 2008 a 2014 ........... 72

Quadro F1 - Oferta Formativa Profissional - ano letivo 2013/2014 ........................................................................... 91

Quadro F2 - Número médio de alunos por turma, nos anos letivos 2010/2011 a 2013/2014 .................................. 94

Quadro F3 - Número médio de alunos por turma, nos anos letivos 2010/2011 a 2013/2014 .................................. 99

Quadro H1 - N.º de edifícios por tipo de utilização, no Concelho e freguesias, no ano 2011 ................................ 105

Quadro H2 - Proporção de edifícios com acessibilidade através de cadeira de rodas, no Concelho e freguesias, no

ano 2011 .................................................................................................................................................................... 108

Quadro H3 - Variação do n.º de alojamentos familiares, no Concelho, de 1991 a 2011 ......................................... 109

Quadro H4 - Alojamentos familiares clássicos, segundo a forma de ocupação, no Concelho e freguesias, no ano

2011 ........................................................................................................................................................................... 110

Quadro PS - Valores médios processados de prestação de RSI por família, em dezembro de cada ano ................ 140

Quadro SC1 - Ações de sensibilização dirigidas ao público em geral, desenvolvidas pela PSP – Esquadra de Câmara

de Lobos, de 2011 a 2015 ......................................................................................................................................... 176

Quadro SC2 - Ações de sensibilização no âmbito da Segurança Rodoviária, promovidas pela PSP – Esquadra de

Câmara de Lobos, de 2011 a 2015 ........................................................................................................................... 176

*Ações distribuídas pelas freguesias de acordo com o n.º de população ................................................................. 176

Diagnóstico Social Participado | 2016

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Quadro SC3 - Ações de sensibilização no âmbito da Escola Segura, promovidas pela PSP – Esquadra de Câmara de

Lobos, de 2011 a 2015 .............................................................................................................................................. 177

Quadro TC1 - Análise S.W.O.T. - Quinta Grande, Jardim da Serra e Curral das Freiras ............................................. 195

Quadro TC2 - Análise S.W.O.T. - Estreito de Câmara de Lobos e Câmara de Lobos .................................................. 198

Quadro EP1 - Eixo 1 - Valorização do Capital Humano ........................................................................................... 209

Quadro EP2 - Eixo 2 - Reforço dos Equipamentos e Respostas Sociais .................................................................. 210

Quadro EP3 - Eixo 3 - Dinamização da Economia Local e Empreendedorismo ...................................................... 211

Quadro EP4 - Eixo 4 - Reforço das Acessibilidades, Mobilidade e Transportes ...................................................... 211

Quadro EP5 - Eixo 5 - Proteção das Comunidades e Grupos socialmente mais vulneráveis .................................. 212

Quadro EP6 - Eixo 6 - Incremento da Corresponsabilidade, Cidadania e Participação ........................................... 213

Índice de Gráficos

Gráfico CE1 - Produtores agrícolas singulares no Concelho, por grupo etário, no ano 2009 .................................. 36

Gráfico CE2 - Evolução do n.º de empresas no Concelho, de 2004 a 2012 .............................................................. 37

Gráfico D1 - Variação da população residente, no Concelho, de 1920 a 2011 ......................................................... 39

Gráfico D2 - Evolução da população residente, nas freguesias, de 1920 a 2011 ........................................................ 39

Gráfico D3 - População por grupo etário e género, no Concelho, no ano 2011 ...................................................... 40

Gráfico D4 - Pirâmides etárias do Concelho, nos anos 1991, 2001 e 2011 ............................................................... 41

Gráfico D5 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia de Câmara de Lobos, de 1991 a 2011

..................................................................................................................................................................................... 41

Gráfico D6 - Pirâmides etárias da freguesia de Câmara de Lobos, dos anos 1991, 2001 e 2011 .............................. 42

Gráfico D7 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia do Curral das Freiras, de 1991 a

2011 ............................................................................................................................................................................. 43

Gráfico D8 - Pirâmides etárias da freguesia do Curral das Freiras, dos anos 1991, 2001 e 2011 ............................. 43

Gráfico D9 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, de

1991 a 2011 ................................................................................................................................................................. 44

Gráfico D10 - Pirâmides etárias da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, dos anos 1991, 2001 e 2011 ......... 45

Gráfico D11 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia da Quinta Grande, de 1991 a 2011

..................................................................................................................................................................................... 45

Gráfico D12 - Pirâmides etárias da freguesia da Quinta Grande, dos anos 1991, 2001 e 2011................................. 46

Gráfico D13 - Pirâmides etárias da freguesia do Jardim da Serra, dos anos 2001 e 2011.......................................... 47

Gráfico D14 - Taxa bruta de natalidade e mortalidade, no Concelho, de 1994 a 2014 ............................................. 48

Gráfico D15 - Taxa de mortalidade infantil, na RAM e Concelho, de 1994 a 2014 ................................................... 49

Gráfico D16 - Taxa de fecundidade geral, na RAM e Concelho, de 1994 a 2014 ...................................................... 49

Gráfico D17 - Taxa bruta de nupcialidade e divorcialidade, no Concelho, de 1994 a 2013 ...................................... 50

Gráfico D18 - Índice de envelhecimento, na RAM e Concelho, de 1994 a 2014 ....................................................... 51

Gráfico D19 - Índices de dependência, no Concelho, de 1994 a 2014 ...................................................................... 51

Gráfico D20 - Saldo migratório, no Concelho, de 1993 a 2013 ................................................................................. 52

Gráfico D21 - População estrangeira, no Concelho, no ano 2014 ............................................................................. 52

Gráfico D22 - Meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares, no Concelho, no ano 2011 ............ 53

Gráfico D23 - Distribuição de famílias clássicas, por freguesia, no ano 2011............................................................. 54

Gráfico D24 - Distribuição de famílias institucionais, por freguesia, no ano 2011 ..................................................... 54

Gráfico D25 - Evolução do n.º de famílias clássicas, na RAM e Concelho, de 1981 a 2011 ....................................... 55

..................................................................................................................................................................................... 55

Gráfico D26 - Dimensão média das famílias clássicas, por Concelho de residência, no ano 2011 ............................ 55

Gráfico D27 - Dimensão média das famílias clássicas, na RAM, Concelho e freguesias, no ano 2011 ....................... 56

Gráfico ED1 - Distribuição de estabelecimentos de ensino, nas freguesias do Concelho, no ano letivo 2015/2016 63

Gráfico ED2 - Evolução do n.º de alunos, por nível de educação e ensino, no Concelho, de 2001/2002 a 2013/2014

..................................................................................................................................................................................... 65

Diagnóstico Social Participado | 2016

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Gráfico ED3 - N.º médio de alunos por docente, na RAM e Concelho, no ano letivo 2013/2014 ........................... 65

Gráfico ED4 - Pessoal docente e não docente nos estabelecimentos de ensino, no Concelho, de 2010 a 2014 ..... 66

Gráfico ED5 - População residente, segundo o nível de escolaridade atingido, no Concelho, no ano 2011 ............. 67

Gráfico ED6 - População residente segundo o nível de escolaridade atingido, nos concelhos de Câmara de Lobos,

Funchal, Machico e Santa Cruz, no ano 2011 ............................................................................................................. 67

Gráfico ED7 - População residente por grupo etário e nível de escolaridade atingido, no Concelho, no ano 2011 68

Gráfico ED8 - Taxa de analfabetismo nos concelhos da RAM, no ano 2011 ............................................................. 69

Gráfico ED9 - Taxa de analfabetismo nas freguesias, nos anos 2001 e 2011 ............................................................. 69

Gráfico ED10 - Taxa de abandono escolar na RAM e Concelho, nos anos 1991, 2001 e 2011 ................................ 70

Gráfico ED11 - Taxa de abandono escolar, nos concelhos da RAM, no ano 2011 .................................................... 70

Gráfico ED12 - Taxas de retenção e desistência no ensino básico, no Concelho, de 2008 a 2014 .......................... 73

Gráfico EM1 - Taxa de atividade na RAM e Concelho, de 1991 a 2011 .................................................................... 76

Gráfico EM2 - Taxa de desemprego na RAM e Concelho, de 1991 a 2011 ............................................................... 76

Gráfico EM3 - População empregada por setor de atividade, no Concelho, no ano 2011 ........................................ 77

Gráfico EM4 - Desemprego registado na RAM e Concelho, de 2011 a 2015 ............................................................ 78

Gráfico EM5 - Evolução do desemprego registado, por freguesia, de 2011 a 2015 ................................................... 78

Gráfico EM6 - Desemprego registado por grupo etário, na RAM e Concelho, em 2011 e 2015 .............................. 79

Gráfico EM7 - Evolução do desemprego registado, segundo o grupo etário, nas freguesias, em junho 2015 ........... 80

Gráfico EM8 - Desemprego registado por nível de instrução, na RAM e Câmara de Lobos, em junho de 2015 ...... 80

Gráfico EM9 - Desemprego registado por nível de instrução, nas freguesias do Concelho, em junho 2015 ............ 81

Gráfico EM10 - Desemprego registado, segundo o tempo de inscrição, no Concelho, de 2011 a 2015 .................. 82

Gráfico EM11 - Desemprego registado, segundo o tempo de inscrição na RAM e Concelho, em junho 2015 ........ 82

Gráfico EM12 - Desemprego registado por freguesia e tempo de inscrição, nas freguesias, em junho 2015............ 83

Gráfico EM13 - Desemprego registado, por atividade económica do último emprego, na RAM e Concelho, em

junho 2015 ................................................................................................................................................................... 83

Gráfico EM14 - Desemprego por atividade económica, nas freguesias, em junho 2015 ............................................ 84

Gráfico EM15 - Profissões com mais desemprego registado, no Concelho, em junho 2015 ..................................... 85

Gráfico EM16 - N.º de beneficiários de subsídio de desemprego, na RAM e Concelho, de 2004 a 2014 ................. 85

Gráfico EM17 - N.º de beneficiários de subsídio de desemprego, segundo o grupo etário, na RAM e Concelho, no

ano 2014 ...................................................................................................................................................................... 86

Gráfico EM18 - Evolução do n.º de ofertas de emprego, no Concelho, de 2013 a 2015 ........................................... 86

Gráfico EM19 - Ofertas de emprego por grupos de profissões, no Concelho, de janeiro a junho 2015 .................. 87

Gráfico EM20 - Evolução das colocações, por atividade económica, no Concelho, de 2013 a 2015 ........................ 87

Gráfico EM21 - Colocações por grupo de profissões, no Concelho, em junho 2015 ............................................... 88

Gráfico F1 - Evolução do n.º de alunos CEF e EFA - 2.º Ciclo, de 2010 a 2014 ........................................................ 92

Gráfico F2 - Evolução do n.º de alunos CEF e EFA - 3.º Ciclo, de 2010 a 2014 ........................................................ 92

Gráfico F3 - Evolução do n.º de alunos CEF, EFA e Profissional - Secundário, de 2010 a 2014 ................................ 93

Gráfico F4 - Número médio de alunos por turma, no ano letivo 2013/2014 ............................................................ 94

Gráfico F5 - Alunos dos 2.º e 3.º ciclos matriculados, por freguesia de residência, no ano letivo 2013/2014 .......... 95

Gráfico F6 - Alunos do secundário matriculados, por freguesia de residência, no ano letivo 2013/2014 ................. 96

Gráfico F7 - N.º de alunos matriculados, segundo a modalidade e género, no ano letivo 2013/2014 ....................... 96

Gráfico F8 - N.º alunos de matriculados nos cursos EFA, segundo o ciclo e grupo etário, no ano letivo 2013/2014

..................................................................................................................................................................................... 97

Gráfico F9 - N.º de alunos matriculados nos cursos CEF, segundo o ciclo e idade, no ano letivo 2013/2014 .......... 98

Gráfico F10 - N.º de alunos matriculados nos Cursos Profissionais, por idade, no ano letivo 2013/2014 ................ 98

Gráfico F11 - N.º de alunos, segundo o escalão de apoio social escolar, nos cursos CEF e CP, de 2010 a 2014 ... 100

Gráfico F12 - Distribuição dos alunos pelo escalão de apoio escolar, no ano letivo 2013/2014 ............................. 100

Gráfico F13 - N.º de alunos matriculados no IQ, IP-RAM, segundo a freguesia de residência, de 2010 a 2014...... 101

Gráfico F14 - N.º de alunos do IQ, IP-RAM, residentes no Concelho, por curso de formação, no ano letivo

2013/2014 .................................................................................................................................................................. 102

Diagnóstico Social Participado | 2016

11

Gráfico H1 - Edifícios por tipo de utilização, no Concelho, no ano 2011 ................................................................ 106

Gráfico H2 - Edifícios segundo o número de pisos, no Concelho, no ano 2011 ..................................................... 106

Gráfico H3 - Edifícios segundo o estado de conservação, nas freguesias, no ano 2011 ........................................... 108

................................................................................................................................................................................... 108

Gráfico H4 - Evolução do n.º de alojamentos, na RAM e Concelho, de 1991 a 2011 ............................................. 109

Gráfico H5 - Proporção de alojamentos familiares clássicos, sem pelo menos uma infraestrutura básica, no

Concelho, no ano 2011 ............................................................................................................................................. 111

Gráfico H6 - Proporção de alojamentos familiares clássicos, sem pelo menos uma infraestrutura básica, no

Concelho e freguesias, no ano 2011 ......................................................................................................................... 111

................................................................................................................................................................................... 111

Gráfico H7 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da IHM, EPERAM, no ano 2015 ................. 113

Gráfico H8 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da IHM, EPERAM, por escalão etário, no ano

2015 ........................................................................................................................................................................... 114

Gráfico H9 - Distribuição de fogos da IHM, EPERAM, por tipologia, no ano 2015 ................................................. 114

Gráfico H10 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, no ano 2015 ........................... 115

Gráfico H11 - Distribuição de fogos da CMCL, segundo a tipologia, no ano 2015 ................................................. 116

Gráfico H12 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por género, no ano 2015 ....... 116

Gráfico H13 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por estado civil, no ano 2015 . 117

Gráfico H14 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por escalão etário, no ano 2015

................................................................................................................................................................................... 117

Gráfico H15 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por situação profissional, no ano

2015 ........................................................................................................................................................................... 118

Gráfico H16 - Vistorias de condições de habitabilidade, no Concelho, de 2008 a 2015 ......................................... 119

Gráfico H17 - Candidaturas no âmbito do PAESD, de 2008 a 2015 ........................................................................ 120

Gráfico H18 - Evolução do n.º de candidaturas, no âmbito do PRID, no Concelho, de 2011 a 2015 ..................... 121

Gráfico PM1 - Volume processual na CPCJ Câmara de Lobos, de 2011 a 2015 ...................................................... 125

Gráfico PM2 - Evolução do n.º de novos processos, por freguesia, de 2011 a 2015 ............................................... 125

Gráfico PM3 - Motivos de intervenção da CPCJ Câmara de Lobos (somatório dos anos 2011 a 2015) ................ 126

Gráfico PM4 - Entidades sinalizadoras na CPCJ Câmara de Lobos (somatório dos anos 2011 a 2015) .................. 127

Gráfico PM5 - Nº de Crianças e Jovens acompanhados pela Equipa de Rua, de 2011 a 2014 ................................. 129

Gráfico PM6 - Evolução do n.º de crianças e jovens em acolhimento familiar, de 2011 a 2014 .............................. 129

Gráfico PS1 - N.º de requerentes das prestações de abono de família para crianças e jovens, segundo o Concelho

de residência, no ano 2014 ....................................................................................................................................... 135

Gráfico PS2 - Evolução do n.º de titulares de abono de família para crianças e jovens, na RAM e Concelho, de 2004

a 2014 ........................................................................................................................................................................ 135

Gráfico PS3 - N.º de titulares de abono de família para crianças e jovens, nas freguesias, no ano 2014 ................. 136

Gráfico PS4 - N.º de titulares de bonificação por deficiência, na RAM e Concelho, de 2011 a 2014 ...................... 136

Gráfico PS5 - N.º de pensionistas na RAM e Concelho, no ano 2014 ..................................................................... 137

Gráfico PS6 - N.º de beneficiários de RSI, por Concelho da RAM, no ano 2014 ..................................................... 138

Gráfico PS7 - N.º de beneficiários do RSI, na RAM e Concelho, de 2005 a 2014 .................................................... 138

Gráfico PS8 - N.º de beneficiários do RSI, por grupo etário, na RAM e Concelho, no ano 2014 ........................... 139

Gráfico PS9 - N.º de famílias com RSI, segundo a freguesia de residência, nos anos de 2011 a 2014 ..................... 139

Gráfico PS10 - N.º de beneficiários de RSI, por freguesia de residência, no ano 2014 ............................................ 140

Gráfico PS11 - N.º de beneficiários do CSI, na RAM e Câmara de Lobos, de 2011 a 2014 .................................... 141

Gráfico PS12 - N.º de beneficiários do CSI, por freguesia, no ano 2014 .................................................................. 141

Gráfico PS13 - N.º de pessoas a frequentar equipamentos geridos ou protocolados com a Segurança Social, de

acordo com a valência, de 2011 a 2015 .................................................................................................................... 143

Gráfico PS14 - N.º de utentes com apoio domiciliário, por freguesia, no ano 2014 ................................................ 144

Gráfico PS15 - N.º de utentes com apoio domiciliário, no Concelho, por faixas etárias, no ano 2014................... 144

Gráfico S1 - Evolução do n.º de recursos humanos, nos centros de saúde do Concelho, de 2011 a 2014............. 149

Diagnóstico Social Participado | 2016

12

Gráfico S2 - Evolução do n.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, de 2011 a 2014 ................ 150

Gráfico S3 - N.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, no ano 2014 ......................................... 150

................................................................................................................................................................................... 150

Gráfico S4 - N.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, por género, no ano 2014..................... 151

Gráfico S5 - N.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, por grupo etário, no ano 2014 ............ 151

Gráfico S6 - Evolução do total de inscritos nos centros de saúde do Concelho, com e sem médico de família, de

2011 a 2014 ............................................................................................................................................................... 152

Gráfico S7 - Distribuição do total de inscritos nos centros de saúde, por freguesias, com e sem médico de família

(somatório de 2011 a 2015) ...................................................................................................................................... 152

Gráfico S8 - Evolução do n.º de consultas de nutrição, psicologia e serviço social, no Concelho, de 2011 a 2014 153

................................................................................................................................................................................... 153

Gráfico S9 - N.º de consultas de psicologia, nutrição e serviço social, por centro de saúde, de 2011 a 2014 ........ 154

Gráfico S10 - N.º de consultas médicas por centro de saúde, no Concelho, de 2011 a 2014 ................................ 155

Gráfico S11 - N.º de consultas médicas nos centros de saúde do Concelho, de 2011 a 2014 ................................ 155

Gráfico S12 - N.º total de consultas de enfermagem nos centros de saúde do Concelho, no período de 2011 a

2014 ........................................................................................................................................................................... 156

Gráfico S13 - N.º de ações desenvolvidas pela UOSPCL, de 2011 a 2014 ............................................................... 161

Gráfico S14 - N.º de colheitas de águas efetuados pela UOSPCL, de 2011 a 2014 ................................................. 162

Gráfico S15 - N.º de ações no âmbito do Programa de Monitorização das Ovitraps, BG-Sentinel Traps e Programa

REVIVE, de 2011 a 2014 ............................................................................................................................................ 162

Gráfico S16 - N.º de ações médicas efetuadas pela Autoridade de Saúde, de 2011 a 2014..................................... 163

Gráfico SC1 - N.º de crimes registados pelas autoridades policiais, no Concelho, no ano 2014 ............................ 167

Gráfico SC2 - Evolução do n.º de crimes registados pelas autoridades policiais, no Concelho, de 2004 a 2014 .... 167

Gráfico SC3 - Evolução do n.º de crimes registados, segundo a categoria de crime, no Concelho, de 2004 a 2014

................................................................................................................................................................................... 168

Gráfico SC4 - N.º de crimes registados, segundo a categoria de crime, nos concelhos da RAM, no ano 2014 ...... 169

Gráfico SC5 - N.º de crimes de violência doméstica, nos concelhos da RAM, no ano 2015 ................................... 169

Gráfico SC6 - Evolução da taxa de criminalidade na RAM e Concelho, de 2004 a 2014 ......................................... 170

Gráfico SC7 - Taxa de criminalidade dos concelhos da RAM, no ano 2014 ............................................................ 170

Gráfico SC8 - Taxa de criminalidade segundo a categoria de crime, no Concelho, de 2011 a 2014 ....................... 171

Gráfico SC9 - Evolução da taxa de criminalidade contra a integridade física, na RAM e Concelho, de 2004 a 2014

................................................................................................................................................................................... 171

Gráfico SC10 - Evolução da taxa de criminalidade de furto ou roubo por esticão e na via pública, na RAM e

Concelho, de 2004 a 2014 ........................................................................................................................................ 172

Gráfico SC11 - Evolução da taxa de criminalidade de furto de veículo e em veículo motorizado, na RAM e

Concelho, de 2004 a 2014 ........................................................................................................................................ 172

Gráfico SC12 - Evolução da taxa de criminalidade de condução de veículo com taxa de álcool igual ou superior a

1,2g/l, na RAM e Concelho, de 2004 a 2014 ............................................................................................................. 173

Gráfico SC13 - Evolução da taxa de criminalidade de condução sem habilitação legal, na RAM e Concelho, de 2004

a 2014 ........................................................................................................................................................................ 173

Gráfico SC14 - Evolução da taxa de criminalidade contra o património, na RAM e Concelho, de 2004 a 2014 .... 174

Gráfico TC1 - Oficinas de participação - Distribuição dos 26 grupos homogéneos, por freguesia ......................... 187

Gráfico TC2 - Oficinas de participação - Distribuição dos 238 cidadãos por freguesias ......................................... 188

Gráfico TC3 - Dimensões de Bem-Estar dos Câmara-lobenses - resultados globais ............................................... 188

Gráfico TC4 - Dimensões de Bem-Estar dos Câmara-lobenses - resultados por questão ...................................... 191

Diagnóstico Social Participado | 2016

13

Introdução

O Diagnóstico Social Participado de Câmara de Lobos enquadra-se no âmbito da implementação do projeto piloto

“Intervenção Social Participada”, sistematizando todos os contributos que foram recolhidos ao longo de 2015, pela

equipa multidisciplinar, a quem competiu o papel de caráter operacional neste processo – o Grupo Dinamizador

para a Intervenção Social Participada.

Esta equipa de trabalho foi constituída em março de 2015, durante a iniciativa promovida pela autarquia, “Agenda 21

Local: Realizar o futuro – Intervenção Social Participada: Um passo para a corresponsabilidade”, a partir da qual se

desenvolveu um intenso processo participativo que culminou em julho, em que colaboraram cerca de 120 parceiros

sociais de âmbito regional e concelhio e mais de 200 cidadãos Câmara-lobenses.

Na Região Autónoma da Madeira, o concelho de Câmara de Lobos prefigura-se assim como pioneiro, no que diz

respeito à elaboração de um Diagnóstico Social territorial, construído de forma participada e intersetorial, com o

contributo das forças vivas locais e dos cidadãos, constituindo documento estratégico de suporte à definição das

futuras políticas e parte integrante do Plano Diretor Municipal. Este instrumento tem também a particularidade de

incluir dados estatísticos desagregados por freguesias, no sentido de permitir aprofundar e conhecer as diferentes

realidades locais, procurando promover uma intervenção social mais sustentada.

O Diagnóstico Social Participado encontra-se subdividido em quatro capítulos distintos. No primeiro capítulo,

denominado “Caraterização Geral do Concelho”, inclui-se uma nota histórica e os enquadramentos geográfico,

socioeconómico e demográfico do território. No segundo capítulo, denominado “Recursos e Dinâmicas”, analisam-

se alguns indicadores relevantes sobre a Educação, a Formação Profissional, o Emprego, a Habitação, a Proteção de

Crianças e Jovens, a Proteção Social, a Saúde, a Segurança e a Proteção Civil. No terceiro capítulo, intitulado “Câmara

de Lobos: Território de Corresponsabilidade”, colocam-se em evidência as principais dimensões de bem-estar dos

cidadãos, bem como as potencialidades e vulnerabilidades das freguesias, resultantes dos momentos participativos.

No quarto e último capítulo, identificam-se os eixos prioritários de intervenção social, com base nos resultados

obtidos.

Importa referir que o Diagnóstico Social de Câmara de Lobos é assumido como um instrumento dinâmico, sujeito

a atualização periódica, resultante da participação dos parceiros sociais e do contributo dos cidadãos, possibilitando

o conhecimento e a compreensão da realidade social local, através da identificação das necessidades, da deteção dos

problemas prioritários e respetiva causalidade, bem como dos recursos, potencialidades e constrangimentos locais.

O presente Diagnóstico permitiu estabelecer prioridades de intervenção no território, constituindo base para a

elaboração de um Plano de Ação integrado que suporte a tomada de decisão, por parte de profissionais, de dirigentes

e de decisores políticos, tendo em vista o desenvolvimento social do Concelho.

Mais do que um mero processo de recolha de dados, procurou-se estabelecer uma dinâmica que possibilitasse

identificar e mobilizar as forças vivas, no sentido da afirmação de Câmara de Lobos enquanto Território de

Corresponsabilidade e Bem-Estar para todos(as).

Diagnóstico Social Participado | 2016

14

Metodologia

A noção de Diagnóstico Social Participado introduz a perspetiva de um projeto social que vai além da fragmentação

dos conhecimentos especializados e competências de cada um dos atores sociais. Privilegia, claramente, a noção de

dinâmicas de construção de um saber coletivo, permitindo a redescoberta partilhada do território e dos seus

habitantes, remetendo-nos para uma redistribuição do poder do saber e aproximação da realidade social

pluridisciplinar e multissetorial.

Um Diagnóstico Social Participado, no âmbito do desenvolvimento social territorial, constrói-se com o envolvimento

de um grande número de intervenientes de um mesmo território (a população, as organizações com e sem fins

lucrativos, os poderes públicos, entre outros), através de uma dinâmica de rede que se desenvolve e reforça em

horizontalidade, em que o respeito, a autonomia, a corresponsabilização, a transparência e a partilha (recursos,

informação e poder) são requisitos necessários ao seu bom funcionamento.

A elaboração de Diagnósticos Sociais enquanto instrumentos metodológicos de planeamento estratégico, vem sendo

prática comum em Portugal, no âmbito da medida Rede Social1, ou seja, uma plataforma de articulação de parceiros

sociais (públicos e/ou privados) que assenta no trabalho de parceria alargada, efetiva e dinâmica, visando o

planeamento estratégico da intervenção social local e orientando a intervenção dos diferentes agentes locais para o

desenvolvimento social.

A noção de Desenvolvimento Social, surgiu a partir das contestações a modelos de desenvolvimento que valorizavam

o crescimento económico e cuja promoção e planificação se fazia do topo para a base. Partia-se de uma visão

funcionalista do desenvolvimento no território, em que se supunha que um nível de crescimento económico

satisfatório, alcançado por determinadas regiões, seria o motor da generalização do bem-estar e da prosperidade de

outras regiões. As noções de desenvolvimento local, humano, comunitário e social vieram questionar estes modelos

e trazer perspetivas alternativas.

No que diz respeito ao Desenvolvimento Social, as suas bases foram definidas, sobretudo, em torno de um conjunto

de princípios e de um programa de ação que a Conferência de Copenhaga, em 1995, veio sedimentar e que Portugal

também subscreveu.

No contexto português, o planeamento da intervenção para o desenvolvimento social territorial, baseia-se no

conhecimento da realidade dos concelhos e das freguesias, sendo precisamente essa a função do Diagnóstico Social.

Podemos, deste modo, afirmar que este instrumento assume uma dupla função, ou seja, é “resultado e meio de um

processo maior”, pois, se por um lado, constitui um “instrumento de conhecimento do território, em dado

momento”, por outro lado, é um canal “potenciador da criação de dinâmicas de parceria e de implicação dos

parceiros na intervenção” (Atouguia, 2010).

1 Resolução do Conselho de Ministros n.º 197/1997 de 18 de novembro; Despacho Normativo n.º 8/2002 de 12 de fevereiro e Decreto-Lei n.º 115/2006 de 14 de junho. Estes diplomas não se encontram adaptados às Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, mas apenas ao território

continental.

Diagnóstico Social Participado | 2016

15

O desenvolvimento social territorial pressupõe uma intervenção social assente na parceria e na participação de

diversos atores sociais locais (população, instituições, poderes públicos e privados), estruturantes e estruturadores

da mudança das práticas profissionais e dos atores sociais, em geral, ultrapassando a simples satisfação das

necessidades ou resolução dos problemas. Para tal, é necessário adotar uma lógica de projeto estratégico, numa

dinâmica participativa e passar a práticas de responsabilização e participação. Em suma, da resolução de problemas

de um território ao desenvolvimento do território.

Podemos considerar que “fazer um diagnóstico social é conceber uma radiografia sobre o social, em determinado

momento e face a um contexto delimitado. Um diagnóstico é um processo apuradamente complexo de descrição

do sentido da realidade sobre um problema social, uma dada situação de um grupo, comunidade, território. Fazer

um diagnóstico é desmontar a complexidade do social” (Fialho, Silva e Saragoça, 2015).

Foi com base nestes pressupostos que se orientou o presente Diagnóstico, com as respetivas adaptações

decorrentes das especificidades regionais.

A elaboração do Diagnóstico Social Participado de Câmara de Lobos, baseou-se numa estratégia de investigação

para a ação, com recurso a métodos quantitativos e qualitativos. Destaca-se a análise documental – recolha e análise

de dados estatísticos e de caracterização dos recursos e medidas de políticas implementadas – e a aplicação de

metodologias participativas, baseadas nos seguintes princípios técnico metodológicos: participação e implicação dos

atores sociais locais, corresponsabilização dos vários parceiros e agentes sociais, constituição de equipa

multidisciplinar e intersetorial local, conhecimento prospetivo e partilhado, com vista a um planeamento estratégico

criativo e participativo, flexibilidade, inovação, acompanhamento e avaliação.

Partindo dos princípios anteriormente enunciados, o presente documento contou com os contributos de cerca de

120 parceiros sociais (regionais e concelhios) e 238 cidadãos Câmara-lobenses.

Com esta dinâmica, pretendeu-se também contribuir para a consolidação do Capital Inclusivo do território, na aceção

que lhe é atribuída no estudo Referencial de Coesão Social, promovido pelo Instituto da Segurança Social, IP-RAM, em

parceria com o Instituto de Estudos Sociais e Económicos (2015) e que pretende ponderar a capacidade potencial

dos territórios para a intervenção social (condições de suporte, presença de abordagens integradas territoriais de

intervenção social, dinâmica das redes sociais e rede de equipamentos e respostas sociais).

De seguida, descreve-se, resumidamente, as etapas metodológicas deste processo, salientando, no entanto, que

algumas destas etapas decorreram em paralelo ou de forma intercalada.

Diagnóstico Social Participado | 2016

16

Figura 1 - Diagnóstico Social de Câmara de Lobos - Resumo das etapas metodológicas

Etapas

Etapa 1

Etapa 2

Etapa 3

Etapa 4

Descrição fase metodológica

Levantamento e sistematização de

equipamentos e recursos sociais

Constituição de plataforma de parceiros

sociais

Planificação de atividades e/ou ações

Processo de escuta dos parceiros sociais nas

freguesias

Resultados

Guia de Recursos –Equipamentos Sociais do

Concelho

Grupo Dinamizador

Rede de Facilitadores

Plano de trabalho comum e calendarização

Potencialidades, constrangimentos,

ameaças e oportunidades locais

Técnicas utilizadas

Inquérito por questionário

World Café

Workshop Participativo

Inquérito por questionário

Reuniões de equipa periódicas

Análise documental

Observação participante

Sessões S.W.O.T

Diagnóstico Social Participado | 2016

17

Figura 1 - Diagnóstico Social de Câmara de Lobos - Resumo das Etapas metodológicas

(continuação)

Fonte: Elaboração própria

1. Levantamento e sistematização de Equipamentos e Recursos sociais

A primeira etapa do processo metodológico consistiu no levantamento dos

principais equipamentos e recursos sociais do Concelho, por parte da autarquia,

através de consultas a bases de dados e relatórios pré-existentes. Foi igualmente

aplicado um inquérito por questionário a cerca de 160 parceiros sociais ou serviços

públicos, de maio a setembro de 2014, resultando na publicação do manual Guia de

Recursos 2015 – Equipamentos Sociais do concelho de Câmara de Lobos, a 5 de março

de 20152, cuja apresentação pública teve lugar neste mesmo dia, durante a iniciativa

“Agenda 21 Câmara de Lobos: Realizar o Futuro – Intervenção Social Participada:

Um Passo para a Corresponsabilidade”.

2 Publicado e disponível desde 05/03/2015 em

http://www.cmcamaradelobos.pt/Files/Filer/Documentos/Guia%20de%20recursos/Guia%20Recursos-2015%20-%20maio.pdf

Etapas

Etapa 5

Etapa 6

Etapa 7

Etapa 8

Descrição fase metodológica

Processo de escuta dos cidadãos

Recolha e produção de dados quantitativos

Tratamento e análise das informações recolhidas

de forma integrada

Validação da informação pela plataforma de parceiros sociais

Resultados

Definição e análise de indicadores de bem-

estar

Definição e análise de indicadores sociais

relevantes

Definição de eixos prioritários de

intervenção social

Diagnóstico Social

Participado

Técnicas utilizadas

Metodologia SPIRAL

Pesquisa e análise documental

Consulta de bases de dados e

relatórios pré-existentes

Análise documental

Análise documental

Equ

ipam

ent

os

So

ciai

sIn

tro

du

ção

GUIA DE RECURSOSMunicípiode Câmarade Lobos

Pelouro deIntervenção Social e Educação 22-05-2015Município deCâmara deLobos

Diagnóstico Social Participado | 2016

18

2. Constituição de uma Plataforma de Parceiros Sociais

A segunda etapa metodológica consistiu na constituição de uma Plataforma de

Parceiros Sociais, fruto da iniciativa intitulada “Agenda 21 Câmara de Lobos:

Realizar o Futuro – Intervenção Social Participada: Um Passo para a

Corresponsabilidade”, promovida pela autarquia, em parceria com a Together,

Rede Internacional dos Territórios de Corresponsabilidade3, no dia 5 de março de

2015, no Museu de Imprensa da Madeira4.

Esta iniciativa teve como principal objetivo mobilizar os parceiros sociais e

promover contextos participativos que contribuíssem para a definição das linhas

orientadoras do Programa “Intervenção Social Participada”. Para tal, foram

convidados 30 organismos e instituições, de âmbito regional e concelhio, que se

fizeram representar por 60 pessoas, entre dirigentes políticos, dirigentes de

órgãos públicos e técnicos.

No período da manhã, após a sessão de abertura, decorreu a apresentação pública do Guia de Recursos 2015 –

Equipamentos Sociais do Concelho e a dinamização de oficinas de participação. No período da tarde, deu-se

continuidade aos trabalhos da manhã, com um Workshop participativo intitulado “Intervenção Social Participada –

Das Ideias à Ação”, a partir do qual se formou um Grupo Dinamizador para a Intervenção Social Participada e uma Rede

de Facilitadores.

Estas oficinas de participação e o Workshop participativo constituíram o motor de arranque de um ciclo de momentos

participativos que foram desenhando o presente Diagnóstico (vide lista de participantes em anexo I).

a) Oficinas de Participação: Onde estamos? Para onde queremos ir? Como?

Para a realização das oficinas de participação, com os atores

locais, foi utilizada uma técnica denominada World Café, em que

todos os participantes foram convidados a reunir em grupos, com

um mínimo de 10 pessoas cada e a percorrer as cinco mesas de

trabalho existentes – “os cafés”.

3 Abreviadamente designada como Together. 4 Vide Relatório sobre esta iniciativa e resultados de questionário aos participantes publicados em file:///C:/Users/CMCL/Downloads/Relatório+SPIRAL.pdf

Diagnóstico Social Participado | 2016

19

Em intervalos de cerca de quinze minutos, os participantes eram convidados a mudar de café, e assim sucessivamente,

até que todos tivessem passado por todas as mesas, assegurando, desta forma, uma participação o mais abrangente

possível, em todos os temas em análise.

Cada café tinha um “dono” que tinha por função receber os novos clientes, enquadrá-los no tema em debate e criar

as melhores condições de participação. Era ainda da responsabilidade do dono do café a apresentação, de forma

sintética, dos resultados finais dos trabalhos. Tendo presente o título da Oficina de Participação, o processo

participativo realizou-se em torno de um conjunto de cinco temas (vide transcrição literal de resultados, em anexo

I):

Figura 2 - Oficinas de Participação - Temas das “Mesas de Café”

Fonte: Elaboração própria

• Intervenção Territorial Participada e Integrada. AsPessoas

• Quais os principais problemas? O que queremos ao invésdisto? O que pode ser feito? O que podemos fazer emconjunto?

Mesa de Café 1

• Conhecer para melhor intervir em conjunto –Diagnóstico Social

• Que contributos posso dar? Quais são as fontes deinformação concelho/freguesia? Que informação temos?Que informação precisamos e não temos –problemáticas?

Mesa de Café 2

• Definir o Bem-Estar com Todos: Participação

• Freguesias;

• Cidadãos: quem escutar já?

• Profissionais e Dirigentes?

• Quem nos pode ajudar?

• Mobilizar para a Participação: o que posso fazer?

Mesa de Café 3

• Construir o Futuro. “Em 2020 as pessoas de Câmarade Lobos são mais Felizes”

• O que está a acontecer em 2020? Como funcionam asinstituições (parceiros sociais e equipas de intervenção)?

• Como são as relações entre as pessoas?

Mesa de Café 4

• A Mudança começa em Mim

• Ser

• Saber mais e melhor sobre mim? O que me faz sentirbem? O que me irrita ou angustia?

• O que posso fazer já hoje para ser uma pessoa melhor?

Mesa de Café 5

Diagnóstico Social Participado | 2016

20

b) Workshop Participativo: Intervenção Social Participada – Das Ideias à Ação

Após a apresentação dos resultados dos trabalhos de cada café, impunha-se um

salto. O salto necessário para uma ação mobilizadora, participada e integrada,

onde todos tinham de encontrar o seu espaço e a possibilidade de darem o seu

contributo. Assim, no âmbito do Workshop realizado, no período da tarde, todos

os participantes foram convidados a dar um passo concreto na identificação do

que cada um poderia fazer, no sentido de uma ação conjunta e concertada.

Atendendo ao tempo para a realização deste momento de trabalho, colocou-se

o foco na ação de muito curto prazo (O que podemos fazer desde já?) que fosse,

ao mesmo tempo, facilitador e estruturante da intervenção, na medida em que

se pretendia lançar o Plano de Ação integrado, na área da intervenção social.

Deste modo, para que tal pudesse acontecer numa base alargada de

participação, foi proposto um caminho metodológico aos participantes, a operacionalizar da seguinte forma:

1. Constituição de um Grupo Dinamizador do processo;

2. Definição do Bem-Estar através da realização de oficinas de participação com Cidadãos;

3. Elaboração do Diagnóstico Social, integrando os resultados das dinâmicas participativas desenvolvidas e a

desenvolver, nomeadamente, com os cidadãos;

4. Definição do Plano de Ação integrado, na área da intervenção social, enquadrado na visão para o território e para

as Pessoas.

c) Grupo Dinamizador

A este grupo de trabalho competia a missão de unir e criar sinergias,

em torno de uma estratégia comum, cabendo-lhe criar as condições

necessárias para viabilizar uma proposta de Plano de Ação integrado,

resultante de um processo participativo bastante alargado. Este

grupo deveria ser constituído, no máximo, por sete parceiros chave

do Concelho, nomeadamente, de cada uma das seguintes áreas:

Educação, Emprego, Formação Profissional, Habitação, Poder Local,

Saúde e Segurança Social.

Durante o Workshop participativo, foram designados os

representantes de cada uma das áreas acima mencionadas que ficaram de agendar, posteriormente, uma primeira

reunião, para apresentação e definição de um plano de trabalho. As questões que se colocariam a este grupo seriam

as seguintes: para que, a curto prazo seja apresentada uma proposta de Plano de Ação integrado, o que precisamos

de fazer, quem faz, com quem, até quando?

Diagnóstico Social Participado | 2016

21

d) Rede de Facilitadores: Definir o Bem-Estar com Todos

Escutar os cidadãos, os políticos, os dirigentes e os profissionais

e “ouvir os não ouvidos”, foram algumas das respostas

encontradas pelos participantes nas oficinas de participação,

dando nota da grande necessidade deste processo de escuta,

quer seja em torno das questões do Bem-Estar, quer seja para

aprofundar o conhecimento acerca dos problemas, das

potencialidades e da realidade local, de uma forma geral. Deste

modo, durante o Workshop participativo, a dinamizadora da

Together, lançou uma proposta ao Município, no sentido de

adotar a metodologia SPIRAL – Societal Progress Indicatores for the Responsibility of All – para ajudar a definir os

indicadores de bem-estar dos Câmara-lobenses.

Em termos operacionais, esta metodologia consistia em: a) criar um grupo de facilitadores, constituído por

representantes de instituições de todas as freguesias; b) organizar, num curto espaço de tempo, oficinas de

participação para a definição do Bem-Estar dos Cidadãos de Câmara de Lobos (vide lista de Instituições da Rede de

Facilitadores em anexo II).

3. Planificação de atividades e/ou ações

O Grupo Dinamizador para a Intervenção Social Participada reuniu, pela primeira vez, no mês de maio de 2015 e

definiu um plano de trabalho conjunto e respetiva calendarização, no sentido do cumprimento e elaboração do

Diagnóstico Social e Plano de Ação integrado. Cabe aqui referir que a fase de recolha e análise estatística e

documental ultrapassou a calendarização inicialmente prevista, constituindo fator de maior morosidade no processo

(vide plano de trabalho em anexo III).

Pretendendo-se realizar um Diagnóstico Social Participado, foi dada particular atenção aos processos de escuta. Para

tal, foram criados momentos específicos, resumidos nos dois pontos seguintes (4 e 5).

Diagnóstico Social Participado | 2016

22

4. Processo de escuta dos Parceiros Sociais nas Freguesias

No período de fevereiro a junho de 2015, foram desenvolvidas

sessões S.W.O.T.5 em todas as freguesias do Concelho, onde

participaram cerca de 90 parceiros sociais, com o objetivo de

equacionar as principais potencialidades, constrangimentos,

ameaças e oportunidades, a nível local. Durante este processo

de escuta, não foram estabelecidos previamente focos

específicos de análise, ficando ao critério dos participantes a

livre exposição de ideias e opiniões. Após a identificação das

áreas-chave mais problemáticas, os participantes lançaram

algumas pistas para a ação, a serem desenvolvidas no terceiro capítulo deste trabalho (vide lista de participantes em

anexo IV).

5. Processo de escuta dos Cidadãos

O processo de escuta dos Cidadãos baseou-se na aplicação da

metodologia SPIRAL – Societal Progress Indicatores for the

Responsibility of All. Esta foi fomentada pelo Conselho da Europa,

no âmbito da Nova Estratégia para a Coesão, com o objetivo de

avaliar as questões do bem-estar e da Coesão Social, sendo esta

entendida como medida de política que visa a promoção do

desenvolvimento social e que deverá basear o seu trabalho em

metodologias participativas.

A SPIRAL, parte do princípio que a definição de bem-estar de

todos deve ser construída a partir da visão dos próprios cidadãos, assentando na realização de oficinas de

participação com grupos homogéneos.

Assim, nos dias 6, 7 e 8 de julho de 2015 decorreu em Câmara de Lobos, uma ação de formação dirigida à Rede de

Facilitadores SPIRAL e oficinas de participação com os Cidadãos, para a definição do Bem-Estar. Os resultados

pormenorizados deste estudo serão explanados no terceiro capítulo deste documento, podendo também ser

consultados, diretamente, na página oficial da Rede Together6 (vide lista de facilitadores, lista de instituições

participantes, guião com dimensões e componentes de bem-estar, dados por grupo homogéneo, em anexos II, V, VI

e VII).

Este tema (pontos 4 e 5) será retomado no capítulo III, onde se dá conta dos resultados obtidos, mediante estes

processos participativos e que constituem dimensão qualitativa do presente Diagnóstico.

5 Modelo de análise assente na identificação de «pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças». A sigla S.W.O.T resulta da junção da letra inicial de cada uma destas palavras em Inglês – Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats. 6 Vide site oficial da Rede Together – https://wikispiral.org/tiki-index.php?page=Infos+C%C3%A2mara%20de%20Lobos

Diagnóstico Social Participado | 2016

23

6. Recolha e análise documental

Em função dos resultados obtidos nos encontros participativos, o Grupo Dinamizador selecionou um conjunto de

indicadores sociais relevantes para a elaboração do Diagnóstico Social. A partir desta bateria de indicadores foi

construída uma matriz comum que privilegiou as seguintes áreas temáticas: Educação, Emprego, Formação

Profissional, Habitação, Proteção de Crianças e Jovens, Proteção Social, Saúde, Segurança e Proteção Civil.

O período privilegiado para análise evolutiva de dados, foi o de 2011 a 2015. Os dados foram trabalhados a partir

das estatísticas disponíveis, nas fontes oficiais, bem como das bases de dados de diversos organismos regionais. De

salientar, também, que sempre que possível, foram recolhidos e analisados indicadores desagregados por freguesias.

Principais fontes de Informação:

Instituto Nacional de Estatística;

Direção Regional de Estatística;

Relatórios pré-existentes;

Trabalhos académicos;

Estatísticas e bases de dados dos organismos e instituições de âmbito regional e concelhio, nomeadamente:

Comando Regional da Polícia de Segurança Pública; Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco

de Câmara de Lobos; Direção Regional da Educação; Direção Regional da Inovação e Gestão - Observatório

da Educação da RAM; Instituto para a Qualificação, IP-RAM; Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-

RAM; Instituto de Emprego da Madeira, IP-RAM; Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais,

IP-RAM; Investimentos Habitacionais da Madeira, EPERAM e Serviço Regional de Saúde, EPE-RAM.

7. Tratamento e análise das informações recolhidas de forma integrada

Esta etapa decorreu de setembro de 2015 a maio de 2016 e consistiu no tratamento estatístico e análise integrada

de toda a informação recolhida, qualitativa e quantitativa, competindo a cada elemento do Grupo Dinamizador

analisar e interpretar os indicadores relativos à sua respetiva área de atuação. Após a análise da informação

disponível, esta equipa propôs eixos de intervenção prioritários, a ter em conta no Plano de Ação integrado.

8. Validação da informação pela Plataforma de Parceiros Sociais

Concluídas as etapas anteriores, o Diagnóstico Social Participado foi submetido à apreciação e validação definitiva,

por parte da Plataforma de Parceiros Sociais, em julho de 2016 (vide constituição em anexo I).

Diagnóstico Social Participado | 2016

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1. Nota histórica

1.1. O concelho de Câmara de Lobos

A designação de “Câmara de Lobos” foi atribuída pelo capitão João Gonçalves

Zarco, aquando da descoberta da Ilha da Madeira, em 1419. Conta a história

que entre duas rochas que formavam uma espécie de câmara esculpida a pedra

e rocha viva, ficava um braço de mar em remanso, onde o capitão entrou com

os seus companheiros e surpreendendo-se com uma grande colónia de lobos-

marinhos, atribuiu a esse lugar, o nome pelo qual hoje o conhecemos. Na sua

segunda viagem à Ilha da Madeira, em 1420, o capitão voltou a esta localidade,

onde terá residido até 1424.

A sede de Concelho, conhecida vila piscatória, tem sido reconhecida ao longo da história pela sua beleza natural,

demarcando-se atualmente da imagem estereotipada de outrora que a identificava com a pobreza das suas gentes,

relatadas na história dos séculos XIX e XX.

Esta mudança de paradigma verificou-se no período pós 25 de abril de 1974, data a partir da qual se assistiu em

Câmara de Lobos a “novos estilos de vida e de vivência quotidiana, com valores e padrões de consumo urbano

diferentes, sobretudo por pescadores e suas famílias” (Teles, 2013).

Administrativamente, o concelho de Câmara de Lobos era inicialmente constituído pelas freguesias de Câmara de

Lobos, Curral das Freiras, Estreito de Câmara de Lobos e Campanário. A 24 de julho de 1848 foi criada a freguesia

da Quinta Grande, como resultado do desmembramento de alguns sítios das freguesias do Campanário e de Câmara

de Lobos, pelo que o Concelho ficou dotado de mais uma freguesia. A 6 de maio de 1914, a freguesia do Campanário

foi integrada no novo Concelho da Ribeira Brava, deixando de fazer parte de Câmara de Lobos. A 5 de julho de

1996 foi criada uma nova freguesia, denominada Jardim da Serra, a partir da desagregação de alguns sítios das zonas

altas da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos.

Assim, a partir dessa data, o concelho de Câmara de Lobos, passou a ser constituído pelas freguesias de Câmara de

Lobos, do Estreito de Câmara de Lobos, do Curral das Freiras, da Quinta Grande e do Jardim da Serra.

O dia do Concelho ou feriado municipal celebra-se, anualmente, a 16 de outubro, data fixada por deliberação

camarária de 10 de novembro de 1977.

Diagnóstico Social Participado | 2016

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1.2. As Freguesias

1.2.1. Freguesia de Câmara de Lobos

A freguesia de Câmara de Lobos foi criada por volta de

1430, sendo uma das mais antigas da Madeira. A primitiva

sede da paróquia foi a capela do Espírito Santo que terá

sido fundada por João Gonçalves Zarco e mais tarde

transferida para a Igreja de São Sebastião. Com a criação

do concelho de Câmara de Lobos e sua instalação,

verificada a 4 de outubro de 1835, a freguesia de Câmara

de Lobos passou a ser a sede do Concelho. Assume-se que,

a partir dessa data, surgiu a denominação de vila, atribuída à parte mais populosa e importante da freguesia, onde

ficaram instalados os paços do Concelho. No dia 3 de agosto de 1996 a vila de Câmara de Lobos foi elevada à

categoria de cidade. Em termos administrativos, a freguesia subdivide-se pelos sítios da Caldeira, Caminho Grande

e Preces, Caminho Grande e Ribeiro de Alforra, Cruz da Caldeira, Espírito Santo e Calçada, Facho, Fajã, parte do

Garachico, Eras, Jesus Maria José, Lourencinha, Nogueira, Palmeira, Panasqueira, Pé-de-Pico, Pedregal, Quinta do

Leme, Rancho, Ribeira da Caixa, Ribeiro de Alforra e Fonte Garcia, Ribeiro Real, Saraiva, parte Sul do Serrado de

Adega e Torre, Vila e Ilhéu.

1.2.2. Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos

A origem do nome desta freguesia resulta da denominação

de um lugar, situado nas proximidades ou no local onde se

encontra a igreja paroquial e que devido às suas

características físicas ou orográficas era conhecido por

Estreito. A corroborar esta hipótese há o facto de ainda

hoje a generalidade das pessoas residentes nos sítios mais

distantes da freguesia referirem que vão ao Estreito,

quando pretendem deslocar-se à igreja matriz ou às suas

redondezas. A paróquia do Estreito de Câmara de Lobos

foi criada em 1509. No entanto, a data da denominação da freguesia é remetida para 1515. Diz-se que antes da

criação da paróquia ou freguesia, esta terá sido um curato, com sede numa pequena ermida, construída em madeira,

por frades franciscanos no ano de 1440, onde se localiza a atual Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Graça. Estreito

de Câmara de Lobos foi promovido à categoria de vila em 1994. Administrativamente é composta pelos sítios de

Barreiros, parte sul do Cabo do Podão, Casa Caída, Castelejo, Covão, Covão e Panasqueira, Fajã das Galinhas,

Fontes, parte sul do Foro, parte do Garachico, Igreja, Marinheira, Pomar do Meio, Pico e Salões, Quinta de Santo

António, Ribeira da Caixa, Ribeira Fernanda, parte sul das Romeiras e Vargem.

Diagnóstico Social Participado | 2016

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1.2.3. Freguesia da Quinta Grande

A freguesia da Quinta Grande foi criada em 1848, a partir da

desagregação de alguns sítios da freguesia de Câmara de

Lobos e da freguesia do Campanário, pertencendo esta

última, nessa data, ao concelho de Câmara de Lobos. Tinha

por sede a Capela de Nossa Senhora dos Remédios que, em

8 de fevereiro de 1820, foi elevada à categoria de Curato e

em 1848, por carta régia de 24 de julho, à categoria de

paróquia autónoma. Precedendo a atual denominação de

Quinta Grande, os terrenos que a constituem passaram por

diversas designações, na maior parte das vezes relacionadas com o seu proprietário.

Em 1501 era conhecida por Quinta do Cabo Girão e depois por Quinta de Manuel de Noronha. Seguiram-se as

denominações de Quinta de D. Maria de Ataíde, Quinta de Luís de Noronha, Quinta de Fernão de Noronha, Quinta

dos Padres e Quinta da Companhia, sendo ainda cognominada, em documentos oficiais de Quinta da Vera Cruz e,

finalmente, de Quinta Grande, em alusão à sua grande dimensão, como propriedade. Administrativamente, a

freguesia da Quinta Grande é composta pelos sítios do Aviceiro, Fontainhas, Fontes, Igreja, Lombo, Quinta, Ribeira

do Escrivão, Vera Cruz e Câmara do Bispo.

1.2.4. Freguesia do Curral das Freiras

No início da colonização, Curral das Freiras denominava-se

Curral ou Curral da Serra, devendo-se essa designação ao

facto de este sítio ser um centro de pastagens. Segundo

alguns autores, a denominação de Curral das Freiras deu-se

por volta de 1497, após a aquisição destas terras pelo

segundo capitão-donatário do Funchal, João Gonçalves da

Câmara, que as doou às suas duas filhas, D. Elvira e D. Joana,

então freiras, no Convento de Santa Clara. Outras fontes

referem que esta denominação se deu em 1566, por ocasião do saque da cidade do Funchal, por corsários franceses,

o qual deu origem a que as religiosas do convento de Santa Clara ali se refugiassem. A 17 de março de 1790, por

Carta Régia assinada pela Rainha D. Maria I, Curral das Freiras adquire o estatuto de paróquia independente,

separando-se definitivamente de Santo António. Administrativamente, compreende os sítios de Achada, Balceiras,

Capela, Casas Próximas, Colmeal, Fajã dos Cardos, Fajã Escura, Lombo Chão, Murteira, Pico do Furão, Terra Chã e

Seara Velha.

Diagnóstico Social Participado | 2016

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1.2.5. Freguesia do Jardim da Serra

A denominação de Jardim da Serra teve origem na Quinta

do Jardim da Serra, construída no século XIX, por Henri

Veitch no primitivo Lugar da Serra, na freguesia do Estreito

de Câmara de Lobos. Ao construir esta quinta, Henri

Veitch dotou-a de um grandioso jardim, conhecido por

Jardim da Serra que deu origem à denominação da quinta

e das zonas limítrofes. Neste lugar foi criada a freguesia do

Jardim da Serra, em 5 de julho de 1996, por desagregação

da zona alta da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos,

sendo o seu orago S. Tiago. Em termos administrativos compreende os sítios do Marco e Fonte da Pedra, Corrida,

Achada, Chote, Pomar Novo, Jardim da Serra, Luzirão, Fonte Frade, parte norte do sítio do Foro, parte norte das

Romeiras e o Cabo do Podão.

Diagnóstico Social Participado | 2016

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2. Enquadramento geográfico

O concelho de Câmara de Lobos está localizado na vertente sul e zona ocidental da Ilha da Madeira e faz fronteira,

a norte, com os concelhos de São Vicente e de Santana, partilhando com este último, o ponto mais alto da Ilha que

é o Pico Ruivo (1.862 m). No sentido oeste, faz fronteira com o concelho da Ribeira Brava, no sentido este, com o

Funchal, e a sul, com o Oceano Atlântico. Excetua-se a parte sul da freguesia da Quinta Grande que faz fronteira

com a Fajã dos Padres, pertencente ao concelho da Ribeira Brava (mapa 1)7.

Em termos de fronteiras naturais, encontramos, a oeste, a cumeada do vale da Quinta da Grande, a este, a Ribeira

dos Socorridos, a norte, o interflúvio do Curral das Freiras e a sul, o oceano Atlântico. Sobretudo nas zonas mais

altas, a paisagem do Concelho carateriza-se por declives muito acentuados, o que veio a refletir-se na agricultura,

com o recurso aos socalcos e poios. Particularmente, a sede de Concelho, freguesia de Câmara de Lobos, carateriza-

se pela presença de dois acidentes naturais – a enseada em forma de “U” que serve de abrigo às embarcações de

pesca, e o ilhéu, a oeste daquela, local onde reside a grande maioria da comunidade piscatória local, conferindo a

este sítio uma fisionomia muito própria que se conjuga com as características histórico-culturais da população.

Mapa 1 - Localização do concelho de Câmara de Lobos na RAM

De acordo com os Censos 2011, Câmara de Lobos tem uma área de 52 km2, um perímetro de 46 km e um

comprimento N-S de 13 km e extensão E-O de 10 km. A sua densidade populacional é de 684 habitantes/km², valor

duas vezes superior à média da RAM. O Concelho regista a segunda maior densidade populacional da RAM (mapa

2).

7 A sua divisão administrativa limítrofe é definida pelo Decreto-Lei n.º 40/221 de 5 de julho de 1955.

Fonte: Câmara Municipal de Câmara de Lobos

Diagnóstico Social Participado | 2016

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Mapa 2 - Densidade populacional dos concelhos da RAM

Em termos de organização espacial e administrativa, o concelho de Câmara de Lobos é composto por cinco

freguesias (mapa 3) cujas denominações e áreas são as seguintes: Câmara de Lobos 7,7 km2; Curral das Freiras 25

km2; Estreito de Câmara de Lobos 7,9 km2; Quinta Grande 4,2 km2 e Jardim da Serra 7,4 km2.

Mapa 3 - Freguesias do concelho de Câmara de Lobos

Fonte: Câmara Municipal de Câmara de Lobos

Fonte: INE, Censos 2011

Diagnóstico Social Participado | 2016

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O território apresenta uma distribuição irregular da população, ao longo da sua acidentada paisagem, registando-se

uma maior concentração populacional, junto ao litoral, na freguesia de Câmara de Lobos, sede do Concelho.

Em termos absolutos, as freguesias de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos, com 17.986 e 10.269

habitantes, respetivamente, reúnem 79% da população do Concelho, sendo os restantes 21% repartidos pelas

freguesias rurais, nomeadamente: Curral das Freiras, com 2.001 habitantes, Jardim da Serra, com 3.311 habitantes e

Quinta Grande, com 2.099 habitantes.

A densidade populacional tem igualmente uma distribuição irregular, registando-se os valores mais elevados nas

freguesias ditas urbanas, nomeadamente, Câmara de Lobos e Estreito de Câmara de Lobos (quadro EG) 8.

