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Dezembro

2016

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

CAMPUS DE GOVERNADOR VALADARES

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

Equipe:

Prof. Dr. Thiago Costa Soares Coordenador geral

Prof. Dr. Luckas Sabioni Lopes Coordenador técnico

Prof. Dr. Geraldo Moreira Bittencourt Coordenador técnico Bolsistas

Leonardo Dias Fernandes Simões Marfízia Elen Almeida de Souza Voluntárias

Fernanda Soares da Silva Gabriela Araújo de Assis Laryssa Rodrigues de Castro

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SUMÁRIO

Seção 1: ........................................................................................................................... 4

Introdução ao Índice de Preços ao Consumidor de Governador Valadares – IPC-

GV .................................................................................................................................... 4

Seção 2: ............................................................................................................................ 7

Variação da inflação de dezembro .............................................................................. 7

Seção 3: .......................................................................................................................... 12

Variação de dezembro do preço da cesta básica ..................................................... 12

Seção 4: .......................................................................................................................... 15

Inflação acumulada de 2016 ....................................................................................... 15

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Seção 1:

Introdução ao Índice de Preços ao Consumidor de Governador

Valadares – IPC-GV

Os indicadores de inflação a nível nacional se tornaram uma ferramenta

crucial para avaliar a estabilidade econômica do país, sobretudo após o

lançamento do plano Real, em 1994. Entretanto, este nível de agregação de

dados não permite inferir sobre a situação específica dos municípios brasileiros.

Por este motivo, tem sido crescente a criação de índices regionalizados de

inflação.

Atualmente, Governador Valadares é a 9ª maior cidade mineira em

termos populacionais e possui o 16º maior Produto Interno Bruto (PIB) do

estado (IBGE, 2015). Dada a sua importância socioeconômica para Minas

Gerais, ferramentas que facilitam a análise da conjuntura econômica do

município são fundamentais não apenas para seu desenvolvimento, mas

também o das cidades vizinhas. Com esta constatação, surgiu em outubro de

2014 o projeto de implementação do IPC local, uma iniciativa dos professores

do Departamento de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora,

campus GV.

O Índice de Preços ao Consumidor de Governador Valadares (IPC-GV) é

um indicador do custo de vida do município. Entende-se por “custo de vida” a

relação existente entre a quantidade de bens e serviços que um consumidor

pode adquirir em dois momentos do tempo, ou seja, mensura-se o quanto o

indivíduo terá que dispor de sua renda para manter a mesma satisfação em

períodos de tempo distintos. Portanto, o IPC-GV tem a finalidade de medir a

dinâmica de preços de um conjunto preestabelecido de bens e serviços

consumidos pela população de Governador Valadares.

O IPC-GV, assim como os demais índices de preços a nível nacional,

mede a inflação na perspectiva do consumidor típico. Exclui-se, assim, os perfis

de consumo extremos, como famílias com rendimento abaixo de 1 salário

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mínimo e acima de 40, em razão da heterogeneidade apresentada nas cestas de

consumo em relação à média. Em resumo, o IPC-GV considera famílias que

residem em área urbana, com rendimentos entre 1 e 40 salários mínimos. Sua

subdivisão se dá por meio de sete itens, conforme a estrutura de pesos

apresentada na Tabela 1.

Tabela 1. Estrutura de peso dos grupos do IPC-GV

Grupos Peso (%)

Alimentação e Bebidas 27,25 Vestuário 05,40 Habitação 22,15 Artigos de Residência 04,96 Transporte e Comunicação 17,34 Saúde e Cuidados Pessoais 15,55 Educação e Despesas Pessoais 07,35 TOTAL 100,00

Fonte: IPC-GV/UJFJ/GV

Os pesos atribuídos aos grandes grupos de itens foram baseados na

pesquisa de orçamento familiar de Viçosa, POF – Viçosa, realizada pelo

Departamento de Economia da Universidade Federal de Viçosa (DEE/UFV).

Também é importante ressaltar que os pesos do IPC-GV se assemelham aos do

IPC-BH, da cidade de Belo Horizonte.

