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    Deus Ama ao Que D

    com AlegriaN 835Sermo pregado na noite de quinta-feira, 27 de agosto de 1868Por Charles Haddon Spurgeon

    No Tabernculo Metropolitano, Newington, Londres.

    "Porque Deus ama ao que d com alegria." 2 Corntios 9:7

    Eu desejo, ardentemente, cumprir meu ministrio, especialmente, notocante ao dever de pregar-lhes todas as partes da Palavra de Deus, eno ser encontrado culpado de limitar-me somente a um conjunto detpicos, pois isto, certamente, poderia ser prazeroso, mas no seria demuito proveito para vocs. Se eu pudesse escolher, me encantariapregar continuamente sobre a doutrina do amor eterno e imutvel deDeus. Para mim, seria um deleite estender-me, cada domingo ecertamente em cada sermo, na simples doutrina da justificao dopecador diante de Deus, por meio da f em Jesus Cristo.

    Mas na Escritura encontramos outras coisas alm destas. Nem todos os

    temas registrados na Palavra de Deus esto ali para nosso consolo. Nemtudo so promessas; no encontramos somente palavras de alento paramentes fracas e espritos desconsolados. H outras palavras almdaquelas que so teis para consolar: palavras de direo e palavras deensino. Se recusssemos estas palavras, se nunca tivessem umaparticipao no curso de nosso ministrio, ento alguma graveenfermidade brotaria na igreja, j que no se lhes teria fornecido umarelevante poro do "po necessrio".

    Portanto, pareceu-me apropriado falar-lhes esta noite sobre este tema, ecom maior razo agora que no teremos uma coleta. No estou pedindonada a vocs e, por isso, me sinto em inteira liberdade de ressaltar ainstruo deste texto. Vocs vero que meu claro objetivo extrair oensino da Palavra, sem nenhum propsito interno. Minha meta promover esse resultado que Deus mesmo quer trabalhar em vocs,mediante as palavras sob nosso minucioso exame. Relembrem que sopalavras de indubitvel inspirao, e por isso so dignas de todaaceitao, como qualquer outra frase sada da boca divina o .

    Irmos, na igreja de Deus h vrias formas de servio. Algunsreceberam o dom de edificar a outros; esses esto obrigados a instruir

    com diligncia seus ouvintes, e a explicar-lhes as Escrituras. A outroslhes dado evangelizar, abrir um terreno fresco e ganhar o no

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    convertido; esses esto obrigados a no deixar que sua mo descanse,mas devem plantar a semente pela manh e pela tarde. Muitas pessoasna famlia de Deus no tm a capacidade de serem professores na igrejanem tampouco ganhadores de almas, mas so chamadas a adornar adoutrina de Deus, seu Salvador, em todas as coisas, por meio dos

    deveres de uma vida humilde e tranquila. Tais pessoas devem ter ocuidado de que suas conversas sejam sempre dignas do Evangelho deCristo e apropriadas para a famlia da f; e sua orao sincera deve serque a pregao dos demais possa ser ilustrada por eles em seu andardirio e em seu falar.

    Uma parte considervel da igreja de Deus chamada para um servioainda mais difcil, ou seja, o servio do sofrimento.Deus recebe glriainclusive do fogo da aflio, quando Seu povo entoa Seus merecidoslouvores desde a cama da enfermidade. Ele recebe honra tanto do leitodo enfermo como do plpito, e aqueles servos que so chamados a estarconfinados em um hospital so soldados to aceitveis quanto aqueles aquem Ele ordena que saiam frente da batalha. Cada um de ns deveesperar seu turno na tribulao, em conformidade com o propsito deDeus. Quando nos ordena que o faamos, devemos tomar nossa cruzcom alegria e seguir ao nosso Senhor.

    Tambm a toda igreja e a cada membro dado, em sua medida, servira Deus, ofertando. Alguns tm a capacidade de dar abundantemente desuas riquezas, pois so mordomos ricos. Esto obrigados a faz-lo,todavia no devem ofertar simplesmente porque esto obrigados, mas

    devem sentir que um privilgio dar tudo o que puderem, pois Ele lhesdeu tudo e Ele tudo para eles. O cristo mais pobre no est isentodeste privilgio. Se possuir pouco, Deus aceita segundo o que tenha, eno segundo o que no tenha, e se to pobre que nem sequer podeofertar cinco centavos, ainda pode dar a Deus parte de seu tempo, podeoferecer a Deus a capacidade recebida para ensinar as crianas, oupara distribuir literatura crist, ou para qualquer outra forma deservio que, convenientemente, se encontre dentro de seu alcance.

    Mas ningum deve deixar de dar a Deus de alguma maneira, pois todosrecebemos bnos e todos devemos ofertar. Damos a Ele nossasoraes, nossos louvores, todos nossos esforos possveis, mas todosdevemos ser doadores, e prestando ateno ao texto, tambm devemosser doadores alegres.

    Vocs devem ter notado que o apstolo Paulo fala sobre dar ao longo detodo o captulo nove, mas neste ponto se pe a falar de doar como esseato percebido aos olhos de Deus, e o grande argumento que utiliza, aarma principal : "Deus ama ao que d com alegria", disto eu entendoque quando estamos falando do servio cristo, sempre devemos v-loem seu aspecto para Deus. O apstolo havia falado do que os homens

    de Acaia pensavam da benevolncia, e do que os membros de outrasigrejas valorizariam nos corntios, pois Paulo havia se gloriado deles.