Quadro EG - População residente e densidade populacional, por freguesia, no ano 2011

Freguesias

População

residente

Densidade

populacional

(hab./km2)

2011

Concelho 35.666 684,00

Câmara de Lobos 17.986

2.324,60

Estreito de Câmara de Lobos 10.269 1.304,90

Jardim da Serra 3.311 449,60

Quinta Grande 2.099 506,90

Curral das Freiras 2.001 79,90

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Na sua generalidade, a matriz urbana do concelho de Câmara de Lobos apresenta características de dispersão, devido

a uma componente morfológica extremamente acentuada, e sobretudo, devido à influência da estrutura fundiária na

dinâmica populacional. A concentração de quantitativos populacionais, subdivide-se em aglomerados populacionais

urbanos principais e secundários, bem como ao longo de eixos rodoviários estruturantes, originando uma

concentração linear (polinuclear). Esta disposição, determina uma paisagem extremamente humanizada e um

povoamento disperso.

O estudo ‘Sistema Urbano: Áreas de Influência e Marginalidade Funcional’, desenvolvido pelo INE e a DRE (2004),

permitiu a caraterização dos aglomerados populacionais existentes na RAM, “através da análise da hierarquia dos

centros urbanos e das interações que entre eles se estabelecem, com vista à aquisição de bens e serviços”. Para além

disso, de acordo com a quantidade e importância do conjunto de bens e serviços, associados às diferentes atividades,

determinou os níveis de marginalidade funcional dos territórios.

8 No diploma da reforma da Administração Local, como princípio orientador e de enquadramento ao processo de agregação de freguesias, encontra-se consagrado o conceito de malha urbana que, de acordo com as recomendações internacionais da Nações Unidas (ONU, 2006, EM

INE, 2010), procede à distinção entre áreas urbanas e rurais. Assim, é classificado como urbano, o lugar que tiver população igual ou superior a 2.000 habitantes (ibidem, art.º 5, n.º 1), enquanto os lugares com um registo de quantitativos populacionais inferiores (2.000 habitantes), são definidos como rurais. No Município de Câmara de Lobos, considerando os pressupostos anteriores e de acordo com o Anexo II da Lei n.º

22/2012 de 30 de maio, encontram-se enquadrados e classificados como espaços urbanos, as freguesias de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos e como espaços rurais, as freguesias do Jardim da Serra, Quinta Grande e Curral das Freiras.

Fonte: INE, Censos 2011

Diagnóstico Social Participado | 2016

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No âmbito da hierarquização regional dos centros urbanos, o estudo supramencionado refere uma distribuição

populacional, heterogénea e irregular, na RAM, refletindo-se em forte desequilíbrio do índice de centralidade,

provocado pela macrocefalia urbana, devido ao elevado índice de centralidade do núcleo urbano da cidade do Funchal

e à ausência de áreas urbanas, correspondentes a um patamar intermédio.

Estes pressupostos analíticos, permitem aferir no concelho de Câmara de Lobos, uma tendência análoga de

organização do território. Assim, verifica-se a ocorrência de uma espécie de “macrocefalia urbana interna”, em

função do número de quantitativos populacionais, e consequentemente, a existência ou carência de funções

especializadas, o que contribui para uma rede secundária de centros urbanos, desequilibrada, e um sistema urbano

constituído por núcleos de importância relativa e/ou diferenciada.

Nas freguesias posicionadas fora do núcleo urbano central, constata-se a carência de funções não especializadas,

menor na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, enquanto que Curral das Freiras, Jardim da Serra e Quinta

Grande, apresentam um nível de carência moderado, contribuindo para o decréscimo da coesão territorial e social.

O concelho de Câmara de Lobos possui um contraste interno acentuado, na medida em que as freguesias rurais

(Jardim da Serra, Quinta Grande e Curral das Freiras) apresentam uma marginalidade funcional forte, corroborando

a importância e necessidade da estruturação viária (acessibilidades) e de implementação de políticas estratégicas de

desenvolvimento e dinamização local, sobretudo, através da promoção e atração de funções e serviços que

contribuam para a fixação da população. Por outro lado, entre as freguesias urbanas, Estreito de Câmara de Lobos

possui uma marginalidade funcional fraca e Câmara de Lobos muito fraca.

Esta situação, determina a existência de uma correlação direta entre o aumento do número de equipamentos de

utilização pública e a consequente disponibilização dos mais variados serviços e o acréscimo de quantitativos

populacionais9.

9 Câmara Municipal de Câmara de Lobos, Departamento de Ordenamento do Território (DOT)

Diagnóstico Social Participado | 2016

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3. Caraterização socioeconómica

Os Censos 2011 revelam que a maioria da população ativa do Concelho está empregada no setor terciário (71%),

embora com valores inferiores à média regional (79.8%), sendo o setor primário, o menos expressivo, com apenas

5% da população ativa. Embora não se registe uma percentagem significativa, em termos de mão-de-obra, no setor

primário, o concelho de Câmara de Lobos é uma referência regional no que diz respeito à produção vinícola e à

pesca. Segundo dados de 2011, do IVBAM (Instituto do Vinho, Bordado e do Artesanato da Madeira), 62% do total

de uvas recolhidas, na Região, para a produção do Vinho Madeira, provêm do concelho de Câmara de Lobos, em

particular, da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos.

No setor primário, assume grande importância no Concelho, o subsetor das pescas, conferindo à Cidade a sua mais

reconhecida característica paisagística – a baía – que “garante abrigo às embarcações pesqueiras conhecidas pelo seu

colorido intenso e o movimento de pescadores que logo pela manhã dão vida às ruas do centro histórico (…)

atribuindo autenticidade ao epíteto de vila piscatória” (Teles, 2013).

Para além do significado que este setor assume na identidade e imagem da Cidade, a pesca também tem especial

importância em termos sociais e económicos.

Segundo os Censos 2011, encontram-se empregadas no ramo da pesca e aquicultura, 29% do total de efetivos da

Região, sendo Câmara de Lobos o segundo concelho com mais indivíduos ligados ao setor, depois de Machico

(Caniçal). Particularmente, a captura do peixe-espada preto, representa o grosso das capturas locais, sendo que a

nível regional, esta espécie representou, no ano de 2011, cerca de 43% do total de pescado descarregado nos portos

da RAM, o que equivale, aproximadamente, a 53% do valor global do pescado.

No entanto, segundo os dados apurados pela DREM (Direção Regional de Estatística da Madeira – Estatística da

Pesca, 2011), o porto de Câmara de Lobos representa apenas 0,01% do total de pescado descarregado na Região, o

que equivale a 0,03% do valor da pesca descarregada. Este facto pode ser explicado por se verificar que a quase

totalidade das embarcações pesqueiras, registadas em Câmara de Lobos, optam por descarregar as respetivas

capturas no porto do Funchal (que concentra aproximadamente 3/4 da pesca descarregada na Região), por

beneficiarem de melhores condições para a operação de descarga.

Em termos sociais, é significativo o número de famílias diretamente dependentes desta atividade, no Concelho.

Segundo os Censos de 2011 (cit. in Teles, 2013), 189 pessoas encontram-se empregues no ramo da pesca e

aquicultura, o que a nível regional, corresponde a 29% do total de efetivos, tornando, assim, Câmara de Lobos, o

segundo concelho da RAM (o primeiro corresponde a Machico, com 42%), com maior número de indivíduos ligados

ao setor.

Diagnóstico Social Participado | 2016

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3.1. Turismo

O turismo, representa um setor estratégico chave no desenvolvimento socioeconómico da RAM. Os concelhos

enquanto parcelas do território regional, não constituem por si só motivos de atração de turistas à Ilha da Madeira,

mas antes, integram um todo regional que se apresenta ao mundo com uma identidade particular capaz de fixar,

anualmente, cerca de um milhão de hóspedes nas unidades hoteleiras.

A cidade de Câmara de Lobos recebe diariamente centenas de turistas que constituem uma significativa mais-valia

no tecido económico local. Essa qualidade é-lhe reconhecida pelo POT (Plano de Ordenamento Turístico da RAM)10,

em sede da “distribuição territorial dos produtos/pontos de atração”, onde se perspetiva “a exploração da oferta

temática, por áreas geográficas, associada aos recursos endógenos”.

Neste importante referencial estratégico, é atribuído a Câmara de Lobos o papel de «Centro de Animação», assim

caracterizado: “aproveitar da proximidade do Funchal e as características urbanas do casco antigo de Câmara de

Lobos para requalificar e reforçar a oferta de animação e restauração neste centro”.

Porém, Câmara de Lobos é mais do que a sua Cidade e oferece um conjunto de potencialidades e atrativos que

convidam o turista a uma passagem pelo Concelho. Conforme refere Teles (2013) “a associação do concelho de

Câmara de Lobos a um «Centro de Animação», tal como sugere o Plano de Ordenamento Turístico da RAM, parece-

nos extremamente redutor, deixando por explorar todo um Concelho com inúmeras valências culturais e um

considerável património natural com reconhecidas potencialidades turísticas”.

Note-se que Câmara de Lobos oferece um conjunto de atrativos que convidam o turista a uma passagem pelo

Concelho e apresenta inúmeras potencialidades, por explorar, conforme iremos verificar no capítulo III deste

Diagnóstico. Este território reúne inúmeras condições e recursos para afirmar-se, não só como “Centro de

Animação”, mas também, como um dos principais destinos turísticos da Região, podendo oferecer produtos

turísticos específicos, no âmbito do turismo rural, da natureza, da montanha, de saúde, da cultura, do lazer, do

desporto, do mar e da gastronomia.

A definição de uma estratégia de promoção local, devidamente enquadrada com a política regional, definida para o

setor, revela-se, pois, pertinente. A título de exemplo, a criação de meios de divulgação, como um roteiro turístico

pedestre, poderá representar uma importante ferramenta de diferenciação e valorização do Concelho, face à

restante oferta turística regional.

3.1.1. Atividade turística

De acordo com os dados do INE, o concelho de Câmara de Lobos possuía cinco estabelecimentos turísticos, em

2013 (quadro CE1). Relativamente ao número de hóspedes, houve um decréscimo de 30% entre 2009 e 2013, apesar

de, neste último ano, se ter registado uma recuperação. Os hóspedes dos estabelecimentos existentes neste

Concelho eram essencialmente de nacionalidade estrangeira (80%).

10 Decreto Legislativo Regional n.º 17/2002/M.

Diagnóstico Social Participado | 2016

35

Paralelamente a esta diminuição no número de hóspedes, verificou-se uma redução na taxa líquida de ocupação cama

(relação entre o número de dormidas e o número de camas disponíveis no período de referência), rondando os

30/40%.

Apesar da redução no número de hóspedes, a estada média nos estabelecimentos hoteleiros registou uma tendência

oposta, passando de 4,9, em 2009, para 6,3, em 2013.

Quadro CE1 - Indicadores de turismo no Concelho, de 2009 a 2013

2009 2010 2011 2012 2013

N.º de estabelecimentos 4 4 4 4 5

N.º de hóspedes 20.708 16.971 15.410 12.527 13.915

Estada média (n.º) 4,9 5,1 5,4 6 6,3

Proporção de hóspedes estrangeiros (%) 89,4 84,2 91,9 85,2 94,9

Taxa líquida de ocupação cama (%) 40,6 34,6 33,4 30,7 40,4

Fonte: INE, Inquérito à Permanência de Hóspedes e Outros Dados na Hotelaria

Estada média: relação entre o número de dormidas e o número de hóspedes que deram origem a essas dormidas, no período de referência, na perspetiva

da oferta.

T.O.L. (cama) = [Nº de dormidas durante o período de referência / (Nº de camas disponíveis x Nº de dias do período de referência)] x 100

3.2. Agricultura

A Agricultura representa uma marca socioeconómica bastante relevante no Concelho, destacando-se o cultivo da

banana e da vinha, no Estreito de Câmara de Lobos, da castanha, no Curral das Freiras, e das cerejas, no Jardim da

Serra.

Segundo o recenseamento agrícola de 2009, do INE, cerca de 70% da superfície agrícola utilizada no Concelho,

correspondia a culturas permanentes, seguindo-se as terras aráveis, e com menor expressão, a horta familiar (quadro

CE2).

Quadro CE2 - Superfície agrícola utilizada no Concelho, nos anos 1989, 1999 e 2009

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola

Composição da superfície agrícola utilizada (ha)

Câmara de Lobos

1989 1999 2009

Total 660 524 710

Terras aráveis 153 149 199

Horta familiar 9 6 10

Culturas permanentes 498 368 496

Pastagens permanentes 0 1 5

Diagnóstico Social Participado | 2016

36

Das culturas permanentes existentes no Concelho, em 2009, destacavam-se as explorações de vinha (1.227), sendo

que cerca de 56% localizavam-se na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos e 23% na freguesia de Câmara de

Lobos. Com especial relevância, encontravam-se também explorações de frutos subtropicais (670 explorações)

localizadas, essencialmente, na freguesia de Câmara de Lobos, e de frutos frescos (455 explorações), localizadas no

Jardim da Serra e Estreito de Câmara de Lobos, nomeadamente, cerejeiras.

Na freguesia do Curral das Freiras, destacavam-se as explorações de vinha e frutos de casca rija (castanheiros) e na

Quinta Grande, as explorações de vinha e frutos subtropicais (quadro CE3).

Quadro CE3 - N.º de explorações agrícolas com culturas permanentes, no Concelho e por freguesia,

no ano 2009

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola

Entre 1989 e 1999, o número de produtores agrícolas, no Concelho, diminuiu de forma significativa, tal como na

RAM. No entanto, de 1999 para 2009, deu-se um acréscimo de 406 produtores, passando o Concelho a contar com

2.142 produtores agrícolas. Na sua maioria, os produtores agrícolas possuem idades mais avançadas, sobretudo, a

partir dos 65 anos (gráfico CE1).

Gráfico CE1 - Produtores agrícolas singulares no Concelho, por grupo etário, no ano 2009

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola

Localização geográfica Total Frutos frescos

(exceto citrinos) Citrinos

Frutos subtropicais

Frutos de casca rija

Vinha

Outras

culturas permanentes

Concelho de Câmara de

Lobos 1.903 455 71 670 200 1.227 7

Câmara de Lobos 642 39 28 520 8 283 2

Curral das Freiras 128 8 2 4 83 90 2

Estreito de Câmara de Lobos 741 126 23 104 32 687 2

Quinta Grande 117 17 3 26 3 96 1

Jardim da Serra 275 265 15 16 74 71 -

0

50

100

150

200

250

300

350

Câmara de

Lobos

Curral das

Freiras

Estreito de

Câmara de

Lobos

Quinta Grande Jardim da Serra

N.º

15 - 24 anos

25 - 34 anos

35 - 44 anos

45 - 54 anos

55 - 64 anos

65 e mais anos

Diagnóstico Social Participado | 2016

37

3.3. Empresas sedeadas no Concelho

Nos últimos anos, o número de empresas, sedeadas no Concelho, tem vindo a aumentar, progressivamente,

passando de 1.402 empresas em 2004, para 1.716 empresas, em 2009. Nos anos seguintes, ocorreu um ligeiro

retrocesso, novamente retomado no ano de 2012 (gráfico CE2).

Gráfico CE2 - Evolução do n.º de empresas no Concelho, de 2004 a 2012

Em 2012, as empresas de comércio por grosso e a retalho e as empresas de reparação de veículos automóveis e

motociclos, correspondiam a 21,2% do total de empresas sedeadas no Concelho. Seguiam-se as empresas de

atividades administrativas e dos serviços de apoio (13,8%), as de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca

(12,7%), as de construção (11,5%), e por fim, as de alojamento, restauração e similares (9,2%) (Fonte: INE, Sistema

de Contas Integradas das Empresas).

1 4021 477

1 5601 640

1 714 1 7161 643 1 603

1 666

0

200

400

600

800

1 000

1 200

1 400

1 600

1 800

2 000

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

N.º

Anos

Fonte: INE, Sistema de Contas Integradas das Empresas (SCIE)

Diagnóstico Social Participado | 2016

38

4. Enquadramento demográfico

De acordo com os Censos 2011, o concelho de Câmara de Lobos ocupa o terceiro lugar entre os concelhos do

arquipélago da Madeira, em termos de população residente, com 35.666 habitantes, representando 13,6% do total

da população da Região.

Apesar de ser um dos mais antigos concelhos da RAM, Câmara de Lobos tem como caraterística única e

diferenciadora, o facto de ser o Concelho mais jovem e com a maior dimensão média familiar, da Região, o que está

intimamente relacionado a fatores históricos e culturais, pois o Concelho sempre se caraterizou por elevadas taxas

de natalidade.

Entre os municípios da RAM, Câmara de Lobos é aquele onde as crianças e jovens assumem maior expressão, no

total da população residente, na medida em que 36% da população possui idade inferior a 25 anos e 20,9% possui

idade até aos 14 anos11. Por outro lado, o índice de envelhecimento é um dos mais baixos da Região, contrastando

com os concelhos da costa norte e extremo ocidental sul da ilha.

Segundo os Censos 2011, Câmara de Lobos apresenta a segunda maior densidade populacional da Região, com 684

habitantes/Km², valor duas vezes superior à média registada para a RAM. Este indicador confirma a expansão que se

tem verificado, sobretudo, nos últimos vinte anos, para os concelhos limítrofes a leste e a oeste da capital da Região,

fruto das novas acessibilidades e da oferta imobiliária a custos acessíveis.

4.1. Evolução da população residente

O quadro D1, representa a evolução da população residente, no concelho de Câmara de Lobos, ao longo das últimas

décadas. Relativamente à freguesia do Jardim da Serra, apenas são apresentados dados, a partir do ano 2001, uma

vez que apenas foi criada em 1996.

Quadro D1 - Evolução da população residente no Concelho, de 1920 a 2011

Fonte: INE, Censos 1960-2011

No período de 1920/2011, ocorreu uma evolução positiva da população do Concelho, à exceção da década de

1970/1981, em que se verificou uma variação negativa (-2,44) (gráfico D1).

11 Censos 2011, Dia da Criança - Em Foco (Publicação da Direção Regional de Estatística da Madeira, 2013)

Unidade Territorial Ano

1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011

RAM 180.360 212.458 249.450 269.769 268.937 251.135 252.844 253.426 245.011 267.785

Concelho de Câmara de Lobos 17.578 21.806 24.130 27.420 29.759 31.810 31.035 31.476 34.614 35.666

Câmara de Lobos 8.792 11.120 11.740 12.913 14.184 14.345 14.991 15.097 16.842 17.986

Curral das Freiras 1.476 1.920 2.168 2.501 2.556 2.705 2.388 2.324 1.673 2.001

Estreito de Câmara de Lobos 6.251 7.280 8.604 10.172 11.112 12.810 11.734 12.151 10.236 10.269

Quinta Grande 1.059 1.486 1.618 1.834 1.907 1.950 1.922 1.904 2.156 2.099

Jardim da Serra - - - - - - - - 3.707 3.311

Diagnóstico Social Participado | 2016

39

Gráfico D1 - Variação da população residente, no Concelho, de 1920 a 2011

Em termos de evolução da população residente, por freguesia, a sede de Concelho apresenta uma evolução positiva,

ao longo dos anos censitários em análise. Nas restantes freguesias, essa evolução foi positiva até à década de 70,

tendo a partir daí, ocorrido uma tendência de declínio populacional.

A análise ao período intercensitário dos recenseamentos da população, em particular entre 2001 e 2011, permite

aferir a tendência de estagnação efetiva dos quantitativos populacionais de Câmara de Lobos, observando-se um

decréscimo das taxas de crescimento. Apesar disso, o Concelho continua a ser um dos municípios do arquipélago

com índices de sustentabilidade potencial mais elevados (gráfico D2).

Gráfico D2 - Evolução da população residente, nas freguesias, de 1920 a 2011

Fonte: INE, Censos 1960-2011

Fonte: INE, Censos 1960-2011

24,05

10,66

13,63

8,536,89

-2,44

1,42

9,97

3,04

-5,00

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

1920/1930 1930/1940 1940/1950 1950/1960 1960/1970 1970/1981 1981/1991 1991/2001 2001/2011

%

0

5 000

10 000

15 000

20 000

25 000

30 000

35 000

40 000

1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011

N.º

Anos censitários

Concelho de Câmara de Lobos Câmara de LobosCurral das Freiras Estreito de Câmara de LobosQuinta Grande Jardim da Serra

Diagnóstico Social Participado | 2016

40

4.2. População residente no Concelho e freguesias, por grupo etário e género

4.2.1. Concelho de Câmara de Lobos

Segundo os Censos 2011, Câmara de Lobos é o concelho mais jovem da RAM, na medida em que 36% da sua

população residente, possui idade inferior a 25 anos e 20% possui idade inferior a 15 anos. Nas faixas etárias mais

jovens, verifica-se existir um maior número de homens face ao de mulheres, enquanto nas faixas etárias mais

avançadas, sucede o contrário (gráfico D3). Assim, verifica-se também que o Concelho possui a menor idade média

da população residente na RAM, ou seja, 34,6 anos12.

Gráfico D3 - População por grupo etário e género, no Concelho, no ano 2011

A estrutura etária da população residente no Concelho, tem sofrido algumas mudanças ao longo dos anos, em

resultado das variações nas dinâmicas demográficas, nomeadamente, na natalidade e na mortalidade, salientando-se,

também, a forte componente migratória.

As pirâmides etárias representam a distribuição da população por grupos etários e por género, de forma a facilitar

a sua análise. O estreitamento nas bases das pirâmides etárias, revela uma diminuição da natalidade e da população

jovem, de um determinado território ou zona habitada. Por outro lado, o alargamento da zona central das pirâmides,

revela um aumento da população adulta e em idade ativa.

Em 1991, Câmara de Lobos apresentava uma população muito jovem e uma elevada natalidade, refletindo-se numa

pirâmide etária de base larga. Para além disso, apresentava uma taxa de mortalidade elevada e uma menor esperança

média de vida, evidenciando-se no topo estreito da pirâmide.

Nas pirâmides etárias de 2001 e 2011, é notória a alteração na distribuição da população, nomeadamente, o

estreitamento da base, como resultado da diminuição na natalidade.

12 Fonte: INE, Censos 2011, O Retrato dos Municípios da RAM (Publicação da DRE, 2013)

Fonte: INE, Censos 2011

3 851

1 474 1 370 1 287 1 435 1 562 1 416 1 294933 747 604 390 345 513

3 594

1 460 1 333 1 3041 386

1 4851 368 1 395

1 082908

781667 604

1 078

0

1 000

2 000

3 000

4 000

5 000

6 000

7 000

8 000

Menos

de 15

anos

15-19

anos

20-24

anos

25-29

anos

30-34

anos

35-39

anos

40-44

anos

45-49

anos

50-54

anos

55-59

anos

60-64

anos

65-69

anos

70-74

anos

75 ou

mais

anos

N.ºM

H

Diagnóstico Social Participado | 2016

41

Em simultâneo, verifica-se um aumento da população adulta e uma tendência para o aumento populacional, nas faixas

etárias mais avançadas, traduzindo uma maior esperança média de vida (gráfico D4).

Gráfico D4 - Pirâmides etárias do Concelho, nos anos 1991, 2001 e 2011

4.2.2. Freguesia de Câmara de Lobos

Entre 1991 e 2011, a freguesia de Câmara de Lobos registou um acréscimo de 2.889 habitantes (gráfico D5). Nos

grupos etários mais jovens registou-se uma evolução negativa, enquanto nas faixas etárias mais avançadas, observou-

se uma evolução positiva.

Gráfico D5 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia de Câmara de Lobos,

de 1991 a 2011

Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011

2 000 1 500 1 000 500 0 500 1 000 1 500 2 000

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (1991)(Concelho de Câmara de Lobos)

Homens

Mulheres

2 000 1 500 1 000 500 0 500 1 000 1 500 2 000

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (2001)(Concelho de Câmara de Lobos)

Homens

Mulheres

2 000 1 500 1 000 500 0 500 1 000 1 500 2 000

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (2011)(Concelho de Câmara de Lobos)

Homens

Mulheres

0

2 500

5 000

7 500

10 000

12 500

1991 2001 2011

N.º

Anos

0-14 15-24 25-64 ≥65

Fonte: INE, Censos, 1991

Diagnóstico Social Participado | 2016

42

As pirâmides etárias revelam que a freguesia de Câmara de Lobos possui uma população muito jovem. No entanto,

entre 1991 e 2011, deu-se um estreitamento da base da pirâmide e uma diminuição de residentes, com menos de

25 anos, bem como um aumento de residentes, com idades acima dos 25 anos (gráfico D6).

4.2.3. Freguesia do Curral das Freiras

Curral das Freiras é a freguesia do concelho de Câmara de Lobos que possui maior área territorial e menor número

de habitantes. Em 1991 apresentava 2.324 habitantes, diminuindo para 1.673 habitantes, em 2001. Em 2011,

recuperou, ligeiramente, passando a ter 2.001 habitantes. Entre 1991 e 2001, todos os grupos etários registaram um

decréscimo de população (gráfico D7). Na década seguinte, houve uma ligeira recuperação, excetuando-se o grupo

etário dos 0 aos 14 anos que manteve uma tendência para diminuição populacional.

Gráfico D6 - Pirâmides etárias da freguesia de Câmara de Lobos, dos anos

1991, 2001 e 2011

Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011

1 000 500 0 500 1 000

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (1991)

Homens Mulheres

1 000 500 0 500 1 000

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (2001)

Homens Mulheres

1 000 500 0 500 1 000

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (2011)

Homens Mulheres

Diagnóstico Social Participado | 2016

43

Gráfico D7 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia do Curral das Freiras,

de 1991 a 2011

Na freguesia do Curral das Freiras, a estrutura etária da população sofreu alterações bastante visíveis, nos últimos

20 anos, facto intimamente ligado a uma acentuada diminuição da natalidade e à emigração (gráfico D8).

Gráfico D8 - Pirâmides etárias da freguesia do Curral das Freiras, dos anos

1991, 2001 e 2011

Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011

Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011

0

500

1 000

1 500

2 000

2 500

1991 2001 2011

N.º

Anos

0-14 15-24 25-64 ≥65

200 150 100 50 0 50 100 150 200

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (1991)

Homens Mulheres

200 150 100 50 0 50 100 150 200

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (2001)

Homens Mulheres

200 150 100 50 0 50 100 150 200

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (2011)

Homens Mulheres

Diagnóstico Social Participado | 2016

44

No período de 1991 a 2001, esta freguesia assistiu a um decréscimo de 39%, na população dos 0 aos 14 anos, e de

42%, na população dos 15 aos 24 anos. Entre 2001 e 2011, deu-se novamente uma diminuição da população, na faixa

etária dos 0 aos 14 anos, em cerca de 15%. Por outro lado, houve um significativo aumento da população ativa e

idosa, registando-se um acréscimo de 38% habitantes, na faixa etária dos 25 aos 64 anos, e de 42% habitantes, na

faixa etária igual ou superior a 65 anos, o que reflete um maior envelhecimento da população (gráfico D8).

4.2.4. Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos

A freguesia do Estreito de Câmara de Lobos é a segunda maior freguesia do Concelho, com 10.236 habitantes. Em

2011, ocorreu um aumento de 218 habitantes, nesta freguesia, comparativamente a 1991. Porém, entre os anos de

1991 e 2011 e à semelhança das freguesias referidas anteriormente, verificou-se uma diminuição de população, nas

faixas etárias mais jovens (< 25 anos), e um aumento, nas faixas etárias mais avançadas (> 25 anos) (gráfico D9).

Gráfico D9 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia do Estreito de Câmara

de Lobos, de 1991 a 2011

Entre 1991 e 2001, as classes etárias que apresentaram maior acréscimo de população, na freguesia do Estreito de

Câmara de Lobos, foram as dos 30 aos 49 anos e dos 65 aos 74 anos. Contudo, entre 2001 e 2011, esse aumento

populacional, deu-se sobretudo nas faixas etárias imediatamente mais avançadas, ou seja, dos 40 aos 59 anos e com

idade superior a 70 anos (gráfico D10).

Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011

0

1 500

3 000

4 500

6 000

7 500

1991 2001 2011

N.º

Anos

0-14 15-24 25-64 ≥65

Diagnóstico Social Participado | 2016

45

4.2.5. Freguesia da Quinta Grande

Em 1991, a freguesia da Quinta Grande possuía 1.904 habitantes, e em 2001, possuía 2.156 habitantes, decrescendo

para 2.099 habitantes, em 2011. Em termos de variação populacional, por grupo etário, ocorreu um decréscimo de

população, sobretudo nas faixas mais jovens, na década de 2001-2011, em que se registou uma quebra de

aproximadamente 20% de população com menos de 25 anos, nesta freguesia (gráfico D11).

Gráfico D11 - Evolução da população residente, por grupo etário, na freguesia da Quinta Grande, de

1991 a 2011

Gráfico D10 - Pirâmides etárias da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, dos anos

1991, 2001 e 2011

Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011

Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011

750 500 250 0 250 500 750

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (1991)

Homens Mulheres

750 500 250 0 250 500 750

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (2001)

Homens Mulheres

750 500 250 0 250 500 750

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (2011)

Homens Mulheres

0

500

1 000

1 500

1991 2001 2011

N.º

Anos0-14 15-24 25-64 ≥65

Diagnóstico Social Participado | 2016

46

Na década de 1991-2001, a diminuição populacional foi mais visível na faixa etária dos 10 aos 19 anos,

contrabalançando com um aumento populacional, na ordem dos 60%, nas faixas etárias dos 25 aos 39 anos e dos 65

aos 74 anos.

Na década seguinte, o grupo de idades entre os 0 e os 34 anos, apresentava uma variação populacional negativa, com

particular incidência na população, dos 0 aos 9 anos e dos 20 aos 29 anos. Por sua vez, as classes etárias dos 40 aos

49 anos, dos 75 aos 79 anos e dos 85 e mais anos, registaram aumentos populacionais superiores a 50%.

4.2.6. Freguesia do Jardim da Serra

Na década de 2001-2011, registou-se uma redução de aproximadamente 30% da população (menos 396 habitantes),

da freguesia do Jardim da Serra, possuindo esta mesma freguesia, 3.311 habitantes, em 2011.

No que se refere à variação por grupo etário, a freguesia manteve a sua população dos 25 aos 64 anos (população

ativa), registando-se um decréscimo de 30%, na população com menos de 25 anos. Esta perda de população jovem

contrastou com um aumento da população idosa (65 e mais anos).

Nesta freguesia, através da observação das pirâmides etárias de 2001 e 2011, conclui-se que houve tendência para

o estreitamento da base e para o alargamento do topo, ou seja, houve uma redução da população mais jovem e um

aumento da população adulta e idosa. Todas as classes etárias com menos de 30 anos, registaram diminuição de

população, contrastando com o acréscimo populacional, nas classes etárias com 55 e mais anos (gráfico D13).

Fonte: INE, Censos 1991, 2001 e 2011

Gráfico D12 - Pirâmides etárias da freguesia da Quinta Grande, dos anos 1991, 2001 e

2011

150 100 50 0 50 100 150

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (1991)

Homens Mulheres

150 100 50 0 50 100 150

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (2001)

Homens Mulheres

150 100 50 0 50 100 150

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (2011)

Homens Mulheres

Diagnóstico Social Participado | 2016

47

4.3. Taxa bruta de natalidade, mortalidade e crescimento natural

A taxa bruta de natalidade (TBN) expressa o número de nados vivos ocorridos num determinado ano, por 1.000

habitantes. A taxa bruta de mortalidade (TBM) permite obter o número de óbitos por 1.000 habitantes, em

determinado ano civil.

Na década de 90, o concelho de Câmara de Lobos possuía a taxa de natalidade mais elevada da RAM. Em média

nasciam entre 15 a 20 crianças por 1.000 habitantes. Esta taxa registou uma evolução negativa com o decorrer dos

anos, particularmente, a partir de 2005. Neste mesmo ano, o Concelho apresentava uma taxa bruta de natalidade

de 15,1‰, baixando para 7,4‰ em 2014 (gráfico D14).

Em 2014, o Concelho apresentava a terceira taxa de natalidade mais elevada da RAM (7,4‰) e uma das taxas de

mortalidade mais reduzidas (Fonte: INE, Estatísticas Demográficas).

Gráfico D13 - Pirâmides etárias da freguesia do Jardim da Serra, dos anos

2001 e 2011

Fonte: INE, Censos 2001 e 2011

250 150 50 50 150 250

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (2001)

Homens Mulheres

250 150 50 50 150 250

0-4

5-9

10-14

15-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70-74

75-79

80-84

≥85

População

Pirâmide Etária (2011)

Homens Mulheres

Diagnóstico Social Participado | 2016

48

Gráfico D14 - Taxa bruta de natalidade e mortalidade, no Concelho, de 1994 a 2014

Entre 1994 e 2014, a evolução da taxa bruta de mortalidade revela pouca oscilação, variando entre os 6 e 9 óbitos

por 1.000 habitantes. Assim, considerando que a taxa de mortalidade não sofreu grandes oscilações, por um lado, e

a taxa de natalidade registou uma diminuição significativa, por outro lado, podemos concluir que houve uma redução

significativa na taxa de crescimento natural (TCN), refletindo a diferença entre a taxa bruta de natalidade e a taxa

bruta de mortalidade.

Nos anos 90, a taxa de crescimento natural era elevada no Concelho, com valores próximos ou superiores a 10‰,

diminuindo de forma progressiva, até atingir um valor negativo, em 2014. Estes indicadores também evoluíram de

forma semelhante, a nível regional, a partir de 2009 (superioridade da mortalidade face à natalidade).

4.4. Taxa de mortalidade infantil

A taxa de mortalidade infantil (TMI) traduz o número de óbitos com menos de um ano, ocorridos num determinado

ano, por 1.000 nados vivos, em determinado território ou zona habitada. No ano de 2014, cinco concelhos da RAM

registaram uma taxa de mortalidade infantil de 0‰. Entre os restantes seis concelhos, Câmara de Lobos apresentava

uma das taxas mais reduzidas (2,7‰), com um valor abaixo da média regional (4,6‰).

Fonte: INE/DREM - Estatísticas Demográficas

TBN = n.º de nados vivos / pop. média x 1.000

TBM = n.º óbitos / pop. média x 1.000

Taxa bruta de natalidade= n.º de nados vivos x 1.000

Pop. média

00

05

10

15

20

25

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Anos

Taxa Bruta de Natalidade Taxa Bruta de Mortalidade

Diagnóstico Social Participado | 2016

49

Entre 1994 e 2003, Câmara de Lobos registou taxas de mortalidade infantil elevadas, na maioria das vezes, superiores

às da RAM. Nos últimos anos, o Concelho registou valores muito próximos aos da RAM, apresentando uma TMI de

3,9‰, em 2014 (gráfico D15).

Gráfico D15 - Taxa de mortalidade infantil, na RAM e Concelho, de 1994 a 2014

4.5. Taxa de fecundidade

A taxa de fecundidade geral, reflete o número de nados vivos por 1.000 mulheres, em idade fértil. Quer a nível da

Região, quer a nível do Concelho, a taxa de fecundidade geral registou uma evolução negativa, entre 1994 e 2014

No entanto, verifica-se que essa redução foi mais acentuada no Concelho, comparativamente à RAM.

Câmara de Lobos passou de uma taxa de fecundidade geral de 74‰ (74 nados vivos por 1.000 mulheres em idade

fértil) em 1994, para 27,2‰ em 2014, enquanto a RAM passou de 50,5‰, em 1994, para 26,3‰, em 2014 (gráfico

D16).

Gráfico D16 - Taxa de fecundidade geral, na RAM e Concelho, de 1994 a 2014

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

RAM Câmara de Lobos

Fonte: INE/DREM - Estatísticas Demográficas

TMI= Óbitos de crianças com menos de 1 ano / nados vivos x 1.000

Fonte: INE/DREM - Estatísticas Demográficas

Taxa de Fecundidade Geral = Nados vivos / Mulheres em idade fértil (15-49 anos) x 1.000

00

10

20

30

40

50

60

70

80

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Anos

RAM Câmara de Lobos

Diagnóstico Social Participado | 2016

50

4.6. Taxas de nupcialidade e divorcialidade

Entre 1994 e 2013, as curvas das taxas brutas de nupcialidade (TBN) e divorcialidade (TBD), no Concelho,

apresentaram tendências de evolução ligeiramente opostas. Enquanto a taxa de nupcialidade diminuiu drasticamente,

a taxa de divorcialidade aumentou, gradualmente, sobretudo a partir de 2008. Em 1994, Câmara de Lobos registou

259 casamentos e 18 divórcios, e em 2009, 94 casamentos e 62 divórcios, o que representa uma redução de 165

casamentos e um aumento de 44 divórcios (gráfico D17). A partir de 2010, foram contemplados os casamentos

entre pessoas do mesmo sexo, e em 2011, os divórcios entre pessoas do mesmo sexo, não sendo possível comparar

os valores da TBN e TBD com os anos anteriores.

Gráfico D17 - Taxa bruta de nupcialidade e divorcialidade, no Concelho, de 1994 a 2013

4.7. Índices de envelhecimento e de dependência

O índice de envelhecimento reflete o número de habitantes com 65 e mais anos, por cada 100 jovens dos 0 aos 14

anos.

Em 2014, Câmara de Lobos correspondia ao segundo concelho da RAM, com índices de envelhecimento (58,9) e

dependência de idosos (15,3) mais baixos. Entre 1994 a 2014, o Concelho apresentou uma evolução semelhante à

da RAM, relativamente ao índice de envelhecimento. Nesse mesmo período, este índice aumentou cerca de 30%,

enquanto na RAM aumentou cerca de 40%.

Em 1994, o Concelho possuía um índice de envelhecimento de 25,9%, ou seja, existiam 26 habitantes com 65 e mais

anos, por cada 100 jovens dos 0 aos 14 anos. Em 2004, este valor aumentou para 37%, e em 2014, para 58,9%,

significando que, neste último ano, por cada 100 habitantes dos 0 aos 14 anos, existiam 59 pessoas com 65 e mais

anos. Na RAM, este índice era superior, atingindo nos últimos anos, valores muito próximos dos 100% (gráfico D18).

Fonte: INE/DREM - Estatísticas Demográficas

┴ - A partir de 2010 os valores das TBN incluem os casamentos celebrados entre pessoas do mesmo sexo. Os casamentos

dissolvidos por divórcio, a partir de 2011, incluem os valores dos divórcios entre pessoas do mesmo sexo, reflexo da

alteração da legislação do casamento (Lei nº 9/2010 de 31 de maio).

TBN = Casamentos / pop. média x 1.000

TBD = Divórcios / pop. média x 1.000

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

%

Anos

Nupcialidade

Divorcialidade

Diagnóstico Social Participado | 2016

51

Gráfico D18 - Índice de envelhecimento, na RAM e Concelho, de 1994 a 2014

Em termos demográficos, os jovens e os idosos são considerados “dependentes”, uma vez que não contribuem para

a produção de riqueza. O peso destes dois grupos face à população com idades intermédias ou população em idade

ativa é avaliado pelos índices de dependência.

O índice de dependência de jovens, em Câmara de Lobos, registou uma evolução negativa, entre 1994 e 2014,

diminuindo de 47,1% para 26,0%. Esta diminuição deveu-se ao decréscimo da taxa de natalidade e da população

jovem. Por outro lado, o índice de dependência de idosos registou um ligeiro aumento, em virtude do acréscimo de

população com idades mais avançadas, passando de 12,2%, em 1994, para 15,3%, em 2014 (gráfico D19).

Gráfico D19 - Índices de dependência, no Concelho, de 1994 a 2014

00

20

40

60

80

100

120

%

Anos

RAM Câmara de Lobos

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

%

Índice de dependência total Índice de dependência de jovens

Índice de dependência de idosos

Fonte: INE/DREM - Estatísticas Demográficas

Índice de envelhecimento = pop. com 65 e mais anos / pop. entre os 0 e os 14 anos x 100

Fonte: INE/DREM - Estatísticas Demográficas

Índice de dependência de jovens = pop. entre os 0 e os 14 anos / pop. entre os 15 e os 64 anos x 100

Índice de dependência de idosos = pop.com 65 ou mais anos / pop. entre os 15 e os 64 anos x 100

Índice de dependência total = (pop. entre os 0 e os 14 anos + pop.com 65 ou mais anos) / pop. entre os 15 e os 64 anos x 100

s x 100

Diagnóstico Social Participado | 2016

52

4.8. Saldo migratório

Entre 1993 e 2013, o saldo migratório (SM) para Câmara de Lobos, obtido através da diferença entre o número de

entradas e saídas por migração, internacional ou interna, registou sempre valores negativos, à exceção do período

decorrido entre 1999 e 2001. Isto significa que durante esta década, o número de residentes que saíram do

Concelho, por motivo de migração ou emigração, foi superior ao número de indivíduos que vieram residir para o

Concelho.

Gráfico D20 - Saldo migratório, no Concelho, de 1993 a 2013

O gráfico D20 demonstra que as saídas migratórias do Concelho têm sido superiores às entradas, sobretudo nos

últimos anos, em que se observa um saldo migratório negativo mais acentuado (exemplo de 2011: -623).

Gráfico D21 - População estrangeira, no Concelho, no ano 2014

Em 2014, segundo os dados do INE (Anuário Estatístico da RAM), existiam 148 habitantes estrangeiros, com estatuto

de residente no Concelho, na sua maioria, provenientes do Brasil (48) (gráfico D21).

Fonte: INE/DREM - Estatísticas Demográficas

Fonte: INE, Anuário Estatístico da RAM 2014

-700

-600

-500

-400

-300

-200

-100

0

100

200

199319941995199619971998199920002001200220032004200520062007200820092010201120122013

N.º

48

6

2

6

13

11

1

5

0

10

20

30

40

50

60

Brasil Ucrânia Cabo

Verde

Roménia Angola Guiné

Bissau

Reino

Unido

Moldávia China

Diagnóstico Social Participado | 2016

53

4.9. Movimentos pendulares

Segundo os Censos 2011, nas interações municipais na Região, foram identificados dois polos de articulação: em

primeiro lugar, o Funchal, com interações municipais com os concelhos vizinhos, como Câmara de Lobos, Ponta do

Sol, Calheta, Machico e Santa Cruz; em segundo lugar, o concelho de Santa Cruz, identificando-se a interligação com

Machico e Ribeira Brava.

Gráfico D22 - Meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares, no Concelho, no ano

2011

Em 2011, 44,4% da população do Concelho utilizava o automóvel como principal meio de transporte, nas deslocações

entre casa e o trabalho ou entre casa e o local de estudo, sendo que 27,7% utilizava-o como condutor e 16,7% como

passageiro. Ao automóvel seguia-se o autocarro, a deslocação a pé e o transporte coletivo da empresa ou da escola

(gráfico D22).

Quadro D2 - Duração média dos movimentos pendulares da população residente, empregada ou

estudante, no Concelho, nos anos 1991, 2001 e 2011

Em termos médios, os residentes em Câmara de Lobos, demoram mais tempo a chegar ao local de trabalho ou

estudo (21,5 minutos), comparativamente aos dois maiores concelhos da RAM. Este tempo é superior nas freguesias

do Curral das Freiras (30,17 minutos) e Jardim da Serra (27,30 minutos) (quadro D2).

1991 2001 2011

minutos

Concelho de Câmara de Lobos 20,81 25,46 21,50

Câmara de Lobos 17,55 21,16 18,10

Curral das Freiras 25,92 36,43 30,17

Estreito de Câmara de Lobos 22,57 25,89 23,74

Quinta Grande 26,37 27,08 24,74

Jardim da Serra 24,86 40,32 27,30

Fonte: INE, Censos 2011

Fonte: INE, Censos 2011

Fonte: INE, Censos 2011

18,13

29,47

7,32

27,71

16,700,49

0,17

A pé

Autocarro

Transporte coletivo da empresa ou

da escolaAutomóvel ligeiro- como condutor

Automóvel ligeiro - como

passageiroMotociclo ou bicicleta

Outro meio

Diagnóstico Social Participado | 2016

54

4.10. Famílias

4.10.1. Famílias clássicas e famílias institucionais

O concelho de Câmara de Lobos possuía em 2011, 10.460 famílias clássicas e 3 famílias institucionais (Censos, 2011).

A distribuição das famílias clássicas, por freguesia, apresentava-se da seguinte forma: 5.095 em Câmara de Lobos,

3.065 no Estreito de Câmara de Lobos, 1.000 no Jardim da Serra, 659 no Curral das Freiras e 641 na Quinta Grande

(gráfico D23).

Gráfico D23 - Distribuição de famílias clássicas, por freguesia, no ano 2011

Relativamente às famílias institucionais, duas localizavam-se na freguesia de Câmara de Lobos e uma no Estreito de

Câmara de Lobos (gráfico D24).

Gráfico D24 - Distribuição de famílias institucionais, por freguesia, no ano 2011

Fonte: INE, Censos 2011

Fonte: INE, Censos 2011

Fonte: INE, Censos 2011

5 095

659

3 065

641

1 000

Câmara de Lobos Curral das Freiras

Estreito de Câmara de Lobos Quinta Grande

Jardim da Serra

2

1

0 0 0

Câmara de Lobos Estreito de Câmara de Lobos

Jardim da Serra Quinta Grande

Curral das Freiras

Diagnóstico Social Participado | 2016

55

Nas décadas situadas entre 1981 e 2011, houve um aumento no número de famílias clássicas, no Concelho, passando

de 6.195, para 10.460 famílias. Este aumento foi superior entre 1991 e 2001, correspondendo a um acréscimo de

31% (gráfico D25). Entre 2001 e 2011, o aumento do número de famílias clássicas foi mais significativo nas freguesias

do Curral das Freiras e Câmara de Lobos (Fonte: INE, Censos 1981-2011)

Gráfico D25 - Evolução do n.º de famílias clássicas, na RAM e Concelho, de 1981 a 2011

4.10.2. Dimensão média das famílias clássicas

Em 2011, o Concelho apresentava uma dimensão média das famílias clássicas de 3,41, valor superior à média regional

e nacional (gráfico D26), sendo também aquele onde os núcleos de casais com filhos estavam mais representados na

Região (78,1%)13.

Gráfico D26 - Dimensão média das famílias clássicas, por Concelho de residência, no ano 2011

13 Fonte: INE, Censos 2011, O Retrato dos Municípios da RAM (Publicação da DRE, 2013)

Fonte: INE, Censos 1981-2011

Fonte: INE, Censos 2011

58 16965 759

73 619

92 823

6 195 6 863 8 957 10 460

 0

10 000

20 000

30 000

40 000

50 000

60 000

70 000

80 000

90 000

100 000

1981 1991 2001 2011

AnosRegião Autónoma da Madeira Câmara de Lobos

2,85

3,41

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

Diagnóstico Social Participado | 2016

56

Segundo dados dos Censos de 1991, 2001 e 2011, o concelho de Câmara de Lobos, tem registado uma tendência

para diminuição das famílias mais numerosas, nomeadamente, com mais de 5 elementos. Em 1991 existiam 356

famílias, com 10 indivíduos, e em 2011, não se registava nenhuma família com esta dimensão. Não obstante, registou-

se um aumento das famílias clássicas, com 1 a 4 elementos.

No que se refere à dimensão média das famílias clássicas, nas várias freguesias, verifica-se que a freguesia de Câmara

de Lobos é a que apresenta uma maior dimensão média (3,52), contrastando com Curral das Freiras que apresenta

a menor dimensão média (3,04) (gráfico D27).

Gráfico D27 - Dimensão média das famílias clássicas, na RAM, Concelho e freguesias, no ano 2011

4.10.3. Famílias clássicas unipessoais de pessoas com 65 ou mais anos de idade

Nos últimos três anos censitários (1991, 2001 e 2011), a proporção de famílias clássicas unipessoais de pessoas com

65 e mais anos de idade, no concelho de Câmara de Lobos, foi sempre inferior quando comparada com a RAM.

Nas duas últimas décadas, essa percentagem evoluiu positivamente, passando de 4,24%, em 1991, para 5,58%, em

2011 (quadro D3). Por outro lado, ao analisar este mesmo indicador, por freguesia, constata-se que em 2011, as

freguesias do Curral das Freiras e da Quinta Grande, apresentavam percentagens superiores às médias do Concelho

e às da Região, com 10,47% e 8,42%, respetivamente, traduzindo um maior envelhecimento da população.

2,85

3,413,52

3,04

3,35 3,27 3,31

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

Região

Autónoma da

Madeira

Concelho de

Câmara de

Lobos

Câmara de

Lobos

Curral das

Freiras

Estreito de

Câmara de

Lobos

Quinta Grande Jardim da

Serra

Fonte: INE, Censos 2011

Diagnóstico Social Participado | 2016

57

Quadro D3 - Proporção de famílias clássicas unipessoais de pessoas com 65 ou mais anos de idade,

na RAM, Concelho e freguesias, nos anos 1991, 2001 e 2011

4.10.4. Famílias monoparentais

Considera-se família monoparental “um núcleo familiar onde vive um pai ou uma mãe só (sem cônjuge) e com um

ou vários filhos solteiros” (Wall e Lobos, 1999). Na última década, a proporção de núcleos familiares monoparentais

aumentou, praticamente, em todos os municípios da Região. De 2001 a 2011, Câmara de Lobos foi o segundo

concelho com acréscimo mais expressivo de núcleos monoparentais (3,6%).

Quadro D4 - Evolução da distribuição percentual das famílias monoparentais na RAM e Concelho,

nos anos 2001 e 2011

Fonte: INE, Censos 2011, O Retrato dos municípios da RAM (Publicação da DRE – 2013)

Em 2011, existiam 1.901 núcleos familiares monoparentais, o que correspondia a 19,4% do total de núcleos familiares

existentes no Concelho (9.819)14 (quadro D4). Os núcleos familiares monoparentais, por freguesia, distribuíam-se

da seguinte forma: 980 em Câmara de Lobos, 510 no Estreito de Câmara de Lobos, 177 no Jardim da Serra, 118 na

Quinta Grande e 116 no Curral das Freiras.

14 Fonte: Direção Regional de Estatística da Madeira (DRE) – Núcleos familiares: conjunto de duas ou mais pessoas pertencentes à mesma família clássica mantendo uma relação de cônjuges, parceiros numa união de facto ou progenitor e descendentes e que pode traduzir-se em casal sem

filhos, casal com um ou mais filhos ou pai ou mãe com um ou mais filhos.

Local de residência

Proporção de famílias clássicas unipessoais

de pessoas com 65 ou mais anos de idade

(%)

1991 2001 2011

Região Autónoma da Madeira 6,10 7,17 8,34

Concelho de Câmara de Lobos 4,24 5,00 5,58

Câmara de Lobos 3,31 4,31 3,85

Curral das Freiras 6,69 9,41 10,47

Estreito de Câmara de Lobos 4,05 4,94 6,33

Quinta Grande 8,39 7,67 8,42

Jardim da Serra 4,17 4,56 7,10

Local residência

Famílias

monoparentais

Famílias

monoparentais

Variação

percentual

2001 2011 %

RAM 16,9% 19,7% +2,8

Funchal 17,9% 21,7% +3,8

Santa Cruz 14.9% 17,1% +2,2

Câmara de Lobos 15,8% 19,4% +3,6

Fonte: INE, Censos 2011

Diagnóstico Social Participado | 2016

59

Introdução

Após uma caraterização geral do Concelho, neste capítulo, importa abordar as dimensões sociais chave, identificadas

pelo Grupo Dinamizador, em função dos resultados obtidos, nas dinâmicas participativas levadas a efeito.

Pretende-se desta forma, investigar e sistematizar a informação disponível, de forma integrada, não só sobre os

principais indicadores e fatores de maior força e fraqueza, territoriais, mas também relativamente aos recursos, às

dinâmicas e os agentes de capital inclusivo em presença, visando obter um retrato da realidade social do Concelho,

numa perspetiva de investigação para a ação que permita definir linhas estratégicas de intervenção social prioritária,

bem como uma gestão concertada dos recursos/potencialidades, para fazer face às necessidades/problemas do

território, mediante a corresponsabilização dos vários parceiros.

Assim, este capítulo está estruturado em torno de oito pontos que incidem sobre as áreas temáticas selecionadas:

Educação, Emprego, Formação Profissional, Habitação, Proteção de Crianças e Jovens, Proteção Social, Saúde e

Segurança e Proteção Civil.

Tratando-se este Diagnóstico Social Participado de uma iniciativa pioneira, no Concelho e na RAM, assinala-se alguma

morosidade no tratamento de dados, nomeadamente, pela multiplicidade de fontes de informação a que é necessário

recorrer em trabalhos desta natureza.

Os dados recolhidos, reportam-se a estatísticas disponíveis nas fontes oficiais e nas bases de dados de diversos

organismos regionais, privilegiando-se a análise evolutiva de 2011 a 2015. De salientar, também, que sempre que

possível, foram recolhidos e analisados indicadores por freguesia.

Relativamente aos equipamentos e recursos sociais existentes no Concelho, e previamente à elaboração do

Diagnóstico Social, foi publicado, em março de 2015, o Guia de Recursos – Equipamentos Sociais do concelho de

Câmara de Lobos15, sistematizando informação relativamente aos equipamentos, instituições e serviços de maior

relevância social, cujo respetivo conteúdo foi estruturado, por freguesia, e subdividido por tipo de equipamento,

serviço ou resposta, nomeadamente, associações e coletividades, estabelecimentos de ensino, estabelecimentos de

saúde, instituições de apoio social e serviços de utilidade pública.

Para a elaboração deste Guia, foi aplicado um questionário para recolha de informação, no período compreendido

entre maio e setembro de 2014, tendo sido registadas, em base de dados, cerca de 170

organismos/instituições/serviços/valências.

O Guia de Recursos, enquanto instrumento de caráter informativo, teve como principais objetivos, valorizar e dar

visibilidade ao trabalho social desenvolvido pelas instituições do Concelho, e em simultâneo, reforçar o trabalho em

rede, permitindo às instituições e aos cidadãos, conhecer melhor as respostas sociais existentes. Pretendeu-se,

igualmente, contribuir para um processo de diagnóstico e aprofundamento da realidade social do Concelho, através

de um maior envolvimento de todos os parceiros sociais, no processo de tomada de decisões, com vista à planificação

de futuras medidas de política social que sustentem o bem-estar comum.

15 Disponível para consulta em http://www.cm-camaradelobos.pt/Files/Filer/Documentos/Guia%20de%20recursos/Guia%20Recursos-2015%20-

%20maio.pdf

Diagnóstico Social Participado | 2016

60

É de destacar, no Concelho, a presença e o forte dinamismo dos movimentos associativos, nomeadamente,

Associações Desportivas, Culturais e Recreativas, Clubes Desportivos, Grupos de Jovens, Grupos de Escutismo,

Grupos Corais, entre outros, tendo sido identificadas, ao todo, 34 associações e coletividades: 19 em Câmara de

Lobos, 7 no Estreito de Câmara de Lobos, 4 no Curral das Freiras, 3 no Jardim da Serra e 1 na Quinta Grande.

Os sistemas de informação são fundamentais para democratizar a informação, facilitando a construção de

diagnósticos e outros instrumentos de planeamento e garantindo a circulação de informação importante entre os

vários parceiros, como por exemplo, a abertura de candidaturas a diversos programas de apoio ou a divulgação de

ações dinamizadas por entidades internas ou externas à Plataforma de Parceiros Sociais, entre outras.

Para tal, é comum recorrer-se à circulação de informação por correio eletrónico, páginas na internet, boletins

informativos, guias de recursos e outros instrumentos.

Diagnóstico Social Participado | 2016

62

1. Educação

Conforme recomendações da UNESCO para a sociedade do século XXI, valorizada em todas as suas dimensões, a

educação constitui um bem fundamental na vida de todas as pessoas, ao longo de todo o seu percurso existencial,

devendo, nessa medida, estar inscrita no centro das dinâmicas de desenvolvimento social das comunidades e das

cidades.

Enquanto membro da Associação Internacional das Cidades Educadoras (AICE)16, a cidade de Câmara de Lobos

inscreve-se nesta linha de compromisso social com a educação e o desenvolvimento dos seus habitantes.

Neste sentido, o Município constituiu, recentemente, o Conselho Municipal da Educação, órgão a quem compete a

elaboração e aprovação da Carta Educativa.

O Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de janeiro regulamenta o processo de elaboração e aprovação da Carta Educativa,

definindo-a como “o instrumento de planeamento e ordenamento prospetivo de edifícios e equipamentos

educativos, a localizar no Concelho, de acordo com a oferta de educação e formação que seja necessário satisfazer,

tendo em vista a melhor utilização dos recursos educativos, no quadro do desenvolvimento demográfico e

socioeconómico de cada município”.

A Carta Educativa é parte integrante do Plano Diretor Municipal (PDM), sendo a sua elaboração da competência da

Câmara Municipal e posterior aprovação, por parte da Assembleia Municipal, após discussão e parecer do Conselho

Municipal de Educação. Assim, este documento de planeamento estratégico deverá abranger a identificação e a

localização dos equipamentos educativos, o diagnóstico baseado na análise da oferta e procura educativas, as

projeções de desenvolvimento e as propostas de intervenção relativas à rede pública.

Em matéria de Educação, para além do apoio regular nos transportes escolares e nas bolsas de estudo17, o Município

implementou, em 2014, o Prémio de Mérito Escolar “Joaquim Pestana” que tem como principal finalidade, distinguir,

anualmente, os melhores alunos dos estabelecimentos de ensino público, do Concelho, dos seguintes níveis de

ensino: 1.º, 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário; 1.º, 2.º e 3.º anos dos cursos profissionais; 1.º e 2.º anos dos cursos

CEF e Turmas de Percursos Curriculares Alternativos (PCA).

A denominação do prémio visa, igualmente, enaltecer e recuperar a memória histórica do poeta Câmara-lobense,

Joaquim Pestana que fez publicações em diversos periódicos nacionais e estrangeiros. Foi ainda Vereador da Câmara

Municipal de Câmara de Lobos, e citando o Padre Eduardo Pereira, “ajudou a dotar o Concelho de alguns

melhoramentos importantes”.

A decisão de atribuição do prémio foi aprovada em reunião de Câmara, tendo sido deliberado atribuir, tanto no ano

letivo 2013/2014 como no ano letivo 2014/2015, um prémio individual ou “cheque ensino”, no montante de 50,00€

(cinquenta euros), a cada aluno, destinado exclusivamente à aquisição de material didático. Nos anos letivos de

2013/2014 e 2014/2015, o Prémio “Joaquim Pestana” foi concedido a um total de 246 alunos, do Concelho.

16 Vide http://www.edcities.org/rede-portuguesa/ 17 Este programa de apoio tem um regulamento próprio (Diário da República, 2.ª série, n.º 16 de 2008) e consiste na atribuição de um apoio

económico a estudantes residentes no Concelho que, já tendo cumprido o ensino obrigatório, apresentam dificuldades económicas. De 2008 a

2012, foram apoiados, ao todo, 661 estudantes através deste programa. Atualmente, o regulamento encontra-se em fase de revisão, pelo que os

apoios se encontram suspensos.

Diagnóstico Social Participado | 2016

63

1.1. Estabelecimentos de ensino no concelho de Câmara de Lobos

A Portaria n.º 107/2015, de 3 de julho, procedeu a várias fusões de estabelecimentos de educação ou de ensino, por

forma a adequar a rede escolar ao contexto sociodemográfico atual. Em Câmara de Lobos, foram reestruturados os

seguintes estabelecimentos, na sua maioria, das freguesias de Câmara de Lobos e Estreito de Câmara de Lobos:

Jardim de Infância “O Pião”, Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-escolar do Pedregal, Escola Básica do 1.º Ciclo com

Pré-escolar das Romeiras e Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-escolar de Seara Velha.