No total, para o cômputo do IPC-GV, são pesquisados os preços de 422

produtos e serviços, entre os dias 10 e 20 de cada mês, em cerca de 100

estabelecimentos distribuídos pela cidade. Ao final de cada mês, o

Departamento de Economia da UFJF/GV disponibiliza o relatório da variação

dos preços à comunidade.

Conjuntamente ao IPC-GV, disponibiliza-se também um relatório mensal

sobre a variação dos preços da Cesta Básica, estruturada a partir da cesta oficial

do DIEESE, em consonância com o Decreto Lei nº399, que estipula os produtos

e as quantidades necessárias para um indivíduo adulto que recebe salário

mínimo. Este indicador permite estimar as horas de trabalho necessárias para

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adquirir a cesta padrão, fornecendo mais um indicador sobre o custo de vida

valadarense.

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Seção 2:

Variação da inflação de dezembro

“IPC-GV REGISTRA ALTA DE 0,32% EM DEZEMBRO E

FECHA O ANO EM 10,26%”

O IPC-GV, calculado pelo Departamento de Economia da UFJF/GV,

registrou alta nos preços de 0,32% entre os meses de novembro e dezembro de

2016, valor pouco maior que o IPC-A (0,30%), estimativa da inflação nacional,

divulgada pelo IBGE. No mês de dezembro, os grupos que apresentaram altas

nos preços foram: Vestuário (7,51%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,05%) e

Educação e Despesas Pessoais (1,79%). E os grupos Alimentação (-0,31%),

Habitação (-0,05%), Artigos de residência (-0,18%) e Transporte e Comunicação

(-0,73) apresentaram queda nos preços, conforme apresenta a Tabela 2:

Tabela 2. IPC-GV, por grupos de despesas, em dezembro de 2016:

Grupo Variação (%) Peso (%) Inflação (%)

Alimentação -0,31 27,25 -0,08

Vestuário 7,51 5,40 0,41

Habitação -0,05 22,15 -0,01

Artigos de residência -0,18 4,96 -0,01

Transporte e Comunicação -0,73 17,34 -0,13

Saúde e Cuidados Pessoais 0,05 15,55 0,01

Educação e Despesas Pessoais 1,79 7,35 0,13

IPC-GV 0,32

Fonte: IPC-GV/UFJF/GV

Os destaques por grupo no mês de dezembro são como se seguem:

(i) Alimentação: O grupo apresentou queda de -0,31% no mês de dezembro.

O subgrupo Alimentação no Domicílio mostrou queda de -0,30%, assim como o de

Alimentação Fora do Domicílio, que caiu -0,44%. O item Cereais Leguminosas e

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Oleaginosas apresentou queda de -2,15%, com destaque para Feijão Carioca (-

15,95%), Milho de pipoca (-8,19%) e Arroz integral (10,44%). O grupo Carnes

Bovinas registrou alta de 0,57%, puxada pelos preços do Chã de dentro (10,96%) e

Filé Mignon (1,36%). O grupo Carnes Suínas também apresentou aumento, de

0,50%, creditada à variação do preço do Lombo (3,16%) e Pernil sem osso (3,76%).

Observou-se queda de -3,64% no item Carnes de Aves e Ovos, com destaque nas

variações de preço do Frango abatido inteiro (-9,12%) e Asa de frango (-3,85%). O

subgrupo Pescados apresentou alta de 10,59%, puxado pelo preço do Filé de peixe

(20,01%). O subgrupo Carnes Processadas mostrou aumento de 0,99%, puxado

pela Linguiça para churrasco (9,10%), Linguiça de porco (3,02%) e Apresuntado

(3,71%). Leites e Derivados apresentaram alta de 0,47%, com destaque para o Leite