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    Mas logo reconsidera e afirma que o verdadeiro juzo de uma boa obrano o que a igreja ou o mundo possa pensar dela, mas sim a estimaem que Deus a tem. "Deus",diz o apstolo, "ama ao que d com alegria".Esse o ponto.

    Amado leitor, voc um cristo que professa sua religio. Voc serve emsua igreja conforme este modelo? Poder perguntar-me: "Que querdizer?" Quero dizer o seguinte: quando voc vai casa de Deus, vai alipara adorar a Deus? Quando voc ensina na escola dominical, o fazsimplesmente para ter uma participao com seus companheiroscristos, ou ensina como se fosse para Deus? Voc fala, meu irmo, emnome de Deus; acaso no se descobre pregando algumas vezes dealguma outra maneira que no como para Deus? Meu querido amigo,voc que se envolve orando ativamente na reunio de orao, acasonunca se perguntou alguma vez: "Minha orao foi do agrado daquelesque a escutaram?". Voc esquece que a orao deve ser vista como paraDeus, e que todo o servio do cristo no para o homem, no para aigreja ainda que tenha suas repercusses em ambas as direes massim que sua principal orientao e relao para Deus. Fazer tudocomo para o Altssimo o mais importante dos deveres. Voc no deveviver neste mundo:

    "Despreocupado, eu mesmo um moribundo,Sendo estimado por homens moribundos."

    Voc jamais deve se perguntar: O que pensar de mim o senhor Fulano

    de Tal?, ou, Serei louvado ou encontrarei a censura?". Mas deve dizer:"Posto que sirvo a meu Deus e no a meus colegas, os homens, o queme dir o grandioso Senhor? O que Ele dir do meu servio? Como esteser visto diante de Seus olhos? Ser ouro, prata, pedras preciosas ouser consumido pelo fogo como madeira, feno e palha?". Esta averdadeira maneira de trabalhar e viver.

    Observem ento, antes de retomar meu texto e de entrar de cabea emseu ensino, que se trate de servio, ou de ensino, ou de sofrimentos, oude ofertas, o ponto mais importante fazer tudo para Deus, e se a igrejase aplica a isso, ento encontrar sua fora; servir a Deus de umamaneira mais nobre e mais aceitvel, pois Ele Esprito, e aqueles queo servem, ao servi-Lo em esprito e em verdade, O serviro maisvalorosa, abundante, e de forma mais aceitvel por meio de JesusCristo.

    Isto est relacionado parte externa do texto. "Deus ama ao que d comalegria". J que dar uma parte do servio cristo, ento aprendemosque a maneira correta de faz-lo a forma em que o prprio Deus oaceitar, e consiste em dar com alegria. "Deus ama ao que d comalegria".

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    No pretendo me estender em cada um dos pontos, seno que primeirocolocarei muito brevemente o que significa ser um doador alegre; emsegundo lugar,por que o Senhor ama ao que d com alegria; e logo, emterceiro lugar, ser necessrio que digamos uma palavra ou duas sobrepor que, ns que somos Seu povo, devemos dar com alegria.

    I. Em primeiro lugar, O QUE SIGNIFICA SER UM QUE D COMALEGRIA?

    O resto do versculo descreve o que no significa, e assim nos ajuda aver o que se quer descrever. "No com tristeza, ou por necessidade,porque Deus ama ao que d com alegria." "No com tristeza", no dandocomo se desejassem evit-lo, e, por conseguinte, dando o menospossvel, contando cada centavo, e considerando-o to valioso comouma gota de seu sangue. Devemos dar com despreocupao,espontaneidade, liberdade e prazer; isto dar com alegria.

    Para alcanar satisfao, uma pessoa deve dar proporcionalmente, poisos que do com alegria calculam quanto devem dar, quanto se podeesperar de suas mos, como bons mordomos. Quem recebe uma boarenda daria de m vontade se no desse mais que algum que somenterecebe a dcima parte dessa renda. Quem tem poucos gastos e vive compouco, se no d mais que outro que tem uma famlia muito grande ealtas sadas de dinheiro, no pode se dizer que d com alegria.Evidentemente, daria de m vontade se no desse proporcionalmente.

    Muito foi dito sobre dar um dcimo dzimo do ingresso ao Senhor.Sou do parecer que se trata de um dever cristo que ningum deveriaquestionar nem por um instante. Se se tratava de um dever sob a leijudaica, agora um dever muito maior sob a dispensao crist. Mas um grande erro supor que o judeu dava o dzimo somente. O judeudava muito, muito, muito mais que isso. O dzimo era o pagamento quedevia realizar, mas depois disso vinham todas as ofertas voluntrias,todas as vrias doaes em diversas pocas do ano, de tal forma que,talvez, ele dava um tero, ou certamente algo muito mais aproximado aisso, do que o dzimo. E estranho que em nosso tempo, os seguidoresde dolos, tais como os hindus, tambm deem essa proporo de seusingressos, envergonhando assim totalmente a falta de liberalidade demuitos que professam serem seguidores de Jesus Cristo.