O gráfico ED1 mostra a distribuição de estabelecimentos de ensino, das redes pública e privada, por freguesia, no

ano letivo 2015/2016.

Gráfico ED1 - Distribuição de estabelecimentos de ensino, nas freguesias do Concelho, no ano letivo

2015/2016

Relativamente aos estabelecimentos de 1.º ciclo com pré-escolar, existem cinco localizados na freguesia de Câmara

de Lobos e cinco localizados na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos. Na freguesia da Quinta Grande, existe

um estabelecimento de 1.º ciclo com pré-escolar (também com creche), e na freguesia do Jardim da Serra, dois

estabelecimentos (quadro ED1). Na freguesia do Curral das Freiras, a Escola de 1.º ciclo ficou agregada à Escola dos

2.º e 3.º ciclos, a partir de 2015/2016.

O Concelho possui três Escolas Básicas de 2.º e 3.º ciclos, localizadas em Câmara de Lobos, Estreito de Câmara de

Lobos e Curral das Freiras e apenas uma Escola de Ensino Secundário, localizada em Câmara de Lobos.

0

1

2

3

4

5

6

7

Câmara de

Lobos

Curral das

Freiras

Estreito de

Câmara de

Lobos

Quinta

Grande

Jardim da

Serra

7

1

6

1

2

5

0

1

0 0

N.ºEnsino Público

Ensino Privado

Fonte: Câmara Municipal de Câmara de Lobos

Diagnóstico Social Participado | 2016

64

Quadro ED1 - Estabelecimentos de ensino, segundo a tipologia, no Concelho, no ano letivo

2015/2016

Freguesia Escola Básica de 1.º

Ciclo com Pré-escolar

Escola Básica 2.º,

3.º ciclo e Ensino

Secundário

Escola Básica

123/PE

Câmara de Lobos 5 2 -

Curral das Freiras - - 1

Estreito de Câmara de Lobos 5 1 -

Quinta Grande 1 - -

Jardim da Serra 2 - -

Total 13 3 1

Fonte: Câmara Municipal de Câmara de Lobos

1.2. Alunos matriculados por nível de ensino

Nos últimos anos, observou-se uma diminuição geral do número de alunos, no Concelho, sobretudo, a nível do

ensino pré-escolar, 1.º ciclo e 2.º ciclo (gráfico ED2).

Particularmente, nos anos letivos compreendidos entre 2001/2002 e 2013/2014, registou-se um acentuado

decréscimo do número de alunos a frequentar o 1.º ciclo (-1.332). Entre os anos letivos 2010/2011 e 2013/2014,

por comparação aos anos letivos anteriores, verificou-se também uma diminuição acentuada do número de alunos,

a nível do ensino pré-escolar e 2.º ciclo.

Por outro lado, no 3.º ciclo e ensino secundário, tem havido tendência para o aumento do número de alunos,

refletindo menor abandono escolar e maior diversidade de oferta formativa, permitindo aos alunos prolongarem os

seus estudos, através de outras modalidades de ensino que melhor correspondem às suas aspirações pessoais e

profissionais.

Algumas modalidades de ensino, alternativas ao ensino regular, são o Ensino Recorrente (1.º ciclo), os Cursos de

Educação e Formação (CEF), os Percursos Curriculares Alternativos (PCA), os Cursos Profissionais (CP) e os Cursos

de Educação e Formação de Adultos (EFA), os quais têm como principal objetivo aumentar o nível de escolaridade

e as qualificações profissionais da população. Esta temática será melhor desenvolvida no subcapítulo relativo à

Formação Profissional.

Diagnóstico Social Participado | 2016

65

Gráfico ED2 - Evolução do n.º de alunos, por nível de educação e ensino, no Concelho, de 2001/2002

a 2013/2014

1.3. Número médio de alunos por docente

No ano letivo de 2013/2014, tal como se registou a nível regional, o número médio de alunos, por docente, no

Concelho, foi mais elevado na educação pré-escolar e no 2.º ciclo (gráfico ED3).

Gráfico ED3 - N.º médio de alunos por docente, na RAM e Concelho, no ano letivo 2013/2014

0

500

1 000

1 500

2 000

2 500

3 000

3 500

2001/2002 2004/2005 2007/2008 2010/2011 2013/2014

Pré-Escolar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo Secundário

8

7

8

6

9

7

9

7

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Ed. Pré-escolar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo e Secundário

Câmara de Lobos RAM

Fonte: DREM/ OERAM

Fonte: OERAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

66

1.4. Pessoal docente e não docente nos estabelecimentos de ensino, no Concelho, por ano letivo

Ao longo dos últimos quatro anos, o número de pessoal docente tem-se mantido relativamente estável, no Concelho,

embora se perspetive uma tendência para diminuição da contratação de novos docentes, devido aos fatores já

conhecidos: diminuição do número de alunos nas escolas e conjuntura económica (gráfico ED4).

Gráfico ED4 - Pessoal docente e não docente nos estabelecimentos de ensino, no Concelho, de 2010

a 2014

No que diz respeito ao pessoal não docente, verificou-se uma quebra, nos últimos quatro anos, superior a 10%. Esta

quebra tem sido parcialmente compensada com a entrada de pessoal, no âmbito dos Programas Ocupacionais do

IEM, IP-RAM, em situação temporária (9 meses).

1.5. Nível de escolaridade da população

No panorama regional, o concelho de Câmara de Lobos apresenta indicadores mais favoráveis, relativamente ao

abandono escolar. No entanto, persistem ainda taxas de escolaridade abaixo das médias regionais, sobretudo, a nível

do 3.º ciclo e secundário. O Concelho apresenta também uma das mais baixas taxas de população, com 23 e mais

anos que completou o ensino superior (5,7%)18.

1.5.1. População residente por nível de escolaridade

Segundo os Censos 2011, o Concelho possui 35.666 habitantes, entre os quais 31.059 com 10 e mais anos. Nesse

mesmo ano, a população residente no Concelho possuía, maioritariamente, o ensino básico, com principal destaque

para o 1.º Ciclo (36%)19. De referir, ainda, que 4.566 habitantes atingiram o ensino secundário e 4.013 não tinham

nenhum nível de escolaridade (gráfico ED5).

18 Fonte: INE, Censos 2011, O Retrato dos Municípios da RAM (Publicação da DREM, 2013). 19 36% diz respeito à população que atingiu o 1.º ciclo, incluindo os que completaram, os que estão a frequentar e os que têm o 1.º ciclo

incompleto.

Fonte: OERAM

501 484 455 443

787

899 893849

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014

N.º

Anos Letivos

Pessoal não docente Pessoal docente

Diagnóstico Social Participado | 2016

67

Gráfico ED5 - População residente, segundo o nível de escolaridade atingido, no Concelho, no ano

2011

No gráfico ED6, podemos constatar que os quatro maiores concelhos da RAM têm em comum o facto de possuirem

a maioria de população com o 1.º ciclo. Contudo, nas classes etárias mais jovens, essa tendência tem vindo a inverter-

se.

Gráfico ED6 - População residente segundo o nível de escolaridade atingido, nos concelhos de

Câmara de Lobos, Funchal, Machico e Santa Cruz, no ano 2011

As classes etárias mais jovens apresentam níveis de escolaridade mais elevados, ao contrário das classes mais

avançadas que na sua maioria, não ultrapassam o ensino básico, sobretudo, o 1.º Ciclo. A percentagem de população

que não possui qualquer nível de escolaridade é mais elevada nas faixas etárias a partir dos 55 anos (gráfico ED7).

4 013

1 352

12 944

5 046 5 4494 566

298

1 998

0

2 000

4 000

6 000

8 000

10 000

12 000

14 000

1.º Ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo

Nenhum

nível de

escolaridade

Ensino pré-

escolar

Ensino básico Ensino

secundário

Ensino pós-

secundário

Ensino

superior

N.º

0

5 000

10 000

15 000

20 000

25 000

30 000

35 000

Câmara de Lobos Funchal Machico Santa Cruz

N.º

Nenhum nível de escolaridade Ensino pré-escolar 1.º Ciclo2.º Ciclo 3.º Ciclo Ensino secundárioEnsino pós-secundário Ensino superior

Fonte: INE, Censos 2011

Nota: Os dados referem-se à população com um nível de escolaridade completo/ incompleto ou a frequentar o mesmo.

Fonte: INE, Censos 2011

Diagnóstico Social Participado | 2016

68

Gráfico ED7 - População residente por grupo etário e nível de escolaridade atingido, no Concelho,

no ano 2011

1.6. Taxa de Analfabetismo

À semelhança da RAM, o Concelho viu a sua taxa de analfabetismo diminuir entre os anos 2001 e 2011, passando

de uma taxa de 15,81%, em 2001, para 9,80%, em 2011. Isto significa que, neste último ano, por cada 100 pessoas

com 10 e mais anos, 9 “não sabiam ler nem escrever” (quadro ED2).

Quadro ED2 - Taxa de analfabetismo na RAM e Concelho, nos anos 2001 e 2011

Fonte: INE, Censos 2011

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

10-24 anos 25-34 anos 35-44 anos 45-54 anos 55-64 anos ≥65 anos

Nenhum nível de escolaridade 1.º ciclo 2.º ciclo

3.º ciclo Ensino secundário Ensino pós-secundário

Ensino superior

2001 2011 Diferença

Região Autónoma da Madeira 12,71 6,97 -5,74

Concelho de Câmara de Lobos 15,81 9,80 -6,01

Fonte: INE, Censos 2011

Nota: Os dados referem-se à população com o nível de escolaridade completo/incompleto ou a frequentar o mesmo.

Diagnóstico Social Participado | 2016

69

De acordo com os Censos 2011, em termos de taxa de analfabetismo, o Concelho apresenta um valor intermédio

(9,80%) na RAM, correspondendo ao 6.º concelho com a taxa mais baixa (gráfico ED8).

Gráfico ED8 - Taxa de analfabetismo nos concelhos da RAM, no ano 2011

Entre 2001 e 2011, todas as freguesias do Concelho registaram uma diminuição nas taxas de analfabetismo, tendo

essa diminuição sido mais expressiva nas freguesias da Quinta Grande, Jardim da Serra e Câmara de Lobos. Por sua

vez, Curral das Freiras e Jardim da Serra correspondiam às freguesias com as taxas de analfabetismo mais elevadas,

com 20,23% e 14,15%, respetivamente. A freguesia de Câmara de Lobos era a que apresentava a taxa mais reduzida,

com 6,95% (gráfico ED9).

Gráfico ED9 - Taxa de analfabetismo nas freguesias, nos anos 2001 e 2011

9,80

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

Calheta Câmara

de Lobos

Funchal Machico Ponta do

Sol

Porto

Moniz

Ribeira

Brava

Santa

Cruz

Santana São

Vicente

Porto

Santo

Fonte: INE, Censos 2001 e 2011

Fonte: INE, Censos 2011

13,33

24,91

15,51

20,0921,06

6,95

20,23

10,6212,65

14,15

0

5

10

15

20

25

30

Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de

Câmara de Lobos

Quinta Grande Jardim da Serra

%

2001 2011

Diagnóstico Social Participado | 2016

70

1.7. Taxa de abandono escolar

A taxa de abandono escolar, calculada pelo INE, refere-se à percentagem de crianças e jovens entre os 10 e 15 anos

que abandonam a escola, sem concluir o 9.º ano de escolaridade. O Decreto-Lei n.º 176/2012, de 2 de agosto, veio

estabelecer o alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos (12 anos de escolaridade).

O concelho de Câmara de Lobos, à semelhança do que acontecia a nível regional, em 1991, possuía uma taxa de

abandono escolar muito elevada. Entre 1991 e 2011, verificou-se uma redução acentuada, desta mesma taxa, sendo

que no ano de 2011, o Concelho apresentava uma taxa de abandono escolar de 1,92%, inferior à da RAM (2,42%)

(gráfico ED10).

Gráfico ED10 - Taxa de abandono escolar na RAM e Concelho, nos anos 1991, 2001 e 2011

Em 2011, Câmara de Lobos apresentava a quarta taxa de abandono escolar mais baixa da Região (1,92%), conforme

se pode verificar no gráfico ED11.

Gráfico ED11 - Taxa de abandono escolar, nos concelhos da RAM, no ano 2011

11,30

3,14 2,42

22,91

5,13

1,92

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

1991 2001 2011

Região Autónoma da Madeira Concelho de Câmara de Lobos

1,92

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

%

Fonte: INE, Censos 1991- 2011

Fonte: INE, Censos 2011

Diagnóstico Social Participado | 2016

71

As freguesias do concelho de Câmara de Lobos apresentavam taxas de abandono escolar muito elevadas em 1991,

nomeadamente, com valores próximos e superiores a 20%. A freguesia do Curral das Freiras apresentava o valor

mais elevado (28,34%).

Nos anos seguintes, esta problemática foi fortemente combatida, de modo que em 2011, essas mesmas taxas

variavam entre 1,04% e 2,30%, nas freguesias do Concelho (quadro ED3).

Quadro ED3 - Taxa de abandono escolar nas freguesias, nos anos 1991, 2001 e 2011

*Dados retificados pelo INE

1.8. Níveis de escolarização

As taxas brutas de escolarização, consistem na relação percentual entre o número de alunos matriculados em

determinado ciclo de estudos, independentemente da idade, e a população residente, em idade normal de frequência

desse mesmo ciclo de estudos.

Quadro ED4 - Taxas de escolarização no Concelho, de 2008 a 2014

2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014

Taxa bruta de pré-escolarização

(%)

76,2 76,5 76,2 80,6 76,8 75,1

Taxa bruta de escolarização no

ensino básico (%)

101,7 106,5 106,2 102,4 99,1 97,0

Taxa bruta de escolarização no

ensino secundário (%)

16,0 20,1 23,5 31,5 30,0 31,1

Local de residência Taxa de abandono escolar (%)

1991 2001 2011

RAM 11,30 3,14 2,42*

Concelho de C.ª de Lobos 22,91 5,13 1,92*

Freguesias:

Câmara de Lobos 24,49 5,77 2,23*

Curral das Freiras 28,34 5,41 1,04

Estreito de Câmara de Lobos 19,86 4,15 1,52*

Quinta Grande 21,51 7,01 1,55

Jardim da Serra 20,99 3,60 2,30*

Fonte: INE, Recenseamento da População e Habitação 1991, 2001 e 2011

Fonte: INE

Diagnóstico Social Participado | 2016

72

Através do quadro ED4, verifica-se que a taxa bruta de pré-escolarização, no Concelho, manteve-se nos 76%, entre

2008/2009 e 2010/2011, aumentando para 80,6%, no ano letivo 2011/2012. No último ano letivo registado, isto é,

2013/2014, essa taxa tornou a diminuir para 75,1%.

Em relação ao ensino básico, a população entre os 6 e os 14 anos foi totalmente abrangida, até ao ano letivo,

2010/2011, uma vez que a taxa de escolarização atingiu os 100%. De referir que as taxas de escolarização, no ensino

básico, com valores acima dos 100%, estão relacionadas, por um lado, com o facto de existirem ciclos de estudos

frequentados por alunos que se encontram fora da idade própria, devido ao fenómeno da retenção ou a residir fora

do Concelho, mas, sobretudo, com as ofertas formativas existentes para adultos (EFA e Recorrente). A partir do

ano letivo 2012/2013, a taxa de escolarização, no ensino básico, diminuiu, atingindo os 97,0%, em 2013/2014.

O nível secundário, pelo contrário, apresentava uma taxa de escolarização inferior, apesar de ter sofrido um ligeiro

aumento, alcançando 31,5%, no ano letivo 2011/2012.

As baixas taxas de escolarização, no ensino secundário, explicam-se pelo insucesso em ciclos anteriores ou insucesso

durante o próprio ciclo ou pela desistência. Por outro lado, também não podemos esquecer que no caso de Câmara

de Lobos, existem muitos alunos a frequentar o ensino secundário, fora do concelho.

1.9. Taxa de transição/conclusão

A taxa de transição/conclusão respeita à percentagem de alunos que no final do ano letivo, obtêm aproveitamento,

podendo transitar para o ano de escolaridade seguinte. No Concelho, esta taxa foi mais elevada a nível do 1.º ciclo,

com valores superiores a 90%. Em 2013/2014, os 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário, apresentaram taxas bastante

aproximadas, embora o 3.º ciclo revelasse uma taxa ligeiramente superior (quadro ED5).

Quadro ED5 - Taxa de transição/conclusão, no ensino básico e secundário, no Concelho, de 2008 a

2014

Fonte: OERAM Nota: Estes valores dizem respeito ao ensino básico regular, aos cursos científico-humanísticos/gerais e cursos tecnológicos do ensino secundário regular e os cursos profissionais.

Ano Letivo Ensino Básico (%)

Ensino Secundário (%) Total 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo

2008/2009 85,5 91,3 84,3 76,6 61,0

2009/2010 84,6 92,6 79,9 75,8 70,4

2010/2011 86,2 93,8 82,0 78,0 65,9

2011/2012 83,2 91,2 80,4 74,0 70,4

2012/2013 82,6 90,1 78,8 75,2 74,3

2013/2014 84,0 92,3 78,3 77,1 76,3

Diagnóstico Social Participado | 2016

73

1.10. Taxas de retenção e desistência

Através do gráfico ED12, verifica-se que as taxas de retenção e desistência, no Concelho, são mais elevadas no 3.º

ciclo, variando entre 22%, em 2010/2011 e 26%, em 2011/2012, com tendência para diminuição, a partir deste último

ano letivo. No 2.º ciclo, as taxas variavam entre 15,7%, em 2008/2009 e 21,7%, em 2013/2014, com tendência para

um aumento gradual, a partir de 2010/2011. Por sua vez, no 1.º ciclo registaram-se taxas mais baixas que variavam

entre 6,2%, em 2010/2011 e 9,9%, em 2012/2013.

Gráfico ED12 - Taxas de retenção e desistência no ensino básico, no Concelho, de 2008 a 2014

No capítulo que se segue sobre os indicadores de Emprego, iremos constatar que a maioria da população

desempregada registada no Instituto de Emprego, IP-RAM, possui habilitações máximas, a nível dos 1.º e 2.º ciclos

de escolaridade.

8,77,4

6,2

8,89,9

7,7

15,7

20,118,0

19,621,2 21,7

23,4 24,122,0

26,024,8

22,9

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014

%

1.º Ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo

Fonte: OERAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

75

2. Emprego

Neste subcapítulo, privilegiamos a informação estatística recolhida junto do Instituto de Emprego da Madeira, IP-

RAM, no período de 2011 a 2015.

O IEM, IP-RAM foi criado a 18 de abril de 2009 (Decreto Legislativo Regional 3/2013/M, de 2 de janeiro), sendo um

Instituto Público dotado de personalidade jurídica, autonomia administrativa e financeira e de património próprio.

Tem por missão a coordenação e execução da política de emprego na Região Autónoma da Madeira, através da

implementação de medidas ativas e de ações de promoção do emprego e combate ao desemprego.

De forma a estruturar a intervenção pública no âmbito do emprego, foram definidos cinco eixos estratégicos no

Plano Regional de Emprego para o período 2012-202020, a saber: a) promover a criação de emprego e combater o

desemprego; b) combater o desemprego jovem e promover a transição para a vida ativa; c) reforçar a educação e a

qualificação da população madeirense; d) fomentar a inclusão social e a inserção no mercado de trabalho de pessoas

desfavorecidas; e) impulsionar o crescimento sustentável.

Apresenta-se de seguida uma análise sumária dos principais indicadores nesta temática, cabendo previamente referir

que o Concelho se encontra dotado de dois polos de emprego, localizados nas freguesias de Câmara de Lobos e

Estreito de Câmara de Lobos, cujo principal objetivo é apoiar a inserção ou reinserção de jovens e adultos

desempregados no mercado de trabalho, em estreita cooperação e articulação com o IEM, IP-RAM.

2.1. Taxa de atividade e Taxa de desemprego

A taxa de atividade permite analisar o peso percentual da população ativa sobre o total da população. Em 1991,

Câmara de Lobos possuía uma taxa de atividade de 34,9% que aumentou, progressivamente, até atingir 41,3%, em

2001 e 45,6%, em 2011, o que traduz um maior peso da população ativa, no total de população do Concelho. De

referir, ainda que, desde 1991, a taxa de atividade masculina manteve-se superior à feminina. No entanto, esta

diferença passou a ser menos expressiva a partir de 2011 (gráfico EM1).

20 Vide www.iem.gov-madeira.pt

Diagnóstico Social Participado | 2016

76

Gráfico EM1 - Taxa de atividade na RAM e Concelho, de 1991 a 2011

Na década de 2001 a 2011, ocorreu um aumento significativo nas taxas de desemprego, quer a nível a nível da Região,

quer a nível do Concelho. De 2001 para 2011, Câmara de Lobos passou de uma taxa de 2,6% para 18,1%, enquanto

a RAM passou de 4,6% para 14,6%.

Nos anos de 1991 e 2011, o Concelho apresentava taxas superiores às da RAM, representando, neste último ano,

o segundo concelho com a maior taxa de desemprego da RAM (18,1%), ao contrário do ano 2001, em que a taxa

de desemprego na RAM foi superior à do Concelho.

Em 1991 e 2001, tanto a nível da Região como do Concelho, o desemprego nas mulheres manifestou-se superior ao

dos homens, situação que se inverteu em 2011 (gráfico EM2).

Gráfico EM2 - Taxa de desemprego na RAM e Concelho, de 1991 a 2011

0

5

10

15

20

25

HM H M HM H M HM H M

1991 2001 2011

7,8

4,3

16

2,61,7

4,1

18,1

21,3

14,2

RAM Câmara de Lobos

0

10

20

30

40

50

60

HM H M HM H M HM H M

1991 2001 2011

34,9

51,8

20

41,3

54,1

29,4

45,6

51,8

39,8

RAM Câmara de Lobos

Fonte: INE, Censos 1991-2011

Taxa de atividade = população ativa / total da população x 100

Fonte: INE, Censos 1991-2011

Taxa de desemprego = população desempregada / população ativa x 100

Diagnóstico Social Participado | 2016

77

2.2. População empregada por setor de atividade

Em 2011, o Concelho possuía 13.316 pessoas empregadas (menos 620 que em 2001). Esta população encontrava-se

essencialmente empregada no setor terciário que ocupava 9.463 indivíduos, ou seja, 71% da população empregada,

com especial incidência no setor terciário – área económica. Relativamente à restante população empregada,

encontrava-se assim distribuída: 24% no setor secundário e 5% no setor primário (gráfico EM3).

Gráfico EM3 - População empregada por setor de atividade, no Concelho, no ano 2011

2.3. Desemprego Registado

No final do ano de 2011, encontravam-se inscritas, para efeitos de emprego, no Instituto de Emprego, IP-RAM, 2.951

pessoas residentes no Concelho, correspondendo a cerca de 16% do total de inscritos na RAM (19.016).

De dezembro de 2011 até dezembro de 2012, observou-se um aumento dos níveis de desemprego, quer a nível

regional (25%), quer a nível concelhio (24%). Nos anos seguintes, registou-se um decréscimo progressivo do

desemprego na RAM, correspondendo a uma redução de 7,6%, entre dezembro de 2012 e junho de 2015.

De dezembro de 2012 a dezembro de 2014, registou-se uma redução de 8,2% inscritos (menos 300 indivíduos),

residentes no Concelho, no entanto, em junho de 2015, deu-se um acréscimo de 99 inscritos (gráfico EM4).

Fonte: INE, Censos 2011

5%

24%

28%

43%

Primário Secundário Terciário (social) Terciário (económico)

Diagnóstico Social Participado | 2016

78

Gráfico EM4 - Desemprego registado na RAM e Concelho, de 2011 a 2015

2.3.1. Desemprego registado por freguesia

Relativamente ao desemprego registado, por freguesia, no período mais recente (junho 2015), observa-se que a

freguesia de Câmara de Lobos possuía, em média, 52% do total de desempregados inscritos. Seguiam-se as freguesias

do Estreito de Câmara de Lobos, com 28%, do Jardim da Serra, com 9%, do Curral das Freiras, com 6%, e da Quinta

Grande, com 5% dos desempregados (gráfico EM5).

Numa análise genérica dos inscritos, por género, em junho 2015, conclui-se que o desemprego atingia sobretudo os

homens, rondando valores médios na ordem dos 60%, no período de referência. Nesta mesma data, registavam-se

2.001 inscritos do género masculino e 1.449 do género feminino (Fonte: IEM, IP-RAM).

Gráfico EM5 - Evolução do desemprego registado, por freguesia, de 2011 a 2015

1 652

1 9371 834

1 709 1 790

167 224 187 181 210

811

1 034 1 021 982 965

198 263 267 289 296123 193 196 190 189

0

500

1 000

1 500

2 000

2 500

V.A. V.A. V.A. V.A. V.A.

DEZEMBRO/11 DEZEMBRO/12 DEZEMBRO/13 DEZEMBRO/14 JUNHO/15

N.º

Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de Câmara de Lobos Jardim da Serra Quinta Grande

2 9513 651 3 505 3 351 3 450

19 016

23 74122 758 22 603

21 944

0

5 000

10 000

15 000

20 000

25 000

Dezembro/11 Dezembro/12 Dezembro/13 Dezembro/14 Junho/15

Concelho de Câmara de Lobos RAM

Fonte: IEM, IP

Fonte: IEM, IP

Diagnóstico Social Participado | 2016

79

Quanto à evolução do desemprego registado, nas freguesias, particularmente no período de 2012 a 2015, é de

assinalar a constante redução do número de desempregados, no Estreito de Câmara de Lobos, que passou de 1.034

desempregados, em 2012, para 965, em 2015. Por sua vez, a freguesia do Jardim da Serra, registou um acréscimo de

desempregados nesse mesmo período. Nas restantes freguesias, houve uma maior oscilação dos níveis de

desemprego registado (gráfico EM5).

2.3.2. Desemprego registado por grupo etário

No que concerne à distribuição etária dos desempregados, no período de 2011 a 2015, verifica-se que enquanto

houve uma diminuição de jovens desempregados inscritos, com menos de 25 anos (a percentagem variou de 19,7%

para 15%), ocorreu um aumento de 4,7%, no grupo de desempregados, com idade superior a 25 anos (a percentagem

passou de 80,3% para 85,0%) (gráfico EM6).

Gráfico EM6 - Desemprego registado por grupo etário, na RAM e Concelho, em 2011 e 2015

À semelhança da RAM, no Concelho, registaram-se percentagens acima dos 80% de desempregados, com idade igual

ou superior a 25 anos, tanto em 2011 (80,3%) como em 2015 (85,0%) (gráfico EM6).

19,7 15,0 16,7 12,1

80,3 85,0 83,3 87,9

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Dezembro/11 Junho/15 Dezembro/11 Junho/15

Câmara de Lobos RAM

< 25 anos de idade ≥ 25 anos de idade

Fonte: IEM, IP

Diagnóstico Social Participado | 2016

80

Gráfico EM7 - Evolução do desemprego registado, segundo o grupo etário, nas freguesias, em junho

2015

Considerando o número total de desempregados, inscritos no IEM, IP-RAM, por grupo etário, em junho de 2015,

verifica-se que a freguesia de Câmara de Lobos agregava 55% de desempregados, com idades até aos 25 anos e 51%

com 25 e mais anos. Seguia-se a freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, com 27% dos inscritos, com idades

inferiores a 25 anos e 28% dos inscritos, com 25 e mais anos de idade (gráfico EM7).

2.3.3. Desemprego registado por nível de instrução

A análise do desemprego registado no Concelho, em 2015, segundo o nível de instrução, revela um deficit de

qualificações dos desempregados, observando-se que 65,9% dos inscritos possuíam, no máximo, o 2º ciclo do ensino

básico, valor acima da média regional (53,1%) (gráfico EM8).

Gráfico EM8 - Desemprego registado por nível de instrução, na RAM e Câmara de Lobos, em junho

de 2015

293

32140

36 28

1 497

178

825

260161

0

200

400

600

800

1 000

1 200

1 400

1 600

Câmara de LobosCurral das Freiras Estreito de

Câmara de Lobos

Jardim da Serra Quinta Grande

< 25 anos de idade ≥ 25 anos de idade

412

1 123737

475 555148

1 419

5 772

4 470

3 452

4 832

1 999

0

1 000

2 000

3 000

4 000

5 000

6 000

7 000

Nenhum

Nível de

Instrução

Básico - 1.º

Ciclo

Básico - 2.º

Ciclo

Básico - 3.º

Ciclo

Secundário Superior

Câmara de Lobos RAM

Fonte: IEM, IP

Fonte: IEM, IP

Diagnóstico Social Participado | 2016

81

Na RAM, os desempregados possuíam maioritariamente o 1.º ciclo do ensino básico (5.772) e o ensino secundário

(4.832). No Concelho, conforme referido anteriormente, os desempregados, possuíam sobretudo o 1.º ciclo (1.123)

e o 2.º ciclo (737) (gráfico EM8).

Gráfico EM9 - Desemprego registado por nível de instrução, nas freguesias do Concelho, em junho

2015

À semelhança dos anos anteriores, em junho de 2015, em todas as freguesias, a maioria dos desempregados inscritos

no IEM, IP-RAM possuía o 1.º ciclo do ensino básico, representando no total 33% dos inscritos.

De seguida, destacava-se o 2.º ciclo, em todas as freguesias, à exceção da freguesia do Curral das Freiras que detinha

25,2% dos desempregados inscritos com “nenhum nível de escolaridade”.

O maior número de inscritos com o 3.º ciclo do ensino básico pertencia à freguesia do Jardim da Serra, com uma

representatividade de 17%, em relação ao total da população desempregada da freguesia.

O maior número de desempregados, com o nível secundário, pertencia à freguesia da Quinta Grande, com uma

representatividade de18%, face ao total de inscritos, nesta mesma freguesia (gráfico EM9).

A proporção de desempregados inscritos, com o ensino superior, era mais representativa nas freguesias do Estreito

de Câmara de Lobos e de Câmara de Lobos, com 4,9% e 4,7%, respetivamente (Fonte: IEM, IP-RAM).

175

561

414

250

305

8553

7632 21 25

3

128

326

190

126148

4740

9855 55 38

101662 46

23 393

0

100

200

300

400

500

600

Nenhum Nível

de Instrução

Básico - 1.º

Ciclo

Básico - 2.º

Ciclo

Básico - 3.º

Ciclo

Secundário Superior

Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de Câmara de Lobos

Jardim da Serra Quinta Grande

Fonte: IEM, IP

Diagnóstico Social Participado | 2016

82

2.3.4. Desemprego registado por tempo de inscrição

No período de 2013 a 2015, as percentagens de desemprego registadas na RAM e em Câmara de Lobos, segundo o

tempo de inscrição, revelam que o desemprego de longa duração (≥ 1 ano de inscrição) prevalecia sobre o

desemprego de curta duração (< 1 ano de inscrição), o que não se verificou nos anos de 2011 e 2012 (gráfico EM10).

Gráfico EM10 - Desemprego registado, segundo o tempo de inscrição, no Concelho, de 2011 a 2015

Na RAM, em junho de 2015, existia uma diferença de 2.006 desempregados, entre os inscritos com um ou mais anos

de inscrição e os inscritos há menos de um ano. Em Câmara de Lobos, essa diferença era de 154 desempregados

(gráfico EM11).

Gráfico EM11 - Desemprego registado, segundo o tempo de inscrição na RAM e Concelho, em

junho 2015

1 643

1 937

1 592 1 535

1 648

1 308

1 714

1 9131 836

1 802

0

500

1 000

1 500

2 000

2 500

Dez/11 Dez/12 Dez/13 Dez/14 Jun/15

< 1 ano de inscrição ≥ 1 ano de inscrição

9 969

1 648

11 975

1 802

0

5 000

10 000

15 000

20 000

25 000

RAM Câmara de Lobos

< 1 ano de inscrição ≥ 1 ano de inscrição

Fonte: IEM, IP

Fonte: IEM, IP

Diagnóstico Social Participado | 2016

83

No que se refere ao tempo de inscrição dos desempregados, provenientes das várias freguesias, em junho de 2015,

as freguesias do Estreito de Câmara de Lobos, do Jardim da Serra e da Quinta Grande, apresentavam dinâmicas

semelhantes às da RAM e às do Concelho, ou seja, o desemprego de longa duração era superior ao de curta duração.

Por sua vez, a freguesia do Curral das Freiras registou o mesmo número de desempregados, nos dois parâmetros,

enquanto a freguesia de Câmara de Lobos foi a única a registar um maior número de desempregados inscritos de

curta duração (gráfico EM12).

Gráfico EM12 - Desemprego registado por freguesia e tempo de inscrição, nas freguesias, em junho

2015

2.3.5. Desemprego registado por atividade económica

Relativamente à atividade económica de origem dos desempregados, salienta-se que entre 2011 a 2015, houve uma

tendência para aumento de desempregados provenientes da área de “serviços”, contrastando com uma evolução

inversa no setor da “indústria, energia e água e construção” (Fonte: IEM, IP-RAM).

Gráfico EM13 - Desemprego registado, por atividade económica do último emprego, na RAM e

Concelho, em junho 2015

907

105

427131 78

883

105

538

165 1110

200

400

600

800

1 000

1 200

1 400

1 600

1 800

2 000

Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de Câmara

de Lobos

Jardim da Serra Quinta Grande

< 1 ano de inscrição ≥ 1 ano de inscrição

96 3711 163

5 809

1 795

13 478

0

2 000

4 000

6 000

8 000

10 000

12 000

14 000

16 000

Câmara de Lobos RAM

Agric.,pecuária,caça, silvic.e pesca Indústria,energia e água e construção Serviços

Fonte: IEM, IP

Fonte: IEM, IP

Diagnóstico Social Participado | 2016

84

No 2.º trimestre de 2015, analisando a distribuição percentual relativa aos setores de origem dos desempregados e

considerando, como referência, os 3.054 candidatos a novo emprego, conclui-se que 58,8% trabalhavam em

atividades do setor dos “serviços”, 38,1% provinham do setor da “indústria, energia e água e construção”, com

particular relevo para a construção e 3,1% provinham da “agricultura” (gráfico EM13).

Gráfico EM14 - Desemprego por atividade económica, nas freguesias, em junho 2015

Em todas as freguesias, existia uma superioridade de desempregados oriundos dos setores secundário e terciário

(gráfico EM14).

2.3.6. Desemprego registado por profissões

No que respeita ao desemprego registado por profissões, no Concelho, em junho de 2015, podemos salientar que

existiam três grupos distintos que correspondiam a 48,5% do total de desempregados registados, nomeadamente,

“trabalhadores de limpeza”, “trabalhadores qualificados da construção e similares, exceto eletricista” e

“trabalhadores não qualificados da indústria extrativa, construção, indústria transformadora e transportes” (gráfico

EM15).

46 8 29 8 5

562

68

359

102 72

965

114

470

15393

0

200

400

600

800

1 000

1 200

Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de

Câmara de Lobos

Jardim da Serra Quinta Grande

Freguesia

Agric.,pecuária,caça, silvic.e pesca Indústria,energia e água e construção Serviços

Fonte: IEM, IP

Diagnóstico Social Participado | 2016

85

Gráfico EM15 - Profissões com mais desemprego registado, no Concelho, em junho 2015

2.4. Subsídio de desemprego

De acordo com os dados do INE, entre 2004 e 2014, houve um aumento de 8.690 beneficiários do subsídio de

desemprego do Instituto de Segurança Social, IP-RAM na Região. No Concelho, esse aumento foi de 1.651

beneficiários.

Os anos de 2012 e 2013, foram aqueles em que se registou o maior número de beneficiários de subsídio de

desemprego, na RAM e no Concelho, tendo havido tendência para decréscimo, a partir de 2014 (gráfico EM16).

Gráfico EM16 - N.º de beneficiários de subsídio de desemprego, na RAM e Concelho, de 2004 a 2014

602 592

379

280

150 133 132 103 80 76

-

500

1000

Trabalhadores de limpezaTrabalhadores qualificados da construção e similares, exceto eletricistaTrab. não qualif. da ind. ext., construção, ind. transf. e transportesVendedoresCondutores de veículos e operadores de equipamentos móveisEmpregados de escritório, secretários em geral e operadores de processamento de dadosAssistentes na preparação de refeiçõesTrabalhadores dos resíduos e de outros serviços elementaresAgricultores e trab. qualificados da agricultura e prod. animal, orientados para o mercadoTrabalhadores dos cuidados pessoais e similares

6 909 7 4168 386

9 41710 186

13 26714 730 14 301

16 900 17 249

15 599

684 741 898 1 126 1 337 1 897 2 279 2 353 2 769 2 757 2 335

0

2 000

4 000

6 000

8 000

10 000

12 000

14 000

16 000

18 000

20 000

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

N.º

RAM Câmara de Lobos

Fonte: IEM, IP

Fonte: INE

Nota: Inclui beneficiários de subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego inicial, subsídio social de desemprego

subsequente e prolongamento de subsídio social de desemprego.

Diagnóstico Social Participado | 2016

86

No ano de 2014, quer na RAM quer no Concelho, a maioria dos beneficiários de subsídio de desemprego do Instituto

de Segurança Social, IP-RAM possuíam idades entre os 30 e os 49 anos (gráfico EM17).

Gráfico EM17 - N.º de beneficiários de subsídio de desemprego, segundo o grupo etário, na RAM e

Concelho, no ano 2014

2.5. Ofertas de emprego

Os dados relativos às ofertas de emprego, por grupos de profissões, desagregados por freguesias, só foram possíveis

a partir do ano de 2013. Deste modo, registaram-se 116 vagas, em 2013, no Concelho, havendo uma tendência para

a diminuição das ofertas (menos 46 ofertas registadas em junho de 2015, comparativamente ao ano de 2013), em

todas as freguesias (gráfico EM18).

Constata-se que era na freguesia de Câmara de Lobos que predominavam as ofertas de emprego, representando

71% do total das ofertas do Concelho (valor médio dos anos em referência). Do total de 283 ofertas registadas, nos

três anos em análise, 201 pertenciam à freguesia de Câmara de Lobos (Fonte: IEM, IP-RAM).

Gráfico EM18 - Evolução do n.º de ofertas de emprego, no Concelho, de 2013 a 2015

116

97

70

0

20

40

60

80

100

120

140

2013 2014 2015 (JAN/JUN)

629

1 502

4 356 4 337

2 107

2 668

122286

614 699

305 309

0

500

1 000

1 500

2 000

2 500

3 000

3 500

4 000

4 500

5 000

Menos de 25

anos

25-29 anos 30-39 anos 40-49 anos 50-54 anos 55 e mais

anos

N.º

RAM Câmara de Lobos

Fonte: IEM, IP

Fonte: INE

Nota: Inclui beneficiários de subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego inicial, subsídio social de desemprego

subsequente e prolongamento de subsídio social de desemprego.

Diagnóstico Social Participado | 2016

87

No período de janeiro a junho de 2015, o grupo dos “trabalhadores dos serviços pessoais” correspondia ao grupo

com maior número de ofertas (26), seguindo-se o grupo dos “trabalhadores dos resíduos e de outros serviços

elementares” (6) e o dos “trabalhadores qualificados da metalurgia, metalomecânica e similares” (5) (gráfico EM19).

Gráfico EM19 - Ofertas de emprego por grupos de profissões, no Concelho, de janeiro a junho 2015

2.6. Colocações

Apesar de apenas ter sido possível apurar as colocações, a partir do ano de 2013, constata-se que de 2013 para

2014, houve uma diminuição de 26,8%, no total de colocações, registando-se uma maior prevalência de colocações

na área dos “serviços”, seguindo-se a “indústria, energia e água e construção” e a “agricultura, produção animal,

caça, floresta e pesca” (gráfico EM20).

Gráfico EM20 - Evolução das colocações, por atividade económica, no Concelho, de 2013 a 2015

59

31 3034 34

114 6 2

0

20

40

60

80

2013 2014 2015 (JAN/JUN)

Serviços

Indústria, Energia e Água e Construção

Agricultura, Produção Animal, Caça, Floresta e Pesca

26

64 4 5

3 3 3 3 2 2

-

10

20

30

2015 (JAN/JUN)

Trabalhadores dos serviços pessoaisTrabalhadores dos resíduos e de outros serviços elementaresAssistentes na preparação de refeiçõesVendedoresTrabalhadores qualificados da metalurgia, metalomecânica e simil.Técnicos de nível intermédio, das áreas financeira, administrativa e dos negóciosTrabalhadores qualificados em eletricidade e em eletrónicaTrabalhadores qualificados da construção e similares, exceto eletricistaTrabalhadores de limpezaPessoal de apoio direto a clientesTrabalhadores da transf. alimentos, da madeira, do vestuário e outras ind. e artesanato

Fonte: IEM, IP

Fonte: IEM, IP

Diagnóstico Social Participado | 2016

88

Relativamente às colocações por grupos de profissões (janeiro/junho 2015), conclui-se que houve um maior número

de colocações na profissão de “trabalhadores dos serviços pessoais” e “trabalhadores dos resíduos e de outros

serviços elementares” (gráfico EM21).

Gráfico EM21 - Colocações por grupo de profissões, no Concelho, em junho 2015

De referir, ainda, que segundo dados do IEM, IP-RAM, no período entre janeiro a junho de 2015, a freguesia de

Câmara de Lobos foi a que registou o maior número de colocações (37 no total de 43), em todos os grupos de

profissões, à exceção da “agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca”.

14

6

43

2 2 2

-

5

10

15

2015 (JAN/JUN)

Trabalhadores dos serviços pessoaisTrabalhadores dos resíduos e de outros serviços elementaresTrabalhadores qualificados da metalurgia, metalomecânica e simil.Assistentes na preparação de refeiçõesVendedoresTrab. não qualif. da ind. ext., construção, ind. transf. e transportesTrabalhadores de limpeza

Fonte: IEM, IP

Diagnóstico Social Participado | 2016

90

3. Formação Profissional

A Lei de Bases do Sistema Educativo define que a Formação Profissional constitui um complemento na preparação

para a vida ativa, proporcionando uma integração dinâmica no mundo do trabalho, através da aquisição de

conhecimentos e de competências profissionais, por forma a responder às necessidades de desenvolvimento e à

evolução tecnológica. Refere, ainda, que a Formação Profissional deve apresentar uma estrutura baseada em modelo

institucional e pedagógico, suficientemente flexível, que permita integrar os alunos com níveis de formação e

características diferenciadas.

A Formação Profissional é uma realidade que tem vindo a crescer em Portugal, devido às rápidas transformações

tecnológicas que exigem uma melhoria dos conhecimentos e competências técnicas e profissionais dos cidadãos.

Este tipo de formação, proporciona uma preparação adequada para o exercício de uma atividade profissional,

valorizando a personalidade do indivíduo, os conhecimentos já adquiridos e as experiências vividas, com vista a

permitir uma melhor inserção social.

A nível regional, a Formação Profissional tem abrangido, nos últimos anos, as seguintes modalidades: Cursos de

Educação e Formação (CEF), Cursos Profissionais (CP), Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA), Cursos

de Aprendizagem, processos Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) e Formações

Modulares (FM).

A oferta formativa de Educação e Formação destina-se, preferencialmente, a jovens com idade igual ou superior a

15 anos, em risco de abandono escolar ou que abandonaram a escola, antes da conclusão da escolaridade do ensino

secundário, bem como àqueles que após conclusão dos 12 anos de escolaridade, não possuindo uma qualificação

profissional, pretendem adquiri-la para ingresso no mundo do trabalho.

Os Cursos Profissionais destinam-se a jovens com o 9.º ano de escolaridade ou formação equivalente e têm como

principais objetivos, o desenvolvimento de competências pessoais e profissionais, a adequação da oferta formativa

às necessidades de trabalho e a preparação para o acesso a formações pós-secundárias ou ao ensino superior.

Os Cursos de Educação e Formação de Adultos, correspondem a oferta de educação e formação dirigida a adultos

(idade igual ou superior a 18 anos, e a título excecional, com idade inferior) que pretendem elevar as suas

qualificações, através de percursos de dupla certificação ou apenas de habilitação escolar.

Os Cursos de Aprendizagem permitem obter uma certificação escolar e profissional, privilegiando a inserção no

mercado de trabalho, através da forte componente de formação realizada em contexto de empresa. Destinam-se a

jovens com idade entre 14 e 24 anos e com o 9.º ano de escolaridade ou nível de escolaridade superior, sem

conclusão do 12.º ano. Os processos de RVCC, desenvolvidos nos CQEP (Centros para a Qualificação e o Ensino

Profissional), consistem no reconhecimento de competências adquiridas pelos adultos, ao longo da vida, em

contextos formais, informais e não-formais, tendo em vista a certificação escolar e/ou profissional. As Formações

Modulares são capitalizáveis para a obtenção de uma ou mais qualificações, constantes do Catálogo Nacional de

Qualificações, integradas no âmbito da formação contínua de ativos, dando a possibilidade aos adultos de adquirir

mais competências escolares e profissionais.

Diagnóstico Social Participado | 2016

91

3.1. Oferta formativa

No ano letivo de 2013/2014, a oferta formativa profissional nas escolas do Concelho foi diversificada, a nível do 3.º

Ciclo e Secundário, abrangendo as modalidades dos Cursos de Educação e Formação (CEF), Cursos Profissionais

(CP) e Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA).

No que se refere ao 2.º ciclo, existia apenas a oferta do curso de EFA B2, enquanto no 3.º ciclo foram oferecidos

13 cursos CEF, o curso EFA B3 e dupla certificação de operador/a de informática. A nível do secundário, existia

oferta de 2 cursos CEF, 6 cursos profissionais e cursos EFA certificação escolar (A, B e C) e dupla certificação. Os

cursos CEF e CP funcionavam em regime diurno e os cursos EFA em regime noturno.

Quadro F1 - Oferta Formativa Profissional - ano letivo 2013/2014

Nível de escolaridade Curso Regime

2.º Ciclo EFA Escolar - E. Básico - Tipo B2 Noturno

3.º Ciclo

CEF

Apoio Familiar - Tipo 2

Diurno

Assistente Administrativo - Tipo 2

Cozinheiro - Tipo 2

Curso de Instalação e Reparação de Computadores

Curso Práticas Administrativas - Tipo 2

Práticas Técnico Comerciais- Tipo 2

Instalação e Oper. de Sistemas Informáticos- Tipo 2

Instalador/Reparador de Computadores - Tipo 3

Jogador de Futebol - Tipo 2

Operador de Informática - Tipo 2

Operador de manutenção hoteleira - Tipo 2

Operador/a Agrícola - Horticultura/Fruticultura Biológica

Práticas Técnico Comerciais - Tipo 3

EFA Operador/a de Informática

Noturno EFA Escolar - E. Básico - Tipo B3

Secundário

EFA

EFA - Tipo A, B e C - Turma regular sem DC

Noturno

EFA Escolar - E. Secundário - Tipo A

EFA Escolar - E. Secundário - Tipo B

EFA Escolar - E. Secundário - Tipo C

Técnico de Apoio à Gestão Desportiva

Técnico de Gestão Desportiva

Técnico/a de Informática - Sistemas

CEF Curso de Formação Complementar de Téc. de vendas

Diurno Operador de Armazenagem - Tipo 4

CP

Curso Profissional de Restauração e Bar

Diurno

Técnico de Multimédia

Técnico de Desenho Digital 3D

Técnico de Informática de Gestão

Técnico de Apoio à Gestão Desportiva

Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos

Fonte: OERAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

92

3.2. Evolução do n.º de alunos, segundo a modalidade, regime, turmas, por ciclo e curso

Os cursos CEF de 2.º Ciclo funcionaram apenas até ao ano letivo 2011/2012, possuindo 16 alunos em 2010/2011, e

11 alunos em 2011/2012. Os cursos EFA revelaram uma quebra no número de alunos, entre 2010/2011 e 2012/2013,

recuperando no ano letivo seguinte (gráfico F1).

Gráfico F1 - Evolução do n.º de alunos CEF e EFA - 2.º Ciclo, de 2010 a 2014

Os cursos CEF de 3.º Ciclo registaram, sensivelmente, o mesmo número de alunos, entre os anos letivos de

2010/2011 e de 2013/2014. Já nos cursos EFA, houve uma tendência para decréscimo de alunos, passando de 128

em 2010/2011, para 97 alunos, no ano letivo 2013/2014 (gráfico F2).

Gráfico F2 - Evolução do n.º de alunos CEF e EFA - 3.º Ciclo, de 2010 a 2014

16

11

0 0

38

26

15

39

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014

N.º

Anos letivos

CEF

EFA

243

213

243229

128114

92 97

0

50

100

150

200

250

300

2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014

N.º

Anos letivos

CEF

EFA

Fonte: OERAM

Fonte: OERAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

93

No que concerne ao ensino profissional de nível secundário, destaca-se o aumento gradual de abertura de cursos

profissionais, refletindo-se no aumento significativo do número de alunos nestes cursos. Em 2010/2011 existiam 15

alunos matriculados, e em 2013/2014, 120 alunos.

Por outro lado, a evolução do número de alunos matriculados nos cursos EFA, revela uma tendência inversa. O

número de 200 alunos, em 2011/2012, baixou para 140, em 2013/2014. Os cursos CEF – Secundário não registaram

oferta formativa nos anos letivos entre 2010/2011 e 2012/2013. No entanto, no ano letivo 2013/2014, funcionaram

três turmas, com um total de 45 alunos (gráfico F3).

Gráfico F3 - Evolução do n.º de alunos CEF, EFA e Profissional - Secundário, de 2010 a 2014

Os CEF parecem ser os mais adequados e indicados para os jovens, como alternativa ao ensino regular. As vantagens

destes cursos que se destinam a jovens com idade igual ou superior a 15 anos e baixa escolaridade, são as seguintes:

a) podem ingressar nos cursos com o 6.º ano; b) podem concluir o 9.º ano em dois anos; c) têm estágio integrado;

d) terminam o curso com uma carteira de aptidão profissional; e) a taxa de conclusão é muito elevada.

No entanto, a abertura destes cursos acarreta custos acrescidos para as escolas, uma vez que implica a contratação

de entidades ou empresas que assegurem a formação tecnológica e obrigam ao cumprimento de um elevado número

de horas, podendo forçar os docentes a lecionar nas interrupções letivas.

Os cursos profissionais têm tido grande procura e são uma excelente aposta, pois permitem aos alunos concluírem

o ensino secundário, com uma carteira profissional e a possibilidade de ingressarem no ensino superior.

3.2.1. Número médio de alunos, por turma, segundo a modalidade, por ano letivo e ciclo

Do ano letivo 2010/2011 até 2013/2014, os cursos EFA foram aqueles que apresentaram um maior número médio

de alunos, por turma, com números médios que variavam entre 10,8 e os 26,0.

No ano letivo de 2013/2014, o número médio de alunos, por turma, era mais elevado nos cursos EFA de 2.º e 3.º

Ciclos e nos cursos CEF (gráfico F4).

00 0

45

134

200

173

140

15

70

121120

0

50

100

150

200

250

2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014

N.º

Anos Letivos

CEF EFA Profissional

Fonte: OERAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

94

À semelhança dos cursos EFA (secundário), nos cursos profissionais (secundário) tem havido uma tendência para a

redução do número médio de alunos por turma. Por exemplo, em 2010/2011, enquanto nos cursos profissionais se

registou uma média de 15 alunos, por turma, em 2013/2014, registou-se um número médio de 11 alunos (gráfico

F2). Neste último ano letivo, ocorreu a abertura de cursos CEF, a nível secundário, com um número médio de 15

alunos por turma, sobrepondo-se à média de alunos dos cursos EFA (10,8) e profissionais (10,9) (gráfico F4; quadro

F2).

Gráfico F4 - Número médio de alunos por turma, no ano letivo 2013/2014

Quadro F2 - Número médio de alunos por turma, nos anos letivos 2010/2011 a 2013/2014

Número médio alunos por turma

Total CEF EFA Profissional

201

0/2

011

2º Ciclo 18,0 16,0 19,0 -

3º Ciclo 14,8 13,5 18,3 -

Secundário 21,3 - 22,3 15,0

201

1/2

012

2º Ciclo 18,5 11,0 26,0 -

3º Ciclo 13,6 13,3 14,3 -

Secundário 15,9 - 16,7 14,0

201

2/2

013

2º Ciclo 15,0 - 15,0 -

3º Ciclo 14,6 13,5 18,4 -

Secundário 11,8 - 10,8 13,4

201

3/2

014

2.º Ciclo 19,5 - 19,5 -

3.º Ciclo 14,2 13,5 16,2 -

Secundário 11,3 15,0 10,8 10,9

Fonte: OERAM

0,0

19,5

0,0

13,5

16,2

0,0

15,0

10,8 10,9

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

CEF EFA Profissional

N.º

2.º Ciclo 3.º Ciclo Secundário

Fonte: OERAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

95

3.3. Número de alunos, segundo o ciclo e modalidade, por ano letivo e freguesia de residência

No ano letivo de 2013/2014, os alunos matriculados no 2.º ciclo – EFA eram residentes, na sua maioria, nas freguesias

de Câmara de Lobos e Curral das Freiras. Relativamente aos alunos matriculados nos cursos EFA-3.º Ciclo, mais de

50% eram residentes na freguesia de Câmara de Lobos, seguindo-se a freguesia do Estreito de Câmara de Lobos,

sendo que, cerca de 15%, eram provenientes de outro concelho.

Ainda no 3.º Ciclo, as freguesias que possuíam maior número de alunos matriculados nos cursos CEF, por ordem

decrescente, eram as seguintes: Câmara de Lobos, Curral das Freiras e Estreito de Câmara de Lobos (gráfico F5).

Gráfico F5 - Alunos dos 2.º e 3.º ciclos matriculados, por freguesia de residência, no ano letivo

2013/2014

No ensino secundário, as freguesias com maior número de alunos matriculados nos cursos EFA eram, Câmara de

Lobos e Estreito de Câmara de Lobos. Nos cursos profissionais, eram as freguesias de Câmara de Lobos, Curral das

Freiras e Estreito de Câmara de Lobos. Nos cursos CEF, apenas estavam matriculados alunos de Câmara de Lobos

e Estreito de Câmara de Lobos. De fora do Concelho, estavam matriculados 22 alunos nos cursos EFA, e 2 nos

cursos profissionais (gráfico F6).

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

EFA EFA CEF

2.º Ciclo 3.º Ciclo

Fora do Concelho

Quinta Grande

Jardim da Serra

Estreito de Câmara de Lobos

Curral das Freiras

Câmara de Lobos

Fonte: OERAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

96

Gráfico F6 - Alunos do secundário matriculados, por freguesia de residência, no ano letivo

2013/2014

3.4. Número de alunos, segundo o ciclo, modalidade e género, por freguesia de residência

No ano letivo de 2013/2014, as modalidades com maior número de alunos matriculados eram as seguintes: CEF –

3.º Ciclo (229 alunos), EFA – Secundário (140 alunos) e os CP (120 alunos). O número de rapazes era superior ao

das raparigas, nos cursos EFA – 2.º Ciclo, CEF – 3.º Ciclo e CP (gráfico F7).

Gráfico F7 - N.º de alunos matriculados, segundo a modalidade e género, no ano letivo 2013/2014

EFA EFA CEF EFACursos

ProfissionaisCEF

Curso de

Formação

Complementa

r

2.º Ciclo 3.º Ciclo Secundário

M 27 48 125 66 79 5 11

F 12 49 104 74 41 9 20

0

50

100

150

200

250

N.º

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

EFA Cursos Profissionais CEF Curso de Formação

Complementar

Secundário

Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de Câmara de Lobos

Jardim da Serra Fora do Concelho Quinta Grande

Fonte: OERAM

Fonte: OERAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

97

3.5. Evolução dos alunos, segundo o ciclo e modalidade e por idade

No ano letivo de 2013/2014, as idades dos formandos que frequentavam cursos EFA variavam de acordo com o

ciclo de estudos. Nos cursos EFA de nível secundário, matricularam-se alunos mais jovens, nomeadamente, entre 18

e 29 anos de idade. Nos cursos EFA de nível básico – 2.º e 3.º Ciclo (B2 e B3) – as idades situavam-se entre os 16 e

59 anos, sendo que no B2, existia predominância das seguintes faixas etárias: menos de 19 anos, entre 35 e 39 anos

e entre 45 e 49 anos. No B3, existia maior número de alunos nas faixas etárias até aos 24 anos e entre 35 e 44 anos

(gráfico F8).

Gráfico F8 - N.º alunos de matriculados nos cursos EFA, segundo o ciclo e grupo etário, no ano

letivo 2013/2014

Os alunos matriculados nos cursos CEF no 3.º ciclo do ensino básico, possuíam, na maioria, idades entre 15 (idade

mínima para ingresso) e 17 anos e no ensino secundário, idades entre 17 e 18 anos (gráfico F9).

0

5

10

15

20

25

30

35

≤19 anos 20 - 24

anos

25 - 29

anos

30 - 34

anos

35 - 39

anos

40 - 44

anos

45 - 49

anos

50 - 54

anos

55 - 59

anos

≥ 60 anos

2.º Ciclo 3.º Ciclo Ensino Secundário

Fonte: OERAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

98

Gráfico F9 - N.º de alunos matriculados nos cursos CEF, segundo o ciclo e idade, no ano letivo

2013/2014

No ano letivo de 2013/2014, os alunos matriculados nos cursos profissionais, no Concelho, possuíam idades entre

15 e 23 anos, sendo que a maioria possuía entre 16 e 19 anos, com predominância de alunos com 17 anos de idade

(36 alunos) (gráfico F10).

Gráfico F10 - N.º de alunos matriculados nos Cursos Profissionais, por idade, no ano letivo

2013/2014

2

21

36

26

20

8

5

2

15 anos

16 anos

17 anos

18 anos

19 anos

20 anos

21 anos

23 anos

Idades

25

86

58

40

13

5

2

0

2

7

12

16

6

2

0 20 40 60 80 100

14 anos

15 anos

16 anos

17 anos

18 anos

19 anos

21 anos

Ensino Secundário Ensino Básico - 3.º Ciclo

Fonte: OERAM

Fonte: OERAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

99

3.6. Taxa de conclusão dos alunos, segundo o ciclo e modalidade e por ano letivo, de 2010 a 2014

Os cursos CEF e CP têm apresentado, ao longo dos últimos anos letivos, taxas de conclusão superiores a 80%,

alcançando, em alguns casos, taxas superiores a 90%.

No ano letivo 2013/2014, o curso CEF tipo 3 registou uma taxa de conclusão de 100%. A taxa de conclusão mais

baixa (81,3%) registou-se nos cursos profissionais (quadro F3).

