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Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 1

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Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 1

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Revista Tempo de Agir | Dezembro 20102

Com o Sebrae, você decola.

Do risco de falênciaao crescimento de 350%.

Central de Relacionamento Sebrae/RS: 0800 570 0800 www.sebrae-rs.com.br

Eider Vieira SilveiraServcom - Quaraí

Quando Eider procurou o Sebrae, já estava pensando em desligar todas as máquinas. Mas ele ainda tinha um componente muito importante: a vontade de crescer. No Sebrae ele encontrou o que precisava: o Seminário de Empreendedorismo Empretec. Numa velocidade surpreendente, Eider começou a executar o que aprendeu e ver sua empresa tomar outra configuração. Novos programas foram feitos e as vendas estão como o seu entusiasmo: não param de crescer.

BS-0033-10Z An Eider 21x28.indd 1 09/12/10 10:54

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Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 3

Paulo Fernandes TigrePresidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/RS

Um ano termina. Outro começa. Um governo chega ao fim. Outro se instala. Embora cada um tenha suas características, seus pontos fortes, não existe, na realidade, um ponto final a separá-los. Sabemos disso,

porque o passado já nos ensinou que o amanhã repercute o que realizamos hoje, e isso joga uma responsabilidade imensa sobre os ombros de quem assume o compromis-so de administrar nações, instituições e empresas, cuidan-do do presente e construindo o futuro delas.

O Sebrae e os dirigentes das micro e pequenas empresas do País estão muito sintonizados neste compromisso há várias décadas. Mas em 2009 e 2010, essa família cres-ceu muito. O abraço se ampliou, acolhendo novos par-ticipantes. Isso foi possível, entre outras ações, através da formalização do Empreendedor Individual; do Ino-va, que salienta a importância da criatividade na gestão e na criação do produto; do programa Negócio a Negó-cio, que, lançado pelo Sebrae Nacional, ganhou a adesão

de 11 universidades no Rio Grande do Sul, oferecendo orientação aos empresários; e do estímulo à busca de no-vos mercados através da participação em feiras interna-cionais, como a de Canton, na China, e o Salão Sial, em Paris.

Os resultados compensam todo o esforço feito e certa-mente contribuem para tornar mais sólida a ligação entre o Sebrae e o universo das micro e pequenas empresas, que são maioria no cenário brasileiro – 99,33%. Sua im-portância na economia nacional, como fornecedoras das grandes empresas e geradoras de empregos, tem o reco-nhecimento também de Dilma Rousseff, presidente do Brasil a partir de janeiro de 2011. Em sua primeira sau-dação ao País, logo depois de anunciada a sua vitória nas urnas, no dia 31 de outubro, ela garantiu que o setor será alvo de muita atenção durante o seu governo. Portanto, o futuro começa bem.

Editorial

Entidades que compõem oConselho Deliberativo do Sebrae/RS:

Diretor-superintendente: Marcelo de Carvalho LopesDiretor de Administração e Finanças: Léo José Borges HainzenrederDiretor Técnico: Marco Antônio Kappel Ribeiro

O futuro começa bem

• Banco do Estado do Rio Grande do Sul S/A - BANRISUL Titular: Mateus Affonso Bandeira• Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul - FIERGSTitular: Paulo Gilberto Fernandes Tigre (Presidente)• Caixa Econômica FederalTitular: Ruben Danilo de Albuquerque Pickrodt• Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul - CIERGSTitular: André Vanoni de Godoy• Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais do Rio Grande do Sul - SEDAITitular: Josué de Souza Barbosa• Banco do Brasil S/ATitular: José Carlos Reis da Silva• Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul - FEDERASULTitular: José Paulo Dornelles Cairoli

• Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul - FARSULTitular: Carlos Rivaci Sperotto• Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul - FECOMÉRCIOTitular: Júlio Ricardo Mottin • Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAETitular: Luís Afonso Bermúdez• Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI/RSTitular: César Rangel Codorniz• Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul - FAPERGSTitular: Rodrigo Costa Mattos• Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR/RSTitular: Carlos Alberto Schütz• Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul - FCDLTitular:Vitor Augusto Koch• CAIXA Estadual S/A - Agência de Fomento/RS Titular: Carlos Rodolfo Hartmann

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Revista Tempo de Agir | Dezembro 20104

O projeto da prefeitura e os projetos do Sebrae vão qualificar EIs, artesãos e empresas do setor de comércio e serviços de Porto Alegre para que possam fazer bons negócios durante o mundial de 2014

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SumárioE

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CONTATOS COM O SEBRAE/RSÉ uma publicação trimestraldo Sebrae/RS e desenvolvida pela Gerência de Comunicação e Marketing.

Coordenação e Edição: Maria WagnerReportagem: César Moraes, Larissa Mamouna e Renata CeriniEstagiários: Cândida Portolan e Ricardo CunhaDesign Gráfico, Editoração e Ilustração: Gilian GomesImpressão: Gráfica Calábria | Tiragem: 40 mil exemplaresFALE COM A REDAÇÃO:[email protected] | (51) 3216 5194

• 0800 570 0800 - atendimento gratuito de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h;• www.sebrae-rs.com.br - o visitante pode fazer download de publicações, e no link “Central de Notícias” fica sabendo as novidades da instituição;• www.sebrae.com.br - Sebrae Nacional;• Espaço Pesquisa Sebrae/RS - acervo de livros, revistas, vídeos, dicas de oportunidades de negócios enfocando gestão empresarial. O material pode ser consultado em todas as regionais. Em Porto Alegre, na Regional Metropolitana, rua General João Manoel, 282. De segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.

Sebrae/RS e Fapergs lançam o edital Dr. na Empresa, com bolsas para o desenvolvimento de projetos de pesquisa nas MPEs

18Cresce o número de empresários europeus que reconhecem o peso da arte na economia e fazem uso dela como instrumento de trabalho para estimular a criatividade de seus funcionários

21Já estão contratadas as 55 micro e pequenas empresas selecionadas entre as 420 que apresentaram projetos de inovação respondendo à Chamada Pública 03/2010 do Sebrae

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30 5742

Doutor na Empresa Artes nas empresas

A trajetória de cada uma das oito micro e pequenas empresas que receberam o Prêmio MPE Brasil em edição estadual e se classificaram para concorrer o troféu em âmbito nacional em 2011

Reconhecimento

Empresários que participaram da missão coordenada pelo Sebrae, na China, contam suas impressões. O sucesso da cachaça e do vinho gaúcho em Paris. Os resultados da Mercopar

Feiras

Inova

Agentes do programa lançado pelo Sebrae no início do ano já diagnosticaram e orientaram 43 mil micro e pequenas empresas do Estado, atingindo mais de 70 por cento dos municípios

Negócio a Negócio

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Veraneio

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VOLTA À PRAIA Além de palestras

e oficinas, o

atendimento à

beira-mar oferece

ao trabalhador

autônomo a

possibilidade de se

formalizar como EI

Em 2010, a receptividade dos veranistas à ação foi muito positiva

Enquanto alguns veranistas curtem o sol e a brisa do mar, outros aproveitam a tem-porada de férias na praia para praticar esporte ou simplesmente se divertir em

família. Neste verão, mais uma vez, os ratos de praia terão uma atração diferenciada. É o projeto Sebrae na Praia, que inclui atendimento individual, ofici-nas e palestras direcionadas aos empreendedores locais, futuros empresários e trabalhadores autô-nomos que queiram se formalizar. As atividades ocorrerão em três praias da Costa Doce, no Lito-ral Sul gaúcho, e em três praias do Litoral Norte, durante os meses de janeiro e fevereiro, respec-tivamente. O atendimento será feito por técnicos do Sebrae/RS, através de estande itinerante que permanecerá durante quatro dias em cada praia.

O Sebrae

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Litoral Sul

• Cassino - Rio Grande: 13 a 16 de janeiro (aveni-da Rio Grande, em frente à casa do Governo)• Laranjal - Pelotas: 20 a 23 de janeiro(avenida Doutor Augusto Assumpção)• São Lourenço do Sul: 27 a 30 de janeiro(Praia das Nereidas, próximo ao Hotel da Figueira)

Litoral Norte

• Tramandaí: 3 a 6 de fevereiro (calçadão à beira-mar, próximo à casa da Rede Record)• Capão da Canoa: 10 a 13 de fevereiro(calçadão à beira-mar, próximo à casa da RBS TV)• Torres: 17 a 20 de fevereiro(calçadão à beira-mar, próximo à casa da Band)

AGENDE-SE

O atendimento começará à beira-mar, com funcionários dis-tribuindo material e informando quais atividades poderão ser reali-zadas no local. Por exemplo, assistir a palestras e participar de oficinas, além da possibilidade de se cadas-trar como Empreendedor Individu-al (EI). Todas são gratuitas. Um ca-dastro básico das pessoas que forem atendidas servirá de orientação para as unidades do Sebrae em todas as regiões do Estado fazerem contatos posteriores, criando demandas para os próximos meses do ano.

Em ambiente climatizado, na “sala de aula” com capacidade para aten-der até 50 pessoas, serão desen-volvidas palestras sobre os temas: marketing, finanças e empreende-dorismo e inovação. As oficinas Elaborando um Plano de Negócio

terão destaque. Serão realizadas às sextas-feiras (uma em cada balneá-rio), com carga horária de oito ho-ras e direito a certificado de partici-pação. Funcionários do Sebrae/RS também ajudarão no cadastramento dos interessados em aderir ao Em-preendedor Individual, feito pela internet. O EI permite a formaliza-ção - com baixo custo - para quem trabalha por conta própria.

De acordo com o superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lopes, o objetivo é estar mais próximo do empreendedor e candidato a empre-sário que se deslocam para o Litoral durante o verão. “Em 2010, a recep-tividade, tanto entre a comunidade empresarial quanto entre os turistas, foi muito boa e, por isso, providen-ciamos a ação para 2011. O foco é o

atendimento mais aprofundado, em que os técnicos irão dedicar mais tempo ao interessado nas informa-ções do Sebrae/RS”, ressalta Lopes. Em 2010, foram realizados mais de 19 mil atendimentos no Litoral Norte e Sul, incluindo pessoas vin-das de outros estados como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Bahia, Piauí, entre outros. “O Sebrae na Praia também amplia e fortalece a imagem do Sebrae como referên-cia em gestão e empreendedorismo para micro e pequenas empresas”, acrescenta o superintendente.

No Litoral Sul, os prefeitos dos mu-nicípios envolvidos na ação vão mi-nistrar palestra de abertura, sempre nas quartas-feiras, dia que antecede as atividades nas tendas (quinta a domingo).

Marketing, inovação, finanças e empreendedorismo serão temas das palestras em salas de aula climatizadas e capacidade para atender até 50 pessoas

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Copa 2014

HORA DEARRUMARA CASA

Porto Alegre vai virar canteiro de obras nos próximos anos, preparando-se para receber os turistas que o futebol vai trazer

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Obras que se arrastam há 40 anos na Ca-pital gaúcha deverão sair do papel e a motivação vem do futebol. O “pretex-to” Copa do Mundo de 2014 trará mais investimentos em 3,5 anos do que em 20 anos e transformará Porto Alegre

em um canteiro de obras. A previsão do poder públi-co, o curto prazo de execução e o volume de ações a serem realizadas lembram o lema da campanha à pre-sidência, de Juscelino Kubitscheck, “50 anos em 5”. No entanto, muito mais do que um slogan, as exigên-cias da Fifa para as cidades que serão sede do evento implicam comprometimento de que nada do que está projetado pode ser adiado.

De acordo com o prefeito de Porto Alegre, José For-tunati, governos e iniciativa privada investirão, até 2014, mais de R$ 3 bilhões em obras que qualificarão Porto Ale-gre para receber os jogos da Copa do Mundo e, com eles, milhares de turistas. Entre as de maior porte estão a dupli-cação da Avenida Tronco, que mexerá com a vida de 1.500 famílias que moram junto ao leito da rua; a duplicação da avenida Beira-Rio; a revitalização do Cais Mauá; e a amplia-ção do Aeroporto Salgado Filho. Com aplicações vultosas de empreendedores privados o estádio do Sport Club In-ternacional será revitalizado e a nova arena do Grêmio será construída. “Porto Alegre é uma das poucas cidades entre as 12 sedes que investirão dinheiro público em obras de que todos acabarão usufruindo”, ressalta o prefeito.

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Do you speak English?Para preparar a cidade adequadamente, as providên-cias ultrapassam as gigantescas construções e refor-mas. Bons restaurantes e hotéis, taxistas educados e bem-informados compõem um conjunto de serviços fundamentais ao turista que chegará com expectativa de se divertir. Em função disso, haverá ações de capa-citação e de ampliação do número de hotéis. Segundo Fortunati, a prefeitura está em contato com os minis-térios do Turismo e do Trabalho para a liberação de recursos a serem aplicados na qualificação da mão de obra. “Queremos que os taxistas e os profissionais de hotelaria, bares e restaurantes tenham uma noção bási-ca de, pelo menos, duas línguas: o inglês e o espanhol, neste caso prevendo a presença dos vizinhos argenti-nos”, explica.

Conforme dados do Sindicato dos Taxistas (Sintaxi), Porto Alegre tem 10,2 mil profissionais licenciados pela EPTC para o exercício da atividade, totalizan-do uma frota de 3.925 carros. “Deste universo, ape-nas cinco ou seis taxistas dominam a língua inglesa”, afirma o assessor de imprensa do Sindicato, Tomás Sá Pereira, revelando a principal deficiência da categoria para a Copa do Mundo. “Temos enfrentado resistên-cias por parte dos profissionais mais antigos; em con-trapartida, os mais jovens estão de mente aberta para progredir”. Pereira acrescenta que o serviço de táxi de Porto Alegre é considerado um dos melhores do Brasil, com frota de carros qualificada e tarifa aces-sível. “A principal urgência é, de fato, o aprendizado de uma língua estrangeira”, afirma.

O sindicato tem uma proposta para identificar o taxis-ta que fez cursos de qualificação e, por isso, está mais preparado para dar atendimento ao turista. A sugestão é colocar um símbolo, um selo ou uma cor diferen-ciada no ICTP, espécie de identidade do condutor de transporte público, mais conhecido como “carteirão”, que cada taxista tem fixado junto ao vidro da frente do automóvel.

Motoristas de táxi que tiverem condições

de se comunicar em espanhol e inglês serão

identificados

Quanto às micro e pe-quenas empresas, o prefeito

da Capital quer colocá-las na jo-gada. Ele acredita que os pequenos

negócios podem participar das obras menores que deverão ser feitas na cida-de. “Estamos tentando fazer com que o BNDES abra uma linha de financiamen-to, como fez para a rede hoteleira, para

que as MPEs possam se preparar para demandas que surgirão

em virtude dos jogos.

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A estrutura hoteleira Para acomodar o elevado número de turistas que virão assistir aos jogos está previsto um aumento de 50% da capacidade hoteleira que a cidade tem hoje. Os atuais 13 mil leitos disponíveis podem saltar para 20 mil, segundo levantamento do Sindicato dos Hotéis e Restaurantes de Porto Alegre (Sindipoa). “Porém, para atender com folga à demanda da Fifa, de 45 mil leitos, teremos que somar a es-trutura da Região Metropolitana e de cidades distantes até 150 quilômetros”, ressalta o vice-presidente do Sindpoa, Ricardo Ritter.

Juntamente com o entusiasmo pelo aumento da capacidade hoteleira vêm as dúvidas quanto ao poder de fogo da Capi-tal para manter, depois da Copa, o crescimento do turismo.

Na avaliação de Ritter, é necessário ter na cidade um centro de convenções de grande porte que atraia eventos importantes. Um grupo de trabalho formado na Federasul contratou uma consultoria que avaliará as condições necessárias para um centro de eventos com capacidade para até 10 mil pesso-as. Os resultados embasarão um plano de negócios para atrair investidores. “Não podemos recorrer ao erro do início da década, quando a constru-ção acelerada de hotéis, sem aumento equivalente do turismo, derrubou a média de ocupação para 50%”, alerta

Ritter, que também preside o Convention Bureau da Capi-tal. A média do setor no quesito é de 70%.

Um comitê para organizarDurante o mês de novembro, Porto Alegre deu início à nova etapa em sua preparação à Copa do Mundo, com a criação do Comitê Organizador Sede - Porto Alegre 2014. A formatação da cidade para o mundial, idealizada pela Se-cretaria Extraordinária da Copa de 2014 (Secopa), atende às exigências da Fifa e tem como novidade a integração de entidades civis ao evento.

Os projetos que serão implementados pelo comitê estão divididos em sete grandes eixos. São eles: Mobilidade Ur-bana; Turismo e Rede Hoteleira; Marketing e Eventos; In-fraestrutura Esportiva; Promoção Comercial, Tecnologia e

OS LEITOS DISPONÍVEIS NOS HOTÉIS

DEVEM SALTAR DOS ATUAIS 13

MIL PARA 20 MIL ATÉ 2014

Foto: Sebrae/RS

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Serviços Públicos; Voluntariado, Capacitação Profis-sional e Protocolo; e Meio Ambiente e Sustentabili-dade. De cada um deles participam órgãos municipais, poder público e entidades civis. “Porto Alegre realizará a Copa do Mundo da transparência, com a participa-ção da comunidade. Teremos todas as condições para chegar em 2014 olhando para o que foi preparado sem qualquer peso na consciência de que os recursos não foram bem aplicados”, garantiu o prefeito Fortunati durante o lançamento do comitê.

O Sebrae/RS tambémvai participarMicro e pequenas empresas do setor de Comércio e Serviços, artesãos e empreendedores individuais localizados em Porto Alegre serão qualificados pelo Sebrae/RS para atender às demandas de negócios que surgirão a partir da Copa do Mundo de 2014. Para colocar em prática as ações de identificação, disseminação e fomento das novas oportunidades, a entidade investirá R$ 3 milhões entre 2011 e 2013. “Nosso objetivo é criar condições e ambiente adequado para que os empreendedores percebam estas oportunidades e tenham condições de alavancar seus negócios”, ressalta o superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lopes.

O projeto da entidade prevê 11 grandes ações: pes-quisas e estudos; ações de aperfeiçoamento; mobili-zação de parceiros; qualificação de empreendimentos turísticos; de empreendimentos de gastronomia; de aglomerados comerciais; de indústrias e lojas de pro-dutos esportivos; da Produção Associada – Artesana-to; implantação de sistema de inteligência competitiva; implantação e execução do projeto Talentos do Brasil Rural, além de atuação junto aos empreendedores in-dividuais.