    Contudo, eu no gosto de estabelecer a respeito nenhuma regra para opovo de Deus, pois o Novo Testamento do Senhor no um grande livrode regras; no um livro apegado letra, pois a letra mata, seno que o livro do Esprito, que nos ensina melhor a alma da liberalidade e noseu corpo, e em vez de escrever leis sobre pedras ou papel, escreve leisem nossos coraes.

    Queridos amigos, deem como propuseram em seu corao, e o faamproporcionalmente, segundo a prosperidade que o Senhor lhes deu. E

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    no calculem quanto devem dar em funo do que seria respeitvel quefosse dado, ou do que outras pessoas esperam que vocs deem, senocomo sob o olhar do Senhor, pois Ele ama ao que d com alegria; ecomo o que d com alegria o que d proporcionalmente, vocs devemter o cuidado de, como bons mordomos, somente prestar contas ao

    grandioso Rei.

    Porm, eu disse que aquele que d com alegria tambm o que dvoluntariamente, aquele que no necessita ser "sangrado", comodizemos s vezes; aquele que no necessita que o bisturi seja usadonele constantemente; no como a jovem uva, que deve ser pressionada eapertada para que seu suco seja tirado, porque no est madura, mascomo um cacho cheio de suco revigorante. Ns devemos ser como o favode mel, gotejando constantemente o mel virgem, extremamentecontentes se nossos dons puderem ser aceitos por meio de quem oaltar, e que torna aceitveis a Deus tanto o ofertante como a oferta. Nodeveramos necessitar de que nos fosse pregado, nem sermos exortados,nem devemos ser pressionados mediante chamamentos pblicos ousolicitaes privadas. Deveria ser dito de ns, o mesmo que se dizia daigreja de Corinto: "QUANTO ministrao que se faz a favor dos santos,no necessito escrever-vos." Ento, seja um que d proporcionalmente, eseja aquele que d voluntariamente.

    Um homem que d a Deus alegremente transcendeu o esprito de umservo, de um escravo.O escravo traz seu quinho, que est obrigado apagar, e o pe aos ps do capataz, e continua seu caminho na misria.

    Mas o filho amado, to satisfeito de dar a seu Pai o que pode, coloca suapequena oferta no tesouro de seu Pai, na medida do possvel, sem serobservado pelos homens; contempla o sorriso do Pai e continua cheio dealegria o seu caminho.

    Vocs no esto sob a lei, mas sob a graa; portanto, no devem darnem fazer coisa alguma para Deus como por compulso, como seescutassem o velho chicote mosaico estalando perto de seus ouvidos.Vocs no devem se encurvar diante do Senhor como o filho de Agar, aescrava, como recm-chegados da Arbia e dos tremores do Sinai; vocstm de avanar alegremente como algum que veio do Monte Sio, comoo filho da promessa: como Isaque, cujo nome significa riso; alegrando-seporque vocs so capacitados, favorecidos e privilegiados para fazertudo por Quem os amou at a morte.

    Aquele que d com alegria um que d de todo corao, e h umamaneira de dar de todo o corao, especialmente quando a oferta a deseu tempo ou de seu servio. Alguns do para Deus seu tempo aosdomingos, mas esto meio adormecidos. Alguns Lhe do seus esforosna escola, ou nas aulas, ou na pregao nas ruas, mas no parecemcolocar nunca toda a alma em seus compromissos. O que a igreja

    necessita, hoje em dia, de um servio mais alegre, de maior entrega.Por acaso vocs no sentem um arrepio quando escutam a pregao de

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    alguns homens: uma palavra hoje e outra palavra amanh; e o glidosermo expresso de maneira to suave (quando poderiam falarsuficientemente alto, se quisessem) que vocs mesmos podemtestemunhar que no puderam sacudir suas almas com o tema quepretendiam gravar nelas? Com tais pregaes, as congregaes se

    tornam "gradualmente menores e menos atraentes", porque esto sob aconvico de que o pregador no tem nada a dizer que considere digno,pois, do contrrio, falaria claro e com ousadia.

    Oh, se todos os ministros de Cristo, todos os diconos, os ancios, osprofessores da escola dominical, os pregadores nas ruas e osmissionrios na cidade fossem fervorosos, que pessoas to diferentesseriam! Se o servio fosse todo alegre no sentido de ser intenso, cheio defora, envolvendo toda a humanidade do homem, que tempos deavivamento, brilhantes e alegres, poderamos esperar, pois nestesentido "Deus ama ao que d com alegria". Esse que d com alegria, nodesempenha seu servio para cumprir simplesmente com o dever, ouporque um assunto de rotina e chegou a hora, e as pessoas estoesperando, mas sim o faz porque gosta de falar do amor de Jesus,porque lhe encanta tratar de ganhar almas, porque desfruta ao declarartodo o conselho de Deus, porque gosta de ver o rosto dessas amadascrianas, orar por elas, junt-las e ensin-las sobre o Salvador queverteu o Seu sangue pelos pecadores. Ali, onde h um servio prestadocom a entrega da alma, deve haver bno; mas se no servirmos aonosso Senhor com alegria e, por conseguinte, no o fizermos de todocorao, Deus no amar esse servio, e no se obter nenhum

    resultado dele.