condensado (11,00%) e Manteiga (14,71%). O grupo Óleos e Gorduras também

mostrou alta, de 15,41%, puxada pelo Azeite de oliva (7,47%), Óleo de soja

(18,32%) e Margarina (12,56%). O grupo Hortaliças e Verduras, por sua vez,

apresentou queda de -6,00%, devido às alterações dos preços do Repolho (-

51,83%) e Brócolis (-10,96%). O subgrupo Frutas apresentou aumento de 5,64%,

com destaque para a Maçã (30,25%) e Banana Prata (38,19%). O Limão (-57,87%),

por outro lado, apresentou grande queda nos preços. O item Tubérculos, Raízes e

Legumes mostrou queda de -29,44%, destacam-se no item as variações nos

preços da Batata Inglesa (-65,09%), Tomate (-57,31%) e Cebola (-41,29%). Batata

Baroa (71,26%), que também pertence a este grupo, apresentou elevação nos

preços. O grupo Bebidas Não Alcoólicas apresentou alta, de 0,71%, sendo as

maiores variações do Suco de fruta em pó (8,25%). O Suco de fruta liquido (-5,18%)

recuou a inflação desse grupo, com queda expressiva. O grupo Bebidas Alcoólicas

fechou o mês com queda de -0,55%, puxada pelo Vinho (-2,15%). O grupo

Farinhas e Féculas teve alta de 1,90%, com destaque para Farinha de trigo (4,09%),

Fermento em pó (5,80%) e Flocos de cereais (5,88%). O grupo Panificados também

apresentou alta, de 2,20%, puxada principalmente pelo Biscoito (9,77%) e Pão

doce (4,42%). Verificou-se alta de 1,07% no item Massas, creditada ao Macarrão

espaguete (1,23%) e Massa para pastel (4,18%). Doces, Chocolates e Açucares

apresentaram aumento de 4,42% com destaque para a variação do preço do

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Açúcar cristal (8,74%) e Açúcar refinado (8,38%). Na outra ponta, destacou-se a

queda do preço do Bombom (-6,54%). O grupo Enlatados e Conservas mostrou

aumento de 0,32%, destacando-se as variações nos preços da Salsicha (3,62%) e

Sardinha em lata (6,76%). Já a Azeitona (-3,58%) mostrou queda nos preços. O

item Sal e Condimentos apresentou queda de -0,59% com destaques para as

variações da Maionese (-4,71%), Catchup (-4,70%).

(ii) Vestuário: O grupo apresentou alta de 7,51%. Os itens Calcinha de

algodão infantil (15,75%), Calça jeans feminina adulto (18,84%), Sutiã (17,11%) e

Camisa esporte de tecido masculino (18,08%) apresentaram aumento de preço. E os

itens Short tectel infantil (-15,06%), Calcinha de algodão adulto (-11,44%), Camisa

polo de manga curta adulto (-11,14%) e Chinelo masculino adulto (-18,19%)

apresentaram queda. É importante destacar que a expressiva variação de preços

ocorrida nesse grupo pode ser parcialmente explicada pelo aquecimento das

vendas varejistas nas tradicionais datas de fim de ano. Além disso, o setor foi

um dos que mais sofreram com o desaquecimento recente da economia

brasileira. Por este motivo, os varejistas podem ter buscado compensar perdas

anteriores via preços.

(iii) Habitação: O grupo registrou queda de 0,05%. Destacando-se o a queda

nos preços do Vassoura piaçava (-12,09%), Limpa vidro (-10,03%), Amaciante de

roupa (-9,97%) e Detergente Líquido (-4,55%). Já os itens Desinfetante, Saco para

chão, Sabão em barra e Sapólio em pó apresentaram quedas de 11,35%, 7,72%,

7,66% e 4,87%, respectivamente.

(iv) Artigos de Residência: Observou-se queda de 0,18% no grupo. Destaca-

se a queda nos preços do Vídeo game (-13,05%), Notebook (-7,15%), Televisão 32

polegadas (-6,67%), Forno micro-ondas (-5,01%). No entanto alguns itens como

Liquidificador, Ferro elétrico, Aparelho de som, Colchão de espuma, Panela de pressão e

Televisão Led 40p Full HD apresentaram aumentos de 19,12%, 15,19%, 7,95%,

6,08%, 4,80% e 4,55%, respectivamente.

