diagnóstico ambiental itamambuca.pdf

Diagnóstico Sanitário Ambiental do Bairro de Itamambuca www.mnovaes.com.br

ENG.º CIVIL MARCELO PRADO DE NOVAES

CREA 506.074.509 8/D - Rua José Vieira de Novaes, 58 – Itaguá – Ubatuba – SP - Tel (012) 3832 5357. Cel. 9784 5357 1

DIAGNÓSTICO SANITÁRIO E AMBIENTAL DO

BAIRRO DE ITAMAMBUCA.

MUNICÍPIO DE UBATUBA - SP

Outubro de 2007.




SUMÁRIO: Apresentação pg. 2 O Bairro de Itamambuca, sua Topografia e Bacia Hidrográfica pg. 5 Análise da Ocupação Urbana na Bacia pg. 14 Utilização da Água para Consumo pg. 30 Condições Sanitárias no Bairro de Itamambuca pg. 47 Análise da Poluição Ambiental pg. 73 Propostas de Sistemas Individuais de Tratamento de Esgoto pg. 90 Conclusão pg. 102 Créditos e Referências Bibliográficas pg. 105




Apresentação:




O Diagnóstico Sanitário Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Itamambuca foi

elaborado através de dados obtidos por meio da aplicação de questionários e visitas

em campo para observação direta.

Através dos dados obtidos, pudemos visualizar e avaliar as condições de

salubridade e saneamento do bairro, o que proporcionou-nos a elaboração de um

mapeamento do cenário atual das condições de saneamento básico das moradias e os

índices de poluição ambiental.

A metodologia empregada para o levantamento e compilação dos dados contou

com uma equipe formada por técnicos na área de saneamento básico e ambiental. A

equipe desenvolveu o trabalho entre os meses de agosto e setembro do ano de dois

mil e sete.

Os levantamentos foram realizados através de visitas domiciliares e aplicação de

questionário sócio-econômico.

As informações constantes nos 382 questionários aplicados foram armazenadas

em banco de dados, fotos, tabulações e em planilhas (não foi possível aplicar os

questionários em pequena parte das moradias – chegou-se a um número próximo a

85%; entre os motivos encontrados destacamos as casas de veraneio que estiveram

vazias e aqueles que não aceitaram responder aos questionários).

A partir dos dados dos questionários foram elaboradas as tabulações e

estatísticas, de acordo com a distribuição espacial existente no bairro, sendo elas:

Recanto da Itamambuca, Asa Branca, Morro do Tiagão, Ranário e Sertão da

Itamambuca; essa última foi subdividida em três trechos – Alto Sertão de Itamambuca,

Sertão de Itamambuca e Correias Mercúrio.




Não foram executados levantamentos nas moradias do Loteamento Itamambuca

(SAI). Os motivos para o descarte desse trecho foram a distância das edificações em

relação a rios e córregos, tipo de solo e nível de lençol freático nessas áreas e

condição sócio-econômica das moradias, o que levou a concluir que a contribuição

dessas moradias em relação á poluição dos rios da bacia hidrográfica pode ser

considerada como desprezível.




O Bairro de Itamambuca, sua Topografia e

Bacia Hidrográfica:




Foto Aérea da Bacia Hidrográfica do Bairro de Itamambuca.




O Bairro de Itamambuca, localizado a 13 km ao norte do Município de Ubatuba,

compreende uma área de terreno predominantemente acidentado e uma pequena área

plana próximo à Praia de Itamambuca, inserida numa faixa de terra delimitada por

montanhas da Serra do Mar e o Oceano Atlântico, formando uma Micro-Bacia

Hidrográfica à qual damos o nome de Bacia Hidrográfica do Rio Itamambuca.

Esta bacia hidrográfica com área aproximada de 50 milhões de metros

quadrados tem o seu ponto mais alto a aproximadamente 1.100 metros de altitude em

relação ao nível do mar, e faz divisa através dos espigões das montanhas com as

bacias do Centro/Praia Vermelha/Pereque-Açu e Praia do Felix.

Identificou-se um Rio Principal chamado Rio Itamambuca, chamado também por

alguns moradores tradicionais de Rio Grande. Este rio, que deságua no canto direito da

Praia de Itamambuca possui três principais afluentes nas proximidades das áreas

ocupadas – Rio do Cavalo, Rio Arataca, e Rio Garacuí. Verificou-se também a

existência de diversos pequenos afluentes e também um pequeno córrego que

deságua no canto esquerdo da praia.

O Bacia Hidrográfica do Rio Itamambuca possui poucos trechos de terreno plano

em relação aos terrenos de topografia acidentada. Mais de 90% da área total do bairro

corresponde a terrenos inclinados. A faixa de terra restante corresponde à zona plana

da praia.




RIO ITAMAMBUCA

O Rio Itamambuca tem aproximadamente 16 Km de extensão total, sendo que 14,5km

são de corredeiras e 1,5km são de águas tranqüilas. Este último trecho recebe

alterações de volume devido à ação das marés. Tem sua nascente a aproximadamente

1000m de altitude na Serra do Mar e desemboca no canto direito da Praia de

Itamambuca.

Rio Itamambuca - Próximo à entrada da Fazenda Correias Mercúrio




Rio Itamambuca .

Rio Itamambuca - próximo à foz – Praia de Itamambuca.




MALHA HIDROLÓGICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ITAMAMBUCA




PRINCIPAIS AFLUENTES DO RIO ITAMAMBUCA

Rio Garacuí: Importante afluente do Rio Itamambuca, está localizado logo atrás da

área do Morro do Tiagão. Mantém suas características naturais bem preservadas, bem

como sua mata ciliar. Devido ao bom nível de preservação de suas margens e quase

nenhuma ocupação urbana em suas proximidades não apresenta indícios

preocupantes de degradação ambiental.

Rio Garacuí – Trecho próximo à estrada do Morro do Tiagão




Rio Arataca: Afluente do Rio Itamambuca que corre paralelamente à estrada da

Casanga no Bairro do Sertão do Itamambuca, tem suas características naturais

consideravelmente modificadas pela ocupação urbana. Foram verificadas diversas

intervenções na vegetação próximo às suas margens entre elas moradias, alguns

estabelecimentos comerciais, pontes improvisadas, etc .

Rio Arataca – Trecho próximo ao início da Rua Correias Mercurios




Rio do Cavalo: Afluente do Rio Itamambuca que Nasce na região mais alta do Sertão

de Itamambuca, cortando também os trechos denominados Ranário e Recanto

Itamambuca. Também pôde-se verificar diversas alterações na vegetação ciliar e

ocupações humanas junto às margens, o que vem acarretar em diversas alterações em

suas características naturais .

Rio do Cavalo – Recanto de Itamambuca

Rio do Cavalo – Ranário




Análise da Ocupação Urbana na Bacia:




ANÁLISE DA ESPACIALIZAÇÃO E ADENSAMENTO URBANO

Tabela 1: Total de moradores em cada área divididos por faixa etária e sexo

Foram analisadas 5 áreas que congregam as 382 edificações habitadas: 1)

Recanto Itamambuca; 2) Vila do Condomínio (Asa Branca); 3) Morro do Tiagão; 4)

Ranário; 5) Sertão da Itamambuca. Chegou-se ao número de 1.093 moradores – lista

dos moradores em anexo (anexo 2). Construções inabitadas (abandonadas) ou obras

paradas não entraram nos levantamentos.

Faixa Etária Área Sexo

< 1 01 a 06

07 a 11

12 a 18

19 a 30

31 a 60 > 60

em branco total %

Masc. 4 26 24 28 47 87 11 10 237 52,902

Fem. 3 20 28 23 45 66 15 11 211 47,098 Recanto

Total 7 46 52 51 92 153 26 21 448 100

Masc. 1 3 1 3 9 6 1 6 30 45,455

Fem. 0 4 4 3 9 9 3 4 36 54,545 Vila Cond.

Total 1 7 5 6 18 15 4 10 66 100

Masc. 1 4 7 8 10 27 5 3 65 50

Fem. 1 8 6 5 18 19 6 2 65 50 Morro do Tiagão

Total 2 12 13 13 28 46 11 5 130 100

Masc. 0 3 3 10 11 15 0 13 55 53,922

Fem. 1 7 2 5 11 16 0 5 47 46,078 Ranário

Total 1 10 5 15 22 31 0 18 102 100

Masc. 0 6 9 11 10 12 3 2 53 54,639

Fem. 1 4 5 5 15 11 3 0 44 45,361 Alto Sertão

Total 1 10 14 16 25 23 6 2 97 100

Masc. 1 9 11 22 14 33 6 5 101 54,301

Fem. 0 10 9 15 19 25 4 3 85 45,699 Sertão

Total 1 19 20 37 33 58 10 8 186 100

Masc. 2 3 2 5 9 15 0 0 36 56,25

Fem. 0 1 4 6 4 11 2 0 28 43,75 Correias Mercúrio

Total 2 4 6 11 13 26 2 0 64 100

Masc. 9 54 57 87 110 195 26 39 577 52,79

Fem. 6 54 58 62 121 157 33 25 516 47,21 Total

Total 15 108 115 149 231 352 59 64 1093 100




MAPA SETORIAL DAS ÁREAS LEVANTADAS




Na tabela 01 estão os dados levantados em relação à faixa etária e sexo dos

moradores, em cada setor. Conforme informado não foi possível levantar a totalidade

da população, porém chegou-se bem próximo do objetivo .