Quadro F3 - Número médio de alunos por turma, nos anos letivos 2010/2011 a 2013/2014

Ano Letivo

2.º

Ciclo 3.º Ciclo Secundário

CEF

CEF Curso

Profissional

CEF

Total Tipo 2 Tipo 3 Total Tipo 4 C. Formação

Complementar

2010/2011 81,3% 86,9% 87,3% 85,2% - - - -

2011/2012 90,9% 92,6% 93,6% 87,5% 93,3% - - -

2012/2013 - 91,2% 89,7% 95% - - - -

2013/2014 - 93,7% 91,1% 100% 81,3% 88,9% 92,9% 87,1%

Fonte: OERAM

3.7. Apoio Social Escolar

Os alunos que revelam maiores dificuldades económicas e que frequentam os cursos CEF e CP, são apoiados pela

ASE, em livros e refeições (exceto os adultos). A nível de transporte, apenas são apoiados aqueles que frequentam

cursos que não funcionam no concelho de residência.

Entre os anos letivos de 2010/2011 e 2013/2014, houve uma tendência para um aumento do número de alunos

apoiados com os 1.º e 2.º escalões. No 1.º escalão, passou-se de 140 alunos para 163 alunos, e no 2.º escalão, passou-

se de 72 para 110 alunos. No 3.º escalão não se registaram praticamente alunos com ASE (3 alunos). Por sua vez, os

alunos sem apoio também aumentaram, passando de 362 alunos para 392 alunos (gráfico F11).

Diagnóstico Social Participado | 2016

100

Gráfico F11 - N.º de alunos, segundo o escalão de apoio social escolar, nos cursos CEF e CP, de 2010

a 2014

No ano letivo de 2013/2014, cerca de 59% dos alunos do Concelho matriculados nos cursos acima mencionados,

não possuíam apoio de ASE. Entre os que recebiam apoio, 24% eram apoiados com o escalão 1 e 17% com o escalão

2 (gráfico F12).

Gráfico F12 - Distribuição dos alunos pelo escalão de apoio escolar, no ano letivo 2013/2014

Fonte: OERAM

Fonte: OERAM

2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014

Escalão 1 140 134 170 163

Escalão 2 72 78 101 110

Escalão 3 0 3 0 0

Sem apoio 362 419 373 397

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

N.º

Escalão 124%

Escalão 217%

Escalão 30%

Sem apoio59%

Diagnóstico Social Participado | 2016

101

3.8. Número de alunos matriculados no Instituto para a Qualificação, IP-RAM, segundo a freguesia

de residência

Nos anos letivos de 2010/2011 a 2013/2014, o número de alunos matriculados no Instituto para a Qualificação da

Madeira (IQ, IP-RAM), provenientes do Concelho, foi pouco expressivo. A freguesia de Câmara de Lobos foi a única

que revelou um ligeiro aumento no número de alunos inscritos, entre 2010/2011 e 2013/2014. Na freguesia do

Estreito de Câmara de Lobos houve uma diminuição de 5 alunos, de 2010/2011 para 2013/2014 (gráfico F13).

Gráfico F13 - N.º de alunos matriculados no IQ, IP-RAM, segundo a freguesia de residência, de 2010

a 2014

3.9. Número de alunos matriculados no IQ, IP-RAM, segundo a modalidade ou curso de

formação, por freguesia de residência, idade e género

Os cursos do IQ, IP-RAM, frequentados por alunos residentes no Concelho, no ano letivo 2013/2014, foram os

seguintes: Técnico de Relações Laborais (3 alunos), Técnico de Vendas (3 alunos), Técnico de Manutenção Industrial

(2 alunos), Esteticista Cosmetologista (2 alunos), Técnico de Receção e Orçamentação de Oficina (1 aluno) e

Cabeleireiro (1 aluno) (gráfico F14).

Fonte: OERAM e CFPM

6

1

6

1 1

2

1

4

1 1

4

1 1

0 0

8

2

1

0

1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de Câmara

de Lobos

Jardim da Serra Quinta Grande

2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014

Diagnóstico Social Participado | 2016

102

Gráfico F14 - N.º de alunos do IQ, IP-RAM, residentes no Concelho, por curso de formação, no ano

letivo 2013/2014

Com base nos indicadores de Formação Profissional, atrás mencionados, apresentam-se, de seguida, alguns pontos

para reflexão e sugestões de melhoria:

a. Para uma oferta formativa adequada às necessidades do Concelho, propõe-se realizar reuniões entre os

órgãos de gestão das escolas e os respetivos parceiros sociais locais e regionais (IEM-IP, ISSM-IP, Câmara

Municipal, Juntas de Freguesia e Casas do Povo), para fazer o levantamento das necessidades de abertura

de cursos;

b. Sugere-se continuar a apostar na oferta de cursos CEF para conclusão do 3º ciclo;

c. Propõe-se a criação de parcerias que possam beneficiar a abertura dos cursos, assegurando a formação

tecnológica;

d. A abertura de cursos EFA, no regime diurno, permitiria o aumento do número de alunos adultos;

e. Manter uma oferta formativa diversificada e adequada às necessidades do Concelho contribuiria para uma

maior procura de formação, por parte da população;

f. Há necessidade de analisar o motivo por que se inscrevem menos raparigas e assegurar a possibilidade de

terminarem a sua formação;

g. Há necessidade de divulgar, mais detalhadamente, o que significa frequentar um curso de formação

profissional, tanto junto dos alunos, como dos Encarregados de Educação, tendo em atenção os seguintes

aspetos:

i. Promover ações de sensibilização ao longo do ano;

ii. Apelar ao ingresso em cursos de formação profissional, principalmente, no ensino

secundário, logo após a conclusão do 3º ciclo;

iii. Estar atentos ao facto de que há um elevado número de alunos que ingressam no ensino

regular após o 9º ano, nas escolas fora do Concelho, e que após uma ou duas retenções,

Técnico de Manutenção

Industrial ; 2

Técnico de Receção e

Orçamentação de Oficina ; 1

Técnico de Relações

Laborais; 3

Cabeleireiro ; 1

Curso de Técnico de

Vendas ; 3

Esteticista Cosmetologista ; 2

Fonte: OERAM e CFPM

Diagnóstico Social Participado | 2016

103

acabam por regressar, tentando concluir a escolaridade dentro das ofertas formativas

existentes;

iv. Reforçar as vantagens de tirar um curso profissional, nomeadamente, o facto de permitir

concluir a escolaridade obrigatória, obter um certificado e diploma de qualificação

profissional, ingressar no mundo do trabalho e a possibilidade de se candidatar à faculdade.

h. Os cursos mais procurados junto das escolas, são os ligados à hotelaria, restauração, cabeleireiro e

mecânica, mas, as ofertas formativas nem sempre coincidem com a procura, uma vez que a abertura destes

cursos implica custos elevados para as escolas, como foi referido anteriormente;

i. As escolas optam por oferecer cursos, cujo funcionamento, conseguem garantir, através do seu próprio

quadro docente especializado, havendo por esse motivo, um grande número de cursos ligados à informática

(no ano letivo de 2013/2014, funcionaram 10 cursos de Informática, nas Escolas do Concelho);

j. Relativamente aos alunos abrangidos pela escolaridade obrigatória e que frequentem cursos no Concelho,

sugere-se manter o mesmo critério de apoio, no âmbito da ASE, em relação aos transportes, desde que as

escolas possam oferecer cursos atrativos e com saídas profissionais;

k. Os alunos não abrangidos pela escolaridade obrigatória que frequentam os cursos EFA estão na quase

totalidade, em situação de desemprego, apresentando, por vezes, dificuldades a nível de deslocação (muitos

percorrem grandes distâncias a pé, por não poderem comprar passe). Assim, sugere-se a avaliação futura,

por parte das entidades competentes, relativamente à possibilidade de ser concedido algum tipo de apoio,

a nível de subsídio de transporte/passe, nas situações mais urgentes;

l. A diminuição de alunos a frequentar o Instituto para a Qualificação da Madeira (IQ, IP-RAM), provenientes

da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos deveu-se, por um lado, ao encaminhamento dessa mesma

entidade para as escolas, e por outro lado, ao aumento do leque formativo, por exemplo, da EB23 do

Estreito de Câmara de Lobos;

m. A fim de contribuir para a definição da oferta formativa do IQ, IP-RAM, bem como dos respetivos

levantamentos sobre as necessidades formativas, habitualmente efetuados por esta mesma entidade,

propõe-se efetuar um levantamento, a nível do Concelho, relativamente às necessidades formativas

específicas da população, de forma a permitir aos jovens almejarem um futuro com maior empregabilidade

e de evitar o abandono escolar precoce e a consequente emigração.

Diagnóstico Social Participado | 2016

105

4. Habitação

A habitação ocupa um lugar central no bem-estar dos cidadãos, constituindo um elemento básico de suporte nos

processos de autonomização de vida, e como tal, um dos fatores chave nas dinâmicas de inserção e Coesão Social.

Neste sentido, as políticas da habitação, a nível regional, diligenciam no sentido da melhoria das condições de

habitabilidade, baseadas, na oferta de habitação social, nos apoios à requalificação das habitações, bem como na

adequação das mesmas às necessidades de mobilidade e acessibilidade dos cidadãos, em geral, e dos grupos mais

vulneráveis, em particular, as famílias de maior dimensão, as pessoas idosas e as pessoas com deficiência e/ou

incapacidade.

Na RAM, as entidades que têm competência neste âmbito são a Investimentos Habitacionais da Madeira, EPE-RAM

e as Câmaras Municipais.

No município de Câmara de Lobos, assumem particular relevância, o Programa de Reabilitação de Imóveis

Degradados (PRID) da IHM, EPERAM, o Programa de Apoio a Estratos Sociais Desfavorecidos (PAESD) e os apoios

ao arrendamento social apoiado (Habitação Social).

Neste sentido, é de referir o reforço da Câmara Municipal e das Juntas de Freguesia, na intervenção de proximidade,

através da conjugação de uma política de habitação com uma política de reabilitação urbana e o reforço de iniciativas

de Coesão Social e de revalorização dos espaços públicos, combatendo a centralização e consolidando os laços

sociais e a melhoria de condições de acessibilidade e mobilidade.

Para uma melhor compreensão sobre esta realidade no Concelho, apresenta-se neste subcapítulo, uma breve

caraterização do parque habitacional, dando particular destaque à questão da habitação social.

4.1. Edifícios

Em 2011, o Concelho possuía 10.319 edifícios, 70% dos quais se concentravam nas freguesias de Câmara de Lobos

e Estreito de Câmara de Lobos. Por sua vez, Quinta Grande correspondia à freguesia com menos edifícios (822)

(quadro H1).

Quadro H1 - N.º de edifícios por tipo de utilização, no Concelho e freguesias, no ano 2011

Localização geográfica

N.º de edifícios por tipo de utilização 2011

Total

Edifício

exclusivamente

residencial

(100%)

Edifício

principalmente

residencial (de

50% a 99%)

Edifício

principalmente

não residencial

(até 49%)

Concelho de Câmara de Lobos 10.319 9.939 333 47

Câmara de Lobos 3.861 3.700 149 12

Curral das Freiras 901 874 17 10

Estreito de Câmara de Lobos 3.393 3.247 128 18

Quinta Grande 822 797 21 4

Jardim da Serra 1.342 1.321 18 3

Fonte: INE, Censos 2011

Diagnóstico Social Participado | 2016

106

Quanto ao tipo de utilização destes edifícios, podem ser classificados de acordo com três tipologias: “exclusivamente

residenciais”, “principalmente residenciais” e “principalmente não residenciais”. Em 2011, 96% dos edifícios no

Concelho eram exclusivamente residenciais (gráfico H1).

Gráfico H1 - Edifícios por tipo de utilização, no Concelho, no ano 2011

Segundo os Censos 2011, os edifícios existentes no Concelho, caracterizam-se por possuir, em média, 1,98 pisos

por edifício, valor ligeiramente superior ao verificado para a RAM (1,91 pisos). Câmara de Lobos é um dos concelhos

da RAM com o maior número de pisos, por edifício. A freguesia de Câmara de Lobos é a que apresenta a média

mais elevada de pisos, por edifício (2,08).

O Concelho apresentava, em 2011, 55,3% dos edifícios com 2 pisos, 26,3% com apenas 1 piso e 14,5% com 3 pisos.

Os restantes 1,3% possuíam 4 ou mais pisos (gráfico H2).

Gráfico H2 - Edifícios segundo o número de pisos, no Concelho, no ano 2011

96%

3%

1%

Edifício exclusivamente

residencial (100%)

Edifício principalmente residencial

(de 50% a 99%)

Edifício principalmente não

residencial (até 49%)

26

55

15

03

01

00

00

1 piso

2 pisos

3 pisos

4 pisos

5 pisos

6 pisos

7 ou mais pisos

Fonte: INE, Censos 2011

Fonte: INE, Censos 2011

Diagnóstico Social Participado | 2016

107

O índice de envelhecimento dos edifícios, determina a percentagem de edifícios construídos até 1960, face aos

edifícios construídos após 2001. Segundo os Censos 2011, o Concelho apresenta um índice de envelhecimento dos

edifícios de 129,6%, valor ligeiramente inferior ao da RAM (131,1%).

No que se refere ao envelhecimento dos edifícios, por freguesia, verifica-se que são as freguesias de Câmara de

Lobos e Quinta Grande que apresentam um índice mais elevado (170% e 173,1%, respetivamente). Por outro lado,

as freguesias do Jardim da Serra e do Curral das Freiras, possuem um parque habitacional mais jovem, apresentando

um índice de envelhecimento de 68,6% e 78,7%, respetivamente (mapa 4).

Mapa 4 - Índice de envelhecimento dos edifícios, nas freguesias, no ano 2011

No que se refere ao estado de conservação dos edifícios, recenseados em 2011, no Concelho, 25% dos edifícios

apresentavam necessidades de reparação, 30,5% não possuíam necessidades de reparações, e apenas 1% estavam

muito degradados. Dos 25% que demonstravam necessidades de reparação, a maioria correspondia a pequenas

reparações.

Curral das Freiras (42%) e Estreito de Câmara de Lobos (32%) correspondiam às freguesias com maior percentagem

de edifícios a necessitar de reparações. Jardim da Serra e Curral das Freiras apresentavam a maior percentagem de

edifícios muito degradados (gráfico H3).

Fonte: INE, Censos 2011

Diagnóstico Social Participado | 2016

108

Gráfico H3 - Edifícios segundo o estado de conservação, nas freguesias, no ano 2011

Em 2011, apenas 19,4% dos edifícios em Câmara de Lobos possuíam entrada acessível a pessoas com mobilidade

através de cadeira de rodas, correspondendo ao concelho da RAM com a percentagem mais baixa. Relativamente às

freguesias, essa percentagem era mais elevada no Curral das Freiras (29,19%) e em Câmara de Lobos (26,24%),

sendo que na Quinta Grande, apenas 1,82% dos edifícios facultavam a referida acessibilidade (quadro H2).

Quadro H2 - Proporção de edifícios com acessibilidade através de cadeira de rodas, no Concelho e

freguesias, no ano 2011

Localização geográfica Proporção de edifícios com acessibilidade

através de cadeira de rodas (%) 2011

Concelho de Câmara de Lobos 19,46

Câmara de Lobos 26,24

Curral das Freiras 29,19

Estreito de Câmara de Lobos 16,42

Quinta Grande 1,82

Jardim da Serra 11,92

4.2. Alojamentos

No período entre 1991 e 2011, e sobretudo, na última década, registou-se na RAM, um aumento significativo do

número total de alojamentos. Em Câmara de Lobos, registou-se um aumento de 25% de alojamentos, entre 1991 e

2001, e de 31%, entre 2001 e 2011 (gráfico H4).

0%

10%

20%

30%

40%50%

60%

70%

80%

90%100%

Concelho de

Câmara de

Lobos

Câmara de

Lobos

Curral das

Freiras

Estreito de

Câmara de

Lobos

Quinta Grande Jardim da Serra

Sem necessidade de reparação Com necessidade de reparação Muito degradado

Fonte: INE, Censos 2011

Fonte: INE, Censos 2011

Diagnóstico Social Participado | 2016

109

Gráfico H4 - Evolução do n.º de alojamentos, na RAM e Concelho, de 1991 a 2011

Em 2011, do total de alojamentos existentes em Câmara de Lobos (13.370), 13.356 eram alojamentos familiares e

14 eram alojamentos coletivos (Censos, 2011). Com base na variação do número de alojamentos familiares, verifica-

se que o aumento foi mais acentuado na década de 2001-2011, sendo de destacar o caso do Curral das Freiras que

de 1991 para 2001, perdeu 18% de alojamentos familiares, e de 2001 para 2011, registou um aumento de 70%

(quadro H3).

Quadro H3 - Variação do n.º de alojamentos familiares, no Concelho, de 1991 a 2011

Local de residência

Variação de alojamentos

familiares (%)

1991/2001 2001/2011

Região Autónoma da Madeira 19 36

Concelho de Câmara de Lobos 25 31

Câmara de Lobos 32 36

Curral das Freiras -18 70

Estreito de Câmara de Lobos -5 24

Quinta Grande 7 31

Jardim da Serra - 16

Em 2011, Câmara de Lobos possuía 13.346 alojamentos familiares clássicos, correspondendo ao terceiro concelho

da RAM com mais alojamentos desse tipo.

Do total de alojamentos existentes no Concelho, 88,53% estavam ocupados e 11,47% vagos. Dos alojamentos

ocupados, a maioria correspondia a residência habitual (10.425) e dos alojamentos vagos, a maioria destinava-se a

venda (276).

79 956

95 241

129 643

8 141 10 178 13 370

 0

20 000

40 000

60 000

80 000

100 000

120 000

140 000

1991 2001 2011

Região Autónoma da Madeira Concelho de Câmara de Lobos

Fonte: INE, Censos 1991-2011

Alojamento familiar: alojamento que, normalmente, se destina a alojar apenas uma família e não é totalmente utilizado para outros fins no momento de referência.

Fonte: INE, Censos 1991-2011

Diagnóstico Social Participado | 2016

110

Nesse mesmo ano, a freguesia de Câmara de Lobos era a que apresentava maior número de alojamentos familiares

clássicos (6.213), seguindo-se Estreito de Câmara de Lobos (3.974), Jardim da Serra (1.377), Curral das Freiras (934)

e Quinta Grande (848). Por outro lado, estas duas últimas freguesias possuíam a maior percentagem de alojamentos

familiares clássicos vagos (18,52%, no Curral das Freiras, e 19,69%, na Quinta Grande) (quadro H4).

Quadro H4 - Alojamentos familiares clássicos, segundo a forma de ocupação, no Concelho e

freguesias, no ano 2011

De um modo geral, ao longo dos últimos anos, assistiu-se a uma melhoria significativa nas condições de habitabilidade

na Região. Em 2011, na RAM, os alojamentos clássicos sem pelo menos uma infraestrutura (água canalizada, sistema

de esgotos e instalação de banho ou duche) representavam apenas 1,92%. Assinale-se, no entanto, que o concelho

de Câmara de Lobos apresentava uma das percentagens mais elevadas, a nível regional, de alojamentos familiares,

sem pelo menos uma infraestrutura básica (2,94%) (gráfico H5).

Residência

habitual

Uso

sazonal ou

residência

secundária

Para

venda

Para

aluguer

Para

demolirOutros

N.º N.º % N.º N.º N.º % N.º N.º N.º N.º

Concelho de Câmara de

Lobos13.346 11.815 88,53 10.425 1.390 1.531 11,47 276 80 56 1.119

Câmara de Lobos 6.213 5.623 90,50 5.078 545 590 9,50 201 16 8 365

Curra l das Freiras 934 761 81,48 659 102 173 18,52 12 6 30 125

Estrei to de Câmara de

Lobos3.974 3.518 88,53 3.053 465 456 11,47 51 54 8 343

Quinta Grande 848 681 80,31 637 44 167 19,69 8 1 7 151

Jardim da Serra 1.377 1.232 89,47 998 234 145 10,53 4 3 3 135

TotalLocalização geográfica

Alojamentos familiares clássicos segundo a forma de ocupação 2011

Total

Alojamentos ocupados

Total

Alojamentos vagos

Fonte: INE, Censos 1991-2011

Alojamento familiar clássico: Alojamento familiar constituído por uma divisão ou conjunto de divisões e seus anexos num edifício de caráter

permanente ou numa parte estruturalmente distinta do edifício, devendo ter uma entrada independente que dê acesso direto ou através de

um jardim ou terreno a uma via ou a uma passagem comum no interior do edifício (escada, corredor ou galeria, entre outros).

Diagnóstico Social Participado | 2016

111

Gráfico H5 - Proporção de alojamentos familiares clássicos, sem pelo menos uma infraestrutura

básica, no Concelho, no ano 2011

Analisando este mesmo indicador, por freguesia, as percentagens distribuíam-se, por ordem crescente, da seguinte

forma: Curral das Freiras (7,44%), Quinta Grande (5,02%), Jardim da Serra (4,61%), Estreito de Câmara de Lobos

(2,85%) e Câmara de Lobos (1,83%) (gráfico H6).

Gráfico H6 - Proporção de alojamentos familiares clássicos, sem pelo menos uma infraestrutura

básica, no Concelho e freguesias, no ano 2011

Em 2011, existiam 161,2 alojamentos por km2 na RAM. Em Câmara de Lobos, existiam 256,4 alojamentos por km2,

traduzindo uma das densidades de alojamentos mais elevada, a nível regional.

1,92

2,94

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

2,94

1,83

7,44

2,85

5,024,61

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Concelho de

Câmara deLobos

Câmara de

Lobos

Curral das

Freiras

Estreito de

Câmara deLobos

Quinta Grande Jardim da Serra

%

Fonte: INE, Censos 2011

Fonte: INE, Censos 2011

Diagnóstico Social Participado | 2016

112

As freguesias de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos apresentavam as densidades de alojamentos

mais elevadas do Concelho, com 804,67 alojamentos por km2 e 505,76 alojamentos por km2, respetivamente. Por

sua vez, a freguesia do Curral das Freiras era a que apresentava a densidade mais baixa (37,39 alojamentos por km2)

(mapa H2).

Mapa H2 - Densidade de alojamentos, no Concelho, no ano 2011

4.3. Habitação Social

Nas últimas duas décadas, os progressos nas condições habitacionais dos cidadãos Câmara-lobenses são inegáveis e

resultam de uma forte aposta nas políticas regionais e locais de apoio à habitação, em articulação com as políticas

de reabilitação urbana. Estas medidas tiveram grande impacto na qualidade de vida das famílias e na sua

autonomização.

Segundo dados do INE (2011), Câmara de Lobos apresenta médias superiores às da RAM, relativamente ao número

de edifícios de habitação social (136,5), de bairros sociais (9,9), de fogos de habitação social (503,2) e de pedidos de

habitação social (601,0), posicionando-se em segundo lugar, face aos restantes concelhos da RAM.

Em 2015, o Concelho possuía, ao todo, 21 bairros sociais, 967 fogos de habitação social e 3.936 inquilinos,

maioritariamente, residentes nas freguesias de Câmara de Lobos e Estreito de Câmara de Lobos (no total de fogos

da IHM, EPE e CMCL). Apenas 0,1% de inquilinos residiam na Quinta Grande, sendo esta a freguesia menos dotada

de habitação social, no Concelho. Aqui existiam, unicamente, dois fogos de habitação social, com quatro inquilinos

(Realojamento Municipal das Fontes, gerido pela Câmara Municipal de Câmara de Lobos).

No que respeita ao valor das rendas de habitação social, Câmara de Lobos apresentava, em 2012, o valor médio de

76 euros, o segundo mais elevado da RAM.

Fonte: INE, Censos 2011

Diagnóstico Social Participado | 2016

113

4.3.1. Caracterização dos bairros sociais

4.3.2. Investimentos Habitacionais da Madeira, EPERAM

A Investimentos Habitacionais da Madeira, E.P.E. (IHM, EPERAM) foi criada pelo Decreto Legislativo Regional nº

27/2004/M, de 24 de agosto, em substituição do anterior Instituto de Habitação da Madeira, mantendo, no entanto,

a mesma responsabilidade de implementar a política do Governo Regional da Madeira, no domínio do apoio à

habitação destinado a famílias mais carenciadas.

A IHM, EPERAM tem sob a sua gestão, 15 complexos de habitação social, no Concelho, onde residem 3.545 pessoas.

Bairros ou Complexos Habitacionais da IHM, EPE:

Freguesia de Câmara de Lobos: Ribeiro Real, Torre, Palmeira, Luzirão, Espírito Santo e Calçada, Padre Pita

Ferreira, Nova Cidade, Serrado do Mar, Ilhéu e Colinas Park

Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos: Pedreira

Freguesia do Jardim da Serra: Conjunto Habitacional do Jardim da Serra

Freguesia do Curral das Freiras: Achada, Balseiras e Seara Velha

Gráfico H7 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da IHM, EPERAM, no ano 2015

Fonte: IHM, EPERAM

A maioria dos residentes nos bairros de habitação social da IHM, EPERAM, reside na freguesia de Câmara de Lobos,

nomeadamente, nos bairros da Palmeira (1.423) e Nova Cidade (625), seguindo-se Ribeiro Real e Vale Real (358),

Bairro Espírito Santo e Calçada (302), Serrado do Mar (190), Torre (186), Colinas Park (171), Ilhéu (67), Luzirão

(36) e Padre Pita Ferreira (5). De seguida, temos os bairros localizados na freguesia do Jardim da Serra (86) e no

Curral das Freiras (67). A freguesia do Estreito de Câmara de Lobos é a que possui menos inquilinos de habitação

social (total de 28 residentes), sendo que na freguesia da Quinta Grande não existem inquilinos da IHM, EPERAM

(gráfico H7).

41 17 986

28

358 302190

67

1423

625

171 186

36 50

500

1000

1500

Achada Balseiras Seara Velha Jardim da Serra Pedreira Ribeiro Real e Vale Real Espírito Santo e Calçada Serrado do Mar Ilhéu Palmeira Nova Cidade Colinas Park Torre Luzirão Padre Pita Ferreira

Diagnóstico Social Participado | 2016

114

Gráfico H8 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da IHM, EPERAM, por escalão

etário, no ano 2015

Fonte: IHM, EPERAM

No geral, os residentes nos complexos habitacionais da IHM, EPERAM, apresentam uma estrutura etária bastante

jovem, encontrando-se, na sua maioria, em idade escolar. Em primeiro lugar, temos jovens com idades

compreendidas entre os 10 e os 19 anos, seguindo-se a faixa dos 20 aos 29 anos e dos 0 aos 9 anos (gráfico H8).

Gráfico H9 - Distribuição de fogos da IHM, EPERAM, por tipologia, no ano 2015

Fonte: IHM, EPERAM

A maioria dos fogos é de tipologia T3 (381 fogos), T2 (214 fogos) e T4 (219 fogos), observando-se um número

reduzido de fogos de tipologia T1 e T0 (49 fogos) (gráfico H9).

478

787

651

421464

419

217

82

26

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

[00-09]

[10-19]

[20-29]

[30-39]

[40-49]

[50-59]

[60-69]

[70-79]

[80-89]

2 47

214

381

219

T0

T1

T2

T3

T4

Diagnóstico Social Participado | 2016

115

4.3.3. Câmara Municipal de Câmara de Lobos

A Câmara Municipal de Câmara de Lobos tem a seu cargo a gestão e manutenção dos fogos camarários, de acordo

com o regulamento municipal das habitações camarárias, decorrente do edital n.º 107/99 (2.ª série), publicado no

Diário da República, II série, n.º 81, de 07/04/1999 que regulamenta os direitos e obrigações dos respetivos inquilinos.

A Câmara Municipal de Câmara de Lobos gere, atualmente, seis (6) complexos ou núcleos habitacionais e alguns

fogos dispersos, com um total de 103 inquilinos e 391 residentes, distribuídos por 104 fogos de habitação social, de

tipologias T1/Quartos, T2, T3 e T4, nas freguesias de Câmara de Lobos, Estreito de Câmara de Lobos e Quinta

Grande.

Bairros ou Complexos Habitacionais camarários:

Freguesia de Câmara de Lobos: Complexo habitacional Quinta do Leme, Realojamento municipal da Trincheira,

Realojamento municipal das Preces e outros Realojamentos dispersos

Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos: Complexo habitacional Encosta dos Socorridos, Habitações

camarárias do Castelejo e outros Realojamentos dispersos

Freguesia da Quinta Grande: Habitações municipais das Fontes

Gráfico H10 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, no ano 2015

Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social – Câmara Municipal de Câmara de Lobos (CMCL)

No que se refere às famílias residentes em habitação social camarária, 85% dos residentes (329 residentes)

pertencem aos complexos habitacionais da Encosta dos Socorridos e da Quinta do Leme e 15% (62 residentes)

residem nos restantes núcleos habitacionais de menor dimensão (gráfico H10).

217

112

28

1311 6 4

Encosta dos Socorridos

Quinta do Leme

Realojamento Municipal das

Preces

Realojamentos dispersos

Habitações Camarárias do

Castelejo

Realojamento Municipal da

Trincheira

Habitações Municipais das

Fontes

Diagnóstico Social Participado | 2016

116

Gráfico H11 - Distribuição de fogos da CMCL, segundo a tipologia, no ano 2015

Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social – CMCL

A maioria dos fogos camarários é de tipologia T2 (38 fogos), T3 (29 fogos) e T1 (27 fogos). Existem apenas 10 fogos

de tipologia T1, sendo que alguns correspondem a quartos em residência, com cozinha e instalações sanitárias em

comum (gráfico H11).

Gráfico H12 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por género, no ano

2015

Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social – CMCL

Verifica-se ainda que 51% dos residentes em habitação social camarária são do género masculino e 49% são do

género feminino, na sua maioria, solteiros (160) ou casados (113) (gráfico H12; gráfico H13).

27

38

29

10

T1/Quartos

T2

T3

T4

192199

Feminino

Masculino

Diagnóstico Social Participado | 2016

117

Gráfico H13 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por estado civil, no

ano 2015

Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social – CMCL

Nos complexos habitacionais camarários, a população é maioritariamente jovem, com 45% dos residentes a possuir

idade inferior a 25 anos, e 27% de residentes, com idades entre 25 e 44 anos de idade (gráfico H14).

Gráfico H14 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por escalão etário,

no ano 2015

Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social – CMCL

Em relação à ocupação profissional, constata-se que 35% dos residentes é estudante, 23% encontra-se desempregado

e 15% é pensionista, seguindo-se as restantes profissões, com menor representatividade (gráfico H15).

113

160

18

8

92

Casado (a)

Solteiro (a)

Viúvo (a)

Divorciado (a)

Desconhecido

87 88

106

77

25

8

0

20

40

60

80

100

120

[0-14]

[15-24]

[25-44]

[45-64]

[65-74]

[75 ou mais]

Diagnóstico Social Participado | 2016

118

Gráfico H15 - Distribuição de residentes nos complexos habitacionais da CMCL, por situação

profissional, no ano 2015

Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social – CMCL

Apesar do deficit de qualificações generalizado dos residentes nos bairros sociais, é de salientar alguns projetos que

têm sido desenvolvidos para colmatar esta problemática.

A título ilustrativo, refira-se o projeto “Esc@Up”, desenvolvido nos bairros da Palmeira, do Ribeiro Real e da Quinta

do Leme e o projeto “Capacitar para o Futuro”21 que incidiu sobre a (des)qualificação profissional da população

jovem, em dois bairros de habitação social camarários, nomeadamente, Quinta do Leme e Encosta dos Socorridos,

através do qual foram promovidas diversas ações, direcionadas a um grupo de indivíduos, em situação de desemprego

e/ou baixas qualificações profissionais, em parceria com a Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira, a

Direção Regional para a Qualificação Profissional e a Unidade de Inserção na Vida Ativa.

4.4. Vistorias de condições de habitabilidade

No âmbito das suas competências, compete à Câmara Municipal de Câmara de Lobos, em colaboração com a

Unidade Operativa de Saúde Pública do Centro de Saúde de Câmara de Lobos, a realização de vistorias de condições

de habitabilidade. Estas vistorias são realizadas a pedido do munícipe e têm por objetivo, avaliar e verificar as

condições de segurança e salubridade das habitações, e consequentemente, eventuais carências a nível de habitação

social. Os relatórios elaborados pelos serviços intervenientes são encaminhados para a Investimentos Habitacionais

da Madeira-EPE, para posterior avaliação e eventual realojamento social.

21 Freitas, Carolina (2014). Relatório Final do Estágio Capacitar para o Futuro, sob orientação de Pedro Fonseca e Elisabete Costa. UMA - Centro de Competências de Artes e Humanidades, 1.º Ciclo de Serviço Social, 2013/2014 Estágio II. Funchal.

135

90

60

25 22 179 7 6 5 4 4 3 2

0

50

100

150

Estudante Desempregado

Pensionista Desconhecida

Doméstica Empregada de Limpeza/Doméstica

Emigrante Pescador

Desconhecida Construção Civil

Empregado de mesa/balcão Recluso

Operador de Armazém Baixa Médica

Diagnóstico Social Participado | 2016

119

No gráfico H16, apresenta-se o volume de vistorias realizadas, no concelho de Câmara de Lobos, no período de

2008 a 2015.

Gráfico H16 - Vistorias de condições de habitabilidade, no Concelho, de 2008 a 2015

Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social - CMCL e Unidade Operativa de Saúde Pública de C.ª Lobos - ISAUDE, IP-RAM

Conforme se pode verificar, o número de vistorias de condições de habitabilidade oscilou, ao longo do período em

análise, atingindo um pico máximo, em 2014, com 87 vistorias realizadas.

Este indicador revela que a atual realidade social, traduz as dificuldades próprias de um período de recessão

económica, refletindo-se no aumento do sobre-endividamento das famílias e consequente aumento de pedidos de

apoio registados, bem como em maiores dificuldades, no que se refere à aquisição e conservação da habitação.

4.5. Programas de apoio à reabilitação de imóveis

4.5.1. Programa de Apoio a Estratos Sociais Desfavorecidos

O Programa de Apoio a Estratos Sociais Desfavorecidos (PAESD) cujo regulamento foi publicado no Diário da

República, 2.ª série, n.º 10, de 15 de janeiro de 2008, é promovido pela autarquia e consiste na cedência, a fundo

perdido, de materiais de construção, com vista à requalificação de imóveis degradados. Tem como principal objetivo

permitir a melhoria das condições de habitabilidade dos munícipes mais carenciados, e consequentemente, da sua

qualidade de vida, destinando-se a apoiar famílias que residam em habitação precária e/ou insalubre, tendo em vista

a melhoria das suas condições de segurança e conforto.

Este apoio obedece a critérios de atribuição específicos e é concedido, em cada ano, dentro dos limites financeiros

aprovados para o efeito.

3641

24

35 34

46

87

52

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Diagnóstico Social Participado | 2016

120

Desde 2008, a Câmara Municipal de Câmara de Lobos registou 200 candidaturas, a este programa, tendo sido

aprovadas, ao todo, 56 candidaturas (gráfico H17). De salientar que o processo de avaliação de candidaturas

pressupõe, numa primeira fase, a realização de uma vistoria e respetiva avaliação, por parte da comissão técnica de

análise, composta por um técnico da área social e um técnico da área de engenharia civil, sendo atribuído um grau

de prioridade para a realização da obra. Após a aprovação da candidatura, é atribuído o material para construção ao

agregado familiar, ficando a obra sujeita a acompanhamento técnico, por parte dos serviços municipais.

Após avaliação técnica e quando se justifica, os serviços municipais poderão ainda remeter as candidaturas, em

alternativa, para a Investimentos Habitacionais da Madeira, IHM, EPERAM, para serem enquadradas no âmbito do

Programa de Reabilitação de Imóveis Degradados (PRID).

Gráfico H17 - Candidaturas no âmbito do PAESD, de 2008 a 2015

Fonte: Divisão de Desenvolvimento Social - CMCL

Neste âmbito, para além dos apoios de materiais de construção, promovidos pela Câmara Municipal, as Juntas de

Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos e do Curral das Freiras, apostadas numa intervenção de proximidade,

implementaram, recentemente, programas para apoio a famílias carenciadas que abrangem, para além de outros

apoios, a cedência de materiais de construção, para realização de pequenas obras.

4.5.2. Programa de Reabilitação de Imóveis Degradados

O Programa de Reabilitação de Imóveis Degradados (PRID), promovido pela IHM-EPERAM, consiste na atribuição

de apoio financeiro, destinado à concretização de pequenas obras de recuperação de habitações degradadas,

pertencentes a famílias economicamente carenciadas e sem possibilidade de recorrerem ao crédito bancário. O

apoio é concedido sob a forma de empréstimo, sem juros, sendo que quando devidamente comprovada, a extrema

carência do agregado, poderá ser concedido a fundo perdido. A Câmara Municipal de Câmara de Lobos avalia em

parceria com aquela entidade, a necessidade efetiva de atribuição do referido apoio (gráfico H18).

13

39

1921

7

36

3134

0

10

0

19

0

27

0 0

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Candidaturas apresentadas Candidaturas aprovadas

Diagnóstico Social Participado | 2016

121

Gráfico H18 - Evolução do n.º de candidaturas, no âmbito do PRID, no Concelho, de 2011 a 2015

Fonte: Investimentos Habitacionais da Madeira, EPERAM

A tendência para diminuição do número de candidaturas a este programa, nos últimos quatro anos, justifica-se pelo

facto de a maioria dos pedidos de apoio, dar entrada diretamente nos serviços municipais que, por sua vez, efetuam

uma triagem e avaliação das candidaturas e o eventual encaminhamento para a IHM, EPERAM. Durante o período

em análise (2011-2015), deram entrada, nos serviços sociais municipais,108 candidaturas ao PAESD (gráfico H17).

8

21

2

0

27

01

6

1

0

5

10

15

20

25

30

2011 2012 2013 2014 2015

Novos Pedidos

Apoiados

Diagnóstico Social Participado | 2016

123

5. Proteção de Crianças e Jovens

O artigo 1.º da Convenção sobre os Direitos da Criança define “criança” como todo o ser humano até à idade de

18 anos, salvo se atingir a maioridade mais cedo, de acordo com a legislação de cada país. Esta noção coincide com

a lei portuguesa, já que considera ser menor quem não tiver completado 18 anos de idade (artigo 122.º do Código

Civil). Ao atingir a maioridade, o jovem adquire plena capacidade de exercício de direitos e fica habilitado a reger a

sua vida e a dispor dos seus bens (artigo 130.º do Código Civil)22.

Toda a criança tem o direito de viver feliz e segura na família, quer seja com os progenitores, representante legal ou

pessoa que tenha a guarda de facto, onde um futuro de excelência seja uma garantia.

A criação de respostas específicas que visem o despiste e resolução de situações de crianças e jovens em perigo é

crucial em qualquer território.

Nos pontos seguintes, apresenta-se a informação disponível sobre esta temática, de forma particular, a informação

relativa à atividade da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Câmara de Lobos.

5.1. Comissão de Proteção de Crianças e Jovens

As Comissões de Proteção de Menores (CPM), criadas pelo Decreto-Lei n.º 189/91, de 17 de maio, apelando a uma

participação ativa da comunidade, numa relação de parceria com o Estado, constituíram um passo fundamental na

proteção de crianças e jovens no nosso país. As CPM foram instaladas, localmente, mediante a publicação de portaria

específica. No caso de Câmara de Lobos, tal veio a ocorrer em 1995, através da Portaria n.º 74/95, de 4 de julho.

A primeira reunião da Comissão de Proteção de Câmara de Lobos realizou-se no dia 19 de dezembro de 1995, no

Salão Nobre da Câmara Municipal, com as seguintes entidades: Ministério Público, Centro Regional de Saúde,

Delegação Escolar, Polícia de Segurança Pública e Câmara Municipal, sendo presidida pelo Ministério Público e

secretariada pelo representante da autarquia. Esta Comissão de Proteção ficou instalada, durante vários anos no

edifício principal da Câmara Municipal, sendo transferida, em junho de 2009, para novas instalações, situadas na Praça

da Autonomia, Edifício C, nº1 R/C A23. Posteriormente, ao abrigo da Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo,

aprovada pela Lei n.º 147/99, de 1 de setembro, estas comissões foram substituídas pelas Comissões de Proteção

de Crianças e Jovens, adiante designadas por CPCJ. Como resultado, a CPM foi reorganizada, através da Portaria n.º

1226-EE/2000, de 30 de dezembro, dando lugar à CPCJ de Câmara de Lobos.

A referida Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo sofreu alterações, em 2003, e posteriormente, em 2015,

pela Lei n.º 142/2015, de 8 de setembro.

De acordo com a lei em vigor, as CPCJ são definidas como instituições oficiais não judiciárias, com autonomia

funcional, que visam promover os direitos da criança e do jovem e prevenir, ou pôr termo, a situações suscetíveis

de afetar a sua segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento integral. O seu âmbito territorial de

competência corresponde à área do município onde têm sede.

22 Fonte: www.cnpcjr.pt 23 Fonte: Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Câmara de Lobos

Diagnóstico Social Participado | 2016

124

Ao abrigo do ponto 2, do artigo 3º da Lei n.º 147/99, de 1 de setembro, alterada e republicada pela Lei n.º 142/2015,

de 8 de setembro, considera-se que a criança ou o jovem está em perigo, quando se encontra em alguma(s) das

seguintes situações:

a) Está abandonada ou vive entregue a si própria;

b) Sofre maus tratos físicos ou psíquicos ou é vítima de abusos sexuais;

c) Não recebe os cuidados ou a afeição adequados à sua idade e situação pessoal;

d) Está aos cuidados de terceiros, durante período de tempo em que se observou o estabelecimento com estes

de forte relação de vinculação, e em simultâneo, o não exercício pelos pais das suas funções parentais;

e) É obrigada a atividades ou trabalhos excessivos ou inadequados à sua idade, dignidade e situação pessoal ou

prejudiciais à sua formação ou desenvolvimento;

f) Está sujeita, de forma direta ou indireta, a comportamentos que afetam gravemente a sua segurança ou o seu

equilíbrio emocional;

g) Assume comportamentos ou se entrega a atividades ou consumos que afetam gravemente a sua saúde,

segurança, formação, educação ou desenvolvimento, sem que, os pais, o representante legal ou quem tenha a

guarda de facto, se lhes oponham de modo adequado a remover essa situação.

A intervenção das CPCJ, tem lugar quando não seja possível às entidades com competência em matéria de infância

e juventude atuarem de forma adequada e suficiente a remover o perigo em que se encontram as crianças e jovens.

As CPCJ funcionam em modalidade alargada ou restrita. À comissão alargada compete desenvolver ações de

promoção dos direitos e de prevenção das situações de perigo para a criança e jovem, nomeadamente, ações de

sensibilização (por ex.: nos estabelecimentos de ensino), procurando alertar sobre o funcionamento da CPCJ, bem

como organizar atividades lúdico-desportivas, culturais e recreativas, na comunidade, com o objetivo de promover

a promoção e proteção dos direitos das crianças e jovens (por ex.: a comemoração do “Mês de Prevenção dos Maus

Tratos na Infância”).

No que concerne à comissão restrita, que funciona em regime de permanência, compete-lhe intervir nas situações

em que uma criança/jovem está em perigo, atendendo e informando as pessoas que a elas se dirijam, apreciar

liminarmente as situações de que a comissão de proteção tenha conhecimento, proceder à instrução dos processos,

decidir a aplicação, acompanhar e rever as medidas de promoção e proteção, com exceção da medida de confiança

a pessoa selecionada para a adoção ou instituição, com vista a futura adoção.

As Comissões de Proteção podem aplicar as seguintes medidas de promoção e proteção: a) apoio junto dos pais; b)

apoio junto de outro familiar; c) confiança a pessoa idónea; d) apoio para a autonomia de vida; e) acolhimento familiar

e f) acolhimento residencial.

É de referir, ainda, que ao abrigo do artigo 14.º da Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, a Câmara

Municipal de Câmara de Lobos presta apoio logístico, financeiro e administrativo à CPCJ de Câmara de Lobos. De

acordo, ainda, com o disposto na alínea a) do artigo 17.º e no artigo 20.º da Lei supramencionada, o Município

encontra-se representado na composição da CPCJ.

Diagnóstico Social Participado | 2016

125

5.1.1. Volume processual global

De seguida, apresenta-se alguns dos principais indicadores que retratam a realidade social do Concelho relativamente

à CPCJ de Câmara de Lobos, no período de 2011 a 2015.

Gráfico PM1 - Volume processual na CPCJ Câmara de Lobos, de 2011 a 2015

Fonte: Relatórios de Atividades 2011 a 2015 - CPCJ Câmara de Lobos

Nos últimos cinco anos, registou-se um aumento do volume processual, na CPCJ de Câmara de Lobos, traduzindo

o número de processos de promoção e proteção (PPP), no final de cada ano. Entre os anos 2012 e 2015, também

se verificou um aumento do número dos PPP arquivados, ao abrigo dos artigos 11.º, 63.º, ponto 1 do 98.º e 99.º da

Lei n.º 147/99 de 1 de setembro, aprovada e republicada pela Lei n.º 142/2015 de 8 de setembro.

Em 2015, foram instaurados 185 PPP, traduzindo um aumento percentual, na ordem dos 34%, comparativamente a

2011 (gráfico PM1).

Gráfico PM2 - Evolução do n.º de novos processos, por freguesia, de 2011 a 2015

Fonte: CPCJ de Câmara de Lobos

115

149 148161

201

131 126 134152

177

246275 282

313

378

0

50

100

150

200

250

300

350

400

2011 2012 2013 2014 2015

Total de PPP Ativos Total de PPP Arquivados Total

11 7 612 11

6 82

9 7

4439

24

39 36

7

2413

1912

51 51 54

72

119

0

20

40

60

80

100

120

140

2011 2012 2013 2014 2015

Quinta Grande Curral das Freiras Estreito de Câmara de Lobos

Jardim da Serra Câmara de Lobos

Diagnóstico Social Participado | 2016

126

O gráfico PM2 reflete a evolução do número de PPP novos, nos anos de 2011 a 2015. Na freguesia de Câmara de

Lobos, houve um aumento de 43% nos novos PPP.

Em 2015, a freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, registou uma diminuição no número de casos, na ordem dos

19%, comparativamente a 2011. A oscilação percentual nas restantes freguesias foi menos expressiva, à exceção do

Jardim da Serra, onde se assistiu de 2011 para 2012, a um aumento percentual superior a 50%, o qual veio a diminuir

em 2014 e 2015. Neste último ano, a distribuição de casos novos, por freguesia, era a seguinte: Câmara de Lobos

(119), Estreito de Câmara de Lobos (36), Jardim da Serra (12), Quinta Grande (11) e Curral das Freiras (7).

5.1.2. Motivos de sinalização

Através da observação do gráfico PM3, conclui-se que os principais motivos que estiveram na origem das

intervenções da CPCJ, no período de 2011 a 2015, estavam associados, em primeiro lugar, à exposição a

comportamentos que afetavam o bem-estar e desenvolvimento da criança / jovem (ex.: exposição a ambientes ou

pessoas com consumos de álcool ou drogas, exposição a situações de violência doméstica, entre outros), e em

segundo lugar, à negligência (ex.: falta de cuidados parentais a nível de cuidados de saúde, higiene, alimentação, entre

outros). Em terceiro lugar e sobretudo nas freguesias de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos,

verifica-se que o fator de perigo predominante, era o facto da criança ou jovem assumir comportamentos que

afetavam o seu bem-estar e desenvolvimento.

Nos últimos anos, ocorreu também um aumento no número de sinalizações, devido a situação de

abandono/absentismo escolar, o que poderá estar relacionado com a aprovação do Decreto Legislativo Regional n.º

21/2013/M de 25 de junho (Estatuto do Aluno) que veio introduzir esclarecimentos no processo de sinalização para

a CPCJ.

Gráfico PM3 - Motivos de intervenção da CPCJ Câmara de Lobos (somatório dos anos 2011 a 2015)

Fonte: CPCJ Câmara de Lobos

9 5

32

8

68

93

177

56

1 1 1 514 11

62

34

99

6 2

30

1621

8 8

37

9

98

3 3

0

20

40

60

80

100

120

Quinta Grande Curral das Freiras Estreito de Câmara

de Lobos

Jardim da Serra Câmara de Lobos

A Criança/Jovem assume comportamentos que afetam o seu bem-estar e desenvolvimento

Abandono/ Absentismo Escolar

Abuso Sexual

Exposição a comportamentos que possam comprometer o bem-estar e desenvolvimento

Maus Tratos Físicos/Psicológicos

Negligência

Outras situçoes de perigo

Diagnóstico Social Participado | 2016

127

Relativamente ao tipo de problemáticas mais diagnosticadas, em cada uma das faixas etárias, verifica-se que na faixa

dos 0 aos 10 anos de idade, as problemáticas mais recorrentes, prendiam-se com a negligência, a violência doméstica

e a exposição a comportamentos que comprometiam o bem-estar e desenvolvimento da criança.

Na faixa etária dos 11 aos 14 anos de idade, as problemáticas mais diagnosticadas prendiam-se com a negligência, o

facto da criança ou jovem assumir comportamentos que afetavam o seu bem-estar e desenvolvimento, sem que os

pais se opusessem de forma adequada, e ainda, a violência doméstica.

Na faixa etária dos 15 aos 17 anos, as problemáticas mais diagnosticadas estavam relacionadas com o facto da criança

ou jovem assumir comportamentos que afetavam o seu bem-estar e desenvolvimento, sem que os pais se opusessem

de forma adequada, e por último, com o absentismo e o abandono escolar.

Em termos processuais, as medidas de promoção e proteção mais aplicadas pela CPCJ de Câmara de Lobos, nos

anos em análise foram, em primeiro lugar, o apoio junto dos pais (148 medidas aplicadas), seguindo-se o acolhimento

residencial (23 medidas aplicadas), o apoio junto de outro familiar (19 medidas aplicadas) e a confiança a pessoa

idónea (2 medidas aplicadas).

5.1.3. Entidades sinalizadoras

De acordo com o artigo n.º 8.º da Lei n.º 147/99 de 1 de setembro, aprovada e republicada pela Lei n.º 142/2015 de

8 de setembro, a intervenção da CPCJ tem lugar quando não seja possível às entidades em matéria de infância e

juventude atuar de forma adequada e suficiente a remover o perigo em que a criança ou jovem se encontra, passando

a sinalizar a situação à CPCJ.

O gráfico PM4 ilustra quais as entidades sinalizadoras à CPCJ de Câmara de Lobos, no período em análise. Verifica-

se que os Estabelecimentos de Ensino foram aqueles que mais sinalizaram situações, seguindo-se o Ministério Público,

a Polícia de Segurança Pública e os Estabelecimentos de Saúde.

Gráfico PM4 - Entidades sinalizadoras na CPCJ Câmara de Lobos (somatório dos anos 2011 a 2015)

Fonte: Relatórios de Atividades 2011 a 2015 - CPCJ Câmara de Lobos

14

98

2

53

1

257

87

6

126

1

64

8 3

48 58

120

50

100

150

200

250

300

Diagnóstico Social Participado | 2016

128

Face a estes indicadores, podemos afirmar que tem havido uma tendência evolutiva para o incremento da

vulnerabilidade social, no grupo das Crianças e Jovens.

No terceiro capítulo, nos resultados das oficinas de participação, em torno da definição de bem-estar, conclui-se

que entre os 238 cidadãos ouvidos, apenas no grupo “Crianças e Jovens 4”, a dimensão do acesso aos meios de

subsistência foi a mais sublinhada, consistindo no único grupo homogéneo, no total de 26, em que isso aconteceu

(ver anexo V). Neste sentido, assume particular relevância, a promoção de projetos na área da intervenção precoce

nas entidades com competência em matéria de infância e juventude (ex.: Escolas, Serviços de Saúde, Instituto de

Segurança Social da Madeira, IP-RAM, entre outros), a realização de projetos ocupacionais (ex.: campos de férias,

entre outros), bem como o reforço dos meios e recursos dos serviços com competência em matéria de proteção

de crianças e jovens.

5.2. Respostas locais de apoio à Infância e Juventude

5.2.1. Centro de Apoio para Crianças e Jovens - Equipa de Rua de Câmara de Lobos

Trata-se de uma resposta social promovida pelo Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM, destinada ao

apoio a crianças e jovens em situação de perigo, desinseridas a nível sociofamiliar e que subsistem pela via de

comportamentos desviantes24.

Os objetivos desta resposta social passam por:

Promover a reintegração das crianças e jovens na família, escola e comunidade;

Recuperar as crianças e jovens de rua, incentivando a construção de um projeto de vida saudável;

Fazer prevenção primária da toxicodependência e de comportamentos desviantes e eventual

encaminhamento para estruturas de rede existentes para promover a inserção social;

Despistar situações de risco a nível do jovem consumidor e sensibilizar para a mudança de comportamentos

e para o abandono do consumo de droga;

Fazer a prevenção do contágio pelas doenças sexualmente transmissíveis e satisfazer necessidades básicas de

alimentação, higiene, saúde e vestuário;

Promover o contacto e a ligação com as famílias e o envolvimento na comunidade, tendo em vista a prevenção,

o apoio e a resolução de problemas.

24 Vide http://www.cartasocial.pt

Diagnóstico Social Participado | 2016

129

Gráfico PM5 - Nº de Crianças e Jovens acompanhados pela Equipa de Rua, de 2011 a 2014

Fonte: Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM

O gráfico PM5 reflete o número de crianças e jovens acompanhados pela Equipa de Rua de Câmara de Lobos, nos

últimos quatro anos. Verifica-se que o ano em que foram acompanhadas mais crianças e jovens foi o de 2012 (39),

tendo este valor decrescido em 2014 (29), importando diagnosticar melhor os contornos desta realidade.

Gráfico PM6 - Evolução do n.º de crianças e jovens em acolhimento familiar, de 2011 a 2014

Fonte: Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM

Através do gráfico PM6, verifica-se que o número de crianças e jovens encaminhados para acolhimento familiar tem

vindo a aumentar nos últimos quatro anos.

30

3937

29

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

jan/11 jan/12 jan/13 jan/14

7

10 10

14

0

2

4

6

8

10

12

14

16

jan/11 jan/12 jan/13 jan/14

Diagnóstico Social Participado | 2016

130

5.2.2. Projeto Esc@Up – Programa Escolhas

Este projeto é promovido pelo Centro Social e Paroquial de Santa Cecília e envolve quatorze parceiros sociais do

Concelho. Partindo do princípio de que a Educação é a principal ferramenta no combate à pobreza e exclusão social,

na medida em que pode contribuir, em grande medida, para alterar o ciclo vicioso da reprodução desses fenómenos,

o projeto Esc@Up procura prevenir e atenuar os problemas sociais, através de respostas integradas que fomentem

a participação e responsabilização das pessoas e grupos da comunidade local.

O Projeto constitui, por um lado, um "escape" ou um percurso alternativo e, por outro lado, uma oportunidade de

capacitação, ao serviço da população mais vulnerável de três bairros sociais do concelho de Câmara de Lobos: Bairro

da Palmeira, Bairro do Ribeiro Real e Bairro da Quinta do Leme. A prioridade de intervenção é a inclusão social de

crianças e jovens nesses contextos socioeconómicos.

Em traços gerais, o objetivo é o de promover a ocupação de adolescentes e jovens, sem quaisquer perspetivas e

sem um projeto de vida. Pretende-se, assim, motivar esses adolescentes/jovens em risco para um percurso escolar

e profissional, proporcionando-lhes oportunidades de realização de tarefas de planeamento e desenvolvimento

vocacional, que permitam fundamentar um projeto de vida, e por conseguinte, a sua inserção socioprofissional.

Neste sentido, procura-se contribuir para o aumento do interesse dos adolescentes e jovens pelas tradições da sua

comunidade, para uma maior e melhor solidariedade e convívio intergeracional, bem como para a tolerância e

respeito pelas pessoas mais velhas. O enfoque da ação é na capacitação das crianças e jovens e membros da sua rede

formal e informal de apoio.

Reportando-nos aos meses de setembro a junho – ano letivo 2014/2015 – constata-se que os contributos do projeto

para os objetivos gerais do “Programa Escolhas”, quanto à taxa de sucesso escolar global, foram bastante

satisfatórios, na ordem dos 82%. Contudo, assistiu-se em simultâneo, a uma grande desvalorização da escola, quer

por parte dos adolescentes, quer por parte de algumas das suas famílias, dando lugar à falta de motivação em

continuar a frequentar a escola, ao aumento do absentismo escolar e a uma situação de desocupação, o que pode

favorecer comportamentos pouco saudáveis, se não mesmo, condutas desviantes. Deste modo, o desinteresse dos

jovens em frequentar a escola, refletiu-se nas reintegrações escolares, na medida em que até ao 1.º semestre de

2015, apenas foram reintegrados 4 jovens, na escola, através deste projeto.

Em relação aos encaminhamentos para formação e emprego, conseguiu-se encaminhar 85 indivíduos. Da totalidade

dos indivíduos encaminhados, conseguiu-se integrar 19 indivíduos, em formação profissional, e 10 indivíduos, no

mercado de trabalho. Foram, ainda, certificados 147 indivíduos, com o diploma de competências básicas em

informática25.

25 Relatório de Avaliação do projeto Esc@Up 1.º semestre 2015

Diagnóstico Social Participado | 2016

131

5.2.3. Projetos promovidos ou apoiados pela autarquia

Na área da infância e juventude, a intervenção da autarquia passa por promover e/ou apoiar iniciativas e projetos

que concorram para a proteção e promoção dos direitos das crianças e jovens do Concelho.

Neste campo, os projetos dinamizados procuram desenvolver as competências pessoais e sociais, prevenir

comportamentos de risco, reeducar e possibilitar um desenvolvimento social saudável, autónomo e responsável dos

seus participantes, através de ações que valorizem e reforcem os laços de amizade, o conhecimento do meio, a

importância da prática de atividade física e dos valores, tais como a cooperação, o trabalho em equipa e o respeito

pelo outro.

Os projetos de ocupação de tempos livres sazonais, como é o caso do “Bairro a Brincar” e “Lobos Radical”,

pretendem ocupar de forma saudável as crianças e jovens, especificamente, durante o período de férias escolares de

páscoa e verão.

5.2.3.1. Campo de Férias “Bairro a Brincar”

Este projeto teve início em 2006 e visa o desenvolvimento de um conjunto de atividades de cariz educativo, social,

cultural e desportivo, no período das férias escolares de verão. O público-alvo deste projeto são as crianças e jovens

dos 6 aos 15 anos de idade, residentes no Concelho, com prioridade para crianças e jovens, provenientes dos bairros

camarários, acompanhados pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Câmara de Lobos e/ou pelos Serviços

locais do Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM. Em 2015, esta atividade decorreu, como habitualmente,

na Biblioteca Municipal e participaram, no total, 25 crianças.

5.2.3.2. Campo de Férias “Lobos Radical”

A Câmara Municipal de Câmara de Lobos promove, desde 2002, o campo de férias “Lobos Radical”, em parceria

com a Escola Básica e Secundária Dr. Luís Maurílio da Silva Dantas que cede as instalações. Esta iniciativa consiste na

promoção de um conjunto de atividades de cariz educativo, social, cultural e lúdico-desportivo que decorrem no

período das férias escolares de verão, tendo como principal público-alvo, as crianças e jovens, residentes no concelho

de Câmara de Lobos, com idades compreendidas entre 6 e 15 anos.

O “Lobos Radical” inclui, normalmente, dois períodos de atividade (meses de julho e agosto) e funciona a tempo

inteiro. Em cada período de atividades, funcionam dois grupos de participantes, consoante o número de inscrições

em cada ano e as faixas etárias. Em 2015, esta atividade contou com a participação de 120 crianças que foram

acompanhadas por um coordenador, da área de desporto, e sete monitores, com formação na área socioeducativa.