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(v) Transporte e Comunicação: O grupo apresentou queda de 0,73%,

puxada redução dos preços do Balanceamento (-25,58%), Álcool (-12,89%),

Assinatura de telefone fixo (-3,02%), Diesel (-2,97%) e Alinhamento (-0,93%). O item

Troca de óleo apresentou um aumento de 8,82%.

(vi) Saúde e cuidados pessoais: O grupo apresentou um aumento de 0,05%.

Destaca-se o aumento de preços dos itens: preservativo (17,25%), Sabonete

(9,24%), vitamínicos (2,79%), Exame de laboratório (4,00%), Talco (3,17%) e Produtos

para higiene íntima (2,72%). Os produtos Ciclo 21 (-24,49%), Perfume (-9,62%),

Condicionador (-6,67%), Antidiabético (-5,35%), Creme corporal (-4,23%), Escova de

dente (-4,65%), Hipocolesterolemiante (-1,11%) apresentaram quedas.

(vii) Educação e Despesas pessoais: O grupo apresentou aumento de 1,79%,

com destaque para os itens: Cinema (25,0%), Borracha latex (19,32%), Lápis preto

(12,31%), Lápis de cor (12,0%), Papel sulfite branco (10,95%), Revista (7,14%),

Caderno brochura (6,06%), Mensalidade de clube (4,76%) e Cigarro (4,49%). Os itens

Escova de cabelo curto (-8,57%), Caneta esferográfica (-5,38%) e Corte de cabelo

masculino (-3,57%) apresentaram quedas.

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Especificamente, a Tabela 3 reporta os 40 produtos e serviços que

apresentaram as maiores variações entre os meses de novembro e dezembro.

Tabela 3. Produtos e serviços com as maiores variações de preço em GV,

dezembro de 2016.

Maiores Altas %

Maiores Quedas % Batata baroa 71,26

Batata inglesa -65,09

Banana-prata 38,19

Pêssego -60,84 Maçã 30,25

Limão -57,87

Goiaba 27,37

Tomate -57,31 Cinema 25,00

Vagem -54,66

Inhame 23,15

Beterraba -53,30 Filé de peixe 20,01

Repolho -51,83

Café 20,00

Quiabo -50,84 Borracha latex tamanho 20 19,32

Manga -50,14

Liquidificador 19,12

Chuchu -46,10

Calça jeans feminina adulto 18,84

Cebola -41,29 Salsa 18,39

Abobrinha -28,74

Óleo de soja 18,32

Batata doce -25,84 Camisa esporte masculina 18,08

Balanceamento -25,58

Preservativo pacote c/ 3 17,25

Refrigerante -25,00 Soutien 17,11

Anticoncepcional -24,49

Short masculino tectel adulto 17,02

Maracujá -23,15 Filé de peito de frango 16,93

Pimentão -22,99

Abacate 16,29

Pepino -22,18

Sapato esporte masculino adulto 15,76

Alinhamento -20,93

FONTE: IPC-GV/UFJF-GV

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Seção 3:

Variação de dezembro do preço da cesta básica

Em novembro de 2016, o gasto total para se obter a cesta básica em

Governador Valadares foi de R$426,08, os quais equivalem a 106,52 horas de

trabalho em proporção ao salário mínimo, estabelecido em R$880,00 em 2016.

Em dezembro, o custo da cesta básica foi de R$415,18 (103,80 horas de trabalho

em proporção ao salário mínimo), isto é, 2,56% menor que em novembro. Em

novembro, 48,42% das horas trabalhadas eram destinadas para a compra de

itens alimentícios básicos, enquanto que em dezembro esse percentual foi de

47,18% (ver Tabela 4).