O gráfico abaixo traz uma melhor visualização:

1. gráfico 01: total de moradores por área;

2. gráfico 02: total de moradores divididos por faixa etária e sexo;

3. gráfico 03: total de moradores por área divididos faixa etária.

448

66

130102 97

186

64

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

Total de moradores por área

Recanto Vila Cond. M. do Tiagão Ranário Alto Sertão Sertão C. Mercúrio

Total de Moradores por Setor




0

200

400

600

800

1000

1200

Faixa etária dividida por sexo - TOTAL

Masculino 9 54 57 87 110 195 26 39 577

Feminino 6 54 58 62 121 157 33 25 516

Total 15 108 115 149 231 352 59 64 1093

< 1 01 a 06 07 a 11 12 a 18 19 a 30 31 a 60 > 60 em branco total

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Faixa etária - Geral

Recanto 7 46 52 51 92 153 26 21

Vila Cond. 1 7 5 6 18 15 4 10

M. do Tiagão 2 12 13 13 28 46 11 5

Ranário 1 10 5 15 22 31 0 18

Alto Sertão 1 10 14 16 25 23 6 2

Sertão 1 19 20 37 33 58 10 8

C. Mercúrio 2 4 6 11 13 26 2 0

< 1 01 a 06 07 a 11 12 a 18 19 a 30 31 a 60 > 60em branco




O Recanto do Itamambuca situa-se na faixa de terra entre a Rod. BR 101 e o

Rio Itamambuca; é a área que possui o maior número de moradias, e também o maior

adensamento urbano, totalizando. Foram aplicados 179 questionários, entre moradias

fixas, casas de veraneio e outros estabelecimentos como pousadas, campings e

comércio. Não foi possível aplicar o questionário em 37 moradias.

A Vila do Condomínio ou Asa Branca compreende apenas duas pequenas

ruas localizadas próximo à entrada do Loteamento Itamambuca. Foram aplicados 19

questionários entre moradias fixas e casas de veraneio. Não foi possível aplicar o

questionário em 17 moradias.

Do lado contrário ao Loteamento Itamambuca em relação à Rod. BR – 101,

localiza-se o Morro do Tiagão, com 49 moradias, entre moradias fixas, casas de

veraneio e 2 edificações comunitárias (igreja e posto de saúde). Existem também

outras 2 edificações sendo uma de aluguel para temporada e outra abandonada. Não

foi possível aplicar o questionário em 3 moradias.

Do lado oposto ao Recanto Itamambuca em relação à Rodovia BR – 101, está

localizado o Bairro do Ranário, também conhecido como Saco Grande , esta área já é

menos ocupada. Foram aplicados 34 questionários entre casas de veraneio, moradias

fixas e apenas um comércio – pousada. Não foi possível aplicar o questionário em 2

moradias.

A ultima área levantada chama-se Sertão da Itamambuca ou Casanga, que é a

segunda área mais habitada, estando localizada no percurso da Estrada Municipal da

Casanga, que liga o Bairro de Itamambuca ao Bairro do Perequê Açú. Está, foi dividida

em 03 sub-setores: Alto do Sertão, Sertão de Itamambuca, Correias Mercúrio.

Foram aplicados 103 questionários no local, na grande maioria moradias fixas e alguns

comércios, igrejas e casas de veraneio. Não foi possível aplicar o questionário em 17

moradias.




Vale ressaltar que na contabilização dos dados não foram consideradas as

obras inacabadas e as moradias abandonadas.

Conforme mostrado no capítulo anterior, o bairro de Itamambuca é banhado

principalmente pelo Rio Itamambuca, e 3 principais afluentes (Rio do Cavalo, Rio

Arataca e Rio Garacuí).e seus afluentes.

Através das entrevistas feitas de casa em casa, chegou-se ao número de cerca

de 25% das edificações localizadas a menos de 30 m de distância em relação aos

cursos d”água, conforme a tabela e os gráficos abaixo:

Área Recanto Asa

Branca. Morro Tiagão

Ranário Alto Sertão

Sertão Correias Mercúrio

Total

Distância - casa/curso d'água Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. até 15 m 20 0 0 13 0 9 3 45 de 16 a 30 m 19 0 0 6 2 17 1 45 mais de 30 m 101 12 32 12 23 20 16 216 sem resposta 39 7 17 1 5 7 0 76

TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382




0

100

200

300

400

Distância das edificações em relação aos cursos d'água - TOTAL

Quant. 45 45 216 76 382

até 15 de 16 a mais sem TOTA




0

20

40

60

80

100

120

Distância das edificações em relação aos cursos d'água - por área

Recanto 20 19 101 39

Vila Cond. 0 0 12 7

Morro do Tiagão 0 0 32 17

Ranário 13 6 12 1

Alto Sertão 0 2 23 5

Sertão 9 17 20 7

Corréias Mercúrio 3 1 16 0

até 15 m de 16 a 30 m mais de 30 m sem resposta




ARQUITETURA DAS EDIFICAÇÕES

A maior parte das edificações/moradias do bairro de Itamambuca é de alvenaria,

com cobertura de telhas de barro ou de fibrocimento, conforme tabelas abaixo.

Arquitetura Recanto Vila

Cond. Morro Tiagão



Total

Estrutura quant. quant. quant. quant. quant. quant. quant. quant. concreto 150 19 39 30 26 49 17 330 madeira 13 0 0 1 1 0 0 15 concreto / madeira 7 0 1 0 2 0 10 concreto / pedra 3 0 0 0 0 0 0 3 pedra 1 0 7 0 0 0 0 8 madeira / pedra 2 0 0 0 0 0 0 2 concreto / pau-a-pique 0 0 0 0 0 0 1 1 em branco 3 0 2 1 1 4 2 13 Total 179 19 49 32 30 53 20 382

Arquitetura Recanto Vila Cond.

Morro Tiagão



Total

Parede quant. quant. quant. quant. quant. quant. quant. quant. Bloco 145 18 30 27 29 42 17 308 Tijolo Baiano 10 0 6 2 0 6 0 24 Bloco / Tijolo Baiano 7 1 6 0 0 2 0 16 Bloco / Madeira 4 0 0 0 0 0 0 4 Bloco / Pedra 1 0 0 0 0 0 0 1 Tijolo Mineiro 2 0 0 0 0 0 0 2 Madeira 5 0 0 0 1 0 0 6 Tijolo baiano / madeira 2 0 0 0 0 0 0 2 Madeirite 0 0 0 1 0 0 0 1 Lona / madeira 0 0 0 1 0 0 0 1 Bloco / Pau-a-pique 0 0 0 0 0 1 1 2 Pedra 0 0 7 0 0 0 0 7 Em branco 3 0 0 1 0 2 2 8 Total 179 19 49 32 30 53 20 382





Morro Tiagão



Total

Telhado quant. quant. quant. quant. quant. quant. quant. quant. Barro 93 9 27 14 6 16 3 168 Brasilit 59 10 9 17 20 29 15 159 laje 6 0 1 0 1 2 0 10 Misto 16 0 0 0 3 4 0 23 Barro / Brasilit 0 0 2 0 0 0 0 2 Barro / Laje 0 0 3 0 0 0 0 3 Lona 1 0 0 0 0 0 0 1 Cimento / Ardósia 0 0 7 0 0 0 0 7 em branco 4 0 0 1 0 2 2 9 Total 179 19 49 32 30 53 20 382


Morro Tiagão



Total

Piso quant. quant. quant. quant. quant. quant. quant. quant.