Na prática, serão qualificados 537 empreendimentos de Comércio e Serviços, sendo 50% das empresas em 2011 e 50% em 2012, 253 artesãos e 550 empreen-dedores individuais em 2012. Também será realizado e executado plano de negócios (de expansão) em 630 empresas que participarão das qualificações previstas.

O projeto Talentos do Brasil Rural: turismo e agricul-

A instituição vai qualificar artesãos e comerciantes

para que percebam as oportunidades de

negócios que surgirem durante o Mundial

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Revista Tempo de Agir | Dezembro 201012

tura familiar a caminho dos mesmos destinos prevê a inser-ção de produtos da agricultura familiar em estabelecimen-tos comerciais e turísticos das 12 cidades-sede do evento esportivo. A ação terá disponíveis recursos na ordem de R$ 3 milhões, que serão repassados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), via Caixa Econômica Federal, e geridos pelo Sebrae/RS. Com abrangência na-cional, o Talentos do Brasil Rural capacitará, inicialmente, 99 empreendimentos selecionados para ofertarem artigos diferenciados aos estabelecimentos que serão frequentados por turistas durante o mundial da Fifa - incluindo hotéis, bares, restaurantes e lojas de artesanato das cidades-sede. No Rio Grande do Sul, foram 17 empreendimentos pré-selecionados.

O intuito do projeto é promover a inclusão de itens de ali-mentação e bebida, artesanato, decoração e amenities (mi-

niaturas de xampus e sabonetes disponí-veis nos banheiros de hotéis) típicos de cada região do País, fabricados por agri-cultores familiares. Serão produtos como xampu de cupuaçu, sabonete de açaí, cachaça, conservas, mel, geleias, frutas e sucos orgânicos, peças de artesanato, entre outras opções. O superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lopes, destaca que “o convênio vem reforçar a atuação da instituição junto à agricultura fami-liar. Temos linhas de projetos desenvol-vidos, com base na gestão de negócios, diversificação dos canais de distribuição, qualificação de produtos e agregação de valor, por meio do design, e acesso a no-vos mercados, por exemplo”.

Também serão realizadas ações de qualificação de empre-endimentos de Turismo Rural situados no entorno das cidades-sede da Copa de 2014, para que possam oferecer atividades diversificadas e, assim, atrair o público que estará nos locais para assistir aos jogos do mundial para passeios, hospedagem e refeições. Em agosto, foi aberto edital que selecionará os empreendimentos interessados em partici-par do projeto. Atualmente, as propostas recebidas estão em análise. Os selecionados na Chamada Pública irão ela-borar um plano de ação para superar os principais garga-los identificados, terão assistência técnica para aperfeiçoar os seus produtos e apoio à comercialização, inclusive com participação em feiras e eventos comerciais selecionados.

Foto: Sebrae/RS

OS ARTIGOS ESTARÃO

NOS LOCAIS FREQUENTADOS POR TURISTAS

DURANTE O MUNDIAL DA FIFA

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A realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014, de acordo com estudo publicado pelo Ministério do Esporte no final de abril, deverá gerar um impacto econômico em torno de R$ 183,2 bilhões. Áreas como infraestrutura, turismo e consumo receberão investi-mentos diretos de R$ 43 bilhões, e investimentos in-diretos, provenientes da circulação de dinheiro com o Mundial, estão estimados em R$ 135,7 bilhões.

A empresa MKS, de Porto Alegre, que trabalha com avaliação, acompanhamento e otimização da integrida-de de estruturas, já começou os seus preparativos para faturar uma fatia desse bolo. Engenheiros da empresa participaram, por exemplo, de uma capacitação que os tornou aptos a avaliar estádios de futebol com base nas orientações da Portaria 124/07, do Ministério dos Esportes. A MKS participa do projeto Adensamento da Cadeia Produtiva do Petróleo, Gás e Energia da Região Metropolitana de Porto Alegre, iniciativa do Sebrae/RS, Petrobras e Rede Petro RS.

A capacitação, que foi realizada no Estádio Beira-Rio, em novembro de 2009, serviu como atualização para novas diretrizes do Decreto Federal nº 6795/09, que regulamenta o artigo 23 da Lei nº 10.671/03 – ele trata do controle das condições de segurança dos estádios de futebol e suas instalações. O engenheiro Átila Mentz, sócio da MKS, explica que “a lei disciplina a avaliação da integridade dos estádios de futebol, preservando sempre a segurança dos torcedores”. Idealizado em todo o País por meio de uma cooperação técnica entre o Conselho Federal de Engenharia (Confea) e Minis-tério dos Esportes, o curso foi o ponto de partida para novos negócios que a próxima Copa irá proporcionar. No Rio Grande do Sul, ele ocorreu como parceria en-tre o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio Grande do Sul (Crea-RS) e o Ins-tituto de Perícias e Engenharia de Avaliações do Rio Grande do Sul (Ibape-RS).

Empresa de inspeção predial em Porto Alegre estima nova demanda de trabalho com o Mundial

BOLANA REDE,

TORCEDORSEGUROE BONSNEGÓCIOS

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Perspectiva de negóciosO estudo realizado pelo Ministério do Esporte aponta que dos R$ 33 bilhões previstos em infraestrutura, R$ 5,3 bilhões serão direcionados para estádios, o que irá gerar uma grande demanda por laudos especializados. Após realização do curso, os profissionais capacitados ficaram cadastrados nos sites do Sistema Confea/Crea, à disposição dos clubes para possíveis contratações de seus serviços. Mentz acredita que a realização da Copa do Mundo, em 2014, e posteriormente as Olimpíadas, em 2016, criarão uma forte demanda especializada. “Esses eventos irão exigir adequação dos espaços, e um ponto que é importante observar é a questão da mobilidade para portadores de necessidades especiais. Os estádios mais antigos não possuem adequação para o torcedor em cadeira de rodas, por exemplo”.

Segundo o empresário, nenhum estádio brasileiro de-verá desembolsar uma quantia inferior a R$ 100 mi-lhões para se adequar às exigências. “O Beira Rio, por exemplo, irá investir uma verba em torno de R$ 200 milhões. Outros, mais antigos ou maiores, devem che-gar a um valor de até R$ 600 milhões”.

Processo de avaliaçãoO laudo de avaliação - com base nas orientações da Portaria 124/07, do Ministério dos Esportes - com-preende os seguintes aspectos: sistema estrutural, im-permeabilização, vedação e revestimentos, esquadrias, coberturas, instalações hidrossanitárias, instalações elétricas e sistema contra descarga atmosférica, com-bate a incêndio, equipamentos e máquinas, e acessibili-dade. Como exemplo da importância e do rigor neces-sários em uma inspeção, o engenheiro Átila Mentz cita o acidente envolvendo a morte de sete torcedores no Estádio da Fonte Nova, na Bahia, em 2007. “O caso mostrou que as estruturas são pouco avaliadas com o decorrer dos anos, e os estádios localizados em áreas litorâneas estão ainda mais expostos a riscos. Por isso merecem atenção redobrada”, alerta.

A análise de risco é realizada a partir da classificação de falhas e anomalias identificadas nos componentes da edificação. Os níveis de classificação, de acordo com a Portaria, estão divididos em Crítico – impacto irrecu-perável, relativo ao risco contra a saúde, segurança do

Todo rigor é necessário para evitar que os torcedores sejam colocados em situação de risco

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Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 15

usuário e do meio ambiente, bem como perda excessiva de desempenho, recomendando intervenção imediata; Regu-lar – impacto parcialmente recuperável, relativo ao risco quanto à perda parcial de funcionalidade e desempenho, recomendando programação e intervenção a curto prazo; e Mínimo – impacto recuperável, relativo a pequenos pre-juízos, sem incidência ou a probabilidade de ocorrência dos riscos acima expostos, recomendando programação e in-tervenção a médio prazo.

Além de a questão do tempo de construção atuar sobre as estruturas, o Brasil hoje apresenta condições climáticas ad-versas, observa Mentz. “Já tivemos ciclones e chuvas fortes recorrentes, fenômenos esses que até pouco não ocorriam nesse grau. Isso influencia muito nas estruturas de grande porte”. Mentz também cita outro ponto que merece a aten-ção de quem faz a inspeção. “As estruturas temporárias, geralmente erguidas em eventos especiais, seja em estádios ou não, devem ser bem verificadas pelos engenheiros. São estruturas complexas”.

A gestora do projeto Adensamento da Cadeia de Petróleo, Gás e Energia, Ana Carolina Borges de Souza, afirma que a MKS enxergou uma boa oportunidade de negócios. “Eles já trabalhavam com inspeção e viram na Copa de 2014 uma ótima oportunidade, como uma ramificação de um grande mercado que vai se abrir em função do evento esportivo”. Ainda segundo a gestora, “o projeto visa a trabalhar o per-fil do empresário, para que ele possa, também, enxergar outros mercados, e que outros podem ser abertos a partir de iniciativas inovadoras”.

Sobre o projetoO projeto Adensamento da Cadeia Produtiva do Petróleo, Gás e Energia da Região Metropolitana de Porto Alegre beneficia 120 empresas. Seu objetivo é promover a inser-ção competitiva e sustentável de MPEs neste mercado, vi-sando à adequação da base de fornecedores e estimulando processos locais de desenvolvimento.

O programa do qual faz parte o projeto foi contratualiza-do em julho de 2010 como uma das ações que marcam a continuidade da parceria entre Sebrae/RS, Rede Petro RS e Petrobras. As entidades unem esforços para investir no rendimento do setor. Além da Região Metropolitana de Porto Alegre, Serra Gaúcha e Metade Sul do Estado são contempladas pelo programa.

O povo pede

“Acho que primeiramente é preciso melhorar a segurança. Teremos que ter mais homens

nas ruas para garantir a segurança do grande fluxo que a Copa irá gerar. Acredito que

começa por aí”. Greice Freitas de Oliveira, 26 anos,

acadêmica de Jornalismo

“Os investimentos precisam melhorar a infraestrutura da cidade. Tem muito problema de circulação, as ruas e as avenidas precisam ser revistas e o centro da cidade precisa ser

revitalizado”Carla Tatiane Kraco, 27 anos,

estudante de magistério

“Acho que tem que melhorar transporte, estrutura de hotéis e estádios, pois a

infraestrutura, de um modo geral, ainda deixa muito a desejar em nossa cidade”.

Ideraldo Jades da Silva, 51, comerciário

“Para melhorar é preciso de muito. Em primeiro lugar, temos que melhorar as

avenidas e as estradas, porque o fluxo vai dobrar. E hotéis, para que possam receber esse volume. E, acima de tudo, que todas as propostas fiquem prontas em tempo,

porque, se formos ver, já estamos atrasados; a previsão inicial era desde 2008, então não foi feito nada ainda. Para trazer o turismo, é

preciso melhorar muita coisa”. José Alves Valença, 62 anos, vendedor

“Penso que temos tantas estruturas para serem renovadas em Porto Alegre que não seria a questão de trazer a Copa para cá nesse momento. Claro que tem a cultura

do futebol, a revitalização econômica, mas tem tanto prédio e espaço abandonado que poderia ser utilizado para expandir a cultura local, por exemplo. Por isso, sou um pouco

contra o fato de trazer a Copa”.Simone Bianchini, 20 anos,vendedora e atriz de teatro

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Revista Tempo de Agir | Dezembro 201016

Análise

Ricardo Amorim: “Aqui e agora

estão as melhores oportunidades”O economista afirma que os bons reflexos da

Copa de 2014 e dos jogos Olímpicos de 2016

deverão ser permanentes na economia brasileira

Conhecido por ter previsto a crise financeira global de 2008 e o descolamento do Brasil, China e Índia dessa situação, o economista Ricardo Amorim sente-se seguro para dizer que este é um bom momento para se viver, trabalhar e investir no País. Ele vê dois su-pereventos em especial – a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 – como fa-tores que vão impulsionar o crescimento da economia nacional, incluindo-se aí o imenso contingente das micro e pequenas empresas, que representam cerca de 99% de todas as empresas existentes. Economista, formado pela USP, pós-gradu-ado em Administração e Finanças Internacionais pela ESSEC de Paris, Amorim é conhecido do grande público por sua participação no progra-ma da televisão a cabo Manhattan Connection, no qual integra a equipe de debatedores liderada por Lucas Mendes. Otimista, ele afirma que, indepen-dentemente de quem tenha vencido as eleições presidenciais, o Brasil tem boas perspectivas em

Foto: Alexandre Campbell/Divulgação

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Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 17

relação à economia. “A Copa do Mun-do e os Jogos Olímpicos terão efeitos que não serão passageiros. Ao contrá-rio, serão permanentes. A visibilidade que o País terá com esses acontecimen-tos servirá para atrair gente querendo fazer negócios, e também turistas”, acrescenta.

Os dois eventos esportivos também terão grande reflexo no setor de infra-estrutura, acredita o economista. Para que se possa realizá-los adequadamen-te, será preciso construir ou moderni-zar estradas, aeroportos, rodoviárias. “O que terá efeitos diretos e indiretos, pois os lugares beneficiados vão gerar mais negócios, desde grandes hotéis até pequenas lanchonetes”, exemplifi-ca. Segundo Amorim, as oportunida-des serão grandes, pois o turista tende a voltar ao País mais vezes e o novo estádio servirá, em outras épocas, para abrigar shows.

Como o setor de comércio e serviços está entre os que mais crescem no Bra-sil nos últimos seis anos, Amorim acre-dita que eles continuarão com trajetó-ria ascendente, mais do que a indústria, que vem sentindo o impacto negativo da queda do dólar. Com o dólar em baixa, ele prevê que mais gente po-derá comprar produtos mais baratos, inclusive importados. Nesse cenário, coloca ainda inflação em queda e cres-cimento do crédito. “Aquilo que é uma dificuldade para os pequenos negócios - conseguir financiamento - tende a melhorar, com acesso mais facilitado ao dinheiro”. Com mais acesso ao capi-tal de giro, acrescenta Amorim, deverá cair, também, o número de pequenos negócios que fecham após o primeiro ou o segundo ano de vida.

O que causou queda do dólar, segundo o economista, foi a crise norte-ameri-

cana, em que a falta de demanda levou o Banco Central dos Estados Unidos a emitir mais moeda. Com o crescimento da oferta – como em qualquer produto – o preço da moeda cai.

Política menosimportanteUma das razões para o otimismo do economista Ricardo Amorim é que “a política ultimamente ficou menos im-portante. Tivemos o resultado das elei-ções e os mercados não reagiram de nenhuma forma”. Por isso, ele destaca que a estabilidade da economia brasilei-ra é mais um fator a proporcionar segu-rança às micro e pequenas empresas.

Tanto que garante: “A melhor hora de montar uma empresa é agora”. Ele considera que a participação do Brasil dentro da economia mundial vai conti-nuar crescendo, junto com os demais países emergentes. “O que mudou não foi o Brasil, foi o mundo”, declara, referindo-se ao redesenho das forças que governam a economia. Cita que, em 2010, dos 30 países que mais cres-ceram, China, Índia e Brasil estão no topo. Um entrave no panorama brasi-leiro, a seu ver, diz respeito aos gastos públicos, que deveriam ser diminuídos, assim como os impostos.

Depois de ter vivido oito anos nos Es-tados Unidos, onde foi diretor do banco alemão WestLB em Nova York, Ricar-do Amorim está há dois anos no Brasil, à frente da Ricam Consultoria (www.ricamconsultoria.com.br), em São Pau-lo, que assessora clientes nas áreas de investimentos, gestão financeira e pla-nejamento estratégico. “Aqui há mais oportunidades do que nos Estados Unidos para quem quer empreender”, diz, seguindo o caminho que aconselha seus clientes a trilhar.

A MELHOR HORA DE

MONTAR UMA EMPRESA É

AGORA. O QUE MUDOU NÃO

FOI O BRASIL, FOI O MUNDO

OS LUGARES BENEFICIADOS

VÃO GERAR MAIS NEGÓCIOS,

DESDE GRANDES

HOTÉIS ATÉ PEQUENAS

LANCHONETES

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Revista Tempo de Agir | Dezembro 201018

Doutor na Empresa

Para pesquisar e inovarnos pequenos negócios

Preço do exemplar: R$ 54,00.

O Sebrae/RS e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Faper-gs) lançaram, no dia 8 de dezembro, o edital Doutor na Empresa. Ele consiste na concessão de bolsas para doutores executarem projetos de pesquisa em ci-ência, tecnologia e inovação no ambiente das micro e pequenas empresas gaúchas que tenham faturamento anual de até R$ 2.400.000,00.

Segundo o superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lopes, um dos objetivos da ação é proporcionar o desenvolvimento de produ-tos, processos e/ou serviços inovadores nos pequenos negócios, permitindo a melho-ria significativa de sua competitividade e o

desenvolvimento da área de inovação no Estado. “Desta forma estimularemos, posteriormente, a continuidade des-ses doutores nas micro e pequenas empresas, como facili-tadores e animadores do processo de inovação”, ressalta Lopes.

O diretor-presidente da Fapergs, Rodrigo Mattos, explica que a meta é aplicar o projeto em até 50 empreendimentos dos diversos setores da economia, que contribuirão com 1/3 do valor da bolsa, avaliada em R$ 6 mil por mês, para um período de até 24 meses. “A seleção das empresas in-teressadas em participar do projeto Doutor na Empresa será mediante edital, que estará disponível no site da Fun-dação (www.fapergs.rs.gov.br) até 15 de março de 2011”, acrescenta. O investimento do Sebrae/RS, da Fapergs e das empresas selecionadas para participar da iniciativa será de R$ 7,2 milhões.

Inscrições no edital lançado pelo Sebrae/RS e Fapergs

podem ser feitas até 15 de março de 2011

O livro Dos grãos aos chips: a história da tecnologia e da inovação no Rio Grande do Sul (Edipucrs, 2010), da jornalista Patricia Knebel, é uma viagem de 60 anos. O texto resgata o surgimen-to das primeiras empresas de base tecnológica gaúchas e a maneira como esse setor foi construído até se tornar referência no Brasil. Em 168 páginas, o foco é o complexo eletrônico e de TIC. Fatos que aju-daram a desenhar esses setores con-

duzem a história. Entre eles, a reser-va de mercado, a criação da Edisa e a Lei de Inovação, além da história de companhias como Parks, Digi-tel, Altus, Terra, Grupo Processor, Grupo Meta IT e Banrisul. O tex-to também destaca o papel de en-tidades como FIERGS, Sebrae/RS, Assespro-RS e Sucesu-RS ao longo desses anos. O prefácio é de Jorge Gerdau Johannpeter.