Tabela 4. Custo da Cesta Básica em Governador Valadares, novembro/2016-

dezembro/2016 Fonte: IPC-GV/UFJF/GV

Estrutura da Cesta básica oficial do DIEESE

Itens Medida Qt Ponderada Preço Novembro/2016 Qt x P Preço Dezembro/2016 Qt x P Variação

Carne Kg 6,00 6,00 22,35 134,10 24,80 148,80 10,96

Leite L 7,50 7,50 2,60 19,50 2,60 19,50 0,00 Feijão Kg 4,50 4,50 9,06 40,77 9,06 40,77 0,00 Arroz Kg 3,00 0,60 16,40 9,84 16,10 9,66 -1,83 Farinha de trigo Kg 1,50 1,50 3,18 4,77 3,31 4,97 4,09 Batata Kg 6,00 6,00 4,24 25,44 1,48 8,88 -65,09 Tomate Kg 9,00 9,00 4,99 44,91 2,13 19,17 -57,31 Pão Francês Kg 6,00 6,00 10,35 62,10 10,35 62,10 0,00

Café em pó Kg 0,60 1,20 10,11 12,13 10,31 12,37 1,98 Banana* Kg 9,00 9,00 2,88 25,92 3,98 35,82 38,19 Açúcar Kg 3,00 0,60 11,44 6,86 12,44 7,46 8,74 Óleo Ml 750 0,79 3,33 2,63 3,94 3,11 18,32 Manteiga Kg 0,75 3,00 12,37 37,11 14,19 42,57 14,71 TOTAL 426,08 415,18 -2,56 409,18 -3,97

Horas de trabalho 106,52 103,80 -2,56 102,30 -3,97

* Nota: A cesta do DIEESE estabelece 90 unidades de banana. Atribuiu-se 100g por banana e,

portanto, 9 kg na cesta básica.

Na comparação anual, o preço da cesta em GV apresentou movimento

altista até setembro, atingindo R$ 446,91. A partir dessa data, houve reversão

nessa trajetória e o custo da cesta básica fechou o ano praticamente estável, a R$

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415,18, isto é, 0,26% menor do que em janeiro. Em Belo Horizonte,

comportamento semelhante foi observado. No caso da capital mineira, no

entanto, a cesta básica apresentou queda considerável quando comparados os

meses de dezembro e janeiro de 2016, na ordem de –5,52%. Veja-se na Figura 1 a

evolução mensal do preço da cesta básica nesses dois mercados.

Figura 1. Evolução do preço da cesta básica, Governador Valadares e Belo

Horizonte

Fonte: Departamento de Economia/UFJF-GV/IPC-GV

Os dados revelam que o preço médio em Governador Valadares ficou

acima do de Belo Horizonte em todos os meses do ano, exceto janeiro. Em

outras palavras, o custo de vida associado aos alimentos foi maior para os

valadarenses. Os principais vilões da inflação da cesta alimentícia em GV foram

manteiga (58%), leite (57%), feijão (22%) e açúcar (21,5%), que representaram as

maiores variações positivas no fechamento do ano. Carne (2%), apesar de ter

tido variação menor, pode ser destacada, pois é o produto que possui maior

peso no custo total – representa 35% do valor da cesta. Para maior

detalhamento, apresenta-se abaixo a Tabela 5.

360.00

370.00

380.00

390.00

400.00

410.00

420.00

430.00

440.00

450.00

460.00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

GV

BH

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Tabela 5. Custo da cesta básica mensal, por produto e localidade

Gasto Mensal - Belo Horizonte

Total da

Cesta Carne Leite Feijão Arroz Farinha Batata Tomate Pão Café Banana Açúcar Óleo Manteiga

01-2016 417,72 132,30 20,85 24,08 7,92 4,22 27,66 69,21 65,28 9,43 33,08 6,33 3,31 14,05

02-2016 400,29 130,26 21,22 23,22 8,07 4,17 24,72 54,81 66,00 9,37 33,45 6,54 3,44 15,01

03-2016 408,84 130,20 21,98 24,79 8,10 4,24 26,40 52,02 66,18 9,39 38,78 6,75 3,56 16,43

04-2016 399,24 130,92 22,88 26,78 8,28 4,32 33,96 30,96 66,42 9,92 37,65 6,66 3,60 16,89

05-2016 408,50 131,94 23,25 30,51 8,07 4,54 37,62 36,99 66,30 10,09 30,67 6,75 3,56 18,19

06-2016 425,82 130,14 25,80 44,82 8,61 4,47 39,60 36,72 67,14 9,95 28,80 6,84 3,44 19,48

07-2016 423,10 127,92 29,85 48,10 8,88 4,34 27,18 34,02 67,20 10,49 34,12 6,78 3,39 20,81