Diagnóstico Social Participado | 2016

132

5.2.3.3. Cursos de Educação Parental

Este curso decorreu de abril a junho de 2015 e foi promovido e financiado pela Câmara Municipal de Câmara de

Lobos, em parceria com o CELFF – Centro de Estudos, Línguas e Formação do Funchal, S.A. do Funchal, no Centro

Comunitário “Cidade Viva”.

Com uma duração total de 60 horas, o curso teve como principais destinatários a população mais carenciada,

encaminhada quer pelos serviços sociais da Câmara Municipal, quer pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens

de Câmara de Lobos ou pelos Serviços locais do Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM, com o objetivo

de desenvolver e melhorar as competências pessoais e parentais e contribuir para a integração social das famílias.

Nesta atividade, participaram, ao todo, 16 formandos, maioritariamente, do género feminino, com idades

compreendidas entre 29 e 49 anos, tendo concluído a formação, 11 formandos.

5.2.3.4. OTL – Ocupação de Tempos Livres Páscoa 2015

A autarquia dinamizou este projeto de ocupação de tempos livres, destinado a crianças e jovens, no Centro

Comunitário “Vila Viva”, nas férias escolares da Páscoa, mais precisamente, no período de 23 de março a 6 de abril

de 2015. Ao todo, participaram no projeto, 25 crianças, com idades dos 6 aos 12 anos, sob orientação de uma

estagiária de Serviço Social e de uma Professora de Artes Plásticas. A autarquia assumiu os custos com os lanches e

seguro, cabendo a cada participante o pagamento da inscrição.

5.2.3.5. Projeto Prevenir Educando

É um projeto de inclusão social e de cidadania, direcionado a crianças e jovens, dos 6 aos 12 anos, sobretudo, dos

bairros Nova Cidade e Quinta de Leme, sendo desenvolvido nos Centros Comunitários Municipais “Cidade Viva” e

“Vila Viva”. Este projeto, tem como finalidade o desenvolvimento das competências pessoais e sociais dos

participantes, através da criação de espaços criativos e/ou inovadores e informais, potenciadores de diálogo, partilha

e experiências que promovam a inclusão, tolerância e respeito, o envolvimento ativo e uma cidadania responsável e

participativa. Para o desenvolvimento destes espaços de diálogo/partilha/trabalho, recorre-se a técnicas de

aprendizagem tais como workshops, jogos didáticos e atividades ao ar livre, com vista a estimular a criatividade, a

participação ativa e a iniciativa dos participantes. Pretende-se assim que as crianças/jovens adquiram competências

que os ajudem a refletir e a olhar de forma tolerante e crítica para o meio que os rodeia, capacitando-os enquanto

agentes de transformação/mudança, na família, na escola e na comunidade. Para a concretização do projeto são

indispensáveis, ainda, as parcerias entre a CMCL e diversas entidades/instituições locais e regionais, nomeadamente,

a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Câmara de Lobos, as Associações e Clubes Desportivos, o Instituto

de Segurança Social da Madeira, IP-RAM – Equipa de Rua, o Centro de Saúde, entre outras.

Em 2015, o projeto decorreu de fevereiro a junho, envolvendo crianças e jovens dos 6 anos 15 anos, no Centro

Comunitário “Vila Viva”, sob a orientação de uma estagiária profissional de Serviço Social e uma Professora de Artes

Plásticas. As inscrições eram gratuitas, assumindo a autarquia os custos com os materiais e com o seguro.

Diagnóstico Social Participado | 2016

134

6. Proteção Social

Na Região Autónoma da Madeira, a gestão do sistema de proteção social compete ao Instituto de Segurança Social

da Madeira, IP-RAM (ISSM, IP-RAM), pessoa coletiva de direito público, integrado na administração indireta da Região

Autónoma da Madeira, com personalidade jurídica, dotado de autonomia administrativa e financeira e de património

próprio. Enquanto instituto público de regime especial, o ISSM, IP-RAM rege-se pelo disposto no Decreto Legislativo

Regional n.º 34/2012/M, de 16 de novembro de 2011 e pelas normas aplicáveis do regime jurídico dos institutos

públicos, exercendo a sua atividade sob a tutela e superintendência da Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos

Sociais (SRIAS), com competências relativamente aos beneficiários de segurança social, com residência na RAM e

aos contribuintes da segurança social, quer sejam entidades empregadoras ou equiparadas e trabalhadores

independentes com sede, direção efetiva, domicílio profissional ou residência na RAM, ainda que detenham

estabelecimentos, locais de trabalho ou sucursais fora do território regional.26

O ISSM, IP-RAM tem sede no Funchal e dispõe de serviços locais de atendimento ao cidadão, em todos os concelhos

da RAM, nomeadamente, em Câmara de Lobos. Neste Concelho, o ISSM, IP-RAM dispõe de serviços locais de

atendimento, em todas as freguesias, competindo-lhe ainda a gestão direta de alguns equipamentos e respostas

sociais, tais como, o Centro de Apoio Crianças e Jovens de Câmara de Lobos, o Lar de Idosos do Ilhéu, o Centro

de Dia de Câmara de Lobos, o Centro de Dia do Jardim da Serra e o Centro de Dia da Quinta Grande, bem como

o apoio indireto aos cidadãos, através de protocolos com diversas Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Nos pontos seguintes apresenta-se uma caraterização sumária dos principais apoios e prestações sociais concedidos

pelo ISSM, IP-RAM, no Concelho.

6.1. Prestações Sociais

6.1.1. Abono de Família

O abono de família para crianças e jovens corresponde a uma prestação monetária atribuída, mensalmente, com o

objetivo de compensar os encargos familiares respeitantes ao sustento e educação das crianças e jovens27.

Em 2014, Câmara de Lobos ocupava o segundo lugar entre os concelhos da RAM, no que se refere ao número de

beneficiários ou requerentes de abono de família (gráfico PS1).

26 Fonte: http://www.seg-social.pt 27 Fonte: http://www.seg-social.pt

Diagnóstico Social Participado | 2016

135

Gráfico PS1 - N.º de requerentes das prestações de abono de família para crianças e jovens, segundo

o Concelho de residência, no ano 2014

Fonte: INE

No que diz respeito à evolução do número de titulares de abono de família para crianças e jovens (descendentes ou

equiparados), quer na RAM quer no Concelho, verifica-se que o número de crianças e jovens tem vindo a diminuir,

sobretudo, desde 2010, embora a curva de decréscimo seja menos acentuada no Concelho, conforme se pode

verificar no gráfico PS2.

Gráfico PS2 - Evolução do n.º de titulares de abono de família para crianças e jovens, na RAM e

Concelho, de 2004 a 2014

Fonte: INE

4 150

0

1 000

2 000

3 000

4 000

5 000

6 000

7 000

8 000

N.º

Concelho

47 748 46 416 47 790 47 353 46 861 47 207 46 116

36 467 35 192 34 316 33 240

9 774 9 542 9 737 9 739 9 459 9 349 9 080 7 961 7 698 7 371 7 029

0

10 000

20 000

30 000

40 000

50 000

60 000

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

N.º

Anos

RAM Câmara de Lobos

Diagnóstico Social Participado | 2016

136

Em 2014, as freguesias de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos eram as que tinham maior número

de titulares de abono de família, seguindo-se Jardim da Serra, Quinta Grande e Curral das Freiras (gráfico PS3).

Gráfico PS3 - N.º de titulares de abono de família para crianças e jovens, nas freguesias, no ano 2014

Fonte: ISSM, IP-RAM

A bonificação por deficiência é um acréscimo ao abono de família para crianças e jovens que é atribuído quando por

motivo de perda ou anomalia, congénita ou adquirida, de estrutura ou função psicológica, intelectual, fisiológica ou

anatómica, a criança ou jovem necessite de apoio pedagógico ou terapêutico28.

No Concelho, verifica-se que nos últimos quatro anos e à semelhança da RAM, têm vindo a aumentar ligeiramente

os titulares de bonificação por deficiência. Em 2014 houve um aumento de 313 beneficiários face a 2011 (gráfico

PS4).

Gráfico PS4 - N.º de titulares de bonificação por deficiência, na RAM e Concelho, de 2011 a 2014

Fonte: ISSM, IP-RAM

28 Fonte: http://www.seg-social.pt

3 517

382

2 091

597

426

0 500 1 000 1 500 2 000 2 500 3 000 3 500 4 000

Câmara de Lobos

Curral das Freiras

Estreito de Câmara de Lobos

Jardim da Serra

Quinta Grande

N.º

Fre

gu

esi

a

678 792 842991

2 4142 656

2 984 3 056

0

500

1 000

1 500

2 000

2 500

3 000

3 500

2011 2012 2013 2014

N.º

Anos

Concelho de Câmara de Lobos RAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

137

6.1.2. Pensões

Existem três tipos de pensões atribuídas pelo Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM: 1) Pensão de velhice

que é um valor pago, mensalmente, destinado a proteger os beneficiários do regime geral de Segurança Social, na

situação de velhice, substituindo as remunerações de trabalho; 2) Pensão de sobrevivência ou pensão social de

velhice que é uma prestação em dinheiro, atribuída, mensalmente, a partir da idade normal de acesso à pensão de

velhice do regime geral de Segurança Social, ou seja, 66 anos; 3) Pensão de invalidez que corresponde a uma prestação

atribuída às pessoas que se encontram em situação de incapacidade permanente para o trabalho29.

O número de pensionistas tem vindo a aumentar, ligeiramente, desde 2004, quer a nível da RAM quer a nível do

Concelho. Em 2014, a maioria dos pensionistas da RAM e do Concelho beneficiava de pensão por velhice, seguindo-

se a pensão de sobrevivência e a pensão de invalidez (gráfico PS5).

Gráfico PS5 - N.º de pensionistas na RAM e Concelho, no ano 2014

Fonte: INE

6.1.3. Rendimento Social de Inserção

O Rendimento Social de Inserção (RSI) é uma medida de proteção social criada para apoiar as pessoas ou famílias

que se encontrem em situação de grave carência económica e em risco de exclusão social. Pressupõe a celebração

de um contrato de inserção com vista à integração social e profissional dos beneficiários e a atribuição de uma

prestação monetária, para a satisfação das suas necessidades básicas (Decreto-Lei n.º 283/2003, de 8 de novembro

e Decreto-Lei n.º 42/2006, de 23 de fevereiro)30.

29 Fonte: http://www.seg-social.pt 30 Idem

1 1054 169

2 297

8 248

40 478

18 822

0

5 000

10 000

15 000

20 000

25 000

30 000

35 000

40 000

45 000

Invalidez Velhice Sobrevivência

Concelho de Câmara de Lobos RAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

138

Em 2014, o concelho de Câmara de Lobos encontrava-se posicionando, em segundo lugar, face aos restantes

concelhos, em termos de beneficiários de Rendimento Social de Inserção, com 1.070 beneficiários. Em primeiro

lugar, encontrava-se o Funchal, e em terceiro lugar, Santa Cruz (gráfico PS6).

Gráfico PS6 - N.º de beneficiários de RSI, por Concelho da RAM, no ano 2014

Fonte: INE

Verifica-se que, desde 2010, tem havido uma tendência para diminuição do número de beneficiários de Rendimento

Social de Inserção, a nível da RAM e do Concelho, devido a alterações legais de acesso a esta prestação e à

implementação de novos critérios relativos à prova de condição de recursos dos agregados familiares (gráfico PS7).

Gráfico PS7 - N.º de beneficiários do RSI, na RAM e Concelho, de 2005 a 2014

Fonte: INE

7 035

1 070

0

1 000

2 000

3 000

4 000

5 000

6 000

7 000

8 000

RAM Calheta Câmara

de

Lobos

Funchal Machico Ponta

do Sol

Porto

Moniz

Ribeira

Brava

Santa

Cruz

Santana São

Vicente

Porto

Santo

0

2 000

4 000

6 000

8 000

10 000

12 000

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

N.º

Anos

RAM Câmara de Lobos

Diagnóstico Social Participado | 2016

139

Em 2014 e à semelhança da RAM, o grupo etário mais abrangido pelo RSI, no Concelho, foi o das crianças e jovens

com idades até aos 24 anos (551 beneficiários), significando que esta medida abrange um elevado número de núcleos

familiares com filhos (gráfico PS8).

Gráfico PS8 - N.º de beneficiários do RSI, por grupo etário, na RAM e Concelho, no ano 2014

Fonte: INE

Nos últimos quatro anos, a evolução do número de famílias beneficiárias de RSI não se fez sentir da mesma forma,

em todas as freguesias do Concelho. Assim, a par de um ligeiro aumento do número de famílias, nas freguesias do

Curral das Freiras e da Quinta Grande, verificou-se um decréscimo significativo do número de famílias, na freguesia

de Câmara de Lobos, e uma ligeira diminuição, no Jardim da Serra. Na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos,

após um ligeiro crescimento, entre 2011 e 2013, deu-se uma quebra do número de famílias, em 2014 (gráfico PS9).

Gráfico PS9 - N.º de famílias com RSI, segundo a freguesia de residência, nos anos de 2011 a 2014

Fonte: ISSM, IP-RAM

Menos de 25 anos

25-39 anos

40-54 anos

55 e mais anos

3 096

1 275

1 825

839

551

197

246

76

Câmara de Lobos RAM

203183

166

143

24 30 29 34

107 111 119108

34 30 32 3111

21 22 22

0

50

100

150

200

250

2011 2012 2013 2014

Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de Câmara de Lobos

Jardim da Serra Quinta Grande

Diagnóstico Social Participado | 2016

140

Em 2014, as freguesias que apresentavam maior número de beneficiários eram, por ordem crescente, Câmara de

Lobos (542), Estreito de Câmara de Lobos (348), Jardim da Serra (107), Curral das Freiras (86) e Quinta Grande

(78) (gráfico PS10).

Gráfico PS10 - N.º de beneficiários de RSI, por freguesia de residência, no ano 2014

Fonte: ISSM, IP-RAM

Ao analisarmos o valor médio da prestação, por família, em 2014, verifica-se que o valor mais baixo foi registado na

freguesia do Estreito de Câmara de Lobos (238,78€) e o valor mais elevado, na freguesia da Quinta Grande (254,84€)

(quadro PS).

Quadro PS - Valores médios processados de prestação de RSI por família, em dezembro de cada

ano

Freguesias Dez./2011 Dez./2012 Dez./2013 Dez./2014

Câmara de Lobos 303,17 € 301,50 € 244,53 € 243,29 €

Curral das Freiras 209,37 € 317,05 € 252,79 € 245,10 €

Estreito de Câmara de Lobos 270,46 € 282,57 € 305,09 € 238,78 €

Jardim da Serra 242,48 € 332,87 € 183,36 € 240,69 €

Quinta Grande 216,25 € 297,69 € 243,00 € 254,84 €

Fonte: ISSM, IP-RAM

Câmara de Lobos; 542

Curral das Freiras; 86

Estreito de Câmara de Lobos; 348

Jardim da

Serra; 107

Quinta Grande; 78

Diagnóstico Social Participado | 2016

141

6.1.4. Complemento Solidário para Idosos

O Complemento Solidário para Idosos é um apoio monetário pago, mensalmente, aos idosos de baixos recursos,

residentes em Portugal, com idade igual ou superior à idade normal de acesso à pensão de velhice do regime geral

de Segurança Social, ou seja, 66 anos31.

No Concelho, o número médio de beneficiários de CSI, tem-se mantido próximo dos 250 idosos, ao longo dos

quatro anos em análise. Entre 2011 e 2013, houve uma tendência para o aumento do número de beneficiários,

verificando-se um ligeiro decréscimo de 2013 para 2014 (gráfico PS11).

Gráfico PS11 - N.º de beneficiários do CSI, na RAM e Câmara de Lobos, de 2011 a 2014

Fonte: ISSM, IP-RAM

Em 2014, as freguesias onde se registaram maior número de idosos beneficiários de CSI foram, por ordem crescente,

Câmara de Lobos (113), Estreito de Câmara de Lobos (56), Curral das Freiras (34), Jardim da Serra (27) e Quinta

Grande (16) (gráfico PS12).

Gráfico PS12 - N.º de beneficiários do CSI, por freguesia, no ano 2014

31 Fonte: http://www.seg-social.pt

224 247 262 246

3 908 3 908 3 802

3 304

0

500

1 000

1 500

2 000

2 500

3 000

3 500

4 000

4 500

2011 2012 2013 2014

N.º

Anos

Concelho de Câmara de Lobos RAM

113

34

56

2716

0

20

40

60

80

100

120

Câmara de

Lobos

Curral das

Freiras

Estreito de

Câmara de

Lobos

Jardim da Serra Quinta Grande

N.º

Freguesias

Fonte: ISSM, IP-RAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

142

6.2. Equipamentos e respostas sociais

No concelho de Câmara de Lobos existem três centros comunitários: dois localizados na freguesia de Câmara de

Lobos e um situado na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos.

O Centro Comunitário “Integrar e Desenvolver” gerido pelo Centro Social e Paroquial de Santa Cecília (CSPSC)

resulta de um protocolo com o Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM, enquanto os restantes dois centros

comunitários, “Cidade Viva” e “Vila Viva” estão sob a gestão da Câmara Municipal de Câmara de Lobos. Estes

equipamentos abrangem não só a população idosa residente naquelas freguesias, mas também, crianças, jovens e

adultos.

Quanto às valências de Centro de Dia/ Centro de Convívio, o ISSM, IP-RAM tem sob a sua gestão direta, as valências

de Centro de Dia/ Centro de Convívio, neste caso, abrangendo as freguesias da Quinta Grande, Curral das Freiras

e Câmara de Lobos (Ilhéu). Na freguesia do Jardim da Serra, funciona um Centro de Convívio, também sob a gestão

do ISSM, IP-RAM.

Para além destas respostas, o ISSM, IP-RAM presta apoio domiciliário, em articulação com algumas Instituições

Particulares de Solidariedade Social (IPSS).

6.2.1. Equipamentos e respostas sociais, promovidos pelo Instituto de Segurança Social da Madeira,

IP-RAM e pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS)

Através do gráfico PS13, verifica-se que, nos últimos quatro anos, tem havido tendência para o aumento do número

de utentes dos Centros de Dia/ Centros de Convívio que abrangem as freguesias da Quinta Grande, Curral das

Freiras e Câmara de Lobos (Ilhéu). O Centro de Convívio do Jardim da Serra tem mantido o mesmo número de

utentes, nos últimos três anos.

Os Centros de Dia dos Centros Sociais e Paroquiais de Santa Cecília, do Carmo e da Encarnação, localizados nas

freguesias de Câmara de Lobos e Estreito de Câmara de Lobos, têm mantido praticamente o mesmo número de

utentes, ao longo dos últimos quatro anos, apenas com um ligeiro aumento de 2011 para 2013.

O único lar de idosos, existente no Concelho, localizado na freguesia de Câmara de Lobos, tem mantido igualmente

o mesmo número de utentes (13), o que corresponde à sua capacidade máxima.

Diagnóstico Social Participado | 2016

143

Gráfico PS13 - N.º de pessoas a frequentar equipamentos geridos ou protocolados com a Segurança

Social, de acordo com a valência, de 2011 a 2015

O Centro Comunitário “Integrar e Desenvolver”, do Centro Social e Paroquial de Santa Cecília, surgiu no âmbito

do Programa de Luta Contra a Pobreza, em outubro de 1998, para implementar medidas que possibilitassem a

satisfação das necessidades específicas da população alvo, mas, acima de tudo, o desenvolvimento efetivo da

comunidade do Bairro da Palmeira. As linhas de atuação desta resposta social passam por prestar acompanhamento

psicossocial, pela promoção socioeducativa de crianças e jovens, pela intervenção na família e pelo acompanhamento

de dependentes de substâncias psicoativas. Este centro comunitário promove também a valência de Centro de Dia,

abrangendo, ao todo, 35 idosos. Há ainda que contabilizar as famílias apoiadas em géneros alimentícios, pelo Centro

Comunitário: 192 agregados (cerca de 576 pessoas), em 2014.

Em 2014, este Centro Comunitário registou um decréscimo no número de utentes. Esta situação ficou a dever-se à

emigração de alguns jovens e famílias (Fonte: CSPSC).

6.2.2. Serviço de Apoio Domiciliário

Em dezembro de 2013, Câmara de Lobos ocupava a segunda posição na RAM, em termos de beneficiários de apoio

domiciliário, com um total de 340 utentes32. Este Serviço é prestado pelo ISSM, IP-RAM, através de protocolo com

o Centro Social e Paroquial de S. Bento (sedeado na Ribeira Brava) e também pela Casa do Povo do Curral das

Freiras, instituição que gere uma empresa de inserção – Panela de Ferro – fornecendo as refeições para os utentes

residentes naquela freguesia.

32 Carta Social (2013), publicada pelo Instituto da Segurança Social, IP-RAM

239

206

236

10689

103 101

144

4528 29 28

131138 144 142

13 13 12 13

0

50

100

150

200

250

300

jan/11 jan/12 jan/13 jan/14

Centro Comunitário (CSP de

Sta. Cecília)

Centro Dia/Centro Convívio

(QG, Casa Povo CF e Ilhéu)

Centro de Convívio (Jardim da

Serra)

Centros de Dia (CSP Carmo,

Encarnação e Sta. Cecília)

Lar Idosos (Ilhéu)

Fonte: ISSM, IP-RAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

144

Gráfico PS14 - N.º de utentes com apoio domiciliário, por freguesia, no ano 2014

Relativamente ao número de beneficiários, por freguesia, em 2014, destacava-se em primeiro lugar, a freguesia de

Câmara de Lobos (132), seguindo-se Estreito de Câmara de Lobos (80), Curral das Freiras (73), Jardim da Serra (26)

e Quinta Grande (24) (gráfico PS14). Nesse mesmo ano, a maioria dos utentes possuía idade superior a 75 anos,

com prevalência para utentes entre os 80 e 84 anos (gráfico PS15).

Gráfico PS15 - N.º de utentes com apoio domiciliário, no Concelho, por faixas etárias, no ano 2014

132

7380

24 26

0

20

40

60

80

100

120

140

Câmara de Lobos Curral das Freiras Estreito de C. de

Lobos

Quinta Grande Jardim da Serra

13

8

22

39

67

82

57

47

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

< 60 60 - 64 65 - 69 70 - 74 75 - 79 80 - 84 85 - 89 ≥90

Fonte: ISSM, IP-RAM

Fonte: ISSM, IP-RAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

145

6.2.3. Serviços de atendimento ao Cidadão

No Concelho, existem cinco serviços de atendimento ao cidadão do ISSM, IP-RAM, distribuídos por todas as

freguesias. Em 2013, foram realizados 5.211 atendimentos, especificamente, no âmbito da ação social,

correspondendo a 16,5% do total de cidadãos atendidos, a nível da RAM (31.575)33.

6.3. Equipamentos e respostas sociais promovidos pela autarquia

6.3.1. Centros Comunitários

A Divisão de Desenvolvimento Social (DDS) da Câmara Municipal de Câmara de Lobos tem a seu cargo a gestão de

dois centros comunitários: o Centro Comunitário “Cidade Viva” (CCCV), localizado na freguesia de Câmara de

Lobos e o Centro Comunitário “Vila Viva” (CCVV), localizado na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos. Estas

respostas sociais têm como principais objetivos, a promoção de projetos e ações de caráter comunitário, dirigidos

a toda a população, com especial incidência para a população jovem e sénior, tendo em vista a informação, formação,

valorização pessoal, dinamização comunitária, cultural, desportiva, bem-estar e de lazer dos seus utentes.

O Centro Comunitário “Cidade Viva” foi inaugurado em outubro de 2007 e possui uma estrutura com diferentes

serviços e atividades. Conta, a nível de recursos materiais, com um auditório, uma cozinha equipada, duas salas de

formação, um ginásio, um espaço net, balneários e instalações sanitárias.

O Centro Comunitário “Vila Viva”, foi inaugurado em junho de 2008 e funciona de forma semelhante ao CCCV,

com os mesmos recursos físicos.

Em 2015, frequentaram as atividades destes centros comunitários, ao todo, 566 pessoas: 248, no Centro

Comunitário “Vila Viva” e 318, no Centro Comunitário “Cidade Viva” (Fonte: DDS).

De referir que, em 2012, foi realizado um estudo no sentido de avaliar em que medida as atividades de animação se

correlacionam com a qualidade de vida da população sénior e idosa, nos Centros Comunitários “Vila Viva” e “Cidade

Viva”, com uma amostra de 71 indivíduos, maioritariamente, do género feminino, com idades compreendidas entre

55 e 80 anos. Concluiu-se que os inquiridos que participavam com maior frequência na realização de atividades de

animação tendiam a evidenciar melhor qualidade de vida (Faria, 2012).

6.3.2. Projetos Comunitários

A Divisão de Desenvolvimento Social, desenvolve diversos programas e atividades de caráter regular ou pontual,

direcionados a diferentes públicos-alvo, visando a melhoria das suas competências pessoais, sociais e profissionais.

Por outro lado, centra parte do seu trabalho na promoção da atividade física e desportiva, como fator de promoção

da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida dos seus munícipes, através de vários programas de atividade física e

desportiva de âmbito não federado.

33 Carta Social (2013), publicada pelo Instituto da Segurança Social, IP-RAM.

Diagnóstico Social Participado | 2016

146

Entre os vários projetos ou grupos, temos, como exemplo, os campos de férias “Bairro a Brincar” e “Lobos Radical”,

os projetos “Prevenir Educando”, “Andar pela Saúde”, “Turismo Sénior”, “Explorar a Madeira”, “Acantonamento

Sénior”, “Saúde Rural” e o “Grupo Sempre Jovem”. Para além disso, também são desenvolvidas nos centros

comunitários sessões ou aulas regulares de dança, karaté, yoga, ginástica, natação e hidroginástica (em parceria com

a piscina da Penteada), bem como cursos de formação pessoal e profissional, através de parcerias públicas ou

privadas.

Estas atividades socioculturais procuram promover uma cidadania ativa e participativa na comunidade e têm como

principais objetivos: promover uma vida mais saudável, dinâmica e participativa, contribuir para a ocupação dos

tempos livres de forma a evitar o isolamento social, fomentar a inclusão social; promover a autonomia, a autoestima

e bem-estar, incrementar uma cidadania ativa, plena e responsável e promover a inovação social.

6.3.3. Serviço de atendimento social

No âmbito das suas competências, a Divisão de Desenvolvimento Social proporciona um serviço diário de

atendimento ao cidadão, incluindo atendimento social.

O Serviço Social municipal é um recurso de proximidade, ao qual recorrem muitos munícipes para expor os seus

problemas e necessidades de ordem diversa. Assumem particular destaque, os problemas ou necessidades

relacionadas com as condições habitacionais precárias, as dificuldades financeiras e o desemprego. É também comum

a articulação entre este serviço e outros serviços municipais ou instituições externas, no sentido da resolução dessas

situações.

Atualmente, o atendimento social é assegurado por três técnicos superiores das áreas de Serviço Social, Política

Social e de Investigação Social Aplicada.

Em 2015, foram realizados 1.042 atendimentos sociais, maioritariamente, relacionados com necessidades

habitacionais. Em maio de 2014, este atendimento de proximidade foi alargado às freguesias mais distantes da sede

do Concelho, nomeadamente, Curral das Freiras, Estreito de Câmara de Lobos, Jardim da Serra e Quinta Grande.

Diagnóstico Social Participado | 2016

148

7. Saúde

7.1. Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira

O Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira, Entidade Pública Empresarial (SESARAM, E.P.E.), é uma unidade

integrada de prestação de cuidados de saúde, funcionando como dispositivo articulador, na base de

complementaridade, dos centros de saúde e dos hospitais, e ainda, como instância de planeamento de recursos,

cabendo-lhe a prestação de cuidados aos indivíduos, às famílias e aos grupos sociais.

O SESARAM, E.P.E., com sede no Funchal, é uma pessoa coletiva de direito público, de natureza empresarial, dotada

de autonomia administrativa financeira e patrimonial, nos termos do Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de dezembro,

alterado pelo Decreto-Lei n.º 300/2007, de 23 de agosto. Rege-se pelo regime aplicável às entidades públicas

empresariais, com as especificidades constantes do Decreto Legislativo Regional n.º 9/2003/M, 27 de maio, alterado

pelo Decreto Legislativo Regional n.º 23/2008/M, de 23 de junho, dos seus estatutos aprovados por aquele diploma

legal e dos seus regulamentos internos, bem como das normas em vigor para o Serviço de Saúde da RAM.

Compete ainda a este organismo, a gestão das unidades hospitalares, Dr. Nélio Mendonça e Hospital dos

Marmeleiros, os Centros de Saúde, o Centro Dr. Agostinho Cardoso e a Unidade Dr. João de Almada34.

Câmara de Lobos, pela proximidade ao concelho do Funchal, constitui-se como município privilegiado no acesso a

um conjunto variado de bens e serviços de Saúde (Serviço de Urgência, consultas de especialidade e exames

complementares de diagnóstico, quer nos Hospitais quer na oferta privada). O Concelho não só apresenta uma vasta

rede de centros de saúde, oferecendo a cada freguesia uma unidade de saúde, enquanto resposta integrada na

comunidade, como em cada centro de saúde disponibiliza uma equipa multidisciplinar (Médicos, Enfermeiros,

Psicólogos, Assistente Social, Nutricionista, Psicopedagogo e Técnicos de Saúde Ambiental, entre outros), para

responder, na proximidade, às necessidades da população-utente.

Estas unidades de saúde desempenham um papel fundamental na prevenção de doenças e na promoção de estilos

de vida saudáveis, ao longo de todo o ciclo de vida dos indivíduos, pelo que representam uma mais-valia para a

comunidade.

Reconhecido este valor, importa reforçar as equipas dos centros de saúde com recursos humanos, requalificar as

condições físicas em que são prestados os cuidados de saúde (especialmente na freguesia de Câmara de Lobos),

manter e reforçar a articulação entre as entidades da comunidade e os agentes da Saúde, no desenvolvimento de

ações conjuntas que promovam uma vida saudável da população.

34 http://www.sesaram.pt

Diagnóstico Social Participado | 2016

149

7.1.1. Recursos Humanos dos Centros de Saúde de Câmara de Lobos

Os Centros de Saúde de Câmara de Lobos dispõem de diferentes categorias profissionais, designadamente, Médicos,

Enfermeiros, Assistentes Operacionais, Assistentes Técnicos, Nutricionista, Psicólogos e Assistente Social. Entre os

anos de 2011 e 2014, o número de elementos, pertencentes a cada uma destas categorias profissionais, não variou

muito, registando-se, contudo, o reforço de três profissionais de Medicina35 e de um Psicólogo, bem como a

diminuição de quatro Enfermeiros, de um Assistente Operacional e de dois Assistentes Técnicos, mantendo-se o

mesmo número de Nutricionistas e Assistentes Sociais (gráfico S1).

No ano de 2014, existiam 147 profissionais em funções nos Centros de Saúde de Câmara de Lobos, passando a 149

em 2015 (dados provisórios). No final de 2015, o número de Psicólogos aumentou para cinco elementos, acrescendo

ainda um profissional de Psicopedagogia (Fonte: SESARAM, EPE).

Gráfico S1 - Evolução do n.º de recursos humanos, nos centros de saúde do Concelho, de 2011 a

2014

7.1.2. Estatística de Produção dos Centros de Saúde

7.1.2.1. Caraterização dos utentes inscritos

O número total de utentes inscritos nos Centros de Saúde de Câmara de Lobos, entre 2011 e 2014, passou de

40.009 para 38.163, correspondendo a uma redução de 1.846 utentes (gráfico S2).

35 Segundo o Relatório de Atividades do Agrupamento dos Centros de Saúde da RAM (2015), foram admitidos três médicos de família para os Centros de Saúde de Câmara de Lobos, até ao final de 2015.

16 16 17 17

66 64 62 62

1 1 1 13 3 4 41 1 1 1

26 26 24 24

39 38 38 38

0

10

20

30

40

50

60

70

2011 2012 2013 2014*

Médicos Enfermeiros Nutricionistas Psicólogos

Assistentes Sociais Assistentes Técnicos Assistentes Operacionais

Fonte: SESARAM, EPE *dados provisórios

Diagnóstico Social Participado | 2016

150

Gráfico S2 - Evolução do n.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, de 2011 a 2014

Fonte: SESARAM, EPE

À exceção do Centro de Saúde de Câmara de Lobos, todos os centros de saúde sofreram uma redução no seu

número de utentes, com maior incidência no Centro de Saúde do Estreito de Câmara de Lobos (-1.198) (Fonte:

SESARAM, EPE).

O Centro de Saúde de Câmara de Lobos era o que apresentava o maior número de utentes, no ano de 2014, com

15. 173 inscritos, ao contrário do Centro de Saúde do Curral das Freiras, que apresentava o menor número, com

2. 489 utentes (gráfico S3).

Gráfico S3 - N.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, no ano 2014

Fonte: SESARAM, EPE

40 009

39 039

38 490

38 163

37 000

37 500

38 000

38 500

39 000

39 500

40 000

40 500

2011 2012 2013 2014

N.º

Anos

15 173

3 755

2 510

10 768

3 468

2 489

Câmara de Lobos

Carmo

Curral das Freiras

Estreito

Jardim da Serra

Quinta Grande

Diagnóstico Social Participado | 2016

151

Em 2014, do total de utentes inscritos nas cinco freguesias do Concelho, a maioria pertencia ao género feminino

(gráfico S4).

Gráfico S4 - N.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, por género, no ano 2014

Fonte: SESARAM, EPE

Nesse mesmo ano, as faixas etárias predominantes, nos utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho,

situavam-se entre os 20 e os 49 anos (gráfico S5).

Gráfico S5 - N.º de utentes inscritos nos centros de saúde do Concelho, por grupo etário, no ano

2014

Fonte: SESARAM, EPE

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

Câmara de

Lobos

Carmo Estreito de

Câmara de

Lobos

Quinta

Grande

Jardim da

Serra

Curral das

Freiras

Total

Câmara de

Lobos

N.º

Sexo Masculino Sexo Feminino

3 766

5 443

6 016

6 221

5 994

4 656

2 865

1 965

1 237

0 1 000 2 000 3 000 4 000 5 000 6 000 7 000

[0 a 9]

[10 a 19]

[20 a 29]

[30 a 39]

[40 a 49]

[50 a 59]

[60 a 69]

[70 a 79]

[80 ou mais]

Diagnóstico Social Participado | 2016

152

Gráfico S6 - Evolução do total de inscritos nos centros de saúde do Concelho, com e sem médico de

família, de 2011 a 2014

Ao longo do período de 2011 a 2014, o número de utentes inscritos, nos centros de saúde do Concelho, com

médico de família foi sempre superior ao número de utentes com médico de recurso. Em 2014, do total de utentes

inscritos, 22.376 tinham médico de família e 15.787 não beneficiavam de médico de família.

Nesse mesmo período, apesar de ter ocorrido uma redução do número de utentes com médico de família, verificou-

se que de 2013 para 2014 houve um acréscimo de 1.246 inscritos com médico de família (gráfico S6).

Gráfico S7 - Distribuição do total de inscritos nos centros de saúde, por freguesias, com e sem

médico de família (somatório de 2011 a 2015)

23 14321 553 21 130

22 376

16 866 17 486 17 36015 787

0

5 000

10 000

15 000

20 000

25 000

2011 2012 2013 2014

N.º

Com Médico de Família Recurso

42 361

33 170

28 87826 633

7 778

11 696

7 56110 168

11 694

975

12 671

310

5 000

10 000

15 000

20 000

25 000

30 000

35 000

40 000

45 000

Com Médico de Família Recurso

Câmara de Lobos Estreito Carmo Jardim da Serra Curral das Freiras Quinta Grande

Fonte: SESARAM, EPE

Fonte: SESARAM, EPE

Diagnóstico Social Participado | 2016

153

No período entre 2011 a 2015, os Centros de Saúde de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos eram

os que registavam maior número de utentes com médico de família, 42. 361 e 28. 878 respetivamente.

Os Centros de Saúde da Quinta Grande e do Curral das Freiras eram os que registavam um menor número de

utentes sem médico de Família (recurso), entre 2011 e 2015 (gráfico S7). O Centro de Saúde do Curral das Freiras

passou de 3 utentes, sem médico de família, em 2011, para 550 utentes, em finais de 2015 (Relatório de Atividades do

Agrupamento dos Centros de Saúde da RAM, 2015).

7.1.2.2. Consultas de Nutrição, Psicologia e Serviço Social

De um modo geral, entre 2011 e 2014, registou-se um aumento do número de consultas de Psicologia, no Concelho.

De 4.533 consultas, em 2011, passou-se para 6.354 consultas, em 2014, tendo ocorrido um reforço de dois

Psicólogos, até finais de 2015. No que se refere às áreas da Nutrição e do Serviço Social, o número de consultas

manteve-se relativamente constante (gráfico S8).

Gráfico S8 - Evolução do n.º de consultas de nutrição, psicologia e serviço social, no Concelho, de

2011 a 2014

De 2011 para 2014, o Centro de Saúde do Estreito de Câmara de Lobos foi o que registou maior número de

consultas de Psicologia e Nutrição (8.903 e 3.629, respetivamente). No Centro de Saúde de Câmara de Lobos

também se realizou um número considerável de consultas de Psicologia (7.478). A consulta de Serviço Social

realizou-se em maior número no Centro de Saúde de Câmara de Lobos (2.257).

1 957 2 029 2 033 1 886

4 5334 961

5 834

6 354

8771 163 1 047 1 046

0

1 000

2 000

3 000

4 000

5 000

6 000

7 000

2011 2012 2013 2014

N.º

Anos

Nutrição

Psicologia

Serviço Social

Fonte: SESARAM, EPE

Diagnóstico Social Participado | 2016

154

As freguesias da Quinta Grande e do Curral das Freiras apresentam uma desvantagem, comparativamente às

restantes freguesias do Concelho, uma vez que não dispõem de atendimento de Serviço Social no Centro de Saúde

(gráfico S9).

Gráfico S9 - N.º de consultas de psicologia, nutrição e serviço social, por centro de saúde, de 2011 a

2014

7.1.2.3. Consultas Médicas

No período entre 2011 a 2014, foram realizadas, ao todo, 196.964 consultas médicas, nos centros de saúde do

Concelho. O Centro de Saúde onde se registou maior número de consultas foi o de Câmara de Lobos (65.605),

seguindo-se o Centro de Saúde do Estreito de Câmara de Lobos (60.909), o Centro de Saúde do Jardim da Serra

(21.936), o Centro de Saúde do Carmo (18.337), o Centro de Saúde do Curral das Freiras (15.721) e o Centro de

Saúde da Quinta Grande (14.456) (gráfico S10).

7 478

1 610

8 903

566

1 918

1 207

0

1 000

2 000

3 000

4 000

5 000

6 000

7 000

8 000

9 000

10 000

Câmara de

Lobos

Carmo Estreito Quinta Grande Jardim da Serra Curral das

Freiras

Psicologia Nutrição Serviço Social

Fonte: SESARAM, EPE

Diagnóstico Social Participado | 2016

155

Gráfico S10 - N.º de consultas médicas por centro de saúde, no Concelho, de 2011 a 2014

O tipo de consulta médica mais procurada foi a de Saúde do Adulto (92.776), seguida da Saúde do Idoso (37.887),

em todos os centros de saúde. O tipo de consulta médica menos procurada foi a de Saúde Escolar (38) (gráfico S11).

Gráfico S11 - N.º de consultas médicas nos centros de saúde do Concelho, de 2011 a 2014

171

16 223

3 390

235

38

17 415

21 472

92 776

37 887

3 548

1 531

2 278

0 20 000 40 000 60 000 80 000 100 000

Cuidados Paliativos

Planeamento Familiar

Saúde Materna

Revisão Puerpério

Saúde Escolar

Saúde Infantil

Saúde Juvenil

Saúde do Adulto

Saúde do Idoso

Consultas Domiciliárias

Cessação Tabágica

Alcoologia

65 605

18 337 15 721

60 909

21 936

14 456

0

10 000

20 000

30 000

40 000

50 000

60 000

70 000

Câmara de

Lobos

Carmo Curral das

Freiras

Estreito Jardim da

Serra

Quinta

Grande

N.º

Centro de saúde

Fonte: SESARAM, EPE

Fonte: SESARAM, EPE

Diagnóstico Social Participado | 2016

156

7.1.2.4. Consultas de Enfermagem

Entre 2011 e 2014, foram realizadas 293.011 consultas de enfermagem, nos centros de saúde do concelho de Câmara

de Lobos, com maior incidência no Centro de Saúde de Câmara de Lobos.

O tipo de consulta mais solicitada, em todos os centros de saúde, foi a consulta de Saúde do Adulto (111.476),

seguindo-se a de Saúde do Idoso (61. 483) e a menos solicitada foi a de Alcoologia (1.432) (gráfico S12).

Gráfico S12 - N.º total de consultas de enfermagem nos centros de saúde do Concelho, no período

de 2011 a 2014

7.1.3. Centro Dr. Agostinho Cardoso

O Centro Dr. Agostinho Cardoso é o serviço coordenador da organização antituberculosa na Região Autónoma da

Madeira e baseia-se no Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose. Ao Centro Dr. Agostinho Cardoso,

compete ainda o radiodiagnóstico de doentes com patologias respiratórias, para despiste de doença pulmonar. Esta

unidade abrange toda a população residente na RAM, competindo, neste estudo, a análise dos indicadores relativos

ao concelho de Câmara de Lobos.

No período entre 2011 e o 1º semestre de 2015, foram atendidos 421 utentes, residentes no Concelho, na Consulta

Médica (CM) do Centro Dr. Agostinho Cardoso. Foi no ano de 2013 que se registou o maior número de utentes

nesta consulta, com um total de 107 utentes. No que concerne às idades, a maioria dos utentes atendidos

encontrava-se nas faixas etárias entre 50 e 59 anos, e predominantemente, entre 60 e 69 anos (175 utentes). Ao

longo deste período, os utentes do sexo masculino foram os que mais recorreram às consultas (245 utentes)

comparativamente aos do sexo feminino (176).

111 476

61 483

32 000

27 563

23 053

18 400

15 362

2 242

1 432

0 20 000 40 000 60 000 80 000 100 000 120 000

Alcoologia

Cessação Tabágica

Saúde Materna

No Domicílio

Planeamento Familiar

Saúde Juvenil

Saúde Infantil

Saúde do Idoso

Saúde do Adulto

Fonte: SESARAM, EPE

Diagnóstico Social Participado | 2016

157

Quanto às freguesias de proveniência, constata-se que a maioria dos utentes, atendidos na consulta médica do

Centro Dr. Agostinho Cardoso, provinha da freguesia de Câmara de Lobos (183) e do Estreito de Câmara de Lobos

(134) (Fonte: SESARAM, EPE).

7.1.4. Consulta Externa Hospitalar – especialidades

Desde o início de 2011 até ao final do 1.º trimestre de 2015, foram atendidos 60.067 utentes, nas consultas de

especialidade, maioritariamente, das freguesias de Câmara de Lobos (22.731) e do Estreito de Câmara de Lobos

(13.749). A maioria era do sexo feminino (33.662 utentes) e encontrava-se na faixa etária dos 40 aos 49 anos (8.919

utentes).

Entre 2011 e 2015 foram realizadas 88.335 consultas, nas diferentes especialidades. O ano de 2012 foi aquele em

que se registou maior número de consultas de especialidade (30.680 consultas).

Destacam-se as especialidades mais frequentadas pelos utentes do Concelho: Ginecologia (6.804), Sessões de

Enfermagem (5.743), Pediatria (5.648), Oftalmologia (5.621), Ortopedia (5.462) e Cardiologia (3.734) (Fonte:

SESARAM, EPE).

7.1.5. Programa de Saúde Oral

O Programa de Saúde Oral está organizado em dois tipos de consulta: a de Higiene Oral e a de Medicina Dentária.

As consultas de Higiene Oral abrangem todas as crianças dos 3 aos 10 anos de todos os concelhos da RAM. As

consultas de Medicina Dentária são direcionadas a todas as crianças que frequentem o 1.º ciclo de escolaridade, em

todos os concelhos da RAM.

Desde o ano de 2011 até ao 1º semestre de 2015, no âmbito da consulta de Saúde Oral, foram atendidas 10.894

crianças pertencentes ao concelho de Câmara de Lobos. Destas, a grande maioria tinha como residência as freguesias

de Câmara de Lobos (5.128) e do Estreito de Câmara de Lobos (3.402), seguindo-se a freguesia do Jardim da Serra

(1088), Quinta Grande (715) e Curral das Freiras (561). O ano de 2012 foi aquele em que se registou o maior

número de atendimentos na consulta de Saúde Oral (2.373), embora nos anos subsequentes (2013 e 2014) não se

tenha verificado oscilações significativas (2.334 e 2.337, respetivamente) (Fonte: SESARAM, EPE).

7.1.6. Unidade de Cuidados Paliativos

Os Cuidados Paliativos são um serviço de apoio à pessoa com doença incurável, cujos principais objetivos são

prevenir e aliviar o sofrimento do doente e sua família, para que possam alcançar a melhor qualidade de vida possível.

Na Região Autónoma da Madeira e desde o dia 1 de outubro de 2012, existem equipas consultoras a nível hospitalar

e na comunidade (Funchal, Zona Este e Zona Oeste), bem como uma Unidade de Cuidados Paliativos com

internamento, situada na Unidade Dr. João de Almada. Esta unidade destina-se a doentes complexos, cujo

internamento é indispensável ao controlo eficaz dos sintomas.

Diagnóstico Social Participado | 2016

158

Desde o ano de 2011 até final do 1º semestre de 2015, foram atendidos pela Unidade de Cuidados Paliativos, 36

utentes com residência em Câmara de Lobos, sendo a maioria do sexo feminino (20), face aos do sexo masculino

(16), com idades que variavam entre 30 e 80 e mais anos. A maioria dos utentes era proveniente das freguesias de

Câmara de Lobos (26) e do Estreito de Câmara de Lobos (8), sendo que do Jardim da Serra e do Curral das Freiras

registou-se somente um utente, não havendo a registar utentes da Quinta Grande.

O ano de 2014 foi aquele em que se registou maior número de atendimentos pela UCP (14) (Fonte: SESARAM,

EPE).

7.1.7. Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados (RRCCI)

A Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados (RRCCI), iniciada na RAM em abril de 2004, é uma estrutura

constituída por serviços de apoio ao domicílio e de internamento, de curta, média e longa duração, que prestam, em

simultâneo, cuidados de saúde e de apoio social, promovendo a autonomia dos seus utentes.

No período entre 2011 e o 1º semestre de 2015, foram internados na Rede Regional de Cuidados Continuados

Integrados (RRCCI) 79 utentes provenientes do Concelho, maioritariamente, do sexo feminino (56) face aos do

sexo masculino (23).

A maioria dos utentes tinha idade igual ou superior a 65 anos e era proveniente das freguesias de Câmara de Lobos

(35) e do Estreito de Câmara de Lobos (24), seguindo-se Curral das Freiras (13), Jardim da Serra (4) e Quinta Grande

(3). A variação do número de internamentos de 2012 a 2014 foi pouco significativa, tendo-se registado 19, 21 e 20

internamentos, respetivamente (Fonte: SESARAM, EPE).

7.1.8. Unidade de Tratamento da Toxicodependência (UTT)

7.1.8.1. Consultas de Medicina Geral e Familiar (MGF)

Desde o ano de 2011 até ao 1º semestre do ano de 2015, foram atendidos na UTT, um total de 4.883 utentes, do

Concelho, na consulta de Medicina Geral e Familiar (MGF).

Ao longo dos cinco anos em análise, foram os utentes do sexo masculino que mais frequentaram estas consultas

(4.629), em comparação com os do sexo feminino (254), com uma diferença bastante acentuada.

Quanto às freguesias de proveniência, verifica-se que a maioria era de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara

de Lobos (2.847 e 1.276, respetivamente), seguindo-se a freguesia do Jardim da Serra (309), Curral das Freiras (176)

e Quinta Grande (107), não tendo sido possível identificar a freguesia de 168 utentes.

O ano de 2013 foi aquele em que se registou maior procura pela consulta de Medicina Geral e Familiar da UTT

(1.306), destacando-se os utentes na faixa etária dos 30 aos 39 anos (2.485), em todos os centros de saúde, à exceção

do Curral das Freiras, em que a maioria dos utentes possuía idades entre os 20 e os 29 anos (Fonte: SESARAM,

EPE).

Diagnóstico Social Participado | 2016

159

7.1.8.2. Sessões de enfermagem

Desde o ano de 2013 até final do 1º semestre de 2015, foram atendidos 28.617 utentes nas Sessões de Enfermagem

da UTT, sendo a maioria do sexo masculino (27.468), face a uma minoria do sexo feminino (1.149). O ano de 2014

foi aquele em que se registou o maior número de utentes nesta consulta (16.173).

A maioria dos utentes atendidos nas Sessões de Enfermagem era proveniente da freguesia de Câmara de Lobos

(22.724) e encontrava-se na faixa etária dos 30 a 39 anos (13.658), seguindo-se a freguesia do Estreito de Câmara

de Lobos (3. 825), Jardim da Serra (1.315), Curral das Freiras (345) e Quinta Grande (179) (Fonte: SESARAM, EPE).

7.1.8.3. Consultas de Psiquiatria

Entre o ano de 2013 e o 1º semestre de 2015, foram atendidos 141 utentes na consulta de Psiquiatria da UTT, na

sua maioria do sexo masculino (135) face ao sexo feminino (6). O ano de 2013 foi aquele em que foram atendidos

mais utentes (61).

A maioria dos utentes nesta consulta era proveniente das freguesias de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara

de Lobos (59 e 53, respetivamente), seguidas do Curral das Freiras (14), Jardim da Serra (6) e Quinta Grande (0),

registando-se 9 utentes com freguesia desconhecida. Encontravam-se, predominantemente, na faixa etária dos 30

aos 39 anos (100) (Fonte: SESARAM, EPE).

7.1.8.4. Sessões com Famílias

A Unidade de Tratamento da Toxicodependência, através da Subunidade de Intervenção Familiar, intervém junto

das famílias cujos filhos têm problemas de consumos de substâncias, dinamizando os Grupos de Famílias da UTT.

No período entre o ano de 2013 e o final do 1º semestre de 2015, foram atendidos pela UTT, 29 familiares, todos

eles do sexo feminino, maioritariamente, na faixa etária dos 50 aos 69 anos.

Quanto às freguesias de proveniência da maioria dos utentes que participaram nas Sessões com Famílias, destacaram-

se Jardim da Serra (13) e Estreito de Câmara de Lobos (11), seguidas de Câmara de Lobos (4), Quinta Grande (1) e

Curral das Freiras (0) (Fonte: SESARAM, EPE).

7.1.8.5. Sessões de Psicologia

No período entre 2011 e o 1º semestre de 2015, foram atendidos 730 utentes, nas sessões de Psicologia, na sua

maioria do sexo masculino (695), comparativamente aos do sexo feminino (35). A maioria encontrava-se na faixa

etária dos 30 aos 39 anos (375).

A maioria dos utentes era proveniente das freguesias de Câmara de Lobos e Estreito de Câmara de Lobos (426 e

198, respetivamente), seguidas do Curral das Freiras (27), Jardim da Serra (21), Quinta Grande (14), registando-se

44 utentes com freguesia desconhecida (Fonte: SESARAM, EPE).

Diagnóstico Social Participado | 2016

160

7.2. Instituto da Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM

O Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM tem por missão apoiar a definição das políticas,

prioridades e objetivos para o setor da saúde e consumo, na procura de ganhos em saúde e de um elevado nível de

proteção dos direitos e interesses dos consumidores, assegurando a melhor articulação entre os diversos serviços

e organismos36.

No momento atual, e como consequência da evolução dos padrões de saúde da comunidade, torna-se emergente

fortalecer a capacidade de ação dos serviços de Saúde Pública por forma a se atingir um patamar que permita otimizar

os resultados, com vista à obtenção de ganhos em saúde.

Ao longo do tempo, importa adotar formas de desenvolvimento equilibrado de trabalho, em que se procure

maximizar os esforços de concertação, sem deixar de tomar as decisões pertinentes e explicitar as orientações que

delas decorrem. Tudo isto pressupõe, uma intervenção imediata sempre que a magnitude do problema e as suas

consequências o justifiquem.

Assim sendo, os Serviços de Saúde Pública são de uma importância fundamental na promoção da saúde da

comunidade e na avaliação do impacto das intervenções em saúde.

Tendo presente os pressupostos anteriormente mencionados, a Unidade de Saúde Pública de Câmara de Lobos tem

desenvolvido as suas competências/atividades centrada nas especificidades locais, atendendo à diversidade cultural,

ao papel dos cidadãos e à sua autonomia. Para tal, mantém uma estreita colaboração, de forma permanente, com

outras entidades, com competências legalmente atribuídas.

A partir da análise dos indicadores de saúde pública (Autoridade de Saúde e Técnicos de Saúde Ambiental),

respeitante ao período temporal de 2011 a 2014, é possível apresentar a evolução da atividade da Unidade de Saúde

Pública, no concelho de Câmara de Lobos, nos pontos seguintes.

7.2.1. Expediente com a autarquia de Câmara de Lobos

A Unidade Operativa de Saúde Pública de Câmara de Lobos (UOSPCL) mantém uma maior colaboração no

desempenho das suas competências, com a autarquia de Câmara de Lobos.

Ao longo dos quatro anos em apreço, verificamos um aumento estatisticamente significativo do número de pedidos

de avaliação das condições de habitabilidade. Para este facto, tem contribuído decisivamente o aumento do

desemprego na comunidade e o sobre-endividamento das famílias que deixando de conseguir suportar as despesas

com uma renda habitacional ou com o empréstimo bancário, recorrem ao pedido de habitação social e por

conseguinte, a um pedido de vistoria de condições de habitabilidade.

O número de reclamações relacionadas com situações de insalubridade, nesse período, aumentou significativamente,

admitindo-se que este crescimento estará, em parte, relacionado com a maior intervenção e empenhamento que as

instituições (UOSPCL e Câmara Municipal de Câmara de Lobos) têm colocado na resolução dos problemas dos

reclamantes.

36 Vide http://iasaude.sras.gov-madeira.pt

Diagnóstico Social Participado | 2016

161

Por outro lado, verificou-se uma diminuição do número de Licenças de Autorização de Utilização e de Pareceres de

Obras, diminuição esta, inequivocamente, associada à redução do investimento privado, neste Concelho, e

consequentemente, à diminuição da construção de habitações (gráfico S13).

Gráfico S13 - N.º de ações desenvolvidas pela UOSPCL, de 2011 a 2014

7.2.2. Programas de Vigilância Sanitária à Qualidade das Águas

A Unidade de Saúde Pública de Câmara de Lobos efetuou colheitas de amostras de água para análise (Técnicos de

Saúde Ambiental), no âmbito dos Programas de Vigilância Sanitária à Qualidade das Águas: água destinada ao consumo

humano, águas de piscinas, águas balneares, Legionella pneumophila e a respetiva avaliação do risco para os

consumidores e utilizadores (Autoridade de Saúde). Estes programas são coordenados pela Unidade Flexível de

Engenharia Sanitária do Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM.

De 2011 a 2014, verificou-se um aumento do número de colheitas de água de abastecimento público e de água de

piscina. De 2012 para 2013 é de salientar, também, um aumento significativo na recolha de colheitas de água balnear

(passou de 5 colheitas para 51).

Por outro lado, verificou-se uma diminuição do número de colheitas de água de Legionella pneumophila e respetiva

avaliação (de 15 colheitas, em 2011, passou para 0, em 2014) (gráfico S14).

35 34

46

87

3033

42

60

913 11 9

1915

20

4

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2011 2012 2013 2014

N.º

Condições de Habitabilidade Queixas/reclamações de Insalubridade

Licenças de Autorização de Utilização Projetos de Obras

Fonte: Relatórios 2011, 2012, 2013 e 2014 da UOSPCL

Diagnóstico Social Participado | 2016

162

Gráfico S14 - N.º de colheitas de águas efetuados pela UOSPCL, de 2011 a 2014

7.2.3. Programa de Monitorização das Ovitraps, BG-Sentinel Traps e Programa Revive

Entre 2011 e 2014, e no âmbito da coordenação inter setorial para a luta anti vetorial, particularmente, no sentido

de monitorizar a atividade do mosquito Aedes aegypti, na RAM, registou-se um aumento significativo das atividades

de campo, para controlo e prevenção da sua proliferação, através do Programa de Monitorização das Ovitraps; BG-

Sentinel Traps e Programa REVIVE. Este trabalho, coordenado pelo Núcleo de Apoio à Vigilância Entomológica

(NAVE), visou a zona mais afetada (porta a porta), efetuando-se o inventário e a avaliação de criadouros domésticos

e peridomésticos, bem como a orientação para a sua eliminação e cuidados de proteção individual à população. O

incremento das atividades deveu-se a uma maior adequação das medidas de controlo, em função da densidade dos

vetores e por terem sido intensificadas as campanhas educacionais (sensibilização da população) (gráfico S15).

Gráfico S15 - N.º de ações no âmbito do Programa de Monitorização das Ovitraps, BG-Sentinel

Traps e Programa REVIVE, de 2011 a 2014

36 35

40

49

6 5

51

16

0 03

8

15

31 0

0

10

20

30

40

50

60

2011 2012 2013 2014

Água de Abastecimento Público Água Balnear

Água de Piscina Pesquisa de Legionella pneumohila

16

8

29 29

0

5

10

15

20

25

30

35

2011 2012 2013 2014

Fonte: Relatórios 2011, 2012, 2013 e 2014 da UOSPCL

Fonte: Relatórios 2011, 2012, 2013 e 2014 da UOSPCL

Nota: Os números apresentados representam semanas

Diagnóstico Social Participado | 2016

163

7.2.4. Atividade Médica da Autoridade de Saúde

O número de exames médicos para avaliação de aptidão física e mental para candidatos a condutores ou para

titulares de carta que necessitam revalidar os respetivos títulos, consoante a idade, decresceu, uma vez que a emissão

dos atestados deixou de ser da competência exclusiva da autoridade de saúde pública.

De seguida, apresenta-se o gráfico que descreve o número de ações médicas da Autoridade de Saúde, no período

de 2011 a 2014 (gráfico S16).

Gráfico S16 - N.º de ações médicas efetuadas pela Autoridade de Saúde, de 2011 a 2014

Ao longo do período em análise, o número de verificações de doença não sofreu oscilações. Quanto à emissão dos

certificados de óbito, da competência da Autoridade de Saúde, sempre o óbito ocorre no domicílio ou na via pública,

não registou grandes oscilações. Em terceiro lugar, o número de mandados de condução (doença psiquiátrica)

emitidos manteve-se constante (gráfico S16).