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RA Patrícia Knebel produziu

o texto com base em pesquisa e em mais de 70

entrevistas

Livro resgata a história da tecnologia gaúcha

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Gerência de ideias

Fazer diferente é funda-mental nas empresas que desejam crescer. E sua conju-gação, no singular e no plural, de-pende de uma série de fatores, entre os quais a percepção das expecta-tivas do mercado. Mas as soluções que tornam um produto competiti-vo começam nas ideias inteligentes, que empresários alemães querem estimular nos seus funcionários através da arte e de outros recursos. Esse comportamento, que pode ser-vir de exemplo, foi tema do jornal alemão Zeit. e tema de palestra na FIERGS. >>

COMPORTAMENTO

Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 19

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As ideias mais simples quase sempre são as melhores. A rede Henkel, de Düsseldorf (Alemanha), confirmou isso quando colocou em prática a sugestão de um funcionário, que, achando excessivo o peso do convite para a reunião anual dos acionistas - 22 gramas -, propôs o uso de um papel mais leve. Hoje, a carta pesa bem menos que 20 gramas, a Henkel economiza 25 mil euros todos os anos e, como recompensa para a sua “ideia genial”, o funcionário recebeu um prêmio de 3.750 euros. Nada mal.

Ainda hoje, mundo afora, funcionários podem deixar seus “clicks inteligentes”, tratados como “sugestões de melhorias empresariais” em caixas estrategicamente colocadas nos caminhos que percorrem dentro da em-presa. Na versão modernizada, a coleta ganhou espaço na intranet. Mas em muitas organizações médias, como a fabricante de brinquedos Simba Dickie, ainda se pre-fere o contato direto, olho no olho, segundo Uwe Wei-ler, um dos gerentes. Ele acrescenta que a maior parte das sugestões surge enquanto os empregados brincam com seus filhos e, “em geral, as ideias são rapidamente colocadas em prática, porque não precisam passar por todas as instâncias hierárquicas”.

Em algumas empresas, a trans-formação dos clicks segue um roteiro. A bávara Fischer, com seus cerca de 3.800 empregados, mantém uma lista em que reúne

as pequenas descobertas na rotina diária. “De cada de-partamento recolhemos dez, vinte ideias”, avalia Ra-phael Abraham, um dos entusiastas do processo. E, como na Simba, também na Fischer a maioria das su-gestões é imediatamente desenvolvida pelos emprega-dos. Aquelas para as quais é necessária a concordância da direção são transferidas a um banco de dados na intranet, recebendo resposta dentro de duas semanas. A implantação está acima de 80% e a cada uma corres-ponde um cheque/agradecimento nunca inferior a100 euros. A partir de 3.000 euros, 10% são acrescidos ao salário mensal dos funcionários ao longo de 12 meses. O resultado: no registro de patentes de empregados, a empresa bávara está em terceiro lugar na Alemanha.

A BMW recolhe anualmente até 42 mil “sacadas ge-niais” em sua rede. No mundo todo, a multinacional economiza, com isso, 65 milhões de euros por ano – “42 milhões na própria Alemanha”, afirma o respon-sável pela Gerência de Inovação, Johann Lengl. Todas as unidades da organização têm seu próprio gerente da área especialmente treinado para reconhecer as ideias que não têm sentido. E o autor da sugestão recusada recebe, além do não, uma explicação adequada. Esse cuidado é para que não se sinta ferido em sua autoesti-ma e para que continue colaborando.

UM DOS SEGREDOS É ESTIMULAR OS FUNCIONÁRIOS

Revista Tempo de Agir | Dezembro 201020

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ARTEUSADA COMO

INSTRUMENTODE TRABALHO

A alegria se espalha pela sala. A impressão que se tem é que poderia ser tocada com as mãos. No palco, à von-tade, os integrantes do coro de uma rede de farmácias alemã, a DM, comemoram o Natal na empresa. A pla-teia acompanha, cantarolando. Os rostos dos cantores brilham. É a primeira apresentação do recém criado coral empresarial. Sucesso completo.

Mas cantar não é a única coisa que se faz na DM, além de trabalhar: os empregados também pintam telas, es-culpem e discutem clássicos da literatura. O diretor-geral da empresa, Erich Harsch, discorda de quem pensa que essas atividades nada têm a ver com a venda de pasta de dente e de papel higiênico. Está convenci-do de que, “através dos projetos artísticos, as pessoas aprendem a se conhecer melhor, melhoram sua credi-bilidade e fortalecem sua personalidade”. E, se isso é bom para cada um dos membros dessa comunidade, também é ótimo para a organização.

O consultor Erick Bethkenhagen acompanha Harsch nessa convicção. Ele afirma que, a cada dia, mais em-presários acreditam que seus funcionários podem alar-gar seus horizontes na empresa e, com isso, sentirem-se melhor no ambiente de trabalho. “Isso fortalece a identificação com o patrão”. Stephan Frucht, que ge-rencia a área cultural da rede de farmácias, acrescenta que “muitos empresários se engajam na cultura porque aprenderam que a arte, entre outras coisas, age de for-ma positiva sobre os empregados”.

Empresários

acreditam que

a arte fortalece

a autoestima

e aumenta a

capacidade de

inovar, contribuindo

para o crescimento

da empresa

>>>Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 21

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Mas a direção não se envolve diretamente na orga-nização dos seus funcionários em torno da cultura. Em regra, formam-se dez grupos de voluntários que se dedicam a um tema. “Usamos a arte como um instrumento de trabalho, para estimular nossa inteligência e nossa intuição”, explica Harsch, que não sabe quanto a rede de farmácia investe neste engajamento, porque “os gastos são distribuídos em várias rubricas”.

E Bethkenhagen aponta o que vê como novidade: os empresários não escondem mais esse engaja-mento; pelo contrário, falam sobre a questão aber-tamente. Na verdade, essa não é bem uma novidade, porque a multinacional Bayer mantém há mais de 100 anos a sua própria casa de cultura, promoven-do anualmente 150 concertos, espetáculos de dança e encenações no seu teatro de 800 lugares. Mas a empresa não tem elenco próprio. Toda a programa-ção é feita por artistas convidados. Ingressos para crianças custam, na maior parte das vezes, 5 euros; para concertos, o preço chega a 30 euros. O valor arrecadado na bilheteria não cobre os gastos com os artistas, que são grandes. Mesmo assim investir na arte compensa. Além de alimentar a autoestima e a criatividade dos empregados é bom para a ima-gem da empresa. “Por isso, o engajamento cultu-ral é tradição em nossa organização”, afirma Silke Schenk von Bayer.

O mesmo acontece na Basf. Desde a década de 20 do século passado, a multinacional química ofere-ce concertos a seus funcionários e a todos os in-teressados em cultura. No salão de concertos da empresa, ouve-se a sinfonia número 1 de Mahler e a Abertura da ópera Der Freischütz, de Weber. Uma temporada de seis diferentes concertos custa cerca de 120 euros, e estudantes pagam apenas 30 euros. Se estes preços cobrem os custos? Segura-mente que não. “A cultura sempre é cara. Mas é um investimento muito bom”, afirma Klaus Phili-pp Seif, gerente cultural da Basf. Ele garante que os concertos “aumentaram a capacidade de inovação” dos empregados da empresa.

>>

Oferecer soluções que aumentem a criatividade nas empresas. Esta é a especialidade do empresário Benno van Aerssen, que divulga

suas dicas através da internet. Ele conta que, recentemente, um de seus clientes no-vos pediu que participasse de um encontro de sua equipe sobre um projeto a ser desen-volvido para o próximo ano. Se o “treinador de criatividade” estivesse presente, acredita-va o empresário, os empregados certamente seriam mais criativos. Não ajudou muito. “Isso não funciona sob pressão”, afirma.

“A criatividade precisa de liberdade, de uma cul-tura que instiga à inovação e de muito exercí-cio”, garante van Aerssen, que também é autor de um livro sobre o tema. E somente quem se sente livre pode tornar-se criativo e ter ideias. Na Google, por exemplo, a direção permite que os empregados dediquem 20% de seu horário de trabalho à transformação de algumas “saca-das geniais”. Também na 3M, os engenheiros de criação têm liberdade para trabalhar em projetos próprios. Reconhecida como inovadora, a em-presa foi escolhida como uma das mais amadas na Alemanha em 2010.

As duas organizações compreenderam que as mudanças de perspectivas podem ser boas para que alguém se torne um empreendedor que ino-va. Mas, na base da liberdade que dão a seus fun-cionários, há mais uma certeza: a de que a cria-tividade é algo que também pode ser aprendido. Aliás, especialistas no assunto já desenvolveram mais de 200 diferentes técnicas. “A maioria das empresas conhece apenas duas: brainstorming (li-vre associação de ideias) e mindmapping (mapea-mento da mente)”, diz van Aerssen.

O descobridor do brainstorming é o estaduniden-se Alex F. Osborn. Participando de reuniões realizadas nas empresas desde 1919, ele obser-vou que elas podavam o pensamento criativo

Revista Tempo de Agir | Dezembro 201022

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A CRIATIVIDADE

PODE SER

Ser constantemente criativo cansa, mas

determinadas técnicas podem ajudar

dos empregados em vez de desafiá-los. A partir dessa constatação colocou regras que ainda são respeitadas no brainstorming. Por exemplo, a proibição de criticar e que toda sugestão é, em princípio, boa. Aerssen lem-bra que o “brainstorming é a livre associação de ideias, que não necessita de um coordenador para funcionar e que vale para iniciar um processo cria-tivo”. Mas há um problema que, segun-do ele, precisa ser levado em conta: nas equipes de trabalho em que há conflitos, muitos não conseguem participar em pé de igualdade. Nesse caso, o brainstorming deve ser trocado pelo brainwriting, em que os trabalhadores sentam-se em círculo, ou ao redor de uma mesa, e anotam suas su-gestões. Na sequência, o bilhete é passado ao colega sentado à direita, que pode apenas ler a ideia, ampliá-la ou sugerir algo completamente novo. Quan-do o bilhete está novamente nas mãos do seu autor, a idéia é debatida. Dessa maneira todos participam com igual intensidade.

Outra variante, tão antiga quanto o brainstorming, foi descoberta pelo produtor de filmes Walt Disney. Ele

desenvolveu para sua empresa e empregados uma peça teatral que ainda hoje é muito encenada. “Neste méto-do, os funcionários desempenham três tipos de papéis: o sonhador, o realista e o crítico”, explica van Aerssen. Assim a ideia é iluminada de vários lados.

O método 6-chapéus funciona de forma parecida, consistindo na distribuição de seis chapéus ou cores que correspondem a um estereótipo de caráter: o analítico, o emocional, o crítico, o otimista, o criati-vo e o amante da ordem. De acordo com uma tarefa, cada integrante do grupo pode desempenhar um tipo, ou o time todo pode olhar os problemas da perspectiva de cada uma das personalidades. Também

nessa peça trata-se de esgotar a análise de uma tarefa do ponto de vista das mais diferentes perspectivas.

De forma geral, os métodos pertencem a três catego-rias; brainstorming e mindmapping, que recolhem ideias soltas; e as encenações, como fazia Walt Disney, que ajudam a mudar as perspectivas e a colocar prioridades em check-list.

APRENDIDA

SOMENTE QUEM SE

SENTE LIVRE PODE TORNAR-SE CRIATIVO E TER IDEIAS

Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 23

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Este artigo trata de desmistificar al-

guns mitos sobre inovação da cadeia

calçadista e de decoração percebi-

dos através da prática profissional.

Inovar. Todos querem, poucos con-

seguem. Por quê? Noto que nós

profissionais da cadeia de moda e

decoração cometemos alguns equí-

vocos ao nos referirmos à inovação.

Para garantir ações eficazes, temos

que desfazer alguns mitos que nos-

sa mente calçadista criou ao redor

do tema. Logo, reuni algumas afir-

mações no intuito de podermos

dar à inovação um sentido correto.

1 Inovar não é só para gênios criativosA “grande ideia” não depende de inspiração divina ou mágica. É um momento de tocar-se (em inglês insight), que ocorre porque existe uma atitude que permite a sua geração. Qualquer pessoa pode aprender as técnicas e métodos para a geração de ideias inovadoras.

2 Seguir tendências da moda infelizmente não é inovarMudar o desenho, a aparência do produto sazo-nalmente não é inovação de produto. Agora, se eu usar um novo revestimento ou componente no meu calçado que atribua a ele características subs-tancialmente melhoradas, aí sim tem uma inovação.

3 Inovação não cria necessidade: despertaAs necessidades como status social, poder e conforto já existem e são inerentes ao seres humanos. Produtos diferenciados apenas as despertam através de artifícios em que o indivíduo projeta na compra a satisfação deste desejo, que já está latente. É aqui que entra a pesquisa comportamental, que, se bem-usada, irá gerar o sonhado “eu não posso mais viver sem esse produto”.

4 Inovação não quebra empresas, invenções sim.Ideias são sedutoras: aprecie com moderação. Um novo conceito que não tem demanda é apenas uma invenção. Apaixonar-se por ele é um risco. Inovação deve ser evolutiva: é como subir uma escada em que os degraus são os resultados.

Artigo

Revista Tempo de Agir | Dezembro 201024

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5 O governo apoia a inovação Quem inova paga menos imposto. Conheces a lei do bem? Além disso, em 2010, o governo destinou mais de R$ 500 milhões de subvenção à inovação (recurso não reembolsável), ou seja, dinheiro dado não precisa devolver. Mas atenção: esse recurso público deve ser usado para acelerar um processo natural de evolução de sua empresa; caso negativo, esse capital vira a maldição de Midas. Dica: interaja com uma instituição de pesquisa, como as associações e as universidades.

6 Quando a moda de falar “eu inovo” passar, teremos que inovar mesmo.Qualidade Total, 5S, ISO 9000. Lembra disso? Cada um desses termos foi usado publicitariamente pelas empresas e eram sinônimos de diferencial competitivo.

A palavra inovação segue o mesmo caminho, mas cuidado: os consumidores ingênuos morreram todos (nem fui avisado...) e os que sobraram conhecem nossos produtos melhores que nós, que os fabricamos. 7 Afinal o que é inovar?Num mundo de singularidades, usar a Inteligência coletiva para encontrarmos juntos a resposta à sétima questão me parece um tanto quanto... inevitável. Você não acha?

>> Sobre o autor: Vinicius Prado é proprietário da D+E Design Estratégico, formado em Design pela Ulbra e com MBA em Marketing pela ESPM. Durante 13 anos criou e foi o responsável pelo Studio de Criação e Marketing da Altero Design, em Sapiranga (RS), onde desenvolveu mais de 40 mil projetos. Conquistou prêmios, tem palestrado em universidades e empresas sobre o tema, escrito artigos e mantêm um blog sobre o assunto: www.dmaise.com

Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 25

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Palestras

Não basta INOVAR, tem que ter PRESSA

Ao longo dos anos, o consultor observou o número de papéis

que uma pessoa pode desempenhar

para desenvolver novas ideias

assim observar algo já conhecido e enxergar novas possibilidades.

Arquiteto da experiência é aquela pessoa notável, “fora da caixa”, que consegue encontrar formas de diferenciação no mercado, evoluindo do conceito de commodity para um produto que agrega serviços e proporciona uma experiência para o cliente. Neste caso, Tom usa um exemplo simples:

Mas nada na palestra apresentada foi tão impactante quanto o alerta que ele fez sobre a necessidade de rapidez nestas criações. Como o coelho de Alice no País das Maravilhas, é preciso ter pressa. Tom Kelley afirma que a era digital acelerou tanto o giro de in-formações e propiciou tanta interação entre pessoas de diferentes partes do mundo que já não basta ter a ideia inovadora. É preciso encontrar a melhor forma de viabilizá-la imediatamente, enxergando o que está “por trás do espelho”: necessidades humanas ainda não pensadas e ainda não atendidas.

No século XXI, a ação tem que ser imediata,

acompanhando a rapidez da interação na era digital

O 3º Congresso Internacional de Inovação, re-alizado dias 17 e 18 de novembro, na FIERGS, teve Tom Kelley entre os seus palestrantes Ele é diretor executivo da Ideo, consultoria especiali-zada em design, e autor de A Arte da Inovação, um best seller. No auditório lotado, onde falou sobre Estratégias para Reforçar a Criatividade e Criar uma Cultura de Inovação, o consultor destacou seu mais recente livro, As Dez Faces da Inovação.

Ao longo dos anos, através de projetos desenvol-vidos para empresas como Apple, Kraft, Samsung, Procter & Gamble e Pespi, Tom observou o núme-ro de papéis que as pessoas podem desempenhar em uma organização para promover novas ideias. Ele admite que trabalhar o tema sob 10 aspectos di-ferentes é um exagero, já que a mente humana tem dificuldades em absorver mais de sete tópicos de cada vez.

Para Kelley, o processo de inovação contempla as fases de aprendizagem ou conhecimento técnico, análise de viabilidade e realização. Ele chama a aten-ção para duas “personalidades” importantes à con-cretização de qualquer projeto inovador: o antropó-logo e o arquiteto da experiência.

O primeiro vai a campo para ver como os clientes usam e respondem aos produtos, para chegar a no-vas criações. Para isso é preciso “ver como se fosse a primeira vez, ver com olhos de criança” ou ter um “vuja de”, releitura de déjà vu sugerida por Tom, e

CommodityProdutoServiço

Experiência

FarinhaMisturas para boloBolos prontosCasa de festas

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>>

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Revista Tempo de Agir | Dezembro 201026

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Vocêé o que

vocêCOMPAR

TILHA

Em sua palestra, Gil Giardelli salientou a aproximação através da web É de Gil Giardelli, também palestrante do 3º Congresso In-

ternacional de Inovação, esta afirmação: “No mundo de hoje, você é o que você compartilha”. Quem leva isso a sério está de olho no Brasil, onde mais de 70 milhões de pessoas estão conectadas à internet, consomem 29 horas por mês na rede e, desse tempo, gastam uma hora em cada quatro fazendo par-te de alguma rede social. Considerando isso, segundo Michael Nicklas (investidor norte-americano, empreendedor e também palestrante), este é o motivo por que os investidores dos Esta-dos Unidos querem testar seus produtos aqui. “O Brasil é um mercado emergente na rede e o quinto entre os países com maior número de conexões”.