08-2016 429,64 127,98 29,92 45,99 9,00 4,40 23,52 39,15 67,50 10,58 40,72 6,66 3,19 21,01

09-2016 421,55 131,40 28,20 44,10 9,00 4,35 18,84 36,36 67,62 11,42 39,15 6,69 3,11 21,31

10-2016 418,47 135,54 25,72 41,49 8,73 4,70 20,58 33,93 67,38 11,01 37,57 7,02 3,22 21,56

11-2016 400,90 135,42 23,47 31,54 8,73 4,34 18,30 29,16 67,38 11,21 39,75 7,26 3,28 21,04

12-2016 394,66 135,3 22,05 28,84 8,82 4,22 13,02 27,63 67,86 11,41 43,05 7,38 3,57 21,5

Gasto Mensal - Governador Valadares

Total da

Cesta Carne Leite Feijão Arroz Farinha Batata Tomate Pão Café Banana Açúcar Óleo Manteiga

01-2016 416,25 145,80 15,98 25,92 9,35 4,52 19,38 53,82 62,10 10,68 32,76 6,14 2,87 26,94

02-2016 408,22 145,80 17,10 28,04 9,28 4,64 23,88 31,32 62,10 10,68 37,26 5,66 2,79 29,67

03-2016 413,84 145,80 19,35 28,71 8,98 4,64 26,88 35,82 58,80 10,68 40,32 5,66 2,91 25,29

04-2016 421,25 148,80 19,73 22,86 8,88 4,74 35,88 35,82 55,80 11,02 35,82 6,21 2,91 32,79

05-2016 419,18 148,80 21,60 25,25 8,75 4,29 32,88 35,82 55,80 10,63 33,66 6,21 2,71 32,79

06-2016 440,06 148,80 24,23 34,79 10,09 4,56 35,88 40,32 58,80 10,91 29,16 6,23 2,76 33,54

07-2016 445,24 139,80 24,23 46,44 10,29 4,77 35,88 44,82 58,80 11,22 26,82 5,96 2,67 33,54

08-2016 443,58 139,80 25,65 39,96 10,29 4,70 36,00 44,82 59,10 11,47 30,51 5,94 2,55 32,79

09-2016 446,91 148,80 23,55 44,64 10,44 4,77 23,88 44,82 62,10 12,13 29,16 5,96 2,51 34,14

10-2016 442,34 148,80 20,93 41,67 10,22 4,77 23,88 47,07 62,10 12,16 26,82 6,86 2,60 34,47

11-2016 426,02 134,10 19,50 40,77 9,84 4,77 25,44 44,91 62,10 12,13 25,92 6,86 2,63 37,05

12-2016 415,18 148,8 19,5 40,77 9,66 4,97 8,88 19,17 62,1 12,37 35,82 7,46 3,11 42,57

Fonte: IPC-GV/ DIEESE

15

Seção 4:

Inflação acumulada de 2016

Nesta seção, apresentamos dados da inflação, destacando as variações

por grupo ao longo do ano e o acumulado de 2016 em Governador Valadares.

No geral, todos os grupos apresentaram elevações nos índices de preço no

acumulado. Destacam-se, nesse contexto, os grupos Alimentação (20,61%) e

Vestuário (11,53%), que ficaram na casa dos dois dígitos, puxando para cima o

indicador geral, que também apresentou soma expressiva (10,26%) – Tabela 6.

Segundo o relatório de dezembro de 2016 do IBGE, a produção agrícola

nacional ficou 12% abaixo da colhida em 2015, o que certamente influenciou o

preço dos alimentos em 2016. Um exemplo disso foi a variação do preço do

feijão. O feijão carioca, um dos produtos com maior peso nos índices de preço,

que iniciou o ano de 2016 a R$ 5,76, em média, chegou a custar R$ 11,62 em

junho, ou seja, mais que o dobro. Essa trajetória se reverteu logo em seguida e o

feijão fechou o ano a R$ 6,48 (ver Figura 2).

