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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL DETERMINAÇÃO DO ESTOQUE DE CARBONO EM TECA (Tectona grandis L.F.) EM DIFERENTES IDADES ELEUSA MARIA ALMEIDA CUIABÁ – MT 2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL

DETERMINAÇÃO DO ESTOQUE DE CARBONO EM TECA (Tectona grandis L.F.) EM DIFERENTES IDADES

ELEUSA MARIA ALMEIDA

CUIABÁ – MT

2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

DETERMINAÇÃO DO ESTOQUE DE CARBONO EM TECA (Tectona grandis L. F.) EM DIFERENTES IDADES

ELEUSA MARIA ALMEIDA Geografia

Orientador: Prof. Dr. JOSÉ HOLANDA CAMPELO JÚNIOR

Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical.

CUIABÁ – MT

2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

Título: DETERMINAÇÃO DO ESTOQUE DE CARBONO EM TECA

(Tectona grandis L. F.) EM DIFERENTES IDADES

Autora: ELEUSA MARIA ALMEIDA Orientador: Dr. JOSE HOLANDA CAMPELO JUNIOR

Aprovada em __ /________/_____

Comissão Examinadora:

______________________________

Prof. Dr. José Holanda Campelo Junior

(FAMEV/UFMT) (Orientador)

______________________________

Prof. Dr.Francisco de Almeida Lobo

(FAMEV/UFMT)

_______________________________

Prof. Dr. George Louis Vourlitis

(California State University San Marcos)

_______________________________

Profª. Drª.Maria Aparecida Braga Caneppele

(FAMEV/UFMT)

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, irmãos e sobrinhos.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela luz, pela força e por guiar meus passos.

Ao meu orientador José Holanda Campelo Júnior, pela compreensão,

pelos ensinamentos, dedicação e apoio na realização deste trabalho.

Aos meus amigos Reginaldo, Ronaldo, Luciano, Geovani, Michele,

José Ricardo, Evandro e Joaquim, pelo companheirismo, ajuda e apoio

logístico.

Ao meu irmão Anicésar pelo total apoio, aos meus sobrinhos Hélcio,

Joel e Célia, aos colaboradores Alessandro, Juliano e Cláudio pela ajuda

nas coletas de dados.

Ao MSc. Zenesio Finger, Drª. Maria Aparecida Braga Caneppele, Dr.

João Carlos de Souza Maia, MSc. Eliete Hugueney de Figueiredo, Drª.

Elizabeth Aparecida Furtado de Mendonça pelas significativas contribuições

no trabalho.

A CAPES, pela concessão da bolsa de estudo.

Aos professores do Curso de Pós-graduação em Agricultura Tropical

da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal

de Mato Grosso.

À Universidade Federal de Mato Grosso, pela disponibilização de

equipamentos e laboratórios.

À Empresa Brasteca Agroflorestal Ltda, pelo apoio na implantação e

condução do experimento.

À Escola Agrotécnica Federal de Cáceres, que através da concessão

de licença, possibilitou a realização deste trabalho.

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“Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.”

(Guimarães Rosa)

“Queres saber? Estuda. Queres saber mais? Escolha um bom mestre.

Queres saber melhor ainda? Ensina aos outros, o que aprendeste.”

(Chiara Lubich)

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DETERMINAÇÃO DO ESTOQUE DE CARBONO EM TECA ( Tectona

grandis L. F.) EM DIFERENTES IDADES RESUMO - É crescente a preocupação mundial com o aumento da

concentração de gases na atmosfera, especialmente aqueles que têm a

capacidade de reter parcialmente a radiação que é emitida pela terra, entre

eles o CO2. Uma das alternativas para enfrentar este problema ambiental é

a adoção de medidas compensatórias como plantio de árvores, que são

responsáveis pela retirada de CO2 da atmosfera. Considerando esse

aspecto desenvolveu-se uma pesquisa com o objetivo de avaliar a

quantidade de carbono existente em talhões de cultivo de teca (Tectona

grandis L.F.), com 0,5; 1,5; 2,5; 3,5 e 5,5 anos de idade ao longo de um ano.

Em todas as idades o espaçamento adotado foi de 3,0x2,2m e os talhões de

cultivo se localizavam em uma área pertencente à empresa Brasteca

Agroflorestal Ltda, no município de Santo Antônio do Leverger, MT, Brasil. O

estoque de carbono em cada idade foi obtido a cada 90 dias, em função da

determinação da quantidade de massa seca da liteira, do teor de carbono

orgânico no perfil do solo, da densidade de raízes no solo e da mensuração

do volume do fuste e da copa. A mensuração do tamanho das plantas, em

altura total e altura inferior da copa, diâmetro à altura do peito e projeção da

copa, foi realizada em 20 plantas previamente escolhidas em cada talhão. A

quantificação da fitomassa seca foi realizada por meio de relações

alométricas obtidas com os resultados de três plantas de cada talhão, que

foram cortadas, e nas quais foram efetuadas as mesmas medidas realizadas

nas outras 20 plantas, bem como obtidas a massa fresca total das folhas e

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dos ramos, com retirada de amostras para determinação das respectivas

umidades, e retirados anéis do fuste na altura do colo das plantas, na altura

de 1,30m da superfície do solo e a cada 1,0m, desde 1,30m até a

extremidade superior do fuste, para determinação da densidade básica e da

umidade. Para se determinar a massa seca de raízes, o solo foi escavado

para mensuração da raiz principal e foram realizadas quatro tradagens, a

0,75m e a 1,5m da posição da planta na linha, e a 0,55m e 1,10m, na

entrelinha de plantas, para se obter a densidade média de raízes no solo. A

massa de carbono presente no solo foi estimada com base na densidade

aparente do solo e no teor de carbono presente em amostras de solo que

foram retiradas de 15 em 15cm, ao longo do perfil, até 90 cm de

profundidade. A fitomassa da liteira foi obtida coletando-se e lavando-se todo

o material vegetal encontrado na superfície do solo entre quatro plantas

vizinhas após a retirada das raízes. O teor de carbono no solo e na liteira foi

obtido por análise química em laboratório. O teor de carbono na planta foi

estimado em 50% da massa seca da parte aérea e em 48% da massa seca

das raízes. O estoque de carbono variou com a idade do talhão, de 104,3 a

322,3 t.ha-1, mas os resultados encontrados indicam que a idade não é a

única causa de variação da quantidade de carbono acumulada no sistema. A

maior parte do carbono (91%) é estocada no solo, 5% se encontram na parte

aérea, 3% nas raízes e 1% na liteira. Medidas de altura da planta, de

volume do fuste e volume da copa podem ser utilizadas com segurança para

estimar o estoque de carbono na planta.

Palavras-chave: carbono, teca, idade.

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DETERMINATION OF THE CARBON STOCK IN TEAK (Tectona

grandis L. F.) IN DIFFERENT AGES ABSTRACT - It’s crescent the world-wide preoccupation with the gases

concentration increase in the atmosphere especially those which can retain

part of the radiation that is emitted by the earth, among them CO2. One of the

alternatives to confront the environment problem is the adoptin of

compensating measures like to plant trees that are responsible for retreat of

CO2 of the atmosphere. Considering this aspect, developed a research with

the objective evaluate the carbon amount in teak (Tectona grandis L.F.)

cultivation areas with 0.5; 1.5; 2.5; 3.5 and 5.5 years old, along one year. The

cultivation grid for all the ages was 3,0x2,2m, and the cultivation areas was in

a Brasteca Agroflorestal Ltda farm, localized at Santo Antônio of Leverger,

MT, Brazil. The carbon stock in each age was obtained in each 90 days, in

function of determination of the amount of litter dry mass, organic carbon

content of the soil profile, root density in the soil and the crown and trunk

volume measurement. The assessment of the plants size as live-crown

height, trunk diameter, top height and crown projection, was realized in

twenty preserved plants in each ages. The estimation of dry phytomass was

realized by alometric relations obtained with three plants in each age, that

cropping, and determinates the same measurements those twenty plants,

and leaves and stems wet mass, with sampling leaves and stems for water

content determination, and sampling trunk rings at soil surface, 1.30m height,

and in each 1.0m to the tree top for wood density and water content

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determination. For root dry mass determination the soil was picked for main

root measurement and the root density was estimated by four soil

perforations per plant, with six samples for each, until to 0.90 m depth. The

estimated litter and soil carbon content soil was obtained after analysis in the

laboratory. The estimated aerial phytomass carbon content was 50% and the

estimated root carbon content was 48%. The carbon stock was an age

dependent variable, from 104,3 to 322,3 t.ha-1, but it didn’t the only variation

source. The average distribution of carbon for component in the system was

91% in the soil 5% to the aerial part, 3% in the roots and 1% in the litter. Top

height, trunk and crown volume measurements are able to safe

determination of teak carbon stock.

Key-words: carbon, teak, age.

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LISTA DE FIGURAS

Página1. Teor de carbono (%) por faixa de profundidade em plantios de teca .. 44

2. Estoque total de carbono em teca e acúmulo de carbono anual por

hectare em diferentes idades................................................................

48

3. Distribuição percentual do carbono em teca da parte aérea .............. 50

4. Quantidades de carbono presentes nos fustes com casca, nos

galhos e nas folhas em função do volume de fuste, altura da copa e

volume de copa, respectivamente das plantas amostras.....................

52

5. Proporções de carbono da parte aérea com relação à idade em

teca......................................................................................................

54

6. Total de massa seca de raízes (MSR) e carbono nos diferentes

talhões com plantio de teca...............................................................................

55

7. Quantidade média de carbono nas raízes de teca por camada em kg

m-3 de solo............................................................................................

56

8. Estimativa média de carbono por coleta, para os componentes

galhos, folhas e fustes do sistema com plantio de teca, nas diferentes

idades...................................................................................................

60

9. Estimativa média de carbono por coleta, para raízes, solo e liteira

do sistema com plantio de teca, nas diferentes idades.........................

62

10. Precipitação pluviométrica mensal para os anos de 2003 e 2004, no

município de Santo Antônio do Leverger – MT.....................................

64

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LISTA DE TABELAS

Página

1. Comparação das médias de altura total de plantas de teca (m), em

diferentes idades ao longo do ano...................................................... 37

2. Comparação das médias de diâmetro altura do peito (DAP) das

plantas de teca em cm, nas diferentes idades e por coleta...................

38

3. Comparação das médias para o volume do fuste (m3 ha-1), em

diferentes idades ao longo do ano, em plantas de teca......................

39

4. Comparação das médias para área foliar em m2, nas diferentes

idades ao longo do ano, em plantas de teca......................................

40

5. Comparação das médias para o volume de copa m3 por planta, em

diferentes idades e por coletas, em plantas de teca...........................

40

6. Comparação das médias para massa seca de raízes (t ha-1), em

diferentes idades ao longo do ano, em plantio de teca.......................

41

7. Médias de massa seca de liteira em (t ha-1), em diferentes idades

ao longo do ano, em plantio de teca..................................................

42

8. Médias do teor de carbono orgânico (%) no solo, ao longo do ano,

em plantio de teca..............................................................................

43

9. Resultados das análises química e física do solo em cinco talhões

com plantio de teca.............................................................................

45

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10. Densidade populacional planta, densidade básica média ( DB ),

altura média e média de diâmetro altura do peito das plantas de

teca em diferentes idades ao longo do ano........................................

46

11. Densidade básica média, em g cm-3, para as diferentes posições de

amostragem em plantas de teca nas diferentes idades ao longo do

ano.......................................................................................................

47

12. Estoque de carbono em talhões de teca com diferentes idades......... 49

13. Quantidade de carbono (t ha-1 ) em talhões de teca, no início e final

do estudo, para idades de 1,5 ano, 2,5 anos e 3,5 anos, em 2003 e

em 2004...............................................................................................

50

14. Quantidade média de carbono nos componentes da parte aérea

das plantas de teca.............................................................................

51

15. Estimativa média de estoque de carbono no solo e densidade do

solo em plantio de teca, nas diferentes idades ao longo do ano........

57

16. Estimativa média de teor de carbono e quantidade de carbono na

liteira, em plantio de teca, nas diferentes idades ao longo do

ano......................................................................................................