    Uma coisa sei: o que d com alegria sempre deseja poder dar dez vezesmais do que d. O que faz com alegria sempre anseia ter maiorcapacidade para fazer mais. Um pregador alegre gostaria de ter millnguas, e nenhuma delas teria descanso. Amados, acaso no selembram de ter desejado alguma vez poder afastar-se desta vidamontona e alar uma vida espiritual mais elevada? Nunca leram a vidade Henry Martyn, um polido erudito, um homem de muitos estudos egrande reputao, que abandonou tudo por Cristo e foi para a Prsia eali morreu sem ter visto um s convertido e, contudo, estava tocontente de viver e morrer em terras to longnquas por seu Senhor?Nunca leram sobre David Brainerd, que viveu longe em meio aos ndios,trabalhou arduamente e, em sua velhice, ensinou um garoto negro aler, e dava graas a Deus porque quando j no podia pregar, contudopodia ensinar esse menino, e assim fazer algo por seu amado Senhorque havia feito tanto por ele? Ai, nunca leram, ou consideraram, atmesmo a so Francisco Xavier, catlico romano como era? Contudo,que homem, quo consagrado, quo zeloso! Com todos os seus erros eequvocos, percorria mar e terra, penetrava nos bosques, tendoenfrentado a morte mil vezes, para poder pregar por todas as partes as

    pobres doutrinas extraviadas nas quais cria. Assim como odeio seuensinamento, admiro seu zelo que somente posso chamar de milagroso.

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    Quando penso em homens como esses, e quero censurar seus erros,somente posso censurar-me a mim mesmo que nem sequer possopensar, ou unicamente posso pensar em levar uma vida como a queeles viveram. Oh, que pudssemos aprender o segredo da completa

    consagrao! Oh, que pudssemos receber o veemente anseio e o desejode uma dedicao perfeita de nosso ser a nosso Senhor e Mestre! Ento,nosso lutar dirio brilharia com a glria da santidade. Ento,reluziramos como serafins ao mesmo tempo em que nos esforamoscomo homens comuns aqui embaixo. Ento, ensinaramos,pregaramos, oraramos, trabalharamos e ofertaramos com tal espritoe uma divina uno tal, que o mundo se perguntaria de onde procedeme de onde aprendemos essas sagradas artes. esta alegria, entrega,sinceridade, intensidade, fogo da alma, o que Deus ama. Oh, setivssemos isso! Oh, se pudssemos alcanar isso, pois Deus ama a taisfazedores e doadores.

    II. Em segundo lugar, POR QUE DEUS AMA AO QUE D COMALEGRIA?

    Lembrem que esta frase no se refere a todos os homens. Est dirigidaaos membros de uma igreja crist. Deus ama a todos, mas tem umacomplacncia especial por aqueles a quem, por Sua graa, ensinou aserem pessoas que contribuem com alegria. Uma pessoa quecontribusse alegremente, mas no fosse crist, no se impactaria como que est sendo dito aqui. Ainda assim seria algum com quem Deus

    est irado todo dia. de homens salvos, homens cristos, homensunidos igreja crist que se diz "Deus ama ao que d com alegria".

    Agora notem, primeiramente, que Deus ama ao que d com alegria,poisEle fez o mundo com o plano de dar alegremente, e um grande artistaama tudo o que consistente com seu plano. Eu digo que Deus crioutodo o mundo sobre este plano. Vou mostrar a vocs. Olhem para o sol.Que esplendor luminoso! Que gloriosa criao de Deus! Por que brilhante? Porque presenteia sua luz. Por que glorioso? Porqueespalha seus raios por toda a parte. Imaginem que o sol dissesse: "Jno darei mais a minha luz", onde ficaria seu brilho? Se dissesse: "Noespalharei mais meus raios", onde ficaria seu esplendor? namagnfica generosidade desse grande pai do dia que sua glria se tornamais forte. Para ns o mais grandioso dos astros porque d comgenerosidade essa fora revigorante que calor, luz e vida.

    Contemplem a lua, a formosa rainha da noite; por que nos deleitamoscom ela? Porque toda a luz que recebe do sol, ela nos entrega fielmente.Se no projetasse sua luz, quem falaria dela? Se fosse um luzeiroegosta, e absorvesse para si todos os raios do sol, se fosse um crculoavarento que confinasse e armazenasse cada raio de sol dentro de si,

    que coisa seria ela? Provavelmente, nem sequer saberamos de suaexistncia, exceto quando, como uma mancha negra, passasse entre

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    ns e algum luzeiro brilhante. Mas como ela espalha seus raios sobre apobreza da meia-noite, nos deleitamos e damos graas a Deus por esserastro de beleza.

    E aquelas estrelas que centelham e que nos parecem to diminutas,

    acaso seu brilho e seu esplendor no provm daquilo que do? "Umaestrela diferente de outra em glria", porque uma estrela difere deoutra estrela no que capaz de entregar.

    Isso acontece com os corpos celestes; agora voltemos aos corposterrestres.

    Olhem para esta terra sob nossos ps; em que consiste sua excelnciaseno naquilo que produz? Existem lugares na terra que sosublimemente solitrios, tais como o Grande Saara. Esses terrenos nodo nada, logo, o que so? Desertos. E quem os exalta? Se vocs foremquela terra uma vez to abenoada, Palestina, e caminharem sobreaquele solo que produz to pouco, acaso no se poderia pensar que estmaldito? E por qual razo? Porque todos os elementos de sua fertilidadeesto sem uso e no so cultivados para o bem do homem.