Figura 2. Evolução do preço do feijão em Governador Valadares, 2016

Fonte: Departamento de Economia/IPC-GV/UFJF-GV

Além disso, as constantes elevações do preço dos combustíveis e energia

contribuíram para o aumento dos custos de produção e influenciaram a

dinâmica de preços local, principalmente dos alimentos. Em Governador

Valadares, por exemplo, gasolina e etanol, que em dezembro de 2015 custavam

R$ 3,74 e R$ 2,81, em média, chegaram nas bombas em dezembro de 2016 a R$

R$0.00

R$2.00

R$4.00

R$6.00

R$8.00

R$10.00

R$12.00

R$14.00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

16

4,00 e R$ 3,04, respectivamente. Isto é, uma variação na casa de R$ 0,25. Pode

parecer pequena, mas essa diferença, no agregado, representa grandes custos

para a produção. Veja as variações e o acumulado na Tabela 6.

Tabela 6. IPC-GV por grupos de despesas, de janeiro a dezembro de 2016, e

acumulado (%)

Grupo JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Acum.

Alimentação 4,63 2,90 1,68 1,52 0,19 4,62 0,06 0,80 1,72 0,21 1,02 -0,3 20,61

Vestuário 1,52 0,86 0,84 0,05 0,09 0,21 0,00 0,74 0,19 0,16 -0,96 7,51 11,53

Habitação 1,58 1,40 -0,89 -1,05 0,21 0,22 0,74 2,57 0,83 0,55 -0,06 -0,1 6,16

Artigos de residência 1,68 1,00 1,55 -0,95 -0,69 -0,96 8,08 2,31 -3,85 -1,63 -1,67 -0,2 4,30

Trans/Comunicação 2,16 2,43 -0,30 0,39 -0,26 -0,25 0,26 0,31 0,03 -0,39 0,97 -0,7 4,66

S. e C. Pessoais 1,25 -3,37 2,12 2,75 0,42 1,84 -2,06 -0,35 4,24 0,42 0,40 0,05 7,74

Educ. e Desp. P. 1,54 1,66 0,27 0,00 0,00 0,00 -0,57 1,08 0,07 0,34 0,02 1,79 6,34

IPC-GV 2,46 1,22 0,68 0,63 0,09 1,52 0,26 1,02 1,14 0,13 0,36 0,32 10,26

Fonte: IPC-GV/UFJF/GV

Já o IPCA, estimativa nacional da inflação, ficou bem abaixo da inflação

regional. O levantamento produzido pelo IBGE atingiu, no acumulado do ano,

6,29%, valor dentro da meta estabelecida pelo Banco Central, que possui teto de

6,5%. Vejam-se, no entanto, que as trajetórias do IPCA e IPC-GV foram

parecidas em alguns períodos do ano (ver Figura 3).

Figura 3. Evolução mensal do IPC-GV e IPC-A em 2016.

Fonte: IPC-GV/UFJF/GV

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3IPC-GV IPCA

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O destaque negativo do mês de dezembro ficou para o setor Vestuário,

que terminou o ano com alta de 11,53%. Como fora explicado anteriormente, é

possível que os varejistas tenham buscado compensar as perdas acumuladas ao

longo do ano via aumento de preços no período de festividades de fim de ano.

Esse parece ser o principal motivo para o choque da variação desse setor.

Os demais grupos apresentaram elevações dentro da meta do Banco

Central, com exceção do grupo Saúde e Cuidados Pessoais. Nesse último,

praticamente todos os produtos da cesta apresentaram variação positiva de

preços de janeiro a dezembro, sobretudo remédios e produtos de higiene

pessoal.

Apesar dos expressivos números de 2016, a expectativa é de que a

inflação recue em 2017 e fique dentro da meta, inclusive em Governador

Valadares. Os fatores que motivam essa previsão são as boas projeções para a

inflação nacional, bem como a retomada do crescimento e a queda da taxa de

juros. Se somados, esses efeitos melhoram a expectativa dos empresários, que se

sentem mais confiantes em realizar investimentos. Pelo lado do consumidor,

cenários otimistas resultam na expansão do consumo e, por consequência, na

melhoria da dinâmica do comércio.