dia internacional em memória das vítimas do holocausto

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Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto 27 de Janeiro aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz “Não podemos construir o futuro sem nos lembrarmos do passado, o que aconteceu uma vez pode voltar a repetir -se.” 1 Secretário-geral das Nações Unidas 1 http://d-d.natanson.pagesperso-orange.fr/plan-auschwitz2.htm

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Dia internacional em memória das vítimas do holocausto

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Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

27 de Janeiro – aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz

“Não podemos construir o futuro sem nos lembrarmos do passado, o que aconteceu uma vez pode voltar a repetir-se.”

1 Secretário-geral das Nações Unidas

1 http://d-d.natanson.pagesperso-orange.fr/plan-auschwitz2.htm

Três Auschwitz São vários os subcampos, são conhecidos vários comandos, mas há três campos Auschweitz (Auschwitz é o nome alemão da pequena cidade polonesa de Oswiecim) que é importante salientar.

Auschwitz I - “o campo principal” – um campo de concentração em Stammlager2

2 http://d-d.natanson.pagesperso-orange.fr/plan-auschwitz2.htm

Desde 1942 há câmaras de gás, tanto em Auschwitz I (um pouco) como em Auschwitz II (vários), podendo, então, considerar-se que este

campo de concentração faz parte de um conjunto que desempenha um papel de extermínio.

Inicialmente, este campo de concentração fora um antigo quartel do exército austríaco, criado em 19403.

3 No portão de entrada está escrito “Arbeit macht frei”, ou seja, “ O trabalho liberta-vos”

Adam

Buja

k, 19

96

Um fragmento da cerca duplo cercavam o acampamento4. Isolavam, deste modo, os presos do mundo exterior e tornavam a fuga impossível.

Sinais com o registo "Parar, advertia os que se aproximavam da cerca do acampamento5

4 Foto de Adam Bujak

5 Foto de Waldemar Jama

Os prisioneiros eram sujeitos a trabalhos forçados, em kommandos externos. Eram sujeitos a tortura, a experiências médicas (gémeos,

esterilização, teste de drogas, fadiga ...) pelo médico Josef Mengele6 (conhecido como "O Anjo da Morte")7

6 http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/19/WP_Josef_Mengele_1956.jpg

7 Nas suas experiências com seres humanos em Auschwitz, ele injetou tinta azul nos olhos de crianças, uniu as veias de gémeos, deixou pessoas em tanques de água

gelada para testar as suas resistências, amputou membros de prisioneiros e guardou milhares de órgãos no seu laboratório.

Josef Mengele

Sofriam de desnutrição crónica8

eram executados por um pelotão de fuzilamento no pátio do Bloco 119;

8 A célula de fome nas caves de bloco nº 11, era conhecido como Bloco da Morte pelos prisioneiros. A placa comemorativa da foto (de Adam Bujak) deve-se ao nobre ato de um irmão

franciscano polonês, Maksymilian Kolbe, voluntariamente, ter trocado a sua vida pela de um prisioneiro condenado à morte por inanição, salvando-lhe, assim, a sua vida.

9 O postal, à esquerda (da autoria de Wieslaw Zienlonski), constitui uma reconstrução das execuções, no local onde as SS matavam os prisioneiros. Hoje é um dos espaços onde as famílias

podem prestar homenagem aos seus familiares, vítimas desta guerra.

Os assassinatos na câmara de gás10 eram comuns. Os deportados Revier (aqueles que se encontravam doentes, na enfermaria) eram

assassinados, através da injeção de fenol.

10 O Crematório nº I, parcialmente reconstruído após a guerra (foto de Wiestaw Zielinski). A primeira câmara de gás foi localizada aqui, onde as SS assassinaram pessoas usando Zyklon B, e

fornos para cremar os corpos. Usado até que novos dispositivos de genocídio em massa foram construídos em Auschwitz II Birkenau, em 1943.