Lajota – azulejo 78 14 27 13 13 20 9 174 Cimento Queimado 32 4 4 9 7 13 4 73 C. Queimado / Lajota - azulejo 8 0 1 1 1 0 0 11 C. Queim./ Lajota / Madeira 2 0 1 0 0 0 0 3 C. Queimado / Terra Batida 2 1 0 0 0 0 0 3 C. Queimado / Ardósia 0 0 0 0 0 2 0 2 C. Queimado / Contra Piso 0 0 0 0 0 0 1 1 Contra Piso 5 0 2 0 7 5 2 21 Contra Piso / Cerâmica 0 0 0 2 0 0 0 2 Lajota - azulejo/contrapiso 0 0 0 0 0 5 0 5 Lajota - azulejo / Madeira 6 0 1 0 0 0 0 7 Ardósia 18 0 2 0 0 5 0 25 Ardósia / Terra Batida 1 0 0 0 0 0 0 1 Lajota - azulejo / ardosia 3 0 0 0 1 0 1 5 T. Batida / Lajota - azulejo 4 0 3 4 0 0 0 11 Terra batida 7 0 1 2 0 1 0 11 Terra batida / Contra Piso 0 0 0 0 0 0 1 1 Madeira 5 0 0 0 0 0 0 5 Outros 3 0 0 0 0 0 0 3 Cerâmica 0 0 0 0 1 0 0 1 Retalhos 0 0 7 0 0 0 0 7 em branco 5 0 0 1 0 2 2 10

Total 179 19 49 32 30 53 20 382




0

20

40

60

80

100

120

140

160

Arquitetura -estrutura

Recanto 150 13 7 6 3

Vila Cond. 19 0 0 0 0

M. do Tiagão 39 0 1 7 2

Ranário 30 1 0 0 1

Alto do Sertão 26 1 2 0 1

Sertão 49 0 0 0 4

C. Mercúrio 17 0 0 1 2

concreto madeira conc./mad. Outros em branco

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NA ESTRUTURA DAS MORADIAS




0

20

40

60

80

100

120

140

160

Arquitetura - parede

Recanto 145 10 7 14 3

Vila Cond. 18 0 1 0 0

M. do Tiagão 30 6 6 7 0

Ranário 27 2 0 2 1

Alto Sertão 29 0 0 1 0

Sertão 42 6 2 1 2


Bloco Tijolo BaianoBloco / Tijolo Baiano

Outros Em branco

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NAS PAREDES DAS MORADIAS




0

10

20

30

40

50

60

70

80

Arquitetura - piso

Recanto 78 32 5 18 11 30 5

Vila Cond. 14 4 0 0 0 1 0

M. do Tiagão 27 4 2 2 4 10 0

Ranário 13 9 0 0 6 3 1

Alto do Sertão 13 7 7 0 0 3 0

Sertão 20 13 5 5 1 7 2

C. Mercúrio 9 4 2 0 0 3 2

Lajota - azulejo

Cimento Queimado

Contra Piso

ArdósiaTerra batida

Outros em branco

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NO PISO DAS MORADIAS




0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Arquitetura - telhado

Recanto 93 59 16 7 4

Vila Cond. 9 10 0 0 0

M. do Tiagão 27 9 0 13 0

Ranário 14 17 0 0 1


Sertão 16 29 4 2 2


Barro Brasilit Misto Outros em branco

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO UTILIZADOS NO TELHADO DAS MORADIAS




0

50

100

150

200

250

300

350

400

Arquitetura - TOTAL

Quant. 330 15 10 14 13 382 308 24 16 26 8 382 174 73 21 25 22 57 10 382 168 159 23 23 9 382

concreto

madeira

conc./mad.

Outros

em branco

Total BlocoTijolo Baiano

Bloco /

Tijolo

Outros

Em branco

TotalLajota - azule

Cimento Quei

Contra Piso

Ardósia

Terra batida

Outros

em branco

Total BarroBrasilit

MistoOutros

em branco

Total

Estrutura Parede Telhado Piso




Utilização da Água para Consumo:




ABASTECIMENTO E UTILIZAÇÃO DA ÁGUA

O abastecimento de água no bairro é obtido, em sua grande maioria pela captação

em cachoeiras e nascentes nas montanhas adjacentes. A captação é feita de forma

coletiva (uma captação para abastecimento de duas ou mais moradias) em 85% das

edificações. Menos de 5% da população possui poço, cerca de 70% das edificações da

Vila do Condomínio (Asa Branca) são abastecidas pela SABESP.

Nas captações junto às nascentes não existe nenhum tipo de tratamento preliminar

da água. A adução da água é feita por tubulações flexíveis (mangueiras tipo Aklon). A

tabela e os gráficos a seguir exemplificam os resultados obtidos.

Área Recanto

Vila Cond.

Morro Tiagão



Total

Captação Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Coletiva 157 15 49 21 25 38 18 323 Individual 12 4 0 7 5 14 2 44 não tem 0 0 0 0 0 0 0 0 sem resposta 10 0 0 4 0 1 0 15 TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382 Forma de Captação Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Poço 11 4 0 1 0 0 0 16 Nasc. c/ caixa 139 0 0 3 16 32 17 207 Nasc. s/ caixa 0 0 0 0 0 0 0 0 Cach. c/ caixa 9 0 48 27 2 4 0 90 Cach. s/ caixa 7 2 0 1 12 7 2 31 Nasc c/ caixa / Poço 10 0 0 0 0 0 0 10 Sabesp 0 13 0 0 0 0 0 13 sem resp. 3 0 1 0 0 10 1 15 TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382 Dist. em rel. casa Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. menos de 100m 7 1 2 2 0 2 1 15 100 a 300m 9 1 3 1 13 10 7 44 301 a 500m 13 0 8 10 11 9 3 54 501 a 1000m 42 3 6 1 0 12 5 69 mais 1000m 43 0 11 3 0 4 1 62 não sabe 0 0 0 14 6 16 3 39 sem resp. 65 14 19 1 0 0 0 99 TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382




0

50

100

150

200

250

300

350

400

Captação - TOTAL

Quant. 323 44 0 15 382

Coletiva Individual não temsem

respostaTOTAL




0

20

40

60

80

100

120

140

160

Captação - por área

Recanto 157 12 0 10

Vila Cond. 15 4 0 0

Morro do Tiagão 49 0 0 0

Ranário 21 7 0 4

Alto Sertão 25 5 0 0

Sertão 38 14 0 1

Corréias Mercurio 18 2 0 0

Coletiva Individual não tem sem resposta




0

50

100

150

200

250

Forma de captação - TOTAL

Quantidade 16 207 0 90 31 10 13 15

PoçoNasc. c/ caixa

Nasc. s/ caixa

Cach. c/ caixa

Cach. s/ caixa

Nasc c/ caixa / Poço

Sabespsem resp.




0

20

40

60

80

100

120

140

Forma de Captação - por área

Recanto 11 139 0 9 7 10 0 3

Vila Cond. 4 0 0 0 2 0 13 0

M.do Tiagão 0 0 0 48 0 0 0 1

Ranário 1 3 0 27 1 0 0 0

Alto Sertão 0 16 0 2 12 0 0 0

Sertão 0 32 0 4 7 0 0 10

C. Mercúrio 0 17 0 0 2 0 0 1

PoçoNasc. c/ caixa

Nasc. s/ caixa

Cach. c/ caixa

Cach. s/ caixa

Nasc c/ caixa / Poço

Sabesp sem resp.




0

10

20

30

40

50

60

70

Distância em relação a edificação -por área

Recanto 7 9 13 42 43 0 65

Vila Cond. 1 1 0 3 0 0 14

M. do Tiagão 2 3 8 6 11 0 19

Ranário 2 1 10 1 3 14 1

Alto Sertão 0 13 11 0 0 6 0

Sertão 2 10 9 12 4 16 0

C. Mercúrio 1 7 3 5 1 3 0

menos 100m

100 a 300m

301 a 500m

501 a 1000m

mais 1000m

não sabe sem resp.




0

50

100

150

200

250

300

350

400

Distância em relação a edificação -TOTAL

Quant. 15 44 54 69 62 39 99 382

menos 100m

100 a 300m

301 a 500m

501 a 1000m

mais 1000m

não sabe

sem resp.

TOTAL




O armazenamento da água nas moradias é feito na maioria das vezes com caixas

d’água. Cerca de 80% das casas possuem caixa d’água, sendo a maioria de amianto

seguidas pelas de plástico e de fibra. A maior parte dos moradores consome água com

algum tipo de tratamento, principalmente cloração seguido de, filtração e utilização de

água mineral. Aproximadamente 25% dos moradores consomem a água sem nenhum

tipo tratamento, sendo no Sertão da Itamambuca a maior parcela desses.

Área Recanto

Vila Cond.

Morro Tiagão



Total

Caixa d'água Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. plástico 44 3 13 1 3 13 4 81 fibra 31 4 22 8 4 7 4 80 amianto 59 3 7 13 10 24 5 121 plástico / fibra 2 0 1 1 0 0 0 4 plástico / amianto 4 0 1 0 0 1 0 6 amianto / fibra 6 0 0 0 0 0 1 7 outras 1 0 0 0 0 0 0 1 não possui 24 8 3 9 11 4 6 65 sem resp. 8 1 2 0 2 4 0 17 TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382 Tratamento Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. direto 38 0 13 9 14 15 15 104 clora 40 12 9 10 8 18 3 100 filtra 12 1 24 3 3 7 0 50 mineral 48 1 3 3 2 3 0 60 Ferve 0 0 0 0 0 0 1 1 direto / clora 2 1 0 1 1 5 0 10 direto / filtra 4 1 0 3 0 0 0 8 direto / mineral 13 3 0 0 0 0 0 16 filtra / clora 4 0 0 1 1 3 0 9 direto / ferve 0 0 0 0 0 0 1 1 clora / ferve 1 0 0 0 0 0 0 1 clora / mineral 4 0 0 0 0 0 0 4 sem resp. 13 0 0 2 1 2 0 18 TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382




0

50

100

150

200

250

300

350

400

Caixa d'água na edificação - TOTAL

Quant. 81 80 121 4 6 7 1 65 17 382

plastico fibra amiantoplástico / fibra

plástico /

amianto

amianto / fibra

outrasnão possui

sem resp.