59

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SUMÁRIO

PáginaRESUMO................................................................................................. vii

ABSTRACT.............................................................................................. ix

LISTAS DE FIGURAS............................................................................. x

LISTAS DE TABELAS............................................................................. xi

1. NTRODUÇÃO..................................................................................... 15

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................ 17

3. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................... 28

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................... 37

4.1Medidas do tamanho das plantas...................................................... 37

4.2 Liteira................................................................................................. 42

4.3 Teor de carbono orgânico no solo.................................................... 43

4.4 Análise física e química do solo ....................................................... 44

4.5 Densidade básica em teca ............................................................... 45

4.6 Estoque de carbono.......................................................................... 47

4.7 Estoque de carbono por componente............................................... 50

4.8 Estoque de carbono por coleta......................................................... 60

4.9 Precipitação pluviométrica ............................................................... 63

5. CONCLUSÕES .................................................................................. 65

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................... 66

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1. INTRODUÇÃO

É crescente a preocupação mundial com o aumento da concentração

de gases na atmosfera, especialmente aqueles que têm a capacidade de

reter parcialmente a radiação que é emitida pela terra. Entre estes gases

figura o dióxido de carbono (CO2) que, desde a revolução industrial, teve sua

concentração aumentada em aproximadamente 35%. Este aumento tem

sido apontado como a principal causa de um eventual aquecimento da terra

(efeito estufa), o qual poderá provocar mudanças climáticas potencialmente

desastrosas nas próximas décadas, alterando a qualidade de vida no

planeta.

O balanço global de carbono na atmosfera da terra mostra que

anualmente são produzidos cerca de oito bilhões de toneladas de CO2,

provenientes da queima de combustíveis fósseis e de mudanças no uso da

terra. Desses, aproximadamente 3,2 bilhões permanecem na atmosfera e o

restante é reabsorvido pelos oceanos e pela biota terrestre.

As estimativas mais recentes indicam que cerca de 200 bilhões de

toneladas de CO2 são convertidas em biomassa anualmente na terra.

Aproximadamente 40% dessa massa vem da atividade de fitoplânctons

marinhos (Taiz e Zeiger, 1998).

O aumento da concentração de gás carbônico pode resultar em

mudanças permanentes no clima, acarretando profundas modificações nas

condições ambientais. Assim sendo, devem ser estudadas e empregadas

estratégias para redução da concentração do CO2 atmosférico.

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As duas principais alternativas discutidas para enfrentar este

problema ambiental são: o controle das emissões de gases, que tem forte

resistência por parte dos países emissores, e a adoção de medidas

compensatórias, aumentando o estoque de carbono na biomassa. Estas

últimas compreendem, por exemplo, a preservação de florestas nativas,

reflorestamento e plantio de árvores, que são responsáveis pela retirada de

grande quantidade de CO2 da atmosfera, através do processo de

fotossíntese. O solo também pode ser uma importante opção de dreno do

carbono da atmosfera e armazenamento temporário na forma de matéria

orgânica.

Em Mato Grosso, está sendo introduzida, uma espécie arbórea

exótica conhecida como teca (Tectona grandis L. F.), que tem sido utilizada

no reflorestamento, em virtude do seu rápido crescimento, características

tecnológicas e estéticas. Apesar de contar com uma área de

aproximadamente 20 mil hectares, pouco expressiva em termo de

reflorestamento, ela pode contribuir para a redução da concentração de CO2

atmosférico. Porém, o potencial de retenção de carbono é diferenciado para

cada espécie e varia conforme o estádio de vida da planta.

O objetivo deste trabalho foi determinar o estoque de carbono em

plantio de teca, em diferentes estádios de crescimento, ao longo do ano.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O aumento do efeito estufa acima do nível desejável e o conseqüente

aquecimento da terra e da atmosfera são uma das principais preocupações

globais, devido ao impacto nocivo sobre o meio ambiente e a economia.

Um sinal de que a comunidade Internacional vem se preocupando

com estas alterações, pode ser visto na Convenção de Mudanças

Climáticas, que ocorreu em junho de 1992 na cidade do Rio de Janeiro,

onde as Nações se comprometeram a ratificar uma Convenção para criar

mecanismos que diminuíssem as emissões dos gases causadores do efeito

estufa.

Estes mecanismos abordaram duas formas diferentes para minimizar

o problema: a redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa

e também as alternativas para absorção do CO2 , através dos projetos de

seqüestro de carbono (Conti, 1998). Os países signatários passaram a se

reunir anualmente para discutir o progresso da implementação destes

mecanismos através de encontros denominados Conferência das Partes

(COPs).

Os reservatórios de CO2 na terra e nos oceanos são maiores que o

total de CO2 na atmosfera. Pequenas mudanças nestes reservatórios podem

causar grandes efeitos na concentração atmosférica. O carbono emitido para

atmosfera não é destruído, mas sim redistribuído entre diversos

reservatórios de carbono e a escala de tempo de reservas de carbono pode

variar de menos de um ano a décadas, ou até milênios, ao contrário de

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outros gases causadores do efeito estufa, que normalmente são destruídos

por ações químicas na atmosfera (Locatelli, 2001).

O dióxido de carbono (CO2) é considerado o principal gás responsável

pelo efeito estufa, devido a sua elevada concentração na atmosfera, que

vem crescendo à taxa de 0,4% ao ano, resultante da queima de

combustíveis fósseis (como petróleo, carvão e gás natural) e de biomassa,

incluindo florestas. Do total de CO2 que é emitido anualmente, mais da

metade, acumula na atmosfera criando um cobertor de gases que impede

que o calor emitido escape para o espaço. O aumento do nível de dióxido de

carbono vem sendo relacionado ao processo de aquecimento global do

planeta (Amado, 2001).

Em 1988, as Nações Unidas criaram o painel Intergovernamental

sobre Mudança Climática (IPCC), reunindo 2.500 cientistas de todo o

mundo, para estudar o problema, identificando suas causas de maneira

significativa. Dessa forma, Chefes de Estado de quase todos os países,

preocupados com as alterações no clima do planeta, reuniram-se no Rio de

Janeiro em 1992, definiu que o problema é global, mas com

responsabilidades diferenciadas para os países.

As Mudanças Climáticas Globais (MCG) representam um dos

maiores desafios da humanidade, envolve vários setores da sociedade e

exige mudanças em muitos hábitos de consumo e comportamento. Assim,

foram consideradas duas vertentes: a primeira seria orientada para a

redução da emissão dos gases de efeito estufa; a segunda seria o reforço da

atuação da natureza através da neutralização natural dessas emissões em

sumidouros naturais como as florestas (Chacon, 2001).

A produção de massas vegetais, num povoamento florestal e na

lavoura, origina-se da assimilação do CO2. A floresta em crescimento pode

auxiliar na redução do efeito estufa já que absorve o gás carbônico durante

a fotossíntese. O processo é denominado de ''fixação de carbono'', ou

comumente, ''armazenamento de carbono'' (Nobre, 2002).

Estima-se que uma floresta tropical primária ou climáxica possa

estocar o valor de 200 toneladas de carbono por hectare. Este valor foi

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calculado a partir da capacidade de estocagem em uma floresta de

aproximadamente 70-80 anos de abandono, acrescido de 20 a 25% para

uma formação climáxica. Para as formações secundárias em estádio médio,

considera um estoque de 100 toneladas de carbono por hectare. Este último

corresponde aproximadamente ao potencial médio de estocagem em uma

floresta de aproximadamente 40 anos de abandono, em um uso anterior não

muito intenso (Tanizaki, 2000).

Com base na Convenção do Clima, aprovada no Rio 92 e ratificada

por centenas de países em Quioto em 1997, foi definido o compromisso de

redução de 5,2% (média) das emissões, com base em 1990, a ser efetivado

entre 2008 e 2012 (Batjes, 1998). Na mesma reunião foi discutido protocolo

estabelecendo um Mecanismo de Flexibilização e o Mecanismo de

Desenvolvimento Limpo. A idéia basilar é estimular a participação de todos,

inclusive dos países menos abastados, no esforço mundial da melhoria do

clima, consubstanciado num compromisso dos países industrializados em

reduzir a emissão líquida dos gases que aceleram o efeito estufa, sendo

através da redução de emissões brutas, ou também pelo aumento de

sumidouros (reflorestamento, recomposição de áreas degradadas,

conservação de florestas plantadas e nativas, especialmente as tropicais e

implantação de sistemas agroflorestais).

Os mecanismos de flexibilização e do Desenvolvimento Limpo visam

permitir que uma empresa ou país poluidor possa fazer compensação de

sua emissão, investindo em projetos que comprovem o armazenamento do

carbono, que é um dos instrumentos que proporciona uma redução líquida

da emissão de CO2, já que este gás é elemento imprescindível na

fotossíntese, que se finaliza em própria biomassa vegetal (Depledge, 1999).

O conceito de estoque de carbono foi consagrado pela Conferência

de Kyoto, em 1997, com a finalidade de conter e reverter o acúmulo de CO2

na atmosfera, visando a diminuição do efeito estufa.

Este fato tem levado os países industrializados a buscarem

alternativas para reduzir a emissão de gases-estufa, por meio da mudança

da matriz energética, uso racional de combustíveis fósseis, preservação das

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florestas e adoção de processos mais eficientes do ponto de vista ambiental.

Transitoriamente, poderão emitir certificado de redução de emissão de

gases lastreados em projetos que estocam carbono em outros países, que

não estão obrigados a reduzir as suas emissões. Este último mecanismo

baseia-se no fato que o CO2 é um gás de circulação mundial. Assim,

conforme Araújo (1999), emissões de CO2 produzidas por um determinado

país ou região podem ser compensadas pelo armazenamento deste gás em

outro País.

A conservação dos estoques de carbono no solo e na vegetação e a

recuperação de áreas degradadas são ações que contribuem para a

redução da concentração do dióxido de carbono na atmosfera.

O estoque de carbono pode ser quantificado através da estimativa da

biomassa da planta acima e abaixo do solo e dos teores de carbono de cada

componente, pela quantidade de carbono na liteira e no solo. Para se

proceder à avaliação dos teores de carbono dos diferentes componentes do

sistema é necessário, inicialmente, quantificar a biomassa de cada

componente.

A produção de biomassa total, por componente da planta e por

unidade de área, apresenta comportamentos diferenciados quanto à

espécie, adensamento das plantas, característica do sistema radicular,

distribuição por parte e densidade básica da madeira.

Para a quantificação da biomassa faz-se necessário também,

conhecer a densidade básica da madeira de cada espécie, que é a relação

entre a massa seca e o seu volume verde, obtendo-se a menor densidade

da madeira, pois utilizam a razão entre menor massa e o máximo volume

Soares e Oliveira (2002). Segundo Brown (1997), a densidade é um dos

fatores chave em cálculos de biomassa. Sendo também comumente

utilizado na conversão de dados volumétricos em biomassa, devido ao uso

do “volume verde” como base, implicando em uma boa relação de

transformação (Barbosa e Fearnside, 2004).

Segundo Malavolta (1979) quando se faz à análise de uma planta

fresca verifica-se que 90 por cento ou mais do seu peso é água. A secagem

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da planta numa estufa a 100°C elimina praticamente toda a água do tecido,

o que resta é a chamada matéria seca. Fazendo-se a análise elementar da

matéria seca encontram-se diversos elementos, aproximadamente 95% da

composição química das plantas são constituídas de carbono, oxigênio e

hidrogênio, enquanto os 5% restantes advêm de outros nutrientes. A

proporção entre os vários elementos pode ser fortemente determinada pela

espécie e família vegetal ou pelo órgão ou, pelo estádio de desenvolvimento,

sendo o carbono o principal elemento.

Para predizer o potencial das raízes de perder ou estocar carbono

precisa-se entender as variações de sua estrutura e dinâmica. É consenso

que o fator que coordena a distribuição das raízes no solo é o genótipo da

espécie, mas ele pode ser influenciado por outros fatores inerentes ao solo

como: fertilidade, densidade do solo, disponibilidade de oxigênio, textura,

temperatura e também pelas circunstâncias em que a espécie se

desenvolve, por exemplo, competição e espaçamento entre árvores

(Gonçalves e Mello, 2000).