O interior do Crematório I (foto de Waldemar Jama). Um forno para cremar os corpos, reconstruído após a guerra a partir das suas partes originais. O crematório é um dos memoriais e sítios de

comemoração nas terras do antigo acampamento. Visitantes e famílias dos executados deixam flores e acendem, aqui, velas.

Os comandantes deste campo

Rudolf Höss11 Arthur Liebehenschel 12 Richard Baer13

11image/jpeg;base64 12 http://en.auschwitz.org/m/components/com_ponygallery/img_pictures/20080606_1672203204_zaloga_ss_2.jpg 13 http://www.deathcamps.org/occupation/pic/bigaumen04.jpg

Auschwitz II Birkenau - o campo de extermínio

Birkenau significa "pequena pradaria", e é uma vila polaca. Os deportados que trabalham no campo de Birkenau, desempenham tarefas

administrativas, em comandos externos e no Sonderkommando14, ou seja, têm a função de queimar os cadáveres das câmaras de gás.

AUSCHWITZ - BIRKENAU15

14 Chama-se "Sonderkommado" (comando especial) ao grupo de deportados que têm a função de retirar os cadáveres e queimá-los, para esvaziar as câmaras de gás. 15

http://d-d.natanson.pagesperso-orange.fr/plan-auschwitz2.htm

Auschwitz II Birkenau16 foi criado pelos nazis na aldeia de Brzezinka, em setembro de 1941.

17

16

Foto de Wojciech Gorgolewski

17 http://www.visitkujawsko-pomorskie.pl/-polska-lista-dziedzictwa-swiatowego-unesco,178,2,109.html

Os seus moradores foram expulsos e seus domicílios desmontados. Cerca de 300 barracas foram construídas para abrigar os prisioneiros. Os

principais dispositivos de genocídio em massa de judeus (câmaras de gás e fornos para cremar os corpos) foram localizados neste campo18.

18 Um fragmento do acampamento. Na linha da frente, podem ser vistas barracas de madeira, preservadas, onde os presos foram localizados. No fundo são as chaminés - os

restos desses quartéis foram destruídos ou desmantelados.

Interior de uma das barracas onde algumas centenas de prisioneiros foram amontoados19.

Os enforcamentos públicos20

19

Foto de Waldemar Jama

20 http://kopjik.files.wordpress.com/2010/07/brzezinka-hc3a6ngninger2.jpg

Um fragmento do acampamento onde as barracas foram construídas de tijolo. Em primeiro plano, a cerca, através doa qual passava uma

corrente elétrica, e as torres de vigia para os guardas da SS21.

As ruínas de um dos dispositivos de genocídio em massa, destruídos pela SS

antes do seu abandono do campo, em 1945. A câmara de gás foi localizada no

seu interior, onde os nazis colocavam as pessoas para morrer, através do

recurso ao Zyklon B e aos fornos para cremar os corpos.

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Fotos de Waldemar Jama

O Monumento Internacional para as Vítimas de Auschwitz, em memória de todos os que foram deportados para Auschwitz e lá encontraram a

morte. Está localizado nas terras da antiga Auschwitz II Birkenau, entre as ruínas de dois dispositivos de genocídio em massa22.

22

Foto de Wieslaw Zielinski

Os comandantes deste campo

Josef Kramer23 Lagerführer : Maria Mandel24

23

http://2.bp.blogspot.com/-buLRPr3Ycmk/URz70WtjaRI/AAAAAAAACXs/z1O5BbcoBak/s1600/StaffJosefKramer_09.jpg 24 http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/51/Maria_Mandel.jpg

Auschwitz III - Auschwitz-Monowitz, um campo de concentração, focado no trabalho forçado

Monowitz é o nome de uma pequena aldeia localizada no rio Vístula, perto de Oswiecim25. O campo foi criado em fevereiro de 1941, durante a

instalação da central de Buna IG Farben. Visto que, desde 1942 existiam câmaras de gás em Auschwitz II, poder-se-á considerar que este

campo de concentração faz parte de um grupo que desempenha um papel de extermínio. Além disso, há aqui um "extermínio pelo trabalho" real.