    Mas, onde esto os pases alegres? Onde esto os pases onde oshabitantes se regozijam e louvam me ptria? Acaso no so essasfrteis colinas e plancies que sorriem com colheitas superabundantes,produzidas pelos depsitos da terra, fazendo com que os homenscelebrem e se alegrem? Qual a terra mais seleta de nossa raa, a

    chamada Beul1 das naes? No a terra que monopoliza; no aterra sedenta, que absorve tudo e no produz nada; no o terrenofaminto que o agricultor ara, mas que nega a espiga de trigo e nopermite a colheita da cevada.

    Caminhem por todo esse imenso mundo e considerem por um minuto.H milhares de anos, antes que nossa raa estivesse neste planeta, provvel que existissem extensos bosques se mexendo sob os raios dosol, e que faziam? Destinavam-se a cair e morrer, mas por qu? Paraformar vastos depsitos, nos quais a me terra armazenou o carvodurante muito tempo, at que veio o homem e rompeu o cadeado,tomando posse dos abundantes depsitos de carvo que ajudam asnossas artes e cincias, nos aquecendo e nos alegrando nasprofundidades do Inverno, de tal maneira que nos regozijamos aocomprovar como aquilo que foi armazenado um dia pela generosanatureza, entregue no dia seguinte de forma gratuita, para uso nosso.Vamos, no h uma s rvore que cresa que no esteja dandoperenemente. No h uma flor que brote, que no possua doura aoderramar sua fragrncia no ar. Todos os rios vo para o mar, e o oceano

    1Beul: referncia a uma palavra hebreia que aparece em Isaas 62:4, em que diz que

    Jerusalm no ser como uma desamparada, mas tal qual uma mulher casada,prspera (N.R)

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    alimenta as nuvens, e as nuvens esvaziam seus tesouros, e a terraconverte a chuva em fertilidade, e assim uma cadeia sem fim degenerosidade doadora.

    A generosidade a rainha suprema na natureza. No h nada neste

    mundo que no viva para dar, exceto o homem ganancioso, e tal homem como um fragmento de cascalho em uma mquina; no se encaixa nouniverso. O homem uma roda que corre em direo oposta s rodasda grande maquinaria de Deus. O homem um cavalo empinando emum jugo. algum que no far o que esto fazendo a seu lado asdemais foras do mundo. um monstro; no est feito inteiramentepara este mundo. No se deu conta do movimento dos astros. Nomantm o passo com a marcha das eras. Est fora de poca; est forade lugar; est completamente fora da ordem de Deus. Mas o que d comalegria est sintonizado com a msica das esferas celestes. Estsincronizado com as leis naturais do grandioso Deus e, portanto, Deuso ama, pois v Sua prpria obra nele.

    Em segundo lugar, considerem que Deus ama ao que d com alegria,porque a graa colocou a tal homem em ordem com as leis da redeno,bem como com as leis da natureza. E quais so estas leis? Ns quesomos chamados "calvinistas", nos deleitamos em afirmar que toda aeconomia do Evangelho a da graa. Tudo pela graa do princpio aofim, e no se trata de um assunto de dvida ou de recompensa. Asalvao no algo que os homens possam ganhar ou merecer, massim o resultado e o exerccio da graa imerecida recebida de Deus. Se

    h eleio, uma eleio livre que no procede nunca de nenhumabondade em ns. Se h redeno, "graas a Deus por seu dom inefvel!",se h um chamado, se h justificao, se h santificao, em tudovemos a obra imerecida do grandioso Doador. Deus no poupa, no avarento, no d de m vontade. Ele d com liberalidade e no serestringe em nenhuma coisa boa. Deus se manifesta na obra da graacomo um maravilhoso doador.

    Agora, o homem cristo, ou o que professa ser cristo que no doadorou, sendo doador, no um doador alegre, est fora de ordem com osistema que gira em torno do pacto da graa e a cruz de Cristo; estfora de sintonia com o sangue e as feridas de Jesus; est fora de ordemcom os propsitos eternos do Altssimo; no flui junto corrente dagraa divina; deveria estar sob a lei, ainda que nisso, em verdade, nemsequer cumpre com a letra; mas como o esprito do Evangelho todoliberdade, graa, amor e abundncia, o homem no est em harmoniacom ele, e no o entende por completo. Ento, devido ao fato de odoador alegre, feito assim pela graa divina, estar em sintonia com aredeno e com a natureza, conforme a sua medida e o seuchamamento, exaltado pelo Senhor.

    Alm disso, Deus ama ao que d com alegria, porque Ele ama as coisasque fazem Seu povo feliz; e Ele entende muito bem que o esprito de

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    abnegao e de amor para com os outros a mais segura fonte defelicidade que pode ser encontrada no peito humano. Aquele que vivepara si mesmo infeliz. Quem unicamente se regozija no prazer egosta,no tem seno limitados canais para sua felicidade; mas quem sedeleita em fazer aos demais felizes, e quem se deleita em glorificar a

    Deus, e pode negar sua prpria carne e seus prprios desejos parahonrar ao seu Senhor e bendizer ao mundo, esse o homem feliz; ecomo Deus se deleita na felicidade resultante, por isso se deleita em darcom alegria, que a causa.