Nas áreas urbanas, 44% da população, 97% das empresas e 23,8% dos domicílios brasileiros estão conectados à internet. É um prato cheio para quem quer ganhar dinheiro com as startups (empresas na área de TI que estão em fase de experimentação). Além disso, a rede também humaniza, pois seus grandes pro-tagonistas são as pessoas. Juntas, trocam seu tempo livre para se conectar às redes sociais e produzir conteúdo. Um exemplo disso é a Wikipédia, em que todas as edições e discussões re-presentam mais de 100 milhões de horas de trabalho humano. Mas o que as motiva?

Segundo Daniel Pink, em seu livro Drive: The Surprising Tru-th About what Motivates Us, até o século XX os trabalhadores sentiam-se estimulados apenas pelos ganhos financeiros. Isso mudou. No século XXI, eles fazem coisas para se sentirem inseridas no mundo, para ganhar satisfação, alimentadas por recompensas externas, pela alegria de fazer algo em benefício dos outros.

A web aproxima quem está longe e facilita a comunicação entre as pessoas em uma escala nunca vista. Antes da internet, a co-municação era feita através do telefone ou de veículos como rá-dio, TV e jornal. O telefone serve para a interação, pois permite falar e escutar, mas a conversa fica restrita a poucas pessoas. O rádio, a TV e os jornais atingem grandes audiências, mas pou-cos falam e a maioria escuta. A web juntou os dois modelos e permitiu a comunicação entre duas, várias ou muitas pessoas.

A consequência é que pessoas de lugares, gostos, profissões e idades diferentes entre si, que nem se conheceriam em outras épocas, podem interagir, trocar ideias e criar juntas, contribuin-do, ainda que inconscientemente, para a construção da rede e de um mundo melhor. É um novo estilo de vida, que não vale somente para internautas mais avançados, porque vale para qualquer pessoa que queira participar.

E no Brasil de hoje, mais de 70 milhões de pessoas usam a internet para se comunicar e informar

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Inova Pequena Empresa

Na direção do futuro MPEs com propostas aprovadas foram contratadas em dezembro

Os resultados finais da segunda edição da chamada pública para o Inova Pequena Em-presa RS 03/2010, que visa a apoiar financeiramente - com recursos não reembolsáveis - projetos de inovação realizados por MPEs, estão publicados no site www.inovapers.com.br.

O Sebrae/RS recebeu 420 pro-postas até 15 de setembro, pra-zo final para o envio. Destes, 55 pequenos negócios, dos quais 15 projetos de MPEs atuam nas áreas de Petróleo e Gás - Energia - Construção Naval e 12 de em-presas incubadas, são os benefi-ciados. De acordo com os setores priorizados no edital, receberam suporte financeiro no valor total de R$ 16 milhões para o desenvol-vimento de processos e produtos inovadores. A contratação entre o Sebrae/RS e os empresários foi realizada no dia 6 de dezembro, na nova sede do escritório Re-gional Metropolitana da institui-ção (rua Gen. João Manoel, 282 - Centro/Porto Alegre).

“Uma visão maior dos fatos considera que inovar é o movimento na direção do futuro”, defende o superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lo-pes. Segundo ele, o apoio financeiro por projeto é de no mínimo R$ 100 mil e de no máximo de R$ 350 mil por empresa. Do total de propostas selecionadas no tema livre, as maiores concentrações se deram em meio ambiente (6) e saúde (6). As demais ficaram distribuí-das nas seguintes categorias: agronegócio (1); automo-tivo/metalmecânico (2); biotecnologia (2); comércio/serviços (2); eletroeletrônico (3); energia - produtos, processos e materiais (1); implementos agrícolas (1); microeletrônica (1); móveis (1); programas estratégi-cos (2); qualidade e produtividade através de processos inovadores (3); TI (3); e outros (6). No tema Petróleo e Gás - Energia - Construção Naval foram 15 propostas selecionadas. As cidades com maior número de pro-postas selecionadas foram Porto Alegre (28), Caxias do Sul (3) e Santa Maria (3).

Marcelo Lopes destaca que a contratação das propos-tas selecionadas será formalizada pela Diretoria Exe-cutiva da instituição e que os recursos para a execu-ção dos projetos de inovação serão repassados para as MPEs em até três parcelas. Os empresários têm até 24 meses, a contar da data de assinatura do contrato, para a execução dos projetos. O edital prevê o finan-

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• Arbra Engenharia Industrial Ltda• Instor Projetos e Robótica Ltda• Rickles e Ledesma Ltda• Marina Borrachas Ltda• LHB Soluções em Informações e Métodos Ltda• Estevão Odone Leuck e Cia Ltda• Elefanti Tecnologia de Informação Ltda• Regabi Construções e Incorporações Ltda• Foxsul Ind. e Com. Ltda• SGR - Serviços de Engenharia Mecatrônica Ltda• Portoflex Artefatos de Borracha Ltda• Inovabiotec Ltda• Telcom Telemática Ltda• Bortoli Afiações Ltda• PEF Indústria Eletrônica Ltda• Neuroassay Pesquisa e Desenvolvimento Ltda• Química Limpa Soluções Ambientais Ltda• Maria Elaine Machado ME• Best Fligth Simuladores de Vôo e Informática Ltda• Allevo Genetcs Ind. e Comércio de Equipamentos para Labotórios Ltda• Jomon Indústria de Artefatos Cerâmicos Ltda• Representares Rep. Serviços Ltda• DS Pro Áudio – EPP• SFW Sistemas Térmicos Ltda• Life Genetic Seed’s Comercial Ltda

• Mistral Tecnologia e Meio Ambiente Ltda• Marilia Correa Borba• Dalle Usinagem Ltda• Uniplastic Indústrias de Peças Plásticas Ltda• Isca Tecnologias Ltda• Carpan Equipamentos Agroindustriais Ltda• Ritter Consultoria e Projetos Ltda• Projeconsult Engenharia Ltda• Efact Software Ltda• Retificadora Travicar Ltda• Pro Invest - Assessoria Ltda• Pozzatti - Ind. e Com. de Embalagens Ltda• M2 Armazenamento e Administração de Banco • D&A Gestão e Contabilidade Ltda• Rafael M. Mallmann• Toth Desenvolvimento Tecnológico Ltda• Pedras Oriente Comércio, Importação e Exportação Ltda• Kruger Comércio de Amplificadores Ltda• Germer Consultoria Veterinária Ltda• Effective Software Ltda• Infoldi Tecnologia Ltda• DMSYN Comércio e Serviço em Informática• Magmattec - Tecnologia em Materiais Magnéticos Ltda• Miotec Equipamentos Biomédicos Ltda• Organisys Software Ltda• Quatro G Pesquisa e Desenvolvimento Ltda• M M R Ind. Comércio de Máquinas Ltda• Nina Flowers Produção e Com. de Plantas Ornamentais • Sultech Sistemas Eletrônicos Ltda• Espaço Funcional Comércio de Planilhas Ortopédicas

ciamento desde a fase de pesquisa até a comercialização pioneira, com o objetivo de estimular o desenvol-vimento dessas empresas, contribuir para o progresso tecnológico regio-nal, aumentar sua competitividade e beneficiar a geração e a manutenção de emprego e renda em território gaúcho.

O julgamento das propostas foi realizado em duas etapas: pré-qua-lificação e avaliação de mérito. A primeira foi eliminatória e consistiu no exame formal da proposta, con-forme critérios descritos no edital. Na segunda fase, de caráter compe-titivo e classificatório, foi analisado o mérito das propostas pré-qualifi-cadas, de acordo com a consistência

e a viabilidade técnica, econômica e comercial; grau e impacto da inova-ção do projeto; competência e ca-pacitação da empresa e equipe que atuarão no projeto; e aporte e na-tureza da contrapartida financeira ou econômica. As propostas foram avaliadas por um comitê técnico formado por especialistas convida-dos pelo Sebrae/RS.

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Empresasselecionadas

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Revista Tempo de Agir | Dezembro 201030

Negócio a Negócio

Revolução no ATENDIMENTO

Agentes de

orientação

empresarial

visitaram mais de

43 mil empresas

desde março

Quebrar paradigmas exige ou-sadia e coragem, pois pode implicar verdadeira revolução. Justamente com esse objetivo

o Sebrae/RS deu início, no ano de 2010, ao Programa Negócio a Negócio. Com dinâmica inovadora à praticada pela en-tidade até então, colocou-se à disposição das micro empresas gaú-chas mais de 600 agentes de orientação empresa-rial. Universitários devida-mente treinados visitaram mais de 43 mil pequenos negócios com até qua-tro funcionários, além do Empreendedor Individu-al. “Realizamos o maior número de atendimentos presenciais da história do Sebrae/RS através do programa, levando solu-ções de gestão a partir do diagnóstico da situação de cada empresa abordada”, ressalta o superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lopes.

Das 43 mil empresas atendidas pelo programa cerca de 50% nunca haviam tido contato com o Sebrae/RS. A partir de agora, passarão a fazer parte da base de dados da entidade, recebendo informações a respeito

de cursos, grade de soluções e eventos de empreen-dedorismo que podem contribuir ainda mais com o desenvolvimento da empresa. “Com o projeto, alte-ramos a postura da entidade, e a tendência é darmos prosseguimento às ações em 2011, nos aproximando e relacionando cada vez mais com os pequenos ne-gócios”, afirma Lopes. Com investimento de, apro-ximadamente, R$ 6 milhões, o programa é realizado

pelo Sebrae/RS em parceria com 11 universidades gaúchas.

Pesquisa mostra aprovaçãoO programa tem um propósito des-tinado exclusivamente aos negócios com até quatro funcionários. “São esses que efetivamente necessitam do apoio do Sebrae/RS”, afirma a gestora do Negócio a Negócio, Vi-viane Andressa Pinto. Nas reuniões de avaliação do projeto, realizadas no decorrer do ano com as universidades

parceiras, pode-se constatar que esse perfil de empre-sário é carente de informações, não tem tempo para buscar conhecimento e, muitas vezes, não se dá con-ta das falhas existentes no processo de gestão de sua empresa. “Isso nos mostra que eles precisam de um acompanhamento maior do projeto e também reflete a importância da atuação do Sebrae/RS no percurso desses empreendimentos”, conclui Viviane.

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E grande parte das empresas que aderiram ao proje-to aprova a iniciativa, como mostra pesquisa realizada pelo Sebrae/RS: 90% estão satisfeitos com o projeto e 99% indicariam para outras empresas. A atuação do agente também ficou entre boa e ótima para 99% dos entrevistados.

Da teoria à prática O Negócio a Negócio traz benefícios não apenas aos empreendedores gaúchos, mas também aos universitá-rios que realizam as abordagens. Remunerados como bolsistas para desenvolver o trabalho de campo, eles fi-cam sob o comando de professores supervisores e co-ordenadores regionais. Para realizar as abordagens com qualidade e assertividade, receberam orientações sobre o ambiente das micro empresas gaúchas, o perfil do público-alvo do projeto, formas de abordagem, o que é o Sebrae e seus produtos. Para Viviane, a participa-ção dos universitários, além de incrementar o currículo, proporciona a aplicação prática das teorias aprendidas de sala de aula. “Também desenvolve capacidades indi-viduais, como persuasão, desinibição, argumentação e proatividade”, acrescenta.

Kellen Veridiane Hernandez Silveira, agente e universi-tária do 6º ano de Administração de Empresas da Uni-sinos, está entusiasmada com a possibilidade de ter o próprio negócio no futuro, uma vontade que surgiu de-pois de iniciar no programa. Em parceria com o amigo Felipe Soares, também agente de orientação empresa-

rial, ela pretende abrir uma empresa de consultoria. “Já estamos traçando a estratégia e o plano de ação”, reve-la. Além disso, segundo ela, o projeto está testando os conhecimentos dos estudantes e contribuindo para me-lhorar aspectos comportamentais como, por exemplo, a desinibição. “No início eu era muito tímida e quando ouvia um não, ficava me sentindo muito mal. Agora sei que isso faz parte do processo e fico muito feliz quando consigo ajudar um empresário”, comenta.

Juliana Dalla Corte, acadêmica do curso de Administra-ção na URI, acredita que esse contato com as empresas está contribuindo com sua qualificação profissional. Ela ressalta que “é uma excelente oportunidade de vi-venciar a teoria repassada pelos professores durante o curso e, ao mesmo tempo, contribuir com o desenvol-vimento dos pequenos negócios de nossa região”.

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O Sebrae/RS deu um passo enorme em 2010, avançando no sentido de melhorar o serviço que presta às MPEs. Fez isso ao longo do ano, remodelando

unidades, inaugurando outras e criando 11 pontos de atendimento em parceria com prefeituras e entidades representativas das comunidades do interior do Estado em que está inserido. Também a Regional Metropolitana ganhou novas instalações.

Em setembro, foi a vez da Regional Norte, que ganhou unidade em Erechim; em novembro, o Sebrae inau-gurou sua unidade de Canoas e a nova sede da Regio-nal Metropolitana em Porto Alegre; e, em dezembro, as novas instalações da Regional Planalto, em Passo Fundo. Mas a lista inclui também as unidades de Santa Cruz do Sul e São Borja, inauguradas anteriormente. O superintendente da instituição, Marcelo Lopes, salienta que, “em todas elas, o Sebrae está de portas abertas para receber, orientar e impulsionar quem deseja abrir ou melhorar seu negócio”.

Em CanoasNo dia 25 de novembro, foram inauguradas as novas instalações da unidade de atendimento de Canoas, na Muck, 116. A cidade tem cerca de 17 mil micro e pe-quenas empresas, e a unidade do Sebrae trabalha com projetos nos setores metalmecânico, comércio e sof-tware. O superintendente da instituição, Marcelo Lo-pes, chama atenção para o fato de Canoas ser o segun-do PIB do Rio Grande do Sul. Isso exige, segundo ele, que a entidade viabilize mais oportunidades de cresci-mento aos empreendedores e futuros empresários do município e cidades vizinhas.

As novas instalações da unidade estão distribuídas em uma casa com 200 metros quadrados de área. Os espaços para eventos e capacitações são amplos, a visibilidade é excelente e o acesso é fácil. Ela já estava em funcionamento desde final de outubro e, nesse período, houve um aumento de 120% no número de empreendedores atendidos pelo Sebrae/RS na cidade. Para Marcelo Lopes, “isso mostra que já estamos chegando de forma mais efetiva e com qualidade aos pequenos negócios deste importante município do nosso Estado”. >>

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Revista Tempo de Agir | Dezembro 201034

Em Passo FundoO número de atendimentos presenciais a em-preendedores e candidatos a empresários deve aumentar em até 60%, saltando de 280 a 475 por mês. Esta é a expectativa do Sebrae/RS, que inaugurou no dia 7 de dezembro as novas insta-lações da Regional Planalto em Passo Fundo, na rua Uruguai 1.180. Mais amplas e mais adequa-das para eventos e capacitações, elas ocupam 450 metros quadrados. O superintendente Marcelo Lopes ressalta que o Sebrae também vai aumen-tar de 400 para 800 o número de informações geradas mensalmente e que o total de participan-tes em capacitações passará de 80 para 250.

Outro aspecto destacado por Marcelo Lopes é a parceria com a Universidade de Passo Fundo (UPF), que se integrou ao Programa Negócio a Negócio, viabilizando a realização de 3 mil atendimentos em mil empresas da região. Essa ação foi desenvolvida pelos agentes de orientação empresarial, todos eles universitários devidamente capacitados.

A ações do Sebrae/RS chegam a 72 municípios da região Planalto por meio de dez projetos que abran-gem os setores do comércio e serviços, indústria e agronegócios. Em 2010, foram atendidas, somen-te em Passo Fundo, 2.188 empresas, 4.863 pessoas interessadas em abrir um negócio e formalizados 2.500 empreendedores individuais.

Na Região MetropolitanaA nova sede da Regional Metropolitana foi inaugurada no dia 29 de novembro, na rua General João Manoel, 282, no Centro da Capital. Em seu pronunciamento, o superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lopes, desta-cou que as novas instalações “valorizam oportunidades, potenciais e vocações produtivas de Porto Alegre e das demais 36 cidades que fazem parte da regional; além disso, representam uma economia de R$ 320 mil à entidade, re-cursos que serão aplicados diretamente em prol dos pequenos negócios”.

A Regional Metropolitana está distri-buída em um prédio de cinco andares. Tem oito salas para palestras, oficinas e workshops; espaço pesquisa; laborató-rio de informática; e auditório com 54 lugares. Com os novos espaços, o Se-brae/RS pode ampliar em 15% o aten-dimento presencial, que, em 2010, deve chegar a 28.216 empresários ou pessoas interessadas em abrir o próprio negócio.O atendimento individual foi fortalecido com uma equipe técnica de oito profis-sionais que estão à disposição daqueles que procura-rem pelas orientações da entidade.

Com abrangência em 37 municípios, a regional atua também através de 16 projetos coletivos relacionados

aos setores do comércio e serviços, indústria e agro-negócios, este último direcionado aos orizicultores do Litoral Norte gaúcho. O superintendente explica que “são, ao todo, 1.225 empresas que participam de semi-nários, palestras, cursos, rodadas de negócios, feiras e missões internacionais com apoio do Sebrae/RS”.

Até outubro, 11.483 empreendedores individuais foram registrados e 14 mu-nicípios aprovaram a Lei Geral das Mi-cro e Pequenas Empresas. Os municí-pios de Gravataí e Osório contam com unidades de atendimento, e Santo An-tônio da Patrulha possui um Ponto de Atendimento ao Empreendedor, este viabilizado por meio de parceria com entidades locais.

Municípios atendidosAlvorada, Arroio do Sal, Arroio dos Ratos,

Balneário Pinhal, Barão do Triunfo, Butiá, Cachoeirinha, Capão da Canoa, Capivari do Sul, Caraá, Charqueadas, Cidreira, Dom Pedro de Alcântara, Eldorado do Sul, Glo-rinha, Gravataí, Guaíba, Imbé, Itati, Mampituba, Maquiné, Minas do Leão, Morrinhos do Sul, Mostardas, Nova Santa Rita, Osório, Palmares do Sul, Porto Alegre, Santo Antônio da Patrulha, São Jerônimo, Torres, Tramandaí, Três Cacho-eiras, Três Forquilhas, Triunfo e Viamão.