265

180

7 013 11 8 935 48 39

5338 44 39 31

0

50

100

150

200

250

300

2011 2012 2013 2014

Inspeções médico-sanitárias para condutores de veículos automóveis

Verificação de doença

Verificação Óbitos

Mandatos de Condução (doença psiquiátrica)

Fonte: Relatórios 2011, 2012, 2013 e 2014 da UOSPCL

Mandados de Condução (doença psiquiátrica)

Diagnóstico Social Participado | 2016

165

8. Segurança e Proteção Civil

O conceito de “segurança” que decorre das exigências de bem-estar, de proteção e de paz social dos cidadãos,

assume um sentido muito amplo e multifacetado que, em boa medida, percorre todos os domínios de análise

considerados neste diagnóstico. Neste subcapítulo, para além dos dados de natureza estatística sobre as taxas de

criminalidade, os registos de agressões pessoais ou outros atos de perturbação da ordem pública, apresentamos

alguns dados relevantes sobre vulnerabilidade social, associada ao risco de catástrofe ou desastre natural ou

tecnológico, no âmbito da proteção civil.

No que diz respeito à criminalidade, a nível nacional, os dados do Ministério da Administração Interna, revelam que

a violência doméstica se encontra, nos últimos anos, entre as tipologias criminais mais participadas em Portugal. Em

2014, foram registadas 27.317 participações por violência doméstica, em todo o país, verificando-se uma diminuição

residual de 0,004% relativamente a 2013. Em 2014, registaram-se cerca de três participações por cada mil habitantes,

com uma taxa de incidência de 2,62%.

A nível nacional, à semelhança dos anos anteriores, regista-se uma taxa de incidência mais elevada na Região

Autónoma dos Açores (4,36) e na Região Autónoma da Madeira (3,87) relativamente à observada no Continente.

Em 77% dos casos, a intervenção policial ocorreu a pedido da vítima, sendo que em 38% dos casos foi presenciada

por menores. Em 41% das ocorrências foi sinalizada a existência de problemas relacionados com o consumo de

álcool, por parte do denunciado, e em 12%, problemas relacionados com o consumo de drogas. A violência física

esteve presente em 70% das situações, a psicológica em 81%, a sexual em 2%, a económica em 9%, e a social, em

13%.

A vitimização apresenta maior incidência no sexo feminino (84%), registando-se neste género, uma variação, de

acordo com o grupo etário da vítima. A violência contra ascendentes verifica-se a partir da faixa etária dos 45-54

anos, com maior incidência no grupo etário igual ou superior a 75 anos.

No que diz respeito à RAM, foram registadas 1.011 participações, em 2014, o que corresponde a uma diminuição

de 0,69% relativamente aos números registados em 201337.

A Região Autónoma da Madeira (RAM), desde 2001, integrou nas suas prioridades de definição de política social, a

luta contra a violência doméstica e criou estruturas e respostas específicas de prevenção e proteção das vítimas,

tendo, em 2009, aprovado o I Plano Regional Contra a Violência Doméstica 2009-2011 (Resolução de Governo n.º

1384/2009, publicada no JORAM Nº 120, Série I de 27/11/2009).

Este Plano definiu uma estratégia de acordo com três eixos de intervenção: Informar, Sensibilizar e Educar; Proteger

as Vítimas, Prevenir a Vitimização Secundária e Qualificar os Profissionais, definindo medidas orientadas para a

sensibilização, informação e formação, para a proteção e autonomização das vítimas, para o tratamento dos (das)

agressores (as) e para a qualificação dos profissionais.

37 Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos Sociais, ISSM, IP-RAM, II Plano Contra a Violência Doméstica 2015-2019.

Diagnóstico Social Participado | 2016

166

A Rede de Parceiros constituída aquando da elaboração e execução do I PRCVD, reuniu-se em junho de 2014, em

Grupo de Trabalho com representação de todos as Entidades Parceiras38 e sob a coordenação do Instituto de

Segurança Social da Madeira, IP-RAM, com vista à elaboração do II Plano Regional Contra a Violência Doméstica (II

PRCVD), enquanto instrumento de política social para a prevenção e combate à violência doméstica na RAM. Neste

mesmo Plano, introduziram-se dois novos eixos face ao anterior: Intervir junto dos (as) Agressores (as) e Aprofundar

o Conhecimento Especializado sobre a Violência Doméstica39.

De acordo com informações prestadas pela Rede Regional Contra a Violência Doméstica, no ano de 2014, foram

apoiadas 20 pessoas residentes em Câmara de Lobos, das quais 10 foram acolhidas em Casas Abrigo. Em 2015, foram

acompanhadas pela RRCVD, 163 novos casos (vítimas), entre os quais, 28 pessoas residentes em Câmara de Lobos.

8.1. Indicadores de criminalidade

A análise dos indicadores relacionados com a segurança e criminalidade, registados no Concelho, permite-nos fazer

algumas reflexões sobre a importância das metodologias implementadas pela Polícia de Segurança Pública, através da

Esquadra de Câmara de Lobos, no que concerne aos objetivos que orientam as práticas policiais.

Neste sentido, analisando objetivamente os dados recolhidos, é possível concluir que há efetivamente uma condição

sine qua non entre o número de habitantes dos vários concelhos e a criminalidade registada.

O concelho do Funchal, seguido dos concelhos de Câmara de Lobos, Santa Cruz e Machico, por esta ordem, são os

concelhos com maior percentagem de crimes registados, coincidindo com o facto de estes concelhos concentrarem

cerca de 80% da população regional (gráfico SC1). No entanto, o concelho de Câmara de Lobos apresenta uma taxa

de criminalidade (número de crimes registados face ao total de população residente) inferior às registadas no Funchal

e em Machico (gráfico SC7).

38 A Câmara Municipal de Câmara de Lobos representa a AMRAM (Associação de Municípios da RAM) neste grupo de trabalho. 39 Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos Sociais, ISSM, IP-RAM, II Plano Contra a Violência Doméstica 2015-2019.

Diagnóstico Social Participado | 2016

167

Gráfico SC1 - N.º de crimes registados pelas autoridades policiais, no Concelho, no ano 2014

Fonte: INE

Quanto à evolução do número de crimes registados, nos últimos dez anos, no Concelho, manteve-se relativamente

constante, atingindo o valor mais elevado, em 2009 (965 crimes), diminuindo, depois, para um dos valores mais

baixos registados, no ano 2014 (813 crimes) (gráfico SC2).

Gráfico SC2 - Evolução do n.º de crimes registados pelas autoridades policiais, no Concelho, de 2004

a 2014

Fonte: INE

813

0

500

1 000

1 500

2 000

2 500

3 000

3 500

N.º

Concelho

916881

776841

934965

883936

905

808 813

0

200

400

600

800

1 000

1 200

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

N.º

Anos

Diagnóstico Social Participado | 2016

168

Na última década, o tipo de crimes que mais se registaram, no Concelho, foram os crimes contra o património e

contra as pessoas. A partir de 2011, este último tipo de crime ultrapassou a categoria dos crimes contra o

património. Por outro lado, verificou-se também, a partir de 2008, uma subida significativa dos crimes contra a vida

em sociedade (gráfico SC3).

Gráfico SC3 - Evolução do n.º de crimes registados, segundo a categoria de crime, no Concelho, de

2004 a 2014

Fonte: INE

Em 2014, o concelho de Câmara de Lobos evidenciou-se face aos restantes concelhos, em relação aos crimes

praticados contra a vida em sociedade. Em termos absolutos, o Concelho ocupava a segunda posição (170 crimes),

depois do Funchal.

Nos crimes contra a vida em sociedade, a condução de veículo com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 gramas

por litro de sangue é o crime que mais se tem registado no Concelho.

Na categoria de crimes contra o património, o Concelho posicionava-se em terceiro lugar (262 crimes) na RAM,

depois do Funchal e de Santa Cruz.

Relativamente ao número de crimes contra o património, em 2014, foram registados 262 crimes, no Concelho,

ocupando a terceira posição, depois do Funchal e Santa Cruz (gráfico SC4). Este número poderá justificar-se pelas

práticas de consumo de substâncias ilícitas, refletidas nas inúmeras ações policiais que têm vindo a ser desenvolvidas

e que culminam na apreensão de diversos objetos roubados e substâncias ilícitas.

0

100

200

300

400

500

600

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

N.º

Anos

Crimes contra as pessoas

Crimes contra o

património

Crimes contra a vida em

sociedade

Crimes contra o Estado

Crimes previstos em

legislação avulsa

Diagnóstico Social Participado | 2016

169

Gráfico SC4 - N.º de crimes registados, segundo a categoria de crime, nos concelhos da RAM, no

ano 2014

Fonte: INE

Em 2015, o Concelho encontrava-se na segunda posição, a nível regional, relativamente aos crimes de violência

doméstica, tendo sido registados, nesse ano, 149 crimes. Os dados incluem os crimes de violência doméstica

registados contra cônjuge ou análogo, contra menores e outros crimes de violência doméstica (gráfico SC5).

Gráfico SC5 - N.º de crimes de violência doméstica, nos concelhos da RAM, no ano 2015

Fonte: Direção Geral de Política de Justiça

0

200

400

600

800

1 000

1 200

1 400

Calheta Câmara

de

Lobos

Funchal Machico Ponta

do Sol

Porto

Moniz

Porto

Santo

Ribeira

Brava

Santa

Cruz

Santana São

Vicente

N.º

ConcelhoCrimes contra as pessoas Crimes contra o património

Crimes contra a vida em sociedade

149

0

100

200

300

400

500

600

Diagnóstico Social Participado | 2016

170

Ao longo dos últimos dez anos, a taxa de criminalidade no Concelho tem-se mantido relativamente constante e com

níveis abaixo da taxa regional. Na RAM, tem havido tendência para uma redução gradual da taxa de criminalidade,

sendo que, em 2014, o Concelho e a RAM apresentavam taxas idênticas (gráfico SC6).

Gráfico SC6 - Evolução da taxa de criminalidade na RAM e Concelho, de 2004 a 2014

Fonte: INE

Em termos de indicadores gerais de criminalidade (INE), o concelho de Câmara de Lobos apresenta uma taxa de

criminalidade (rácio entre a população residente e o número de crimes registados) de 23,6%, sendo idêntica à da

Região (23,9%), correspondendo a uma taxa intermédia (5ª taxa mais baixa), no panorama regional (gráfico SC7).

Gráfico SC7 - Taxa de criminalidade dos concelhos da RAM, no ano 2014

Fonte: INE

0

5

10

15

20

25

30

35

40

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Anos

Câmara de Lobos RAM

23,6

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Calheta Câmara

de

Lobos

Funchal Machico Ponta

do SolPorto

MonizPorto

SantoRibeira

BravaSanta

CruzSantana São

Vicente

Concelho

Diagnóstico Social Participado | 2016

171

Nos últimos quatro anos (2011-2014), as categorias de crime em que se verificaram maiores taxas de criminalidade,

no Concelho, foram os crimes contra as pessoas (integridade física simples e violência doméstica) e os crimes contra

o património.40 As categorias de crimes que apresentaram uma menor taxa foram o furto/ roubo por esticão e na

via pública, o furto de veículo e em veículo motorizado e a condução sem habilitação legal (gráfico SC8).

Gráfico SC8 - Taxa de criminalidade segundo a categoria de crime, no Concelho, de 2011 a 2014

Fonte: INE

As taxas de criminalidade relativas aos crimes contra a integridade física no Concelho têm sido semelhantes às da

RAM, tendo sido, pontualmente, registados valores acima das taxas regionais, em 2008, em 2012 e em 2013, voltando

a baixar, em 2014 (gráfico SC9).

Gráfico SC9 - Evolução da taxa de criminalidade contra a integridade física, na RAM e Concelho, de

2004 a 2014

Fonte: INE

40 Não se encontram disponíveis e publicados dados por freguesias.

0

2

4

6

8

10

12

2011 2012 2013 2014

Anos

Crimes contra a integridade

física

Furto/roubo por esticão e na via

pública

Furto de veículo e em veículo

motorizado

Condução de veículo com taxa

de álcool igual ou superior a

1,2g/l

Condução sem habilitação legal

Crimes contra o património

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Anos

Câmara de Lobos RAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

172

Em relação aos crimes de furto por roubo ou por esticão na via pública, apesar do Concelho ter registado, entre

2004 e 2012, valores acima da taxa regional, a partir deste ano, essa taxa diminuiu significativamente, coincidindo

com a taxa da RAM, com valores na ordem dos 0,5‰ (gráfico SC10).

Gráfico SC10 - Evolução da taxa de criminalidade de furto ou roubo por esticão e na via pública, na

RAM e Concelho, de 2004 a 2014

Fonte: INE

Na última década, tem havido tendência para diminuição dos furtos de veículo motorizado, quer na RAM, quer no

Concelho. O Concelho, tem-se mantido com valores abaixo ou próximos das taxas regionais, à exceção dos anos

2007 e 2008, em que foram superiores às da RAM. Em 2014, ambas as taxas coincidiram com o valor de 1,1 ‰

(gráfico SC11).

Gráfico SC11 - Evolução da taxa de criminalidade de furto de veículo e em veículo motorizado, na

RAM e Concelho, de 2004 a 2014

Fonte: INE

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

2

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Anos

Câmara de Lobos RAM

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Anos

Câmara de Lobos RAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

173

Até 2010, as taxas de criminalidade por condução de veículo com excesso de álcool, no Concelho, mantiveram-se

abaixo das taxas regionais. Contudo, a partir desse ano, a referida taxa ultrapassou a da RAM, atingindo um valor

superior a 4‰, em 2014 (gráfico SC12).

Gráfico SC12 - Evolução da taxa de criminalidade de condução de veículo com taxa de álcool igual

ou superior a 1,2g/l, na RAM e Concelho, de 2004 a 2014

Fonte: INE

Nos crimes de condução sem habilitação legal, sucedeu exatamente o mesmo comportamento, a partir de 2010, ou

seja, a taxa do Concelho ultrapassou a da RAM, embora com valores inferiores (1‰ -1,5‰) (gráfico SC13).

Gráfico SC13 - Evolução da taxa de criminalidade de condução sem habilitação legal, na RAM e

Concelho, de 2004 a 2014

Fonte: INE

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Anos

Câmara de Lobos RAM

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Anos

Câmara de Lobos RAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

174

Na década 2004-2014, os crimes contra o património, no Concelho, mantiveram-se com níveis abaixo da taxa da

RAM, à exceção do ano 2008, em que ambos os valores coincidiram (12,3‰) (gráfico SC14).

Gráfico SC14 - Evolução da taxa de criminalidade contra o património, na RAM e Concelho, de

2004 a 2014

Fonte: INE

De uma forma geral, é possível constatar que a evolução criminal, no Concelho, tem acompanhado a tendência dos

números apresentados na RAM.

No panorama criminal do Concelho e particularmente, nos crimes contra as pessoas, lideram as ofensas à integridade

física simples e a violência doméstica, enquanto nos crimes contra o património, sobressai o furto, apesar de nos

últimos quatro anos, ter havido uma tendência para a diminuição deste último tipo de crime.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Anos

Câmara de Lobos RAM

Diagnóstico Social Participado | 2016

175

8.2. Modelo Integrado de Policiamento de Proximidade

A PSP, através da Diretiva Estratégica n.º 10/2006 de 15 de maio, relativa ao Programa Integrado de Policiamento

de Proximidade (PIPP), atualmente designado por Modelo Integrado de Policiamento de Proximidade (MIPP),

operacionalizou os objetivos definidos no Programa do Governo e sistematizou mecanismos de articulação entre as

valências de prevenção da criminalidade e policiamento de proximidade e as valências de ordem pública, investigação

criminal e informações policiais41.

Os elementos que constituem as Subunidades abrangidas pelo projeto-piloto, incluindo as Equipas de Proximidade

e de Apoio à Vítima (EPAV) e novas Equipas do Programa Escola Segura (EPES), receberam formação específica para

o desempenho das missões que lhes estão adstritas.

As Equipas de Proximidade e de Apoio à Vítima (EPAV) são responsáveis pela segurança e policiamento de

proximidade, em cada setor da área de responsabilidade das subunidades, e ainda, de acordo com o diagnóstico de

segurança, efetuado em cada Comando, pela prevenção e vigilância em áreas comerciais, pela vigilância em áreas

residenciais, maioritariamente, habitadas por cidadãos idosos, pela prevenção da violência doméstica, pelo apoio às

vítimas de crime e acompanhamento pós vitimização, pela identificação de problemas que possam interferir na

situação de segurança dos cidadãos e pela deteção de cifras negras.

A PSP de Câmara de Lobos também possui uma sala de atendimento e apoio à vítima, espaço que é utilizado para

permitir maior privacidade e proteção das vítimas de Violência Doméstica.

Existe uma Equipa de Proximidade e Apoio à Vítima (EPAV), bem como uma Equipa Especial de Investigação de

Crimes de Violência Doméstica (EEIVD) que têm sob a sua alçada, a sinalização e a investigação deste tipo de crimes.

A Esquadra de Câmara de Lobos tem efetuado diversas ações de sensibilização, no âmbito do Modelo Integrado de

Proximidade, nomeadamente, sobre as temáticas da violência doméstica, delinquência juvenil, segurança na internet,

bullying, prevenção primária da toxicodependência, segurança para idosos, entre outras, bem como ações de

prevenção, através de diversas ações de fiscalização rodoviária. A incidência das ações identificadas, associada aos

objetivos pretendidos não é alheia aos indicadores registados.

41 http://www.psp.pt

Diagnóstico Social Participado | 2016

176

Nos últimos cinco anos, a PSP- Esquadra de Câmara de Lobos, realizou, ao todo, 161 ações de sensibilização,

destinadas a diversos públicos: idosos, alunos, pais e professores, comerciantes e outros (quadro SC1).

Quadro SC1 - Ações de sensibilização dirigidas ao público em geral, desenvolvidas pela PSP –

Esquadra de Câmara de Lobos, de 2011 a 2015

ANO

N.º de

Ações

Público-Alvo

Temáticas

2011

23

População Vulnerável:

- Idosos

- Comerciantes

- Alunos/ Pais/ Professores

(Outras Profissões)

Segurança e Prevenção Rodoviária

Violência nas Escolas

Delinquência Infantil

Segurança na Internet

Prevenção Primária da Toxicodependência

Bullying

Comportamentos de segurança na atividade

comercial

Comportamentos de segurança nos idosos

Esclarecimentos sobre o euro

Lei tutelar de menores

Violência doméstica e no namoro

Dia Europeu – 112

Eco-driving – princípios de uma condução inteligente

2012

27

2013

35

2014

42

2015

(até 21 de

setembro)

34

Fonte: PSP - Esquadra de Câmara de Lobos

No âmbito da Segurança Rodoviária, foram realizadas 163 ações de sensibilização, em todas as freguesias do

Concelho, de 2011 a 2015 (quadro SC2).

Quadro SC2 - Ações de sensibilização no âmbito da Segurança Rodoviária, promovidas pela PSP –

Esquadra de Câmara de Lobos, de 2011 a 2015

ANO N.º de

Ações Freguesias*

2011

34

Câmara de Lobos

Curral das Freiras

Estreito de Câmara de Lobos

Jardim da Serra

Quinta Grande

2012

39

2013

44

2014

27

2015

(até 21 de

setembro)

19

Fonte: PSP - Esquadra de Câmara de Lobos

*Ações distribuídas pelas freguesias de acordo com o n.º de população

Diagnóstico Social Participado | 2016

177

8.2.1. Programa Escola Segura

As Equipas do Programa Escola Segura (EPES) são responsáveis pela segurança e vigilância nas áreas escolares, pela

prevenção da delinquência juvenil, pela deteção de problemas que possam interferir com a segurança dos cidadãos,

e ainda, pela deteção de cifras negras, no seio das comunidades escolares.

Na PSP de Câmara de Lobos, este programa está em pleno funcionamento, desde 2006, e além das atribuições

normais de policiamento de proximidade e preventivo, junto das escolas, têm sido efetuadas diversas ações de

sensibilização.

Os agentes de proximidade têm uma missão que abrange desde o policiamento de visibilidade, a resolução e gestão

de ocorrências/conflitos, o reforço da relação polícia – cidadão e a deteção de situações que possam constituir

problemas sociais ou dos quais possam resultar práticas criminais. Os agentes de proximidade estão sujeitos a um

determinado número de regras de empowerment ou delegação de poderes e de responsabilização. Estes desenvolvem

contactos com a população em geral, serviços das juntas de freguesia e das câmaras municipais, dos tribunais, técnicos

locais de determinados projetos de assistência social, conselhos diretivos dos estabelecimentos de ensino,

comerciantes, bem como os cidadãos em geral.

A responsabilização dos agentes de proximidade constitui outro dos elementos fundamentais do Programa,

designadamente, através de definição de protocolos de procedimento, formulários e normas de atuação que os

vinculem a identificar problemas e a atuar em situações que possam, direta ou indiretamente, influenciar a segurança

pública e segurança rodoviária (viaturas abandonadas, iluminação pública, graffities, sinais de trânsito danificados ou

destruídos, casas devolutas, identificação de menores em risco ou em situação de abandono).

Nos últimos cinco anos, foram realizadas 116 ações de sensibilização em todas as Escolas do Concelho, enquadradas

no programa “Escola Segura” (quadro SC3).

Quadro SC3 - Ações de sensibilização no âmbito da Escola Segura, promovidas pela PSP – Esquadra

de Câmara de Lobos, de 2011 a 2015

ANO N.º de

Ações

N.º de

elementos PSP Freguesias*

2011

21

3

Câmara de Lobos

Curral das Freiras

Estreito de Câmara de Lobos

Jardim da Serra

Quinta Grande

2012

24

3

2013

26

3

2014

21

3

2015

(até 21 de

setembro)

24

3

Fonte: PSP - Esquadra de Câmara de Lobos *As ações foram desenvolvidas em todas as escolas do Concelho

Diagnóstico Social Participado | 2016

178

8.2.2. Apoio 65 - Idosos em Segurança

A PSP possui como missão, entre outras, proteger, socorrer e auxiliar os cidadãos, bem como defender e preservar

os bens que se encontrem em situações de perigo. Entre os grupos de pessoas mais vulneráveis, destacam-se as

pessoas mais idosas, que por se encontrarem normalmente mais isoladas e fragilizadas, necessitam, com frequência,

do apoio de terceiros. Decorrente dessa dependência social, aumentam as debilidades securitárias, cabendo à PSP

reduzir o seu sentimento de insegurança e contribuir para a diminuição dos índices criminais de atos que vitimam

especificamente este grupo de risco.

Para este efeito, Ministério da Administração Interna implementou o programa “Apoio 65 – Idosos em segurança”,

conjuntamente com a PSP, que visa garantir as condições de segurança e tranquilidade das pessoas idosas, e deste

modo, prevenir e evitar situações de risco.

Neste sentido, a PSP de Câmara de Lobos tem preconizado uma crescente aposta em ações de sensibilização, junto

da comunidade, de forma a consciencializar os mais idosos, bem como aconselhar a adoção de medidas preventivas

e comportamentos de autoproteção, quer em casa, transportes públicos ou via pública, no intuito de diminuir

situações de risco, prevenir e evitar burlas/furtos/roubos e conferir um maior sentimento de segurança.

No desenvolvimento do Programa Idosos em Segurança, a PSP tem vindo a realizar parcerias formais e informais

com autarquias, entidades de solidariedade social, entidades de saúde e instituições particulares, no sentido de

prestar o apoio e encaminhamento adequados aos cidadãos idosos. Assim, em 2013, reforçou-se o policiamento nas

áreas maioritariamente habitadas e frequentadas por idosos, estabelecendo uma relação de empatia e confiança entre

os idosos e a PSP e articulando também com diversas entidades.

8.2.3. Programa Comércio Seguro

É um programa da PSP em que os agentes de proximidade têm como principal missão a prevenção da criminalidade

no setor comercial, através de policiamento reforçado, nas áreas comerciais, e de ações de sensibilização e

informação, junto dos comerciantes.

8.3. Proteção Civil

Em abril de 2015 foi instalada, no Concelho, a Comissão Municipal de Proteção Civil (CMPC), estrutura de

coordenação em que estão representadas as várias entidades, organismos e agentes de proteção civil que intervêm

nesta área, no Município. Em maio de 2015, deu-se início à elaboração do Plano Municipal de Proteção Civil de

Câmara de Lobos (PMPC), instrumento vital para o planeamento e gestão das operações de socorro e assistência

às populações, aquando da ocorrência de acidente grave ou catástrofe. Este projeto foi apoiado pelo Programa

Intervir+, no âmbito de uma candidatura promovida pela Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira

(AMRAM).

Diagnóstico Social Participado | 2016

179

O Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC) rege-se pelo regulamento municipal de proteção civil do Município,

aprovado pela Câmara Municipal e pela Assembleia Municipal, em reuniões realizadas em 5 de dezembro de 2013 e

24 de abril de 2014, respetivamente, publicado no Diário da República 2.ª Série, n.º 104, de 30 de maio de 201442.

Neste âmbito, têm sido realizados diversos estudos, nomeadamente, sobre a caraterização e diagnóstico do risco

natural e tecnológico e sobre a vulnerabilidade social e resiliência, no concelho de Câmara de Lobos.

A vulnerabilidade associada ao risco natural é um conceito multidimensional que permite caracterizar e compreender

o nível de exposição das comunidades e perceber como as mesmas conseguem responder e recuperar no período

pós-desastre (Cutter et al., cit in Santos, Tavares e Mendes, 2015).

A vulnerabilidade social consiste num indicador fundamental para a governação do risco, envolvendo os processos

e impactos decorrentes de eventos de origem natural, tecnológica e ambiental. A relevância da análise da

vulnerabilidade social a um nível inframunicipal, decorre da necessidade instrumental de fundamentar opções

políticas, traduzidas em medidas estratégicas e operacionais, no âmbito da prevenção, redução, mitigação e adaptação

ao risco, assim como, da necessidade de consolidar os indicadores de capacidade de suporte e de resiliência individual

e das comunidades. Dá-se, portanto, resposta a requisitos em áreas como a Proteção Civil e a Gestão da Emergência,

as Políticas Sociais, de Saúde e Educação, contribuindo também para os quadros de referência de Urbanismo e

Ordenamento do Território.

Na perspetiva da vulnerabilidade social, a sociedade não é dimensionada como um objeto homogéneo com isotropia

nos comportamentos, perceções e reações, mas é-o segundo os vários componentes da vulnerabilidade como, por

exemplo, a idade, o género, a escolaridade, a nacionalidade, o acesso aos equipamentos públicos, as condições do

alojamento ou o tipo e grau de incapacidade. Em caso de desastre, é ainda importante conhecer os cenários de

impacto previsíveis e os grupos mais vulneráveis, em relação aos diversos perigos, identificando as suas principais

fragilidades.

Por outro lado, é igualmente relevante identificar e diferenciar os territórios, segundo a sua capacidade em assegurar

o socorro, a resposta, a contingência e a recuperação da população e das atividades socioeconómicas. Nesta

perspetiva, importa considerar os equipamentos e estruturas públicas e privadas que atuarão ou poderão atuar no

prosseguimento daqueles objetivos.

Assim, a vulnerabilidade social não se resume somente às características dos indivíduos, como também às suas

relações em sociedade, à natureza dessas relações e ao ambiente.

Em Câmara de Lobos, no âmbito de um estudo preliminar desenvolvido pelo Observatório do Risco do Centro de

Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (OSIRIS)43, foram identificadas algumas zonas de maior vulnerabilidade

social, concluindo-se que para além das subsecções estatísticas situadas nas áreas serranas, muitas delas não

habitadas, a vulnerabilidade social é muito elevada em algumas subsecções dispersas, sobretudo nas freguesias de

Câmara de Lobos e de Curral das Freiras. Na freguesia de Câmara de Lobos, observa-se o efeito atenuador da

elevada capacidade de suporte (vide cartografia da vulnerabilidade social em anexo VIII).

42 CMCL, Revista Viver n.º 23/2016. 43 Santos, Tavares e Mendes (2015). Avaliação da Vulnerabilidade Social no Concelho de Câmara de Lobos – Métodos e Resultados (versão

preliminar). CES/OSIRIS, Universidade de Coimbra

Diagnóstico Social Participado | 2016

180

O município de Câmara de Lobos, complementarmente, apresenta um grande contraste e/ou heterogeneidade na

estrutura das unidades territoriais existentes, em termos de capacidade de suporte, como resultado do fenómeno

de macrocefalia urbana, provocada pela influência da dinâmica e mutabilidade socioeconómica, observada no centro

urbano e histórico da freguesia de Câmara de Lobos. Esta situação, que promove o desenvolvimento de contrastes

intermunicipais e submunicipais e de uma marginalidade funcional acentuada, demonstra a importância das políticas

locais e regionais no desenvolvimento local e evidencia a capacidade de atração de investimento e a necessidade de

infraestruturação do espaço urbano e de atribuição de apoio social, como resultado de uma maior densidade

populacional.

Na freguesia de Câmara de Lobos, a análise espacial permite evidenciar uma expressão espacial acentuada da

vulnerabilidade social, em áreas predominantemente rurais, uma vez que, em espaços maioritariamente urbanos,

observa-se o efeito atenuador da componente da capacidade de suporte, conforme referenciado anteriormente. Em

sentido inverso, verificou-se que o centro urbano de Câmara de Lobos é em termos de capacidade de suporte, a

área do Concelho com a classificação mais significativa, atenuando, consequentemente, o score compósito relativo

ao grau de vulnerabilidade social. Esta situação determina o isolamento das subsecções estatísticas, efetivamente

mais vulneráveis, ou seja, aquelas que mesmo após o efeito atenuante da capacidade de suporte, mantêm uma elevada

vulnerabilidade social. A idade, a qualificação e a situação perante o emprego, são as principais forças

incrementadoras da componente da criticidade nesta freguesia.

No que concerne à freguesia do Curral das Freiras, a análise permite observar, em diferentes escalas de análise, a

ocorrência de uma dinâmica idêntica à registada na freguesia de Câmara de Lobos, nomeadamente, a atenuação do

grau de criticidade de acordo com a dissipação espacial do grau de capacidade de suporte, a partir do centro urbano

da freguesia – localização preferencial de equipamentos e serviços e funções especializados, contribuindo para a

localização dos espaços com menor vulnerabilidade social no sítio da Achada.

No entanto, identifica-se, nesta área, algumas subsecções estatísticas classificadas com um grau de vulnerabilidade

muito elevada, à razão da localização de um conjunto de moradias unifamiliares a custos controlados.

Esta situação determina, de igual forma, um decaimento natural do nível de vulnerabilidade social, em função da

distância ao centro urbano, atingindo o seu valor máximo na periferia (de maior vulnerabilidade social). Não obstante,

ressalva-se o facto de ter sido registado, em algumas subsecções estatísticas, o agravamento significativo do nível de

criticidade, devido ao decréscimo da capacidade de suporte, e consequentemente, do grau de vulnerabilidade social.

Na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, os espaços classificados e/ou identificados com maior vulnerabilidade

social, apresentam uma dispersão espacial heterogénea e localizam-se, fundamentalmente, em áreas

predominantemente rurais. Não obstante, de acordo com a análise efetuada, esta situação apresenta uma

particularidade anómala à tendência identificada para o Concelho, uma vez que resulta e/ou é, sobretudo,

consequência de uma menor capacidade de suporte, contrariamente a outros casos paradigmáticos identificados nas

restantes unidades administrativas que por norma e complementarmente, apresentam uma criticidade elevada.

Complementarmente, e à semelhança da tendência verificada na freguesia de Câmara de Lobos, regista-se o facto

dos espaços classificados com menor vulnerabilidade social apresentarem, fundamentalmente, uma distribuição

associada a uma via rodoviária estruturante, a Estrada João Gonçalves Zarco.

Diagnóstico Social Participado | 2016

181

As unidades administrativas remanescentes, nomeadamente, as freguesias da Quinta Grande e do Jardim da Serra,

evidenciam uma dinâmica similar àquelas analisadas anteriormente, identificando-se a localização dos espaços

classificados com maior vulnerabilidade social, em áreas socio e economicamente desfavorecidas. Esta situação

contribui para o agravamento da coesão territorial e social.

Considerando estes pressupostos, a cartografia relativa à vulnerabilidade social (anexo VIII) permite referenciar,

como áreas de maior vulnerabilidade, as seguintes subsecções estatísticas:

a) Na freguesia de Câmara de Lobos, os sítios: Ribeira da Caixa, Caminho Grande e Preces e Quinta do

Leme, Nogueira, Garachico, Heras, Pedregal, Ribeira da Alforra e Fonte Garcia, Rancho, Facho, Caldeira,

Cruz da Caldeira e Fajã;

b) Na freguesia do Curral das Freiras, os sítios: Lombo Chão, Seara Velha, Balceiras, Terra Chã, Capela,

Murteira, Casas Próximas, Achada, Fajã dos Cardos, Fajã Escura, Colmeal e Pico Furão;

c) Na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, os sítios: Vargem, Covão e Panasqueira, Covão,

Garachico, Furneira, Foro, Cabo Podão, Fontes, Casa Caída, Castelejo, Pomar do Meio, Barreiros, Quinta

de Santo António e Fajã das Galinhas;

d) Na freguesia da Quinta Grande, os sítios: Aviceiro, Igreja, Quinta, Lombo, Fontes, Vera Cruz, Ribeira do

Escrivão e Fontainhas;

e) Na freguesia de Jardim da Serra, os sítios: Pomar Novo, do Luzirão, Fonte Frade, Foro, Romeiras, Cabo

Podão, Marco e Fonte da Pedra, Jardim da Serra, Chote, Achada e Corrida.

No setor setentrional do Concelho deve-se destacar que o efeito atenuante é verificado somente em relação a

algumas componentes da capacidade de suporte – sobretudo aquelas relacionadas às funções básicas asseguradas

pela Administração Pública. A nível dos equipamentos de proteção civil, verifica-se neste setor, representado pela

freguesia de Curral das Freiras, uma lacuna naquele tipo de equipamentos – não obstante a existência de um

destacamento dos Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos que presta serviços de emergência pré-hospitalar e

de primeira intervenção nesta freguesia. Por este motivo, a criticidade que mais a sul surge atenuada pela elevada

capacidade de suporte, não é a norte tão verificável na cartografia final da vulnerabilidade social (Santos, Tavares e

Mendes, 2015).

Diagnóstico Social Participado | 2016

183

Introdução

De acordo com o Conselho da Europa, o termo “social” não se limita ao que correntemente se designa por “políticas

sociais”. O que está em causa é a coesão da sociedade em todas as suas dimensões, designadamente nas que

encerram riscos potenciais ou reais de fragmentação social (social, económica, ambiental, cultural e política).

O Conselho da Europa define a Coesão Social como a capacidade que uma sociedade tem para assegurar o bem-

estar de todos os seus membros, reduzindo as disparidades ao mínimo e evitando a marginalização dos mesmos.

Nesse sentido, devem ser colocados à disposição da sociedade, os meios para assegurar a proteção social de todos

os seus membros.

A Coesão Social é um conceito político essencial à realização de três valores fundamentais: Direitos do Homem,

Democracia e Estado de Direito.

A nova estratégia para a Coesão Social foi apresentada no momento em que o sentido do termo “Progresso” evoluiu.

Se anteriormente estava associado a uma visão de prosperidade, de justiça e de liberdade, atualmente, passa por

iniciativas que visam proteger a sociedade contra as tendências regressivas, pensar na sustentabilidade e na justiça

social, num contexto, onde os recursos materiais e ambientais são limitados, evitar situações irreversíveis e garantir

a equidade entre gerações. O progresso societal implica o estudo das disparidades económicas e sociais, bem como

dos custos sociais e ecológicos dos modos atuais de produção e consumo.

Uma estratégia de Coesão Social é útil para garantir a plena participação e colaboração de todos os atores no

processo de desenvolvimento democrático e sustentável. Todas as sociedades devem conhecer os conflitos e

clivagens gerais existentes, a repartição desigual da riqueza, a diversidade étnica e cultural, bem como os efeitos do

ambiente na vida das pessoas.

A definição e a estratégia de Coesão Social introduzem dois elementos radicalmente novos, no modo de tratar a

questão social e de conceber o progresso social: 1) a definição do objetivo do progresso social como sendo o bem-

estar de todos, incluindo as gerações futuras; 2) a corresponsabilidade como base essencial para construir a Coesão

Social, sendo que a corresponsabilidade para o bem-estar de todos implica o envolvimento dos cidadãos para definir

o bem-estar e a construção de indicadores concertados, primeiro a nível local, e posteriormente, a nível regional,

nacional e europeu.

O Plano de Ação para a Coesão Social do Conselho da Europa baseia-se no cruzamento entre dois tipos de

abordagens44:

a) Uma ascendente, partindo dos processos de construção da corresponsabilidade para o bem-estar de

todos, com os cidadãos, a nível local, para elaborar objetivos e indicadores de bem-estar a nível regional,

nacional e europeu;

b) Uma descendente consistindo em reanalisar as políticas e os instrumentos jurídicos, a nível nacional, e

europeu, a partir daqueles objetivos e indicadores, para os tornar mais adequados às expectativas dos

cidadãos e permitir a sua apropriação a nível local.

44 Conselho Local de Ação Social de Sintra (2011). SPIRAL Guia do Facilitador. Sintra.

Diagnóstico Social Participado | 2016

184

Foi neste contexto que o Conselho da Europa desenvolveu, em várias regiões da Europa e em parceria com o

Congresso Europeu dos Poderes Locais e Regionais, uma metodologia de promoção da corresponsabilidade, a nível

local – SPIRAL (Societal Progress Indicators and Responsabilities for All) – tendo em vista refletir sobre os métodos para

construir uma pedagogia de compreensão, em torno do conceito do “Progresso versus Bem-Estar de todos”45.

A metodologia SPIRAL inscreve-se na abordagem ascendente atrás mencionada e visa a construção do progresso

social para o bem-estar de todos, com os cidadãos, e tem vindo a ser aplicada em diversas cidades da Europa, e não

só, sendo uma ferramenta complementar bastante útil nos processos de diagnóstico participado.

Parte-se da premissa de que a definição de bem-estar de todos deverá ser construída, a partir da visão dos próprios

cidadãos e assentar na realização de reuniões, com pequenos grupos da população, organizados segundo o que se

pretende conhecer (território, instituição, grupo-alvo).

De salientar, ainda, a relativa facilidade na sua aplicação e na extração expedita de resultados para diagnóstico, através

do Programa ESPOIR (Élaborer le Progrès Sociétal par l'Organisation d'Indicateurs Raisonnés)46, facultado gratuitamente

pelo Conselho da Europa.

Tomando estes princípios, em maio de 2015, o município de Câmara de Lobos aderiu à Together, Rede Internacional

de Territórios de Corresponsabilidade, comprometendo-se com um maior envolvimento e concertação dos agentes

sociais e dos cidadãos, em torno de ações de corresponsabilidade partilhada.

Este capítulo visa dar a conhecer o processo desenvolvido, bem como os resultados obtidos, estando estruturado

em três pontos. No primeiro ponto, dá-se conta da criação de uma Rede de Facilitadores de processos participativos

com vista à Coesão Social – metodologia SPIRAL. No segundo ponto, foca-se a visão dos Parceiros Sociais sobre o

território. Por último, no terceiro, o enfoque é dado à definição de bem-estar, na perspetiva dos Câmara-lobenses.

45 Para mais informação consultar https://spiral.cws.coe.int/tiki-index.php?page=processus+locaux 46 Base de dados elaborada a partir do EXCEL.

Diagnóstico Social Participado | 2016

185

1. A Criação de uma Rede de Facilitadores para a Coesão Social

A implementação de processos participativos, num determinado território, com vista à Coesão Social, supõe a

existência de facilitadores desses processos, devidamente habilitados.

Com este objetivo, decorreu, nos dias 6 a 8 de julho 2015, em Câmara de Lobos, uma ação de formação sobre a

metodologia SPIRAL, dirigida a técnicos de várias instituições e serviços, com intervenção no território.

Esta ação de formação, por um lado, teve como objetivo reforçar as competências dos profissionais, e por outro,

criou condições para o reforço da corresponsabilidade, no território e nas instituições.

Assim, e para além dos conhecimentos específicos adquiridos, esta ação constituiu-se também como um momento

de reflexão e partilha que, estamos certos, contribuiu para o enriquecimento do capital humano instalado no

território.

Salienta-se no esquema seguinte, o resumo de alguns aspetos a ter em consideração no incremento da

corresponsabilidade para o bem-estar de todos, no Concelho (figura 3):

Figura 3 - Contributos da Rede de Facilitadores para o incremento da corresponsabilidade para o

bem-estar

Fonte: Elaboração própria

Durante a ação de formação, foi capacitada uma Rede de Facilitadores, constituída por representantes de 23

instituições locais, com vista à dinamização de oficinas de participação com os cidadãos, para a definição de bem-

estar. Os resultados destas oficinas de participação serão objeto de análise no ponto 2 deste capítulo.

O que considera

mais relevante para

o incremento da

corresponsabilidade

para o bem-estar de

todos, em Câmara

de Lobos?

Concretização de ações; definição de

um plano de ação conjunto

para o Concelho

Participação das Instituições

Participação dos munícipes na

relflexão/decisão e ação para o

bem-estar

Cooperação/

Compromisso de todos

Realização de maior n.º de ações de

sensibilização junto das instituições e

cidadãos

Envolvimento/Escutae Compreensão da população para uma

melhor ajuda

Maior comunicação/ partilha entre

todas as entidades e instituições

Diagnóstico Social Participado | 2016

186

2. O Bem-Estar na perspetiva dos Câmara-lobenses

A definição do bem-estar pelos cidadãos Câmara-lobenses baseou-se no processo de escuta, por via da aplicação da

SPIRAL, conforme já mencionado. Nesta metodologia, parte-se do princípio que a definição de bem-estar de todos

deve ser construída a partir da visão dos próprios cidadãos, através da realização de oficinas de participação com

pequenos grupos (7 a 12 pessoas), identificados como grupos homogéneos, em função da partilha de características

comuns (idade, género, condições socioeconómicas, etc.).

Em Câmara de Lobos, tendo em conta que se pretendia obter “um olhar” sobre todo o território, foram

selecionados grupos homogéneos, de modo a assegurar resultados demonstrativos da realidade em análise

(diferentes freguesias, idades, sexo, condições socioeconómicas, formações, situação face ao emprego). Mais do que

uma representatividade estatística, procurou-se através desta metodologia, uma representatividade de facto dos

diferentes papéis e pertenças. Assim, foram selecionados grupos homogéneos de crianças, de adolescentes, de

adultos em idade ativa e de seniores. No que se refere à população adulta em idade ativa, foram constituídos grupos

de pessoas ativas e de desempregados, bem como de beneficiários de apoios sociais.

Neste processo de escuta da população, estiveram envolvidos, ao todo, 2 formadoras, 25 facilitadores e 238

cidadãos, com idades entre os 5 e os 85 anos de idade. Os participantes foram selecionados de forma totalmente

aleatória, sendo que apenas tinham em comum, o facto de residirem ou trabalharem no Concelho e/ou de serem

utentes das instituições inscritas na Rede de Facilitadores.

Os cidadãos foram convidados a responder a três questões: O que é para si o Bem-estar? O que é para si o Mal-

estar? O que faz ou pode fazer para melhorar o seu Bem-estar e o Bem-estar de todos?

As respostas foram registadas sob a forma de palavras ou pequenas frases em post-it e apresentadas e discutidas em

grupo. Os dados recolhidos foram posteriormente introduzidos no programa informático ESPOIR e foram

codificados com base em 9 dimensões e 68 componentes de bem-estar, pré-definidas pela SPIRAL (vide guião com

componentes de bem-estar, grupos homogéneos e resultados participativos, em anexos V e VII).

Previamente à apresentação dos resultados finais47, há que salientar que este estudo traduz uma experiência piloto

na RAM e no Concelho, pelo que a representatividade da amostra restringiu-se a cidadãos ou utentes e beneficiários

das respostas sociais existentes nas cinco freguesias do Concelho (ex.: Centro de Dia Lar, Equipa de Rua, Campos

de Férias, Clube de Emprego, Rendimento Social de Inserção, Escola, Infantário), pelo que os resultados deverão ser

interpretados à luz das caraterísticas específicas e perfil dos participantes.

47 Estes podem também ser consultados diretamente na página oficial da Rede Together, em https://wikispiral.org/tiki-

index.php?page=Infos+C%C3%A2mara%20de%20Lobos

Diagnóstico Social Participado | 2016

187

2.1. Caraterização dos grupos homogéneos

Neste ponto faz-se a apresentação e análise dos resultados globais das oficinas de participação, em torno da definição

de bem-estar, a partir das 2895 respostas obtidas.

Numa fase inicial do processo, foram constituídos 26 grupos homogéneos48, compostos por 238 cidadãos de todas

as freguesias do Concelho e agrupados de acordo com as seguintes categorias (vide a descrição pormenorizada dos

grupos homogéneos em anexo VI):

Crianças e adolescentes: 7 grupos homogéneos

Adultos em idade ativa: 12 grupos homogéneos

Seniores: 7 grupos homogéneos

Nos gráficos TC1 e TC2, apresenta-se, por freguesia, a distribuição dos 26 grupos homogéneos e dos 238

participantes, sendo que a maioria residia ou trabalhava nas freguesias de Câmara de Lobos e Estreito de Câmara de

Lobos, coincidindo com a localização da maior parte das instituições que integravam a Rede de Facilitadores.

Gráfico TC1 - Oficinas de participação - Distribuição dos 26 grupos homogéneos, por freguesia

Fonte: Elaboração própria

48 Designações exatas dos grupos conforme constam no site oficial da Rede Together – www.wikispiral.pt: Adolescentes; Adultos com Deficiência Intelectual; Alunos da USCL; Assistentes Operacionais; Centro Convívio Idosos Casa do Povo do Curral das Freiras;

Centro de Dia; Colaboradores; Crianças do Pré-escolar; Crianças e Jovens 1; Crianças e Jovens 2; Crianças e Jovens 3; Crianças e Jovens 4; Desempregados; Encarregados de Educação; Equipa de Rua – Crianças e Jovens; Facilitadores Oficinas Participação 1; Facilitadores Oficinas Participação 2; Funcionários de Centro de Dia; Grupo 1 do Ribeiro Real; Idosos - Centro Comunitário Vila Viva; Idosos do lar e centro de Dia; Professores de 1º Ciclo; Utentes Consulta

Alcoologia e Grupo Mensal de Apoio; Utentes do centro Dia / Convívio do Jardim da Serra - G 2; Utentes do centro Dia / Convívio do Jardim da Serra - G 1 e Utentes RSI - Segurança Social.

Câmara de

Lobos

Curral das

Freiras

Estreito de

Câmara de

Lobos

Jardim da

Serra

Quinta

Grande

CL/ECL e

JS

13

1

7

2 21

Diagnóstico Social Participado | 2016

188

Conforme referido, a maioria dos cidadãos ouvidos pertencia à freguesia de Câmara de Lobos (136), seguindo-se as

freguesias do Estreito de Câmara de Lobos (58), Jardim da Serra (16), Quinta Grande (15) e Curral das Freiras (9).

De salientar ainda que um dos grupos homogéneos incluía quatro participantes de freguesias distintas: Câmara de

Lobos, Estreito de Câmara de Lobos e Jardim da Serra (4).

Gráfico TC2 - Oficinas de participação - Distribuição dos 238 cidadãos por freguesias

Fonte: Elaboração própria

2.2. Dimensões de Bem-Estar dos Câmara-lobenses

O gráfico TC3 representa os resultados globais das oficinas de participação, refletindo as dimensões de bem-estar

mais valorizadas pelos 238 cidadãos, em que se evidenciam as dimensões das atitudes e iniciativas, equilíbrios pessoais

e relações pessoais (vide os resultados por cada grupo homogéneo em anexo V).

Gráfico TC3 - Dimensões de Bem-Estar dos Câmara-lobenses - resultados globais

238 cidadãos | 2895 respostas

Fonte: Gráfico adaptado do site oficial da Rede Together – https://wikispiral.org/tiki-index.php?page=Infos+C%C3%A2mara%20de%20Lobos

367

73

31

523

147

510

244

689

311

0 200 400 600 800

Número de Critérios Expressados

Dim

en

sões

do

Bem

-Est

ar

Relações na Sociedade

Atitudes e Iniciativas

Sentimentos de Mal-Estar/Bem-Estar

Equilíbrios Pessoais

Equilíbrios Societais

Relações Pessoais

Relações com e entre as Organizações

Quadro da Vida

Acesso aos meios de Subsistência

136

9

58

16

15 4

Câmara de Lobos

Curral das Freiras

Estreito de Câmara de

Lobos

Jardim da Serra

Quinta Grande

CL/ECL e JS

Diagnóstico Social Participado | 2016

189

Numa primeira leitura, os resultados revelam um forte capital de proatividade nos cidadãos ouvidos, tendo em conta

as dimensões de bem-estar imateriais dominantes, por ordem decrescente: 1) Atitudes e iniciativas, 2) Relações pessoais

e 3) Equilíbrios pessoais.

Na grande maioria, os cidadãos valorizam componentes de bem-estar que passam pelas atitudes e iniciativas (689

respostas), traduzindo ações tomadas individualmente ou com outros, tais como o trabalho sobre si ou respeito de

si próprio, as atividades e iniciativas privadas, as atitudes e o ser sociável, o encontrar, ouvir e ser solidário, a

responsabilidade, o compromisso com a sociedade, a dinâmica e vontade coletiva. Com efeito, este tipo de critérios

está associado aos seguintes aspetos da vida quotidiana manifestados pelos participantes: “Ajudar os outros, dar apoio

moral, ser amigo do seu amigo, fazer voluntariado, ser compreensivo, ter força, ter um bom comportamento, ter tempo para

si, ser solidário, ser mais tolerante, ser honesto, dialogar, colocar-se no lugar do outro, saber ouvir, proteger o ambiente,

comunicar com todos, trabalhar, fazer atividade física, andar a pé, organizar convívios, dar opiniões, fazer formação”.

Em segundo lugar, surge a dimensão das relações pessoais (523 respostas), respeitantes às relações do indivíduo

com a família, os amigos ou as pessoas em geral, tais como relações de casal/relações sexuais e/ou sentimentais, vida

de família/relações familiares, amizade/amigos, relações de vizinhança, relações nos lugares de atividade (trabalho,

escola, etc.) e contactos com animais, estando assim estes critérios associados aos seguintes aspetos da vida do dia-

a-dia dos participantes: “Ter uma família, estar em harmonia com os outros, ter paz com os vizinhos, estar com os amigos,

bons relacionamentos, convívio entre as pessoas”.

A terceira maior dimensão de bem-estar dos cidadãos ouvidos foi a dos equilíbrios pessoais (510 respostas),

relacionada com critérios de bem-estar/mal-estar associados a equilíbrios internos (físicos, psicológicos,

organizacionais, entre outros), específicos da pessoa que expressa o critério, tais como equilíbrios pessoais em geral,

equilíbrio físico e saúde, autonomia, liberdade, utilização do tempo e equilíbrio entre as atividades, equilíbrio

mental/emocional, espiritualidade e religião, equilíbrio nas relações na sociedade, equilíbrio nas relações na natureza

e desenvolvimento pessoal, com destaque para os campos da vida quotidiana: “Ter ou sentir-se com saúde, amor, estar

em paz consigo próprio, estar bem com o próximo, estar bem com o mundo que nos rodeia”.

Não obstante terem sido privilegiados os critérios anteriormente mencionados, de cariz sobretudo imaterial,

dominando a tendência de respostas, por parte dos cidadãos, salienta-se que a quarta dimensão escolhida denota

um cariz material, uma vez que se refere ao acesso aos meios de subsistência (367 respostas) ou a elementos

materiais essenciais à vida quotidiana, tais como, alimentação, cuidados, medicamentos, alojamento, vestuário,

educação/formação, emprego/trabalho/atividade, lazer, cultura e desporto, poder de compra/acessos às finanças,

cuidados pessoais, mobilidade e informações/ intercâmbios.

Imediatamente a seguir à dimensão do acesso aos meios de subsistência, é valorizada a dimensão das relações na

sociedade (311 respostas), ou seja, entre os membros da sociedade em geral, onde se incluem relações de género,

relações entre gerações, entre culturas, entre classes sociais, de proximidade, cortesia, respeito e tolerância,

solidariedade, partilha e transmissão dos saberes e dos recursos e inclusão/exclusão. Depois das relações na

sociedade, foi selecionada a dimensão dos sentimentos de bem-estar/mal-estar (244 respostas), ou seja,

sentimentos de autoestima/vergonha, satisfação/frustração, serenidade/medo, stress/tranquilidade e alegria/tristeza.

Diagnóstico Social Participado | 2016

190

No extremo oposto, os campos menos valorizados pelos cidadãos, no que diz respeito ao seu bem-estar, foram os

equilíbrios societais, o quadro de vida e as relações com e entre as organizações.

Os equilíbrios societais (147 respostas) estão relacionados com as questões de identidade e valores, saberes,

consciência e equilíbrio na educação, equidade e mobilidade social, coabitação social, violência e paz, equilíbrios

económicos, equilíbrios demográficos, relações entre as sociedades e o meio ambiente e o progresso científico e

técnico. O quadro de vida (73 respostas), engloba componentes relacionadas com questões como a

salubridade/poluição/ruido, as infraestruturas, equipamentos e redes, os serviços e comércios de proximidade, os

espaços de vida social, a meteorologia e os fenómenos naturais, o ambiente e paisagem e o quadro de produção e

Trabalho. Por último, as relações com e entre as organizações (31 respostas), referem-se a questões de direitos

fundamentais/reconhecimento, funcionamento da justiça, concertação/democracia, transparência/comunicação,

organização, gestão finanças, acesso, informações e contactos e políticas públicas.

Numa abordagem mais individualizada aos resultados gráficos, é curioso verificar algumas diferenças de grupo para

grupo (adolescentes, adultos, idosos, utentes de determinado serviço), facto que pode ser relevante para a definição

de ações ou projetos de intervenção com esses grupos específicos.

Na maioria dos grupos homogéneos em análise, a tendência de respostas recaiu sobre a dimensão de bem-estar

associada às atitudes e iniciativas. Contudo, em alguns grupos, a primazia foi dada às dimensões dos equilíbrios

pessoais e das relações pessoais e/ou sentimentos de bem-estar/mal-estar. Foi o caso dos grupos “Crianças e jovens

1, 2 e 3”, “Crianças do Pré-escolar”, “Centro de Dia”, “Professores do 1.º Ciclo”, “Grupo 1 do Ribeiro Real”,

“Alunos da USCL” e “Adultos com Deficiência”.

No grupo “Professores do 1.º Ciclo” a dimensão das atitudes e iniciativas foi a menos valorizada pelos participantes

no que diz respeito ao bem-estar. Por outro lado, no grupo “Grupo 1 do Ribeiro Real”, logo depois das relações

pessoais, a dimensão do acesso aos meios de subsistência foi a mais importante.

Ocorreram ainda dois casos atípicos, em que a tendência de resposta recaiu sobre uma dimensão não escolhida pela

maioria. Foi o caso do grupo “Encarregados de Educação” e “Adolescentes” que optaram, em primeiro lugar, pela

dimensão das relações na sociedade.

De salientar também, a ocorrência de algumas divergências no mesmo grupo etário, com caraterísticas semelhantes,

no caso concreto, no grupo das Crianças. Verificou-se uma diferença entre os grupos homogéneos “Crianças e

Jovens 1, 2 3“, com idades entre os 9 e os 13 anos, comparativamente ao grupo “Crianças e Jovens 4”, com idades

entre os 8 e os 9 anos. Neste último, a dimensão que mais se destacou foi a do acesso aos meios de subsistência,

tendo sido, aliás, o único grupo homogéneo (no total de 26) em que isso aconteceu, evidenciando, uma maior

vulnerabilidade social destas crianças. A esta situação, não será alheio o facto de algumas destas crianças se

encontrarem sinalizadas na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, como medida de prevenção e promoção

(vide resultados por grupo homogéneo em anexo V).

Nos restantes grupos de crianças (1 2 e 3), as dimensões mais privilegiadas foram as relações pessoais, equilíbrios

pessoais e sentimentos de bem-estar/mal-estar.

Esta constatação leva-nos a concluir que muito embora essas crianças apresentassem um perfil semelhante, do ponto

de vista da idade, nível de ensino, género, escola frequentada, concelho de residência, o fator que mais determinou

os resultados obtidos, parece ter sido o da condição socioeconómica. Na seleção dos subgrupos homogéneos das

crianças foi privilegiado, em primeiro lugar, o critério da idade, para além do critério “ser participante no campo de

férias”, ou seja, os subgrupos de crianças foram basicamente agrupados consoante as idades (8-13 anos).

Diagnóstico Social Participado | 2016

191

Estes resultados levam então a concluir que coincidentemente, as crianças com uma condição socioeconómica mais

desfavorável terão ficado agrupadas no mesmo subgrupo de idades.

Por fim, importa salientar que para além do grupo anteriormente mencionado, existiram outros em que a dimensão

do “acesso aos meios de subsistência” assumiu especial importância, posicionando-se em termos de tendência de

respostas, em segunda posição ou muito próximo desta. Nesta situação, encontramos, por exemplo, o “Grupo 1 do

Ribeiro Real”, os “Funcionários do Centro de Dia”, os “Utentes da consulta de Alcoologia” e o grupo

“Colaboradores”.

Estes resultados, pela sua riqueza e autenticidade, na medida em que traduzem o sentir das pessoas ouvidas, de

forma aberta, constituem um importante contributo para o desenho de atividades e projetos de intervenção social,

junto de públicos-alvo específicos e deixam em evidência os objetivos da aplicação da metodologia SPIRAL, em

determinado território ou grupo, permitindo chegar onde, por vezes, uma abordagem de caráter mais quantitativo

não consegue. A SPIRAL é uma ferramenta que possibilita desenvolver e planear atividades e projetos, partindo dos

interesses e aspirações dos intervenientes, e por outro lado, trabalhar os campos menos valorizados. Por exemplo,

se em Câmara de Lobos quisermos trabalhar e desenvolver competências pessoais e sociais em torno das questões

da identidade e valores e do progresso científico e técnico, recaindo estes itens na dimensão dos “equilíbrios

societais”, uma das menos valorizadas pela generalidade dos cidadãos ouvidos, pode-se, a partir dos resultados

SPIRAL, delinear estratégias que conduzam a mudança de paradigma.

Gráfico TC4 - Dimensões de Bem-Estar dos Câmara-lobenses - resultados por questão

Fonte: Gráfico adaptado do site oficial da Rede Together – https://wikispiral.org/tiki-index.php?page=Infos+C%C3%A2mara%20de%20Lobos

Diagnóstico Social Participado | 2016

192

Por outro lado, há a salientar que apesar de, globalmente, as dimensões mais valorizadas pelos participantes, terem

sido as mencionadas anteriormente, a tendência de respostas variou de acordo com o tipo de questão colocada.

Assim, conforme podemos verificar no gráfico TC4, enquanto nos critérios relativos ao bem-estar, as dimensões

mais valorizadas foram os equilíbrios pessoais, as relações pessoais e o acesso aos meios de subsistência, nos critérios

relativos ao mal-estar, este último aspeto foi preterido face às “relações na sociedade”.

Quando os cidadãos foram questionados sobre o que poderiam fazer para assegurar o seu bem-estar e o bem-estar

dos outros, a tendência de resposta recaiu, em peso (grande número de respostas), nas atitudes e iniciativas.