    Alm disso, Deus se deleita naquele que d com alegria, porque em talcrente Ele v a obra de Seu Esprito. Requer-se muita graa paraconverter os homens em doadores alegres. Com alguns, a ltima partede sua natureza que chega santificao o seu bolso. A graa de Deusabre caminho na moralidade de seu negcio e nas atividades da casa,mas essas pessoas no parecem reconhecer que a riqueza deve serconsagrada tanto como seu corao.

    Amados, eu sei que h alguns membros do povo de Deus queconsideram de maneira muito sagrada tudo o que possuem, como algoque no prprio, e que, no como uma teoria, mas sim como umassunto de prtica diria, fazem dinheiro para Cristo, e do dinheiro aCristo e nunca esto to felizes como quando podem fazer algo mais doque esto acostumados a fazer para adiantar Seu reino de acordo suacapacidade. Todavia, por outro lado, h outros de um temperamentototalmente diferente, nos quais a graa de Deus golpeou forte antes de

    obter uma resposta; que sabem muito bem o que deveriam fazer, masacham que o fecho de sua bolsa difcil de abrir, e os dedos utilizadospara dar esto quase paralisados; sendo que, realmente, quandochegam a dar um centavo, parece-lhes um esforo to grande deabnegao como quando outros que, de acordo a sua proporo, derammuito mais.

    Porm, o Senhor no gosta de ver que Seu povo acaricia o mundo destamaneira. Ele gosta de ver que superaram os elementos terrenos, queesto chegando a amar o espiritual mais que o carnal, a am-Lo acimadeles mesmos, e a buscar os tesouros que esto no cu e no ostesouros que esto na terra. Estou certo de que o Esprito de Deus secontrista quando v que os que foram comprados com o sangue voatrs do dinheiro igual aos que pertencem ao mundo.

    O Esprito se contrista e, com frequncia, retira sua influnciaconsoladora quando v Seus servos caindo ao nvel torpe, morto eembrutecido dos homens do mundo, cujo clamor : "O que comeremos,ou o que beberemos, ou o que vestiremos?" Ele quer que Seu povobusque primeiro o Seu reino e a Sua justia. Ele quer que se deleitemnEle, e no nas criaturas que definham a carne e o sangue. Ele quer

    que bebam de ribeiros mais puros que os rios lodosos da terra. Ele querque busquem riquezas melhores do que esses tesouros egpcios que

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    perecem com o uso, e dos quais nos separaremos muito em breve.

    No entanto, h uma razo pela qual Deus ama ao que d com alegria, aqual devo considerar com mais detalhes, a dizer, porque Ele mesmo dcom alegria.O homem ama geralmente o que semelhante a ele mesmo.

    Ns nos gratificamos dessa maneira. Geralmente, nossos afetos seencaminham para um objeto que de alguma forma consistente comnosso prprio carter. Agora, o Senhor o mais alegre de todos osdoadores. Quero que pensem nisso por um momento. "Aquele quenopoupou nem a seu prprio Filho." Oh, que dom foi esse! Mes, vocspoderiam dar seus filhos? Pais, vocs poderiam no poupar seus filhos?Bem, talvez pudessem faz-lo por seu pas, mas no poderiam faz-lopor seus inimigos.

    Mas Deus, aquele que d com alegria, no poupou nem a Seu prprioFilho, entregando-o por todos ns, como diz a palavra. E desde ento,que doador alegre tem sido! Deu-nos sem que fosse necessrio pedir aEle. Ns no Lhe pedimos que fizesse o pacto da graa. No Lhepedimos que nos escolhesse. No Lhe pedimos que nos redimisse.Todas estas coisas foram feitas antes que ns nascssemos. No Lhepedimos que nos chamasse por Sua graa, pois, no conhecamos ovalor desse chamado, e estvamos mortos em nossos delitos e pecados,mas Ele nos deu livremente por esse amor ilimitado que ns nemhavamos buscado. A graa que previne veio a ns, superando emvelocidade a todos os nossos desejos, inclinaes e oraes. Primeiro,ela nos fez orar; deu-nos o esprito de splica, pois do contrrio nunca

    teramos orado. Ele nos deu a vontade de vir a Ele, pois do contrrioteramos permanecido afastados. Ento Ele foi um doador alegre parans.

    E quando nos aproximamos dEle com nossos coraes quebrantados,quo alegremente nos concedeu o perdo! Como correu e teve compaixode ns, nos abraando e beijando! Quo alegremente nos conduziu aobanquete com msicas e danas, pois Seu filho que era morto, reviveu,e o que se havia perdido, fora encontrado!

    "Muitos dias passaram desde ento,Muitas mudanas ns vimos,"

    Mas no houve nenhuma mudana nEle, pois sempre foi um doadoralegre. Temos necessitado da Sua graa diariamente, e Ele tem nosproporcionado com liberalidade, sem nos reprovar. Quando pedimos aEle um ovo, nunca nos deu um escorpio; quando pedimos po, nuncanos deu pedra. Ele nos deu Seu Santo Esprito.