AS NOVAS INS-TALAÇÕES VA-

LORIZAM OPOR-TUNIDADES, POTENCIAIS E VOCAÇÕES

PRODUTIVAS DE PORTO ALEGRE E DAS DEMAIS

36 CIDADES

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Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 35

Pelotas ganha Sala do Empreendedor

Lei Geral

A Lei Geral das Micro e Peque-nas Empresas prevê, entre seus artigos, a implantação da Sala do Empreendedor nos municí-pios brasileiros. Sua finalidade é oferecer orientações sobre a abertura, o funcionamento e o encerramento de empresas. O espaço surge como grande con-quista para as comunidades, pois abrange vários órgãos, in-cluindo o Sebrae, que trabalham com o mesmo objetivo: auxiliar o empreendedor. Sua atuação está vinculada diretamente à aprovação da Lei Geral, que, no Rio Grande do Sul, já contem-pla a metade dos municípios (247), a partir do movimento iniciado em 2009.

Neste final de 2010, dois impor-tantes municípios gaúchos inau-guraram sua Sala do Empreende-dor, dando o exemplo para que as demais cidades implantem essa estrutura. Em Pelotas, a inaugura-ção do espaço (rua Lobo da Costa, 1.274) coincidiu com o aniversário de um ano de sanção da Lei Geral no município, em 8 de dezembro, atendendo à proposta apresentada no PDL- Programa de Desenvol-vimento Local. A sala é de res-

ponsabilidade da prefeitura, mas o Sebrae/RS presta seu apoio. No local, os interessados poderão ter todas as informações sobre aber-tura de empresa, retirar o alvará provisório, ter informações sobre acesso a mercado e a crédito. Santa Maria também abriu a sua Sala do Empreendedor, numa ini-ciativa coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Projetos Estratégicos. A área fica no andar térreo do Santa Maria Shopping e abriga um balcão da Junta Comercial que agi-lizará procedimentos de abertura de novos negócios com registros de livros fiscais, contratos sociais e baixas de empresas; balcão do Sebrae, para a qualificação de fu-turos empreendedores, prestando orientações básicas sobre inves-timentos, contabilidade, recursos humanos, fluxo de caixa e todos os procedimentos básicos de abertu-ra e funcionamento de novos em-preendimentos, de forma gratuita; a Instituição de Crédito Imembuí Microfinanças, além do setor de alvarás da prefeitura, atendendo, inicialmente, empreendedores in-dividuais e, posteriormente, as pe-quenas empresas.

De papel passadoOs trabalhadores informais do Es-tado tiveram mais um semestre de oportunidades. A Semana da For-malização, ocorrida pela primeira vez e com sucesso em julho deste ano, em Porto Alegre e Caxias do Sul, ganhou uma versão ampliada na segunda metade de 2010, alcan-çando diversas regiões.

Os números comprovam o su-cesso. Já na primeira, a Semana da Formalização realizada de 18 a 22 de outubro, em Porto Alegre, prestou 3.031 atendimentos que resultaram em 1.026 formaliza-ções. Para atender à demanda, cer-ca de 120 profissionais, entre téc-nicos do Sebrae e parceiros, foram mobilizados nas tendas localizadas nos pontos de maior movimento das cidades. Antes da realização da Semana, havia no Estado 23.440 empre-endedores individuais. Hoje, eles somam mais de 43 mil. “O refle-xo destas ações se perpetua pelas semanas seguintes, mantendo um número de formalizações acima da média”, afirma Marcia Ferran, gestora do Empreendedor Indivi-dual no Estado.

Foto: Luciano Mattea/Divulgação

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Revista Tempo de Agir | Dezembro 201036

Fotos: Dudu Leal

Um grande público prestigiou as palestras e oficinas no Cais do Porto

As micro e pequenas empresas dos municípios que já imple-mentaram a Lei Geral das MPEs estão encontrando um novo filão de negócios, com benefícios e incentivos. Entre eles, a priori-zação em compras públicas de produtos e serviços de até R$ 80 mil. Para essas empresas, o Se-brae/RS promoveu em novem-bro, no Cais do Porto da Capital, a segunda edição do Encontro de Oportunidade para Micro e Pequenas Empresas em Com-pras Governamentais (Fomenta RS). Paralelamente foi realizado o Dia do Petróleo.

O encontro teve a participação da Marinha do Brasil, dos Correios e da Petrobras, que esclareceram aos empresários as possibilidades, con-dições e oportunidades de forneci-mento de produtos e serviços para o setor público. O superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lopes, afir-ma que o capítulo da Lei Geral que trata das Compras Governamentais é uma política pública que tem re-sultado efetivo no incremento de recursos financeiros para as MPEs, movimentando, dessa forma, a eco-nomia local. Por isso, o alerta dele: “Os municípios precisam regula-mentar a legislação para fazer uso desses benefícios”.

Marcelo Lopes enfatiza a importân-cia de o Estado ampliar sua partici-pação no cenário atual do petróleo, com a perspectiva de investimentos bilionários da Petrobras no setor até 2013, podendo chegar a U$ 200 bi-lhões. “Hoje, o Rio Grande do Sul tem uma participação de apenas 1,3% em venda de bens e de 0,9% no fornecimento de serviços no mercado de óleo e gás. O desafio do Sebrae/RS é tornar palpáveis as oportunidades das micro e peque-nas empresas que trabalham conos-co, fazendo isso no curto prazo”, diz o superintendente.

Dia do PetróleoA Rodada de Negócios foi destaque no Dia do Petróleo, Gás e Ener-gia. Reuniu 200 MPEs dos projetos Adensamento da Cadeia Produtiva do Petróleo, Gás e Energia da Re-gião Metropolitana de Porto Alegre, Serra Gaúcha e Sul do Estado, de-senvolvidos pelo Sebrae/RS e Pe-trobras, e 20 grandes compradoras do setor, como Transpetro, Petro-bras, Tractebel, Inova e TMSA. Esta ação teve o apoio da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), da Petrobras e da Rede Petro RS, gerando uma estimativa de R$ 6,7 milhões em novos negócios, representando um aumento de 44%

sobre o resultado de 2009, quando foi de R$ 4,6 milhões.

Estímulo ao novoOutra atração foi o Espaço Amos-tra de Inovação. Nele, dez empresas que desenvolveram soluções que atendem uma demanda de mercado da cadeia produtiva expuseram seus projetos e prestaram atendimento técnico aos participantes interes-sados. As MPEs também puderam acessar informações sobre o cadas-tro de fornecedores da Petrobras por meio de atendimento da equipe Petrobras/RJ, que orientou sobre como devem ver feitas as inscrições e sobre o caminho para obter o Cer-tificado de Registro e Classificação Cadastral (CRCC) junto à estatal.

Rodada de Negócios comercializa R$ 6,7 milhões

Fomenta RS

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Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 37

Paulo Fernandes Tigre (D) com Vitor Koch, seu sucessor no cargo

Sebrae/RS

Paulo Tigre passa comando a Vítor Koch

O presidente da FCDL/RS, empresário Ví-tor Augusto Koch, preside o Conselho Deli-berativo do Sebrae/RS nos próximos quatro anos, a partir de 4 de janeiro. Ele foi eleito pelo Conselho no dia 10 de dezembro e su-cede no cargo o presidente Paulo Fernandes Tigre, também dirigente da FIERGS. Além de Koch, o Conselho Deliberativo reelegeu os diretores executivos Marcelo Lopes (su-perintendente), Marco Antônio Kappel Ri-beiro (diretor Técnico) e Leo José Borges Haizeinreder (diretor de Administração e Finanças). Esta é a primeira vez que um di-rigente da FCDL assume a entidade. Além de presidente da FCDL/RS, Vítor Augusto Koch é o 1º vice-presidente da CNDL (Con-federação Nacional de Dirigentes Lojistas).

O novo presidente recebeu a vitória como um “reconhecimento à importância do empresário que dirige pequenos negócios”. Esse segmento, segundo afirmou, será o foco do seu trabalho. Disse que, fiel ao seu estilo, não abrirá mão de comandar o Sebrae/RS presencialmente, parti-cipando do dia-a-dia da entidade.

O presidente Paulo Tigre salientou que “o Sebrae/RS sai do pleito fortalecido para continuar desempenhando sua missão de fomentar o desenvolvimento e impulsionar a competitividade das micro e pequenas empresas gaúchas”. Tigre comemorou o fato de a entidade ter conseguido atender 140 mil empresas em 2010, dando atenção tanto à base empresarial quanto às empresas de ponta, por meio do apoio à inovação tecnológica. Também destacou as ações realizadas em seu período à frente do Conselho Deliberativo do Sebrae/RS. Segundo ele, “concluímos, no final de 2010, dois anos de uma gestão que foi extremamente competente no cumprimento de seu propósito: fomentar o desenvolvimento das micro e pequenas empresas gaúchas. Para tanto, promovemos diversas iniciativas que seguiram à risca este objetivo”.

Paulo Tigre falou do impulso que as MPEs tiveram em busca da alta tecnologia. Os editais Inova Peque-na Empresa RS, em 2009 e 2010, por intermédio dos quais foram liberados mais de R$ 30 milhões em re-cursos não reembolsáveis para projetos inovadores, beneficiando cerca de 100 MPEs, foram os exemplos mais claros deste processo. Na melhoria do ambiente econômico, ele salientou a implementação da Lei Ge-ral das Micro e Pequenas Empresas nos municípios gaúchos. Em janeiro de 2009, eram três as cidades do Estado que tinham a legislação regulamentada; hoje são 300.

Os resultados foram expressivos em várias instâncias, lembrou: no crescimento da figura do Empreende-dor Individual (EI); na implantação e pleno desenvol-vimento do programa Negócio a Negócio; em duas grandes edições da Mercopar, em 2009 e 2010; na Fei-ra do Empreendedor que, neste ano, teve indicadores recordes, como a presença de 25,5 mil visitantes; e nas rodadas de negócios em todos os setores econômicos (foram 107 encontros em 2010, com uma projeção de negócios na ordem de R$ 61,5 milhões).

O presidente salientou, ainda, que o aperfeiçoamento da estrutura interna, com a implantação de melhorias nos processos de gestão, também foi decisivo no cres-cimento da atuação do Sebrae/RS. Além disso, citou as capacitações de colaboradores, desenvolvimento de lideranças e gerenciamento de recursos como práticas importantes em sua gestão.

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Mulher de Negócios

Elasno exercício

do poder

Neurobióloga

analisa as

diferenças

entre homens

e mulheres em

situações de

comando

Pela primeira vez em sua his-tória, o Brasil tem na presi-dência uma mulher eleita para o cargo. Logo depois de

encerrada a contagem de votos no se-gundo turno da eleição, no dia 31 de outubro, Dilma Rousseff fez discurso em que falou sobre uma política mais enérgica para estimular o microem-preendedor individual, garantiu total liberdade à imprensa e afirmou que deseja a união em torno dos projetos que beneficiam a Nação, sem discri-minações partidárias e ideológicas. Prometeu ouvir, dialogar e cobrar re-sultados. “Vou dar continuidade ao governo Lula, mas com olhos e co-ração de mulher”, declarou, dando a entender que homens e mulheres se comportam de forma diferente quan-do estão no coman-do. Por que e como? >>>>

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A neurobióloga Louann Brizendine, autora do livro The Female Brain (O Cérebro Feminino), da Es-cola de Medicina de Harvard, afirma que a primei-ra diferença é o nós pensamos, que define como “ti-picamente feminino”. Mas há outras, anteriores. Por exemplo, no cérebro da mulher há o mesmo número de células que em 9% do cérebro masculino, mas, no dela, a distância entre estas células é muito menor. Essa compactação mostra que a realidade neurológica de homens e mulheres é fundamentalmente diferente – nele parece uma montanha que, ao longo de séculos foi aplainada por escaladores, por tempestades e por movimentos tectônicos que não deixaram rastro. O dela é mais parecido com o tempo: muda constante-mente e muito dificilmente pode ser previsto.

Louhann Brizendine também diz que, em função da sua estrutura cerebral, as mu-lheres pensam de forma mais flexível. Para as mesmas fun-ções cognitivas elas usam es-paços cerebrais diferentes da-queles que os homens usam. O centro da linguagem e da audição envolve nelas 11% mais neurônios do que neles. O hipocampo, no qual sensa-ções e lembranças têm seu ni-cho, é mais bem-acabado. Em consequência, as mulheres, em regra, são melhores do que os homens na expressão de sen-timentos e para se lembrarem de experiências emocionais de qualquer tipo.

Neles, a amígdala que é centro da atividade, da agres-sividade e da sexualidade ocupa um espaço maior. Preferem o “eu” ao “nós”, como decorrência do processo de evolução, garante a a neurobióloga. Ela acrescenta que “heranças biológicas definem real-mente a base de nossa personalidade e nossas ten-dências no relacionamento”, pois, embora o cérebro seja uma máquina que aprende e nada seja definitivo nele, diferenças arcaicas entre homens e mulheres se mantêm teimosamente. “A isso pertence, no lado feminino, uma impressionante felixibilidade na lin-guagem, a capacidade para amizades profundas, uma

quase sobrenatural capacidade para ler expressões faciais de sentimentos, estados de espírito e tons de voz. Além disso, a capacidade para amenizar confli-tos. Tudo isso está fortemente programado no cére-bro feminino. Concretamente, significa que a parte do cérebro chamada Cortex Cingularis Anterior é maior nas mulheres do que nos homens, o que a leva a ser mais compassiva e a uma tendência a dar um peso menor ao poder”.

Outra diferença é que os homens costumam ser mais mais inflexíveis em seus julgamentos e decisões. Isso ocorre, segundo Brizendine, porque o setor que co-manda os sentimentos – córtex pré-frontal - amadu-rece cerca de dois anos mais cedo nas meninas do que nos meninos e é maior nas mulheres do que nos homens. A ínsula, centro que trabalha as emoções,

também é maior e mais ativa no cérebro feminino. Da mes-ma forma o hipocampo, que não deixa a mulher esquecer o que o homem já esqueceu há muito tempo: encontros, con-quistas, brigas, harmonia – no emprego e na vida particular.

Até que ponto essas caracte-rísticas ajudam ou atrapalham a mulher quando ela está em situação de comando? Estu-dos citados por Brizendine de-monstraram que nas empresas onde se admite a participação feminina em maior número nos postos mais altos, os re-

sultados são melhores do que naquelas onde somen-te os homens mandam. A explicação: enquanto eles pensam no trabalho primeiramente como uma guer-ra, elas colocam em prática o que aprenderam sobre a importância do improviso e da organização com seus filhos e com outros familiares na rotina diária. Em geral, têm maior competência para resolver pro-blemas e menos pressa e sede para chegar ao poder. A abertura para ouvir os outros lhes torna mais fácil o relacionamento com os colegas. Não fogem com o olhar. Olham diretamente e com mais curiosidade para os rostos das outras pessoas. Eles, pelo contrá-rio, usam o olhar oblíquo, para demonstrar força.

No cérebro da mulher há o mesmo número de células

que em 9% do cérebro masculino, mas, no dela,

a distância entre estas células é muito menor. Essa compactação mostra que a realidade neurológica

de homens e mulheres é fundamentalmente diferente

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A professoraque virou

A Quinta da Estância Grande, microempresa localizada em Viamão, tem virtudes que a colo-caram entre os vencedores do Prêmio MPE Bra-sil na edição passada. Entre outras atividades, funciona como sala de aula a céu aberto sobre o meio ambiente. Nessa área, especialmente preo-cupada com espécies em extinção, recebe e trata animais silvestres. Além disso, trabalha pela ge-ração de empregos para as populações indígenas.

Sônia Goelzer, na foto

com a família, venceu

o Prêmio Mulher de

Negócios estadual

e agora concorre ao

reconhecimento nacional

empresária

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Agora a Quinta está novamente está nova-mente concorrendo a um prêmio em âmbito nacional, que será entregue em março, em Brasília. Desta vez ao de Mulher de Negócios para sua funda-dora, Sônia Goelzer. Professora estadual que se des-tacava na escola por causa da criativi-dade com que passava o conteúdo na sala de aula, ela teve, um dia, a ideia de sugerir sua propriedade, de 100 hec-tares, como local de atividades extra-classe para os alunos, como ordenha de vacas e cultivo de horta. E quando “os estudantes começaram a falar no sítio da professora Sônia, a família se deu conta de que havia nele um po-tencial de mercado”, conta.

A primeira medida depois disso foi a elaboração de um projeto para ser desenvolvido na fazenda não mais de forma episódica. Assim nasceu a Quinta da Estância Grande, em 1992. Inicialmente, o objetivo era comple-mentar a renda da família que, na época, também man-tinha uma plantação de morangos. Mas logo se viu que o resultado seria bem mais amplo. No primeiro ano, a fazenda recebeu 16 instituições de ensino. A demanda aumentou rapidamente devido à adesão dos professo-res e, para atendê-la, Sônia teve que reduzir suas horas de trabalho na escola. Hoje ela brinca: “Costumo dizer que inventei uma carroça e passou uma jamanta por cima”.

Mas a empresária não trabalhou sozinha. Contou com a ajuda da família, que se transformou em uma ver-dadeira equipe. A começar pelo marido, Lucídio, que, além de contribuir com a visão empresarial de quem

já havia trabalhado em comércio exte-rior, passou a dar aulas de apicultura e transformou a criação de faisões em mais uma atração da fazenda. Com os filhos o processo foi um pouco mais demorado. No começo, eles considera-vam como invasão a entrada de outras crianças no seu espaço, mas aos poucos se deixaram convencer da beleza do projeto. Como monitores, eles foram inseridos na programação e acabaram achando aquilo tudo divertido, lembra Sônia.

O índice de crescimento da receita anu-al é de 20%, embora a fazenda mantenha atividades gratuitas para grupos carentes. Sônia afirma que todas são sustentáveis e se orgulha de tudo o que é feito na fazenda. Do cuidado com os animais, com a água – o esgoto é filtrado por raízes de junco que retém as impurezas - e com o lixo orgânico, que é usado como adubo no jardim e na horta. Mas entre as conquistas, a empresária cita uma como especialmente importante: a certificação de neutralização de carbono. A Quinta da Estância Grande é a primeira fazenda brasileira do segmento carbon-free.