Diagnóstico Social Participado | 2016

193

3. A Visão dos Parceiros Sociais sobre o Território

Na iniciativa promovida a 5 de março de 2015, “Agenda 21 Local: Realizar o Futuro – Intervenção Social Participada:

Um Passo para a Corresponsabilidade”49, os parceiros sociais presentes reconheceram que seria importante realizar

um levantamento aprofundado da realidade social do Concelho, com informação transversal a vários setores e criar

uma base de dados comum, salientando que essa mesma informação deveria ser trabalhada de modo a ter implicações

práticas na vida das pessoas e instituições. Os participantes reconheceram, no entanto, que um dos constrangimentos

a este processo seria a “pouca abertura” das instituições, devendo esse caminho de sustentabilidade, pautar-se por

uma missão e visão a médio-longo prazo, com base no planeamento estratégico, ouvindo a população e os agentes

sociais e económicos, procurando rentabilizar as potencialidades do Concelho.

Porém, sabe-se que no plano prático, estes requisitos chocam com culturas organizacionais estruturadas em lógicas

verticais bastante hierarquizadas e que funcionam, por vezes, em registo de “fechamento” face ao que as rodeia.

Nota disto, foi dada pelos próprios participantes que demonstraram perfeita consciência das limitações e obstáculos

com que se deparam no “terreno”. Com a identificação dos mesmos, registou-se a vontade de os ultrapassar em

conjunto, de forma construtiva, colocando efetivamente os cidadãos no centro das preocupações e do Programa

Intervenção Social Participada (ISP).

Os participantes foram convidados à reflexão conjunta sobre a realidade social do Concelho e a indicar possíveis

caminhos para garantir a sustentabilidade das gerações futuras. Estes contributos vieram a constituir as “linhas

mestras” para a elaboração do presente Diagnóstico Social.

No período de 13 a 24 de maio de 2015, foi aplicado um questionário de avaliação50, por via eletrónica, anónimo e

confidencial, junto dos parceiros sociais presentes na iniciativa, realizada no dia 5 de março de 2015, no Museu de

Imprensa da Madeira (vide formulário questionário em anexo I). Os resultados obtidos foram apurados com base

numa amostra de 18 questionários respondidos.

Relativamente aos objetivos do Programa ISP, 77,8% dos parceiros sociais consideraram que os mesmos se

enquadram nos problemas identificados e nas necessidades do Concelho, sendo que 66,7% consideraram que o

Programa ISP não se sobrepunha a algum outro a funcionar na RAM, em termos de objetivos.

Os parceiros sociais, destacaram as oficinas de participação, em que foi aplicada a técnica participativa World Café,

como o “melhor momento” da iniciativa “Agenda 21 Câmara de Lobos: Realizar o Futuro – Programa Intervenção Social

Participada: Um Passo para a Corresponsabilidade” e salientaram, igualmente, como aspetos positivos, a aproximação

dos parceiros, o trabalho em grupo, a partilha e discussão de ideias e a produtividade da metodologia adotada, a

perspetiva de uma intervenção integrada ou conforme reconheceu um dos participantes: a “participação ativa de

todos os participantes na definição de uma estratégia”.

49 Relatório final disponível para consulta em http://www.cm-camaradelobos.pt/Default.aspx?ID=1473#.V3o2wo-cEdV 50 Resultados do questionário disponíveis em http://www.cm-camaradelobos.pt/Default.aspx?ID=1473#.V3o2wo-cEdV

Diagnóstico Social Participado | 2016

194

Por outro lado, os parceiros sociais referiram que após a participação na iniciativa, ficou uma “maior consciência dos

problemas e da realidade das outras instituições, o sentimento de trabalho em equipa e o maior envolvimento

coletivo” e que “o trabalho realizado no presente, permite pensar e planear o Concelho, para encarar o futuro com

mais qualidade de vida, sustentado num plano de desenvolvimento que coloque o cidadão como alvo prioritário”.

Conforme referiu um dos participantes: “A realização desta Intervenção Social Participada já é um passo. O

Diagnóstico dos problemas do Concelho é um ponto de partida para futuras soluções”.

Quando questionados sobre a importância da participação dos cidadãos na construção futura das políticas sociais do

Concelho, os parceiros sociais foram unânimes em responder positivamente. Também 83,3% dos parceiros sociais

consideraram que o programa ISP contribuirá para a otimização e partilha de recursos, enquanto 56% dos parceiros

preveem que a ISP proporcionará modelos partilhados de sistematização de informação que reforcem o trabalho

em rede. Por sua vez, 60% dos participantes considerou que o programa promove uma mudança de atitude dos

profissionais, no sentido de adotar um novo modelo de intervenção social, no Concelho. A totalidade dos parceiros

sociais demonstrou ainda um nível de interesse considerável em continuar a receber notícias sobre o programa e

manifestou-se expectante (55,6%) ou otimista (44,4%), quanto ao futuro do Concelho, após a participação na

iniciativa.

Com base ainda nos resultados do questionário aplicado aos parceiros sociais, conclui-se que 83,3% atribuiu um grau

de prioridade elevado a este programa, enquanto promotor do desenvolvimento sustentável do Concelho. Por outro

lado, 88,9% dos parceiros sociais, quando questionados sobre a possibilidade de replicação do programa ISP pelos

restantes municípios, responderam “totalmente”, não havendo respostas negativas a registar. Por último, quando

questionados se consideravam que o programa ISP se sobrepunha a algum outro a funcionar na RAM, em termos de

objetivos, 66,7% responderam negativamente e 27,8% “parcialmente”.

Estes resultados deixam-nos antever que o nível de interesse por este tipo de abordagem é bastante elevado junto

dos parceiros sociais regionais que anseiam por medidas inovadoras.

Com vista a alargar e a aprofundar este processo de envolvimento dos parceiros locais na construção do Diagnóstico,

foram realizadas sessões SWOT51, em todas as freguesias do Concelho, cujos resultados são desenvolvidos nos

pontos seguintes.

3.1. As Freguesias: potencialidades e constrangimentos locais

No período de fevereiro a junho de 2015, foram desenvolvidas sessões SWOT em todas as freguesias do Concelho,

conforme referido. Nestas sessões, participaram cerca de 90 parceiros das instituições locais – Juntas de Freguesia,

Casas do Povo, Segurança Social, Centro de Saúde, Associações, IPSS, entre outras – com o objetivo de equacionar

as principais potencialidades, constrangimentos, ameaças e oportunidades, a nível local. Durante este processo de

escuta, não foram estabelecidos previamente focos específicos de análise, ficando ao critério dos participantes, a

livre exposição de ideias e opiniões. Em conjunto, estas instituições locais debateram e identificaram as principais

potencialidades e as fragilidades de cada uma das freguesias.

51 Modelo de análise assente na identificação de «pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças». A sigla SWOT resulta da junção da

letra inicial de cada uma destas palavras em Inglês – Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats.

Diagnóstico Social Participado | 2016

195

As sessões ocorreram de acordo com a seguinte calendarização:

Freguesia da Quinta Grande – 5 de fevereiro

Freguesia do Jardim da Serra – 14 de abril

Freguesia do Curral das Freiras – 27 de abril

Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos – 2 de junho

Freguesia de Câmara de Lobos – 16 de junho

Os contributos foram agrupados, por freguesias rurais e freguesias urbanas, seguindo-se a análise pormenorizada

desses mesmos resultados.

3.1.1. Freguesias rurais

Quadro TC1 - Análise S.W.O.T. - Quinta Grande, Jardim da Serra e Curral das Freiras

Constrangimentos Potencialidades

- Desemprego (jovens sem ocupação)

- Baixa escolaridade e qualificação profissional

- Emigração/ migração (êxodo rural)

- Tendências demográficas

(natalidade e envelhecimento)

- Acessibilidades (falta de via expresso) e

mobilidade (escassez e custos transportes públicos)

- Habitação social (escassez)

-Economia local pouco dinamizada /falta de investimento

privado/ falta de apoios (agricultura, serviços e turismo)

– postos de informação turística

- População idosa (respostas sociais, mobilidade e

isolamento)

- População infantil (respostas ocupacionais)

- Competências pessoais e sociais

- Saúde mental

- Dependências (álcool e drogas)

- Paisagem

- Pontos turísticos

- Património cultural

- Turismo de montanha/ rural/ saúde

- Economia familiar

- Agricultura (produção local)

- Proximidade de serviços públicos/ respostas sociais/

equipamentos público-privados

- Redes informais de apoio (igreja, vizinhança)

- As pessoas, cultura e tradições

- Associativismo e desporto (dinamismo)

Ameaças Oportunidades

- Crise económica

- Baixa natalidade

- Envelhecimento da população

- Escassa oferta e custo dos transportes públicos

- Desemprego (falta de ofertas de emprego)

- Meios de comunicação

- Pouca informação de projeção turística

sobre freguesia(s)

- Poucos apoios área habitação

- Alterações climatéricas

- Fracos apoios à agricultura

- Pragas

- Educação globalizada

- Tráfico de drogas

- Apoios sociais (Segurança Social, Autarquia, outros)

- Oferta formativa

- Programas de emprego (POD, POT, Estágios)

- Respostas ao nível da saúde

- Via expresso

- Turismo rural/saúde

- Economia local (potencial de desenvolvimento)

- Projetos comunitários (UE)

- Agenda 14/20

- Cursos de formação

- Investimento privado

Fonte: Elaboração própria

Diagnóstico Social Participado | 2016

196

Conforme se pode observar no quadro TC1, os parceiros sociais foram unânimes em afirmar que nas freguesias da

Quinta Grande, do Jardim da Serra e do Curral das Freiras, a diminuição da taxa de natalidade, o envelhecimento da

população, o desemprego e a consequente emigração e êxodo rural, constituem os principais constrangimentos

internos52.

Em relação ao desemprego, os parceiros olham com particular preocupação a “desocupação” dos jovens e as suas

consequências, a nível dos comportamentos, designadamente, o consumo de álcool e drogas. É entendido que o

fenómeno do desemprego tem produzido efeitos, a nível da saúde mental das pessoas e nas relações familiares e

sociais53.

Relativamente à mobilidade e transportes, entende-se que existe uma escassez de transportes públicos para as zonas

rurais, acrescendo ainda elevados custos dos títulos de transporte, o que constitui obstáculo à inserção profissional

e social54. Neste sentido, a finalização do acesso rodoviário – via expresso – é considerada de extrema importância

para melhorar as acessibilidades, sobretudo das freguesias do Estreito de Câmara de Lobos e do Jardim da Serra, e

para estimular, também, a Economia Local55.

No que diz respeito à Educação, persistem ainda baixos níveis de escolaridade e baixas qualificações da população

nas zonas rurais, verificando-se aí as mais elevadas taxas de analfabetismo do Concelho56. A esta situação, acresce o

facto de as pessoas não valorizarem, suficientemente, a escolaridade e a evolução profissional. Foi evidenciado que

a Educação deverá ocupar um papel central, havendo necessidade de conferir competências de cariz

profissionalizante, de modo a promover a inserção no mercado de trabalho. Em relação a este último aspeto, os

parceiros salientam que o facto de existir uma “Educação Globalizada”, por vezes, dificulta a evolução escolar na

medida em que existem camadas específicas da população que não valorizam a formação clássica.

Os Programas do Instituto de Emprego foram apontados como oportunidades, no sentido de atenuar o problema

do desemprego, salientando-se a importância da promoção de ações de informação sobre formação e emprego.

Em relação à Economia local, os parceiros consideram que está pouco dinamizada, devido à falta de investimento

privado e à inexistência de alguns serviços e feiras agrícolas. Mas, realçam que algumas características intrínsecas ao

território, tais como a paisagem, as levadas, os miradouros, o sossego, os pontos turísticos (ex.: Boca dos

Namorados, Boca da Corrida, Pico da Cruz das Moças, Quinta Leonor, Aguagem) e a existência de unidades

hoteleiras (ex.: Hotel Quinta da Serra) e de um Centro de Hipismo (Escapada dos Cavaleiros) são potencialidades,

podendo esses recursos ser melhor aproveitados, por exemplo, para desenvolver projetos na área do turismo rural,

de montanha e de saúde57.

Por outro lado, os parceiros sociais defendem que a agricultura biológica é uma potencial fonte de

empreendedorismo, salientando a importância do investimento na promoção dos produtos, carateristicamente

locais, sendo o CDISA - Quinta Leonor, no Jardim da Serra, um recurso a explorar.

52 Dados corroborados pela evolução destes indicadores demográficos (vide capítulo II, subcapítulo Demografia). 53 Efetivamente, nos últimos quatro anos, houve um aumento significativo no recurso às consultas de Psicologia, nos Centros de Saúde do Concelho, tendo havido a esse nível, um reforço de recursos humanos (vide capítulo II, subcapítulo Saúde). 54 De referir que 29,5% da população do Concelho se desloca de autocarro e 18% a pé (vide capítulo II, subcapítulo Demografia). 55 Esta obra encontra-se prevista por parte do Governo Regional e pendente de fundos comunitários. 56 Em 2011, foi nas freguesias rurais que se verificaram os mais elevados níveis de analfabetismo do Concelho, com maior ênfase para a freguesia do Curral das Freiras, com uma taxa de 20%, embora tivesse havido um decréscimo considerável face a 2001 (vide capítulo II, subcapítulo

Educação). 57 Sobre este tema, perspetiva-se que o reposicionamento da Região para o setor turístico deverá passar por novos segmentos de mercado, tais como o turismo rural, de natureza e de saúde, a desenvolver privilegiadamente no interior da Região e na costa norte (vide IDR, IP-RAM. 2013.

Diagnóstico Prospetivo Regional)

Diagnóstico Social Participado | 2016

197

No entender dos parceiros sociais das freguesias rurais, é necessário um forte investimento na qualificação

profissional, em áreas ligadas à atividade turística e à agricultura biológica, apostando na formação profissional em

hotelaria, restauração, artesanato e línguas. Referiram, ainda, existir uma lacuna a nível da promoção turística das

freguesias, dando como exemplo, o pouco dinamismo ou até mesmo a inexistência de postos de turismo.

Devido à atual conjuntura socioeconómica, considera-se que deveria ser reforçada a proteção social à população

mais vulnerável, sobretudo, crianças, jovens e idosos. Em particular, a população idosa deverá ter uma atenção

redobrada, devido ao seu maior isolamento e dependência, apostando em projetos que promovam o envelhecimento

ativo e combatam o sedentarismo58.

Como pontos fortes nestas freguesias, foram referidos os apoios e as respostas sociais dos serviços locais do

Instituto de Segurança Social, IP-RAM e do Serviço Regional de Saúde, a proximidade de alguns serviços públicos,

mas também, os recursos naturais, paisagísticos e culturais e as características intrínsecas das pessoas, tais como a

solidariedade e as redes de vizinhança.

Por outro lado, foram reconhecidos os apoios concedidos às instituições que trabalham com jovens (clubes

desportivos) e às famílias carenciadas, por exemplo, no âmbito da recuperação de imóveis degradados, embora se

considere ser necessário investir mais nos apoios à habitação59, bem como nos equipamentos ocupacionais e

residenciais (lares) e na mobilidade (por ex.: transportes para os centros de dia) para esta população, bem como

reforçar o apoio às famílias com idosos a cargo60.

Na freguesia do Curral das Freiras, existem condicionalismos físicos (separação física com o restante Concelho, uma

vez que apresenta uma localização geográfica no interior de uma depressão morfológica) e a inexistência de um

acesso direto interno ao centro do Concelho, traduzindo um maior isolamento da população, em geral, e da

população idosa, em particular, constituindo este aspeto um fator duplamente fragmentador face às restantes

freguesias rurais.

O novo quadro de apoio da União Europeia foi visto como uma oportunidade de financiamento à inovação e à

contratação. Finalmente, outro dos aspetos focados pelos parceiros sociais foi a necessidade de melhorar a

cooperação entre as instituições locais, realçando que seria necessário maior interação e partilha de informação, e

nesta medida, o Programa Intervenção Social Participada foi visto como uma nova oportunidade.

58 Neste âmbito, a Câmara Municipal de Câmara de Lobos, promove ao longo do ano, diversos projetos que promovem o envelhecimento ativo, nomeadamente, Explorar a Madeira, Andar Pela Saúde e Saúde Rural, consistindo na organização de aulas de ginástica, passeios e caminhadas. 59 Segundo dados do INE de 2011, as freguesias rurais são as mais carenciadas em termos de infraestruturas básicas, com destaque para a freguesia do Curral das Freiras, com uma taxa de 7,44% (ver capítulo II, subcapítulo Habitação). 60 De salientar que apesar de Câmara de Lobos ser um dos concelhos da região com menor índice de envelhecimento, é o segundo maior

concelho com utentes beneficiários de Serviços de Apoio Domiciliário, o que poderá traduzir uma maior vulnerabilidade e nível de dependência da sua população idosa (ver capítulo II, subcapítulo Proteção Social).

Diagnóstico Social Participado | 2016

198

3.1.2. Freguesias urbanas

Quadro TC2 - Análise S.W.O.T. - Estreito de Câmara de Lobos e Câmara de Lobos

Constrangimentos Potencialidades

- Desemprego

- Emigração

- Tendências demográficas (natalidade e envelhecimento)

- Baixa escolaridade e qualificação

profissional

- Fracas sinergias interinstitucionais /Pouca abertura das

instituições (inovação, criatividade)

- Falta de promoção / espaços promocionais da freguesia

- Escassez alojamento a custos acessíveis

- Escassez Infraestruturas (lar idosos, museu do vinho,

parque infantil, pavilhão)

- Insegurança e vandalismo (falta de policiamento)

- Escassez de recursos nas escolas (financeiros, transportes,

infraestruturas)

- Falta de competências pessoais, sociais e profissionais

- Dependências (drogas e álcool) e comportamentos de

risco (prostituição, pedofilia)

- Violência (doméstica e maus tratos a animais)

- Mobilidade (horários e custo dos transportes públicos)

- Estigma social e preconceito

- Mitos

- Falta de Infraestruturas de saúde adequadas e recursos

humanos

- Escassez de respostas sociais (pop. idosa)

- Bairros sociais (bolsas de pobreza)

- Pobreza, mendicidade, subsidiodependência

- Desadequada gestão dos recursos

- Desmotivação, apatia, inversão de prioridades, falta de

hábitos de trabalho, de iniciativa

- Modelos parentais distorcidos, famílias disfuncionais, fracas

competências parentais

- Falta de técnicos (área social)

- Escassez de recursos financeiros

- População jovem

- Recursos naturais / paisagem

- Pontos turísticos

- Agricultura (vinha

- Gastronomia

- Tradições e costumes

- Turismo

- Associativismo (dinamismo)

- Rede escolar

- Clima (favorável a agricultura, pesca, lazer, turismo)

- Mar (proximidade)

- As pessoas (caraterísticas inatas: criatividade, comunicativas,

apetência pelas artes, música e desporto)

População sénior (dinamismo e apoios existentes)

- As instituições

- Religiosidade (valores)

- Diversidade e proximidade de serviços e infraestruturas

- Proximidade ao Funchal

- Valorização do papel da família

- Festas e eventos culturais, recreativos e educativos

- Rede de transportes (bons acessos rodoviários)

- Oferta formativa

Ameaças Oportunidades

- Crise económica

- Desemprego

- Baixa natalidade (falta de apoios)

- Falta de apoios à habitação

- Forte carga fiscal

- Falta de investimentos privados

- Falta de verbas destinadas à Educação (setor público e

privado)

- Legislação/burocracia

- Políticas sociais inadequadas

- Sistema educativo

- Preconceitos em relação ao Concelho/pessoas do

Concelho

- Alterações climatéricas

- Epidemias

- Crise de valores

- Falta de confiança nos políticos

- Falta de capacidade de planeamento a médio/longo prazo

- Poucos apoios ao empreendedorismo

- Via expresso

- Programa 14/20 (fundos comunitários)

- Turismo (habitação, saúde, rural)

- Diversidade na oferta formativa

- Parcerias com a Escola Hoteleira, Uma

- ERASMUS

- Emigração

- Hotelaria focadas nas potencialidades marítimas

- Proximidade ao Funchal

Fonte: Elaboração própria

Diagnóstico Social Participado | 2016

199

Conforme se pode observar no quadro TC2, à semelhança das freguesias rurais, as freguesias urbanas apresentam

os mesmos constrangimentos relacionados com o desemprego, a emigração, a diminuição da natalidade e o

envelhecimento da população, embora, neste último caso, de forma não tão acentuada, já que estas freguesias

possuem uma população predominantemente jovem, em idade ativa.

No que diz respeito ao fenómeno do desemprego, os parceiros sociais referem que existe escassez de ofertas de

emprego e baixas qualificações profissionais da população. Para colmatar esta situação e apesar da escassez de

recursos financeiros, foi relembrado que o recurso aos fundos comunitários e a captação de investimento externo

será uma oportunidade a ter em conta, bem como a retoma da construção da via-expresso.

No que diz respeito à Economia local, o turismo, a agricultura e a gastronomia foram vistos como potencialidades a

explorar, existindo diversos recursos internos que podem ser melhor rentabilizados, tais como, o próprio clima

(favorável à agricultura, à pesca, ao lazer e ao turismo), o mar, os pontos turísticos, as paisagens, as artes / música,

o associativismo e desporto (freguesia enquanto sede de eventos culturais, desportivos e recreativos), as instituições,

a gastronomia, as tradições, os costumes, as festas e eventos, havendo que apostar mais na promoção turística e em

espaços com essa função61.

Relativamente à Educação, os parceiros consideram que os baixos níveis de escolaridade, o absentismo e o abandono

escolar precoce, continuam a ser um entrave ao desenvolvimento local, havendo que apostar numa oferta formativa

diversificada.

Os participantes lembraram a existência de algumas “bolsas de pobreza”, associadas a uma desadequada gestão de

recursos, à subsidiodependência e à desresponsabilização das pessoas face aos seus problemas (modelos parentais

disfuncionais, inversão de prioridades e desinteresse pela educação dos filhos). Por outro lado, referem como

constrangimento, a escassez de respostas ocupacionais para as crianças e jovens nas férias letivas.

Entre as principais preocupações dos parceiros sociais das freguesias urbanas, encontram-se também as questões

associadas à insegurança e ao tráfico de drogas, pelo que reconhecem a necessidade de existir maior policiamento

de rua.62

Apesar disso, os parceiros sociais consideram que a população destas freguesias apresenta qualidades intrínsecas que

constituem mais-valia, tais como, a criatividade, as capacidades artísticas, de comunicação e a expressividade.

Outro dos recursos intrínsecos considerado importante foi a religião, pois contribui para que as pessoas tenham

respeito pelos valores, crenças, costumes e tradições, embora, por vezes, acarrete crenças e mitos que não

favorecem a abertura.

61 Sobre as potencialidades de desenvolvimento turístico do Concelho, vide Teles, M. P. B. (2013), Câmara de Lobos: estudos das potencialidades

de desenvolvimento e promoção turística do Concelho, FCSH-Universidade Nova de Lisboa. A propósito do núcleo urbano central da cidade, Teles (2013) refere que “a falta de um posto de turismo, associado também à venda de artesanato e de produtos de informação turística regional (…) será muito provavelmente a lacuna mais notória ao visitante.” 62 Relativamente a esta questão e apesar de não existirem dados a nível das freguesias, o Concelho apresenta uma taxa de criminalidade idêntica (rácio entre a população residente e o número de crimes registados) à da Região (23,7%); No panorama regional, o Concelho apresenta a 5.ª taxa de criminalidade mais baixa, com maior incidência para crimes contra as pessoas, contra o património e contra a vida em sociedade (vide

capítulo II, subcapítulo Segurança e Proteção Civil).

Diagnóstico Social Participado | 2016

200

Em termos de infraestruturas e sobretudo na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, apesar de existirem escolas

em número suficiente e equipamentos relevantes, tais como o mercado municipal, o centro cívico, diversos serviços

e bons acessos rodoviários, os participantes consideram que faz falta reforçar os equipamentos, com um parque

infantil, um lar de idosos e um museu alusivo ao vinho. Nesta mesma freguesia, foi sugerido o investimento no

alojamento a baixos custos, como forma de fixar os profissionais e dinamizar a Economia local.

Concretamente, na área da Saúde, foram mencionados alguns constrangimentos, relacionados com a degradação das

atuais instalações do Centro de Saúde de Câmara de Lobos e com a restrição do horário de atendimento nas

urgências, bem como a escassez de recursos humanos.

Existe também a noção que há escassez de respostas sociais específicas destinadas à população sénior, por exemplo,

a nível de apoio domiciliário e cuidados continuados integrados.

Como potencialidades, foi mencionada a “boa vontade das instituições e dos técnicos” e o espírito dinâmico da

autarquia.

CAPÍTULO IV

Vulnerabilidades Sociais e Eixos Prioritários de Intervenção

Diagnóstico Social Participado | 2016

202

Introdução

Conforme referido no capítulo I, Câmara de Lobos ocupa o terceiro lugar na Região Autónoma da Madeira, em

termos de população residente, possuindo 35.666 habitantes, o que representa 13,6% do total da Região. No

panorama regional, o Concelho apresenta a segunda maior densidade populacional (684 habitantes/km2) e a maior

percentagem de população residente, com idade inferior aos 25 anos face ao total de população (36%), afirmando-

se como o Concelho mais jovem da Região.

O território engloba cinco freguesias, nomeadamente, duas freguesias urbanas, Câmara de Lobos (17.986 habitantes)

e Estreito de Câmara de Lobos (10.269 habitantes) e três freguesias rurais, Curral das Freiras (2.001 habitantes),

Jardim da Serra (3.311 habitantes) e Quinta Grande (2.099 habitantes).

Em termos geográficos, apresenta um contraste interno bastante acentuado, entre as freguesias urbanas e as

freguesias rurais. Estas apresentam uma marginalidade funcional forte, corroborando a importância e necessidade da

estruturação viária (acessibilidades) e de implementação de políticas estratégicas de desenvolvimento e dinamização

local, por exemplo, através do reforço das redes de transportes e da promoção e atração de funções e serviços que

contribuam para a fixação da população. Em termos médios, os residentes em Câmara de Lobos demoram mais

tempo a chegar ao local de trabalho ou estudo (21,5 minutos), comparativamente aos residentes de outros

concelhos, sendo esse tempo superior, nas freguesias do Curral das Freiras (30,17 minutos) e Jardim da Serra (27,30

minutos).

No caso particular da freguesia do Curral das Freiras, existe um fator duplamente fragmentador em relação ao

restante território. Por um lado, devido a condicionalismos físicos (separação física do restante Concelho, uma vez

que se localiza no interior de uma depressão morfológica); por outro, devido à escassez de infraestruturas que

colmatem a macrocefalia interna (por exemplo, a inexistência de um acesso interno direto para a sede de Concelho).

Esta freguesia também se encontra identificada pelo Serviço Municipal de Proteção Civil, como zona de maior

vulnerabilidade social, em caso de catástrofe, desastre natural ou tecnológico, situação agravada pela sua menor

capacidade de suporte, em termos de equipamentos e serviços.

Em termos demográficos, segundo os Censos, desde 2001, tem-se verificado uma tendência para a estagnação de

quantitativos populacionais. Contudo, o Concelho continua a apresentar uma das mais elevadas taxas de natalidade

da Região (terceira maior), uma das mais baixas taxas de mortalidade, a maior dimensão média das famílias clássicas

(3,4) e a maior proporção de núcleos familiares com filhos (78,1%). Nos últimos anos, ocorreu também um aumento

expressivo de famílias monoparentais (3,6%) e houve uma diminuição das famílias com cinco ou mais elementos,

refletindo-se na redução de alunos nas Escolas do 1.º ciclo e no encerramento de algumas escolas do ensino básico.

Salienta-se, ainda, que o índice de sustentabilidade potencial mais favorável do Concelho, no panorama regional (em

2014 existiam no Concelho 59 idosos por cada 100 jovens dos 0 aos 14 anos, enquanto na RAM era de 100 idosos

por cada 100 jovens nessa faixa etária), contrasta com o maior índice de envelhecimento da população, nas freguesias

rurais.

Diagnóstico Social Participado | 2016

203

Embora a proporção de famílias clássicas unipessoais de pessoas com 65 e mais anos de idade, no Concelho, se tenha

vindo a manter com níveis inferiores aos da Região, a situação diverge nas freguesias rurais. Em 2011, as freguesias

do Curral das Freiras e da Quinta Grande, apresentavam percentagens de famílias clássicas unipessoais de pessoas

com 65 e mais anos, superiores à da RAM (8,34%) e à do Concelho (5,58%), com 10,47% e 8,42%, respetivamente,

traduzindo um maior envelhecimento da população naquelas freguesias.

No que diz respeito à Educação, no concelho de Câmara de Lobos, à semelhança da RAM, a taxa de analfabetismo

tem vindo a diminuir, passando de uma taxa de 15,81%, em 2001, para 9,80%, em 2011, o que corresponde a uma

posição intermédia, a nível regional. Apesar disso, em 2011, continuava a apresentar uma taxa superior à da Região

(6,97%). Esta diminuição fez-se sentir em todas as freguesias, sendo mais expressiva na Quinta Grande, Jardim da

Serra e Câmara de Lobos. Em 2011, Curral das Freiras e Jardim da Serra eram as freguesias com taxas de

analfabetismo mais elevadas, com 20,23% e 14,15%, respetivamente. A freguesia de Câmara de Lobos era a que

apresentava a taxa mais reduzida, com 6,95%.

Relativamente à taxa de abandono escolar, entre 1991 e 2011, verificou-se uma redução acentuada no Concelho.

Em 2011, Câmara de Lobos apresentava uma taxa de abandono escolar de 1,92%, taxa inferior à da RAM, que era

de 2,42%. Em 2011, a freguesia do Curral das Freiras era a que apresentava o valor mais baixo (1,04%).

Não obstante esta evolução positiva, a população residente no Concelho mantém níveis de escolaridade baixos, com

predominância para o 1.º ciclo de escolaridade, sendo que apenas 5,7% da população possui o ensino superior. Os

níveis de escolarização no ensino secundário são inferiores aos dos níveis de ensino precedentes, evidenciando-se

taxas de retenção e desistência mais elevadas no 3.º ciclo.

Paralelamente, a análise do desemprego registado no Concelho, segundo o nível de instrução, confirma o deficit de

qualificações dos desempregados, observando-se que 65,9% dos desempregados inscritos possuíam, no máximo, o

2º ciclo do ensino básico, havendo que reforçar e diversificar a oferta de formação profissional, procurando ir ao

encontro da procura e necessidades do mercado. É nas freguesias de Câmara de Lobos e Estreito de Câmara de

Lobos (urbanas) que se verificam maiores percentagens de desempregados registados, com o ensino superior (4,7%

e 4,9% respetivamente).

A análise da situação das pessoas face ao emprego permite concluir que em 2011, o concelho de Câmara de Lobos

possuía 13.316 pessoas empregadas, menos 620 que em 2001. Esta população estava essencialmente empregada no

setor terciário, o qual empregava 9.463 habitantes, correspondendo a 71% da população empregada, com especial

incidência no setor terciário - área económica. A restante população empregada distribuía-se da seguinte forma: 24%

trabalhava no setor secundário e 5% no setor primário.

Apesar de nos últimos anos ter ocorrido um aumento progressivo da taxa de atividade, o Concelho depara-se com

uma elevada taxa de desemprego, fator que tem contribuído para o êxodo rural e para a emigração.

Na década de 2001-2011, ocorreu um aumento significativo nas taxas de desemprego, quer a nível da Região, quer

a nível do Concelho. O Concelho passou de uma taxa de 2,6% em 2001, para 18,1% em 2011, enquanto a RAM

passou de 4,6% para 14,6%. Nos anos de 1991 e 2011, o Concelho apresentou taxas superiores às da RAM, sendo

neste último ano, o segundo concelho com a maior taxa de desemprego da RAM (18,1%). Em 1991 e 2001, tanto a

nível da Região como do Concelho, o desemprego nas mulheres manifestou-se superior ao dos homens, situação

que se inverteu em 2011, devido à quebra no setor da construção civil.

Diagnóstico Social Participado | 2016

204

Em termos habitacionais, o concelho de Câmara de Lobos apresenta uma percentagem de habitação social acima da

média regional, com um total de 21 bairros sociais, 967 fogos e 3.936 inquilinos. Nos bairros de habitação social,

verifica-se também existir uma elevada percentagem de estudantes, desempregados e pensionistas.

Já no que diz respeito às condições de habitabilidade, verifica-se que, em 2011, os alojamentos clássicos sem pelo

menos uma infraestrutura (água canalizada, sistema de esgotos e instalação de banho ou duche) representavam

2,94%, no Concelho, percentagem ligeiramente mais elevada que a apurada na RAM (1,92%). Quanto à distribuição

por freguesias, salientam-se as freguesias rurais do Curral das Freiras (7,44%), Quinta Grande (5,02%) e Jardim da

Serra (4,61%), com percentagens mais elevadas.

No que se refere ao estado de conservação dos edifícios do Concelho, em 2011, 25% apresentava necessidades de

reparação. Curral das Freiras e Estreito de Câmara de Lobos correspondiam às freguesias com maior percentagem

de edifícios a necessitar de reparações, 42% e 32%, respetivamente. As freguesias do Jardim da Serra e do Curral

das Freiras apresentavam a maior percentagem de edifícios muito degradados.

Para colmatar os problemas relacionados com as fracas condições de habitabilidade, a Câmara Municipal e as Juntas

de Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos e do Curral das Freiras, implementaram, recentemente, programas

de apoio a estratos sociais desfavorecidos.

No que se refere à acessibilidade dos edifícios, em 2011, apenas 19,4% dos edifícios em Câmara de Lobos possuíam

entrada acessível a pessoas com mobilidade através de cadeira de rodas, destacando-se as freguesias do Curral das

Freiras e Câmara de Lobos, com as maiores percentagens (29,19% e 26,24% respetivamente) e a freguesia da Quinta

Grande, com a menor percentagem (1,82%).

Concretamente na área da proteção social, há a destacar o aumento gradual de pensionistas e a diminuição de

beneficiários de abono de família, nos últimos anos, neste último caso, devido a alterações legais que introduziram

novos critérios de acesso a esta prestação.

No período de 2011 a 2014, houve um ligeiro aumento do número de beneficiários de Complemento Solidário para

Idosos (CSI) no Concelho. Em 2014, os beneficiários por freguesia, distribuíam-se da seguinte forma: 113 em Câmara

de Lobos, 56 no Estreito de Câmara de Lobos, 34 no Curral das Freiras, 27 no Jardim da Serra e 16 na Quinta

Grande.

Quanto à medida de Rendimento Social de Inserção, em 2014, o Concelho posicionava-se em segunda posição na

RAM, em termos de número de beneficiários, com 1.070 beneficiários, entre os quais, 50% tinham idade inferior a

25 anos. Relativamente às freguesias, os beneficiários distribuíam-se da seguinte forma: 542 em Câmara de Lobos,

348 no Estreito de Câmara de Lobos, 86 no Curral das Freiras, 107 no Jardim da Serra e 78 na Quinta Grande.

No que respeita ao apoio domiciliário, o Concelho ocupa o segundo lugar na RAM, com 340 utentes a beneficiar

deste apoio. Em 2014, os beneficiários de apoio domiciliário distribuíam-se da seguinte forma, por freguesia: 132 em

Câmara de Lobos, 80 no Estreito de Câmara de Lobos, 73 no Curral das Freiras, 26 no Jardim da Serra e 24 na

Quinta Grande. Em 2014, a faixa etária em que existia maior número de utentes de apoio domiciliário era a dos 75

aos 84 anos (total de 149 utentes).

Por outro lado, na Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados, no período compreendido entre 2011 e o

1.º semestre de 2015, foram internados 79 utentes do Concelho, maioritariamente, das freguesias de Câmara de

Lobos (35), Estreito de Câmara de Lobos (24) e Curral das Freiras (13).

Diagnóstico Social Participado | 2016

205

Cruzando a informação demográfica com os dados relativos a respostas sociais, vocacionadas para este grupo etário,

conclui-se que as freguesias com maiores índices de envelhecimento (Curral das Freiras e Quinta Grande) são as

menos equipadas em lares, centros de dia, centros de convívio e centros comunitários. Ambas as freguesias

apresentam igualmente uma desvantagem devido à inexistência de atendimento de serviço social, na área da saúde

(Centro de Saúde).

Por fim, relativamente aos indicadores de segurança, salienta-se como ponto positivo, a tendência nos últimos anos,

para diminuição da taxa de criminalidade na RAM e a posição intermédia do Concelho (5.ª taxa mais baixa), em

termos de taxa de criminalidade. Contudo, persistem alguns sinais de alerta, nomeadamente, maiores percentagens

nos crimes de violência doméstica, crimes associados ao consumo de estupefacientes e crimes rodoviários, pelo que

a continuidade e reforço das ações de prevenção e de sensibilização, no âmbito do modelo integrado de policiamento

de proximidade são essenciais.

Nos pontos seguintes, faz-se uma análise integrada da informação quantitativa e qualitativa, no sentido da definição

dos eixos prioritários de intervenção social.

Diagnóstico Social Participado | 2016

206

1. Principais Vulnerabilidades Identificadas

O Diagnóstico Social Participado é por natureza um processo permanente e inacabado. Resultando de um processo

que se deseja amplamente participado, este tipo de diagnóstico constitui-se como um instrumento dinâmico que

permite uma compreensão da realidade social. Ao mesmo tempo, deve ser facilitador do desenvolvimento de

sinergias e de uma gestão concertada dos recursos/ potencialidades, para fazer face às necessidades/ problemas do

Concelho, criando, assim, as condições sociais e institucionais para o sucesso da intervenção, mediante a

corresponsabilização dos vários atores sociais.

Após uma caracterização do Concelho, bem como das suas dinâmicas e recursos, importa agora identificar as

principais vulnerabilidades do território que de acordo com os dados disponíveis, foi possível não só vislumbrar, mas

sustentar.

Em Câmara de Lobos, a partir da análise cruzada da informação recolhida e aqui sistematizada, nos capítulos

anteriores, é possível antever alguns fatores de maior vulnerabilidade, no Concelho, que afetam o bem-estar das

pessoas, colocando em risco a Coesão Social, nomeadamente:

a) O capital humano apresenta deficit de qualificações: os baixos níveis de educação e de qualificação

que se verificam no Concelho limitam o acesso das pessoas a empregos com melhores condições e

incapacitam a sua valorização e participação na sociedade. Destaca-se como elemento atenuador desta

vulnerabilidade, a proatividade da população e o forte dinamismo dos movimentos associativos.

b) Existe uma insuficiente cobertura de equipamentos e respostas sociais, associada a uma

macrocefalia urbana e centralização de respostas, sendo que as freguesias rurais revelam maiores

dificuldades de acesso a determinado tipo de respostas e serviços. Esta insuficiência na cobertura de

equipamentos e respostas sociais faz-se sentir, nomeadamente, nas seguintes áreas: i) População idosa,

associada a um elevado índice de envelhecimento nas freguesias rurais (Curral das Freiras, Jardim da Serra

e Quinta Grande) que apresentam uma menor capacidade de resposta; ii) Saúde, devido à desadequação de

equipamentos, no centro urbano; iii) Infância e Juventude, com uma insuficiência de respostas a diferentes

níveis (preventivas, ocupacionais, entre outras).

c) Elevada taxa de desemprego, com prevalência para o de longa duração: o Concelho apresenta uma das

taxas de desemprego mais elevadas da RAM, destacando-se o desemprego de longa duração. A este

fenómeno associa-se também uma Economia local estagnada e escasso investimento privado. Acresce ainda

uma insuficiente rentabilização das inúmeras potencialidades do Concelho, a nível de desenvolvimento

turístico.

d) Obstáculos à mobilidade da população: esta situação é condicionada sobretudo pela escassez e custo

dos transportes públicos, o que dificulta a mobilidade da população, e muitas vezes, a qualificação/inserção

profissional das pessoas, particularmente, das freguesias rurais.

Diagnóstico Social Participado | 2016

207

e) Presença de Grupos ou Comunidades Socialmente Vulneráveis:

O grupo das crianças e jovens que tem um grande peso no Concelho, apresenta algumas fragilidades, na

medida em que tem havido tendência para aumento das situações de risco, sendo que grande parte

destas situações estão associadas à exposição a comportamentos que afetam o bem-estar e

desenvolvimento da criança / jovem (toxicodependência, alcoolismo e violência doméstica) e à

negligência;

Existe um número significativo de população jovem em situação de privação material: verifica-se um

número considerável de jovens com menos de 25 anos registados como desempregados (em junho de

2015, representavam 15% do total de desempregados); assinala-se, também, o elevado número de jovens

a residir em bairros de habitação social e a beneficiar da medida Rendimento Social de Inserção, o que

faz transparecer maior dependência das medidas de política social;

Evidencia-se a presença de famílias mais numerosas e o aumento expressivo de famílias monoparentais:

a dimensão e o tipo de família, isto é, as famílias de maior dimensão e as famílias monoparentais tendem

a correr um maior risco porque têm menores rendimentos;

Existe um elevado grau de vulnerabilidade em caso de catástrofe ou risco natural, sobretudo, nas

freguesias de Câmara de Lobos e Curral das Freiras, com particular incidência para as zonas com menor

capacidade de suporte.

f) Pouca tradição de planeamento estratégico integrado, em sentido ascendente (do local para

o regional): apesar de esta metodologia ter sido largamente incrementada com o lançamento do

“Programa Intervenção Social Participada” e com o processo desencadeado para a elaboração do presente

Diagnóstico, é reconhecida a necessidade de consolidação do trabalho em parceria e de continuar a apostar

numa lógica de corresponsabilidade e de participação democrática, como motor de desenvolvimento social

do território.

Diagnóstico Social Participado | 2016

208

2. Eixos Prioritários de Intervenção Social

Concluído o processo de levantamento e análise de informação, importa agora refletir sobre a problematização dos

resultados obtidos, as principais forças e fraquezas identificadas e definir os eixos prioritários de intervenção social,

no Concelho. Procura-se fazer uma sistematização e análise integrada da informação quantitativa e qualitativa,

anteriormente produzida.

Tendo presentes as vulnerabilidades atrás identificadas, é possível proceder à identificação dos eixos prioritários de

intervenção social, seguindo-se uma descrição mais pormenorizada, das principais forças, sinais de alerta e pistas

para a ação, relacionados com cada um dos eixos mencionados (quadros EP1 a EP6):

Eixo 1 - Valorização do Capital Humano

Eixo 2 - Reforço dos Equipamentos e Respostas Sociais

Eixo 3 - Dinamização da Economia Local e Empreendedorismo

Eixo 4 - Reforço das Acessibilidades, Mobilidade e Transportes

Eixo 5 - Proteção das Comunidades e Grupos Socialmente Vulneráveis

Eixo 6 - Incremento da Corresponsabilidade, Cidadania e Participação

Estes eixos constituem fundamento para o Plano de Ação para a Coesão Social, territorial, que deverá ser elaborado

de forma integrada e sustentada, no sentido de colmatar os principais obstáculos ao bem-estar de todos(as),

identificados no Concelho.

Diagnóstico Social Participado | 2016

209

Quadro EP1 - Eixo 1 - Valorização do Capital Humano

Eixo 1 - Valorização do Capital Humano Linhas de força Sinais de alerta Pistas para ação

Índice de sustentabilidade potencial

favorável - Concelho mais jovem da

RAM e elevada natalidade;

Aumento da esperança média de vida;

As pessoas: caraterísticas como a

criatividade, artísticas, musicais,

desportivas;

Dinamismo da população sénior;

Cultura e tradições;

A valorização do papel da família e a

religiosidade (valores);

Rede escolar suficiente;

Taxa de abandono inferior à média

regional;

Existência de oferta formativa

(Cursos profissionais, Ensino

Recorrente, Educação e Formação de

Adultos);

Elevada procura de formação

profissional por parte dos alunos, sobretudo, cursos ligados à hotelaria,

restauração, cabeleireiro e mecânica.

Tendência para estagnação da

população;

Maiores índices de envelhecimento e

de dependência de idosos nas

freguesias rurais;

Aumento expressivo das famílias

monoparentais;

Saídas migratórias elevadas (êxodo

rural);

População ativa desmotivada devido

aos cortes;

Escassez de recursos humanos e

financeiros;

Baixos níveis de escolaridade

(sobretudo a nível do 3.º ciclo,

secundário e ensino superior);

Taxas de analfabetismo mais elevadas

nas freguesias rurais;

Diminuição de alunos no 1.º ciclo;

Taxas de retenção e desistência mais elevadas no 3.º ciclo;

Desvalorização do papel da Escola por

parte de algumas famílias;

Presença de famílias com fracas

competências parentais;

Carências alimentares detetadas em

alguns alunos;

Promoção de cursos profissionais

com componentes tecnológicas

implicam custos elevados para as

Escolas;

Menor número de raparigas inscritas

nos cursos de formação profissional;

Fracas competências linguísticas da

população jovem;

Alunos (jovens e adultos) com

carências socioeconómicas que não

podem beneficiar de ASE;

Oferta formativa local que nem

sempre coincide com a procura;

Escassez de formação certificada para

jovens, no Concelho;

Pouca diversificação da oferta

formativa;

Funcionamento de cursos EFA apenas

em regime noturno;

Pouca frequência dos cursos

oferecidos pelo IQ, IP-RAM por parte

dos jovens do Concelho.

Reforçar os apoios sociais às famílias

monoparentais;

Reforçar os apoios à população idosa,

sobretudo nas freguesias rurais;

Reforçar as políticas educativas e do

apoio às famílias mais desfavorecidas

no sentido de incrementar a

escolaridade sobretudo dos mais

jovens;

Reforçar os recursos humanos nas

escolas para apoio na orientação

vocacional e para prevenção do

insucesso, abandono escolar e

comportamentos de risco

(mediadores);

Promover a formação parental (cursos

de competências pessoais e sociais);

Incrementar e diversificar a formação

para profissionais;

Reintroduzir a disciplina de Educação Cívica nas Escolas;

Reavaliar os apoios a nível de ASE de

forma a favorecerem quem realmente

precisa;

Valorizar o sucesso escolar a nível do

ensino Recorrente e EFA;

Promover parcerias entre as Escolas e

outras entidades externas no sentido

da promoção de formação profissional

mais diversificada;

Reforçar a oferta de formação

profissional na área das Línguas e em

áreas com maior procura;

Reavaliar os apoios no âmbito da ASE

para alunos abrangidos pela

escolaridade obrigatória ou

desempregados;

Promover cursos EFA em regime

diurno.

Fonte: Elaboração própria

Diagnóstico Social Participado | 2016

210

Quadro EP2 - Eixo 2 - Reforço dos Equipamentos e Respostas Sociais

Eixo 2 - Reforço dos Equipamentos e Respostas Sociais Linhas de força Sinais de alerta Pistas para ação Obras públicas projetadas pelo

Governo Regional e Autarquia;

Resposta em termos de habitação

social superior à média regional;

Tipologias de habitação social adequadas às necessidades familiares

(T2, T3 e T4), tendo em conta ainda

que o Concelho é o que tem a maior

dimensão média de famílias clássicas;

Elevada proporção de alojamentos

familiares clássicos vagos, nas

freguesias rurais, podendo ser

melhor aproveitados para colmatar a

carência de habitação social;

Programas de apoio à

autoconstrução (PRID e PAESD);

Programas de apoio ao

arrendamento privado (Porta 65,

Apoio para Desempregados);

Descentralização e proximidade de

algumas respostas sociais (centro de

dia, centro de convívio e apoio

domiciliário);

Existência de projetos no terreno

que combatem o sedentarismo e

promovem o convívio inter

geracional;

Associativismo dinâmico;

As Pessoas: cultura, tradições e

dinamismo da população sénior;

As Instituições e os Técnicos;

Redes informais de apoio (igreja,

vizinhança);

Proximidade das unidades

hospitalares e restantes

equipamentos de saúde;

Descentralização e proximidade dos

centros de saúde;

Reforço de pessoal especializado,

nomeadamente, Médicos e

Psicólogos, nos Centros de Saúde;

Existência de projetos comunitários

na área da Saúde.

Escassez de determinado tipo de

infraestruturas, nomeadamente: lar de

idosos, museu do vinho, parques infantis

e pavilhão gimnodesportivo;

Maior percentagem de edifícios muito

degradados nas freguesias rurais;

Maior percentagem de alojamentos

familiares sem pelo menos uma

infraestrutura básica, nas freguesias

rurais;

Bairros sociais habitados, na sua

maioria, por estudantes,

desempregados ou pensionistas;

Existência de bolsas de pobreza nos

bairros sociais;

Endividamento das famílias (aumento de

insolvências);

Escassez de alojamento a custos

acessíveis; Escassez de respostas sociais, para os

idosos, sobretudo nas freguesias rurais;

Escassez de financiamento para

reparação/manutenção dos fogos de

habitação social;

Vulnerabilidade da classe média;

Elevado número de crianças e jovens a

beneficiar de RSI (50% com idades até

aos 24 anos);

Menos respostas sociais para idosos,

nas freguesias com maior índice de

envelhecimento (Curral das Freiras e

Quinta Grande);

Número significativo de pessoas a

beneficiar de apoio domiciliário (2.º

maior Concelho da RAM);

Necessidade de requalificação das

instalações do Centro de Saúde de

Câmara de Lobos;

Consultas de Psicologia com maior

procura;

Inexistência de Serviço Social na área da

Saúde, nas freguesias do Curral das

Freiras e Quinta Grande;

Aumento do n.º de ações de avaliação

de condições de habitabilidade.

Reforçar os apoios para a

recuperação de imóveis degradados,

a eliminação de barreiras

arquitetónicas

Reforçar os apoios a nível dos

edifícios e saneamento básico nas

freguesias rurais

Promover projetos de reabilitação e

manutenção de fogos de habitação

social

Reforçar os projetos de inserção

social nos bairros sociais

Reforçar os apoios no âmbito do

arrendamento às famílias em situação

de desemprego

Reforçar os apoios sociais de

emergência (apoio alimentar,

medicamentos, transportes,

habitação, etc.) Criar bolsas de estudo para jovens;

Reforçar as respostas sociais para a

população idosa nas freguesias rurais,

rentabilizando equipamentos e

espaços devolutos ou de fraca

utilização;

Reforçar os meios a nível de

transporte para o apoio domiciliário

Criar projetos de proximidade

destinados à população idosa

(recenseamento de idosos em

situação de maior vulnerabilidade

social);

Operacionalizar as novas instalações

do Centro de Saúde;

Reforçar os recursos humanos e

materiais dos Centros de Saúde;

Promover ações de sensibilização na

área de educação ambiental;

Reforçar os programas de prevenção

e combate à toxicodependência e

alcoolismo;

Promover ações de sensibilização na

área dos hábitos de vida saudável e

comportamentos de risco.

Fonte: Elaboração própria

Diagnóstico Social Participado | 2016

211

Quadro EP3 - Eixo 3 - Dinamização da Economia Local e Empreendedorismo

Eixo 3 - Dinamização da Economia Local e Empreendedorismo Linhas de força Sinais de alerta Pistas para ação Recursos naturais e paisagens;

Pontos de atração turística;

Agricultura;

Gastronomia;

Tradições e costumes;

Turismo;

Associativismo dinâmico;

Clima;

Mar;

Património cultural;

Economia familiar;

Melhores níveis de escolaridade dos

desempregados e melhor dinâmica

de colocações, nas freguesias de

Câmara de Lobos e do Estreito de

Câmara de Lobos;

Localização de Polos de Emprego

nestas freguesias;

Emigração como alternativa à

escassez de ofertas de emprego;

Recursos internos que potenciam o

turismo e atividades económicas

(investimento);

Caraterísticas intrínsecas das pessoas

(criatividade, apetência pelas artes,

capacidades de comunicação,

proatividade);

Festas e eventos culturais,

recreativos e educativos.

Economia local estagnada e pouco dinamizada;

Escassez de investimento privado;

Elevada carga fiscal;

Fraca informação de projeção

turística sobre as freguesias;

Elevada taxa de desemprego de longa

duração;

Desemprego jovem;

Baixos níveis de escolaridade da

população ativa;

Deficit de qualificações dos

desempregados;

Escassez de horários e elevado custo

dos transportes públicos, sobretudo

para as freguesias rurais;

Desadequação entre a formação

profissional oferecida e as

necessidades do mercado;

Emigração e êxodo rural.

Promover maior formação para adultos em horário diurno;

Promover formação profissional

adaptada às necessidades do mercado;

Descentralizar os polos de emprego às

freguesias rurais;

Promover formação na área das

competências pessoais e sociais;

Implementar um passe social apoiado

para desempregados;

Promover e valorizar o mérito social e

as boas práticas (coletivas ou

individuais);

Promover incentivos à dinamização da

Economia Local e empreendedorismo;

Apostar no turismo de montanha/

rural/ saúde.

Fonte: Elaboração própria

Quadro EP4 - Eixo 4 - Reforço das Acessibilidades, Mobilidade e Transportes

Eixo 4 - Reforço das Acessibilidades, Mobilidade e Transportes Linhas de força Sinais de alerta Pistas para ação

Localização geográfica do Concelho;

Bons acessos rodoviários;

Obras públicas projetadas (via

expresso);

Diversidade e proximidade de

serviços e infraestruturas;

Apoios a particulares e obras de

proximidade das Juntas de Freguesia e

da Câmara Municipal; Transportes adaptados para pessoas

com mobilidade reduzida, por parte

da autarquia e das instituições (CAO).

Obstáculos à mobilidade, sobretudo

nas freguesias rurais: escassez e

elevados custos dos transportes

públicos e falta de acessos;

Concelho com maior percentagem de

edifícios sem entrada acessível a

pessoas com mobilidade reduzida;

Barreiras arquitetónicas (veredas,

escadarias, etc.); Maiores dificuldades de mobilidade e

isolamento da população idosa;

Escassez de transporte adaptado a

pessoas portadoras de deficiência.

Reforçar os horários dos transportes

públicos;

Implementar descontos nos títulos de

transportes para desempregados e

pessoas com baixos recursos

económicos;

Melhorar as acessibilidades para as

freguesias rurais;

Reforçar os meios de transporte acessíveis para a população com

mobilidade reduzida;

Reforçar os apoios para a eliminação

de barreiras arquitetónicas;

Construir novas acessibilidades.

Fonte: Elaboração própria

Diagnóstico Social Participado | 2016

212

Quadro EP5 - Eixo 5 - Proteção das Comunidades e Grupos socialmente mais vulneráveis

Eixo 5 - Proteção das Comunidades e Grupos Socialmente mais Vulneráveis Linhas de força Sinais de alerta Pistas para ação

Respostas locais que contribuem para a prevenção de risco: Equipa de Rua,

projeto Esc@Up, Campos de Férias,

OTL´s, projeto Prevenir Educando e

outros;

Dinamismo associativo: Associações

Culturais, Desportivas e Recreativas;

Comunidade atenta (escolas,

instituições, familiares e anónimos);

Ações de formação parental;

Escola Segura;

Taxa de criminalidade intermédia a

nível regional;

Comissão de Proteção de Crianças e

Jovens em Risco;

Representação do Município na Rede

Regional de Parceiros Contra a

Violência Doméstica;

Ações de sensibilização promovidas

pela PSP;

Constituição da Comissão Municipal

de Proteção Civil e elaboração do

Plano Municipal de Proteção Civil.

Aumento de sinalizações de crianças em risco, nos últimos cinco anos;

Existência de famílias com fracas

competências parentais;

Existência de crianças a cargo de

outros familiares, e por vezes, mais

desprotegidas, devido à emigração;

Escassez de respostas ocupacionais

para a infância e juventude;

Taxas de criminalidade elevadas nos

crimes contra as pessoas e nos crimes

contra o património, destacando-se a

violência doméstica e os

furtos/roubos associados ao consumo

de drogas;

Bullying;

Indicadores relevam maiores

problemas de saúde mental das

pessoas;

Elevado desemprego de longa

duração;

Desemprego jovem;

Elevada percentagem de crianças e

jovens em situação de maior privação

material;

Tendência para aumento dos crimes

contra a vida em sociedade, tais

como, condução sob o efeito de

álcool e condução sem habilitação

legal;

Escassez de policiamento no Estreito

C.ª Lobos;

Maior vulnerabilidade, em caso de

catástrofe natural ou risco

tecnológico, nas freguesias de Câmara

de Lobos e do Curral das Freiras.

Reforçar os recursos humanos na Comissão de Proteção de Crianças e

Jovens e nas Escolas (Psicólogos,

Assistentes Sociais, Educadores

Sociais);

Introduzir a figura de mediador Escola-

Família nas escolas;

Reforçar e descentralizar os projetos

ocupacionais para a infância e

juventude;

Promover formação parental;

Promover medidas de prevenção e

combate à violência doméstica;

Reforçar as medidas de combate ao

desemprego de longa duração e

desemprego jovem;

Reforçar as ações de sensibilização e

campanhas de prevenção e combate às

dependências e comportamentos de

risco;

Reforçar o policiamento de

proximidade;

Identificar as famílias mais vulneráveis

às catástrofes ambientais ou risco

tecnológico e definir um plano local de

intervenção, em caso de emergência

social.

Fonte: Elaboração própria

Diagnóstico Social Participado | 2016

213

Quadro EP6 - Eixo 6 - Incremento da Corresponsabilidade, Cidadania e Participação

Eixo 6 - Incremento da Corresponsabilidade, Cidadania e Participação Linhas de força Sinais de alerta Pistas para ação

Presença de dinamismo associativo, nas Associações Culturais,

Desportivas e Recreativas;

Perceção de dinamismo por parte da

Autarquia;

Caraterísticas individuais e culturais

da população;

Sentido de proatividade dos

cidadãos, demonstrada pela

componente de bem-estar

privilegiada nas oficinas de

participação - Atitudes e Iniciativas;

Implementação do Programa

Intervenção Social Participada é vista

como potencialidade;

Existência prévia de experiências de

trabalho em rede, a nível da CPCJ,

NLI e RRCVD;

Perceção de dinamismo das

Instituições e “boa vontade dos

Técnicos”.

Perceção por parte dos parceiros de que existe:

Fracas sinergias interinstitucionais;

Pouca abertura das instituições à

inovação e à criatividade;

• Problemas de comunicação e pouco

trabalho em parceria;

• Insuficiente ou inexistência de articulação institucional;

• Necessidade de descentralização das respostas;

• Fraca participação cívica;

• Imagem estereotipada sobre o

Concelho;

• Discriminação ou sentimento por parte de alguns cidadãos que existe

desvalorização da sua situação por

parte dos serviços públicos.

• Promover a corresponsabilidade;

• Manter articulação entre a dimensão económica e social;

Promover o trabalho em rede ou em

parceria, tendo em vista a

rentabilização de recursos e

otimização de respostas;

Promover a melhoria da comunicação

e articulação;

Apostar na descentralização das

respostas;

Promover uma intervenção

concertada;

Escutar a população enquanto agente

na solução dos seus próprios

problemas;

Reforçar a formação para os agentes

sociais;

Criar espaços de diálogo, debate e

reflexão conjunta;

Criar equipas multidisciplinares e

intersectoriais.