A matéria orgânica no solo apresenta-se como um sistema complexo

de substâncias, cuja dinâmica é governada pela adição de resíduos

orgânicos de diversas naturezas e por uma transformação contínua sob

ação de fatores biológicos, químicos e físicos. Entretanto, devido às

diversidades climáticas e pedológicas, surgem diferenças no que diz respeito

à quantidade e qualidade da matéria orgânica, pois clima e natureza do solo

(especificamente pH, textura e drenagem) interferem nos processos de

humificação e na taxa de renovação do carbono do solo. O desmatamento e

o cultivo alteram os equilíbrios naturais e, conseqüentemente, modificam os

estoques de carbono do solo e, até certo ponto, os mecanismos de

incorporação e decomposição (Cerri et al.,1996).

Segundo Cerri et al. (1996), a principal fonte de carbono para o solo é

liteira e a acumulação é compensada pela mineralização de uma parte do

carbono humificado. O carbono do solo não se mineraliza na mesma

velocidade, uma vez que certos constituintes da matéria orgânica têm

duração de vida muito curta e se renovam rapidamente. Outras são estáveis

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e permanecem mais tempo no solo, possuindo um “turn-over” lento. Essa

estabilidade é um dos principais critérios da qualidade da matéria orgânica

do solo. Ela se relaciona com a dinâmica da matéria orgânica e com

algumas características bioquímicas intrínsecas desse material. A matéria

orgânica do solo pode ser caracterizada por dois dados: o estoque de

carbono no solo e a qualidade dos constituintes orgânicos nela presentes.

O estoque de carbono é em grande parte determinado pelo tipo de

solo, sendo este, considerado o principal reservatório temporário de carbono

no ecossistema, já que na natureza o carbono está sendo constantemente

ciclado (Bruce et al., 1999).

A matéria orgânica (MO) do solo é importante na disponibilidade de

nutrientes, agregação do solo e no fluxo de gases do efeito estufa entre a

superfície terrestre e a atmosfera. Além disso, representa o principal

compartimento de carbono na biosfera, estimado em 1.550 Pg Follet (2001),

atuando como fonte e dreno para carbono e nutrientes.

O compartimento formado pela serapilheira e pelo solo é o sítio de

todas as etapas da decomposição da matéria orgânica e da ciclagem de

nutrientes. A vegetação é a principal responsável pela variabilidade

horizontal da serapilheira, pois quanto mais diversas for a comunidade

vegetal e quantidade de resíduos que caem da parte aérea das plantas,

mais heterogênea será a serapllheira em pontos adjacentes. Por outro lado,

a heterogeneidade vertical da serapilheira, ou seja, a sua diferenciação em

camadas e quantidade é decorrente da velocidade de decomposição que,

por sua vez, é determinada por fatores climáticos, edáficos e biológicos

(Correia e Andrade, 1999).

A liteira atua na superfície do solo como um sistema de entrada e

saída de nutrientes ao ecossistema, através dos processos de produção e

decomposição. Em geral, a liteira é classificada como liteira fina, composta

por (folhas, gravetos, flores, frutos, sementes, cascas) e liteira grossa

(galhos e troncos). Em termos de pesos brutos, a fração com maior

quantidade de liteira corresponde ás folhas.

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Segundo Bellinello (1996), os vegetais passam por um “processo de

conversão de energia luminosa em energia química, que sintetiza

substâncias orgânicas a partir da água, dióxido de carbono e luz”. Dessa

forma, o CO2 ao invés de agressor da atmosfera terrestre, passa a servir de

composto na formação dos vegetais, que possuem aproximadamente 50%

da sua matéria seca composta por carbono. Esta fixação de CO2 nas plantas

denomina-se estoque de carbono.

O conceito de compensação de emissões de CO2, por intermédio de

reflorestamento surgiu na década de 70. Nos últimos dez anos esse conceito

evoluiu de uma idéia teórica a um mecanismo de mercado, para viabilização

de objetivos ambientais globais. O ideal de um mercado de carbono

organizado, com preços definidos de acordo com forças de oferta e

demanda, ainda se encontra longe de ser uma realidade. No entanto, já se

pode observar evolução desde os esquemas voluntários e transações

bilaterais, comuns no início da década de 90, a um mecanismo de mercado,

relacionado aos compromissos do Protocolo de Kyoto (Almeida, 1998).

De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças

Climáticas Brown et al. (1996), citado por Costa (1998), 15% das emissões

globais de Gases do Efeito Estufa podem ser compensadas com o plantio

e/ou bom manejo de florestas. Quatro milhões de hectares de florestas nos

países da América do sul e Central, Malásia, R. Techa, Holanda, Uganda,

México, Austrália e outros já se encontram em regime de bom manejo

florestal, financiados pelos EUA, Holanda, Inglaterra, França, Noruega,

Dinamarca, Austrália e consórcio de companhias Internacionais através de

investimento para absorção de carbono. Se esta tendência de investimento

continuar pode-se esperar um enorme fluxo de novo capital para o setor

florestal. Isto também terá reflexos positivos, no que diz respeito aos

objetivos de promover qualidade ambiental e conservação de biodiversidade.

Em termos ambientais, esse novo mercado tem o potencial de

direcionar um alto fluxo de capital para as atividades florestais nos países

tropicais. Em termos econômicos, esses novos mecanismos de mercado nos

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possibilitarão atingir objetivos ambientais internacionais, a um menor custo

para a economia global.

Constatando a viabilidade do armazenamento de carbono fica a

questão de como quantificar seja em volume de CO2 por área efetivamente

estocada, valor mercantil da unidade de CO2, ou em que sistema

representar a compensação ambiental (bônus, certificados, commodities

etc). Ainda uma outra questão envolve o impacto ambiental, ou seja, o efeito

a longo prazo do armazenamento do CO2, que ainda está sendo estudado.

“Desconhece-se sua estabilidade a longo prazo e a integridade estrutural

das áreas de reservatórios do subsolo” ( Wilson, 1999).

Os problemas passaram a serem discutidos em convenções

internacionais, em busca de um planejamento econômico-cultural e

ambiental viável a todas nações. Entretanto, tais fenômenos da economia

ecológica são amplos e não estão ainda bem definidos, mas com a

evidência de que o estoque de carbono pode ser comercializado,

compreender a dinâmica do carbono na vegetação, em particular, o

potencial de atuar como sorvedor é fundamental, ressaltando também a

necessidade de investigação de seus descritores.

Segundo Xavier et al. (2002), as variáveis biofísicas são importantes

descritoras de florestas nativas ou implantadas. Por exemplo: a altura e o

diâmetro à altura do peito (DAP) são freqüentemente utilizados em equações

alométricas para o cálculo de volume de madeira. Outras variáveis biofísicas

também importantes são área foliar e índice de área foliar (IAF), este último

definido como a área foliar integrada do dossel por unidade de superfície

projetada no solo (m2/m2). O IAF é computado ao considerar a superfície de

apenas uma das faces das folhas.

Porém, a inquietação aumenta na razão direta do crescimento

contínuo das emissões de CO2, em função do elevado nível de carbono na

atmosfera, surgindo à necessidade de conhecimento da vegetação no país,

em relação ao poder de capturar e estocar carbono.

A teca (Tectona grandis L. F.) vem sendo empregada em

reflorestamentos homogêneos, em todo o mundo, há mais de 100 anos com

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ótimos resultados. Ela é uma espécie natural das florestas tropicais

(monsônicas) do sudeste e sudoeste asiático, conforme afirmam Finger et al.

(2001), e reconhecida em todo mundo como madeira tropical dura e de alta

qualidade, com preços estáveis e ascendentes no mercado nacional e

internacional com franca expansão em áreas cultivadas (Oliveira, 2004).

No Brasil a teca foi introduzida, a princípio, para fins de pesquisa em

1926. No Estado de Mato Grosso ela é plantada em escala comercial e os

reflorestamentos mais antigos encontram-se na região de Cáceres, com sua

introdução se dando em 1968, através da Cáceres Florestal S/A, onde as

condições climáticas são semelhantes às dos países de origem (Cáceres

Florestal, 1997).

A teca, espécie arbórea da família verbenaceae, apresenta alto valor

comercial e seu principal produto é a madeira, que pode crescer em diversos

solos. A qualidade de seu crescimento, não obstante, depende da

profundidade, estrutura, porosidade, drenagem, capacidade de retenção

de umidade do solo e fertilidade. O solo não deve apresentar impedimento

ao livre desenvolvimento das raízes até a profundidade de um metro

(Bufulin, 2001).

Para a teca, o solo deve apresentar-se com textura média, com

predominância de areia sobre argila, pois não se desenvolve bem em solos

muito úmidos, nem muito seco. Deve apresentar também nutrientes como

nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio de forma disponível ás

plantas. No resultado da análise de solo, um dos parâmetros indicativos da

fertilidade é a saturação de bases, representada por V%, cujo valor deve ser

maior que 50%. Recomendam-se, também, solos com pH igual ou maior que

5,5 e com baixa presença de alumínio, que é um elemento tóxico (Cáceres

Florestal, 1997).

Esta espécie possui árvore de grande porte, podendo alcançar 2,5 m

de diâmetro e 50 m de altura e crescimento rápido, com incremento médio

anual (IMA) variável segundo as condições ambientais, sendo, em média 9 a

10 m3 por hectare ao ano (Chaves e Fonseca, 1991).

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Bufulin (2001), mostra que o crescimento no Brasil é superior, sendo

encontrado incremento médio anual de 12 a 28 m3 por hectare em Agudo –

São Paulo e 24 m3 por hectare, em Cáceres – Mato Grosso. No Acre os

valores de incremento médio anual variam entre 7,6 e 24,5 m3 por hectare

(Oliveira, 2004).

É uma planta com tronco habitualmente retilíneo, de seção circular e

reduzida conicidade, casca gretada de cor cinza ou marrom, medindo 15 mm

e considerada termoisolante, com resistência ao fogo. As folhas coriáceas,

deciduais, de inserção oposta podem alcançar de 0,11 a 0,85 m de

comprimento e 0,06 a 0,50 m de largura. O sistema radicular é composto por

uma raiz pivotante e várias raízes laterais, que em algumas vezes penetram

verticalmente no solo com mais de um metro de profundidade (Chaves e

Fonseca, 1991).

A madeira da teca é procurada no mercado internacional, atraída por

suas características como o peso de cerca de 650 Kg m-3, situando entre o

cedro e o mogno, possuindo boa resistência em relação ao peso, sendo

estável, já que praticamente não empena e pouco se contrai durante a

secagem, além de resistir ás variações na umidade do ambiente (Bufulin,

2001).

Para reflorestar, visando madeira de qualidade, com dimensões para

serraria e laminação, no prazo de 25 anos, é preciso avaliar aspectos

climáticos, edáficos e topográficos. Chaves e Fonseca (1991) relatam que a

teca requer um mínimo de 1000 mm por ano de chuva para produzir madeira

e 760 mm por ano para produtos secundários, como carvão e lenha.

A poda de ramos ou desramas em reflorestamento ocorre com a

finalidade de produção de madeira, pois a muda de teca pode emitir mais de

um broto, comprometendo o alinhamento e a resistência da planta. A

primeira poda deve ser realizada um ano após o plantio e não exceder um

terço da altura total, cortando os ramos rentes a sua inserção no tronco. De

modo geral, a teca caracteriza-se por uma boa desrama natural e,

eventualmente, são feitos repasses (Cáceres Florestal, 1997).

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À medida que cresce a árvore precisa de mais espaço, no que tange

ao solo, para satisfazer suas crescentes necessidades de água e nutrientes;

em termos aéreos para desenvolver a copa, e assim poder realizar a

fotossíntese e a transpiração. O desbaste tem por propósito reduzir o

número de árvores do reflorestamento, de forma que as remanescentes

disponham de mais espaço para continuar crescendo. De modo geral a

produção de madeira de teca, com valor comercial aos 25 anos de idade, em

corte final, varia de 250 a 375 m3 por hectare (Cáceres Florestal, 1997). No

Acre, para rotação de 25 anos, as produções variam entre 187 a 375 m3 por

hectare (Oliveira, 2004).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido em uma área da Empresa Brasteca

Agroforestal Ltda, localizada no Município de Santo Antônio do Leverger -

MT, com latitude de 15º56’58”S e longitude de 55º39’52”W; no período de

12/09/2003 a 11/09/2004.

A região apresenta clima do tipo Aw, segundo Köppen, vegetação tipo

cerrado e solo Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico (BRASIL, 1982).