TOTAL




0

10

20

30

40

50

60

Caixa d'água na edificação - por área

Recanto 44 31 59 2 4 6 1 24 8

Vila Cond. 3 4 3 0 0 0 0 8 1

M. do Tiagão 13 22 7 1 1 0 0 3 2

Ranário 1 8 13 1 0 0 0 9 0

Alto Sertão 3 4 10 0 0 0 0 11 2

Sertão 13 7 24 0 1 0 0 4 4

C. Mercúrio 4 4 5 0 0 1 0 6 0

plastico fibraamianto

plástico / fibra

plástico /

amiant

amianto / fibra

outrasnão possui

sem resp.




0

50

100

150

200

250

300

350

400

Tratamento de água para consumo - TOTAL

Quant. 104 100 50 60 1 10 8 16 9 1 1 4 18 382

direto clora filtra mineral Fervedireto / clora

direto / filtra

direto / mineral

filtra / clora

direto / ferve

clora / ferve

clora / mineral

sem resp.

TOTAL




0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Tratamento de água para consumo - por área

Recanto 38 40 12 48 0 2 4 13 4 0 1 4 13

Vila Cond. 0 12 1 1 0 1 1 3 0 0 0 0 0

M. do Tiagão 13 9 24 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Ranário 9 10 3 3 0 1 3 0 1 0 0 0 2

Alto Sertão 14 8 3 2 0 1 0 0 1 0 0 0 1

Sertão 15 18 7 3 0 5 0 0 3 0 0 0 2

C. Mercúrio 15 3 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0

direto clora filtramineral

Fervedireto /

clora

direto / filtra

direto /

miner

filtra / clora

direto /

ferve

clora /

ferve

clora /

miner

sem resp.




A situação atual dos recursos hídricos no bairro de Itamambuca é bastante

preocupante com relação à qualidade, quantidade e desperdício da água existente.

O elevado número de captações e tubulações improvisadas vem gerando um

considerável desperdício de água. Mesmo com uma boa disponibilidade hídrica

superficial na bacia, chega a faltar água para 40% das edificações, principalmente na

época do verão devido ao grande número de turistas que visitam a região, e no inverno

devido aos baixos índices pluviométricos característicos da estação. Foi verificado

também grande desperdício de água nas moradias, é comum de observar o costume

de ter água correndo livremente nas casas que não possuem registros e caixas d´água.

Área Recanto

Vila Cond.

Morro Tiagão



Total

Falta de Água Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. não falta 59 9 48 26 24 37 15 218 Verão 63 9 1 6 4 8 2 93 inverno 24 0 0 0 2 5 3 34 verão / inverno 24 0 0 0 0 0 0 24 sem resposta 9 1 0 0 0 3 0 13 TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382




Em vistorias ao local, pudemos verificar alguns leitos secos de rios, que segundo

moradores tradicionais já foram de água corrente, e que, no decorrer dos anos, foram

diminuindo até secar completamente. Naturalmente não podemos atribuir o fato do rio

ter secado apenas à demanda gerada pelas captações em sua nascente, mas

certamente podemos caracterizar a ocorrência como um fator de contribuição para

esse fenômeno.

Foto de leito seco de córrego, na Estrada Municipal da Casanga.




0

50

100

150

200

250

300

350

400

Falta de água - TOTAL

Quant. 218 93 34 24 13 382

não falta verão invernoverão / inverno

sem resposta

TOTAL




0

10

20

30

40

50

60

70

Falta de água - por área

Recanto 59 63 24 24 9

Vila Cond. 9 9 0 0 1

M. do Tiagão 48 1 0 0 0

Ranário 26 6 0 0 0


Sertão 37 8 5 0 3


não falta verão invernoverão / inverno

sem resposta




Condições Sanitárias no Bairro de Itamambuca:




ESGOTAMENTO SANITÁRIO

A emissão de esgotos domésticos sem tratamento ao meio ambiente constitui na

principal fonte de poluição dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.

A questão do esgotamento sanitário nas áreas analisadas do bairro de

Itamambuca caracteriza-se principalmente pela quase inexistência de sistemas

adequados de tratamento de esgoto.

Nas condições atuais não há como controlar a qualidade dos despejos que são

encaminhados ao lençol freático e aos corpos d´água.

Os dados levantados através dos questionários aplicados demonstraram que

cerca de 50% das edificações dispõem somente de fossa negra na qual destinam todo

tipo de efluente. Aproximadamente 15% possuem fossa apenas para os efluentes

provenientes do banheiro e os demais são lançados diretamente aos cursos d’água ou

no terreno. Apenas 10% dos registros apontam fossa séptica seguida de sumidouro, 3

edificações não possuem banheiro e 3 possuem banheiro mas lançam seus efluentes

diretamente no solo. Algumas fossas são cobertas inapropriadamente, muitas

apresentam vazamento a céu aberto e parte delas tem um ladrão direto para rios e/ou

córregos.




Fossa Negra Saturada.

Fossa negra vazando.




Fossa negra vazando

Fossa com cobertura inapropriada.




Fossa negra vazando

Como é comum de ocorrer, verificamos que as áreas de menor condição

sócio-econômica são as que possuem as condições sanitárias mais precárias. A

ausência de recursos leva à construção de sistemas de esgoto inadequados, muito

próximo às moradias, expondo a população ao contato muitas vezes direto com os

despejos.




Na tabela e gráficos abaixo podemos visualizar os dados coletados em relação

às condições sanitárias das áreas analisadas..

Área Recanto

Vila Cond.

Morro

Tiagão Ranári

o Alto Sertão

Sertão Correias Mercúri

o Total

Tratamento Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. F. Séptica 25 1 7 0 0 1 0 34 F. Negra 86 13 21 17 15 29 15 196 Dir. terra 1 0 0 0 2 0 0 3 F. Negra / D. Rio 0 0 0 0 1 6 1 8 F. Negra / Dreno 5 0 0 0 0 0 0 5 F. Negra / D.Terra 7 1 2 2 8 9 4 33 F. Séptica / D. Rio 0 0 0 0 2 0 0 2 F. Séptica / D.Terra 5 0 0 0 0 0 0 5 F. c/divisão 0 2 1 4 1 0 0 8 F. Séptica+ Sumidouro 23 0 3 2 1 3 0 32 F. Sép+ Sum / D.Terra 0 0 2 0 0 0 0 2 F. Sép / F Negra 2 1 0 0 0 0 0 3 F. Séptica / Filtro 1 0 0 0 0 0 0 1 F. Sép +Filtro +V de inf. 1 0 0 0 0 0 0 1 F. Sép +Filtro +Sum 3 0 0 0 0 0 0 3 F. Sép +Filtro +Sum. Rio 0 0 0 0 0 0 0 0 F. Sép +Filt/clor/córrego 0 0 0 3 0 0 0 3 F. brita/carvão - aberta 0 0 0 1 0 0 0 1 não tem 2 0 0 1 0 0 0 3 sem resp 18 1 13 2 0 5 0 39

TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382




0

50

100

150

200

250

300

350

400

Tratamento de esgoto - TOTAL

Quant. 34 196 3 8 5 33 2 5 8 32 2 3 1 1 3 0 3 1 3 39 382

F. Séptica

F. Negra

Dir. terra

F. N/ D. Rio

F. N/ Dreno

F. N/ D.Terra

F. S/ D. Rio

F. S/ D.Terra

F. c/div.

F. S+ Sum.

F. S+ Sum / D.Terr

F. S/ F N

F. S/Filtro

F. S+Filt +V de

F. S+Filt +Sum

F. S+Filt +Sum/

F. S+Filt /clor/c

F. c/ brita/carvão-

não tem

sem resp

TOTAL




0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Tratamento de esgoto - por área

Recanto 25 86 1 0 5 7 0 5 0 23 0 2 1 1 3 0 0 0 2 18

Vila Cond. 1 13 0 0 0 1 0 0 2 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1

M. do Tiagão 7 21 0 0 0 2 0 0 1 3 2 0 0 0 0 0 0 0 0 13

Ranário 0 17 0 0 0 2 0 0 4 2 0 0 0 0 0 0 3 1 1 2

Alto Sertão 0 15 2 1 0 8 2 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Sertão 1 29 0 6 0 9 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5

C. Mercúrio 0 15 0 1 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

F. Séptica

F. Negra

Dir. terra

F. N/ D. Rio

F. N/ Dreno

F. N/ D.Terra

F. S/ D. Rio

F. S/ D.Terra

F. c/div.

F. S+ Sum.

F. S+ Sum / D.Ter

F. S/ F N

F. S/Filtro

F. S+Filt +V

F. S+Filt +Sum

F. S+Filt +Sum

F. S+Filt /clor/

F. c/ brita/carv

não tem

sem resp




A seguir dados sobre localização, distância, tempo de existência, manutenção

das fossas existentes, caixa de gordura (65% das edificações) e fossa desativada

(menos de 20%).