Quando os estudantes

começaram a falar no “sítio da

professora Sônia”, a família se deu

conta de que havia nele um potencial

de mercado

Quem visita a fazenda pode percorrer todos os seus recantos, que incluem

um quiosque e uma piscina

Os visitantes encontram demonstrações de respeito à natureza até no espaço

que a teia de aranha ocupa

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Feiras

De olho no dragãochinêsAtendido pelo Projeto de Internacionaliza-ção do Sebrae/RS, que inclui a participa-ção de micro e pequenas empresas em fei-ras e missões no exterior, um grupo de 28 empresários gaúchos chegou bem longe, em outubro passado: na China. Participa-ram da Canton Fair, a maior feira multisse-torial da Ásia, que atrai visitantes de todo o planeta.

Selecionado por meio da Chamada Pú-blica nº 01/2010, do Sebrae/RS, o grupo desembarcou em Guangzhou para conhecer o que os chineses têm para mostrar ao mundo. Embora receba o nome oficial de “Import and

Export Fair”, na realidade o grande evento é vol-tado para expor e vender a infinidade de produtos fabricados pela segunda economia do mundo.

As empresas gaúchas realizaram visita técnica du-rante a primeira fase da feira, que é focada nos seg-mentos do setor metalmecânico, como máquinas e equipamentos; bicicletas, motocicletas e peças para veículos; ferramentas e utensílios; veículos, máquinas e materiais para construções; eletrodo-mésticos; eletrônicos (produtos e equipamentos); computadores e equipamentos de comunicação.

Entre os gaúchos, estavam representantes do co-mércio e indústrias do setor metalmecânico. A

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True Máquinas, de Caxias do Sul, fabricante de máqui-nas de automação para engarrafamento, nunca havia participado de uma feira fora do País e deu os primei-ros passos neste sentido.

A fabricante de ganchos, catracas e assemelhados Ro-bustec, do município de Vila Maria, buscou novos for-necedores e a formação de parcerias comerciais, pois já exporta para a África do Sul, Espanha e Itália. Edson Pagnussat, representante da empresa na missão à Can-ton Fair, conta que esta não foi a primeira participação em eventos no exterior. Mas se disse surpreendido pela capacidade de mobilização dos chineses. “Eles fazem as coisas acontecerem. Os funcionários são muito dedicados, demonstram cordialidade e vivem para a empresa”, relatou o executivo. De concreto, segundo ele, ficou a possibilidade de abrir um escritório da Ro-bustec na China, além de contatos com fornecedores de matéria-prima para os seus equipamentos da linha avícola e rodoviária.

Após a Canton Fair, Pagnussat ficou alguns dias no país asiático, onde visitou cerca de 20 fábricas. Acredita que é preciso estar de olho no poder dos chineses, “pois eles produzem muito com fábricas simples e processos antiquados”. Isso o leva a pensar no que farão quando tiverem uma tecnologia igual à brasileira, por exemplo. Para o executivo gaúcho, o mais importante foram as “lições de execução” deixadas pelos chineses e que se traduzem em bom atendimento, preços competitivos, redução dos custos, produtividade e capacidade de produção.

Apoio por setoresO Sebrae do Rio Grande do Sul ofereceu apoio finan-ceiro de 50% no pacote de viagem, com passagens e hospedagem, além de consultorias e capacitações. Em parceria com o Banco do Brasil, realizou cursos apre-sentando dados técnicos sobre comércio internacional, obtenção de financiamentos internacionais, formação de preço no exterior e detalhamento sobre o sistema de drawback.

A primeira missão à China que o Sebrae/RS apoiou levou em conta vários fatores. No lançamento do edi-tal do Projeto de Internacionalização, tendo em vista a participação em feiras, foram contemplados os setores

que mais exportam no Rio Grande do Sul: alimentos, metalmecânico, couro e calçados, madeira e móveis. Após reuniões com entidades representativas desses setores, foi possível chegar a um consenso sobre quais feiras deveriam ser escolhidas.

Como a ida à China foi estréia, os empresários tinham grande expectativa, tanto que o número de interessa-dos superou o previsto, conta Clovis Masiero, gerente de Indústria do Sebrae/RS e coordenador da missão. “Tivemos a oportunidade de conhecer melhor a estra-tégia da feira, que é a de vender produtos chineses para o mundo. Os empresários brasileiros têm que ficar alerta, pois eles têm produtividade, preço e qualidade”, afirma.

Marcelo Borba, diretor da BM Viagens, agência que levou a missão gaúcha, constata que “a China está cada vez mais competitiva, e o empresário brasileiro que não acompanhar essa tendência está fadado a ter problemas em sua empresa”. Segundo Borba, é cres-cente o número de parcerias firmadas entre brasileiros e chineses, e isso tende a aumentar.

Clovis Masiero, gerente de Indústria do Sebrae/RS, afirma que os empresários

brasileiros têm que ficar alerta

Foto: Sebrae/RS

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Exemplo para o BrasilAcompanhando a missão empresarial organizada pelo Sebrae/RS no mês de outubro à China, o superinten-dente Marcelo Lopes visitou a Canton Fair, a maior feira comercial chinesa. Realizada desde 1957, duas ve-zes por ano, ela chegou à sua 108ª edição em 2010. “Fi-quei impressionado com o desenvolvimento que pude observar no país asiático, fruto de uma política industrial extrema-mente inteligente, que privilegia as empresas e marcas locais. O cronograma desta política segue um roteiro que, primeiramente, preserva o mercado local, depois investe intensamente em tecnolo-gia, cria fortes grupos nacionais e, depois, parte para a conquista do mercado externo”, salienta o dirigente.

Marcelo Lopes destaca que a in-dústria chinesa é totalmente ver-ticalizada, na forma de cluster, fato comprovado na Canton Fair, onde existe uma grande oferta de produtos, do liquidificador ao automóvel, passando por televisores de LCD que permite a visua-lização em 3D e uma série de outros equipamentos da indústria eletroeletrônica. Ele ressalta que “cada item tem, em geral, mais de cinco diferentes fabricantes, o

que não difere muito do que se vê nas mais importan-tes feiras do Brasil e do mundo. O detalhe é que todos os equipamentos possuem marca e tecnologia chinesas. Segundo Lopes, “esta política faz o PIB chinês crescer a mais de 10% ao ano há muito tempo”.

O superintendente vê o modelo de desenvolvimento industrial do país asiático como um exemplo a ser seguido no Brasil. “Hoje, a China não é só um imi-tador de produtos de baixo custo, mas uma nação com uma política industrial elaborada, o que lhe per-mite dominar o ciclo de desenvol-vimento, produção e inovação nas cadeias produtivas dos itens mais importantes consumidos no plane-ta”, afirma. Para Marcelo Lopes, o Brasil precisa fortalecer a sua base industrial com ações de suporte ao desenvolvimento tecnológico local, para, posteriormente, buscar a ex-pansão para o mercado internacio-

nal. “Isso vai garantir um processo de crescimento sus-tentável no longo prazo, criando condições para que possamos atingir os patamares dos países asiáticos que mais se desenvolveram recentemente, como China, Ín-dia e Coreia do Sul”.

Cada item, em geral, tem mais de cinco

diferentes fabricantes chineses, o que não

difere muito do que se vê nas mais importantes

feiras do Brasil e do mundo. O detalhe é que todos os equipamentos

possuem marca e tecnologia chinesas

Fotos: Divulgação

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Gaúchos na missão

• Alumínios Almin • Fercorte Indústria Metalúrgica• Artefatos de Madeira Stein• Metalúrgica CBS • Lics Super Água • Unoplast Indústria e Comércio• True Máquinas Indústria e Comércio• Robustec Indústria e Comércio• Schmidt Indústria e Comércio de Moldes• CIM Componentes• Unic Design Indústria e Comércio • Ordegel Ordenhadeiras do Brasil• Etto Importação e Exportação• Gelgas Tanques Isotérmicos• Itece Indústria e Comércio de Equipamen-tos Agrícolas • Metaltec Indústria e Comércio de Equipa-mentos Agroindustriais• Sodertecno Indústria e Comércio de Má-quinas e Implementos Agrícolas• Metalúrgica Mariani• Coester Automação• Miguel de Antoni Distribuidora • Arsystem Ferramentas e Automação• Morzan Indústria de Peças Agrícolas• Master Equipamentos Industriais• Automação Widitec • Commersul - Comercial Sul de Ferragens• CGL - Caixa das Gaxetas• Tornitec Usinagem de Precisão•Stern Tech Automação Industrial

A presença dos gaúchosEm relação à presença de 30 micro e pequenas empre-sas gaúchas na Canton Fair, o superintendente destaca que “é mais uma contribuição que o Sebrae/RS dá à inserção das MPEs do Estado no mercado internacio-nal”. Para ele, “foi uma oportunidade ímpar que pro-porcionamos aos empresários que foram até a China. Essa aproximação com o mercado chinês certamente irá abrir muitas possibilidades de expansão para seus negócios”.

A missão à China fez parte do Projeto Participação das MPEs gaúchas em Feiras e Missões Internacionais, coordenado pela setorial Indústria, que, paralelamente à capacitação coletiva, oferece consultorias individuais para auxiliar as participantes a identificarem oportuni-dades específicas na feira a ser visitada, de acordo com suas necessidades e interesses. O apoio da entidade é constante. Durante a missão, acompanha a ação e reali-za reuniões diárias de avaliação junto às participantes.

Nesta edição, 98 mil compradores de 201 paísesA Canton Fair – China Import and Export Fair, pro-movida pelo Ministério do Comércio, se desenvolve em duas edições anuais, na primavera e no outono. A maior feira comercial do país ocorre em Guangzhou (Cantão), cidade da região sul, com 12 milhões de ha-bitantes e uma das principais portas de entrada para a China. A 108ª edição foi dividida em três fases. A fase 1, entre 15 e 19 de outubro, foi a que teve a presença da missão empresarial liderada pelo Sebrae/RS. Essa mostra contemplou os setores: Máquinas e Equipa-mentos de Grande Porte; Máquinas de Pequeno Porte; Motos, Bicicletas e Acessórios; Veículos e Autopeças; Produtos Químicos e Minerais; Computadores e Pe-riféricos; Ferramentas Manuais e Elétricas; Veículos e Máquinas para Construção; Eletrodomésticos; Produ-tos Elétricos e Eletrônicos; Equipamentos de Comu-nicação; Lâmpadas, Luminárias e Afins; Materiais de Construção e Decoração; Louças e Metais Sanitários.

O enorme complexo Pazhou, em uma área construída de 1milhão e 100 mil metros quadrados, abrigou 57.236 mil estandes com os mais diversos produtos de 22 mil empresas chinesas. O comparecimento de comprado-

res externos diminuiu em relação à edição anterior - 98 mil provenientes de 201 países -, mas os resultados fi-nanceiros melhoraram (US$ 21,15 bilhões) – embora não chegando ao nível pré-crise, disse o porta-voz da Canton Fair, Liu Jianjun. Os organizadores constata-ram que a estrutura dos compradores mudou, com um número crescente proveniente da Europa e países emergentes, mas decrescente em relação à África.

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Inova

brasileiraàBrinde

A participação de 15 empresas gaúchas apoia-das pelo Sebrae/RS no Sial – Salão Interna-cional da Alimentação, em Paris, mereceu um brinde de encerramento bem brasileiro – com cachaça, em lugar de champanhe. A tradicional bebida destilada foi responsável pelos melhores resultados nesta que é uma das maiores feiras do segmento de alimentos e bebidas, realizada de dois em dois anos na França. Para expor, vender e trocar experiên-cias, estiveram no Parque de Exposições de Paris Nord Villepinte, no final de outubro, representantes dos ramos de vinhos, cacha-ças, água mineral, ovos, doces, bebidas im-portadas e importação de cereais.

Entre os expositores, os alambiques gaúchos - Casa Bucco, H. Weber e Bento Albino - con-cretizaram vendas no valor de US$ 300 mil, com ex-pectativa de negócios futuros, a partir dos contatos re-alizados, de US$ 245 mil. As quatro vinícolas do grupo – Boscato, Del Vale, Pizzato e Lidio Carraro – fizeram negócios totalizando US$ 10 mil, com expectativa de gerar US$ 165 mil.

Na avaliação de oito outras empresas apoiadas pelo Sebrae/RS que foram em missão, o evento atendeu às expectativas; algumas delas relataram mais de 35 visitas em um só dia. A Burmann Alimentos Ltda. - corretora de cereais e comercial importadora e exportadora de vários alimentos – encaminhou fechamento de parce-ria com um importador de arroz orgânico da Holanda.

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brasileira

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A Weber Haus apresentou a Lundu, primeira caipirinha orgânica fabricada no Brasil

A BWB Representações e Participa-ções, sob a marca Brazil Water Bar, estuda parceria para importação de água mineral da França e a possi-bilidade de exportação do produto para a Alemanha.

Para alguns expositores, esta foi a primeira vez no Sial. Foi o caso do diretor da BWB, Oscar Pinheiro da Silva Neto, que consolidou contatos feitos em outros eventos e se apro-ximou de exportadores. A empresa está finalizando um projeto para implantar um “bar de águas” em Porto Alegre, dentro de restauran-tes. Serão usados rótulos de águas do mundo, incluindo aquelas com sabor e aromas, inspirando-se em estabelecimentos da França.

Na avaliação dos empresários que estiveram na feira em outros anos, esta foi a melhor edição para o seg-mento. Os cinco dias resultaram em dezenas de contatos e aproxima-ções com importadores de países como África do Sul, China, Cana-dá, Suécia, Espanha, França, Itália, México e Chile. “Vivemos um bom

momento com a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil nos próximos anos”, come-mora o diretor da Casa Bucco, Mo-acir Alberto Menegotto. Produtora de vinho, cachaça, grappa e licores artesanais, a empresa participou pela quarta vez da feira francesa. “Não fechamos negócio na primei-ra vez, foi preciso insistir”, lembra Menegotto.

Evandro Weber, diretor comercial da Weber Haus, concorda com o colega. Segundo ele, o que mais chamou a atenção foi a importância que o produto brasileiro vem ad-quirindo no exterior com a proxi-midade da Copa 2014, que dirige o foco das atenções ao País. A empre-sa apresentou a primeira caipirinha orgânica do Brasil, da marca Lun-du, e teve negócios iniciados com a França e a Espanha. Feita com os tradicionais ingredientes (mas sem a casca do limão), a bebida é certi-ficada como orgânica por não con-ter produto químico ou sintético. “Nossos bons resultados se devem, ainda, ao fato de os alambiques

gaúchos trabalharem não como concorrentes, mas como parceiros, inclusive exportando juntos para um só cliente”, explica Weber. Ele acrescenta que “das três edições do Sial em que comparecemos, essa foi a de resultados mais interessantes. Realizamos 48 contatos potenciais com importadores de países como Espanha, França, Suíça, Índia, Chi-na, Itália, Estados Unidos”.

Mercado qualificadoA ofensiva comercial no exterior foi possível graças à Chamada Pú-blica nº 01/2010, que o Sebrae/RS lançou a fim de selecionar micro e pequenas empresas para o Sial. A instituição oferece o apoio finan-ceiro de 70% do valor do espaço de exposição e, em parceria com o Banco do Brasil, promove cur-sos de capacitação para quem vai às feiras. A ida à França faz parte do Projeto Participação das Micro e Pequenas Empresas Gaúchas em Feiras e Missões Internacionais, co-ordenado pela setorial Indústria.

Empresas brasileiras fecham mais de US$ 1 bilhão em negóciosA Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) coordenou as empre-sas que foram ao Sial entre os dias 17 e 21 de outubro. A delegação teve número recorde de 134 em-presas de 15 setores (café, carne bovina, de frango e suína, biscoitos e massas, chocolates, balas e confei-tos, lácteos, frutas, sucos, castanhas e temperos, vinhos, cachaça e frutas exóticas da Amazônia). Os brasilei-

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ros conquistaram prêmios disputados e geraram gran-de volume de negócios. Levantamento da Apex-Brasil apontou que 116 empresas brasileiras fizeram cerca de 5.200 contatos, que geraram negócios de mais de US$ 1,1 bilhão, entre encomendas fechadas durante a feira e as previstas para os próximos 12 meses. Foi pratica-mente o dobro do volume obtido na edição anterior, em 2008.

O Brasil ainda conquistou o prêmio Best Buy (Melhor Compra), que destaca os produtos com a melhor re-lação qualidade-preço e que são acompanhados pelos compradores de todo o mundo. Os vinhos brasileiros ganharam três Best Buy: o Salton Flowers, o Premium Moscatel Casa Valduga e o Miolo Seleção Pinot Gri-gio.

A vinícola Miolo fechou um acordo com uma grande rede francesa de varejo para a exportação dos produ-tos da linha Miolo Seleção. Fabricados no Brasil há dez anos, esses produtos receberam nova embalagem para atender ao consumidor internacional. Após o acordo, as exportações, que eram de 4 mil caixas por ano, de-vem chegar a 50 mil caixas no mesmo período. O pro-duto chegará ao consumidor francês por 5 euros.

Além do Best Buy, o Brasil conquistou um Sial de Ouro, que premia inovações industriais com grande sucesso comercial em seus países de origem. O prêmio foi na categoria de sobremesas, com uma mistura pré-pronta de três doces típicos da Fleischmann do Brasil: o pu-dim de leite, o brigadeirão e o quindim.

Participantes na missão• Fábrica de Doces Ledur Ltda.- Tupandi• Inbeer Conveniência - Imbé• Burmann Alimentos Ltda. - Porto Alegre• Indústria e Comércio de Bebidas Araçá Ltda. - Itati - Canoas• BWB Representações e Participações Ltda. - Porto Alegre• Agrivícola Fillipsen Ltda. - Morro Reuter• Hermoza Festas e Eventos - Caxias do Sul• Foco Rural Ltda. - Rio Pardo

Participantes como expositores • Casa Bucco Ltda. - Bento Gonçalves• H. Weber e Cia. Ltda. - Weber Haus - Ivoti• Cachaças Bento Albino - Maquiné• Boscato Indústria Vinícola Ltda. - Nova Pádua• Del Vale Vinhos Finos Ltda. - Terragnolo - Bento Gonçalves• Vinícola Pizzato Ltda. - Bento Gonçalves• Vinícola Lídio Carraro - Bento Gonçalves

O presidente do Conselho Deliberativo do Se-brae/RS, Paulo Tigre (E), afirma que o apoio da instituição tem o objetivo de aproximar as peque-nas empresas da conquista de novos mercados. “As empresas estão em um mercado muito quali-ficado e têm a oportunidade de estar em contato com o que há de mais novo no mercado interna-cional”, assinalou.