As observações foram realizadas em cinco talhões de cultivo

comercial de teca, cujas idades e áreas são respectivamente 0,5 ano e 10

ha; 1,5 ano e 15 ha; 2,5 anos e 15 ha; 3,5 anos e 30 ha; 5,5 anos e 20 ha.

O espaçamento utilizado no plantio foi de 2,2 m x 3,0 m em todos os

talhões.

As avaliações de biometria das plantas (diâmetro a altura do peito

(DAP), altura das plantas, projeção de copa e altura da copa) foram

realizadas de três em três meses, em uma parcela de 20 plantas

representativas de cada talhão e preservada até o final do experimento.

A quantificação da fitomassa seca foi realizada por meio de relações

alométricas obtidas com os resultados obtidos em três plantas de cada

talhão, que foram cortadas, e nas quais foram efetuadas as mesmas

medidas realizadas nas outras 20 plantas, bem como obtidas a massa fresca

total das folhas e dos ramos, com retirada de amostras para determinação

das respectivas umidades, e retirados anéis do fuste na altura do colo das

plantas, na altura de 1,30m da superfície do solo e a cada 1,0m, desde

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1,30m até a extremidade superior do fuste, para determinação da densidade

básica e da umidade.

Antes das plantas serem cortadas foram realizadas medidas de

diâmetro do fuste com casca a 1,30 m (DAP), altura total (Ht) e altura inferior

e projeção da copa. Após essas medições o tronco foi seccionado para

extração de discos de madeira com casca de aproximadamente 0,5 m de

espessura, a 0,10 m e 1,30 m do solo e os demais discos foram extraídos

de 1,0 m em 1,0 m até a altura total. O volume do fuste das plantas com

casca foi determinado pela aplicação da expressão de Smalian:

3tgtgn)....gcgbL(gaV ×

+++++= .............................................................(1)

onde:

V = volume real da planta

L = comprimento das secções medidas

g(1,2,3,....n-1,n) = área transversal encontrada nas secções medidas

gt = área transversal da base da secção terminal da planta (forma

cônica)

t = comprimento da secção terminal da planta:

VápiceViV +=

onde:

Vi = volume das toras (secções a, b, c,...,n)

Vápice = volume do ápice da planta

+

=2

gbgaL.Vi

3gt.tVápice =

onde:

g(1,2,3,....n-1,n) = g (a, b, c,..,n)

ou seja, a área transversal encontrada nas secções 1, 2, 3,.....,n medidas.

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Os discos foram medidos, pesados e levados à estufa de circulação

forçada de ar a 70ºC para determinação da massa seca, após peso

constante.

O cálculo da densidade básica da madeira do fuste (DBMt, em g.cm-

3), foi efetuado com base na seguinte expressão Vital (1984):

∑=

=

=1-N

1i

1N

1i

Vsi

DBi xVsi

DBMt .....................................................................(2)

em que:

Vsi = volume de cada torete entre os discos (fórmula de Smalian), m3

DBi = densidade média de cada disco, g cm-3

DBi = M V M = massa seca de cada disco g

V = volume verde de cada disco cm3

Para determinar a fitomassa das folhas e dos ramos das três plantas,

as plantas cortadas a cada 90 dias foram desramadas e desfolhadas. A

massa úmida total das folhas e a massa úmida total dos ramos foi medida.

Em seguida, foram retiradas amostras de aproximadamente 500 g para

determinação do teor de água de cada parte da planta, após secagem em

estufa de circulação forçada de ar a 70oC, até atingir peso constante.

Para a estimativa do volume de fuste das plantas preservadas foi

utilizada a seguinte fórmula:

4.H.ffπ.DAPV

2

= ..........................................................................................(3)

onde:

π = 3,1416

DAP = diâmetro a altura do peito (1,30 m)

H = altura total do fuste

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ff = fator de forma

E para o fator de forma considerou-se:

ff = volume real / volume do cilindro

onde:

Volume real = obtido por cubagem pelo método de Smalian

Volume do cilindro = obtido por H x G

H = altura do fuste

G = área transversal no DAP

A biomassa do fuste das plantas-amostras com casca foi obtida, de

acordo com a expressão (Herrera, 1989):

PS(c) = V.DBMt ............................................................................................(4)

em que:

PS(c)= biomassa seca do conjunto de fuste, em kg;

V= volume do fuste, com casca, em m3;

DBMt = densidade básica média da madeira do fuste, kg m-3

A biomassa de galhos e de folhas de cada planta amostra foi obtida

pela expressão abaixo:

PS(c) = PU(c).PS(a) .....................................................................................(5)

PU(a)

Em que:

PS(c) = biomassa seca do conjunto de galhos ou de folhas, em kg;

PU(c) = peso úmido do conjunto de galhos ou de folhas no campo, em

kg;

PS(a) = peso seco da amostra de galhos ou de folhas, em kg;

PU(a) = peso úmido da amostra de galhos ou de folhas, em kg.

As estimativas da quantidade de carbono, presente no conjunto de

folhas, galhos e no fuste com casca das plantas amostras, foram obtidas ao

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multiplicar as respectivas estimativas de biomassa pelo fator 0,5, ou seja,

considerando-se que em média 50% da biomassa é composta por carbono

(Higuchi e Carvalho, 1994; Soares e Oliveira, 2002).

Para fins de cálculo admitiu-se a forma elipsoidal para copa das

plantas de teca, obtendo o volume pela equação:

V=

2d3

2d2

2d1

34π ..............................................................................(6)

onde:

V = volume de copa (m³);

d1 = diâmetro da copa na linha (m);

d2 = diâmetro da copa na entrelinha (m);

d3 = diâmetro da copa na altura (m).

As medidas de projeção de copa foram realizadas nas linhas e nas

entrelinhas das plantas. A altura do ápice e a altura da base da copa das

plantas de teca foram estimadas com auxílio de um clinômetro, obtendo-se

os valores com a fórmula (Brauwers, 2004):

DtgαhH olho ⋅+= ..........................................................................................(7)

onde:

H = altura do ápice ou da base da copa das plantas de teca (m);

holho = altura do solo até o olho da pessoa que manuseia o clinômetro

(m);

α = ângulo lido no aparelho (º);

D = distância da pessoa que manuseia o clinômetro à planta que está

sendo avaliada.

Para determinar a área foliar total de cada planta amostra, 90 dias de

intervalo por coleta, empregou-se uma relação alométrica entre a área foliar

e massa fresca, sendo primeiramente, determinada a área foliar e a massa

fresca de uma amostra de 20 folhas em cada planta, respectivamente, nas

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quais o limbo foliar não poderia apresentar danos, em seguida empregou a

estimativa da área foliar total com a massa fresca foliar total da planta. A

massa fresca total das folhas das plantas de teca (coleta destrutiva), foi

obtida retirando-se todas as folhas das plantas amostradas e pesando-as.

Então a área foliar das 20 folhas foi determinada através de duas equações,

sendo uma usada para estimar a área das folhas de teca com comprimento

do limbo foliar menor ou igual a 0,25 m e outra usada para folhas em que o

comprimento do limbo foliar fosse maior que 0,25 m (Brauwers, 2004).

..........................................................................(8)

LC0,646593,977AF ⋅⋅+−= ........................................................................(9)

onde:

AF = área foliar (m²);

C = comprimento da folha (m);

L = maior largura da folha (m).

A metodologia utilizada na quantificação da raiz pivotante foi a mesma

adotada para o fuste (parte cônica), ou seja, método de Smalian, admitindo o

mesmo formato para a raiz pivotante.

A massa seca de raízes secundárias foi determinada por amostragem

de solo com um trado (caneco), em quatro perfurações de diâmetro de 0,10

m, sendo duas delas na linha a 0,55 m e 1,10 m e duas na entrelinha a 0,75

m e 1,50 m das plantas de teca a partir do tronco. As amostras foram

retiradas nas profundidades de 0 - 0,15 m, 0,15 - 0,30 m, 0,30 - 0,45 m, 0,45

- 0,60 m, 0,60 – 0,75 m, 0,75 – 0,90 m.

A separação do solo das raízes foi por meio de lavagem em água

corrente, sobre um conjunto de peneiras de aço inox de malha de 1 mm e

peneira de nylon de 120 mesh. Depois de limpas, as raízes foram

acondicionadas em sacos de papel, para secagem em estufa de circulação

forçada a 70ºC até atingirem peso constante, determinando-se a massa

seca.

LC0,43324,3524AF ⋅⋅+=

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A estimativa da quantidade de carbono presente no conjunto de

raízes da planta amostra foi obtida considerando-se que em média 48% da

biomassa das raízes é composta por carbono, de acordo com o percentual

encontrado para a espécie (Kraenzel et al., 2002).

Os dados de massa de raízes das plantas de teca foram transformados

em LN para atender os pressupostos da análise de variância, submetido ao

teste de normalidade de Lilliefors e de homogeneidade de Cochran e Bartlett.

A quantificação da liteira procedeu-se por amostragem em coleta do

material encontrado sobre a superfície do solo, num espaço de 2,20 m x 3,0

m entre quatro plantas. Em cada talhão foram realizadas coletas nos meses

de outubro de 2003, maio e setembro de 2004, com três repetições. Não foi

realizada coleta no período mais chuvoso (março de 2004), por ser uma

época submetida a intenso revolvimento no solo e baixo aporte de resíduo

vegetal. O material coletado foi lavado e pesado, retirando-se uma

subamostra que, em seguida foi secada em estufa de circulação forçada a

70ºC até peso constante, sendo novamente pesado em balança de precisão

(0,01g). Após cada coleta, a subamostra da liteira foi levada ao laboratório

para a determinação do teor de carbono, realizada por meio de titulometria

(Tedesco et al., 1995).

Os dados de massa de liteira foram transformados em x para

atender os pressupostos da análise de variância, submetido ao teste de

normalidade de Lilliefors e de homogeneidade de Cochran e Bartlett.

Para análise do teor de carbono do solo foram recolhidas seis

amostras, uma para cada faixa de profundidade de 0,15 m em 0,15 m até

0,90 m de profundidade, em locais representativos da área de estudo, com

três repetições por talhão de três em três meses, exceto o período seco da

região. As amostras foram coletadas com um trado (caneca) e o volume de

solo de cada perfil foi misturado e em seguida retirou-se uma subamostra de

aproximadamente 100 g de solo, embaladas, identificadas e levadas ao

laboratório de análise de solo, para fins de medição do teor de carbono pela

metodologia de Walkley – Black (EMBRAPA, 1997) utilizando-se a

difenilamina como indicador externo.

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35

O estoque de carbono no solo (t ha-1) foi calculado por meio da

multiplicação do conteúdo de carbono (%) dividido por 100, da densidade do

solo (g cm-3), da profundidade (cm) da camada de solo e do fator de

conversão de g cm-2 para t ha-1 (=100) (Szakács, 2003), de acordo com a

fórmula:

e = c/100 . d. p. 100 (t ha-1) = c. d. p t ha-1 .................................................(10)

onde:

e = estoque de carbono,

c = teor de carbono,

d = densidade do solo,

p = profundidade da camada do solo.

A densidade aparente do solo foi determinada pelo método de anel

volumétrico (EMBRAPA, 1997). As amostras foram coletadas de 0,15 m em

0,15 m, concomitantes às de análises do teor de carbono no solo, em cada

talhão.

onde: densidade aparente (g cm-3 ) = a/b ..................................................(11)

a = peso da amostra seca a 105ºC

b = volume da prova

Para verificar tendências de acúmulo de carbono no sistema, foi

calculada a diferença entre os valores médios do estoque de carbono da

primeira coleta, e os valores médios do estoque de carbono no final do

período de observação.

A quantidade de carbono, em cada talhão com plantio de teca, nos

diversos compartimentos, (acima e abaixo do solo), foi calculada

considerando a densidade populacional de cada talhão. A contagem dos

indivíduos procedeu-se por meio de três amostras 20 x 30 m2 por hectare

nas diferentes idades.

Para análise química e física do solo foram coletadas amostras em

17/06/2004. O sistema de coleta consistiu em retirar 8 amostras em cada

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36

talhão, na profundidade de 0,30 m, as quais foram misturadas, constituindo

uma amostra composta de solo. Cada amostra representativa dos talhões foi

analisada segundo metodologia da EMBRAPA (1997).