Área Recanto Vila Cond. Tiagão Ranário A. Sertão Sertão C.Mercúrio Total Localiz. em rel. casa Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Frente 74 6 21 3 6 22 7 139Lateral 42 3 5 8 5 10 6 79Atrás 34 9 14 18 14 19 6 114Em baixo 0 0 0 1 1 0 0 2Frente / Lateral 5 0 0 0 0 0 0 5Frente / Atrás 7 0 0 0 0 0 0 7não possui 3 0 0 1 2 0 0 6sem resp. 14 1 9 1 2 2 1 30

TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382Dist. em rel. casa Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Em baixo 0 0 0 1 1 0 0 21 m 16 4 2 2 5 11 4 442 m 42 3 8 4 7 10 6 803 m 28 2 12 4 10 11 6 73mais de 3m 67 8 15 18 4 17 2 131não possui 3 0 0 1 2 0 0 6sem resposta 25 2 12 2 1 4 2 46

TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382Tempo / Manutenção Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. 0 a 1/ sem 1 0 0 1 0 2 1 51 a 2/ sem 5 1 4 1 0 3 2 16 + de 2/ sem 21 9 7 5 2 3 4 51 + de 5/ sem 45 2 19 3 4 11 3 87 + de 10/ sem 53 3 8 10 7 11 4 960 a 1/ com 0 0 0 0 0 0 0 01 a 2/ com 0 0 1 0 0 1 0 2 + de 2/ com 4 0 0 1 2 0 7 + de 5/ com 10 0 2 2 0 1 0 15 + de 10/ com 11 3 1 6 2 4 1 28não possui 3 0 0 1 2 0 0 6sem resp. 26 1 7 2 13 15 5 69

TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382Caixa de gordura Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Sim 140 14 6 22 14 34 15 245Não possui 29 5 7 8 15 1 5 70sem resposta 10 0 36 2 1 18 0 67

TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382Fossa Desativada Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Sim 15 4 33 2 1 8 2 65não possui 145 13 8 29 27 43 17 282sem resposta 19 2 8 1 2 2 1 35

TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382




0

50

100

150

200

250

300

350

400

Localização da fossa em relação a edificação -TOTAL

Quant. 139 79 114 2 5 7 6 30 382

Frente Lateral Atrás Em baixoFrente / Lateral

Frente / Atrás

não possui

sem resp. TOTAL




0

10

20

30

40

50

60

70

80

Localização da fossa em relação a edificação - por área

Recanto 74 42 34 0 5 7 3 14

Vila Cond. 6 3 9 0 0 0 0 1

M. do Tiagão 21 5 14 0 0 0 0 9

Ranário 3 8 18 1 0 0 1 1

Alto Sertão 6 5 14 1 0 0 2 2

Sertão 22 10 19 0 0 0 0 2

C. Mercúrio 7 6 6 0 0 0 0 1

Frente Lateral AtrásEm baixo

Frente / Lateral

Frente / Atrás

não possui

sem resp.




0

50

100

150

200

250

300

350

400

Distância da fossa em relação a edificação - TOTAL

Quant. 2 44 80 73 131 6 46 382

Em baixo 1 m 2 m 3 m mais de 3m não possuisem

respostaTOTAL




0

10

20

30

40

50

60

70

Distância da fossa em relação a edificação - por área

Recanto 0 16 42 28 67 3 23

Vila Cond. 0 4 3 2 8 0 2

M do Tiagão 0 2 8 12 15 0 12

Ranário 1 2 4 4 18 1 2

Alto Sertão 1 5 7 10 4 2 1

Sertão 0 11 10 11 17 0 4

C. Mercúrio 0 4 6 6 2 0 2

Em baixo 1 m 2 m 3 m mais de 3m não possuisem

resposta




0

50

100

150

200

250

300

350

400

Tempo de existência e manutenção da fossa - TOTAL

Quant. 5 16 51 87 96 0 2 7 15 28 6 69 382

0 a 1/ sem

1 a 2/ sem

+ de 2/ sem

+ de 5/ sem

+ de 10/ sem

0 a 1/ com

1 a 2/ com

+ de 2/ com

+ de 5/ com

+ de 10/ com

não possui

sem resp.

TOTAL




0

10

20

30

40

50

60

Tempo de existência e manutenção da fossa - por área

Recanto 1 5 21 45 53 0 0 4 10 11 3 26

Vila Cond. 0 1 9 2 3 0 0 0 0 3 0 1

M. do Tiagão 0 4 7 19 8 0 1 0 2 1 0 7

Ranário 1 1 5 3 10 0 0 1 2 6 1 2

Alto Sertão 0 0 2 4 7 0 0 0 2 2 13

Sertão 2 3 3 11 11 0 1 2 1 4 0 15

C. Mercúrio 1 2 4 3 4 0 0 0 0 1 0 5

0 a 1/ sem

1 a 2/ sem

+ de 2/ sem

+ de 5/ sem

+ de 10/ sem

0 a 1/ com

1 a 2/ com

+ de 2/ com

+ de 5/ com

+ de 10/ com

não possui

sem resp.




0

50

100

150

200

250

300

350

400

Caixa de gordura e fossa desativada - TOTAL

Quant. 245 70 67 382 65 282 35 382

Sim Não possuisem

respostaTOTAL Sim não possui

sem resposta

TOTAL

Caixa de Gordura Fossa Desativada




0

20

40

60

80

100

120

140

160

Caixa de gordura e fossa desativada - Geral

Recanto 140 29 10 15 145 19

Vila Cond. 14 5 0 4 13 2

M do Tiagão 6 7 36 33 8 8

Ranário 22 8 2 2 29 1

Alto Sertão 14 15 1 1 27 2

Sertão 34 1 18 8 43 2

C. Mercúrios 15 5 0 2 17 1

Sim Não possui sem resposta Sim não possui sem resposta

Caixa de Gordura Fossa Desativada




RESÍDUOS SÓLIDOS

Foram verificados poucos casos de moradores que dão algum destino ao lixo

que não seja o da coleta pública. Mais de 90% dos moradores levam os resíduos

sólidos nas lixeiras existentes nas ruas. Em algumas moradias foi encontrado lixo

espalhado, também há registro de lixo nos córregos, e nos caminhos.

Área Recanto Vila Cond.

Morro Tiagão



Total

Destino Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Lixeira do bairro 165 19 33 27 28 43 15 330Lixeira / Queima 1 0 1 1 0 2 2 7Lixeira / Separa 5 0 10 0 1 7 0 23Lix./ Queima /Separa 1 0 0 0 0 0 0 1Lixeira / Quintal 0 0 0 0 1 0 0 1Queima 0 0 0 0 0 0 3 3Enterra 0 0 0 0 0 0 0 0Separa 2 0 1 0 0 0 0 3Joga no terreno 0 0 0 0 0 0 0 0Joga no rio 0 0 0 0 0 0 0 0sem resposta 5 0 4 4 0 1 0 14

TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382

Lixeira – Asa Branca




0

50

100

150

200

250

300

350

400

Destinação de resíduos sólidos - TOTAL

Quant. 330 7 23 1 1 3 0 3 0 0 14 382

Lixeira do bairro

Lixeira / Queima

Lixeira / Separa

Lix./ Queima /Separa

Lixeira / Quintal

Queima Enterra SeparaJoga no terreno

Joga no rio

sem resposta

TOTAL




0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Destinação de resíduos sólidos - por área

Recanto 165 1 5 1 0 0 0 2 0 0 5

Vila Cond. 19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

M. do Tiagão 33 1 10 0 0 0 0 1 0 0 4

Ranário 27 1 0 0 0 0 0 0 0 0 4

Alto Sertão 28 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0

Sertão 43 2 7 0 0 0 0 0 0 0 1

C. Mercúrio 15 2 0 0 0 3 0 0 0 0 0

Lixeira do bairro

Lixeira / Quei

Lixeira / Separ

Lix./ Queima

Lixeira /

Quinta

Queima

Enterra

Separa

Joga no terren

Joga no rio

sem resposta




CRIAÇÃO E CULTIVO

Das 214 residências que possuem animais de criação e/ou estimação, a maioria

cria galinha (590 em 49 moradias), cachorro (317 em 180 moradias) e gatos (73 em 48

moradias).