Fonte: Elaboração própria

Diagnóstico Social Participado | 2016

214

Nota conclusiva

O Diagnóstico Social Participado de Câmara de Lobos cumpre com um dos objetivos do Programa “Intervenção

Social Participada”, lançado pelo Município, em 2015, prestando assim um contributo para a identificação das

principais potencialidades e vulnerabilidades locais e das comunidades ou grupos socialmente mais vulneráveis, de

modo a valorizar a dimensão social, no planeamento estratégico e na definição das futuras políticas sociais territoriais,

em articulação com as dimensões política, económica, cultural, ambiental e de ordenamento do território.

O Programa Intervenção Social Participada possibilitou a participação dos parceiros sociais e dos cidadãos, no

processo de elaboração do presente documento estratégico, procurando conhecer a realidade para intervir melhor.

O município de Câmara de Lobos, através deste programa piloto na Região Autónoma da Madeira, desafiou os

atores locais para a criação de uma Plataforma de Parceiros Sociais concelhia que viabilizasse um Diagnóstico Social

Participado. Desafio aceite, foi o primeiro território, no âmbito da RAM, a aderir à Together, Rede Internacional de

Territórios de Corresponsabilidade e a aplicar a metodologia SPIRAL – Societal Progress Indicatores for the Responsibility

of All, através da realização de oficinas de participação, junto dos cidadãos, em torno da questão do bem-estar.

Assim, mais do que uma intervenção social setorializada, no âmbito da qual os “públicos-alvo” são meros

consumidores dos dispositivos sociais e intervenções socioeducativas de caráter mais assistencialista ou caritativa,

preconiza-se em Câmara de Lobos, a conceção de políticas sociais e programas integrados que englobem a totalidade

das PESSOAS, no seu contexto de vida quotidiana e não somente as mais desfavorecidas ou em risco, possibilitando

combinar diferentes setores, recursos, aproximações e métodos, numa lógica de complementaridade e ter presente

uma efetiva e concreta participação comunitária. Aspira-se fomentar na comunidade uma capacidade reflexiva e

conceber o social como indissociável do ambiente cultural, ecológico, económico, político e espiritual em que tem

lugar.

Com base nestes pressupostos, o desenvolvimento social em Câmara de Lobos deixa antever uma mudança

prometedora, simultaneamente, estruturante e estruturadora de novas formas de ser, saber e fazer. Anuncia relações

sociais de outra natureza, apela à mudança das práticas profissionais e organizacionais, mobiliza novas competências

e reclama ferramentas e saberes específicos do domínio do fazer.

Trata-se de passar da lógica de gestão sectorial a uma lógica de intervenção estratégica, numa dinâmica integrada e

participativa, de corresponsabilidade. Em suma, envolve passar do restrito tratamento dos problemas, à Coesão

Social e ao desenvolvimento integrado do Concelho, tendo presente que “um território capaz de tirar partido da

sua singularidade é um território mais coeso, ou seja, com maior capacidade de se antecipar e adaptar às tendências

evolutivas” (IESE, 2015).

Diagnóstico Social Participado | 2016

215

Bibliografia

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Economia e Gestão, Lisboa.

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Viana do Castelo.

Direção Regional de Juventude e Desporto (2013). Juventude na Região Autónoma da Madeira: Tempos Livres e

Educação Não Formal.

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Instituto da Segurança Social, IP (2004). Plano de Desenvolvimento Social. Núcleo da Rede Social, DIC –

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Passos, É. (2007). Câmara de Lobos: do ilhéu à montanha. Câmara de Lobos: Câmara Municipal de Câmara de Lobos.

Porto Solidário - Diagnóstico Social do Porto (s/d). Faculdade de Psicologia e de Educação - Universidade

Católica Portuguesa. Centro Regional do Porto – Pólo da Foz.

Diagnóstico Social Participado | 2016

216

Santos, Pedro P. Tavares, Alexandre O. e Mendes, José M. (2015). Avaliação da Vulnerabilidade Social no concelho

de Câmara de Lobos – Métodos e Resultados (versão preliminar). CES/OSIRIS, Universidade de Coimbra.

Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos Sociais, ISSM, IP-RAM, II Plano Contra a Violência Doméstica

2015-2019.

Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos Sociais, IEM, IP-RAM, II Plano Regional de Emprego 2012-2020.

SESARAM, EPE. (2015), Relatório de Atividades do Agrupamento dos Centros de Saúde da RAM.

Silva, M. P. (s.d.). Câmara de Lobos, suas gentes, história e cultura. Obtido em 7 de agosto de 2015, de

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Teles, M. P. B. (2013). Câmara de Lobos: estudo das potencialidades de desenvolvimento e promoção turística do Concelho.

Dissertação de Mestrado em Gestão do Território. FCSH, Universidade Nova de Lisboa.

Wall, K. e Lobo, Cristina (1999). Famílias Monoparentais em Portugal, Análise Social, vol. XXXIV (150), pg. 123-

145.

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ANEXOS

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Anexo I - Iniciativa “Agenda 21 Local: Realizar o Futuro: Um Passo para a

Corresponsabilidade”

5 de março de 2015

Lista de Participantes nas Oficinas de Participação e Workshop Participativo

Concelho de Câmara de Lobos

Associação Cultural e Recreativa do Estreito de Câmara de Lobos

Associação de Desenvolvimento Comunitário “Câmara de Lobos Viva” - ADC

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos

Casa do Povo de Câmara de Lobos

Casa do Povo Curral das Freiras

Casa do Povo do Estreito de Câmara de Lobos

Casa do Povo do Jardim Serra

Casa do Povo Quinta Grande

Centro de Apoio Psicopedagógico de Câmara de Lobos

Centro de Atividades Ocupacionais de Câmara de Lobos (CAO)

Centro de Saúde de Câmara de Lobos

Centro Social e Paroquial do Carmo

Centro Social e Paroquial de Santa Cecília

Clube de Emprego do Estreito

Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Câmara de Lobos (CPCJ)

Delegação Escolar de Câmara de Lobos

Escola Básica do 2º e 3º Ciclos do Estreito Câmara de Lobos

Escola Básica do 2º e 3º Ciclos da Torre

Fundação D. Jacinta Ornelas Pereira

Junta de Freguesia de Câmara de Lobos

Junta de Freguesia do Curral das Freiras

Junta Freguesia da Quinta Grande

Polícia de Segurança Pública de Câmara de Lobos

Unidade Operativa de Saúde Pública de Câmara de Lobos

Entidades Regionais

Associação de Desenvolvimento da Costa Norte da Madeira (ADENORMA)

Direção Regional de Educação

Instituto de Emprego da Madeira, IEM-IP RAM

Instituto de Segurança Social da Madeira, IP - RAM

Investimentos Habitacionais da Madeira, EPE RAM

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Resultados ‘Mesas de Café'

Fonte: Elaboração própria

Mesa de Café 1: Intervenção Territorial Participada e Integrada

Que problemas ou áreas problemáticas?

• Baixas habilitações: Insuficiência de formação qualificante; Falta de competências linguísticas (população jovem); Economia localestagnada; Escassez de transportes (freguesias isoladas); Dificuldade de mobilidade; Barreiras arquitetónicas (veredas, escadariasetc.); Acessibilidades; Imagem que os outros têm (estereotipada); Transporte de pessoas com deficiência; Emprego (transversal)– desadequação entre as habilitações e as necessidades do mercado; Desvalorização da necessidade de estudar; Desemprego;Alunos com fome; Pobreza envergonhada; Bairros sociais (Torre, Ribeiro Real e Encosta dos Socorridos): existem alunos comescalão 1 que não fazem uso do benefício do lanche e outros alunos que não tem escalão e não têm acesso ao lanche; HabitaçãoSocial: Falta financiamento para reparação/manutenção das casas; Dificuldade em gerir a relação com os filhos – Falta deformação parental; Classe média mais empobrecida, com menos poder económico e o efeito que isso tem nos filhos; Falta dehabitação a custos acessíveis; Emigração: Menores a cargo dos familiares – Causa desestabilização emocional; Famíliasmonoparentais; Crise de valores; Fracas competências sociais e pessoais/valores/gestão doméstica; Desemprego/crise naconstrução civil; Falta de formação certificada dos jovens; Falta de interesse e valorização da formação; Falta de Educação Cívicae ambiental; Alunos como destinatários da ação - adultos necessitam de formação para adequar a linguagem aos diferentesdestinatários; Endividamento das famílias; Falta de recursos/financiamento por parte da autarquia/juntas de freguesia; Criançascomo objeto de conhecimento e não como sujeitos de conhecimento; Falta de participação cívica – direitos e deveres (Educaçãocívica); Abandono escolar; Isolamento dos idosos/falta de respostas; Comportamentos aditivos (bairros sociais); Violênciadoméstica; Agressividade Juvenil; Descredibilização dos serviços/técnicos; Falta de comunicação e pouco trabalho emparceria; Tráfico e prostituição; Alcoolismo; Descriminação (sentimento por parte de alguns cidadãos) – desvalorização da suasituação (atendimento dos serviços públicos); Subsídio dependência; Nós técnicos - postura institucional; Abuso sexual; Solidão(idosos); Educação (Orientação vocacional); Mudança de mentalidade (falta de confiança, dependência, autoestima, falta desentimento de luta, sentido/objetivos/projetos de vida); Depressão – transversal/resposta insuficiente/não há articulação;Dependência: comportamentos aditivos, isolamento, novas tecnologias; Acessibilidade - freguesias mais distantes; População ativadesmotivada; Crianças chegam à escola com fome; Necessidade de descentralização das respostas.

O que queremos ao invés disto?

• Crescimento Económico; Chuva de dinheiro; Recursos humanos e profissionais; Parcerias; Chuva de solidariedade; Natalidade;Respeito; Jovens com objetivos de futuro; Promover a corresponsabilidade; Manter articulação entre a dimensãoeconómica e social; Igualdade de oportunidades; Ver uma sociedade satisfeita/feliz; Intervenção concertada; Menosindividualismo, mais pro-atividade; Melhor rede de transportes; Mais emprego; Valorizar as potencialidades do território;Politicas sociais que respeitem a pessoa como um todo; Mais cidadania; Trabalho em equipa no local de trabalho, emcomunidade; Políticas de Emprego / Emprego; Valorizar a felicidade.

O que pode ser feito?

• Oportunidades para participação cívica; Escutar o cliente e compreendê-lo, encaminhando-o e orientando; Trabalho emparceria; Descentralização das respostas; Desburocratizar ou facilitar alguns serviços, face à pouca formação dos cidadãos;Rentabilizar os recursos; Descentralizar as respostas; Melhorar a distribuição dos recursos, informação e conhecimentos;Marketing do Concelho; Olhar e Agir com o Coração; Formação adequada às necessidades; Escutar as pessoas para que sejamas soluções para os seus problemas; Alteração de estratégias a nível educacional; Melhorar a comunicação entre todos; Redede transportes alternativa compatível com os horários das pessoas.

O que podemos fazer em conjunto?

• Mais formação nesta linha para todos nós; Escutar; Corresponsabilizamos; Parcerias; Disponibilizar os nossos recursos econhecimentos, rentabilizar; Apostar mais na Educação; Empreendedorismo; Mais ações na área do social; Mais articulaçãonas instituições para não duplicar apoios; Trabalho em rede; Construir em conjunto soluções criativas e inovadoras;Parcerias públicas/privadas; Trabalhar em parceria/em rede; Diagnóstico social do concelho participado;Articulação integrada; Trabalhar em conjunto as potencialidades das pessoas; Orientação participativa para o emprego;Refletir em conjunto – regularmente; Estar disponível para o diálogo/mudança; Mais oficinas de participação.

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220

• Mesa de Café 2: Conhecer para melhor intervir em conjunto

Que contributos posso dar?

• Levantamento de dados em parceria; Utilização do espaço escola e dos seus recursos nacriação de uma base de dados; Recorrer às experiências implementadas em outros concelhos;Existência de uma articulação concentrada e complementar entre todas as entidadesexistentes no concelho; Cada instituição sente que tem um contributo a dar; Deve ser promovidauma abertura à divulgação de informação entre as instituições; Ainda existe um poucoestigma/barreira à divulgação de informação; Disponibilidade por parte das instituições/técnicospara agir; Individualmente dar o seu contributo, porém, por vezes limitada pela hierarquia.

Quais são as fontes de informação

concelho/freguesia?

• Escolas; Segurança Social; Centro de Saúde; Associações; Instituições e serviços; Casas do Povo;Comissão de Proteção de Crianças e Jovens; População; Relatórios; Divulgação de dados semlimitações (ex: resultados de teses de Mestrado); Cada instituição é uma fonte deinformação, deveria existir mais abertura; Cada instituição não é uma Ilha.

Que informação temos?

• De forma generalizada o sentimento é de que a informação existe individualmente em cadainstituição, mas a partilha da mesma pode ser melhorada; Não existe “um centro departilha de informação”, onde todas as instituições tenham acesso à informação, ao mesmonível sobre as mais diversas problemáticas; É efetuado um levantamento dos dados semtratamento funcional/prático; Segurança Social dispõe de informação; O Núcleo local teminformação, mas faltam incentivos/oportunidades, uma missão e uma visão a médio e longoprazo (um compromisso e não apenas na vertente política); Os diagnósticos já existem massente-se a necessidade de partilha entre as instituições (por exemplo: que tipo de respostas sãodadas – a informação existe, cada instituição trabalha com os seus parceiros); Por vezes, dentroda própria instituição não existe divulgação de informação; O conhecimento que existe muitasvezes é o conhecimento prático do dia-a-dia; Partilha aos agentes ativos do concelho.

Que informação precisamos e não

temos -problemáticas?

• Famílias Monoparentais; Todos os “tipos” de família; Integração dos diagnósticos em termosde complementaridade; A atuação é no imediato, onde não conhecemos a causa do problema; Háconhecimento sobre onde obter informação, mas muitas vezes, não há conhecimento dosprocedimentos; Estudo aprofundado sobre as reais necessidades da população (exemplo:alimentação, nas escolas, exclusão social); Educação – Por vezes para poderem atuar a jusante,porque não partilhar dados mais concretos (sobre o abandono escolar, carências a nívelfamiliar, miúdos que não dormem); As pessoas mais próximas sabem mas, existirá uma partilhade conhecimento? Por vezes, conhece-se os problemas, mas o tempo de atuação é longo – nãoé aceitável; Faltará um trabalho em conjunto/parcerias entre instituições.

Fonte: Elaboração própria

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Fonte: Elaboração própria

Mesa de Café 3: Definir o bem-estar com todos - participação

Freguesias

• Jardim da Serra;

• Estreito Câmara de Lobos;

• Quinta Grande;

• Câmara de Lobos;

• Curral das Freiras.

Cidadãos (Quem escutar já?)

• Idosos; Crianças eJovens(orientação/formaçãoprofissional - família);Adultos (populaçãoativa);Desempregados;Representantes daComunidade(facilitadores decomunicação);Pais/educadores;Pessoas portadoras dedeficiência;Agricultores/pescadores (economiasustentável); Pessoasem risco social;Introspeção (a nósmesmos; “ouvir osnão ouvidos”.

Profissionais Dirigentes

• Forças vivas dasfreguesias; Técnicos;Sindicatosprofissionais; Tecidoempresarial; IPSS;Escolas/Professores;Religião/Paróquias;Associações Diversas;Centros de Saúde(que trabalham com acomunidade).

Quem nos pode Ajudar?

• Todos; Decisores;Comunicação Social;Visitantes;Profissionais/técnicosespecializados(Felicidade, coaching,flow, fluidez,harmonia,espiritualidade,equilíbrio,homeostasia); AgentesEconómicos; Eu (atorparticipativo nasolução dos meusproblemas) eresponsável nacomunidade.

Mobilizar

• Ouvir / saber ouvir;rentabilizar recursos;envolver todos(parceiros e cidadãos);Maior informação;Encontros formais einformais com osparceiros; Motivar (dar aconhecer o plano de açãoconcelhio); Fomentar osespaços de liberdade;Criação de espaços dediálogo/debate/reflexão; “AssembleiasPopulares”;Monitorização; Saberouvir/respeitar adignidade e a condição dapessoa;Sustentabilidade dassoluções encontradas.

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Fonte: Elaboração própria

Mesa de Café 4: Em 2020 as pessoas de Câmara de Lobos são mais Felizes

• Otimização dos meios e recursos, através de uma rede concertada; Tomada deconsciência e valorização da pessoa; Economia coletiva, com prossuposto do ganho mútuo;Definição das prioridades na educação; Debates; Organizar a população na participação destesdebates; Superar objetivos; Viver em equilíbrio; Fazer o que gostam; Sistema de educaçãodiferente; A população ter capacidade de decisão; Ensino personalizado; Conhecer e divulgaras novas experiências; As artes contribuírem para a Felicidade; Partilha de conhecimento.

O que está acontecer?

• Parcerias; Trabalham em rede, colaborando entre elas; Órgãos gestores não podem sertecnocráticos, têm de ouvir a população; Comunicação entre parceiros; Criação deprojetos em comum; Educação da população; Educar os parceiros que trabalham emequipa; Programas específicos às necessidades, mas com vista à integração; Responsabilidadesocial; Equipas de intervenção; Equipas multidisciplinares; Organização no trabalho;Planeamento das ações a desenvolver; Saber trabalhar em equipa; Flexibilidade; Ouvirtodos os grupos etários (crianças, jovens…); Treino de competências (pessoais, sociais eprofissionais); União; Coesão; Sem Juízos de Valor; Aproveitamento das potencialidadesexistentes no concelho (na área das artes/criatividade).

Como funcionam as instituições?

• Felicidade coletiva (partilhada); Voluntariado; Valorizar as relações; É aquilo que eu faço queavalia aquilo que eu sou; Valorizar mais o ser que o ter; Relações interpessoais; Boavizinhança; Igualdade; Descentralização dos serviços; Satisfação das necessidades básicas(educação, alimentação); Jovens Motivados.

Como são as relações entre as pessoas?

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Fonte: Elaboração própria

Mesa de Café 5 - A Mudança começa em Mim

SER

• Ser melhor para o Planeta; Ser Humana (Humanismo); Ser mais ativa, cooperante e ouvinte; Ser cidadãoativo, positivo e participativo; Ser criança para ser feliz para ser simples e amar todas as coisas; Ajudar osoutros; Eu própria tomar iniciativa e assumir uma atitude corajosa; Dar mais de mim a quem precisa de ajuda;Ser uma pessoa melhor do que fui ontem; Ser otimista, alegre, compreensiva – Ser mais; Lutadora, resiliente,atenta às necessidades dos outros; Mais altruísta, menos controladora; Dar mais de mim; Atrever-me mais;Ser útil; Melhorar as competências pessoais e profissionais; Reciclar-me e ajudar os outros a fazê-lo; Estarvivo; Mais responsável socialmente; Ser mais ativo socialmente; Ser útil para o próximo; Corrigir os meushábitos alimentares; Sonhadora; Acreditar nas pessoas; Menos exigente e mais tolerante; Ser mais otimista epositiva; Escutar mais; Corajosa e mudar de vida; Ser mais paciente; Boa disposição; Menos exigente; Dar omelhor de mim; Capacidade de ouvir; Ter menos pressa; Ter mais serenidade; escutar com amor e terpaciência com todos; Ser atento; Falar e ouvir com Amor; Saber que algo que possa fazer, faz com quealguém possa ser mais feliz; Menos exigente; Serena; felicidade dos meus filhos; Que o mundo (futuro) sejamelhor; Os meus filhos; Gosto de Escutar.

FAZER HOJE

• Dormir mais; Ser o melhor de mim; Ouvir com menos preconceitos; Dedicar mais tempo a mim mesma; Daro melhor de mim; Fazer hoje…dar um sorriso, ver o outro com o coração, acreditar na mudança e mudar-me; Adotar uma nova forma de trabalhar, deixar fluir o que há de melhor em mim; Fazer algo de positivo navida de alguém; Pensar mais no futuro; Vou reciclar; Mais atenta; Ser mais interventiva; Relaxar e desfrutar;Ajudar alguém; Ouvir mais e escutar; Mentalidades e comportamentos; Relaxar; Pensar, refletir, agir mais;ouvir os outros; Escutar; Ter mais tempo para os outros; Ouvir melhor; Sorrir mais; Ajudar alguém a serfeliz; Vou tentar ajudar alguém; Dar muitos abraços; cativar mais, agir mais; Outro projeto na área social;Organizar-me para ouvir mais; Fornecer ideias válidas e exequíveis para melhorar o futuro das pessoas –comunidade; Saber ouvir; Comportamento mais ecológico; Dedicar mais tempo aos meus; Ser mais tolerante;Ajudar quem precisa; Não julgar as pessoas pelo que dizem ou fazem; Gerir melhor o tempo; Beijar mais,dizer mais vezes gosto de ti, ligar/estar mais vezes com as pessoas importantes; Ser mais otimista; Realizarcom atenção todos os meus gestos; Fazer tudo com amor, ser criativa; Fazer o mundo brilhar e mudar; Estarcom a minha mãe; Mais mentalidade

SABER

• Saber mais e melhor; Conhecer-me melhor em comunhão com os outros; Como agir; A felicidade dosoutros; Saber ser…Saber fazer…Saber mudar; Ter noção que a minha opinião é válida e é tida em conta parao desenvolvimento do meu concelho; Superação; Dedicar-me mais aos meus animais; Saber que me preocupocom o Bem-Estar dos outros; Contribuir para melhorar a vida do planeta terra; Saber que tenho que sabermais para melhor agir, “saber” para intervir humanamente; Estar mais próximo do outro; Reconhecer o Euque vive em detrimento do outro; Perceber a causa das coisas, saber quem sou e o que quero ser; Precisoinquietar-me constantemente; Partilha, escuta, informar, amar; Sorrisos genuínos; Contribuir com os meusconhecimentos em prol dos outros; Dar o meu contributo na sociedade; O bem-estar de todos; Trabalharem equipa; Busca contínua de informação; Conhecer lugares novos, novas culturas; Mais positiva; Ser feliz –hoje, aqui, mais logo, no outro dia, no sorriso de alguém; Ajudar os outros; Ser fiel aos meus valores; Avaliar-me para melhorar no dia-a-dia; O meu filho; Estar com os outros; Saber que há mais pessoas a escutar comos ouvidos do coração; O futuro; Saber melhor como gerir projetos sociais; Família; Aprender a agradecermais, exigir menos e ver/olhar melhor; Partilhar mais o meu tempo útil com os outros; Perdoar; Fazer maiscom os outros.

O QUE O DEIXA IRRITADO, TRISTE, ANGUSTIADO

• Imparcialidade das pessoas; O aceitar; Não ter tempo para fazer o que desejo; Indiferença; Falta-me paciência;Falta de “pachorra”; A injustiça; Falta de iniciativa; Frieza; A preguiça; A estupidez; Ter uma atitudecívica/exemplo; Desresponsabilização; Desprezo; Mentira; Falta de oportunidades; Pessoas más.

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Questionário

Este questionário tem como objetivo aferir o grau de satisfação dos parceiros sociais, bem como recolher sugestões de melhoria

relativamente ao Programa Intervenção Social Participada (ISP), fruto da iniciativa “Agenda 21: Realizar o Futuro –

Intervenção Social Participada: um passo para a corresponsabilidade”, realizada no passado dia 5 de março, no Museu

de Imprensa da Madeira. Recordamos que esta iniciativa teve dois momentos distintos: numa primeira parte, uma apresentação

teórica e respetivo enquadramento do Programa ISP, numa segunda parte, um Workshop participativo.

A sua resposta é fundamental para a orientação futura dos trabalhos e processo participativo!

Todas as respostas serão tratadas de forma confidencial e anónima. Obrigado(a)!

I. Objetivos do Programa ISP

1. Considera que os objetivos do programa ISP se enquadram nos problemas identificados e nas

necessidades do concelho de Câmara de Lobos?

□ Totalmente □ Parcialmente □ Não

2. Considera que este programa se sobrepõe, em termos de objetivos, a algum projeto/programa a

funcionar na RAM?

□ Totalmente □ Parcialmente □ Não

3. De um modo geral, considera que o programa ISP prevê relações de complementaridade com outros

projetos/programas já existentes no Concelho?

□ Totalmente □ Parcialmente □ Não

4. Considera que este projeto poderá no futuro vir a ser replicado pelos restantes municípios da RAM?

□ Totalmente □ Parcialmente □ Não

II. Participação dos atores sociais

5. Considera que os parceiros sociais convidados foram suficientemente representativos face aos objetivos

propostos?

□ Totalmente □ Parcialmente □ Não

Se a sua resposta foi “Parcialmente” ou “Não”, que outros parceiros considera que deveriam ter sido convidados?

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

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225

6. Durante a ação, teve oportunidade de dar a sua opinião sobre as temáticas abordadas?

□ Totalmente □ Parcialmente □ Não

7. Como se considera relativamente ao futuro do concelho de Câmara de Lobos, após a participação nesta

iniciativa?

□ Otimista □ Expectante □ Pessimista □ Não sabe

Se considera que a sua visão face ao futuro do Concelho mudou, após a participação na iniciativa, pode indicar o que o

levou a essa mudança?:

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

III. Impactos no futuro

8. Face ao que considera prioritário para assegurar o desenvolvimento sustentável do Concelho, com que

grau de prioridade classifica a implementação da ISP?

□ Elevada □ Média □ Baixa □ Nenhuma □ Não sabe

9. Considera que a ISP contribui para a otimização e partilha de recursos no concelho de Câmara de

Lobos?

□ Totalmente □ Parcialmente □ Não

10. A perceção com que ficou sobre os objetivos da ISP é a de que estão contempladas ações que visem a

qualificação de recursos humanos do Concelho?

□ Totalmente □ Parcialmente □ Não

11. No seu entender, a ISP prevê modelos partilhados de sistematização de informação que reforcem o

trabalho em rede no Concelho?

□ Totalmente □ Parcialmente □ Não

12. Considera que o programa ISP promove uma mudança de atitude dos profissionais, no sentido de

adotarem um novo modelo de intervenção social?

□ Totalmente □ Parcialmente □ Não

13. Concorda que o programa ISP deva promover a participação dos cidadãos na construção futura das

políticas sociais?

□ Totalmente □ Parcialmente □ Não

14. Considera que o programa ISP potencia o empreendedorismo social no Concelho?

□ Totalmente □ Parcialmente □ Não

Diagnóstico Social Participado | 2016

226

15. Como avalia no geral o seu grau de satisfação com a iniciativa “Agenda 21: Realizar o Futuro –

Intervenção Social Participada: um passo para a corresponsabilidade”?

□ Totalmente satisfeito □ Parcialmente satisfeito □ Nada satisfeito

16. Na sua opinião, qual foi o melhor momento da iniciativa?

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

17. E o que faria de diferente?

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

IV. Organização, Comunicação e Imagem

18. No momento que tomou conhecimento da realização desta iniciativa, qual foi o seu nível de interesse

face ao tema?

□ Total □ Parcial □ Nenhum

19. Na sua opinião, como avalia a informação que lhe foi disponibilizada antes da ação de sensibilização?

□ Totalmente esclarecedora □ Parcialmente esclarecedora □ Nada esclarecedora

20. Considera que o convite para participar na ação foi enviado com a devida antecedência?

□ Sim □ Não

21. De modo geral, como avalia a informação que foi transmitida durante o decorrer da iniciativa?

□ Totalmente esclarecedora □ Parcialmente esclarecedora □ Nada esclarecedora

22. Na sua opinião, esta iniciativa foi suficientemente divulgada nos meios de comunicação social?

□ Totalmente □ Parcialmente □ Não

23. Qual o seu nível de interesse em continuar a receber novidades e desenvolvimentos sobre o programa

ISP?

□ Total □ Parcial □ Nenhum

Obrigado(a) pela sua participação!

Câmara de Lobos, 23 de abril de 2015

Pelouro de Intervenção Social e Educação

Diagnóstico Social Participado | 2016

227

Anexo II - Lista de Instituições da Rede de Facilitadores

Câmara de Lobos

Câmara Municipal de Câmara de Lobos / Campos de Férias

Casa do Povo de C.ª de Lobos - Universidade Sénior

Centro de Atividades Ocupacionais de Câmara de Lobos (CAO)

Centro Social e Paroquial de Santa Cecília

Investimentos Habitacionais da Madeira, EPE-RAM

Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM - Equipa de Rua do CACJ

Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM – Serviço de Atendimento Local

Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM – Estabelecimento do Ilhéu

Serviço Regional de Saúde, EPE – Centros de Saúde

Curral das Freiras

Casa do Povo do Curral das Freiras

Estreito de Câmara de Lobos

Casa do Povo do Estreito/ Clube de Emprego

Câmara Municipal de Câmara de Lobos / Centro Comunitário Vila Viva

Centro Social e Paroquial da Encarnação

Escola Básica 2º e 3º Ciclos do Estreito de Cª Lobos

Fundação D. Jacinta Ornelas Pereira

Quinta Grande

Casa do Povo da Quinta Grande

EB1 PE da Quinta Grande

Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM – Centro de Dia

Jardim da Serra

Instituto da Segurança Social da Madeira, IP-RAM – Centro de dia do Jardim da Serra e Serviço de Ajuda

Domiciliária

Diagnóstico Social Participado | 2016

Anexo III - Grupo Dinamizador para a Intervenção Social Participada - Plano de Trabalho 2015

Descrição da Ação Cronograma Responsável Recursos

J F M A M J J A S O N D

Reunião SWOT Quinta Grande

5

CMCL

1 Técnico Superior e 1 Estagiário, 1 Sala reuniões, 1 Portátil e 1 Vídeo

projetor, transporte e Material papelaria diverso.

Ação de Sensibilização e Workshop Participativo

5

CMCL

1 Formador (viagem + estadia + horas), 6 Técnicos superiores, 3

Estagiários, 1 Auditório, 1 Sala formação, 1 Vídeoprojetor, 1 Portátil,

transporte, material papelaria diverso e 2 coffee break.

Guia de Recursos do Concelho – Eq. Sociais

5

CMCL

1 Técnico Superior Área Social, 1 Técnico Superior Área Informática, 1

Técnico Superior Área Design Gráfico

Reunião SWOT Jardim da Serra

14

CMCL

1 Técnico Superior e 1 Estagiário, 1 Sala reuniões, 1 Portátil e 1 Vídeo

projetor, transporte e Material papelaria diverso.

Reunião SWOT Curral das Freiras

27

CMCL

1 Técnico Superior e 1 Estagiário, 1 Sala reuniões, 1 Portátil e 1 Vídeo

projetor, transporte e Material papelaria diverso.

Reunião Grupo Dinamizador – aprovação de Plano de

Trabalho

20

GD

7 Técnicos Superiores e 1 Estagiário, 1 Sala reuniões, 1 Portátil e 1

Vídeo projetor, transporte e Material papelaria diverso.

Reunião SWOT Estreito de C.ª Lobos

21

GD

1 Técnico Superior e 1 Estagiário, 1 Sala reuniões, 1 Portátil e 1 Vídeo

projetor, transporte e Material papelaria diverso.

Reunião SWOT Câmara de Lobos

28

GD

1 Técnico Superior e 1 Estagiário, 1 Sala reuniões, 1 Portátil e 1 Vídeo

projetor, transporte e Material papelaria diverso.

Oficinas de participação – Cidadãos

17

18

19

GD

1 Formador (viagem + estadia + horas), 3 Técnicos superiores, 2

Estagiários, 1 Sala formação, 1 Vídeoprojetor, transporte, 1 Portátil,

material papelaria diverso e 3 coffee break.

Elaboração de Pré-diagnóstico – Data limite para

envio de dados

30

GD

7 Técnicos Superiores, 1 Estagiário e material diverso.

Reunião Grupo Dinamizador – apresentação e

discussão de resultados obtidos – validação para

efeitos de diagnóstico

15

GD

7 Técnicos Superiores, 1 Estagiário e material diverso.

Apresentação pública do Diagnóstico Social e Plano

de Ação

16

GD

A definir

Diagnóstico Social Participado | 2016

229

Anexo IV - Lista de Entidades Participantes nas Sessões S.W.O.T.

Câmara de Lobos

Agrupamento de Escuteiros 1082 - Santa Cecília

Associação de Pais e Encarregados de Educação da EBS Dr. Luís Maurílio Silva Dantas

Associação Desportiva - Os Xavelhas

Associação Desportiva, Cultural e Recreativa Bairro da Argentina

Associação Náutica de Câmara de Lobos

Associação Insular de Geografia

Associação Musical, Cultural e Recreativa Coro de Câmara de Câmara de Lobos

Banda Recreio Camponês

Clube Motards Tolerância Zero

Conservatório - Escola das Artes - Núcleo de Câmara de Lobos

Escola B1-PE da Lourencinha

Escola B1-PE de Ribeiro de Alforra e Fonte Garcia

Escola B1-PE do Pedregal

Escola B1-PE do Rancho

Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos da Torre

Estabelecimento do Ilhéu – Idosos

Jardim de Infância - O Pião

Jardim de Infância - O Golfinho

Centro de Saúde de Câmara de Lobos

Centro de Saúde do Carmo

Casa do Povo de Câmara de Lobos

Câmara de Lobos Viva – ADC

Câmara Municipal de Câmara de Lobos

Centro de Apoio para Jovens - Equipa de Rua

Centro de Atividades Ocupacionais

Centro de Dia de Câmara de Lobos

Centro de Dia do Carmo

Centro Social e Paroquial de Santa Cecília

Centro Social e Paroquial do Carmo

Comissão de Proteção de Crianças e Jovens

Núcleo Local de Inserção - Câmara de Lobos

Serviço Local da Segurança Social de Câmara de Lobos

Diagnóstico Social Participado | 2016

230

Estreito de C. Lobos

Academia Madeirense das Carnes - Confraria Gastronómica da Madeira

ACRE - Associação Cultural e Recreativa do Estreito

Câmara Municipal de Câmara de Lobos

Casa do Povo do Estreito de Câmara de Lobos

Centro Cívico do Estreito de Câmara de Lobos

Centro de Saúde do Estreito de Câmara de Lobos

Clube de Emprego do Estreito

Escola B1-PE do Covão

Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos do Estreito de Câmara de Lobos

Escola B1-PE do Estreito de Câmara de Lobos

Escola B1-PE do Garachico

Escola B1-PE da Marinheira

Escola B1-PE da Vargem

Farmácia Nini

Fundação Dona Jacinta de Ornelas Pereira (Infantário)

Grupo Desportivo do Estreito

Investimentos Habitacionais da Madeira, EPE

Junta de Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos

Serviço Local da Segurança Social do Estreito de Câmara de Lobos

Jardim da Serra

Associação Cultural e Desportiva do Jardim da Serra

CAL - Cooperativa de Produção e Consumo Liberdade

Câmara Municipal de Câmara de Lobos

Casa do Povo do Jardim da Serra

Centro de Saúde do Jardim da Serra

Clube de Emprego Estreito

Conferência de São Vicente Paulo - São Tiago

Escola B1-PE do Foro

Escola B1-PE do Jardim da Serra

Grupo Desportivo Corticeiras;

Junta de Freguesia

Paróquia de São Tiago

Serviço Local da Segurança Social

Diagnóstico Social Participado | 2016

231

Quinta Grande

Câmara Municipal de Câmara de Lobos

Casa do Povo da Quinta Grande

Escola B1-PE da Quinta Grande

Serviço Local da Segurança Social

Curral das Freiras

Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB 123-PE do Curral das Freiras

Associação Refúgio da Freira

Câmara Municipal de Câmara de Lobos

Casa do Povo do Curral da Freiras

Clube de Emprego Estreito

Escola B123-PE do Curral das Freiras

Farmácia do Vale

Junta de Freguesia

Diagnóstico Social Participado | 2016

232

Anexo V - O bem-estar definido pelos cidadãos: dados por grupo homogéneo

(conforme disponíveis no site da Rede Together)

Grupos homogéneos, dimensões e questões

Legenda:

Diagnóstico Social Participado | 2016

233

Diagnóstico Social Participado | 2016

234

Diagnóstico Social Participado | 2016

235

Diagnóstico Social Participado | 2016

236

Diagnóstico Social Participado | 2016

237

Anexo VI - Lista de instituições participantes na implementação da SPIRAL

Formação (Rede de Facilitadores) e realização de sessões com Grupos homogéneos

Fonte: Elaboração própria

Oficina de participação

Crianças e jovens

Idosos

Encarregados de educação

Assistentes Operacionais

Utentes do CAO-CL

Local

EBS Dr. Maurílio da Silva

Dantas

Centro Comunitário

Vila Viva

EB23 do Estreito de Câmara de

Lobos

EB23 do Estreito de Câmara de

Lobos

CAO-CL

Instituição

CMCL/ Campos de

Férias

CMCL

EB23 do Estreito de Câmara de

Lobos

EB23 do Estreito de Câmara de

Lobos

CAO-CL

N.º de participantes

44

9

7

7

11

Faixa etária

8 aos 13 anos ( 10 mulheres / 34 homens)

77 aos 81 anos ( 9 mulheres)

37 aos 51 anos (7 mulheres)

36 aos 56 anos (7 mulheres)

24 aos 36 anos (6 mulheres /5

homens)

N.º de oficinas

4

1

1

1

1

Diagnóstico Social Participado | 2016

238

Fonte: Elaboração própria

Oficina de participação

Adolescentes

Idosos

Idosos

Funcionários

Inquilinos

Beneficiários de RSI

Local

Centro Comunitário

(Bairro da Palmeira)

Centro de dia do Jardim da

Serra

Estabelecimento Ilhéu

Centro de Dia Quinta Grande

Gabinete atendimento R.

Real

Segurança Social de

Câmara de Lobos

Instituição

Centro Social e Paroquial de Santa Cecília

(IPSS)

Centro de dia/convívio do Jardim da Serra

ISSM, IP -Estabelecimento

do Ilhéu

Centro de Dia Quinta Grande

IHM, EPE RAM

Segurança Social de

Câmara de Lobos

N.º de participantes

12

16

7

8

11

9

Faixa etária

11 aos 18 anos (7 mulheres /5

homens)

41 aos 81 anos (12 mulheres /

4 homens)

70 aos 83 anos (6 mulheres / 1

homem)

21 aos 57 anos (8 mulheres)

29 aos 76 anos (9 mulheres/ 2

homens)

16 aos 45 anos (5 mulheres/ 4

homens)

N.º de oficinas

1

2

1

1

1

1

Diagnóstico Social Participado | 2016

239

Fonte: Elaboração própria

Oficina de participação

Desempregados

Idosos

Alunos da Universidade

Sénior

Crianças

Idosos

Crianças e Jovens

Local

Casa do Povo do Estreito de

Câmara de Lobos

Centro Social e Paroquial da Encarnação

Casa do Povo de Câmara de

Lobos

Fundação D. Jacinta Ornelas

Pereira

Casa do Povo do Curral das

Freiras

Urbanização Coolobos

Instituição

Clube Emprego

Centro Social e Paroquial da Encarnação

Casa do Povo de Câmara de

Lobos

Fundação D. Jacinta Ornelas

Pereira

Casa do Povo do Curral das

Freiras

ISSM, IP -Equipa de Rua

do CACJ

N.º de participantes

9

8

9

18

9

8

Faixa etária

18 aos 44 anos (7 mulheres /2

homens)

63 aos 87 anos (8 mulheres)

50 aos 69 anos (8 mulheres/1

homem)

5 aos 48 anos (14 mulheres/ 4

homens)

58 aos 73 anos ( 9 mulheres)

9 aos 17 anos (4 mulheres / 4

homens)

N.º de oficinas

1

1

1

2

1

1

Diagnóstico Social Participado | 2016

240

Fonte: Elaboração própria

Oficina de participação

Utentes que frequentam a consulta de alcoolismo e grupo mensal

de apoio

Professores

Formandos

Local

Biblioteca Municipal de Câmara de

lobos

EB1 com PE da Quinta Grande

Biblioteca Municipal

Instituição

SESARAM, EPE - Centros de

Saúde

EB1 com PE da Quinta Grande

Rede de Facilitadores

N.º de participantes

4

7

25

Faixa etária

39 aos 58 anos (2 mulheres/ 4

homens)

34 aos 39 anos (7 mulheres)

> 25 anos (1 homem/ 24 mulheres)

N.º de oficinas

1

1

2

Diagnóstico Social Participado | 2016

241

Anexo VII - SPIRAL: as 9 dimensões e 68 componentes do Bem-Estar

G- SENTIMENTOS DE BEM / MAL-ESTAR

G00 - Sentimentos de mal-estar/ bem-estar em geral G01 - Autoestima/ vergonha G02 - Satisfação/ frustração G03 - Serenidade/ medo

G04 - Stress / tranquilidade G05 - Alegria/ tristeza

F- EQUILÍBRIOS PESSOAIS H- ATITUDES E INICIATIVAS

F00- Equilíbrios pessoais em geral

F01 - Equilíbrio físico e saúde

F02 - Autonomia, liberdade F03- Utilização do tempo e equilíbrio entre as atividades

F04 - Equilíbrio mental/emocional F05- Espiritualidade e religião F06 - Equilíbrio nas relações à sociedade

F07 – Equilíbrio nas relações à natureza F08- Desenvolvimento pessoal

H00 - Atitudes e iniciativas em geral

H01 - Trabalho sobre si/Respeito de si próprio

H02 - Atividades e iniciativas privadas H03- Atitudes/ ser sociável

H04 - Encontrar/ouvir, ser solidário H05 - Responsabilidade H06 - Comprometer-se na sociedade

H07 - Dinâmica, vontade coletiva

E- EQUILÍBRIOS SOCIETAIS I- RELAÇÕES NA SOCIEDADE

E00- Equilíbrios societais em geral

E01 – Identidade e valores E02 – Saberes, consciência e equilíbrio na educação E03 - Equidade e mobilidade social

E04 – Co habitação social E05 - Violência e paz E06- Equilíbrios económicos

E07- Equilíbrios demográficos E08 - Relações entre a sociedade e o meio ambiente E09- Progresso científico e técnico

I00. Relações na sociedade em geral

I01. Relações de género I02. Relações entre gerações I03. Relações entre culturas

I04. Relações entre classes sociais I05. Relações de proximidade I06. Cortesia, respeito e tolerância

I07. Solidariedade, partilha e transmissão dos saberes e dos recursos I08. Inclusão/exclusão

D- RELAÇÕES PESSOAIS

D00 - Relações pessoais em geral D01 - Casal/relações sexuais e/ou sentimentais D02 - Vida de família/relações familiares

D03 - Amizade/amigos D04 - Relações de vizinhança D05 - Relações nos lugares de atividade (trabalho, escola, ...) D06- Ligações com animais

C- RELAÇÕES COM E ENTRE AS ORGANIZAÇÕES

C00- Relações com e entre as organizações em geral C01 - Direitos fundamentais/reconhecimento C02 - Funcionamento da justiça

C03 - Concertação/democracia C04 - Transparência/comunicação C05 - Organização, gestão finanças

C06 - Acesso, informações e contactos C07 - Politicas públicas

A- MEIOS DE SUBSTÊNCIA B- QUADRO DE VIDA

A00 - Acesso aos meios de subsistência em geral A01 - Alimentação

A02 - Cuidados e medicamentos A03 - Alojamento A04 - Vestuário

A05 - Educação/Formação A06 - Emprego/trabalho/atividade A07- Lazeres, cultura e desporto

A08 - Poder de compra/acessos às finanças A09 - Serviços à pessoa A10 – Mobilidade

A11- Informações/ intercâmbios

B00 – Quadro de vida em geral B01 - Salubridade/poluição/ruido

B02 – Infraestruturas, equipamentos e redes B03 - Serviços e comércios de proximidade B04 - Espaços de vida social

B05 - Meteorología e fenómenos naturais B06 - Ambiente e paisagem B07- Quadro de produção e trabalho

Fonte: Rede Together https://wikispiral.org/tiki-index.php?page=Cl%C3%A9+de+d%C3%A9termination

Diagnóstico Social Participado | 2016

242

Dimensões, componentes e conteúdos

Fonte: Rede Together https://wikispiral.org/tiki-index.php?page=Cl%C3%A9+de+d%C3%A9termination

Critérios pessoais, pertencentes ao autor do critério Critérios coletivos, lidar com a sociedade

A. Acesso a recursos essenciais B. Condições de Vida

Critérios de Bem-estar/Mal-estar específicos da pessoa que os

expressa em relação a elementos materiais que são essenciais para a

sua vida

Critérios de Bem-estar/Mal-estar relativos ao ambiente físico com

impacto no Bem-estar/Mal-estar de todos

D. Relações pessoais C. Relações com e entre organizações

Critérios de Bem-estar/Mal-estar relativos às relações do indivíduo

(com a família, os amigos, as pessoas em geral, etc)

Critérios de Bem-estar/Mal-estar relativos à estrutura organizacional

e política (instituições públicas e organizações privadas)

F. Equilíbrios pessoais E. Equilíbrios sociais

Critérios de Bem-estar/Mal-estar relativos a equilíbrios internos

(físico, psicológico, organizacional, etc) específicos da pessoa que

expressa o critério

Critérios de Bem-estar/Mal-estar relativos aos equilíbrios ou

desequilíbrios que caracterizam sociedade na qual a pessoa que

expressa os critérios vive (bairro, região, país, mundo, áreas culturais,

etc)

I. Relações dentro da sociedade

Critérios de Bem-estar ou Mal-estar com base nas relações entre os

membros da sociedade

G. Sentimentos de Bem-estar/Mal-estar

Critérios específicos para a pessoa em causa que expressa um

sentimento de mal-estar ou bem-estar em geral, e não relacionados a

uma família já descrita

H. Atitudes e iniciativas

Critérios de Bem-estar/Mal-estar relativos às atitudes, iniciativas e

compromissos, tomados individualmente ou com outros

Critérios

materiais

Critérios

imateriais

Do sujeito

para o meio

envolvente

Do meio

envolvente

para o

sujeito

Diagnóstico Social Participado | 2016

243

A. Acesso aos meios de subsistência

A00. Acesso aos meios de subsistência em geral

Critério de bem-estar/mal-estar próprios ao locutor e relativos aos elementos materiais essenciais para a sua vida

NA0. Não Class A

A01. Alimentação

Acesso à alimentação ou a um modo de alimentação, à bebida (saudável, sem OGM…)

A02. Cuidados e medicamentos

Acesso aos medicamentos, aos diferentes tipos de tratamentos, a cirurgias, aos hospitais

A03. Alojamento

Acesso à habitação : casas, apartamentos e anexos, ligação às redes, aquecimento, isolamento

A04. Vestuário

Acesso ao vestuário ; roupa, calçado, modo e tipos de vestuário

A05. Educação/Formação

Acesso à educação, à escola, qualidade de ensino, formação profissional, formação contínua

A06. Emprego/trabalho/atividade

Acesso ao trabalho, a uma atividade profissional, estar desempregado

A07. Lazer, cultura, desportos

Acesso ao lazer, férias, desportos, cultura, leitura, cinema, música

A08. Poder de compra/acesso às finanças

Acesso ao poder de compra, níveis dos preços de compra, economias, dívidas

A09. Serviços às pessoas

Acesso aos apoios financeiros e materiais, aos serviços às pessoas, apoio às instituições

A10. Mobilidade

Acesso aos meios de transporte, aos transportes públicos e privados

A11. Informação/ intercâmbios

Acesso à informação, aos jornais, aos diferentes meios de comunicação

B. Quadro de vida

B00. Quadro de vida

Critérios de bem-estar/mal-estar relativos ao quadro físico e com influência sobre o

bem-estar/ mal-estar de todos

NB0. Não Class B

B01. Salubridade/poluição/ruido

Poluição, sujidade, resíduos, meio ambiente são, barulho, outras formas de poluição, circulação

B02. Infraestruturas e equipamentos de base

Estradas, ciclovias, passeios, segurança rodoviária, redes de comunicação, água, energia, casas, terrenos, imóveis,

hospitais, escolas, urbanismo, manutenção e acessibilidade das infraestruturas e redes

B03. Infraestruturas e equipamentos de serviços

Lojas, serviços públicos, correios, bancos, estruturas de acolhimento, creches e jardins de infância, proximidade de serviços

B04. Locais de encontro e de lazer

Diagnóstico Social Participado | 2016

244

Parques, espaços públicos, espaços comuns, áreas de lazer, todos os espaços públicos destinados ao encontro entre as

pessoas

B05. Meteorologia e fenómenos naturais

Sol, chuva, temperatura, condições naturais locais, fenómenos naturais

B06. Ambiente e paisagem

Contacto com a natureza, verdura, campo, montanha, rios ; preservação e proteção da paisagem

B07. Condições de produção e quadro de trabalho

Práticas agrícolas, industriais (agricultura biológica, não intensiva; indústrias menos poluentes), …

C. Relações com e entre as organizações

C00. Relações com e entre as organizações

Critérios de bem-estar/mal-estar relativos ao enquadramento organizacional e político (instituições públicas e privadas)

NC0. Não Class C

C01. Direitos fundamentais/reconhecimento

Direitos humanos, direitos sociais, estado de direito, reconhecimento pelo Estado, liberdade de expressão, direito à greve

C02. Funcionamento da justiça

Justiça, respeito das leis, regras, tribunais, juízes, advogados, prisões, sanções, policias, serviços de segurança

C03. Concertação/democracia

Funcionamento da democracia, participação às decisões e avaliação, diálogo entre instituições e cidadãos, sistema politico

C04. Transparência/comunicação

Comunicação pelas organizações públicas e privadas, coerência entre as promessas e os atos, nível de informação,

liberdade de imprensa, honestidade, qualidade e comportamento dos media.

C05. Organização, gestão finanças

Todas as questões de gestão pública dos territórios e de funcionamento das organizações, gestão dos recursos públicos,

simplificação das regras e administrativa, impostos, corrupção, burocracia, serviço público.

C06. Acesso, informação e contactos

Receção, acolhimento, acesso às informações, respeito pelos funcionários, facilitação dos processos administrativos,

informações

C07. Políticas públicas

Apoios políticos em várias áreas

D. Relações pessoais

D00. Relações pessoais

Critérios de bem-estar/mal-estar correspondentes às relações que o locutor tem (amigos, família, vizinhos, etc.)

ND0. Não Class D

D01. Casal/relações sexuais e/ou sentimentais

Ter relações sexuais e/ou sentimentais, viver em casal, estar casado, qualidade destas relações

Diagnóstico Social Participado | 2016

245

D02. Vida de família/relações familiares

Ter uma família, pais, vida de família/estar em família, proximidade com a sua família, dificuldades e virtudes da

vida familiar, entendimento familiar, ter filhos

D03. Amizade/amigos

Ter amigos, poder contar com os amigos, momentos passados com os amigos, amizade recíproca

D04. Relações de vizinhança

Ter contactos/relações com os vizinhos, acordos/desacordos com os vizinhos, tempo passado com os vizinhos,

tranquilidade da vizinhança

D05. Relações com animais

Ter animais de estimação, sentimentos em relação a animais de estimação, atividades com animais de estimação

D06. Relações nos lugares de atividades (escola, trabalho, …)

Relações na escola (para alunos) ou com o seu empregador, os seus colegas, relações de hierarquia no trabalho; ser

aceite, respeitado pelos colegas; qualidade das relações no trabalho (boas relações de trabalho, conflitos/abusos,

ambiente) ou na escola

E. Equilíbrios societais

E00. Equilíbrios societais

Critérios de bem-estar/mal-estar relativos aos equilíbrios e desequilíbrios caracterizando a sociedade na qual o

locutor vive (bairro região, país, mundo, espaços culturais, etc.)

NE0. Não Class E

E01. Afirmação e transmissão valores e identidades

Afirmação e transmissão de valores fundamentais (p. ex. amor, família, amizade), ética, educação com base em

valores, consciência da identidade (cultural, tradição, língua, religiosa) e de valores, sentimento coletivo de cidadania,

extremismos

E02. Conhecimento, consciência e equilíbrio na educação

Nível geral da educação na sociedade, o interesse de abertura (curiosidade ...), sentido coletivo de cidadania e de

cultura democrática, os processos de progresso social

E03. Equidade e mobilidade social

Ascensão social ; igualdade de oportunidades; partilha das riquezas, injustiça social, fome, miséria, pobreza

E04. Co habitação social

Guetização, segregação cultural, étnica, isolamento (social), promiscuidade, mestiçagem cultural, abertura cultural,

ações intergerações, coabitação

E05. Violência e paz

Paz, segurança, proteção, fraternidade/guerra, violência, conflitos, crimes e delitos

E06. Equilíbrios económicos

Equilíbrio ou desequilíbrio económico, propostas e alternativas económicas; crise, bens comuns/bens individuais, papel

do homem na economia; domínio do crescimento, do consumo

E07. Equilíbrios demográficos

Renovação da população, pirâmide etária

E08. Relações entre a sociedade e o meio ambiente

Sociedade respeitando/destruindo os equilíbrios ambientais, gestos coletivos para respeitar o ambiente

E09. O progresso científico e tecnológico

Diagnóstico Social Participado | 2016

246

Meios de investigação médica e científica, inovação tecnológica e científica para a ciência do bem-estar e tecnologia,

a bioética, o progresso científico, as novas tecnologias

E10. Adições e vícios

F. Equilíbrios pessoais

F00. Equilíbrios pessoais

Critérios de bem-estar/mal-estar relativos aos equilíbrios internos (físicos, psicológicos, organizacionais, …) próprios

ao locutor do critério

NF0. Não Class F

F01. Equilíbrio físico e saúde

Boa ou má saúde, doença, sono, repouso/cansaço, obesidade, doenças mentais (depressão, anorexia)

F02. Autonomia, liberdade

Liberdade de expressão, de escolhas, de ação; independência/capacidades físicas, faculdades intelectuais.

F03. Gestão do tempo e equilíbrio entre atividades

Estar disponível/estar sobrecarregado ; ter tempo livre, para si ; ocupação do tempo; equilíbrio/organização das

atividades; ritmo do dia; tempo de trabalho.

F04. Equilíbrio mental/emocional

Depressão, mal -estar/prazer de viver ; humor (cólera, alegria); motivação; estar bem consigo próprio.

F05. Espiritualidade e religião

Crenças pessoais, fé, práticas religiosas.

F06. Equilíbrio nas relações à sociedade

Relações com os outros; olhar dos outros; estatuto social; capacidade de se exprimir; carisma/timidez.

F07. Desenvolvimento pessoal

Desenvolvimento pessoal; sucesso/insucesso; amar a vida; criatividade.

G. Sentimentos de mal-estar/bem-estar

G00. Sentimentos de mal-estar/bem-estar

Critérios de bem-estar/mal-estar pessoais do locutor exprimindo um sentimento de

mal-estar ou de bem-estar de uma forma geral e não específico a uma dimensão já

descrita.

NG0. Não Class G

G01. Autoestima/vergonha

Autoestima, fraca autoestima; auto confiança; imagem de si.

G02. Satisfação/frustração

Deceção/satisfação; pesar/contentamento

G03. Serenidade/medo

Serenidade, tranquilidade/medo do futuro, do tempo que passa, do desconhecido.

G04. Stress / Tranquilidade

Problemas/quietude, serenidade face ao presente; excesso de responsabilidades/vida calma.

G05. Alegria/tristeza

Rir/chorar; estar contente/estar triste

Diagnóstico Social Participado | 2016

247

H. Atitudes e iniciativas

H00. Atitudes e iniciativas em geral

Critérios de bem-estar/mal-estar relativos a atitudes, iniciativas e compromissos assumidos individualmente ou com

outras pessoas

NH0. Não Class H

H01. Trabalho sobre si/Respeito de si próprio

Aceitar, afrontar; aprender; parar de fumar, de beber, etc. preocupar-se com si próprio, ter uma higiene de vida; ter

tempo para si, aproveitar, ouvir-se a si próprio;

H02. Atividades e iniciativas privadas

Fazer, realizar projetos, sonhos; criar, desenvolver, trabalhar; fazer o melhor possível, ter bons resultados; mudar de

vida, partir…

H03. Atitude/ser sociável

Comportamento com os outros, boa educação; amar/ser amado, falar, discutir, comunicar/bater-se, disputar-se; ter

paciência, gentileza/ maldade, zombaria, ter confiança

H04. Encontrar/ouvir, ser solidário

Ajudar, dar, fazer um favor, ir ao encontro, ocupar-se de; estar ao serviço de, atento, disponível, estar lá para, estar

à escuta; generosidade; fazer o bem;

H05. Responsabilidade para com os bens comuns

Assumir as suas responsabilidades, ser responsável (na sociedade, para com a sua família -educação das

crianças…), respeitar a lei, respeitar as regras de coabitação e de segurança (limites de velocidade, ruído…),

triagem de resíduos, respeitar o ambiente, os espaços e os bens comuns

H06. Comprometer-se na sociedade

Participar, investir-se individualmente nas ações e organizações coletivas, dar um contributo à sociedade, ser cidadão

ativo (voto, voluntariado, …)

H07. Dinâmica, vontade coletiva

Organizações, ações, sinergias coletivas levadas a cabo a nível da sociedade; movimentos e dinâmicas orientando o

pensamento e a reflexão coletiva; lutas comuns e propostas de compromissos coletivos.

I. Relações na sociedade

I00. Relações na sociedade

Critérios de bem-estar/mal-estar com base nas relações entre os membros da sociedade

NI0. Não - classificado I

I01. Relações de gênero

As relações entre pessoas ou grupos de pessoas de sexos diferentes, o respeito, a tolerância ou a igualdade entre os

sexos.

I02. As relações entre gerações

As relações entre pessoas de diferentes gerações e idades, entre jovens e velhos, respeito, tolerância entre diferentes

idades.

I03. Relações entre culturas

Abertura e diálogo intercultural, inter-religião, inter comunidade.

I04. As relações entre as classes sociais

Diagnóstico Social Participado | 2016

248

As relações entre pessoas de diferentes condições sociais, origens, níveis de riqueza e cultura e do respeito, da

solidariedade, entre eles.

I05. Relações de base local

As relações entre vizinhos, pessoas que compartilham o mesmo lugar, o convívio no âmbito dessas relações.

I06. Cortesia, respeito e tolerância

Racismo, preconceitos, arrogância, hipocrisia, mentira, sentimento de superioridade, humilhações, agressividade

verbal, tolerância, respeito mútuo (entre pessoas, culturas, gerações), aceitação dos outros, simpatia, civismo.

I07. Solidariedade, partilha e transmissão dos saberes e dos recursos

Indiferença, ausência de solidariedade, individualismo, egoísmo, ciúme, escuta, diálogo, ajuda mútua, altruísmo,

generosidade, troca de experiências e de conhecimentos, partilha (de ideias, de trabalho, de riqueza, de

responsabilidades, partilha entre gerações).

I08. Inclusão/exclusão

Ser excluído, rejeitado, ser integrado, ser aceite, ser reconhecido; isolamento.

Fonte: Rede Together https://wikispiral.org/tiki-index.php?page=Cl%C3%A9+de+d%C3%A9termination

Diagnóstico Social Participado | 2016

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Anexo VIII - Cartografia da Vulnerabilidade Social no concelho de Câmara de Lobos em

caso de Catástrofe ou Risco Tecnológico

Fonte: Santos, Tavares e Mendes (2015). Avaliação da Vulnerabilidade Social no concelho de Câmara de Lobos – Métodos e Resultados (versão

preliminar). CES/OSIRIS, Universidade de Coimbra.