A adubação e a correção do solo em todos os talhões foram

realizadas por ocasião do plantio, após análise física e química do solo,

visando elevar a saturação de bases a 65%, exceto para o talhão com 0,5

ano de idade que teve a saturação de bases elevada a 95%. O talhão com

2,5 anos, durante o preparo do solo para o plantio, recebeu também 650 Kg

de fosfato natural de Araxá por hectare.

O comportamento da precipitação pluviométrica na região do

experimento, na Empresa Brasteca Agroflorestal Ltda, no período de

08/2003 a 08/2004, foi observado com o emprego de um pluviômetro

instalado no local.

Os dados originais das variáveis foram submetidos, respectivamente,

aos testes de Cochran e Bartlett (homogeneidade de variâncias) e Lilliefors

(normalidade dos erros). Para comparação de médias, usou-se o teste de

Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade. Utilizou-se o programa SAEG,

versão 5.0.

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37

4. RESULTADO E DISCUSSÃO 4.1 Medidas do tamanho das plantas

Em média (Tabela 1), a altura das plantas variou de 0,60 m a 4,98 m,

para as plantas mais jovens e de 11,08 m a 15,43 m, para as plantas mais

velhas, sendo o maior crescimento em altura para as plantas com 0,5 ano e

o menor crescimento para as plantas com 5,5 anos. Houve diferença

significativa em altura total, entre as idades e as coletas.

Brauwers (2004), encontrou resultado inferior, com altura média de

7,49 m, em plantas de teca cultivadas em Santo Antonio do Leverger-MT,

aos 5 anos de idade e espaçamento 6x3 m, com idade semelhante ao deste

trabalho. Pode-se supor que tenha sido influenciado pela qualidade do sítio e

pelo espaçamento.

Tabela 1. Comparação das médias de altura total de plantas de teca (m), em

diferentes idades ao longo do ano.

Idade inicial

(anos) 11/09/2003 11/12/2003 11/03/2004 11/06/2004

0,5 0,60 E d 1,12 E c 3,17 D b 4,98 D a 1,5 2,40 D d 4,18 D c 6,40 C b 7,10 C a 2,5 4,67 C d 5,80 C c 6,57 C b 7,24 C a 3,5 6,43 B c 8,72 B b 9,35 B a 9,63 B a 5,5 11,08 A d 13,64 A c 14,84 A b 15,43 A a

Médias seguidas de letras diferentes, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas indicam diferença significativa pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

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38

Houve diferença significativa entre os valores de diâmetro a altura do

peito – DAP (Tabela 2), entre as idades ao longo do ano. Os resultados

médios dos DAPs por coletas e em cada idade estão próximos da média

geral, que foi de 3,82 cm para plantas com 0,5 ano, de 5,05 cm para

plantas com 1,5 ano, de 6,38 cm para plantas com 2,5 anos, de 9,53 cm

para plantas com 3,5 anos e de 13,38 cm para plantas com 5,5 anos.

Brauwers (2004), encontrou DAP que variou de 8,14 a 11,20 cm, em

média, para plantas de teca de 38 aos 61 meses, em Santo Antonio do

Leverger-MT. Resultado semelhante ao deste trabalho, com a mesma faixa

de idade. Kraenzel et al (2002) trabalhando com teca de 20 anos de idade,

no Pamaná, obtiveram resultado diferente com DAP médio de 24,4 cm,

provavelmente por ser povoamento mais velho.

As plantas com 0,5 ano tiveram o maior crescimento proporcional de

DAP. Pode-se observar que o crescimento do DAP em plantas de teca e nas

diferentes idades apresentou uma tendência crescente. Porém, a taxa de

crescimento proporcional por plantio diminui com o aumento da idade.

Tabela 2. Comparação das médias de diâmetro altura do peito (DAP) das

plantas de teca em cm, nas diferentes idades e por coleta.

Idade inicial

(anos) 11/09/2003 11/12/2003 11/03/2004 11/06/2004

0,5 - 2,32 E c 4,03 D b 5,11 D a 1,5 3,14 D c 4,26 D b 6,20 C a 6,59 C a 2,5 5,57 C b 6,13 C a 6,83 C a 6,99 C a 3,5 8,59 B a 9,64 B a 9,95 B a 9,96 B a 5,5 12,44 A a 13,34 A a 13,88 A a 13,88 A a

Médias seguidas de letras diferentes, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas indicam diferença significativa pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

O volume médio de fuste por hectare (Tabela 3) variou de 0,05 m3 a

17,00 m3 para as plantas com 0,5 ano, sendo o maior crescimento em

volume de fuste por planta e, de 68,14 m3 a 134,04 m3 para as plantas com

5,5 anos, apresentando o menor crescimento em volume de fuste por planta.

Houve diferenças significativas em volume de fuste entre as coletas e as

idades.

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39

O volume médio de fuste em teca obtido por Bufulin (2001) no

município de Cáceres-MT, com plantas de 22 meses de idades e média de

21,82 m3 ha-1 foi semelhante ao deste trabalho, para a mesma faixa de

idade (Tabela 3). Resultado inferior foi encontrado por Brauwers (2004) em

teca dos 38 aos 61 meses, com volume médio por hectare de 26,21 m3. A

diferença pode ter sido em função da qualidade do sítio.

O crescimento em volume médio de fuste por hectare ao ano

apresentou variação de 16,41 m3, 25,89 m3, 13,7 m3, 61,95 m3, 60,98 m3,

respectivamente, para plantas com 0,5; 1,5; 2,5; 3,5 e 5,5 anos de idade.

Tabela 3. Comparação das médias para o volume do fuste (m3 ha-1), em

diferentes idades ao longo do ano em plantas de teca.

Idade inicial (anos)

11/09/2003 11/12/2003 11/03/2004 11/06/2004

0,5 0,05 E d 0,68 E c 6,80 D b 17,00 D a 1,5 3,91 D c 4,93 D c 22,10 C b 34,00 C a 2,5 15,98 C c 18,70 C b 25,50 C b 34,00 C a 3,5 34,89 B d 56,13 B c 65,23 B b 97,09 B a 5,5 68,14 A c 93,83 A b 122,87 A a 134,04 A a

Médias seguidas de letras diferentes, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, indicam diferença significativa pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

A área foliar da teca variou entre 0,65 m2 e 455,14 m2 (Tabela 4). O

crescimento foi proporcional à idade e houve diferença ao longo do ano. As

diferenças foram significativas entre coletas e idades. Atribui-se a essas

diferenças o crescimento em altura e volume de copa das plantas de teca,

diferindo dos valores encontrados por Brauwers (2004), com 4,06 m2 a 4,71

m2 em plantas de teca avaliadas dos 38 aos 61 meses de idade. Vale

ressaltar que a diferença pode ter sido influenciada pela época de

amostragem, devido à disponibilidade de folhas das plantas.

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40

Tabela 4. Comparação das médias para área foliar em m2, nas diferentes

idades ao longo do ano, em plantas de teca.

Idade inicial (anos)

11/09/2003 11/12/2003 11/03/2004 11/06/2004

0,5 0,65 A a 2,92 C a 13,75 C a 17,09 D a 1,5 1,94 B a 8,03 C a 32,70 C a 21,88 D a 2,5 2,88 B a 11,26 C a 37,31 C b 70,17 C b 3,5 4,70 B a 126,70 B b 132,50 B b 189,42 B c 5,5 130,12 B a 307,33 A a 450,89 A b 455,14 A c

Médias seguidas de letras diferentes, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas indicam diferença significativa pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

O volume médio de copa quando comparado por coleta, dentro e

entre as idades (Tabela 5), apresentou variação e tais diferenças devem

estar relacionadas ao crescimento em altura e diâmetro de copa,

intensidade de desfolhas natural e desramas periódicas, que foram

efetuadas de acordo com a necessidade de cada talhão, em manter limpo de

ramos um terço da planta.

Em geral, as plantas de teca com 5,5 anos apresentaram maior

volume de copa, com média anual de 39,01 m3 (Tabela 5). Resultados

diferentes foram encontrados por Brauwers (2004), no desenvolvimento das

copas das plantas de teca dos 38 a 61 meses de idade, com variação entre

11,82 m3 a 24,97 m3.

Tabela 5. Comparação das médias para volume de copa em m3 por planta,

nas diferentes idades e por coletas em plantas de teca.

Idade inicial

(anos) 11/09/2003 11/12/2003 11/03/2004 11/06/2004

0,5 0,08 B a 0,35 C a 1,65 C a 2,05 D a 1,5 0,23 B a 0,96 C a 3,92 C a 2,62 D a 2,5 0,35 B a 1,35 C a 4,48 C b 8,42 C b 3,5 0,56 B a 15,20 B b 15,90 B b 22,73 B c 5,5 15,6 A a 36,87 A a 54,10 A b 54,61 A c

Médias seguidas de letras diferentes, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas indicam diferença significativa pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

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41

Em média, a massa seca de raízes (Tabela 6), apresentou variação,

entre as coletas e as diferentes idades ao longo do ano, sendo de 5,04 t ha-1

a 7,12 t ha-1 para as plantas com 0,5 ano e de 23,4 t ha-1 a 42,2 t ha-1 para

as plantas com 5,5 anos de idade. Foi possível observar uma tendência

crescente de massa de raízes com o aumento da idade. Tendência

semelhante foi encontrada por Marcolin (2002), trabalhando com o gênero

Pinus de 1 a 5 anos de idade e com 0,4 t ha-1 a 10,1 t ha-1 de massa seca

de raízes. Pode-se supor que tal fato tenha ocorrido devido à característica

radicular da espécie e por serem povoamentos jovens, conforme

(Witschoreck et al., 2003).

Marcolin (2002), avaliando biomassa de raízes para o gênero

Eucalyptus com 1 ano, 2 anos, 3 anos, 4 anos e 5 anos de idade encontrou

1,5 t ha-1, 6,7 t ha-1, 13,1 t ha-1, 21,6 t ha-1e 27,5 t ha-1, respectivamente.

Resultados diferentes aos obtidos neste trabalho, que em média foi de 5,2 t

ha-1, 5,6 t ha-1, 14,9 t ha-1, 16,3 t ha-1 e 35,8 t ha-1 para as plantas com 0,5

ano, 1,5 ano, 2,5 anos, 3,5 anos e 5,5 anos de idade, respectivamente.

Certamente em função de serem espécies diferentes e das condições

edafoclimáticas (Vasconcelos et al., 2003).

Tabela 6. Comparação das médias para massa seca de raízes (t ha-1), em

diferentes idades ao longo do ano, em plantio de teca.

Idade inicial (anos)

25/10/2003 20/02/2004 25/05/2004

0,5 5,6 C a 5,0 C a 7,1 C a 1,5 7,7 C a 7,5 C a 8,6 C a 2,5 13,9 B a 12,8 B a 18,1 B a 3,5 10,4 B b 14,8 B b 23,6 B a 5,5 30,5 A b 23,4 A b 41,8 A a

Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas indicam diferenças significativas e médias seguidas de mesma letra, minúsculas nas linhas não diferem pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

A variação da quantidade de massa de raiz (Tabela 6) pode ser devido

ao método de amostragem utilizado neste estudo, com amostras aleatórias.

Outro fator que também pode ter influenciado é a distribuição de raiz, que

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42

sofre alteração de acordo com o estádio de desenvolvimento da planta e a

interação com os atributos do solo (Vasconcelos et al., 2003).

4.2 Liteira A quantidade de liteira (Tabela 7) variou em cada talhão ao longo do

ano, oscilando entre 0 t a 1,87 t ha-1 para o talhão com 0,5 ano e de 5,42 a

9,03 t ha-1 para o talhão com 5,5 anos. As oscilações podem ser explicadas

pelo acúmulo de liteira no solo, que é regulado pela quantidade de material

que cai da parte aérea e por sua taxa de deposição, conforme Poggiani et al.

(1998). Entretanto, esta deposição não ocorreu de forma regular.

Tabela 7. Médias de massa seca de liteira (t ha-1), em diferentes idades ao

longo do ano, em plantio de teca.