É alarmante o número de porcos, no total 35 em 5 edificações. Há registros de

algumas poucas moradias com patos, gansos, vacas, peixes e pássaros.

Chiqueiro localizado a menos de 30 metros de um córrego.




Das 80 residências que possuem algum cultivo, grande parte tem árvores

frutíferas e hortas. No geral são pequenas as áreas para plantio. Apenas no Ranário há

áreas maiores de cultivo, como exemplo, um horti-fruti com aproximadamente 01

hectare, plantação de palmito pupunha com 05 hectares e cultivo de plantas

ornamentais com área de 02 hectares.

Área Recanto Vila Cond

Morro Tiagão

Ranário Alto Sertã


Total

Criação Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Sim 90 13 18 19 23 35 16 214 Não 89 6 31 13 7 18 4 168 sem resposta 0 0 0 0 0 0 0 0

TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382 Cultura Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Quant. Sim 41 3 9 8 1 11 7 80 Não 138 16 40 24 29 42 13 302 sem resposta 0 0 0 0 0 0 0 0

TOTAL 179 19 49 32 30 53 20 382




0

50

100

150

200

250

300

350

400

Animais de criação / estimação - TOTAL

Quant. 214 168 0 382

Sim Não sem resposta TOTAL




0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Animais de criação / estimação - por área

Recanto 90 89 0

Vila Cond. 13 6 0

M. do Tiagão 18 31 0

Ranário 19 13 0

Alto Sertão 23 7 0

Sertão 35 18 0

C. Mercúrio 16 4 0

Sim Não sem resposta




0

50

100

150

200

250

300

350

400

Culturas / hortas - TOTAL

Quant. 80 302 0 382

Sim Não sem resposta TOTAL




0

20

40

60

80

100

120

140

Culturas / hortas - Geral

Recanto 41 138 0

Vila Cond. 3 16 0

M. do Tiagão 9 40 0

Ranário 8 24 0

Alto Sertão 1 29 0

Sertão 11 42 0

C. Mercúrio 7 13 0

Sim Não sem resposta




Análise da Poluição Ambiental:




HISTÓRICO DA BALNEABILIDADE DO RIO ITAMAMBUCA

O Rio Itamambuca é semanalmente monitorado pela CETESB (Companhia de

Tecnologia de Saneamento Ambiental), que efetua análises da qualidade da água do

rio em relação à balneabilidade.

O critério para avaliação se o rio é próprio ou impróprio para banho é a

contagem em laboratório das bactérias do tipo E. Coli. A legislação atual estabelece um

limite máximo de 800 UFC/100ml.

No primeiro semestre do ano de 2002, houve as primeiras ocorrências de

“bandeira vermelha” no Rio Itamambuca. O fato obteve grande repercussão, motivo

pelo qual levou a CETESB a realizar no local uma seqüencia de coletas, no Rio

Itamambuca e em um de seus afluente, o Rio do Cavalo, chegando aos resultados

abaixo.




RESULTADOS DE COLETA REALIZADA EM 16/01/2002

PONTO DE COLETA RESULTADO (E. COLI – UFC/100ml)

P1 = 820

P2 = 1240

P3 = 960

P4 = 1040

P5 = 1160

P6 = 7300

P7 = 6000

P8 = 5600

P9 = 7800

P10 = 6800

Nessa ocasião, os resultados mais alarmantes se deram distantes da

desembocadura do rio e no afluente., apesar dos números no Rio Itamambuca também

ter sido encontrados alterados. O resultado pode ser atribuído às ocupações junto às

margens do afluente e à diferença de volume de água entre o rio principal e o afluente,

o que pode ter gerado a diferença na concentração de bactérias na água.

Desde então, o Rio Itamambuca vem recebendo “bandeira vermelha” em

algumas semanas no ano, conforme o histórico obtido junto ao sítio da internet da

CETESB, nas páginas seguir:




2001 - Nenhuma semana de classificação imprópria.

2002 – 6 (seis) semanas de classificação imprópria.




2005 – 9 (nove) semanas de classificação imprópria.

2006 – 14 (quatorze) semanas de classificação imprópria.




2007 – 1 (uma) semana de classificação imprópria até o momento.

Como pôde se observar, ações executadas no ano de 2002 no sentido de

fiscalização, controle e conscientização da população podem ter contribuído

diretamente para a ausência de bandeira vermelha entre os anos de 2003 e 2004.

Contudo, os resultados do ano de 2006 (14 semanas) voltaram a trazer um quadro

alarmante em relação à poluição ambiental.




CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS QUANTO AO RISCO DE POLUIÇÃO

Analisando o histórico dos resultados da balneabilidade do Rio Itamambuca e

através de informações coletadas junto a moradores do bairro, chegou-se à conclusão

de que a maior parte dos casos de incidência de bandeira vermelha ocorreram após

fortes chuvas que provocaram enxurradas, principalmente nos meses de temporada,

quando o local recebe um grande número de veranistas. Vale observar que na

temporada deste ano de 2007, não foi constatada impropriedade das águas do rio.

A informação em relação às enxurradas deve ser levada em consideração, uma

vez que a geografia do bairro, que em função dos acentuados declives e pequena área

de planície funciona como um funil, ou seja, qualquer foco de poluição rapidamente é

encaminhado aos córregos e valas de drenagem, chegando rapidamente à foz do Rio.

Um exemplo típico encontrado no bairro foi um chiqueiro de porcos próximo a

um leito seco de um córrego, com aproximadamente 25 cabeças da espécie.

Considerando que em média um porco gera resíduos orgânicos equivalentes aos

resíduos de 8 seres humanos, temos em apenas um ponto o lançamento de esgoto

sanitário “in natura” proporcional a 200 pessoas. Em dias de enxurrada, toda essa

carga orgânica chega rapidamente aos afluentes e em seguida ao Rio Itamambuca.

Observa-se também que, nas áreas mais carentes e distantes que são as áreas

de morros e encostas, há a incidência de solo predominantemente argiloso, que

prejudica a infiltração do esgoto das fossas negras no solo, gerando muitos

extravazamentos das fossas;

A seguir, são indicados os setores, com suas respectivas características um em

relação à poluição ambiental por esgoto sanitário.




RECANTO ITAMAMBUCA




No Recanto Itamambuca, a situação da poluição ambiental é agravada pelo

alto adensamento urbano, em uma faixa predominantemente plana de terreno, com

níveis de lençol freático altos e algumas áreas alagadiças. Especialmente nessa área,

verificamos uma desigualdade sócio-econômica bem mais evidente que nos outros

setores, onde temos pousadas e hotéis de padrão econômico elevado e residências

que nem sequer possuem banheiro.

Os dois principais cursos d´água que cortam o bairro são Rio do Cavalo e outro

que não conseguimos identificar o nome. Mais ao fundo temos o Rio Itamambuca.

Não há rede pública de abastecimento de água nem coleta de esgotos

sanitários, e como a maior parte da ocupação urbana se deu de forma desordenada, os

sistemas individuais de disposição final são em sua grande maioria inadequados,

conforme apresentado nos gráficos anteriormente. O nível alto do lençol freático

termina por criar um estado crítico, uma vez que existem ocupações irregulares nas

faixas de preservação permanente dos corpos d´água. Em situações de chuva, os

problemas vão se agravando, principalmente nas áreas alagadiças.

Da parte das entidades públicas, vem sendo tomadas atitudes para controlar o

crescimento desordenado na região. Nas diversas visitas que fizemos ao Recanto,

constatamos que a população vem respeitando o “congelamento” da área proposto

pela Prefeitura Municipal de Ubatuba. Pouquíssimas novas obras foram identificadas,

em sua maioria reformas e pequenas ampliações.




ASA BRANCA E MORRO DO TIAGÃO




O local conhecido como Asa Branca, possui poucas moradias em relação ao

espaço em que elas estão distribuídas. Nesse caso os lotes encontram-se bem

definidos. Os problemas com poluição ambiental são semelhantes ao que encontramos

no Recanto de Itamambuca, em relação ao tipo de solo e nível do lençol freático.

Contudo as condições no local são menos preocupantes por se tratar de uma área de

ocupação menos adensada e estar fora das faixas de preservação do Rio Itamambuca.

Encontramos ali também os mesmos problemas com os sistemas individuais de

esgoto, em sua grande maioria inadequados.

Já o Morro do Tiagão está caracterizado por um adensamento urbano maior em

relação à Asa Branca. Nesse caso também a topografia e características do solo são

quesitos desfavoráveis para a disposição final do esgoto sanitário. Um fator positivo é

que há uma considerável distância em relação ao corpo d´água mais próximo (Rio

Garacuí). Entretanto, em períodos de chuva, o fato da maioria dos sistemas individuais

de tratamento estarem construídos de forma incorreta pode estar contribuindo para a

poluição ambiental do Rio Itamambuca.




