dewey sobre ideia e técnica
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Imagens:Javier abdala 2009
museu juliode castilhos
Bienal b porto alegre
John Dewey: sobre idéia e técnica
Ana Mae Barbosa
O Teachers College
Formação de professores brasileiros
Na perspectiva da Escola Nova.
Anísio Teixeira traduziu e publicou as obras mais importantes
Art as experience, 1934 publicada sec XXI ou 1980?
Javier abdala 2009 museu juliode castilhosBienal b porto alegre
Universidade de Miami
Dois arquivos inéditos:
Textos para conferências em
congressos de arte/educação
Talvez transcrições das
conferências
IMAGINAÇÃO E EXPRESSÃOtodo canal de expressão tem sempre dois lados: IDEIA E TÉCNICA.Casa – arquitetomáquina – engenheiroilustração de criança
processo de expressão:funçãoprincipal : ideiasecundária: técnicarelacionadas entre si enquanto conteúdo e forma
Javier abdala 2009 museu juliode castilhosBienal b porto alegre
um principal e outro secundário não significa que deve-se concentrar em um e ignorar o outro.
Alguém interessado numa ideia como algo a ser expresso, deve ter interesse também no seu modo de expressão.
Falta de interesse pela forma sempre indica algo tosco, nebuloso, ou irreal na apreensão da ideia ou conteúdo.
Nosso interesse pela expressão deve estar na mesma intensidade de nosso interesse pela ideia.
O interesse pela ideia é a verdadeira base da expressão artística por meio da técnica.
Um modo de expressão separado de algo a ser expresso é vazio e artificial, é esteril e entorpecedor (luva).
Da superioridade da ideia sobre a técnica
Javier abdala 2009 Bienal b porto alegre
É relativamente simples abstrair a técnica,
fazer do domínio de certas ferramentas
físicas e mentais o fim e o objetivo; é
relativamente simples partir da imagem – a
história – e deixar que ela encontre
sozinha seu canal de expressão e, em
nome da superioridade da ideia sobre a
técnica, permitir que um resultado
“tosco” e informe seja interpretado como
algo sem a menor importância em si
mesmo;
fazer isso é encorajar a aquisição de
hábitos de expressão grosseiros e
desmazelados, o que torna uma questão
de maior importância.
Javier abdala 2009
Caminho : Harmonia estética
Transformar o interesse pela
ideia na imagem vital, estendê-
lo ao modo de expressão,
transformando o interesse pela
técnica em interesse funcional,
não isolado.
Fazer o modo de expressão
reagir a idéia, torná-lo menos
nebuloso/aleatório e mais
definido/acurado.
Resultado : pensamento de
interesse abrangente
Javier abdala 2009
Não podemos dizer que a ideia
é cheia de imaginação,
espiritual e o que corresponde à
técnica é físico e mecânico.
O acontecimento mental q
representa a forma ou modo de
expressão constitui uma
imagem.
Trata-se da relação de dois
tipos de imagens. Todo
processo é imagético.
Javier abdala 2009
O lado da técnica é ele mesmo
uma questão de imagem (imagens
motoras).
Todos os tipos de imagens
tendem a extravasar-se pelos
canais motores, por isso há uma
tendência constante de reproduzir
por meio da ação e da experiência
as impressões e depois incorporá-
las a uma ideia.
Grande parte da expressão
motora não é feita com uma ideia
já pronta na cabeça da criança.
s.
Javier abdala 2009
Princípio sobre o qual toda prática
educacional deve se basear:
A concretização de uma ideia por meio do
movimento é tão necessária para a formação de
uma imagem mental quanto a expressão, a
técnica para a plena floração da idéia
propriamente dita.
Javier abdala 2009
Não podemos falar de uma ideia e sua
expressão.
A expressão é mais que modo de transmitir uma ideia já formada – é parte e
metade de sua formação.
A ação mecânica é necessária para a produção e formação do espiritual (1º passo
da psicologia da expressão).
Origem física natural para o desenho e todas as formas de expressão.
Tendência natural: toda imagem se converter em movimento.
Javier abdalaWoody, 2008Relieve en madera167×125 cm Aprendemos:
suprimir as insinuações para
agirmos ;
adiar a expressão.
A lei natural da imagem se
converter em movimento se
tornou-se obscura;
Estudo da vida infantil revela:
A supressão da manifestação de
uma imagem, ou o adiamento de
sua transformação em ação, é
um hábito adquirido, uma
aquisição tardia.
Nos primeiros tempos, a
tendência que tem toda imagem
de garantir expressão concreta
por meio da ação é comprovada
nas brincadeiras e no desejo
incessantemente urgente q a
criança tem de conversar.
Abdala,
En plena cocina, 2007
Técnica mixta
120×140x22 cmO significado das brincadeiras e jogos é prova que a simples
impressão não basta . A impressão não é um estado mental
completo, sempre tem que se concretizar na expressão por meio
da tradução em atividade.
Uma criança só assimila uma impressão ou ideia se tiver feito algo
com ela;
A impressão é algo de fora, até a criança se apropriar e traduzi-la
em termos de sua própria atividade.
a criança tem suas ideias e apropria-se realmente delas, faz
delas uma parte de si mesma ao reproduzí-las.
Age antes de assimilar as ideias. Infância: criança pega, puxa, bate
e joga no chão todos os objetos com q entra em contato.
ca
EL CUIDADANO, 2008
Díptico – Relieve en Madera
Como explicar esse instinto de imitação sem ter como base a noção de que não basta
ver e ouvir como espectador e que a criança se apropria do que vê e ouve qdo ela
mesma reproduz essas coisas? o quê, do seu ponto de vista é criação.
Em todas essas primeiras
atividades reprodutivas, fica
claro que não há dois lados
para a criança, uma imagem e
sua expressão; a imagem existe
somente em sua expressão, a
expressão é somente a imagem
em movimento, adquirindo vida.
desenho
No entanto, o desenho enquanto
desenvolvimento motor tem uma
característica distinta: indica uma
inibição ou controle crescente
por parte da criança. No começo
a imagem completa movimenta
todo organismo graças aos
princípios de irradiação ou
expansão.
.
Desenhar indica a limitação a certos
canais; além disso, é um ato dirigido mais
imediatamente para a imagem em termos
do olho, e não do todo;.
Porém, mesmo aqui
precisamos reconhecer
o princípio das linhas
gerais; o todo precisa
constituir-se em
imagem, e não apenas
de simples detalhes.
IMAGINAÇÃO E EXPRESSÃO.
John Dewey: sobre ideia e
técnica
BARBOSA, Ana Mae.
Redesenhando o desenho..
Editora Cortês.