Idade inicial

(anos) 11/12/2003 11/06/2004 09/09/2004

0,5 - 0,33 C b 1,87 B a 1,5 0,31 C a 0,32 C a 1,21 C a 2,5 2,13 B a 2,58 B a 2,79 B a 3,5 3,57 B a 2,30 B a 2,14 B a 5,5 9,03 A a 5,42 A b 5,75 A b

Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas indicam diferenças significativas e médias seguidas de mesma letra, minúsculas nas linhas não diferem pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Nota-se que a massa de liteira foi em média 6,7 t ha-1 ano-1 para o

talhão com teca de 5,5 anos. Este resultado foi superior aos demais talhões

amostrados e inferior ao resultado encontrado por König et al. (2002) em

ecossistema de Floresta Estacional Decidual, com 9,2 t ha-1 ano-1,

certamente influenciado pelas características genéticas das espécies.

Kraenzel et al. (2002), trabalhando com teca de 20 anos, obtiveram

uma produção de liteira 7,9 t ha-1, resultado superior ao encontrado neste

trabalho em teca com 5,5 anos. Tal fato deve-se à taxa de deposições dos

resíduos, que modifica com a fase de desenvolvimento da planta e com a

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43

densidade do plantio. Houve diferença significativa para as diferentes idades

e coletas.

4.3 Teor de carbono orgânico no solo

O teor de carbono no solo (Tabela 8) variou entre as diferentes idades

e ao longo do ano, sendo o menor teor de carbono para o talhão com 1,5

ano e, média de 0,92 % e o maior teor, com média de 2,63% para o talhão

com 5,5 anos.

Szakács (2003), estudando quatro pastagens no município de

Piracicaba-SP com Brachiaria encontrou teor de carbono médio entre 0,41%

a 0,71%, resultado inferior ao deste trabalho. Segundo Fernandes et al.

(1999), o teor de carbono oscila conforme as condições climáticas, tipo e uso

do solo de cada local.

Tabela 8. Médias do teor de carbono orgânico (%) no solo, ao longo do ano,

em plantio de teca.

Idade inicial (anos)

25/10/2003 20/02/2004 25/05/2004

0,5 0,98 C b 1,14 C b 1,20 D a 1,5 0,84 C a 0,94 C a 0,98 E a 2,5 1,37 B b 1,85 B a 1,47 C b 3,5 2,22 A b 2,67 A a 2,33 B b 5,5 2,42 A b 2,85 A a 2,62 A a

Médias seguidas de letras diferentes, maiúsculas nas colunas indicam diferenças significativas e médias seguidas de mesma letra, minúsculas nas linhas não diferem pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Os teores de carbono por camadas de solo com cultivos de teca

(Figura 1) apresentaram uma tendência semelhante para todos os talhões,

decrescendo progressivamente com a profundidade e aumentando o teor

com a idade.

As camadas de 0-15 cm apresentaram em média teores de carbono

de 1,15%, 1,13%, 1,68%, 2,70% e 2,81%, respectivamente, para os talhões

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44

com 0,5 ano, 1,5 ano, 2,5 anos, 3,5 anos e 5,5 anos de idade. As camadas

de 75-90 cm nas diferentes idades possuíram teores de carbono menores

do que as camadas de 0-15 cm, com redução média de 8,6% para 0,5 ano,

de 66,8% para 1,5 ano, de 11,9% para 2,5 anos, de 18,1% para 3,5 anos e

de 5,6% para 5,5 anos.

0,0 0,3 0,6 0,9 1,2 1,5 1,8 2,1 2,4 2,7 3,0

0-15

15-30

30-45

45-60

60-75

75-90Pro

fund

idad

e (c

m)

Teor de carbono por camada

0,5 ano1,5 ano2,5 anos3,5 anos5,5 anos

Figura 1. Teor de carbono (%) por faixa de profundidade em plantios de

teca.

4.4 Análise física e química do solo

Os resultados das análises química e física do solo realizada em

17/06/2004 encontram-se na Tabela 9. Estes permitem classificar o solo dos

talhões com 1,5 ano, 2,5 anos, 3,5 anos e 5,5 anos como de textura média e

o talhão com 0,5 ano como de textura argilosa, tendo a acidez com pH em

água variando entre 5,7 e 6,7 e com teores nulos de alumínio em todos os

talhões. Os talhões são distintos entre si quanto à concentração de cálcio,

magnésio, potássio, fósforo e quanto à saturação de bases.

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45

Tabela 9. Resultados das análises química e física do solo em cinco talhões

com plantio de teca.

Resultados analíticos de amostras de solo pH P K Ca Mg Al Areia Silte Argila Idade

inicial (anos) (H2O) mg dm-3 cmolc dm-3 g kg-1

Sat. por bases (V) %

0,5 6,2 2,9 55 2,0 1,7 0,0 512 84 404 67,7 1,5 5,7 3,2 31 1,3 1,1 0,0 612 67 321 44,1 2,5 6,7 3,8 73 2,5 1,7 0,0 646 66 288 66,1 3,5 6,2 2,9 42 2,7 1,7 0,0 579 83 338 73,7 5,5 5,6 4,8 37 1,1 0,7 0,0 646 66 288 40,0

De acordo com os resultados obtidos (Tabela 9), os talhões com 0,5

ano, 2,5 anos e 3,5 anos possuem caráter eutrófico (valores de saturação

por bases em média superiores a 50%, maiores concentrações médias de

cálcio e magnésio) e os talhões com 1,5 ano e 5,5 anos como distrófico

(valor de saturação por bases inferiores a 50%), e todos com teores nulos de

alumínio trocável.

Apesar das diferenças encontradas entre os talhões, todos

apresentam características de alta fertilidade, com condições edáficas dentro

do recomendado para o estabelecimento da teca (Finger et al., 2001)

4.5 Densidade básica em teca

A densidade básica média da teca (Tabela 10) variou de 0,348 a

0,432 g cm-3 entre as diferentes idades e ao longo do ano. Observou-se que

o máximo valor encontrado para a densidade básica média foi para as

plantas com 5,5 anos e o menor valor para as plantas com 0,5 ano de

idade.

Estes valores mostram que a espécie estudada apresentou uma

tendência crescente de densidade básica média em função da densidade

populacional e com o aumento da idade. A densidade da madeira é uma

propriedade resultante de fatores como dimensões das células, espessura e

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46

composição química da parede celular e percentual de ocupação dos

variados tipos de células que segundo Foelkel et al. (1983), as dimensões

dos elementos celulares variam em função da idade do vegetal.

Moya e Arce (2003), trabalhando com teca de 10 anos de idade na

península Nicoya – Casta Rica encontraram densidade básica média de

0,528 g cm-3 e 0,556 g cm-3 para espaçamento de 3x3 m e 6x2 m,

respectivamente. Resultado que difere do presente trabalho, provavelmente

em função da idade e do espaçamento.

Tabela 10. Densidade populacional, densidade básica média ( DB ), altura

média e média de diâmetro altura do peito das plantas de teca

em diferentes idades ao longo do ano.

Média Idade

inicial (anos) Altura (m) DAP (cm) DB (g cm-3 )

Dens. Pop. Planta ha-1

0,5 2,38 8,25 0,348 1.700 1,5 5,05 13,32 0,362 1.700 2,5 6,12 20,30 0,386 1.700 3,5 7,32 25,98 0,420 1.517 5,5 12,31 40,83 0,432 1.117

A densidade populacional para os talhões com 3,5 e 5,5 anos sofreu

alterações a partir dos desbastes com relação à densidade inicial, diminuiu

em 10,8% para o talhão com 3,5 anos e em 34,2% para o talhão com 5,5

anos. Os talhões com 0,5 ano, 1,5 ano e 2,5 anos praticamente não

sofreram alterações. A redução na densidade populacional da teca pode

promover alterações nos valores das variáveis com altura total, DAP, volume

de fuste. Na Tabela 11 encontram-se os valores de densidade básica

representando as diversas posições amostradas. Nota-se que para as

diferentes idades apresentadas à tendência da densidade básica média

decresceu uniformemente da base para o topo nas plantas.

Esta tendência encontrada neste trabalho difere das observações

feitas por Moya e Arce (2003), em teca com 10 anos idade – Costa Rica, que

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47

encontraram tendência decrescente da base até 50% da altura total. A partir

de 50% da altura encontraram tendência crescente até o topo da árvore.

Segundo Barrichelo et al. (1983), a densidade da madeira varia entre

espécies, indivíduos e procedência da mesma espécie e dentro da árvore.

Tabela 11. Densidade básica média, em g cm-3, para as diferentes posições

de amostragem em plantas de teca nas diferentes idades ao

longo do ano.

DBpor posições de amostragem Idade inicial (anos)

Base (0,10 m)

DAP (1,30m)

Altura (50%)

Altura (100%)

0,5 0,354 0,302 0,268 0,251 1,5 0,386 0,348 0,334 0,287 2,5 0,411 0,373 0,360 0,295 3,5 0,461 0,413 0,403 0,274 5,5 0,479 0,426 0,412 0,341

4.6 Estoque de Carbono

O estoque total de carbono variou com a idade do talhão, obtendo-se,

ao final do período de observação, uma quantidade média de 122,5 t de C

ha-1 no talhão com 0,5 ano; e 104,3 t de C ha-1, no de 1,5 anos; 180,8 t de C

ha-1, no de 2,5 anos; 303,1 t de C ha-1, no de 3,5 anos e 322,3 t de C ha-1, no

de 5,5 anos. O acúmulo médio durante todo período esteve entre 2,3 t de C

ha-1 ano-1 a 9,2 t de C ha-1 ano-1 (Figura 2).

Houve um crescimento de 1,86% para o plantio com 0,5 ano, de

4,30% para o plantio com 1,5 ano, de 5,03% para o plantio com 2,5 anos,

de 1,44% para o plantio com 3,5 anos e 2,16% para o plantio com 5,5 anos.

Kraenzel et al. (2002), no Panamá, avaliando a teca com 20 anos de

idade, obtiveram 351 t de C ha-1. Um resultado superior ao encontrado neste

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48

trabalho, mas o acúmulo anual ora observado indica que a diferença pode

ser atribuída à diferença de idade das plantas.

2,34,5

9,2

7,04,3

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

0,5 ano 1,5 ano 2,5 anos 3,5 anos 5,5 anos

Tone

lada

de

C h

a-1

Estoque de carbono Acúmulo de carbono de 09/2003 a 09/2004

Figura 2. Estoque total de carbono em teca e acúmulo de carbono anual por

hectare em diferentes idades.

A variação na adição de carbono, em cada idade observada esteve

relacionada à produção de biomassa, que sofreu alteração em função das

desramas, que por ocasião da poda diminui a altura da copa; das desfolhas,

que com a queda das folhas influência o volume de copa; e dos desbastes,

que reduz a densidade populacional podendo influenciar no volume do fuste.

No solo, o procedimento com gradagem para controle de ervas daninhas

influenciou o processo de deposição e decomposição, podendo ocorrer

diferenças em um mesmo ambiente, dependendo da época do ano,

conforme Leles et al. (2001).

Verifica-se na Tabela 12 que a maior do carbono foi estocado no solo,

independente da idade, perfazendo 90,8%, em média, seguido da parte

aérea 5,04%, das raízes 3,04% e liteira com 1,21%.

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49

Com o aumento da idade houve uma redução no percentual de

carbono no solo, e um aumento da contribuição da parte aérea e das raízes

para o sistema.

Tabela 12. Estoque de carbono em talhões de teca com diferentes idades.

Idade inicial (anos) Raízes (%) Liteira (%) Solo (%)

Parte aérea (%)

0,5 1,96 0,60

95,5 1,94 1,5 2,59 0,61 93,0 3,80 2,5 3,53 1,29 91,8 3,38 3,5 2,46 0,85 90,3 6,39 5,5 4,70 2,20 83,4 9,70

Com relação à quantidade de carbono somente na planta de teca

verificou-se variação entre as diferentes idades, sendo que as plantas com

0,5 ano, 1,5 ano e 2,5 anos obtiveram em média 47,2% de carbono na raiz

e 52,8% na parte aérea, e as plantas com 3,5 anos e 5,5 anos tiveram

31,4% de carbono na raiz e média de 68,6 % na parte aérea.

Verificando a quantidade total de carbono nos talhões com teca, com

idades de 1,5 ano, 2,5 anos e 3,5 anos, no início do experimento e

comparando essa quantidade com as medidas efetuadas no final de um ano

de observação, nas plantas alcançaram respectivamente 1,5 ano 2,5 anos e

3,5 anos de idade, observou-se variação tanto na quantidade total de

carbono, quanto em cada componente do sistema nas diferentes idades

(Tabela 13), indicando que as condições ambientais vigentes em cada

época de crescimento podem afetar a quantidade de carbono estocado.