SERTÃO DE ITAMAMBUCA E CORREIAS MERCÚRIOS




Uma sucessão de fatos, vem gerando o quadro atual da situação ambiental do

bairro do Sertão de Itamambuca. Em primeiro lugar chamamos a atenção para a

existência da antiga Estrada Municipal da Casanga, que foi aberta em sua grande parte

paralelamente aos percursos dos Rios do Cavalo e Arataca, aproveitando-se a

topografia favorável do percurso dos rios.

Com o decorrer dos anos, a região veio sendo ocupada desordenadamente nos

terrenos adjacentes à estrada, o que em conseqüência gerou a ocupação das margens

dos rios. Loteamentos irregulares também foram identificados nas visitas ao local.

Na parte mais alta e consequentemente a mais distante do Sertão à qual

denominamos Alto Sertão, observamos o início da ocupação quase junto ao limite da

bacia hidrográfica. Nesse ponto observamos as condições sócio-econômicas mais

precárias de toda região, e, em conseqüência, as piores condições ambientais.

Verificamos também que a maioria das criações de porcos estão nesse local, além de

esgoto correndo a céu aberto e lixo lançado nos terrenos.

Outro local a ser considerado é um agrupado de casas logo após o início da Rua

Correias Mercúrios, ainda na Estrada da Casanga. O local está inserido às margens do

Rio Arataca, córrego este que já apresenta visualmente traços de degradação

ambiental. A topografia de encosta (inclinada) permite rapidamente o encaminhamento

dos esgotos sanitários aos córregos da região. O local é habitado predominantemente

por moradores vindo de outras cidades, mas também pudemos verificar uma boa

parcela de moradores tradicionais.

Na Rua Correias Mercúrios, apesar da proximidade com o trecho citado

anteriormente, verificamos uma condição social melhor, menor adensamento, com

alguns casos porém de moradias às margens de um afluente do rio Arataca. Nesse

local, verificamos a predominância de moradores tradicionais. Entretanto, os sistemas

individuais de tratamento de esgoto nas moradias também são inadequados em sua




quase totalidade, o que certamente vem gerando a poluição do lençol freático e

possivelmente a poluição dos rios em períodos de enxurrada.

Seguindo adentrando à Fazenda Correias Mercurios encontramos algumas

poucas moradias em situação parecida com as demais, e várias outras inabitadas.




RANÁRIO




O bairro do Ranário, possui uma característica de topografia plana e em alguns

pontos os terrenos são extremamente encharcados. São poucas as moradias, e o

Ranário (local onde criavam-se rãs) encontra-se desativado.

O principal rio que corta o trecho é o Rio do Cavalo. Bem no trecho paralelo ao

ranário desativado, este rio sofreu intervenção humana (desvio), portanto as

características naturais encontram-se alteradas, com trechos de inexistência de mata

ciliar. O rio corre boa parte paralelo à Estrada do Ranário que tem seu fim na Estrada

da Casanga, próximo à escola municipal. Nesse trecho, existem várias edificações

junto às margens.

As condições de saneamento no bairro são também precárias como as demais

áreas, mas a situação ali é agravada pelo nível elevado do lençol freático e terreno

extremamente úmido. Em período de cheias, as condições tendem a se agravar, visto

que á área é recortada por vários pequenos canais de drenagem, o que também

direcionariam rapidamente os despejos sanitários aos córregos do local.




Propostas de Sistemas Individuais de

Tratamento de Esgoto:




Sistemas Individuais de Tratamento de Esgoto.

Dada a ausência de sistema público de tratamento de esgoto sanitário no Bairro

de Itamambuca, antes do início de uma construção, a Prefeitura Municipal de Ubatuba

requer a aprovação de um projeto de um sistema individualizado de coleta e tratamento

de esgoto. Através de um convênio com a Associação de Engenheiros e Arquitetos de

Ubatuba o projeto é analisado e aprovado antes da aprovação da edificação e início

das obras. Para a liberação do Habite-se da construção a Prefeitura exige também uma

vistoria do sistema construído.

Estes sistemas são dimensionados de acordo com as NBR/7229/93 e

NBR/13969/97 da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

É sabido também que a emissão de esgoto sem tratamento à natureza sem

tratamento implica em crime ambiental, podendo ser aplicadas ao infrator as

penalidades previstas na lei.

O sistema individual previsto na Norma compreende as etapas:

ESGOTO BRUTO→→ TRATAMENTO →→ DISPOSIÇÃO FINAL

Esgoto Bruto ou esgoto sanitário: todos os despejos domésticos provenientes de

cozinhas, lavanderias domiciliares, lavatórios, chuveiros, bacias sanitárias, bidês e

mictórios.

Nas áreas analisadas, verificamos pouquíssimas habitações com projeto de

sistema de tratamento aprovado e inspecionado. Conforme desctiro anteriormente, as

fossas negras em sua maioria foram executadas sem critério técnico algum.




Processo de Tratamento do Esgoto.

A Norma determina em locais onde não há rede pública que o esgoto bruto

passe por um tanque séptico, comumente conhecido como fossa séptica. Nesse

tanque a fração sólida do esgoto é separada da líquida e também ocorre a separação

das substâncias flutuantes. Um processo biológico natural passa a ocorrer a partir de

então, denominado digestão da matéria orgânica, fenômeno provocado pelas próprias

bactérias existentes no esgoto. Esse processo resultará na redução da carga poluente

do efluente final.

Vista lateral de uma fossa séptica de câmara única

A fossa séptica deve ser construída de forma que seja completamente

impermeável. Suas dimensões internas devem ser projetadas para que o tempo de

permanência do esgoto no seu interior proporcione a digestão da matéria orgânica. A

não observância desses critérios fatalmente prejudicará o resultado final esperado.




Estudos indicam que a eficiência de uma fossa séptica na redução da carga

poluente e de coliformes seja de 50% a 60%.

Disposição Final.

O efluente líquido provindo da fossa séptica deverá passar por uma disposição

final, sendo previstas unidades complementares de tratamento. A norma prevê a as

seguintes alternativas:

- sumidouro;

- valas de infiltração;

- valas de filtração;

- cloração e lançamento em córrego;

A escolha da alternativa correta depende de vários critérios técnicos, devendo

ser analisados pelo profissional responsável para escolha do sistema mais adequado.

Entre os principais critérios a serem considerados temos espaço físico, inclinação do

terreno, nível do lençol freático, grau de permeabilidade, variação do fluxo de esgoto,

distância de nascentes, rios e poços. Se observados corretamente estes critérios e

elaborado um projeto adequado para cada caso, os resultados obtidos serão bem

satisfatórios, minimizando consideravelmente os danos ambientais.

Os sumidouros e valas de infiltração são sistemas que tem por objetivo a

infiltração do efluente sanitário no solo. São indicados para terrenos permeáveis e que

disponham de espaço físico. Esses tipos de sistemas requerem pouca operação e

manutenção, motivo pelo qual devem ser considerados os mais indicados para o caso

de residências.

As valas de filtração e sistemas de cloração são sistemas utilizados em casos

onde o espaço físico é insuficiente ou o solo tem permeabilidade baixa que venha a

inviabilizar o sistema de infiltração. No caso das valas de filtração o efluente passa por

um leito de areia horizontal e o logo após a filtração biológica é encaminhado por




gravidade para um corpo d´água. No sistema de cloração, o efluente do filtro anaeróbio

passa por um tanque de desinfecção com cloro e logo após é encaminhado para um

corpo d´agua. Este último sistema requer operação diária, motivo pelo qual deve ser

considerado como última alternativa para residências.

A seguir alguns exemplos calculados de sistemas individuais com fossa séptica

e filtro anaeróbio. Vale observar que as unidades de disposição final (sumidouros ou

valas de infiltração), não estão previstas, uma vez que seu projeto depende da análise

da permeablidade do solo e verificação do nível do lençol freático.




Sistema individual para até 10 pessoas (Fossa Séptica).

Parâmetros de Cálculo de acordo com a NBR 7229/93.

Número de contribuintes 10 pessoas

Contribuição individual 130 litros / pessoa / dia

Vazão diária de esgotos 1300 litros / dia

Coeficiente de lodo fresco (K) 65

Contribuição de lodo fresco (Lf) 1

Tempo de detenção hidráulico 1 dia

Custo Estimado de Materiais de Construção R$ 900,00




Sistema individual para até 15 pessoas (Fossa e Filtro)

Parâmetros de Cálculo de acordo com a Norma.






Tempo de detenção hidráulico 0,92 dia

Custo Estimado dos Materiais de Construção R$ 1.200,00




Sistema individual para até 20 pessoas (Fossa e Filtro)

Parâmetros de Cálculo de acordo com a Norma.