    Oh, a generosidade de Deus na providncia para alguns de ns! No fazmuito tempo, ramos muito pobres, mas a Ele lhe agradou dar-nos tudo

    o que houvssemos podido desejar. Alguns presentes aqui estiveramenfermos, e se perguntaram sobre o que aconteceria com suas

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    pequenas famlias para as quais eram o nico sustento; mas Deus, qued com alegria, os proveu, os restabeleceu, e os enviou novamente aseus trabalhos, cheios de sade e fora. Outros experimentaramcaminhos estreitos, mas os braos eternos os sustiveram, e ainda queos leezinhos necessitem e tenham fome, contudo vocs, tendo buscado

    o Senhor, no tiveram falta de nenhum bem. Ele d com alegria.

    Ah, pobres pecadores, vocs que no so salvos, quisera eu que vocssoubessem o quanto Deus se compraz em dar de Sua misericrdia. Ele o doador mais alegre do universo. No pensem que Ele poupar algo avocs. Se vocs vm at Ele buscando o perdo do pecado, Ele estpronto para perdo-los abundantemente. Se buscarem Seu rosto, notero que gritar como se Ele estivesse surdo ou no os quisesse escutar.Ele ouvir os gritos do penitente; Ele prestar ateno aos desejosdaqueles que abandonam seus pecados e encontram a Cristo. Se vocssimplesmente confiam no Senhor Jesus, descobriro que Ele o maisalegre doador e o melhor amigo que jamais sonharam.

    Irmos e irms, logo descobriremos que Deus um doador alegre.Alguns de nossos amigos O conheceram desta forma durante estasemana. Eles rogaram, pois se encontravam enfermos, para que Ele ossustentasse. Ento, Deus fez a cama deles na enfermidade, e ossustentou com Seus amveis braos; e logo, pediram a Ele que lhesdesse uma abundante entrada ao reino de Seu amado Filho, e Ele lhesconcedeu. Ele os ajudou para que dessem testemunho de Suafidelidade. Deus lhes abriu as portas que eram prolas; no lhes negou

    as harpas de ouro, nem o trono do prprio Cristo, seno que, como umdoador alegre, deu as boas-vindas a Seu banquete eterno, a Seu pobrepovo cansado e o fez sentar Sua destra.

    O mesmo Ele far conosco, pois Ele um doador alegre, e quer que Seupovo seja assim, pois naqueles que so semelhantes a Ele, Ele se v a Simesmo em miniatura: da maneira que o sol se v a si mesmo em cadagota de orvalho, e os cus so refletidos em cada charco. Oh, que Deusnos conceda graa para que sejamos no futuro doadores mais alegresdo que fomos no passado!

    III. Vou concluir, unicamente, com uma frase ou duas relativas aoMOTIVO PELO QUAL, NS QUE AMAMOS AO SENHOR NESTA CASA,DEVEMOS TRATAR ESPECIALMENTE DE SER DOADORES ALEGRESA QUEM DEUS AMA.

    H muitas razes, mas esta noite necessitamos estabelec-lasimediatamente. Uma que, tudo o que temos devemos a Ele.Soube deum homem que fracassou nos negcios, que em seus melhoresmomentos havia ajudado a alguns de seus trabalhadores a abrir seusprprios negcios e eles prosperaram. Diziam: "Oh, eles o ajudaro; ele

    os ajudou tanto em seus dias de prosperidade, que eles o ajudaro." Euno sei se o ajudaram ou no, mas isto sim sei, que quem nos tomou

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    um pouco mais tarde sentiu um peso em sua conscincia ao pensar quetinha comeado a poupar no que o Senhor lhe dava.Pela noite, quando a esposa e a famlia se retiraram para descansar,sentou-se a meditar junto lareira e disse para si mesmo: realmenteme pergunto se foi uma boa deciso construir esta casa; acarretou-me

    muitos gastos; so necessrios novos mveis; subi a um novo nvel nasociedade e os gastos aumentaram e minhas filhas necessitam devestidos novos; tudo est em um nvel de maior luxo, e, contudo, euestou limitando o que dou ao Senhor. Creio que no agi bem; sinto-memuito intranquilo.

    Supe-se que enquanto pensava em tudo isto, adormeceu, mas se foiassim, que bom para ele, pois subitamente a porta se abriu, e entrou noquarto um estranho muito manso e humilde, que se aproximando lhedisse: "Senhor, venho para pedir sua ajuda para uma sociedade queenvia o Evangelho aos gentios; eles esto morrendo, morrendo por faltade conhecimento; voc rico, poderia dar-me alguma ajuda para enviar-lhes a Palavra da vida?" O comerciante lhe respondeu: "Voc deve medesculpar, realmente, pois meus gastos so demasiado elevados, e devorecort-los; no estou em condies de lhe dar nada; devo dizer queno". O estranho lhe dirigiu um olhar pesado e disse: "Talvez voc penseque a obra est demasiado longe, e no d porque o dinheiro serenviado alm-mar. Ento direi a voc que h uma escola muito pobreem uma parte da cidade, muito prxima ao seu escritrio, e est aponto de fechar por falta de fundos, e ali esto as crianas pobres que afrequentam, os vagabundos destas ruas, ignorantes do caminho