O Brasil conquistou o prêmio Best Buy, que avalia a relação qualidade-preço

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No setor de doces, o País já é o terceiro maior exporta-dor de balas e confeitos do mundo, com grande parti-cipação das empresas do Rio Grande do Sul. A Docile, por exemplo, de Lajeado, fechou contratos para forne-cer, nos próximos 12 meses, 35 contêineres de balas de goma e pastilhas de hortelã, de morango e extraforte, lançamento internacional no Sial. Entre os compra-dores estão clientes tradicionais, que aumentaram as encomendas, e de novos mercados, como Argélia, Ira-que, Lituânia, Israel, Reino Unido e Hungria.

Vinícolas brasileiras prospectam US$ 900 mil A participação no Sial 2010 dos vinhos, espumantes e suco de uva 100% natural pronto para beber foi con-cluída com a prospecção de US$ 790 mil em negócios para os próximos 12 meses. Na própria feira, foram fechadas vendas de US$ 110 mil. No total, o evento gerou US$ 900 mil para as 13 empresas levadas pelos projetos mantidos pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).

O time brasileiro em Paris foi formado por Boscato (vinho), Casa de Madeira (suco), Casa Valduga (vinho e espumante), Catafesta (suco), Galiotto (vinho, es-pumante e suco), Lidio Carraro (vinho e espumante), Miolo (vinho e espumante), Irmãos Molon (vinho e espumante), Peterlongo (vinho e espumante), Pizzato (vinho e espumante), Salton (vinho e espumante), Ter-ragnolo (suco) e Villagio Grando (vinho).

A participação das vinícolas brasileiras no Sial 2010 foi organizada pelo Ibravin, através do projeto Wines of Brasil, realizado em parceria com a Apex-Brasil. O apoio foi do Sebrae, Secretaria Estadual de Desenvol-vimento e Assuntos Internacionais (Sedai) e Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS).

As empresas de suco de uva 100% natural pronto para beber foram levadas pelo Programa de Desenvolvi-mento Setorial do Suco de Uva. “Foi um bom começo, mas temos muito a avançar na divulgação do nosso suco de uva 100% natural, que não tem adição de água nem de açúcar”, diz a coordenadora de projetos do Ibravin, Raquel Rohden. “Dos US$ 900 mil em negó-cios prospectados na feira, US$ 200 mil são em suco de uva”, informa.

Nos 5 dias do Sial• 136.500 visitantes profissionais• 62% dos visitantes internacionais procedentes de 200 países• 106 países representados, entre os quais 12 novos• 5.700 expositores• 25% a mais de inovações; 400 inovações selecionadas• 250 eventos e conferências• 19 setores e produtos alimentícios expostos divididos em 8 halls• Próximo Sial de 21 a 25 de outubro de 2012

Gaúchos constataram o aumento do interesse pelo produto nacional no mercado externo

Durante a feira, as 13 empresas do Estado fecharam vendas e prospectaram outras para os próximos 12 meses

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expectativasAcima das

Em uma época em que é necessário acompanhar muito de perto as principais tendências e cami-nhos da nossa indústria, milhares de visitantes aproveitaram a oportunidade para verificar de per-to aquilo que de melhor está sendo produzido pe-las empresas brasileiras, especialmente as micro e pequenas, na Mercopar 2010 – Feira de Inovação e Subcontratação Industrial, de 19 a 22 de outubro, em Caxias do Sul. Em 2011, a Mercopar será reali-zada de 18 a 21 de outubro, quando estará comple-tando a sua 20ª edição. A feira é uma promoção do Sebrae/RS e da Hannover Fairs Sulamérica.

Muito mais do que uma feira, a Mercopar costuma se transformar num palco apropriado para o lançamento de novas tecnologias e inovações tanto em máquinas e equipamentos quanto na prestação de serviços. Neste ano, não foi diferente. Os corredores

Os preparativos para a

feira de 2011 em Caxias

do Sul já começaram e,

segundo levantamento,

93% dos expositores

deste ano pretendem

participar novamente

Foto: Mauricio Concatto

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Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 51

>>do Centro de Feiras e Eventos da Festa da Uva foram ocupados por 558 expositores, de todas as regiões do País e também por alguns estrangeiros, que ampliaram a área média ocupada de 25 para 35 metros quadrados, totalizando 19.500 metros quadrados de exposição.

“É na Mercopar que podemos verificar e comprovar o nível de tecnologia agregado ano a ano pelas nossas empresas, com muitos avanços em todas as áreas, in-clusive na robótica, e isso nos deixa muito satisfeitos”, afirma o superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lo-pes. Ele acrescenta que “este é um evento consolida-do, que deve continuar crescendo, acompanhando o desenvolvimento também verificado na economia bra-sileira. Esperamos que o Brasil avance ainda mais para que a Mercopar também continue crescendo, ajudando na geração de mais renda e emprego”.

Toda a movimentação em torno da Mercopar gerou números recordes, acima das expectativas. De acor-do com o levantamento realizado junto aos expo-sitores, o volume total de negócios superou R$ 100 milhões durante os quatro dias da mostra. Foram R$ 79.921.345,00 em vendas diretas nos estandes e mais

de R$ 20 milhões nas rodadas do Projeto Comprador. Em 2009, o total de negócios havia chegado a R$ 64 milhões.

Outros números também reforçam o sucesso alcan-çado pela feira. A média de contatos realizados por expositor chegou a 145, além de 45 novos negócios fe-chados ou encaminhados. Para o diretor da Hannover Fairs Sulamerica, Constantino Bäumle, a edição 2010 confirmou, novamente, que “a Mercopar é um evento extremamente rico para o fechamento e o encaminha-mento de negócios. Todos os números demonstram isso, sem falar que 93% dos expositores pretendem participar da Mercopar na próxima edição”. Segundo Bäumle, estudos já foram feitos para viabilizar uma ampliação na área de exposição da feira, que poderá passar dos 19.500 metros quadrados deste ano para 21.000 metros quadrados em 2011.

Números bateram recordesAs edições do Projeto Comprador e das Rodadas de Negócios nas áreas de Petróleo, Gás e Energia e tam-bém de Software e Serviços tiveram grande participa-

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Foto: Mauricio Concatto

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As rodadas de negócio foram ponto forte da megaexposição e resultaram em R$ 100 milhões

ção de micro e pequenas empresas. O Projeto Compra-dor, por exemplo, contou, em dois dias, com exatas mil reuniões, que proporcionaram um volume de negócios de R$ 12.070.515,87.

O objetivo desse projeto é abrir novos canais de negocia-ção, proporcionando encontros de 20 minutos, durante os quais donos de micro e pequenas empresas podem conversar com os compradores de grandes organizações, apresentando seus serviços e produtos. Nesta edição houve a participação de compradores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Entre os fornecedores, além das empresas brasileiras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Bahia e Amazonas, havia representantes argentinos.

Software - Com a participação de 22 empresas forne-cedoras, a Rodada de Negócios do Projeto Comprador de Software e Serviços foi a primeira especificamente voltada para este segmento no Rio Grande do Sul. As expositoras puderam explicar seus projetos a potenciais compradores, além de firmarem parcerias entre si.

O coordenador da rodada, Aldoir Bolzan de Morais, explica que o Projeto Comprador de Software e Servi-ços teve um funcionamento diferenciado. “Nas outras rodadas de negócios, os grandes compradores espera-vam pelas empresas. Por ser a primeira experiência, esse encontro de negócios foi realizado com as empresas fornecedoras esperando pela chegada dos comprado-res”, lembra. O Projeto Comprador de Software e Serviços reuniu 50 empresas compradoras, e teve 99 reuniões.

Mesmo antes da feira, o Sebrae fez um trabalho de divulgação específico para o projeto. A estratégia se refletiu em reuniões cujas perspectivas de negócios chegam a cerca de R$ 250 mil. “É uma iniciativa pio-neira, que, com certeza, irá crescer para as próximas edições”, afirma Bolzan. Ele explica que, “além de fe-charem negócios, as empresas puderam interagir entre si, gerando a possibilidade de futuras parcerias”.

Boa parte dos expositores já garantiu a sua área para a edição 2011 da Mercopar. Para os

empresários que adquirirem os seus espaços até o dia 10 de dezembro deste ano, foram mantidos os custos atuais. A Mercopar é realizada pelo Ser-viço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (Sebrae/RS) e pela Hannover Fairs Sulamerica, empresa do Grupo Deutsche Messe AG, no Centro de Feiras e Eventos da

Festa da Uva, em Caxias do Sul. Mais in-formações podem ser obtidas pelo site

www.mercopar.com.br.

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AS RODADAS DE NEGÓCIO FORAM PONTO FORTE DA MEGAEXPOSIÇÃO E RESULTARAM EM R$ 100 MILHÕES

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Soluções inovadoras e preocupação com o meio ambiente foram destaques em muitos dos produtos que as empre-sas expositoras divulgaram na Mercopar 2010, uma iniciativa cada vez mais ne-cessária e urgente nos empreendimen-tos com pretensões de permanência no mercado e atração de novos clientes. Um exemplo de empresa atenta a essa exigência é a paulista MachSystem. Na Mercopar, apresentou máquinas retífi-cas que não utilizam o tradicional filtro de descarte, mas papel em rolo ou car-tucho. “Quando esse filtro atualmente utilizado é retirado, ele traz consigo óleo resultante do processo, tornando-se poluente. Por isso, precisa ser inci-nerado, gerando ainda mais custos para a empresa”, explica o diretor comercial da indústria, Adalberto Moraes.

Pelo sistema realizado na empresa de Indaia-tuba/SP, a borra é retirada sem filtro descar-tável. Com isso, as máquinas que usam esse sistema têm melhor produtividade e não agridem o meio ambiente. Moraes salienta que “estamos cientes de que a preocupação ambiental é mais do que uma questão ecoló-gica e social; é uma questão econômica”.

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E Com sede em Bento Gonçalves, a HBS Indústria e Comércio de Desengraxante também apresentou produto ecologicamente correto na feira. Em meio a dezenas de máquinas e peças expostas nos 558 estandes da Mercopar, o Box Limpa Mãos chamava a atenção dos visitantes. Biodegradável, o produto tira das mãos o cheiro e a mancha de graxa, por exemplo, sem esforço. A

estudante de Engenharia Mecânica do município gaúcho de Santo Ângelo Karen Regina Reus, 20 anos, assistiu à demonstração no estande da HBS e ficou impressionada. “Até hoje não tinha visto um produto que realmente limpasse este tipo de sujeira”, revela.

A empresa, pela segunda vez na Mercopar, está com o produto no mercado há 12 anos sem-pre com a preocupação de não agredir o meio ambiente. “A cada ano vamos aprimorando a fórmula e melhorando o Box Limpa Mãos para termos a garantia de sermos os melhores no que fazemos”, explica Maicon Daniel Horácio, um dos diretores da empresa familiar.

O produto também é de fácil decomposição e o tratamento da água pode ser feito biologica-mente. Maicon explica, ainda, que o Box Limpa Mãos não agride a pele, por ser composto com uma formulação leve, com PH semelhante ao de um sabonete. “Seu uso é direcionado para o setor industrial, para limpar fuligens, tintas e graxas”, orienta.

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Produto daHBS é

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Adalberto Moraes, diretor comercial da MachSystem

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Revista Tempo de Agir | Dezembro 201054

Por um trânsitomais seguroEntre as centenas de novidades e inovações apresentadas nesta edi-ção da Mercopar, a Dimelthoz, com sede em Caxias do Sul, apresen-tou sua contribuição para tornar o trânsito mais consciente e seguro. A mais nova criação da empresa é um showroom móvel, que pode ser levado a todo lugar. Trata-se de um ônibus estilizado, com acabamento chamativo, que despertou a atenção de quem percorreu os corredores da feira, deparando-se com o veí-culo cheio de painéis luminosos. O ônibus é equipado com os produtos existentes no catálogo da empresa.

O idealizador do projeto é Iran Luis Zolet, proprietário da Dimelthoz. Um dos principais lançamentos

neste showroom móvel é o Multiplex, Computador de Bordo, e Zolet conta que levou cerca de 12 anos para deixá-lo pronto ao uso. “Não se encontra um produto completo como este no mundo”, garante o empresário. Ele explica que o equi-pamento é um instrumento que co-manda diferentes funções do veícu-lo, orientando também o motorista por comandos de voz. Além disso, grava tudo o que acontece. “Se o motorista está acima da velocidade ou faz uma curva perigosa o anun-ciador de voz faz o aviso”, conta Zolet. Ele acrescenta que “isso é be-néfico tanto para o proprietário dos ônibus quanto para o cliente final, que tem garantia de mais segurança com o monitoramento”.

DIMELTHOZ, COM SEDE EM CAXIAS,

MOSTRA NOVIDADES

ATRAVÉS DE UM

SHOWROOM MÓVEL

Ônibus estilizado despertou a atenção na feira

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Tecnologia nova para fazer a solda Reduzir em 200 gramas por metro o peso da solda. Que importância tem isso? Muita, se essa redução ocorre num avião, explica o engenheiro mecânico Lu-ciano Bergmann. Gaúcho de Campina das Missões, ele trabalha há três anos no Centro de Pesquisas GKSS, em Geesthacht, na Alemanha, e participou da Merco-par 2010. Ele não propõe grandes raciocínios mate-máticos para que se entenda por que uma empresa de transporte aéreo se preocupa com esse detalhe. Para que o interesse se justifique, basta verificar o que os 200 gramas a menos representam quando a sua soma é subtraída dos seis mil metros de solda que as aeronaves normalmente carregam enquanto sobrevoam terras e mares.

Quem já leu alguma coisa sobre o mundo da aviação sabe que um aparelho mais leve necessita de menos combustível para levantar voo. Portanto, conclui que a redução da solda é extremamente interessante à saúde financeira da empresa, porque representa economia de combustível. Mas, se pensa que o objetivo final é esse, incorre em um engano. Bergmann chama atenção para um desdobramento quando afirma que em um apare-lho de menos peso é possível transportar um número maior de passageiros com suas bagagens. Resumindo: o peso da solda diminui, mas a empresa ganha a pos-sibilidade de vender um maior número de passagens para um mesmo voo.

O Centro GKSS é uma das entidades que o Minis-tério da Educação e da Pesquisa da Alemanha trou-xe à Mercopar 2010. Como as demais – entre elas a Frauenhofer Gesellschaft, a Helmholtz Association, a Leibniz Association, a Max-Planck Gesellschaft e a

Alexander Von Humboldt Stiftung – trabalha inten-samente com as universidades, onde busca alunos de graduação, mestrandos, doutorandos e pós-doutoran-dos dispostos à pesquisa. Luciano Bergmann explica que o Centro, além de incentivar o desenvolvimento de propostas de estudos provenientes do meio aca-dêmico, acolhe demandas de empresas que necessi-tam de alguma ferramenta específica para a inovação que desejam implantar. Neste caso, a indústria garante 50% do suporte econômico e o governo, os outros 50%. Os resultados, com o know how, são sempre re-passados ao demandante, que pode então – se isso lhe convier - colocar um terceiro personagem na história, como fabricante da ferramenta.

Na GKSS, um dos focos da pesquisa é a soldagem por fricção ou soldagem no estado sólido de materiais dife-rentes – por exemplo, alumínio-aço e alumínio-cobre, que nunca foram soldados - em diferentes pontos de fusão, tecnologia mais ou menos recente na indústria metalúrgica. A equipe recebe de cinco a seis pedidos anualmente, e Bergmann, responsável pelo laboratório, explica que os estudos levam de quatro a cinco anos para obter resultados. Além da liga de alumínio, uma das pesquisas em andamento tem como foco o titânio,

“extremamente duro”, com o obje-tivo de descobrir o grau de pressão, velocidade e calor que suporta. E, paralelamente, estão sendo feitas experiências com aço de 4 milíme-tros de espessura para uso em cas-co de navio. Até agora a soldagem era a laser, usando cerâmica.

A pedido da Embraer, o centro alemão desenvolveu ferramenta para soldar as janelas das suas aeronaves

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Revista Tempo de Agir | Dezembro 201056

A participação da Argentina na Mercopar de 2010 foi maior que em 2009, reunindo 20 empresas e entidades, que ocuparam 47 metros quadrados. Segundo a Fundación Export.Ar, que organizou sua vinda e fez pesquisa posterior de desem-penho, os resultados foram positi-vos: em 324 contatos, 135 geraram expectativas de negócios e dois fecharam contratos a US$ 22 mil. Em avaliação conjunta, as empresas projetam vendas que podem chegar a US$ 6.550.000,00 no futuro, a par-tir de sua participação na Mercopar 2010.

A Intersys, que apresenta soluções em equi-pamentos de impressão e de gravação para a decodificação e identificação industrial, foi uma das participantes. Seu gerente executi-vo, Gerardo Perez, informou à Export.Ar que a empresa fechou negócios avaliados em US$ 15 mil e tem grandes expectativas vendas para os próximos meses.

A BMR SRL, fabricante de bombas de água para automóveis, fez sua estreia nesta fei-ra. Segundo informou, fechou contratos durante a Mercopar num montante de US$ 7.000. A direção da empresa afirma que o resultado lhe agradou muito e que sua vin-da à feira teve, principalmente, o objetivo de conhecer o mercado brasileiro.

Boletim editado pela Cambras – Câmara de Comércio Argentino Brasileiro –, tendo a Mercopar e suas características como tema, relata as providências da entidade durante a feira e as que serão tomadas a partir dos contatos feitos. Uma das ideias é construir uma base eletrônica de dados com o catá-logo de expositores e o catálogo de parti-cipantes do Projeto Comprador, para que fique disponível à consulta.