Tempo de detenção hidráulico 0,92 dia

Custo Estimado dos Materiais de Construção R$ 1.600,00




Informações Complementares sobre a Fossa Séptica.

A disposição adequada dos esgotos sanitários é essencial à proteção da saúde

pública. Estima-se que cerca de 50 tipos de infecções podem ser transmitidos por

diferentes caminhos envolvendo excretas humanos. Associadas à má nutrição, as

doenças relacionadas com as excretas exercem uma terrível influência na morbidade e

mortalidade nos países em desenvolvimento, especialmente entre as crianças.

Epidemias de febre tifóide, cólera, disenteria, hepatite infecciosa e inúmeros casos de

verminoses são algumas das doenças que podem ser transmitidas pela disposição

inadequada de esgotos sanitários.

Com relação à disposição dos esgotos domésticos, ou águas residuárias

domésticas, são conhecidos dois tipos de sistemas: o público e o individual. O primeiro

caracteriza-se pelo esgotamento das águas residuárias por tubulações da rede pública

até uma estação de tratamento ou disposição sanitária segura: e o segundo

caracteriza-se por um sistema de tratamento onde o esgoto de cada unidade

habitacional é tratado individualmente. Hoje existem vários tipos de micro-estações de

tratamento individuais, porém a mais utilizada ainda no Brasil é o sistema de

tratamento por fossa séptica, devido ao baixo custo de implantação de um sistema

como este. Este sistema pode ser utilizado em locais onde não há rede pública de

tratamento de esgotos, onde a ausência da rede pública e é justificada pela baixa

densidade de ocupação do solo. No Caderno de Normas Técnicas da Sabesp, consta

que um sistema de tratamento individual só é permitido no caso de uma unidade para

cada 1000 metros quadrados de terreno.

Para a fossa séptica são encaminhados todos os despejos domésticos

provenientes de cozinhas, lavanderias domiciliares, lavatórios, chuveiros, bacias

sanitárias, bidês e mictórios.




A fossa séptica pode ser definida como uma unidade de sedimentação e

digestão, de fluxo contínuo. É projetada para ser construída com material estanque

(deve ser impermeável) para receber as águas residuárias, em especial as de

residências. Deve ser projetada de forma que a velocidade e permanência do líquido

na fossa permitam a separação da fração sólida do esgoto, proporcionando digestão

limitada da matéria orgânica e acúmulo de sólidos. O efluente, ou líquido proveniente

da fossa séptica apresenta aspecto mais clarificado e isento de partículas sólidas, que

deverá ser destinado de forma adequada, conforme trataremos nos próximos tópicos.

Os sólidos sedimentáveis e lodos parcialmente decompostos acumulam-se no

fundo da fossa, onde ficam retidos e, pela digestão anaeróbia, se transformam em

substâncias sólidas parcialmente mineralizadas que se liquefazem e formam gases.

A digestão anaeróbia se desenvolve mais intensamente no lodo, onde ocorre a

maior atividade de transformação da matéria orgânica. Os agentes principais dessa

digestão são as bactérias anaeróbias ou facultativas, que atuam na ausência do

oxigênio molecular, reduzindo as substâncias orgânicas a formas pouco oxidadas com

dissolução ou liquefação de alguns sólidos.

Ocorre também no interior da fossa séptica a flotação ou a flutuação das

gorduras e materiais graxos. Nesse caso, a manutenção preventiva das fossas sépticas

podem ser otimizadas com a instalação de caixas de gordura, dispositivos com a

finalidade de captar os despejos principalmente das pias de cozinhas antes de ser

encaminhados às fossas sépticas, retendo as gorduras flutuantes. O mercado

disponibiliza caixas de gorduras prontas em concreto ou fibra de vidro.




Estudos detectaram que a redução da carga poluente operada por uma fossa

séptica de câmara dupla fique em torno de:

62% da Demanda Bioquímica de Oxigênio

57% da Demanda Química de Oxigênio

56% dos Sólidos Sedimentáveis

55% dos Coliformes Totais.

Apesar dos dados acima, podemos inferir que o efluente advindo de uma fossa

séptica é altamente contaminado e, portanto, necessita de uma disposição final

adequada. A não observância desse cuidado e o despejo do efluente da fossa

diretamente à natureza, acarretarão em conseqüências desastrosas ao meio ambiente

e à saúde pública.




Filtro Anaeróbio.

A norma prevê também a utilização de filtro biológico anaeróbio, como sugestão

de tratamento complementar para o efluente da fossa séptica antes da disposição final.

Consiste em um tanque de fluxo ascendente dotado com um leito filtrante de pedras,

no qual ocorre uma filtragem biológica do efluente da fossa séptica. Além de elevar a

eficiência do sistema na redução da carga orgânica e dos coliformes, proporciona uma

melhor clarificação do líquido final.

Vista lateral da Fossa Séptica e Filtro Anaeróbio

A Norma Brasileira não aplica a obrigatoriedade da utilização do filtro anaeróbio

para residências, entretanto ao se levar em consideração a sua facilidade de execução,

baixo custo e os benefícios ambientais que ele proporciona, classificamos como uma

ferramenta indispensável para o tratamento do esgoto doméstico.




Conclusão:




Conclusão:

Hoje, em relação à poluição ambiental, a situação encontrada no bairro é muito

preocupante. Chamamos a atenção para os setores adjacentes ao Sertão de

Itamambuca como principal fonte poluente, seguidos em ordem de importância pelo

Recanto Itamambuca e Ranário.

Analisando as características físicas do solo nos diversos setores visitados,

verificamos uma grande variação em relação a tipo de solo, coeficiente de

permeabilidade e nível do lençol freático. Estas são variáveis preponderantes na

elaboração de projetos de sistemas individuais de coleta e disposição final de esgoto

sanitário previstos nas normas NBR´s 7229/93 e 13969/93 da ABNT. Chamamos

também a atenção para necessidade de espaço físico para implantação desses

sistemas.

Entendemos que a qualidade ambiental pode ser elevada e o nível de poluição

por esgoto sanitário pode ser minimizado com a implantação desses sistemas

individuais, ressaltando porém que em diversos casos esta solução se mostre inviável,

em função das restrições citadas anteriormente. Há casos entretanto que soluções

como esta são perfeitamente viáveis. Para estes casos devem ser feitos análises

individuais e projetos específicos.

Tendo em vista o panorama geral que encontramos no bairro após a aplicação

dos questionários e visitas técnicas, concluímos que as medidas a serem tomadas na

solução dos problemas de poluição ambiental das águas no Bairro de Itamambuca,

são:

- projeto e implantação de sistema público de coleta e tratamento de esgoto

sanitário nas áreas de maior adensamento populacional e onde a implantação de

sistemas individuais de tratamento e disposição de esgotos se mostre tecnicamente

inviável;




- Solução por parte dos órgãos competentes, para as ocupações junto às

margens dos corpos d´água (àreas de preservação permanente), com vistas à

recuperação ambiental dessas áreas;

- intensificação da ação da Prefeitura Municipal nas áres congeladas, no objetivo

de controlar o crescimento desordenado e regularizar as edificações que sejam

passíveis para tal;

- implantação de sistema público de abastecimento de água, no objetivo de

acabar com o desperdício de água que vem afetando diretamente na vazão dos rios e

no sistema hidrológico da bacia;

- desativação imediata das criações de porcos que são feitas de forma

extremamente precárias, e controle de outros animais soltos pelas ruas;

- criação de programas de educação e conscientização ambiental,

principalmente nas áreas mais carentes do bairro.

Marcelo Prado de Novaes

Engenheiro Civil

CREA/SP 5060745098

Flavia C. Suarez Navarro

Engenheira Ambiental

CREA/SP

Ubatuba, 15 de outubro de 2007.




Créditos e Referências Bibliográficas:

A Caminho do Mar – Um projeto de Saneamento, Educação e Saúde no Bairro do

Cambury

Eliane Simões / Flávia C. Suarez Navarro / Izabel Brunzinian / Patrícia Ortiz Monteiro

NBR 7229/93 da ABNT

Metodologia para determinação do coeficiente de infiltração do solo.

Levantamento da Prefeitura Municipal de Ubatuba para Congelamento dos Núcleos

SAU – Sociedade de Arquitetura e Urbanismo da PMU – Comissão de Congelamento.

Imagens Aéreas de Satélite

Fornecidas pela SAU – Sociedade de Arquitetura e Urbanismo da PMU.

Google Earth

Levantamentos ambientais anteriores no Bairro

Fornecidos pelo Eng. Dimitri Matosko.

Histórico da Balneabilidade do Rio Itamambuca

Obtidos no site www.cetesb.gov.br

diagnóstico ambiental itamambuca.pdf

Documents