25 http://d-d.natanson.pagesperso-orange.fr/3_auschwitz.htm, Plano d'Auschwitz-Monowitz, desenhado por Serge Smulevic

O comandante deste campo

Hauptsturmführer Heinrich Schwarz26

26

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/thumb/e/e3/Heinrich_Schwarz.jpg/240px-Heinrich_Schwarz.jpg

RECORDANDO…

First they came for the Socialists, and I did not speak out-

Because I was not a Socialist.

Then they came for the Trade Unionists, and I did not speak out-

Because I was not a Trade Unionist.

Then they came for the Jews, and I did not speak out-

Because I was not a Jew.

Then they came for me—

and there was no one left to speak for me.

Martin Niemöller (1892-1984)

Primeiro levaram os negros Mas não me importei com isso Eu não era negro Em seguida levaram alguns operários Mas não me importei com isso Eu também não era operário Depois prenderam os miseráveis Mas não me importei com isso

Porque eu não sou miserável Depois agarraram uns desempregados Mas como tenho meu emprego Também não me importei Agora estão me levando Mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898 - 1956)

La Rose et le Réséda

Celui qui croyait au ciel Celui qui n'y croyait pas

Tous deux adoraient la belle Prisonnière des soldats

Lequel montait à l'échelle Et lequel guettait en bas Celui qui croyait au ciel Celui qui n'y croyait pas

Qu'importe comment s'appelle Cette clarté sur leur pas

Que l'un fut de la chapelle Et l'autre s'y dérobât

Celui qui croyait au ciel Celui qui n'y croyait pas

Tous les deux étaient fidèles Des lèvres du coeur des bras

Louis Aragon (1897- 1982) Et tous les deux disaient qu'elle Vive et qui vivra verra Celui qui croyait au ciel

Celui qui n'y croyait pas Quand les blés sont sous la grêle Fou qui fait le délicat Fou qui songe à ses quereles

Au coeur du commun combat Celui qui croyait au ciel Celui qui n'y croyait pas Du haut de la citadelle La sentinelle tira Par deux fois et l'un chancelle L'autre tombe qui mourra Celui qui croyait au ciel Celui qui n'y croyait pas Ils sont en prison Lequel A le plus triste grabat Lequel plus que l'autre gèle Lequel préfère les rats Celui qui croyait au ciel Celui qui n'y croyait pas Un rebelle est un rebelle Deux sanglots font un seul glas Et quand vient l'aube cruelle Passent de vie à trépas

Celui qui croyait au ciel Celui qui n'y croyait pas Répétant le nom de celle Qu'aucun des deux ne trompa Et leur sang rouge ruisselle Même couleur même éclat Celui qui croyait au ciel Celui qui n'y croyait pas Il coule il coule il se mêle À la terre qu'il aima Pour qu'à la saison nouvelle Mûrisse un raisin muscat Celui qui croyait au ciel Celui qui n'y croyait pas L'un court et l'autre a des ailes De Bretagne ou du Jura Et framboise ou mirabelle Le grillon rechantera Dites flûte ou violoncelle Le double amour qui brûla L'alouette et l'hirondelle La rose et le réséda

COMPLAINTE DU PARTISAN Les Allemands étaient chez moi

On m'a dit résigne toi Mais je n'ai pas pu

Et j'ai repris mon arme.

Personne ne m'a demandé D'où je viens et où je vais

Vous qui le savez Effacez mon passage.

J'ai changé cent fois de nom J'ai perdu femme et enfants

Mais j'ai tant d'amis

Et j'ai la France entière.

Un vieil homme dans un grenier Pour la nuit nous a cachés Les Allemands l'ont pris Il est mort sans surprise.

Hier encore nous étions trois Il ne reste plus que moi

Et je tourne en rond Dans la prison des frontières.

Le vent souffle sur les tombes La liberté reviendra On nous oubliera

Nous rentrerons dans l'ombre.

Emmanuel d'Astier de La Vigerie (1900 –1969)