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Mas Bergmann volta à indústria aeronáutica. O moti-vo é bom: a busca de mais segurança nos voos. Como exemplo, o engenheiro mecânico cita a Embraer, fa-bricante de aviões reconhecida como uma das três me-lhores do mundo atualmente. Aliás, a brasileira está en-tre os clientes da GKSS, que há dois anos desenvolveu um projeto para a empresa, criando uma ferramenta específica de solda para as janelas de suas aeronaves. E também para a Embraer, o centro de pesquisas está desenvolvendo mais um projeto. Mas sobre este o pes-quisador gaúcho não entra em detalhes. Luciano Bergmann fez o curso de graduação em Enge-nharia Mecânica no Brasil. No final da década de 1990 estudou na Alemanha e voltou para lá há três anos, a convite de um ex-professor universitário. Confirma que a pesquisa é muito valorizada no país europeu, mas desmente que o salário pago ao pesquisador seja astro-nômico. Há outras vantagens importantes. Por exem-plo, embora o compromisso seja o de trabalhar 40 ho-ras por semana, o funcionário pode tirar um dia “de folga” sempre que deseja. Além disso, a participação em congressos nos Estados Unidos e no Japão e num mínimo de três cursos por ano – “aprendendo mais sobre soldas e propagação de trincas”, entre outros te-mas - é muito atraente para quem trabalha nessa área. Assim, ainda que sinta falta da família, que ficou em Campina das Missões, Bergmann não pensa em voltar ao Brasil. Pelo menos não por enquanto. Nisso está em pé de igualdade com o também engenheiro brasileiro Jorge dos Santos, que trabalha no Centro de Pesquisas GKSS há mais de 20 anos. Ambos são funcionários do governo alemão. Gratos pelo valor que dá à pesquisa.

No Instituto GKSS, da Alemanha, o gaúcho Luciano

Bergmann pesquisa a soldagem de

materiais diferentes por fricção em estado

sólido

Foto: Instituto GKSS/Divulgação

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Prêmio MPE Brasil

Oito destaques

gaúchos em gestão

Um concurso importante para o em-preendedorismo gaúcho teve os oito vencedores, entre 13 finalistas, reve-lados no palco do Theatro São Pedro, em Porto Alegre. Durante a cerimô-nia, o diretor técnico do Sebrae/RS, Marco Kappel Ribeiro, destacou o re-corde verificado este ano: das 14.475 empresas inscritas, 6.382 responde-ram ao questionário de autoavaliação, requisito necessário para concorrer. O MPE Brasil é promovido pelo Sebrae em parceria com o Grupo Gerdau, Grupo RBS, Movimento Brasil Com-petitivo (MBC), Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) e Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP). Em março de 2011 serão conhecidos os vencedores nacionais do prêmio.

>>Outubro 2010 | Revista Tempo de Agir 57

Animadíssima durante toda a cerimônia, a turma da franquia O Boticário, de Santo An-tônio da Patrulha, ganhou o troféu de melhor torcida da festa no Theatro São Pedro

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Revista Tempo de Agir | Dezembro 201058

>> Pro-UsinagemCategoria Indústria

Localizada em Caxias do Sul, a Pro-Usinagem trabalha com usinagem CNC, industrialização e beneficiamento de peças a partir de matérias-primas como aço, alumí-nio e ferro fundido. Seu diretor, Marcelo Vieira Miot-to, relembra que começou em 1997, com apenas um cliente e um funcionário, o contador. “Era tudo muito simples, com uma máquina no porão de casa, mas com conhecimento técnico e vontade de trabalhar”, conta.Do único cliente, da linha de guindastes, a Pro-Usi-nagem cresceu. Buscou aperfeiçoamento no Sebrae, em cursos sobre vendas, fluxo de caixa, marketing. A “grande virada” ocorreu quando tentou financiamen-to no banco para comprar uma máquina-ferramenta computadorizada. Para se habilitar ao crédito, nova-mente recorreu ao Sebrae. Com a nova máquina operando, Miotto buscou mais clientes. Também contratou funcionários: hoje, são cinco. E procurou a certificação de qualidade em ges-tão, com a ISO 9001:2008, para a qual também con-tou com a ajuda do Sebrae. Em 2005, por meio do sindicato Simec e do Sebrae, ganhou uma viagem à Alemanha, onde acompanhou três feiras do ramo me-talmecânico. Com esse desempenho, a Pro-Usinagem já foi finalista do Prêmio MPE. Hoje, fabrica cerca de 25 mil peças mensais, pois dispõe de sete máquinas-ferramentas e pode atender mais clientes. Também conseguiu agre-gar valor à produção, oferecendo tratamento térmico,

Marcelo Miotto criou

sua empresa em 1997, com um

cliente e um funcionário

galvanização e pintura, dependendo da demanda. A meta, agora, é a diversidade, inclusive fabricando peças especiais e a norma automotiva é o próximo passo.“Criamos um sistema de gestão quase de chão de fá-brica autônomo, sem necessidade de ter um líder de setor”, acrescenta. A participação em rodadas de ne-gócios levou à aproximação com empresas maiores, assim como a presença na Mecopar.

>> Metalúrgica MarianiCategoria Indústria

A Metalúrgica Mariani iniciou suas atividades em 1997, em São Leopoldo, terceirizando serviços de usinagem em peças para linha de produção no ramo de arma-mento. O fundador, Valdir Mariani, era um técnico com grande conhecimento de metalurgia, lembra a fi-lha Jaqueline Mariani.Logo que o pai faleceu, Jaqueline, que é arquiteta, e o irmão Marcelo, relações públicas, ficaram à frente da empresa. Com a ajuda do marido dela, decidiram que. “era a hora de botar um norte”. Foram fazendo cursos do Sebrae e analisando a possibilidade de fabricar um produto próprio, o que concretizaram em 2006.No início, o fundador prestava assessoria para a Ros-si, fabricante de armamentos. Depois, o grande cliente passou a ser a Taurus. Com o andamento das ativida-des e frente à ameaça provocada pela instabilidade no setor de armamento, a empresa buscou novas opor-tunidades. Isso ocasionou a geração de uma carteira

Jaqueline e Marcelo Mariani tocam

adiante a herança deixada pelo pai

CONHEÇA OS VENCEDORESDA EDIÇÃO 2010

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Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 59

de novos clientes. Em 2000, transferiu-se para a nova sede.Com a aquisição de máquinas, antes cedidas por co-modato, foi-se abrindo o mercado. Hoje, a empresa faz serviços para fábricas de ordenhadeiras, refinarias e outros segmentos. Fabrica bombas usadas em elevado-res para cadeirantes nos ônibus, quando é necessário acionamento mecânico. Em todo o processo contam com a usinagem de precisão em CNC.Hoje com 14 funcionários, a empresa diversificou sua linha, passando a fazer produtos próprios: expositores de metal para bolsas e calçados. É a Mariani Metais. Os expositores já viajaram o mundo para ostentar nas vitrines os finos artigos de couro dos clientes. Como participante do grupo Valemetalsinos, a Mariani foi es-timulada a concorrer novamente no MPE.

>> Laboratório Dr. PioAnálises ClínicasCategoria Saúde

Criado em 1958, o Laboratório Dr.Pio, de Santana do Livramento, presta serviços de análises clínicas. Com tradição na cidade, aperfeiçoou sua gestão com a en-trada da diretora geral Adriana Simões Pires Martins e de um sócio, em 1993. A partir de então, promove melhorias nos negócios e se insere em projetos da co-munidade.Segundo Adriana, as qualificações começaram pelo Sebrae com o programa D-Olho na Qualidade, jun-

to com outros empresários locais, e com a adesão ao PGQP. “Foi o início da sensibilização pela qualidade”, relembra. A adesão da empresa ao PGQP já resultou na certificação e recertificação pela ISO 9001. O esta-belecimento adotou um sistema integrado de gestão, através da ISO9001, do PGQP e do planejamento es-tratégico. Quanto aos colaboradores, existe a preocupação de motivação, desde o mais antigo (com 27 anos de casa) até os estagiários. A ampla divulgação do Código de Ética do Farmacêutico leva a cuidados com o tipo de serviço que executam, no qual o sigilo é tão importante quanto a qualificação técnica. Uma comissão de bios-segurança cuida dos riscos à saúde dos trabalhadores e do gerenciamento dos resíduos. Existe uma premia-ção anual em função das metas alcançadas. O perfil de cargos está sendo reestudado, para se adotar a gestão estratégica por desempenho. Com 2.200 clientes mensais, o Dr. Pio trabalha com os critérios de atender os clientes com qualidade e ra-pidez. É líder em seu setor no município, com 66% do mercado. Uma das novidades em 2010 são as novas instalações.A empresa apoia projetos sociais na comunidade. A figura do Dr. Sacolinha se encarrega da educação am-biental, através de peças de teatro e palestras nas esco-las. Em 2010, o tema foi o bioma Pampa.

Adriana conta que a qualificação

começou pelo programa D-Olho na

Qualidade, do Sebrae

PRÊMIO MPE BRASIL REPRESENTA O

RECONHECIMENTO ÀS MICRO E PEQUENAS

EMPRESAS QUE PROMOVEM O AUMENTO

A QUALIDADE, DA PRODUTIVIDADE E DA

COMPETITIVIDADE. OS DESTAQUES GAÚCHOS

DESTE ANO SÃO TODOS DO INTERIOR DO ESTADO

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Revista Tempo de Agir | Dezembro 201060

>> Pousada Encantos da TerraCategoria Turismo

Vindo de Minas Gerais, Mauro Vinicius Salles procu-rava um lugar calmo para morar e trabalhar, junto com a esposa, Tania, que é de Porto Alegre. A Pousada Encantos da Terra, em Canela, “nasceu de um sonho nosso”, revela. Salles deixou a área de Tecnologia da Informação, enquanto Tania abandonou o magistério, para entrarem no ramo de hotelaria. “Estudamos o mercado e encontramos o ponto à venda, no centro da cidade”, conta ele. “Mudamos o nome, reestruturamos a parte física e introduzimos um foco personalizado, dando ênfase aos aspectos ambiental e sociocultural”, continua.O início, em 2002, foi de total dedicação. Aos pou-cos, o casal encontrou opções que mudaram o po-sicionamento da empresa, o que foi conseguido, em grande parte, com a assessoria do Sebrae. O Projeto Empreender, com diversos apoiadores, trabalha o as-sociativismo. A Encantos da Terra uniu-se então a 13 empreendimentos para formar o grupo Pousadas da Serra Gaúcha. Foi a oportunidade de promover ações de marketing em conjunto, inclusive na internet.O grupo lançou o cartão de hóspede VIP, com des-contos em produtos e serviços de empresas parceiras. Um programa de fidelidade oferece a chance de con-correr a uma diária gratuita. “Esse grupo nos ajudou a conhecer melhor o Sebrae e nos mostrou o caminho do associativismo”, diz Salles.Dentro do Programa Bem Receber, a Pousada está tra-balhando para receber a NBR 15401/2006, certifica-

ção nos níveis de gestão e ambiental. Neste sentido, já conseguiu reduzir o consumo de água e energia. A equipe de sete colaboradores é treinada para infor-mar os hóspedes sobre tudo o que precisarem. No pós-venda, é registrado um índice de 97% de satisfa-ção dos clientes - a maioria, casais de fora do Estado. A Pousada já foi agraciada com um Prêmio MPE Brasil.

>> ABYZ TI Categoria Tecnologia da Informação

A Abyz Tecnologia da Informação, de Novo Hambur-go, nasceu em 2007, da cisão de outra empresa. Faz a comercialização de produtos de informática (software e equipamentos de rede) e presta serviços de instalação e suporte para empresas. Fábio Miguel Junges, geren-te da empresa anterior, assumiu como sócio da nova, com Rodrigo de Castro. Ambos têm formação em Ad-ministração de Empresas. Segundo Junges, a Abyz TI conseguiu formar um am-biente de gestão bastante rico, para o qual o Sebrae foi um apoiador importante. Isso ocorreu, por exemplo, com ajuda das consultorias em RH, que ajudaram na rediscussão do plano de cargos e salários. “Adotamos a ferramenta BSC, de acompanhamento da gestão estra-tégica. É uma técnica relativamente nova que nos faz estar na vanguarda”, diz o sócio.Como resultado desse trabalho, a empresa obteve uma premiação do PGQP em 2010. É a única em seu setor no Estado a recebê-la. Também participou duas ve-

Os sócios Fábio e

Rodrigo buscaram

o apoio do Sebrae para formar seu

ambiente de gestão

Sucesso construído a partir do sonhos de encontrar um lugar calmo para viver e empreender

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Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 61

zes do Prêmio MPE, que Junges considera importante porque submete a empresa a uma auditoria externa, o que resulta em aprendizado para os colaboradores.Hoje, a Abyz tem 30 funcionários e, segundo o ad-ministrador, registra um crescimento de 40% ao ano. A atuação predominante é na Região Metropolitana, Rio Grande/Pelotas e Passo Fundo. Mas também tem clientes na América Latina (Chile, Colômbia e Peru), para os quais presta atendimento a distância. Os clien-tes ainda dispõem de suporte via chat e outros servi-ços.

>> SJC QuímicaCategoria Serviços

A vocação para trabalhar com química e a formação técnica nessa área renderam a Salmo José Pimen-tel Chaves a criação de uma empresa de serviços em Esteio, Região Metropolitana de Porto Alegre. A SJC Química vende mão de obra técnica e faz trabalhos especializados de laboratório.Natural do Paraná, Chaves trabalhou na refinaria Re-par. Veio para o Rio Grande do Sul para ajudar a mon-tar o laboratório da Copesul, do Polo Petroquímico. Acabou ficando no Estado e, quando saiu da Copesul, já estava “hibernando”, como conta, o seu próprio ne-gócio.A SJC presta serviços para a Petrobras e outras gran-des organizações. Atendendo a convites ou participan-do de licitações, fornece mão de obra técnica. Nesse caso, convoca técnicos de nível médio e superior em escolas e universidades. Um exemplo de sua atuação

é o caso de uma grande empresa que tinha deficiência técnica em químicos para trabalhar em seu laboratório e recorreu à equipe providenciada pela SJC.Em laboratório próprio, a empresa realiza testes de controle de qualidade em combustíveis e de emissões atmosféricas. É que, para renovar a licença de opera-ção, qualquer indústria deve apresentar prova de que controla as emissões atmosféricas. Chaves cita outro exemplo, o do cliente BR Distribuidora, que, ao rece-ber o combustível, tem que providenciar a recertifica-ção, recorrendo também ao laboratório.Os colaboradores fixos são entre 15 e 20 pessoas. Par-ticipante do Projeto Adensamento da Cadeia Produti-va do Petróleo, Gás e Energia, o empresário constatou que o Sebrae “é uma grande escola para nós”. A SJC foi escolhida uma das empresas TOP 10 do projeto. A certificação na ISO 9001 foi outro passo, que está prestes a ser oficializado. Agora, a empresa quer se ha-bilitar à certificação ISO 17.025, específica para labo-ratórios.

>> ManipulareCategorias Comércio e Destaque de Boas Práticas de Responsabilidade Social

A Manipulare chegou ao mercado de Estrela como farmácia apenas de manipulação. Logo os adminis-tradores aderiram ao PGQP – Programa Gaúcho de

Agora, a empresa quer se habilitar à certificação ISO 17.025, específica para laboratórios

Graziela estimula o cuidado com o meio ambiente, com as crianças e com os pacientes internados em hospitais

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Qualidade e Produtividade. A diretora e farmacêuti-ca Graziela Schardong Ruschel conta que a farmácia recebeu a premiação em Responsabilidade Social da Assembleia Legislativa. Quanto ao MPE, também já venceu uma vez.Desde que começaram, conta Graziela, veio junto a ideia de desempenhar também um papel na sociedade. Desse conceito, nasceu o projeto Troca-Troca, pelo qual o cliente devolve embalagens da farmácia e ganha um brinde. Elas são repassadas a uma pessoa carente da sociedade, que, por sua vez, as leva a uma empresa de reciclagem, para que tenham o destino certo e ge-rem renda.Na parte de gestão do estabelecimento, o lixo é sepa-rado, com destinação de material para reciclagem. E os funcionários participam de outras ações sociais. O mascote Manipulito visita hospitais e creches e, no Dia das Crianças, distribui brindes. Outro projeto é o de prevenção de câncer de pele. Um cronograma de visitas foi montado, incluindo associa-ções e sindicatos rurais. A farmacêutica faz palestras, orientando sobre o uso de filtro solar. A ação serve como alerta à comunidade. Para administrar um negócio com sete funcionários, Graziela percebeu que precisaria de consultorias so-bre gestão. Uma vez por mês, ela reúne o grupo de trabalho. Uma vez por ano, a reunião é mais ampla, incluindo os fornecedores. “Temos a proposta de ser-mos éticos e transparentes com os clientes”, diz. Para isso, exibe um cartaz que convida “Visite nosso labo-ratório”.

>> VetorCategoria Destaque de Boas Práticas de Responsabilidade Social

Trabalhar numa grande empresa norte-americana que já se preocupava com gestão foi essencial para que Claudiomar da Silva colocasse em prática, em um negócio próprio, o que aprendeu. A Vetor, de Venâncio Aires, dedica-se à manutenção de má-quinas e vendas de peças e componentes. Ao mes-mo tempo, tem forte inserção na comunidade de 64 mil habitantes.Silva foi funcionário da Caterpillar (não existe

Claudiomar da Silva aplicou conceitos de gestão que já conhecia

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mais), em Porto Alegre, uma revenda de máquinas. O assunto ainda não era conhecido no Brasil, mas “eles já lidavam com ISO, ferramentas como PDCL, prin-cípios de qualidade, tinham programa de participação nos resultados”, lembra.Em sociedade com a esposa, ele criou a Vetor, hoje com 14 funcionários. Além das atividades principais, aproveita as épocas ociosas, como o final do ano, para a locação de empilhadeiras. É o período em que esses equipamentos são usados para abrigar os grandes esto-ques produzidos pelas indústrias.Logo o empresário começou a participar de ações do Sebrae. “Foi então que encontrei aqueles princípios que tinha conhecido lá atrás, na primeira empresa em que trabalhei”. Já participou da Mercopar três vezes, com o patrocínio do Sebrae. Com outras empresas do ramo, integra o Comitê Metalmecânico, rede que compra e negocia em conjunto. E também a Metal Vales, associação de 20 empresas dos vales do Rio Pardo e Taquari. A Vetor participa de várias atividades na comunidade. É também uma das principais incentivadoras da In-cubadora Tecnológica da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Recebeu o título de Empresa Cidadã de Venâncio Aires.Também se destaca pelo patrocínio esportivo que oferece. Com outras empresas do muni-cípio, colabora – cedendo areia - para a construção de um prédio destinado a crianças carentes. “Aqui na cida-de não existe criança na rua”, diz Claudiomar da Silva.

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Dezembro 2010 | Revista Tempo de Agir 63

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Revista Tempo de Agir | Dezembro 201064

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