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50

Tabela 13. Quantidade de carbono (em t ha-1) no início e final do estudo,

para as idades de 1,5 ano, 2,5 anos e 3,5 anos, em 2003 e em

2004.

Início - 11/09/2003 Final - 11/06/2004

Idade

1,5 ano 2,5 anos 3,5 anos 1,5 ano 2,5 anos 3,5 anosraiz 3,6 6,7 4,9 3,4 8,6 11,3 solo 95 159 280 95 153 250 parte aérea 1,11 5,62 14,15 4,09 6,71 11,07 liteira 0,10 0,85 1,40 0,77 0,52 1,13 total 99,8 171,8 299,8 103,2 168,8 274,2

4.7 Estoque de carbono por componente

Com relação às estimativas da quantidade de carbono da parte

aérea (fuste, galhos e folhas) das plantas de teca observou-se que a maior

contribuição média de carbono, independente da idade, encontrava-se no

fuste, seguido das folhas e dos galhos (Figura 3).

Galho12%

Folha27%

Fuste61%

Figura 3. Distribuição percentual do carbono em teca da parte aérea.

Soares e Oliveira (2002) encontraram proporções diferentes quanto à

estimativa de carbono na parte aérea em povoamento de Eucalyptus grandis

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51

com 77 meses de idade, sendo as maiores concentrações no fuste

(83,24%), galhos (6,87%) e folhas (2,48%) respectivamente, devido

provavelmente à característica da cultura.

Com base nos resultados apresentados na (Tabela 14) verificou-se

que a teca com 5,5 anos de idade estocou em média 31,24 t de C por

hectare na parte aérea. Este resultado é diferente do observado por

Kraenzel et al. (2002) ao estudarem teca no Panamá em quatro

povoamentos com 20 anos de idade, obtendo estimativa média de 104,5 t de

C por hectare na parte aérea, certamente influenciada pela diferença de

idade dos plantios.

Tabela 14. Quantidade média de carbono nos componentes da parte aérea

das plantas de teca.

Carbono na parte aérea Fuste Galhos Folhas

Idade inicial (anos)

t de C ha-1 (%)

t de C ha-1 (%)

t de C ha-1 (%)

Média t de C ha-1

0,5 1,07 (45,5) 0,13 (5,5) 1,16 (49,4) 2,35 1,5 2,75 (69,4) 0,29 (7,3) 0,92 (23,5) 3,96 2,5 4,27 (63,1) 0,35 (29,0) 2,15 (31,7) 6,77 3,5 13,41 (69,8) 1,69 (8,8) 4,13 (21,4) 19,22 5,5 22,15 (70,9) 4,64 (14,8) 4,46 (14,3) 31,24

Na figura 4 encontram-se as correlações entre a quantidade de

carbono no fuste, nas folhas e nos galhos e as variáveis de volume de fuste,

volume de copa e altura da copa. As equações de regressão apresentaram

valores de coeficiente de determinação superiores a 0.90, indicando que

essas variáveis independentes, de mensuração relativamente simples,

podem ser utilizadas com segurança para a avaliação do estoque de

carbono em teca.

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52

Figura 4. Quantidades de carbono presentes nos fustes com casca, nos

galhos e nas folhas em função do volume de fuste, altura da copa

e volume de copa respectivamente das plantas amostra.

A quantidade de carbono no fuste variou conforme o aumento da

idade (Tabela 14) e com o aumento do volume do fuste (Figura 4),

demonstrando tendência crescente para as diferentes idades e ao longo do

ano.

Em média o acúmulo de carbono no fuste foi de 1,05 t de C ha-1 ano-1

para as plantas com 0,5 ano, 1,95 t de C ha-1 ano-1 para as plantas com 1,5

ano, 0,98 t de C ha-1 ano-1 para as plantas com 2,5 anos, 5,47 t de C ha-1

ano-1 para as plantas com 3,5 anos, e 5,51 t de C ha-1 ano-1 para as plantas

com 5,5 anos.

É importante ressaltar que proporcionalmente sobressaíram-se as

plantas com 0,5 ano, com aumento de carbono 68,3 vezes o valor inicial,

durante o ano de observação.

A quantidade média de carbono estimada nos galhos de teca, no

período de 11/09/2003 a 11/06/2004 (Tabela 14) apresentou maior

Fuste

y = 220x - 0,2395R2 = 0,9996

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10Volume de fuste (m3)

Carb

ono

kg

Folhas

y = 0,5298x0,4499

R2 = 0,9089

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0Volume de copa (m3)

Carb

ono

kg

Galhos

y = 0,9631x - 2,391R2 = 0,9916

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0Altura da copa (m)

Carb

ono

kg

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53

crescimento para as plantas com 2,5 anos, com taxa de 29% e um menor

crescimento para as plantas com 0,5 ano, com taxa de 5,53%.Tal fato pode

ser explicado pela variação em altura de copa (Figura 4). Outro fato a se

destacar quanto ao comportamento do carbono nos galhos foi que o

aparecimento de galhos em todos os plantios deu-se a partir de 1,5 ano de

idade.

Nas folhas foram observadas quantidades médias de carbono (Tabela

14), que variaram de 0,92 t de C ha-1 para as plantas com 1,5 ano, a 4,46 t

de C ha-1 para as plantas com 5,5 anos, sendo que, em média, as plantas

com 2,5 anos apresentaram o maior percentual, com 31,75%.

A quantidade de carbono nas folhas, nas diferentes idades e ao longo

do ano, foi verificada considerando como parâmetro de quantificação os

valores de volume de copa (figura 4).

A quantidade de carbono na parte aérea das plantas de teca (Figura

5) variou com a idade. Pode-se observar que o aumento de carbono foi

proporcional ao aumento da idade, com tendência progressivamente

crescente para os fustes, galhos e folhas em todos os talhões, exceto para

as folhas no talhão com 1,5 ano.

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54

Figura 5. Proporções de carbono da parte aérea com relação à idade em

teca.

Nas avaliações da quantidade de carbono nas raízes, em relação à

média de massa seca de raízes (MSR) nas diferentes idades (Figura 6),

pode-se observar que existe uma tendência proporcionalmente crescente,

entre aumento da idade, massa seca de raízes e quantidade de carbono,

sendo em média 2,8 t de C ha-1 para as plantas mais jovens e de 15,3 t de

C ha-1 para as plantas mais velhas. Verificou-se que esta tendência não se

aplicou às plantas com 3,5 anos idade.

Kraenzel et al. (2002) no Panamá, com teca de 20 anos de idade,

obtiveram 15,7 t de C ha-1 nas raízes resultado semelhante ao deste

trabalho. Resultado diferente foi obtido por Marcolin (2002) para o gênero

Eucalyptus, com 5 anos de idade, média de 13,8 t de C ha-1, possivelmente

em função da diferença de cultura.

Fuste

y = 0,523e0,7643x

R2 = 0,9835

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

0,5 ano 1,5 ano 2,5 anos 3,5 anos 5,5 anos

Car

bono

(t h

a-1)

Folhas

y = 0,604e0,4182x

R2 = 0,8584

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

0,5 ano 1,5 ano 2,5 anos 3,5 anos 5,5 anos

Car

bono

(t h

a-1)

Galhos

y = 0,0437e0,8922x

R2 = 0,9476

0,00,51,01,52,02,53,03,54,04,55,0

0,5 ano 1,5 ano 2,5 anos 3,5 anos 5,5 anos

Car

bono

(t h

a-1)

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55

Raízes

y = 2,9506e0,453x

R2 = 0,916

y = 0,8071x2 - 1,8129x + 3,5R2 = 0,9296

0

5

10

15

20

25

30

35

0,5 ano 1,5 ano 2,5 anos 3,5 anos 5,5 anos

MSR

e C

( t h

a-1)

1- MSR

2 - C

Expon. (1- MSR)

Polinômio (2 - C)

Figura 6. Total de massa seca de raízes (MSR) e carbono nos diferentes

talhões com plantio de teca.

De modo geral observou-se que com o aumento da profundidade no

solo (Figura 7), houve redução proporcional em massa de raízes e

quantidade de carbono em todas as idades amostradas. Essa redução foi

mais acentuada para as plantas com 0,5 ano de idade e, menos acentuada

para as plantas com 5,5 anos de idade. Considerando a proporcionalidade

de biomassa de raízes e quantidade de carbono, nota-se que os resultados

desse trabalho confirmam dados da literatura que, segundo Andrae e

Krapfenbauer (1983), as maiores densidades de raízes estão nas primeiras

camadas de solo e, conseqüentemente, as maiores quantidades de carbono.

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56

Figura 7. Quantidade média de carbono nas raízes de teca por camada em

kg m-3 de solo.

Observou-se também que a raiz pivotante das plantas de teca, quanto

à quantidade de carbono e produção de biomassa, apresentou uma relação

direta com o aumento da idade, apresentando os menores valores para as

plantas com 0,5 ano, com 1,39 kg ha-1 de biomassa seca e 0,67 kg de C

ha-1 e os maiores valores para as plantas de 5,5 anos, tanto em biomassa

de raiz com 53,9 kg ha-1, quanto em quantidade de carbono com 25,86 kg

ha-1. Leles et al. (2001) observaram resultado superior em Eucalyptus C.

aos 52 meses de idade com 67,9 kg ha-1 de biomassa seca de raiz pivotante.

A quantificação de biomassa de raiz pivotante observada neste

trabalho variou conforme o diâmetro do fuste a 0,10 m do solo. Houve uma

estabilidade na arquitetura e comprimento da raiz pivotante no período de

observação, com pivotante central sem bifurcação e comprimento médio

Carbono nas raízes 0,5 ano

y = 0,1349x-1,3278

R2 = 0,9673

0,000,030,060,090,120,15

0-15 15-30 30-45 45-60 60-75 75-90

profundidade ( cm)

Kg/

m3 d

e so

lo

Carbono nas raízes 1,5 ano

y = 0,099x-0,7084

R2 = 0,8453

0,000,030,060,090,120,15

0-15 15-30 30-45 45-60 60-75 75-90profundidade (cm)

Kg/

m3 d

e so

lo

Carbono nas raízes 2,5 anos

y = 0,3505x-1,1789

R2 = 0,9585

0,000,100,200,300,400,50

0-15 15-30 30-45 45-60 60-75 75-90

profundidade (cm)

Kg/

m3 d

e so

lo

Carbono nas raízes 3,5 anos

y = 0,2926x-0,8992

R2 = 0,7879

0,000,050,100,150,200,250,300,35

0-15 15-30 30-45 45-60 60-75 75-90profundidade (cm)

Kg/

m3 d

e so

loCarbono nas raízes 5,5 anos

y = 0,6761e-0,2474x

R2 = 0,7108

0,000,100,200,300,400,500,600,70

0-15 15-30 30-45 45-60 60-75 75-90profundidade (cm)

Kg/

m3 d

e so

lo

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57

entre 1,04 m a 1,25 m para todos as idades. Segundo Magalhãos e Blun

(2000), as bifurcações e o comprimento das raízes pivotantes dependem da

espécie e das características do solo.

Tabela 15. Estimativa média do estoque de carbono no solo e da densidade

do solo em plantio de teca, nas diferentes idades ao longo do

ano.

Carbono no solo 25/10/2003 20/02/2004 25/05/2004 Média Idade

inicial (anos)

t de C ha-1

Dens. g cm-3

t de C ha-1

Dens. g cm-3

t de C ha-1

Dens. g cm-3

t de C ha-1

0,5 126 1,20 113 1,11 112 1,28 117 1,5 95 1,08 101 1,20 95 1,25 97 2,5 159 1,16 165 1,22 153 1,29 165 3,5 250 1,20 293 1,22 280 1,40 274 5,5 256 1,09 270 1,05 281 1,29 269

Os resultados mostraram que as maiores quantificações médias de

carbono do solo estavam nos talhões com idade de 3,5 e 5,5 anos com 274 t

de C ha-1 e 269 t de C ha-1, respectivamente. Resultado diferente foi

encontrado por Kraenzel et al. (2002) em plantações de teca no Panamá

com 225 t de C ha-1 numa profundidade de dois metros e densidade de solo

entre 0,63 e 0,75 g cm-3.