    correto; poderia me dar uma contribuio para essa causa?" Ocomerciante se incomodou um pouco por estas perguntas insistentes erespondeu: "Poupe-me o problema; no tenho dinheiro, no posso lhedar nada". O estranho limpou uma lgrima de seu olho e disse: "Entodevo pedir-lhe pelo menos algo para a sociedade bblica; isso, como vocpode imaginar, jaz na raiz de tudo; propaga a Palavra de Deus e,seguramente, se voc no tem para a sociedade missionria, ou para aescola de pobres, poder dar algo para a propagao da prpria Palavrade Deus". "No", respondeu o comerciante, "j lhe disse que no posso",e ento, o aspecto do estranho pareceu mudar, e ainda que seguiasendo manso e humilde, contudo, ao mesmo tempo, seu rosto se tornoumajestoso. Havia uma glria em sua face e, apesar disso, havia sulcosde dor, e lhe disse, suave, mas severamente: "H cinco anos, suafilhinha, com seus formosos cachos, estava consumida pela febre e vocorou na amargura da sua alma para que a filha amada de seu coraono fosse arrebatada de sua presena e, consequentemente, voc fosselivrado desse duro golpe. Quem ouviu essa orao e lhe devolveu suafilha?" O comerciante cobriu seu rosto com suas mos e sentiuvergonha. "H dez anos", disse a mesma voz, vocestava em grandesdificuldades; as dvidas o sufocavam; estava beira da falncia; seucabelo havia embranquecido pela preocupao. A quem voc acudiu

    nessa hora de problemas? Quem o escutou e proporcionou amigos queo ajudaram atravs de suas dificuldades quando outros comrcios

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    estavam fracassando, e homens mais ricos que voc estavam quebrandopor todos os lados? Quem fez isso por voc?. Tambm, disse outravez o estranho, "h quinze anos voc sentiu a carga de seus pecados, ecaminhava de baixo para cima espremendo suas mos por temor,clamando: Deus, tem misericrdia de mim!.Seu corao estava muito

    sobrecarregado. Quem falou com voc nessa hora a palavra de perdoque cancelou todos os seus pecados? Quem tomou todas as suasiniquidades sobre Si?". O comerciante soluou muito forte e tremeuquando a voz lhe disse: "Se voc no me pede mais nada, eu tambmno lhe pedirei nada mais". O homem caiu sobre seu rosto diante dograndioso visitante e disse: "Toma tudo, meu bendito Senhor; perdoaminha vergonhosa ingratido, e ajuda-me para que no futuro eu noLhe negue nada". Se foi um sonho ou no, no sabemos, mas certoque esse comerciante se converteu em um dos prncipes cristos daAmrica, e deu para a causa de Cristo como jamais algum havia dado.

    "Deus ama ao que d com alegria", e vocs sabem o que Ele lhes pede.Prossigam em seu caminho, comerciantes, e deem com generosidadeconforme Deus lhes d. Prossigam em seu caminho, lojistas, eespalhem como podem, pois Deus primeiro lhes proporciona os meios.Prossigam em seu caminho, vocs obreiros e vocs trabalhadorasesforadas, e deem de acordo com sua capacidade. Deem, vocs, ricos,porque so ricos, e deem vocs, pobres, porque no se tornaro maispobres, mas pode ser que, sim, se tornem mais pobres se no oferecema Deus Sua poro. Mas, primeiro, j Lhe deram seu corao?Colocaram sua confiana em Jesus? Se isso ainda no aconteceu, este

    sermo no para vocs; mas se seu corao pertence ao meu Senhor,e vocs foram lavados em Seu precioso sangue, ento que meu textofique gravado profundamente em seus ouvidos, e ainda maisprofundamente em seus coraes: "Deus ama ao que d com alegria".

    Pores da Escritura lidas antes do sermo: 2Corntios 9; e 11:18-33.

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    ORE PARA QUE O ESPRITO SANTO USE ESSE SERMO PARATRAZER UM CONHECIMENTO SALVFICO DE JESUS CRISTO E PARAEDIFICAO DA IGREJA

    FONTE:Traduzido dehttp://www.spurgeon.com.mx/sermon835.htmlTodo direito de traduo protegido por lei internacional de domnio pblico ecom autorizao de Allan Roman.Sermo n 835 Volume 14 do The Metropolitan Tabernacle Pulpit,

    Traduo: Rosangela CruzReviso: Joaquim Avelino Jnior e Armando MarcosCapa: Victor Silva

    Projeto Spurgeon - Proclamando a Cristo crucificado.Projeto de traduo de sermes, devocionais e livros do pregador batistareformado Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) para glria de Deus emCristo Jesus, pelo poder do Esprito Santo, para edificao da Igreja e salvaoe converso de incrdulos de seus pecados.Acesse em:www.projetospurgeon.com.br

    Voc tem permisso de livre uso desse material, e incentivado a distribu-lo,desde que sem alterao do contedo, em parte ou em todo, em qualquer

    formato: em blogs e sites, ou distribuidores, pede-se somente que cite o siteProjeto Spurgeon como fonte, bem como o link do site

    www.projetospurgeon.com.br. Caso voc tenha encontrado esse arquivo emsites de downloads de livros, no se preocupe se legal ou ilegal, nossomaterial para livre uso para divulgao de Cristo e do Evangelho, porqualquer meio adquirido, exceto por venda. vedada a venda desse material

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