Corazza et al. (1999) nos campos experimentais da Embrapa de

Planaltina e Distrito Federal, encontraram também resultados diferentes

entre região de cerrado com 133,6 t de C ha-1 e em reflorestamento de

eucalipto 148,2 t de C ha-1 com densidade de solo 0,81 g cm-3 e 0,90 g cm-3,

respectivamente, e profundidade de um metro. Fernandes et al. (1999) na

região do Pantanal Mato-grossense observaram 15,7 t de C ha-1 e 19,0 t de

C ha-1 em pastagens de Brachiaria decumbens com 20 e 10 anos,

respectivamente, e 21,8 t de C ha-1 para cerrado nativo, com densidade de

solo variando 0,89 a 1,0 g cm-3, profundidade de até 40 cm. Esses

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58

resultados demonstraram que a profundidade e a densidade do solo

influenciaram na quantificação do carbono.

A diferença no estoque de carbono do solo nas diferentes idades,

pode ter sido causada pelo procedimento de prepara do solo para o plantio,

com intenso revolvimento, adotado no plantio da teca, para evitar

competições com ervas daninhas e gramíneas, prejudicando o conteúdo de

matéria orgânica. Estes fatos refletiram na quantidade de carbono

armazenado no solo observado neste trabalho, onde praticamente não

houve acúmulo de carbono no solo, exceto para os talhões com 3,5 anos e

5,5 anos de idade, com adição de 30 t de C ha-1 ano-1 e 25 t de C ha-1 ano-1,

respectivamente.

Corazza et al. (1999) encontraram resultados diferentes quanto à

adição de carbono em plantio direto com 15 anos de cultivo, com taxa

acumulativa de 1,43 t de C ha-1 ano-1 na região de cerrado e, Bayer et al.

(2003) em Chapecó SC, com taxas de acúmulo variando entre 0,39 a 2,23 t

de C ha-1 ano-1. A adição do carbono no solo depende também do grau de

intensidade de perturbação do solo, da quantidade de resíduos retornados

ao solo e das condições edafoclimáticas.

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59

Na Tabela 16 estão apresentados os teores e os totais de carbono

na biomassa de liteira, durante o ano de estudo.

Tabela 16. Estimativa média de teor de carbono e quantidade de carbono

na liteira, em plantio de teca, nas diferentes idades ao longo

do ano.

Liteira 11/12/2003 11/06/2004 09/09/2004 Média Idade

inicial (anos)

Teor de C (%)

t de C ha-1

Teor de C (%)

t de C ha-1

Teor de C (%)

t de C ha-1

t de C ha-1

0,5 - - 42,15 0,12 43,5 0,77 0,30 1,5 32,7 0,10 40,20 0,11 44,7 0,52 0,24 2,5 42,08 0,85 40,05 0,95 41,4 1,13 0,99 3,5 42,38 1,40 40,80 0,85 41,7 0,87 1,04 5,5 42,71 3,68 40,65 1,93 43,5 2,42 2,68

A quantidade de carbono na liteira variou em média de 0 a 0,77 t de

C, de 0,10 a 0,52 t de C, de 0,85 a 1,13 t de C, de 1,40 a 0,87 t de C, de

3,68 a 1,93 t de C por hectare, respectivamente, para os talhões com 0,5

ano, 1,5 ano, 2,5 anos 3,5 anos e 5,5 anos de idade. As oscilações na

quantidade de carbono na liteira estão relacionadas com a queda dos ramos

e folhas Schumacher et al (2003), época de amostragem e teor de carbono.

Kraenzel et al. (2002) trabalhando com teca de 20 anos, obtiveram

3,4 t de C ha-1, resultado que difere do presente trabalho com 2,7 t de C ha-1

em teca com 5,5 anos. Tal fato deve-se ao aumento em volume de copa

com a idade e, conseqüentemente, uma maior produção de massa de liteira

e carbono.

O teor de carbono na liteira foi em média de 39,9% na primeira coleta

(11/12/2003), 40,7% na segunda coleta (11/06/2004) e 43% na terceira

coleta (09/09/2004). Kraenzel et al. (2002) encontraram média de 43,3% de

teor de carbono na liteira para quatro plantios de teca, com 20 anos de

idade no Panamá.

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60

4.8 Estoque de carbono por coleta

A distribuição do carbono, por coleta, em cada compartimento do

sistema com plantio de teca (Figuras 8 e 9) oscilou conforme influência de

fatores como época da coleta, qualidade do sítio, idade da planta,

profundidade do solo, deposição e decomposição dos resíduos, condições

ambientais e manejo.

Figura 8. Estimativa média de carbono por coleta, para os componentes

galhos, folhas e fustes do sistema com plantio de teca, nas

diferentes idades.

Teca 0,5 ano de idade

0,00,51,01,52,02,53,03,5

1ª 2ª 3ª 4ª

Coletas

Carb

ono

t ha-1

folhas

galhos

fuste

Teca 1,5 ano de idade

0,01,0

2,03,04,0

5,06,0

1ª 2ª 3ª 4ªColetas

Carb

ono

t ha-1

folhas

galhos

fuste

Teca 2,5 anos de idade

0,01,02,03,04,05,06,07,0

1ª 2ª 3ª 4ªColetas

Carb

ono

t ha-1

folhas

galhos

fuste

Teca 3,5 anos de idade

0,03,06,09,0

12,015,018,021,024,0

1ª 2ª 3ª 4ªColetas

Carb

ono

t ha-1

folhas

galhos

fuste

Teca 5,5 anos de idade

0,03,06,09,0

12,015,018,021,024,027,030,033,0

1ª 2ª 3ª 4ªColetas

Carb

ono

t ha-1

folhas

galhos

fuste

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61

As folhas foram a fração do sistema que apresentaram as maiores

variações na quantidade de carbono, nas diferentes idades e em todas as

coletas (Figura 8), considerando a influência da época da amostragem na

disponibilidade de folhas nas plantas. Atribui-se a isso a característica foliar

decidual da teca, que no período seco da região (maio a agosto) perde as

folhas, atingindo a totalidade para os plantios com 2,5 anos, 3,5 anos e 5,5

anos de idade e parcialmente para os plantios com 0,5 ano e 1,5 ano de

idade. O início do brotamento para os diferentes plantios coincide com as

primeiras chuvas na região (setembro).

Os resultados referentes à quantidade de carbono nos galhos, a cada

coleta (Figura 8), demonstram tendência crescente para todas as idades,

exceto para as plantas com 2,5 anos. Tal resultado pode ser explicado em

decorrência da mudança em altura da copa, por ocasião das coletas.

Para o fuste houve um aumento gradual em quantidade de carbono

em todas as idades e a cada coleta, sendo de 0,016 a 2,91 t de C ha-1 para

o plantio com 0,5 ano, de 0,81 a 5,65 t de C ha-1 para o plantio com 1,5 ano,

de 3,29 a 6,15 t de C ha-1 para o plantio com 2,5 anos, de 7,93 a 22,52 t de

C ha-1 para o plantio com 3,5 anos, de 16,63 a 29,52 t de C ha-1 para o

plantio com 5,5 anos.

Ressaltando que proporcionalmente sobressaíram-se as plantas com

0,5 ano, com aumento de carbono 186,9 vezes o valor inicial, durante o ano

de observação, seguidas das plantas de 1,5 ano com 7 vezes o valor inicial,

plantas de 3,5 anos com 2,8 vezes o valor inicial, plantas de 2,5 anos com

1,9 vez o valor inicial e plantas de 5,5 anos com 1,8 vez o valor inicial.

Esse fato pode ser explicado pelo aumento relativo em volume de

fuste por hectare, durante o ano de observação, que atingiu uma taxa de

crescimento de 304,8 vezes o valor inicial para as plantas com 0,5 ano,

seguido das plantas com 1,5 ano e 7,6 vezes o valor inicial, das plantas com

3,5 anos e 2,8 vezes o valor inicial, das plantas com 2,5 anos e 5,5 anos

com 1,9 vez o valor inicial.

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Figura 9. Estimativa média de carbono por coleta, para raízes, solo e liteira

no sistema com plantio de teca, nas diferentes idades.

Com relação à quantidade de carbono nas raízes avaliadas nas

coletas do dia 25/10/2003, 20/02/2004 e 25/05/2004 (Figura 9) pode-se

verificar que houve variações entre as diferentes idades e dentro de uma

mesma idade, possivelmente, em função da localização dos indivíduos

amostrados, do processo de amostragem aleatório, período de coleta e a

idade do plantio. Outra explicação pode estar relacionada ao

desenvolvimento radicular a cada estádio de crescimento da planta,

influenciado pela característica do ambiente, conforme Melo et al. (1998).

O estoque de carbono no solo entre 25/10/2003 a 25/05/2004 sofreu

alterações em relação aos existentes no início do experimento, verificando-

se um decréscimo de 9 t de C ha-1 para o talhão com 0,5 ano. O talhão com

Teca 0,5 ano

0,02,04,06,08,0

10,0

1ª 2ª 3ª

Coletas

Car

bono

t ha

-1

raízessololiteira

Teca 1,5 ano

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

1ª 2ª 3ª

Coletas

Car

bono

t ha

-1

raízessololiteira

Teca 2,5 anos

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

1ª 2ª 3ªColetas

Car

bono

t ha

-1

raízessololiteira

Teca 3,5 anos

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

1ª 2ª 3ªColetas

Car

bono

t ha

-1

raízessololiteira

Teca 5,5 anos

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

1ª 2ª 3ªColetas

Car

bono

t ha

-1

raízessololiteira

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63

1,5 ano, praticamente não sofreu alteração com um aumento de 2 t de C

ha-1, já para os talhões com 2,5 anos, 3,5 anos e 5,5 anos houve um

acréscimo de 15 t de C ha-1, de 24 t de C ha-1 e de 11 t de C ha-1,

respectivamente. Essas variações encontradas na quantidade de carbono, a

cada coleta, podem ter sido influenciadas pelo grau de perturbação de cada

talhão, pela ocorrência de manchas de solo nu, devido à implantação

recente da cultura e pela variação na densidade do solo ao longo do ano.

A quantidade de carbono na liteira comportou-se de forma instável

em todos os talhões e oscilou entre as coletas (Figura 9), pois depende do

nível de deposição natural, desrama e desbrota. As podas são realizadas

quando necessárias para manter um terço da planta sem ramos e folhas e é

influenciada conforme a época do ano.

4.9 Precipitação pluviométrica

A distribuição das chuvas durante o ano de desenvolvimento do

experimento foi acompanhada de acordo com os dados coletados no

pluviômetro instalado no local, no período de 09/2003 a 08/2004 (Figura 10).

A quantidade de chuva acumulada foi de 1.584 mm. Verificou-se que entre

os meses de maio a agosto praticamente não ocorreram chuvas. Índice

pluviométrico semelhante na região foi observado por Santos e Campelo

Junior (2003), no período de 10/1999 a 12/2000, com acúmulo de 1.558 mm.

Segundo Finger et al. (2001), a precipitação pluviométrica

considerada adequada para proporcionar crescimento e desenvolvimento da

cultura da teca está em torno de 1.000 a 1.800 mm ao ano. Portanto os

índices de chuva da região, no período observado, estão dentro do padrão

esperado para o desenvolvimento da espécie.

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Chuva mensal - 2003 e 2004

0,050,0

100,0150,0200,0250,0300,0350,0400,0

Setembro

Outubro

Novem

bro

Dezem

bro

Jane

iro

Feve

reiro

Março

Abril

MaioJu

nho

Julho

Agosto

prec

ipita

ção

(mm

)

Figura 10. Precipitação pluviométrica mensal para os anos de 2003 e 2004,

no município de Santo Antônio do Leverger – MT.

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65

5. CONCLUSÕES

O estoque de carbono em talhões com cultivo de teca variou de forma

crescente com a idade.

O aumento do estoque de carbono de ano para ano não é

diretamente proporcional ao aumento da idade das plantas de teca.

A maior parte do estoque de carbono armazenado com plantio de teca

se encontra no solo, seguido da parte aérea, das raízes e da liteira.

Medidas de altura da planta, de volume do fuste e volume da copa

podem ser utilizadas com segurança para estimar o estoque de carbono na

planta.

A densidade básica da teca obedece a um padrão decrescente da

base para o topo da planta.

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